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ANO LVII

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palavra do presidente

Um toque do shofar para nos despertar Esta edição da revista Hebraica chega aos associados quase simultaneamente à celebração de mais um Rosh Hashaná, os dias temíveis e Iom Kipur. Experimentamos mais uma vez as visões, os sabores e os sons destas comemorações que misturam as preces da congregação e o som do shofar que renova as esperanças de vida e de comportamento. O shofar anuncia a continuidade judaica. O shofar é como um alarme que chama nossa atenção para examinar ações e corrigir maneiras. O shofar foi tocado no Monte Sinai quando a Torá foi outorgada e, em Rosh Hashaná o shofar lembra de nosso compromisso e sinceridade. O shofar ecoa a voz dos profetas que nos chamavam para corrigir caminhos, seguir os mandamentos do povo judaico e agir corretamente com o próximo. O shofar lembra gritos e lágrimas derramados pela destruição do Templo em Jerusalém, e inspira a manter ligada a chama do nosso povo. O shofar de chifre de carneiro lembra que D’us colocou-o no lugar de Isaac, reforça a fé dos Profetas e a nossa capacidade para o autossacrifício. O shofar nos enche de reverência e humildade, preenche o espaço e o tempo. O shofar é tocado no Dia do Julgamento e em Rosh Hashaná para nos lembrar de examinar atitudes e avaliar como melhorá-las. O toque do shofar irá assinalar o retorno do povo judeu e nestes dias o som dele nos fará lembrar dos antepassados. O shofar é um tempo de compreensão universal e reconhecimento da unidade dos povos. Shofar em Rosh Hashaná lembra o grito primordial, um chamado silencioso da alma expressando o desejo de se tornar um ser humano melhor. À medida que os anos passam, muitas vezes renunciamos aos sonhos da juventude e nos acomodamos numa rotina que oscila entre a fuga do tédio denominada trabalho e a fuga ao trabalho chamada lazer. Às vezes é preciso uma sacudidela – um acidente, uma doença, uma crise – para nos perguntar: Quem sou eu e por que estou aqui? O que estou fazendo com minha vida? É parte da beleza do judaísmo que nesta época, sejamos ordenados a fazer exatamente esta pergunta. O tempo é o maior presente que recebemos e um dos poucos que nos dá em termos iguais. Para ricos e pobres, poderosos e indefesos, existem apenas vinte e quatro horas num dia, e poucos anos. Para cada um de nós, como foi para o profeta Moshé, haverá um futuro que não veremos, um rio Jordão que jamais cruzaremos, uma Terra Prometida na qual jamais pisaremos. Portanto, temos de fazer escolhas, e as que têm mais consequências é como usamos o nosso tempo. Uma vez feita, a pergunta quase que responde a si mesma. Ninguém jamais morreu desejando ter passado mais tempo no escritório ou pela falta de um celular mais moderno. Muitos dos desejos dos quais corremos atrás são artificialmente arquitetados, e muitas das coisas para as quais não temos tempo – refeições em família, caminhadas com os filhos, ajudar a estranhos, agradecer ao próximo e a D’us – são a essência da vida bem vivida. Uma vez ao ano precisamos do toque do shofar para lembrar do tempo e usá-lo para fazer a diferença, ser uma bênção e para amar. Tenho certeza de que todos fazem essas reflexões, que buscamos uma melhoria contínua nos nossos atos e no nosso ser. Nada melhor do que esse momento para aplicar isso no nosso dia-a-dia. Shalom - Gmar Chatimá Tová Chag Sucot e Simchat Torá Sameach Avi Gelberg

O TOQUE DO SHOFAR IRÁ ASSINALAR O RETORNO DO POVO JUDEU E NESTES DIAS O SOM DELE NOS FARÁ LEMBRAR DOS ANTEPASSADOS.

O SHOFAR É UM TEMPO DE COMPREENSÃO UNIVERSAL E RECONHECIMENTO DA UNIDADE DOS POVOS


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sumário

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carta da redação

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7 dias na hebraica Acompanhe toda a programação de outubro

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capa / mês da criança Acompanhe tudo o que Hebraica faz para agradar aos pequenos associados

19 cultural + social 20

37 46 e fatos juventude fotos Os momentos 38

galeria Arte e história em três momentos inesquecíveis

danças Começou a contagem regressiva para o próximo Festival Carmel

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curtas Os melhores momentos da vida social e cultural da Hebraica

26

comunidade Os eventos comunitários mais significativos da cidade

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fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

merkaz Veja como foi o encontro de voluntários mentores e jovens empreendedores

42

agenda Na pauta, cerâmica no Ateliê, curso de mergulho e o programa para o final do ano

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curtas Na pauta, teatro, gincana dos movimentos juvenis e a nova série de Caco Ciocler

mais marcantes do último mês

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49 esportes 50

handebol O craque que agora virou técnico da modalidade

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técnicos Veja as novidades no handebol, tênis de mesa e polo aquático

54

fit center Caminhada e corrida são modalidades do Fit Center na Pista de Corrida

JOGOS TRADICIONAIS ANTECEDERAM A ATIVIDADE DE TROCA DE BRINQUEDOS EM

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curtas As últimas do basquete, xadrez, futsal e natação

57

fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês

59 magazine 60

40 PROJETO MERKAZ REALIZOU O PRIMEIRO ENCONTRO ENTRE MENTORES E JOVENS INTERESSADOS EM SE INICIAR NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

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religião A surpreendente decisão de suspender o ensino de ciências nas escolas religiosas

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12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense

memória Fizemos uma justa homenagem a Shimon Peres (z´l)

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costumes e tradições O significado de ser bem-sucedido, segundo o judaísmo

FRENTE À PRAÇA CARMEL

a palavra O engano que a expressão “judeu por opção” traz consigo

80

ensaio Novos tempos exigem novas sensibilidades no modo de tratar o judaísmo

84

curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado

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lista Saiba quem é quem no Executivo da Hebraica

viagem Uma visita a Amsterdã é sempre um sonho de liberdade

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música Cinco dicas imperdíveis para relaxar e curtir em casa

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leituras A quantas anda o mercado das ideias?

ATLETAS OLÍMPICOS PARTICIPARAM A ABERTURA DA 35ª OLIMPÍADA DAS ESCOLAS DE ESPORTES, QUE REUNIU 34 CLUBES ESPORTIVOS E ESCOLAS EM UM FINAL DE SEMANA VOLTADO PARA A DIVERSÃO E O APRENDIZADO DOS VALORES ESPORTIVOS


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carta da redação

A história da comunidade nesta Revista A cobertura das atividades do clube pela revista Hebraica dá bem uma medida de como as vice-presidências e os departamentos a elas subordinados se movimentam durante o mês no sentido de prover os associados de atrações que os tragam ao clube, de modo a que ele se torne uma espécie de extensão do lar. E é o que, de fato, acontece, pela leitura do texto da repórter Magali Boguchwal a partir da missão que lhe foi confiada de escrever a respeito do Mês da Criança. Para isso, ela entrevistou os pais e revelou como, na ânsia de acompanhar as crianças nas atividades, os pais se parecem um pouco com elas. E gostam. No “Magazine”, o correspondente Ariel Finguerman mostra que os haredim, isto é, os judeus ultra-ortodoxos conseguiram vencer mais uma ao banir o ensino de ciências do currículo das escolas dos filhos. As meninas podem estudar estas disciplinas heréticas pois, afinal, alguém em casa tem de trabalhar. Lá, também, mais um capítulo da história da música judaica na Europa, desta vez tocando na massificação da música, nas novas formas de organização e comunicação dentro das comunidades. E, no “Ensaio”, a proposta do rabino Yuwal Cherlow no sentido de se dar mais atenção às questões sociais, econômicas e do ambiente. Esta edição estava fechada quando chegou a informação de que Shimon Peres morrera. Eu o conheci em 2004 no encontro dele com parlamentares brasileiros, num escritório no centro de Tel Aviv, numa noite gelada de inverno. Depois das apresentações formais, ele conversou com as cerca de vinte pessoas como se fossem velhos conhecidos que reencontrara por acaso. Pouco antes das despedidas perguntou o que eu fazia antes de virar jornalista, há quase 56 anos. Na resposta, ao saber que eu falava em ídiche com os meus pais, deixou o hebraico de lado e sorriu a felicidade de saber que nem tudo estava perdido, e ainda havia falantes em ídiche. Gmar chatimá tová Shalom Boa leitura Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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dom seg ter qua qui sex sáb

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PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE

CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS GUSTAVO WALDMAN

GERCHMANN (COLABORAÇÃO) CAPA DIVULGAÇÃO

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

- SÃO PAULO - SP

DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES

IMPRESSÃO E ACABAMENTO GRASS INDÚSTRIA GRÁFICA PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629

3815.9159

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OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE

OUTUBRO 2016 Tishrei 5777

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DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l)

JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700

calendário judaico ::

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Véspera de Rosh Hashaná 1O Dia de Rosh Hashaná | 2o Dia de Rosh Hashaná | Véspera de Iom Kipur Iom Kipur | Véspera de Sucot | Sucot Shemini Atzeret | Simchat Torá

INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

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VEJA NA PÁGINA 98 O CALENDÁRIO ANUAL

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capa | mês da criança | por Magali Boguchwal

Quando pai e mãe entram na brincadeira A MODERNIDADE MUDOU O PAPEL DOS ADULTOS. DE UMA POSIÇÃO DE OBSERVADORES DISTANTES, CARACTERÍSTICA DAS DÉCADAS DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO PASSADO, ELES SÃO ESTIMULADOS A SE TORNAR PARCEIROS DAS CRIANÇAS NAS BRINCADEIRAS, NO ESTUDO E NA CONSTRUÇÃO DE VALORES PARA O FUTURO

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NA BRINQUEDOTECA, OS PAIS PARTILHAM DAS ATIVIDADES INFANTIS

ez para as cinco da tarde. Na Brinquedoteca, os brinquedistas Laura Fajngold e Giulian Batista interrompem discretamente o que fazem, pegam alguns instrumentos e começam a cantar, animados, a respeito da hora de parar as brincadeiras. A letra diz mais ou menos: “Passa tempo. Passa hora. Já brinquei a tarde inteira. Os brinquedos estão cansados. É o fim da brincadeira. Mas não chora, nem vai embora sem dar tchau. Brincar é muito bom e guardar é fundamental”. Algumas crianças já conhecem a letra e se juntam a eles, principalmente nos versos finais. No sábado, quando essa reportagem foi escrita, Anabela Rosset, de 3 anos, e a mãe, a arquiteta Fabiana, colocaram os objetos nos lugares, enquanto outros pais e filhos faziam o mesmo. Era hora de calçar os sapatos e brincar em outro lugar do clube. “Ela gosta da música, sabe a letra e canta, mesmo quando estamos em casa”, contou Fabiana, que traz a filha ao clube todos os finais de semana. “A Bela adora vir aqui na Teca, como ela chama. Também frequenta o Hebraikeinu, aos sábados, e a piscina, quando faz calor”, conta a mãe. “Aqui na Brinquedoteca eu brinco com ela. No Hebraikeinu isso não é possível, pois ela fica com os madrichim, mas quando vamos à piscina, passo horas com ela na área infantil, aquela que tem um escorregador”, descreve. Como ela, outros pais e avós ficam à vontade na Brinquedoteca, manipulando brinquedos ou participando mesmo das atividades infantis. “Outro dia, a diretora da escola da Bela disse que é possível distinguir as crianças cujos pais são parceiros na brincadeira das que não tem essa diversão em família. Depois do horário escolar, fico brincando com ela. Ela estuda numa escola na Lapa”, declarou, já diante da porta fechada da Brinquedoteca. A entrevista acima é reveladora do êxito da filosofia que orienta o trabalho das áreas dedicada ao público infantil no clube, Es-

cola Maternal e Infantil, Espaço Bebê, Brinquedoteca, Centro Juvenil Hebraikeinu, Centro de Música, Teatro, Ateliê e a Biblioteca. Todos os espaços, programas e serviços atingem a família, mesmo quando o alvo principal são as crianças. Outro exemplo recente foi o evento promovido pela Brinquedoteca, em setembro. Com o título de “Troca-troca”, as crianças foram convidadas a trazer os brinquedos que não usam mais para trocar por outros, num intercâmbio cada vez mais comum, na era dos três “erres” (reduzir, reciclar, reutilizar). “A ideia do troca-troca foi sugerida pela vice-presidente de Juventude, Elisa Griner, que, por sua vez inspirou-se em uma experiência parecida que viu numa pracinha perto da casa dela. Nós, da equipe da Brinquedoteca, decidimos ampliar um pouco a proposta, a partir de um filme chamado `Território do Brincar`, a que assistimos durante uma das nossas reuniões. O documentário tratava da importância das brincadeiras folclóricas tradicionais, e como o brinquedo, como objeto, é dispensável, e se torna possível obter diversão a partir de uma lata, uma corda, essas coisas simples do dia-a-dia. E decidimos montar uma programação como a que tivemos hoje”, contou a coordenadora da Brinquedoteca Lygia Kohan. >>


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capa | mês da criança MOMENTO RESERVADO PARA A TROCA DE BRINQUEDOS, NA

PRAÇA CARMEL, ENCERROU O EVENTO PROMOVIDO PELA

>> Utilizando o espaço ao ar livre junto ao playground, os “tios” da Brinquedoteca convidaram as crianças para pular corda, dançar em roda e se divertir com os objetos confeccionados por eles mesmos para a atividade. “Realizamos uma contação de história baseada no livro Brinquedo, de André Neves, antes da troca de brinquedos propriamente dita”, contou a coordenadora. Já o Espaço Bebê somou à sua intensa rotina de oficinas para bebês e gestantes um encontro noturno dos pais com especialistas, no caso, a psicanalista e diretora do Instituto Gerar, Vera Iacomelli, a pediatra Florência Fuks e o pediatra com especialização em desenvolvimento infantil Luiz Guilherme Florence. “A partir de cenas do documentário premiado Começo de Vida, do qual Vera participou com depoimentos, os participantes debateram três pontos básicos: a importância do convívio intenso das crianças com ambos os pais, mesmo nas primeiras semanas; a importância do brincar para o desenvolvimento das crianças e o que há por trás da birra das crianças e como lidar com elas. “Para essa noite, contamos com o apoio da Escola Maternal e Infantil e alguns dos casais cujos filhos já estudam lá ou estão matriculados para 2017”, informou a coordenadora do Espaço Bebê, Talita Pryngler Trunkl. Mais integração Outros exemplos da integração da família às atividades infantis são o Ateliê Hebraica e o After School. A Escola de Esportes merece um espaço à parte nesse panorama. “Os pais das crianças que frequentam o After são livres para vir e brincar com os filhos. Eles também participam do Kabalat Shabat, e são informados sempre que algo não corre como o esperado com as lições de casa, por

BRINQUEDOTECA

EVENTOS ESPECIAIS NA ESCOLA MATERNAL E INFANTIL MOSTRAM AOS PAIS A ROTINA ESCOLAR DOS PEQUENOS

exemplo. Neste caso, chamamos a família para uma conversa com a criança (sim, com a criança) e restabelecemos os acordos (combinados), priorizando o estudo, as atividades extracurriculares e preservando o que ela mais gosta, a oportunidade de brincar com os amiguinhos nos jogos eletrônicos e de mesa à disposição dela”, comenta a coordenadora do After, Márcia Sotnik Aisen. “Nesses oito anos de After, mudamos algumas coisas e os pais percebem essa evolução. Temos o caso de duas irmãs, uma de 13 e outra de 5, cuja mãe comentou que a pequena tem atividades no After que a mais velha desconhecia De fato, agora, especialmente nas Grandes Festas, organizamos oficinas para construção de objetos, porque as crianças estão cada vez mais conectadas, e nós, no After, nos preocupamos em melhorar as habilidades motoras desses seres que hoje só deslizam o dedo por telas coloridas. Isso era menos necessário há seis anos”, exemplifica Márcia. Daniela Levy, professora e mãe de

duas meninas, Sofia, 9 anos, e Bruna, 4, concorda com Márcia quanto ao uso da tecnologia por crianças cada vez menores. “A Bruna começou bem mais cedo do que a Sofia”, afirmou. De domingo a domingo, as meninas estão na Hebraica. “A Sofia estuda no Alef, a Bruna é aluna da Escola Maternal, as duas praticam natação na Escola de Esportes e a Sofia aprende ginástica artística. E eu também aproveito para brincar muito. Hoje mesmo, domingo, eu estava com as meninas na Brinquedoteca e nos divertimos muito juntas”, comenta. Perguntada sobre a preferência entre estudo e brincadeira, Sofia foi taxativa: “Gosto mais de brincar e jogar futebol”, afirma a menina. Quando Lygia assumiu a coordenação da Brinquedoteca, há quatro anos, e implantou o atual projeto pedagógico, ela ainda não era mãe. “Eu já era brinquedista formada. Minha ideia era oferecer jogos e brincadeiras tradicionais e deixar os eletrônicos fora do nosso acervo. Queria que as crianças tivessem autonomia e expressassem seus sentimentos

na brincadeira, e cada vez mais, acredito que estamos no caminho certo, especialmente depois que minha primeira filha nasceu. Eu a observo brincando. Aos 2 anos, ela conta os números, algo que eu e o pai não fazíamos questão que ela

soubesse tão cedo. Há seis meses começou a contar de 1 a 10 e absorveu o conceito de quantidades só de pegar uma tampinha, descer dois degraus de escada, ou seja, brincando. Como ela, vejo essa evolução em muitas outras crianças

ESPECIALISTAS CONVERSARAM COM PAIS SOBRE A IMPORTÂNCIA DA BRINCADEIRA E DO CONTATO PRÓXIMO DAS CRIANÇAS COM OS PAIS EM PALESTRA PROMOVIDA PELO ESPAÇO BEBÊ

que frequentam a Brinquedoteca”, conta Lygia, grávida de mais uma menina. A Hebraica é a única, entre os clubes esportivos a oferecer serviços como o After, Espaço Bebê e Brinquedoteca com projeto pedagógico definido, espaços que servem como referência para profissionais da área. “A cada seis meses, a Associação de Brinquedistas traz um novo grupo de alunos para conhecer o Espaço Bebê e a Brinquedoteca e sempre os recebemos porque eles nos têm como uma referência.” O estudante de psicologia Kim Ankel é o mais novo integrante da equipe da Brinquedoteca. “Há três meses um colega que trabalha no Espaço Bebê indicou meu nome para trabalhar no clube e nesse pouco tempo vi o quanto e como a proposta estimula a criatividade das crianças e também dos adultos. Cito como exemplo uma menina de 3 anos que é assídua na Brinquedoteca e costuma colocar as coisas no forninho e então vem até mim e diz...o forno não está fornando. Até hoje, só ela sabe o que quer fornar”, comenta o jovem estudante. >>


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capa | mês da criança PAIS E FILHOS PARTICIPAM DA OFICINA DE MUSICALIZAÇÃO NO

ESPAÇO BEBÊ

>> No Espaço Bebê, o dia-a-dia é repleto de histórias, das que as contadoras narram para os bebês e aquelas que os pequenos protagonizam. O que se vê através das paredes de vidro são pais e cuidadores brincando ou apenas acompanhando os bebês com o olhar. Os pequenos se arrastam, andam ou engatinham de lá para cá, puxam objetos, colocam outros na boca ou simplesmente olham outros bebês brincar. Segundo Talita, a expansão nos serviços oferecidos pelo Espaço Bebê se justifica pela mudança na dinâmica das famílias atuais. “Além da área destinada ao brincar livre dos bebês, oferecemos oficinas de canto, dança e yoga, frequentadas em duplas pelas mães com os filhos. Em outros horários, temos uma contadora de histórias e rodas de conversas que servem para as mães trocarem informações enquanto se dedicam a algum trabalho manual”, explica Talita. “Há algumas décadas, as avós eram personagens mais disponíveis e dispostas a acolher os netos. Hoje, elas trabalham ativamente, mantêm agendas repletas e dispõem de menos tempo para exercer o papel de avós em tempo integral. A mãe recente, com acesso a muitas informações, profissional, às vezes com altos cargos no trabalho, ao dar à luz se sente só, com muitos papéis”, explica. E, segundo Talita, não apenas os adultos mudaram, mas os bebês também interagem mais com os adultos que os cercam. “Creio que mais do que a mudança nos bebês, são os pais que estão mais atentos aos sinais dados pelos filhos, que se comunicam pela expressão, pelo choro. No dia-a-dia do Espaço Bebê, a equipe e os professores ajudam as mães a se comunicar melhor com os bebês e vice-versa. Isso altera a relação dentro da família para a vida inteira”, explica a coordenadora do Espaço Bebê.

De pais para filhos A Escola Maternal e Infantil recebe, como alunos, alguns dos bebês que frequentaram o Espaço Bebê. Recebeu, provavelmente, os pais desses bebês, décadas atrás e talvez uma geração anterior, também. Às vésperas de completar sessenta anos, a escola se mantém na vanguarda do que hoje se oferece como educação infantil. Com 265 alunos em 2016, ela deve ter esse número ampliado no próximo ano, quando as escolas I. L. Peretz e Alef se fundirem. Com a proximidade da época de matrículas, a coordenadora pedagógica da escola, Bela Vaie, tem uma visão semelhante à de Talita a respeito das novas famílias que a escola atende: “O mundo passa por grandes mudanças culturais e a parentalidade e a construção dos papéis de mãe e pai são diretamente afetadas por este novo contexto. O discurso dos especialistas, fundamentado e embasado em dados científicos, ganha cada vez mais importância e espaço nas famílias, em detrimento da transmissão oral dos valores e conhecimentos adquiridos pelos avós, tios e membros familiares mais antigos, produzindo certa insegurança e uma necessidade de confirmação das ações a serem tomadas com as crianças. A consolidação da mulher no mercado de trabalho muitas vezes produz nela sensações de

culpa, afetando a relação com a família, diferentemente da mulher ‘de antigamente’, que não tinha esta dupla função, sendo seu principal papel cuidar e permanecer somente ao lado da família”, disserta Bela. O calendário da Escola Maternal inclui vários momentos, festivos ou não, nos quais os pais são apresentados às atividades cotidianas dos filhos e convidados a partilhar delas por algumas horas. Mais uma vez, adultos e crianças constroem histórias, objetos e canções em conjunto, enquanto cresce nos pais o respeito pela tarefa diária das professoras e assistentes. “Fiquei muito satisfeita com o atendimento que tive na Escola Maternal. Agora meus filhos, Noam e Maya, de 10 e 7 anos, estudam no Alef e frequentam o After School. Creio que o clube é o único lugar onde nós, idishe mames, deixamos nossos filhos circularem tranquilamente”, declara Sônia Korn, cuja filha ensaia com o grupo Parparim de danças, além de outras atividades do clube. Em um domingo típico, para muitas famílias, a Hebraica é exatamente isto: começar o dia no Espaço Bebê, depois passar para o playground, almoçar juntos e depois seguir para a Brinquedoteca, onde ficam até a hora de admitir que adultos e brinquedos estão cansados e guardar é fundamental.


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Três momentos de arte e história ANTES DE ROSH HASHANÁ E IOM KIPUR, EM QUALQUER LUGAR ONDE VIVEM DOIS JUDEUS OUVE-SE A TRADICIONAL SAUDAÇÃO “SHANÁ TOVÁ”. POIS ESTE FOI O MOTE PARA A EXPOSIÇÃO NA GALERIA DE ARTE ATÉ DIA 17 DESTE MÊS

m uma viagem no tempo, a imprensa judaica no Brasil pode ser vista, desde o jornal A Colunna, de 1916, editado no Rio de Janeiro. Títulos como Unzer Shtime (Nossa Voz), Idishe Press (Imprensa Ídiche), o famoso Aonde Vamos?, que tanta polêmica causava a cada edição, a revista Shalom editada por Patrícia Finzi, a Resenha Judaica e os que resistiram ao tempo: Morashá, Shalom, Tribuna Judaica e a revista Hebraica, a mais antiga em circulação. Esse material está guardado no Arquivo Histórico Judaico Brasileiro (Ahjb), que, a partir de novembro, passa a fazer parte do Museu Judaico de São Paulo (Mjsp) como Centro de Documentação e Memória. É a vida judaica vista e revista. A exposição – Shaná Tová – faz um recorte dos veículos expostos, com seus anúncios de lojas, indústrias e pessoas fí-

sicas desejando feliz ano novo aos leitores e mostra cartões postais antigos, enviados e recebidos pelos imigrantes que, assim, se sentiam mais próximos dos familiares. A beleza desses cartões fez Renata Simon iniciar uma coleção e alguns estão na Galeria de Arte. E para completar, estão expostos vários objetos como marchzorim, um talit, uma toalha antiga bordada em ouro, castiçais doados pela família Feffer e outros mais que compõem os ritos das Grandes Festas. Além de fotos, como uma da família Herszkowicz, e seus chazanim. Todos fazem parte do grande acervo do AHJB e do Mjsp, este com quase dois mil itens, que contam a trajetória da imigração judaica para o Brasil.

A arte de Jana Stryzgowski De 22 de outubro a 15 de novembro, a Galeria mostra desenhos, acrílicos

e fotos de Jana Stryzgowski, em cujas obras, a geometria chama a atenção. “Tenho uma questão com a geometria, ela está sempre presente”, diz a artista. “Cada obra é composta por partes que formam um conjunto, formam objetos. O visual é importante pela sua identidade, isso existe na geometria, existe no mundo. Casa coisa no seu lugar”, complementa. Jana expôs na Hebraica em 2003 e guardou uma das telas, agora em processo de transformação para a nova mostra. “Recortei e bordei estrelas, porém do lado avesso da tela, o que o espectador vai ver é o emaranhado desse bordado e, a partir daí, vou construir outros diálogos com ela, que será exposta na mesma parede em que ficou há treze anos.” Entre as obras mais recentes, Jana vai mostrar colagens, desenhos, fotos e telas.

A GEOMETRIA NA ARTE DE JANA STRYZGOWSKI

tendem que a arte pode e deve ser para todos, assim, os visitantes sentem-se à vontade para perguntar, comparar e decidir o que ter em casa. Este ano, a PARTE estará na Hebraica com programação especial para os sócios. De 21 a 25 deste mês, haverá a Preview PARTE, na Galeria de Arte, onde acontecerão duas palestras, uma com Lina Wurzmann sobre a “Introdução à Arte” e outra com Olívio Guedes,

com o tema “Investimento em Arte”. O sócio terá, no decorrer desse período, a oportunidade de conhecer alguns dos destaques que serão apresentados na semana seguinte, quando a PARTE ocupará o Salão Marc Chagall. Ali, a mostra será realizada dias 3 e 4 de novembro, das 13 às 21 horas e dias 5 e 6, das 11 às 19 horas. Os sócios do clube estão convidados a percorrer o local já no dia 2, a partir das 13 horas. Estão previstas outras atividades paralelas, como a “Saída Cultural”, uma visita guiada com inscrições para somente vinte a trinta pessoas, que irá ao Salão Marc Chagall no dia 4 de novembro e terão uma visão das obras expostas. Além da programação infantil, dias 5 e 6, das 11 às 19 horas, com entrada livre. Intervenções e grafites de artistas estarão nos tapumes das obras pelos corredores, ou seja, o clube estará vivendo arte e fazendo parte desse movimento contemporâneo que invade a cidade. (T. P. T.)

ARTISTAS CONTEMPORÂNEOS ESTÃO NA PARTE

Feira PARTE vem para a Hebraica

SHANÁ TOVÁ: UM SÉCULO DA IMPRENSA JUDAICA ATRAVÉS DE SEUS JORNAIS E REVISTAS

Desde 2011, a PARTE reúne galerias com propostas ousadas e artistas da nova geração. Curiosos em busca da primeira obra de arte até colecionadores à procura de novidades promissoras colocaram essa feira num patamar de destaque na agenda da arte nacional e internacional. Dirigida por Carmen Schivarche, Lina Wurzmann e Tamara Perlman, elas en-


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Comemore Sucot no clube

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assadas as Grandes Festas, o calendário judaico marca Sucot, a Festa das Cabanas, época de sentar e fazer refeições dentro da sucá. A Sinagoga comemora a data na Esplanada durante toda a semana. Para encerrar, a reza de Shemini Atzeret será na segunda-feira, dia 24, às 10h30 com o Izkor (lembrança dos entes falecidos). No final do dia, às 19 horas, a Sinagoga recebe pais e filhos para a comemoração de Simchá Torá, com leitura da Torá e depois muita dança e alegria que, se deseja, perdure por todo o ano de 5777.

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ste mês, o Show do Meio-Dia inicia a programação na segunda quinzena, logo após Iom Kipur, com uma apresentação que vai agradar o público: dia 16, estará no palco do Teatro Arthur Rubinstein a Orquestra Filarmônica dos Médicos do Hospital Israelita Albert Einstein. Com mais de 25 anos de atuação, formada por amadores e regida pelo maestro Nasari Campos, a orquestra é aplaudida em apresentações por toda a cidade. Dia 23, será a vez do bailado flamenco, sempre bem recebido no clube. Para esse dia, Camila Leitte & Katia Yázigi preparam o espetáculo “Arte en Tablado”. Encerrando o mês, voltará o grupo artístico Emesp, em continuação à série “Santa Marcelina Cultura”, que traz ao clube, mensalmente, atrações da arte musical com jovens e adultos.

O sabor mediterrâneo

Atrações no Show do Meio-Dia

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ais uma vez, o chef Joel Ruiz foi ao Espaço Gourmet para ensinar as delícias da gastronomia mediterrânea. Foram quatro encontros, uma refeição completa em cada, com salada, prato principal e sobremesa, receitas fáceis de fazer em casa e com o lado saudável da dieta mediterrânea. Além de professor e consultor especialista nessa área, Ruiz é um chef calmo, que gosta de passar seu conhecimento, o que torna um prazer cada aula dada.

Aula do Kabbalah Centre Brasil

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Sinagoga ficou tomada por um público ávido em entender melhor o título do encontro com David Zakin, há mais de dez anos lecionando por países da Europa e África. Através da junção “Cabalá & Dinheiro”, Zakin mostrou que é possível vivenciar as boas coisas da vida, pois o homem merece todas as bênçãos. Porém, para alcançar esse patamar, o homem precisa compreender quem é, qual o poder da sua alma e como utilizar a mente para desenvolver uma conexão com os ensinamentos espirituais do cabalista Rav Berg.

Jazz literário ao Meio-Dia

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uem estava ou passava pela Praça Carmel balançava a cabeça ao som da banda Sugar Ray Jazz Club. Mesmo que as músicas não fossem tão conhecidas pelo público, o som contagiou. Esse show fez fundo para o lançamento do livro Cold Hot, que traduz em textos e fotos os três mil quilômetros percorridos por Sérgio Poroger pelos estados da Georgia, Tennessee, Mississi-

pi, Louisiana e Texas, a famosa Rota 61 do jazz norte-americano. Nesse trajeto, a música o acompanhou e ele registrou esse imaginário nessa obra de especial qualidade e conteúdo.


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Na minha época, não era assim...

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Head Talks Entre Amigas de setembro reuniu mais de noventa mães, um sucesso. Para o próximo Entre Amigas, Andréa Bisker foi procurar um tema de interesse e escolheu “O Jovem do Século XXI”, presente no dia-a-dia de quem tem filhos pré e adolescentes. Programado para dois horários: uma happy hour, na quinta-feira dia 20, às 18 horas ou no café-da-manhã, dia 21, às 7h30, ambos no Espaço Gourmet, com o psicólogo pós-graduado em psicologia educacional e em atendimento de crianças e adolescentes pela USP, especialista em jovem e orientação de carreira Tiago Tamborini. Valores, drogas, sexualidade, comprometimento com os estudos, o papel dos pais na educação estão entre as indagações constantes que Tamborini ouve e que ele quer dialogar com as mães. Sócio fundador da www.up2ucarreira.com.br, o psicólogo tem um vasto currículo, que inclui palestras em escolas como Dante Alighieri, Rio Branco, Chape School; em empresas, entre elas Coca-Cola, Claro, L’Oreal; além de consultor em diferentes mídias, entre elas Rede Globo TV, Editora Abril, Rede Record, SBT, TV Gazeta e outras mais. Faça sua inscrição, na Central de Atendimento, com antecedência para não perder a oportunidade.

Em outubro, mais um “Aonde Vamos?”

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ia 15, não perca mais uma sessão de “Aonde Vamos?”, sob o título “Metaficção: a Literatura em Busca do Autor”. Vivien Schlesinger estará a postos, às 16h30, para receber Flávio Izhaki, carioca de 37 anos, visto como uma das promessas da literatura nacional, que lançará seu novo livro Tentativas de Capturar o Ar, da Editora Rocco. Através de entrevistas, reportagens e resenhas, o escritor tenta reconstruir a trajetória de um autor desaparecido há 25 anos. Esse gênero é chamado metaficção, quando a obra é construída sobre outra obra ou outro autor, característica muito

Agende sua sessão de Cinema

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presente na literatura judaica. Completando o mês de outubro, no dia 29 haverá um Clube da Leitura, para os assíduos leitores trocarem ideias sobre Stoner, livro de John Williams.

o fechar desta edição, a grade de filmes estava nos ajustes finais. Por enquanto, haverá sessões nos dias 15 (às 20h30) e 16 (às 16h e 19h), com o filme Café Society, mais um dos sucessos de Woody Allen. Para as sessões dos dias 22 e 23, 29 e 30 (sempre sábados às 20h30 e domingos às 16 e 19 horas), além das pré-estreias dias 19 e 26, às 20h30, consultem o site do clube e fiquem por dentro dos títulos a serem exibidos.

Save the date: 6 de novembro, Master Chef

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Espaço Gourmet recebeu, no ano passado, os candidatos ao título de Master Chef Acesc e este ano as provas acontecerão novamente no espaço gastronômico da Hebraica. Serão os melhores de cada clube da

Acesc reunidos em um certame de dar água na boca. Inscrevam-se na Central de Atendimento, até dia 9 e as vagas são limitadas, preparem suas receitas e mãos à obra, ou melhor, às panelas.


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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

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ma treliche, semelhante àquelas encontradas em Auschwitz, uma pilha de sapatos, telas confiscadas pelos nazistas, dezenas de imagens, vídeos, músicas, textos e objetos ficaram expostos em “Jamais Esquecidos – Holocausto”, no mezzanino da Estação Palmeiras-Barra Funda-Linha 7 Rubi da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (Cptm). A Special Books Brasil, responsável pela curadoria, destacou que “a mostra busca provocar e estimular uma reflexão sobre a necessidade da convivência

pacífica entre os seres humanos diante das diferenças étnicas, religiosas, políticas e de nacionalidade, e que a tolerância entre os homens é, hoje, uma urgente imposição”. Na abertura, com a presença de Bruno Laskowski, Ricardo Berkiensztat, rabino David Weitman, Márcio Pitliuk, a curadoria homenageou os sobreviventes Nanette Konig, Rita Braun, André Reisler e Júlio Gartner. Muitas pessoas aguardavam a abertura para o público e monitores educacionais para explicar as dúvidas.

Historiador e jornalista do Estadão, especialista em nazismo e antissemitismo, Marcos Guterman lançou Nazistas Entre Nós – a Trajetória dos Oficiais de Hitler depois da Guerra, da Contexto, na Livraria da Vila/Fradique.

coluna comunidade

O VII Kleztival vem aí. Reserve a data

Terceira Idade em foco A Fisesp, por meio da Área da Terceira Idade, tem esta faixa entre um de seus temas de grande importância, principalmente nos últimos anos, pelas características de transformação da população comunitária. Para tanto, o XI Seminário de Capacitação de Dirigentes, Profissionais e Voluntários da Terceira Idade, realizado no Ten Yad, voltou-se ao “Envelhecimento no Século XXI e Nossos Desafios”. A Fisesp teve o patrocínio do Instituto da Longevidade – Mongeral/Aegon, a parceria do Ten Yad e o apoio da CIP, Sociedade Israelita Albert Einstein e Unibes.

∂ Preparado pelo moré Daniel Grabarz, o bar-mitzvá Jonathan Kasinsky teve a companhia de muitos amigos na Sinagoga da Hebraica.

O brilho de Zubin Mehta e músicos

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Orquestra Filarmônica de Israel e Zubin Mehta, o maestro hindu que a adotou, é sempre um acontecimento e os ingressos se esgotam logo. Assim também foi dessa vez, com o concerto em benefício das obras da Fisesp, Voluntariado Einstein e AmigoH, ligadas à Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Formada como Orquestra Filarmônica da Palestina há oitenta anos, ela foi renomeada em 1948, após a independência do Estado de Israel e é, hoje, sua embaixadora cultural, convidada para turnês nas melhores salas mundiais. Mehta nasceu no mesmo ano e é o diretor vitalício da Orquestra. Para ele, “a música deve con-

foto Eliana Assumpção

De 29 de outubro a 6 de novembro, São Paulo será tomada pela música judaica com a realização do Kleztival, a sétima edição do Festival Internacional de Música Judaica em vários locais. Nicole Borger, diretora do encontro, finaliza os contatos no Exterior e dá conta que, este ano, será exibido um filme no Museu da Imagem e do Som-MIS: On the Shows of Shalom Aleichem, do festejado Theo Bikel, músico, ator, compositor, ativista e cantor de folk austro-americano de origem judaica. Entre suas apresentações, foi “Tevye, o Leiteiro”, em Tel Aviv.

tinuar a unir os povos e derrubar preconceitos”. Ambos, Orquestra e maestro, se preparam para um concerto de gala de oitenta anos em Israel, reunindo os principais nomes da música clássica mundial.

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COLUNA 1

Um olhar de fora para a Shoá

Aos 19 anos, Noa Ben-Artzi Pelossof escreveu o livro Em Nome da Dor e da Esperança, quando mataram o avô Itzhak Rabin. Baseada nesse texto, a atriz Clarissa Kahane, mais o diretor Daniel Herz e a consultoria de Evelyn Disitzer, fez o monólogo Meu Saba (“Meu Avô”). O espaço multidisciplinar superbacana+ recebeu Gabriel Kogan para conversas e análise crítica da Arquitetura Contemporânea Internacional.

“Se manter na dieta” eis uma questão que a coordenadora da Clínica de Estudos e Pesquisas em Psicanálise da Anorexia e Bulimia, Cybelle Weinberg, reuniu de artigos de especialistas daqui e do exterior, no segundo volume do livro Psicanálise de Transtornos Alimentares, da Primavera Editorial. Em tempos de conscientização a respeito do desperdício de alimentos e gerenciamento de resíduos, a Rubbermaid participa do projeto Refettorio Gastromotiva, o restaurante-escola e refeitório comunitário que oferece alimentação gratuita para a população pobre. A versão carioca foi instalada na Lapa, com os criadores chefs Massimo Bottura (número 1 do mundo) e David Hertz, fundador da ONG Gastromotiva. As curadoras Luise Weiss e Márcia Rosa reuniram 27 escritores na exposição Página Viva!, pensando o livro como ideia e produto em transformação. Foi na Casa das Rosas, incluindo homenagem aos artistas Renina Katz e Juan Romero.

∂ Moacir Amâncio e Sílvio Hotimsky participaram do bate-papo com Paulo Blank, autor de Mentch: a Arte de Criar um Homem, na Unibes Cultural. Os assinantes do Mozarteum não queriam que a música acabasse na Sala São Paulo. Bisaram a orquestra Tel Aviv Soloists, o regente Barak Tal e o violoncelista Mischa Maisky. No Auditório do Masp, mais uma vez o público aplaudiu a apresentação do Coral e Orquestra Vozes do Violão, do Lar das Crianças da CIP, com a direção e regência de Cláudio Weizmann, “Caymmi Sereias e Pescadores” foi o tema do espetáculo. Raízes Escola de Culinária Saudável é onde Pessy Gansburg ensina as delícias da comida judaica de forma moderna com o sabor tradicional.

Muita gente passou pelo Espaço Adolpho Bloch e se fartou de experimentar as delícias no Festival do Cacau e do Café, realizado pelo Espaço As Meninas. Voltando do 1º Fórum Contra o Antissemitismo Latino-Americano, realizado pelo Congresso Judaico Latino-Americano em Buenos Aires, Rachel Mizrahi e Sarita Mucinic Saruê falaram de “Ecos do Antissemitismo” na B’nai B’rith. Nelson Leirner foi um dos artistas participantes da 3ª CompartiArte, a exposição organizada por Angela Akagawa, Cleusa Garfinkel, Ligia Domingues e Roseli Borns, no Centro Britânico. A renda foi para as obras da Unibes. Cinco livros de Eduardo Alves da Costa, publicados pela Editora Sesi, tiveram lançamento na Livraria da Vila/Fradique. Antonieta Felmanas assessorou os tantos amigos presentes.

Berel Aizenstein é nome de rua O ativista e um dos símbolos do trabalho pela comunidade, líder comunitário e na maçonaria, Berel Aizenstein (z’l ) merece ter o nome em uma das ruas da cidade. Ainda vereador, Floriano Pesaro foi atendido em seu pedido e uma rua junto ao Largo da Batata, em Pinheiros, recebeu o nome de Berel Aizenstein. Amigos dos setores onde atuou foram recebidos por Rachel, os filhos Eduardo, Mariza, Yara e Eliane, e netos, confraternizando como o homenageado gostaria de reunir as pessoas. Pesaro e Ricardo Berkiensztat destacaram: “Sua biografia traz uma atuação humanitária rara e exemplar”.

A homenagem ao “Mosaico na TV” Há 55 anos nas telas, o “Mosaico na TV” está no Guiness como o mais longevo dos programas da televisão brasileira. E na série de homenagens à imprensa judaica, a Wizo convidou a família Gotthilff para uma tarde especial na Sede.com a participação de Rachel e os filhos Roni e Sérgio, mais o neto Fred (hoje na TV Globo) O Sr. Mosaico, ou melhor, a figura principal dessa história, Francisco Gotthilff (z’l) foi o homenageado.

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COLUNA 1

Embaixador Amaral visita a Conib Antes de assumir o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Sérgio Amaral visitou a Conib e foi recebido pelo presidente Fernando Lottenberg e o diretor Milton Seligman. Amaral quer realizar em 2017 nos EUA uma exposição a respeito do papel dos judeus do Recife na fundação de Nova York, “fato pouco conhecido entre os norte-americanos”. Amaral foi ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Chaverim em três tempos Na Sinagoga Beit Yaacov, o rabino David Weitman enfocou o tema “O que o judaísmo nos ensina sobre pessoas com deficiência”, ligando ao desempenho dos atletas em tempo de Jogos Paraolímpicos. Na semana seguinte, Ester Tarandach recebeu uma doação da Recicla Luxo, brechó de itens seminovos e a renda revertida para instituições beneficentes parceiras. Em uma tarde que teve palestra de Olívio Guedes, abordando a moda, a arte e a beneficência. Ainda na comemoração de seus vinte anos, o grupo prepara uma nova versão do show “Encontros”, que tanto sucesso fez no ano passado. Na apresentação, dia 23, domingo, às 18 horas, reunirá grupos com e sem deficiência, sob a direção de Gingi, professor da Oficina de Dança, e a coordenação de Andreia Souza. Os ingressos já estão à venda pelo www.ingressorapido.com.br ou com o Chaverim, no clube.

∂ A plateia enorme do Sesc Pinheiros respondia com palmas antes mesmo de ouvir Fortuna cantar, e depois entrar na fila para receber o autógrafo no CD Fortuna – Novos Mares – Alepo Sefarad Olinda. Com Gabriel Levy na direção musical e o vocal de Sabrina Shalom. A referência ao ensaísta húngaro-brasileiro Paulo Ronái permeou o tema “Transfusão: Escola de Tradutores”. Kathrin Rosenfeld, Nelson Ascher participaram desse VI Encontro de Tradutores na Casa Guilherme de Almeida.

Holocausto na UMC Universidade A israelense Luara Behar e a paulistana Eliana Anghinah estavam entre as artistas que expuseram no Espaço Cultural da Casa do Professor/Campus da UnB, em Brasília, na mostra “Da Natureza para a Natureza”. Convidada pela Electrolux, Betty Kovesi foi uma das chefs participantes do Taste of São Paulo. Contando suas experiências prazerosas do comfort food, conceito de prazer na forma de cozinhar. Quem andou por São Paulo e viu enormes carrinhos de supermercado destruídos na rua saiba que foi obra de Eduardo Srur. Reconhecido internacionalmente pelos temas socioambientais, dessa vez ele teceu a parceria com a HomeRefill, chamando a atenção para o desperdício e a relação equivocada com o modelo de consumo. As Brimas: uma cristã vinda do Líbano e uma judia do Egito preparam quibes para um velório. Esse cenário, no Teatro J. Safra, compôs a apresentação das atrizes Simone Kalil e Beth Zalcman.

Duzentos alunos bolsistas do Colégio São Luiz assistiram à centésima apresentação de Sobrevivi ao Holocausto e conversaram quase duas horas com Júlio Gartner, o personagem do filme. As paulistas Niobe Xandó e Jandyra Waters, as alemãs Gisela Eichbaum e Bárbara Schubert Spanoudis, a austríaca Agi Straus e a russa Elena Nikitina escolheram São Paulo para viver, conviver e criar laços de amizade. O curador Antônio Carlos Suster Abdalla reuniu as seis em “Obras Inéditas”, expostas no JB Goldenberg – Escritório de Arte. Parte da série “Ver e Ouvir”, a Orquestra Instituto GPA apresentou, no Instituto Tomie Ohtake, a obra No One Won, de Leonardo Jaffé, ex-integrante da orquestra e aluno, na Suíça, de Shlomo Mintz. Seu avô, o violinista Alberto Jaffé desenvolveu a metodologia de ensino utilizada pelo Instituto GPA. A regência do concerto foi do maestro Daniel Misiuk e a direção artística de Renata Jaffé.

Na comemoração do Dia do Rio Tietê, a Biblioteca Mário de Andrade lançou o livro Águas do Alto Tietê, de Arnaldo Kutner, Marco Palermo e Renato Zuccolo. Em segunda tiragem, Sequestradores de Almas é um guia didático que alerta para os relacionamentos prejudiciais e suas possibilidades de solução. Obra da psicóloga Sílvia Malamud. A edição de 2016 da Rua do Alecrim Azeites e Gastronomia está inspirada nas artes plásticas. E conta com a criatividade do design de Guilherme Kramer para traduzir em gravuras as jovens oliveiras nacionais. Rosane Svartman e Walcyr Carrasco foram os brasileiros convidados, entre representantes de diversos países do Observatório Ibero-Americano da Ficção Televisiva, para o XI Seminário Internacional Obitel, realizado pela Escola de Comunicações da USP e com o tema “(Re)Invenção de Gêneros e Formatos da Ficção Televisiva”.

O Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura organiza o “Hora H”, em homenagem ao patrono do local. Este ano, o diretor de teatro Felipe Hirsch e os Ultralíricos partem para um novo trabalho, dessa vez ligado aos poemas dedicados à cidade de São Paulo. Sandro Chaim, da Chaim Produções, e Isaac Azar, do Paris 6, abriram as portas do Burlesque Paris 6 by Night, que promete mexer com a área de entretenimento e gastronomia em São Paulo, uma casa de shows na Rua Augusta/ Jardins. Mais uma apresentação de sucesso do premiado filme de animação O Menino e o Mundo. Dessa vez, o convite da Sociedade Brasileira dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém lotou o auditório do Museu da Imagem e do Som. Incluindo bate-papo com Ruben Feffer e Gustavo Kurlat, criadores da trilha sonora.

Em cerimônia na Câmara Municipal de Santo André, o vice-presidente do Creci/SP, Gilberto Yogui, e a conselheira regional Magali Santos homenagearam Saul Anusiewicz no Dia do Advogado.

Luiz Cuschnir passou pelas telas de TV. Um dia, no “JC Debate” da TV Cultura sobre o papel do pai e, em outro, na sessão “Conselheiro Sentimental” do programa “Todo Seu”, na mesa com Ronnie Von, na TV Gazeta.

O chef Benny Novak comandou o jantar servido na sala VIP do Cinépolis, no Shopping JK Iguatemi, após a exibição de “Colegas”, interpetrado por atores com síndrome de Down. Edição especial do projeto Banquete de Cinema, angariando fundos para o Instituto Chefs Especiais.

Recepção no Aeroporto Ben-Gurion

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uem desembarcar nos próximos meses no Aeroporto Ben-Gurion, em Tel Aviv, terá uma surpresa ao percorrer o corredor que leva ao Terminal 3: verá sessenta imagens e instalações das inovações científicas e tecnológicas desenvolvidas durante anos de pesquisas em diferentes campos no Estado de Israel. Muitas disseminadas pelo mundo como o chip para laptop da Intel, o Waze e outros tantos, incluindo a presença de Israel como membro do Space Club, que desenvolve, produz, lança e opera satélites no espaço.

Noite alegre entre mulheres

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Grupo Feminino do Bait Centro Judaico realizou o segundo desfile de moda da marca Santa Rainha com as modelos da casa na passarela, mostrando a versatilidade e o conforto das roupas. A Bait Fashion Night teve a participação da cantora Regis Karlik. Para encerrar a noite, foram sorteados prêmios,.

Convidadas pela UMC Universidade-Campus Villa-Lobos, as especialistas internacionais Karel Reynolds, diretora do Museu do Holocausto da Carolina do Norte, e Connie Davies, leciona políticas públicas e participação dos cidadãos nos governos democráticos, falaram para os alunos sobre o Holocausto. O tema da palestra foi “O Impacto Social de Intolerância, Racismo e Discriminação nas Decisões Empresariais e Governamentais nos Tempos Modernos” e, para elas, “há dez anos havia mais países democráticos que hoje” e terminaram ressaltando “a importância de trabalhar as consciências e não somente o intelecto das novas gerações”. A iniciativa foi do coordenador do curso de engenharia da UMC, Douglas Morais, e de Rita de Cássia Marques de Lima e Castro, dos cursos do núcleo de negócios.

Após 63 anos, sob nova direção O tradicional endereço da Chevra Kadisha, na rua Prates, será sede da União Central Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia. A venda do prédio foi assinada pelos presidentes do Executivo, Cláudio Hirschheimer, e do Conselho Deliberativo, Clara Kochen e o pastor Romualdo Larroca, responsável pelo templo a ser instalado no local. O prédio estava fechado desde a mudança da Chevra Kadisha para a nova sede, na Rua Pedroso de Morais, 457, em Pinheiros.

Para este Rosh Hashaná, a Casa Santa Luzia preparou uma linha completa de chalot, com sete sabores diferentes. Quem experimentou... aprovou.


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Conecteinu capacita educadores

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Uma noite com “My Fair Lady” O Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar (CIAM) uniu a transformação da vendedora de flores Eliza Doolittle em dama da sociedade à tarefa da instituição em ajudar “lindas pessoas na inclusão social” a transformar suas vidas. A plateia do Teatro Santander aplaudiu o sucesso da noite: o desempenho de Paulo Szot e Daniele Nastri, mais um grande elenco de atores e músicos, e o CIAM pelo resultado obtido junto aos seus patrocinadores. Anna Schvartzman e Milton Clerman continuem nesse caminho!

Jovens conhecem Cláudio Tozzi Dessa vez, o Instituto Olga Kós (IOK) levou 28 trabalhos de seus jovens para o Instituto Europeo di Design expostos ao lado de dez obras do artista Claudio Tozzi. O mural Colcha de Retalhos, instalado na Estação Sé do Metrô, inspirou os participantes das oficinas de arte do IOK, instituição que atende quase três mil pessoas com deficiência intelectual, como autismo e síndrome de Down, por meio da arte e do esporte. O evento foi completado com o lançamento de Claudio Tozzi. Público/Privado, livro escrito por Jacob Klintowitz, no qual analisa o percurso do artista e das questões estéticas e sociais dele e de sua geração.

complexidade e os desafios da vida atual à luz dos conflitos existentes nas fontes judaicas” serviu de mote para o diretor do Centro Melton de Educação Judaica da Universidade Hebraica de Jerusalém, Jonathan Cohen, desenvolver uma atividade de capacitação para educadores no Rio de Janeiro e em São Paulo. O foco de Cohen é a relação entre o pensamento judaico moderno e a filosofia da educação judaica, identificação com Conecteinu, a plataforma on line de educação criada pela Conib para capacitar educadores de forma contínua e local de encontro e troca, cooperando para uma educação judaica de qualidade no Brasil.

Museu Judaico na cidade

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esmo em construção, o Museu Judaico de São Paulo já faz parte das ações da Secretaria Municipal de Cultura, como a segunda edição da Jornada do Patrimônio, realizada pelo Departamento de Patrimônio Histórico (DPH). Com o tema “Origens da Cidade”, o Museu se abriu para a população do seu entorno conhecer as obras que acontecem atrás dos tapumes azuis, pintados pelo artista Wagner. Muitas pessoas visitaram os andares térreo e primeiro subsolo, o restauro do antigo Templo Beth-El e a construção nova, além de acompanhar num telão os detalhes do processo expográfico em desenvolvimento.

Dias antes, conselheiros e diretoria do Museu confraternizaram na finalização da parede de vidro, que ocupa os quatro andares na lateral da construção voltada para a Avenida 9 de Julho. Essa enorme “janela” será um convite aos visitantes, abrindo o Museu para a cidade e seus habitantes.

Encontro com “O Menino e o Mundo”

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uben Feffer e Gustavo Kurlat criaram a trilha sonora de O Menino e o Mundo, fundamental na animação, premiada 45 vezes no Brasil e exterior, além da indicação para o Oscar e da venda para mais de cem países. A convite dos Amigos da Universidade Hebraica de Jerusalém, participaram da exibição especial, no Museu da Imagem e do Som, onde conversaram com os que lotaram a sala (muitos ficaram de fora). “A música funciona como narrativa e traz emoção durante toda a história, com diferentes recursos. Os poucos diálogos são todos invertidos, com as palavras de trás para frente, simbolizando um mundo de cabeça para baixo”, contaram ao público.

Cambici recebe Ribenboim

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uilherme Ribenboim, diretor-geral do Twitter no Brasil, foi convidado pela Câmara Brasil-Israel de Comércio e Indústria para um café com empresários. Mestre em economia pela PUC-RJ, foi vice-presidente do Yahoo!Latin America and US Hispanics e preside o Conselho Consultivo do Interactive Advertising Bureau Brasil.

Jovens cientistas voltam de Israel

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cada ano, o encontro com os jovens que voltam do International Summer Science Institute mostra a validade desse contato no Instituto Weizmann com a ciência e a tecnologia israelenses. O Weizmann Talks reuniu Gabriel Schutz de Souza, Eric Grosman, Radu Halpern, Rafael Carlos Alves da Lima e Vitória Muller Gerst para apresentação dos seus trabalhos. “Essa noite foi ainda mais especial, pois teve a parceria da Hebraica e da ABRIC, Associação Brasileira de Incentivo à Ciência, que ministrou um treinamento em soft skills para os bolsistas desenvolverem técnicas de performance na apresentação, oferecido por Ana Clara Cassanti, ex-bolsista do Instituto e fundadora da ABRIC”, destacou Regina P. Markus, vice-presidente dos Amigos do Weizmann. David Schlesinger, bolsista em 1998 e, hoje, CEO e co-fundador da Mendelics, primeiro laboratório do Bra-

Nova denominação A Missão Econômica de Israel passa a atuar com a denominação Israel Trade & Investment Brazil, refletindo de maneira mais concreta a atuação de seus escritórios no mercado. Outra novidade: está no ar Israeltrade.org.br, o novo site do escritório, com notícias, eventos e oportunidades de negócios com empresas israelenses.

Israel Bonds faz palestras sil dedicado à análise genômica, contou como a experiência israelense impactou sua vida. Na Plenária estavam também Roseli Lopes de Deus, coordenadora da Febrace, representantes da Mostratec e dos colégios Augusto Liberato, Alef e Renascença. Os quatro jovens voltaram ainda mais inspirados para transformar a ciência no Brasil e, durante o curso, eles se surpreenderam ao ver que Israel não é apenas deserto, “é um país verde, com belezas naturais fantásticas, onde a ciência está inserida na sociedade”, destacaram.

Israel Tapoohi, presidente e CEO do Israel Bonds desde 2011, teve encontros na Hebraica e na CIP, acompanhado de Alon Alexander, diretor de Israel Bonds no Brasil. Nascido na Austrália, Tapoohi imigrou com sua família em 1979 para Israel. Atuou em vários cargos de destaque em multinacionais e, atualmente, se dedica inteiramente ao setor de investimentos no Estado israelense. Ele veio acompanhado da mulher, Regina Lossak, delegada sênior na ONU da Associação Internacional de Advogados e Juristas Judeus, atuando como voluntária.

Nelson Menda escreve direto de Miami

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econnecting 2016” foi o nome de uma conferência realizada em Miami, há dois meses, da qual participaram importantes acadêmicos, de Israel, Estados Unidos e Brasil, como a professora da USP, Anita Novinsky, que recebeu o President’s Award pelas pesquisas a respeito dos porões da Inquisição e o reconhecimento de que o Brasil foi colonizado por judeus. A sessão de abertura do Simpósio, coordenada pelo presidente do Netanya Academic College, de Israel, professor Zvi Arad, foi moderada pelo professor Abraham Gross. A Reconexão, no caso, diz respeito aos descendentes dos cristãos-novos do Brasil e demais países da América Latina com os segmentos judaicos que conseguiram se manter fiéis à fé ancestral por não terem passado pelas perseguições e conversões forçadas na Península Ibérica. Durante o encontro, Max Blankfeld, paulista radicado no Texas e um dos

diretores do Family Tree DNA, empresa de mapeamentos genealógicos, tratou de “Iberian-Jewish Common Roots – The DNA Perspective”, e disse que pesquisas genéticas confirmam a existência de uma raiz comum entre asquenazis e sefaradis, comprovando a origem de ambos os grupos no Oriente Médio. Blankfeld relatou que um cliente brasileiro de origem árabe realizou um teste de DNA para saber sua ascendência e comprovou que descendia de judeus, não de árabes. Ao receber a resposta, disse: “Eu já desconfiava disso”. O demógrafo Sergio Della Pergola, da Universidade Hebraica de Jerusalém, acrescentou um dado às diferentes categorias de judeus, mais uma, a de “jewish

afinity”, o que, no Brasil, se chama de “simpatizantes”. E, do ponto de vista da demografia, o retorno dos descendentes dos anussim ao seio do povo hebreu, além de significar um ato de justiça e reparação, poderá reverter a tendência de queda da população judaica no mundo. Por esta lógica, só no Brasil, país de maior contingente de anussim do mundo, representariam, potencialmente, 25% da população, e muitos nem desconfiam disso.


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1. Tamar e Naomi são fãs desde agora da cantora Fortuna; 2. Mais um “Entre Amigas” reúne cada vez público maior; 3 e 5. Nelson Menda e Avi Gross, do Netanya College de Israel, organizador de encontro com anussim em Miami; rabino Deleon, Lina Gorenstein, da USP, e Elvira Mea, da Universidade do Porto, Portugal; 4. Divertimento em todos os momentos, assim foi a excursão da Hebraica a Foz do Iguaçu; 6 e 7. Anfitriões de um jantar do Museu Judaico de São Paulo, Roberta e Carlos Ary Sundfeld com o ministro da Cultura Marcelo Calero; 8 e 9. Mais uma vez, jovens do

1. Sandra Schulman entrega a Raquel Gabel uma cesta de produtos Vitaderm, sorteada em noite feminina no Bait; 2, 3 e 4. Presença de amigos inaugura a rua Berel Aizenstein, em Pinheiros, indicação do então vereador Floriano Pesaro; Mariza Aizenstein recebe a delegada Margareth Barreto; 5 e 6. O aplauso de Anna Schvartzman ao ator Paulo Szot; família Clerman assistiu My Fair Lady: Bela, Milton, Marisa, mais Bruno e Valentina; 7 e 8. Café-da-manhã com o presidente e CEO de Israel Bonds, Israel Tapoohi; a visita ao clube; 9. “Alunos” atentos às dicas do chef no Espaço Gourmet

Projeto Guri recebem aplausos no Show do Meio-Dia

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cultural + social > fotos e fatos 1.

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1. Luiz Cuschnir pai foi destaque no “JC Debate” da TV Cultura; 2. Moishe e os jovens amigos do noivo Rafael Cusnir na Sinagoga do clube; 3 e 4. Quem passava pela Estação Palmeiras-Barra Funda da CPTM/Metrô conhecia os horrores do nazismo na exposição “Jamais Esquecidos – Holocausto”; 5. Na nova vida israelense, Sidney Schapiro levou a Ze’ev Bielski, prefeito de Ra’anana, a revista da Hebraica que mostra o avanço da aliá; 6 e 7. Em duas tardes, vereador Gilberto Natalini e Raphael Hamaoui falaram para a Feliz Idade; 8. “Rodada de Conversa” com o grupo Chaverim e Margarida (Maggi) Windholz, pioneira no estudo do autismo, vinda de Israel para uma série de homenagens

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Fotos: Flavio Mello/ Gustavo Gerchamann

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Fotos: Gustavo Gerchamann / Flavio Mello

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Na Sala São Paulo, aplauso a Zubin Mehta e a Orquestra Filarmônica de Israel: 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Cecília e cônsul Dori Goren, Denise e Jack Terpins; Sônia Rochwerger e Alter Raschkovsky; Meyre e Sidney Klajner; anfitriões da noite, Cláudio Lottenberg e Bruno Laskowski; Evelyn Nitzan e Mário Lagus; Luciana Brandt e Telma Sobolh; 7, 8, 9, 10 e 11. Na Galeria de Arte, mostra do Museu Judaico de São Paulo e Arquivo Histórico Judaico Brasileiro: Luís Gerardo Madrigal, cônsul adjunto do México, Carlos Sundfeld e Leon Alexander; Roseli Chansky e Alberto Kremenitz; Mônica Hutzler com as artistas Ninetta Rabner e Miriam Nigri Schreier; Roberta Sundfeld, André e Daniel Bialski; votos de Shaná Tová da nova geração

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ju ven tu de


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juventude > danças

A próxima atração “NO AR”, SHOW ESTRELADO PELOS GRUPOS DE DANÇA CARMEL E HAKOTZRIM, MOSTROU QUE O FOLCLORE PODE RENDER MUITOS PONTOS NA PREFERÊNCIA POPULAR. O ESPETÁCULO MARCA A CONTAGEM REGRESSIVA PARA O PRÓXIMO FESTIVAL CARMEL

O

roteiro do show “No Ar” teve como protagonistas os grupos de dança Carmel e Hakotzrim e enfocou aspectos ligados à TV, desde o glamour do desfile no tapete vermelho nas cerimônias de premiação cinematográficas até elementos do dia-a-dia, como a previsão do tempo. Na entrada do Teatro Arthur Rubinstein, os espectadores receberam tratamento vip, com direito a foto no tapete vermelho. E acomodados nas poltronas, os espectadores se encantaram com as coreografias inéditas e remontagens ligadas às situações vistas na TV.

Do primeiro ao último número, as duas lehakot idealizaram o primeiro dia de gravações em uma emissora de televisão, valendo-se de referências a programas famosos, temas musicais de séries televisivas e de uma decoração imitando o cenário de um auditório dos anos 1970. Para valorizar a tradição, os grupos reciclaram figurinos, remontaram coreografias de repertório e estrearam danças de autoria da atual equipe de coreógrafos do Centro de Danças. “Gostei de ser convidado para falar com os dançarinos do Carmel a respeito da coreografia So-

CARMEL E HAKOTZRIM REMONTARAM COREOGRAFIAS DE REPERTÓRIO E ESTREARAM NOVAS DANÇAS

dot Halaila (‘Segredos da Noite’, em hebraico) e foi emocionante ver meu trabalho remontado no palco”, afirmou Alain Sinai, que dividiu a criação da dança com Ilana Karaver Lubliner. “Creio que conseguimos mesclar com equilíbrio o trabalho de coreógrafos que já atuaram no Carmel com a produção dos novos talentos como Marcelo Martin, Natália Rosa, Daniela Mederdrut Milinov, Gabriela Chalem, Paloma Gedankien, Raphael Kabbani e José Curiel que representam o atual momento do movimento de dança na Hebraica”, comenta a coordenadora do Centro de Danças, que também assinou algumas das coreografias do show. Além de se apresentarem, os dançarinos dos grupos participaram de um documentário exibido durante o show, com depoimentos e imagens acerca das experiências e emoções que guardam das excursões dos grupos a Israel, representando a Hebraica no Festival Karmiel, que reúne os melhores grupos de dança no mundo. ou em viagens de intercâmbio com grupos folclóricos israelenses. Depois da coreografia final, foi difícil acreditar que o programa não teria um segundo capítulo. (M.B.)


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juventude > empreendorismo

EMPREENDEDORES APROVEITARAM A MENTORIA PARA TIRAR DÚVIDAS SOBRE SEUS PROJETOS

Merkaz em ação O MERKAZ ESCOLHEU O TÉRREO DA CASA PARA O

PRIMEIRO ENCONTRO DOS

JOVENS EMPREENDEDORES COM OS MENTORES VOLUNTÁRIOS DO PROJETO E O ESPAÇO FOI

ARRANJADO COM BOA DISTÂNCIA ENTRE AS MESAS PARA MAIS

PRIVACIDADE DOS CONTATOS E DESCRIÇÕES DOS PLANOS

A

lguns mentores se adiantaram e trocaram e-mails com os pupilos, enquanto outros mantiveram contato durante o evento. “Demos aos empreendedores a oportunidade de escolher dois mentores cuja área de conhecimento e atuação lhes interessasse. No Merkaz, temos jovens querendo atuar em áreas específicas de comércio, e outros em trabalhar com tecnologia e aplicativos de celular”, informou o gestor do Merkaz, Pedro Muszkat. “Pedimos que todos os envolvidos avaliem o evento para ver o que podemos melhorar na próxima rodada”, comentou. O empresário Roberto Goldstajn é um dos grandes entusiastas do Merkaz. Ele foi responsável pelo contato com os convidados do evento “Profissões do Futuro”, realizado recentemente no Teatro Anne Frank, e um dos primeiros mentores a chegar para conhecer o pupilo. “A dinâmica foi muito proveitosa pela qualidade do empreendedor que atendi em minha ‘mesa’ e do projeto que expôs”, comentou. Para Goldstajn, “o papel dos mento-

res do Merkaz é muito importante para orientar os rumos dos negócios dos empreendedores ou as carreiras desses jovens no caminho na vida corporativa”, declarou. “No entanto, é muito difícil avaliar a viabilidade dos projetos vistos, pois dependem de uma análise mais profunda”, observou. “Como mentor, tive a sorte de ser escolhido por dois executivos da área financeira; os dois muito interessados nas novas tecnologias de negócios, que ensejam uma relação econômica, mais produtiva e transparente”, comentou outro mentor, Oswaldo Pepe. “É uma perspectiva interessante e atraente, embora minha experiência me alerte que, principalmente nas relações financeiras, a intuição, a pessoalidade e o contato olho no olho ainda sejam primordiais, não importa quão eficientes sejam os algoritmos e os processos. Em outras palavras, berço, cultura, ética, valores que estão no cerne da cultura judaica, fazem e sempre farão a diferença”, descreveu Pepe. (M. B.)


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juventude > agenda

Pintura em cerâmica

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Ateliê Hebraica promove um workshop de cerâmica que pode interessar àqueles que desejam conhecer a atividade e também a quem já possui algum conhecimento da técnica e quer se aperfeiçoar. Aulas a cargo da artista plástica Betty Lindenbojm, e em três datas, 17 e 19 ( das 14h30 às 16h30) e 20 de outubro (9h30 às 11h30). Por um valor único, o aluno terá direito a duas aulas, material e à queima da peça no forno do Ateliê Hebraica. Informações e inscrições, fone 3818-8864.

Curso de mergulho

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Hebraica Adventure incluiu na sua agenda de cursos o de mergulho básico com check out, a etapa final do treinamento que garante o certificado mínimo para a prática da atividade. As inscrições já estão abertas para os dias 5 e 6 de novembro, das 8h30 às 17 horas (curso teórico e prática na piscina) e 19 e 20, uma saída para check out em Paraty, no Rio de Janeiro. Mais informações e inscrições, fone 3818-8822.

Final de ano

A

proposta do Hebraica Adventure para os feriados de 22 a 25 de dezembro é um programa em família no Rancho Silvestre, que oferece infraestrutura para o lazer de adultos e crianças. Na programação, estão previstas algumas rodadas de open poker, torneios de boliche, contação de histórias e caçada ao pokemon na imensa propriedade do rancho. Reservas de vagas e mais informações no Hebraica Adventure, fone 3818- 8822. (M. B.)


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juventude > curtas ∂

Filho pródigo

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ator Richard Bromberg estreou o espetáculo Mentalmente – Sua Mente Pode Ser Controlada no Teatro Anne Frank com casa cheia. Dirigido por Marcelo Klabin, ele transformou em espetáculo as pesquisas que fez nos últimos anos sobre o ilusionismo. Richard e Marcelo Klabin são profissionais que iniciaram a carreira artística, ainda adolescentes, na Hebraica, e parte da plateia era composta por colegas e amigos que aceitaram os desafios propostos pelo ilusionista e aplaudiram os truques que apresentaram. Entre os que mais se divertiram com o espetáculo estavam os jovens da turma 21 do curso de líderes Meidá, beneficiados com a renda do show para realizar em junho de 2017 a já tradicional

Dia movimentado

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erca de duzentos jovens a partir dos 14 anos participaram do Intertnuot, competição que reúne movimentos juvenis de São Paulo em várias modalidades esportivas e uma gincana cultural. Os chanichim dos Hebraikeinu 3 e 4 treinaram o grito de guerra do movimento e escalaram os melhores atletas para cada modalidade. O evento começou na noite de sábado com o Chidon, a gincana cultural que lotou o Espaço Adolpho Bloch. No domingo, a Hebraica foi tomado por adolescentes uniformizados circulando entre as quadras para torcer pelos amigos ou suar a camisa para dar uma vitória para o movimento em quadra. O Noam, movimento da Comunidade Shalom, ficou com o título de campeão 2016 e o Centro Juvenil Hebraikeinu ficou com o segundo lugar.

viagem a Israel, ponto final da capacitação dos futuros madrichim do Centro Juvenil Hebraikeinu. Para Richard, a aprovação do público indicou que ele pode incluir mais este gênero na longa lista de “produtos” que o ator/diretor/músico e apresentador protagoniza. Dias depois de ter encantado a plateia no Teatro Anne Frank, ele se apresentou no show musical Live Hits.

Questões contemporâneas

A

vice-presidência de Juventude apresentou a peça Os Espartanos, no Teatro Anne Frank, com texto e produção de Pedro Garrafa, que assinou as peças O Alvo e O Alvo II, também apresentadas na Hebraica , e que tratam da questão do apego dos adolescentes aos jogos eletrônicos. “Sempre que trazemos espetáculos para o público adolescente, estimulamos o debate de temas que fazem parte da sua vivência diária e que também interessam aos pais dessa garotada”, informa a vice-presidente Elisa Griner, uma das responsáveis pelos convites aos produtores de O Alvo e Os Espartanos.

Ciocler no Universal

ãs de Caco Ciocler têm encontro marcado às 22 horas do domingo no canal Universal. Este é o horário em que são exibidos os episódios inéditos da série Unidade Básica. A série estreou em setembro e quem perdeu os primeiros episódios pode revê-los em outros dias da semana, quando a série é reexibida. Em Unidade Básica, produção dos irmãos Gullane, Caco Ciocler é o dr. Paulo, médico que atua numa posto de saúde da prefeitura na periferia de São Paulo.

Um pouco cínico e desgastado pelo cotidiano duro e cheio de precariedades dos postos de saúde pública, ele passa a conviver com a dra. Laura (Ana Petta), jovem médica recém-formada e idealista. No elenco fixo da série também atuam Carlota Joaquina, que interpreta Beth, uma espécie de coordenadora da equipe, Bianca Müller (Samara), jovem estagiária estudante de medicina, e Vinicius de Oliveira (Central do Brasil, 1998), como Malaquias, um dos agentes muni-

cipais de saúde da unidade. A série inspira-se em fatos reais e no primeiro episódio vimos Lilian Blanc interpretando Vilma, uma senhora diabética que se recusa a seguir o tratamento; e no segundo episódio, o ator Maxwell Nascimento (Querô, 2005, adaptação do romance de Plínio Marcos) no papel de Juliano, um evangélico contaminado pelo vírus da aids. Os episódios vão ao ar aos domingos, no canal Universal, sempre às 22 horas. (M. B.)


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juventude > fotos e fatos Fotos: Gustavo Gerchamann / Flavio Mello

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1 e 2. Grupos Carmel e Hakotzrim estrelaram o show “No Ar”, produzido pelo Centro de Danças; 3. Talita Pryngler Trunkl deu as boas-vindas ao público que prestigiou a palestra promovida pelo Espaço Bebê; 4. Turma completa no curso de marketing digital organizado pelo Merkaz; 5. As coreógrafas Gabriela Chalem, Paloma Gedankien e Daniela Mederdrut também posaram para fotos no tapete vermelho, minutos antes do show “No Ar”;

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juventude > fotos e fatos Fotos: Gustavo Gerchamann

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Foto: Natalia Nakayama

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1 e 2. Chanichim do Hebraikeinu

competiram

com

toda a garra no Intertnuot e ficaram com o segundo lugar na competição entre movimentos juvenis; 3 e 4. Crianças do Hebraikeinu Jr. plantaram flores na entrada da rua Angelina Maffei Vita, enfeitando os painéis que circundam a Escola Alef-Perez; 6 e 5. jovens do curso de líderes Meidá aplaudiram e em seguida posaram com o ator Richard Bromberg no final do espetáculo beneficente Mentalmente

es por tes


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esportes > handebol

O craque, agora técnico DEPOIS DE QUINZE ANOS NO TIME ADULTO (PRINCIPAL) DE HANDEBOL DA HEBRAICA, CONHECIDO NO MEIO ESPORTIVO COMO “FÚRIA AMARELA”, O ATLETA GUILHERME BORIN ENCERROU A CARREIRA PARA DEDICAR-SE AO TRABALHO COMO TÉCNICO DAS EQUIPES FEMININA 10 A 12 ANOS E MASCULINA 13 A 16 ANOS

E

m jogo disputado no Centro Cívico contra a equipe de Taubaté, Guilherme Borin despediu-se da equipe adulta de handebol. Até agosto, ele se dividia entre os jogos e excursões do time principal e a preparação das equipes feminina e masculina de 10 a 16 anos. “Para mim foi uma partida emocionante porque, desde 1998, sempre joguei pela Hebraica. Não só pelo prazer do handebol, mas por defender o clube que me acolheu, muito bem, desde os 13 anos. A Hebraica sempre foi uma referência na minha formação pessoal”, resumiu ele, dias mais tarde. Revendo a trajetória nas categorias infantil, juvenil, cadete e adulto, ele valoriza sempre que optou continuar no clube. “Fiz grandes jogos, comemorei resultados positivos, conquistas pessoais e principalmente amigos. Não pode-

GUILHERME BORIN ATUOU NO ÚLTIMO JOGO COMO EM UMA DECISÃO DE CAMPEONATO

ria querer mais de um local de trabalho, acrescentou. Ao mencionar o orgulho em jogar pela “Fúria Amarela”, Borin esclarece a origem do apelido. “Tem a ver com a cor do uniforme e é um grupo muito unido. São pessoas que jogam juntas há muito tempo. Como técnico da equipe, lido com rapazes que conheci adolescentes, nas equipes de base. Nós nos conhecemos bem, frequentamos as famílias uns dos outros e daí a ‘Fúria’. É por isso que o time adulto ou principal, como também é chamado, gosta que as outras categorias se considerem parte da ‘Fúria Amarela’ e joguem com o mesmo empenho. É um conceito de luta e bravura para os jogos”, destaca. Ao mencionar o papel da Hebraica para o desenvolvimento da modalidade no Brasil, ele menciona o óbvio. “Alguns atletas nossos das categorias de base fo-

ram convocados para a seleção brasileira, outros jogam no exterior e são até campeões mundiais, como Daniela Piedade, que começou na Hebraica e hoje mora e atua na Europa”, conta. “A Hebraica é um dos clubes que mais formam atletas para o handebol e que mais se dedica a esse trabalho de base. Não é sempre que revelamos atletas de ponta, mas os garotos aprendem o respeito ao próximo, responsabilidade, convívio em comunidade, além de absorverem as orientações dos técnicos. Clubes profissionais valorizam atletas que, além de hábeis, têm valores positivos como seres humanos”, enfatiza. Depois de tantos anos em quadra, Gui Borin atribui ao dinamismo do jogo uma das melhores características do handebol. “É um esporte coletivo e destaca-se pelo arremesso da bola ao gol. No momento em que a criança adquire a habilidade de controlar a bola com as mãos, nós, os técnicos, a estimulamos a criar movimentos e assim despertamos o gosto pela modalidade. Eu me sinto vitorioso quando vejo um menino ou menina comemorar os primeiros arremessos certeiros transformados em gols”, conclui o agora ex-atleta. (M. B.)


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esportes > técnicos

HAN DEB OL

TÊN IS DE MESA

Transmissão de valores

Entusiasmo contagiante

RECENTEMENTE PARA COMO TÉCNICO DAS

EMERSON OKAMURA É O NOVO TÉCNICO DE TÊNIS DE MESA, E

ATUALMENTE, SÃO O TERCEIRO E QUARTO

ADULTOS E FORMAR UMA NOVA

ALDO AMORIM FOI CONTRATADO

EQUIPES FEMININAS INFANTIL E CADETE QUE,

SUA TAREFA É APERFEIÇOAR OS

LUGARES NA LIGA PAULISTA DE HANDEBOL

GERAÇÃO DE JOGADORES

P

A

ara Emerson Suguino Okamura, a maior virtude de um técnico esportivo é gostar do que faz. Independentemente se a competição acontecer em um final de semana ou feriado, o papel do profissional é transmitir o entusiasmo ao atleta. A partir deste conceito, o novo técnico de tênis de mesa abraçou a missão de trabalhar com sócios de todas as idades, na área destinada à modalidade, na quadra externa. “Meu grande desafio é desenvolver a prática do tênis de mesa e torná-la acessível a todos. Isso inclui despertar o espírito de equipe, a camaradagem e o fair play. Com essas características, certamente teremos uma equipe forte e competitiva.”

ldo Amorim é minoria, único homem, entre as atletas das equipes femininas infantil e cadete de handebol. Técnico recém-incorporado ao quadro de profissionais do Departamento Geral de Esportes, ele conquistou o respeito das jogadoras. “Nossa meta é classificar e disputar as finais nas duas categorias e creio termos elementos de muita qualidade nos dois times”, afirmou o jovem, também técnico das categorias de base do Corinthians e professor de educação física e esportes no Colégio Júlio Mesquita. “Acredito que o esporte é uma excelente ferramenta para formar adultos conscientes e transmitir valores educacionais e, por isso, mostro aos atletas o que se pode aprender com as vitórias e com as derrotas”, afirma o novo técnico.

POLO AQUÁTICO

Por um grupo unido e homogêneo

A CHEGADA DO TÉCNICO SÉRVIO ZIGGY BOGDAN

FOI UM ESTÍMULO A MAIS PARA A PREPARAÇÃO DA EQUIPE SUB-13 PARA O

CAMPEONATO BRASILEIRO

DE POLO AQUÁTICO

A

medalha de ouro conquistada pelo polo aquático da Sérvia na Olimpíada Rio 2016 colocou em evidência o mais novo integrante da equipe técnica da modalidade na Hebraica. Ziggy Bogdan é sérvio e está no Brasil há seis anos, onde treinou equipes do Rio e de São Paulo. “Joguei por vários clubes quando atleta na Sérvia e depois, como treinador, mudei várias vezes de equipe. Sinto que faz parte da profissão você se integrar rapidamente ao novo ambiente, então para mim, essas primeiras semanas de trabalho têm sido tranquilas”, afirmou em português fluente,

mas com forte sotaque. Bogdan preparou a equipe de polo sub-13 para o Campeonato Brasileiro em setembro na sede do Sesc Sesi Vila Leopoldina e, como parte dos treinos, conduziu os garotos em dois festivais: um, na Hebraica, com o Esporte Clube Pinheiros e o Colégio Santo Américo, e outro no clube Paineiras do Morumby. “Quando treino uma equipe, espero que os atletas se dediquem, se mantenham unidos, que o grupo seja homogêneo e foi isso que os meninos do sub-13 demonstraram nos dois festivais esportivos”, concluiu Bogdan. (M. B.)


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esportes > fit center

O GRUPO DE CAMINHADA E CORRIDA É A NOVIDADE DO FIT CENTER

Novos desafios para amadores OS SÓCIOS SUGERIRAM E O FIT CENTER ABRIU HORÁRIOS

PARA AULAS DE CAMINHADA/

CORRIDA E BASQUETE FEMININO.

OS INTERESSADOS EM ADERIR A UM DOS GRUPOS DEVEM PROCURAR O FIT CENTER

O

movimento diário de adultos junto à Pista de Atletismo aumentou desde o início de setembro, quando o coordenador técnico do Fit Center Fernando Carvalho Pessoa passou a liderar um grupo de alunos na prática da caminhada e da corrida. “Um aluno sugeriu, outros dois concordaram com o horário das 7h15 e hoje já somos um grupo de quinze, considerado bom pelas assessorias esportivas que prestam esse serviço”, diz Fernando. Como todas as aulas oferecidas pelo Fit Center, não se trata somente dar voltas na Pista, mas de toda uma preparação dos músculos e dos alunos para obter todos os benefícios da atividade. “Eu preparo as aulas, indico exercícios específicos para cada aluno e estabelecemos períodos para a corrida, descanso e caminhada. O ideal é uma frequência de três vezes por semana por trinta a quarenta minutos”, recomenda o professor. Além da adesão crescente, a iniciativa do Fit já rendeu uma primeira ativi-

dade externa. “Participamos da Corrida do Pinheiros. Os alunos gostaram de representar a Hebraica uniformizados e já aguardam próximos desafios”, comenta. Além da corrida, Fernando atendeu à sugestão de uma sócia e abriu um grupo para o aprendizado dos fundamentos do basquete. “Ela chamou as amigas e agora estamos divulgando para quem quiser participar”, informa Fernando. As duas iniciativas marcam a passagem do primeiro ano desde que o Departamento Geral de Esportes assumiu a gerência do Fit Center. “Uma das primeiras tarefas foi estancar a desistência dos sócios e em cerca de dois meses conseguimos isso, aumentando a qualidade dos profissionais e aulas e renovando os equipamentos de musculação. Recentemente atingimos o equilíbrio entre o número de novas inscrições e as desistências, o que é muito positivo”, afirma Fernando. Informações e inscrições, ligue para o Fit Center, fone 3818-8903. (M. B.)


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esportes > fotos e fatos

esportes > curtas

Basquete

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Fotos: Gustavo Gerchamann / Flavio Mello

G

ustavo de Lorenzi Cancellier Katz, 15 anos, foi um dos destaques do XX Encontro Sul-Americano de Basquete, realizado em Novo Hamburgo (RS) no início do semestre. Revelado e desenvolvido nas categorias de base do clube, ele estreou no Campeonato Paulista Sub-12 e hoje atua na categoria sub-15. No último jogo de 2015, no entanto, Gustavo sofreu uma grave lesão, fraturou a tíbia e passou por um intenso tratamento. Voltou à quadra em maio e depois de poucas semanas viajou com a equipe sub-15 para Novo Hamburgo em grande forma.

Xadrez

S

ete enxadristas representaram a Hebraica no XIX Torneio de Xadrez da ACESC 2016, no Club Ahtletico Paulistano, no final de agosto. André Salama foi o árbitro. Entre os trezentos participantes de 6 a 16 anos, muitos deles já conhecidos como os melhores jogadores do Estado, a Hebraica obteve bons resultados, como Jacques Papescu, inscrito na categoria sub-10, em quarto lugar entre 53 jogadores da sua idade. Victor Rotenberg terminou em oitavo, Beny Papescu em décimo na categoria e Felipe Rotenberg na categoria sub-8. Gabriel Novinsky disputou na categoria sub-012 e Daniel Gerecht na sub-16.

Natação

G

rande movimentação de atletas e público no Parque Aquático no segundo domingo de setembro com o Torneio Regional Petiz Juvenil de Natação promovido pela Federação Aquática Paulista, e a participação de doze clubes da capital e do interior do Estado, num total de 441 nadadores, dos quais 23 da Hebraica em diferentes estilos e categorias. De acordo com o técnico Guilherme Giorgi, o nível da competição foi alto e os atletas da equipe petiz/infantil melhoraram bastante os tempos de prova. Júlia Yamada conquistou medalha de ouro

nos oitocentos metros livres, Beatriz Flausino ficou com a prata nos cem metros peito e Julian Ewing em terceiro nos cinquenta metros livres. Durante o dia, os nadadores alcançaram vinte índices paulistas e onze brasileiros. Já no Troféu Maria Lenk, disputado em Santos uma semana depois, André Marques, nadador do juvenil, foi classificado para duas finais, o que deixou o técnico Murilo Santos muito satisfeito. “André conseguiu os dois melhores tempos da sua carreira”, informou em sua página da mídia social Facebook.

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Futsal

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A

s equipes de futsal terminaram a fase classificatória do Campeonato Paulista Metropolitano Interclubes 2016 com chances de o clube se tornar bicampeão geral no torneio, classificadas nas quatro primeiras posições, garantindo a disputa na série ouro. Os atletas do sub-13 e sub-15 garantiram respectivamente o primeiro e o segundo lugares entre as dezesseis equipes inscritas. Já as equipes sub-9 e sub-11 ficaram em segundo e quinto na fase classificatória, o que também sugere chances de subirem ao pódio na série ouro. (M. B.)

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1. A Hebraica recebeu a equipe de Mauá para um jogo de basquete no Centro Cívico; 2. Alunos do Alef experimentaram uma aula de polo aquático com os técnicos do clube; 3. Equipe de caminhada e corrida estreou em um evento do Esporte Clube Pinheiros; 4. Hebike ganhou novos adeptos para os passeios quinzenais; 5. Atletas do handebol feminino jogaram contra a equipe de Santo André; 6. Equipe de Polo sub 13 ficou em 3º lugar no Campeonato Brasileiro disputado no Sesi Leopoldina


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esportes > fotos e fatos 1.

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Fotos: Gustavo Gerchamann / Flavio Mello

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1 e 2. Equipe infantojuvenil em jogo eletrizante contra o Esporte Clube Pinheiros; 3. Gabriela Nellesen Souza; 4. Enxadristas mirins do clube participam em torneios escolares; 5. Suzana Mentone foi vice-campeã de simples e duplas em Mendoza, na Argentina. Semanas antes, dividiu o pódio com a amiga Lúcia Pekelman Rusu, em torneio internacional no Chile

ma ga zine


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magazine > religião | por Ariel Finguerman, em Ramat Hasharon

Os haredim ganham mais uma, em Israel OS PARTIDOS ORTODOXOS DECIDIRAM ELIMINAR O ENSINO DE CIÊNCIAS EM SUAS ESCOLAS EM ISRAEL. AS CONSEQUÊNCIAS SERÃO SENTIDAS NAS PRÓXIMAS DÉCADAS, QUANDO ISRAEL PRECISAR DE MÃO-DE-OBRA ESPECIALIZADA EM ALTA TECNOLOGIA

A

notícia talvez não tenha chegado no Brasil e, se chegou, talvez não tenha causado tanto impacto, como na vida israelense: choque e a certeza de que continuará repercutindo nas próximas décadas de maneira ainda difícil de calcular. Por pressão dos partidos ortodoxos, o governo aceitou que matemática, inglês e ciências sejam defi nitivamente abolidas do currículo das escolas haredim de Israel. Isto é, a nova geração de crianças e jovens haredim – como são chamados os judeus ortodoxos em Israel – crescerá e será constituída praticamente de analfabetos nas disciplinas que servem de base para a tecnologia da nossa época. E como a economia israelense gira em torno de startups e da inovação high tech, toda esta fatia da população ficará à margem dos empregos mais importantes do país. A obrigatoriedade de os haredim estudarem pelo menos dez

OS HOMENS ESTUDAM, AS MULHERES TRABALHAM E O ESTADO OS SUSTENTA

horas semanais de ciências foi considerada um dos trunfos do governo anterior de Biniamin Netaniahu, que tinha forte presença de partidos liberais, como o Yesh Atid (“Existe Futuro”, em hebraico) que propôs a lei. No entanto, neste novo governo Netaniahu, mais conservador e religioso, tudo desandou. Depois da decisão, Bibi apenas anunciou, lacônico: “a existência de um governo depende de acordos políticos”. Embora os ortodoxos sejam pouco menos de 10% da população, mas têm em média sete filhos por família, é o setor que mais cresce no país. O desemprego entre os homens haredim é de 65%. As famílias vivem de doações de milionários do exterior e do “bolsa-família” israelense. Aliás, durante o atual governo, os religiosos conseguiram mais do que dobrar o orçamento público destinado ao sustento das yeshivot, hoje de cerca de 1,1 bilhão de shekalim (R$ 925 milhões) por ano. Outra fonte de renda das grandes famílias haredim de Israel é o trabalho da mulher. Enquanto a vida ideal para o homem adulto é se dedicar completamente ao estudo e à oração, é perfeitamente aceito que a esposa se profissionalize e trabalhe fora de casa, para sustentar a família. Como elas já foram criadas nesta cultura, de maneira geral se orgulham de prover a casa, enquanto o marido estuda. De acordo com a lei anterior, a escola ortodoxa que a partir de 2018 se recusasse a aceitar incluir ciências no currículo, não receberia verba do governo. Isto agora não existe mais. Em Israel, a maioria da população coloca os filhos em escolas públicas, seculares e que dão muito incentivo às ciências. Mas as minorias árabes e ortodoxas têm o direito de organizar o próprio currículo, com ênfase em suas culturas.

ENTREVISTA

Para sustentar a casa, mulher pode Estudar ciências é coisa para mulheres, afirma David Shakor, ortodoxo israelense de 39 anos, de Bnei Brak. Pai de quatro filhos, sempre trabalhou em yeshivá e comemorou o fim da lei que introduziria disciplinas de ciências na escola de suas crianças. “Nosso nível intelectual é muito maior que o deles”, disse em entrevista à revista Hebraica. Hebraica – O que você achou da retirada das ciências do currículo dos seus filhos? David Shakhor – Isto precisava acontecer. Escolas judaicas [ortodoxas] foram feitas para transmitir somente mensagens judaicas, como halachot e Talmud. Se alguém entre nós quiser eventualmente se profissionalizar, não precisa estudar estes temas mundanos [ciências] até os 20 anos de idade. A infância e juventude são os anos em que a pessoa constrói a personalidade para toda a vida, e deve receber fundamentos fortes, apenas por meio de estudos religiosos. Depois dos 20 anos, pode sair para estudar uma profissão ou trabalhar, se quiser. Mas aí não fica tarde, começar a estudar ciências aos 20 anos, e competir com quem estuda estas áreas há muito tempo? Shakhor – O nível intelectual do haredi [ortodoxo] é muito maior que o do secular, por ter estudado Talmud durante muitos anos. O seu cérebro está tão afiado, que avançará dois passos, enquanto o secular avançará um. E mais: nós não temos toda esta cultura ocidental do smartphone, não assistimos a filmes, não brincamos com games, não enviamos whatsapp, então nossa mente está mais limpa, mais preparada para aprender. A mente do secular não se concentra no estudo como a nossa. O que você particularmente estudou de ciências em sua vida? Shakhor – Na minha escola, as informações mundanas foram mínimas. Até meu bar-mitzvá, estudei a tabuada, um pouco de gramática hebraica, e só. Dedicávamos uma hora por dia para tudo isto, normalmente à tarde, quando já estávamos cansados de estudar Torá. Após meu bar-mitzvá, não estudei mais nada mundano. Vocês não ficarão para trás, deixando de estudar ciências num país high tech? Shakhor – Os partidos seculares que quiseram introduzir ciências em nossas escolas falam em andar “para trás”, mas nós falamos em “ir para frente”. Eles queriam que contribuíssemos para a economia, gerando mais impostos, e que nos desenvolvêssemos. Mas isto é nos transformar em seculares. No fundo,

queriam acabar com a sociedade haredi, a intenção não era boa. Isto é dar marcha a ré, abandonar o judaísmo. Por que então é aceito entre vocês que as meninas ortodoxas estudem ciências? Shakhor – Há cinquenta anos, surgiu entre nós o Colel [yeshivá para adultos casados]. Então nós homens passamos a ficar no Colel, enquanto a mulher foi trabalhar para sustentar a casa. Elas então precisam de uma profissão e vão estudar assuntos mundanos. Elas aprendem o que se aprende numa escola secular. Minha esposa é professora, estudou matemática avançada. Elas não precisam estudar Torá. Teoricamente, não é prejudicial a elas, mas precisam ter cuidado. Podem acabar trabalhando num ambiente sem santidade, onde há internet livre. Ela sai de casa de manhã religiosa e volta no final da tarde “aberta”, o que é um perigo. Mas, no final das contas, os melhores empregos deste país estão na área científica. E se vocês não estudarem estas disciplinas, acabarão mais empobrecidos. Shakhor – Fora da nossa sociedade, os olhos se abrem para o desejo de consumo. A pessoa acha que precisa trocar sempre de celular, mudar o carro a cada dois anos, fazer seguidas reformas em casa. A vida então fica mais cara e aí você realmente precisará de muito dinheiro. Mas nós, haredim, vivemos com pouco, e somos felizes. Não há desejos entre nós, nem competição.

“Escolas judaicas [ortodoxas] foram feitas para transmitir somente mensagens judaicas, como halachot e Talmud. Se alguém entre nós quiser eventualmente se profissionalizar, não precisa estudar estes temas mundanos [ciências] até os 20 anos de idade.” (David Shakhor, ortodoxo israelense)


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com ∂

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Abacate para as nações

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Sem teto Continua o drama da casa própria em Israel, um dos maiores desafios para quem mora neste país. Relatório do governo aponta que os preços de um apartamento de quatro dormitórios aumentaram em 8% nos últimos doze meses. A razão é matemática pura: país pequeno e muita gente à procura de teto para morar. Em Tel Aviv, o lugar mais cobiçado para se viver em Israel, os preços aumentaram 13% no último ano. Isto é: o preço médio de um apê de quatro dormitórios na cidade é de R$ 2,52 milhões ou cerca de R$ 26 mil por metro quadrado. Tel Aviv se tornou uma das cidades mais caras do mundo para se morar.

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Beijinho no ombro Segundo a Reuters, a mais importante agência de notícias do mundo, a China comemorou sua entrada, pela primeira vez na história, na lista dos 25 países mais inovadores do planeta, da qual seleta lista Israel consta faz tempo. Elaborada pela ONU em colaboração com a Cornell University, o Estado judeu está em 21º lugar entre as nações mais inovadoras do mundo. Outros dados da versão 2016 desta listinha: Israel é o primeiro do mundo em “talento para a pesquisa”, em investimento tecnológico, em negócios gerados nesta área e no número de cientistas por habitante.

Se tudo der certo, este mês receberemos por aqui a graça da eterna diva italiana, Sophia Loren, hoje uma senhora de 81 anos. A atriz fará uma apresentação solo na nobre casa de espetáculos Heichal HaTarbut, de Tel Aviv, onde contará episódios da sua agitada vida e irá interagir com o público respondendo a perguntas. Enquanto apresentar o show “História da Minha Vida”, aparecerão no telão momentos da carreira, algumas delas entre as imagens mais icônicas do século XX. A última vez em que a diva esteve por aqui foi em 1964, para rodar o filme Judith, em que interpreta uma heroína judia na luta pela fundação do Estado de Israel.

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Quem é feliz No início do ano, um relatório da Oecd, o grupinho dos países mais avançados do mundo, surpreendeu alguns ao apontar que o israelense é um dos povos mais felizes do mundo. Agora, a instituição lançou o resultado de uma nova pesquisa, mostrando que alguns israelenses são ainda mais felizes que outros. É verdade, os habitantes da área central, ao redor de Tel Aviv, se sentem muito bem, com um índice de satisfação com a vida 8,9 numa escala até 10. Mas a coisa muda de figura em Jerusalém, onde a turma dá nota 8,1 para o nível de vida, devido ao nível mais baixo de emprego (5,2). Também na Galileia a satisfação é bem menor (7), pesando ali críticas às escolas locais.

Coração partido Arieh Bar Natan, 83 anos, nunca realmente se recuperou da morte em combate do filho Haim, no Líbano, há mais de duas décadas. Ele foi um dos fundadores da comunidade Mitzpé Yerichó e nos últimos anos vivia em conflito com o Ministério da Defesa a respeito de um monumento que queria erguer em memória de Haim. Além disso, Arieh lutava contra um câncer. Para se acalmar, visitava frequentemente o túmulo do filho, no cemitério militar Monte Herzl de Jerusalém, onde às vezes adormecia. Há dois meses, Arieh resolveu dar um fim à sua angústia, suicidando-se com um tiro. À beira da sepultura.

Show da poderosa

Com a procura de alimentação mais saudável em nossas vidas, o abacate virou atração nos supermercados do mundo, com aumento de 20% na procura do maravilhoso fruto. E os agricultores israelenses perceberam isto. Resultado: no último ano, um em cada três abacates vendidos na Europa vieram de kibutzim, que enfrentam com coragem o maior produtor do mundo, o México. Ao preço de venda no mercado europeu, Israel produziu 250 milhões de euros do produto. Mas não pensem que o israelense médio se beneficia disto. A produção hoje está toda voltada para exportação e o abacate é caríssimo para a dona-de-casa sabra.

12 notícias de Israel

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Uma rainha entre nós

Plástica geral Foi dada a largada para um projeto que irá mudar a cara da região central de Israel. O governo publicou no mês passado licitação internacional para construir três linhas subterrâneas de metrô ligando Tel Aviv a todas as cidades de seu e entorno, a saber: Hertzlia, Raanana, Kfar Saba, Rosh Haayn e Bat Yam. Essas três linhas se juntarão à linha de trem regular que liga todo o país, e também ao metrô de superfície em construção no município de Tel Aviv. A ideia existe há 45 anos, quando foi avaliada por Golda Meir. Quem agora está atrás do projeto, que ficará pronto em 2021, é o super-ministro dos Transportes, Israel Katz.

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A revista Fortune publicou sua lista anual das mulheres mais poderosas do planeta, incluindo uma israelense: Rakefet RussakAminoach, a CEO do Bank Leumi, a 43a entre as cinquenta destacadas fora dos EUA. A revista elogiou seu trabalho, que levou a instituição a um aumento de 73% nos lucros, promoveu a aposentadoria antecipada de setecentos dos seus doze mil empregados e rapidamente digitalizou os serviços. As primeiras colocações na lista ficaram com as CEO’s da General Motors, PepsiCo e Lockheed Martin. Destaque também para a presidenta do Banco Santander e, claro, para a cantora Beyoncé.

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Diga aí, Raul Gil Um amigo meu recebeu uma carta do Bituach Leumi, o INSS de Israel, avisando que havia uma dívida pendente. Imagino que se fosse no Brasil, o jeito seria contratar um despachante para ir na repartição no centro da cidade, entender o que se passa e depois fazer o pagamento por meio de boleto. Por aqui, estes serviços públicos são uma maravilha e despachantes simplesmente não tem trabalho. Acompanhei o amigo, que não fala hebraico, esperamos quinze minutos para sermos atendidos. Uma funcionária eficiente, em alguns segundos, abriu o caso na tela do computador, explicou a dívida e ainda ofereceu retirar todas as multas e reajustes dos últimos oito anos, se tudo fosse quitado ali mesmo. O interessado apresentou o cartão de crédito, que foi debitado na hora, com quatro anos para pagar a dívida, sem juros. Mais quinze minutos e estávamos fora da repartição. Esta maravilhosa cena já aconteceu comigo também no Ministério dos Transportes e do Interior. Como diz o Raul Gil, é de se tirar o chapéu.


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Lobo do homem

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Hakol Beseder A agência S&P, uma das três no mundo que avaliam a situação econômica de cada país, manteve a nota A+ para Israel, com previsão de estabilidade. Isto coloca o Estado judeu no mesmo patamar de países como Irlanda e Japão. O relatório elogia o comportamento fiscal do governo e diz que os desafios de segurança não chegam a afetar o andamento da economia israelense. Ainda acrescentou a possibilidade de aumentar a nota de crédito se o governo continuar dimunindo sua dívida. Mas segundo a S&P, há a possibilidade de turbulências à frente, em caso de alguma mudança drástica na geopolítica do Oriente Médio ou aumento descontrolado no preço de moradia no país.

Justiça militar Uma verdadeira revolução social está acontecendo no exército israelense: pela primeira vez, o Tzahal se organiza para garantir uma bolsa de estudos para cobrir os custos da graduação universitária a todo jovem que encerrar o serviço militar como combatente. O programa, apoiado por doadores dos EUA, começará este mês. Nada mais justo, aliás. Hoje, o serviço mais duro está nas costas de uma minoria da rapaziada. Dos jovens em idade para se alistar, 27% não se apresentam e 15% pulam fora antes de completar o serviço. Já entre as meninas, 42% não se alistam e percentagem semelhante abandona antes do término.

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Aproveitei o calor do verão israelense para tirar férias no hemisfério sul, em busca de um friozinho. Fui a Cape Town, cidade muito bonita, construída com muito bom gosto pelos descendentes de europeus na África do Sul. De dia, muita gente na orla da praia, jogando futebol no gramado, famílias de diferentes raças tomando muito chá e curtindo a natureza exuberante. Mas, à noite, como se diz, o bicho pega. As ruas ficam vazias, as pessoas se trancam em casa, os boêmios circulam com cuidado. A criminalidade é grande e cruel. Painéis eletrônicos na estrada de acesso à cidade trazem a mensagem para não parar o carro no acostamento de jeito nenhum, pois é área de “risco de ataques”. Isto se repete também em cidadezinhas a três horas de Cape Town, onde vivem apenas alguns milhares e à noite tudo fica vazio. Em Johanesburgo, nem se fala, ali é a lei da selva e o centro da cidade está proibido para brancos, acreditem. Na África, ninguém mais teme ser atacado por leões ou por uma matilha de lobos, como se vê no Discovery Channel. O bicho selvagem é o próprio ser humano, que te espreita e te ataca sem piedade. Se pararmos para pensar, no nosso mundo, onde se pode andar com tranquilidade pelas ruas, à noite, sem medo de sermos atacados por um outro ser humano? Não sei se podemos contar estes países nos dedos das mãos e dos pés.


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magazine > memória | por Bernardo Lerer

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O PAPA FRANCISCO ENTRE MAHMOUD ABBAS E SHIMON PERES, MAIS O PATRIARCA DE JERUSALÉM, NA VISITA PONTIFÍCIA A

JERUSALÉM, HÁ DOIS ANOS

Shimon Peres (z’l)

O MUNDO JUDAICO VAI PERDENDO AOS POUCOS, MAS INEXORAVELMENTE, SEUS MELHORES HOMENS. HÁ ALGUNS MESES PARTIU ELIE WIESEL. DIA 30 DE SETEMBRO DE 2016, ANTEVÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 5777, FOI ENTERRADO SHIMON PERES, 93 ANOS, OITENTA DOS QUAIS DEDICADOS À CONSTRUÇÃO E À CONSOLIDAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL. SEM ELES A HUMANIDADE FICOU MAIS POBRE

á dois anos deixara a presidência de Israel, e não era mais que um nome – uma marca – Shimon Peres, tratado com a reverência conferida aos grandes e aos bons. Um homem que parece ter se dedicado à guerra para conquistar a paz, pois só assim se explica a construção de um reator nuclear e a consequente produção de armas atômicas, a modernização das forças armadas, o cargo de ministro da Defesa, para se transformar de falcão em pomba e se converter de idealizador dos assentamentos na Cisjordânia ocupada em um incansável batalhador pela paz, estendendo a mão a quem quisesse pegá-la. Por isso - e para isso - criou o Centro Shimon Peres para a Paz e a Coexistência. Conta-se que no enterro de Itzhak Rabin, em novembro de 1995, Peres comentou com seu ajudante de ordens: – Puxa quanta gente importante no cemitério. De fato, aquela vez, os homens importantes do mundo compareceram às exéquias em quantidade e qualidade que não se viu em Israel desde a fundação do Estado, em 1948. Mas Rabin era o primeiro-ministro, foi assassinado por um homem armado pelo ódio, enquanto pregava pela paz, juntamente com Peres. Peres morreu aposentado do serviço público, um senhor que entregava as poucas horas vagas aos netos e bisnetos, mas reverenciado como um símbolo para quem é o presente que pertence aos jovens, não o futuro. Morto, Shimon Peres conseguiu o que em vida muitos vem se esforçando e não conseguem: o aperto de mãos de Benjamin Netanyhau com Mahmoud Abbas. Morto, Shimon Peres recebeu todas as homenagens, o mais completo amor e o respeito de que sempre sentiu falta.

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1. Peres visitou a Hebraica em novembro de 2009 e foi recebido com grande festa; 2. Aos 13 anos pouco depois de chegar à então Palestina sob Mandato Britânico, na década de 1930; 3. Condecorado com a Medalha de Honra pelo presidente Obama, na Casa Branca; 4. Com Yitzhak Rabin em Hebron em 1976; 5. Em Oslo recebendo o Prêmio Nobel da Paz com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat


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magazine > costumes e tradições | por Joel Faintuch

Sucesso judaico O GÊNESIS ASSINALA QUE OS PATRIARCAS ABRAÃO, ISAAC E JACOB FORAM ABENÇOADOS COM BOVINOS, CAPRINOS, OVINOS E OUTROS

BENS EM FARTURA, CONFIGURANDO O ÊXITO MATERIAL TÃO BUSCADO NA ATUALIDADE. COM ALGUMAS DIFERENÇAS ESSENCIAIS…

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sociedade moderna tem sido amaldiçoada por se mover essencialmente à base de lucro, riqueza e sucesso material. Mais que em qualquer outra época, tudo tem um preço e ninguém abre mão dele, se possível aumentado e atualizado. Como afi rmam os norte-americanos, “there is no free lunch”, não há almoço grátis. Pais cobram de fi lhos, irmãos não perdoam irmãos, amigos depenam amigos e heranças são rancorosamente disputadas na Justiça. Não, isto não se aplica nominalmente aos judeus, como os antissemitas do passado apontavam. Todas as engrenagens do mundo, sem exceção, lubrificam-se com o mesmo óleo, até na selva amazônica onde os indígenas compram, vendem e alugam tudo que conseguem, seja legal ou não. Teria o passado sido melhor? A Torá, em Bereshit (Gênesis) assinala que os patriarcas Abraão, Isaac e Jacob foram abençoados com bovinos, caprinos, ovinos e outros bens em fartura, configurando o êxito material tão buscado na atualidade. Com algumas diferenças essenciais: eles não consideravam tal patrimônio como algo pessoal mas resultado da generosidade dos céus. Não se percebe a ânsia de consumir, desfrutar e ostentar. Eles apenas se consideravam guardiões desta fortuna, que deveria ser passada para as próximas gerações ou utilizada para fins nobres, não para luxos e frivolidades. Se o paralelo é impróprio, a linguagem é semelhante: alguns anúncios do relógio suíço Patek Philippe, famoso pela durabilidade assim como pelo preço exorbitante, sustentam que o comprador não está adquirindo o produto, ele apenas o está conservando para as próximas gerações. E no shtetl europeu, qual o imaginário da população? É evidente que o conforto material ocupava elevada prioridade, tanto mais que era comum as grandes massas viverem na penúria, sem condições sequer de alimentar todas bocas da casa. Quem possui avós ou bisavós com esta origem sabe que crianças dificilmente comiam um ovo inteiro. Nas refeições apenas meio ovo era repartido, reservando-se uma peça completa apenas para datas festivas como o seder de Pessach.

De igual sorte alguns chefes de família jejuavam duas vezes por semana, o ano todo, às segundas e quintas (sheni vachamishi, em hebraico) dias de leitura da Torá na sinagoga. Não se tratava exatamente de devoção ou promessa (neder), e nem de ordens médicas para combater a obesidade, aliás raríssima então. Tratava-se de um artifício para fazer a comida render mais, isto é, as pessoas se sacrificavam para manter os filhos mais bem nutridos. Ainda assim, o sonho de todos pais combinava um bom nível de vida (parnassá, ou sustento adequado) com elevado progresso intelectual. Os parâmetros da época não eram MBA (Master of Business Administration) nem PhD (Philosophy Doctor), mas medido por competência nos livros sagrados como Torá, Mishná e Gemará, o que não parece ter sido ideia tão inútil assim. Como escreveu o Prêmio Nobel de Literatura Isaac Bashevis Singer, cujo pai era rabino e chefe de tribunal religioso (Beit Din), embora ele mesmo se mantivesse afastado das sinagogas, para ler as escrituras era indispensável proficiência em três idiomas, a saber o ídiche da comunicação convencional, ao lado do hebraico e aramaico em que tais tratados eram escritos. Com tamanha proficiência linguística era impossível não desenvolver uma mente afiada, além de contar com o entendimento dos textos milenares em si, complexos, profundos e, muitas vezes, tortuosos na lógica e argumentação. Não é coincidência que muitos destes indivíduos conquistaram altas posições na ciência, na vida acadêmica e na literatura após imigrarem para países desenvolvidos. Escrever uma Teoria da Relatividade era moleza perto da interpretação de uma página complicada da Gemará. No entanto, o mesmo desejo de não desapontar a memória de sua idishe mame (mãe judia) levava os judeus imigrados para novas terras a se atirar com disposição em todas profissões, da música aos esportes, e do comércio e indústria aos trabalhos manuais e agricultura.

ILUSTRAÇÃO DO TALMUD VERTIDO PARA O COREANO, SUCESSO DE PÚBLICO NAQUELE PAÍS

Outros povos também são conhecidos pelo espírito de iniciativa, pela luta constante em direção ao crescimento pessoal e profissional. Dentre os mais destacados estão os coreanos, que após a Segunda Guerra não possuíam o que comer e imigravam em massa, inclusive para o Brasil. Hoje algumas das suas indústrias ultrapassam as japonesas e se convertem em líderes mundiais. É curioso que uma das recentes medidas do Ministério da Educação da Coréia do Sul foi a inclusão de uma edição simplificada do Talmud no currículo escolar. Não foi acidente nem desejo de conversão à religião mosaica. O objetivo seria mais utilitário, de aprender com as tradições dos judeus. Segundo o embaixador da Coreia do Sul em Israel, Ma Young Sam, existe há tempos uma versão do Talmud em coreano, chamada de “Luz do Conhecimento” (Light of Knowledge) e muitas mães adquirem a obra para ensinar aos filhos e agora disponível nas escolas. Vale insistir que este não é o Talmud clássico, enorme e geralmente impenetrável até para os alunos de yeshivá (seminário rabínico). Tudo indica que seja um livrinho coreano com algumas histórias do Talmud, espécie de antologia para crianças. Todavia, do outro lado do mundo e numa região onde nem sequer se entende o que sejam israelitas, é mesmo surpreendente. Conta-se que um jornal anunciou vaga para diretor geral de famosa empresa multinacional, com ótimo salário. Algo para nenhuma idishe mame ignorar, de modo que Sara prontamente chamou o filho desempregado e mandou que se candidatasse. – Mamãe, argumentou Gabriel, eu não preencho nenhuma das exigências. Não sei nem o que responder se me perguntarem algo. – Meu filho, não discuta com a sua mãe. E não se atreva a retornar para casa sem o emprego. Obediente, Gabriel inscreveu-se pela internet e tempos depois foi convocado para a entrevista preliminar. O auditório estava lotado, como se poderia imaginar. O entrevistador iniciou os procedimentos.

– Quem não dominar com perfeição todas as linguagens comerciais de computação e não souber elaborar todo tipo de gráficos e estatísticas sem ajuda, está dispensado. Grande parte da multidão levantou-se cabisbaixa e saiu. – Agora, todos aqueles que não ocuparam cargo de direção em empresa com mais de cinco mil funcionários estão convidados a se retirar. Outro grande grupo marchou desapontado para a porta de saída. – Prosseguindo, quem não for fluente em pelo menos quatro idiomas incluindo búlgaro, está fora. Depois que todos se ausentaram restaram na sala somente duas pessoas, Gabriel e um estranho. O entrevistador ordenou: – Vocês dois, comecem a conversar entre si em búlgaro. Gabriel estava quase desmaiando com a situação insana em que havia se metido. Sem saber como reagir, e temendo ser desmascarado, exclamou em voz alta a tradicional expressão dos judeus desesperados: – Shemá Israel (“Ouça Israel”, o versículo central da fé) (Devarim/Deuteronômio, capítulo 6). O adversário prontamente rebateu, com marcado sotaque ashkenazi: – Baruch shem kevod malchutó leolam vaed (“Abençoado seja o nome do Eterno para todo o sempre”). Resposta tradicional dos judeus quando escutam o Shemá Israel.

Outros povos também são conhecidos pelo espírito de iniciativa, pela luta constante em direção ao crescimento pessoal e profissional. Dentre os mais destacados estão os coreanos, que após a Segunda Guerra não possuíam o que comer e imigravam em massa, inclusive para o Brasil


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magazine > a palavra | por Philologos

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A falsa ideia da expressão “judeus por opção” USADA ATUALMENTE PARA DESCREVER OS CONVERTIDOS AO JUDAÍSMO, O TERMO SUGERE ERRONEAMENTE QUE A

CONDIÇÃO DE JUDEU É MAIS INERENTE A CERTAS CRENÇAS

SELETIVAS DO QUE AO POVO JUDEU

ia desses vi na internet um novo blog no site feminista judaico Lilith com o nome “Why I Hate the Phrase ‘Jew by Choice’” (Porque odeio a frase ‘ judeu por opção’) Como também nunca gostei da expressão, li o texto, cuja autora, Amelia Dornbush, é “ judia por opção”, como cada vez mais os convertidos ao judaísmo têm sido chamados nos Estados Unidos. Não sei de quando é esta frase, provavelmente em algum momento dos anos 1970 ou 1980. De todo modo, sua popularização está claramente ligada ao aumento dramático de casamentos mistos na vida judaica americana, o que levou a conversões ao judaísmo em uma escala não vista desde os primeiros dias do Império Romano. Em tempos como os nossos, “convertido” soa a muitos judeus, sejam eles próprios conversos ou não, como um termo censurável, ou, pelo menos, inadequado. A palavra (do verbo latino convertere, virar-se ou virar na direção oposta) tradicionalmente denota alguém que renunciou a uma falsa crença ou modo de existir por um modo novo, mais verdadeiro e compartilhado por outros. No entanto, tornar-se judeu agora é vivido por muitos como uma maneira de se tornar mais fiel a si mesmos sem repudiar o passado. Portanto, “judeu por opção” é considerada uma frase que homenageia essa decisão, enquanto enfatiza que, uma vez realizada a conversão, o converso se torna igual a qualquer outro judeu e não deve ser caracterizada por uma palavra que marca alguém como neófito. O que, então, a citada Amelia Dornbush tem contra “judeu por opção”? Principalmente, diz ela, por criar uma falsa dualidade entre aqueles que optam por ser judeus e aqueles que nasceram no judaísmo [como sua herança]. A frase vai além de assumir que aqueles que se converteram fizeram uma escolha individual completamente autônoma ao optar pelo judaísmo. Isso sugere que aqueles que nasceram judeus não têm nenhuma ação em sua identidade judaica. Eu considero isso inaceitável. Tenho vários parentes [do lado do meu pai judeu] que seriam considerados judeus de modo haláchico, mas não são vistos como tal, nem por si mesmos, nem pelo mundo exterior. Amelia Dornbush conclui que a frase “judeu por opção”, embora “pretenda ser afirmativa,

... apaga as ambiguidades de minhas experiências e das experiências de tantos outros... Como posso fazer algo a não ser rejeitar um termo que cria uma dicotomia no que deveria ser um espectro confuso?” Sensatas observações. É inegável a existência de um “espectro”, incluindo convertidos por convicção, convertidos por conveniência, nascidos judeus que vivem sua condição de judeus, e os nascidos judeus que não devem ser “confusos”. No entanto, chamar Amelia Dornbush de ‘conversa’ em vez de ‘judia por opção’ expressa melhor essa confusão? É preciso uma razão melhor para não gostar da frase. Talvez a primeira coisa a considerar, na busca por tal razão, é que “judeu por escolha” é uma expressão copiada, e sua origem é cristã, não judaica. Embora encontrada por alguns pela primeira vez na declaração de 2010 do presidente Obama de que ele, filho de pai muçulmano, era “cristão por opção”, a frase remonta há pelo menos duzentos anos no discurso cristão. O primeiro uso dessa frase que consegui encontrar e que pode, naturalmente, ser mais antiga está em um sermão do ministro britânico Vicesimus Knox (1752-1821), publicado postumamente em 1824 em uma coleção de sete volumes de sua pregação. Knox disse à sua congregação: “Procurai Jesus Cristo com a seriedade de quem é cristão por opção, e não apenas porque nasceu em um país cristão ou de pais cristãos”. O verdadeiro cristão é aquele que decide por si mesmo ser um deles. Mas a ideia de ser “cristão por opção” é muito mais antiga do que Knox. É intrínseca ao cristianismo primitivo, inicialmente uma religião de conversos, e embora tenha sido um conceito negligenciado pela Igreja Católica medieval, foi reavivado no momento da Reforma pelos anabatistas. Esse grupo, uma seita protestante radical também conhecida como os Christian Brethren (“irmãos cristãos”), opunha-se à prática do batismo infantil porque ele pretendia fazer dos bebês ainda irracionais, cristãos. O primeiro batismo de adultos realizado por um irmão cristão ocorreu em 1525. De acordo com o artigo 1 do movimento Confissão de Fé, de 1527, “o Batismo deve ser dado a todos aqueles que o solicitarem [dos líderes do grupo] e que o exigem para si mesmos”. Um cristão que não escolheu conscientemente ser um cristão não era cristão. E aqui chegamos ao ponto central da questão. Tradicionalmente, o judaísmo não tem sido uma religião de escolha. Foi concebido por seus seguidores como uma aliança entre Deus e as pessoas cujo filho ou filha o são. Embora uma pessoa de fora possa se juntar a este povo ao ser aceito por ele, a decisão não era apenas uma questão de “pedido e demanda” pessoal. Não se pode escolher por conta própria se tornar judeu, como não se pode escolher por conta própria se tornar um americano, e por isso diz-se de cidadãos americanos naturalizados, não de “americanos por opção”. Falar de “judeus por nascimento” e de “judeus por opção” é, portanto, enganoso. Isso implica uma equivalência que, embora verdadeira no âmbito haláchico, em que o convertido é igual ao nascido judeu e deve ser considerado como um des-

cendente de Abraão, não é necessariamente verdade em outras áreas. E mais: a frase “judeus por opção” chega a sugerir que tais judeus são os mais sérios, assim como os “cristãos por opção” são os cristãos mais compenetrados. Isso pode ser verdade em alguns casos, e os há, certamente, pois, segundo Amelia Dornbush, há muitos convertidos que levam seu judaísmo mais a sério do que muitos nascidos judeus, mas o termo transmite uma falsa ideia a respeito do que é o judaísmo. O judaísmo trata de um povo – e um povo não pode ser um povo, muito menos permanecer um, sem um sentido seguro de si mesmo, que pode ser principalmente ser fornecido apenas pelo nascimento, pelos pais, e pela condição de se pertencer a uma comunidade a partir de idade precoce. Pode-se juntar um povo somente se houver um povo para se juntar – e somente se a pessoa entender que a escolha de participar é mais do que uma questão de se identificar seletivamente com algumas das suas crenças. É o caso, por exemplo, de Gregory Eran Gronbacher, outro blogueiro que se converteu ao judaísmo. Gronbacher é honesto quando escreve no site Patheos que, como muitos “judeus por opção”, ele não se sente parte de um povo. Segundo ele, “entrei para o judaísmo apenas como algo espiritual; como uma religião baseada em convicções relativas à dignidade humana, interconectividade, amor, sabedoria, bondade e justiça. Para mim, o judaísmo é uma visão de mundo que tem pouco a ver com a etnia”. E um judaísmo sem etnia dificilmente pode ser chamado judaísmo – e, mesmo assim, é o tipo de judaísmo que vai se espalhar em uma América, ou qualquer outro lugar, Brasil inclusive, em que ser judeu por opção e judeu por nascimento são consideradas duas versões diferentes da mesma coisa. A condição judaica pode ser uma escolha deliberada para não judeus somente enquanto forem bem recebidos pelos nascidos judeus. E paralelismos linguísticos falsos obscurecem essa verdade.

É uma expressão copiada, e sua origem é cristã, não judaica. Embora encontrada por alguns pela primeira vez na declaração de 2010 do presidente Obama de que ele, filho de pai muçulmano, era “cristão por opção”, a frase remonta há pelo menos duzentos anos no discurso cristão


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magazine > viagem | Texto e fotos Flávio Bitelman

Uma cidade dos sonhos REFÚGIO DOS JUDEUS IBÉRICOS DURANTE O SÉCULO 16, AMSTERDÃ VIROU UM PUJANTE CENTRO COMERCIAL NO SÉCULO SEGUINTE – QUANDO TORNOU-SE SEDE DA BEM-SUCEDIDA COMPANHIA DAS ÍNDIAS OCIDENTAIS. POR TUDO ISSO, VALE CADA MINUTO DA VISITA

A

PRAÇA REMBRANDTPLEIN, AO LADO DO MUSEU DE REMBRANDT, REPRODUZ FIGURAS DAS PINTURAS DO MESTRE HOLANDÊS; E OS INTERIORES DA SINAGOGAS, LZJ, RECENTEMENTE INAUGURADA, E A

PORTUGUESA, DO SÉCULO 17, COM UMA FOTO DE MAIO DE 1945, NO PRIMEIRO SHABAT DEPOIS DA GUERRA E O PÁTIO DA SINAGOGA

PORTUGUESA, ONDE OS NAZISTAS REALIZAVAM FUZILAMENTOS

msterdã é uma cidade onde qualquer um gostaria de viver, não apenas porque ela é surpreendentemente bonita, acolhedora, humana e cheia de cultura, mas principalmente porque exala liberdade e onde as pessoas vivem como quiserem. Um exemplo: quando no resto do mundo, na década de 1960, maconha era um palavrão que se usava escondida da sociedade, uma das principais praças de Amsterdã foi designada como ponto de encontro de aficionados da cannabis. Este pequeno país, que a geologia colocou abaixo do nível do mar, foi uma das maiores potências marítimas do mundo, conquistou países, colonizou regiões da África e do sudeste asiático, tentou ganhar um pedaço do nordeste do Brasil, resistiu bravamente ao avanço nazista, foi berço da heroína Anne Frank e uma ilha de liberdade, prosperidade e avanço humanístico para judeus de várias partes do mundo, de que é prova, por exemplo, o gênio de Baruch Spinoza e o monumento religioso na forma da sinagoga portuguesa de Amsterdã erguida pelos fugitivos da Inquisição, no século 17, mais exatamente em 1671. Lá, vive-se em casas, e nos barcos transformados em casas nos canais. Anda-se de bicicleta por todos os lados, de bonde pra-lá-e-pra-cá, e se enfrentam filas para entrar no Rijksmuseum, espécie de feudo de Rembrandt. Amsterdã é um encanto, fraterna e solidária. Mas para os judeus já foi muito mais, a partir do século 15, que a consideravam a Nova Jerusalém e a chamavam de hamakom, o “bom lugar” onde encontraram a aceitação de seus costumes e tradições, a fé e, com ela, a paz para viver a vida, perdida em quase todos os outros lugares do mundo então conhecido. >>


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por Bernardo Lerer Felix Mendelssohn Bartoldy Klassik | R$ 151,00

Os concertos para orquestra e dois pianos sempre foram agradáveis de ouvir, e principalmente aqueles escritos por Mendelssohn, que morreu aos 39 anos, mas desde criança revelou-se um prodígio graças à educação recebida e ao ambiente em que vivia, a casa de Berlim sempre cheia de intelectuais e espetáculos de cultura, na primeira metade do século 19. Ele era neto do famoso filósofo judeu Moses Mendelssohn, cujo filho, Abraham, renunciou ao judaísmo e se converteu, mudando de nome sob a alegação de que “não pode haver um cristão Mendelssohn, assim como não pode haver um Confúcio cristão”. De todo modo, a música dele é maravilhosa.

Enrico Caruso The Intense Media | R$ 113,90

São quatro cd’s inesquecíveis condensando a produção de 260 discos gravados entre 1902 e 1920, um ano antes de morrer em consequências de sequelas deixadas pelo ferimento causado por uma queda. Caruso nasceu em 1873, apresentou-se por toda a Europa e pelas Américas, o Brasil inclusive. As faixas destes remasterizados de gravações originais trazem peças de Verdi, Meyerbeer, Donizetti, Rossini, Massenet, Halévy, Puccini, Gounod, Bizet, Mascagni, e outros.

Hummel Naxos | R$ 99,90

Johann Nepomuk Hummel (1778-1837) parece que nasceu prodígio pois aos 3 anos já lia música, tornou-se o mais famoso pianista da Áustria, maestro e compositor do seu tempo. Este concerto para fagote, que consta do cd, junto com um quarteto para clarinete, não constava oficialmente da relação de trabalhos publicados, e que acabou integrando ao repertório do instrumento. A segunda faixa trata de um concerto para oboé e orquestra.

André Previn Columbia | R$ 19,90

RUAS E CANAIS COM BARCOS-CASA EM PERFEITA HARMONIA, E O MONUMENTO A BARUCH SPINOZA

O título deste cd é A Touch of Elegance e contém dezoito faixas de primeira linha, alternativamente, composições próprias, arranjos e interpretações de Previn, nascido Priwin, de família judia, na Alemanha, em 1929, e que imigrou para os Estados Unidos em 1939, meses depois da Noite dos Cristais. Nos EUA, construiu uma fantástica carreira que lhe deu quatro Oscars por trilhas sonoras e dez Grammys pelo conjunto da obra.

Caprichos Brasilianos | R$ 39,90

Hamilton de Holanda começou a tocar bandolim quando tinha 5 anos e se apresentou publicamente um ano depois, mas seu grande sonho era ser também compositor este álbum de dois cd’s com 24 caprichos, a exemplo dos de Paganini, revelam que ele saiu-se bem e mereceu o Grammy latino-americano pelo cd Bossa Negra, gravado com Diogo Nogueira, em que executa um bandolim de dez cordas.

Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena


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Na Senda da Razão Rosalie Helena de Souza Pereira (org.) | Perspectiva 848 pp. |R$ 98,00

É muito mais do que estudos filosóficos focados na Idade Média, como sugere o subtítulo “Filosofia e Ciência no Medievo Judaico”: é a demonstração de que a filosofia judaica não é uma extensão da teologia, ao contrário, o dado teológico é subordinado e não subordinante e vai muito além, avançando para os terrenos da astronomia, alquimia, astronomia, legislação, poética, psicologia, política e o conjunto de artigo de pensadores brasileiros e internacionais resgata o melhor da produção greco-latina de filosofia, bases sobre as quais se assentaria o Iluminismo europeu. Trata da estreita ligação da filosofia judaica com a árabe e mostra como o pensamento judaico evoluiu e influenciou.

A Estrada

Vassili Grossman | Alfaguara | 333 pp. | R$ 43,92

Este livro reúne contos, reportagens, ensaios e cartas e uma nova visão da vida deste fantástico escritor, jornalista e contestador do estalinismo que foi Grossman, como bem diz uma crítica do The Guardian “um tesouro que dá ao leitor a ideia de como era viver no período soviético, ao mesmo tempo que mostra a admiração e o terror que sentia pela humanidade”. Segundo o The Independent, são reportagens intensas, contos esclarecedores e o relato inesquecível sobre o campo de extermínio de Treblinka.

Os Destituídos de Lodz Steve Sem-Sandberg | Companhia das Letras | 595 pp. | R$ 74,90

Elogiado pela crítica internacional, é uma mistura de romance social de literatura do Holocausto baseado em fatos reais em torno do segundo maior gueto da Polônia, atrás somente do de Varsóvia, e do presidente do seu Conselho Judaico Mordechai Chaim Rumkowski, que vivia mergulhado em pensamentos de grandeza ao mesmo tempo em que gerenciava a miséria humana que habitava o gueto.

Uma Editora Italiana na América Latina Eugenia Scarzanella | Editora Unicamp | 284 pp. | R$ 54,90

Essa pesquisadora a Universidade de Bolonha traça a trajetória da Editora Abril das décadas de 1940 a 1970 na qual, a partir do antifascismo e antiperonismo de alguns de seus principais colaboradores como Gino Germani e Boris Spivacow, vai além da história de uma editora especializada em revistas femininas e infantis e cuja sorte está indissoluvelmente ligada à turbulenta história argentina desde o peronismo até o golpe militar de março de 1976 e que muitas vezes se entrelaçou com a história italiana. É a editora, enfim, responsável pela Veja, exemplo acabado do esgoto do jornalismo.

Armas de Papel Fábio Cesar Alves | Editora 34 | 336 pp. | R$ 59,00

Com o subtítulo “Graciliano Ramos, as Memórias do Cárcere e o Partido Comunista Brasileiro”, o autor faz uma análise de Memórias do Cárcere, publicado postumamente em 1953, no qual Graciliano conta a experiência de ter passado por três presídios, detido por quase um ano, durante o Estado Novo da Era Vargas, sem culpa formada, da mesma forma que outros intelectuais, muitos deles judeus, quando qualquer alinhamento à esquerda era motivo para perseguição, prisão e tortura. No livro, o autor traça o papel político do escritor e do intelectual em um país periférico.

Nazistas entre Nós Marcos Guterman | Editora Contexto | 189 pp. | R$ 39,90

Com o subtítulo “A Trajetória dos Oficiais de Hitler depois a Guerra”, o autor, jornalista, conta as histórias de alguns dos nazistas que, de uma forma ou de outra, escaparam à justiça durante décadas e foram recebidos em várias partes do mundo, Brasil inclusive, como cidadãos honrados a ponto de muitos deles nem precisarem trocar de nome, até porque já teriam sido punidos e a vida continua. Nessa linha, ele conta as histórias – e capturas ou morte – de Klaus Barbie, o carrasco de Lion; Josef Mengele, o anjo da morte; Albert Speer, o bom nazista; Franz Stangl e Gustav Wagner e Adolf Eichmann, o burocrata do Holocausto.

Lawrence da Arábia Alessandro Visacro | Editora Contexto | 140 pp. | R$ 39,90

Este lançamento faz parte da coleção “Guerreiros”, da Editora Contexto. Este controvertido aventureiro pintado ao mesmo tempo como um estrategista e gênio militar à frente do seu tempo, homem cheio de virtudes e também rotulado como um impostor que ostentava uma “farsa imperialista”. Neste livro fartamente ilustrado, o autor, especialista em assuntos militares, revela que Thomas Edward Lawrence não foi o primeiro, nem único, militar, a servir junto às forças árabes rebeldes da época.

Estado Secreto Mentch Paulo Blank | 7 Letras | 211 pp. | R$ 47,00

Com o subtítulo “A Arte de Criar um Homem”, é disso mesmo que o livro trata e da forma oportuna como foi escolhido o título que, em ídiche, significa “gente”, menos no sentido de numerar um indivíduo, mas de mostrar suas virtudes. É, sim, um livro autobiográfico em que o narrador se confunde com o autor que se passa no Rio de Janeiro logo depois da Segunda Guerra e que certamente se aplicará a muitos da geração dele.

Jan Karski | Editora Objetiva | 439 pp. | R$ 59,90

São as “Memórias de um Herói da Resistência Polonesa durante a Segunda Guerra Mundial”, o diplomata Jan Karski, lotado em Londres que recebe a missão de servir como mensageiro entre o governo polonês no exílio e a resistência no país, um movimento muito bem articulado. Durante esses quatro anos entrou várias vezes clandestino no Gueto de Varsóvia, disfarçado de guarda entra num campo de concentração e se torna a primeira testemunha do assassinato de judeus na Alemanha nazista, produzindo um dos relatos mais comoventes e inspiradores da guerra.

Sócrates Tom Cardoso | Objetiva | 236 pp. | R$ 33,90

Com o subtítulo “A História e as Histórias do Jogador mais Original do Futebol Brasileiro” , conta, claro, a trajetória deste gênio do futebol que encantou multidões nos estádios e outras tantas nos embates políticos desde a “Democracia Corintiana” até a ativa participação na campanha das Diretas Já. Idealista, rebelde, beberrão, fumante inveterado, morreu dos excessos de acordo, aliás, como gostaria de ser lembrado pois “se tivesse me dedicado mais (ao futebol) não teria sido uma pessoa tão completa como sou agora”. Belo, emocionante e imperdível.

Festas da Tradição Judaica Editora Jaguatirica | 58 pp. | R$ 39,00

Com texto de Esther Abramento Becker e ilustração de Sandra Felzen, é “Olhar o Passado para Enxergar o Futuro” e a feliz reunião de imagens e escritos a respeito das festas e tradições mais importantes do judaísmo de modo a contemplar e conhecer esses momentos de celebração no judaísmo ao mesmo tempo em que convida à espiritualidade, à beleza, à festa, e à alegria de sempre recontar a história num encontro com a tradição.


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magazine > ensaio | por Bernardo Lerer

De teologia e de espiritualidade judaicas PARA O RABINO YUVAL CHERLOW, É PRECISO DESENVOLVER MAIOR SENSIBILIDADE EM RELAÇÃO ÀS NOVAS

QUESTÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS NÃO LEGISLADAS PELA HALACHÁ E, DESTA FORMA, SE VOLTAR PARA A LITERATURA

ÉTICA (MUSSAR) E A LITERATURA RABÍNICA NÃO-JURÍDICA (HAGADÁ)

N

estas novas condições, as “sensibilidades sociais tornam-se mais significativas... Se pudéssemos construir com base nessa sensibilidade, poderíamos criar um mundo mais justo”. Na esteira da necessidade de maior consciência da importância de um humanismo sionista religioso, Cherlow escreveu um novo livro In His Image: The Image of God in Man (“À Sua Imagem: A Imagem de Deus no Homem”, Maggid Press, 2016) no momento em que “a religião é distorcida com o propósito de esmagar, menosprezar e negar o Homem, quando a responsabilidade pessoal é substituída pela fé passiva e o esforço humano é considerado indigno”. O livro procura repor as verdades fundamentais do judaísmo: a criação do homem à imagem de Deus e explora o significado da imagem divina do homem, e as implicações haláchicas, éticas, psicológicas e existenciais. O rabino afirma que “o judaísmo tem por base a profunda glorificação do Homem, os seus pontos fortes e liberdades, direitos e responsabilidade que, na verdade, é um manifesto do humanismo judeu”. O livro é uma forma de o rabino apresentar diretamente sua visão moral, e quem já o leu sugere que um exemplar dele deveria estar em cada escola ou sinagoga, pois trata de sociedade, casamento, relações pessoais e responsabilidade moral. Não é uma obra filosófica ou literária, como as de Jonathan Sacks; é simples e dirigido às pessoas comuns. O rabino Yuval Cherlow é um educador religioso, sionista, especialista em ética e ativismo, que se envolveu em causas

sociais depois do assassinato do primeiro-ministro Itzhak Rabin, em 1995, “pois algo terrível aconteceu com o qual todos deveriam se envolver”. Os rabinos, diz Cherlow, “têm de se comunicar com a sociedade de modo geral e não apenas com a nossa comunidade. A comunicação significa que é nossa obrigação ouvir até para não sugerir a atitude de que sabemos tudo. É preciso haver um diálogo real”. Cherlow foi um dos que fundou o grupo rabínico Tzohar, é muito ativo no fórum Takaná que trata de abuso sexual na comunidade sionista religiosa e está muito envolvido na questão da doação de órgãos, desde que sua irmã, 65 anos, recentemente doou um rim e salvou uma vida. Além disso, atua em vários aspectos da ética dos meios de comunicação, questões médicas, guerra, preocupações sociais e economia. Escreveu uma oração pelo bem-estar do povo da Síria e propôs que Israel aceitasse refugiados sírios. Defende os direitos dos trabalhadores e um salário digno para

CHERLOW DEBATE AS QUESTÕES INDIVIDUALMENTE COM OS ESTUDANTES

eles. Cherlow traça um paralelo entre a história bíblica de Sodoma com os dias atuais, pois naquela época algumas pessoas “insistiam em preservar o seu alto padrão de vida, de tal forma que estabeleceram um princípio de modo a que não se permitisse a pobres e desabrigados residirem em sua cidade”. Ele também apoia a defesa do ambiente cuja incapacidade de proteger “expõe uma sociedade orientada pelo consumismo e pela ganância”. Conciliar com a eternidade da Torá Cherlow nasceu em 1957, filho de pais que fizeram aliá em 1949, vindos de Massachusetts. Foi criado em Herzliya Pituach, ao norte de Tel Aviv, foi major do exército e estudou nas escolas rabínicas Merkaz Harav e Yeshivat Har Etzion. É chefe de Yeshivat Orot Shaul em Raanana, fundada em 2013 – sucessora da sua yeshivá anterior em Petach Tikva – uma yeshivat hesder, que combina o estudo da Torá com a prestação de serviço militar. A yeshivá oferece o estudo tradicional e em profundidade da Gemará e comentários com ênfase em descobrir a relevância da Gemará para a vida pessoal do aluno, ética e responsabilidade social. Este foco, juntamente com aulas do Velho Testamento, filosofia judaica e Hassidut, e um meio que encoraja a expressão pessoal, pesquisa e criatividade, possibilita a cada aluno identificar o próprio caminho no ato divino. Aliás, um instrutor sênior de Talmud em um dos principais estabelecimentos de ensino médio de elite em Je-

rusalém informou que a esmagadora maioria dos alunos planejava frequentar um dos três programas hesder: os interessados na ortodoxia moderna escolheram a yeshivá Orot Shaul do rabino Cherlow; para o aprendizado intenso preferiram Yerucham, e para espiritualidade e experiência escolheram Tekoa. Estes cursos transmitem conhecimentos éticos, mas para se aprofundar e desenvolver o pensamento de Cherlow, o melhor está nos seus dois primeiros livros: VeErastich li Leolam (de 1994, reimpresso em 2003) pergunta qual a imagem religiosa de uma pessoa em um tempo de renascimento nacional? E se existe grande diferença entre a idade moderna e realidade tradicional – qual é a natureza dessa lacuna? Como explicar para nós mesmos estas alterações? A pergunta de Cherlow é a mesma do Ramhal (Rabi Moshe Chaim Luzzatto, 1707-1747), “o que Deus quer de nós?” Para Cherlow, a resposta de Ramhal, do século 18, e a nossa não podem, nem devem, ser as mesmas. Nin>>

O rabino Yuval Cherlow afirma que “o judaísmo tem por base a profunda glorificação do Homem, os seus pontos fortes e liberdades, direitos e responsabilidade que, na verdade, é um manifesto do humanismo judeu”


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>> guém vive em um mundo pensando em mundo vindouro. O segundo livro Torat Eretz Israel leOr Mishnat Harieia (Yeshivat Hagolan, 1997) busca definir uma Torá renovada da Terra de Israel (Torat Eretz Yisrael) para a nova era. Isto é, como conciliar a época atual com a eternidade da Torá? Cherlow aponta quatro ideais básicos de estudo da Torá.

MEIO AMBIENTE, PRINCIPALMENTE EM ISRAEL, É PREOCUPAÇÃO DO RABINO

ciso concordar em que a Torá é uma coleção de estimativas, e até mesmo os segredos da Torá não são absolutos, mas apenas aproximações.

1) O estudo profético da Torá é encontrado no judaísmo profético da Kuzari, e o rabi Abraham Ben-David (11251198), da Provença, comentarista do Talmud, afirma haver espírito santo (ruach hakodesh) no Beit Midrash. Quando Rav Kook – Abraham Isaac Kook, (1865-1935), primeiro rabino chefe ashkenazi – clamou pela renovação da profecia, ele não se referia à profecia real, mas um método de profecia por meio do qual é possível ouvir o chamado interior e a iluminações da alma. Novas visões não significam inovações, mas a remoção das partições e viseiras do exílio.

3) A Torá tem um significado interno. Bahye ibn Pakuda, que viveu no século 11, em Saragoça (Espanha) e escreveu o primeiro código de ética judaico, ensinou que precisamos ter deveres do coração e não apenas dos membros. Deste significado interno fazem parte razões para mandamentos, exigências éticas e estados internos. Portanto, o estudo da Torá precisa incluir o Tanach, o pensamento judaico, e a Cabala, para incluir as funções do coração.

2) O estudo da Torá precisa incluir imaginação, desejo, sentimentos, vontade, ou seja, as complexidades de uma pessoa. O objetivo de estudar a Torá é tornar-se um tipo diferente de pessoa, completa e que inclui a tudo. Cherlow defende as intuições espontâneas ou revelações, e modo a que as pessoas integrem mais intuição que lógica. Em uma abordagem intuitiva nunca temos certeza acerca da Torá, pois a fonte infinita da Torá nunca é compreendida. Assim, é pre-

4) Temos de reconhecer que vivemos atualmente em uma era de renovação nacional (israelense) e isso deve mudar nossa forma de estudar a Torá. Com a destruição do Templo, a Torá ficou confinada à halachá (Berachot 8), mas neste momento de renovação nacional a Torá deve tratar de expansão.


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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer

Os muitos escritos judaicos de Hannah Arendt

Um velho sabor da Palestina

Quando o filme de Margarethe von Trotta a respeito dos textos de Hannah Arendt para o New York Review of Books tratando do julgamento de Adolf Eichmann foi exibido aqui irados espectadores enviaram cartas aos jornais e revistas acusando diretora e personagem de antissemitismo e de distorcer a história. Afinal, no seu livro Eichmann em Jerusalém, Arendt sugere que o nazista era apenas um cumpridor de ordens o que foi visto exatamente como uma espécie de banalização do mal. Mas falta conhecer a obra completa de Hanna, e não se prender unicamente a um filme. Estão aí obras como As Origens do Totalitarismo, Entre o Passado e o Futuro, O Judeu como Pária: Identidade Judaica e Política na Idade Média, e dezenas de artigos e ensaios. E a quem estiver interessado – e supõe-se que existam muitos – a editora Amarilys, um dos selos da Manole, acaba de lançar Escritos Judaicos, um pri-

Faz oitenta anos, foi publicado o primeiro livro de culinária na Palestina de autoria de Erna Meyer com o título Como Cozinhar na Palestina, em hebraico, inglês e alemão, no qual ela logo adverte que “nós, donas-de-casa, devemos levar em conta que devemos nos libertar dos costumes europeus que não se aplicam na Palestina. Devemos nos aplicar, de coração, em favor da saudável cozinha palestina”. Ao mesmo tempo, ela pede aos novos imigrantes para se desligarem do abrigo europeu e se reinventarem de acordo com a ideologia sionista. Ela dizia bem apropriadamente que “devemos alimentar estas ideias não apenas porque somos obrigadas a isso, mas porque compreendemos que isso, mais do que qualquer outra coisa, vai possibilitar nos adequar ao nosso novo-velho lar nacional”. O livro de Meyer é amplamente reconhecido como o primeiro livro de culinária judaica na Palestina durante o Mandato Britânico e, embora não contenha nenhuma inscrição a respeito no corpo do livro, é aceito que ele foi impresso em 1936, apesar de alguns sugerirem 1934 ou 1937, e foi publicado pela Federação das Mulheres Sionistas (Histadrut Nashim Zionioth, em hebraico), braço palestino do Women’s International Zionist Organization, que conhecemos como Wizo. Ela foi assessorada por Milka Saphir, nutricionista e professora de culinária de uma escola de cozinha mantida pela Wizo, em Nahalat Yitzhak. De fato, quase todos os livros de culinária da época e até o advento do Estado de Israel, em 1948, foram editados pela Wizo, e este, em particular, era considerado uma espécie de bíblia pelas imigrantes e Erna Meyer, seu profeta. Afinal, ela sabia do que falava pois pertencia à alta burguesia judia-alemã dos anos 1930 e que se viu obrigada a fugir com o advento do nazismo para um país na época subdesenvolvido e com tudo por fazer. Além disso era muito conhecida como especialista em economia doméstica e na racionalização do trabalho no lar. O primeiro capítulo ensina a cozinhar sem óleo, substituí-lo por margarina vegetal ou sucedâneos e logo pede às donas-de-casa que comprem produtos da então incipiente indústria alimentícia, principalmente nos primeiros anos depois da independência.

moroso volume de novecentas páginas (R$ 152,00), com a maior parte dos textos dela produzidos entre 1930 e 1960, muitos inéditos, tratando especificamente de assuntos judaicos em que a experiência como refugiada judia-alemã e perseguida pelo nazismo formam a base dos ensaios nos quais se pode verificar como o pensamento acerca da questão judaica molda o seu entendimento da história e a política. Os principais desafios enfrentados pelos judeus são analisados a partir de temas como a assimilação e o acesso à política, o antissemitismo como categoria social e política e a criação do Estado de Israel e o sionismo. O fato é que ela escreveu mais acerca de assuntos judaicos em geral do que de qualquer outro tema. Eis, por um exemplo, um trecho a respeito do célebre escritor Jules Romains que ajudou judeus a fugir: “O que interessa a nós judeus e o que nos faz corar novamente pela centésima vez é nossa

questão desesperadora: nossa única alternativa é realmente entre inimigos malévolos e amigos condescendentes? Aliados genuínos não podem ser encontrados em lugar algum, aliados que entendam que nesta guerra nossa liberdade e honra estão em jogo não menos que a liberdade e a honra da nação (França) à qual pertence Jules Romains?” Uma obra-prima, enfim.

O espião que não foi levado a sério Em algum momento de 5 de outubro de 1973, o então chefe do Mossad encontrou-se em Londres com Ashraf Marwan e ouviu que, no dia seguinte, as forças combinadas do Egito e da Síria atacariam Israel. O chefe da inteligência militar israelense desdenhou da informação. As tropas de Israel não foram colocadas de prontidão nem deslocadas a tempo para as fronteiras com os dois países. O resultado, como a história conta, foi a chamada Guerra do Iom Kipur, que matou centenas de soldados e, pela primeira vez, ameaçou seriamente o Estado de Israel. Trinta e quatro anos depois, em 2007, Marwan caiu ou foi atirado do quinto andar de um edifício em Londres, onde vivia como bem-sucedido empresário, em um evento que não se sabe se acidental ou obra do Mossad que teria assumido o assassinato como forma de silenciar as especulações de que o Egito mandara matá-lo sob a acusação de es-

pionar a favor de Israel. De fato, Marwan era espião de Israel ou, talvez, um agente duplo. De todo modo, ele era genro de Gamal Abdel Nasser e tinha acesso a documentos, reuniões secretas e entre 1972 e 1973 fazia relatórios respeito de preparativos para a guerra que estavam sendo realizados por Anuar El Sadat que, mais tarde, faria as pazes com Israel, no sentido de vingar a clamorosa der-

rota durante a Guerra dos Seis Dias. No entanto, os fatos provaram que alguns destes relatórios continham dados equivocados e, por isso, os serviços de inteligência israelenses não levaram em conta o aviso mais importante, desconhecendo, todavia, que Sadat mudava rapidamente de opinião. Marwan recebia cerca de dez mil dólares a cada relatório e encontro com seu “guia”, um oficial da inteligência. O interessante é que ele não foi recrutado, mas se ofereceu espontaneamente, por um telefonema à embaixada em Londres, para prover Israel de documentos e informações do interior da liderança egípcia, surpreendendo aos experientes agentes de Israel que comentaram: – Isso é muito bom para ser verdade. Era e a história é agora revelada em um livro de Uri Bar-Joseph, Angel, aliás codinome de Manwar nas salas secretas do Mossad. Já se fala até em filme baseado na obra.

Avram Noam Chomsky, ativo aos 88 anos Fevereiro de 1967 marca a data do último artigo publicado pelo linguista, cientista social, filósofo, crítico dos meios de comunicação e da política externa dos governos americanos historiador e agitador político Avram Noam Chomsky, nascido na Filadélfia, em 1928. Naquele mês e ano, o prestigioso New York Review of Books publicou o texto “A Responsabilidade dos Intelectuais” criticando a tradicional subserviência da academia ao poder por não se manifestar a respeito da guerra do Vietnã, a partir de uma conferência proferida no campus judaico da Universidade Harvard. Essa conferência serviu de base, também, para uma campanha movida pela comunidade judaica dos Estados Unidos opondo-se ao envio de soldados americanos judeus ao Vietnã. Um anúncio publicado no New York Times tornou-se um clássico. O anúncio ocupa uma página ímpar inteira e dá os nomes de dezenas de oficiais, soldados e pilotos judeus mortos em combate no Vietnã, Laos e Camboja “numa guerra abominável na qual não queremos mais matar nossos filhos”. Três anos depois, o mesmo New York Review of Books enviou-o ao Laos e Camboja, de onde enviou textos, mas não publicados. E em 1970, sob bombardeio americano, proferiu conferências em Hanoi. Em 1980 foi enganado por Robert Faurisson, conhecido negacionista do Holocausto, que se aproveitou de um texto de Chomsky a favor da liberdade de expressão e usou-o como prefácio do livro “Memorial em defesa contra os que me acusam de falsificar a história”. Ante disso já havia caído em desgraça nos meios de comunicação norte-americanos dos quais ficou compulsoriamente afastado, a ponto de o então presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em discurso no plenário da ONU, em 2006, lamentou não ter podido se encontrar com Chomsky vivo. Meio sem graça, pois foi um dos responsáveis pelo seu expurgo, o New York Times, se viu obrigado a publicar uma nota informando que Chomsky está “vivo, ativo e faminto por um debate”. Como, aliás, até agora, aos 88 anos e cem livros publicados.


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roteiro gastronômico


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conselho deliberativo

Responsabilidade partilhada TODO MÊS DE NOVEMBRO, A DIRETORIA EXECUTIVA DA HEBRAICA APRESENTA O ORÇAMENTO PARA APROVAÇÃO DOS CONSELHEIROS. UM TEMA SEMPRE MUITO POLÊMICO QUE VISA ASSEGURAR AS ATIVIDADES, VIABILIDADE E PERPETUIDADE DO CLUBE

Orçamento, ou planejamento financeiro, representa através de projeções financeiras os planos para um determinado período de uma organização. Através desta metodologia, procura-se responder como serão obtidos os recursos e onde os mesmos serão alocados para o período analisado, usualmente de curto prazo, um ano.O processo orçamentário varia de acordo com o tipo de organização. Não existe uma “receita de bolo” única. O processo participativo de montagem do orçamento é muito interessante e complexo, inclui as diversas áreas de uma organização. Ao envolver os diversos executivos e tomadores de decisão, a metodologia instiga o pensamento na estratégia e nos objetivos da organização, traz soluções e comprometimento dos envolvidos. As decisões passam a ser mensuráveis, objetivas, visando o bem comum. Em grande parte das organizações, o processo ocorre no período de setembro a novembro, projetando o ano calendário seguinte. Uma vez pronto e aprovado, o orçamento funciona como uma bússola, serve de guia para as ações que serão executadas pelos dirigentes da organização. A abrangência do planejamento financeiro inclui a definição de responsabilidades de gestão e geração de resultado. Concluído o caminho a ser seguido, o orçamento se torna um instrumento de controle, de gestão para os vários níveis de responsabilidade, devendo ser acompanhado periodicamente, sendo o padrão mais utilizado pelas grandes empresas o mensal. As decisões tomadas no período da elaboração não podem ser vistas como estáticas, a função do orçamento inclui adaptação para o realizado pelos tomadores de decisão. Ao montar um orçamento, é preciso visão de futuro, de estratégia, muitas vezes é preciso desvincular-se do passado. Algumas decisões podem ser difíceis e duras, outras arriscadas. Além da análise interna, avalia-se o ambiente externo. Na sua elaboração, leva-se em conta o mercado que está inserido, a estrutura, a captação de recursos, conflitos de objetivos entre estratégia e operações, pessoais e institucionais e, principalmente, a viabilidade da organização. Orçamento deve ser aderente ao planejamento estratégico da organização, refletindo no horizonte de tempo definido, de curto prazo, os planos de longo prazo. Procedimento que permite manter coerência e consistência dos valores da organização. O orçamento empresarial, portanto, é uma poderosa ferramenta de gestão para os envolvidos no dia a dia da organização. Na Hebraica, especificamente, o orçamento é responsabilidade da Tesouraria. Temos o comprometimento de uma diretoria executiva motivada, preocupada e focada, conhecedora das melhores técnicas de administração e planejamento. A Comissão de Administração e Finanças do Conselho, por sua vez, traz subsídios e estudos profundos que, somados aos esforços da Diretoria, terão como resultado uma peça orçamentária realista e comprometida com as mudanças que se fazem necessárias. Stefanie Stern, coordenadora da CAF (Comissão de Administração e Finanças) Mauro Zaitz, Presidente do Conselho de Administração

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2016 OUTUBRO ** 2 ** 3 ** 4 ** 11 ** 12 16 * 17 * 18 23

DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA DOMINGO

* 24 * 25

2ª FEIRA 3ª FEIRA

NOVEMBRO 5

SÁBADO

DEZEMBRO 24 31

SÁBADO SÁBADO

21 DE NOVEMBRO APROVAÇÃO PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA 2017 12 DE DEZEMBRO APRECIAÇÃO RELATÓRIO ANUAL DA DIRETORIA

Mesa do Conselho PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES

MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI CÉLIA BURD EUGEN ATIAS JAIRO HABER JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD

DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

2017 JANEIRO 27

FEVEREIRO 11

MARÇO 9 12 13

ABRIL 10 * 11 * 12 * 17 * 18 24

6ª FEIRA

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)

SÁBADO

TU B’SHVAT

5ª FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2ª FEIRA SHUSHAN PURIM 2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA

EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IZKOR IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO

1

2ª FEIRA

2

3ª FEIRA

14 24 30 *31

DOMINGO 4ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA

IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 69 ANOS LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT

MAIO

JUNHO *1

JULHO

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2016

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ

11 31

AGOSTO 1

7

SETEMBRO ** ** ** ** **

20 21 22 29 30

5ª FEIRA

2º DIA DE SHAVUOT - IZKOR

3ª FEIRA 2ª FEIRA

JEJUM DE 17 DE TAMUZ INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV

3ª FEIRA 2ª FEIRA

FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER TU BE AV

4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA 6ª FEIRA SÁBADO

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR

AO ANOITECER

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS



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