Revista Hebraica - Maio 2015

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maio de 2015

ANO LVI

| N º 639 | MAIO 2015 | IAR 5775

Revista Hebraica

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FUTURO É AGORA

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O futuro é agora

são paulo



HEBRAICA

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palavra do presidente

Lag Baômer é um grito de liberdade Lag Baômer significa a soma das letras lamed e gimel, isto é, 33, ou o 33º dia da contagem do ômer, que começa na segunda noite de Pessach e termina em Shavuot. Esta tradição data da antiguidade, quando o Templo Sagrado era em Jerusalém. Ao longo da história, sucedendo as tragédias que ocorreram com o povo judeu durante este período, e particularmente a morte de 24.000 alunos de rabi Akiva vítimas de uma peste no século 2 da Era Comum, esses dias tornaram-se dias de luto nacional, durante os quais se aplicam proibições como cortar o cabelo ou realizar casamentos. Em Lag Baômer o luto significa uma parada na rotina diária, pois, de acordo com a tradição, neste dia os alunos do rabino Akiva pararam de morrer. Outro evento significativo da mesma data foi a morte do rabino Shimon bar Yochai (Rashbi). Lag Baômer também se liga com a história da revolta de Bar Kochba, cujo líder espiritual era o rabino Akiva e o líder militar Shimon ben Kosiba (Bar Kochba). No século 2 da Era Comum, algumas populações judaicas se revoltaram contra o regime romano. Embora, no início, a revolta tenha sido bem-sucedida, foi brutalmente esmagada e causou grande destruição nas comunidades judaicas na antiga Palestina. Este foi o último período de independência na Terra de Israel até a fundação do Estado, em 1948. Supõe-se que Lag Baômer marca uma vitória temporária dos homens de Bar Kochba sobre os romanos. As tradições desta festa se desenvolveram basicamente durante o período moderno. O movimento sionista enfatizou a luta pela liberação nacional na revolta de Bar Kochba e transformou esta revolta em símbolo da luta pela liberdade. Lag Baômer não é um dia de descanso santificado, e, portanto, o comércio fica aberto normalmente. Lag Baômer tornou-se a festa da fogueira, talvez em comemoração ao sinal de fogo que os rebeldes acendiam no topo das montanhas para trocar mensagens ou em memória de Rashbi. Durante algumas semanas antes de Lag Baômer as crianças juntam pedaços de madeira e na véspera dessa grande festa fogueiras são acesas e batatas e cebolas (hoje em dia marshmellows também) são assadas nas chamas. Entre os judeus laicos, o acendimento da fogueira é o único costume que restou das tradições de Lag Baômer. Na Diáspora, as crianças judias costumavam ir para os campos em Lag Baômer e atiravam flechas, possivelmente em comemoração à revolta de Bar Kochba ou influenciadas pelos gentios das vizinhanças. Ainda existem crianças brincando de arco e flecha em Lag Baômer, mas este costume desaparece pouco a pouco. Muitos judeus religiosos também trazem os filhos de 3 anos para cortar o cabelo pela primeira vez nesse dia. Este é mais um momento de alegria e reflexão: a liberdade é o bem mais precioso do nosso povo e somente com a união vamos preservá-la, na Diáspora ou em Israel, valorizando as nossas tradições e as nossas instituições em que podemos praticar o nosso judaísmo sempre unidos. E a Hebraica, desde a sua fundação, sempre celebrou Lag Baômer com esse espírito, em que as pessoas se dão as mãos e se solidarizam na memória e na tradição.

Chag Sameach Shalom

Avi Gelberg

SUPÕE-SE QUE LAG BAÔMER MARCA UMA VITÓRIA TEMPORÁRIA DOS HOMENS DE BAR KOCHBA SOBRE OS ROMANOS. AS TRADIÇÕES DESTA FESTA SE DESENVOLVERAM BASICAMENTE DURANTE O PERÍODO MODERNO. O MOVIMENTO SIONISTA ENFATIZOU A LUTA PELA LIBERAÇÃO NACIONAL NA REVOLTA DE BAR KOCHBA E TRANSFORMOU ESTA REVOLTA EM SÍMBOLO DA LUTA PELA LIBERDADE


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sumário

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Carta da Redação

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7 dias na hebraica Acompanhe a programação de maio

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semana de Israel As comemorações do 67o aniversário de Israel na Hebraica

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cultural + social

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pessach O tradicional Segundo Seder de Pessach foi realizado no Restaurante Kasher

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pizzada Noite das redondas teve brigada de garçons prá lá de especial

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mercado gourmet Anote na sua agenda: domingo, 24 de maio, é dia de comida de rua na Hebraica

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hebraica meio-dia O som contagiante do grupo Azdi no Teatro Arthur Rubinstein

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biblioteca Projeto “Aonde Vamos?” levou grupo de sócios ao Bom Retiro

28

comunidade Os eventos mais significativos da cidade

34

fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

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capa/ vice-presidência de juventude Conheça melhor um dos setores mais ativos e vibrantes da Hebraica

46

fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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esportes

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hebike Nossa reportagem acompanhou um dos passeios do grupo

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basquete Maccabi Tel Aviv esteve na Hebraica durante o Pessach

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judô Bons resultados já no primeiro semestre de 2015

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tênis de mesa Modalidade ganha novos praticantes no Centro Cívico


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visita Seleções paraolímpica do Brasil e da Suécia treinaram na Hebraica

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voleibol Evento com pais & filhos deve se repetir no segundo semestre

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magazine

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personalidade Nosso correspondente fez uma entrevista exclusiva com o cartunista Hanuka Asaf

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notícias de Israel Os casos mais quentes do universo israelense

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negócios Jerusalém também produz cervejas de alta qualidade

78

a palavra Nosso filólogo discute a expressão ídiche shales sides

80

viagem Um mergulho no delicioso e divertido Carnaval de Maragogipe (BA)

84

cinema A luta de uma mulher para resgatar um quadro confiscado pelos nazistas

86

leituras A quantas anda o mercado de ideias?

88

música Lançamentos do pop e do erudito para curtir em casa

90

ensaio As difíceis e complexas relações entre Israel e a Diáspora

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curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado

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diretoria

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presidência A Hebraica recebeu duas importantes visitas

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conselho Continuam os preparativos para a reforma estatutária

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carta da redação

A imagem da Hebraica

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Como representar numa única imagem a “teoria da evolução” da mais tenra infância à adolescência na Hebraica? Para ilustrar a capa desta edição, pensamos até em alinhá-las como se fosse uma escadinha de gente e idades diferentes para mostrar isso. Mas preferimos esta imagem: a de um adolescente segurando a edição da revista em que ele foi capa há bem mais de uma década. Desta forma – e com a memória prodigiosa de Magali Boguchwal – foi possível reconstituir e contar parte da história da Juventude da Hebraica e de alguns dos seus personagens. Por meio de dezessete das suas entidades, a comunidade judaica de São Paulo celebrou o Iom Haatzmaut em uma série de eventos realizados na Hebraica, na última semana de abril, apropriadamente chamada de Semana de Israel. Do ponto de vista jornalístico, não fazia sentido deixar o registro desta comemoração para a edição de junho, quando as informações ficariam defasadas em quase dois meses. Para poder incluí-las nesta edição, a revista se atrasou e chegará alguns dias depois do prazo na casa do associado. Isso, no entanto, não vai privar o associado de ler a respeito do grande êxito do Segundo Seder de Pessach, da descrição do passeio de bicicleta pela cidade promovido pelo Hebike, do relato da incursão cultural pelo Bom Retiro, e do noticiário acerca de Israel com um ensaio do professor Tullo Vigevani em torno das relações entre Israel e a Diáspora e uma entrevista com o cartunista israelense Asaf Hanuka e a amostra da fantástica produção artística dele, Boa leitura Chag Sameach Bernardo Lerer Diretor de Redação

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA BENJAMIN STEINER (EDITOR)

CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS

FOTO DA CAPA FLÁVIO M. SANTOS DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

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OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA

calendário judaico :: MAIO 2015 Iar 5775 dom seg ter qua qui sex sáb 3 10 17 24

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DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

JUNHO 2015 Sivan 5775 1 2 6 7 8 9 13 14 15 16 20 21 22 23 27 28 29 30

dom seg ter qua qui sex sáb 7 14 21 28

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SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER

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LAG BAÔMER | IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT

(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG

VEJA NA PÁGINA 114 O CALENDÁRIO ANUAL 5775

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semana de israel

Sete dias para celebrar a independência O QUE SE VAI VER NESTA E NAS PRÓXIMAS PÁGINAS É O RETRATO DAS MUITAS COMEMORAÇÕES DO 67º ANIVERSÁRIO DE INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL REALIZADAS PELO GRUPO UNIÃO EM YOM HAATZMAUT, QUE REÚNE TODAS AS ENTIDADES, NOS VÁRIOS LOCAIS DO CLUBE, TRANSFORMADO, MAIS UMA VEZ, NO VERDADEIRO CENTRO COMUNITÁRIO DOS JUDEUS DE SÃO PAULO. E, COM ELA, O EMBAIXADOR REDA MANSOUR, O CÔNSUL YOEL BARNEA, VICE-CÔNSUL FARES SAEB, O PRESIDENTE DO CONGRESSO JUDAICO LATINO-AMERICANO JACK TERPINS, O SECRETÁRIO DE ESTADO FLORIANO PESARO, O VEREADOR GILBERTO NATALINI, O PRESIDENTE DA CONIB FERNANDO LOTTENBERG, O VICE-PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO ISRAELITA DO ESTADO DE SÃO PAULO (FISESP) BRUNO LASCOWSKY, RABINO MICHEL SCHLESINGER, DIRIGENTES COMUNITÁRIOS E AMIGOS DE ISRAEL, TODOS RECEBIDOS PELO PRESIDENTE DA HEBRAICA AVI GELBERG, QUE FESTEJOU O MOVIMENTO RECORDE NAS CATRACAS COM MAIS DE 4200 PESSOAS NO FINAL DE SEMANA.


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Muita gente viu as exposições do Keren Hayessod e os trabalhos vencedores das edições do Concurso Wizo de Desenho e Pintura. Para a Feliz Idade, uma conversa com a consulesa Lúcia Barnea e, no Clube da Leitura, sala cheia para debater o livro Judas, do escritor israelense Amos Oz. Cantaram os corais Gil Hazahav (Feliz Idade/Hebraica) e Sharsheret (Wizo). Lançamento da Coletânea de 21 Contos Escritos em Ídiche, vertida para o português pela equipe de tradutores da Universidade de São Paulo


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semana de israel

O palco na Praça Carmel recebeu artistas do Centro de Música Naomi Shemer com repertório em hebraico e ídiche e fundo musical que levou crianças e pais a confeccionar símbolos do Estado de Israel. Na Escola Maternal e Infantil todas as salas se transformaram em estações onde as famílias curtiram atividades que exploravam formas de comemorar Israel. Uma grande harkadá participativa reuniu três gerações no meio da festa


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Sinagoga lotada no Shabaton em homenagem ao aniversário de Israel. Na Praça Carmel grande número de sócios dançaram com as lehakot da Hebraica o folclore de Israel. Fizeram sucesso as especialidades judaicas para comer num típico shuk. A Feira da Comunidade de Na’amat recebeu público recorde e os expositores agradeceram o movimento. Violões em ritmos de todo mundo no Show do Meio-Dia com a Orquestra do Lar das Crianças da CIP. E a B’nai B’rith ensinou culinária alternativa



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cul tu ral +social


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cultural + social > pessach SOB A DIREÇÃO DO CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ, O CORAL PONTUOU COM AS CANÇÕES TRADICIONAIS OS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES DA HAGADÁ DE PESSACH

Um recado para todas as gerações COM A PRESENÇA DOS ATLETAS DA EQUIPE MASTER DE BASQUETE DO MACCABI TEL AVIV, O SEGUNDO SEDER DE PESSACH DA HEBRAICA CUMPRIU O RITUAL DA HAGADÁ CONDUZIDO PELO CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ

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salão do Restaurante Kasher foi o local ideal para realizar o Seder, tradição do clube há cinco décadas e que sempre acompanhou todas as fases vividas pela comunidade judaica paulistana. “Este ano, um número significativo de famílias comprou convites pela primeira vez e hoje partilharão do Seder com aqueles que fazem questão de comemorar a festa aqui no clube”, comentou Gerson Herszkowicz, que naquela noite acumulou as funções de diretor de Cultura Judaica e chazan. “É algo que faço com muito prazer, especialmente porque sou acompanhado por cantores de qualidade e que valorizam muito o fato de participarem de eventos do calendário judaico”, completou o diretor. Entre os convidados, o presidente Avi Gelberg, orgulhosamente acompanhado da família, comemorava a presença dos conterrâneos atletas do Maccabi Tel Aviv: “Este não é o time que esteve em São Paulo no ano passado. Trata-se da equipe master, com quase a mesma formação que os brasileiros enfrentaram em 2013, na Macabíada em Israel. Amanhã estaremos em lados opostos da quadra do Centro Cívico em torneio quadrangular, mas hoje é um prazer vê-los à mesa, cantando e recitando as preces conosco”, afirmou o presidente.

O capitão da equipe, Oni Boussini, ficou surpreso ao participar de um Seder de Pessach, mesmo em turnê no exterior. “Em Israel só comemoramos a primeira noite e ao chegar aqui e ver as mesas preparadas senti como se estivesse em casa”, afirmou. Depois do acendimento das velas, as famílias abriram a Hagadá e foram transportadas para o passado. Algumas pessoas recordaram a infância e outras imaginaram a saga dos escravos hebreus que Moisés libertou. Em vários momentos, todos no salão integraram o coro, louvando a D’us ou celebrando a liberdade. Quando a quarta e última bênção do vinho encerrou o evento e o desejo de que o Seder do próximo ano seja celebrado em Israel foi partilhado por todos no salão, o chazan Gerson Herszkowicz disse algo que não está na Hagadá. “Estou emocionado em ver tanta gente vivenciando o Pessach. Se puder repetir essa cena no ano que vem, ficarei muito feliz”, concluiu. A vice-presidente Social e Cultural Mônica Tabacnik Hutzler expressou a satisfação de ver recompensados os esforços dos diversos departamentos do clube para montar o evento: “Não é nada simples, mas aí está, deu certo mais uma vez!” (M. B.)


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EM CLIMA DE CONFRATERNIZAÇÃO, A EQUIPE MASTER DE BASQUETE DO MACCABI

TEL AVIV E AS FAMÍLIAS ACOMPANHARAM TODAS AS ETAPAS DO SEDER

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cultural + social > pizzada

Cento e oitenta redondas na Praça Carmel JOVENS CASAIS E FILHOS OCUPARAM A PRAÇA CARMEL NO SHABAT QUE COINCIDIU COM O FINAL DE PESSACH. E TUDO ACABOU EM PIZZA, SERVIDA POR INTEGRANTES DA DIRETORIA EXECUTIVA QUE FIZERAM AS VEZES DE GARÇONS E GARÇONETES

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anishtaná.... Por que esta noite é diferente de todas as outras? A resposta à tradicional pergunta da Hagadá estava ao redor das dezenas de mesas na Praça Carmel. “Ora, porque escolhemos estar no nosso clube com nossos amigos, nossos filhos e os amigos de nossos filhos.” Um acréscimo à resposta estava nos jovens casais, crianças e alguns avós, que driblavam carrinhos de bebê e paravam para conversar a respeito de tudo, desde os novos aplicativos em celulares, como foi o seder na casa de cada um, receitas

bem-sucedidas, ou não, com os ingredientes a partir de matzá, porém, mais importante, as coisas e as causas da comunidade e da Hebraica. Aqueles cidadãos discutiam entre si e com as suas mulheres o futuro do clube, cuja nova Diretoria se empenharam em eleger, e o papel que, a partir daí, lhes cabe nos destinos da comunidade judaica de São Paulo. Outra diferença daquela noite para muitas outras foi que o serviço ficou por conta da Diretoria. O presidente Avi Gelberg liderou a “brigada de garçons”, for-

A REUNIÃO DE FAMÍLIAS DEU UM COLORIDO ESPECIAL À PRAÇA CARMEL

mada pelos vice-presidentes e diretores dos vários departamentos, com aventais pretos e logotipo “Pizzada”, mostraram que sabem servir e muito bem. A cada redonda que saía do forno, rapidamente distribuíam nos pratos. Os dois fornos a gás foram comandados pelos pizzaiolos Francisco e Edmar, enquanto o mestre Ulisses cortava os pedaços das 180 redondas da Pizza Bros. consumidas durante a noite. De mozzarella, tomate seco, zucchini, carciofini e outras tantas salgadas, mais as de bananinha flambada e fonduta nera eram escolhidas entre os vários sabores repetidos. Nessa data em que se fecham as festividades de Pessach, a tradição varia de acordo com a comunidade. Os judeus do Magreb e do Oriente celebram a Maimuna, lembrando a morte de Maimon Ben Joseph, pai do médico e filósofo Maimônides, que viveu em Fez. No Brasil, o fim de Pessach é nas pizzarias, lotadas todos os anos. Este ano a tradição mudou de lugar e veio para ficar na Hebraica. (T. P. T.)


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cultural + social > mercado gourmet

UM DOMINGO INTEIRO DE MUITA COMIDA, MÚSICA, ENCONTROS E DIVERSÃO

Comida de rua é na Hebraica FOOD TRUCKS E CHEFS DE DIFERENTES ESPECIALIDADES CONFIRMARAM PRESENÇA NA PRÓXIMA EDIÇÃO DO MERCADO GOURMET, MARCADA PARA O DOMINGO, DIA 24 DE MAIO

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régua que mede o êxito de uma realização como o Mercado Gourmet na Hebraica é o interesse do público desde a primeira vez. Acompanhando a onda de comida de rua, o Mercado traz para o clube uma variedade oferecida pelos chefs com suas especialidades. Até o fechamento desta edição da revista, estava confirmada a presença de Viking Street Food, Falafeando, Mais, Irene Uehara, Eliane Klotz, Vinil Burger, Los Mendozitos e sua adega argentina itinerante, SOS Cupcakes e Misses Brownies. As sugestões vão desde o já famoso churrasco de salmão de João Leme às especiarias do Oriente Médio judaico, passando pelo falafel especial e as comidas latino-americanas, cupcakes coloridos e as bebidas escolhidas para com-

pletar esse domingo quando a gula se transformará em um prazer a mais. Este ano, as crianças terão uma barraca só para elas, com macarrão, almôndegas e sucos. Atrações musicais e projeção de filmes estão na programação para todos os gostos, faça chuva ou faça sol pois a quadra é coberta. Com preço desde 5,00 até 25,00 reais. Diego Man, diretor do Espaço Gourmet, onde acontecem todas as terças-feiras as concorridas aulas de culinária com chefs renomados, tem uma expectativa para esta edição do Mercado: “Quem veio nos anteriores também estará neste, com certeza, mas convido os ausentes dos outros para que participar desse ambiente festivo”. (T. P.T.)

Agenda 5/5 – Comida mexicana com Hugo Antares, do restaurante Obá 19/5 – Bacalhau, com o chef/ professor/consultor Joël Ruiz 26/5 – Banquete às cegas com a chef Dani Padalino 7, 14, 21 e 28/5 – Curso de culinária light, das 15 às 18h, com a nutricionista Edna Kawakami 11, 18, 25/6 e 2/7 – Curso de culinária para domésticas, módulo 3 com a chef Julia Figueiredo


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cultural + social > hebraica meio-dia

O som lúdico do grupo Azdi ATRAVÉS DE BRINCADEIRAS CÊNICAS, O AZDI INTERAGE COM A PLATEIA

DURANTE TODO O SHOW E ESTABELECE UMA PROXIMIDADE QUE CRESCE A CADA MÚSICA. FOI O QUE ACONTECEU NO HEBRAICA MEIO-DIA

TÂNIA GRINBERG LEVOU A PLATEIA A DANÇAR AO REDOR DAS POLTRONAS

Agenda 3/5 – Coral Zanzalá (grupos artísticos de Cubatão) 10/5 – “O Cancionista”, com Marco Bernardo 17/5 – “Heranças nos Cantos Judaicos”, com Sônia Goussinsky, canto, Alexandre D’Antonio, violino, e Daniel Szafran, piano 31/5 – “O Amor em Três Línguas”, com Cláudia Leventhal, acompanhada por professores do Centro de Música Naomi Shemer

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esde o início, Tânia Grinberg, voz do grupo Azdi, criou a intimidade com o público até levá-lo a fazer um longo cordão, ao redor das poltronas no Teatro Arthur Rubinstein, dançando e cantando animadamente. Mesmo quem ficou sentado acompanhou o ritmo com palmas. Com um repertório em ídiche, ladino e português na maioria das músicas, o Azdi faz humor e, ao mesmo tempo, celebra tudo que apresenta. Intérpretes trazem um diálogo entre tradição e modernidade, como nas conhecidas Otshi Tshornia (“Olhos Negros”) e Ershter Valz (“Primeira Valsa”). Daniel Tauszig no piano e acordeón, Itamar Pereira no contrabaixo, Rafael Mota na percussão, Leonardo Padovani tocando o violino, a viola e a flauta doce, formam um conjunto harmônico e participativo. Eles deixam transparecer a alegria de estar diante daquele público, conhecem os seus instrumentos e valorizam as influências culturais que retratam. Além de cantar, em alguns momentos, Tânia toca kazoo, um instrumento de sopro inventado no século 19 por Alabama Vest, afro-americano nascido na Geórgia, Estados Unidos. Através de uma membrana vibratória, o kazoo modifica a voz de quem o toca, quase como um assobio. Com a tradição milenar trazida de casa, Tânia também é compositora, formada em artes cênicas pela Unicamp e com especialização na Universidade de Toronto. Sua paixão é a pesquisa de repertórios em diferentes culturas, com uma predileção pelo ídiche, aperfeiçoado durante uma vivência nos EUA. Tem CD`s gravados e se apresentou com o Azdi em shows nas várias unidades do Sesc, no Kleztival em 2011, 2012 e 2014, no Klezfiesta (Argentina), KlezFest London (Inglaterra) e KlezKanada (Canadá). (T. P. T.)



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cultural + social > biblioteca

Aonde vamos? Ao velho Bom Retiro... O CLUBE DA LEITURA DO DEPARTAMENTO SOCIAL/ CULTURAL/BIBLIOTECA, MEDIADO PELA POETA VIVIAN SCHLESINGER, RECEBEU OS ESCRITORES

JOCA REINERS TERRÓN E CARLOS ALBERTO PÓVOA PARA UM DEBATE EM TORNO DO TEMA “AONDE VAMOS?”

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PÓVOA FALA SOBRE A CENTENÁRIA SINAGOGA DA RUA DA GRAÇA

oca Reiners Terrón, matogrossense, dramaturgo, editor e tradutor é um autor premiado cujo mais recente romance, A Tristeza Extraordinária do Leopardo-das-Neves, tem o Bom Retiro como cenário. Póvoa, mineiro, é doutor em geografia e escreveu A Territorialização dos Judeus na Cidade de São Paulo, estudo da história e geografia humana do Bom Retiro. “Me convidaram para ser dramaturgo”, conta Terrón referindo-se ao Teatro da Vertigem. “Ocupamos uma sala da Oficina Oswald de Andrade. Cinco horas diárias descobrindo lugares, buracos, qual a narrativa desse lugar muito rico, onde a presença cultural se sobrepõe e se dilui. Hoje são coreanos e bolivianos. A vocação atual é a mesma da judaica. Fiquei tomado, foi um processo muito rico de investigação e de improvisações diárias. Depois de três meses, do nada comecei a escrever uma peça, sem vínculo com o grupo. Não sei de onde veio a história, fui tomado por ela. Depois de um ano, ao reler o romance, vi que faltava algo, quem narrava e dava a caracterização judaica. Quis mostrar, por meio da figura do pai que morria e dos olhos dele, o fim do bairro judeu


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junto com ele. Não faço ideia de como criei isso, me persegue, um traço, não só judeu mas da vida moderna.” O livro de Póvoa é consequência da tese de mestrado na USP. Mineiro, o pai português morreu cedo e a mãe “criava de forma diferente, até que o ser judeu veio à tona. Ela tinha medo de perseguição”. O estudioso de geografia humana é obcecado pelo passado: “São Paulo é desvinculada de sua história, faltam vínculos com a própria memória. Os judeus vinham ‘fazer a América’, muitos aqui desceram por engano, eles chegaram ao Bom Retiro em seguida aos italianos que urbanizaram o bairro, antes industrial. Vieram os judeus e surgiu a comercialização. Coreanos ocupam, hoje, de forma organizada, igual aos judeus. A essência judaica está lá atrás, a vivência morreu. Os coreanos estão comprando tudo”. Da teoria à prática Dessa tarde no Clube da Leitura surgiu a saída cultural para conhecer o que a teoria havia colocado. Póvoa reuniu o grupo num café-da-manhã no Espaço Gourmet e de olho no telão fez uma apresentação das levas migratórias judaicas para o nordeste, norte e sul do Brasil, o bairro e o roteiro programado. “O judeu foi o primeiro a oferecer roupa feita e vender a crédito, um pio-

JOVENS PROMOVEM ATIVIDADES NO ICIB

neiro no comércio”. E numa manhã de sol saíram de ônibus para o bairro e pararam no Jardim da Luz, ponto de encontro dos primeiros imigrantes, passeios domingueiros, coreto e árvores centenárias. “A quarta geração não conhece o Bom Retiro”, diz Póvoa antes de parar na sinagoga Adat Ischurum, o Shil da Vila. Ouviram as rezas e uma preleção de Abrão Zweiman. Quase em frente à sinagoga, Póvoa fala da importância da Chevra Kadisha, a Sociedade Cemitério Israelita. “O cemitério é a presença mais importante, mostra a organização de uma comunidade”. Na sequência, as sinagogas Itzchak Elchonon, Ahavat Heim. “Tirar as sinagogas vai descaracterizar qualquer presença judaica no bairro. Aqui é que tudo começou... ou a comunidade começou em Higienópolis?” Parada para percorrer os andares do Instituto Cultural Israelita Brasileiro (Icib), a Casa do Povo, hoje em processo de reestruturação e onde funcionava o Ginásio Scholem Alechem. Uma pausa na Casa Menorah. Enquanto um comprador pedia três beigales, do outro lado da mercearia ouvia-se: “O que é isso?” Caminharam pela rua Talmud Thorá em cuja placa se lê: “Antiga rua Tocantins” e Póvoa explica,“esta foi a primeira rua a receber um nome judaico no bairro e pode mudar daqui alguns tem-

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pos, prova de que o espaço é vivo. Nas minhas andanças por aqui, ouvi alguém na rua perguntando o significado do nome na placa e outro respondendo ‘um homem chamado Talmud Thorá’”. “Passei na frente da casa da minha avó, o Edifício Fisher (rua Prates), e eu vinha nesta sinagoga (rua Guarani)”, relembra uma das excursionistas, remexendo a memória familiar. Um quarteirão a mais e aí está a Kehilat Israel, a sinagoga da rua da Graça, imponente com seu estilo moderno para a época (1912), representação do crescimento da população judaica, que precisava de uma casa de oração maior. Olhando em frente, o logotipo da Caixa Econômica em nada lembra a importância do prédio que abrigava a Cooperativa de Crédito Popular do Bom Retiro, o “banco” que deu impulso a muitos mascates iniciantes, recém-chegados, sem recursos para comer quanto mais capital de giro. Já no ônibus, de volta ao clube, Lilian comenta que leu o romance de Terrón: “Achei o livro interessante. É muito bom ouvir duas visões. Morei na rua da Graça, estudei no Scholem. Com este passeio, resgatei a memória pessoal e a visão de adulta”. E Carolina, a mais jovem do grupo, diz: “Eu era pequena quando vim passear no bairro. Eu não conhecia as sinagogas e achei bem interessante essa visita”. (T. P. T.)

A PRESENÇA COREANA NO VELHO BOM RETIRO


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coluna comunidade

Universidade tem nove décadas de atuação

HUJI é a sigla, em hebraico, para Universidade Hebraica de Jerusalém, criada há noventa anos pelos imigrantes europeus que se estabeleciam na então Palestina e cujo primeiro Board of Governors tinha o físico Albert Einstein e Sigmund Freud, entre outros. Sete mil pessoas assistiram a cerimônia de inauguração, no Monte Scopus, local da primeira sede da HUJI. Hoje, a Universidade é presidida por Menahem Ben-Sasson e é uma das melhores universidades mundiais. Jayme Blay preside a Sociedade dos Amigos da Huji em São Paulo.

Caricatura do Holocausto Artistas da Indonésia, França, Turquia, China e do Brasil estão entre os 312 inscritos, que enviaram 839 trabalhos para o Segundo Concurso de Caricaturas sobre o Holocausto, realizado pela Casa da Caricatura do Irã e pelo jornal iraniano Hamshahri, e cujo prêmio é doze mil dólares. O concurso “visa expor o comportamento de duplo padrão do Ocidente quanto à liberdade de expressão, pois permite tratar de forma sacrílega temas santos ao islamismo... mas impede investigação sobre o Holocausto devido à firme oposição do regime sionista”.

por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

Juventude marca Iom Hashoá

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ederação Israelita do Estado de São Paulo, Conselho Juvenil Sionista e Hebraica realizaram o ato de Iom Hashoá, no Teatro Arthur Rubinstein, e apoio da Sherit Hapleitá do Brasil. O tema escolhido pela Juventude Judaica, organizadora do ato, foi “Setenta Anos do Fim da Guerra. O que o Mundo Aprendeu?”. Momentos de emoção partilhados entre o público, sobreviventes da Shoá, dirigentes comunitários e jovens dos movimentos juvenis. Foram lembrados, também, os mortos no genocídio armênio, em Darfur e Ruanda, vítimas dos atentados terroristas na Argentina, na Maratona de Boston, no escritório do jornal Charlie Hebdo e no mercado kasher de Paris. Houve apresentação do grupo Carmel e pronunciamentos dos presiden-

tes Mário Fleck, da Fisesp, e Avi Gelberg, da Hebraica, de Anita Efraim, do Conselho Juvenil Sionista. Os rabinos Yonathan Szewkis e Daniel Sega conduziram a oração de El Male Rahamim. Thomas Venetianer, sobrevivente da Shoá, apelou para nunca esquecer esse episódio da história judaica e da humanidade. No saguão do teatro, a exposição “Tempo. O que Você me Ensinou”, preparada por integrantes de movimentos juvenis.

KKL vai às ruas falar de água

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ntre 21 e 27 de maio, quem passar pelos pontos de ônibus nas avenidas Paulista (Trianon), República do Líbano (Parque Ibirapuera), Faria Lima (Clube Pinheiros), entre outras, verá um anúncio do KKL Brasil e o tema da falta de água. É uma parceria da entidade com a Ótima Concessionária de Exploração de Mobiliário Urbano, que cedeu os espaços para a campanha. “Resolvemos utilizar este poderoso canal de mídia, contribuindo para despertar a consciência das pessoas em relação à água, pois somos a maior e a mais antiga organização ambiental não governamental do mundo”, explica o diretor do KKL Brasil, Marcelo Schapo. O presidente da entidade Eduardo El Kobbi informa que “esta campanha marca o início de um trabalho de comunicação com a sociedade e atrair a empatia e o orgulho da nossa comunidade com uma das suas importantes organizações tendo seu trabalho reconhecido por todo país”.


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COLUNA 1 Esse Viver Ninguém Me Tira participou do Festival de Cinema Brasileiro de Paris e do Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa. Diretor estreante, Caco Ciocler acompanhou a sessão francesa no Cine Arlequim. O documentário tem trilha musical e desenho de som de Felipe Grytz, a direção de fotografia é de Jacob Solitrenick e Gerônimo Lessa.

Livro sobre Paraisópolis

∂ Ex-diretor-geral do Twitter Brasil, Guilherme Ribenboim assumiu a vicepresidência do Twitter América Latina, seguindo a nova estratégia de expansão da rede social. Miriam (Nigri) e Jaime Schreier alternando São Paulo-Miami, estão sempre com as malas prontas.

∂ Adriana Adler fez palestra no evento “Temas em Debate” e discorreu a respeito das várias formas de a futura geração contribuir na governança da empresa e da família escolhendo seu papel. Em Iom Ierushalaim, Bruno Zular estará no Recife a convite de Na’amat Pioneiras e Centro Israelita de Pernambuco, cantando no evento Jantar Solidário.

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“Amplificar o acesso à internet permite avançar em diferentes áreas, como economia moderna, emprego, educação e comunicação”, disse Mark Zuckerberg durante o anúncio, na Cidade do Panamá, da parceria Governo Federal e Facebook para ampliar a inclusão digital no Brasil. A região de Heliópolis, em São Paulo, é o ponto de partida do projeto.

Em Nova York, entre mais de mil trabalhos do mundo todo, José Ricardo Basiches recebeu menção honrosa especial na Architizer, uma das mais conceituadas premiações internacionais no setor da arquitetura. Foi na categoria Residencial com o projeto Unit Urban Living e ao lado da iraquiana Zaha Hadid, escolhida na categoria Museus. O fotógrafo e cineasta João Wainer, vencedor do Prêmio Esso na categoria telejornalismo, participou da terceira edição do Inspira.Mov. É um projeto em parceria com a Escola São Paulo para incentivar o lado criativo das pessoas. Tem o nome de “Puzzle” a mais nova instalação de Eduardo Srur. São seis esculturas de espelho, distribuídas no vão livre da Fiesp, na avenida Paulista, e em outros espaços públicos da cidade. Destaca a importância do espelho como instrumento de autodescoberta para o autista. Parte da Virada da Saúde com adesão da fabricante de espelho Guardian e Centro Pró-Autista promotores da iniciativa Self Azul.

Hariet Szmuszkowicz iniciou a carreira de atriz aos 14 anos, no curso de teatro da Hebraica. Agora, prepara a edição de um livro de crônicas, com três mil exemplares, a respeito de situações do cotidiano. Para viabilizar o projeto Pílulas de Sabedoria, a autora convida investidores por meio da Lei Rouanet. O projeto tem também um blog, onde ela iniciou os ensaios literários. Durante o Fórum HSM de Liderança e Alta Performance, Robert Sutton lançou o livro Potencializando a Excelência, escrito em parceria com Huggy Rao, ambos acadêmicos da Stanford University, na Califórnia. É para explicar como propagar a excelência na organização, eliminando crenças e comportamentos destrutivos. Anna Bella Geiger está entre os artistas na exposição “A Queda do Céu”, com curadoria de Moacir dos Anjos. No Paço das Artes.

A Força da Esperança – O Poder Transformador do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis é o livro escrito por Tania Sobolh, presidente do Departamento de Voluntários da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. Acompanha um DVD com depoimentos dos moradores. O livro foi lançado no MuBE. A edição inclui um e-book em inglês e português.

Solidariedade gera inclusão Semanalmente, jovens da nona série da Escola Municipal Presidente Campos Salles, da comunidade de Heliópolis, participam do Projeto de Inclusão Digital do Colégio I. L. Peretz, que existe há quinze anos, com alunos da mesma série que os aguardam para as aulas de reforço escolar em inglês e português. Os jovens de Heliópolis são avaliados no exame da Escola Técnica Estadual (Etec), de cursos profissionalizantes. Por isso, o Peretz reformulou seu curso, adequando-o às novas necessidades dos alunos. A coordenadora da área de Educação Maria Elisa Almeida e o diretor da nona série do fundamental II e ensino médio Jorge Makssoudian, mais professores voluntários do Peretz, prepararam o currículo para atender à prova do Etec. As disciplinas são desenvolvidas por um professor coordenador da turma de alunos voluntários do Peretz. Esse trabalho é pioneiro e o único além dos muros da comunidade de Heliópolis.


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cultural + social > comunidade+coluna1 Connections 2015: encontro internacional

foto: Felipe Kurc

A World Union for Progressive Judaism (WUPJ) realizará, no Rio de Janeiro, entre 13 e 16 de maio a conferência Connections 2015, com o tema “Solidariedade, Simchá e Alma”. Participarão representantes de comunidades judaicas de todo o mundo e professores graduados de congregações reformistas, progressistas e liberais. A WUPJ é a maior instituição judaica internacional, com mais de 1.200 congregações afiliadas em 54 países, e 1,8 milhão de pessoas. Além dos rabinos palestrantes, haverá agenda musical com Neshama Carlebach (filha do rabino Shlomo Carlebach - z’l), que vendeu mais de um milhão de cds e apresentações também na Broadway. Com ela, Josh Nelson versátil no rock, jazz e world music. Mais informações e inscrições 2015@wupj.org.il.

Centenário de Thomas Merton “A raiz da palavra Shalom é shalem, completo. A paz será possível quando as pessoas de bem, independentemente de religião, se unirem por completo pela sua consolidação”, disse o rabino Michel Schlesinger durante a celebração inter-religiosa no Mosteiro de São Bento para comemorar o centenário de Thomas Merton, visionário que deu início ao diálogo da diversidade religiosa. Presentes também o xeque Jihad Hassan Hammadeh, o reverendo Marcelo Leandro Garcia de Castro, a mãe Liliana Araújo e a monja Heishin. Foi promovido pela Sociedade dos Amigos Fraternos de Thomas Merton, Mosteiro de São Bento, Associação Palas Athena e Casa da Reconciliação.

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∂ A multinacional Telefônica adquiriu a operadora GVT, controlada pelo grupo francês Vivendi, e reestruturou a diretoria, com a nomeação do israelense Amos Genish, atual CEO da GVT, para presidir a empresa e liderar o processo de integração das operadoras. Sylvio Zilber está no elenco de A Última Sessão, uma história do amor à vida e à mudança de paradigmas em relação aos valores da maturidade.

Idealizado por Joana e seu pai Jean Garfunkel, o grupo Canto Livre aproxima a literatura da música, com texto e música num contraponto dinâmico e divertido. Durante o III Congresso Nacional da Organização Brasileira de Mulheres Empresárias, presidido por Adelina Alcântara Machado, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Ovadia Saadia tomou posse como presidente da Federação Brasileira de Colunistas Sociais. De Israel, Josef Bar-Tzion veio rever os amigos, passando também pelo Uruguai.

Após casos marcantes em sua carreira publicitária na New-Lara, aos 73 anos Jacques Lewkowicz pediu para estagiar no Google. Ele sabe que a geração analógica precisa mergulhar no universo digital. Líderes das principais companhias aéreas Paulo Sérgio Kakinoff (Gol), Antonoaldo Neves (Azul) e José Efromovich (Avianca Brasil) participaram do painel “Tendências e Visão de Mercado para 2015”. Foi durante a 13ª edição do Fórum Panrotas – Tendências do Turismo. Shalom Brasil tem mais um horário em sua grade: segunda-feira às 22h30. É para ninguém perder as notícias e os eventos comunitários.

Filhas, netos e bisnetos comemoraram os 90 anos do “Nono”. Victor Nacson ficou feliz em ter os amigos no almoço festivo, que avançou pela tarde ao som da música de Soli Mosseri. Promovida pelo Instituto Saúde e Sustentabilidade foi realizada a Virada da Saúde, no MuBE. Houve encontro com as arteterapeutas Cris Pomeranz e Juliana Naso, mais a terapeuta familiar e gerontóloga Margherita Cassia Mizan. Fala, Galvão! é o título do livro escrito pela dupla Ingo Ostrovsky e Galvão Bueno, contando a vida do locutor esportivo e lançado na Livraria Cultura/ Conjunto Nacional.

Filme e palestras sobre um sobrevivente Desde que Márcio Pitliuk dirigiu o filme Sobrevivi ao Holocausto, contando a vida do prisioneiro da Shoá, todos querem ouvir Júlio Gartner. Recentemente, o filme foi projetado no Bait, Ten Yad, Unibes, Wizo, Beit Chabad Central, B’nai B’rith, Colégio Yavne e Cinemateca de São Paulo. Sempre com Gartner e Pitliuk, que respondem às dúvidas e confirmam, principalmente para os jovens, que todas as cenas são reais.


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Bate-papo com jovens profissionais O Jewish IN convidou a headhunter Anna Luíza Osser, da Osser & Osser Executiv Search, para falar ao público de 25 a 45 anos, na noite em que se discutiu plano estratégico de carreira. Para Charles Tawil, do Jewish IN, este ponto de encontro “busca contribuir para o aprimoramento pessoal e profissional dos jovens da comunidade judaica frente às exigências econômicas e políticas atuais, mais o fortalecimento do antissemitismo”.

Conib atua em Brasília

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presidente da Conib Fernando Lottenberg liderou uma delegação que se reuniu, em Brasília, com o chanceler Mauro Vieira, o ministro da Ciência e Tecnologia Aldo Rebelo e o senador Romero Jucá (PMDB-RR). A Conib pediu uma postura equilibrada do Brasil em votações na ONU nas questões referentes a Israel e aos vários conflitos no Oriente Médio. O chanceler Vieira está preocupado em se o país está preparado para “os novos desafios que requerem novas respostas”. Tratou-se também do potencial para aumen-

tar o número de bolsistas brasileiros em Israel, por meio do programa Ciência sem Fronteiras. Num segundo encontro da Conib, no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff, o secretário Rony Vainzof representou a entidade na solenidade de lançamento de medidas para o combate à violação de direitos humanos na Internet. “A Conib foi a primeira entidade que se colocou à nossa disposição”, disse a ministra Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República.

Cambici e presidente do MIT

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No ano 2000, nascia Tucca Música pela Cura, projeto idealizado para a sustentabilidade da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer. São duas séries anuais de concertos na Sala São Paulo, com o apoio de patrocinadores e parceiros por meio da Lei Rouanet. A venda dos ingressos é revertida para alcançar 100% da cura do câncer infantojuvenil, missão a que se propõe a instituição. O destaque da comemoração foi a Nona Sinfonia de Beethoven e a Sala lotada revelou a união de arte, solidariedade e o carinho do presidente Sidnei Epelman à Tucca.

presidente do Massachusetts Institute of Technology, Rafael Reif, almoçou com um pequeno grupo de empresários de vários setores no Restaurante Parigi e do qual participaram, entre outros, os ex-ministros Celso Lafer e Luiz Fernando Furlan, os cônsules dos Estados Unidos e de Israel, Dennis Hankins, Yoel Barnea (na foto) e Boaz Albaranes e o reitor da USP, Vahan Agopian. E os presidentes da Microsoft, Mariano de Beer, da Accenture Roger Ingold, o vice-presidente executivo da Suzano Holding Cláudio Sonder. Atual presidente da Fapesp, Celso Lafer destacou a colaboração entre a entidade e o MIT em saúde, biologia, ciências humanas e engenharia. “Sinto-me extremamente honrado

Tucca faz quinze anos

em estar aqui hoje e agradeço ao Jayme Blay, promotor desse encontro. Quero ouvi-los e poder entender melhor como estão sendo tratados os desafios a longo prazo pelos quais o Brasil passa, para descobrirmos, juntos, as possíveis parcerias e como o MIT pode ser parte da solução”, disse Reif.


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Lançamento de livro no CCJ

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dições Loyola lançou o livro Introdução à Mística Judaica, do professor Walter Rehfeld (z’l), no Centro da Cultura Judaica (CCJ), com um debate entre Marcelo Maghidman, estudioso do tema, o editor Marcelo Perine e Ari Rehfeld, diretor fundador da cátedra de cultura judaica da PUC/SP e filho do autor. Nascido em Frankfurt, em 1920, Rehfeld saiu da Alemanha após a trágica Noite de Cristal, passou pela Inglaterra e chegou ao Brasil, onde desenvolveu intensa vida acadêmica. Foi professor da Faculdade de Filosofia da USP e promoveu cursos livres de introdução à mística judaica em universidades paulistas. Coordenou as atividades culturais da Congregação Israelita Paulista (CIP), junto aos rabinos, e colaborou mais de quinze anos no jornal Resenha Judaica.

Brickmann na B’nai B’rith

Após vários anos de atuação nos meios de comunicação, Carlos Brickmann dirige a Brickmann & Associados Comunicação e fez palestra na sede da B’nai B’rith a respeito da “Situação Atual do Brasil”.

COLUNA 1 O ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner e o presidente da Even, Carlos Terepins, participaram dos painéis “Tendências Urbanísticas” e “Empreendimentos Residenciais”, no Summit Imobiliário Brasil 2015. Uma realização Estadão e Secovi. Luiz Felipe Pondé, Luis Henrique Milan Novaes e Durval Mazzei Nogueira Filho debateram na Livraria da Vila/Pátio Higienópolis. Partindo do conceito de autoria da filósofa Hannah Arendt “da banalidade do mal”, o objetivo foi pensar a atualidade da cultura no Brasil e no mundo, incluindo os

extremismos sociais que vêm emergindo. Renato Franklin, presidente da Movida, comemora a centésima loja inaugurada. Desta vez em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte. O Oriente é fascinante para Michel Gordon. Ele acaba de voltar do Irã, onde foi rever amigos da comunidade, laços de visitas anteriores. Na volta aos petiscos caseiros, André Barninka inaugurou a casa Bolos da Vovó, nas Perdizes, onde serve um caprichado café para acompanhar os bolos. Em Connecticut, os jornalistas Caio

Blinder e Gustavo Chacra aceitaram o convite de Betty Steinberg para o seder de Pessach. “Este dia ficará para sempre na minha memória”, revelou Chacra. A temporada de Tic Tic Tati tem levado muitos pais e filhos ao Teatro Cetip. Fortuna canta as músicas de Hélio Ziskind, especiais para os textos de Tatiana Belinki. Conib e Federação Israelita do Rio de Janeiro convidaram e o público foi ao Midrash Centro Cultural para o lançamento do livro Dez Mitos Sobre os Judeus, da historiadora Maria Luíza Tucci Carneiro.

AGENDA 13 a 16/5 – Rio de Janeiro. Encontro Connections 2015, celebração mundial do movimento World Union for Progressive Judaism (Wupj). Presença de rabinos internacionais, professores renomados e a Neshama Carlebach, entre outros. Taxas especiais para jovens. Informações, contato@wupj-latinoamerica.org 14 a 17/5 – Viagem a Curitiba, Parque Estadual de Vila Velha e Ponta Grossa com a Wizo. Aéreo, pensão completa e transporte. Informações, com Liane, fone 325-0100 2 a 9/6 – Herança Judaica. Percurso de Budapeste a Praga em oito dias em luxuoso navio da Ama Waterways. Paradas em Bratislava, Viena, Durstein, Melk, Linz, Passau, Regensburg e Nuremberg. Extensão opcional de três dias em Praga. Informações, Bobertur, fone 991-332-505.

30/5 – Lançamento do CD Raízes/Roots. Show com Nicole Borger e Banda. Versões brasileiras de canções do repertório ídiche. CD gravado em Nova York, direção de Frank London. Teatro Anne Frank, 21h 1 a 5/7 – Águas de Lindóia, cinco dias, quatro noites, no Hotel Majestic, com pensão completa, ônibus de luxo, passeios de lazer e compras, Kabalat Shabat, com a B’nai B’rith São Paulo. Informações com Henrique, Roberta ou Cristiane, fone 3082-5844 ou pelo e-mail secretariasp@bnai-brith.org.br 12 a 16/8 – Reserve a data: 22º. Salão de Arte de São Paulo com venda de ingressos revertida para o grupo Chaverim. No Salão Marc Chagall da Hebraica


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Gelberg recebe prefeito Haddad

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sta é a cidade de todos os povos, e na rua 25 de Março, meu pai, católico, confraternizava com seus vizinhos, judeus e muçulmanos”, disse o prefeito Fernando Haddad ao comentar, durante um almoço na Hebraica, como e em que intensidade a prefeitura e a comunidade podem atuar juntas pela cidade. O prefeito e o presidente da Hebraica, Avi Gelberg, receberam dirigentes de todas as entidades da comunidade judaica, os rabinos dos vários ritos, a representante do Instituto Lula, Clara Ant, e o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano, Jack Terpins. O diretor da Fundação Jerusalém, Avie Zehavi, convidou Haddad a visitar a capital de Israel para conhecer as soluções urbanísticas que as autoridades munici-

pais estão encontrando, principalmente em relação à mobilidade, ao mesmo tempo em que preservam a paisagem histórica da cidade. À saída, com

a mulher Ana Estela Haddad, o prefeito foi gentil e disse: “Este clube está muito bem conservado. Estou pensando até em comprar um título”.

PERSONAGEM

A infância com judeus

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escritor e jornalista Gilles Lapouge nasceu em Digne-les-Bains, em 1923 e atualmente é o correspondente mais longevo atuando desde 1951 no O Estado de S. Paulo. Aos 27 anos, veio ao Brasil, a convite de Júlio Mesquita Filho, ficou quatro anos e voltou para a França para cuidar dos pais. Esteve várias vezes no Brasil e, aos 92 anos, veio lançar Dicionário dos Apaixonados pelo Brasil, “um encontro amoroso de um escritor com seu assunto favorito”. Em rápida entrevista à revista Hebraica, Lapouge falou de Israel e do antissemitismo. “Em meus artigos sempre tenho dificuldade de dar razão a um ou outro lado. Estamos longe do fogo, é muito fácil falar de forma razoável, porém quem está lá (Oriente Médio) não pode raciocinar como nós. A existência do Estado de Israel me é muito boa. Porque durante minha infância na Argélia havia um sentimento violento na comunidade francesa contra os judeus, com um racismo insuportável. Meu pai era um soldado francês. Com os árabes, na época, havia uma atitude de protecionismo, mas com os judeus... Eles eram os perigosos. Não se falava ‘juif’ (judeu), se usava o termo ‘yupin’, num sentido grosseiro, pejorativo. Para mim, criança de dez anos, foi horrível. Por isso, tenho grande simpatia e admiração pelos judeus. Naquela época, nos liceus, não havia árabes, ao contrário, havia muitos judeus, sempre os melhores da classe. A ponto de minha mãe perguntar por que eu estava entre os últimos. ‘Porque não sou judeu’, respondi a ela. Houve a criação do Estado de Israel. Depois, nesses anos, não vou aprovar, aplaudir toda política. Sei que quando se está no lugar, a gente pensa de outra maneira. Estive duas vezes em Israel. Gostei muito de Jerusalém, mais do que de Tel Aviv. Tenho interesse por história e lá está uma parte da história mundial, seja para judeus, cristãos ou muçulmanos. É um lugar especial”.


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1. Tamara Siebner Franken e Simone Siebner curtem o momento irmãs; 2. No Encontro Político-Social da Libra: Ana Karin, Guita Zarenczanski e Bia Barros; 3, 4, 5, 6 e 7. Alegria no Boteco: Sílvio e Francisca Ostrowiecki; Bate-papo entre várias idades; Cláudia Zeitoune, Miriam Kracochansky e Vivian Grinblat; Praça Carmel em happy hour com cerveja e comidinha de boteco; André Gabanyi, Alter Raschkovsky, Any Wrona, Marlene Firenzi, Sônia Rochwerger, Lizzie Deutsch e Luciana Rochwerger

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1. e 2. Café-da-manhã com advogados e homenagem na Plenária: Jacques Rechter, Tobias Erlich e Saul Anusiewicz; Marcos da Costa, Avi Gelberg e Lívio Enescu (homenageado); 3 e 5. Encontro Cambici e MIT reuniu Júlio Sampaio e Clarice Messer, Leo Rosenbaum e Fabrício Drumond; 4. Em Brasília, diretoria da Conib com o senador Romero Jucá; 6. Luís Gabor e Avi Meizler participaram do seminário “Água: Soluções Inteligentes de Israel para o Mundo”, no Hotel Renaissance; 7. Prontos para embarcar no Israel Beshirá; 8. Palestrante no encontro da Libra, senador Álvaro Dias e Ovadia Saadia, da Febracos; 9. Clara Derdik e Ida Melsohn em almoço das Pioneiras

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1. Almoço da Amizade no Buffet

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França reuniu Cla-

rice Joszef, Lúcia Barnea, Sara Wulkan, Dora Bobrow e Ceres Maltz Bin, presidente de Na’amat Brasil; 2. Doação de uniformes do Departamento da Criança de Na’amat SP para a Creche Ieladim Reino dos

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Pequeninos; 3 e 4. Brigada de garçons na pizzada formada pelo presidente e sua diretoria na Praça Carmel; “Você está servido?”; 5. Avi Gelberg, Ester

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Tarandach e secretários de Estado Jean Madeira e Floriano Pesaro no Casual Mil; 6, 7 e 8. Chaverot Wizo Geni Rinski, Rebeca Rosenberg e Margarida Grin receberam o Prêmio Excelência Mulher da Fraternidade Acácia Laurência; 9. Simon Widman, Renata Jabali e Telma Sobolh no lançamento do livro A Força da Esperança

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juventude > capa | vice-presidĂŞncia de juventude | por Magali Boguchwal

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oitenta anos COMPOSTA POR DEZESSEIS ÁREAS, A VICE-PRESIDÊNCIA DE JUVENTUDE MOSTRA COMO E QUANTO A SABEDORIA POPULAR É

VERDADEIRA QUANDO DIZ QUE SER JOVEM É UM ESTADO DE ESPÍRITO

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uatrocentos adolescentes lotaram a pista de danças no Espaço Adolpho Bloch na primeira balada teen deste ano (foto ao lado). Enquanto a música reverberava nas paredes do salão, pais e irmãos de muitos deles encerravam as restrições dietéticas impostas pela festa de Pessach consumindo dezenas de pizzas na Praça Carmel. Em mesas especiais, os pequenos brincaram de montar as redondas sob a orientação dos profissionais do Pizza Bros. e alguns monitores do Hebraikeinu que esticaram o horário no sábado para enriquecer a experiência dos garotos naquele jantar especial. Na mesma noite, um grupo de cinquenta meninas e meninos (dois) do grupo de danças folclóricas Parparim (6 a 9 anos) iniciavam o acantonamento nadando ao luar. Depois do banho e do jantar, de lanternas em punho disputaram uma gincana pelo clube e encerraram a noite nos sacos de dormir espalhados pela Sala Plenária e pelo Auditório da Sede Social. A descrição acima se refere a um período de algumas horas de um sábado e resume a dinâmica de uma área do clube que leva o nome de Juventude, mas que se propõe a integrar todas as faixas etárias em serviços e atividades que juntam lazer e cultura. Segundo a vice-presidente da área, Elisa Nigri Griner, a Juventude engloba dezesseis departamentos que atendem desde as gestantes e bebês até as atividades de coral, dança e teatro para adultos. “Quando assumi o cargo, em janeiro, já encontrei um trabalho muito rico em todos os setores graças à atuação dos profissionais, voluntários e diretorias anteriores. O esforço agora dirige-se a preencher lacunas, resgatar e fidelizar algumas faixas etárias oferecendo programas na medida das preferências de cada fatia do público. Também queremos promover parcerias com outras áreas, como a que possibilitou ao grupo Carmel participar de uma oficina com os profissionais do Balé Cisne Negro”, afirmou Elisa, que li-

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juventude > capa | vice-presidência de juventude PEDRO LERNER FOI ESCOLHIDO PARA REPRESENTAR A JUVENTUDE NO ATO DE IOM HAZIKARON

>> teralmente mergulhou no trabalho nesse primeiro quadrimestre. “Tive de antecipar o horário do tênis para não parar o esporte, pois são muitas as reuniões e conversas, mas creio que já conseguimos imprimir um ritmo interessante de trabalho”, completou. Nas primeiras semanas, Elisa dedicou-se a conhecer detalhes de todas as operações que integram sua vice-presidência. “Ainda estou emocionada só de ter visto o pré-seder da Escola Maternal e Infantil com a participação de quinhentas pessoas entre pais, avós, bisavós e os alunos. E fiquei ainda mais orgulhosa em saber que esse encontro de gerações acontece há vinte anos. Imagine quantas histórias o clube já acumulou só em um evento como esse. Por outro lado, estou impressionada com a atuação dos Jovens sem Fronteiras nas comunidades carentes. Quero que esses universitários e recém-formados tragam para outros setores do clube o conhecimento que empregam nessas ações sociais, como a da praça que ajudaram a revitalizar recentemente”, exemplifica a vice-presidente. Aos poucos, fica claro que eventos pontuais atraem grande número de sócios e programas diários atendem um público menos significativo. “Vendemos quase toda a lotação do teatro para a apresentação do grupo musical Tiquequê, em comemoração ao aniversário de cinco anos do Espaço Bebê, mas nem todos os que assistiram ao show utilizam o serviço ou mesmo levam as crianças à Brinquedoteca. No entanto, a Escola Maternal e Infantil e o After School trabalham com o número máximo de vagas preenchidas”, destaca Elisa, que partilha muitas das descobertas com amigas e conhecidas. “Um domingo por mês, o Ateliê Hebraica promove uma oficina artística na Praça Carmel. As mais recentes foram

dedicadas à confecção de fantoches e uma temática a respeito de Iom Haatzmaut. É estimulante ver pais e filhos trabalhando juntos”, descreve a vice-presidente de Juventude. Na programação da Juventude haverá a festa Carpe Diem, promovida pelo Adventure no Salão Nobre Marc Chagall com o grupo Samba Santa Clara, dia 9 de maio, e uma viagem ao Club Med de Angra dos Reis, em junho. “Uma das minhas apostas é o Hebraica Business Fórum, programa mensal às primeiras quintas-feiras com jovens empresários.

Queremos estabelecer um canal com essa faixa de público que inicia a vida profissional”, conclui Elisa. Por que ele Pedro Lerner foi capa da edição de dezembro de 2000 da revista Hebraica. Na época, era aluno da Escola Maternal e Infantil e frequentava o Hebraikeinu Gan (2 a 4 anos). O tempo passou e ele mudou de escola, mas seguiu no movimento: do Gan para o Jr, 1, 2 e 3. Paralelamente, dançou três anos no grupo Shalom e foi aluno do curso de teatro. Nos

TRADICIONAL SEDER ORGANIZADO PELA ESCOLA MATERNAL UNE VÁRIAS GERAÇÕES


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primeiros meses de atividade do After School, propôs à mãe custear a metade da taxa simbólica com a mesada. Lá fazia as lições de casa e disputava partidas de videogame. “No final do período do Hebraikeinu 4, quando chegou a hora de cursar o Meidá, decidi parar a dança e o teatro”, contou. “Minha mãe, que sempre apoiou minhas atividades na Hebraica, recomendou que eu pensasse bem antes de tomar a decisão, e mesmo assim, parei. Agora que terminei o curso, voltei a dançar no Hakotzrim e faço parte do elenco do grupo Questão. E, o melhor, sou madrich do Hebraikeinu I (7 a 9 anos)”, conta o jovem de 17 anos, que concordou em posar novamente para a foto de capa, desta vez como integrante da Juventude da Hebraica. “Eu me sinto muito bem, pois aqui estão meus amigos e posso usar o que aprendo para outras áreas da minha vida”, declarou. O envolvimento de Pedro com o clube levou os organizadores do ato de Iom Hazikaron a escolhê-lo para falar em nome da vice-presidência de Juventude. Ele abriu a série de mensagens, que incluiu também a do presidente do clube, Avi Gelberg, do cônsul de Israel Yoel Barnea e de outros. “Fiquei nervoso e com medo de errar”, admitiu o jovem. Em razão das muitas opções existen-

OFICINA DE TEATRO DO HEBRAIKEINU 2

tes atualmente, Pedro parece satisfeito com o caminho escolhido. “Quando pequeno minha mãe me inscreveu no Hebraikeinu, mas escolhi continuar. Viajei no ano passado para Israel com a minha turma do curso de líderes Meidá e agora firmo vínculos com meus chanichim do Hebraikeinu I, e é muito bom. Agora só falta passar em engenharia de produção para ficar melhor ainda”, conclui, folheando a edição da revista com quinze anos de atraso. Tradição & família A Hebraica foi concebida por pais de família que pensavam no futuro dos filhos. Nos anos 1960, quando o primeiro ginásio foi construído, as diretorias investiam o melhor dos esforços em atividades para a juventude. Em 1962, o grupo de teatro, composto por jovens, foi dirigido por Sérgio Cardoso. Hermes Marcelo Huck, pai do hoje famoso Luciano, se apresentava palco do teatro do clube em programas ao vivo com uma linguagem avançada para a época. Alguns anos depois, surgiu a Hebraica Jovem com encontros semanais e excursões pelo Brasil. Nos anos 1970, um serviço religioso para as Grandes Festas foi criado para os jovens e o primeiro chazan foi Cláudio Lottenberg, hoje presiden>>

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Gente que sabe Dia 7 de maio, às 20 horas, a vice-presidência de Juventude lança o Hebraica Business Forum (HBF), um encontro que pretende colocar em contato jovens líderes de start ups e o público interessado em conhecê-los. No primeiro HBF, estarão presentes Lucas Lenci, sócio fundador e CEO da Fotospot, Arthur Blaj, sócio fundador da Livo, e Eduardo Rosenback, sócio fundador e CEO do Cine Boteco. Lucas é fotógrafo especializado em arte contemporânea e vencedor do “Prêmio de Arte” 2013 , concedido na sétima edição da SP/Arte Foto. Em outubro de 2014, Lucas foi homenageado no salão de fotografia contemporânea La Quatrième Image, em Paris e seu livro Desaudio ficou entre os finalistas do Prêmio Jabuti 2014. Já Arthur Blaj criou com mais dois sócios a Livo, empresa que fornece óculos de grau feitos à mão, e Eduardo Rosenback está à frente do Cine Boteco, empresa líder nacional em soluções de publicidade para bares e restaurantes.


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juventude > capa | vice-presidência de juventude ATO DE IOM HASHOÁ COM INTENSA PARTICIPAÇÃO DA

JUVENTUDE NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN

NO ACANTONAMENTO, AS PRIMEIRAS LIÇÕES DE INDEPENDÊNCIA E AUTOSSUFICÊNCIA DOS PEQUENOS ASSOCIADOS

Como os nossos pais Em comunidade, todas as crianças vivem aquela situação em que os pais querem saber o sobrenome dos amiguinhos e a partir daí identificam quem são os pais, avós e tios da criança. Eu, repórter da revista Hebraica, fui alegremente entrevistar os dançarinos do grupo Parparim e, por exigência profissional, precisei me informar a respeito dos sobrenomes. E descobri que um dos garotos é filho de Arthur Hammer, a quem entrevistei muitas vezes quando ele coreografava os grupos da Hebraica, e uma das dançarinas é filha de Jairo e Rachel Tcherniakovsky, também velhos conhecidos do Carmel; e outra menina, Lara, é filha de Gabriela Scheinberg, ex-monitora do Hebraikeinu. Isso sem falar que a pequena Alice Benadiba, também do Parparim, é filha da coordenadora do Centro de Danças e neta de Judah, ator premiado pelos trabalhos no Departamento de Teatro. Com certeza, o Centro de Música Naomi Schemer também tem entre os alunos alguém cujo pai cresceu no clube. E com tantas crianças frequentando o Espaço Bebê, o Ateliê e a Brinquedoteca, certamente não faltarão ativistas para imitar Pedro. Como diz a capa deste número: o futuro é agora.


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>> te do Hospital Israelita Albert Einstein. E não é só o teatro que se renova permanentemente chegando até hoje com promessas de novas gerações de sócios no palco, os espaços físicos também. No mesmo local onde funciona o Centro de Juventude já existiu um fliperama e uma pista de patinação seca. A geração que foi adolescente nos anos 1980 ainda suspira pelas domingueiras no Clube 1.000, hoje transformado no Espaço Adolpho Bloch. O movimento da dança folclórica nasceu na Hebraica, no início da década de 1970 e a segunda geração de dançarinos já concluiu o ciclo que vai dos grupos Parparim ao Carmel. Aliás, hoje existe um novo grupo, o Gam Ani (“eu também”, em hebraico), que reúne ex-dançarinos e alguns que aderiram recentemente ao prazer de dançar. O Centro Juvenil Hebraikeinu e o Hebraica Adventure completam 25 anos em 2015. Alguns dos seus ativistas se realizam profissionalmente sem se afastar totalmente do movimento. Gabriela e Leo Klabin são filhos de Marcelo e Lia, ambos ex-monitores do Hebraikeinu. Gabriela é atuante no Hebraikeinu II e para manter a tradição familiar, escolhe o teatro entre os três chugim (“grupos de aprendizado”, em hebraico) oferecidos à sua faixa etária. Amanda Baran, cuja mãe também atuava no Departamento de Juventude, fez bat-mitzvá na Hebraica e frequenta o Hebraikeinu 3. “Hoje é uma escolha dela. Meu filho, por exemplo, faz mais o tipo atlético”, comenta Mônica, a mãe. E o que há de tão especial em frequentar as atividades da vice-presidência de Juventude da Hebraica? Patrick Hollender e Verônica Birenbaum participam, atualmente de um programa de quatro anos de estudos em Israel. Em Pessach, experimentaram uma das vantagens, quando estiveram em São Paulo para ver as famílias. Nem bem desembarcaram, vestiram a camiseta do Hebraikeinu e durante sua estada em São Paulo, foram várias vezes ao clube “matar” as saudades, inclusive na véspera do embarque de volta a Israel. Para acompanhar a amiga ao aeroporto, Tatiana Klar – também filha de uma ex-monitora – pediu ao diretor Heitor Goldflus para sair mais cedo do ensaio dominical do grupo Questão. Heitor, que coordenou o Departamento de Juventude nos anos 1980 e completa trinta anos desde a primeira estreia no palco da Hebraica, fez cara feia, mas concordou.

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A Juventude a serviço do clube After School – Espaço para realização de tarefas escolares e recreação no contraturno da escola. Cursos de tradição judaica e Mad Science, além de parceria com a Escola Alummni de inglês, e-mail afterschool@hebraica.org.br, fone 3818-8862/8859 Ateliê Hebraica – Atividades de artes para bebês a partir de 1 ano e meio, crianças e adolescentes, jovens e adultos, e-mail ateliehebraica@hebraica.org.br, fone 3818-8864/3818-8887 Brinquedoteca – Recreação de crianças de 3 a 6 anos, e-mail brinquedoteca@hebraica.org.br, fone 3818-8719 Centro de Danças – Grupos de danças folclóricas para crianças, jovens e adultos. Cursos de ballet e outras modalidades de dança, e-mail dancas@hebraica.org.br, fone 3818-8870 Centro de Música Naomi Shemer – Ensino individual e em grupo de 32 instrumentos, canto e conjuntos, e-mail musica@hebraica.org.br, fone 3818-8824 Centro Juvenil Hebraikeinu – Movimento juvenil para crianças e adolescentes entre 2 e 17 anos, com atividades aos sábados, das 10 às 17h, e-mail hebraikeinu@hebraica.org.br, fone 3818-8867 Comunicação e Mídia – Produção de peças de divulgação, além da administração das redes sociais, e-mail comunicacao@hebraica.org.br, fone 3818-8733 Coral – Ensaios semanais para jovens e adultos e representação do clube em eventos externos, e-mail coral@hebraica.org.br, fone 3818-8845 Curso de bat-mitzvá – Aulas duas vezes por semana para meninas de 12 anos, e-mail batmitzva@hebraica.org.br, fone 3818-8842 Curso de líderes Meidá – Programa de formação de monitores e líderes de projetos com duração de 1 ano e meio, e-mail meida@hebraica.org.br, fone 3818-8829 Departamento de Teatro – Curso de teatro para crianças a partir dos 7 anos e projetos teatrais para as faixas dos 15 aos 18, universitária e adultos, e-mail teatro@hebraica.org.br, fone 3818-8841 Escola Maternal e Infantil – Atende crianças a partir de 1 ano e 2 meses até 6 anos, e-mail maternal@hebraica.org.br, fone 3818-8938 Espaço Bebê – Recreação de bebês de 4 meses a 3 anos. Cursos e orientação para gestantes, e-mail espacobebe@hebraica.org.br, fone 3818-8954 Hebraica Adventure – Responsável pela organização das viagens do Adventure Family, roteiros de aventura e eventos, e-mail adventure@hebraica.org.br, fone 3818-8822 Jovens Sem Fronteiras – Ações sociais para universitários e jovens profissionais em comunidades e instituições carentes, e-mail jovenssemfronteiras@hebraica.org.br, fone 3818-8712 Meidá fotografia / Meidá vídeo– Produção e divulgação de imagens referentes ao clube, coberturas de eventos e acompanhamento fotográfico do dia-a-dia da Hebraica, e-mail divfotografia@hebraica.org.br, fone 3818-8835


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juventude > fotos e fatos 1.

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A primeira balada teen de 2015 reuniu quatrocentos adolescentes a partir de 14 anos que se divertiram com os efeitos de luz e som, além da animação do deejay Ronaldinho Robotron.


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1. e 2. Pré-seder de Pessach reuniu mães e alunas de bat-mitzvá em uma noite dedicada à reflexão sobre o passado do povo judeu; 3. Primeira atividade na manhã de domingo após uma noite agitada durante o acantonamamento do grupo Parparim; 4, 5, 6, 7 e 8. Na comemoração do aniversário do Espaço Bebê, o Hebraica Adventure dividiu a promoção do show do grupo Tiquequê para cerca de quinhentas pessoas

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No pré-seder da Escola Maternal, bisavós, avós e pais dos alunos do Infantil I, II e III (4, 5 e 6 anos) acompanharam a leitura da Hagadá e relembraram para os pequenos costumes da infância. O coral da Feliz Idade apresentou as quatro perguntas rituais, o Manishtaná. A vice-presidente Elisa Nigri Griner e a diretora da escola, Sarita Kreimer, estavam emocionadas

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esportes > hebike


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Amizade sobre duas rodas EM CINCO ANOS, O HEBIKE SE TORNOU EXEMPLO DE COMO

É POSSÍVEL MANTER O VÍNCULO COM O CLUBE E AO MESMO TEMPO CIRCULAR PELA CIDADE EM UM MEIO DE TRANSPORTE EM ALTA

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omingo sim, domingo não, a entrada da rua Angelina Maffei Vita ganha mais vida com as pessoas vestidas com camisetas amarelas, bermudas e capacetes. Um olhar mais atento destaca o cuidado de cada uma pela bicicleta e a intensa troca de dicas a respeito de manutenção, novos equipamentos ou simplesmente notícias da família. “Fixamos o horário de encontro para as 8h30, mas saímos para o passeio às 9 horas, o que dá tempo para o pessoal assinar a lista de presença ou, no caso dos novatos, receber instruções e as boas-vindas”, informa Beno Mauro Shehtman, diretor de ciclismo, um dos idealizadores do Hebike. Desde que começou as atividades, o Hebike oferece o apoio de guias certificados, carro de apoio e, ocasionalmente, bicicletas para quem ainda não tem o equipamento. “Dos muitos grupos que acompanho, este é o único tão bem estruturado”, elogia Roberto Mello, o Alemão, guia que acompanha a maioria dos passeios do Hebike. Para Shehtman, uma atividade ligada à Hebraica não poderia ser diferente. “Somos uma comunidade. As mesmas pessoas que andam de bicicleta podem se tornar assíduas em outras atividades sociais e esportivas como as sessões de cinema ou frequentar os restaurantes do clube; então o passeio tem de ser uma experiência boa”, completa. Segundo ele, nos cinco anos de ati-

vidades do Hebike o grupo cresceu no mesmo ritmo que o número de usuários da bicicleta na cidade. “Participo de outros projetos para ciclistas e o nosso se caracteriza pela recepção aos participantes, a segurança e o apoio a todos, novatos e veteranos. Em algumas ocasiões, providenciamos professores para orientar nas dificuldades iniciais, também ajudamos na escolha do equipamento mais adequado, que nem sempre é o mais caro. Muitos desses ex-novatos hoje passeiam conosco”, comenta o ciclista. Para Shehtman, é grande a diferença do Hebike em relação aos outros grupos de ciclistas que se reúnem para pedalar. “Nosso foco principal é a integração dos sócios e evoluímos muito do perfil inicial do projeto para o que oferecemos hoje. Deixamos de ser um bando para nos tornarmos um grupo, e fomos além, pois nos consideramos uma grande família”, afirma Shehtman, ao se referir ao fluxo de mensagens trocadas pelos membros do Hebike entre um passeio e outro. “Nas sextas à tarde, todos trocam votos de Shabat Shalom e partilham informações a respeito de passeios e locais interessantes para ir de bicicleta”, enfatiza Shehtman. Ele acredita que o Hebike ainda está longe de atingir o seu potencial em relação ao clube. “Creio que podemos organizar passeios para outros departamentos como a Escola de Esportes,

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Hebraikeinu, Escola Alef ou Departamento Cultural e Social. Existem muitos sócios que desconhecem a existência do Hebike”, lamenta. Visita oficial Os vice-presidentes, Fábio Topczewski, de Esportes, e Fernando Gelman, de Patrimônio e Obras, participaram do Hebike no início de abril. “A chuva nos surpreendeu pela primeira vez em cinco anos. Fomos obrigados a abreviar o roteiro por medida de segurança”, contou Shehtman. Mas, para Topczewski, a amostra valeu. “Gostei muito da experiência. Pena que não pude trazer o meu filho para pedalar junto comigo”, lamentou o vice de Esportes. Acompanhados pelos meios de comunicação da comunidade, naquele domingo o grupo percorreu ruas e avenidas do Jardim Europa. No caminho, os ciclistas tiraram casacos leves e capas de chuva das mochilas quase sem interromper o percurso. A perua seguia alguns metros à frente ou atrás do grupo. “Quando alguém tem problemas em uma ladeira ou fica muito cansado, pode entrar na kombi com a bike e se juntar ao grupo em outro ponto”, explicou Salvador, motorista da perua que acompanha o grupo, à repórter da revista Hebraica, que seguia de carona no veículo. Na quinzena seguinte e com tempo firme, o grupo fez um trajeto longo por bairros da Zona Oeste. “Seguimos em direção à Lapa, passamos pelas ruas Doze de Outubro, Clélia, desviamos do Allianz Park por causa do jogo que se realizaria mais tarde e continuamos pelo Pacaembu, depois voltamos pela avenida Rebouças.”, contou Shehtman. Agora o Hebike trabalha para conseguir patrocínio para cobrir as despesas relativamente modestas do projeto. “Em razão dos benefícios e de ser mais um vínculo do sócio com o clube, é uma forma muito positiva de investir atrelando a marca à do clube. No meu caso, o Hebike é muito mais do que um investimento, é uma mitzvá que faço com muito prazer”, conclui Shehtman. (M. B.) >>


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esportes > hebike

O HEBIKE PROMOVE PASSEIOS SEGUROS E MONITORADOS POR TODA A CIDADE

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Dicas para pedalar 1 – Evite andar colado à calçada. É im- 5 – Planeje o trajeto. Provavelmente, os portante tomar a pista, ou seja, ocupar pelo menos um terço dela. A ideia é que o carro tenha sempre que sair da pista em que está para que possa fazer a ultrapassagem. Segundo especialistas, esta é uma das principais causas de acidentes envolvendo ciclistas. 2 – Evite andar na contramão. Algumas pessoas acreditam que andar na direção contrária dos carros é mais seguro, mas é muito mais perigoso, pois a velocidade relativa dos carros em relação a você é sempe muito maior. As chances de acidentes graves são grandes. 3 – Comunique-se sempre com os outros veículos. Use gestos que expliquem o que você está prestes a fazer. 4 – Redobre a atenção na hora de cruzar uma ponte. Esta é uma das situações mais perigosas que um ciclista pode enfrentar. Aumente a velocidade, tome a pista e sinalize bem.

lugares para os quais você irá serão sempre os mesmos. Por isso, vale pesquisar qual a melhor opção para uma bicicleta. 6 – Nunca saia sem capacete. Esteja sempre visível. Roupas claras sempre ajudam e, à noite redobre a atenção. Use luzes e refletores para você ser visto pelos outros. 7 – Encontre uma bicicleta que se adapte às suas necessidades. Existe uma série de opções no mercado. Vale fazer uma boa pesquisa antes e conversar com ciclistas mais experientes antes de comprar uma. 8 – Paralamas são importantes para dias chuvosos. Capa de chuva, também. 9 – Comece por trajetos simples. Não adianta querer cruzar a cidade nos primeiros dias de bicicleta. 10 – Seja gentil no trânsito, violência não ajuda em nada. Mantenha sempre o respeito mútuo. (Fonte www.ig.com.br)

Para a Hebraica, de bike O trânsito torna cada vez mais difícil o acesso ao clube e, por esta razão, os sócios trocam o automóvel pela linha de ônibus exclusiva Higienópolis-Hebraica ou pela bicicleta. Na última reforma do estacionamento, foi criado um bicicletário e uma área para motos. Ali os sócios guardam as magrelas. Na manhã de domingo anterior ao feriado de 21 de abril havia 23 bicicletas estacionadas, algumas com assento infantil. Entre 10h15 e 10h45 entraram quatro ciclistas, ainda pouco em relação ao número de automóveis. “Hoje o movimento de bicicletas está fraco por causa do feriado”, explicou um funcionário da Estapar.



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esportes > basquete

OS MACABIS DE TEL AVIV E SÃO PAULO FORAM REUNIDOS PARA A FOTO

Torneio intercontinental A PASSAGEM DA EQUIPE

MASTER DE BASQUETE DO MACCABI TEL AVIV SUGERIU A REALIZAÇÃO DE UM TORNEIO COM UM TIME DO ESPORTE CLUBE PINHEIROS E DOIS COM ATLETAS DA HEBRAICA

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m dos compromissos mais esperados na agenda dos atletas de basquete da equipe master do Maccabi Tel Aviv foi o reencontro com os atletas brasileiros que há muito conhecem e já enfrentaram em três edições da Macabíada mundial. “É muito bom rever os amigos brasileiros e jogar pela primeira vez na casa deles. Que lugar lindo é a Hebraica”, comentou o atleta Doron Jomchy. Para viabilizar o torneio intercontinental, o Departamento Geral de Esportes convidou a equipe adulta do Esporte Clube Pinheiros e dividiu os atletas master da Hebraica em duas equipes, uma com o nome Hebraica e outra formada por muitos dos atletas campeões na 19ª Macabíada Mundial em 2013, com o nome de Macabi São Paulo. O presidente Avi Gelberg manteve a cordialidade digna de um bom anfitrião

só até o momento de vestir o uniforme, quando passou a acompanhar o time na busca por cestas. Pela manhã, os jogadores do Clube Pinheiros enfrentaram os do Macabi São Paulo e a Hebraica perdeu dos visitantes do Maccabi Tel Aviv. Na semifinal, à tarde, o Pinheiros venceu a Hebraica e ficou em terceiro, enquanto Maccabi São Paulo e Tel Aviv disputaram ponto a ponto até a vitória dos israelenses. No dia seguinte, a equipe do Maccabi Tel Aviv esteve na comunidade de Paraisópolis em contato com crianças e jovens. “O ponto alto da viagem foi mesmo na Hebraica e o reencontro com os amigos. Antes de voltar para Israel, convidamos as duas equipes da Hebraica para um torneio em Pessach do próximo ano. Esperamos por eles em Israel”, anunciou o capitão do Maccabi Tel Aviv, Oni Boussini. (M. B.)



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esportes > judô

Treinamento e vitória em grupo JUDOCAS SE SAÍRAM BEM NOS PRIMEIROS TORNEIOS DISPUTADOS EM 2015. NA FASE REGIONAL DO CAMPEONATO PAULISTA E NA VII COPA DE JUDÔ PROF. WILSON DELLA SANTA A HEBRAICA FICOU EM PRIMEIRO LUGAR EM PONTOS POR EQUIPE

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ezessete atletas da equipe competitiva de judô categorias sub-15, sub-18 e sub-21 classificaram-se para as lutas finais na fase regional do Campeonato Paulista, disputado no São Paulo Futebol Clube. Marcos Eduardo Eisencraft venceu todas as suas lutas por ipon, conquistando o título de campeão e vaga para a fase final do torneio. Tauane Gonçalves (sub-15), Mariana Bueno (sub-18) e Manuela Pollyana (sub-18) estarão na final paulista e também representarão o estado de São Paulo no Campeonato Brasileiro em data ainda a ser divulgada. As três jovens são produto do projeto Judô Campeão – Projeto Cidadão e da formação técnica e ética oferecida pela equipe de professores do judô na Hebraica.

O JUDÔ COLHEU BONS RESULTADOS NO PRIMEIRO SEMESTRE

A rotina de treinos aproxima cada vez mais os sócios dos atletas trazidos por meio do projeto, especialmente os mais novos, apoiados pelo Lar das Crianças da Congregação Israelita Paulista (CIP). No fechamento desta edição, uma campanha para a adoção de atletas com ajuda monetária mensal e também para equipar cerca de 250 crianças do Lar com judokis (quimonos) obtinha resultados positivos e a verba arrecadada já era suficiente para comprar 70% do total de uniformes. “Os atletas das equipes olímpicas israelense e brasileira estão nos ajudando”, comemorou a sensei Miriam Zyman Minakawa. Ainda no tema do intercâmbio entre os judôs israelense e brasileiro, ela anunciou o convite feito a um grupo de

atletas que treinam na Hebraica. “Eles vão passar algumas semanas em Israel treinando com os judocas de lá. Já têm alojamento e alimentação garantidos e se empenham para reunir fundos para as passagens aéreas, sem faltar a nenhum treino, claro! É comovente o esforço que fazem para atingir esse objetivo”, comenta a sensei Miriam. Entre os muitos compromissos da equipe competitiva, outro torneio disputado no Estádio do Morumbi reuniu novecentos judocas de todo o estado de São Paulo. “Sempre prestigiamos a Copa de Judô Prof. Wilson Della Santa. Nesta sétima edição do torneio, ficamos em primeiro lugar na contagem de pontos geral. Esse desempenho resulta da grande sintonia entre o judô e os serviços de preparação física, nutrição e fisioterapia, estes frutos da parceria entre o Departamento Geral de Esportes e a FMU”, destaca Miriam. No relatório enviado ao Departamento Geral de Esportes,foram destacados os resultados de Thaly Kotler (sub-11) e Guilherme Minakawa (sênior), além de Renata Pati e Amanda Nayara Costa (ambas campeãs na classe adulta). Os quatro terminaram o certame como campeões. (M. B.)



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esportes > tênis de mesa

NA QUADRA DO POLIESPORTIVO, JOGADORES DE TÊNIS DE MESA ATUALIZAM MENSALMENTE O RANKING INTERNO

Modalidade em ampla expansão O TÊNIS DE MESA CAIU NO GOSTO DOS SÓCIOS E MOVIMENTA CADA VEZ MAIS A ÁREA NO ALTO DA ARQUIBANCADA DO CENTRO CÍVICO ITZHAK RABIN, ONDE ACONTECEM OS TREINOS SEMANAIS

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eriodicamente, o tênis de mesa realiza torneios para movimentar o ranking interno, em partidas disputadas na quadra do Poliesportivo com direito a placar e arbitragem. Os atletas que se destacam nas categorias infantil e adulto masculino e feminino recebem medalhas. Até abril, Arthur Solowiejczyk e Nicolas Schor lideravam entre os adultos categoria masculina. Leo Fischer T. Sinhoreto e Thiago S. Mallak a categoria infantil e entre as mulheres, Sílvia Fichman, Liane Holzhak e Alexandra Schur figuram nas primeiras posições. Segundo a técnica Vanessa Fabri, é cada vez maior o interesse dos sócios pelo tênis de mesa. “O segundo torneio de ranking reuniu 26 participantes, todos ansiosos para disputar partidas e mostrar evolução no esporte”, afirmou. (M. B.)

Craque da raquete A Hebraica disputa o torneio promovido pela Liga Nipo-Brasileira de Tênis de Mesa, um dos poucos no estado de São Paulo, e, graças ao atleta Edmundo Gualberto Júnior, foi mencionada na divulgação dos resultados de duas das três primeiras etapas, este ano. Na segunda Liga, realizada em Cotia, Edmundo foi vice-campeão entre os jogadores da categoria superveteranos B e, na terceira, ficou com o título de campeão, em Guarulhos. Outro atleta do clube, Janus Fuzes, inscrito na categoria veteranos B, disputou apenas a primeira fase desta terceira etapa.



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esportes > visitas

Duas seleções e uma piscina AS SELEÇÕES BRASILEIRA E SUECA DE NATAÇÃO PARAOLÍMPICA TREINARAM JUNTAS NA PISCINA OLÍMPICA PARA O GRAND PRIX OPEN DA MODALIDADE REALIZADO DIAS DEPOIS, NO PARQUE AQUÁTICO DO IBIRAPUERA

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urante três dias, algumas raias da piscina olímpica foram reservadas para os treinos dos atletas das seleções paraolímpicas da Suécia e do Brasil, às vésperas do Open-Brasil Caixa Loterias de Atletismo e Natação, competição preparatória dos Jogos Paraolímpicos de 2016. “É uma nova edição do torneio que aconteceu aqui, nesse mesmo parque aquático, em 2014”, explicou o técnico-chefe da equipe brasileira de natação Leonardo Tomasello. Segundo ele, as avaliações positivas de infraestrutura oferecida pela Hebraica no Open de 2014 levaram a equipe técnica do Comitê Paraolímpico Brasileiro a solicitar o uso do parque aquático para o treino conjunto dos atletas dos dois países. “Ficou uma impressão tão boa do clube que, independentemente de este ano o Open não se realizar aqui, entramos em contato com a diretoria que nos possibilitou esses três dias de treinos”, comentou

A PISCINA OLÍMPICA DA HEBRAICA FOI MAIS UMA VEZ ELOGIADA PELOS VISITANTES

Léo, premiado melhor técnico do mundo em sua especialidade em 2013. Para a seleção sueca, a Hebraica foi uma boa surpresa. “Com exceção de um dos nossos nadadores, que já nadou no Rio de Janeiro, esta é a primeira visita ao Brasil. Nossos atletas competiram em vários países da Europa e estão encantados com o clube. A piscina é muito boa e há muitas áreas verdes, que parecem raras na cidade”, comparou a técnica sueca, Isabel Heed. A participação da Suécia no torneio Open Caixa Loterias visava avaliar o nível dos suecos em relação às outras seleções. “Inscrevemos cinco atletas que, como todos os outros atletas olímpicos, querem ser os melhores do mundo, apesar das limitações. Cabe a nós, técnicos, descobrir quais os meios mais adequados para treiná-los, o que exige uma atenção individual, muita pesquisa e criatividade.” Para Léo, a oportunidade de realizar treinos conjuntos entre as duas se-

Piscina requisitada A seleção paraolímpica sueca de natação é a terceira equipe internacional a visitar o clube nos últimos seis meses. “Parte desse fluxo se deve ao fato de a Hebraica ter se candidatado junto ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para ser sede das delegações na preparação das equipes que participarão das Olimpíadas 2016. O pedido do COB foi feito ao Departamento Geral de Esportes e o vice-presidente da área liberou o uso das piscinas pelas seleções sueca e brasileira”, afirmou Eduardo Zanolli, gerente de esportes da Hebraica.

leções rendeu frutos para ambas. “Eles usam uma tecnologia mais avançada, enquanto nós, brasileiros, temos muita experiência quanto à natação paraolímpica. O intercâmbio é mais do que válido”, concluiu o técnico da seleção brasileira. (M. B.)



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esportes > voleibol

PAIS E FILHOS SE DIVERTIRAM MUITO NO EVENTO PROMOVIDO PELO DEPARTAMENTO GERAL DE ESPORTES

Famílias que sacam unidas... CERCA DE QUARENTA SÓCIOS

ACEITARAM O CONVITE DO DEPARTAMENTO GERAL DE ESPORTES PARA UMA MANHÃ DEDICADA AO VÔLEI. PAIS E FILHOS PARTILHARAM A QUADRA E AS BRINCADEIRAS PROPOSTAS PELA EQUIPE TÉCNICA

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proveitando o fato de a maioria dos torneios de vôlei se concentrar no segundo semestre, a equipe técnica da modalidade abriu espaço para que adultos e adolescentes se divertissem em quadra juntos. “O ‘Vôlei Pais e Filhos’ foi uma iniciativa que deu muito certo ano passado e que reuniu o dobro de participantes em abril. Muitas das atletas vieram com pais e mães e alguns fãs da modalidade não tinham nenhuma ligação com o setor competitivo”, comentou Marcelo Dias, coordenador da modalidade. Depois de uma recepção calorosa na quadra, começaram os exercícios de alongamento, integração e algumas

orientações sobre os principais movimentos do jogo. “Existe uma forma correta de aplicar a manchete para não machucar as mãos”, explicavam os técnicos. Na etapa seguinte, foram divididos os times e designadas as posições com alguns casais batalhando em lados opostos da quadra e papais comemorando o fato de as filhas tê-los superado em um bloqueio bem feito. “Foi tão divertido que já temos outra rodada de ‘Vôlei Pais e Filhos’ prevista para o segundo semestre com a promessa de antecedência na divulgação para que alguns pais enferrujados possam se preparar melhor”, prometeu o coordenador. (M. B.)



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esportes > curtas ∂

Saltos na Praça Carmel O Departamento de Ginástica Artística e Trampolim instalou um trampolim acrobático na Praça Carmel e desafiou o público infantil a experimentar o equipamento sob a supervisão da equipe de técnicos da modalidade em aula aberta.

Mestre Fide

Bernardo Vainzoff Sztokbant conquistou o título de MF ( mestre Fide)), concedido pela Federação Internacional de Xadrez aos enxadristas profissionais com pontuação igual ou superior a 2.300 pontos em pelo menos 24 partidas válidas pelo rating da Fide. O título foi criado em 1978. Ele integra a equipe competitiva da modalidade e representa o clube em torneios abertos e oficiais em âmbito estadual e nacional.

Jogos decisivos As equipes de basquete estão em plena atividade, disputando partidas do calendário do Campeonato Paulista em quadras dos adversários ou em casa. As equipes da Apaba, de Santo André e do Sesi trouxeram torcidas e movimentaram a arquibancada do Centro Cívico.

Amistoso internacional Em visita a São Paulo, a seleção júnior de vôlei israelense passou algumas horas na Hebraica e disputou uma partida contra a equipe infantil do clube, depois de descontraído almoço no restaurante Tomate Doce. (M. B.)

Tenistas premiados

O setor competitivo do Departamento de Tênis registra importantes resultados dos atletas em todas as faixas etárias. Sérgio Raymer, por exemplo, foi homenageado pela Federação Paulista de Tênis como o melhor atleta do ano na categoria acima de 65. Em Brasília, Lúcia Rusu, Suzana Mentoni, Sandra Libman e Evar Zimerman subiram ao pódio no ITF Senior. Outra equipe tornou-se vice-campeã do Interclubes Femininas. Nina Fiss, Giselle K. B. Levy, Diana Roth e Waldimeire Flor integraram o quarteto de prata. Entre os tenistas da nova geração, Felipe K. Herszkowicz foi vice-campeão do XXXVII Indiano Open de Tênis na categoria 14 masculino principiante (MP) e a equipe formada por Alexandre Wurzman, Davi Gurevich, Gabriel Newman e Sean Naiman ficou em segundo no Campeonato Paulista Interclubes, sob a orientação do técnico Alexandre Simoni.




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magazine > personalidade | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv

RETRATOS DO COTIDIANO DE UMA FAMÍLIA NO TRABALHO DE ASAF HANUKA


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Asaf Hanuka, cartunista de Israel EM ENTREVISTA À REVISTA HEBRAICA, UM DOS MAIORES CARTUNISTAS

ISRAELENSES EXPLICA COMO PERMANECER CRIATIVO DEPOIS DO ATENTADO CONTRA O JORNAL SATÍRICO CHARLIE

HEBDO

P

A VIDA DE UM CARTUNISTA EM ISRAEL

arece inevitável mesmo depois de meses após o ataque terrorista contra o jornal de humor Charlie Hebdo: cartunistas do mundo inteiro param para pensar alguns instantes antes de enviar para a publicação algum trabalho capaz de ser interpretado como ofensivo. Quanto mais em Israel, última fronteira do Ocidente com o mundo árabe-muçulmano. “Não sinto mais aquela perfeita liberdade”, disse à revista Hebraica um dos mais criativos cartunistas da atualidade israelense, Asaf Hanuka, 41 anos. Seus trabalhos já foram publicados no The New York Times, Rolling Stone e Newsweek. Ele também foi um dos desenhistas do filme Valsa com Bashir, desenho animado a respeito da Guerra do Líbano, sucesso em todo o mundo. Mas é na coluna de sua responsabilidade nas edições de fim de semana do jornal econômico israelense Kalkalist que Hanuka tem o espaço ideal para expressar, por meio de ótimos cartuns, as alegrias e angústias de pai, cidadão israelense e habitante do nosso mundo neste conturbado início de século 21. Boa parte do seu trabalho pode também ser acompanhado no blog (www.realistcomics.blogspot.co.il). Hanuka é autor de livros de comics publicados em seis línguas, incluindo coreano e turco. Quando soube que seria entrevistado para o Brasil, disse que torce para também ser publicado em português. “Gostaria muito. Por que não?”.

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TEL AVIV É UMA CIDADE MÁGICA

ALGO FOI QUEBRADO

APÓS O EPISÓDIO DO CHARLIE

ENTR EVISTA Hebraica – Você participou, como ilustrador, do filme Valsa com Bashir. Como você explica um país como Israel, sem nenhuma tradição de filmes de animação, conseguir chegar a uma produção brilhante como esta, um sucesso global? Asaf Hanuka – Mas isto não é a própria história de Israel? Pessoas com poucos recursos, numa terra deserta, e a transformam num país high-tech! Isto é algo bem israelense, que aprendemos desde a mais tenra idade. Fazer o melhor com aquilo que temos, e, de fato, não temos muito. Há algo assim no ser israelense, enfrentar problemas sem as melhores ferramentas, mas assim mesmo consertá-los. Em Valsa com Bashir trabalhamos duro, em equipe. O diretor do filme, Ari Folman, tem bastante carisma, nós o seguimos como se fosse um comandante numa guerra, fizemos o trabalho e voltamos vivos. Num cartum seu após o ataque contra o Charlie Hebdo, você aparece desenhando, angustiado, e sua caneta é a continuação de um fuzil apontando contra você. O ataque atrapalha hoje a

sua criatividade? Hanuka – Acho que nós, cartunistas, temos prazer em ficar sozinhos em nossos estúdios, desenhando, como fazíamos quando crianças, e pintávamos. Trabalhamos em contato com este lado infantil da nossa mente. Esquecemos por um momento das regras adultas. Desenhar cartuns é algo bastante livre. Mas depois deste episódio, do Charlie Hebdo, sinto que este espaço foi quebrado, perdi algo, não sinto mais aquela perfeita liberdade. Agora, sempre que desenho, minha mente se pergunta se alguém poderá interpretar mal aquilo. Em Israel, vivemos bem mais perto do mundo muçulmano que a França,


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reiro, para participar do maior festival de quadrinhos da Europa, no vilarejo de Angoulême. Foi depois do ataque contra o Charlie Hebdo. Quando estava preparando as malas, tudo foi muito tenso. Um cartunista judeu-israelense pareceria o alvo perfeito. Naquela noite minha mulher não conseguiu dormir e o meu pai queria que eu vestisse um colete à prova de balas. Mas depois parei para pensar. Estrangeiros que conheço pensam a mesma coisa de Israel. Acham que eu vivo em constante perigo em Tel Aviv. No final, a melhor resposta é continuar fazendo o que você planejou fazer. Mudando de assunto, aqui em Israel vivemos um conflito permanente, uma tensão sempre está no ar. Como isto se reflete na criatividade do artista? Estimula ou coíbe? Hanuka – Posso falar apenas por mim. Há este temor da morte, algo no fundo da minha mente me diz que o cartum que desenho agora será a última coisa que farei na vida. Por isso tenho este sentimento de não ter nada a perder, de ser honesto, fazer o meu trabalho com a melhor das intenções. E ser verdadeiro.

SENTIMENTO DE TENSÃO NA CHEGADA DO CARTUNISTA JUDEU ISRAELENSE EM PARIS

e, no entanto, aqui nunca houve nada parecido com o episódio Charlie Hebdo. Por quê? Hanuka – Aqui há cartunistas muito bons, mas não temos uma cultura de humor sem limites – e até selvagem – como na imprensa francesa. Israel é uma sociedade mais conservadora. Há temas, como a religião, que não se abordam publicamente. Imagine, existe aqui até uma lei proibindo que se chame alguém de “nazista”. Os debates públicos acabam sendo mais regulamentados e reservados. Em um de seus cartuns, você se retrata chegando em Paris e tremendo de medo já no aeroporto. Você passou realmente por este sufoco? Hanuka – Estive em Paris em feve-

Na condição de artista, você mora num país distante dos grandes centros culturais da Europa e Estados Unidos, mas ao mesmo tempo tudo que acontece aqui é muito falado mundo afora. Para o artista, enfim, é bom ou mau estar localizado em Israel? Hanuka – No mundo atual, já não é mais importante onde se mora. Pela internet, uma pessoa na China pode ver o meu trabalho. Tenho amigos com quem me comunico pelo Twitter e Facebook, e com os quais nunca me encontrei pessoalmente. E isto ainda é mais forte em relação aos jovens, mais ligados on line. Restrições de fronteiras não existem mais, posso estar em Tel Aviv e publicar em qualquer lugar do mundo. Dá para viver de arte em Israel? Hanuka – Não é fácil. Seria menos complicado se eu estivesse empregado numa empresa de websites. Procuro diversificar minhas atividades. Faço ilustrações para o The New York Times e The Wall Street Journal, dou aulas numa faculdade de Ramat Gan a respeito de cartunismo, além da coluna semanal no jornal Kalkalist. Não fico rico, mas me mantenho ocupado, curto o que faço e no final do mês consigo sobreviver. Tel Aviv aparece bastante nos seus cartuns. De que forma se relaciona com a cidade? Hanuka – Acho Tel Aviv uma cidade mágica, e tento mostrar isto no meu trabalho. Outras cidades, como Nova York e Paris, já foram bastante retratadas em comics e histórias em quadrinhos. Acho que falta isto a Tel Aviv. Digamos que esta é uma missão para mim, dar uma interpretação visual para a minha cidade.


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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12 notícias de Israel

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Boas novas Otimismo na economia de Israel: o governo estima que este ano o PIB crescerá 3,5%, baseado na pujança do país registrada desde o final do ano passado. O desemprego também caiu para 5,9%, comparado com 6,2% em 2013. O shekel enfraqueceu perante o dólar, mas isto foi aproveitado pelos exportadores israelenses, que aumentaram as vendas para o exterior. Para completar o bom quadro, o salário médio do israelense aumentou 2% acima da inflação no ano passado, chegando a U$ 2.338,00 por mês.

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Balada louca Tudo começou com uma suspeita da diretoria de uma escola na região de Emek Hefer, centro do país, de que a moçada estava consumindo maconha em suas dependências. A polícia foi acionada e enquadrou sete jovens de 15 anos de idade. A partir daí, a investigação se concentrou na origem do entorpecente, e então veio a surpresa: boa parte da erva vinha da casa de uma garota, que surrupiava da própria mãe. Mas esta não tinha nada a ver com contravenção. A mãe usa a cannabis por razões medicinais, com receita de médico e tudo, e nunca pensou que seria furtada pela própria filha.

Selva tecnológica Quem ainda acha que dá para viver sem smartphones e seus aplicativos é porque não acompanhou o drama vivido no Deserto de Judá, por uma excursão escolar, perto da cidade de Arad. Os jovens caminhavam por um desfiladeiro, quando uma garota de 16 anos caiu de uma altura de quinze metros, sendo perdida de vista. Os colegas mantiveram o sangue frio e acionaram os aplicativos. Primeiro, o My Location, que permite identificar a localização do usuário em termos de latitude e longitude. Depois, pelo WhatsApp, enviaram os dados para o serviço de resgate, que mandou um helicóptero. A garota sobreviveu.

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Esta talvez vocês não sabiam: nem todo remédio é kasher para Pessach. Existe uma comissão em Israel formada por farmacêuticos, químicos e rabinos que examinaram mais de mil medicamentos para determinar se podem ou não ser consumidos. A questão principal é o material orgânico para fabricar a cápsula, na maior parte dos casos de amido. Em geral, os médicos israelenses buscam remédios alternativos para receitar durante o chag. Por via das dúvidas, já na fabricação em Israel, no ano todo, evita-se usar elementos proibidos no Pessach. Mas no final das contas, a decisão final é do médico, que o judaísmo reconhece como decisivo se a situação é para “salvar uma vida” e receitar um remédio mesmo não kasher.

Entre as centenas de pessoas que investigaram o local onde o avião da subsidiária da Lufthansa foi espatifado pelo co-piloto suicida e assassino, estavam oito voluntários ortodoxos do Zaka. Esta é uma ONG israelense fundada durante a segunda intifada (2000/2004), com o objetivo de ir aos locais de atentados e recolher os pedaços de corpos, para dar um enterro digno. Eles voaram aos Alpes franceses a pedido da família de Eyal Baum, o israelense entre as 150 vítimas do acidente. O objetivo da equipe era encontrar seus restos mortais e trazê-los a Israel, enquanto também ajudariam os esforços gerais. A conta foi paga pela Lufthansa, mas até o final desta edição não havia notícias de sucesso.

Remédio kasher

Triste missão


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Político cabeça

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Atire a primeira pedra Este dilema não é fácil de resolver: há dez anos, um soldado da reserva do Tzahal, com cerca de 25 anos de idade, morreu durante o treinamento. Como é de praxe no exército, o soldado havia congelado espermatozóides para qualquer eventualidade. O tempo passou, a esposa casouse novamente e teve filhos. Enquanto isto, os pais do soldado viraram avôs de quatro netos, de outros dois dos seus filhos. Tudo estava bem, até que deu na telha dos vovôs a ideia de que o filho morto desejava muito ter filhos para preservar a linhagem, mesmo que tenha que ser usada agora uma barriga de aluguel. A ex-esposa não gostou nada da ideia. O caso foi para a Justiça. Agora, saiu a sentença da juíza Miriam Krauss, que deu razão para os vovôs. A ex-esposa promete apelar.

Gesheft da China E ainda dizem que os judeus dominam o mundo. Finalmente, depois de meses de negociação, foi assinado o contrato de venda à China de uma das empresas-símbolo de Israel, a Tnuva. Maior fabricante de laticínios num país marcado desde a fundação pela produção de queijos e leite, reúne 620 kibutzim e moshavim em cooperativa. Também é responsável por vendas de carne, ovos e comida empacotada, abocanhando 70% do mercado israelense. Agora, o CEO da empresa chama-se Hang-Go e responderá ao conglomerado chinês Bright Food, o segundo maior produtor da alimentos do gigante asiático e que tem como proprietário o próprio governo da China. O valor do negócio foi de U$ 2,5 bilhões.

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A Knesset inaugurou o que foi considerado o “maior complexo de energia solar em qualquer parlamento do mundo”. Cerca de 1.500 painéis solares foram instalados no teto para prover energia para a Casa. O sistema conseguirá cobrir 10% do consumo de eletricidade dos parlamentares israelenses e os seus assistentes. Outras medidas ecológicas estão a caminho na Knesset: as lâmpadas comuns serão trocadas por “verdes”, um timer desligará todos os computadores dos deputados no final do expediente e a água expelida dos aparelhos de arcondicionado será usada para irrigar os jardins da Casa.

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Metrô em Tel Aviv Após 45 anos de espera e planejamento, vão começar em agosto as obras do metrô de Tel Aviv e arredores. Serão 34 estações, sendo dez no subsolo. Quando tudo estiver terminado, o sistema irá de Petach Tikva até Yaffo e BatYam, cidades-satélites, passando pelo centro de Tel Aviv e ligando também com o sistema nacional de trem. A obra tem como objetivo fazer com que menos pessoas venham ao centro do país de carro, o que atualmente ocasiona trânsito infernal nos horários de rush. O futuro parece brilhante, mas até lá, Tel Aviv se tornará um imenso canteiro de obras e a circulação e locais de estacionamento, que já são problemáticos agora, se tornarão uma grande dor de cabeça.


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Delírio extraterrestre

Mentes brilhantes

Enquanto pessoas comuns, como eu, se preocupam com assuntos mundanos como uma nova intifada com os palestinos ou os foguetes do Irã, a comunidade científica internacional está debatendo se deve-se ou não fazer contatos com extraterrestres. Numa matéria de destaque na página de opinião do The New York Times (“Should We Keep a Low Profile in Space?”, de 27/3/15, disponível na web), lê-se que está na pauta do dia enviar uma mensagem sofisticada ao espaço, através de um laser de tecnologia semelhante a uma fibra ótica, que transmitiria todo o conteúdo atual da internet mundial pelo universo afora. Contactar vida inteligente no espaço é um projeto antigo na humanidade. No século 19, cientistas ingleses pensaram em acender uma piscina gigante de óleo, como sinal para os “marcianos”. Mais recentemente, a Nasa transmitiu por rádio uma música dos Beatles. Agora, estes sinais podem ser mais poderosos. Mas existem vozes entre os cientistas questionando se isto realmente vale a pena. Somente em nossa galáxia, estima-se que existam – segundo o artigo do NYT – “dezenas de bilhões” de planetas habitáveis. Mas qual a garantia de, se houver vida inteligente, serão amigáveis aos seres humanos? Stephen Hawking fez uma comparação com os indígenas inocentes americanos que enviaram mensagens aos europeus, e em seguida foram massacrados. Será que enviar mensagens ao espaço não seria como provocar um ruído no meio de uma floresta desconhecida e hostil? Ainda não há uma decisão final dos cientistas. Mas fiquei imaginando a humanidade sendo atacada por extraterrestres, pisada como fazemos com as formigas quando somos crianças. O consolo é que, numa situação como esta, preocupações como intifada e Irã ficariam, realmente, em segundo plano.

Israel continua mantendo uma posição de liderança mundial no registro de novas patentes nos EUA. Segundo a empresa de notícias econômicas BdiCoface, no primeiro trimestre deste ano foram registradas a partir do Estado judeu 3.555 novas invenções, representando um aumento de 21% em relação ao ano passado. Isto deixou Israel na frente de países como Alemanha, China e Suécia em número de patentes em relação aos habitantes. Na frente, apenas Japão e Taiwan. A maior parte dessas inovações saíram de laboratórios norte-americanos instalados em Israel, como Intel, IBM, Sandisk e HP.

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Futuro nuclear Depois de anos de tensão entre Irã e meio mundo, chegou-se às bases de um acordo nuclear com o país dos aiatolás. Como era de se esperar, muita gente ao redor do globo, especialmente quem vive longe daqui, gostou do resultado. Já na “vizinhança”, as reações foram de raiva até a aceitação estóica. Ao que parece, evitou-se um confronto militar a curto ou médio prazo. Isto é bom, um conflito com o Irã teria efeitos imprevisíveis, podendo incendiar o globo muito além do Oriente Médio. Mas talvez as futuras gerações olhem para este acordo como um grande erro que levará a uma situação ainda pior. Ninguém consegue prever este futuro distante. O que é certo em tudo isto, e mais desesperador, é como uma nação atrasada como o Irã – e coloque ao seu lado o Paquistão e a Coreia do Norte – , de onde nunca saiu nenhum cientista de renome mundial, nenhuma contribuição para a medicina global, nenhuma descoberta tecnológica humanitária, possa chegar a acumular tal tecnologia que faz o país chegar ao limiar da produção do armamento mais complexo e mortal já concebido pelo ser humano. Está bem, por ora parece que o problema Irã foi mais ou menos equacionado. Mas o que acontecerá daqui a cinquenta, cem, duzentos anos, quando países do mesmo calibre, quem sabe Egito, Venezuela ou Nigéria, resolverem seguir o mesmo caminho? É uma incógnita cuja resposta somente Deus sabe.



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magazine > negócios | por Roni Kashmin

A produção alcoólica de Jerusalém TALVEZ ALGO NO AR DE MONTANHA DE JERUSALÉM ESTEJA ALIMENTANDO POUCAS E PEQUENAS CERVEJARIAS E FABRICANTES DE OUTRAS BEBIDAS ALCOÓLICAS. TALVEZ O CLIMA, BOM PARA OS INGREDIENTES, E TAMBÉM PARA AS PESSOAS. TALVEZ APENAS O ÁLCOOL EM SI

O

fato é que, de alguma forma, em Jerusalém, é mais fácil do que se imagina encontrar fabricantes locais de bebidas alcoólicas seja em vinhas, na confecção de cervejas caseiras ou abrindo cervejarias artesanais. No recente festival cultural anual Shaon Horef (“Relógio de Inverno”, em hebraico), de Jerusalém, celebrado às segundas-feiras de fevereiro, cinco produtores locais contam suas histórias. Herzl Beer, a primeira (e única) cervejaria de Jerusalém A cerveja bate nos corações e corre nas veias de Maor Helfman e Itai Gutman, jovens nativos de Jerusalém. Helfman começou a fazer cerveja em casa há uma década e decidiu formalizar sua união estável com essa bebida após ganhar o primeiro lugar em competições nacionais e, como prêmio, estagiou na cervejaria BrewDog na Escócia, que considera “possivelmente a cervejaria mais legal da terra”. Lá, Helfman trabalhou e ganhou experiência. Quando perguntou ao seu empregador escocês se tinha sido o primeiro israelense a visitar BrewDog, ouviu que ele era o segundo. O primeiro foi um jovem chamado Itai. Ao voltar a Israel, Helfman aplicou o conhecimento adquirido na Escócia. Em um bar perto de casa, em Jerusalém, Helfman descobriu que o garçom sabia muito a respeito de bebida alcoólica, de cerveja em particular. Perguntou onde aprendeu tanto, o barman contou que fez um estágio na Escócia: era o mesmo Itai, aquele primeiro israelense a visitar a BrewDog. Helfman e Gutman se tornaram bons amigos e parceiros de negócios. Há dois anos, alugaram um loft na zona industrial de Talpiot que virou cervejaria, e fundaram a Herzl Beer. “É uma cerveja vigorosa, o tipo certo para quem quer experimentar sabores novos e legais”, diz Helfman. A Herzl Beer produz três tipos de cerveja, todas coloridas, inusitadas e de nomes interessantes que marcam as cervejas “criativas”. Há 6% de teor alcoólico na Kapara, sua variedade mais vendida. Dolce de Asal, que tem tons de doce de leite, adota o sabor local. É uma cerveja poderosa (8% de teor alcoólico) que, tal como o nome indica, puxa para o lado doce, local e como mel – “asal” é a palavra árabe para “mel”, que pode ser degustado na cerveja. Sua IPA

VeZe – a variedade de India Pale Ale – é aromática de perfume e amarga de gosto. A Buzz Olami IPA parece ser a cerveja mais falada, preferida pelos conhecedores de cerveja, e atraente para os descolados refinados. Helfman e Gutman também preparam variedades sazonais. Influência feminina na grappa georgiana Nos anos 1970, Lily Shimshilashvili imigrou da República da Geórgia para Israel com a família. Em meados de 2011, a família abriu o Racha, restaurante no centro de Jerusalém, que serve receitas de família. De repente, no entanto, o irmão Yisrael, empreiteiro eletricista, decidiu comandar a cozinha. A tarefa de Yosef, o patriarca da família, é destilar o chacha, versão georgiana da grappa italiana, destilada de forma tradicional, mas lentamente e com devoção – gota a gota, primeiro em cuba de ebulição e, em seguida, em banho frio. O resultado é uma bebida alcoólica forte, limpa, que pode chegar a mais de 50% de teor alcoólico em um dia bom. Yosef é funcionário da Israel Aerospace Industries e corredor de maratona, levanta-se às cinco horas da manhã e começa o dia com um pequeno copo de chacha. Lily explica que a combinação de corrida de maratona e álcool ajuda a equilibrar. Para ela, o segredo está em aproveitar tudo e fazer tudo, mas com moderação e grande dose de desejo e amor. Por isso, o que mais gosta na cozinha georgiana é a abundância de ingredientes, principalmente carne, legumes e ervas e dos próprios sabores: forte, agridoce, das ameixas verdes à cebola queimada, o coentro e a hortelã com romãs. A cozinha georgiana com


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amassavam com os pés em casa, à maneira antiga. Matthew lembra da primeira safra: “O sabor era atroz”, o que não os impediu de tentar até produzirem vinho. E vinho bom, delicioso. “A vinificação despertou rapidamente o apetite para fazer bebidas alcoólicas em geral”, e logo começaram a produzir também cerveja. E, claro, abriu a óbvia Wine Maker, loja para viticultores domésticos. A ideia da loja era “estimular o desejo de vinho também em outras pessoas, e ajudar a quem fazer vinho em vez de apenas bebê-lo”, isto é, proporcionar uma experiência mais completa de que beber vinho é somente a fase final, depois da preparação, fermentação e maturação. Depois, criaram a Buster’s Beverage Company, onde fazem cidra e limonada alcoólicas. O nome da empresa homenageia Buster, o golden retriever da casa.

HELFMAN

sua comida e, especialmente, a bebida, a chacha, é acima de tudo alegre e emocionante.

E GUTMAN COMANDAM A

HERZL BEER

A cidra do Saadia embriaga barato Matan Saadia e Yonatan Antebi são amigos, garçons e irônico um com o outro: “Matan é o cara que fica embriagado, e Yonatan, o que gosta de beber”. Foram colegas de quarto e se davam tão bem que, numa manhã, um acordou na cama do outro e nunca se soube como isso aconteceu. De todo modo, formam a dupla por trás de Saider, espécie de acrônimo com o sobrenome Saadia e cidra. Matan começou a fazer cidra há pouco mais de um ano, “época em que aumentaram os impostos incidentes sobre o álcool”, e o incentivo à cidra, de modo a “beber e ficar bêbado pagando pouco”. Menos de um ano depois, a pequena empresa privada de Saadia e Antebi que produzia cidra para festas de amigos virou empresa. A produção comercial da cidra começou pouco antes do Festival com o objetivo de “oferecer uma alternativa deliciosa de diversão ao álcool que é caro, ou à bebida barata e perigosa que se encontra por aí”. Na Buster, pai e filho fazem destilados Denny e Matthew Neilson, pai e filho, vieram a Jerusalém de Tennessee, Estados Unidos. A história deles tem mais de dez anos, quando usavam o tempo livre para fazer vinho com uvas compradas na Mony Winery, perto de Beit Shemesh, que

Katamon Winery, e o escriba vinicultor Avital Goldner é o vinicultor por trás da Katamon Winery. Ele começou a fazer vinho em casa há quinze anos com uvas compradas no mercado de Machané Yehuda e fermentadas no terraço do apartamento. Goldner também é roteirista formado pela Sam Spiegel Film and Television School e escriba ritual. “A vinícola, assim como escrever um rolo de Torá, tefilin ou mezuzá, inclui atos ligados à tradição e exigem muita paciência”, compara Goldner, que relata o que é diferente e até contraditório nessas atividades. Embora existam leis específicas e inegociáveis na escrita das mezuzot, a vinificação possibilita a criatividade. No entanto estas atividades podem ser complementares e manter alguma semelhança. “Se a escrita vem da mente e a vinificação vem do coração, são, portanto, diferentes, têm finalidades e objetivos diferentes, mas agem em um único sistema”. A vinícola tem o nome do bairro onde se localiza – Katamon – “perto do mosteiro”, em grego – referência ao mosteiro de São Simão. Assim, vinícola e seu nome se adequam à natureza romântica de uma história de vinho.


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magazine > a palavra | por Philologos *

A terceira refeição de Shabat ou as “três refeições” A UTILIZAÇÃO ÍDICHE DO TERMO SHALES SIDES É PRECISAMENTE A DE QUE A TERCEIRA REFEIÇÃO É CHAMADA SHALOSH SE’UDOT PORQUE REPRESENTA TODAS AS TRÊS CONSUMIDAS DURANTE O SHABAT

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empre me perguntam como deve ser chamada a comilança anterior ao fi m do Shabat: em hebraico, shalosh se’udot é gramaticalmente incorreto, pois significa “três refeições” , em vez de “a terceira refeição” (sendo as duas primeiras o jantar de sexta à noite e o almoço de sábado). O correto seria ha-ha-se’udah shlishit. Argumentou-se que este uso poderia ser uma forma de sinédoque, em que se toma uma parte pelo todo. Chamar a terceira refeição do sábado de “três refeições” é uma esquisitice. Na Europa Oriental, chamavam a terceira refeição do sábado de shales sides – pronúncia ídiche do hebraico shalosh se’udot – e para muitos judeus ortodoxos é assim até hoje. Sempre imaginei que isso fosse uma distorção gramatical do ídiche introduzida no hebraico. Do ponto de vista histórico fazia sentido, porque o movimento hassídico do Leste Europeu atribuiu à se’udah shlishit muita importância no ritual judaico como se observav nos cantos sinagogais. E os autores hassídicos se tornaram conhecidos também por deturpar as regras do hebraico. Mas falta alguma coisa. Os hassídicos mutilaram o hebraico até certo ponto, e shales sides, que substitui o cardinal hebraico shalosh pelo ordinal shlishit, colocando-o antes do substantivo que modifica, e não em seguida ao substantivo a que pertence, parece ir além. Haveria outra explicação? A tradição de uma terceira refeição no Shabat tem origem nos primeiros séculos da Era Comum e foi mencionada no Talmude. Nos tempos talmúdicos, tirando os shabatot, comia-se apenas duas vezes ao dia, no meio da manhã e à noite. No entanto, mesmo atualmente, quando é normal três refeições por dia, os judeus ortodoxos pulam o café-da-manhã antes da oração matinal do Shabat, supondo que eles também comeriam apenas duas refeições aos sábados, não fosse o se’udah shlishit. Segundo o tratado talmúdico do Shabat, a fonte da tradição é um versículo de Êxodo (16:25) a respeito do maná: “E Moisés disse: ‘Comei-o hoje, pois hoje é Shabat, hoje o maná não se achará no campo’”. Para os rabinos os três “hoje” equivalem a três porções do maná provido por Deus no deserto, e não recolhido no sábado. Embora esta exegese tenha provavelmente servido para racionalizar o costume de celebrar o Shabat ao comer uma refeição extra, ela confiou autoridade rabínica à refeição. Ainda

assim, apenas no século 16, na Palestina, com o advento da Cabala Luriânica, a terceira refeição do Shabat foi considerada “o tempo da graça divina especial”, e que mais tarde se pensou fosse também dos hassídicos. E foi só no Leste Europeu que o se’udah shlishit se tornou se’udot shalosh ou shales sides. Segundo um erudito em fontes judaicas, Divrey Emet ou “Pontos Verdadeiros”, coletânea de homilias do mestre hassídico Yakov Yitzhak Horovitz (1745-1815),“o Vidente de Lublin”, discute o assunto comentando acerca do versículo do livro de Números (24:19), “E de Jacó virá aquele que terá domínio”. Isto é: ingerida algumas horas depois do almoço, portanto, num momento em que não se sente fome, a terceira refeição só cumpre o mandamento de comer três refeições no Shabat, com as outras duas consumidas de qualquer maneira. Esta explicação comprova a utilização ídiche de shales sides, há mais de duzentos anos comum no Leste Europeu, e mostra que a terceira refeição é chamada shalosh se’udot porque representa todas as três. O termo é, de fato, uma sinédoque. Não sei se é uma tese historicamente correta? De todo modo, parece mais provável do que a teoria da mutilação do hebraico. E o que tudo isso tem a ver com o Jacó bíblico? A tradição cabalística associa cada refeição do Shabat a um patriarca diferente: o jantar de sexta-feira à noite com Abraão, o almoço de sábado com Isaac e o se’udah shlishit com Jacó. Forçando-se a comer uma vez por semana quando não se está com fome é um pequeno preço a pagar para ser poupado do apocalipse do Armageddon e do fogo de Gehena (inferno). *Linguista



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magazine > viagem | Texto e fotos de Flávio Bitelman

Um Carnaval O de tradições AINDA SE DISCUTE: O NOME MARAGOGIPE, A 133 QUILÔMETROS DE SALVADOR, É GRAFADO COM “G”, DE ACORDO COM A ORTOGRAFIA, OU COM “J”, QUANDO A PALAVRA É DE ORIGEM TUPI? OUTRA PEQUENA CONTROVÉRSIA É O SIGNIFICADO DE MARAGOGIPE: SE EM RAZÃO DOS ÍNDIOS MARAGÓS, QUE LÁ VIVIAM, OU PORQUE “MARAGÓS”, EM TUPI, QUER DIZER “RIO DE MOSQUITOS”, POIS A REGIÃO TEM VASTOS MANGUES?

TODAS AS RECENTES MANIFESTAÇÕES DE RUA NO BRASIL E NO MUNDO TIVERAM VÂNDALOS MASCARADOS DE GUY FAWKES (1570-1606), O SOLDADO CATÓLICO INGLÊS ENVOLVIDO NA CONSPIRAÇÃO

PARA ASSASSINAR O REI PROTESTANTE JAMES I. NÃO É BEM O CASO

DESTES PÂNDEGOS, QUE TOMARAM MARAGOGIPE DE ASSALTO APENAS COM O OBJETIVO DE SE DIVERTIR

que não está em questão, no entanto, é que lá se realiza um dos mais animados e interessantes carnavais do país, tombado como patrimônio imaterial pelo Instituto Histórico da Bahia, época em que a cidade de pouco mais de 45.000 habitantes é praticamente ocupada por alguns milhares de turistas que se misturam aos locais e se tornam desconhecidos atrás das fantasias e, principalmente, das máscaras, lá chamadas de caretas. É da confecção destas máscaras e fantasias, transformada em arte, que se ocupa parte da população. Elas são o resultado da mistura das culturas europeia, africana e indígena e fazem parte dessa festa sagradamente profana para o povo brasileiro. Este Carnaval com autênticas raízes populares absorveu as festas que se realizavam na Europa no século 19, principalmente aquelas mais animadas, como o Carnaval de Veneza e os estilos das suas máscaras que se veem até hoje em Maragogipe. Nota-se um esforço dos organizadores de apesar de uma certa profissionalização na estrutura da festa, como, por exemplo, os poucos trios elétricos, se diferenciar da proposta empresarial que cerca o Carnaval de Salvador. Maragogipe, ao contrário, perpetua a tradição dos mascarados, o fato de cada um fazer a própria fantasia, o segredo em que é mantida a produção da fantasia, a surpresa que cada uma provoca ao sair às ruas e como máscaras, fantasias e pessoas recontam a vida cotidiana com um olho na irreverência, outro na criatividade mas unidos pela memória, a história e as origens.


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NO CARNAVAL DE MARAGOPIPE HÁ ESPAÇO TAMBÉM PARA UM TRIVIAL VARIADO, COMO NESTA

SIMPLES FANTASIA FELINA, ALIADA À MORENICE DE UMA TÍPICA BRASILEIRA

PARECE QUE ELEMENTOS ORGIÁSTICOS DAS ANTIGAS FESTAS PAGÃS DOS GREGOS E ROMANOS SOBREVIVEM NESTA

MÁSCARA. SERÁ UM

DEMÔNIO? OU SERIA UMA CELEBRAÇÃO TÍPICA DE UMA SOCIEDADE AGRÁRIA QUE DEPENDE DA CRIAÇÃO DOS ANIMAIS PARA SOBREVIVER?

MARAGOGIPE E VENEZA SE ENCONTRAM NA ESQUINA QUE É ESTA LINDA MÁSCARA.

OS EUROPEUS SE ESPANTAM COM ESTAS

COINCIDÊNCIAS QUE SÓ OCORREM AQUI.

MAS NÓS, BRASILEIROS ANTROPOFÁGICOS,

ABSORVEMOS ESTAS E MUITAS OUTRAS INFLUÊNCIAS EUROPEIAS

>>


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magazine > viagem COMO NÃO PODERIA DEIXAR DE SER, POR SUA LOCALIZAÇÃO NO MAPA, MARAGOGIPE NÃO PASSARIA INCÓLUME À INFLUÊNCIA AFRICANA NESTA SOLAR FANTASIA

BERÇO DE NUMEROSOS

COMEDIANTES E HUMORISTAS, O

NORDESTE SEMPRE PRODUZIU TIPOS COMO O PALHAÇO

TIRIRICA, AQUI REPRESENTADO NA CONDIÇÃO DE DEPUTADO

CERCADO DE SEGURANÇAS. NO

BRASIL, O CARNAVAL TAMBÉM

SEMPRE SERVE DE ESPAÇO PARA A SÁTIRA POLÍTICA

QUEM TEM MEDO DE CARA FEIA? NA SUA ORIGEM PAGÃ, O CARNAVAL ESTAVA LIGADO AOS RITUAIS QUE CELEBRAVAM A CHEGADA DA PRIMAVERA E EXORCISAVAM A NOITE REPRESENTADA PELO SEVERO INVERNO NO HEMISFÉRIO NORTE

O QUESITO ORIGINALIDADE E CRIATIVIDADE TAMBÉM ENTRA NA LISTA DE EXIGÊNCIAS NA HORA DE CONFECCIONAR A FANTASIA NO

CARNAVAL DE MARAGOGIPE...


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MAIS UMA VEZ, CONSTATAMOS O ENCONTRO DO BRASIL COM A EUROPA NESTAS MÁSCARAS QUE LEMBRAM PERSONAGENS DA

COMMEDIA DELL’ARTE ITALIANA….

AO VERMOS MÁSCARAS COMO ESTA NO PERGUNTAMOS SE ELA É PRODUTO DA VELOCIDADE COM QUE AS IMAGENS CRUZAM

O PLANETA DE NORTE A SUL, DE LESTE A OESTE, OU SE RESULTA DE UM LONGO PROCESSO DE MATURAÇÃO AO LONGO DE DÉCADAS

ARDOR E MELANCOLIA PRODUZEM ESTRANHAMENTO NO ENCONTRO DESTE CASAL COBERTO DE CORES TROPICAIS…


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magazine > cinema | por Julio Nobre

MARIA ALTMANN (HELEN MIRREN), DIANTE DO QUADO DE ADELE

BLOCH-BAUER NO FILME A MULHER DE OURO

A saga da mulher de ouro A BUSCA DA AUSTRÍACA MARIA ALTMANN POR UMA OBRA DE ARTE CONFISCADA PELOS NAZISTAS TINHA TUDO PARA VIRAR FILME. E VIROU MESMO... A MULHER DE OURO TEM COMO PROTAGONISTA A PREMIADA ATRIZ BRITÂNICA HELEN MIRREN (A RAINHA, 2006)

O

fi lme dirigido por Simon Curtis (Seis Dias com Marilyn) começa durante o funeral da irmã de Maria Altmann (1916-2011), quando esta fica sabendo da sua luta para recuperar cinco pinturas confi scadas da família pelos nazistas, entre elas o célebre “Retrato de Adele Bloch-Bauer” (1907), considerado a “Mona Lisa da Áustria” e patrimônio nacional. O quadro retrata uma tia querida de Maria, casada com o indus-

trial Ferdinand Bloch-Bauer, e ficou famoso por ter recebido placas de ouro na sua composição – a exemplo de muitas outras obras criadas por Gustav Klimt. Maria e a família haviam abandonado o país logo depois da anexação nazista (Anschluss) em 1938 e se estabelecido na Califórnia. Com a ajuda do advogado Randy Schoenberg (Ryan Reynolds, de Teoria do Caos, 2007), neto do compositor Arnold Schoenberg, Maria parte para Áustria e começa a travar uma luta com o governo local pela posse dos quadros. Os dois vão contar com a ajuda de um jornalista, vivido por Daniel Brühl (Edukators, 2003), com sentimento de culpa pelo passado nazista do seu país. Em cenas de flashback, o filme mostra a entrada triunfal dos nazistas em Viena, as boas-vindas que receberam da população local e as humilhações públicas a que os judeus foram submetidos num prenúncio dos terríveis acontecimentos futuros. A vitória de Maria Altmann sobre o governo austríaco nos tribunais internacionais tem grande relevância para a comunidade judaica mundial diante do número de obras de arte confiscadas dos judeus durante o regime nazista. O quadro de Adele Bloch-Bauer também representa uma sociedade culta e abastada, que começara a frequentar o divã do Dr. Sigmund Freud, a ler os seus livros, a comentá-los e a discuti-los nos salões elegantes de Viena, e a questionar os valores da burguesia e do capitalismo. Quando foi confiscado pelos nazistas na década de 1930, o quadro de Klimt também representava o mundo fantasmagórico e extinto do império dos Habsburgos, que desmoronara depois da Primeira Guerra Mundial, o que torna ainda mais significativa a busca de Maria Altmann em resgatar o glorioso passado familiar. Em 2006, o colecionador de arte Ronald S. Lauder, herdeiro do império Estee Lauder, comprou o “Retrato de Adele Bloch-Bauer” por 135 milhões de dólares, então o mais alto preço pago por uma pintura, e a transfomou na cereja-do-bolo da Neue Galerie, museu por ele fundado em 2001, roteiro obrigatório de uma próxima visita a Nova York.



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leituras magazine

por Bernardo Lerer Ensaios sobre a Obra de Dalton Trevisan Berta Waldman | Editora Unicamp | 285 pp. | R$ 45,00

Esta ex-professora de literatura brasileira e teoria literária da Unicamp e colaboradora desta revista Hebraica, analisa a obra literária do escritor curitibano a partir da sua depuração temática e formal. Ela já tinha escrito uma tese a respeito de Trevisan com o nome “Do Vampiro ao Cafajeste”, que se tornou um marco nos estudos do autor, perito na montagem de um labirinto ficcional e cuja poética é marcada pela repetição e pelo enxugamento. O vampiro aparece como emblema das relações interpessoais num mundo marcado pelo imediatismo e pelo caráter descartável as coisas e das pessoas.

O Estado de Narciso Eugênio Bucci | Companhia das Letras | 242 pp. | R$ 34,90

Com o subtítulo “A Comunicação Pública a Serviço da Vaidade Particular”, o autor, ex-presidente da Radiobrás no governo Lula, lança suas dúvidas a respeito de até que ponto a comunicação pública, dos governos em todos os níveis, no Brasil, pode ser considerada pública. Para ele, governar e anunciar tornam-se sinônimos em tempos de protagonismo do marketing político. Se a sociedade tem o direito de receber informações sem manipulações ou direcionamentos subliminares do Estado.

A Matemática dos Tribunais Leila Schneps e Coralie Colmez | Zahar | 285 pp. | R$ 54,90

O livro conta dez casos que ilustra como erros primários de matemática em julgamentos têm induzido jurados e juízes a praticar erros e demonstram como, de fato, a matemática pode ser uma questão de vida ou morte. Assim, um criminoso pode ser libertado em razão de um cálculo errado, uma enfermeira vai para a prisão porque fizeram uma contagem em dobro, o militar francês (Dreyfus) definha no cárcere em razão de uma probabilidade enganosa e dois jovens são postos em liberdade embora comprovadamente assassinaram um colega.

História da Maconha no Brasil Jean Marcel Carvalho França | Três Estrelas | 150 pp. | R$ 29,90

No século 18, a cannabis era considerada uma planta de promissor futuro comercial por causa da qualidade das fibras, mas ela não vingou como matéria-prima de cordas e tecidos, por exemplo, mas sim como meio de relaxamento e devaneio. Daí surgiu a maconha, que passou a ser associada aos hábitos dos escravos e à periferia da sociedade e, por isso, foi atacada por médicos, juristas, políticos e pelo mandonismo da elite. Ela foi chamada de ópio dos pobres, veneno verde, cocaína do caboclo, erva maldita, etc., pois, afinal, até nisso os pobres são discriminados. Mas a partir de 1970 começou uma campanha para descriminalizar o seu uso.

O Súdito Heinrich Mann | Editora Mundaréu | 446 pp. | R$ 33,00

Ele se chamava, de fato, Luiz Heinrich Mann, filho de mãe brasileira de Paraty, Júlia da Silva Bruhns, o que explica o Luiz, e era irmão de Thomas Mann (autor de A Montanha Mágica e Prêmio Nobel de Literatura e 1929) e tio de Klaus Mann, autor de Mefisto. Heinrich foi um escritor renomado e bastante lido nos tempos da República de Weimar, e este livro concluído antes da guerra de 1914 só saiu da censura quando a guerra acabou, em 1918. É uma sátira à sociedade alemã do reinado de Guilherme II e permite ver naquela conjuntura política e social o embrião da Alemanha das primeiras décadas do século 20.


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A Águia e o Dragão Serge Gruzinski | Companhia das Letras | 400 pp. | R$ 59,90

Como se explica a bem-sucedida conquista e colonização espanhola de quase toda a América Latina e o fracasso da tentativa portuguesa de fazer o mesmo na China? O autor explica isso e sugere que a globalização começou mesmo lá pelos idos do século 16, quando as conexões entre as várias partes do mundo se aceleram, acontece a colonização ibérica, a Europa, o Novo Mundo, a China, e outros se tornam parceiros planetários. Para ele, a globalização não é um fenômeno novo nem que nunca tenha sido contestado.

Histórias de Fantasma para Gente Grande Aby Warburg | Companhia das Letras | 417 pp. | R$ 54,90

Aby (1866-1929) era filho de uma rica família de banqueiros judeus que emigraram de Florença para a cidade de Warburg, na Alemanha. Ele se recusou a estudar em universidades e a participar junto com os irmãos da administração da casa bancária do pai, mas, ao contrário, preferiu se envolver com a história da arte a tal ponto que a sua obra transformou os estudos nesse campo e teve papel decisivo na formação de intelectuais como Walter Benjamim, Ernst Cassirer e outros, que, a partir de 1918, se reuniam em torno da biblioteca que construiu em Hamburgo e que se tornou um dos centros intelectuais mais estimulantes da Europa. Uma obra-prima.

Cartas a um Jovem Cientista Edward O. Wilson | Companhia das Letras | 200 pp. | R$ 34,90

O autor é biólogo vencedor do Prêmio Pulitzer estudando o comportamento social das formigas e dos humanos, e este livro se presta a dar conselhos a pesquisadores aspirantes. Como naturalista de coração, ele relativiza a importância da tecnologia, da matemática e até da inteligência, defendendo que o cientista deve ser brilhante o suficiente para ver o que pode ser feito, mas não tão brilhante a ponto de ficar entediado ao fazê-lo. O texto é um guia prático e filosófico concebido a partir de sete décadas de experiência e no qual revela o seu amor pelas formigas.

A Morte de Stálin Fabien Nury e Thierry Robin | Três Estrelas | 150 pp. | R$ 49,90

A respeito deste livro em quadrinhos, que conta a respeito dos eventos da noite de 28 de fevereiro de 1953, quando um devastador derrame cerebral matou o ditador soviético, Le Monde escreveu “A Morte de Stálin é uma referência para os fãs de quadrinhos e para os que são fascinados pela noção de ‘verdade’ à maneira soviética”. O fato é que a partir de fatos reais e da liberdade permitida pelos quadrinhos, os autores recriam em tom de sátira expressionista o clima de paranoia, conspiração e medo que pesava sobre a URSS de Stálin.

Ano Zero – Uma História de 1945 Ian Buruma | Companhia das Letras | 467 pp. | R$ 57,90

O que aconteceu nos países conflagrados durante a Segunda Guerra, na primavera e no verão de 1945, isto é, logo depois de terminado o conflito. Sabemos que nos últimos dias da guerra, os bombardeios aliados fustigaram cidades alemãs e mataram dezenas de milhares de civis, russos estupravam alemãs e soldados americanos promoviam orgias forçadas com francesas, ou seja, uma coletânea de histórias pouco edificantes do ponto de vista ético e moral, que este jornalista e autor de documentários, colaborador de publicações importantes agora revela.

Tróstski Zahar | 403 pp. | R$ 64,90

Com o subtítulo “Exílio e Assassinato de um Revolucionário” é, segundo o Financial Times, “um livro impossível parar de ler e uma biografia fascinante e de tirar o fôlego”, um elogio e tanto quando se sabe que Isaac Deutscher (1907-1967) escreveu um monumento em três volumes chamado O Profeta Desarmado, isto é, Leon Trótski. A favor deste livro de Patenaude conta o acesso a arquivos da KGB, o testemunho de guarda-costas e secretários e à correspondência privada do jovem marxista, herói revolucionário, chefe do exército vermelho, líder bolchevique, proscrito da URSS de Stalin e herege do Kremlin.


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músicas magazine

por Bernardo Lerer

Complete Hot Five and Hot Seven Louis Armstrong | Essential Jazz Classics | R$ 259,90

Estes quatro cd’s, totalizando 102 faixas, contêm todas as gravações das já agora lendárias gravações feitas entre 1925 e 1929 por Armstrong e os conjuntos Hot Five e Hot Seven, do qual faziam parte instrumentistas que depois se tornariam mais conhecidos, como Earl Hines e Johnny Dods, ente outros. Estas gravações são consideradas as primeiras que, depois, seriam elevadas à condição de clássicas do repertório do jazz. Estas peças foram gravadas em Nova York e Chicago, alternadamente, durante aqueles quatro anos. Simplesmente genial.

The Rebirth of the Fifties R$ 49,90

Esta coletânea de três cd’s contém quase todas as joias compostas e gravadas nos anos 1950, como se as pessoas comemorassem o renascimento para a vida depois do morticínio causado durante a Segunda Guerra e apesar do conflito na Coreia e as guerras coloniais na África. Tem tudo de bom daqueles tempos, como The Platters, Frankie Avalon, Brenda Lee, Bobby Darin, The Everly Brothers com o seu Wake Up Little Susie e outros.

Spirityouall Bobby Mcferrin | Sonymasterworks | R$ 25,90

No folheto de apresentação lê-se que o “cd explora até o fundo da alma o grito pela liberdade e a busca de um espaço onde se pode ser inteiramente humano”. Isso é obra de um cantor que usa as cordas vocais e transforma a boca em uma espécie de câmara de eco para juntos comporem um vasto instrumental capaz de cantar vários spirituals, algumas faixas sozinho e em três acompanhado da cantora Esperanza Spalding.

The Definitive Collection Femi Kuti | Wrasse Records | R$ 143,90

Femi é nigeriano, filho de Fela Anikulapo-Kuti (1938-1997), compositor, multi-instrumentista, agitador cultural, criador do afro beat, compositor e ativista de direitos humanos. Pai e filho viraram a música africana de pernas para o ar de modo a que a versão deles, principalmente de parte de Femi, para o gênero afro beat, se transformasse no mais importante e atraente som surgido na Nigéria por muitos anos.

Nazareth Ouro sobre Azul André Mehmari | R$ 36,90

Este cd já está sendo saudado como um dos principais lançamentos da discografia nacional e seu autor insinua que começou a pensar nele desde quando ouvia a mãe, a pessoa que o introduziu no mundo da música, tocar ao piano Apanhei-te Cavaquinho e outros clássicos do genial compositor. Mehmari afirma que “a obra humanista de Nazareth revela e convida ao baile esse amplo espectro de músicas e sons”.


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Great Performances Aaron Copland | R$ 57,90

Este cd reúne as obras mais conhecidas de Copland (1900-1990), nascido Kaplan de uma família judia da Lituânia. São três peças de balé e a sinfonia Fanfarra para o Homem Comum, conduzidas por Leonard Bernstein à frente da Filarmônica de Nova York. Copland é considerado o fundador daquilo que passou a ser chamado de “estilo americano de composição” e que alguns puristas, no entanto, qualificam de “populista”.

Alexander Nevsky RCA Victor | R$ 63,90

Quando Hitler já havia anexado a Tchecoslováquia e a Áustria e a União Soviética estava preocupada em firmar soberania sobre todas as Rússias, Sergei Eisenstein dirigia o épico Alexander Nevsky e convocava o genial Sergei Prokofiev (1891-1953) para compor a trilha sonora. Este cd foi gravado no teatro de São Petersburgo com sua Orquestra Filarmônica regida por Yuri Temirkanov.

Rodrigo de Falla Major Classics | R$ 102,90

Os dois compositores espanhóis, autores de obras como Concierto de Aranjuez (Joaquín Rodrigo) e El Amor Brujo (Manuel de Falla), mais peças de Enrique Granados, Joaquin Turina, Emmanuel Chabrier e Mario Castelnuovo-Tedesco são executadas por dois maiores violonistas do século 20, Narciso Yepes e Andrés Segovia, como se as peças tivessem sido escritas especialmente para eles.

David Garret Deutsche Grammophon | R$ 89,90

Este violinista de 34 anos deparou-se a primeira vez com o instrumento aos 4 anos, quando o pai levou um violino para o irmão mais velho de David. Estudou apenas seis meses no Royal College of Music de Londres, depois se se matriculou na Juilliard School, onde foi aluno de Isaac Stern e frequentou durante quatro anos os cursos de verão da Academia Keshet, no kibutz Eilon.

Mozart Concert Arias Rolando Villazón | Deustche Grammophon | R$ 34,90

Villazón é aquele tenor que morava em um subúrbio da Cidade do México e costumava cantar enquanto tomava banho até que um dia um vizinho, cantor profissional, convidou-o a se matricular na escola de música da cidade, onde se formou. A partir daí não parou mais, principalmente porque decidiu se especializar no repertório de Mozart, aliás, tema deste cd com doze árias do mestre de Salzburg.

Missa Solemnis – Beethoven Sony | R$ 114,90

Bruges, na Bélgica, não é conhecida somente pela beleza dos canais que cortam a cidade e que a fizeram ser chamada de a Florença do Norte, mas também pela produção musical em seu Concertgebouw, como em Amsterdã. Os críticos dizem que se trata de uma intepretação da Missa de Beethoven, composta em meados dos anos 1810 e que logo alcançou grande sucesso.

Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena


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magazine > ensaio | por Tullo Vigevani *

Existe a possibilidade de tensões Israel x Diáspora? NÃO HÁ UMA RESPOSTA ÚNICA E DEFINITIVA À PERGUNTA-TÍTULO NA PÁGINA AO LADO. DEPENDE DO INTERLOCUTOR A QUEM SE FAZ A PERGUNTA. A INTERPRETAÇÃO DO MESMO FATO OU DA MESMA SITUAÇÃO, PODE TER RESPOSTAS DIFERENTES

O APOIO A ESTA BANDEIRA SERÁ SEMPRE INCONDICIONAL?


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O

certo é que na atualidade, agora, em 2015, praticamente todos os grupos dirigentes das comunidades judaicas no mundo apoiam Israel e declaram apoiar a sua política. As iniciativas de hasbará, de explicação de parte do governo israelense, sobretudo de Netaniahu, são sempre aceitas pelos dirigentes. O exemplo maior e mais importante é representado pela Aipac (American Israel Public Affairs Committee), a maior organização de apoio a Israel nos Estados Unidos, e no mundo. A situação repete-se em quase todas as partes, inclusive na América Latina. Isso apesar de mudanças importantes nos últimos tempos: a declaração de que Israel é um Estado judaico, o reposicionamento a respeito dos acordos de Oslo, etc. Como é da tradição judaica, cabe responder a uma pergunta com outra pergunta. A que é importante fazer aqui é se esse apoio das instituições e das lideranças comunitárias a Israel, da forma intensa como tem sido, permanecerá uma relação sólida no futuro? E se esse apoio terá a adesão dos judeus de todo o mundo. Melhor do que procurar uma resposta exata e tentar adivinhar o futuro, é importante entender os processos em curso que poderão afetar a relação. Eis alguns deles: A) A deterioração da imagem de Israel no mundo – O debate existe e parece que se generaliza. É verdade que a crítica a Israel existe de há muito. A novidade é que essa crítica atinge áreas antes imunes, Estados Unidos e Europa, incluindo suas forças políticas e governamentais. O Parlamento Europeu e muitos parlamentos nacionais da Europa pedem o reconhecimento do Estado palestino. Os países da América Latina decidiram reconhecer o Estado palestino. Também é novo o entendimento de partes crescentes da opinião e dos governos de que haveria formas de apartheid nos territórios, isto é, na Cisjordânia. Opinião compartilhada pelos minoritários pacifistas israelenses e outras pequenas tendências em Israel. B) A relação de Israel com os Estados Unidos – É a questão mais importante atualmente, do ponto de vista estratégico. Esta relação tem sido desde 1948, mas sobretudo depois de 1956, portanto historicamente consolidada, a base da confiança do Estado. Todos acompanharam o discurso de Netaniahu ao Congresso dia 3 de março 2015, e suas consequências, e agitando fortemente o yishuv norte-americano. Além da leitura ligada ao processo eleitoral em Israel, ninguém mais duvida que a administração Obama e o atual governo de Israel, confirmado vitorioso nas recentes eleições israelenses de março, estão em posições divergentes a

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respeito de inúmeras questões de interesse direto (Estado palestino, assentamentos, Irã). A mobilização dos setores politicamente liberals entre os judeus norte-americanos, historicamente majoritários, sinalizando solidariedade ao governo Obama e às suas posições internacionais, e também na questão do Irã, foi sentida. A organização J Street espelha parcialmente essas opiniões. C) Difícil medir o apoio, a apatia ou a crítica dos yishuvim a Israel – Nas organizações representativas, como dissemos, prevalece o apoio à política do governo israelense. Em geral a defendem intensamente, como o caso da Aipac. E o agreement com os republicanos é um bom exemplo, pois buscam as forças que em cada país compartilham essa mesma política. O grau de participação nas entidades comunitárias, como no Congresso Judaico Mundial, é maior na medida em que há uma aproximação dos pontos de vista que prevalecem em cada momento em Israel. Aqui se coloca um tema que poderá ter crescente relevância para identificar apoio, apatia ou crítica: pesquisas de opinião nos Estados Unidos, ainda que com pequenas diferenças, indicam que o voto democrata continua amplamente majoritário entre os judeus. Para a empresa Gerstein Bocian Agne, contratada pelo J Street, em novembro de 2014, 69% dos judeus votaram democrata; para Matthew Brooks, do Republican Jewish Coalition, mais de 60% dos judeus votaram democratas. Seriam necessárias pesquisas em outros países para poder definir o quadro mais amplo. O exemplo norte-americano coloca interrogações, sugerindo que o conhecimento das diferenças é importante. * Tullo Vigevani é professor titular da Universidade Estadual Paulista (Unesp)

Ninguém mais duvida que a administração Obama e o atual governo de Israel, confirmado vitorioso nas recentes eleições israelenses de março, estão em posições divergentes a respeito de inúmeras questões de interesse direto (Estado palestino, assentamentos, Irã)


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magazine > curta cultura | por Bernardo Lerer

Um grande poeta português. E judeu Alguém aí conheceu Herberto Helder? Ou, melhor: Herberto Hélder Luís Bernardes de Oliveira, nascido na ilha da Madeira, em novembro de 1930, filho de Maria Ester dos Anjos Luís Bernardes. Ela morreu quando ele tinha 8 anos e isso causou tanta e tal impressão no garoto que passou a ser tema recorrente na poesia que fez dele vencedor do Prêmio Pessoa, em 1994, o mais prestigioso prêmio literário português. Herberto Hélder morreu quase no final de março em Cascais, a trinta quilômetros de Lisboa, de ataque cardíaco, aos 84 anos. Ele foi um dos mais importantes poetas do século. 20, no mesmo nível de Fernando Pessoa, mas, ao contrário de José Saramago, preferia a arte da poética à publicidade. Aliás, dele se têm poucas imagens, quase nenhuma entrevista e menos ainda, amigos. Quando soube do prêmio, pediu que não se fizesse alarde disso e que o entregasse a outra pessoa. Nos anos 1950 colaborava no jornal de vanguarda Pirâmide 3 e, em 1958, publicou o primeiro livro e vagando pela Europa sem ocupação definida, até que em 1961 publicou o segundo livro A Colher na Boca, considerado um dos seus melhores trabalhos, e no qual deixou cravada a característica da escuridão, do demoníaco, do místico e mitológico, mas sempre rico de símbolos e metáforas. O último livro, A Morte sem Mestre, foi publicado no final do ano passado sem imaginar que a própria morte estava agendada para meses depois. Para ele, “o poema é um objeto cheio de poderes terríveis e magníficos: colocado no local certo, no momento certo e de acordo com as regras corretas criar uma ordem e uma desordem capaz de colocar o mundo em pontos extremos, onde começa e termina”.

Alice no país dos antissemitas Muito se escreveu a respeito de Charles Lutdwidge Dodgson, de pseudônimo Lewis Carrol e sua obra magna, Alice no País das Maravilhas. Recentemente foi editado mais um livro (Lewis Carrol: o Homem e seu Entorno, de Edward Walkening, ainda sem tradução), acerca daquele diácono e lógico inglês, e cujo autor refuta as acusações de pedofilia ou de que as visões em Alice tenham sido consequência do uso de drogas alucinógenas. No entanto, as referências que faz aos judeus continuam mal ou não explicadas. Imaginem que em 1980, um lógico judeu dos Estados Unidos, Irving M. Copi (nascido Copilowish), notou que no livro Lógica Simbólica, Lewis Carrol assinala as características mais evidentes nos judeus: sarcásticos, corcundas ou com aspecto miserável, o olhar semicerrado, desonesto, parecendo bodes, a barba de uma jarda (914 centímetros) e nariz adunco. De acordo com Irving M. Copi, para estabelecer uma premissa lógica, Car-

rol repete sempre que “os judeus são gananciosos”, “nenhum gentio tem nariz adunco”, “não há judeus na casa”, “nenhum gentio tem barba assim comprida” e, para completar, “nenhum judeu é honesto”. Além de Alice, no romance Sílvia e Bruno, o personagem dr. Arthur Forrester, apresentado como muito inteligente e moralista, opina a respeito dos judeus recorrendo, por exemplo, ao Velho Testamento, no qual “se apela constante-

mente a recompensas e punições como motivos para agir. Que o melhor é ensinar as crianças e os israelitas parecem ter sido mentalmente sempre, e completas, crianças”. Carrol dizia que o judaísmo é uma “religião de desmancha prazeres” e fazia questão de diferenciar a noção anglicana do domingo como um dia de descanso e a tradição judaica de guardar o sábado (Shabat).


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Leôncio Basbaum

Manuscritos do Gueto de Kovno Nas obras de um edifício em Kaunas, em 1964, os operários encontraram, enterrado, um recipiente de lata contendo 249 páginas datilografadas de autoria do chefe da polícia do Gueto de Kovno, antigo nome de Kaunas, Moishe Levin e o adjunto Yehuda Zupovitz. Eram homens da classe média, antigos combatentes da independência da Lituânia e oficiais judeus do exército. Esses manuscritos revelam a participação da polícia judaica do gueto no movimento de resistência ao nazismo e sua estreita ligação com o médico Elhanan Elkes, o líder do Judenrat, o conselho judaico, local. A cidade judaica mais importante era Vilnius, centro intelectual e religioso “a Jerusalém da Lituânia”. Kaunas (Kovno) era a segunda e, com a independência, virou capital do país. Em 1933 lá viviam 38.000 judeus, muitos dos quais alguns dos maiores empresários da região. Em julho de 1944 os dois mil judeus restantes do gueto, no distrito de Slodobka, foram levados para os campos de Dachau e Stutthof, e a maioria assassinada. A veracidade dos manuscritos foi confirmada pelo historiador Samuel L. Kassow autor do consagrado Quem Escreverá nossa História? (Companhia das Letras) a respeito de Emanuel Ringelblum e o Gueto de Varsóvia e em um dos trechos lê-se que “se a gente sobreviver ninguém acreditará em nós e pensarão que se trata de fantasias”. Os relatos cessam no final de 1943 quando o gueto vira campo de concentração. Em 26 de março de 1944, o chefe de polícia e os adjuntos Zupovitz e Ika Grinberg foram levados presos e torturados para confessar como faziam e quem eram os judeus que fugiram para as florestas. Foram mortos junto com ouros 31. Toda essa história virou um livro recentemente lançado nos Estados Unidos pela editora da Universidade de Indiana com o nome A História Clandestina da Polícia Judaica do Gueto de Kovno.

O historiador, editor e antigo dirigente do Partido Comunista Brasileiro Leôncio Basbaum que se tornou conhecido pelos quatro volumes da História Sincera da República, morto em 1969, aos 61 anos, deixou os manuscritos de dois romances, cuja existência é mencionada na sua autobiografia, e no ano passado o filho dele, Hersch Basbaum, descobriu em uma caixa estes textos. Trata-se de O Fim e o Princípio, editado pela AGBook e, O Negócio, pelo Arquivo Público do Rio de Janeiro ao qual, aliás, foi doado todo o material reunido por Leôncio, desde o início da sua militância política, nos anos 1920, pouco depois, portanto, do triunfo da revolução bolchevique e a cujas ideias viria a se dedicar pelo resto da vida no Brasil, mesmo que a custa de prisões, demissões, conflitos familiares e desavenças com os irmãos. Chegou a ter uma pequena metalúrgica onde fabricava brinquedos de alumínio e cujos operários se negaram a aderir a uma greve convocada pelo Sindicato dos Metalúrgicos. Leôncio fechou os portões da fábrica, reuniu os trabalhadores e mandou que eles entrassem em greve em solidariedade à categoria. Apesar de todo o empenho pessoal e dedicação ao partido, ele começou a cair em desgraça entre os membros da direção, apesar do sucesso da Editorial Vitória, nome de fantasia da editora do PCB, e era visto com a desconfiança típica do stalinismo que se apoderou da máquina do partido, então na clandestinidade depois que o governo Dutra mandou fechá-lo. O Negócio foi escrito por Vicente Moraes, pseudônimo de Leôncio, enterrado no Cemitério Israelita do Butantã. Na lápide lê-se: “Não aspiro à glória nem à fortuna, só me inspira o amor, pelos brasileiros e pela humanidade de forma geral”.


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vitrine > informe publicitário AUDIUM

O aparelho auditivo de que você precisa A Audium é uma empresa de tecnologia suíça, especializada em soluções audiológicas, presente em diversos países e com trinta lojas e mais de cem autorizadas no Brasil. Na Audium, o cliente encontra o Lyric, um aparelho auditivo totalmente invisível que o

cliente pode usar ao dormir ou tomar banho e que passa até três meses sem trocar as pilhas. Audium SAC 0800 011 1000 Site www.audiumbrasil.com.br

STUDIO BERRINI

O sorriso é a alma dos negócios A Studio Berrini existe exatamente para atender clientes que precisam de soluções rápidas em horários alternativos e flexíveis, mas que não dispensam alta qualidade quanto o assunto é a saúde do sorriso. A Studio Berrini está localizada no mais novo

polo empresarial de São Paulo, o que confere maior facilidade no atendimento. É só ligar e agendar uma avaliação. Studio Berrini Av. Dr. Chucri Zaidan, 1550, sala 1113 Fone 99482-3495

MARIA BEATRIZ MELO PAES

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Psicoterapia para crianças e adolescentes Isolamento, comportamento agressivo, medos, dificuldades na escola, timidez, falta de atenção, rebeldia, dúvida na escolha profissional? A terapia cognitiva pode ajudar. Esclareça suas dúvidas por e-mail.

Maria Beatriz Melo Paes, psicóloga, CRP 06/73973 Rua Casa do Ator, 75 Fones 5051-2838 e 97642-0552 E-mail mbmpaes@terra.com.br

RED GASTRONOMIA

Onze anos no mercado de banquetes A Red Gastronomia é referência no mercado para eventos sociais e corporativos. A casa mantém cozinha kasher e completamente adaptada às regras para realizar bar-mitzvás, casamentos, brit-milás e outras festas judaicas. Diante da demanda, foi inaugurada em

2013 a Red Boutique Gourmet, com funcionamento de terça a sexta, das 11 às 20 horas, sábados, das 10 às 18 horas, domingos e feriados, das 10 às 15 horas. Rua José Maria Lisboa, 1320, Jardim Paulista Fone 3872-2993

ASTEK MARCENARIA

Móveis ao gosto do freguês As encomendas à oficina de móveis planejados de Reginaldo Araújo dos Santos aumentaram tanto que a loja ocupada por ele desde 1996 ficou pequena e ele teve de alugar o galpão ao lado. Ele está de olho no grande número de prédios em construção na Barra Funda, Bom Retiro

e imediações, cujos apartamentos necessitam de móveis sob medida. Para isso, montou um estúdio de design cujo profissional vai criando, ao lado do cliente, o mobiliário adequado. Rua Barra do Tibagi, 948 | Fone 2985-2731 Site astekmarcenaria.com.br



96 HEBRAICA

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indicador proямБssional ADVOCACIA

ADVOCACIA

ANGIOLOGIA

ANGIOLOGIA

APARELHOS AUDITIVOS

APARELHOS AUDITIVOS


HEBRAICA

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indicador profissional ARQUITETURA

CLÍNICA

COACHING

CARDIOLOGIA

CIRURGIA PLÁSTICA

COLOPROCTOLOGIA

CUIDADORES

CURA RECONECTIVA

CLÍNICA

COACHING


98 HEBRAICA

| MAI | 2015

indicador profissional DERMATOLOGIA

FISIOTERAPIA

GINECOLOGIA

EVENTOS

FONOAUDIOLOGIA

FISIOTERAPIA

GERIATRIA

HARMONIZAÇÃO INTERIOR

GINECOLOGIA

MANIPULAÇÃO


HEBRAICA

99 | MAI | 2015

indicador profissional MANIPULAÇÃO

NEUROCIRURGIA

MÉDICA ESPECIALISTA EM RINS

NEUROLOGIA

MÚSICA

NEUROCIRURGIA

NEUROLOGIA


100 HEBRAICA

| MAI | 2015

indicador profissional NEUROLOGIA

NUTRICIONISTA

NUTRÓLOGO

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA

ODONTOLOGIA


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HEBRAICA

| MAI | 2015

indicador profissional ODONTOLOGIA

ORTODONTIA

PEDIATRA

ORTOPEDIA

OFTALMOLOGIA

OTORRINOLARINGOLOGIA

PERSONAL/ REABILITAÇÃO

PAISAGISMO

PERSONAL TRAINER

ORTODONTIA

PNEUMOLOGIA


102 HEBRAICA

| MAI | 2015

indicador profissional PSICANÁLISE

PSICOLOGIA

PSICOLOGIA


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HEBRAICA

| MAI | 2015

indicador proямБssional PSICOLOGIA

PSICOPEDAGOGA

PSICOTERAPIA

PSICOPEDAGOGA

PSIQUIATRIA

PSICOPEDAGOGIA

PSICO ONCOLOGIA

PSICOTERAPIA


104 HEBRAICA

| ABR | 2015

indicador profissional PSIQUIATRIA

PSIQUIATRIA

PSIQUIATRIA

RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

REPRODUÇÃO

RESIDENCIAL

RESIDENCIAL

TERAPEUTA FLORAIS DE BACH

TERAPIA ORTOMOLECULAR

SUGADOR NASAL


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HEBRAICA

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indicador profissional TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

compras e serviços

TERAPIA


106 HEBRAICA

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compras e serviรงos


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HEBRAICA

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compras e serviรงos


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roteiro gastron么mico


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HEBRAICA

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roteiro gastron么mico


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parceiros hebraica > mais novidades com nossos parceiros

Acompanhe as últimas notícias da comunidade com os nossos parceiros

www.glorinhacohen.com.br

Siga o site da Glorinha É jornalista profissional e por mais de 25 anos trabalhou na imprensa judaica assinando páginas sociais para a Revista da Hebraica e para os jornais Resenha e Semana Judaica, tendo sido editora do Suplemento Social Espe-

cial da Tribuna Judaica, que circulou até agosto de 2003. Atualmente assina uma página na revista Shalom e coordena seu site pessoal, que tras dicas e notícias sobre a comunidade.

APRESENTADO POR MARKUS ELMAN Confira a programação: www.lehaim.etc.br

A COMUNIDADE EM SP O programa LeHaim é um registro dos eventos sociais e comemorativos da movimentada comunidade judaica de São Paulo. Com uma linguagem moderna, ganhou outras características, divul-

O programa oferece um show de variedades com musicais, reportagens, entrevistas, documentários e comentários em vídeo conferência diretamente de Israel, relacionados com a comunidade judaica e com o povo judeu.

gando os atos e eventos de caráter social e benemérito promovidos pelas entidades que reúnem os membros da sociedade judaica e criando projetos para resgatar a memória da comunidade.

Mosaico na TV conta com uma audiência de aproximadamente 250.000 telespectadores sendo que cerca de 2/3 dessa audiência não pertencem à comunidade judaica.

www.shalombrasil.com.br

O programa tem como proposta cultivar e divulgar as tradições judaicas, não só para os judeus , mas também para o telespectador em geral, que tem interesse em conhecer outras culturas.

Revista Shalom

Shalom Brasil é produzido pela Tama Vídeo , uma produtora e prestadora de serviços de São Paulo, tendo como diretor, o jornalista Marcel Hollender, que atua no mercado há mais de vinte anos.

www.revistashalom.com.br

A Revista da Comunidade Em janeiro de 1998 nascia a Revista Shalom, com o objetivo de valorizar o judaísmo através dos judeus e das instituições judaicas, tendo o Estado de Israel como seu centro.

Nas nossas páginas você encontra notícias, atualidades, e muito mais. Não fique sem a sua! Para assinar ligue (11) 3259-6211 revistashalom@terra.com.br


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di re to ria HEBRAICA

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diretoria > presidência servem ao povo. Andei tranquilo, sem medo, em cada esquina tinha alguém para me proteger.” Outro aspecto que chamou a atenção no país “é o respeito às datas das três religiões. É um povo batalhador, sofreu e sempre se colocou em pé. Fui ao Muro das Lamentações, fiz minhas orações. A gente volta diferente, um ser humano melhor”.

Ligações estreitas O SECRETÁRIO DE ESTADO DE ESPORTE, LAZER E JUVENTUDE, JEAN MADEIRA, VISITOU O PRESIDENTE AVI GELBERG NUM ALMOÇO NO CASUAL MIL, ACOMPANHADO DE DIRETORES DO CLUBE E DO CONSELHEIRO FLORIANO PESARO

“N

ão sou político, sou um ser humano”, ressaltou o secretário. “Desde os 17 anos, recupero outros seres humanos das drogas. Meu pai me ensinou a usar o esporte como inclusão. Eu era um garoto que liderava outros, tirando-os das drogas. Meu plano é a valorização da vida. Estou visitando todos os clubes. Sem comitivas, sozinho chego mais rápido e juntos chegamos mais longe.” Em sua nova função, o vereador e professor de artes marciais falou da sinergia que pretende ter em sua atuação. “Fazer com que os programas saiam do papel e

se tornem realidade. O mais importante é a execução e essa é minha meta.” Para a revista Hebraica, Madeira contou que esteve quatro vezes em Israel, à frente de caravanas cada uma de 150 jovens da Igreja Universal. “Passei onze dias em cada viagem e, por mim, ficaria lá, vivendo num kibutz, aprendendo. É um Estado modelo, poderia ser o centro do mundo”, enfatiza. O secretário conta que, além do amadurecimento, os jovens trazem o enriquecimento cultural e a vontade de voltar. Lembrando as visitas, diz que ficou feliz em ver a disciplina. “Os soldados

Retorno Para o presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas do Estado de São Paulo até 2016, Lívio Enescu, o café-da-manhã com Avi Gelberg e um grupo de advogados da diretoria, entre eles Saul Anusiewicz, que o convidou, foi um momento de reencontro com as raízes. Trajando sua marca tradicional, a gravata borboleta, Enescu se emocionou ao voltar para o clube e contou passagens da sua vida. “Meu pai comprou o título da Hebraica em 1962. Romenos, filhos da Shoá, aportamos no Recife e, depois, viemos para São Paulo. Meu pai vendia relógios, minha mãe, fazia concorrência com ele.” “Eram pessoas de bem, sem ter bens”, diz Enescu, para ressaltar a importância que o pai dava ao estudo. Mesmo com dificuldade, escolheu o Colégio Dante Alighieri, considerado o melhor na época, para os filhos Lívio e Ângelo. “Completou com a compra do título da Hebraica, em 1962. Eu me emociono de voltar à Hebraica. Este clube é um ponto de orgulho para o Brasil. Tem um viés quase sagrado dentro do meu coração. Crescemos aqui. É gratificante essa homenagem.” Marcos da Costa, presidente da OAB/ SP, disse que “não poderia deixar de estar nesta oportunidade, ele é um ser humano especial, Enescu faz as pessoas se aproximarem dele e que se sintam mais felizes”. Em seu agradecimento pela acolhida, o homenageado finalizou: “ao invés de nos separar, o judaísmo nos compõe. Segundo a Torá e olhando o Estado de Israel, me sinto mais ligado aos irmãos de outras religiões. Que cada um se orgulhe do que é”. (T. P. T)



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conselho deliberativo

Uma reforma democrática

A Comissão Estatutária tem recebido um número crescente de sugestões que farão parte do estudo destinado à proposição de uma reforma nos Estatutos da Hebraica. Coordenada pelo ex-presidente do clube, Beirel Zukerman, ela é integrada por Anita Rappaport, Fábio Ajbeszik, Daniel L. Bialski, Fernando Rosenthal, Hélio Bobrow, Luiz Flávio Lobel, Jairo Haber, Jayme Widator, Júlio K. Mandel e Samsão Woiler. Para o advogado Jairo Haber, a intensa colaboração oferecida pelas comissões permanentes de Obras, Jurídica, Administração e Finanças, assim como as idéias enviadas pelos conselheiros e sócios são muito bem-vindas. “Creio que a estratégia proposta pelo coordenador Beirel Zukerman em ampliar os canais para a participação na reforma está dando ótimos resultados. Incluímos até um link no portal do clube para facilitar o acesso do sócio à comissão”, informa Haber. Em sua primeira participação em um projeto de reforma estatutária, ele considera a iniciativa muito importante. “É uma oportunidade para atualizarmos os Estatutos de acordo com as particularidades do clube. Também se pretende ampliar a participação do conselheiro e do sócio na condução dos destinos do clube.” Já na opinião do assessor da Presidência, Eugen Atias, a reforma estatutária é mais do que necessária. “A ultima pequena alteração ou reforma estatutária foi aprovada em novembro de 2009 ou seja há quase seis anos. Nesse ínterim, as instituições se atualizaram em sua forma de gestão administrativa. Na prática diária, os mais de cem artigos, somados aos parágrafos e itens nos constantes nos Estatutos, demandam uma adequação para os tempos atuais e, porque não dizer, para um futuro próximo. Nossa instituição é pulsante e é muito importante podermos lhe dar a agilidade necessária e regras atuais, as mais claras possíveis, para que nossos dirigentes não tenham dúvidas quanto à condução do clube”, afirmou ele, que acompanha de perto a evolução dos trabalhos da Comissão Estatutária. Segundo Jairo Haber, a Comissão Estatutária ainda tem um longo período de trabalho pela frente. “Ainda há tempo para os sócios interessados colaborarem com a reforma e essa participação é sempre bem-vinda”, convida o advogado.

Mauro Zaitz Presidente da Mesa do Conselho

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2015 10 de agosto 8 de novembro (eleições) 23 de novembro 7 de dezembro

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2015

MAIO 7 17 23 *24 *25

JULHO

5ª FEIRA DOMINGO SÁBADO DOMINGO 2ª FEIRA

LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT 2º DIA DE SHAVUOT - IZKOR

5 25

DOMINGO JEJUM DE 17 DE TAMUZ SÁBADO INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO

26

DOMINGO FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO

31

6ª FEIRA

ANOITECER

SETEMBRO ** 13 ** 14 ** 15 ** 22 ** 23 27 * 28 * 29

DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA DOMINGO 2ª FEIRA 3ª FEIRA

OUTUBRO 4

*5 *6

ANOITECER

TU BE AV

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT

DOMINGO VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET - IZKOR SIMCHAT TORÁ

2ª FEIRA 3ª FEIRA

NOVEMBRO 5

5ª FEIRA

DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN

DEZEMBRO 6 13

DOMINGO AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ DOMINGO AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

2016

JANEIRO 25 27

2ª FEIRA 4ª FEIRA

TU B’SHVAT DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)

MARÇO

Mesa do Conselho

23 4ª FEIRA JEJUM DE ESTER 24 5ª FEIRA PURIM 25 6ª FEIRA SHUSHAN PURIM

Presidente Vice-presidente Vice-presidente 1o secretário 2a secretária Assessores

ABRIL

Mauro Zaitz Célia Burd Fábio Ajbeszyc Alan Bousso Vanessa Kogan Rosenbaum Eugen Atias Jairo Haber Silvia L. S. Tabacow Hidal

22 23* 24* 29* 30*

6ª FEIRA SÁBADO DOMINGO 6ª FEIRA SÁBADO

EREV PESSACH - 1º SEDER PESSACH - 2º SEDER PESSACH - 2º DIA PESSACH - 7º DIA PESSACH - 8º DIA

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES,

FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS


CARPE DIEM SÁBADO - 09 DE MAIO - 22H SALÃO MARC CHAGALL Para maiores de 18 anos. Obrigatória apresentação de RG

Realização:

apoio:

Rua Hungria, 1000 – Jd. Paulistano Vendas: Central de Atendimento Informações: 3818-8888



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