CJ NEWS - 19/01/2013

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Bo

Shemot 10:1-13:16 Nesta porção da Torá, o novo faraó não se lembra de Joseph. Temendo o seu fortalecimento na população, Faraó faz dos israelitas seus escravos. Em seguida, o Faraó, lança um édito exigindo que todos os meninos israelitas sejam mortos ao nascer. A mãe de Moisés coloca seu filho em uma cesta no rio e ele é salvo pela filha do Faraó e vai morar no palácio. Um dia já adulto, Moisés mata um egípcio que estava batendo num escravo israelita. Moisés foge para Midiã. Deus aparece diante de Moisés em uma sarça ardente e diz-lhe para libertar os israelitas da escravidão. Moisés retorna para o Egito, onde ele e seu irmão Aaron demandam ao Faraó que liberte os escravos israelitas. Faraó se recusa e Deus promete puni-lo.

Palavras de Andre Chouraqui A lei define a situação dos estrangeiros que vivem na terra de Israel: serão admitidos à Pascoa o escravo que faz parte de uma família e o estrangeiro integrado ao povo, com, a condição de ser circunciso. São descartados os filhos de estrangeiros e o assalariado porque eles ficam liberados de comungar o sacrifício pascal. A tradição a respeito do ritual da Páscoa judaica começa a ser elaborado

durante

o

período

helenístico.

A

Bíblia

tinha

estabelecido de forma incontestável a obrigação de celebrar a Páscoa de geração em geração. Uma multidão de detalhes ficou por ser definidos: de quais ervas amargas tratava-se? Quando podia ser consumida a última ceia com o pão fermentado? Como celebrar o shabat no período pascal? As linhas principais serão fixadas por volta da época da Mishná. Ao mesmo tempo que crescia a Halachá, desenvolvia-se uma Hagadá de grande riqueza espiritual: a Páscoa festejada em família é a festa mais importante do calendário hebraico e ainda o é para os filhos de Israel.

CJ‫נ‬EW‫ם‬ Ano XV nº 636 19 de Janeiro de 2012 7 de Shevat de 5773 Shabat Bo


A impotancia da libertação e da liberdade

A parashá dessa semana, Bo, marca a ocorrência da primeira festa judaica da história, comemorando o primeiro (e talvez maior) acontecimento da nossa história: a libertação da escravidão no Egito. Após dez pragas grandiosas que afligiram os egípcios, três das quais narradas na parashá dessa semana, o povo finalmente sai livre, deixando para trás um Egito arruinado e despojado por ninguém menos do que o D’us do povo que fora oprimido por 430 anos. Antes da praga final, a morte dos primogênitos [makat bechorot], D’us instrui cada família israelita a matar e assar um carneiro, que deveria ser comido com ervas amargas e com pão não-fermentado [matsá] na noite em que se deu a praga. O sangue do cordeiro deveria ser posto nos batentes das portas a fim de que D’us poupasse Seu povo da praga destruidora. Foi instituída, assim, a mais antiga e tradicional das nossas comemorações, Pessach, marcando a libertação dos filhos de Israel da escravidão, que inaugurou a liberdade essencial para a constituição de nossa nação. Tal é a importância desse acontecimento que, de geração em geração, cada judeu deve comemorar a libertação do Egito por uma semana a cada ano, como se ele mesmo (e não apenas seus antepassados) houvesse sido libertado da escravidão.

recebesse um código de conduta e uma missão absolutos. Conforme nos revelam esses acontecimentos, para que pessoas vivam de modo ético é necessário que se vejam livres das garras da opressão humana; apenas dessa forma estarão prontas para se pautar por padrões morais elevados e divinos e, assim, realizar ações boas, autênticas e significativas. Quando D’us escolhe o momento da nossa liberdade para Se manifestar, bem como quando Ele Se apresenta nos Dez mandamentos como “D’us que vos tirou da terra do Egito”, ressalta a importância da libertação e da liberdade como constituintes do caráter ideal de pessoa; a liberdade é, mais do que uma condição adquirida, um dever. Devemos ser, cada um e todos, inerentemente livres, e estimular para que o sejam as demais pessoas, pois somente livres da opressão, seja ela de outras pessoas ou de nossas próprias mentes e padrões humanos, é poderemos viver pautados numa moral absoluta e no objetivo superior de transformar este mundo em um lugar cada vez melhor, mais divino e mais livre. Shabat Shalom

David Rosenberg Krausz

Ora, por que justamente este acontecimento histórico foi escolhido por D’us como uma data tão importante? O que há de tão especial na saída de nossos antepassados do Egito que lhe confere o status de início de uma nova era para nós? A chave para essa questão é o próprio ideal de Liberdade. A liberdade é um estado extremamente difícil de se definir, mas também extremamente importante de se entender; é tão complexo quanto fundamental para orientar a vida de cada um de nós. A liberdade é, sim, o oposto da escravidão, mas é também o estado de ser único que pode possibilitar a fé e a submissão a um propósito superior e divino. Somente a liberdades física, mental e espiritual, obtidas na saída do Egito, é que puderam dar a nosso povo condições para que

Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: Sylvia Lohn Chazan: David Kullock Musicista: Marcello Frenkiel Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro


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