CJ News 19 - 23/02/2013

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Tetsavê Shemot

27:20 – 30:10

Nesta porção da Torá, Deus nomeia Arão e seus filhos como sacerdotes. Deus descreve a roupa sacerdotal, e explica a maneira

correta

de

santificar

os

sacerdotes. Aaron

é

ordenado a fazer oferendas de incenso para Deus a cada manhã sobre o altar. Deus explica que uma vez por ano Arão fará uma oferta sobre o altar para expiar todos os pecados dos israelitas.

Shabat Zachor Este sábado é o segundo dos shabatot especiais antes de Pessach. É o Shabat da lembrança, quando lemos de um segundo sefer torá, um trecho que fala da batalha do povo judeu recém saído do Egito contra Amalek. Amalek representa todos aqueles que vem tentando exterminar o povo judeu ao longo da historia. Deus considera que Seu reinado só se completará quando for apagada da face da Terra toda a memória de Amalek. Esta leitura é feita às vésperas de Purim, pois Haman era descendente de Amalek.

Purim Purim é uma festa diferente. Ao contrario dos momentos de leitura da Torá ou da Haftará, quando o silencio na sinagoga é importante, em Purim gritamos, vaiamos, fazemos o maior barulho possível. E, pasmem uma das mitzvot mais importantes da festa é “beber até cair”. E o centro dessas ações é um dos grandes inimigos do povo judeu, Haman, descendente de Amalek, que na época do Rei Assuero na Pérsia, planejou a destruição da comunidade judaica local. Na leitura da meguilat Ester, toda vez que o nome de Haman é citado gritamos, vaiamos, demonstrando nossa reação contra o ditador de plantão. Outro personagem central da festa é Mordechai, tio de Ester, responsável pela nossa salvação, ao enfrentar sem medo o malvado Haman. A mitzvá de Purim nos diz que devemos beber até que não se consiga diferenciar entre o “maldito Haman” e o “bendito Mordechai”.

CJ‫נ‬EW‫ם‬ Ano XV nº 642 23 de Fevereiro de 2013 Shabat Tetsave

13 de Adar de 5773 Shabat Zachor


O que as coisas são e o que fazemos delas Conheci nesta semana uma moça que trabalha em uma loja de brinquedos. “Puxa vida! Uma loja de brinquedos! Que trabalho divertido deve ser esse!” – essa é a resposta imediata que muitos teriam ao ouvir sobre tal cargo. Mas será que essa é uma impressão real? Será que trabalhar com brinquedos é realmente uma profissão muito divertida? Não sei ao certo a resposta, na realidade não sei se a moça gosta ou não do que faz, mas tenho certeza que o fato de ela gostar ou não do emprego depende muito mais de quem são seus clientes, seu chefe e seus colegas de trabalho, de quantas horas trabalha e de qual é o salário que recebe do que dos brinquedos que vende. Esses brinquedos estão quase todos (isso se não forem todos) embalados e cuidadosamente preparados para serem usados posteriormente e para divertirem seus pequenos compradores, mas, enquanto repousam nas prateleiras e no estoque da loja, não são mais do que caixas coloridas e sem utilidade alguma. Na verdade, a vendedora em questão não tem qualquer contato com brinquedos, mas sim com uma infinidade de objetos que, ainda que potencialmente muito úteis e divertidos, naquele momento, não são nada além de objetos indefinidos. O que faz com que um brinquedo seja um brinquedo está muito além de sua fabricação e de seus materiais. Apesar de que esses elementos também são muito importantes, o que de fato vai fazer com que um brinquedo seja um brinquedo é o uso que se fará dele. A parashá desta semana, Tetsavê, traz um caso semelhante; a Torá continua a narrar minuciosamente os objetos sagrados designados por D’us para compor o mishkan [o santuário móvel do deserto], mas, após terminar essa descrição, a inicia-se uma nova série de instruções: “Esta é a coisa que lhes fará para santifica-los” (Ex. 29:01), ao que se segue toda uma outra detalhada descrição, mas, dessa vez, a respeito dos procedimentos para tornar todos aqueles objetos feitos para o mishkan santificados.

Apesar de esses objetos terem sido todos prescritos e detalhados pelo próprio D’us nos mínimos pormenores, eles só adquiriram o status de santificados após seu primeiro uso, sua inauguração, feita pelos kohanim [sacerdotes]. Exatamente da mesma maneira que os brinquedos da loja não têm nenhum valor enquanto brinquedos se ninguém realmente brincar com eles, as santidades do mishkan não tinham santidade alguma até que alguém as utilizasse da maneira apropriada. De maneira semelhante, o que dá o verdadeiro valor às coisas e fatos da vida de maneira geral não é o que e como eles são, mas sim como é o uso que lhes damos e como nós nos relacionamos com eles. O que está nas mãos de cada pessoa para que ela transforme sua realidade não é mudar a natureza das coisas, mas sim mudar a forma como as usamos e como lidamos com elas. Sabendo como lidar da maneira apropriada com as coisas, saberemos fazer de pequenos objetos coloridos verdadeiros brinquedos e de altares e candelabros verdadeiras santidades. Shabat Shalom

David Rosenberg Krausz

Shabat na sinagoga de A Hebraica Prédica: José Luiz Goldfarb Chazan: David Kullock Musicista: Marcello Frenkiel Baalei Koré: Rony e Daniel Grabarz Texto: Mauricio Mindrisz e David Rosenberg Krausz Ilustrações: Rubem Castro


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