Revista Hebraica - Junho 2013

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ANO LIV

| N º 616 | JUNHO 2013 | S IVAN /T AMUZ 5773

Judeus que amaram a Revolução


HEBRAICA

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palavra do presidente

Contra o antissemitismo Há dois anos, o Congresso Mundial Judaico (CMJ) realizou seu encontro anual em Caracas e dele participaram representantes de dezenas de países, além dos presidentes das confederações continentais. A reunião na Venezuela tinha uma explicação: havia cada vez mais, e fortes, manifestações antissemitas em parte de alguns setores do governo do então presidente Hugo Chávez, e a presença de lideranças judaicas de todo o mundo poderia servir como elemento inibidor de algum possível surto antissemita. Hugo Chávez recebeu os dirigentes judaicos e quase não se ouviu mais falar de antissemitismo naquele país, além de um sentimento residual de ódio aos judeus que sempre permanece latente. Em maio, a fórmula se repetiu, desta vez na Hungria, onde atualmente vivem cerca de 120.000 judeus em uma comunidade que se recompôs depois dos massacres da Segunda Guerra, e porque eram cada vez mais insistentes as manifestações antissemitas que passaram a se abrigar sob a aparente capa de legalidade de partidos de extrema-direita. A realização do encontro em Budapeste, durante quase uma semana, obrigou a que o primeiroministro húngaro Viktor Orbán, convidado à abertura do evento, declarasse publicamente que o “antissemitismo é inaceitável na Hungria e nossa tolerância com isso é zero”. Apesar disso, a extrema-direita se exibiu por Budapeste com slogans discriminatórios, logo no primeiro dia da reunião do Congresso. Isso mostra, mais uma vez, que, portanto, agiu bem o Congresso Mundial Judaico ao tomar a iniciativa de cortar pela raiz qualquer tentativa de a velha cantilena de racismo, discriminação e intolerância em relação a minorias e aos outros ressurgir naquela região da Europa – onde a perseguição aos judeus sempre fez parte dos usos e costumes da população. No Brasil, sim, a tolerância institucional com o antissemitismo é, de fato, zero. O país tem, há mais de uma década, uma das legislações mais duras contra quem quer que avance o sinal neste quesito, e todos os níveis de governo têm demonstrado isso quando celebram anualmente, em janeiro, o Dia Mundial em Memória das Vítimas do Holocausto. Ainda em Budapeste: participaram ativamente dos debates o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano Jack Terpins; o presidente da Confederação Israelita do Brasil Cláudio Lottenberg e Guiora Esrubilsky atual presidente da União Mundial Macabi, que foi eleito vice-presidente do Congresso Mundial Judaico. Uma linha une Jack, Cláudio e Guiora: os três foram muito atuantes e praticamente se formaram dirigentes comunitários na Hebraica, e Jack foi seu presidente (1990-1993), o que é revelador da importância da Hebraica como uma espécie de escola de líderes, ao mesmo tempo em que se mantém vigilante e atuante na intolerância à discriminação e ao racismo. Aliás, há dois meses, a Hebraica recebeu a visita do embaixador da Hungria no Brasil, Csaba Szíjjártó, e assessores, que reafirmou seu apreço à comunidade judaica. Shalom

Abramo Douek

UMA LINHA UNE JACK TERPINS, CLÁUDIO LOTTENBERG E GUIORA ESRUBILSKY: OS TRÊS PRATICAMENTE SE FORMARAM DIRIGENTES COMUNITÁRIOS NA HEBRAICA, E JACK FOI SEU PRESIDENTE

(1990-1993), O QUE É REVELADOR DA NOSSA IMPORTÂNCIA COMO UMA ESPÉCIE DE ESCOLA DE LÍDERES


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sumário

HEBRAICA

HEBRAICA

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Carta da Redação

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Destaques do Guia A programação de junho e julho

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cultural + social

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Let’s Dance Noite de revival no Espaço Adolpho Bloch

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Dança Aprenda a dançar todos os ritmos no novo curso

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Dia das mães Oficina de cupcakes reuniu duas gerações

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14

Hebraica Meio-Dia Música gratuita para todos os gostos

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Gourmet Mais uma viagem ao país das lembranças

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Galeria de arte Lana Ascer e as cores vibrantes de Parati

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48

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Biblioteca Clube da Leitura já reúne três grupos de associados

Maratona Acesc Oportunidades para quem quer mostrar o talento

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Coluna um / comunidade Os eventos mais significativos na cidade

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Fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

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Visita O soldado israelense Gilad Shalit foi recebido no Centro Cívico

46

Centro juvenil hebraikeinu Oficinas iniciam as crianças na arte teatral

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Jovens sem fronteiras Vice-presidente do Corinthians falou no Teatro Anne Frank

Fotos e fatos Os destaques das ultimas semanas

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esportes

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Handebol Modalidade exporta talentos para a seleção brasileira

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Judô Parceria com a Unibes recebe apoios entusiásticos

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Curtas Ginástica, polo aquático e basquete nos destaques do mês

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magazine

60 Capa | Judeus revolucionários Os judeus que mudaram a face do mundo

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Polêmica Afinal de contas, quem merece aparecer nas cédulas de shekalim

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Ecologia Israel mostra como lidar com o descarte de resíduos

76

Ideias O que a esquerda anglo-americana tem a ver com o Islã?

80

História Para derrubar os mitos sobre o antológico “êxito judaico”

86

Costumes e tradições O folclore do imaginário dos shtetls

88

Cinema A incursão dos irmãos Coen no mundo da folk music

89

Medicina Angelina Jolie e a mastectomia preventiva

90

A palavra Palestina ou Eretz Israel? Entenda a diferença...

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10 notícias As notícias mais quentes da sociedade israelense

94

Leituras Os destaques do mês no mercado das ideias

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Música Onze lançamentos imperdíveis, do popular ao erudito

98

Com a língua e com os dentes Entenda porque São Paulo tornouse o templo da gastronomia

100

Ensaio Quais os próximos cenários da guerra civil na Síria?

103 diretoria

104

Acesc Jantar reuniu representantes de clubes paulistanos

106

Lista da Diretoria Saiba quem são os seus representantes no Executivo

120

Lista de conselheiros Confira a lista dos seus representantes no Executivo

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Conselho A importância da comunicação no nosso dia-a-dia


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HEBRAICA

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carta da redação

Os judeus e as revoluções

ANO LIV | Nº 616 | JUNHO 2013 | TAMUZ/ AV 5773

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l)

O artista gráfico Marcelo Cipis, que tem assinado as capas da revista Hebraica, acertou em cheio mais uma vez ao ilustrar a ligação dos judeus com as revoluções e os movimentos sociais a partir de 1848, principalmente na Europa, e de que trata uma ampla reportagem a respeito, no “Magazine”. Pena que os autores só atravessaram o Atlântico para falar dos judeus que lideraram manifestações nos Estados Unidos a partir dos anos 1960, mas não dos que, ao sul, se envolveram intensamente em tentativas de revoluções no Brasil, como Salomão Malina, Jacob Gorender, Maurício Grabois, além de muitos outros, e na Argentina também. O mesmo “Magazine”, em reportagem do correspondente Ariel Finguerman, mostra as soluções que Israel encontrou para tratar as montanhas de lixo produzidas diariamente e o que vai fazer com o fantástico lixão ironicamente chamado de Har Hazevel, o “morro do lixo”, já desativado. É de Ariel também o texto a respeito das novas cédulas do sistema monetário israelense e, claro, mais um motivo de discórdia e debate. Leiam a respeito das alternativas para Israel no caso do levante sírio e uma teoria que dá racionalidade ao êxito judeu: desde a destruição do Segundo Templo, no ano 70 da era comum, as lideranças comunitárias e religiosas, mais estas do que aquelas, insistiam na necessidade do estudo e na obrigatoriedade de as crianças saberem principalmente ler e escrever, os textos em hebraico e a língua dos países onde viviam. A alfabetização possibilita o conhecimento e estimula e facilita a comunicação. E a sobrevivência. Aí estava o segredo, simples assim.

PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA BENJAMIN STEINER (EDITOR)

CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

ILUSTRAÇÃO CAPA MARCELO CIPIS EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

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DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES IMPRESSÃO E ACABAMENTO IBEP GRÁFICA

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Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700 OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE

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PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA

calendário judaico :: festas

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A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

JUNHO 2013 Sivan / Tamuz 5773

JULHO 2013 Tamuz / Av 5773

dom seg ter qua qui sex sáb

dom seg ter qua qui sex sáb

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Fale com a Hebraica PARA COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS DA REVISTA LIGUE: 3818-8855 CANALABERTO@HEBRAICA.ORG.BR

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EX-PRESIDENTES

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

LEON FEFFER (Z’l)

- 1953 - 1959 | ISAAC FIS- 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-

CHER (Z’l)

BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 -

1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

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HEBRAICA

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por Raquel Machado

destaques do guia NESSE MÊS DE JUNHO, A HEBRAICA ENTRA NO CLIMA DO DIA DOS NAMORADOS COM UM ROMÂNTICO JANTAR DO TRADICIONAL

BUFFET CASUAL MIL, AO SOM DA CANTORA LARISSA CAVALCANTI NUM TRIBUTO A ELIS REGINA. O PRIMEIRO HEBRAICA IN CONCERT DO ANO VEM NO CLIMA PORTENHO

COM NOSSO MAESTRO LEÓN HALEGUA, OR-

QUESTRA, CORAL E SHOW DE TANGO. PARA OS ESPORTISTAS TEREMOS O 11º FESTIVAL DE JUDÔ E O VI SIMPÓSIO DE ESPORTES E MUITO MAIS. CONSULTE A PROGRAMAÇÃO COMPLETA PARA NÃO PERDER NENHUM EVENTO.

cultura + social

VENHA COMEMORAR O DIA DOS NAMORADOS NA HEBRAICA

juventude

Horários do ônibus • Terça a sexta-feira

12/6 Dia Dos Namorados 12/06, as 21h no Salão Marc Chagall

8/6 In Concert Buenos Aires no Teatro Arthur Rubinstein, às 20h30

Início 4/6 Interpretação para Musicais, com Marcelo Klabin e Daniel Rocha

Saídas Hebraica 11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Terças das 20h30 às 23h

Saída Avenida Angélica 9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

8/6 Churrasco Sambatata Sábado, às 13h30 na “Casa”

• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30 Saídas Avenida Angélica 9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

esportes

• Linha Bom Retiro/Hebraica 16/6 11º Festival de Judo

22 e 23/6 VI Simpósio de Esportes

domingo, às 8h, no Centro Cívico

Consulte programação

Saída Bom Retiro – 9h, 10h Saída Hebraica – 13h45, 18h30



HEBRAICA

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cul tu ral +social


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cultural + social > let’s dance

Nos embalos das décadas passadas EM MAIS UMA NOITADA PROMOVIDA PELA VICE-PRESIDÊNCIA SOCIAL E CULTURAL, O ESPAÇO ADOLPHO BLOCH RECEBEU DECORAÇÃO TEMÁTICA E DUZENTOS FÃS DA MÚSICA DAS DÉCADAS DE 1960, 1970, 1980, 1990

O

ambiente da festa “Let’s Dance” lembrou muito os “bailinhos”, aquelas noites dançantes que precederam a discoteca e as atuais baladas. Sócios entre 35 e 60 anos reservaram com antecedência ingressos do evento ou deixaram para comprar os seus na porta. Era grande a curiosidade em torno da decoração, logo desfeita. Assim que entravam, os convidados chegavam a um lounge e uma ampla pista de dança bem próxima de onde estavam os deejays Henri Schipper e Kid Vinil. Além da música, bar com refrigerante, cerveja e ou-

tros drinques, e mesas com sanduíches e salgadinhos. Sucessos da era disco se misturavam às ingênuas canções da carreira de Roberto Carlos nos anos 1960. Alguns casais reviviam a época do namoro ao som dos Bee Gees e outros grupos que lideravam as paradas de sucesso da época. O deejay Kid Vinil começou rememorando os anos 80, quando todos os jovens da época sabiam de cor a canção Eu Sou Boy”. Em seguida, manteve a pista cheia animando os dançarinos ao som das bandas de rock brasileiras dos anos 80.

KID VINIL ESTIMULOU OS CONVIDADOS A SE DIVERTIREM NA PISTA DE DANÇAS

O presidente Abramo Douek e o vice-presidente Social e Cultural Sidney Schapiro, adolescentes nos anos 70 e 80, prestigiaram o evento. Antes de começar, o presidente deu as boas-vindas aos convidados e apresentou o professor de dança de salão Eduardo, que fez uma apresentação especial ao som de uma balada romântica de Rita Lee. Em seguida, o deejay Henri Schipper assumiu o comando da noite e desafiou a memória visual e auditiva de todos ao projetar um vídeo com imagens de comerciais e filmes de sucesso nas últimas quatro décadas. Em coro, os dançarinos relembraram o jingle de uma marca de café, do Big Mac e citaram personagens e filmes ao som da trilha sonora do filme E.T, o Extra Terrestre, de Steven Spielberg. Depois do intervalo, as atenções se voltaram para a pista de danças, enquanto grupinhos relembravam o passado junto ao open bar e aos sanduíches. Afinal, em todos os bailinhos sempre havia aqueles que preferiam assistir às danças a se expor na pista. (M. B.)


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cultural + social > dança de salão

Nada como entrar no ritmo PARA ALGUNS CASAIS, AS NOITES DE QUARTA-FEIRA SÃO SEMPRE DIVERTIDAS. ELES AGORA ENCARAM NATURALMENTE OS CONVITES PARA DANÇAR FORRÓ, SAMBA, GAFIEIRA EM QUALQUER OCASIÃO

N

a maioria das festas, o público prefere um ou outro ritmo, então a pista de danças se enche quando a música é romântica e alguns casais voltam às mesas quando os músicos começam uma seleção de forró ou samba de gafieira. Por este motivo, muitos casais interessados em se aperfeiçoar em diferentes ritmos de danças se inscreveram no curso de dança de salão promovido pela vice-presidência Social e Cultural.

CASAIS SE FAMILIARIZAM COM DIVERSOS RITMOS MUSICAIS

“A turma que aderiu às aulas semanais é maravilhosa. Recentemente, minha escola de dança promoveu um evento beneficente e estendi o convite aos alunos da Hebraica, que aceitaram, vieram e se divertiram muito”, comenta o professor Eduardo La Luna, que há um ano ajuda os alunos a dominar as técnicas de dança de salão. “Neste primeiro semestre, dançamos quatro ritmos principais, o samba de gafieira, o forró, o bolero e o

soltinho, também conhecido como suíngue carioca”, informa Eduardo. Ele percebe um grande potencial na atividade e torce pela adesão de mais alunos. “Os casais que acompanham as aulas desde o primeiro módulo são muito receptivos, o que ajuda a adaptação dos casais nos primeiros passos”, argumenta o professor. “O espaço no Centro de Juventude é amplo e ideal para as aulas e, além disso, existem novos horários. O maior trabalho que os sócios interessados terão será na inscrição. Depois é só entrar no ritmo”, explica. Informações sobre novas turmas, fone 3818-8898. (M. B.)


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HEBRAICA

cultural + social > hebraica meio-dia

Aula de cupcakes e torneio de tênis O ESPAÇO GOURMET FOI TOMADO POR QUASE CINQUENTA CRIANÇAS ENTRE 2 E 8 ANOS E AS MÃES, INSCRITAS PARA A OFICINA DE DECORAÇÃO DE CUPCAKES. O BOLINHO FOI A ATRAÇÃO DA TARDE

Música de todos os tempos EM TRÊS ESPETÁCULOS, O TALENTO DE CLÁUDIO, GABRIEL E SARA GOLDMAN, JERÔNIMO FEITOSA E MÁRIO TIROLLI. AS MÃES FORAM PRESENTEADAS NO SEU DIA COM UMA APRESENTAÇÃO DO DUO DE DAMAS

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oram três domingos de boa música, o primeiro com o espetáculo “Pura Emoção” com o cantor, compositor e pianista Cláudio Goldman, acompanhado pelo irmão Gabriel Goldman na clarineta e canja da mamãe Sara Goldman Belz. Tocando piano, cantando e conversando com as pessoas da plateia, o showman estava à vontade no palco onde já foi chazan nas Grandes Festas de vários anos e protagonizou Porgy and Bess com o Coral da Hebraica regido por Leon Halegua. Cantou em hebraico, ladino e ídiche, interpretou versões de canções eruditas e clássicos do repertório brasileiro, judaico e internacional. As palmas o trouxeram de volta à cena várias vezes. A música de todos os tempos foi ouvida na apresentação de Jerônimo Feitosa, acompanhado pelo maestro Mário

CLAUDIO GOLDMAN CONVERSOU COM O PÚBLICO, CONTOU PIADAS E CANTOU

Tirolli. O programa tinha compositores que são referências da música universal e contemporânea, do erudito ao popular, de J. S. Bach a Edith Piaf, passando por Naomi Shemer, Simon & Garfinkel, Paul Anka, e outros. Nas músicas mais conhecidas, Feitosa (voz) e Tirolli (piano) foram acompanhados pela plateia. No Dia das Mães muitas delas foram assistir ao vocal Duo de Damas, criado

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cultural + social > dia das mães

por Denise Matta e Heloisa Araújo, ambas formadas na USP, uma em história, outra em arquitetura. Apesar disso, preferem cantar porque o timbre de voz das duas é muito próximo. Na Hebraica, teve de Ary Barroso a Tom Zé. O Duo de Damas foi acompanhado por Fábio Lopes (guitarra acústica), Adriano Busko (bateria e percussão) e Maurício Biazzi (contrabaixo acústico). (T. P. T.)

PROGRAMAÇÃO 2/6 – DVD 9/6 – Muller’s Band, música judaica 16/6 – String Academy de Bloomington, Indiana, EUA 23/6 – “Shirá Betsibur”, com Nicole Borger e Sima Halpern 30/6 – Leonardo Jeszensky e Gabriel Levy, música klezmer e dos Bálcãs

TAL MÃE, TAL FILHA: BOM GOSTO DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO

Saques vencedores Vinte e duas tenistas se inscreveram no Torneio Interno em Homenagem ao Dia das Mães. Algumas equipes madrugaram no clube e se encontraram na quadra às seis horas, praticando até a chegada das adversárias. Antes das partidas finais, as mães partilharam um lanche e posaram para fotos. Em seguida, voltaram às quadras para conhecer as vencedoras. Foram distribuídos brindes da Rubinela, Woolline, Tristil, Paula Benbassat e Skinlaser. A vencedora foi a equipe Maria Ester Bueno, composta por Lucila Leventhal, Miriam Schuartz, Sandra Libman e Steffany Stern. As vices foram Suzana Mentone, Andrea Eberhardt, Clariza Chapaval e Marly Mifano.

A

o entrar no salão, as meninas recebiam avental e bandana, indispensáveis a uma chef de verdade. Longas mesas, na altura dos pequenos, serviram para as mães se ajeitarem com as filhas, aguardando a explicação da chef Cristina Paulo, da S.O.S. Cupcakes, especialista nos bolinhos. Cristina trouxe uma fornada pronta para confeitar e montou um esquema para elaborar cremes para o recheio, de vários sabores, bisnagas de confeiteiro com coberturas coloridas, chocolate granulado, estrelinhas, tábuas, rolinhos, tudo que pode contribuir para alegrar a tarde. Algumas crianças nem esperavam a explicação, pegavam os confeitos dos potinhos e, satisfeitas, comiam. Mamães caprichosas alternavam os cremes e pareciam especialistas, tal a facilidade como manejavam as várias opções para enfeitar os cupcakes. De repente, um pai fotografava e saía rápido, pois o evento era para o lado feminino da família. No final, era difícil descobrir quem se divertira mais: as crianças ou as mães, com as embalagens especiais da S.O.S. Cupcakes para servir as delícias em casa. (T.P.T.)


20 HEBRAICA

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cultural + social > espaço gourmet

Lembranças do netinho mestre-cuca

GABRIEL ZITUNE TINHA 5 ANOS E JÁ ANDAVA ATRÁS DA MÃE, ESTHER, VENDO COMO ELA FAZIA AS DELÍCIAS DA COZINHA SEFARADITA. O ENCONTRO NO ESPAÇO GOURMET FOI REPLETO DESTA E OUTRAS RECORDAÇÕES DE INFÂNCIA

A

s avós também influenciaram Gabriel Zitune. “Minha avó materna Virginia tinha uma mão fantástica para colocar os temperos certos nos pratos que preparava. E minha avó paterna Badria fazia maravilhosos doces folhados”, contou Gaby, após ser aplaudido pelos fãs da cozinha sefaradita na sua

aula no Espaço Gourmet. Ele morava no Ipiranga e recorda que, nos finais de semana no sítio da família, a mãe fazia bolos com ovos de galinha caipira, “muito amarelinhos”. Outra lembrança da infância é de quando voltava da escola e encontrava “a casa toda revestida de lençóis brancos e sobre eles

as massas muito fininhas abertas e secando para compor os doces árabes”. Quando começou a ajudar a mãe nos pratos diários, Zitune nem alcançava o fogão e a pia. “Meu pai mandou fazer um banquinho de madeira para facilitar.” Na década de 1950, era pouco comum homem na cozinha, principalmente nas casas. Zitune era uma das exceções e apesar dos cursos de que participou, as aulas particulares com as amigas das avós foram mais produtivas, observando como tratavam os alimentos e os segredos da preparação das comidas típicas. Desde então, os caminhos se abriram ao mestre-cuca, hoje professor convidado do curso profissionalizante de gastronomia da Unibes em parceria com a Universidade São Judas e que atende com muita alegria os pedidos para fazer almoços beneficentes. A aula de Zitune no clube começou com pletzel acompanhado de vários tipos de queijo Tirolez, patrocinador do encontro. Em seguida, saladas de lentilha e aliche e a de couscous, sopa de massa e hortelã, os varenikes (asquenazitas) e os calzones (sefaraditas) de queijo, risoto de peixe e canela. Para finalizar, ensinou a fazer latkes de banana e os sons de aprovação ecoaram pelo ambiente. Em maio, o Gourmet também recebeu os chefs Hamilton Mellão, da Trattoria Mello Mellão, Gustavo Brusca do Horta Café e Bistrô, o expert em comidas do Oriente Thompson Lee, e Carlos Siffert, com dicas para preparar excelentes receitas de peixes. (T. P. T.)

PROGRAMAÇÃO 4/6, 19h30 – “Um Passeio pelo Mediterrâneo” – O chef André Castro, do restaurante D’Olivino, traz a rica e saudável culinária mediterrânea. R$65/pessoa ou R$120,00 por casal 11/6, 19h30 – “Dia dos Namorados” – Menu regado a romantismo e uma taça de vinho por pessoa. Com chef Roberto Perchiavalli, que trabalhou nos melhores restaurantes da Europa. R$ 65,00 por pessoa ou R$ 120,00 por casal 18/6, 19h30 – “Sopas, Caldos e Cremes” – Dicas deliciosas do chef Carlos Siffert. R$50,00 por pessoa ou R$90,00 por casal 25/6, 19h30 – “Vegetarianismo e Saúde” – A jovem chef Carina Muller trabalhou em Nova York e San Sebastián, na Espanha, até encontrar o seu caminho na área de alimentação vegetariana. R$50,00 por pessoa ou R$90,00 por casal Acréscimo de 50% no valor para não sócios. Informações e inscrições na Central de Atendimento ou no espacogourmet@ hebraica.org.br 3818-8773 / 3818-8888


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cultural + social > galeria de arte

O MAR DE PARATI SERVE DE INSPIRAÇÃO PARA LANA ASCER

Tons e cores de Parati A

o falar da sua obra, Lana Ascer lembra a trajetória da família desde o Egito, anos dourados logo trocados pela procura de um lugar onde os judeus não fossem perseguidos. Em Londres, o pai lecionou história da arte no Victoria College, e depois viveram na França. Era a época da construção de Brasília e a arquitetura de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa inspirou e motivou Alexandre Goldstein que imigrou com a família para o Brasil, projetou os móveis de vários prédios públicos da capital federal e sobrou tempo para pintar. Ao se aposentar, levou mulher e filhos para viver em Parati, no Rio de Janeiro. Desde então, a pequena cidade do litoral sul fluminense virou lar, refúgio e ate-

DESDE CEDO, O PAI ALEXANDRE GOLDSTEIN (Z’L), INCENTIVOU A FILHA LANA ASCER A PINTAR. O RESULTADO É A MOSTRA “ÓLEO E TEREBENTINA”, NA GALERIA DE ARTE, INSPIRADA PELA CIDADE FLUMINENSE lier de Lana. “Tive aulas de piano e balé, mas a pintura me atraía e até hoje é o complemento da minha vida”, diz a artista. “Meu pai me dizia: ‘Quero que você pinte’ e isso eu faço, sentindo o cheiro do óleo e da terebentina que ele usava e impregnava nossa casa”, conta, emocionada. Formada pelo Instituto de Decoração e Arte (IAD), fez licenciatura em artes plásticas na Faap, aprimorando-se em pintura, escultura e gravura. A pintura é abstrata e o mar – influência de Parati – a inspira, e os quadros,

sempre grandes, trazem traços fortes e muitas cores. “Às vezes, levo um ano para pintar uma tela. Vou, volto, aí percebo que uma cor interferiu na outra, crio novos tons e efeitos que só se consegue com o tempo”, explica Lana diante de “L’Oeil”, a pintura escolhida pela curadora Juliana Lucki para destaque da mostra no clube. Parte das vendas dessa exposição Lana doou para o grupo Chaverim, que atua na inclusão social de quase cem jovens e adultos com deficiência. (T. P. T.)


24 HEBRAICA

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cultural + social > biblioteca

A leitura é fator de integração NAS REUNIÕES MENSAIS DOS TRÊS GRUPOS DO CLUBE DA LEITURA, O DEBATE EM TORNO DAS OBRAS APROXIMA SÓCIOS COM OS MAIS DIFERENTES INTERESSES, IDEIAS E GOSTOS LITERÁRIOS

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e acordo com a tradição judaica, o sábado (Shabat) deve ser reservado ao descanso físico. Mas o estudo, a leitura e os debates são atividades permitidas e até recomendadas para esse dia. Pois as reuniões mensais do Clube da Leitura são realizadas nas tardes de sábado, durante as quais os participantes mergulham no universo literário criado por um determinado autor e trocam impressões a respeito do livro e a referência a qualquer aspecto judaico está mais ligada à trama da história do que ao fato de a reunião acontecer na Hebraica. Lançado no segundo semestre de 2012 pelo Sindi-Clube em uma parceria com a Academia Paulista de Letras e a Cia. das Letras, o primeiro grupo do Clube da Leitura foi criado na Biblioteca da Hebraica, e já funcionam três. Hoje o Sindi-Clube comemora a existência de grupos em outros clubes. “São no mínimo 45 pessoas envolvidas, pois quinze pessoas participam da reunião no círculo principal e outras ficam na plateia, como ouvintes”, expli-

ca a chefe da Biblioteca Eunice Lopes. “O interesse demonstrado pelos sócios foi surpreendente. Quando o Sindi-Clube nos convidou a participar do projeto, imaginei um grupo, mas três é um resultado muito bom”, acrescenta. Os três grupos tem a mediação da escritora e pesquisadora Vivian Schlesinger, que se relaciona com os participantes por e-mail e mensalmente propõe, a cada grupo escolher entre duas sugestões para ler e debater na reunião seguinte. “O Clube da Leitura tem sido um desafio, porque antes de cada reunião recolho informações a respeito do autor, personagens e o contexto de cada um dos enredos. Com a evolução dos grupos, as escolhas têm sido diferentes, e por isso, às vezes, pesquiso acerca de temas completamente diferentes e o melhor de tudo é ver que, diante das colocações dos participantes de cada grupo, às vezes não chego nem ao quarto slide da minha apresentação”, comenta a mediadora. Agora, em junho, o primeiro grupo dis-

VIVIAN SCHLESINGER É A MEDIADORA DOS TRÊS GRUPOS DA HEBRAICA

cutirá o livro Barba Ensopada de Sangue, do brasileiro Daniel Galera. Curiosamente, o primeiro texto sugerido para o Clube da Leitura na Hebraica foi Dois Irmãos, romance do amazonense Milton Hatoum. Pelas cabeceiras dos integrantes do Clube do Livro já passaram Desonra, de J. M. Coetzee, Homem em Queda, de Don DeLillo, Nemesis, de Philip Roth, Versos Satânicos, de Salman Rushdie, e outros. Cada grupo formado na Hebraica reúne sócios de profissões variadas e preferências literárias. Para Rebeca Scherer, o Clube de Leitura revelou-se uma atividade muito interessante. “Quando me inscrevi no segundo grupo, o livro a ser discutido era Desonra e depois lemos A Confissão da Leoa e nas reuniões as pessoas trouxeram as visões as mais diversas. Está sendo uma experiência muito rica”, elogia Rebeca. A curiosidade em torno do Clube da Leitura tem aumentado o número de interessados. “Até agora incluímos os novos leitores no grupo três, mas, se necessário, vamos encontrar uma brecha na agenda da mediadora. Afinal, a burocracia para abrir um novo grupo é pequena e o apoio do Sindi-Clube é total”, comemora Eunice. (M. B.)


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cultural + social > maratona cultural

ENCONTRO DE CORAIS DESTE ANO SERÁ NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN

A arte de quem pinta, canta e interpreta A ASSOCIAÇÃO DOS CLUBES ESPORTIVOS E SÓCIO CULTURAIS DE SÃO PAULO (ACESC) DIVULGOU O CALENDÁRIO DOS EVENTOS DA MARATONA CULTURAL 2013, DESTINADA A AMADORES, QUE SERÁ ENCERRADA NO FINAL DO ANO

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odem participar da Maratona Cultural 2013 sócios que se dedicam às artes plásticas, literatura, música, teatro e dança em eventos de competição saudável, integração e divulgação do trabalho individual e coletivo. A Acesc convidou associados de todos os clubes filiados para os concursos de troféu, literatura e mostra de dança, os primeiros eventos da Maratona Cultural 2013. Há anos, o concurso de troféu desafia dezenas de escultores que dese-

nham e executam o modelo do troféu que será distribuído aos primeiros colocados em concursos de literatura, MPB vocal, mostra de arte e festival de teatro. Os concursos de troféu e literatura são os primeiros a ter os resultados anunciados, mesmo que parcialmente. O concurso de literatura recebe dezenas de inscrições nas categorias conto, crônica e poesia. A mostra de dança é uma espécie de vitrine para o trabalho realizado nos clubes. Por tradição, a Hebraica inscreve o

grupo Shalom, e outros grupos trazem coreografias folclóricas ou danças populares. O resultado é um espetáculo variado e colorido. O encontro de corais será dia 29 de junho no Teatro Arthur Rubinstein. Em noite especial, os grupos musicais de cada clube apresentam um número, e em seguida todos os participantes se unem em um grande coral para interpretar um número ensaiado às vésperas do evento. No segundo semestre, os clubes inscrevem obras de arte, fotografias e peças de teatro. As exposições das obras nas diversas categorias da mostra de artes ou do concurso de fotografias, além do intercâmbio entre os elencos das peças do Festival de Teatro é um orgulho para a diretoria cultural da Acesc, que encerra a Maratona em um evento no qual são divulgados os vencedores, entregues os prêmios e prestadas homenagens aos melhores de 2013.

Talento premiado Estela Cutin Serban foi a única associada a representar a Hebraica no concurso de artes plásticas em 2012. “Todos os anos inscrevo um quadro pois é uma forma de divulgar o meu trabalho. Em geral, as obras selecionadas pela Hebraica são exibidas na Praça Carmel e depois integram uma exposição com todos os outros clubes no Clube Paineiras do Morumbi. Há alguns anos, recebi uma medalha de bronze e tenho quase todos os certificados de participação dos eventos da Acesc”, afirma ela. Além da pintura, Estela é voluntária e organiza festas e palestras na sinagoga do Beit Chabad da Vila Mariana. “Sou muito ativa e gosto de saber que minha colaboração é valorizada”, afirma Estela que já prepara a obra que inscreverá no concurso de artes no segundo semestre.


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coluna comunidade

Simpósio pediátrico

Médicos do Cincinnati Children’s Hospital Medical Center, participarão do I Simpósio de Especialidades Pediátricas, nos dias 14 e 15 deste mês, a respeito de nefrologia, infectologia, gastroenterologia e emergências. Será no Hospital Israelita Albert Einstein. Informações, www.einstein.br/Ensino/eventos/Paginas/simposio-internacional-deespecialidades-pediatricas.aspx.

Diálogo Interreligioso no Qatar O rabino da Congregação Israelita Paulista (CIP) Michel Schlesinger, participou da 10ª. Conferência sobre Diálogo Interreligioso, em Doha, no Qatar, com a presença de outros quinhentos líderes cristãos, judeus e muçulmanos de mais de setenta países. Schlesinger, representante da Conib para o diálogo interreligioso, foi com o presidente do CJL Jack Terpins e o diretor-executivo da entidade Cláudio Epelman. Durante o encontro, o ministro da Justiça do Qatar Hassan Bin Abdulla Al Gahanen afirmou que “devemos reviver a cultura do diálogo e do respeito mútuo e proteger a histórica base da convivência, fundamentada no respeito dos valores religiosos”.

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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

Ministro da Saúde visita Israel

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édicos, professores e autoridades da área da saúde estavam entre os 29 participantes da Missão Médica a Israel, chefiada pelo ministro da Saúde Alexandre Padilha. Promovida pela Câmara BrasilIsrael de Comércio e Indústria (Cambici) e o apoio do Hospital Israelita Albert Einstein, a viagem aproximou os brasileiros do sistema de saúde israelense e avaliou parcerias e transferência de tecnologia entre os dois países. Padilha encontrou os ministros da Indústria, Comércio e Trabalho Naftali Bennett e da Saúde Yael German, reuniu-se com dirigentes da Teva, maior fabricante mundial de genéricos, e da Protalix, especializada em biológicos com base vegetal. “Essa parceria significa transferência de tecnologia que possibilitará produzir remédio para doenças inflamatórias e câncer. Vai gerar tecnologia e conhecimento na área farmacêutica, e, assim, reduzir o preço desses medicamentos”, disse Padilha. É o caso da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre Fiocruz e Protalix/Pfizer para o tratamento da doença de Gaucher. Em cinco anos de produção do remédio, o Ministério da Saúde estima economizar cerca de R$ 64 milhões. As parcerias terão como contrapartes os hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês.

MINISTRO PADILHA CONHECEU UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA ISRAELENSES

Padilha também visitou o Centro de Simulação de Israel, no Hospital Tel Hashomer, que treina profissionais para atuar em situações de alto risco, como atentados terroristas e grandes acidentes. O ministro acredita que esta metodologia de ensino poderá ser aplicada à formação dos profissionais do Samu e nas emergências de cidades onde haverá jogos da Copa de 2014. “Israel é um dos melhores do mundo em serviços públicos no atendimento de emergências. Fizemos simulações com nosso pessoal e equipamento no Carnaval do Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Mas Israel pode nos ensinar muito”, disse Padilha. A comitiva também visitou o Hospital Hadassa em Jerusalém, os institutos Technion e Weizmann de Ciências, a Universidade Hebraica de Jerusalém e a seguradora de saúde Macabi e depois todos foram recepcionados na residência da embaixadora do Brasil em Israel Maria Elisa Berenguer.

Inaugurado centro médico doado pelo Brasil

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m Ramallah, o ministro Alexandre Padilha reuniu-se com o ministro da Saúde da Autoridade Palestina Hani Abdeen, e inaugurou um centro médico em Dura, sul da Cisjordânia, ao custo de US$ 10 milhões doados pelo governo brasileiro, e visitou o Laboratório Central de Saúde Pública, que também teve dinheiro brasileiro. “Os palestinos em Dura agradeceram a ajuda que faz parte da colaboração do Brasil na construção do Estado Palestino. A contribuição à saúde também é esforço pela paz na região”, afirmou.

U

m decreto do governo espanhol possibilita a todos os sefaraditas – descendentes de judeus expulsos da Espanha em 1492 –, adquirir automaticamente a nacionalidade espanhola, independentemente de onde residam atualmente. Até novembro de 2012 a redação do artigo 22 do Código Civil espanhol era esta: “Para a concessão da nacionalidade por residência, requere-se que esta seja de dez anos. Serão suficientes cinco anos para os que tenham obtido a condição de refugiados e dois anos quando se trata daqueles originários de países ibero-americanos, Andorra, Filipinas, Guiana Equatorial ou Portugal ou sefardis”. Mas uma nova instrução do governo espanhol apresentada pelos ministros da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, e de Relações Exteriores e Cooperação, José Manuel García-Margallo, acaba com a necessidade de o outorgante residir na Espanha, referindo-se expressamente aos sefaraditas, morando em qualquer país do mundo. A concessão da nacionalidade espanhola é uma prerrogativa do Conselho de Ministros, que tramita quando ocorrem circunstâncias excepcionais, conforme o artigo 21.2 do Código Civil: “A nacionalidade espanhola é adquirida por carta de natureza outorgada criteriosamente, mediante Decreto Real, quando ocorram circunstâncias excepcionais ao interessado”, diz o texto. A nova determinação foi comunicada durante evento na Casa Sefarad-Israel, criada no final de 2006 pelo Ministério dos Assuntos Exteriores e pela Prefeitura de Madri para melhor estudar o legado da cultura sefaradita na cultura espanhola, e do qual participaram os ministros espanhóis e o presidente da Federação das Comunidades Judaicas Isaac Querub. Há alguns anos uma pesquisa descobriu que existem 250.000 judeus de fala espanhola pelo mundo. Para o ministro García-Margallo, esse ato pretende recobrar a memória do país, silenciada durante muito tempo e o vínculo histórico dos povos judeu e muçulmano com o seu país: “Nossas relações não foram in-

Decreto concede cidadania espanhola

MAIMÔNIDES EM ESCULTURA NA FRENTE DA SUA CASA

RUAS DAS JUDERÍAS ESTÃO PRESERVADAS

terrompidas nem esquecidas. Elas têm sido mais intensas quanto mais tolerante e democrática se apresenta a Espanha”. Para o ministro Gallardón, esta instrução representa o “reencontro” e é dirigida a todos os injustamente privados da sua nacionalidade. “Deste dia em diante, este direito faz com que o país seja tão seu quanto nosso”, ressaltou ao dirigir-se aos judeus presentes. “Assim como 31 de março de 1492, data da assinatura do édito de expulsão dos judeus de Castela e Aragão, foi um dia de névoas e obscuridade, a disposição legal ‘de retorno’ aqui assinada fará esta jornada passar para a história como um dia de céu azul claro e intensa luminosidade para a Espanha”, disse Isaac Querub.

da cidade onde o interessado vive, devem constar identidade, lugar de nascimento e nacionalidade atual e, se casado, os dados do cônjuge e dos filhos menores de idade; endereço da residência para ser notificado. Os nascidos em países ibero-americanos, Andorra, Filipinas, Guiana Equatorial e Portugal não necessitam mais renunciar à nacionalidade presente. Para iniciar a tramitação, são necessários vários documentos: certidão de nascimento; certidão negativa de antecedentes penais do país de origem; certidão original de casamento e outros documentos que o solicitante considere oportunos, todos autenticados e traduzidos, acompanhados de uma documentação específica que comprove as condições excepcionais do pedido. No caso concreto dos sefaraditas, será requerido também o Certificado da Federação das Comunidades Judaicas da Espanha, que comprove a condição de sefaradita.

Quem pode e como Podem requerer a cidadania os solicitantes maiores de 18 anos, cônjuges e filhos. No documento de solicitação, a ser entregue no Consulado da Espanha


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cultural + social > comunidade+coluna1 Congresso Judaico reunido em Budapeste A 14ª. Assembleia Plenária do Congresso Judaico Mundial (CJM), realizada em Budapeste, condenou o antissemitismo em geral e na Europa em particular. Participaram o ministro das Relações Exteriores da Alemanha Guido Westerwelle e o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que declarou: “Hoje, o antissemitismo é inaceitável na Hungria e vamos mostrar tolerância zero a respeito”. Mas Orbán não falou da ameaça dos antissemitas à Hungria, principalmente, pelo partido Jobbik, de extrema-direita. O presidente do CJM Ronald Lauder pediu ao governo húngaro para reprimir manifestações, como aquela dos primeiros dias do encontro. Ronald Lauder foi reeleito para mais um mandato de quatro anos. Chella Safra foi escolhida tesoureira da Junta Diretiva; entre os vice-presidentes latino-americanos eleitos, Cláudio Lottenberg representa o Brasil, Guiora Esrubilsky e Sara Winkowski, o Uruguai. Da delegação brasileira participaram o presidente do Congresso Judaico Latino-Americano Jack Terpins, o presidente da Conib Cláudio Lottenberg, mais Fernando Lottenberg, Eduardo Wurzmann, Eduardo Alcalay, Chella Safra, Dov Biggio e a jornalista Sílvia Perlov, assessora de imprensa do CJL para o Brasil.

Espaço de eventos no Bom Retiro Uma sinagoga, um auditório para até duzentas pessoas e um salão para trezentas pessoas sentadas compõem o novo espaço Orá Vessimchá (“luz e alegria”, em hebraico), no Bom Retiro. O chef Marcelo Schomer cria menus contemporâneos de acordo com as regras da kashrut. Todos os espaços têm tecnologia moderna para bem atender casamentos, bar-mitzvot, reuniões e apresentações corporativas, etc. Rua Newton Prado, 76, e e-mail ov@espacoov.com.br.

COLUNA 1 Aos 20 anos, Marcus Abraham formouse em direito. Aos 42, é o mais jovem desembargador do Tribunal Federal da Segunda Região (RJ e ES) e um apaixonado pela magistratura, na qual nota a grande ligação entre judaísmo e justiça, pois é “inegável a influência do Talmud, das leis judaicas, no direito como um todo, inclusive no brasileiro”. Espaço Gourmet do clube “exporta” porque a sua chef coordenadora Anna Recchia foi convidada para dar uma das aulas do Ciclo Gastronômico do Bait. Petra Costa e Carolina Ziskind são as roteiristas de Elena, que trata do que sobrou da ditadura militar, a geração dos anos 1980, a chamada “década perdida” no Brasil. O filme foi premiado pelo júri popular como o de melhor direção, montagem, direção de arte e melhor filme entre os documentários exibidos no 45º. Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.

Recordações da Imigração Judaica Um formato de galeria de arte com joias assinadas por gente renomada, assim é a recém-inaugurada Central de Designers, na alameda Lorena, que vende obras de Patricia Gothilff, Miriam Mamber, e do Atelier Dezoito (Ana Passos, Cláudia Kopelman, Eliane Roemer, Elka Freller, José Terra e Yone Panella). No capítulo 21 de Amor à Vida, a nova novela da Globo, o personagem Mouhamed Harfouch se apaixonará por Rebeca (Paula Braun). O autor da trama é Walcyr Carrasco, que conheceu Israel em 2011 a convite da Conib.

∂ Como uma das sete convidadas masters mundiais, Norma Grinberg deu uma semana de workshops durante a Clay Push 2013, em Gulgong, Austrália, com quatrocentos participantes de todos os continentes.

Fryda e Sérgio Megrich incluíram Berlim num giro europeu e foram conhecer o memorial do Holocausto.

∂ Rachel Davidovich preparou o evento “Uma Recebe” em seus endereços da Vila Madalena e Jardins, nos sábados de maio, onde foram vendidos produtos de moda, beleza e as comidinhas da Neka Gastronomia. No Espaço Cênico do Sesc Pompeia, Paula Cohen e Joca Andreazza vivem Os Invasores. Um grupo de fazendeiros, um acampamento e personagens que revelam suas histórias na iminência de uma inundação. Dose dupla de Mônica Guttman: curso “O Outro como Espelho de quem Sou. Diálogos Arteterapêuticos e Literários com nossas Personas” e lançamento do livro Dóris e o Universo, editado pela Paulus, na Livraria da Vila/Fradique, com contação das histórias por Andi Rubinstein.

Moré Vavá, ou melhor, o músico e professor Luís Sérgio Prist foi a figura do workshop de música, unindo Iom Haatzmaut e Lag Baômer, no Centro da Cultura Judaica, manuseio de instrumentos musicais e seleção de canções alusivas às duas datas.

∂ Noah fez pose no brit-milá. Ele é filho de Renata Hecht e Kleber Freitas Naves, neto de Leia e Jacob Hecht, Eunice Freitas e Luís Naves. Saul Bekin leva o conceito do endomarketing® ao Rio de Janeiro, onde lançou o livro Comprometimento e Produtividade Alinhados à Estratégia do Negócio, mostrando a evolução do marketing tradicional na competitividade entre empresas.

Com o patrocínio da Vivo, o musical Pour Elise estreou no Teatro Folha/ Shopping Higienópolis. Cláudio Goldman é um pianista judeu que se apaixona por uma cantora casada com um líder da Resistência, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Texto de Flávio de Souza, interpretado por Gabriela Alves e Lui Strassburger e mais cinco músicos. Goldman toca, canta, dança e atua. Um ano de preparativos para Rachel e Leonardo Spencer pegarem a estrada, que é o projeto Viajo Logo Existo (viajologoexisto.com. br). O roteiro inclui as Américas, Europa, África do Sul, Ásia, Austrália e chegada à Nova Zelândia prevista para setembro de 2016. Todas as terças-feiras de junho, na Casa das Rosas, o poeta e tradutor Nelson Ascher ministra um curso a respeito dos diversos aspectos e o alcance do trabalho de tradução de Haroldo de Campos.

As massas e sobremesas do chef Arnon levam o selo chalav Israel e a supervisão do rabino Horowitz Shlita. É a Linha Gourmet à venda em vários endereços. Em seu Sítio das Hortências, Rosa Kupferman recebeu as companheiras do Lehaim da Wizo, em comemoração ao primeiro ano de atividades do grupo e presentes para o projeto Sponsor a Child, ao qual se dedicam.

∂ É a terceira vez que se realiza a Avant Gabriel Chandon, para alegria dos que apreciam a arte, o design, a gastronomia e as compras charmosas na alameda Gabriel Monteiro da Silva. É promovido pelo Grupo Doria, SP Turismo e Prefeitura de São Paulo. Brentwood, Breton, Grifes & Design, Ornare e Spicy aderiram à grande festa de rua.

∂ Enveredando no mundo da moda, Rosália Lerner aplicou sua criatividade em batas, lenços e muito mais na mostra Têxteis e Aquarelas, na Fibra Galeria. A moda criada por Alexandre Herchcovitch brilhou na Fashion-Rio. Seus modelos desfilaram roupas feitas com GGT de seda da TexPrima, parceira do estilista. A trajetória dos judeus, desde o século de ouro na Península Ibérica até a independência do Estado de Israel em 1948, é o curso de história judaica ministrado por Mauro David Cukierkorn, uma parceria do Centro da Cultura Judaica com a PUC-SP. Foi uma noite única no Sesc São José dos Campos: Ari Borger, nome de destaque do piano blues no Brasil e Linwood Slim, um dos maiores gaitistas e cantores de blues do mundo.

O especialista em gastronomia e bebidas e doutor na área de ciência humana Davi Goldmann, foi o mediador nos encontros “Champanhe: uma História Borbulhante”, no Shopping Ibirapuera, que mostram as facetas desse vinho complexo e interessante. Os irmãos Laja e David Zilberman são a segunda geração da marca Sara, com mais de 35 anos no mercado de joias e lojas no Rio de Janeiro, Porto Alegre e São Paulo. Completam a família, Rafael Zilberman e Alessandra Bernstein que inauguraram o primeiro Espaço Rolex Sara Fashion Mall, no shopping carioca. A MKT Services – Ações de Marketing, criada por Marcos Farber, é uma empresa especializada na avaliação da satisfação dos clientes e na medição dos serviços oferecidos pelas empresas por meio da ferramenta de marketing “Cliente Oculto” (mistery shopping).

Há pouco mais de um ano, depois de o Chabad ter assumido a sinagoga Kehilat Israel, na esquina das ruas da Graça e Correia dos Santos, o rabino David Weitman comunicou a intenção de transformar o subsolo da sinagoga em um Memorial da Imigração Judaica. Afinal, aquela foi a primeira sinagoga de São Paulo e cujo centenário se comemorou o ano passado. Mas como apenas um Memorial era pouco, o rabino sugeriu que este mesmo grupo de colaboradores, coordenados pela professora e historiadora Maria Luíza Tucci Carneiro, escrevesse as Recordações dos Primórdios da Imigração Judaica em São Paulo, lançado em um evento simples, em meados de maio, no recinto do Memorial. O livro faz parte da série “Brasil Judaico” da Editora Maayanot, tem 227 páginas e custa R$ 40,00. A primorosa introdução, verdadeira aula, “O Significado mais Profundo da Dispersão e das Migrações do Povo Judeu” é do rabino Weitman, e seguem-se “Judeus nos Tempos da Guerra do Paraguai”, de Reuven Faingold; “Kehilat Israel, a Primeira Sinagoga Paulistana”, de Paulo Valadares e Guilherme Faiguenboim; “Diversidade Cultural dos Imigrantes Judeus Sefaraditas e Judeus Orientais de São Paulo”, de Rachel Mizrahi; “Aculturação, sim; Assimilação, não”, de Bernardo Lerer; “Cumplicidade Secreta – Brasil Diante dos Judeus Refugiados do Nazifascismo”, de Maria Luíza Tucci Carneiro; “Infância e Juventude no Bom Retiro: Fragmentos de Memórias”, de José Neistein.

Formula I em Jerusalém Nos dias 13 e 14 deste mês haverá corrida de automóveis pelas ruas da Cidade Velha. O Formula One Jerusalem Peace Road Show será uma experiência única para espectadores e para os astros do automobilismo internacional.


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Oito de maio de 1945, o V-E Day, Dia da Vitória dos Aliados contra o nazifascismo, foi relembrado na Câmara Municipal de São Paulo durante sessão solene em homenagem aos heróis e mártires da Segunda Guerra Mundial, proposta pelo vereador Gilberto Natalini, a partir da Lei 11.844/95. À mesa o comandante militar do Sudeste, general de Exército Adhemar da Costa Machado Filho, coronel Zavatti, representando o IV Comar da Aeronáutica, vereador Natalini, o vice-presidente Executivo da Fisesp Ricardo Berkiensztat, presidentes da B’nai B’rith do Brasil Abraham Goldstein e da Sherit Hapleitá do Brasil Ben Abraham, e Jaime Gawendo, do Fórum 18. “Saio desta solenidade uma pessoa melhor do que quando entrei, fiz questão de participar e trazer diversos coronéis, ciente da importância desta homenagem. Muitos não sabem quem foram os pracinhas, é preciso resgatar esta memória, como está sendo feito aqui”, disse o general Adhemar da Costa Machado Filho. Durante o ato apresentaram-se a Orquestra Laetare, regida por Muriel Waldman, o Coral de Jovens da Emef Joaquim Nabuco e a atriz Giselle Marques.

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∂ Daniel Strum venceu o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica – Clarival do Prado Valladares com o livro de arte O Comércio do Açúcar – Brasil, Portugal e Países Baixos (1595-1630) que mostra como a produção do açúcar transformou completamente o espaço brasileiro da época. Tem 510 imagens, muitas originárias de instituições estrangeiras e outras inéditas no Brasil. O bistrô La Casserole foi o ambiente para

“Um Tango para Sobreviver” Paul Goldschmidt mostrar os vinhos Barone Guichard, nome da sua pequena propriedade de oito hectares entre Saint Emilion e Pomerol, em Bordeaux, França.

Rafael Spigel é o tradutor do livro da escritora holandesa Pauline Oud, O Diário da Minha Gravidez, lançado pela V & R Editora, com conselhos e dicas para o dia-a-dia da gestante.

Na Sala Marlborough, um dos espaços da Feira de Londres, o editor Eduardo Blucher falou a respeito do mercado nacional no segmento CTP (científico, técnico e profissional). Blucher integrou a missão brasileira que foi recebida pelo British Council e a The Publishers Association no Victoria and Albert Museum.

A cinebiografia de Renato Russo, Somos tão Jovens, dirigida por Antonio Carlos da Fontoura, teve pré-estreia inédita em várias cidades e foi transmitida via satélite para salas da Rede Cinemark. O roteiro do filme é de Marcos Bernstein.

Paulo Markun e Sérgio Roizenblit dirigem a série “Arquiteturas” para a Sesc TV.

AGENDA 9/6 – Feijoada Gourmet Beneficente assinada pelo chef Gabriel Zitune. Na Sinagoga Mishcan Menachem, à rua Madre Teodora, 45, Jardim Paulista 11/6 – Uma Inesquecível História de Amor, musical com Cláudio Goldman e elenco. Teatro Folha, Shopping Páteo Higienópolis 23 e 24/6 – Tradicional Bazar da Wizo no Clube Piratininga, com um andar só para a Praça de Alimentação 26 a 30/6 – Viaje com a B’nai B’rith ao Grande Hotel São Pedro, com Kabalat Shabat, campos de esportes, piscinas aquecidas, banhos térmicos. Saída da porta do clube. Informações, fone 3082-5844 com Cris ou Pedro 18 a 31/7 – Programa “Shalom Brasil” na Macabíada, com duas newsletters diárias e entradas ao vivo. Cadastre-se nos sites www.hebraica.org.br ou www.shalombrasil.com.br.

Roberto Wagner, Renato Stockler e Andrea Matarazzo estão entre os treze fotógrafos que participam da 4ª Mostra SP de Fotografia no novo Espaço Cultural INFI, ligado à Febraban. A repórter Leila Sterenberg foi para a Alemanha visitar o Museu da Mercedes Benz e seu Classic Center, para o primeiro episódio que a Globo News mostra no Ano da Alemanha no Brasil. O premiado chef Alex Atala, do Dom, juntou-se a Alberto Landgraf, do Epice, e André Mifano, do Vito, para mostrar

o que fazem com as panelas durante o 7º. Paladar Cozinha do Brasil. No Teatro Geo, Vera Lafer integrou o grupo do Studio3 Cia. de Dança, na estreia de Permeados. No palco estavam também a Cia. Sociedade Masculina e a participação especial de Cauby Peixoto. Convidado por Na’amat Pioneiras, o diretor do Fundo Comunitário Shay Mor participou da comemoração de Iom Ierushalaim (Dia de Jerusalém). Shay deixou a Argentina aos 16 anos e fez aliá. Para ele, Jerusalém representa a concretização da convivência de diversos grupos étnicos e religiosos. Desta vez, o roteiro Tour D & D foi em Milão, Itália, onde Joia Bérgamo, Esther Schattan e Alessandra Friedmann integraram o grupo que fez o Circuito Lambrate. Ana Teresa Bouqvar, vice-diretora do Centro Wizo de São Paulo, participa da recém-eleita Comissão do Conselho de Ética da Wizo Brasil, presidido por Helena Kelner.

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sobrevivente da Shoá Gina Freund editou o livro Um Tango para Sobreviver, a partir do emocionante relato para a jornalista Valéria Martins. Durante a Segunda Guerra Mundial, Gina vivia em Lwow, hoje Lviv, na Ucrânia, fronteira com a Polônia, onde morreu a família, incluindo o marido e a filha. Imigrou para o Brasil, reconstruiu a vida, casouse, teve dois filhos e, aos 95 anos, vive só e independente em Copacabana. Como não pôde viajar para o lançamento no Centro de Cultura Judaica, enviou um vídeo no qual se desculpa pela ausência. Foi representada pelo filho José Norberto Freund, que convidou os jornalis-

tas Carlos Brickman e Fernando Portela, também escritor, para debaterem a respeito da importância dos relatos da época nazista e o antissemitismo na atualidade. O livro de Gina Freund também foi lançado em e-book.

Sobrevivente estava no Exodus

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abina Kustin lançou na Sala da Plenária da Hebraica a segunda edição do seu livro de memórias A Vida e a Luta de uma Sobrevivente do Holocausto. O livro tem apoio da Conib e da B’nai B’rith e integra a coleção “Testemunhos”, editada pela Humanitas e idealizada pelo Instituto Shoah e pelo Laboratório de Estudos da Etnicidade, Racismo e Discriminação (Leer) da USP, coordenado por Maria Luíza Tucci Carneiro. Ao lado do presidente da B’nai B’rith do Brasil Abraham Goldstein, Tucci coordenou o debate que teve o relato de Rosane Meiches, autora do livro Nos Campos da Memória, e da coordenadora das Oficinas Interativas de Teatro do Arqshoah Leslie Marko, que leu trechos de Primaveras Perdidas, que conta a história da mãe. Dorothea Rosenthal falou do livro que escreve da vida da mãe, a fotógrafa Hildegard Rosenthal. Professores do Colégio Cristão Rhema estavam acompanhados de Gilberto Cury, da Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem

Parada de Lag Baômer A Praça Charles Miller foi escolhida para a grande parada de Lag Baômer, de que participaram alunos das escolas judaicas ortodoxas e representantes de sinagogas Chabad. Houve desfile de carros alegóricos e o sucesso foi o fusca falante pilotado pelo rabino Noach, da Novo Horizonte. Alberto Danon ao microfone movimentou a manhã festiva.

Como fomentar o comércio bilateral A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) realizou mais uma rodada de negócios internacionais para promover contatos e fomentar o comércio entre países. A Cambici participou da rodada e recebeu cerca de trinta executivos de diversas áreas, que receberam material informativo e pediram informações para o intercâmbio comercial entre Brasil e Israel. A Cambici tem um serviço de informações e pesquisa, para fomentar o comércio bilateral em âmbito internacional. E-mail trade@ cambici.org.br.

Vice-presidente do Facebook na Hebraica A AUTORA, GILBERTO CURY E PROFESSORES DO COLÉGIO RHEMA

dos Advogados do Brasil que ressaltou a importância do ensino do Holocausto nas escolas como no colégio Rhema, de Franco da Rocha, onde existe um museu com pinturas e esculturas dos alunos sobre o tema. Sabina Kustin tem 85 anos. A família foi dizimada, mas ela sobreviveu à Shoá escondida por um padre no porão da igreja. Depois da guerra, sozinha, embarcou no navio Exodus, com mais 3.500 pessoas para a Palestina. No porto de Haifa, Sabina levou um tiro no ouvido direito ao tentar erguer uma bandeira azul e branca. Ficou surda. O navio foi forçado a voltar para a Europa, e ela só imigrou para Israel após a independência. Em 1957, chegou ao Brasil.

O Teatro Arthur Rubinstein ficou lotado na noite promovida pelo Colégio I. L. Peretz e a Hebraica para receber o vice-presidente do Facebook para a América Latina Alexandre Hohagen. O presidente da escola Eduardo Alcalay o conheceu há treze anos. Hohagen discorreu sobre a evolução da comunicação e da internet para uma plateia de estudantes e jovens casais. Após a palestra, ouve debate e sorteio de ipods touch.

Dia da Vitória dos Aliados


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Governador Tarso Genro em Israel

Ministro palestino no Hadassa O ministro da Saúde da Autoridade Palestina Hani Abdeen e funcionários do governo visitaram o Hospital Hadassa, em Jerusalém, onde foram recebidos pelo diretor-geral Yuval Weiss. Ele informou que sessenta médicos palestinos fazem residência no hospital e disse que “a medicina é uma ponte para a paz. Não há fronteiras no momento de tratar um paciente”.

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missão gaúcha, liderada pelo governador Tarso Genro e com 74 pessoas, retornou de visita a Israel com resultados concretos. Tecnologia de irrigação e a criação de um polo aeroespacial no Rio Grande do Sul constavam do programa do qual também participaram 25 empresários e nove representantes da sociedade civil, e a diretoria da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, representada pelo presidente e vice Mário Cardoni e Sebastian Wattenberg, que preside a Câmara Brasil-Israel no estado, e os diretores Flávio Kanter e Albert Poziomyck, mais o vice-presidente da Conib Henry Chmelnitzky. “Demos um passo gigantesco rumo à concretização da ideia de um polo aeroespacial no estado. Se nada mais acontecer nesta missão, e vai acontecer, este protocolo já terá justificado a viagem”, disse Tarso Genro no Centro de Tecnologia Avançada de Haifa, durante a assina-

GOVERNADOR NO YAD VASHEM

tura do acordo entre o governo gaúcho e a AEL Sistemas de Porto Alegre, subsidiária da israelense Elbit Systems para desenvolver tecnologia destinada à fabricação de satélites no Brasil. Na área de irrigação, o governo adquiriu equipamento para pequenas propriedades, elogiado pelo secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento Mauro Knijnik: “Eles descobriram a roda”, disse Genro, que assinou acordo operacional entre o estado e a empresa Netafim, de irrigação.

Chef israelense cozinha em São Paulo

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restaurante Paris 6, de Isaac Azar, promoveu a Semana Mediterrânea em parceria com o Ministério do Turismo de Israel, que importou o chef Michael Katz, para elaborar um cardápio especial atendendo os seiscentos pedidos diários na casa. Michael é executivo do Grupo Adom, dos restaurantes Colônia, Adom e Lavan em Jerusalém, onde 50% dos cozinheiros são árabes “e com o mesmo salário dos israelenses”. Katz passou por cozinhas como Le Cordon Bleu de Londres (onde deu aulas por três anos), Chez Bruno e La Villa Lorraine, na Bélgica, além de casas no México, Japão, Suécia, França, Itália, Irlanda, Canadá, Estados Unidos e Austrália. Baterista, seu hobby é construir maquetes de barcos, aviões, etc. “Nunca vi antes um local que funciona 24 horas. Essa organização me atraiu e, também, a forma como o chef Marinho de Souza atua no Paris 6. Por meio da comida, consigo reunir pessoas, que podem se entender ao redor de uma mesa”, diz o chef.

“Mérito Juvenil” para escola mineira Em razão da intensa atividade voluntária em Contagem, Minas Gerais, a Escola Municipal Anne Frank de Belo Horizonte recebeu o Certificado Mérito Juvenil do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime. Conib, Fisesp e o Arquivo Histórico Judaico Brasileiro, parceiros da escola, também receberam o certificado emitido pelo órgão da ONU.

Mulheres e o Holocausto O Bait Centro Judaico convidou Rochelle G. Saidel para uma palestra e noite de autógrafos do livro As Mulheres e o Holocausto: o mesmo Inferno, Horrores Diferentes. O evento é parte de um ciclo de entrevistas realizado pelo Bait coordenadas pelo jornalista Alberto Danon.

Estímulo ao empreendedorismo O Núcleo de Geração de Renda da Na’amat Pioneiras São Paulo, com o apoio da Fisesp e da Hebraica, realizou a 29ª. Feira da Comunidade, no Salão Marc Chagall. O evento foi um sucesso e cada edição é melhor para os expositores. À venda havia roupas, acessórios, artesanato, bijuterias e artigos judaicos e infantis, e alimentos. Fabiana Koren, da Almofafá de brindes infantis personalizados, disse: “A Feira abriu muitas portas e meus produtos são vendidos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e até no Uruguai e nos Estados Unidos”.


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1, 4 e 5. Sucessão de excelentes chefs no Espaço Gourmet no mês de maio; 2 e 3. Noite de joalheiros na Oscar Freire reuniu Elaine Roemer, Elka Freller e Patrícia Gotthillf mais Arlete Schinazi; 6. A loja da Spicy entrou no espírito da Virada Gabriel com as delícias de Monica Dajcz; 7, 8 e 9. No Hebraica-Meio-Dia, apresentações de jazz, música nacional e internacional e a canja de Sara Goldman Belz

1. Na XIV Assembleia Plenária do CJM, Chella Safra, o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e Jack Terpins; 2. Abramo Douek, Guita Zarenchanski e Rose Moscovici; 3. Gaby Milevsky e Abramo Douek receberam Irina Kogan, diretora do Museu da Diáspora de Israel; 4. Fabiana Sverner, Ricardo Guimarães e Simone Borgas no novo Badebec; 5. Ronald Lauder, presidente do CJM, recebe Eduardo Alcalay, presidente da Acrelbi, na Lauder Iavne School, em Budapest; 6. Sessão Solene, na Câmara Municipal, homenageia os heróis da Segunda Guerra Mundial; 7 e 8. Feira da Comunidade: diversidade na escolha de artigos judaicos, bijuterias e muito mais...

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1. Em Israel, ministro da Saúde Alexandre Padilha visitou o Hospital Tel Hashomer, entre outros locais; 2. Chef Cristina Paulo agradou em cheio com a sua S.O.S. Cupcakes; 3. O possante fusca do rabino Noach na Praça Charles Miller, desfilou em Lag Baômer; 4. Para comemorar Iom Ierushalaim, a presidente de Naamat Clarice Jozsef recebeu Shay Maor, sheliach do Fundo Comunitário; 5. Em giro europeu, Fryda e Sérgio Megrich conheceram o Memorial do Holocausto, em Berlim; 6. Novidade no Bom Retiro: espaço para festas e eventos Orá Vessimchá

1. Hebraica prepara em casa os recipientes para reciclar; 2. Horácio e

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Rebeca Lewinsky aderiram ao grupo de Perla Mosseri com Deise Suslick na viagem a Poços de Caldas; 3. Rabino Michel Schlesinger foi ao Qatar para a X Conferência para o Diálogo Interreligioso; 4. Mauro David Cukierkorn ministra curso de história judaica, parceria CCJ e PUC; 5. Dessa vez, a saída cultural dos sócios foi para o Instituto Tomie Ohtake; 6 e 7. Noite de Lag Baômer reuniu gente de todas as idades na Praça Jerusalém; 8. Israel representado na Braztoa: Priscila Golchevsky, Susan Klagesbrun e Cleo Ickowicz

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Na Noite Italiana, a alegria contagiou os sócios 1. Berta Douek, Guita Zarenchansky, Sônia Rochwerger e Ana Iosif; 2. Denise e Avi Gelber; 3. Lúcia e Jaques Rechter; 4 e 5. Bailarinas típicas e orquestra deram o tom da noite; 6 e 9. Yudah Benadiba em uma roda animada de amigos; 7. Cardápio também típico e variado; 8. Vicepresidente Social e Cultural Sidney Shapiro comandou o sorteio de vários brindes

7. Hebraica recebe diretores da Acesc 1. Anita Rappaport e Célia Burd; 2. Presidente do Conselho da Hebraica Peter Weiss e os presidentes Luís Eduardo Dutra Rodrigues (Pinheiros) e Carlos Alberto Idoeta (Alphaville Tênis Clube); 3. Arthur Rotenberg, Avi Meizler e Célia Gross; 4, 5, 6 e 7. Abramo Douek homenageou os expresidentes Beirel Zukerman, Arthur Rotenberg, Peter Weiss e Samsão Woiler; 8. Alexandre Bossolani também recebeu escultura símbolo da Hebraica

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juventude > visita

EVELISE OCHMAN HAMOUI, TOAV LIMOR, MOISES GORDON, ABRAMO DOUEK, SHAY MAOR, GILAD SHALIT E RAFI NASSER

Um herói na Hebraica MAIS DE 1.500 PESSOAS FORAM AO CENTRO CÍVICO DA HEBRAICA PARA RECEBER O SOLDADO ISRAELENSE GILAD SHALIT, MANTIDO PRESO PELO HAMAS DURANTE MAIS DE CINCO ANOS

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rande parte da plateia era de jovens pertencentes a movimentos juvenis, que se identificam com Gilad. O ambiente era de expectativa e a emoção tomou conta de todos quando foi mostrado, num telão, o filme que seus captores fizeram e enviaram ao governo israelense como prova de vida após três anos sem qualquer notícia do paradeiro do soldado.

Tímido, Shalit entrou no Centro Cívico muito aplaudido, olhando para os lados como se toda essa recepção não fosse para ele. No palco estavam o presidente do Fundo Comunitário (FC) de São Paulo Rafi Nasser, o presidente da Hebraica Abramo Douek e a vice-presidente da Divisão Feminina do Fundo, Aviva Rawet. Além dos discursos dos presidentes, falaram o jornalista israelense do Israel

CENTRO CÍVICO RECEBEU O GRANDE NÚMERO DE PESSOAS QUE HOMENAGEARAM O SOLDADO ISRAELENSE

Haiom e da TV Canal 2 Toav Limor, que acompanhou Shalit na viagem, o rabino David Weitman e a presidente da Divisão Feminina do Fundo Comunitário, Evelise Ochman Hamaoui. Douek ressaltou que, “ao ser libertado, Shalit tornou-se símbolo da aspiração coletiva dos judeus de todo o mundo, como se todos fossem ao mesmo tempo o irmão, a irmã, ou seus pais Noam e Aviva Shalit. Foi essa manifestação de solidariedade e de cumplicidade de milhões de pessoas em todo o mundo – e não apenas de judeus –, que o manteve vivo, como que advertindo aos seus carcereiros: ‘Não atentem contra a vida dele, pois há uma vigília da civilização contra a barbárie’”. Nasser destacou a parceria do Fundo com a Hebraica em muitos eventos e realizações. “Durante os anos de cativeiro, os judeus de Israel e de todo mundo rezaram por Gilad Shalit e esta é a essência do Fundo Comunitário, pois salvar uma vida é salvar todo o povo. Que possamos estar sempre do lado daqueles que dão e nunca do lado de quem pede”, disse Nasser. O herói da noite, Gilad Shalit, que redige uma coluna de esportes na imprensa israelense, pronunciou apenas três frases para agradecer a acolhida. “Estou muito feliz em frente a todos os amigos e agradeço a todos que atuaram de todas as formas para me libertar. Todos se uniram, somos todos responsáveis uns pelos outros. Estou retornando à vida normal.” (T.P.T.)

RAFI NASSER, PRESIDENTE DO FC, E O HOMENAGEADO GILAD SHALIT


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juventude > centro juvenil hebraikeinu de Teatro durante a semana. Aliás, muitos dos integrantes dos grupos Questão e Prumo tiveram o primeiro contato com o teatro no Hebraikeinu”, informa a professora. Logo depois do almoço, os integrantes do Hebraikeinu I sobem à Sala de Yoga para o chug de teatro. Durante quarenta minutos se esforçam para seguir as instruções de Ozani. “Nessa idade, eles são mais espontâneos. Levam tudo como uma brincadeira”, explica Ozani.

JOGOS TEATRAIS DESPERTAM O INTERESSE DOS CHANICHIM DOS HEBRAIKEINUS I E II

Gente que gosta de plateia NA OFICINA DE TEATRO DO CENTRO JUVENIL HEBRAIKEINU, AS CRIANÇAS SE DIVERTEM ENQUANTO DESENVOLVEM OU DESCOBREM NOVAS HABILIDADES. OS CURSOS DE BASE REÚNEM CERCA DE TINTA CRIANÇAS

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esde que foi criado, há 22 anos, o Centro Juvenil Hebraikeinu consolidou atividades diferenciadas em cada fase do movimento. Os Hebraikeinus I (7 a 9 anos) e II (10 e 11 anos) oferecem os chugim (oficinas específicas) no início das tardes de sábado. No início de cada ano, os orientandos escolhem entre as oficinas de espor-

tes, artes e teatro. A primeira é dirigida por uma dupla de monitores, enquanto a de artes é coordenada pelo cenógrafo Edson Expedito. Já a oficina de teatro é orientada pela professora Ozani Violin. “Este ano, temos treze participantes no horário do Hebraikeinu I e dezessete do Hebraikeinu II. Muitos deles também frequentam os cursos do Departamento

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juventude > jovens sem fronteiras

O que pensam as crianças “Escolhi o teatro para poder me apresentar no final do ano”, destaca Chantal, de 8 anos. “Eu venho porque minha mãe diz que já faço muito teatro em casa e posso fazer um pouco mais no Hebraikeinu também”, revela outra menina. Já o pequeno Felipe gosta mesmo da roda de despedidas ritual que as crianças do I realizam segundos antes da chegada da turminha do II. O ritmo da oficina dos Hebraikeinu II é mais acelerado. “A maioria faz teatro desde o Hebraikeinu I. Muitos já atuaram nos espetáculos de final de ano, então chegam ao ensaio cheios de expectativas”, explica Ozani. Para Liz e Naomi, de 9 anos, a diversão é fator que motiva a frequência à oficina. Já Stephanie viu a irmã Vitória em um espetáculo de final de ano e se encantou com o que a outra fazia. “Vitória já trocou de atividade e eu gosto cada vez mais”, afirma a caçula. Camila teve algum incentivo para aderir ao teatro. “Eu tentei os outros chugim mas os monitores me disseram para vir para o teatro. Aceitei e gostei.” Para Mahine, 10 anos, o chug de teatro “é o primeiro passo para o futuro. Quero ser atriz, quando crescer”, declara. Nicole e Sofia insistem em ter as suas histórias registradas nesta entrevista. Elas se decidiram pelo chug de teatro depois de um processo de exclusão e se expressam da mesma forma: “Não gosto de esportes, nem de artes, que são atividades obrigatórias na escola. Aqui, no Hebraikeinu, faço teatro”, afirmam. (M. B.)

Muito além de um time

O VICE-PRESIDENTE DO CORINTHIANS LUÍS PAULO ROSENBERG FALOU AOS CONVIDADOS DO GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS SOBRE MARKETING, ESPORTE E CIDADANIA NO TEATRO ANNE FRANK

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m plena campanha pela permanência do Corinthians na Copa Libertadores Santander e às vésperas da final do Campeonato Paulista, o vice-presidente do Corinthians Luís Paulo Rosenberg foi recepcionado no Teatro Anne Frank por ativistas da vice-presidência de Juventude da Hebraica, especialmente os que atuam no grupo Jovens Sem Fronteiras e no Hebraica Adventure, além de corintianos de todas as idades. Antes da palestra, Rosenberg recebeu uma camiseta do Bando de Meshigenes (“loucos”, em ídiche) obcecados pelo timão, grupo formado a partir do Facebook, e que reúne milhares de tor-

cedores do Corinthians. A palestra de Rosenberg teve como objetivo atrair para a campanha a favor da arrecadação de livros para a Ong Bicicloteca. Quem chegava, depositava uma doação na bicicloteca estacionada no saguão do teatro. As dez biciclotecas hoje em atividade circulam pelo centro de São Paulo distribuindo livros aos moradores de rua que por não terem endereço fixo, não podem utilizar as bibliotecas circulantes da cidade. Depois de elogiar os vídeos a respeito da atividade do Jovens Sem Fronteiras e das ações de sustentabilidade realizadas no clube, Rosenberg explicou como

ROSENBERG ELOGIOU AS AÇÕES SOCIAIS PROMOVIDAS PELO GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS

reverteu uma imagem desgastada do Corinthians, transformando-a em símbolo de sucesso e solidariedade. “É o que chamo de rebranding, ou seja, o reposicionamento e valorização de uma marca que, no caso, diz respeito a milhares de brasileiros no mundo inteiro”, explicou. Descontraído, Rosenberg estabeleceu um vínculo com a plateia ao mencionar as ações sociais do Jovens Sem Fronteiras e criticar o São Paulo Futebol Clube em comentários que no dia seguinte repercutiram na página de esportes do UOL, na Internet. Ainda sob o impacto da presença de Rosenberg, os ativistas do Jovens Sem Fronteiras promovem, dia 8 de junho, às 18 horas, mais uma edição do Sambatata, cujo tema será o trabalho do grupo musical Los Hermanos. (M. B.)


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1. Durante o Dia de Israel, a Agência Judaica divulgou os programas de estudos e vivências

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de jovens em Israel; 2. Na programação, uma oficina de cupcakes inspirada em símbolos e sabores israelenses; 3. Alberto Milkewitz, da Federação Israelita de São Paulo (Fisesp), Gaby Milevsky e Abramo Douek e no debate sobre o futuro de Israel; 4. Os jovens, com apoio da Fisesp e da Hebraica, organizaram a programação do Dia de Israel; 5. Grupo Nefesh, da CIP, na apresentação de dança que encerrou o Dia de Israel; 6. Monitores dos movimentos juvenis se

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1. Um touro mecânico fez a alegria das crianças durante o Iom Israel; 2. Grupo Parparim foi muito aplaudido na

uniram para orientar uma oficina para decoração de bandeiras azuis e brancas; 7. O Centro de

apresentação de danças; 3. Monitores da Chazit Hanoar

Música Naomi Shemer apresentou um pocket show com músicas em hebraico; 8. Líderes de

enfeitaram os rostos com a estrela de David; 4. A comemo-

movimentos juvenis debateram suas teses sobre o futuro de Israel na Sala Plenária

ração de Lag Baômer atraiu sócios de todas as idades; 5. O

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grupo de teatro Questão passou pela arquibancada do Ginásio dos Macabeus durante ensaio itinerante;

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es por tes


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esportes > handebol

Mais craques na comunidade O HANDEBOL É MUITO POPULAR ENTRE OS SÓCIOS, QUE DISPUTAM TORNEIOS ESTADUAIS EM VÁRIAS CATEGORIAS. RECENTEMENTE, A MODALIDADE CEDEU DOIS DOS SEUS ATLETAS PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA

ATLETAS DO INFANTIL COMEMORAM OS BONS RESULTADOS NA PRIMEIRA FASE DO CAMPEONATO PAULISTA

Atletas na seleção Dois atletas do handebol da Hebraica integraram a seleção brasileira juvenil vice-campeã no Pan-Americano: Pedro Salvini da Fonseca, (goleiro) e Daniel Sawaya, (armador central). Além deles, outro atleta vem se destacando: Cauê Herrera de Oliveira, que voltou de Mar del Plata, na Argentina, como campeão Pan-Americano júnior pela seleção brasileira, que deve disputar o mundial na Bósnia, em julho. Mas até lá, ele atua na equipe da Hebraica disputando o Campeonato Paulista.

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odos os dias há treino ou jogo de handebol, desde os pequenos alunos da Escola de Esportes, que aprendem os fundamentos da modalidade, à preparação dos atletas que atuam nas equipes de base do competitivo. As equipes masculinas infantil e cadete disputam a primeira fase do Campeonato Paulista, equilibrando o intenso trabalho físico com a dedicação à escola. “A equipe técnica orienta os atletas a se organizarem para não precisar faltar aos treinos na semana de provas e nem prejudiquem os estudos em razão do handebol”, afirma o coordenador da modalidade Álvaro Herdeiro. Ele é o responsável por um grupo de profissionais apaixonados pelo esporte e que partilham o gosto pelo handebol com os sócios iniciados na modalidade ainda na Escola de Esportes. “O contato dos alunos com o jogo é por intermédio de atividades lúdicas. Quando demonstram talento, a transição para o competitivo é muito tranquila. Hoje a maior parte das nossas equipes é formada por sócios que jogam muito bem”, declara o técnico do infantil masculino Guilherme Borin. “Minha história no clube é antiga. Comecei como atleta, me formei e entrei para a equipe da Escola de Esportes. Em 2009, fiz um curso na Dinamarca. Aliás, um dos diferenciais do handebol no clube é a excursão anual dos atletas à Europa para disputar torneios oficiais. A maioria volta mais experiente e com mais vontade de mostrar o que aprendeu no exterior”, explica Guilherme. Além dos garotos, as equipes femininas também têm sido bem-sucedidas. A juvenil ficou em terceiro lugar no Campeonato Paulista de 2012. “O time adulto foi campeão da Liga Paulista”, diz Herdeiro. (M.B.)


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esportes > judô

JUDOCAS MAIS EXPERIENTES ENSINAM MOVIMENTOS E GOLPES AOS GAROTOS DO PROJETO PROJETO CAMPEÃO / JUDÔ CIDADÃO

Treinos para várias gerações TODO SÁBADO, OS COORDENADORES DO

DEPARTAMENTO DE JUDÔ EDISON E MIRIAM MINAKAWA

CONVOCAM JUDOCAS DE TODAS AS CORES DE FAIXAS PARA PARTICIPAR DO GRUPO DA UNIBES QUE INTEGRA O PROJETO CAMPEÃO/ JUDÔ CIDADÃO

À

primeira vista, o grupo que é possível ver através das janelas da Sala de Judô, no Centro Cívico, parece incoerente, pois frente à frente ficam judocas faixa roxa e preta com o dobro de tamanho e o triplo da idade dos meninos e meninas da outra fila. Atentos, todos seguem as instruções do sensei Edison, que orienta os mais velhos a se conduzir para os mais novos aprenderem os golpes. As manhãs de sábado são reservadas para os treinos dos meninos e meninas da Unibes inscritos no Projeto Campeão/ Judô Cidadão , parceria que se propõe descobrir talentos para a equipe competitiva do clube. “É um prazer participar desses treinos. Os garotos têm

muita energia e vontade de aprender”, afirma Arthur Liberman, 54 anos, um dos veteranos que se revezam na tarefa de monitor no treino. Para Edison Minakawa, a integração entre os judocas é uma das missões da modalidade e “o convite para os treinos no sábado é dirigido aos judocas mais experientes e para os que estão começando. Todos se beneficiam, especialmente os menores, que ficam felizes em aplicar os golpes nos adultos, algo pouco comum no cotidiano deles”, explica. “Minha alegria é ver que a cada treino, a maioria dos alunos que convoco aceita e ainda agradece a oportunidade de ajudar num treino tão democrático.” (M. B.)


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esportes > curtas 1.

Festival enxuto

O Festival de Ginástica Rítmica da Escola de Esportes reuniu no Ginásio dos Macabeus as alunas do clube e dos colégios São Luiz, Albert Sabin, da Academia Competition. As 27 apresentações feitas por atletas com menos de 13 anos encantaram pais e irmãos que lotaram as arquibancadas. “A redução na faixa etária das participantes foi muito positiva, pois muitas das alunas são iniciantes e adoraram ser o centro das atenções no evento. Outro destaque foi o projeto mantido pela prefeitura de Cotia, cujas coreografias foram a atração principal do evento”, explica Regina Falcade, coordenadora da Escola de Esportes

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A equipe infantil de polo aquático conquistou o título da Copa Sesi, realizada em São Caetano. Além de superar os times de outras cinco entidades esportivas, dois atletas se destacaram como artilheiro (Nicholas Fichman) e melhor goleiro (Theo Fleider). Além da pontuação, o time comandado pelo técnico Eduardo Bruno recebeu cumprimentos pela boa conduta dentro e fora da piscina.

2.

Bronze no Rio

No final de abril, a Hebraica ficou em terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de Polo Aquático Sub-17. Leonardo K. Bueno, Vítor Lowenthal Kignel, Eduardo Wainberg, Willian Psanquevich, Kevin e Ilan Daybna, Ariel Levi, André Dzik (capitão), Patrick Wainer Licht, André Lisak, Tomer Schmoisman, Felipe Alterthum e Rafael e Pedro Vergara, segundo artilheiro com 23 gols, trouxeram a medalha de bronze.

Esporte de base

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esportes > fotos e fatos

1. Equipe da Hebraica na área de concentração durante o Campeonato Regional Juvenil e Junior de Natação; 2. Aula aberta de natação promovida pela Escola de Esportes para pais e filhos; 3. Torneio infantil de xadrez reuniu quarenta participantes; 4. Hebike vem crescendo em número de adeptos; 5. Deborah Kabani ficou em décimo terceiro lugar no o placar geral do Campeonato de Águas Abertas Rei e Rainha do Mar, no Rio de Janeiro; 6. Atletas do time de polo aquático feminino criado especialmente para disputar a XIX Macabíada; 7. Mamães e vovós homenageadas em torneio de tênis

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Acesc no basquete

As categorias sub-11 e sub-13 de basquete realizaram a primeira etapa da Copa Acesc em atividades recreativas na quadra do Centro Cívico da Hebraica. No sábado, os alunos da Escola de Esportes formaram times mistos com pequenos atletas do Paulistano, Monte Líbano e Alphaville Tênis Clube, representando a categoria sub-11. No domingo, foi a vez dos atletas do sub-13, já federados, misturarem os times e jogarem partidas amistosas no maior ginásio da Hebraica. A Copa tem mais três etapas previstas para o Paulistano, Monte Líbano e Alphaville Tênis Clube. (M. B.)

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espaço saúde

Diabetes D

iabetes é uma condição crônica associada com níveis de glicose elevados no sangue. Atualmente o diabetes pode ser caracterizado como uma epidemia. Em 1985 havia trinta milhões de adultos com diabetes no mundo; a projeção para 2030 é de mais de trezentos milhões. Cerca de 2/3 destes indivíduos vivem em países em desenvolvimento, envolvendo cada vêz mais indivíduos jovens. Este aumento ocorre devido ao crescimento e envelhecimento populacional, a maior urbanização e o aumento da obesidade e sedentarismo, tendo implicação importante no aumento taxa da mortalidade e dos custos com a saúde. Os dois tipos mais comuns são o diabetes tipo 1 e o tipo 2, os sintomas incluem aumento da fome, sede, aumento da freqüência e volume urinário, fadiga e perda de peso. O diagnóstico da diabetes é feito pela elevação dos valores de glicose no sangue. As complicações relacionadas ao diabetes podem ser agudas ou crônicas. Dentre as complicações agudas temos a hiperglicemia ou hipoglicemia. As complicações crônicas estão relacionadas com alterações dos vasos sanguineos que podem comprometer os pés, olhos, rins, nervos e coração. A dieta é fundamental para atingir um bom controle glicêmico, ela deve ser balanceada, pobre em gorduras, colesterol e açúcares simples. De preferência o total de calorias consumido durante o dia deve ser fracionado nas refeições. O tratamento do diabetes depende do tipo e severidade da doença. O diabetes tipo 1 é tratado com insulina, exercício e dieta. O diabetes tipo 2 deve ser tratado no início através da perda de peso com dieta e exercício. Se estas medidas não controlarem os níveis de glicose no sangue,

medicações orais serão necessárias. Se as medicações orais forem insuficientes para atingir o controle, insulinas ou outras medicações injetáveis podem ser utilizadas. A insulina é um hormônio produzido no pâncreas que reduz os níveis de glicose no sangue e sempre deverá ser utilizada para o tratamento do diabetes tipo 1, ou quando os medicamentos para o DM 2 não possibilitam um controle adequado. O objetivo do tratamento com insulina é imitar a secreção natural deste hormônio produzido pelo pâncreas. O tratamento com insulina evoluiu muito nas últimas décadas, atualmente dispomos de insulinas mais puras, com tempo de ação mais próximo do fisiológico, podendo ser utilizada através de canetas e agulhas mais finas, facilitando e reduzindo o desconforto da aplicação. Dispositivos modernos conhecidos como “bombas de infusão de insulina” podem ser utilizados em pacientes diabéticos tipo 1 de difícil controle ou em certas situações, como durante a gestação. A glicemia pode ser monitorada em casa através de aparelhos chamados glicosímetros, que através de tiras reagentes analisam o sangue coletado pelo próprio paciente através de uma “picada” no dedo. Uma importante meta no diabetes é manter a glicemia de jejum entre 70 e 130 mg/dl e entre 140mg/dl e 180mg/dl após a alimentação. Atualmente dispomos de novos medicamentos orais para o tratamento do DM 2, e muitos estão em desenvolvimento. A tendência atual é da individualização do tratamento, escolhendo o medicamento conforme cada caso, analisando custo, doenças associadas, benefícios e menos efeitos colaterais.

DR. PAULO ROSENBAUM, ENDOCRINOLOGISTA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN

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magazine > capa | judeus revolucionários | por Shuki Sadeh e Ido Efrati

Da Bastilha ao Boulevard Rotschild INFLAMADOS PELA IDEOLOGIA E AGINDO POR MEIO DE

PROTESTOS, MANIFESTOS E ATÉ VIOLÊNCIA, OS JUDEUS TÊM HISTORICAMENTE DESEMPENHADO UM PAPEL IMPORTANTE PARA MUDAR A ORDEM ECONÔMICA, POLÍTICA E SOCIAL

DAS SOCIEDADES EM QUE VIVEM. OS AUTORES DO ARTIGO

PARTEM DOS EVENTOS OCORRIDOS NO BOULEVARD ROTSCHILD, TEL AVIV, EM 14 DE JULHO DE 2011. UMA CENTENA DE PESSOAS – A MAIORIA ADOLESCENTES DE CLASSE MÉDIA – ATENDEU AO APELO DA JOVEM DAPHNE LEEF, ENTÃO COM 25 ANOS, QUE ABRIRA UMA PÁGINA NO FACEBOOK CONCLAMANDO TODOS A ACAMPAREM NO LOCAL EM PROTESTO CONTRA OS AUMENTOS ABUSIVOS DOS ALUGUÉIS – 11% NO ESPAÇO DE UM ANO –

OBRIGANDO MUITOS A ABANDONAREM OS APARTAMENTOS

NO CENTRO DE TEL AVIV. A MANIFESTAÇÃO DOS JOVENS ISRAELENSES ACABOU INSPIRANDO O MOVIMENTO

“OCUPE WALL STREET”

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FAMÍLIAS INTEIRAS OCUPARAM O BOULEVARD ROTSCHILD EM JULHO DE 2011, E QUE SE REPETIU SEMANAS DEPOIS, EM WALL STREET


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magazine > capa | judeus revolucionários

>> Em um dia quente do verão de 1967, Abbie Hoffman, um jovem de cabelos crespos, tentou passar pela entrada dos visitantes do prédio da Bolsa de Nova York. Quando o guarda o parou, Hoffman disse: “Nós somos judeus e você é um antissemita que não nos deixa entrar”. Meio sem graça, o guarda deixou Hoffman e os amigos hippies subirem à galeria dos visitantes e o grupo começou a protestar com provocações: cada um abriu sacolas e jogou notas de dólar sobre o pregão e filmaram a luta dos corretores para apanhar as notas que caíam das galerias. “Se há uma imagem que tem ridicularizado o capitalismo é a desse incidente. Quando se tratava de fazer algo no gênero provocativo Abbie Hoffman era um gênio. Ele ficava parado numa esquina queimando notas de dólar, por exemplo”, relata o historiador Gadi Taub, especialista na década de 1960 nos Estados Unidos. O protesto popular que começou no Boulevard Rothschild, em Tel Aviv, em 14 de julho de 2011 – aniversário da tomada da Bastilha, marco do início da Revolução Francesa – foi imediatamente apresentado como uma “revolução”, mesmo antes que pudesse começar a mudar a ordem social em Israel. Os jovens líderes que se inspiravam na longa história de revolta judaica visavam alcançar uma nova ordem e direitos iguais para todas as classes. Tradicionalmente os judeus têm um interesse especial no êxito de seu povo a cada geração e em todos os campos de ação. Esta “contabilidade” judaica é mais tendenciosa e geralmente ignora as circunstâncias e as condições que possibilitaram o sucesso dessas histórias. De fato, na maioria dos casos, esse balanço prefere atribuir as conquistas à composição genética do povo eleito. “A lista de judeus que se envolveram nas revoluções mais importantes (desde a metade do século 19) é muito longa”, explica o professor do Departamento de História da Universidade Hebraica de Jerusalém Moshé Zimmermann. “Um grupo social está insatisfeito com a situação, e sente que não pode mudá-la, apoiará uma revolução. Os judeus não estavam satisfeitos porque não tinham os mesmos privilégios concedidos a outros setores da sociedade e, portanto, a ideia de revolução – comunista ou liberal – era atraente para eles.” De acordo com o professor Moshé Zuckermann, um dos historiadores da Universidade de Tel Aviv, a revolução não era a única opção para os judeus. Eles tiveram pelo menos duas alternativas. “Uma era a assimilação, como aconteceu na Alemanha no século 19, e a outra apontava para o sionismo, possibilidade que surgiu no final do mesmo século. Se um judeu não escolhesse um desses dois caminhos, o que lhe restava era mudar a sociedade em geral – e, portanto, tornarse um revolucionário.”

ACIMA, ABBIE HOFFMAN ERA UM GÊNIO DA PROVOCAÇÃO E TAMBÉM ISSO AJUDOU A FAZER DELE UM LÍDER; ACIMA, À DIREITA, EMMA GOLDMAN LUTOU PELOS DIREITOS DAS MULHERES E NESSA FOTO PARECE QUERER DEMONSTRAR ISSO EM MEIO A TANTOS HOMENS

Primavera das Nações O estopim da onda de revoltas que varreu o continente europeu, em 1848, foi aceso quando as massas francesas depuseram o rei Luís Felipe em fevereiro daquele ano. Os acontecimentos que se tonaram conhecidos como a “Primavera das Nações” começaram em Paris e Viena, e logo se espalharam por toda a Europa. Foi a primeira vez em que houve uma presença marcante de revolucionários judeus nos movimentos de protesto e libertação. Em alguns casos, até mesmo rabinos participaram desses movimentos, como no caso de Adolf Jellinek, rabino-chefe de Viena, e irmão do revolucionário Hermann Jellinek. “De repente, era possível ver nomes judeus em todos os tipos de lugares”, diz Michael Silber, do Departamento de História da Universidade Hebraica, que pesquisou o período. “Na Alemanha, na época dividida em dezenas de Estados, os judeus assumiram papéis importantes na fundação e na liderança de movimentos

de libertação, a saber: Ludwig Bamberger, em Mainz; Ferdinand Lassalle, em Breslau; Gabriel Riesser, em Hamburgo, e outros. Em Viena se destacaram dois jovens médicos húngaros, Adolf Fischhof e Joseph Goldmark, irmão do compositor Karl Goldmark; em Veneza, um judeu, Daniele Manin, liderou a revolução.” Jornalistas, escritores e poetas judeus, como Siegfried Kapper, Heinrich Heine, Ludwig Borne e Leopold Zunz, tiveram papel importante na formação da imagem do revolucionário judeu. Os judeus que defendiam valores republicanos e socialistas e que se juntaram à revolução naturalmente despertaram a ira de grupos conservadores. “Os conservadores rotularam os judeus como inimigos, e aqueles que queriam combater o movimento revolucionário usaram o antissemitismo para isso”, explica Zimmermann. “Os judeus participaram pouco da Revolução Francesa”, observa o reitor do Instituto Schechter de Estudos Judaicos, professor Guy Miron. “Os judeus precisaram reescrever o passado para torná-lo adequado ao presente. Identificaram-se com a Revolução Francesa e, portanto, tentavam fazer parecer como se tivessem participado dela. Na época constituíam um grupo pequeno e marginal e, portanto, esta não é uma história judaica. Mas as ramificações da Revolução Francesa foram muito importantes para os judeus.” Na segunda metade do século 18, havia apenas cerca de quarenta mil judeus na França, a maioria fora de Paris. Se-

gundo o professor Israel Bartal, da Universidade Hebraica, que faz palestras a respeito de judeus e revoluções, as razões pelas quais a comunidade desempenhou um papel insignificante na Revolução Francesa tem a ver com o fato de que “nesse período os judeus passavam por um processo de integração e se juntavam a grupos culturais e sociais não judeus”, diz. “Eles estavam tentando se assimilar e não se destacar. Além disso, essa foi uma revolução da burguesia acompanhada por manifestações explosivas de multidões – em muitos casos sem liderança.” Bartal cita como exemplo que “setores da pequena burguesia, sem nenhuma influência econômica, participaram da Queda da Bastilha, mas surgiu a questão a respeito de quem liderava e fazia a revolução”. “Nesse sentido, é semelhante ao que vemos hoje com o protesto social: há algo que lembra um evento espontâneo que ninguém parece estar controlando”, explica Bartal. >>

“Os judeus precisaram reescrever o passado para tornálo adequado ao presente. Identificaramse com a Revolução Francesa e, portanto, tentavam fazer parecer como se tivessem participado dela. Na época constituíam um grupo pequeno e marginal e, portanto, esta não é uma história judaica.” (Guy Miron, reitor do Instituto Schechter de Estudos Judaicos)


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>> Socialismo e comunismo “A atividade revolucionária dos judeus atingiu o ápice em 1917-1919, nas revoluções na Rússia, na Alemanha e na Hungria”, disse Guy Miron. “Isso ocorreu apesar de a maioria dos judeus na Hungria, Alemanha e Rússia ser conservadora, tradicionalista e desinteressada em uma revolução.” O revolucionário de maior destaque foi Leon Trotsky, cujo nome original de família era Bronstein, destinado a se tornar o sucessor de Lênin, mas foi deposto por Stálin. Como muitos revolucionários depois dele, Trotsky cresceu em uma casa relativamente rica e em um determinado momento largou os estudos para combater o regime czarista. Passou um período na prisão, foi exilado na Sibéria, fugiu para Londres, voltou à Rússia para aderir à fracassada revolução de 1905, voltou para Londres, vagou pela Europa. E em 1917 retornou a Moscou para aderir à revolução. Ele foi nomeado ministro das Relações Exteriores no primeiro governo bolchevique, e como ministro da Defesa o responsável pelo exército vermelho na guerra civil que eclodiu em seguida. Trotsky estava cercado por um grande número de judeus, entre os quais o cunhado, Lev Kamenev, além de Grigory Zinoviev. “Diz-se, de brincadeira, que quando Lênin saía da sala, Trotsky era capaz de organizar um minian (quorum mínimo para oração)”, comenta Miron. Mais tarde, Stálin, grande inimigo de Trotsky, juntou-se a este e a Lênin. No final da década de 1920, Stálin deportou Trotsky que passou por muitos países até se fixar na Cidade do México, em meados dos anos 1930. Em 1940, Ramón Mercader, assassino a mando de Stálin, matou-o com um picador de gelo. “Trotsky era um homem brilhante com grandes ideias e uma impressionante capacidade de realização. Ele tinha muitos admiradores, mas também conseguiu outro tanto de inimigos. Estava bastante isolado no seio da liderança e, portanto, foi deposto em um estágio relativamente inicial da revolução”, explica a professora Ziva Galili, palestrante de história da Universidade Rutgers, em Nova Jersey. Um conceito bem conhecido associado a Trotsky é o da “revolução permanente”, que significa ativismo contínuo, para fazer uma revolução mundial, ideia que influenciou grande número de jovens, incluindo judeus. No período entre guerras os comunistas judeus participavam desses grupos: “É possível encontrá-los entre os revolucionários que iam de país em país, como na Guerra Civil Espanhola”, explica Bartal. Outro exemplo é Bela Kun, na Hungria. Kun era um jovem de 30 anos e um dos fundadores da República Soviética na Hungria, em 1919, que durou exatos 133 dias. Kun foi para o exílio na Rússia, e acabou assassinado em um dos expurgos de Stálin, no final dos anos 1930. “A atuação de Kun ocorria no contexto

de uma realidade em efervescência: quase metade dos jornalistas húngaros era judia, bem como os advogados e médicos – apesar de constituírem apenas 5% da população”, explica Silber. “Kun tomou o poder na Hungria no final da Primeira Guerra Mundial e chefiou um governo de 35 comissários, quase todos judeus, e a impressão era de que tinha sido criado realmente um governo judaico. Isso provocou uma onda de antissemitismo e terror contra os judeus.” A Primeira Guerra Mundial deixou em seu rastro uma Alemanha que lidava com as difíceis condições de paz estabelecidas pelo Tratado de Versalhes, com a frustração pública e as dificuldades econômicas. “Na Alemanha, havia vários ‘pontos focais’ revolucionários dominados por judeus”, diz Miron. “Kurt Eisner liderou a ‘República Soviética da Baviera’, que governou brevemente aquela região. Em Munique, houve três tentativas de revolução, todas fracassadas, todas conduzidas por judeus.” Rosa Luxemburgo, judia nascida na Polônia, foi uma das fundadoras do Partido Comunista na Alemanha. Teórica marxista e figura inspiradora em áreas como humanismo e feminismo, criou um jornal e fundou uma organização antibelicista a Liga Espartaquista e teve um casamento fictício com um socialista alemão – só para participar nas atividades do Partido Social-Democrata na Alemanha. No entanto, após a vitória do partido, ela recusou-se a fazer parte do governo, sob a alegação de que seria uma traição à filosofia de Marx e que prejudicaria a luta dos trabalhadores. Como outros revolucionários, Luxemburgo pagou com a vida a atuação política e as opiniões – em 1919, foi assassinada por uma organização de extrema-direita. Depois da Segunda Guerra, Luxemburgo foi considerada heroína nacional na Alemanha Oriental e deu nome a uma das principais praças da antiga Berlim Oriental. “Grande parte da presença judaica em revoluções socialistas tem a ver com imigrantes judeus do Leste Europeu que se espalharam pelas grandes cidades da Europa, e mais tarde pelos Estados Uni-

dos e pela Terra de Israel”, explica Bartal. “Rosa Luxemburgo foi uma judia da Polônia, era assim identificada na Alemanha, mas estava mais interessada no destino dos mineiros da Silésia do que no destino dos judeus.”

Rosa Luxemburgo, judia nascida na Polônia, foi uma das fundadoras do Partido Comunista na Alemanha. Teórica marxista e figura inspiradora em áreas como humanismo e feminismo, criou um jornal e fundou uma organização antibelicista: a Liga Espartaquista

Revoluções no Ocidente “A revolução é um fenômeno que sempre envolveu os judeus nos Estados Unidos e que se manifesta em cada período”, diz Michael Zakim, historiador da Universidade de Tel Aviv. “Os judeus americanos foram capazes de escolher entre a assimilação, ou a melhoria de suas condições pessoais e ‘consertar’ a sociedade. A maioria dos judeus escolheu a segunda opção. Os judeus chegaram aos Estados Unidos com uma visão de mundo coletivista e acrescentaram essa bagagem que trouxeram com eles ao liberalismo americano, individualista por natureza. Eles se integraram nos partidos radicais socialistas, no Partido Comunista e na política extra-partidária, incluindo a dos direitos civis negros.” Um imigrante judeu que se tornou revolucionário nos Estados Unidos foi Emma Goldman, conhecida como “Emma Vermelha”. Em contraste com Rosa Luxemburgo, que foi motivada pelo espírito do comunismo, Goldman teve um papel importante como um dos arquitetos da filosofia anarquista e da primeira onda do feminismo nos anos 1920. Goldman nasceu em 1869, em Kovno (Rússia), e tinha 25 anos quando imigrou para Nova York. Durante a vida inteira envolveu-se em lutas sociais e políticas. Emma Goldman escreveu a respeito de ateísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo e muitos outros assuntos, mas a contribuição mais notável dela foi a ligação que estabeleceu entre a política dos gêneros e a teoria

MONUMENTO EM AÇO EM HOMENAGEM A BELLA KUN EM

BUDAPESTE

anarquista – com ênfase na liberdade sexual. Ela morreu em 1940 e junto com o corpo também enterraram o legado dela. Emma foi redescoberta e recebeu reconhecimento apenas na década de 1960, com o renascimento do movimento anarquista, e na década de 1970, com o fortalecimento do movimento de mulheres naquilo que ficou conhecido como “a segunda onda do feminismo”. A Guerra Fria, o fechamento de países do Leste Europeu por trás da Cortina de Ferro, e a caça às bruxas aos comunistas nos Estados Unidos, iniciada em 1948, suprimiram movimentos de orientação socialista e comunista. “Os judeus não agiam movidos por um sentimento de discriminação ou de opressão. Se foram vítimas do macarthismo, foi mais porque eram comunistas e menos por serem judeus”, explica Zakim. Na década de 1960, a Guerra do Vietnã e a discriminação contra negros acendeu o fogo da revolução, e os judeus dos Estados Unidos participaram de ações contra o governo relacionadas a essas questões. A onda de protestos foi nitidamente de natureza diferente da que tinha acontecido na Europa meio século antes: os líderes eram os filhos do baby >>


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magazine > capa | judeus revolucionários na forma de uma verdadeira revolução. “Em determinado momento, os yippies (hippies politicamente ativos) criaram um partido político em 1968e tentaram apresentar um candidato à presidência: um porco chamado Pigasus”, relata Taub. “Naquele ano, Hoffman também fez uma declaração intencionalmente provocativa, ao afirmar que ele e os amigos tinham colocado LSD no reservatório de água de Chicago, e isso causou um confronto espetacular com as forças de segurança que, pelo menos do ponto de vista dos meios de comunicação da época, trabalhou a favor dos hippies, pois a violência foi considerada ‘um ataque da polícia’”. Outro judeu que participou dos exóticos protestos dos anos 1960 foi Jerry Rubin, membro dos Sete de Chicago – o grupo de ativistas que invadiu a convenção do Partido Democrata em Chicago, em 1968. Os Sete de Chicago foram denunciados por acusações de incitamento, mais tarde retiradas. Diz Taub: “Rubin apareceu na convenção completamente drogado, de uniforme da Revolução Americana, segurando uma bandeira norte-americana e ironizando as pessoas presentes. Ele tentou expressar a ideia de que para trazer a mudança não é necessário participar do discurso público, mas é melhor subvertê-la e criar um discurso fora desse contexto. Mas, no final, em um país democrático, o que determina as coisas é o grande interesse da classe média – e se ela não for atingida, nada muda. A exibição radical do movimento hippie conseguiu fazer a classe média voltar-se contra ele.” E Rubin, por sinal, virou homem de negócios e um dos primeiros investidores na Apple.

>> boomers da Segunda Guerra Mundial e que se tornaram os filhos das flores do movimento hippie. Eles espalham mensagens de paz, pregam o afastamento do materialismo e da prosperidade, misturando-as com o misticismo, a necessidade do “retorno à natureza” – e do uso da maconha e alucinógenos. O especialista norte-americano Taub diz, no entanto, que “os hippies foram ineficazes. Eles expressaram o espírito da revolução e irritaram a classe média – mas eles manobraram às margens da sociedade”. Mas a tentativa de transmitir mensagens subversivas por meio de provocação nunca se solidificou

KARL MARX COM A MULHER JENNY, A COMPANHEIRA DE LUTAS E DE APOIO FAMILIAR

Judeus e feminismo De acordo com Taub, os movimentos emergentes mais eficazes da década de 1960 foram os dos direitos civis e do feminismo. Entre os líderes mais destacados do feminismo estavam judias como Betty Friedan, cujo livro The Feminine Mystique (“A Mística Feminina”) pela primeira vez chamou a atenção para o desespero e para a falta de perspectiva sentida por muitas mulheres no mundo. Friedan fun-

dou a National Organization of Women (Organização Nacional de Mulheres), que usou a particularmente bem-sucedida sigla NOW, que visava transformar as mulheres em parceiros iguais e plenos na sociedade norte-americana. E enquanto esses movimentos criaram raízes e os hippies chocavam a América, na França a terra tremeu na esteira da revolta estudantil. Em março de 1968, estudantes e intelectuais ocuparam o prédio da administração da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, liderados por Daniel Cohn-Bendit, um estudante judeu de 23 anos de sociologia, apelidado de “Danny, o Vermelho”, em parte porque era ruivo. Estava em causa a discriminação racial e de classe em instituições acadêmicas e na sociedade francesa em geral, bem como a exigência de liberdade de expressão e de movimento, e um protesto contra a proibição de visitar estudantes do sexo oposto nos alojamentos da universidade. Estas questões provocaram greves nas universidades parisienses, que em dois meses degeneraram em grandes conflitos de rua e na paralisação da economia francesa. O fracasso em controlar os tumultos generalizados ameaçou derrubar o governo e forçou o presidente Charles de Gaulle a se refugiar temporariamente numa base militar na Alemanha. Na esteira desses acontecimentos, a Assembleia Nacional da França foi dissolvida e foram realizadas eleições nacionais em junho, e a direita francesa voltou ao poder. Quanto a Cohn-Bendit – o filho de judeus alemães que haviam se refugiado dos nazistas em Paris –, não durou muito tempo como líder da revolução estudantil: em maio de 1968 estava em Berlim quando foi emitida uma ordem proibindoo de retornar à França porque era um “subversivo estrangeiro”. Cohn-Bendit ficou na Alemanha, onde fundou um grupo chamado Luta Revolucionária Marxista na Alemanha, do qual também era membro ativo. No final da década de 1980, foi nomeado vice-prefeito de Frankfurt. Em 1994, elegeu-se para o Parlamento Europeu, e em 1999, voltou à França para liderar o Partido Verde do país. Atualmente, Cohn-Bendit é copresidente da coligação Verdes-Aliança Livre Europeia no Parlamento Europeu. “Basicamente, o judaísmo não aceita os pressupostos culturais e sociais que o cercam – e, portanto, tem uma posição revolucionária inerente”, afirma o rabino Yehuda Brandes, que dirige o Beit Morashá de Jerusalém – Centro Avançado de Estudos Judaicos e Liderança, e é pesquisador do Instituto de Democracia de Israel. “Abraão lutou na guerra do monoteísmo, Moisés batalhou contra a escravidão e os hasmoneus se revoltaram contra os romanos. Há algo próprio do judaísmo segundo o qual ‘não trabalhamos com todo o mundo; ao contrário, somos contra o mundo inteiro’”. De acordo com Brandes, o mais importante elemento cultural compartilhado que liga os mundos é a linguagem: “No contexto do protesto do Boulevard Rotschild em Israel e no discurso público, as pessoas, religiosos ou não, se valem de conceitos que derivam da tradição e da cultura judaicas. Quando fa-

lamos em justiça social, todo mundo se volta para a linguagem das nossas fontes – como ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’, a proibição de infligir castigos a um escravo, a obrigação de pagar salários justos e assim por diante”. “Em sua maioria, os revolucionários judeus vivem à margem da sociedade judaica e, às vezes, cortam os laços com a comunidade”, observa o chefe do programa de hermenêutica e professor de filosofia na Universidade Bar-Ilan, Avi Saguy. Segundo ele, tikun olam (“consertar o mundo”) é um ethos judeu profundo – mas um ethos conservador, em vez de revolucionário. “O tikun olam é alcançado por meio de movimentos pequenos e normativos que não causam mudanças radicais da realidade, como queriam os revolucionários. Na cultura judaica, não há uma percepção (da necessidade) de uma mudança total na realidade por parte dos seres humanos. No ethos judeu, Moisés não é percebido como um revolucionário, mas sim como uma figura mediadora entre Deus e os filhos de Israel, mediação que é, de fato, a construção da nação.” “Dizer que nos genes judeus há um elemento revolucionário é um absurdo total”, diz o professor Zimmermann. “Por constituírem uma minoria e por ser um grupo religioso, os judeus adotaram vários tipos de comportamento, e isso também explica o apoio às revoluções. A origem do anseio por justiça social está realmente enraizada na tradição judaica, mas, nos tempos modernos se pode dizer que se encontra nas tendências revolucionárias.” Para Zuckermann, tampouco há conexão entre a condição judaica dos revolucionários e as escolhas políticas que fazem: “O discurso não gira em torno do judaísmo religioso ultra-ortodoxo, mas sim em torno do judaísmo que surgiu no período do Iluminismo. A partir do momento em que os judeus se integraram à sociedade civil do século 19 – que, apesar de declarar que foram emancipados, de fato não os aceitava – tinham um interesse comum em mudar a sociedade. A sociedade civil burguesa viu os judeus >>

Durante a vida inteira Emma Goldman envolveu-se em lutas sociais e políticas. Escreveu a respeito de ateísmo, liberdade de expressão, militarismo, capitalismo e muitos outros assuntos, mas a contribuição mais notável dela foi a ligação que estabeleceu entre a política dos gêneros e a teoria anarquista – com ênfase na liberdade sexual


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HOJE, DANIEL COHN-BENDIT É UM ATIVISTA DO MOVIMENTO VERDE PELO QUAL FOI ELEITO PARA O PARLAMENTO EUROPEU; ROSA LUXEMBURGO FUNDOU A LIGA ESPARTAQUISTA, CONTRA A GUERRA, E FOI ASSASSINADA

>> sob uma nova luz que iluminava um contexto religioso, e também socioeconômico”. Emancipação da sociedade A expressão mais significativa da separação entre o status social do judeu e sua tradição é encontrada nos textos de Karl Marx, cuja filosofia exerceu influência fundamental sobre os revolucionários dos séculos 19 e 20. Marx nasceu em 1818, na Alemanha, de uma família de rabinos, mas o pai se converteu ao luteranismo. O Manifesto Comunista, que Marx escreveu com Friedrich Engels, definiu os principais elementos de uma escola de pensamento, que viria a ser a base ideológica do comunismo. Marx identificou o eterno conflito entre a burguesia, como proprietários dos meios de produção, e a classe trabalhadora, oprimida porque dependente dos meios de produção. O Estado, segundo a filosofia de Marx, é uma ferramenta nas mãos da burguesia que ajuda a manter essa relação de poder e explora o trabalhador como meio para utilizar os meios de produção e gerar lucro. Marx considerava que é da natureza do homem produzir o necessário para a subsistência, e não para o lucro. Marx argumentava que é o reflexo da relação entre os meios de produção e seus proprietários que impulsiona a realidade; religião, moral e filosofia são apenas resultados disso. No ensaio Sobre a Questão Judaica, de 1844, um dos seus primeiros textos, Marx descrevia a condição secular dos judeus na sociedade e os caracterizava como um povo identificado com o comércio e a acumulação de riqueza. “Não vamos procurar o segredo do judeu em sua religião”, escreveu ele, “mas vamos procurar o segredo da sua religião no judeu real. Qual é a base secular do judaísmo? A necessidade prática, o interesse próprio. Qual é a religião secular do judeu? Barganhar. Qual é o seu Deus secular? Dinheiro. Muito bem, então! A emancipação da barganha e do dinheiro, consequentemente, do judaísmo prático, real, seria a auto-emancipação do nosso tempo. Uma organização da sociedade que acabasse com as pré-condi-

ções para a barganha, e, portanto, a possibilidade de barganha, tornaria o judeu impossível. Sua consciência religiosa seria dissipada como uma névoa fina no ar real e vital da sociedade...” “Portanto, reconhecemos no judaísmo um elemento antissocial geral do tempo presente, um elemento que por meio do seu desenvolvimento histórico – e que os judeus têm contribuído zelosamente para este aspecto prejudicial – foi levado ao seu elevado atual nível, em que necessariamente, deve começar a se desintegrar. Em última análise, a emancipação dos judeus é a emancipação da humanidade do judaísmo.” Há quem identifique nessas palavras cortantes de Marx uma expressão de antissemitismo e a negação do seu passado judaico. De um modo geral, no entanto, Marx é visto como um teórico social sério, que defendia a eliminação de qualquer religião, bem como a abolição do comércio econômico, como meio de criar uma sociedade igualitária, civil e sem classes. “A maioria dos grandes revolucionários”, diz Zuckermann, “não se relaciona com o seu judaísmo. Pessoas como Karl Marx, Leon Trotsky e Rosa Luxemburgo não tratam da emancipação dos judeus do seu judaísmo, mas sim da emancipação humana, de modo a que as pessoas se libertem das estruturas sociais que geram a opressão de vários grupos da sociedade, entre eles os judeus”.

Em março de 1968, estudantes e intelectuais ocuparam o prédio da administração da Universidade de Nanterre, nos arredores de Paris, liderados por Daniel CohnBendit, um estudante judeu de 23 anos de sociologia, apelidado de “Danny, o Vermelho”


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magazine > polêmica | por Ariel Finguerman

A NOVA NOTA DE CINQUENTA SHEKALIM, QUE HOMENAGEARÁ O POETA SHAUL TCHERNICHOVSKY

MAIMÔNIDES O UNICO SEFARDI NUMA

O POETA NATAN ALTERMAN, NA NOTA

NOTA ISRAELENSE

CÉDULA DE DUZENTOS SHEKALIM

Em Israel discute-se até novas cédulas AS NOVAS CÉDULAS DE DINHEIRO ISRAELENSE – QUE OSTENTARIAM AS IMAGENS DE POETAS EM LÍNGUA HEBRAICA – CONSEGUIRAM ATRAIR A FÚRIA DE FEMINISTAS, SEFARADIM E ATÉ DOS ÁRABES

A

ideia até que foi boa: para evitar política, ideologia e partidos, as novas cédulas de shekalim que começam a circular a partir do segundo semestre ostentariam imagens de poetas famosos do país – e não de políticos. Para evitar o diz-que-diz-que entre os próprios literatos, também ficou decidido que os homenageados fossem todos falecidos. Apesar dos muitos cuidados nada conseguiu evitar um debate ensurdecedor, que avançou e foi ouvido muito além dos portões bem vigiados do Banco Central israelense. A polêmica começou há dois anos, quando foi anunciada a substituição das cédulas atuais, e a ideia era homenagear políticos – claro, todos já falecidos. Todavia, antes mesmo de se falar qual valor de face seria atribuído a determinado político, a família de Menachem Begin recusou publicamente qualquer homenagem ao ex-premiê, conhecido por levar uma vida discreta e pela antipatia à cultura de celebridade. Em seguida, protestaram feministas, porque não havia mulheres candidatas à homenagem monetária. Quando parecia, afinal, ter sido tudo resolvido, no final de abril o Banco Central fez um ritual cheio de pompa para a informalidade dos padrões israelenses para apresentar ao público as novas cédulas, até então um segredo. As portas da instituição em Jerusalém se abriram e um carro blindado levou amostras de duas cédulas para a aprovação dos ministros reunidos no gabinete. A nota mais valiosa, de duzentos shekalim (cerca de R$ 100,00) traz a imagem de Natan Alterman (1910-1970), poeta querido pelo grande público. A nota de cem shekalim trará o

retrato da poetisa Lea Goldberg (19111970), autora de hits da cultura musical israelense, como a sensual Selichot. A nota de cinquenta shekalim homenageará o médico e poeta Shaul Tchernichovsky (1875-1943), também tradutor de grandes clássicos europeus para o hebraico. E a nota de vinte shekalim estampará a poetisa Rachel (1890-1931), que morreu jovem, de tuberculose, e foi sepultada em frente ao lago da Galileia, grande fonte de inspiração em poemas como Oy Kineret Sheli. Mas uma falha do Banco Central logo foi percebida, pois homenagear apenas ashkenazim em uma sociedade multicultural como a israelense é procurar confusão, a ponto de na própria reunião ministerial em que as notas foram apresentadas – e aprovadas – o primeiro-ministro Biniamin Netaniahu comprometeu-se a que a próxima nota a ser emitida homenageará um sefaradi. Detalhe: não está previsto o lançamento de nenhuma nota nova nos próximos dez anos. Aliás, o último – e único – sefaradi homenageado numa cédula israelense foi o rabino Moshé Ben-Maimon, o Maimônides,

que figurou numa nota de mil shekalim antigos. Circulou até há trinta anos, quando uma reforma monetária transformou seu valor em um shekel novo. A ex-deputada do Knesset Dalia Itzik, que lutou pela inclusão das mulheres nas cédulas, resolveu se aliar aos sefaradim e fez das autoridades do Banco Central seu alvo preferido: “Trata-se de gente desconectada da realidade israelense. É um comitê que trabalha numa caixa fechada e opaca, de onde não se consegue ver o que acontece do lado de fora, nem se ouve os murmúrios do público”. Tiroteio Logo o juiz aposentado e chefe do comitê de cédulas do Banco Central, Yakov Turkel, explicou publicamente a ausência dos sefaradim. “Tocar em origens étnicas nestes assuntos não tem sentido e é uma tolice. Não avaliamos nem analisamos a origem dos homenageados, porque atualmente, nessa nossa época, é uma questão que não interessa”, disparou. Apesar disso – e talvez por causa disso –, o líder político do partido religioso sefaradi, Arieh Deri, falou para todo mundo ouvir. “Ouvem-se muitos discursos a favor da integração, mas em vez de escolher personalidades variadas para as cédulas, preferem somente pessoas de origem asquenazita. Sem desmerecer os escolhidos, mas será que nos últimos duzentos anos não apareceu nenhum sefaradi digno de figurar em uma nota?”. Deri aproveitou para propor o nome de Shoshana Damari, a cantora de origem iemenita morta em 2006, conhecida como a “rainha da música israelense”, por suas apresentações para soldados nos fronts. É dela o sucesso Kalaniot, cantada no hebraico gutural, considerado por alguns como a mais pura entonação da língua. Outra personalidade que opinou com estridência a respeito das novas cédulas foi o escritor A. B. Yehoshua, ele mesmo descendente de sefaradim. Lembrou o nome do poeta sefaradi do século 12 Yehuda Halevi, autor do célebre Kuzari. “Com todo o respeito por Rachel [que ilustrará a futura cédu-

A POETISA RACHEL,

LEA GOLDBERG, QUE IRÁ

HOMENAGEADA NA NOVA

FIGURAR NA NOTA DE

CÉDULA ISRAELENSE

CEM SHEKALIM

la de 20 shekalim], ela não está no mesmo nível de Halevi.” Mas só há um problema: não se conhece nenhum retrato do poeta medieval Halevi e, portanto, seria impossível homenageá-lo em uma cédula. Já que é para protestar, eis que surgiu o deputado do Knesset Ahmed Tibi, a figura de maior destaque entre os políticos árabes-israelenses. Ele propôs como candidatos a estampar as novas cédulas israelenses os poetas Mahmoud Darwish e Samih al-Qasim. Bem, o primeiro é considerado o poeta nacional palestino, apesar de ter vivido em Haifa. Já o segundo, um druso da Galileia, foi preso várias vezes por causa do seu nacionalismo árabe. “Pensando bem, acho que nenhum deles realmente gostaria de figurar numa cédula do Estado de Israel”, diz Tibi.

Muda o tamanho, muda tudo Curiosidades a respeito das novas cédulas de Israel: * Serão impressas fora do país, num local da Europa mantido em segredo por razões de segurança * As notas serão de tamanhos diferentes na largura, e a de maior valor (duzentos shekalim) a mais comprida, para facilitar a identificação pelos cegos * Com a mudança de tamanho das notas, será preciso reprogramar os caixas 24 horas, os postos automáticos de estacionamento e de cinemas, por exemplo, entre outros * Será abandonada a técnica de introduzir plástico nas cédulas. Ficou provado que o material também se decompõe e rasga, além de ser mais caro * As cédulas atuais continuarão valendo até por mais três anos após a introdução das novas notas – isto é, do final de 2016 até meados de 2017 – e mesmo depois poderão ser trocadas em locais credenciados

O último – e único – sefaradi homenageado numa cédula israelense foi o rabino Moshé Ben-Maimon, o Maimônides, que figurou numa nota de mil shekalim antigos. Circulou até há trinta anos, quando uma reforma monetária transformou seu valor em um shekel novo


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magazine > ecologia | por Ariel Finguerman, em Har Hazevel

VISTA AÉREA DO MONTE DO LIXO

EQUIPAMENTO QUE FAZ SEPARAÇÃO DE TIPOS DE LIXO

Israel ensina o que fazer com lixão

COMO ISRAEL TRANSFORMOU O MAIOR LIXÃO DO PAÍS EM UM MODELO MUNDIAL DE RECICLAGEM E CENTRO DE EDUCAÇÃO ECOLÓGICA. EM FUTURO NÃO MUITO DISTANTE, O LOCAL ABRIGARÁ O PARQUE ARIEL SHARON

Q

uem desembarca no aeroporto Ben-Gurion e viaja para Tel Aviv, percebe logo à direita uma grande elevação, parecendo um monte, algo fora de lugar na planície costeira israelense. Não se trata de um tel, aqueles montes escavados por arqueólogos, nem de alguma formação natural. É, na verdade, o maior lixão do país, conhecido como Har Hazevel (“Monte

CENTRAL DE OPERAÇÕES DA LIXEIRA DE ISRAEL

do Lixo”), que durante cinquenta anos acumulou uma quantidade enorme de dejetos. Na época em que foi projetado e construído este lixão era considerado distante de Tel Aviv, mas nos últimos anos a metrópole de dois milhões de habitantes se expandiu o suficiente para chegou até os seus limites e, com isso, causando um enorme mal-estar do ponto de vista ambiental. Até há pouco tempo, um terço de todos os resíduos produzidos no país eram despejados aqui, com alto risco de contaminação dos lençóis freáticos e de incêndios provocados pelo gás metano liberado naturalmente em depósitos de lixo. Para evitar uma catástrofe, há alguns

PENTE DE BALAS DE FUZIL ENTRE O PLÁSTICO A SER RECICLADO EM ISRAEL

anos pararam de despejar lixo cru no Har Hazevel. Os caminhões foram desviados principalmente para o Negev, onde não há lençol freático com risco de contaminação. Mas restou o problema: o que fazer com o Monte do Lixo que agora está localizado na região mais densamente povoada do Estado de Israel? Retirar toda a sujeira? Impossível, pois o custo da operação é gigantesco. Fazer uma grande queimada? Tarde demais, e causaria uma catástrofe ecológica. Os especialistas decidiram que diante da impossibilidade de derrotar o inimigo, melhor se aliar a ele. Começou então um dos principais projetos ecológicos de Israel, que tem o objetivo de transformar o Har Hazevel em algo bom. “Começamos a pensar em maneiras de evitar que o lixão fosse um problema e, melhor ainda, tentar tirar proveito positivo de sua existência”, diz o responsável pelo projeto Doron Sapir, em entrevista à revista Hebraica. Sapir foi escolhido para dirigir o projeto porque ele foi o líder do movimento que fez a Unesco, o braço cultural da ONU, a conceder a Tel Aviv o título de Patrimônio da Humanidade, em razão da quantidade de edifícios Bauhaus na cidade. Logo organizou uma equipe enxuta de dez auxiliares para pesquisar quais são as técnicas mais avançadas de tratamento de lixo em todo o mundo, ao mesmo tempo em que desafiavam os técnicos e cientistas israelenses a encontrar soluções inéditas e inovadoras para o problema. Daí surgiu o projeto Chetz (“flecha”, em hebraico) no Har Hazevel, desenvolvido com tecnologia israelense, e já referência mundial. Trata-se de uma gigantesca plataforma para separar diferentes tipos de lixo. As duzentas toneladas de detritos que chegam diariamente ao local são despejadas em um piscinão onde o peso naturalmente diferente dos detritos começa a separá-los. Ainda no piscinão, imãs gigantes separam o ferro, e enormes ventiladores desgrudam o plástico do restante. O que sobra na água é uma mistura de material orgânico, que se transforma em fertilizante ou gás metano que é queimado ou gera eletricida>>

As duzentas toneladas de detritos que chegam diariamente ao local são despejadas em um piscinão onde o peso naturalmente diferente dos detritos começa a separá-los


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>> de para ser usada no próprio parque de reciclagem. “Lixo faz parte da nossa vida”, filosofa o diretor Doron Sapir. “Partimos do princípio que o ser humano cria coisas boas, por isso também com os detritos precisamos de um caminho para transformá-los em algo positivo, como produto ou energia. Ou então simplesmente descartá-los da melhor maneira possível.” Outra boa solução encontrada por Har Hazevel foi separar as 1.500 toneladas de material de entulho e material de construção descartado que chegam diariamente ao local: o concreto é colocado de lado, triturado e reutilizado no próprio Har Hazevel, para conter as encostas e evitar desabamentos. No topo do Har Hazevel foram ainda perfurados mais de cinquenta poços cujas sondas vão até o fundo no interior do monte onde o gás metano vem sendo produzido há mais de meio século pelo lixo lá depositado. Isto é pura energia, não poluente, transferida para uma fábrica têxtil privada localizada perto dali, que paga pela utilização do combustível à administração do lixão. Lixo é dinheiro Em razão das inovações que introduziu na indústria do tratamento do lixo, o Har Hazevel foi escolhido para constar da “bolsa de valores” do Acordo de Kyoto, patrocinado pela ONU. Pelo documento firmado em Kyoto qualquer empresa poluidora que não consegue diminuir suas emanações tóxicas, deve pagar uma compensação pelos danos causados ao ambiente a instituições selecionadas, como o Har Hazevel, por exemplo. É o caso da Companhia de Eletricidade da França que compensa investindo no parque ecológico de Tel Aviv. Apesar dos êxitos do Har Hazevel, ainda falta resolver a questão mais importante em qualquer política de reciclagem – as residências – e que em Israel é sofrível, porque segundo dados do governo, somente cem mil famílias no país se dão ao trabalho de separar lixo. “Isto é muito pouco, e o resulta-

ACIMA, À ESQUERDA, CAMINHÕES CHEGAM CARREGADOS DE LIXO NA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO; ACIMA, À DIREITA,

DORON SAPIR NO APARELHO QUE MONITORA O TRATAMENTO DE LIXO

do a gente vê pelos detritos que são despejados aqui, tudo misturado”, diz o diretor Sapir. Por isso, Har Hazevel é também um Centro de Educação Ecológica, voltado especialmente para estudantes de todo o país que visitam o local e aprendem a respeito da problemática do lixo. Do programa já participaram mais de 120 mil jovens e “queremos que eles ensinem princípios ecológicos aos pais – é um investimento na próxima geração”, diz o diretor. O Har Hazevel está ficando tão bonito que até já ganhou um nome mais atraente: Centro de Reciclagem Hiriya. No seu topo, daqui a alguns anos, está planejada a inauguração de um centro de lazer, que se chamará Parque Ariel Sharon. O projeto é apresentado, sem falsa modéstia, como “maior que o Central Park de Nova York”. Quando era primeiro-ministro, Ariel Sharon passou três horas no então recém-lançado projeto de reciclagem do Har Hazevel. Ouviu acerca dos trabalhos e deu o apoio político necessário para os trabalhos seguirem adiante. Depois, quando entrou em estado vegetativo por conta de um derrame, resolveram homenageá-lo no nome do futuro parque. Pergunto ao diretor Sapir se o ex-premiê teria aprovado ver seu nome associado a um local que todos ainda teimam em chamar de Har Hazevel. “Claro, ele teria gostado”, diz o diretor.


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NA STOP THE WAR COALITION (COALIZÃO CONTRA A GUERRA) CABEM TODAS AS GUERRAS E CONFLITOS, DO AFEGANISTÃO À PALESTINA

A possível improvável aliança SERÁ UMA QUESTÃO DE CONVENIÊNCIA QUANDO A DIREITA MUÇULMANA E A ESQUERDA DA GRÃ-BRETANHA E ESTADOS UNIDOS SE JUNTAM? NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS, ALGUNS GRUPOS DA EXTREMA-ESQUERDA SE ALIARAM A ORGANIZAÇÕES MUÇULMANAS CONSERVADORAS QUE DEFENDEM A DISCRIMINAÇÃO RELIGIOSA E SEXUAL

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o fi nal do ano passado Meredith Tax foi a Londres para o lançamento do seu livro Double Bind: the Muslim Right, the Anglo-American Left, and Universal Human Rights (“Contradição: a Direita Muçulmana, a Esquerda Anglo-Americana e os Direitos Humanos Universais”) publicado por um novo instituto de pesquisa transnacional, o Centre for Secular Space. Em Nova York estava programado para o início de março. O evento ocorreu no bairro londrino de Tower Hamlets, antigo centro de imigração judaica onde agora vive uma maioria

muçulmana e é o cenário de intensa luta entre seculares e fundamentalistas originários do sul da Ásia. Um grupo planejara uma manifestação em um parque perto da mesquita de East London em solidariedade ao protesto que, em fevereiro, abalou Bangladesh, em Shahbagh, bairro de Daca, a capital, exigindo penas maiores para criminosos de guerra, incluindo um líder do partido islâmico Jamaat. Mas ao chegarem, o parque estava tomado de salafistas que haviam saído da mesquita para impedir a manifestação. Os confrontos duraram horas. Atualmente, uma das lutas mais ferozes da política mundial é entre funda-

mentalistas islâmicos e os seculares que pretendem separar a religião do Estado. Entre os acadêmicos e os movimentos feministas nos Estados Unidos há um grande esforço para tirar visibilidade dessa luta e considerar os seculares como ultrapassados. Antes de lançar o livro, Meredith recebeu uma mensagem cujo autor, mesmo sem o ter lido, e talvez a partir do título, sugere ser o trabalho de “uma autora americana islamofóbica, defensora do sionismo e que se opõe ao movimento contra a guerra, mencionando muçulmanos ou ex-muçulmanos para dar um verniz de legitimidade aos argumentos”. Caracterizar qualquer muçulmano que se atreva a criticar outro muçulmano é um insulto ridículo às feministas asiáticas. Para Meredith “ao deslegitimar a discussão, o autor da mensagem adota a posição da direita muçulmana e, assim, fica ao lado daqueles salafistas de East London que tentaram impedir a manifestação no parque”. Double Bind trata desses conflitos entre os muçulmanos e do que acontece quando a esquerda assume a linguagem e os conceitos da direita muçulmana que, para Meredith, se agrupa nos vários movimentos políticos transnacionais interessados em explorar a questão da identidade, cuja meta é estabelecer um Estado teocrático e que os meios de comunicação chamam de “islamitas moderados”. Eles pretendem alcançar esse objetivo pela via eleitoral e educacional. São partidos salafistas radicais e grupos que disputam eleições, mas que também tentam impor alguma versão da lei islâmica (Sharia) por meio da violência. Além destes, uma pequena ala militante de salafistas jihadistas é a favor da militarização da luta política e, portanto, da violência contra os civis. De todo modo, o objetivo final dos islamitas políticos – seja qual for o meio preferido – é um estado fundado em alguma versão da Sharia, que discrimina sistematicamente as mulheres e as minorias sexuais e religiosas. Esquerda, direita – volver Ao menos em princípio – e historicamente –, a esquerda defende valores muito diferentes: a separação entre religião e Estado, igualdade social, o fim da discriminação contra mulheres e minorias; justiça econômica e contra as guerras imperialistas e racistas. No entanto, nos últimos dez anos, alguns grupos da extrema-esquerda se aliaram a organizações muçulmanas conservadoras que defendem a discriminação religiosa, advogam a morte aos que consideram apóstatas, se opõem aos direitos dos homossexuais, submetem as mulheres e se valem da violência para impor opiniões. O apoio à direita muçulmana minou as lutas pela democracia secular no hemisfério sul, espalhando-se da extrema-esquerda às feministas, ao movimento dos direitos humanos e a milionários progressistas. Neste momento em que na Europa e Estados Unidos crescem a xenofobia, a discriminação e os ataques violentos, existe um impulso natural em querer defender os muçulmanos. Muitas vezes o Islã é criticado e mal interpretado no hemisfério norte. Afinal, os jihadistas têm direito aos mesmos proce-

dimentos legais que qualquer pessoa, e devem ser defendidos da extradição e da tortura, por exemplo. Mas defender os muçulmanos contra a discriminação não significa apoiar politicamente os conceitos da direita muçulmana, como fez a Anistia Internacional, em 2010, ao aprovar a “jihad defensiva”, ou aquela coalizão antiguerra, de Londres, que em suas reuniões decidiu pela segregação sexual. Um exemplo desta tendência tem sido o apoio da esquerda à “insurgência iraquiana”, que inclui grupos aliados à Alcaida e é composta por militantes sunitas que agridem xiitas e plantam bombas em mercados de bairros exatamente para atingir civis. Embora os esquerdistas iraquianos e as feministas sejam contrários à insurgência iraquiana, tanto a coalizão A.N.S.W.E.R., nos Estados Unidos, como a Stop the War, no Reino Unido, têm apoiado esse movimento alegando que os insurgentes lutam contra a invasão estrangeira e o imperialismo. O objetivo da violência da insurgência visa menos os Estados Unidos e mais a imposição de um Estado islâmico ao próprio povo, de preferência as mulheres. Ironicamente, o apoio de alguns esquerdistas ao fundamentalismo islâmico espelha as distorções a respeito do Islã e são disseminadas por conservadores contrários aos imigrantes. Para a extrema-direita, todos os muçulmanos são terroristas em potencial e para a extrema-esquerda os salafistas jihadistas representam todos os muçulmanos. Ambos ignoram que a grande maioria dos muçulmanos quer sobreviver e viver em paz. De acordo com o Pew Research Center, pouquíssimos muçulmanos apóiam a forma como os salafistas jihadistas interpretam o Alcorão e as ações que praticam, e não representam todos os muçulmanos mais do que o Partido Nazista Americano ou a English Defence League representam todos os cristãos. Em nome do multiculturalismo, alguns países como o Reino Unido, por exemplo, aceitaram organizações lideradas pela direita muçulmana para representar a população como um todo, financiando grupos com base na identida>>

Defender os muçulmanos contra a discriminação não significa apoiar politicamente os conceitos da direita muçulmana, como fez a Anistia Internacional, em 2010, ao aprovar a “jihad defensiva”


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>> de associados à Irmandade Muçulmana e ao partido Jamaat el Islaami. No Canadá também, segundo o professor da Universidade York, de Toronto, o sociólogo Haideh Moghissi: “Os governos ocidentais e os meios de comunicação parecem determinados a promover as vozes punitivas, implacáveis e violentas do Islã. Pior, tomando-as como as vozes autênticas e representativas dos muçulmanos em todo o mundo, essas vozes tornam-se as associadas legítimas nas mesas de negociação sempre que houver a necessidade de atender aos interesses e reivindicações das populações muçulmanas. Ao fazer da religião o princípio orientador da sua política externa e do seu modo de lidar com as próprias minorias étnicas, em certo sentido esses governos seguem a agenda de muçulmanos conservadores, em vez de valorizar e proteger os valores políticos e práticas seculares duramente conquistados no interior das suas sociedades. É difícil não se preocupar com certas políticas governamentais imprudentes, como permitir as orações da sexta-feira em escolas de ensino médio de Toronto com financiamento público, o que inclui a contratação de um imã para celebrar as orações para estudantes de 13 e 14 anos.” Ensaio sobre a cegueira Igualmente cegos, setores da esquerda internacional continuaram apoiando a teocracia iraniana, apesar da violenta repressão à “Revolução Verde” de 2009-2010, dos ataques a estudantes e a organizações feministas, e ao fechamento dos sindicatos. Em setembro de 2010, por exemplo, 150 auto-intitulados “ativistas progressistas” nos Estados Unidos, liderados pelo ex-procurador geral dos EUA Ramsey Clark e a ex-membro

ACIMA, MFE É DE MARCH FOR ENGLAND, QUE O

ENGLISH DEFENCE LEAGUE, DE EXTREMA-DIREITA, PROMOVE. EM CONFLITO DE MINORIAS A DIREITA MOSTRA SUAS GARRAS; ACIMA, À DIREITA, EM 2010, O EX-PROCURADOR DOS

EUA RAMSEY CLARK FOI AO IRÃ COM MAIS 150 ATIVISTAS E SE REUNIU COM

AHMADINEJAD

da Câmara dos Representantes Cynthia McKinney, jantaram com o presidente iraniano Ahmadinejad, em visita à ONU, como demonstração de apoio à posição supostamente anti-imperialista dele. Estes esquerdistas partidários de Ahmadinejad parecem ignorar que ele é ditador e fundamentalista e nega o Holocausto. Não criticar a teocracia iraniana levou a não se solidarizar com o povo do Irã – uma questão importante em um momento de sanções e debates a respeito de guerra. Em março de 2012, a United National Antiwar Coalition reuniu-se em Hartford (Connecticut) para se opôr à possibilidade de guerra contra o Irã, às guerras dos EUA e à interferência americana em outros lugares e condenar as sanções econômicas àquele país. No entanto, a esmagadora maioria presente à reunião se recusou a apoiar os direitos humanos do povo iraniano ao votar contra uma resolução que dizia: “Somos contra a guerra e as sanções contra o povo iraniano, e solidários com a sua luta contra a repressão do Estado e todas as formas de intervenção externa”. Como disse Manijeh Nasrabadi, portavoz do Raha Iranian Feminists Group,

com sede em Nova York, que apoiou a resolução derrotada: “Se não apoiarmos os iranianos que lutam no Irã pelas mesmas coisas pelas quais lutamos aqui, como direitos trabalhistas, abolição da pena de morte e liberdade para presos políticos, corremos o risco de praticar uma forma politicamente debilitante do relativismo cultural. Na melhor das hipóteses somos hipócritas; na pior, vamos mostrar uma incapacidade de imaginar os iranianos senão como vítimas passivas das potências ocidentais. Ironicamente, isso ecoa estereótipos racistas e orientalistas do tipo que a maioria dos ativistas contra a guerra se apressa em condenar publicamente.” No Reino Unido, o namoro do movimento contra a guerra com a direita muçulmana foi ainda mais longe. Lá, em 2001, o Partido dos Trabalhadores Socialistas iniciou a Stop the War Coalition (SWP), que dois anos depois organizou a maior manifestação contra a guerra no Iraque já realizada na Inglaterra, em parceria com a Campanha para o Desarmamento Nuclear e a Associação Muçulmana da Grã-Bretanha, associada à Irmandade Muçulmana. A Stop the War Coalition desenvolvia a política proposta por um dos seus líderes, Chris Harman, para quem, ainda em 1994, a esquerda não deve considerar os islamitas como o inimigo, porque “eles não são responsáveis pelo sistema capitalista internacional”. Ao contrário, o seu “sentimento de revolta” deve ser “aproveitado para fins progressistas”, o que significa que a SWP deve tentar manipular a direita muçulmana em favor dos objetivos da esquerda. Para materializar esse plano, a SWP fez concessões notáveis para uma organização marxista que, teoricamente, representa a igualdade entre homens e mulheres,

chegando a permitir a discriminação por gênero (supostamente apenas para mulheres asiáticas) em reuniões contra a guerra. Um alto dirigente da Stop the War Coalition descreveu os direitos das mulheres e dos homossexuais como um “lema” que não poderia ser obstáculo à unidade com grupos muçulmanos. (Não surpreende, aliás, que a SWP desmorona em razão de um escândalo de estupro nas suas fileiras.) A aliança com a Stop the War Coalition deu mais e nova força e visibilidade à Irmandade Muçulmana no Reino Unido. Segundo um artigo de 2008 na revista Race and Class, essa campanha fez a Associação Muçulmana da Grã-Bretanha avançar “de um grupo relativamente obscuro para uma organização com perfil nacional e considerável influência, bem acima do peso que seu número limitado de membros sugere e pouca representatividade eleitoral...” Enquanto os trotskistas ingleses aplaudiam o êxito dessa aliança, um esquerdista iraquiano que em 2003 participou de uma conferência da Stop the War Coalition, desesperou-se com a loucura de a SWP reforçar a direita muçulmana: “Ironicamente, o Islã político é aplaudido e saudado pela SWP, enquanto os muçulmanos comuns no Oriente Médio e na sociedade ocidental a rejeitam”. Alianças de esquerda com grupos fundamentalistas – sejam cristãos, hindus, judeus ou muçulmanos – traem a maioria dos seus correligionários, que não desejam ser representados por extremistas e também são desleais ao princípio básico do socialismo e ao senso de autopreservação, pois os esquerdistas são sempre as primeiras vítimas onde e quando os fundamentalistas chegaram ao poder. É simples: basta perguntar a qualquer iraniano. * O novo livro de Meredith Tax, Double Bind: the Muslim Right, the AngloAmerican Left, and Universal Human Rights (“Contradição: a Direita Muçulmana, a Esquerda Anglo-Americana e os Direitos Humanos Universais”) está disponível on line no lulu.com

Em nome do multiculturalismo, alguns países como o Reino Unido, por exemplo, aceitaram organizações lideradas pela direita muçulmana para representar a população como um todo, financiando grupos associados à Irmandade Muçulmana e ao partido Jamaat el Islaami


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magazine > história | por Maristella Botticini e Zvi Eckstein * JUDEUS REZAM JUNTO AOS VESTÍGIOS DO SEGUNDO TEMPLO CUJA DESTRUIÇÃO MARCA O INÍCIO E UMA JORNADA DE ÊXITOS

Uma nova explicação para o êxito judaico O ÊXITO JUDAICO SE DEVE AOS ESFORÇOS NA ALFABETIZAÇÃO EM MASSA DEPOIS DA DESTRUIÇÃO DO TEMPLO PELOS ROMANOS NO ANO 70 DA ERA COMUM, À DISPERSÃO PELO IMPÉRIO ROMANO E À CONFIANÇA NOS RABINOS E SINAGOGAS QUE SUBSTITUÍRAM OS SACERDOTES

A

Reforma Protestante é uma história similar porque, ao contrário do que pregava o clero católico e a liturgia latina, propôs que as Escrituras fossem lidas nas respectivas línguas nativas, para, com isso, obter conhecimento. Isso explica porque o norte da Europa – Alemanha, Holanda, Inglaterra e Suécia entre outros – é muito mais próspero do que o sul – Portugal, Itália, Grécia e Espanha, por exemplo. Por que estes países são devedores daqueles. Isto é, existe uma relação do legado protestante do norte com a herança católica do sul. Os pesquisadores Maristella Botticini e Zvi Eckstein dedicaram a carreira a estudar o judaísmo, e não o cristianismo, o que os habilitou a escrever Os Poucos Escolhidos:como a Educação Modelou a História Judaica, de 70 a 1492, publicado pela editora da Universidade de Princeton. Os dois imaginam a cena de um restaurante de Nova York, Milão ou Tel Aviv, no qual três pessoas – um israelense, um americano e um europeu – se perguntam: “Por que tantos judeus moram nas cidades e tão poucos nos campos? Por que os judeus se dedicam fundamentalmente ao comércio, atividades empresariais, finanças, direito, medicina e erudição? E por que o povo judeu experimentou uma das diásporas mais longas e mais dispersas da história, simultaneamente a um acentuado declínio demográfico?” Muito provavelmente, o padrão das respostas seria o seguinte: os judeus não são agricultores porque aos seus ancestrais, na Idade Média, era proibido ser proprietários de terras. Eles se tornaram agiotas, banqueiros e financistas porque durante o período medieval, os cristãos não podiam emprestar dinheiro a juros, e coube aos judeus este papel. Além disso, dispersa pelo mundo, a população judaica vinha diminuindo em con-

sequência de massacres e perseguições. Nessa história fictícia, os dois economistas, sentados a uma mesa próxima, ouvem a conversa, perguntam aos protagonistas do animado debate se, de fato, as informações são corretas, sugerem a leitura do livro e dizem que as respostas do parágrafo acima não correspondem aos fatos históricos deste período de quinze séculos, de 70 depois da Era Comum a 1492. Para eles, é possível explicar porque os judeus constituem uma população relativamente pe-

quena de indivíduos economicamente bem-sucedidos e intelectualmente proeminentes. Lupa e telescópio A historiografia a respeito do povo judeu é muito vasta, trata de muitos aspectos e, para entender o espírito do estudo que realizaram, os economistas recomendam o uso de uma lupa e de um telescópio. Com a lupa, o leitor será como um historiador que mantém o foco em um determinado lugar e período de tempo, e garimpa as fontes enquanto documenta cuidadosamente a trajetória dos judeus de que faz parte o registro histórico, em detalhes, da vida judaica em centenas de localidades. E, com o telescópio, o leitor atua como um economista, que

monta e compara as informações oferecidas pelas pesquisas históricas, cria uma imagem completa da história econômica e demográfica do povo judeu ao longo dos quinze séculos e, depois, usa o raciocínio econômico e a lógica para resolver uma das questões mais fundamentais da história judaica: por que os judeus, uma população relativamente pequena, se especializou nas ocupações mais qualificadas e nas empreitadas economicamente rentáveis? Trabalhando desta forma, a “alian>>

Alguns judeus vão educar os filhos e manter o apego à religião. Outros preferirão o bem-estar material e não educarão os filhos. Uma fração desse último grupo certamente vai se converter a outras religiões menos exigentes. Ao longo do tempo, esse processo de conversões vai diminuir o tamanho da população judaica


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magazine > história ça” de historiadores e economistas oferece uma interpretação completamente nova da trajetória histórica dos judeus entre os anos 70 e 1492. E isso também pode ajudar a compreender vários aspectos da história do povo judeu, de 1500 até os dias atuais, incluído o bom desempenho da economia israelense, apesar da recente crise econômica. Essa jornada começa em Jerusalém, após a destruição do Segundo Templo, no ano 70, continua na Galiléia durante o primeiro e segundo séculos, vai para a Babilônia, na Mesopotâmia, durante os séculos 4 e 5, e em seguida para Bagdá, na segunda metade do primeiro milênio, quando o império muçulmano Abássida alcançou o ápice econômico e intelectual. Na virada do milênio, a viagem histórica chega ao Cairo, Constantinopla e Córdoba, e, logo depois, todo o oeste e o sul da Europa, volta-se para Bagdá na década de 1250 durante a conquista mongol do Oriente Médio, antes de terminar em Sevilha, em 1492. Durante esses quinze séculos, o judaísmo passou por uma profunda transformação, simultaneamente a três eventos históricos para os judeus – Roma, Islã e a conquista mongol – que moldaram a história econômica e demográfica do povo judeu em um único caminho e que perdura até agora. As grandes mudanças no judaísmo, no início do primeiro milênio, foram amplamente documentadas por trabalhos acadêmicos. Nos séculos anteriores a 70, o núcleo do judaísmo se centrava em torno de dois pilares: o Templo de Jerusalém, no qual eram realizados sacrifícios por uma elite de sacerdotes, e a leitura e o estudo da Torá, também restrito a uma pequena fração de rabinos e estudiosos cujo poder o judeu Yoshua BenYosef [Salvador filho de José], mais tarde conhecido como Jesus Cristo, denunciou tantas vezes. A destruição do Templo em 70, no final da primeira guerra judaico-romana, foi o primeiro dos três eventos externos que moldaram permanentemente a história do povo judeu. Por um momento, um dos dois pilares do judaísmo desaparece, e a liderança religiosa se transfere para o interior da comunidade judaica, isto é, do pequeno grupo de sacerdotes em Jerusalém para uma comunidade muito maior e mais espalhada de rabinos e estudiosos. Isso transformou o judaísmo em uma religião cujo princípio fundamental é a exigência de cada judeu ler e estudar a Torá na própria língua hebraica e, numa atitude radical, enviar os filhos, a partir dos 6 ou 7 anos, para a escola primária ou sinagoga, para aprender a ler e, claro, a escrever. Em um universo de analfabetismo definitivo como era o mundo no início do primeiro milênio, foi uma transformação absolutamente revolucionária. Naquela época, nenhuma outra religião, Estado ou império tinha uma determinação como essa de impor aos cidadãos, não importa de que forma, a escolaridade obrigatória ou a alfabetização universal. Os séculos posteriores revelariam as consequências dessa mudança no judaísmo. Para entender o que aconteceu com o povo judeu nos oito séculos seguintes ao ano 70, o livro pede ao leitor uma via-

la, educar as crianças no judaísmo tem um custo que não traz benefícios econômicos porque a alfabetização não faz um agricultor mais produtivo ou mais rico. Diante dessa situação, como funciona a lógica econômica? O que provavelmente acontecerá com o judaísmo e o povo judeu? Em razão da grande preferência pela afiliação religiosa, alguns judeus vão educar os filhos e manter o apego à religião. Outros, no entanto, preferirão o bem-estar material e não educarão os filhos. Além disso, uma fração desse último grupo certamente vai se converter a outras religiões menos exigentes. Desta forma, ao longo do tempo, mesmo sem guerras ou outros choques demográficos, esse processo de conversões vai diminuir o tamanho da população judaica.

MARISTELLA BOTTICINI E ZVI ECKSTEIN, HISTORIADORA E ECONOMISTA, SE JUNTARAM PARA EXPLICAR RACIONALMENTE POR QUE AS COISAS SÃO DO JEITO QUE SÃO

gem de volta no tempo, para uma aldeia na Galiléia por volta do ano 200. O leitor veria agricultores judeus ricos e pobres que devem decidir se enviam os filhos à escola primária, como determinavam os rabinos. Alguns agricultores muito ligados ao judaísmo estão dispostos a obedecer as recomendações da religião, e outros, não tão devotos, consideram a possibilidade de se converter a outra religião. Numa economia rural como aque-

Três encontros Mas estas previsões da teoria econômica são consistentes com o que realmente ocorreu aos judeus durante o primeiro milênio? As evidências históricas reunidas no livro dizem que sim. A existência dessa nova norma religiosa no judaísmo, na época do Talmud (terceiro a sexto séculos) determinou dois padrões principais do ano 70 depois da Era Comum ao século 7. O primeiro é o crescimento e a propagação da alfabetização entre a população judaica então predominantemente rural. O segundo foi um lento mas significativo processo de conversão de judeus (principalmente ao cristianismo), que provocou uma queda significativa na população judaica – de 5 a 5,5 milhões entre os anos 60 e 70, para aproximadamente 1,2 milhão em 650. Massacres e epidemias relacionadas às guerras contribuíram para essa queda drástica, mas que, por si só, não podem explicá-la. O segundo grande encontro histórico dos judeus, desta vez com o Islã, ocorreu no início do século 7. Nos dois séculos após a morte de Maomé, em 632, os muçulmanos omíadas e, posteriormente, os califas abássidas, criaram um vasto império que se estendia desde a Península Ibérica até a Índia e a China, com uma língua comum (o árabe), uma religião (o Islã), leis e instituições. Simultaneamente à ascensão desse império, a produtividade agrícola cresceu, desenvolveram-se indústrias, o comércio se expandiu e novas cidades e vilarejos surgiram e cresceram. Essas mudanças determinaram um aumento substancial da demanda por profissões e, portanto, mão-deobra qualificada, e por mais pessoas alfabetizadas naquele império urbano que se foi formando. Como isso afetou os judeus do mundo? Entre os anos 750 e 900, quase todos os judeus da Mesopotâmia e da Pérsia, isto é, quase 75% dos restantes 1,2 milhão de judeus do mundo, deixaram a agricultura, mudaram-se para as cidades e vilarejos do recém-criado Império Abássida, e passaram a fazer parte daquele universo de profissões que exigiam mão-de-obra qualificada, e desta forma remuneravam mais e melhor do que a agricultura, atividade típica dos judeus nos tempos de Flavius Josefus (historiador do primeiro século) sete a oito séculos depois, já não era mais ocupação normal.

Esta transição na forma de trabalho dos judeus ocorreu em um momento em que não se faziam mais restrições legais a que possuíssem terras onde quer que fosse do vasto império abássida muçulmano. Apesar disso, no entanto, os judeus se afastavam cada vez mais da atividade agrícola. Explicações modernas de por que os judeus se converteram em artesãos, comerciantes, banqueiros, acadêmicos e profissionais liberais – principalmente médicos – tomam por base supostas restrições econômicas ou legais, que não resistem à menor evidência histórica. O que parece fundamental foi a dedicação em busca do conhecimento porque, antes de mais nada, cobrou-se das crianças ler e escrever. Isso possibilitou aos judeus abandonar a agricultura como ocupação principal e os incentivou a migrar para regiões como o Iêmen, Síria, Egito e o Magreb (noroeste da África – Marrocos, Saara Ocidental, Argélia e Tunísia, mais Mauritânia e Líbia). Essa onda migratória de judeus em busca de oportunidades de negócios, também atingiu a Europa cristã, e as migrações internas de judeus, e das terras do Império Bizantino, o sul da Itália incluído, podem ter definido as bases, via Itália, de muitas das comunidades judaicas europeias. Da mesma forma, os judeus do Egito e do Magreb se estabeleceram na Península Ibérica e mais tarde na Sicília e partes do sul da Itália. A alfabetização quase compulsória do povo judeu, somada à instituição de formas de contratos e sua execução durante os cinco séculos após a destruição do Segundo Templo e mais uma fantástica rede de comunicações, deram aos judeus uma vantagem comparativa em ocupações como artesanato, comércio e agiotagem e outras, que possibilitaram altos lucros. Como os judeus trabalhavam nestas ocupações, já não havia pressão econômica para convertê-los, e isso é consistente com o fato de que a população judaica, que diminuíra de forma tão dramática em épocas anteriores, crescesse ligeiramente do século 7 ao 12. >>

Entre os anos 750 e 900, quase todos os judeus da Mesopotâmia e da Pérsia deixaram a agricultura, mudaramse para as cidades e vilarejos do recém-criado Império Abássida, e passaram a fazer parte daquele universo de profissões que exigiam mão-de-obra qualificada, e desta forma remuneravam mais e melhor do que a agricultura


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magazine > história >> Além disso, essa vantagem promoveu a diáspora voluntária dos judeus durante o início da Idade Média, em busca de oportunidades pelo resto do mundo na produção de objetos, comércio, agiotagem, serviços bancários, finanças e medicina. O que explicaria por que os judeus, neste período da história, foram tão bem-sucedidos em atividades relacionadas ao mercado financeiro e ao crédito. Durante os séculos 12 e 13 a agiotagem era a ocupação preferida dos judeus na Inglaterra, França e Alemanha, e uma das principais profissões dos judeus na Península Ibérica, Itália e outras regiões da Europa ocidental. Ler e fazer contas De acordo com a visão popular, os judeus estavam excluídos dos grupos corporativos (guildas) de profissões e comércio, a usura era proibida aos muçulmanos e aos cristãos, e, durante a Idade Média, aos judeus europeus se entregava a tarefa da agiotagem. Mas segundo Maristella Botticini e Zvi Eckstein, isso não se sustenta. Para eles, existe uma outra explicação: os judeus na Europa medieval entraram voluntariamente e se especializaram nos empréstimos a juros (agiotagem) e serviços bancários porque detinham todas as vantagens necessárias e essenciais para serem bem-sucedidos nos mercados de crédito: 1-) capital já acumulado como artesãos e comerciantes; 2-) capacidades de comunicação por meio de redes, porque viviam em muitas localidades, podiam se comunicar facilmente pelos meios disponíveis na época e alertar uns aos outros a respeito das melhores oportunidades de compra e venda, e 3-) eram alfabetizados, tinham talentos matemáticos e se valiam da instituição do contrato – todos estes “presentes” que receberam da religião – o que lhes deu grande vantagem sobre os concorrentes. Por isso, não surpreende a especialização e o êxito de muitos judeus nas finanças, atividade altamente rentável mas que dependia de serem alfabetizados e daí terem capacidade matemática. Trabalharam durante séculos em finanças. E como Adam Smith previra, eles se especializaram e aperfeiçoaram o ofício, o que lhes deu vantagem competitiva até o presente. Mas e se a economia e a sociedade na qual os judeus viviam de repente deixavam de ser urbanas e comerciais, e viravam agrárias e rurais, retornando ao ambiente do judaísmo de muitos séculos antes? Surge então o terceiro encontro histórico dos judeus – desta vez com a conquista mongol do Oriente Médio – e que responde a esta pergunta. A invasão da Pérsia e da Mesopotâmia pelos mongóis começou em 1219, e terminou em 1258 com a destruição de Bagdá. O evento da invasão contribuiu decisivamente para o fim da economia urbana e comercial do império abássida, e levou as economias da Mesopotâmia e da Pérsia de volta a um estágio agrário e pastoril, que se manteve por um longo período. Em razão disso, judeus persas, da Mesopotâmia, do Egito e da Síria abandonaram o judaísmo e se converteram ao islamismo porque as determinações religiosas, principalmente a exigên-

cia de os pais educarem os filhos, revelaram-se novamente um dispendioso sacrifício religioso, sem qualquer retorno econômico. Além disso, novas perseguições, massacres e pragas (a Peste Negra de 1348, por exemplo) cobraram um alto preço das populações judaicas nessas regiões, e na Europa Ocidental. Mas as conversões voluntárias de judeus no Oriente Médio e norte da África ajudariam a explicar por que o número dos judeus no mundo chegou ao nível mais baixo no final do século 15. O mesmo mecanismo explica o declínio da população judaica nos seis séculos após a destruição do Segundo Templo e o declínio das comunidades judaicas do Oriente Médio nos dois séculos seguintes à invasão mongol. Nada disso foi planejado. Os rabinos e estudiosos que transformaram o judaísmo em uma religião que pregava a alfabetização durante os primeiros séculos do primeiro milênio, não poderiam ter previsto o profundo impacto da decisão de fazer cada judeu capaz de ler e estudar a Torá (e mais tarde, a Mishná, o Talmud e outros textos religiosos). No entanto, a opção aparentemente estranha de aplicar o princípio religioso da alfabetização em um mundo agrário e de maioria analfabeta era potencialmente arriscado porque os custos poderiam levar à conversão e ao desaparecimento do judaísmo, acabou por se transformar na alavanca do êxito econômico judaico e do destaque intelectual até hoje. * Maristella Botticini é professora de economia, diretora e membro do Instituto Innocenzo Gasparini de Pesquisas Econômicas (Igier), da Universidade Bocconi de Milão. Zvi Eckstein é o chefe da cadeira Mário Henrique Simonsen, de Economia do Trabalho, da Universidade de Tel Aviv, e professor e diretor da Escola de Economia da IDC (Faculdade Interdisciplinar), em Hertzlia, Israel. O próximo livro deles é The Chosen Many (“Os Muitos Escolhidos”) que trata dos enigmas da história judaica de 1492 até hoje

Segundo Maristella Botticini e Zvi Eckstein, os judeus na Europa medieval entraram voluntariamente e se especializaram nos empréstimos a juros e serviços bancários porque detinham todas as vantagens necessárias e essenciais para serem bemsucedidos nos mercados de crédito


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magazine > costumes e tradições | por Joel Faintuch

Personagens do cotidiano judaico AO LONGO DE MILÊNIOS OS JUDEUS DESENVOLVERAM UMA CAPACIDADE DE RIR DAS PRÓPRIAS DESGRAÇAS E DE CONSTRUIR UM CLIMA POLITICAMENTE INCORRETO, ALEGRE E DESCONTRAÍDO. ALGUNS TIPOS POVOARAM O IMAGINÁRIO CRIADO NOS SHTETLS

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vida no shtetl (vilarejo) europeu era muito pacata, interiorana e inocente, ao menos para os padrões do século 21. No entanto, a violência e a crueldade, infelizmente, eram comuns e em razão de fatores externos: pogroms e massacres, incêndios criminosos, leis punitivas, sequestros e prisões arbitrárias, além de toda sorte de restrições e humilhações educacionais, pessoais e profi ssionais. Os autores, provocadores ou instigadores eram conhecidos e se materializavam em autoridades nacionais ou locais, policiais e militares racistas, e em algumas circunstâncias apoiadas por fi guras retrógradas da igreja. Até se poderia pensar que este clima opressivo e limitado do gueto seria capaz de esmagar qualquer criatividade intelectual ou avanço social. Ao contrário, ao longo de milênios os judeus desenvolveram uma capacidade de rir das próprias desgraças e de construir um clima politicamente incorreto, alegre e descontraído, embora também pleno de personagens tristes e patéticos, em que alguns modernos só vislumbrariam obscurantismo e decadência. Os gênios de Chelm Chelm era uma cidadezinha digna e tradicional da Polônia, nem melhor nem pior que qualquer outra. O folclore a associou à fama de gerar falsos gênios e bobos autênticos. Um exemplo conhecido é o do rebe e o discípulo viajando juntos e que passaram a noite numa hospedaria. Como o aluno precisava sair mais cedo e pegar o primeiro trem, pediu ao hoteleiro para despertá-lo de madrugada. Como combinado, ao escutar as batidas na porta o discípulo se vestiu, pegou os pertences

e saiu correndo para a estação. Mas somente no trem percebeu que na escuridão do quarto pegara por engano o chapéu preto do rebe, e não o seu. Olhandose no espelho comentou: – Mas que hoteleiro bobo, pedi que me chamasse, e ele acordou o rebe. O schnorrer A expressão tem várias interpretações e conotações. A mais difundida é a do mendigo atrevido que participa das festas como penetra e se aproveita da generosidade e boa fé das pessoas. Pode designar também o falso mendigo, isto é, aquele que nunca necessitaria de caridade, mas abusa da gentileza dos outros em proveito próprio. É uma expressão raramente usada para designar pedintes grosseiros ou mal-agradecidos, que xingam e ofendem quando se consideram mal gratificados. Conta-se de um judeu que se compadeceu de um pobre e o chamou para o jantar de Shabat. Na noite da sexta-feira abriu a porta e viu o convidado acompanhado de mais três desconhecidos. – São meus genros, explicou o pobretão. Eu prometi ajudá-los e não posso desapontá-los.

O schlimazel Esta designação nada tem de cômica, embora, por índole, os judeus tivessem o hábito de fazer troça das próprias desgraças. Schlimazel é o azarado, o desprezado pela sorte, para quem tudo dá errado. Era uma figura comum em qualquer shtetl. A formação profissional e econômica dos judeus era precária, e as pessoas eram mais versadas na Gemará do que em contabilidade ou finanças. Ninguém tinha acesso a faculdades, muito menos a estágios em empresas, aprendiam sozinhas e eram autodidatas. As gerações que imigraram para o Brasil e outras partes do mundo sentiam a falta de capacitação, e por isso, ao desembarcar, enfrentavam tempos duros apesar de inteligentes, honestos e da capacidade de trabalho. Não surpreendia que em meio aos acertos e progressos também cometessem frequentes deslizes, adquirindo fama de schlimazel. Nestes casos a alternativa era respirar fundo, desabafar com os amigos e a seguir trabalhar mais duro ainda, para cobrir o prejuízo. Um comerciante do velho Bom Retiro resolveu certa vez fabricar calças masculinas, apesar da falta de experiência. Mas valendo-se de entusiasmo e boas conversas arranjou uns moldes aqui, outros tecidos acolá, combinou com costureiras externas para montar tudo, e aguardou ansioso a chegada do primeiro lote. Ao examinar a mercadoria, percebeu que a abertura com botões ficara nas costas, e as calças hermeticamente fechadas na frente. Duzentas calças perdidas. O schvitser A palavra “schveis” refere-se a suor, e schvitser obviamente é quem sua muito, está sempre com a testa molhada. Nada a ver com calor, porque no shtetl europeu os verões de dias muito quentes duravam pouco. Os pingos aqui eram alegoria para o comerciante que corria muito de um canto para o outro, elaborando planos grandiosos, propondo negócios mirabolantes e, principalmente, contando vantagem. Sim o schvitser era o indivíduo exagerado, megalomaníaco, que anunciava a construção de lojas, edifícios e fábricas quando não possuía dinheiro nem para alimentar a família. Convém notar que o schvitser não era bandido nem estelionatário, e nem o objetivo das fanfarronices era cometer fraudes ou fugir com os investimentos das pessoas. Ele simplesmente desejava parecer importante e conquistar a admiração e a inveja dos conhecidos. Apesar disso, no entanto, podiam ocorrer escorregões e maus passos. Ainda no antigo Bom Retiro, o proprietário de minúscula manufatura gastava grande parte do dia conversando com os

vizinhos e narrando grandes feitos pessoais e comerciais. Para maior credibilidade, quando ocorria um bar-mitzvá ou outra festa na família contratava do bom e do melhor – salão, buffet e orquestra – para impressionar os convidados, ainda que, para isso, se endividasse além da conta da prudência. Terminou sem crédito na praça, com a firma fechada e dívidas penduradas entre os credores. Não se tratava de falência fraudulenta: os últimos centavos simplesmente acabaram. Nem todos os schvitsers terminavam mal. Graças ao alpinismo social alguns conquistavam casamentos vantajosos para os filhos, ou até mesmo parcerias comerciais que lhes proporcionavam confortável sustento econômico. O espontâneo Nas praças de touros na Espanha é bem conhecido o espontâneo. Ele busca um assento bem próximo da arena, e quando o animal aparece, salta a mureta e tenta enfrentá-lo, mesmo sem capa, espada ou qualquer acessório. Não é tentativa de suicídio nem golpe publicitário. Ele realmente se julga apto para a tarefa, e tenta à força demonstrar habilidade. Não há expressão em ídiche para este comportamento, uma variante do schvitser. Alguns chamariam de “am haaretz”, ou ignorante a respeito de temas religiosos. Em vez de exibicionismo social e profissional, havia os schvitsers mais intelectualizados que aspiravam a causar boa impressão em razão dos conhecimentos da Torá e das leis judaicas, embora mal soubessem abrir o sidur (livro de orações). O palco naturalmente eram as sinagogas repletas nos dias de grandes festas, onde tais pessoas, de repente, começavam debates ou faziam discursos grandiloquentes na frente de rabinos e de toda a congregação, sem rumo ou coerência.

Esta designação nada tem de cômica, embora, por índole, os judeus tivessem o hábito de fazer troça das próprias desgraças. Schlimazel é o azarado, o desprezado pela sorte, para quem tudo dá errado. Era uma figura comum em qualquer shtetl


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magazine > festival de cannes | por Julio Nobre A CELEBRIDADE INSTANTÂNEA ULYSSES E O ATOR/MÚSICO OSCAR ISAAC EM INSIDE LLEWYN DAVIS, DOS IRMÃOS COEN

Irmãos Coen apostam na folk music COM TOQUES DE SÁTIRA, INSIDE LLEWYN DAVIS É MAIS NOVA AVENTURA DOS IRMÃOS COEN NO MUNDO DA MÚSICA. O FILME É PROTAGONIZADO POR ALGUMAS DAS GRANDES ESTRELAS DE HOLLYWOOD, TEVE UM ATOR COADJUVANTE INUSITADO E ACABOU LEVANDO O GRAND PRIX, UMA

ESPÉCIE DE PRÊMIO CONSOLAÇÃO

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nova produção dos irmãos Ethan e Joel Coen, Inside Llewyn Davis, foi muito bem recebida no Festival de Cannes. Treze anos depois de fazer uma incursão no universo do blues com E aí meu Irmão, cadê Você?, paródia da Odisseia de Homero estrelada por John Goodman e George Clooney, eles resolveram investigar o mundo da folk music antes do advento do fenômeno cultural chamado Bob Dylan. O filme é também pretexto para tratar de um tema caro ao cinema americano: a dicotomia sucesso/fracasso. Desde a estreia no cinema com Gosto de Sangue (Blood Simple, 1984), comédia macabra em que os criminosos são levados à perdição por uma série de erros banais, os dois irmãos são fascinados

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magazine > medicina | por Auro del Giglio *

pela rica biodiversidade do mundo dos perdedores. Inside Llewyn Davis inspirou-se nas memórias do cantor folk David Van Ronk, contemporâneo obscuro de astros como Joan Baez e do próprio Bob Dylan, que canta Farewell no trailer. O filme usa tons de azul e cinza para retratar uma semana da vida de um jovem cantor em início de carreira durante o implacável inverno de Nova York em 1961. Llewyn Davis, interpretado pelo ator/músico Oscar Isaac, sente-se rejeitado, não consegue emplacar a carreira em parte porque as circunstâncias não lhe são favoráveis, em parte porque ele mesmo a sabota com suas tendências autodestrutivas. Como o filme não tinha um enredo no sentido convencional, o detalhista Ethan Coen – que geralmente é o responsável pelo roteiro enquanto Joel acompanha a produção nos estúdios – resolveu adicionar um elemento à trama. É neste ponto que entra o tal coadjuvante inusitado, Ulysses, o gato ruivo que Llewyn carrega para todo lado durante a história. No final das contas, foram necessários seis outros bichanos com as mesmas características de Ulysses para realizar as filmagens. A ironia de tudo isso é que o ruivinho Ulysses acaba roubando as cenas em que aparece, sonho de todo ator que se preza. Trata-se de uma proeza e tanto se considerarmos que, além do elogiado protagonista guatemalteco Oscar Isaac, Inside Llewyn Davis tem no elenco a britânica Carey Mulligan, o cantor/ator Justin Timberlake, o veteraníssimo F. Murray Abraham e o peso-pesado John Goodman. O filme deve ser lançado mundialmente até o final do ano.

Câncer de mama, genes e cirurgia A ATRIZ ANGELINA JOLIE, 37 ANOS, SUBMETEU-SE À RETIRADA DE AMBOS OS SEIOS PORQUE HERDOU DA MÃE, QUE FALECEU DE CÂNCER DE MAMA AOS 56 ANOS DE IDADE, UM GENE DENOMINADO BRCA1 DOTADO DE UMA ANORMALIDADE

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sta mutação, presente neste gene, inibe sua ação usual que consiste em participar do processo de correção de erros que ocorrem de o DNA se duplicar quando uma célula dá origem a duas outras células-fi lhas. Neste processo, milhões de genes são duplicados, e erros que porventura ocorram são corrigidos por um sistema de reparo do DNA do qual o gene BRCA1 faz parte. Se este processo for prejudicado pela inativação do BRCA1, erros no DNA são passados de uma geração celular à próxima e, cumulativamente, isto pode provocar tumores que atingirão de preferência as mamas e os ovários das pacientes que os herdaram. Um outro gene, o BRCA2, que da mesma forma que o BRCA1 participa do processo de reparo do DNA, pode ser alvo de mutações e ser transmitido de geração a outra levando a situações em que há aumento do risco de câncer de mama e ovários. Em pacientes que herdam uma cópia mutada do gene BRCA1 ou BRCA2 é de até 80 % a chance de desenvolver câncer de mama se viverem até os 90 anos, e cerca de 30 a 40% de chance de câncer de ovário durantes a vida. Curiosamente, é em mulheres de origem asquenazita a maior possibilidade de ocorrer mutações específicas nestes genes. Provavelmente, pela segregação social de grupos de judeus asquenazitas em pequenas comunidades da Europa Oriental, com muitos casamentos ocorrendo entre pessoas com algum grau de parentesco, estas mutações surgiram e se transmitiram por diversas gerações. Somente cerca de 5% dos cânceres de mama têm origem familiar, isto é, são causados pela herança de um gene alterado. Geralmente, o câncer de mama familiar é causado por mutações do BRCA1 ou BRCA2. O cenário típico nestas famílias é a presença de vários parentes de primeiro grau afetados em idade jovem por tumores de mama e/ou de ovário, muitas vezes ambos simultaneamente. Nestas situações convém suspeitar da possibilidade de existir uma mutação em um desses genes e buscar aconselhamento medico. Atualmente é possível pesquisar a presença de mutações es-

pecíficas comuns, em mulheres asquenazitas, por exemplo, ou sequenciar completamente os genes BRCA1 e 2 em busca de mutações. Estes testes devem ser feitos em mulheres que tiveram câncer de mama ou ovário com alto risco de serem portadoras de mutações quando ocorreram vários casos na família, como descrito acima. As alternativas para a possibilidade de câncer de mama familiar são: 1) Acompanhamento rigoroso por meio de exames como ressonância magnética das mamas, ultrassonografia de pelve para avaliar alterações ovarianas e mensuração do marcador tumoral CA125 no sangue que pode aumentar em casos de câncer dos ovários; 2) Uso de medicações com poder de prevenir o surgimento do câncer de mama como é o caso do Tamoxifeno e do Raloxifeno e 3) cirurgia para remoção do tecido das mamas e dos ovários. A alternativa cirúrgica escolhida por Angelina Jolie é a mais eficaz pois pode reduzir o risco de câncer em até 90%. No entanto, aspectos clínicos e psicológicos de cada paciente devem ser considerados pelo médico que a assiste para orientar a melhor conduta a ser tomada em cada caso. * Professor titular de hematologia e oncologia da Faculdade de Medicina do ABC, livre docente pela Fmusp e médico oncologista do HIAE e do Hospital Samaritano

Atualmente é possível pesquisar a presença de mutações específicas comuns, em mulheres asquenazitas, por exemplo, ou sequenciar completamente os genes BRCA1 e 2 em busca de mutações


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magazine > a palavra | por Philologos

Palestina, Eretz Israel e Eretz Yisra’el QUAL É O VALOR DOS NOMES? COMO ERETZ ISRAEL DEVERIA SER CHAMADO? COMO SEMPRE FOI CHAMADO, PELO MENOS NOS ÚLTIMOS SÉCULOS – E ATÉ MESMO PELOS PIONEIROS SIONISTAS – OU SEJA, PALESTINA

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le não vai desistir um centímetro de Eretz Israel”, é como o colunista Roger Cohen, do New York Times, cita o cientista político israelense Shlomo Avineri ao falar do primeiro-ministro Biniamin Netaniahu. E Cohen acrescenta, a título de explicação, que “Eretz Israel é um termo bíblico amplamente utilizado para se referir à área entre o Mediterrâneo e o rio Jordão, abrangendo toda a Cisjordânia”. Tecnicamente, não há nada de errado nisso. O termo hebraico Eretz Yisra’el, “a terra de Israel”, é realmente encontrado na Bíblia, e muito utilizado pelos judeus. O que, então, além do fato de Cohen estar longe de ter se mostrado amigo de Israel ao longo dos anos, torna esta frase tão irritante? É possível pensar assim: embora os alemães chamem seu país Deutschland, a palavra em inglês para isso é Germany, e nós, no Brasil, Alemanha. Suponhamos, então, que Cohen tenha escrito uma coluna usando a palavra Deutschland, e para melhor esclarecer os leitores acrescentou: “Deutschland é um termo medieval utilizado para se referir à área da Europa Central entre os rios Reno e Oder, incluindo toda a Alemanha Oriental”. Mas, claro, ele nunca diria isso, mas “Deutschland é a palavra alemã para Alemanha”. Assim como ele deveria ter dito: “Eretz Yisra’el é a palavra hebraica para Palestina”. Isto não é um trocadilho, é uma observação a respeito de uma tendência – da qual Cohen é bom exemplo – de diminuir a ligação judaica profunda e ininterrupta com a Palestina ao longo dos sé-

culos, atribuindo-a apenas a um passado bíblico distante – a partir do qual, depois de milhares de anos, o sionismo moderno, por assim dizer, ressuscitou. No entanto ainda que essa ligação se verifique na Bíblia, a ocorrência de Eretz Yisra’el é rara. Podemos encontrá-la uma vez em Samuel e duas vezes em Ezequiel. Todavia, em seus primeiros livros, a Bíblia fala de eretz-k’na’an ou eretz-ha-k’na’ani , “a terra de Canaã” ou “a terra dos cananeus”, e mais tarde, chama-a simplesmente de ha-aretz, “a Terra”. Porém, desde os primórdios da literatura rabínica Eretz Yisra’el torna-se onipresente no discurso judaico. A expressão não é “amplamente utilizada”; é universalmente utilizada, uma forma-padrão para se referir à Palestina não apenas em hebraico, mas em ídiche e em outras línguas judaicas também, e assim até hoje. Os judeus nunca pensaram na Palestina como outra coisa além de Eretz Yisra’el, mesmo se houvesse epítetos literários, tais como eretz ha kodesh, “Terra Santa”, ou eretz avot, “a terra dos pais”, que ocasionalmente tomou o seu lugar.

Isso não quer dizer que o termo “Eretz Yisrael” devesse ser utilizado em inglês. Ao contrário, acho que se deve evitá-lo. É um híbrido desajeitado – eretz não é uma palavra em inglês, e Israel não é uma palavra hebraica – que traz conotação de propaganda. Escritores e jornalistas sionistas que queriam evitar dizer “Palestina” introduziram esse termo em inglês, na primeira metade do século 20, e que continua a ser usado, quando muito, só por sionistas e prossionistas. Nem a expressão totalmente inglesa “Land of Israel” representa uma grande melhoria. Ambos os termos são formas equivocadas de declarar: “A Palestina é um país judeu e deve ser chamado por seu nome judeu” – isso é equivocado, porque, embora não haja nada de errado com tal sentimento, os sentimentos judaicos não devem ser impostos ao idioma inglês nem em qualquer idioma. Então, como Eretz Israel deveria se chamar em inglês? Ou em português? Deveria ser chamado como sempre, pelo menos nos últimos cem anos – isto é, Palestina. Como argumentei antes em outros artigos, “Palestina” nunca foi tradicionalmente uma palavra antissemita ou antissionista e não deveria se permitir que se tornasse uma. De fato, até a declaração do Estado de Israel, em 1948, os sionistas usavam esse termo o tempo todo, e os judeus palestinos orgulhosamente se chamavam de “palestinos”. É verdade que se os tempos mudaram, as necessidades linguísticas, não. Ainda precisamos de um termo linguisticamente neutro para “a área entre o Mediterrâneo e o rio Jordão”, e

seria mais sensato insistir em restaurar a tradicional neutralidade da expressão “Palestina” do que tentar chegar a um substituto que soa artificial e antinatural. É evidente que as coisas ficarão ainda mais complicadas se houver um Estado árabe chamado Palestina em parte da área geográfica denominada Palestina. Mas não há nenhuma razão para que não se possa distinguir entre o Estado da Palestina da terra da Palestina, assim como em hebraico se distingue entre Medinat Yisra’el, “o Estado de Israel”, e Eretz Yisra’el , “a terra de Israel”. Se for criado um Estado da Palestina, as cidades de Nablus, Ramalá, Jericó e Hebron não estarão em Medinat Yisra’el, mas continuarão a estar em Eretz Yisra’el; nem há qualquer maneira concebível na língua hebraica que pudesse ser diferente. Se Roger Cohen compreendesse isso, entenderia algo a respeito das atitudes judaicas históricas em relação à Palestina que lhe escapam: o sionismo não redescobriu a “Terra de Israel”. Porque, afinal, ela estava lá o tempo todo.

Se for criado um Estado da Palestina, as cidades de Nablus, Ramalá, Jericó e Hebron não estarão em Medinat Yisra’el, mas continuarão a estar em Eretz Yisra’el


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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Made in Eretz Israel Em 65 anos de existência, Israel multiplicou as exportações por quinze mil, segundo o mais recente relatório do governo. Em 1948, as vendas ao exterior de produtos e serviços eram de seis milhões de dólares, enquanto no ano passado foram 91 bilhões de dólares. A população cresceu bastante – hoje são dez vezes o número de habitantes –, mas a exportação per capita aumentou ainda mais e de forma explosiva, de sete dólares naqueles dias até mais de onze mil dólares atualmente. Mesmo corrigindo estes valores pela inflação, ainda assim a exportação per capita hoje é 172 vezes maior.

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Fuga de cérebros

Cinema animado O diretor israelense Ari Folman, de Valsa com Bashir, participou novamente do Festival de Cannes no mês passado e apresentou a mais nova produção. A Valsa, de há cinco anos, ganhou reconhecimento mundial com a história de um soldado traumatizado pela Guerra do Líbano. Virou história em quadrinhos, traduzida também no Brasil. Agora ele volta com The Congress, um filme de ficção científica misturando animação e atores reais, baseado num clássico do gênero do escritor polonês Stanislaw Lem. Estrelado por Harvey Keitel e Paul Giamatti, conta a história de uma atriz em apuros que aceita se transformar em cópia digitalizada.

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Malandragem sem coração

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Luxo só

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Esta vem da crônica policial israelense: no último Iom Hashoá (Dia do Holocausto), o sobrevivente Michael Gochberg estava a caminho do banco e parou por dois minutos em posição de sentido enquanto soava a sirene marcando a data. Em seguida, continuou em direção ao caixa eletrônico, onde sacou 1.600 euros enviados pela Alemanha como indenização pelos sofrimentos causados na mulher, também sobrevivente. Mas dois ladrões o renderam e levaram todo o dinheiro. “Nunca imaginei que em Israel aconteceria uma coisa dessas”, lamentou. A polícia agiu e em uma ação padrão dias depois voltou à cena do crime. Deu certo, pois os ladrões também voltaram, mas para roubar outras pessoas, e foram presos.

Para quem gosta de viajar bem, anote: este mês será inaugurado o hotel considerado o mais luxuoso de Israel, o Isrotel Kramim, localizado na floresta de Jerusalém, em uma região onde existem 32 vinhedos (“kramim”, em hebraico). Ao lado do Spa Carmel e do Bereshit, no Negev, formará a trinca de ouro da hotelaria sabra. As atrações são de lascar: banheira com vidro elétrico com vista para a natureza; tv ultrafina embutida no espelho do quarto; festa com deejay à noite; spa com duas dezenas de quartos e tratamentos à base de vinhos. Mas o preço é meio azedo: 540 dólares a diária.

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Finalmente chegou ao fim a longa novela entre o Keren Kayemet LeIsrael (KKL) e os descendentes de vítimas do Holocausto que compraram terras e propriedades no atual território israelense, antes de serem assassinados pelos nazistas. Pelo acordo atual, quinhentos milhões de shekalim (R$ 250 milhões) ficarão à disposição dos descendentes, hoje vivendo ao redor do mundo. Desde os anos 40, quando dezenas de propriedades e terrenos foram compradas na então Palestina por pessoas que desapareceram na Shoá, esses bens foram passados para o KKL, que registrou-os em nome da instituição. Agora é hora de devolvê-los. A lista dos beneficiários pode ser consultada em www.hashava.org. il/assetList.

Se liga, mané Uma garrafa de champanhe espatifada na couraça de metal marcou o lançamento do mais caro armamento jamais comprado pelo Tzahal. Estimado em quinhentos milhões de dólares, o submarino da classe Dolphin já batizado pelos israelenses de Rahav, foi oficialmente entregue no porto de Kiel, na Alemanha. Este é o quinto submarino que os alemães construíram para Israel desde a Guerra do Golfo, nos anos 1990. É considerado um dos melhores do mundo e com capacidade para carregar mísseis nucleares. A tecnologia avançada permite que fique submerso durante semanas e circule em águas bem distantes do Estado judeu.

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Beleza pura Esta só acontece mesmo em Israel: foi lançado o concurso da mais bela mikve (piscina de banho ritual) feminina do país. Patrocinada pelo Ministério de Serviços Religiosos, o encarregado da decisão final será o rabino do Muro das Lamentações, Shmuel Rabinowitz, que receberá relatórios de equipes femininas que visitarão os locais. O objetivo, segundo um porta-voz oficial, é “tornar atraente o mandamento da imersão para as mulheres de Israel e criar uma experiência prazerosa”. Na lei judaica, a mulher deve usar uma mikve especialmente após o período da menstruação. De acordo com as regras da competição, as piscinas serão julgadas pelos critérios de limpeza, segurança, conveniência, qualidade do serviço, controle climático e consumo de energia.

Alegria amarga Lag Baômer, festa judaica estabelecida pelos rabinos, cresce de importância a cada ano em Israel. Neste abril foi estabelecido um novo recorde de visitantes no túmulo de rabi Shimon Bar Yochai, o Rashbi, ao lado de Sfat, o ponto central da festividade. Quinhentas mil pessoas – ou 6% da população israelense – se juntaram para comemorar com bastante música klezmer a data de falecimento do rabino, considerada alegre por ele ter “se juntado ao Criador”. Mas nem tudo foi felicidade. Os rabinos pediram que o público rezasse especialmente pelo cancelamento das novas leis que vêm aí para alistar o público ortodoxo.

Fazendo a América

Estudo do governo israelense junto à classe médica mostra que um em cada dez profissionais vive fora do país. É um resultado alarmante e revela que 3.580 médicos deixaram Israel. Faltam anestesistas em Israel, porque 12,7% deixaram o país. Segundo o estudo, um médico israelense ganha em média R$ 13 mil mensais e cerca de metade deles nasceu em países da ex-União Soviética.

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Fechando as contas

A Tnuva, cooperativa de kibutzim e moshavim que domina 70% do mercado de laticínios de Israel, está de olho nos EUA. Para conquistar os Estados Unidos, a principal arma será o copinho de queijo tipo cottage, que todos os israelenses amam. Segundo a diretoria da Tnuva, não há concorrente para esse tipo de produto nos EUA, onde entre os queijos brancos ainda predomina o Philadelphia. Até agora o cottage israelense não conseguiu se projetar além das fronteiras porque perde a validade rapidamente, já quatorze dias depois da fabricação. A alternativa foi uma parceria com uma indústria de laticínios local para atender o mercado kasher americano, que movimenta trezentos milhões de dólares anuais, somente em laticínios.


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por Bernardo Lerer

Morte no Paraíso

O Professor do Desejo

Alberto Dines | Rocco | 736 pp. | R$ 69,50

Philip Roth | Companhia das Letras | 251 pp. | R$ 39,50

Esta é quarta edição, revista e ampliada do livro, lançado há trinta anos. Ampliada, sim, pois a primeira eu a li de uma sentada só, em duas noites de plantão na TV Globo. O velho mestre Dines, meu chefe de redação no Jornal do Brasil dos anos de ouro da década de 1960, escreveu o que foi possível a respeito de um dos autores de maior sucesso na primeira metade do século 20, com dados inéditos, farto material bibliográfico, detalhes revistos e nova iconografia com um panorama da Viena do período, a ascensão de Hitler e o horror da Segunda Guerra e o drama dos refugiados na Era Vargas. Uma obra-prima, enfim.

Philip Roth é o mais premiado escritor americano da sua geração desde que, em 1959, escreveu Goodbye, Columbus e, com este livro, tornou-se um ácido crítico do modo americano de vida, dos judeus nos Estados Unidos e é atualmente o grande historiador do erotismo moderno de que é prova este livro por meio do personagem David Kepesh, seguido por Roth desde a domesticidade da infância até a selvageria da possibilidade erótica, de um ménage à trois à solidão.

Amor & Capital Mary Gabriel | Zahar | 956 pp. | R$ 89,90

O livro revela o círculo de Marx com os amigos próximos, como Engels, exilados, desajustados e revolucionários vivendo em Londres, mas principalmente a família, e apresenta um Karl Marx mais humano e imperfeito que o austero patriarca, gigante intelectual e teórico revolucionário de quem todos ouviram falar. É o relato magistral da vida dele com a mulher Jenny e como ele transitava entre a absoluta dedicação à vida doméstica e a entrega às tarefas políticas com todas as provações e dificuldades que esta vida intensa provocava.

Do que a Gente Fala Quando Fala de Anne Frank

Pimenta Neves – uma Reportagem

Nathan Englander | Companhia das Letras | 206 pp. | R$ 39,00

Luiz Octavio de Lima | Scortecci | 366 pp. | R$ 29,90

Em oito relatos, a chamada narrativa curta, o autor cria tipos que habitam um momento da psique judaica americana: é gente que se compraz em voltar às origens da forma mais evidente possível, vivendo em bairros e condados habitados exclusivamente por judeus ortodoxos, relacionam-se apenas com outros judeus, desconfiam do mundo gentio, permanecem fiéis ao Estado de Israel. Há alguma paranoia nas histórias, pois há o temor de um novo Holocausto e de que o vizinho seja um perigoso nazista. E isso explica o título do livro e de um dos contos.

Apresentado em seu subtítulo como “os bastidores do crime que abalou a imprensa brasileira e a história do homem que a cometeu” é isso mesmo, abre para o grande público as portas das indevassáveis redações dos grandes jornais brasileiros e mostra como, apesar de tudo, todos os dias, de manhã tem um jornal pronto. E este livro pode ser lido de uma sentada só, como se fosse o brilhante enredo de um filme em que em um vilão, Pimenta, mas a mocinha e vítima, Sandra, não é tão ingênua assim.

Amy Winehouse Conrad Editora | 48 pp. | R$ 39,90

A Invenção de Copacabana

A história em quadrinhos da cantora inglesa, de origem judaica, abre a coleção do Clube dos 27, isto é, dos artistas que morreram com 27 anos: Jim Morrison, Janis Joplin, Kurt Cobain, Jimi Hendrix e Brian Jones. O primeiro foi Robert Johnson, em 1930, um dos bluesmen mais influentes da história que teria vendido a alma ao diabo em troca da virtuosidade no violão. O Clube dos 27 teve origem na França e o projeto é a cada ano retratar um desses artistas, concluindo antes de a década terminar. A menos, é claro, que a lista aumente.

Julia O’Donnell | Zahar | 255 pp. | R$ 49,90

Max e os Felinos

Coleção Diálogos da Fé

Moacyr Scliar | L&PM Editores | 148 pp. | R$ 48,00

Benvirá | 48 pp. cada | R$ 9,90 cada

O livro de 1981 é relançado agora. Fábula a respeito da imigração e da liberdade, cria a cena do pequeno Max dividindo um bote no meio do oceano com um jaguar e desta forma traz para a literatura um dos mais profundos conflitos do ser humano, a saber, a luta interna entre o homem e suas feras. Vinte anos depois, em 2001, o livro virou tema de polêmica, pois o canadense Yann Martel escreveu Life of Pi, baseado na ideia central do livro de Scliar que virou filme e ganhou o Oscar.

Os autores são ninguém menos que o atual papa Francisco, então cardeal Jorge Mario Bergoglio, o rabino Abraham Skorka e o pastor Marcelo Figueroa, que durante alguns meses se reuniram na Cúria de Buenos Aires para debater a “Razão e Fé”, “A Solidariedade”, “A Dignidade” e “A Oração”, temas que dizem respeito a todas as religiões e que, neste caso, marcam um ponto importante no relacionamento do então cardeal que, na época, nem sonhava ser papa, com todas as religiões.

Território da Emoção

É um trabalho acadêmico que trata de “culturas e estilos de vida no Rio de Janeiro entre 1890-1940” que conta como aquela faixa de praia de alguns poucos quilômetros tornou-se Copacabana e que, no início do século passado, era um dos ideais de modernidade de setores da elite carioca, na forma de morar em um bangalô à beira-mar, ir à praia, frequentar dancings, jantar no Copacabana Palace, etc.

Moacyr Scliar | Companhia das Letras | 275 pp. | R$ 36,00

Retrato de uma Espiã

O genial escritor judeu dos pampas, morto no início de 2011, é mesmo inesgotável, e é relançado agora este livro que é uma coletânea de crônicas de medicina e saúde nas quais ele expõe, com todas as letras, a força da palavra, falando de personagens importantes e médicos sanitaristas como Oswaldo Cruz e Noel Nutels, ou de outros médicos escritores, todos atrás de “pequenas ressurreições” que redimem o homem do “aguilhão da morte”. Enfim, na medicina como na literatura a palavra é capaz deste prodígio. E Scliar provou isso.

Daniel Silva | Arqueiro | 301 pp. | R$ 29,90

O personagem é Gabriel Allon, agente do serviço secreto israelense aposentado agora restaurador de quadros, que a passeio em Londres vê uma pessoa que imagina ser um homem-bomba misturado à multidão. Ao sacar a pistola para intimidar o suspeito é detido pela polícia e acontece a tragédia. Mas é convocado para dirigir um esquema contra a guerra santa muçulmana.


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por Bernardo Lerer

Cantoria 2 Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai | Kuarup | Sony Music | R$ 27,90

Wind Band Classics

Quem das novas gerações conhece pelo menos um destes acima? Poucos, certamente. Mas eles foram alguns dos mais importantes compositores das décadas de 1960 e 1970, como se trouxessem um pouco de frescor para o interior das trevas da ditadura, por meio do selo Kuarup. As peças de Elomar são preciosas como se os sons das músicas da Idade Média e da Renascença tivessem, por algum momento, migrado para as barrancas do São Francisco.

Persichetti (1915-1987) foi compositor e, mais do que isso, um notável educador musical que lecionou na famosa Juilliard School e foi professor de Phillip Glass, Leo Brouwer e Michael Shapiro. Escreveu muitas peças para as bandas sinfônicas norte-americanas como uma forma de educar os jovens para a música, nem tanto para transformá-los em profissionais mas para aproveitar o estudo musical para a disciplina e a organização.

Vincent Persichetti | Naxos | R$ 29,90

Mozart Arias Soile Isokoski | Ondine | R$ 54,90

Soile (1957) nasceu numa aldeia da Finlândia e começou a estudar canto desde pequena e formou-se em canto e órgão em Helsinque. Desde que conquistou o primeiro prêmio em um concurso de 1987 não parou mais. Neste cd interpreta árias importantes e pouco executadas do repertório de Mozart, como Ah, lo Previdi, do Concerto K.v 272, e Ch’io mi scordi di te? da obra KV 505.

The Real Ambassadors

Bizet – Favourite Orchestral Works

Louis Armstrong e Dave Brubeck | Poll Winners Records | R$ 59,90

EMI Classics | R$ 109,90

Este cd com 25 faixas, provavelmente remasterizado do original de pelo menos dois lp’s, é o álbum original e completo do The Real Ambassadors, contendo o primeiro e único encontro destes dois monstros do jazz, Armstrong e Brubeck, além da cantora Carmen McRae e o trio (Lambert, Hendricks & Ross). Algumas faixas são um merecido laudatório a Satchmo e muitas das músicas, com forte conteúdo antirracista, foram gravadas em 1961.

A execução de algumas das mais importantes – e conhecidas – obras de Georges Bizet não poderia estar em melhores mãos que as de Michel Plasson conduzindo a Orquestra Nacional do Capitole de Toulouse. Claro, lá estão, em um dos três cd’s, trechos de Carmem, mas se ouve também a integral de L’Arlesienne, Jeux D’Enfants, Marche Funèbre para mostrar que o talento dele foi muito além da conhecidíssima Carmem.

The Commodores

Concierto de Aranjuez

The Ultimate Collection | Motown | R$ 24,90

Paco de Lucia | Phillips | R$ 54,90

Este conjunto surgiu na década de 1970 e se tornou conhecido porque fazia a abertura dos shows do Jackson 5 cantando baladas melosas, mas depois enveredou para a música funk e no final dos anos 1980 virou um dos preferidos dos dançarinos de rua. Machine Guns, que abre este álbum, caiu tanto no agrado das pessoas que serviu durante muito tempo como a música de abertura de eventos esportivos.

Aparecem tantos instrumentistas que, por vezes, tem-se a impressão de que nos esquecemos de alguns como o violonista Paco de Lucia, um dos maiores intérpretes das obras de Isaac Albeniz, Joaquín Rodrigo, Manuel de Fala e outros importantes compositores espanhóis. Ouvir Paco é imaginá-lo sapateando as obras que executa, pois se tem a impressão de que os pés acompanham as mãos.

Let’s Face the Music and Dance

Best Mozart 100

Willie Nelson and Family | Legacy | R$ 29,90

EMI | R$ 169,00

Willie Nelson (1933) virou uma instituição nos EUA quando se trata de folk music e um gênero musical que transita entre o folclore, o pop e um pouco de rock, como as gerações mais recentes vêm fazendo. Mas Willie é especial e sabe-se que em 1990 a receita federal norte-americana cobrou dele atrasados de impostos no valor de 32 milhões de dólares que os contadores da Price Waterhouse sonegaram, mas ele pagou o pato sozinho.

Faz parte da lei dos direitos autorais que, passado algum tempo, as músicas caiam no domínio público e as gravadoras que os detêm (e as que não) montam caixas de cd’s que ouvir a todos os seis, como neste caso, significa ficar ao menos sete horas sem sair de perto do aparelho, ou então fazer uma longa viagem. De todo modo, aqui está o que de melhor o genial austríaco compôs na sua breve e profícua vida (1756-1791).

Duofel Plays De Beatles

Clarinet Concertos

Fine Music | R$ 27,90

Mozart-e Beethoven | Deutsche Grammophon | R$ 74,90

Estes dois violonistas juntaram as primeiras letras dos seus nomes – Fernando e Luiz – e mais do que ter se transformado num duo consagrado por interpretações, conseguiram mostrar a virtuosidade e o alcance do violão na execução das obras universais dos geniais ingleses que ambos tocavam nas horas de folga, até o momento em que conhecidos arranjadores lhes propuseram executar Eleanor Rigby, Here Comes the Sun, etc.

É um precioso cd com uma obra fundamental do repertório do instrumento que é o Concerto K. 622 de Mozart, cujo segundo movimento, adagio, é um desafio de interpretação para qualquer clarinetista e Michael Collins se sai muito bem, da mesma forma que no Concerto op. 61 de Beethoven originalmente escrito para violino e transcrito com maestria para clarineta pelo maestro da Orquestra Nacional da Rússia Mikhail Pletnev.

Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena


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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

A balança dos preços nos pratos SÃO PAULO AFINAL ATINGIU O CUME: É A CIDADE DOS RESTAURANTES MAIS CAROS NO MUNDO. POR MAIS QUE ME DOA NO BOLSO, “CUSTAR CARO” SIGNIFICA ALGO BEM MAIS COMPLEXO DO QUE SIMPLESMENTE SER INACESSÍVEL

S

er um restaurante caro qualquer um pode querer, mas o investimento é pago pelo consumidor que avalia se vale gastar assim. Afi nal, um jantar a dois completo custa mais do que um processador, mais do que uma viagem ao Rio de Janeiro de avião, etc. Portanto, estão de parabéns os donos de restaurantes que criaram verdadeiros palácios gastronômicos e que se mantêm saudáveis, em todos os sentidos. Parabéns, seja porque sabem agradar uma classe abastada de provadores inveterados de novidades, seja porque há mais de uma década São Paulo é um centro de turismo de negócios em expansão, e destino de mais de seis milhões de turistas ávidos por seus restaurantes. Ou porque cada vez mais se pagam as contas de restaurantes com cartões corporativos de grandes empresas que parecem fazer pouco dos gastos dos executivos. É possível passar quase dois meses comendo todo dia em um grande e moderno restaurante de São Paulo, ao consumo médio de R$ 150,00, menos o vinho. Um grupo de cinco senhores de terno pode gastar mais de R$ 1.000,00 em uma churrascaria perdida na Marginal Tietê sem cometer exageros espocando champanhe francês, consumir uma garrafa de uísque de doze anos ou desarrolhar um vinho francês. As churrascarias, menina dos olhos dos estrangeiros curiosos em saber como se faz para comer tanta carne, vão muito bem, obrigado. Bassi, Varanda, Rubayat, Rodeio reinam com Fogo de Chão, Jardineira e OK, e mais as casas de sotaque platino: 348, Bárbaro, La Caballeriza, Cabaña, El Pobre Juan, Tranvía, etc. Os restaurantes que pesquisam e fazem fusões de produtos regionais brasileiros ganham musculatura a partir do êxito internacional do D.O.M., Mani, Brasil a Gosto, Tordesilhas, Carlota, Mocotó e Átimo, numa saudável mistura de português

com os elementos índio, negro, caiçaras e tantas outras fórmulas de terroir e cultura. O olhar orgulhoso para as nossas riquezas prossegue em experiências menos radicais, em casas que sugerem outras fusões como o nipo-hispânico Mia, a comida asiática sem fronteiras do Ásia e o Jacarandá, cujo faro gastronômico vai de São Paulo a Punta del Este. Menção honrosa e estrela quase solitária para o AK da Andrea Kaufmann, que navega pela Europa Oriental com cores de brasilidade. Os Fasanos – Gero, Parigi, etc. – se mantêm a partir da fórmula tradicionalista de servir comida do além-mar, bem feita e com ótimos ingredientes. Restaurantes franceses se renovam, poucos ficam nas grandes fórmulas dos reis do século passado, assim como as duas dúzias de casas da Península Ibérica, que se juntam ao famoso Don Curro; e há ainda o La Casserole, Épice, Le Vin, Brasserie Erick Jacquin, Marais, Les Jazz, Ici Bistrô; mais o Santo Colomba, Girarosto, Pichi, Piselli, Tappo, Aguzzo, Così, e ainda Bela Sintra, Tasca da Esquina e o Tasca do João e da Maria. Além dos restaurantes modernos de base clássica como o Arturito, La Frontera, Ici Bistrô, além do Due Cuochi, o Tre Bicchieri, o Vito, e os japoneses caros, bons e sempre valorizados. A maioria dos restaurantes especializados em produtos do mar continua caríssima. O Porto Rubayat, o tradicional Amadeus e alguma coisa de comida baiana como o envelhecido Bargaço continuam ditando preços de três dígitos por pessoa. Claro que a corrida pelo prato de ouro, abre espaço para os pratos de prata, bronze e latão, por que não? E o almoço executivo é o que tem de mais rápido, barato e descontraído ao contrário da maioria dos restaurantes da relação acima. A Veja São Paulo publicou uma lista cujos 36 menus executivos custam a metade do preço de um pedido à la carte. Da lista constam o Eau, restaurante do Hotel Hyatt, tem o D.O.M. e um almoço trivial a R$ 78,00, com direito a couve e banana frita, o Gero a mais de R$ 80,00,

Kinoshita, Amadeus e outros tantos, todos acima dos R$ 40,00, fora serviço, bebidas. Uma taça de vinho nestes restaurantes custa mais de R$ 18,00, o que assusta a qualquer um. Acrescente-se a isso o café, e o sempre absurdamente caro estacionamento, que aumenta a conta em mais R$ 20,00. Para não gastar nem esperar em filas, ver e ser visto nos restaurantes da moda, vai a cantinas e restaurantes de bairro que se aproveitam a onda e cobram o mais que podem. Assim é que singelos híbridos de pizzaria e cantina como o Degas, da rua Teodoro Sampaio e da avenida Pompeia, Giggio, da rua dos Pinheiros e da rua dos Trilhos e outros que existem há muitas décadas, não se renovaram mas não se pejam de cobrar R$ 115,00 por um filé à parmegiana, preço que afasta e assusta a clientela tradicional. Para gastar essa dinheirama, a moçada recorre a bares com televisão, badalação e muito chope, gastando cerca de R$ 100,00 por pessoa em picanha na chapa e muita cerveja, como é o caso daqueles no quadrilátero formado pelas ruas Lacerda Franco, Harmonia, Wizard até a Inácio Pereira da Rocha, na Vila Madalena. Lá, a conta mais barata é R$ 50,00 por pessoa, mesmo que tenha sido uma porção de batata frita e um chope. Exemplos: Posto 6, São Jorge, Genésio, etc. além dos mais caros na rua Amauri, no Itaim e imediações. Há muita alternativa e gente se enchendo de temaki e de sushi, pratos comuns no cardápio daqueles com menos de 40 anos. Nunca antes houve tanta oportunidade de negócios em comida como agora e os espaços vão sendo ocupados em todas

as classes sociais e eis as padarias se transformando em verdadeiros restaurantes por quilo, estendendo a vocação de fast food para o bandejão. Se comer fora está mais caro, também está mais viável e variado. O Tatuapé e a Vila Olímpia balançaram o eixo de algumas décadas que tinha uma extremidade no centro da cidade e a outra nos arredores da avenida Faria Lima, passando pelos Jardins, avenida Paulista, etc. Os cada vez mais sofisticados shoppings fazem de restaurantes lojas âncora, sanduicherias de alto nível como apêndices, e assim surgem cada vez mais oportunidades de gastar dinheiro. Como o Ritz, por exemplo, e outros tantos comuns além de várias redes que servem sanduíches de nível e preços também. Visto assim, parece que está tudo resolvido, isto é, quem está por cima lá permanecerá. Mas a história mostra que nada está definido no mundo da gastronomia paulista e tudo o que hoje parece sólido, amanhã pode se desmanchar no ar.

Visto assim, parece que está tudo resolvido, isto é, quem está por cima lá permanecerá. Mas a história mostra que nada está definido no mundo da gastronomia paulista e tudo o que hoje parece sólido, amanhã pode se desmanchar no ar ESSE PRATO FEITO OU MISTURA, COMO PREFEREM ALGUNS, É UMA DELÍCIA QUE NÃO SE ACHA EM LUGAR NENHUM DO MUNDO


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magazine > ensaio | por por Chelmi Shalev

A leste do Éden A LEI DAS CONSEQUÊNCIAS INVOLUNTÁRIAS REINA SUPREMA NO ORIENTE MÉDIO E, GERALMENTE, COM RESULTADOS RUINS. UM ATAQUE À SÍRIA PODE SER A COISA ERRADA A SER FEITA PELAS RAZÕES CERTAS

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reconhecimento de que o regime do presidente sírio Bashar Assad aparentemente usou armas químicas contra os insurgentes a atingindo a população civil tem provocado clamores em Israel e nos Estados Unidos para que o presidente Barack Obama intervenha na guerra civil da Síria. Há várias propostas na mesa desde armar os rebeldes sírios, declarando refúgios abrigados e zonas de exclusão aé-

rea, bombardear instalações sírias em que se fabricam armas químicas até enviar tropas americanas para proteger as instalações suscetíveis em terra. Pouco depois de escrever essa nota soube-se que teria sido Israel quem bombardeara um complexo industrial de fabricação de armas químicas e um comboio militar que se dirigia ao Líbano para abastecer o Hizbolá. É de se invejar quem têm uma visão tão certa e lúcida do que deve ou não ser feito. Mas isso deve ter o tempero da cautela. Assim como não se previu a Primavera Árabe, as revoltas no Egito e na própria Síria, ninguém pode dizer que efeito uma operação militar ame-

ricana na Síria pode causar à própria Síria, Irã, Israel e ao Oriente Médio. Afinal, é fácil provar que, quando se trata de Oriente Médio, a lei das consequências involuntárias reina suprema, e, geralmente, com resultados piores do que o esperado. Por exemplo, foi Israel quem fortaleceu o Hamas na década de 1980 como contrapeso à OLP; e também foi Israel quem considerava os xiitas um aliado na Guerra do Líbano. Foram os Estados Unidos que impuseram a sua “agenda da liberdade” a Israel em Gaza; fortaleceram o Irã ao invadir o Iraque. E foi Israel quem manteve 47 anos de ocupação em seguida à milagrosa vitória na Guerra dos Seis Dias. Portanto, antes de chamar a cavalaria norte-americana, talvez fosse melhor fazer um balanço das coisas que sabemos e não sabemos, parafraseando Donald Rumsfeld, considerando que existem inúmeras outras coisas – geralmente ruins – que ignoramos não saber. Ei-las:

1. Um ataque dos EUA às instalações de armas químicas da Síria aumentaria ou diminuiria o risco de o presidente sírio Assad fazer um maior uso de tais armas? É verdade que uma demonstração de força dos Estados Unidos poderia deter Assad – mas também poderia encorajá-lo. Assad pode chegar à conclusão que, após um ataque assim, chegou a hora de mudar e usar esse armamento capaz de virar o jogo antes que os Estados Unidos o resto do mundo o tirem dele.

2.

Se os EUA atacarem e houver caos em terra, isso não aumentaria o risco de algum tipo errado de rebelde – incluindo, entre outros, fãs do Hizbolá e adeptos da Alcaida – pôr as mãos em algumas das armas químicas?

3. Um ataque norte-americano fortaleceria ou enfraqueceria Assad? Poderia, afinal, apresentá-lo menos como um tirano que destrói o seu próprio povo, e mais como vítima de uma grande conspiração sionista-imperialista. Se Assad passar a ser visto como alguém que enfrenta o Grande Satã – com a ajuda do Pequeno Satã – sua estatura na Síria e no mundo muçulmano poderia melhorar muito.

4. Um ataque dos Estados Unidos contra a Síria aumentaria ou diminuiria as chances de Israel se ver arrastado à guerra civil síria? Será que tal estratagema salvaria Assad? (Não, provavelmente. Mas ele ao menos cairia em um momento de glória.)

5.

POR ENQUANTO REINA DESCONFIANÇA EM RELAÇÃO AOS REBELDES, COMO ESTE, EM AÇÃO NAS CERCANIAS DE DAMASCO

Será que um ataque norte-americano aumentaria ou diminuiria as chances de se atingir a infraestrutura nuclear iraniana alguns meses depois, se fosse necessário? Nada serviria Teerã melhor do que ver os Estados Unidos se envolverem em um confronto sírio? Atualmente, se o avanço nuclear do Irã continuar, a opinião pública dos EUA parece apoiar um ataque aéreo àquele país, mas isso pode mudar se, antes, Wa-

shington ficar atolado na questão síria.

6. Isto parece duplamente verdadeiro se os EUA forem levados a enviar tropas terrestres, na hipótese de um ataque aéreo insuficiente. No entanto, assim que soldados norte-americanos começarem a morrer em mais um país do Oriente Médio, os cidadãos dos Estados Unidos podem concluir – mais uma vez – que basta de guerra.

7. Alguém sabe como Irã, Rússia e China reagirão a uma ofensiva dos EUA contra a Síria? Certamente não ficarão satisfeitos. E podem muito bem responder por meio da resistência a quaisquer outras medidas internacionais contra Assad, e também pelo fim de todos os empecilhos ao desenvolvimento e à defesa do potencial nuclear iraniano.

8. É de fato melhor para Israel e o Ocidente uma vitória rebelde? É verdade que a situação atual é intolerável e o massacre a varejo de civis sírios é imoral e condenável. Mas uma vitória rebelde poderia resultar em maior derramamento de sangue, desta vez pela maioria sunita ansiosa pela vingança depois de uma guerra civil brutal e de décadas de discriminação pela minoria alauíta. Já podemos imaginar as manchetes: “Massacrados pelas armas fornecidas pelos EUA”.

9. Não importa se o regime que suceder ao de Assad seja tão radical e anti-israelense como o dele – só que sem autodisciplina, sem controle central e sem limites. Por isso, soa inevitável que algumas das mesmas pessoas que agora incitam Obama a fazer bom uso do seu ultimato vão se virar contra ele quando a hora chegar e criticar a sua incapacidade de manter os Estados Unidos fora das guerras dos outros. O que não significa que os Estados Unidos não devam intervir. Significa que a decisão de fazê-lo é muito complexa e de um perigo angustiante, ao contrário do que alguns políticos possam levar o público a acreditar – mesmo que isso seja completamente justificável.

Quando se trata de Oriente Médio, a lei das consequências involuntárias reina suprema, e, geralmente, com resultados piores do que o esperado. Por exemplo, foi Israel quem fortaleceu o Hamas na década de 1980 como contrapeso à OLP


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diretoria > acesc

DIRETORES DE CLUBES ESBOÇAM ESTRATÉGIAS PARA VIABILIZAR O CUMPRIMENTO DAS LEIS QUE REGULAMENTAM O DESCARTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS

A

pesar da concorrência do jogo Corinthians e Boca Juniors, a reunião mensal da Acesc – Associação de Clubes Esportivos e Sócio Culturais de São Paulo– foi proveitosa. “Temos 34 representantes de clubes na reunião e uma pauta repleta de temas importantes, então agradecemos a Hebraica por nos receber hoje”, comentou o presidente da Acesc Alexandre Bossolani. Primeiro, presidentes e diretores se reuniram na Sala Plenária, enquanto as mulheres deles conversavam no Espaço Adolpho Bloch. Foi comunicada a reeleição do presidente do Esporte Clube Pinheiros, Luiz Eduardo Dutra Rodrigues, para mais um mandato de dois anos, e empossado o novo diretor adjunto de Esportes da Acesc, João Roberto Aguiar, que eventualmente substituirá o titular Moisés Gross. Entre os itens principais da pauta estava o tratamento dos resíduos sólidos, uma questão cada vez mais crucial para os clubes. A maior parte da reunião foi to-

Sustentabilidade e política no cardápio A HEBRAICA RECEBEU PRESIDENTES E REPRESENTANTES DE CLUBES PARA O JANTAR MENSAL DA ACESC – ASSOCIAÇÃO DOS CLUBES ESPORTIVOS E SÓCIO CULTURAIS DE SÃO PAULO mada por sugestões sobre compostagem do lixo orgânico dos clubes e por informações a respeito de como os clubes estão do lixo. Depois da reunião, os membros da Acesc assistiram no Espaço Adolpho Bloch a uma apresentação do grupo de danças Shalom. Em seguida, o presidente da Hebraica, Abramo Douek homenageou alguns dos ex-presidentes do clube – Beirel Zukerman, Samsão Woiler, Peter T. G. Weiss e Arthur Rotenberg, que recebeu do pai, Naum, uma escultura.

“A escultura que entregamos hoje foi criada pelo artista plástico Toyota Itake em homenagem aos 65 anos da Hebraica e representa a menorá, um símbolo judaico. Outro dia, mostrei a peça para um aluno da nossa Escola Maternal e Infantil, e ele me disse que a escultura tinha a forma de uma pessoa com os braços abertos. Essa é mais uma forma de definir o clube”, afirmou Douek, ao anunciar que entregaria uma escultura também para o presidente da Acesc, Alexandre Bossolani. (.M. B.)


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diretoria

Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014 PRESIDENTE

ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE

GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO ASSISTENTE FINANCEIRO ASSESSOR Ͳ OUVIDORIA ASSESSOR Ͳ ESCOLA ASSESSORA Ͳ FEMININO ASSESSOR Ͳ REVISTA ASSESSOR Ͳ REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL ASSESSOR Ͳ SEGURANÇA ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS ACESC ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS RELIGIOSOS DIRETOR DE CAPTAÇÃO DIRETOR DE MARKETING CERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS

MAURO ZAITZ MOISES SCHNAIDER JULIO K. MANDEL BRUNO LICHT HELENA ZUKERMAN FLÁVIO BITELMAN JOSÉ LUIZ GOLDFARB CLAUDIO FRISHER (Shachor) MOYSES GROSS RABINO SAMI PINTO JOSEPH RAYMOND DIWAN CLAUDIO GEKKER EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita) ALAN BALABAN SASSON DEBORAH MENIUK GLORINHA COHEN LUCIA F. AKERMAN SERGIO ROSENBERG

HANDEBOL ADJUNTOS

JOSÉ EDUARDO GOBBI NICOLAS TOPOROVSKY DRYZUN DANIEL NEWMAN JULIANA GOMES SOMEKH

PARQUE AQUÁTICO POLO AQUÁTICO NATAÇÃO ÁGUAS ABERTAS

MARCELO ISAAC GUETTA FABIO KEBOUDI BETY CUBRIC LINDENBOJM ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON CORRIDA

JULLIAN TOLEDO SALGUEIRO ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO

BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA

HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) BADMINTON

JEFFREY A.VINEYARD SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO

FERNANDO FAINZILBER

VICEͲPRESIDENTE ADMINISTRATIVO

MENDEL L. SZLEJF

COMPRAS RECURSOS HUMANOS CONCESSÕES ADJUNTO

HENRI ZYLBERSTAJN CARLOS EDUARDO ALTONA LIONEL SLOSBERGAS AIRTON SISTER

GAMÃO

VITOR LEVY CASIUCH

SINUCA

ISAAC KOHAN FABIO KARAVER

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO MÉDICO CULTURA JUDAICA ASSESSORES DA SINAGOGA

SERGIO LOZINSKY RICARDO GOLDSTEIN GERSON HERSZKOWICZ JAQUES MENDEL RECHTER MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

XADREZ

VICEͲPRESIDENTE DE ESPORTES

AVI GELBERG

ASSESSORES

CHARLES VASSERMANN DAVID PROCACCIA MARCELO SANOVICZ SANDRO ASSAYAG YVES MIFANO

GERAL DE ESPORTES GESTÃO ESPORTIVA ESCOLA DE ESPORTES MARKETING/ESPORTIVO

JOSÉ RICARDO M. GIANCONI ROBERTO SOMEKH VICTOR LINDENBOJM MARCELO DOUEK FLÁVIA CIOBOTARIU HERMAN FABIAN MOSCOVICI RAFAEL BLUVOL

HENRIQUE ERIC SALAMA

SAUNA

HUGO CUPERSCHMIDT

VICEͲPRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS

NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO E OBRAS PAISAGISMO E PATRIMÔNIO PROJETOS

ABRAHAM GOLDBERG GILBERTO LERNER MAIER GILBERT RENATA LIKIER S. LOBEL

VICEͲPRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL

SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SOCIAL FELIZ IDADE RECREATIVO GALERIA DE ARTES SHOW MEIO DIA

SERGIO AJZENBERG SONIA MITELMAN ROCHWERGER ANITA G. NISENBAUM ELIANE SIMHON (Lily) MEIRI LEVIN AVA NICOLE D. BORGER EDGAR DAVID BORGER

VICEͲPRESIDENTE DE JUVENTUDE

MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS

SARITA KREIMER GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR ILANA W. GILBERT

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO

AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS

ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS SOCIAL TÊNIS

ARIEL LEONARDO SADKA ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

SECRETÁRIO GERAL

ABRAHAM AVI MEIZLER

TÊNIS DE MESA

GERSON CANER

SECRETÁRIO DIRETORES SECRETÁRIOS

FITͲCENTER

MANOEL K.PSANQUEVICH MARCELO KLEPACZ

JAIRO HABER ANITA RAPOPORT GEORGES GANCZ HARRY LEON SZTAJER

CENTRO DE PREPARAÇÃO FISICA

ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JUDÔ JIU JITSU

ARTHUR ZEGER FÁBIO FAERMAN

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY)

FABIO STEINECKE

GERAL DE BASQUETE BASQUETE OPEN

AVNER I. MAZUZ DAVID FELDON WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

BASQUETE CATEGORIA DE BASE BASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS BASQUETE HHH MASTER

MARCELO SCHAPOCHNIK GABRIEL ASSLAN KALILI LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL

SILVIO LEVI

JURÍDICO

ANDRÉ MUSZKAT

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA

ALEXANDRE FUCS BENNY SPIEWAK CARLOS SHEHTMAN GIL MEIZLER LIGIA SHEHTMAN TOBIAS ERLICH

TESOUREIRO GERAL

LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO DIRETORES

ALBERTO SAPOCZNIK SABETAI DEMAJOROVIC MARCOS RABINOVICH


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HEBRAICA

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gos, american bar e centro de convenções. A localização é privilegiada, em Capivari, bem no centro turístico, gastronômico e comercial de Campos do Jordão. Reservas (12) 3669-9000 Site www.hotelestoril.com.br

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Loja 2 – Rua Profª Isola Orsi, 27 Fone (12) 3663-2790 Loja 3 – Av. Macedo Soares, 320 Fone (12) 3663-4516 Loja 4 – Av. Antônio Joaquim de Oliveira, 345, loja 10 | Fone 3666-1437

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HEBRAICA

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MANIPULAÇÃO


112 HEBRAICA

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PSICOLOGIA

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ODONTOLOGIA

NEUROLOGIA

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114 HEBRAICA

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HEBRAICA

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roteiro gastron么mico


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HEBRAICA

conselho deliberativo

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conselho deliberativo

Lista de Conselheiros

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA NOME AARON BERNARDO SONDERMAN ABRAHAM AVI MEIZLER ABRAM BERLAND ABRAMO DOUEK ABRAMINO ALBERTO SCHINAZI ABRAO B. ZWEIMAN ADOLPHO FISCHMAN AIRTON SISTER ALAN BOUSSO ALAN CIMERMAN ALBERTO GOLDMAN ALBERTO HARARI ALBERTO RACHMAN ALBERTO SAPOCZNIK ALEXANDRE L. S. LOBEL ALEXANDRE OSTROWIECKI ALZIRA M. GOLDBERG ANITA GOTLIB NISENBAUM ANITA RAPOPORT ANITA W. NOVINSKY ANTONIO FLORIANO P. PESARO ARI FRIEDENBACH ARIEL LEONARDO SADKA ARTHUR ROTENBERG AVRAHAM GELBERG BEATRIZ WOILER RAICHER BEIREL ZUKERMAN BERNARDO GOLDSZTAJN BERNARDO KRONGOLD BORIS BER BORIS CAMBUR BORIS KARLIK BORIS MOISES MIROCZNIK BRUNETE GILDIN BRUNO JOSÉ SZLAK CAIO MAGHIDMAN CARLOS GLUCKSTERN CARLOS KAUFMANN CELIA BURD CELSO SZTOKFISZ CHARLES TAWIL CHARLES WASSERMANN CHYJA DAVID MUSZKAT CLARA NOEMI TREIGER CLAUDIA MARIA COSTIN CLAUDIA ZITRON SZTOKFISZ CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG CLAUDIO STEINER CLAUDIO STERNFELD CLAUDIO WEINSCHENKER DANI AJBESZYC DAVE LAFER DAVID LEDERMAN DAVID PROCACCIA DAYVI MIZRAHI DEYVID ARAZI DIANA CHARATZ ZIMBARG DOV BIGIO EDUARDO DE AIZENSTEIN EDUARDO GRYTZ

CARGO

NOME

Secretário Geral Executivo Presidente do Executivo

Jurídica

Tesoureiro Executivo

Assessor Mesa Conselho Ex-Presidente Vice-Presidente Conselho Esportivo Ex-Presidente Administração e Finanças

Obras

Relator

Obras

Coordenador

Jurídico

Coordenador

Assessora Mesa Conselho Obras

Vice-Presidente Conselho Jurídico Administração e Finanças

Administração e Finanças

EDUARDO ROTENBERG ELCIO NEUSTEIN ELIE K. HAMADANI ELISA RAQUEL NIGRI GRINER ERNESTO MATALON ERVINO SOICHER ESTER R. TARANDACH EUGEN ATIAS EUGENIO VAGO EVA ZIMERMAN EVELYN H. GOLDBACH FABIO AJBESZYC FABIO KEBOUDI FERNANDO ROSENTHAL FISZEL CZERESNIA FLORA GHITA TAKSER FRANCISCO AMERICO RAICHMAN GABRIEL R. KUZNIETZ GEORGES GANCZ GILBERTO LERNER GIUSEPPE PIHA GLORINHA COHEN GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR GUSTAVO CIMERMAN GUSTAVO ERLICHMAN HELENA NISKIER HELENA ZUKERMAN HELIO BOBROW HENRIQUE BOBROW HENRIQUE FISBERG HENRIQUE JOSEF HENRIQUE MELSOHN HENRY JACQUES KLEIN HORACIO LEWINSKY HUGO CUPERSCHMIDT IDA SEMER ISAAC AMAR ISAQUE RUBIN ISRAEL ISSER LEVIN ISY RAHMANI IVETTE MANDELBAUM JACKSON CIOCLER JACOBO KOGAN JACK TERPINS JACQUES ADONI JAIME CIMERMAN JAIME SHNAIDER JAIRO HABER JAIRO OKRET JAIRO PEKELMAN JAIRO ZYLBERSZTAJN JAQUES LERNER JAQUES MENDEL RECHTER JAYME BOBROW JAYME MELSOHN JAYME SZUSTER JAYME WIDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN JEFFREY ADONIS VINEYARD JOEL RECHTMAN JONAS GORDON

CARGO

Administração e Finanças

Administração e Finanças Jurídico Jurídico Jurídico 2º Secretário Conselho

Assessora Feminino Ex-Presidente Ex-Presidente Conselho Fiscal Obras Vice-Presidente Conselho

Adm. Finanças Coordenador Jurídico Administração e Finanças Ex-Presidente

Secretário Executivo Conselho Fiscal

Conselho Fiscal Administração e Finanças

NOME

CARGO

JONNY CUKIER JOSÉ ABRAMOVICZ JOSÉ BIRKMAN JOSÉ EDUARDO GOBBI JOSÉ HENRIQUE CHAPAVAL JOSÉ LUIZ GOLDFARB Assessor Redes Sociais JOSÉ RICARDO MONTEIRO GIANCONI JOSÉ WOILER JOSEPH RAYMOND DIWAN JULIO KAHAN MANDEL Assessor Ouvidoria KRYSTYNA OKRENT LEONARDO CUSCHNIR LEO TOMCHINSKY LEON ALEXANDER LIONEL SLOSBERGAS LORENA QUIROGA LUBA GLEZER ROSEMBERG LUCIA FELMANAS AKERMAN LUIZ FLAVIO LOBEL 1º Secret. Mesa Conselho 1º Secretário Conselho LUIZ GABOR Tesoureiro Geral Executivo LUIZ JAYME ZABOROWSKY LUIZ KIGNEL LUIZ MESTER MAIER GILBERT MANOEL KRON PSANQUEVICH MARCELO DE WEBER MARCEL HOLLENDER MARCELO KAHAN MANDEL MARCELO MIROCZNIK MARCELO SCHAPOCHNIK MARCIA MELSOHN MARCOS ARBAITMAN Ex-Presidente MARCOS BURCATOVSKY SASSON MARCOS CHUSYD MARCOS KARNIOL Obras MARIZA DE AIZENSTEIN MARLI KOTUJANSKY MAURICIO FOGEL MAURICIO JOSEPH ABADI Jurídico Relator MAURICIO PAULO MATALON MAURO JOSE DE SALLES NAHAISSI MAURO ZAITZ Assessor Financeiro MAX WAINTRAUB MENDEL L. SZLEJF Vice-Presidente Administrativo MENDEL VAIDERGORN MICHEL STOLAR MILTON RZEZAK MIREL WALDMANN MIRIAM KRUGLIANSKAS MOACYR LUIZ LARGMAN Jurídico Secretário MOISÉS SCHNAIDER MOISÉS SINGAL GORDON Vice-Presidente Juventude MOISÉS SUSLIK MONICA R. ROSEMBERG MONICA TABACNIK Adm.Finanças Relatora MOSZE GITELMAN MOYSÉS BOBROW Secretário MOYSÉS DERVICHE Adm.Finanças MOYSÉS GROSS Obras/Assessor Acesc NAUM ROTENBERG Ex-Presidente

NOME NAUM SCHAPIRO NELSON GLEZER NELSON ZLOTNIK NESSIM HAMAOUI NESSIM MIZRAHI NICOLE SZTOKFISZ NILSON ABRAO SZYLIT PAULO BRONSTEIN PAULO DANILA PAULO R. FELDMAN PAULO ROBERTO EGEDY PEDRO MAHLER PERLA JOSETTE MOSSERI PETER T. G. WEISS RAMY MOSCOVIC RAQUEL MIZRAHI RAUL CZARNY REBECA LISBONA RENATO FEDER RENATO KASINSKY RICARDO BERKIENSZTAT ROBERTO GARBATI BECKER RONEY ROTENBERG RONY SZTOCKFISZ ROSA BRONER WORCMAN ROSALYN MOSCOVICI ROSITA KLAR BLAU RUBENS BISKER RUBENS KRAUSZ RUBENS ERNANI GIERSZTAJN RUGGERO DAVID PICCIOTTO SAAD ROMANO SALIM KEBOUDI SALO FLOH SALOMON WAHBA SAMI SZTOCKFISZ SAMSÃO WOILER SANDRO ASSAYAG SARITA KREIMER SAUL ANUSIEWICZ SERGIO CIMERMAN SERGIO GARBATI GROSS SERGIO KORN SERGIO PRIPAS SERGIO ROSENBERG SIDNEY SCHAPIRO SILVIA L. S. TABACOW HIDAL SILVIA WAISSMAN ZLOTNIK SILVIO BRAND SILVIO CHAN SIMAO A. LOTTENBERG SIMAO PRISZKULNIK SIMCHA BINEM BERENHOLC SZLOMA ZATYRKO VANESSA KOGAN ROSENBAUM VICTOR LINDENBOJM WALTER MEYER FELDMAN YUDAH BENADIBA YVES MIFFANO ZEEV TUCHMAJER

CARGO Vice-Presidente Obras Obras Obras Obras

Obras

Secretário

Presidente do Conselho

Conselho Fiscal Obras

Conselho Fiscal Conselho Fiscal

Coordenador Secretário

Ex-Presidente Jurídico

Vice-Presidente Social Cultural Assessora Mesa Conselho

Jurídico Conselho Fiscal Secretária Obras


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conselho deliberativo

Muito além das reuniões A comunicação eficiente é um fator essencial para o sucesso de qualquer empreendimento. Quando se trata de uma instituição com alto nível de complexidade como é o caso de a Hebraica, a importância de se manter abertos os canais de expressão se multiplica. Eis porque a Mesa Diretiva do Conselho Deliberativo se esforça diariamente para se aproximar dos conselheiros, ouvir suas reivindicações – independentemente das reuniões. As mensagens escritas enviadas pelos conselheiros são lidas com todo cuidado assim que chegam, bem como os telefonemas e recados transmitidos por e-mail, de forma a valorizar o trabalho do conselheiro, cuja ligação com o clube vai muito além da simples presença nas reuniões. E uma vez que a comunicação se dinamiza, entra em estudo o estabelecimento de novos formatos para as reuniões do Conselho de forma a estimular a participação de todos nos encontros. Com a proximidade das eleições que renovarão metade do Conselho, começamos a receber manifestações de sócios interessados em formalizar as suas candidaturas e iniciar um trabalho efetivo pelo bem do clube. As comissões permanentes têm se esmerado em debater profundamente cada aspecto ligado às suas atribuições específicas. Criada recentemente, a Comissão de Judaísmo elaborou um calendário judaico dinâmico, que permite aos conselheiros, diretores e sócios o planejamento de atividades levando em conta os feriados, festas e datas especiais. Divulgado periodicamente, com o calendário será possível visualizar, por exemplo, todos os feriados, shabatot e outras datas importantes entre o Rosh Hashaná deste ano e o próximo. Com esta perspectiva, a Mesa do Conselho espera que os conselheiros se utilizem de todas as opções para manterem a comunicação e a participação em alto nível.

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013 LOCAL: TEATRO ANNE FRANK HORÁRIO: 19H30 12/8/2013 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/2013 9/12/2013

Mesa do Conselho Peter T. G. Weiss Presidente Horácio Lewinski Vice-presidente Claudio Sternfeld Vice-presidente Luiz Flávio Lobel Secretário Fernando Rosenthal Segundo secretário Sílvia Hidal Assessora da Presidência Célia Burd Assessora da Presidência Ari Friedenbach Assessor da Presidência



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