ANO LV
| N ยบ 627 | MAIO 2014 | IAR 5774
Israel
de todos os povos
sรฃo paulo
HEBRAICA
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| MAI | 2014
palavra do presidente
Às nossas queridas mamães Maio é o mês das mães, e minha mente sempre se volta à minha abençoada mamãe. Apesar de eu já passar dos 60 anos, e ser avô de três lindos netos, sempre mantive o hábito de falar com minha mãe que já passa do 85 anos. Sempre que ligo para ela, começa o interrogatório que, felizmente, se repete há muitos anos: quer saber se estou me alimentando bem, se estou bem agasalhado, se levei o guarda-chuva para o caso de chover, como vão os negócios, se estão me tratando bem no trabalho, se tomei a minha medicação, se os sócios da Hebraica estão gostando da minha gestão e invariavelmente termina contando que uma amiga dela diz estar muito contente com algo que está sendo feito no clube. Toda feliz e orgulhosa do querido filho. Engraçado é que quando minha esposa Berta liga para os filhos, parece que as perguntas se repetem, e muitas delas são exatamente iguais, além, é claro, de querer saber se os netos estão com saudades da vovó. Se você que me lê é mamãe, e faz a mesma coisa com os filhos e netos, não é mera coincidência, e relaxe, você é uma típica “mãe judia”, superprotetora, ansiosa, quer o melhor para os filhos que são os mais lindos, espertos e inteligentes do mundo. A você, mãe que prepara a cerimônia do Shabat, faz sempre um delicioso jantar com receitas secretas, nos ensina as tradições judaicas, cuida da nossa educação e nos protege contra tudo e contra todos, você de alguma forma representa a presença divina, e, portanto, tem – e merece – todo o nosso amor e os nossos agradecimentos. Nos seus 61 anos de vida, a Hebraica sempre procurou ajudar as nossas mães, criando espaços e condições para facilitar e colaborar na árdua tarefa de preparar os filhos para o mundo. Fico feliz quando vejo esta nova geração de mães querendo participar, contribuir de alguma forma e trabalhar para que o clube seja cada vez mais judaico, fraternal e solidário. Isto dá a certeza e a garantia de que os próximos sessenta anos serão ainda melhores. Shalom
Abramo Douek
NOS SEUS 61 ANOS DE VIDA, A HEBRAICA
SEMPRE PROCUROU AJUDAR AS NOSSAS MÃES, CRIANDO ESPAÇOS E CONDIÇÕES PARA FACILITAR E COLABORAR NA ÁRDUA TAREFA DE PREPARAR OS FILHOS PARA O MUNDO
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| MAI | 2014
sumário
HEBRAICA
34 6
Carta da Redação
8
Destaques do Guia A programação de abril e maio
13
cultural + social
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Pessach Seder reuniu famílias no Espaço Adolpho Bloch
16
20
Meio-dia Samba, jazz e bossa no show dominical e gratuito
22
Coluna um / comunidade Os eventos mais significativos da cidade
28
Fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade
33
41
34
42
36
44
juventude Dança Grupo Carmel e música klezmer no Teatro Anne Frank
Centro de Música Show marcou o aniversário dez anos da escola
38
Espaço Bebê Canto e dança unem mães e filhos
esportes Judô Festival promoveu encontro de 42 entidades
Curtas Em destaque, handebol, xadrez e tênis de mesa
46
Fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade
Galeria Exposição trouxe obras da internacional Carré D’Artistes
17
Passeio Grupo visitou a coleção Ludwig no Ccbb
18
Gourmet A arte de preparar e servir finger food
42
HEBRAICA
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| MAI | 2014
51
magazine
52
Capa | Iom Haatzmaut O balanço fotográfico de um passeio por Israel
62
Fotografia Exposição revisita fatos da história judaica
66
Novidade Literatura israelense experimenta o universo fantástico
76
12 notícias Os assuntos mais quentes da sociedade israelense
80
Costumes e tradições A importância da educação no judaísmo
82
A palavra Curiosidades botânicas de um “judeu errante”
84
Literatura O Círculo de Praga do entre-guerras
52 88
Leituras A quantas anda o mercado das ideias?
90
96
Ensaio Saiba porque Freud escolheu Moisés como tema
97
diretoria
98
Escola maternal Foram inauguradas cinco novas salas
99
Lista da Diretoria Vejam quem representa o associado no Executivo
114
Conselho Comissões permanentes já funcionam a todo vapor
Música O melhor do pop e do erudito para curtir em casa
92
Memória Amigos sentem saudades do radioamador Laszlo Goldner (z’1)
98
6
HEBRAICA
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carta da redação
ANO LV | Nº 627 | MAIO 2014 | IAR 5774
Ler para conhecer
DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN
Esta é uma edição de Iom Haatzmaut, comemorativa dos 66 anos do Estado de Israel. A foto da capa e das páginas dedicadas ao tema são de autoria do publisher da revista, Flávio Bitelman, que durante as duas semanas que passou em Israel, há dois meses, entregou-se à doce tarefa de fotografar as gentes e povos do país. Tenho certeza de que o fantástico e admirável jornalista Marcos Faerman, que dirigiu esta revista Hebraica até morrer, em 1999, também usaria para este material a expressão “instigante”, quando queria se referir a um texto ou reportagem que chamavam a atenção por várias razões, como a de ser inusitada, por exemplo. É o caso do texto e fotos de Bitelman e de “E se...A história virada do avesso”, do correspondente em Israel Ariel Finguerman, uma exposição de fotos numa galeria de Tel Aviv na qual um fotógrafo especula como seria a história dos judeus e do judaísmo se... Este é apenas um dos assuntos do “Magazine”, mais uma das criaturas de Marcão, como era chamado, um colega que gostava de fazer revistas e magazines, e neste campo deixou um legado invejável. Leiam também a respeito de novos escritores israelenses que lançam título de literatura fantástica, por enquanto apenas para os que conhecem hebraico. No mesmo “Magazine”, tem a deliciosa seção “Costumes e Tradições”, com a qual Joel Faintuch nos brinda bimestralmente.
DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE
SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA BENJAMIN STEINER (EDITOR)
CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS
DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES
ALEX SANDRO M. LOPES
FOTO CAPA FLÁVIO BITELMAN EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95
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DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE
DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES
IMPRESSÃO E ACABAMENTO ESKENAZI INDÚSTRIA GRÁFICA PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629
Boa leitura
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Bernardo Lerer Diretor de Redação
JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700
OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE
INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-
calendário judaico ::
PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.
A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO
MAIO 2014 Iar 5774
JUNHO 2014 Sivan 5774
dom seg ter qua qui sex sáb
dom seg ter qua qui sex sáb
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“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800
BRASILEIRA
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Lag Baômer
5 6 7 12 13 14 19 20 21 26 27 28 Véspera de Shavuot
SÃO PAULO RUA HUNGRIA,
EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l)
- 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER (Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 - 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK
VEJA NA PÁGINA 114 O CALENDÁRIO ANUAL 5774-5775
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g 8
HEBRAICA
| MAI | 2014
por Giovahnna Ziegler
destaques do guia LAGBAÔMER UMA LUZ AO JUDAÍSMO CELEBRANDO A VIDA E OS ENSINAMENTOS DE NOTÁVEIS SÁBIOS DA HISTÓRIA JUDAICA, DAMOS
AS BOAS VINDOS AO 33º DIA DA CONTAGEM DO ÔMER. NESSE MÊS DE MAIO, O DEPARTAMENTO DE TÊNIS ORGANIZA O TORNEIO DE IOMHAATZMAUT PARA FESTEJAR O DIA DA INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL. NOS DIAS 10, 17, 24 E 25 ACONTECE O FESTIVAL DA ESCOLA DE ESPORTES, COM SEIS MODALIDADES ESPORTIVAS, PARA DIFERENTES IDADES. O SUCESSO DA PRIMEIRA EDIÇÃO TRAZ O MERCADO GOURMET NOVAMENTE À HEBRAICA, PARA QUE SÓCIOS E AMIGOS POSSAM APROVEITAR UMA FEIRA GASTRONÔMICA COM 10 DIFERENTES CHEFS E PREÇOS ACESSÍVEIS, DIA 25 DE MAIO.
A DUPLA 6EMEIA, QUE COLORE AS RUAS
DE SÃO PAULO, E AGORA DO MUNDO, EXPÕE SUAS OBRAS NA GALERIA
DE ARTE HEBRAICA, DO DIA 10 DE MAIO A 25 DE JUNHO.
7 Dias
Horários do ônibus
ESPORTIVO Torneio de tênis IomHaatzmaut Data: 3/5, sab, 9h Quadras 1, 2, 3 e 4 de tênis Festival da Escola de Esportes Datas: 10/5, 17/5, 24/5 e 25/5 Local: Propriedades do Clube
• Terça a sexta-feira
SOCIAL CULTURAL
Saída Avenida Angélica 9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45
Mercado Gourmet Data: 25/5, dom, 12h às 18h Local: Quadra Coberta Exposição 6emeia Data: 10/5 a 25/6 Local: Galeria de Arte Hebraica
Saídas Hebraica 11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30
• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30 Saídas Avenida Angélica 9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45
• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h Saída Hebraica – 13h45, 18h30
HEBRAICA
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cul tu ral + social
14 HEBRAICA
| MAI | 2014
cultural + social > segundo seder
Uma festa da família COMO FAZ TODOS OS ANOS, O DEPARTAMENTO DE CULTURA JUDAICA RECEBEU DEZENAS DE
FAMÍLIAS PARA O TRADICIONAL SEGUNDO SEDER DE PESSACH, OPORTUNIDADE ÚNICA DE REUNIR FAMILIARES E AMIGOS
D
e repente, fez-se silêncio no grande salão e dava a impressão de que as cerca de 150 pessoas tivessem emudecido. Ouvia-se apenas a voz limpa e doce de uma criança de pouco mais de 4 anos, cabelos pretos e longos, vestidinho rodado, de pé so-
bre uma cadeira, cantando Má Nishtaná com a firmeza de quem escandia cada sílaba. Quando Shay Yona terminou, apenas sorriu para os aplausos, abraçou a mãe Maayan, esticou a mãozinha para o pai Biniamin beijar e desceu para brincar
HEBRAICA
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O CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ COM A PEQUENA SHAY YONA NA HORA DO MA NISHTANÁ
CERCA DE 150 CONVIDADOS SE ENCONTRARAM NO TRADICIONAL SEGUNDO SEDER
com as amiguinhas. Até o chazan Gerson Herszcowicz, que conduziu os serviços do segundo Seder na Hebraica, antigamente chamado de “Seder Comunitário”, se surpreendeu e correu com o microfone até Shay, talvez imaginando que sem o aparato eletrônico a voz dela não seria ouvida. Ela foi muito fotografada pelos celulares próximos. Aliás, os participantes desta celebração de Pessach podem se orgulhar deste encontro, pois em todas as mesas – rigorosamente, todas – as
pessoas se fotografavam em celulares, se esmeravam nas poses, montavam e desmontavam grupos como se fosse um momento único. E era. – Esta reunião é muito importante, e não sei quando terei uma oportunidade igual a essa –, disse mais de um avô, abraçando um neto e sorrindo para o celular. Este foi um dos pontos mais agradáveis do Seder realizado no Espaço Adolfo Bloch que durou cerca de duas horas, tempo suficiente para se cumprir
o fundamental do ritual desta comemoração familiar que celebra a liberdade ou, como escreveu Moacyr Scliar em Um Seder para os Nossos Dias, Hagadá distribuída entre os presentes, “esta mesa em torno da qual nos reunimos, esta mesa com as matzot e com as ervas amargas, esta mesa de Pessach com a sua toalha imaculada, esta mesa não é uma mesa: é a mágica embarcação com a qual navegamos nas brumas do passado em busca das memórias do nosso povo”. (B.L.)
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cultural + social > galeria de arte
SAMSÃO WOILER, FREDERIC ARMAND, SIMA WOILER, JULIANA Y. MATUOKA, ALEXANDRA LORAS, ABRAMO DOUEK E MEIRI LEVIN
Da Hebraica para o mundo O
s brasileiros Sérgio Ramos, Saulo Silveira, Gilda Lacerda, Sima Woiler, a espanhola Maria Burgaz e os franceses Alexandre Lamotte, Michèle Volsy, Leslie Xnerel-Amiel, André Urvaneja, Nathalie Leverger e a dupla Claire e Yohann Gloaguen (Cyen) fazem parte dos quinhentos artistas que compõem o catálogo internacional da Carré d’Artistes e parte da obra está exposta na Galeria de Arte. Esses trabalhos representam a arte contemporânea por meio de técnicas e estilos variados e segundo o padrão desta galeria francesa, que vende quatro tamanhos de obras de arte, únicas, originais e certificadas, tornando a arte acessível a muito mais pessoas.
PELA PRIMEIRA VEZ, UMA GALERIA DE ARTE INTERNACIONAL – A FRANCESA CARRÉ D’ARTISTES - TRAZ PARA A HEBRAICA SEUS ARTISTAS DE ACORDO COM O CONCEITO DE “ARTE PARA TODOS” “Esta exposição é uma experiência nova dentro de um clube, para um público novo, atendendo ao nosso objetivo de apoiar os artistas e democratizar a arte. Trazemos a alma e o conceito da Carré para a Hebraica, quebrando paradigmas”, disse Frédéric Armand, dono da Carré d’Artistes do Brasil junto com Juliana Y. Matuoka, situada no Shopping Pátio Higienópolis. A noite de inauguração teve a presença da consulesa da França em São Paulo Alexandra Loras, as represen-
tantes da Câmara de Comércio França-Brasil, Sylvie Bellini-Trinchi e Raquel Raimundo, e a Miss Mundo 2013, Thaisy Payo, e convidados dos expositores, da diretoria da Hebraica e associados. Seguindo a tradição da empresa de realizar eventos artísticos e pedagógicos paralelos, a exposição recebeu a visita de estudantes das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e integrantes do grupo Chaverim para workshops com alguns dos artistas. (T. P. T.)
HEBRAICA
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cultural + social > passeio
A arte do Museu Ludwig UM PROGRAMA AGUARDADO PELOS SÓCIOS: IR A UM MUSEU,
PERCORRER UMA EXPOSIÇÃO E FECHAR O PASSEIO COM UM ALMOÇO NO CASUAL MIL, NO CLUBE. O MAIS RECENTE DELES FOI AO CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL (CCBB)
A
leitura, o interesse pela arte e música sempre fizeram parte da formação judaica. Essa tradição é preservada por grande parte da comunidade, daí o interesse dos sócios quando é anunciada mais uma saída cultural. Desta vez, um grupo foi ao Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (Ccbb), um dos últimos casarões preservados do centro velho da cidade, datado de 1927. A exposição “Visões na Coleção Ludwig” possibilitou ao público ver oitenta obras-primas, parte da coleção de arte contemporânea reunida pelo casal Irene e Peter Ludwig na segunda metade do século 20. A guia Amanda preparou os visitantes para ver trabalhos desde a arte pop norteamericana até o neoexpressionismo alemão, passando pelo hiperrealismo. Os visitantes admiraram um Picasso de 1969, um Andy Warhol de 1984, e tiveram uma ideia da diversidade de parte da coleção de cinco mil obras espalhadas por quatorze instituições e museus em todo o mundo. Ludwig reuniu 774 trabalhos de Picas-
VER OBRAS DE ARTE EM UM LOCAL PRESERVADO NO CENTRO DA CIDADE
so, “a terceira mais importante coleção privada do artista espanhol no mundo”, segundo a curadora Ania Rodriguez. A mostra apresentada em São Paulo veio da sede da Coleção Ludwig do Museu Russo de São Petersburgo. Chocolateiro que se tornou mecenas, assim foi Peter Ludwig, nascido em 1925, em Koblenz, oeste da Alemanha. Foi prisioneiro na Segunda Guerra, e a partir de 1946 estudou arte, arqueologia, história e filosofia. Em 1952, casou-se com Irene Monheim, herdeira da Leonard Monheim, famosa fábrica de chocolate, onde
foi trabalhar, e mais tarde mudou o nome da empresa para Ludwig Schokolade. Amante das artes, o casal iniciou uma coleção e, a partir de 1970, passou a adquirir pelo menos uma obra por dia, decorando a casa e os escritórios. Muitas vezes eram solicitados a emprestar quadros para museus alemães, muitos dos quais acabaram doados. Em 1986 ele inaugurou as novas instalações do Museu Ludwig, ao lado da famosa catedral de Colônia, um edifício, segundo alguns, parecido com uma fábrica. Morreu em 1996. (T. P. T.)
18 HEBRAICA
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cultural + social > espaço gourmet
A
proposta da noite no Espaço Gourmet era de preparar amuse bouche, também conhecido como finger food, as comidinhas de antes do prato principal. Cada uma em pequenas porções, a chef preparou uma sequência sem carne, primeiro com o figo temperado coberto de lascas de parmesão e ervas. Enquanto preparava hambúrguer de falafel (em que o grão-de-bico é cozido) com molho de tahine, ouvia vários “oh, que delícia”. A cambuquira (folha da abobrinha) com mozzarela de leite de búfala, pão torrado e molho à base de avelã foi muito apreciada, assim como a sobremesa: confit de peras com short bread (biscoitinho amanteigado) de nozes e manchego, um tipo de queijo espanhol, da região por onde, diz-se, andou Dom Quixote. A chef também mostrou como improvisar com requinte: abria a geladeira, e o que tinha era transformado em fina apresentação para olhar e degustar. “Foi uma delícia, todo mundo prestativo e participativo. O Espaço é legal. Permite ter as pessoas muito próximas, gostei da proposta”, disse a chef à revista Hebraica. Argentina, Paola Carosella é autodidata, cozinha profissionalmente desde os 18 e dos 22 anos de experiência em restaurantes, trabalhou em Paris, Londres, San Francisco e Nova York. Chegou ao Brasil em 2001 para dar consultoria na abertura do Figueira Rubayat, e há cinco anos comanda o Arturito, o próprio restaurante, onde faz comida artesanal a partir da produção local. Começou com as avós italianas na horta da família. Em 2010 conquistou o prêmio de Chefe do Ano da revista Veja. Recentemente, com Beni Goldenberg, do Mangiare Gastronomia, abriu o La Guapa, casa de empanadas artesanais, na rua Bandeira Paulista, no Itaim. E acrescentou ao cardápio alfajores originais com doce-de-leite e sorvetes. Artesanais. (T. P. T.)
Melhor, impossível PAOLA CAROSELLA CHEGOU DEVAGARINHO E CONQUISTOU QUEM CONHECIA SUA FAMA COMO DONA DO ARTURITO, ONDE DESENVOLVE O QUE CHAMA DE “COZINHA DE AUTOR”. NO CARDÁPIO, DELICIOSAS VERSÕES DE FINGER FOOD
CHEF INTERNACIONAL, PAOLA CAROSELLA MOSTROU A SIMPLICIDADE DA “COZINHA DE AUTOR”
Este mês tem Mercado Gourmet Além do programa semanal do Espaço Gourmet, dia 25 de maio a Hebraica realizará o II Mercado Gourmet. Este ano com maior número de barracas, o evento deverá ser ainda mais concorrido do que o primeiro, com chefs e suas especialidades a preços bem abaixo dos cardápios nos restaurantes. Um domingo de alegria e boa comida no clube.
AGENDA 6/5 – Cozinha marroquina com a chef Ariela Doctors, do restaurante Tanger 13/5 – Comida para receber os amigos, com chef Dani Padalino, da Banqueteria Nacional 20/5 – Chef Camila Prado, do Viena
27/5 – Comida de bistrô, com chef Luiz Emanuel, do restaurante Le French Curso para empregadas – módulo 2 – em quatro aulas 15, 22, 29/5 e 5/6 – Com a chef Lúcia Sequerra
20 HEBRAICA
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cultural + social > hebraica meio-dia O AMOR, O GLAMOUR E A MAGIA NA VOZ DE FÁBIO JORGE
Um domingo com Edith Piaf DAS CANÇÕES DE PIAF À VIAGEM PELO BRASIL ATÉ O SAMBA, BOSSA & JAZZ, A PROGRAMAÇÃO DO HEBRAICA MEIO-DIA ATENDEU A TODOS OS GOSTOS MUSICAIS. ACOMPANHE AS PRÓXIMAS ATRAÇÕES
“U
ma homenagem à grande dama da canção francesa”, assim Fábio Jorge explicou sua apresentação no Teatro Arthur Rubinstein. “Adoro reverenciar o passado, o amor, o glamour, a magia dessa época”, disse o intérprete de Edit Piaf a uma plateia pronta a acompanhá-lo nos refrãos mais conhecidos. A começar por Padam, Padam, passando por Ne me Quitte pas e La Vie en Rose, a sua voz suave foi se tornando mais forte a cada nova canção até chegar na célebre Non, Je ne Regrette Rien. As músicas escolhidas para essa tarde estão em seu terceiro CD, Edith, dedicado à diva.
No meio do show, uma surpresa. Jorge chamou a sua mais recente amiga, a cantora Luciene Franco, vinda do Rio de Janeiro. Sua voz encantou e ela deixou o palco sob aplausos. No fim do espetáculo, Fábio Jorge atendeu ao pedido de bis e, no saguão do teatro, se viu cercado pelo público, que queria adquirir os cd’s com o autógrafo do cantor.
AGENDA 4/5 11/5 19/5 26/5
– – – –
DVD A voz de Carlos Navas Danilo Brito e seu bandolim Muller’s Band
Na explicação de Oswaldinho Viana, ele e Marisa Viana fizeram uma viagem “geograficamente musical” com o acompanhamento de André Perine no contrabaixo. A dedicação da dupla à música autêntica nacional mostrou diferentes ritmos e “cantorias”, indo do interior paulista ao centro oeste do país. Destaque para a interpretação do Trenzinho de Villa-Lobos, com Marisa na percussão. Neno, integrante da banda Os Incríveis, foi a fonte inspiradora da filha Patty Ascher, que se formou em literatura na USP e optou pelo caminho musical, com o primeiro álbum produzido por Roberto Menescal. O passo seguinte contou com o maestro e compositor Michel Legrand. Depois vieram os shows, nacionais e internacionais, apresentações com o Zimbo Trio e a orquestra Arte Viva, entre outras. Com toda essa bagagem, ela só podia agradar os frequentadores das apresentações domingueiras. Edgar e Nicole Borger escolheram as atrações e continuam a procura de artistas talentosos de diferentes linhas musicais para atender a todos os gostos. (T. P. T.)
C 22 HEBRAICA
| MAI | 2014
por Tania Plapler Tarandach
coluna comunidade
Chaverim tem nova diretoria A nova diretoria do grupo Chaverim é formada por Ester Rosenberg Tarandach (presidente), Isy Rahmani (vice-presidente), Isac Szmuklerz Vel Fuks (tesoureiro), Abraham Popovich Deutsch (assessor) e Eliane Furman (vogal). Também foram eleitos Peter Thomas G. Weiss, José Luiz Goldfarb, Vivian Strauss e Sylvette Laniado para o Conselho Fiscal, além de várias comissões junto à diretoria.
Einstein presente na Ação Global O projeto do Sesi e da Rede Globo, Ação Global, foi criado para prestar serviços gratuitos na emissão de documentos, atendimento médico e odontológico. Pelo segundo ano, a Amigo H – Amigos da Oncologia e Hematologia, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, oferecem triagem e exame de papanicolau para detecção do câncer de colo uterino, orientação para prevenir tumores da mama, pulmão e pele e atendimento de tabagistas. O Einstein e a Amigo H levaram sessenta voluntários corporativos do Hospital, para a unidade do Sesi Osasco.
CÔNSULES FRIEDRICH DÄUBLE E RAINER MÜLLER APRECIARAM O RESTAURO DA SINAGOGA COM SERGIO SIMON
Museu Judaico recebe cônsul da Alemanha
O
antigo prédio do Templo Beth-El está preservado. Uma doação do governo alemão possibilitou aos arquitetos e engenheiros restaurar, nos detalhes originais, a construção de 1929: a cor da fachada, os capitéis das portas de entrada, vitrais, o piso de madeira e o Aron Hakodesh. O cônsul geral da Alemanha, Friedrich Däuble, mais o cônsul geral-adjunto Rainer Müller e o adido cultural Martin Mahn viram o resultado do restauro, acompanhados da diretoria do Museu Judaico de São Paulo, presidida por Sérgio Simon, e representantes da Congregação Beth-El. Ao agradecer à diretoria do Beth-El, “a entrega desse marco arquitetônico e cultural da cidade, uma joia que lapidamos dia-adia”, Simon entregou a Betty Feffer uma pequena pedra de antes do restauro do
Templo e outra ao cônsul Dauble. “É um prazer ver o que foi realizado, sabemos o valor desta construção e é emocionante para mim. O governo alemão apoia a vida judaica na Alemanha e no mundo. Vinte mil judeus alemães vieram para o Brasil vítimas de uma catástrofe e a Alemanha está consciente desse fato. Com a doação ao Museu, agradecemos ao Brasil ter recebido de braços abertos os imigrantes judeus da Alemanha”, disse o cônsul. O rabino Yehuda Gitelman, da Beth-El, entoou a bênção Shecheianu e disse que “aqui há uma energia positiva, que flui.” E leu a frase do profeta Isaias (56, 7) que encima a porta central, na original cor de cobre: “Esta casa seja uma entrada para todos aqueles que queiram nela entrar”.
O projeto de Danny Ayalon
E
mbaixador de Israel nos Estados Unidos de 2002 a 2006 e vice-ministro das Relações Exteriores de Israel de 2009 a 2013, Danny Ayalon esteve no Brasil em 2012 e foi recebido pelo vice-presidente Michel Temer. Ele voltou recentemente, a convite da Congregação Beth-El, para falar do projeto “The Truth About Israel” (“A Verdade sobre Israel”), sua atividade atual. Por meio de técnicas de mídia, mostra como promover a imagem de Israel e combater as campanhas de deslegitimação. A Fisesp deverá cuidar da tradução para o português. Ayalon foi eleito pela Jewish Telegraphic Agency (JTA) o político israelense mais influente no Twitter: tem até agora 31 mil seguidores e, no Facebook, 53 mil.
HEBRAICA
23
| MAI | 2014
COLUNA 1 A A’Design Award, premiação anual de arquitetura, destaca os melhores projetos, conceitos e produtos criados mundialmente e o arquiteto brasileiro José Ricardo Basiches foi um dos escolhidos este ano. Receberá o prêmio em Milão, Itália, em agosto. A Editora Reformatório prevê para junho lançar Como São Cativantes os Jardins de Berlim, o livro de contos do professor da USP Décio Zylbersztajn, mais conhecido por pesquisas, artigos e livros acadêmicos.
∂ Novidade do marketing norteamericano para Pessach: “Revlon Matzá”, esmalte kasher le Pessach para mulheres elegantes de Nova York.
Ilana Katz coordenou “Políticas Públicas e Ética da Psicanálise”, tema do Encontro Nacional de Psicanálise, Autismo e Saúde Pública.
Iniciativa da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, a campanha “Seja Amigo da Sua Voz” alerta a população para a importância de cuidar da voz. Este ano, em razão da Copa do Mundo, o apresentador Tiago Leifert foi escolhido para apoiar esse movimento que já tem quinze anos.
Professor Cláudio Luiz Carvalho, da Unesp de Ilha Solteira, escreveu um artigo para comemorar o centenário de nascimento de Mário Schenberg, considerado o maior físico teórico do Brasil. Além da atuação política quando viveu em Pernambuco, Schenberg também foi importante crítico de arte.
Imagens feitas pela fotógrafa Zaida Siqueira e peças da ceramista Caroline Harari poderão ser vistas até 1º. de junho, na exposição “Utensílios: o Espírito das Formas”, que é o registro artístico da produção e uso de peças presentes no cotidiano doméstico das casas brasileiras. No Museu da Casa Brasileira.
Na Casa do Paço, em Figueira da Foz, Portugal, os brasileiros Henry Chaitz e Adina Worcman, e artistas de outros doze países, mostraram seus trabalhos. No Centro de Convenções Rebouças, José Goldemberg falou no Congresso Brasileiro de Comunicação Corporativa e cujo tema foi “Inteligência e Comunicação Estratégica na Era da Sociedade Participativa”. Parte dos eventos do Ano da Alemanha no Brasil, o Centro de Turismo Alemão (DZT) realizou um workshop no Palacete Hasbaya apresentando os 38 locais de oito roteiros da Alemanha que fazem parte da lista da Unesco de Patrimônios da Humanidade. “São muitos atrativos na Alemanha em todas as direções”, disse a responsável pelo DZT (Centro de Turismo Alemão no Brasil), Margareth Grantham, no lançamento oficial da campanha que vai a outras capitais brasileiras.
O rabino da Comunidade Shalom, Adrian Gottfried, que é argentino, foi homenageado pelo vereador Floriano Pesaro com o título de cidadão paulistano. Em nome do Keren Kayemet LeIsrael (KKL), Alexandre Chut entregou um certificado ao rabino em reconhecimento ao seu trabalho. Além do figurino assinado por Alexandre Herchcovitch, Raiani Teichmann está no elenco de Tribos, de Bruno e Antônio Fagundes, e que fica em cartaz até 27 de julho, no Teatro Tuca.
RAVACHE E STULBACH EM CENA
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Um diálogo com Deus A psicóloga Ana (Irene Ravache) é a profissional que irá tirar Deus (Dan Stulbach) da depressão, após mais de dois mil anos de desilusões. Esta é a história de Meu Deus!, em cartaz no Teatro Faap e dirigida por Elias Andreato. Quem assistiu à avant-première, em benefício do Lar das Crianças da Congregação Israelita Paulista (CIP), recomenda a peça.
Exposição de hagadot “Manishtaná O que as Hagadot Têm de Diferente?”, foi o título da mostra de livros, editados em vários locais e épocas, contando a saída dos israelitas do antigo Egito. Foi promovida pela Congregação Israelita Paulista (CIP), com o apoio do Museu Judaico de São Paulo, e os exemplares dos acervos das duas entidades
Pichação no cemitério de Odessa ∂ Luiz Cuschnir organizou e coordenou o encontro na Faculdade de Medicina da USP com o psicoterapeuta da State University David Grand, que tratou de “Brainspotting: Reprocessamento de Situações Traumáticas através de Pontos Cerebrais”.
Picharam “Morte aos judeus” na parede do cemitério judaico de Odessa em abril. O vandalismo seguiu-se às acusações mútuas de antissemitismo entre funcionários ucranianos e russos na incursão russa na Crimeia. ∂
“MORTE AOS JUDEUS” NO MONUMENTO À SHOÁ
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COLUNA 1
GRUPO FEZ CURSO NO SENAC
Parceria Na’amat e Senac A Parnassot Recursos Humanos é uma organização sem fins lucrativos, focada na inserção e recolocação de pessoas no mercado de trabalho e pediu para o Departamento de Geração de Renda da Na’amat Pioneiras São Paulo formar um curso de atualização em computação, em parceria com o Senac/SP para treze inscritos e acompanhadas diariamente pelas voluntárias Etla Adler e Leonor Bien. “Gostaram tanto que pediram um segundo módulo”, disse a diretora Miriam Doris Lilienfeld.
Roteiro do papa em Israel O Estado de Israel é responsável pelo itinerário do papa Francisco nos dois dias de visita ao país, este mês. Ele visitará lugares santos, o diretor da Autoridade Palestina em Belém, o Monte Scopus, Monte Herzl, o Muro das Lamentações e Yad Vashem (Museu do Holocausto) em Jerusalém. Terá encontros privativos com o patriarca ecumênico de Constantinopla Bartolomeu I, com o grande mufti de Jerusalém Muhammad Ahmad Hussein, os dois rabinos-chefes – o sefaradi Yosef Yitzhak e o ashkenazi David Lau –, com o primeiro-ministro Biniamin Netaniahu e o presidente Shimon Peres. Consta da agenda um encontro ecumênico para celebrar o quinquagésimo aniversário da reunião do papa Paulo VI com o patriarca Athenagoras I, na Basílica do Santo Sepulcro, jantar com patriarcas e bispos, recepção a jornalistas estrangeiros e encontro com religiosos na Igreja Getsêmani, no Monte das Oliveiras.
Rosane Bergwerk, alergista e imunologista pela Unifesp, pediatra e pneumologista infantil pela Santa Casa de São Paulo, instalou consultório particular no Higienópolis Medical Center, na rua Mato Grosso. O jornalista Gabriel Toueg participa da equipe do Grupo Bandeirantes – Metro Jornal, como “editor de mundo”. Stella Segal retorna ao meio televisivo com o quadro “Qual o seu Sonho”, produção independente da Tama Vídeo Produtora, de Tânia e Marcel Hollender. A apresentadora já trabalhou na TV Record e foi correspondente do SBT em Israel durante quatro anos. Um dos maiores empresários na área de entretenimento no país, Mário Levi, foi o convidado do primeiro programa da série. Rabino Sami Pinto promoveu evento para jovens casais no Templo Ohel Yaacov. Alberto Maurício Danon entrevistando o ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto.
O jornalista da Rádio Globo Gustavo Zupak esteve na unidade Madre Cabrini do Colégio I. L. Peretz, para um encontro com os alunos da nona série. Os recentes episódios de racismo no futebol nacional e internacional foram tema de debate do palestrante e os alunos. Na sequência de livros que abordam a Shoá, a Editora Seoman lançou Salvo pelos meus Anjos da Guarda, de autoria da jornalista norte-americana Sharon Peters. Numa Gota de Tempo uma Vida foi lançado pela Livros Ilimitados, com o autor Samy Wurman autografando os exemplares na Livraria da Vila Higienópolis. Membro do Museu da Cidade de São Paulo e idealizador da Jornada Fotográfica, André Douek participou do debate “Bairro do Bixiga”, na Casa Mário de Andrade, que tratou da valorização do bairro como patrimônio material e imaterial de São Paulo.
O Brasil no Salone del Mobile na Feira de Milão. Ester Schattan, Ornare e TER-Piú promoveram um encontro com Daniel Libeskind.
∂ Na Livraria da Vila/ Pátio Higienópolis, a autora de vários livros infantis Debi Aronis, autografou sua primeira obra com temática adulta, Na Minha Pele, editado pela Ex Libris. Personagem, Samuel Grunspan, pai de Peggy Pasternak, nascido em Cracóvia e sobrevivente da Shoá, somente após sete décadas de silêncio se dispôs a contar sua história e da família, dizimada pelos nazistas. Os nomes pizzarelle di azima, mina de kordero, goldene youch e kneidalech podem soar estranhos para muitos, mas não para quem foi ao Bait aprender com Breno Lerner como fazer essas delícias da cozinha judaica (sefaradita e asquenazita).
A vinte quilômetros de São Paulo e a três da rodovia Raposo Tavares, no meio de uma área de seis mil metros quadrados, está a Estação Gaia, construída para ser um lugar de festas: casamentos, aniversários, bar-mitzvá, eventos corporativos, workshops. Pedrinho Burnier (pcburnier@ gmail.com) aguarda quem quiser conhecer o local. Dani Black, Egberto Gismonti, Felix Wagner, Jaques Morelenbaum, Hermeto Pascoal estão entre os músicos que participaram do lançamento do álbum Asas do Etéreo. Com a voz de Tetê Espíndola, em show no Sesc Vila Mariana. O baixista Beto Birger faz parte dos Groove Brothers, grupo que se apresentou no projeto Panorama Blues, no Sesc Vila Mariana. No show, jazz, blues e funk. As piscinas dos anos 1950 e 1960 foram a inspiração para a coleção de Tufi Duek na São Paulo Fashion Show. Com styling de Flávia Lafer, sob o som da trilha de Max Blum.
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∂ Peça trabalhada pela artista Miriam Nigri Schreier e cuja venda foi leiloada em benefício ao Instituto Cervantes. Management in Latin American Threats and Opportunities in the Globalized World é o título lançado pela Springer nos Estados Unidos e Paulo Roberto Feldman como autor. Professor de economia da FEA-USP, Feldman explica as características culturais brasileiras refletidas na forma de gestão. Com vários exemplos, o livro é encontrado na Amazon. “Fotografilhos” é o blog onde o papai/fotógrafo Ike Levy, marido de Luciana Mello, pai de Nina e do Tony, compartilha o seu mundo paternal e as descobertas do rico universo infantil. Além de dicas de viagens, vestuário e colaboradores convidados.
Guilherme Wisnik foi um dos mediadores convidados para o ciclo de debates com os artistas da “Experimentando Espaços 2”, mostra em cartaz no Museu da Casa Brasileira até dia 25 e que tem como curador Agnaldo Farias.
Reunião do CJM em Paris
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presidente do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL), Jack Terpins mais representantes da Argentina, Colômbia e Uruguai e um membro jovem do Executivo do Congresso Judaico Mundial, o argentino Sebastián Azerrad, reuniram-se com o Comitê Executivo do Congresso Judaico Mundial na capital francesa. Durante o encontro, o ministro do Interior da França Bernard Cazeneuve falou sobre o antissemitismo em seu país. O atentado à Asociación Mutual Israelita Argentina (Amia), completou vinte
TERPINS NA REUNIÃO EM PARIS
anos e por isso, o CJM adotou uma resolução na qual “lamenta a falta de justiça e a ausência de condenados pelo ato terrorista”.
Preparação para pedalar em Israel
Pela segunda vez, o Brasil foi homenageado na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, Itália. Marcelo Cipis participou dessa 51ª edição da exposição, que teve como tema “Brasil: Incontáveis Linhas, Incontáveis Histórias”. Programação dominical na TV Cultura, o “Café Filosófico 2014” reúne nomes como Flávio Gikovate, Renato Janine, Demétrio Magnoli, Joel Birman, Miriam Goldemberg, e apresentação de Adriana Couto. O eixo conceitual dos debates do ano será a reflexão “Mudança em Curso – Muda ou Dança”, com aplicativo para tablets e smartphones.
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Encontro com o cardeal Scherer
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presidente do Conselho Estadual Parlamentar das Comunidades de Raízes e Culturas Estrangeiras (Conscre), Sérgio Serber, e representantes do Japão, Espanha e Portugal, visitaram o cardeal dom Odilo Scherer.
Nos últimos três anos aumentou o número de ciclistas da Hebraica que viajam a Israel para participar do Wheels of Love (Rodas de Amor), que leva gente do mundo todo para pedalar em prol da reabilitação das crianças do Hospital Alyn, de Jerusalém. Este ano, será de 9 a 13 de novembro. Informações com Gilberto, pelo e-mail dziba@terra. com.br e prepare-se.
Nir retorna a Israel
Após seis anos na missão econômica de Israel em São Paulo, o cônsul Roy Nir regressou a Israel. Nesse período, destacou-se pelo diálogo com empresários, os seminários de promoção do intercâmbio entre os dois países e as reais possibilidades comerciais.
Nova gestão de El Kobbi
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duardo El Kobbi foi reeleito para mais uma gestão à frente do Keren Kayemet LeIsrael (KKL). São seus vice-presidentes Ary Diesendruck (Operacional), Jacques Tabacof (Institucional) e Hélio Koifman (Rio de Janeiro); Michel Gordon, tesoureiro, José Carlos Carnevale Filho, secretário. André Coji, Alexandre Chut, Doron Menashe Sadka, José Luiz Goldfarb, Roberto Zac, Tina Caroline Turkie conselheiros; Ana Rosa Rojtenberg, no Departamento de Eventos, Raquel Kibrit Sznifer no Acervo Visual, Deborah Kamkhagi Supino, Social, Marcelo Shapo pelo Executivo e Sherry Tabori Korn por Relações Internacionais.
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cultural + social > comunidade+coluna 1 Seminário enfoca as ciências da vida Na sede da Fiesp, realizou-se o seminário da Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), sob o tema “Parcerias com Tecnologias Israelenses para Life Sciences”, e apresentadas as oportunidades de colaboração entre companhias e indústrias brasileiras e israelenses em ciências da vida, um dos setores mais modernos e tecnologicamente evoluídos em Israel, e o Brasil é um mercado prioritário e promissor. Além de empresas e produtos, foram mostrados os mecanismos de facilitação das parcerias, incluindo aspectos legais, financeiros, técnicos, diplomáticos e culturais. Participaram do encontro Roy Nir, então cônsul econômico de Israel; Benny Spiewak, Zcbs Partners; Renato Stuart, RGS Partners; Mauro Jankelovicius, Given Imaging do Brasil Ltda.; Gali H. Wienerman e Pablo Halpern, Atche Medical Ltd..
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Diálogo interreligioso no Catar O diretor executivo do Congresso Judaico Latino-Americano (CJL) Cláudio Epelman e o representante da Conib rabino Michel Schlesinger, da CIP, participaram da XI Conferência do Diálogo Interreligioso, em Doha, Catar, reunindo cristãos, judeus e muçulmanos. Schlesinger resumiu para a revista Hebraica: “A convivência pacífica entre muçulmanos e judeus na Idade Média é a prova de que as nossas divergências não são religiosas. Por meio do diálogo, temos a oportunidade de nos reconhecer como seres humanos merecedores de dignidade e vida. Isto vai nos fortalecer na busca de solução para nossas diferenças políticas”.
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∂ Há dez anos, o empresário e chef de cozinha Rogério Frug criou a rede Yoi! Rolls & Temaki, que tem 34 restaurantes em São Paulo, Bauru, Cotia, Balneário Camboriú e Manaus. A novidade é a campanha “Sem Crise”, na mídia impressa e nas redes sociais. Com José Serra e Bolívar Lamounier, Boris Fausto fez relato minucioso no seminário “O Golpe de 1964: o Passado e o Presente Cinquenta Anos Depois” realizado no Instituto FHC.
Tânia Mills, Sandra Klinger Rocha e Karen Rozenbaum dirigem a divisão de negócios da Art Unlimited, empresa brasileira reconhecida internacionalmente pela qualidade na concepção e gestão de projetos de arte, entretenimento e sustentabilidade. A nova divisão trata do uso da arte como experiência de marca e o primeiro case é a exposição “Experiência Escher”, em parceria com os quatro shoppings do grupo Iguatemi. No Programa de Estudos PósGRaduados em Administração da PUC, Michel Freller defendeu tese de mestardo. Com o tema “Captação de Recursos por meio da Geração de Renda Própria – O Caso Derdic da PUC-SP.
Oskar Metsavaht falou na Maratona Valor PME 2014, que reuniu mais de mil pessoas, promovida pelo jornal Valor Econômico, no Golden Hall do World Trade Center. A organização foi da Davec Eventos Personalizados, de Carolina Birenbaum.
internacional determinaram a escolha de Ben Lieberbaum para integrar a tripulação da “Expedição Oriente”, novo projeto da família Schurmann, nos próximos dois anos em que pilotará a cozinha do veleiro Kat.
Agência atuante em dez países e mais de quarenta destinos, a Auroraeco faz uma oferta somente para os sócios da Hebraica: US$ 100,00 de desconto para programas de bike na América do Sul, Viagens DuVine de bicicleta na Europa ou Viagens CW Adventures, caminhadas pelo mundo. Para reservas até 6 de junho, (www.auroraeco.com.br).
O Atelier Dezoito participou do evento Arte da Vila Madalena. Os designers Ana Passos, Yone Panella, Cláudia Kopelman, Eliana Roemer, Elka Freller e José Terra mostraram joias com o tema “Caleidoscópio”.
A formação em gastronomia e o conhecimento da culinária
Na sinagoga da Hebraica, Max fez sua primeira leitura da Torá. Renata Kandl Golombek e Vítor Maia recepcionaram os amigos no restaurante Kasher.
AGENDA • • • •
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13 a 28/5 – Turquia e Israel com a Wizo e AD Turismo. Pensão completa, guia em português. Informações, fone 3257-0100, com Mirta 20 a 22/5 – Conferência Internacional de Inovação Israelense em Tel Aviv. Engloba as conferências Biomed e Hi-tech 14 a 29/7 – Marcha da Vida Universitários, com jovens de 20 a 30 anos. Polônia, República Tcheca e Israel. Vagas limitadas. Informações, v.uni@fundocomunitario.org.br 7 a 12/9 – Viaje com as Pioneiras para Caldas da Imperatriz (SC). Passagem aérea, seguroviagem, hospedagem com pensão completa, city tour de praias e passeio ao Pouso do Tapeceiro. Informações, fone 3667-5247 2 a 6 /11 – Seminário Wizo Aviv Internacional em Israel
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As meninas do Quarto 28 no MuBe
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xibida em Israel e em vários países europeus com apoio da ONU, chega a São Paulo a exposição “As Meninas do Quarto 28”, adaptação do livro homônimo da jornalista alemã Hannelore Brenner e lançado no Brasil pela Editora Leya. São desenhos retratando a vida de quinze crianças judias sobreviventes entre as quinze mil mortas que passaram pelo campo de Theresienstadt, próximo a Praga, durante a Shoá. A mostra tem uma réplica em escala real e mobiliada desse quarto, e painéis com detalhes históricos da época. Apesar de viverem em condições miseráveis, as meninas tiveram contato com a artista plástica Friedl Dicker Brandeis, que levou para Theresienstadt, junto com pertences pessoais, materiais de trabalho. Precursora da arteterapia, Friedl Dicker viu a importância da arte como meio para ajudar as crianças a lidarem com a perda, o medo e a incerteza. Ela contava histórias e pedia que as crianças ilustrassem. Nos dois anos no campo, Friedl escondeu os quase cinco mil desenhos antes de ser levada para Auschwitz, em 1944, que somente foram achados dez anos depois da guerra e levados para um museu em Praga. Das meninas do Quarto 28, foram en-
contrados quinhentos desenhos, quarenta deles selecionados para essa mostra itinerante. Um fato familiar liga o Quarto 28 ao Brasil. Em 1938, Erika Stránská foi deixada aos cuidados do pai, George Stransky, que foi levado para um campo de trabalho forçado e Erika para Theresienstadt. O pai fugiu e depois da guerra, começou a procurar Erika, mas ela fora deportada para Auschwitz e assassinada. George casou-se outra vez, Monika nasceu e todos vieram para o Brasil. Em 1946, mudou-se para São Paulo. Monika casou-se com Gregório Zolko e teve as filhas Sandra e Karen. Em 1974, ao visitar o Museu de Praga, Monika reconheceu a assinatura da irmã Erika em um dos desenhos expostos, mas não teve mais detalhes devido ao regime comunista. Em 2012, Karen retomou o contato com o diretor do museu e descobriu que lá havia não um, mas trinta desenhos. “Montar esse quebra-cabeças era um presente que eu queria dar para minha mãe e, passados setenta anos, com a ajuda de amigos e familiares, consegui”, conta Karen Zolko que, com Dodi Chansky, representa o projeto da exposição no Brasil. Da abertura, dia 23 de maio até o término, em 29 de junho, a exposição, com curadoria de Roberta Sundfeld, terá
ERIKA STRANSKA, MORTA EM AUSCHWITZ, TEM PARENTES EM SAO PAULO uma série de atividades como visitas guiadas com arteterapeutas, palestras, mesa-redonda com profissionais de instituições nacionais especializadas em arteterapia e a presença da autora do livro Hannelore Brenner. A exposição ficará aberta de terça-feira a domingo, das 10 às 19 horas, no Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), avenida Europa, 218, com entrada gratuita. Contatos, mube@mube.art.br.
Noite de ficção científica
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omo de Ferro”, Iron Dome, em inglês e Kipat Barzel, em hebraico, são denominações dadas ao sistema de defesa aérea para interceptar e destruir no ar mísseis de curto alcance e bombas disparados para atingir Israel. Seu idealizador, Daniel Gold, veio ao Brasil a convite do Fundo Comunitário e, na Hebraica, falou de “Desafios de Defesa: do Irã Nuclear ao Espaço Cibernético”, tema que atraiu lotação total ao Teatro Arthur Rubinstein. Gold é general da brigada da reserva de Tzahal e explicou a tecnologia do sistema, mas ressal-
tou que por trás dele “ainda está o homem que tem uma fração de segundo para interceptar o míssil dirigido a Israel”. O vídeo apresentado parecia filme de ficção científica, e as imagens explicavam como os antimísseis, cortando os ares ao sul do país, detinham foguetes em pleno ar e garantiam a segurança da população. A vice-presidente do Fundo Comunitário, Viviane Rawet, convidou os presidentes do Fundo Comunitário e da Hebraica, Rafi Nasser e Abramo Douek, para saudar o general Daniel Gold.
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1. José Meiches passou a presidência da Chevra Kadisha para Cláudio Hirschheimer; 2. Na Maratona Valor PME, no WTC, o presidente da rede Habib’s, Alberto Saraiva, e a promoter Carolina Birenbaum; 3. Roupas de Alexandre Herchcovitch no palco do Tuca; 4. Interesse em espaços do clube durante o “Business Show”, Shopping Frei Caneca; 5. Décio Zylbersztajn agora é, também, contista; 6 e 7. Delícias ensinadas e experimentadas no Espaço Gourmet; 8. Alberto Danon entrevistou o ex-secretário de Segurança Antônio Ferreira Pinto; 9. Desenho de Erika Stranska (z’l), feito no Quarto 28, durante a Shoá; 10. Atelier Dezoito fez parte do “Arte na Vila Madalena”; 11. Secretário municipal da Cultura Juca Ferreira percorreu a exposição da Wizo “Tão Somente Crianças: Infâncias Roubadas do Holocausto”, no Jardim das Perdizes
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1. Marisa Viana desceu do palco e vibrou com o coro da plateia durante o Hebraica Meio-Dia; 2 e 8. No futuro Museu Judaico de São Paulo, Bernardo Sahm, Moshé Sendacz e Martin Mahn; Renata Simon, Renata
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Feffer e Ruth Tarasantchi conferiram o restauro da antiga sinagoga; 3. Eva e Mario Adler com o general da reserva israelense Danny Ayalon; 4. A tradição seguida em pré-Seder da Fraternidade Cristão-Judaica, no Colégio São Luís; 5. Após a visita à coleção de arte, o almoço no Casual Mil; 6. Oito roteiros turísticos pela Alemanha mostrados por Margaret Grantham; 7. Feliz Idade vibrou com as histórias de Breno Lerner; 9 e 10. Gregory Fink, Lígia e Waldemar Kogos ouviram Paulo Kogos falar sobre “História Nuclear”, no Club Paulistano; 11 e 12. O personagem Samuel e Ida Grunspan, mais a escritora Debi Aronis, na Livraria da Vila
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Hebraica recebe clubes irmãos. Como membro da Associação de Clubes Esportivos e Socioculturais de São Paulo (Acesc), a Hebraica foi anfitriã da reunião mensal, que congrega presidentes e diretores de todos os clubes participantes. Assuntos de interesse comum das associações foram levantados, discutidos e encaminhados para os canais devidos. Após a reunião de trabalho, os casais se reuniram e passaram horas agradáveis no Restaurante Kasher, saboreando as comidas tradicionais judaicas, apresentadas em versão moderna. “Os jantares da Hebraica são muito bons. Quando venho para cá, sei que vamos experimentar algo especial”, disse uma das senhoras durante o coquetel.
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COREOGRAFIA ROMร NTICA ASSINADA POR BARI AVIDAN FOI REMONTADA ESPECIALMENTE PARA O SHOW
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MÚSICOS E DANÇARINOS
RECEPCIONARAM O PÚBLICO NA ENTRADA DO TEATRO ANNE FRANK
Parceiros na tradição O GRUPO MUSICAL KLEZMORIM VEIO DE CURITIBA ESPECIALMENTE PARA DIVIDIR O PALCO DO TEATRO ANNE FRANK COM OS DANÇARINOS DA LEHAKAT CARMEL EM UM SHOW MUITO ESPECIAL
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grupo Carmel incluiu algumas inovações no show que apresentou no início de abril como parte da agenda do Centro de Danças. “É raro optar pelo Teatro Anne Frank como local para os shows de dança, mas era o ideal para esse projeto do Carmel”, comentou a coreógrafa Paloma Gedankien. “Remontamos algumas coreografias antigas que combinavam para mostrar a riqueza cultural dos judeus e o convite feito ao grupo musical Klezmorim, de Curitiba, caiu como uma luva”, completou. O grupo Klezmorim se dedica à pesquisa musical partindo do século 15 e trouxe para São Paulo um espetáculo com base no gênero klezmer, muito elogiado pela crítica especializada e pelo público de Curitiba e cidades paranaenses. Dias antes de embarcar para São Paulo, os integrantes do
Klezmorim convidaram os fãs da música klezmer a prestigiar o show junto com o Carmel. A parceria, inédita, agradou ao público da dança folclórica. “A interação entre os músicos e os dançarinos foi excelente, se levarmos em consideração que tiveram somente algumas horas para os ensaios no dia da apresentação”, relatou a produtora do espetáculo, Nathalia Benadiba. “O pessoal do Klezmorim elogiou a acústica do teatro e a decoração do palco criada por Edson Expedito. E a coreografia final apresentada com música ao vivo, realmente agradou ao público e dançarinos. Foi como se os movimentos tantas vezes ensaiados ganhassem nova fluidez, que envolveu o público. Até aqueles acostumados aos shows de dança sentiram a diferença”, analisou Nathalia. .(M. B.)
Dança de toda vida Dias 31 de maio e 1º de junho, o Centro de Danças realiza no Teatro Arthur Rubinstein o tradicional show no qual todas as lehakot mostram o resultado do trabalho realizado na primeira metade do ano. Intitulada “O Tempo”, a montagem do espetáculo vem consumindo dedicação e muito ensaio dos coreógrafos dos grupos Ofakim, Carmel, Hakotzrim, Kalanit, Shalom e Parparim e do grupo formado pelos pais. Segundo a coordenadora do Centro de Danças Nathalia Benadiba, desde a criação de turmas para crianças de 4 anos na grade de cursos do Centro, aumentou a atividade do núcleo de dança folclórica no clube. “É comum irmãos menores dos integrantes do Parparim pedirem para dançar e, dessa forma, ao atingir 6 anos será mais fácil o ciclo de formação dos dançarinos do clube que só termina na fase adulta. Vão dançar por muito tempo”, diz a coordenadora.
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juventude > centro de música
Um bom espetáculo ao cair da tarde PROFESSORES E EX-ALUNOS DO CENTRO DE MÚSICA NAOMI SHEMER APRESENTARAM UM SHOW EM COMEMORAÇÃO AO DÉCIMO ANIVERSÁRIO DA ESCOLA, QUE OFERECE CURSOS PARA QUATORZE INSTRUMENTOS
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Centro de Música convidou sócios de todas as idades para o show especial em comemoração ao décimo aniversário da escola, realizado no Teatro Anne Frank, no final de março, que durou duas horas, com apresentações de músicos que tocam em casas noturnas e também transmitem conhecimentos aos alunos do Centro de Música. Na abertura, três músicas dos Beatles em versão instrumental, seguidas por uma composição de Jacó do Bandolim e
um tango interpretado pelo coordenador do Centro, Gustavo Kurlat. Durante os pequenos intervalos para a troca de instrumentos no palco, ele falava a respeito do trabalho do Centro de Música. “Oferecemos cursos para quatorze instrumentos, além de musicalização infantil e técnica de conjunto”, informava à plateia formada por formada por alunos, pais e amigos dos músicos. Na festa de aniversário do Centro, os professores deram ao público uma
TRIO COMPOSTO PELOS PROFESSORES ABRIU O SHOW DE ANIVERSÁRIO COM UM ARRANJO DE CANÇÕES DOS BEATLES
amostra da variedade musical que compõe o cotidiano da escola. Sucessos do grupo Chiclete com Banana, de Chick Corea e até uma inusitada parceria do professor Beto Birger, um dos mais antigos da equipe, com um ipod na execução de Tico-Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu. A aluna Cláudia Hemsi escolheu uma música francesa. “Todos juntos colaboramos com o repertório, assim como as formações de trios e quartetos para cada música”, explicou Birger. O maior desafio ficou para o número final, que pediu a participação do público e alguma improvisação por parte dos professores que tiveram só alguns dias para aprender a melodia e a letra de Salaam, do músico israelense Moshé Ben-Ari. “Eu não conhecia a música, mas agora que alguém traduziu a letra, faz muito sentido terminar o show desejando paz no mundo”, comentou uma professora, minutos antes do encerramento. (M. B.)
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juventude > espaço bebê
ATIVIDADES COM DANÇA E CANTO REFORÇAM OS LAÇOS ENTRE RECÉM-NASCIDOS E AS MAMÃES
Apoio para um bom começo É CADA VEZ MAIOR A PROCURA PELAS OFICINAS DIRIGIDAS A GESTANTES E MÃES COM RECÉM-NASCIDOS OFERECIDAS PELO ESPAÇO BEBÊ. HÁ DOIS ANOS, O LOCAL FOI AMPLIADO PARA ATENDER AO CRESCIMENTO DA DEMANDA
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esde janeiro, a equipe profissional do Espaço Bebê comemora as duas oficinas que complementam o atendimento à sua faixa de público. “Começamos com sessões de dança materna e canto para mãe ao ar livre e chamamos a atenção de muitas interessadas, que se inscreveram e hoje frequentam o mezzanino do Espaço Bebê pelo menos duas vezes por semana”, explica a coordenadora Talita Pryngler. Segundo ela, desde a instalação do mezzanino, há dois anos, colocaram em prática várias propostas a partir da observação das famílias que frequentam o térreo do Espaço Bebê. “É comum ouvir a respeito de uma espécie de solidão que cerca a mãe recente e a insegurança comum às gestantes nesse período de espera. Partindo desses relatos, criamos o curso de yoga para gestantes e tiramos do papel a oficina de
canto para bebês. Desta forma, a dança materna que já existia ganhou mais adeptas”, explicou Talita, ela mesma a poucas semanas de dar à luz o segundo filho. Nas oficinas de dança materna e canto, o Espaço Bebê atende às mães em licença maternidade que até hoje tinham poucos estímulos para sair de casa com os pequenos, excetuando os passeios recomendados pelo médico. Segundo Talita, as aulas de dança de materna estimulam a interação da nova mãe com o filho, enquanto ela mesma faz uma atividade prazerosa e voltada para o bemestar. E na oficina de canto, com a professora Tania Grinberg, as mamães partilham recordações musicais da infância e que servirão para colorir as primeiras semanas dos filhos. “O mais importante é que essas mães se encontram uma ou duas vezes por semana e criam uma rede de contatos onde pos-
sam se espelhar em outras mulheres que passam por experiências semelhantes, como é o caso das alunas das oficinas desde janeiro. Elas se comunicam por meio das redes sociais e trocam informações a respeito dos filhos e acolhem as mamães que se juntam ao grupo, trazendo os recém-nascidos e a ansiedade que acompanha a maternidade”, destaca Talita. Segundo ela, algumas mães que participaram das oficinas ao ar livre em janeiro ensaiam a retomada da rotina de trabalho. “Esse movimento de despedidas e a chegada de novas alunas dão ao Espaço Bebê o movimento que queremos ver ininterruptamente. Os bebezinhos crescem e passam a brincar no andar térreo sempre sob a supervisão de um adulto, em pouco tempo integram as oficinas de vivência criativa e contação de histórias e logo ultrapassam a idade para frequentar o Espaço. Enquanto isso, surgem novas histórias de camaradagem nascendo no mezzanino, enquanto as mães dançam ou cantam carregando, orgulhosas, os filhos a partir de 2 meses”, conta Talita. (M. B.)
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A primeira medalha ninguém esquece QUARENTA E DUAS ENTIDADES PARTICIPARAM DO
XII FESTIVAL DE JUDÔ DA HEBRAICA, COM 1.500 ATLETAS. O FESTIVAL DE JUDÔ É O PRIMEIRO GRANDE EVENTO NO CALENDÁRIO ANUAL DA MODALIDADE
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inguém fotografou os seis alunos do jardim III da Escola Maternal e Infantil, que seguiam os coleguinhas de classe de volta para as salas de aula, na primeira segunda-feira depois do Festival de Judô da Hebraica. Levavam, pendurada no pescoço, a medalha conquistada no tatame. “Eles chegaram à escola com elas e com elas estão até agora. A mãe de uma menina ficou surpresa com a vitória da filha em duas lutas”, comentou a assistente de classe Roseleia Blecher ao falar dos adereços. As medalhas e brindes são marca registrada do Festival de Judô, que este ano seguiu a tendência de enfatizar a Copa do Mundo, na decoração das camisetas oficiais utilizadas pelos voluntários que trabalharam no evento como oficiais de mesa, árbitros, na identificação ou na barraca de lanches, assim como as bolas distribuídas juntamente com as medalhas a todos os 1.500 participantes.
Os departamentos de Esportes e de Judô realizam dois grandes eventos por ano. No primeiro semestre, o Festival de Judô é amistoso, e no segundo, a Copa Interestadual Professor Hirosi Minakawa integra o calendário competitivo da Federação Paulista de Judô (FPJ). O Festival de Judô mobiliza senseis, técnicos, profissionais de saúde, judocas, pais e mães destes, e reúne nas arquibancadas do Centro Cívico atletas e familiares vindos de todas as regiões da cidade e de municípios próximos, representados por academias, escolas e clubes esportivos. Por tradição, as cinco entidades com maior número de inscritos recebem troféus, e este ano o Clube Atlético Tremembé sagrou-se tricampeão com uma delegação de duzentos judocas, repetindo a performance de 2012 e 2013. “É um evento muito organizado, que prima pela pontualidade e respeito a todos os envolvidos, especialmente o pú-
blico. Isso sem falar no sensei Edison, que é uma referência na modalidade”, elogiou o coordenador do Tremembé Wagner Montezano Lopes. Na Associação de Esportes Pedreira, para lutar no Festival é preciso preencher algumas condições. “A inscrição dos judocas das faixas iniciantes e intermediárias depende de bom nível técnico, 70% de frequência nas aulas e nenhuma nota vermelha no boletim. E levam a sério essas condições”, avaliou o responsável pela delegação de Pedreira, Danilo Takashi Aoike. Ele se orgulha de trazer não só os lutadores, mas também árbitros, oficiais de mesa e outras tarefas. “Não ficamos entre os cinco primeiros porque muitos dos nossos atletas competiram em outro torneio na véspera e precisavam descansar”, explicou. O Clube Paulista de Judô ficou em segundo lugar, Sesi Cubatão em terceiro, Projeto Budô em quarto e a Academia
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OS PEQUENOS JUDOCAS SE APRESENTARAM NO INÍCIO DO FESTIVAL E DEPOIS, ORGULHOSOS, EXIBIAM AS MEDALHAS DISTRIBUÍDAS ENTRE TODOS OS PARTICIPANTES DAS 42 ENTIDADES INSCRITAS
Competition e o Colégio Humboldt empataram em quinto lugar. Eduardo Blucher e Wolf Ejzenberg foram homenageados com o troféu solidariedade pelo trabalho em prol do esporte e da ajuda aos carentes. Destaque para a participação de projetos sociais como o Aduc de Itapecerica da Serra e as duas parcerias mantidas pela Associação Minakawa de Esportes, com o Lar das Crianças da CIP e o Projeto Judô Cidadão. “Para os que trabalham no evento, o Festival de Judô é a chance de dar às crianças uma oportunidade para o intercâmbio técnico, físico e social. É também a porta de entrada para os atletas, especialmente os mais novos, no meio competitivo, e assim nada melhor lembrar que no seu primeiro torneio todos que estiveram lutando no tatame receberem uma medalha como a sua”, comentou Miriam Minakawa. (M. B.)
Agenda competitiva A agenda da equipe competitiva de judô foi aberta com a disputa dos torneios de Judô Clube de Mogi das Cruzes e da Copa São Paulo de Judô, realizada no Ginásio de Esportes de São Bernardo do Campo. A primeira foi organizada pela Federação Paulista de Judô com mais de setenta entidades dos estados de São Paulo e Paraná, num total de 1.500 atletas. A Hebraica inscreveu judocas entre 12 e 21 anos que devem disputar eventos oficiais da FPJ e da Confederação Brasileira de Judô, o que rendeu o sexto lugar na contagem geral de pontos e sete medalhas de ouro. Já a Copa São Paulo teve três dias de duração e três mil participantes, entre eles os melhores judocas do Estado de São Paulo e do Brasil sem limite de atletas inscritos por cada clube. “Foi uma verdadeira maratona para nossos atletas, que chegaram a fazer seis lutas para alcançar a classificação. Onze subiram ao pódio, sendo uma campeã, duas vice-campeãs e cinco terceiros colocados. Considero um bom resultado diante da fase de renovação da equipe”, avaliou a técnica Miriam Minakawa. A judoca Ana Caroline dos Santos sagrou-se bicampeã da Copa São Paulo e foi convocada para a seleção paulista no Campeonato Brasileiro Regional, no final de abril, em São Paulo.
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Torneios externos de xadrez
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ernardo Sztokbant, que recentemente obteve o título de mestre nacional pela Confederação Brasileira de Xadrez, ficou em quarto lugar em um dos torneios do I São Paulo Open e seu rating passou de 2242 para 2257, o que o coloca mais perto dos 2.300 pontos e de se tornar mestre Fide. André Salama representou a Hebraica no torneio para atletas com rating até 2.050 pontos e ficou em décimo primeiro lugar no outro torneio, com 1.984 pontos. O I São Paulo Open é resultado de uma parceria entre a Confederação Brasileira de Xadrez, o Colégio Benjamim Constant e o idealizador do projeto, grande mestre Krikor Mekhitarian.
Já os irmãos Gabriel e Bruno Gildin participaram como convidados do I Torneio Interescolar de Xadrez da Escola Móbile, com 160 alunos inscritos. Cada participante disputou cinco partidas, nas quais o tempo para reflexão era de doze minutos. Gabriel enfrentou 39 jogadores na categoria sub-12 e ficou em sétimo lugar, enquanto Bruno terminou em nono entre os 54 da categoria sub-10, incluindo o vice-campeão paulista Nicholas Takano. De acordo com o coordenador de Xadrez, Davy D’Israel, os dois garotos tiveram um bom desempenho. “Afinal, foi o primeiro torneio do ano”, comemorou.
O PROFESSOR DAVY D’ISRAEL COM OS IRMÃOS GILDIN
A estreia dos adultos do handebol
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equipe adulta de handebol iniciou bem a temporada de 2014, com duas vitórias pelo Campeonato Paulista. “Foram partidas marcadas por atuações seguras dos nossos atletas e uma defesa consistente, o que explica a diferença de gols”, comentou o técnico Guilherme Borin. Na estreia contra Ribeirão Preto o placar foi 39 a 20 e o segundo jogo, contra o Piracicaba, vitória por 42 a 18 na Hebraica. Nos dois últimos anos, a Hebraica chegou às semifinais do Paulista e Borin está otimista com mais um ano de bons resultados. “Fiquei contente por termos vencido as duas partidas na quadra do clube e de ver os jogadores iniciarem o ano integrados e motivados”, concluiu o técnico.
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Raquetes em punho
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Torneio Interno do Tênis de Mesa, no final de março, deixou o diretor Gerson Caner entusiasmado com o aumento do número de inscritos, especialmente na categoria infantil. “No final do ano passado, participaram quatro crianças e hoje temos doze, além das famílias, que animam a torcida”, informou a técnica Vanessa Fabri Cassetari. O evento teve vinte atletas e, de acordo com Caner, cumpriu o objetivo pois “encontros como esse dão quebram a rotina dos treinos semanais e dão aos atletas a medida de quanto estão evoluindo”. (M. B.)
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1. Atletas do sub-15 de basquete jogaram contra a equipe do Pinheiros; 2. Ganhadores do Troféu Ci-
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dadania do XII Festival de Judô; 3. Rose Moscovici cumprimentou as tenistas vencedoras do Torneio Fany Sancovski; 4. Equipe da Unibes que treina no clube participou do Torneio da Escola Móbile; 5. Larissa Vinocur foi convocada para a seleção paulista no Torneio Brasileiro em Mococa
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1. Interesse de jovens e adultos pelo Torneio Pais e Filhos estimulou a coordenação de vôlei a promover outros eventos amistosos; 2. A técnica Miriam Minakawa acompanha os judocas em torneios internos e externos; 3. Susana Mentone, Lúcia Rusu e Sandra Libman obtiveram bons resultados no ITF Brasília; 4. Michael, neto de Fany Sancovski (z’l), agradeceu as homenagens à avó
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SAIBA COMO CUIDAR DA SUA VOZ Rosana Tiepo Arévalo - Coordenadora do Setor de Fonoaudiologia
A voz é a forma de comunicação mais utilizada pelo ser humano. Além de denotar sua personalidade, sua determinação, sua saúde, seu estado de espírito, pode demonstrar firmeza, fraqueza ou indecisão, alegria ou abatimento e pode sem dúvida ser seu aliado como um instrumento de persuasão. Por isso quem sofre de alguma alteração vocal ou tem uma voz que não está de acordo com as características esperadas para seu gênero, para sua faixa etária, isto é, se a voz não combina com você, pode afetar a qualidade de vida, as relações pessoais e profissionais. São denominadas profissionais da voz as pessoas que dependem da voz para exercer sua profissão. Atodos a saúde vocal é de extrema importância. Saúde geral:alimentar-se bem, cuidar da saúde e praticar exercícios físicos moderados faz bem para a voz. Se o organismo funciona bem, a voz também é beneficiada. As principais alterações que interferem na voz são as respiratórias, os distúrbios gastrointestinais e as alterações do sono. Atenção: café em excesso “rouba” água do organismo (cafeína, presente também em grande quantidade no chá preto, nos chocolates, nos refrigerantes a base de cola). Stress e agitação: são elementos que podem interferir negativamente no seu desempenho vocal e de comunicação. Podem gerar rouquidão, perda de potência da voz, cansaço vocal, dor/ardor ao falar ou até uma voz diferente da esperada para a situação de comunicação. Hidratação: fator importante para o bom funcionamento da laringe e das pregas vocais. Bem hidratado o organismo mantém os órgãos fonoarticulatórios lubrificados facilitando a fala e protegendo-os dos esforços e abusos vocais cometidos. Ar condicionado: temperatura baixa e ar seco podem prejudi-
Responsável Técnico: Dr. Miguel Cendoroglo Neto - CRM: 48949
car. Antídoto: hidratação! Beber bastante água durante uma exposição pode ajudar a não cansar e prevenir que se termine a apresentação com rouquidão. Ruído ambiente: o barulho de máquinas, conversas, músicas, compete com a voz e faz com que se altere a forma de falar, aumentando a intensidade e o esforço para se fazer entender. Sempre que possível elimine ou diminua o ruído competitivo, articule mais, mexendo bem a boca e falando um pouco mais devagar para aumentar a efetividade da comunicação. Reuniões e apresentações muito cedo, no final do dia ou após a ingesta de bebidas alcoólicas também não são benvindas. Logo ao acordar o organismo tem algum inchaço devido à imobilidade e precisa de um período de aquecimento para funcionar perfeitamente. No final de um dia exaustivo de trabalho a musculatura pede um descanso e tem uma tendência a responder mais devagar, necessitando de mais esforço para o desempenho esperado. Isso para alguns sujeitos impacta na qualidade da voz que tende a ficar pior após uma longa jornada. Portanto marcar apresentações para estes momento não é indicado. Bebidas alcoólicas e outras substâncias que dão a falsa sensação de relaxamento aumentam as chances de se fazer um uso inadequado da voz. Após um esforço vocal você sofrerá as conseqüências do mau uso e do abuso vocal. Portanto, as condições ideais para um indivíduo apresentar boa voz são: vestir-se confortavelmente (sem apertos no pescoço e na região do diafragma), falar de forma tranqüila e bem articulada, em ambiente silencioso e hidratando-se durante a apresentação. E quem não tem boa voz, como fazer? Quem não tem uma boa voz ou a voz não atende às suas necessidades pessoais ou profissionais deve procurar um médico otorrinolaringologista para um diagnóstico adequado e em seguida, se for necessário, será encaminhado para um fonoaudiólogo para avaliação e terapia visando reabilitar a função vocal. O Fonoaudiólogo é habilitado para avaliar e tratar os distúrbios da voz, bem como orientar as pessoas a usar melhor seu aparato vocal e fazer ajustes quando necessário. Reabilita a função da laringe, auxiliando a produzir uma boa voz, eliminando ou melhorando a rouquidão e o esforço vocal, aprimorando o desempenho do falante. Os exercícios utilizados na terapia fonoaudiológica trabalham os aspectos de articulação,ritmo e velocidade da fala, projeção da voz, coordenação da fala com a respiração, modulação, dentre outros, de acordo com a necessidade,para que todos tenham uma boa voz. Use bem o que você tem!
Saiba mais em www.einstein.br
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capa | Iom Haatzmaut | Texto e fotos de Flávio Bitelman
OS RECRUTAS RECÉM-INCORPORADOS À TZAHAL SÃO LEVADOS PARA VISITAR LOCAIS QUE DIZEM RESPEITO OU CONTAM A HISTÓRIA DO POVO JUDEU. UM DELES, É O MUSEU DE ISRAEL, EM JERUSALÉM, ONDE SÃO ACOMPANHADOS POR MONITORES ESPECIALMENTE DESIGNADOS PARA GUIA-LOS. A VISITA COSTUMA DURAR UM DIA INTEIRO E IAD VASHEM, O MUSEU DO HOLOCAUSTO, FAZ PARTE DO ROTEIRO.
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O senhor país ISRAEL JÁ É UM SENHOR DE 66 ANOS, MAS DÁ A IMPRESSÃO DE RENASCER A CADA ANO VIVIDO NA CRONOLOGIA DE TERRAS BÍBLICAS EM QUE O TEMPO SE
MEDE NAS PROFECIAS E NAS ESCRITURAS. FOI MINHA QUINTA VIAGEM A ISRAEL, DESDE A PRIMEIRA, EM 1970, QUANDO PASSEI UMA BOA TEMPORADA EM ISRAEL E EM ESPECIAL NO KIBUTZ MASHABE SADÉ, TRINTA MINUTOS DE CARRO AO SUL DE BEER SHEVA, ÀS PORTAS DO NEGEV. NAQUELES TEMPOS, REALIZEI O SONHO DE ME SENTIR UM POUCO COMO AQUELES PIONEIROS QUE, BEM ANTES DO ADVENTO DO ESTADO E ORIGINÁRIOS DE TODAS AS PARTES DO MUNDO, FINCARAM AS BASES SOBRE AS QUAIS SE ASSENTARIA POSSIVELMENTE A MAIS
FANTÁSTICA EXPERIÊNCIA HUMANA DO SÉCULO 20.
RETORNEI DE ISRAEL HÁ DOIS MESES AINDA MAIS
ORGULHOSO DESTE PAÍS QUE SE FEZ NAÇÃO E PARA CUJO POVO NADA PARECE IMPOSSÍVEL DE MUDAR E SEMPRE MAIS COMPROMETIDO COM A SOBERANIA, A SOLIDARIEDADE, O DESENVOLVIMENTO,
A SUSTENTABILIDADE, OS COSTUMES, AS TRADIÇÕES,
E A DEMOCRACIA, CADA VEZ MAIS AMPLIADA. MINHA ESPERANÇA É DE QUE AS FOTOS A SEGUIR SEJAM CAPAZES DE RETRATAR ISRAEL E SUAS GENTES. É UMA TAREFA DIFÍCIL EM UM TERRITÓRIO TÃO FOTOGÊNICO, ONDE AS PEDRAS TÊM COISAS PARA CONTAR, OS CAMINHOS RELATAM EPOPEIAS, OS MONUMENTOS SÃO MENORES DO QUE OS HOMENS QUE OS ERIGIRAM E A HISTÓRIA SE FEZ HISTÓRIA.
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capa | Iom Haatzmaut
ENTRE TEL AVIV E YAFFO SOMENTE OS MAIS ATENTOS CONSEGUEM VER ESTE VESTÍGIO DOS TEMPOS EM QUE, ATRÁS DESTA PORTA, EM 1903, FUNCIONOU O PRIMEIRO ESCRITÓRIO DA COMPANHIA ANGLO-PALESTINA, UMA SUBSIDIÁRIA DO JEWISH COLONIAL TRUST, UMA ENTIDADE SONHADA PELO VISIONÁRIO THEODOR HERZL. OS VIZINHOS LAMENTAM QUE NÃO SE CUIDE DESTE LOCAL HISTÓRICO.
SEGUINDO A TENDÊNCIA MUNDIAL DE REFORMAR VELHOS PORTOS E TRANSFORMÁ-LOS EM ÁREA DE LAZER, COMO NO RIO DE JANEIRO, POR EXEMPLO, A PREFEITURA DE TEL AVIV FEZ DA ANTIGA ESTAÇÃO DE TREM QUE LIGAVA A ANTIGA PALESTINA A BEIRUTE E DAMASCO, EM ATRAÇÃO TURÍSTICA E CENÁRIO DE FOTOS DE NOIVOS, ANTES DA CERIMÔNIA DE CASAMENTO. ERA UMA SEXTA-FEIRA À TARDE, E O SHUK HACARMEL, EM TEL AVIV, TAMBÉM JÁ FERVIA DE AGITAÇÃO, COMO DE RESTO NAQUELA QUE É, PROVAVELMENTE, A CIDADE MAIS COSMOPOLITA E ABERTA DO ORIENTE MÉDIO. ESTAS DUAS JOVENS DÃO PROVA
DISSO E SE ENCANTAM AO SABEREM QUE A IMAGEM DELAS DE ALGUMA FORMA SERÁ CONHECIDA NO BRASIL. “VAMOS VISITAR O BRASIL DEPOIS DA TZAVÁ”, DISSERAM.
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AINDA NO SHUK HACARMEL,
UMA DRUSA ISRAELENSE EXIBE SEUS DOTES NA ARTE DE FAZER A PITA EM DIVERSOS TAMANHOS, À ESCOLHA DO FREGUÊS. A MASSA RODA EM SUAS MÃOS, DÁ PIRUETAS E DEPOIS É LEVADA AO FORNO. NO QUIOSQUE DELA SE COMPRAM INGREDIENTES INDISPENSÁVEIS A UM BOM FALAFEL, MAS AOS NÃO INICIADOS ELA RECOMENDA COMER NAS FALAFERIAS PRÓXIMAS.
NA ÁREA EM FRENTE AO MUSEU DE ARTE DE TEL AVIV O PASSEIO É POR ENTRE ESSA INSTALAÇÃO PERMANENTE REPRESENTANDO AVES MARÍTIMAS COMUNS NA REGIÃO. OS OBJETOS FORAM CONFECCIONADOS EM METAL E, DEPENDENDO DO HORÁRIO, AS SOMBRAS PROJETADAS SE JUNTAM ÀS IMAGENS. ESTÃO LÁ HÁ MESES E NENHUMA DELAS FOI ENCONTRADA EM ALGUM FERRO-VELHO.
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capa | Iom Haatzmaut
DURANTE O DIA, O MUSEU DA TORRE DE DAVID É MUSEU MESMO. À NOITE, E TODAS AS NOITES, USA ESTE SIGNIFICATIVO PONTO DA CIDADE VELHA, EM QUE A PRÓPRIA TORRE DE DAVID APARECE AO FUNDO,
PARA UM FESTIVAL DE SOM E LUZES QUE ENCANTA TURISTAS PERPLEXOS E MORADORES ORGULHOSOS DE SUA CIDADE. O FESTIVAL REPRODUZ EVENTOS E ASPECTOS DA MILENAR CIDADE, UMA DAS MAIS VISITADAS E FOTOGÊNICAS DO MUNDO.
NAS IMEDIAÇÕES DE MEA SHEARIM, O PRINCIPAL MEIO DE COMUNICAÇÃO A RESPEITO DOS EVENTOS E ACONTECIMENTOS QUE INTERESSEM AOS HAREDIM (OS ULTRA-ORTODOXOS) SÃO OS CARTAZES E PANFLETOS COLADOS EM LOCAIS ESPECÍFICOS. EMBORA ISSO SE TORNASSE COMUM COM O ADVENTO DA IMPRESSÃO, NO FINAL DO SEC. 15, COMO NINGUÉM É DE FERRO, O CELULAR TAMBÉM AJUDA.
ESTA É UMA VISÃO DO COMPLEXO MAMILA, COM ENTRADA PELA JAFFA ROAD E SAÍDA EM DIREÇÃO AO PORTÃO JAFFA, NA CIDADE VELHA. ONDE AGORA EXISTEM 140 LOJAS, DOIS HOTÉIS E APARTAMENTOS, ATÉ A GUERRA DE 1967 ERA UMA “TERRA DE NINGUÉM” DISPUTADA POR ISRAEL E JORDÂNIA, E IMAGENS DE MEADOS DO SEC. 19 REVELAM UMA GRANDE PISCINA. ATÉ A INDEPENDÊNCIA DE ISRAEL, EM 1948,
OS MANDATÁRIOS BRITÂNICOS DEMOLIAM TODA CONSTRUÇÃO QUE ALGUÉM SE AVENTURASSE A ERGUER.
NO MUSEU DE ISRAEL, EM JERUSALÉM, HÁ UMA SEÇÃO
QUE TRATA DOS USOS E COSTUMES DOS JUDEUS EM VÁRIOS PAÍSES, E, NELA, AQUELA QUE SE REFERE ÀS CERIMÔNIAS DE CASAMENTO QUE ASSIMILARAM OS COSTUMES LOCAIS COMO, POR EXEMPLO, ESTE ADEREÇO USADO PELAS NOIVAS DE CONSTANTINOPLA, DURANTE O MULTINACIONAL E MULTILINGUÍSTICO IMPÉRIO OTOMANO (1229-1923), QUE NO SEC. 17 DOMINOU 32 PROVÍNCIAS E ESTADOS VASSALOS. HAVIA JUDEUS EM TODOS ELES.
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JOVENS HAREDIM PASSEIAM PELA CIDADE VELHA. ELES FAZEM PARTE DA
PAISAGEM DAQUELE PEDAÇO DE JERUSALÉM E DÃO A IMPRESSÃO DE ESTAR EM TODOS OS LUGARES AO MESMO TEMPO. OS PASSOS LARGOS NÃO SÃO SINAL DE PRESSA, MAS O INCÔMODO DE SEREM FOTOGRAFADOS POR ESTRANHOS PARA QUEM OS HAREDIM IMAGINAM SE VER COMO UMA ESPÉCIE DE ATRAÇÃO TURÍSTICA O QUE, DE FATO, TAMBÉM SÃO.
O PRESIDENTE SHIMON PERES CUMPRE SEU PAPEL DE CHEFE DE ESTADO E DETENTOR DE PRÊMIO NOBEL DA PAZ, PELOS ACORDOS DE OSLO. AQUI, ELE RECEBE REPRESENTANTES DAS MINORIAS QUE VIVEM EM ISRAEL PARA
UMA REUNIÃO A RESPEITO DE DIREITOS HUMANOS DURANTE A QUAL SE DISCUTIU O LANÇAMENTO DE UM NOVO SITE DE DIREITOS HUMANOS.
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ESTA É UMA DAS VISÕES QUE SE TEM DE BETHLEHEM. COMO SE VÊ, AO CONTRÁRIO DO NOTICIÁRIO A RESPEITO DAS CONDIÇÕES EM QUE VIVEM OS PALESTINOS, NÃO SE TRATA PROPRIAMENTE DE UM “ACAMPAMENTO DE REFUGIADOS”, MAS UMA CIDADE QUE
SE DESENVOLVE E PROSPERA GRAÇAS ÀS DOAÇÕES DE ORGANISMOS INTERNACIONAIS E AGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO, AOS IMPOSTOS QUE ISRAEL LHES PAGA PELOS SEUS PRODUTOS E AO FLUXO TURÍSTICO, PRINCIPALMENTE NESTA CIDADE, ONDE NASCEU JESUS.
ESTE É UM GRAFITI DO ATIVISTA POLÍTICO BANSKY DE QUEM
SOMENTE SE O CONHECE POR ESTE PSEUDÔNIMO E UM DOS MAIS IMPORTANTES NA CHAMADA “ARTE DE GUERRILHA”. O GRAFITI ESTÁ EM UMA RUA DE BETHLEHEM E A POMBA BRANCA CARREGANDO UM RAMO DE OLIVEIRA, MAS COM UM COLETE A PROVA DE BALAS, SERVE AOS INIMIGOS DA PAZ ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS DOS DOIS LADOS.
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SOMENTE COM UM MOTORISTA
PALESTINO COMO GUIA É POSSÍVEL, DE ISRAEL, VISITAR LUGARES COMO ESTE, O MAUSOLÉU DE YASSER ARAFAT, QUE INTEGRA A MUKATA, O COMPLEXO ADMINISTRATIVO DA AUTORIDADE PALESTINA, EM RAMALAH. ELE FOI CONSTRUÍDO COM AS PEDRAS COMUNS NA REGIÃO, AS MESMAS TAMBÉM DA PAISAGEM DE JERUSALÉM E ESTÁ SEMPRE GUARDADO POR DOIS SOLDADOS DE BAIONETAS CALADAS E EM UNIFORME DE GALA.
UM PALESTINO PASTOREIA SUAS OVELHAS NUMA COLINA INÓSPITA, EM ALGUM LUGAR ENTRE JERUSALÉM E BETHLEHEM. ENTRE ELE E O DESERTO DE JUDÁ, AO FUNDO, UMA VASTIDÃO QUE A BRUMA INDEFINE A COR, INSTALA-SE AOS POUCOS UM NOVO ASSENTAMENTO JUDAICO, PRIMEIRO NA FORMA DE TRAILERS PARA MARCAR ESPAÇO E O FATO CONSUMADO. ESTE EVENTO VAI SE JUNTAR AOS ARGUMENTOS DE LADO A LADO NA DISPUTA DIPLOMÁTICA DE UM EVENTUAL ACORDO DE PAZ.
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ESTE É UM DOS DOIS SHOPPINGS CENTERS DE RAMALAH CUJA ARQUITETURA EXTERIOR SEGUE O PADRÃO DA REGIÃO SOB CONTROLE DA AUTORIDADE PALESTINA, MOSTRANDO A GRANDIOSIDADE DE SUAS EDIFICAÇÕES E A CAPACIDADE EMPREENDEDORA DE SUA GENTE. NO INTERIOR, LOJAS DAS MELHORES GRIFES, PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO COM OS LUMINOSOS DE IMPORTANTES REDES DE FAST-FOOD DOS ESTADOS UNIDOS. MAIS DO QUE RIVALIZAR COM OS SHOPPINGS DE ISRAEL, PARECE QUE A IDEIA É MOSTRAR - E ACENTUAR - AS DIFERENÇAS COM OS CENTROS DE COMPRAS DA FAIXA DE GAZA, ADMINISTRADA PELO FUNDAMENTALISTA HAMAS.
UMA RUA DE RAMALAH ONDE
SE DESENVOLVE O COMÉRCIO DA
CIDADE. O NOME DA CIDADE, EXATOS 16 QULÔMETROS AO NORTE DE JERUSALÉM, É COMPOSTO DA PALAVRA ARAMAICA RAM (LUGAR ALTO NA MONTANHA) E ALLAH, DEUS EM ÁRABE. ORIGINALMENTE UMA CIDADE CRISTÃ, ATUALMENTE DOS SEUS CERCA DE
30.000 HABITANTES A MAIORIA É CONSTITUÍDA DE MUÇULMANOS, E OS CRISTÃOS VIRARAM MINORIA.
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magazine > fotografia | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv
RECONSTITUIÇÃO DO ATENTADO QUE MATOU RABIN NA PRAÇA MALCHEI ISRAEL
E se... A história virada pelo avesso NUMA INSTIGANTE EXPOSIÇÃO, EM TEL AVIV, UM FOTÓGRAFO IMAGINA COMO SERIAM OS EVENTOS CENTRAIS DA HISTÓRIA JUDAICA SE TIVESSEM UM FINAL DIFERENTE. SEGUNDO OS HISTORIADORES, É UM EXERCÍCIO ESTÉRIL. MAS O NOSSO CORRESPONDENTE REGISTROU FATOS CURIOSOS
C
omo seria nosso mundo hoje se o pequeno David tivesse errado o alvo, e a pedra que atirou apenas arranhasse o gigante Golias, que, enfurecido, estraçalhava o ousado menino ruivo? E se, no momento da crucificação, Jesus fosse salvo à última hora por um judeu de passagem por lá? Quem seria hoje Anne Frank se tivesse sobrevivido no sótão do apartamento em Amsterdã? E se o assassino de Itzhak Rabin tivesse sido preso pelos agentes do Shin Bet antes de atirar? Essas intrigantes perguntas talvez tenham passado pela mente de muitos de nós, mas o fotógrafo israelense Ilan Si-
man-Tov conseguiu transformá-las em arte. Há quatro anos ele começou o projeto “Se Isto Fosse Diferente” (Ilu Zé Hayá Aheret), em exibição numa galeria de arte de Tel Aviv. Siman-Tov é um conhecido fotógrafo de moda em Israel, com estúdio em Yaffo. Mas de tempos em tempos abre espaço na complicada agenda para se dedicar a algum projeto artístico perturbador, capaz de respoder às suas
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dúvidas. “Dou um tempo na minha atividade comercial e faço algo para minha alma”, explica. São dezoito fotos, em altíssima resolução, impressas em vidro para dar efeito 3D. O material é tão caro que SimanTov produz apenas um exemplar de cada foto – e sem valor de venda. São cenas dramáticas da história judaica e também israelense, como o episódio bíblico do sacrificio de Isaac, que o fotógrafo montou convidando um conhecido músico da cena israelense, Arik Sinai, e a filha para interpretarem respectivamente Abraão e o anjo que deveria impedir a imolação do menino. Mas na foto o anjo chega alguns instantes atrasado e Abraão acaba esfaqueando o filho, que morre. A consequência é clara: desaparecido Isaac, não haveria povo judeu e a história mundial seria bem diferente. A cena foi fotografada na beira da estrada Tel Aviv-Jerusalém e levou apenas quinze minutos para ser produzida. Em seguida, no estúdio, SimanTov fotografou o “anjo” e o colocou na cena. “Agora, pensando novamente neste retrato, me vem à mente que o anjo é uma mulher, talvez por isso tenha se atrasado”, ironiza. Outra cena dramática é Jesus crucificado. O fotógrafo convidou dois conhecidos atores em Israel para retratar o profeta nazareno e um judeu anônimo, que acaba salvando-o da cruz. Ele é levado vivo para longe dos guardas romanos, e nas mãos as marcas dos pregos. A foto foi feita no estúdio de Yaffo, mixando vários fotos. “Se Jesus tivesse sido salvo, nem saberíamos quem ele foi. Não seria a celebridade número um do mundo que é hoje, nem mesmo haveria cristianismo. Se tivesse sido salvo por um judeu, ele nunca teria saído do judaísmo”, acredita Siman-Tov. Outra cena dramática da história bíblica é a foto intitulada “Caim e Abel”: o irmão caçula está para morrer nas mãos do primogênito. Mas numa reação instintiva, Abel reage e mata Caim, invertendo toda a história e mudando completamente nosso entendimento a res>>
E SE O ANJO TIVESSE CHEGADO ATRASADO PARA IMPEDIR ABRAHÃO NO EPISÓDIO DO SACRIFÍCIO DE ISAAC?
ANNE FRANK, IDOSA, CONTA A SUA HISTÓRIA AO VIVO...
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magazine > fotografia
>> O FOTÓGRAFO SIMAN-TOV JUNTO À CLÁSSICA CENA DA EGÍPCIA HAGAR COM ISMAEL NO DESERTO
peito da violência inata do ser humano e a falta de justiça no mundo. Pergunto ao fotógrafo se há algum toque de humor no trabalho, especialmente quando noto no rosto de Abel, um misto de surpresa e algo de gozação. Mas Siman-Tov recusa este traço, pelo menos de forma consciente. “Não sei, não vejo nenhuma graça ali.” Uma cena seminal da nossa história retratada por SimanTov é o drama da escrava egípcia Hagar e o filho Ismael no deserto. Ambos haviam sido expulsos por Abraão do acampamanto a pedido da estéril Sara, que não podia tolerar o ciúmes que tinha da escrava que havia dado à luz um filho para o patriarca. Na Torá, os dois são salvos da morte no deserto por um anjo que aponta um manancial de água e Ismael acaba se tornando o ancestral do povo árabe. Mas na cena imaginada pelo fotógrafo, mãe e filho morrem de sede. “Bem, neste caso, não haveria hoje nem Hamas nem Hizbolá”, conclui. Siman-Tov também fotografou cenas com final modifica-
do da história mais recente do povo judeu. Talvez a mais tocante da exibição seja de uma senhora de 90 anos, mostrando para a neta diários que escreveu durante a vida. É Anne Frank, imaginada como sobrevivente do Holocausto, e ao seu lado diários escritos nos anos seguintes à guerra. Há também cenas da história do Estado de Israel. Siman-Tov retratou Moshé Dayan, mas pediu que esta foto não fosse publicada na revista Hebraica. Trata da fama de mulherengo e da apropriação indevida de achados arqueológicos – duas características pessoais do genial militar, mas escondidos enquanto estava vivo em razão da fama e influência. Na foto criada por Siman-Tov, Dayan está algemado e detido numa delegacia militar. Mesmo assim, ele lança um olhar sedutor para a jovem soldada que o vigia. “Se tivesse sido punido exemplarmente naquela época, talvez hoje o ex-presidente Moshé Katsav não estivesse na cadeia cumprindo pena”, acredita o fotógrafo. Outra cena de final diferente da história real e que certamente teria modificado o nosso mundo está na foto intitulada “Itzhak e Lea Rabin, Praça Malchei Israel, 4 de Novembro de 1995”. Ali, o assassino Igal Amir aparece rendido pelos seguranças antes de conseguir disparar, e Rabin acende um cigarro ao lado da mulher, aliviado. Curiosamente, Siman-Tov teve mais dificuldade em conseguir um ator que representasse Amir, do que alguém que vivenciasse Hitler numa foto da exibição em que o líder nazista aparece liquidado por uma garota judia na entrada de Auschwitz. “O episódio de Rabin está mais fresco na cabeça das pessoas”, diz. Como seria o Oriente Médio se Rabin estivesse vivo ou se todos os outros episódios tivessem acabado de forma diferente? Claro, isto só se pode especular. “Certamente alguns efeitos teriam sido melhores, mas outros seriam piores. Deixo para o espectador pensar o que teria acontecido no nosso mundo. Talvez hoje houvesse paz, quem sabe. Ou não. Talvez.”
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magazine > novidade | por Michael Weingrad *
Literatura fantástica à israelense CONSPIRAÇÕES, HEROÍNAS QUE MONTAM O LEVIATÃ, UMA UNIDADE SECRETA DAS FORÇAS DE DEFESA DE ISRAEL (IDF) QUE CAÇA DEMÔNIOS, FANTASMAS E AMNÉSICOS, UM MESSIAS GAY. TUDO ISSO PODE SER ENCONTRADO NA MEIA DÚZIA DE LIVROS SELECIONADOS PARA O PRÊMIO GEFFEN, NO FINAL DE SETEMBRO, DE MELHOR ROMANCE ISRAELENSE DE FANTASIA OU FICÇÃO CIENTÍFICA
O
prêmio foi concedido pela Sociedade Israelense de Ficção Científica e Fantasia e até há pouco tempo se podia lamentar que a literatura de fantasia fosse uma variedade fraca em Israel, a ficção científica era apenas pouco menos marginal e que a cultura literária hebraica geralmente via com suspeita o fantástico e o especulativo. Uma ironia, como se sabe, pois o fundador do sionismo, Theodor Herzl, voou longe no romance utópico Altneuland. Em um ensaio publicado em 2002, no Ha’aretz, a romancista Hagar Yanai escreveu: “Fadas não dançam debaixo das nossas palmeiras, não há dragões que cospem fogo na caverna de Machpelá, e nem Harry Potter vive em Kfar Saba. Por quê? Por que Harry Potter não poderia ter sido escrito em Israel? Por que a literatura de fantasia local é tão fraca, de modo a dar a impressão de que um livro assim não poderia ser publicado no Estado dos judeus?” Desde a publicação desse texto, tem havido uma espécie de florescimento da literatura fantástica em língua hebraica, e ela própria é responsável por grande parte disso. Seus romances de 2006 e 2008 – Ha-Livyatan mi- Bavel (“O Leviatã da Babilônia”) e Ha-Mayim She-bein ha-Olamot (“A Água entre os Mundos”) são as duas primeiras partes de uma prometida trilogia de fantasia, da qual falta a terceira, o primeiro do gênero na literatura hebraica, e trata de um casal de adolescentes israelenses que viaja de Tel Aviv para uma versão mágica do Império Babilônico. Em um ensaio de 2010 eu já perguntava “Por que não há nenhum Nárnia judaico”, esses romances fazem parte do que me referi, na época, a “uma prateleira muito pequena” da literatura de fantasia israelense. Essa prateleira aumentou. E o Prêmio Geffen indica um nú-
mero cada vez maior de textos fantásticos em Israel. Foi concedido a primeira vez em 1999, mas apenas para romances de ficção científica, fantasia e contos traduzidos para o hebraico. Quatro anos mais tarde, foi criada uma categoria de prêmio para obras originais de autores israelenses, com a premiação entregue em anos alternados até 2007, quando O Leviatã da Babilônia, de Yanai, recebeu o prêmio. Desde então, e todo ano, é premiado um trabalho original hebraico. Os gêneros de ficção científica e fantasia são combinados para fins de premiação, assim como os prêmios Hugo e Nebula, os mais conhecidos. Os vencedores são anunciados em uma convenção anual, em Tel Aviv, a ICon, que atrai cerca de três mil aficionados por fantasia, ficção científica e role playing games. Os seis romances indicados para o Geffen deste ano revelam o interesse e as possibilidades da nova ficção científica e fantasia israelenses e estão de acordo com as tendências internacionais em literatura fantástica, especialmente o fim das distinções claras entre fantasia, ficção científica e outros gêneros. Aliás, o editor de ficção científica Gary K. Wolfe, em uma magnífica coleção de ensaios de
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Sobol), são, cada um à sua maneira, representantes do ambiente israelense, seja o cenário de um país real, seja Israel de um futuro próximo, distópico, mas sem lidar com o judaísmo em si. Os outros quatro, todavia, incluindo o vencedor deste ano, têm aspectos da crença judaica como tema central das suas fantasias. Esses livros confirmam e desafiam especulações de há alguns anos, que originaram debates e discussões, segundo as quais a teologia judaica normativa, em contraste com o cristianismo, não se adequava à dramatização na literatura de fantasia, ou pelo menos não na alta fantasia clássica. Mais importante: esses livros indicam que a nova onda israelense de ficção científica e fantasia explica as correntes globais e a cultura popular, lida com questões de crença e identidade judaica que continuam a preocupar e a inspirar israelenses religiosos e seculares. Podem não ser as Nárnias israelenses, mas se debatem no armário, chacoalhando os pergaminhos lá guardados.
AO ESCREVER
literatura fantástica na Inglaterra e na América, chama isso de “evaporação de gêneros”, e trata da instabilidade deles. Embora alguns destes romances adotem as convenções comuns ao gênero, a maioria bebe, promíscua e conscientemente, na fonte da fantasia, da ficção científica, do horror, do policial e etc. Eles também indicam a influência do cinema e da literatura, não importa se de alta ou baixa qualidade. No entanto, o mais marcante na safra de finalistas deste ano é a forma como estão preocupados com o judaísmo. Duas dessas obras, Eshtonot (“O Livro da Desordem”, de Ofir Touché Gafla), e Etsba’ot shel Pesantran (“Os Dedos do Pianista”, de Yali
ALTNEULAND, UMA UTOPIA, ALGUNS CRÍTICOS ACREDITAM QUE O TEXTO DE HERZL PODIA ENTRAR NA CATEGORIA DOS LIVROS FANTÁSTICOS
Assustador e complexo Entre os finalistas deste ano, o único escritor atualmente acessível em inglês é Ofir Touché Gafla, cujo delicioso primeiro romance, The World of the End (“O Mundo do Fim”), ganhou o Prêmio Geffen em 2005 e tem excelente tradução em inglês. O Mundo do Fim conta a história de Ben e Marian Mendelssohn, casal que parece ter o relacionamento perfeito até Marian morrer em um acidente de roda gigante. Embora Ben trabalhe como “epiloguista”, isto é, um ghost writer especializado em concluir livros e roteiros, é incapaz de aceitar a morte de Marian e, por isso, a segue na vida após a morte. Ao longo da jornada de Ben – que lembra o mito de Orfeu e Eurídice e Alice no País das Maravilhas, com toques do filme Brazil, de Terry Gilliam, e do conto Kneller’s Happy Campers, de Etgar Keret –, ele se torna amigo de um investigador particular, visita uma loja onde se podem obter vídeos de qualquer momento da vida passada de alguém, visita infor>>
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magazine > novidade >> malmente parentes judeus falecidos, e aprende a respeito dos “charlatães” (residentes temporários de vida após a morte, que vão acordar de seus vários comas e estados de quase-morte) e os “aliases” (habitantes da vida após a morte, que nunca chegaram a viver). O outro mundo, o além, é cheio de surpresas, lançando luz e sombras sobre a busca de Ben para localizar a esposa morta e sobre o que ele imaginava saber a respeito da vida do casal. O livro é uma meditação a respeito da importância e do desafio profundamente humano de desfecho. Gafla investiga a necessidade agonizante, de luto pela morte de um ente querido ou em seguida a um romance fracassado, de mover-se para além da experiência de finitude a fim de ver a vida como continuidade. Ele também mostra, em contraposição, que a tentação perigosa no amor é imaginar que se chegou a um final e que se pode viver feliz para sempre, ignorando as formas em que todos esses desfechos são, de certo modo, ilusórios. Gafla conta a história de modo engenhoso, com um toque e um ritmo executados com segurança nos muitos momentos de humor negro do romance, e naqueles de angústia pungente. Às vezes, o enredo é excessivamente complexo e desafiadoramente improvável, com muitas histórias secundárias enxertadas no tema principal, mas cada página é uma delícia vertiginosa. A novela deve encontrar leitores interessados, como foi em Israel. Eshtonot (“O Livro da Desordem”), último romance de Gafla e candidato ao Prêmio Geffen, também vai para frente e para trás, entre o mundo dos vivos e outros estados, mais ambíguos, da existência. Assustadora e complexa, a obra tem vários tópicos. Um homem acorda na beira de uma estrada e a única coisa de que se lembra é o próprio nome. Na parte posterior da cabeça há uma pequena protuberância que sente como um interruptor. Outro homem é um prisioneiro em uma paisagem serena e pastoral cercada por um muro. Ele e seus companheiros são assassinos. Todas as noites em um café parisiense, as investidas românticas de um homem muito bonito são rejeitadas por uma mulher simples. Um menino enche cadernos com listas obsessivamente detalhadas de tragédias e desastres. O que une essas histórias é o fascínio do romance com a epistemologia: como sabemos que sabemos alguma coisa e, principalmente, como podemos saber se somos ou não reais? Touché Gafla ensina redação na Escola de Cinema e T elevisão Sam Spiegel em Jerusalém, e as voltas e reviravoltas do livro lembram vários filmes recentes que mexem com esse tipo de incerteza: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, A Origem, O Sexto Sentido, etc. Eshtonot é povoado por pessoas machucadas pelas memórias, pelo passado, ou pelo mundo externo. Apesar de não ser tão poderoso como o primeiro romance de Gafla, Eshtonot explora este panorama de dissociação com resultados arrepiantes. Em contraste com os calafrios metafísicos provocados por Gafla, Yali Sobol lida com medos políticos. Portanto, se Israel se tornar um estado policial fascista, não terá sido por falta de
O MUNDO DO FIM, O ÚNICO ATÉ AGORA TRADUZIDO PARA O INGLÊS, VENCEU O PRÊMIO GEFFEN EM 2005; ACIMA, À DIREITA, UM CONTO DE ETGAR KERET, UM DOS MAIS IMPORTANTES ESCRITORES DA NOVA SAFRA, FAZ PARTE DE O MUNDO DO FIM
avisos. Este romance distópico, Etsba’ot shel Pesantran (“Os Dedos do Pianista”), se situa daqui a poucos anos em um Israel que, na esteira de uma próxima guerra descrita elipticamente, implantou a lei marcial e acabou com a liberdade de expressão. Como muitas fábulas políticas a respeito do perigo de aceitação de um regime repressivo, o personagem principal é um artista – aqui um pianista de música clássica – que prefere manter-se apolítico em um ambiente que não aceita tal covardia moral. (O próprio fundo musical de Sobol é o rock, que era o vocalista da banda Monica Sex, que leitores americanos podem se lembrar pela contagiante música-tema do seriado Florentin, sucesso da tevê israelense nos anos 1990 – e é o filho do dramaturgo Yehoshua Sobol.)
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A fábula de Sobol é dirigida contra a direita de Israel: os perseguidos pela polícia do pensamento do governo são poetas de esquerda, pós-sionistas, kibutzniks e afins. O romance, portanto, não vai repercutir muito além dos leitores do jornal Ha’aretz, mas é habilmente escrito e um barômetro sombrio das ansiedades da esquerda israelense. Um mundo quase real O vencedor do Prêmio Geffen deste ano é Shedim birechov Agripas (“Demônios na Rua Agripas”,) de Dagan Hagai, a respeito de um grupo de investigadores paranormais que trabalha livremente com o IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) para lidar com demônios rebeldes, uma espécie de Caça-Fantasmas ou Homens de Preto israelense. O protagonista é Shabi, motorista de táxi de Jerusalém esculachado e obcecado por sexo que se torna membro do grupo depois de mostrar um talento misterioso para lidar com esses seres sobrenaturais. Shabi logo descobre que uma crise cósmica está próxima: um complô de um poderoso grupo de anjos maus para atuar permanentemente sobre o universo do lado escuro e violento de Deus, que os cabalistas chamam de Din
(“julgamento”), em oposição a Chesed (“misericórdia”). Para triunfar, esses anjos precisam executar um grupo de divindades pagãs presas, especialmente a egípcia Ísis e a romana Fortuna, e assim Shabi e colegas – a feminista universitária, um ex-estudante de yeshivá, um físico renegado e uma sudanesa muçulmana – estão em uma corrida contra o tempo para salvar as deusas e evitar o fim dos tempos. Para compor a obra, Dagan pegou do seu compêndio em hebraico de 2003 de mitos e contradições judaicas, Ha-Mitologyah ha-Yehudit (“Mitologia Judaica”), e até mesmo faz citações em Shedim birechov Agripas (“Demônios na Rua Agripas”), em que é apresentado, de modo engraçado, como uma passagem de um texto demoníaco conhecido como “a Bíblia do Inferno”. Dagan deu aos leitores uma versão israelense do tipo de romance que, como Deuses Americanos, de Neil Gaiman, apresenta simples mortais próximos de poderosos deuses antigos. Dagan gosta de brincar com esses encontros para provocar risos, com ênfase em pastelão e piadas sexuais. No entanto, apesar do humor que Dagan tenta instilar no romance, há, na obra, afirmações teológicas e políticas muito sérias. Nessa obra, a batalha entre os anjos maus e os deuses pagãos é apenas uma das várias maneiras de Dagan investir contra o judaísmo tradicional. Segundo o romance, o judaísmo baniu as dimensões femininas e naturais de afirmação da vida encontradas no paganismo e assim tornou-se estéril e opressivo. O rabino Eliézer, o aparente derrotado na famosa história talmúdica “o forno de Akhnai”, em que ele apela com sucesso a Deus para que apoie a sua interpretação da lei, mas é rejeitado pelos outros rabinos por uma tecnicalidade, no romance de Dagan foi um herói valente, embora sem sucesso, ao tentar juntar as divindades judaica e pagã, em harmoniosa fusão. Eliezer quis unir o Deus dos hebreus e as deusas pagãs em um culto ao sexo positivo que afirmaria a feminilidade e o mundo natural e não a rigi>>
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Os seis romances indicados para o Prêmio Geffen deste ano revelam o interesse e as possibilidades da nova ficção científica e fantasia israelenses e estão de acordo com as tendências internacionais em literatura fantástica
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>> dez sufocante e patriarcal da lei judaica. Para um dos seus discípulos, é a necessidade de “transformar o judaísmo em algo vivo. Algo ligado ao mundo dessas deusas e deuses que estavam aqui antes de Deus decidir que queria governar sozinho”. Isso é reminiscência do chamado “Movimento Canaanita”, um grupo de escritores e artistas que surgiu na década de 1940 defendendo que a cultura israelense precisava se desprender das conexões com o judaísmo e abraçar uma imaginária cultura pré-bíblica que incluiria todo o Oriente Médio. Todavia, os parentes ideologicamente mais próximos de Dagan são as variações de espiritualidade feminista que, desde 1970, atacaram o judaísmo por supostamente ter inventado o patriarcado e reprimido o mundo mais feminino do paganismo. Esta visão, que muitas vezes repete a condenação do cristianismo primitivo ao judaísmo por ser seco e legalista, que sufoca o espírito, bem como a sua acusação de deicida, neste caso, a eliminação de deusas. A crítica religiosa de Dagan se casa com um animus palpável contra os judeus ultra-ortodoxos e o que muitos israelenses seculares reclamam da “haredização” de Jerusalém. O romance contém comentários venenosos a respeito dos haredim (um dos personagens pergunta, em tom de brincadeira, se eles, de fato, são humanos). Para dissipar qualquer ambiguidade acerca dos sentimentos de Dagan quanto ao assunto, ele apresenta o principal anjo do mal disfarçado de rabino ultra-ortodoxo que chefia uma yeshivá ao longo da Linha Verde, no bairro árabe de Silwan. Além disso, enquanto todos os judeus ortodoxos no ro-
A LINHA VERDE SEPARA JERUSALÉM OCIDENTAL, ISRAELENSE, À ESQUERDA, DA ORIENTAL, ÁRABE, E É CITADA EM SHEDIM BIRECHOV
AGRIPAS,
VENCEDOR DE 2014
mance são sinistros – ou demônios disfarçados –, todos os personagens árabes são gentis e bem-intencionados, apesar de oprimidos pelos judeus ortodoxos. De acordo com o romance, se o judaísmo se abrisse para o pagão e o feminino, como o rabino Eliézer queria, há dois mil anos, hoje haveria paz entre judeus e árabes. Como respondendo aos meus comentários no ensaio “Nárnia Judaica” acerca do esvaziamento do judaísmo rabínico do elemento mítico no judaísmo, Shedim birechov Agripas que montam o Leviatã, o monstro do mar primordial que Deus se orgulha de pegar com um gancho no Livro de Jó, e que os rabinos do Talmud alegam que no mundo vindouro daria um jantar para os justos. Enquanto para Dagan isso representa uma vingança esperada do mito feminino e pagão contra o judaísmo, Eshkol busca uma síntese entre o judaísmo e outros sistemas de pensamento, como seu Leviatã é compreendido: parte de uma unidade despedaçada que os personagens de sua fantasia procuram restaurar.
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Coisa deste mundo A jovem Alma é a pastora que vive em uma aldeia miserável na terra de Anlazya nas costas do envenenado Mar do Norte. Quando a curiosidade a leva para além dos limites da aldeia onde vive, ela encontra o Leviatã, cujo chamado assustador dilacera aqueles que o ouvem com as memórias do seu passado. Alma descobre um mapa do mundo na pele vertida pelos olhos do Leviatã e o usa em uma guerra desesperada contra um tirano que transformou o hemisfério sul do mundo em uma terra devastada e que tem projetos para o hemisfério norte. Dos romances aqui analisados, Alma é, de um lado, o mais ligado às convenções familiares da literatura de fantasia: uma jovem forasteira que sai em uma jornada para salvar o mundo de um mal poderoso e um nível tecnológico medieval fermentado por elementos que parecem mágicos. De outro lado, o romance de Eshkol oferece uma mitologia única e altamente pessoal, com elementos judaicos clássicos e modernos. Ela dá a seu mundo uma pungente sensação antiga com nomes de lugares em aramaico e arcaísmos hebraicos. O romance, às vezes, lembra parábolas hassídicas, com reis exilados e princesas desaparecidas. Há festivais de recordação que lembram o serviço do shofar em Rosh Hashaná. O Sauron (personagem de O Rei dos Anéis) deste mundo ainda tem o nome do diabo no folclore judaico, escrito ao contrário. A experiência judaica moderna também exerce influência sobre o romance. O sul estilhaçado, com uma população de escravos torturados e paisagem de cinzas, sujeira e crânios, é descrito de maneiras que vão além do Mordor de Tolkien e chegam ao território de Auschwitz. Uma sensibilidade sionista anima os personagens que se rebelam contra a antiga dispersão da sua tribo e buscam recuperar a terra natal. “Não posso julgar a decisão dos meus antepassados” de ir para o exílio, diz um dos personagens. “Foi a sua escolha e eu respeito isso. Mas agora o sul é pisoteado, enquanto nós desfrutamos do exílio que buscamos. Como filho do povo errante, não posso voltar para o sul, ainda que eu possa pelo menos cessar de vagar”, declara. O que mais inspira o romance é o tema da unidade. O mundo de Alma é um mundo dividido e que os protagonistas procuram reunir. Alma e seus companheiros estão profundamente preocupados com a natureza da unidade, de Deus (“o Um”), e a questão de como pode haver mal e discórdia, ou desejo, ou dualidade sexual em uma criação que é supostamente um todo. Essas explorações são sincréticas: em parte judaica e em parte inspiradas em fontes orientais (a principal fonte de sabedoria no romance é um ser chamado Satoria – satori é um termo zen para iluminação). Eshkol não consegue criar correlações vívidas a essas explorações em seus personagens e ação narrativa; sente-se que Alma e seus companheiros seriam mais fiéis aos seus princípios se apenas se sentassem no topo de montanhas e meditassem, ao invés de andarem por aí fazendo coisas, e sua busca parece ser arbitrária. No entanto, o mundo quebrado atra-
vés do qual eles se movem tem atmosfera genuína. Em contraste com os reinos fantásticos de Alma, Kesheha-meitim chazru (“Quando os Mortos Retornaram”), de Ilan Sheinfeld, é, em sua maior parte, decididamente deste mundo. A primeira metade do romance é um vasto épico familiar tirado da própria história da família de Sheinfeld, e lembra os romances de Isaac Bashevis e Israel Joshua Singer. Começa no shtetl de Novoselic, na Bessarábia, nos anos anteriores ao Holocausto, e passa da Europa do Leste para as selvas da Amazônia à medida que os membros da família imigram para a América do Sul. Sem contar alguns toques realistas mágicos breves, não há nada de sobrenatural na primeira metade do livro, apesar do relato realista do Sheinfeld da experiência familiar no Holocausto – um universo de horror, um mundo de cadáveres ambulantes – parece tanto ficção científica como terror, como qualquer obra de literatura fantástica. O tema do messianismo surge logo no início, em que um misterioso estranho aparece na vila e dá a um dos personagens um prato tradicional de Seder de Pessach decorado com símbolos de Shabetai Zvi, enquanto outro personagem vai para a Palestina comprar terras na Galileia, perto do suposto túmulo da filha de Moisés, que aparece de forma muito clara no mito sabatiano. O patriarca da família, um vendedor de peles chamado Shlomo Feldman, é infundido de anseio messiânico, embora seja inimigo dos simpatizantes sabatianos com quem cruza. A segunda metade do livro trata de Salomon Feldman, neto de Shlomo e filho de Michael, o filho de Shlomo, que no início é separado da família, quando é atingido na cabeça e perde a memória, passando os anos de guerra na casa de um fazendeiro cristão. Após a guerra, Michael vai para a América do Sul e se instala em Iquitos, na Amazônia peruana, e lar de muitos judeus que durante gerações se casaram com a população indígena local, o que também pode parecer um tanto fantasioso, mas é a realidade tipicamente >>
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Yali Sobol lida com medos políticos. Portanto, se Israel se tornar um estado policial fascista, não terá sido por falta de avisos. Romance distópico, Os Dedos do Pianista se situa daqui a poucos anos em um Israel que, na esteira de uma próxima guerra descrita elipticamente, implantou a lei marcial e acabou com a liberdade de expressão
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magazine > novidade
>> improvável da história judaica. Michael se casa com uma índia que afirma ser, em parte, de ascendência judaica, e morre após dar à luz Salomon. Salomon cresce, frequenta a universidade em Lima, torna-se um historiador e luta contra a sua homossexualidade. Por meio das pesquisas que faz para descobrir a própria identidade, faz o seu caminho para Israel. No último terço do livro de Sheinfeld, Salomon é revelado como o messias, provavelmente o primeiro messias gay em um romance desde o surgimento da Associação Judaica de Polícia, de Michael Chabon. Quando Salomon, ainda sem conhecer seus poderes redentores, começa, inadvertidamente, a ressuscitar os mortos, é a ocasião para a comédia macabra judaica, à medida que a família expandida de Feldman desce sobre a pacata cidade no norte de Israel em que Salomon reside. No entanto, a ressurreição dos falecidos tios, tias e primos também significa o retorno de velhas brigas de família e da mesquinhez. À medida em que mais e mais judeus mortos são trazidos à vida, Sheinfeld tece uma comédia social, inteligente e audaciosa que trata do próprio projeto sionista: como o Estado de Israel tem, metaforicamente falando, conseguido a proeza messiânica de trazer muito diferentes judeus e judaísmos de volta à vida sob o mesmo teto nacional e lidar com as consequências disso? Podem coexistir o judaísmo medieval e o moderno? Quem vai decidir: “Quem é judeu?” Os ex-
mortos têm direito à cidadania israelense sob a Lei do Retorno? Em última análise, o romance é a respeito da tentativa de Salomon conciliar a identidade sexual gay com a identidade religiosa e nacional como judeu. Infelizmente, é aí que o romance falha, com Salomon andando em círculos ao redor das mesmas lutas para sair do armário, nunca encontrando uma solução, e nunca avançando. Ao perder o controle dos elementos satíricos, a obra torna-se repetitiva. Os rabinos do antigo Sinédrio retornam à vida e organizam assassinatos em massa de gays, há guerra civil em Israel e Salomon vai de bar em bar em Tel Aviv reclamando da família. É possível argumentar que o romance de Sheinfeld não pertence, de fato, à categoria de ficção científica ou fantasia. Não porque sejam poucos os elementos fantásticos nos primeiros dois terços do livro, e nem porque os elementos sobrenaturais na novela são tirados diretamente da tradição judaica (mesmo com um toque moderno gay israelense) e não se sustenta em ter-
A AMAZÔNIA COM SEUS MISTÉRIOS, E NEM PODERIA SER DE OUTRA FORMA, É O DESTINO DE UM PERSONAGEM DE ALMA QUE SE CASA COM UMA ÍNDIA
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mos de imaginação. Mas, sim, porque, no caso, a fantasia messiânica é principalmente uma alegoria da busca do autor da própria identidade, de um registro de família, e de uma confissão pessoal, em vez da construção de uma contrarrealidade que carrega o próprio peso estético. Israel, ó Israel Finalmente, chegamos a Arim shel mata (“De Urbibus Inferis”), de Shimon Adaf. Poeta, crítico, editor, roqueiro, romancista, Shimon Adaf ganhou reconhecimento pelo texto brilhante, vencedor do prestigioso Prêmio Sapir de Israel pelo último romance e vários prêmios por coletâneas de poesia. A novela atual é, em parte, história de detetive, em parte ficção científica, em parte Bildungsroman (“romance de formação”) em parte reflexão filosófica a respeito de linguagem, e, certamente, o mais desafiador: e dos livros mencionados aqui, impossível de resumir. Trata dos irmãos Tiveria e Akko Asido que, como Adaf, são nascidos em Sderot, de origem marroquina, e passam a infância à sombra do pai, recluso que se esconde em um barraco pesquisando misticismo judaico. Tiveria (ela e o irmão receberam nomes em homenagem às cidades israelenses de Tiberíades e Acre), muda-se para Tel Aviv, estuda clássicos e se torna poeta, enquanto Akko, gênio matemático, vai para o MIT e trabalha com inteligência artificial. O terceiro personagem principal do romance é o narrador, que encontra um misterioso símbolo esculpido no quadro de um espelho em um clube de Berlim, por meio do qual descobre uma organização secreta, sugerida em várias edições raras de textos místicos judeus. Assim como Dagan faz em Shedim birechov Agripas, Adaf também relaciona sua organização clandestina aos ensinamentos esotéricos de um sábio judeu do século 2. Nesse caso, é Shimon ben Zoma, de quem o Talmud registra ter enlouquecido quando entrou no jardim divino, o que levou o rabino Elisha Ben-Abuya a renunciar ao judaísmo e do qual apenas o rabino Akiva voltou espiritual e fisicamente ileso. Material rico – com incêndio criminoso, amnésia e anjos – mesmo assim, este romance, embora cativante e bem escrito, não se conduz por um enredo em nenhum sentido convencional. As investigações do narrador o levam a entrar em contato com os irmãos Asido, mas os personagens permanecem separados um do outro, e os conhecimentos adquiridos ao longo do romance não mudam muito em suas vidas. O que une e impulsiona as vertentes díspares da obra é uma preocupação com a própria língua. Adaf, por meio das diferentes encarnações da língua de que trata o livro – poesia, matemática, escritura, código de computador, lápides, dialeto marroquino, tatuagens, iconografia cristã, mensagens instantâneas, música – gesticula ansiosamente no horizonte da linguagem, procurando, da mesma forma que o misticismo judaico, encontrar palavras para o que está além delas. Isto pode soar como uma receita pós-moderna de se olhar para o próprio um-
bigo, mas Adaf é tão liricamente talentoso e tão focado na humanidade dos personagens que o romance nunca ameaça tornar-se um exercício acadêmico. O que para Adaf reside de modo mais doloroso além das próprias e amplas habilidades poéticas é a sua tristeza sem fim com a morte da irmã Aviva, de que tratou em livros anteriores. Arim shel mata é basicamente um trabalho de luto, num sentido semelhante ao que Walter Benjamin, um dos espíritos tutelares de Adaf, pensava a respeito do termo alemão para a tragédia, Trauerspiel. “Não vou terminar, penso eu, o trabalho de luto”, lemos no final do romance. “Mas, talvez, com a conclusão deste livro, serei capaz de parar de escrever isso.” Que Adaf tenha encontrado a ficção científica e a fantasia para serem esses veículos que reagem às suas pesquisas filosóficas e pessoais (e os romances anteriores também são grandes contribuições para a literatura fantástica em Israel) é a indicação do talento que esses gêneros estão atraindo em Israel e a atenção que as contribuições israelenses a esses gêneros devem e vão merecer, com a ajuda de tradutores, nos próximos anos. Enquanto isso, mais e mais livros clássicos e contemporâneos de fantasia e ficção científica chegam ao hebraico. Por exemplo, Adaf recentemente traduziu O Homem do Castelo Alto, de Philip K. Dick, história alternativa em que as potências do Eixo ganham a Segunda Guerra Mundial, enquanto este ano o Prêmio Geffen de melhor tradução para o hebraico de uma obra de fantasia foi para Tzafrir Grossman, com A Dança dos Dragões, o quinto romance de George RR Martin da série As Crônicas de Gelo e Fogo (que inspirou o seriado Game of Thrones, da HBO). *Michael Weingrad é editor e tradutor de Letters to America: Selected Poems of Reuven Ben-Yosef (“Cartas à América: Poemas Seletos de Reuven Ben-Yosef”, Syracuse University Press) e escreve para investigationsandfantasies.com >>
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Dos romances aqui analisados, Alma é, de um lado, o mais ligado às convenções familiares da literatura de fantasia: uma jovem forasteira que sai em uma jornada para salvar o mundo de um mal poderoso e um nível tecnológico medieval fermentado por elementos que parecem mágicos
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magazine > novidade | por Nancy Rozenchan *
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Quantas literaturas há em Israel? QUANDO SURGE ALGUMA NOVA TRADUÇÃO DE UM ROMANCE ISRAELENSE E DE AUTOR NÃO FAMOSO POR AQUI, LOGO SE ESCUTAM COMENTÁRIOS ASSIM: “NUNCA OUVI FALAR DELE”; “SÓ CONHEÇO AMÓS OZ”, ETC.
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mós Oz é conhecido porque, além do caráter e da qualidade dos seus textos, durante algumas décadas pessoas interessadas ou da área da literatura, da cultura ou da imprensa trabalharam para introduzir o autor no Brasil. Também se empenharam por outros, mas o resultado nem sempre pode ser considerado igual. De modo geral, obras de autores israelenses causam boa impressão pelos temas tratados e pelo alto nível dos textos. No entanto, existe intensa atividade e movimento constante na literatura hebraica que, lamentavelmente, não repercutem no Brasil. Há, por exemplo, um Etgar Keret, cuja coletânea traduzida de contos De Repente, uma Batida à Porta deverá ser lançada brevemente. Aliás, ele é um dos convidados à próxima Festa Literária de Parati (Flip). E muitos se perguntarão: por que, afinal, não conhecemos o seu humor mordaz antes? Em algum momento de sua bem-sucedida carreira, uma das suas coletâneas foi preterida em um concurso de literatura fantástica hebraica porque não preenchia o requisito de número mínimo de páginas... Mas, existe literatura fantástica em hebraico? Novamente a resposta esperada: “Nunca ouvi falar...” A literatura hebraica contém diversos segmentos e o da literatura fantástica vem crescendo nos últimos anos. Existe até um prêmio para esta categoria, o Pras Geffen, criado há quinze anos pela Sociedade Israelense de Ficção Científica e Literatura Fantástica. Em Israel, os aficionados gostariam que houvesse obras da categoria de Harry Potter e assemelhados, mas não é o que acontece. E nem haveria razões para tentar competir com que o que se produz em outros países, pois as possibilidades da cultura judaica são bem diversificadas e interessantes. A literatura fantástica hebraica tem uma longa história, embora não fosse hábito classificá-la como tal. O romance utópico Altneuland (“Velha Nova Pátria”), de Theodor Herzl, é um exemplo típico, assim como os romances do século 19 do Iluminismo judaico. Até S. Y. Agnon incursionou pelo campo da fantasia. Como se lê no conto “A Dama e o Mascate”, de 1943, a personagem feminina é uma vampira. Aliás, este seria o único conto de autor premiado com o Nobel que trata de vampi-
ros. O fantástico impera nos contos “Para Sempre” e “Ido e Einam”, traduzidos para o português e que fazem parte do livro Novelas de Jerusalém. As obras israelenses premiadas este ano, com o Geffen refletem as tendências internacionais da literatura fantástica, e que marcam a ruptura das distinções entre fantasia, ficção científica e outros gêneros. O aspecto particular que mais chama a atenção nestes livros é a abundância de temas mitológicos locais, judaicos ou não, ou da mitologia judaica em geral. Dentre elas. destacou-se Shedim birechov Agripas (“Demônios na Rua Agripas”), de Hagai Dagan [1963], um alentado volume que trata de um grupo de investigadores paranormais que trabalham em parceira com o exército para exterminar um grupo de demônios indisciplinados. Todavia, o aspecto mais interessante do livro é o foco sobre o tema da divindade, seu caráter e seu lugar no mundo. O eixo central e a luta que aí ocorre são tomados do universo do pensamento judaico. Para completar a riqueza dos aspectos levantados, Dagan, também autor de importante obra a respeito de mitologia judaica, enriqueceu o romance com notas explicativas. Ele estudou filosofia, teologia e pensamento judaico em Israel e na Alemanha, é professor universitário. Em razão do número cada vez maior de obras do gênero e de escritores envolvidos, a esperança é de que este gênero literário produzido em Israel logo esteja ao alcance de todos. * Nancy Rozenchan é professora e tradutora de hebraico
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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com
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12 notícias de Israel
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Pé no chão Um dos grandes símbolos do êxito da produção industrial israelense, o fabricante de calçados e sandálias Teva Naot foi vendido para os norte-americanos. Criada pelo kibutz Naot-Mordechai, na Galileia, a marca de 72 anos faz sucesso mundial, empregando setecentos funcionários e com mais de 250 filiais pelo mundo. Nos EUA, as sandálias são superconhecidas e já apareceram nos pés charmosos de Julia Roberts e Michelle Pfeiffer. A empresa foi comprada por US$ 85 milhões por um norte-americano que trabalhou no passado como voluntário em kibutz. O pessoal de Naot-Mordechai, que era dono da empresa ao lado do fundo de investimento da Walt Disney, impôs como condição de venda que os calçados continuem a ser produzidos em Israel.
Moçada do bem
A partir de 2015, ninguém se formará no ensino médio de Israel se não cumprir 180 horas de serviço voluntário. Pela nova lei, alunos do primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio terão de se ligar a alguma ONG se quiserem receber o diploma. Entre as opções para a moçada escolher, a Magen David Adom (equivalente à Cruz Vermelha), bombeiros, asilos de idosos, colheita de frutos e limpeza de praias. A cada ano, os estudantes mudarão de organização onde se apresentam como voluntários, passando no mínimo por três instituições. Com isto haverá 450 mil jovens atuando em favor da sociedade.
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Um barato de saúde
Negócio de ocasião
Trio da pesada
Uma empresa canadense assinou acordo com a israelense Tikun Olam para o fornecimento em massa de cannabis – a popular maconha – com finalidade medicinal. Os israelenses irão coordenar o plantio da erva numa área de trinta mil metros quadrados da MedReleaf do Canadá, que por sua vez produzirá o medicamento para mais de sete mil doentes. O Estado judeu é considerado país de ponta na fabricação de maconha medicinal, mercado que cresce a rápidas tragadas pelo mundo afora. A Tikun Olam é a maior produtora (legal) de cannabis de Israel.
Quer realizar o sonho da casa própria ganhando desconto de 20% nos impostos e o terreno de graça? Ou então morar de aluguel num apartamento amplo pagando apenas R$ 700,00? Isto existe em Israel, mas há um preço: os vizinhos serão os palestinos de Gaza. No mês passado, os ishuvim perto da fronteira do território controlado pelo Hamas organizaram uma inédita caravana de ônibus que trouxe centenas de interessados que hoje vivem no centro de Israel para conhecer as moradias. O tour imobiliário incluiu também vilarejos e cidades na fronteira com o Egito. Existem hoje trinta mil unidades habitacionais espalhadas pela região à espera de moradores.
Um lugar-comum em Israel é expremiês e generais aposentados virarem milionários no setor privado após pendurarem as luvas. Parece que este será também o destino de Ehud Olmert – se não for preso por corrupção –, que acaba de se associar ao ex-chefe do Mossad, Meir Dagan, e ao exchefe do Estado-Maior, Dan Halutz. O trio, que comandou a Segunda Guerra contra o Líbano, em 2006, anunciou a criação da empresa EOC Partners. Com sede em Tel Aviv, dará aconselhamento de estratégia, política e segurança para países estrangeiros e grandes empresas internacionais.
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Loucura violência Da crônica policial israelense: uma denúncia anônima levou à descoberta de um grupo de onze adolescentes, a maioria na faixa dos 16-17 anos, que durante meses abusou sexualmente de uma menina de 13 anos. Segundo a polícia de Tel Aviv, que infiltrou agentes durante duas semanas na escola para desbaratar a indecência, as relações aconteciam de um em um, sem o uso de violência, mas com ameaças de divulgação se a garota resistisse. Pelo menos um dos atos aconteceu na própria escola. Há dois meses um caso semelhante também foi parar na primeira página da imprensa local. A Justiça disse que punirá os jovens sem, no entanto, prendê-los em cadeias, mas com medidas visando reintegração social.
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Trash israelense O Hizbolá desenvolveu uma nova arma química que transforma pessoas em zumbis e Israel enviou um comando para deter os terroristas. Mas tarde demais, os mortos-vivos conseguiram penetrar pela fronteira com o Líbano. Imaginação? Sim, completamente. Ou melhor, o roteiro do primeiro filme israelense de zumbis, um gênero trash tradicional que alcançou o pico há alguns anos com World War Z, de Brad Pitt (aliás, filmado também em Jerusalém). A produção sabra, chamada Cannon Fodder (“Bucha de Canhão”) é assinada por dois jovens formados em cinema da Universidade de Tel Aviv e foi lançado em DVD nos EUA. É claro que não fui assistir ao filme, mas há cenas disponíveis no Youtube.
Ser quando crescer Medicina é a profissão mais valorizada na sociedade israelense, segundo nova pesquisa realizada a pedido do governo. Apesar do salário relativamente baixo dos médicos jovens do país, 34% dos entrevistados consideram esta área a mais cobiçada do mercado. Em seguida, veio o setor de pesquisas científicas e, em terceiro lugar, a engenharia. A lanterna ficou com o rabinato. Outras profissões desdenhadas pelo público são deputados da Knesset, profissionais do entretenimento, jornalismo e advocacia. O setor de esportes ganhou de todas as últimas. A profissão considerada a que mais contribui para o país foi o serviço no exército.
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Coelhinha em apuros A versão hebraica da revista Playboy, assunto de reportagem nossa ao ser lançada, há um ano, já dá sinais de cansaço. Empregados israelenses da publicação escreveram para o mitológico chefão americano, Hugh Hefner, denunciando que o publisher local está devendo U$ 57 mil em salários atrasados. A revista, que deveria ser mensal, na prática produziu até hoje apenas seis edições. Os empregados – repórteres, fotógrafos e editores – afirmaram na carta a Hefner que o editor-chefe da versão hebraica, o imigrante americano Daniel Pomerantz, “está colocando em perigo o bom nome da marca Playboy” com a má administração do negócio.
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Tragédia anunciada Um drama digno de Hollywood no voo 006 da El Al, Los Angeles-Tel Aviv, em março. A decolagem atrasou três horas, e neste período um dos passageiros, de 60 anos de idade, desmaiou no terminal. Ele foi aconselhado a não embarcar, mas insistiu na viagem. Quando o avião atravessava a Europa, o homem voltou a passar mal e desmaiou seguidas vezes. O pessoal de bordo tentou reanimá-lo, mas em vão e ele morreu durante o voo. Segundo normas da aviação internacional, uma aeronave não deve aterrissar antes do destino neste tipo de caso. Cobriram o corpo do falecido, que foi deixado junto aos outros passageiros, durante mais de três horas, até a aterrisagem no Aeroporto Ben-Gurion.
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Rock da pedrada
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Político na prisão Mais um político de Israel deverá ir para o xilindró: desta vez é o exprimeiro-ministro Ehud Olmert, que quase assinou um acordo de paz com os palestinos. Ele recebeu sentença de corrupção por atos da época em que ainda era prefeito de Jerusalém. As provas apontam que ele recebeu por fora para permitir a construção de um condomínio chamado Holyland, vetado pelos arquitetos da prefeitura – com razão, estragou o visual de toda a área. Vários figurões da política israelense já foram em cana. O expresidente Moshé Katsav ainda está preso, cumprindo sete anos por estupro das mocinhas que trabalhavam em seu escritório oficial. Há pouco tempo foi libertado um ex-ministro das Finanças que desviou um US$ 1 milhão para o próprio bolso. Deputado nem se fala, vários foram enquadrados. Algumas conclusões: está claro que a classe política de Israel é exatamente como em qualquer outro lugar do mundo, com gente boa e gente ruim. O diferencial em relação ao Brasil é que aqui não tem história, político corrupto é enjaulado. Mas a mensagem última destas prisões não é para os políticos, mas sim ao cidadão comum. O sistema quer dizer a todos nós que vivemos aqui para tomar cuidado, pagar os impostos devidos e seguir a lei. Se os manda-chuvas vão em cana, é claro que não haverá misericórdia para o infrator comum. É uma lei até do Talmud, kal va-chomer, se isto acontece com quem tem influência, imagina com quem não tem. Se liga, mané.
Se tudo der certo, dia 4 de maio, os Rolling Stones farão um show histórico no Parque Yarkon, de Tel Aviv. Histórico, é claro, para os israelenses, pois os Stones estão na estrada há mais de cinquenta anos. De qualquer maneira, a apresentação está sendo vista aqui como uma compensação por uma mancada também histórica – a recusa do governo israelense em deixar que os Beatles se apresentassem no país em 1965, sob alegação que seriam uma má influência para a juventude local (quem diria, aqueles quatro jovens hoje seriam considerados bons meninos). Israel está longe de ser uma parada para os grandes shows internacionais de rock, jazz ou música clássica. Não compensa para os músicos instalar equipamentos para um público limitado e sem perspectiva de repetir o show pelas redondezas – sírios, egípcios e jordanianos não são mercados culturais atraentes. Beirute, se não fosse tão violenta, poderia sediar, mas de qualquer maneira não há conexão direta entre os países. O resultado é que a cena cultural israelense fica bem comprometida. O que mais se consome aqui são shows de artistas locais, que repetem ad infinitum seus trabalhos. O maior astro israelense da atualidade, Shlomo Artzi, praticamente nunca sai de cartaz. Pagar US$ 200,00 para ver um show dos Stones é algo que requer uma certa reflexão. Os caras estão na faixa dos 70 anos de idade, ainda fazendo aquele rock básico. Será que vale? Considerando a seca cultural ao redor, quem sabe vale.
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magazine > costumes e tradições | por Joel Faintuch
BEN GURION E O DOCUMENTO DA DECLARAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL EM CUJA CERIMÔNIA UM RABINO RECITOU O SHEHECHEIANU
Educação judaica EDUCAR NÃO É PRIVILÉGIO DOS FILHOS DE ISRAEL. DE UMA FORMA OU DE OUTRA, TODOS OS POVOS SE PREOCUPARAM EM SALVAR HABILIDADES, COMPETÊNCIAS E TRADIÇÕES E TRANSMITI-LAS PARA AS GERAÇÕES FUTURAS
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ste foi o principal objetivo da criação da escrita, há cerca de cinco mil anos, dando um “basta” ao extravio dos conhecimentos. O médico Hipócrates, autor do famoso juramento redigido há 2.400 anos, já colocava o respeito aos mestres em um patamar elevadíssimo, a exemplo de outros textos da Antiguidade. Os judeus chegaram atrasados e pegaram o bonde andando? Não, exatamente. Os povos antigos, e também muitos não antigos, manejavam a informação como um privilégio de classe e instrumento político. Muito antes da tecnologia da informação, como hoje se conhece, o ensinamento da leitura e da escrita era reservado aos de nobre estirpe – reis, sacerdotes e altos funcionários –, exceção apenas aos humildes escribas destinados a eternizar os textos em papiros, pergaminhos, tabuletas de argila, monumentos ou rochas. O povo mesmo vivia na mais negra escuridão cultural, meio e modo da estratégia de submissão e dominação governamental. A invenção da tipografia por Gutenberg, em 1439, foi um dos
principais motores do avanço literário, científico, econômico, social e tecnológico da Europa a partir do final da Idade Média. O barateamento e a popularização dos livros provocaram o surgimento das universidades e sua ampliação, o avanço das profissões com invenções e descobertas e a modernização para um mundo diversificado, criativo, próspero e engenhoso tal como o conhecemos. Durante os mil anos de duração da Idade Média, os países islâmicos foram cientificamente superiores à Europa, e nenhum matemático ou médico europeu fazia sombra aos grandes nomes orientais. Por que, então, nos séculos seguintes o universo islâmico sofreu uma estagnação catastrófica? De acordo com uma das várias teorias, foi exatamente em razão do ensino e do livro. Os sultões e califas sabiam da existência da tipografia, pois os aparelhos foram importados e colocados a serviço das imprensas oficiais. No entanto, quando se trata do acesso a esses meios por gráficas acadêmicas,
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políticas ou comerciais, e consequente distribuição do material impresso ao público em geral, a conversa era outra. O temor dos governantes é que a disseminação da educação diminuiria a lealdade dos súditos e fomentaria instintos democráticos. Os textos comuns continuaram proibidos, ou alternativamente caligrafados letra a letra, com altíssimo custo e acesso a diminuta minoria. Em 1515, o sultão turco Selim I usou a pena de morte para proibir a impressão de livros. Por volta de 1600, seu descendente Murad III autorizou a venda, mas eram produzidos poucos no Império Otomano. O que havia geralmente era importado da Europa, em línguas inacessíveis às pessoas comuns. Somente no século 18 a liberalização foi maior, mas modesta. Estima-se que ao término da Primeira Guerra (1914- 1918), menos que 2% da população da Turquia sabiam ler e escrever, mesmo índice no restante do Império Otomano. E o que aconteceu com os judeus? A Torá (Pentateuco) lida nas sinagogas sempre foi e será manuscrita por escriba (sofer), e o mesmo se aplica a outros pergaminhos (megilot), como o de Ester, lido na festa de Purim, e das Lamentações de Jeremias (Eichá) lido no jejum de Tishá B’Av. Assim que as primeiras máquinas tipográficas surgiram no mercado todos os demais textos sagrados e leigos passaram prontamente a ser impressos mecanicamente. Jamais qualquer rabino ou autoridade judaica impôs restrições a isso. Ao contrário, toda e qualquer ferramenta capaz de ampliar a educação das crianças e dos jovens sempre foi bem recebida e elogiada. Tal como repetido duas vezes ao dia na oração de Shemá Israel (“Ouça Israel”), a Torá considera um dos mandamentos prioritários a educação das novas gerações: “Veshinantam lebanecha” (“e ensinarás aos teus filhos” – Deuteronômio, 6). Segundo diversos tratados da Gemará, o pai que não educa os filhos e não os prepara para a vida os está condenando à vergonha e ao crime. No shtetl (cidadezinha) mais humilde havia um cheder e um melamed (escola primária e professor), e às vezes uma yeshivá (seminário rabínico). Nas metrópoles, sobravam gráficas judaicas que editavam livros, jornais e revistas. Nas grandes cidades do universo sefaradi e ashkenazi, redes escolares sempre foram uma das grandes preocupações comunitárias. Geralmente deficitárias, eram sustentadas pela generosidade coletiva. Poderia faltar pão, porém não o alef-beit. Conta-se a respeito de um aluno em cujo cheder só havia um sidur (livro de orações), pertencente ao melamed. As crianças permaneciam de pé ao redor de uma mesa, o sidur no meio, repetindo vocábulos e frases até rezar à perfeição. Como este aluno se postava sempre do lado oposto ao livro, durante anos só conseguia acompanhar o serviço religioso segurando o livro de cabeça para baixo. O budismo tibetano possui características culturais únicas e foi física e politicamente destroçado a partir de 1956. A China conquistou o país e esvaziou escolas e instituições religiosas. A cúpula dirigente chefiada pelo dalai lama teve de fugir para a Índia, fi-
xando-se a partir de 1960 em Dharamsala, no norte daquele país. Não há judeus tibetanos e nunca foram construídas sinagogas em Lhasa e nem em Dharamsala. No entanto, durante anos o dalai lama manteve contatos com autoridades judaicas, principalmente religiosas. Não exatamente em busca de apoio moral para a luta antichinesa, porque há endereços mais relevantes, como as Nações Unidas. Ele confessou a admiração pelo sucesso alcançado pelo povo de Israel, mesmo após dois mil anos de exílios e perseguições, em manter intactas e ainda fazer prosperar as tradições, e queria saber qual o segredo para incutir esta bagagem nas crianças e adultos, porque passados apenas poucas décadas o budismo tibetano estava se extinguindo e poderia desaparecer. Em 1948, David Ben-Gurion proclamou a independência do Estado de Israel e tornou-se primeiro-ministro. Leigo, vivia rodeado de pessoas não religiosas. Embora profundo conhecedor do judaísmo, não queria que a ordenação jurídica da nova pátria fosse a Halachá (leis da Torá e do Talmud). Ao contrário, fez questão de um país moderno e inserido nas democracias ocidentais adotando o sistema político e legal anglo-saxão, que já prevalecia graças à potência dominante, a Grã-Bretanha. Duas exceções foram abertas. No dia do anúncio da independência em Tel Aviv convocou um rabino de Jerusalém para proferir a bênção do Shehecheianu (que nos manteve vivos até esta data) e tocar o shofar, o chifre de carneiro que sempre marcou Rosh Hashaná, Iom Kipur e, nos tempos bíblicos, o ano do jubileu com o resgate da terra e a libertação dos escravos. Como criar uma nação à revelia da Autoridade Superior, ainda mais na terra dos Patriarcas? Ao montar seu ministério entregou a educação a judeus religiosos. Afinal, qual sistema pedagógico poderia competir com dois milênios de comprovada eficiência, ensinando desde o elementar alef-beit, até Torá, Talmud, Cabalá e outros textos de alta complexidade?
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Segundo a Gemará, o pai que não educa os filhos e não os prepara para a vida os está condenando à vergonha e ao crime. No shtetl mais humilde havia um cheder e um melamed, e às vezes uma yeshivá. Nas metrópoles, sobravam gráficas judaicas que editavam livros, jornais e revistas
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magazine > a palavra | por Philologos
“Tradescantia zebrina”, ou “judeu errante” O QUE É ROXO, ARRASTA-SE SEM TER PERNAS E É DE FÉ MOSAICA? ESPERO QUE VOCÊ DESISTA, PORQUE SE AINDA TENTA ADIVINHAR, EU NÃO DEVERIA DIZER QUE É UM JUDEU ERRANTE
ESSE NOME COMPLICADO NÃO TEM NADA DE JUDEU, MAS SOA UM POUCO COMO OS REPETIDOS BANIMENTOS DOS JUDEUS
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ão tenho a menor ideia de onde veio o meu. Sei apenas que há um bom tempo apareceu no meu jardim, crescendo em vasos em que plantei e lugares onde não fi z nada para isso. Não o recebi de presente e certamente não o comprei. Afi nal, qual viveiro se daria ao trabalho de vender uma planta que de qualquer folha, especialmente se estiver presa ao caule, vai começar por si só a crescer em quase qualquer lugar? Tanto quanto se possa dizer, simplesmente veio vagando de algum lugar, e ali ficou. Seu nome científico é Tradescantia zebrina, que não soa e não tem nada de judaico. Suas folhas são alongadas, grossas, vermelho-arroxeadas de consistência emborrachada que cresce em um caule rastejante de mesmas cores, e de tão delicado basta olhar feio e se quebra em dois. Em contato com a terra úmida, a parte quebrada começará a criar raízes, mas isso não explica como o judeu errante chega tão longe. Um palpite: ele é ajudado por jardineiros enojados que, cansados de vê-lo se automutilar ao se nele esbarrar, pegam as partes caídas e, irritados, as atiram o mais longe possível. Isso soa um pouco como os banimentos repetidos da história dos judeus e a facilidade como se estabeleceram em novos lugares até serem banidos de novo? Se isso acontece, não é mera coincidência, pois o elo que liga a história judaica à Tradescantia zebrina é a velha lenda cristã do “judeu errante”, surgida pela primeira vez na Europa no século 13. A versão mais antiga dessa história pode provavelmente ser encontrada no livro Flores Historiarum (1228), do inglês Roger de Wendover, segundo a qual este Roger conheceu um arcebispo da Armênia, que lhe contou: “Cartaphilus, porteiro do salão a serviço de [Pôncio] Pilatos, enquanto Jesus atravessava a porta [a caminho da crucificação], impiedosamente atingiu-o nas costas com a mão e disse com escárnio: ‘Vá mais rápido, Jesus, vá mais rápido! Por que se demora?’ E Jesus, olhando para trás com ar grave, disse: ‘Eu vou, e você vai esperar até eu voltar’. E como nosso Senhor [Jesus] disse, Cartaphilus ainda espera seu retorno. Na época do sofrimento de nosso Senhor, ele tinha 30 anos, e quando ele atingisse a idade de cem anos, sempre retornava para a mesma idade que tinha quando o nosso Senhor sofreu... Ele é um homem religioso e de conversa santa, um homem de poucas palavras e circunspecto no comportamento, pois não fala nada a não ser quando questionado por bispos e religiosos; e, em seguida, trata dos acontecimentos dos velhos tempos e dos eventos no sofrimento e ressurreição de nosso Senhor.” Na versão de Roger de Wendover, o Cartaphilus de nome estranho, também conhecido como José, não vagueia, mas simplesmente vive para sempre, enquanto aguarda o segundo advento de Jesus. Apesar da afronta a Jesus, nem por isso ele é representado de forma negativa, pois se arrependeu do ato e se tornou um cristão devoto. No entanto, em muitas das dezenas de versões posteriores
da história que ocorrem no folclore e literatura europeia, José – também chamado Assuero, Matatias e Isaac Laquedem (corruptela francesa do hebraico para “Velho Isaac”) – é retratado, por vezes, de modo antissemita, como um pária infeliz expulso de um lugar para outro em punição eterna por ter zombado de Jesus no caminho para o calvário. Sem dúvida, esta imagem dele está ligada à repetida expulsão dos judeus de vários países europeus na Idade Média, e visões reais do pobre homem em pessoa, sua longa barba branca arrastando no chão enquanto obstinadamente caminhava adiante com a bengala, foram relatados ao longo dos séculos. Não está muito claro quando o “judeu errante” tornou-se um nome da Tradescantia zebrina, ou em que língua isso primeiro aconteceu (a planta também é conhecida como juif errant, em francês, ebreo errante, em italiano, judío errante, em espanhol e ewiger Jude, em alemão). Como o solo nativo da Tradescantia zebrina é o México, o nome “judeu errante” não poderia ser dado a ela antes da chegada de plantas do Novo Mundo na Europa, no século 16. Mas pode ter sido muito mais tarde. Os primeiros documentos botânicos a mencionar “judeu errante” em inglês datam dos anos 1880, mas se referem a duas espécies diferentes: Linaria cymbalaria ou linária, e Saxifraga stolonifera ou saxifraga rastejante, que se espalham e se enraízam rapidamente. Nomes de plantas, ao que parece, também têm uma forma de vida nômade. Devemos reclamar à Liga Antidifamação a respeito de “judeu errante” ou fazer campanha para chamá-lo por um dos seus outros nomes ingleses, como Purple Queen (Rainha Púrpura) ou Purple Heart (Coração Púrpura)? Não, não é o caso. É uma planta muito bonita, principalmente se pendurada em tranças ricamente coloridas e em um vaso alto, e nestes dias de discussões ferozes a espeito de quem é judeu, sugiro que mantenham a Tradescantia zebrina fora disso.
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Não está claro quando o “judeu errante” tornou-se um nome da Tradescantia zebrina, ou em que língua isso primeiro aconteceu (a planta também é conhecida como juif errant, em francês, ebreo errante, em italiano, judío errante, em espanhol e ewiger Jude, em alemão)
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magazine > literatura | por Leon Yudkin *
O gênio criativo da Europa Central DOS ESCOMBROS DO IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO DOS HABSBURGOS SURGIU UMA VIBRANTE CULTURA LITERÁRIA QUE FICOU CONHECIDA COMO CÍRCULO DE PRAGA EM QUE SE DESTACAVA O ESCRITOR JUDEU FRANZ KAFKA
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o fi nal do século 19, o Império Austro-Húngaro entrou em colapso, houve alterações na integração política das nações, as fronteiras mudaram, houve um realinhamento dos Estados, e os abalos políticos e ideológicos atingiram o clímax. Pouco depois começou a Primeira Guerra e cabia ao escritor que emergisse de todas essas circunstâncias a responsabilidade de se articular tanto do ponto de vista pessoal quanto público. Essa situação estava bem evidente no coração do desmanche do Império Austro-Húngaro, mais especificamente na Boêmia, a província que se tornou o estado independente da Tchecoslováquia, e Praga sua capital. Na época, o ato de escrever correspondia à experiência de estar no limiar de fronteiras díspares e isso se manifestava principalmente no âmbito da população judaica. Os judeus viviam tempos de incerteza e mudança e estavam sujeitos a pressões muitas vezes de direções opostas. Eles eram herdeiros de uma tradição à qual podiam muito bem dedicar uma lealdade duvidosa, porque a adesão à fé ancestral era muitas vezes abalada pela exposição a novas formas de testes da verdade e da confusão de ideologias. Os judeus viviam entre os tchecos, falavam sua língua e compartilhavam as mesmas preocupações. Mas seriam eles, de fato, tchecos autênticos? Fora da comunidade judaica muitos duvidavam disso, até mesmo o grande amigo e protetor Thomas Masaryk (1850-1937), primeiro presidente da República, criando um mal-estar também, às vezes, vivido pelos próprios judeus. E a atração pela Alemanha? A primeira língua dos judeus da região poderia muito bem ter sido o alemão, e foi mais frequentemente o principal idioma, especialmente entre os moradores das cidades. Foi também a língua da cultura mundial,
levando, como era de se esperar, a uma maior aceitação geral. Mas este fato nascido da realidade significava que eram alemães genuínos? A ambivalência relacionada às respostas a essas duas perguntas, a tcheca e a alemã, sinalizava maior incerteza. A verdade é que os judeus se apoiavam nas identidades judaica, tcheca e alemã, todas considerando afiliação étnica, nacionalidade e religião. Desta forma, a cultura que emergiu desse cenário representava uma situação pouco confiável. Em relação ao tamanho da população judaica, a literatura foi produzida por um pequeno grupo que vivia em Praga, e por isso passaram a ser conhecidos como o Círculo de Praga (Der Prager Kreis) e descrito por Max Brod (1884-1968), considerado atualmente, o divulgador da obra e biógrafo de Franz Kafka (1883-1924). Mas apesar de Kafka, Brod era, por seus próprios méritos, um dos líderes da intelligentsia de Praga, escritor prolífico, crítico de música e jornalista. Além de o melhor amigo de Kafka, foi testamenteiro e divulgador da sua obra e que o tornou um dos maiores e mais importantes escritores em prosa da época. Brod também foi o principal historiador do Círculo de Praga, o grupo que não poderia ser considerado uma “escola”. A presença alemã Havia tantas vertentes e tendências entre esses escritores tanto do ponto de vista técnico como ideológico que, de fato, não se constituía uma “escola”. As simpatias estavam divididas entre esquerda e direita, entre tchequismo, germanismo, sionismo e internacionalismo, mas isso tudo também se transformava ao sabor dos tempos e da situação. Os judeus da Boêmia viviam, de fato, no limbo de uma origem judaica e fidelidade herdada, mas enfraquecida, e no interior de um nacionalismo crescente e cada
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FRANZ KAFKA (1883-1924) SE TORNOU O MAIS CONHECIDO DO ARTISTA DO CÍRCULO DE PRAGA QUE DISSEMINOU CONHECIMENTO E CULTURA PARA O RESTO DA EUROPA
vez mais militante da população nativa. Mas havia também a interferência da presença alemã e, ao mesmo tempo, começava a surgir como uma terceira opção a insistência no sentido de os judeus marcarem presença em reconhecimento à sua própria etnia e criar um tipo especial de sionismo. Quanto ao mundo exterior em que o escritor habitava, a situação era dinâmica, fluida e marchava a passos largos rumo à catástrofe. O modo como algumas dessas tendências se manifestam pode ser encontrado, por exemplo, no contraste entre a obra de Max Brod e de Franz Werfel (1890-1945), em que o mais ve-
lho, Max, tratava o mais jovem com carinho. Brod passou de uma posição de assimilacionismo idealizado para o de sionismo determinado, enquanto Werfel, um dos mais célebres poetas expressionistas do mundo, variou de um compromisso com a paz mundial e uma espécie de comunismo pacifista para uma terna, mas enorme simpatia, pelo cristianismo católico. Werfel também foi romancista, dramaturgo e roteirista de grande suces>>
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O próprio Kafka, embora imerso nos esforços para se familiarizar com o ídiche e para aprender o hebraico, sentia-se alienado de praticamente tudo, tanto do ambiente tcheco quanto da origem judaica e burguesa
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magazine > literatura
>> so em Hollywood, fugindo à ameaça da perseguição nazista. O próprio Kafka, embora imerso nos esforços para se familiarizar com o ídiche e para aprender o hebraico, sentiase alienado de praticamente tudo, tanto do ambiente tcheco quanto da origem judaica e burguesa. Ele estava desesperado para se comprometer com algumas das hipóteses apresentadas, mas se sentia incapaz de fazê-lo. Também foi assim quanto à incapacidade para se casar, apesar dos noivados e amores. Se Kafka procurava uma âncora significativa na vida, também evitava rótulos e lealdades. Do seu ponto de vista, não podia nem mesmo conhecer a si mesmo e se manter no interior dessa entidade, e muito menos pertencer a movimentos públicos ou associar-se a alguma tendência ideológica. Kafka estava na condição de alguém que tenta, sem êxito, conhecer a si mesmo. Em razão desse fracasso, ele não conseguia se casar (vivre dans le vrai, como seu herói Flaubert dizia) e nem concluir nenhuma de suas longas narrativas à conclusão – seus três romances são inacabados. Isso parece explicar a compreensão que tinha do Messias: ele pode realmente “vir”, mas somente quando for tarde demais. Geralmente a Boêmia não era o destino final desses escritores. Muitos migraram, e houve outros que se mudaram para Praga por pouco tempo, como Martin Buber (da Polônia) e Joseph Roth (da Galícia). Os autores locais como os internacionais, escreviam em alemão, embora também conhecessem o tcheco. Mas à medida em que o país passava de província imperial a estado independente, o alemão não era mais a língua dominante na Tchecoslováquia. O ambiente próximo e o mundo inteiro estavam em transformação. Não foi apenas o ambiente imediato que estava sendo transformado, mas o mundo inteiro. E isto se aplica também ao mundo pessoal do escritor e à sua expressão nas letras. Muitas atividades desses escritores foram interrompidas,
MAX BROD (1884-1968) À DIREITA, EM 1942, QUANDO DIRETOR DO TEATRO
HABIMA, NA ANTIGA PALESTINA, JUNTO COM OS DIRETORES DE CENA
TSHEMERINSKY E ZVI FRIEDLAND
mudadas ou perturbadas pelos acontecimentos e pela sedução ideológica. Leo Perutz (1884-1957) deixou Praga e foi oficial e ficou ferido na Primeira Guerra. Em seguida, imigrou para Haifa (Palestina/Israel), foi um romancista de sucesso em alemão fazendo de Praga pano de fundo dos seus cenários mágicos. Assim também Gustav Meyrink (1868-1932), que nasceu em Viena, mudou-se para Praga na juventude se tornou conhecido por ser o autor da lenda do Golem na ficção. O autor cego Oskar Baum (1883-1941), que Brod considerava membro fundador do Círculo de Praga, escreveu duas coleções de contos ambientados em Praga. Paul Lappin (1878-1945) traduzia do tcheco, mas era um autor criativo principalmente em alemão e que se confessou totalmente possuído pelo ambiente de Praga. O grande poeta modernista Rainer Maria Rilke (1875-1926) nasceu em Praga, mas para Brod estava à margem do Círculo. Embora tenha saído da cidade ainda criança, Rilke ainda a guardava no fundo do coração. Estes nomes revelam como autores tão díspares bebiam dessa mesma fonte. Essa reunião de pessoas não deve ser classificada como um grupo, mas uma fase histórica e um segmento da história cultural. Como foi possível tão poucos escritores contribuir tanto para a vida cultural europeia? Era a posição de fronteira clamando por uma voz no mundo contemporâneo. Esta voz era, por necessidade, de todos, mas também pertencia totalmente a nada. Esta postura constitui o seu caráter e isso foi transmitido para o nosso próprio mundo. Parece estar tão distante, à medida em que ocorreram outras transformações radicais, e ainda assim está perto. Pertence tanto a um tempo e lugar desaparecidos, mas ainda presente de muitas maneiras. * Leon Yudkin escreveu The Prague Circle and Czech Jewry (“O Círculo de Praga e o Judaísmo Tcheco”). Cópias disponíveis com o autor por meio de yudk4@aol.com
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leituras magazine
por Bernardo Lerer
Eu Sou Proibida Anouk Markovits | Companhia das Letras | 261 pp. R$ 48,00
O livro dá vida a quatro gerações de uma família hassídica, desde a Transilvânia de antes da guerra até o bairro de Williamsburg, no Brooklyn, de hoje. Maravilhosamente bem escrito, o livro é inspirado na própria história da autora e trata do conflito entre amor resoluto, fé inquebrantável e séculos de tradição. “Eu sou proibida, e assim são meus filhos e os filhos dos meus filhos, proibidos por dez gerações, homens e mulheres”, lê-se às primeiras páginas da obra que pretende abrir uma janela para um mundo fechado a quem está do lado de fora.
Hanns & Rudolf Thomas Harding | Editora Rocco | 304 pp. | R$ 39,50
Hanns Alexander era um judeu alemão que fugiu com a família em 1945 para a Inglaterra e voltou a Berlim em 1945 como membro de uma equipe de investigadores de crimes de guerra, e se imbuiu de uma tarefa obsessiva: localizar oficiais nazistas que perpetraram os crimes de assassinato em massa, principalmente Rudolf Höss, o comandante de Auschwitz. O jornalista Thomas é sobrinho-neto de Hanns e só tomou conhecimento do fato no enterro do avô em 2006, cuja história reconstituiu e transformou neste livro, elogiado na Europa e Estados Unidos.
Bilhões e Lágrimas Consuelo Dieguez | Companhia das Letras | 339 pp. | R$ 44,90
Precisou surgir uma revista como a Piauí para dar tempo e condições aos seus poucos jornalistas de escrever textos caudalosos que se sucedem por muitas páginas sem fotos nem ilustrações. As reportagens são verdadeiras aulas de jornalismo contando em detalhes as histórias da história e o contexto em que se deram. É o caso das doze reportagens deste livro que retratam “A Economia Brasileira e seus Atores”, de acordo com o subtítulo. É fundamental para se conhecer a economia do país por seus atores e que os jornais e as outras revistas por comodidade e rapidez não fazem.
Em Busca do Povo Brasileiro Marcelo Ridenti | Editora Unesp | 450 pp. | R$ 64,00
Este, e outros livros que a coluna vai indicar, faz parte da leva de lançamentos que têm como tema os cinquenta anos do golpe de 1964 e a ditadura que se instalou em seguida. Em seis capítulos, esta edição revista e ampliada analisa uma das aspirações mais caras aos militantes de esquerda e aos artistas e intelectuais brasileiros durante o período 1964-1985 e procura descobrir o que os inspirou nessa busca de um novo país que pretendiam construir a partir de raízes nacionais e que, no final, refluiu após o triunfo da lógica do mercado global nos anos 1990. E qual a herança deixada?
Ditadura e Democracia no Brasil Daniel Aarão Reis | Zahar Editora | 196 pp. | R$ 44,90
O subtítulo é “Do Golpe de 1964 à Constituição de 1988” e é uma avaliação sincera de quem foi punido pela ditadura com torturas, sevícias, condenações e exílio e pergunta se ela apenas reprimiu ou em que medida e com que orientação conseguiu também modernizar o país e de que maneira as marcas desta modernização ainda permanecem, como cacos, incrustadas no seu corpo. Este livro é também uma versão atualizada e ampliada, mas de Ditadura Militar – Esquerdas e Sociedade, de 2000.
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A Ditadura que Mudou o Brasil Zahar Editora | 267 pp. | R$ 49,90
Trata-se de uma coleção de ensaios organizados pelos acima citados Marcelo Ridenti, Daniel Aarão Reis e Rodrigo Patto Sá Motta embalados pela ideia de que em vez de “virar a página” vale ainda mais refletir a respeito desse período sombrio de duas décadas de mudanças que alteraram para sempre a fisionomia da sociedade. Enquanto durou, criaram-se complexas relações entre poder e sociedade, com mudanças nas alianças e oposições que, ao final, isolaram o regime militar e restauraram a democracia.
As Universidades e o Regime Militar Rodrigo Patto Sá Motta | Zahar Editora | 428 pp. | R$ 54,90
Um vasto material de pesquisa, até há pouco inédito e inacessível, possibilitou responder a perguntas como o impacto do regime militar sobre as universidades; a atuação dos apoiadores do golpe no meio acadêmico; como os paradoxos da ditadura se manifestaram na definição da política universitária; a atuação das assessorias de segurança e informação nos campi; o efeito dos expurgos políticos na vida acadêmica e a polarização entre resistência e colaboração entre professores e pesquisadores.
A Mulher que Era o General da Casa Paulo Moreira Leite | Arquipélago Editorial | 223 pp. | R$ 36,00
O jornalista autor do livro conta a história de cidadãos anônimos, comuns, que se mobilizaram contra a ditadura e enfrentaram as dores do seu empo, como a funcionária dos Correios Therezinha Zerbini, mulher do general cassado Euríale de Jesus Zerbini, e cunhada do famoso cirurgião cardíaco Euríclides Zerbini, a primeira a gritar por anistia e que fez da sua casa refúgio de perseguidos e torturados. O livro contém um capítulo dedicado a Henry Sobel.
1964 o Golpe que Marcou a Ferro uma Geração Barnabé Medeiros Filho | Editora Nova Alexandria | 262 pp. | R$ 37,00
Mais uma obra a respeito dos cinquenta anos do golpe militar, mas desta vez concentrada nos vinte anos entre a renúncia de Jânio Quadros em agosto de 1961 e a explosão de bombas no Riocentro, em fevereiro de 1981. Ela é contada na primeira pessoa por um jornalista que passou mais de um ano preso no Dops, Doi-Codi e presídio do Carandiru, fala da sua vida e a contextualiza os evento por que o Brasil passou naquele período.
Doze Anos de Escravidão Solomon Northup | Companhia das Letras | 273 pp. | R$ 22,50
O diretor do filme que se originou do livro, Steve McQueen, apresenta-o como “tão importante quanto O Diário de Anne Frank”. Menos, Steve, menos. São coisas diferentes, e igualmente importantes, pois o livro (e o filme) contribuem decisivamente para continuar perpetuando impunemente mentiras e mistificações a respeito da escravidão nos Estados Unidos, contada por sua própria vítima, Solomon, que por conta de uma proposta de emprego, deixa a segurança do norte dos EUA é sequestrado e submetido a doze anos de trabalhos forçados em fazendas da Louisiana.
Cioran – O Livro das Ilusões Editora Rocco | 224 pp. | R$ 33,50
Este livro foi escrito quando o filósofo Emil Cioran, nascido em 1911, em Rasinari, na Romênia, tinha 25 anos. Ele se mudou para a França em 1937 e morreu em Paris, em 1995. Neste livro ele explora o caminho à santidade possibilitado pelo sofrimento e também defende o caráter transformador da dor. Mas não conta que, ao se mudar para Berlim, em 1933, confessou-se hitlerista, elogiou o evento da Noite dos Longos Punhais em que desafetos de Hitler foram assassinados e a política de Mussolini na antiga Abissínia. Além disso, era admirador confesso da Guarda de Ferro, a organização nacionalista e antissemita da Romênia.
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músicas magazine
por Bernardo Lerer Ernesto Nazareth 150 Anos Revivendo | R$ 29,90
A família Barg, de Curitiba, dona do selo Revivendo, opera maravilhas tecnológicas ao recuperar gravações do século passado e tentar aproximar os sons de como foram executados naquela ocasião e gravadas pela famosa Casa Edison. Neste cd é possível ouvir uma das obras mais conhecidas de Nazareth, Dengoso, pela Banda Columbia, e outras composições por famosas orquestras que se apresentavam nos cassinos do Trio de Janeiro, como do Copacabana Palace. Nazareth morreu aos 71 anos em fevereiro de 1934 e foi encontrado nas matas próximas da Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, onde estava internado com problemas mentais.
Dreamland Madeleine Peyroux | Warner Music | R$ 29,90
Esta cantora de jazz já se tornou famosa nos Estados Unidos e admite sofrer as influências de Billie Holiday, Edith Piaf, Leonard Cohen, Charlie Chaplin e outros. Dreamland foi o primeiro cd da carreira, gravado em apenas cinco noites, em 1996. Alcançou sucesso e ficou seis anos sem gravar apresentando-se em clubes noturnos. Voltou aos estúdios em 2003 gravando um cd a cada dois anos.
Álamo Leal Flávio Guimarães | Chico Blues Records | R$ 27,90
Guimarães é considerado o introdutor do blues no Brasil e o seu mais importante disseminador, tendo fundado o conjunto “Blues Etílicos” em 1986 que se tornou tão conhecido a ponto de ele ser convidado para uma temporada de apresentações em Chicago e requisitado para abrir os espetáculos de B.B. King no Brasil e se aperfeiçoou cada vez mais na gaita de boca que aprendeu com o mestre Maurício Einhorn.
On Air Live at the BBC The Beatles | Universal – R$ 49,90
Já considerados patrimônio artístico e cultural do Reino Unido, entre março de 1962 e junho de 1965 os Beatles se apresentaram 265 vezes, catando 88 músicas, todas de sua autoria e das quais pelo menos dez nunca foram gravadas comercialmente. Duas delas são tocadas pela primeira vez neste álbum: Beautiful Dreamer e I’m Talking about You, de Chuck Berry. Divirtam-se: são 63 faixas.
Let Them Talk Hugh Laurie | Warner Music | R$ 32,90
Laurie, mais conhecido por estrelar a serie House na tv, apresentou-se recentemente em casas noturnas de São Paulo e, segundo os que o assistiram acompanhado de guitarra, revelou-se melhor cantor que ator, embora seja também um escritor de méritos. Laurie nasceu na Inglaterra e era um promissor atleta que pretendia disputar os Jogos Olímpicos como remador mas decidiu dedicar-se ao teatro e à música.
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The King of Reggae Bob Marley | Wagram | R$ 169,90
Trata-se da coleção oficial da lenda do reggae em quatro cd’s e 75 faixas, que conseguem satisfazer aos mais exigentes deste gênero musical com origem na Jamaica e que o filho Zig pretende eternizar. É, de fato, uma coleção de pequenas obras-primas que nunca se repetem numa batida contagiante e o som rascante dos metais que em nenhum momento conseguem ofuscar o talento de Bob.
The “Chirping” Crickets Decca | R$ 39,90
Este foi o primeiro álbum do conjunto Crickets lançado ao mercado já no longínquo ano de 1957 e liderado por Buddy Holly. Foi listado entre os mais importantes álbuns de todos os tempos, de uma lista de quinhentos, elaborada pela revista Rolling Stone. Recentemente foi remasterizado e se tornou sucesso por representar aqueles tempos dos primeiros anos do rock n’roll.
Tenor Festival Pavarotti – Domingo – Carreras | Warner Classics | R$ 24,90
O selo criou a série Inspiration a partir de gravações que caíram no domínio público e dividiu as dezoito faixas entre os grandes – e mais populares – tenores da segunda metade do século 20 sabendo que se tornariam sucesso de crítica e de público. Desta forma, podemos ouvir Plácido Domingo, atualmente um conhecido maestro, José Carreras e Pavarotti.
Dimitri Mitropoulos Fabula Classica | R$ 95,90
O pianista, compositor e regente grego Mitropoulos (1896-1960) foi maestro e diretor da Filarmônica de Nova York, onde trabalhou durante a década de 1950 até morrer. Era sempre convidado a reger outras orquestras, o que explica o fato de dirigir a Concertgebouw de Amsterdã, em 1958, no Concerto para Clavicórdio e Orquestra, de Bach, tendo Glenn Gould como solista numa interpretação memorável.
Rodrigo Joaquín Rodrigo | Naxos | R$ 14,90
Rodrigo viveu 98 anos, 94 dele cego em consequência de um surto de difteria, e durante a maior parte da vida escreveu mais de duzentas composições para os mais variados instrumentos das quais as mais conhecidas são aquelas para violão. Foi um prolífico e exitoso compositor para piano e quem prestar atenção às obras para o instrumento vai perceber acordes de um violão.
Elizabeth Schwarzkopf Lyrica | R$ 24,90
Ela nasceu em 1915, filha de um professor de Posen na Prússia, demitido da escola por não se filiar ao partido nazista. Ela, no entanto, só pôde assinar contrato com a Deutsche Opernhaus se assinasse a ficha de inscrição no partido. As gravações deste cd foram feitas entre o final da década de 1940 até 1959 e são consideradas as mais elogiadas da obra de Mozart.
Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena
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magazine > memória
O silêncio de PY2LG ESTE ERA O PREFIXO DO RADIOAMADOR LASZLO GOLDNER
QUE MORREU NO FINAL DE MARÇO AOS 94 ANOS. DEIXOU FILHOS E NETOS, GATOS AO DESABRIGO, DEZENAS DE CD’S DE MÚSICA ERUDITA, OUTRO TANTO DE DVD’S DE ÓPERAS E UM FANTÁSTICO EQUIPAMENTO DE RADIOAMADOR QUE A TECNOLOGIA DIGITAL TORNOU OBSOLETA LASZLO USOU A SALA DO APARTAMENTO NO ÚLTIMO ANDAR DE UM EDIFÍCIO NO CENTRO PARA SEU EQUIPAMENTO
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e fato, Laszlo foi possivelmente o mais importante membro do grupo de radioamadores da Hebraica, que ocupava uma sala do Ginásio dos Macabeus e para a qual convergiam os associados da Hebraica em busca de notícias de Israel quando o país foi ameaçado pelos scuds de Sadam Hussein, no início dos anos 1990, na Guerra de Iom Kipur de 1973 e nas seguidas crises com os palestinos da Fatah. O grupo deixou de existir antes de o século passado virar a esquina e alguns dos seus membros, como Renato Strauss, Yaco Bitelman e Alexandre Lerer foram ao enterro dele. Laszlo nasceu na Transilvânia em uma cidade entre a Romênia e Hungria e que atendia ora por Oradia Mare (romeno) ou Nagyvarad (húngaro). A Transilvânia fazia parte do Império Austro-Húngaro que desapareceu nos arranjos do armistício da Primeira Guerra, e foi anexada pela Romênia. O pai tocava uma olaria a quarenta quilômetros da cidade, lutou na Primeira Guerra, foi ferido e condecorado. Morreu em 1931 e deixou as coisas por conta de Laszlo que pretendia ser médico e estagiava na França, em 1939, quando a guerra eclodiu. Voltou para casa e começou a viver a onda antissemita que grassava na região e era o tempo todo provocado mesmo quando confessava, como todos os judeus, sua lealdade à bandeira húngara. Alto, forte e em idade militar, Laszlo não foi recrutado para lutar, mas para integrar batalhões de trabalhadores escravos, judeus em sua maioria, para abrir estradas, cavar trincheiras, etc. Por isso era levado de um lado a outro por países dos Cárpatos, acompanhando o exército húngaro até a Áustria, depois para a Galícia e, de novo, à Hungria. Tentou fugir, mas foi capturado. O Exército Vermelho invadiu a Hungria no inverno e Laszlo estava abrigado sob um grosso casaco do exército húngaro, mas descalço. Foi detido e escapou da morte porque a irmã namorava um judeu comunista, capitão do exército soviéti-
co, que se o salvou do desterro para a Sibéria não impediu que ficasse quase um mês preso. A perna direita gangrenou e foi salva da amputação total por um médico mais diligente e para quem só cortar o pé direito já bastava. Dos vinte mil judeus de sua cidade, sobreviveram cerca de quatrocentos. Destes, a maioria entrou em contato com emissários da Agência Judaica e Laszlo quase fez aliá, embora quisesse mesmo imigrar para os Estados Unidos. De todo modo, o grupo foi levado primeiro a dormir em uma escola e depois embarcado em um trem cujo destino era a antiga Iugoslávia, mas amanheceu em Trieste, na fronteira com a Itália. Apesar dos percalços na Hungria conseguiu salvar as moedas de ouro que lhe garantiram sustento por algum tempo na Itália. Foi para Bari, no sul, mais quente, fixou-se um tempo em Roma, trabalhou na Cinecittá, onde conheceu uma russa fugitiva, com quem casou-se, e que ficou marcado na vida dele como Helena Russina. Trabalhou junto ao exército inglês em Nardó, pequena cidade bem ao sul da Itália, no que corresponderia à sola do salto da bota italiana, porque tinha a vantagem de saber várias línguas, e o latim clássico. Mas não suportou o isolamento e o provincianismo, voltou a Roma e depois foi ao consulado brasileiro, em Florença, atraído pelo livro Brasil, País do Futuro, de Stefan Zweig. Trabalhou no escritório de refugiados até dezembro de 1946 quando se viu com três passagens para o Brasil. Desembarcou no Rio de Janeiro em de fevereiro de 1947. Pouco depois nasceria o primeiro filho, Luís, morto há 21 anos, de AVC. O gosto pelo radioamadorismo remonta aos tempos de escoteiro. Tinha 10 anos quando participou de um jamboree em Budapeste e foi apresentado pela primeira vez a um rádio galena, um evento muito marcante. No Brasil, já nos
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EM 1997, YACO BITELMAN (ESQUERDA), ENTÃO DIRETOR DO GRUPO DE RADIOAMADORES DA HEBRAICA, MAIS LASZLO GOLDNER E ALEXANDRE LERER, RECEBEM UM NOVO EQUIPAMENTO
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anos 1960, comprou um rádio com quarenta canais, e como o mundo dos radioamadores é pequeno conheceu o então presidente do grupo de radioamadores da Hebraica, Renato Strauss. Filiou-se à Labre, que congrega os radioamadores, e com o prefixo PY2LG conquistou o mundo e o respeito de todos. Ele se orgulhava de servir como ponte entre os judeus do Brasil e os irmãos em Israel numa época em que a ligação telefônica era cara e precária. E ficava honrado em se valer do radioamadorismo para juntar os homens de bem tal como aparece no filme Si Tous les Gars du Monde, título retirado de um verso de Jean-Jacques Rousseau e cujo sentido é “se todos os homens do mundo se dessem as mãos...” Ele valorizava no radioamador, antes de tudo, um importante papel humanitário capaz de fazer as pessoas se darem as mãos para tornar o mundo menor, mais próximo, fraterno e solidário. (B.L.)
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magazine > ensaio | por Abrão Slavutzky *
Freud, esse rebelde AO FINAL DA VIDA, FREUD FAZ UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AO POVO JUDEU. LACAN, QUE ESCREVEU SOBRE MOISÉS, TEM CERTEZA DE QUE FREUD BUSCAVA SABER O QUE É UM PAI. AFIRMA QUE A CONCEPÇÃO DE UM DEUS INVISÍVEL É UMA ÉTICA DAS SUPERAÇÕES DA IDOLATRIA DO EU
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oneladas de livros foram queimadas na Alemanha nazista em 10 de maio de 1933, muitos deles de autores judeus, entre os quais Freud. Antes de atirar a obra de cada escritor à fogueira, os nazistas davam uma explicação. Para Freud: “Contra a supervalorização destruidora da alma da vida sexual – e a favor da nobreza da alma humana –, ofereço às chamas os escritos de um certo Sigmund Freud!” Ao saber das circunstâncias em que a sua obra virou cinzas, Freud disse que, na Idade Média, o queimado seria ele, mas naquele momento eram os livros. Em 1934, com o aumento da escalada persecutória aos judeus, ficou menos otimista, e em setembro daquele ano enviou uma carta ao amigo judeu Arnold Zweig: “Diante das novas perseguições, como os judeus se tornaram o que são e por que atraem o ódio eterno?” A partir daí, começa a estudar e escrever sobre Moisés para entender o antissemitismo. Aliás, três editoras brasileiras estão traduzindo a obra completa de Freud direto do alemão e, por esta razão, desconfiem, quando lerem que a psicanálise está em declínio. Ao contrário, continua va-
NA ÉPOCA DESTA FOTO, FREUD JÁ HAVIA SIDO DIAGNOSTICADO COM UM TUMOR NA MANDÍBULA E QUE O MATARIA EM 1939
lendo a maioria dos conceitos de Freud, um rebelde em relação às ciências da sua época que desprezavam os sonhos. Atacado pela sociedade como imoral por escrever acerca da sexualidade infantil, era crítico da religião, mas sustentou que um psicanalista devia estudá-la. Enfim continua sendo o mais consistente mapeador da alma –psyché, em grego. Freud tinha 78 anos quando começou a escrever O Homem Moisés e a Religião Monoteísta, angustiado por estar privando seu povo, o povo judeu, do que ele considerou “o maior dos seus filhos”. Encontrou em Moisés um homem para desafiar, se rebelar e se apoiar diante dos tempos sombrios. Desprezou os patriarcas bíblicos, como os judeus da Alemanha que até a chegada do nazismo se diziam alemães de fé mosaica. Durante quatro anos esteve envolvido com Moisés estudando o Êxodo, o segundo dos cinco livros da Torá. E ainda leu obras sobre o Egito, pois se impôs como tarefa, pela primeira vez na vida, sustentar teses históricas. Um paradoxo de Freud é que, mesmo sendo ateu, escolhe Moisés como a sua última paixão, e dá valor ao
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invisível, ao simbólico. Sua rebeldia criativa manteve o ânimo diante do antissemitismo e de um câncer na mandíbula. No primeiro ensaio, afirma que Moisés é egípcio, e analisa parte do nome egípcio, mose, que significa “filho”. Entender uma pessoa pelo nome próprio é seguir Plutarco, segundo quem “nomen est omen”, “o nome é o destino”. Aliás, está escrito na Cabala que nas letras de um nome está contida a alma da pessoa. Uma explicação atual seria que ao escolher o nome do filho, os pais expressam desejos inconscientes. Evidentemente essa tese rebelde incomodou intelectuais judeus, entre eles o filósofo Martin Buber. Na segunda parte do livro, menciona o historiador Ernst Sellin, que afirma, de modo imaginário, que os judeus assassinaram Moisés. Duas gerações depois os judeus terão outro Moisés. Se é possível argumentar que Moisés era, inicialmente, egípcio, pois, afinal foi educado pela princesa e pela cultura egípcias, o mesmo não se pode assegurar quanto ao assassinato. A não ser que Freud precisasse ligar a origem da religião e do povo judeu à sua tese de Totem e Tabu, no qual propõe que nos primórdios havia um Pai todo-poderoso assassinado pelos filhos que não tinham acesso às mulheres. Nessa linha escreveu que o povo judeu assassinou Moisés, mas não assumiu o crime, se sentia culpado, odiado e perseguido. Aí está uma fragilidade do Moisés de Freud, pois, além de fantasiosa, a hipótese culpa a vítima pela crueldade dos outros. No entanto, o melhor do livro é a terceira parte, em que exalta o progresso da espiritualidade e estuda mais uma vez a importância do trauma, do retorno do recalcado e dos sintomas. E dessa parte vai produzir um trabalho que enviará ao XV Congresso Internacional de Psicanálise, realizado em novembro de 1938, em Paris, com o título O Progresso da Espiritualidade, considerado quase um testamento de Freud, que morreria no ano seguinte. De acordo com este ensaio, acreditar num Deus invisível é um progresso comparado ao politeísmo em que os deuses eram visíveis. A invisibilidade é uma vitória da capacidade simbólica a partir da linguagem sobre o visível e o sensorial. Foi o ar em movimento que deu o modelo da espiritualidade, pois o espírito deriva de seu nome, do sopro do vento (animus, spiritus, e, em hebraico, ruach, sopro). Afirma que a paternidade é uma suposição construída com base numa conclusão e numa premissa; enquanto a maternidade é a testemunha dos sentidos. Portanto, é possível concluir que a vitória da espiritualidade sobre a sensualidade é um progresso cultural e a conquista do simbólico na condição humana. Ao final da vida, Freud faz uma declaração de amor ao povo judeu. Lacan, que escreveu sobre Moisés, tem certeza de que Freud buscava saber o que é um pai. No seu seminário, este afirma que a concepção de um Deus invisível é uma ética das superações da idolatria do eu. O Homem Moisés e a Religião Monoteísta é, enfim, um livro polissêmico, de múltiplos sentidos. Freud reelabora a metapsicologia por meio do trauma, do retorno do recalcado e da formação das neuroses. Retoma a
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Humor É Coisa Séria Abrão Slavutzky/ Arquipélago Editorial / 343 pp. R$ 39,90 O psicanalista gaúcho pesquisou cerca de três décadas para construir essa história cultural do humor que vai da sabedoria de Dom Quixote até o nascimento e desenvolvimento do humor infantil, e o analisa como centelha para o sexo, antídoto para o desamparo e constante ameaça ao autoritarismo. O autor revela a fundamental necessidade de sorrir diante dos assombros e tristezas, da mesma forma como os judeus utilizaram o humor como meio de sobrevivência nos campos de concentração. Dois capítulos tratam do humor judaico e do humor na Shoá.
origem da religião, da moral e da cultura em busca de saber quem é o seu povo e as razões do ódio. Ao final, arrisco uma ideia a respeito desse enigmático ódio eterno aos judeus: o antissemitismo odeia a dúvida, enquanto o Talmud introduz o debate na fé e o questionamento como princípio. Muito já se disse que a pátria do judeu é a utopia – a era messiânica – e a redenção é uma tarefa incessante. Às vezes penso que o povo judeu, com seu Tanach – Velho Testamento –, teve o destino trágico traçado ao ser levado muito a sério por outras crenças e povos. Se a idealização do judeu como povo eleito não tivesse ocorrido tudo teria sido mais fácil. Esse pequeno povo se rebelou contra as tentativas de sedução do helenismo, do cristianismo, de Maomé, da Reforma de Lutero, entre outros. Enfim, o povo judeu manteve a rebeldia assim como seu filho Freud também foi rebelde com Moisés. * Abrão Slavutzky é psicanalista
Freud tinha 78 anos quando começou a escrever O Homem Moisés e a Religião Monoteísta, angustiado por estar privando seu povo, o povo judeu, do que ele considerou “o maior de seus filhos”
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DIRETORES E CONVIDADOS BRINDAM À NOVA FASE DA ESCOLA MATERNAL E INFANTIL
Feito escola grande DIRETORES VISITARAM AS CINCO NOVAS SALAS DE AULA DA ESCOLA MATERNAL E INFANTIL CONSTRUÍDAS PARA ACOMODAR MAIS ALUNOS. PARA ATENDER A DEMANDA CRESCENTE, ESCOLA ESTA PASSOU RECENTEMENTE POR DUAS AMPLIAÇÕES
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m meio à quietude de uma manhã de sábado, o presidente Abramo Douek acompanhado pela diretora da Escola Maternal e Infantil, Sarita Kreimer, cortou a fita inaugural nas escadas
ABRAMO DOUEK E SARITA KREIMER
INSPECIONAM AS NOVAS SALAS DE AULA
de acesso às cinco novas salas de aulas erguidas para acolher o aumento no número de alunos em 2014. “Estamos com 280 crianças em dezessete turmas, do minimaternal ao infan-
til 3”, informou Sarita ao responder aos duplos cumprimentos, por seu aniversário e por mais aquela conquista dirigindo a escola. “É quase impossível acreditar que no início dos anos 1980, quando me tornei diretora, tínhamos só quarenta alunos, e em instalações muito acanhadas”, lembrou a diretora. Ao se referir à Escola, Abramo Douek declarou-se emocionado ao entregar a segunda ampliação da escola em pouco mais de um ano. “Diante do aumento do número de salas de aula, cada vez mais me orgulho de ver crianças começando a vida escolar aqui e continuarem os estudos no interior do clube, enquanto adquirem cultura geral e judaica, habilidades esportivas, artísticas e fazem amigos para o resto da vida”, comemorou ao pregar a primeira mezuzá. O grupo de visitantes circulou por todo o primeiro andar, observando detalhes das novas salas e da ampliação do banheiro infantil. “Estou lembrando quando meu filho era aluno aqui, na Escola Maternal. Ele hoje é universitário. Hoje a escola é muito maior”, comentou o Nelson Glezer, vice-presidente de Obras. (M. B.)
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diretoria
Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014 PRESIDENTE
ABRAMO DOUEK
DIRETOR SUPERINTENDENTE
GABY MILEVSKY
ASSISTENTE FINANCEIRO ASSESSOR Ͳ ESCOLA ASSESSORA Ͳ FEMININO ASSESSOR Ͳ REVISTA ASSESSOR Ͳ REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL ASSESSOR Ͳ SEGURANÇA ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS ACESC ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS RELIGIOSOS CERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS
MOISES SCHNAIDER BRUNO LICHT HELENA ZUKERMAN FLÁVIO BITELMAN JOSÉ LUIZ GOLDFARB CLAUDIO FRISHER (Shachor) MOYSES GROSS RABINO SAMI PINTO EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita) ALAN BALABAN SASSON DEBORAH MENIUK GLORINHA COHEN LUCIA F. AKERMAN SERGIO ROSENBERG
HANDEBOL ADJUNTO
JOSÉ EDUARDO GOBBI DANIEL NEWMAN
PARQUE AQUÁTICO POLO AQUÁTICO NATAÇÃO ÁGUAS ABERTAS
MARCELO ISAAC GUETTA FABIO KEBOUDI BETY CUBRIC LINDENBOJM ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN RUBENS KRAUSZ
TRIATHLON CORRIDA
JULLIAN TOLEDO SALGUEIRO ARI HIMMELSTEIN
CICLISMO
BENO MAURO SHETHMAN
GINÁSTICA ARTÍSTICA
HELENA ZUKERMAN
RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) BADMINTON
JEFFREY A.VINEYARD SHIRLY GABAY
VICEͲPRESIDENTE ADMINISTRATIVO
MENDEL L. SZLEJF
TIRO AO ALVO
MAURO RABINOVICH
COMPRAS RECURSOS HUMANOS CONCESSÕES ADJUNTO
HENRI ZYLBERSTAJN CARLOS EDUARDO ALTONA LIONEL SLOSBERGAS AIRTON SISTER
GAMÃO
VITOR LEVY CASIUCH
SINUCA
ISAAC KOHAN FABIO KARAVER
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO MÉDICO CULTURA JUDAICA ASSESSORES DA SINAGOGA
SERGIO LOZINSKY RICARDO GOLDSTEIN GERSON HERSZKOWICZ JAQUES MENDEL RECHTER MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ
XADREZ
HENRIQUE ERIC SALAMA
VICEͲPRESIDENTE DE ESPORTES
AVI GELBERG
ASSESSORES
CHARLES VASSERMANN DAVID PROCACCIA MARCELO SANOVICZ SANDRO ASSAYAG YVES MIFANO
GESTÃO ESPORTIVA ESCOLA DE ESPORTES MARKETING/ESPORTIVO
ROBERTO SOMEKH VICTOR LINDENBOJM MARCELO DOUEK FLÁVIA CIOBOTARIU
MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO
AMIT EISLER
RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS
ABRAMINO SCHINAZI
GERAL DE TÊNIS SOCIAL TÊNIS
ARIEL LEONARDO SADKA ROSALYN MOSCOVICI (Rose)
SAUNA
HUGO CUPERSCHMIDT
VICEͲPRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS
NELSON GLEZER
MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO E OBRAS PAISAGISMO E PATRIMÔNIO PROJETOS
ABRAHAM GOLDBERG GILBERTO LERNER MAIER GILBERT RENATA LIKIER S. LOBEL
VICEͲPRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL
SIDNEY SCHAPIRO
CULTURAL SOCIAL FELIZ IDADE RECREATIVO GALERIA DE ARTES SHOW MEIO DIA
SERGIO AJZENBERG SONIA MITELMAN ROCHWERGER ANITA G. NISENBAUM ELIANE SIMHON (Lily) MEIRI LEVIN AVA NICOLE D. BORGER EDGAR DAVID BORGER
VICEͲPRESIDENTE DE JUVENTUDE
MOISES SINGAL GORDON
ESCOLAS
SARITA KREIMER GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR ILANA W. GILBERT
TÊNIS DE MESA
GERSON CANER
SECRETÁRIO GERAL
ABRAHAM AVI MEIZLER
FITͲCENTER
MANOEL K.PSANQUEVICH MARCELO KLEPACZ
SECRETÁRIO DIRETORES SECRETÁRIOS
CENTRO DE PREPARAÇÃO FÍSICA
ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN
JAIRO HABER ANITA RAPOPORT GEORGES GANCZ HARRY LEON SZTAJER
JURÍDICO
ANDRÉ MUSZKAT
SINDICÂNCIA E DISCIPLINA
ALEXANDRE FUCS BRUNO HELISZKOWSKI CARLOS SHEHTMAN LIGIA SHEHTMAN TOBIAS ERLICH
JUDÔ JIU JITSU
ARTHUR ZEGER FÁBIO FAERMAN
FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY) FUTSAL
FABIO STEINECKE MAURÍCIO REICHMANN
GERAL DE BASQUETE BASQUETE OPEN
AVNER I. MAZUZ DAVID FELDON WALTER ANTONIO N. DE SOUZA
BASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS BASQUETE HHH MASTER
GABRIEL ASSLAN KALILI LUIZ ROZENBLUM
VOLEIBOL
SILVIO LEVI
TESOUREIRO GERAL
LUIZ DAVID GABOR
TESOUREIRO DIRETORES
ALBERTO SAPOCZNIK SABETAI DEMAJOROVIC MARCOS RABINOVICH
102 HEBRAICA
| MAI | 2014
vitrine > informe publicitário CRISTINA CANEPA
Exposição de pinturas no Clube Paulistano Foi um sucesso a exposição de Cristina Canepa no Clube Paulistano. Ela dedica-se às artes plásticas desde 2003 quando ingressou no grupo de Dalton de Luca, experimentando algumas técnicas como desenho, aquarela e pintura.
A partir de 2007 passou a frequentar o atelier de Sérgio Fingermann, acrescentando à sua formação aulas teóricas com Carlos Fajardo e de gravura com Evandro Carlos Jardim. Maiores informações Site www.cristinacanepa.com
SHARING4 YOU
Domésticos profissionais especializados Com três anos de atuação no mercado de contratação de domésticos profissionais, a Sharing4you inovou o setor oferecendo ao cliente o candidato mais adequado à sua realidade com atendimento personalizado e acompanhamento total do processo. Temos em nos-
sos quadros domésticas, diaristas, babás, cozinheiras, arrumadeiras, motoristas, governantas, cuidadoras de idosos e folguistas. Rua Clemente Álvares, 103, Lapa Fones 2594-2669 Site www.sharing4you.com.br
JANE MARIA DOÇARIA ARTESANAL
O que era bom ficou ainda melhor Jane Maria é uma dessas empreendedoras que transformaram um hobby em negócio e tornaram-se referência. A lista de doces sob encomenda cresceu de forma original. Antes o bemcasado era feito apenas para casamentos. Hoje, o mesmo doce ganhou outros nomes como
ESPAÇO
bem-vividos para festas de bodas, bem-nascido para a chegada do bebê, e o bem-sucedido na versão das lembrancinhas para empresas. E-mail janemaria@janemaria.com.br Site www.janemaria.com.br Fones 3835-9844 /99784-1102
D
Doces e salgados, como os da mamãe
No Espaço D, tudo é feito artesanalmente com ingredientes fresquíssimos e de excelente qualidade. A equipe é sempre receptiva e calorosa, chefiada por uma engenheira de alimentos que concretizou um antigo sonho de poder dividir com outros os prazeres de uma
cozinha honesta, dedicada e saborosa. O Espaço D também faz doces e salgados para festas, eventos, comemorações de escritório. Av Brigadeiro Faria Lima 1.827, loja 24 Fones 3034-4578 / 3034-5408 Site www.espacodd.com.br
ESPAÇO PRANA
Um presente para as mamães Em maio, no Espaço Prana oferece dois pacotes promocionais para as mamães: drenagem linfática corporal mais drenagem facial mais biofacial, uma sequência perfeita para um tratamento completo de beleza; massagem Prana fito mais ofurô, e combinação de duas
técnicas – shiatsu e relaxante –, que termina com um reconfortante banho. Há outros tratamentos como quick massage, do in e ginástica laboral. Fones 3034-5201 / 3818-8735 Site www.espacoprana.com.br.
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HEBRAICA
| MAI | 2014
indicador profissional ADVOCACIA
ANGIOLOGIA
CLÍNICA
ARQUITETURA
CARDIOLOGIA
CASA DE REPOUSO
CLÍNICA HIPERBÁRICA
COLOPROCTOLOGIA
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| MAI | 2014
indicador profissional COLOPROCTOLOGIA
DERMATOLOGIA
GERIATRIA
FISIOTERAPIA
MANIPULAÇÃO
CONSULTORIA FISCAL E CONTÁBIL
CURA RECONECTIVA
DERMATOLOGIA
NEUROLOGIA
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HEBRAICA
| MAI | 2014
indicador proямБssional NEUROCIRURGIA
ODONTOLOGIA
OFTALMOLOGIA
ONCOLOGIA
ORTOPEDIA
OFTALMOLOGIA
NUTRICIONISTA
OTORRINOLARINGOLOGIA
PNEUMOLOGIA
106 HEBRAICA
| MAI | 2014
indicador proямБssional PAISAGISMO
PSICOLOGIA
PSICOLOGIA
PSICOLOGIA
PSICOTERAPIA
NA
PARA ANUNCIAR REVISTA HEBRAICA
LIGUE:
3815-9159 3814-4629
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HEBRAICA
| MAI | 2013
indicador profissional PSICANÁLISE
PSICANÁLISE
PSIQUIATRIA
PSIQUIATRIA
QUIROPRAXIA
REPRODUÇÃO
TERAPIA
108 HEBRAICA
| MAI | 2014
indicador profissional TRATAMENTO
compras e serviços
UROLOGIA
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compras e serviรงos
110 HEBRAICA
| MAI | 2014
compras e serviรงos
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compras e serviรงos
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roteiro gastron么mico
HEBRAICA
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roteiro gastron么mico
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| MAI | 2014
conselho deliberativo
CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2014
MAIO
Esforço conjunto As comissões de Esportes e de Judaísmo ganharam fôlego com uma composição renovada e com a adesão de novos conselheiros que lidam diretamente com os temas tratados durantes as reuniões. Na Comissão de Judaísmo estão Dov Bigio, Ester Tarandach, George Legmann, Gerson Herszkowicz, Henrique Fisberg, Javier Smejoff, José Luiz Goldfarb, Lúcia F. Akerman, Miriam Kruglianskas, Paulo Roberto Egedy, Rosita Klar Blau e Rubens Ernani Giersztajn Na lista de integrantes da Comissão de Esportes estão conselheiros que, além de atletas, sempre batalharam em prol da prática dos esportes no clube. São eles, Alberto Michel Mucinic, Berta El Kalay, Flávio Bekerman, Jaques Zitune, Jônio Foigel, José Ricardo M. Gianconi, Leonardo Cuschnir, Marcelo Schapochnik (coordenador), Márcia Melsohn, Sérgio Garbati Gross (secretário) e o relator, Yves Mifano. A Comissão de Juventude reúne, em sua maioria, conselheiros cujos filhos estão em idade escolar, o que lhes dá uma visão atualizada dos anseios e necessidades da geração que em poucos anos comporá a Juventude da Hebraica. Carlos Kauffman, Cínthia Zaclis Rabinovitz (relatora), Daniela Metzger Rochman, Elisa Raquel Nigri Griner, Gustavo Erlichman, Juliana Kohan Rosenbaum, Lorena Quiroga, Luciana Klar Fischman (secretária), Luiz Flavio Lobel (coordenador), Patrícia Idesis e Silvana Smejoff já estabeleceram um plano de trabalho. No momento em que o sócio estiver recebendo esta edição, a Comissão Fiscal já terá sido empossada, uma vez que a escolha dos integrantes estava prevista para a reunião ordinária de abril. Os conselheiros que se propõem a trabalhar nela assumem tarefas muito relevantes como a análise, emissão de pareceres e a aprovação do balanço financeiro da Hebraica. Em maio, comemoraremos datas importantes cívicas do nosso calendário como Iom Hazikaron, Iom Haatzmaut e Iom Ierushalaim. Uma boa razão para desejar mais do que um Chag Sameach, mas Avodá (“trabalho”) Sameach!
5
2a
FEIRA
6
3a
FEIRA
18 28
DOMINGO 2a FEIRA
IOM HAZIKARON – DIA DA LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 66 ANOS LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM
3a FEIRA 4a FEIRA 5a FEIRA
VÉSPERA DE SHAVUOT 1O DIA SHAVUOT 2O DIA SHAVUOT - IZKOR
3ªFEIRA
JEJUM DE 17 DE TAMUZ
2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA
INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER TU BE AV
JUNHO 3 *4 *5
JULHO 15
AGOSTO 4 5 11
SETEMBRO **24 **25 **26
4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA
VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ
**3 **4 8 *9 *10 15
6ª FEIRA SÁBADO 4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA 4ª FEIRA
*16 *17
5ª FEIRA 6ª FEIRA
VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET - IZKOR SIMCHAT TORÁ
OUTUBRO
NOVEMBRO 5
16 23
JANEIRO 27
11/8 17/11 8/12
DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO ( ONU )
4ª FEIRA
TU B’SHVAT JEJUM DE ESTER PURIM SHUSHAN PURIM
3 4 5 10 11 16 23
6ª FEIRA SÁBADO DOMINGO 6ª FEIRA SÁBADO 5ª FEIRA 5ª FEIRA
24
6ª FEIRA
EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON- DIA DE LEMBRANÇA DO CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT- DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 67 ANOS
ABRIL Mauro Zaitz Célia Burd Fábio Ajbeszyc Fernando Rosenthal Vanessa Kogan Rosenbaum Eugen Atias Júlio K. Mandel Silvia L. S. Tabacow Hidal
3ª FEIRA
4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA
4 5 6
Mesa do Conselho Presidente Vice-presidente Vice-presidente 1o secretário 2a secretária Assessores
AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ
FEVEREIRO 4
Local Teatro Anne Frank Horário 19h30
DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN
3ª FEIRA 3ª FEIRA
2015
MARÇO
Reuniões Ordinárias do Conselho em 2014
4ª FEIRA
DEZEMBRO
* * * *
* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES,
FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS