Revista Hebraica - maio 2013

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Kubrick, jazz e Holocausto


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palavra do presidente

Judaísmo por meio do esporte Abril atraiu ao clube muitos sócios e considero dignas de nota a grande presença e a intensa participação de todos nas comemorações que se iniciaram com Pessach, prosseguiram com o Iom Hazikaron em um final de domingo frio e chuvoso e se encerraram em Iom Haatzmaut, num dia de semana. Tudo na Hebraica, o centro comunitário de São Paulo, o que explica o envolvimento das entidades e de muitos jovens. Esse interesse nas coisas de Israel e nas causas do judaísmo já faz parte da história da nossa comunidade, ainda desde muito antes do advento do Estado de Israel. Naquela época, os movimentos sionistas atuavam junto aos jovens, em todo o Brasil, contribuindo decisivamente para a organização de levas de imigrantes ao novo Estado, e de que são exemplos a criação dos kibutzim Bror Chail e Gaash, entre outros. O Movimento Macabi também se insere neste movimento, aliás, desde sua constituição nos primórdios do século passado, mostrando ao mundo a força e a musculatura dos judeus e do judaísmo, quando nossos irmãos eram perseguidos onde quer que estivessem, com raras exceções. Hoje, além de um Estado de Israel livre, soberano, seguro e democrático, existe também um poderoso movimento macabeu espalhado por todo o mundo. Como no Brasil, por exemplo. Aqui, ainda embalada pelo êxito dos últimos Jogos Macabeus Panamericanos, realizados na Hebraica, em 2011, a Confederação Brasileira Macabi, presidida por Avi Gelberg, e cuja sede é no clube, trabalha no sentido de levar para a próxima 19º Macabíada, que será realizada em Jerusalém, em julho, uma das maiores delegações já enviada a Israel e, provavelmente, a segunda maior delegação estrangeira do mundo, atrás apenas daquela dos EUA. Para tanto ele tem a colaboração do vice-presidente de Esportes da Confederação Latino-Americana Macabi e assessor para assuntos esportivos da Hebraica Sami Sztokfiz. Este evento, com características olímpicas e 9000 atletas, só é menor que a própria Olimpíada. O Brasil se fará representar por mais de quatrocentos atletas, além dos acompanhantes, de todo o Brasil, a maioria deles da Hebraica, que, além de competir, terão a oportunidade de conhecer e viver a pujança e a realidade de uma nação cuja criação e consolidação foram um dos marcos do século 20, período em que o conjunto de suas tragédias fez do povo judeu a vítima preferida. Shalom e Chazak Veematz

Abramo Douek

E AQUI, AINDA

EMBALADA PELO ÊXITO DOS ÚLTIMOS JOGOS MACABEUS PANAMERICANOS, REALIZADOS NA HEBRAICA, EM 2011, A CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA MACABI, CUJA SEDE É NO CLUBE, TRABALHA NO SENTIDO DE LEVAR PARA A PRÓXIMA XIX MACABÍADA, QUE SERÁ REALIZADA EM JERUSALÉM, EM JULHO, UMA DAS MAIORES DELEGAÇÕES JÁ ENVIADAS A ISRAEL


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sumário

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Carta da Redação

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Destaques do Guia A programação de maio e junho

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cultural + social

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In concert Conheça programação da temporada 2013

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Pessach O Segundo Seder alcançou a 45ª edição

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Meio-Dia Música cigana e corais no Teatro Arthur Rubinstein

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Gourmet A culinária sem fronteiras de Sheila Mann

O COORDENADOR DO DEPARTAMENTO DE TEATRO HENRIQUE SCHAFER DURANTE CERIMÔNIA DE IOM HAZIKARON

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Galeria de arte A arte das ruas chega à Hebraica

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Recreativo Alguns personagens e histórias do carteado

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Feliz Idade Grupo comemora trinta anos com atração musical

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Coluna um / comunidade Os eventos mais significativos na cidade

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Fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

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Teatro Os talentos que a Hebraica exporta para cinema e tv

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Dança Um fim de semana no Sitio Ranieri reuniu todos os grupos

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Polo Uma semana inteira para aprender táticas e movimentos

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Curtas Xadrez, basquete e tênis são destaques do mês

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magazine

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Espaço bebê Veja como será próxima Caminhada das Mães

Capa | Kubrick Os projetos sobre o Holocausto e o jazz que não vingaram

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Comportamento A revista Playboy agora tem versão israelense

esportes

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Entrevista O vice-presidente Avi Gelberg fala da gestão e da Macabíada

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Documentário Assi Dayan conta tudo sobre conflitos com o pai

78

Síria As marcas deixadas pelos judeus em Alepo estão se apagando

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A palavra O polêmico significado de “sionismo” e as implicações políticas

84

Cinema O Festival É Tudo Verdade e a sua visão de Israel

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10 notícias As notícias mais quentes da sociedade israelense

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Leituras Os destaques do mês no mercado das ideias

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Música Onze lançamentos imperdíveis, do popular ao erudito

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Com a língua e com os dentes Dica e receita para saborear fondue neste inverno

95 diretoria

96

Lista da Diretoria Saiba quem são os seus representantes no Executivo

97

Balanço 2012 Confira os números da Tesouraria

112

Lista de conselheiros Saiba quem são os seus representantes no Executivo

114

Conselho Prepare-se, porque em novembro teremos eleições


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carta da redação

ANO LIV | Nº 615 | MAIO 2013 | YAR / SIVAN 5773

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN

Stanley Kubrick, o judeu

DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER

Há algum tempo, Charlie Chaplin foi parar na capa da revista Hebraica e a reportagem a respeito desmistificava a crença de que o famoso ator, diretor e autor era judeu. Não, não era. Mas a esmagadora maioria dos associados acreditava que fosse e, depois que a revista passou a circular, comentavam: “Ué, mas eu pensei que fosse judeu”. Nesta edição, cuja capa é dedicada a um dos mais importantes cineastas de todos os tempos, informa: sim, Stanley Kubrick era judeu. “Mas eu nem sabia disso”, comentaram os associados aos quais perguntei das origens do diretor de 2001, Uma Odisseia no Espaço, O Iluminado, Dr. Fantástico e mais uns tantos filmes que somam quase trinta. No entanto, Kubrick não filmou dois temas que em um determinado período viraram quase obsessão: o Holocausto e o jazz nos tempos do Reich. Além dele, há mais o que ler no “Magazine”, como o lançamento, sem protestos religiosos, da edição em hebraico da Playboy; o triste fim de Alepo, uma cidade síria onde viverem muitos judeus, agora em escombros em razão da guerra civil no país, e uma reportagem acerca do filho de Moshé Dayan, Assi. Além disso, Magali Boguchwal entrevistou o vice-presidente de Esportes da Hebraica e também presidente da Confederação Brasileira Macabi Avi Gelberg a respeito da próxima Macabíada, em Israel, a décima nona. E é dela também a reportagem acerca de atores formados nos grupos de teatro da Hebraica, respondendo à tradicional pergunta: onde estão?

EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA BENJAMIN STEINER (EDITOR) FLÁVIO M. SANTOS

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

ILUSTRAÇÃO CAPA MARCELO CIPIS EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

- SÃO PAULO - SP

DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES IMPRESSÃO E ACABAMENTO IBEP GRÁFICA

AV. ALEXANDRE MACKENZIE, 619 JAGUARÉ – SP

PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629 E-MAIL

Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

3815.9159 DUVALE@TERRA.COM.BR

JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE

INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA

calendário judaico :: festas MAIO 2013 Yar / Sivan 5773

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Fale com a Hebraica PARA COMENTÁRIOS, SUGESTÕES, CRÍTICAS DA REVISTA LIGUE: 3818-8855 CANALABERTO@HEBRAICA.ORG.BR

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

JUNHO 2013 Sivan / Tamuz 5773

dom seg ter qua qui sex sáb 1 2 8 9 15 16 22 23 29 30

DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

dom seg ter qua qui sex sáb 2 9 16 23 30

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“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

EX-PRESIDENTES

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

LEON FEFFER (Z’l)

- 1953 - 1959 | ISAAC FIS- 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-

CHER (Z’l)

BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 -

1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

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por Raquel Machado

destaques do guia NO MÊS DAS MÃES A PROGRAMAÇÃO DO

CLUBE É INTENSA E PARA TODOS OS GOSTOS

E IDADES. QUEM GOSTA DE DANÇAR JÁ TEM PROGRAMA CERTO. É A FESTA LET’S DANCE. SUCESSOS DOS ANOS 60, 70 E 80. O ESPAÇO GOURMET PREPAROU NOVAS AULAS ALÉM DE UMA “OFICINA DE CUPCAKES” PARA MÃES E FILHOS. PARA OS PEQUENOS, A ESCOLA DE ESPORTES PREPAROU DIVERSOS FESTIVAIS PARA NOSSOS ATLETAS MIRINS. O JOVENS SEM FRONTEIRAS ORGANIZARAM UMA PALESTRA COM O VICE PRESIDENTE DO CORINTHIANS, LUIS PAULO ROSEMBERG. AGENDE-SE E BOM DIVERTIMENTO!

cultura + social

MÊS DAS MÃES NA HEBRAICA

juventude

Horários do ônibus

18/5 Let’s Dance – Com Kid Vinil

9/5 Palestra com Luis Paulo Rosemberg

as 22h, no Espaço Adolpho Bloch

as 20h, na sala Plenária

25/5 Comemoração do 30º aniversário da 3ª Idade e 60º anos da Hebraica

14 a 16/6 Adventure - Family Resort Pitangueiras

Saída Avenida Angélica 9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

sábado, 14h30, no Teatro Arthur Rubinstein

Em Sorocaba-SP, informações no departamento

• Sábados, domingos e feriados

esportes 5/5 Festivais da Escola de Esporte: Tênis, Handebol, Ginástica de Trampolim e Artística Diversos locais, consulte programação

• Terça a sexta-feira Saídas Hebraica 11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30 Saídas Avenida Angélica 9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

4/5 Abertura da Copa Shalom As 10h, nas quadras 1 e2

• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h Saída Hebraica – 13h45, 18h30



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cul tu ral +social


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cultural + social > in concert

Vem aí a série 2013 A SÉRIE IN CONCERT ESTÁ DE VOLTA EM DOIS PROGRAMAS, O TANGO DIA 8 DE JUNHO, ÀS 20H30; E “SHOW NA BROADWAY”, EM SETEMBRO. O TEMA DO PRIMEIRO IN CONCERT SERÁ O COMPOSITOR ARGENTINO ASTOR PIAZZOLA E UMA TÍPICA NOITE EM BUENOS AIRES

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maestro León Halegua começou a convidar músicos de São Paulo para a orquestra sinfônica que vai executar as músicas de Piazzola, a maioria de acordo com os arranjos do maestro José Bragato, o principal arranjador do consagrado músico. Uma parte será executada por Halegua, para quem “será um espetáculo basicamente instrumental, mas com várias intervenções”. Outra novidade é a presença do coro da Hebraica em alguns números. “Originalmente, Piazzola não escrevia para coro, que incluí nos arranjos”, informa o maestro. Seguindo a nova configuração do In

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cultural + social > pessach

Concert, foram feitos contatos com intérpretes conhecidos em Buenos Aires para a programação da noite. Ângela Toñanez e Maximiliano Ávila virão da Argentina para mostrar como se dança o verdadeiro tango, declarado patrimônio da humanidade pela Unesco. Toñanez começou na dança clássica, passou pelo flamenco e folclore para se encontrar com o tango. É a diretora, coreógrafa e atração do El Viejo Almacén, uma das casas mais conhecidas de Buenos Aires; Ávila é bailarino, coreógrafo e professor e já se apresentou na Europa e na América Latina. Completando o elenco do espetáculo, o músico uru-

guaio Cesar Cantero trará seu bandoneón para se integrar ao conjunto de milongas. Piazzola é o principal compositor argentino. “Ele revolucionou a ideia do tango para bailar, tradicional, e o deixou mais erudito, quebrou o ritmo quatro por quatro e tornou-o irregular”, explica o maestro Halegua. Piazzola viajou muitas vezes ao Rio de Janeiro na década de 1980. “Cada vez que subo num avião da Aerolineas Argentinas, as pessoas discutem comigo; quando subo num avião da Varig, batem palmas”, contava o astro argentino, demonstrando afetuosa ligação com o público brasileiro. Na noite do espetáculo, os associados terão a opção de concerto seguido de jantar especial no Casual 1000. Para o êxito da realização, envolveram-se o diretor superintendente Gaby Milevsky, o vice-presidente Social Sidney Schapiro, a diretora Sônia Rochwerger e a equipe de profissionais da vicepresidência Social e Cultural. (T. P. T.) A MESA COMANDADA PELO CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ DURANTE O SEDER FOI INSTALADA NO CENTRO DO ESPAÇO ADOLPHO BLOCH

Um Segundo Seder de todos F

A DANÇARINA DE TANGO ANGELA TOÑANEZ É UMA DAS ATRAÇÕES DO SHOW EM HOMENAGEM AO ARGENTINO ASTOR PIAZZOLA, EM JUNHO

oi espontâneo, mas parecia uma coreografia bem ensaiada, o momento em que o chazan Gerson Herszkowicz sugeriu que todos os 250 participantes do Segundo Seder da Hebraica mergulhassem o dedo mindinho no vinho e pingassem dez gotas da bebida sobre as porções no prato, simbolizando as dez pragas do Egito. Quem entrasse naquele momento no Espaço Adolpho Bloch levaria alguns segundos até entender o que acontecia, mas logo perceberia como as pessoas estavam envolvidas na celebração de mais um Pessach. A mesa retangular cuja cabeceira Gerson ocupou, cercado dos integrantes do coral litúrgico da Hebraica, estava colocada no centro do salão e daquele ponto ele exercia, de fato, o comando e o controle do Seder, por meio de uma leitura completa da bela e simples Hagadá distribuída aos participantes, cuja

ESTE ANO, O TRADICIONAL SEGUNDO SEDER NA HEBRAICA CHEGOU À SUA 45ª. EDIÇÃO. O ENCONTRO FOI REALIZADO NO ESPAÇO ADOLPHO BLOCH E REUNIU 250 PESSOAS DE TODAS AS IDADES abertura era uma das muitas obras-primas do falecido escritor Moacyr Scliar: Um Seder para os Nossos Dias. Os que o leram naquela noite ficaram sinceramente comovidos com a mensagem que transmite. A venda dos ingressos começou mais de um mês antes, em meados de fevereiro, e logo foi esgotada, tal o interesse. Os que já participaram de outros renovaram os elogios à importância da realização do Segundo Seder. E os poucos que vieram pela primeira vez lamentaram as oportunidades perdidas dizendo não imaginar que “era tão bom assim, as pessoas juntas confraternizando, como se fossem uma só família”. Isso explica por que havia poucas crianças na área que lhes foi destinada

acompanhadas de monitores: elas preferiram ficar com os pais e a organização esmerou-se em alugar cadeiras especiais para as crianças até 2 anos. O bufê foi do Restaurante Kasher da Hebraica e constou dos tradicionais gefilte fish com chrein, caldo de frango com kneidalech, mas havia também uma salada waldorf em cama de folhas verdes, frango escamado com molho rôti e cogumelos, juliana de legumes e, de sobremesa, petit gâteau com calda de chocolate acompanhado de compota de maçã e pera. E a música dos quatro integrantes do grupo Zamarim, formado por Renato Epstein ao violão, Roberto Schkolnick, percussão, Maurício Freire, violão e Paulo Bento, sax. (Bernardo Lerer)


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cultural + social > hebraica meio-dia

A UNIBES LEVOU A SUA ORQUESTRA E CORAL INFANTIL, COM OITENTA INTEGRANTES, PARA O HEBRAICA MEIO-DIA

Música para dançar e cantar AS DUAS PRIMEIRAS AUDIÇÕES DO HEBRAICA MEIO-DIA NO MÊS DE ABRIL LEVARAM GRANDE PÚBLICO AO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN PARA OUVIR MÚSICA CIGANA E UM GRUPO DE SEIS CORAIS

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o primeiro domingo, houve a apresentação do violinista de origem romena Florian Cristea que já foi acompanhado de orquestras em seu país natal, França, Alemanha, Finlândia, Turquia, Grécia, Suíça e Estados Unidos. Desde 1997, Cristea integra o naipe de violinos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Com Daniel Szafran ao piano, executou Árias Ciganas, de Sarasate, e a famosa Czardas, acompanhada com palmas pelo público, que o chamou de volta ao palco vá-

rias vezes ao final do recital. O domingo seguinte foi dedicado ao canto coral. Um programa de músicas brasileiras, internacionais e hebraicas, reunindo o “Grande Coro”, formado pelos corais empresariais e de grupos de amigos De Boca em Boca, Madrigal Etcetera e Tal, Cabot (da Cabot Brasil), Max Feffer (da Suzano Papel e Celulose), do Ilha (Condomínio Ilha do Sul) e Grupo Vozes (D’Altomare Química), que têm em comum serem regidos pelos maestros Márcia Hentschel e Munir Sabag.

A parceria vem desde 2012 quando foi realizado o II Encontro de Corais Max Feffer, no auditório do Centro da Cultura Judaica, onde a Unibes também apresentou sua Orquestra e Coral Infantil. Esta atividade da instituição de 98 anos é fruto do trabalho na unidade do Canindé, onde atende 650 crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e oferece cursos de canto coral, violino, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta, clarineta, saxofone, trompete, trombone e percussão frequentados por quase trezentos alunos. Desses, o maestro Iberê Abondanza e a regente Elaine Jacó selecionaram oitenta jovens. Nos domingos seguintes, apresentaram-se Marcelo Torres com o show “What is Jazz” e Cláudio Goldman com “Pura Emoção”. A realização do Hebraica Meio-Dia é do Departamento Social/ Cultural com apoio do Hospital Israelita Albert Einstein e Ministério da Cultura / Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal da Lei Rouanet. (T. P. T.)


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cultural + social > espaço gourmet

Paz à mesa da boa vontade UNIR A ARTE CULINÁRIA E PROMOVER A PAZ AO REDOR DE UMA MESA É PARTE DO PROJETO DA ARTISTA PLÁSTICA SHEILA MANN, TAL COMO EXPLICOU EM AULA NO ESPAÇO GOURMET

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eace on the Table”, isto é, “Paz sobre a Mesa”, tomou corpo em 2010 quando Sheila Mann apresentou, pela primeira vez, uma performance na Pinacoteca do Estado, a convite do então diretor Marcelo Araújo. “Apresentei um discurso pacifista baseado na frase ‘nossas diferenças não podem superar nossas semelhanças’, de Martin Luther King, e servi um prato da culinária árabe para trezentas pessoas”, conta Sheila. Tudo começou quando ela ouviu o rabino Henry Sobel dizer que “israelenses e palestinos são os dois lados de uma mesma moeda”, e decidiu unir a arte e a culinária, valorizando a origem árabe e judaica. O projeto se desenvolve nas performances que Sheila realiza em museus, instituições culturais, aulas de culinária e jantares em casa, como recentemente, quando convidou o embaixador do Brasil para a Palestina e personalidades das comunidades árabe, muçulmana e

judaica para confraternizarem ao redor da mesa, apreciando os pratos que preparou. “Nesse ambiente, as pessoas dialogam e superam diferenças, reconhecendo no outro um ser humano parecido com ele mesmo, que precisa coexistir para sobreviver”, explica. Comida e paz Sheila nasceu em Beirute, e desde criança se interessava em acompanhar a mãe na cozinha. Aos 13 anos, a família imigrou para Israel. Sheila estudou, serviu nas Forças de Defesa, casou-se, veio morar no Brasil, e começou a se dedicar à culinária. Com os anos, percebeu que as receitas dela resgatavam sensações e emoções ligadas às tradições sefaraditas e árabes, fazendo “as pessoas sentirem alegria e saudade das raízes”. Atualmente, dá aula de culinária libanesa na Doural Presentes, nos Jardins. “O espaço está lotado e pretendo am-

SHEILA MANN ACREDITA QUE O CAMINHO PARA ENTENDIMENTO ENTRE OS POVOS PASSA PELA BOA MESA

pliar para outros dias e horários, pois essas aulas fazem parte do meu projeto da ideia da convivência pacífica através da culinária.” O jantar no Espaço Gourmet teve no cardápio pratos da comida libanesa à moda judaica, seguindo os preceitos da Torá. O prato principal foi mograbiyé com frango. “A palavra ‘Magreb’, em árabe, significa Marrocos. Com certeza, o prato veio dessa região. É um couscous em que a sêmola foi substituída pelo macarrão chumbinho (bolinhas de massa misturadas com grão-de-bico), e pedaços de frango, pignoli e cebolas fritas. Fiz também a salada fatouche e o tradicional húmus no autêntico estilo libanês, encerrando com o mhallabiyé (mingau de maizena e creme de leite com calda de açúcar e pistaches moídos) para a sobremesa. Gostei do ambiente, da energia das pessoas, interessadas em ouvir as histórias da minha infância relacionadas com as receitas e o projeto Peace on the Table, que pude expor a todas.” Em sua proposta de unir o gosto pelo alimento e sua preparação com a paz entre os homens, Sheila pretende seguir propagando essas ideias, sugerindo que as pessoas entendam o semelhante, que compartilhem uma refeição e se elevem acima das diferenças. “Cada um a seu modo deve procurar propagar suas ideias, seja através do esporte, da literatura, da culinária, dando um passo em direção ao outro, não se fechar nas suas certezas, ao contrário, abrir-se para ouvir o outro. Espero ser chamada para mais eventos onde possa divulgar minhas ideias.” Para conhecer o Peace on The Table ou contatar Sheila, acesse o site www.peaceinthetable.org ou envie e-mail, sheila@peaceonthetable.org. (T. P. T.)


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cultural + social > galeria de arte

O CURADOR TOMAZ BORGER E O ARTISTA PLÁSTICO MOZART FERNANDES

Direto da rua para a Hebraica O ARTISTA GRÁFICO MOZART FERNANDES COMEÇOU PINTANDO MULHERES, ALGUMAS COM OS ROSTOS SANGRANDO, EXPOSTAS NA RUA AUGUSTA, EM PINHEIROS E JARDIM PAULISTA

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las fazem parte da série “Foda-me com Amor”, têm cores diversas e mostram como o artista transita da galeria para a rua com a mesma inspiração. Algumas dessas telas estão na Galeria de Arte, entre as sessenta obras preparadas, durante trinta meses para esta mostra que ele denominou “Não Linear”. Ao longo da carreira, Fernandes criou capas e pôsteres de discos mas hoje pinta usando várias texturas, a maioria das vezes com tinta acrílica tradicional, outras spray, nanquim e carvão, além do pastel. Esculpe e cria intervenções inusitadas. “A Hebraica criou um local interessante de arte e esta exposição é sobre meu universo. O curador Tomaz Bor-

ger convidou, aí surgiu esse lugar onde consegui me expressar bem, criar alguns ambientes. A Hebraica me deu cartão verde porque a cultura judaica sempre foi de muita atenção e respeito às artes. Estou honrado e satisfeito com o convite para desenrolar a ‘Não Linear’ num espaço gerido por pessoas versadas na área.” Para mostrar a reação das pessoas à sua obra na rua, Fernandes conta: “Uma vez, uma senhora de pouco mais de 80, judia, sobrevivente do Holocausto, que se refugiou no Brasil, disse que adorava meu trabalho. Pessoas mais velhas não vêm o título do projeto como palavrão. Sinto mais preconceito de gente nova, talvez por falta de vivência”. (T. P. T.)


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cultural + social > recreativo ABRAM FREIFELD, SENTADO, ELIEZER BAR NISSIM, EM PÉ, SÃO ALGUNS DOS MAIS ASSÍDUOS NO RECREATIVO

Personagens e histórias do carteado NÃO IMPORTA GANHAR OU PERDER. ENTRE UMA RODADA DE TRANCA E OUTRA DE BURACO, UM COMENTÁRIO, UMA HISTÓRIA

N

o Recreativo, homens e mulheres se divertem durante a tarde, tomam um café entre uma partida e outra. Pelé e Pelezinho passam entre as mesas: “Um café, sr. Abram”, “um chocolate, sra. Rivka?” Eles conhecem cada um pelo nome. Se contar pela idade, o número vai longe. Alguns frequentadores assíduos têm entre 75 e 95 anos. Porém, há um centenário. O nome dele é Abram Freifeld, nascido na Polônia, em 30 de outubro de 1912. Sentado junto à mesa, ele toma um copo de café com leite e sorri quando a repórter chega e diz que vai entrevistá-lo. “Me? Why?”, pergunta em inglês. O papo começa, vai para o ídiche e as lembranças como que chegam num tom baixo, quase de sussurro. “Aos 22 anos me tornei militar, vivi entre os russos e os alemães. Alguns judeus chegaram a ser comandantes das tropas alemãs. Vivi oito anos no meio da luta durante a guerra, fui partisan, gorila, você sabe o que é isso, num grupo de cem judeus. Stalin mandou providenciar comida, roupa e granadas. Em 1945, eu estava em Berlim e fui sozinho para a América. Depois, trouxe minha mulher e meu filho de um ano.” Ele para, olha em volta, ainda não entendendo bem o porquê das perguntas, mas resolve continuar: “Lá foi muito bom

para mim, trabalhei com importação e, depois, viajei para o Brasil”. Abram vive em São Paulo há quinze anos com a mulher e uma filha, professora de inglês, o filho faleceu. Continuou a atuar no ramo da importação e exportação de açúcar e café. Fala inglês e alemão com a mulher; inglês e ídiche com a filha. “Tive trabalho pesado, mas era um trabalho bom”, ele diz. No escritório, usava o inglês no dia a dia, razão de não falar o português. “Não precisava”, ele diz como se contasse uma travessura, antes de tirar a caixinha do bolso da camisa, onde guarda as pílulas sublinguais, e outra do bolso da calça. “Esta tem duas pílulas. Tomo uma pela manhã e outra a noite. Mas se precisar durante o dia tomo mais uma. É para o açúcar”. E Abram continua: “Tenho muitos amigos, vou ao Beit Chabad do Pacaembu. Hannah é a minha rebetzin”. Hannah é a mulher do rabino Zalman Slonim e Abram sabe o nome dos filhos do casal e fala deles com carinho, como um vovô. “Sou ativo lá. Gosto deles e eles de mim”, afirma contente. “Todo Iom Kipur, na hora do tekane tokef, falo com Ele: ‘Me dá mais um ano para viver’ e Ele me atende.” Pega o estojo dos óculos que está em cima da mesa e conta, baixinho: “Minha vista já não é tão boa. Às vezes,

preciso usar óculos”. O movimento em torno de Abram é constante. É um que vem, dá uma batida nas costas e diz que ele é muito especial. Eliezer Bar Nissim é um deles. Nasceu em Israel, passou pela Colômbia, chegou ao Brasil em 1958 e vai completar 90 anos. “Tinha irmãos na Colômbia, mas não gostei. Depois de dois anos, vim para cá e comecei tudo de novo.” Até hoje, após quase cinquenta anos no ramo, tem um dos endereços mais conhecidos de compra, lavagem e manutenção de tapetes persas. Dodi Harari passa e cumprimenta Abram com um salam alechem. Este responde salam alechem e diz para a repórter: “Ele é sírio”. Harari tem 80 anos. Filho de diretor de uma escola na Síria, é professor de francês e árabe, fala bem o português. Mauro Mandel é quem comanda o vaivém do Recreativo, cuidado pela diretora Lili Simhon. Pelé, ou melhor, Ciríaco Moreira de Freitas, oferece um café. Ele está há 47 anos no clube. Pelezinho (Agnelo Silva de Jesus) entrou em 1977 para trabalhar no clube no então Jotas Hamburguer e, um ano depois, já estava em seu novo posto. Selia Ferreira tem pouco tempo no salão e completa o trio. Estão orgulhosos do primeiro dia com o novo uniforme. (T. P. T.)


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cultural + social > feliz idade

Fuzileiros navais invadem a Hebraica A FELIZ IDADE COMEMORA TRINTA ANOS COM UM SHOW DA BANDA DOS FUZILEIROS NAVAIS DIA 25 DE MAIO, ÀS 14H30, NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN, E CONVIDA OS SÓCIOS PARA A APRESENTAÇÃO

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ntre as várias atrações comemorativas aos trinta anos do grupo Feliz Idade, virá a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, que tocou para os israelenses, em 2008, nas comemorações do 60º Iom Haatzmaut e, neste espetáculo em maio, os músicos homenagearão também os sessenta anos da Hebraica. Foram enviados convites aos dirigentes dos grupos da terceira idade da co-

munidade para participar desse evento. O conjunto musical da marinha do Brasil nasceu por meio do “Aviso no. 22 de 24 de janeiro de 1872” do imperador D. Pedro II, que deu origem à Banda Musical do Corpo de Imperiais Marinheiros e, em 1965, seu nome passou para Banda de Concerto do Corpo de Fuzileiros Navais. A denominação atual é de 1974, num concerto sinfônico no Thea-

tro Municipal do Rio de Janeiro, quando esta banda comemorava 166 anos, período durante o qual apresentou-se para a rainha Elisabeth II, no Palácio de Buckingham, na Itália, Paraguai e Argentina, e vários estados brasileiros, com um repertório do erudito ao popular, passando por diferentes gêneros musicais, daí o êxito e o grande público. São noventa músicos, entre eles os gaiteiros, oficiais regentes, suboficiais e sargentos de ambos os sexos. Terceira Idade no clube A Feliz Idade nasceu com o nome de Clube da Idade de Ouro, por iniciativa do então presidente Marcos Arbaitman ao retornar de uma visita ao Centro Desportivo Israelita do México, onde conheceu experiência semelhante. Hoje dirigido por Anita Nisenbaum, o grupo já teve entre seus dirigentes Aron Plapler, David Saginur, José Singer e Jacob Prist, Eva Rosenthal, os coordenadores Sandra Rosenberg, Joseph Heizenstein, Eve M. Pekelman e Rachel Mizrahi. (T. P. T.)

A BANDA SINFÔNICA DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS DO BRASIL HOMENAGEARÁ O GRUPO DA FELIZ IDADE, EM MAIO


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coluna comunidade

Seder multirreligioso

Já é tradicional o Seder de Pessach no Centro da Cultura Judaica com representantes de diversas religiões e culturas. Este ano, também se homenageou o embaixador português Aristides de Sousa Mendes, um dos nomes perpetuados na galeria dos justos no Yad Vashem, em Israel. Representando o cônsul de Portugal, Carlo Moura recebeu o Prêmio Lutadores pela Liberdade 2013.

Palestra na escola italiana Ruth Sprung Tarasantchi, Sarita Mucinic Saruê e Anna Rosa Bigazzi falaram aos alunos da Escola Eugenio Montale, como parte do currículo anual dos colégios italianos que inclui a temática do Holocausto. Sarita falou de Janusz Korczak, Anna Rosa apresentou o fato histórico e Ruth relatou a infância durante a guerra na Itália.

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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br Foto Flavio Mello dos Santos

COLUNA 1 Em Milão, Alessandra Friedman e Esther Schattan fizeram o Tour D&D 2013. Incluindo roteiro pelo elegante Circuito Lambrate e visita ao designer Robert Bronwasser.

JOVENS E ORQUESTRA DE CORDAS LAETARE NO PALCO DO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN

Iom Hashoá em três momentos

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Federação Israelita do Estado de São Paulo (Fisesp), o Conselho Juvenil Sionista e a Hebraica, mais o Consulado Geral de Israel em São Paulo e a Sherit Hapleitá realizaram no Teatro Arthur Rubinstein o ato principal de Iom Hashoá em São Paulo, recordando os seis milhões de judeus mortos durante a Segunda Guerra. Na Hebraica e no cemitério israelita o tema foi “Resistência”, relembrando Shmuel Stern, Mordechai Anielewicz e os diplomatas Aristides de Sousa Mendes e Raoul Wallenberg. Participaram os cônsules Paulo Lopes Lourenço, de Portugal, e Ilan Sztulman, de Israel, os presidentes Mário Fleck, da Fisesp, e Abramo Douek, da Hebraica, e sobreviventes, entre eles Rita Braun, Miriam e Ben Abraham. Depois de acesas as seis velas apresentou-se a Orquestra de Cordas Laetare regida por Muriel Waldman. O chazan Avi Bursztein entoou o El Male Rahamim e o Kadish. O cônsul Lopes Lourenço agradeceu a homenagem ao embaixador Sousa Mendes que salvou mais de dez mil judeus e cujo busto está na Biblioteca da Hebraica. No cemitério, alunos da Escola Municipal Professora Ileusa Caetano da Silva, que trabalham em classe temas de Holocausto, Diversidade e Respeito às Religiões, e mais cerca de trezentos colegas das escolas judaicas Alef, Beit Yaacov, Iavne, Peretz, Renascença e Yeshivá de Cotia participaram do Iom Hashoá junto ao monumento aos mortos no Holocausto.

Foram homenageados a Dinamarca, único país “Justo entre as Nações”, os cidadãos poloneses cristãos Wiktoria e Jozef Ulma que abrigaram judeus, o embaixador Chiune Sugihara, que concedeu vistos a seis mil judeus da Polônia e da Lituânia para o Japão, e a organização polonesa clandestina de resistência Zegota. O ato foi iniciativa da Fisesp com apoio da Sherit Hapleitá do Brasil. Em Brasília, o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) sugeriu que o Senado homenageasse as vítimas do Holocausto e os setenta anos da insurreição dos judeus no Gueto de Varsóvia. Por isso, foi realizada no Salão Negro do Congresso Nacional a exposição “Tão Somente Crianças: Infâncias Roubadas no Holocausto”, organizada pelo Museu do Holocausto de Curitiba. A mostra lembra o milhão e meio de crianças assassinadas e inspirou-se no Memorial das Crianças de Yad Vashem, em Jerusalém. O presidente da Associação Casa da Cultura Beit Yaacov e idealizador do Museu de Curitiba e da exposição em Brasília, Miguel Krigsner disse que “a violência contra as crianças ao redor do mundo não pode mais ser admitida e a proposta desta exposição é promover a reflexão do que pode ser realizado para fazer a diferença e para evitar que genocídios como o Holocausto voltem a acontecer. Destacando as crianças, discutimos que tipo de sociedade estamos dispostos a lhes proporcionar”.

O gostinho do figo turco foi só o início do Projeto Abu Dhabi, um passeio do fotógrafo Rubens Guelman em 23 imagens. Receita portuguesa secreta, o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, na Oscar Freire, teve seu certificado kasher renovado para 2013 pela BDK. Com o Prêmio Clarival do Prado Valladares como referência, Daniel Strum autografou O Comércio do Açúcar, na Livraria Espaço Revista Cult, na Vila Madalena. Com a experiência de mais de duas décadas na área administrativa financeira e professor na FGV, Roberto Blatt falou sobre “Negócio da China. A Cultura de Negócios na China”, na unidade Berrini do Wall Street Institute.

A Brasiliana está aberta a pesquisadores Reginaldo Back é diretor da Tlantic PowerSheets, empresa do setor de segurança na utilização de planilhas de cálculo eletrônicas. Karin Feller levou as criações da coleção verão 2014 para a quinta edição do Brasil Fashion Cruise, a bordo do Splendour of the Seas. CEO da Lemon Lime, Alexandre Czitrom aguça a gulodice dos brasileiros importando os tubinhos Caprice, delícia fabricada pela Papadopoulos, tradição de mais de noventa anos, líder na Europa e Oriente Médio. O recém-nascido Alexandre Albert Casinari une Brasil e Mônaco. O bebê “Sacha” é bisneto de Grace Kelly e príncipe Rainier III, Olga (Aronis) e Max Rechulski. A princesa Caroline de Mônaco, Vera Rechulski e Julio Mario Santo Domingo são os avós; Tatiana Rechulski Santo Domingo e Andrea Casinari são os papais. Na Sinagoga do clube, Fábio Unikovski Schames foi chamado para a primeira leitura da Torá.

Já expostas no MoMA, Nova York, e na Tate, Londres, as dezesseis aquarelas de Mira Schendel, que compõem a “Homenagem a Deus – Pai do Ocidente”, datadas de 1975, foram exibidas durante a SP – Arte por Paulo Kuczynski. “Somos tão Jovens” mostra o jovem Renato Russo, que sonha ser astro do rock. Este é o tema do roteiro de Marcos Bernstein para o filme dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, exibido nos cinemas paulistanos.

∂ Entre 150 dos mais reconhecidos ceramistas contemporâneos do mundo presentes na exposição dos artistas da Academia Internacional de Cerâmica em Santa Fé, EUA, a revista China Ceramic Artist escolheu a obra de Norma Grinberg para capa da edição especial do evento.

Nasceu Naomi, irmãzinha de Tamar, meninas que fazem a alegria de Juliana e do rabino Michel Schlesinger. Interpretando uma corretora, Ilana Kaplan fez o público rir na encenação de O Terraço, de JeanClaude Carrière, no Teatro Nair Bello. Com ilustrações de Orlando Pedroso, Alina Perlman escreveu E Se..., editado pela Planeta Infantil. Renée Behar convidou Rafael Lupo Medina, gemólogo da Cartier, para palestra no espaço dela na rua Estados Unidos.

A Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, funciona em um prédio especialmente construído no campus. A Biblioteca foi criada em janeiro de 2005 para abrigar os 32.000 títulos que o bibliófilo juntou em mais de oitenta anos e conservados pela mulher, Guita. O advogado e empresário José Ephim Mindlin nasceu em 1914 e passou a vida lutando pela democracia e adquirindo livros e edições raras sobre a cultura brasileira. Em 2006 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.

Ciam, Acredite, Neschling e Cohen A Orquestra Sinfônica Municipal, regida pelo maestro John Neschling, e o pianista Arnaldo Cohen interpretaram Rachmaninoff em noite de benemerência. A presidente Honorária do Ciam Ana Schvartzman e a vice-presidente da Acredite Ana Feffer estavam felizes com o resultado do espetáculo cuja renda reverteu em benefício das duas instituições.

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Diretor financeiro do Burger King, Daniel Schwartz foi convidado para comandar a rede de lanchonetes no Brasil. Hoje com 84 anos, a artista plástica Helga Weiss vive em Praga com suas lembranças dos dias passados em Auschwitz e Terezin. Nesse campo, escrevia e ilustrava o dia a dia no Diário de Helga. O livro foi traduzido por George Schlesinger e editado pela Intrínseca.

Foto Rosana Naggar

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SALOMÃO E ANNA SCHVARTZMAN, FERNANDO LOTTENBERG E NANCY STAROBINAS

Pioneiras realizam Dia da Alegria As chaverot do Projeto Criança/Ações Comunitárias da Na’amat Pioneiras São Paulo alegraram as mais de oitenta crianças da Creche Nossa Senhora Mãe da Igreja no Dia da Alegria, coordenado por Leonor Szymonovicz, com show de mágica, bolo, refrigerante e muitas surpresas.


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O professor do Departamento de Imunologia do Instituto Weizmann de Ciências Yair Reisner firmou parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein. E na residência do presidente dos Amigos do Instituto Weizmann do Brasil, Mário Fleck, o cientista israelense relatou os avanços do seu estudo para evitar a rejeição nos transplantes de medula. O método separa os diferentes tipos de células da medula óssea antes do transplante em crianças com deficiências imunológicas. Segundo Reisner, ao se injetar células-tronco na medula é possível modificar a identidade do sistema imunológico.

Retiro Anual Judaico O Jewish Learning Institute programou o VIII Retiro Anual Judaico para o período de 6 a 11 de agosto, no Hilton de Alexandria, na Virginia, distante quinze minutos de Washington DC. Serão cinco dias explorando novas ideias, relaxando, refletindo e renovando o espírito para uma vida judaica significativa. Com a opção de dois dias em Nova York, conhecendo o lado judaico da cidade. O convite é do rabino Avraham Steinmetz. Informações, com Sarah, fone 3087-0319 ou pelo site jretreat.com.

Cnbb reafirma amizade O presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (Cnbb) e arcebispo de Aparecida Dom Raymundo Damasceno de Assis visitou o rabino Michel Schlesinger, na CIP, que representa a Conib no diálogo interreligioso. Dom Damasceno disse estar empenhado em reafirmar o diálogo e reforçar a aproximação dos dois credos. Aumentar duas linhas

Foto Lilian Knobel

IN politics, braço do Jewish IN

Rabino Alpern é homenageado

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com orgulho que a Jewish IN inicia o IN Politics, outro projeto dos três pilares de atuação: cultural, social e de networking”, declarou o vicepresidente da Jewish IN Sasson Saad, no primeiro encontro do grupo, na casa de Marli e Marcelo Gutglas. O jornalista Reinaldo Galhardo, autor de Fundamentalismo Islâmico e os seus Efeitos Globais. O Brasil na Rota do Terror? e o assessor executivo de segurança da Fisesp Fernando Fainzilber falaram para quase

REINALDO GALHARDO, SASSON SAAD E FERNANDO FAINZILBER

quarenta pessoas entre 25 e 45 anos. O tema do encontro foi “Brasil, Extremismo Islâmico e o Discurso da Incerteza” e do qual participou o vice-cônsul dos Estados Unidos Jason Azevedo.

Leite e mel em ladino

urante o VIII Seminário de Capacitação de Dirigentes Profissionais e Voluntários da Terceira Idade, realizado pela Área de Apoio à Terceira Idade (Atid) da Fisesp, o rabino Shabsi Alpern, do Beit Chabad Central, foi homenageado pelo Projeto Felicidade, iniciado em 2001, cuja proposta é proporFLORIANO PESARO, RABINO ALPERN, RICARDO BERKIENSZTAT, cionar lazer a crianças e jovens GILBERTO NATALINI E ALEXIS POMERANTZEFF pobres com câncer. O seminário foi na Câmara Municipal de São Paulo por iniciativa do vereador Gilberto Natalini e o tema foi “Quem cuida dos idosos de hoje e quem cuidará de nós amanhã”.

Violões e Negra Li afinados

Foto Luciana Gama/Shlomit Or Photos e Miguel Jerônimo

U

ma sala do Beith Chinuch é ocupada por senhoras de famílias turcas, gregas, iugoslavas e de outras origens de fala ladina uma vez por mês, sempre às terças-feiras. É o grupo Kaminos de Leche i Miel, cuja agenda mensal prevê a leitura de kuentos (contos), artigos literários e comentários, biografias de personalidades sefaraditas, dichos (provérbios) da sabedoria popular, música e poesia, curiosidades e receitas. Às vezes, participa um palestrante e sempre é servido um lanche típico. “São tardes gratificantes pela transmissão e permuta de conhecimento sobre um grupo judaico que teimosamente preserva seus costumes, sua língua, suas raízes e seus valores”, diz Clara Kochen, coordenadora do grupo.

Parceria Weizmann-Einstein

Museu Judaico adota in arte Premium

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imultaneamente à restauração do prédio do antigo Templo Beth-El e a construção da nova ala, o Museu Judaico de São Paulo adotou o in arte Premium como sistema de catalogação do acervo, atualmente em um endereço fora da obra. Ali estão guardados utensílios domésticos, objetos de decoração, artigos religiosos, raridades, que contam a história dos judeus desde a chegada ao Brasil. Os interessados em doar peças para o Museu façam-no pelo e-mail administrativo@museujudaicosp.org.br.

COLUNA 1 Ruben Feffer, o Binho, recebeu o prêmio de melhor trilha no Los Angeles Brazilian Film Festival de 2012 pela composição e produção da trilha sonora do longa Angie, em cartaz no circuito nacional. O filme abriu o Festival e a première foi no Academia Lynwood Dunn Theatre, em Hollywood. Chaim Eliav viveu no Brasil e, agora, mora em Israel. Seu livro, baseado em

fatos históricos, recebeu o título de Entre as Teias de Aranha na tradução para o português, editado pela Maayanot. A Associação Brasileira de Estilistas levou a moda brasileira para o evento Le Brésil Rive Gauche, aberto em Paris até junho. UMA e Osklen estão entre as marcas escolhidas que terão, no mesmo período, modelos à venda na sofisticada loja Le Bon Marché.

NEGRA LI CANTOU COM A ORQUESTRA DE VIOLÕES

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Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crianças da CIP, sob a regência do maestro Cláudio Weizmann, e a cantora Negra Li tomaram conta do palco do Teatro Cultura Artística Itaim com o show “Brasil”. Um panorama da música nacional de compositores como Chico Buarque, Lamartine Babo, Pixinguinha, Villa-Lobos, Luiz Gonzaga e outros. “Um exemplo vale mais do que mil palavras, e hoje vocês estão vendo o resultado de um ano de trabalho. A escolha te-

mática musical resultou de pesquisa cultural, com oficinas, exposições e atividades pedagógicas. Negra Li participou do Projeto pela versatilidade de repertório e por ser muito aberta a novas parcerias”, disse o maestro Cláudio Weizmann. A renda da noite reverteu para as quatrocentas crianças e jovens atendidos pelo Lar em suas necessidades físicas e psicológicas, e ajuda à profissionalização. A Orquestra tem o apoio do Fumcad e da Fundação Crespi Prado.

AGENDA • 7/5 – Chá Beneficente em prol do grupo Chaverim no Terraço Itália. Informações, fone 3818-8876 • 23/5 – Jantar dos Cozinheiros. Realização: Na’amat Pioneiras SP e Confederação Brasileira Macabi. No Salão Marc Chagall da Hebraica. Fone 3667-5247 • 2 e 3/6 – Tradicional Bazar da WIZO. No Clube Piratininga. Informações, fone 3257-0100 • 26 a 30/6 – Desta vez a B’nai B’rith vai levar os viajantes a Águas de São Pedro. Informações com Henrique, Roberta ou Cris, fone 3082-5844

Kasher Gastronomia/Espaço Trivento O Restaurante Kasher está há 38 anos no clube sob a coordenação de Rebeca Zakon e Miriam Lobel e a supervisão do rabino Eliahu B. Valt. Foi reformado e pode atender até 350 pessoas no dia a dia ou em festas. Agora, tem também o Kasher Gastronomia para atender eventos em parceria externa com o Espaço Trivento. Miriam afirma que a parceria se “destaca pelo atendimento e a flexibilidade de personalizar cada evento, seja ele social ou corporativo”.


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1. Uma tarde com Carina Edenburg no grupo da Feliz Idade; 2. Alunos do I. L. Peretz relembram Iom Hashoá; 3 e 4. Pelé e Pelezinho garbosos em novo uniforme no Recreativo; 5. Grupo Sílvia Hodara, da Wizo, fez tour por Curitiba; 6 e 7. “Tão somente Crianças: Infâncias Roubadas no Holocausto” em exposição no Senado Federal, em Brasília; 8. No domingo, ritmos ciganos ao som do violino de Florian Cristea; 9. Vice-presidente Social e Cultural Sidney Schapiro e o cantor Gilbert; 10. Rita Braun falou sobre a Shoá para uma plateia atenta na Wizo

1. e 6. Ana Feffer (Acredite) e Anna Schvartzman (Ciam); em família,

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Anna Schvartzman, as netas e Benny Lafer; 2. Festejando Israel: Genha Migdal; 3. O palestrante Ariel Palacios, o anfitrião Eduardo Wurzman, Cláudio Bobrow e Jack Terpins; 4. Pessach vivenciado pelo Chaverim, no Espaço Adolpho Bloch; 5. Meiri Levin recebeu o artista Mozart Fernandes na Galeria; 7. Anna Recchia, Gaby Milevsky, Abramo e Berta Douek, Lili Simhon no Espaço Gourmet com a artista plástica e chef Sheila Mann; 8. Corais deram um show no Hebraica Meio-Dia

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1. Em Iom Hazikaron, o calor da chama

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para lembrar os 25.578 civis e militares caídos em defesa de Israel em 65 anos; 2. Chazan David Kullock rezou o Kadish; 3, 4 e 7. Pronunciamentos de Gaby Milevsky, cônsul Sztulman e presidente Douek; 5. Momento de descer as bandeiras; 6.

Iom Haatzmaut comemorado pelas entidades femininas e a Hebraica marcou os 65 anos do Es-

O ato aconteceu sob a bandeira de Israel;

tado de Israel. 1. Organizadores reúnem-se depois do evento; 2. Cônsul Ilan Sztulman, Alberto

8. A voz melodiosa de Margot Kullock; 9.

Milkewitz, Mário Fleck, Abramo Douek; 3. A parte artística ficou por conta de Cláudio Goldman;

Jovens perfilados ao som da Hatikvá; 10. O

4. Marcelo Szlochevsky, Abramo Douek, Sara Wulkan, Anita Nisenbaum, Gaby Milevsky e Nava

apagar das tochas encerrou o ato de re-

Politi; 5. Abraham Goldstein; 6. e 7. Rabino Michel Schlesinger e cônsul Sztulman; Público femi-

cordação

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1, 2 e 7. Famílias seguiram a Hagadá durante o Seder de Pessach no clube; 3, 4,5, 6, 8 e 9. Luciana Mautner e Negra Li; Shirley (Jungman) e Renato Sacerdote; Rebecca Hirschfeld, Arthur Danila e Liane Gotlib Zaidler; Marlene Daniel, Dora Lúcia Brenner, Ira Grinberg e Eve Pekelman; Sérgio Kulikovsky, Luciana Mautner, Marcos Lederman e Guita Feldmann; Ione e Alberto, Zélia e Luiz Fernando Sereno em noite especial da Orquestra de Violões do Lar das Crianças da CIP e Negra Li

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juventude > teatro

MARCELO KLABIN E DANIEL GLEZER INICIARAM A CARREIRA TEATRAL NA HEBRAICA E HOJE COLHEM OS FRUTOS DO ESFORÇO

Amigos com talento e sucesso ATORES E DIRETORES QUE ATUAM NO CLUBE ESTÃO EM CARTAZ NOS PALCOS E NA TV: MARCELO KLABIN, DANIEL GLEZER, HEITOR GOLDFLUS, HENRIQUE SCHAFER E OUTROS ESTÃO PRESENTES EM PRODUÇÕES TEATRAIS E DE TELEVISÃO

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procura pelos ingressos do musical O Rei Leão, em cartaz no Teatro Renault, têm justificado a realização de sete sessões e exige um grande esforço do elenco. Os sócios que conseguiram assistir às primeiras apresentações certamente identificaram um

nome conhecido entre os atores listados no programa. Há anos, Marcelo Klabin aparece nas peças do Departamento de Teatro. Primeiro foi ator, depois dirigiu várias peças. Agora, interpreta o personagem Pumba no Teatro Renault e, na Hebraica, dirige uma oficina

a respeito da obra de Nelson Rodrigues da qual participam sócios adultos originários do grupo Gesto e de outros núcleos do clube. O envolvimento de Klabin com O Rei Leão está, de certa forma, ligado à história do ator na Hebraica. “O ex-coordenador do Centro de Danças da Juventude Alain Sinai trabalha há algum tempo na empresa T4F, responsável pela vinda do musical O Rei Leão ao Brasil e como havia necessidade de um ator para fazer a réplica, isto é, contracenar com os candidatos ao elenco lendo as falas dos outros personagens, ele indicou meu nome. Fui chamado para essa função. Durante os testes, o diretor perguntou se eu não gostaria de fazer um teste como ator, mas recusei, dizendo que, atualmente, trabalho

HEITOR GOLDFLUS INTERPRETARÁ RICARDO III

como diretor, etc. Ele aceitou e continuei como réplica. Uma semana depois, ele renovou o convite. Disse que, às vezes, sua atenção se voltava mais para as minhas réplicas, do que para as falas dos candidatos. Afirmou que eu deveria fazer o teste, e depois de dois convites, aceitei o desafio. Enfrentei a bateria de testes completa, sem deixar a função de réplica para outros atores. Fiz teste de interpretação, dança, canto e manipulação de bonecos, pois meu personagem exige o uso desta técnica, e fui aprovado”, conta Klabin, cuja carreira é bastante diversificada, mas ainda não incluía um musical como esse. “Ainda estou descobrindo a magia de atuar para grandes plateias. A energia que existe no aplauso final de 1.500 pes-

soas é revigorante. A cada salva de palmas, sinto-me recompensado por uma trajetória que começou no teatro amador da Hebraica, seguiu no curso de direito, na formação pela EAD/ECA/USP e depois na retomada do teatro profissional. Sempre me questionei se era o caminho certo. De repente, quando faço um trabalho como esse, de grande repercussão, sinto que é o caminho certo”, afirma ele. Daniel Glezer e Heitor Goldflus são profissionais que iniciaram as carreiras ensaiando em uma sala fria no primeiro andar do Ginásio dos Macabeus e se apresentando nos palcos dos teatros Anne Frank e Arthur Rubinstein. “Se não fosse pelo teatro da Hebraica, hoje eu seria um advogado, frustrado, infeliz e estressado”, conta Glezer durante a gravação de A Teia, minissérie na Rede Globo e estreia prevista para o segundo semestre. O trajeto de Glezer passou pelo período de chanich, madrich e coordenador do Centro Juvenil Hebraikeinu. Paralelamente, integrou vários grupos de teatro na Hebraica. “Lembro-me da qualidade técnica que os profissionais do Departamento de Teatro me proporcionaram, nos ensaios, jogos e exercícios cênicos e do esforço pessoal de cada um deles (Henrique, Marcelo e Heitor), reconhecendo em mim uma vocação em potencial. Eles foram categóricos no incentivo a que eu estudasse teatro. Formei-me na Escola de Arte Dramática da USP, em 2009, e desde então estou no mercado profissional.” Da agenda profissional do ator constam ainda os ensaios para o espetáculo Edgar, com referências aos textos de Samuel Beckett e Antonin Artaud, as intervenções urbanas que faz na pele do personagem Seu Molina e também um trabalho com grupo Chaverim. Escola de atores Ex-monitor e diretor de Glezer, Heitor Goldflus está no elenco de A Teia, e como ator ensaia Ricardo III (de Wiliam Shakespeare), que deve estrear em agosto. Também dirige uma oficina para o grupo Questão, que faz parte do

organograma do Departamento de Teatro. Nos ensaios do Questão, enquanto desperta a admiração dos adolescentes pela tragédia grega, Heitor os estimula a relacionar as cenas e personagens ao cotidiano. Ao conjugarem o respeito ao texto e à livre expressão, ele melhora a performance deles no palco e na vida real. Goldflus é mais um a equilibrar uma carreira fora do clube e, ao mesmo tempo, zelar pelo futuro das próximas gerações do Departamento de Teatro. Henrique Schafer é um ator premiado, com peças, novelas, curtas e longasmetragens no currículo. Recentemente, retomou o espetáculo O Porco, monólogo que lhe garantiu a indicação ao Prêmio Shell em 2005. Na coordenação do Departamento de Teatro, luta para que os projetos não percam o caráter didático tradicional no trabalho da Hebraica. E batalha para manter profissionais de qualidade – como Goldflus e Klabin – à frente dos grupos e as duas profissionais, Luciane Strul e Ozani Violin, na direção dos cursos de teatro. Trazer para a Hebraica De uma forma geral, toda a equipe envolvida com o Departamento de Teatro vive um momento feliz na carreira profissional. Na opinião de Klabin, “sabemos como funciona. Nesse momento estamos nesse boom e tudo é maravilhoso. Mas ele também passa e voltamos ao normal. Todos os meus colegas da Hebraica já conhecem essa sensação”, filosofa. Da nova experiência, Klabin já descobriu o que preservar para o futuro. “Estou vivendo o melhor momento do teatro musical na América Latina. Isso inclui as melhores equipes de iluminação, maquiagem, figurino e direção. No meio musical, a T4F, que produz O Rei Leão, é uma das maiores empresas da América Latina. Estou vivendo um clima inédito para mim. Gostaria de trazer para a Hebraica esse modelo de organização, de profissionalismo. Eu quero fazer uma montagem grande e trarei para cá o que aprendi. E isso vai acontecer”, promete Marcelo. (M. B.)


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juventude > danças

A MACHANÉ NO SÍTIO RANIERI REUNIU TODOS OS GRUPOS DE DANÇA DA HEBRAICA

Uma forma de integração O CENTRO DE DANÇAS

RESERVOU UM FIM DE SEMANA INTEIRO PARA UMA MACHANÉ QUE INTEGROU DANÇARINOS DE PRATICAMENTE TODAS AS LEHAKOT DA HEBRAICA

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urante um final de semana, 77 dançarinos dos grupos Kalanit, Shalom e Hakotzrim se divertiram sob a supervisão de nove orientadores, aproveitando a infraestrutura do Rancho Ranieri. No domingo, o número de participantes da machané chegou a quase duzentos com a chegada dos grupos Parparim, Carmel e Ofakim. É de se esperar que em uma machané com três grupos de dança os ensaios se estendam da manhã à noite. “Dançar foi o que menos fizemos no final de semana passado no Rancho Ranieri. Chegamos a tempo de realizar o Kabalat Shabat e, em seguida, a ordem era se divertir e fazer amigos durante as gincanas e jogos culturais preparados pelos madrichim e coreógrafos. Acontece que a paixão pela dança faz que ao soar uma música conhecida, as meninas já se põem em fila e iniciam a sequência de passos”, conta a assistente de coordenação do Centro de

Danças Gabriela Chalem. A machané das lehakot Kalanit, Shalom e Hakotzrim é um item fixo na programação do primeiro semestre no Centro de Danças. É um momento de relaxamento para as dançarinas que mudaram recentemente de grupo se integrarem às novas colegas e os três grupos interagirem, pois em São Paulo ensaiam separadamente. Gabriela conta que a chegada dos ônibus no domingo foi festejada pelos grupos que já estavam no Rancho. “Fizemos um churrasco e à tarde cerca de 160 pessoas se reuniram na roda da harkadá.” No retorno à rotina de ensaios, os grupos se concentram em remontar a coreografia apresentada no 32º Festival Carmel e na preparação do show das lehakot, previsto para o final de junho. “Normalmente, os grupos fazem um resgate das danças do repertório de cada um”, avalia Gabriela. (M. B.)


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juventude > espaço bebê DANÇA MATERNA É UMA DAS OFICINAS OFERECIDAS PELO

ESPAÇO BEBÊ

PROGRAMAÇÃO VIII Caminhada das Mães – Célula Mater Data: 26/5/2013 Horário: 10h Atividade principal – coordenação Instituto Vita Aquecimento, caminhada com três níveis de condicionamento (caminhada, trote e corrida) e alongamento pós-caminhada

Orientação para mães do século 21

ESPAÇO BEBÊ E CLÍNICA CÉLULA MATER REPETEM A PARCERIA NA OITAVA EDIÇÃO DA CAMINHADA DAS MÃES, MOMENTO DEDICADO À SAÚDE E À QUALIDADE DE VIDA DE MÃES, CRIANÇAS E FAMILIARES

D

omingo, 26 de maio, mamães e bebês estão convidados a participar da VIII Caminhada das Mães, promovida pela Clínica Célula Mater. Será o segundo ano em que o Espaço Bebê é parceiro do evento . Do programa desta caminhada, faz parte a oficina “Histórias e Brincadeiras Cantadas”, dirigida às mães e aos pequenos até 3 anos. No Espaço Bebê, a oficina é muito prestigiada pelo público mirim. Nos encontros das quartas-feiras, histórias, poesias e cantigas selecionadas especialmente para divertir os pequenos viram brincadeiras cantadas e contadas, que ajudam ao mesmo tempo o desenvolvimento da imaginação e a aquisição da linguagem oral. Durante a Caminhada das Mães do ano passado, o Espaço Bebê apresentou a oficina de canto para gestantes e

recém-nascidos, com a participação de muitas mães da comunidade judaica que ficaram surpresas em saber que esse tipo de trabalho – lúdico e de promoção de saúde para as famílias no início da vida – é oferecido pela Hebraica. Referência em saúde da mulher, a Clínica Célula Mater criou a Caminhada das Mães para promover um momento dedicado à saúde e à qualidade de vida de mães, crianças e familiares de todas as idades. Desta vez, além do Espaço Bebê, a caminhada terá fisioterapeutas do Instituto Vita e realizará atividades para gestantes e crianças até 8 anos de idade. A inscrição poderá ser feita pelo site www.celulamater.com.br e a doação de um pacote de fraldas destinada ao Berçário Naar Yisrael, instituição beneficente ligada ao Ten Yad. (M. B.)

Atividades paralelas Histórias e brincadeiras cantadas (de 9 meses a 3 anos) – coordenação Espaço Bebê Massagem mãe bebê (para bebês acompanhados de 2 a 8 meses) – coordenação Instituto Vita Atividade especial para gestante – coordenação Instituto Vita Estação Boa Hora – Omint Massagem relaxante, esfoliação e hidratação facial e reflexologia Campanha de avaliação glicêmica – coordenação Hospital Israelita Albert Einstein Horários de trinta minutos com fisioterapeutas do Instituto Vita para avaliações posturais e um pequeno tratamento; atividade kids para crianças de 5 a 8 anos, delicioso brunch no final da caminhada. A sede da Célula Mater fica na alameda Gabriel Monteiro da Silva, 802. Mais informações, fone 3067-6700


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juventude > fotos e fatos 2.

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1. a 7. Fim de semana

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no Hotel Bourbon Atibaia, promovido pelo Hebraica Adventure, teve futebol de campo, boliche, Kabalat Shabat, passeio de trem e dezenas de outros

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1. 2 e 5. Machané de danças no Sítio Ranieri foi

motivos para reunir a

um ótimo pretexto para estreitar laços de ami-

família e os amigos

zade e integrar os novos dançarinos aos grupos;

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3. A vice-presidente do Taglit Ada Spitzer visitou a Hebraica e conheceu detalhes do projeto Jovens sem Fronteiras; 4. Jovens sem Fronteiras (JSF) e Meidá foram à comunidade de Paraisópolis e promoveram oficinas e doação de brinquedos que beneficiaram cem crianças

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es por tes


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esportes > entrevista O VICE-PRESIDENTE DE ESPORTES AVI GELBERG DEU AS BOAS-VINDAS À JUDOCA ISRAELENSE YAEL ARAD POR OCASIÃO DE UMA

O Comitê Olímpico de Israel convidou oficialmente o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente da CBF José Maria Marin que acompanharão a delegação brasileira, representando as entidades gestoras dos dois eventos. Ainda a respeito dos Jogos Macabeus Pan-Americanos, eles motivaram muitos atletas a voltarem a praticar suas modalidades no clube, alguns retomando títulos de sócios.

PALESTRA PARA OS ATLETAS

O

presidente da CBM Avi Gelberg reúne-se com técnicos, pais e atletas para organizar a delegação brasileira no evento. Quando não trata dos assuntos do Macabi, decide os rumos do esporte no clube, pois também ocupa o cargo de vice-presidente de Esportes da Hebraica. Nesta entrevista, Gelberg descreve a mudança de paradigma que implantou no Departamento Geral de Esportes para ampliar o número de sócios que praticam esportes no clube e fala das expectativas em relação à Macabíada. Para Avi Gelberg, tudo o que se refere aos esportes “é urgente”. Empresário do setor de autopeças e com vários anos de atuação no Movimento Macabeu, liderou a delegação brasileira à XVIII Macabíada Mundial, em 2009, e assumiu a presidência da CBM em 2011. Hebraica – Em sua opinião, qual a vantagem da coincidência de um mesmo ativista ser presidente da CBM e vice-presidente de Esportes da Hebraica? Avi Gelberg – Não é uma coincidência, mas uma estratégia para conquistar dois objetivos paralelos: aumentar o número de sócios que praticam esportes no clube e enviar a maior delegação para a XIX Macabíada Mundial. A meu ver, essa interação entre a área esportiva da Hebraica e o comitê organizador da delegação para a Macabíada é fator de estímulo aos atletas e aos profissionais do clube. Como estão os preparativos para a Macabíada? Gelberg – Depois de um ano de intenso trabalho, chegamos naquilo que chamo de véspera da competição. Nós, da Confederação Macabi Brasil, temos

Um ativista e dois chapéus

COM A PROXIMIDADE DA XIX MACABÍADA MUNDIAL, MARCADA PARA A QUINZENA DE 17 A 30 DE JULHO, AUMENTA O MOVIMENTO NA SALA DA CONFEDERAÇÃO MACABI BRASIL (CBM) NO PRIMEIRO ANDAR DA SEDE SOCIAL

mais de quatrocentos atletas pré-inscritos e pretendemos levar uma delegação de seiscentas pessoas , incluindo acompanhantes e familiares, que também são parte essencial do evento. A delegação brasileira, especialmente os jovens, ficará hospedada no Hotel Bluebay, a quinze minutos de Wingate, junto com outras equipes sul-americanas. Para eles, será um evento histórico. Acabo de voltar do Congresso da Macabíada em Israel, durante o qual tive contato com represen-

tantes de outros países e com o Comitê Olímpico de Israel. Qual é a posição do Brasil frente aos outros países que participarão da Macabíada? Gelberg – Há muita coisa a nosso favor. O êxito da realização dos Jogos Macabeus Pan-Americanos, em 2011, foi muito importante, além do fato de o Brasil ser a sede da Copa do Mundo, em 2014, e dos Jogos Olímpicos, em 2016.

Que novidades você trouxe do Congresso da Macabíada? Gelberg – Vi como os preparativos estão adiantados em Israel e que o esforço foi muito além da infraestrutura esportiva. Os jovens participarão de um programa sensacional cujo objetivo é manter juntas as delegações de todos os países. A maioria dos jogos e competições das categorias menores será realizada no Centro Esportivo Wingate, em Netânia, e quando não estiverem treinando ou competindo haverá uma programação diária no local, de forma que sairão dos hotéis de manhã e só voltarão para dormir. Wingate é muito bem equipado com piscinas olímpicas, quadras e condições para abrigar 80% das competições dessas faixas etárias. Quem participar das competições restantes locais vai e volta de ônibus de Wingate. Para os masters também há um programa inédito: quando não estiverem ocupados com o esporte, atletas e acompanhantes se encontrarão com economistas, autoridades governamentais e visitarão bases militares para saberem como atua o exército de Israel. Haverá um esforço para mostrar aos adultos vários aspectos da vida em Israel e o papel do país como líder das comunidades judaicas. O senhor falou em atletas que voltaram a frequentar a Hebraica. Até que ponto isso o preocupa? Gelberg – É uma preocupação constante e para isso temos priorizado o sócio no âmbito da estrutura do Departamento Geral de Esportes. Pretendemos reduzir a um mínimo o número de atle-

tas militantes. Em dois anos já reduzimos 20% e conseguimos equilibrar a equação com outros 20% de sócios que ingressaram nas equipes competitivas. Desta forma, demonstraremos que os militantes são menos essenciais para o clube vencer e conquistar títulos no esporte. Precisamos valorizar o sócio que é atleta, trabalhar com eles e, quando necessário, reforçar com um militante. Mesmo assim, esse atleta deve mostrar um bom desempenho esportivo e se integrar aos colegas e técnicos, trazendo algo também como ser humano. Que modalidades já se beneficiam dessa mudança de rumo? Gelberg – Renovamos o basquete de forma radical. Substituímos toda a equipe técnica para retomarmos o alto nível da modalidade tendo o sócio como foco. Até 2012, apresentávamos bons resultados, mas os sócios quase não entravam em quadra para jogar. Em futebol de salão remontamos as categorias de 9 a 15 anos e estamos a caminho de reverter o fluxo de desistências dos sócios por falta de motivação. Hoje, 97% dos atletas do futsal são sócios ou atletas da comunidade. Além do estímulo ao sócio, estamos organizando as equipes técnicas e administrativas que trabalham com eles. Assim pretendemos deixar um legado para a próxima gestão na forma de uma estrutura mais profissional para o esporte, e exemplo disso é o Departamento de Tênis, uma área carente de atenção. Contratamos Reynaldo, que trabalhou vinte anos na USP e no Esporte Clube Pinheiros e hoje administra e está a par de tudo que ocorre fora das quadras. E Simoni, que foi um dos cem primeiros tenistas do ranking internacional e hoje cuida das áreas de lazer, aprendizado e competição. Essa atenção à administração e à prática do esporte se repete em outras modalidades. O polo aquático conquista resultados surpreendentes coordenado por Léo Vergara e ganhamos um título de campeão brasileiro com um time formado em sua maioria por sócios.

O objetivo é aumentar o desempenho do clube no cenário esportivo? Gelberg – Mais do que isso. Outro objetivo do Departamento Geral de Esportes é ampliar o movimento de sócios no clube em especial nos finais de semana. Durante a semana o clube se agita por conta dos treinos, jogos, da Escola de Esportes e dos alunos da Escola Alef. Desde março último, o Departamento Geral de Esportes inclui pelo menos uma atividade especial por final de semana aberta ao sócio. São aulas abertas, festivais de esportes da Escola de Esportes, torneios, demonstrações, etc. Agendamos eventos até o final do ano. Quanto mais movimento no clube, melhor. Essa é uma maneira de chamar o sócio a participar e de mantê-lo no quadro associativo e trazer amigos que se afastaram. Não devemos esquecer que a Hebraica não é só um clube esportivo, mas um centro comunitário. Então a solução é investir no sócio? Gelberg – É acreditar nos nossos jovens. Sabemos que a maioria deles seguirá carreiras acadêmicas, mas temos a possibilidade ajudá-los a crescer como atletas de excelência como é o caso da Camila Minakawa, atualmente na seleção olímpica de Israel. Temos um garoto, Cauê, convocado para a seleção adulta de handebol e campeão sul-americano na modalidade. Os três garotos – Leon Psanquevitch, Felipe A. Alterthum e o Pedro Vergara – que jogaram pela seleção brasileira júnior de polo e foram vice-campeões do sulamericano em Santiago do Chile. Pedro foi a um treinamento na Espanha com a seleção brasileira adulta. São exemplos de como é possível motivar e desenvolver um trabalho que envolva os sócios e os comprometa com o clube e a prática de esporte de alto rendimento. Outras modalidades que passam por esse processo de valorização dos atletas são o futebol de campo e o futsal. Este trabalho requer bons profissionais, técnicos e coordenadores que saberão como levar os atletas a atingirem seu nível máximo. (M.B.)


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esportes > polo aquático

Para crescer no esporte

O TÉCNICO MARCELO ADAS EXPLICOU TÁTICAS E MOVIMENTOS APLICADOS PELA ESCOLA AMERICANA DE POLO E TAMBÉM FALOU AOS GAROTOS A RESPEITO DA POSSIBILIDADE DE ESTUDAR NO EXTERIOR PRATICANDO ESTE ESPORTE

A

iniciativa de uma clínica de polo aquático com o técnico Marcelo Adas partiu dos atletas da modalidade. “O clube forneceu a infraestrutura, mas os garotos se cotizaram para custear a vinda dele. Isso mostra o interesse deles em se aperfeiçoar e ampliar o conhecimento do polo”, comentou o coordenador da modalidade, Leo Vergara, que se encarregou dos contatos com o amigo e antigo colega Adas.

Brasileiro radicado há quase duas décadas nos Estados Unidos, Marcelo aceitou o convite e lembrou locais do clube que não via fazia muitos anos. “Já atuei como voluntário e também como técnico contratado. Nunca esquecerei as duas Macabíadas, uma brasileira e outra pan-americana, das quais participei”, recordou, antes de iniciar a primeira aula teórica. “Lembro, como se fosse ontem, da ale-

gria de vencer a Venezuela e a sensação de jogar diante de um público de três mil pessoas. Mesmo depois de 25 anos, sinto como se tivesse participado de uma Olimpíada”, contou aos garotos que, não por coincidência, se preparam para representar o Brasil, em julho, na XIX Macabíada Mundial em Israel. No primeiro encontro, relatou a decisão de viajar para os Estados Unidos, os anos de esforço até conseguir trabalhar com polo-aquático numa escola de ensino médio da Califórnia. “Lavei muitos pratos, limpei banheiro de hotel, mas nunca desisti do sonho de atuar na área de polo aquático e finalmente consegui.” Segundo ele, a estrutura educacional voltada à prática de esportes ajudou no êxito do seu trabalho. “Se o atleta não tem boas notas, eu, como técnico, não posso escalá-lo, por melhor que seja e por mais que o time precise dele em um jogo decisivo”, contou. Diferentemente do Brasil, nos Estados Unidos o polo é praticado apenas durante um período do ano nas escolas. “Criei um clube profissional onde os atletas praticam e se aperfeiçoam o ano todo. Esse é um dos fatores que fazem da nossa escola uma das mais respeitadas na atualidade no torneio da Costa Leste”, explicou. Escola e esporte Adas passou várias horas durante a semana com os atletas. Nas aulas práticas, demonstrou na piscina táticas e movimentos utilizados pela chamada escola americana de polo. “Senti que

atletas e técnicos melhoraram muito desde a primeira aula teórica. Eles aprenderam muitas coisas novas, como passes, movimentos, todo um sistema de jogo. Os garotos se revelaram muito interessados nas informações que transmiti”, elogiou já na última aula teórica, quando reuniu-se com pais de jogadores interessados em continuar os estudos no exterior. Para Ilan Dayan, de 16 anos, a experiência valeu. “Achei legal, porque é uma outra voz a falar com a gente e mostrar as vantagens do modelo educacional americano que deveríamos seguir aqui no Brasil. Lá, eles unem escola e esporte, o que seria bom para mim, que pretendo estudar e continuar me desenvolvendo no polo. Aqui, no Brasil, isso é muito difícil. Enquanto estou no ensino médio ainda é possível jogar sem prejudicar os estudos, mas não sei como será daqui a alguns anos, durante a faculdade”, opinou o adolescente. A visita ao Brasil alterou a percepção de Adas a respeito do polo aquático brasileiro, especialmente o trabalho na Hebraica. “Gostei muito do que vi nestes poucos dias. Em relação ao passado foi um passo de gigante. Acho muito importante o que vocês, do clube, fizeram, contratando técnicos de ponta. Bons técnicos inspiram os atletas. Vocês estão no caminho certo porque esses técnicos são os melhores e trabalhar a base, como está sendo feito, garantirá o futuro da Hebraica no esporte”, concluiu antes de acompanhar os atletas do polo aquático na última aula prática na piscina. (M. B.)

Boas notícias

MARCELO ADAS PASSOU

UMA SEMANA EM SÃO PAULO EM CONTATO COM OS ATLETAS DO POLO AQUÁTICO

O primeiro título da Hebraica no polo aquático é da equipe sub-15, segundo lugar no Torneio Início, em março, depois da final disputada contra os atletas do Sesi, na piscina do Paineiras do Morumby. Com três atletas da Hebraica – Leon Psanquevitch, Felipe A. Alterthum e Pedro Vergara –, a seleção brasileira júnior disputou o campeonato sul-americano no Chile e levou o ouro. Semanas depois, Pedro foi convocado para uma temporada de treinos com a seleção adulta na Espanha.


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esportes > curtas

Sucesso em Vinhedo

Uma delegação de judocas acompanhados de familiares viajou a Vinhedo para o campeonato de judô em homenagem à cidade, evento promovido pela Federação Paulista de Judô – 15ª Delegacia. Segundo a coordenadora Miriam Z. Minakawa, a viagem foi um êxito total. “Ficamos em primeiro lugar no placar geral, entre outras 48 entidades participantes. Dos cinquenta atletas inscritos, alguns disputavam o primeiro torneio como federados e mesmo assim totalizamos dezenove ouros, doze pratas e oito bronzes. É um resultado digno de comemoração”, relatou Miriam.

Etapas iniciais

Equipes de basquete da Hebraica e do Esporte Clube Pinheiros se enfrentaram na quadra do Centro Cívico na primeira etapa do Campeonato Grande São Paulo. Com resultados favoráveis para os visitantes, os jogos serviram para os técnicos avaliarem o potencial dos times do clube e fazerem os ajustes necessários para a sequência do torneio. Na mesma tarde de domingo, a equipe sub-11 de futsal estreou contra o time do Clube Esportivo da Penha no Interclubes 2013.

Xadrez em Curitiba

Tênis internacional

Lúcia Rusu ficou em terceiro lugar na categoria duplas no 33rd ITF Seniors World Individual Championships, realizado no Aly Bey Club Manavgat, em Antalya (Turquia). O evento reuniu atletas de 56 países, num total de oitocentos atletas entre 35 e 55 anos. O torneio de duplas com o nome de 55 Women’s Doubles aconteceu paralelamente e foi nesta categoria que a tenista da Hebraica se destacou.

Bernardo Sztokbant foi um dos cinco melhores jogadores do International Rating Tournament (IRT) realizado em Curitiba no início de abril. Do evento participaram 83 jogadores, entre eles o grande mestre Alexandr Fier, o mestre internacional Rodrigo Disconzi e sete MF’s (mestres Fide). Sztokbant encerrou o torneio empatando com Fier na penúltima rodada. Disconzi foi primeiro, Fier o segundo e pelo critério de desempate, o representante da Hebraica foi o quarto. Saltando de 2181 pontos para 2.200, o jovem estará mais perto do seu primeiro título de mestre Fide. (M. B.)


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esportes > fotos e fatos 1.

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1. Cena de gulodice e diversão no xadrez de chocolate da Praça Carmel; 2. Festsal abriu a temporada de festivais da Escola de Esportes; 3 e 5. A medalhista olímpica israelense Yael Arad fez demonstração na Sala de Judô; 4. Festival de Natação emocionou papais e mamães; 6. Evento de vôlei reuniu duas gerações no Centro Cívico

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espaço saúde

Sem tabaco: não é fácil, mas é possível abandonar o vício

O

tabagismo é a maior causa de morte evitável em todo o mundo, uma notícia positiva é que o país tem cada vez mais ex-fumantes. Estima-se que o cigarro e outros derivados do tabaco sejam responsáveis por cerca de duzentos mil óbitos por ano no Brasil. No entanto, motivadas pela informação sobre os malefícios do tabaco, pelas campanhas de conscientização e pelas restrições legais ao fumo em locais fechados, mais e mais pessoas deixam de fumar. De acordo com a Pesquisa Especial de Tabagismo realizada pelo Ibge e pelo Ministério da Saúde, entre 1989 e 2008 o percentual da população brasileira fumante com 15 anos ou mais caiu de 32% para 17,2%. O estudo revela ainda que 52,1% dos fumantes planejavam deixar o vício. O caminho entre a vontade de parar, a tomada da decisão e o êxito do propósito pode levar um tempo. Nem sempre se consegue na primeira tentativa, mas as recaídas fazem parte do processo e os esforços para desistir do fumo não devem ser abandonados. Embora a definição da dependência pesada seja a do consumo diário de vinte cigarros ou mais, a verdade é que o fumo ocasional é igualmente prejudicial à saúde. Quem fuma um cigarro por dia, ou alguns no fim de semana, também tem riscos de desenvolver doenças relacionadas ao tabagismo e a qualquer momento pode se tornar um fumante regular. Substituir o cigarro por cigarrilha e outros derivados do tabaco tidos como menos prejudiciais é igualmente danoso. Todos esses produtos possuem em média 4.700 substâncias tóxicas, das quais mais de quarenta comprovadamente cancerígenas. As chances de deixar de fumar e não apresentar recaída aumentam quando se tem um acompanhamento médico, psicológico, mudanças de

hábito e comportamentais, como atividade física, avaliação nutricional e higienização diária do ambiente. O tratamento da dependência envolve a adoção de ambas as partes, do paciente, da família e o acompanhamento no tratamento e nas alternativas disponíveis, nos aconselhamento terapêutico individual ou em grupos, terapia de reposição de nicotina e terapia com medicamentos. A terapia de reposição feita com adesivos ou gomas de mascar de nicotina possibilita a redução gradual dos níveis dessa substância. O princípio é o mesmo da diminuição gradativa do número de cigarros fumados por dia, mas só reduzir a quantidade de cigarros não é tão eficaz como a terapia, pois o hábito de fumar fica mantido, impedindo a redução dos fatores sociais, emocionais e culturais ligados à manutenção da dependência. Já os medicamentos, além de agirem sobre os neurotransmissores responsáveis pela vontade de fumar, reduzem os sintomas da abstinência, como irritabilidade e ganho de peso, aumentando o sucesso da terapia e diminuindo o risco de recaídas. Porém, sua utilização deve ter sempre acompanhamento médico. O tratamento para abandonar cigarro dura em média três meses e seu custo praticamente se equipara aos gastos com o tabaco em menos de um ano. Isso, claro, sem considerar o que se gasta com o tratamento de problemas de saúde relacionados ao tabagismo. Os benefícios para quem deixa o cigarro são nítidos. Vinte minutos após parar de fumar a pressão arterial e a frequência cardíaca voltam ao normal, depois de um a nove meses a tosse diminui, a congestão nasal, a fadiga e a falta de ar, e dez anos após parar a taxa de morte por câncer de pulmão chega à metade da de um fumante. A escolha é livre, mas deixar de fumar é optar pela vida.

DR. HUMERTO BOGOSSIAN, PNEUMOLOGISTA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN


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magazine > capa | cinema | por Abby Margulies

À obra de Kubrick faltou o

filme do Holocausto C STANLEY KUBRICK (1928-1999), FILHO DE JACOB LEONARD E SADIE GERTRUDES, JUDEUS ASSIMILADOS, É CONSIDERADO UM DOS MAIORES CINEASTAS DE TODOS OS TEMPOS. KUBRICK NASCEU E FOI CRIADO NO BRONX

NUMA ÉPOCA EM QUE A POPULAÇÃO DO DISTRITO ERA MAIS DE 40% JUDAICA, E FICOU MUITO

IMPRESSIONADO COM A ASCENSÃO DO NAZISMO, QUE COINCIDIU COM A SUA INFÂNCIA, E COM O EXTERMÍNIO DOS JUDEUS DA EUROPA QUE

OCORREU DURANTE A ADOLESCÊNCIA. O BIÓGRAFO DELE, GEOFFREY COCKS, AUTOR DE TRABALHOS ACADÊMICOS SOBRE O NAZISMO COMO PSICOTERAPIA NO

TERCEIRO REICH,

ESCREVEU UM LIVRO A RESPEITO DE KUBRICK E O

A BRUTAL TRANSFORMAÇÃO DE TORRANCE, INTERPRETADO POR JACK NICHOLSON, DE PAI AMOROSO EM CARRASCO ARMADO COM UM MACHADO, EM O ILUMIMADO

HOLOCAUSTO. TRÊS FILMES DELE – GLÓRIA FEITA DE SANGUE, DR. FANTÁSTICO E NASCIDO PARA MATAR – REVELAM CLARA PREOCUPAÇÃO COM O ASSASSINATO SANCIONADO PELO ESTADO, E 2001 E LARANJA MECÂNICA EXPRESSAM UMA VISÃO EXTREMAMENTE FRANCA DA NATUREZA HUMANA. ALÉM DISSO, KUBRICK TINHA UMA CONEXÃO MAIS DIRETA COM A ALEMANHA NAZISTA: CASOU-SE COM A SOBRINHA DO CINEASTA FAVORITO DE GOEBBELS, VEIT HARLAN

erta vez Stanley Kubrick disse: “O tema que eu mais gostaria fi lmar era o Holocausto, mas desejo boa sorte a quem puser tudo aquilo em um fi lme de duas horas”. Kubrick foi diretor de treze longas-metragens, incluindo 2001: Uma Odisseia no Espaço, Laranja Mecânica e O Iluminado, e em seus fi lmes era fascinado por manifestações de poder, mas tinha um profundo medo da existência no mundo real. Kubrick nasceu em 1928 e foi criado no Bronx por pais seculares e demonstrou pouco ou nenhum interesse pelo judaísmo, ou por religião em geral. Embora o fato de a condição judaica de Kubrick ser em grande parte desconhecida dos fãs, e de pouco impacto no cotidiano– nunca fez o bar-mitzvá e nenhum dos três casamentos teve cerimônia judaica –, ser judeu em um mundo que percebia ser de modo geral hostil teve efeito marcante em sua vida. Quando a Segunda Guerra terminou e os relatos do genocídio nazista foram conhecidos nos Estados Unidos, Kubrick ficaria para sempre impressionado pelos perigos do poder extremo. A obsessão criativa com o Holocausto, escondida da maioria dos fãs, está clara na primeira retrospectiva do seu trabalho, até junho no Los Angeles County Museum of Art (Lacma/Museu de Arte do Condado de Los Angeles). Entre as obras em exibição há fotografias e trechos do pouco conhecido e inacabado filme de Kubrick a respeito do Holocausto, The Aryan Papers/Os Documentos Arianos, um filme para o qual escreveu o roteiro, pesquisou locações, escalou a protagonista, e ficou inacabado. Com base no romance Wartime Lies/Mentiras do Tempo de Guerra, de Louis Begley, o filme The Aryan Papers foi apenas um dos poucos projetos que Kubrick – mais conhecido pela obstinação e teimosia – iniciou, mas não concluiu, e é o único que o cineasta abandonou por vontade própria. Kubrick foi criado em uma família próspera no Bronx, filho de Jacques e Gertrudes Kubrick. Ele não estava interessado na escola, faltava muitas vezes e dedicava pouca energia intelectual aos estudos. No aniversário de 13 anos de Stanley, o pai lhe deu uma câmera Graflex, o garoto se envolveu

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>> com a fotografia e passava os sábados documentando a vida do Bronx. No dia da morte de Franklin Roosevelt – 12 de abril de 1945 –, Kubrick parou diante de um vendedor de jornais cercado de manchetes a respeito do presidente. Kubrick convenceu o homem a olhar de modo consternado para elas, tirou uma foto e depois correu para revelá-la em casa. Satisfeito com o resultado, levou a foto para a revista Look (concorrente da Life, na época), conseguiu abrir caminho para o escritório do editor de fotografia e fez a primeira venda, por US $ 25. Embora Kubrick fosse muito bem avaliado nos testes de inteligência, as notas na escola eram baixas e, por isso, não era aceito na faculdade. Aos 16 anos, enquanto os colegas ingressavam na universidade, Kubrick aceitava a oferta de emprego em tempo integral na revista Look. Foi lá, documentando tudo, desde meninos assistindo a um jogo de beisebol até a campanha ao senado de Robert Taft, que Kubrick começou a desenvolver o olho narrativo que mais tarde guiaria a carreira no cinema. Kubrick fotógrafo Kubrick interessou-se cada vez mais pelo cinema assistindo a filmes de arte em uma sala no Greenwich Village e a fitas estrangeiras no Museu de Arte Moderna. Foi um ensaio fotográfico a respeito do boxeador Walter Cartier para a Look que finalmente o levou ao cinema. Ao fotografar Cartier desde o momento em que ele acordou até o auge da luta naquela noite, Kubrick capturou o que o escritor Pete Hamill chamou de “vio-

KUBRICK NO BAR DO HOTEL OVERLOOK, AO LADO DE JOE

TURKEL E JACK NICHOLSON, NUMA DAS CENAS MAIS FANTASMAGÓRICAS DE

O ILUMINADO;

ACIMA, À DIREITA, O JOVEM KUBRICK EM AUTORRETRATO, QUANDO ERA FOTÓGRAFO PROFISSIONAL PARA REVISTAS COMO

LOOK

lência transformada em arte”. Em 1949, fascinado pelo boxe e convencido de que estava pronto, Kubrick juntou as economias e fez o primeiro filme, um documentário de doze minutos acerca de Cartier – Day of the Fight (Dia da Luta), que vendeu por US $ 4.000. Nos oito anos seguintes, Kubrick pediu dinheiro emprestado à família, negociou com os estúdios, e usou o talento de todos que conhecia (às vezes prejudicando relacionamentos – divorciou-se duas vezes no período) para criar os filmes que fizeram dele um diretor sério: Medo e Desejo (1953), A Morte Passou por Perto (1955), O Grande Golpe (1956) e Glória Feita de Sangue (1957) que, enfim, levaram o cineasta a ser reconhecido como um mestre. O estilo de Kubrick – planos longos muitas vezes descritos como filmar “no ritmo da própria vida” e imagens vívidas e repetitivas, como o sangue escorrendo do elevador em O Iluminado e o olho vermelho vigilante de HAL em 2001 – fez o cineasta navegar habilmente entre gêneros, criando o que geralmente era considerado o filme definitivo de ficção científica, de guerra ou de terror. Mas apesar do

trânsito de Kubrick de um gênero a outro, os filmes mantêm um ponto consistente de fascínio: a exploração e os limites do poder, e o perigo que este apresenta nas mãos dos seres humanos inevitavelmente falhos. “Para Kubrick, aqueles com poder na escala de Hitler ou Stalin são os temas adequados para a compreensão do mundo”, segundo Geoffrey Cocks em seu livro de 2004 The Wolf at the Door: Stanley Kubrick, History, and the Holocaust (“O Lobo à Porta: Stanley Kubrick, História e o Holocausto”.) “Seu lugar é diante da câmera, porque é o lugar onde eles podem não só ser observados, mas podem ser controlados.” Kubrick, que se definia como “um covarde devoto”, estava, no entanto, preocupado em retratar na tela as coisas que mais temia – a destruição do mundo por armas nucleares, o poder governamental cada vez mais fora de controle e a traição doméstica máxima no seio da família. O interesse no poder enlouquecido, unido ao clima em que ele foi criado, fez do Holocausto um ponto de interesse óbvio. “Todos os filmes dele lidam com a vaidade e as falhas humanas”, disse Jan Harlan, cunhado de Kubrick e produtor executivo do cineasta por muitos anos. “Kubrick estava interessado nas coisas terríveis que fazemos uns aos outros, e não há exemplo melhor [do que o Holocausto] para a falha em uma escala gigantesca.” De fato, quase todos os filmes de Kubrick são contados a partir do ponto de vista do agressor, e há frequentes referências à Alemanha nazista na sua obra, quase sempre de modo significativo para os personagens que estão enlouquecendo com o poder: a proposta do Dr. Fantástico de uma “solução fi-

nal” e sua exclamação, “Mein Führer, eu posso andar!”, as imagens de Leni Riefenstahl mostradas a Alex durante o seu tratamento Ludovico (terapia fictícia para tornar alguém avesso à violência) em Laranja Mecânica e a máquina de escrever alemã Adler de Jack usada para narrar a sua descida para a loucura em O Iluminado. Embora Kubrick encontrasse novos projetos, o Holocausto “foi um tema que sempre esteve com ele”, segundo Harlan. O interesse de Kubrick pelo Holocausto também foi agravado pela vida pessoal. Ele conheceu a jovem atriz alemã Christiane Harlan no set de Glória Feita de Sangue e casou-se com ela. Christiane cresceu durante o período do regime nazista e era sobrinha do cineasta Veit Harlan, mais conhecido pelo filme notoriamente antissemita O Judeu Süss, que dirigiu sob encomenda do ministro da Propaganda Joseph Goebbels. A família de Harlan sempre comentava a respeito dos filmes de propaganda produzidos durante o Terceiro Reich, e Kubrick, que se tornara íntimo desses familiares, brincava com a ideia de fazer um filme acerca de Veit. A década de 1970 viu o surgimento de muitos filmes e abundante literatura do Holocausto, e Kubrick, que sempre foi um leitor ávido, interessou-se pelo tema especialmente depois de ler as oitocentas páginas de A Destruição dos Judeus da Europa, de Raul Hilberg, e ficar impressionado com a maneira fria e sistemática como os nazistas executaram a Solução Final. Cada vez mais determinado a fazer um filme a respeito do Holocausto, saiu à procura de um roteiro. O cunhado Harlan indicou o escritor em língua ídiche Isaac Bashevis Singer para redigir um e Kubrick autorizou-o a procurar o autor, em Nova York. Harlan conta que Singer, conhecido pelos contos surrealistas acerca dos judeus sob o reinado do czar, ficou lisonjeado com a oferta, mas recusou-a, alegando “não saber nada” do Holocausto. Kubrick ficou arrasado com a má notícia “e abandonou a ideia por duas décadas”, disse Harlan. >>

Embora Kubrick fosse muito bem avaliado nos testes de inteligência, as notas na escola eram baixas e, por isso, não era aceito na faculdade. Aos 16 anos, enquanto os colegas ingressavam na universidade, Kubrick aceitava a oferta de emprego em tempo integral na revista Look


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Lembranças em “O Iluminado” Kubrick, então, dedicou-se a fazer O Iluminado, que, para muitos é, de fato, um filme sobre o Holocausto – e tema do novo documentário Room 237 (Quarto 237), lançado recentemente nos Estados Unidos [e exibido no Brasil durante o Festival É Tudo Verdade]. Adaptado do romance de Stephen King, o filme segue Jack Torrance, zelador do Hotel Overlook no inverno. À medida que o filme avança, sabe-se que o hotel é mal assombrado e Jack, cuja datilografia sem fim se torna a trilha sonora maníaca do filme, lentamente sucumbe aos poderes malignos do hotel. Finalmente, Jack tenta matar a mulher e o filho a machadadas. Por pouco os dois escapam, e Jack é deixado para congelar até morrer. O filme termina com o close de uma foto da década de 1920, mostrando Jack como o zelador quase seis décadas antes. Com horror, se percebe que Jack e o mal que representa sempre estiveram – e sempre estarão lá – isto é, a história está destinada a se repetir. “Em O Iluminado Kubrick sublima o interesse em retratar o Holocausto e o apresenta de forma muito indireta que evita lidar com a colocação de alguns desses horrores na tela”, conta o escritor Geoffrey Cocks. Para ele, Kubrick alterou detalhes importantes do livro de King de modo a sustentar seu argumento, como a localização do hotel em um cemitério indígena, espécie de sutil referência à dizimação de uma minoria; a substituição do som do vento uivando descrito no romance de King pelo barulho incessante da máquina de escrever alemã de Jack, e, principalmente, o

MAQUETE DO BANHEIRO DO FAMOSO QUATRO

237. METICULOSO AO EXTREMO, KUBRICK

Os bastidores dos “Documentos”

USAVA MINIATURAS PARA REALIZAR TESTES DE LUZ

As artistas Jane e Louise Wilson produziram o documentário Unfolding The Aryan Papers (Revelando os Documentos Arianos), com a atriz Johanna Ter Steege falando do processo de teste para o filme e lendo o roteiro. No filme das Wilsons, a emoção e o cuidado dedicados por Kubrick a The Aryan Papers ganham vida de uma forma que transmite o conflito interno que viveu. Ter Steege conta como foi selecionada para o papel e revela a atenção do diretor a seus gestos, a observação para que sempre mantivesse a boca ligeiramente aberta, como foi a escolha do guardaroupa e imagens históricas de um poço de cadáveres de mulheres amontoados em um quarto lotado e de judeus vagando sem rumo no Gueto de Varsóvia.

uso ostensivo do número 42, referência ao ano em que os nazistas decidiram executar a Solução Final. Quarenta e dois – número que não está em nenhuma parte do romance de King – é, no entanto, bem visível na camiseta do coelho Pernalonga usada por Danny, evidente na primeira premonição dos horrores do hotel; a música-tema do filme Summer of ’42 (Houve uma Vez um Verão) toca ameaçadoramente na televisão dos Torrances; e o quarto onde Danny é estrangulado e Jack é seduzido e depois sente repulsa é o quarto 237 – cujos dígitos quando multiplicados nos levam de volta a 42. Todavia, Harlan acha O Iluminado uma história de fantasmas e de “entretenimento brilhante” e não um filme sobre o Holocausto. Apesar de Kubrick não comentar sobre o significado deste filme, como fez com todos os outros, um estudo do seu processo de filmagem sugere que quase tudo o que fazia era intencional. Kubrick tinha medo da repetição da história, como disse a Michael Herr respondendo ao desinteresse de Herr em ler A Destruição dos Judeus da Europa. “Não, Michael, o livro que você não quer ler é A Destruição dos Judeus da Europa Parte II.” É bem provável que, de sua parte, as referências de Kubrick ao Holocausto tenham sido intencionais, ainda que, para os espectadores, fossem obscuras. Apesar de em O Iluminado só haver intenções, o interesse de Kubrick em fazer um filme que tratasse diretamente do Holocausto continuou. Finalmente, em 1991, ele se deparou com o livro ficcional de memórias Wartime Lies (Mentiras de Guerra), de Louis Begley, a respeito de Maciek, jovem polonês salvo durante a guerra pela bela tia Tânia, que consegue identidades cristãs falsas. Os dois passam a guerra escondidos viajando de cidade em cidade para evitar serem pegos e até trabalham em uma remota aldeia. A história foi uma escolha lógica para Kubrick, de acordo com Geoffrey Cocks: “Há um arco que vai de Lolita a O Iluminado cujo centro é um jovem descobrindo pela primeira vez um mundo extremamente perigoso e malévolo.” Da mesma forma que Danny, Lolita e Redmond Barry [Barry Lindon – 1975] – e até mesmo Kubrick –, ainda menino Maciek é forçado a enfrentar o terror do mundo adulto, tornando-se no final um homem sem infância e incapaz de ser feliz. Assim que o leu, Kubrick comprou os direitos do livro de Begley e começou a trabalhar. Ansioso, escreveu um roteiro e escolheu a atriz holandesa Johanna Ter Steege para protagonista, e como o sotaque dela sugeria que pudesse ter vindo de qualquer lugar, ele pediu para não melhorar o inglês. Mandou Harlan escolher a locação e passou quase um ano comprando milhares de fotografias de possíveis opções. Em 1993, a Warner Bros anunciou Aryan Papers como próximo filme de Kubrick. Assim como em todos os projetos, Kubrick pesquisou muito, devorou informações sobre o assunto, incluídas referências às atividades da SS e muitas fotografias. Mas ao contrário do período de preparação dos outros filmes, e de que Kubrick gos-

tava, ficou muito deprimido durante o processo de pesquisa do filme e enojado com os detalhes, segundo a viúva Christiane Kubrick. Sua infelicidade foi a ruína do filme. “O projeto caminhava bem e a municipalidade de Brno (República Tcheca) já havia autorizado fechar o centro da cidade durante um final de semana, já havíamos pendurado bandeiras nazistas nos edifícios e colocamos nos trilhos os bondes de época disponíveis no museu local, quando, de repente Stanley e o chefão da Warner Bros, Terry Semel, decidiram parar”, conta Harlan. A explicação para a decisão da Warner é que Kubrick foi informado da produção de A Lista de Schindler, de Steven Spielberg, e concluiu que o mercado não conseguiria absorver dois filmes sobre o Holocausto. Mas Kubrick não desistia facilmente e nem acreditava que um filme de outra pessoa fosse melhor que o seu. Durante as filmagens do inacabado Napoleon, em 1968, descobriu que na mesma época Dino De Laurentiis produzia Waterloo, mas Kubrick tinha certeza de que o seu filme seria melhor e continuou trabalhando até 1971, quando a MGM cortou o financiamento. Da mesma forma, Nascido para Matar estreou junto com Platoon, de Oliver Stone, e embora a bilheteria bruta obtida com seu filme no primeiro fim de semana tenha sido menor, o filme de Kubrick sobre o Vietnã teve recepção muito mais calorosa da crítica. Uma análise mais aprofundada sugere que Kubrick, homem especialmente fascinado pela incrível capacidade da humanidade para o mal, não poderia simplesmente descrever os horrores do Holocausto no filme. “A razão da desistência de Stanley”, disse Christiane Kubrick, em entrevista ao jornal britânico Guardian, “é porque o filme de Spielberg era sobre os judeus que viveram, e apenas alguns. Para contar toda a verdade no filme, única forma de honrar todas essas pessoas mortas, e ser respeitoso o bastante, você teria de dizer toda a verdade”. >>

O estilo de Kubrick – planos longos muitas vezes descritos como filmar “no ritmo da própria vida” e imagens vívidas e repetitivas – fez o cineasta navegar habilmente entre gêneros, criando o que geralmente era considerado o filme definitivo de ficção científica, de guerra e de terror


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Ele também não filmou o jazz no Terceiro Reich STANLEY KUBRICK QUERIA CONTAR A HISTÓRIA DO OFICIAL DA LUFTWAFFE DIETRICH SCHULZ-KOEHN, UM APAIXONADO PELO SWING, QUE ESCREVIA SOBRE MÚSICA NAS CIDADES OCUPADAS PELOS NAZISTAS SOB O PSEUDÔNIMO DE “DR. JAZZ”

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m 1985, Stanley Kubrick ganhou um livro acerca da sobrevivência do jazz na Europa ocupada pelos nazistas. A foto de um oficial da Luftwaffe (Força Aérea Alemã) posando entre músicos negros, ciganos e judeus em frente de uma boate em Paris chamou a sua atenção. Parecia algo saído de Dr. Fantástico, comentou o cineasta. Ele tinha muita vontade de levar a Segunda Guerra para o cinema, e esta fotografi a talvez fosse uma boa razão para começar. Segundo Tony Frewin, ex-assistente de Stanley, “ele costumava dizer ser mais fácil se apaixonar do que encontrar uma boa história, estava sempre interessado em qualquer coisa ligada aos nazistas e queria muito fazer um filme sobre o assunto”. Kubrick tem sido associado à criação de visões impressionantes da guerra. Quando se anunciou, há pouco, que Steven Spielberg vai produzir o roteiro de Kubrick do filme Napoleon como minissérie de televisão, a pergunta era: como serão as ambiciosas cenas de batalha, inicialmente concebidas para maximizar as dezenas de milhares de extras. No entanto, o interesse de Kubrick nos nazistas amantes do jazz representa o filme de guerra mais fascinante que não fez. Kubrick ganhou o livro Swing Under the Nazis (Swing sob os Nazistas), que imaginou adaptar logo após o lançamento de Nascido para Matar, era de 1985, escrito pelo jornalista Mike Zwerin, um trombonista de Queens, (Nova York), que tocara com Miles Davis e Eric Dolphy. O oficial na foto do livro era Dietrich Schulz-Koehn, um fanático por hot swing e outras variações de jazz proibidas por seus superiores porque era “música selvagem”. Schulz-Koehn publicou um boletim ilegal de resistência que um eufemismo chamava de “car-

tas de viagem”, espantosamente lido na Europa Ocidental, e por meio dele informar acerca das cenas de jazz em cidades conquistadas pela Alemanha. Kubrick deu ao projeto o título de Dr. Jazz, aliás, pseudônimo de Schulz-Koehn. “Stanley gostava de títulos em busca de roteiros”, diz Frewin, “e o Dr. Jazz era um personagem e tanto – em contraste do que acontecia nos campos (de concentração) e na Frente Oriental, e apesar disso lá estava um oficial alemão que se divertia ouvindo jazz. O que também atraiu Stanley foi que isso explicava a música e a sua capacidade de juntar as pessoas acima das rígidas diferenças políticas.” A pesquisa de Zwerin é até hoje cativante, embora um roteiro de Dr. Jazz nunca se materializara e o projeto foi posteriormente arquivado, em parte devido a Aryan Papers (Documentos Arianos), filme ambientado na Polônia ocupada e que Kubrick abandonou em meados dos anos 1990, apesar da intensa pré-produção. Durante mais de vinte anos Zwerin trabalhou em Paris como crítico de jazz do International Herald Tribune (IHT), mas nunca se acostumou à cidade. Para fugir ao tédio, Zwerin viajou o continente entrevistando os músicos que preservavam o jazz durante a ocupação e se reuniam em porões e nos bastidores de teatros. As entrevistas com as lembranças deles foram publicadas no International e o livro Swing é uma coletânea delas, contextualizadas e cheias de digressões. Para facilitar e descontrair o ambiente, Zwerin tocava trombone e conseguia muitas informações. Mas o melhor mesmo surgiu nos encontros com aquele oficial nazista reformado que adorava jazz. Ficamos sabendo que durante a travessia do Canal da Mancha um ás da Luftwaffe sintonizava a BBC esperando pegar alguns compassos de Glenn Miller antes de silenciar a antena da rádio com bombas. Quando, ao contrário, era a Royal Air Force (RAF – Força Aérea Britânica) que bombardeava Viena, o trombonista de uma banda nazista de swing “ia para fora da janela com o trombo-

O VIOLONISTA CIGANO DJANGO REINHARDT SERIA UM BOM PERSONAGEM PARA O FILME QUE STANLEY KUBRICK QUERIA FAZER SOBRE O JAZZ

ne tocar St. Louis Blues, em vez de se esconder no porão.” Aliás, para esse padrão particular de jazz ser aceito, em Viena, o nome foi alterado para “chucrute”. Ácido no instrumento Ao longo do livro de apenas duzentas páginas, Zwerin desenterra notas perdidas da resistência. Um disco do violonista francês de origem cigana Django Reinhardt valia dois quilos de manteiga no mercado negro. Um opositor alemão lembrase da tarefa a que se entregou de procurar aquela marca de creme que Louis Armstrong passava nos lábios rachados, e disponível apenas em farmácias de Berlim. Depois de receber o pacote da pomada labial contrabandeada para os Estados Unidos por intermédio do dono de uma boate de Paris, Louis Armstrong agradeceu por carta ao alemão desconhecido que o ajudara. Mas há relatos muito tristes e Zwerin chora os músicos judeus que se agarravam à vida entretendo guardas nos campos de concentração, e aqueles em fuga, como o trompetista tche-

co de jazz Eric Vogel, que mergulhou os trompetes em ácido sulfúrico quando os invasores nazistas começaram a confiscar instrumentos. O ácido danificava o instrumento e “o impedia, assim, de executar marchas militares”. Em um artigo de 1961 para a revista Down Beat, Vogel conta porque não morreu: durante batida policial no gueto, um oficial da SS que assistira a uma das suas jam sessions, reconheceu-o no quartel, mandou libertá-lo e escoltou-o até a casa onde se escondia. Mas, em troca, pediu livros e algumas das suas gravações de jazz. Em Frankfurt, os músicos vagavam pelas ruas assobiando Harlem, e se um colega músico reconhecia a melodia assobiava de volta. Foram estes eventos clandestinos e >>

Em um artigo de 1961 para a revista Down Beat, Eric Vogel conta porque não morreu: durante batida policial no gueto, um oficial da SS que assistira a uma das suas jam sessions, reconheceu-o no quartel, mandou libertá-lo e escoltou-o até a casa onde se escondia


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encontros furtivos que atraíram Kubrick, porque sentia neste material uma espécie de lado noir. Talvez um tratamento ao estilo Dr. Mabuse teria funcionado na história. Stanley: “Se Peter Lorre estivesse vivo, poderíamos ter encontrado um papel para ele”. Se o filme tivesse sido rodado, um personagem intrigante seria o músico alemão Ernst Hollerhagen, a quem Zwerin ouviu mais de um entrevistado se referir que “tocava clarinete tão bem como Benny Goodman (Benjamim David ‘Benny’ Goodman, 1909-1986), mas não tinha nascido negro ou judeu ou americano”. Até 1938 os discos de Goodman podiam ser comprados na Alemanha, mas alguém deve ter percebido que Benjamim David era judeu. No entanto era possível comprar gravações de Artie Shaw porque os nazistas não sabiam que seu nome verdadeiro era Arthur Jacob Arshawsky (19102004). “Hollerhagen gostava de desafios e em uma noite, em 1942, depois de um show em Frankfurt, foi até a mesa dos músicos, bateu os calcanhares, levantou o braço direito e disse em voz alta

para todos ouvirem: ‘Heil Benny”. Stanley era um grande fã de jazz da era do swing e Goodman, um dos favoritos. “Ele tinha reservas quanto ao jazz moderno e se tivesse que se internar em uma ilha deserta, levaria discos de swing, a música da infância: Count Basie, Duke Ellington, Harry James. Kubrick tinha muita vontade de usar uma determinada faixa de Harry James (Henry Haag “Harry” James, 1916-1883) em um filme, e sentia que Dr. Jazz era uma ótima oportunidade para isso. A música foi incluída na trilha sonora de Hannah e Suas Irmãs, de Woody Allen, e Stanley ficou irritado porque Woody passou a sua frente. Ironicamente, o título da música é I’ve Heard that Song Before (“Ouvi essa Música Antes”) Mike Zwerin morreu em 2010 e Swing Under the Nazis continuava sendo ignorado nas referências e bibliografias. Talvez Zwerin preferisse assim em razão de sua lealdade àqueles artistas cujas melhores obras nem sempre foram gravadas. “Comecei a explorar um canto esquecido da história, mas ele acabou por me explorar”, escreve na introdução do livro. A exploração não ter alcançado um público mais amplo não é defeito: ele assobiou uma melodia até uma rua vazia e Stanley Kubrick assobiou de volta.

OUTRO QUE NÃO PODERIA FALTAR NO FILME DE KUBRICK ERA O CLARINETISTA BENNY GOODMAN, O REI DO SWING

ERA POSSÍVEL COMPRAR GRAVAÇÕES DE ARTIE SHAW NA ALEMANHA NAZISTA PORQUE NINGUÉM SABIA QUE ELE ERA JUDEU

* James Hughes é escritor em Chicago e editor contribuinte das publicações Slate, The Believer, Wax Poetics, e The Village Voice

Decálogo de proibições Josef Skvorecky (1924-2012) era um escritor tcheco e um dos principais autores dissidentes durante o período da ocupação soviética (em 1968) e os seus temas de ficção tratavam dos horrores do totalitarismo, da experiência como expatriado e do milagre do jazz. Ele e a mulher fundaram a organização 68 Publishers que editava livros de escritores tchecos e eslovenos como Vaclav Havel (depois presidente da República Tcheca), Milan Kundera (prêmio Nobel de Literatura) e Ludvík Vaculík, entre outros. Um dos temas mais notáveis da obra de não-ficção de Josef Skvorecky é a ênfase nas “pequenas semelhanças, quando aplicadas, entre o fascismo e o comunismo”. E algumas das variações de Skvorecky a respeito do tema são as lembranças do ódio totalitário em comum, também ao jazz. Na introdução ao livro O Saxofone Baixo (ele tocava saxofone alto) relata os regulamentos baixados pelo gauleiter – (funcionário regional do Reich) – como obrigatórios para as orquestras de dança locais durante a ocupação nazista da

Tchecoslováquia: 1. Peças em ritmo de foxtrote (chamado de swing) não podem exceder a 20% do repertório de orquestras ligeiras e bandas de dança; 2. Neste chamado repertório de jazz, a preferência deve ser dada a composições em uma clave maior e letras que expressem alegria na vida, em vez de letras judaicamente sombrias; 3. Quanto ao andamento, a preferência também deve ser dada às composições rápidas em relação às mais lentas chamadas de blues. No entanto, o ritmo não deve exceder certo grau de allegro, compatível com o sentido ariano de disciplina e moderação. Em nenhuma hipótese serão tolerados os excessos negroides em andamento (o chamado hot jazz) ou em apresentações solo (chamadas de pausas); 4. As chamadas composições de jazz podem conter no máximo 10% de síncopas; o restante deve ser constituído de um movimento legato natural, desprovido dos reversos rít-

micos histéricos característicos das raças bárbaras e condutor de obscuros instintos alienígenas ao povo alemão (os chamados riffs); 5. É estritamente proibido o uso de instrumentos estranhos ao espírito alemão (os chamados chocalhos, flexatone, vassourinhas, etc.), bem como todas as surdinas que transformam o nobre som de instrumentos de sopro em um uivo judaico-maçônico (o chamado wa-wa, hat, etc.); 6. Também estão proibidas as chamadas pausas de bateria que durem mais de meio compasso em uma batida de quatro quartos (exceto em marchas militares estilizadas); 7. O contrabaixo deve ser tocado apenas com o arco em composições chamadas de jazz; 8. É proibido puxar as cordas, pois danifica o instrumento e prejudica a musicalidade ariana; se um efeito chamado de pizzicato for absolutamente desejável para o caráter da composição, convém tomar rigoroso cuidado para a corda não tocar em surdina, o que a partir de

agora é proibido; 9. Músicos também estão proibidos de fazer improvisações vocais (chamadas de scats); 10. Todas as orquestras ligeiras e bandas de dança são aconselhadas a restringir o uso de saxofones de todas as claves e substituí-los por violoncelo, viola ou possivelmente algum instrumento popular adequado. Sendo nazista, este funcionário público aproveitou a oportunidade para impregnar muitos desses regulamentos de racismo e antissemitismo, espécie de equivalente nacional-socialista da pacata sabedoria convencional. Mas é justamente isso: se um nazista puder transmitir algo de que não gosta como “excesso negroide” ou manifestação “judaico-maçônica”, isso contribui com o tipo de credo nazista que se precisa incorporar a ter de justificar o que há de errado com a música enquanto música. Mais ainda, ajuda a esconder o medo do nazista da ressonância mais profunda que a música tem nas pessoas.


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magazine > comportamento | por Ariel Finguerman, em Tel Aviv A apresentação da edição sabra coube ao próprio Hugh Hefner, o criador da Playboy, hoje com 87 anos, que escreveu o editorial. Hefner não é judeu e confessou sentir-se “muito emocionado” com o lançamento e comparou a trajetória da revista ao “caminho que passou Israel e as muitas mudanças que este pequeno país foi obrigado a enfrentar ao longo dos anos”. No texto, o editor americano elogiou o Estado judeu pela inventividade e crescimento, “exatamente como a própria Playboy”. Mesmo com todas as semelhanças possíveis entre Israel e a Playboy, a revista não teria chegado a Israel se não fosse a tenacidade de Daniel Pomerantz, 37 anos, advogado judeu-americano que fez aliá no ano passado e trouxe na bagagem de mão a ideia de lançar a revista masculina no país de adoção. “Realmente não sei por que demorou tanto para a Playboy ser lançada em Israel, mas chegou a hora”, disse em entrevista à revista Hebraica. Quando ainda vivia em Chicago, onde mantinha um pequeno escritório de advocacia, Pomerantz ficou amigo de advogados que trabalhavam na sede mundial da Playboy, localizada na mesma cidade. Ao voltar de férias em Israel, comentou com eles a respeito da não existência de uma revista masculina no Estado judeu. Recebeu então um convite para

O PUBLISHER DANIEL POMERANTZ POSA AO LADO DE COELINHA

“Playboy” em Israel, sem protestos EM ENTREVISTA À REVISTA HEBRAICA, O IDEALIZADOR DA NOVA PLAYBOY EM HEBRAICO FALA DA SUA “CONTRIBUIÇÃO AO ISRAEL FASHION”. O LANÇAMENTO FOI MUITO DISCRETO – SEM OUTDOORS NEM COELHINHAS ASSANHADAS

S

em muita fanfarra, escândalo e alarde, foi lançada em março a primeira edição em hebraico da Playboy. A mitológica revista masculina chega a Israel atrasada, sessenta anos depois de criada nos EUA e com mais de trinta versões em línguas não inglesas – como a brasileira, desde 1975. Além das garotas locais a edição israelense contém, é claro, entrevistas feitas a partir da redação em Tel Aviv.

conversar com a diretoria e o passo seguinte foi reunir um grupo de empresários americanos, que acabou comprando os direitos para a edição em hebraico. Apesar de todo o empenho do publisher, quem brilha mesmo na primeira edição da Playboy é a celebridade da TV israelense, a modelo Natalie Dadon, conhecida pela participação na versão local do reality show “No Limite”. Ela é a capa da revista e aparece em sete páginas internas. Perguntada como uma sefaradita – filha de judeus marroquinos – se sente ao ser fotografada pela Playboy, respondeu: “Tranquila”. Mas ninguém precisa se empolgar muito. Natalie aparece no ensaio de forma discreta, sem revelar muita, digamos, intimidade. Na estreia da Playboy sabra, as israelenses ainda parecem envergonhadas. A outra “israelense” que aparece na edição, no famoso pôster da Playboy, é uma dançarina ucraniana que se apaixonou por um israelense e hoje mora em Tel Aviv. “Seriam as israelenses mais inibidas que as mulheres do mundo ocidental?”, perguntei a Pomerantz. “Não acredito”, respondeu. “Aqui há gente tradicionalista e conservadora, mas há também mulheres orgulhosas dos seus corpos, sexies e bonitas. São as qualidades que queremos na revista. Depois da primeira edição, recebemos ligações de modelos e atrizes israelenses que querem trabalhar conosco.” Outra característica bem peculiar da Playboy publicada em Tel Aviv, que provavelmente não se achará pelo resto do mundo, é a seriedade da famosa entrevista do mês. No caso da edição sabra, o convidado para a estreia foi o ex-diretor do Shin Bet, o FBI de Israel, Avi Dichter. E, claro, a chamada na capa para a entrevista foi dramaticamente israelense: “Se Israel for destruído, nenhum outro país ficará de shive (luto)”. Esta não é uma manchete um pouco “demais” para uma revista de prazer e entretenimento? “Seguimos o perfil do leitor, e o homem israelense gosta de discussões sérias, além de mulheres bonitas. É o tipo de assunto que apreciam neste país. Quando me convidam para um jantar de sexta-feira à noite, primeiro se come, depois o café e, em seguida, discute-se política”, justifica Pomerantz. O publisher se recusa a falar em números de exemplares vendidos, nem de projeções para viabilizar a revista. Mas ao menos em um aspecto a Playboy de Israel já pode ser considerada um sucesso: até o fechamento desta edição, a revista conseguira passar quase despercebida dos religiosos e nenhum rabino a difamou publicamente. Talvez a razão tenha sido a discrição como a revista foi lançada. Ainda nada de outdoors com mulheres sensuais espalhados pelo país, nem eventos estridentes com coelhinhas sensuais. Mesmo nos quiosques – em Israel não há bancas de jornal – é difícil encontrá-la, e a maior distribuição parece estar concentrada em livrarias, em meio às demais revistas. “Já veio gente mais tradicionalista dizer que a Playboy não é para eles, mas mesmo assim me desejaram sorte. Somos res>>

Quem brilha mesmo na primeira edição da Playboy é a celebridade da TV israelense, a modelo Natalie Dadon, filha de judeus marroquinos e conhecida pela participação na versão local do reality show “No Limite”


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magazine > comportamento

O PUBLISHER DANIEL POMERANTZ, À ESQUERDA, AO LADO DA EDITORA DA PLAYBOY, NETA JAKOBOVITZ, E HUGH HEFNER, O CRIADOR DA REVISTA

>> peitosos, não distribuiremos a revista em bairros conservadores, nem colocaremos outdoors nesses lugares. Mas em contrapartida, também esperamos ser respeitados. É isto que torna possível viver de forma bonita neste país”, diz Pomerantz. Com todo o respeito, porém, o objetivo é tornar a publicação mais conhecida e ganhar mercado. Pomerantz quer concentrar esforços de marketing no que chama de “bairros sexies” do país. E isto inclui Jerusalém, que também está na mira da publicação masculina. “A revista está tendo uma boa aceitação na capital.” Como todo olê chadash (“novo imigrante”), o americano está empolgado com o potencial do novo país e até considera a empreitada uma verdadeira missão sionista. “A Playboy é uma contribuição para o Israel fashion, bonito e moderno. Somos uma publicação sexy, não sexual”, dispara. Pomerantz é discreto quanto às futuras convidadas para estrelar na revista. Diz que trabalhará com celebridades locais,

como a Playboy faz ao redor do mundo. E isto incluiria a supermodelo israelense Bar Rafaeli, a ex-namorada de Leonardo DiCaprio? “Não posso dar detalhes, apenas digo que ficaria feliz se ela aceitasse. É uma bela modelo.” Na edição de estreia da versão israelense, quem deu as caras também foi a modelo portuguesa Joana Caldeira, fotografada numa praia como veio ao mundo. Isto faz parte da linha editorial da Playboy de exibir nas edições locais alguma convidada internacional. “Ficarei orgulhoso de ver israelenses bonitas também aparecendo pelo mundo afora, inclusive na Playboy brasileira”, diz o publisher.

Outra característica bem peculiar da Playboy publicada em Tel Aviv, que provavelmente não se achará pelo resto do mundo, é a seriedade da famosa entrevista do mês. No caso da edição sabra, o convidado para a estreia foi o ex-diretor do Shin Bet, o FBI de Israel, Avi Dichter


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magazine > documentário | por Ariel Finguerman

DAYAN COM O ENVIADO ESPECIAL DAS NAÇÕES UNIDAS, EM 1957, POUCO DEPOIS DE FIRMADO O ARMISTÍCIO EM QUE TROPAS CONJUNTAS DE ISRAEL, FRANÇA E INGLATERRA TOMARAM O CANAL DE SUEZ

Tal pai, tal filho NOVO DOCUMENTÁRIO MOSTRA A TRISTEZA, O ABANDONO E AS TRAIÇÕES NA FAMÍLIA DE MOSHÉ DAYAN. O FILME DE ADI ARBEL E MOISHE GOLDBERG É NARRADO POR ASSI, O FILHO “OVELHA NEGRA”

E

nquanto Moshé Dayan viveu, a condição de herói militar de Israel impediu qualquer crítica pública às suas – muitas – deficiências pessoais. Depois de morrer, vários testemunhos apontaram para personalidade difícil e fraquezas, como a apropriação indébita de achados arqueológicos. Agora o fi lho Assi Dayan, um dos mais importantes atores e cineastas do país, revela o lado mais obscuro de uma das maiores personalidades da história de Israel. Assi Dayan, 68 anos, é o narrador do documentário Hachaim Ke-Shmuá (“A Vida como um Boato”), dos diretores Adi Arbel e Moishe Goldberg, recentemente lançado em Israel. Além de falar de sua vida maluca, marcada pelo talento artístico misturado com dependência de drogas, é o drama familiar dos Dayan que ocupa o lugar central do filme. As primeiras memórias familiares de Assi são da Guerra da Independência, quando o pai comandava tropas em várias frentes e a família Dayan vivia no moshav Nahalal, no Vale de Jezrael. “Meu pai se ausentou de casa por semanas, mas um dia retornou, trazendo uma amostra de bactérias de tifo, parte da guerra biológica que acontecia na época. Um daqueles

HÁ ALGUNS ANOS, ASSI INTERPRETOU NAPOLEÃO

MOSHÉ DAYAN COM A FILHA YAEL, JORNALISTA E DEPOIS ESCRITORA, A

vidros quebrou em casa e fiquei doente.” Enquanto Assi passou dias se debatendo em febre alta, o pai voltou à linha de batalha. “Minha mãe cuidou de mim dia e noite. Lia para mim as notícias de jornal contando como meu pai libertara o kibutz Degania e conquistou Lod e Ramla sem autorização dos superiores. Para mim, ele parecia um pirata dos contos de fada.” Aos 15 anos, Assi resolveu fugir de casa e viajar pelo mundo. O pai já havia ocupado o cargo de chefe do Estado-Maior do Tzahal e agora era ministro no governo de Ben-Gurion. O filho pegou sem permissão o passaporte do irmão mais velho, roubou presentes valiosos que o pai ganhara de líderes mundiais e os vendeu a um comerciante. Foi parar na ilha de Chipre, a quarenta minutos de voo de Israel, com um amigo. Enquanto a dupla esperava uma embarcação que os levasse à Turquia, policiais locais revistaram-no e encontraram uma pistola que Assi também pegara sem permissão do pai. Depois de passar algum tempo na prisão na capital Nicósia, Assi foi extraditado para Israel. “Na pista do aeroporto, vi o carro do meu pai. Estava pronto para receber

o primeiro tapa na cara da minha vida. Mas, ao contrário, ele olhou fundo nos olhos e disse uma palavra ainda mais cortante que um tapa: ‘idiota’,” Dois anos mais tarde, em 1964, chegou o momento de o filho do general mais famoso de Israel se alistar no Tzahal. O irmão mais velho, Ehud, já servia em uma unidade de elite da marinha e a irmã, Yael, era uma oficial condecorada. Assi sabia do peso que carregava nas costas. Apesar da rebeldia inata, ofereceu-se como voluntário para o Sayeret Matkal, a unidade de elite do Tzahal. Em razão do peso do nome, Assi foi aceito. “O treinamento era especialmente violento, incluindo tapas e chutes.” Ele sobreviveu, mas guardou uma surpresa para o final do curso, tradicionalmente marcado por uma dura marcha de oitenta quilômetros. No meio, Assi fugiu e escondeu-se no monte Carmel. Em pouco tempo, toda a atenção do Tzahal estava voltada para procurar a celebridade. Assi ligou para o comandante, apresentou-se e foi condenado a 35 dias de prisão. “Ali acabou a esperança de me tornar um chefe do Estado-Maior”, diz ironicamente. Moshé Dayan ficou 36 anos casado com a mãe de Assi, Ruth, mas nos círculos do poder era conhecido como grande mulherengo. Quando o casal se divorciou, não demorou muito para o general, já então o herói da Guerra dos Seis Dias, se casar novamente. “O que não pude entender foi porque ele cortou a relação com os filhos. Lembro-me de uma entrevista em que ele disse que não nascera para ser pai, e se pudesse recomeçar tudo de novo não teria família.” Em fevereiro de 1970, Assi estava em um voo da El Al entre Tel Aviv e Londres, com escala em Munique. Ali, três ter-

PRIMEIRA A REVELAR AS HISTÓRIAS FAMILIARES

roristas atacaram o ônibus de trânsito, matando uma pessoa. Assi escapou ileso correndo dos tiros em zigue-zague, voltou imediatamente a Israel e foi recebido pelo pai no aeroporto. “Nos abraçamos e ele me beijou. Por um instante, éramos novamente simplesmente pai e filho. Mas aquele momento passou muito rápido.” Algumas semanas antes de Moshé Dayan morrer, de câncer, o filho foi se despedir. Fazia oito anos que os dois não se viam. “Eu estava embriagado, e só assim conseguia ficar diante dele. Durante quinze minutos falei tudo que pensava: ‘Pai, você é um (...), gostaria que soubesse que eu te odeio. Você foi um bom pai até meus 8 anos de idade, depois virou um egoísta, uma pessoa má, especialmente para nossa mãe’.” Segundo Assi, o general moribundo ficou em estado de choque apenas e balbuciou que não sabia explicar a própria atitude. Mas esse encontro não mudou a relação entre Dayan e a primeira família. Toda a herança dele, avaliada em cerca de cinco milhões de dólares, deixou em testamento exclusivamente para a segunda mulher, Raquel. “Para minha mãe e nós, os filhos, nada.” No entanto, todo este trauma familiar não fez de Assi um pai muito melhor, como ele próprio reconhece. Durante anos, o cineasta foi dependente de cocaína, o que o levou à beira do suicídio. Pai de quatro filhos, Assi foi internado num hospital psiquiátrico, onde diz ter se sentido “como Jack Nicholson no filme Um Estranho no Ninho”. Durante anos, o lucro dos filmes e as premiações de Assi foram transformados em drogas a ponto de hoje sobreviver da ajuda de alguns bons amigos. “Tenho boas relações com meus filhos, mas estou consciente de que não receberei o prêmio de ‘pai do ano’. Quando um dos meus filhos tinha 2 anos tive de deixá-lo aos cuidados de outra família do kibutz. Sempre que o visitava, eu voltava chorando. Fracassei na tentativa de quebrar a maldição da paternidade dos Dayan. Assim como meu pai não me criou, eu também não criei os meus filhos.”

Moshé Dayan ficou 36 anos casado com a mãe de Assi, Ruth, mas nos círculos do poder era conhecido como grande mulherengo. Quando o casal se divorciou, não demorou muito para o general, já então o herói da Guerra dos Seis Dias, se casar novamente


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magazine > síria | por Joseph Dana

O triste fim da Alepo judaica OS JUDEUS ORIGINÁRIOS DE ALEPO EM TODO O MUNDO ASSISTEM, IMPOTENTES, À DESTRUIÇÃO DAQUELE VIBRANTE LAR ANCESTRAL NA GUERRA CIVIL DA SÍRIA. DURANTE SÉCULOS, A CIDADE FOI A CAPITAL NÃO OFICIAL DO MUNDO SEFARADITA

A

cidade de Alepo, no norte da Síria, antigo pilar do judaísmo em todo o mundo, está sendo lentamente destruída pelos combates na Síria nos últimos dois anos e alguns meses, a ponto de porta-vozes dos rebeldes alertarem que “logo não haverá mais nada para destruir em Alepo”. É como destruir Roma ou Paris em combates de guerra civil nesses tempos de internet. Antes mesmo de os combates entre rebeldes e partidários do ditador Bashar al Assad alcançarem Alepo, a cidade voltou ao noticiário em razão de novo livro e longo artigo no New York Times Magazine a respeito do Códice de Alepo da Bíblia hebraica, que dizem ter sido compilado no século 6 nas proximidades de Tiberíades, e levado às pressas para o Cairo, antes de cair nas mãos dos cruzados que saqueavam a Terra Santa. Do Cairo, o documento chegou ao sul da Europa, ficou algum tempo sob a guarda de Maimônides e acabou em Alepo, onde seiscentos anos depois foi descoberto em uma cripta que reveste as paredes da grande sinagoga da cidade. De lá, o códice, que se acredita ser um dos mais antigos manuscritos contendo toda a Bíblia hebraica, foi contrabandeado em 1950 para fora da Síria graças aos esforços corajosos de um punhado de judeus de Alepo, liderados pelo segundo presidente de Israel Itzhak Ben-Zvi. O códice está agora em Jerusalém, no Instituto Ben-Zvi. Mas por que o judaísmo de Alepo era tão especial e vibrante? Durante séculos, esta cidade foi a capital não oficial do mundo judeu sefaradita. Sustentada pela riqueza do comércio internacional e pelas ondas de imigração judaica, os judeus da cidade

mantinham uma comunidade generosa, elogiada pela excelência das escolas e por ser a guardiã de tradições com raízes no Israel antigo. O folclore de Alepo – consta que um dos generais do rei David pessoalmente lançou a pedra fundamental da grande sinagoga, agora no centro do fogo cruzado dos combatentes – dá uma pista acerca do prestígio da cidade na história judaica. Mas antes que Alepo seja completamente destruída, ao menos do ponto de vista histórico está perdida, e a existência judaica quase apagada das ruas de paralelepípedos. De todo modo, é notável que comunidades da Diáspora preservem o modo de vida que levavam em Alepo. Para o professor de história medieval da Universidade Hebraica de Jerusalém Yom Tov Assis “é inegável que do ponto de vista da solidariedade os judeus de Alepo formam a mais forte comunidade judaica em todo o mundo”. Assis nasceu em Alepo e viveu, ainda que brevemente, a violência na cidade na esteira da independência de Israel, depois de 1948. Ele fundou o Centro para o Estudo do Judaísmo de Alepo na Universidade Hebraica para preservar e estudar as tradições daquela comunidade vibrante e diz não conhecer “qualquer comunidade judaica, além dos haredim (ultraortodoxos), tão fortemente ligada ao passado e às tradições”. Fora de Israel, poucas cidades no Oriente Médio tiveram uma história tão ou mais rica do ponto de vista de atividade cultural judaica, educação e comércio do que Alepo. Segundo a lenda, a cidade chamada de Haleb, em hebraico e árabe, tem origem em uma história de Abraão guiando um rebanho de ovelhas através dos arbustos das montanhas ao seu redor. Ele teria distrinuído o leite das ovelhas (chalav, em hebraico) aos moradores da cidade, situada nas colinas do norte da Síria, que, assim, passou a ser conhecida como Haleb. A partir do final do século 10, Alepo cresceu e era passagem obrigatória das comunidades judaicas do centro da Babilônia e a Palestina de então. A posição geográfica e a notável influência que

EIS COMO ESTÁ UMA DAS ÁREAS CENTRAIS DE ALEPO, LOCAL DE MUITOS NEGÓCIOS DE JUDEUS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO PASSADO

exerceu atuaram como uma ponte sobre o fosso da Pérsia para os lucrativos mercados do sul da Europa e deu à cidade um status quase mítico entre os judeus de todo o mundo. Ao visitar a cidade no final do século 16, o monge italiano Pietro Della Valle registrou no diário de viagem que “aqui, em um distrito [de Alepo], converge todo o Oriente, com suas joias, sedas, drogas, e tecidos, e isso também é acompanhado pelo Ocidente, a saber, França, Veneza, Holanda e Inglaterra”. Os judeus de Alepo também usaram a riqueza para criar importantes instituições de ensino e foram reconhecidos por suas tradições cuidadosamente mantidas de acordo com as práticas bíblicas dos antigos judeus. Em carta à comunidade judaica de

ESSA PLACA É AINDA DO TEMPO DO BOM RELACIONAMENTO ENTRE AS COMUNIDADES E INDICA A SINAGOGA E A CRIPTA DE ELIAHU

Lunel, no sul da França, Maimônides observou que “em toda a Terra Santa e na Síria, há uma cidade sozinha e esta é Halab, onde há aqueles que são verdadeiramente devotados à religião judaica e ao estudo da Torá”. No centro da História Alepo foi cenário de dois dos principais acontecimentos da história judaica: a expulsão dos judeus da Espanha e o movimento sionista. À medida que no início do século 16 os refugiados da Península Ibérica acorriam ao Mediterrâneo Oriental, Alepo tornou-se um dos mais importantes centros de absorção dessas populações e no mesmo século caiu sob o domínio otomano, cujo califado mantinha uma relação amistosa com a comunidade judaica. De todo modo, a altura das sinagogas não podia suplantar a das mesquitas e os judeus deviam ser discretos nas suas manifestações religiosas e isso era parte do status de dhimmis. Alepo está situada a 120 quilômetros do Mediterâneo, a 45 quilômetros da fronteira com a Turquia e foi comercialmente importante >>

Segundo a lenda, a cidade chamada de Haleb, em hebraico e árabe, tem origem em uma história de Abraão guiando um rebanho de ovelhas através dos arbustos das montanhas ao seu redor


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magazine > síria também porque era o ponto final da Rota da Seda. O declínio comercial começou com a inauguração do Canal de Suez, em 1869, e acabou se transformando em centro financeiro. Em 1948, depois do voto na ONU criando dois estados na Palestina, ocorreram tumultos antijudaicos em Alepo e espalhou-se o boato de que o Códice teria sido destruído em um ataque. No final da década de 1980 a comunidade judaica de Alepo desapareceu e em seu lugar surgiu a diáspora judaica de Alepo, em Israel, Nova York e América do Sul. “Costumávamos passar o verão no Líbano, perto de Beirute”, conta Assis. “Em uma dessas ocasiões, meus pais e outros judeus de Alepo alugaram um grande ônibus, e só depois de cruzar a fronteira com o Líbano é que as crianças foram informadas de que nunca mais voltaríamos à cidade.” Eles partiram, mas alguns judeus continuam morando em países muçulmanos, do Marrocos ao Irã. Como são em número cada vez menor formam comunidades muito pequenas e, portanto, sem condições de legitimar a noção da existência de comunidades judaicas vibrantes no Oriente Médio fora de Israel. Drama acadêmico Qual é, então, a melhor maneira de lembrar a vida dos judeus sob o domínio muçulmano no Oriente Médio? Essa questão atormenta a vida acadêmica judaica nos últimos trinta anos, provocando versões idílicas de convívio no mundo árabe ou histórias dramáticas de perseguição. E entre aqueles que fazem da história judaica europeia o centro das suas atenções e tentam entender a tragédia do nazismo a tendência é analisar a vida judaica sob domínio muçulmano como extremamente pacífica, marcada pela convivência e respeito mútuo. No entanto, longe da academia a questão assume caráter político e as pessoas se alternam ora culpando o movimento sionista ora as populações árabes que expulsaram os judeus após a criação do Estado de Israel.

A destruição de sítios históricos

O PROFESSOR YOM TOV ASSIS NASCEU EM ALEPO E FUNDOU O CENTRO DE

ESTUDOS DO JUDAÍSMO DE ALEPO NA UNIVERSIDADE HEBRAICA DE JERUSALÉM

No entanto, independentemente de questões políticas, os judeus perderam Alepo em 1948 e a recente destruição de monumentos antigos da cidade serve para lembrar isso. Apesar de a comunidade judaica de Alepo em Israel ser menor e muito menos poderosa que a do Brooklyn, a maior e mais rica comunidade judaica daquela cidade no mundo, a proximidade com a Síria e o relacionamento com os judeus de outros países árabes dão aos eventos na cidade uma sensação de dor. Isso ocorre também em São Paulo onde vivem muitos judeus cujas famílias são originárias de Alepo, tiveram êxito nas finanças e são conhecidas pela generosidade. O professor Assis, da Universidade Hebraica de Jerusalém, lembra que ao chegar a Beirute, fugindo de Alepo com os pais, descobriu que “era muito mais instruído do que qualquer outro garoto da minha idade. Tivemos uma educação judaica muito forte, estávamos habituados a ler a Bíblia e a traduzi-la imediatamente para espanto dos nossos professores no Líbano”. As sinagogas da comunidade de Alepo, especialmente em Israel, tentaram preservar aspectos da observância religiosa que praticavam na cidade. Nas manhãs de Shabat, no inverno, nas ruas tranquilas do bairro Nahalot, em Jerusalém, judeus sírios cantam Bakashot, poesia cabalística originária da Espanha. A Grande Sinagoga dos judeus de Alepo, em Jerusalém, construída em 1901, mantém estas e outras tradições, como o canto litúrgico fortemente influenciado pelo árabe, conhecido como chazanut sefaradita. Para pessoas como Assis, manter esta tradição diante dos ventos da história é obrigação. “O mundo judaico sob o Islã desapareceu. Você pode prantear todo o mundo judaico, pois não há mais nada sob o Islã. O que restou dos cemitérios, sinagogas, livros, tudo? Deus sabe”, lamenta Assis.

A sinagoga Jobar (foto abaixo), em Damasco, construída há cerca de dois mil anos no mesmo local onde Eliahu foi sagrado profeta e indicou Elisha como sucessor, foi destruída por bombas disparadas por tropas fieis a Bashar al Assad e, em seguida, queimada. Mas o site Arabic Syria Truth acusa os rebeldes e afirma que supostos agentes sionistas teriam resgatado objetos religiosos em uma ação que teria sido planejada semanas antes. De todo modo, os dois lados confessam lamentar a destruição. Considerada uma das sinagogas mais antigas do mundo, ela já havia sido parcialmente danificada por tiros de morteiros no início de março e a destruição foi completada, ironicamente, durante as festividades de Pessach. Um vídeo postado no Youtube pelo conselho militar dos rebeldes mostra partes do edifício e do telhado destruído por bombas e ruínas e é possível ver a inscrição em inglês em um cartaz orientando os turistas para a localização da cripta e sinagoga do profeta Eliahu Hanavi e a data 720 antes da Era Comum, embora a data da fundação seja controversa. De todo modo, uma das menções mais antigas à sinagoga consta do Talmud informando que o rabi Rafram bar Pappa fez as orações lá. Outra inscrição, em árabe, indica que lá é o túmulo de Al-Khizr que, segundo algumas tradições islâmicas, teria sido um profeta que acompanhou Moisés na peregrinação pelo deserto. A sinagoga atendeu a uma grande comunidade judaica durante a

Idade Média, mas em meados do século 19, somente uma família morava nas proximidades, embora judeus de toda a cidade acorressem ao templo para rezar e existisse o costume de deixar os doentes no recinto da sinagoga pois havia a crença de que o espírito de Eliahu poderia curá-los. “É a herança dos aspectos religiosos da pátria, não importa se judaicos, cristãos ou muçulmanos”, disse o diretor do Departamento de Museus e Antiguidades do ministério da Cultura sírio Maamoun Abdul-Karim. “É o mosaico sírio e o legado do povo.” Ele conta que vários objetos foram roubados ao longo do último ano, mas os funcionários do departamento não conseguiram ter acesso ao edifício, pois a área onde se encontra é controlada pelos rebeldes. Um deles revelou a jornalistas que a sinagoga vinha sendo regularmente saqueada nos últimos meses. Estranhamente o santuário estava intacto mas, segundo este combatente

que atende pelo nome de Abu Hassaan al-Damishqi “lotes de velhos livros e objetos foram levados”. Ele acha que a sinagoga foi saqueada por soldados governamentais ou simples ladrões, todos se aproveitando da falta de segurança no local. “Temos de preservar essa parte da história da cidade independentemente da religião de cada um”, observou. Desde a criação do Estado de Israel, em 1948, a comunidade judaica da Síria é discriminada, os judeus são expropriados e a sinagoga transformada em escola para refugiados palestinos. Acredita-se que existam cerca de vinte judeus na Síria, todos em Damasco. Nos primeiros meses de 2011, Assad anunciou planos para reconstruir as sinagogas do país, incluindo a de Damasco, numa tentativa de ganhar as simpatias dos judeus norte-americanos. O conflito que já dura mais de dois anos danificou seis sítios considerados patrimônio da humanidade, de acordo com a emissora Al Arabiya.


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magazine > a palavra | por Philologos

Dois sentidos para o sionismo AMOS OZ DIZ QUE O SIONISMO SIGNIFICA APOIAR A SOLUÇÃO DE DOIS ESTADOS. MAS NÃO É BEM ASSIM: O SIONISMO SEMPRE SIGNIFICOU COISAS

DIFERENTES PARA PESSOAS DIFERENTES

“O

governo de Netaniahu é o mais antissionista que Israel já teve”, declarou o autor israelense Amos Oz em sinal de apoio ao partido de esquerda Meretz, pouco antes das eleições em Israel. Isto porque, segundo Oz, o sionismo significa um Estado judeu e, a menos que seja posta em prática a solução de dois Estados para o confl ito israelense-palestino – que o primeiro-ministro Benjamin Netaniahu não realiza –, “aqui não haverá [nem mesmo] um estado binacional, mas sim um estado árabe”. A gente pode concordar ou não com o prognóstico de Oz, mas existe alguma justificativa para se empregar uma palavra como “antissionista” para Netaniahu e os israelenses que votaram nele, ou para os partidos aliados do premiê na disputa por mais um mandato? Acho que não. Oz – talentoso escritor e conhecedor da história sionista – deveria ter mais juízo do que condicionar a palavra “sionista” ao apoio a uma solução de dois Estados. O sionismo sempre significou coisas diferentes para pessoas diferentes que participaram de sua luta e sua política. Muitas dessas pessoas eram favoráveis a uma solução de um Estado único – e em um dado momento de suas carreiras políticas algumas estavam mesmo dispostas a que esse Estado único tivesse maioria árabe. Mas certamente pode-se questionar que eu esteja tratando de um elemento secundário nunca levado a sério pelo movimento sionista. Não é bem assim. Por exemplo, Chaim Weizmann, muitos anos presidente da Organização Sionista Mundial (OSM) no período do Mandato Britânico, e o primeiro presidente do Estado de Israel. Em 1930, em uma reunião em Berlim da Executiva Sionista, o gabinete político da entidade declarou: “Um Estado judeu nunca foi um fim em si mesmo, mas apenas um meio para se atingir uma meta... A Declaração de Balfour [que tratava da criação de um ‘lar nacional judeu’ na Palestina] não faz qualquer menção a isso. O sionismo trata da criação na Palestina das fundações materiais onde possa ser construída uma sociedade [judaica] produtiva, autônoma”. Para satisfazer as aspirações sionistas, esta sociedade não precisava nem sequer ser formada pela maioria da população da Palestina, disse Weizmann. Logo depois, Nahum Sokolow, que sucederia a Weizmann como presidente da organização, emitiu uma declaração em nome dela na qual afirmava que “um Estado judeu não é parte do programa prático do sionismo”. O líder sionista de extrema-direita Vladimir Jabotinsky atacou Weizmann e seus partidários por terem abandonado o sionismo, e em protesto no XVII Congresso Sionista, em 1931, rasgou de modo dramático o seu cartão de sócio da OSM. No entanto, Jabotinsky também era a favor da solução de um Estado único. Ele e os seus seguidores rejeitaram todas as propostas de partilha da Palestina em um Estado judeu e um árabe, afirmando que se os judeus tivessem a maioria de “apenas uma pessoa” na Palestina, um Estado judeu deveria ser esta-

belecido em todo o território. Jabotinsky também era terminantemente contra qualquer iniciativa para incentivar os árabes a emigrar do país, que pensou que seria sempre “uma terra para dois povos”. A esquerda sionista trabalhista, que em 1930 era tanto anti-Weizmann quanto anti-Jabotinsky, não endossava oficialmente a ideia de um Estado judeu, até 1942 quando seu líder David Ben-Gurion a apoiou na assim chamada “Conferência de Biltmore”, em Nova York. Também naquela ocasião, Ben-Gurion não se referiu a um Estado totalmente independente, mas a uma “comunidade judaica” no âmbito do Império Britânico. É possível argumentar que Weizmann, Jabotinsky e Ben-Gurion – as figuras mais importantes, junto com Theodor Herzl, na história sionista – estavam pensando em um determinado contexto histórico; que tanto Ben-Gurion quanto Weizmann apoiavam uma solução de dois Estados, aceitando o plano de partilha das Nações Unidas de 1947, e que Jabotinsky também poderia ter chegado a conclusões diferentes se não tivesse morrido em 1940. Isso pode ser verdade, como também pode ser verdade (embora no caso de Jabotinsky, pelo menos, é de se duvidar muito) que os três homens pudessem ter concordado com Amos Oz a respeito do que precisa ser feito se estivessem vivos hoje. No entanto, Ben-Gurion e Weizmann não eram menos “sionistas” antes de mudar de posição, nem Jabotinsky teria se tornado mais “sionista” se tivesse mudado a dele. Hoje existe um Estado judeu e nenhum judeu em seu juízo perfeito, muito menos alguém que diz ser sionista, quer perdê-lo. Mas é possível que os sionistas de hoje divirjam acerca da melhor maneira de manter este Estado, assim como eles divergiam nos anos 1920 e 1930 quanto à possibilidade ou conveniência da sua criação. Além da crença compartilhada de que os judeus deveriam viver em Sião, a palavra “sionismo” nunca se referiu a uma visão única sobre até mesmo a mais fatídica de perguntas. E este não é o momento para restringir sua definição.


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magazine > é tudo verdade | por Julio Nobre

Amor e exílio no festival ISRAEL PARTICIPOU DA DÉCIMA OITAVA EDIÇÃO DO FESTIVAL É TUDO VERDADE COM TRÊS DOCUMENTÁRIOS, DOS QUAIS UMA VEZ ENTREI NUM JARDIM, DE AVI MOGHRABI, RECEBEU A MENÇÃO HONROSA DO JÚRI OFICIAL

É

sempre interessante a experiência de fazer um recorte da participação de Israel em festivais internacionais. Na décima oitava edição do Festival É Tudo Verdade, com exceção do documentário de Avi Moghrabi premiado com a menção honrosa do júri, o retrato que se faz de Israel não é lá muito lisonjeiro. Ponto para a democracia israelense, sempre aberta a críticas e ao amplo debate de ideias. Além de Os Guardiões, de Dror Moré, indicado para o Oscar e tema de uma reportagem nesta revista há algumas edições, os paulistanos e cariocas puderam assistir ao documentário A Lei por Essas Bandas, de Ra’anan Alexandrowicz. As comparações com o filme de Moré são inevitáveis: autoridades militares israelenses nos territórios ocupados depois da Guerra dos Seis Dias falam dos processos e das prisões de militantes palestinos ao longo dos últimos quarenta anos. Embora os espectadores de Os Guardiões fiquem chocados com a franqueza dos depoimentos dos ex-diretores do Shin Bet – abreviação de Sherut haBitachon haKlali (Serviço Geral de Segurança), também conhecido pelo acrônimo Shabak – sabemos que forças de ocupação não primam exatamente pela cordialidade, e nisso reside o caráter perverso de todo ocupan-

te. E o que deixou alguns espectadores perplexos em A Lei por Essas Bandas foi ouvir um dos juízes israelenses, com todas as letras, que ele sabia, sim, das torturas a que alguns prisioneiros eram submetidos durante o processo. Para contrabalançar o manjadíssimo recurso das talking heads – as “cabeças falantes” onipresentes em quase todos os documentários – Alexandrowicz colocou os entrevistados contra um fundo azul infinito, sobre o qual depois projetou o caudaloso acervo de imagens da ocupação nos últimos quarenta anos. Poucos conflitos modernos foram tão registrados quanto o árabe-israelense. No documentário Uma Vez Entrei num Jardim, de Avi Moghrabi, a questão das identidades culturais árabe e israelense é tratada com surpreendente delicadeza. Israel é mostrado como um país de ambiguidades, onde as fronteiras culturais estão definitivamente bor-

radas. O diretor Moghrabi se encontra em Tel Aviv com Ali Al-Azhari, seu ex-professor de árabe. O muçulmano Al-Azhari deixou a aldeia natal – Saffuriya, mais tarde transformada no moshav Tziporia – durante a Guerra da Independência mas, ao contrário de centenas de milhares de palestinos, permaneceu em Israel e procurou integrar a sua identidade árabe à sociedade israelense. O diretor mostra a Al-Azhari as fotos da família Moghrabi ainda em Beirute no começo do século 20. As imagens trazem um grupo de pessoas completamente imersas na culta e língua árabes, mas de religião judaica. Moghrabi conta que os seus antepassados eram judeus italianos. Uma vez instalados em Beirute, arabizaram o sobrenome – de Moravia para Moghrabi – menos em razão do vizinho árabe e mais por causa do colonizador francês. Al-Azhari tem uma filha. A pequena Yasmin é fluente em árabe e hebraico. Esperta, já percebeu as tensões da sociedade israelense e acusa os colegas na escola de racismo. Um dos pontos altos do documentário é a visita ao moshav Tziporia, onde uma placa em árabe e hebraico no playground alerta que a propriedade é particular e não é permitida a entrada de estranhos. Enquanto Yamin fica alarmada com o aviso, o pai está encantado em voltar à aldeia natal e procura o local

O ENCONTRO DE AVI MOGHRABI E ALI AL-AZHARI NO DOCUMENTÁRIO

UMA VEZ ENTRE NUM JARDIM

da casa onde morou. As cenas de Moghrabi e Al-Azhari são intercaladas com a leitura em off de cartas de amor escritas por uma mulher de Beirute e dirigidas ao amante que partira. Aos poucos, começamos a perceber que são cartas de amor a Beirute, a tudo o que esta cidade representou para as comunidade judaicas que ali viveram durante muitos séculos. E principalmente falam do exílio forçado e da dura realidade das comunidades judaicas expropriadas e obrigadas a imigrar para Israel, para a América ou para a Europa depois de 1948. O documentário de Moghrabi parece mostrar que, ao contrário do que as lideranças políticas e religiosas dos mais diferentes matizes querem nos fazer crer, as pessoas comuns querem amar e viver em paz, cuidar dos filhos e dos familiares, ter uma velhice sem sobressaltos e uma morte tranquila.


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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Turca querida

Por trás dos sorrisos amarelos, as relações diplomáticas entre Israel e Turquia continuam azedas, mas os negócios entre os dois países vão muito bem, obrigado. A Turkish Airlines acaba de se tornar a companhia aérea com mais voos no aeroporto Ben-Gurion, 39 a cada semana, entre Tel Aviv e Istambul. Deixou bem longe a segunda colocada, a alemã Lufthansa, com 23 voos semanais. O israelense médio ainda evita passar férias no país de Recep Erdogan, mas aprecia os serviços da Turkish para chegar a destinos no Extremo Oriente, Europa e Américas.

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Ainda que tardia Quarenta anos depois de morrer, David Ben-Gurion enfim foi homenageado em Plonsk, o vilarejo polonês onde nasceu. No mês passado a prefeitura da cidade de 22 mil habitantes batizou com o nome dele uma praça, próxima da casa onde o estadista passou a infância. Foi ideia dos organizadores da Marcha da Vida, que deram um toque no prefeito polonês, que aceitou a proposta. Nas suas memórias, Ben-Gurion escreveu que não conheceu antissemitismo em Plonsk, a população era dividida meio a meio entre judeus e católicos e “a vida era pacífica”.

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6 7 Reforço verde-amarelo Aterrissou em Israel a judoca Camila Minakawa, que já ganhou a carteira de identidade azul por sua aliá. Brasileira, 22 anos, filha do nissei Edison e da brasileira Miriam, foi a terceira colocada no campeonato mundial realizado há dois anos em Minsk. O jornal Yedioth Achronot comemorou a chegada da atleta com a manchete “reforço do Brasil para a seleção feminina”, enquanto o técnico da seleção israelense diz apostar no seu “grande potencial”. Há quatro anos, ela havia participado das Macabíadas e agora já está alistada para vestir o quimono azul-e-branco no campeonato europeu deste ano, na Hungria.

Fantasma do passado

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Uma das mais profundas cicatrizes da história de Israel ressurgiu estes dias quando foi anunciada na Knesset a localização dos destroços do navio Altalena, em frente à praia de Rishon Le-Tzion. A embarcação, que pertencia ao Irgun e trazia armamentos e cerca de mil pessoas, foi afundada por ordem de Ben-Gurion, depois de se recusar a entregar o material bélico ao recém-criado Tzahal. No breve conflito em seguida à ordem, morreram dezesseis pessoas do Altalena e três soldados do exército, abrindo uma ferida entre a esquerda e a direita israelenses. Há alguns meses, o premiê Netaniahu autorizou uma empresa privada a tentar localizar os destroços. Agora, a tarefa é juntar algumas centenas de milhares de dólares para resgatar o navio do fundo do mar e preparar sua exposição ao público.

Bom de briga, bom de venda Israel é o maior exportador do mundo de aviões sem piloto, deixando bem para trás o segundo colocado na lista, os EUA. Segundo o mais recente relatório da Sipri, organização sueca que monitora o comércio mundial de armamento, nos últimos cinco anos o Estado judeu vendeu 114 destes equipamentos, e os americanos, 76. Entre os clientes, o sistema de segurança brasileiro para a Copa do Mundo e Olimpíadas. No cômputo geral, os israelenses estão em décimo lugar do mundo em exportação de material bélico, num total de vendas de três bilhões de dólares no período. Em primeiro lugar, estão os EUA (quarenta bilhões de dólares), com 30% do comércio mundial, depois Rússia (35 bilhões) e Alemanha (dez bilhões).

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Dor sem fim Um retrato amargo a respeito da situação dos sobreviventes do nazismo é uma pesquisa publicada no Iom Hashoá (Dia do Holocausto), realizado em Israel no mês passado. Eles são 192 mil residentes no Estado judeu, com uma média de 84 anos de idade. Mas a cada dia morrem 37, ou cerca de mil a cada mês. Nesse ritmo, em cinco anos 152 mil deles terão morrido. Segundo a pesquisa, 57% chegaram à velhice com dificuldades para pagar as contas do dia-a-dia. Um em cada cinco afirma que não se alimentaram direito no último ano por falta de dinheiro. Além disso, 40% do total dos sobreviventes consideram sua existência solitária.

Continha camarada Dados divulgados pelo site do Congresso dos EUA apontam que os norteamericanos já contribuíram com 233 bilhões de dólares a Israel, desde a independência em 1948 e até o final do ano passado (em valores corrigidos pela inflação). Isto corresponde à maior ajuda externa do Tio Sam a qualquer país. A maior bolada foi logo após a assinatura do acordo de paz com o Egito em 1979, quando o Estado judeu recebeu quase dezesseis bilhões de dólares, para custear as despesas de transferência de bases militares do Sinai para o Negev. Em 1974, o desembolso americano também foi generoso – mais de doze bilhões de dólares – usado para recompor o arsenal do Tzahal após a Guerra do Iom Kipur.

Jornalismo judeu Há 150 anos, começou o jornalismo em hebraico na Terra Santa, com a publicação do HaLevanon. Para comemorar a data, a Universidade de Tel Aviv e a Biblioteca Nacional de Israel colocaram na internet gratuitamente a preciosidade (acesse em http://www. jpress.org.il/view-english.asp). O HaLevanon, que servia a comunidade ortodoxa sob o domínio turco otomano, causou sensação quando alcançou os quiosques, mas teve vida curta. Os editores declararam guerra ao jornal hebraico concorrente que apareceu logo em seguida, o HaBazeleth, acusando-o de ilegal. Os turcos resolveram a questão e fecharam os dois, menos de um ano após o lançamento.

Som da memória Neste Iom Hashoá, a imprensa israelense revelou a comovente história dos Bastiaans, família de cristãos holandeses. De 1943 até o fim da guerra, o patriarca Jan, renomado psiquiatra, escondeu dez estudantes judeus no porão de casa. Depois, recusou a premiação do Yad Vashem como “justo”, alegando ter agido apenas como ser humano. O filho, Roland, que cresceu vendo o pai tratar sobreviventes do Holocausto, converteu-se ao judaísmo e veio morar em Israel. No dia 8 de abril, quando tocou em todo o país a sirene em memória às vítimas, um dos milhões que parou em posição de sentido foi a oficial do Tzahal Eliana Bastiaans, neta de Jan.

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Cortando o barato A ideia até que foi boa: alistar a supermodelo Bar Rafaeli para participar de um filme de dois minutos de hasbará para ser veiculado pelo mundo afora. Mas ninguém imaginava que o Tzahal iria manobrar para cortar o barato da garota. No filme, são mostradas de forma humorística várias invenções israelenses que beneficiaram as nações, como o tomate tipo cherry e chips para celulares. Aí aparece a beldade, ex-namorada de Leonardo Di Caprio, e uma mensagem: “Também ela é uma invenção israelense que mudou o mundo”. Só não achou graça o chefe do setor de comunicação do Tzahal general Yoav Mordechai, para quem pessoas, como a modelo, que não serviram o exército, são maus exemplos para a juventude. Em carta pública, o oficial pediu o engavetamento do filme.


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por Bernardo Lerer

O Jantar Errado Ismail Kadaré | Companhia das Letras | 164 pp. | R$ 36,00

Entre as Teias de Aranha Chaim Eliav | Editora Maayanot | 555 pp. | R$ 54,00

A ação se passa em São Paulo e em Israel, por que são duas histórias que se entrelaçam quando um advogado brasileiro vai ao enterro de um amigo e acaba sabendo de uma história a respeito dele que desconhecia, mas se vê obrigado a descobrir. Ao mesmo tempo, em Israel, um sobrevivente do Holocausto vive todos os dias o pesadelo das lembranças da família assassinada pelos nazistas. É ficção, suspense, fatos históricos e questões como intolerância, ódio e discriminação.

Comparado a Kafka, Gogol e Orwell e Nobel de Literatura, Ismael Kadaré produz uma literatura universal ainda que profundamente enraizada na sua cultura, a Albânia, onde, aliás, se passa a história. Em um jantar na primeira noite de ocupação nazista, em 1943, o médico da pequena cidade do sul do país convence o oficial nazista e principal convidado a libertar oitenta reféns em vez de fuzilá-los. Os moradores de Girokastra, onde Kadaré nasceu, querem saber os detalhes daquela noite, que o livro conta.

Lincoln Doris Kearns Goodwin | Editora Record | 321 pp. | R$ 39,90

Steven Spielberg tomou esse livro como base para fazer o filme que entrou favorito para o Oscar e ganhou apenas uma estatueta. Os jornais americanos o consideram uma biografia do líder americano “muito envolvente” e “o mais rico e detalhado relato a respeito da Guerra Civil americana”. A autora avança na descrição dos homens que foram seus rivais pelo Partido Republicano na disputa da presidência, em 1860. Lincoln venceu e cooptou os três adversários, nomeando-os para cargos importantes no governo.

O Preço da Destruição

A Questão Finkler

Adam Tooze | Editora Record | 880 pp. | R$ 89,90

Howard Jacobson | Bertrand Brasil | 446 pp. | R$ 52,00

É fantástica a quantidade de livros e estudos acadêmicos a respeito da Segunda Guerra. É interessante, contudo, que aquele conflito tenha se limitado à Europa e, portanto, à Alemanha como a grande inimiga, como se não tivessem ocorrido batalhas na Ásia, no norte da África, em muitas ilhas do Pacífico, etc. Agora, saiu este livro que é uma novidade, pois trata do aspecto econômico da guerra, para a Alemanha, é claro, daí o título. E é um livro muito bom, podem ter certeza, porque não se perde em discutir teorias econômicas.

Segundo o New York Times, “até em seus momentos mais sombrios o livro mostra a face mais autêntica e perniciosa do humor judeu: engraçada e, ao mesmo tempo, capaz de levantar profundas questões morais”. A obra, de fato, é cheio de perspicácia, calor humano e inteligência, numa história contundente de amizade e perda, exclusão e pertencimento, de sabedoria, humanidade e maturidade, e ao mesmo tempo engraçado e implacável. Vale a pena.

Brasil

Carmem

Mino Carta | Editora Record | 353 pp. | R$ 36,90

Ruy Castro | Companhia das Letras | 600 pp. | R$ R$ 62,00

Mino, que nasceu Demétrio Carta, é um dos mais importantes jornalistas brasileiros dos últimos quarenta anos, responsável pelo lançamento de importantes revistas e veículos como o Jornal da Tarde, Veja, Isto É, Jornal da República e Carta Capital, além de intensa atuação política. O livro é uma espécie de ficção histórica em que mistura um alter ego com ele mesmo para, falando dos jornais e revistas nos quais trabalhou, e dos donos deles, contar a história do Brasil nos últimos trinta anos. Eu mesmo sou citado no livro algumas vezes.

Uma obra-prima. Simples, assim. É começar a ler esta biografia de Carmem Miranda e não parar mais, como se o autor levasse cada um pela mão em todos os lugares por onde a cantora e atriz passou e assistiu às conversas dela, das irmãs, pais e amigos. Vale também pela contextualização de datas e locais que ajudam o leitor a se localizar no tempo e no espaço. Porém, mais importante de tudo, é que a vida dela é fascinante. Por exemplo, os vestidos e adornos de cabeça foram criados por ela.

A Vida Privada de Stalin

Poder Absoluto

Lilly Marcou | Zahar Editores | 255 pp. | R$ 54,90

David Baldacci | Editora Arqueiro | 379 pp. | R$ 54,00

A autora pesquisou durante trinta anos. Nesse período, teve acesso aos arquivos da extinta União Soviética e conseguiu entrevistar as pessoas próximas de Stalin que sobreviveram aos muitos expurgos. Com isso, montou um quadro do homem que o mito ofuscou e impediu de saber que era dedicado à família, embora tenha mandado eliminar alguns parentes que considerava opositores. Marcou tenta mostrar quem foi Stalin sem endeusar nem demonizar que são lados de uma moeda intelectualmente preguiçosa.

Depois de ler este livro, alguém que tenha alguma inclinação para montar uma história e escrever se pergunta: “Como eu não tive essa ideia antes?” Mas é exatamente isso que torna os escritores, escritores. Este “crime quase perfeito e uma testemunha que pode pôr tudo a perder” foi levado ao cinema por Clint Eastwood como ator principal e diretor, eletrizante do começo ao fim, se bem que um tanto inverossímil. O livro é fantástico, assim como os outros do mesmo autor, como Toda a Verdade e Traição em Família.

A Conquista Social da Terra

As Origens do Fotojornalismo no Brasil

Edward O. Wilson | Companhia das Letras | 390 pp. | R$ 54,00

Helouise Costa e Sérgio Burgi | Instituto Moreira Salles | 335 pp. | R$ 140,00

O livro foi muito elogiado, e para Oliver Sacks, irmão do rabino Jonathan, que visitou a Hebraica recentemente, “apresenta uma visão radicalmente nova, mas com esperança cautelosa, da evolução, da natureza e da sociedade humanas”. De fato, Edward Wilson lança novas luzes sobre as origens da linguagem, da religião, da arte e de toda a cultura humanas. A capa do livro é um quadro de Paul Gauguin e as perguntas de onde viemos? O que somos? Para onde vamos? E que ele procura responder.

O subtítulo é “Um Olhar sobre o Cruzeiro (1940-1960)”, mais um lançamento de classe do Instituto Moreira Salles e conta a história da utilização da fotografia no jornalismo brasileiro, e isso se deve principalmente à revista O Cruzeiro, desde seu lançamento em 1928 pelos Diários Associados de Assis Chateaubriand, como uma revista semanal de variedades de circulação nacional, e que, a partir de 1940, incorporou o modelo de fotorreportagem. Vale a pena.


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por Bernardo Lerer

Legacy of Legend Dave Brubeck | Sony Music | R$ 47,90

Dave Brubeck (1920-2012) foi como um dos mais expressivos representantes do jazz progressivo. Tinha formação clássica e se permitia fantásticas improvisações. São dois cd’s com 21 faixas, uma delas, Three to Get Ready, recolhida do arquivo pessoal de Brubeck. Escreveu obras-primas como Blue Rondo a la Turk, Take Five e Time Out, o primeiro álbum de jazz a vender mais de um milhão de cópias.

Saint-Saëns Music for Wind Instruments | Naxos | R$ 27,90

O francês (1835-1921) é o compositor de Carnaval dos Animais, Dança Macabra, Sansão e Dalila, e dezenas de concertos para os mais variados instrumentos. Sempre que lhe sobrava um tempo, ele se divertia escrevendo para sopros desde os seus primeiros tempos de composição. Aqui, uma sonata para clarineta, outra para oboé, mais uma para fagote, um romance para trompa e uma tarantela. Divirtam-se.

Mission Cecilia Bártoli | Decca | R$ 37,90

Quando presidente da Hebraica (1993-1995), Marcos Arbaitman disse que gostaria de convidar para cantar no clube uma soprano italiana que viria a se tornar uma das maiores cantoras líricas do final do século passado. Ele estava bem informado, pois Cecília viria a se consagrar em 1996 interpretando Despina, de Così Fan Tutti, de Mozart. Aqui ela canta árias de óperas de Agostino Steffani (1654-1728).

Dois Tons de Maysa

Sabine Meyer e Julian Bliss

Universal | R$ 39,90

EMI Classics | R$ 59,90

Eu assisti a várias apresentações ao vivo da cantora levado pelas mãos de um colega de redação apaixonado por ela, mas não era correspondido. E quem a visse não sabia se ela cantava tão bem quanto interpretava a partitura. O álbum reúne dois cd’s remasterizados, Maysa, de 1964, e Ando Só Numa Multidão de Amores, de 1970, “essencialmente romântico com um pouco de tudo”. Ela morreu em 1977.

Sabine é uma das maiores clarinetistas, já veterana. Bliss tem 24 anos, começou a estudar o instrumento aos 4 quando o normal é a partir dos 12 anos, e criou para a fábrica de instrumentos Leblanc uma linha de clarinetas que leva o seu nome e utiliza um composto sintético que aumenta a amplitude do som. Este cd contém um concerto para duas clarinetas de Krommer e dois concertos de Louis Spohr.

Pixinguinha

House of Frankenstein

Rob Digital | R$ 84,90

Naxos | R$ 27,90

A caixa dedicada ao fantástico compositor e intérprete brasileiro contém três cd’s: “Pixinguinha no Cinema”, “Pixinguinha Sinfônico Popular” e “Pixinguinha Sinfônico”. Todas as músicas são com arranjo do próprio compositor e entre elas estão Carinhoso, Valsa dos Ausentes, Água de Meninos, Stela, Flor do Mal, Modinha Brasileira, Rancho Abandonado, Caboclo do Mato, e muitas outras.

Este cd pertence a uma coleção da Naxos chamada “Film Music Classics” e, neste caso, são as 35 músicas compostas para este filme de 1944 por Hans J. Salter (1896-1994) e Paul Dessau (1894-1979), este, neto de um chazan na Alemanha. O lançamento do filme em 1944 tinha o objetivo de, de uma forma ou de outra, ligar o horror a Hitler, e a trilha sonora de Salter e Dessau, ambos foragidos, ajudou muito.

Brian Setzer

The Verdi Opera Experience

Setzer Goes Instrumental | Surfdog | R$ 59,90

Warner Classics | R$ 34,90

Brian está na estrada desde quando, no finalzinho de 1979, liderou a popular banda de rockabilly Stray Cats, se apresentaram em várias cidades americanas durante 1980 e logo decidiram ir a Londres. Preferiram voltar para os EUA e para o swing fundando a Brian Setzer Orchestra que é um grande sucesso onde quer que se apresente, mostrando, como neste cd, que não é preciso inventar muito para agradar.

Mais uma coletânea de óperas, desta vez apelando para o vigor de algumas das mais importantes árias do compositor italiano interpretadas por artistas como Plácido Domingo, Ruggiero Raimondi, Edita Gruberova, o pianista e maestro Daniel Barenboim e, em outra das 24 faixas espalhadas por dois cd’s a West Eastern Divan Orchestra, formada por músicos israelenses e palestinos.

The Art of Renée Fleming

Brahms – Clarinet Sonatas

Decca | R$ 37,90

Hyperion | R$ 54,90

O maestro Sir Georg Solti diz que conheceu duas grandes sopranos: Renée e Renata Tebaldi. Embora pouco conhecida, interpretou papéis importantes como a condessa Almaviva (As Bodas de Figaro, Mozart), Desdêmona (Otelo, Verdi), Violeta (Traviata, Verdi) e outras. Neste cd, ela canta duas versões da Ave Maria, a de Schubert e a de Bach-Gounod, e uma majestosa apresentação de Summertime, de Gershwin.

Mais concertos para clarineta, desta vez com a famosa clarinetista Thea King e o pianista Clifford Benson, interpretando duas sonatas de Brahms, pertencentes ao repertório obrigatório do instrumento exatamente porque obrigam o instrumentista a prodígios de interpretação. Nascida em 1925, Thea morreu em 2007, depois de tocar ininterruptamente desde 1950, principalmente junto com a British Chamber Orchestra.

“Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena”


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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

A CORRETA MISTURA DE PÃO, QUEIJO E VINHO FOI ELEVADA A CATEGORIA DE VERDADEIRA CIÊNCIA

O queijo, o pão e o vinho ESTES DIAS MAIS FRIOS QUE SE APROXIMAM TRAZEM ÁGUA À BOCA QUANDO PENSO QUE, AFINAL, UMA VEZ POR SEMANA, PODEREI COMPOR UMA REFEIÇÃO COM QUEIJO E VINHO, SEM SUAR EM BICAS

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igo de queijo e vinho, mas não qualquer queijo nem qualquer vinho. Mas me refi ro àqueles que fazem a minha cabeça e me parecem combinar, apesar de a enologia atual alertar – com certa razão – para o fato incontestável de que o sal do queijo curado e a gordura depositada no dito queijo escondem os defeitos do vinho, transformando-o em mero passageiro da refeição, levado pela força do alimento sólido. Por isso, recomendo nada de vinhos caros demais se a festa gastronômica for queijos em geral. Mas o que vai bem com um queijo vai bem com todos? Não é isso o que nos diz a maioria das bulas de harmonização, embora o clima descontraído deste tipo de casamento suporte certas barbeiragens.

Vamos começar por um queijo queridinho do brasileiro, o brie, ainda que a versão dele em nosso país pouco tenha a ver com a original francesa, pois nossa legislação exige pasteurização dos laticínios, e na França este queijo é feito a partir de leite cru de vaca. Este queijo de casca e massa moles é fruto de pouca cura e fermentação de um dia. Ou seja, não acumula sal e gordura em exagero, podendo perfeitamente ser consumido com vinhos frutados e ácidos, brancos – um sauvignon blanc chileno do Vale de Casablanca, ou um tinto leve como o Gamay da Miolo – ambos a uma temperatura abaixo dos 14º C. Vamos continuar com os queijos chamados azuis (bleus), bastante difundi-

dos entre nós pela versão milanesa de nome gorgonzola, um laticínio bovino com oxidação (bleu) e curado por seis meses, mas de centenas de alternativas europeias, cujo exemplar mais nobre, e caro, é o francês Roquefort. São queijos de casca e massa moles, salgados, de muita gordura acumulada a ponto de a literatura atual sugerir vinhos de sobremesa para acompanhálos, pelo princípio de harmonização por contraste: o sal do queijo versus o doce do vinho. Por mais que reconheça a propriedade palativa dessa tão comentada combinação, pessoalmente não a recomendo, porque não gosto de combater um excesso (sal do queijo) com outro excesso (doce do vinho). Prefiro um vinho tânico tradicional como um Barbera do Piemonte ou um irascível Dão português, que tratarão com firmeza a gordura e o excesso de sal, privilegiando a digestão do queijo e deixando-o mais fácil de metabolizar. A gordura muda conforme o queijo oxidado e isso permite abrir um apetitoso leque de alternativas. Um Roquefort, sempre muito gorduroso, vai combinar melhor com um vinho bem estruturado do que um bleu de Bresse, que pede um vinho mais jovem, como um tempranillo de Ribera Del Duero. Quase o mesmo se pode dizer dos grandes queijos de cura longa, massa e casca dura e prensados, como o queijo conhecido genericamente pelo nome de parmesão – um produto dos monges cistercianos, criado no século 10 e cuja forma chega a pesar mais de quarenta quilos e a exigir monumentais quinhentos litros de leite bovino para a sua composição, sempre vai melhor com vinhos untuosos, tânicos e bem estruturados como um Rosso di Montalcino, nem frágil e nem alcoólico demais. A minha carta de vinhos e queijos franceses Blay Foldex diz que o Pyramide, um queijo de cabra, vai muito bem com brancos e tintos secos e leves.

Receita e dica de fondue A dica – se o queijo estiver mandando muito no vinho, distancie um do outro intercalando um pequeno bocado de uma casca de pão italiano. Ele neutralizará a força do queijo, permitindo a livre degustação do vinho. A receita – uma fondue da Suíça francesa. Reparos – são tantos os queijos que entram numa fondue e tantos os procedimentos possíveis. Mas se a presença do gruyère é inevitável, a do emmenthal, do appenzeler, do tilsit e do vacherin fribourgeois (que não se confunde com seu primo nobre demais para fondue, o vacherin montdor) são menos obrigatórios. São igualmente substituíveis a fécula de milho (maizena), pepinos e cebolas em conserva. Fundamentais, além dos queijos, é a presença dos álcoois e do alho passado nas paredes da panela. E para mim, fundamental é fazer o prato em dois estágios, o primeiro mais leve nos temperos que o segundo. Acompanha vinho branco seco e bem gelado, Riesling, Silvaner ou Pinot Blanc. Ingredientes 200 g de emmenthal 300 g de gruyère 200 g de queijo para raclete ou outro para derreter Duas doses de kirsch (destilado de cereja) Uma colher de café de fécula diluída no kirsch Dois dentes de alho Uma taça de vinho branco seco (Riesling, de preferência) Preparo Em fogo baixo, aqueça uma panela para fondue, basta ser de ferro batido e pesada, que transfira o calor de modo homogêneo, de preferência esmaltada. O ideal é um réchaud de mesa, uma base de apoio para a panela com uma fonte de calor como uma vasilha de ferro para uma dose de álcool incandescente, vela, etc. Por todas as paredes da panela no fogo passe um dente de alho espetado, esfregando bem. Pegue a metade dos queijos devidamente picados e vá colocando na panela. Quando começarem a derreter, mexa bem e leve à mesa sobre o réchaud. Polvilhe um pouco de noz moscada e pimenta-do-reino branca. Com o queijo derretendo e quase pegando no fundo, despeje im terço da taça de vinho. Quando estiver praticamente pronto, despeje uma dose do kirsch com a fécula e leve à mesa. Ofereça um garfo longo para cada convidado e uma porção de cubinhos de pão com casca. Quando estiver bem derretido, cada um vai embebendo o pão no queijo derretido. Repita toda a operação quando as pessoas limparem a panela. Só que agora o vinho será mais presente entre a mesma quantidade de queijo (dois terços da taça reservada para isso). Isso serve para não deixar o prato enjoativo. Atenção! Não sirva água gelada, porque faz mal. Já vi gente passar mal com o chamado “nó no estômago”.


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diretoria

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULO

Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014 PRESIDENTE

ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE

GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO ASSISTENTE FINANCEIRO ASSESSOR Ͳ OUVIDORIA ASSESSOR Ͳ ESCOLA ASSESSORA Ͳ FEMININO ASSESSOR Ͳ REVISTA ASSESSOR Ͳ REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL ASSESSOR Ͳ SEGURANÇA ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS ACESC ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS RELIGIOSOS DIRETOR DE CAPTAÇÃO DIRETOR DE MARKETING CERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS

MAURO ZAITZ MOISES SCHNAIDER JULIO K. MANDEL BRUNO LICHT HELENA ZUKERMAN FLÁVIO BITELMAN JOSÉ LUIZ GOLDFARB CLAUDIO FRISHER (Shachor) MOYSES GROSS RABINO SAMI PINTO JOSEPH RAYMOND DIWAN CLAUDIO GEKKER EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita) ALAN BALABAN SASSON DEBORAH MENIUK GLORINHA COHEN LUCIA F. AKERMAN SERGIO ROSENBERG

HANDEBOL ADJUNTOS

JOSÉ EDUARDO GOBBI NICOLAS TOPOROVSKY DRYZUN DANIEL NEWMAN JULIANA GOMES SOMEKH

PARQUE AQUÁTICO POLO AQUÁTICO NATAÇÃO ÁGUAS ABERTAS

MARCELO ISAAC GUETTA FABIO KEBOUDI BETY CUBRIC LINDENBOJM ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON CORRIDA

JULLIAN TOLEDO SALGUEIRO ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO

HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) BADMINTON

JEFFREY A.VINEYARD SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO

FERNANDO FAINZILBER

VICEͲPRESIDENTE ADMINISTRATIVO

MENDEL L. SZLEJF HENRI ZYLBERSTAJN CARLOS EDUARDO ALTONA LIONEL SLOSBERGAS AIRTON SISTER

GAMÃO

VITOR LEVY CASIUCH

SINUCA

ISAAC KOHAN FABIO KARAVER

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO MÉDICO CULTURA JUDAICA ASSESSORES DA SINAGOGA

SERGIO LOZINSKY RICARDO GOLDSTEIN GERSON HERSZKOWICZ JAQUES MENDEL RECHTER MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

XADREZ

HENRIQUE ERIC SALAMA

SAUNA

HUGO CUPERSCHMIDT

VICEͲPRESIDENTE DE ESPORTES

AVI GELBERG

ASSESSORES

CHARLES VASSERMANN DAVID PROCACCIA MARCELO SANOVICZ SANDRO ASSAYAG YVES MIFANO JOSÉ RICARDO M. GIANCONI ROBERTO SOMEKH VICTOR LINDENBOJM MARCELO DOUEK FLÁVIA CIOBOTARIU HERMAN FABIAN MOSCOVICI RAFAEL BLUVOL

VICEͲPRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS

NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO E OBRAS PAISAGISMO E PATRIMÔNIO PROJETOS

ABRAHAM GOLDBERG GILBERTO LERNER MAIER GILBERT RENATA LIKIER S. LOBEL

VICEͲPRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL

SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SOCIAL FELIZ IDADE RECREATIVO GALERIA DE ARTES SHOW MEIO DIA

SERGIO AJZENBERG SONIA MITELMAN ROCHWERGER ANITA G. NISENBAUM ELIANE SIMHON (Lily) MEIRI LEVIN AVA NICOLE D. BORGER EDGAR DAVID BORGER

VICEͲPRESIDENTE DE JUVENTUDE

MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS

SARITA KREIMER GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR ILANA W. GILBERT

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO

AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS

ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS SOCIAL TÊNIS

ARIEL LEONARDO SADKA ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

SECRETÁRIO GERAL

ABRAHAM AVI MEIZLER

TÊNIS DE MESA

GERSON CANER

SECRETÁRIO DIRETORES SECRETÁRIOS

FITͲCENTER

MANOEL K.PSANQUEVICH MARCELO KLEPACZ

JAIRO HABER ANITA RAPOPORT GEORGES GANCZ HARRY LEON SZTAJER

CENTRO DE PREPARAÇÃO FISICA

ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JURÍDICO

ANDRÉ MUSZKAT

JUDÔ JIU JITSU

ARTHUR ZEGER FÁBIO FAERMAN

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY)

FABIO STEINECKE

ALEXANDRE FUCS BENNY SPIEWAK CARLOS SHEHTMAN GIL MEIZLER LIGIA SHEHTMAN TOBIAS ERLICH

GERAL DE BASQUETE BASQUETE OPEN

AVNER I. MAZUZ DAVID FELDON WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

BASQUETE CATEGORIA DE BASE BASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS BASQUETE HHH MASTER

MARCELO SCHAPOCHNIK GABRIEL ASSLAN KALILI LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL

SILVIO LEVI

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2012

BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA

COMPRAS RECURSOS HUMANOS CONCESSÕES ADJUNTO

GERAL DE ESPORTES GESTÃO ESPORTIVA ESCOLA DE ESPORTES MARKETING/ESPORTIVO

97

| MAI | 2013

diretoria > balanço

TESOUREIRO GERAL

LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO DIRETORES

ALBERTO SAPOCZNIK SABETAI DEMAJOROVIC MARCOS RABINOVICH

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA “A HEBRAICA” DE SÃO PAULO DEMOSTRAÇÃO DO RESULTADO ECONÔMICO EXERCÍCIO 2012



100 HEBRAICA

101

| MAI | 2013

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Em 1963 foi inaugurada a primeira loja da Beatriz Lavanderia, localizada em Higienópolis. O prédio nessa primeira fase era alugado e a entrega das roupas era realizada pelos três irmãos Botelho, porta a porta. Após 23 anos, em 1986, os irmãos inauguraram uma nova loja.

depilação, sem dor, sem irritação e sem deixar manchas, pagando menos do que pelos outros métodos. Não+Pêlo | Av. Brig. Faria Lima, 1.827, loja 15 Fone 3031-2899 E-mail farialima.sp@naomaispelo.com.br

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| MAI | 2013

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Na criolipólise, a região a ser tratada é exposta ao resfriamento e devido à sensibilidade das células de gordura ao frio, elas morrem. As outras técnicas existentes para o tratamento da gordura localizada, apenas diminuem as partículas gordurosas. A criolipólise provoca a re-

Há muitos anos, o San Raphael Country Hotel mantém um cordial relacionamento com a comunidade judaica e aguarda os associados da Hebraica para uma estadia. Todos os 75 apartamentos e nove suítes têm espaços amplos, muito conforto, ar condicionado, fri-

moção gradual da camada de gordura em até 26% a cada sessão. O processo de eliminação é natural, sem desconforto e seguro. Rua Tabapuã, 649, cj. 24, 2º. and. Fone 2866-3354 Site: www.dematologiavillasboas.com.br

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A Armadi com fábrica em S.Paulo, busca também através dos seus projetos para toda a casa (Armários, Banheiros, Cozinhas, Dormitórios e Estantes renovar os ambientes da casa, deixando-os organizados, agradáveis e sofisticados. Com tradicional show-room nos Jardins,

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gobar e uma paisagem deslumbrante.

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Uma verdadeira grife em pescados O Restaurante Rufino’s nasceu no Guarujá, nos anos 1970, tendo como fundador o sr. Rufino, nascido na Espanha em uma cidade tradicional de marinheiros e pescadores. Foi então que ele teve a ideia de fazer um restaurante, com especialidades em pescados e fru-

tos do mar, que tivesse um mostruário com peixes inteiros, crustáceos e moluscos, todos in natura, com toda sua originalidade. Rua Dr. Mário Ferraz, 377, Itaim | Fone 3074-8800 Shopping Morumbi Av. Roque Petroni Jr., 1089 | Fone 5182-8599


102 HEBRAICA

103

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HEBRAICA

indicador profissional ADVOCACIA

| MAI | 2013

indicador profissional ADVOCACIA

ANGIOLOGIA

DERMATOLOGIA

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DERMATOLOGIA

MANIPULAÇÃO

ARTETERAPIA

GINECOLOGIA

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GINECOLOGIA / OBSTETRÍCIA

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104 HEBRAICA

105

| MAI | 2013

HEBRAICA

indicador profissional MEDICINA PREVENTIVA

NEUROPSICOLOGIA

PEDIATRIA

PSICOLOGIA

ODONTOLOGIA

| MAI | 2013

indicador profissional

ODONTOLOGIA

OFTALMOLOGIA

ONCOLOGIA

OTORRINOLARINGOLOGIA

PSIQUIATRIA


107

106 HEBRAICA

| MAI | 2013

HEBRAICA

indicador profissional REPRODUÇÃO

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| MAI | 2013

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108 HEBRAICA

| MAI | 2013

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109

HEBRAICA

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compras e serviรงos


110 HEBRAICA

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roteiro gastron么mico

HEBRAICA

111

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roteiro gastron么mico


112 HEBRAICA

| MAI | 2013

HEBRAICA

conselho deliberativo

113

| MAI | 2013

conselho deliberativo

Lista de Conselheiros

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA NOME AARON BERNARDO SONDERMAN ABRAHAM AVI MEIZLER ABRAM BERLAND ABRAMO DOUEK ABRAMINO ALBERTO SCHINAZI ABRAO B. ZWEIMAN ADOLPHO FISCHMAN AIRTON SISTER ALAN BOUSSO ALAN CIMERMAN ALBERTO GOLDMAN ALBERTO HARARI ALBERTO RACHMAN ALBERTO SAPOCZNIK ALEXANDRE L. S. LOBEL ALEXANDRE OSTROWIECKI ALZIRA M. GOLDBERG ANITA GOTLIB NISENBAUM ANITA RAPOPORT ANITA W. NOVINSKY ANTONIO FLORIANO P. PESARO ARI FRIEDENBACH ARIEL LEONARDO SADKA ARTHUR ROTENBERG AVRAHAM GELBERG BEATRIZ WOILER RAICHER BEIREL ZUKERMAN BERNARDO GOLDSZTAJN BERNARDO KRONGOLD BORIS BER BORIS CAMBUR BORIS KARLIK BORIS MOISES MIROCZNIK BRUNETE GILDIN BRUNO JOSÉ SZLAK CAIO MAGHIDMAN CARLOS GLUCKSTERN CARLOS KAUFMANN CELIA BURD CELSO SZTOKFISZ CHARLES TAWIL CHARLES WASSERMANN CHYJA DAVID MUSZKAT CLARA NOEMI TREIGER CLAUDIA MARIA COSTIN CLAUDIA ZITRON SZTOKFISZ CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG CLAUDIO STEINER CLAUDIO STERNFELD CLAUDIO WEINSCHENKER DANI AJBESZYC DAVE LAFER DAVID LEDERMAN DAVID PROCACCIA DAYVI MIZRAHI DEYVID ARAZI DIANA CHARATZ ZIMBARG DOV BIGIO EDUARDO DE AIZENSTEIN EDUARDO GRYTZ

CARGO

NOME

Secretário Geral Executivo Presidente do Executivo

Jurídica

Tesoureiro Executivo

Assessor Mesa Conselho Ex-Presidente Vice-Presidente Conselho Esportivo Ex-Presidente Administração e Finanças

Obras

Relator

Obras

Coordenador

Jurídico

Coordenador

Assessora Mesa Conselho Obras

Vice-Presidente Conselho Jurídico Administração e Finanças

Administração e Finanças

EDUARDO ROTENBERG ELCIO NEUSTEIN ELIE K. HAMADANI ELISA RAQUEL NIGRI GRINER ERNESTO MATALON ERVINO SOICHER ESTER R. TARANDACH EUGEN ATIAS EUGENIO VAGO EVA ZIMERMAN EVELYN H. GOLDBACH FABIO AJBESZYC FABIO KEBOUDI FERNANDO ROSENTHAL FISZEL CZERESNIA FLORA GHITA TAKSER FRANCISCO AMERICO RAICHMAN GABRIEL R. KUZNIETZ GEORGES GANCZ GILBERTO LERNER GIUSEPPE PIHA GLORINHA COHEN GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR GUSTAVO CIMERMAN GUSTAVO ERLICHMAN HELENA NISKIER HELENA ZUKERMAN HELIO BOBROW HENRIQUE BOBROW HENRIQUE FISBERG HENRIQUE JOSEF HENRIQUE MELSOHN HENRY JACQUES KLEIN HORACIO LEWINSKY HUGO CUPERSCHMIDT IDA SEMER ISAAC AMAR ISAQUE RUBIN ISRAEL ISSER LEVIN ISY RAHMANI IVETTE MANDELBAUM JACKSON CIOCLER JACOBO KOGAN JACK TERPINS JACQUES ADONI JAIME CIMERMAN JAIME SHNAIDER JAIRO HABER JAIRO OKRET JAIRO PEKELMAN JAIRO ZYLBERSZTAJN JAQUES LERNER JAQUES MENDEL RECHTER JAYME BOBROW JAYME MELSOHN JAYME SZUSTER JAYME WIDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN JEFFREY ADONIS VINEYARD JOEL RECHTMAN JONAS GORDON

CARGO

Administração e Finanças

Administração e Finanças Jurídico Jurídico Jurídico 2º Secretário Conselho

Assessora Feminino Ex-Presidente Ex-Presidente Conselho Fiscal Obras Vice-Presidente Conselho

Adm. Finanças Coordenador Jurídico Administração e Finanças Ex-Presidente

Secretário Executivo Conselho Fiscal

Conselho Fiscal Administração e Finanças

NOME

CARGO

JONNY CUKIER JOSÉ ABRAMOVICZ JOSÉ BIRKMAN JOSÉ EDUARDO GOBBI JOSÉ HENRIQUE CHAPAVAL JOSÉ LUIZ GOLDFARB Assessor Redes Sociais JOSÉ RICARDO MONTEIRO GIANCONI JOSÉ WOILER JOSEPH RAYMOND DIWAN JULIO KAHAN MANDEL Assessor Ouvidoria KRYSTYNA OKRENT LEONARDO CUSCHNIR LEO TOMCHINSKY LEON ALEXANDER LIONEL SLOSBERGAS LORENA QUIROGA LUBA GLEZER ROSEMBERG LUCIA FELMANAS AKERMAN LUIZ FLAVIO LOBEL 1º Secret. Mesa Conselho 1º Secretário Conselho LUIZ GABOR Tesoureiro Geral Executivo LUIZ JAYME ZABOROWSKY LUIZ KIGNEL LUIZ MESTER MAIER GILBERT MANOEL KRON PSANQUEVICH MARCELO DE WEBER MARCEL HOLLENDER MARCELO KAHAN MANDEL MARCELO MIROCZNIK MARCELO SCHAPOCHNIK MARCIA MELSOHN MARCOS ARBAITMAN Ex-Presidente MARCOS BURCATOVSKY SASSON MARCOS CHUSYD MARCOS KARNIOL Obras MARIZA DE AIZENSTEIN MARLI KOTUJANSKY MAURICIO FOGEL MAURICIO JOSEPH ABADI Jurídico Relator MAURICIO PAULO MATALON MAURO JOSE DE SALLES NAHAISSI MAURO ZAITZ Assessor Financeiro MAX WAINTRAUB MENDEL L. SZLEJF Vice-Presidente Administrativo MENDEL VAIDERGORN MICHEL STOLAR MILTON RZEZAK MIREL WALDMANN MIRIAM KRUGLIANSKAS MOACYR LUIZ LARGMAN Jurídico Secretário MOISÉS SCHNAIDER MOISÉS SINGAL GORDON Vice-Presidente Juventude MOISÉS SUSLIK MONICA R. ROSEMBERG MONICA TABACNIK Adm.Finanças Relatora MOSZE GITELMAN MOYSÉS BOBROW Secretário MOYSÉS DERVICHE Adm.Finanças MOYSÉS GROSS Obras/Assessor Acesc NAUM ROTENBERG Ex-Presidente

NOME NAUM SCHAPIRO NELSON GLEZER NELSON ZLOTNIK NESSIM HAMAOUI NESSIM MIZRAHI NICOLE SZTOKFISZ NILSON ABRAO SZYLIT PAULO BRONSTEIN PAULO DANILA PAULO R. FELDMAN PAULO ROBERTO EGEDY PEDRO MAHLER PERLA JOSETTE MOSSERI PETER T. G. WEISS RAMY MOSCOVIC RAQUEL MIZRAHI RAUL CZARNY REBECA LISBONA RENATO FEDER RENATO KASINSKY RICARDO BERKIENSZTAT ROBERTO GARBATI BECKER RONEY ROTENBERG RONY SZTOCKFISZ ROSA BRONER WORCMAN ROSALYN MOSCOVICI ROSITA KLAR BLAU RUBENS BISKER RUBENS KRAUSZ RUBENS ERNANI GIERSZTAJN RUGGERO DAVID PICCIOTTO SAAD ROMANO SALIM KEBOUDI SALO FLOH SALOMON WAHBA SAMI SZTOCKFISZ SAMSÃO WOILER SANDRO ASSAYAG SARITA KREIMER SAUL ANUSIEWICZ SERGIO CIMERMAN SERGIO GARBATI GROSS SERGIO KORN SERGIO PRIPAS SERGIO ROSENBERG SIDNEY SCHAPIRO SILVIA L. S. TABACOW HIDAL SILVIA WAISSMAN ZLOTNIK SILVIO BRAND SILVIO CHAN SIMAO A. LOTTENBERG SIMAO PRISZKULNIK SIMCHA BINEM BERENHOLC SZLOMA ZATYRKO VANESSA KOGAN ROSENBAUM VICTOR LINDENBOJM WALTER MEYER FELDMAN YUDAH BENADIBA YVES MIFFANO ZEEV TUCHMAJER

CARGO Vice-Presidente Obras Obras Obras Obras

Obras

Secretário

Presidente do Conselho

Conselho Fiscal Obras

Conselho Fiscal Conselho Fiscal

Coordenador Secretário

Ex-Presidente Jurídico

Vice-Presidente Social Cultural Assessora Mesa Conselho

Jurídico Conselho Fiscal Secretária Obras


114 HEBRAICA

| MAI | 2013

conselho deliberativo

Preparem-se para as eleições Em novembro teremos eleições para renovação de metade do Conselho Deliberativo. Trata-se de uma excelente oportunidade para aqueles que terminam a primeira gestão no cargo, providenciem a candidatura, uma vez que já adquiriram experiência e conhecimento para atuar e colaborar mais ativamente. É consenso geral que o Conselho se beneficia com o aumento no número de jovens e que, na maioria dos casos, o exemplo dos amigos serve como estímulo para que jovens profissionais decidam pela candidatura ao conselho. O clube tem investido em serviços e infraestrutura que atendam jovens casais e famílias em crescimento e se torna cada vez mais importante que essa faixa do quadro associativo acompanhe as decisões e projetos debatidos em cada reunião. É chegada a hora de contrabalançar a experiência dos mais velhos com a energia e entusiasmo das novas gerações, que, de fato, evoluirão com o clube nas próximas décadas. E quanto ao futuro próximo, anunciamos os nomes dos conselheiros que integrarão o Conselho Fiscal a partir deste mês até abril de 2014. Os nomes de Abram Berland, Alberto Rachman, Jairo Zylberstajn, Mosze Gitelman, Roberto Garbati Becker, Roney Rotenberg e Zeev Tuchmajer foram eleitos por aclamação na última reunião do Conselho. E por fim, reiteramos o convite aos conselheiros para contribuir com sugestões para uma próxima alteração nos Estatutos Sociais. O secretário Fernando Rosenthal se coloca à disposição para receber, ler e compilar as propostas para em seguida serem debatidas pelo grupo dos ex-presidentes liderado pelo atual presidente do conselho Peter T. G. Weiss.

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013 LOCAL: TEATRO ANNE FRANK HORÁRIO: 19H30 12/8/2013 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/2013 9/12/2013

Mesa do Conselho Peter T. G. Weiss Presidente Horácio Lewinski Vice-presidente Claudio Sternfeld Vice-presidente Luiz Flávio Lobel Secretário Fernando Rosenthal Segundo secretário Sílvia Hidal Assessora da Presidência Célia Burd Assessora da Presidência Ari Friedenbach Assessor da Presidência



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