Hebraica mar 17

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P URIM |

ESTREIA EM

| M USICAL S HREK

ANO LVIII

| N º 661 | MARÇO 2017 | ADAR 5777

Musical Shrek estreia em Purim UMA PRODUÇÃO INTERNA DOS JOVENS DA HEBRAICA


HEBRAICA

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palavra do presidente

Comunicação sim, mas sempre com respeito Nos dias de hoje, com esse mundo tecnológico, a comunicação virou instrumento importante e, ao mesmo tempo, perigoso. Facebook, Instagram, Twitter, Snap Chat, Whatsapp, entre outros, invadiram nossa vida de uma maneira fulminante. Sem dúvida que todos nós, independentemente de idade, temos que nos atualizar e saber usar essas ferramentas que podem facilitar nossa vida. Usar isso como benefício requer sabedoria e, por isso, devemos verificar as fontes, a veracidade e a origem daquilo que nos enviam, e recebemos. De outro lado, muitas pessoas usam essas ferramentas de maneira negativa, o fato de empunhar um celular e sentar-se diante de um computador sem ver o outro lado, concede a estas pessoas uma coragem ímpar de escrever tudo que se lhes passa pela cabeça, quebrando regras de ética, respeito e, principalmente, em muitas ocasiões uma falta com a verdade, que se agrava com os comentários de outras pessoas que fazem de versões fatos verdadeiros. O que, definitivamente, não são. Devemos ler mais, nos informar mais, aprofundar mais e manter os bons hábitos de nos abastecer da leitura de outros meios como os jornais, revistas, livros, etc, que devem continuar parte do nosso cotidiano. Sempre temos de pensar que ainda tratamos de relações humanas e saber que fazer o bem traz o bem e a paz para nós mesmos. Por isso, quero dividir com vocês uma história e uma reflexão. Perto de Tóquio, vivia um grande samurai, já idoso, agora dedicado a ensinar zen aos mais jovens. Apesar da idade, segundo a lenda, ainda conseguia derrotar qualquer adversário. Eis que um guerreiro, conhecido pela falta de escrúpulos, apareceu. Era famoso como provocador. Inteligente para observar os erros dos adversários, esperava o primeiro movimento do contendor, contra-atacava com velocidade. Jamais havia perdido uma luta. Conhecia a reputação do samurai, foi lá para derrotá-lo e ficar mais famoso. Todos os estudantes foram contra, mas o velho e sábio samurai aceitou o desafio. Na praça da cidade o provocador começou a insultar o velho mestre. Chutou pedras em sua direção, cuspiu no rosto e gritou os insultos que conhecia, ofendendo até ancestrais. Fez tudo para provocá-lo, mas o velho sábio permaneceu impassível. No final da tarde, exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro desistiu e retirou-se. Desapontados porque o mestre aceitou insultos e provocações, os alunos perguntaram: — Como o senhor pôde suportar tanta indignidade? Por que não usou a espada, mesmo sabendo que poderia perder a luta, em vez de se revelar um covarde e medroso diante de nós? O samurai respondeu com uma pergunta: — Se alguém vem com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente? — A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos. Isso vale para a inveja, a raiva e os insultos — disse o mestre — quando não aceitos, continuam pertencendo a quem os carrega. Sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem tirar a serenidade, só se você permitir. Esta reflexão nos ajuda a melhor compreender e saber tirar um proveito positivo das novas formas de comunicação que podem aproximar ou afastar as pessoas com a mesma intensidade. As novas tecnologias têm um efeito devastador para o bem ou para o mal. Cabe a nós fazer delas instrumento de boa convivência em todos os meios. Shalom Chag Purim Sameach Avi Gelberg

DEVEMOS LER MAIS, NOS INFORMAR MAIS, APROFUNDAR MAIS E MANTER OS BONS HÁBITOS DE NOS ABASTECER DA LEITURA DE OUTROS MEIOS COMO OS JORNAIS, REVISTAS, LIVROS, ETC, QUE DEVEM CONTINUAR PARTE DO NOSSO COTIDIANO


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sumário

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carta da redação

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7 dias na hebraica Acompanhe toda a programação de março

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capa / purim A estréia de Shrek, o Musical coincidiu com Purim, a data mais festiva do calendário judaico

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concessões O Café Pilão é a novidade da Praça Carmel, com frapês e versões geladas da bebida

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semana húngara Parceria com o Consulado da Hungria resulta em uma semana de atividades imperdíveis

24

curtas Na pauta, Mês da Mulher, Espaço Gourmet, meditação na Praça Jerusalém e balada no Clube Mil

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26

comunidade Os eventos comunitários mais significativos da cidade

14

30

fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

36

merkaz Na agenda, a saúde da mulher e as novas tecnologias

38

fotos e fatos Os momentos mais marcantes do último mês

40

handebol A equipe infantil masculina, campeã paulista de 2016, jogou a primeira partida de 2017. E venceu...

42

futsal A Hebraica conquistou o vicecampeonato no Metropolitano do Sindi-Clube

44

capacitação Como a Hebraica mantém os profissionais da área esportiva sempre atualizados

46

fotos e fatos Os momentos mais marcantes do mês

Magazine

50

negócios Uma fábrica no kibutz Lavi, na Galileia, abastece o mercado mundial na construção de sinagogas

54

12 notícias As notícias mais quentes do universo israelense

58

purim Por quê Purim pode ser tema de discussão política para os dias de hoje?

64

arte Exposição mostra interesse de judeus israelenses e da Diáspora pela figura de Jesus

66

a palavra Por quê a palavra “vinho” é tão semelhante em línguas tão díspares como o grego e o hebraico?

68

leituras A quantas anda o mercado de ideias?

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ensaio O uso político do Holocausto para ataques às comunidades judaicas

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curta cultura Dicas para o leitor ficar ainda mais antenado

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lista Quem é quem no Executivo da Hebraica


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carta da redação

Purim na Hebraica

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É festa. Mas não é Carnaval. Acho que se incutiu nas crianças de antigamente que Purim era o “nosso” Carnaval como uma forma de apaziguar as crianças, de certa forma proibidas de brincar no Carnaval, festa de gentios que não dizia respeito aos judeus. Mas os clubes faziam bailes de Carnaval, a Hebraica inclusive. Purim, assim como Chanuká, celebra a sobrevivência do povo judeu, com o que devemos nos regozijar, claro. Afinal, escapamos de uma tragédia. A Hebraica vai dedicar extensa programação a Purim, de que faz parte Shrek, o Musical. É isso que a repórter Magali Boguchwal nos conta e relata as conversas com três mulheres que bem simbolizam essa dedicação ao próximo. E Tania Tarandach escreve a respeito da Semana Húngara, um evento realizado em parceria com o Consulado da Hungria em São Paulo. No “Magazine”, o correspondente Ariel Finguerman abalou-se até o lago Kineret ao lado do qual funciona uma fábrica de sinagogas, instalada no kibutz Lavi, um dos últimos remanescentes da saga dos kibutzim na história de Israel quando ainda era Palestina. Há um interessante texto a respeito de Purim como tema de debate político. E o “Ensaio” trata da banalização do Holocausto, na Europa. E nos Estados Unidos com o exemplo claro do discurso de Donald Trump que, no dia de Lembrança do Dia do Holocausto, não se referiu aos judeus. Acho que ele não sabe bem o que é isso. Boa leitura Chag Purim Sameach Shalom Bernardo Lerer – Diretor de Redação

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DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE

CORRESPONDENTES ARIEL FINGUERMAN, ISRAEL FOTOGRAFIA FLÁVIO M. SANTOS GUSTAVO WALDMAN

GERCHMANN (COLABORAÇÃO) CAPA DIVULGAÇÃO

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

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E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

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DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES

IMPRESSÃO E ACABAMENTO GRASS INDÚSTRIA GRÁFICA PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629

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calendário judaico ::

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA

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ABRIL 2017 Nissan 5777

dom seg ter qua qui sex sáb

dom seg ter qua qui sex sáb

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Purim

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DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

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Véspera de Pessach, Primeiro Seder Pessach, Segundo Seder

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

EX-PRESIDENTES LEON FEFFER (Z’l) - 1953 - 1959 | ISAAC FISCHER

(Z’l) - 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTENBERG 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 1975 | HENRIQUE BOBROW (Z’l) - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 - 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | ABRAMO DOUEK 2012-2014 | PRESIDENTE AVI GELBERG

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capa | purim | por Magali Boguchwal

Fiona e Rainha Ester têm muito em comum A HEBRAICA ESTREIA “SHREK – O MUSICAL”, UMA PRODUÇÃO INTERNA DOS JOVENS DA HEBRAICA, QUE ENCANTARÁ CRIANÇAS, JOVENS E ADULTOS

D

ália Halegua, Amanda Benjamin e Beatriz Algranti e duas atrizes mirins estudaram falas, gestos e canções da personagem Fiona de Shrek, o Musical, espetáculo que entra em breve em cartaz no Teatro Arthur Rubinstein. As cinco e todo o elenco, esperam ansiosos dia 12, quando as cortinas do Teatro Arthur Rubinstein se abrirão para o mundo de fantasia que encantou crianças e adultos nas telas do cinemas e palcos de todo o mundo. O espetáculo ficará em cartaz até 30 de abril com sessões aos domingos, às 16h30, e duas extras, dias 25 de março e 8 de abril, às 20h30. Além dos papéis de Fiona, Amanda e Beatriz interpretam outros personagens no musical, o que as mantém ocupadas em todos os ensaios e cuja frequência foi intensificada com a proximidade da estreia de Shrek, ponto alto da programação de atividades da vice-presidência de Juventude para a festa de Purim. “Até às 16 horas, isto é, meia hora antes do início do espetáculo, será realizado, no Centro Cívico, o tradicional Mega Purim, com brinquedos infláveis, harkadá (dança de roda), música ao vivo, oficina de circo e uma encenação da história de Ester, Mordechai e Haman. Em seguida, com a casa cheia, neste que é a realização de um antigo sonho do clube: um espetáculo musical apresentado em grande parte por sócios, jovens e adultos”, comenta a vice-presidente da Juventude, Elisa Nigri Griner. Os meios de comunicação noticiaram fartamente a primeira montagem de Shrek, o Musical na Broadway, em 2008, e no Brasil, em 2013, cujos cenários e figurinos originais serão reaproveitados agora no palco do Teatro Arthur Rubinstein. Para a Hebraica, no entanto, há muito mais nesse projeto do que simplesmente mais uma peça em cartaz.

Conta o diretor-superintendente Gaby Milevsky: “Já há alguns anos, vimos tentando unir as áreas de teatro, dança e música em um projeto artístico único. Na minha opinião, faltava um espetáculo musical e apesar de nosso material humano da maior qualidade, faltavam recursos financeiros para viabilizar um projeto muito caro como esse. Encontramos a solução na forma desta parceria com a TeenBroadway, uma escola muito conceituada no mercado, de dinâmica e trajetória próprias, para a qual concorremos com o uso de nossos espaços físicos, especialmente o teatro. A TeenBroadway entrou com professores, parte do elenco e a necessária expertise, o que tornou possível, à Hebraica, essa montagem. Cada um dos parceiros cuida de uma parte e tenho a imensa satisfação de constatar que a iniciativa terá êxito, e a custo zero para o clube”. Muita mão-de-obra A montagem de Shrek, o Musical envolveu profissionais como o coordenador do Teatro da Juventude Henrique Schafer, o diretor musical Marcelo Klabin, e atores como Caio Zalc, Bia Algranti, Dan Cattan e outros que fizeram parte de uma espécie de elenco fixo da He-

>>

PRODUÇÃO CAPRICHADA NO PRIMEIRO GRANDE ESPETÁCULO MUSICAL ENCENADO NA HEBRAICA


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capa | purim um massacre, salvando o povo judeu do extermínio. As duas serão bastante mencionadas durante o mês de março, quando também se comemora o Dia Internacional da Mulher. Uma excelente oportunidade para mencionar algumas mulheres que, assim como Ester, assumiram uma causa social, seja como profissionais ou voluntárias. Elas dirigem entidades assistenciais, empreendimentos sociais destinados a oferecer soluções para demandas no setor público ou ações pontuais em benefício dos menos favorecidos. Exemplo recente na Hebraica foi a mobilização de suas diretoras para arrecadar produtos e dinheiro para a montagem de cestas distribuídas em Rosh Hashaná (o ano novo judaico) para famílias assistidas pela Unibes. No caso, a ação alcançou tanto êxito que já há alguma verba disponível para montar cestas para Pessach.

DÁLIA HALEGUA, AMANDA BENJAMIM E A ATRIZ MIRIM ENSAIAM DIANTE DO DIRETOR

MARCELO KLABIN

“Foi gratificante ver como os sócios aderiram à campanha e se prontificaram a ajudar na montagem e distribuição das cestas”, comenta uma das voluntárias envolvidas naquela iniciativa, Marisa de Aizenstein. A causa escolhida pela nutricionista Dafna Kann Lubiniecki também tem a ver com segurança alimentar. Ela trabalha há quatorze anos na Associação Prato Cheio, organização não governamental que recolhe alimentos em estabelecimentos comerciais e os distribui entre entidades assistenciais. “Supermercados disponibilizam alimentos sem valor comercial e nós distribuímos a quem os necessita. Com isso, ajudamos a solucionar dois problemas, o desperdício e a carência de alimentação adequada para uma parte da população. Abastecemos sessenta instituições, isto é, mil pessoas beneficiadas por nosso trabalho”, explica Dafna, ao recomendar o

>> braica, atuaram em muitas produções e depois seguiram carreira artística. Nesse musical trabalharão lado a lado com os colegas da TeenBroadway e dos amadores ainda ativos nos grupos Gesto (adultos) e Questão (adolescentes) da Hebraica. Além do teatro, colaboram outras áreas da Juventude como o Centro de Música Naomi Shemer, onde estudam Amanda Benjamim (a Fiona Adolescente) e Cláudia Hemsi Leventhal e o grupo de danças Carmel, que apresentará uma coreografia no espetáculo. A atriz amadora Rosane Nadanovsky atuou em produções do grupo Gesto “algumas das quais incluíam canções, mas não eram musicais, como o Shrek. Essa experiência está sendo diferente de tudo o que já fiz em teatro no clube. São muitas coreografias para memorizar. Eu não executo solos, mas são muitas músicas para cantar em coro. Desde a audição até os ensaios estou vencendo os desafios e isso é muito bom”. Elogia a iniciativa e acredita que “essa parceria abre espaço para novas propostas e traz um outro tipo de público, o que não significa que o clube deva interromper o trabalho que já vinha fazendo”. Uma das mais jovens atrizes o elenco é Amanda Baran, 14

anos. Além dela, só as duas atrizes mirins que interpretam Fiona, na infância (personagens principais têm atores substitutos). Foi a mãe de Amanda quem a informou da audição para escolher o elenco. Inscreveu-se e passou pelo teste. “Sempre sonhei atuar em um musical. Acho que ter participado de grupos de dança no clube e feito um curso de canto durante um ano está ajudando. Estou adorando a experiência. Só faltei em um ensaio em razão da viagem para a Machané Kaitz do Centro Juvenil Hebraikeinu”, afirmou. Causas que valem a pena Fiona encarna a princesa que vive reclusa em uma torre à espera do príncipe dos contos de fada. Já Ester, a heroína em Shushan, vê-se obrigada a esconder o fato de ser judia e ajudar o tio a evitar

MOBILIZAÇÃO PARA A MONTAGEM DAS CESTAS DE ROSH HASHANÁ EM 2016

acesso à pagina da Ong (www.pratocheio.org.br). Antes de começar na Associação Prato Cheio, Dafna deu aulas de matemática em projetos de alfabetização de adultos. Para ela, a solidariedade é uma tendência natural. “Como judia é sempre bom ajudar o próximo. Estamos em um país com tanta desigualdade e, afinal, é característica da tradição e da religião judaicas essa preocupação com o outro”, completa. Há muitos exemplos de mulheres que abraçam causas em benefício da comunidade e, às vezes, de um público indefinido. A jovem administradora Bruna Waitman Santinho está sempre engajada em projetos e iniciativas na área educacional. Um deles foi desenvolvido com a Fundação Itaú Social e a Área de Pessoas do banco, no qual estagiários puderam atuar como voluntários na mediação de leitura dos adolescentes assisti>>


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capa | purim que ela, a vice-presidente de Juventude Elisa N. Griner e outras sócias elaboram para junho, a Jornada das Profissões. “Será uma ação muito importante, que merecerá muita divulgação”, afirma Andrea. Em relação ao Headtalks, ela vê um objetivo bem claro associado à Hebraica. “Nosso sonho é transformar a Hebraica na referência de educação e cultura judaicas do Brasil. Temos um potencial enorme, combinando nossa estrutura física (teatros, cinema, jardins) o conhecimento da rede incrível de pensadores e players da nossa comunidade mundial dispostos a participar e compartilhar sua sabedoria e experiência conosco”. Segundo ela, o grupo responsável pelo Headtalks se inspira em “escolas criativas como a Perestroika, a Kaospilot, a Casa do Saber, mas nosso maior benchmark é a Y92, um centro judaico nova-iorquino. O Headtalks é só o começo deste projeto, e tem como principal missão promover uma troca dinâmica, com assuntos atuais, relevantes e provocativos”, descreve. Antes de se tornar ativista na Hebraica, Andrea ajudou a divulgar o Mega Chalá, GRUPO JOVENS SEM FRONTEIRAS DEBATE QUESTÕES DA ATUALIDADE

>> dos pela Unibes (União Israelita de Bem-Estar Social). A ação contou com a colaboração dos voluntários do Coletivo Mangiare que orientaram a preparação de um lanche completo na cozinha da Unibes. Segundo os fundadores, o Coletivo Mangiare é uma experiência sensorial completa de conhecimento, cultura e gastronomia. “No final, estavam todos satisfeitos”, afirmou Bruna. Na Hebraica, o grupo Jovens sem Fronteiras atua em vários projetos que unem criatividade e consciência social. A estudante de psicologia Alexandra Nigri, participa do grupo. “Um amigo me convidou para conhecer e integrar o JSF e hoje o grupo se une em torno das mesmas ações, então eu trabalho bairros nas periferias de São Paulo, colaborando com o fortalecimento da comunidade. Iniciamos com uma metodologia de autoconhecimento, incentivamos e participamos de ações para o desenvolvimento da comunidade”, explica a jovem. “Também organizamos na Hebraica os eventos A Ponte cujo objetivo é inspirar discussões a respeito de temas importantes e atuais; festas que toquem em questões sociais de um jeito informal e jovem; e o grande Festival “A Ponte”, em que construímos pontes entre as iniciativas de transformação social do centro e da periferia”, enumera.

A participação no grupo Jovens Sem Fronteiras satisfaz a “porção Ester” em Alexandra. “O Jovens Sem Fronteiras representa bem minha identificação como judia. Escolhi o grupo, por nossa postura de atuar na sociedade como um todo, e também na comunidade judaica de São Paulo, em que representamos um judaísmo cidadão, diverso e bastante ativo”, completa. Em março, o Jovens Sem Fronteira promoverá uma edição do A Ponte, colocando em evidência a temática do grafite. Andrea Bisker, ativista engajada no projeto Headtalks, programa da vice-presidência Social e Cultural não se considera uma Ester moderna. Faz questão de dividir com os sete colegas que organizam os encontros do Headtalks e indicar mulheres que em sua opinião se encaixam nesse perfil, mas imediatamente anuncia um projeto

evento cuja última edição foi realizada no Salão Marc Chagall por iniciativa do Centro Novo Horizonte. Uma entre muitas As entidades beneficentes femininas são características do ativismo comunitário e estão sempre em campanha para atrair novas chaverot. A última Ester moderna da nossa lista chama Iza Mansur, iniciou sua trajetória na Wizo, há vinte anos e recentemente encerrou um período de seis anos como presidente. “São mais de vinte anos dedicados à causa Wizo e tenho muito a agradecer por cada experiência que tive ao longo deste tempo. Antes de presidir o Centro São Paulo, presidi o grupo Tzehirot, novo na época, depois fui diretora de departamentos e só então eleita presidente”, conta. Ao longo dos anos de trabalho comunitário houve muitos questionamentos a respeito de sua atuação como voluntária. “Quando trabalhamos por aquilo em que realmente acreditamos, com paixão e entrega vale muito a pena”, filosofa. Essa convicção levou Iza a acumular mais um papel como voluntária. “No iní-

Shrek, o Musical Data – A partir de 12 de Março Horário – 16h30 Local – Clube Hebraica, Teatro Arthur Rubinstein (capacidade 528 pessoas) Valor – R$ 30,00 para sócios, estudantes, associados TeenBroadway e terceira idade e R$ 60,00 para convidados. Vendas e Informações – Alo Ingresso (http://www. aloingressos.com.br/) ou (11) 3818-8888 (Central de Atendimento)

Ficha Técnica Direção Artística – Marcelo klabin Supervisão Artística – Maíza Tempesta Coreografia – Natália Rosa e Ariane Rossetti Direção Musical – Ettore Verissimo Assistência Geral de Direção – Rodrigo Damo Assistência de coreografia – Angel Tempesta Figurino – Uriel Orttiz Cenografia – Edson Expedito

cio de 2015 conheci o trabalho do Vem Pra Rua e soube então da proposta do Ministério Público Federal para coletar um milhão e meio de assinaturas para apresentar ao Congresso Nacional um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, idealizado para endurecer o combate à corrupção´ conhecido como as ‘Dez Medidas Contra a Corrupção’. Nesse trabalho, conheci gente excepcional de todo o país, professores, procuradores, donas-de-casa, estudantes, advogados, que me ajudaram a entender de verdade o significado da palavra cidadania”, comenta. A experiência no movimento ampliou a experiência de vida. “Como voluntária Wizo, pude aprender e conviver com muitas mulheres de diversas origens engajadas em diferentes frentes de atuação e que me inspiraram muito. A responsabilidade social que tanto prezamos no judaísmo pode e deve ser exercida de diferentes formas. Sou judia, sionista, brasileira e é assim que costumo me apresentar aos novos amigos”, resume. Postura, aliás, que se perpetua desde a atuação da Rainha Ester em Shushan, ou talvez antes.


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concessões

O NOVO PONTO DE ENCONTRO JÁ TEM CLIENTES FIÉIS

Café com “P” maiúsculo

A ABERTURA DA CASA PILÃO, AMPLIA O LEQUE DE OPÇÕES PARA O SÓCIO EM SEUS MOMENTOS DE LAZER, AO OFERECER, TAMBÉM, A VERSÃO GELADA DO

CAFÉ NA FORMA DE FRAPÊS E TAPIOCA RECHEADA COMO ACOMPANHAMENTO

A

mais nova concessão instalada na Praça Carmel fica situada entre o Sababa by Berô e o Melhor Pedaço de Pizza. Desde a abertura no início de fevereiro, a Casa Pilão atraiu a atenção dos sócios, que experimentaram não só a especialidade da casa, o cafezinho, como também outros produtos do cardápio. “Apostamos em itens como tapioca e os frapês à base de café gelado para conquistar os sócios”, comenta Roberta Marques Demel, responsável pela concessão. Ela conhece a Hebraica há vários anos em função de amigos que são sócios e também de sua história como atleta. “Joguei várias partidas de handebol nas quadras do clube sempre como parte do time convidado”, conta. “Quando fui informada sobre a oportunidade de abrir uma franquia na Praça Carmel, abracei a ideia imediatamente. Considero o clube muito bacana especialmente porque tem sócios superfiéis”, afirma. A Casa Pilão da Hebraica é o primeiro negócio especializa-

do na bebida gerenciado por Roberta. “Tenho duas casas de cookies, que também oferecem café. Aliás, já obtive aprovação da franquia para incluir os cookies no mix dos produtos. Foi um pedido das crianças que tenho certeza fará sucesso”, anunciou. Sobre os primeiros dias que antecederam a abertura oficial no dia 12 de fevereiro, Roberta é pródiga em elogios aos novos clientes. “A sinceridade do público nesse período inicial foi positiva. Muitos elogiaram o atendimento e afirmaram que o clube precisava de um local com um bom café como o Pilão e retornam depois da primeira visita. Até organizaram uma comemoração de aniversário na Casa Pilão. Estou muito satisfeita”, declarou. Para garantir o retorno dos clientes, Roberta conta com o apoio da franquia. “Temos total assistência da Pilão, que envia técnicos para regulagem frequente das máquinas e depois do ´café, nada melhor do que saborear uma das nossas barras que se assemelham às de cereal mas são feitas de coco e doce de leite. São uma delícia”, garante a mais nova empreendedora da Praça Carmel. (M. B.)


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cultural + social > semana húngara

Hungria. Capital, Hebraica O DEPARTAMENTO SOCIAL E CULTURAL GUARDA

ALGUMAS SURPRESAS PARA O PRIMEIRO SEMESTRE.

EM FEVEREIRO, SE PLANEJOU, HOUVE TROCA DE

IDEIAS ENTRE A VICE-PRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL

MÔNICA HUTZLER, DIRETORES E FUNCIONÁRIOS

DO DEPARTAMENTO E, A PARTIR DA AVALIAÇÃO DA

PROGRAMAÇÃO DE 2016, DEBATERAM PROJETOS DE PROGRAMAS CAPAZES DE ENVOLVER MAIS O PÚBLICO

PARA A CONVIVÊNCIA E O LAZER NA HEBRAICA

A

Semana Húngara será a primeira atividade de março, idealizada em conjunto com o Consulado da Hungria, que ofereceu toda sorte de atrações para, deste modo, de 20 a 26 de março, fazer da Hebraica o endereço da comunidade húngara na cidade. A programação começa com a exibição, dia 22, às 20h30, do documentário Húngaros-1956, depoimentos de membros da comunidade húngara de São Paulo, entrevistados pelo jovem cineasta Mathias Piller, que estará presente para dialogar com o público. O filme trata dos dias turbulentos da revolução de 1956. Antes da exibição, às 19 horas, o Consulado da Hungria oferecerá um coquetel. Ainda no cinema, dia 25 será exibido, no Teatro Anne Frank, às 20h30, Mephisto, dirigido por István Szabó, premiado em 1982 com o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O filme discute a relação entre artista e poder, isto é, as concessões ao regime nazista em troca de benefícios profissionais e materiais. O protagonista é Klaus Maria Brandauer. Outros títulos estão na grade, como o curta-metragem Adeus, Budapeste, que poderão ser consultados na programação semanal no site, facebook ou no informativo Sete Dias. A biblioteca também fará parte da Semana com mais um “Aonde Vamos?”, com o tema “A Literatura Húngara e as Angústias do Século”, em um bate-papo com especialistas, a respeito dos reflexos das grandes guerras na obra de auto-

A BELEZA DA DANÇA, O RITMO E O COLORIDO DO GRUPO FOLCLÔRICO PÁNTLIKA, UMA DAS ATRAÇÕES NO SHOW DO MEIO-DIA

res da literatura húngara dos séculos 20 e 21. Será sábado, dia 25, às 16h30, na Sala da Plenária, aberto ao público, com a mediação de Vivian Schlesinger. A culinária típica ficará por conta das chefs Lizi Tirczka e Marika Lajtai, terça-feira, dia 21, à tarde, no Espaço Gourmet. Antes da aula será lançado o livro Doces Húngaros: Receitas e Histórias para Saborear e Sonhar, de Dorothea Hidas Piratininga. Dia 23, quarta-feira, haverá o lançamento do livro Há Tanto Carro em Budapeste Hoje em Dia, com palestra do

autor, Luís F. Sprotte, acerca das suas experiências húngaras. Nesse mesmo dia, um convidado do Consulado estará na Plenária, às 14h30, para um encontro com a Feliz Idade. A Praça Carmel será transformada em um espaço que lembra um bairro típico de Budapeste, onde a gastronomia e o artesanato poderão ser admirados, consumidos ou levados para casa. A maioria dos produtos à venda virá diretamente da Hungria e a loja Empório Húngaro vai trazer os doces, chocolates

e vinhos. A comunidade húngara, mesmo integrada aos costumes paulistanos, conserva o que há de mais típico no país europeu e vai mostrar para quem passar pelo local no fim de semana de 25 e 26. Ainda domingo, 26, o Hebraica Meio-Dia receberá a cantora Tunde Albert com o show Anjos e grupos folclóricos, mostrando a música e a dança típicas. Complementando a programação, o Consulado trará a exposição de fotografias Sinagogas da Europa Central e Oriental (1782-1944), além de vídeos de turismo que serão projetados na Praça

Carmel, e antes das sessões de cinema. Haverá também a palestra “Oportunidades de negócios na Hungria”, apresentada pela cônsul Comercial Zsuzsanna László e a apresentação do cônsul Geral Szilárd Teleki com “Informações consulares sobre a cidadania húngara”, uma consultoria da documentação necessária aos descendentes de judeus húngaros para terem a cidadania de seus avós. Durante as atividades serão sorteados vinhos, aguardentes e doces húngaros. Uma semana para todos os gostos, basta apenas comparecer. (T. P. T.)


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cultural + social > curtas

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Departamento Social e Cultural preparou uma programação dedicada à mulher durante todo o mês. Acompanhe a agenda, desde o filme Glória, o Trio Incanto ao Meio-Dia, o show “La Femme”, com o chansonnier Gilbert e muito mais.

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Mude a rotina e.... medite

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a reserva, pois a procura é grande. A pedidos, volta o “Curso de Culinária para Domésticas”, que lota a cada turma, dessa vez com a chef Ilana Schneider no comando das panelas e tudo mais que envolve a despensa, a cozinha e o servir bem em quatro aulas, dias 7, 14, 21 e 28, das 14 às 17 horas.

Clube 1000 é marca de sucesso

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ma exposição viva, cheia de troca de energia entre o espectador e a obra de Adriana Bomeny Freire. Assim é “Metamorfose”, aberta até o dia 13 na Galeria. Pela primeira vez, ali estão expostos arranjos de ikebana e instalações com troncos, galhos, pedras e plantas, que chamam a atenção pelo “diálogo” obra/espectador. “Senti o cheiro, o aroma e me aproximei”, disse uma senhora; “virei quase todos os dias para perceber como as plantas se transformam”, dizia outra. “Esse comentários me deixam muito feliz, pois percebi a ligação entre o que realizo e o sentimento de quem vê meu trabalho”, afirma Adriana, que se sentiu atraída pelas flores ainda muito cedo. Começou pela ikebana, estudou a cultura japonesa, fez mestrado na USP e resolveu expandir o conhecimento. Surgiu assim o “sair do vaso”, chegando a um conceito mais contemporâneo em sua arte. “Tudo vai mudar durante a exposição, vou fazer outros arranjos, as instalações vão mudar de cor até se tornarem secas”, explica a artista que transforma a natureza.

ara 8 de abril, às 22 horas, a “turma” do Clube Mil promete mais uma balada legal. Nessa terceira versão (foram duas noitadas em 2016) está programada uma atração surpresa. Além do som curtido do DJ Schipper, os comes e bebes, a decoração e todos os detalhes preparados para fazer dessa noite mais um encontro agradável entre amigos no Espaço Adolpho Bloch.

Mutirão em prol do Chaverim

Candidato ao Oscar na tela

m grupo de sócios se movimenta para uma noite especial. Márcio Goldstein, Roby Wertheimer, Maurice El Kalay, Silvian Mifano formam a Pangaband, mais a voz de Cláudia Leventhal, que farão a parte artística durante “Friends Will Be Friends”, o jantar em prol do grupo Chaverim. O importante é essa ação voluntária voltada a uma causa nobre e que está movimentando um pessoal muito animado para que toda a renda seja destinada à continuação do trabalho desenvolvido em vinte anos e que repercute até internacionalmente quando a questão é o atendimento completo à pessoa com deficiência. Será dia 1º. de abril, a partir das 19h30, no Espaço Adolpho Bloch e os convites estão à venda na Central de Atendimento (fone 3818-8800) e com as voluntárias.

esde que foi instalado, no final do ano passado, o novo projetor de cinema, as sessões têm atraído cada vez mais público. A programação contribui ainda mais para esse sucesso e assim será durante todo o ano, garante a diretora do setor, Sylvia Lohn. Este mês começa dia 8, com Gloria, filme dirigido por Sebastián Lelio, em homenagem à Mulher e parte da nova sessão Open Air, na Praça Jerusalém ou Praça Carmel, em caso de chuva. No mês do Oscar, o sócio assistirá La La Land, no dia 15, um dos candidatos mais citados para receber a estatueta (a cerimônia aconteceu no final de fevereiro, após o fechamento da revista). Também dentro da Semana Húngara, dia 22, será a vez do documentário Húngaros-1956, seguido, dia 25, de Mephisto, e o curta-metragem Adeus Budapeste, com data a ser firmada pela distribuidora. Sempre às 20h30. Veja pelas mídias sociais da Hebraica.

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m meio à agitação da cidade, uma pausa na rotina é algo que só pode fazer bem. Para explicar os benefícios da meditação, a terapeuta e atriz Thaís Marques Ienaga vai oferecer uma vivência prática no gramado da Praça Jerusalém, dia 1º. de abril, às 11 horas. Aberto a quem quiser conhecer os benefícios que a meditação acrescenta ao dia-a-dia das pessoas. Esse encontro será o início da criação de um grupo, seguindo o projeto Shanti Move (Movimento da Paz), que a terapeuta desenvolve visando o autoconhecimento. Não é preciso se inscrever, basta chegar, se acomodar e estar aberto a organizar seus pensamentos, ter um encontro com uma vida saudável, equilibrada e em harmonia. Mais ainda, conquistar a autoconfiança e descobrir o potencial produtivo de cada um.

agenda do Espaço Gourmet para este mês atende a todos os gostos e ocasiões. O chef Maurício Santi tem público cativo, por isso ele volta, dia 22, às 19h30, com as novidades da “Cozinha Thai”. Pessach chegando e aí vem o problema: como enfrentar a cozinha durante uma semana. Quem vai resolver é a chef Lucia Sequerra em dois encontros, dias 23 e 30, às 19h30, com receitas sem glúten, para serem usadas também no dia-a-dia. Cris Paulo vai dar uma aula para adolescentes, dia 31, às 14h30. É bom fazer

A magia das flores na Galeria

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ste mês, cada apresentação do Show do Meio-Dia tem um tema. Começa dia 5, com o Trio Incanto homenageando o Dia da Mulher; dia 12 sobe ao palco o Grupo Azdi para comemorar Purim com um repertório especial, alegre e participativo; e dia 19 a atração é a Banda Ece Som Itália. Além do repertório italiano, o grupo inclui músicas nacionais e internacionais, fruto das apresentações em shows, casamentos e outras festas. A apresentação do dia 26 faz parte da Semana Húngara. Sempre ao meio-dia, pontualmente, no Teatro Arthur Rubinstein.

Diversidade na culinária

Mulher, Purim e muito mais ∂

Março, mês da mulher

Atrações para a Feliz Idade

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mês de março tem um programa variado e extenso. Destaque para o “Curso de Informática”, dias 6, 13 e 20, na Sala de Internet, sempre às 10 horas. Entre outras atrações, “Purim, a Festa da Alegria” acontecerá no Auditório, dia 11, com Elca Rubinstein, para comemorar com muita fantasia. Sábado, 18, o encontro denominado “Planos para a Paz” é com Maurício Cunha, às 14 horas, na Esplanada. Dia 24, às 13h, sairá um grupo para visitar o Planetário de Sao Paulo e, dia 25, um convidado do Fundo Comunitário dará palestra na Plenária.

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coluna comunidade

Voluntários para a Chevra

“Pretendemos oferecer algo mais humano no momento em que as famílias passam por uma perda”, é como o presidente Cláudio Hirschheimer define o novo projeto da Chevra Kadisha de formar um grupo de apoio nos cemitérios judaicos. “Além da boa vontade, é necessário ter conhecimentos básicos da religião judaica e disponibilidade para dedicar algumas horas da semana a essa mitzvá”, afirma Clara Kochen, coordenadora do grupo. Os interessados receberão o preparo necessário para exercer essa boa ação. Para informações, faleconosco@chevrakadisha.org.br.

B’nai B’rith e a cultura de paz A Universidade do Meio Ambiente e Cultura de Paz, reativada sob a gestão do secretário municipal de Meio Ambiente Gilberto Natalini, reuniu oitenta representantes de instituições religiosas e comunitárias na sede no Parque Ibirapuera, para saber como cada uma pode atuar em relação ao ambiente. A B’nai B’rith São Paulo participou por meio do vice-presidente Edgar Lagus e da assessora de Direitos Humanos Lia Bergmann.

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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

COLUNA 1

Ato de recordação do Holocausto

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ercebi que as palavras ditas e cantadas por todos aqui hoje não nasciam da mente, mas do coração. Isto é exata e precisamente o sentimento judaico, esta aliança extraordinária que a nação judaica tem entre si em todo o mundo, e que deve servir de exemplo para nós, brasileiros”, afirmou o presidente Michel Temer durante o ato de recordação do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, diante de mais de 850 pessoas na Sinagoga Etz Chayim, organizado pela Conib, Fisesp e CIP. Ao ato, conduzido pelo rabino Michel Schlesinger e o chazan Ale Edelstein estiveram presentes o governador Geraldo Alckmin, o ministro José Serra, o prefeito João Doria; Maria Thereza Rocha de Assis Moura, ministra do Superior Tribunal de Justiça; ministro Moreira Fran-

co; o secretário Floriano Pesaro; o presidente da Assembleia Legislativa Fernando Capez; os secretários municipais Júlio Serson, Daniel Annenberg e Gilberto Natalini; o cardeal dom Odilo Scherer; o xeque Armando Hussein Saleh, o ex-ministro Celso Lafer; o presidente da OAB/ SP, Marcos da Costa; o promotor de Justiça Roberto Livianu; o cônsul de Israel, Dori Goren, e representantes diplomáticos de quinze países, o presidente do CJL Jack Terpins, além de dirigentes das federações israelitas de outros estados recebidos pelo presidente da Conib, Fernando Lottenberg. A Hebraica foi representada pelo presidente Avi Gelberg, vice-presidentes Mônica Tabacnik Hutzler e Elisa Nigri Griner, o secretário geral Daniel Bialski e o diretor superintendente Gaby Milevsky.

Nomeado embaixador do Brasil

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aulo César Meira de Vasconcellos será o novo embaixador do Brasil no Estado de Israel. Ele foi embaixador nos Emirados Árabes Unidos desde 2014, e serviu como embaixador na Tailândia, cônsul-geral em Nova York e atuou nas embaixadas nos Estados Unidos, Peru e Canadá. No Brasil, foi subsecretário-geral do Serviço Exterior e diretor do Departamento Cultural do Ministério de Relações Exteriores.

Após o sucesso no Brasil, Sérgio Poroger leva seu Cold Hot para os Estados Unidos, local de inspiração do livro editado pela Ipsis. Começou no Stax, em Memphis, berço da soul music, vai para Atlanta, na ACappella Books, no distrito de Little Five Points e continua por mais seis cidades (por enquanto). Ariel Van Mandowsky Dantas, da ala jovem da Sinagoga da Hebraica, é um dos calouros que conseguiu vaga na Medicina da Unifesp. Inicia dia 15, na USP, o curso de Extensão Cultural ministrado por Sarita Mucinic Sarue. Trazendo a história de Janusz Korczak, humanista e fonte de inspiração para o estudo da superação contra as políticas de esquecimento e crimes de ódio perpetrados durante a Shoá (http://www. fapes.net/educacao-integral/).

Alunos brasileiros no Weizmann Diretor executivo da Unibes Cultural Bruno Assami, a arquiteta e designer de jóias Elka Freller e o jornalista Marc Tawil integram o Conselho Consultivo recém-eleito do Instituto de Reintegração do Refugiado-Brasil/Adus .

∂ Maria Luíza Tucci Carneiro foi a Madri lançar Diez Mitos sobre los Judíos, tradução da edição nacional. A autora teve ao seu lado Uriel Macias, escritor especialista em bibliografia espanhola de Judaica durante a palestra realizada no Centro Sefarad-Israel. Florista e decoradora, Jack Barmak é a responsável por trazer ao Brasil um novo conceito de arranjos de longa duração, que combina orquídeas, cactos e suculentas. Para a sua Piantegrasse, em Perdizes.

Uma butique de bikes, acessórios e roupas especiais para ciclistas em shoppings. Assim nasceu a Inovabike, novo conceito de mobilidade para pessoas que querem mais qualidade de vida, de acordo com Denis Fuchman. Para este ano, o empresário prepara a primeira oficina nos arredores da avenida Paulista. João Farkas levou a série azul das “Caretas de Maragogipe” para a Galeria Marcelo Guarnieri, em Ipanema. Gal Goldwaser e Inês Bushatsky passaram o Carnaval em cena, junto ao elenco de Fortes Batidas. Peça que faz um retrato pulsante da nova geração, unindo público e atores.

∂ Arthur iniciou sua “carreira” na Hebraica. O brit milá do primogênito de Judith (Curiel) e Diogo Colombo de Braga aconteceu no clube.

Betty Kitner Calixto volta ao mercado financeiro dirigindo a Goral Soluções em Crédito. Para quem procura empréstimo e possui um imóvel próprio a ser dado como garantia (www. goral.com.br). Na Casa das Rosas, mais uma vez a exibição de São Paulo, Simphonia da Metrópole teve a trilha musical ao vivo executada pelo maestro e compositor Lívio Tragtenberg. É de Márcia Goldstein a curadoria da mostra “São Paulo Inspira Arte”, reunindo mais de trinta artistas que retratam a cidade na Art Lab Gallery. Pensando em gerar consumo consciente, Caroline Snitcovski criou a Limited Edition. No endereço mylmtdedition. com estão saias (criações exclusivas), que podem ser devolvidas após a compra. Tuna Dwek deu adeus ao seu personagem em “Trólio e Créssida”, de Shakespeare, com a direção de Jô Soares, no palco do Sesi.

Estão abertas, até 13 deste mês, as inscrições para a décima turma de alunos do Brasil que escolherá bolsistas do International Summer Science Institute, curso de verão no Instituto Weizmann de Ciências, em Rehovot. Podem se inscrever estudantes do primeiro ano do ensino superior, com domínio do idioma inglês. O curso reúne oitenta jovens de vários países, será realizado de 4 a 30 de julho nos laboratórios do Instituto, estendendo-se ao trabalho de campo próximo ao Mar Morto. Biologia, geografia, história e arqueologia fazem parte das pesquisas multidisciplinares. Para participar da seleção é necessário preencher as informações pessoais (www.amigosdoweizmann.org.br) e enviar até o dia 13, e uma redação em inglês de até quatro mil caracteres com o tema “My interest in the Institute Weizmann Summer School-Science as a tool for life, scientific research and my future life”. O Brasil tem direito a cinco vagas, três preenchidas por meio dessa seleção e duas escolhidas entre alunos participantes nas feiras de ciências Mostratec e Febrace.

Turismo e estudos bíblicos O Genesis Educational Center Israel – projeto colaborativo entre a University Unilimi EUA, Universidade Ariel nas Terras Bíblicas da Samária e o Centro Bíblico Negev de Beer Sheva – oferece seminários de um a quatro dias ou mais incluídos nos itinerários de grupos que visitam o país com a Genesis Tours. Com direito a certificados (www. genesis-tours-usa.com).

Voluntários fazem sarau O Departamento de Voluntários do Einstein realizou o primeiro Sarau de Paraisópolis deste ano, com o tema “Carnavais, Malandros e Heróis”. A atividade reúne moradores da região em atividades artísticas e de cultura, promovendo interação e geração de conhecimento, como parte do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (Pecp).


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cultural + social > comunidade+coluna1

Parceria Fisesp-Leer

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Fisesp e o Laboratório de Estudos sobre Etnicidade, Racismo e Discriminação da USP (Leer) agora são parceiros, o que vai possibilitar a continuidade do trabalho do Arqshoah – Arquivo Virtual sobre Holocausto e Antissemitismo. O acervo guarda 246 entrevistas em áudio e/ou vídeo e milhares de fotografias e documentos diplomáticos, pesquisados pela equipe coordenada por Maria Luiza Tucci Carneiro e Rachel Mizrahi. São parceiros do Arqshoah os museus de Auschwitz, do Holocausto de Curitiba, o Centro de Documentação e Memória do Museu Judaico de São Paulo, Conib, B’nai B’rith e Unibes, além da Fisesp. “Os reflexos da crise dificultam o trabalho, que necessita de recursos complementares mensais para que tenha prosseguimento. Sem apoio financeiro, a continuidade dos testemunhos dos sobreviventes está ameaçada e esta é a última geração que pode dar o testemunho da tragédia do nazismo”, afirma Tucci Carneiro.

Consulado traz exposições

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cônsul de Israel em São Paulo, Dori Goren, inaugurou duas exposições. A primeira, uma parceria entre o Memorial da América Latina e o Consulado de Israel, com o título “Exposição Fotográfica Brasil Israel – Olhares e Culturas”. Registros fotográficos realizados pelo brasileiro Agê Gomes em Israel e o israelense Tomer Ifrah no Brasil. Durante o período da mostra aconteceram palestras a respeito de “Tecnologia e Inovação Israelense”, por Boaz Albaranes, cônsul para Assuntos Econômicos de Israel em São Paulo; “A Influência dos Autores Árabes na Literatura Israelense”, com Luis Sérgio Krausz, professor de Literatura Hebraica na USP; e “Uma Viagem pelo Cinema Israelense”, por Antônio Carlos Sandoval, assessor cultural do Consulado. A segunda ocupou a Galeria Prestes Maia, no centro da cidade. Com o título “A Angústia da Liberação Através da Arte”, essa exposição é baseada na coleção do Museu de Arte do Yad Vashem (Museu do Holocausto) com trabalhos que tentam explicar a reação dos sobreviventes depois da libertação nos dois anos imediatos após o final da guerra (1945 e 1947). O ato de pintar foi um processo de renovação psicológico e, muitas vezes, de sintetizar o trauma vivido.

COLUNA 1 Corretora, especialista em avaliações e laudos imobiliários e membro perita avaliadora da comissão nomeada para atuar junto ao TRT-2ª. Região, Vanessa Okrent (Tuka) recebeu o diploma de gratidão pela elaboração do Parecer Técnico de Avaliação Mercadológica dos imóveis locados pela Justiça do Trabalho, entregue pelos presidentes do TRT-2ª Região desembargador Wilson Fernandes e do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis José Augusto Viana Neto. “Pós-Poéticas” e “Olho Míssil” são as duas exposições que inauguram o Espaço das Artes, novo endereço cultural ocupando a antiga sede do Museu de Arte Contemporânea, na Cidade Universitária. Filipe Barrocas e Marina Zilbersztejn estão entre os jovens artistas plásticos formados pela USP. Raquel Kogan e Lea van Steen uniram talentos e mostraram suas obras na Baró Galeria. Em processo de finalização, Caco Ciocler prepara um livro contando sobre a família e a ascendência judaica. O menino de O Ano em que Meus pais Saíram de Férias, em 2006, o jovem Michel Joelsas de hoje é um dos protagonistas de Manual para se Defender de Aliens, Ninjas e Zumbis. Filme da Warner com estréia

no circuito paulistano dia 12. A empresária Amarylis Manole deu uma pausa em suas vindas à Hebraica para promover, por meio da Manole Educação, o XV Congresso de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, em São Paulo, no final de fevereiro. Assessor na área de Arte e Cultura no clube, Olívio Guedes foi convidado para dar uma palestra no D&D Shopping, complementando a curadoria no projeto “reflexoartehoje”. Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da USP, diretor Clínico do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e ex-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São

Paulo, o médico Ari Timerman inaugurou a Clínica Timerman de Saúde e BemEstar, na rua Pará, em Higienópolis. Completam o time a nutricionista comportamental Fernanda Timerman e a psicóloga Clarice Timerman, focada no atendimento à terceira idade.

∂ Iniciando o ano letivo, Júlio Gartner, acompanhado de Márcio Pitliuk, falou para alunos da escola See-Saw Panamby, após assistirem ao filme Sobrevivi ao Holocausto. Como sempre, com muitas perguntas dos jovens.

CJL presente nas redes sociais

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Auschwitz-Birkenau Museu e Memorial (Oswiecim, Polônia) reconheceu o impacto da campanha realizada pelo Congresso Judaico Mundial para marcar o Dia Internacional do Holocausto. A projeção de fotos de pessoas do mundo todo empunhando um cartaz (na

foto, presidente de Israel, Reuven Rivlin) com a frase “We Remember” (Nós Recordamos) “viralizou” pelas redes sociais. Na página do facebook do CJL foram mais de trinta publicações relacionadas à campanha, superando a marca de dois milhões de pessoas e cinquenta mil compartilhamentos de políticos, celebridades e esportistas latino-americanos que enviaram fotos. O Congresso Judaico Latino-Americano (CJL), presidido pelo brasileiro Jack Terpins, alcançou o número de 150 mil seguidores no facebook, posicionando-o como a maior rede judaica no continente e conteúdo específico para os falantes de espanhol e português.

Krav Magá do Brasil para Israel

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lunos e instrutores da Federação Sul-Americana de Krav Magá, representante oficial da modalidade no Brasil, Peru e Argentina, foram conhecer Israel e treinar com mestres da única modalidade reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal, criada por Imi Lichtenfeld nos anos 1940. Esta viagem se realiza a cada dois anos e possibilita aprender as raízes do Krav Magá, “um caminho de vida, uma forma particular de olhar o mundo, os desafios além de nossos limites e a possibilidade de vencê-los, sempre com o objetivo de voltarmos bem. Ao conhecer a terra onde a prática nasceu e vivenciar essa história, os praticantes ganham um novo olhar para a arte de defesa de Israel”, explica o grão-mestre Kobi Lichtenstein, introdutor do Krav Magá no Brasil em 1990 e hoje dirigente da Federação Sul-Americana.

KKL visita alunos da Beit Yaacov Sustentabilidade foi um dos temas levantados por Marcelo Schapo na visita à Escola Beit Yaacov, atendendo ao convite da coordenadora de Hebraico Renata Hitelman. O diretor-executivo do Keren Kayemet LeIsrael (KKL) dialogou com os alunos de duas classes do G5, que receberam envelopes com sementes.

Investimento na Universidade Em Israel, as universidades têm empresas de transferência de tecnologia de importância fundamental para o diálogo com as empresas. A ARTsAVIT, criada pela Carmel Ltd., da Universidade de Haifa, recebeu um investimento de US$ 6,3 milhões para desenvolver o tratamento do câncer. Baseada nas pesquisas de Sarit Larisch, chefe do Laboratório de Morte Celular e Pesquisa do Câncer, que identificou a proteína ARTs, responsável por ajudar o corpo a se defender contra células perigosas, destruindo-as. Entre as várias empresas financiadoras está a Merck Ventures, divisão da alemã Merck Serono.

AGENDA 26 a 31/3 – 8a. Mostra de Arte na Terceira Idade. De segunda a sexta-feira, das 10 às 18h. No Residencial Albert Einstein, Rua Madre Cabrini 462. Entrada livre 13/3 – 12h30. Dia Internacional da Mulher. Homenageada da Wizo: Alexandra Baldeh Loras, ex-consulesa da França em São Paulo. Espaço Adolpho Bloch, na Hebraica. Convites, 3257-0100

20/3 – 12h. Almoço da Mulher. Realização tradicional de Na’amat Pioneiras no Buffet França com chá da tarde e sorteio de brindes. Convites, 3667-5247

Maio a Novembro – Rhine-Main Discovery & Munich. Cruzeiro entre Colônia e Munique com roteiro especial por patrimônios judaicos na Alemanha. Informações, www.uniworldcruises.com.br

26/4 a 9/5 – Wizo e AD Turismo em Israel. Informações, 5087-3455 e 3257-0100

17 a 20/5 – Connections 2017. Encontro da União Mundial para o Judaísmo Progressista (WUPJ, sigla em inglês). Informações, wupjconnections.org


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Flavio Mello / Guga Gerchman

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Flavio Mello / Guga Gerchman

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1, 2 e 3. Mês de férias, Espaço Gourmet bombou; Feliz Idade aprecia as novas receitas; Homens aderem cada vez mais aos encontros-aulas com chefs; 4, 5, 6, 7 e 8. Ato de recordação da Shoá na CIP reuniu políticos, religiosos e dirigentes comunitários; ministra do STJ Maria Thereza Rocha de Assis Moura e xeque Armando Hussein Saleh; cardeal Dom Odilo Scherer e seu xará Gabriel Scherer; Avi Gelberg e José Luís Goldfarb; Mônica Hutzler, Gaby Milevsky e Daniel Bialski

1. Philip Roth, um dos famosos escritores comentados no Clube de Leitura; 2. Abertura da aula de Cabalá Nível 1, com Marcelo Steinberg; 3. Feliz Idade conhece o Estatuto do Idoso com Floriano Pesaro; 4. Piaf na voz de Sônia Andrade e acordeón de Álvaro Couto no Show do Meio-Dia; 5. 6. e 7. Os sábados não são mais os mesmos na piscina, desde que surgiu o Boteco SA; 8. e 9. Ex-deputado Walter Feldman escapa dos afazeres cariocas e visita a Galeria de Arte, recebido por Mônica Hutzler e Olívio Guedes; Uma flor, um tronco, pedriscos em formas inusitadas se transformam nas mãos de Adriana Bomeny Freire

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Guga Gerchman

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1, 2, 3, 4, 5 e 6. Domingo de sol, grande número de sócios no clube em ritmo de festa, na comemoração de Tu B’Shvat com os parceiros KKL e Na’amat Pioneiras: Leonor Szymonowicz e Clarice Joszef, Marcelo Schapô, André Coji, Gerson Herszkowicz e Eduardo El Kobbi, com a jovem Margot Kullock e o quarteto das irmãs Grabarz, que encantaram com suas vozes; Avi Gelberg e os secretários de Estado Floriano Pesaro, do Município Daniel Annenberg e Gilberto Nata-

1. Jantar em família na casa de Mercedes Politi para a nova presidente da Wizo SP Nava Shalev Politi,

lini iniciam o plantio das mudas; Schapô e El

com Janete Shalev e Virginia Griffel; 2 e 4. Música da melhor qualidade para quem foi à nova Praça

Kobbi homenageiam o Grupo Chaverim com

Cultural, aplaudida com pedido de bis; 3. Abertura da galeria nova-iorquina Saphira & Ventura em

Ester Tarandach; as rezas e a parte formal do

Sampa: designer Andree Guittcis e a agora cantora Maria Viana; 5. Em Ipanema, Arthur Mizne, Fer-

evento na Sinagoga; a união e o primeiro passo

nando Spnola, Moshé Sendacz e Flávio Bitelman conferiram trabalhos de João Farkas; 6. Encontro

para preservar o futuro

mundial da Wizo em Israel: as primas Sílvia Prist, filha da chaverá Eva Prist (z’l), presidente da Wizo Genebra e representante na ONU, e Iza Mansur, ex-presidente da Wizo SP; 7. Inovabike, Denis Fuchman leva butique de bikes para shoppings



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juventude > merkaz

Temas relevantes A AGENDA DE MARÇO DO MERKAZ INCLUI UM FINAL DE SEMANA

DEDICADO AO ENVOLVIMENTO DAS

MULHERES COM SAÚDE E TECNOLOGIA, ALÉM DA SEGUNDA RODADA COM

HISTÓRIAS E DICAS NO

FUCKUP NIGHT

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ias 11 e 12 de março, a Hebraica será palco da Women’s Health Tech Weekend, evento que marca a adesão do Merkaz à programação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. O evento promovido em parceria com a Upwit (Unlocking the power of women in technology) e a Crossing Connection Health se propõe a promover o desenvolvimento de soluções para os problemas femininos de saúde desde a infância até a menopausa, além de repensar como as tecnologias digitais podem oferecer novas formas de experiências de saúde para as mulheres. Painéis e debates e terão como protagonistas profissionais da área de tecnologia, empreendedores, especialistas em inovação e saúde. “Um dos legados que se pretende com esse evento é a expansão do interesse das empreendedoras na área de Tecnologia da Informação na área de saúde, onde existe muitas oportunidade de inovação”, afirma Pedro Muszkat, gestor do Merkaz. O Merkaz é fruto da parceria inédita entre a Hebraica, o Fundo Comunitário e a Congregação Israelita Paulista com o objetivo de mobilizar a faixa dos 25 aos 35 anos em torno do empreendedorismo. Em 2016, o Projeto realizou palestras com empresários e empreendedores em diversas áreas de atuação, além construir um grupo de mentores que oferecem orientação aos membros do Merkaz. “Em abril, vamos realizar a segunda Fuckup Night, uma iniciativa muito elogiada pelos jovens que participaram da primeira edição no ano passado”, conclui Pedro. Inscrições e informações detalhadas do evento, pelo fone 981-547-011 ou pelo e-mail corine@ upwit.org. (M. B.)


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juventude > fotos e fatos 1.

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1. Aula para pais e filhos rendeu deliciosos Cup Cake; 2. A Banda Átimo abriu a programação do Show de Rua na Praça Carmel; 3. Henrique Tonelo, Renato Hojda, Rafael Turkienicz e Michael Haikewitsch embarcaram para Israel para um ano (Shnat) de

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capacitação, representando o Centro Juvenil Hebraikeinu; 4. Famílias inteiras participaram da aula aberta de yoga para crianças promovida pelo Centro de Danças; 5. Comemoração dos Hebraikeinus Jr e 1 comemoraram Tu B´Shvat tiveram o ativista Alexandre Chut como convidado especial

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Fotos: Flavio Mello


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esportes > handebol

AINDA SOB A EMOÇÃO DO TÍTULO OBTIDO EM 2016, ATLETAS DO HANDEBOL ESPERAVAM PELO MOMENTO DE ENTRAR EM QUADRA E ENFRENTAR A EQUIPE DO COLÉGIO SIMONINI

Na casa do vizinho A EQUIPE INFANTIL MASCULINA DE HANDEBOL, CAMPEÃ PAULISTA DE 2016, JOGOU A PRIMEIRA PARTIDA DE 2017 CONTRA O TIME DO COLÉGIO ESTADUAL WILSON SIMONINI, CAMPEÃO DA LIGA PAULISTANA, NA QUADRA DO ESPORTE CLUBE PINHEIROS E VENCEU POR 29 X 18

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ste jogo marca a retomada dos treinos deste ano e colocou frente à frente a equipe infantil da Hebraica contra os atletas do Colégio Estadual Wilson Roberto Simonini, vencedores da Liga Paulistana, também chamada de Diretoria Regional I (DR I). “Mais do que um amistoso, é um evento que dá a oportunidade aos times com nível técnico menor de enfrentarem times já consagrados, como é o caso do time infantil da Hebraica que venceu o Superpaulistão, torneio promovido pela Federação, em 2016. Da mesma forma, antes de os garotos entrarem em quadra, tivemos as meninas do Clube Mesc (Movimento de Expansão Social Católica), de

São Bernardo do Campo, jogando contra a equipe do Projeto Realizar, que venceu o DR 1”, explicou o presidente da Federação Paulista de Handebol Celso Gabriel, que acompanhou as duas partidas. A abertura do Superpaulistão de 2017 foi na quadra do Esporte Clube Pinheiros com arquibancadas cheias e muita disposição das duas equipes masculinas. “Na preleção, disse-lhes que, por terem sido os campeões paulistas do ano passado, teriam de manter o nível de jogo e pelo entusiasmo acho que a mensagem surtiu efeito”, comentou o técnico Guilherme Borin, enquanto o grupo saía da Hebraica, atravessava a rua Angelina Maffei Vita e entrava no clube vizinho.

Antes de se aquecerem para a partida contra o Colégio Simonini os garotos assistiram um pouco do jogo das garotas. “Trata-se de uma escola onde o handebol é praticado há dezessete anos com muito sucesso. Com ele, conseguimos projetar o nome da escola no cenário do esporte em São Paulo”, comenta o coordenador e técnico do infantil, Renato Guimarães. A partida transcorreu em clima de final e o time infantil venceu pelo placar de 28 a 18. “É uma boa despedida para grande parte do grupo que em 2017 ascende à categoria cadete e enfrentará outros desafios. Apenas um atleta está na faixa etária do infantil”, comenta Gui Borin, também técnico do cadete. Com a mudança dos amigos de categoria, Victor Waldman, 13 anos, será o único veterano na nova equipe infantil que começa a jornada de treinos e jogos. “É, eu serei o mais experiente do grupo, mas teremos uma nova formação e vamos brigar pela repetição do título”, garante o atleta. É ver e torcer. (M. B.)


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esportes > futsal

BENY JÁ ESTÁ

TREINANDO COM A EQUIPE SUB-15

O melhor em campo A EQUIPE SUB-13 DE FUTSAL FICOU EM SEGUNDO LUGAR NO CAMPEONATO METROPOLITANO DO SINDI-CLUBE E TEVE O SEU PIVÔ, BENY TCHERNIAKOVSKY, ESCOLHIDO COMO O MELHOR JOGADOR EM SUA CATEGORIA

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COORDENADOR DE FUTSAL, CELSO PASSOS JR., ORGULHOSO DO PRÊMIO RECEBIDO POR BENY

m entre muitas alegrias para o técnico de futsal, Eduardo Chaves é acompanhar a evolução de um grupo de garotos que começou a jogar na categoria sub-9 e este ano passa a treinar no sub-15. Beny Tcherniakovsky é um desses atletas. Na cerimônia de encerramento do Copa Metropolitana de Futsal do Sindi-Clube, ele recebeu a medalha de prata pelo vice-campeonato no sub-13 e um troféu como o melhor jogador da categoria. “Eu me esforcei muito e com ajuda do meu time e do técnico, fui escolhido entre os três melhores. Então pedi aos meus amigos e familiares para votarem em mim e assim consegui o título”, explicou o garoto em uma rápida entrevista no dia em que teria seu primeiro trei-

no como sub-15. “Quero conquistar o título de campeão este ano. Isso será bom, pois parte dos meus colegas dessa categoria está no último ano e vão se despedir do futsal da Hebraica. Beny é um garoto tranquilo com preferências definidas no esporte e na escola. “Jogo futebol society e futsal, mas me saio melhor no futsal. Na escola, minha matéria preferida é geografia”, declara. Desde o início no sub-9, em 2012, Beny participou de vários torneios. “Esses campeonatos são muito bons. Depois das partidas, os times se cumprimentam e quando se enfrentam novamente, sempre falamos sobre o jogo anterior e aos poucos vamos criando as amizades”, descreve. (M. B.)


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esportes > capacitação

PROFESSORES DE ESCOLAS DE ESPORTES DE OITO CLUBES TROCAM AS FOLGAS DE SÁBADO POR UMA OPORTUNIDADE DE APERFEIÇOAR TÉCNICAS E CONHECIMENTOS

Conhecimento partilhado UMA PARCERIA ENTRE CLUBES ESPORTIVOS QUE MANTÊM ESCOLAS DE ESPORTES FACILITA O

ACESSO DE COORDENADORES E PROFESSORES AO CURSO “MOVIMENTO INFANTIL” CUJO CUSTO É RATEADO ENTRE AS ENTIDADES

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oordenadores e professores de oito clubes esportivos se reuniram na Sala Plenária para um dia inteiro de reflexões e debates a respeito de aptidão física e motora, tema do segundo módulo do curso Movimento Infantil, ministrado pela professora de Educação Física Cláudia Mendonça de Barros, que presta consultoria para clubes e escolas. “Trata-se de um curso muito requisitado e de alto custo, o que torna difícil para esses profissionais frequentarem individualmente, mas a solução encontrada pelos clubes foi perfeita: cada módulo é realizado em um clube e todos os 77 professores inscritos podem se beneficiar desse conhecimento muito valioso para a atividade diária de cada um de nós”, comenta a coordenadora do Projeto Dos Dois aos Vinte, Ana Lúcia Portaro, um programa de desenvolvimento esportivo em fase de implantação na Hebraica. Segundo ela, além do conteúdo do curso “Movimento Infantil”, os encontros periódicos estimulam a integração entre os profissionais, ampliando o contato que em geral acontece durante os festivais e eventos promovidos pelos clubes como, por exemplo, a Olimpíada das Escolas de Esportes. “Quando anunciamos o curso, a adesão dos nossos professores foi imediata e como se vê hoje, no segundo módulo, todos estão empenhados em absorver tudo o que Cláudia transmite, pois esse conhecimento será utilizado imediatamente nas aulas”, avalia Ana Portaro. (M. B.)


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esportes > fotos e fatos Fotos: Flávio Mello / Guga Gerchman

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Atletas retomaram os treinos em modalidades como badminton, futebol, judô e natação. Uma demonstração de muay thay na Praça Carmel e o jogo de handebol da equipe infantil campeã paulista em 2016 foram os destaques da agenda do Departamento Geral de Esportes no início do ano letivo


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magazine > negócios | por Ariel Finguerman, no kibutz Lavi

Sinagogas para todos os gostos EM UM KIBUTZ DA GALILEIA FUNCIONA A MAIOR FÁBRICA DE SINAGOGAS DO MUNDO. FUI VISITÁ-LA. DAQUI JÁ

SAIU O MOBILIÁRIO DE MAIS DE 5.500

SINAGOGAS, NOS CINCO CONTINENTES, PARA COMUNIDADES JUDAICAS TÃO

DIVERSIFICADAS COMO NOVA YORK,

ANGOLA, MOSCOU, TAITI E BRASIL

DIRETOR DA EMPRESA AO LADO DE CADEIRA DE ELIAHU HANAVI

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o universo judaico, ainda é comum se deparar com sinagogas sem nenhuma decoração, mobiliadas com cadeiras de plástico e indisfarçável atmosfera de shtetl. Mas também é cada vez maior o número de batei knesset elegantes, de design arrojado e bonitos cortes de madeira e tecido. Boa parte deste alto nível de acabamento ao redor do mundo vem de um só lugar – o kibutz Lavi, na Galileia. Daqui, próximo do Kineret, já saiu o mobiliário de mais de 5.500 sinagogas, nos cinco continentes, para comunidades judaicas tão diversificadas como Nova York, Angola, Moscou, Taiti e Brasil. A empresa responsável por tudo isto, a Lavi Furniture, líder do mercado, mistura lucro e missão. “É uma mitzvá construir sinagogas”, diz o CEO Micha Oberman, em entrevista à revista Hebraica. Algumas das sinagogas mais famosas do mundo foram produzidas na Lavi.

ACIMA, FACHADA DA FÁBRICA LAVI

NA PÁGINA ANTERIOR, A SINAGOGA DE

YASLO, DESTRUÍDA PELOS NAZISTAS, E A REPRODUÇÃO FEITO PELA LAVI; AO LADO, HARON HA-KODESH NA FABRICA DA LAVI

Como a do Muro das Lamentações, montada na caverna ao lado da ala masculina, e apoio da família Safra. Também saíram daqui a sinagoga dos hassidim de Belz, em Jerusalém, considerada a maior do mundo. E a do Chabad de Moscou, a apenas algumas centenas de metros da residência do presidente Vladimir Putin. No Brasil, a Lavi assinou a decoração de mais de quinze sinagogas, de comunidades variadas, de ortodoxas a modernistas. Entre elas, a Mekor Haim, de São Paulo, e a do Ten Yad. A empresa da Galileia também coleciona clientes no Rio de Janeiro e em Curitiba. Um dos trabalhos mais sentimentais da Lavi foi feito para uma comunidade judaica de Forest Hills, em Toronto. Eles pediram que fosse reproduzida em solo canadense a Grande Sinagoga de Yaslo, na Polônia, destruída pelos nazistas em 1939. O edifício original tinha quatrocentos assentos, três andares e Aron Ha-Kodesh (Arca da Torá) de quase doze metros de altura. Os técnicos da Lavi estudaram as poucas fotos disponíveis da sinagoga polonesa, entrevistaram sobreviventes do Holocausto e pesquisaram o interior de sinagogas similares de shtetls pró>>


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magazine > negócios

>> ximos de Yaslo. Os preparativos incluíram também consultas no Beit Hatfutsot, o Museu da Diáspora. “Foi muito emocionante e na inauguração havia um sobrevivente de Yaslo que considerou a nova sinagoga muito parecida com a original”, diz Oberman. De acordo com o gosto do freguês A Lavi começou há mais de meio século, como marcenaria e a encomenda de construir a sinagoga do próprio kibutz. Hoje, tem cinco mil metros quadrados e cem trabalhadores. Fabricam quinze cadeiras de sinagoga por semana e exportam 40% da produção. Em média constroem duzentas sinagogas por ano. A maioria dos diretores, gerentes e operários da Lavi é constituída do que podemos chamar de ortodoxos modernos, da linha Bnei Akiva. Mas os clientes são bem diversificados, e a decoração da sinagoga vai ao gosto de cada um. “Os ultra-ortodoxos apreciam detalhes artísticos esculpidos em madeira, e os mais liberais apreciam linhas de design clean e modernas”, diz Oberman. Para atender aos clientes mais exigentes, estão à disposição dois artistas que são funcionários da Lavi e estudaram na Rússia, numa escola de formação de profissionais para atender os ricaços russos. Eles são especialistas em esculpir os arrojados detalhes em madeira. Eles trabalham em um galpão mais exclusivo da fábrica, onde se fabricam exclusivamente Aron Ha-Kodesh (Arca da Torá). Cada arca é produzida individualmente, de acordo com os projetos, minúcias e detalhes transmitidos pelos clientes. A madeira utilizada é sempre a mesma, do tipo faia, durável e boa para corte, encontrada em florestas da antiga Iugoslávia. “O Aaron Ha-Kodesh é o ponto alto de uma sinagoga”, explica Oberman. “Quem entra numa casa de orações, é a primeira coisa que vê. Também é em sua direção que os judeus rezam, por isso é um elemento muito notado e honrado. Um bonito Aaron Ha-Kodesh enriquece a experiência da prece.” Tudo o que a Lavi produz para uma sinagoga completa – desde a cadeira de Eliahu Ha-Navi para brit milá até o “murinho” de sepa-

ACIMA, FÁBRICA E TRABALHADOR DA LAVI

ração ortodoxo entre as alas masculina e feminina – cabe em dois a três contâineres, despachados por navio aos quatro cantos do mundo. Um pedido de sinagoga varia entre U$ 150 mil e U$ 500 mil. A Lavi é uma empresa lucrativa, “pelo menos na maior parte do tempo”, como diz o CEO. Mas, no final do mês, tudo o que sobra no caixa da empresa vai para o kibutz, e é distribuído entre os oitocentos membros. Aliás, o kibutz Lavi ainda é um dos poucos em Israel que mantém rigorosamente o velho ditado “cada um contribui com o que pode, e recebe o que necessita”. É um kibutz que obedece às bases do movimento que o instituiu em Israel o que atualmente é muito raro: uma comunidade socialista e religiosa. Além da fábrica de sinagogas, o kibutz também administra um popular hotel kasher para turistas que visitam as atrações locais como Tzfat e Tiberias. Talvez por tudo isso, o CEO da Lavi nem pensa em produzir em países com mão de obra mais barata, como a China. Mesmo reclamando dos altos custos de produção em Israel, ele garante que tudo é feito no Estado judeu. Até por uma questão de marketing. “No final das contas, nossos clientes querem possuir uma sinagoga feita aqui, isto é, as comunidades judaicas querem que seja Made in Eretz Israel!”, diz Oberman.


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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Saudades da inflação No ano passado, Israel teve deflação de 0,2%. Desta forma, o Estado judeu marca o terceiro ano consecutivo de preços em queda: em 2015 a deflação foi de 1% e, em 2014, de 0,2%. Os especialistas dizem que isto é bom apenas para quem fez empréstimo com juros ligado à inflação porque vai pagar menos na parcela. Já para o restante da população, deflação não é bom sinal e pode indicar até recessão. Quem puxou os preços para baixo foi o transporte público, que reduziu as tarifas de ônibus e trem em mais de 12%. Já a moradia – um dos maiores desafios da economia israelense – continuou subindo: ficou 8% mais caros.

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Adeus ao ícone Uma das marcas registradas de Tel Aviv, a fonte colorida da Avenida Dizengoff desenhada por Yakov Agam, desapareceu para sempre. Como parte da intensa renovação urbana que acontece por toda a cidade, a mitológica fonte Esh Ve-Maim (Fogo e Água) foi demolida, assim como a ponte onde estava construída. O lugar é tão importante na história da cidade, que quinhentos tijolos foram distribuídos como lembrança para a população. O local será reformado, o que vai incluir uma ciclovia e um novo monumento de autoria do próprio Agam. Custo? O equivalente a sessenta milhões de reais.

Praga plástica A nova “lei do saco plástico”, que entrou em vigor a partir de janeiro em todos os supermercados israelenses, obrigando o consumidor a pagar 10 agurot (R$ 0,10) por cada embalagem, já deu bons resultados. As maiores redes registraram queda entre 50% e 90% no uso desta verdadeira praga poluidora da era moderna. Mas ainda é cedo para comemorar. O programa abrange apenas as grandes redes, que representam 60% do mercado. Nas primeiras semanas do programa o público também aproveita a obrigação das grandes redes em distribuir gratuitamente sacolas multi-uso de material resistente em substituição às sacolas de plástico. O que acontecerá depois, é esperar para ver.

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Agora, sim Ótima notícia para os judeus ortodoxos que gostam de se divertir no Mar Morto: finalmente as autoridades locais fixaram um eruv no local. Explico: quem leva a sério a observância do Shabat, precisa saber se existe na cidade ou região um fio circundando todo o perímetro. De acordo com a Halachá, este fio transforma tudo numa área privada, e não mais pública. Assim, o judeu religioso pode puxar um carrinho de bebê ou mesmo levar chaves no Shabat. Nos últimos três anos, houve uma verdadeira batalha para fazer um eruv na região dos hotéis do Mar Morto, como existe em quase toda cidade de Israel. A luta chegou ao fim, e agora... divirtam-se!

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Orgulho azul e branco Recorde em investimentos no setor tecnológico de Israel. Novo levantamento revelou que, em 2016, as startups receberam U$ 4,8 bilhões, o maior valor da história, aumento de 11% em relação a 2015. Se fosse dividido por empresa tecnológica existente no Estado judeu, representaria U$ 7,2 milhões para cada. A maior parte do investimento veio do exterior, e somente 13% do total oriundo de fundos de investimento israelenses. Mas nem toda empresa tecnológica conseguiu sobreviver neste mercado altamente competitivo, e no ano passado 659 firmas high-tech fecharam as portas no país.

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12 notícias de Israel

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Meu grande amor

Love story

Todo mundo sabe da dependência do smartphone na vida moderna. Agora isto foi traduzido em números, em nova pesquisa em Israel. Sessenta por cento disseram que consultam o celular assim que acordam e 78% dormem com a engenhoca ao lado. A maior parte dos entrevistados confessou que usa mais o telefone no banheiro e em frente da televisão. E má notícia para o comércio de câmaras fotográficas: 86% dos entrevistados tiram suas fotos pelo smartphone. Um diretor da Pelephone, empresa que encomendou a pesquisa, disse que nossa dependência do celular só tende a aumentar.

Casaram-se, em Eilat, o jordaniano Itzhak Rabin e a israelense Odel Vaknin. Algo soa esquisito? Esta história começou nos anos 1990, quando um casal jordaniano resolveu homenagear o então primeiro-ministro israelense, dando seu nome ao recém-nascido da família. A reação chegou logo: o pai apanhava no meio da rua e perdeu o emprego. O casal cruzou a fronteira com o nenê de cinco meses de idade. Em seguida, a família perdeu a cidadania jordaniana. Rabin cresceu em Eilat, frequentou escolas israelenses e se esforçou para servir no Tzahal. O rapaz fez carreira militar e agora casou-se com a amada a quem conhece desde a infância.

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Sonho romeno Esta é a história inacreditável de um bom menino ruivo nascido em Rishon Le-Zion, que se transforma em empresário de sucesso na Romênia, casa-se com uma celebridade local e é nomeado secretário de Estado em Bucareste. Ilan Laufer, 33 anos, chegou menino à Romênia, levado pelo pai, romeno de nascimento. Ali a família prosperou e Ilan também se deu muito bem nos negócios pois foi o responsável pela entrada da marca de moda H&M no país. Apaixonou-se por uma jovem que se converteu ao judaísmo por sua causa. Admirado como empresário de sucesso, seu papel no governo será promover a Romênia no business internacional.

9 Bank Hapoa-lala-lim O sucesso nesta temporada do filme La La Land tem também uma conexão israelense. O principal banco do país, o Hapoalim, é um dos principais financiadores da produção, por intermédio do escritório na Califórnia, montado há dois anos. Entre os investimentos do Hapoalim na Costa Oeste americana está a indústria cinematográfica. O lucro de La La Land foi fantástico – receita de U$ 223 milhões para um investimento de U$ 30 milhões –, antes mesmo de anunciados os vencedores do Oscar. Mas o lucro do Hapoalim foi um pouco mais modesto: o financiamento do banco foi pago antes mesmo do lançamento do filme e, no contrato, não estava prevista participação na receita arrecadada.


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Sinal dos tempos A Nike Israel, que representa no Estado judeu a gigante de calçados esportivos, lançou no mês passado sua nova campanha publicitária, com ênfase em modelos femininos. Até aí nada demais. Novidade é que a Nike resolveu ser a primeira grande empresa no país a contratar transgêneros – ex-rapazes que passaram por cirurgias para se tornaram garotas – para liderar uma campanha. Até hoje, toda marca conhecida preocupou-se mais em não irritar a população ortodoxa israelense. A novidade, claro, não é invenção israelense. No início do ano, por exemplo, a gigante de cosméticos L’Oréal lançou em Paris sua nova campanha, também apresentando uma modelo transgênero.

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Esta é uma das fantásticas histórias que só acontecem em Israel: Muhammad (sobrenome não divulgado), 21 anos, cresceu nos bairros árabes de Jerusalém Oriental e teve uma adolescência típica do local, enfrentando a polícia israelense e se aprofundando no islamismo. Um primo até cometeu um atentado contra judeus, e foi tão elogiado em seu meio, que ele também sonhou um dia fazer o mesmo. Ao mesmo tempo, continuava curioso a respeito de sua origem familiar, com uma história do primeiro casamento do pai, que conhecera a mãe, uma judia em Haifa nos anos 1990. Quando Muhammad tinha cinco anos a mãe abandonou o lar e morreu pouco depois. Recentemente, Muhammad começou a trabalhar em construção civil em Beit Shemesh. Ao ver um colega de trabalho colocar tefilin, comentou que era “muçulmano mas filho de judia” e, para seu espanto, ouviu que todo filho de judia é considerado judeu pela Halachá. Aquilo foi um divisor de águas em sua vida. Muhammad descobriu até que seu registro no Ministério do Interior é como judeu. Com ajuda de uma ONG, fez contato com o avô judeu de Haifa e, em seguida, mudou de nome. Em Jerusalém Oriental, é considerado um traidor, mas ele não dá bola e agora quer servir na polícia de Israel. “Depois de anos jogando pedras neles, quero mudar de lado e defender o meu povo”, diz.

Este ano promete ser quente em Israel. Várias bandas e artistas de renome mundial estão confirmando shows: a Radiohead britânica (19 de julho), o roqueiro Nick Cave (19 de novembro), os norte-americanos Pixies (25 de junho) e por aí vai. Também sobram espetáculos de dança, ópera e teatro e música clássica, com o Estado judeu no grande circuito internacional de celebridades, catalisado pela presença de Zubin Mehta no comando da Orquestra Filarmônica. No entanto, tudo isso só para quem tem dinheiro pois estes espetáculos são todos muito caros, todos custando acima de equivalentes R$ 160,00. Quem frequenta os concertos locais de Zubin Mehta ou as peças de teatro do Habimah, nota a ausência total no público de estudantes ou jovens na faixa dos 20 anos de idade. Todo mundo meio duro, economizando no início da vida adulta, não há este dinheiro para investir num bom concerto ou peça clássica. As apresentações em Israel estão sempre lotadas, mas com um público acima de 50 anos e, em especial, aposentados que aproveitam os descontos obrigatórios por lei. Quem é jovem e interessado em formar cultura pessoal, sua “biblioteca” mental com obras de arte, algo muito importante, aqui está em apuros. Não existe nada próximo de uma programação subvencionada como a do Sesc. A Filarmônica também nunca se apresenta gratuitamente em parques. As autoridades da cultura parecem não estar muito preocupadas com isto. Uma pena.

Mudando de lado

Educação dos sentidos


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magazine > purim | por Jonathan Silver *

Um guia para a sobrevivência judaica A VISÃO POLÍTICA E A PERCEPÇÃO TEOLÓGICA DE ESTER TRATAM DOS

DILEMAS E OPORTUNIDADES DA ERA ATUAL. A POLÍTICA – A ARENA DA

AÇÃO HUMANA POR EXCELÊNCIA – SE TORNA O PORTAL POR MEIO DO QUAL

A PRESENÇA DE DEUS VEM AO NOSSO MUNDO

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os últimos anos, assiste-se ao renascimento do interesse pelos ensinamentos políticos e sociais da Bíblia, especialmente os que podem ter significado para os nossos tempos. Os estudos têm se concentrado na Bíblia como fundada na boa fé, no federalismo e na separação de poderes, a respeito da nação como forma política única, acerca dos conceitos de igualdade, contrato, consentimento, aliança e muito mais. Valiosos e muitas vezes criteriosos, esses trabalhos esclarecem os princípios do pensamento social e político decretados pelos heróis da Bíblia num mundo habitado pela presença permanente de Deus – um mundo no qual Deus age na história, fala a Moisés e aos profetas, determina leis e cumpre a Justiça, lembra da mulher estéril e da criança órfã, e fica ao lado de homens corajosos na batalha. No entanto, não se vive mais em um mundo assim e, de acordo com a tradição rabínica, não vivemos nele há milhares de anos. Olhar para os livros da Torá e dos profetas em busca de uma política bíblica capaz de orientar a era atual, é procurar em um mundo então imbuído da presença de Deus por outro no qual Deus esconde Seu rosto. Contudo, a Bíblia hebraica apresenta um precedente para este mundo. E este é o mundo do Livro de Ester, quase no fim da Bíblia hebraica, e em que não se leem as leis de Moisés, nem as orações dos profetas, não se vê uma palavra a respeito de Deus, de Sua presença na história ou da terra de Israel que Ele prometeu ao povo judeu. O que é possível capturar do Livro de Ester? Há duas décadas havia uma resposta audaciosa e original em The Dawn (“A Aurora”), um comentário ao Livro de autoria do filósofo político israelense Yoram Hazony. Mais recentemente, em God and Politics in Esther (“Deus e Política em Ester!), Hazony revisou, atualizou e acrescentou ao argumento político exposto em The Dawn

algo a respeito da teologia do livro. No final, Hazony argumenta que se a visão política e percepção teológica dos livros de história mosaica infundidos por Deus não falam de forma mais convincente aos dilemas e oportunidades atuais, o de Ester provoca os judeus de hoje ao confronto de escolher entre se curvar a falsos ídolos da nossa era ou atuar para garantir a sobrevivência e continuidade judaicas. Ester, a sedutora O Livro de Ester se passa na Pérsia antiga na esteira da destruição do primeiro Templo, em 586 antes da Era Comum, e o exílio dos judeus da terra de Israel. A trama familiar é drama e intriga, política e sexo. O texto começa em um banquete de estado no palácio do rei persa Xerxes, conhecido na Bíblia hebraica pelo seu nome persa Ahasuerus/Assuero. Em um acesso de raiva causado e estimulado pela bebida, o rei expulsou a rainha Vashti, e mandou procurar uma substituta. É quando uma jovem órfã judia muda de nome para Ester, entra no harém real e conquista o rei. Quando Mordechai, tio de Ester, descobre um atentado à vida do rei Assuero nomeia Haman para seu homem forte, executor de suas vontades e autoridade para manter a ordem no vasto reino. Ferido em sua vaidade ao discutir com Mordechai, Haman convence o rei de que os súditos judeus são ameaça e perigo. Haman propõe, o rei aceita – exterminar o povo judeu, e tem a permissão real para definir uma data para o massacre.

ESTER E MORDECHAI FAZEM O REGISTRO DOS ACONTECIMENTOS QUE IRIAM MUDAR A VIDA DOS JUDEUS NA PÉRSIA ANTIGA

Mordechai procura a rainha – cuja identidade judia o rei e a corte ainda desconhecem – e a coloca diante do desafio de vida: conseguir retirar sozinha o decreto genocida pois, do contrário, o povo de Israel será assassinado por atacado e, claro, ela também. No entanto, Ester se aproximar espontaneamente do rei e interferir na política do governo é uma ruptura escandalosa do código da conduta da corte. Assim, ela está ameaçada agindo ou não. Ester aceita o desafio e coreografa uma elaborada cadeia de eventos no sentido de tirar o rei da influência de Haman. Para tanto, articula jogadas de astúcia psicológica de modo a fazer o rei suspeitar que Haman, na verdade, tenta seduzir a rainha. O resultado disso é que Haman e seus planos genocidas são frustrados, ele próprio é morto, Mordechai é nomeado vice-rei e os judeus ajudados pelos vizinhos persas conseguem se defender. A posição social de Mordechai melhora e e ele trabalha para preservar o conforto e continuidade judaicos e governa para promover o bem comum. Segundo Hazony, a narrativa de Ester deve ser analisada como um estudo a respeito do uso e o abuso do poder e um manual para agentes políticos judeus no exílio, necessário por-

que, espoliado de seu estado soberano e da capacidade de se proteger, o povo judeu está sempre perto de um poderoso inimigo capaz de perseguir e levá-lo à possível extinção. Ester não resolve a questão da vulnerabilidade ao devolver o povo judeu à terra de Israel. Em vez disso, o livro pressupõe que o exílio persistirá e que alguns judeus continuarão espalhados pela face da terra e, para eles, o ponto central é o que fazer para sobreviver e prosperar. Para Hazony há três categorias de estratégia política que, em conjunto, formam o ensino político central do livro e constam de uma das poucas linhas do discurso direto de Mordechai a Ester em um ponto de inflexão crucial na trama, quando o destino dos judeus persas está por um fio. >>

A Bíblia hebraica apresenta um precedente para este mundo. E este é o mundo do Livro de Ester, quase no fim da Bíblia hebraica, e em que não se leem as leis de Moisés, nem as orações dos profetas, não se vê uma palavra a respeito de Deus, de Sua presença na história ou da terra de Israel que Ele prometeu ao povo judeu


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magazine > purim papel de Mordechai no final do segundo capítulo, no qual descobre uma tentativa de regicídio sendo tramada dentro das fileiras da guarda do rei. Que Mordechai seja capaz de dar esta informação sem intermediários, e o crédito devido seja anotado nos anais de Estado, devem-se ao investimento dele e de Ester em fazê-la rainha –antes do surgimento da ameaça Haman. O investimento é, portanto, prospectivo, não receptivo.

>> Neste momento, Mordechai diz à sobrinha:

O LIVRO DE ESTER FOI RETRATADO PELOS

Se você realmente permanecer em silêncio, o socorro e o resgate virão para os judeus de outros lugares, e você e a casa de seu pai perecerão. Mas quem sabe se, por apenas um período como este, você alcançou a realeza? (4:13-14) A partir desta pergunta e reprimenda, Hazony indica três estratégias-chave para sobreviver e vencer: investimento, ousadia e fé. Ei-las, uma a uma.

MESTRES HOLANDESES COMO ESTE BANQUETE DE ASSUERO (ALIÁS, XERXES) E HAMAN POR AERT DE GELDER (1645-1727) DISCÍPULO DE

REMBRANDT

A história pode ser entendida como uma crônica de investimentos e retornos. No regime autoritário da Pérsia, o poder emana de um único governante. As boas graças do rei são a única fonte de proteção, e investir nas graças do rei é a melhor proteção contra o perigo imprevisto. Mas, e conseguir o favor de Assuero? Que tipo de homem ele é? Quais seus desejos e interesses? Segundo Hazony, a resposta está no primeiro capítulo de Ester onde se lê que o objetivo da festa pantagruélica do rei é “mostrar a riqueza da glória de seu reino e o valor do esplen-

dor de sua grandeza” (1:4). Trata-se do espetáculo de opulência de um governante ansioso pelo reconhecimento, pelo desejo de comprar em vez de ganhar com honra, e cuja preocupação com a aparência de poder mostra como é inepto em usá-la. A estratégia de Mordechai e Ester parte do pressuposto de que a graça do rei pode ser conquistada reforçando a imagem que ele tem de si próprio. Investir no favor real é diferente de lisonja. Assuero é cercado por aduladores, ansiosos por louvar e se humilhar. O que o rei realmente valoriza não são os aduladores, mas os subordinados que possam fazê-lo parecer poderoso, escreve Hazony, estando “independentemente alerta ao interesse do rei” e dispostos a servir a esse interesse “sem o conhecimento do próprio Assuero”. É o caso do

Ousar para vencer Naturalmente tudo isso teria sido em vão não fosse a capacidade de Ester e Mordechai exercerem a segunda das três categorias de estratégia política de Hazony: ousadia em ação. Ele escolhe cinco momentos corajosos em que os dois arriscam as próprias vidas para o bem do povo judeu: Mordechai se recusa a se curvar diante de Haman (3:2), decide protestar publicamente contra a política genocida de Haman manifestando-se nas ruas e praças (4:1-4), a iniciativa voluntariosa de Ester em convidar Assuero e Haman para um jantar íntimo a três (5:1-2), e em um segundo jantar igual, o pedido para que Haman seja assassinado (7:3-6), e o apelo para revogar a política genocida (8:3-6). “Se você permanecer calada neste momento, você e a casa de seu pai perecerão” (4:14), diz Mordechai. Hazony vê em Ester uma “severa coerência em que prevalecem considerações de interesse político sobre qualquer outro motivo... e dá à narrativa de Ester o sentido sombrio que sua ação ocorre na beira de um abismo. Os homens vivem em um mundo como esse, a não ser que o façam de outra forma, e é de acordo com as regras do mundo que se Mordechai quiser vencer deve jogar”. Neste sentido, os preceitos de Ester para ação política lembram o conselho de um conhecido pensador do Ocidente. Segundo Nicolau Maquiavel, para atender às necessidades da crise, um príncipe deve implantar seletivamente tanto as virtudes estabelecidas pela tradição nobre como os vícios censurados por ela; ou, de acordo com o mesmo Maquiavel, colocando a questão de forma um pouco diferente, a necessidade política dita o uso instrumental da virtude humana. O que também é um conselho para um mundo mais sombrio, um mundo sem padrões morais para corrigir a busca do poder. O que nos leva à terceira categoria estratégica, a fé. Em The Dawn, Hazony descreveu brevemente a função da fé em Deus como estratégia final para a sobrevivência dos judeus, de acordo, aliás, com o mesmo versículo-chave: “Alívio e resgate virão para os judeus de outros lugares” (4:14). Mas o que significa, afinal, vir de outro lugar? Agora, em God and Politics in Esther, ele elabora a respeito disso em um esforço para demonstrar não só que a fé pode ser encontrada em meio às manobras desprezíveis e sujas de Ester, especialmente levando o marido e rei a pensar que Haman tem planos sexuais em relação a ela, mas que o livro contém uma sofisticada e intrincada teologia. A não citação do nome de Deus não significa a ausência de Deus; sua ausência aparente – o fato de que Ele está escondendo Seu rosto – não é Sua ausência real. Segundo Hazony, em vez de ser falho em teologia, o Livro de Ester é mais que isso: a mais avan-

çada elaboração de uma lógica teológica iniciada na própria Torá. Esta lógica inicial pode ser encontrada no final do livro de Gênesis quando José revela sua identidade aos mesmos irmãos que, anos antes, o venderam como escravo e agora buscam a salvação do grande império egípcio, governado, sem o conhecimento deles, pelo mesmo irmão que pensaram há muito morto. José declara aos irmãos, que “Deus me enviou diante de vocês para preservar a vida... para preservar um remanescente na terra, e para salvar suas vidas por uma grande libertação. Portanto, agora não é você que me enviou aqui, mas Deus” (Gênesis 45:5-7). É Deus que põe em movimento uma sequência de eventos pela qual a família de Israel crescerá para se tornar a nação de Israel. Nos estreitos confins da escravidão egípcia, os israelitas começam a aprender o valor da liberdade e lenta, mas dolorosamente, desenvolvem a capacidade de receber a lei. Quando, enfim, Deus se lembrar do seu povo, Ele os redimirá por meio de sinais e maravilhas. Este é o drama divino que forma a base dos livros do Êxodo, Levítico e Números. O homem, a história Mas mesmo aqui, a cada passo deste drama divino, a ação humana avança a história. A Torá narra que José, seus irmãos e depois Moisés, Miriam e Arão, atuam na história para salvar o povo judeu. A astúcia e a perspicácia de José o colocam no topo do regime egípcio. A educação formativa de Moisés no palácio, e sua educação posterior na tribo de Madiã, são apresentadas como resultados exclusivos da ação humana. É a vontade de Deus que isso aconteça, assim como José disse a seus irmãos, mas Deus olha para eles, para Moisés e Miriam, para Samuel e Davi, para Mordechai e Ester, para agir em Seu nome. Hazony descreve uma teologia a que dá o nome de “emergente”, uma teologia em que a vontade de Deus vem ao mundo por meio da ação humana. É tentador ver essa mudança gradual – de um >>

A história pode ser entendida como uma crônica de investimentos e retornos. No regime autoritário da Pérsia, o poder emana de um único governante. As boas graças do rei são a única fonte de proteção, e investir nas graças do rei é a melhor proteção contra o perigo imprevisto


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magazine > purim

>> mundo no qual Deus atua diretamente na história, até o ponto em que Ele confia inteiramente na humanidade para executar a Sua vontade – como um desfile de progresso em que a humanidade se torna mais moral, mais pura, mais como o Criador. Mas Ester e Mordechai não representam uma nova norma e, sim, um excelente exemplo de uma norma mais velha. Embora o nome de Deus não apareça no Livro de Ester, Sua presença é poderosamente sentida pelos dois atores principais – e pelos judeus da Pérsia que jejuam, oram e suplicam por Sua salvação e cujas súplicas são respondidas pelo próprio Deus por meio de atos desses mesmos atores. Ester viveu, e nós vivemos, não em um mundo sem Deus, mas em “um mundo sem profetas, sem homens e mulheres que sabem reconhecer a voz de Deus e ver Sua mão no curso dos acontecimentos”, segundo Hazony. “Mas, o mundo é o mesmo mundo, indiferente se há ou não profetas para dar o nome de Deus às coisas.” Nesse sentido, mais do que um manual para o agente político do exílio judeu, God and Politics in Esther é também um livro destinado a treinar o olho para discernir a vontade de Deus onde ela não tinha sido vista antes. Essa ideia de fé seria retrógrada e irrelevante para o mundo duro da política? Não tão retrógrada nem tão irrelevante. De acordo com Alexis de Tocqueville, em A Democracia na América, “não há quase nenhuma ação humana que não decorra de uma ideia muito geral de que os homens tenham concebido Deus, de Suas relações com a raça humana, da natureza de suas almas, e de seus deveres para com os que são como eles”. A graça de Deus não deve ser oferecida àqueles que esperam passivamente, na tranquila contemplação da essência de Deus, mas é alcançada por homens e mulheres em e por meio de suas próprias ações. Sendo assim, a política – a arena da ação humana por excelência – se torna o portal por meio do qual a presença de Deus vem ao nosso mundo. Mordechai e Ester viveram em um mundo desencantado

ESTER APONTA O DEDO INCRIMINATÓRIO PARA HAMAN; AO FUNDO, O OLHAR PERPLEXO DE ASSUERO

como o nosso. Eles não ouviram a profecia não mediada por Deus, nem viram Seus sinais e maravilhas com os próprios olhos. Mas, por iniciativa própria, trouxeram a presença de Deus à corte persa e, assim, efetuaram a sobrevivência judaica. Emergindo de sua iniciativa autônoma, a vontade de Deus se fez na terra. Há uma lição aqui para aqueles que podem ver a política judaica como uma partida ou a revogação parcial da sua piedade. Ester retrata isso como uma oportunidade de expressar essa piedade. E essa não é a única lição. Considere a própria Ester, a grande heroína da continuidade judaica e executora da vontade de Deus. Ester ganhou um conhecimento esotérico dos propósitos de Deus por meio de uma vida de devoção intensa e observação pontual de Seus mandamentos? Difícil. Judia assimilada e sem nome hebraico, junta-se ao harém real e se entrega à observância religiosa apenas no momento final da suprema crise. Conhecemos as muitas Esteres em potencial do nosso tempo e da nossa geração que não pertencem a nenhuma denominação, não frequentam nenhuma sinagoga, não guardam o Shabat, com uma cozinha cheia de treyf, talvez tenham uma árvore de Natal: os mais improváveis perfis de coragem judaica. Assim, também, foi a primeira Ester, uma mulher em idade fértil, sem marido e sem filhos, e aparentemente sem escrúpulos em relação ao casamento misto. Mas ela teve Mordechai, que a aconselhou, inspirou e a guiou em seu caminho para a grandeza. E aqui está uma lição final para a liderança judaica na Diáspora. Se foi a política de Ester que revelou a presença de Deus no tribunal de Assuero, será a política de homens e mulheres judeus hoje em qualquer lugar do mundo, em Jerusalém e Tel Aviv, que determinará A presença de Deus em nosso tempo. Alguns deles se parecerão com Mordechai, outros com Ester. * Jonathan Silver é diretor do Tikvah Fund


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magazine > arte | por Bernardo Lerer*

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EM 1942, MARC CHAGALL PINTOU ESTE CRISTO NA CRUZ, USANDO TEFILIN E COM UMA TORÁ ABERTA

Judeus pintam

Jesus

SUGESTÃO PARA QUEM VIAJAR PARA ISRAEL: DE MEADOS DE DEZEMBRO E ATÉ O FINAL DE ABRIL REALIZA-SE NO MUSEU DE ISRAEL, EM JERUSALÉM, A EXPOSIÇÃO “CONTEMPLE O HOMEM: JESUS NA ARTE ISRAELENSE” (“BEHOLD THE MAN: JESUS IN ISRAELI ART”), ISTO É, ESSA ICONOGRAFIA COMPLEXA POR MEIO DA ARTE JUDAICA E ISRAELENSE

sso começou há dez anos, quando o curador Amitai Mendelsohn viu pela primeira vez uma pintura do famoso artista e pioneiro israelense Reuven Rubin (1893-1974). Na época, Mendelsohn trabalhava em uma exposição a respeito do próprio Rubin, “Profetas e Visionários: os Primeiros Anos de Reuven Rubin: 1914-23” (Prophets and Visionaries: Reuven Rubin’s Early Years: 1914-23), e tropeçou em um dos primeiros autorretratos de Rubin, em que ele imita aspectos de uma fi gura de Jesus, à medida que ele, tema da obra, olha para as as mãos. “Rubin foi atraído por Jesus, o que me intrigou, e acabei descobrindo que muitos artistas judeus lidaram com a figura de Jesus”, disse Mendelsohn. A exposição apresenta 150 obras de cerca de quarenta artistas, mostrando como as atitudes de artistas judeus, sionistas e israelenses evoluíram em relação a Jesus. Há obras clássicas que colocam imagens de inspiração cristã em ambientes clássicos sionistas, nos quais Jesus se torna uma metáfora para o renascimento do povo judeu na Terra Prometida; e artistas israelenses mais contemporâneos, dos séculos 20 e 21, que viram Jesus como um símbolo mais familiar do sofrimento pessoal e universal. A mostra reúne obras das coleções do Museu de Israel, de acervos privados e públicos do país e várias peças emprestadas do Museu Nacional de Varsóvia e do Centro Pompidou, em Paris. Alguns dos vinte anos em que é curador do Museu de Israel, Mendelsohn dedicou a esse tema pois “o processo da história da arte começa quando vejo algo como parte da minha atividade diária no museu. É uma questão de como a religião e a arte se ligam”. Mendelsohn dividiu a exposição em seções: Jesus como figura problemática na história judaica, Jesus como o inimigo, como um símbolo de antissemitismo e como alguém que teve um enorme papel sobre a existência judaica. A exposição começa com “Jesus Pregando em Cafarnaum”, a última peça inacabada de 1879 do artista polonês Maurycy Gottlieb (1856-1879), morto com apenas 23

anos de idade, e talvez mais conhecido por sua famosa pintura “Judeus rezando em Iom Kipur”, de 1878, que o inspirou a pintar a obra a respeito de Jesus em Cafarnaum, a cidade do norte da Galileia, onde Jesus pregou. Neste quadro, em que coloca Jesus no centro e fiéis ouvindo-o, Gottlieb via-o como judeu e possível ponte entre cristãos e judeus, talvez escutando atentamente o que poderia ter acontecido em sua Polônia natal. “Isso, por exemplo, dá um tom à mostra”, segundo Mendelsohn, “aqui estava Jesus, e ele tinha uma mensagem moral, universal e humanista”. É uma mensagem que ecoa os pensamentos do filósofo alemão-judeu Moses Mendelsohn – sem nenhum parentesco com o curador – para quem Jesus era um judeu moral, como um profeta, talvez um dos maiores judeus, mas não como Deus. “Levamos Jesus de volta aos judeus”, disse Mendelsohn. À direita do trabalho de Gottlieb está “Na Sombra da Cruz”, do pintor polonês Samuel Hirszenberg (1865-1908), um dos pioneiros do realismo, de que é prova seu “Spinoza excomungado”. Com um olhar mais sombrio e mais sinistro, Hirszenberg, que se mudou de Lodz, na Polônia, para Jerusalém, onde morreu, criou a imagem difícil de um judeu errante, quase nu, vagando entre cadáveres em um cemitério. A tela permaneceu no prédio original da Escola de Arte Bezalel, em Jerusalém, por muitos anos como parte do acervo, retratando o surgimento do movimento sionista e a fuga dos primeiros pioneiros da Europa e do antissemitismo. Entre eles, Chagall A primeira seção é completada com a “Crucificação Amarela”, de Marc Chagall, de 1942, retratando um judeu com a auréola de um santo cristão, usando tefilin. Chagall tinha atração e obsessão por Jesus como uma figura de dor e sofrimento judaicos. O mesmo vale para Rubin e uma seção da exposição é dedicada a várias de suas pinturas, começando com um precoce autorretrato, “um Rubin estranho que diz muito de sua agonia e de seu interesse na história de Jesus”, de acordo com o curador. A obra foi pintada durante o período inicial da carreira de Rubin, quando passou algum tempo em Nova York depois de passar dez anos na Romênia e um ano antes de viajar à Palestina no período pré-estado. Há outras de Rubin, como aquela de um velho judeu religioso sentado em um banco com um Jesus ressuscitado, a de uma Madona, relaxando no que parece ser a costa da Galileia, segurando um bebê que poderia ser o menino Jesus renascido na terra dos judeus. “É a ressurreição do nascimento do bebê, tudo sobre novos começos”, disse Mendelsohn. Uma pintura de Moshé Castel, que nasceu na Palestina do período otomano em uma família religiosa, foi descoberta recentemente em um armário trancado do Museu de Arte de Moshé Castel, em Ma’ale Adumim. Moshé Castel (1909-1991), cujo nome vem do reinado de Castela, na Espanha, onde os pais nasceram, pintou pouco depois de o bebê recém-nascido e a mulher morrerem após o parto. O pintor morava em Safed, isolou-se em um mosteiro e pintou o sombrio e triste autorretrato que imita a outra arte de Jesus como

o profeta resignado e incompreendido. À medida que a exposição passa para tempos mais modernos, há diferentes lados de Jesus retratado. Yigal Tumarkin (1933), imigrante da Alemanha cujo pai não era judeu, olha para a crucificação em sua escultura áspera e afiada feita a partir de bens recuperados encontrados em acampamentos beduínos, ao interpretar as tensões na sociedade israelense e os protótipos da arte cristã. As obras de Moshé Gershuni (19362017) concentram-se principalmente no sangue da crucificação, talvez criando um novo testamento entre ele e o público israelense depois que ele se revelou homossexual. Há fotografias de arte performática do artista multimídia Motti Mizrachi, que é deficiente, e caminhou pela Via Dolorosa em 1973 carregando uma cruz nas costas. Outro conjunto de fotografias justapõe uma foto de jornal de um homem palestino morto sendo carregado durante a Primeira Intifada, com as famosas pinturas dos discípulos carregando Jesus crucificado. A exposição termina com a agora famosa foto de Nes Adi, “Sem Título (Última Ceia)”, com soldados israelenses jantando em um refeitório que sugere a pintura “Última Ceia”, de Leonardo da Vinci. Depois, há a instalação de vídeo da escultora e artista de instalação Sigalit Landau, que filmou uma série no Mar Morto, incluindo uma peça que a mostrava sobre uma melancia inteira. A obra liga imagens de Maria com Jesus, pois as mãos de Landau estão esticadas, como uma cruz. “Os israelenses são engraçados quando se referem a Jesus”, disse Mendelsohn. “Mas quando raspamos a superfície, percebemos muito do imaginário cristão à nossa volta, mesmo que não o conheçamos.”. * A partir de informações do Museu de Israel

“Crucificação Amarela”, de Marc Chagall, de 1942, retrata um judeu com a auréola de um santo cristão, usando tefilin. Chagall tinha atração e obsessão por Jesus como uma figura de dor e sofrimento judaicos


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magazine > a palavra | por Philologos

O vinho é semelhante em muitos idiomas. Por quê? HÁ O GREGO OINOS E O HEBRAICO YAYIN, PARA NÃO FALAR DE COGNATOS TÃO DISTANTES COMO O SUAÍLI MVINYO E O MAORI WAINA. EXISTE UMA RAIZ COMUM? TUDO ISSO PERMANECE UMA QUESTÃO EM ABERTO. TALVEZ SEJA RESOLVIDA PELOS LINGUISTAS E ARQUEÓLOGOS, TALVEZ NÃO

HÁ MUITAS SEMELHANÇAS COM O HEBRAICO PARA SE DIZER VINHO E SABOREAR ESSA DELÍCIA

S

egundo o Oxford English Dictionary, a palavra cider (cidra) vem do latim sicera, e que esta palavra foi usada para traduzir o termo hebraico sheychar. A palavra latina era originalmente semita e, se afi rmativo, por quê? E as palavras grega e hebraica para vinho, oinos e yayin, são semelhantes também. Isso implica um comércio mediterrânico de bebidas alcoólicas? Certamente havia tal comércio, mas se isso explica a semelhança entre oinos e yayin, ou entre sicera, sheychar, e “sidra’, aí é outra história. Vamos começar com sheychar. O substantivo sheychar aparece muitas vezes na Bíblia hebraica. Sua raiz sh-k-r também nos traz os verbos shachar, “beber [álcool] em excesso”, shiker, “embebedar alguém” e hishtaker, “ficar bêbado”, mais os substantivos derivados shochrah e shikaron, “embriaguez”. Muitas vezes é encontrado junto com yayin, como quando Deus diz ao sacerdote Aarão e seus filhos: “Você não deve beber yayin e sheychar, ou seja, você não beberá vinho e...” Mas vinho e o quê? Sheychar era uma bebida alcoólica específica, ou era simplesmente um genérico para muitas ou todas as bebidas alcoólicas à exceção do vinho? Isto não é algo óbvio. O cognato acadiano de sheychar, sikaruis, na Babilônia antiga geralmente designava cerveja de cevada, e assim se costuma dizer que, no Israel antigo, sheychar também deve ter significado cerveja. Mas sikaru, para citar o assiriologista Henry Frederick Lutz é, na verdade, “uma das palavras mais ambíguas nas línguas semitas. Ela pode significar qualquer bebida intoxicante preparada a partir de grãos, uvas, tâmaras frescas ou secas, romãs, mel, etc.”. É digno de nota que, quando os primeiros tradutores da Bíblia do mundo, antes da Septuaginta grega do século 2 antes da Era Comum, tinham de traduzir sheychar, eles não a traduziram como zythos, a palavra grega antiga para cerveja. De fato, eles não usavam nenhuma palavra grega nativa. Eles traduziram sheychar como sikera, seja por-

que não sabiam exatamente que tipo de bebida era e decidiram manter a palavra hebraica, e que entrou para o grego por meio de sua tradução, ou porque a palavra já havia sido emprestada pelo grego como resultado do comércio no Mediterrâneo, ou do contato de judeus e gregos que viviam na Palestina. Em ambos os casos, hoje é impossível dizer exatamente, qual bebida específica, se houver, denotava sheychar ou sikera. O clássico dicionário grego-inglês de Liddell e Scott define sikera simplesmente como “licor fermentado doce” ou “bebida forte”, e Targum Onkelos, a tradução aramaica da Bíblia do século 2, torna sheychar como m’ravey “bebida intoxicante”. Isto ressoa à Vulgata latina do século 4 da Era Comum, de Jerônimo, que traduz sheychar como omne quod inebriare potest, “tudo o que pode embriagar”. Curiosamente, embora o latim desta época tivesse emprestado a sikera grega (que se soletra como sicera em latim), Jerônimo preferiu não usá-la, talvez porque já havia começado a se referir especificamente à cidra de pera ou maçã – que ele, tendo vivido na Palestina por muitos anos, sabia que não era uma bebida do Oriente Médio. Russo, lituano, galês, armênio: tudo igual Quando em francês medieval sicera aparece como cidre, significava cidra, e o inglês, em seguida, emprestou a palavra do francês. Palavras para alimentos e bebidas muitas vezes mantêm seus significados gerais, alterando os significados específicos quando transportados de um lugar para outro. Pense, por exemplo, na palavra “whiskey”, originalmente gaélica para definir um licor destilado na Escócia e na Irlanda a partir de uma mistura de cevada que veio a se referir no sul dos Estados Unidos a um tipo de licor, também conhecido como bourbon, destilado de milho. Com yayin e oinos a história é diferente. A produção e o consumo de vinho de uva (em oposição a tais “vinhos” como os de tâmara, arroz, etc.) espalhou-se por todo o mundo mediterrâneo e partes da Europa por um período histórico inicial, e palavras semelhantes para vinho em muitas línguas europeias e semitas apontam para uma fonte comum para a bebida e seu nome. Assim, para tomar uma pequena amostra, além do grego oinos e do hebraico yayin, temos o latim vinum, o russo vino, o lituano vynas, o alemão wein, o galês gwin, o armênio gini, o georgiano gvini, e o amárico (a principal língua da Etiópia) weyinina, além de cognatos mais remotos como o suaíli mvinyo e o maori waina. Muitas destas palavras são obviamente empréstimos. Os antigos russos, lituanos, alemães e outros povos do centro e do norte da Europa não cultivavam uvas nem faziam vinho, e uma palavra amplamente disseminada não poderia ter se originado em nenhuma de suas línguas, como não poderia ser no amárico, suaíli ou maori. E, embora tal palavra teoricamente pudesse ter se originado do latim vinum, do oinos grego ou do yayin hebraico, uma vez que a antiga Itália, Grécia e Pales-

tina eram todas regiões vitícolas e vitivinícolas, isso também é improvável, porque o cultivo mais antigo de uva e produção de vinho que os historiadores podem registrar ocorreu no Cáucaso. O local mais antigo de produção de vinho descoberto no mundo até agora está na região de Kvemo Kartli, no sudeste da Geórgia, onde foram descobertos vasos de argila contendo sementes de uva e pó de videira, datados de aproximadamente 6.000 antes da Era Comum. É provável, portanto, que fosse o georgiano, uma língua nem indo-europeia nem semita, que deu ao mundo o vinho e uma palavra para ele, que se espalharam ao mesmo tempo. Isso nos deixa três possibilidades: (1) O vinho e sua manufatura viajaram do Cáucaso para o sul da Europa e para a bacia do Mediterrâneo oriental quase ao mesmo tempo, de modo que oinos e yayin descenderam de forma independente de uma antiga forma do gvini georgiano moderno, diretamente ou por meio de outras linguagens mediadoras. (2) O vinho chegou ao sul da Europa primeiro a partir do Cáucaso e viajou de lá para o Mediterrâneo oriental, de modo que yayin pode descender de oinos. (3) O vinho chegou primeiro ao Mediterrâneo oriental vindo do Cáucaso e viajou de lá para o sul da Europa, de modo que oinos pode, realmente, descender de yayin. Tudo isso permanece uma questão em aberto. Talvez seja resolvida pelos linguistas e arqueólogos, talvez não. Realmente não há pressa para descobrir. É indiferente se você prefere digerir o seu bife com um grego agiorgitiko ou um cabernet sauvignon israelense.

O local mais antigo de produção de vinho descoberto no mundo até agora está na região de Kvemo Kartli, no sudeste da Geórgia, onde foram descobertos vasos de argila contendo sementes de uva e pó de videira, datados de aproximadamente 6.000 antes da Era Comum


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por Bernardo Lerer

Sully Homo Deus Yuval Noah Harari | Companhia das Letras | 443 pp. | R$ 43,92

Com o subtítulo “Uma Breve História do Amanhã”, este professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, autor de Sapiens – uma Breve História da Humanidade, investiga o futuro da humanidade em busca de uma resposta tão difícil quanto essencial: qual será nosso destino na Terra? Ele responde com otimismo, porque se mata menos nas guerras do que no século passado, morre-se mais de obesidade do que de fome, os homens serão mais saudáveis, etc. Segundo os críticos é muito bom.

Chesley B. “Sully” Sullenberger III | Intrinseca | 253 pp. | R$ 23,94

É uma espécie de autobiografia, escrita com a ajuda de um jornalista, de Sully, o comandante aquele avião que em 15 de janeiro de 2009 fez um pouso de emergência nas águas geladas do rio Hudson, um drama que milhares de pessoas acompanharem dos dois lados da baía de mesmo nome, em Nova York, e que virou filme exibido há pouco, com Tom Hanks. Salvaram-se as 155 pessoas a bordo, inclusive a tripulação, e Sully virou herói nacional. É a emocionante história de uma tragédia evitada.

A História da Mitologia para quem Tem Pressa Mark Daniels | Valentina | 196 pp. | R$ 17,94

Trata-se de uma coleção “para quem tem pressa” de conhecer e aprender um pouco, nada profundamente, tanto que a mitologia, desde o Olho de Hórus até o Minotauro, consome apenas 196 páginas, mostrando como civilizações e sociedades locais do mundo inteiro criaram heróis, mitos, monstros e divindades que ajudam a contar a história de nossas origens, triunfos e desastres e atuando como instrumentos para comunicar as lições de vida mais importantes.

A Cor da Coragem

Enquanto Houver Champagne Há Esperança

Julian Kulski | Valentina | 412 pp. | R$ 47,70

Joaquim Ferreira dos Santos | Intrínseca | 636 pp. | R$ 52,00

Cristão, mas com antepassados judeus, é o diário de um combatente do Levante de Varsóvia de primeiro de agosto a 30 de setembro de 1944 (atenção, não confundir com o Levante do Gueto de Varsóvia, um ano antes, em Pessach de 1943) que tinha 15 anos quando os poloneses foram derrotados pelos alemães e o autor confinado ao stalag XI-A, em Dornitz, oitenta quilômetros a sudoeste de Berlim. Ficou doente e desnutrido e, no final da guerra, na Inglaterra, com estresse pós-traumático. O médico sugeriu escrever suas memórias como terapia. Funcionou. É o que se lê.

Trata-se da biografia de Zózimo Barrozo do Amaral (1941-1997) o colunista social que revolucionou o colunismo por escrever a respeito de assuntos tão díspares quanto economia, política, esporte, diplomacia, artes e, claro, o vaivém da burguesia com seu champanhe e caviar no Rio de Janeiro. Zózimo era culto, sofisticado, bonito, elegante, escrevia muito bem e tinha um notável senso de humor. Por exemplo, quando a Rússia invadiu a Geórgia, referiu-se à Chechenia dizendo que sua capital se chamava Clitória. Ele primeiro trabalhou em O Globo, depois no Jornal do Brasil e fui seu companheiro de redação e, finalmente, em O Globo, novamente. É muito bom.

De Volta do Inferno

Como Matar a Borboleta Azul

Ian Kershaw | Companhia das Letras | 574 pp. | R$ 79,90

Mônica Baumgarten de Bolle | Intrínseca | 267 pp | R$ 31,90

O subtítulo é “Europa 1914-1949” e o autor, que escreveu uma monumental biografia de Hitler, trata da primeira guerra exatamente no continente que se pretendia modelo para a humanidade, culminou numa selvageria como nunca se viu igual e deu início, em 1919, assim que terminou, a uma outra guerra em que a morte de civis era parte central da estratégia que culminou com o Holocausto e cerca de quarenta milhões de mortos inocentes. É um ótimo livro pois aborda novos aspectos.

A autora é brasileira, professora em renomadas instituições norte-americanas e fez parte da coleção de especialistas escolhidos pelos meios de comunicação para detonar o governo Dilma Roussef. Este livro, com o sugestivo subtítulo “Uma crônica da Era Dilma”, relata o que chama de “a desconstrução do país nos anos do governo Dilma” com a coleção de erros da presidente, ano a ano, como numa trama de suspense, com vilões e pouquíssimos heróis. Vale a pena.

O Rabino

Bagdá

Roland Fischmann | Amarilys | 98 pp. | R$ 29,00

Justin Marozzi | Amarilys – 492 pp – R$ 79,00

O autor, economista, revelou-se um talento para escrever histórias policiais e esta é uma delas, em que os principais personagens, o delegado França e o perito criminal Luciano, precisam desvendar o assassinato do rabino Rosen, figura conhecida na cidade, e se veem divididos entre as pressões de um caso de repercussão e os cuidados para respeitar os costumes judaicos. Eles recriam os últimos dias do rabino para saber quem tinha interesse e ganhar degolando um cidadão que, aparentemente, não tinha inimigos. Lê-se de uma sentada só e o final é surpreendente.

O subtítulo é bastante feliz e oportuno: “Cidade da Paz, Cidade de Sangue”, e segundo críticos literários estrangeiros é o melhor relato disponível da longa história de desenvolvimento e sobrevivência dessa cidade onde o autor passou alguns anos depois da invasão americana em 2003 para conhecer tudo, apesar da destruição de muito do seu legado, aprendendo a língua, fazendo amizades e desvendando os historiadores árabes da antiguidade. Assim, se pode saber que é um dos lugares mais violentos do mundo, cidade de terríveis privações, assolada por enchentes, epidemias, fomes, ocupações militares e invasões estrangeiras, entre outras.

Karl Marx Jonathan Sperber | Amarilys | 612 pp. | R$ 79,00

Rin-Tin-Tin

Ao apresentá-lo, como diz o subtítulo “Uma Vida do Século XIX”, o autor coloca-o onde deve estar, isto é, na Era Vitoriana, e enquadrando-o nas correntes sociais e intelectuais do século 19 em vez de interpretá-lo à luz do século 20, como pretendem muitos. Por esta razão, este livro é considerado como a biografia definitiva de Marx trazendo revelações e episódios memoráveis habilmente interligados e contextualizados na Europa daqueles tempos. Além disso, contém comentários criteriosos a respeito das teses de Marx. A maneira como o autor conta o fim de Marx, devastado pela morte de Jenny, sua filha com um câncer na bexiga, é arrebatador.

Susan Orlean | Valentina | 203 pp | R$ 49,90

Com o subtítulo “A vida e a lenda”, é considerada uma obra de valor inestimável e um livro notável pelo The New York Times Book Review, escrito para quem já teve ou para todos que já amaram um cão. Rin-Tin-Tin foi mais que um cão e encarnou os paradoxos cruciais do ideal americano: um solitário e fiel companheiro, guerreiro bravo, mas vulnerável. Como se sabe, este pastor alemão nasceu nos campos de batalha da Primeira Guerra, sobreviveu aos bombardeios, imigrou para os EUA e conquistou Hollywood.


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magazine > ensaio | por Ben Cohen BEN RHODES FOI

O ESTRATEGISTA DE COMUNICAÇÃO DO ACORDO COM O IRÃ, QUE NEGA O HOLOCAUSTO, E VIROU CONSELHEIRO DO MUSEU DO HOLOCAUSTO

Como se faz a politização do Holocausto? SE O HOLOCAUSTO É HOJE, PRINCIPALMENTE, UM INSTRUMENTO

A SER EMPREGADO NA POLÍTICA, EM VEZ DE UMA MEMÓRIA HISTÓRICA

CENTRAL COM INFLUÊNCIA DIRETA TANTO SOBRE A POLÍTICA COMO SOBRE A ÉTICA, PODEMOS ESPERAR MAIS MANIPULAÇÃO DO PASSADO PARA

SERVIR AOS IMPERATIVOS DO PRESENTE

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ecentemente um grupo de ativistas britânicos de direitos dos animais utilizou imagens nazistas numa campanha maliciosa contra um matadouro kasher em Londres. Foi mais um exemplo de o Holocausto virar um porrete com o qual se bate nos judeus, invertendo sua condição de vítimas e usando para atacá-los. Depois ocorreram três episódios envolvendo o Holocausto e a era nazista de forma mais ampla, o que sugere subestimar a escala desse problema. Apesar de toda a ignorância generali-

zada da história nos dias de hoje, apesar de toda a conversa da política pós-verdade, apesar de todas as celebrações à direita e à esquerda a respeito do próximo desmantelamento da ordem pós-1945, continuamos fixados no passado. Mais, e pior: simplesmente nós não podemos parar de falar de Hitler. O “nós” não se refere especificamente à comunidade judaica. Há um consenso geral entre nós a respeito do Holocausto e suas lições fundamentais para o nosso povo – estar seguro na Diáspora, alcançar a autodeterminação em nossa pátria ancestral, estar vigilante para enfrentar todas as manifestações antidemocráticas,

e comemorar o Holocausto entre as gerações futuras – embora ninguém possa dizer quanto tempo esse consenso vai durar. Da mesma forma, a comunidade judaica desenvolveu normas e costumes para tratar do Holocausto, especialmente quando se o invoca em relação a eventos contemporâneos. E, novamente, há um reconhecimento geral de que, às vezes, esta abordagem pode ser esclarecedora e útil – ao estudar os genocídios em Ruanda ou no Camboja, por exemplo. Mas, na maioria das vezes, é demagogia e oportunismo político. Há exemplos e o seu denominador comum a passividade da comunidade judaica. Parecia que todos falavam de Hitler, ou se valiam dele para seus próprios fins, exceto os judeus, que ficaram falando para as paredes. Exemplo um: em 10 de janeiro, Donald Trump, perguntou-se em seu twitter, após a divulgação de um relatório acerca de suas atividades na Russia se estávamos vivendo na “Alemanha nazista”. O que está em questão não deveria nos levar a outro debate sem graça acerca do que essas explosões de mídia social nos dizem de Trump. O ponto principal é a facilidade como os nazistas continuam se infiltrando para os nossos próprios conflitos políticos mais de setenta anos após a derrota. A geração do baby boom, da qual Trump é membro, era notória a esse respeito, fazendo sempre comparações incendiárias com a SS e a Gestapo, independentemente de a questão em foco ser muito importante, como a guerra do Vietnã, ou ridícula como encontrar uma multa por estacionamento proibido presa no pára-brisa. Esta “conversa nazista”, ou “conversa de Hitler”, ou o que quer que se possa chamá-la, faz parte de uma linguagem cultural desde 1945. E não dá sinais de arrefecer. E, em parte por causa disso, ficou muito mais simples invocar o Holocausto para fins políticos. Afinal de contas, as pessoas sabem que os nazistas assassinaram seis milhões de judeus, mas a resposta delas foi extraordinariamente variada desde a simpatia absoluta e a profusão de memórias do Holocausto em todo o mundo; e, no outro, o ressentimento com o papel central atribuído ao Holocausto na compreensão do século 20 e a facilidade com que se vale dele como um espelho diante de Israel e da comunidade judaica de forma mais ampla. Barack Obama Exemplo dois: ainda em 17 de janeiro, o presidente que saía, Barack Obama, nomeou o conselheiro-adjunto de segurança nacional, Ben Rhodes, para o conselho do Museu do Memorial do Holocausto dos Estados Unidos. Rhodes foi o funcionário da Casa Branca autor da estratégia de comunicação de cortina de fumaça do governo em torno do acordo nuclear de 2015 com o Irã. E, depois de ter elaborado o mito de um Irã moderado e cooperativo – o que significava descartar a doutrina oficial da negação do Holocausto pela República Islâmica como retórica sem consequências –, Rhodes conseguiu um cargo que parece ser um insulto aos muitos judeus.

Só se pode especular sobre o que Obama pensava – vingança, disseram muitos, uma verdade até certo ponto. Mais importante o que isso diz das tensões que surgem de como o Holocausto é lembrado. Se o próprio Obama se interessava apenas pelos aspectos universalistas do judaísmo, por que Rhodes seria diferente? A nomeação dele para aquele cargo sugere que o Holocausto é uma tragédia que pertence a todos, e que a melhor resposta a ele é um humanismo anódino e pacifista, declarando que todas as culturas são de igual valor, enfatizando a diplomacia e o diálogo quando confrontados por nacionalistas e fanáticos religiosos. Há muitos problemas com este ponto de vista. Um deles envolve a incapacidade de compreender que esses mesmos fanáticos usam o Holocausto como arma de propaganda. A negação do Holocausto é um elemento básico nos mundos árabe e islâmico, juntamente com imagens que retratam israelenses como nazistas. Na antiga União Soviética, o caráter judaico do Holocausto foi completamente negado; agora, para conquistar apoio na ocupação da Crimeia, Vladimir Putin trata a Ucrânia como um estado nazista. Na Alemanha Novamente, a tendência de propaganda que se verifica no exemplo três: também em janeiro, o líder do partido Alternativa para a Alemanha, Bjoern Hoecke, de extrema-direita e anti-imigração que vem crescendo, discursou para estudantes de Dresden. Bjoern se diz líder da luta contra o extremismo muçulmano na Alemanha e atacou o fato de o Holocausto ocupar um lugar na memória nacional da Alemanha. “Os alemães são o único povo no mundo que planta um monumento de vergonha no coração da capital”, declarou em referência ao memorial do Holocausto de Berlim, como forma de expressar a nauseante autopiedade de como os nacionalistas de direita tratam o Holocausto. >>

Na antiga União Soviética, o caráter judaico do Holocausto foi completamente negado; agora, para conquistar apoio na ocupação da Crimeia, Vladimir Putin trata a Ucrânia como um estado nazista


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magazine > ensaio

O horror da Casa Branca ao Holocausto John Podhoretz

O LÍDER DA EXTREMA-DIREITA HOECKE ESTRANHA QUE O HOLOCAUSTO OCUPE LUGAR NA MEMÓRIA NACIONAL DA ALEMANHA

>> “Essa ridícula política de entrar em acordo com o passado está nos prejudicando. Precisamos de uma reviravolta de 180 graus em nossa política de memória”, prosseguiu Hoecke, enquanto os alunos aplaudiam. “Não havia mais vítimas alemãs, apenas criminosos alemães.” As vítimas a que Hoecke se refere são os milhares que morreram na Alemanha durante ataques de bombardeio aliados; os civis alemães deportados pelos tchecos no final da guerra; e talvez até mesmo toda a nação alemã, aquelas pobres pessoas inocentes enganadas pelos nazistas. Eis aí o ponto: o Holocausto foi apenas um incidente de desumanidade durante a Segunda Guerra, e houve outros em que os alemães foram as principais vítimas. Jean-Marie Le Pen, pai da líder francesa de extrema-direita Marine Le Pen, pode ter sido mais profético do que lhe demos crédito quando afirmou, em 1987, que o Holocausto era um “pequeno detalhe” na história da Segunda Guerra. Mas, mesmo reduzido à condição de detalhe menor, ou apenas um episódio da selvageria em meio a tantos durante a Segunda Guerra, o Holocausto e seus autores nazistas são um assunto inesgotável. Se o Holocausto é hoje, principalmente, um instrumento a ser empregado na política, em vez de uma memória histórica cen-

tral com influência direta tanto sobre a política como sobre a ética, podemos esperar mais manipulação do passado para servir aos imperativos do presente. Desde a conversa “Hitler” nas mídias sociais até os novos guardiões da memória do Holocausto, tudo está terrivelmente errado. No entanto, a resposta adequada a tudo isso começa com a perseverança, não com o desespero. Cada geração judaica teve de lidar com os próprios desafios distintos e muitas vezes fatais. Este desafio – que coloca nossa história no centro do discurso político de hoje – é um dos nossos. * Ben Cohen é editor-sênior da The Tower Magazine e responsável por uma coluna semanal para JNS.org, agência de notícias que serve à mídia judaica. Ele escreveu para Commentary, The Wall Street Journal, Ha’aretz e Tablet

As vítimas a que Hoecke se refere são os milhares que morreram na Alemanha durante ataques de bombardeio aliados; os civis alemães deportados pelos tchecos no final da guerra; e talvez até mesmo toda a nação alemã, aquelas pobres pessoas inocentes enganadas pelos nazistas

É bom parar de conceder o benefício da dúvida para quem não merece. Na comemoração do Dia da Memória do Holocausto, a Casa Branca de Trump emitiu uma declaração que não mencionou especificamente o povo judeu – alvo do Holocausto, a Shoá, termo criado após a Segunda Guerra para descrever o esforço nazista para varrer os judeus da face da terra. Ao ler, pensei com os meus botões: “A Casa Branca de Trump é uma operação amadora, sem pessoal e sem muita experiência do poder executivo, e quem escreveu a declaração e a divulgou acabou com ela por ignorância e negligência”. Não vou cometer esse erro de novo, pois a porta-voz de Trump, Hope Hicks, defendeu e até mesmo celebrou a declaração da Casa Branca. Foi deliberado não mencionar os judeus segundo Hicks, uma maneira de demonstrar a abordagem inclusiva do governo Trump: “Apesar do que a mídia relata, somos um grupo incrivelmente inclusivo e levamos em conta todos aqueles que sofreram... Estamos honrados por emitir uma declaração em memória deste dia importante”. Não, Hope Hicks, e não honra a quem você serve de porta-voz. Os nazistas mataram um número impressionante de pessoas de maneiras monstruosas e escolheram por alvo determinados grupos – ciganos, deficientes mentais e homossexuais assumidos, entre outros. Mas a Solução Final destinava-se unicamente aos judeus. O Holocausto tratava dos judeus. Não há maneira “orgulhosa” de oferecer uma lembrança do Holocausto que não leve em conta este fato simples, terrível, histórico-mundial. Para universalizá-lo a “todos os que sofreram” é roubar o Holocausto de seu significado. Diante da abominável declaração de Hicks, não se pode simplesmente deixar isso de lado. Pois há grupos de opinião nos Estados Unidos e em certas áreas da coalizão de Trump que há muito deixaram claro estarem cansados do que consideram uma egocêntrica reivindicação judia de serem as grandes vítimas dos nazistas. Em 1988, quando redigia os discursos da Administração Reagan, escrevi o texto lido pelo então presidente que redigi na cerimônia de colocação da pedra fundamental do Museu do Holocausto em Washington. Como de hábito, o discurso foi enviado a quatorze escritórios da Casa Branca, aí incluído o de Relações Públicas, de caráter conservador, cujo trabalho era divulgá-lo para grupos étnicos e religiosos. A funcionária do escritório de Relações Públicas que apoiava os grupos anticomunistas na Europa Oriental ficou encarregada de revisá-lo e mandou o texto de volta marcado com alterações em quase todas as frases e no alto uma anota-

ção “isso deve ser refeito. E o sofrimento dos poloneses e dos eslovacos? O presidente não deve tomar partido”. Espantado e horrorizado, levei o documento ao meu chefe. ”Ignore-a, ela fica remoendo isso”, disse a respeito da funcionária de Relações Públicas. Em outra ocasião, em um artigo encomendado por uma revista conservadora, escrevi uma frase na qual chamei os judeus de “o povo mais confrangido da história”. Um editor da revista fez objeções à colocação e insistiu em acrescentar a palavra “exclusivamente” entre “mais” e “confrangido” porque havia um elemento, segundo ele, de “pleito especial”. Conto esses casos para dizer que a declaração de Hope Hicks tem precedentes. É, em vez disso, o auge de algo – o auge de décadas de sentimentos negativos que parecem centrar-se na ideia de que os judeus, de algum modo, fizeram “uso” indevido do Holocausto e que o Holocausto não deve “pertencer” a eles. Alguém naquela Casa Branca do passado pensou que era hora de tratar desse caso omitindo o caráter especificamente judaico do Holocausto. Agora a pergunta: quem foi? No discurso durante a colocação da pedra fundamental, disse o presidente Reagan: “Acho que todos nós, aqui, estamos conscientes daqueles, mesmo entre nossos compatriotas, que se dedicaram à repugnante tarefa de minimizar ou mesmo negar a verdade do Holocausto. Este ato de genocídio intelectual não deve ficar sem contestação e aqueles que promovem esses pontos de vista devem ser submetidos ao escárnio e à ira de todas as pessoas de bem e pensantes nesta nação e em todo o mundo”. Ele se referia ao novo e horrível tema de negação do Holocausto. É doloroso pensar que estas palavras agora podem ser aplicadas à Casa Branca, onde agora reside um republicano sucessor de Reagan, apenas 28 anos depois que Reagan deixou a presidência. É desolador, uma tragédia.


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magazine > curta | por Bernardo Lerer

Trump, como em 1939

Arquiteto dos cabelos

Sobreviver a qualquer custo

O que se vai ler em seguida talvez seja a mais original homenagem e celebração do Dia do Holocausto. A cada cinco minutos, do dia 27 de janeiro de 2017, a conta no Twitter “Manifesto do Saint Louis”, tuitou (arghhh) os nomes das centenas de refugiados a bordo do navio Saint Louis que deixaram a Europa tentando escapar aos nazistas, mas não tiveram permissão para desembarcar nos Estados Unidos, Cuba e no Canadá. Cada tuíte (desculpem) teve supostos milhões de likes (seja lá o que isso for). O MS St Louis era um navio de passageiros de bandeira alemã, comandado pelo capitão Gustav Schröder com 937 pessoas a bordo, que zarpou de Hamburgo com destino a Cuba em 13 de maio de 1939, para o que todos tinham os competentes vistos, assim como para os Estados Unidos, segunda parada do navio. O presidente de Cuba, Federico Laredo Brú, possivelmente influenciado por agentes nazistas estacionados na ilha e por funcionários corruptos que exigiam um depósito de quinhentos dólares de cada passageiro, negou o desembarque, apesar dos apelos do secretário de Estado Cordell Hull e do secretário do Tesouro Henry Morgenthau, judeu, e do Joint. O capitão rumou para a costa da Flórida e Cordell Hull aconselhou Roosevelt a não aceitar os judeus. Schröder tentou desembarcá-los clandestinamente, mas foi cercado por navios de guerra. No Canadá, a proibição veio de um secretário antissemita e o capitão voltou para a Europa tentando desembarcá-los em países menos hostis. Na Inglaterra ficaram 288, o resto dividiu-se entre Bélgica, França e Holanda. Destes, 254 morreram nos campos de Sobibor, Auschwitz e campos menores. Lutz Grünthal escreveu no Twitter: “Os Estados Unidos me mandaram de volta na fronteira, em 1939. Fui assassinado em Auschwitz”. Evelyn Greve escreveu a mesma coisa “e fui assassinada na Itália”. Manfred Fink também estava na fronteira dos Estados e “fui morto em Bergen-Belsen”. Trump teve em quem se inspirar, e Netaniahu o elogia.

O sonho de Vidal Sassoon (foto abaixo) era ser arquiteto, “desenhar edifícios”, como dizia ainda criança, no orfanato onde vivia, mantido pela sinagoga Hispano-Portuguesa, primeiro em Londres e, depois, no interior da Inglaterra a salvo dos bombardeios da aviação nazista, durante a Segunda Guerra. Em vez disso, no entanto, tornou-se o mais importante e conhecido “arquiteto capilar”, eufemismo para cabeleireiro, da segunda metade do século passado, cujas produções ornavam as cabeças de celebridades do mundo social e do cinema. No orfanato, tinha pouco contato com os pais, mas como cantava no coral da sinagoga podia acenar, de longe, para a mãe nas cerimônias de Shabat. No final da guerra, Vidal ainda insistiu com Betty Bellin, a mãe, já separada do pai, Jack Sassoon, natural de Salônica, na Grécia, o desejo de ser arquiteto, mas ela sentia que ele não “tinha inteligência suficiente para tocar algum negócio”, segundo contou mais tarde, em entrevista. E, numa fantástica reviravolta, colocou-o como aprendiz de cabeleireiro num salão de East End, de Londres, cuja profissional concordou em ceder parte de seus ganhos com o garoto no qual via grande potencial. No final da guerra, Vidal tinha 19 anos e se juntou ao Grupo 43, que combatia as gangues antissemitas organizadas em torno do líder fascista Oswald Mosley. Por essa experiência ofereceu-se como voluntário nas tropas da Palmach, pré-independência de Israel e serviu na fronteira com Gaza. Um ano depois estava de volta a Londres, onde uma profissional ensinou-o a falar diminuindo o sotaque cockney, ao mesmo tempo em que desenvolvia sua própria técnica de corte e contorno, a partir de cortes geométricos que acompanham a estrutura e a formação óssea do rosto de mulher, o que requeria o mínimo de manutenção. Assim, tornou-se o estilista de Mary Quant e seus modelos, o cabelo de Nancy Kwan no filme O Mundo de Suzie Wong; recebeu uma bolada de dinheiro de Roman Polanski para ir a Hollywood deixar o cabelo de Mia Farrow extravagante em O Bebê de Rosemary. Com renovados pedidos das atrizes, mudou-se em 1970 para Los Angeles e montou uma rentável linha de produtos de beleza da qual se desfez nos anos 1980. Gastou o dinheiro em filantropia e em uma fundação que estuda o antissemitismo e leva seu nome na Universidade Hebraica de Jerusalém. Morreu em maio de 2012, aos 84 anos, de leucemia.

Quando as nuvens do nazismo começaram a toldar os céus da Europa, o filósofo Martin Buber, que até 1938 ainda lecionava na Alemanha, escreveu um artigo, em 1933, no principal jornal judeu alemão, o Jüdische Rundschau, no qual apelava aos pais que salvassem, por quaisquer meios que fossem, os filhos. Isto significava, entre outras coisas, a penosa decisão de confiar a vida deles a vizinhos não judeus com a quase certeza de que nunca mais os veriam. O rabino Kalman Chameides foi designado capelão dos soldados judeus no exército polonês, tarefa que dividia com a de líder espiritual da comunidade de Katowice, na Polônia, rabino de Katowice e Bedzin, antes da invasão alemã, em setembro de 1939, o que levou a família a se abrigar mais a leste da Polônia, ainda sob domínio da União Soviética, até que, em 1941, também caísse em mãos dos alemães. Nessa ocasião Kalman foi além: entregou os dois filhos aos cuidados dos religiosos do monastério de Katowice e disfarçados entre órfãos católicos. Entre 1932 e 1936, Kalman escreveu uma coletânea de ensaios em polonês e alemão que, segundo os especialistas, se constituem em raro testemunho de liderança rabínica ortodoxa durante aqueles anos críticos e nos quais, além de uma profética visão coberta de breu, trata do estado

Um jornal a menos, em Beirute Desapareceu mais um jornal de Beirute, lamentam-se os jornalistas israelenses para os quais as publicações dos países árabe são preciosas fontes de informação e cujas notícias ajudam a interpretar e analisar os humores das várias facções políticas, religiosas e ideológicas pelas quais se dividem regiões, as cidades e seus bairros, no Líbano. O último a fechar as portas foi o As-Safir e o anúncio surgiu em curto vídeo no Youtube em que o editor-chefe Talal Salman, que o fundou, em 1974, enrola uma toalha e apaga as luzes da redação. Era tido como simpatizante do regime sírio e se acreditava que Hafez Assad fazia fluir um bom dinheiro para mantê-lo. Por ocasião da primeira guerra do Líbano, em 1982, o jornal apoiava a milícia xiíta Hezbollah, embora Salman fosse pan-arabista e de esquerda, mas ele via seu jornal como um jornal nacionalista e, portanto, na obrigação de combater qualquer ocupação estrangeira do território libanês, no caso, de Israel.

da Europa, o futuro dos judeus europeus e, principalmente, uma pungente perspectiva de seus filhos. De fato, em um ensaio de agosto de 1935 intitulado “Crianças judias como mártires” o rabino Kalman Chameides conclama a comunidade para que preparem os filhos para o profundo sentimento de ódio que logo estará à espera deles e pelo qual deverão pagar o alto preço com suas próprias vidas. É verdade que, por mais premonitório que fosse na interpretação deste ódio, o rabino – e ninguém – podia imaginar a escala da tragédia em massa que estava por vir. De todo modo, Kalman valeu-se da expressão alemã Vernichtung, para destruição física, no sentido de aniquilação, e que nos remete, claro, ao Holocausto. Um dos filhos, Leon, sobreviveu à guerra levado para Londres e depois para os Estados Unidos, onde se tornou proeminente cardiologista pediátrico e dedicou os últimos anos a reconstituir a produção ensaística do pai na forma dos 75 ensaios do livro À Beira do Abismo: um Rabino Polonês se Dirige à sua Comunidade na Véspera do Holocausto (On the edge of the abyss: a polish rabi speaks to his community on the eve of the Shoá – Chameides Press – 360).

Nos últimos tempos o jornal começou a sentir dificuldades financeiras, a circulação caía a cada mês e nem mesmo o site conseguia reverter a situação. A crise financeira coincidiu com os problemas do regime sírio. Assim como o As-Safir, o outrora importante e de grande circulação An-Nahar, também está com o futuro incerto. Liberal e secular, fundado em 1933, era o símbolo da luta contra o Hezbollah e a ingerência síria nos destinos do Líbano. Em 2005, o editor chefe do jornal, Gebran Tueni, neto do fundador, foi assassinado dias depois de voltar de Paris onde vivia há alguns anos por receber ameaças de morte. Na época, a suspeita era de que os serviços de inteligência sírios estivessem por detrás do assassinato causado por um carro bomba nas imediações de Beirute. O pai dele, Ghassan, voltou a dirigir o jornal até morrer, em 2102, com 86 anos. Agora, Nayla, filha de Gebran, é a responsável. Um príncipe saudita ajudava nas finanças do jornal. Eis aí um dos principais problemas da imprensa do Líbano, cujas regras de censura são as mais flexíveis do Oriente Médio e a liberdade de expressão é parte das tradições liberais do país: a dependência de patrocínio e apadrinhamento de partidos políticos impõe uma autocensura que neutraliza qualquer tentativa de a imprensa ser realmente livre. Assim, a emissora de tv Al-Manar, do Hezbollah, tem de ser leal às posições do Irã e da Síria. E o jornal Al-Mustaqbal, de propriedade do primeiro ministro Saad Hariri, filho do então primeiro ministro Rafik Hariri, assassinado em 2005, atende aos interesses do governo do dono e da Arábia Saudita, o verdadeiro patrão de Saad.


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80 HEBRAICA

| MAR | 2017

HEBRAICA

indicador profissional ACUPUNTURA

81

| MAR | 2017

indicador profissional ADVOCACIA

AULAS DE INGLÊS

CASA DE REPOUSO

CARDIOLOGIA

ADVOCACIA

A D VO C AC I A

Família  Cível Trabalhista  Consumidor

Dra. Dayane Messias Lopes Dr. Eduardo Durante Rua

Tels: (11) 99944-7331 98018-0377 98507-6427 email: dayanelopes.adv@gmail.com | edurua@uol.com.br

ALERGIA/IMUNOLOGIA

ANGIOLOGIA

ASSESSORIA DE EVENTOS

CASA DE REPOUSO

CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

CIRURGIA GERAL

CIRURGIA PLÁSTICA

CIRURGIA PLÁSTICA

CIRURGIA TORÁCICA


82 HEBRAICA

| MAR | 2017

HEBRAICA

indicador profissional CLÍNICA

DERMATOLOGIA

DERMATOLOGIA

FISIOTERAPIA

ENGENHARIA

FONOAUDIOLOGIA

GINECOLOGIA

MANIPULAÇÃO

FISIOTERAPIA

CLÍNICA/ DOENÇAS HEPÁTICAS

83

| MAR | 2017

indicador profissional

GERIATRIA

NEUROLOGIA

HIPNOSE


84 HEBRAICA

| MAR | 2017

HEBRAICA

indicador profissional NEUROLOGIA

ODONTOLOGIA

OTORRINOLARINGOLOGISTA

PSICOLOGIA

OFTALMOLOGIA

ORTOPEDIA

PSICOLOGIA

PSICOTERAPIA

TERAPIA

PSIQUIATRIA

TERAPEUTA CORPORAL

UROLOGIA

PSICANALISTA

ODONTOLOGIA

85

| MAR | 2017

indicador profissional

compras e serviços


86 HEBRAICA

| MAR | 2017

compras e serviรงos

HEBRAICA

87

| MAR | 2017

compras e serviรงos


88 HEBRAICA

| MAR | 2017

roteiro gastronômico

HEBRAICA

89

| MAR | 2017

roteiro gastronômico


90 HEBRAICA

| MAR | 2017

conselho deliberativo

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL

Ativismo de resultados A primeira reunião ordinária do Conselho Deliberativo, em fevereiro, demonstrou a disposição do plenário e das comissões em fazer deste um ano decisivo para a solução de questões antigas e o enfrentamento dos desafios atuais. Um exemplo dessa energia positiva foi a apresentação feita pela Comissão de Administração e Finanças, que se debruçou sobre dados demográficos da comunidade judaica em São Paulo e a configuração do quadro associativo, comparando ambos e buscando as razões para o decréscimo no número de famílias. O estudo permitirá uma atuação específica no sentido de atender cada faixa etária e assim estender e aprofundar a ligação de cada sócio com o clube. Importante afirmar que o mesmo empenho na busca de estratégias que beneficiem o quadro associativo se repete nas comissões de Obras e na Jurídica, sempre no sentido de manter apoiar e manter um diálogo aberto o trabalho da Diretoria Executiva. Este ano, a eleição para a renovação de 50% do Conselho será realizada no dia 12 de novembro, no Centro Cívico, data que privilegia o comparecimento do sócio, uma vez que não se sobrepõe ao calendário de feriados nacionais e municipais. Com data e local definidos, agora é hora de partilhar com o sócio o quanto é importante essa eleição na composição dos ativistas que representarão o quadro associativo, uma noção que se torna cada vez mais importante à medida em que os serviços, programas e infraestrutura do clube ganham peso no orçamento e rotina das famílias. É vital termos candidatos dispostos a trabalhar e dedicar tempo ao Conselho Deliberativo e também contar com o amplo comparecimento dos sócios com direito a voto (titulares e seus cônjuges) para validar e garantir que um amplo espectro de interesses esteja representado no Conselho Deliberativo como um todo. No mais, é hora de festejar Purim com todo o seu corolário: o da vitória dos honestos (Mordechai e Ester) contra os corruptos (Haman) no reino de Shushan. Ao saborearmos os doces típicos da festa, os osnei haman, estamos prestando uma homenagem a dois entre muitos heróis que, com astúcia e empenho, salvaram o povo judeu. Chag Sameach Mauro Zaitz Presidente da Mesa

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2017 3 DE ABRIL 14 DE AGOSTO 27 DE NOVEMBRO 11 DE DEZEMBRO

2017 MARÇO 9 12 13

ABRIL 10 * 11 * 12 * 17 * 18 24

5ª FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2ª FEIRA SHUSHAN PURIM 2ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA 2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA

EREV PESSACH- 1º SEDER PESSACH- 2º SEDER PESSACH-2º DIA PESSACH- 7º DIA PESSACH- 8º DIA IZKOR IOM HASHOÁ- DIA DO HOLOCAUSTO

1

2ª FEIRA

2

3ª FEIRA

14 24 30 *31

DOMINGO 4ª FEIRA 3ª FEIRA 4ª FEIRA

IOM HAZIKARON - DIA DE LEMBRANÇA DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 69 ANOS LAG BAÔMER IOM IERUSHALAIM VÉSPERA DE SHAVUOT 1º DIA DE SHAVUOT

MAIO

JUNHO *1

JULHO 11 31

5ª FEIRA

2º DIA DE SHAVUOT - IZKOR

3ª FEIRA 2ª FEIRA

JEJUM DE 17 DE TAMUZ INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV

3ª FEIRA

AO ANOITECER

AGOSTO 1

2ª FEIRA

FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER TU BE AV

4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA 6ª FEIRA SÁBADO

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1º DIA DE ROSH HASHANÁ 2º DIA DE ROSH HASHANÁ VÉSPERA DE IOM KIPUR IOM KIPUR

4 *5 *6 11

4ª FEIRA 5ª FEIRA 6ª FEIRA 4ª FEIRA

* 12 * 13

5ª FEIRA 6ª FEIRA

VÉSPERA DE SUCOT 1º DIA DE SUCOT 2º DIA DE SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ 7º DIA DE SUCOT SHMINI ATZERET- IZKOR SIMCHAT TORÁ

7

SETEMBRO ** ** ** ** **

20 21 22 29 30

OUTUBRO

Mesa do Conselho

NOVEMBRO

PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE VICE-PRESIDENTE 1O SECRETÁRIO 20 SECRETÁRIO ASSESSORES

DEZEMBRO

MAURO ZAITZ FÁBIO AJBESZYC SÍLVIA L. S. TABACOW HIDAL AIRTON SISTER VANESSA KOGAN ROSENBAUM ABRAMINO A. SCHINAZI CÉLIA BURD EUGEN ATIAS JAIRO HABER JAVIER SMEJOFF SAPIRO JEFFREY A. VINEYARD

5

12 19

DOMINGO DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN 3ª FEIRA 3ª FEIRA

AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

2018 JANEIRO 27

SÁBADO

31

4ª FEIRA

DIA INTERNACIONAL EM MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU) TU B’SHVAT

4ª FEIRA

JEJUM DE ESTER

FEVEREIRO 28

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES,

FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS



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