Revista Hebraica - Setembro 2013

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ANO LIV

| N ยบ 619 | SETEMBRO 2013 | TISHREI 5774

Iom Kipur renova e liberta


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palavra do presidente

Opção pelas crianças, escolha pelo futuro Escrevo desde Ierushalaim, pouco antes de retornar ao Brasil, e ainda sob o impacto dos eventos durante esta última Macabíada, para a qual levamos uma das três maiores delegações do mundo e o Brasil teve uma das melhores classificações da história de sua participação deste acontecimento espetacular ao mesmo tempo esportivo, cultural, social somado à sua intensa mensagem de sionismo e judaísmo. Como sempre, a cada vez que viajo para Israel volto mais impressionado e emocionado com um ou outro aspecto, mas, desta vez, algo em especial chamou a minha atenção. É claro que poderia discorrer horas a respeito da fantástica cerimônia de abertura dos jogos no Estádio Teddy Kolek, em Jerusalém, equipado com o que há de mais moderno no mundo, e com a presença prestigiosa do presidente Shimon Peres, o primeiro-ministro Biniamin Netaniahu, as lideranças políticas do país e delegados estrangeiros. E o momento em que numa única voz cerca de cinquenta mil pessoas cantaram juntos o Hatikva, emocionando a todos. Poderia também me estender durante algumas boas horas acerca do desenvolvimento do país, as novas construções, os novos bairros, os grandes empreendimentos de todos os tipos, cidades que surgem do nada em pleno deserto, a infraestrutura invejável, os jardins, o cuidado com o ser humano a preocupação com os que chegam. Estradas modernas, transporte coletivo ligando o norte ao sul do país, os projetos como o de um trem de alta velocidade ligando Tel Aviv a Jerusalém. Os turistas afluem a Israel nesta época do ano, vindos de todas as partes e pelas mais variadas razões, o tráfego nas estradas e o caótico trânsito em Tel Aviv. E falar das pessoas que passeiam pelas ruas de qualquer cidade até altas horas com a maior segurança, os restaurantes e os bares lotados, e muito mais. Mas o que mais chamou minha atenção desta vez foi a quantidade de crianças. Parece que, de repente, o povo de Israel resolveu ter muitos filhos porque, mais do que sempre, acredita no futuro da nação, na certeza da sua segurança, na convicção das oportunidades de crescimento com qualidade de vida, e por esta razão aposta no futuro e no desenvolvimento do país que terá de continuar crescendo e oferecendo oportunidades a toda esta futura geração que nasce num país jovem, de apenas 65 anos. É o que, de certa maneira, se reproduz aqui na Hebraica quando apostamos em um aumento substancial da frequência infantil a partir do momento em que a Escola Alef passou a funcionar no clube, em perfeita harmonia, com os demais associados e frequentadores nos dias de semana. A educação de qualidade na escola somada à sua integração com o clube é um projeto que vai se materializar em poucos anos no futuro da nossa comunidade com cidadãos bem formados para o exercício da plena cidadania e a vantagem de ser construída sobre as sólidas bases do judaísmo feito das grandezas do passado e do presente e formador de uma só família, uma só tradição, a mesma história e o mesmo destino. Quando esta edição chegar às mãos dos nossos associados, estaremos celebrando as datas mais importantes do calendário mosaico. Por esta razão, desejo a todos Shaná Tová Umetuká. E Gmar Chatimá Tová. Shalom

Abramo Douek

PARECE QUE, DE REPENTE, O POVO DE ISRAEL

RESOLVEU TER MUITOS FILHOS PORQUE, MAIS DO QUE SEMPRE, ACREDITA NO FUTURO DA NAÇÃO, NA CERTEZA DA SUA SEGURANÇA, NA CONVICÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE CRESCIMENTO COM QUALIDADE DE VIDA, E POR ESTA RAZÃO APOSTA NO FUTURO


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sumário

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GAROTAS DA GINÁSTICA ARTÍSTICA EM HOTEL DE NATÂNIA, DURANTE AS MACABÍADAS

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Carta da Redação

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Destaques do Guia A programação de setembro e outubro

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Capa Os talentos musicais que as Grandes Festas revelaram

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cultural + social

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Festival de Cinema Décima sétima edição exibiu 33 longas-metragens

28

Clube da leitura Projeto se espalhou por outros clubes da cidade

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Gourmet Chef Raphael Despirite desvendou segredos do suflê

32

Meio-Dia Festival de Música Judaica já está em clima de aquecimento

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Diplomacia O novo cônsul de Israel Yoel Barnea, em entrevista exclusiva

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Coluna um / comunidade Os eventos mais significativos da cidade

A DÉCIMA OITAVA TURMA DO CURSO DE LÍDERES MEIDÁ, EM GUARULHOS, PRESTES A EMBARCAR PARA ISRAEL

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Fotos e fatos Os destaques do mês na Hebraica e na comunidade

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juventude

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Teatro Em setembro, estreia o novo musical infantil

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esportes Macabíadas Mais dez páginas sobre o maior evento esportivo do mundo judeu

Meidá Décima oitava turma do curso de líderes visitou Israel

OS DIRETORES CONVIDADOS SÉRGIO SLUTZKY, CÍNTHIA CHAMECKI E ALEX HELLLER, NO XVII FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO

57

Curtas Os destaques do judô, polo aquático, xadrez e basquete

80

Tecnologia Conheça dez aplicativos israelenses para facilitar o trânsito

82

Nazismo As relações do papa Pio XII com a Alemanha de Hitler

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magazine

Czarismo O misterioso secretário de Rasputin era judeu?

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Polêmica Shabat até domingo? O debate em Israel continua...

A palavra As instigantes traduções que Robert Alter fez da Bíblia

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Exposição Até 15 de setembro, a mostra de cartazes do teatro ídiche

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12 notícias A visão do nosso correspondente em Israel

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Literatura Um conto de I. L. Peretz traduzido por J. Guinsburg

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Cinema Dois comentários sobre Hannah Arendt, de Margareth von Trotta

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Leitura Os destaques do mês no mercado das id

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Música Onze lançamentos imperdíveis, do popular ao erudito

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Com a língua e com os dentes Com vocês, a brasileiríssima e deliciosa mandioca...

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Medicina esportiva Tudo o que você precisa saber sobre fascite plantar

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diretoria

122

Novidade Foi lançado catálogo de prestadores de serviços para festas

124

Lista da Diretoria Saiba quem são os seus representantes no Executivo

144

Lista do Conselho Veja a lista atualizada de conselheiros

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Conselho Reuniões promovem encontro de gerações


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carta da redação

Gmar Chatimá Tová O editor adjunto Julio Nobre foi feliz na escolha de uma das fotos de autoria de Flávio Mello para ilustrar a capa desta edição: a mão que substitui a mão humana apontando as linhas da Torá, lida nos serviços matutinos de Rosh Hashaná e Iom Kipur. A essa imagem juntamos os dois verbos que dão sentido a Iom Kipur, o nome próprio do último dos Dias Temíveis. Esta edição publica o material que Magali Boguchwal, como todo bom repórter, guardou das duas semanas que passou em Israel acompanhando a delegação brasileira e que complementa as reportagens a respeito do grande evento esportivo judaico, publicadas com exclusividade na edição de agosto. São informações e histórias de bastidores que, em certa medida, explicam porque a próxima Macabíada começa quando a anterior ainda está em curso. No “Magazine”, nosso correspondente Ariel Finguerman explica a mais recente polêmica em Israel: fazer do domingo também final de semana, emendando com o sábado. Para isso, entrevistou judeus observantes, contra e a favor. Ainda no “Magazine”, os textos de dois associados que assistiram ao filme de Hannah Arendt, dirigido por Margareth von Trotta. O ensaio de um dos maiores vaticanistas acerca do papa Pio XII e o nazismo, os dez aplicativos para celular criados em Israel e a história do secretário judeu da muito conhecida figura de Grigori Yefimovich Rasputin. Este exemplar chega às mãos dos associados em meio às celebrações de Rosh Hashaná. Por esta razão, os votos de Shaná Tová seguem com o necessário complemento de Gmar Chatimá Tová. Boa leitura – Bernardo Lerer – Diretor de Redação

ANO LIV | Nº 619 | SETEMBRO 2013 | TISHREI 5774

DIRETOR-FUNDADOR SAUL SHNAIDER (Z’l) PUBLISHER FLAVIO MENDES BITELMAN DIRETOR DE REDAÇÃO BERNARDO LERER EDITOR-ASSISTENTE JULIO NOBRE

SECRETÁRIA DE REDAÇÃO MAGALI BOGUCHWAL REPORTAGEM TANIA PLAPLER TARANDACH TRADUÇÃO ELLEN CORDEIRO DE REZENDE FOTOGRAFIA BENJAMIN STEINER (EDITOR)

CLAUDIA MIFANO (COLABORAÇÃO) FLÁVIO M. SANTOS

DIREÇÃO DE ARTE JOSÉ VALTER LOPES DESIGNER GRÁFICO HÉLEN MESSIAS LOPES

ALEX SANDRO M. LOPES

FOTO CAPA FLÁVIO M. SANTOS EDITORA DUVALE RUA JERICÓ, 255, 9º - CONJ. 95

E-MAIL DUVALE@TERRA.COM.BR CEP: 05435-040

- SÃO PAULO - SP

DIRETOR PAULO SOARES DO VALLE ADMINISTRAÇÃO CARMELA SORRENTINO ARTE PUBLICITÁRIA RODRIGO SOARES DO VALLE

DEPTO. COMERCIAL SÔNIA LÉA SHNAIDER PRODUÇÃO PREVAL PRODUÇÕES IMPRESSÃO E ACABAMENTO IBEP GRÁFICA

AV. ALEXANDRE MACKENZIE, 619 JAGUARÉ – SP

(ESTA EDIÇÃO CORRIGE A DATA EM UM ANÚNCIO A RESPEITO DAS COMEMORAÇÕES DE ROSH HASHANÁ E

PUBLICIDADE TEL./FAX: 3814.4629

IOM KIPUR, PUBLICADO NA CONTRACAPA DA EDIÇÃO DE AGOSTO)

E-MAIL

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JORNALISTA RESPONSÁVEL BERNARDO LERER MTB 7700

calendário judaico :: festas

OS CONCEITOS EMITIDOS NOS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE

INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES, NÃO RE-

PRESENTADO, NECESSARIAMENTE, A OPINIÃO DE DIRETORIA

SETEMBRO 2013 Tishrei 5774

OUTUBRO 2013 Heshvan 5774

dom seg ter qua qui sex sáb

dom seg ter qua qui sex sáb

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4. Véspera de Rosh Hashaná | 5. Primeiro dia de Rosh Hashaná | 6. Segundo dia de Rosh Hashaná 13. 17h39, início do jejum de Iom Kipur 14. Iom Kipur termina às 18h33| 18. Véspera de Sucot

DA HEBRAICA OU DE SEUS ASSOCIADOS.

A HEBRAICA É UMA PUBLICAÇÃO MENSAL DA ASSOCIAÇÃO

“A HEBRAICA” DE 1.000, PABX: 3818.8800

BRASILEIRA

EX-PRESIDENTES

SÃO PAULO RUA HUNGRIA,

LEON FEFFER (Z’l)

- 1953 - 1959 | ISAAC FIS- 1960 - 1963 | MAURÍCIO GRINBERG (Z’l) - 1964 - 1967 | JACOB KAUFFMAN (Z’l) - 1968 - 1969 | NAUM ROTEN-

CHER (Z’l)

BERG - 1970 - 1972 | 1976 - 1978 | BEIREL ZUKERMAN - 1973 -

1975 | HENRIQUE BOBROW - 1979 - 1981 | MARCOS ARBAITMAN - 1982 - 1984 | 1988 - 1990 | 1994 - 1996 | IRION JAKOBOWICZ (Z’l) - 1985 - 1987 | JACK LEON TERPINS - 1991 - 1993 | SAMSÃO WOILER - 1997 - 1999 | HÉLIO BOBROW - 2000 2002 | ARTHUR ROTENBERG - 2003 - 2005 | 2009 - 2011 | PETER T. G. WEISS - 2006 - 2008 | PRESIDENTE ABRAMO DOUEK

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por Giovahnna Ziegler

destaques do guia NO INÍCIO DO MÊS DE SETEMBRO, TEMOS A FESTA MAIS IMPORTANTE DA COMUNIDADE JUDAICA, O ROSH HASHANÁ 5774, COMEÇANDO NA PRIMEIRA SEMANA, SEGUIDO DAS CELEBRAÇÕES DE IOM KIPUR, NA SEMANA SEGUINTE. O AFTER SCHOOL COMPLETA 5 ANOS E A HEBRAICA COMEMORA COM TODA ESSA FAMÍLIA. DUDU FISHER SERÁ PROTAGONISTA NO TRIBUTO AOS GRANDES MUSICAIS QUE FIZERAM HISTÓRIA, NO EVENTO IN CONCERT BROADWAY. EM UMA REALIZAÇÃO DO DEPARTAMENTO DE JUVENTUDE/TEATRO, O ESPETÁCULO “MONSTRUOSOS MONSTRENGOS DE MONSTRÓPOLIS” ESTREIA NA ÚLTIMA SEMANA DE SETEMBRO GARANTINDO DIVERSÃO PARA TODA A FAMÍLIA. CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA EM WWW.FACEBOOK.COM/CLUBEHEBRAICASP

cultura + social

juventude

Horários do ônibus • Terça a sexta-feira

4 a 6/9 Rosh Hashaná

2/9 Aniversário After School

Saídas Hebraica 11h15 , 14h15, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30

13 a 14/9 Iom Kipur

22/9 Espetáculo Monstruosos Monstrengos de Monstrópolis

Saída Avenida Angélica 9h, 12h, 15h, 17h30 e 17h45

8/9 In Concert Broadway

• Sábados, domingos e feriados Saídas Hebraica –10h30, 11h30, 14h30, 16h45, 17h, 18h20 e 18h30 Saídas Avenida Angélica 9h, 11h, 12h, 15h , 16h15, 17h30 e 17h45

• Linha Bom Retiro/Hebraica Saída Bom Retiro – 9h, 10h Saída Hebraica – 13h45, 18h30




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capa | grandes festas 5774 | por Magali Boguchwal O CANTOR DUDU FISHER EM MOMENTO SOLENE DURANTE AS

GRANDES FESTAS

U

As vozes que embalam o perdão

NOS 48 ANOS DE

EXISTÊNCIA DOS SERVIÇOS

RELIGIOSOS DAS GRANDES

FESTAS NA HEBRAICA O

CANTO LITÚRGICO JUDAICO CONSOLIDOU INÚMERAS CARREIRAS MUSICAIS

ma exposição na Galeria de Arte convida os sócios a conhecer a longa história da identidade judaica no clube. Fotos e textos mostrarão como as sucessivas gestões da Hebraica sempre preservaram os costumes e valores, atenderam aos preceitos básicos e não se prenderam a nenhuma corrente judaica. Neste início do ano judaico de 5774, os lugares nas sinagogas montadas no Teatro Arthur Rubinstein – onde atuará o chazan Dudu Fisher e terá a presença do rabino Henry Sobel –, no Salão Marc Chagall, com o chazan Gerson Herszkowicz e na Sinagoga, com o chazan David Kullock, já estão reservados e enquanto os adultos fazem as orações, as crianças serão entretidas por monitores com atividades centradas nas Grandes Festas. (veja horários e locais na próxima página). A comemoração das Grandes Festas iniciada em 1965, quando o teatro da Hebraica tinha apenas dois anos, é um bom exemplo disso. Os diretores que se propuseram a tocar o ambicioso projeto de celebrar Rosh Hashaná e Iom Kipur no clube foram Salomão Trezmielina (z’l) e Henrique Hecht, dois empresários que atuavam como diretores de Cultura Judaica durante a gestão do presidente Maurício Grinberg (z’l). Eles contrataram o chazan Sidor Belarsky, profissional com carreira internacional muito respeitado pelos sócios frequentadores de espetáculos musicais no exterior. O coro que o acompanhou por muitos anos foi regido primeiro pelo maestro Bernardo Federovsky e, depois, por Noach Foiguelman. A partir daí, e a cada ano, houve adaptações na ambientação do teatro, no posicionamento do púlpito e na participação dos diretores durante os rituais. Em 1972, na gestão de Beirel Zukerman, o Departamento de Juventude lançou um serviço dirigido para o público jovem e reservou

o principal salão de festas para o evento. Aos 18 anos, Cláudio Lottenberg, hoje presidente da Confederação Israelita do Brasil (Conib) e do Hospital Albert Einstein, foi o chazan, assistido por um ativista que poderia ser seu avô, Uron Mandel (z’l). No ano seguinte, outro jovem, Gerson Herszkowicz assumiu como chazan do mesmo serviço que, ao longo dos anos se tornou tão tradicional como o do Teatro Arthur Rubinstein. Com a morte do chazan Sidor, os ainda diretores Hecht e Trezmielina se apressaram em contratar outro grande ícone da música litúrgica internacional: Moshé Stern desembarcou pela primeira vez em São Paulo e ganhou rapidamente respeito e a admiração dos frequentadores do teatro. Por muitos anos, fez questão de trazer um coro escolhido por ele para acompanhá-lo. Ano a ano, os serviços religiosos ganhavam cada vez mais espaço, levando o clube a interromper todas as atividades em Rosh Hashaná e Iom Kipur. Até meados dos anos 1980, as duas sinagogas conquistaram adeptos, e cada um dos serviços uma identidade própria ao ponto de se tornarem conhecidos como o “serviço do Gerson” e o “serviço do Moshé Stern”. O bom andamento de ambos e a influência dos já citados Trezmielina, Hecht e Mandel, até o final da década de 1990, de certa forma explicam as poucas alterações nos ofícios das Grandes Festas na Hebraica. “Claro que as pessoas vinham rezar, mas a prioridade delas era ouvi-los, especificamente Moshé Stern e Gerson”, conta Daniel Grabarz, ele também um dos muitos que encontraram um caminho na música em razão dos serviços religiosos no clube, dos quais o do Salão Marc Chagall manteve a mesma estrutura básica com Gerson Herszkowicz e o coral Zemer regido por Sima Halpern. Na Sinagoga, o chazan David Kullock conta com a participação das famí-

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capa | grandes festas 5774 >> lias que o acompanham desde meados da década de 1990. No Teatro Arthur Rubinstein, o chazan Dudu Fisher é acompanhado pelo coral litúrgico regido pelo maestro Leon Halegua. Eis, a seguir, os depoimentos de Daniel Grabarz, Cláudio Goldman e Ricardo (Kiki) Wertheimer cujas carreiras foram marcadas pela atuação nas celebrações de Rosh Hashaná e Iom Kipur do clube. Começo no coro “Eu frequentava a Sinagoga da Hebraica, Eu soube que o novo maestro procurava candidatos para o novo coro que acompanharia Moshé Stern no teatro e como recompensa havia uma viagem para Israel. Fui aprovado nos testes com o maestro Leon Halegua e quase ao mesmo tempo soube que o diretor de Cultura Judaica José Luiz Goldfarb procurava novos leitores da Torá para a Sinagoga, e me candidatei. O clube patrocinou um curso com o chazan Simon Amar (z’l), com o qual aprendi tudo o que sei até hoje e ainda em 1994 me dividi entre o coro no teatro e a leitura da Torá na Sinagoga”, lembra Daniel Grabarz. “Moshé Stern era muito exigente. Durante alguns anos, ainda trouxe cantores do exterior. Primeiro, só homens, e depois uma chazanit, e o serviço do teatro era o chazan e os dois corais. O maestro Leon recebia as partituras no início do ano e começávamos a ensaiar já em abril. Stern chegava duas semanas an-

O CHAZAN CLÁUDIO GOLDMAN DURANTE SERVIÇO RELIGIOSO EM 2000, AINDA NO ANTIGO SALÃO BEN-GURION

tes de Rosh Hashaná e passávamos horas ensaiando até satisfazê-lo, principalmente depois que nos tornamos o único coral a acompanhá-lo. Aos poucos, ele foi aceitando o fato de haver cantoras no coral e em duas vezes trouxe uma chazanit russa de Israel para atuar no serviço”, conta Grabarz. “Nós também o acompanhávamos nas apresentações do show ‘Liturgia in Concert’, ocasião em que revelava os seus dotes de cantor lírico. No último ano de contrato, teve um problema de hipoglicemia em razão do jejum de Iom Kipur

e que assustou a todos. No ano seguinte, Cláudio Goldman foi contratado para o serviço do Teatro.” Entre o popular e o litúrgico “Sou sócio da Hebraica desde bebê. Às vezes vinha ao clube para nadar, jogar xadrez... Quando voltei de Portugal, em 1992, fui ao ‘Domingão do Faustão’, ‘Jô Soares’, ‘Hebe’, e convidado pelo então presidente Jack Terpins para fazer um show no clube”, recorda Cláudio Goldman. “Muito tempo depois, em 1998, o maestro León Halegua me convidou para subs-

tituir uma cantora que estava doente para interpretar Avinu Malkeinu. Fato curioso, no Casino Estoril eu também substituí uma cantora que adoecera. O diretor José Luiz Goldfarb gostou do meu jeito de cantor popular, sem nenhuma ligação com a religião, e filho do Alberto Goldman. Por pura ignorância, eu cantava textos litúrgicos sem kipá”, diz Goldman, “José Luiz começou a me incentivar no estudo da chazanut. Passei a ter aulas de hebraico com a professora Gisela, mãe do rabino Michel Schlesinger, na época um adolescente, mas desisti. Achei que aquilo não era pra mim... Paralelamente, vivi uma época de ouro no clube, participando dos musicais Porgy and Bess, A Noviça Rebelde e tantas outras produções com o coral do maestro Leon Halegua”, relembra Goldman. “Insistiram, retomei o estudo de chazanut... E, para quem, como eu, nada sabia, foi uma proeza fazer as Grandes Festas naquele pequeno salão onde hoje é a Sinagoga... Eu lia no transliterado, mas estudava muito e sabia exatamente o que estava cantando... Então, em 2001, passaram a cogitar que eu substituísse o grande Moshé Stern no Teatro Arthur Rubinstein. Fui submetido a um teste, aprovado e colocaram à minha dispo-

sição os professores Carlos Dimant, Daniel Grabarz e o chazan Avi Bursztein. Com cada um deles aprendi muito. Mas não fosse o querido Carlos Zakon, já falecido, do Buffet Kasher, não teria conseguido fazer o serviço. Pois como saber o que o Stern cantava? Como aprender as partituras dele com o coral, os recitativos? Aí surge o Carlos Zakon e me coloca nas mãos uma caixa de sapatos com um monte de fitas cassete, com todo o serviço das Grandes Festas na voz de Moshé Stern”, revela Goldman. “Durante seis meses, viajava com as fitas e o Machzor no carro. Não me desgrudava um minuto... Lembro que estava estudando quando aconteceu a tragédia do World Trade Center. Houve quem duvidasse que eu pudesse me sair bem e aqueles que se surpreenderam por ter sido bem-sucedido. Ainda que no início eu quisesse imitar o vozeirão do Moshé Stern, que não é o meu estilo. Gosto de cantar com emoção, suave, envolvente, fazendo voz forte apenas nos momentos mais importantes. Mesmo sem o conhecimento do hebraico, era elogiado pela pronúncia das palavras. Recusei a proposta de me aprimorar em Israel por ter filhas pequenas aqui no Brasil. Optei por investir na minha carreira como can-

tor. 2010 foi o último ano como chazan no clube, um período mágico, pleno de emoção e da certeza de ter realizado um bom trabalho. Sou grato a cada um dos meus queridos amigos e professores. Hoje trabalho como chazan, com muito prazer, e sem deixar de atuar como cantor popular”, conclui Goldman. A história de Ricardo Por vários anos, Ricardo Wertheimer, ainda um garoto, encerrava o serviço religioso de Iom Kipur entoando o Adon Olam diante de milhares de pessoas no Salão Marc Chagall. Aos 27 anos, ele agora desenvolve uma carreira musical na banda GPS e se dedica a estudar chazanut e volta aos anos durante os quais acompanhou o serviço religioso do chazan Gerson Herszkowicz. “O meu interesse pela música é de família. Sou filho, neto, bisneto, e por aí vai, de tradicionais famílias de levyim soviéticos e húngaros. Meus antepassados eram chazanim ou trabalhavam diretamente com a música de alguma maneira. Desde pequeno conheci ambientes musicais, desde aulas de música, apresentações na escola, cantorias em família, até ensaios do Coral Zemer regido pela maestrina Sima Halpern com >>

Grandes Festas 5774 4/9 – 18h, véspera de Rosh Hashaná Acendimento das velas às 17h36

Exposição na linha do tempo

5/9 – 9h – Início dos serviços

Durante todo o mês de setembro, a Galeria de Arte exibe a exposição “Hebraica Judaica”, retrospecto dos principais acontecimentos do Departamento de Cultura Judaica durante os sessenta anos do clube. Gerson Herszkowicz, o atual diretor do departamento lembra que “a Hebraica começou judaica, pois sua inauguração aconteceu durante Chanuká. Cantamos, fizemos brachot (bênçãos) e acendemos a chanukiá”. Sob a direção do vice-presidente Administrativo Mendel Szlejf, um entusiasta da cultura judaica em todas suas vertentes, o Departamento de Cultura Judaica continua a tradição, que teve momentos marcantes durante essas seis décadas. Contribuíram para a realização dessa mostra a cessão dos cartazes do teatro ídiche na Hebraica da coleção de Marcos Chusyd, a extensa pesquisa de Lucilla Glogowsky na Biblioteca consultando o acervo da revista Hebraica (a partir de 1964) e o trabalho minucioso de Flávio Mello com o material fotográfico, parte dele em mau estado de conservação. Muitos dos visitantes poderão se ver nas fotos, alguns visíveis, outros recordando os fatos fotografados. Uma exposição para ser vista com filhos e netos.

18h – Minchá e Arvit (Sinagoga)

17h – Tashlich 6/9 – 9h – Início dos serviços 13/9 – Iom Kipur, 18h – Kol Nidrei Acendimento das velas e início do jejum às 17h39 14/9 – 9h – Iom Kipur – Shacharit 11h – Yizcor de Iom Kipur 17h- Neilá Iom Kipur 18h42 – Shofar e Kidush de SALÃO MARC CHAGALL LOTADO PARA AS GRANDES FESTAS

Iom Kipur (fim do jejum)


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capa | grandes festas 5774 | por rabino Henry I. Sobel >> o chazan Gerson Herszkowicz. Hoje, um terço do Coral Zemer é constituído de membros da minha família, como a minha mãe, o meu tio Léo Mutchnik e a minha irmã Débora Wertheimer Bonder”, revela Wertheimer. “No início da década de 1990, cantava nos shabatot da escola regidos pela Régis Karlik (minha incentivadora oficial na música), passei a estudar violão e piano, e cantava em ocasiões especiais, como no coro mirim das Grandes Festas do Salão Marc Chagall. No meu bar-mitzvá, em maio de 1999, que teve participação da maestrina Sima Halpern, da morá Régis Karlik, do Coral Zemer e dos chazanim Avi Bursztein e Gerson Herszkowicz, pedi ao chazan Gerson autorização para cantar o Adon Olam na versão adaptada por ele, para as Grandes Festas do Salão Marc Chagall, a partir da melodia escrita por Lalo Schifrin para o musical Tonight, a Musical e interpretado por Dudu Fisher. Então o chazan Gerson me convidou para cantar oficialmente na Hebraica nas grandes festas e no Coral Zemer. Ou seja, neste 2013 completo quatorze anos, participando efetivamente das Grandes Festas do Salão Marc Chagall”, diz Wertheimer. “É, sem dúvida, uma grande responsabilidade cantar para milhares de pessoas em Rosh Hashaná e Iom Kipur, e ainda sinto minhas pernas tremerem. Quando começo a cantar, olho para o Gerson; ele me passa tranquilidade e concentração que me faz cantar mais do que simplesmente com a voz, mas sim com o coração e com a alma. Graças a esse amor pela música, desde 2008, quando criei a Banda GPS. minha principal atividade é cantar e entreter em casamentos, bar e bat-mitzvot e eventos corporativos. E além do meu trabalho com a Banda GPS, estudo canto lírico, popular e chazanut. Cantar é o meu maior prazer, e foi aqui, na Hebraica, que comecei a cantar, dançar, atuar e apresentar, e quero sempre me manter ativo na Hebraica, que considero a minha segunda casa”, conclui Wertheimer.

Uma reflexão para Iom Kipur O LEITMOTIV, O TEMA PREDOMINANTE DE IOM KIPUR, É TESHUVÁ. A PALAVRA É NORMALMENTE TRADUZIDA POR “ARREPENDIMENTO”, PORÉM O QUE ELA IMPLICA É UM RETORNO, UMA VOLTA, UMA VIRADA. À PRIMEIRA VISTA, A IDEIA PODE NOS PARECER ANTIPÁTICA. VOLTAR TEM UMA CONOTAÇÃO DE REGREDIR, RETROCEDER, RECUAR. MAS NÃO PARA O JUDEU

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ara nós, a teshuvá significa perceber que estamos no caminho errado, significa ter a coragem de voltar atrás e tomar um novo rumo. O autêntico arrependimento não é um remorso inútil e autodestrutivo pelos erros que cometemos, mas sim a decisão madura e consciente de mudar, de melhorar, de se modificar. A teshuvá é uma renovação: moral, psicológica e espiritual. Talvez possamos melhor entender este processo observando o que acontece agora, quando a natureza se renova. O que é que traz o início da primavera? O que é que faz a terra despertar, a semente brotar, a flor desabrochar? A pri-

meira começa quando a Terra se inclina numa certa posição em relação ao Sol, quando ela literalmente se volta para o Sol. Somente então, sua energia potencial, que estava até então oculta, consegue se manifestar. Assim como a Terra, o ser humano também traz dentro de si uma infinidade de qualidades latentes. A teshuvá é um apelo para desenvolvermos criativamente todo este potencial moral e espiritual, toda esta fonte de riqueza ainda não explorada. Assim como a Terra só se regenera quando se volta para o calor e a luz do Sol, assim também a nossa renovação só acontece quando abrimos a men-

CHAZAN GERSON HERSZKOWICZ, À DIREITA, CONDUZ SERVIÇOS RELIGIOSOS NO SALÃO MARC CHAGALL, AO LADO DE RICARDO WERTHEIMER

te e o coração àqueles valores e ideias que engrandecem a vida humana. O homem precisa voltar-se a Deus para que seu espírito possa florescer. Há muitos obstáculos no caminho de renovação, e é preciso identificá-los e compreendê-los para que possamos tentar superá-los. Muitas vezes, estamos presos atrás das grades dos nossos impulsos, emoções, atitudes e hábitos. O arrependimento é um processo de libertação no qual o ser humano se desvencilha das correntes que prendem e confinam seu espírito. Conta-se uma história sobre Michelângelo, que levou certo dia um enorme bloco de mármore até o centro da Praça de São Pedro. As pessoas que passavam olhavam curiosas, sem entender o que estava acontecendo, até que alguém perguntou: “Ei, o que você pretende fazer com isto?” E Michelangelo respondeu: “Dentro desta pedra há um anjo querendo se libertar!” Não é por isso que nós estamos aqui hoje: por que sentimos dentro de nós um anjo querendo se libertar? Bem, talvez não um anjo, mas certamente alguém um pouco melhor do que fomos no ano que passou. Será que conseguiremos

este ano remover a camada de insensibilidade, apatia e indiferença que reprime nosso “anjo interior”? Será que poderemos esculpir a nossa personalidade e o nosso caráter, e revelar a beleza que existe dentro de nós? Na liturgia de Iom Kipur, repleta de preces pela vida, há um tom de dúvida, de incerteza. Qual de nós não sente um impacto ao ler no Machzor: “Mi yichê u’mi yamut”, “quem viverá e quem morrerá?” Diante dessa pergunta, torna-se mais urgente o desafio que nos confronta. A tarefa de desenvolver nosso potencial precisa ser empreendida imediatamente. Não há tempo a perder. Um sábio disse certa vez: “A tragédia da vida não é que ela termina tão cedo. A tragédia da vida é que nós demoramos tanto para começar”. Algumas semanas atrás, eu li uma história chamada “Mr. Smedley’s Guest”, “O convidado do Sr. Smedley”. Certa noite quando cochilava tranquilamente em sua poltrona, o Sr. Smedley recebeu a visita inesperada de um estranho. O homem começou a dizer que o livro do Sr. Smedley havia sido aclamado pela crítica e pelo público. Smedley interrompeu, dizendo que ele realmente tinha pensado em escrever um livro, mas não che-

CONGREGAÇÃO PARTICIPA DO SERVIÇOS NO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN, ONDE A PRESENÇA DO RABINO SOBEL AUMENTOU O INTERESSE DOS SÓCIOS PELO SERVIÇOS

gou a fazê-lo. O convidado, entretanto, continuou falando do livro, descrevendo detalhadamente seu conteúdo. E, então, Smedley começou a lembrar que era exatamente aquilo que ele tinha sonhado em escrever. Em seguida, o convidado sentou-se ao piano e começou a tocar uma música, dizendo que era uma composição do Sr. Smedley. Novamente Smedley protestou, alegando que ele tinha realmente pensado um dia em compor aquela melodia, mas não teve tempo de fazê-lo. Quando o convidado levantou-se para ir embora, Smedley agradeceu a visita e perguntou: “Desculpe-me, mas não ouvi bem o seu nome. Quem é o senhor?” E o convidado respondeu: “Eu sou o homem que você poderia ter sido”. Pois é, meus amigos, é muito triste quando em Iom Kipur a gente se encontra na situação do Sr. Smedley; quando a gente ouve uma voz dizendo: “Eu sou o pai, o marido, o filho, o amigo, o judeu leal, o ser humano útil e criativo que você poderia ter sido”. Nesse dia sagrado, em que rezamos pela vida, nós confrontamos o fato inevitável que a vida não é nossa para sempre, e que mais cedo ou mais tarde ela nos será tirada. Se este é o destino de todos nós, então nada é mais significativo do que deixarmos atrás, quando partimos deste mundo, uma prova marcante de que nossa existência não foi em vão; que nossa vida, embora curta, não foi uma chama passageira, mas uma luz brilhante que iluminou o caminho daqueles que amamos, ajudando-os a andar com passos mais firmes e corações mais alegres. Ao contemplarmos nossa missão e nosso destino como seres humanos, vamos iniciar o ano novo com um novo lema: “Esta é a única vez que eu vou percorrer a estrada da vida. Se existe algum bem que eu possa fazer no caminho — uma palavra meiga a dizer, um sorriso a oferecer, um carinho a dar, uma causa a abraçar —, é bom que eu o faça agora, sem demora”. O anjo está aqui, dentro de cada um de nós, esperando o momento de se revelar. Que possamos libertá-lo. Agora, sem demora.



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cultural + social > festival de cinema judaico

Edição exibiu 33 longas-metragens A DÉCIMA SÉTIMA EDIÇÃO DO FESTIVAL DE CINEMA JUDAICO (FCJ) TEVE GRANDE REPERCUSSÃO NA MÍDIA PAULISTA, COM SESSÕES LOTADAS NO CINESESC, CINEMARK DO PÁTIO HIGIENÓPOLIS, CENTRO DA CULTURA JUDAICA, E NOS TEATROS EVA HERZ, ARTHUR RUBINSTEIN E ANNE FRANK

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Relógio do Meu Avô, do diretor carioca Alex Levy Heller, foi escolhido pelo público do XVII Festival de Cinema Judaico como o melhor documentário da mostra e ganhou uma exibição extra na sessão reservada às pré-estreias três dias depois do encerramento. “Houve muita procura pelos ingressos da sessão noturna realizada no Teatro Anne Frank durante o Festival e quando informamos o público que o documentário tinha sido o mais votado pelo júri popular, houve muito mais interesse”, informou a curadora do FCJ Daniela Wasserstein. Heller foi um dos três diretores convidados no festival deste ano. Ele acompanhou

todas as exibições do filme, explicando as circunstâncias que o fizeram viajar até a Transilvânia para concluir em nome do avô a busca por um antigo relógio. “Eu me empenhei em uma busca pessoal por um relógio que estaria escondido na Transilvânia. O irmão do meu avô teria escondido o objeto antes da chegada dos nazistas e do envio dos judeus para o campo de concentração. Eu, que sou da terceira geração, fui atrás dessa história e nessa busca você se aprofunda em questões como o Holocausto, conversa com sobreviventes. O filme trata dessa busca pela identidade”, explica Heller. O Relógio do Meu Avô é o primeiro longa-metragem do jovem que já tem

GEORGE LEGMAN, JOÃO BATISTA DE ANDRADE, DO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA, E O REITOR DA USP JOÃO GRANDINO ROSAS

no currículo filmes premiados como Dzi Croquetes (2009), documentário onde atuou como diretor de produção. “O Relógio do Meu Avô é a minha estreia como diretor. Fiquei animado com o interesse demonstrado pelo público que veio à apresentação da noite de quartafeira no Festival. Houve um debate depois do filme e pude mensurar a aceitação do meu trabalho”, afirmou em entrevista dada no dia seguinte à estreia no Festival. Ele se referiu a uma lacuna que percebe em relação ao cinema com temática judaica. “Ainda há pouca produção brasileira. Veja este festival. Há quarenta filmes e apenas dois ou três foram produzidos no país por profissionais brasileiros”, destacou. O filme de Alex participou de festivais na Nova Zelândia, na Transilvânia e está inscrito em mostras de Luxemburgo e da Polônia. “Há algumas semanas, assinamos um contrato para a transmissão pelo Canal Brasil, o que considero uma grande vitória”, comemorou Alex. Cinthia Chamecki, curitibana radicada nos Estados Unidos, finalizou em maio a produção de Estamos Aqui (Danken Got) que apresenta depoimentos de imigrantes judeus da Europa que ajudaram a formar a comunidade judaica curitibana. “Trabalho como editora de filmes e esta é minha estreia na produção e também em um festival. Ontem estive com os alunos de cinema da Faap (Faculdade de Armando Alvares Penteado) e foi interessante debater o filme com pessoas de fora da comunidade judaica”, afirmou a jovem. O terceiro convidado foi Sérgio Slutzky, diretor de Sem Ponto Final (Sin Punto y Aparte). Argentino radicado em Israel, esse jornalista rememora os anos 1970, quando um grupo de jovens judeus se vê dividido entre reagir ao complicado momento político argentino e atender aos ideais sionistas depois de passarem um período atuando como voluntários em um kibutz logo após a guerra do Iom Kipur. “Minha resposta foi emigrar para Israel, mas muitos dos amigos que entrevistei para este filme decidiram tomar outro caminho”, comentou. (M. B.)

A PLATEIA DO TEATRO ARTHUR RUBINSTEIN FICOU LOTADA PARA ABERTURA DO FESTIVAL

Júri escolheu documentário brasileiro É sempre instigante observar as escolhas feitas pelos júris populares nos festivais de cinema mundo afora. No caso do Festival de Cinema Judaico de São Paulo, o eleito foi o documentário O Relógio do Meu Avô, produção de 2012 realizada pelo cineasta brasileiro Alex Levy Heller. Chama a atenção que tenha sido realizado por um jovem integrante da terceira geração de imigrantes do pós-guerra e revela a gama de interesses desta faixa da comunidade judaica brasileira. Heller é neto de um refugiado que deixou para trás a família na Hungria e encontrou abrigo no Brasil antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial. Terminado o conflito, descobre que um dos irmãos sobreviveu. O documentário mostra a busca de Heller por um relógio Patek Philippe que o avô deixara aos cuidados do irmão na Transilvânia. Essa busca vem entremeada de depoimentos de sobreviventes que che-

garam no final dos anos 1940 ao Rio de Janeiro e ali, apesar do trauma do genocídio, começaram uma nova vida, se integraram completamente ao Brasil, criaram filhos, netos e uma identidade tipicamente carioca e judaica. Antes de partir para a Hungria, Heller decide visitar parentes em Israel, onde se encontra com uma prima que desistira de compreender os fatos ocorridos com os avós na Europa. Ao ser indaga-

da sobre o que acha que ele vai encontrar na Hungria, ela responde: “Outras perguntas”. Esta passagem parece resumir as expectativas das novas gerações em relação ao Holocausto e às terríveis experiências dos judeus sob o nazismo. Também parece apontar para a esperança de que outras boas produções realizadas por jovens cineastas podem estar a caminho. (J. N.)


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cultural + social > festival de cinema judaico

Em sua décima sétima edição, o Festival de Cinema Judaico de São Paulo já faz parte do calendário cultural da cidade como mostram estas fotos da noite de abertura, com a exibição de filme argentino A Sorte em Suas Mãos, dirigido por Daniel Burman


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Foto Cláudia Mifano

cultural + social > clube da leitura

O CLUBE DA LEITURA COMEMOROU UM ANO DE ATIVIDADES

Um ano, dez livros e novos amigos LANÇADO PELO SINDI-CLUBE EM PARCERIA COM A ACADEMIA PAULISTA DE LETRAS E A COMPANHIA DAS LETRAS, O CLUBE DA LEITURA COMEÇOU NA HEBRAICA EM AGOSTO DE 2012. A IDEIA JÁ SE ESPALHOU PELA CIDADE

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udo começou com a leitura do romance Dois Irmãos, de Milton Hatoun. O Clube da Leitura pegou e hoje existem dez grupos formados na cidade e no interior de São Paulo. Dos quatorze integrantes iniciais do primeiro grupo formado na Hebraica, cerca de seis sócios se mantiveram fiéis ao projeto. A cada mês, o grupo acolheu novos leitores. Um total de dez livros escolhidos foram analisados pelos participantes e pela atenta mediadora Vivian Schlesinger, que a partir da experiência com o Clube da Leitura desenvolveu uma carreira profissional ligada à formação de críticos literários.

Na reunião que coincidiu com a comemoração do primeiro ano do projeto, o livro debatido foi De Amor e de Trevas, do escritor israelense Amos Oz. Impressionada com o alto nível das intervenções, a mediadora enviou a seguinte mensagem aos participantes do primeiro grupo. “Ontem completamos um ano de grupo # 1, e Eunice trouxe um bolo para comemorarmos, delicioso, diga-se. Ela agradeceu a todos por terem acreditado no projeto do Clube de Leitura. Eu é que devo agradecer, porque além do prazer de trabalhar com vocês e de tudo que tenho aprendido, vocês têm me trazido muita sorte: muita coisa boa tem

me acontecido em consequência dessas conversas de sábado à tarde. Vocês são bárbaros!” O roteiro literário do grupo # 1 incluiu Diário da Queda, de Michel Laub, Os Versos Satânicos, de Salman Rushdie e, mais recentemente, Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. No primeiro semestre, Michel Laub esteve na Hebraica e conversou com os integrantes dos três grupos. O próximo será Luiz Ruffato, premiado autor de Eles Eram muitos Cavalos, entre outras obras, provavelmente 7 de dezembro, um sábado, em horário ainda a ser confirmado. “Para melhor aproveitar o momento, em outubro leremos Eles Eram muitos Cavalos. Os títulos escolhidos para o segundo semestre continuam com A Máquina de Fazer Espanhóis, de valter hugo mãe, em setembro”, informou. Ainda sobre o Clube da Leitura: a responsável pela Biblioteca Eunice Lopes informou aos participantes dos três grupos da Hebraica que o mediador do Clube Paulistano convidou dois visitantes. E eis que o Clube da Leitura abre um novo capítulo em sua história. (M. B.)


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cultural + social > espaço gourmet

Suflê com autoridade CORINTIANO SOFREDOR E CHEIO DE MANIAS EM DIA DE JOGO, O JOVEM RAPHAEL DESPIRITE É CHEF DO MARCEL, CONHECIDO COMO O RESTAURANTE QUE SERVE O MELHOR SUFLÊ DA CIDADE

FAZER O FAMOSO SUFLÊ DO MARCEL É UMA ARTE QUE O CHEF RAPHAEL CONHECE BEM

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história do tradicional restaurante francês Marcel começou com a abertura de um pequeno bistrô, em 1955, por Marcel Aurières. Anos depois, veio Jean Durand, dono de outra casa francesa de renome, o La Popote, que queimou num incêndio. Durand comprou o Marcel, atualmente dirigida pelo neto Raphael Despirite, que começou na cozinha como ajudante, aos 14 anos. Depois formouse em gastronomia na École Ritz Escoffier, do badalado Hotel Ritz de Paris, trabalhou em Portugal, na Espanha e foi eleito Chef Revelação em 2007 pela revista Prazeres da Mesa. Aos 28 anos, a cozinha de Despirite revela gosto pela pesquisa de novos produtos e a incorporação do conhecimento da biologia e da botânica, mantendo o suflê, marca da casa. “Suflado” ou “soprado” é a melhor definição para este prato, do século 15, em pleno Renascimento, com a descoberta do poder aerador das claras batidas em neve. Quatro séculos depois, o francês Antonin Carême aperfeiçoou a receita com o calor do forno já passando por tubulações. No Espaço Gourmet, diante de homens e mulheres interessados em conhecer os passos da autêntica receita francesa, Raphael Despirite mostrou a preparação dos suflês de queijos Gruyère e Brie, cogumelos e alho poró. Para finalizar, suflê de goiabada. Foi fácil agradar aos trinta participantes da noite, convencidos da fama de mais de cinco décadas na gastronomia paulistana. (T. P. T.)

Sob nova direção O novo diretor voluntário do Espaço Gourmet é o argentino Diego Man, que traz o gosto por vinhos e comidas de várias gerações da família. Man iniciou a carreira de sommelier em Buenos Aires, aprimorada na Associação Brasileira de Sommeliers (ABS). É consultor e escreve nas revistas Paladar e Sociedade da Mesa, uma das mais conhecidas no setor. Argentino de nascimento. “Eu me criei neste clube, sou da primeira leva de madrichim do Hebraikeinu”, conta. Man já planejou sua linha de atuação com a chef Ana Recchia, a profissional responsável pelo local. Novos eventos, cursos, degustações farão parte dos futuros “cardápios”, feira gastronômica e surpresas como o intercâmbio com chefs israelenses. Aguardem.


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cultural + social > hebraica meio-dia OREN NEIMAN E GILAD BEN ZVI FAZEM DO IMPROVISO UMA ARTE

Festival de Música Judaica esquenta A PRESENÇA DOS ISRAELENSES OREN NEIMAN E GILAD BEN ZVI NO HEBRAICA MEIO-DIA FOI UMA INTRODUÇÃO AO PRÓXIMO FESTIVAL INTERNACIONAL DE MÚSICA JUDAICA, DE 28 DE SETEMBRO A 6 DE OUTUBRO

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ren Neiman e Ben Zvi são conhecidos como o Duo Isra-Alien, nome escolhido quando chegaram aos Estados Unidos para completar os estudos musicais. Era uma forma de identificar os dois “estrangeiros” com Israel, onde nasceram e se tornaram amigos durante o serviço militar. Ambos são de locais próximos a Tel Aviv e os dois violões que tocam convivem de forma tão harmoniosa a ponto de dar a impressão de uma pequena orquestra em cena, tal os sons que Neiman e Ben Zvi tiram deles. As ousadas improvisações fazem parte de um repertório que retrata a tradição da música klezmer, grega, do leste europeu, dos Bálcãs, mediterrânea e outras mais, cuja inspiração e histórias pessoais produziram composições próprias. Durante o show, os dois explicam a época e detalhes de cada música.

A semana em São Paulo foi corrida. Houve várias apresentações no Sesc Vila Mariana, Bar Madeleine, Centro da Cultura Judaica, workshop na Casa do Núcleo e encerraram com o Hebraica MeioDia no Teatro Arthur Rubinstein. Animados e felizes por estar no Brasil, na Hebraica tinham a ajuda de Nicole Borger

Próximas atrações

1º./9 – O samba transcendental de Marcos Ozzellin 8/9 – Grandes Festas – não haverá apresentação 15/9 – Lançamento do CD de João Macacão, Praça Jerusalém 22/9 – Jazz com Renata Versolatto 29/9 – Festival de Música Judaica – Amir Gwirtzman (Israel) e Jaffa Road (Canadá) Para conhecer o programa completo do Festival de Música Judaica, acessar www.imjbrasil.com.br

cantando Singing for a Better World, no original, em hebraico, e nas versões em inglês e português. O refrão, pedindo paz, foi cantado pelo público acompanhando o vigor que a música transmite. Os preparativos para o IV Festival Internacional de Música Judaica estão em ritmo acelerado, e os contatos com músicos e cantores nacionais e do exterior prometem uma programação de alto nível. Por enquanto, o show de abertura está programado para o teatro do Sesc Pompeia, dia 28 de setembro, com a apresentação do musical A Night in the Old Marketplace (“Uma Noite no Velho Mercado”), adaptação do conto de I. L. Peretz, música de Frank London e texto de Glen Berger. Como nos anos anteriores, o grande show de encerramento será no Teatro Arthur Rubinstein. O Hebraica Meio-Dia faz parte do projeto Hebraica para Todos, através da Lei de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura, com o apoio do Hospital Israelita Albert Einstein. (T. P. T.)


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cultural + social > diplomacia

Ligação com Brasil influiu na escolha ARGENTINO CASADO COM UMA CARIOCA, YOEL BARNEA É O NOVO CÔNSUL DE ISRAEL EM SÃO PAULO E, EM ENTREVISTA EXCLUSIVA A TANIA TARANDACH, AFIRMOU QUE “OS ISRAELENSES DEVEM ATUAR PARA ISRAEL E O JUDAÍSMO DA DIÁSPORA, E OS LÍDERES COMUNITÁRIOS PARA SUAS COMUNIDADES, REFLETINDO A IMPORTÂNCIA DO ESTADO JUDEU. SOMOS UM POVO COM DESTINO COMUM” Hebraica – Fale de sua trajetória pessoal. Yoel Barnea – Meus pais eram da então Tchecoslováquia, passaram pela Shoá, em 1948 emigraram para a Argentina, onde residiam alguns parentes. Sou filho único, a primeira geração da família nascida na Argentina. Aos 12 anos, meu pai morreu, fiz o bar-mitzvá e em seguida imigrei com minha mãe para Israel, onde fiz a trajetória de todo israelense. Fui educado num ambiente identificado com o judaísmo e as tradições. Estudei na Universidade de Genebra, Suíça, e ao regressar fui trabalhar no Ministério das Relações Exteriores de Israel. Sua formação em economia influiu na escolha para este novo cargo? As relações do Brasil com Israel são focadas mais no setor econômico? Barnea – A economia sempre me interessou, pessoal e profissionalmente, e me interessei pelo tema durante os 32 anos no ministério. Estou no Brasil, em primeiro lugar, pela minha forte ligação com o país desde quando fui cônsul no Rio de Janeiro (1994-1998) e sou casado com Lúcia, uma carioca. É importante esse elo que Israel tem com a América Latina e o Brasil em particular, cultural, política e economicamente o país mais importante da região. E, nesse espaço, São Paulo é a locomotiva. Então, propus ao ministério, como primeira opção, vir

para cá e recebi a confirmação. São Paulo é um centro importante da realidade brasileira. Nosso Consulado é responsável também pelo Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Uma das razões pelas quais também quis vir ao Brasil foi o fato de falar o português de forma conveniente. Gosto da língua portuguesa, ela é rica em nuances. Sabemos que existe um relacionamento forte no Nordeste brasileiro com Israel. Como é atendido? Barnea – O Brasil é um continente. Seria positiva uma presença maior no Nordeste, mas temos de fazer escolhas, às vezes não muito fáceis. É uma questão de orçamento. A Embaixada de Israel em Brasília se ocupa dessa região brasileira. O senhor foi cônsul em países africanos. Como vê a grande imigração dessa região para Israel? Barnea – Fui embaixador na Costa do Marfim de 1998 a 2000, uma experiência enriquecedora. Como parte das Nações Unidas, Israel ajuda refugiados que entram legalmente no país. Porém, nos últimos anos, a entrada ilegal, via Egito, tem criado grandes problemas de emprego, saúde e condições de vida, pois essas pessoas não são cobertas pelo sistema de segurança social. Outro aspecto é o aumento da criminalidade. Nem sempre temos a capacidade orçamentá-

tos e experiências com diferentes condições financeiras aos diversos países, dependendo de seu nível de desenvolvimento e capacidade de cobrir os gastos da transferência de conhecimentos e tecnologias. Pretendo reforçar essa cooperação com agências brasileiras como a ABC (Agencia Brasileira de Cooperação do Itamaraty), pensando também em uma atuação trilateral, ou seja, Brasil e Israel ajudando um terceiro país, por exemplo, da América Central. Examinarei essa temática em coordenação com nossa embaixada em Brasília e espero que dê bom resultado.

ria de dar a elas as condições que mereceriam e ajudamos para que sejam acolhidas em outros países também. Nossa política é de acolher um número de imigrantes que o país pode absorver, incluindo a importância primordial da aliá de nossos irmãos da Diáspora. Israel recebe imigrantes cada vez em maior número e de diferentes países. Como o sr. vê a pluralidade da população israelense? Barnea – É um aspecto enriquecedor porque numa sociedade pluralista aprendemos uns com os outros. Esse encontro de diferentes culturas e visões é uma fonte de inspiração em todos os aspectos. Israel teve a capacidade de construir uma sociedade moderna, livre e democrática. O resultado nos leva aos primeiros lugares em vários setores como saúde, educação, tecnologia e parte dessas conquistas se encontra na pluralidade das visões na sociedade israelense e nos triunfos sobre os desafios. Ações complementares É correto imaginar que as lideranças comunitárias estejam mais preocupadas em fortalecer as próprias comunidades formando novos líderes, por exemplo, do que em estimular a aliá? Barnea – Acho que os dois temas têm a ver, um necessita do outro. É muito importante reforçar as comunidades locais porque somos um povo com um destino em comum. Somos fortes na transmissão da herança, das tradições e da longa história do povo judeu para evitar a perda de nossa identidade em qualquer lugar. É importante fortalecer e aprofundar os dois lados e Israel tem um papel muito importante na Diáspora para a preservação da identidade judaica e assim continuar a singular epopeia de nosso povo. Uma comunidade forte serve também para o reforço da identidade de seus membros e pode levar a um acréscimo da aliá. Assim se completam os dois alvos, o apoio ao Estado de Israel e o fortalecimento das comunidades na Diáspora. No passado, a liderança judaica foi tes-

CÔNSUL YOEL BARNEA TEM VASTO CURRÍCULO DIPLOMÁTICO

temunha ocular da criação do Estado de Israel. Grandes transformações ocorreram no século 20, como a Shoá. Este terrível evento, junto com o estabelecimento do Estado de Israel, levou a uma grande mudança do judaísmo na Diáspora. Hoje, esses acontecimentos estão mais longe e por isso devemos considerar um novo tipo de relacionamento entre Israel e o judaísmo fora de nosso Estado. Temos projetos como o Taglit, Massá e outros organizados também pela Agência Judaica para levar jovens ao Estado judeu, conhecerem o país e nossa herança milenária, proporcionando uma identificação maior com os objetivos comuns que nos ligam e preparando as novas gerações da liderança judaica fora de Israel. Está certo o raciocínio das lideranças comunitárias de que “Israel é um país consolidado, uma nação forte e não precisa dos jovens da Diáspora, a Diáspora é que necessita deles”? Barnea – Nós necessitamos um do outro, Israel pode proporcionar à Diáspora apoio, solidariedade e defesa dos interes-

ses das comunidades judaicas; os líderes comunitários apoiam e fortalecem nosso Estado de diversas maneiras. Somos um povo com um destino comum e por isso podemos e devemos nos apoiar mutuamente. É o que acontece nesses 65 anos da existência do Estado de Israel e da recuperação de nossa soberania nacional sobre a terra de nossos antepassados. Sabemos de sua relação com o Mashav* nos últimos anos. Como vê a maior presença do Mashav em São Paulo e no Brasil? Barnea – Nos últimos quatro anos, ao voltar do Uruguai, onde servi como embaixador de Israel, trabalhei na coordenação do Mashav na América Latina e Central. Há na região países mais desenvolvidos e países em vias de desenvolvimento, estes com maiores necessidades de assistência e cooperação. Queremos compartilhar com todos os países os benefícios do Mashav, porém temos de aplicar um sistema de prioridades tendo em conta nossas limitações de orçamento. Oferecemos nossos conhecimen-

Suas considerações finais... Barnea – Vivemos em uma geração privilegiada por ter um Estado Judeu independente e sinto-me privilegiado em representa-lo. Somos todos nós, judeus em Israel e fora, integrantes de um povo e uma herança singulares, mantendo ao longo de quase vinte séculos nossa identidade e nossas tradições, mesmo com as dificuldades de ser um povo sem uma base territorial. Hoje, com a existência do Estado de Israel, esta situação mudou radicalmente. Tivemos a capacidade, com a ajuda de nossos irmãos da Diáspora, de fazer frente aos enormes desafios e estou certo que, quando a paz chegar à nossa região e esperamos que seja em um futuro próximo, poderemos dedicar ainda mais esforços humanos e materiais para o progresso, o bem estar e a prosperidade de nosso Estado e de nossos irmãos da Diáspora. Aproveito para desejar a todos os membros da comunidade judaica paulista um excelente Ano Novo repleto de saúde, felicidades e êxito, reforçando os múltiplos laços de cooperação e de irmandade entre Israel e esta comunidade. *Mashav é o nome dado ao Programa de Cooperação Internacional criado por Israel em 1950. Organiza programas que combinam teoria e planejamento prático, enfatizando a erradicação da fome e pobreza por meio do desenvolvimento comunitário e da transferência de tecnologia.


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coluna comunidade

Pedalar em Israel

Anualmente, cresce o número de ciclistas que participam da Wheels of Love, a jornada realizada em benefício do Hospital Alyn, em Jerusalém. Este ano, Robert Landecker e Albert Lisbona ouviram Luiz Grossman contar a aventura de pedalar em Israel e resolveram se juntar à turma que está em formação no clube. Lisbona ganhou a viagem da família, no seu septuagésimo aniversário. Para quem quiser se juntar ao grupo, Grossman (luiz.grossman@gmail.com) tem todas as informações.

Comunicação direta A Wizo São Paulo comemorou noventa anos e acompanha as novas formas de comunicação. Além do Facebook, um newsletter mensal. Envie seu endereço de e-mail para wizosp@terra.com.br.

Alunas do Renascença põem mãos à obra Jovens do Colégio Renascença conheceram o Projeto Bar e Bat-Mitzvá do Grupo Barak, da Wizo, e valores como tzedaká e voluntariado. Na Wizo, elas montaram uma linha de produção para formar kits de higiene pessoal, doados a instituições carentes. As alunas ganharam um castiçal de Shabat e o diploma de honra ao mérito.

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por Tania Plapler Tarandach | imprensa@taran.com.br

COLUNA 1

MÁRIO FLECK, ABRAMO DOUEK E GABY MILEVSKY ATENTOS ÀS PALAVRAS DO MINISTRO ELKIN

Vice-ministro de Israel na Hebraica

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egunda maior autoridade no governo de Israel, atrás apenas do primeiro-ministro Biniamin Netaniahu, o vice-chanceler Zeev Elkin visitou a Hebraica e a Escola Alef, em sua passagem por São Paulo após participar da cerimônia de posse do novo presidente do Paraguai Horácio Cartes. Acompanhado por David Feffer e Alexandre Ostrowiecki, Elkin ouviu a diretora Mariana Gottfried falar a respeito do currículo judaico ali aplicado. Feffer destacou que o vice-ministro é um educador e se sentiu à vontade conversando com as crianças em hebraico, “o importante para nós e para as crianças”. Durante o almoço, do qual participa-

ram os presidentes da Fisesp e da Hebraica Mário Fleck e Abramo Douek, o vice-ministro enfatizou aos representantes das entidades judaicas a necessidade de conhecer e informar o que acontece no Oriente Médio e em Israel. “O mundo treme ao redor de Israel, uma verdadeira ilha na região. Israel é, hoje, um país normal, o lugar mais tranquilo na região.” Destacou a segurança de Israel e a permanente e cada vez mais intensa ligação com a Diáspora, “que é fundamental”. Para Ostrowiecki, “a conversa com ele foi muito produtiva, revelou a importância de a Diáspora apoiar Israel no esforço mundial de hasbará”. Douek deu a Elkin uma escultura do artista japonês Toyota.

Como investir em Israel Temas relacionados a investimentos foram abordados no encontro que reuniu o chefe da Missão Econômica de Israel no Brasil Roy Nir, o vice-presidente da Câmara Brasil-Israel de Indústria e Comércio Mário Fleck, Henry Sztutman e Raphael Di Cunto (Pinheiro Neto Advogados), Gene Kleinhendler e Eyal Diskin (GKH Law Offices), Yadin Kaufmann (Veritas Ventures Partner) e Heitor Huztler (Trigger Participações). Nir destacou: “Israel é um país dinâmico e informal, com políticas governamentais de apoio ao setor”. Kaufmann falou

GENE KLEINHENDLER E MAURO WIJUNISKI

do investimento da Veritas em start ups e a criação de dois novos fundos: na área de health care e outro com foco em companhias palestinas de alta tecnologia.

A parceria Tok&Stok e Apex-Brasil convidou Alexandre Herchcovitch para participar do “Café com Design” que integra o evento Design Weekend e suas conexões com a moda, os negócios e a inovação tecnológica, entre outros setores. Tiago Worcman, recém-contratado da Viacom Brasil como vice-presidente de Conteúdo e Programação e Brand Manager da MTV no Brasil, é o responsável pela estratégia criativa e de programação para consolidar a emissora no país. Worcman foi durante sete anos diretor de programação do canal GNT da Globosat. O trio composto por Ricardo Herz ao violino, Pedro Ito na bateria e Michi Ruzitschka no violão sete cordas fez turnê pela Alemanha, Grécia e Israel. Na volta, apresentou-se no Sesc Consolação. Misturando ritmos brasileiros e africanos mais a improvisação do jazz. Sucesso de público e crítica.

∂ Sempre jovial, Sabina Karpovas completou 90 anos e comemorou com as amigas do Grupo Tiferet da Wizo. Ensaios sobre conceitos do trabalho do escritório do arquiteto Samuel Kruchin de restauro e 26 projetos e obras de preservação e intervenções são tema de Kruchin: uma Poética da História – Obra de Restauro, livro lançado pela editora C4. Uma mostra de imensa delicadeza, assim foram apresentadas as criações de Yukio Suzuki no Espaço Cultural Citi. Com a curadoria de Jacob Klintowitz. Um ciclo de debates encerrou a exposição “Walter Lewy: Mestre do Surrealismo no Brasil”, concebida por Claude MartinVaskou e Márcia Feldon Borger. Daisy Peccinini foi a curadora.

Designer com fama no exterior, Andree Guittcis e seu anel Galáxia foi incluído entre os cem artistas internacionais presentes na quarta edição do projeto The Story of the Creative. É de Beth Szafir o prefácio do livro Dores da Alma, do psicanalista mineiro Walter Sormanti Hassin, que reverteu a renda da edição para entidades filantrópicas de Pouso Alegre. Lançado na Livraria Cultura/Conjunto Nacional. Leva a assinatura de Juan Pablo Rosenberg e Marina Acayaba o projeto arquitetônico da Galeria Bergamin, inaugurada no ti-ti-ti da rua Oscar Freire. Nelson Leirner é um dos artistas presentes nessa mostra inaugural com o título de “Correspondências”. A israelense Yael Bartana é diretora de cinema e veio a São Paulo para produzir um vídeo/arte a respeito de uma réplica do Templo de Salomão, que a Igreja Universal do Reino de Deus constrói no bairro do Brás, em São Paulo.

Atendendo ao convite para representar Israel na Festa das Nações, tradicional acontecimento anual em Barueri, Soli Mosseri levou o teclado, tocou e cantou um repertório sefaradita, asquenazita e ladino, com explicações para um público interessado e participativo.

∂ Sessenta anos bem comemorados: Maurício Mindrisz reuniu a família e a “turma do kidush” da Sinagoga do clube num almoço no Kasher, com direito a muitos lechaim. As doenças e os medos sociais estão no mais recente livro de Maria Luíza Tucci, este junto com Yara Nogueira Monteiro. Lançamento da Editora Fap-Unifesp, Livraria Martins Fontes e Leer/USP. Débora Brandt assina o figurino de A Caminho de Lisboa, novo texto do dramaturgo Rubens Júnior e realização da RJ Produções.

TRABALHO CONJUNTO NA CULTURA JUDAICA

Bons votos dos chanichim Amor/Ahavá, boa festa, mabruk, família, chag sameach, teshuvá (retorno), shofar, shlichá (perdão), mazal (sorte), shalom/paz foram as palavras mais usadas pelos jovens da Oficina de Cultura Judaica do Chaverim para transmitir as mensagens de Shaná Tová.

Acordo Brasil-Israel O presidente do Conselho da Meizler UCB Biopharma Avi Meizler assinou um acordo de Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) com a Bio-Manguinhos/Fiocruz, para fornecer e transferir tecnologia do medicamento Cimzia (Certolizumab Pegol, nome científico), para o tratamento da artrite reumatoide. O ministro da Saúde Alexandre Padilha, que esteve recentemente em Israel, o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Carlos Gadelha, o presidente da Fiocruz Paulo Gadelha e o diretor-geral de Bio-Manguinhos Artur Roberto Couto participaram do evento.

PARCERIA NA ÁREA DA SAÚDE


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cultural + social > comunidade+coluna 1

COLUNA 1

Inaugurado Centro de Estudos Hannah Arendt A filósofa Hannah Arendt dedicou parte da sua vida estudando a banalidade do mal e seus textos a respeito da Shoá, escritos após assistir ao julgamento de Adolf Eichmann em Jerusalém, repercutiram internacionalmente. O Instituto Norberto Bobbio, voltado à pesquisa sobre direitos humanos, criou o Centro de Estudos Hannah Arendt, para contribuir com o legado do livre pensar e a compreensão da trajetória da filósofa. A cerimônia de inauguração, no auditório da Câmara Ítalo-Brasileira no Circolo Italiano, contou com a presença do presidente do Instituto Norberto Nobbio, Raymundo Magliano Filho, do exministro das Relações Exteriores Celso Lafer e do professor da Universidade Livre de Berlim, Wolfgang Heuer. Após a inauguração, seguiuse uma mesa-redonda enfocando a atualidade do pensamento de Hannah Arendt seguida da projeção e debate do documentário A Responsabilidade de Empresas em uma Sociedade Livre. “Esta é uma inauguração especial pela contribuição singular da homenageada, uma vez que a condição da pluralidade e da natalidade nos permite trazer algo único a este mundo no qual nunca deixamos de ser estrangeiros”, disse Magliano Filho.

Na Sala São Paulo, Alegria e Alberto Nigri, Roberta e Carlos Ari Sundfeld, Moshé Sendacz, Ruth e David Levisky aplaudiram o pianista Nelson Freire e a Orquestra Sinfônica Brasileira, regida por Roberto Minczuk.

∂ Maratona de 35 horas de atrações atraiu sessenta mil pessoas ao Conjunto Nacional. Uma das convidadas da Vira Cultura, realização da eficiente equipe de Pedro Herz, foi a chef Roberta Sudbrack, responsável pela Cozinha de Alfaiate, mostrando a riqueza da culinária nacional.

Memória do Teatro Ídiche no MIS Esther e Murilo Schattan convidaram para um bate-papo com vários arquitetos, entre eles Rodrigo Mindlin Loeb e Hugo Sigaud. Quem foi participou do Ornare Concept + Boomspdesign Concept. Preparação para as Grandes Festas na Congregação Beth-El reuniu o psiquiatra Guillermo Bigliani, os psicoterapeutas Luiz Cushnir e David Cytrynowicz, e o otorrinolaringologista Pedro Mangabeira como mediador do encontro. “Como funciona a nossa mente em relação à culpa, por que pedimos perdão? A dor da culpa e o alívio do perdão” foi o tema abordado. É de Vítor Levi o design da plataforma de culinária interativa da Sadia, acessada por quase um milhão de consumidores à procura de receitas e dicas no portal da marca. Agora no mundo da moda, Noemi Weksler e Lilia Renata K. Alves, a Lica, atendem em seu endereço facebook.com/ justgirlsmodesty? fref= ts, prometendo sempre novidades.

∂ Foi um sucesso a tarde de abertura da linha exclusiva da Cau Chocolates para as Grandes Festas. A anfitriã Renata Feffer e Ester Tarandach receberam os convidados do Chaverim, que aderiram às compras e beneficiaram o grupo adquirindo selos comemorativos para acompanhar os doces. A venda continua até o final deste mês, nas lojas dos Jardins e do Pátio Higienópolis. O comércio adere aos feriados judaicos em grande estilo: o Melhor Bolo de Chocolate do Mundo, nascido há vinte anos em Lisboa e com receita guardada a sete chaves, entrou no ritmo e lançou uma cobertura especial de calda de laranja; a Casa Santa Luzia inova a cada ano e neste criou uma linha temática de presentes e um menu especial criado pelo chef consultor Carlos Siffert.

Fortuna e Duo Milewski uniram a sua arte e apresentaram “Canções Ladinas e um Violino Ídiche”, na Casa de Francisca, sempre um lugar de boas atrações nos Jardins. Yesh! Este é o nome da casa criada por Michel Sekierski para ser “um restaurante judaico para todos”. O chef Léo Bahiense é o responsável pela criação das receitas que remetem às raízes judaicas pelo mundo, da Europa Central, Oriental e Ocidental, mais os países árabes. Um cardápio completo, portanto. Gladis e Daniela colocam sua criatividade em uma linha de lembranças para as Grandes Festas. Para saber mais, contate gladiswilner@gmail.com. Agora foi a vez de o Grupo De’Longhi convidar Suzy Gheler e Gustavo Rosa para levar a mostra “Arte com Arte” ao Shopping Iguatemi Campinas. Os bonecos de Suzy inspirados nos quadros de Rosa ganham vida e, nesse encontro, os produtos De’Longhi e Kenwood fazem parte da exposição.

O ∂ Dezesseis entrevistados, entre eles o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, a geneticista Mayana Zatz (foto), o filósofo da Unicamp Roberto Romano participaram do filme Orgulho de Ser Brasileiro. A sessão especial, no cine Sesc, foi seguida de debate com o jornalista, diretor e produtor do documentário Adalberto Piotto, que ofereceu três mil cópias para envio a escolas, universidades, associações, sindicatos e institutos, ampliando o acesso ao cinema e provocando a discussão em um momento único da sociedade brasileira.

WOLFGANG HEUER FOI O PALESTRANTE

Promoção conjunta da Editora Cultura, Unibes e Centro da Cultura Judaica: Ivo Minkovicius autografou o livro Na Kombi do Meu Avô e Ana Luísa Lacombe contou histórias para os pequenos.

Há cinco anos, Eduardo Giansante e Homero Carmona fundaram o E-Dublin, portal voltado a brasileiros interessados em estudar inglês no exterior. São mais de 1.300 artigos publicados, três mil acessos diários e trinta mil fãs no Facebook, números que levaram ao prêmio de Melhor Blog de Intercâmbio e Experiências Internacionais pelo site alemão Lexiophiles. Em meio às atrações internacionais, Benjamin Taubkin mostrou como é bom no “Jazz na Fábrica”, em sua terceira edição no Sesc Pompeia. De Israel, veio o baixista Avishai Cohen. A paulistana Elka Freller e a carioca Tissa Berwanger são as brasileiras escolhidas para figurar no Showcase 500 Art Necklaces, livro anual cuja versão 2013 foi lançada no mês passado nos Estados Unidos.

s imigrantes da Europa Oriental tinham no teatro ídiche a continuação das tradições vividas no shtetl. A mostra “Estrelas Errantes” reuniu, na abertura, muitos dos filhos dessa geração. Conforme colocou o historiador Nachman Falbel, “assim como a NACHMAN FALBEL, PAULO BRONSTEIN E JAIME SEREBRENIC NA ABERTURA DA MOSTRA literatura e a imprensa, O material foi reunido a partir do eno teatro ídiche teve seu momento áureo tusiasmo e da perseverança de Jaime como parte da cultura do imigrante”. Realização conjunta da Arquiprom, Serebrenic e selecionado pelo coleciodo Museu da Imagem e do Som, da Se- nador Marcos Chusyd. O presidente do cretária da Cultura do Estado e do Ar- Ahjb, Maurício Serebrenic, agradeceu quivo Histórico Judaico Brasileiro aos diretores do MIS André Sturm e Ad(Ahjb), reuniu cartazes dos espetáculos ministrativo-Financeiro Jacques Kann a encenados nos maiores teatros da épo- parceria dessa realização cultural e hisca em São Paulo e no Rio de Janeiro, tórica. A mostra fica até 15 de setembro documentos, desenhos de cenários, al- das 12 às 21 horas, de segunda a sextaguns de Lasar Segall, figurinos e grava- feira, e das 11 às 20 horas aos sábados, domingos e feriados. ções de época.

Palestinos na Knesset Dois dias após o reinício das negociações de paz, dirigentes palestinos chefiados por Mohamed Al Madani, membro do partido Al Fatah, visitou o Parlamento de Israel e se reuniu com deputados da Casa. A bandeira palestina foi hasteada na entrada da Knesset.

Santana ganha sétima loja da Unibes

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antana, na zona norte da cidade, foi escolhida para a inauguração da sétima loja da Unibes. Os recursos vindos das vendas foram responsáveis por 25% da renda total da instituição em 2012. Para chegar aos 30% no ano em curso, é necessário aumentar a doação de móveis, artigos para casa (panelas, louças, talheres), brinquedos, eletrônicos e eletrodomésticos, os produtos mais procurados. As doações podem ser agendadas pelos telefones 3311-7266 e 3226-7266.

MÓVEIS ENTRE OS OBJETOS À VENDA....


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Alexandr faz roteiro de impacto

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Segundo robô da Vinci chega ao Einstein O cirurgião do aparelho digestivo Antônio Macedo fez a primeira cirurgia com o segundo robô em atividade no Hospital Israelita Albert Einstein. O hospital tem 24 cirurgiões especializados habilitados e outros 74 em treinamento para cirurgias robóticas.

Abate kasher proibido na Polônia A Confederação Israelita do Brasil (Conib) posicionou-se contra a decisão do Parlamento polonês de impedir o abate de animais no país de acordo com as leis religiosas judaicas e muçulmanas. Há quarenta mil judeus numa população de 35 milhões poloneses. O presidente Cláudio Lottenberg disse que “se a Polônia quer ser efetivamente percebida como uma democracia da União Europeia deve respeitar os direitos das minorias, em especial de uma comunidade que enfrentou tantas dificuldades e perseguições ao longo da sua história naquele país”.

AGENDA 2 a 6/10 – São Lourenço com a B’nai B’rith. Passeios de trem, parques e Caxambu. Reservas: Henrique, Roberta e Cris, telefone 3082-5844 13 a 17/10 – Seminário Aviv Internacional no Hilton Hotel Tel Aviv. Informações na Wizo com Mirta, telefone 3257-0100 23 a 29/11 – Viagem a Montevidéu e Punta Del Este com a Hebraica. Apenas 36 lugares. Informações, Departamento Social/Cultural/ Feliz Idade 12 a 17/6/2014 – Reserve a data para estar em Massada, junto ao Mar Morto. La Traviata, de Giuseppe Verdi, no Festival de Ópera de Israel

própria história. Vez por outra assistimos a cenas ou ouvimos palavras que revelam intenções (quando não seguidas de ações) eivadas de ódio e preconceito a minorias ou maiorias, condenando as diferenças de cunho racial, cultural ou espiritual e defendendo a divisão”. E completa: “O esquecimento, arma de crápulas que negam a Shoá, é a única coisa que pode dar forças a novos nazistas”.

B’nai B’rith reúne professores

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ada ano, mais professores da rede municipal de ensino de São Paulo se interessam pela Jornada do Ensino da História do Holocausto e Antissemitismo, da B’nai B’rith e do Leer Arquivo Virtual sobre o Holocausto e Antissemitismo da USP. Mais de mil pessoas participaram do programa de esclarecimento e testemunhos, como o do sobrevivente Tomás Venetianer no Memorial da América Latina, e apresentações artísticas de professores que trabalham o tema pro-

INÍCIO DOS TRABALHOS DA JORNADA

posto com seus alunos. Jornadas como esta são realizadas pela B’nai B’rith em várias capitais.

A perseguição aos judeus árabes

Quase 850 mil judeus deixaram a Argélia, Líbia, Iêmen, Irã, Iraque, Líbano, Marrocos, Síria, Tunísia e Turquia fugindo às perseguições. Judeus Árabes: o Livro é o título de uma publicação e parte de um projeto que inclui acervo multimídia sobre a imigração judaica dos países árabes e muçulmanos. O projeto abrange o período anterior à partilha da Palestina britânica em 1947, a criação do Estado de Israel um ano depois e passa pelos conflitos posteriores na região e a Guerra de Iom Kipur, em 1973. Muitos desses personagens vivem hoje no Brasil. O jornalista Gabriel Toueg e Leslie Sasson Cohen estão à frente desse trabalho. Para os interessados, https://www.facebook.com/JudeusArabes.

nova ala do Museu do Holocausto, em Washington, tem o título de “Mas eles eram nossos vizinhos...”. Ao percorrê-la, o engenheiro Leon Alexandr gravou frases ali expostas: “...Eu jogava bola com a filha deles... Como puderam fazer isso conosco?... Como foram capazes de nos denunciar à Gestapo?”. Para Alexandr, “o que mais apavora é a ideia de que a humanidade ainda não aprendeu com a

Motivos judaicos em exposição Sima Woiler criou uma série de pinturas com motivos judaicos, seguindo o conceito da Carré d’Artistes, galeria de arte nascida na Provença e com a primeira filial brasileira no piso Veiga Filho do Pátio Higienópolis. O público poderá apreciar os trabalhos a partir de 19 deste mês, no vernissage com pintura ao vivo. Fredéric Armand e Juliana Yuri Matuoka são os responsáveis pela vinda da galeria que tem como slogan “Arte para todos!”.


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1. Renata Feffer, Ester Tarandach e Marina Brand na Cau Chocolates; 2 e 8. Israel representado na Feira das Nações pela música de Soli Mosseri; 3 e 9. Regina Bochner expôs na VI Mostra de Arte no Residencial Albert Einstein, vista por dirigentes; 4. Ana Recchia e Diego Man cuidam do Espaço Gourmet; 5. Na Livraria Martins Fontes, Maria Luíza Tucci Carneiro e Yara Nogueira Monteiro autografaram As Doenças e os Medos Sociais; 6. Sucesso mais uma vez das joias de Patrícia Gotthilff no Salão de Arte e Antiguidades; 7 e 10. Romeu Chap Chap e Abram Berland; Jaime Blay, Hagai e Revital

1. Celso Lafer homenageado por Raymundo Magliano Neto no Instituto Hannah Arendt; 2. Renata Feffer fez venda para o Chaverim na Cau Chocolates; 3. Jovens do Colégio Renascença aderiram ao Projeto Bar e Bat Mitzvá do Grupo Barak/Wizo; 4, 5, 6, 7 e 8.. Na Sala São Paulo, aplaudindo a Filarmônica de Israel: Ida Sztamfater e Vicky Steinbruch, cônsul Yoel Barnea; JP Cedroni e Paula Proushan; Vera e Jaime Bobrow; Mário Fleck recebido no camarim do maestro Zubin Mehta; 9. Mariana Lima, da “Sessão de Terapia”, da GNT, e a atriz Bruna Lombardi com Guita Zarenczanski e Sônia Rochwerger na abertura do Festival de Cinema Judaico

Bergman e Elie Horn após palestra do professor da Universidade Hebraica

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de Jerusalém no Hospital Israelita Albert Einstein

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1. M. Landa, da Arquiprom, um dos responsáveis pelo sucesso da mostra “Estrelas Errantes”, no MIS; 2 e 3. Vanessa Cattan conferiu a sorte e Katy Borger recebeu fiéis clientes nos sessenta anos da Casa Tody, a mais antiga da rua Augusta; 4 e 8. Chella Safra visitou o estande da Dan Galeria, no Salão de Arte e Antiguidades na Hebraica; Marisa Clerman mostrou suas joias para convidadas; 5, 6, 7 e 9. Consulesa Lúcia Barnea e dirigentes de entidades femininas em almoço no Kasher com o vice-ministro Zeev Elkin. Na demorada visita à Escola Alef, o chanceler cumprimentou alunos e mostrou seu entusiasmo pelo que viu em reunião com Abramo Douek, David Feffer e Alexandre Ostrowiecki; vice-ministro israelense com Fernando Lottenberg

1. Rosa Estevez teve canja de Boris Karlik no palco do Teatro Arthur Rubinstein durante o Hebraica Meio-Dia; 2. Vereador Floriano Pesaro visitou as obras do Museu Judaico, ciceroneado por Sérgio Simon, Eduardo Groisman e Isaac Waissmann; 3. No Kasher do clube, convidados e familiares de Maurício Mindrisz brindaram os 60 anos do aniversariante; 4, 6 e 7. Música e ambiente dos anos 1960, 70 e 80 embalaram a noite dos saudosistas e dos mais jovens na “Rock Dance”, no clube; 5. Pais e filhos viraram pizzaiolos em tarde especial no Espaço Gourmet

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Foto Júlio Zanatta

juventude > viagem DÉCIMA OITAVA TURMA DO MEIDÁ FEZ A FORMATURA EM ISRAEL;ABAIXO, GRUPO HAKOTZRIM DURANTE A ABERTURA DA XIX MACABÍADA

Andanças do Meidá e do Hakotzrim por Israel ALUNOS DO MEIDÁ E DANÇARINOS DO GRUPO

HAKOTZRIM ESTIVERAM EM

ISRAEL QUASE NA MESMA ÉPOCA EM PROGRAMAS ESPECIAIS DE TURISMO, APRENDIZADO E DIVERSÃO

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inte e seis alunos da décima oitava turma do Curso de Líderes Meidá e doze dançarinos do grupo Hakotzrim passaram algumas semanas em Israel em junho e julho, cumprindo programas de turismo, aprendizado e diversão O único ponto em comum nos roteiros foi a participação na cerimônia de abertura da XIX Macabíada em Jerusalém. É comum as turmas de formandos do curso de líderes Meidá passar algumas semanas em Israel e a viagem desta décima oitava turma terminou dias depois da abertura da XIX Macabíada Mundial. “Nosso grupo de 25 alunos praticamente cresceu junto como chanichim do Hebraikeinu. A coordenadora do Meidá Aninha e outro monitor nos acom-

panharam. Nos passeios, encontrávamos um guia brasileiro radicado em Israel. Nossa viagem começou e terminou em Tel Aviv. Na chegada, visitamos alguns museus e fomos à praia, muito bonita. Fiquei muito impressionado com o Museu da Diáspora”, conta Júlio Zanatta, um dos viajantes. “No primeiro final de semana, quem tinha parentes no país foi visitá-los; eu e um pequeno grupo ficamos no hotel e a programação que inventamos aumentou ainda mais nossa integração com os colegas”, revelou. Ele descreve cada item do roteiro, incluindo os quatro dias passados na Gadná, acampamento de preparação de jovens para o exército. “Fomos divididos em dois grupos, cada um com um líder

responsável e recebemos tratamento e instruções como se fôssemos soldados”, destaca. Depois da Gadná, os alunos conheceram as tendas beduínas em Ein Gedi, estiveram em Massada e nadaram no Mar Morto. “Foi tudo organizado de modo a que pudéssemos conhecer os aspectos mais interessantes de cada local, como a subida até Massada, de madrugada, e a chegada ao topo exatamente quando o sol nascia. “Num determinado momento, paramos a caminhada e gritamos ‘Am Israel Chai’ (‘O Povo de Israel Vive’, em hebraico) e nossas vozes ecoaram várias vezes e o maskir disse que era o povo judeu reafirmando que se mantinha vivo e forte. Foi inesquecível”, lembra o jovem. “Do Mar Morto fomos a Eilat, onde mergulhamos e andamos de bicicleta em um kibutz ecológico que só utiliza energia renovável”, lembrou. “Encontramos várias vezes um grupo de americanos que também se preparava para iniciar o trabalho como monitores e trocamos experiências com eles”, contou.

A chegada do grupo ao Muro Ocidental em Jerusalém coincidiu com Tishá B’Av, data em que os judeus jejuam por causa da destruição do Templo. “O Kotel estava lotado e as pessoas rezavam sentadas”, observou. Também foram a vários museus. “Quando estávamos em Yad Vashem, de repente uma senhora chegou até nós e mostrou o braço tatuado. Disse que vinha a Israel pela primeira vez e procurava informações da família no museu. Isso nos emocionou muito.” À noite, voltaram ao Muro e visitaram as escavações internas. Depois de percorrem a cidade por mais um dia, os alunos terminaram o segundo dia no Estádio Teddy Kolek para a abertura da XIX Macabíada Mundial. “Ainda deu tempo para conhecer Sfat e Rosh Hanikrá, na fronteira com o Líbano. Enfim, foi possível ver muito do país e saber como se vive em Israel. Passamos o último dia em Tel Aviv, para o aeroporto e para casa”, encerrou Zanatta.

Turnê em Israel O primeiro compromisso do grupo Hakotzrim foi o desfile de abertura da XIX Macabíada. Os dançarinos vieram com um figurino especial que se destacava dos uniformes usados pelos atletas. “Fomos à frente da delegação brasileira e dias depois nos apresentamos em Ra’anana, Tel Aviv, Herzlia. Na maioria das vezes, éramos uma das atrações especiais nas harkadot organizadas pelos centros comunitários dos bairros”, contou Daniela Mederdrut, a coreógrafa que acompanhou o grupo. O ponto alto da viagem do Hakotzrim foi a participação do festival folclórico de Karmiel. “Para a maioria de nós, era a estreia nesse evento, o maior dos festivais de danças folclóricas judaicas. É diferente do nosso Carmel porque mobiliza toda a cidade de Karmiel. Os brasileiros dançaram uma coreografia massiva e partilharam o palco com um grupo da Turquia. Foi uma experiência muito interessante”, avaliou a coreógrafa. (M. B.)


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ENSAIO DA NOVA PEÇA INFANTIL DO DEPARTAMENTO DE TEATRO

Os feios que encantam e divertem A PEÇA INFANTIL OS MONSTRUOSOS MONSTRENGOS DE MONSTRÓPOLIS ABRE A TEMPORADA TEATRAL DA VICE-PRESIDÊNCIA DA JUVENTUDE NO TEATRO ANNE FRANK, DIA 22 DE SETEMBRO, ÀS 16 HORAS, DIRIGIDA POR LUCIANE STRUL

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rês integrantes da equipe técnica da peça Os Monstruosos Monstrengos de Monstrópolis iniciaram carreira profissional na Hebraica: a diretora Luciane Strul (responsável pelas montagens Chalabulá, Os Saltimbancos e O Mágico de Oz, entre outras), Heitor Goldflus que responde pela dramaturgia e Paula Hemsi, pela iluminação. “Esse fato é muito importante porque estamos envolvidos com o dia-a-dia e a participação de outros profissionais premia-

dos como Marcelo Che e Helena Camargo, que assinam respectivamente as músicas e as coreografias”, destaca o coordenador de teatro Henrique Schafer, ele mesmo recentemente indicado ao prêmio Apca com a peça Afogando em Terra Firme. As montagens infantis produzidas no clube são conhecidas pelo alto nível profissional e pelo enredo e carisma dos personagens, que atraem a atenção de bebês até os pais dos pequenos a quem a peça se dirige.

Os Monstruosos Monstrengos de Monstrópolis narra as aventuras de uma trupe de monstros que aparece atrás das cortinas de um velho teatro. A partir daí, ocorre o encontro entre monstros e humanos e a consequente descoberta de que uns não devem temer os outros. Ou seja, todos os elementos de fácil identificação pelo público. Também fazem parte da equipe técnica Michele Rolandi, Alexandre Bachiega e Tide do Nascimento (coreografia) e Daniel Infantini (figurinos). (M. B.)

SERVIÇO Os Monstruosos Monstrengos de Monstrópolis Estreia 22/9, em cartaz até 3/11 – Sempre aos domingos, 16h Sábado (Dia da Criança), 12/10, às 16h Ingressos à venda na Central de Atendimento, fones 3818-8888/8889


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1. Monitores do Hebraikeinu Gan no primeiro sábado de atividades do segundo semestre; 2. Júlio Zanatta elogiou a disciplina ensinada no curso de preparação do exército; 3 e 4. Nos três dias de Gadná, os alunos do curso de líderes Meidá experimentaram as condições de vida dos soldados israelenses; 5. A turma décima oitava do Meidá aproveitou para absorver o máximo de conhecimentos sobre Israel


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esportes > XIX macabíada

DELEGAÇÃO BRASILEIRA REUNIDA JUNTO AO MURO OCIDENTAL PARA O KABALAT SHABAT

Os doze trabalhos de Avi Gelberg NESTA XIX MACABÍADA MUNDIAL, AVI GELBERG DEVERIA OSTENTAR TRÊS CRACHÁS: UM DE PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA MACABI (CBM), OUTRO DE VICE-PRESIDENTE DE ESPORTES DA HEBRAICA DE SÃO PAULO E UM TERCEIRO DE ATLETA DA EQUIPE +45 DE BASQUETE

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esmo sem os crachás, porque desnecessários, essas três funções citadas acima faziam dele uma das figuras centrais na delegação brasileira, pois ele e o chefe da delegação, Sami Sztokfisz, respondiam por todos os quinhentos brasileiros espalhados por Natânia, Haifa, Tel Aviv, Jerusalém, cidades que serviram de base para equipes ou modalidades inteiras. Os dois cargos diretivos incluíram tarefas ligadas ao controle financeiro, distribuição de uniformes ou exigências

junto ao comitê organizador da Macabíada. Como jogador, Gelberg aplicouse nos treinos e seguiu as orientações do técnico Eduardo Zanolli, ele também um ex-craque de basquete, hoje gerente de Esportes na Hebraica. A entrevista a seguir foi realizada dias depois da Macabíada, quando os resultados alcançados pelo Brasil ainda eram festejados em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, as três cidades de onde veio a maioria dos atletas participantes do evento do judaísmo mundial.

Hebraica – Qual foi o resultado da participação do Brasil na XIX Macabíada Mundial? Avi Gelberg – Recentemente, tive mais uma prova de que ainda restam vestígios dessa experiência. Quem ouviu o depoimento do presidente da Hebraica Abramo Douek na reunião do Conselho Deliberativo percebeu a emoção dele e de que todos nós, integrantes da delegação, partilhamos e é difícil traduzir em palavras. Creio que nosso papel como dirigentes foi levar a juventude, principalmente aqueles judeus que nunca foram a Israel ou participaram de um evento que reúna nove mil judeus do mundo inteiro. Ver a interação dos júniores concentrados no Instituto Wingate, onde passavam o dia inteiro juntos em competições ou atividades de lazer, ou lembrar das cerimônias de abertura e de encerramento como se fosse uma gigantesca balada em movimento constante. Houve o mercado de trocas entre os atletas. Existem fatos muito particulares em

uma Macabíada, além de ela acontecer em Israel, país que representa nosso povo. A noite em Jerusalém e o Shabat no Kotel deixaram todos os brasileiros emocionados. Era impossível ficar parado, em silêncio, diante daquele cenário que se via do terraço da ieshivá. De um lado o Kotel e a Cidade Velha. Do outro, a Mesquita de Omar. Estar lá, junto com quatrocentos brasileiros cantando Hatikva, o hino de Israel e recebendo no rosto aquele ventinho característico de Jerusalém é de arrepiar. Naquela noite eu disse a todos que aquele instante seria nossa medalha de ouro. Até diminuí a importância das medalhas. Claro que elas contam. Trabalhamos com esporte durante todo o ano. O Departamento Geral de Esportes se empenhou, os atletas treinaram duro. Quase todos os nadadores quebraram recordes pessoais nas provas disputadas em Wingate. E para isso foi fundamental o ambiente adequado no qual o atleta está rodeado por bons fluidos.

No passado, ficávamos em décimo lugar. Este ano terminamos em quinto ou sexto lugar. Nunca tivemos resultados tão positivos, e que representam o ponto mais alto de tudo o que vivemos em Israel. A todo momento, eu apontava para os aspectos positivos do evento, descontados o ônibus que atrasa, um passeio que não sai exatamente como planejado ou um grupo que não se considera atendido na medida do esperado. E não há como falar em perfeição, porque ela não existe, especialmente em uma Macabíada. Erros aconteceram, mas eu repetia nas reuniões noturnas da cúpula da delegação brasileira para pensarmos positivo e vermos sempre a parte cheia do copo. Uma atitude positiva traz bons resultados. No Kotel vimos os soldados dançando e os ortodoxos rezando. São imagens para guardar no coração que ultrapassam a parte esportiva. Hoje, quando iniciamos os preparativos para um torneio juvenil na Argentina, alguém disse que a CBM está virando uma agência de turismo. Uma correção: será uma agência de judaísmo. Por meio do esporte, conseguimos transmitir conceitos judaicos que permanecem dentro de cada um dos atletas. A repercussão desse trabalho é visível no clube. Recebi várias cartas e e-mails de pais agradecendo a oportunidade que demos de o filho conhecer Israel. Algumas famílias se

propuseram a colaborar nos próximos projetos da CBM, da Hebraica e de outras entidades. Esse é o melhor sinal de que estamos no caminho certo. O senhor fala em jovens, mas a delegação era formada também por adultos. Qual foi o papel deles nesse projeto? Gelberg – Sempre que menciono os jovens, penso nos garotos até 18 anos e também nas faixas etárias do open, mas sobretudo nos que têm espírito jovem. Meu time de basquete foi medalha de ouro e todos os jogadores têm mais de 50 anos. Somos jovens de espírito. Na faixa etária master havia pessoas que pisaram em Israel pela primeira vez ou voltavam depois de vinte anos ou mais. Ouvi vários depoimentos desses atletas. Todos se referiam às mudanças radicais e ao desenvolvimento do país. São formadores de opinião dentro do clube e da comunidade. A partir desta semente transmitirão o que viram a outras pessoas que não conseguiram ir desta vez, mas que estarão prontas para participar em 2017. A melhor propaganda é ainda o boca-a-boca. Cada um que foi este ano trará outros dois outros atletas para a delegação na próxima Macabíada. Há também o aspecto do trabalho. Eles nos ajudarão em outros eventos, porque agora entenderam os fundamentos do movimento macabeu e conheceram Israel. Com eles, amplia>>

SAMI SZTOKFISZ, RONALDO ADLER, AVI GELBERG E GABY MILEVSKY NA ABERTURA DA MACABÍADA


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esportes > XIX macabíada >> remos o número de voluntários na CBM. Ganharemos mais credibilidade, o que, com certeza será útil à Hebraica e aos outros clubes da comunidade. É preciso lembrar os profissionais. A Hebraica enviou quase trinta. Acho que a Macabíada os fez entender ainda mais o que é trabalhar em um clube judeu, o tamanho e a complexidade da sua missão. Antes, eles priorizavam torneios paulistas, interclubes e durante a viagem os técnicos chegaram comentaram comigo a respeito da beleza, da grandiosidade e do envolvimento do governo israelense. O fato de o primeiro-ministro e o presidente participarem da cerimônia de abertura. Os depoimentos de dirigentes dos Estados Unidos Barack Obama, e da Inglaterra, David Cameron para a grande noite. Eles não podiam imaginar o que era a Macabíada. Com isso, conquistamos esses trinta profissionais. Eles serão essenciais para o desenvolvimento das novas gerações de atletas. Formarão novos hebraicanos e macabeus. Cito frequentemente o exemplo do coordenador do polo aquático Léo Vergara, e a contribuição que deu para o crescimento de uma modalidade com atletas da comunidade disputando torneios em alto nível. Isso se obtém com profissionais qualificados que fazem um trabalho de motivação de jovens desde a iniciação esportiva. Agora eu, como vice-presidente da Hebraica, tenho mais trinta embaixadores para esse trabalho. Um investimento nos profissionais, que é uma política que instituí durante a minha gestão à frente do Departamento Geral de Esportes. Qual era o clima em Kfar Hamaccabiah e qual é hoje a posição do Brasil entre os 78 países? Gelberg – O clima em Kfar Hamaccabiah, sede da União Mundial Macabi, era de euforia pelo êxito do evento tanto em relação ao número de participantes, quanto ao desenvolvimento das competições e, por outro lado, a tensão nos equiparava ao centro nervoso do exército. Naquelas salas resolvíamos a falta de um ônibus ali, e de uma inscri-

PROFISSIONAIS DERAM DURO PELO SUCESSO DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA

ção acolá. O chefe da delegação da Rússia falava com o dirigente do Brasil que, por sua vez, se comunicava com o chefe argentino. Foi como se todos os acontecimentos em Israel se concentrassem em Kfar Hamaccabiah e nós, da cúpula, nos desdobrávamos para resolver as questões e manter o ritmo dos jogos. Muitos de nós percorríamos o país, pois havia jogos em Wingate, Natânia, Jerusalém e Tel Aviv. Corro o risco da arrogância e da soberba ao dizer que o Brasil nunca esteve em um patamar tão bom em relação aos outros países por duas razões: os Jogos Macabeus Pan-Americanos de 2011/2012 realizados aqui, na Hebraica, cuja infraestrutura impressionou a todos os dirigentes e o fato de hoje conseguirmos mostrar uma força que nunca tivemos no movimento macabeu. Levar quinhentas pessoas para a Macabíada e sermos a terceira delegação em número, excetuando-se a israelense revelou a tremenda força do Brasil. Se compararmos o número de integrantes das delegações do Brasil e dos Estados Unidos em função do tamanho das comunidades de um e de outro, o Brasil leva vantagem proporcional. Os Estados Unidos trouxeram duas vezes mais atletas, mas o ishuv de lá é muito maior então a delegação brasileira foi muito valorizada em Israel. Ganhamos

prestígio e espaço no Movimento Mundial Macabi. Foi essa força que mostramos nos Jogos Macabeus Pan-Americanos e na Macabíada abriu-se um caminho para um Brasil cada vez mais forte. Superamos a Argentina tanto no quadro de medalhas, quanto na participação de atletas. Os resultados do Brasil quase igualaram-se ao de todas as comunidades da América do Sul somadas. Até há pouco tempo, éramos só uma delegação a mais e agora somos Brasil, com “B” maiúsculo. Qual é o aspecto mais interessante, o do esportista que ganhou medalha de ouro no basquete ou o do dirigente que também levou ouro? Gelberg – Não tenho dúvidas em apontar o dirigente que levou os jovens, porque, para mim, cada integrante da delegação corresponde a uma medalha, então ganhei 506. Essas superam a medalha de ouro do meu time de basquete. Claro que, como atleta, a medalha se sobressai, pois pratico basquete há muitos anos. Gosto do esporte e creio que o fato de o vice-presidente de Esportes e presidente CBM se dedicar a uma modalidade ajuda muito. Para mim, a medalha de ouro foi levar tanta gente com tanto sucesso e deixar essa lembrança marcada no coração dessas pessoas.

Qual dos 77 outros países participantes da Macabíada o surpreendeu? Gelberg – Alguns. Cuba marcou todos nós em razão da situação política e comunitária reinante na ilha. E também por ser da nossa região. Os indianos também se destacaram, especialmente durante as reuniões dos chefes das delegações que começavam sempre às sete da manhã. Como o esporte principal deles era o críquete, esta modalidade sempre entrava em pauta. Nós, brasileiros, aprendemos muito a respeito deste esporte, graças às intervenções da delegação da Índia nesses encontros. Eram reuniões muito interessantes, apesar do cansaço e do sono. Era uma Torre de Babel. Era muito importante, porque nas discussões entendíamos algumas questões operacionais e podíamos apontar alguns tópicos que exigiam imediata solução. Também escutávamos as reivindicações de outros países. Era um verdadeiro intercâmbio cultural.

FUTSAL OPEN FOI A ÚLTIMA MODALIDADE A CONQUISTAR O OURO NA MACABÍADA

O melhor do Brasil em Israel

Ouro Basquete + 45 Futsal (97/98) Futsal open Judô (2 medalhas) Natação (3 medalhas) Águas abertas (2 medalhas) Total: 10 medalhas

Prata

Bronze

Xadrez (David D’Israel) Judô (3 medalhas) Natação (15 medalhas) Águas abertas 1 medalha Handebol open masc. Total: 21 medalhas

Basquete (95/96) Futebol de campo (97/98) Futsal (95/96) Karatê jr. Judô (6 medalhas) Natação (18 medalhas) Águas abertas (2 medalhas) Vôlei open feminino Tênis de campo master – Total: 32 medalhas

Basquete 97/98 – Disputou do 5º. ao 8º. lugares Xadrez (André Diamant) – 7º lugar Futebol de campo 95/96 – 6º lugar Futebol de campo Fem. Jr – 4º lugar Futebol de campo Open - 6º lugar Futebol de campo + 35 - 4º. colocado Futebol de campo + 45 – Disputou do 5º. ao 8º. lugares Polo aquático masc. – 4º lugar Polo aquático fem. – 4º lugar Vôlei Jr. feminino Vôlei open masc . – Disputou do 5º. ao 8º. lugares Participação nas seguintes modalidades: karatê open, ginástica jr. e open, triathlon, tênis de mesa, Maccabi Man (corrida, bicicleta, águas abertas)

Quais as perspectivas para a XX Macabíada? Gelberg – Achei esta edição bastante centralizada nos jogos, especialmente em relação aos jovens, que competiram nas instalações de Wingate ou usavam o sistema de transporte do local para os outros centros como no caso, por exemplo, da ginástica artística, xadrez, judô. Para chegarmos a isso, foram muitos anos de reivindicação e consideramos um sucesso. Quanto ao open e ao master que foram disputados nas cercanias de Tel Aviv ou Jerusalém também foram mais concentrados do que em edições passadas, quando tínhamos jogos em Haifa, Holon e outras cidades. O que pretendo propor no próximo congresso é que os jogos dos adultos sejam mais próximos do local do júnior para possibilitar, por exemplo, que pais e filhos assistam aos jogos uns dos outros e de modo a que um se espelhe no entusiasmo do outro. Quem sabe quantos anos levaremos para conseguir isso? Mas vale a pena tentar... Tudo vale a pena depois de participar de uma Macabíada. (M. B.)


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Foto CBM

esportes > XIX macabíada

Uma verdadeira festa nacional AO FAZER UM BALANÇO DA XIX MACABÍADA, REALIZADA EM JULHO, EM ISRAEL, O PRESIDENTE DA UNIÃO MUNDIAL MACABI GUIORA ESRUBILSKY DISSE QUE A GRANDE LIÇÃO DEIXADA PELO EVENTO “É A SUA FORÇA COMO ACONTECIMENTO TRANSFORMADOR DE IDENTIDADES”

ACIMA, CENA DA CERIMÔNIA DA ABERTURA DA XIX MACABÍADA; À ESQUERDA, PROVA DE NATAÇÃO MA PISCINA DO INSTITUTO

WINGATE; À DIREITA, JACK

TERPINS E GUIORA ESRUBILSKY EM NOITE DE HOMENAGEM

Foto Sérgio Chvaicer

Foto Sérgio Chvaicer

“O

s Jogos Macabeus são capazes de aprofundar a identidade judaico-sionista daqueles que dela participam e originários de marcos institucionais ativos, e também – e surpreendentemente – têm o poder de gerar o amor ao povo judeu e ao Estado de Israel nos participantes da periferia judaica”, afirmou Guiora Esrubilsky. Nesta entrevista à revista Hebraica, Esrubilsky, que foi diretor do clube na década de 1990, agradece ao presidente da Confederação Brasileria Macabi (CBM) Avi Gelberg pela grande delegação brasileira aos Jogos “com alegría, vitórias e medalhas”. Reiterou o fato de a Macabíada ser o maior evento internacional judeu-sionista do qual participaram nove mil atletas de 77 países, e mais treze mil acompanhantes e espectadores. “Nos últimos tempos, o conceito mais utilizado a nosso respeito como povo é o de peoplehood, isto é, o de pertencer a um agrupamento diverso e rico, e a Macabíada é o próprio peoplehood em ação: um elo significativo e prazeroso de judeus de todos os cantos da Terra entre si e todos juntos com o Estado de Israel e sua gente. Isso explica porque o tema educacional desta Macabíada tenha levado o nome de mifgash, isto é, ‘encontro’, expresso em muitos e memoráveis ‘encontros’ entre os judeus da Diáspora e com os irmãos de Israel. Uma verdadeira festa nacional”, resumiu Esrubilsky. Ele está bastante satisfeito com os resultados desta Macabíada, o recorde de participantes e o número de países. “Os

principais objetivos foram alcançados e os atletas voltaram aos respectivos países cheios de Israel, plenos de emoção e entusiasmo e de genuína alegria de ser judeu e de pertencer ao povo judeu, e isso ficou claro ao se ouvir mais de trinta mil pessoas cantando o Hatikva, no Estádio Teddy Kolek, em Jerusalém, em hebraico, mas com os sotaques característicos de todas as línguas do mundo.” Esrubilsky e a instituição que dirige ainda não têm planos para a próxima Macabíada, em 2017, um ano depois dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e dos quais deverão participar muitos atletas judeus. Segundo Guiora, este é o momento das avaliações de modo a aprender com os erros e acertos para a próxima grande convocação do esporte praticado por judeus”. “Afinal”, diz ele, “a Macabíada é o evento com maior capacidade de juntar o povo judeu, e isso ficou evidente em 2001 quando o Estado de Israel foi alvo de brutais e sangrentos ataques terroristas decorrentes da segunda intifada e, apesar disso, o movimento macabeu realizou a Macabíada sem adiá-la um só dia. Um Estado de Israel em paz é uma bênção e um desejo ardente de todos. A Macabíada será sempre realizada, independentemente das situações que se apresentam ao Estado de Israel pelos seus vizinhos, como mais uma demonstração pública – dentre muitas outras – do compromisso incondicional e absoluto de apoio, solidariedade e amor do movimento macabeu em relação ao Estado de Israel”. (B. L.)


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Os jogos da paz UMA DAS EXPERIÊNCIAS MAIS EMOCIONANTES DE MINHA VIDA FOI ACOMPANHAR A XIX MACABÍADA. MUITOS AMIGOS ME ADVERTIRAM QUE SERIA INESQUECÍVEL, MAS SOMENTE PARTICIPANDO DELA, PARA ENTENDER O QUE DIZIAM

O

e salas, formando um labirinto conhecido somente pelos usuários. Foi nesse prédio, em um andar que não lembro qual, embora tenha voltado lá várias vezes, que fui apresentado a Rony, responsável por um fantástico arquivo onde está guardado tudo, faço questão de dizer, absolutamente tudo, a respeito da Macabíada. Em pouco tempo pesquisa-se, seleciona-se e grava-se em um cd o que é solicitado. No mesmo edifício, três andares são reservados ao Museu Maccabiah com o

Foto Sérgio Chvaicer

primeiro impacto foi a chegada a Kfar Hamaccabiah, a sede da União Mundial Macabi (World Union Maccabi) no bairro de Ramat Gan, e onde funcionou o coração e o centro nervoso do movimento macabeu. Ali, centenas de profissionais e voluntários trabalharam sem parar para que tudo, sem exceção, acontecesse com perfeição. Ao final, graças à boa vontade e ao interesse comum, tudo deu certo. Este pessoal se espalhou por corredores

SELEÇÃO BRASILEIRA ENFRENTA A EQUIPE ISRAELENSE NA MACABÍADA

acervo das dezoito macabíadas anteriores, e logo mais esta, a décima nona. Do lado de fora, uma lanchonete ao ar livre serviu um dos melhores falafels de Israel, espécie de ponto de encontro dos dirigentes da delegação brasileira: Sami Sztokfisz, Dório Elma, Avi Gelberg, Jaime Schnaider, da Maringá, e outros. No anexo, um centro de convenções onde funcionou o centro de imprensa. Um enorme hotel cinco estrelas domina o complexo e lá se hospedaram os chefes de delegações e os maiorais do movimento macabeu em todo o mundo o que explica a babel de línguas que se ouviu por lá. A cerimônia de abertura da Macabíada foi citada por todos como dos mais emocionantes do evento. Mas houve outros. Por exemplo, a partida de futebol entre Brasil e Israel a que assisti ao lado do presidente da Confederação Brasileira Macabi (CBM) Avi Gelberg. Não sabia se olhava para o jogo ou para ele, que gritava, pulava, gesticulava e tan-

Foto Sérgio Chvaicer

esportes > XIX macabíada | por Márcio Pitliuk *

BRASILEIROS JUNTO AO MURO OCIDENTAL

to reclamou do juiz que foi expulso. Mas tudo terminou em festa, principalmente porque, em um fato inédito, o Brasil venceu por 2 a 1. Afinal, tratava-se da seleção oficial sub-20 de Israel. Uma grande vitória, portanto. Houve Wingate, centro de medicina e desenvolvimento esportivos próximo a Tel Aviv, onde se concentraram centenas de jovens de vários países. Wingate é um orgulho israelense. Ali, entre parques e árvores plantadas onde antes era deserto, existem estádios poliesportivos, piscinas cobertas, campos de rugby, de futebol e alojamentos. Durante a Macabíada, Wingate foi uma festa que parecia não acabar para os jovens. Baladas com deejay, lanchonetes, restaurantes. Uma machané internacional. Jovens judeus do mundo inteiro conviveram, se conheceram, marcaram encontros futuros, namoraram, partiram para excursões por Israel e, claro, como ninguém é de ferro, também lutaram por medalhas esportivas. Lá é também um centro de formação de líderes no espírito do movimento macabeu. E isso todos veem e sentem em Wingate. Esta convivência entre os jovens judeus de dezenas de países já valeu a Macabíada. O evento de premiação do Yakir Maccabi, o prêmio máximo outorgado a quem muito contribuiu para o movimento macabeu, foi contagiante. Imaginei

que seria enfadonho: auditório, sugestão para usar roupa formal (que somente os homenageados e Sami Sztokfisz vestiram), discursos, aplausos, etc. Felizmente, nada disso. Foi emocionante conhecer gente de outros países que, como o querido Jack Terpins, se dedicaram ao movimento macabeu, e ouvi-los discorrer acerca da importância de preservar a cultura, a história e as tradições judaicas. Foi sensacional o depoimento da americana Toni Wortman a respeito da importância do Movimento Macabi na preservação da identidade judaica. Descobri que na Macabíada até o formalismo é pleno de emoção, pois os convidados o tornam informal. Foi tocante ver brasileiros no alto do pódio, como o recordista Enrique Berenstein, por exemplo, que juntou à sua coleção mais nove medalhas – duas de ouro – nas provas de natação em águas abertas. E ver atletas de todas as idades e nacionalidades, vencedores e vencidos nas provas abraçados em nome do verdadeiro espírito esportivo, paz e congraçamento. Vi o presidente da Hebraica Abramo Douek, com a camiseta do Brasil e um sorriso de criança, fotografando Jerusalém, como se fosse a primeira visita à cidade sagrada. E assim, se o primeiro Shabat no Kotel Hamaaravi a gente ja-

mais esquece, imagine na companhia de mais de trezentos brasileiros para a foto oficial da delegação com o Muro Ocidental ao fundo. Depois, junto com o rabino Samy Pinto, que acompanhou a delegação, rezamos, cantamos, dançamos e a noite terminou com um kidush na cobertura de uma ieshivá próxima e que possibilitava uma vista privilegiada do Kotel. Lá, apesar dos reiterados pedidos dos rabinos, todos fotografaram com câmeras ou celulares. Finalmente, o ponto alto da Macabíada e que encheu os meus, e milhares de olhos, de lágrimas: ouvir os milhares de judeus presentes no Estádio Teddy Kolek, cantar o Hatikva na cerimônia de abertura. Nada supera ouvir o hino de Israel cantado por milhares de vozes. A conclusão é de que todos os judeus devem fazer três coisas na vida: em nome da religião e da tradição, orar junto ao Muro Ocidental; em nome da história e do passado, participar da Marcha da Vida; e pela juventude e o futuro, viver a Macabíada. Contém comigo em 2017, na XX Macabíada. * Márcio Pitliuk, escritor, e Sérgio Chvaicer, fotógrafo, viajaram a convite da Confederação Brasileira Macabi (CBM) para coletar material e produzir um livro a respeito da Macabíada


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esportes > XIX macabíada

EQUIPE DE BASQUETE COMANDADA POR ADRIANO GERALDES; AO LADO, ATLETAS DE ÁGUAS ABERTAS

Sangue, suor e muito trabalho

UMA PARTE DOS 509 INTEGRANTES DA DELEGAÇÃO BRASILEIRA DA XIX MACABÍADA MUNDIAL FOI A TRABALHO. PARA OS TÉCNICOS, FISIOTERAPEUTAS, FUNCIONÁRIOS DA CBM, UMA FOTÓGRAFA E ATÉ PARA ESTA REPÓRTER A EMOÇÃO TAMBÉM ROLOU SOLTA FORA DAS QUADRAS

A

driano Geraldes viajou como técnico da equipe de basquete sub-16. A lembrança da viagem é a medalha de bronze obtida pelos bravos atletas, uma leve cicatriz no nariz e outra na canela. “Uma cancela do Instituto Wingate abaixou sem aviso e atingiu meu nariz”, disse todas as vezes para satisfazer o espanto dos colegas diante do curativo. Dias depois, explicou o inchaço da perna pelo escorregão de um atleta que o atingiu por acidente. “O

torneio foi tão interessante que nem me lembrava dos ferimentos quando estava em quadra orientando os meninos”, confessou Geraldes. Murilo Santos, outro técnico, enfrentou a ira da equipe argentina ao tentar garantir um lugar no ônibus para uma nadadora brasileira da equipe júnior em direção a Natânia. “Foi um pequeno incidente que não interferiu no desempenho dos nossos atletas”, garantiu Murilo. Para Geraldes, Murilo e todos os técnicos res-

ponsáveis pelos atletas juniores, o trabalho durante a Macabíada extrapolava quadras e piscinas. Decidiam a respeito de passeios nos momentos livres, horários de treinamentos e até onde a equipe faria as refeições. Alexandre Chinelato, o técnico de futebol dos garotos de 15 e 16 anos, também comemorou com eles a medalha de bronze em sua primeira Macabíada Mundial. “É uma experiência única. Eu sonhava em conhecer Israel e estar aqui em uma competição só torna a viagem mais incrível ainda. Estou ansioso pela viagem, hoje, para Jerusalém. Sinto que nestes primeiros dias fiquei mais próximo do time e do meu trabalho na Hebraica, se é que isso é possível, pois dou aulas para alguns dos garotos que estão nessa equipe desde a idade dos 5 anos”, conta ele. “Já vi muitas cerimônias de abertura da Olimpíada das Escolas de Esportes, mas a da Macabíada me deixou arrepiado. Todo mundo falava a respeito dela

no Brasil, mas foi preciso desfilar para entender a energia e a sensação de estar perante tanta gente”, contou, às vésperas da partida contra Israel, na semifinal. Vanildo Borges, que atuou como técnico de tênis de campo do open e do master, tem em comum com Alexandre o fato de trabalhar há anos na Hebraica, e conquistou uma medalha de bronze para o Brasil na modalidade. A responsabilidade dele e de outros técnicos do open e do master em relação aos atletas era um pouco menor do que a dos técnicos do júnior. “Eu já tinha participado de um congresso na Argentina e do Pan-Americano em São Paulo. Também viajei com tenistas para outros estados do Brasil. Mas desde as etapas das convocações e seletivas antes do embarque, a Macabíada foi em tudo muito diferente. Para mim, a chance de ir para Israel foi um troféu pelos 22 anos de trabalho desde o tempo em que era pegador de bola. Nunca vou esquecer o Shabat que passamos no Muro das Lamentações e a visita ao Santo Sepulcro, que foram dois momentos especiais. Vi que o que se fala nos noticiários não corresponde à realidade. Israel é um país desenvolvido, bonito e onde as pessoas parecem felizes”, contou, já de volta ao Brasil. O gerente de esportes da Hebraica Eduardo Zanolli foi o técnico de basquete da equipe +45. “Tenho uma longa história em relação ao movimento macabeu. Já participei de três Macabíadas, dois Pan-Americanos e a cada quatro anos embarco com algumas expectativas e sou surpreendido com as mudanças no país. Este ano coube a mim trabalhar com uma equipe master e fomos, eu e os jogadores, recompensados com a medalha de ouro”. Convidado a apontar um momento especial da Macabíada, ele recorda o jogo contra os Estados Unidos. “Perdíamos por quatorze pontos, então reuni o grupo e os fiz acreditar na possibilidade de virar o jogo. Transmiti minha certeza do potencial dos jogadores, e eles conseguiram. Vencemos por cinco pontos. Foi uma virada espetacular”, relembra. Para Frima Sztokfisz, a XIX Macabí-

Correções, adendos e medalhas

A edição de agosto de 2013 da revista Hebraica informa que Jerusalém foi sede da abertura da Macabíada pela primeira vez. Segundo o ex-presidente da Confederação Brasileira Macabi Johnny Cukier, por ocasião da intifada, em 2001, o mesmo Teddy Kolek Stadium foi palco da abertura do evento. Inédito na XIX Macabíada foi a abertura e o encerramento terem sido realizados na capital de Israel. A equipe de águas abertas teve papel essencial nesta Macabíada. Os atletas se organizaram e colaboraram para que Déborah Kabani ocupasse a vaga de técnica e também competisse pelo Brasil. Enrique Berenstein elogiou as instalações onde foram disputadas as provas da modalidade. E os oito atletas conquistaram duas medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Guilherme Minakawa foi o primeiro judoca a conquistar duas medalhas de ouro, ou seja, a conquistar o bicampeonato em edições consecutivas da Macabíada.

ada representou uma mudança de função. “Foi muito bom ter atuado como fotógrafa profissional este ano. Até hoje participei como torcedora e acompanhei o Sami, meu marido, que é diretor da CBM. Criei um vínculo especial com os garotos cariocas do futsal open, que receberam a medalha de ouro. Antes do início da Macabíada, viajei até o kibutz Dafna para registrar as atividades do pré-camp. Foi cansativo atravessar o território israelense em vários sentidos pois os jogos aconteciam em sequência, mas em locais diferentes. Algumas vezes, não cheguei a tempo de tirar fotos dos atletas perfilados cantando o hino dos seus países. Cada cena dessas me emocionava”, conta. “Bati mais de seis mil fotos e aproveitei cada segundo da experiência. Valeu cada segundo.”

E meu depoimento pessoal como repórter que viveu a primeira Macabíada. No hotel de Natânia a todo minuto surgia um fato novo, fosse a descoberta de uma praia exclusiva para judeus ortodoxos ou a eliminação de uma equipe da competição. As ideias tinham de ser anotadas às pressas, assim como os times absorviam e superavam os resultados de um jogo, pois na meia hora seguinte, alguém chegaria com uma história melhor ainda ou, do nada, brotava uma vaga numa excursão para Massada e era preciso decidir, rápido, entre o passeio ou algumas horas diante do computador. Jornalista não ganha medalha, mas tenho orgulho em ter trocado uma camiseta do Brasil por uma da delegação israelense. Quem sabe trago outras na próxima Macabíada? (M.B.)


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esportes > curtas

Judô Cidadão na Paraíba

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técnica Miriam Minakawa acompanhou Ana Caroline Santos e Aline da Silva Cruz na disputa do Campeonato Brasileiro de Judô classe sub13, em João Pessoa (PB). As duas judocas integravam a seleção paulista representando a Hebraica no Projeto Campeão – Judô Cidadão mantido pela Hebraica em parceria com a Unibes. Cento e noventa e cinco outros atletas de 25 Estados brasileiros participaram. Na categoria leve (abaixo de 38 kg), Ana Caroline derrotou adversárias de Sergipe e do Mato Grosso do Sul, mas perdeu na final para uma gaúcha e ficou em segundo lugar. A meio-médio Aline (abaixo de 42 kg) repetiu a mesma performance invicta na fase classificatória e ficou em segundo lugar no torneio. O desempenho das duas vices no brasileiro garantiu a participação delas no sul-americano, no Chile, em data ainda a ser confirmada.

Polo aquático na Acesc

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oram realizadas na Hebraica as partidas do I Torneio Infantil de Polo Aquático da Acesc “Um Sonho Olímpico” com a participação das equipes masculina e feminina sub-11 do Clube Athlético Paulistano, Esporte Clube Pinheiros, Clube Paineiras do Morumby (pela Acesc) e as entidades convidadas Associação Bauruense de Desportos Aquáticos (Abda) e Serviço Social da Indústria (Sesi). Durante o evento, destaque para a cerimônia de abertura e palestras do atleta profissional Rudá Franco e do coordenador de polo aquático do Sesi, Gilberto Guimarães. Os árbitros eram alunos do projeto Oficina na Piscina, que recentemente concluíram formação na Associação Aquática Paulista. Na foto, Moysés Gross (E) recebe Guimarães.

Xadrez em Registro

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ernardo Sztokbant representou o clube no IX Torneio de Xadrez da Cidade de Registro (SP), válido para obtenção de ranking internacional e como etapa dos torneios “Aberto do Brasil”, da Confederação Brasileira de Xadrez que classificam um jogador para a final do Campeonato Brasileiro Absoluto de Xadrez. Em Registro participaram seis grandes mestres internacionais e outros quinze titulados entre mestres internacionais e FIDE. Foram 113 enxadristas inscritos. Sztokbant venceu na terceira rodada o grande mestre Everaldo Matsuura, ex-campeão brasileiro e, em seguida, o grande mestre argentino Mareco. Terminou em oitava colocação (6,5 em 9) distante apenas um ponto diferença do campeão do torneio, o grande mestre Krikor Mekhitarian (7,5 em 9,0). (M. B.)

Minicamp de basquete

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e olho no aperfeiçoamento constante das equipes de basquete, o Departamento Geral de Esportes agendou um minicamp durante recente visita do treinador e promotor de eventos americano Danin Altizer a São Paulo. Com ajuda de um tradutor, ele demonstrou exercícios específicos para auxiliar os garotos a melhorar passes e arremessos e técnicas para aumentar a eficiência dos atletas em quadra. “Ele trabalhou com todas as categorias e adaptou a linguagem a cada uma das faixas etárias. É um profissional muito acessível e deixou muitos dos nossos atletas interessados em participar das clínicas e camps que ele realiza nos Estados Unidos”, afirmou o técnico Adriano Geraldes que, a exemplo dos outros profissionais da equipe técnica da modalidade, conversou com o convidado e trocou informações úteis com ele.


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esportes > fotos e fatos 1.

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1. Judoca Yarden Gedi, da seleção olímpica de Israel participou de uma tarde de autógrafos com crianças da comunidade; 2. Gilberto Guimarães falou aos atletas participantes do I Torneio Infantil de Polo Aquático da Acesc; 3. As baixas temperaturas durante o mês de agosto não atrapalharam os treinos dos nadadores do master; 4. Coordenadores de esportes das escolas garantiram a participação das equipes na Olimpíada de Escolas de Esportes; 5. Torneio em homenagem ao Dia dos Pais mobilizou muitos tenistas adultos


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espaço saúde

Conhecendo a Doença de Alzheimer (DA)

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m dos grandes desafios da neurologia é diagnosticar o mais cedo possível as alterações no cérebro que podem indicar o início da Doença de Alzheimer, uma degeneração cerebral que atinge aproximadamente 7% da população com idade entre 65 e 74 anos. O único fator de risco conhecido para seu desenvolvimento é a idade, acima de 60 anos, a probabilidade é maior e a cada cinco anos, dobra a prevalência. Em um país como o nosso, onde a porcentagem de pessoas idosas se torna maior a cada dia, enfrentaremos nos próximos anos um problema difícil de ser controlado. Todos os anos, no dia 21 de setembro, no mundo inteiro, acontecem atividades com a finalidade de reunir as pessoas que, de alguma maneira sejam afetadas por Alzheimer e outras demências e despertar na sociedade, de um modo geral, maior interesse e conhecimento sobre o problema. A doença de Alzheimer (DA) tem por característica a perda progressiva de funções cerebrais, como a memória, linguagem, da capacidade de planejar e executar tarefas, além de alterações de comportamento. Essa perda ocorre pela morte dos neurônios, células que constituem o cérebro. Os familiares devem ficar em alerta para os principais sintomas, são eles, perda gradual de memória, declínio no desempenho de tarefas cotidianas, perda gradual da linguagem, diminuição do senso crítico, desorientação de tempo e espaço, mudança na personalidade, dificuldade no aprendizado e na comunicação. A própria pessoa acometida pode não perceber estas mudanças, como característica da doença, é depender de um observador externo (que

pode ser cônjuge, filho ou outro familiar) para procura auxílio médico. O diagnostico é feito pela entrevista com o médico, avaliação das funções intelectuais por testes neuropsicológicos e exclusão de outras causas e doenças associadas. Essa doença acomete os últimos 10-15 anos da vida da pessoa, sabendo-se que quando ela se manifesta clinicamente, as alterações no cérebro do paciente se iniciaram bem antes ( até duas décadas antes). A busca agora é encontrar o marcador biológico da DA e identificar pessoas que possam correr maior risco de desenvolvê-la. Desse modo, aumenta a possibilidade de utilizar medicamentos específicos antes que ocorra a morte neuronal. Atualmente existem procedimentos que podem favorecer um diagnóstico mais precoce, como a análise do liquido cefaloraquidiano (líquido da espinha) e medidas do volume cerebral realizada pela ressonância magnética. O tratamento atual tem por objetivo compensar os neurotransmissores, e consegue estabilizar a doença ou mesmo diminuir a progressão dos sintomas, porém, não é o mesmo que cura, e portanto, a busca por melhores tratamento continua. As pesquisas mais recentes procuram agir no mecanismo bioquímico da doença, com medicações que tentam impedir os processos que levam á morte neuronal. Estes novos medicamentos estão em fase de testes, e não são disponíveis para o tratamento da população. O que podemos sugerir como prevenção à doença, sempre baseado em estudos, é a atividade física aeróbica (cerca de três vezes por semana), alimentação saudável, controle rigoroso de doenças como hipertensão e diabetes, bem como evitar tabaco e álcool.

DR. IVAN H. OKAMOTO, COODENADOR DO NÚCLEO DE EXCELÊNCIA EM MEMÓRIA DO HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN (NEMO-HIAE)


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magazine > polêmica | por Ariel Finguerman, de Tel Aviv

E N T R E V I STA O jurista carioca Jacob Dolinger (foto abaixo), 78 anos, um dos principais especialistas em direito internacional privado no Brasil antes de imigrar para Israel, também é um fiel observante do Shabat. Professor titular aposentado da Uerj, atualmente usa o tempo livre escrevendo, como a parte que lhe coube na enciclopédia da Academia de Haia, na Holanda, a respeito do direito brasileiro. Mas toda sexta-feira, quando o sol começa a se por, ele interrompe o trabalho em respeito ao Shabat. Nesta entrevista, diz não haver contradição entre ser um intelectual liberal e um judeu que não aperta o botão do elevador no sábado. Hebraica – Hoje a maior parte dos judeus não observa integralmente o Shabat. No passado, aparentemente havia uma maior observância. O que isto significa? Jacob Dolinger – É verdade. A maioria do povo judeu atualmente não é religiosa. Mas não sei se na Idade Média era diferente de hoje. Também não sabemos como era na época do Templo de Jerusalém, quantos realmente cumpriam o Shabat. Talvez a nossa situação hoje seja o normal na história do judaísmo. Estou especulando, não sei, e não sei quem sabe.

A PRAIA, ONDE HÁ, É UM DOS PROGRAMAS PREFERIDOS DOS JUDEUS SECULARES NO SHABAT

Israel discute o que fazer no Shabat A OBSERVÂNCIA DO SHABAT VOLTA A DIVIDIR OS JUDEUS EM ISRAEL, COM PRESSÕES PARA FECHAR AS LOJAS DE TEL AVIV E UMA NOVA DISCUSSÃO: É POSSÍVEL INCLUIR O DOMINGO NO FIM DE SEMANA?

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Shabat existe para santificar o povo judeu, mas em Israel religiosos e laicos brigam por causa dele desde a fundação do Estado, em 1948. No episódio mais recente, o partido ortodoxo HaBait HaYehudi exigiu que todo o comércio de Tel Aviv não funcione aos sábados. Apesar de a lei já determinar que seja fechado, sempre houve um acordo na base do fio de bigode segundo o qual as lojas da maior cidade laica do país poderiam abrir. Mas agora isto pode mudar. Além disso – e simultaneamente –, os partidos religiosos apresentaram um projeto de lei ao Parlamento para que o domingo se torne parte do fim de semana. Atualmente os judeus observantes de Israel praticamente não conseguem relaxar com as numerosas famílias nos parques ou shopping

centers porque quando o Shabat acaba, já é a hora de se preparar para voltar ao trabalho ou à escola. Leia em seguida dois textos que discutem o Shabat no Estado de Israel. O jurista carioca Jacob Dolinger (foto ao lado), que há dois anos fez aliá e é um intelectual liberal, convive com sua condição de judeu observante. E o colunista do jornal Yedioth Achronot, o religioso Hanoch Daum, escreve de maneira surpreendentemente aberta a respeito da frustração de passar o fim de semana trancado em casa.

Aqui em Israel, a função do Shabat também é definir claramente quem é religioso e quem é laico. O israelense que usa kipá, necessariamente observa o descanso do sábado. E quem não o cumpre, não ousa andar de kipá. É correto que seja assim? Dolinger – Acho que sim. O Shabat está nos Dez Mandamentos. É a única mitzvá que está ali totalmente maasit (dependente exclusivamente da ação humana). Isto tem força. Quem observa o Shabat também afirma a crença na Criação do mundo por Deus.

O que o judeu secular perde ao não observar o Shabat? Dolinger – A interrupção do cotidiano, que é a mais saudável manifestação de se tirar férias. Shabat é chofesh (“tempo livre”). Além de descansar no sábado, o judeu religioso também descansa a mente. Não pensa e nem fala de negócios, é relax total. Então o Shabat pode conter uma mensagem de auto-ajuda mesmo para o laico. Dolinger – Sim, concordo. Se um judeu laico decidir ir à praia no sábado, e se realmente desligar o iphone e se desconectar do trabalho, entrará num outro estado mental. Mas para valer de fato como Shabat, precisa ser um dia dedicado a Deus? Dolinger – Em termos. O judaísmo diz que o Shabat é “metade para Deus e metade para vocês”, ou seja, para os judeus. A segunda metade é o prazer de caprichar nas refeições, reunir a família, cantar juntos. Isto faz bem à alma. Mesmo o judeu laico, que faz uma reunião familiar na noite de sexta-feira, ainda que depois dirija o carro, está elevando o valor daquele dia especial. Então não é “8 ou 80”. É possível observar o Shabat de forma parcial? Dolinger – Acho que observar só parcialmente também tem valor. De alguma maneira, esta pessoa está se aproximando da ideia sabática prevista na Bíblia. Como o senhor concilia a condição de jurista e intelectual liberal com a de um observante que não se permite apertar o botão do elevador no Shabat? Dolinger – Isso não me perturba. Como religioso, sei que o Shabat proíbe gerar energia, e apertar o botão é eletricidade, então tenho que me abster disto. Como intelectual, isto é um exercício de autodisciplina, e uma vez por semana planejo tudo com antecedência, incluindo o timer da luz de casa e do ar condicionado. E mesmo do ponto de vista médico, subir e descer escadas uma vez por semana é a recomendação >>

“Acho que observar só parcialmente também tem valor. De alguma maneira, esta pessoa está se aproximando da ideia sabática prevista na Bíblia” (Jacob Dolinger)


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magazine > polêmica | por Hanoch Daum * >> que todo cardiologista faz (risos). Quem vê de fora as dezenas de mandamentos a respeito do que é proibido ou não no Shabat pode concluir que há um exagero. Os cristãos, por exemplo, não têm nada disto. Dolinger – Uma pessoa, como eu, educada desde a infância no cumprimento das mitzvot, aceita isto com naturalidade. Mais tarde, esta mesma pessoa pode refletir acerca dos mandamentos do Shabat e notará uma coerência, um entrelaçamento de ideias. É o que eu chamo de lógica da Halachá (lei judaica); há uma lógica ali. Nas últimas semanas, deputados do partido religioso Habait HaYehudi pressionam a prefeitura de Tel Aviv para forçar o fechamento das lojas da cidade que insistem em abrir no Shabat. Isto é correto? Dolinger – Do ponto de vista democrático, não é aceitável, pois a maioria quer as lojas abertas. Mas do ponto de vista social, milhares de pessoas que trabalham poderão descansar. Não falo em cumprir o Shabat, mas em descansar. Mas se a questão é apenas o descanso do trabalhador, poderiam ser feitos acordos. O sujeito trabalha no sábado e descansa outro dia da semana. Como em Londres ou Nova York, onde nada fecha e há boas leis que protegem o trabalhador. Dolinger – Sim, se for só uma questão de direito do trabalho, daria para fazer um certo arranjo. Reconheço que este é um problema delicado. O que o sr. acha desta ideia que circula entre os religiosos de Israel, de incluir o domingo no fim de semana? Dolinger – A única coisa que penso é se isso não prejudicaria a economia do país. Na sexta-feira, dificilmente seria possível trabalhar o dia completo, especialmente no inverno. Haveria então um fim de semana de dois dias e meio no país, um luxo a que não sei se a economia nacional poderia se permitir.

Tsholent em sábado de verão AFINAL DE CONTAS, DURANTE QUANTO TEMPO É POSSÍVEL BRINCAR DE QUEBRA-CABEÇAS. E POR QUANTOS ANOS DÁ PARA PASSAR OS SHABATOT DA MESMA MANEIRA, COM A MESMA ORDEM DAS COISAS, O MESMO HORÁRIO DA SONECA E O MESMO TOBOGÃ NO PARQUE AO LADO DE CASA?

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uero dedicar minha coluna deste fim de semana ao Shabat religioso. Existe muita dissimulação e hipocrisia na crítica que nós, os religiosos, fazemos aos judeus laicos de Israel, especialmente quando negligenciamos os problemas que existem em nossas próprias casas. Não sei bem o que realmente rola entre os laicos no Shabat, o que eles fazem, mas em muitas das nossas famílias o fim de semana dos religiosos, e principalmente no verão, se transforma em um tormento bem distante do que seria um dia de descanso e tranquilidade. Peço desculpas antecipadas aos que se sentirem ofendidos. Sei que parte de entre nós, religiosos, pensa diferentemente de mim. E que outra parte prefere simplesmente reforçar esta ficção de que não há nada como o Shabat religioso, e que os laicos são uns pobres coitados que no fim de semana suam na praia e quebram a cabeça para, a cada vez, arrumar um novo programa para fazer, enquanto nós, tranquilos, nos sentamos em torno da mesa e cantamos melodias de Shabat. Fomos criados assim, educados para falar e comentar como o Shabat laico é horroroso, comparado ao nosso, de fraternidade. Mas o que há de realidade nisso? Ao menos quando se trata dos longos períodos de Shabat de verão, negar o Holocausto não é muito mais complicado que negar o sofrimento no Shabat religioso. Entre nós, religiosos, conhecemos muito bem como são esses dias, em que acordamos às oito da manhã para uma reza de duas horas e meia; portanto, às 10h30 da manhã, já esta-

mos comendo carne com tsholent, e ao meio-dia tiramos uma soneca, sem ter a menor ideia de como passar o restante do tempo até a seudat hashlishit (a terceira refeição do Shabat). Às 20h15, quando o Shabat, acaba, nos sentimos como Gilad Shalit (o solado sequestrado pelo Hamas) após ficar cinco anos encarcerado. Porque para o religioso, salvo uma mudança aqui e outra acolá, assim se parecem os shabatot no verão. São dias longos demais, em que em vez de fazermos algo interessante com nossa família, transformamos o dia numa série de pesadas refeições e num sono sem sentido, a que se soma o barulho de crianças ao fundo. Única atração disponível: às dezessete horas, todos se encontram no parquinho ao lado de casa, onde três minitobogãs e um balanço, única opção de divertimento permitida pela Halachá, se transformam em nossa Disneylândia. Meus irmãos religiosos, não percam seu tempo falando das vantagens do Shabat religioso. É realmente sensacional desligar a TV um dia da semana, junto com o Facebook e o iphone. De fato. Em parte, as proibições da Halachá têm muita lógica. Também é muito legal estudar a parashat hashavua por meia hora com as crianças e brincar de quebra-cabeça com os menorzinhos. Mas quando o calor aumenta no verão e não se pode ligar o ar condicionado, aí não é nada legal, e nem lógico. Nesses momentos, o Shabat se transforma de dia de descanso em um dia que parece uma versão sádica do Big Brother:

HÁ RAZÕES ECONÔMICAS PARA RECUSAR A PROPOSTA DE HANOCH DAUM

uma família numerosa, fechada num apartamento, sem poder fazer a maior parte das coisas que se fazem nos outros dias. O primeiro a enlouquecer ganha um pedaço de kigel (macarrão doce). Afinal de contas, durante quanto tempo é possível brincar de quebra-cabeça? E por quantos anos dá para passar os shabatot da mesma maneira, com a mesma ordem das coisas, o mesmo horário da soneca e o mesmo tobogã no parque ao lado de casa? O melhor de um dia livre não seria a liberdade de escolher o que fazer? Este é o resumo do caráter trágico do Shabat religioso: não é um dia livre. Na sexta-feira há a dureza de preparar as refeições, no sábado elas são comidas e, em seguida, tudo é lavado e se dorme tanto até que a cabeça começa a doer. No domingo, a gente chega ao trabalho exausto, porque depois de tudo isto é difícil adormecer, e o verdadeiro descanso realmente não aconteceu. O Shabat religioso é rotineiro. É bom comer com a família e ir à sinagoga, mas não é bom quando os shabatot são todos iguais por toda a vida. Então o que se pode fazer? Este colunista não está proclamando o hilul shabat (“profanação do sábado”) em massa. Minha pretensão é somente admitir que existe um problema e devemos pensar em como resolvê-lo, dentro da Halachá. Uma primeira atitude no sentido de transformar o israelense religioso em uma pessoa livre e um pouco mais alegre seria transformar o domingo em fim de semana. Assim, após o Shabat religioso com a família, poderíamos aproveitar um dia livre laico para passeios, visitas e praia. Desta forma, o religioso chegaria para trabalhar na segunda-feira num bom astral. É um passo bom para todos. Vamos lá, políticos, deem-nos um dia livre no domingo e vocês terão uma vida boa e longa. Shabat Shalom! * Escritor religioso, tem uma coluna fixa na edição de fim de semana do Yedioth Achronot


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magazine > tecnologia

Dez aplicativos para socorrer motoristas APLICATIVOS CRIADOS EM ISRAEL AJUDAM A ENCONTRAR ÔNIBUS, TÁXI, VAGA NO ESTACIONAMENTO, ROTA MAIS RÁPIDA PARA DIRIGIR, VERIFICAM A PRESSÃO DOS PNEUS E A TAXA DE ÁLCOOL DO MOTORISTA 1 – Waze

4 – Alcohoot

O Waze já era um nome globalmente conhecido ainda antes de ser considerado o melhor aplicativo móvel do mundo – e em junho o Google pagou mais de US$1 bilhão por ele. É um aplicativo grátis de navegação com informações coletivas e voluntárias, e possibilita aos usuários compartilhar informações do trânsito automaticamente em tempo real, simplesmente seguindo as trilhas de GPS. O Waze também permite que os motoristas montem mapas juntos e criem grupos privados para compartilhar dicas de trânsito. O serviço começou em Israel e está disponível em todo o mundo.

O aplicativo Alcohoot funciona com um bafômetro de smartphone. Foi inventado por dois ex-soldados israelenses. Sopre no aparelho e veja o nível etílico do sangue exibido na tela. O aplicativo rastreia os resultados apontados pelo bafômetro, ajuda a tomar decisões mais inteligentes e até mesmo pede um táxi se o usuário bebeu demais. Vale também para encontrar restaurantes nas proximidades.

2 – iOnRoad

5 – TireCheck

Em março passado, a gigante de telecomunicações internacionais Qualcomm premiou o aplicativo de direção segura iOnRoad, com financiamento e assistência, de US$ 250.000 porque ganhou o terceiro concurso anual de investimento de risco internacional QPrize. O iOnRoad usa câmeras de smartphones iPhone e Android , sensores e GPS para determinar riscos – por exemplo, se um motorista está muito perto do carro da frente ou se está acima do limite de velocidade – e envia um alerta audiovisual. O painel pessoal do aplicativo permite ao motorista, com um único toque, ouvir música, ou verificar um mapa.

Recentemente a empresa israelense Neomatix lançou um aplicativo de smartphone que verifica a pressão dos pneus sem sujar as mãos. Escolha a marca e modelo em uma relação, aponte a câmera do telefone para cada pneu e o TireCheck dá a leitura estimada da pressão. Se um pneu estiver um pouco vazio, o aplicativo informa qual o endereço da bomba de ar mais próxima, e a quantidade de ar necessário.

3 – TourPal

6 – GetTaxi

Este aplicativo ligado ao GPS oferece visitas guiadas em áudio a países e cidades como Londres, Nova York, Los Angeles, Paris, Roma, Madri, Bangcoc, Nova Délhi, Berlim, Nice e Budapeste. Por menos de US $ 9 a excursão, trata-se de uma bênção para viajantes que não querem gastar muito e preferem visitar os pontos turísticos por conta própria. Os passeios são narrados por guias profissionais que sabem tudo a respeito de cada “imperdível” atração turística. Não se cobram taxas de internet quando se viaja com este aplicativo.

Use este aplicativo em Tel Aviv, Londres, Nova York, Paris, Berlim ou Moscou, e nunca mais terá de esperar por um taxi na calçada. Com o aplicativo de telefonia móvel GetTaxi peça um táxi de um call center com um toque na tela. E se vê na tela, em tempo real, a aproximação do táxi, a imagem do motorista, nome, número de licença e índice de satisfação de

clientes que já usaram os serviços dele. Em 2012, a GetTaxi levantou US$ 20 milhões durante a apresentação, em Nova York.

7 – Moovit O Moovit é um aplicativo gratuito de celular com dados comunitários que ajudam a navegar em cada etapa de uma viagem em transportes públicos. Ele mostra onde encontrar o ponto de ônibus e orienta que caminhos tomar, a pé, em direção ao destino. Baseado no Open Street Maps, o Moovit usa horários de empresas de transporte e dados de GPS acerca de ônibus em movimento. E a partir de informações de outros usuários informa a rapidez com que o ônibus está fluindo no tráfego. Os usuários podem enviar relatórios a respeito das condições de viagem e atrasos.

8 – NetBus Por enquanto disponível apenas em Israel, o Netbus se vale de dados em tempo real capturados a cada vinte segundos a partir do rastreamento do GPS de servidores do Ministério dos Transportes, e assim é possível saber quanto tempo o ônibus ainda vai demorar para chegar ao ponto em que está o usuário. A tela exibe um mapa que mostra o tão aguardado ônibus no trânsito. Em breve, nos celulares do mundo todo.

9 – Aplicativos para estacionar Ao chegar ao destino é preciso estacionar. Com esse aplicativo, acabaram problemas do usuário: o Pango é o primeiro sistema de estacionamento do mundo pago por celular, pelo qual os usuários localizam, reservam e pagam por vagas de garagem via smartphone. O PangoUSA opera em um número cada vez maior de cidades, como Nova York e Phoenix. O Parko se vale de informações coletivas e voluntárias para estacionar ao ligar os usuários em busca de vaga com os que vão deixar um determinado local. A maior parte da ação é automática, graças a sensores de GPS que informam

o aplicativo quando um usuário parece ter estacionado e deixado o veículo, e quando o motorista está novamente se aproximando do carro. O Parko venceu a competição Israeli Mobile Challenge patrocinada pelo Google, em junho de 2012. O sistema de pagamento CellOPark de estacionamento por celular funciona na Alemanha, Israel, Brasil e Espanha. Com smartphones, os assinantes pagam para estacionar em espaços públicos destinados pelos municípios filiados ao sistema CellOPark. O estacionamento é calculado por minuto, e os pagamentos são mensais com cartão de crédito.

10 – Nirsham Nunca há um policial próximo quando se vê um mau motorista. A start up israelense Nirsham (“gravado”, em português) resolveu esse problema – por enquanto em Israel – com um aplicativo de celular que documenta e monitora esses maus comportamentos como bullying na estrada e infrações de trânsito. A câmera trabalha nos modos “pedestre” ou “motorista”. Este último precisa apenas de um toque de botão para gravar o que acontece do lado de fora. Fotos ficam arquivadas durante uma semana no site da empresa. A partir das fotos e filmagens dos motoristas, a Nirsham pode denunciar os infratores às autoridades competentes.

O sistema de pagamento CellOPark de estacionamento por celular funciona na Alemanha, Israel, Brasil e Espanha


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magazine > nazismo | por John Cornwell *

Hitler serviu-se do papa Pio XII? EMBORA DE ACORDO COM A NOMENCLATURA NAZISTA EUGENIO PACELLI NÃO FOSSE UM ANTISSEMITA, EM NOME DE PIO XI ELE ACEITOU AS BENESSES EDUCACIONAIS DE UM REGIME QUE PRIVAVA OS JUDEUS DE DIREITOS E RECURSOS, O QUE SINALIZAVA CONCORDAR COM AS POLÍTICAS ANTISSEMITAS DE HITLER

E

ugenio Pacelli foi eleito papa em 1939, assumiu o nome de Pio XII, morreu em 1958 e foi a autoridade máxima da Igreja Católica durante a Segunda Guerra e o início da Guerra Fria. Meio século depois do seu papado restam algumas dúvidas, entre elas, por que não condenou abertamente o regime nazista? Ele temia que as suas críticas pudessem infl igir mais sofrimento às vitimas? Ele era indiferente ao destino das vítimas das atrocidades nazistas, incluindo as do Holocausto? Com perguntas e sem respostas só é possível conjeturar em torno dos motivos, razões ou desculpas porque suas anódinas declarações não mencionavam publicamente judeus, nazistas e Hitler. Os documentos oficiais do pontificado dele continuam secretos, embora, talvez, o papa Francisco autorize a que sejam examinados. Até onde se sabe, Pio XII não deixou um diário privado, não pedia nem aceitava conselhos, não tinha nenhum amigo íntimo, comeu sozinho durante todo o pontificado e a caminhada diária nos jardins do Vaticano sempre foi solitária. Depois da guerra não deu explicações para as omissões nem se desculpou por elas. A maioria dos estudos a respeito de Pio XII se concentra nos anos da guerra, como se não houvesse vida antes do início do seu reinado. Mas agora vieram à luz duas novas biografias de autoria de historiadores norte-americanos da Igreja Católica – Robert A. Ventresca e Frank J. Coppa – cujos relatos incluem o período pré-papal, das décadas de 1920 e 1930. A interpretação dos documentos diplomáticos acerca do pontificado de Pio XI (1922-1939), seu antecessor, recentemente liberados, revelam que Pacelli não era simpatizante do nazismo, embora as consequências das políticas hitleristas, aprovadas pela San-

ta Sé, numa fase inicial sem dúvida aceleraram os planos de Hitler. Segundo Coppa e Ventresca, a chave para compreender Pacelli era a sua mentalidade legalista e a diplomacia da Santa Sé nos primeiros trinta anos do século 20. Como o pai e o avô, Pacelli especializou-se em direito canônico, seguindo aliás, os passos dos antepassados que foram assessores jurídicos e políticos, leigos, a serviço da Santa Sé em um momento no qual os Estados Pontifícios eram devorados aos pedaços pelo emergente Estado-nação da Itália. Para os Pacellis era necessário um controle efetivo, e por meios legais, do Vaticano. Desta forma, o jovem padre Eugenio foi convidado a secretariar um fantástico projeto legal que consistia em reunir e sistematizar o vasto corpus da legislação eclesiástica, com suas muitas exceções e reduzido âmbito de aplicação local, em um único código de Direito Canônico no estilo napoleônico. Um exemplo do objetivo centralizador do Código, publicado em 1917, foi a nova regra segundo a qual somente o papa tinha o direito de nomear bispos. Antes, o clero diocesano local, mais os fiéis leigos e mesmo as autoridades civis de cada cidade do mundo católico podiam indicar e nomear o bispo. Pacelli foi ordenado bispo e enviado à Alemanha com a missão, a longo prazo, de renegociar as concordatas com os estados provinciais de modo a que estivessem de acordo com os termos do novo

ENQUANTO O VATICANO NÃO ABRIR SEUS SEGREDOS DA SEGUNDA GUERRA, A ATUAÇÃO DE PIO XII CONTINUARÁ UM ENIGMA

Código, e ao mesmo tempo tentou negociar um Reichskonkordat (concordata entre a Igreja e o Estado), isto é, um tratado abrangendo toda a Alemanha. Passados treze anos, Pacelli não conseguiu. A Alemanha era um Estado confessional pluralista e não estava disposta a conceder status privilegiado à Igreja Católica em relação a outras denominações religiosas, embora cinco dos chanceleres do período de Weimar fossem católicos. Em 1930, Pacelli retornou ao Vaticano na condição de cardeal secretário de Estado,

cargo em que ele se ocuparia mais sobre as relações com a Alemanha do que com qualquer outro país. Sua principal preocupação era o papel do Partido Alemão do Centro do da Alemanha (Deutsche Zentrumspartei ou somente Zentrum), de maioria católica, que foi o principal agente das coalizões partidárias de sustentação da Repú>>

A conduta de Pacelli foi marcada por contradições. No começo da guerra, ele estava disposto a ajudar em uma conspiração para derrubar Hitler, mas não protestou contra a invasão da Polônia. Em 1943, não teve o cuidado de avisar os judeus que poderiam ser mantidos presos no gueto de Roma, embora muitos templos católicos escondessem judeus naquele momento


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magazine > nazismo

blica de Weimar na década de 1920. Pacelli pediu ao católico devoto e líder do Partido do Centro Heinrich Brüning, que foi chanceler entre 1930-1932, a participar da coalizão com Hitler, em vez de se aliar aos social-democratas. Firme opositor do nazismo, Brüning disse “não”, e nas memórias, citadas por Ventresca, conta que Pacelli “nunca entendeu os aspectos fundamentais da política alemã, ou o lugar especial do Partido do Centro”. Segundo Brüning, Pacelli também “não tinha entendido direito” a verdadeira natureza do nazismo. O julgamento condenatório de Brüning foi que Pacelli desprezava “a democracia e o sistema parlamentar”, preferindo “governos fortes, e fortemente centralizados”. O que talvez explicasse a preferência de Pacelli por Hitler, e não os social-democratas. Todo poder a Hitler No início de 1933, Hitler, chanceler, mas ainda não ditador, surpreendeu Pacelli e sondou-o a propósito de um Reichskonkordat pelo qual oferecia garantias de direitos de prática religiosa aos católicos em troca de a Igreja se afastar

O PAPA PIO XII SAINDO DO PALÁCIO

PRESIDENCIAL EM BERLIM

de todo tipo de ações sociais e políticas, assembleias e associações, além de meios de comunicação, grupos de escoteiros e associações de mulheres. Em contrapartida, Hitler ofereceu financiamento educacional extra às escolas católicas, incluindo edifícios, áreas e salários para os professores. Mas a condição imposta por Hitler era que o Partido do Centro, primeiro, votasse favoravelmente ao “Ato de Habilitação ao Poder” que lhe dava poderes ditatoriais, e, depois, a divisão do Partido. Para Ventresca, o Reichskonkordat deixou os católicos alemães sem “oposição eleitoral significativa frente os nazistas”, enquanto os “benefícios da entente diplomática alardeada da Concordata com o Estado alemão não eram claros nem objetivos”. A recente historiografia acerca do comportamento dos profissionais liberais, das Igrejas de diversas denominações e do Judiciário, na Alemanha, a partir de 1933, sugere que as negociações de Pacelli com Hitler tiveram consequências terríveis. O papel dos juízes, cientistas, acadêmicos e profissionais liberais que individualmente e coletivamente fizeram negócios com Hitler, e dele receberam benefícios, embora distantes da ideologia nazista, tem sido caracterizada como a do Mitläufer, isto é, de “companheiros de viagem”. É possível que a condição de Mitläufer tenha sido pior que possuir carteirinha de membro do Partido Nazista. Vários prelados católicos nazistas eram conhecidos como “Bispos Marrons” e desprezados pelos fiéis. No entanto, a presença dos “companheiros de viagem”, geralmente figuras de respeito, e as instituições que representavam, desmoralizavam a oposição em potencial, escandalizavam os jovens e justificavam Hitler interna e externamente. Pacelli era o prelado ideal para o Führer, e em razão dos acordos diplomáticos o futuro papa convinha, ainda que involuntariamente, aos objetivos de longo prazo do ditador. Pacelli escreveu no L’Osservatore Romano, órgão oficial do Vaticano, que o Reichskonkordat era uma vitória e um triunfo do Código de Direito Canônico, sugerindo que Hitler aceitara a imposição do novo Código aos católicos alemães, de modo a que a autoridade da Igreja local fosse transferida para o Vaticano. Mas Hitler parece ter entendido de outra forma e em declarações no seu gabinete afirmou que o tratado significava o “reconhecimento do Estado alemão nacionalista” pelo Vaticano, bem como a exclusão da Igreja de organizações políticas, e a dissolução do Partido do Centro. No final, ameaçador, Hitler declarou que o tratado criou um “sentimento de confiança”, que seria “especialmente significativo na luta urgente contra o judaísmo internacional”. Embora de acordo com a nomenclatura nazista Pacelli não fosse um antissemita, em nome de Pio XI ele aceitou as benesses educacionais de um regime que privava os judeus de direitos e recursos, o que sinalizava concordar com as políticas antissemitas de Hitler desde o inicio da perseguição aos judeus na Alemanha. A serviço do Reich Por essas novas biografias, fica evidente que a política de concordata da Santa Sé com a Alemanha deu um impulso invo-

luntário aos planos de Hitler. Durante a guerra Pacelli agradava involuntariamente à causa nazista porque suas declarações tinham um verniz de ambiguidades anódinas, de modo a ser interpretado como indiferença moral. Para Robert A. Ventresca, a diplomacia de Pacelli nunca pendeu para o lado dos Aliados ou do Eixo mas se inspirava na “média do modelo dourado de neutralidade”, seja lá o que isso for. E Frank J. Coppa insiste em que a aparente neutralidade do novo papa durante a Segunda Guerra ainda ecoava a diplomacia de equilíbrio da Santa Sé durante a Primeira Guerra. A conduta de Pacelli foi marcada por contradições. No começo da guerra, ele estava disposto a ajudar em uma conspiração para derrubar Hitler, mas não protestou contra a invasão da Polônia. Em 1943, ele não teve o cuidado de avisar os judeus que poderiam ser mantidos presos no gueto de Roma, embora muitos templos católicos escondessem judeus naquele momento. Quando Roma foi libertada, Pacelli recebeu calorosamente na Basílica de São Pedro tropas aliadas de muitas nacionalidades, mas pediu às autoridades americanas que proibissem os soldados negros de entrar na Santa Sé, para “não corromperem as mulheres romanas”. Estimulou os estudos bíblicos e reformou a liturgia, mas ao mesmo tempo anulou o movimento francês que pregava a necessidade de renovação teológica, e baniu o movimento laboral dos sacerdotes. Não excomungou Hitler nem os católicos nazistas, mas assinou com satisfação a excomunhão dos comunistas italianos depois da guerra. Pacceli morreu aos 82 anos e foi homenageado pelos grandes e bons de todo o mundo. Mas passado o período de reminiscências hagiográficas, começaram as críticas. Em 1964, ele foi retratado como um cínico “cavador de dinheiro”, na peça teatral de Rolf Hochhuth, O Vigário, na qual também registrou o fato de Pio não condenar Hitler. Também a partir de meados da década de 1960, jornalistas e estudiosos amplia-

ram o tema do “silêncio” enquanto os defensores dele respondiam que ele agiu secretamente na salvação de centenas de milhares de judeus. Paulo VI lançou a campanha para beatificá-lo. Seguiu-se uma batalha de bastidores travada na tênue linha entre a memória do Holocausto e a polêmica católica de antidifamação. O tom venenoso do debate foi instilado principalmente pelo fato de os defensores dele considerarem a menor crítica a Pacelli, por mais bem fundamentada que fosse, como uma calúnia vingativa. Esses novos estudos são reveladores dos intricados laços que prendem o caso Pacelli. Por exemplo, segundo Coppa, Pacelli assinou um documento em 1919, chamando o revolucionário de Munique, Max Levien, como “sujo”, “um judeu russo” e “repugnante”, nesta ordem. Menos mal, de acordo com o próprio Coppa, que Pacelli não disse que Levien era “um repugnante, judeu sujo”. Ventresca admite que “muitos milhares de judeus encontraram abrigo, e finalmente sobrevivência, graças aos esforços dos representantes pontifícios agindo aparentemente com as bênçãos de Pio XII” e nem a falta de provas vinculando o resgate dos judeus diretamente com Pacelli “não desencorajou os defensores do papa de construir o que dizem ser um sólido argumento [para fazer de Pio XII um salvador]”. Para esses autores, o pontificado de Pio XII é fundamental interesse na história de Pacelli. Depois de reestruturado pelos legisladores canônicos em resposta à perda de poder temporal, o papado dele foi duramente testado e fortemente abalado por crises e eventos sem precedentes. Se o papado falhou foi em razão de deficiências tanto pessoais quanto coletivas e históricas. Para os dois autores, Pio XII fez o melhor que podia depois que se tornou papa. Nenhum deles tenta conclusões a respeito das consequências das políticas de Pacelli para os papados subsequentes. A recusa do futuro João Paulo II em negociar um acordo com os soviéticos na Polônia pode ter origem no temor de repetir o fiasco do Reichskonkordat. Mas a ironia da história é que se esse acordo entre a Igreja na Polônia e os soviéticos tivesse sido alcançado, o sindicato Solidariedade nunca se teria constituído e a queda do comunismo talvez fosse muito diferente. Resta a questão da santidade do Pacelli. Tanto Robert Ventresca quanto Frank Coppa aparentemente aprovam o parecer do padre Robert Leiber, SJ, que foi secretário particular de Pacelli durante trinta anos que, perguntado se achava Pacelli um grande santo, respondeu: “Grande sim... Um santo, não”. Quando se trata das guerras de Pio XII a imparcialidade acadêmica é duvidosa, mas para quem não têm nenhum interesse em qualquer lado da disputa, os dois estudos são fidedignos e servem para complementar o conhecimento a respeito de uma das figuras mais enigmáticas da história do século 20. * John Cornwell é o diretor do Projeto da Ciência e da Dimensão Humana no Jesus College, Cambridge e autor de O Papa de Hitler, a respeito de Pio XII

A recusa do futuro João Paulo II em negociar um acordo com os soviéticos na Polônia pode ter origem no temor de repetir o fiasco do Reichskonkordat. Se esse acordo entre a Igreja na Polônia e os soviéticos tivesse sido alcançado, o sindicato Solidariedade nunca se teria constituído e a queda do comunismo talvez fosse muito diferente


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magazine > czarismo | por Rut Becki Colodni

O secretário judeu de Rasputin ARON SIMANOVITCH, O ASSISTENTE PESSOAL DE RASPUTIN, NASCEU EM KIEV EM 1875 E ERA UM BEM-SUCEDIDO COMERCIANTE DE DIAMANTES. EM 1902, VIAJOU PARA SÃO PETERSBURGO A NEGÓCIOS. ERA CONSIDERADO UM GRANDE COMERCIANTE E, POR ISSO, GANHOU PERMISSÃO

ESPECIAL PARA TRABALHAR NA CAPITAL DO IMPÉRIO

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UMA DAS FOTOS MAIS CONHECIDAS DE GRIGORY YEFIMOVICH RASPUTIN, NASCIDO EM 8172 EM POKROVKOYE (SIBÉRIA), COM O CZAR À DIREITA NA FOTO

á alguns meses foi lançado nos Estados Unidos o livro Rasputin: as Memórias do seu Secretário, com base nas anotações de Aron Simanovitch, um dos assistentes pessoais de Rasputin, o guia espiritual e curandeiro que deteve enorme influência na corte do último czar da Rússia. Rasputin e os Judeus, o livro das memórias original de Simanovitch, foi publicado pela primeira vez em Riga, (Letônia), em russo, e logo traduzido para o espanhol, alemão e francês. De acordo com o prefácio do próprio Simanovitch, são recordações do período de agitação revolucionária e do fi m da família Romanov. Delin Colon o escreveu a partir das memórias de Simanovitch, irmão da sua tataravó, e em 2010, publicara outro livro a respeito do mesmo tema e cujo objetivo era se contrapor à opinião corrente segundo a qual Rasputin era essencialmente mau e que as memórias de Simanovitch foram redigidas por funcionários do governo do czar ou acadêmicos a seu serviço. Para Colon, os membros da corte dos Romanov invejavam a influência de Rasputin, e por isso era retratado de forma negativa e diabólica, embora fosse vítima de uma aristocracia corrupta. Simanovitch conheceu Rasputin na intimidade e estava convencido do amor e compaixão dele por aqueles que sofriam, entre eles os judeus. Aron Simanovitch nasceu em Kiev em 1875 e era um bemsucedido comerciante de diamantes. Em 1902, viajou para São Petersburgo a negócios. Era considerado um grande comerciante e, por isso, ganhou permissão especial para trabalhar na capital do império. Simanovitch pagava os impostos direitinho para não ser deportado enquanto judeu. Para fortalecer os laços comerciais e aumentar os negócios, frequen-

tava teatro, balé, corridas de cavalos e cassinos. Tornou-se próximo da realeza, abriu e dirigiu os próprios cassinos e as mulheres da alta sociedade compravam dele joias muito caras. Em suas memórias, conta que falaram dele para Sua Majestade a czarina Alexandra Fyodorova, que o chamou para opinar a respeito de pedras preciosas. Alexandra era conhecida por barganhar e Aron oferecia as joias por preços abaixo daqueles sugeridos por Fabergé, o joalheiro oficial do palácio. A “integridade e honestidade” dele a impressionaram e ela o recomendou às pessoas próximas. Anos depois Rasputin, camponês, vestido a caráter, barba espessa, olhar penetrante, e jeitão de visionário, chegou a São Petersburgo. Ele pertencera à seita dos khlysty (“flagelantes”), que entravam em êxtase religioso em casas de banhos, os homens e mulheres se açoitavam levemente uns aos outros, para estimular a corrente sanguínea, faziam sexo nos pisos e agradeciam ao bom Deus por tão intensa felicidade. Antes mesmo de chegar à cidade, Rasputin já era conhecido pelas curas mágicas e milagres em casos nos quais a medicina fracassara. Foi o único que conseguiu tratar a hemofilia do herdeiro do trono, e assim ganhou mais prestígio na corte. Esperto financista, Simanovitch logo percebeu que poderia cuidar do cotidiano de Rasputin e, desta forma, se aproxima ainda mais da nobreza e da realeza. Assumiu as tarefas do dia-a-dia do milagroso camponês, >>

Todas as manhãs Simanovitch via Rasputin acolhendo dezenas de pessoas aos prantos e desvalidas em casa crentes nos poderes de o starets salválos e ajudá-los. Na linguagem popular russa, starets é o religioso de poderes sobrenaturais


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magazine > czarismo

Á ESQUERDA, RASPUTIN COM OS BISPOS DA IGREJA ORTODOXA RUSSA GERMOGEN E ILIODOR ; ACIMA, CAPA DO LIVRO RECENTEMENTE LANÇADO NOS ESTADOS UNIDOS, À VENDA PELA AMAZON

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desde a manutenção da casa, despesas domésticas, pagamentos, redação de cartas, organização de reuniões e transferências de valores. Todas as manhãs Simanovitch via Rasputin acolhendo dezenas de pessoas aos prantos e desvalidas em casa crentes nos poderes de o starets salvá-los e ajudá-los. Na linguagem popular russa, starets é o religioso de poderes sobrenaturais. Em Os Irmãos Karamazov, Dostoievski definiu “starets” como aquele a quem se entrega a alma e a faculdade de manejá-la como quiser. “Quando você escolhe alguém para ser teu starets, tua vontade desaparece em favor da vontade dele, obediente e desprezando o teu próprio ego”, escreveu Dostoievski. Durante aqueles anos, ele detinha grande influência no império moribundo, e por isso era invejado, perseguido, fotografado em orgias e difamado perante o imperador. Em 1911, Rasputin foi a Jerusalém purgar os pecados. Pão seco na sopa Alguns livros a respeito de Rasputin mencionam Simanovitch. Segundo um dos biógrafos de Rasputin, Joseph T. Fuhrmann, uma das figuras mais importantes na trajetória de escândalos do milagreiro foi Simanovitch. Henry Troyat também fala de Simanovitch no livro Rasputin, e ambos se referem à carta citada nas memórias de Rasputin, e a declaração poucos dias antes de ser assassinado, em 1916: “Sinto que deixarei minha vida antes de primeiro de janeiro. Eu

quero anunciar ao povo russo, ao nosso pai, o czar, à nossa mãe, a czarina e aos seus filhos, o que devem fazer. Se eu for morto por assassinos abjetos, e especialmente, pelos meus irmãos os camponeses russos, não vos preocupeis, oh czar da Rússia, não vos preocupeis pelos seus filhos, eles vão governar ao longo de muitas gerações. Mas se eu for morto por nobres, e eles derramarem meu sangue, meu sangue manchará suas mãos por 25 anos, eles serão forçados a deixar a Rússia, irmãos lutarão contra irmãos, eles vão matar-se uns aos outros, ninguém da sua família, nenhum dos seus filhos viverá mais de dois anos. Eles serão mortos pelo povo russo”. Se estas frases foram de fato ditas são uma profecia, pois a Revolução de Outubro decretou o fim do reinado da casa dos Romanov e sua corte, e até a Segunda Guerra Mundial – vinte e cinco anos depois– correram rios de sangue na Rússia na revolução, nas guerras e no período stalinista.

As memórias de Simanovitch contêm imprecisões, exageros e fatos a respeito dos quais há referências únicas. É possível conhecer o modo de vida de Rasputin em casa, a sopa de peixe com pão seco, como recebia os convidados, as centenas de pessoas que lhe pediam ajuda e a vida despreocupada com o futuro e sem nunca pedir dinheiro. Nem precisava, pois em troca de ajuda dele jorrava dinheiro dos bolsos dos ricos, da casa real e da polícia secreta, a Okhrana, cuja missão era lhe dar segurança dia e noite, e seguir todos que o visitavam. Um dos agentes da Okhrana era Manusovich-Manuilov, cujo pai fora um rabino convertido ao cristianismo. Como agente duplo e, talvez, triplo, Manusovich era um grande enganador e artista na intriga: incumbido de vigiar Rasputin, logo se tornou assistente dele. Manusovich o visitava todos os dias e quando chegava, o starets dispensava todos e se trancava com ele. Isso é revelador do que ocorria na Rússia às vésperas da Revolução de 1905, em que a polícia se juntou aos revolucionários, e os revolucionários perseguidos e torturados traíram a Revolução e se juntaram à polícia secreta. Os mais proeminentes membros da polícia secreta eram apaixonados e determinados ex-revolucionários. Alguns traíram por ideologia, como Sergei Zubatov, depois comandante da polícia secreta; outros, como Manusovich-Manuilov, por dinheiro. Porque trabalharam em épocas diferentes talvez Manusovich-Manuilov não conste das memórias de Simanovitch, embora ambos tenham sido assistentes de Rasputin. Possivelmente Simanovitch temesse trombar com a polícia secreta. Isso explica por que queimou as suas anotações ao fugir da Rússia, e os textos eram de memória. Mistério até na morte O livro Rasputin – Memórias do seu Secretário é dividido em capítulos temáticos como a confissão de Rasputin a Suas Majestades, a chegada à Casa Real, como se comportava, rivalidades na corte, o problema judaico, etc. No capítulo “o problema judaico” narra histórias que parecem imaginárias e merecem uma revisão, como as supostas reuniões de Simanovitch com a aristocracia judaica endinheirada, as famílias Ginsburg, Polyakov e Brodsky. Ele faz referência às previsões de Rasputin a respeito do caso Bayliss, que foi absolvido ainda antes do julgamento. Simanovitch descreve a visita ao palácio para evitar a expulsão de duzentos dentistas judeus de São Petersburgo. No entanto, o comandante da guarda pessoal da família real, general Alexander Spiridovich, que tinha uma rede de espionagem no palácio, garante nas suas memórias, publicadas em Paris em 1928 sob o título Os Últimos Anos do Czares, que Simanovitch nunca visitou o palácio e que suas informações são imprecisas e incorretas. Spiridovich sabia tudo a respeito dos czares e descendentes, pois os acompanhava a todos os lugares, como ao Palácio de Inverno na Crimeia, os passeios nos fiordes da Noruega, caçadas na floresta, banhos de mar, festas, comemora-

RASPUTIN VIROU UM ÍCONE DA DECADÊNCIA DO CZARISMO

ções, preocupações e críticas a cada referência a Simanovitch, cujo desaparecimento é um mistério. De acordo com seu livro, chegou à França após a revolução de 1917. No epílogo do livro e nas “Páginas de Testemunho de Yad Vashem”, Delin Colon afirma que durante a ocupação da França na Segunda Guerra, Simanovitch foi deportado para Auschwitz e assassinado; e o filho mais velho Simeão, em Sobibor. Apesar disso ainda há dúvidas a respeito do destino dele, pois de acordo com fontes da internet em russo, Aron Simanovitch e um dos filhos, Yoan, foram para a Libéria, na costa ocidental africana onde morreu aos 103 anos, em 1978. Ele teria vivido na capital, Monróvia, e lá montou o restaurante Na Casa de Rasputin. Ficou amigo do presidente da Libéria e aconselhou-o em diversas questões, especialmente em apoio a Israel. De fato, a Libéria foi um dos primeiros países da África a votar em favor da criação de Israel, em 1947. Tradução de Yosi Turel

O livro Rasputin – Memórias do seu Secretário é dividido em capítulos temáticos como a confissão de Rasputin a Suas Majestades, a chegada à Casa Real, como se comportava, rivalidades na corte, o problema judaico, etc. No capítulo “o problema judaico” narra histórias que parecem imaginárias



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magazine > a palavra | por Adam Kirsch

A Bíblia como literatura O ACADÊMICO, CRÍTICO E TRADUTOR ROBERT ALTER CONTINUA DEDICADO A DESCOBRIR A SUTILEZA E A INTELIGÊNCIA DAS HISTÓRIAS NOS TEXTOS SAGRADOS E A VERSÃO DELE DOS SALMOS BUSCA RECONQUISTAR SUA BELEZA EM HEBRAICO

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tradução grega da Bíblia hebraica foi concluída no século terceiro antes da Era Comum em circunstâncias, segundo a tradição, claramente milagrosas. O rei do Egito convidou 72 sábios judeus para traduzi-la, isolando-os na ilha de Faros, no porto de Alexandria. Cada tradutor trabalhou sozinho, separadamente, mas ao concluir descobriu-se que cada um deles tinha produzido o mesmo texto, palavra por palavra, em grego. Daí resultou a Septuaginta, como a Bíblia grega é conhecida, a partir da palavra “setenta”, espécie de imprimatur sagrado e prova da inspiração divina pela coincidência com a origem do texto. O filósofo judeu grego Fílon de Alexandria referia-se às duas versões como “irmãs”, e considerou-as igualmente oficiais. Portanto, a Septuaginta, foi produto de um comitê. A Bíblia do rei James, que durante quatrocentos anos tem sido a Bíblia inglesa “irmã”, também foi produzida por um grande grupo de estudiosos e teólogos. A chave do poder dessas traduções é que não têm nenhum autor, e a tradução produzida por consenso, ou por unanimidade, não parece surgir da mente de um único escritor, mas do gênio da própria língua. No ensaio “A Tarefa do Tradutor”, Walter Benjamin declarou que a tradução era um processo de conclusão, isto é, um texto colocado em outro idioma recupera a dimensão perdida do seu significado essencial – mas pensava naquele tipo de tradução. A palavra de Deus é tão infinita que nenhum número de traduções esgota o seu significado, e cada versão só olha de uma maneira pequena para as profundezas insondáveis da intenção de Deus. Para o acadêmico e crítico Robert Alter, autor de traduções da Bíblia na última década, a tradução é necessariamente um processo muito diferente. Tal como um poeta ou romancista, Alter trabalha sozinho, e as versões que produz têm a autoridade da imaginação e da literatura, não da religião. Até agora Alter traduziu os Cinco Livros de Moisés, os Salmos, os Livros Sapienciais, e agora, em Ancient Israel (“Israel Antigo”), os livros de Josué, Juízes, Samuel e Reis que, em certo sentido, representam os esforços de toda uma carreira e fazem pensar na Bíblia como literatura. Para Alter, isso não é rebaixamento, mas elevação, pois so-

mente se nos aproximarmos da Bíblia como obra literária será possível entender a sutileza e a inteligência das suas histórias. No livro A Arte da Narrativa Bíblica diz Alter: “À medida que se descobre como ajustar o foco desses binóculos literários, os fortes contos bíblicos revelam surpreendente sutileza e inventividade de detalhe, e, em muitos casos, uma inteireza muito bem tecida. A verdade paradoxal pode muito bem ser que, ao se aprender a desfrutar mais plenamente como tal as histórias bíblicas, também vemos com mais clareza o que elas podem nos contar a respeito de Deus, do homem e do perigosamente importante reino da história”. Em Ancient Israel, Alter chegou à parte da Bíblia que mais tem a dizer acerca da história. O Pentateuco começa no mito e termina na exortação moral. Suas lendas mais famosas são precisamente isso, lendas, que só por um ato de fé podem ser aceitas como verdadeiras. Adão comer a maçã, Abraão sacrificar Isaac, Moisés dividir o Mar Vermelho, não são coisas capazes de ser corroboradas com provas exteriores. A partir do Livro de Josué, no entanto, Ancient Israel penetra em um mundo mais reconhecível da política do poder, no qual os principais eventos são guerras entre tribos, estados e impérios, e intrigas de reis e cortesãos. A destruição do reino do norte de Israel pelo império assírio e o saque de Jerusalém pelo rei babilônio Nabucodonosor, no fim do Livro de Reis, trata de eventos que também aparecem em inscrições e documentos fora da Bíblia. Com o passar do tempo, os israelitas evoluíram de uma sagrada família para uma entidade política, com todos os compromissos e decepções que isso implica. Infiéis a um Deus benevolente Em Ancient Israel, a principal tensão de que a narrativa de Josué até Reis se alimenta, é a incapacidade de os israelitas permanecerem fiéis a Deus. Quando o povo atravessa o Jordão para a terra de Canaã – o rio para de correr para atravessá-lo, repetindo o episódio do Mar Vermelho – ele é orientado a destruir a

população local e a reivindicar a terra para si. Mas Alter demonstra que as mensagens do texto a respeito do êxito dessa empreitada são conflitantes. Segundo o texto, os israelitas realizaram uma limpeza étnica dos cananeus de modo a que ninguém em condições de resistir fosse deixado vivo. No entanto, o Livro de Josué foi escrito ou editado séculos depois, quando a terra era, de fato, ocupada pelos cananeus. Alter: “Os cananeus não parecem ter desaparecido porque foram dizimados, mas porque foram assimilados pelos israelitas”. E foi uma assimilação bastante parcial: várias vezes em Ancient Israel lê-se como os israelitas tendiam a absorver os modos cananeus ao erguer totens sagrados para os deuses e ao adorar Baal. No entanto, muitas vezes os autores e editores da Bíblia recorrem a táticas engenhosas para encobrir esse fato. Um exemplo no Livro de Juízes é a história de Gedeão, um entre muitos juízes – expressão que seria mais bem traduzida por “chefes” ou “senhores da guerra” – que surge para conduzir os filhos de Israel contra os inimigos durante um longo período de caos político. Um anjo diz a Gedeão para liderar os israelitas na batalha contra os madianitas, e consegue milagrosa vitória. No entanto, o texto não pode esconder um fato conhecido: o nome original de Gedeão era Jerubaal, claramente canaanita. O Livro dos Juízes explica o nome dizendo que tem origem no incidente em que Gedeão destruiu o altar de Baal, e proclamou: “Se [Baal] é um deus, ele vai lutar por si mesmo, pois seu altar foi destruído”. Naquele dia foi chamado de Jerubaal, que significa “Deixe-o lutar por si mesmo, pois seu altar foi destruído”. Mas Alter aponta para uma tradução mais provável do nome: “Baal luta [por seus adoradores fiéis]”. Ou seja, provavelmente o herói israelita Gedeão nasceu adorador de Baal, e o texto inventa uma etimologia de seu nome para minimizar o escândalo deste fato. O Livro dos Juízes é cheio de figuras famosas e histórias – Gedeão, Débora e, acima de tudo, Sansão, cuja lenda Alter compara à de Hércules. Assim também são os livros posteriores, Reis I e II, que incluem os ciclos de contos milagrosos a respeito dos profetas Elias e Eliseu (assim como longas listas de monarcas virtualmente intercambiáveis). Mas o coração de Ancient Israel está na história de David, que ocupa a maior parte do Livro de Samuel. Alter assinala que a divisão de Samuel e Reis em dois livros é arbitrária porque não caberiam em um rolo de pergaminho de comprimento padrão. Alter pensa na história de David há décadas e a considera uma das realizações supremas de toda a literatura. Algumas das observações em A Arte da Narrativa Bíblica, de 1981, reaparecem em Ancient Israel: “A história de David é provavelmente a maior representação narrativa na antiguidade da vida humana evoluindo por etapas lentas ao longo do tempo, tomando forma e sendo alterada pelas pressões da vida política, instituições públicas, família, impulsos do corpo e do espírito, até a eventual triste decadência da carne”. Segundo o autor, talvez o momento mais poderoso da história de David esteja em II Samuel 12, ao final do episódio de

Betsabá. A história é conhecida: do telhado do palácio David vê Betsabá tomando banho e fica cheio de desejo por ela. Ele a convoca, deita-se com ela mas quando ela engravida, o dilema: como esconder o seu ato de Urias, marido de Betsabá? David manda Urias para a guerra onde será morto e isso permite reivindicar para si a mulher dele. Mas “o que David fez pareceu mal aos olhos do Senhor”, diz o narrador, e paga um preço terrível: quando Betsabá dá à luz um menino, o bebê adoece e David reza pela recuperação dele: “E Davi implorou a Deus pela criança, e David jejuou, e veio e passou a noite deitado no chão”. Está tão tomado pela dor que os cortesãos temem lhe dar a notícia de que o menino morrera. Quando finalmente contam se surpreendem ao ver David recuperar-se imediatamente: “E David se levantou do chão e se banhou e se esfregou com óleo e trocou de roupa”. Quando lhe perguntam a causa da súbita mudança, David responde com uma frase penetrante: “Enquanto a criança ainda estava viva, jejuei e chorei, porque pensei: ‘Quem sabe o Senhor possa me favorecer e a criança viverá’. E agora que ela está morta, porque eu deveria jejuar? Eu posso trazê-lo de volta? Estou indo para ele e ele não vai voltar para mim.’ ”. Alter sugere que neste episódio David se transforma de guerreiro e político em um ser humano falando da sua “nudez existencial”. Como na confissão do rei Lear: “Sou um velho carinhoso muito tolo”, ou na de Hamlet: “A prontidão é tudo”, David consegue juntar em uma única frase a nossa experiência de amor, mortalidade, medo e resignação. Na tradução de Robert Alter, a leitura da Bíblia ajuda a dar mais foco a esses momentos de força literária e humana graças não só à sua tradução clara e elegante, mas também às notas abrangentes que explicam exatamente o que acontece em momentos cruciais no texto. Ancient Israel é uma ótima oportunidade para retomar essas histórias judaicas fundamentais e vê-las com novos olhos – e o que se encontrar lá pode surpreender.

Na tradução de Robert Alter, a leitura da Bíblia ajuda a dar mais foco a esses momentos de força literária e humana graças não só à sua tradução clara e elegante, mas também às notas abrangentes que explicam exatamente o que acontece em momentos cruciais


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magazine > exposição | por Bernardo Lerer

Sim, havia teatro feito por judeus no Brasil AINDA É TEMPO DE VISITAR A EXPOSIÇÃO “ESTRELAS ERRANTES – MEMÓRIA DO TEATRO ÍDICHE NO BRASIL” NO MUSEU DA IMAGEM E DO SOM (MIS), EM SÃO PAULO, EM CARTAZ ATÉ 15 DE SETEMBRO

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CARTAZES COMO ESTE, DE UM ESPETÁCULO NO MUNICIPAL, EM JULHO DE 1948, ERAM ESPALHADOS PELA CIDADE, E O TEATRO LOTAVA

as quem, por algum motivo, não conseguir ver a exposição, compre o magnífico livro (Ateliê Editorial, 382 pp., R$ 120,00) que o idealizador da exposição Nachman Falbel escreveu com o mesmo título para recuperar a memória das companhias profi ssionais de outros países e dos círculos dramáticos amadores no Brasil, desde o início, em meados do século 19, até o seu fi nal, pouco mais de um século depois. Livro e exposição foram possíveis graças ao apoio do engenheiro Jaime Serebrenic, ex-presidente do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro (Ahjb), e de Marcos Chusyd. Falbel escreveu vários livros a respeito dos judeus e da presença judaica no Brasil, temas a que dedicou boa parte da sua rica biografia e do talento narrativo. Ao longo da coleta de material para aqueles livros, inaugurava pastas e arquivos a respeito dos vários temas relativos aos judeus e ao judaísmo no Brasil nos quais juntava anotações próprias e de terceiros, objetos, cartas, cartazes, livros, cadernos, etc. Várias dessas pastas e arquivos levavam o nome genérico de “teatro ídiche no Brasil” e quando se deu conta tinha a fonte de onde poderia jorrar material capaz de contar a história que faltava conhecer. Pela mesma razão, por exemplo, poderia escrever a respeito das instituições de benemerência, dos círculos políticos e culturais, etc. Nachman, a quem muitos chamam de Nunho, vive com a mulher Shulamita no bairro da Lapa, em São Paulo. É uma residência que parece muito maior que as necessidades de um casal que já se desfez dos filhos para a vida, mas é só impressão. Duas das paredes da grande sala estão tomadas por estantes. E há muito mais estantes no mezzanino. Todas elas, no entanto, são de acesso restrito, e somente a ele, pois, afinal, só ele consegue entender e localizar o que lhe interessa ou a quem o procura para conversar a cerca daqueles temas. Convencido de que era necessário deixar falar o passado da representação teatral judaica no Brasil, Falbel foi juntando o

material que recolhia de visitas a espólios deixados na Unibes, a legados entregues na Biblioteca da Hebraica desde os tempos do primeiro diretor Moysés Gicovate, a material abandonado na Biblioteca Scholem Aleichem do Rio de Janeiro e em outras cidades, como Curitiba e Porto Alegre. De certa forma, o livro avança muito além da narrativa do teatro ídiche no Brasil porque era preciso contextualizar o vasto tema, isto é, não se pode contar a respeito da vinda de uma determinada trupe de artistas europeus ao Brasil sem dizer que Rio de Janeiro e Santos eram paradas quase obrigatórias dessas companhias convidadas originalmente para se apresentar em Buenos Aires que, até meados do século passado, era um dos mais importantes centros comunitários judaicos no mundo. E explicar as ligações políticas e ideológicas desses mesmos grupos teatrais em seus países de origem, principalmente no Leste europeu no rico período entre as duas guerras mundiais. Este parágrafo final é uma imagem surrada, mas inevitável: é muito importante ver a exposição e ler o livro. Ambos explicam e contam muito a respeito da história e da vida cultural da comunidade judaica no Brasil, disciplina que as escolas judaicas não ensinam. Nem por curiosidade. A exposição se encerra dia 15 de setembro.

Convencido de que era necessário deixar falar o passado da representação teatral judaica no Brasil, Falbel foi juntando o material que recolhia de visitas a espólios


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por Ariel Finguerman | ariel_finguerman@yahoo.com

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Curtindo Israel

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Adeus ao intelectual

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Troca de ideias Que o israelense gosta de uma discussão, isto é coisa sabida. Mas a novidade é que agora os bate-bocas serão organizados. Vem aí a versão sabra do Speakers’ Corner, o famoso ponto de debate livre do Hyde Park de Londres. A prefeitura de Jerusalém já concordou com a ideia, que será implantada no começo do ano que vem, no Parque Sacker, o maior da cidade santa. Ali será construído um espaço com capacidade para 220 pessoas, para quem quiser aparecer para expressar o que lhe passa pela cabeça. Como não podia faltar em Israel, ao lado do local haverá uma cafeteria, para acalmar os ânimos.

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Quem deu as caras por aqui foi Jared Morgenstern, bom menino judeu-nova-iorquino que, como integrante da equipe do Facebook, contribuiu para transformar o nosso mundo ao bolar o ícone “Curtir” da empresa. Colega de Mark Zuckerberg na Universidade de Harvard, foi contratado para trabalhar no Facebook quando a equipe era de apenas trinta pessoas. Após criar o famoso logo, decidiu deixar a empresa. Agora, aos 32 anos, veio a Israel por três semanas, com objetivos bem claros em mente. Conhecer melhor o país, para poder defendê-lo em seus giros pelo mundo. E aproveitar para checar se arruma alguma namorada judia. O moço, que não pode ser definido como belo, não se fez de rogado e mandou um recado pela imprensa: “Ficaria feliz se encontrasse Bar Rafaeli”.

Morreu Geza Vermes, 89 anos, um dos maiores estudiosos modernos do judaísmo e um dos pioneiros na busca do Jesus histórico por detrás do ser divino descrito nos Evangelhos. Seu livro Jesus, o Judeu, de 1973, foi uma das primeiras vozes a enfatizar o judaísmo do criador do cristianismo, algo banal nos dias de hoje, mas durante dois mil anos foi negado no mundo ocidental. “Jesus foi um judeu completo, com ideias judaicas completas, cuja religião foi completamente judaica”, dizia o pesquisador. Vermes nasceu em uma família judaica da Hungria, que se converteu ao cristianismo para tentar escapar das perseguições do século 20. Ele se refugiou num mosteiro, de onde saiu padre, mas os pais foram assassinados pelos nazistas. Após a guerra, retornou ao judaísmo e tornouse o primeiro professor de estudos judaicos da Universidade de Oxford. Vermes também será lembrado como o primeiro tradutor para o inglês dos Manuscritos do Mar Morto, rompendo o clima de segredo que envolveu estes documentos desde a sua descoberta em cavernas no deserto da Judeia, em 1947. Pouco antes de morrer, numa entrevista ao jornal inglês The Guardian, foi perguntado a respeito de sua fé mais íntima: “Sabe, não sou um grande frequentador de sinagoga, nem de outros templos de adoração. Quando quero escutar aquela pequena voz, saio para dar uma caminhada”.

Vida inteligente Tudo parecia um tanto inocente: uma escola de cursinho pré-vestibular bolou uma campanha publicitária em que um E.T. verde diz: “Descobrimos inteligência avançada no planeta Terra”. Mas a empresa de ônibus Egged, a maior do país, nem esperou a reação do público para proibir os cartazes nos ônibus das linhas urbanas de Jerusalém. A empresa não queria ferir os sentimentos dos clientes ortodoxos. No entanto, a veiculação nos ônibus que circulam pelo resto do país está liberada.

Mente brilhante O caso aconteceu há alguns anos, mas até agora permaneceu em segredo. O satélite israelense Ofek 5, que transmite do espaço informações importantes para a segurança do país, começou a falhar e as fotografias chegavam cada vez menos nítidas, a tal ponto que se pensou em abandoná-lo. Mas um jovem major da aeronáutica, cuja identidade continua secreta, foi à luta, quebrou a cabeça e elaborou uma nova teoria segundo a qual lentes no espaço tendem a sair naturalmente de foco. Ninguém deu muita atenção até alguns momentos antes de se desligar o satélite, quando a teoria foi testada. Deu certo, a lente foi regulada a partir da base e o país economizou 138 milhões de dólares. Agora o major foi, enfim, premiado.

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Alegria aprisionada Enfim a revolução gay chegou às penitenciárias do Estado judeu. Após anos de apelos seguidos de recusas nas mais altas esferas da Justiça, a Autoridade das Prisões de Israel anunciou que permitirá visitas íntimas para presos homossexuais, homens e mulheres. Até 2006, esses encontros eram explicitamente proibidos. Naquele ano, uma corte de Tel Aviv recusou a petição de um presidiário que exigia a visita do parceiro. O caso foi parar na Suprema Corte, mas quando seria julgado, o preso já estava livre. Agora a proibição caiu de vez, mas a visita será permitida somente se o casal comprovar união estável firmada em cartório ou provar que a relação tem mais de dois anos.

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Filhos do Hamas Em novembro passado, a cidade de Rishon Le-Tzion se tornou alvo de uma saraivada de mísseis vindos de Gaza, e por isso a população passou horas extras trancada nos quartos de cimento reforçado dos apartamentos. E o que fazer nesta situação? A resposta aparece agora, nove meses depois, com uma leva fora do normal de mulheres grávidas na cidade. Somente na prefeitura, 24 funcionárias entrarão em licençamaternidade. Liat, 28 anos, assistente social e prestes a dar à luz o primeiro filho, diz que “alguma coisa sai de bom mesmo de uma guerra”. Sivan, que trabalha no departamento de embelezamento da prefeitura, deu mais detalhes: “Meu marido foi para o front como reservista, e esta gravidez é resultado da volta dele”.

Olho no lance Israel está perigosamente dependente de apenas dez empresas locais para garantir metade das exportações do país, aponta uma nova pesquisa. E, com o passar dos anos, esta dependência parece somente aumentar: há cinco anos, essas empresas garantiam apenas um terço das exportações. O Banco Central sabra soou o alarme, lembrando que se um ou dois desses gigantes ficar mal das pernas, haverá um tsunami na economia do país. Entre as dez empresas estão a Elbit, fabricante de equipamentos militares, a Teva, a maior produtora de remédios genéricos do mundo, e a Makhteshim, de fertilizantes.

Criminalidade judaica Saiu o relatório anual da polícia a respeito da criminalidade no Estado judeu. Cerca de mil delitos acontecem todos os dias em Israel, mas apenas um entre sete bandidos vai para a cadeia. Preocupação especial é a violência contra idosos – cinco agressões a cada dia, num total de 1972 vítimas em 2012 – e contra menores de idade, com mais de dez mil casos de violência por ano, boa parte no seio da própria família. A cada três dias, uma pessoa é assassinada em Israel, quase sempre ligada a rixas pessoais ou brigas de gangues. Outro dado preocupante são as agressões sexuais, com onze registros diários pelo país.

Contagem regressiva Foi publicado o edital para a construção da maior estação de trem de Israel, que estará localizada no subsolo da atual rodoviária de Jerusalém. Será parte do trem bala que ligará Tel Aviv à capital, num trajeto de apenas 28 minutos. A estação ficará a oitenta metros abaixo do solo, com capacidade para circular duas mil pessoas, que subirão e descerão por elevadores para 35 pessoas. Em caso de guerra, a mega-estação será convertida em abrigo que resistiria até um ataque nuclear. Hoje existe um trem percorrendo os setenta quilômetros entre as duas cidades, mas é extremamente lento e os passageiros desembarcam longe do centro de Jerusalém. O novo complexo ferroviário já tem data para ser entregue ao povo: final de 2017.

Cana brava Um terço dos israelenses de origem etíope foi detido pelos menos uma vez durante o serviço militar, aponta nova pesquisa do Knesset. O dado é alarmante, mas melhor que do ano passado, quando se apurou que 48% dos etíopes foram em cana enquanto serviam o Tzahal. Isto coloca este segmento numa situação cinco vezes pior que a média do restante da população. Já entre as garotas etíopes, o índice de prisão enquanto servem o Tzahal é menor – 14% delas foram detidas –, mas representa aumento de 5% em relação ao ano anterior.

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Tragédias de verão Mais uma vez o sol brilhou forte em Israel, e novamente o país ficou assombrado com os casos de morte de bebês esquecidos pelos pais no banco de trás do carro. Em julho, pico do calor, o pai de um bebê de 5 meses, residente na colônia judaica Shiló, na Cisjordânia, deixou a filha de 3 anos no jardim de infância. Como trabalhara a noite toda e madrugada o pai esqueceu que a caçula ficara no banco de trás e foi dormir. Horas depois o telefonema da esposa o acordou, lembrou-se da filha no carro, chamou a ambulância da Magen David Adom, mas o bebê estava morto. Segundo especialistas, quando a temperatura está na marca dos 35 graus Celsius, em um veículo fechado o termômetro chega a sessenta graus em quarenta minutos. Duas semanas antes, um pai em Ramat Gan saiu de casa com os três filhos. No meio do caminho recebeu um telefonema do patrão largou tudo e foi atender um compromisso profissional. Horas mais tarde, a esposa notou que o filho de oito meses não estava com a baby sitter e ligou para o marido, que só então lembrou-se da criança deixada no banco traseiro no carro com as janelas fechadas. Estava morto. No dia seguinte, a página de opinião do Yedioth Achronot publicou a charge de um pai conferindo a listinha de obrigações para o dia: comprar pão, ir ao banco, ver um amigo, ir à academia e, por último, lembrar-se de tirar o filho do carro.



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magazine > literatura | por J. Guinsburg co no âmbito do judaísmo do leste europeu, quanto ao seu romantismo idealista, ao seu eticismo populista, à sua heroificação do espírito e ao seu missionarismo intelectual. Daí, também, a gangorra em que oscila a sua obra entre pessimismo e otimismo, entre certeza de redenção e desespero irônico, senão satírico, de condição. Entretanto, a expressão maior de todo esse jogo de confrontos e tensões e a substância do seu universo espiritual em que aflora, sobretudo, uma filosofia dos valores e da idealidade ética, estão no seu discurso ficcional. Assim, para tentar, pois, de algum modo, aproximar-se do seu pensamento humanístico pela via interior da sua pulsação poética, sem querer submetê-lo à camisa de força de uma ordem expositiva ou pedagógica, de caráter sistêmico, nada melhor do que a leitura de uma das suas histórias mais paradigmáticas, neste particular, “E Talvez Mais Alto”.

PERETZ, O SEGUNDO À ESQUERDA, E OUTROS ESCRITORES JUDEUS, COMO SHOLEM ASCH, EM PÉ, EM FOTO DO INÍCIO DO SEC. 20

O humanismo hassídico de Peretz O ROMANTISMO IDEALISTA, O ETICISMO POPULISTA, A HEROIFICAÇÃO DO ESPÍRITO E O MISSIONARISMO INTELECTUAL DE ITZKHOK LEIBUSCH PERETZ NA ANÁLISE E NA TRADUÇÃO DO PROFESSOR J. GUINSBURG

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chamada “literatura ídiche moderna”, isto é, a que floresceu a partir de meados do século 19, consagrou-se como tal pela obra de três escritores considerados os seus “clássicos” e pelo valor intrínseco e seminal das suas criações literárias. Ao lado de Mêndele Mokher Sforim e Scholem Aleikhem, Itzkhok Leibusch Peretz é um deles.1 Peretz não era filósofo, stricto sensu. Seus escritos não ficcionais não apresentam reflexões ou desenvolvimentos demonstrativos de concepções ou escolas filosóficas quanto aos temas, nem eram formalmente ensaísticos no tocante à escritura. Também não se encontra na leitura da produção jornalística de Peretz quase nenhuma referência a filósofos, com exceção de uma alusão a Nietzsche e um texto

que dedica a Darwin e Spencer, autores que examina no contexto do darwinismo social. Nas suas memórias Peretz, conhecedor de sete línguas, menciona leituras de Maimônides, Gersonídes, Bahya Ibn Pakuda, e da Cabala, bem como referências às ciências naturais e à literatura europeia. Se se tomar por base as suas primeiras incursões no campo das ideias, poder-se-ia dizer que em seu espírito parece haver um diálogo e uma tensão constantes entre o racionalismo maimonidiano e a Cabala. Isto se coloca tanto em termos do seu intelectualismo decorrente da Haskalá, iluminista, do seu realismo engajado, da sua crítica a condições objetivas de caráter social, político, cultural, religioso e linguísti-

“E Talvez Mais Alto” E em plena época das penitências, pouco antes do Ano Novo, o rabi de Nemirov2 costumava desaparecer, sumir! Não era visto em parte alguma: nem na sinagoga, nem nas duas Casas de Estudo, nem em qualquer minian e muito menos em casa. Esta permanecia aberta. Quem quisesse entrava e saía; nunca faltara qualquer objeto, mas dentro não se encontrava viva alma. Onde estaria o rabi? Onde estaria? Sem dúvida no céu! Eram poucos os assuntos a providenciar nesses dias penitenciais? Os judeus, o Senhor os proteja, precisam de pão, de paz, de saúde, de bons partidos, desejam ser bons e piedosos, mas os pecados são grandes, e Satã, com seus mil olhos, esquadrinha o mundo de um a outro extremo, observa, acusa, denuncia... E quem haveria de ajudá-los, senão o rabi? Assim pensava o povo. Certa vez, porém, apareceu um lítvak na cidade e riu da história. Vocês conhecem muito bem os lítvakes: pouco ligam aos livros de contos, mas por isto mesmo se empanturram de Talmud e das Leis. Mostrem uma Gemará a um lítvak e ele a recitará de cor e salteado. E até Moisés, o nosso mestre, prova o lítvak, não pôde subir ao céu em vida, mas se deteve dez palmos abaixo! E discuta-se com um homem desses! – Mas então para onde vai o rabi? – perguntaram-lhe. – Sei lá! – respondeu o lítvak, encolhendo os ombros. E enquanto falava resolveu (do que não é capaz um lítvak!) deslindar o mistério... Naquela mesma noite, pouco depois da prece vespertina, introduziu-se no quarto do rabi e escondeu-se debaixo da cama... E lá ficou. Haveria de velar a noite inteira, mas descobriria que fim levava e o que fazia o rabi nos dias penitenciais. Qualquer outro talvez cochilasse e perdesse o ensejo: mas um lítvak sempre dá um jeito. Assim, pôs-se a repetir de cor um tratado inteiro do Talmud! Não me lembro mais se foi o de Holin ou Nedarin.

Ao alvorecer, ouviu o bedel fazer a ronda, convocando os fiéis para as matinas de contrição. O rabi já acordara. Há quase uma hora que gemia baixinho. Quem ouviu alguma vez o rabi de Nemirov gemer de aflição sabe quanto pesar, quanta angústia impregnava cada lamento seu... O coração da gente agonizava com aquele lamento! Mas um lítvak tem coração de ferro. Assim, o nosso lítvak ouvia, mas continuava deitado, impassível. O rabi também permanecia deitado. Mas o rabi, Deus o guarde, estava em cima da cama e o lítvak embaixo. Depois, o lítvak escutou o ranger de todos os leitos da casa... Os moradores despertavam. Soaram murmúrios, o ruído de água e o abrir e fechar de portas. Todo mundo saiu, o silêncio e a obscuridade tornaram a instalar-se. Apenas uma réstia de luar penetrava através de uma frincha da janela... Mais tarde o lítvak confessou que, ao ficar a sós com o rabi, fora tomado de medo. Sentira um arrepio na pele, as raízes dos cabelos formigaram e picaram como agulhas. Com razão, aliás, pois imaginem!, a sós com o rabi em dias de penitência!... Mas um lítvak é teimoso. Tremia como peixe n’água, mas não arredou pé. Afinal, o rabi, Deus o guarde, levantou-se... Primeiro fez o que um judeu deve fazer... Depois dirigiu-se ao armário e tirou uma trouxa... Apareceram roupas de camponês: uma blusa, um par de botas enormes, um grande gorro de peles, um longo e largo cinto de couro com cravos de cobre. O rabi vestiu tudo... Do bolso da blusa saía a ponta de uma corda grossa... Uma corda de camponês! O rabi deixou o quarto, e o lítvak, atrás! De passagem, o rabi deteve-se na cozinha, curvou-se e, apanhando um machadinho debaixo de uma cama, meteu-o no cinto e saiu de casa. O silêncio e o terrível pavor dos Dias de Expiação pairavam sobre as ruas escuras. Aqui e acolá, um lamento de contrição escapava de um minian de fiéis >>

Expressão maior de todo esse jogo de confrontos e tensões e a substância do seu universo espiritual em que aflora, sobretudo, uma filosofia dos valores e da idealidade ética, estão no seu discurso ficcional


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>> ou, através de uma janela, o gemido de um enfermo... O rabi caminhava sempre pelos cantos das ruas, à sombra das paredes... Deslizava de casa em casa e o lítvak atrás dele... Pouco além havia um pequeno bosque. O rabi, Deus o guarde, embrenhou-se na mata. Deu uns quarenta passos, parou ao pé de uma pequena árvore e o lítvak quase caiu de espanto; o rabi tirara o machadinho do cinto e pusera-se a golpear o tronco. O rabi golpeou e golpeou. A árvore gemeu e estalou, inclinou-se e tombou. O rabi dividiu-a em toros e os toros em achas. Juntou-as num feixe de lenha, amarrou-o com a corda que trazia no bolso, içou a carga às costas, meteu o machadinho no cinto e abandonou o bosque, dirigindo-se de volta à cidade. Numa das primeiras vielas deteve-se diante de um mísero casebre semiderruído e bateu à janela. – Quem é? – perguntou, do interior da casa, uma voz assustada. O lítvak reconheceu a voz de uma gentia, de uma mulher doente. – Ia3! – respondeu o rabi num sotaque campônio. – Kto ia?4 – tornou a indagar a mesma voz. E o rabi contestou mais uma vez em russo: – Vassíli! – Que Vassíli? E o que queres, Vassíli? – Trago lenha – disse o pretenso Vassíli? – lenha para ven-

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JACÓ GINSBURG É UM ESTUDIOSO DA OBRA DE

SHOLEM ALEICHEM

der... Muito barata... Quase de graça! E sem esperar resposta, entrou no casebre. O lítvak esgueirou-se atrás dele e, à luz cinzenta do amanhecer, divisou um pobre, quebrado e soturno interior... Na cama jazia uma enferma enrolada em trapos e ela disse com voz amarga: – Comprar? Comprar com quê? Onde tenho o dinheiro, eu, pobre viúva? – Pagarás mais tarde – respondeu o suposto Vassíli; – são apenas seis vinténs! – E como poderei pagar-te? – gemeu a pobre mulher. – Tola! – censurou-a o rabi. – Veja, és viúva e doente, e eu te fio esta lenha. Tenho fé em que me pagarás; e tu, que tens um Deus tão grande e poderoso, não confias nele... Nem, por meros seis vinténs. – E quem acenderá o fogo? – choramingou a viúva. – Não tenho força para me levantar. Meu filho está fora, no trabalho. – Eu – disse o rabi. E, enquanto enfiava a lenha no forno, o rabi, gemendo, recitou a primeira das Preces da Penitência! E quando acendeu o fogo e as chamas começaram a crepitar, o rabi pronunciou, já um pouco mais jubiloso, a segunda Prece... Murmurou a terceira quando as chamas já esmoreciam e depois fechou o forno. O lítvak que presenciou a tudo isso, converteu-se, não há dúvida, em beato do rabi de Nemirov. E mais tarde, se um adepto do santo homem contava que o rabi de Nemirov, nos dias de contrição, se erguia todas as manhãs e voava para o céu, o lítvak não ria mais, porém acrescentava suavemente: – E talvez mais alto! Tradução de J. Guinsburg, em Contos de I. L. Peretz, São Paulo: Perspectiva, 2001, 3. ed. revista e ampliada

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– Célebre rabi hassídico do fim do século 18 e início do 19; –Em russo: Eu; – Idem: Eu quem?; – Selikhot (pl. de selikha, perdão, absolvição): conjunto de orações de penitência, recitadas, em geral de madrugada, na semana anterior ao Ano Novo e aos dias de jejum.



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Hannah Arendt e o filme OS DOIS TEXTOS – UM A FAVOR, OUTRO CONTRA – A RESPEITO DO FILME CUJO TEMA É HANNAH ARENDT E DIRIGIDO POR MARGARETH VON TROTTA, PUBLICADOS NA EDIÇÃO DE JULHO DA REVISTA HEBRAICA (PG.82), ESTIMULARAM AINDA MAIS MUITOS ASSOCIADOS A ASSISTI-LO, E ALGUNS A ESCREVER COMENTÁRIOS. EIS, A SEGUIR, DOIS DELES

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annah Arendt foi injusta com os sobreviventes: desconsiderou os profundos sentimentos próprios do luto e da depressão: nem tudo o que a razão indica é necessariamente uma verdade pronunciável; o que trago na alma importa, mas ao ser proferido em público ganha uma nova dimensão a ser considerada. Quando uma ideia é expressa não está mais restrita ao que se tenha pretendido comunicar. Cabe ao intelectual, ao midiático, considerar a possível repercussão. Não cabe dúvida: há o contingente dos que sobreviveram tendo sofrido na carne os horrores aterrorizantes do nazismo. E há também os que vão certamente se comprazer em poder relativizar a tragédia e, certamente, utilizá-la a serviço do sempre renovado antissemitismo. Tantos autores, não só judeus, desde Primo Levi, David Bankier (z’l’), Gotz Aly e outros têm contribuído para levar adiante tais questões. Desde o século 19 a sociedade alemã vinha impregnada de autoritarismo e efervescente antissemitismo subjacente ao ideário de partidos políticos, de forma declarada ou sub-reptícia. Berthold Brecht, autor tão crítico das convenções, adotou em sua peça O Casamento do Pequeno Burguês como protótipo do pequeno burguês um judeu individualista e sovina, sendo os nomes dos personagens assim identificados. Magistral orquestração por parte do comando nacional-socialista pôde aproveitar o substrato histórico e a cultura subliminar, expressa de forma escandalosa, somando a isto a implantação de uma ideologia veiculada por todos os meios. Os recursos de força e desmoralização sistemática voltados contra os possíveis dissidentes propensos a defender seus direitos e os das minorias, por um lado, e, por outro, o cerceamento dos mínimos direitos humanos, esmagados até uma extensão antes inimaginável e, por fim, a cooptação maliciosa e chantagista, aliciando até mesmo intelectuais potencialmente discordantes, contribuíram para formar aquela maioria silenciosa que cede em geral, em tais circunstâncias. Alguns “luminares” perceberam que era “inútil” tentar resistir e acabaram por defender a ideologia dominante. As ordens do comando, transmitidas de modo codificado, indicavam em cada etapa apenas as providências práticas imediatas, de modo a quem não conviesse reconhecer o significado do todo, ficava até certo ponto possível “ignorá-lo”. Eichmann, de fato, longe de ser o ingênuo elo intermediário e pouco responsável, pois “cumpria ordens superiores” foi, na verdade, elemento ativo patente nesta cadeia de transmissão. É possível que Eichmann tenha podido iludir uma inaceitavelmente ingênua Hannah Arendt. As informações hoje disponíveis teriam eliminado qualquer dúvida a respeito do papel ativo de Ei-

chmann no genocídio. Quaisquer grupos humanos, quando reduzidos a uma condição de miséria e opressão absoluta tendem a desenvolver respostas variadas: um movimento de “identificação com o agressor” e, outro, buscando “amansar” o inimigo poderoso aliandose a ele na luta pela sobrevivência. Faltou hierarquizar a gravidade dos fatores: certamente a responsabilidade criminal nazista foi incomparavelmente maior do que a atitude, dita “colaboracionista” por parte de setores minoritários da liderança judaica, esmagados pela opressão assassina nazista. Arendt certamente estava preparada para compreender esta possibilidade sociológica. Equivocou-se ao não se dar conta de que, filósofa que era, expressava-se como jornalista, veiculando análises inaceitáveis para os sobreviventes traumatizados. Identificou aspectos críticos, causadores de desconforto e dor, contribuindo para a análise da história, com verdades parciais. O filme é corajoso e oportuno. Certamente devemos hoje nos empenhar em discutir as ideias por ela propostas. Execrá-la é certamente narrow-minded. Hoje, felizmente podemos mais. Os que se foram contem com nossa fidelidade e com a nossa argúcia. Isto poderá melhor contribuir para tragédias semelhantes não se repetirem. * Rubens Hirsel Bergel é psiquiatra, psicanalista e presidente do Departamento de Psicologia Clínica da APM. Mestre pelo Departamento de Neurologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP * * Miriam Bettina Oelsner é doutoranda em história social, orientada por Anita W. Novinsky na USP. Prêmio União Latina de Tradução Especializada 2010, primeiro lugar, com o livro alemão ‘LTI’ A Linguagem do Terceiro Reich, de Victor Klemperer

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por Breno Raigorodsky ***

magazine > cinema | por Rubens Hirsel Bergel * e Miriam Bettina Oelsner **

CENA EM QUE HANNAH ARENDT REDIGE UM DOS TEXTOS A RESPEITO DO JULGAMENTO DE EICHMANN

Hannah, Eichmann e as pipocas SEGUNDO HANNAH ARENDT, EICHMANN NÃO APENAS NÃO ERA O MONSTRO QUE DEVERIA SER, MAS UM OUTRO TIPO DE CRIATURA, FRUTO DA BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA, DO FIM DAQUELE SER HUMANO QUE PRESERVAVA A SUA CULTURA, QUE TINHA PADRÕES DEFINIDOS DE ÉTICA E CIVILIDADE

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annah Arendt é a prova de que assuntos mais pretensiosos podem ir ao cinema, mesmo que em meio a tantos agudos e graves provocados por mãos à procura de pipoca nos saquinhos de papel. Questões de competência cinematográfica à parte, Hannah Arendt poderia ser melhor, caso a diretora e os roteiristas não sentissem tanta necessidade de abarcar todos os ângulos da vida da fi lósofa alemã, como se fosse uma questão de justiça mostrar o lado menos público da sua vida, uma pessoa amorosa, sociável, espirituosa, saudável e intensa, em contraposição à sua imagem mais conhecida, uma pessoa insensível, que deu as costas para o seu povo como pareceu ser em sua análise fria e objetiva do totalitarismo hitleriano. Mas esta intenção fica prejudicada pela própria vida da filósofa, pois esta é marcada pela paixão por Heidegger, mostrada várias vezes em flashback – alguém que flertou intensamente com o nazismo. Por conta disso, se a intenção era mostrá-la como alguém de valores indiscutíveis em sua vida social, esta face do filme – se consegue traçar um bom perfil da intelectual, serve mais para desviar do foco fundamental que é a análise do julgamento de Eichmann. Diria assim: a diretora e corroteirista é apaixonada pelo complexo e antimaniqueísta discurso intelectual de Hannah, e viu valor cinematográfico nesta complexidade, principalmente ao reconstruir o debate que a posição dela causou sobre o mundo judaico no imediato pós-guerra, quan-

do o Estado de Israel se consolidava internacionalmente. Naquele momento de fragilidade, parecia até que qualquer crítica aos judeus só poderia vir de gente que não gosta de Israel, dos judeus e do sionismo. Intolerável para a comunidade vir de uma judia, uma crítica às lideranças judaicas que – segundo ela – não souberam entender o que estava ocorrendo no início da década de 1930 com a Alemanha, Polônia e Hungria. Mas tão intolerável quanto isso, era a sua posição sobre Eichmann. Segundo ela, o nazista não apenas não era o monstro que deveria ser, mas um outro tipo de criatura, fruto da banalização da violência, do fim daquele ser humano que preservava a sua cultura, que tinha padrões definidos de ética e civilidade. Hannah, ao contrário dos outros correspondentes do mundo inteiro que assistiram ao julgamento do assassino Eichmann – responsável direto pela morte de milhões de judeus, símbolo da crueldade nazista – viu naquele ser patético alguém que acreditava piamente que seguia ordens, protótipo do burocrata ideal. As respostas dele indignaram o mundo pois pareciam inocentar o monstro da SS, quando, na verdade, tecia uma acusação muito mais incisiva ao mundo que viria, não apenas aos totalitarismos em geral, mas a todas as autoridades civis e militares. Culpava a democracia decadente que por suas falhas tinha permitido a ascensão dos monstros nazistas. Ou seja, direcionava o perigo para muito além dos seres malignos que seguiam um pintor frustrado de bigodinho. Criticava a insensibilidade, a indiferença perante a perda da dignidade. Para Hannah, o que estava em jogo não era o sionismo e o antissionismo, o amor pelos judeus ou não. O que estava em jogo era a discussão da humanidade que emergiu do fim da Segunda Guerra Mundial e seus horrores. * * * Antes de se tornar publicitário, gastrônomo e consultor de vinho, Breno Raigorodsky fez Escola Superior de Cinema da Faculdade São Luiz e se formou em filosofia pela USP


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leituras magazine

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por Bernardo Lerer

O Povo Eterno não Tem Medo Shani Boianjiu | Alfaguara | 275 pp. | R$ 42,90

Pensou em Israel como esse povo? Acertou. Mas é um retrato implacável e belo dos danos causados pelo conflito ao conseguir recriar e romper o tédio e o amortecimento que provoca e os estragos que causa à memória, à intimidade, aos pensamentos e à afeição. Tudo isso a partir da história de três meninas que crescem juntas num vilarejo israelense e cujas vidas mudam de forma drástica quando prestam serviço militar. É a descrição vibrante da vida de adolescentes no exército e mostra os anseios de uma geração de jovens e o conturbado futuro. Com este livro, a autora já ganhou vários prêmios na Europa e Estados Unidos.

À Queima-Roupa Vicente Vilardaga / LeYa / 397 pp. / R$ 44,90

Outro livro a respeito do caso Pimenta Neves e cujo autor conseguiu entrevistar o jornalista que se tornou ainda mais famoso do que já era antes de assassinar com dois tiros, um à queima-roupa, na cabeça, a ex-namorada Sandra Gomide que o rejeitara. É uma história rica de detalhes a respeito de Pimenta, Sandra e as famílias de ambos, ao mesmo tempo em que desenha um bom quadro do funcionamento das redações e do relacionamento possível e suportável entre os jornalistas. Mas, assim como outro livro acerca do mesmo tema, faz de Pimenta um monstro. É estranho, no entanto, que, depois de tantos anos, ninguém suspeitou dele.

Friedenreich Luiz Carlos Duarte | Belaletra Editora | 251 pp. | R$ 29,90

O livro é isso mesmo “a saga de um craque nos primeiros tempos do futebol brasileiro”, conta a história do primeiro ídolo de massas do futebol brasileiro cuja melhor definição foi do jornalista Armando Nogueira: “Arthur Friedenreich jogava futebol com o coração no peito do pé. Foi ele quem ensinou o caminho do gol à bola brasileira”. Fez 595 gols em 605 jogos. É a história do futebol no Brasil desde os primórdios porque não se refere a Charles Miller, que trouxe bola e regras para o país, mas trata de quem fazia a alegria do povo nos campos.

Berlim, 1961

Febre de Bola

Frederik Kempe | Companhia das Letras | 576 pp. | R$ 65,00

Nick Hornby | Companhia das Letras | 352 pp. | R$ 39,00

“Este livro é o que de melhor foi escrito sobre a mais perigosa crise da Guerra Fria, com muitas lições para o presente.” O autor da frase é Henry Kissinger, que entende muito de Guerra Fria e de crises. O livro é uma grande reportagem a respeito da crise que se iniciou em junho de 1961 quando o então secretário geral do PC soviético Nikita Khruschov disse que Berlim “é o lugar mais perigoso do mundo”. O livro conta, portanto, nos mínimos detalhes, a crise política que determinou a construção do Muro de Berlim, demolido em 1989, e definiu os rumos da Guerra Fria.

Mais futebol. O autor tinha 11 anos quando foi a um jogo pela primeira vez levado pelo pai que meses antes se separara da mãe. Nick estava triste e inseguro, mas no estádio, com a torcida, ficou fascinado pois descobriu um lugar e uma comunidade que compartilhava o sofrimento como entretenimento. A partir daí virou fanático pelo futebol e pelo Arsenal e passou a atrelar aos sucessos e fracassos do seu time as respostas que buscava para a própria vida. O livro foi originalmente publicado em 1992 e se estrutura a partir de datas e placares de 24 anos.

Éramos Jovens na Guerra Sarah Wallis e Svetlana Palmer | Objetiva | 284 pp. | R$ 39,90

Histórias que os Jornais não Contam Mais

É a coleção de cartas e diários de dezesseis adolescentes ingleses, franceses, americanos, japoneses, poloneses e alemães e russos, portanto, nos dois lados da Segunda Guerra que escrevem de forma direta e objetiva. Destes, sobreviveram três, porque os outros treze morreram lutando, de fome, de inanição, separados da família e que tiveram a vida transformada pelas experiências. Lê-se, por exemplo: “Discuto e começo a gritar pela menor migalha de comida. No que me transformei? Tenho apenas 16 anos! Esses canalhas que começaram esta guerra. Adeus meus sonhos de infância. Nunca mais serei o mesmo”.

Anélio Barreto | Belaletra Editora | 431 pp. | R$ 34,90

As Damas do Século XII

O título se justifica porque o autor é de uma geração de jornalistas que transformava a reportagem na arte de levar aos leitores histórias e temas de interesse de modo claro e mais profundo do que uma simples nota. O jornalista garimpa o noticiário, seleciona, hierarquiza, contextualiza e informa. O livro reúne as reportagens que Anélio escreveu para o Jornal da Tarde a respeito do crime da rua Cuba, a loja Daslu, o assassino de Gianni Versace, etc. É jornalismo em estado puro.

Georges Duby | Companhia das Letras | 384 pp. | R$ 26,50

A Prisão da Fé

O autor (1919-1996) é mais lembrado pela famosa coleção “História da Vida Privada” e é ainda um dos maiores especialistas em história medieval. As damas do título são Heloísa, Isolda e outras do século XII. Ele escreveu mais dois livros, A Lembrança das Ancestrais e Eva e os Padres. Duby analisa a relação das mulheres com a igreja naquele mesmo século, quando a instituição católica criou o rito da confissão, sacramento que permitiu reger a intimidade feminina e subjugar gestos e pensamentos que até então não se julgavam pecaminosos.

Lawrence Wright | Companhia das Letras | 597 pp. | R$ 54,00

Jango – Vida e Morte no Exílio

As críticas literárias são extremamente elogiosas ao livro e igualmente devastadoras em relação à cientologia e para quem gosta dos escândalos das celebridades de Hollywood os capítulos referentes a Tom Cruise e John Travolta são apetitosos. O autor trata da cientologia – história, hierarquia e teologia – com lucidez investigativa e mostra como a verdade pode ser mais estranha que a ficção científica.

Juremir Machado da Silva | L&PM | 376 pp. | R$ 42,00

O Testamento de Maria

Com o subtítulo “A Dor, a Tristeza do Exílio e a Morte que Desperta Suspeitas”, o historiador e autor do livro está convencido que de tanto pesquisar a vida de Janto no exílio descobriu que mais importante do que a sua vida era a sua morte. E, de fato, escrito no ritmo de uma novela policial, o livro desmonta narrativas e trata de mortes misteriosas, articulações inquietantes e chega à conclusão de que na história recente do país há cadáveres no armário, e que o tempo de exumações chegou.

Colm Tóibín | Companhia das Letras | 87 pp. | R$ 29,00

O livro propõe uma versão nova e provocadora a respeito da origem do cristianismo, no qual o autor assume o ponto de vista da mãe de Jesus Cristo e, desta forma, questiona alguns dos pilares da cultura ocidental. Exilada e amedrontada na cidade de Éfeso, ela tenta lembrar os eventos que levaram à morte do filho, os mesmos que se transformaram na narrativa do Novo Testamento e na fundação da religião católica.


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músicas magazine

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por Bernardo Lerer

Fauré Deutsche Grammophon | R$ 59,90

Zuill Bailey Telarc | R$ 74,90

Quem vai a concertos certamente não se espanta mais com o modo que os violoncelistas abraçam os instrumentos, como se fossem a pessoa amada. Este cd em que o Bailey executa obras-primas de Tchaikovsky como as Variações para um Tema Rococó e o Concerto # 1 de Shostakovich são exemplos claros deste envolvimento quase passional e que leva os intérpretes ao êxtase.

O cd pertence à série “Classikon” da Deutsche Grammophon, e apresenta o Requiém, Doly Suite e a Pavane do magistral compositor, organista e professor francês, morto em 1924 e que influenciou muitos dos compositores do século 20. As peças são executadas pela Philharmonia Orchestra, regida por Carlo Maria Giulini, e pela Sinfônica de Boston, conduzia por Seiji Ozawa. Imperdível.

Oboé Concertos Decca | R$ 49,90

Heinz Holliger é um dos maiores oboístas em atividade. É também um dos mais requisitados para executar o instrumento e alguns importantes compositores deste século, como Stockhausen, Berio, Messiaen escreveram peças especialmente para ele e mesmo aos 70 anos continua ganhando prêmios. Aqui executa peças de Benedetto Marcello, Antonio Vivaldi e Tommaso Albinoni, junto com o conjunto I Musici.

Monumental Works for Strings

Inglorious Basterds

United States Marine Band | Naxos | R$ 29,90

Warner Records | R$ 34,90

Nos anos 1990 havia nos Estados Unidos mais de quatro mil bandas sinfônicas capazes de executar qualquer peça, erudita ou popular. Mas são as militares, que existem em todas as bases, do exército, marinha e aeronáutica, as mais famosas, como esta, que interpreta peças de Verdi, Stravinsky, Aaron Copland e a pouco executada Marcha da Coroação, do compositor britânico William Walton.

É a trilha sonora de Bastardos Inglórios, a que assistimos sem saber se é para rir, ou para chorar de rir da tragédia que foi a Segunda Guerra. Nas quinze faixas, algumas obras-primas de compositores como Ennio Morricone e Lalo Schifrin e outros excelentes intérpretes como Jacques Loussier, também compositor. Ouvindo a trilha tem-se a impressão de assistir ao filme.

Martha Argerich – Mischa Maisky

O Melhor do Bang-Bang à Italiana

Decca | R$ 49,90

Sony | BMG | R$ 16,90

Gravado há quase trinta anos, em 1984, na Suíça, e remasterizado, é uma das mais brilhantes interpretações da Sonata para Arpeggione e Piano, de Schubert, e as peças de fantasia de Schumann para piano e cello, duas obras difíceis de tocar e de interpretar. Isso explica porque as transcrições da composição de Schubert para qualquer instrumento exigem muito do executante, até se a partitura é simplificada.

Ennio Morricone já era um compositor consagrado, mas poucos o conheciam até que os cinemas brasileiros começaram a exibir os spaghetti westerns, muitos deles rodados nas regiões desérticas de Israel. Um deles, tema do filme O Dólar Furado, começa com os sons de disparos, segue com a música assobiada, e continua sendo assobiada até hoje, embora o filme seja da década de 1960.

Anne-Sophie Mutter

Zé Ramalho ao Vivo

Deutsche Grammophon | R$ 59,90

Sony | BMG | R$ 27,90

Essa fantástica violinista da Filarmônica de Berlim toca concertos famosos de Mendelssohn e Brahms, gravados em 1981 e 1982. Na contracapa do cd, está sorridente mas sabemos que Herbert Von Karajan moveu uma insidiosa campanha machista contra a violinista, a quem não queria como a spalla da orquestra. Atitude que não surpreendeu, pois era o queridinho dos nazistas e foi reabilitado pelos americanos.

O cantor e compositor se apresentou em dois shows no antigo Teatro Olimpya, em São Paulo, em 2005, de que resultou este cd gravado ao vivo com algumas das obras mais conhecidas dele nas quais usa poucos mas variados instrumentos cuja combinação resulta em um som limpo e bem adequado à batida das músicas. Vale prestar atenção em Avohai, durante a qual pede a colaboração do público para repetir o refrão.

Ute Lemper

Hymne à l’Amour

Steinway & Sons | R$ 79,90

Milan Records | R$ 34,90

Nascida em 1963 e vivendo agora em Nova York, essa cantora e pesquisadora alemã tem se dedicado principalmente a recuperar a produção musical dos bares e cabarés da República de Weimar. Esse cd tem o título de Berlin Nights e Paris Days, mas o subtítulo “Between Love and War” sugere os dias tenebrosos do início do fim da democracia na Alemanha. O cd inclui duas peças em ídiche de Chava Alberstein.

Uma gravadora francesa reuniu em um cd 24 gravações originais de Edith Piaf (1915-1963), muitas em coautoria, a primeira de 1946, a famosíssima La Vie en Rose. Piaf cantava o que a gente chamaria no Brasil de música de “dor de cotovelo”, de amor e perda, no fundo um retrato da própria vida, de ter sido abandonada pela mãe quando criança e criada pela avó materna em um bordel da Normandia.

Os cd’s acima estão à venda na Livraria Cultura ou pela internet www.livrariacultura.com.br. Pesquisem as promoções. Sempre as há e valem a pena


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HEBRAICA

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magazine > com a língua e com os dentes | por Breno Raigorodsky

Mandioca é a bola da vez QUEM DIRIA... A BOA, VELHA E BRASILEIRÍSSIMA MANDIOCA CHEGOU ÀS MESAS DA ÁSIA, ÁFRICA E AMÉRICAS, E JÁ ESTÁ SENDO VISTA COMO UMA BOA SOLUÇÃO PARA OS PROBLEMAS NUTRICIONAIS DAS POPULAÇÕES DE BAIXA RENDA

E

sse tubérculo está em alta lá em casa. Faço muito bacalhau, no mínimo um a cada quinze dias. E dificilmente repito o prato. Também pudera: como poderia repetir depois que, ao preparar uma aula a respeito do assunto, descobri uma centena de receitas francesas, italianas e espanholas, além das conhecidíssimas Zé do Pipo, cozida, ao forno do pimentão, cebolas, ovo cozido, azeitonas pretas e batatas? Pois bem, troquei as batatas por mandioca e este é o mote deste artigo – a mandioca, talvez o ingrediente mais brasileiro de todos, nasceu por aqui, foi selecionada geneticamente pelos nossos índios, mas está longe de ser unicamente brasileira, porque tem feito grande sucesso em muitos outros países, incluindo China, Nigéria, Moçambique e tantos outros das Américas, África e Ásia. No caso da minha receita, vou logo contando, antes que me bombardeiem de perguntas. Tratou-se de um bacalhau desfiado, com azeite, páprica tomando o lugar do pimentão, ovo mexido e tapenade de azeitona, tudo exaustivamente batido até formar um creme a que os franceses dão o nome de brandade. Ao mesmo tempo, cozinhei bem uma farta porção de mandioca amarela com cebolas e pimenta em grão. Separando as pimentas, amassei tudo com um pouco da água, até formar um bolo da mandioca, que pus numa forma, reguei com azeite e levei ao forno para formar crosta por fora, e deixar o recheio bem macio. Cobri o bolo com a brandade e servi. Êxito absolutamente total, daqueles de não deixar restos para contar história. Voltando para a mandioca, os índios conheciam tudo sobre mandioca desde antes da invasão portuguesa de 1500. Sabiam quando era venenosa e o que fazer para retirar o veneno por meio de métodos de cozimento, como se conserva culturalmente até hoje entre os povos da floresta amazônica e que nos chega principalmente na forma do decantado pato no tucupi e no menos conhecido caldo tacacá, duas delícias imperdíveis da culinária de Belém do Pará. Sabiam fazer farinha com ela e se alimentavam principalmente dela em biju, usando-a

DESCUBRA AS VIRTUDES DESTE FORMIDÁVE TUBÉRCULO

para fazer salgado ou doce, para enrolados de tapioca e tantos outros usos. Ocorre que apenas a farinha de mandioca e a mandioca frita deixaram a categoria de esquisitices regionais e entraram pela porta da frente na cozinha típica do centro-sul do país, particularmente na paulista-mineira, estando presente em quase todas as mesas da roça desses dois estados. Nada tão diferente do que acontece com todos os produtos que não se conhece bem, como o foi caso da própria batata, que, ao chegar à Europa pela mão dos colonizadores espanhóis, depois de milênios de cultivo pelos povos andinos, foi rejeitada, tornou-se ração animal e por muito tempo não foi aceita à mesa. E, no entanto, agora a mandioca é notícia mundial, baluarte da alimentação, rainha da vitamina A, particularmente para os povos de baixa renda, cantada em prosa e verso pela FAO, como disse Teresa Losada Valle, pesquisadora do Instituto Agronômico de Campinas, para um excelente vídeo de apoio à revista da FAO (http://revistapesquisa.fapesp. br/2013/02/06/cientistas-turbinam-mandioca-com-mais-vitamina-a/): “A mandioca é a menina dos olhos da FAO, porque ela representa a segurança alimentar das populações tropicais, principalmente as de baixa renda. E a mandioca IAC 603 foi se fazendo seletiva, e, contraposta à mandioca branca que tinha 20 unidades internacionais (UI) de vitamina A, deu um salto para 900 UI, uma beleza”. Hoje em dia, ela é também uma das meninas dos olhos da gastronomia brasileira bem-sucedida. No extremo, aparece de mil formas nos cardápios do restaurante Mani – 48º melhor restaurante do mundo, segundo a revista inglesa Restaurant – e do seu irmão voltado para eventos, o Manioca, cujos nomes são homenagens rasgada ao nosso produto/tema (http://www.manimanioca. com.br/site.html).



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magazine > ensaio | por Reuven Faingold *

CAPA DO GUIA DA PALESTINA,

DE AUTORIA DO FREI LIÉVIN QUE ACOMPANHOU O IMPERADOR

D. Pedro II na Terra Santa EM 1876, O IMPERADOR D. PEDRO II PASSOU 24 DIAS NO LÍBANO, SÍRIA E PALESTINA OTOMANA, PERCORRENDO QUASE QUINHENTOS QUILÔMETROS. DESTA VIAGEM NASCEU UMA LONGA AMIZADE COM O FREI LIÉVIN DE HAMME, GUIA TURÍSTICO PARA O LUGARES SANTOS DA REGIÃO

D

esencavar, transcrever e comentar o Diário de Viagem à Terra Santa (Diários 18-19, março 37, doc. 1057) de D. Pedro II, permite revelar a curiosidade intelectual, a sensibilidade artística e o empenho do monarca em desvendar a humanidade em toda a sua extensão. Escrito em 1876, o Diário retrata um homem despojado de mordomias que, apesar de rei, dormiu em barracas, hospedou-se em hotéis de quinta categoria, cavalgou sete horas diárias, arriscou-se a enfrentar beduínos, frequentou banhos turcos e colecionou souvenirs. O Diário – guardado no Museu Imperial de Petrópolis – faz parte da segunda viagem internacional e na qual, em dezoito meses, D. Pedro II visitaria mais de cem cidades em quatro continentes. Na ocasião, anotou impressões de 24 dias no Líbano, Síria e Palestina otomana, percorrendo quase quinhentos quilômetros, um marco quando se trata de uma comitiva com mais de duzentas pessoas e a logística que isso significa em água, alimentação, hospedagem e segurança. Na época D.

Pedro já tinha 50 anos, e apesar disso não reclamou do cansaço, aproveitando cada minuto da peregrinação. “Frère Liévin tudo me explicava, e muito me agrada por seu caráter singelo e jovial, além de ser bastante inteligente.” Com estes elogios registrados no Diário de Viagem à Palestina, o imperador D. Pedro II apresenta seu guia turístico na Terra Santa. O franciscano frei Liévin de Hamme, natural de Hannover, (atual Bélgica), orientava peregrinos no momento em que a comitiva imperial brasileira, liderada por D. Pedro II, ancorava no pequeno porto de Beirute para uma visita de 24 dias ao Líbano, Síria e Israel, os territórios em que Jesus nasceu e viveu, pre-

gou sua nova fé e morreu crucificado pelo império romano. Quando a comitiva imperial brasileira chegou à Terra Santa em 1876, frei Liévin morava na região havia dezoito anos. Desde 1858, ainda muito jovem, ganhava o seu pão como guia turístico de ilustres personalidades das cortes europeias. O franciscano era modesto e ao ser perguntado acerca das suas atividades respondia que era um conducteur des pelerines (“guia de peregrinos”), pois seu trabalho consistia basicamente em escrever guias turísticos e livros a respeito dos lugares santos da Cristandade. Orientalistas, arqueólogos e numismatas franceses célebres como Louis F. Joseph Caignart de Saulcy, Charles ClermontGanneau e Guérin, e outras personalidades conhecidas do monarca brasileiro foram alguns dos notáveis viajantes que Liévin acompanhou. Na época, o contato da Europa com a Ordem dos Franciscanos era forte. De todos aqueles padres responsáveis pela guarda dos lugares santos, Frei Liévin ocupa um lugar de destaque. Ele escreveu um roteiro em latim, (vertido ao francês) intitulado Guide Indicateur des Sanctuaires et Lieux Historiques de la Terre Sainte. Em dezembro de 1876, em Jerusalém, este Guide foi oferecido de presente ao imperador com uma dedicatória. No rico acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro existem várias versões deste texto. Frère Liévin pesquisou os lugares santos. Dois textos relevantes elaborados pelo guia belga são: Le Thabor et la Transfiguration du Sauveur e o Étude Topographique de la Forteresse de Sion, este último com um bonito mapa de Jerusalém também guardado no Museu Imperial de Petrópolis. Nas cartas pessoais do Imperador, frei Liévin de Hamme é lembrado com carinho e admiração. “Muito conversei com frei Liévin, de quem gosto cada dia mais, por ser um espírito esclarecido e, portanto, tolerante”, escreve D. Pedro II, manifestando grande estima pelo franciscano. Mesmo após consultar e comparar outros guias, Sua Majestade concluiu que o seu guia em Jerusalém é autor do melhor roteiro da Terra Santa. No Diário de Viagem à Palestina, Pedro II destaca as pesquisas sérias do franciscano e, no caminho de Jerusalém a Ramleh, confessa que “não fosse ele [frei Liévin], não teria visto nem metade do que tem visto com a suas explicações”. Em outro trecho, o monarca se mostra inconformado porque “apesar das insistências, o superior dos franciscanos ainda não lhe deu um ajudante para se ir preparando a substituí-lo quando for necessário”. Um dia, ele há de fazer falta aos cristãos: como farão os peregrinos quando frei Liévin não mais puder acompanhá-los aos lugares santos? Apreensivo com a falta de um sucessor para a função do franciscano belga, D. Pedro II parece confiar pouco na capacidade intelectual dos franciscanos, e nota “falta de inteligência na maior parte destes frades”. O monarca do Brasil aprecia muito cada explicação de seu guia, mesmo quando o belga emite uma opinião preconceituosa a respeito do modo de rezar dos judeus de Jerusalém: “Estava a rua cheia de judeus que rezavam voltados para a

muralha. Alguns, sobretudo mulheres soluçavam realmente; e vi judeus respeitáveis por sua aparência agitar o corpo, dando mesmo saltinhos, o que, segundo frei Liévin, simboliza os movimentos sobre os burros e camelos dos israelitas quando iam do Egito para a Terra da Promissão.” A descrição do franciscano refere-se aos movimentos agitados feitos pelos judeus durante a oração Amidá, quando pronunciam as palavras hebraicas “Kadosh, kadosh, kadosh” (“Santo, Santo, Santo”), talvez a síntese da santidade divina. Frei Liévin ironiza práticas e preceitos milenares do Povo de Israel, opiniões que não achamos em nenhum texto moderno, apenas em tradições orais dos Pais da Igreja (gregos e latinos) e em relatos dos propagandistas cristãos dos séculos 12-14. A pergunta é se D. Pedro II seria tão ingênuo em aceitar tais explicações do seu guia. Chegou o momento da partida de Terra Santa. D. Pedro II precisa dar adeus ao guia, e o faz em grande estilo, no próprio navio Áquila Imperial; ancorado no cais do porto de Jaffa, ao subir as âncoras rumo a Port Saïd, no Egito. O monarca, satisfeito com o seu guia, admite que frei Liévin deixará muitas saudades, e se alguma vez a sua filha Isabel pensar em viajar à Palestina, o recomendará como seu guia. Lamentavelmente, a princesa jamais visitou a Terra Santa e nem conheceu “o bom e inteligente frei Liévin”. A amizade entre Sua Majestade D. Pedro II com frei Liévin de Hamme continuaria ainda durante o curto período do exílio em Paris, acompanhando o imperador em seu leito de morte, em 1891. * Reuven Faingold é historiador e educador; doutor em história e história judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém. Professor na pós-graduação do Departamento de Artes Plásticas da FAAP em São Paulo e Ribeirão Preto; é sócio-fundador da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil e membro do Congresso Mundial de Ciências Judaicas

A amizade entre Sua Majestade D. Pedro II com frei Liévin de Hamme continuaria ainda durante o curto período do exílio em Paris, acompanhando o imperador em seu leito de morte, em 1891


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magazine > medicina esportiva | por Paulo Roberto Dias dos Santos*

Choque na fascite plantar SE VOCÊ TEM ENTRE 40 E 60 ANOS, ESTÁ ACIMA DO PESO E TEM PÉS CAVOS, É POSSÍVEL QUE JÁ TENHA SENTIDO DOR NOS CALCANHARES E DIAGNOSTICADO UM PROBLEMA ORTOPÉDICO CHAMADO “FASCITE PLANTAR”

E

sse problema também conhecido por esporão de calcâneo, que hoje atinge em torno de 10% da população em algum momento da vida embora a incidência real seja difícil de determinar porque nem sempre o paciente procura atendimento médico imediato e em outros os sintomas podem regredir em pouco tempo. Mas, afi nal, o que é isso? Na planta dos pés existe uma estrutura semelhante a um ligamento unindo o calcanhar aos dedos, e que sustenta boa parte de nosso peso. Quando ocorre uma sobrecarga de origem mecânica, como é comum aos corredores de maratona e pessoas que trabalham muitas horas em pé, por exemplo, esta fascia – um tecido pouco elástico semelhante a um ligamento – pode inflamar e até surgir pequenas roturas causando dor intensa no calcanhar, principalmente pela manhã ao levantar da cama, ao sair de uma posição de repouso ou durante o ato de caminhar. Percebidos os primeiros sintomas geralmente muitos pacientes passam por vários tipos de tratamentos e consultas com especialistas, e muitas vezes acabam se frustrando com os resultados e com a evidente mudança na qualidade de vida, pois existem pacientes que gostam ou necessitam de atividades físicas aeróbicas. O diagnóstico desta patologia é feito com exame clínico e por exames de imagem, como raios x, ultrassonografia e ressonância magnética. O tratamento inicial consiste em diminuir a atividade física, medicação analgésica e anti-inflamatória, uso de calcanheiras de silicone e fisioterapia entre outros. Importante também considerar outros possíveis fatores que estejam relacionados à origem do problema como o excesso de peso, trabalhar muito tempo em pé, uso de calçados inadequados, doenças reumáticas, etc. Os indivíduos mais jovens também podem desenvolver a doença e geralmente são praticantes de corrida de longa distância ou de outros esportes. As recomendações para praticantes de esportes: utilizar calçados adequados para seu tipo de pé, que possam absorver impactos no solo, fazer alongamentos e aquecimento prévios e procurar o especialista logo ao surgirem os primeiros

sintomas, para não agravar o problema. Para os pacientes que não responderam ao tratamento clínico convencional, tem sido utilizada uma modalidade de tratamento não invasiva, “as ondas de choque“, com excelentes resultados na maioria dos casos. A base desse tratamento é a litotripsia (quebra pedras) usada em medicina há mais de trinta anos para o tratamento de pacientes com cálculos nos rins. Esse aparelho emite ondas de som produzindo uma sequência de estímulos mecânicos, como se fossem “marteladas”, e por isso é necessário aplicar anestesia em razão da dor que provoca. No caso da fascite plantar, a aplicação dessas ondas diretamente no tecido inflamatório, estimula a regeneração dos tecidos, aumentando a irrigação sanguínea e diminuindo a inflamação. O número de aplicações depende da resposta alcançada. Existem muitas outras indicações para este tratamento, como tendinite calcificada de ombro, tendinite de cotovelo bursite de quadril, tendinite do tendão calcâneo, fraturas que estejam com retardo na consolidação (estimula o calo ósseo) e também auxiliam na cicatrização de feridas crônicas de pele como nos casos de úlceras diabéticas. Este tratamento hoje é difundido mundialmente, e começou na Alemanha e Áustria sendo empregado no Brasil há mais de doze anos. * www.ondasdechoque.com.br


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diretoria > novidade

Locatários ganham ajuda extra

O SALÃO MARC CHAGALL É UM DOS ESPAÇOS DISPONÍVEIS PARA LOCAÇÃO NA HEBRAICA

OS DEPARTAMENTOS DE COMPRAS E AGENDA ELABORARAM UM CATÁLOGO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS PARA AUXILIAR NA PROMOÇÃO DOS EVENTOS EXTERNOS REALIZADOS NOS ESPAÇOS ALUGADOS PELA HEBRAICA

A

locação de espaços para eventos externos é importante fonte de recursos para o clube. A partir de agora, os clientes em potencial desse serviço têm à disposição o Partners Book, nome em inglês para um catálogo com empresas e facilidades para agilizar a organização de festas ou seminários. Os interessados em conhecer ou alugar os espaços do clube devem primeiro se dirigir ao Departamento de Agenda, que está preparado para simplificar e encurtar o longo caminho que leva ao êxito garantido de um evento. Recentemente, os setores de Agenda e Compras formaram uma parceria na publicação do Partners Book, brochura com a relação de empresas e serviços habilitados a atuar no clube, sempre oferecendo uma vantagem a mais ao locatário de espaços na Hebraica. Na entrevista a seguir, o diretor de Compras Henri Zylbersztajn detalha a utilidade do Partners Book. Hebraica – O que é o Partners Book? Henri Zylbersztajn – Trata-se do primeiro projeto feito pelos setores de Compras (responsável pela contratação de fornecedores) e Agenda (responsável pelos eventos e gerenciamento dos espaços), para oferecer aos associados um “cardápio” de fornecedores em 24 categorias de produtos e serviços. É uma prática comum no mercado. No caso do Partners Book, não há obrigatoriedade de parte do organizador do evento de usar os fornecedores indicados nem de cobrar comissões deles. Na apresentação do projeto, deixamos claro a todos que o clube não se responsabilizará pelos serviços prestados ou

produtos oferecidos. Esta responsabilidade é 100% do fornecedor escolhido pelo promotor do evento que, no caso, seriam empresas, de associados ou não. Como os dois departamentos trabalharam para chegar à elaboração do Partners Book? Zylbersztajn – A tarefa de elaborar o Partners Book coube à agência GMartin, com a colaboração direta do pessoal de Compras e Agenda, esta subordinada à Secretaria. Os profissionais que atuam na Agenda têm larga experiência em locações e coordenação de espaços para eventos sociais particulares e corporativos e deram uma contribuição importante na criação do Partners Book. Qual foi a receptividade das empresas, quando consultadas sobre a possibilidade de integrar o catálogo e qual seria, em média o montante de redução que um cliente obtém ao utilizar as empresas do catálogo? É possível fazer o evento completo a partir dos profissionais constantes do catálogo? Zylbersztajn – A receptividade foi ótima. Contratamos uma renomada empresa de consultoria de evento para nos auxiliar na concepção deste projeto e torná-lo operacional. Foram contatados aproximadamente 350 fornecedores em 24 diferentes categorias. Todos elogiaram a iniciativa e muitos se interessaram em participar. Temos empresas de catering como os bufês Leopoldo, França e Charlot, os hotéis Fasano e Hilton e profissionais como o chazan Cláudio Goldman, e a doceira Conceição Bem Casados, só para citar alguns. Nesta pri-

meira edição do Partners Book, foram escolhidos cem fornecedores que oferecem descontos de até 50% nos produtos e/ou serviços prestados. Qual é a relação entre o catálogo e a Hebraica que também promove eventos? Zylbersztajn – O objetivo do Partners Book não é promover eventos, mas ser um facilitador na prestação de serviços para os nossos associados ou corporações que pretendam locar espaços para festas ou eventos. A partir das informações contidas nele, podem pesquisar e consultar empresas qualificadas e certi-

ficadas para executar serviços especializados sob contrato. Somando os serviços já oferecidos pela agenda e a consulta ao Partners Book, pretendemos atingir um alto nível de satisfação dos sócios e clientes que farão o seu evento no clube sempre que necessário. O departamento de Compras consulta as empresas do catálogo? Zylbersztajn – Quando precisar contratar um serviço o clube também terá os descontos. Isto já foi feito recentemente em relação à locação de geradores e de móveis para as Grandes Festas. (M. B.)

Quatro razões para usar o Partners Book 1. Além de uma informação inicial de fornecedores previamente qualificados e certificados, os sócios ou empresas promotoras do evento terão acesso aos benefícios e descontos especiais, sem alteração nos valores vigentes da locação. O clube, quando fizer eventos próprios, também terá direito a esses descontos; 2. A existência do Partners Book desenvolve uma competição saudável entre fornecedores, elevando o nível de prestação de serviços; 3. Os benefícios atualmente oferecidos pela Hebraica aos locatários não sofrerão qualquer alteração. Os valores de locação serão mantidos, utilizando ou não o catálogo. 4. O alto índice de satisfação dos sócios e empresas ao contratar a locação de um ou mais espaços implica benefício direto ao clube como instituição.


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diretoria

Diretoria Executiva – Gestão 2012-2014 PRESIDENTE

ABRAMO DOUEK

DIRETOR SUPERINTENDENTE

GABY MILEVSKY

ASSESSOR FINANCEIRO ASSISTENTE FINANCEIRO ASSESSOR Ͳ OUVIDORIA ASSESSOR Ͳ ESCOLA ASSESSORA Ͳ FEMININO ASSESSOR Ͳ REVISTA ASSESSOR Ͳ REDES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO DIGITAL ASSESSOR Ͳ SEGURANÇA ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS ACESC ASSESSOR Ͳ ASSUNTOS RELIGIOSOS CERIMONIAL E RELAÇÕES PÚBLICAS RELAÇÕES PÚBLICAS

MAURO ZAITZ MOISES SCHNAIDER JULIO K. MANDEL BRUNO LICHT HELENA ZUKERMAN FLÁVIO BITELMAN JOSÉ LUIZ GOLDFARB CLAUDIO FRISHER (Shachor) MOYSES GROSS RABINO SAMI PINTO EUGÊNIA ZARENCZANSKI (Guita) ALAN BALABAN SASSON DEBORAH MENIUK GLORINHA COHEN LUCIA F. AKERMAN SERGIO ROSENBERG

HANDEBOL ADJUNTO

JOSÉ EDUARDO GOBBI DANIEL NEWMAN

PARQUE AQUÁTICO POLO AQUÁTICO NATAÇÃO ÁGUAS ABERTAS

MARCELO ISAAC GUETTA FABIO KEBOUDI BETY CUBRIC LINDENBOJM ENRIQUE MAURICIO BERENSTEIN RUBENS KRAUSZ

TRIATHLON CORRIDA

JULLIAN TOLEDO SALGUEIRO ARI HIMMELSTEIN

CICLISMO

BENO MAURO SHETHMAN

GINÁSTICA ARTÍSTICA

HELENA ZUKERMAN

RAQUETES (SQUASH/RAQUETEBOL) BADMINTON

JEFFREY A.VINEYARD SHIRLY GABAY

TIRO AO ALVO

MAURO RABINOVICH

VICEͲPRESIDENTE ADMINISTRATIVO

MENDEL L. SZLEJF

GAMÃO

VITOR LEVY CASIUCH

COMPRAS RECURSOS HUMANOS CONCESSÕES ADJUNTO

HENRI ZYLBERSTAJN CARLOS EDUARDO ALTONA LIONEL SLOSBERGAS AIRTON SISTER

SINUCA

ISAAC KOHAN FABIO KARAVER

XADREZ

HENRIQUE ERIC SALAMA

TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DEPARTAMENTO MÉDICO CULTURA JUDAICA ASSESSORES DA SINAGOGA

SERGIO LOZINSKY RICARDO GOLDSTEIN GERSON HERSZKOWICZ JAQUES MENDEL RECHTER MAURÍCIO MARCOS MINDRISZ

VICEͲPRESIDENTE DE ESPORTES

AVI GELBERG

ASSESSORES

CHARLES VASSERMANN DAVID PROCACCIA MARCELO SANOVICZ SANDRO ASSAYAG YVES MIFANO

GESTÃO ESPORTIVA ESCOLA DE ESPORTES MARKETING/ESPORTIVO

ROBERTO SOMEKH VICTOR LINDENBOJM MARCELO DOUEK FLÁVIA CIOBOTARIU

MARKETING/INFORMÁTICA ESPORTIVO

AMIT EISLER

RELAÇÃO ESPORTIVAS COM ESCOLAS

ABRAMINO SCHINAZI

GERAL DE TÊNIS SOCIAL TÊNIS

ARIEL LEONARDO SADKA ROSALYN MOSCOVICI (Rose)

TÊNIS DE MESA

GERSON CANER

FITͲCENTER

MANOEL K.PSANQUEVICH MARCELO KLEPACZ

SAUNA

HUGO CUPERSCHMIDT

VICEͲPRESIDENTE DE PATRIMÔNIO E OBRAS

NELSON GLEZER

MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO E OBRAS PAISAGISMO E PATRIMÔNIO PROJETOS

ABRAHAM GOLDBERG GILBERTO LERNER MAIER GILBERT RENATA LIKIER S. LOBEL

VICEͲPRESIDENTE SOCIAL E CULTURAL

SIDNEY SCHAPIRO

CULTURAL SOCIAL FELIZ IDADE RECREATIVO GALERIA DE ARTES SHOW MEIO DIA

SERGIO AJZENBERG SONIA MITELMAN ROCHWERGER ANITA G. NISENBAUM ELIANE SIMHON (Lily) MEIRI LEVIN AVA NICOLE D. BORGER EDGAR DAVID BORGER

VICEͲPRESIDENTE DE JUVENTUDE

MOISES SINGAL GORDON

ESCOLAS

SARITA KREIMER GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR ILANA W. GILBERT

SECRETÁRIO GERAL

ABRAHAM AVI MEIZLER

SECRETÁRIO DIRETORES SECRETÁRIOS

JAIRO HABER ANITA RAPOPORT GEORGES GANCZ HARRY LEON SZTAJER

CENTRO DE PREPARAÇÃO FÍSICA

ANDRÉ GREGÓRIO ZUKERMAN

JURÍDICO

ANDRÉ MUSZKAT

JUDÔ JIU JITSU

ARTHUR ZEGER FÁBIO FAERMAN

SINDICÂNCIA E DISCIPLINA

FUTEBOL (CAMPO/SALÃO/SOCIETY) FUTSAL

FABIO STEINECKE MAURÍCIO REICHMANN

GERAL DE BASQUETE BASQUETE OPEN

AVNER I. MAZUZ DAVID FELDON WALTER ANTONIO N. DE SOUZA

ALEXANDRE FUCS BENNY SPIEWAK CARLOS SHEHTMAN GIL MEIZLER LIGIA SHEHTMAN TOBIAS ERLICH

BASQUETE CATEGORIA MASTER ATÉ 60 ANOS BASQUETE HHH MASTER

GABRIEL ASSLAN KALILI LUIZ ROZENBLUM

VOLEIBOL

SILVIO LEVI

TESOUREIRO GERAL

LUIZ DAVID GABOR

TESOUREIRO DIRETORES

ALBERTO SAPOCZNIK SABETAI DEMAJOROVIC MARCOS RABINOVICH



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HEBRAICA

vitrine > informe publicitário RENOWA

– SEGURANÇA & SERVIÇOS

Tradição e confiança na proteção patrimonial A Renowa oferece serviços agregados de segurança patrimonial e eletrônica, com projetos que contemplam equipamentos de alarmes e câmeras de última geração com o apoio de profissionais competentes e treinados para atender às expectativas dos clientes no comér-

cio, na indústria ou em condomínios. A Renowa também atua na área de limpeza, jardinagem, recepção e portarias comercial e industrial. Renowa – Segurança & Serviços Fone 4054-4441 Site www.renowaservicos.com.br

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com as criações. A festa inclui convites personalizados, bolo de aniversário, salgados, doces, mesa decorada, bebidas e lembrancinhas. Love Blankie Rua Jacques Félix, 185, Vila Nova Conceição Fone 3846-4160

YESH!

Um restaurante judaico para todos Inaugurado em julho de 2013, em Pinheiros, em ambiente moderno com duas áreas externas, o restaurante Yesh! serve pratos que remetem às raízes judaicas, às regiões por onde os judeus se estabeleceram ao longo do tempo, como Europa Central, Oriental e Ociden-

tal, e aos países árabes. São mais de vinte pratos servidos no almoço em sistema de bufê. A partir das 9h30, o Yesh! ainda funciona como café, com menu especial. Rua Cunha Gago, 770, Pinheiros | F. 3032-4128 Site www.yeshrestaurante.com

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roteiro gastronômico

sofisticação, garantem funcionalidade para as gavetas da cozinha, do banheiro e do closet, deixando cada coisa no seu devido lugar. Av. Europa, 229 A, Jardins Fone 3069-0566 Site www.armadi.com.br


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roteiro gastron么mico

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indicador profissional

ADVOCACIA

CONSULTORIA FISCAL E CONTÁBIL

FISIOTERAPIA

GINECOLOGIA

DERMATOLOGIA

ANGIOLOGIA

CIRURGIA PLÁSTICA

ARTETERAPIA

CLÍNICA HIPERBÁRICA

HOME CARE

GINECOLOGIA

CONFERÊNCIA

CARDIOLOGIA

FISIOTERAPIA

MANIPULAÇÃO


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indicador profissional MANIPULAÇÃO

NEUROPSICOLOGIA

ODONTOLOGIA

ONCOLOGIA

PSICOLOGIA

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MEDICINA PREVENTIVA

NUTRICIONISTA

ODONTOLOGIA

OFTALMOLOGIA

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PEDIATRIA

ODONTOLOGIA

PSICOLOGIA

NEUROLOGIA

NUTRICIONISTA

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ONCOLOGIA

PSIQUIATRIA


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indicador profissional PSIQUIATRIA

REPRODUÇÃO

QUIROPRAXIA

compras e serviços

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compras e serviços

TRAUMATOLOGIA ESPORTIVA


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conselho deliberativo

Lista de Conselheiros

E OS INTEGRANTES DAS COMISSÕES, DO CONSELHO FISCAL E DA DIRETORIA EXECUTIVA NOME AARON BERNARDO SONDERMAN ABRAHAM AVI MEIZLER ABRAM BERLAND ABRAMO DOUEK ABRAMINO ALBERTO SCHINAZI ABRÃO B. ZWEIMAN ADOLPHO FISCHMAN AIRTON SISTER ALAN BOUSSO ALAN CIMERMAN ALBERTO GOLDMAN ALBERTO HARARI ALBERTO RACHMAN ALBERTO SAPOCZNIK ALEXANDRE L. S. LOBEL ALEXANDRE OSTROWIECKI ALZIRA M. GOLDBERG ANITA G. NISENBAUM ANITA RAPOPORT ANITA W. NOVINSKY ANTONIO FLORIANO PESARO ARI FRIEDENBACH ARIEL LEONARDO SADKA ARTHUR ROTENBERG AVRAHAM GELBERG BEATRIZ WOILER RAUSCHER BEIREL ZUKERMAN BERNARDO GOLDSZTAJN BERNARDO KRONGOLD BORIS BER BORIS CAMBUR BORIS KARLIK BORIS MOISES MIROCZNIK BRUNETE GILDIN BRUNO JOSÉ SZLAK CAIO MAGHIDMAN CARLOS GLUCKSTERN CARLOS KAUFMANN CELIA BURD CELSO SZTOKFISZ CHARLES TAWIL CHARLES VASSERMANN CHYJA DAVID MUSZKAT CLARA NOEMI TREIGER CLAUDIA MARIA COSTIN CLAUDIA ZITRON SZTOKFISZ CLAUDIO LUIZ LOTTENBERG CLAUDIO STEINER CLAUDIO STERNFELD CLAUDIO WEINSCHENKER DANI AJBESZYC DAVE LAFER DAVID LEDERMAN DAVID PROCACCIA DAVID STUHLBERGER DAYVI MIZRAHI DEYVI ARAZI DIANA CHARATZ ZIMBARG DOV BIGIO EDUARDO DE AIZENSTEIN EDUARDO GRYTZ

CARGO Secretário Geral Diretoria Executiva Conselho Fiscal Presidente Diretoria Executiva

Comissão Jurídica

Conselho Fiscal Tesoureiro

Assessor da Mesa do Conselho Ex-Presidente Vice-Presidente de Esportes Ex-Presidente Comissão de Adm. e Finanças

Relator da Comissão de Obras Coordenador da Comissão de Obras Coordenador da Comissão Jurídica Assessora da Mesa do Conselho

Comissão de Obras

Vice-Presidente do Conselho Comissão Jurídica Comissão de Adm. e Finanças

Comissão de Adm. e Finanças

NOME EDUARDO ROTENBERG ELCIO NEUSTEIN ELIE K. HAMADANI ELISA RAQUEL NIGRI GRINER ERNESTO MATALON ESTER R. TARANDACH EUGEN ATIAS EUGÊNIO VAGO EVA ZIMERMAN EVELYN H. GOLDBACH FÁBIO AJBESZYC FABIO KEBOUDI FERNANDO ROSENTHAL FISZEL CZERESNIA FLORA GHITA TAKSER FRANCISCO AMÉRICO RAICHMAN GABRIEL R. KUZNIETZ GEORGES GANCZ GILBERTO LERNER GIUSEPPE PIHA GLORINHA COHEN GRAZIELA ZLOTNIK CHEHAIBAR GUSTAVO CIMERMAN GUSTAVO ERLICHMAN HELENA NISKIER HELENA ZUKERMAN HÉLIO BOBROW HENRIQUE BOBROW HENRIQUE FISBERG HENRIQUE JOSEF HENRIQUE MELSOHN HENRY JACQUES KLEIN HORÁCIO LEWINSKI HUGO CUPERSCHMIDT IDA SEMER ISAAC AMAR ISAQUE RUBIN ISRAEL ISSER LEVIN ISY RAHMANI IVETTE MANDELBAUM JACKSON CIOCLER JACOBO KOGAN JACK LEON TERPINS JACQUES ADONI JAIME CIMERMAN JAIME SHNAIDER JAIRO HABER JAIRO OKRET JAIRO PEKELMAN JAIRO ZYLBERSZTAJN JAQUES LERNER JAQUES MENDEL RECHTER JAYME BOBROW JAYME MELSOHN JAYME SZUSTER JAYME WYDATOR JEFFERSON JANCHIS GROSMAN JEFFREY ADONIS VINEYARD JOEL RECHTMAN JONAS GORDON

CARGO

Comissão de Adm. e Finanças

Comissão de Adm. e Finanças Comissão Jurídica Comissão Jurídica Comissão Jurídica 2º Secretário do Conselho

Assessora Feminino Ex-Presidente Ex-Presidente

Comissão de Obras Vice-Presidente do Conselho

Coordenador da Comissão de Adm. e Finanças Comissão Jurídica Comissão de Adm. e Finanças Ex-Presidente

Secretário Diretoria Executiva

Relator do Conselho Fiscal

Comissão de Adm. e Finanças

NOME JONNY CUKIER JOSÉ ABRAMOVICZ JOSÉ BIRKMAN JOSÉ EDUARDO GOBBI JOSÉ HENRIQUE CHAPAVAL JOSÉ LUIZ GOLDFARB JOSÉ RICARDO M. GIANCONI JOSÉ WOILER JOSEPH RAYMOND DIWAN JULIO KAHAN MANDEL KRYSTYNA OKRENT LEONARDO CUSCHNIR LEO TOMCHINSKY LEON ALEXANDER LIONEL SLOSBERGAS LORENA QUIROGA LUBA GLEZER ROSEMBERG LUCIA FELMANAS AKERMAN LUIZ FLÁVIO LOBEL LUIZ DAVID GABOR LUIZ JAYME ZABOROWSKY LUIZ KIGNEL LUIZ MESTER MAIER GILBERT MANOEL KRON PSANQUEVICH MARCELO DE WEBER MARCEL HOLLENDER MARCELO KAHAN MANDEL MARCELO MIROCZNIK MARCELO SCHAPOCHNIK MARCIA MELSOHN MARCOS ARBAITMAN MARCOS BURCATOVSKY SASSON MARCOS CHUSYD MARCOS KARNIOL MARIZA DE AIZENSTEIN MARLI KOTUJANSKY MAURICIO FOGEL MAURICIO JOSEPH ABADI MAURICIO PAULO MATALON MAURO JOSÉ DE SALLES NAHAISSI MAURO ZAITZ MAX WAINTRAUB MENDEL L. SZLEJF MENDEL VAIDERGORN MICHEL STOLAR MILTON RZEZAK MIREL WALDMANN MIRIAM KRUGLIANSKAS MOACYR LUIZ LARGMAN MOISES SCHNAIDER MOISES SINGAL GORDON MOISES SUSLIK MONICA R. ROSEMBERG MONICA TABACNK MOSZE GITELMAN MOYSES BOBROW MOYSES DERVICHE Finanças MOYSES GROSS

CARGO

Assessor de Redes Sociais e Comunicação Digital Comissão de Adm. e Finanças Assessor Ouvidoria

1º Secretário do Conselho Tesoureiro Geral

Ex-Presidente

Comissão de Obras

Relator da Comissão Jurídica

Assessor Financeiro Vice-Presidente Administrativo

Secretário da Comissão Jurídica Vice-Presidente de Juventude

Relatora da Comissão de Adm. e Finanças Conselho Fiscal Secretário da Comissão de Adm. e Comissão de Obras e Assessor Acesc

NOME

CARGO

NAUM ROTENBERG NAUM SCHAPIRO NELSON GLEZER NELSON ZLOTNIK NESSIM HAMAOUI NESSIM MIZRAHI NICOLE SZTOKFISZ NILSON ABRÃO SZYLIT PAULO BRONSTEIN PAULO DANILA PAULO ROBERTO FELDMAN PAULO ROBERTO EGEDY PEDRO MAHLER PERLA JOSETTE MOSSERI PETER T. G. WEISS RAMY MOSCOVICI RAQUEL MIZRAHI RAUL CZARNY REBECA LISBONA RENATO FEDER RENATO KASINSKY RICARDO BERKIENSZTAT ROBERTO GARBATI BECKER RONEY ROTENBERG RONY SZTOKFISZ ROSA BRONER WORCMAN ROSALYN MOSCOVICI (Rose) ROSITA KLAR BLAU RUBENS BISKER RUBENS KRAUSZ RUBENS ERNANI GIERSZTAJN RUGGERO DAVID PICCIOTTO SAAD ROMANO SALIM KEBOUDI SALO FLOH SALOMON WAHBA SAMI SZTOKFISZ SAMSÃO WOILER SANDRO ASSAYAG SARITA KREIMER SAUL ANUSIEWICZ SERGIO CIMERMAN SERGIO GARBATI GROSS SERGIO KORN SERGIO PRIPAS SERGIO ROSENBERG SIDNEY SCHAPIRO SILVIA L. S. TABACOW HIDAL SILVIA WAISSMAN ZLOTNIK SILVIO BRAND SILVIO CHAN SIMÃO A. LOTTENBERG SIMÃO PRISZKULNIK SIMCHA B. BERENHOLC SZLOMA ZATYRKO VANESSA KOGAN ROSENBAUM VICTOR LINDENBOJM WALTER MEYER FELDMAN YUDAH BENADIBA YVES MIFANO ZEEV TUCHMAJER

Ex-Presidente Vice-Presidente de Patrimônio e Obras Comissão de Obras

Comissão de Obras Comissão de Obras

Secretário da Comissão de Obras Presidente do Conselho

Conselho Fiscal Conselho Fiscal Comissão de Obras

Ex-Presidente

Comissão Jurídica

Vice-Pres. Social Cultural Assessora da Mesa do Conselho

Comissão Jurídica

Comissão de Obras

Conselho Fiscal


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Em boa companhia Dinamismo é um atributo que combina muito bem com a Hebraica dos dias de hoje. Aos sessenta anos, o clube se destaca pela atuação no esporte, em inúmeras áreas culturais e educativas e também religiosas, de forma que de domingo a domingo há pelo menos uma atividade em curso e muitos setores funcionando a todo vapor. Para manter um ritmo tão intenso é muito importante a manutenção de linhas de comunicação ativa entre a mesa do Conselho, os conselheiros e a Diretoria Executiva. É desta interação que se faz possível tocar obras e serviços de manutenção em mais de um lugar, assim como brindar os sócios com eventos exclusivos, como o Festival de Cinema Judaico. O bom relacionamento entre todas as esferas de direção do clube sempre foi o combustível para o crescimento do mesmo. Graças ao esforço, conhecimento e capacidade criativa de profissionais e voluntários surgiram grupos de teatro, carreiras artísticas e esportivas e serviços inovadores como foi a Sala de Internet e ainda é o Espaço Bebê. O intercâmbio de ideias entre diretores e conselheiros permite a transformação de espaços e produzem a atmosfera moderna e eficiente tão almejada por outros clubes e presente em todos os ambientes. O fértil exercício da diversidade de opiniões cria um cenário propício para cultivarmos ideias e projetos que podem levar anos para amadurecer, mas que respondem no tempo certo às necessidades das gerações que se sucedem na Hebraica. Hoje assistimos a convivência de três ou quatro gerações ativas no clube, todas elas bem representadas por conselheiros e diretores. É ao trabalho deles que avós, mães e filhos creditam o sucesso de serviços como o a linha de ônibus, o Centro Juvenil Hebraikeinu, o Ateliê e o After School. E a ousadia de receber e abrigar uma escola com funcionamento independente só reforça essas qualidades. Diretores, conselheiros e sócios se unem em um círculo virtuoso que produz estímulos a todas as gerações. Dos fãs de carteado e das sessões semanais de cinema aos pequenos que aprendem as primeiras coreografias ou as primeiras notas musicais. Da portaria da rua Angelina Maffei Vita à da rua Hungria passando pelos teatros, restaurantes, biblioteca e salas de estar o que se vê e ouve é resultado dessa história que começou e se renova constantemente nas reuniões do Conselho e da Diretoria. É só olhar em volta e constatar o trabalho feito até hoje e enxergar o quanto ainda se pode fazer a partir da valorização do sócio e dos voluntários a serviço da entidade que chamamos A Hebraica de São Paulo.

CALENDÁRIO JUDAICO ANUAL 2013

SETEMBRO

** 4 ** 5 ** 6 ** 13 ** 14 18 * 19 * 20 25 * 26 * 27

OUTUBRO 16

LOCAL: TEATRO ANNE FRANK HORÁRIO: 19H30 10/11/2013 – ASSEMBLÉIA GERAL 25/11/2013 9/12/2013

Mesa do Conselho Peter T. G. Weiss Presidente Horácio Lewinski Vice-presidente Claudio Sternfeld Vice-presidente Luiz Flávio Lobel Secretário Fernando Rosenthal Segundo secretário Sílvia Hidal Assessora da Presidência Célia Burd Assessora da Presidência Ari Friedenbach Assessor da Presidência

VÉSPERA DE ROSH HASHANÁ 1O DIA DE ROSH HASHANÁ 2O DIA DE ROSH HASHANÁ 17H39 INÍCIO DO JEJUM DE IOM KIPUR IOM KIPUR - TERMINA ÀS 18H33 VÉSPERA DE SUCOT 1O DIA SUCOT 2O DIA SUCOT VÉSPERA DE HOSHANÁ RABÁ - 7O DIA DE SUCOT SHIMINI ATZERET - IZKOR SIMCHAT TORÁ

4a

FEIRA

DIA EM MEMÓRIA DE ITZHAK RABIN

FEIRA

AO ANOITECER, 1ª VELA DE CHANUKÁ

4a

FEIRA

AO ANOITECER, 8ª VELA DE CHANUKÁ

5a 3a

FEIRA

NOVEMBRO 27

4a

DEZEMBRO 4

2014

JANEIRO 16 27

MARÇO 13 16 17

ABRIL

15 ** 16 ** 17 ** 21 ** 22 28

MAIO

FEIRA

TU B’ SHVAT DIA INTERNACIONAL EM

MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO (ONU)

5a FEIRA JEJUM DE ESTER DOMINGO PURIM 2a FEIRA SHUSHAN PURIM 3a FEIRA 4a FEIRA 5a FEIRA 2a FEIRA 3a FEIRA 2a FEIRA

EREV PESSACH - 1º SEDER PESSACH - 2º SEDER PESSACH - 2º DIA PESSACH - 7º DIA PESSACH - 8º DIA IOM HASHOÁ - DIA DO HOLOCAUSTO IOM HAZIKARON – DIA DA LEMBRANÇA

5

2a

6

IOM HAATZMAUT - DIA DA INDEPENDÊNCIA DO ESTADO DE ISRAEL - 66 ANOS DOMINGO LAG BAÔMER 2a FEIRA IOM IERUSHALAIM

18 28

JUNHO

Reuniões Ordinárias do Conselho em 2013

4a FEIRA 5a FEIRA 6a FEIRA 6a FEIRA SÁBADO 4a FEIRA 5a FEIRA 6a FEIRA 4a FEIRA 5a FEIRA 6a FEIRA

3 *4 *5

JULHO 15

AGOSTO 4 5 11

3a

FEIRA

DOS CAÍDOS NAS GUERRAS DE ISRAEL

FEIRA

3a FEIRA 4a FEIRA 5a FEIRA

VÉSPERA DE SHAVUOT 1O DIA SHAVUOT 2O DIA SHAVUOT - IZKOR

3ªFEIRA

JEJUM DE 17 DE TAMUZ

2ª FEIRA 3ª FEIRA 2ª FEIRA

INÍCIO DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER FIM DO JEJUM DE TISHÁ BE AV AO ANOITECER TU BE AV

* NÃO HÁ AULA NAS ESCOLAS JUDAICAS ** O CLUBE INTERROMPE SUAS ATIVIDADES, FUNCIONAM APENAS OS SERVIÇOS RELIGIOSOS



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