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Justiça Amor A Carid dade

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Pense nisso. Você também é responsável.

“The Order of The Thinking Heads”

Justiça

Amor

Caridade

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Índice 09--- Mundo. 38--- Romana e o bilionário do amianto:

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E s p e c i a l - Violência contra a Mulher

59--- Roda de Capoeira recebe título de Patrimônio da Humanidade

64---

70—

-

89-

91---

95---

Esportes

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Fatos em Foco

Avião cai e deixa duas pessoas feridas em BH

112 --- Lady Gaga surpreende fotógrafos vestida de estrela inflável

117--- Família agradece amor por Bolaños

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Equipe quipe Fundado em 12/09/2012. Fundador Diretor Editor Responsável: José Heitor da Costa Presidente: Jaldete Vieira Garcia. Vice-presidente: presidente: José Heitor da Costa. Consultor jurídico: Robson Costa Diretor Executivo: Sandoval Freire Diretor Administrativo: Guilherme Arruda Diretor Comercial: João Carlos Junior Juni Diretor de Contatos Publicitários: Teixeira Campos Diretora de Publicidade: Carmem Lúcia Diretora de Assuntos Culturais: Ana Cristina Diretora de Projetos Gráficos e Web Designers: Bianca Rojas Diretor e Editor de Esportes: João Costa Diretor de Assuntos s Internacionais: Gilmar Freitas Correspondentes internacionais: Beto Ribeiro. Rotieh Atsoc. Afonso Arruda. Penélope Mirta.. Cecília Freitas. Laura Ortega. Sergio Saad. Jean Marie Repórteres: Afonso Aquino. Pinheiro Junior. Rodrigues Taú. Wanda Lacerda. Klaus Veber Colunista colaborador: Chakra Amor. Consultores: Moda / Beleza: Regina Flores. Flores Gastronomia nacional e internacional: Sochiro Ochida Conselho Administrativo Presidente: Jaldete Vieira Garcia. Vice-Presidente: Vice Presidente: José Heitor da Costa. Diretor Administrativo: Guilherme Arruda

Email: jhcmidiadigital@gmail.com Cel: 55/011. 98178.5433 <A revista não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores, assim como pelo conteúdo de informes e anúncios publicitários.>

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Editorial Mais uma edição concluída, registramos dois momentos envolvendo o Papa Francisco, um na ONU, ONU onde em discurso na sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, condenou aqueles que visam somente ganhar dinheiro através da exploração da fome no mundo. Na sua viagem a Turquia, em seu pronunciamentopronunciamento as autoridades turcas queriam ter acesso ao texto do discurso antes de ser lido, a diplomacia do Vaticano negou, sua Santidade Conclamou a prática da Fraternidade, da união dos credos e, o respeito das minorias. O Papa Francisco é a única voz no momento a proclamar a Paz o Amor entre os povos de todo mundo. Tem também a matéria que revela a prática de crimes dos mais variados,, alguns considerados como culturais, contra as mulheres. A insistência do Partido dos Trabalhadores PT, PT em criar leis que possam limitar a liberdade da Imprensa é também destaque desta edição. Relevante a entrevista com uma das vítimas do Amianto. A italiana

que se tornou símbolo da luta contra a fibra assassina é uma das vítimas derrotadas por Stephen Schmidheiny no tribunal que envergonhou a Itália. Itália Só para lembrar, banido seu uso em vários países mas ainda usada industrialmente aqui no Brasil, a fibra do Amianto continua matando silenciosamente suas vítimas.

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Mundo

Grã-Bretanha testa 1º ônibus movido a fezes e lixo Penélope Mirta / jhcMídiaDigital

Ô pode rodar até 300 quilômetros com um tanque de gás produzido com fezes e lixo

Um ônibus movido a fezes e lixo já está rodando entre as cidades de Bristol e Bath, na Grã-Bretanha. O chamado Bio-Bus tem 40 assentos e opera com gás biometano, gerado a partir do tratamento de esgoto e lixo doméstico. O veículo ecológico pode rodar até 300 quilômetros com um tanque de gás, que é produzido a partir do lixo anual de cinco pessoas. Seu motor tem um design similar ao dos motores convencionais. No entanto, o diferencial está na contrapartida ecológica: o ônibus emite 30% menos dióxido de carbono se comparado aos movidos a diesel.

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10 A linha é operada pela Bath Bus Company e vai do aeroporto de Bristol ao centro de Bath - um serviço que transporta cerca de 10 mil passageiros por mês.

Esgoto

O gás biometano usado pelo ônibus é gerado a partir do tratamento do esgoto de Bristol. O composto é resultado da digestão anaeróbica das bactérias (quando esses microorganismos quebram a matéria orgânica em ambientes sem oxigênio). Mas para se tornar combustível para o veículo, o biogás ainda tem de ser "turbinado". Nesse processo, o dióxido de carbono é removido e o gás propano é adicionado. A cidade processa cerca de 75 milhões de metros cúbicos de esgoto e 35 mil toneladas de lixo doméstico por ano. Apenas o lixo anual de uma pessoa (tanto o descarte de alimentos quanto o esgoto) gera combustível para o ônibus rodar 60 quilômetros.Segundo Collin Field, da Bath Bus Company, o lançamento do ônibus agora é bastante apropriado, já que Bristol será a Capital Verde da Europa no ano que vem.

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Brasil é o terceiro país com mais mortes por afogamento, diz OMS Sergio Saad /jhcMídiaDigital

Com quase 6,5 mil mortes por ano, país aparece atrás do Japão e da Rússia; agência da ONU alerta que 372 mil pessoas morrem afogadas todos os anos no mundo, a maioria em países de baixa e média rendas.

Relatório Global sobre Afogamento. Imagem: OMS Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou que 372 mil pessoas morrem afogadas todos os anos no mundo. Segundo o primeiro "Relatório Global sobre Afogamento: Evitando uma das Maiores Causas de Morte", lançado esta segunda-feira feira em Genebra, o problema está entre as 10 principais causas de morte de crianças e jovens em todas as regiões. Crianças O Brasil aparece como terceiro país com o maior número de mortes por afogamento, ficando atrás do Japão e da Rússia.

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12 A OMS informou que ocorreram 6487 afogamentos em 2011 no Brasil. Já na Rússia, foram quase 12 mil afogamentos e no Japão, quase 9 mil.

Atrás do Brasil estão os Estados Unidos e a Tailândia. Já Portugal registrou 140 mortes por afogamento. O documento mostra que o maior índice de casos ocorre entre crianças menores de cinco anos e mais da metade das pessoas que morrem afogadas têm menos de 25 anos. Número Grande De Genebra, o diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas e de Prevenção da Violência e dos Traumatismos da OMS, Etienne Krug, falou à Rádio ONU sobre a situação do Brasil. "O Brasil tem mais de 6 mil afogamentos por ano, que é um número grande. Acho que primeiro devem ser implementadas as medidas de prevenção básicas a nível das comunidades. Entre essas ações estão a instalação de barreiras (grades para impedir a aproximação das crianças), ter locais seguros para que essas crianças possam ficar durante o período em que os pais trabalham e também ensinar as crianças a nadar nas escolas primárias". O médico da OMS falou também sobre as partes do mundo onde ocorrem mais afogamentos.

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13 "As regiões do mundo onde os afogamentos mais acontecem são a África, no sul e no leste da Ásia e também nas regiões do Pacífico. Aí temos as maiores taxas, mas (o afogamento) é um problema mundial que ocorre em todos os países. Homens x Mulheres O relatório diz ainda que os homens têm o dobro de chances de morrerem afogados em comparação às mulheres. Além disso, mais de 90% das mortes ocorrem em países de baixa e média rendas. O documento pede aumento dos esforços e dos recursos para evitar os afogamentos. A diretora-geral da OMS, Margaret Chan afirmou que "ações devem ser tomadas pelos governos federais e estaduais para colocar em prática medidas simples de prevenção". Entre as recomendações da OMS estão a instalação de grades para evitar o acesso das crianças à água e, também, ensinar noções básicas de natação a elas. Outro objetivo é ensinar técnicas de salvamento as pessoas que frequentem praias e piscinas. No plano nacional, a Organização Mundial da Saúde afirma que as intervenções devem incluir a adoção de novas regulações sobre navegação e políticas de segurança na água. A OMS diz que as mortes por afogamento devem ser maiores já que o relatório não inclui os casos de suicídio, homicídio, alagamentos e cheias ou naufrágios. O relatório chama atenção também para a necessidade de se tornar a prevenção dos afogamentos como parte dos debates mundiais, como por exemplo, a mudança climática.

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"Ganância é obstáculo na luta contra a fome", afirma Papa Francisco

Aos governos, Papa pede que políticas levem em conta o "sujeito real", aquele que realmente sofre com os efeitos da desnutrição; líder da Igreja Católica discursou na Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, em Roma.

Papa Francisco. Foto: FAO./ Leda Letra, enviada especial da Rádio ONU a Roma. / jhcMídiaDigital

O líder da Igreja Católica foi recebido por uma centena de pessoas ao chegar à sede da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, esta quinta-feira. O Papa Francisco era a personalidade mais esperada por representantes de mais de 170 países, que participam da Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição em Roma, na Itália. Ao discursar, o Papa afirmou que "dói constatar que a luta contra a fome e a desnutrição tem como obstáculo a prioridade dos mercados e a preeminência da ganância, que reduziram os alimentos a uma mercadoria qualquer". O Papa Francisco foi aplaudido ao chamar a atenção para "o faminto que está na esquina de uma rua, a pedir que seja considerado em sua condição e receba uma alimentação saudável". Segundo o Papa, o faminto "quer dignidade e não esmola".

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Pressões Inaceitáveis

Na conferência internacional, os ministros assinaram um plano de ação para acabar com todas as formas da mal nutrição. O líder da Igreja Católica fez um apelo aos governos, para que ao criar políticas, se preocupem com o "sujeito real", aquele que sofre de fome e de desnutrição. Para o Papa Francisco, qualquer forma de pressão política ou econômica que prejudique a disponibilidade de alimentos é inaceitável. O pontífice terminou seu discurso dizendo que "Deus sempre perdoa as ofensas e os maus tratos, o homem pode perdoar ás vezes, mas a Mãe Terra não perdoa nunca". Por isso, o Papa Francisco pediu que todos cuidem bem do planeta e evitem a destruição de seus recursos naturais.

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Obesidade na AL leva FAO a pedir a regulamentação das propagandas LauraOrtega/jhcMídiaDigital

Diretor-geral da agência da ONU cita influência dos comerciais de TV na alimentação das crianças; José Graziano da Silva destaca ainda a importância da educação alimentar nas escolas da América Latina.

Foto: OMS/Giulio di Sturco Leda Letra, enviada especial da Rádio ONU a Roma.*

A América Latina é a única região do mundo que já atingiu o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, erradicar a pobreza extrema e a fome. A afirmação é do diretorgeral da FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação. José Graziano da Silva comemora o progresso, mas demonstra preocupação com outro indicador: o aumento, em vários países do bloco, do número de pessoas com excesso de peso ou obesas, especialmente crianças. Frituras Falando em espanhol durante encontro com jornalistas na sede da FAO, em Roma, Graziano da Silva explicou que os latinoamericanos estão comendo mais produtos com açúcar, gordura, fast-food e frituras. O diretor da FAO defende a valorização da agricultura local e uma dieta baseada em vegetais e frutas. Mas segundo Graziano da Silva, a indústria de alimentos e os governos também têm sua parcela de responsabilidade.

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17 Informação "A propaganda de alimentos é feita na televisão e induz as crianças a comerem qualquer tipo de coisa. Há uma falta de regulamentação no etiquetado dos produtos. Até bem pouco tempo, o Brasil não tinha análise dos seus produtos feita em laboratórios nacionais. Então a análise do nosso feijão era igual a do feijão americano. E falta também um processo de educação alimentar."

Graziano da Silva citou como exemplo as escolas da Europa, onde educar as crianças sobre comer bem faz parte do currículo. O chefe da FAO ressalta que a obesidade infantil gera uma série de problemas de saúde, sendo diabetes o principal. No mundo todo, 1,4 bilhão de pessoas estão acima de seu peso ideal e 500 milhões de indivíduos estão obesos. As declarações do diretor-geral da FAO foram feitas durante a Segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, encontro de alto nível que termina esta sexta-feira.

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Lanchonete sofre ameaça nos EUA por servir comida palestina

O projeto /Ao criar um restaurante que serve apenas comida de países que estão em conflito com os Estados Unidos, os idealizadores do Conflict Kitchen já esperavam polêmica.

O que talvez eles não imaginassem é que o local tivesse que ficar fechado por quatro dias após receberem ameaças de morte. O episódio marcou o auge de uma polêmica criada pela lanchonete junto à comunidade comunidade judaica de Pittsburgh, no estado americano da Pensilvânia, em função da decisão de servir pratos típicos da cozinha palestina. Foi a primeira vez que a Cozinha do Conflito (em tradução livre) experimentou algo maior do que a mera curiosidade de clientes. clie Parte de um projeto artístico e gastronômico, a lanchonete se especializa em cardápios típicos de países que ou são inimigos dos EUA ou não mantêm boas relações com Washington. Embora não estejam em guerra com a Palestina, os EUA têm uma aliança histórica órica com Israel e não reconhecem o estado palestino.

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19 Depois de servir pratos de Venezuela, Cuba, Irã, Afeganistão e Coreia do Norte, a lanchonete voltou suas atenções para a culinária palestina. Protestos O que não incluiu apenas servir pratos como o quibe ou mahashi (legumes recheados com arroz): especializada em comida para viagem, a Cozinha do Conflito não tem embalagens convencionais. Isso significou embrulhar a comida com folhetos trazendo entrevistas com palestinos, muitos deles entrevistados especialmente pela equipe da lanchonete em "viagens de reconhecimento" à Cisjordânia. Uma decisão que foi imediatamente criticada por setores da comunidade judaica de Pittsburgh. O presidente da Federação Judaica da cidade, Gregg Roman, por exemplo, acusou a Cozinha do Conflito de usar o conflito entre Israel e Palestina para fazer publicidade. Em um comunicado oficial, Roman afirmou que a lanchonete "dissemina propaganda destinada a instigar israelenses e judeus".

Rubin e sua equipe estiveram na Cisjordânia e usaram entrevistas com palestinos na embalagem da comida

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20 A organização, no entanto, também repudiou as ameaças de morte feitas à lanchonete e a seu dono, Jon Rubin. Rubin, que é judeu, viu nas reações um tipo de censura. "Há certos grupos que querem ver a perspectiva pró-Israel prevalecer sobre a pró-Palestina. Eles ignoram nossa premissa, que é a de abordar aspectos culturais e pontos de vista de países que estão em conflito com os Estados Unidos", disse Rubin à BBC Mundo. As ameaças fizeram com que a polícia de Pittsburgh recomendasse o fechamento temporário. Temática, a Cozinha do Conflito faz um extenso trabalho de pesquisa para recriar a culinária "inimiga". Rubin e seu chef, Robert Sayre, se reúnem com integrantes da comunidades imigrantes dos países em foco, já que nem sempre é possível ou seguro viajar para tais localidades. Leia mais: Suécia reconhece Estado Palestino "Os palestinos com quem conversamos estavam muito emocionados com a ideia de que alguém deu atenção à cozinha deles", contou Rubin, para quem a cultura dos palestinos está sub-representada nos Estados Unidos. Próxima parada: Cuba Mas o projeto da Cozinha do Conflito não fica apenas na comida. Recentemente, Rubin organizou um evento pró-Palestina na Universidade de Pittsburgh, o que rendeu críticas do jornal The Jewish Chronicle, o maior jornal da comunidade judaica americana.

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21 A Conflict Kitchen também já teve um período especializado em comida da Coréia do Norte O jornal classificou o evento como uma "demonstração de parcialidade que logo se transformou numa condenação de Israel". Já a ONG judaica B'nai B'rith International foi além e enviou uma carta de protesto à Fundação Heinz Endowements, questionando uma doação de US$ 50 mil feita para a Cozinha do Conflito - a organização acusou a Heinz de estar financiando um projeto que "faz propaganda contra Israel".

A Heinz Endowements é presidida por Theresa Heinz Kerry, mulher do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, envolvido diretamente no processo de paz no Oriente Médio. Em comunicado, a fundação criticou o que viu como sentimentos anti-israelenses no projeto de Rubin. "O objetivo era dar uma ideia mais ampla e real de uma comunidade pouco conhecida e que pode ser vista como inimiga", defendeu-se o idealizador da Cozinha do Conflito.

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A proposta da Conflict Kitchen é mostrar também aspectos culturais dos países abordados Mas Rubin também teve motivos para tirar ânimo em meio à polêmica. Nos dias em que fechou fechada, a lanchonete de

Pittsburgh foi "abraçada" por clientes que reuniam em frente à ela todos dos dias. Muitos deixaram mensagens de apoio na vitrine. Rubin, porém, já se prepara para enfrentar outro forte lobby nos EUA: os da imensa comunidade imigrantes cubanos que se instalou nos EUA após a revolução que em 1959 levou Fidel

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23 Castro ao poder na ilha caribenha. Os EUA mantém desde os anos 60 um embargo econômico a Cuba. "Há muitas esperanças de que o presidente Barack Obama possa ssa levantar o embargo ou algumas restrições", acredita Rubin. Sendo assim, depois da polêmica provocada por hummus e falafels, a Cozinha do Conflito voltará suas panelas e baterias mais uma vez para o leitão com feijão preto. Mas a mudança só ocorrerá em março. Até lá, a homenagem aos palestinos seguirá provocando polêmica em Pittsburgh.

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Após 'trégua', 1 mil já morreram por conflito na Ucrânia, diz ONU Rotieh Atsoc / jhcMídiaDigital

Uma média de 13 pessoas foi morta diariamente no leste da Ucrânia desde que passou a vigorar o cessar-fogo firmado no início de setembro, afirmou nesta quinta-feira o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH). Segundo a ONU, 957 pessoas morreram em meio à escalada de violência dos dois lados do conflito, que opõe o governo ucraniano a rebeldes separatistas pró-Rússia. Um novo relatório da EACDH evidencia o "colapso total da lei e da ordem" nas cidades de Donetsk e Luhansk, controladas pelos insurgentes. O informe também destaca as acusações de abusos supostamente praticados por forças do governo.

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25 Desde o início do confronto, a Rússia vem sendo repetidamente acusada de incentivar a violência ao fornecer armas aos rebeldes – alegação negada por Moscou. O primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, acusou a Rússia nesta quinta-feira de buscar "deliberadamente uma guerra de larga escala". Segundo afirmou Yatseniuk a jornalistas, as ações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, "são uma ameaça a todo mundo, à ordem global, à paz global". Em outro desdobramento do conflito, Dalia Grybauskaite, presidente da Lituânia, país que integra a Otan e é membro da União Europeia, descreveu a Rússia como "um Estado terrorista" em entrevista a uma rádio. Enquanto isso, Putin afirmou durante um encontro em Moscou que a "onda das chamadas revoluções coloridas" (levantes populares na Ucrânia, Geórgia e Quirguistão" vem provocando "consequências trágicas". "Para nós é uma lição e um alerta", disse Putin em reunião no Conselho de Segurança da Rússia. "Devemos fazer tudo que é necessário para que nada parecido jamais aconteça na Rússia".

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O cessar-fogo, firmado no dia 5 de setembro, não interrompeu o ciclo de violênciaSoldados e milícias ainda atuam no leste da Ucrânia; confrontos com rebeldes pró-Rússia são frequentes 'Colapso total' O conflito entre o governo ucraniano e rebeldes separatistas pró-Rússia teve início no leste da Ucrânia em abril deste ano, quando Kiev lançou uma operação para retomar o controle de áreas dominadas pelos insurgentes, após a anexação da península da Crimeia por Moscou. Desde que o confronto começou, cerca de 900 mil pessoas já abandonaram suas casas. Desse total, 400 mil fugiram para a Rússia, informou o relatório da ONU, que cobre o período até o último dia 31 de outubro. Os novos dados sobre as mortes em decorrência do conflito, contidos em um comunicado de imprensa de 18 de novembro, registram que outras 9.921 pessoas ficaram feridas no conflito. Das 957 pessoas mortas desde o cessar-fogo, 119 eram mulheres, acrescenta a ONU. No total, pelo menos 4.317 pessoas foram mortas desde o conflito eclodiu em abril.

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No relatório divulgado nesta quinta-feira, a ONU descreve a situação no leste da Ucrânia como "um colapso total da lei e da ordem, e uma falta de proteção de direitos humanos para a população" especialmente nas regiões de Donetsk e Luhansk. O informe assinala que "casos de abusos de direitos humanos por grupos armados continuam a ser registrados, incluindo tortura, arbitrariedade e detenção incomunicável, execuções sumárias, trabalho forçado, violência sexual e destruição e apropriação ilegal de propriedade." Relatório da ONU registrou abusos de ambos os lados do conflito Tais abusos, segundo a ONU, "podem ser considerados crimes contra a humanidade". Para as Nações Unidas, os direitos humanos estão sendo diretamente afetados, pela grande quantidade de armas e de rebeldes que incluem "funcionários da Federação Russa". Forças do governo da Ucrânia e milícias que lutam voluntariamente contra os rebeldes também vêm sendo

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acusadas por abusos dos direitos humanos tais como detenção ilegal, tortura e maus-tratos, diz o relatório. A ONU também pede uma investigação completa do uso de bombas de fragmentação no conflito. O governo da Ucrânia foi acusado pela ONG Human Rights Watch no mês passado por usar armas em áreas residenciais, uma alegação que Kiev nega. Sob fogo O Ocidente acusa a Rússia de estar por trás do confronto armado, financiando os rebeldes que lutam contra o governo e Kiev Como parte da trégua firmada na capital bielorrussa, Minsk, monitores do órgão de segurança da Europa, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, na sigla em inglês), inspecionaram as áreas no leste da Ucrânia que fazem fronteira com a Rússia. Eles reclamaram que foram recebidos a tiros na quarta-feira por soldados uniformizados operando nos territórios controlados pelo governo.

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29 Dois tiros foram disparados contra o comboio da OSCE perto de Mariinka, a 15 km a oeste da Donetsk, de uma distância de cerca de 80 metros, afirmou o órgão, mas ninguém se feriu. Uma porta-voz da OSCE se recusou a especular se soldados do governo ucraniano estariam envolvidos na ação. Raio-X do conflito na Ucrânia

4,317 mortos desde abril, 957 deles desde a trégua de 5 de setembro, e 9.921 feridos. 466,829 desabrigados dentro da Ucrânia 454,339 refugiados morando no exterior, 387,355 deles na Rússia

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Cinco inco pontos para entender o impasse sobre o programa nuclear do Irã

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As negociações entre o Irã e os governos de seis grandes potências mundiais sobre o polêmico programa nuclear de Teerã serão prorrogadas até o fim de junho de 2015. O prazo foi estabelecido após uma rodada de negociações realizada em Viena nesta segunda-feira segunda feira não conseguir chegar a um acordo definitivo sobre obre o tema. Os chanceleres britânico, Philip Hammond, e russo, Sergei Lavrov, disseram que um grande progresso foi feito nos debates de hoje. No ano passado diplomatas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Grã Rússia, China, França e Alemanha chegaram a um acordo preliminar para interromper o enriquecimento de urânio no Irã em troca da redução das sanções internacionais que recaem sobre o país.

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31 Hammond afirmou que os países voltarão à mesa de negociações em dezembro e o acordo final deve ser atingido até 30 de junho de 2015. O Irã diz que seu programa é pacífico, para a produção de energia, e rejeita as acusações de que o objetivo é a construção de armas nucleares. Veja abaixo os pontos principais da crise com o país, que já dura quase 10 anos. Quais as razões da crise?

O ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad recusou-se a interromper o programa nuclear iraniano As potências mundiais suspeitam que o Irã não tem sido honesto sobre seu programa nuclear e trabalha para adquirir a capacidade de construir uma bomba nuclear. O Irã afirma que tem o direito à energia nuclear - e garante que o seu programa é apenas para fins pacíficos. Por que a crise se arrasta há tanto tempo?

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Sanções contra o Irã têm afetado duramente a economia do país O programa nuclear do Irã veio a público em 2002, quando um grupo de oposição revelou atividades até então secretas, incluindo a construção de uma usina de enriquecimento de urânio em Natanz e um reator de água pesada em Arak. O urânio enriquecido pode ser usado para fabricar armas nucleares, e o combustível de um reator de água pesada contém plutônio apropriado para uma bomba. Posteriormente, o governo iraniano concordou em inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável pela vigilância nuclear. Mas a agência não conseguiu confirmar as afirmações do Irã de que seu programa nuclear é exclusivamente para fins pacíficos e de que não tem como objetivo desenvolver armas nucleares. Isso levou os EUA e seus aliados europeus a pressionarem o Irã a suspender o enriquecimento de urânio - que pode ser usado tanto para fins civis como para construir bombas nucleares.

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33 No entanto, a eleição do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 2005, interrompeu qualquer avanço nas negociações, e a AIEA levou o Irã ao Conselho de Segurança da ONU, por descumprir o Tratado de Não Proliferação Nuclear. Clima mudou após a eleição de Hassan Rouhani como presidente do Irã, em junho de 2013. Desde então, o Conselho de Segurança adotou seis resoluções que exigem que o Irã suspenda o enriquecimento de urânio. Algumas delas impuseram sanções. Em 2012, os EUA e a União Europeia começaram a impor sanções adicionais às exportações de petróleo e bancos iranianos, um duro golpe à economia local. Apesar disso, o Irã continuou a enriquecer urânio. Em 2009, o país revelou a existência de uma nova instalação subterrânea em Fordo. Houve várias rodadas de negociações entre o Irã e o chamado P5+1, grupo que reúne os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - EUA, Reino Unido, França, China, Rússia - e a Alemanha. Por anos não houve avanço. Mas o cinco meses depois, após conversas bilaterais secretas entre EUA e Irã, negociadores acertaram um acordo interino. Qual foi o acordo?

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Estudantes iranianos realizam ato em Teerã a favor do programa nuclear do país Sob o Plano de Ação Conjunta, que entrou em vigor em janeiro de 2014, o Irã efetivamente concordou em congelar sua produção de urânio enriquecido com pureza acima de 5% e comprometeu-se a diluir ou converter em óxido seu estoque de urânio enriquecido a quase 20%. O Irã disse que não iria instalar novas centrífugas de urânio ou construir novas instalações de enriquecimento. O país também concordou em não alimentar o reator em Arak e não construir uma instalação para reprocessamento de combustível. Enquanto a maior parte das sanções internacionais - incluindo medidas que atingem os setores de petróleo, bancário e financeiro do Irã - foi mantida, o P5+1 concordou que o Irã repatriasse cerca de US$ 4,2 bilhões em receitas de vendas de petróleo congeladas em contas externas. As vendas de produtos petroquímicos, negociações em ouro e outros metais preciosos e transações com empresas estrangeiras envolvidas da indústria automotiva iraniana tiveram autorização para serem retomadas. A expectativa era de que essas medidas gerassem receitas de US$ 1,5 bilhão.

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35 O Irã também recebeu acesso a US$ 400 milhões em dinheiro para pagar a mensalidade de iranianos estudando no exterior, comprar peças de reposição para aviões civis e alimentos e remédios de ajuda humanitária. Por que suspeita-se do Irã?

O Irã insiste que seu programa nuclear é para fins pacíficos O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, declarou em 2009: "Nós rejeitamos fundamentalmente as armas nucleares e proibimos a utilização e produção de armas nucleares". Mas a AIEA publicou um relatório em 2011 alegando ter informação de "credibilidade" de que o Irã teria realizado atividades "relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo explosivo nuclear". O relatório destacou um complexo militar em Parchin, ao sul de Teerã, que a AIEA não visita desde 2005. Os EUA alegaram que o Irã tinha um programa de armas nucleares em 2003 mas que os principais líderes iranianos interromperam-no quando ele foi descoberto. Em setembro de 2014, a AIEA disse que o Irã não conseguiu explicar questões da investigação sobre detonadores que poderiam ser usados para disparar uma arma nuclear, e também

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36 explicar estudos que poderiam ser relevantes para o cálculo do rendimento explosivo de uma arma nuclear. O Irã também continuava a recusar a entrada de inspetores em Parchin, disse a agência. O Irã realmente conseguiria construir uma bomba se quisesse?

O Irã tem o maior e mais diverso arsenal de mísseis balísticos no Oriente Médio As opiniões são divergentes quanto a isso. O secretário de Estado americano, John Kerry, disse em uma audiência no Senado em abril de 2014 que o Irã teria capacidade de produzir urânio para uma bomba nuclear em dois meses, caso o país quisesse. No entanto, Kerry disse que isso não significaria que o Irã já tivesse uma ogiva. Isso foi antes da AIEA ter confirmado, em julho, que o país havia convertido todo o seu estoque de urânio enriquecido a 20% em formas que apresentassem um risco menor de proliferação. Especialistas do Instituto para Ciência e Segurança Internacional, sediado em Washington, advertiram em um

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37 relatório de setembro de 2013 que qualquer processo de fabricação de bombas seria feito secretamente. Assim, estipular prazos era extremamente difícil. Na verdade, especialistas prevêem há décadas que o Irã esteja à beira de construir uma bomba nuclear. Apesar da AIEA ser capaz de monitorar a quantidade de urânio, é difícil avaliar as competências relativas dos cientistas envolvidos na pesquisa nuclear e bélica.

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Romana e o bilionário do amianto: a dor que não prescreve A italiana que se tornou símbolo da luta contra a fibra assassina é uma das vítimas derrotadas por Stephan Schmidheiny no tribunal que envergonhou a Itália ELIANE BRUM /

Amianto

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Quando a entrevistei, dois anos atrás, ela me disse que já não chorava. Em algum momento da sua luta contra a Eternit, as lágrimas secaram dentro de Romana Blasotti Pavesi. Passamos uma tarde e uma manhã conversando em seu apartamento em Casale Monferrato. É difícil acreditar à primeira vista que na pequena cidade do Piemonte a tragédia respira entre ruas e paisagens de cinema italiano, nas vitrines das confeitarias onde os krumiris, o delicioso biscoito de Casale, se oferecem a quem passa. Então pessoas como Romana começam a falar. E quando falam enumeram seus mortos. E a narrativa mais uma vez desafina com o cenário do apartamento em que sua solidão é acompanhada por uma população de bibelôs bem ordenados e coloridos, por uma coleção de pequenos elefantes de todas os formatos, origens e texturas – a maioria deles com a tromba para cima, que é como ela gosta. Romana pede um momento, diz com licença, e desaparece no quarto. Volta de lá com uma caixa. De dentro ela tira com a ponta dos dedos um cabelo longo e raro, com diferentes nuances de dourado e vermelho. Bello, molto bello. É de Maria Rosa, ela diz. A filha de Romana foi a quinta de sua família a morrer pelo câncer do amianto.

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Luto sem fim: Romana Blasotti Pavesi, em seu apartamento, na cidade italiana de Casale Monferrato / Foto: JOÃO LUIZ GUIMARÃES Romana é a presidente da Associação de Familiares e Vítimas do Amianto de Casale Monferrato. A cidade foi marcada pela fábrica da Eternit instalada lá em 1906. Durante décadas considerada o melhor lugar para um operário trabalhar, até que os primeiros começaram a tombar das doenças provocadas pelo material conhecido também como asbesto. Depois, já não eram os trabalhadores que tiveram contato direto com a fibra, mas moradores que nunca haviam pisado no chão de fábrica. Professores, médicos, jornalistas, profissionais de todo o tipo que habitavam a cidade começaram a morrer de doenças causadas pelo amianto. A contaminação ambiental já havia se consumado e as décadas seriam atravessadas pela tragédia. Romana afirma que mais de 40 novos casos de mesotelioma, um câncer agressivo e fatal causado pelo amianto, surgem a cada ano na cidade. Casale Monferrato então se levantou e liderou um processo histórico na Justiça italiana contra o bilionário suíço Stephan Schmidheiny e o barão belga Louis de Cartier de Marchienne, este último morto ao longo do julgamento. Stephan Schmidheiny é herdeiro da família que fundou a Eternit suíça e plantou fábricas de amianto por vários países ao longo do século 20, inclusive no Brasil, semeando a morte. Em 1976, ele assumiu o comando dos negócios e, segundo sua versão, teria decidido abandonar a produção com amianto ao descobrir que a fibra causava doenças fatais. A Eternit suíça só saiu das mãos da família mais de uma década depois, no final dos anos 80. O grupo se retirou da produção quando o amianto já tinha se tornado um escândalo de saúde pública na Europa, com milhares de vítimas e pedidos de indenização. O primeiro país europeu a banir o amianto foi a Islândia, em 1983, logo seguida pela Noruega, em 1984. Em 2005, o material foi proibido pela União Europeia. Hoje, está banido de 66 países do mundo, uma lista da qual o Brasil não faz parte. Com a venda das

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40 participações do grupo suíço Eternit, todo o passivo ambiental e humano ficou para trás. Ao longo do processo da Justiça italiana, os promotores revelaram uma teia de centenas de mortos e doentes, a maioria deles de Casale Monferrato. Homens e mulheres contaram como perderam pais, mães, filhos e irmãos de câncer, alguns doentes só tiveram tempo de dar seu depoimento antes de morrer. Além do mesotelioma, a asbestose, conhecida como “pulmão de pedra”, é outra doença progressiva e fatal causada pelo amianto. Neste caso, a inalação da fibra provoca um ininterrupto processo de cicatrização que vai endurecendo o órgão até impedir o movimento de expiração e inspiração. As vítimas de asbestose morrem lenta e dolorosamente por asfixia. No Brasil, era neste momento que empresas como a Eternit despachavam seus representantes para os hospitais para que os operários em agonia assinassem um documento aceitando uma indenização irrisória em troca da vida que acabava, impedindo assim que suas famílias entrassem com ações judiciais após sua morte. Marcada por centenas de mortos e doentes, Casale Monferrato liderou na Justiça um processo histórico contra o bilionário do amianto O marido de Romana, Mario Pavesi, já sofria com a asbestose quando começou a sentir a pontada nas costas que anunciava o mesotelioma. Mario era um homem calado, guardava seu mundo dentro de si, e por meses manteve segredo sobre a ferroada persistente. Ele já tinha visto muitos colegas de fábrica terem esse mesmo sintoma e morrerem depois. Um dia, de repente, Mario deixou escapar um gemido. E Romana soube que a atmosfera da casa se alterava de forma inexorável, porque aquele homem não gemia. Mario tinha ficado órfão aos 16 anos, obrigado a sustentar a mãe e os irmãos menores. Em seguida, a Segunda Guerra incendiou a Europa e ele foi enviado como soldado a uma de suas frentes mais duras, a dos Balcãs. No dia em que ele se materializou diante de Romana, numa ousadia rara para aquele rapaz sério demais, fazia apenas um ano que retornara da

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41 Iugoslávia. Eles nunca haviam se falado e Mario já se apresentou com intenções de casamento. Dias depois, assistiram à Ninotchka no cinema. Mario já tinha visto o filme, mas como Romana era louca por Greta Garbo, fez de conta que era sua primeira vez. Casaram-se sete meses depois. Em 1957, já com os filhos Ottavio e Maria Rosa, Mario ingressou na Eternit, onde trabalharia por 20 anos. Quando sentiu a pontada nas costas, estava aposentado. Morreu de mesotelioma na noite de 15 de maio de 1983, aos 61 anos. Pouco antes de morrer, Mario saiu da sua inconsciência e estendeu a mão para Romana. Ela a segurou por um silêncio longo. Depois de uma vida, despediram-se assim. Romana não poderia adivinhar naquele momento que sua trajetória mudaria radicalmente de curso e o homem que amava seria apenas o primeiro da sua família sepultado pelo amianto. Nesse tempo, Romana ainda chorava.

A família completa: Romana e Mario com os filhos Ottavio e Maria Rosa. /REPRODUÇÃO/ARQUIVO PESSOAL Como as doenças provocadas pelo amianto, como o mesotelioma, têm um longo tempo de latência, em alguns casos décadas, o pico da tragédia de saúde pública acontece às vezes

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42 com a fábrica já fechada. A Itália baniu o amianto em 1992, mas ainda hoje lida com o escândalo sanitário. No Brasil, a fibra só é proibida em seis estados brasileiros: Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Minas Gerais. Atualmente, o país é o terceiro produtor mundial, o terceiro exportador e o quarto usuário de amianto. Enquanto a fibra vai desaparecendo dos bairros mais nobres das grandes cidades do centro-sul, segue perigosamente farta nas favelas e periferias, assim como nas casas de quilombolas, ribeirinhos, pequenos agricultores e indígenas. Pouco antes de morrer, Mario estendeu a mão para Romana. Despediram-se assim Desde as últimas décadas do século 20, o Brasil vem colecionando mortes de trabalhadores, assim como de familiares que tiveram contato com as roupas sujas de amianto, por asbestoses e mesoteliomas. Há várias ações na Justiça buscando banir o amianto do país, assim como indenizações para as vítimas, mas a indústria exibe um lobby poderoso atuando no atual governo, no congresso e no judiciário. As mortes de centenas de brasileiros, a maioria deles operários, e a tragédia de saúde pública que se avizinha com a contaminação ambiental têm muito menos visibilidade do que o bom senso e a responsabilidade pública permitiriam, o que torna a persistência do amianto no Brasil uma caixa-preta ainda por ser totalmente desvendada. Na Itália, as vítimas e familiares de vítimas levaram o bilionário suíço à Justiça e conseguiram condená-lo em duas instâncias. Em 13 de fevereiro de 2012, Stephan Schmidheiny foi condenado, pelo Tribunal de Turim, a 16 anos de prisão e ao pagamento de 100 milhões de euros. O crime foi descrito como “desastre ambiental doloso permanente e omissão dolosa de medidas de segurança para os operários”. Em 3 de junho de 2013, a sentença não só foi confirmada na corte de apelação, como foi ampliada de 16 para 18 anos de prisão. Tudo indicava um desfecho vitorioso para aqueles que perderam a própria vida ou a vida daqueles que amavam no julgamento de última instância, em Roma.

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43 Colecionando mortes de trabalhadores, o Brasil é o terceiro produtor mundial, o terceiro exportador e o quarto usuário de amianto E então, na quarta-feira, 19 de novembro de 2014, o inominável aconteceu. Diante das vítimas de Casale Monferrato e de outras regiões italianas, a corte italiana anulou a condenação de Stephan Schmidheiny: não por inocência do réu, mas porque o crime teria prescrito. Foi dito no tribunal que era uma opção pelo Direito – e não pela Justiça. “Às vezes o Direito e a Justiça tomam direções opostas, mas os juízes não têm alternativa: eles devem seguir o Direito”, disse Francesco Iacoviello, procurador-geral da Corte de Cassação de Roma. Em comunicado, a Corte afirmou que “a acusação era de desastre ambiental e não de homicídio”. E, portanto, “não poderia ignorar a expiração do prazo de prescrição, que começou a contar a partir de 1986, quando a Eternit fechou suas fábricas na Itália”. O choque durou apenas um segundo antes do primeiro grito, que logo virou um clamor. “Vergonha! Vergonha! Vergonha!”. Vítimas, familiares de vítimas e moradores da cidade contaminada pareciam feridos de morte. A cena era impressionante. Era para ser uma vitória histórica, que impactaria as vítimas do mundo e contribuiria para a aceleração do banimento do amianto de países como o Brasil. E de novo o poder econômico – e por consequência político – venceu. Para alguns, que observavam de fora, era claro que só poderia ser este o desfecho, já que essa sempre foi a lógica do mundo. Mas, nos últimos anos, os habitantes de Casale Monferrato e todos aqueles que perderam pais, mães, irmãs, filhos na brutal agonia provocada pelas doenças do amianto acreditaram que poderiam alterar o curso da História. “Não é possível que a demanda por justiça prescreva em alguns casos”, afirmou à imprensa Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano. “Há feridas que não conhecem limites de tempo.” Em Casale Monterrato, os sinos de todas as igrejas tocaram ao mesmo tempo em sinal de luto. Uma das lideranças da luta das vítimas, Bruno Pesce, anunciou que, na semana em que o príncipe do amianto, Stephan Schmidheiny, venceu, dois moradores de Casale Monferrato morreram de

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44 mesotelioma. E morreram derrotados de todas as maneiras possíveis. A sentença de Stephan Schmidheiny foi anulada por prescrição do crime, não por inocência. Vítimas e familiares gritavam no tribunal: Vergonha! Aos 85 anos, Romana Blasotti Pavesi descobriu-se vencida. Sua batalha contra Stephan Schmidheiny não foi a mais importante de sua existência. A morte de quem se ama é sempre a maior batalha perdida numa vida humana. E Romana viu primeiro seu marido, Mario, depois sua irmã, Libera, em seguida sua prima, Anna, o próximo foi Giorgio, seu sobrinho, e por fim, embora nunca se saiba se acabou, Maria Rosa, a filha. Todos mortos por mesotelioma, o câncer do amianto. “Não é vingança”, repetiu Romana. “Nossa luta contra Stephan Schmidheiny é por tudo o que ele representa.” A velha mulher desvia o extraordinário azul de seus olhos para dentro, para o lugar das memórias, e diz: “Não tenho rancor contra o responsável por toda essa tragédia, mas se ele tivesse a possibilidade de acompanhar um doente que lhe fosse caro, do princípio ao fim, talvez ele pudesse entender alguma coisa”. Foi com a morte de Maria Rosa, na bárbara subversão da lógica que obriga uma mãe a sepultar sua filha, que Romana perdeu a capacidade de chorar. Maria foi o nome que o pai escolheu, Rosa foi dado pela mãe. Maria Rosa nunca trabalhou com amianto. Nas lembranças de Romana, uma a sobressalta. Ela e Mario levando a então pequena Maria Rosa para passear nos arredores da fábrica onde o pai era um trabalhador orgulhoso. Redemoinhos de pó se levantavam do material descartado, era até bonito. E então Maria Rosa, já adulta e mãe de um filho, aparece na casa da mãe: “Estou com mesotelioma”. Ela tinha atribuído a dor nas costas a um tombo ocorrido quando esquiava. A radiografia revelou a verdade brutal. Seu último gesto, em agosto de 2004, foi vencer a fragilidade de seu corpo mastigado pelo câncer para abraçar o filho, Michele, com uma força que ninguém sabe de onde tirou.

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Família amputada: depois do amianto, restaram Romana e o filho Ottavio /REPRODUÇÃO/ARQUIVO DE FAMÍLIA Com metade da família amputada da vida pelo amianto, Romana dedicou as últimas décadas de sua existência à busca por justiça. Enquanto ela e seus companheiros de luta se organizavam, a maioria deles carregando atestados de óbitos de familiares e colegas de trabalho, Stephan Shmidheiny levava à frente uma das mais fascinantes e bem sucedidas operações de lavagem de biografia – ou de “greenwashing” – da história recente (leia artigo sobre isso aqui). Logo passou a ser chamado pela imprensa internacional de “filantropo” e, por paradoxal que pareça, de “ambientalista” e “ecologista”. Foi uma das estrelas da Rio-92, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, e criou, entre outras organizações, a Avina, uma fundação dedicada a programas ambientais e de redução da pobreza que atua também no Brasil. Entre as honrarias que lhe foram oferecidas, figuram o título de doutor “honoris causa” em letras humanas pela universidade americana de Yale e a Ordem do Cruzeiro do Sul, concedida a ele pelo então presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso. No site da Avina, o homem levado à Justiça pelas vítimas do amianto como um criminoso socioambiental é apresentado como “pioneiro da luta contra o amianto”. A notícia da anulação de sua sentença pela corte italiana é publicada sob a chamada

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46 “desenvolvimento sustentável”. Em posicionamento com data deste mês de novembro, a Avina assim manifesta-se: “(....) contrária a que se continue empregando amianto em qualquer tipo de indústria. Por isso, as autoridades públicas de todas as nações devem normatizar e regulamentar a proibição da produção e uso do amianto, além de desenvolver ações de proteção da cidadania das vítimas por ele afetadas”. A filha Maria Rosa foi a quinta pessoa que Romana perdeu para o câncer do amianto. Em sua defesa, o magnata suíço costuma afirmar que desconhecia o potencial destrutivo do amianto. Segundo sua versão, quando soube que a fibra era cancerígena, escolheu abandonar o setor. Em comunicado após a anulação da sentença, porta-vozes de Stephan Schmidheiny afirmaram: “A defesa espera que o Estado italiano proteja Stephen Schmidheiny de futuros processos criminais injustificados e encerre todos os processos correntes”. Lideranças da luta pelo banimento do amianto, vítimas e familiares contestam a inocência do herdeiro da Eternit suíça apresentando documentos que comprovam que a relação entre o amianto e doenças como a asbestose é conhecida desde o início do século 20. Nos anos 60 do mesmo século já estava documentada a ligação entre a fibra e o mesotelioma. No Brasil, a fábrica da Eternit no município paulista de Osasco foi instalada no começo da década de 40, quando já se conhecia o potencial destrutivo do amianto. Stephan Schmidheiny chegou a fazer uma espécie de estágio na fábrica brasileira, um dos argumentos que usa ao afirmar que desconhecia os males causadas pela fibra. No processo judicial italiano ficou claro que, em 1976, diante das crescentes notícias sobre a relação entre asbesto e patologias fatais, a indústria promoveu uma conferência na Alemanha para discutir estratégias para enfrentar o problema sem deixar de produzir amianto, da qual Stephan Schmidheiny participou. Segundo as vítimas, ainda que fosse possível aceitar que o desconhecimento sobre o caráter tóxico do amianto fosse de fato real, nada explica o grupo ter vendido a Eternit: uma transação comercial lucrativa que levou à continuidade das

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47 operações, ainda que nas mãos de outros donos, como acontece no Brasil e em outros países onde a fibra ainda não foi banida. Assinalam ainda a impossibilidade de justificar o abandono do passivo ambiental e humano consumado enquanto a fortuna da família Schmidheiny era construída. “Stephan Schmidheiny teve na Justiça uma vitória formal”, afirma a engenheira brasileira Fernanda Giannasi, auditora aposentada do Ministério do Trabalho no Brasil, e uma das lideranças mundiais na luta pelo banimento do amianto. “Para o resto de sua vida ele vai ter de conviver com essa marca. Não o deixaremos esquecer nem por um minuto o que ele fez contra a humanidade.” Enquanto as vítimas lutavam por justiça, o bilionário do amianto empreendia uma bem sucedida operação de lavagem de biografia A voz das vítimas tem muito menos ressonância, porém, do que a poderosa operação de marketing internacional investida na mudança da imagem daquele que consideram seu algoz. O financiamento de ações de caridade e programas socioambientais por Stephan Schmidheiny tem silenciado várias pessoas histórica e profissionalmente ligadas à defesa dos direitos humanos e do meio ambiente no mundo e também no Brasil. É parte da explicação de por que as vítimas do amianto, considerado uma das maiores tragédias de saúde pública da história da humanidade, travam suas batalhas sozinhas, isoladas de parcelas da sociedade que, pela lógica, deveriam lutar ao seu lado. Romana, como uma personagem shakespeariana, viu-se jogada ao som e à fúria de forças poderosas. Ela, que iniciou a vida trabalhando como empregada doméstica na casa dos mais ricos, teve a ousadia de confrontar um bilionário homenageado por revistas como a Forbes e universidades como Yale. No tribunal, ao ver agigantar-se diante dela o espectro aniquilador da injustiça, Romana só conseguiu encontrar um adjetivo: “Abominável”. Depois, diria: “Estou cansada. Cansada de sofrer e de ver as pessoas morrerem ao meu redor. A decepção dói como eu jamais poderia imaginar.”

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48 Os anos se encurtam diante dela. Mas Romana sabe que, enquanto há vida, a escrita da História ainda pode ser disputada. Deixou a corte amparada pelo único filho que lhe restou, Ottavio. E não chorou. Romana diante do que restou da fábrica de amianto da Eternit que contaminou a cidade e provocou centenas de mortes por mesotelioma Foto/ JOÃO LUIZ GUIMARÃES/

‘Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas. Site: elianebrum.com Email: elianebrum.coluna@gmail.com Twitter: @brumelianebrum.’

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Roda de Capoeira recebe título de Patrimônio da Humanidade Reconhecimento da Unesco representa uma conquista para a cultura brasileira e valoriza as raízes africanas no País Portal Brasil / jhcMídiaDigital

Ilustração: http://elmariachi.no.comunidades.net/index.php?pagina=1102356604

Uma das manifestações culturais mais conhecidas no Brasil e reconhecidas no mundo, a Roda de Capoeira recebeu, nesta quarta-feira (26), o título de Patrimônio Cultural Imaterial da

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60 Humanidade. O título foi concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Após votação durante a 9ª sessão do Comitê Intergovernamental para a Salvaguarda do Patrimônio Imaterial,

Crédito/Marcello Casal Jr/ABr

a Roda de Capoeira ganhou oficialmente o título. A reunião da Unesco, que começou na segunda-feira (24), segue até a próxima sexta-feira (28) na sede da organização em Paris, na França. "O reconhecimento da Roda de Capoeira pela Unesco é uma conquista muito importante para a cultura brasileira. A capoeira tem raízes africanas que devem ser cada vez mais valorizadas por nós. Agora, é um patrimônio a ser mais conhecido e praticado em todo o mundo", destacou a ministra interina da Cultura, Ana Cristina Wanzeler.

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61 Além da presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado; da diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPIIphan), Célia Corsino; e dos diplomatas da delegação do Brasil junto à Unesco, capoeiristas brasileiros também acompanharam a votação, entre eles os mestres Cobra Mansa, Pirta, Peter, Paulão Kikongo, Sabiá e a Mestra Janja. O som do atabaque e do berimbau comoveram os representantes dos países presentes à apresentação que fizeram nessa terça-feira (25) na sede da Unesco. A presidenta do Iphan, Jurema Machado, explicou que as políticas de patrimônio imaterial não existem apenas para conferir títulos, mas para que os governos assumam compromissos de preservação de seus bens culturais, materiais e imateriais, como a Roda de Capoeira. "O reconhecimento internacional amplia as condições de salvaguarda desse bem", esclarece. "Os compromissos assumidos pelo governo para com essa salvaguarda envolvem ações de promoção, de valorização dos mestres, seja na inserção no mercado de trabalho, seja na preservação das caracteristicas identitárias da capeoeira ou na formação de redes, de cooperação e de transmissão de conhecimento", complementa a presidenta do Iphan. Para isso, o órgão, vinculado ao Ministério da Cultura (MinC), deu apoio aos próprios capoeiristas para realizar amplo inventário dos grandes grupos de capoeira e mestres no Brasil e

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62 ajudou-os os a instalar comitês estaduais distribuídos pelo País. Neles, capoeiristas podem formular reivindicações e compromissos relacionados à salvaguarda e à promoção dessa manifestação cultural. cultural "A política do patrimônio imaterial tem uma especificidade: é fundamental que os mestres e praticantes tenham iniciativa porque passam a ser protagonistas da própria política", destaca Jurema Machado. As medidas que favorecem a salvaguarda como ação sistemática emática do Iphan tiveram início com um decreto do ano 2000. Quatro anos mais tarde, houve outro grande avanço na área, quando se criou um departamento exclusivo para isso no órgão. "É trazer para proteção do Estado toda uma diversidade de práticas e conhecimentos imentos que são patrimônio brasileiro tanto quanto prédios e paisagens. É patrimônio vivo que implica uma complexidade grande, com muitas ações por parte do poder público, mas que temos aprendido a fazer", conclui. Com o título, a prática cultural afroafro brasileira asileira que é, ao mesmo tempo, luta, dança, esporte e arte, reúne-se se agora ao Samba de Roda do Recôncavo Baiano (BA), à Arte Kusiwa- Pintura Corporal (AP), ao Frevo (PE) e ao Círio de Nazaré (PA), também reconhecidos como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Originada no século XVII, em pleno período escravista, a capoeira desenvolveu-se desenvolveu se como forma de sociabilidade e solidariedade entre os africanos escravizados, estratégia para lidarem com o controle e a violência. Hoje, é um dos maiores símbolos da identidade brasileira e está presente em todo território nacional, além de ter praticantes em mais de 160 países, em todos os continentes.

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63 A Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira tiveram o reconhecimento do Iphan como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2008 e estão inscritos, respectivamente, no Livro de Registro das Formas de Expressão e no Livro de Registro dos Saberes. O Patrimônio Cultural Imaterial abrange expressões de vida e tradições de toda parte do mundo que ancestrais passam para seus descendentes. Segundo a Unesco, embora procure manter uma identidade e continuidade, esse patrimônio é vulnerável porque muda constantemente.

Por isso, a comunidade internacional adotou a Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial em 2003. O documento legal define o que é Patrimônio Cultural Imaterial, além de definir também o comitê e os métodos de trabalho dele. Fonte: Ministério da Cultura

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Regina Flores consultora ra da jhcMídiaDigital

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esmaltes que mudam de cor sob o sol são a cara da estação 2 Tatiana Izquierdo Do UOL, em São Paulo

Em contato com a luz UV, o esmalte azul da marca Ruby Wing ganha uma tonalidade lilás Quanto mais lançamentos aparecem para as unhas, mais ávidas por novidades ficamos. Para aproveitar o verão que está chegando, a onda agora é apostar em esmaltes que mudam de cor quando expostos ao sol. "A ideia dos esmaltes que mudam de cor já existe no exterior há bastante tempo. Antigamente, a mudança era sutil. Hoje, é radical", conta a manicure Azucena, que é mexicana e mora no Brasil desde 2010, onde atende no Cheers Nail Bar, em São Paulo. Como um toque de mágica, o esmalte de cor clara escurece sob a luz solar. Isso acontece porque as partículas de pigmento refletem de forma diferente com a luz UV. A marca DNA Italy também criou um produto que entrega mais de uma cor. O kit degradê vem com um esmalte e um top coat. Quanto mais camadas de top coat você aplicar em cima do

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67 esmalte, mais escuro ele vai ficar. A sugestão é começar no dedo mindinho sem top coat e ir aplicando cada vez mais camadas, até chegar no polegar, com quatro. Veja, abaixo, o teste que fizemos com os esmaltes.

A marca Ruby Wing possui uma linha de esmaltes que mudam de cor com a luz UV. Na foto, a cor Moonstone é azul pálida em luz fria. Quando exposto ao sol, o mesmo esmalte ganha a tonalidade de roxo apagado. Esmalte na cor Moonstone, da Ruby Wing. Preço sugerido: R$ 39,90. SAC: (11) 2171-0142 | Preço e disponibilidade pesquisados em novembro de 2014 e sujeitos a alterações

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A cor Desert Valley, da Ruby Wing, possui partículas de brilho furta-cor com fundo incolor. Exposto aos raios UV, o esmalte fica cinza com os brilhos roxos. Esmalte na cor Desert Valley, da Ruby Wing. Preço sugerido: R$ 39,90. SAC: (11) 2171-0142 | Preço e disponibilidade pesquisados em novembro de 2014 e sujeitos a alterações Fabiano Cerchiari/UOL

A marca DNA Italy desenvolveu um outro sistema de mudança de cor para o esmalte. A linha degradê foi criada para que a própria mulher controle a cor de seu esmalte. De acordo com a quantidade de camadas de top coat que você aplicar, o esmalte

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69 vai ficando mais escuro. Na foto, a cor rosa vai ganhando tonalidade mais próxima do pink com até quatro aplicações da cobertura. Linha Degradê na cor rosa, da DNA Italy. O kit rosa contém um esmalte rosa pastel e um top coat. Preço sugerido: 8,50 (o kit). SAC: (11) 2368-7107 | Preço e disponibilidade pesquisados em novembro de 2014 e sujeitos a alterações Veja alguns esmaltes importados que também mudam de cor quando expostos ao sol:

Esmaltes nas cores Envious, Hyper e Devious, da In the Mood. Os esmaltes da marca mudam de cor na luz e se a temperatura do corpo aumentar.Preço sugerido: US$ 8. Informações:www.inthemood.com | Produto indisponível no Brasil

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Jogador de críquete morre pós ser atingido por bola na cabeça João oão Costa Editor de Esportes jhcMídiaDigital

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71 O jogador australiano de críquete Phil Hughes morreu aos 25 anos de idade nesta quinta-feira, dois dias após ter sido atingido na cabeça por uma bola durante um jogo da modalidade.

O médico da seleção australiana de críquete, Peter Brukner, disse que ele nunca recuperou a consciência após ter sido atingido e morreu em um hospital em Sydney. Ele foi atingido na cabeça quando tentava rebater uma bola arremessada com grande velocidade durante um campeonato no estádio de Cricket de Sydney. A bola, de madeira maciça revestida de couro, atingiu a nuca de Hughes, em uma parte não protegida pelo capacete. O jogador tentava se afastar da trajetória da bola, que é de madeira.

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Hughes caiu imediatamente, de cabeça no chão, e em seguida parou de respirar. Ele recebeu massagem cardíaca e respiração boca a boca antes de ser levado para o hospital – onde foi colocado em coma induzido. Os médicos chegaram a fazer uma cirurgia de emergência para tentar reduzir a pressão no cérebro dele. "Como membros da comunidade do críquete, nós choramos nossa perda e oferecemos nossas condolências à família e aos amigos de Phillip nesse momento triste". O premiê australiano Tony Abbot fez uma homenagem ao jogador, descrevendo-o como "um jovem homem vivendo seus sonhos".

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73 "A morte dele é um dia triste para o críquete e um dia desolador para a família dele. O acontecimento emocionou milhões de australianos", disse. "A interrupção de uma vida jovem durante uma partida de nosso jogo nacional parece uma aberração chocante. Ele foi amado, admirado e respeitado por seus colegas de time e por uma legião de fans de críquete". O acidente aconteceu na terça-feira durante uma partida do time de Hughes, o South Australia, contra o New South Wales. O arremessador Sean Abbott, que lançou a bola que atingiu o jogador, não foi responsabilizado pelo acidente. Os médicos não deram detalhes dos ferimentos de Hughes, mas órgãos de mídia locais afirmaram que ele teve uma fratura no crânio e um sangramento de grandes proporções. acidente deu início a discussões na Austrália sobre a segurança no esporte.

Segundo o chefe da Associação dos Jogadores Profissionais de Críquete, Angus Porter, não é possível eliminar o risco nas partidas. "Infelizmente os capacetes não são uma garantia de imunidade contra ferimentos. O que nós podemos fazer é ter certeza de

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74 que a parte dianteira nteira dos capacetes seja rígida o suficiente para oferecer o máximo de proteção e que as laterais e a parte traseira também cumpram seu papel", disse.

Membros da seleção australiana de críquete, incluindo o capitão Michael Clarke, visitaram Hughes no hospital hospital e confortaram a mãe e a irmã dele. Hughes participou de 26 jogos pela seleção, tendo estreado aos 20 anos contra a África do Sul, em 2009. Em sua segunda partida, ele se tornou o rebatedor mais jovem a marcar 200 pontos em um mesmo jogo.

Edição do dia 27/11/2014

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Atleticanos comemoram nas ruas de BH o título da Copa do Brasil Segundo a PM, 10 mil pessoas festejaram na Praça Sete a conquista inédita

Esta foi uma quinta-feira especial para a torcida do Atlético-MG. Felicidade resumida em uma palavra: Galo. A Praça Sete, no

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76 centro de Belo Horizonte, amanheceu assim: "Hoje é feriado!”, gritavam torcedores. E adormeceu em festa. Segundo a Polícia Militar, 10 mil pessoas comemoraram no local o título do Atlético.

Outras 5 mil estavam no Estádio Independência, onde foram instalados três telões para os atleticanos assistirem à final contra o Cruzeiro. Isso porque apenas 1.800 tiveram o privilégio de comemorar pertinho do time, no Mineirão. A maioria no estádio era cruzeirense, que mesmo com a derrota, fez questão de permanecer e comemorar o título brasileiro e a ótima temporada. Uma cena inédita: os times e as torcidas festejando juntas. O Atlético conquista pela primeira vez na história a Copa do Brasil. E de quebra, garante vaga na disputa da Libertadores do ano que vem.

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77 "Essa torcida é fantástica, maravilhosa, por tudo o que fez, por tudo o que faz comigo. Pelo carinho, pelo respeito”, diz Diego Tardelli, autor do gol do título.

Levir Culpi, técnico do AtléticoMG Quero flutuar nesse momento.

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Nos pênaltis, São Paulo perde e é eliminado da Sul-Americana Tricolor venceu pelo placar mínimo no tempo normal, mas teve desempenho pífio nas cobranças de penalidades e se despediu do torneio Nos pênaltis, o São Paulo foi eliminado pelo Atlético Nacional da Copa Sul-Americana nesta quarta-feira (26) no Morumbi ao ser derrotado por 4 a 1 nas cobranças.

O time do técnico Muricy Ramalho venceu por 1 a 0 no tempo normal - resultado que levou a decisão aos pênaltis, já que o time colombiano venceu a partida de ida da semifinal na semana passada pelo mesmo placar. Na disputa por pênaltis, Alan Kardec e Rafael Tolói erraram suas cobranças, enquanto Rogério Ceni marcou.

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Nacional acional e internacional: Sochiro Ochida

Restaurante Panela da Cecília Rua Dona Veridiana, 14 - Santa Cecília São Paulo – SP (11) 2614-7510 2614

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80 Apresentamos alguns Restaurantes mais caros do mundo

Se pretende conquistar ou impressionar uma mulher nada como a levar a jantar em um restaurante de luxo. Certamente, ela irá adorar esse mimo! Seja por que razão for, se decidir dar um pezinho até um dos restaurantes mais caros do mundo, o jantar de luxo será certamente uma realidade. Conheça a seguir os 10 restaurantes mais caros do mundo e os que mais luxo têm.

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81 Restaurante Aragawa, Tóquio, Japão

O restaurante Aragawa é um dos restaurantes mais famosos e conhecidos a nível mundial. Fica situado no distrito de Shinbashi na cidade de Tóquio. No seu género, tratatrata-se do rei dos restaurantes no que aos preços e ao luxo se refere. Cada refeição individual custa aproximadamente 270 Euros/ 687 Reais, e a verdade é que existem outros programas mais acessíveis. s. Contudo, se estiver desafogado a nível de finanças trata-se se de uma ótima opção. Por outro lado, o restaurante Aragawa também pode ser nomeado por todos os que queiram remediar alguma asneira que tenham cometido e queiram compensar a sua namorada, levando-a a ao restaurante mais caro do mundo! Pelo luxo que apresenta é desculpado de certeza! No geral, o Aragawa é considerado o restaurante ideal para todos os apreciadores de carne. O seu bife é servido apenas com pimenta e mostarda e é um dos bifes mais reputados reputados de todos os restaurantes do mundo.

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82 Alain Ducasse Au Plaza Athénée, Paris, França

O Alain Ducasse é um restaurante de luxo que fica situado no coração da capital francesa. É um restaurante que se destaca dos demais pela magnificência, luxo e requinte que apresenta. De todos os restaurantes, o Alain Ducasse au Plaza Athénée talvez seja o restaurante melhor colocado estrategicamente, na medida em que está situado entre a avenida dos Campos Elíseos e a Torre Eiffel, o epicentro da área comercial parisiense. É o restaurante ideal para um jantar romântico pela decoração fina que ostenta, pela música ambiente, mobílias, comida e luz (10,000 cristais pendurados na sala de jantar, deixam qualquer um boquiaberto). É um verdadeiro luxo e só consegue entrar de jaqueta e gravata. Cada refeição tem o custo de, aproximadamente, 175 Euros/ 442 Reais. É de realçar que o restaurante permanece fechado durante o período do Verão, nomeadamente entre 18 de Julho e 26 de Agosto e na semana de Natal, reabrindo na véspera de ano novo.

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83 Gordon Ramsay, Londres, Inglaterra

O restaurante Gordon Ramsay em Londres denota uma mistura entre o estilo britânico clássico e a vivacidade da cidade de Manhattan. A decoração elegante do restaurante reflete um sentimento contemporâneo de requinte e de luxo, mas também acrescenta a componente ecológica devido às paredes esverdeadas de carvalho. Cada refeição tem o custo de 135 Euros /341 Reais e pode ser apreciada em várias divisões do restaurante. Como por exemplo, na sala verde, parte do restaurante que está em funcionamento todo o dia, com um aspecto mais natural e ligado à natureza; na sala escondida, destinada a eventos privados e na sala de St. James, uma outra parte do restaurante, com ainda mais luxo no que diz respeito ao espaço, serviço e sabor. É um restaurante que funciona por reservas, caso contrário não consegue entrar.

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84 Acquarello, Munique, Alemanha

O restaurante Acquarello tem na sua génese o estilo mediterrâneo italiano. É um restaurante único no seu gênero pela variedade e diversidade de opções que coloca nos seus menus. Cada refeição é um luxo de sabores e tem o custo de 95 Euros/ 240 Reais, o que é um preço bastante acessível, tendo em conta a qualidade do serviço apresentado. Tem uma atmosfera muito calma e suave e isso transforma o restaurante num dos locais mais serenos e espirituosos de Munique. É considerado um dos melhores restaurantes do mundo e é necessário efetuar reserva.

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85 Alberto Ciarla, Roma, Itália

Alberto Ciarla é um dos restaurantes mais conceituados conceituados em Roma. Para todos os apreciadores de peixe, este é o restaurante ideal. Destaca-se Destaca se de todos os outros restaurantes pelos pratos únicos de mil sabores que apresenta. Os seus pratos demonstram a fusão de duas cozinhas distintas, de um lado toda a cultura e história romana, do outro a confecção de pratos de peixe sublimes. É uma mistura muito poderosa e proporciona um paladar de luxo. Cada refeição tem o custo médio de 85 Euros /215 Reais e das suas iguarias destacam-se destacam a Zuppa di pasta, Fagioli ai Frutti di Mare e Fritto Antico di Molluschi e Gamberi con semolino speziato, entre outros. Este restaurante é sinônimo nimo de frescura e qualidade.

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86 . Sushi Kaji, Toronto, Canadá

O restaurante Sushi Kaji é um restaurante asiático que se distingue pela sua autenticidade. Este é o local ideal para todos os apreciadores de peixe e de sushi em particular. Cada refeição tem o custo médio de 80 Euros/ 202 Reais e cada prato desvenda um pouco da cultura japonesa. Dos inúmeros restaurantes japoneses, o Sushi Kaji é um restaurante que disponibiliza apenas 30 lugares com o intuito de preservar a qualidade da sua comida e dos seus serviços. Para conseguir mesa neste restaurante é necessário fazer reserva, depois, poderá refastelar-se e retirar todo o prazer gastronômico de um bom peixe.

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87 La Queue De Cheval Steakhouse, Montreal, Canadá

O restaurante La Queue de Cheval Steakhouse é excelente para todos aqueles que se consideram um bom garfo. Cada refeição tem um custo médio de 65€ / 164 Reais e é um autêntico regalo no que às carnes diz respeito. Nos menus do restaurante pode encontrar diversos pratos de peixe extasiantes, contudo, os bifes de bovino são a atração número 1 do cardápio. Parte do luxo que o restaurante tem, deve-o à decoração formidável que apresenta, aos serviços e aos sabores inconfundíveis que proporciona. O restaurante está situado no centro de Montreal e constitui um ex-libris da cidade.

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El Amparo – Madrid, Spain

De todos os restaurantes, o El Amparo é, provavelmente, o restaurante basco mais sofisticado e moderno. O restaurante encontra-se no centro de Madrid e é conhecido por ser um hino ao luxo e ao requinte. Conta com três pisos, é assente numa estrutura de madeira e tem um teto de cristal esplendoroso. Os pratos de peixe que constam no menu, principalmente os grelhados, são escolhas esplêndidas. Cada refeição tem o custo médio de 60 Euros / 152 Reais e representa todo o ideário da nouvelle cuisine. O El Amparo é um dos restaurantes mais emblemáticos da capital espanhola.

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89 Whampoa Club, Shanghai, China

Falar em luxo, modernidade e qualidade do serviço é o mesmo que descrever o restaurante Whampoa Club em Shangai. O estilo atraente do restaurante assenta na sua decoração que inclui vidro pastel, painéis de parede opulenta de Art Noveau e candeeiros de cristal. A especialidade do restaurante são as carnes, autênticas maravilhas para os paladares mais perspicazes. Cada refeição tem o custo médio de 60 Euros / 152 Reais e é uma oportunidade única de conhecer toda a gastronomia da China clássica. A visita ao Whampoa Club é memorável, pois trata-se de um dos melhores restaurantes asiáticos. As coxinhas de frango são irresistíveis, um verdadeiro sabor de luxo.

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90 . Boeucc, Milão, Itália

-Se tiver desejos de reviver outros tempos e vivenciar outras experiências, o restaurante Bouecc em Milão é a opção ideal para si. Inaugurado em 1696, fato que o caracteriza como o restaurante mais antigo de Milão. Situado próximo do Palácio Belgioioso e do Teatro Scala, originalmente era uma taberna, que foi transformada num restaurante de luxo, onde se oferece autêntica cozinha milanesa. O restaurante apresenta um salão de jantar com uma decoração fenomenal e tem um ambiente romântico encantador, graças aos quadros, às pinturas e às cerâmicas que o constituem. O restaurante Boeucc propõe pratos clássicos da gastronomia italiana, com uma grande seleção de pratos de carne e de peixe e cada refeição tem o custo médio de 60 Euros / 152 Reais. É um restaurante emblemático que proporciona sabores que duram para sempre! De todos os restaurantes de luxo apresentados é difícil escolher um só. UM bom apetite.

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Fatos em Foco

Papa Francisco visita a Turquia O papa Francisco e o líder islâmico Rahmi Yaran rezam juntos no interior da Mesquita Azul, na manhã deste sábado, em Istambul, na Turquia. O pontífice pede maior diálogo entre as religiões e condena a violência contra minorias cristãs no Iraque e na Síria praticadas por fundamentalistas islâmicos.

L'Osservatore Romano/AP Photo

Na chegada à Catedral do Espírito Santo, neste sábado, em Istambul, o papa Francisco libertou uma pomba branca, símbolo universal da paz. Na catedral, fiés aguardam o pontífice para a celebração de uma missa

OZAN KOSE/AFP PHOTO

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O papa Francisco (de branco, à esq.) visita a Mesquita Azul na companhia do líder islâmico Rahmi Yaran (de branco, à dir.) na manhã deste sábado, em Istambul. Em sua primeira visita à Turquia, iniciada na última sexta-feira (28), o pontífice pede maior diálogo entre as religiões e o fim da perseguição aos cristãos no Oriente Médio. Tony Gentile/Reuters

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Mais um ônibus é incendiado em São Paulo na avenida Felipe Carrilho Puerto, no Capão Redondo, região Sul de São Paulo (SP). O veículo fazia a linha entre Jardim Irene e Capelinha. Ninguém se feriu no ataque. Daniel Dantas/Futura Press/Estadão Conteúdo

Movimentação de consumidores é intensa nos arredores da rua 25 de março, reduto de comércio popular no centro de São Paulo (SP).

Dario Oliveira/Código19/Estadão Conteúdo

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Avião cai e deixa duas pessoas feridas em BH Monomotor atinge telhado de casa na Região Noroeste de Belo Horizonte; piloto e passageiro sofreram escoriações e estão foram de perigo

Tadeu Aquino / jhcMidiaDigital

Avião atingiu o telhado da casa, mas não deixou feridos Um avião caiu e deixou duas pessoas feridas na manhã deste sábado, no Bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com o Corpo de Bombeiros, a aeronave atingiu o telhado da residência número 72 na Rua Lorena, esquina com a Rua Belo Vale, próximo à Avenida Pedro II. Os militares informaram ainda que o piloto do monomotor prefixo PU-ILS, Carlos Almeida Cunha Filgueras, de 64 anos, e o passageiro, Guilherme Campos Vieira, de 48, sofreram ferimentos leves e foram socorridos por vizinhos do local do acidente. Ambos deram entrada no Hospital João XXIII. Houve princípio de incêndio na aeronave, porém as chamas foram controladas pelo bombeiros.

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95 Queda de avião deixa duas pessoas feridas em BH O caminhoneiro Igor Savino chegou ao local pouco depois da queda do equipamento e ajudou a socorrer os ocupantes do monomotor. O homem contou que os motores do avião teriam pararado de funcionar e o piloto tentou retornar ao Aeroporto Carlos Prates, de onde levantou voo, mas acabou colidindo no telhado da residência. Savino mora na Rua Artur Haas, próximo à região do acidente. O microempresário Fábio Pereira Gomes Lopes contou que

ouviu o barulho do impacto do monomotor. Ele também estava na Rua Artur Haas no momento do acidente e ajudou a socorrer às vítimas. "Nós entramos na casa e subimos no telhado com uma escada. Depois eu deixei uma mangueira ligada em cima do avião para não pegar fogo porque o combustível estava vazando", disse. O sargento Rogério Viana, do 3º Batalhão, informou que o piloto retornava de um voo antes de colidir no telhado. Com o impacto da batida, a cobertura ficou comprometida, porém não houve danos à estrutura do imóvel. O dono da residência, Márcio José da Silva, de 65, disse que estava na rua Belo Vale, quando percebeu que o avião voava baixo. Entretanto, o aposentado, que reside no bairro desde a

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96 infância, não acreditou que o monomotor pudesse cair sobre o imóvel onde ele mora com a esposa, Ângela Silva, e uma filha. “Foi um susto enorme e corri para ver o que estava acontecendo. O piloto e o aluno saíram de lá com a ajuda dos vizinhos A mulher limpava a copa da residência e a filha se encontrava em um dos quartos da construção antes da queda do avião. Ângela disse que teve medo de acontecer uma tragédia.

Fernando Oliveira, representante Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), foi ao local da ocorrência e disse que o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai investigar as causas do acidente. De acordo com Oliveira, a aeronave está com os documentos em dia e tem permissão para voar. Um guincho particular foi acionado para retirar o avião do telhado da casa.

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Autoridades lutam para salvar ‘bebês de incesto’ no Quênia Muliro Telewa Da BBC em Bungoma (Quênia) / jhcMídiaDigital

Com apenas dois dias de vida, o "bebê X", nascido de uma relação incestuosa, foi retirado da casa emivia para não correr o risco de ser morto

Embrulhado num cobertor e refestelado no colo de uma assistente social em um orfanato de Bungoma, no Quênia, o "bebê X" dorme tranquilamente. Como o nome sugere, este não é um bebê comum. Com apenas um mês de vida, "X" é o fruto de uma relação incestuosa. Assim como muitos outros bebês no Orfanato Kanduyi, 400 km ao oeste da capital queniana, Nairobi, "X" teve que ser resgatado antes de ser morto por sua própria família. Dois dias após seu nascimento, a polícia, depois de receber uma denúncia anônima, invadiu a casa e retirou o bebê, salvando-o de uma sentença de morte preferida por líderes locais da comunidade Bukusu de Bungoma. Há outros como ele no Kanduyi - e não apenas bebês, mas até jovens de 18 anos. Bebês tabu

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98 Assim como em boa parte do mundo, o incesto no Quênia não apenas é um tabu como ilegal. A pena prevista para práticas incestuosas é de cinco anos de prisão - caso envolva sexo com menor de idade, pode levar a prisão perpétua. Leia mais: Bebê dado como morto ao nascer faz aniversário de dois anos Mas por séculos a punição tradicional em muitas comunidades quenianas tem sido a morte. Não a dos pais, mas a dos bebês nascidos de uniões proibidas.

O Orfanato Kanduyi abriga desde bebês com dias de vida a jovens de 18 anos, invariavelmente com o passado ligado a relações ilegais A tribo Busuku, por exemplo, chama essas crianças de "be luswa", ou "bebês-tabu". Eles são considerados amaldiçoados e as comunidades temem que possam trazer "pragas" para as famílias, incluindo impotência sexual. "Sempre que recebemos informações de que nasceu um bebêtabu, temos que correr para salvá-los antes de chegarmos aos locais e sermos informados de que o bebê morreu", explica Alice Kimotho, a assistente social que chefia o Orfanato Kanduyi.

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99 "A maioria dessas mortes é muito suspeita". Titus Kolil, auxiliar-administrativo no orfanato explica que, apesar de proibido por lei, o incesto ocorre com frequência na região de Bungoma, como "prática cultural". Segundo Kolil, Kanduyi lida com três a quatro casos de bebês-tabu por mês. Mas as autoridades também suspeitam que muitos casos simplesmente não são relatados. "Nosso comportamento sexual tem sido irresponsável", admite Stephen Kokonya, secretário de Cultura de Bungoma. "E algumas dessas relações sexuais são muito próximas, incluindo pais fazendo sexo com suas filhas". Meninas adolescentes em áreas rurais são particularmente mais vulneráveis. Força Kokonya diz estar tentando dialogar com as lideranças comunitárias para tentar combater a prática. "Precisamos fazer campanha contra valores retrógrados". Registros no orfanato mostram que a mãe de "X" é uma adolescente de 15 anos que ficou grávida de um tio de 17 anos. Desde o nascimento do bebê, ela foi levada para morar com parentes e está de volta à escola, repetindo o ano que ela perdeu durante a gravidez. Tive a oportunidade de visitá-la. Na presença de uma tia, a adolescente conta o que aconteceu. "Ele (o tio) me assediava e ameaçava me bater se eu contasse para alguém". A jovem diz não ter amor nem pelo tio nem pelo bebê. "Tive o bebê com meu tio e não posso amá-lo".

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100

A legislação queniana prevê até prisão perpétua para casos de incesto, mas aplicação da lei esbarra na logística e em questões culturais Perguntada o que pretende fazer quando terminar os estudos, ela diz sonhar com a faculdade de Medicina. Chorando, ela pede ajuda à tia para terminar os estudos. O tio, que não mudou de casa, recusou-se a falar com a reportagem Direito à vida Num shopping center de Bungoma, tenho um encontro com líderes tribais dos Bukusu. Um deles se recusa a comentar especificamente sobre "X", mas explica como alguns bebês são mortos praticamente ainda no ventre materno. "Quando a mãe está prestes a dar à luz, mulheres que supostamente deveriam ajudar no parto sufocam o bebê ao impedir que a mãe abra as pernas", diz ele. "As pessoas acreditam que o bebê precisa morrer para que a menina viva em paz na comunidade". As mulheres que optam por ficar com os bebês são forçadas a deixar a comunidade.

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101 Outro líder diz que a prática de matar os bebês pode até parar se os praticantes de incesto fossem punidos de maneira exemplar. "O governo permite que estupradores e participantes de incesto fiquem uem em liberdade", diz o líder. "Se eles fossem presos e punidos à altura, os casos de bebêsbebês tabu acabariam". Kokonya, o secretário de Cultura, afirma que a dificuldade de detectar e provar casos de infanticídio em áreas remotas resulta em poucas condenações. condenações. Mas ele afirma que líderes tribais precisam respeitar o direito à vida. No Orfanato Kanduyi, "X" abre os olhos enquanto crianças fazem algazarra no pátio. Muitas delas escaparam da morte certa. Mas quantas outras nascidas em circunstâncias semelhantes não tiveram a mesma sorte?

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O que significa regular a mídia? sRegulação, democratização ou censura à mídia?

Os próprios termos usados para se referir à proposta de modificar as normas que regulamentam o setor de comunicação no Brasil já deixam claro o tamanho da polêmica que envolve o tema. Muito falada mas pouco discutida, a regulação da mídia deve voltar a ganhar força pois está prevista para ser debatido em uma reunião do PT. Por que o tema está sendo debatido agora? A regulação da mídia é uma bandeira histórica do PT. Durante a campanha à Presidência, o partido pressionou para que a presidente Dilma Rousseff encampasse a discussão em um eventual segundo mandato. Após sua reeleição, a petista deu algumas declarações defendendo a regulação econômica da mídia. Ela negou repetidamente a intenção de regular conteúdo.

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103 Em entrevista a jornais brasileiros no mês passado, ela disse que "Regulação econômica diz respeito a processos de monopólio e oligopólio." A presidente deve iniciar uma consulta pública sobre o tema no segundo semestre do ano que vem. O enviado especial da ONU para liberdade de expressão, David Kaye, destacou, em entrevista à BBC Brasil, a necessidade de evitar monopólios na mídia - com mais competição, segundo ele, é maior a possibilidade de repórteres investigarem histórias que podem não ser favoráveis ao Estado. "Só é preciso ter mais cuidado para que esta lei não dê ao governo uma forma de controlar o conteúdo", afirma. A mídia precisa ser regulada? Os grupos que defendem a regulação da mídia dizem que o projeto aumentaria a democratização do setor. O FNDC (Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação), entidade que reúne diversos grupos que defendem mudanças na regulação, afirma, por exemplo, que cinco grandes emissoras de TV (Globo, SBT, Record, Band e Rede TV!) dominam o mercado brasileiro. A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), diz, no entanto, que há no país 521 emissoras de TV - a conta inclui TVs regionais que retransmitem, em grande parte, conteúdo das grandes emissoras. "A democracia se aprofunda em ambientes onde há mais diálogo, onde a diversidade de idéias, as diferenças regionais, têm espaço equilibrado na mídia em geral. O que nós queremos, em resumo, é mais democracia. E o caminho é a criação de um marco regulatório moderno", disse à BBC Brasil o presidente do PT, Rui Falcão. Defensores da regulação da mídia destacam que alguns artigos da Constituição que falam do setor não foram regulamentados pelo Congresso.

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104 Eles proíbem monopólios e oligopólios, estabelecem que a programação deve atender a critérios regionais e determinam regras para publicidade. Presidente pretende incentivar discussão em 2015 O presidente da Abert, Daniel Slaviero, afirma que, apesar da demora para regulamentação destes artigos, a mídia já é regulada. "Quando fala-se em regulação parece que a mídia não é regulada. Isso é um erro, porque temos mais de 650 normas portarias, decretos ou leis- que regulamentam o setor de comunicação social, não só rádio e TV como impresso." Quem seria atingido pela regulação? No Brasil, emissoras de rádios e TV são concessões públicas - é como se o governo "emprestasse" às empresas o espaço para transmissão, que é um bem público. Por isso, assim como outros setores em que há concessões, são passíveis de regulação. Jornais, revistas e sites noticiosos não seriam atingidos por esta discussão. Durante a campanha eleitoral, o PT aumentou o tom de suas críticas à imprensa, principalmente à revista Veja. O presidente do partido diz que, nesta área, a sigla defende o projeto de lei que dá ao eventual ofendido o "direito de divulgação de resposta gratuita e proporcional à matéria ofensiva, com o mesmo destaque, publicidade, periodicidade e dimensão." O governo já apresentou o projeto para regulação? Há, provavelmente, mais dúvidas do que certezas sobre como seria a regulação da mídia no Brasil. Isso ocorre porque ainda não há um projeto definido.

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105 A presidente Dilma afirma que o debate terá que ser feito com a sociedade. Até agora, ela já afirmou que o foco seria a proibição de monopólios e oligopólios, mas não especificou os critérios. A posição da presidente contrasta, em parte, com a de seu partido. O PT tem posições mais à esquerda e apoia os movimentos sociais que lutam pela democratização da mídia. "Não temos como ter posição firmada sobre isso enquanto não conhecermos o projeto concreto. Mas, de antemão, qualquer coisa que interfira no conteúdo tem repulsa e rechaço não só por parte dos veículos e profissionais como da sociedade como um todo, que considera liberdade de imprensa um dos pilares da democracia", diz o presidente da Abert. Então qual o projeto que existe? O FNDC formulou um projeto de lei de iniciativa popular e está, há cerca de um ano, colhendo assinaturas para que a proposta chegue ao Congresso. São necessárias 1,3 milhão de assinaturas - o mecanismo é semelhante ao que criou a Lei da Ficha Limpa. Entre os principais pontos da proposta estão: 1. Impedir a formação de monopólio e a propriedade cruzada dos meios de comunicação (um mesmo grupo não poderá, por exemplo, controlar diretamente mais do que cinco emissoras, e não receberá outorga se já explorar outro serviço de comunicação eletrônica no mesmo local, se for empresa jornalística ou publicar jornal diário) 2. Veto à propriedade de emissoras de rádio e TV por políticos 3. Proibição do aluguel de espaços da grade de programação (para grupos religiosos ou venda de produtos, por exemplo) 4. Criação do Conselho Nacional de Comunicação e do Fundo Nacional de Comunicação Pública

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106 Mídia foi um dos alvos dos protestos de junho de 2013 O presidente da Abert classifica o projeto como atrasado, porque ele não tem regras, por exemplo, para a internet. Slaviero afirma também que é um erro confundir rede de programação com propriedades - segundo eles, diferentes emissoras não pertencem ao mesmos donos, mas transmitem em parte conteúdos semelhantes para apresentar novelas e conteúdos nacionais. Ele diz que a mídia já é plural. Segundo ele, por exemplo, São

Paulo tem 21 canais abertos - "só fica atrás de Nova York". O representante das emissoras também classifica como "impeto autoritário" a criação de conselhos de comunicação. Esta proposta inclui regulação de conteúdo? O projeto aponta diretrizes para a programação de emissoras, sem fazer referência a conteúdo. A proposta determina, por exemplo, que emissoras afiliadas a uma rede de televisão deverão dedicar pelo menos 30% da grade com produção regional. Já as nacionais precisam

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107 destinar 70% da programação a conteúdo nacional, e pelo menos duas horas por dia a jornalismo. Também há regras relacionadas a crianças e adolescentes, como a proibição de publicidade dirigida a crianças com menos de 12 anos. Propostas semelhantes a esta provocaram polêmica em 2010, ao serem apresentadas pelo então ministro da Comunicação, Franklin Martins. O projeto, que previa a regulação de conteúdo, foi engavetado pela presidente Dilma. Mas ainda hoje a proposta de "controle social da mídia" é apontada por críticos como um exemplo de que o PT teria a intenção de censurar a mídia. Regular a mídia significa restringir a liberdade de imprensa? O presidente da Abert, Daniel Slaviero, diz que ainda não é possível discutir o significado da regulação econômica, porque o governo não apresentou a proposta. Mas ele é contrário à regulação de conteúdo prevista, por exemplo, no projeto de lei de iniciativa popular. "Quando se fala em regulação da mídia no sentido de acompanhar, fiscalizar, o conteúdo das emissoras, controle social da mídia, é óbvio que isso tem um viés de interferência no conteúdo, e conteúdo não pode sofrer intervenção. A mídia pode ser responzabilizada pelos eventuais excessos: tem Código Civil, Penal, etc. Mas acho que qualquer iniciativa que, mesmo de forma indireta, interfira no funcionamento é uma interferência indevida." Ele usa como exemplo a determinação de um percentual mínimo de tempo dedicado à programação infantil, por exemplo. "Depois determinam para público infanto-juvenil, para jovensadultos...", o que retiraria, assim, a liberdade da emissora de determinar sua própria programação. O presidente do PT, Rui Falcão, afirma que o partido nunca defendeu e não defende a censura.

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108 "Quando a ideia de um conselho - mecanismo usado inclusive em vários países desenvolvidos - foi apresentada pelo governo, ela foi imediatamente demonizada pela mídia monopolizada e sequer foi debatida. Minha posição é de que o tema precisa ser discutido democraticamente, porque o Brasil não pode continuar refém de grupos de interesses."

Clarín quer levar disputa com Cristina a cortes internacionais Marcia CarmoDe Buenos Aires para a BBC Brasil

Decisão de última instância

obrigará grupo Clarín terá que se desfazer de veículos de mídia

Após sofrer uma grande derrota na Justiça argentina, o grupo de comunicação Clarín ameaçou levar para tribunais internacionais a discussão com o governo da presidente Cristina Kirchner sobre a Lei de Mídia. A declaração do grupo foi dada após a Suprema Corte de Justiça decidir que a legislação que visa evitar monopólios no setor não fere a Constituição do país. Na prática, a decisão de última instância tomada nesta terçafeira confirma a constitucionalidade de quatro artigos da lei que vinham sendo questionados judicialmente pelo grupo de mídia.

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109 les obrigam o Clarín a se desfazer de uma série de emissoras de rádio e licenças de televisão ainda em vigor. A lei havia sido aprovada em 2009 pelo Congresso Nacional e desde então o Clarín vem apelando aos diferentes cortes para impedir a aplicação dos polêmicos artigos. Entre eles está o 161, que determina a "adequação das licenças" ao limite permitido pela nova legislação no prazo de um ano, e o 41, que obriga a "transferência de licenças" para outros grupos empresariais. "O Grupo Clarín apelará aos tribunais internacionais porque considera que os artigos questionados violam a constituição nacional e a Convenção Interamericana de Direitos Humanos e a Relatoria de Liberdade de Expressão da OEA", disse o grupo em comunicado. "Hoje, 80% dos meios audiovisuais estão direta ou indiretamente ligados ao governo. E a lei busca que os meios independentes não tenham sustento econômico", afirma ainda o documento. A decisão dos magistrados foi explicada em um documento de quase 400 páginas entre as quais ratifica-se que as licenças de comunicação estarão restritas a 35% do mercado, tanto em TV aberta quanto em assinantes na TV paga. Aplicação imediata Especialistas interpretaram que a aplicação da lei será "imediata", como disse o comentarista Edgado Alfano, da emissora TN (Todo Notícias), do próprio grupoClarín. Os artigos questionados da lei não vinham sendo aplicados pelo Clarín, que contava com medida cautelar de uma instância inferior - a Câmara Nacional de Apelações no âmbito Civil e Comercial Federal. "A lei deve ser aplicada imediatamente porque os prazos já venceram", disse Martín Sabbatella, presidente da AFSCA (Autoridade Federal de Serviços Audiovisuais), um órgão criado pelo governo Kirchner especialmente para implementar a Lei de Mídia.

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110 Votação A Suprema Corte aprovou dois artigos por seis votos a favor e um contra e outros dois dos artigos polêmicos por quatro a três votos. O magistrado que votou contra todas as medidas, Carlos Fayt, justificou sua decisão por entender que a lei "afeta a liberdade de expressão". Na decisão, publicada em seu site, a Suprema Corte afirma que o Grupo Clarín deverá ser "indenizado" e que os argumentos do Clarín, sobre direito adquirido, "não significam que a lei não pode ser aplicada". O grupo de mídia havia argumentado que diversas de suas licenças só expirariam daqui a vários anos. Também criticou o fato da lei impedir que um mesmo grupo possua canais de televisão abertos e fechados, dizendo que isso acontece nos Estados Unidos, com a Direct TV e a Fox, e no Brasil, com a Globo e a Net. As discussões sobre como o "desinvestimento" sairá do papel deverão ser realizadas entre o Clarín o AFCSA. A decisão foi anunciada dois dias após as eleições legislativas que registraram a derrota do governo, que no entanto manteve a maioria na Câmara e no Senado. Em um editorial no dia da eleição, o jornal La Nación afirmou: "A sentença da Corte estabelecerá a fronteira entre a liberdade de expressão e o absolutismo já que o governo pretende, com a lei, evitar que seus atos grosseiros de corrupção sejam mostrados (em todo o país) pela imprensa independente". O editorial sugeriu que aliados do governo poderiam ficar com os veículos que os grupos afetados pela lei deverão se desprender. Novos processos

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111 No Clarín interpretaram que a decisão "é de última instância", mas abrirá caminho para novos processos em relação a indenização, por exemplo, no caso da adequação da lei. "Foi um parecer político e a conduta do governo em relação aos meios de comunicação independentes e aos jornalistas independentes contradiz fortemente com os critérios de aplicação argumentados pelos integrantes da Suprema Corte", disse à BBC Brasil Ricardo Kirschbaum, editor-chefe do jornal Clarín. Segundo ele, as alegações dos magistrados "não têm nada a ver com a realidade do que ocorre com os meios públicos de comunicação e com os recursos destinados pelo governo para manter a máquina de propaganda estatal". Em outros processos, o Clarín, o La Nación e o jornal Perfil apelaram à Justiça para que possam ter direito a anúncios estatais e, ao mesmo tempo, reclamam contra decisão do governo de impedir que redes de supermercados e de eletrodomésticos anunciem em suas páginas. O comentarista da televisão TN, Adrian Ventura, disse que o Clarín "deverá escolher, por exemplo, entre continuar com a TN e com o canal 13 (TV aberta) e algumas licenças que vencem em 2016 ou muito mais adiante". Segundo ele, surgirá a partir de agora uma "discussão quase diária" sobre quais negócios ficarão com o Grupo e quais estarão "disponíveis" para que as autoridades argentinas passem adiante. Assim que saiu a decisão da Suprema Corte, foram vistos papeis picados sendo lançados do prédio da AFSCA.

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Lady Gaga surpreende fotógrafos vestida de estrela inflável A diva pop circulou por Paris com figurino inusitado; horas depois, tirou o aparato e mostrou boa parte do corpo Lady Gaga é reconhecidamente uma autoridade em figurinos inusitados. Na noite da última segunda-feira (24), ela presenteou os fotógrafos que a perseguiam em Paris com mais uma aparição ousada.

Lady Gaga posta foto só de fio-dental antes de banho

A cantora surgiu vestida com uma roupa em formato de estrela inflável, brilhante e espalhafatosa. Inicialmente a roupa ainda estava murcha, quando ainda não era possível entender que formato assumiria.

Ao ser inflada, a roupa ganhou várias pontas e ocupou espaço. Na saída de uma boate, ela foi clicada novamente, mas dessa vez mais à vontade: usando calcinha e sutiã decorados com flores e pedras, além de meia-arrastão.

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Família agradece amor por Bolaños e convida fãs para velório Familiares usaram o perfil oficial de Roberto Bolanõs no Twitter para agradecerem as mensagens de carinho e homenagens dos fãs Foto: Danilo Mejias/SBT/Divulgação

A família de Roberto Bolaños, morto na última sexta-feira (28), agradeceu as homenagens dos fãs ao criador e intérprete de Chaves e Chapolin. Eles usaram o Twitter oficial de Bolaños para isso. "Em nome da família, obrigada por tanto amor. Esperamos vocês amanhã no estádio Azteca a partir das 12h para nos desperdirmos dele. Famílkia Gómez", escreveram.

O corpo do humorista será velado no próximo domingo (30) no Estádio Azteca, na Cidade do México. A rede de TV Televisa publicou a informação e fez um pedido aos fãs: "levem uma flor branca". Roberto Gomez Bolaños morreu aos 85 anos em sua casa em Cancún, no México, devido ao seu estado delicado de saúde.

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