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Edição 59
Ano 2016j1
Revista
Só
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2
Justiça
Amor
Caridade
Ajude acabar com a VIOLÊNCIA.
Amor Índice:
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Caridade
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3 06:
Edição crítica de „Minha luta‟
10:
Sob pressão internacional, Câmara aprova lei
15:
Lindas Pinturas Mostram a Beleza da Chuva
22:
Começa a operação do „homem árvore‟.
28:
Linha-dura sofre dura derrota
30:
Ciganos: entre o ódio e o políticamente correto.
37:
Chakra Amor / Contos e Lendas
38:
O uso do Twitter na política.
43::
O Festival de Pintura Corporal
52:
A Engrenagem do Terror
61
Estilo de Vida
69:
Caminhou e Sentiu Dores?
75:
Primeiro Mundo?
77:
Gastronomia
83:
Esportes
89:
Fatos em Foco.
94:
Humanos „modernos‟
98:
O polêmico beijo de dois deputados
99:
Caso Nisman.
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Equipe.
Fundado em 12/09/2012
Fundador Diretor Editor Chefe: José Heitor da Costa Presidente: Jaldete Vieira Garcia. Vice-presidente: José Heitor da Costa. Consultor jurídico: Robson Costa Diretor Executivo: Valberto Garcia Diretor Administrativo: Guilherme Arruda Diretor Comercial: João Carlos Junior Diretor de Contatos Publicitários: Teixeira Campos Diretora de Publicidade: Carmem Lúcia Diretora de Assuntos Culturais: Ana Cristina Leite Garcia Diretora de Projetos Gráficos e Web Designers: Bianca Rojas Diretor e Editor de Esportes: João Costa Diretor de Assuntos Internacionais: Gilmar Freitas Correspondentes internacionais: Beto Ribeiro. Rotieh Atsoc. Afonso Arruda. Penélope Mirta. Cecília Freitas. Laura Ortega. Sergio Saad. Jean Marie Repórteres: Afonso Aquino. Pinheiro Junior. Rodrigues Taú. Wanda Lacerda. Klaus Veber Colunista colaborador: Chakra Amor. Consultores: Moda / Beleza: Regina Flores. Gastronomia nacional e internacional: Sochiro Ochida Conselho Administrativo Presidente: Jaldete Vieira Garcia. Vice-Presidente: José Heitor da Costa. Diretor Executivo Valberto Garcia Diretor Administrativo: Guilherme Arruda <A revista não se responsabiliza por conceitos e opiniões emitidas por entrevistados e colaboradores, assim como pelo conteúdo de informes e anúncios publicitários.>
Editora Virtual jhcMídiaDigital. End. Avn Presidente Félix Paiva 827 Jardim Jaragua SP Paulo Capital. Cep:05265-050 Tel: 55/011. 95823.4772 Email: jhcmidiadigital@gmail.com
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Editorial. A edição de número 59 da nossa revista abre um precedente ao colocar em sua capa a foto de duas pessoas militantes politicas. A razão de dar um destaque em tal fato é que ele por mais surreal que seja neste momento não poderia ser ignorado. A América latina está assistindo a derrubada do insidioso regime comunista, ato esse provocado não só pelos movimentos sociais, mas sobre maneira, pela incompetência em governar. O sistema que se apropriou do país “Brasil”, quando se instalou encontrou uma moeda forte e sua economia firme estabilizada. Havia fartura. Não houve tempo de iniciar, implantar em grande escala, projetos sociais. O período havia expirado, vieram outros tempos. Sob o canto da sereia o povo escolheu outro regime. Então era só abrir o cofre, e distribuir para aqueles desfavorecidos. Um novo „messias surgia da noite para o dia. Não teve competência nem visão para perceber que havia necessidade de investir. Sua demagogia e incapacidade foi sustentada por longo período pela riqueza recebida. Porém um dia a realidade se apresenta sem dó e piedade. O país está quebrado. Sua economia, estagnada, a saúde, a educação ausente, a esperança além do horizonte. Aqueles que receberam benesses continuam esperando por mais. Deram o peixe, mas não ensinaram pescar. A nossa revista sempre se situou como um meio alternativo no modo de apresentar a noticia sempre se esquivando da área politica nacional, mais desta vez não foi possível ficar de fora. Uma boa leitura
José Heitor da Costa jhcMídiaDigital
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6 Edição crítica de „Minha luta‟ é objeto de desejo no mundo todo. Trinta selos tentam publicar a versão comentada do livro de Hitler, que por enquanto só sairá em inglês LUIS DONCEL / Berlim 27 FEV 2016 - 19:24 BRT
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O mundo editorial alemão sofreu uma pequena revolução no ano passado. O anúncio de Mein Kampf (Minha luta) – o livro maldito que tinha permanecido durante 70 anos fora do circuito comercial – estava prestes a ser reeditado gerou um debate acalorado. De um lado estavam os que defendiam o projeto de apresentar de forma crítica as teses que Adolf Hitler começou a escrever na prisão em Munique em 1924. Do outro lado, os que temiam que servisse de inspiração aos novos filhotes da extrema direita. A polêmica chegou ao serviço secreto alemão, que concluiu que o interesse nos círculos extremistas pela obra institucional do nazismo tinha caído nas últimas décadas.
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7 O que ninguém podia prever era a reação de leitores e editoras internacionais. Passados quase dois meses de sua chegada às prateleiras, por 59 euros, pode-se dizer que os resultados são espetaculares.
HISTÓRIA DE UM LIVRO MALDITO Em 18 de julho de 1925 é publicado o primeiro volume de Minha Luta, escrito por Adolf Hitler na prisão em Munique. Um ano mais tarde aparece o segundo. Durante a ditadura nazista (1933-1945) torna-se livro de culto, de estudo nas escolas e chega a ser dado como presente de casamento pelas repartições públicas. Até 1945 serão impressos 12 milhões de exemplares.
Depois da derrota alemã e da morte de Hitler, o Estado da Baviera assume os direitos autorais. Apesar de o livro não estar oficialmente proibido, as autoridades não concedem permissão para sua publicação, mas é fácil conseguir em livrarias de segunda mão e pela Internet.
Os direitos autorais expiram em 2016. O Instituto de História Contemporânea de Munique-Berlim edita uma versão crítica com 3.500 notas que contextualizam o texto que serviu de base ideológica para o nazismo. O Instituto de História Contemporânea de Munique-Berlim – o centro de pesquisa responsável pela minuciosa edição com 3.500 notas que explicam, relativizam ou simplesmente desmentem as teses do líder nazista – recebeu nas últimas semanas uma avalanche de pedidos de editoras internacionais desejosas de publicar a obra em seus países.
Várias editoras espanholas também tentaram, como confirma ao EL PAÍS a instituição alemã. Mas após receber uma trintena de pedidos – alguns de países tão distantes como Coreia, China e Japão – o instituto prefere, por enquanto, permitir apenas uma edição em inglês. jhcMídiaDigital
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8 “Não temos condições de assumir o trabalho que seria garantir que todas as traduções sejam feitas com nossos padrões científicos. Cada país, além do mais, tem suas particularidades. Não são necessárias as mesmas explicações para um leitor coreano que para um europeu, por exemplo” assegura uma porta-voz do instituto. Dada a complexidade do projeto, os historiadores alemães preferem, por enquanto, concentrar-se unicamente na versão inglesa. Não há nada acertado com as editoras interessadas, mas os pesquisadores do instituto acreditam que o trabalho poderia se alongar este ano para que a nova versão chegue ao mercado de língua inglesa em 2017.
O livro, que até 1945 teve 12 milhões de exemplares impressos, sobreviveu nos últimos anos graças a edições antigas, à Internet ou à surpreendente popularidade em países como a Índia. É agora, depois de expirarem os direitos de autorais que estavam nas mãos do Estado alemão da Baviera, que se torna evidente o interesse na Europa.
Além do projeto alemão, a editora francesa Fayard anunciou no ano passado sua própria versão de Minha Luta, que também contaria com notas para contextualizar um texto publicado na França em 1934. A edição, acompanhada por um breve aviso do conteúdo das páginas, era a única disponível até agora no mercado francês. Perfil do comprador Ao mesmo tempo, muitos na Alemanha se perguntam sobre o sucesso do livro que serviu para acender a chama do ódio e a violência por todo mundo. Depois de subir nas listas de vendas, o calhamaço de 2.000 páginas se esgotou em todas as lojas. O perfil do comprador, entretanto, não corresponde ao do simpatizante hitleriano, mas ao de pesquisadores ou pessoas
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9 interessadas em história, dizem os responsáveis pela edição. Depois de serem distribuídos às livrarias 24.000 exemplares, já foram encomendadas novas impressões. “O grande interesse suscitado pelo Mein Kampf está relacionado a sua aura de mistério, especialmente depois de a Baviera fazer todo o possível para evitar sua reprodução. E esse grande interesse tem feito com que os editores não produzam uma obra destinada somente aos especialistas, mas procurem um público mais amplo”, dizia há algumas semanas na rádio pública alemã o historiador e biógrafo de Hitler, Peter Longerich.
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10 Sob pressão internacional, Câmara aprova lei que tipifica o terrorismo. Proximidade das Olimpíadas e acordo com G-20 fez o projeto ter tramitação rápida. Para ONGs, proposta conhecida como 'Lei antiterrorismo' criminaliza os movimentos sociais. A Câmara dos deputados cedeu à pressão de organismos internacionais e aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo no Brasil. A proposição tinha o apoio oficial do G20 (o grupo das 20 maiores economias do mundo), e, extraoficialmente, do Comitê Olímpico Internacional, que queria a ampliação de uma segurança legal para eventuais delitos ocorridos durante a realização dos Jogos Olímpicos neste ano no Rio de Janeiro. O projeto aprovado agora segue para a sanção da presidenta Dilma Rousseff(PT), que pode vetar alguns dos artigos ou sancioná-lo na íntegra. Pela proposta, o terrorismo é tipificado como a prática, por um ou mais indivíduos, de atos por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça,
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11 cor, etnia ou religião, com a finalidade de provocar terror social ou generalizado, expondo a perigo pessoa, patrimônio, a paz pública ou a incolumidade pública. As punições para ações desta natureza variam de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado. Devido ao interesse internacional, a proposta teve uma tramitação célere no Congresso, algo incomum no Legislativo brasileiro. Enviado pelos ministérios da Justiça e da Fazenda em junho do ano passado o projeto foi aprovado na sua primeira votação em agosto na Câmara e em novembro, no Senado. Pouco mais de oito meses após sua elaboração, foi aprovado na votação definitiva nesta quarta-feira. Em uma rápida busca nas propostas legislativas em tramitação, encontra-se outros 16 projetos que tratam de terrorismo e que jamais entraram em discussão nos plenários da Câmara ou do Senado. O mais antigo deles é de 2002. A reclamação dos movimentos sociais é que se não havia consenso em projetos tão antigos, por qual razão houve uma aprovação tão rápida pelos legisladores?
Uma das respostas pode ser encontrada na justificativa apresentadas pelo Governo Dilma Rousseff (PT) quando enviou a proposta para a Câmara. Em um dos tópicos de sua argumentação, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Joaquim Levy (que era da Fazenda na época) dizem que o país precisava cumprir um acordo internacional firmado com o Grupo de Ação Financeira (GAFI). Esse organismo é vinculado ao G20 e foi criado em 1989 com objetivo de definir padrões e implementar medidas legais para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, entre outras práticas delituosas.
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12 “Importamos o terrorismo para o Brasil. Estamos tratando de um crime que não temos”, reclamou o deputado Ivan Valente, o líder do PSOL na Câmara. Na visão dele e de outros estudiosos do assunto, todos os delitos previstos no projeto aprovado já estavam caracterizados no Código Penal brasileiro, como lesões corporais, danos a patrimônios ou tentativas de homicídio. “Se já temos na atual legislação, não há necessidade de criar uma nova lei”, reclamou o diretor-executivo do Instituto Pro Bono, Marcos Fuchs. Criminalização dos movimentos Por votação simbólica, os deputados derrubaram as modificações feita pelos senadores na proposta inicial e mantiveram um ponto que tenta garantir que as manifestações políticas ou sociais não serão punidas pela nova legislação. Ainda assim, parte de organizações não governamentais que atuam na área de direitos humanos reclamou da aprovação do projeto e disse que ele criminaliza os movimentos sociais.
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“Se um manifestante for detido em um protesto e indiciado por ato de terrorismo ele terá de provar que é inocente durante o processo. Essa salvaguarda prevista no projeto, na prática, não resultará em nada. Até o fim da ação ele será visto como um terrorista, não como um ativista social, por exemplo”, analisou o coordenador do programa de Justiça da ONG Conectas Direitos Humanos, Rafael Custódio.
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Na visão de um grupo de 42 ONGs que acompanharam as discussões iniciais do projeto de lei, a proposta é inconstitucional porque fere a liberdade de manifestação, expressão e associação e vai contra o princípio da legalidade estrita, que diz que todas as leis penais devem ser de fácil compreensão do cidadão. “É um texto subjetivo que deixa em aberta várias questões. Além de que houve um açodamento em seu debate. Muda-se uma série de crimes e nada é discutido com a sociedade”, reclamou Custódio. Esse coletivo de organizações deverá se reunir nos próximos dias para discutir se recorrem a outros organismos jurídicos, como o Supremo Tribunal Federal (STF) ou a Corte Interamericana de Direitos Humanos, para tentar suspender seus efeitos. Outra possibilidade é tentar pressionar a presidenta Rousseff para que ela vete ao menos três artigos polêmicos: o que classifica o ataque a prédios públicos e particulares como ação terrorista; o que penaliza os atos preparatórios para uma atividade terrorista e; o que trata da apologia ao terrorismo.
Conforme a proposta, o crime de terrorismo será investigado pela Polícia Federal, que teria cooperações internacionais com outras polícias, e julgado pela Justiça Federal.
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15 Lindas Pinturas Mostram a Beleza da Chuva Penélope Mirta / jhcMídiaDigital
Jeff Rowland é um pintor inglês que cria uma atmosfera única em dias de chuva. As pinturas são lindas e cativantes, envoltas em um clima de romance e até um certo mistério. Sua maior inspiração é o cinema. Uma de suas fontes inspiradoras é o filme As Pontes de Madison, de 1995, dirigido por Clint Eastwood, que conta uma linda história de amor inesperado entre um homem e uma mulher, ambos na meia-idade. O filme começa com lindas imagens ensolaradas, mas, quando o relacionamento termina, surgem imagens de chuva, mostrando que tudo acabou. O artista fica completamente envolto enquanto pinta. Ele compara a pintura à leitura de um livro: quando você o lê, fica completamente envolto pela história e esquece onde está. Além do cinema, sua inspiração também está nas ruas, principalmente em dias chuvosos. Cada rua, cada esquina, café ou restaurante podem ser fontes de inspiração para o seu trabalho. Jeff Rowland é um artista autônomo e tem atuado como pintor profissional desde 1984. No início da carreira, ele trabalhou com diversas formas de arte, com gravuras em vidro, desenhos e outros tipos de pintura, mas a pintura a óleo é o seu forte. Abaixo você confere o lindo trabalho deste ótimo artista britânico. Depois de conferir essas imagens, você verá os dias chuvosos com outro olhar, certamente um olhar de encanto e beleza.
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16 Aqui um casal se abraça na chuva. Estão se reencontrando ou se despedindo?
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17 A lua cheia e a chuva acompanham o passeio deste casal.
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18 Um casal se despede na estação de trem em um dia chuvoso.
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19 Quando a chuva vira neve, o cenário fica ainda mais lindo e romântico.
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20 Um casal sobre a ponte admira a beleza das árvores, acompanhados pela chuva. Maravilhoso.
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21 Chuva e lindas árvores no outono acompanham este casal.
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22 Começa a operação do „homem árvore‟. Hospital de Bangladesh inicia cirurgia para devolver a mobilidade a Abul Bajadam.
ZIGOR ALDAMA / Dacca / jhcM
Abul Bajandar quer abraçar sua filha. Nunca pôde abraçá-la desde que a menina nasceu há três anos, e se não fosse por um complexo procedimento cirúrgico custeado pelo governo de Bangladesh, não poderia nunca abraçá-la. A razão está na epidermodisplasia verruciforme que Bajandar começou a sofrer há uma década, quando tinha 15 anos. Ele se tornou o terceiro caso conhecido no mundo, e logo descobriu que sua vida iria se tornar um drama. "As verrugas começaram a sair no pé direito. No começo não dei muita importância, mas começaram a ganhar tamanho e se reproduziram em um joelho. Então eu me preocupei", lembra no quarto que ocupa no Hospital Universitário da capital de Bangladesh, Dacca.
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23 Halima arregaça a manga da camisa de seu marido, que não pode fazer praticamente nada sem ajuda. Ele deseja sentir o toque de sua filha de três anos. Z.A. Aos poucos essa pele endurecida e ocre foi comendo os pés e as mãos. No fim, Bajandar perdeu a mobilidade nos dedos e ganhou o apelido de homem árvore no pequeno povoado de Pai Gasa, localizada no distrito de Khulna, no sul. A razão para essa alcunha que não o anima em nada salta à vista: as verrugas cobriram suas mãos quase que por completo e se estenderam até ficarem parecidas com as raízes de uma árvore. Pesam seis quilos e dificultam demais a vida dele. Só levantar já é um calvário. Seus pés tiveram melhor sorte e Bajandar pode andar, mas não sem dificuldade. Para tudo mais precisa de ajuda. "No começo fui a um curandeiro que me receitou remédios homeopáticos, mas não tiveram resultado. Então, como não podia trabalhar e na minha família só o meu pai está empregado -é motorista de um triciclo motorizado que serve como táxi-, eu tive que começar a mendigar para buscar tratamento". Procedente de uma família humilde, em que só entram 3.000 takas (156 reais) por mês, Bajandar soube que sua doença necessitava de uma assistência médica mais avançada. Então decidiu aproveitar a curiosidade que suas raízes causavam e
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Foto: / Z.A
começou a viajar para a Índia com os ganhos. "Lá eu fiquei tomando medicação prescrita por um médico por três anos". Um período em que as verrugas não pararam de crescer. Abul Bajandar é o terceiro caso conhecido do mundo de epidermodisplasia verruciforme, que começou a sofrer há uma década, quando tinha 15 anos. Dessa forma, não é surpreendente que Bajandar, em um acesso de desespero, tenha tentado cortá-las por sua própria conta. "Me frustrei muito um dia em que eu não consegui vestir minha camisa. E como não tenho sensibilidade nas verrugas, achei que seria capaz de cortá-las por minha própria conta". Mas então descobriu que sentia dor "mais para dentro", e não pôde continuar com sua própria amputação. "No fim, o médico me disse que a única saída era a cirurgia, um processo que não poderia pagar nem vivendo várias vidas. Só me confortava o jhcMídiaDigital
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25 fato de que as verrugas não se espalhavam para outras partes do corpo, mas a cada dia eu olhava no espelho com medo de ver uma no rosto".
Felizmente, nem tudo foi negativo na vida de Bajandar. Mesmo depois de sofrer sua estranha doença. De fato, quando as verrugas já tinham o transformado em chacota das pessoas, e em objeto de pesadelos das crianças, Bajandar conheceu Halima. "No começo eu admito que senti pena dele. Talvez isso me levou a ter certa amizade, mas a verdade é que, no final, nos apaixonamos", diz ela, sentada ao lado dele e sempre atenta ao que precisam tanto ele como sua filha. Em um país onde a maioria dos casamentos é arranjada, o de Abul e Halima foi por amor e tem resistido "ao que muitos nunca seriam capazes de suportar".
Vindo de uma família humilde em que só entram 3.000 takas (156 reais) por mês, Bajandar soube que sua doença exigia uma assistência médica mais avançada
E também recebeu carinho do povo de Bangladesh. Na verdade, centenas de pessoas o visitam todos os dias no hospital, onde seu quarto é guardado por dois policiais que apenas regulam o tráfego. Ainda que alguns só queiram tirar uma selfie mórbida com ele, e surpreende que Bajandar tenha uma paciência infinita para dar um sorriso e levantar as mãos, a maioria vai até o hospital para lhe desejar sorte e afirmar que vai rezar a Alá por sua pronta recuperação. Agora, depois que o Governo decidiu assumir o seu caso, começa uma nova etapa, cujo resultado é incerto. "Estou um pouco nervoso sobre o que pode acontecer, porque neste sábado vou ser operado pela primeira vez", diz Bajandar.
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O médico Samanto Lal Sen mostra uma radiografia das mão de Bajandar: “Não é fácil lidar com os dedos, e temos que ter cuidado para não danificá-los” O médico Samanto Lal Sen mostra uma radiografia das mão de Bajandar: “Não é fácil lidar com os dedos, e temos que ter cuidado para não danificá-los” Z.A. O conselho de nove médicos especialistas que o hospital criou para determinar o que fazer no caso dele também não está totalmente cheio de confiança. "O primeiro passo consiste em tentar liberar o polegar e o indicador de uma mão, que são responsáveis por 60% de todos os movimentos que fazemos. Também são os menos afetados e nos ajudarão a ver melhor qual é a situação e decidir quais passos devemos dar", diz o chefe do conselho, doutor Samanto Lal Sen, apontando para uma radiografia das mãos de Bajandar. "Não é tão fácil lidar com os dedos, e temos de ter muito cuidado para não danificálos". Assim, as operações vão levar cerca de seis meses, aos quais se somarão outros vários meses de fisioterapia. "Ele só usou as mãos por dez anos, de forma que seus dedos estão completamente atrofiados".
"No fim, o médico me disse que a única solução era a cirurgia, um processo que não poderia pagar nem vivendo várias vidas "
Em todo caso, os médicos dizem que sua intenção é dar um passo adiante. "Não basta remover as verrugas e conseguir que recupere a mobilidade, porque no resto dos casos estudados elas voltaram a aparecer. Temos de tentar descobrir o que causa a doença, que será o passo inicial de um projeto de cura permanente", diz Sen. E todos sabem que, se os médicos conseguirem, será um grande sucesso para o setor da saúde em jhcMídiaDigital
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27 Bangladesh, um país em desenvolvimento no qual basta dar uma volta pelo Hospital Universitário, onde Bajandar está há um mês, para perceber as graves carências médicas: as camas dos pacientes lotam quartos e corredores, familiares se espalham pelo chão, os medicamentos são escassos, e os médicos não dão conta da demanda. "Temos que averiguar qual é a causa da doença, o que será o passo inicial no projeto de uma cura permanente "
DOUTOR SAMANTO LAL SEN A esse respeito, Bajandar teve sorte. Ele tem um quarto para ele e sua família, já que a imprensa local está cobrindo amplamente o caso, e recebe grande atenção médica. "No momento temos três hipóteses sobre a razão do que ele tem, mas nenhuma é conclusiva: poderia ser genético, mas ninguém na sua família tem; poderia ser uma doença de pele rara, mas sua raridade é assustadora; e poderia ser um vírus", afirma Sen. Coloca particular ênfase na última possibilidade, já que há alguns dias o médico fez uma revelação curiosa: "Encontramos uma vaca que tem o mesmo problema". Poderia ser um vírus animal que raramente sofre mutação para afetar os seres humanos? De qualquer forma, a verdade é que Bajandar já começou a contagem regressiva para voltar a ver suas mãos. Em seu riso nervoso fica evidente algum receio, compartilhado também pela mulher, mas a esperança é muito mais poderosa. E ele está mais perto de realizar um sonho que repete uma vez atrás da outra, sempre que uma câmera é apontada para ele. "O que eu quero é abraçar minha filha, senti-la com as mãos".1
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28 Linha-dura sofre dura derrota na primeira eleição após acordo nuclear no Irã. Maioria no Parlamento e na Assembleia dos Especialistas foi obtida por candidatos reformistas e moderados, pró-acordo.
ASSOCIATED PRESS/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Presidente do Irã, Hassan Rouhani vota na eleição parlamentar em Teerã, na sexta-feira (26) Candidatos reformistas e moderados obtiveram a maioria das vagas no Parlamento e na Assembleia dos Especialistas, o principal órgão clerical do Irã. O resultado representa uma importante derrota para a linha-dura nas primeiras eleições realizadas desde o acordo nuclear entre Teerã e as potências internacionais – que levou à retirada de sanções contra o país.
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29 A disputa nas urnas mostrou que os reformistas, favoráveis à expansão das liberdades sociais e do engajamento no diálogo com o Ocidente, conseguiram pelo menos 85 cadeiras. Os conservadores mais moderados, que apoiaram o acordo nuclear, obtiveram 73 postos, dando a esses dois campos a maioria no Parlamento de 290 cadeiras. A linha-dura, contrária ao acordo, obteve 68 vagas, abaixo das 100 do atual Parlamento. Cinco cadeiras foram para minorias religiosas e as outras 59 serão decididas em um segundo turno, provavelmente em abril. O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, disse que 62% dos eleitores registrados compareceram para votar. Os moderados obtiveram 59% dos postos na Assembleia dos Especialistas, órgão com 88 integrantes que terá como atribuição eleger em algum momento o sucessor do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do país. O presidente Hassan Rouhani e o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, ambos considerados moderados, mantiveram suas cadeiras no Parlamento.
VAHID SALEMI/ASSOCIATED PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Mulheres votam em Teerã nas eleições parlamentares iranianas, realizada na semana passada
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30 Ciganos: entre o ódio e o políticamente correto. Octopus / jhcMídiDigital
Odiados e perseguidos durante a história recente, os ciganos são frequentemente abordados pelos meios de comunicação social com "pinças" para não ferir suscetibilidade.
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Histórias, regras, mistérios, exclusão e auto-exclusão, um retrato da comunidade cigana em Portugal.
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Origem cigana. Os ciganos, conta uma lenda, no passado teriam tido um rei, numa cidade maravilhosa na Índia, chamado Sind. O povo era muito feliz até que foram expulsados pelos muçulmanos. Desde então foram obrigados a emigrarem de um país para o outro, tornando-se nômades. Chegarem à Europa na idade média, constituído a maior minoria étnica desse continente, mas também a mais perseguida, vítima de preconceitos, discriminação e maltrato. Historicamente, os estereótipos negativos são consequência do passado, dadas as profissões que desempenhavam. Na idade média eram associados a ocupações mal vistas pela sociedade, como músicos (diversão), adivinhos (morte) ou ferreiros (lixo). Uma das lendas populares associavam os ciganos (ferreiros) aos que tinham fabricado os pregos colocados em jesus na cruz e que os teria amaldiçoado condenando-os ao nomadismo.
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32 Estes foram então excluídos e obrigados a uma união forte para sobreviverem.
Existem várias etnias ciganas. Os ciganos não são uma etnia uniforme, existem na realidade várias etnias: os Rom, os Manouche, os Sinte, os Kale e os Gitanos. Estas etnias, por sua vez, dividem-se em: Kalderasha, Lovara, Tchourara, Valshike, Sinte (francês), Galshkene, Sinte (alemão), Piemontesi, Sinte (italiano), Prajshtike, Sinte (prússio), Catalan e Andalou. As línguas faladas, além da adaptação local, também são muito diferentes: Romani, Sinto ou Kalo. Cada uma com os seus dialetos: Kalderash, Lovari, Thourari, Manouche, Sinto piemontêz, Sinto prussiano ou Calo. Calcula-se que existam em Portugal cerca de 50 000 ciganos. A Roménia tem a maior comunidade: perto de 2 milhões. Vem depois a Bulgária com 750 000, Espanha com 700 000, Hungria com 600 000, Sérvia com 400 000, Eslováquia com 400 000, Turquia com 350 000, França com 300 000, Macedónia com 250 000 e a República Checa com 200 000. jhcMídiaDigital
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33 Discriminação positiva dos ciganos em Portugal. Contrariamente ao que se possa pensar, existe uma discriminação positiva em Portugal em relação aos ciganos, medidas estas que parecem socialmente injusta em relação aos outros cidadãos: A grande maioria dos ciganos, em Portugal, são feirantes. A grande maioria não paga impostos, não têm atividade declarada e a grande maioria, apesar de conduzir carrinhas de mercadoria, não têm carta de condução. Mais de metade dos ciganos, em Portugal, recebe o "rendimento mínimo garantido", além de subsídios de outras instituições, como a igreja católica. Os bairros construídos para o efeito não contribuiu para a sua integração. Estes locais transformaram-se em "ilhas" de violência, tendo os imóveis atribuídos sido sujeitos a degradação e vandalismo. A quase totalidade desses ciganos recusam-se a pagar rendas (simbólicas), mas também água ou eletricidade. - A comunidade cigana representa uma percentagem elevada da população prisional. O crime organizado é pratica comum na população cigana, sendo o roubo ou trafico de armas prática comum. De salientar que a prostituição é condenada por certas etnias ciganas, assim como condenam a homossexualidade. Os ciganos nunca estiveram interessados em integrarem-se nos países de acolhimento, tem as suas próprias regras, a sua própria justiça.
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Uma comunidade com regras estritas. - Não cobiçar a mulher de um outro cigano, - Não ter relações sexuais com uma virgem, a não ser para casar, - Não trair um outro cigano, - Não fazer mal a uma criança, - Cuidar dos mais velhos, - Render homenagem aos seus mortos, - Ser solidário com os membros da família, - Respeitar as sentenças dos mais velhos.
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Na comunidade cigana, a mulher não trabalha, deve ocupar-se dos filhos e da casa. A maioria dos ciganos tem um nível de escolaridade muito baixa. A escola não faz parte das prioridades. Quando se trata das suas filhas, os ciganos têm medo que elas se liguem a um "gajo".
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36 As mulheres subjugadas à comunidade As mulheres devem ocuparem-se dos filhos e da casa, enquanto os homens ocupam-se do resto. O rapazes são a coisa mais importante, são eles que vão ter a sucessão dos seus país. Casada, a mulher fica dependente do marido. Os país irão ter sempre autoridade sobre os seus filhos, casados ou não, com 20, 30 ou 40 anos Os país do noivo devem oferecer um dote aos país da noiva, que pode ser muito caro. Os casamentos são combinados para reforçar os laços de clãs, os rapazes casam muito novos, e as raparigas por vezes com 14 anos. Na cultura cigana, o clã tem a primazia sobre o por um dos membros implica todo esse clã, assim como qualquer ato valorizado irá prestigiar esse mesmo clã, indivíduo ou a família, qualquer falta cometida. A solidariedade é portanto um valor fundamental que é fonte de segurança e coesão social, a sanção mais grave é a exclusão do grupo.
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37 Chakra Amor / Contos e Lendas Chakra Amor é filosofo poeta pensador artista plástico
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A história das moscas Parte 1 Contam que, certa vez, duas moscas caíram num copo de leite. A primeira era forte e valente, assim logo ao cair, nadou até a borda do copo, mas como a superfície era muito lisa e ela tinha suas asas molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e de se debater, e afundou… Sua companheira de infortúnio, apesar de não ser tão forte, era tenaz e, por isso, continuou a se debater, a se debater por tanto tempo que, aos poucos, o leite ao redor, com toda aquela agitação, foi se transformando e formou um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca tenaz conseguiu, com muito esforço, subir e dali levantar vôo para algum lugar seguro. Durante anos, ouvimos esta primeira parte da história como um elogio à persistência que, sem dúvida, é uma habilidade que nos leva ao sucesso. Parte 2 Tempos depois a mosca tenaz, por descuido ou acidente caiu no copo. Começou a se debater, na esperança de que no devido tempo, se salvaria. Outra mosca passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: – Tem um canudo ali, nade até lá e suba pelo canudo! A mosca tenaz não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso, e continuou a se debater, até que, exausta afundou no copo cheio de água. “Quantos de nós, baseados em experiências anteriores, deixamos de notar as mudanças no ambiente e ficamos nos esforçando para alcançar os resultados esperados até que afundamos na nossa própria falta de visão.” *******
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38 O uso do Twitter na política. Jonatas Ribeiro jhcMídiaDigital
Toda e qualquer sociedade é marcada por muitas transformações. A partir de novas tecnologias de comunicação, o ser humano vem tendo seus sentidos estimulados e sua relação com o outro tem sido alterada. Nesse período tem havido uma maior construção de conhecimentos o que possibilita um novo modo de pensar, novas experiências e uma organização de poder mais apurada e democrática, em que grupos minoritários impõem seus discursos, gerando fragmentações de poder. A internet possibilita múltiplos sentidos e interpretações, o que gera infinidades de perspectivas sobre um mesmo assunto. São nas redes sociais que pessoas escrevem análises, pensamentos, críticas, dentre outras formas de linguagem, que servem como distribuidores de conselhos e informações relevantes para toda sociedade. Atualmente o número de pessoas que estão em cargos de decisão no governo e pessoas que almejam esses cargos, utiliza dessas ferramentas para manter um contato mais direto com seu eleitor, principalmente a geração mais jovem. Hoje em dia o Brasil é considerado o país mais sociável de toda a internet e do mundo, segundo informações dadas pela revista Época do dia 31 de maio de 2010. A média de amigos virtuais no país é de 365 pessoas por usuário, já em outros lugares do mundo de somente 195. Nessa participação, estão incluídos indivíduos de todas as classes sociais que utilizam a internet, seja por intermédio da lan house de seu bairro, da escola ou da casa de um amigo, e o primeiro contato com a internet tem sido por meio das redes sociais.
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39 Nas redes sociais pode-se observar uma nova forma de dialogismo, socialização e interação em que há uma revelação das verdadeiras formas de linguagens. “Dessa maneira, poderíamos afirmar que a essência da concepção dialógica da linguagem funda-se na percepção e no permanente contraste entre eu/outro, no encontro das diferentes maneiras de ser. Por isso, a língua não pode ser um construto interno que emana do ser nem tampouco um sistema cujas leis de funcionamento independem os indivíduos.”, afirma a professora Ariadne Jacques em sua dissertação de mestrado Concepções de linguagem: uma opção política. Com o slogan "What's happening?", ou seja, "O que está acontecendo?" o Twitter é um gênero de rede social, com características de microblogging, uma forma de publicação que permite aos usuários fazerem atualizações breves, em forma de texto e publicá-las para que sejam vistas publicamente. Uma rede que serve de exemplo para entender o que o círculo de Bakhtin diz sobre um sujeito produtor de linguagem, de enunciados e de discursos. Com um passarinho azul em seu logotipo, o Twitter foi desenvolvido por Evan Williams, Biz Stone e Jack Dorsey e lançado no ano de 2006, nos Estados Unidos. Essa rede social com servidor para microblogging permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos. Essas atualizações são exibidas no perfil de um usuário em tempo real e também enviadas para outros usuários, que se tornam seguidores e tem a possibilidade de respondê-las e travando um diálogo. A idéia original de criação do Twitter nasceu em 1997, quando Jack Dorsey se inspirou no trabalho que fazia para tornar esse serviço tão simples que o usuário não pensasse no que estava fazendo, bastava apenas digitar algo, e enviar. Desde sua criação ganhou extensa notabilidade, utilizado por milhões de pessoas tem grande popularidade por todo mundo, tendo como jhcMídiaDigital
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40 maiores utilizadores “os ingleses, irlandeses, americanos, brasileiros, canadenses, australianos, portugueses e holandeses”, segundo o blog Mundo das Marcas. Segundo dados da revista Época o principal grupo da rede são jovens de 18 a 24 anos, executivos, blogueiros, pessoas da área de Comunicação e Marketing. O microblogging cresce no mundo inteiro e o Brasil já está com média de 9,8 milhões de usuários, 27% do total de usuários da rede. É uma forma bem clara de dialogismo, pelo modo que o usuário pode dizer e ainda ver o que os outros têm a dizer sobre o que foi escrito, responder e replicar uma determinada mensagem de um usuário para a lista de seguidores, dando crédito a seu autor original, uma forma pregada pelos pensadores do círculo bakhtiniano. O Twitter mostrou-se inovador com simplicidade, capaz de agilizar processos e reduzir custos. Além de ser eficiente na velocidade de informar e na capacidade de difundir conteúdo, propagando com rapidez o conhecimento. É utilizado como meio de divulgação de campanhas sociais e também como grande transmissor de fatos não previstos. Um grande exemplo de fatos transmitidos por meio do Twitter foi o desastre ocorrido em abril de 2010, no Rio de Janeiro, onde um temporal alagou diversas partes da cidade e através do Twitter foi capaz de orientar a população usuária do mesmo na volta para casa na maior segurança possível. Outro exemplo foi durante o Apagão elétrico de 2009, as primeiras informações das regiões atingidas pelo blecaute foi fornecida através dos usuários do microblogging, por meio de postagens via celular, e lida por emissoras de rádio que faziam plantão naquele momento. A ferramenta também esteve presente no debate político e na movimentação da oposição durante as eleições presidenciais no Irã em 2009. E teve grande destaque na campanha presidencial de Obama. Foi nessa rede que o presidente dos
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41 Estados Unidos, Barack Obama, se tornou o político mais influente dos últimos tempos, segundo dados do site Vote Brasil. Sua influência se deu não apenas pelo número de seguidores, mas também pelas atividades executadas por Obama, que teve uma ligação muito direta com seus seguidores. Obama antes de despontar nas redes era um simples senador desconhecido do grande público e venceu a presidência norteamericana quebrando tabus, utilizando as principais redes sociais da internet para aumentar sua popularidade. Foi esse o exemplo que os velhos e novos políticos, principalmente da cena brasileira, tomaram por espelho, vendo tal meio como forma de estratégia eleitoral. Tudo isso porque a internet tem possibilitado a formação de novas formas de interação, organização e atividades sociais, graças as suas características básicas, como o uso e o acesso difundido. Essas redes têm criado uma nova forma de socialização e interação, mostrando que atendem aos diversos indivíduos, desde as estruturas familiares até o nível dos países, permitindo analisar a forma como as organizações desenvolvem a sua atividade. A Internet fez a diferença na eleição presidencial dos Estados Unidos e o site Vote Brasil mostra uma tabela de como os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) estão se relacionando com as redes sociais. No Twitter, que é nosso objeto de estudo, o tucano tem quase cinco vezes mais seguidores do que a petista. Serra tem 218.300 pessoas que acompanham suas mensagens. Já Dilma conta com 45.207 um número que pode ser alterado rapidamente, visto que Dilma Rousseff conta com os trabalhos de Scott Goodstein, Joe Raspars e Andrew Paryze, que trabalharam para Obama com a meta de manter e elevar a agressividade online e também com o militante do software livre Marcelo Branco. Já José Serra tem deixado nas mãos de Eduardo Graeff a tarefa de fazê-lo dominar jhcMídiaDigital
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42 a campanha virtual. A interatividade com o eleitor e internauta, que a rede permite, é um dos fatores que atualmente muitos políticos têm buscado. Não há política que não passe pela linguagem e a linguagem não é apenas um meio, mas um instrumento capaz de transmitir ao destinatário uma determinada mensagem, já pregava o círculo bakhtiniano. Portanto é necessário atentar para o fato de que o que se diz não tem volta e logo se difunde. No Twitter a palavra se reproduz com uma velocidade ainda maior através dos retweets.
Bibliografia:
• Jacques, Ariadne. Concepções de linguagem: uma opção política. Dissertação de mestrado. Rio de Janeiro, UFRJ, 2000. • Revista Época – 31 de maio de 2010 – N° 628 • Sites: Consultados no dia 08 de Junho de 2010 http://mundodasmarcas.blogspot.com/2009/02/livraria-cultura.html http://www.webartigos.com/articles/38732/1/Twitter-na-comunicacao-e-na-midia-televisiva/pagina1.html http://www.votebrasil.com/noticia/politica/estrategia-vencedora-de-barack-obama-de-investir-em-sites-comoo-Twitter-e-espelho-para Jonatas Ribeiro
Fonte Site Conhecimento e Poder
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43 O Festival de Pintura Corporal da Áustria (adultos) Giuli Capo Maior / jhcMídiaDigital
O Festival de Pintura Corporal da Áustria possui fama internacional, sendo o evento mais importante desta categoria em nível mundial. O festival dura uma semana inteira e divide-se em duas partes: durante os primeiros 4 dias, acontecem mais de 50 oficinas de pintura corporal e, nos últimos 3 dias, realiza-se a principal atração do evento, que é uma competição entre todos os artistas. Os voluntários se transformam em seres coloridos, cobertos não apenas pelas pinturas, mas também por acessórios que, junto com música e coreografia, oferecem um maravilhoso espetáculo.
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52 A ENGRENAGEM DO TERROR Cinco conflitos entrelaçados O entusiasmo quase unânime dos líderes políticos pela “guerra” traduz um grave desconhecimento da realidade do terreno. Decidido em 2014, depois da tomada de Mossul e na emoção suscitada pelas decapitações, o engajamento militar ocidental acrescenta uma quinta camada a uma sobreposição de conflitos que inflamam o território por Pierre Conesa / Le Monde / jhcMídiaDigital
Em 1979, a Revolução Iraniana instaurava um regime político oficialmente “islâmico”, mas na realidade exclusivamente xiita. Ela revivia assim uma lenta sedimentação, na qual o conflito ancestral entre sunitas e xiitas representa a primeira camada. Quando, depois da tomada de poder em Teerã, o aiatolá Ruhollah Khomeini pediu uma gestão jhcMídiaDigital
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53 coletiva dos locais santos do islã, o desafio se mostrou insuportável para a Arábia Saudita. Um ano antes de encontrar a morte perto de Lyon, depois dos atentados de 1995 na França, o jovem jihadista Khaled Kelkal declarava ao sociólogo alemão que o interrogava: “O xiismo foi inventado pelos judeus para dividir o islã”.1 Os wahabitas sauditas têm o velho hábito de massacrar os xiitas, como testemunha desde 1802 a tomada de Kerbala (hoje no Iraque), que se traduz pela destruição de santuários e túmulos, entre eles o do imã Hussein, e o assassinato de diversos habitantes. Essa “guerra de religião” esfacela atualmente sete países da região: Afeganistão, Iraque, Síria, Paquistão, Líbano, Iêmen e Bahrein. Ela surge esporadicamente no Kuwait e na Arábia Saudita. Na Malásia, o xiismo está oficialmente banido. Na escala planetária, os atentados mais aleatórios, como os cometidos durante as peregrinações, matam dez vezes mais muçulmanos do que não muçulmanos, e os três países mais atingidos são Afeganistão, Iraque e Paquistão. A oumma, a comunidade dos crentes, que os salafistas jihadistas pretendem defender, recobre hoje um gigantesco espaço de enfrentamentos religiosos. Nesse contexto, compreendemos por que Riad mobiliza bem mais facilmente seus aviões e suas tropas contra os hutis do Iêmen, assimilados aos xiitas, do que para prestar socorro ao regime pró-xiita de Bagdá. Não entendemos por que os ocidentais deveriam tomar partido nessa guerra, e com que legitimidade. A segunda guerra é a dos curdos para se tornarem mestres de seu destino, em particular contra o Estado turco. Ela surgiu em 1923, nos escombros do Império Otomano, com o Tratado de Lausanne, que dividia o Curdistão entre os quatro países da região: Turquia, Síria, Iraque e Irã. As diversas revoltas que abalaram o Curdistão turco entre 1925 e 1939 foram todas esmagadas por Mustafa Kemal Ataturk. Desde os anos 1960, todos os levantes, na Turquia, no Iraque e no Irã, foram
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54 afogados no sangue, diante da indiferença da comunidade internacional. Desde 1984, essa guerra causou mais de 40 mil mortes na Turquia, onde 3 mil vilarejos curdos foram destruídos, com um custo estimado em cerca de US$ 84 bilhões.2 Ninguém deveria se surpreender com o fato de que Ancara tenha deixado afluir os candidatos jihadistas para as duas principais forças nas quais eles se reconhecem, a Frente AlNusra e a Organização do Estado Islâmico (OEI), já que elas combatem os curdos do Iraque e principalmente da Síria, muito próximos dos da Turquia. Principal ameaça para Ancara, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) continua classificado como grupo terrorista pela União Europeia e pelos Estados Unidos, e não pode receber ajuda militar ocidental. Único país da região a pertencer à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a ter a capacidade de modificar a situação militar no campo, a Turquia acabou por se unir à coalizão. Mas ela concentra seus meios na retomada dos enfrentamentos com o PKK e não vê com bons olhos os curdos do Iraque e da Síria que conquistam uma independência de fato. Terceira guerra em andamento: a que divide os islamitas entre si desde a Guerra do Golfo (1990-1991) e ainda mais desde as revoltas árabes. A rivalidade mais conhecida opõe a Irmandade Muçulmana, apoiada pelo Catar, e os salafistas, apoiados pela Arábia Saudita, no Egito, na Líbia e na Tunísia. Mais nova é a concorrência entre, por um lado, a Al-Qaeda e suas derivações e, por outro lado, os companheiros de Abou Bakr al-Baghdadi, o chefe da OEI. Ao longo dos primeiros meses de 2014, estes últimos sobrepujaram a Frente Al-Nusra, filial local da Al-Qaeda na Síria, ao custo de mais de 6 mil mortes.3 A proclamação do “califado” suscitou diversas passeatas. Os combatentes estrangeiros da OEI provêm de uma centena de países. Ao designar Al-Baghdadi como seu inimigo principal, os países ocidentais orientam de maneira decisiva a mobilização dos jihadistas para seu lado.
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Enfim, uma das guerras mais assassinas, que fez cerca de 250 mil mortos e milhões de refugiados, é a conduzida pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, contra todos os seus oponentes. Quinze no Iraque, cem no Iêmen A batalha à qual se entregam os ocidentais aparece como um novo episódio de uma guerra muito mais antiga, com uma autojustificativa histórica insuportável para as populações da região. Seria preciso voltar aos Acordos de Sykes-Picot e à partilha colonial da região entre a França e o Reino Unido sobre as ruínas do Império Otomano? Seria preciso retornar a Winston Churchill, então secretário de Guerra do Reino Unido, mandando destruir cidades e vilarejos curdos – bombardeados com o gás químico iperita – e matar dois terços da população da cidade curda de Souleimanye, ou reprimindo violentamente os xiitas iraquianos entre 1921 e 1925? Como esquecer a Guerra IrãIraque (1980-1988), na qual ocidentais e soviéticos apoiaram o agressor (Bagdá) e impuseram um embargo ao agredido (Teerã)? Barack Obama é o quarto presidente norte-americano a enviar bombardeiros ao Iraque, país já ferido por 23 anos de ataques militares ocidentais. Desde o fim da invasão norteamericana (2003-2011), cerca de 120 mil civis foram mortos.4 Em 2006, a revista médica The Lancet estimava o número de mortes imputadas à guerra em 655 mil, uma catástrofe demográfica se somarmos as 500 mil mortes causadas pelo embargo internacional, entre 1991 e 2002. Segundo as palavras da ex-secretária de Estado Madeleine Albright, em 12 de maio de 1996, no canal CBS, isso “valia a pena”. Hoje, por que os ocidentais intervêm contra a OEI? Para defender princípios humanistas? É possível duvidar disso quando constatamos que três países da aliança continuam a praticar a decapitação, a lapidação e a cortar as mãos dos
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56 ladrões: o Catar, os Emirados Árabes Unidos e – muito acima dos dois primeiros – a Arábia Saudita. A liberdade religiosa? Ninguém ousa exigi-la de Riad, onde um tribunal de segunda instância acaba de condenar à morte um poeta palestino por apostasia.5 Trata-se então de impedir os massacres? A opinião árabe tem dificuldade em acreditar nisso quando, dois meses após os 1,9 mil mortos pelos bombardeios israelenses em Gaza, que haviam deixado as capitais ocidentais estranhamente indiferentes, a decapitação de três ocidentais bastou para leválos a atacar o norte do Iraque. “Mil mortos em Gaza, e ninguém faz nada; três ocidentais degolados, e mandam o Exército!”, denunciava um site salafista francófono. Pelo petróleo, então? A maior parte dos combustíveis da região vai para os países da Ásia, totalmente alheios à coalizão. Para estancar o afluxo de refugiados? Mas, neste caso, como aceitar que os riquíssimos Estados do Golfo não acolham nenhum? Para proteger os “direitos humanos” defendendo a Arábia Saudita? Riad acaba de demonstrar sua concepção inovadora desses direitos ao condenar Ali al-Nimr, um jovem manifestante xiita, a ser decapitado e crucificado para que depois seu corpo fosse exposto publicamente até apodrecer.6 No plano militar, as contradições são ainda mais evidentes. Hoje, apenas os aviões ocidentais realmente bombardeiam a OEI. Os Estados Unidos empregam cerca de quatrocentos aviões, e a França, uns quarenta, dentro da operação “Chammal”, com a chegada do porta-aviões Charles de Gaulle.7 A Arábia Saudita dispõe de cerca de quatrocentos aviões de combate, mas só utiliza uns quinze no Iraque, ou seja, o mesmo que a Holanda e a Dinamarca reunidas. Por outro lado, no Iêmen, cerca de uma centena de aviões sauditas participam dos bombardeios da coalizão dos dez países árabes sunitas contra os hutis (xiitas), organizada por Riad. Dez países árabes contra os xiitas do Iêmen, cinco contra a OEI: estranho desequilíbrio! E é realmente contra os hutis que Riad mobiliza
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57 todas as suas forças, e não contra a Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA), da qual se reivindicava pertencente Cherif Kouachi, o autor dos atentados contra o Charlie Hebdo em Paris. O antigo diretor da CIA David Petraeus qualificava a organização como o “ramo mais perigoso” da nebulosa de mesmo nome, e ela tomou o controle de Aden, a segunda maior cidade do Iêmen. A partir de agora, a OEI atingiu três objetivos estratégicos. Em primeiro lugar, ela aparece como defensora dos sunitas oprimidos na Síria e no Iraque. Suas vítimas são em 90% dos casos muçulmanas. No Afeganistão, no Iraque, na Síria e no Paquistão, as vítimas dos atentados são primeiro os xiitas, depois os “maus muçulmanos” – em particular os sufis – e os representantes dos regimes árabes e, em último lugar somente, membros de minorias religiosas ou ocidentais. Além disso, a OEI conseguiu deslegitimar a Al-Qaeda e seu ramo local na Síria, a Frente Al-Nusra. Os chamados do sucessor de Osama bin Laden, Ayman al-Zawahiri, notificando Al-Baghdadi para se submeter à sua autoridade, traduzem uma impotência patética. O somatório das deserções no seio dos grupos jihadistas mostra a nova dinâmica criada pela OEI. Califa deverá desafiar a Arábia Saudita Por fim, a OEI se tornou o inimigo número um do Ocidente. Este deu início a uma “cruzada” contra ela, sem dizer esse nome, mas que pode facilmente ser apresentada como tal pelos propagandistas do jihad. A operação norte-americana “Inherent Resolve” (“Determinação Absoluta”) reúne principalmente doze países da Otan (mais a Austrália), e a aliança restabelecida com a Rússia reforçará ainda mais o caráter de “frente cristã” que a propaganda da internet sabe utilizar tão bem. Segundo uma petição on-line assinada por 53 membros do clero saudita, os ataques aéreos russos visavam “combatentes da guerra santa na Síria” que “defendem a nação muçulmana em sua
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58 totalidade”. E, se os combatentes forem vencidos, “os países do islã sunita cairão todos, uns após os outros”.8 A contraestratégia militar dos sauditas não deixa nenhuma ambiguidade no ar: ela é essencialmente orientada em sua luta contra os xiitas. Riad, como as outras capitais do Conselho de Cooperação do Golfo, não pode considerar a OEI a principal ameaça, sob pena de se ver contestada por sua própria sociedade. A intervenção militar saudita no Bahrein em 2012 visava quebrar o movimento de contestação republicano, principalmente xiita, que ameaçava a monarquia sunita dos AlKhalifa. No Iêmen, a operação “Tempestade Decisiva”, lançada em março de 2015, visava restabelecer o presidente Mansur alHadi, deposto pela rebelião huti. Evidentemente, para Riad está fora de questão enviar sua infantaria contra a OEI enquanto 150 mil homens são empregados na fronteira com o Iêmen. No entanto, o próximo objetivo da OEI deveria ser conquistar a legitimidade religiosa de seu “califa”, que se autodenominou “Ibrahim (Abrahão) al-Muminim (“comandante dos crentes”, título da época abássida) Abu Bakr (nome do primeiro califa) al-Baghdadi al-Husseini al-Quarashi (nome da tribo do Profeta)”. Uma verdadeira competição foi iniciada contra a outra potência que pretende encabeçar a oumma e representar o islã: a Arábia Saudita está sendo de agora em diante contestada no terreno. Para ganhar, Al-Baghdadi deve desafiar o “defensor dos locais santos”. Podemos então pensar que no fim, uma vez que todas as zonas xiitas forem reduzidas, o “califa” vai mirar a Arábia Saudita. Quais são as prováveis consequências para a Europa? Depois dos refugiados afegãos, iraquianos e sírios, ela deve rapidamente ver a chegada dos refugiados do Iêmen. País mais populoso do que a Síria, ele não pode evacuar seus habitantes para os países fronteiriços, todos membros da coalizão que o bombardeia. Desde 2004, a guerra já fez mais de 340 mil deslocados, dos quais 15% vivem em campos, segundo o jhcMídiaDigital
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59 Escritório de Coordenação nos Casos Humanitários das Nações Unidas. Além disso, o Iêmen acolhe 246 mil refugiados, 95% deles somalianos. Os países do Conselho de Cooperação do Golfo mostrarão o mesmo egoísmo que durante o êxodo sírio, quer dizer, nenhum lugar oferecido aos refugiados. Resta então a Europa. Compreendemos melhor por que a aliança faz uma guerra para a qual não pode fixar um objetivo estratégico claro: cada um de seus aliados está em conflito com outro. As intervenções no Iraque, na Síria, no Mali ou no Afeganistão se parecem com o tratamento de metástases; o câncer salafista tem seu lar nos países do Golfo, protegidos pelas forças ocidentais. Pode-se destruir a OEI sem reforçar outros movimentos jihadistas, o regime de Al-Assad ou Teerã? A guerra será longa e impossível de ganhar, pois nenhum dos aliados regionais enviará tropas ao solo, o que poderia ameaçar seus próprios interesses. A estratégia ocidental, fundada nos bombardeios e na formação de combatentes locais, fracassou na Síria e no Iraque, assim como no Afeganistão. E esse fracasso traduz o caráter fundamentalmente exógeno dos objetivos europeus e norteamericanos nas crises internas ao mundo árabo-muçulmano. Quanto mais o engajamento militar se acentuar, mais o risco terrorista vai aumentar, ante o enfrentamento previsível e destruidor que deveria por fim opor a OEI e a Arábia Saudita. Será que essa guerra é “nossa”?
Pierre Conesa é antigo alto-funcionário da Otan. Autor, entre outros, de Mécaniques du chaos: bushisme, prolifération et terrorisme, editora L'aube, La Tour d'Aigues, 2007.
Ilustração: Kurdishstruggle/cc
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1 Ler Akram Belkaïd, “L’obsession des complots dans le monde arabe” [A obsessão dos complôs no mundo árabe], Le Monde diplomatique, jun. 2015.
2 Ler Allan Kaval, “Les Kurdes, combien de division?” [Os curdos, quantas divisões?], Le Monde diplomatique, nov. 2014.
3 Segundo o Observatório Sírio dos Direitos do Homem, citado pelo Le Monde, 25 jun. 2014.
4 Conta estabelecida pelo site .
5 Segundo a organização Human Rights Watch, citada por Reuters, 20 nov. 2015.
6 “Un jeune de 21 ans risque la décapitation” [Um jovem de 21 anos pode ser decapitado], Anistia Internacional, Londres, 24 set. 2015.
7 Segundo o ministro da Defesa, a operação mobiliza 3,5 mil homens, 38 aviões de combate e diversos meios de logística e proteção. [“‘Chammal’: situação em 19 de novembro”]. Disponível em: .
8 “Des religieux saoudiens appellent au jihad contre Assad et ses alliés” [Religiosos sauditas chamam ao jihad contra Al-Assad e seus aliados], L’Orient Le Jour, Beirute, 6 out. 2015.
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69 Caminhou e Sentiu Dores? Faça alongamento em Casa! Afonso Arruda jhcMídiaDigital / Tudo por E-mail
Caminhar faz muito bem. É um ótimo exercício, faz bem para a saúde do corpo e da mente. Para quem não gosta de corrida, a caminhada pode ser uma boa opção de uma atividade física mais amena, pois também queima calorias, acelera o metabolismo, ativa a circulação sanguínea e melhora os níveis de estresse e ansiedade.
Exercícios após caminhada evitam dores Mas mesmo a caminhada exige um preparo do seu corpo. Às vezes podem surgir dores em algumas partes do corpo após essa atividade. Para preveni-las, separamos algumas práticas de alongamento muito simples que podem ser feitas em casa. São ótimas para relaxar, fortalecer a musculatura e acabar de ver com dores indesejáveis.
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70 Para dores nos joelhos Exercício para acabar com a dor no joelho após a caminhada
Como fazer: Deite-se de lado. Mantenha as pernas retas, mantenha o braço dobrado e apoie a cabeça sobre ele. O outro braço deve estar apoiado no chão, na frente do corpo, próximo ao peito. Faça o movimento de levantar e abaixar a perna por 30 segundos. Não precisa levantar muito alto, respeite os limites do seu corpo. Em seguida, troque de lado e repita o procedimento.
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Para dores no calcanhar Exercício para calcanhar após caminhada
Como fazer: Você vai precisar apenas de uma toalha para fazer este simples e eficaz exercício. Sente-se no chão. Mantenha a coluna bem reta. Acomode a toalha bem no meio dos pés, entre o calcanhar e os dedos. Segure as pontas com as mãos, e puxe suavemente, sem forçar, mas sinta a musculatura se estender. Mantenha essa posição por 30 segundos e você irá sentir os calcanhares mais aliviados.
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72 Para dores na coxa Exercícios para coxa após caminhada
Como fazer: Este é um ótimo exercício para praticar de manhã e é muito bom para os músculos isquiotibiais, localizados na coxa. Pode ser feito antes ou depois da caminhada e também é muito simples: mantenhase de pé com os pés levemente afastados. Dobre os braços e deixe-os sobre o peito. Em seguida, abaixe o torso até aproximadamente a altura do quadril e volte à posição normal. Repita este movimento por 15 vezes seguidas, para alongar a musculatura da coxa.
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Dores na canela podem ser evitadas com exercício
Como fazer: Este exercício também requer o auxílio de uma toalha. Pode ser de rosto. Sente em uma cadeira confortável, de forma que sua coluna fique reta e o quadril em 90 graus. Apoie o pé sobre a toalha e puxe-a com os dedos dos pés. Repita esse movimento por três vezes, com os dois pés. Mas não esqueça: fazer um alongamento antes da caminhada ou qualquer outra atividade física também é muito importante. Procure um profissional de educação física, médico ou fisioterapeuta caso os sintomas persistam. E caminhe sempre!
Fonte: prevention.com
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Livro DOSSIÊ, RRealismo Ficção e, Conhecimento Controvertido e Suposto,
Livro E-BOOK Formato CD Rom
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75 Primeiro Mundo? Giuli Capo Maior / jhcMídiaDigital.
Mil pinos com a inscrição "Posso me sentar? ' para sensibilizar os viajantes para dar lugar a futuras mães sobre os transportes públicos da cidade de Milão.. A iniciativa da Prefeitura de Milão, em colaboração com a empresa de transporte de ATM, apresentada em uma parada de bonde. Os pinos, que podem ser encontradas, desde que o ponto de ATM Duomo, Cadorna, Loreto e Garibaldi, pode ser fixado no peito por mães grávidas, para que eles devem comunicar a qualquer momento, mesmo quando o estômago ainda não é aparente, a sua grávida. "Temos certeza de que a maioria dos passageiros do transporte público está atento às necessidades das pessoas que por várias razões precisam viajar mais do que outras sessões - salientou os vereadores para Wellness and the City Transporte Milão, Chiara Bisconti e Pierfrancesco Maran pinos, no entanto, pode servir para chamar a atenção, jhcMídiaDigital
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76 especialmente quando o estado ainda não é a gravidez clara para isso estamos orgulhosos desta iniciativa, que quer aumentar a consciência sobre a importância de uma ação pequena diária e apoiar as mulheres em um belo momento. às vezes delicada, de suas vidas. " Co m eles, mesmo Francesca Marra, que emprestou seu rosto para a campanha.
Aqui no Brasil existe lei que permite o acesso de idosos acima de 65 anos , grávidas, e portadores de necessidades com lugares reservados nos transportes coletivos.
Grávidas, mulheres com criança de colo, obesos, idosos e pessoas com deficiência física passam a ter prioridade na ocupação dos lugares, Esperamos que está iniciativa na cidade de Milão obtenha sucesso, e não fiquem restritas apenas as mulheres grávidas e assim como é realizado no Brasil, outros seguimentos sejam incluídos.
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Consultor nacional e internacional: Sochiro Ochida
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79 Sugestão da semana Arroz de forno com bacalhau, pimentão e brócolis.
Por Fabiana Badra, foodstylist
60 minutos / Porções: 4
INGREDIENTES
1 cebola pequena picada 200 g de brócolis japonês, cortado em florezinhas 1 ½ xícara (chá) de arroz cru 200 g de bacalhau em lascas (deixado de molho por 2 horas na água gelada, trocando a água 2 vezes) 1 pimentão vermelho pequeno cortado em cubos 4 xícaras (chá) de caldo de legumes 4 colheres (sopa) de azeite Sal a gosto MODO DE PREPARO Em uma tigela refratária ou frigideira que vá ao forno, misture todos os ingredientes e regue com a metade do caldo de legumes. Cubra com papel-alumínio e leve ao forno quente (200°C), preaquecido, por 30 minutos. Retire o papel e regue com o caldo restante. Asse por mais 5 a 10 minutos ou até o arroz ficar cozido. Sirva quente.
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80 Moqueca de camarão Por Fabiana Badra, foodstylist
30 minutos / Porções: 6
INGREDIENTES 400 g de camarões médios, limpos Suco de 2 limões 2 cebolas pequenas cortadas em rodelas, 2 pimentões verdes, sem pele, picados, 3 tomates cortados em rodelas ¼ de xícara (chá) de azeite ¼ de xícara (chá) de azeite-de-dendê 1 maço pequeno de coentro picado, 1 maço pequeno de cheiro verde picado Sal e pimenta-do-reino a gosto
MODO DE PREPARO Tempere o camarão com sal, pimenta e o suco de limão. Reserve. Em uma panela de barro, faça camadas de cebola, pimentão, tomate e camarão. Regue com uma parte dos azeites e leve ao fogo por alguns minutos. Junte os azeites restantes e cozinhe por mais 5 a 10 minutos ou até o camarão ficar no ponto (não cozinhe demais). Adicione o coentro e o cheiro verde, verifique o tempero e sirva com arroz branco.
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81 Pavê de morango com chantilly diet Por Caro Gall, do All Light
40 minutos / orções: 6
INGREDIENTES Para o pavê: 150g de bolacha doce integral diet 1 caixa de morango 1 lata de creme de leite light 1 envelope de gelatina incolor 200g de doce de leite diet 1 colher (chá) de adoçante culinário 200ml de água Para o chantilly: 1 envelope de gelatina incolor 200g de leite em pó desnatado 100g de creme de leite 1 colher (chá) de adoçante culinário 1 colher (café) de raspas de limão siciliano
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82 MODO DE PREPARO
Para o pavê: Pique os morangos e leve-os ao fogo com a água e o adoçante, reserve. Dissolva a gelatina conforme a indicação do fabricante, e misture aos morangos com o creme de leite e o doce de leite. Triture o biscoito. Em uma taça montar camadas intercaladas de biscoito e do creme de morango. Enfeitar com o chantilly.
Para o chantilly: Dilua o leite em pó conforme a orientação do fabricante, leve ao fogo com o creme de leite e o adoçante. Adicione a gelatina e mexa. Finalize com as raspas de limão. Leve a geladeira por 20 minutos. Retire e processe em um mixer. Utilize um saco de confeitaria para enfeitar o pavê com o chantilly.
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83 Esportes João Costa Editor de Esportes jhcMídiaDigital
José Aldo explica que recusou revanche contra Conor por curto tempo de preparação 'Isso não é rinha' Ex-campeão rebate críticas e garante que, com período hábil, aceita qualquer desafio. José Aldo se defende de críticas e projeta revanche contra Conor McGregor no histórico UFC 200 José Aldo explicou a polêmica recusa para a revanche contra Conor McGregor, no UFC 196, sábado, 05/03/16 em Las Vegas. Convocado às pressas para substituir Rafael dos Anjos, que defenderia o cinturão dos leves diante do irlandês, o excampeão do peso pena garantiu que só descartou a oferta devido ao curto tempo de preparação. O lutador da Nova União ainda ressaltou que estava fora dos treinos por causa da suspensão médica imposta desde a perda do título para o „Notorious‟, com nocaute em apenas 13seg, em dezembro passado. “Dedé (Pederneiras) recebeu a ligação do UFC. Mas a luta não era nossa. Eu estava em suspensão médica, relaxado. O UFC ofereceu como obrigação, porque é o trabalho deles. Qualquer profissional precisa de tempo para treinar. Isso não é uma rinha que eu chego e boto meu galo para brigar. É um esporte de alto nível, e eu vou lá para fazer o meu trabalho. Quando houver tempo para treinar, eu luto a qualquer hora e lugar”, comentou o manauara, em entrevista ao programa The MMA Hour, do MMA Fighting. jhcMídiaDigital
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84 Após convocação, Dunga lamenta problemas extracampo de Neymar, mas elogia maturidade. Atacante do Barcelona está na lista divulgada pelo treinador nesta quintafeira, 03/03/16. Os problemas pessoais do atacante Neymar, investigado sob suspeita de sonegação de impostos na transferência do Santos para o Barcelona, também afligem o técnico Dunga. "Cada vez que ele vem para a Seleção, naquela semana estoura um problema. E isso me cria problema", afirmou o técnico, nesta quinta-feira, após incluir o atacante na lista de 23 convocados para os dois próximos jogos do Brasil nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
"Sei que na Justiça tem pessoas que precisam fazer seu trabalho. Cada um tem que fazer seu serviço e jamais vou querer interferir mas queria que, quando todos chegassem (à seleção), estivesse tudo sereno. Mas sei que a vida não é assim", lamentou o treinador.
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Mesmo preocupado, Dunga elogiou a maturidade do atleta de 24 anos. "Todos nós somos seres humanos, e, de uma forma ou outra, temos sentimentos. Apesar da pouca idade, ele tem bastante experiência", ponderou. Questionado sobre a disposição de Neymar para disputar a Copa América Centenário e a Olimpíada do Rio de Janeiro, Dunga demonstrou animação. "Não sei se a informação (de que ele quer participar das duas competições) é verdadeira, mas gostaria que fosse. É importante o jogador querer jogar pela Seleção, fazer história. Passar no museu e dizer: 'meu nome está lá'. Ter essa vontade em si é importante", afirmou. O técnico vai à Europa em abril para conversar com dirigentes do Barcelona sobre a disposição de liberar Neymar para a Olimpíada. O técnico Luis Enrique já demonstrou preocupação com a possibilidade de ter o atacante disputando duas competições no período de férias no time catalão. Ele teme que o jogador volte do recesso com forte desgaste físico, prejudicando seu desempenho no início da nova temporada europeia. Questionado sobre o que fará se o clube espanhol só liberar o brasileiro para uma competição (a Olimpíada ou a Copa América), Dunga se esquivou. Disse que não podia responder "sem ter a posição concreta do Barcelona".
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86 RIO 2016 Vamos que vamos. Comitê aprova novo orçamento da Rio2016 e afirma que crise do Brasil afeta arrecadação. Bach admitiu que situação financeira afetou acordos de marketing para os Jogos. O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach admitiu que a crise econômica no Brasil afetou a capacidade do Rio de Janeiro em fechar acordos de marketing para a Olimpíada deste ano e decidiu adotar "medidas excepcionais" para ajudar o Brasil a sediar o evento em agosto. Segundo o jornal Estado de S. Paulo apurou, o Comitê Rio2016 foi obrigado a cortar 12% do orçamento, cerca de R$ 900 milhões. Nesta quarta-feira, diante do COI, os brasileiros foram obrigados a explicar os números. "Aprovamos o novo orçamento", disse Bach.
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87 Ele, porém, indicou que o novo orçamento foi adotado depois de o COI e as federações esportivas abrirem mão de seus projetos originais. "Federações nacionais, esportivas e o COI reconheceram a situação muito difícil que vive o Brasil. A crise está fora do alcance dos organizadores. E por isso decidimos apoiar nossos parceiros brasileiro para lidar com situação excepcional com medidas excepcionais. Agradecemos a solidariedade de todos", afirmou o presidente do COI.
O alemão, porém, não esconde que houve uma queda de receita com acordos de marketing e que os ingressos não estão sendo vendidos conforme se esperava. "A questão no marketing não vive em uma ilha, isolado. Os acordos estão mais difíceis num País com tal crise, como no Brasil. Isso é óbvio", disse Bach.
ZIKA - Sobre o vírus zika, Bach indicou que recebeu garantias da Organização Mundial da saúde (OMS) de que o Rio de Janeiro "não é um hotspot" da epidemia. "Recebemos garantias sobre medidas tomadas", indicou.
"A Rio-2016 e as autoridades estão controlando águas paradas nas instalações olímpicas e adotando medidas. O arcondicionado na Vila Olímpica vai ajudar, assim como o clima em agosto", declarou Bach. "Há uma cooperação intensa entre a OMS e as autoridades e entre a OMS e o COI", insistiu. "A diretora geral da OMS, Margaret Chan, me disse que o Rio não é um dos hotspots para o mosquito e tem confiança em um evento seguro. Fiquei satisfeito", completou.
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88 Nate Diaz provoca McGregor: 'Sabia que era um lutador de MMA melhor'.
No sábado, 05/03/16 Nate Diaz conseguiu uma vitória histórica, ao finalizar Conor McGregor, na luta principal do UFC 196. Na coletiva de imprensa após o evento, o americano tratou de provocar ainda mais o rival derrotado. Segundo o lutador, ele não se surpreendeu com o resultado e foi além. - Eu sabia que era superior no boxe, no jiu-jitsu... Um lutador de MMA melhor. Tenho os melhores parceiros de treino. Com um treinamento completo seria mais perfeito ainda. Mas nada me surpreendeu - provocou.
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Fatos em Foco.
Veja. REPORTAGEM-BOMBA Da Revista 'VEJA' REVELA O VERDADEIRO LULA. POR TRÁS DA MÁSCARA.TODA A SORDIDEZ, A MENTIRA E A MISTIFICAÇÃO DEMAGÓGICA. Fonte
“O texto que segue abaixo é apenas um resumo da reportagem especial da revista Veja É só o aperitivo, uma migalha. Trata-se de uma reportagem especial com várias páginas e fotografias. Não cabe leitura enviesada do que está ocorrendo. A roubalheira, a corrupção, a mentira, o escárnio e as ameaças fazem parte do esquema do dito "socialismo do século XXI" que se utiliza de todas as instituições democráticas para criar um Estado totalitário de fazer inveja a Karl Marx e seus epígonos A liberdade e a segurança sonhadas pelos homens e mulheres de bem pode ser alcançado desde que se tenha a compreensão clara daquilo que está rolando, como se diz na gíria. Os brasileiros têm de parar de errar e também de acreditar no que dizem os esbirros do comunismo travestidos de jornalistas que operam e mentem diariamente principalmente nas grandes redes de televisão”. jhcMídiaDigital
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90 Durante anos, o ex-presidente Lula esforçou-se para manter viva a imagem do homem comum, do político honesto que exerceu o poder em sua plenitude e permaneceu impermeável às tentações. Para os incautos, ele morava até hoje no mesmo apartamento modesto em São Bernardo do Campo (SP) e conservava hábitos simples, como carregar na cabeça uma caixa de isopor cheia de cerveja. Longe dos holofotes, Lula se acostumou com a vida faustosa. Longe dos holofotes, o petista cultivava hábitos sofisticados. Longe dos holofotes, o petista se tornou milionário. E a origem do dinheiro que ele acumulou, em boa parte, está nas empreiteiras acusadas de participar do bilionário esquema de desvio de dinheiro da Petrobras, criado em seu governo. O mito começou a desabar quando as investigações da Lava-Jato revelaram os primeiros sinais de que o ex-presidente, seus filhos, parentes, amigos e aliados estavam todos esparramados de alguma forma na gigantesca bacia da corrupção. Para além do apartamento de São Bernardo, o Lula mais próximo da realidade havia comprado um apartamento tríplex de frente para o mar do Guarujá, no litoral paulista, e um sítio nas montanhas de Atibaia, no interior do estado.
As duas propriedades, porém, nunca estiveram em nome dele. Ambas foram reformadas e equipadas por empreiteiras do petrolão. O sítio, para o qual Lula enviou parte de sua mudança logo após deixar o Planalto, está até hoje em nome de dois sócios de Fábio Luís da Silva, o Lulinha, o filho mais velho do ex-presidente. E o tríplex nunca saiu do nome da OAS, uma das maiores companhias acusadas de distribuir propinas a partidos e políticos em troca de contratos na Petrobras. Em 2015, reportagens de VEJA abriram caminho para o que resultaria na mais constrangedora cena da vida de um político.
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91 A MENTIRA COMO MÉTODO
Até a semana passada, o ex-presidente continuava negando peremptoriamente ser o dono do sítio e do tríplex. Os policiais e procuradores, porém, não têm dúvidas de que saiu dos cofres das empreiteiras do petrolão o dinheiro usado para comprar o sítio em 2010, meses antes de Lula deixar o Planalto. Um presente que, suspeitam os investigadores, Lula teria recebido quando ainda era presidente, o que configuraria crime de corrupção e improbidade administrativa. As empreiteiras também cuidaram dos detalhes para que a propriedade ficasse ao gosto de Lula e de sua família. Bancaram as obras no sítio, como a construção de uma nova sede com quatro confortáveis suítes e de um tanque para pescaria. Pagaram até a mobília. A história do tríplex enreda Lula ainda mais nas tramoias das empreiteiras do petrolão. Como VEJA revelou, foi o expresidente quem convenceu a OAS a assumir as obras deixadas para trás pela Bancoop, cooperativa que foi à bancarrota após desviar o dinheiro de milhares de associados para os cofres do PT. Pedido de Lula, sabe-se agora, era ordem, e a OAS topou. Um dos projetos assumidos pela empreiteira foi justamente o do Edifício Solaris, no Guarujá, onde o ex-presidente teria uma unidade. A OAS não só evitou o prejuízo a Lula, tirando o projeto do prédio do papel, como aproveitou a oportunidade para afagar o petista. Reservou para ele um tríplex, na cobertura do edifício - e cuidou para que, a exemplo do sítio, o apartamento ficasse ao gosto da família. A empreiteira investiu quase 800 000 reais jhcMídiaDigital
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92 apenas numa reforma, que deixou o imóvel com um elevador privativo e equipamentos de lazer de primeiríssima qualidade. Sem constrangimento, Lula e a ex-primeira-dama Marisa visitaram as obras na companhia de Léo Pinheiro, o ex-presidente da OAS. Tudo estava ajustado para que a família logo começasse a desfrutar o apartamento. Mas veio a LavaJato e os planos mudaram. Lula, então, passou a dizer que tinha apenas uma opção de compra do apartamento - e que desistira do negócio. O argumento não convenceu a polícia. USOU ESFOMEADOS PARA ENRIQUECER Paralelamente, a Lava-Jato também mapeou as transações financeiras do ex-presidente. No ano passado, VEJA revelou que a LILS, empresa de palestras aberta por Lula logo após deixar o Planalto, recebera 10 milhões de reais só das empreiteiras do petrolão. Agora, as transações foram anexadas à investigação como indício de que os pagamentos, na verdade, serviram para maquiar vantagens indevidas que o presidente recebeu por "serviços" prestados às empreiteiras. Executivos da OAS ouvidos pela Lava-Jato, por exemplo, disseram à polícia que não se recordavam de palestras do ex-presidente na empreiteira - no papel, a OAS pagou 1,2 milhão de reais à LILS. A empresa de palestras não era a única fonte dos repasses milionários a Lula, que teve seus sigilos fiscal e bancário quebrados pelo juiz Sergio Moro. O Instituto Lula, entidade sem fins lucrativos criada pelo petista com o propósito altruísta de acabar com a fome na África e desenvolver a América Latina, também era destinatário de repasses milionários das companhias que fraudaram a Petrobras. Dos 34,9 milhões de reais recebidos pelo instituto entre 2011 e 2014 a título de doações, 20,7 milhões foram repassados pela Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e Andrade Gutierrez, todas investigadas.
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Militantes do Partido fazem manifestação.
A farra acabou. Disse o Ministério Público Federal no pedido que resultou na condução coercitiva do ex-presidente: "Há elementos de prova de que Lula tinha ciência do esquema criminoso engendrado em desfavor da Petrobras, e também de que recebeu, direta e indiretamente, vantagens indevidas decorrentes dessa estrutura delituosa". Do site da revista Veja
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94 EVOLUÇÃO HUMANA.
Humanos „modernos‟ tiveram filhos com os neandertais há 100.000 anos. DNA analisado sugere relações sexuais durante dezenas de milhares de anos. MANUEL ANSEDE / EL PA[IS. / JHCMÍDIADIGITAL
HÁ UM DETALHE PORNOGRÁFICO DA PRÉ-HISTÓRIA QUE DESTROÇA O RELATO DA CRIAÇÃO DIVINA ELABORADO POR QUALQUER UMA DAS RELIGIÕES: O SEXO COM NEANDERTAIS. NOSSA ESPÉCIE NÃO SÓ FORNICOU REPETIDAMENTE COM AQUELA OUTRA EXTINTA HÁ 40.000 ANOS COMO AMBAS TIVERAM NUMEROSOS FILHOS FÉRTEIS, DEIXANDO UM RASTRO DE DNA NEANDERTAL QUE SOBREVIVE HOJE EM NOSSAS CÉLULAS.
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95 100.000 anos os neandertais e os humanos modernos já tinham filhos em comum, uns 45.000 anos antes dos primeiros encontros documentados até agora. Não houve um Deus que criasse uma espécie humana. Quando muito, criou várias diferentes que copulavam entre si. Os autores do trabalho, encabeçados pelo biólogo espanhol Sergi Castellano, traçam um passado intrincado. Os humanos modernos, os Homo
sapiens, surgiram na África há uns 200.000 anos e alguns deles saíram do continente há uns 65.000 anos, cruzando pelo caminho com os neandertais europeus e dando origem a bilhões de pessoas que hoje habitam o planeta fora da África. Isso é o que já se sabia. O novo estudo sugere que há mais de 100.000 anos outra população de Homo sapiens saiu da África e manteve relações sexuais, possivelmente no Oriente Médio ou no sul da Arábia, com grupos de neandertais que estavam deslocando-se em direção à Ásia.
Aquele humanos modernos pioneiros se extinguiram, mas seu rastro aparece agora no DNA extraído dos restos de uma mulher neandertal achados em uma caverna da Sibéria, na fronteira entre a Rússia e a Mongólia.
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96 “A mescla com os neandertais ocorreu muito antes do que acreditávamos”, afirma Castellano, pesquisador do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig (Alemanha). “O Homo sapiens abandonou o lar paterno antes do que pensávamos. E, à luz da introgressão [o movimento de genes de uma espécie a outra], vemos que teve uma adolescência bastante animada”, brinca, por sua vez, María Martinón-Torres, paleoantropóloga do University College de Londres, e que não está a par do novo trabalho.
A equipe de pesquisadores anunciou no ano passado o achado de restos de 47 humanos modernos na caverna de Fuyan, no sul da China, datados de mais de 80.000 anos. A descoberta mostrava que os Homo sapiens colonizaram a Ásia antes do que se pensava. “O DNA ratifica nossa descoberta, pois fala de um cruzamento entre sapiens e neandertais há 100.000 anos, e por isso o Homo sapiens já tinha que estar fora da África antes dos 50.000 anos defendidos pelas teorias clássicas.
Estamos assistindo a uma mudança de paradigma. A Ásia deixa de desempenhar um papel secundário e ganha um protagonismo revelador nas etapas cruciais da evolução”, reflete MartinónTorres, da equipe de pesquisa das jazidas de Atapuerca, em Burgos.
O novo estudo, publicado quarta-feira 02/03/16 na revista Nature, analisa também os genomas dos neandertais europeus, achados na caverna de Vindija (Croácia) e na jazida asturiana de El Sidrón. Os cientistas também revolveram o genoma de outro indivíduo encontrado na mesma caverna siberiana onde estava a mulher neandertal, um membro da espécie dos denisovanos, desconhecida até 2010 e separada da jhcMídiaDigital
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97 linhagem dos neandertais há mais de 400.000 anos. Nenhum dos três, nem os neandertais europeus nem o denisovano, apresentam DNA de humanos modernos em seu genoma, o que não significa que suas espécies jamais se tenham cruzado, segundo ressaltam os autores. Outra análise genética, realizada em 2013, mostrou DNA denisovano em humanos modernos da Ásia e Oceania, e até 0,2% de genes denisovanos em nativos americanos. O mesmo estudo, elaborado por cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), sugeria cruzamentos entre denisovanos e Homo erectus, outra espécie de hominídeo que tradicionalmente tem servido para classificar restos fósseis díspares achados na Ásia e datados entre 70.000 e 1,9 milhão de anos. “Somos uma mescla de fragmentos de todos os nossos antepassados”, declarou em uma recente entrevista Svante Pääbo, diretor do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva e coautor do novo estudo. “Esses achados confirmam uma mudança de modelo da evolução humana. Vemos uma porção de setas de hibridização [misturas entre espécies] em um momento ou outro, em um sentido ou outro. Deve ter ocorrido centenas de vezes. Temos uma visão extremamente simplista da evolução humana. É preciso imaginá-la como um jorro de interconexões entre espécies, não como uma linha com ramificações”, sentencia outro dos coautores do trabalho, Carles Lalueza-Fox, pesquisador do CSIC no Instituto de Biologia Evolutiva de Barcelona.
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98 O polêmico beijo de dois deputados no Congresso espanhol. MIGUEL ÁNGEL BARGUEÑO
Não sabemos se dois deputados ou deputadas já haviam se beijado na boca nas dependências do Congresso espanhol antes desta quintafeira; estamos falamos do hemiciclo, esse lugar onde as bocas, mais do que os beijos, costumam impingir ataques verbais. Mas chegou uma nova era, na qual cada sessão televisionada parece ser acompanhada por uma imagem para guardar. Neste caso, não faltam detalhes. Pablo Iglesias (do partido Podemos) e Xavier Domènech (do En Comú Podem) se derretem em um caloroso abraço, que culmina com um beijo nos lábios; um beijo apaixonado, de reencontro. Um beijo pela mudança. Um beijo pelo povo. Um beijo contra a Troika e os cortes de despesas. O público em geral não tinha consciência de o quanto esses dois políticos se davam bem. E tudo foi perfeitamente capturado por uma câmera de televisão rápida e atenta, e diante de uma plateia que assiste a esse estreitamento de laços com espanto; não pelo beijo em si, e sim pelo fato de que dois seres humanos tenham sido capazes de expressar ternura dentro de semelhante edifício
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99 CASO NISMAN. Espião argentino relaciona Cristina Kirchner com a morte do promotor Nisman CARLOS E. CUÉ El País / jhcM
O caso Nisman conheceu uma reviravolta radical com a mudança de Governo na Argentina. O assunto, que comoveu a população e teve enorme repercussão internacional, conheceu uma virada radical, e aquilo que parecia ser um suicídio se revela agora, potencialmente, um assassinato dentro de uma disputa aberta de poder que reúne todos os elementos para compor um roteiro de ficção, com a diferença de que se trata de um caso real. Os serviços secretos argentinos, dos Estados Unidos e do Irã, além do poder executivo argentino, tornaram-se os atores principais no relato de mais de 14 horas feito por Antonio Stiuso, codinome Jaime, aos tribunais diante de um grupo de advogados, a juíza e a promotora. Dentre as muitas e graves revelações uma em especial é muito chocante: Stiuso, que foi um homem-forte da espionagem argentina durante quase 30 anos até ter caído em desgraça justamente um mês antes da morte de Nisman, envolveu no assassinato do promotor a exjhcMídiaDigital
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100 presidenta Cristina Fernández de Kirchner, seu braço-direito Carlos Zannini e o ex-chefe de Gabinete Aníbal Fernández.
“Stiuso afirmou que os interessados na morte de Nisman eram a doutora [Cristina] Fernández de Kirchner, Carlos Zannini e Aníbal Fernández”, afirmou à rede TN um dos advogados da filha de Nisman, Federico casal.
Stiuso é um dos homens que detém as maiores quantidades de informações da Argentina e, ao mesmo tempo, um dos mais obscuros deles, investigado por enriquecimento ilícito, com diversas empresas de origem não identificada e contatos estreitos com os serviços secretos dos EUA. Tanto que foi ali que ele se escondeu desde a morte de Nisman, diante da ofensiva lançada contra ele pelo Governo de Cristina Kirchner, que chegou a acusar os EUA de esconder o espião. Ninguém confia muito, portanto, no que este homem possa dizer, embora todos os argentinos tenham consciência de que ele sabe muitas coisas. Stiuso atuou como espião ao longo de muitos anos para todos os governos, políticos, empresários e jornalistas, com escutas ilegais, que eram a sua especialidade. Seu poder era tão grande que, quando Gustavo Béliz, primeiro ministro da Justiça de Kirchner, tentou contê-lo divulgando sua fotografia na televisão como em um ultimato para que o presidente escolhesse ficar ou com seu ministro ou com o chefe de seus espiões, Kirchner não hesitou: Béliz deixou imediatamente o Governo.
O panorama que Stiuso traça de seu país é particularmente preocupante, incluindo assassinatos entre grupos rivais dentro dos serviços secretos. Diante da juíza, dos advogados de defesa e de acusação, Stiuso afirmou, ainda de
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101 acordo com a versão do advogado da filha de Nisman, que os seus problemas com a ex-presidenta começaram quando ele não obedeceu às ordens de abandonar a vertente iraniana na investigação do caso AMIA. Naquela ocasião, Cristina operara uma virada em sua política externa e se aproximava do Irã. Stiuso afirma que ele e Nisman mantiveram a mesma linha, sem atender às determinações políticas. Segundo o espião, seguiuse, então, uma sequência de mortes e atentados teoricamente organizados pelos próprios espiões argentinos em uma guerra interna contra a sua facção. Inicialmente houve o assassinato do agente da SIDE Pedro Viale, “El Lauchón”, próximo de Stiuso. Depois foi a vez de Alfonso Severo, testemunha no caso do crime de Mariano Ferreyra. Mais tarde se deu o atentado sofrido por Javier Fernández, membro da Auditoria General da Nação e homemchave dos Kirchner no mundo da justiça. E, por último, segundo esse relato, teria acontecido a morte de Nisman. “Stiuso é um psicopata mentiroso. Tudo isso é uma operação política e midiática. Alguém poderia acreditar que a morte de Nisman tenha trazido qualquer benefício para o Governo anterior?”, retrucou, indignado, Oscar Parrilli, o último chefe de espionagem e homem de total confiança de Cristina Kirchner. Stiuso admitiu não ter provas nem dispor de uma testemunha no caso do assassinato do promotor, mas, com toda a informação de que dispõe e o conhecimento que tem do contexto, ele se diz convencido de que o mataram e insiste em dizer que o maior interessado em sua morte era o grupo existente em torno da ex-presidenta. O caso entra, portanto, em uma nova fase. É quase certo que passará para a justiça federal. E agora, com o fator adicional de contar com o estímulo do Governo de Mauricio Macri. Logo haverá novidades.
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