Revista

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Viver Alentejo

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Zambujeira Velha Novembro 2014

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Propriedade da Alemtejo Redação: Av. dos pasarinhos, 32, 7540-321 S Bartolomeu da Serra Tel. 222333444 Sede: Rua das oliveiras, 123, 7540-197 Aldeia das Garças Tel. 333444555

O melhor Gelado de Chocolate do Mundo O melhor bolo de chocolate do mundo - um caso de sucesso nascido em Lisboa há mais de vinte anos,

DIRETOR Helder Gonçalves

hoje presente em sete países e três continentes - jun-

DIRETOR DE ARTE Catalin Cicau

tou-se àquele que muitos consideram “o melhor ge-

REDAÇÃO Joana Foinha

lado do mundo”. A receita de Carlos Braz Lopes, feita

COLABORADOES DE EDIÇÃO Adriana Freire, Catarina Valente, Cláudia

de camadas crocantes de merengue envolvidas em

Carvalho, Miguel Judas

mousse de chocolate Valmrhona e cobertura de ga-

DESIGN Pedro Botelho

navhe de chocolate, foi transformada por eduardo

COPY DESK Elsa Rocha

Santini num sublime gelado cremoso de sabor tão in-

DIRETOR DE QUALIDADE Diogo Santos

esquécivél como o bolo que o inspirou. Para provar,

ASSISTENTE André Candido

sem moderação, em qualquer uma das ojas Santini.

DIREÇÃO DE DISTRIBUIÇÂO Pedro Fugas, Rui Franco, André Nunes, Patri-

C.C

cia Galinha MARKTING Joana Machado Direção Comercial Paulo Silva, Pedro Fernandes PUBLICIDADE Filipe Lopes FOTOGRAFIA Diogo Candeias, Helder Gonçaves

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Apontamentos do

mês

nº1 2014

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Lugares mágicos Escondidos Toda a gente gosta de descobrir lugares encantados e onde possa usufruir de tranquilidade. Deixamos aqui três sugestões económicas e com uma atmosféra verdadeiramente encantada. São Lugares Escondisos onde muitos ainda não chegaram. Onde se respira ar puro e se pode disfrutar de toda a sua tranquilidade.

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Este mês venha con-

O Monte Xisto é

Sabe quem foi o

P24 Descemos

P30 a

Cos-

Já pensou em meter

nosco conhecer as um dos mais novos

poeta e Rei Al’ Mat-

ta portuguesa e fo- uma mochila às cos-

margens

amid? Um “alente-

mos

do

Gua- empreendimentos

descobrir

al- tas e ir conhecer ou

diana. Deixa o rio turísticos do Alente-

jano” que reinou por guns logares novos. redescobrir novos lu-

connosco e embale

terras de Portugal e Outros apesar de já gares? Esta é a sug-

numa

viagem

jo Litoral. Situado

por perto de Santiago

terras do interios.

Espanha. Conheça a serem

conhecidos estão que lhe propo-

do Cacém é o lugar

sua história.

são sempre um bom mos para o mês de

De regresso deixe-se

ideal para quem

E Soror Mariana do

lugar para voltar de Dezembro. Os dias

encantar pelos am-

procura tranquili-

Alcoforado? Esta

novo.

bientes conventuais dade e um serviço

Freira deixou-se

em Trois e vamos até uma

e o que de melhor

encantar por um

ao limite do Alentejo

de excelência.

têm para oferecer.

E ainda

cavaleiro francês.

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Começamos de inverno são de luminosidade

especial e pode ter boas surpresas.

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Viver Alentejo

“O Alentejo tem uma clara vocação para o Turismo Activo e de Natureza. A beleza da paisagem convida aos passeios a pé, em btt e a cavalo, e as estradas municipais, apesar da ausência de ciclovias, são excelentes para cicloturismo. Nos rios, nas albufeiras e na costa são possíveis múltiplas actividades naúticas. As praias são de eleição. E o céu, com este fantástico clima, é ideal para o paraquedismo, o parapentismo, os passeios em ultra-leve e o balonismo.” O Parque Natural do Vale do Guadiana, com uma área aproximada de 70.000 hectares, estende-

Numa palavra, estamos na parte do Alentejo onde

se entre a zona a montante da queda do Pulo do

melhor se exprime a inóspita beleza do sul. Mais.

Lobo e a ribeira do Vascão, a sul de Mértola. Inclui

Hoje que Alqueva submergiu uma parte substancial

unidades paisagísticas bem diferenciadas: os vales

do Guadiana, estamos também num local a todos

encaixados do rio e seus afluentes, as elevações

títulos privilegiado para descobrir as memórias do

quartzíticas das serras de Alcaria e São Barão e uma

rio que, a partir do Açude de Pedrógão, continua a

extensa e agreste planície onde crescem arvenses

correr livremente para o mar.

de sequeiro, montados de azinho e áreas de esteval.

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Nas zonas mais declivosas das serras e linhas de

SUGESTÕES

água, com fraca intervenção humana, encontra-se

O pólo urbano nuclear deste Parque é a vila de

ainda o chamado matagal mediterrânico, expressão

Mértola.. As empresas locais oferecem percursos

da vegetação original da região.

pedestres e de bicicleta, actividades de canoagem

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e passeios em embarcações motorizadas por todo o

sugerimos-lhe o Pulo do Lobo e o conjunto formado

troço navegável do rio, que se estende entre Mértola /

pela Mina de S. Domingos, o porto de Pomarão e a

Pomarão e Vila Real de Santo António. Estes pequenos

Praia Fluvial da Tapada Grande.

cruzeiros podem obedecer a programas regulares ou

Fora do Parque Natural, propomos-lhe ainda que não

ser feitos por medida.

deixe de ver o lindíssimo troço do rio que se estende

Com base na informação disponível no Posto de

para montante, entre o Pulo do Lobo e o Açude de

Turismo, sugerimos que, a pé, de bicicleta ou de

Pedrógão.

automóvel, não perca sítios cheios de bucolismo

como o Moinho dos Canais, as Azenhas de Mértola,

Passeio ao Pulo do Lobo

o pequeno porto de pesca da Penha d’Águia e o belo

O Pulo do Lobo é o mais fantástico acidente

troço do rio a que se acede pelo chamado Percurso

geomorfológico do Alentejo. Para o compreendermos

da Bombeira. Como locais de visita obrigatória

temos que recuar até à última glaciação – chamada Novembro 2014

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Viver Alentejo

glaciação de Wurm – que, na sua fase final, ocasionou

subitamente tão estreitas que estariam ao alcance de

uma descida do nível das águas do mar. Nesses

um “pulo” -, e a sua espectacular precipitação numa

tempos longínquos, na foz do rio a que hoje chamamos

queda de quase 14 metros sobre o sereno Pego dos

Guadiana, ter-se-á formado uma queda que, fruto

Sáveis. É a clara e rara visão de épocas geológicas

de uma onda de erosão regressiva, foi avançando

distintas, correspondentes à formação dos dois

lentamente para montante, cavando um leito novo

leitos do rio: o antigo, ampla plataforma esculpida na

no interior do antigo leito do rio. A partir de um

pedra por onde corria o velho Guadiana; e, cavado

determinado momento este processo parou, fruto do

no seu interior, o novo leito, aqui com a forma de um

encontro com uma rocha mais dura - os grauvaques

extenso corredor rectilíneo, com cerca de 12 kms de

do Pulo do Lobo -, que explicam a existência da queda

comprimento, a que se chama, sugestivamente, a

neste local.

“corredoira”. Água e pedra em turbilhão, uma história

O que nos é dado observar é, pois, muito mais do que a

de milhões de anos e, com sorte, talvez a visão da

passagem vertiginosa do rio entre margens rochosas -

esquiva cegonha negra, é tudo o que faz do Pulo do Lobo um local de visita obrigatória. O Pulo do Lobo tem acesso sinalizado pela margem esquerda, na estrada Mértola – Serpa, junto à povoação de Vale do Poço; e pela margem direita, na estrada Mértola – Beja, a partir de Corte Gafo. A vista mais espectacular é a da margem esquerda, embora, do lado oposto, se observe melhor a queda. Trata-se de uma zona perigosa de ambos os lados. Para quem viaja com crianças, todo o cuidado é pouco porque não há gradeamentos de protecção. Mina de S. Domingos e Praia Fluvial da Tapada Grande A Mina de S. Domingos foi a maior mina de pirite da

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no rio Guadiana, hoje transformado em animado porto de recreio. Em frente ao Hotel S. Domingos localiza-se a Praia Fluvial da Tapada Grande. É um conjunto muito aprazível, com areal, água de reputada qualidade para banhos, parque de merendas, um anfiteatro ao ar livre e bar. Se viajar com crianças, tem aqui um

Península Ibérica, chegando a dar trabalho a mais de 1500 mineiros. Foi explorada desde meados do séc. XIX pela firma inglesa Mason & Barry e definitivamente encerrada em 1960. O Bairro Mineiro continua habitado pelos descendentes das famílias mineiras e o Palácio dos Ingleses, antiga morada dos directores da empresa, é hoje uma estalagem. O

Complexo

Mineiro

conheceu

uma

rápida

degradação e está a transformar-se num pólo de Arqueologia Industrial. O acesso está sinalizado e a circulação no seu interior é livre. Os visitantes podem fazer sozinhos e em segurança o Percurso GeológioMineiro que se estende entre a Corta e as fábricas de Enxofre da Achada do Gamo, desde que se mantenham nos trilhos marcados. A pé, de bicicleta ou de jipe, não terão qualquer dificuldade em seguir até Santana de Cambas (cerca de 10 kms) pela estrada de terra correspondente ao antigo caminho de ferro que transportava o minério para o porto do Pomarão,

lugar excelente para lhes dar liberdade e descansar. O troço do Guadiana que corre entre o Açude de Pedrógão e a zona a montante do Pulo do Lobo é a mais expressiva memória viva do velho rio. Além da beleza da paisagem, da avifauna e do bucolismo dos moinhos de água, desactivados há dezenas de anos, tem quedas nas aberturas dos açudes e divertidos pequenos rápidos que animam as actividades de canoagem organizadas pelas empresas da região. O local mais acessível para o observar é a ponte de Serpa. Quem quiser passear por conta própria, a pé, em btt ou de jipe, chegando à povoação de Quintos encontra facilmente o caminho de terra, bem trilhado, que conduz ao rio. Uma vez aí, são vários os quilómetros que podem fazer-se ao longo das margens, para montante e para jusante. Estando nesta zona, não deixe de visitar o Centro Histórico de Serpa e de provar os reputados queijos de ovelha da região.

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escolha. Se é o seu caso, não hesite: opte pelas nossas sugestões e verá que a magia do Alentejo se encontra, com um infinito prazer, em todos os lugares. Tudo começa, uma vez mais, nos tempos da Reconquista, quando reis e ordens militares religiosas juntam esforços para pôr termo à ocupação dos “infiéis”. Desde os primórdios da Nacionalidade ao séc. XIX, primeiro pelo apoio militar, depois pela nem sempre pacífica missão de civilizar, evangelizar, educar e, nos

No Alentejo viaja-se naturalmente com e pela História. A abundância e a qualidade do Património que a exprime tornam simples a sua descoberta, mas quem visita a região pela primeira vez pode sentir alguns problemas de

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tempos negros da Inquisição, de defender a ortodoxia católica, o Clero, regular e secular, desempenhou um papel relevante em Portugal. O Alentejo não foi excepção, pelo contrário. Não é por acaso que grande parte do seu património é de natureza religiosa e que, durante séculos, a igreja e as ordens religiosas foram as maiores latifundiárias da


Região. No séc. XIX, deu-se um grande volte-face na História: foram extintas, por decreto, as ordens religiosas em Portugal, e os seus bens ou ficaram na posse do Estado ou foram vendidos em hasta pública a algumas abastadas famílias da época. No que respeita aos conventos, o problema não tardou a colocar-se: o que fazer com estes edifícios, muitos com grande valor patrimonial, agora sem a sua original função? Duas das respostas dadas interessam sobremaneira a quem visita o Alentejo. Uns foram adaptados a museus, como o Convento de S. Domingos em Montemor-o-Novo, o Convento de N.ª S.ª da Conceição em Beja, e o Convento de S. Francisco em Mértola. Outros foram transformados em unidades hoteleiras, inicialmente estatais – as Pousadas -, experiência que, a partir de finais do séc. XX, serviu de inspiração à iniciativa privada. É esta história que permite que hoje, no Alentejo, seja possível viver por dentro ambientes requintadamente conventuais. Os exemplos são muitos: no Crato, o Mosteiro da Flor da Rosa; no Redondo, o Convento de S. Paulo; em Arraiolos, o Convento de Nossa Senhora da Assunção; em Évora, os conventos dos Lóios e do Espinheiro; em Vila Viçosa, o Convento das Chagas; em Beja, o Convento de S. Francisco. Pelo cuidado posto na sua recuperação são todos visitas a não perder.

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Visite-nos A gastronomia extraordinária, as actividades e a decoração singular apelam aos sentidos e convidam a viver o melhor que a vida pode ter. O Monte Xisto oferece aos seus hóspedes todas as condições para que nenhuma preocupação possa toldar momentos que se querem inesquecíveis. Serviço de transfer privativo, babysitting ou massagens são exemplos do que lhe podemos proporcionar. Pelo monte, é possível optar entre a privacidade de uma Casa de Campo, um T2 localizado numa zona exterior ao hotel e com jardim privativo, e um dos dez quartos que compõem o edifício principal. Cada quar-

A pouco mais de uma hora de Lisboa, na deslumbrante paisagem do litoral Alentejano, encontra-se o Monte Xisto Hotel Rural, unidade que pelas suas características e localização oferece as condições ideais para usufruir de momentos de lazer em grande tranquilidade.

to revela uma identidade própria e “um ambiente único”. Além das cores e da decoração, também é possível distinguir os espaços pelo nome que reflectem expressões populares portuguesas. Entre as designações, “Aqui há gato”, “Alma gémea”, “Pezinhos de lã” ou “Trinta por uma linha”. Dois conjuntos de quartos são comunicantes e um (“Gota de água”) está adaptado para hóspedes com mobilidade reduzida. O Monte Xisto surge como a concretização de uma vontade de Ana Cristina Mota e João Romeiras - e o

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resultado, explicou Ana Cristina Mota à Fugas, é fruto

isso, lê-se no site do monte, “há sempre oportunidade

única e exclusivamente do gosto e sensibilidade de

para uma boa conversa, uma bebida à lareira ou um

ambos.

jantar à beira da piscina”.

Além disso, o par sonhava casar natureza e sofisti-

Todos os quartos possuem ar condicionado, uma dec-

cação sem prescindirem de um ambiente familiar. Por

oração com uma cor viva, uma televisão por satélite

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Visite-nos

e um mini-bar. É também disponibilizado um quarto

de interesse histórico, como as ruínas de Miróbriga,

com 2 camas individuais acessível para hóspedes

e ainda a proximidade à Rota Vicentina (trilho pedes-

com mobilidade condicionada. O apartamento possui

tre que une Santiago do Cacém a Sagres), fazem do

uma área de estar e de refeições espaçosa com uma

Monte Xisto Hotel Rural uma experiência única.

cozinha totalmente equipada e casas de banho privativas com produtos de higiene pessoal gratuitos. Um buffet de pequeno-almoço fresco é preparado diariamente e servido na elegante sala de refeições, onde os hóspedes podem desfrutar de cozinha alentejana ao jantar. Os hóspedes também têm ao dispor 2 bares com bebidas, à beira da piscina ou no interior junto à lareira. As massagens podem ser organizadas a pedido e os hóspedes têm também ao dispor uma variedade de actividades ao ar livre, incluindo trilhos para caminhadas, passeios de kart e um circuito de ginástica ao ar livre. O leque de serviços oferecido, a excelente localização em pleno campo alentejano, mas de fácil acesso quer às melhores praias da costa alentejana, quer a pontos 14

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Personalidades al-Bakri ou os poetas ibn Hamdis, ibn al-Labbana e ibn Zaydun. Em 1085 o rei Afonso VI de Leão e Castela conquista

Al-Mutamid

a cidade de Toledo, o que representou um duro golpe para o Islão peninsular. Al-Mu’tamid pediu então, relutantemente, a Yusuf ibn Tashfin, emir dos Almorávidas do norte de África, ajuda na luta contra os cristãos. O emir aceitou e enviou as suas tropas, que derrotaram os cristãos em 1086 na batalha de Zalaca. Contudo, quatro anos depois os cristãos voltaram a ser uma ameaça e al-Mu’tamid renovou o apelo; desta feita, ibn Tashfin não se limitaria a repelir os cristãos, mas tam-

N

ascido em Beja, al-Mu’tamid era filho do rei

bém a conquistar os reinos de taifas que existiam na

al-Mutadid, conhecido pelo seu carácter cru-

península. Al-Mu’tamid foi feito prisioneiro e desterra-

el. Aos treze anos comandou uma expedição

do para Aghmat, perto de Marraquexe, onde passaria

militar que esmagou uma revolta em Silves e o seu pai

o resto da sua vida dedicando-se à actividade poética.

nomeou-o governador dessa região.

Foi enterrado no cemitério local de Aghmat e a sua

Em Silves, al-Mu’tamid conheceu ibn Ammar, um

campa se tornaria local de peregrinação de poetas,

poeta nascido em Shannabus, localidade que talvez

bem como das massas populares que o viam como

corresponda à actual Estômbar. Entre os dois esta-

um marabuto. Em 1967 a família real de Marrocos

beleceu-se uma profunda relação, que se especula

mandou construir no local onde al-Mu’tamid foi enter-

ter tido uma natureza homossexual.[carece de fontes]

rado um mausoléu, que foi visitado pelo Presidente da

Al-Mu’tamid escreveria mesmo um poema (“Evocação

República Portuguesa Jorge Sampaio em 1998.

a Silves”) sobre a sua juventude com o seu amigo naquela cidade. O pai de al-Mu’tamid sempre viu com maus olhos esta relação e enquanto foi vivo procurou afastar o filho de ibn Ammar.[carece de fontes] Em 1069 al-Mu’tamid sucedeu ao pai e uma das primeiras coisas que fez foi nomear o seu antigo amigo vizir do reino. Ibn Ammar ajudou-o na expansão do reino com a conquista de Múrcia e al-Mu’tamid nomeou-o governador daquela região. Ibn Ammar era profundamente ambicioso e por diversas vezes conspirou contra al-Mu’tamid. Ibn Ammar usaria mesmo as suas habilidades poéticas para escrever uma série de versos que ridicularizavam alMu’tamid e a sua amada, I’timad. Al-Mu’tamid acabaria por prender ibn Ammar e durante um ataque de fúria entrou na cela onde aquele estava e matou-o com um machado. Na corte de al-Mu’tamid reuniram-se alguns dos maiores estudiosos e homens das artes da época, como o astronómo al-Zarqali (Arzaquel), o geográfo 16

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E

m 1810, a nota publicada no jornal L’Empire, de Paris, pelo erudito Boissonade, trouxe para a ribal-

ta o nome, até aí desconhecido; de Mariana Alcoforado como a autora das já muito célebres Lettres Portugaises, cinco cartas de amor dedicadas ao cavaleiro francês Noël Bouton, Marquês de Chamilly. Mariana Alcoforado foi uma das religiosas da Ordem de Santa Clara, do Convento da Conceição de Beja, local onde actualmente funciona o Museu Regional da cidade. Natural de Beja, nasceu a 22 de Abril de 1640, entrou na clausura com 11 anos, vindo a professar aos 16. Porteira, Escrivã e Vigária, foram alguns dos cargos que exerceu durante a sua longa vida conventual. Faleceu em 28 de Julho de 1723. As cartas de amor são a sua paixão sublime não correspondida, que perdura no tempo e tem despertado o interesse de todo o mundo. Desde a edição princeps de Claude Barbin, datada de 4 de Janeiro de 1669, com o título de “Lettres Portugaises Traduites en François”, até hoje, sucederam-se centenas de edições em diferentes idiomas, poemas, peças de teatro, filmes, obras de interpretação plástica e musical. O Museu conserva ainda a grande janela gradeada, mais conhecida como a Janela de Mértola, das Portas de Mértola ou de Mariana, verdadeiro ex-libris do convento, do museu e da cidade, através da qual a religiosa viu tantas vezes passar aquele que a encantava e que num dia especial a destacou com o seu olhar e lhe fez sentir os primeiros efeitos da sua infeliz paixão.

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J

unto à pequena aldeia piscatória da Carrasqueira o engenho popular toma forma e com alguma

criatividade desvenda uma solução curiosa para re-

solver o problema do acesso aos barcos durante a maré baixa – o porto palafítico. As margens baixas e lamacentas do Sado impossibilitam o acesso às embarcações sempre que a água teima em não chegar a terra. Como resposta, a comunidade em franca necessidade, construíu um cais em madeira, cujos múltiplos braços penetram em ziguezague pelo sapal, formando por um lado, uma vasta área de atracação de barcos e por outro, um passadiço por onde podem circular facil-

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mente redes, apetrechos e pescado. Há mais de dois séculos que este porto tão tradicional tem servido de ancoradouro às embarcações locais. E ao pôr do sol, quando a água se transforma num espelho e o silêncio desce sobre o rio, percorrer este local, único na Europa, pode transformar-se numa experiência inesquecível.

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M

onsaraz repousa junto ao Guadiana no cimo de uma colina que se ergue na planície alente-

jana. Foi conquistada aos Mouros em 1167 por Geraldo sem-pavor tendo sido entregue aos templários por D.Sancho II para sua defesa e povoamento. O castelo de Monsaraz desempenhou durante séculos o papel de posto de vigia do Guadiana, de onde se podia observar a fronteira com Castela. Foi sede do concelho até 1838, quando esta função passou para a freguesia de Reguengos. A vila medieval de Monsaraz, protegida pelas suas muralhas é uma pequena povoação, com as suas ruas de xisto e as paredes caiadas de branco. Com ruas estreitas e repleta de recantos tem como pano de fundo uma vista deslumbrante sobre a paisagem alentejana e a albufeira de Alqueva

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A A

Cascata da Zambujeira Velha fica situada na

herdade que lhe dá o nome. Para se chegar lá Cascata da Zambujeira Velha fica situada na seguindo da direcção de Lisboa para sul, tomamos herdade que lhe dá o nome. Para se chegar lá a A2 até Grândola. Aí saímos e aanhamos o IP8 em seguindo da direcção de Lisboa para sul, tomamos direcção a Sines. Chegados ai viramos para sul e a A2 até Grândola. Aí saímos e aanhamos o IP8 em rumamos a Vila Nova de Milfontes. Atravessamos a direcção a Sines. Chegados ai viramos para sul e ponte sobre o Rio Mira com a sua paisagem magrumamos a Vila Nova de Milfontes. Atravessamos a nifica sobre o Rio e à direita a Vila com o seu forte ponte sobre o Rio Mira com a sua paisagem magsetecentista bem visível. Desde a ponte é seguir nifica sobre o Rio e à direita a Vila com o seu forte cerca de cinco quilómetros em direcção à Longeira setecentista bem visível. Desde a ponte é seguir e Almograve. cerca de cinco quilómetros em direcção à Longeira Chegados a uma curva á esquerda vamos encone Almograve. trar uma paragem de autocarro. Estamos a chegar Chegados a uma curva á esquerda vamos enconao fim da estrada de alcatrão. Aí vamos virar á estrar uma paragem de autocarro. Estamos a chequerda e seguir por estrada de terra batida. Seguimgar ao fim da estrada de alcatrão. Aí vamos virar os aproximadamente 2 quilómetros e vamos enconá esquerda e seguir por estrada de terra batida. trar um portão com o nome da herdade. Chegámos Seguimos aproximadamente 2 quilómetros e vaao nosso destino. Deixamos o carro e dai é seguir mos encontrar um portão com o nome da herdade. a pé 500 metros. Os proprietários da herdade são Chegámos ao nosso destino. Deixamos o carro e bastante simpáticos e estão já familiarizados com dai é seguir a pé 500 metros. Os proprietários da os visitantes. Na rua do monte começamos a ouvir o barulho da cascata e é só descer a encosta. A vis-

ta do alto da ribeira é deslumbrante. A água

corre por a encosta abaixo num grande declive do terreno. O velho moinho de água foi recuperado e é agora um charmoso alojamento mesmo junto ao rio. Todos os acessos foram devidamente reparados e cuidados. Existem mesmo lugares mágicos e que vale a pena visitar.

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Sobre Rodas

O Alentejo tem uma clara vocação para o Turismo Activo e de Natureza. A beleza da paisagem convida aos passeios a pé, em btt e a cavalo, e as estradas municipais, apesar da ausência de ciclovias, são excelentes para cicloturismo. Nos rios, nas albufeiras e na costa são possíveis múltiplas actividades naúticas. As praias são de eleição. E o céu, com este fantástico clima, é ideal para o paraquedismo, o parapentismo, os passeios em ultra-leve e o balonismo.

mamíferos raros … É um museu palpitante de história e de vida natural, que mereceu a classificação de três Áreas Protegidas:

É um permanente fascínio descobrir esta parte do Alentejo que se abre ao mar. Marginando os sapais do estuário do Sado, atinge-se uma imensa linha de cos-

as Reservas Naturais do Estuário do Sado e das Lagoas de Santo André e Sancha, e o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.

ta que, entre a ponta de Tróia e o cabo de Sines, toma a forma de um ininterrupto areal. No interior, onde se destaca a exuberante verdura da serra de Grândola, o montado de sobro convive com densas manchas de pinhal, os rios represam-se em belas albufeiras e a abundância da água dá vida a extensos arrozais. Subitamente, a paisagem muda. Para sul de Sines, as fantasias mais caprichosas do tempo geológico fizeram do mar e do vento seu escopro e cinzel, talhando falésias, contorcendo blocos de xisto, criando cordões dunares que bordejam areais, fazendo e desfazendo pequenas e secretas praias, definindo novos contornos à vegetação, temperando o planalto costeiro, alimentando a vida de algas, peixes, répteis, aves e 24

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A oferta das empresas locais inclui programas em terra similares às que se encontram em todo o Alentejo interior – passeios a pé, em btt, de jipe e a cavalo – e, como seria de esperar numa zona costeira, múltiplas actividades fluviais e marítimas: passeios nos Galeões do Sal do rio Sado com observação de flamingos e golfinhos, passeios de barco e canoagem no rio Mira, pesca embarcada no mar, cruzeiros marítimos, mergulho (cursos, baptismos, saídas, caça submarina), surf, windsurf, kitesurf e bodyboard. Algumas destas


empresas alugam btts, embarcações motorizadas, canoas e caiaques.

Deixamos-lhe aqui algumas sugestões organizadas em duas áreas geográficas. Conforme se desloque de automóvel, de bicicleta ou a pé, a viagem que lhe propomos deverá fazer-se com etapas bem definidas em função dos apoios existentes. Se viajar de bicicleta, tenha em atenção que na faixa costeira os trilhos são muito arenosos: opte pelas estradas secundárias ou por caminhos de terra bem compactados. Do Estuário do Sado ao Cabo de Sines Comecemos por Alcácer do Sal, a Salatia dos Romanos, que, para quem vem de Lisboa pela A2, é uma bela porta de entrada no Litoral Alentejano. Recebe-nos mesmo ali à borda do Sado, com os seus mariscos e pinhoadas, e um Centro Histórico que serpenteia entre o rio e o Castelo.. Depois de bem goza-

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Viver Alentejo Comporta e do Carvalhal. Não devem perder-se as acolhedoras e abrigadas praias do Pinheirinho, da Galé e da Aberta Nova, enquadradas por belas arribas. Quem sentir o apelo do interior e for amante de grandes caminhadas, entre Grândola, Santiago do Cacém e a Lagoa de Santo André, tem múltiplas possibilidades. Em Grândola pode descobrir os encantos da Serra seguindo o PR1 “Rota da Serra”, com uma distância de 17 kms. Este percurso liga ao GR 11E9 “Caminho do Atlântico”, com uma distância total de 47 kms, que se das as panorâmicas sobre o rio, há que embarcar num Galeão do Sal em busca de flamingos e golfinhos. Antes de se dirigirem para a costa, os interessados em arquitectura rural tradicional poderão ainda aproveitar para conhecer Santa Susana, uma aldeia com um encantador casario térreo caiado tipicamente alentejano. Marginando o rio em direcção à foz, impõe-se a visita do Porto Palafítico da Carrasqueira, curioso porto de

desenvolve entre Grândola e Santiago do Cacém, passando por S. Bartolomeu da Serra e Santa Margarida da Serra. A partir dele, encontram-se vários outros percursos: o PR “Veredas de Melides”, com 17 kms, circular a Melides; o PR3 “Vereda das Pedras Brancas”, com 11 kms, circular a Vale Figueira; o GR11.1 “Veredas de Santo André”, com 31 kms, que se inicia em Santa Margarida da Serra, pas-

pescadores com um sistema labiríntico de molhes construídos em estacaria assente no lodo. Boas vistas sobre o sapal. Rumando depois à Comporta, terra de arrozais, haverá que fazer uma incursão pela Península de Tróia, zona de grandes complexos turísticos, e contemplar a panorâmica que nos oferece sobre a Serra da Arrábida. Na parte norte da Península de Tróia poderá visitar as Ruínas Romanas de Tróia, mediante marcação prévia. As praias são muito procuradas pelos praticantes de windsurf. É nesta península que se inicia um extenso areal, baptizado de Costa da Galé, que se prolonga até ao Cabo de Sines. É uma zona com boas condições para surf e bodyboard, como o comprovam os adeptos que sempre se encontram nas praias da 26

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sa por S. Francisco da Serra e termina na Lagoa de Santo André; e o PR1 “Veredas de Brescos”, com 11,2 kms, circular ao Parque de Campismo da Lagoa de


Santo André.

Para voltar a fazer praia, há que dobrar o Cabo.

Muito importante: antes de partir para qualquer um destes percursos, informe-se nos respectivos postos

Do Cabo de Sines ao Porto de Azenha do Mar

de Turismo sobre o estado da sua sinalização.

Sines, terra de Vasco da Gama. Não se assuste: vai

A partir da Lagoa de Santo André, onde encontra bom

sentir-se num pólo industrial mas sair da sua zona de

alojamento turístico e muitas belezas naturais para

influência é mais rápido do que parece. Sem pressa,

explorar, não deixe de espreitar as fantásticas dunas

entre neste antiquíssimo porto pesqueiro, percorra as

da Praia do Monte Velho. A partir desta praia, existe

ruas medievais do Centro Histórico e visite os ex-libris

um percurso pedestre de grande interesse ambien-

do seu património.

tal: “Poços da Barbaroxa” (4kms, dificuldade baixa). É

E, claro, aproveite estar ao pé do mar em terra de

aconselhável o seu acompanhamento por um guia da

pescadores para se relembrar do sabor do peixe fres-

Reserva Natural. A marcação faz-se no Centro de In-

co acabadinho de pescar. Aqui e em todos os locais

terpretação do Monte do Paio, espaço de recepção e

da Costa Alentejana onde encontrar tasquinhas e

divulgação da Reserva Natural, com uma exposição

pequenos restaurantes junto às praias e aos portos de

permanente sobre o património natural desta Área

pesca.

Protegida. A partir deste Centro, está sinalizado o “Per-

É a sul de Sines que entramos no Parque Natural do

curso da Casa do Peixe” (4 kms, dificuldade média),

Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, com as suas

que pode fazer sem guia. Não se meta a caminho en-

pequenas praias envolvidas por escarpas xistosas. Os

tre Dezembro e Abril devido ao eventual alagamento

acessos sinalizados indicam, na maioria dos casos

das várzeas da Lagoa.

(não em todos), praias com apoios: estacionamento,

Quanto à Lagoa da Sancha, é quase um lugar secreto.

vigilância, bares e restaurantes. Os praticantes de tur-

Descubra-a!

ismo de natureza que quiserem levar mais longe a sua

Antes do Cabo de Sines, quem gosta de contemplar o

descoberta não se sentirão defraudados: a quase to-

mar batido, deve fazer uma incursão à Praia do Norte.

talidade da falésia pode percorrer-se a pé pelas vere-

A agitação marítima e os fundos perigosos desacon-

das dos pescadores.

selham os banhos, mas há ricos bancos de peixe nas

Entre as praias para famílias, aconselhamos, na zona

grutas submarinas que são motivo de atracção para

de Sines, Morgavel, Vale de Figueiros (Figueirinha), a

mergulhadores e caçadores.

Praia Grande de Porto Covo e a da Ilha do PessegueNovembro 2014

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Sobre Rodas

iro, junto ao Forte. S. Torpes é a preferida dos prati-

ante, com o Portinho do Canal. Na vila, basta seguir

cantes de windsurf e kitesurf.

o movimento para encontrar as praias de Franquia,

Quem buscar a intimidade das pequenas praias, tem

Farol e Furnas.

várias opções nas chamadas “Prainhas” de Porto

Nesta zona há boas condições para a pesca desport-

Covo, como a Vieirinha, a Oliveirinha ou a Samouque-

iva e para o mergulho. O rio Mira, que aqui desagua

ira. Nem todas têm vigilância e, por vezes, o acesso é

num belíssimo estuário, pode subir-se, de canoa ou

complicado. O que é garantido é a beleza, o sossego,

de barco a motor, até Odemira. É um passeio que vale

a privacidade. Entre elas, a Praia do Salto faz parte,

a pena fazer.

desde 2002, do grupo restrito de praias naturistas

Mais uns quilómetros e encontra-se a Praia do Almog-

reconhecidas oficialmente em Portugal.

rave, considerada uma das mais bonitas do Sudoeste

Em Porto Covo, há que visitar a sua pequena praça –

Alentejano. Tem excelentes apoios e boas condições

o Largo Marquês de Pombal –, considerada uma das

para surf e bodyboard. Na vila está sinalizado um per-

jóias da arquitectura popular portuguesa. Inspirada no

curso pedestre, o PR1 “Lapa de Pombas” (8,9 kms, di-

modelo pombalino da baixa de Lisboa, é uma encan-

ficuldade baixa, duração aproximada de 3,30 h). Parte

tadora “sala de estar” da zona, onde apetece ficar nas

do centro de Almograve, propõe uma incursão de ida

esplanadas a picar um petisco e a tomar uma bebida

e volta ao Porto da Lapa de Pombas, prossegue entre

fresca na companhia daquele belo casario de traça

as lindíssimas arribas das praias de Almograve e Brejo

oitocentista.

Largo e regressa à vila pelos campos cultivados do interior. A temática não podia ser mais apropriada: as

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Continuando a viajar para sul, atingimos a zona de Vila

formações dunares e rochosas que nos falam de uma

Nova de Milfontes, primeiro com a praia do Malhão,

história com mais de 300 milhões de anos.

tradicionalmente frequentada por todos os que quer-

A beleza desta costa merece contemplação e estamos

em evadir-se das praias mais concorridas, e, mais adi-

perto de um dos seus miradouros mais fantásticos: o

Novembro 2014


dade média), que versa os temas da arquitectura tradicional e da flora e fauna da serra; e o PR3 “Troviscais” (início na aldeia de Troviscais, 13,5 km, dificuldade média), que nos leva à descoberta do rio Mira e do montado da região. Regressando de novo à costa, o próximo destino será Zambujeira do Mar. No que respeita a praias, é uma excelente combinação entre o acessível e o inacessível, o fácil e o difícil. Para além da praia junto à vila, com apoios Cabo Sardão. Para os observadores de aves tem ain-

e boas condições para surf

da outro atractivo: é este o único local do mundo onde

e bodyboard, há outras para descobrir, para norte e

a cegonha branca nidifica em falésias do mar. Vá ago-

para sul.

ra visitá-lo e, a partir dele, mesmo que não seja adepto

Para norte, não deixe de ver a Praia de Nossa Sen-

de grandes caminhadas, passeie um pouco para sul

hora. Na zona do porto de pesca da Entrada da Bar-

sobre a falésia. É um deslumbramento e, se quiser,

ca, junto a Touril, onde se come bom peixe fresco,

pode ir a pé ou em btt até à Zambujeira do Mar.

encontram-se caminhos trilhados sobre a falésia que nos revelam, lá muito ao fundo, pequenos areais escondidos. Quem não quiser meter-se em aventuras, o melhor que tem a fazer é mesmo contentar-se com a vista. Para sul, são uns escassos 500 metros até à Praia dos Alteirinhos, classi-

ficada em 2008 como praia na-

turista. É ampla, bonita, rica em peixe e o acesso exige algum esforço: entre a descida e a subida conte com

Caso queira descansar da praia e respirar o ar do campo e da serra, está no sítio certo para fazer agora uma incursão a Odemira, vila branca disposta em cascata sobranceira ao Mira. A partir de Odemira ou de Vila Nova de Milfontes, tem mais dois percursos pedestres para fazer: o PR2 “S. Domingos” (início na aldeia de S. Luís, 8,1 km, dificulNovembro 2014

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Roteiros campos de lilases, observam-se aves únicas e descobrem-se paisagens que nunca mais se esquecem, sejam elas em plena planície, no topo de uma falésia, num montado ou junto ao mar. A meio caminho entre a serra e o mar, entre albufeiras, rios e campos a perder de vista, pegue nos binóculos pela manhã e veja outro Alentejo – região privilegiada para o birdwatching durante todo o ano, nos vales e estuários dos rios. Castro Verde, Mértola, Barrancos, Mourão, Lagoas de Sto. André, de Sancha e de Caia destacam-se nesta prática. Em Outubro, não muito longe, em Marvão, não perca o Festival Al Mossassa, que assinala a fundação da vila, com a recriação de um mercado árabe, artesanato, gastronomia, música e teatro. Percorra a

Neste lugar de planície, atravessado por ribeiras, mar

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e campos que nos enchem a alma de viagens e ex-

História pelo Norte Alentejano e o Alentejo Central,

periências, acampar ou ficar hospedado num dos

com forte presença do megalitismo, como Reguen-

montes caiados de branco, junto à planície, nas ser-

gos de Monsaraz, ou Castro da Cola, em Ourique, do

ras, ou perto do mar são boas maneiras de viver em

período Neolítico e chega-se à presença da civilização

pleno o verdadeiro Alentejo. Por aqui, desbravam-se

romana. Aqui destacam-se Miróbriga, em Santiago

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ar e voe de balão até Évora. Se não estiver satisfeito, no aeródromo de Évora pode saltar de pára-quedas a 3000 pés de altitude sobre a cidade. Caso não goste de voar, passe por Elvas, e desfrute de um bom momento cultural no Museu de Arte Contemporânea, onde está patente parte do acervo da colecção António Cachola, com mais de três centenas de obras da arte contemporânea portuguesa. Ou então aventure-se pelo circuito mineiro, de Cercal do Alentejo ao Lousal, da importante mina de Aljustrel, passando por Castro Verde, e subindo até às singudo Cacém, Ammaia, em Marvão, ou villae como a de Torre de Palma, no concelho de Monforte e as de S. Cucufate ou Pisões que abasteceram a importante Pax Julia (Beja) e o ainda bem conservado Templo

lares minas de S. Domingos, há espaços museológicos em antigas instalações, visitas guiadas e passeios na descoberta deste original património industrial e geológico.

Romano de Évora, ex-líbris do seu antigo centro. No período islâmico, pare em Mértola, a vila mais árabe de Portugal e aprecie a sua singular Mesquita. Se quiser viver a natureza, aventure-se por trilhos pedestres e passeios de BTT nas serras, entre montes, vales e ribeiras. O Parque de S. Mamede é o local mais elevado do Alentejo, com 1025 metros de altitude. Percorra os seus mais de 56.000 hectares de extensão nos cinco percursos pedestres sinalizados do terreno. As albufeiras circundantes, de Caia, de Montargil, do Maranhão, do Divor, são outra óptima maneira de explorar a natureza e praticar desportos como o ski aquático, o remo, a vela, canoagem, ou simplesmente nadar.Em Cabeço de Vide troque a água pelo Novembro 2014

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Viver Alentejo

Na linha do Alqueva chegue a Barrancos e visite o Parque de Natureza do Noudar. Ao final da tarde, quando as cores quentes encherem o céu, veja o pôr-do-sol ou experimente parapente ou asa delta, com descolagens do alto das falésias do litoral ou de montanhas no interior. Para os adeptos do fim de tarde na praia, da Zambujeira do Mar a Tróia, há muitos areais a descobrir. No início de Agosto, o Festival do Sudoeste, na Zambujeira do Mar, e, no fim de Julho, o Festival Músicas do Mundo, em Sines, fazem as delícias dos melómanos que não passam o Verão sem mar. Para os amantes das ondas, a praia de São Torpes é óptima para a prática de surf. 32

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Alentejo à Mesa

O restaurante A Deolinda, em Santiago do Cacém, fica integrado numa pequena unidade hoteleira de turismo rural, apresentando uma sala familiar e aconchegante, a fazer lembrar a sala de jantar de uma habitação particular. A comida ali servida, confeccionada pela Dona Deolinda, é toda ela regional, apurada pela prática ao longo dos anos. O borrego no pão é o prato mais emblemático da casa, bem como a carne de

cias aos mais exigentes. Um espaço tranquilo e acolhedor, pensado no prazer de uma degustação cuidada. A sua cozinha, tradicional Alentejana, confeccionada com produtos da região, faz a delicia dos mais exigentes. As sobremesas são um prazer divino!! Para acompanhar, uma garrafeira de qualidade ao nível dos pratos por ali confeccionados.

porco com camarão, castanhas, maionese de alho ou migas. Atente aos pratos de caça, como o javali à Deolinda e a sopa de lebre. Termine com uma caseira barriga de freira. Situado no Litoral Alentejano, no inicio da Rota Turistica da Costa Vicentina e do apaixonante Trilho dos

Cruz do Alcaide - Cumeadas 7540-237 Santiago do Cacém Alentejo | Portugal Tel.+351 269 822 732 Telm. +351 966 057 895 - 962 700 058 E-mail: adeolinda@adeolinda.com Restaurante Encerra ás 2ª Feiras Restaurant closed on Monday

Pescadores, junto ás milenares Ruínas de Miróbriga, “ A Deolinda - Casa de Campo | Restaurante “ tem para lhe oferecer as delicias da gastronomia alentejana e a paz e tranquilidade desta magnífica região turística. Oferece-nos alojamento de qualidade, no campo, junto à praia, e um serviço de restaurante de fazer as deli-

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Galeria

Mertola David Junior Outubro 2014

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GerĂŞs Tiago Silva Outubro 2014


Sighisoara /RomĂŠnia Helder Pinela Novembro 2014

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ertola avid Junior utubroGaleria 2014

Mertola David Junior Outubro 2014

Mendro Catalin Cicau Setembro 2014

Santiago do CacĂŠm A. Canana Setembro 2014 38

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Natal em Reguengos 2014-12-05 até ao dia 2015-01-06

Exposição Évora 2014-12-04 até ao dia 2015-01-05

Mostra Gastronómica Caça 2014-12-05 até ao dia 2015-01-06

Exposição Picasso 2014-12-05 até ao dia 2015-01-25

Presépios MADE 2014-10-28até ao dia 2015-01-15

Quina das Baetas 2014-12-05 até ao dia 2015-01-06

Évora “Boa Mesa” 2014-01-01 até ao dia 2014-12-31

Cante do Alentejo 2014-01-01 até ao dia 2014-12-31

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Viver Alentejo

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