O BICHO TONÉ

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O BICHO TONÉ

Um búzio lindo e maravilhoso não é, mas nasceu no mar e é curioso: é o bicho Toné!

Não era uma vez. Foram muitas as vezes que o bicho Toné foi à praia com os seus amiguinhos: O Barinho, o Dinho e o Lapouço. Não os descrevo porque o que eu quero é que cada um de vós os imagine à vossa maneira. Por exemplo: para a Mariana o Barinho pode ser magrinho; para a Beatriz o Dinho tem um sinal no nariz; e para a Paulinha o Lapouço nada tinha!

Tudo começou quando estes quatro amigos (que se comparavam muitas vezes aos Mosqueteiros) estavam na praia de Maramir e avistaram um búzio surpreendente e branquinho.


Ora, o bicho Toné era curioso, muito curioso, curiosíssimo até, não fosse ele…o bicho Toné! Com tanta curiosidade junta, o Toné aproximou-se junto do búzio e subitamente: - Olá, bicho Toné? Tudo bem contigo, com o Barinho, com o Lapouço e com o Dinho? - Duas perguntas, búzio personificado: Como é que tu falas? Como é que sabes o nosso nome? – “biperguntou” o Toné. - Ora isso é que eu não digo. Queres vir comigo? – respondeu o búzio.

Não é difícil concluir que o bicho Toné foi logo atrás do búzio!


E lá foram eles para o fundo do fundo do fundo do fundinho do mar mesmo muito profundo! Depois de sete horas de viagem chegaram. O bicho Toné sentiu-se perdido mas confiava no búzio. Tu confiarias num búzio assim? Eu não…. E entretanto o búzio perguntou: - Queres água, Toné? – perguntou o búzio a rir-se. - Mas…mas…eu estou debaixo de água!!! – exclamou o bicho Toné todo nervoso… - Estava a brincar contigo, Toné! Brinco contigo porque quero fazer-te um pedido. - Lá estás tu com o modo imperativo, búzio! Mas diz lá! - Para a semana vou casar com a minha búzia e queria que fosses o padrinho! – disse o búzio muito emocionado.


- Então e o Dinho, o Lapouço ou Barinho? Cada um deles dava um bom padrinho! - Mas tens que ser tu, Toné! Assim é que é! – suplicou o pequeno búzio. - Está bem! – aceitou o Toné. Quando casas? - Daqui por sete dias! - SETE DIAS ????? Mas isso é uma semana!!! – retorquiu o Toné cheio de medo. - Não te preocupes. Aqui sete dias são sete horas. Por isso logo estarás em Maramir com os teus amigos.


O Toné nem imaginava o que lhe iria acontecer. A verdade é que quem fosse padrinho do búzio e da búzia só voltaria a casa quando eles de filhos tivessem uma dúzia. Como sabem, uma dúzia são doze, ou seja, contas até dez e adicionas mais dois! E isso é muito. É preciso quase um ano para uma búzia ter um buziozito. Assim, serão precisos LLLLLLOOOOOOOONNNNNNGGGGGGGGOOSS doze anos para o Toné regressar a casa! Coitadinho…e agora? Toné pensava que nunca mais voltaria a ver os seus “mosqueteiros” e que jamais poderia ele brincar como tanto gostava. Ainda por cima, não sabia o caminho para casa e a hora do CASAmento se aproximava. Aquele feitiço do padrinho era pior do que as partidas do Barinho e bem mais assustador do que as histórias do Dinho! O Toné pensava no Lapouço que era o único que sabia nadar, mas lembrava-se que a


bandeira da praia de Maramir estava vermelha. E assim o Lapouço não se atreveria a procurar o seu amigo Toné! Imaginava já o que iria ele cantar quando chegasse a casa:

Doze anos passaram e a búzia já teve bebés Olá amigos, olá! Já cá estou outra vez !!!!!

A cantar adormeceu. Foi então que viu uma linda princesa que não vou descrever para a imaginarem. Dou só duas pistas: tinha caracóis e uma pele alva que quer dizer branca. Chamava-se Marbia e começou logo a sussurrar ao ouvido do Toné:


- Toné, Toné! Acorda! Já falei com os teus amigos! - Mas quem és tu? – perguntou o sonolento Toné. - Sou a princesa Marbia e estou aqui para te proteger e salvar-te do feitiço. Os teus amigos já sabem o que fazer. - E qual é o teu plano? - Calma! Tens que acreditar em mim, Toné! – respondeu a princesa Marbia. Os teus amigos vão esperar que cheguem as doze horas e vão mudar a bandeira vermelha para verde e eu irei vazar a maré para que te possam ver, ó bichinho Toné! - Vamos a isso!


Entretanto, o Lapouço pôs-se às cavalitas do Dinho e, por cima dele, pôs-se o Barinho! Mudaram a bandeira para um verde, verdinho! Depois, a princesa desceu ainda mais lá para o fundo do que o simples fundo do fundo do fundo do fundinho do mar mesmo muito profundo e retirou uma tampinha pequenininha e amarelinha. A tampinha ela tirou e o mar logo se esvaziou. Quando abriu os olhos, o Bicho Toné estava em cima de um barquinho amarelo. Era um barquinho amarelo que as ondas do mar tinham feito desaparecer há uns aninhos atrás. Remou com muita energia e lá estavam os amigos todos juntos de novo na praia de Maramir. Quanto à princesa Marbia, ninguém mais a viu! Só o Toné e tu que estiveste a ler esta história é que serão capazes de a ver quantas vezes quiserem!


FIM


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