Fobia social

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Fobia social Não querer ir ao primeiro dia de aulas com medo que o professor peça para os alunos se apresentarem, não colocar dúvidas durante as aulas para não ter que falar, evitar fazer telefonemas por medo de falar com estranhos, não ir a jantares de amigos porque sabe que vão meter conversa e fazer perguntas frente-a-frente, não ir ao supermercado ou ao café perto de casa com medo de encontrar pessoas conhecidas e ter que dizer olá – são várias situações em que a ansiedade social ou fobia social se manifesta, mas existem muitas mais As pessoas com fobia social pensam que os outros vão ficar a olhar, os vão achar inconvenientes ou ridículos, vão ser gozados, criticados ou rejeitados. Há um pico de ansiedade e as consequências visíveis são várias: ficar corado, gaguejar, transpirar excessivamente, ter um aumento do batimento cardíaco, desconforto no estômago, ter as mãos suadas, sentir falta de ar e náuseas, evitar o contacto visual. Facilmente confundida com simples timidez, a fobia social é mais exagerada e deveras incapacitante porque as pessoas com fobia social acabam por evitar as situações das quais têm medo, isolando-se, em maior ou menor grau, sendo que no extremo da fobia social, as pessoas deixam de conseguir trabalhar e já não conseguem sequer sair de casa. Estudos realizados indicam que as pessoas com fobia social permanecem solteiras, com menos escolaridade e como tal com nível sócio-económico mais baixo, têm mais instabilidade no emprego e menos suporte social (José Pinto Gouveia). Daí a importância de procurar tratamento adequado e não deixar que o isolamento social se instale. Nas crianças a timidez é relativamente comum, já que não sabem ainda expressar tão bem as suas emoções. Para as crianças tímidas, ajuda participarem em actividades de grupo que promovam a comunicação, mas quando já houve uma evolução para fobia social é preciso um processo ainda longo até que consigam quebrar o isolamento e integrar-se nestas actividades. Associadas às limitações que as pessoas com fobia social sentem, estão geralmente características como uma auto-estima baixa, sempre com medo que a opinião dos outros vá reforçar o quanto inferiores são (pensam que são), falta de assertividade e maior sensibilidade às críticas. As pessoas com fobia social têm também maior propensão para ter depressão e para abusar de álcool ou drogas. Para não deixar que a fobia domine todos os aspectos da vida pessoal, é essencial procurar ajuda o mais cedo possível. A psicologia vê a fobia como uma defesa a um conflito que está a um nível inconsciente, que a pessoa não reconhece. O objectivo da psicoterapia é trazer à consciência esses conflitos para que o paciente os possa reconhecer e resolver, eliminando assim as causas da fobia, o que permitirá que os sintomas desapareçam gradualmente. Simultaneamente, a psicoterapia permite encontrar formas para lidar com a ansiedade gerada nas situações sociais.

Autora: Dra. Célia Brás - Psicologia - São João das Lampas


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