O choro dos bebés

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O choro dos bebés A primeira forma de comunicação dos bebés é o choro! Embora estes comecem a comunicar através de gestos e expressões faciais muito antes de dominarem a linguagem verbal, nenhum outro método de comunicação se revela tão convincente na interacção com os principais prestadores de cuidados, como o choro. Este opera como um estímulo biológico que alerta os pais para as necessidades do bebé. Quando um bebé nasce, o primeiro comportamento que esperamos é ouvir o seu choro, como se este atestasse a saúde do bebé. Ao verificarmos que o choro tarda, ficamos inquietos e começamos a questionarmo-nos sobre o estado de saúde do recém-nascido. Nos meses seguintes, à medida que se desenvolve, o bebé vai manifestando diferentes tipos de choro adequando-o a cada uma das suas necessidades. Este processo vai desencadear uma espécie de jogo de tentativa e erro, no qual os pais procuram descodificar cada um dos choros de forma a satisfazerem o mais rápida e eficazmente possível as necessidades do seu filhote. Uma crise de choro de um bebé, caracteriza-se por três fases principais. Uma primeira fase de pré-choro, na qual observamos que o bebé fica rabugento e desinquieto. No caso de as suas necessidades não serem supridas nesta primeira fase, a crise de choro avança para uma fase de choro propriamente dito, na qual o bebé procura chamar a atenção dos que o rodeiam de uma forma mais incisiva. Por último e no caso de não ter sido atendido, o choro do bebé evolui para uma fase de gritos, os quais têm como objectivo activar o sistema de alerta dos pais, provocando-lhes desconforto. O conhecimento da existência destas três fases e suas diferentes características, é importante para que mais facilmente se consigam identificar as necessidades do bebé antes de este passar para uma fase de desespero, na qual o choro se transforma em gritos. Quanto às causas que podem levar a que um bebé entre numa crise de choro, são múltiplas e variadas. Pode ir de uma simples chamada de atenção até situações de verdadeiro incómodo ou mesmo mal-estar físico, daí que não se deva ignorar o choro de um bebé. A causa de choro mais habitual e que mais cedo os pais apreendem é a fome. Neste caso, normalmente o bebé associa ao choro movimentos de procura do peito e/ou de sucção. Por vezes pode também acontecer que depois de ter sido alimentado, o bebé chore ao ser colocado na posição deitado. Nesta situação é muito importante assegurarmo-nos de que o bebé arrotou e se a causa do choro não está relacionada com refluxo infantil. A dor física também pode estar associada ao choro do bebé. Na sua grande maioria os pais apercebem-se de que algo não está bem com o bebé quando, após ter sido alimentado e ter descansado o suficiente o bebé continua a chorar sem qualquer razão aparente. Nestes casos o melhor é consultar o Pediatra para que este possa proceder ao despiste de sinais de doença. Outra razão pela qual os bebés podem chorar é por se sentirem desconfortáveis. Embora nem todos o façam, muitos bebés ao sentirem a fralda suja choram como forma de manifestar o seu desconforto. Uma outra causa de desconforto está relacionada com as diferenças de temperatura. Para os pais é por vezes complicado saberem ao certo que quantidade de roupa vestir ao bebé. Nos primeiros meses de vida a sensibilidade do bebé ao frio é maior, e irá diminuir à medida que este for crescendo. Para reduzir o desconforto relacionado com a temperatura, os papás deverão ter o cuidado de reduzir ao mínimo os tempos de banho e mudança de fralda, momentos em que o bebé está mais exposto.


É importante ter em mente que nos primeiros meses de vida o bebé necessita de um ambiente tranquilo e reconfortante à sua volta. Ao ser exposto a ambientes muito estimulantes e confusos o bebé pode manifestar o seu cansaço através do choro ou simplesmente desviando o olhar ou fechando os olhos. As cólicas são outra causa de choro muito comum durante os três primeiros meses de vida. Estas provocam crises de choro persistente, normalmente associadas a movimentos das pernas na direcção da barriga, a expressões faciais de dor e a gritos penetrantes. A um nível fisiológico, as cólicas são espasmos dolorosos do intestino, que afectam bebés com poucas semanas de vida. Segundo um estudo levado a cabo pelo Dr. Brazelton, o choro motivado por cólicas começa normalmente por volta das duas semanas de vida, aumentando significativamente às seis semanas e terminando entre os três e os quatro meses. Apesar de serem uma fonte de stress para os pais, as cólicas não são sinónimo de doença e em breve os sintomas irão desaparecer. Existem especialistas que recomendam alguns procedimentos que poderão ajudar a aliviar o mal-estar provocado pelas cólicas. São eles o embalar, o pegar ao colo, o massajar o abdómen do bebé fazendo uma pressão suave no abdómen e o som “shhh”, que instintivamente se faz. Acima de tudo, o importante é ter consciência de que apesar de provocar ansiedades e apreensões nos pais, o choro é o principal meio de comunicação dos bebés sendo através dele que começam a interagir com o mundo que os rodeia. Com o passar do tempo, os bebés vão aprender novas estratégias para comunicar que irão substituir e complementar o choro, especializando-se um bocadinho mais a cada dia nesta ciência maravilhosa que é a comunicação!

Autoria: Gymboree


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