Perturbações do sono

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Perturbações do sono O sono é essencial ao nosso bem estar e quando não dormimos as horas suficientes para o nosso corpo recuperar energia aumenta a fadiga, a irritabilidade, apresentamos flutuações de humor, falta de atenção, a nossa produtividade diminui e aumenta o risco de depressão. Na idade adulta, geralmente 8 horas de sono são suficientes para um bom funcionamento ao longo do dia, no entanto, há pessoas que conseguem ter um bom rendimento com apenas 4 ou 5 horas, enquanto outras precisam de 10 horas de sono todas as noites para as restantes 14 horas do dia em actividade. 30% dos portugueses apresentam algum distúrbio do sono, sendo o mais frequente a insónia e, possivelmente os números não representam a totalidade das pessoas que têm dificuldades em dormir nem nos dizem quantas pessoas vêm as sua produtividade durante o dia afectada. As perturbações do sono podem ter as suas causas no mau funcionamento cerebral, no abuso de substâncias ou doenças como a diabetes mas também nas perturbações emocionais como stress, ansiedade e depressão. Também situações pontuais como conflitos relacionais ou no local de trabalho, doenças graves ou morte de familiares, perda de emprego ou a pressão para ter sucesso, seja escolar ou profissional podem impedir que se tenha uma boa noite de sono. No entanto, mesmo quando os problemas de sono derivam de situações temporárias de stress, se não forem tratados podem agravar-se e persistir mesmo depois de ter sido solucionada a sua causa inicial. O medo de não adormecer e saber que se tem que acordar cedo pode dificultar ainda mais o adormecer, o que provoca um ciclo vicioso de insónia à noite e sonolência durante o dia. Também as crianças podem apresentar distúrbios do sono, seja na dificuldade em adormecer, pesadelos ou mesmo terrores nocturnos. A dificuldade em adormecer nas crianças deve-se geralmente a um evitamento que tanto pode dever-se à vontade de continuar a brincar e estar com os pais como ao medo de ter sonhos angustiantes por já os ter tido anteriormente. Esta situação é atenuada facilmente pelos pais com determinados rituais como ler uma história, aconchegar a almofada ou dar um copo de leite. Os terrores nocturnos são normais nas crianças dos 4 aos 12 anos, tendendo depois a desaparecer e parecem ter uma importante componente genética. Caracterizam-se por um acordar repentino e angustiado durante o primeiro terço da noite. Geralmente a criança acorda a gritar, suada e em pânico, o que dura apenas alguns minutos e volta rapidamente a adormecer. Para além das insónias e dos terrores nocturno, os distúrbios de sono mais comuns incluem ainda a apneia do sono, sonambulismo e ranger dos dentes – bruxismo - que acarretam consequências diurnas de sonolência excessiva, já que não permitem um sono contínuo o suficiente para permitir o descanso. A psicoterapia é mais eficaz a longo termo no tratamento dos distúrbios de sono do que a medicação, já que é destinada a resolver as situações que fomentam os problemas de sono, bem como a atenuar o sofrimento provocado por não conseguir dormir. Nas crianças é ainda mais importante procurar tratamento rapidamente, já que a falta de sono na primeira infância acarreta consequências a nível cognitivo.

Além dos tratamentos médicos e psicológicos há medidas que todos nós podemos tomar para dormir melhor como diminuir ou eliminar a ingestão de cafeína (não só o café, mas chá, refrigerantes e chocolate) e álcool, beber poucos líquidos à noite e fazer uma refeição leve de digestão fácil, praticar actividade física com regularidade, de preferência ao fim da tarde,


evitar dormir muito mais ao fim de semana, ter horários regulares para adormecer e acordar e manter o quarto com uma temperatura amena e pouca luz e ruído. Autoria: Dra. Célia Brás - Psicologia - São João das Lampas


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