Repreensões emocionais ou racionais

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Repreensões emocionais ou racionais? Advertir, comentar, criticar, repreender. Por vezes ficamos na dúvida de como o fazer. Impondo a palavra, a força, o argumento. Atuando de forma emocional ou racional. Seremos mais eficientes numa repreensão repleta de afeto ou numa repreensão recheada de razão? Sentimo-nos bem com o afeto, mas compreendemos melhor a razão. A criança entende, quando lhe explicam, porque fez mal ou bem. Neste feedback há que distinguir o feedback afetivo do feedback cognitivo. É redutor dizer "Boa, fizeste bem!". Será mais eficiente "Sabes porque é que fizeste bem? Percebeste como fizeste bem? Como é que chegaste lá?". É importante refletir que a maioria das vezes ensinamos o "não caminho", em vez do caminho. "Não faças isto! Não mexas naquilo!". Importa explicar o porquê de não fazer isto ou de não mexer naquilo para enraizar percepções fundamentais na criança. Se está a fazer bem deve ser elogiado para perceber que está a fazer bem. Deste modo terá a percepção de como deverá voltar a fazer. Pensamos que muitas vezes são implícitas e que as crianças já sabem. É um erro! Muitas vezes não sabem e não vão aprender pelo não! O não e o sim, por si só, são insuficientes. Uma repreensão racional deve finalizar com uma aproximação emocional. Um abraço de afeto, um carinho. Fazer sentir ao outro que, para além da repreensão ele existe, e eu gosto dele. Não é ele que está em causa, enquanto pessoa, mas sim os seus actos que merecem uma aprovação, um aplauso, ou uma crítica/repreensão que o ajude a encontrar o caminho.

Autoria: Dr. Renato Paiva - Pedagogo e Director da Clínica da Educação (in Pais & Filhos - Abril 2013)


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