CARLOS HENRIQUE BERNARDINO DE CARVALHO
SUPERESTAÇÕES DE TRATAMENTO E PARQUE SOBRE O PISCINÃO SHARP
INTRODUÇÃO
Imagem da área de intervenção (fonte: arquivo do autor)
Localizado na Estrada do Campo Limpo, o piscinão Sharp está entre os três maiores equipamentos do tipo em operação atualmente na cidade de São Paulo. Resolve o problema das enchentes, mas permanece ocioso em 95% dos dias do ano. Dadas suas características plásticas, técnicas e de inserção na cidade, é em boa parte responsável pelo comprometimento do entorno, minando seu potencial de desenvolvimento uma vez que desvaloriza os
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SUPERESTAÇÕES DE TRATAMENTO E PARQUE SOBRE O PISCINÃO SHARP imóveis do entorno. Não possui nenhum tratamento urbanístico que busque reverter o impacto da construção. Em área imediatamente adjacente (à esquerda, na foto anterior), existe um terreno com formação vegetal de grande porte já consolidada.
CONCEITO Toda a região carece de áreas verdes, espaços de lazer e de uma abordagem mais ecológica no tratamento da cidade. O piscinão, por sua vez, cumpre sua função de demanda ocasional e tende a evoluir no sentido de agregar estações de tratamento locais. Uma vez que as estações previstas operam com máquinas e químicos custosos para a cidade, além de reforçar a degradação do entorno Croquis do autor
gerada pela existência do piscinão, este trabalho busca uma alternativa de processo de tratamento sustentável e a inclusão de equipamentos que atendam a lacuna existente no local.
Assim como a topografia existente foi radicalmente interferida a ponto de podermos tratar a radicalidade do processo por subtração, é pretendida a recriação da experiência de relação do sujeito com formas mais dinâmicas,
PRINCÍPIOS GERAIS Sem interferir na função principal do piscinão, é proposta a criação de Superestações de Tratamento suspensas sobre o piscinão. Estas imensas superestações são imensas jardineiras, a maior delas com 30m x 300m, chegando à profundidade de 20m em alguns trechos do terreno criado dentro delas.
remetendo à ausência de uma topografia imaginada, fictícia, ao mesmo tempo que ativem o interesse pelo local e por estar ali desfrutando das possibilidades de uso. A principal função das jardineiras propostas é o tratamento das águas contaminadas do Córrego Pirajussara e do piscinão, quando houver ali água recolhida. A água será bombeada para as Superestações e o tratamento feito
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SUPERESTAÇÕES DE TRATAMENTO E PARQUE SOBRE O PISCINÃO SHARP por fitorremediação, explorando principalmente o potencial de espécies nativas. Apesar da grande área disponível e da capacidade do equipamento de proporções avantajadas, o projeto é desenvolvido com previsão para tratamento parcial de água no trecho, seguindo para outros dois postos de tratamento pelo mesmo sistema, localizados a jusante, formando um complexo de tratamento integrado a um plano de parques e equipamentos verdes para a região. Aproveita-se a vocação oferecida pelo entorno e por iniciativas experimentadas no local. Há uma escola de ensino fundamental com cerca de 500 alunos em frente ao piscinão e há nele resquícios do que foi a tentativa de promover educação ambiental através de um pequeno viveiro de plantas, hoje abandonado. Pretende-se que o equipamento proposto possa ser explorado, em especial, por escolas dali e da região, atuando na formação de sujeitos mais conscientes dos processos naturais, da importância da preservação e do uso inteligente dos recursos do meioambiente.
Localização dos três equipamentos (Fonte da imagem de base: Google Mapas)
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SUPERESTAÇÕES DE TRATAMENTO E PARQUE SOBRE O PISCINÃO SHARP O programa prevê: •
o
parque
como
as
Superestações
possuem
arborização que busca intensificar radicalmente a presença de
Parque: o
Função de cruzamento para pedestres e ciclistas;
espécimes de médio e grande porte nativos, recriando para a
o
Livre aproveitamento das áreas verdes disponíveis para o
paisagem e para a biodiversidade geral o tecido florestal que um
lazer
dia pode ter havido ali. Por isso a grande profundidade de terra
o
o •
Tanto
com
grandes
superfícies
gramadas,
quadra
e
equipamentos de academia ao ar-livre;
em alguns trechos, para que a vegetação possa atingir seu
Boxes para venda de artesanato em área reservada próxima
potencial de crescimento real, chegando com facilidade a 25m de
à calçada da Estrada do Campo Limpo;
altura ou mais.
Viveiros para produção de mudas e educação ambiental;
Debaixo da cada Superestação existe uma laje, sem
Superestações de tratamento: sempre densamente arborizadas,
programa definido, para livre circulação e apropriação de acordo
possuem usos específicos para cada uma delas:
com
o
Pista de cooper e caminhada, com equipamentos de
comerciais,
competições esportivas como skate e artes marciais. Na extremidade oposta, junto à estação menor, há o prédio
academia ao ar-livre; o
demandas pertinentes: feira livre, feiras
Horta urbana, que pode ser desenvolvida integrando
administrativo do conjunto e uma praça, que também serve como
propósitos educacionais e uso pela população, promovendo
conexão com o bairro e ponto de contato com a água ali tratada.
um estilo de vida mais saudável e a sustentabilidade econômica dos equipamentos através da venda de produtos; o
Pista de skate;
o
Praça
gastronômica,
com
restaurantes
e
lanchonetes
integrados por pergolado central; o
Arena de eventos para shows e apresentações;
o
Floresta artificial com trilha e curso d’água, recriando a flora da Mata Atlântica;
Metaesquema, Hélio Oiticica (c.1959). Obra adotada como referência artística para a implantação do conjunto
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