INTERVALO
Centro Comunitรกrio no Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur
INTERVALO
Centro Comunitário no Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur
Henrique Santana Prata Trabalho de Graduação Integrado II Instituto de Arquitetura e Urbanismo Universidade de São Paulo Comissão de Acompanhamento Permanente (CAP) Luciana Bongiovanni Martins Schenk Simone Helena Tanoue Vizioli Coordenador do Grupo Temático (GT) Paulo Cesar Castral Universidade de São Paulo Instituto de Arquitetura e Urbanismo São Carlos - SP Junho/2018
INTERVALO, ESPAÇO COMUNITÁRIO NO CONJUNTO HABITACIONAL EDUARDO ABDELNUR Trabalho de Graduação Integrado apresentado ao Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP – Campus de São Carlos. Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________ Prof. Dra. Luciana Bongiovanni Martins Schenk IAU - USP __________________________________________ Prof. Dr . Paulo Cesar Castral IAU - USP
___________________________________________ Convidado(a)
RESUMO No cenário brasileiro atual a produção de habitação social se mostra precária em relação a equipamentos e infraestrutura urbana de qualidade. Seu desenho tem se estruturado pela lógica capitalista contemporânea, criando espaços frequentemente excluídos destinados a população de menor renda, as Áreas de Interesse Social. Este trabalho tem como objetivo a produção de um espaço público e seus equipamentos para que possam articular diversas atividades humanas contemporâneas, especialmente em comunidades socioeconomicamente vulneráveis. O estudo se volta ao espaço do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur, na periferia de São Carlos - SP produzido pela Prohab, sobre os auspícios do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), implementado e ocupado em 2015. Utilizando-se o conceito de intervalo de Herman Hertzberger e o manifesto de Lucien Kroll, o projeto procura a construção de um espaço mais humano em conjuntos de habitações que existem sem características urbanas.
Palavras-chave: espaço comunitário, habitação social, flexibilidade, sustentabilidade.
SUMÁRIO Questão - p. 10 Espaço público - p. 12
Atuação do arquiteto - p. 14 O intervalo - p. 16
Leituras - p. 18
São Carlos, SP - p. 20
Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur - p. 24
Proposta - p. 30
Flexibilidade - p. 32
Técnica construtiva - p. 56 Sustentabilidade - p. 58
Referências - p. 62
QUESTÃO
Desenvolvimento do espaço público nas cidades A consolidação das cidades no Brasil se intensifica com o processo de industrialização em meados do século XX. A mudança do eixo agrario para o eixo da indústria, marcada pelo governo de Getúlio Vargas e Juscelino Kubistchek, criou pólos de atração principalmente no sudeste do país e hoje mais de 80% da população vive nas cidades. O meio de transporte rodoviarista se estabeleceu e em conjunto com o funcionalismo moderno desenhou nosso espaço urbano e manteve o poder de transformação nas mãos de poucos políticos, técnicos e oficiais do governo. Com isso temos uma falta de planejamento urbano e política habitacional. A lógica do capital prevalece sobre a decisão democrática e igualitária de qualificação do espaço, implementando equipamentos urbanos e infra-estruturas de forma desigual. Ao mesmo tempo se vê um crescimento no numero de habitações em favela e assentamentos irregulares, em geral nas periferias. A dimensão humana é o aspecto mais importante das cidades, promover encontros em espaços de vivência das relações cotidianas é fundamental para uma dinâmica urbana saudável. A mobilidade deveria se voltar ao pedestre e modos leves de deslocamento como bici12
cletas. Os carros nao permitem os encontros necessários para atividades de cultura, arte, entretenimento, lazer e comércio, essenciais para uma rica diversidade humana. (GEHL, 2010.)
Programa Minha Casa Minha Vida Dentre os principais programas habitacionais o Minha Casa Minha Vida tem maior destaque. Implementado em 2009 com o objetivo de facilitar a aquisição de imóveis para a população de baixa renda o programa ja produziu mais de 2,6 milhões de unidades habitacionais atendendo mais de 10 milhões de pessoas em mais de 5.300 municípios e preve ate o fim de 2018 aumentar para 4,6 milhões de unidades. (fonte: website do governo do brasil, infraestrutura. Acessado em outubro/2017).
Fig. 01: Foto MCMV Santarem, Pará, Brasil. Willian Santos.
13
Atuação do arquiteto A arquitetura habitacional inflexível, de caráter homogêneo e com rigor de materiais, se apresenta militarista e autoritária, sendo incapaz de expressar valores de uma sociedade complexa, criativa, dinâmica e democrática. (KROLL, 2001) A produção habitacional de interesse social no brasil apresenta o carater rígido descrita por Kroll. No caso de conjuntos unifamiliares, aos poucos ocorrem intervenções dos habitantes, que edificam em sua propriedade uma extensão de sua casa, uma estrutura de comércio ou uma garagem fechada. Apesar da flexibilização do espaço ocorrer entre as habitações e as vias, ele não foi incorporado no projeto, destinando ao proprietário sua construção e custos de obra. O resultado das diversas apropriações não configura um espaço de convivência de qualidade. Para projetar um espaço adaptável o arquiteto pode trabalhar com participação da comunidade, ou estudar a complexidade real dos habitantes, ou se pluralizar criando uma forma compátivel com qualquer direcionamento e ação dos habitantes.
Para Kroll, o espaço deve afirmar uma cultura popular contemporânea, se tornando descentralizado e adaptável ao multiculturalismo. O estilo arquitetônico deve permanecer local, sem conceitos e ideologias do mercado consumista, encontrando uma nova forma de expressão.
Fig. 02: Foto de residência do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal. Fig. 03: Foto de residência do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal. Fig. 04: Foto de via do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal.
14
15
O intervalo O conceito de intervalo no ambiente urbano é contemplado por Herman Hertzberger em Lições de Arquitetura. Se trata de um espaço de encontro e dialogo entre público e privado, que pode ser pequeno como uma mesa de biblioteca ou grande como uma rua. A criança sentada no degrau em frente à sua casa está suficientemente longe da mãe para se sentir independente, para sentir a excitação e a aventura do grande desconhecido. Mas, ao mesmo tempo, sentada ali no degrau, que é parte da rua assim como da casa, ela se sente segura, pois sabe que sua mãe está por perto. A criança se sente em casa e ao mesmo tempo no mundo exterior. Esta dualidade existe graças à qualidade espacial da soleira como uma plataforma, um lugar em que os dois mundos se superpõem em vez de estarem rigidamente demarcados. (HERTZBERGER, 1999, p. 32) O sentido de pertencimento ou bem-estar diante dos espaços divididos nas edificações é acentuado pela sua forma. A arquitetura deve promover espaços com qualidades para seu uso, podendo assim criar um vínculo com os usuários, cuidando e mantendo o espaço.
Fig. 05: Criança sentada na soleira. Fonte: Herman Hertzberger, 1999. Fig. 06: Students Housing Weesperstraat, Amsterdam. Fonte: Herman Hertzberger, 1999. Fig. 07: Students Housing Weesperstraat, Amsterdam. Fonte: Herman Hertzberger, 1999. Fig. 08: Vredenburg Music Centre, Utrecht. Fonte: Herman Hertzberger, 1999. Fig. 09: Vredenburg Music Centre, Utrecht. Fonte: Herman Hertzberger, 1999.
16
17
LEITURAS
São Carlos - São Paulo, Brasil
AEIS e expansão urbana Limite municipal
A cidade de São Carlos localiza-se a nordeste do Estado de São Paulo, na região Sudeste do Brasil. A cidade possui área total de 1.132m2, dos quais 6% correspondem à área urbana. Com uma população flutuante de 20 mil habitantes e crescimento demográmico de 2,4% ao ano, a cidade apresenta população atual de cerca de 240 mil habitantes. O PIB gira em torno de 6 bilhões de reais, e o PIB per cápita, 25 mil reais. O IDH da cidade é elevado, 0,8 (DADOS, 2017). A povoação da região tem início no século XVIII, com a abertura de caminhos para minas de ouro no Mato Grosso e Goias. A cidade se consolida com a expansão da lavoura cafeeira no final do século XIX e começo do XX. O setor industrial desenvolve-se como prestador de serviços às plantações de café e consolida-se em outras frentes à partir da crise cafeeira (HISTÓRIA, 2017).
Fig. 10: Ampliação do estado de São Paulo e município de São Carlos. Fig. 11: AEIs no Perímetro Urbano de São Carlos. Fonte: elaboração a partir de dados da Revisão do Plano Diretor do Municipio de São Carlos, 2016. Fig. 12: Macrozoneamento de São Carlos. Fonte: elaboração a partir de dados da Revisão do Plano Diretor do Municipio de São Carlos, 2016.acervo pessoal.
Perimetro Urbano Proposto Macrozona Urbana Áreas Consolidadas Isoladas Macrozona de Expansão Urbana Macrozona de Proteção de Mananciais Macrozona Rural Área Especial de Influência no Observatório da USP Área de Interesse Histórico Área de Interesse Industrial e de Serviços AEI Social tipo 1 AEI Social tipo 2 AEI Social tipo 3
A chegada da Universidade de São Paulo na déc. 1950 e Universidade Federal de São Carlos na déc. 1970 impulsionam a cidade como polo tecnológico e científico.
20
21
Renda e Rendimento
Equipamentos Públicos Setores censitários com concentração de responsáveis por domicícilios particulares permanentes com:
Equipamentos públicos de diversos usos executados de 2005 a 2010
80% ou mais chefes com rendimento de até 3 SM 60% a 80% chefes com rendimento de até 3 SM 20% a 60% chefes com rendimento acima de 10 SM 60% chefes com rendimento acima de 10 SM
Empreendimentos do programa MCMV (até dez/2012): Faixa 1 Faixa 2 Faixa 3 Faixa 2 e 3
Fig. 13: Renda e rendimento da cidade de São Carlos em 2010.
SHIMBO, Lúcia Zanin; CERON, Luciana Cristina. Produção do PMCMV na Região Central do Estado de São Paulo: um híbrido entre ocupação nas periferias e em áreas consolidadas. In: III Encontro Nacional da Associação de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo - ENAPARQ, SÃO PAULO, 2014, p. 15.
22
Fig. 14: Mapa equipamentos urbanos de São Carlos. Fonte Plano Diretor Estatégico, 2011.
23
Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur Empreendimento financiado pelo programa federal Minha Casa Minha Vida e programa estadual Casa Paulista, foi entregue em 2015 pela construtora RPS. O loteamento localiza-se no extremo urbano da região Sudoeste. O sorteio dos 1032 lotes residenciais foi direcionado a “faixa 1” do programa, englobando familias que tenham renda mensal de até R$: 1600,00 (2015). O bairro tem ausência de infraestrutura urbana, onde as áreas destinadas a equipamentos institucionais continuam vazias, embora a construção uma creche tenha sido anunciado e parcela do investimento tenha sido arrecadada pela prefeitura. (fonte website: www.saocarlosemrede.com.br/educacao/prefeitura-consegue-liberacao-do-fnde-para-construcao-de-creche-no-eduardo-abdelnur, acessado em setembro de 2017).
Fig. 15: Foto satélite. Elaborado pelo autor no programa Google Earth. Fig. 16: Foto do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal.
24
25
Implementação
Visitações
A produção de moradias pelo programa MCMV é bastante intensa no interior de São Paulo, e em São Carlos acresentou em pelo menos 10% o número total de residências do município no período até 2013. Ao construir grandes glebas distantes dos centros urbanos, surge oportunidades e interesses para empresas construtoras, que podem se beneficiar com o valor agregado de futuras ocupações nos novos núcleos.
Entrevistas realizadas em visitas ao bairro mostram que em geral o local preferido dos habitantes é sua propria residência ou as quadras centrais enquanto os piores locais são aqueles que fazem fronteira com o loteamento. Posto de saúde, transporte, escola, creche, parquinhos, limpeza, mercado e farmácia foram as respostas mais frequentes sobre o que falta. Em geral, para se divertir, os habitante se locomovem para a cidade ou se reunem a suas familias em suas proprias casas. Muitos ao serem questionados se conhecem a vizinhança, responderam que apenas os vizinhos imediatos. Existe uma organização comunitária que promoveu a autoconstrução de uma igreja e arborização de alguns locais, embora muitos desconheçam ou não fazem parte dela. Há tambem um “campinho” de futebol, coberto por areia.
Os empreendimentos para Faixa 1 se concentram na região Sul da cidade, geograficamente isolados da centralidade urbana, proximos às nascentes dos corregos Água Quente e Água Fria, local de fragilidade ambiental devido a processos erosivos, que ao perder a cobertura vegetal torna-se altamente propenso a desmoronamentos. (SHIMBO, 2014) Fig. 17: Histórico da produção habitacional em São Carlos. SHIMBO, Lúcia Zanin; CERON, Luciana Cristina. Produção do PMCMV na Região Central do Estado de São Paulo: um híbrido entre ocupação nas periferias e em áreas consolidadas. In: III Encontro Nacional da Associação de Pesquisa e Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo - ENAPARQ, SÃO PAULO, 2014, p. 15.
26
Iniciativa Pública: 1970-1979 1980-1989 1990-1999 2000-2009
Iniciativa Privada: até 1900 até 1970 1980-1900
Empreendimentos do PMCMV (dez/2012): 1980-1989 1990-1999 2000-2009
Faixa 1 Faixa 2
Faixa 3 Faixa 2 e 3
Fig. 18: Foto de quadra central do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal. Fig. 19: Foto de Igreja do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Acervo pessoal.
27
Loteamento e Unidades
O transporte público ocorre por meio de uma unica rota de onibus (linha 66) que percorre os bairros José Zavaglia, Antenor Garcia e Cidade Aracy antes de ir em direção ao centro da cidade e parar no Mercado Municipal. Os habitantes do Eduardo Abdelnur necessitam de se locomover ao menos 1km para acessar mercados, creches, postos de saúde entre outros. As áreas verdes não tem projeto ou integração com o bairro e frequentemente se torna depósito de lixo doméstico e entulho, trazidos clandestinamente ou descartado pelos próprios moradores. Como consequencia a aparição de animais peçonhentos se torna mais frenquente, assim como focos de mosquitos. (fonte website: http://www.saocarlosagora.com.br/noticia/residencial-eduardo-abdelnur-vira-/88720/, acessado em outubro de 2017).
Fig. 20: Tipologia do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Fonte: RPS Engenharia. Fig. 21: Loteamento do Conjunto Habitacional Eduardo Abdelnur. Fonte: RPS Engenharia.
28
0
1
3
6m
Lote residencial
Sistema de lazer
Lote uso misto
Área Verde
Área institucional
Ponto e linha de ônibus metropolitano
0
50
100
250m 29
PROPOSTA
Diretriz - Flexibilidade O projeto deve acomodar o multiculturalismo e atividades dinâmicas dos usuários. Para tal, o espaço deve ser fléxivel. “Se condicionarmos a forma para que ela acomode uma diversidade máxima de uso, então podem ser extraídas infinitamente mais possibilidades da totalidade, sem que isso signifique distanciar-se do sentido básico do projeto. Os ‘retornos’ podem ser incrementados pelas possibilidades de uso que estao embutidas no projeto como intenções sob a superfície”. (HERTZBERGER, 1999, p. 171)
Fig. 22: Perspectiva aérea do projeto. Fonte: elaborado pelo autor.
32
33
Mobilidade e fluxos
implantacao mobilidade fluxos Eixos principais e secundários de circulação
Fig. 23: Diagrama percursos principais e secundários. Fonte: elaborado pelo autor.
34
35
Volumes Programa Acessos
Creche Quadra Centro comunitário Áreas verdes Marquise Apoio técnico (ponto ônibus e sanitários) Acessos
Fig. 24: Diagrama programático. Fonte: elaborado pelo autor.
36
37
B
Implantação Geral
A
A
0
10
20
50m
B
Fig. 25: Implantação. Fonte: elaborado pelo autor.
38
39
Corte AA
Corte BB
Fig. 26: Corte longitudinal. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 27: Corte transversal. Fonte: elaborado pelo autor.
40
0
10
20
50m 41
Percusos e espaรงos livres
Fig. 28: Perspectiva do parquinho infantil. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 29: Perspectiva de trecho do percuso. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 30: Perspectiva do canteiro central. Fonte: elaborado pelo autor.
42
43
Percusos e espaรงos livres
Fig. 31: Perspectiva da marquise. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 32: Perspectiva da arena. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 33: Perspectiva do gramado central. Fonte: elaborado pelo autor.
44
45
Ă reas de esporte e lazer
Fig. 34: Perspectiva do campo de futebol, academia ao ar livre e banheiro pĂşblico. Fonte: elaborado pelo autor. Fig. 35: Perspectiva do parque de skate. Fonte: elaborado pelo autor.
46
47
Creche A escolha da creche como equipamento público prioritário vem das informações obtidas em entrevistas e analise da situação dos bairros vizinhos com desenvolvimento semelhante ao loteamento do Abdelnur. A implementação de um espaço estimulante e integrado ao percurso influência diretamente no aprendizado e sentimento de pertencimento das crianças, fortalecendo o senso de comunidade nas futuras gerações. HENRIQUES, Afonso Canella: EDUCAÇÃO INFANTIL: retrato de uma rede municipal de ensino. 2015
Fig. 36: Perspectiva de solário da creche. Fonte: elaborado pelo autor.
48
49
Fig. 37: Perspectiva do canteiro central da creche. Fonte: elaborado pelo autor.
50
Fig. 38: Perspectiva de corredor da creche. Fonte: elaborado pelo autor.
51
Centro comunitário A escolha da quadra como equipamento público se dá pela multiplicidade de usos e capacidade de acomodar muitas pessoas, podendo assim cumprir o papel de centro comunitário como abrirgar reuniões e eventos, além de seu uso esportivo.
Fig. 39: Perspectiva de entrada do centro comunitário. Fonte: elaborado pelo autor.
52
53
Fig. 40: Perspectiva da quadra do centro comunitรกrio. Fonte: elaborado pelo autor.
54
Fig. 41: Perspectiva de percurso do centro comunitรกrio. Fonte: elaborado pelo autor.
55
12
Diretriz - Técnicas construtivas
13 14
A edificação do projeto ocorre pela implementação da cobertura autoportante. Com parte da estrutura coberta é configurado um local de trabalho que protege os construtores e materia prima da insolação e adversidades climáticas. Em seguida se dá a construção dos edifícios e fechamento da cobertura.
1 Telha termoacústica de lã de PET 2 Forro e fechamentos laterais em lambri de madeira 3 Porticos com vão de 9m e espaçamento de 3m em madeira de seccão 15x5cm 4 Espera de pilar ancorada na fundação de comprimento 12cm 5 Calha metálica 6 Duto metálico 7 Concreto reforçado com impermeabilizante 8 Piso (10cm) e rodapé (12cm) em concreto reforçado polido 9 Brita compactada 10cm 10 Solo compactado 30cm 11 Fundação 12 Rufo metálico 13 Caibramento de secção 7x5cm 14 Travamentos em madeira de secção 15x5cm 15 Serviços 16 Caixilhos em madeira 17 Parede em bloco de concreto 14x19x29cm
Fig. 42: Detalhamento construtivo dos edifícios. Fonte: elaborado pelo autor.
56
1
15
2
16
3
17
4
5 6 7
8 9 10 11 57
Diretriz - Sustentabilidade A escolha dos materiais e métodos construtivos busca de uma edificação que seja economicamente viável, energéticamente eficiente e reduza os impactos ambientais oriundos da construção e manutenção predial. É adotado um sistema modular de pórticos e paineis de fechamento. As edificações e áreas cobertas obedecem uma modulação em grelha 3x3m, assim garantindo um menor desperdício de materiais e tempo de execução.
Dia
Utilizando-se mão de obra local (se possível da própria comunidade) e instruindo aos construtores um treinamento em obra, atinge-se um nível de acabamento muitas vezes superior ao padrão construtivo atingido por construtoras, pois os trabalhadores tem um sentimento de pertencimento ao local e maior zelo pelo resultado.
Noite
A fabricação dos elementos é passivel de produção em obra, com materiais locais. Para os pórticos e caixilhos utiliza-se (se possível) peças de madeira de apreenção, ou madeiras mais resistentes como Ipê e Itaúba, de madereiras próximas. Para os ambientes fechados, blocos de vedação de concreto reciclado oriundos de uma usina localizada a menos de 5km do local no bairro Cidade Aracy. Os blocos de concreto e a telha termoacústica, em conjunto com venezianas que permitem ventilação cruzada, oferecem maior conforto térmico para o clima local, de grande variação térmica.
58
A ventilação cruzada permite circulação do ar, diminuindo a temperatura interna em dias quentes.
Durante a noite as venezianas podem ser fechadas e o calor absorvido pela massa térmica das paredes, laje, e cobertura térmica, mantem o ambiente aquecido por mais tempo.
Fig. 43: Ilustração ventilação cruzada e massa térmica. Fonte: elaborado pelo autor.
59
60
61
REFERÊNCIAS DADOS da cidade. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/conheca-sao-carlos/115442-dados-da-cidade-geografico-e-demografico.html>. Acesso em: 20 nov. 2017. DE DRAGER: A Film About the Architect John Habraken. Direção e Produção Sonja Lüthi e Marc Schwarz. Rotterdam: Schwarzpictures, 2013. GEHL, J. Cidades para pessoas. São Paulo: Perspectiva, 2013. HERTZBERGUER, H. Lições da Arquitetura. São Paulo: Perspectiva, 1999. HISTÓRIA de São Carlos. Disponível em: <http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/historia-da-cidade/115269-historia-de-sao-carlos.html>. Acesso em: 20 nov. 2017. KROLL, L. Manifesto: lenta transformação nas políticas habitacionais. Disponível em: <www.vitruvius.com.br/arqui- textos/arq000/esp106.asp>. Acesso em: 02 set. 2017. SHIMBO, Lúcia Zanin, CERON, Luciana Cristina: Produção do PMCMV na Região Central do Estado de São Paulo: um híbrido entre ocupação nas periferias e em áreas consolidadas, 2014. PULHEZ, Magaly Marques: Plano de Habitação, produção de Habitação: as fronteiras de conflito da política Pública. 2012 HENRIQUES, Afonso Canella: EDUCAÇÃO INFANTIL: retrato de uma rede municipal de ensino. 2015
62