1 Tessalonicenses - N. Comentario

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1 TESSALONICENSES Introdução Plano do livro Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4 Capítulo 5 INTRODUÇÃO I. NOTAS GERAIS Tessalônica (Saloniki) chamava-se Terme, antigamente, mas após sua reconstrução por Cassandro cerca de 315 A. C. foi chamada Tessalônica, para sua esposa, uma meia-irmã de Alexandre Magno. Tanto no tempo macedônico como no período romano era uma cidade importante. Os romanos a tornaram a capital da província da Macedônia em 164 A. C., e uma cidade livre após a batalha de Felipos, em 42 A. C.. A grande estrada Egnácea a cruzava, por seu caminho de Neápolis, sobre o Mar Egeu, até Dirráqueo sobre o Mar Adriático. A primeira visita de Paulo a Tessalônica ocorreu provavelmente no início do verão do ano 50 A. D. At 17.1-9 cita esta visita. Nesta cidade, Paulo e seus companheiros Silas (Silvano) e Timóteo, pararam por algum tempo pela primeira vez, após a sua partida de Filipos, na «segunda viagem missionária». De acordo com o seu costume, visitaram a sinagoga local. Por três sábados sucessivos Paulo tentou convencer a congregação da sinagoga, pelas Escrituras do Velho Testamento, que o Messias deveria sofrer, e levantar-se da morte, e que Jesus, portanto, era esse Messias. Diversos dos ouvintes creram na mensagem, inclusive um grande número de gentios tementes a Deus. Mas o conseqüente atrito entre as autoridades da sinagoga e os missionários produziu desordem pública. Os magistrados da cidade, os «politarcos», como Lucas os chama (título este que se usava também para os principais magistrados de outras


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 2 cidades macedônicas) receberam informações de que Paulo e seus companheiros eram agitadores messiânicos. Já ocorreram distúrbios em muitos outros lugares através do Império Romano, onde havia comunidades judaicas, e os agitadores proclamavam outro rei, em rivalidade com o Imperador. Tal denúncia foi anotada com a máxima gravidade. Mas Jasom, hospedeiro de Paulo, e mais outros amigos dos apóstolos em Tessalônica, deram fiança por eles, comprometendo-se quanto à saída pacífica dos pregadores da cidade. Assim os despediram de noite. A novel igreja que os missionários foram obrigados a deixar em Tessalônica seria exposta a certa perseguição. Paulo ficou preocupado pela segurança dos conversos, e sua firme perseverança na fé, tendo em vista especialmente a sua súbita retirada, que impediu que lhes desse toda a instrução necessária para estabelecer uma comunidade cristã recém-fundada (cf. 1Ts 3.10). Mas estava comprometido pela garantia dos seus amigos de Tessalônica: não podia voltar por ora. De Tessalônica foi a Beréia com Silas e depois Timóteo se uniu a ele Paulo enviou Timóteo de volta a Tessalônica e Silas a outras regiões da Macedônia, enquanto ele mesmo seguiu para Corinto. Após algumas semanas, Silas e Timóteo voltaram para esta cidade e Timóteo podia informar Paulo que os cristãos tessalonicenses, longe de sucumbirem à perseguição com que tinham sido provados, estavam permanecendo firmes e, mais ainda, estavam propagando o evangelho por sua própria iniciativa. Mas havia diversos assuntos sobre os quais eles desejavam esclarecimentos suplementares, especialmente com respeito ao ensino de Paulo relativo à volta de Cristo. Alguns membros da congregação tinham falecido desde que Paulo deixara a cidade, e os fiéis estavam impacientes para saberem se estes, em conseqüência, sofreriam alguma desvantagem no regresso de Cristo, em comparação com aqueles que ainda estivessem vivos. Paulo se exultava com as boas notícias, trazidas por Timóteo, e escreveu logo para congratular-se com os seus conversos em


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 3 Tessalônica, encorajando-os, e tratando ao mesmo tempo dos problemas práticos. A carta que ele escreveu chegou até nós como a Primeira Epístola aos Tessalonicenses. II. DATA, AUTORIA E CANONICIDADE Segue-se dos fatos supra que esta carta foi escrita na primeira fase da permanência de Paulo em Corinto -- cerca do fim do ano 50 A.D. Para a volta de Timóteo da Macedônia a Corinto, e suas notícias de Tessalônica, consultar At 18.5. Embora Paulo associe seus dois cooperadores consigo na saudação (1.1), a carta é realmente dele só (cf. 2.18; 3.5 e 5.27); note-se o uso da primeira pessoa do singular. Tem-se apresentado pouca dúvida séria quanto à genuinidade da carta. A idéia de F. C. Baur de que foi escrita depois do ano 70 A. D. por um discípulo de Paulo, com a finalidade de despertar interesse na volta de Cristo, baseia-se sobre argumentos subjetivos que não conseguiram apoio geral. O tom pessoal de cuidado pastoral e de afeição fala fortemente em favor da autenticidade da carta. Foi incluída no Cânon de Marcion (cerca de 140 A. D.), e no Cânon Romano ortodoxo preservado no Fragmento Muratório do fim do século II. III. ENSINO Nesta epístola, Paulo não procura dar instrução sobre apenas uma só doutrina, nem corrigir apenas um só erro, com a exceção de doutrina escatológica, a qual deseja completar, a fim de remover alguns equívocos e perplexidade sobre o assunto. E sobretudo uma carta missionária para os seus conversos, e referências à doutrina cristã são acidentais antes que centrais. Por esta razão, tornam-se mais


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 4 significativos ainda sua introdução e desenvolvimento. Podemos notar os seguintes pontos doutrinais. a) Sobre Deus o Pai Paulo goza, constantemente, do senso da presença imediata de Deus. E básico ao pensamento paulino que a fonte e alvo de tudo é Deus, em cuja presença ele vive e trabalha, momento após momento. Deus é quem escolhe o Seu povo (1.4); é Ele o objeto da sua fé (1.8), como o vivo e verdadeiro Deus a quem se converteram dos deuses falsos (1.9). É Ele quem inspira a autoridade e arrojada confiança dos apóstolos (2.2); é por permissão dEle que o evangelho tem sido confiado à responsabilidade de Paulo (2.4); é o beneplácito de Deus que se deve buscar, e Sua aprovação que se deve invocar (2.5,10); é a vontade de Deus que deve ser feita (4.3; 5.18); é a direção de Deus que o homens devem seguir (3.11). Deus chamou o seu povo a uma vida santa (4.7): e somente Ele pode conferir-lhes a santidade para a qual os tem chamado (5.23). É Deus quem ressuscitou a Jesus e trará também consigo da morte aqueles que dormem nEle (4.14). Assim Deus completará a salvação para a qual os designou (5.9). b) Sobre o Senhor Jesus Cristo A maneira espontânea e natural em que Paulo associa Cristo com Deus o Pai é testemunho muito mais eloqüente da pessoa de Cristo, do que uma declaração formal da sua divindade. A igreja de Tessalônica está em “Deus o Pai e no Senhor Jesus Cristo”, e Paulo a saúda, rogando graça e paz “de Deus nosso Pai e o Senhor Jesus Cristo” (1.1). Semelhantemente em 3.11, Paulo pede a direção divina de “nosso Senhor Jesus Cristo”, tanto de “Deus... nosso Pai”, numa associação estreita e direta.


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) c) Sobre o Espírito Santo

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O Espírito Santo penetra todos os aspectos da vida cristã, a qual é realmente fruto da sua criação. O evangelho é proclamado pelo Seu poder (1.5). Não é apenas o gozo do Espírito Santo que é concedido a todos os que crêem nEle (1.6), Ele mesmo lhes é dado (4.8), para efetuar Sua obra santificadora em suas vidas (2Ts 2.13). Na vida da igreja também Ele executa Sua parte em comunicar a vontade divina, através da declaração profética; menosprezar ou reprimir este tipo de mensagem é “extinguir o Espírito” (5.19). d) Sobre a Pregação Apostólica Vê-se que a mensagem que tinha trazido a salvação aos cristãos tessalonicenses é a mesma anunciada noutras partes do Novo Testamento. Seus fatos básicos são os seguintes: a morte de Jesus («por nós» -- 5.10) e sua ressurreição (4.14; 1.10), fatos estes já cumpridos; Sua segunda vinda que sucederá no Dia do Senhor, em que Seu povo, salvo por Ele da ira vindoura, e participando já da sua ressurreição nos que antes morreram, viverá para sempre com Ele (1.10; 4.15 e segs.; 5.1 e segs.). Os que creram nesta mensagem se voltaram das falsidades para o Deus vivo e verdadeiro, a fim de servi-lo à luz do segundo advento de Cristo (1.9 e segs.). Torna-se patente a implicação do serviço a Deus, pela instrução clara dada sobre a prática da vida cristã, tanto em toda esta epístola como na seguinte (4.1-12; 5.6 e segs.). e) Sobre Responsabilidade Pastoral Em cada sentença desta carta, Paulo se mostra um verdadeiro e fiel pastor, que se regozija na sua grei, e que cuida por seu bem estar espiritual com confiança e genuíno interesse. Paulo dá graças a Deus por


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 6 eles, ao mesmo tempo intercedendo por eles. Cuida deles incansavelmente como um pai velando pelos seus filhos. Sacrifica-se por eles para não lhes ser uma responsabilidade pesada. “Eis um novo fenômeno na história humana: aparece um homem para quem a firmeza religiosa e o progresso ético de outros eram questões de vida e morte» (ver especialmente 2.8; 3.6-8)” (C. A. Scott). PLANO DO LIVRO I. SAUDAÇÃO -- 1.1 II. AÇÃO DE GRAÇAS -- 1.2-10 III. APOLOGIA -- 2.1-16 IV. NARRATIVA DOS EVENTOS DESDE A SAÍDA DE PAULO DE TESSALÔNICA -- 2.17-3.10 V. ORAÇÃO POR UMA BREVE REUNIÃO -- 3.11-13 VI. EXORTAÇÃO À VIDA SANTA E AMOR FRATERNAL -4.1-12 VII. CONCERNENTE À SEGUNDA VINDA DE CRISTO -4.13-5.11 VIII. EXORTAÇÕES GERAIS -- 5.1-22 IX. ORAÇÃO, SAUDAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO -- 5.23-28


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1 Tessalonicenses 1 I. SAUDAÇÃO Paulo, Silvano e Timóteo (1). Estão associados com Paulo na saudação, os dois amigos que tinham colaborado com ele na evangelização de Tessalônica e que agora estavam com ele em Corinto. Silvano, o Silas de At 15.22 e segs., era membro helenístico da igreja em Jerusalém, e cidadão romano, que se uniu a Paulo como companheiro de viagem após o Concílio de Jerusalém, no início da segunda viagem missionária. Paulo dá aos seus amigos o nome formal quando escreve acerca deles, enquanto Lucas prefere o nome mais familiar e íntimo. Timóteo, nativo de Listra, na Ásia Menor, acompanhou Paulo e Silvano, quando passaram na sua cidade natal, no começo da viagem (At 16). II. AÇÃO DE GRAÇAS - 1.2-10 Paulo e seus amigos expressam a sua alegria pela firmeza e atividade dos convertidos na graça cristã e no testemunho. Os fatos da fé estavam bem difundidos em toda parte, dando o seu próprio fruto. Fé... amor... esperança (3). A tríade das graças reaparece no versículo 8, também em Cl 1.4 (ver notas), bem como na famosa passagem de 1Co 13.13. Os autores se regozijam de que estas graças são manifestas na vida e na atividade dos tessalonicenses. Sabendo que a vossa eleição (4). Eles tinham reconhecido a genuinidade do Cristianismo dos tessalonicenses pela maneira com que receberam o evangelho no início, agora confirmado pelas notícias trazidas por Timóteo. Vós vos tornastes nossos imitadores (6) -- tanto na conduta cristã, como na paciência evidenciada em perseguição.


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 8 Macedônia e Acaia (7). Estas duas províncias romanas ocupavam, juntas, quase toda a área da Grécia moderna. Depois da Igreja de Tessalônica, a principal da Macedônia era a de Filipos, e a mais notável da Acaia, a de Corinto. Em todos os lugares (8). Teriam Priscila e Áquila (At 18.1-3) informado a Paulo que notícias de Tessalônica já chegaram até Roma? Eles mesmos (9); isto é, o povo da Macedônia e Acaia e outros lugares. E vos convertestes dos ídolos para servirdes o Deus vivo e verdadeiro (9). Comparar a exortação apostólica aos pagãos de Listra: “que vos convertais dessas vaidade ao Deus vivo” (At 14.15). Esta era a primeira necessidade quando o evangelho foi proclamado aos gentios. E esperar dos céus a Seu filho o qual ressuscitou dos mortos (10). Estas palavras, em que os tessalonicenses estavam lembrados da sua conversão, mostram-nos que a mensagem que lhes foi pregada concorda perfeitamente com a pregação primitiva da Igreja apostólica. Com referência à estreita conexão nesta pregação entre a ressurreição de Cristo e a Sua segunda vinda, veja-se At 17.31. Evidentemente, a volta de Cristo ocupava um lugar proeminente na pregação apostólica em Tessalônica, bem como em outros lugares, nos dias do Cristianismo primitivo (At 3.20; 10.42). Jesus, que nos livra da ira vindoura (10). Uma tradução mais literal ressalta a pessoa de Cristo – “Jesus, nosso libertador da ira vindoura”, isto é, do julgamento divino, que cairá sobre a terra, no fim dos séculos.

1 Tessalonicenses 2 III. APOLOGIA - 2.1-16 A conduta de Paulo tinha sido representada numa luz desfavorável aos convertidos que ele deixou em Tessalônica, e agora ele se defende. Paulo e seus companheiros não os tinham explorado, vivendo às suas expensas; ao contrário, tinham mostrado toda a delicadeza e cuidado


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 9 para com eles. Tinham trabalhado noite e dia para ganhar sua própria vida, enquanto estavam ocupados, pregando as boas novas, e edificando a recém-nascida comunidade cristã. E os cristãos tessalonicenses, por sua vez, se mostraram genuinamente convertidos, perseverando em meio da perseguição, à semelhança dos cristãos da Palestina. Havendo primeiro padecido, e sido agravados em Filipos (2); uma referência aos bem conhecidos eventos relatados em At 16.19 e segs. Não com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência. Tantos charlatães errantes percorriam o Mundo Romano, revendendo panacéias religiosas ou filosóficas, que era necessário aos apóstolos insistirem na pureza dos seus motivos e conduta, em contraste com aqueles impostores. Podíamos, como apóstolos de Cristo ser-vos pesados (6). Paulo renuncia voluntariamente seu inegável direito de depender materialmente daqueles cuja prosperidade espiritual era seu cuidado (2Ts 3.9; 1Co 9.4; 2Co 11.7). Aqui ele associa Silvano e Timóteo consigo, como apóstolos no sentido mais amplo do termo (isto é, missionários). Fomos brandos (7); gr. epioi. Há uma variante que diz «éramos crianças» (gr. nepioi); mas brandos parece preferível, e mais apropriado no contexto. Trabalhando noite e dia (9); cf. 2Ts 3.7; At 18.3 e At 20.34. Este programa não somente reflete o desejo de ser financeiramente independente daqueles entre os quais «eles ministravam»; também os contrastava com os traficantes religiosos da época, dando, ao mesmo tempo, bom exemplo aos convertidos. Para que vos conduzísseis dignamente para com Deus que vos chama para o Seu reino e glória (12). O mais elevado incentivo para uma vida santa está posto diante deles. Em o Novo como no Velho Testamento, o povo de Deus deve manifestar o caráter de Deus. Pela fé, eles já entraram no Reino de Deus, mas a revelação da plena glória pertence a um dia ainda futuro; eles eram, porém, herdeiros da glória e deveriam viver idoneamente.


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10 Não como a palavra de homens, mas como a Palavra de Deus (13). Paulo estava muito acostumado a ouvir sua mensagem denunciada como invenção humana, não tão somente pelo judeus não cristãos, mas também por muitos judeus cristãos. Portanto, ele ficava grandemente encorajado quando sua pregação era recebida como as boas novas de Deus -- Cf. Gl 1.11-12. As Igrejas de Deus que na Judéia estão em Cristo Jesus (14); a igreja original de Jerusalém em dispersão (cf. At 9.31; Gl 1.22). Os quais também mataram o Senhor Jesus e os Seus próprios profetas (15). A severidade desta referência aos judeus (14) é sem paralelo nos escritos de Paulo, e tem sido suspeita de ser uma interpolação. Não há, entretanto, qualquer base textual para tal suspeita, e o sumário do seu comportamento concorda estritamente com a narrativa dos Atos. A perturbação provocada pelos líderes das comunidades judaicas de Tessalônica e Beréia estava viva na mente de Paulo. Seria absurdo imaginar que o autor dos vv. 14-16 não pudesse também expressar-se na linguagem de Rm 9.1-5. Nos impedem de falar aos gentios (16). (Cf. At 13.45). A fim de encherem sempre a medida dos seus pecados (16). Para a mesma idéia, veja-se Mt 23.32. Mas a ira de Deus caiu sobre eles até o fim (16). Alguns sugerem que esta oração pressuponha a destruição de Jerusalém no ano 70 A. D., o que significaria que esta seção é uma adição posterior à carta, ou que toda a carta é uma epígrafe falsa. (Baur). Os judeus da dispersão não foram, em geral, envolvidos naquele desastre. Paulo quer dizer que, por sua oposição persistente ao evangelho, eles tinham acumulado para si aqueles julgamentos escatológicos, que poderiam ter evitado por aceitá-lo (At 2.38; 3.19). Na literatura cristã antes do ano 70 A. D., não se encontra uma distinção muito clara entre a destruição de Jerusalém (a qual, os cristãos ensinados pelo Senhor, sabiam estar próxima) e o juízo final do Dia do Senhor.


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 11 IV. NARRATIVA DOS EVENTOS DESDE A SAÍDA DE PAULO DE TESSALÔNICA - 2.17-3.10 Não era falta de interesse que impediu a Paulo de permanecer por mais tempo com eles, ou de voltar para vê-los; eram as circunstâncias sobre as quais ele não tinha controle. Paulo lhes confirma a sua ânsia por eles, e sua alegre confiança neles em vista do regresso de Cristo. Tal era a sua impaciência de saber como passavam, que mandou Timóteo voltar para visitá-los, com a incumbência de fortalecer-lhes a fé, no meio das aflições. O relatório de Timóteo acerca de seu bem-estar e firmeza na fé, o encheu de gozo e também de saudades. Eu, Paulo (18) – dos outros signatários, Timóteo os havia visitado recentemente, e Silvano tinha feito uma curta visita à Macedônia (At 18.5), se não a Tessalônica mesma. Satanás no-lo impediu (18). W. M. Ramsay supõe que Paulo reconheceu esta interferência sutil atrás da ação do politarca que exigiu fiança de Jasom (At 17.9), e a quem intimou judicialmente, para que Paulo, alegado causador do tumulto, não voltasse a Tessalônica. Não sois vós diante de Nosso Senhor Jesus Cristo em Sua Vinda? (19). Se a vida dos convertidos recomenda o trabalho de Paulo, ele contemplará com alegria a revisão do seu serviço, que terá lugar na vinda de Cristo (Cf. Fp 2.16; 4.1). Esta é a primeira ocorrência da palavra grega parousia (traduzida “vinda”) nas epístolas paulinas. Seu sentido comum é presença (2Co 10.10; Fp 1.26; 2.12); mas o sentido escatológico é análogo ao seu uso idiomático no vernáculo helenístico, para a chegada de algum dignitário numa visita oficial. É assim usado, quanto ao retorno de Cristo, 18 vezes no Novo Testamento; das quais as epístolas aos Tessalonicenses contêm sete.


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1 Tessalonicenses 3 De boa mente quisemos deixar-nos ficar sós em Atenas (3.1) aqui o nós é puramente epistolar, referindo-se só a Paulo. Cf. verso 5. Para a ocasião veja-se At 17.15 e segs. Para ministro (2; gr. diakonon) há uma bem atestada variante – “cooperador” (gr. synergon) (ver 1Co 3.9). Para isto fomos ordenados (3). É aceito em todo o Novo Testamento que a aflição é normal para os cristãos; é, de fato, uma evidência da genuinidade da sua fé, e penhor da sua herança na glória vindoura -- cf. At 14.22; Rm 8.17 e segs., 2Tm 2.12. É digno de nota que a inevitabilidade da tribulação formou parte da instrução apostólica aos cristãos tessalonicenses, como aos outros (4). Aquilo que tinha sido um agudo problema para a fé nos tempos do Velho Testamento – o sofrimento dos justos – veio a ser reconhecido como elemento essencial no propósito de Deus para o Seu povo. Desde que o próprio Senhor sofreu, eles podem aguardar nada menos que isto; antes se gloriem na tribulação (cf. Jo 15.20; 16.33 e Rm 5.3). V. ORAÇÃO POR UMA BREVE REUNIÃO - 3.11-13 Paulo ora por uma próxima reunião com os amigos tessalonicenses, e por seu crescimento em amor e santidade, tendo em vista a volta de Cristo. Ora Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo encaminhe a nossa viagem para vós (11). O fato que o verbo encaminhar é singular no grego, não obstante seu sujeito composto não tem significado teológico como é algumas vezes, imaginado; em tal construção o verbo geralmente concorda com o sujeito mais próximo. Mas é significativo que Cristo é assim associado em ação com Deus, o Pai. A fim de que sejam os vossos corações confirmados em santidade (13) (ARA). A segunda vinda de Cristo seria para os cristãos tessalonicenses como para Paulo também (2.19), o incentivo de uma vida


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 13 santa. (Cf. 1Jo 2.28; 3.3). O dia do regresso de Cristo é o dia quando Ele examinará a história do Seu povo. Na vinda do Nosso Senhor Jesus Cristo com todos os Seus santos (13). Cf. a descrição do Dia do Senhor em Zc 14.5 (LXX) – O Senhor meu Deus virá e todos os santos (gr. hagioi, como aqui) com Ele. Esta descrição é baseada no primitivo vocabulário teofânico do Velho Testamento, como em Dt 33.2 e Sl 68.17 (ver também Dn 7.10 e as palavras de Enoque citadas em Jd 14, e declarações em o Novo Testamento, como aquelas de Jesus em Mc 8.38 e Mt 25.31). Portanto, aqui, como em 2Ts 1.7, podemos considerar os santos primeiramente como anjos ministradores, embora haja motivo, em 2Ts 1.10, para ver crentes falecidos associados com eles.

1 Tessalonicenses 4 VI. EXORTAÇÃO FRATERNAL - 4.1-12

À

VIDA

SANTA

E

AO

AMOR

Paulo os exorta à consagração e pureza pessoais, especialmente nas relações sexuais. Ele acrescenta o conselho de manter o amor fraternal, ainda que supérfluo no caso deles, e de zelar do seu trabalho diário, a fim de não tornar-se um fardo para outros. No Senhor Jesus (1), isto é, pela Sua autoridade. Convém andar (11), isto é, conduzir-se; este senso ético de andar é comum no Novo Testamento. Vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição (3). Paulo atribui importância especial a este aspecto da santidade prática, porque na esfera das relações físicas entre os sexos mesmo a mais elevada ética pagã daquela época se distanciava por muito do padrão mais baixo entre os judeus e os cristãos. A prostituição era tão amplamente tolerada no mundo greco-romano que quase chegou ao mesmo nível de indiferença ética, atribuída à comida e à bebida. A


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 14 experiência provou que preceitos insistentes deste tipo não eram supérfluos para cristãos convertidos do paganismo. Possuir seu vaso (4); isto é, saber controlar seu corpo. Outra interpretação é saber viver com sua esposa; esta interpretação não é tão apropriada aqui, apesar de o mesmo sentido de «vaso» (gr. skeuos) ocorrer em 1Pe 3.7. Como os gentios que não conhecem a Deus (5) cf. Rm 1.24 e segs. Que ninguém ofenda ou defraude a seu irmão nesta matéria (6); isto é, no assunto já referido. Paulo parece estar pensando numa falha desta ordem mesmo dentro do círculo familiar de um irmão na fé. Porque o Senhor é vingador de todas estas coisas (6) – Cf. Ef 5.6. Não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação (7). Num sentido, os crentes já são santos, separados por Deus para Si mesmo; noutro sentido, devem manifestar esta santificação na vida cotidiana. Portanto, quem despreza (8), isto é, quem desobedece estes preceitos apostólicos acerca da pureza prática. Instruídos por Deus (9) – Cf. Is 54.13; Jo 6.45 e 1Jo 2.20. Procureis viver quietos, tratar dos vossos próprios negócios e trabalhar com as próprias mãos (11). Isto não é um novo assunto, mas pertence ao dever do amor fraternal; a conduta de um membro afeta o bem-estar de toda a comunidade. A palavra grega traduzida procureis é philotimeisthai; literalmente «ser ambicioso». Supõe-se usualmente que uma expectação escatológica exagerada (cf. 2Ts 2.2; 3.6 e segs.) fez com que alguns deles se tornassem excitados, inquietos, e negligentes dos seus negócios. Isto poderia torná-los um peso para outros, e daria a todo o grupo uma má reputação. O amor fraternal, por conseguinte, exige hábitos moderados e industriosos. A idéia paulina de prontidão para a volta do Senhor se equipara à advertência do evangelho. Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias (Lc 12.35). Ele


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 15 mesmo lhes havia ensinado esta lição pelo exemplo tão bem como por preceito. VII. CONCERNENTE À SEGUNDA VINDA - 4.13-5.11 Paulo acalma a ansiedade deles acerca da posição dos do seu número que haviam morrido; não sofrerão qualquer desvantagem no regresso de Cristo, mas serão levantados dos mortos, e reunidos àqueles que estarão ainda vivos, para formar um séqüito unido do Senhor. O tempo da Sua volta é desconhecido; é, portanto, necessário que Seu povo esteja continuamente pronto e vigilante. Acerca dos que já dormem (13) – alguns do seu número haviam morrido depois da partida de Paulo (possivelmente como resultado de perseguição); perderiam eles a recompensa de glória que seria concedida aos cristãos na segunda Vinda? Como os demais (13); isto é, os descrentes – cf. Ef 2.3. Que não têm esperança (13) – cf. Ef 2.12. O desespero do mundo pagão em face da morte pode ser abundantemente ilustrado pela literatura e inscrições da época. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou (14); a quintessência do evangelho (cf. 1Co 15.3 e segs.). Assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele (14; ARC); isto é, trará da morte, pela ressurreição. Embora numa data posterior, subirão com Jesus, participando da sua ressurreição – 1Co 15.20 e segs. À frase preposicional em Jesus é literalmente «mediante Jesus» (ARA) (gr. diá tou Iesou); a expressão “aponta Jesus como elo intermediário entre o sono de Seu povo e a Sua ressurreição pela mão de Deus” (G. Milligan). Cf. Rm 8.11; 1Co 15.18. A morte mediante Jesus não é senão o prelúdio da ressurreição com Ele. Pela palavra do Senhor (15); isto é, pela autoridade de uma afirmação do próprio Cristo. Não achamos equivalente exato do que segue em nenhuma afirmação de Cristo preservada nos evangelhos, mas não é preciso concluir que Paulo esteja citando uma revelação particular


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 16 que lhe foi dada como profeta. Nós que ficarmos vivos para a vinda do Senhor (15). Se Paulo se inclui aqui entre aqueles que estariam vivos naquela data, alguns anos mais tarde, (em 1Co 6.14 e 2Co 4.14), ele se identifica com o número dos que seriam ressuscitados da morte. Seu cálculo da probabilidade da Sua participação numa experiência ou noutra variava de tempos em tempos, mas como ele não sabia quando a parousia teria lugar, ele não podia saber se de fato estaria vivo ou morto quando acontecesse. O Senhor mesmo (16) – para a ênfase, cf. At 1.11: “Esse mesmo Jesus”. Com alarido (16 ARC) – literalmente, «uma palavra de ordem» (ARA) (gr. keleusma; cf. sua única ocorrência nos LXX em Pv 30.27 – “o gafanhoto marcha à palavra de ordem”). Com voz do arcanjo (16); é incerto pensar aqui de Miguel ou de outro arcanjo individual. E com a trombeta de Deus (16); cf. Mt 24.31; 1Co 15.52 (“a última trombeta”). O alarido, a trombeta e a voz podem ser figuras diferentes do mesmo evento. A linguagem reflete as passagens teofânicas do Velho Testamento; cf. Jl 2.1 e segs., especialmente o verso 11. Os mortos em Cristo (16); cf. verso 14; 1Co 15.18 e Ap 14.13. Nas nuvens (17); Cf. Dn 7.13; Mc 13.26; 14.62; Ap 1.7. Encontrar o Senhor (17) – Gr. eis apantesin tou kyriou. Quando um dignatário fazia uma visita oficial, ou parousia, a uma cidade nos tempos helenísticos, era praxe que os principais cidadãos, indo ao seu encontro o acompanhassem na última etapa da caminhada. Era chamada apantesis; é usada também em Mt 25.6; At 28.15. Assim o Senhor é descrito como acompanhado à terra pelo Seu povo, tanto por aqueles recentemente erguidos da morte como os que permanecerem vivos. Assim estaremos para sempre com o Senhor (17) – o apogeu da bemaventurança.


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia)

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1 Tessalonicenses 5 Mas dos tempos e das estações (verso 1) – gr. chronoi e kairoi, denotando respectivamente as épocas (ARA) a decorrer antes da parousia, e os tempos críticos que os caracterizam (Milligan). O Dia do Senhor virá como o ladrão de noite (2). Para símile, cf. Mt 24.43; Lc 12.39; Ap. 3.3; 16.16. Veja-se também Lc 21.34 e segs. para um símile paralelo, e Lc 17.24 e segs., quanto ao ensino geral. Das suas palavras sabeis perfeitamente (verso 2) – podemos inferir que Paulo já lhes tinha dado algum ensino oral a respeito, baseado nas palavras de Jesus. Paulo aqui identifica a expressão Dia do Senhor do Velho Testamento, com a segunda Vinda de Cristo. Como as dores de parto (3). Os ais que precedem o início da era messiânica são chamados, na literatura judaica, hebhlo shel Mashiah (“o princípio das dores do Messias”); cf. Mc 13.8. Filhos da luz (5); cf. Lc 16.8. Filhos do dia (5); não meramente sinônimo de “Filhos da luz”, mas caracterizando os crentes como participantes da glória a ser revelada no Dia do Senhor. Não durmamos (6). Se somos filhos da luz e filhos do dia, conduzamo-nos dignamente. Os versículos seguintes apresentam um paralelo claro com Lc 21.34-36. A couraça da fé e amor, e tomando como capacete a esperança da salvação (8) (ARA). Veja-se 1.3, para a tríade das graças; para elaboração da metáfora da armadura, cf. Ef 6.11 e segs. Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação (9) cf. 1.10 e Rm 5.9. Nesta última referência como aqui, a ira é o julgamento do Dia do Senhor. Quer vigemos, quer durmamos (10), isto é, quer sobrevivamos para a sua Vinda ou tenhamos de morrer. As palavras são as mesmas usadas acima com respeito à vigilância moral e ao descuido respectivamente, mas Paulo não quer dizer com isto que não nos importará no fim, se fomos vigilantes e prudentes, ou não! Ele indica o


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 18 fato como também em 4.15 e segs. que nenhuma diferença será feita entre os santos mortos e os vivos no aparecimento de Cristo. Ambos os grupos viverão juntos e juntos com Cristo, desde que Ele morreu por todos. Cf. Rm 14.9. “O ponto real de todo este parágrafo, cujo lema -- «vigiai e orai» -deveria ser gravado no escudo de cada paladino do evangelho, é o paradoxo, tão difícil de compreensão para nós, mas muito menos difícil para as mentes instruídas nos profetas, que salienta a iminência da parousia, enquanto nega a sua chega da imediata” (W. Neil). VIII. EXORTAÇÕES GERAIS - 5.12-22 Os cristãos são exortados a seguir uma vida ordeira, sossegada e ativa em fazer o bem. Reconheçais aqueles que trabalham entre vós e presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam (12), isto é, dá-lhes honra na prática submetendo-se à direção deles. O termo pro-istamenoi. (“os que presidem” ARA, “os líderes”) que se usa aqui, aparece também em Rm 12.8 referindo-se aos líderes da igreja em Roma; eles são, sem dúvida, idênticos àqueles que em outra parte, são chamados pastores, anciãos e bispos. Presumivelmente, tinham sido designados pelos missionários como anciãos das igrejas da Galácia, (At 14.23) -- mas não existe qualquer registro disto. Rogamo-vos também, irmãos (14). Pode ser que este versículo se dirija mais propriamente aos líderes. Que admoesteis aos desordeiros (14), literalmente – “Os que não conservam a formação em fileira», ou «os que gazeiam” (gr ataktous), referindo-se aqui aos preguiçosos, que negligenciavam seus deveres diários, e viviam na ociosidade – cf. 4.11. Ninguém dê a outro mal por mal (15). Os preceitos éticos dias epístolas paulinas vibram com o eco dos ensinos de Jesus (cf. Rm 12.17).


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 19 Regozijai-vos... orai... dai graças (16-18). A vida cristã tem de ser vivida numa atmosfera de contínua alegria, oração e gratidão a Deus. Não extingais o Espírito; não desprezeis as profecias. Examinai tudo (19-21). Aqui se refere ao exercício do dom de profecia, sob o impulso do Espírito Santo, fenômeno comum na igreja dos dias apostólicos. O dom era facilmente imitado, de modo que se precisava de discernimento, especialmente por parte dos líderes (Examinai tudo). O dom mesmo não era desprezível como a profecia genuína não devia ser reprimida, para não «extinguir o Espírito». Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal (2122). Provavelmente estas cláusulas deveriam ser tomadas juntas, como par de preceitos complementares. Forma de mal (ARA) – literalmente, «Espécie de Mal» (gr. eidos). A tradução aparência do mal é baseada no outro sentido de eidos. IX. ORAÇÃO, SAUDAÇÃO FINAL E BÊNÇÃO - 5.23-28 O mesmo Deus de paz (23) – cf. Rm 15.33. Vos santifique em tudo (23); isto é, completar a obra de santificação já iniciada (cf. nota: sobre 4.7); o aoristo optativo hagiasai aqui indica «um processo visto em perspectiva, e assim contemplado como ato, já completo» (Hogg e Vine). Todo vosso espírito, e alma, e corpo sejam preservados irrepreensíveis (23). Essa cláusula expressa a mesma oração dum novo modo; o aoristo optativo é novamente usado com a mesma força (teretheie). Não é certo que a referência ao espírito, alma e corpo seja interpretada como confirmação formal da doutrina da natureza tricotômica do homem, visto que espírito representa a percepção de Deus, e alma o reconhecimento do ego na vida íntima da personalidade. Seria igualmente possível deduzir uma doutrina formal da natureza quadripartida do homem, em Mc 12.30.


1 Tessalonicenses (Novo Comentário da Bíblia) 20 O verso 24 quer dizer que Aquele que chama o Seu povo para a santidade é o mesmo que também santifica. Eu vos conjuro pelo Senhor que esta carta seja lida a todos os santos irmãos (27). Não é claro porque Paulo tão solenemente obriga os destinatários, sob juramento, a ler a carta a cada membro da comunidade. Não é sustentável a teoria de Harnack que havia dois grupos distintos na igreja dos tessalonicenses, um gentio, e outro judeu, e quando esta epístola foi primeiramente dirigida aos gentios, Paulo desejou que o seu teor fosse comunicado ao grupo de judeus também. Possivelmente ele queria assegurar que aqueles membros “ociosos” (verso 14) ouvissem o que ele tinha para dizer. Por outro lado, estas palavras podem ser apenas um pedido solene para ler a carta numa reunião de toda a igreja. F. F. Bruce


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