A mente revolucionária é obsessiva e psicopática. Enquanto você toma conta de sua vida, o revolucionário toma conta da sua vida, ou seja, ele está o tempo todo pensando em como chegar ao poder e permanecer nele. E poder significa: ter a capacidade de fazer os outros fazerem o que eu quero que eles façam. Política, e principalmente um processo eleitoral, não é local para o debate de ideias e valores, mas aonde se praticam ações para se chegar ao poder. Isso significa que uma eleição não é um processo educativo e sim um momento em que se empreendem ações para retirar alguém do poder ou manter-se nele. Os conceitos expostos acima foram apreendidos da brilhante palestra do professo Olavo de Carvalho “Estrutura da mentalidade revolucionária,” que você pode encontrar no youtube. Quero deixar claro que os tempos de idolatria a quem quer que seja eu já o abandonei depois da descoberta de meu fanatismo religioso. Portanto, alerto aos críticos de plantão, que minha admiração por Olavo de Carvalho vem da sua capacidade natural de nos ensinar a pensar. Ele mesmo faz questão de mostrar suas falhas e sua humanidade, revelando que apenas é um pesquisador, dotado de uma capacidade incrível de absorção e interpretação dos temas que pesquisa, fora a excelente memória. Em suas exposições ele é didático e mostra o caminho, um método, que todos podem usar para acompanhar o seu raciocínio e depois pensar por conta própria. Algumas de suas palestras, como a citada acima, eu tive que revê-las por cinco vezes, no mínimo, para atingir parte da compreensão do todo que nos mostra. Mas, acredito que vocês, e ele também, poderão comprovar isso, se é que consegui apreender (eu não disse aprender, o que é diferente) alguma coisa e com o mesmo método dele registrar fatos e analisá-los. Por isso resolvi escrever esse livro, uma vez que vi a genial máquina de manipulação e controle social que foi usada nas eleições 2014, e nas outras também. Infelizmente, antes, eu não conhecia Olavo de Carvalho. Deixemos então de apenas conversas e vamos nesse caminhar que, espero ser bem didático para a nossa compreensão. Olavo de Carvalho diz que somente compreendendo o que está acontecendo poderemos combater o PT e o Foro de São Paulo. Sem isso somos e continuaremos a ser presas fácil do comunismo brasileiro.
Delação premiada de Paulo Roberto Costa, uma ação estratégica do PT e do Foro de São Paulo. Conceito: a capacidade inventiva e a persistente busca de poder da mentalidade revolucionária. Eles fazem debates e reflexões o tempo todo e se mantém frios na aplicação prática de suas ações, depois que elas são definidas e aprovadas. Objetivo estratégico: uso e construção de fatos para conquistar credibilidade e, com isso, atingir o adversário dentro do processo eleitoral. Através do mesmo fato pode-se levar o eleitorado, sempre passional, a acreditar, no momento apropriado, que o candidato que defende também está envolvido na mesma corrupção a qual acusam o PT. Conclusão a que chegaremos: a delação premiada de Paulo Roberto Costa foi meticulosamente preparada e desenvolvida pela própria direção do PT e do Foro de São Paulo.
Vamos aos fatos: a) Paulo Roberto Costa – ex-diretor da Petrobras foi preso duas vezes. Observando-se que o STF tem ministros dominados pelo PT é de se estranhar que um “elemento” tão perigoso tenha sido novamente preso e mantido preso para que possa, com isso, abrir o bico e “entregar” a direção do partido no já nominado pela mídia “escândalo da Petrobras,” ou até mesmo “mensalão dois.” Ao que tudo a indica a sua segunda prisão já fazia parte da estratégia que descreveremos. b) Delação premiada – de acordo com a Lei quando um acusado propõe ou aceita o benefício da delação premiada nada do que ele “delata” ao Ministério Público pode ser revelado, torna-se “segredo de justiça.” No entanto, um ministro do STF a aceitou, e mais, determinou a soltura do preso para que ele responda ao andamento do processo em liberdade. Então, concluímos a delação premiada já beneficiou o delator.
Conteúdo e momento da delação premiada: Quando a imprensa divulga os primeiros conteúdos da delação premiada? Em 05 de setembro, portanto um mês antes das eleições marcadas para 05 de Outubro. (pesquisa google)
O que ocorria naquele momento? Nas redes sociais e na mídia ocorriam intensos ataques à Marina Silva, candidata do PSB à presidência que as pesquisas revelam ser a “única capaz de derrotar Dilma no segundo turno das eleições.” Apenas uma anotação para reflexão posterior: qual a principal e inatacável imagem de Marina Silva? A de incorruptível. A todo o momento, nas redes sociais e na mídia, eram atribuídas à Marina rótulos e valores pejorativos como: incapaz de tomar soluções. Pessoa fraca de personalidade e que mudavam de opinião por causa de pressões, etc. Mas, pelo passado que tem, seria impossível fazer uma manchete assim: Marina é acusada de desvio de verba. O caso das madeiras de mogno já tinha sido derrubado pela Procuradoria Geral da República. Se a acusassem de novo lhe dariam um atestado de honestidade. (Ok, então guarde essa observação).
Conteúdo da delação é amplamente divulgado pela imprensa: Uma lista com 12 nomes de políticos que teriam recebido propina da Petrobras, uma espécie de “mensalão dois.” Quem estava nesta lista? Sem entrar em detalhes, apenas dois nomes insignificantes do PT (um tesoureiro e outro ocupante de posto de segundo escalão do partido), alguns nomes do PMDB, o que para mim soou como uma espécie de recado ao futuro adversário do PT no ringue do poder central, e alguns nomes periféricos de outros partidos da base aliada.
Agora vem o detalhe mais importante: o nome de Eduardo Campos, ex-presidente nacional do PSB, partido de Marina, que havia morrido no acidente de avião. Aqui está a chave do uso da primeira fase de divulgação da delação premiada. Qual a anotação que fizemos antes? Que seria impossível somar aos ataques a Marina alguma acusação de corrupção. Assim, estrategicamente a delação de Paulo Roberto Costa não a liga diretamente, mas inclui o seu partido, que tinha sido aliado dos governos Dilma e Lula, na lista dos corruptos. Quer uma prova de isso foi estratégico? Ela está na fala do Chefe de Gabinete Civil da presidência e presidente do Foro de São Paulo, Gilberto de Carvalho e que, para mim, foi um ato falho, ou no popular “um tiro no pé.” Uma entrevista à mídia Gilberto de Carvalho diz: “Nós do PT somos corruptos sim, mas todos os são.”
A estratégia da delação premiada nesse momento atinge seus dois objetivos principais: a) Dotar o evento de credibilidade, uma vez que tal ação durante um processo eleitoral poderia levantar suspeitas. Mas, o delator ataca, superficialmente, o PT, partido que está no poder e administra a Petrobras e tem uma candidata à reeleição.
b) Envolver Marina, “a intocável” no que se refere a corrupção, no mesmo mar de lama em que o PT e aliados que já estavam envolvidos. Aqui uma curiosidade– qual a certeza de que a liderança petista e do Foro de São Paulo tinha de que poderia colocar em prática essa estratégia sem afetar a campanha de Dilma? O possível controle dos institutos de pesquisas que, como já vimos em nossa TEORIA DO VOTO IMAGINÁRIO formatam o voto totalizante mesmo antes de ele ser “certificado.” Então pense comigo? Um escândalo de enormes proporções, somado a outros ataques, atingem a imagem de Marina, que começa a desabar nas pesquisas de intenção de voto. Mas, esse mesmo escândalo em nada afeta a imagem e as intenções de voto da Dilma, pivô de toda a delação, afinal ela era a presidente do Conselho de Administração da Petrobras quando do pagamento da propina e foi ela quem nomeou o próprio delator, sendo o mesmo seu “homem de confiança.” Não é no mínimo estranho que Marina caia nas intenções de voto pela simples associação do ex-presidente de seu partido ao escândalo e Dilma no centro do escândalo mantenha a mesma intenção de voto?
Selo de credibilidade? O formato da delação premiada: quando um jornalista faz uma matéria com conteúdo acusatório ele precisa de uma “fé publica.” O que é isso? Algo que dê credibilidade ao conteúdo que está sendo veiculado. Como isso se dá? Com as provas do denunciante. Sim, eu acuso alguém de desvio de verba e tenho anotações, depósitos em conta bancária etc. Mas, e se o acusador não tiver provas? Então alguém do poder público pode conferir ao conteúdo a fé pública: um promotor, um juiz, um deputado ou mesmo um policial que, de acordo com a lei, é dotado de fé pública no exercício da profissão. Ora, pense comigo: se acompanhou as matérias da delação premiada, você viu algum documento sendo apresentado? Alguma agenda com anotações de valores e nomes? Algum outro testemunho que somado ao de Paulo Roberto Costa lhe desse a menor credibilidade do que delatava? Não. Então os militantes contrárias ao governo do PT, principalmente na internet, deram-lhe o selo de credibilidade que os estrategistas queriam. Um detalhe: sobre isso me chama a atenção uma matéria veiculada na Revista Psique Ciência e Vida, Edição de número 10, de seu ano I, páginas 32 a 39, com o título “A psicologia do voto.” Essa matéria expõe uma pesquisa realizada pela ONU sobre o comportamento do eleitorado durante as campanhas eleitorais. Conclusão: 90% dos eleitores dos países democráticos do planeta são emotivos. Eles são susceptíveis a
eventos emocionais e podem variar suas posições de A a Z a partir de fatos que mexam com o seu psique. Voltemos à estratégia: e não foi exatamente isso que aconteceu? E não é exatamente assim que os dirigentes do Foro de São Paulo e os estrategistas do PT têm manipulado as eleições? Não consideram incrível que uma candidata e um candidato, Marina e Aécio, mudem de posição no quadro eleitoral em uma semana ganhando e perdendo 20 milhões de votos? Quer dizer que somos tão idiotamente emocionais que podemos ir de A a Z a hora que eles querem? Basta um movimento, uma notícia. Mas, foi exatamente isso que aconteceu e quiseram que a gente pensasse que isso é a mais pura verdade. Só que está tudo no nosso imaginário, porque não podemos certificar o nosso próprio voto. Ele é virtual e certificado pelo presidente do TSE junto com os presidentes dos TREs.
Desejos estimulados. Logo após a divulgação da chamada lista da delação eu vi na internet a manifestação de júbilo dos militantes pró-Aécio. Afinal mais um escândalo que apontava o PT, o demônio no poder, e Marina, a “infiel” que estava retirando o “preferido” para o segundo turno. Eu vi manifestações bestiais contra Marina sem uma prova, um documento sequer. “Cadê a santinha do pau oco,” disseram muitos. “Marina também está no meio da corrupção,” bradaram outros. As pessoas seguiram o que foi relatado da palavra de um “delator,” comprovadamente bandido. Paulo Roberto Costa é homem do esquema petista de propinas da Petrobras do PT, nomeado pela presidente eleita pelo partido. Só que agora ele representava os desejos de milhares de pessoas pró-Aécio que queriam ver Marina fora do páreo para que o seu “salvador da pátria” pudesse avançar rumo a vitória. Nesses momentos chego a pensar que as manipulações dos estrategistas são merecidas. No Brasil é fácil a desconstrução de um político porque acreditamos primeiro na culpa e não na inocência das pessoas. Fazemos o inverso do que prevê o conceito de Justiça: aquele que acusa é que tem que provar a nossa culpa. Aqui não. Basta um político ser acusado de algo que ele é quem tem que provar a sua inocência, No episódio descrito acima isso ficou bem claro. Conclusão até aqui: os objetivos da primeira parte da estratégia da delação premiada estavam concluídos com pleno êxito. O PT e o Foro de São Paulo conseguem envolver Marina na corrupção da Petrobras e ainda conquistam o selo de credibilidade para o fato direto dos militantes pró-Aécio. Então veio a segunda parte estratégica do uso desse fato. Qual? Usar a mesma delação contra Aécio, dessa vez no segundo turno.
Vamos aos detalhes: a) Agora, de posse do selo de credibilidade, a língua da imprensa chamada de PIG, se volta contra Aécio e faz uma revelação estonteante: Sérgio Guerra, membro ativo do PSDB, recebeu propina para abafar a CPI da Petrobras. b) Mesmo com a ampla cobertura da imprensa, acesso exclusivo aos depoimentos por alguns veículos, essa informação não foi cuidadosamente revelada no primeiro turno. Qual a explicação, se o maior excitação de um jornalista, ou de um veículo de comunicação, é dar a informação com exclusividade?
Será que ainda preciso provar que tudo não passou de uma estratégia do PT e do Foro de São Paulo? As informações contidas na delação premiada foram, em termos de divulgação, divididas em duas etapas: a) uma só para o primeiro turno com o objetivo duplo de conseguir a credibilidade necessária ao evento e atingir Marina, justificando a sua queda nas intenções de voto no campo imaginário (afinal ninguém pode comprovar isso). b) guardar informações necessárias para atingir Aécio no segundo turno. Aqui vale analisar que era preciso deixar Aécio livre de qualquer acusação no primeiro turno, de forma a justificar a sua ascensão, a queda de Marina. Já no segundo turno não, voltemos os canhões contra Aécio para moldarmos o voto imaginário e fornecer munição aos institutos de pesquisas para que, junto com os imparciais analistas, sociólogos e jornalistas, digam ao povo que Aécio caiu porque tem aumentado a sua rejeição e, portanto, perderá a eleição. O que podem dizer, agora, os militantes pró-Aécio? Que tudo é uma armação para atingir o seu “salvador da Pátria?” Que é absurda tal acusação feita aos integrantes do PSDB? Não podem dizer nada. As suas reações emocionais, quando das acusações contra Marina e ao próprio PT, conferiram o selo de credibilidade que o evento da delação premiada precisava. E mais. Muitos deles acreditam mesmo que Sérgio Guerra recebeu a propina, um homem que já morreu e que não está aqui para se defender, como Eduardo Campos. Mas, isso não é novidade para mim. Eu vi e revi a palestra do professor Olavo de Carvalho, “A estrutura da mentalidade revolucionária,” e sei hoje do que eles são capazes de fazer. Aliás, tem também a frase de Lula: “Dilma eles não sabem do que somos capazes de fazer para ganhar uma eleição.” Eles, os militantes de Aécio, podem até não saber ainda, mas eu já sei. Concorda com o que está aqui? Não? Aguardo a sua manifestação.