TFG Arquitetura e Urbanismo | Centro Integrado de Moda - Capão Redondo

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FIAM - FAAM FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

HIGOR MARQUES CENTRO INTEGRADO DE MODA

SÃO PAULO 2019



HIGOR MARQUES

CENTRO INTEGRADO DE MODA Capão Redondo

Trabalho Final de Graduação apresentado à banca examinadora da FIAM-FAAM Centro Universitário, como exigência parcial para a obtenção de título de Bacharel em Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Professora Luciana F. Itikawa.

SÃO PAULO 2019


Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

SILVA, Higor Marques – Centro Integrado de Moda, Capão Redondo / Higor Marques da Silva – São Paulo, 2019. 105 páginas. Notas: 1. Centro Integrado de Moda 2. Capão Redondo


HIGOR MARQUES

CENTRO INTEGRADO DE MODA Capão Redondo

Trabalho Final de Graduação ao curso de Arquitetura e Urbanismo, sob orientação da Professora Luciana F. Itikawa. Defendido e aprovado em ____ de _____________ de 2019, pela banca examinadora constituída pelos professores:

_______________________ Luciana F. Itikawa FIAM-FAAM - Orientador

_______________________ Ligia Pinheiro de Jesus FIAM-FAAM - Professora

SÃO PAULO 2019

_______________________ Laisa Eleonora M. Stroher Convidada


AGRADECIMENTOS

A

o fim desta longa jornada, é o momento de agradecer a todos envolvidos. Primeiramente a Deus, por me dar forças e guiar em todos os momentos.

A minha família que sempre me apoiou intensamente, mesmo quando exausto e preocupado com as entregas, estavam lá me incentivando a prosseguir e acreditando em meus sonhos. Aos meus amigos que pude conhecer durante o curso, que estiveram e compartilharam momentos de lutas e glórias. Em especial Thais Caetano, Vinicius Hideo, Larissa Nunes, Rafaela Costalunga, Bruno Paulino e Luiza Arruda, pessoas que levarei para a vida. A todos professores que contribuíram para minha formação, pois sem eles não teria chegado até aqui, apenas gratidão por todo conhecimento. Em especial a minha orientadora Luciana Itikawa, com seu olhar sensível e humano, tornou todo o processo de trabalho mais prazeroso, só tenho a agradecer por tudo, principalmente por incentivar meu lado criativo e fazer me apaixonar cada vez mais pela arquitetura e urbanismo.


Moda

é

algo

que

não

A moda está no ar, nas ruas. Moda tem a ver com ideias, com a maneira em que vivemos: moda é o que está acontecendo. somente

nas

roupas.

existe

Coco Chanel




INTRODUÇÃO


O

Centro Integrado de Moda constitui um espaço que se apropria da moda como um agente transformador social para o bairro do Capão Redondo, localizado na zona sudoeste do município de São Paulo. Um espaço capaz de promover a criatividade, integração social, valorização dos artistas locais, e o desenvolvimento econômico e social, contribuindo no enfrentamento das problemáticas locais. A monografia está desenvolvida em dois capítulos. O capítulo 01 aborda a moda diante da sua importância no setor econômico em diferentes escalas, até chegar ao objeto de estudo, o bairro Capão Redondo. Essa contextualização é complementada pela análise urbana que contempla diferentes escalas até chegar ao entorno imediato, a fim de justificar a escolha do local para implantação do projeto. O capítulo 02 trata especificamente do projeto em sua localização, abrangendo e justificando as diretrizes, conceito e partido adotado; a definição e espacialização do programa de necessidades, complementados com a escolha de materiais e estrutura. Por fim são apresentadas as pranchas gráficas do projeto, para maior entendimento de todo o processo apresentado.

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1. CENTRO INTEGRADO DE MODA – BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO


1.1 MODA: SOCIEDADE, COMUNICAÇÃO E ECONOMIA

O

termo moda está ligado a vários contextos que remetem e servem de referência a vários aspectos. O que no passado era tido como uma forma de diferenciação, no mundo contemporâneo, representa a linguagem, arte, cultura, comportamento, expressão, identidade e status dentro da sociedade que está inserido. É possível entender a moda como um campo interdisciplinar, com inúmeras possiblidades, que se encontra em uma constante velocidade. É por esse grande movimento de “mudança”, que Gilles Lipovetsky (1989, p.144) define a moda, como “O império do efêmero”. Para Caldas (2013, p.19) Moda, hoje, não é só roupa, mas também os lugares que são freqüentados, o que se lê e se escuta, o modo como se vive... Ao mesmo tempo, todas essas esferas do comportamento humano enviam mensagens sobre quem somos, frequentemente sobre quem não somos, às vezes sobre quem gostaríamos de ser... Desse ponto de vista, a roupa – como qualquer outro ato de consumo – é um fato de comunicação.

Pode-se concluir que a moda está vinculada a diversos campos da sociedade, mas por conta do caráter “efêmero” ainda presente, a sociedade a vê como algo superficial, nem se dando conta que a moda está presente no cotidiano, mesmo sem ter essa percepção. ECONOMIA CRIATIVA O tema Economia Criativa é considerado como uma das grandes estratégias de desenvolvimento socioeconômico do século XXI, diante do cenário de crise presente, tornando-se um dos setores mais importantes que fazem a junção da economia, cultura e criatividade. A Economia Criativa teve sua origem na Austrália, em 1994, em um momento de reinvenção da produtividade. Foi na Inglaterra, em 1997, que foi reconhecida força produtiva, com a necessidade de investir em outros setores da economia. No Brasil, a discussão da Economia Criativa surge em 2004, no “Consenso de São Paulo”, realizado pela XI Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). A UNCTAD (2010, p.10) define a economia criativa como “[…] um conjunto de atividades econômicas 16

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baseadas no conhecimento com uma dimensão de desenvolvimento e ligações transversais a níveis macro e micro à economia global”. A FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) estrutura a economia criativa em quatro grandes grupos e em 13 segmentos (Figura 1):

Figura 1| Grupos e segmentos da Economia Criativa. Fonte: FIRJAN (2016). Elaborado por Higor Marques.

Com base nos dados do Mapeamento das Indústrias Criativas realizado pela FIRJAN, é possível verificar sua força no cenário econômico brasileiro, mesmo no momento de crise do período de 2013-2015, tornandose um setor com futuro promissor, com crescimento no PIB de 2,64% em 2015 e contribuindo com cerca de R$155,6 Bilhões (Figura 2). Centro Integrado de Moda

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Figura 2| Participação do PIB Criativo no PIB Total Brasileiro – 2004 a 2015. Fonte: FIRJAN (2016).

De acordo com os dados da participação dos estados na indústria criativa em 2015, os três estados com maior participação foram São Paulo (3,9%), Rio de Janeiro (3,7%) e Distrito Federal (3,1%), todos os três com participação acima da média nacional (2,64%). (Figura 03).

Figura 3| Participação estimada do PIB Criativo nas UF’s. Fonte: FIRJAN (2016).

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Quanto ao número de empregos nas áreas criativas, em 2015 o Brasil teve 851,2 mil profissionais formalmente empregados, com salários acima da média nacional. Há uma concentração na região Sudeste e Sul do país; e os estados de São Paulo e Rio de Janeiro se destacam, concentrando 50% dos empregos. (Figura 4).

Figura 4| Número de Profissionais Criativos por Unidade da Federação – 2015. Fonte: FIRJAN (2015). Elaborado por Higor Marques.

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Das quatro áreas criativas, os setores de Consumo e Tecnologia totalizam cerca de 80% dos trabalhadores criativos na economia em 2015. (Figura 5).

Figura 5|Empregados da Indústria Criativa no Brasil, por Áreas Criativas – Fonte: FIRJAN (2015) Elaborado por: Higor Marques.

A Economia Criativa vem se tornando um dos setores com maior crescimento econômico e que vai além da geração de renda e empregos, promove a diversidade cultural e o desenvolvimento humano. Dessa forma, cria conexões entre as diversas áreas, provocando e permitindo profundas mudanças sociais, sendo um agente transformador. Essa nova economia reflete no planejamento urbano, ao demandar novas funções e espaços no território a partir de suas potencialidades e reconhecimento cultural. Segundo LEITE (2012, pg.70) “No nível 20

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mais básico, a economia do conhecimento refere-se a pessoas criativas se juntando - a cidade é o diferencial que propicia isso – para adicionar valor ao trabalho através de troca de informações, gerando, assim, novas ideias.” É fundamental que nas cidades sejam criados espaços que interajam com a sociedade, sendo um meio de desenvolvimento e propagação da criatividade. MODA NA ECONOMIA CRIATIVA A moda é no mundo um dos segmentos que mais geram empregos, principalmente o setor de confecção e vestuário. No Brasil o cenário da Moda é bem expressivo (Figura 06) segundo dados apresentados pela ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção):

Figura 06| Cenário econômico da Moda. Fonte: ABIT (2017). Elaborado por Higor Marques.

A moda está inserida no grupo de consumo da economia criativa, segmento responsável por 376,3 mil trabalhadores formais. A região Sudeste e Sul apresentam os maiores números, com 49.196 profissionais no setor (Figura07), com destaque para o Estado de São Paulo, com cerca de 36% do número de profissionais da área.(Firjan,2015). Centro Integrado de Moda

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Figura 07| Número de Profissionais Criativos da Moda por UF’s. Fonte: FIRJAN, 2015. Elaborado por: Higor Marques

No setor da moda, esse novo formato de indústria representa 2,6% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, (Firjan, 2015). Em 2011, foi elaborado o Relatório “Economia e Cultura na Moda no Brasil”, o qual trata da necessidade de espaços na cidade que estabeleçam maior relação de proximidade entre os indivíduos e intercâmbios de ideias, como feiras e eventos, assim como a importância das incubadoras e espaços voltados ao empreendedorismo de novos projetos e pesquisa de tecnologia nessa produção. 22

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1.2 ANÁLISE URBANA



1.2.1 SÃO PAULO: CAPITAL DA MODA

S

ão Paulo é uma cidade que oferece diversos atrativos culturais, um centro que apresenta uma vasta diversidade cultural e econômica. É a cidade mais populosa do Hemisfério Sul, com 12,25 milhões de habitantes (IBGE 2019) e o maior centro financeiro da América Latina. Segundo os dados do FINJAN, São Paulo contribui com 2.038.005 milhões para PIB Nacional (IBGE, 2016). O crescimento da cidade não se dá apenas por sua expansão expressiva e número de habitantes, mas também dentro do universo da moda. São Paulo está no 16° lugar do Ranking das Principais Capitais Globais da Moda (Figura 08), além de receber o titulo de “Rainha Fashion da América Latina” (Global Language Monitor, 2015).

Figura 08|Ranking das Principais Capitais Globais Da Moda – 2015. Fonte: Global Language Monitor, 2014. Elaborado por Higor Marques Centro Integrado de Moda

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São Paulo está entre as cincos maiores Semanas de Moda do Mundo com o São Paulo Fashion Week (SPFW)(Figura 09), maior evento de Moda do Brasil e o mais importante da América Latina, representando uma grande vitrina para a moda brasileira com diversas marcas. O evento surgiu em 2001, com investimento inicial de 600 mil reais, e no decorrer dos anos o investimento cresceu para mais de 5 milhões de reais por edição(Plano Setorial da Moda,2011). O evento atrai pessoas de diversas partes do mundo, sendo um grande atrativo para a cidade, atualmente mais de 1 milhão de pessoas visitam o evento. São Paulo é sede do evento devido à combinação da força da indústria com a da criação.

Figura 09| Desfile SPFW 2018. Fonte:http://divamag.com.br/noticia/spfw-2019

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Além do SPFW, a cidade sedia outros grandes eventos da Moda como Inspiramais , Casa de Criadores, Fenin Fashion São Paulo, Couromoda & São Paulo Prêt à Porter e FEIMI – Feira da Moda Inverno. Na cidade de São Paulo os polos têxteis estão localizados no Brás e Bom Retiro, ambos no centro, atraindo diariamente milhares de pessoas. Com a expansão da Moda em São Paulo, vem crescendo a quantidade de espaços e projetos voltados para o desenvolvimento da moda, com uma visão mais criativa, colaborativa e integradora, com espaços flexíveis e inspiradores. Sâo espaços que aproximam arte, moda e produção cultural, possibilitando o desenvolvimento da moda por todos profissionais da área, com todo maquinário de costura, espaços para cursos, reuniões, palestras, exposições e workshops, além da produção fotográfica e audiovisual. São exemplos desse novo conceito o Lab Fashion, Espaço Caixa Branca, Cartel Zero Onze e TexPrima: Loja Oficina(Figuras 10 a 13).

Figura 10|Lab Fashion. Fonte: http://labfashion.com br/ #galeria

Figura 11|Espaço Caixa Branca. Fonte: https://w ww.espa cocaixabranca.com.br/a-caixa-branca

Figura 12| Cartel 011. Fonte: https://www.cartel01 1.com.br / about-us

Figura 13| TexPrima: Loja Oficina. Fonte: https://texprima .com.br/conheca-texprima-loja-oficina/

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Projetos voltados à moda com um viés social vêm se proliferando pela cidade de São Paulo, tendo como pressuposto mobilizar a comunidade das periferias em torno do poder transformador da moda. O principal objetivo é promover a inclusão social, incentivar a criatividade e a produção cultural, a valorização dos artistas locais e o empreendedorismo. Alguns projetos com essa visão transformadora são Periferia Inventando Moda, Descobertas do Capão, Trama Afetiva e Escola de Moda do Fundo Social (Figuras 14 a 17).

Figura 14|Periferia Inventando Moda – Paraisópolis Fonte:http://spcultura.prefeitura.sp.gov.br/projeto/157/

Figura 15|Descobertas do Capão Redondo. Fonte: https:// followthec olours.com.br/style/estilistas-do-capao-redondo/

Figura 16| Trama Afetiva. Fonte: http://fundacaohermannh ering.org.br/projeto/trama-afetiva

Figura 17| Escola de Moda FUSSP.Fonte: http:/www.fus sp.sp. gov.br/cursos/escola-de-moda/

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1.2.2 SUBPREFEITURA CAMPO LIMPO E O BAIRRO CAPÃO REDONDO A Subprefeitura Campo Limpo, localizada na Zona Sul de São Paulo, é formada pelos distritos de Campo Limpo, Capão Redondo e Vila Andrade (Figura 18). Ocupa uma área de 36,7 km² e é considerada a subprefeitura mais populosa da cidade de São Paulo, com uma população aproximada de 650.000 habitantes (SEADE, 2010) e densidade demográfica média de 17.486,65 hab./km2. A região se destaca pelo grande número de residências em favelas no município, com 185 mil, sendo esse número 120 vezes maior que o encontrado na Sé e em Pinheiros, região do centro expandido. (Mapa da Desigualdade, 2018) A falta de emprego formal privado, com apenas 70 mil postos de trabalho, equivalente Figura 18| Mapa Subprefeitura Campo Limpo. Fonte: PMSP 2018. Elaborado por Higor Marques a apenas 1,6% do total da cidade (IBGE, 2010) e a pouca diversificação das atividades econômicas locais, fazem com que seus moradores se desloquem, principalmente para outras subprefeituras. Capão Redondo, distrito que antes era ocupado por paisagens rurais, plantações e florestas, hoje é um dos bairros mais cinzentos e populosos de São Paulo, marcado pelo descontrole da ocupação urbana e devastação dos recursos naturais. Em 2002, a chegada do metrô e sua expansão fez com que o distrito se tornasse um atrativo, elevando seu desenvolvimento desordenado. Em 2010, cerca de 12,49% dos domicílios não estavam ligados à rede de esgotos e 26,8% dos domicílios encontravam-se em favelas(Seade,2010), fatores que agravam o desmatamento e poluição dos córregos, causando enchentes. Além desses problemas, está entre os distritos mais violentos de São Paulo. (Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo, 2017) Centro Integrado de Moda

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Analisando os dados presentes (Figura 19), é possível entender o Capão Redondo como um distrito precário, onde a desenvolvimento desordenado não permitiu seu crescimento econômico, resultando na falta de diversificação econômica, baixos salários causados pela falta de escolaridade e oportunidades de empregos, resultando em baixo desenvolvimento humano e qualidade de vida.

Figura 19| Dados socioeconômicos. Fonte: Seade (2011). Elaborado por Higor Marques.

Em 2010, 38,9% dos moradores residiam a mais de 1 km de distância de um equipamento público de cultura e 53,1% da população residia a mais de 1 km de um parque (Seade, 2010). A questão de equipamentos culturais e áreas livres é uma fragilidade do distrito, mesmo possuindo três CEUs e duas Fábricas de cultura, não são capazes de suprir a necessidade da população, ainda mais quando comparamos com o número de habitantes jovens. Por ser um distrito predominantemente residencial, gera a dependência de outras subprefeituras e municípios para oferta de emprego, levando ao deslocamento diário dos moradores, a maior parte para outras subprefeituras (Figura 20). O transporte coletivo é o principal meio de deslocamento dos moradores, em segundo lugar está a mobilidade “a pé”, o que chama a atenção para as péssimas condições das calçadas. 30

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Figura 20|Deslocamento- Casa-Trabalho (2010) e Percentual dos Meios de Transporte. Fonte: IBGE(2010). Elaborado por Higor Marques

Os maiores desafios do Capão Redondo estão na melhoria das condições de vida, no setor de moradia, recursos naturais, desenvolvimento econômico, equilíbrio da relação de emprego/moradia e na mobilidade local/regional. Por se tratar de um bairro com diversas problemáticas, projetos e equipamentos com o intuito de reforçar o papel da periferia como um polo de cultura e arte vem ganhando espaço. Como já mencionado a região conta com projeto Descobertas do Capão com o objetivo de revelar talentos na área da moda, além da vasta programação cultural presente na Fábrica de Cultura e CEU. Sendo assim a região apresenta um grande potencial para a implantação de um equipamento de transformação social, além de ter a possibilidade conexão e integração com os existentes na área.

1.2.3 ENTORNO IMEDIATO O perímetro estudado está localizado próximo à estação Capão Redondo do metrô da linha lilás. Segundo o Plano Diretor e a Lei de Zoneamento de São Paulo, a área é demarcada como Macrozona de Estruturação e Qualificação Urbana, e no contexto das macroáreas, o bairro é classificado como Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana. Centro Integrado de Moda

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Por estar localizado próximo ao metrô e corredor de ônibus, no projeto de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo, o entorno imediato tem predominância da Zona Eixo de Estruturação e Transformação Urbana (ZEU)(Figura 21). Segundo o site de gestão urbana da Prefeitura de São Paulo(PMSP, 2016): Zonas Eixo de Estruturação da Transformação Urbana são porções do território em que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva altas e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo. Esta zona tem por objetivo consolidar os parâmetros estabelecidos pelo PDE para os eixos, complementando com algumas regras de parcelamento, uso e ocupação, especialmente as condições de instalação de usos e parâmetros de incomodidade. Se o PDE delegou os eixos como território prioritário para o adensamento de modo articulado ao transporte público coletivo, essa zona passa a ter um papel estratégico na viabilização dos objetivos do PDE.

Figura 21| Zoneamento Área de Estudo. Fonte: Prefeitura de São Paulo, GEOSAMPA. Elaborado por Higor Marques. 32

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O entorno imediato (Figura 22) apresenta o uso monofuncional, com predominância do uso comercial e serviços pela Avenida Ellis Maas, eixo comercial da região. Na Rua Luis da Fonseca há a predominância do uso institucional com escolas e igrejas. O uso residencial se localiza nas ruas paralelas com a avenida e uso misto é bem pouco presente na área de estudo. A falta de diversificação dos usos acaba criando espaços ociosos e inseguros, sem fluidez pública e atrativos noturnos. Na Avenida Prodr. Telêmaco H.M. Van Langedonck que se estrutura através do córrego “Morro do S”, apresenta ocupações de favela próximas ao Parque Santo Dias, onde é possível observar a urbanização desordenada da área, ocupando áreas de preservação e degradando os recursos naturais.

Figura 22|Uso e Ocupação do Solo. Fonte: GEOSAMPA. Elaborado por Higor Marques

As edificações do entorno não apresentam gabarito alto, marcada por térreo e Térreo + 1 pavimento, isso por conta da predominância do uso residencial. O gabarito máximo é de cinco pavimentos, localizados em edifícios residenciais e comercias. (Figura 23). Centro Integrado de Moda

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Figura 23| Estudo Gabarito. Fonte: Google Maps. Elaborado por Higor Marques.

O bairro apresenta em sua proximidade uma boa oferta de transporte público, dispondo de uma estação de metrô (Capão Redondo), que faz ligação até Chácara Klabin, dois terminais de ônibus (Emtu integrado com o metrô e o terminal Capelinha), além de uma ciclovia que faz conexão ao Vila Lobos e uma linha exclusiva de ônibus na Avenida Ellis Maas. Em um raio de 1 km é possível notar uma boa quantidade de pontos de ônibus, permitindo a interligação dos bairros. Quanto ao lazer, destacam-se o Parque Santo Dias e a Biblioteca Bosque de Leitura Santos Dias, conectada ao parque. (Figura 24).

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Figura 24| Mapa Mobilidade e Equipamentos. Fonte: GEOSAMPA. Elaborado por Higor Marques.

O entorno (Figura 25) é marcado também pela presença de avenidas importantes e que apresentam eixos comerciais na sua extensão, como a Avenida Ellis Maas, que faz a ligação com o distrito de Jardim Ângela e possui grande fluxo por ter destino ao metrô; Estrada de Itapecerica, que realiza a conexão com o município de Embu das Artes e os distritos de Vila das Belezas e Jardim São Luís; e a Avenida Carlos Caldeira, que leva para o distrito de Campo Limpo, vias arteriais com grande fluxo de veículos. Centro Integrado de Moda

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A Rua Luís da Fonseca e Rua Landolfo de Andrade são vias de médio fluxo, por apresentarem equipamentos institucionais, como escolas e igrejas. As demais vias apresentam fluxo baixo, devido à predominância do uso residencial e por serem vias locais.

Figura 25| Mobilidade e Equipamentos. Fonte: GEOSAMPA. Elaborado por Higor Marques.

O Pátio do estacionamento da linha lilás do metrô é um equipamento que trouxe grande impacto para a região, e acabou se tornando uma barreira com seus muros, criando um eixo de passagem e sem conexão com seu entorno (Figura 26). Os condomínios residenciais fechados existentes também geram barreiras com muros, calçadas em péssimas condições e fechamento de vias, e essa tipologia pode ser vista como consequente dos altos índices de violência no distrito. O principal fluxo de pedestres ocorre na região próxima a estação de Metrô e terminal de ônibus, onde diariamente passam milhares de pessoas; nas ruas há a presença de comércio informal, que acaba 36

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atrapalhando o fluxo dos pedestres. A região apresenta pouca arborização viária, e as espécies existentes estão localizadas em lugares inapropriados, como no meio da calçada, o que prejudica a passagem dos pedestres.

Figura 26| Mobilidade e Equipamentos Fonte: GEOSAMPA, editado por Higor Marques.

O entorno imediato apresenta grande potencialidade devido à oferta de transporte público, permitindo conexões, potencializando a mobilidade em uma escala regional. Em relação às diversas problemáticas do bairro, está a falta de integração dos espaços, usos monofuncionais, grandes barreiras, violência, segregação e falta de espaços livres e de lazer.

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1.3 TERRENO


O

terreno escolhido está localizado na Avenida Ellis Maas com travessa com a Rua Manoel José, lote demarcado como Zona eixo de Estruturação de Transformação Urbana (ZEU), que como já mencionado, são porções do território em que pretende promover usos residenciais e não residenciais com densidades demográfica e construtiva alta e promover a qualificação paisagística e dos espaços públicos de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo (PMSP, 2016). Abaixo são apresentados os índices urbanísticos permitidos para essa zona e a área de intervenção com os dados do terreno (Figura 27 e 28).

Figura 27| Imagem Satélite. Fonte: Google Earth. Elaborado por Higor Marques

Figura 28| Vista Panorâmica. Foto: Higor Marques 40

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A escolha do terreno se deu pela sua localização, proximidade com o transporte público, além de seu contexto onde está inserido, em frente ao pátio do estacionamento do metrô e pela necessidade de integração da região, que apresenta diversos problemas. Uma potencialidade do terreno é a sua permeabilidade e conexões (Figura 29), já que o lote se encontra em uma esquina, permite acessos tanto pela cota mais baixa, como na mais alta, sendo que hoje o acesso principal se dá pela Avenida Ellis Maas. O terreno apresenta desnível de 6 metros, como pode ser observado na Figura 30.

Figura 29. Diagrama Permeabilidade. Elaborado por Higor Marques.

Figura 30. Corte Terreno. Elaborado por Higor Marques.

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Para melhor entendimento da caracterização do terreno, abaixo é apresentado registros fotográficos (figura 31).

Com base nos estudos de insolação realizados (Figuras 32 a 35) há ocorrência de sombras no terreno no período da manhã, projetada pelo edifício vizinho que possui 4 pavimentos. O restante das edificações não projetam sombras, em função de seu gabarito baixo. 42

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Figura 31| Estudo Insolação – Solstício de Verão -9h30. Elaborado por Higor Marques.

Figura 32| Estudo Insolação – Solstício de Verão -15h30. Elaborado por Higor Marques.

Figura 33| Estudo Insolação – Solstício de Inverno -9h30. Elaborado por Higor Marques.

Figura 34| Estudo Insolação – Solstício de Inverno -15h30. Elaborado por Higor Marques.

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De acordo com dados analisados, foi possĂ­vel estabelecer algumas diretrizes (Figura 35):

Figura 35| Diretrizes Terreno. Elaborado por Higor Marques. 44

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As potencialidades e desafios apresentados foram fundamentais para a concepção do partido arquitetônico do Centro Integrado de Moda, um espaço que visa solucionar as problemáticas sociais e econômicas.

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2.O PROJETO


B

aseado nos dados anteriormente apresentados, a moda se destaca na economia brasileira, sendo São Paulo a cidade que abriu portas para o mundo. Com esse ritmo, surgem espaços valorizando e dando oportunidades na área da moda. Projetos sociais vêm ganhando força, permitindo o acesso ao mundo da moda por diferentes classes sociais. Tendo o universo da moda como agente transformador, surge a inspiração para criação do Centro Integrado de Moda, localizado no distrito de Capão Redondo, região sudoeste do município de São Paulo, bairro marcado por diversas problemáticas sociais e econômicas, resultantes do desenvolvimento desordenado. O Centro prioriza a integração da população em um espaço capaz de incentivar a criatividade, valorização de artistas locais, demonstrando para a sociedade que a moda não se resume a uma vestimenta, mas é arte, cultura, expressão, comportamento e linguagem, que abrange a diversidade do cotidiano. O projeto destina-se à solução de problemáticas urbanas, indo além de um programa de necessidades, um ambiente capaz de proliferar a criação e a cultura, composto por cursos técnicos, ateliês abertos, exposições, eventos, desfiles, lazer, e espaços livres para apropriação comunitária, possibilitando a interação da população. A escolha do local foi determinada por fatores fundamentais e dinâmicos para o desenvolvimento de um equipamento voltado a moda. O Centro Integrado tem a finalidade de ser um polo central, integrando projetos sociais já existentes no distrito, contribuindo para o desenvolvimento econômico dessa população que não dispõe de muitas oportunidades, um local de referência, capaz de proporcionar funcionalidade e dinamismo. Do ponto de vista de sua implantação, o Centro Integrado de Moda articular a região, reorganizando o território, potencializando e requalificando a área a partir da reinterpretação dos espaços e seus usos. O diálogo entre o edifício e seu entorno fortalecerá a proposta, formando um desenho urbano de identidade e integração, atraindo pessoas das regiões adjacentes.

2.1 PARTIDO ARQUITETÔNICO

O terreno escolhido para implantação do projeto, está localizado na Avenida Ellis Maas, via de grande importância, responsável por diversas conexões e grande eixo comercial. O projeto tem por objetivo trazer 48

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vitalidade e fluidez pública para o local, deixando de ser um eixo apenas de passagem, mas se tornando um espaço acolhedor e convidativo para os transeuntes. As potencialidades e desafios apontados no capitulo anterior foram fundamentais na definição do partido arquitetônico, pautado na valorização dos fluxos existentes, na eliminação de barreiras, na integração social com o meio urbano, na mobilidade do pedestre, na identidade local e na conformação de espaços livres para apropriação comunitária. O lote está demarcado como ZEU (Zona eixo de Estruturação de Transformação Urbana), e considerando os parâmetros estabelecidos pela legislação e estudo do entorno, foi possível realizar de ensaios para melhor entendimento e solução final de implantação (Figura 36).

Figura 36| Ensaios implantação. Elaborado por Higor Marques Centro Integrado de Moda

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Diante dos ensaios, percebeu-se a necessidade de valorizar a paisagem urbana existente e eliminar barreiras, criar atrativos para o pedestre e aproveitar a característica de permeabilidade do lote. Dessa forma foi idealizada uma implantação que permitisse potencializar eixos existentes e trazer a continuidade dos espaços públicos, enfatizando o convite para o edifício por meio de praças suspensas, dessa forma criando diferentes visuais para o entorno. Da mesma forma, busca promover a vitalidade e integração dos espaços, tornando-se um grande ponto de encontro para a população. Todas as áreas públicas do projeto foram pensadas para atrair diferentes públicos para o edifício, não apenas o público voltado a moda, configurando assim um espaço acolhedor, para todos, e não um espaço segregador. Segundo as definições de Gordon Cullen (1989, p.25) de espaço ocupado Abrigo, sombra, conveniência e um ambiente aprazível são as causas mais frequentes da apropriação de espaço, as condições que levam à ocupação de determinados locais. O fato de se assinalarem esses locais com elementos de caráter permanente pode contribuir para indicarmos tipos de ocupação que existem na cidade e criar um meio-ambiente que não seja fluido e monótono, mas sim estático e equipado...

A partir dessa definição foi se pensando a melhor forma de tornar o espaço ocupado e com vitalidade, que permitisse sua apropriação pela população. O acesso principal ao edifício se da pelo térreo, que foi mantido livre em pilotis, com o intuito de criar um grande espaço coberto com diferentes pés direitos, do qual a população pudesse se apropriar, permitindo assim a realização de feiras e eventos, buscando manter a dinamicidade e a vitalidade do local, enfatizando o convite ao edifício e propagando a socialização, em um espaço onde não há a diferenciação de público e privado, permitindo a integração e abertura para os usuários. O segundo acesso ao edifício se dá pela Rua Manoel José, via de menor movimento, o que trará maior fluidez de pessoas. A entrada do edifício é marcada pelo acesso por meio de uma rampa que leva ao mezanino, que se abre para o térreo. Os serviços de carga e descarga ocorrem pela Rua Alameda Luis Penido, que terá uso compartilhado com a edificação vizinha, já que foi utilizado o conceito de quadra aberta, especialmente no sentido de não atrapalhar a mobilidade do pedestre, já que ele é prioridade. (Figura 37). 50

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Figura 37| Diretrizes implantação. Elaborado por Higor Marques.

Quanto à topografia existente, optou-se por realizar o mínimo possível de intervenção para se manter o perfil natural. Para isso o térreo foi desenvolvido em pilotis e uma rampa promove o acesso ao nível superior, deixando o mezanino elevado, sem tocar no terreno, dando a sensação do edifício pousar no solo. Para incentivar a permeabilidade existente, foi projetado um mezanino para a transposição entre a Avenida Ellis Maas e a Rua Manoel José, tirando de partido a topografia foi projetado uma rampa de acesso na cota mais alta na Rua Manoel José com uma leve inclinação, com desnível de 50 cm, ali iniciando o percurso do usuário ao edifício, nesse pavimento é possível o deslocamento tanto para o térreo (Avenida Ellis Maas) ou para as demais áreas, localizadas nos pavimentos superiores. (Figura 38) Centro Integrado de Moda

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Figura 38| Corte Esquemático Permeabilidade. Elaborado por Higor Marques.

Devido aos diferentes modais que possibilitam o acesso à área, e por se tratar de um espaço de moda com viés social, o projeto prioriza o pedestre. Nesse contexto, a convivência, a integração e a identidade são fundamentais. Para isso, foi proposto no desenho urbano, o espraiamento do paisagismo pelo trecho da Avenida Ellis Maas. O tratamento paisagístico foi desenvolvido em formas “tectônicas” e triângulos que trazem a sensação de movimento e organização direcional ao local. Foi utilizado como referência o paisagismo do projeto TUMO Park de Bernard Khoury / DW5 (Figura 39), e para o desenvolvimento das cores marcantes foi utilizado como referência o projeto Superkilen dos escritórios Topotek 1 + BIG Architects + Superflex(Figura 40). 52

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Figura 39|TUMO Park do Bernard Khoury|DW5. Fonte: https://architizer.com/projects/tumo-park/

Figura 40| Superkilen / Topotek 1 + BIG Architects + Superflex.Fonte:https://www.archdaily.com/286223/ superkilen-topotek-1-big-architects-superflex

Na Avenida Ellis Maas foi sugerido o nivelamento da via e aumento de calçada, dessa forma priorizando o pedestre e fazendo os veículos reduzirem a velocidade; também foi marcada a diferenciação do tráfego de pedestres e veículos. Na Rua Alameda Luís Penido foi idealizado um bolsão de estacionamento para suprir a necessidade de vaga para os carros, já que no projeto, não há estacionamento. O mobiliário urbano implantado no trecho de intervenção tem como design a criação de topografia, que segue os desníveis e se relaciona com a composição como um todo. Os desenhos foram pensados como um conjunto, onde se faz a combinação de piso, banco, espelho d’água e vegetação, em formato triangular (Figura 41). Centro Integrado de Moda

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Figura 41|Implantação |Elaborado por Higor Marques.

Considerando esse paisagismo bem marcante em cores e formas, com intuito de trazer identidade para região, buscou-se para o projeto uma volumetria mais sutil, que pudesse ter em sua forma a combinação da sensação de movimento e leveza. Para se chegar à volumetria final, trabalhou-se na lógica de uma composição de cheios e vazios, aberturas para o externo, numa dinâmica que cria relação com seu entorno, valorizando as visuais e em uma forma contemporânea (Figura 42). 54

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Figura 42|Diagrama evolução da volumetria |Elaborado por Higor Marques.

A forma final consiste em um volume, com mezaninos, cheios e vazios, o que permitiu a criação de espaços livres no edifício, garantindo o uso continuo, sem distinção de público e privado. Sua cobertura conforma um plano inclinado, que traz leveza e movimento. A passarela destinada aos desfiles serviu de partido para a volumetria, a transposição do backstage é realizada por meio de uma passarela externa que faz parte do volume, e essa solução foi pensada no sentido de possibilitar um desfile dinâmico, que vá além da apresentação interna, que se abra para a cidade. Centro Integrado de Moda

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O volume menor, implantado sobre essa base que abriga as áreas sociais e usos mais públicos, está sobre pilotis, como se estivesse pousando. Nesse volume estão os usos mais restritos, como os ateliês e áreas de estudo, e as escadas tiveram papel importante para compor o volume, criando movimento. O bloco rígido do edifício abriga os elevadores e escadas de emergência, e foi desenvolvido em dois blocos de forma deslocada do edifício, a fim de criar aberturas visuais e um volume dinâmico. O bloco traz a verticalidade ao edifício, como contraponto à horizontalidade criada pelas lajes em balanço, escadas e rampas. A escolha pela estrutura metálica, teve um papel importante para o resultado formal do projeto, trazendo a ideia de flutuação e leveza. A circulação externa ao edifício feita por meio das escadas e rampas que costuram o volume, reforça esse sentido de leveza, principalmente no volume menor com escadas alongadas e baixa inclinação, percorrendo o edifício como um todo, além de valorizar a paisagem e permitir uma continuidade espacial, integrando os pavimentos, além de dar um efeito visual de movimento à volumetria. Esse passeio do usuário ao longo do edifício, mostrando publicamente seus ambientes internos e usos, teve como inspiração o projeto do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro dos arquitetos Diller Scofidio + Renfro, que traz a reprodução do calçadão do bairro, dobrado e transformado em um “ boulevard vertical”, com a circulação externa por meio de escadas com patamares alongados, fazendo comunicação com a paisagem que tem vista para a Figura 43| Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Fonte:https://www. arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/diller-scofidio-renfro-museupraia (Figura 43). rio-16-03-2011 56

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Com a circulação perimetral externa, foi possível criar varandas voltadas para o uso público pelo edifício, o que permite a integração, extensão das áreas do programa que se abrem para elas e para as trocas sociais, essa forma de criar um percurso ao usuário, permite a troca entre interno e externo fazendo com que os usuários não notem o quanto é verticalizado o edifício, dando a sensação de menor altura. Além disso, as varandas funcionam como proteção para as fachadas de maior incidência solar e possibilitam uma maior relação do edifício com seu entorno, ao manter suas fachadas abertas (Figura 44).

Figura 44| Diagrama Circulação. Elaborado por Higor Marques. Centro Integrado de Moda

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O projeto busca equilibrar os diversos usos, mantendo sempre locais de interesse públicos em diferentes níveis para maior vitalidade e ocupação no edifício, integrando os mesmos e promovendo as trocas de conhecimentos e experiências (Figura 45).

Figura 45| Diagrama Privado Público. Elaborado por Higor Marques.

Quanto à insolação, mesmo com a circulação à frente de alguns pavimentos ajudando como bloqueio à incidência de sol e trocas de calor, foi se especificado a utilização do vidro termocrômico, que além da proteção contra insolação, permite uma fachada que se relaciona com o entorno e mutável, onde muda de cor conforme período do dia e estação do ano, indo do transparente ao translúcido. Um projeto que serviu de inspiração foi a Sede da Willis Faber & Dumas, em Ipswich,1972, de Norman Fosters, onde utiliza um vidro de alta tecnologia desenvolvido pelo fabricante de vidros Pilkington, que muda 58

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de coloração conforme o momento do dia, onde durante o dia é refletido a paisagem urbana, já na parte da noite ele se abre para a cidade, se tornando totalmente transparente. Nas figuras 46 e 47 abaixo é possível observar a atuação da tecnologia utilizada.

Figura 46|Sede Willis Faber & Dumas durante o dia .Fonte: https://www.fosterandpartners.com/projects/willis-building/

Figura 47| Sede Willis Faber & Dumas durante a noite .Fonte: https://www.fosterandpartners.com/projects/willis-building/

Com o partido da continuação dos espaços verdes e fachada viva foi utilizado jardineiras e brises vegetais em lugares estratégicos no edifício para a proteção das fachadas de maior incidência, e pensando na composição plástica, foram dimensionados em pontos onde pudessem criar formas de triângulos, dando movimento na fachada. Esse sistema de brise utiliza fios de aço que guiam trepadeiras para compor a fachada, que ajudam no conforto térmico, principalmente nos pavimentos onde estão localizados os ateliês e salas de uso múltiplos. Como referência foi utilizada a fachada da expansão do Centro de Pesquisa Biomédica, no Parque Tecnológico da Saúde de Granada, projeto do Figura 48| Referência brise utilizado no Centro de Pesquisa escritório MM-ARQUITECTURA(Figura 48). Biomédica. Fonte: https://divisare.com/projects/2 46744-MMarquitectura-Ampliaci-n-del-Centro-de-Investigaciones-Biomdicas.

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2.2 PROGRAMA ARQUITETÔNICO


P

ara a elaboração do programa de necessidades, foram utilizados dois projetos de referência, que apresentam similaridades de usos e áreas. Além dos projetos apresentados, foram realizadas visitas em espaços e programas com a mesma temática, como o Lab Fashion (coworking de Moda) e o projeto Descobertas do Capão. O primeiro projeto de referência é a Escola Panamericana de Artes – Unidade Angélica (Figura 49), do ano de 1998, localizado na Consolação-SP, com uma área total construída de 5.253,16m². O projeto do escritório Zanettini Arquitetura foi escolhido pelo programa que contempla toda a infraestrutura para o funcionamento de uma escola de artes, com ateliês, laboratórios, estúdios fotográficos e área de exposição; além de ter uma área semelhante ao terreno escolhido. Seu programa está dividido da seguinte forma (Figura 50):

Figura 49|Escola Panamericana de Artes- Unidade Angélica. Fonte: https://www.zanettini.com.br/ajax_at uacao.php?tipo_ atuacao=2&id=5

Figura 50|Programa Escola Panamericana de Artes- Unidade Angélica Fonte:https://www.zanettini.com.br/ajax_atuacao. php?tipo_atuacao=2&id=5. Elaborado por Higor Marques. 62

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A segunda referência estudada foi o vencedor do concurso Bangkok Fashion Hub(Figura 51), ocorrido em 2015, em que os participantes tinham o objetivo de unificar as funções de um centro comunitário, biblioteca, teatro de exposições e espaços públicos, um edifício voltado para a comunidade da moda. O vencedor foi o projeto realizado pelos arquitetos Ilya Pugachenko, Andrey Sayko e Alla Aniskova.Com o total de 5.717m² de área construída, o projeto tem um programa voltado para a moda, com lojas, áreas de exposições, passarela, ateliês abertos, salas de aula, restaurante e mirante. O programa está dividido da seguinte maneira (Figura 52): Figura 51|vencedor concurso Bangkok Fashion Hub. Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/766840/os-vencedores-doconcurso-bangkok-fashion-hub

Figura 52|Programa Vencedor Concurso Bangkok. Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/766840/anunciados-os-vencedoresdo-concurso-bangkok-fashion-hub. Elaborado por Higor Marques.

Além dos projetos de referência, foi utilizado como estudo complementar a padronização de tipos e quantidades de instalações e equipamentos dos laboratórios dos cursos técnicos da área da moda do Centro Paulo Souza (Figura 53): Centro Integrado de Moda

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Figura 53|Estudo instalações e áreas laboratórios do Centro Paula Souza .Fonte:http://www.cpscetec.c om.br/ padronizacaodelaboratorios/pdfs/pdf_21.pdf:. Editado por Higor Marques.

O programa de necessidades do Centro Integrado de Moda foi desenvolvido a partir da definição dos diferentes usuários e usos necessários para a produção criativa da moda, tendo como premissa a não segregação de usuários. Para isso foi elaborado um programa capaz de atender diferentes públicos, não só profissionais ou estudantes do setor, incorporando usos que possam acolher a população e desenvolver a integração social. (Figura 54). 64

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Figura 54|Público Alvo Centro Integrado de Moda. Elaborado por Higor Marques.

Sendo assim, o quadro de área foi desenvolvido da seguinte maneira (Figuras 55 e 56).

Figura 55 |Porcentagem e espacialização áreas programa de necessidades. Elaborado por Higor Marques. Centro Integrado de Moda

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Figura 56|Tabela Programa de Necessidades. Elaborado por Higor Marques. 66

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A espacialização do programa de necessidades foi desenvolvida a partir da circulação e acessos; as áreas sociais e públicas foram alocadas no térreo e mezanino, atividades que não necessitam de um acesso restrito, onde é permitida a utilização pública, com áreas abertas e circulação direta, sendo mais convidativas e de fácil acesso. O hall, administração e apoio estão localizados no primeiro pavimento e serão o local de entrada e de informações do edifício, onde as pessoas possam ter conhecimento das atividades, eventos e cursos oferecidos pelo Centro Integrado de Moda. No segundo pavimento, está a passarela, onde ocorrerão desfiles de moda; o espaço foi projetado com o conceito de multifuncionalidade podendo abrigar, além dos desfiles, palestras, workshops, exposições, já que por ser plano, permite a adequação para esses usos. O backstage que está no terceiro pavimento é o local de preparação para os desfiles e eventos; sua conexão com a passarela se dá por meio de uma passarela perimetral, que permite o inicio do desfile em uma cota mais alta que vai descendo por meio da rampa, o desfile então se abrirá e possibilitará uma ampla visão do mesmo (Figura 57).

Figura 57|Vista Interna Passarela. Elaborado por Higor Marques.

O acervo de leitura e estudo está localizado no quarto pavimento, concebido como uma caixa central e nesse espaço e em seu entorno será possível a integração dos usuários que podem aproveitar da área de Centro Integrado de Moda

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estudo, conectada ao espaço de estar. Os ateliês abertos e educacionais foram dispostos do quarto ao sexto pavimento, onde há espaços com toda infraestrutura e maquinário para o desenvolvimento da moda de forma criativa e integradora. Pensando nas trocas de conhecimentos e experiências, os mesmos foram desenvolvidos de forma livre e multifuncional, podendo abrigar a área de costura, modelagem e corte (Figura 58).

Figura 58|Vista Interna Ateliê Aberto. Elaborado por Higor Marques.

Além desse espaço aberto para o desenvolvimento das aulas, há uma sala de uso multifuncional, mais reservada, atendendo 36 alunos. Nessa sala será possível administrar aulas como costura básica, aulas teóricas, desenho e diversas outras disciplinas pertencentes ao currículo dos cursos. Na cobertura está localizado o mirante e o café, que permite o visual da paisagem, assim valorizando e criando um espaço de lazer e estar aos usuários do centro. Os sanitários dispostos pelos pavimentos buscam criar um espaço integrador de gênero, onde além dos sanitários masculino, feminino e PNE, foi projetado um quarto, sem gênero, onde é possível o desenvolvimento da diversidade de gênero. Para melhor entendimento da espacialização, dos usos foi desenvolvido um diagrama de volumetria explodida. (Figura 59). 68

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Figura 59|Volumetria Explodida. Elaborado por Higor Marques. Centro Integrado de Moda

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2.3 CARACTERISTICAS CONTRUTIVAS


2.3.1 MATERIAIS

O

s materiais escolhidos para a composição do edifício buscam a simplicidade, sutileza e leveza, já que seu grande destaque está no paisagismo e valorização da paisagem urbana. Para isso foi definido matérias que pudesse trabalhar a transparência e o translúcido, para isso foram utilizadas peles de vidro, que permitem a permeabilidade visual, relação de interno e externo e reflexão da paisagem. Algumas referências que serviram de inspiração e utilizam o mesmo conceito de pele de vidro e relação com a paisagem urbana são o Centro Educacional Roy and Diana Vagelos dos arquitetos Diller Scofidio + Renfro (Figura 60), o Museu Louvre Lens , projeto de SANAA (Figura 61) e a Sede Willis Faber and Dumas Headquarters, projeto de Norman Foster and Partners(Figura 62).

Figura 61| Fachada Louvre Lens / SANAA. Fonte: https://www. archdaily.com.br/br/704425/louvre-lens-slash-sanaa-slashsanaa

Figura 60| Fachada Centro Educacional Roy and Diana Vagelos. Fonte: https://www.archdaily.com. br/br/794064/ centro-educacional-roy-and-diana-vagelos-diller-scofidioplus-renfro. 72

Figura 62| Fachada Sede Willis Faber and Dumas Headquarters Fonte: https://www.fosterandpartners.com/projects/willisbuilding/ Centro Integrado de Moda


Tendo o partido de relação e valorização da paisagem, junto ao conforto térmico , foi especificado o vidro duplo termocrômico, que se trata de um vidro inteligente que interage com a luz do sol, alterando sua cor indo de transparente a translucido conforme a incidência dos raios solares, sendo assim criando uma fachada mutante. A tecnologia presente no vidro termocrômico consiste na aplicação de uma película especial, composta de dióxido de vanádio (VO2), elemento químico que muda de cor a partir da incidência de radiação infravermelha (aumento de temperatura). Conforme o sol se movimenta, a tonalidade da placa de vidro transita entre o translúcido e o transparente, de modo que a noite (e nos dias nublados) o vidro se mantém totalmente transparente (Figura 63).

Figura 63|Atuação vidro termocrômico em diferentes períodos do dia. Fonte: https://abravidro.org.br/vidro-termocromico-transparente-translucido/

A cor utilizada para composição da fachada é o cinza, uma cor neutra, aplicada tanto nos acabamentos metálicos dos caixilhos quanto na estrutura metálica aparente e escadas, que receberão pintura eletrostática e tratamento hidrofugante. As lajes e pilares serão mantidos no concreto aparente. A cor cinza foi escolhida para dar leveza visual, e dar destaque à vegetação que será utilizada nos brises vegetais, assim realçando o verde e o natural, o que é uma das premissas do projeto, ter a continuação e apropriação da vegetação no edifício. Um projeto que serviu de referência para as escolhas dos mateiras foi o projeto edifício corporativo ecológico na França do escritório Nicolas Laisné Associés (NL*A Paris), que traz em sua fachada a composição de vegetação (Figura 64). Centro Integrado de Moda

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Figura 64| Fachada edifício corporativo ecológico na França do escritório Nicolas Laisné Associés. Fonte: https://www.archdaily. com.br/br/778087/nl-star-a-divulga-projeto-de-edificio-corporativo-ecologico-na-franca

O paisagismo proposto possui características marcantes para o projeto, servindo de inspiração, conexão e integração social. Para a escolha dos materiais foi pensado em uma paleta de cores que pudesse transmitir sensações e identidade, por isso foram definidas seguindo a psicologia das cores, considerando aquelas que transmitissem criatividade, calma, tranquilidade, harmonia, energia, alegria, afeição, delicadeza, frescor, naturalidade e modernidade. As texturas e matérias para compor o desenho do paisagismo foram definidas seguindo os elementos presentes na natureza, caracterizada por diferentes texturas e cores. (Figura 65). 74

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Figura 65| Paleta de texturas e cores. Elaborado por Higor Marques. Centro Integrado de Moda

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2.3.2 ESTRUTURA Inicialmente foi se pensado na estrutura em concreto, utilizando laje nervurada, mas esse sistema apresenta um visual pesado, se comparado à estrutura metálica (Figuras 66 e 67). Como o tema da proposta é contemporâneo e o partido arquitetônico busca a leveza e um resultado formal sutil, se chegou à utilização do aço.

Figura 66|Fonte: https://www.atex.com.br/pt/f ormas/lajenervurada/

Figura 67| Fonte:htt p://www.pumalajesalveola res. com.br/ estruturas-pre-fabricadas/estrutura-metalica-pre-fabricada/ estruturas-pre-fabricadas-de-aco-preco-em-curitiba

Para a melhor funcionalidade do Centro Integrado de Moda são necessários espaços amplos, para espacialização do programa que exigem áreas livres e abertas. A escolha desse sistema estrutural foi pensada por um aspecto formal mais esbelto e leve, e que fosse possível criar grandes vãos com pilares, vigas e lajes de menor altura; além de permitir balanços consideráveis. Os vãos do projeto foram dimensionados em 10x10metros, a fim de criar espaços mais e abertos. Os pilares são em perfil tubular preenchido em concreto com 40 cm de diâmetro. A forma circular foi escolhida pelo fato dos pilares estarem aparente e recuados das vedações, assim dando a sensação de flutuação ao edifício. Outro fato é que os pilares no formato circular contribui para o campo de visão dando maior permeabilidade visual. 76

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O núcleo rígido está localizado na extremidade leste do edifício, onde estão os elevadores, caixa d’agua e escadas de emergência; esse bloco foi concebido descolado do edifício, ainda que funcione como complemento estrutural, auxiliando na sustentação do mesmo. As vigas são metálicas, em perfil “I” ,com altura de 60cm; a laje escolhida foi a alveolar, devido aos grandes vãos que conseguem vencer, e a escolha foi guiada pelo fato desse sistema não necessitar de vigas secundárias para sua sustentação como no sistema Steel Deck. A espessura da laje será de 25 cm e mais 5 cm da camada de concreto, segundo o pré-dimensionamento do fabricante TATU. As escadas e rampas serão também em estrutura metálica, para maior simetria e composição plástica, já que toda a estrutura será mantida aparente.

Figura 68| Diagrama Estrutura. Elaborado por Higor Marques. Centro Integrado de Moda

77



PROJETO


CENTRO I NTEGRADO DE M ODA CAPÃO REDONDO

01

LEGENDA NÚM ERI CA: 1-APROPRI AÇÃO COM UNI TÁRI A - LI VRE 2 - SANI TÁRI O PNE + M ASC. +FEM . +S/GÊNERO 3- CARGA E DESCARGA


CENTRO I NTEGRADO DE M ODA CAPÃO REDONDO

02

LEGENDA NÚM ERI CA: 1-APROPRI AÇÃO COM UNI TÁRI A - LI VRE

LEGENDA NÚM ERI CA: 2 -SANI T.PNE+M ASC. +S/GÊNERO 4 -HALL DE ENTRADA 5 -CAFÉ 6-ADM I NI STRAÇÃO 7-SALA DE REUNI ÃO 8-DESCANSO FUNC. 9 -SANI TÁRI O FUNC. 1 0 -ALM OXARI FADO 11- DM L 12 - APOI O E M ANUTEN.


03

1 4

LEGENDA NÚM ERI CA: 02- SANI TÁRI OS PNE+FEM . 13- HAAL PASSARELA 1 4 -SANI TÁRI O SEM GÊNERO 15 -PASSARELA

LEGENDA NÚM ERI CA: 16 -BACKSTAGE 1 7 -SANI TÁRI O BACKSTAGE


04

LEGENDA NÚM ERI CA: 02- SANI TÁRI OS PNE+M ASC. +FEM . +S/GÊNERO 18 -ACERVO LEI TURA 19 -DECK

LEGENDA NÚM ERI CA: 22 - PROVADOR 02 - SANI T.PNE +M ASC. 23 - ESTÚDI O FOTOGRÁFI CO +FEM . +S/GÊNERO 24 - DEPÓSI TO 20 - ATELI Ê ABERTO 21- SALA DE REUNI ÃO


05

LEGENDA NÚM ERI CA: 20 - ATELI Ê ABERTO 21- SALA DE REUNI ÃO 22 - PROVADOR 23 - ESTÚDI O FOTOGRÁFI CO 24 - DEPÓSI TO DE M ATERI AI S

LEGENDA NÚM ERI CA: 02 - SANI TÁRI O PNE+M ASC. +FEM . +S/GÊNERO 25 - ATELI Ê EDUCACI ONAL 26 - SALA M ULTI USO


06

LEGENDA NÚM ERI CA: 27 -M I RANTE 28 -CAFÉ

LEGENDA NÚM ERI CA: 29- CASA DE M ÁQUI NAS 30-RESERVATÓRI O SUPERI OR 31- COBERTURA VERDE

















REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIT. Perfil do Setor: Dados Gerais do Setor Referentes a 2017. Disponível em: https://www.abit.org.br/ cont/perfil-do-setor. Acesso em: 10 set. 2019. ABRAVIDRO. De transparente a translúcido, graças ao sol. Disponível em: https://abravidro.org.br/vidrotermocromico-transparente-translucido/. Acesso em: 23 out. 2019. ARCHDAILY. Centro Educacional Roy and Diana Vagelos / Diller Scofidio + Renfro. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/794064/centro-educacional-roy-and-diana-vagelos-diller-scofidio-plus-renfro. Acesso em: 20 out. 2019. ARCHDAILY. Superkilen / Topotek 1 + BIG Architects + Superflex. Disponível em: https://www.archdaily. com/286223/superkilen-topotek-1-big-architects-superflex. Acesso em: 18 out. 2019. ARCHITIZER. TUMO Park. Disponível em: https://architizer.com/projects/tumo-park/. Acesso em: 20 out.2019. CALDAS, Dario. Universo da Moda. E-odes, 2013. CENTRO PAULO SOUZA. Padronização de tipos e quantidades necessárias de instalações e equipamentos dos laboratórios das habilitações profissionais. Disponível em: http://www.cpscetec.com.br/ padronizacaodelaboratorios/pdfs/pdf_21.pdf. Acesso em: 20 out. 2019. CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICAS CULTURAIS – CNP. Colegiado Setorial de Moda. Disponível em: http:// moda.cnpc.cultura.gov.br/plano-setorial/. Acesso em: 10 set. 2019. CORBIOLI, Nanci. Identidade Carioca terá novo Templo em Copacabana. Disponível em: https://www. arcoweb.com.br/projetodesign/arquitetura/diller-scofidio-renfro-museu-rio-16-03-2011. Acesso em: 18 out. 2019. CULLEN, G. Paisagem urbana. São Paulo: Martins Fontes, 1983. DIVISARE. Ampliação do Centro de Pesquisa Biomédica. Disponível em: https://divisare.com/projects/2 46744-MM-arquitectura-Ampliaci-n-del-Centro-de-Investigaciones-Biom-dicas. Acesso em:15 out. 2019. FIRJAN. Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil 2016. Disponível em: https://www.firjan.com.br/ EconomiaCriativa/downloads/MapeamentoIndustriaCriativa-Firjan2016.pdf. Acesso em: 10 set. 2019. FOSTER AND PARTNERS. Willis Building. Disponível em: https://www.fosterandpartners.com/projects/ willis-building/. Acesso em:22 out. 2019. 101

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GIERMANN, Holly. Anunciados os vencedores do concurso "Bangkok Fashion Hub". Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/766840/anunciados-os-vencedores-do-concurso-bangkok-fashion-hub. Acesso em: 20 out. 2019. GLOBAL LANGUAGE MONITOR. The Global Language Monitor’s 11th Survey. Disponível em: https://www. languagemonitor.com/global-english/paris-towers-over-world-of-fashion-as-top-global-fashion-capital-for-2015/. Acesso em: 10 set. 2019. LEITE, Carlos; DI CESARE MARQUES AWAD, Juliana. Cidades sustentáveis cidades inteligentes. Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. 1ª Edição, Porto Alegre, Bookman, 2012. LIPOVETSKY, G. O império do efêmero. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. PMSP, Prefeitura Municipal de São Paulo. Caderno de Propostas dos Planos Regionais das Subprefeituras Quadro Analítico: Campo Limpo. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/wp-content/ uploads/2018/02/QA-CL.pdf. Acesso em : 10 de set. 2019. PMSP, Prefeitura Municipal de São Paulo. Zona Eixo de Estruturação da Transformação Urbana – ZEU. Disponível em: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/zona-eixo-de-estruturacao-datransforma cao-urbanazeu/. Acesso em: 10 set. 2019. REDE NOSSA SÃO PAULO. Mapa da Desigualdade 2018. Disponível em: https://www.nossasaopaulo.org.br/ portal/arquivos/mapa-da-desigualdade-2017.pdf. Acesso em: 17 set. 2019. SANTOS, Sabrina. NL*A divulga projeto de edifício corporativo ecológico na França. Disponível em: https:// www.archdaily.com.br/br/778087/nl-star-a-divulga-projeto-de-edificio-corporativo-ecologico-na-franca. Acesso em : 15 out. 2019. SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA DE SÃO PAULO. Criminalidade Bairro a Bairro. Disponível em: https://infograficos.estadao.com.br/cidades/criminalidade-bairro-a-bairro/. Acesso em: 17 set. 2019. UNCTAD. Relatório de Economia Criativa 2010. Disponível em: https://unctad.org/pt/docs/ditctab20103_ pt.pdf. Acesso em 10 set. 2019. ZANETTINI. Escola Panamericana de Arte – Angélica. Disponível em: https://www.zanettini.com.br/ajax_ atuacao.php?tipo_atuacao=2&id=5.Acesso em:15 out. 2019. Centro Integrado de Moda

102





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