Cristianismo

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Escola Secundรกria Alfredo dos Reis Silveira EMRC 2009/2010 Prof. Henrique Daniel


Olá! Chamo-me Roger. Nasci na Suíça em 1915, mas em 1940, durante a segunda guerra mundial, fui viver para França. Já desde alguns anos que sentia em mim o desejo de me juntar a outras pessoas para concretizarmos um grande desafio: viver todos os dias a reconciliação entre os cristãos. Sabes… eu nasci numa família protestante (o Cristianismo dividiu-se em três grupos principais: católicos, ortodoxos e protestantes), mas sentiame fascinado pelo Catolicismo e pela Ortodoxia e sempre me fez sofrer ver pessoas sinceras e honestas a recusarem relacionar-se fraternalmente só porque pertenciam a famílias religiosas diferentes. O sofrimento que vi, durante o terrível conflito mundial, deu-me ainda mais consciência de que, unidos, podíamos fazer um bem maior. Juntei-me a outras pessoas e fundámos, em Taizé, uma comunidade onde, na simplicidade, cada um expressa a sua fé cristã, oramos em conjunto a Jesus Cristo, acolhemos quem nos procura e servimos os desfavorecidos. Queremos, os irmãos de Taizé, ser um sinal concreto de reconciliação entre Cristãos divididos e povos separados.


CRISTIANISMO

UMA FÉ, VÁRIOS CAMINHOS


O Cristianismo assenta a sua fé e a sua esperança em Jesus Cristo; é uma religião que está profundamente inserida na vida das pessoas e dos povos. Jesus e os apóstolos viveram num período histórico em que o império romano dominava grande parte do mundo conhecido e Roma era a capital desse imenso império.

Herdeiro do Judaísmo e enriquecido pela civilização greco-romana, o Cristianismo, apesar de três séculos de perseguições, criou raízes na vida de muitos homens e mulheres. A universalidade que o Cristianismo alcançou deu-lhe vitalidade, mas também é verdade que a submissão a interesses particulares, de indivíduos ou de grupos, fragilizaram a comunidade cristã. Ao longo do primeiro milénio, apesar de pequenas divergências e separações, o Cristianismo manteve-se globalmente unido.



A palavra ‘cisma’

330

— do grego skhisma («fenda; separação»), por via do latim schisma.

Constantino muda Constantinopla

— significa dissidência religiosa, separação de uma determinada religião.

Decreto de Teodósio I: o Cristianismo torna-se a religião oficial do império.

NATAL

Roma

para

380

Império Romano Ocidente e Oriente

Jesus

Edito de Milão

MORTE Jesus

395

Queda do Império Romano do Ocidente

476

313

33 séc. I

de

II

III

IV

V

VI

VII

VIII

IX

X


O diálogo entre o Oriente cuja capital era Constantinopla (antiga Bizâncio e actual Istambul, na Turquia) e o Ocidente, com capital em Roma, já várias vezes tinha sido posto em causa.

476 queda do império romano no Ocidente divisão do império romano em duas partes - império romano do Ocidente, com capital em Roma, - império romano do Oriente, com capital em Constantinopla

Constantinopla adquiriu progressivamente uma maior importância. As diferenças entre o mundo ocidental (que falava latim) e mundo oriental (que falava grego) vão-se acentuando a nível cultural, político e até religioso.


1054 a separação (cisma) definitiva numa tentativa de diálogo e conciliação, um enviado do papa (cardeal Humberto) foi a Constantinopla, mas a tentativa saiu frustrada. O cardeal, em nome do papa Leão IX, dirige-se à Basílica de Santa Sofia e excomunga o patriarca Miguel Cerulário. Este, como resposta, excomunga o cardeal. Com estes gestos, repletos de falta de compreensão e de caridade, cada um considera-se portador da verdade e expulsa dessa fé e dessa comunhão o outro.


Jesus Cristo Cristianismo

Cisma do Oriente (século XI - 1054)

Igreja Católica Cristão Católicos Latinos

Igreja Ortodoxa Cristãos Ortodoxos Gregos

Constantino muda de Roma para Constantinopla (século IV - 330)

Desentendimento Cristãos Ocidente e Oriente (século V - 476 )

Durante VI séculos Constantinopla adquiriu progressivamente uma maior importância. As diferenças entre: o mundo ocidental (que falava latim) o mundo oriental (que falava grego) vão-se acentuando a nível: cultural, político e até religioso.



O final do século XIV e o século XV é um tempo de grandes transformações culturais. Após a peste negra, que assolou a Europa na década de 40 do século XIV, surgiram novas visões da vida que conduziram ao aparecimento da burguesia, ao incremento da vida urbana e a um maior apreço pelo pensamento racional, pela arte e pela beleza. A imitação dos modelos da antiguidade clássica, grega e latina (Renascimento), vem colocar o homem no centro da vida e do pensamento (Humanismo).

São desta época os grandes artistas e pensadores que ainda hoje admiramos nas suas criações: o poeta Dante (A Divina Comédia); os pintores, escultores e arquitectos Giotto, Miguel Ângelo, Leonardo da Vinci…



O séc. XIV é um período conturbado para a Igreja: Durante cerca de 70 anos os papas passaram a residir em Avinhão, até 1377 Durante 39 anos (1378 a 1417) houve dois papas: Roma / Avinhão. A Igreja estava também demasiado envolvida em: questões políticas e económicas, em prejuízo das preocupações espirituais. Havia um forte movimento de crítica às instituições da Igreja, exigindo a sua reforma.


Em 1305, o bispo de Bordéus foi eleito papa com o nome de Clemente V. Sendo francês e submisso ao rei de França — Filipe, o Belo (1285-1314) — e argumentando com a época de instabilidade que se vivia em Roma, o papa decidiu ficar em França, na cidade de Avinhão. Foram sete os papas, todos eles franceses, que orientaram a vida da Igreja a partir desta cidade do sul de França que assim se tornou a capital da cristandade. Em 1377, o papa Gregório XI, depois de contínuas insistências por parte de muitos cristãos, retornou a Roma, que passou a ser novamente o centro do mundo cristão no Ocidente. Quando este morreu foi eleito, em 1378, um italiano (Urbano VI). Homem de bom coração, mas pouco sensato, incompatibilizou-se com os cardeais que acabaram por escolher outro papa — Clemente VII — que foi viver para Avinhão. À morte de cada um dos papas sucederam-se outros… a cristandade (países, reis, bispos, cidades) viveu, assim, dividida em duas obediências religiosas. Esta divisão, na vida da Igreja, terminou quando o Concílio de Constança, em 1417, elegeu o papa Martinho V.



O movimento humanista, fundado na redescoberta da cultura greco-romana (Renascimento), aliado ao descontentamento das pessoas pelos abusos da Igreja, faz emergir a necessidade de um retorno à mensagem original de Jesus Cristo.

causas

que exigem reformas e que deram origem ao PROTESTANTISMO

Cisma do Ocidente – Descrédito do papado

Abusos da Igreja católica – Indulgências – Poder temporal dos papas – Ritualismo

Pensamento renascentista – Redução da ingerência dos papas em assuntos nacionais – Conquista, pelo poder, dos bens da Igreja

Movimentos renovadores – Purificação da vivência cristã


Lutero, o grande reformador


Luteranismo Martinho Lutero (1483-1546), padre católico, e monge agostiniano

professor, preocupado em corrigir alguns comportamentos e ritos da Igreja Afixa em 1517, na porta da igreja de Wittenberg (Alemanha), 95 teses onde apresenta as suas ideias sobre: salvação condena a venda das indulgências. A insatisfação é sentida por: - gente do povo; - comerciantes; - príncipes e reis; foi terreno fértil para a adesão às ideias de Lutero. É excomungado pelo papa em 1521. Inicia outra vivência cristã a que vulgarmente se chama Igreja protestante.


Por razões políticas, Lutero defendia que cada príncipe deveria escolher e impor a religião no seu Estado. Em 1529, no encontro de Spire (Alemanha), Lutero e os seus seguidores protestaram contra a negação da liberdade de os príncipes escolherem a religião adoptada nos seus domínios… daí o nome de:

PROTESTANTES.


Teologia luterana Lutero interpreta assim o sentido da expressão «a justiça de Deus»: é o acto pelo qual Deus torna um homem justo, ou seja, o acto pelo qual o crente recebe, graças à sua fé, a justiça obtida pelo sacrifício de Cristo. Essa interpretação de São Paulo — «o justo viverá da fé» (Rom. 1, 12) — constitui o fundamento da teologia de Martinho Lutero. «Eu senti-me renascer», dizia ele mais tarde, «e percebi que tinha penetrado no Paraíso pelas suas portas abertas». O homem é justificado e salvo unicamente pela fé em Cristo. Tal como a fé, a salvação é concedida gratuitamente por Deus.

Exageros de Lutero Lutero afirma: «Não admito que a minha doutrina possa ser julgada pelos homens, ou mesmo pelos anjos. Aquele que não aceita a minha doutrina não pode obter a salvação». Tendo recebido a revelação que é a liberdade absoluta de Deus-Pai, que julga, condena e salva segundo a sua própria decisão, Lutero não pode tolerar mais nenhuma outra interpretação. Afirmava: «Se a vontade não é livre, o pecado não pode ser imputado aos homens, já que ele só existe se for voluntário. Além disso, se o homem não fosse livre para escolher, Deus seria responsável tanto pelas más como pelas boas acções».



Calvinismo João Calvino (1509-1564), francês, seguidor dos ideais de Lutero, afirma que a salvação da pessoa se deve: trabalho justo e honesto. Esta declaração foi muito bem aceite por: - banqueiros - burgueses A Igreja condenava-os pela sua riqueza. Esta riqueza muitas vezes era conseguida através de juros elevados.


Calvino defende a ideia da predestinação: A pessoa, quando nasce, já tem o seu destino definido. Desta forma, retira à pessoa a liberdade para poder alterar o seu destino.

Calvino vai para Genebra (Suíça). As suas ideias religiosas são muito bem acolhidas. Aí estabelece uma comunidade fortemente trabalhadora e próspera. Os membros da Igreja Calvinista apresentam comportamentos sóbrios e rigidamente controlados, negando todos os prazeres da vida (puritanismo).


Anglicanismo Contemporaneamente à reforma luterana e calvinista, aconteceu outra separação no Cristianismo: o Anglicanismo. O seu nome deriva do facto de ter ocorrido em Inglaterra. Em 1509, Henrique Tudor torna-se, com 18 anos, rei de Inglaterra com o nome de Henrique VIII. Grande devoto e defensor da fé católica, mandou queimar em 1521 os escritos de Lutero escreveu contra ele um tratado denominado «Sete Sacramentos». Por esta atitude, o papa atribuiu-lhe o título de «defensor da fé».


Henrique VIII era casado com Catarina de Aragão, mas apaixonou-se por uma dama da corte, Ana Bolena. A relação amorosa levou Henrique VIII a rejeitar a esposa, solicitando ao papa a declaração de nulidade do casamento.

O pontífice não lhe reconhece a nulidade matrimonial, afirmando a indissolubilidade do matrimónio. Após várias ameaças ao papa, Henrique VIII, em 1531, obriga o parlamento inglês a aprovar várias leis que o tornam chefe da Igreja de Inglaterra, separada do papa. A Igreja anglicana é a Igreja oficial de Inglaterra Tem, ainda hoje, como primeiro responsável o rei ou rainha de Inglaterra, tendo, em questões religiosas, o arcebispo de Cantuária um papel primordial. No culto: segue fundamentalmente a perspectiva da Igreja católica; Na doutrina: segue a orientação calvinista. É hoje uma federação internacional de Igrejas independentes mas em comunhão.



resumo resumo resumo resumo resumo


NATAL

Império Romano Ocidente e Oriente

Jesus

395 MORTE Jesus

33

Edito de Milão

313

séc. I

II

III

IV

Queda do Império Romano do Ocidente

476 V

VI

VII

VIII

IX

X


Papa vai residir em Franรงa

1377 cisma do oriente

1054

Protestantes Anglicanismo

Cisma do ocidente

1531

1378-1417 Movimentos

Protestantes Luteranismo

Religiosos

Protestantes Calvinismo

1541

1517

XI

XII

XIII

XIV

XV

XVI

Renascimento

XVII XVIII

XIX

XX


Reforma (século XVI - 1517)

Cisma do Oriente

Protestantismo Luteranismo Calvinismo Anglicanismo

(século XI - 1054)

Igreja Católica Cristianismo

Cristão Católicos Latinos

Igreja Ortodoxa Cristãos Ortodoxos Gregos

Constantino muda de Roma para Constantinopla (século IV - 330)

Desentendimento dos Cristãos do Ocidente e Oriente (século V - 476 )


30-313

Concílio de Jerusalém. Expansão do Cristianismo através das viagens missionárias de Paulo. Perseguição aos cristãos.

313

Édito de Milão: Constantino decreta o fim das perseguições.

380

Decreto de Teodósio I: o Cristianismo torna-se a religião oficial do império.

395

Divisão do império: império romano do ocidente império romano do oriente

476

Queda do império romano do ocidente.

1054

Cisma do Oriente: separação das Igrejas católica e ortodoxa.


1378-1417

Cisma do Ocidente: um papa em Roma e outro em Avinhão.

1453

Queda do império romano do oriente. Perseguição aos cristãos.

1517

Lutero inicia a Reforma na Alemanha.

1519

Zuínglio dirige a Reforma na Suíça.

1531

Henrique VIII cria a Igreja anglicana.

1541

Calvino introduz a Reforma em Genebra.

1545-1563

Concílio de Trento: reforma da Igreja católica romana.



Catolicismo ‘Católico’ significa ‘universal’.

Ortodoxia ‘Ortodoxo’ significa ‘puro’, ‘verdadeiro’.

Protestantismo O nome deriva do protesto na Dieta de Spire, em 1529.

É a Igreja cristã latina, que reconhece o bispo de Roma como

É o conjunto das Igrejas cristãs do Oriente (desde 1054),

principal autoridade.

separadas de Roma.

Surge com Martinho Lutero, no século XVI, e desenvolve-se com Calvino e Zuínglio. É o conjunto de Igrejas ocidentais separadas de Roma.

Valoriza não apenas a Bíblia mas também a Tradição.

Valoriza a Bíblia e a

A Bíblia é a única

Tradição.

fonte de verdade.


A salvação provém da

A salvação provém da

fé e das obras.

fé e das obras.

A salvação acontece unicamente por via da fé em Jesus Cristo.

O papa, sucessor de S. Pedro, preside à unidade e à comunhão das comunidades.

Não reconhece o papa como pastor universal. A dignidade mais elevada nesta Igreja é a de patriarca ecuménico (bispo de Istambul,

Não reconhece o papa como pastor universal. Não há nenhuma autoridade máxima; cada Igreja é autónoma.

Constantinopla). Os padres ou presbíteros e os bispos são mediadores entre Deus e as pessoas e

Os membros do clero são mediadores entre Deus e as pessoas e podem casar (excepto os bispos e os

são celibatários.

monges).

Os pastores não são mediadores entre Deus e as pessoas; todos os cristãos são ‘sacerdotes’.


Reconhece Maria, mãe de Jesus, os santos como mediadores entre Deus e as pessoas,

Venera os santos dando particular importância à Virgem Maria.

Não presta culto aos santos nem à Virgem Maria. Jesus é o único mediador entre Deus e as pessoas.

venerando-os. O centro da vida litúrgica é a missa (eucaristia).

O centro do culto é a eucaristia. Na liturgia há variedade de ritos, é característico o uso

No culto, sublinha o valor do anúncio e a escuta da palavra de Deus.

de ícones Reconhece sete sacramentos como sinais visíveis e eficazes da graça divina: baptismo, eucaristia, confirmação, reconciliação, ordem, matrimónio e unção dos enfermos.

Só reconhece dois sacramentos: o baptismo e a ceia (eucaristia).


 manual do aluno do 8º ano - UL 2  http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristianismo

► Esta apresentação foi adaptada a partir do trabalho do Prof. José Joaquim do Colégio do Amor de Deus


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