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PORTUGAL é um país atractivo para se investir no desenvolvimento de infra-estruturas e a China está atenta a projectos e eventuais contratos na área dos transportes e do ambiente, segundo um relatório ontem divulgado em Macau.

Em Portugal, “o transporte e o ambiente (por exemplo, saneamento) estão a ganhar tracção, com contratos que valem mais de 600 milhões de dólares, assinados em 2021”, pode ler-se no relatório sobre o ‘ranking’ de 2022 do Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”, a iniciativa lançada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, que envolve 71 países no plano estratégico internacional de Pequim de desenvolver ligações marítimas, rodoviárias e ferroviárias, mas também investimento em recursos energéticos.

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Portugal é, precisamente, entre os países lusófonos, na perspectiva do relatório chinês, aquele que aparece com a melhor pontuação no sub-

RELATÓRIO PORTUGAL ATRACTIVO PARA INVESTIR. CHINA ATENTA A aposta lusófona

Em Portugal, “o transporte e o ambiente estão a ganhar tracção, com contratos que valem mais de 600 milhões de dólares, assinados em 2021”, pode ler-se no relatório -índice de desenvolvimento associado ao ambiente, que agrega factores políticos, económicos, soberania, factores de impacto no mercado, bem como os cenários empresariais e industriais.

Mais valias

No documento - em que Portugal também lidera entre os países lusófonos no sub-índice relacionado com os custos, operacionais e de financiamento, salienta-se o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) no país e conclui-se que “as condições económicas são sólidas para os sectores associados à área de infraestruturas”, numa referência que se estende igualmente a Cabo Verde e Moçambique.

No mesmo documento ressalva-se que, tanto no Brasil como em Portugal, as instalações de produção de energia estão em melhor estado, mas sublinha-se a tendência de investimento nas energias renováveis neste período de transição energética.

No índice global avalia-se factores como o ambiente, a procura, a receptividade e custos para o desenvolvimento de infraestruturas nos países incluídos na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Quanto mais alta é a pontuação no índice, melhor é a perspectiva da indústria de infra-estruturas de um país, e maior é o grau de atractividade para as empresas se empenharem no investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios.

O documento foi apresentado no Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas (ver página 3).

Na inauguração do evento, o adjunto do Ministro do Comércio da China, Li Fei, informou que o país investiu este ano no estrangeiro 178,8 mil milhões de dólares.

HM • 1ª vez • 29-9-22

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ANÚNCIO ACÇÃO ORDINÁRIA Processo nº.CV3-21-0035-CAO 3º Juízo Cível

AUTORA: 澳門新際地產置業有限公司, com sede em Macau, na Rua de Kunming, n.ºs 39-61, Edifício First International, 17.º andar, P1705 e P1706. -----------------------------------------------------------------------RÉ: CHEN, LIPING, ausente em parte incerta, com último domicílio profissional conhecido em Macau, na Avenida de Kwong Tung n.º 115, Edifício Fast Garden, Rés-do-Chão “G”, Taipa e mais recente residência conhecida em 澳門路環石排灣馬路金峰南岸第7座16樓B室. ------***

FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, CITANDO a Ré acima identificado, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, contestar, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Se não contestar, não se consideram reconhecidos os factos articulados pelo Autor. -------------------------------------------------------------------

Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de quererem contestar. --------------------------------------------------------

Em síntese, A Autora, pede que a acção seja julgada procedente por provada e, ser a Ré condenada a pagar à Autora: --------------------a) o montante de HKD3.316.380,00 (três milhões, trezentos e dezasseis mil, trezentos e oitenta Dólares de Hong Kong), equivalente a MOP3.415.871,40 (três milhões, quatrocentas e quinze mil, oitocentas e setenta e uma Patacas e quarenta avos), correspondente ao valor do capital emprestado pela Autora à Ré; ---------------------------------------b) os juros de mora sobre o montante do capital emprestado pela Autora à Ré referido supra em a), vencidos à taxa anual de 9,75% e acrescidos de 2%, desde a data do seu vencimento em 17 de Março de 2016 até à presente data, que se cifram no montante de HKD2.001.753,34 (dois milhões e mil setecentos e cinquenta e três Dólares de Hong Kong e trinta e quatro avos), equivalente a MOP2.061.805,94 (dois milhões e sessenta e uma mil oitocentas e cinco Patacas e noventa e quatro avos); e ------------------------------------c) os juros de mora vincendos às referidas taxas legal e comercial, desde a data da instauração da presente acção até integral e efectivo pagamento, a liquidar a final. -------------------------------------------------------

Caso a citanda pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.º 398, Edf. CNAC, 6.º andar, Macau, para apresentar o seu pedido, sendo que poderá pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo. -----------------------------------------

Para efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro. -------------------------------------------------Macau, 21 de Setembro 2022 *****

ANGOLA 2,8 MIL MILHÕES EM CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO

EMPRESAS chinesas assinaram em 2021 contratos de 2,64 mil milhões de dólares para desenvolver infra-estruturas em Angola, de acordo com um relatório ontem divulgado em Macau. Angola é “um mercado importante para as empresas chinesas que procuram parcerias na área das infra-estruturas nos países de língua portuguesa”, de acordo com o relatório sobre o ‘ranking’ de 2022 do Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”.

“Em 2021, as empresas chinesas em Angola assinaram acordos em 44 projectos no valor de 2,64 mil milhões de dólares, representando 39 por cento do valor total dos contratos de infra-estruturas” rubricados pelos países lusófonos.

Só os contratos assinados no ano passado ao nível da construção de habitação foram superiores a 400 milhões de dólares. “O país está no bom caminho para um ‘boom’ na habitação”, acrescenta-se.

No mesmo documento, assinala-se o facto de o país africano ter subido 11 posições, para o 22.º lugar, a ascensão mais rápida registada entre os países lusófonos no índice em que se avalia o ambiente, a procura, a receptividade e custos para o desenvolvimento de infra-estruturas nos países incluídos na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.

Incêndio em restaurante causa 17 mortos

Pelo menos 17 pessoas morreram e três ficaram feridas após um incêndio ocorrido num restaurante na cidade de Changchun, no nordeste do país, informou o jornal oficial Global Times. O corpo de bombeiros local recebeu uma chamada de alerta às 12:40, depois de o incêndio ter começado num restaurante especializado em fritos. Às 15:00 locais, os bombeiros concluíram o combate ao fogo, cujas causas ainda são desconhecidas e estão sob investigação. O responsável pelo restaurante foi detido pelas autoridades, adiantou, num breve comunicado, o governo local, na rede social Weibo. Vídeos que circulam nas redes sociais chinesas mostram um restaurante ao nível da rua, na esquina de um edifício localizado numa zona residencial. Os feridos foram encaminhados para o hospital.

diário de próspero ANTÓNIO CABRITA

www.hojemacau.com.mo h

Clube dos procrastinadores

Andando em releituras de Pascoaes, por causa de um artigo que preparo, dou com este excerto, extraído de “O Homem Universal”:

«Cada homem, moralmente, é uno e absoluto; mas tem de conviver de atenuar a sua personalidade. (…) A convivência só é possível entre pessoas reduzidas a uma presença negativa ou oca, que ceda constantemente. Daí, o vazio da sociedade, imenso fantasma composto de inúmeros defuntos. Um homem superior é anti-social ou criminoso. O seu destino é o cárcere e o deserto». Hesito em pensar se Pascoaes reflecte aqui sobre a condicionante político-social que amordaça, e, pior, num país tristonho como era Portugal em pleno Estado Novo (e o livro é de 1931) onde se via coarctada quaisquer possibilidades de espontaneidade e franqueza nas relações humanas, ou se apenas empresta ao comportamento dos homens (oprimidos) uma moldura metafísica, uma “essência”, de logo declarada na presunção de cada um ser, isoladamente, “uno e absoluto”. Às vezes, a um excesso de Espiritualidade (ou de Saudade), soma-se em Pascoaes o faltar-lhe mundo. É um grande poeta, mas é um poeta que toma Ampolasde-Grandes-Ideias e que por isso escreve amiúde acantonado por um furor programático, deixando de ter poros; não raro ergue-se um vidro entre ele e o real, o mesmo que o fez redigir em O Bailado, de 1921: «Tudo é fantasma. Há só nuvens, nuvens de vozes, nuvens de almas, de aflições e de tragédias! Nuvens e mais nuvens, aparências e mais aparências! E um relâmpago divino que as trespassa, a instantânea Aparição que surge e nos lança por terra, deslumbrados!»

Às vezes apetecia lembrar-lhe, como o fez António Sérgio, no artigo “Regeneração e Tradição, Moral e Economia”, que dedicou a Pascoaes: «Pascoais, Pascoais meu querido amigo: você é um puro, excelso e nobilíssimo poeta, mas uma vítima também desse ambiente social, como nós todos: desse horrível isolamento que V. louva e eu maldigo».

«Ainda criança, roubou dois melros», conta Jacinto do Prado Coelho, roubou-o de um ninho, e palpitou-lhe toda a vida o remorso por isso. A Pessoa, poucas mais travessuras se lhe conhece. Só em Álvaro de Campos lhe brota uma pontada de malvadez e obscenidade: «Ah, e a gente ordinária e suja, que parece sempre a mesma,/ Que emprega palavrões como palavras usuais,/ Cujos filhos roubam às portas das mercearias/ E cujas filhas aos oito anos – e eu acho isto belo e amo-o! –/ Masturbam homens de aspecto decente nos vãos de escada.» (Ode triunfal).

Ambos os poetas assanhados por uma certa ideia de santidade, foi-lhes idêntica a inabilidade de romper o cerco da pele com o transbordo em dique alheio, a mesma maldição de sublimar a concreta ferocidade de eros com a mansuetude dos versos.

Evidentemente que são os dois «bigger than life», mas às vezes enerva-me assistir, do meu posto de chapeleiro no Clube dos Procrastinadores, às birras entre ambos, só para ver quem ocupa, na organização interna, o lugar de Presidente e de Tesoureiro.

Embora Pessoa tenha adivinhado mais coisas, por exemplo, isto que ele escreveu na menos conhecida Ode Marcial e que se decalca na situação que vivemos hoje, diferidamente, com o coração nas mãos:

«ODE MARCIAL

(…) Helahoho! helahoho! A máquina de costura da pobre viúva morta à baioneta… Ela cosia à tarde indeterminadamente… A mesa onde jogavam os velhos,

Tudo misturado, tudo misturado com corpos, com sangues, Tudo um só rio, uma só onda, um só arrastado horror.

Helahoho! helahoho!

Desenterrei o comboio de lata da criança calcado no meio da [estrada, E chorei como todas as mães do mundo sobre o horror da vida. Os meus pés panteístas tropeçaram na máquina de costura da [viúva que mataram à baioneta E esse pobre instrumento de paz meteu uma lança no meu coração.

Sim, fui eu o culpado de tudo, fui eu o soldado todos eles Que matou, violou, queimou e quebrou, Fui eu e a minha vergonha e o meu remorso como uma sombra [disforme Passeiam por todo o mundo como Ashavero, Mas atrás dos meus passos soam passos do tamanho do infinito

E um pavor físico de prestar contas a Deus fazme fechar os [olhos de repente.

(…) Mandei, capitão, fuzilar os camponeses trêmulos, Deixei violar as filhas de todos os pais atados a árvores, Agora vi que foi dentro de meu coração que tudo isso se passou, E tudo escalda e sufoca e eu não me posso mexer sem que [tudo seja o mesmo.

Deus tenha piedade de mim que a não tive de ninguém!

LÀ-BAS, JE NE SAIS OÙ…»

O que é hoje claro, neste momento funesto em que Cristiano & Companhia falharam na sua missão em Braga, e em que a auto-sabotagem dos gasodutos da Rússia lembra que Putin estará mesmo disposto a tudo para manter o domínio sobre as zonas referendadas, é que, bomba por bomba, era preferível a “bomba” do Quinto Império.

Porém, até nisto, meus caros, fomos irresolutos, um bocadinho mais para o pielas do que para o determinado, e procrastinámos.

TEMPO AGUACEIROS MIN 26 MAX 30 HUM 65-95% UV 9 (MUITO ALTO) • EURO 7.75 BAHT 0.21 YUAN 1.11 SUDOKU 4 1 974186325 251739648 368524971 195478236 PROBLEMA 4 482365719 637291584 746912853 813657492 529843167 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 3 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; www. hojemacau. com.mo Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

2 152376489 487591632 639428517 915732846 843169725 276854391 568213974 724985163 391647258 3 6983157462 415826793 267439185 132598647 894762531 576341829 649215378 721683954 358974216

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8 865179342 321654798 479382615 142836957 537291864 986547231 253468179 714923586 698715423 9 279813645 413596287 658427931 342789156 987651324 561342798 725134869 836975412 194268573

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10 673149258 4 7 3 6 891265374 1 6 8 2 254873169 3 9 8 729514836 4 7 9 516738492 2 6 8 438692715 7 1 6 385927641 5 3 7 1423569877 9 1 3 3 4 7 8 967481523

CINETEATRO CINEMA

SALA 1 TABLE FOR SIX [B]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Sunny Chan Com: Dayo Wong, Stephy Tang, Louis Cheung Kai Chung, Ivana Wong 14.30, 19.15, 21.30

CHICKENHARE AND THE HAMSTER OF DARKNESS [B]

FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Ben Stassen, Benjamin Mousquet 16.45

SALA 2 DRAGON BALL SUPER: SUPER HERO [B]

SEE HOW THEY RUN

10 [f]utilidades www.hojemacau.com.mo 29.9.2022 quinta-feira UM JOGO HOJE SUPER MARIO 3D BOWSER’S FURY | NINTENDO | 2021 FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Tetsuro Kodama 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 Na mais recente aventura, Super Mario vai ter como objectivo liberSALA 3 SEE HOW THEY RUN [B] tar o Lago de Lapcat e o seu rival, Um filme de: Tom George Com: Sam Rockwell, Saoirse Ronan, Bowser, que estão dominados por Adrien Brody, Ruth Wilson 14.30, 16.30, 19.30 uma lama preta. Para isso, o herói SILENT PARADE [B] vai precisar de recolher vários tokens FALADO EM JAPONÊS de templos, numa campanha que vai LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Nishitani Hiroshi realizar com Bowser Jr. filho do rival. Com: Kawatoko Asuka, Rei Dan, Lançado em Fevereiro deste ano, o 21.30 Natsuki Deguchi jogo de plataformas é um exclusivo da Nintendo, pelo que só está disponível para a Nintendo Switch. Bowser’s Fury marca também a primeira aventura da série pelo modelo de mundo aberto, em que o jogador é livre para explorar a realidade do jogo. João Santos Filipe

5PUB. 478326915 623951784 951487632 896715423 714632859 235849176 162598347 547163298 389274561 6 548723169 719648325 623195847 864572913 251369478 397814652 185236794 472981536 936457281 11 821657934 396841725 457329168 563278419 279514683 184963257 918436572 742185396 635792841 12 593417826 641825379 782396415 467582931 135649287 829173654 978261543 314958762 256734198

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sexanálise Tânia dos Santos

TANTO QUE QUEREMOS: UM ENSAIO SOBRE O DESEJO

O DESEJO é um fenómeno complexo, uma lição à nossa paciência. A experiência mostra-nos que a vida toma o seu rumo com vontade própria, sem grande consideração dos nossos desejos imediatos. Queremos ser alguém que não somos, vivemos num mundo onde não nos encaixamos. Nas sociedades liberais incutem-nos esta sensação de empoderamento. Podemos ser o que bem nos apetece. Só que queremos mais sem grande consciência que os desejos implicam a cuidadosa reflexão sobre o que perdemos: sobre o que nunca será. Não basta querer, é preciso aceitar que não se tem.

Uma jovem do Curdistão iraniano foi brutalmente morta pela polícia da moralidade no Irão, porque o seu hijab estava mal posto. Tanto vos queremos que vos perdemos. Uma coisa simples como o cabelo, que mais sabe a um detalhe ridículo, pouco importante. As agências noticiosas também dão conta da brutalidade policial contra os protestantes e da consternação pública que esta morte suscitou. Deste confronto veio mais morte, não veio a transformação social ou política. Nestes anos complicados, de configurações geopolíticas dolorosas e difíceis, faz-se o luto pelo mundo que não existe e que julgámos existir. Fazer o luto implica acalmar a nossa angústia. Permite respirar antes do confronto, evita uma luta sem folego O desejo pressupõe empoderamento e acção, mas também implica encontrar conforto nos lugares mais inóspitos, e nas situações mais absurdas, como as que se vivem neste momento

absolutamente nenhum e tenta dar alento à sensação de desespero.

A eleição de uma mulher primeira-ministra em Itália soube a derrota também. Tanto queremos líderes justos e inclusivos que não os temos. Como é que se aceita uma possível perda do direito ao aborto, como é que se discute o retrocesso dos direitos lgbtqi+, como é que se legitima um discurso que não abraça os direitos de todos, mas só de alguns? Quando nos julgámos protegidos de uma ressurreição do fascismo, quando achámos que concordávamos – todos – em não querer acordar os maiores horrores fascistas da história. Afinal não era bem assim.

Quando se deseja o que não se tem, a revolta ou o desconforto deviam ser suficientes. Poucos nos preparam para o sentido de impotência de nunca chegar àquilo que desejamos, nem de encontrar outros que queiram desejar contigo. No sexo não se chega ao orgasmo porque se deseja, mas porque acontece. Encara-se a configuração completa do acto e acredita-se no conforto percorrendo um caminho, sem expectativas. Quem já teve problemas em adormecer também o sabe. Querer dormir não basta para adormecer, só atrapalha. O desejo é uma dança complexa entre paciência, compaixão, guerrilha e vontade.

Não basta querer, é preciso aceitar este momento particular da história individual e colectiva. Aceitar que não estamos cá para o orgasmo perfeito, nem para o mundo perfeito. Estamos cá para os desencontros constantes, e para as incessantes tentativas de os resolver. Estamos cá também para o encaixe, para o crescente sentido das coisas, e aceitar que pouco ou nada podemos controlar. O desejo pressupõe empoderamento e acção, mas também implica encontrar conforto nos lugares mais inóspitos, e nas situações mais absurdas, como as que se vivem neste momento. Tanto queremos e tanto aprendemos a perder, mas o desejo é mesmo assim.

VEÍCULOS NOVOS MENOS 27% ATÉ MÊS DE AGOSTO

DE Janeiro a Agosto deste ano, o número de veículos com matrículas novas em Macau totalizou 6.235, menos 27,2 por cento face ao mesmo período do ano passado, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. No passado mês de Agosto, ocorreram nas estradas do território 911 acidentes de viação, uma diminuição de 10 por cento, em termos anuais, resultando em 326 feridos. Em termos acumulados, ao longo dos primeiros oito meses de 2022, contaram-se 7.220 acidentes, cinco vítimas mortais e 2.564 feridos.

Em relação aos veículos matriculados em Macau, no fim de Agosto contavam-se 247.715, total que representa um crescimento de 0,8 por cento face ao mesmo mês de 2021. Salienta-se que destes veículos o número de automóveis ligeiros (113.373) e o de motociclos (106.944) subiram 0,8 por cento e 2,3 por cento, respectivamente. No mês de referência o número de veículos com matrículas novas equivaleu a 1.025 (212 dos quais eram eléctricos), mais 0,8 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de automóveis ligeiros se fixou em 395 (115 dos quais eram eléctricos), aumentando 3,9 por cento. J. L.

Educação Anunciados membros do Conselho

Carlos Anok Cabral, representante da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, Stephen Morgan, da Universidade de São José e Chan Hong, da Associação de Educação de Macau são alguns dos escolhidos para integrar o Conselho de Educação. A lista foi revelada ontem através de um despacho no Boletim Oficial, assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U. No documento constam também os nomes dos reitores das principais instituições de ensino de Macau, como Song Yonghua, da Universidade de Macau, Im Sio Kei, da Universidade Politécnica de Macau, e Fanny Vong, dos Instituto de Formação Turística.

Campo inclinado

Juíza ameaça advogado com proibição de falar no caso Suncity

Asessão de ontem do julgamento do caso Suncity ficou marcada pelas ameaças da juíza Lou Ieng Ha contra o advogado Pedro Leal. De acordo com o portal Macau News Agency, quando se debatia a admissibilidade das provas em julgamento, a juíza não terá gostada da oposição de vários advogados e ameaçou Pedro Leal, advogado de Celestino Ali, que se voltar a mostrar oposição como fez ontem fica proibido de falar durante o julgamento.

O momento quente da sessão, surgiu quando se debateu em tribunal se os depoimentos por escrito dos arguidos, prestados em fase de investigação diante da polícia, deviam ser admitidos como prova pelo tribunal.

Depois de abordar o assunto, Lou Ieng Ha determinou que o tribunal admite provisoriamente os depoimentos e que mais tarde vai tomar uma decisão definitiva. No entanto, segundo o portal Macau News Agency, a decisão causou oposição por parte de vários dos advogados presentes, que defendem que os depoimentos prestados apenas perante a polícia não devem ser admitidos como prova pelo tribunal.

Vale tudo

Assim que vários advogados tentaram intervir e argumentar, Lou Ieng Ha mostrou que a decisão estava tomada e que não há espaço para recuos: “Vocês não podem falar [desta maneira] para forçar o tribunal a fazer algo que não quer... Todos estudaram Direito e todos vocês sabem que há formas de recorrerem da decisão, mas não devem agir desta maneira”, avisou os causídicos. Neste momento, Pedro Leal tentou ainda argumentar mais uma vez e foi ameaçado que seria proibido de falar: “O tribunal já tomou uma decisão.... estou a avisá-lo pela última vez, se voltar a mostrar oposição outra vez [como hoje] vou bani-lo de falar neste julgamento a partir de agora”, intimidou Lou Ieng Ha.

Em relação à sessão de ontem, terminou a parte do julgamento em que se ouve a versão dos arguidos. Durante a sessão de hoje, devem começar a ser ouvidas as testemunhas.

Alvin Chau é acusado de ter liderado uma sociedade secreta dedicada ao branqueamento de capitais e à promoção de jogo ilegal, tanto online como em apostas paralelas nos casinos de Macau. Segundo a acusação, o grupo criminoso levou a Administração a perder cerca de 8,26 mil milhões de dólares de Hong Kong em receitas fiscais desde 2013. J.S.F.

Coloane Placas de sinalização em inglês retiradas

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) explicou ontem que as placas de sinalização de trânsito em inglês, encontradas junto à rotunda do Altinho de Ká Hó, em Coloane, já foram substituídas por placas em português e que a mudança se deveu a um projecto de filmagem no local. “Verificou-se que, devido às necessidades de filmagem, o Type-F Studio, uma produtora local, instalou provisoriamente adereços das placas de sinalização de trânsito no local, no dia 27 de Setembro, entre as 9H30 e as 13h. Na altura, estavam presentes agentes policiais para manter a ordem do trânsito e o requerimento da filmagem tinha sido previamente submetido aos serviços competentes.” De frisar que o deputado José Pereira Coutinho denunciou o episódio nas redes sociais.

MOEDA YUAN RECUA FACE AO DÓLAR PARA VALOR MAIS BAIXO EM 14 ANOS

Amoeda chinesa, o yuan, caiu ontem para o nível mais baixo dos últimos 14 anos, em relação ao dólar norte-americano, apesar dos esforços do banco central da China para conter a queda.

A desvalorização do yuan é sobretudo motivada pelo rápido aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, o que leva os investidores a converterem dinheiro em dólares, na procura de obter melhores retornos.

Um yuan mais fraco ajuda os exportadores chineses, ao tornar os seus produtos mais baratos nos mercados externos, mas incentiva a fuga de capital. Isto aumenta os custos de financiamento para as empresas chinesas e atrasa os esforços do Partido Comunista para impulsionar o crescimento económico do país.

Um dólar valia ontem 7,2301 yuans – o nível mais baixo da moeda chinesa desde Janeiro de 2008, e uma queda de 15 por cento, em relação ao pico atingido em Março passado.

Em contraste com a Reserva Federal dos EUA, que elevou as taxas de juros por cinco vezes este ano, visando combater a inflação, o Banco Popular da China reduziu as taxas de juros, para impulsionar o crescimento económico, que caiu para 2,2 por cento, em relação ao ano anterior, nos primeiros seis meses de 2022 – menos de metade da meta oficial de 5,5 por cento.

A taxa de paridade do yuan, face ao dólar, baseia-se na média dos preços oferecidos antes da abertura do mercado interbancário e pode oscilar, no máximo, 2 por cento por dia. Isto evita grandes oscilações diárias, mas vários dias consecutivos de queda podem resultar em mudanças significativas.

Outros bancos centrais também estão a tentar travar a fuga de capital causada pelos aumentos das taxas de juros nos Estados Unidos, incluindo o Banco Central Europeu.

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