Informativo Einstein - Edição 36

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INFORMATIVO EINSTEIN Boletim bimestral para o Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein

Novembro/Dezembro

36

2013

Nossa mensagem Sobre sonhos e realizações Instituições como a nossa, que têm a humanização como uma importante bandeira, têm também outras características típicas dos seres humanos: a capacidade de alegrar-se com as conquistas obtidas e sonhar com as futuras. Desde o início, nossa história foi toda construída com a determinada conjugação destes dois verbos: sonhar e realizar. E são eles que inspiram nosso olhar para 2014 em múltiplas frentes, como mostraremos nas matérias desta edição do Informativo Einstein. Um recente sonho que conseguimos materializar e que abre novos horizontes a partir de agora é o nosso novo Centro de Oncologia e Hematologia, que soma diferenciados recursos humanos e tecnológicos e traz, sobretudo, uma nova abordagem no tratamento do paciente com câncer a partir do conceito de clínicas integradas. O paciente, aliás, é o ente que está sempre no centro dos nossos planos, programas e projetos. Ele é o foco, por exemplo, dos esforços que nos garantem elevados padrões de segurança do paciente. E é para ele que buscamos avançar mais, com iniciativas como a parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI). Outro importante tema que vamos aprofundar em 2014 é a experiência do paciente. Para além da excelência dos serviços e assistência que proporcionamos, o objetivo é identificar todos os aspectos que são importantes para assegurar aos pacientes e familiares uma experiência positiva em todas as frentes de contato com a nossa instituição. Esses são apenas alguns exemplos dos caminhos que temos percorrido e dos sonhos que animam nossa jornada para fazer do Einstein uma instituição que evolui sempre. E sonhos assim só se concretizam quando compartilhados por todos – lideranças, Corpo Clínico e equipe assistencial multiprofissional. É isso que faz a nossa força: a capacidade de sonharmos juntos e juntos nos engajarmos para tornar esses sonhos realidade. Dr. Claudio Luiz Lottenberg

Presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein

Veja também nesta edição

oncologia Nova era no tratamento oncológico

Plano Diretor Em fase de expansão

Segurança do paciente Impulso para a cultura de segurança

Medicina diagnóstica As novas fronteiras da ultrassonografia

Experiência do paciente Múltiplos fatores na busca pela satisfação total


Oncologia Nova era no tratamento oncológico Einstein inaugura estrutura marcada pelo pioneirismo, alta tecnologia e humanização

Entrou em operação em dezembro o Centro de Oncologia e Hematologia Família Dayan – Daycoval, com fluxo e estrutura definidos em parceria com o MD Anderson Cancer Center, um dos maiores centros de atendimento ao câncer no mundo. Para os médicos e pacientes, o centro representa a possibilidade de contar com serviços e tecnologias de padrão internacional para o tratamento oncológico e hematológico. Para o Einstein, é a consolidação de um projeto que reafirma a história de pioneirismo, qualidade e humanização da medicina. O centro está estruturado sob o conceito de clínicas integradas. Nesse modelo, em uma única consulta o paciente é atendido por um cirurgião, um oncologista clínico e um radioterapeuta. Além de maximizar resultados, essa abordagem contribui para minimizar tempo e custos. “Os médicos do Corpo Clínico podem encaminhar os pacientes para essas clínicas integradas e até acompanhá-los. Lá obterão opiniões de, pelo menos, três profissionais diferentes, garantindo exatidão e qualidade do tratamento. Exames de imagem e de patologia são revistos por especialistas, definindo-se diretriz e proposta de tratamento”, diz o Dr. Nelson Hamerschlak, coordenador médico do centro. Segundo ele, o centro também se ocupará do desenvolvimento de pesquisa clínica para que novos tratamentos sejam oferecidos. O novo fluxo de atendimento foi desenhado a partir da parceria firmada em 2012 com o MD Anderson Cancer Center, pioneiro na adoção do conceito de multidisciplinaridade no tratamento de neoplasias. Para se adequar a esse novo modelo, o Einstein já vinha promovendo uma série de mudanças na área de Oncologia e Hematologia. “Exemplo disso foi a estruturação de fóruns por especialidade nos quais os novos casos são discutidos de forma multiprofissional e multidisciplinar. São os chamados tumor boards”, observa o Dr. Hamerschlak. Medicina integrativa e humanização O nome do novo centro é uma homenagem à família Dayan, mantenedora do Banco Daycoval. Graças a ela, foi possível a realização do empreendimento, no qual, só na parte física, foram aplicados R$ 6 milhões. “Comparado à estrutura anterior, o novo centro significa mais espaço, tecnologia mais avançada e maior ênfase na medicina

complementar, com ambientes destinados a práticas como

meditação, ioga e terapia de toque. Além disso, há espaços de descompressão, com jardins e decoração planejados para oferecer conforto físico e psicológico para pacientes e familiares”, diz a Dra. Andreza Alice Feitosa Ribeiro, gerente médica do centro. “Com essa nova estrutura, o Einstein afirma-se como pioneiro no oferecimento da medicina integrativa aos pacientes com câncer”, reforça. Estruturado sob protocolos diagnósticos e terapêuticos baseados na melhor evidência científica, o novo programa oncológico e hematológico do Einstein se materializa em um ambiente moderno e humaniMichel Temer, vice-presidente da zado, com práticas alinhadas República; Dr. Alexandre Padilha, ao conceito de experiência do ministro da Saúde; e Dr. Claudio Luiz paciente. O centro dispõe de Lottenberg, presidente do Einstein, áreas específicas para adultos discursam durante a cerimônia de e crianças. As salas de quimioinauguração do novo centro. terapia individuais contam com cama, poltronas, banheiros privativos e vista para áreas verdes. Além de privacidade, esses espaços propiciam um ambiente agradável para que, durante as sessões, os pacientes possam trabalhar, conversar com amigos ou familiares e até meditar. Reforço tecnológico Um dos diferenciais do centro é o moderno parque tecnológico. Dentre as novas aquisições, consta o acelerador linear TrueBeam, o primei-


ro na América do Sul. “Temos agora o mais moderno equipamento de radioterapia da região, que propicia tratamentos com precisão ainda maior, menos efeitos colaterais e em menor tempo. Com isso, melhoramos a qualidade do tratamento, além de poder atender um número maior de pacientes”, destaca o Dr. Hamerschlak. O TrueBeam possibilita a aplicação de uma dose mais alta de radiação nos tecidos doentes, poupando as áreas adjacentes saudáveis. Nos cânceres de próstata, por exemplo, a alta precisão do equipamento permite reduzir pela metade a atual média de 36 a 39 sessões. “Em parceria com o MD Anderson, novos protocolos já estão sendo testados. Em regime de hipofracionamento, os pacientes poderão ser submetidos a apenas 10 a 15 sessões”, informa a Dra. Andreza. Para tumores pequenos de pulmão em pacientes inoperáveis ou que recusam cirurgias, o novo equipamento representa uma alternativa, com resultado final semelhante ao das intervenções cirúrgicas. Medicina personalizada Outro destaque é o setor de medicina personalizada e oncogenética, incluindo convênios com os principais laboratórios do mundo. “O aconselhamento individual baseado na pesquisa genética de cada paciente possibilita a prevenção de determinadas doenças e também a escolha de medicamentos específicos que podem agir sobre determinados genes”, diz a Dr. Andreza. Esse é mais um trunfo importante dessa nova estrutura do Einstein. “Somando humanização, qualidade, tecnologia e pioneirismo, estamos inaugurando não apenas um novo centro, mas uma nova era no tratamento do câncer, posicionando o Einstein como uma instituição altamente diferenciada em oncologia e hematologia”, resume o Dr. Hamerschlak.

Plano Diretor Em fase de expansão

Mudanças previstas para 2014 permitirão ampliar a oferta de leitos Aumentar a oferta de leitos, otimizar o uso das instalações, reforçar a segurança e o conforto do paciente estão entre os principais objetivos do conjunto de mudanças e reformas que deverão ocorrer na Unidade Morumbi ao longo do ano de 2014. O movimento começa já em janeiro com a transferência das áreas administrativas atualmente alocadas no bloco E para um novo endereço, no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros. Em fevereiro, serão iniciadas as reformas desse espaço que, até início do segundo semestre, receberá as áreas do Banco de Sangue, hoje instaladas no 4º andar dos blocos A e D. Esses espaços, por sua vez, serão usados para a criação de cerca de 50 novos leitos de Clínica Médica. “A expectativa é ter tudo isso concluído ainda em 2014, de forma que possamos disponibilizar esses novos leitos já no início de 2015”, informa o Dr. Miguel Cendoroglo Neto, superintendente do hospital. Outra frente de transformações ocorre no Centro Cirúrgico do andar Intermediário 4, no bloco A1. Lá, além da abertura de mais duas salas de cirurgia, a reforma prevê a instalação de área de recuperação pós-anestésica. Isso possibilitará que todos os pacientes elegíveis tenham alta direto após o procedimento e recuperação pós-anestésica, sem necessidade de ocupar leitos. Hoje isso ocorre apenas com parte dos pacientes elegíveis. “Essa mudança proporcionará maior agilidade, redução de custos e gerará mais disponibilidade de leitos, na

medida em que eles não serão ocupados de maneira desnecessária”, afirma Claudia Laselva, gerente de Pacientes Internados e Apoio Assistencial. Esse projeto terá reflexos positivos para a Maternidade, que passará a dispor com exclusividade dos 12 leitos do 10º andar do bloco D, hoje usados de maneira compartilhada com a Clínica Médica Cirúrgica. O foco serão as pacientes de risco. Seis desses leitos estarão congregados numa Unidade Semi-Intensiva, contando com a presença de um médico obstetra e de um sistema de monitoramento das pacientes. Os outros 6 serão destinados à Unidade de Patologia Obstétrica. Outra novidade na Maternidade é a criação de uma sala de recuperação pós-anestésica para as pacientes, o que melhora a segurança e aumenta a disponibilidade de salas do Centro Cirúrgico Obstétrico. Estão previstas ainda mudanças nos leitos semi-intensivos. Os leitos do 3º andar passarão a ser reversíveis para terapia intensiva ou semi-intensiva, contando com uma equipe de UTI, o que permite maior flexibilidade, adequando o uso conforme a demanda, que tem se mostrado crescente em relação a leitos de UTI. Esses são os principais itens de reformas previstas para 2014. São parte de um contínuo processo de transformações e melhorias que permitem adequar as instalações de forma a atender de maneira cada vez melhor as necessidades dos médicos e dos pacientes.


Segurança do paciente Impulso para a cultura de segurança Instituição registrou avanços importantes em 2013 e segue em frente este ano

Os indicadores de segurança do paciente do Einstein relativos a 2013 falam por si: ultrapassamos a meta estabelecida para o Índice de Segurança do Paciente e tivemos uma expressiva melhora em relação aos anos anteriores (quadro 1). Essa conquista mostra o fortalecimento da cultura de segurança, fruto de uma soma de esforços. No entanto, três indicadores merecem atenção especial:

a taxa de infecção de corrente sanguínea associada a cateter venoso central atingiu apenas 60,07% da meta estabelecida (0,84 infecção/1000 cateteres-dia); a taxa de infecção de trato urinário associada a cateter vesical atingiu 86,90% da meta estabelecida (1,47 infecções/cateter-dia). Cabe salientar que esses resultados foram semelhantes aos do ano anterior e também aos de vários hospitais

Índice de segurança do paciente Indicador

2010

2011

Taxa de infecção de corrente sanguínea associada a cateter venoso central Número de infecções pelo número de cateteres-dia¹

1,40

1,30

Taxa de infecção de trato urinário associada cateter vesical Número de infecções pelo número de cateteres-dia¹

3,00

3,10

Taxa de infecção em cirurgia limpa

Número de infecções pelo número de cirurgias limpas

0,25

0,21

Taxa de glicemia menor que 60 mg/dl (%)

Número de taxas de glicemia menores que 60 mg/dl pelo total de medições de glicemias realizadas

2,00

0,83

Taxa de evento adverso grave catastrófico

Número de eventos adversos graves catastróficos pelo número de atendimentos²

1,91

1,35

Taxa de queda com dano grave e moderado Número de quedas pelo número de atendimentos²,³

1,50

0,85

Razão de erros de medicação para cada near miss

Número de erros de medicação notificados pelo número de near miss de medicação notificados

1,48

0,88

-

1,98

Taxa de mortalidade em sepse grave/choque séptico

Número de óbitos por sepse grave/choque séptico pelo número de pacientes com sepse grave/choque séptico

28,00

22,00

Tempo porta-balão (Cardiologia)

Mediana dos tempos (em minutos) aferidos⁴

89,00

86,00

-

60,00

0,00

1,35

Razão de erros de outros eventos para cada near miss

Número de erros de outros eventos notificados pelo número de near miss de outros eventos notificados

Tempo porta-agulha (Neurologia)

Soma dos tempos totais (em minutos) aferidos⁵ pelo número de pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico que deram entrada no pronto atendimento

Taxa de infecção em cirurgia limpa em pacientes submetidos a artroplastia total de quadril ou artroplastia total de joelho Número de infecções pelo número de cirurgias limpas

¹ Cateter-dia é a soma do número de pacientes em uso de cateter, a cada dia, num determinado período de tempo. ² São consideradas todas as modalidades de atendimento que os pacientes possam receber, desde coletas de materiais para realizaçõa de exames, procedimentos ambulatoriais, ³ Excluídos os atendimentos no Residencial Israelita Albert Einstein. ⁴ Tempo entre a chegada do paciente com infarto agudo do miocárdio no pronto atendimento até a realização de angioplastia primária. ⁵ Tempo entre a chegada do paciente com acidente vascular cerebral isquêmico no pronto atendimento até a realização de trombólise.


norte-americanos. Para obter melhores resultados em 2014, medidas simples devem ser adotadas pelo Corpo Clínico: a indicação adequada, a inserção seguindo os protocolos institucionais e a retirada o mais brevemente possível destes dispositivos. Já as infecções do sitio cirúrgico em artroplastia total de quadril e artroplastia total de joelho também estiveram acima do esperado para 2013. Em 2014 será reforçada a importância do banho pré-operatório com clorexidina neste grupo de pacientes, assim como outras medidas preventivas que serão abordadas

2012

numa campanha específica a ser deflagrada brevemente. Segundo o Dr. Oscar Fernando Pavão dos Santos, superintendente de Prática Médica, entre outros pontos, merece destaque o maior envolvimento do Corpo Clínico nas discussões sobre Segurança do Paciente e na identificação e notificação de eventos adversos relacionados à assistência.

Eventos adversos com dano grave e catastrófico (1,7%)

Uma das novidades do ano foi a inclusão de indicadores de “quase eventos” (near miss),

Eventos adversos com dano de moderado a ausente (58,45%)

Meta para 2013 80%

90%

100%

110%

120%

Near miss (39,85%)

2013

0,79

0,72

0,66

0,60

0,54

0,48

0,84

60,07%

1,45

1,56

1,43

1,30

1,17

1,04

1,47

86,90%

0,17

0,17

0,15

0,14

0,13

0,11

0,12

114,88%

0,70

0,72

0,66

0,60

0,54

0,48

0,54

109,92%

1,65

1,74

1,60

1,45

1,31

1,16

0,93

135,60%

1,22

0,96

0,88

0,80

0,72

0,64

0,65

119,32%

1,09

0,70

0,64

0,58

0,52

0,46

0,53

108,51%

1,60

1,91

1,75

1,59

1,43

1,27

1,05

133,91%

14,60

17,40

15,95

14,50

13,05

11,60

8,23

143,25%

83,00

93,60

85,80

78,00

70,20

62,40

82,00

94,87%

76,00

72,00

66,00

60,00

54,00

48,00

61,40

97,67%

0,89

0,66

0,61

0,55

0,50

0,44

0,67

77,56%

Índice de Segurança do Paciente 2013:

106,87%

sessões de fisioterapia, internações, cirurgias, etc.).

Quadro 1

Quadro 2

sinalizando o esforço na adoção de medidas pró-ativas para identificar e tratar riscos, aprimorando continuamente o processo assistencial a fim de evitar que eventos adversos aconteçam. “Eventos que causam grandes danos são apenas a ponta de um

iceberg (quadro 2). No entanto, é a porção submersa, que é sempre maior, que garante a existência daquilo que está emerso. Assim, sistemas de segurança precisam contemplar todo o iceberg e não só aquilo que está visível”, diz Claudia Garcia de Barros, superintendente de Prática Assistencial, Qualidade, Segurança e Meio Ambiente. Outra importante realização de 2013 foi a parceria estabelecida com o Institute for Healthcare Improvement (IHI), entidade norte-americana independente e sem fins lucrativos que atua globalmente em prol da segurança em saúde. Em abril, o Dr. Claudio Luiz Lottenberg, presidente do Einstein, firmou compromisso com o Dr. Donald


Berwick* durante evento em Londres, na ocasião do 19th International Forum on Quality and Safety in Healthcare. Em novembro, realizou-se o primeiro Simpósio Einstein & IHI. O Einstein busca nessa parceria ganhar expertise em implantações de programas de qualidade e segurança em larga escala e desenvolver métodos de trabalho que ajudem na transformação da prática médica e assistencial visando reduzir danos ao paciente e custos ao sistema de saúde. O ministro da Saúde Alexandre Padilha esteve presente na cerimônia de abertura, uma vez que o Einstein apoia a implantação do Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Em 2014, o Einstein quer avançar ainda mais nos processos e práticas voltados à segurança. Segundo Claudia e Dr. Pavão, as principais prioridades para segurança do paciente e gerenciamento de riscos assistenciais no ano são: •R edução da variabilidade clínica e do impacto de erros humanos (falhas cognitivas) •M elhoria na implantação de barreiras e adesão a procedimentos •M ais oportunidades de participação de médicos do Corpo Clínico no desenvolvimento de soluções e barreiras de segurança •C onsolidação dos treinamentos em gerenciamento e vigilância do risco

* Dr. Donald Berwick é cofundador, presidente emérito e senior fellow do Institute for Healthcare Improvement (IHI). Ele foi presidente e CEO dessa instituição por 18 anos, quando lançou a campanha “Salvar 100 Mil Vidas”. Uma das principais autoridades norte-americanas sobre qualidade de cuidados e melhoria em saúde, foi nomeado em julho de 2010 pelo presidente Barack Obama como Administrador dos Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS), cargo que ocupou até dezembro de 2011. Pediatra de formação, o Dr. Berwick tem atuado como professor clínico de Pediatria e de Políticas de Saúde na Harvard Medical School, professor de Políticas de Saúde e Gestão na Harvard School of Public Health, e membro das equipes do Boston Children’s Hospital, do Massachusetts General Hospital e do Brigham and Women’s Hospital (Harvard Medical School).

Medicina diagnóstica As novas fronteiras da ultrassonografia Evolução tecnológica tem permitido ampliar a gama de aplicações desse recurso

Num futuro não muito distante, a ultrassonografia feita em equipamentos de grande porte confinados em salas escuras poderá ser apenas uma lembrança remota. A evolução tecnológica dos aplicativos, a miniaturização com alto desempenho dos equipamentos e a fusão de imagens com outros métodos, vêm possibilitando não só a portabilidade para qualquer área em que seja necessária a realização do exame como também avanços consideráveis no leque de opções de diagnóstico. Isso tem levado o método a ser aplicado em vários ambientes: unidades avançadas de atendimento (remoção e trauma), UTI, pronto-atendimento, centro cirúrgico e intervenção. “A tendência é que a ultrassonografia venha a desempenhar funções cada vez mais valorizadas, complementando o exame físico, participando do primeiro atendimento ao paciente, guiando procedimentos e ocupando cada vez mais espaço no ambiente hospitalar e na medicina em geral”, diz o Dr. Miguel J. Francisco Neto, coordenador médico do Serviço de Ultrassonografia do Departamento de Imagem do Einstein. Essa evolução tem como um dos benefícios mais relevantes o aprimoramento do diagnóstico por imagem com a utilização do método, com menor dependência de radiação ionizante. O Einstein foi o primeiro serviço de ultrassonografia acreditado pelo American College of Radiology fora dos Estados Unidos e tem sido pioneiro na implantação de inúmeras aplicações inovadoras desse método. A instituição realiza a técnica de maneira diferenciada graças a vários fatores: a formação de equipes especializadas (mama, musculoesquelético, Doppler, urgência e geral), a atualização contínua do time, a incorporação em sequência de softwares de ponta e o moderno parque de equipamentos. Confira algumas das principais aplicações: • Classificação TI-RADS para lesões da tireoide. A classificação TI-RADS é uma transposição da classificação BI-RADS empregada há anos para estratificar o risco de lesões de mama. “Lesões de tireoide estão entre as de maior prevalência e a adoção de uma escala de classificação de risco padroniza a linguagem e sistematiza a indicação da punção”, explica o Dr. Miguel. O


Einstein registra mais de mil casos já avaliados pela classificação TI-RADS, com grande índice de sucesso. • Aplicação de elastografia. Já em utilização no Einstein, permite determinar a elasticidade do tecido, possibilitando o estudo e diagnóstico diferencial de várias doenças. É empregado principalmente no controle evolutivo de hepatites B e C e de doenças hepáticas difusas e no estudo de lesões de tireoide e mama. •C ontraste microbolhas. Ampliando o uso da ultrassonografia, o contraste microbolhas é injetável e utilizado em conjunto com o software de harmônica de pulso invertido. A aplicação mais relevante é no diferencial entre lesões malignas e benignas em diversos órgãos. Protocolo de pesquisa realizado pelo Einstein em fase de publicação mostrou grande índice de sucesso na aplicação para lesões hepáticas. A técnica tem previsão de entrar em operação regular em 2014, com aprovação da Anvisa. •A plicações no sistema musculoesquelético. Nesta especialidade destacam-se as aplicações da ultrassonografia em manobras dinâmicas no diagnóstico e como guia de punção para infiltrações e procedimentos. •A plicações nas urgências e pediatria. A portabilidade dos equipamentos vem permitindo o emprego da ultrassonografia no suporte vital para diagnóstico de parada cardíaca, choque, pneumotórax, hipovolemia severa e trauma abdominal. “São situações que antes dependiam do diagnóstico clínico subjetivo ou de exames que usam radiação”, diz o Dr. Miguel. Particularmente a ultrassonografia torácica e a pediátrica têm se destacado na ampliação das aplicações visto que podem dar informações dinâmicas, relevantes no atendimento ao paciente. •A plicações integradas com técnicas intervencionistas. Nesta área, houve avanços significativos com a fusão de imagens ultrassonográficas, tomográficas ou de ressonância magnética, otimizando a realização de procedimentos guiados, de maneira a permitir que o procedimento seja efetuado com utilização simultânea de duas tecnologias. Na biópsia prostática, por exemplo, a fusão de imagens da ressonância magnética e ultrassonografia traz melhora significativa dos resultados e maior segurança de atingir a lesão-alvo. •A plicações intraoperatórias. O uso da ultrassonografia intraoperatória, incluindo a modalidade laparoscópica, de forma

integrada com a cirurgia robótica, permite a avaliação dinâmica e em tempo real do órgão a ser ressecado. O recurso é particularmente utilizado em fígado, rim, pâncreas e cabeça e pescoço, guiando adequadamente o procedimento cirúrgico. •A plicações avançadas em Doppler. Nesta modalidade de exame, alguns procedimentos intraoperatórios têm se destacado, guiando cirurgias vasculares e transplantes. Segundo o Dr. Miguel, contribuem para a constante evolução do Serviço de Ultrassonografia do Einstein a residência médica e a pós-graduação geral, cursos acreditados pelo MEC/CBR e que possibilitam a formação e incorporação de mão de obra especializada. Dessa forma, multiplicam-se as fronteiras da ultrassonografia nas diferentes subespecialidades de aplicação. O Einstein tem se diferenciado no conceito de aplicar em cada uma delas a tríade constitutiva da boa prática ultrassonográfica: especialização, ensino/pesquisa e protocolos internacionais de qualidade, como o ACR, que abrange treinamento e incorporação tecnológica de forma contínua.


Experiência do paciente Múltiplos fatores na busca pela satisfação total

Investindo em experiência do paciente, Einstein trilha caminhos para aumentar a satisfação dos usuários dos serviços oferecidos O que um paciente espera de um hospital? Tratamentos e serviços de qualidade? Segurança na assistência? Ser encarado como um agente ativo e participante das decisões? Conforto nas instalações e bom atendimento? Esses são apenas alguns dos múltiplos fatores tangíveis e intangíveis que compõem a experiência do paciente numa instituição de saúde. O desafio é saber identificar e combinar esses elementos para que essa experiência seja positiva. “A satisfação das pessoas na utilização dos serviços hospitalares vem ganhando importância crescente aqui e em outras partes do mundo. Nos Estados Unidos, há, inclusive, um indicador oficial de satisfação, o HCAHPS*, que é disponibilizado publicamente, balizando futuras escolhas dos usuários, além de ser usado nos cálculos de reembolso do governo”, diz o Dr. Sidney Klajner, vice-presidente da Diretoria Eleita do Einstein e chairman do Comitê de Qualidade e Assistência. O Einstein já tem iniciativas relevantes nessa área, como a pesquisa de satisfação de mé-

dicos e pacientes, as práticas relacionadas à designação Planetree e o NPS (Net Promoter Score) adotado no Pronto Atendimento. “Mas estamos determinados a dar novos passos, alinhados aos hospitais de referência que apostam na maior atenção à experiência do paciente e dos familiares como um caminho para intensificar os processos de melhoria contínua. Nesse contexto, já percebemos que a educação do paciente será uma grande oportunidade”, afirma o superintendente do hospital, Dr. Miguel Cendoroglo Neto, que, juntamente com o superintendente-geral do Einstein, Henrique Neves, lidera o Comitê de Experiência do Paciente. Foi com esse objetivo que a instituição buscou o suporte de uma consultoria com expertise em qualidade, prestação de serviços e experiência do paciente: o Disney Institute, que auxiliará no diagnóstico do Einstein para identificar os pontos fortes e as oportunidades de melhoria. Os resultados subsidiarão a elaboração de um plano de ação que começará a ser executado no início deste ano. O desenvolvimento está sob

Para uso dos Correios

Departamento de Marketing Avenida Albert Einstein, 627, bloco E, 3º andar Jardim Leonor - São Paulo - SP 05652-900

Mudou-se Falecido(a) Não localizado Desconhecido Ausente Endereço insuficiente Outros: ____________________ ___ / ___ /___ ________________ Nome legível de quem forneceu a informação

a responsabilidade do Comitê de Experiência do Paciente que, desde o final de 2013,

é formado por lideranças da organização e conta com uma estrutura executiva própria dedicada, o Escritório de Experiência do Paciente, liderado pelo médico Marcelo Alvarenga e pela enfermeira Carla Ledo. O escritório permeará os diversos setores do Einstein e terá um papel matricial, mobilizando esforços e recursos necessários para o amadurecimento do conceito de experiência do paciente dentro da instituição. “O objetivo inicial será aproximar-se dos pacientes e dos familiares, no intuito de compreender as necessidades e expectativas com relação ao nosso trabalho e ao tratamento”, diz o Dr. Marcelo Alvarenga. “Garantir um cuidado centrado no paciente e que supere as expectativas será nossa missão”, completa. Após o diagnóstico inicial, as ações do escritório se concentrarão no engajamento da liderança, dos colaboradores e do Corpo Clínico. *Hospital Consumer Assessment of Healthcare

Providers and Systems

Nossas Unidades: Morumbi: Av. Albert Einstein, 627 • Ibirapuera: Av. República do Líbano, 501 • Jardins: Av. Brasil, 953 • Alphaville: Av. Juruá, 706 • Morato: Av. Francisco Morato, 4.293 • Vila Mariana: R. Coronel Lisboa, 209 • Paraisópolis: R. Manoel Antônio Pinto, 210 • Perdizes-Higienópolis: R. Apiacás, 85 • Paulista: Av. Paulista, 37 • Cidade Jardim: Shopping Cidade Jardim Em caso de dúvidas, sugestões ou reclamações envie um e-mail para informativoeinstein@einstein.br ou ligue para (11) 2151-0463


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