Beleza Interior - Chapada Diamantina

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Dos ~6is das minos de diamonte aos ~6is dos hoteis. A economia da cidade baiano de l.en¢is, Iocalizada no Chapada Diamantino, passou da vida dura e insalubre das garimpas a expIora­ ~Oo da turismo, mais IUdico e com futuro mois radiante que os brilhas das jOias de madames.

o

nome do eidade possui duos vers6es, uma diz que os amontoados dos barraeos dos garimpeiros vistos de longe pareciam len~6is estendidos. Oulra versao baseia­ se nos lajedos do Regioo por onde os rios passam espumando e fieam semelhantes a len¢is bordados. A eidade naseeu no 5e eulo XIX em eima do explora~oo de aura e diamante e no seu auge, foi a maior pro' dutora de diamantes do mundo. Chegou a ter um eserit6rio, um eonsulado frances que, se n60 emilio passoportes, faeilitovam o eomereio enlre os dois paises. A partir de meados do seculo passodo 0 garimpo foi proibido e a economia do eidade se esvaiu, a solv~60 veio em 1973, quando L.en~6is foi tombada pelo IPHAN - Inslituto do Palri­ mooio Artislieo Nacional - como Palrimo­ nio Hist6rico Nacional. A nomea~oo serviu como primeiro passo para 0 desenvolvi­ menlo do turismo no Regioo de L.en~6is e em Ioda a Chapada Diamanlina. Hoje, fora 0 sotaque baiano compas­ sodo, a vida no cidade marco rilrno nos Irejeitos dos alemoes, italianos, franeeses, holandeses e de oulras Regi6es do pais, que passom 0 dia inteiro andando. As Iri­ Ihas 00 redor do Chapada levam voce a cen6rios de cinema. Jose Augusto labutou nos garimpos de diamante junto com seu pai. Se 0 brilho dos quilates 0 fez rico ele noo diz, mas se howe azar nos neg6cios, a sorle apare­ ceu no amor. Carol, a bioquimico de leme (SPl, tomou rumo a Bahia, se apaixonou e

Aqui varios cantos do melhor hotel de lenc;6is. Do bonheira a vista fenomenal. A suIte 308 Ii mais do que superior no conforto e estilo. E do piscina. Ii passlvel ver 0 RIO lenc;6is que inspirou 0 nome do estabelecimenta.

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A cidade de Len~6is loi tombada como pafrimonio hlst6rico. Abaixo. algumas dos

ofrac;:Oes da naile. 0 Fazendinha e suas COChalp05 e as bruxas que so fazem bem

a

sua sa6de.

Na Rua da Baderna, no numero 144, !em are bruxa, das belas bem dizendo.

comemorou seu aiunlamento com 0 ex­ garimpeiro. Agora os dois trabalham na sua ag€mcia, a Destino Chapada Turis­ mo. sao eles que nos mostram todos os cantos da cidade. No centro, a Rua das Pedras, onde h6 cerca de 50 ou 60 anos ficavam os bordeis e bares de pouca re­ pula«io, e a Rua da Badema, onde as confus6es oriundas da Rua das Pedras eram resolvidas. Na primeira, as m~as direilas nao passavam, inclusive are hoje h6 algumas, j6 um pouco mais senhoras, que ainda nao passam por ela. Estao per­ dendo, pois hoje em dia, no Fazendinha e servido 0 Furduncio, um yakissoba com muito mais verdura e tempero baiano. restaurante usa de uma propaganda diferenciada. Em cima da poria de entra­ da diz que ali "n6is tem cacha~a, fumo, rapadura e rapariga". Entre uma risada e outra 0 dono diz que fumo e rapariga estao em falla. A cacha~a feila na casa serve de base para 45 combina~6es, que pede levar cai6, junco ou maracuj6 e elevar seu humor banhado pela musica do Roberto Carlos que sai da vitrola do outro lado da rua.

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Na Casa de Bruxa 0 caldeirao est6 meio sem 6gua, a vassoura nao vea e do li­ vro de encanlamentos saem produtos um Ianto diferentes como Parmegiana de Gluten. Antigamente, as bruxas levavam a fama de comer crian~inhas, hoje 0 card6pio rejeila a came. Reflexo de um lugar que atrai a legiao natureba. As ruas pavimenladas com pedras guardam outras preciosidades, numa delas h6 a casa do escritor e medico Afranio Peixoto e em outra, morro aci­ ma, a de Jimmy Page, do Led Zeppelin e do Yarbirds, que vira e mexe, passeia pela cidade. Andre baixisla da banda brasiliense Plebe Rude, tem uma hist6ria hil6ria no seu blog Xda Questao (http:// xdaquestao.blogspot.com/2005/10/ ji mmy-page-na-chapada-d iamanti na. hlml) envolvendo 0 guilarrisla e cabe a voce achar se e verfdica ou nao. Mas a Chapada Diamantina e mais que a cidade de Len~6is, seus turislas e um punhado de hipongas. As forma~s geol6gicas replelas de cachoeiras e gru­ las e um prato cheio para amantes do trekking. A Cachoeira da Fuma~a com

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As belezas do Chapada Diamanlina S9frem com a ogresseo do hamem, como os incendios. muilos deles crlminosos. Um lado qLJe nco condiz com 0 bela Irobolho. do bores oos reslauranles feitos pal1J atroir Iurislas.

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MA _DEROmS

Se 0 objetivo for visitar o P~o Encantado, 0 periodo e de abril a setembro. Nessa epoca, 0 posiciona­ mento do sol faz que entre um facho de luz no gruta, desvendando a profunda cor azul que voce ve em tudo quanto e livro sobre a Chapoda. No mais, de de­ zembro a mar~o, na epoca de chuvas, as cachoeiras ficam com mais aguas.

Fazendinha

Furduncio: Grande - R$ 38,00 (serve

tres ou quatro pessoas) e 0 Pequeno ­

R$ 28,00 (serve duos pessoas).

Garrafa de 1 litro do cacha~a a R$

10,00 e a de 400 ml por R$ 6,00.

Destino Chapada Turismo

o Rapel depende do altura. 0

mais em conta sai por R$ 60,00, feito no po~o VOOs diretos para l.en¢is depen­ do Diabo e tem 22 metros de altura. clem do quantidade de fretamentos. 0 cami­ Nesta op~ao esta incluso um passeio nho mais natural e ir ale Salvador (B.A.) e de de tirolesa com percurso de 70 m de 16 pegar um ooibus ou alugar um carro. comprimento. 0 Cave Jump sai por R$ 200,00 0 saito. A pista de Len~6is 0 (SBLE - 12 29' OO"S / 041 016' 23"WI Pacotes de tres a sete dias. Os roteiros tem 2.082 m x 30 m, opera visual, tem custam em media 60 a 70 reais por dia, balizamento e esta~ao de radio. A pis­ incluindo 0 guia e 0 traslado. Ha a op­ to e tranquila, longe de forma~oes de ~ao do programa privativo, por 200 a montanhas e fica a 20 km do centro de 250 reais e 0 atendimento e exclusivo, Len~6is. 0 terminal e apropriado para voce nao segue com outros grupes. Nes­ receber alguns voos com cerca de 100 se programa esta incluso, alem de guias e transportes, a alimenta~ao com cestas passageiros. de piquenique. Para pacotes mais lon­ Botas, mochilas, papetes, gos e possivel fazer trilhas com pernoite um bom kit para trekking e recomenda­ em coso de nativos - hospedagem mais vel, porque as principais atra~Oes no o jantar sai por cerca de R$ 35,00. Regiao 0 farao andar 0 dia ,inteiro. Hotel Canto das Aguas Quartos Standort Single: R$ 195,00 Duplo: R$ 216,00 Superior Singre: R$ 255,00 Duplo: R$ 280,00 Superior Rio Single: R$ 311,00 Duplo: R$ 342,00 Triplo: R$ 429,00 Quadruplo: R$ 516,00 Suite Single: R$ 355,00 Duplo: R$ 394,00 Triplo: R$ 494,00 Quadruplo: R$ 594,00 Quintuplo: R$ 694,00 Suite Superior Single ou Duplo: R$ 820,00 Tarifas de balcao, incluido cafe da ma­ nha, cortesia para uma crian~a ate 6 anos acompanhada dos pais.

Fazendinha: Rua das Pedras, 125 Tel.: (71) 9223-8594 Coso de Bruxa Comidinhas Magicas. Rua do Baderna, 144 Neco's Pra~a Clarindo Pacheco,

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Tel.: (74) 3334-1179 Destino Chapada Turismo Rua lOde Novembro, 14 Tel.: (75) 3334-1484 www.destinochapada.com.br turismo@destinochapada.com.br Hotel Canto das Aguas Av. Senhor dos Passos, 1 Tel./Fax: (75) 3334-1154 www.lencois.com.br reservacanto@lencois.com.br

seus 400 m de altura e magestosa e nas re­ dondezas estao catalogadas mais de 150 cachoeiras com mais de 50 m de altura. o P~o Encantado, que deve ser visitado entre abril e setembro, tem as suas aguas invadidas por um feixe de luz revelando uma incrivel colora~ao azul. Segundo Jose Augusto, do Destino Cha­ pada,o potencial para a pratica de espor­ tes radicais e um dos maiores do pais, os maiores rapeis do Brasil sao encontrados em len~6is. Ele oferece um exclusivo cave jump, irmao do bung jump, realizado no boca de uma cavema. Quem introduziu 0 esporte foi a equipe Nativos do Chapada, bra~ da agencia de Jose Augusto. Mas se a Chapada Diamantina e vasta em recursos naturais, e nao vamos perder tempo em lugares comuns, a mao pesada do homem insiste em querer derrub6-la, mesmo sabendo que ela pede ser 0 seu maior recurso e modo de vida. No periodo de nossa visita, nos sobrev60s para as fotos do Conquest 180, 0 trabalho foi profunda­ mente prejudicado pelos diversos incendios no mata. E vale um picole de Iimao, como diria a Barbara Gancia, se alguem provar que Iodos aqueles focos, tao curiosamente sirnetricos, tern origem no combustao es­ ponronea. Na converso miuda, os comen­ tc'irios sao de que algumas pessoas coloca­ vam fogo no mota para depois ganhar uns trocados, per volta de 80 a 100 reais por dia, combatendo incendios. Simples as­ sim. A bern do verdade e que a Chapada Diamantina e, principalmente a cidade de len~6is, precisa estimular outras atividades


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economicas alem do turismo. J6 h6 sinais de sotura­ <;:60 e poli~cas de gerenciamento como as praticadas em Bonito (Mn, sonho de muito dono de agencia de turismo. Outro caminho e melhorar 0 padrao de ser­ vi<;:os. 0 exemplo e 0 do Hotel Canto das Aguas, inte­ grante da Associa<;:60 de Horeis Roteiro de Charme, que por si sO ja e garan~a de uma hospedagem com muito conforto pelo rigor que a Associa<;:6o exige de seus membros. Carlos, 0 idealizador, saiu de Catan­ duva (SP), e chegou com uma mochila nas costas em len<;:6is. Seu hotel tem cara de caso de campo, muita madeira com p6~na, boa parte delas reciclada. M6­ veis rusticos por tada parte. Uma vasta paleta de co­ res, geralmente fortes, mas usodas com parcimonia, dao 0 tom da decora<;:60 dos quartos e outras de­ pendencias. Um charme extra e 0 barulho de agua. o Rio len<;:6is corre vizinho e e 0 respons6vel pelo batismo do estabelecimento. Bom para dormir e re­ laxar. Por £olar nisso, depois de tonta caminhada em trilhas tortuosos, uma sessOo de massagens a beira da piscina nCia £OZ mal a ninguem. Are na vista porece que foi feito um elabarado trabalho de deeora<;:ao. Desde 0 rio de leito de pe­ dra, are as 6rvores na outra margem, um enorme pe de azaleia (ou ser6 outra?) densomente florida em tom pink e quadro que aparece quando se olha para fora dos quartos. No apartomento 308, 0 maior com 80 m2 , a banheira de hidromassagem fica a beira da janela. Mais um motivo para se esbaldar horas em imersao. 0 roteiro no Canto das Aguas inclui a boa gastronomia do restaurante Azul eo jeito e descobrir se cozinha fusion combina com 0 c1ima da Chapada. Na sugestao, um confit de pato com larania e molho a base de uma redu<;:ao de vinho acompanhado de pure de batata. Outra sugestao insOlita do Chef e um tempur6 de camarao sobre uma cama de risoto de dois tomates. Ambos os pratos estao por R$ 36,00. Essa mistura de Oriente com velha Europa participou do 1 Festival Gastronomico Chapada Diaman~na. Calma, a curiosidade em comer um prato regional pede direcion6-lo ao Neeo's, do Seu Neco, que !em esse apelido desde crian<;:a. Criado na ro<;:a, resolveu £ozer, desde 1986, 0 prato que de via diariamente desde quando moleque de bodoque. No menu !em gad6 de banana da terra, palma refogada, batata da serra e £oro£o de mandioca com couve acompa­ nhando ora um tucunare frito no azeite de dende ora uma carne de sol. Para os nao iniciados, gad6 e um picado refogado de banana ainda verde, a palma eo tal cacto que em secas muito prolongadas e a unica fonte de alimento para 0 gado e 0 sertonejo, e a batata da serra pareee com um nabo, bom para £ozer picles. 0 prato s6 e feito por encomenda e sai a R$ 12,00 por pessoa. Eseja qual for 0 seu prato, ele e mais todo 0 resto da Chapada vai servira um unico prop6sito, 0 de recuperar as energias da alma ever como existe muita coiso para se ver na vida. • 0


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ensaio em voo

TEXTO E FOTOS: MARCIO JUMPEI



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ensaio em voo

Ofhondo meio de longe, voce pode dizer que aquele aviao

eum legitimo Cessna. 0 desenho de seu shape mesda um que de Cessna Skyhawk, uma jonela de Aeronca Champion ou uma ~Oo traseira da fuselagem, meio que derivada do Fleet que exisle 16 na aer'oclube do Rio Grande do SuI. 0 aviao que eslamos vendo, batimdo de Conquest 180, e um Iegitimo pro­ dulo nacional, feilo em Carnpinas ISPI, pela Inpaer - Industria Paulista de Aeronautica. Eum ultraleve con forme a matrfcula PU determina, mas nada de putzgrila voadora como diria 0 Fernan­ Longe disso, 0 aviao de desenho ate academico, asa alta, triciclo, sem grandes firulas mostra finesse em suas li­ nhas. De cara, ele atrai os olhares pelo pr~o. Um aviao de dois lugares com um motor de 100 hp, que voa a uma media horaria de 125 milhas, oferecido par R$ 138 mil. A oferta pede ficar ainda mais interessante sabendo que a fabrica pede parcela-Io em ate 60 meses. Isso mais a papelada, a varia<;ao dos iuros e uma despesa aqui outra ali de impasto, e voce pede ter um aviao par cerca de R$ 3,.4 mil ao meso Com uma entrada de R$

do Almeida.

e

40 mil, as parcelas baixam para cerca de R$ 2,4 mil. De repente, 0 que voce tem na garagem estO saindo mais caro que isso. Mas antes que ache que 0 Conquest e nada mais que um brinquedo para curtir no fim de semana, a HiGH par­ para um verdadeiro raide aereo, para colocar em prova as qualidades desse aviao. Uma Ionga viagem, par assim dizer, com destino a Len<;6is, no Chapada Diamantina (BA), 1.l00 quilometros distante da fobrica em Campinas e quase 11 horas de v60. E no fim dela uma conclusao surpreendente. A Inpaer fabrica 0 Conguest nas versOes 180 e 210. Os nu­ meros fazem referencia a velocidade de cruzeiro de cada um em CJuil6metros. 0 Conquest 210 ainda oferece 0 charme do trem de pauso retranl. A motoriza<;ao fica a cargo de um Rotax 912S de 100 hp, mas atendendo a pedidos, a Inpaer pede instalar

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um Jabiru 3300A de seis cilindros e 120 hp. 0 usado no teste estava equipado com um Rolax 912S e uma helice tripci Ivoprop de material compasto e passo vari6vel. A op;:oo pelo conjunto motriz Rotax sai par US$ 22,5 mil enquanto que um Jabiru e US$ 21,5 mil. acesso 00 interior do Conquest e facil, do mesma manei;a que numa Fer­ rari, 0 ritual pede que se entre primeiro com os gluleos e depais com as pernas. Sem contorcionismo, pais as partas, uma de coda lado, sao grandes 0 suficiente e, para facilitar ainda mais, abrem para cima. Sua cabine e mais espa~osa que um Pelican, mas noo chega a ser um 020u um Mirage G3, outros modelos do mesma categoria, parem com pr~s

o

do Rolax e simples, chave master ligada, uma leve escorvada no unica manete, deixada uns dois dedos do batente mi­ nimo, e gira-se a chave de igni¢C>. Sem pestanejar os cavalinhos acordam facil e sao mantidos se aquecendo a 2.200 rpm. Helice girando e hora de com~r a epapeia. No panto de espera 00 ingres­ so no pista, e feita a checagem do motor e dos comandos. Aos 4.000 rpm confe­ rido coda um dos magnetos. Testar 0 pas­ so do helice e diferente, ha umo teela no painel que seleciona do passo minimo 00 maximo. Esta certo que, assim no base do tee, tee, tee, diminuiu 0 custo de mais uma manete e economizou peso e espa­ ~, ja que 0 controle e lodo e1etrico, mas fazer 0 ajuste no ouvido, ou olhando as

e

o ~m de 'iiCIS'"

como eseo , deecobrlr

een6rIos que cOmbinom per[eifOme(tNt com

a graclolldade do Conques' 180.

bem diferentes. Os assentos, em couro bem acabado, tern ajuste longitudinal. No painel nada de surpresas, bem con­ vencional, estava equipado com instru­ mentos anal6gicos fornecendo os para­ metros de motor, variometro, velocidade, transpander, radio, bussola e...mp3. Sim, da para voar com a sua trilha sonora preferida. No parle de Iras, ai sim uma surpresa. 0 espa~ para as bagagens e bem generoso, respeitando a questao do peso, cabem facil as malas necessarias para um casal viajar. Faltou sO mesmo uma redinha para evitar que os objetos voassem durante turbulencias. A partida

varia~Oes de rotat;6es do motor pode, no

minimo, requerer um certo hcibito. Para quem rea Imente noo quer ter Irabalho ha a opc;:oo de instalar um governador ele­ Ironico que mantem a rota¢o constante no helice. 0 equipamento sai no faixa de US$ 250,00. Jci alinhados, e hora de ver 0 que 0 Conquest 180 vai fazer nos pr6ximas ho­ ras. Manetea pleno, 5.200 rpm, eo bicho com~ a corrida pela pista. Lembra um pauco um Cessna 150. Pouca corre¢o de pedal e a 60 e paucas milhas 0 nariz se ergue para seguir a primeira perna do viagem com destino a Divin6palis (MG).


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o dia apesar de nublado com a chegada de uma frente fria, mostra-se calmo, a subida e tranquila mantendo 4.800 rpm e uma velocidade de 75 mph. relato da vias-em em si e quase que mon0c6rdio, simples­ mente noo howe nenhum foto mais relevante a ser anotado. Em todas as quatro etapas, entre Campinas, Divin6palis, Montes Claros, Bom Jesus da Lapa e Len~6is - nosso destino final, 0 Conquest 180 se compartou de forma soberba. A media de velocidade indicada foi de 100 mph, sendo que, com rela~oo ao solo variou entre 92 e 110 mph. A altitude basicamente foi mantida aos 6 mil pes. 0 Rotax nem deu bala e foi econ6mico, manteve um apetite de foquir consumindo de 18 a 20 litros de gasolina par hora de v60. Com os 103 litros que cabem nos tanques do Conquest 180, seria passivel realizar pernas de ate quase 5 horas de v60, sobrando 45 minutos de reserva. Mas para noo sacrificar muito 0 conforto dos ocupantes e para ter uma boa reserva de combustivel em caso de altera~o de nossa rota, optamos par fozer etapas de no maximo 2h40m. A primeira vez que tive um contato com 0 Conquest, foi iusta­ mente no primeiro exemplar produzido, mas da vers60 160 com asa mais bojuda e que noo e mais fabricado. Daquele v60 para este, deu para notar que 0 pessoal da Inpaer tem melhorando constantemente 0 seu produto. As rea~ aos camandos, que antes pareciam meio moles demais, agora estao mais de acordo com 0 que se espera de um avioo. Mais assentadas ou mais Ces­ sna, diria alguem. Um detalhe ainda resta. 0 Conquest voa com o profundor picado, e e visivel ve-Io abaixado. Segundo 0 fobri­ cante, essa atitude e provocada no medida em que se aumenta a velocidade, 0 que consequentemente, segundo 0 fobricante,

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No letne poderlo haver um compensador. No bagageiro, de fc!Jcil oce$So, muilo espolj:o para as motQ$ de duos pessoos. A grande 6reo de lonelas CI p6ra-brlsQ garanlem, alem do boa vislbilldode, a sensa~o de maior espalj:O no coblne.

muda 0 centro de pressao da asa. Para continuar 0 v60 nivela­ do e necessario entao manter 0 profundor ligeiramente picado. Mas sera que um meio termo na incidencia da asa ou do pr6prio profundor noo resultaria numa atitude mais neulra, com menos arrasto e quem sabe ganhando alguns quil6metros par hora? Noo ha muita discrepancia entre as rea~Oes de pedal e ai­ lerons, como dito antes, 0 avioo e bern convencional, ate mesmo no seu modo de voar. Noo da sustos. Fora isso, talvez um com­ pensador no leme serio bem-vindo. No primeiro Conquest isso ja se mostrava necessario. Uma coisa e permanecer com 0 pedal cale;:ado para manter a proa em pequenos tumos de pista, outra coisa e ficar horas nesse ritrno com um vento de traves Ihe impar­ tunando. Pelo menos um compensador de arfagem est6la. Este se mostrou meio temperamental, uma dose um pauco maior e la vai o nariz para cima ou para baixo. Mas nada que um costume noo resolva. Enquanto sao feitas essas observa~Oes, a viagem passa sobre 0 perfil do Brasil sobrevoando a caatinga que com~ a aparecer depais de Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. Nessas horas abre 0 tempa para pensar um pauco mais sobre



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leMA

r' CNICA INPAER CONQUEST 180

Fabricante: Inpaer . Industria Paulista de Aeronautica Pr~o da aeronave ensaiada: R$ 138 mil Motor: Rotax 9125 de 100 hp Capacidade: 1 piloto + 1 passageiro Envergadura: 9,7 m Comprimento: 6,5 m Capacidade dos tanques: 103 I Peso vazio: 400 kg Peso mciximo de decolagem: 750 kg Velocidade maxima de cruzeiro: 125 mph Velocidade de estol: 35 mph (full flap), 45 mph (sem flap) Distancia de decolagem: 150 m Distancia de pouso: 100m Alcance maximo: 720 milhas Razao de subida: 800 pes por minuto

ONDEACHAR

www.inpaer.com.br Tel.: (19) 3246-3530 (19) 9609-7749

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o Conquest. Erealmente um projeto interessante e valido. Chegando a Leni;6is os numeros surpreendem, foram consumidos 202 litros de combustivel, um gasto de R$ 750,00 em pouco mais de 10 horas de v60. Poderiamos ter feito tudo num dia sO se nco Fosse 0 servir;:o ca­ pengo prestado pelo controle de Belo Horizonte durante a escala em Divin6polis. Levar duos horas para conseguir falar com eles via tele­ fane pora fazer um plano de v60 pora seguir a Montes Claros foi por demais do conta. Isso gerou um atraso que foi cobrado em Bom Jesus do Lopo, onde chegamos em cima do pOr-do-sol. Como aeronaves experimentais nco podem voar a noite, tivemos que fazer um pernoite a contragosto antes de completar a ultima etapo de apenas 1h30m. Mas descartado esse contratempo, somando 0 tempo em solo, um lanchinho aqui, manutenr;:co e depreciar;:6o, a viagem custou um pou­ co menos que 0 dobro gasto em combustivel. Valor meio parelho se a mesma viagem Fosse feita de carro com a vantagem do menor tempo gasto. 0 tempo de viagem Foi semelhante se a mesma Fosse feita de componhia aerea, e of vale lembrar, dependendo do temporada e de onde voce estiver, nco ha v60s diretos para a Chapoda Diamantina, obrigando a fazer uma escala em Salvador e de la seguir are Lenr;:6is de onibus ou de carro. Uma viagem de 4 horas. 0 acesso de Con­ quest 180 foi mais vantaioso. Dez horas voando de Conquest canso? Canso, mas nem tanto! Ficar sentado no sofa de sua sola por 10 horas vai cansor tambem. 0 conforta de cabine surpreendeu, mesmo em etapas onde a temperatura era elevada, em Montes Claros, por exemplo, fazia 42"C. A senso¢o era de ter feito uma viagem de carro sO que pelo tempo 9Osta, em 10 horas eu teria soido de SOo Paulo e chegado um pouco alem de Belo Horizonte. Se Fosse pora melhorar 0 Conquest 180, eu diria que a sugestao de colocar um turboequalizador no motor, como 0 do Cirrus, conforme a indaga¢o de um possorinho verde ou mesmo um painel digital, leia-se Garmin G3oo, seriam mais do que bem-vindas, ainda mais nesses tempos de Cessna Skycatcher. A Inpaer se prepara, e em pouco tempo estara chegando 00 mercado 0 Excel, modelo com tres lugares. 0 resto, meu caro leitor, e por sua conta a missco de poder soir por ai desbravando cantos tao magicos como os do Chapada Diamantina. •


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