Museu Virtual de O.almologia Sociedade Portuguesa de O.almologia
Missão • Reunir imagens relativas a equipamento, peças e livros de colecionadores privados e institucionais que revelam a história da oftalmologia portuguesa e internacional. • Sempre que possível, as peças estarão devidamente identi=icadas por designação, fabricante e colecionador. Acompanhar-‐se–ão de texto ilustrativo acerca do seu(s) autor (es), da sua génese, do seu fabrico, da sua evolução histórica, da sua manipulação e das suas aplicações em oftalmologia.
Visão • Pretende-‐se que este seja um espaço virtual aberto à comunidade de oftalmologia mas também ao público em geral. • Será um espaço cuja autoria se prevê partilhada por todos os colecionadores individuais ou organizações que queiram associar-‐se e apresentar as suas peças aos seus pares e ao público em geral. • Bastará manifestar o seu desejo e vontade de colaborar junto dos órgãos de comunicação da SPO.
Valores • É nossa intenção desenvolver futuramente conteúdos e eventos que permitam e facilitem experiências educacionais temáticas com base nas referidas peças, contribuindo assim para o enriquecimento da história e da cultura oftalmológicas.
Coordenação Helena Prior Filipe Isabel Almasqué
1. OFTALMOSCÓPIO DE HIRSCHBERG Isabel Almasqué
Introdução: Antes da invenção do o.almoscópio muito se especulava acerca do que estaria por trás do “buraco negro” misterioso que representava o oriDcio pupilar. ExisHam numerosas teorias que pretendiam explicar a razão pela qual a pupila parecia luminosa em determinadas condições. Alguns pensavam ser um fenómeno de fosforescência, outros atestavam que a luz absorvida durante o dia pelo globo ocular, irradiava na escuridão, outros ainda pensavam ser um fenómeno eléctrico relacionado com a acHvidade das células nervosas.
Mas foi Bénédict Prévost, professor de filosofia na cidade francesa de Montauban que, em 1810, explicou que a pupila só adquiria um aspecto luminoso quando uma fonte de luz exterior penetrava no globo ocular. Embora a descoberta do o.almoscópio seja oficialmente atribuída ao alemão Hermann von Helmholtz em 1851, sabe-‐se que, em 1847, o matemáHco inglês Charles Babbage, Hnha já construído um instrumento que conHnha os elementos essenciais do futuro o.almoscópio: uma fonte de iluminação, um espelho para reflecHr essa luz no fundo ocular e uma lente para corrigir as ametropias.
Após 1851, foram muitas as variantes introduzidas no o.almoscópio de Helmholtz na tentaHva de melhorar a observação do fundo ocular. Nomes como Ruete, Meyerstein, Coccius, Jaeger, Liebreich, Burow, Anagnostakis, Hirschberg, Loring e muitos outros ficaram para sempre ligados à história deste instrumento.
As imagens mostram um o.almoscópio de Hirschberg (1) de cerca de 1880, composto por uma haste de marfim e duas cabeças separadas: a primeira é composta por um espelho reflector perfurado no centro, com uma inclinação de cerca de 60º, tal como no o.almoscópio de Helmholtz, e um suporte para colocar uma única lente para correcção das ametropias; a segunda, que representa já um avanço técnico em relação à primeira, tem um espelho reflector perpendicular à linha de observação, com um oriDcio central, à frente do qual se podem interpor lentes posiHvas ou negaHvas de várias potências através de dois discos de Rekoss intermutáveis que rodam à volta de um eixo central, semelhantes àqueles que ainda hoje se uHlizam nos o.almoscópios directos. Foi este passo que veio permiHr uma visualização mais níHda do fundo ocular.
(1) Julius Hirschberg (1843-‐1925) – O.almologista alemão. Inventou o termo campimetria para denominar o estudo do campo visual numa superDcie plana; em 1879, foi o primeiro a usar o electro-‐íman para extrair um corpo estranho do globo ocular; em 1886 desenvolveu o teste de Hirschberg para estudo do estrabismo; autor de Geschichte der Augenheilkunde, história da o.almologia em onze volumes, que escreveu entre 1899 e 1917.
Oftalmoscópio de Hirschberg (1880) Haste de mar:im, duas cabeças separadas e dois discos de Rekoss
OCalmoscópio de Hirschberg (1880) Cabeça com espelho côncavo, cabeça com espelho inclinado e discos de Rekoss com lentes posiRvas e negaRvas.
OCalmoscópio de Hirschberg (1880) Cabeça com espelho côncavo e disco de Rekoss montado.