O POPULAR 1ª Edição de 2015 - Distribuição Gratuita
“O congresso que achei mais interessante e que mais tenha ficado na minha memória, foi aquele em que o Paulo Portas tomou conta do partido. “ - Pág. 4 a 9 - Editorial A Juventude Popular celebra os seus 40 anos pág. 2 e 3
- Testemunhos de ex - militantes da JP Dr. Durval Tiago e Dra. Rosária Oliveira pág. 10 a 13
- Opinião Popular Tiago Vaz Barbosa e André Fernandes pág. 16 e 17
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_____________ Editorial _____________ A Juventude Popular celebra os seus 40 anos
A missão do CDS e da JP da Concelhia de seus primórdios, em 74, e os dos anos Famalicão, sempre foi o de se apresen- 90. tar como uma estrutura politica dinâmica e presente nas diversas atividades e A Juventude Centrista era à data da acontecimentos do país e do concelho. sua fundação a única estrutura politica não socialista, mantendo-se sempre fiel A concelhia da JP de Famalicão, outrora à sua ideologia democrata cristã e que JC, foi o grande pulmão impulsionador sempre se pautou pela sua independêndesta estrutura a nível nacional, tal cia e capacidade de ter um espírito critcomo aconteceu no CDS. Famalicão foi o ico, sendo uma estrutura autónoma do palco da primeira apresentação pública CDS. Motivos suficientes para que nos “pacífica” da JC, em 1974, pois decorreu primeiros anos de democracia fosse sem que acontece-se as habituais inter- atacada pelas estruturas de política de rupções, como até então, as invasões de esquerda e extrema esquerda. simpatizantes e militantes dos ideais comunistas. Relembramos hoje o patrono e presidente honorário da JC, Adelino Amaro Desta forma, a apresentação ocorrida da Costa (vice- presidente do CDS foi no nosso concelho constitui o marco, o sempre muito ligado à JC, estrutura pela ponto de viragem, entre o permanente qual tinha especial carinho), que nos ataque comunista e o pacífico convívio deixou para sempre uma frase que nos democrático no país do CDS e da JC. inspira mesmo nos momentos mais difíceis, “Há que ter confiança no futuro, a Ao longo destes 40 anos os jovens cen- juventude não é instalada”. tristas souberam sempre afirmar convictamente as suas posições, quer no A JP, que no nosso concelho sempre partido quer fora dele, acompanhando esteve particularmente ativa, formou-se todas as fases do partido, mesmo em com base nos valores democratas-cristempos difíceis como o foram os dos tãos, no conservadorismo dos militantes que ideologicamente alertaram para as
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consequências das decisões politicas sucessivamente tomadas, que preconizavam o previsível desfecho das mesmas (antevendo, o que infelizmente nos aconteceu). Foram aos jovens democratas-cristãos, que se incumbiram do combate às ideologias socialistas , que desde cedo alertaram de que “O Socialismo dura até acabar o dinheiro dos outros”. A falta de consciência deste facto trouxe as consequências que todos sentimos, quer em tempos em Famalicão, quer no País. Hoje a Juventude Popular de Famalicão continua a ser um exemplo, quer na relação com os seus antecessores, quer com as atuais Comissões Políticas Distrital e Nacional onde tem diversos representantes, tendo evidenciado um papel cada vez preponderante nas políticas de juventude apresentadas em cada uma das estruturas. Atualmente a juventude popular para além de manter um papel importante na defesa dos interesses dos jovens famalicenses, levando a cabo politicas de juventude e apoiando os candidatos que melhor defendam essas políticas, trabalha ativamente ao nível das assembleias de freguesias e municipal por uma política mais adequada aos interesses dos jovens e por uma politica direcionada para os jovens e para o futuro de um concelho, de uma região e de um estado de uma nação com mais de oito séculos de história.
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____________ Entrevista ____________ Dr. Camilo Freitas
P: Quando é que foi eleito deputado da Assembleia Nacional?
da misericórdia, queria ser o presidente da Câmara e decidiu candidatar-se. É tudo muito complexo. Houve ali algumas lutas. O padre Benjamim Salgado era presidente da Câmara, ocorreu um movimento para o afastar e o Amadeu Mesquita colocou-se como candidato substituinte, mas ao nível do que representava a União Nacional e eu não concordava muito com essa candidatura. No tempo em que o Santos da Cunha era, na altura, governador civil e, portanto, tinha muita influência junto do governo, de Marcello Caetano. E então foi buscar o Manuel João Dias
Quando aconteceu o 25 de Abril, eu era deputado da Assembleia Nacional, no tempo de Marcello Caetano, embora tenha sido deputado durante um período muito curto. Eu entrei após as “Eu tinha sido também um dos propost eleições legislativas de 1973 e fiquei até à minha beira e disse: “Preciso de arran ao 25 de Abril. Foram uns quatro meses e meio. Costa. Eu tinha sido também um dos propostos pelo Amadeu Mesquita, que P: Como é que encontrou Famalicão chegou à minha beira e disse: “Preciquando chegou da Guerra do Ultra- so de arranjar um vereador”. Eu bem mar? não queria ir, estava a chegar, tinha de pôr a minha vida em ordem, mas o que Eu cheguei da Guerra do Ultramar em aconteceu foi que acabei por aceitar. 1967 e encontrei, em Famalicão, uma Também acontecia que o padre Bencerta agitação. Mudou o presidente jamim Salgado estava ofendido por ser de Câmara. O presidente de Câmara, afastado. Ele (Mesquita) também era o daquela altura, passou a ser o Manuel presidente do orfeão com o padre BenJoão Dias Costa e criou-se, entre as os- jamim. O ambiente não estava nada fates, um certo litígio. E então, o senhor vorável à situação, mas acabei por ser Amadeu Mesquita, que era o provedor logo aproveitado para a vereação que afinal ficou com Dias Costa.
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P: Chegou então a apoiar o candidato P: Entretanto deu-se o 25 de Abril… Amadeu Mesquita? Quando chegou o 25 de Abril, eu esEu cheguei a ser apresentado como fa- tava na Câmara como vereador e eszendo parte da candidatura dele (Mes- tava como deputado (na Assembleia), quita), mas depois não fui a eleições. porque o Dr. Dinis D’Orey tinha um plaAs eleições também não existiam nesse no muito grandioso. Também estava a tempo. A eleição era dentro de um con- pensar que aquilo era um ponto de parcelho municipal, que eram só 12 pes- tida para a vida dele. E eu era de todos soas. Digamos, o representante dos os vereadores, aquele que estava assim sindicatos, uns que eram eleitos e outros mais a jeito para o apoiar. De maneira que não eram, e de todas as freguesias. que precisávamos de uma pessoa em E nessa eleição que eram 12 eleitores Lisboa e lá tratou de me convencer. só, o Amadeu Mesquita foi derrotado e No meio daquilo houve uma ruptura no arranjaram o Dias Costa para servir (a partido do Governo, a União Nacional, presidência), o que também foi assim que nessa altura já se chamava ANP, um bocado forçado. Mas sei que nessa Acção Nacional Popular e foi o Artur altura, acabei por pertencer à vereação, Melo, pai do Nuno Melo, que era muito meu amigo, que ficou a presidir ao partitos pelo Amadeu Mesquita, que chegou do do governo, a continuidade da União Nacional. O Marcello Caetano mudou njar um vereador”. “ os nomes, mas manteve praticamente sem me escolherem, numa situação um o espirito e a estrutura que existia. O bocado desarticulada. Artur Melo estava comigo no hospital e ambos praticamente dirigíamos o hosP: Acabou então por ficar na vereação pital. Ao elaborarem-se os primórdios com o Dr. Manuel Dias Costa… do 25 de Abril, é que também aconteceu entrarmos em colisão com a mesa. E depois também aconteceu de passar O director clinico zangou-se com o propara o Dr. Dinis D’Orey, que acabou por vedor, e quem acabou por ser castigado ficar com os vereadores do Dias Costa foi o provedor, que naquele caso, se cale isto também foi outra guerra feita a har não tinha tantas culpas quanto isso. nível não de eleições, mas de influên- Isso fez com que fosse um momento cias do Ministério de Administração in- apropriado para a política. terna. Alguns vereadores acabaram por se manter com o Dr. Dinis D’Orey.
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P: Assim se iniciou a sua vida política, fui administrador do hospital e director já com filiação partidária? clínico. A primeira coisa que eu vendi foram 50 porcos. Estávamos sem diSem partido, aliás eu até era da es- nheiro. Quando isso aconteceu, nós querda. Tinha esperança no Marcello eramos só seis médicos, e alguns deles Caetano. Se fosse anterior ao Marcel- já estavam muito idosos e já não davam lo Caetano, não teria entrado (na As- muito rendimento. sembleia Nacional) por uma questão. Passado bem mais de um ano, já depois Eu cheguei a pertencer ao Movimento do 25 de Novembro, é que acedi outra Militar Democrático, que tinha por trás vez à política. Por me virem pedir e ino Partido Comunista. Embora eu não sistir, e eu tinha cá um bichinho que me fosse comunista, até era católico prati- puxava para aquelas actividades. E acacante, não alinhava com o comunismo. bei por voltar outra vez. Tinha pensado O que aconteceu é que eu me eviden- que nunca mais me metia em política, ciei com o pelouro da cultura, que me que só me trazia trapalhadas. dava uma maior margem para ter iniciativas e para me destacar dos outros. “ O meu ponto de vista era de que o país Isso fez com que, quando aconteceu uma política democrática e, ao mesmo o 25 de abril, fosse saneado de todos Igreja.” os sítios. Na altura, era director clínico no hospital, era vereador e era deputado. Foi um saneamento logo a todas as P: O que é que o motivou a voltar à actividades que eu tinha. Isso fez com vida política? que, quando aconteceu o 25 de abril, fosse saneado de todos os sítios. Na alSabe também lia muito e as pessoas tura, era director clínico no hospital, era que lêem muito, acabam por pensar vereador e era deputado. Foi um sanea- que têm capacidade de influenciar e mento logo a todas as actividades que de serem eficazes em fazer coisas. E eu tinha. De maneira que achei que o depois sempre tive aquela experiência melhor era tratar do meu consultório e quer aqui, quer em África, que foi muinão pensar mais em política. to eficaz, de muito bons resultados. Fui o primeiro médico em Moçambique ou P: Nessa altura saiu do hospital? o segundo que teve medalha de prata de serviços distintos porque organizei o Não saí do hospital, porque se eu hospital á e sempre senti que tinha pensaísse, o hospital não teria médicos, dor politico, também isso contribuiu. apesar do hospital já se ter modificado radicalmente. Houve um tempo em que
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P: O que esperava fazer pelo país, pelos e depois houve sete anos sem haver portugueses, quando decidiu entrar na eleições no CDS. O Dr. Almeida Pinto e vida política? os seus comparsas achavam que não era preciso haver eleições e depois quando O meu ponto de vista era de que o houve eleições foi quando eu apareci. país só sairia da situação se adoptás- E fui derrotado por dois votos, sem eu semos uma política democrática e, ao ter lá ninguém a acompanhar as contas. mesmo tempo, seguindo a doutrina Ou melhor, eu teria, mas não tinha consocial da Igreja. E o partido para o qual fiança. Estou convencido de que aqueeu poderia entrar era para o CDS. Quan- les dois votos eram meus. Eu impugnei do surgiu a ocasião, foi por essa altura. as eleições, mas nunca houve resposta. Altura do Dr. Durval Ferreira… Depois Candidatei-me para presidente da conhouve aquela situação em que entrou celhia contra o Almeida Pinto. Depois o Agostinho Fernandes como vereador também a partir daí fiquei um bocado que dirigiu aquela fase em que o presi- distanciado.
s só sairia da situação se adoptássemos o tempo, seguindo a doutrina social da dente da Câmara era o Antero Martins. Os que estavam na altura à frente do CDS resolveram ir sozinhos, mas também houve uma divisão e eu não concordei, porque assim iriamos perder as eleições, para o Agostinho Fernandes, nessa equipa que esteve antes no PSD, era também vereador e tinha o pelouro da cultura. De tal maneira que fez um bom trabalho e deu a sensação de que ele iria vencer, até porque o candidato do PSD nessa altura, não tinha brilhado, tinha sido muito apagado. Era de prever que o Agostinho Fernandes se erguesse, pois já tinha demonstrado que tinha capacidade. Nessa altura, saí. Depois foi o Agostinho Fernandes, quando ganhou,
“O que aconteceu é que eu me evidenciei com o pelouro da cultura, que me dava uma maior margem para ter iniciativas e para me destacar dos outros.”
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P: Nesse período em que volta novamente ao CDS e desde então, em que já está no CDS, até aos anos 90, ou mesmo até agora, o que é que mais o marcou a título político, ou seja, algo que tenha feito, algum incidente que tenha ocorrido em Famalicão, que tenha algum significado? A ideia que me fica foi sempre do desgosto da ineficácia do partido. Nunca chegou a ocupar a posição que lhe corresponderia. Por consequência, deu-me algum desgosto e nunca me senti muito inserido, nem nenhuma linha de acção que tivesse apoiado, ou não lhe atribuía valor. Passei por algum período de certa relevância, mas sempre fui muito tímido, muito apagado, com pouca afluência a falar, pelo que apreciava em ficar no interior a organizar as coisas, do que propriamente… Bem me queria apresentar para trabalhar, mas também não havia ambiente para trabalhar. P: Em termos de panorama politico em Famalicão, havia grande agressividade? Era diferente o panorama político em Famalicão do que no resto do país?
P: Falou num certo desgosto e ineficácia do partido. O que acha que o partido poderia ter feito para conseguir alguma eficácia e influência no país? Nós ainda não percebemos o esquema de funcionamento. No principio, até havia hipóteses de uma pessoa ir fazer um curso à Alemanha. Tinham uns colégios que davam formação de 15 dias a quem quisesse. Até haviam bolsas para uma pessoa não gastar dinheiro na deslocação. Não soube de ninguém de Famalicão a ir lá, passava despercebido. Sei que os de Braga foram. Perder
“Estava, quando eles foram baleados e bala, estava mesmo em frente ao portã estas oportunidades davam-me pena, não havia ninguém capaz de influenciar as pessoas. O que todos precisávamos era de uma formação e aprendermos a falar. Chegamos aos dias de hoje e ainda estamos na mesma. Ainda estamos sem pagar quotas, não há um mínimo de organização… E ter uma associação como a nossa sem dinheiro é condená-la ao insucesso. Sem dinheiro nunca se faz nada e o dinheiro é só para dar brindes nas campanhas. É sinal que ainda estamos no princípio.
Acho que não, a luta foi sempre com o partido socialista, que rapidamente tomou conta do poder e depois foram P: Na altura do ataque à sede do PCP, 20 anos sem grande chances de o recu- estava presente? perar e o PSD também estava um pouco apagado. Estava, quando eles foram baleados eu estava perto, podia ter apanhado a
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bala, estava mesmo em frente ao Caetano era menos democrático que portão. Salazar e ficou furioso quando se terminou o indigenato nas colónias. P: E qual era o sentimento que lá se sentia? P: Tem alguma história que recorde de algum congresso, que recorde das Era o sentimento que estávamos a várias eleições dos vários presidentes? cair no comunismo e as pessoas não se apercebiam. As pessoas achavam que O congresso que achei mais interesfalar no comunismo era um exagero. O sante e que mais tenha ficado na minha assalto foi todo preparado, havia agen- memória, foi aquele em que o Paulo tes e oficiais do exército na organização. Portas tomou conta do partido. Um dos agentes teve de se pôr debaixo da mesa com medo de ser assassinado. P: Sente que o partido mudou com a Havia muita ignorância, nem se sabia os entrada de Paulo Portas?
eu estava perto, podia ter apanhado a ão.” perigos que corriam. O Spínola, quando foi o 11 de Março, já estava aqui a ver se organizava uma contra-revolução para derrubar o sistema. Depois ele foi para Espanha. Na altura, isto era feito na clandestinidade.
P: Teve alguma relação com Adriano Moreira ou com antigos presidentes do CDS? O professor Adriano Moreira foi o único que conheci, porque tínhamos um colega em comum. Ele era altamente contrário a Marcello Caetano e quando me conheceu quis conhecer pormenores do que lá se passava, porque o Marcello Caetano estava completamente desapoiado de toda a gente. Marcello
O Paulo Portas está muito bem preparado, é muito inteligente e está apto para o serviço. Há qualquer coisa nele que o obstaculiza. Nunca o CDS teve tanta oportunidade para subir de posição. Nós agora temos uma certa base de filiados, agora temos material para daqui a dez anos estarmos aí com muita força. Até porque o PSD é um partido que vai acabar por implodir e nessa altura só lucraremos. Esta vertente da direita e da esquerda vai ser cada vez mais viva e violenta. P: Considera que o CDS hoje em dia é um partido mais democrata cristão ou mais liberal? Deixou de ser democrata cristão. Mas os democratas-cristãos ainda estão lá dentro. É preciso atingir um certo nível para conhecer.
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__ Testemunhos de ex-militantes da JP __
Dr. Durval Tiago A Comissão Concelhia da Juventude Popular de Vila Nova de Famalicão teve sempre um papel interventivo na política local, desde a fundação do CDS/PP. Sob a minha presidência, nos anos de 1992 a 1994, a então “JC” conseguiu o feito inédito de ganhar por duas vezes consecutivas o prémio Adelino Amaro da Costa, destinado à melhor estrutura concelhia a nível nacional.
político, que culminou com as eleições autárquicas de 1993.
Nesses 2 anos, além de uma enorme campanha de filiação, fizemos uma
Foram anos de muito trabalho e dedi-
Recordo-me que, à época, o Presidente da concelhia da Juventude Social Democrata era o Jorge Moreira da Silva, hoje Ministro do Ambiente, cujas capacidade políticas eram já notáveis, revelando, contudo, dificuldade em acompanhar o dinamismo da JC!
“Sob a minha presidência, (...), a então “JC” conseguiu o feito inédito de ganhar por duas vezes o prémio Adelino Amaro da Costa” oposição cerrada e permanente ao poder autárquico de hegemonia socialista. Editamos o jornal “O Popular”, vencemos em diversas associações de estudantes, promovemos uma campanha em favor do comércio tradicional, entre outras iniciativas que colocaram a Juventude Popular no centro do debate
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cação, depois seguidos pelas Comissões Políticas ulteriores, cujos dirigentes se veram a revelar excelentes políticos muitos deles com resnsabilidades , autárquicas, como o Ricardo Mendes, Kenny Costa e Isaque Pinto.
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Dra. Rosária Oliveira Com pouco mais de quinze anos iniciei o contacto com a vida política, e isso foi já há cerca de 35!!! Contrariamente à tendência dos jovens do meu tempo, filo no CDS. Á data a militância de esquerda era moda, pois a sociedade ainda estava no rescaldo do 25 de Abril. Filha de um centrista fervoroso, não pude filiar-me logo que me apercebi de que partilhava as ideias defendidas pelo CDS porque o meu pai me disse que só o poderia fazer quando atingisse a maioridade e tivesse a certeza absoluta que era exatamente essa a minha ideologia. Assim me ensinou que não há nada pior que mudar de ideologia politica. Extrememente interessada mas sem acesso aos meios disponíveis hoje, fui aprofundando as ideias e ideologias perfilhadas pelas outras tendências políticas, o que me levou a identificar a solidez da minha decisão.
mudanças e o meu futuro e de tantos outros estava nas nossas mãos. Assim, revelava-se importante promover a educação cívica, esclarecendo os cidadãos, principalmente os jovens, da doutrinação política que defendiamos para que assim melhor decidissem o que pretendiam de si próprios, da sociedade e das próprias instituições públicas e, depois de esclarecidos e cientes dos seus direitos e obrigações, exigirem a si próprios e aos outros a aplicação prática dessas ideologias, através da participação activa na politica. Isto contrariava praticamente tudo aquilo que era genericamente defendido pelos outros partidos, que no falso argumento de defesa da igualdade entre os cidadãos, igualdade essa que se verificara já impossível com a falência ideológica dos países de Leste, pretendiam impedir o acesso dos cidadãos á formação e, como tal, o acesso á participação politica, deixando esse papel para poucos....
Logo que pude, filiei-me na Juventude Centrista e, iniciei a militância activa pois entendi que era necessário e urgente defender os ideiais com que me identifi- O CDS e a Juventude Centrista sempre cava, tanto mais que a sociedade estava defenderam o direito à diferença, promoveram as discussões ideológicas, no caminho de enormes mas incertas
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respeitando sempre as minorias e defendendo os desprotegidos. Sempre recusaram a política do “rebanho” e de seguir o que era moda e chamavam todos á intervenção pública, tal como estava plasmado nos seus estatutos. O trabalho levado a cabo pelos jovens centristas no nosso concelho e distrito cedo se revelou de extrema importância e rapidamente as nossas ideias se fizeram ouvir. Muitos foram os comícios, as sessões de esclarecimento, as reuniões, os contactos porta-a-porta, aos quais os cidadãos rapidamente aderiram e fácilmente participavam nas nossas inciativas, pois entendiam o seu fim. O trabalho foi desenvolvido com enormes sacrifícios mas também com o gozo da sensação do dever cumprido, quer a nível distrital quer nacional e tantos foram os conselhos nacionais, os congressos, os cursos de formação de quadros, tantos os dias de campanha, tantas horas e tantas noites de colagens de campanha eleitoral...
nossos comícios eram constantemente ameaçados, as nossas caravanas eram apedrejadas. Um nosso jovem dirigente viu o seu carro destruído com uma bomba, em frente à sede. Mas nada nos demoveu, pelo contrário, deu-nos alento e motivação para continuar. O trabalho levado a cabo por nós nos anos 80, era já a continuação do iniciado por outros, nomeadamente pelo saudoso Adelino Amaro da Costa, e revelou-se essencial porque nesse tempo, (e, por ironia tal como hoje) os jovens aperceberam-se do pior modo, que a politica de esquerda praticada pela governação não era a política que queriam para o seu país porque não lhes dava garantias
“O trabalho levado a cabo por nós nos a por outros, nomeadamente pelo saudo de futuro nem defendia os cidadãos.
Nos anos 80 como hoje, foi o Centro Direita que teve de solucionar os problemas sociais que a irresponsável politica de esquerda causou no país e na soO trabalho político levado a cabo, o ciedade. contacto individualizado com os cidadãos e a divulgação das nossas ideias, Porque o país é nosso e nele viviamos acabaram por fazê-los perceber a sua e pretendiamos construir o futuro, os importância e identificaram-se com as membros da Juventude Centrista dos mesmas, o que levou á implantação de anos 80 puseram mãos à obra e lutaram nucleos de jovens centristas em cerca com todas as suas forças para melhorar de metade das freguesias do concelho. as condições de vida dos cidadãos e conseguiram-no porque entretanto se O nosso trabalho foi muito difícil, os viveram anos aureos com as politicas de
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centro direita a ter forte intervenção na tanto mais que a recente politica de essociedade. querda lhes retirou esperança de estabilidade e progresso. Actualmente, estamos a pagar novamente pelos erros originados pela imTodos revelam preocupação pelos plantação de politicas de esquerda, nas mais desfavorecidos, pelos idosos, pequais uma vez mais os valores sociais e los jovens, pelas minorias. Mantém-se o os cidadãos foram esquecidos. empenhamento na tomada de medidas Eu deixei de ser militante ativa há cerca de 20 anos por motivos pessoais e profissionais, mas outros continuaram o trabalho e esse trabalho deu frutos porque o CDS e a Juventude Centrista entretanto viram a sua militancia aumentada, participatam no governo, nas autarquias e têm voz activa em diversas instituições.
anos 80, era já a continuação do iniciado oso Adelino Amaro da Costa” Recentemente voltei a contactar com a juventude centrista, porque o meu filho, sem qualquer influencia minha, a ela aderiu fazendo-me reviver os tempos passados. Fiquei contente e orgulhosa porque me apercebi que estes jovens e a sua politica mantêm os ideais e as preocupações que tínhamos perfilhado e que o seu desprendido empenho tem dado frutos, pois apesar de a sociedade estar muito diferente de há 35 anos, ainda têm necessidade de lutar pela sua ideologia e pela implementação das ideias que defendem, apesar das preocupações e incertezas quanto ao futuro,
para a melhorar a formação cívica e social e para a defesa dos ideais cristãos. Quer o CDS esteja ou não no governo ou no comando das autarquias, os jovens centristas não desarmam. É assim com orgulho que verifico que o trabalho do meu pai, o meu e o de todos os outros que há cerca de 40 anos defendem a ideologia democrata-cristã deu frutos e serviu para promover o equilíbrio da nossa sociedade e tenho a certeza que o do meu filho e o de todos os outros que agora abraçaram tal missão (porque de missão se trata), continuarão a fazer a diferença na nossa sociedade e promoverão o equilíbrio, pelo que é também nossa missão apoiá-los sempre.
“Quer o CDS esteja ou não no governo ou no comando das autarquias, os jovens centristas não desarmam.”
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___ A JP na Assembleia Municipal ___
tos mereceriam aqui espaço, há um que pela importância e resultado da votação não pode deixar de ser abordado. Como é do conhecimento público foi recentemente concluído o processo negocial conduzido pelo Grupo de Trabalho Alvarinho, que com o patrocínio do Governo e da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, visou resolver a questão do alargamento da Denominação de Origem Controlada (D.O.C) “Vinho Verde Alvarinho” a todas as sub-regiões da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, que estava apenas Na 1ª edição de “O Popular”, o líder destinada às sub-regiões de Monção e do Grupo Municipal do CDS-PP explicou Melgaço. aos leitores como se processa o funcionamento do órgão colegial que é a AsCumpre dizer, antes de mais, que o sembleia Municipal, bem como o mo- grupo Municipal sempre se apresendus operandi do Grupo Municipal do tou do lado da solução que permitiria o CDS-PP, na preparação de cada uma das alargamento, por entender que essa era sessões em que participa. aquela que melhor defendia os interesses de Famalicão e dos produtores vitivAssim sendo, cumpre nesta segunda inícolas do concelho. edição, explicar aos leitores, quais os assuntos discutidos na Assembleia MuNa verdade, ainda este processo nenicipal em que o Grupo Municipal do gocial decorria já o Grupo Municipal do CDS-PP teve uma intervenção mais pro- CDS-PP de Vila Nova de Famalicão havia funda e preponderante. concluído que a melhor solução para Famalicão deveria passar pela possibilPois bem, se é certo que outros assun- idade do alargamento.
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No entanto, um assunto desta importância merecia um trabalho de casa que permitisse obter conclusões que não fossem vistas como “bairristas” ou de defesa de interesses meramente territoriais, mas sim que fosse legitimada e fundamentada quer económica quer socialmente. Foi nesse sentido que três elementos do Grupo Municipal, entre os quais me incluo, reuniram com produtores vitivinícolas do concelho, de maneira a perceber quais as preocupações e orientações que estes defendiam, bem como os respectivos fundamentos.
apresentado, a verdade é que o mesmo foi aprovado pela maioria do plenário. Uma vez mais o Grupo Municipal do CDP-PP conseguiu que os interesses de Famalicão e dos Famalicenses fossem ouvidos e que os órgãos de soberania local se pronunciassem no sentido de os defender.
Hélder Fernandes Pereira
Resultou claro e evidente que a solução do não alargamento consubstanciaria, para Famalicão e para os Famalicenses, uma tremenda injustiça. Perante estas conclusões decidiu o grupo Municipal, por intermédio do seu líder, Paulo Coelho, em Novembro de 2014 apresentar um Voto de Recomendação na Assembleia Municipal, a propor precisamente o alargamento da Denominação de Origem Controlada (D.O.C) “Vinho Verde Alvarinho” a todas as sub-regiões da Região Demarcada dos Vinhos Verdes, onde naturalmente se inclui o território Famalicense. Depois de largo debate, onde incompreensivelmente o Partido Comunista sempre se apresentou contra o voto
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_________ Opinião Popular _________
Ab
É esta opinião que se tem procurado ao longo dos anos na Juventude Popular e no CDS. A capacidade de ver para além do que nos é mostrado. A capacidade de discussão de argumentos, de procura de alternativas. São características daqueles que tem acompanhado a evolução do partido. Nós temos opinião própria, e isso faz de nós pessoas diferentes. Opinião é sinonimo de democracia.
Solicitaram a minha opinião sobre um tema, e que tema tão mais óbvio que a opinião em si.
Opinião é sinónimo de liberdade. Votar é dar opinião. Optar por uma vida politica activa é dar opinião. Algo que temos observado ao longo dos anos da formação desta opinião é que as ideias fundamentais mantêm-se e a capacidade de criação de novas opiniões surge com o passar do tempo. Temos a capacidade de acompanhar os tempos, as opiniões, sem deixar fugir as ideias fundamentais. No fundo existe a capacidade de ouvir.
A opinião é um desafio e nos dias que correm algo precioso porque cada vez mais é partilhada. A opinião de uns é citada livremente por outros, sem que o autor seja referido. A opinião é por vezes uma roupa usada e abusada que se veste e deita fora. Que diferença faz a A conclusão mais óbvia seria dizer que opinião? São palavras expelidas quase a opinião mais certa é a nossa mas não, como um espirro a expelir as bactérias, a opinião mais acertada é a do leitor. que delas nada percebemos. No futuro seremos chamados a dar A opinião é algo que se vê na televisão opinião, deixemos então que a nossa e se debita consecutivamente a um e a opinião se manifeste. Não vamos deixar outro. Esta opinião é no fundo uma capa que que outras opiniões nos infestem. negra que esconde a verdadeira opinião, aquela que surge da associação de Tiago Vaz Barbosa pensamento, da experiência de vida.
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E tudo começou naquele verão quente de 2001. Com apenas 16 anos de idade mas já com as ideias no sítio entro assim como militante para a JP de Vila Nova de Famalicão, equipa na altura liderada pelo amigo Paulo Coelho. Lembro-me dessa tarde de sábado, acompanhado pelo amigo Manuel Guimarães (histórico CDS de Joane). Deslocamo-nos à antiga sede (por cima do BPI) para preencher essa bendita folha de filiação da Juventude Popular. A partir desse momento fazia então parte de uma organização de jovens com ideias próprias, determinados e com vontade de lutar pelos nossos ideais centristas. Após esse ano, o meu percurso politi co foi pautado mais com o CDS do que com a JP, a fim de estar mais próximo dos “crescidos” e a estar mais envolvido com as lutas do CDS. Voando para o ano de 2011, numa apresentação da candidatura à junta da freguesia de Joane, conheci o Sérgio
Lopes e o Carlos Carvalho. Apresentaram-se como sendo eles também da JP de Famalicão e convidaram-me a integrar na equipa da concelhia da JP. Começou assim a eterna jornada até aos dias de hoje na Juventude Popular. Meus queridos amigos e companheiros de luta, com quem eu partilhei vários momentos desafiadores, tantos dias de sucesso, e de aprendizagem, é com nostalgia e alguma tristeza que o meu percurso na JP Famalicão está a chegar ao final devido aos sinais do tempo. Tempo este que impõe o avanço da nossa idade mas também novos desafios que aos quais não renuncio nem nunca farão mudar o meu rumo ideológico. Agradeço assim a cada um de vocês que fizeram parte do meu percurso politico, a vocês com quem partilhei momentos agradáveis e menos agradáveis, momentos de trabalho duro, mas também de muitas recompensas e alegrias. Deste modo, creio ter chegado hoje o fim de um ciclo, pelo qual trabalhei e lutei durante os últimos 13 anos. Com vocês esta casa foi um clamor, um rossio, uma enorme casa da democracia. A Juventude não se quer instalada! Viva a JP, Viva Famalicão e sempre “VIVA PORTUGAL”
André Fernandes
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_________ JP na Imprensa _________
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