Boletim 35 Junta de Freguesia Nossa Senhora de Fátima

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Publicação Quadrimestral . abril 2013 . XI Série

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nossa senhora de

FATIMA

Idalina Flora

O balanço da Presidente

Carmen Dolores

No palco das memórias


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ELENCO

EXECUTIVO Idalina Flora Presidente Saúde, Recursos Humanos, Habitação e Urbanismo, Proteção Civil, Reabilitação Urbana, Cultura e Lazer, Educação, Mobilidade Canídeos e Gatídeos, Parques Infantis e

Atendimento: 5ªfeira das 15h às 18h nsf.presidente@netcabo.pt

Boletim Informativo.

Pedro Gamito C. Santos Secretário Comunicação e Imagem,

Assembleia

Serviços

MESA Presidente Maria Fernanda Pragana Ilhéu Lisboa com Sentido

Junta de Freguesia Nossa Senhora de Fátima Av. Marquês de Tomar, 106 B - 1050-158 Lisboa, Tel. 217 978 881 FAX 217 950 976 Horário: Dias Úteis das 10h às 18h

1.º Secretário Manuel Branco Nery Nina Lisboa com Sentido 2.º Secretário João Rafael de Sousa Isabella Flora Lisboa com Sentido MEMBROS Teresa Maria Marques Ferreira L. Rodrigues Lisboa com Sentido

Desporto, Cultura e Lazer, Proteção Civil, Relações Públicas, Juventude.

Atendimento: com marcação prévia nsf.secretario@netcabo.pt

José Pedro Athayde Lisboa com Sentido Maria Teresa Pinto Pacheco Nobre Lisboa com Sentido

Guilherme Diaz-Bérrio Tesoureiro Gestão Orçamental Financeira e Administrativa,

Fernando Lucas Martins Lisboa com Sentido Maria Manuela Moita Jeffre - PS

Imobilizado e Património, Comunicação e Imagem, Boletim Informativo.

Atendimento: com marcação prévia nsf.tesoureiro@netcabo.pt

Saul da Silva Pereira – PS Maria de Jesus Vila Verde Rodrigues – PS

Maria João Seabra Vogal Ação Social, Educação, Juventude, Saúde, Arquivo, Relações

Manuel António Alves Dinis Capela – PS Alice Tavares L. Ascensão Luís – PS

Social, Excursões Sociais.

Atendimento: com marcação prévia nsf.vogal.02@netcabo.pt

PAVILHÃO DESPORTIVO DA JUNTA DE FREGUESIA DE N. S. FÁTIMA Rua Sousa Lopes – 1600 Lisboa,Tel: 217 978 881 (Junta), 912 583 417 (direto) POLIDESPORTIVO FILIPE DA MATA Rua Filipe da Mata, 1600 Lisboa. Tel./Fax: 217 954 023 SERVIÇOS PRESTADOS PELA JUNTA Atendimento Geral e Licenciamento de Canídeos – (Secretaria da Sede e na Delegação do Bairro) SERVIÇO SOCIAL Assegurado por 2 assistentes sociais da Santa Casa da Misericórdia.

3.ªs feiras

4.ªs feiras 6.ªs feiras

Ficha Técnica

Com marcação prévia.

10h00/13h00 10h00/13h00 10h00/13h00

Propriedade: Junta de Freguesia

Tlm: 969 504 962

de Nossa Senhora de Fátima

ricardopedro85@hotmail.com

Vogal

Depósito Legal: Nº 180187/02

Concepção Editorial e Produção Gráfica: Marketividade,

Espaços Públicos,

Periodicidade: Quadrimestral

Marketing, Comunicação e Vendas, lda.

Tiragem: 13 500 exemplares

Av. 5 de Outubro, 73C - Edifício Goya, Escritório 4,

Distribuição: Gratuita

1050-049 Lisboa, Tel.: 218 081 060

Publicidade: Ricardo Pedro

www.marketividade.com

António Figueiredo

Espaços Verdes e Desporto.

Atendimento: com marcação prévia nsf.vogal.01@netcabo.pt

CENTRO DE APOIO DE ENFERMAGEM Rua Portugal Durão – Edifício Centro de Dia ADAS-BR Horário: 2:ª, 4.ª e 6.ª das 16h00 às 18h00; Centro Paroquial da Igreja de Nossa Senhora de Fátima – Av. Marquês de Tomar. Horário: 3.ª e 5.ª das 15h30 às 18h00.

Isabel Maria Laureano Varão – CDU

com IPSS e outras entidades de carácter social, Habitação

DELEGAÇÃO Alameda da Estação, Loja 36 a 40 1600-878 Lisboa. Tel: 217 971 218. Horário de funcionamento: 2.ª e 5.ª das 10h00 às 13h00

BENEFICIÁRIOS DO SUBSÍDIO DE DESEMPREGO APRESENTAÇÃO QUINZENAL OBRIGATÓRIA (*)

Horário: 10h00 – 17h00 | Local: Secretaria da Junta de Freguesia de Nª Sª de Fátima Morada: Av. Marquês de Tomar, 106 B (*) Se é beneficiário deste subsídio, deverá apresentar-se na Junta de Freguesia, de 15 em 15 dias. Recomendamos

que não o faça no último dia, porque a Junta declina qualquer responsabilidade no que possa acontecer aos beneficiários. Serviço Público

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EDITORIAL

CONTINUAREMOS A SER ÚTEIS A QUEM VIVE E TRABALHA AQUI

H

á em Portugal o péssimo hábito de discutir os temas gerais da governação do País e do Mundo como se esses assuntos não tivessem nada que ver com as decisões concretas e diárias que cada um toma na sua vida. Bem diferente é o nosso conceito de responsabilidade, pois acreditamos que cada um dos nossos gestos e decisões, ainda que individuais e de alcance meramente autárquico, constituem um contributo para a governação geral do país e do planeta. Não é a ilusão de grandeza que nos move, mas a comprovada certeza de que podemos fazer a diferença, quando sem alardes mas com coragem cumprimos as nossas promessas e marcamos o tempo com gestos de competência e esperança no futuro. É com este espírito de coerência e determinação que, enquanto Presidente de Junta, continuarei a desenvolver até ao último dia do meu mandato os trabalhos e os projetos que sempre foram a razão da minha vida política – criar condições de bem-estar para todos os que vivem e trabalhem na Freguesia de Nossa Senhora de Fátima.

Como poderá ler nesta edição da nossa revista, estamos particularmente atentos ao papel da mulher na sociedade portuguesa, pelo que destacamos duas figuras maiores do teatro português, com ligação íntima à nossa Freguesia. Carmen Dolores é uma das nossas mais ilustres vizinhas, residente entre nós há mais de 50 anos e Laura Alves é o nobre nome de uma rua muito frequentada por turistas e visitantes. São duas senhoras de que todos nos orgulhamos e queremos homenagear. Como os fregueses sabem, dentro de meses haverá eleições, um exercício democrático que devemos valorizar, porque é um elemento central do conceito de liberdade por que tanto lutámos nas últimas três décadas. Mas a perspetiva de eleições não paralisa o Executivo, pelo que, no final de maio ou princípio de junho, será inaugurado um novo espaço multiusos, cujas obras estão em curso, localizado na rua paralela às instalações do Centro de Arte Aplicada (ao Rego). Esperamos que venha a ser mais um ponto de encontro dos fregueses, nes-

ta importante zona da nossa Freguesia. Na última semana de junho teremos a iniciativa “Praia-Campo”, destinada aos Seniores da Freguesia. Também os mais pequenos irão desfrutar de um conjunto variado de ações no âmbito do programa “Praia-Campo Infância”, com início em junho, julho e durante a primeira semana de agosto. Deixo ainda um sublinhado muito especial para o novo website da Freguesia, ponto de encontro fácil e gratuito para todos aqueles que precisam de informação ou pretendem obter algum tipo de documento em que a intervenção da Junta é necessária. A modernização dos mecanismos de comunicação com a população e o sentido de utilidade para com os que vivem e trabalham nas redondezas foi e continuará a ser a razão mais forte das nossas decisões e tarefas. §

A Presidente, Idalina Flora

//SUMÁRIO 03> 04> 08> 11> 13> 14>

Editorial 54.º Aniversário da Freguesia ENTREVISTA IDALINA FLORA INICIATIVA - PROJECTO INTERVIR REQUALIFICAÇÃO URBANA

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COMUNICAÇÃO - NOVA PÁGINA NA INTERNET GENTE QUE DÁ NOME ÀS RUAS - LAURA ALVES EDUCAÇÃO - ESCOLA BÁSICA E JARDIM DE INFÂNCIA ACTIVIDADE ECONÓMICA CONTACTOS ÚTEIS | A NÃO PERDER

fregueses com talento

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54º ANIVERSÁRIO

ESPÍRITO ACADÉMICO ENCONTRA FADO em noite cultural de vizinhos a Tuna Neolisipo e os fadistas Silvana Peres e José Manuel Barreto, no dia 23 de fevereiro, no Institut Français du Portugal, assinalaram os 54 anos da Freguesia

A

Real Tuna Académica Neolisipo foi a primeira a atuar. Perante uma sala repleta de atentos e animados fregueses mostrou as suas competências performativas: cantaram, dançaram, tocaram e exibiram a sua habilidade no manejo do estandarte ao som de alguns originais e conhecidos por todos. O público pôde ainda assistir à apresentação dos caloiros e à passagem de alguns de condição de «Real Caloiro» para «Tunos». Um cerimonial académico já com alguns anos e que tem como principal objetivo transmitir as tradições e os valores do grupo aos mais novos. Encantada com a atuação da tuna, Helena Bagão, confessou que este momento a fez relembrar os tempos passados em Coimbra: «Gostei muito, uma atuação muito bonita. As tunas académicas significam sempre a força da juventude, o saber que uma universidade representa.» Já Sofia Serrenho, pandeireta na tuna desde 2008, reconheceu o apoio e a colabo-

ração da Junta nas atividades da Real Tuna Académica Neolisipo. «É uma ajuda preciosa. Colaboram connosco com donativos para que possamos continuar os nossos projetos, nomeadamente, com a reparação dos instrumentos.» A jovem relembrou ainda que, há quatro anos, só foi possível atuar nos Açores porque «a Junta tudo fez» para que a viagem se pudesse realizar, «apoiando economicamente» a deslocação. Entre aplausos e comemorações, a festa continuou com um espetáculo de fado vadio que contou com a atuação dos fadistas Silvana Peres e José Manuel Barreto, que transformaram o âmbiente mais intimista, único e especial. Primeiro, ouviram-se a guitarra e a viola, tocadas por Hugo Afonso e Pedro Saltão. Ninguém reclamou silêncio, mas também não foi necessário. Foi como se a tradição do fado queimasse na pele e o silêncio impôs-se. Seguiram-se as vozes intensas e as presenças marcantes em palco dos interpretes.

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Os fregueses perderam-se depois nas palavras transformadas em canção. À medida que a proximidade foi crescendo, deixaram-se levar pelas vozes, o sentimento e a expressividade dos artistas, fazendo questão


54º ANIVERSÁRIO

de acompanhar nos fados mais conhecidos, entre eles «Lisboa à Noite», de Amália Rodrigues. Apreciador de fado, António José, comerciante e artesão da Freguesia, considerou este o momento alto da noite, considerando que «só se aprecia uma coisa quando tem qualidade», salientando que, neste caso, «esteve na presença de dois verdadeiros profissionais». Idalina Flora, Presidente da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, não escondeu o seu contentamento, ao verificar o sucesso da noite, que teve uma resposta claramente positiva por parte do público. «Foi uma noite memorável para a nossa Junta de Freguesia», referiu a Presidente, que agradeceu aos participantes pela sua presença e prometeu realizar mais eventos como este. § // Boletim da Freguesia Nª Senhora de Fátima | ABRIL 2013

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54º ANIVERSÁRIO

centro de artes aplicadas encerrou exposição de obras Foram quase 40 os dias dedicados à mostra das peças de arte manufacturadas pelas alunas, ao abrigo do projeto Eco Envelhecer Ativo e Saudável

U

ma iniciativa de sucesso que teve um fecho à medida, já que o espaço foi pequeno para todos os que quiseram aproveitar esta última oportunidade para ver, comprar e celebrar esta arte com cariz social. A Presidente da Junta, Idalina Flora, deixou também uma mensagem de proximidade no último dia de mostra, quando se dirigiu aos presentes dizendo que estará sempre disponível para os fregueses. «Contem sempre comigo para tudo o que precisarem e eu possa fazer», afirmou, tendo recebido depois várias manifestações de carinho e apreço, entre elas, do atual Presidente da Junta de Freguesia da Pena, que fez questão de estar presente no evento. A Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima cumpre assim o seu designo de ajudar e ensinar estas jovens da terceira idade a ocupar o seu tempo, bem como a fomentar espírito empreendedor e criativo, e a sedimentar o espírito de comunidade nos fregueses.

Balanço dos artistas Maria Graça Gambino, monitora no Centro Arte Aplicada, faz um balanço positivo desta nona edição, especialmente, por considerar que há um grande envol-

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«Contem sempre comigo para tudo o que precisarem e eu possa fazer.»


54º ANIVERSÁRIO

vimento do Executivo junto dos que mais precisam. «Isto serve para que as senhoras que estão em casa e que querem vir conviver, passar ali um bocado da tarde e vão aprendendo umas coisas. Normalmente são pessoas que nunca fizeram estes tipos de trabalhos: pintura, oleo, aguarela, desenho. Elas dizem que não têm jeito mas fazem coisas interessantíssimas», afirma. Já outras participantes deram mais importância ao facto de conseguirem, desta forma, divulgar, vender e explicar como são feitos alguns dos seus trabalhos. «Gosto de estar presente e de mostrar o meu trabalho. Porque as pessoas às vezes até nem podem comprar. Interessa é explicar às pessoas de que materiais são as coisas feitas», sublinhou Maria Rosa Saraiva, artista e monitora. Em alguns casos, como o de Cecília Valen-

tim, estar presente no Cantinho Artista representa ainda uma vitória pessoal, uma vez que já conseguem colher frutos económicos da sua arte. «Tenho uma lojinha pequenina

e faço disto agora a minha sobrevivência; porque fiquei muito doente e então em trabalhos manuais consegui alcançar este objetivo», remata. §

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ENTREVISTA

«Espero que me lembrem com competência e solidariedade»

A determinação e o espírito de serviço estiveram sempre presentes na vida de Idalina Flora. A meses de terminar o segundo mandato, a presidente faz um balanço e revela-nos um pouco mais sobre a sua história. Termina o seu segundo mandato no ano em que se celebra pela última vez o aniversário da Freguesia Nossa Senhora de Fátima. Que sensação fica? É uma sensação de saudade, mas com perspetiva de futuro. A Freguesia de Fátima nasceu da divisão administrativa e territorial de São Sebastião e, como tudo na vida, mais tarde ou mais cedo, volta às origens. Agora, passarão a ser uma só, que se chamará Avenidas Novas. Não gosto do nome, preferia Freguesia de Fátima-São Sebastião, mas as coisas na vida nem sempre são como gostamos. Tenho muita pena, pois é um assunto histórico, porque a nossa Freguesia foi a segunda a adotar nome de Nossa Senhora de Fátima, nossa Padroeira, a partir da localidade onde

se deram as aparições de Nossa Senhora aos três Pastorinhos. Como resume a sua contribuição à frente dos destinos da Junta? O melhor momento é a alegria interior que sinto a trabalhar para bem dos outros. Entendo que as pessoas não devem ser conhecidas por aquilo que dizem, mas por aquilo que fazem. Por outro lado, este último mandato para mim foi muito penoso, porque tive pessoas que convidei e não aceitaram a minha postura social e foram-se embora, e outras foram-me impostas. Tive de as suportar. Houve um tempo em que já não estava a aguentar tanta pressão e tive um esgotamento. Felizmente encontrei forças e com a ajuda de Deus, consegui levar o barco a “bom porto”.

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Como avalia a parceria com a CML, nos últimos quatro anos? Fui sempre bem recebida, expus as minhas ideias, umas vezes foram aceites, outras não, porque também não dependia somente deles. Lutei muito, mas também tive, grandes deceções. Uma destas tem sido com os elevadores da passagem aérea sobre a linha do comboio da CP, que divide a Freguesia, uma infra-estrutura que pertence à REFER. Foi e continua a ser uma preocupação para mim, porque as pessoas querem ir ao Centro de Dia, deslocarem-se ao Curry Cabral ou até ir às Avenidas Novas e não o conseguem fazer. A Esquadra da PSP, no Bairro do Rego, conseguimo-la com o apoio do Dr. António Costa, esta foi uma das maiores conquistas desta parceria.


ENTREVISTA

A crise financeira do Estado afeta o poder local? De que forma? Afeta bastante. A Direção-Geral das Autarquias Locais diminuiu as verbas do poder local. E a Câmara também está a viver com duodécimos, porque não foi aprovado o orçamento na Assembleia Municipal, mas vamos conseguir sobreviver. Fiz uma promessa ao eleitorado: governar a Junta como governo a minha casa. Felizmente, as pessoas aceitaram. Atualmente, existe uma pessoa que me dá muita força interior: o Papa Francisco, que, com 77 anos, dirige a Igreja Católica universalmente e me serve de exemplo para conseguir dirigir a Junta. Uma das mensagens que o Papa Francisco tem vindo a proclamar é exatamente um papado junto dos que mais precisam. É também o que nós precisamos de fazer na sociedade portuguesa? Sim. A minha obrigação como católica é dar a mão a quem precisa. Não é dar-lhes tudo, como se costuma dizer “não dar o peixe, mas ensinar a pescar”. Temos que dar esse exemplo e não há dúvida nenhuma de que se ajudarmos quem precisa, cumprimos a doutrina social da Igreja. A Igreja somos todos nós. Nós somos as pedras vivas do templo do Senhor. Recorda-se do primeiro dia em que começou a fazer política? Aos 18 anos, em Coimbra, comecei a escutar Humberto Delgado e foi aí que nasceu o meu bichinho pela política. Era vicentina e estava num colégio que se dedicava muito à pobreza. O Padre Américo foi lá

«A minha obrigação como católica é dar a mão a quem precisa. Não é dar-lhes tudo, como se costuma dizer: “não dar o peixe, mas ensinar a pescar”.» fazer um bairro social e eu andava sempre por aí. Em Lisboa, o primeiro dia, em 1974, foi numa comissão de moradores para combatermos os oportunistas, defendermo-

-nos e lutar pela Democracia na Freguesia, juntando as forças vivas que já existiam. Quando vim para Lisboa fazer o meu curso de enfermagem, tinha 21 anos, agucei ainda mais o meu interesse. Depois como estagiária procurei dar apoio aos doentes, principalmente aos que não tinham ninguém. Todos eles foram sempre muito acolhedores e isso deu-me coragem e desejo de ir mais além. Quando vem para Lisboa, ingressa no PPD-PSD. Como foi conhecer as pessoas e iniciar a sua vida política? Foi muito engraçado. Havia poucas jovens na política. Já era casada e o meu marido não queria, era ciumento. Disse-lhe que não precisava de ter ciúmes, porque seria sempre a mesma Idalina que conheceu. Não se convenceu muito. Uma vez estava na ponta da mesa de uma reunião do partido, a discutir ideias e definir estratégias, e ele entra porta dentro. Brinquei com ele, dizendo que aquela era a mesa dos 12 apóstolos e eu era o Cristo. Ele queria que lhe prometesse que não voltava ao partido. Não prometi. E acabou por tornar-se militante para me acompanhar. Era profundamente respeitado por toda a gente e viu também que eu era respeitada.

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ENTREVISTA

O país e mundo mudaram muito desde essa altura? Mudou do dia para a noite. Recordo-me da primeira manifestação do 1 de maio de 1974. Fomos para o Estádio 1º de Maio, com outros companheiros do PPD. Era um cortejo enorme. No 2º ano também quis participar, mas não nos deixaram entrar. Pessoas conotadas com o PCP boicotaram-nos em todo o lado, eramos chamados de fascistas. Uma vez fomos muito mal tratados à porta da igreja de Nossa Senhora de Fátima, estávamos a distribuir uns livrinhos com os primeiros candidatos do PPD. Fiquei com muitos livros devolvidos, que ainda guardo em casa, embora já muito deteriorados pelo tempo. Recordo-me que o Dr. Sá Carneiro me convidou para formar a Assembleia Constituinte de 1975. Não pude, tinha três filhos muito pequenos e o meu marido, médico, não me podia acompanhar. Foi uma altura de grandes dificuldades, alguns entraves para os membros do PPD. Hoje em dia assistimos ao sonho de Sá Carneiro. Concorda? Ninguém soube respeitar esse grande sonho do Sá Carneiro. Um Governo, uma Maioria, um Presidente. Muitos deputados da Assembleia falam muito de Sá Carneiro, mas poucos defendem os seus princípios e nem sequer os tentam pôr em prática. Foi uma perda irreparável para o nosso País. Que balanço faz da sua vida política? Quando vim para esta Freguesia, em 1974, o meu pelouro focou-se nos problemas da habitação que eram muitos. Existiam vários aglomerados de barracas, em algumas zonas da Freguesia, umas barracas eram de alvenaria por dentro e madeira por fora e outras só de madeira. Fazia-me uma certa confusão. Conheço muitas pessoas que aqui viviam

em barracas e conseguiram juntar o dinheiro para comprar uma casa. Somos dos países mais pequenos da Europa, mas com maior número de habitação própria. Esta situação veio deteriorar o património habitacional das cidades. Hoje, os proprietários não têm dinheiro para o recuperar e os inquilinos continuam a achar que o senhorio deve ser o único responsável pela reabilitação das casas arrendadas. Como moradora nesta Freguesia há 50 anos do que é que mais gosta? Gosto de tudo, mas gosto sobretudo dos jardins da Gulbenkian, para mim e para muitos habitantes, foi o melhor que nos podia ter acontecido. Passei bons momentos quando os meus filhos eram pequeninos. Acompanhava-os e lia nas tardes soalheiras. Aliás, ainda hoje costumo passear por lá, com a minha neta.

um olhar de Presidente de Junta, quando encontro coisas menos boas que devo e posso melhorar. De resto, sou uma freguesa, uma cidadã comum, que fui escolhida pelos meus concidadãos para os representar no melhor e encontrar soluções para os problemas da nossa Freguesia. Fora do trabalho o que gosta de fazer? Gosto muito de ouvir música clássica. Gosto muito de Amália Rodrigues. Gosto de ler. Gosto muito de ir ao teatro, mas desde que o meu marido partiu deixei de ter companhia para o fazer e também gosto de cinema. A minha maior paixão é a minha neta, que é a coisa que mais me encanta. Com as saídas dela, as suas coisas, e acompanhá-la. Faz-me voltar ao passado com os meus filhos. Tenho pena de ter só esta, mas mais vale ter pouco e bom.

«A minha maior paixão é a minha neta, que é a coisa que mais me encanta. Com as saídas dela, as suas coisas, e acompanhá-la. Faz-me voltar ao passado com os meus filhos.» É um ex-libris da cidade. Também gosto do Parque Eduardo VII. O que a incomoda mais no espaço público da Freguesia? O que me incomoda mais, e me faz tirar do sério, é essa invasão de “turistas” indesejáveis que dão uma péssima imagem à cidade. Desde mendigarem a roubarem. Quando anda nas ruas tem um olhar de cidadã ou de Presidente da Junta? Ando sempre com o olhar de cidadã. Tenho uma grande tristeza em constatar que alguns fregueses não têm cuidado nenhum na forma como usam o espaço público que é de todos. Por vezes tenho

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Que mensagem deixa aos seus fregueses? Agradeço muito a compreensão e o carinho que ao longo destes anos os meus fregueses me têm dispensado. Não há dúvida nenhuma que os fregueses de Nossa Senhora de Fátima têm demonstrado por mim um carinho especial e é esse o mesmo carinho que nutro por eles. Desejo que continuemos a respeitarmo-nos e a acompanharmo-nos mutuamente. Espero que me lembrem com competência e solidariedade. E se lembrem que sempre fui solidária com todos os fregueses, sobretudo com os que mais precisam. §


INICIATIVA

Projeto Intervir

Atividades para crianças da Freguesia Dar apoio às crianças no horário pós-escolar durante a tarde, enquanto as mães e os pais trabalham, promovendo sessões de dinamização de competências pessoais, sociais e emocionais, para prevenir e incentivar hábitos de vida saudável

O

projeto Intervir, desenvolvido pelo Executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, em parceria com a CML, visa a inclusão das crianças e suas famílias na comunidade, otimizando as competências já adquiridas e minimizando os impactos da sua história de carência. O programa abrange as crianças do Pré-escolar do Jardim de Infância do Rego e do 1º Ciclo do Ensino Básico da Escola Mestre Arnaldo Louro de Almeida (antiga Escola 44). São exemplos as atividades: «Sopas e Descanso», durante as férias da Páscoa, em que os mais pequenos comemoraram o Dia Mundial da Floresta e o da Poesia, com uma visita ao Espaço Monsanto e ao Teatro da Comuna, a 25 de março, onde assistiram à atuação da atriz Cecília Piscarretas; e o baile de máscaras no Carnaval realizado nas instalações do Centro de Atendimento e Dinamização Cultural do Rego (CADIC). Mas não só: para maiores de 5 anos, decorrem os treinos de Andebol do Sporting Clube de Portugal, todas as quartas e sextas-feiras das 18h30 às 19h30, no pavilhão desportivo Nossa Senhora de Fátima. Recentemente também puderam assistir ao jogo daquela modalidade entre o Sporting – que ofereceu os bilhestes - e o Futebol Clube do Porto, que decorreu no Pa-

vilhão de Odivelas, a contar para o Campeonato Nacional de Andebol. Em fevereiro, tiveram início as aulas de natação, na Piscina Municipal do Rego, para todas as crianças com idades dos 3 aos 6 anos. Atividades que são acompanhadas pelas técnicas do CADIC, Rita Guterres e Tânia Marinho. Este projeto contribui para prevenir contextos de maior vulnerabilidade entre os mais novos, que a Presidente, Idalina Flora, faz questão de acompanhar de perto, de forma a garantir a construção de um futuro risonho para as crianças da nossa Freguesia. §

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INICIATIVA

Rastreio à visão para todos os fregueses Mais de 60 fregueses fizeram testes da visão, no Centro de Apoio de Enfermagem da freguesia, na Rua Portugal Durão, nas instalações do Centro de Dia ADAS-BR

A «

Ótica de Berna propôs e pareceu-nos uma excelente oportunidade de ajudar os mais carenciados e seniores da Freguesia de Nossa Senhora de Fátima. Eu, inclusivamente, já experimentei e fiquei bem impressionada», afirmou Idalina Flora. João Parreira, de 70 anos, com significativos problemas de visão foi um dos beneficiários desta iniciativa. «Já há alguns anos que não via bem. Esta foi a grande oportunidade de conseguir uns óculos adaptados à minha graduação», sublinha o utente do Centro de Dia. Segundo Ana Pereira, optometrista e responsável por estes rastreios, da Óptica Berna, «tem havido muita afluência». «Já foram despistadas 60 pessoas, moradores e utentes do Centro de Dia», sublinha a especialista. Os casos que apresentem patologia grave são posteriormente acompanhados em consultas da especialidade e, nos casos mais graves, encaminhadas para uma unidade hospitalar. «Em situações de pessoas mais carenciadas, a Junta oferece uma comparticipação, no valor do orçamento de óculos ou consultas da especialidade», diz-nos a diretora técnica da ótica, situada no número 24 da Avenida de Berna. Depois dos seniores, os rastreios na Junta de Freguesia vão estender-se, nos próximos meses, a toda a população. Idalina Flora, Presidente da Freguesia,

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Serviços de Optometria – Contactologia

sublinhou ainda que «este protocolo não é exclusivo com estas entidades» e que pode ser estendido a «todas as empresas sediadas na nossa Freguesia», que deverão manifestar o seu interesse em participar. Estão ainda programados, no início do ano escolar, ações nas escolas do agrupamento da Freguesia. Todos os interesseados devem fazer as marcações na Junta ou no Centro de Dia. §

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Estão excluidos deste acordo todos os artigos que se encontrem em promoção.


REQUALIFICAÇÃO URBANA

centro de dia ADAS-BR uma IPSS em crescimento

O

Centro de Dia ADAS-BR, Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), localizada no Bairro do Rego, é um dos apoios à população idosa desta zona da Freguesia. Com valência de Centro de Dia, a associação, tem 10 anos de trabalho no terreno, recebe diariamente 12 utentes e conta com 800 associados. Neste âmbito, o Executivo da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima tem vindo a aprofundar a parceria com esta IPSS, como explica Virgínia Ribeiro, colaboradora da Associação há 4 anos. «Iniciou-se com o projeto Cuidados de Saúde e estendeu-se a outros, nomeadamente, às aulas de yoga, integradas no programa Academia Sénior, que acontecem no pavilhão desportivo cedido pela Junta». A ADAS-BR conta ainda com ajuda pontual da Junta para a comparticipação financeira dos passeios que realiza com os seus utentes. «Esperamos continuar este apoio que tem sido essencial, quer para o desenvolvimento

da nossa instituição, quer para a melhoria das condições em que vive a nossa comunidade local», afirma Maria Luísa de Jesus, Presidente do Centro de Dia ADAS-BR. Entre os projetos realizados pelo Centro de Dia ADAS-BR, destaque ainda para o Apoio Domiciliário, que aguarda a autorização da Segurança Social para entrar em funcionamento. Cuidados de Saúde, Hidroginástica, aulas de Canto, Artes

Decorativas ou Expressão Dramática são algumas das atividades realizadas neste âmbito. Para angariar fundos que permitam dar seguimento a este importante trabalho, as responsáveis do Centro de Dia contam ainda com o apoio de todos no espetáculo de variedades com fins solidários, realizado a 11 de maio, no Centro Cultural da Igreja de Sta. Joana Princesa. §

Pavilhão Desportivo da Freguesia vai ser requalificado

V

ão avançar os trabalhos de requalificação do Polidesportivo da Rua Filipe da Mata, de modo a tornar atrativa a sua exploração e um local aprazível para os desportistas Uma obra desejada há algum tempo, sendo que a última intervenção foi o arranjo dos balneários. Vão ser remodeladas as cabines, pintura no exterior e interior, será tratado o piso, as balizas e grande parte da vedação. Concluídas as obras, sublinha a Presidente Idalina Flora, «o pavilhão estará ao serviço da Freguesia para que os utentes possam vir a ter melhores condições na prática das modalidades que o espaço possibilita». Com esta medida, Idalina Flora, passa do papel à ação mais um dos projetos para a Freguesia, numa área tão importante como o desporto, que contribui para a promoção de hábitos de vida saudáveis, se incutem valores como a tolerância e o respeito pelo próximo; E se aprende a gerir a derrota ou a partilhar a alegria da vitória. § // Boletim da Freguesia Nª Senhora de Fátima | ABRIL 2013

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FREGUESES COM TALENTO

carmen dolores no palco das suas memórias Carmen Dolores vive na Freguesia de Nossa Senhora de Fátima há 53 anos. A grande senhora do teatro, de 89 anos, recebeu-nos na sua sala de estar, cheia de livros e fotografias, registos de uma vida extraordinária Recorda-se dos motivos pelos quais se instalou na Freguesia? Nasci, justamente, na Avenida Visconde de Valmor e sempre estive muito ligada a este bairro. Quando casei, fui morar para outro sítio, mas depois surgiu realmente uma oportunidade de regressarmos, nos anos 50. Gosta de morar nesta zona de Lisboa? Gosto muito. Talvez por hábito mas não só. É uma zona agradável que conheço muito bem. Estou sentimentalmente muito ligada este bairro. Como é o seu dia-a-dia? Sai muito pela Freguesia? Gosto de sair um bocadinho de manhã. À tarde fico a ler ou a escrever em casa. Sempre gostei de ter uma vida calma, embora isso não tivesse acontecido. Passei muitas horas fora de casa, principalmente à noite para representar. Nunca fui notívaga… não gosto muito da noite. Gosto mais da manhã, do sol, do dia. A minha vida sempre foi muito diferente daquilo que eu no fundo gosto. Quais são os seus locais preferidos? Gosto bastante de ir para os jardins da Gulbenkian ler, escrever e dizer versos. Assisto a espetáculos no Institut Franco-Portugais, sempre que posso, e também passeio pelos jardins do Campo Pequeno, uma parte muito bonita da Freguesia. Recordo-me do Palácio Galveias, onde tantas vezes fiz trabalhos,

desde declamações de poemas ao lançamento de livros. Toda esta zona é-me muito familiar. O que gosta mais e menos na Freguesia? Gosto muito da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Agora à noite há muito menos vida, mas isso acontece em todos os bairros, não é só aqui. Há menos gente. É mais perigoso sair à noite para dar uma voltinha pelo bairro que é uma coisa de que gosto…. E, por isso, agora acontece menos. Mas não há assim uma coisa que me desagrade em absoluto. Tem opinião formada sobre o desempenho da Junta de Freguesia? É uma Junta que se interessa pelas pessoas. Está atenta e sempre pronta a ajudar os seus fregueses e, por isso, acho que tem tido um papel importante. É reconhecida como uma das maiores atrizes portuguesas. Como se sente nesse papel? É uma grande responsabilidade. Por exemplo, agora ao escrever este meu segundo livro de memórias, reli críticas muito simpáticas e agradáveis dos vários espetáculos que fiz ao longo dos anos. Podiam-me ter dado maior pra-

zer se não tivesse esta ânsia de fazer sempre melhor e de não desiludir as pessoas. À medida que o tempo vai passando e vamos construindo uma carreira cresce a responsabilidade, que não deixa por vezes gozar aquilo que podia encher-nos de satisfação ou até de vaidade. Fala-nos do seu segundo livro de memórias. Porque decidiu partilhar a sua história? Na altura em que eu e o meu marido vivíamos em Paris tinha mais tempo e comecei a escrever. Quando escrevi o meu primeiro livro de memórias estava à procura de mim, por isso, o livro vai mais à minha infância e adolescência. Depois comecei a colecionar várias coisas que já tinha escrito e pensei em elaborar o segundo livro. Apesar disso, nunca escrevo a pensar publicar, ou a pensar nos leitores propriamente. Era capaz de me assustar, porque não sou escritora. Talvez não acredite muito em mim, como escritora ainda menos. Tenho este prazer de escrever e de recordar as coisas passadas, as pessoas com quem trabalhei. A maior parte já não está entre nós, infelizmente.

«É uma Junta que se interessa pelas pessoas. Está atenta e sempre pronta a ajudar os seus fregueses e, por isso, acho que tem tido um papel importante.» Que comentários ao livro mais a interessam? Qualquer opinião é importante para mim. É curioso, quando eu falei com o meu editor, João Rodrigues, da Sextante, disse-lhe só exigia que a letra do livro não fosse muito pequena, porque o livro era para pessoas de idade. Pensava ser para admiradores, o meu público antigo. Mas, realmente, tenho ouvido opiniões maravilhosas de pessoas jovens que gostaram do livro, que ficaram entusiasmados. Dá-me um prazer imenso porque pensei que podia não interessar por ser uma atriz já mais antiga. Que importância têm os livros e as palavras na sua vida? Imensa. Os livros foram sempre a minha grande companhia. O meu pai era jornalista, crítico e tradutor de teatro. Talvez por isso fui logo estimulada a sentir a importância da lei-

// Boletim da Freguesia Nª Senhora de Fátima | ABRIL 2013


FREGUESES COM TALENTO

tura. E ainda hoje sempre que tenho oportunidade digo às pessoas, aos jovens, que leiam. Sentir o livro na mão é muito importante. Para pessoas que tem grandes inquietações aconselho a escreverem. Foi como eu comecei a escrever, porque não me confessava aos outros, não contava o que se passava comigo. As interrogações, as angustias, tudo! E então escrevia, mesmo que a seguir rasgasse. Tem saudades do palco? Não. Eu deixei de fazer teatro porque quis. Cheguei a uma altura, em 2005, quando fiz «Copenhaga», a minha última peça no Teatro Aberto, que decidi que queria ter mais tempo para mim e para o meu marido. Ter tempo para nós. Tive sempre uma vida muito ativa, nunca tive muito tempo para ler tantos livros. Tenho imensos. Tudo isso levou-me a afastar-me do teatro. Tal seja por isso que não sinto aquelas saudades, que sentiria se o palco e o público, me tivessem deixado de chamar, de gostar de me ver, me tivessem abandonado. Vai regularmente ao teatro? Vou sempre que a peça me interessa ou para ver o trabalho de qualquer ator em especial. Agora tenho ido menos, porque tenho tido uma agenda preenchida e chego à noite cansada. Mas de qualquer forma gosto muito. E de cinema também. Ver um palco é-me sempre agradável. Sinto-me bem, mas não fico saudosa propriamente. Quem são, na sua opinião, os grandes atores de hoje no ativo? Bem, isso é muito difícil. Há muito bons atores. Cinjo-me aos atores com quem tive o prazer de trabalhar recentemente, como por exemplo, a Alexandra Lencastre, Margarida Marinho, o Diogo (Infante), o Paulo Pires. Ana Bustorff e Natália Luísa. Sei lá, há muito bons atores. É sempre ingrato estar a distinguir pessoas. Acha que os portugueses gostam de teatro? Podiam gostar mais. O gosto pelo teatro ou leitura têm de vir da escola. Já não são os pais, como aconteceu no meu tempo, que transmitem o gosto pelas artes e que levam os filhos ao teatro. Nem os pais, nem as crianças foram habituados a dedicar-se às artes, que tanta falta faz na vida espiritual de uma pessoa. Apesar disso, tenho notado que nos últimos anos há mais público jovem, talvez universitários. Ainda no tempo do meu marido, quando íamos ao teatro à noite, ele dizia-me que os únicos velhos éramos nós. Ser atriz/ator era mais fácil ou mais difícil do que hoje? É mais difícil, hoje, porque há falta de trabalho. Também há mais atores do que havia no meu tempo. Por exemplo, estive oito anos no

Peça “Espectros” de Henrik Ibsen

Filme “A vizinha do lado” com António Vilar

Teatro Nacional e saí porque quis. Agora é impossível vermos companhias estáveis, nem sequer têm atores contratados. Se bem que a profissão de ator sempre foi insegura, nunca tínhamos certeza de nada! Como se descreve? Quem é Carmen Dolores? Gostava de saber e interrogo-me sempre. De facto nunca nos conhecemos. Podemos ter grandes surpresas até ao fim. É estimulante. Por isso mesmo continuo a não saber bem quem sou. Não tenho tanta vitalidade como gostaria, se tivesse até era capaz de escrever outro livro. Tenho muito material. Mas continuo a entusiasmar-me pelas coisas de que gosto. Pela vida. E gosto das pessoas, sempre gostei. Que mensagem gostaria de deixar aos seus vizinhos? Sou muito abordada na rua, não só no bairro. As

pessoas falam muito com os atores. Apesar disso as pessoas sorriem pouco, ou por timidez ou educação. Talvez comigo tenha acontecido o mesmo. Por isso, aprecio chegar à rua e dizerem que me viram na televisão. É preciso sabermos conviver. Não tenho razão nenhuma de queixa a nível pessoal, mas os jovens deviam de ser mais atenciosos com as pessoas, principalmente, as de mais idade. Mostrar interesse, porque há muita gente que está só. O mundo está nas mãos dos jovens. Mas as pessoas mais velhas podem ajudá-los com os seus ensinamentos e é por isso que se devem escrever as memórias. No dia seguinte à entrevista fomos surpreendidos por um telefonema de Carmen Dolores. Disse-nos que tinha pensado e havia mais algumas memórias sobre a Freguesia cujo manuscrito transcrevemos na íntegra.§

“O que ficou por dizer... ...Por exemplo, quando me referi à Igreja de Fátima, não desenvolvi que era adolescente quando foi inaugurada e suscitou grande controvérsia por ser tão moderna, vindo pessoas dos mais diversos pontos do país para a ver com os seus próprios olhos… Hoje é aí que, por vezes, vou rezar, no silêncio da igreja quase deserta! Também acabei por não falar na Farmácia Cardote, mesmo ao pé do prédio onde nasci, no número 30 da Avenida Visconde de Valmor. Ainda conheci o sr. Cardote, a sua afilhada Sara e o marido, Manuel Segurado, que lhe sucederam na direção da farmácia e que acabaram por ser os meus padrinhos de casamento! Hoje a minha farmácia é a Fátima. A minha livraria a Pó dos Livros. Os cafés, aqui à minha beira, Riti e Framboesas, onde o meu marido, mesmo já doente, ia tomar o seu cafezinho e ler o Diário de Notícias… E um pouco mais longe, o Tintim e a minha perfumaria a antiga La Donna, hoje Barreiros Faria e a Beijoca! Sem esquecer o Maomé, sempre bem-disposto, quando lá vamos comprar os jornais! Também não referi (julgo) o nome da D.ª Idalina Flora quando falamos da eficiência da nossa Junta de Freguesia. A D.ª Idalina, tão eficiente, tão participante, sempre com uma palavra afável e um sorriso bonito para reconfortar… Com um abraço, envio estas informações. Há sempre coisas que ficam por dizer e outras que se dizem e não valia a pena…” // Boletim da Freguesia Nª Senhora de Fátima | ABRIL 2013

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COMUNICAÇÃO

Novo portal da freguesia Melhora contacto na internet Os fregueses podem agora realizar as suas consultas, em tempo real, de editais, moções e outros documentos oficiais de interesse.

O

site continuará no mesmo endereço,www.jf-nsfatima.pt, porém, com um visual totalmente novo e moderno, que visa facilitar a navegação. Foi feita uma reestruturação completa, e, a partir de agora, dispõe de notícias atualizadas em cada semana, sempre acompanhadas de fotografias ilustrativas, com o objetivo de tornar o website mais prático e atraente. Com o site no ar, a Junta cumpre o desafio de aperfeiçoar os processos de comunicação, aumentar a comodidade e fortalecer os laços com a comunidade. «A nova página na internet será uma porta aberta a todos, que poderão entrar em contato connosco, para que juntos possamos agir em sintonia, utilizando a tecnologia a favor do bem comum», refere Idalina Flora, acrescentando que o importante é «estarmos mais próximos dos nossos fregueses». Para aproveitar a tecnologia em pleno, foi integrado o Canal de Youtube, onde estão em exibição os acontecimentos mais importantes da Freguesia em vídeo. Este poderá também ser consultado em www.youtube.com/jfnsf Para o Executivo da Junta é uma honra contar com a participação dos seus fregueses nesta nova etapa, que pretende prestar um serviço de utilidade pública – patente, por exemplo, na possibilidade de consultar as farmácias de serviço –, além de disponibilizar mais uma ferramenta para o pleno exercício da cidadania na Freguesia de Nossa Senhora de Fátima. §

«A nova página na internet será uma porta aberta a todos, (...)utilizando a tecnologia a favor do bem comum.»

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GENTE QUE DÁ NOME ÀS RUAS

GENTE QUE DÁ NOME ÀS RUAS

LAURA ALVES, uma atriz memorável

F

ilha de Celestino Magno e da sua esposa Mariana Alves e proveniente de uma família modesta, começou a frequentar a Escola Industrial Machado de Castro com seis anos de idade. Na altura, sonhava ser química-analista, para aceitar um emprego que um tio que vivia em Loureço Marques lhe tinha oferecido. Porém, o destino não quis que assim fosse. Logo na Escola Machado de Castro, Laura sente despertar o «bichinho» do teatro e pede ao Director da disciplina de Canto e Coral para que a deixe cantar e dançar. Pouco tempo depois, numa festa da Escola, a menina surge no palco a recitar umas poesias. Entra como segunda voz para o orfeão e passa a frequentar o Curso de Dança do Conservatório. Um dia, a sorte bate-lhe à porta. Lino Ferreira, autor teatral e amigo de um professor da escola, andava às voltas, procurando uma pequena para desempenhar no Politeama «As Duas Garotas de Paris» e Laura foi a escolhida, estreando-se no teatro em 1935 e contracenando com Alves da Cunha, Berta de Bívar, João Villaret, Álvaro Benamor e Maria Salomé. Palmira Bastos, encantada com o talento da jovem, leva-a para o Teatro Nacional durante os três meses de férias escolares. E é assim que Laura entra nas peças «Maria Migalha»; «História da Carochinha» e «Riquezas de Sua Avó». Passa dos mil e duzentos escudos mensais de «As Duas Garotas de Paris», a auferir quase dois mil escudos de «cachet» mensal. Laura Alves viu o seu talento reconhecido além-frontei-

O nome Laura Alves foi escolhido para configurar na toponímia de Lisboa no dia 29 de fevereiro de 1988 pelo Edital n.º 21/1988. Uma homenagem à atriz que nasceu, em Lisboa, a 8 de setembro de 1922. ras, através da participação em diversos géneros como revista, opereta, comédia e drama, especialmente no Teatro Monumental, onde fez questão de se fixar em 1951. No cinema, entre muitos outros filmes, é de salientar o seu trabalho em «O Leão da Estrela» (1947). Retirada dos palcos em 1982, casou com Vasco Morgado a 25 de agosto de 1948 e com Frederico Valério a 18 de julho de 1979. Do primeiro casamento teve um único filho,

Vasco Morgado, que vive na Freguesia, pai de Vasco Morgado Jr, atualmente Presidente da Junta de Freguesia de S. José. Laura Alves faleceu a 6 de Maio de 1986 e, no mesmo ano, foi homenageada com o Filme «Laura Alves, Evocação de uma atriz» e também com a criação do Teatro Laura Alves, que, a 25 de maio de 2012, foi destruído por um incêndio e deu origem a uma pensão. Em 2001 foi a vez de o Teatro Politeama lhe prestar homenagem.§

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EDUCAÇÃO

ESCOLA BÁSICA E JARDIM DE INFÂNCIA Mestre Arnaldo Louro de Almeida

Mais conhecida como Escola 44, a instituição é um exemplo de como a educação multidisciplinar pode e deve fazer a ponte com a comunidade em que está inserida

A

Escola Básica e Jardim de Infância Mestre Arnaldo Louro de Almeida, localiza-se numa zona central da cidade de Lisboa, integrando a Junta de Freguesia de Nª Sª de Fátima. Ocupa um edifício construído em 1954, composto por dois blocos separados por um refeitório. Deve o seu nome ao conjunto de painéis de azulejos das fachadas e refeitório, da autoria do Pintor Arnaldo Louro de Almeida. A Escola dispõe de uma ampla área verde envolvente, utilizando para a prática desportiva , o pavilhão gimnodesportivo da Junta de Freguesia que se encontra no seu perímetro. À semelhança das outras Escolas Públicas em meio urbano, integra uma população escolar heterogénea, de diferentes vivências, conhecimentos e interesses, exigindo da Escola, respostas integradoras e abrangentes, que contribuam eficazmente para o sucesso educativo de todos.

A Escola dispõe de Jardim de Infância, 1º Ciclo e A.T.L. (atividades de tempos livres), desenvolvendo um ambicioso plano de atividades e projetos que visam diversificar a oferta educativa em prol de aprendizagens significativas. Tendo como meta o desenvolvimento global dos alunos e o seu sucesso educativo, procura uma estreita articulação com as famílias e a comunidade, divulgando as suas práticas pedagógicas em:

No ano letivo de 2012 | 2013 acolheu 210 alunos do Pré-escolar ao 1º Ciclo, oferecendo, para além do Currículo Formal, um conjunto de atividades complementares: Dança criativa Expressão dramática Psicomotricidade

Amaladomestre.blogspot.com Constituindo-se como uma importante Instituição Educativa na área de influência da Junta de Freguesia de Nossa Senhora de Fátima, reconhecemos o seu papel no desenvolvimento e aprendizagem de várias gerações de alunos. §

Atividades lúdico-expressivas

Ana Luísa Pires, (Coordenadora de Estabelecimento)

Inglês

Música Banda de música Horta pedagógica Yoga Filosofia para Crianças

“Intervir”- desenvolvimento de competências pessoais e sociais Atividade física desportiva Ballet Hip-hop Body Combat Escolinha de Futebol Andebol Rugby Visitas de estudo

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ATIVIDADE ECONÓMICA

Mercado do bairro de santos com atividade reduzida Há cerca de três anos, as últimas floristas não suportaram os custos e encerraram as suas bancas. A Presidente da Junta foi até ao local assegurar que fará tudo o que estiver ao seu alcance

O

s carros estacionados na Rua Portugal Durão dão uma falsa ilusão de movimento. Para quem conhece o espaço, a visão do mercado vazio é desoladora. No primeiro piso, todas as lojas estão encerradas, devido às rendas demasiado altas. Idalina Flora acompanhou a visita, confraternizou com os comerciantes, ouviu as suas necessidades e tentou esclarecer os problemas de um mercado que já teve melhores dias. «Tenho-me desdobrado em contactos com a Câmara Municipal de Lisboa. Os comerciantes não devem perder a esperança», sublinhou a Presidente da Junta. Um trabalho reconhecido por comerciantes e fregueses. «A Presidente tem feito tudo por nós. Estou muito satisfeita. Gostava de continuar como estamos», confessa Isabel Almeida, uma reformada que faz da ida ao mercado a sua rotina diária, apesar de lhe provocar algum saudosismo. A maioria dos comerciantes do Mercado do Bairro de Santos tenta sobreviver, apesar das quebras nas vendas ao público e aos restaurantes. É o caso de Paulo Silva e da sua mulher, Carla, há 17 anos na venda de peixe, que desistiram da maior parte das bancas, reduzindo para metade o espaço ocupado. «Parece-nos que a Câmara não pretende arrendar aos possíveis interessados», afirma Paulo Silva.

Qual o futuro do mercado? Enquanto nos mostra uma fotografia de outros tempos, Maria de Jesus Bernardo, de 57 anos, dona de uma banca de frutas, culpa a crise e a entrada no Euro pela quebra das vendas. «As pessoas não têm dinheiro. Por dia, faço em média 25 a 30 euros. Numa quarta-feira recente, fizemos 3,50 euros», diz, indignada. Já o peixeiro António Soeiro conta que depois de fornecer alguns restaurantes, entre as sete e as oito

horas, «ficam às moscas e com a banca quase vazia». E Maria Alina, de 66 anos, explica que só ao sábado vende melhor os seus enchidos, queijos, compotas e iguarias. Mas nem todos pintam um futuro tão negro. Jorge Caldinhas, talhante, ouve dizer que «o mercado vai fechar» desde que para lá foi. E a julgar pela azáfama, quando o entrevistámos, o negócio não vai tão mal como o dos restantes comerciantes. Ainda assim, e quando pensa no que vai ser do seu negócio, acaba por ceder ao péssimismo, levantando a pergunta que a todos aflige: «Qual será o futuro do mercado do Bairro de Santos?». §

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CONTACTOS ÚTEIS POLÍCIAS Polícia Municipal

TELEFONE 21 726 80 22

PSP 21 797 70 30

FARMÁCIAS

TELEFONE

Apolo 70 21 799 30 02/05 Berna 21 793 76 39 Cardeira 21 354 34 95 | 21 355 12 23 Cardote 21 797 22 91 Dalva 21 354 52 25 | 21 355 12 21 Fátima 21 796 31 07 Figueiras 21 356 02 23 | 21 355 11 97 G. Silva 21 797 18 73 Laranjeiras 21 727 96 28 | 21 723 72 81 Prates e Mota 21 797 37 28 Sá da Bandeira 21 797 44 44 Universitária 21 797 89 53 Valle 21 797 30 43

ESCOLAS Centro Infantil O Roseiral Centro Infantil Visconde Valmor- Creche Escola Preparatória - Marquesa de Alorna Escola Primária 44 Escola Secundária D. Pedro V Externato da Associação - Palma e Arredores Instituto Condessa de Rilvas Universidade Nova de Lisboa

A NÃO PERDER

TELEFONE 217 965 528 217 979 627 213 870 992 | 213 877 503 217 960 352 217 220 730 217 965 259 217 934 515 | 217 965 659 217 933 519 | 217 933 669

TERCEIRA IDADE

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Centro de Convívio da 3.ª Idade - (Das 15h às 18h)

217 928 316

Lar Asas 217 970 548 Conferên. de S. Gil e S. Vicente de Paulo

PEREGRINAÇÃO A FÁTIMA Paragem no restaurante “Sol Posto” Para o pequeno almoço, manhã no Santuário, almoço no “Solar dos Noivos”, em Martingança com visita à vila. 18 de maio Partida às 08H00 Campo Pequeno 7º Aniversário da Reinauguração 21h30, 16 maio UB40 Ao Vivo No Campo Pequeno 21h, 28 junho

Associação para o Desenvolvimento e Apoio Social do Bairro do Rego ADAS-BR Centro de Dia

21 782 01 33

SAÚDE

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Centro de Saúde de Sete-Rios

217 211 800

Centro de Saúde do Coração de Jesus

213 870 615 | 213 870 461

Hospital Curry Cabral

217 924 200 | 217 924 370

Clínica Veterinária União Zoófila

217 970 827 | 934 521 038

IGREJAS

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Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora de Fátima

217 958 761 217 928 300

CONSERVATÓRIAS

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C. R. Automóvel C. R. Civil - 7.ª C. R. Comercial C. R. Predial - 2.ª C. R. Predial - 8.ª Registos Centrais

213 264 000 217 950 291 | 217 801 449 213 252 200 218 435 380 218 435 390 213 817 600

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Bairro Fiscal - 8.º Serviço de Apoio ao Contribuinte

21 840 41 73 21 793 96 18

BOMBEIROS

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Sapadores - 3.ª Companhia

21 357 12 21

ENTIDADES PÚBLICAS

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Câmara Municipal de Lisboa Avarias Iluminação pública

21 322 70 00 21 391 25 23

MUSEUS

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Av. Marquês de Tomar, 106 B - 1050-158 Lisboa Tel. 217 978 881 FAX 217 950 976 Horário: Dias Úteis das 10h às 18h

21 782 30 00 21 793 16 12

www.jf-nsfatima.pt

Caloustre Gulbenkian Palácio Galveias

Teatro Aberto «O Preço» é o nome da nova peça, com Marco Delgado, São José Correia, Cinde Filipe e António Fonseca, que estreia em junho. Seg. a Sáb. às 21h30 Domingo às 16h Palácio Nacional da Ajuda Exposição de Joana Vasconcelos 25 agosto Sáb. da 10h às 21h Seg. a Dom. das 10h às 19h (exceto quarta e sábado) Gulbenkian A verdadeira história da Ciência No Dia Mundial da Criança, um convite para conhecer a verdadeira e nunca antes revelada história da Ciência, através das pisadas da Verdadeira-e-Única-Guia-da-Exposição 360° Ciência Descoberta. 1 junho Sessões às 11h e 16h Junta de Freguesia Nossa Senhora de Fátima


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