ASSOCIAÇÃO ESCOLA DA CIDADE
HULLY CRISTINA MACHADO DA SILVA
TERRITÓRIO(S) AMÉRICA:
APROXIMAÇÃO E COMPOSIÇÃO
SÃO PAULO 2021
ASSOCIAÇÃO ESCOLA DACIDADE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO ESCOLA DA CIDADE GEOGRAFIA, CIDADE E ARQUITETURA
HULLY CRISTINA MACHADO DA SILVA
TERRITÓRIO(S) AMÉRICA: APROXIMAÇÃO E COMPOSIÇÃO
Monografia apresentada à Associação Escola da Cidadecomo parte das exigências do Programa de Pós- Graduação lato sensu Civilização América: Um olhar através da arquitetura com especialização em Geografia, Cidade e Arquitetura, realizado sob orientação do Prof. Dr. Álvaro Puntoni, Prof. Ms. Fernando Viegas e Profª . Ana Paula de Castro.
SÃO PAULO 2021
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, meus pais e irmão pelo apoio demasiado em todas minhas escolhas. A força em seguir com os sonhos vem deles e com eles, são meus maiores exemplos de luta e fé. Agradeço também à Deus, sempre.
À Escola da Cidade serei eternamente grata pela oportunidade e acesso ao curso da pós-graduação, que eu siga retribuindo toda ajuda e apoio oferecida a mim à sociedade, ao acreditar que a educação possa mudar e salvar, farei meu o melhor Também agradeço pela excelência no ensino, o estímulo a pesquisa, ao debate e o entendimento de que sempre podemos e devemos ir além; por as discussões promovidas e experiências trazidas com outros grandes mestres e colaboradores, internos e externos, estes que trazem consigo o brilho nos olhos, pois acreditam no que fazem de melhor, os agradeço muito!
Aos coordenadores e responsáveis pelo curso geografia, cidade e arquitetura, em especial à Ana Paula Castro, Marianna Al Assal, Fernando Viegas, Álvaro Puntoni, Tiago Mesquita, Marcelo Ribeiro e Jairo Bissolato, por todo esforço diário e, muito além da referência intelectual, estiveram sempre presentes, prestativos e preocupados com o desenvolvimento de todas as horas que passavamos juntos. Quanta admiração.
Aos meus colegas por todas as trocas, experiências, aprendizados e momentos vividos nesta época tão importante pra mim, os quero sempre por perto, muito grata pela bagagem.
Agradeço, por fim, todos aqueles que sonham, lutam e acreditam, acima de todos os momentos que vivemos (2021), não deixam de olhar para o próximo com esperança e amor. Que a luta resista e a esperança vença. Obrigada!
Aos meus pais e irmão, que são exemplos de luta, com todo meu amor À humanidade
Resumo
O objeto deste trabalho é a análise e interpretação das diferentes propostas de projetos desenvolvidos ao longo de quatro módulos compreendidos no curso de pósgraduação Geografia, Cidade e Arquitetura da Escola da Cidade Para cada um dos módulos foi estudado um país do continente Americano, sendo eles: Canadá, Equador, Brasil e Uruguai. Através de cada contexto histórico de formação e transformação destes territórios, além de sua geografia, arte, cultura, arquitetura local, discutiu-se as dinâmicas espaciais em suas diferentes escalas e identificou-se também os potenciais destes espaços preexistentes, entendendo as relações das demandas sociais, econômicas e ambientais, e as incidências de conflitos ocasionados por eles no indivíduo e na cidade. Por fim, em cada estrutura final dos módulos-países estudados temos uma proposição de projeto, este resultado de toda bagagem adquirida e reflexões que nos aproximam cultural e territorialmente da América
Palavras-chave: territórios americanos; escalas urbanas; dinâmica espacial; relações socioeconômicas; reflexões projetuais
SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................06 1. APROXIMAÇÕES: REFLEXÕES E PROPOSIÇÕES.............................................07 1.1 Canadá............................................................................................................07 1.2 Equador ........................................................................................................17 1.3 Brasil.............................................................................................................23 1.4 Uruguai .........................................................................................................33 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42 LISTAS DE ILUSTRAÇÕES 43 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................45
Introdução
O curso de pós-graduação lato sensu Geografia, Cidade e Arquitetura vem de uma tematica mais ampla, intitulada como “Civilização América: um olhar através da arquitetura” que tem como premissa básica as diversas formas de compreensão e enfrentamento das condições históricas, geográficas, culturais, territoriais e sociais que, principalmente, o arquiteto e urbanisma têm como busca para o exercício do conhecimento enquanto atua na prática profissional, e o curso se aprofunda nesta prática do desenvolvimento do projeto, também enquanto pesquisa, reflexão, processo e aproximações do espaço e suas escalas.
Para cada módulo estudado se explora estas variadas questões territoriais, políticas, ambientais, culturais, sociais e econômicas no contexto de cada um dos países selecionados, estes -principalmente- situados no continente Americano. Desta forma, é possível entender o espaço além daquele que vivemos e conhecemos. Para todos os m[odulos estudados, foi possível contato com profissionais e especialistas dos locais em referência, possibilitando um amplo e rico entendimento teórico, aproximações com as vivências, assim como diálogos permanentes com estes convidados externos junto ao nosso corpo docente interno, que muito agregaram nas diversas esferas do conhecimento neste processo de formação. Os quatro módulos estudados compreenderam os seguintes países, todos do continente Americano: Canadá, Equador, Brasil e Uruguai.
Ao decorrer do presente trabalho denominado como “Território(s) América: aproximação e composição”, cada um dos quatro países estudados serão apresentados em uma breve leitura inicial fundamental e encerrados com a prática de atêlie E como objetivo principal, se tem como resultado quatro diferentes proposições projetuais, fomentados em grupo, mas também em perspectiva pessoal das constantes reflexões Muito importante perceber que para cada contexto e condição socioterritorial foram trazidas multiplas questões, e sintetizadas em diferentes programas, considerando as singularidades de cada um dos territórios. Projetos que, aproxima agentes e fatores que são identidades destes locais, são a representação das complexas dinâmicas e disputadas que compõe a formação e ocupação do espaço natural e construído, as diferenças históricas, culturais e sociais, e nestas diferenças fosse possível a inclusão e aproximação.
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1. Aproximações: Reflexões e Proposições
Partes de um todo, os quatros países - Canadá, Equador, Brasil e Uruguaitrouxeram características bastantes comuns através do contexto histórico e de formação da ‘América’, mas também outros diferentes pontos identificados por questões geográficas, políticas e de formação cultural. A dinâmica de uso do espaço está baseada em distintos fatores, assim como a qualidade e as características espacial do mesmo, somando a isto temos uma dinâmica resultante que define suas singuladidades ou identidade
Ensino, diálogo, leituras, experiências e debates estimularam e acompanharam todas as práticas e exercícios de projeto, com o método de investigação foi possível compreender e aproximar territórios tão multiplos.
1.1Canadá
No extremo norte da América, fronteira com os Estados Unidos, o Canadá ocupa uma grande extensão ao norte territórial. Na maior parte do país é característico os climas frio e polar, com invernos rigorosos, prolongados e queda de neve em boa parte do ano. Sua cultura é formada por meio da influência das diversas nacionalidades que se encontram no território do país, sobretudo as inglesa, estadunidense e francesa, e que predominam ainda os costumes e tradições das populações indígenas em determinadas áreas.¹
Canadá é bastante atrativo pelo elevado Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e uma das mais elevdas expectativas de vida do mundo, sua população desfruta de uma boa qualidade de vida, quanto às questões de moradia, acesso à educação, segurança, emprego. Em contrapartida, a baixa densidade demográfica deste país é de aproximadamente 3 hab/km². A metade norte do país está praticamente desabitada. E neste imaginário de um país qualitativamente atraente, frio e pouco denso que foi apresentado o recorte proposto para desenvolvimento do projeto do módulo.
¹ Anotações das aulas de Sean Purdy: “O/Os Canadás: A Formação das Nações” em 05/08/2019.
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Uma cidade localizada na Baía de Frobisher, na Ilha Baffin, e capital de Nunavut, Iqaluit possui quase oito mil pessoas em uma região que experimenta algumas das maiores ações marítimas do mundo.
A arquitetura e paisagem da cidade de Iqaluit apresentada é marcada por galpões de características pré-fabricas e vias definidas apenas pelos resquícios dos espaços de ocupação. A logística mercadológica urbana é operacionalizada por meios aéreos ou por barco, não se chega em Iqaluit por estradas, pois não há. Aos poucos é possível entender que as operações e acessos à cidade são definidos pelo clima, e tais demandas limitadas pelo meio, espaço e tempo.
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Figura 1 - Localização Iqaluit - Nunavut, Canadá. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
Figura 2 -Paisagens climáticas Fonte: Material da aula Many Norths por Lola Sheppard e Mason White.
Mesmo que restrito ao longo do ano, um porto aumentaria as possibilidades das chegadas, seja pelo potencial da infraestrutura ou pelo aumento das demandas de mercadorias, comida ou outras necessidades básicas. Neste sentido, pensar a cidade pelos meios e acessos, foi possível entender a ideia de um porto como oportunidade, e não apenas pensá-lo como equipamento operacional urbano, para aumento de atividades econômicas, mas também associá-lo às outras demandas da sociedade, mesmo com uma agenda sazonal, buscar equipamentos de culturais e lazer, paras as trocas e vivências, encontro; afinal, o clima também interfere e traduz nossas sensações e emoções.
Nesta perspectiva, e após muito aprendizado e troca nas aulas, muita investigação, busca e compreensão deste território preexistente tão distante, não apenas geograficamente, mas também pelas diferenças reais, históricas, cultural e social, assim, foi possível criar um imaginário e contextos de aproximações através de um projeto efêmero, conceitual e crítico pela importância da concretização de espaços colaborativos e de ocupação, estes que também pudessem ter uma relação importante entre a sociedade, a paisagem e a cidade.
A idealização deste projeto foi possível graças ao grupo 5(cinco) formado pelos alunos: Alline Nunes, Hully Machado, Igor Tsopanoglou e Vitória Paulino
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Figuras 3 – Baía de Iqaluit. Fonte: Material Aula Many Norths lecture por Lola Sheppard e Mason White.
IKTSUARPOK ²
Esperar, observar, sentir, aproximar, entreter, viver. O sentimento de antecipação que o leva a continuar olhando para fora para ver se alguém está vindo A proposta que apresentamos para Iqaluit, capital de Nunavut, surgiu a partir do entendimento da complexidade e das particularidades que envolvem o extremo norte do Canadá. Assim, partimos da identificação do que é perene, efêmero, e especifico nesse território cheio de desafios construtivos, logísticos e tecnológicos, impostos principalmente pelo difícil acesso, grande amplitude térmica e pelo frio extremo (- 50°C). Somam-se a essas condições um permafrost em constante transformação, e uma variação de marés que chega a 13 metros.
Diante deste cenário, qualquer programa e implantação exigem grandes desafios, e esses, acrescidos dos aspectos sociais e psicológicos levantados, permitiram construir a narrativa e interpretação que nortearam nosso programa e partido. Iqaluit (8000 hab.) possui uma população jovem, muito ligada à tecnologia e a uma vida contemporânea, como qualquer outra, mas que em grande parte deriva de um passado nômade (Inuit), cuja fixação, fomentada e conflitante, ainda se reflete em um presente em busca de uma formação indenitária.
² Iktsuarpok - um substantivo na língua dos esquimós do Ártico, o termo resume "aquele sentimento que faz uma pessoa sair e entrar, sair e entrar, para ver se alguém está chegando", ou seja, um sentimento de antecipação que o leva a continuar olhando para fora para ver se alguém está vindo. Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/01/150121_vert_cul_palavras_traducao_ml
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Figuras 4 – Estudo da Baía de Iqaluit Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Além disso, a população Inuit enfrenta ainda altos índices de alcoolismo, abuso infantil, baixa escolaridade, (apenas 43% concluem o ensino médio), desemprego e uma renda média bem menor que de não Inuites, ocupantes da maior parte dos cargos públicos de altos salários. Agravando esse cenário, possui ainda uma das taxas mais altas de violência domestica do Canadá, e um dos maiores índices de suicídio do mundo. Diante de todos esses problemas e das sugestões de moradores de Iqaluit descritas em artigos e em redes sociais, foi traçado um programa que os atendesse através de um espaço destinado à cultura local e seu resgate, ao encontro, cuidado e lazer, à formação, e à intensa conexão com a natureza em seus distintos ciclos e estações.
Para tanto, optamos pela implantação do edifício em meio ao mar, possibilitando explorar todas as fases da água e abrigar o maior número de atividades e práticas esportivas. Como o caiaque, muito tradicional entre os povos originários e em crescente ascensão entre as novas gerações.
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Figura 5 – O programa do projeto. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo de alunos.
Figura 6 – Conceito e Partido Arquitetônico. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
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Figuras 7 – Estudo de Implantação através das infraestruturas Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Figura 8 – Estudo de Implantação. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo.
Assim, o projeto proposto partiu de uma estrutura semelhante ao casco de um navio, buscando não só a resistência ao gelo, mas a possibilidade de uma submersão parcial, dando ao edifício a capacidade de controlar seu próprio nível em relação ao mar e ao mesmo tempo acompanhar às intensas mudanças da maré.
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Figura 9 – Estudo Conceitual e de Viabilidade Fonte: Imagens produzidas pelo grupo.
Figura 10 – Estudo do Sistema Estrutural. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
O edifício foi pensando para ser não apenas um ponto de referência para a cidade, como também um ponto de mudança, apreciação e reflexão sobre a mesma. Além disso, desejámos à população uma arquitetura contemporâneo, com usos, paisagens e perspectivas mutáveis, assim como o espirito itinerante e aventureiro preservado pelo povo Inuit e imprescindível a quem deseja vivenciar Iqaluit.
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Figura 11 – Diagrama Estrutural. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo.
Figura 12 – Paisagem Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Figura 13 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo.
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Figura 14 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Figura 15 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Figura 16 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
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Figura 17 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo.
Figura 18 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
Figura 19 – Paisagem projetada Iqaluit. Fonte: Imagens produzidas pelo grupo
1.2 Equador
Localizada em um dos pontos de maiores altitudes do mundo e divida pela linha do Equador, a capital do país Quito é Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, e possui o maior centro histórico da América Latina. Outra característica marcante do país, apesar de pequeno, é sua quantidade de vulcões, alguns ainda em atividade; em Quito encontra-se também um vulcão ativo, o Pinchincha.
Assim como em muitas outras cidades,o centro histórico de Quito também corresponde ao centro comercial urbano, por isto, é possível perceber um fluxo intenso entre pedestres dividindo espaços com ambulantes e veículos.
Neste cenário bastante desafiador, com forte identidade local, foi proposto que pensássemos estes espaços de grandes oportunidades, tanto para a cidade quanto sua população. Uma paisagem constante neste centro é a presença de ruas estreitas, que faz com que as edificações de características coloniais enquadrem as vistas ao horizonte. Os planos de visualização sempre convergem para as altitudes, principalmente ao vulcão Pinchincha
A seguir, será descrito as proposições projetuais “EL GRAN PAISAJE: DA PASSAGEM À PAISAGEM”, idealização possível graças ao grupo cinco formado pelos alunos: Adeli Róman, Daniel Carvalho, Fábio Xavier, Hully Machado e Rafael Falavigna.
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Figura 20 – Paisagem Urbana de Quito. Fonte: Shutterstock.
A relação entre as pessoas e os espaços tornam-se interessantes se pensar que estes enquadramentos de paisagem os aproximam e ao mesmo tempo, o faz perder a noção do todo, de todos estes horizontes e vistas da cidade.
Foram estes os fatores que direcionaram as intenções do projeto: a existência dos vulcões e a composição desta paisagem natural e construída, a busca pelos diferentes pontos de visualização numa forma de orientar os pedestres através dos horizontes e a relação e integração destes espaços frentes suas distâncias.
El Gran Paisaje: da passagem à paisagem, afoi através dos estudos destas relações setoriais da paisagem, fluxos, distâncias e altitudes que foi possível chegar no plano de “modernização” do transporte público de Quito, que tinha executado quase que em completude (2019) suas estações de metrô. Selecionada para implantação, mas ainda em desenvolvimento, a estação prevista na Plaza Del Teatro foi o recorte selecionado para o presente trabalho.
Devida a possibilidade de descaraterização deste espaço, que tem sua função, como ocupações artísticas e sociais, a proposta é ocupar um edifício à frente a praça, chamado El Gran Pasaje, que não possui nenhum valor histórico e que sua principal função é de estacionamento. Parte deste edifício abriga estabelecimentos comerciais de pequenos empreendedores.
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Figura 21 – A paisagem e o observador. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
Figura 22 – Enquadramento da Paisagem Fonte: Google Maps + Edição produzida pelo grupo.
O Levando em consideração a não descaracterização do edifício El Gran Pasaje como parte do montante do patrimônio histórico de Quito, observou-se a possibilidade de trazer a presença de um edifício que poderia, de fato, contar a história da cidade através de sua existência.
Portanto, a proposta parte da iniciativa de remover parcialmente edifício existente, revelando então a fachada do edifício historio de trás, fazendo um contraponto com a reação entre a Plaza do Teatro e a nova estrutura que se tornara a nova estação do metrô.
Para isso, a proposta de enquadrar a vista da fachada histórica propondo uma cobertura que se articula nestas relações com a paisagem preexistente, ou seja, entre o edifício existente e um mirante que tem como intuito provocar o passageiro que desembarca do metrô, no subsolo, e levá-lo acima da cota dos edifícios vizinhos propiciando a vista panorâmica da cidade.
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Figura 23 – Estudo de Fachada e Concepção da Forma. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
A proposta remete em promover diversas experiencias visuais do centro de Quito, ao mesmo tempo que condiciona um espaço de circulação mais confortável ao pedestre e valorize o entorno imediato.
Levando em consideração a característica de quito receber sua maior incidência solar de forma extremamente vertical, as fachadas recebem pouca incidência solar, portanto é necessário promover aquecimento natural através da cobertura, sendo proposto então, um átrio central na edificação e na cobertura da estação, uma iluminação parcial.
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Figura 24 – Diagramas de Ocupação do Projeto. Fonte: Imagem produzida pelo grupo
O programa de uso e atividades desenvolvidas na parte remanescente do edifício, parte do princípio de valorizar o comercio já existente no próprio edifico, propondo a realocação de quem estava no espaço que será demolido à parte remanescente. Desta forma, o programa se complementa com espaços para cursos, coworking e praça de alimentação e café, no intuito de ativar este ambiente em diferentes momentos do dia e da noite.
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Figura 25 – Diagrama do Programa e Estudo de Luz e Calor. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
Figura 26 – Diagrama de Setorização do Projeto. Fonte: Imagem produzida pelo grupo
O intuito da proposta é que o edifício seja visto como uma unidade que promove diversas possibilidades de experiencias e uso as pessoas. Estabelece um paralelo entre mobilidade em outras escalas, mas também um promotor de valorização histórica, social e cultural a história de Quito e seus habitantes.
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Figura 27 – Inserção Urbana Plaza del Teatro. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
Figura 28 – Cortes Transversal e Longitudinal do Metro. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
1.2 Brasil
Muito conhecida por suas incríveis paisagens naturais, Minas Gerais é o quarto maior estado do territorio brasileiro. Ao sudeste do país, seu clima é predominantemente tropical (INMET) e possui grande importância pela abrangência territórial de suas bacias que compõe uma grande rede hidrográfica (Instituto Mineiro de Gestão das Águas).
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Figura 29 – Proposta de Projeto no Centro de Quito - Equador. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
Figura 30 – Proposta de Projeto no Centro de Quito - Equador. Fonte: Imagem produzida pelo grupo.
A história mineira já vem de um contexto de exploração com os bandeirantes em busca de ouro e pedras preciosas. E por isto, a região foi um importante centro econômico do país A economia em absoluta influência da mineiração inibia outras importantes atividades econômicas. Apenas com a produção e exportação de café, pode prosperar e ensejou um primeiro surto de industrialização com a afirmação da natural tendência do Estado para a produção siderúrgica e com o crescente aproveitamento dos recursos minerais (mg.org.br)
A região metropolitana de Belo Horizonte, capital do estado, onde ainda contexto de mineiração esta ainda muito presente, tem como outra data marco em sua história o ano de 2019, quando na cidade de Brumadinho, localizada nesta mesma região, recebeu grande atenção da mídia após o rompimento de uma barragem de rejeitos na mina de ferro Córrego do Feijão, operada pela Vale S.A.
Neste cenário bastante trágico e sensível para história do povo brasileiro, que o módulo Brasil vem com a possibilidade da reflexão e denuncia de como o capital financeiro e político se isenta em responsabilidade humanas, sociais e ambientais.
No módulo Brasil, como diferencial, foi possível desenvolver diversas vezes o exercício de análise e reflexão através da metodologia proposta em apresentar diferentes proposições projetuais para Brumadinho-MG. Este trabalho foi desenvolvido pelo grupo sete, seus membros: Hully Machado, Juan Sikota e Lucas Bueno.
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também localizada na cidade.
Figura 31 – Operação e Tragédia da Vale em Brumadinho I Fonte: Foto por Douglas Magno/AFP
Na etapa inicial, foi proposto um diagnóstico da análise territorial macrorregional de Brumadinho, onde compreendia o Sistema Natural Estruturante e as Infraestruturas construídas ao longo de seu processo de ocupação, pois apenas uma investigação e entendimento desta complexidade territorial seria possível entender os conflitos e oportunidades desta paisagem local. Dentre a estruturação adentra-se a composição do sistema hídrico, orográfico e nos mananciais; no sistema construído e infraestrutura foi avaliado as áreas urbanas e rurais, os espaços públicos, a lógica de condomínio, a extração mineira, as atividades tradicionais e culturais e a diversidade patrimonial e arqueológica. Também foi importante a busca de documentos e bases cartográficas do Plano Metropolitano da Região Metropolitana e Macrozoneamento Municipal, além da identificação das características predominantes socioculturais, econômicas e ambientais para lançar algumas hipóteses de atuação nesta paisagem.
A região tem sua principal base econômica sustentada pela atividade da mineração, sobretudo pela atuação da Vale. Mesmo que atual, também possui o turismo ecológico-cultural como uma pequena parcela na receita do município. Há também empregabilidade também em produção agropecuária e serviços.
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Figura 32 – Diagnóstico da Composição de Unidades. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
O mapa sintetizou e organizou seis unidades de paisagem, sendo: Urbanidade, Rio Paraopeba, Serra, Extração Agrícola, Extração Mineral, Territórios de Transição, este último corresponde ao setor entre a área de conservação e a área agrícola, discriminado como área de amortecimento, que permite ocupação até certo ponto, fazendo a transição para a área de reserva Esta sobreposição de fatores de influência da paisagem formado no Mapa de Unidades de Paisagem de Brumadinho-MG fez compreender que o território, a partir do entendimento de paisagem, foi fruto da relação do homem com o território. A paisagem é a síntese da compreensão ecológica do lugar e a presença na própria paisagem. A fotografia é o registro de cada paisagem deste território.
A fim de estudar ainda mais as oportunidades de intervenções, foi proposto que pensássemos em uma outra perspectiva de atuação a partir do olhar do que foi apresentado por outros grupos, assim seria possível fazer múltiplos desdobramentos de atuação.
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Figura 33 – Mapas de Danos e Recuperação Ambiental. Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
Em “Paisagem como Recurso, pensando alternativas ao modelo extrativista”, seguimos a lógica do grupo seis, mas em uma releitura da trama anteriormente apresentada. Com um novo conceito atribuído propõe-se, em primeira instância, uma reorganização geográfica, definindo a localização de cada um dos pontos a partir das unidades de paisagem, definidas na etapa de diagnóstico. Nesta perspectiva, os pontos propostos se configuraram como um componente capaz de ativar o uso de cada paisagem enquanto espaço público, promovendo espaços de uso coletivo que potencializam os principais aspectos de cada paisagem e articulem a trama em três esferas: produtivo, social e ambiental.
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Figura 34 – Armaduras da Paisagem. Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
Figura 35 – Ilustrações Projetuais das Armaduras. Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
Desse modo, os componentes, denominados de armaduras paisagísticas, buscam tirar proveito da paisagem cultural e natural de brumadinho para a construção de processos ecológicos, que buscam responder às necessidades locais, rompendo com a lógica extrativista baseada na matriz economicista, orientando, então, a um novo modelo de ocupação humana sobre o território. Pensa-se como oportunidade a reestruturação produtiva da comunidade local; soluções baseadas na natureza; recuperação, reconhecimento e articulação das paisagens de brumadinho; sistema de armaduras paisagísticas e turismo de base comunitária
As armaduras paisagísticas, são, portanto, um ato político frente ao modelo aplicado na região, desde sua época colonial, oferecendo alternativas à população local e a visibilização de sua paisagem característica.
Após tantas propostas de diversas possibilidades de projetos em BrumadinhoMG, fechamos o módulo com o trabalho “Paisagem, Arte e Mineração: Investigação para um processo metabólico pós-desenvolvimentista” Mesmo que possível abordar outras temáticas, em Minas Gerais é muito difícil fugir do contexto de paisagem, ainda mais que em cada oportunidade de projeto reforçamos às críticas sobre intervenções em espaços naturais, ditas, paisagens.
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Figura 36 – Diagrama do Turismo de Base Comunitária. Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
Figura 37 – Diagrama das Armaduras da Paisagem. Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
O geógrafo Milton Santos define a paisagem como tudo aquilo que nossa visão alcança, portanto, para que possa existir, é necessário um observador. Define que a dimensão da paisagem é a dimensão da percepção e, dessa maneira, obedece a um processo seletivo de apreensão. Paisagem é um conceito múltiplo, abordado de diferentes formas nas mais variadas disciplinas do conhecimento, também como relação entre o natural e o humano, de caráter transitório das transformações culturais no espaço. Já para Simmel, o artista, ao extrair da totalidade da natureza um fragmento, e dar a esse fragmento uma unidade estética, efetua a mesma operação que um indivíduo que contempla uma paisagem atribuindo um valor subjetivo ao contexto observado. Ele indica não somente a necessidade de um observador para a existência da paisagem, mas também a necessidade de uma ação intelectual do indivíduo sobre a natureza para formação dessa paisagem.
Arte e Paisagem se relacionam de diversas formas, permitindo que a Paisagem seja representada na arte, ou a arte se relacione com a paisagem, e, nesse sentido, estrutura-se um potencial via de mão dupla, com um objetivo comum: ampliar a capacidade de compreensão do espaço e da própria paisagem.
O caso brasileiro da paisagem mineira, acima podemos ver que é apenas um exemplo do potencial destrutivo que o processo produtivo mineral pode desencadear sobre a paisagem cultural de um lugar. Conforme demonstrado por diferentes autores, a Teoria da Dependência alavancada na sociedade ocidental busca responder a um projeto de desenvolvimento global definindo papéis na economia transnacional para os chamados países periféricos e os países do centro do capitalismo.
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Figura 38
O Pico do Cauê em 1942 e o Buraco do Cauê Fonte: Observatórios da Mineração
Os países periféricos, partes do sul global, parecem ter como objetivo único a exportação de natureza, rigorosamente bem representado nos processos extrativistas característicos da América Latina. Aos trancos e barrancos, persistimos num modelo de origem colonial, fruto do nascimento do capitalismo global. Já se faz necessário resgatar a dimensão utópica e romper com o fantasma do desenvolvimento.
O projeto proposto procura explicitar o modelo extrativista que modificou substancialmente nossa paisagem cultural. Busca-se, através da arte, explicitar tal modelo, que a partir de um economicismo cego, de matriz única, não reconhece o valor da natureza e promove perdas incalculáveis da própria paisagem. O conceito busca reconhecer o dorso fatigado da montanha, as áreas de mineração e sua direta agressão e promover um percurso artístico sobre ele. A paisagem da mineração será, então, paralisada, tomada pela arte que tratará de visibilizar os danos e reconhecer o valor da paisagem cultural.
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Figura 39 – Mapa Comparativo Brumadinho 1985 e 2020. Fonte: Google Earth e edição do grupo.
Figura 40 – Mapeamento da Proposta de Projeto Fonte: Imagens Google Maps com edição do grupo.
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Figura 41 – Premissas e Pontos de Intervenção Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Figura 42 – Intervenção 1 Fonte: Imagens Google Maps com edição do grupo.
Figura 43 – Intervenção 2 Fonte: Imagens da Paisagem com edição do grupo.
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Figura 44 – Intervenção 3 Fonte: Imagens Google Maps com edição do grupo.
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Figura 45
Intervenção 3 Fonte: Imagens desenvolvidas pelo grupo.
Figura 46 – Macro Escala da Intervenção Fonte: Imagens Google Maps com edição do grupo
1.4 Uruguai
O Uruguai lidera no quesito qualidade de vida e desenvolvimento humano, além disso, seu índice de pobreza é muito baixo em comparação aos outros países latinos O alto nível de segurança no país é um dos fatores que atrai milhares de turistas todos os anos para o Uruguai.
A leste do Rio da Prata, Montevidéu é a capital do país e seu centro econômico e político, o turismo da região também é responsável por grande parte de sua economia. A área da Cidade Velha inclui os edifícios mais antigos da cidade, vários museus, galerias de arte e discotecas mais freqüentados da região A Plaza Independencia é rodeada por muitos pontos turísticos, incluindo o Teatro Solís e o Palácio Salvo; a praça também constitui uma extremidade da Avenida 18 de Julho, o destino turístico mais importante da cidade fora da Cidade Velha. Além de ser uma rua comercial, a avenida é conhecida por seus edifícios art deco, três importantes praças públicas, o Museu Gaúcho, o Palacio Municipal e muitos outros pontos turísticos.
Muito importante enfocar que o país também chama muita atenção por ser o primeiro a liberar o voto para a mulher em 1927, e também, liberou o casamento gay(2013), o aborto (2012) e decretou a legalização da maconha (2017).
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Figura 47 – Mobilidade Feminina 8M em Montevideo, Uruguai. Fonte: Imagem via radiouruguay.uy
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Uruguaya, Urbana y Contemporánea - Mulher natural do país, que pertence à cidade e se relaciona com os indivíduos que nela habitam no tempo presente” por Hully Machado, Juliana Trama, Natasha Mucio, Pablo Resende e Renata Semin.
A região indicada para estudo, um trecho da Avenida 18 de Julio, tem características de urbanização consolidada como área central de Montevidéu. Demarcada em meados do século XIX reuniu, desde sua abertura, edifícios institucionais e espaços públicos, entremeados por outros edifícios de usos variados que complementam a dinâmica urbana desta área. Foco de inúmeros estudos é o recorte de um território diversificado pelas marcas do tempo, pelos costumes e pelos interesses sociais.
A abrangência de visões, informações e materiais somaram-se à necessidade de reforçar a manifestação das mulheres uruguaias, com longa data e intensa atividade de luta, mas ainda desproporcionada na sua representatividade.
O imaginário da mulher no espaço público mostra seu dia a dia ocupado por trabalhos domésticos e por empregos, com seus horários, deslocamentos necessários, vestimentas específicas, atendimento à família, principalmente filhos pequenos. Constatada a jornada de trabalho expandida e sobrecarregada, a motivação para o projeto foi buscar situações urbanas com potencial de abrigar programas de melhoria das condições de vida urbana para as habitantes e/ou usuárias da área central de Montevidéu.
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Figura 48 – Avenida 18 de Julio em Montevideo Fonte: Imagens Google Maps com edição do grupo.
Novas lógicas sociais, culturais e ambientais devem ser formuladas para absorver programas de apoio durante o período de trabalho, mas não restrita a estes horários nem excludente de ninguém, e insistindo que o enfoque seja a mulher. O ponto de partida é a aproximação a este território por meio de camadas de leitura, como a densidade construtiva versus populacional local, fluxo e demanda do transporte, dado demográficos e de usos, estado de conservação, manifestações e caracterização culturais e sociopolíticas e as percepções do espaço local.
E no recorte da Avenida 18 de Julio, no centro da cidade, que exploramos seu potencial de ocupação associado à diversidade e resistência. Lá foram identificados como subutilizados, notadamente resultantes da demolição de edifícios e ocupados por estacionamentos. Entendemos que este uso requer baixo investimento e gera alta rentabilidade ao proprietário ou inquilino, mas não cumpre com a função social da propriedade.
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Figura 49 – Pontos de Interesse e Locais Subutilizados Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Os locais identificados como subutilizado na compacta massa construída e consolidada, estes lotes expõem os limites verticais nas superfícies das paredes cegas de edifícios vizinhos. Outras características que reforçam esta abordagem são: a potência de articulação física e visual com as galerias comerciais oferecendo condições de permeabilidade no interior das quadras e/ ou com os espaços públicos, as praças consagradas, e a farta infraestrutura de serviços de transporte, educação e de equipamentos culturais a curta distância Estes argumentos intensificam a opção por idealizar a distribuição de diversos usos complementares entre si e, quando oportuno, reincidentes para apoiar a mulher em seu cotidiano.
Neste sentido, foi pensado um programa de ação inclusiva de demandas predominantemente femininas na área central de Montevidéu. Assim seria possível preservar a preexistência de recursos em uma área privilegiada de centralidade urbana metropolitana com oferta de infraestrutura com fortes vínculos culturais; identificar e classificar imóveis vagos, subocupados e/ou subutilizados; viabilizar percursos a pé favorecidos pela baixa declividade. Criar meios de atender a demanda ampla e diversificada com programa-base como política pública aplicada ao espaço privado e aberto às propostas de usos com oportunidades de utópicas.
Dentre as possibilidades de escolha de evidenciar a permeabilidade intraquadras, optamos por um lugar que reflita a motivação do tema do feminismo e onde se insira um projeto como suporte às atividades cotidianas das mulheres uruguaias e aquelas que vivem o Centro de Montevidéu.
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Figura 50 – Programa do Projeto. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
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Figura 51 – Âncoras e os Raios de Influência do Projeto Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo
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Figura 52
Estudo de Fluxos, Conexões e Usos Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
As características atraentes para definir este lugar foram as duas praças e seus nomes, Independência e Diversidade, assim como pensar nos elementos que as une: a atitude libertária e o que as separa: um estacionamento. Foi intuitivo pensar em integrar os dois espaços públicos e seus respectivos significados na memória do país e diluir fronteiras entre o espaço público proposto e o espaço privado definido pelas fachadas dos edifícios existentes.
A conexão entre a “cidade velha” e a “cidade nova” Uma micropaisagem encaixada precisamente entre duas empenas cegas com 24m e 36m de altura no ponto de fuga da via lateral da Praça Independência e internamente cercada por fachadas ativas ou cegas com alturas que variam de 10m a 16m Se articulando com a malha viária pelas vias para pedestres que acessam a Sarandi e Bartolomeu Mitre e pela continuidade do piso até a calçada da Juncal.
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Figura 53 - Área de Intervenção: Plaza de la Diversidad Sexual Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Figura 54 – Aproximação Plaza de la Diversidad Sexual Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Importante que a cobertura do atual estacionamento é composta por estruturas metálicas e lonas plásticas, passíveis de serem desmontadas e retiradas, com possibilidade de reuso, e sem geração de resíduos.
Esta iniciativa proposta possibilitará que as pessoas, principalmente as mulheres, que circulam e/ou vivem no Centro e que trabalham nesta dinâmica econômica do comércio e da prestação de serviços, edifícios empresariais e hotéis, entre outros, se beneficiem dos usos propostos: comedoria com estruturas apropriadas para o consumo das refeições caseiras, vestiários para conforto e higiene na troca de roupa para diferentes turnos de emprego, acomodação para os filhos – berçário e creche -, áreas cobertas e descobertas para manifestações culturais e educacionais, áreas para conviver, brincar e descansar.
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Figura 55 – Estudo de Conexões e Fluxos. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Figura 56 – Projeto da Plaza de la Diversidad Sexual Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo
O projeto também preza pela conscientização ambiental, na ocupação das empenas nos níveis das passarelas-mirante com caixas para cultivo de hortaliças e flores para culinária, nutrição e ornamentação. Além das vistas em cotas altas do eixo da 18. No nível do solo, arbustos e árvores de pequeno porte redefinem ambientes a céu aberto E condiciona as práticas da política pública para estruturar ações de reconhecimento de outros lugares com potencial equivalente à proposta que para novas conexões no tecido urbano e para a distribuição de outros usos complementares e compatíveis com o entorno de cada situação identificada ao longo da 18 e vias adjacentes que foram pontuados ao longo deste exercício de projeto.
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Figura 57 – Plantas do Programa Base do Projeto. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
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Figura 58 – Projeto visto pela Plaza de la Independencia. Fonte: Imagem desenvolvida pelo grupo.
Considerações Finais
Após tanta bagagem construída de diferentes territórios da América, o exercício de reflexão, aproximação e proposição projetual puderam mudar o olhar, de modo a valorizar ainda mais a história e a arquitetura, principalmente a latinoamericana, estas que continuam em constante exercício de crítica, contestação e melhoria. Desta forma, é possível estar mais consciente dos processos de transformações de espaços tão dinâmicos, estes que chamamos de cidades,a composição do território e a sociedade. Os valores, tradições, semelhanças e diferanças sociais apenas reforçaram a importancia desta construção coletiva.
Pensar coletivamente, seja pelas trocas em sala de aula ou pelas discussões e produções em grupo, agregou ainda mais o entendimento e conhecimento, que muitas vezes, são colocados de diferentes formas, conhecer nunca esta em completude, se não vivenciado, mas estas trocas permitiram se aproximar cada vez mais de boas práticas e perspectivas projetuais. O projeto cria um imaginário que permea outras oticas, de e para diferentes pessoas, das que projetam às que vivem e usam o espaço. Assim pudemos entender, pois em um mesmo recorte territorial foi possosível chegar a várias possibilidades e ideias de oportunidades, mesmo que entre as propostas o resultado sempre consideravam uma escala, um contexto, uma história, um programa, um método e aprofundamento e muitas conclusões e considerações
O resultado para cada um dos países foi único O processo, a experiência e os aprendizados são resultados da busca não só pelo conhecimento mas pela compreensão do que o outro espera. O espaço é composto de gente que precisa ser ouvida, e este é o que devemos buscar a todo momento, elemento fundamental na discussão e naproposição projetual de espaços de qualidade nas cidades e onde quer que seja, pois desta forma podemos fazer que tudo aquilo que projetamos seja de fato uma boa arquitetura.
Ao finalizar esta monografia em plena pandemia mundial (2021) volto a questionar tudo aquilo que foi proposto, as necessidades, as dinâmicas, e principalmente, a busca incessante pelas relações sociais e o uso e ocupação dos espaços. E eis que sem pretensão de ser as únicas soluções para cada um dos módulos, estas proposições reforçam a importância da discussão para que sempre estejamos repensando todos os aspectos e condições da sociedade.
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de Ilustrações Figura 1 - Localização Iqaluit - Nunavut, Canadá............................................... 08 Figura 2 - Paisagens climáticas .08 Figura 3 - Baía de Iqaluit .09 Figura 4 - Estudo da Baía de Iqaluit 10 Figura 5 - O programa do Projeto 11 Figura 6 - Conceito e Partido Arquitetônico 11 Figura 7 - Estudo de Implantação através de Infraestruturas 12 Figura 8 - Estudo de Implantação................................................................................12 Figura 9 - Estudo Conceitual e de Viabilidade 13 Figura 10 - Estudo do Sistema Estrutural...................................................................13 Figura 11 - Diagrama Estrutural.................................................................................14 Figura 12 - Paisagem Iqaluit.......................................................................................14 Figura 13 - Paisagem Projetada Iqaluit ......................................................................14 Figura 14 - Paisagem Projetada Iqaluit............................ 15 Figura 15 - Paisagem Projetada Iqaluit 15 Figura 16 - Paisagem Projetada Iqaluit ......................................................................15 Figura 17 - Paisagem Projetada Iqaluit 16 Figura 18 - Paisagem Projetada Iqaluit ......................................................................16 Figura 19 - Paisagem Projetada Iqaluit ......................................................................16 Figura 20 – Paisagem Urbana de Quito.....................................................................17 Figura 21 – A Paisagem e o Observador...................................................................18 Figura 22 - Enquadramento da Paisagem..................................................................18 Figura 23 - Estudo de Fachada e Concepção da Forma............................................19 Figura 24 - Diagramas de Ocupação do Projeto 20 Figura 25 - Diagrama do Programa e Estudo de Luz e Calor 20 Figura 26 - Diagrama de Setorização do Projeto 21 Figura 27 - Inserção Urbana Plaza del Teatro 22 Figura 28 - Cortes do Metrô 22 Figura 29 - Proposta de Projeto ....23
Lista
44 Figura 30 - Proposta de Projeto ................................................................................23 Figura 31 – Operação e Tragédia da Vale em Brumadinho 24 Figura 32 - Diagnóstico da Composição de Unidades Brumadinho 25 Figura 33 - Mapas de Danos e Recuperação Ambiental...........................................26 Figura 34 - Mapa das Armaduras da Paisagem 27 Figura 35 - Ilustrações Projetuais das Armaduras da Paisagem 27 Figura 36 - Diagrama do Turismo de Base Comunitária 28 Figura 37 - Diagrama das Armaduras da Paisagem .28 Figura 38 - O Pico do Cauê em 1942 e em 2007 29 Figura39- Mapa Comparativo Brumadinho 1985 e 2020 ................30 Figura 40 - Mapeamento da Proposta de Projeto......................................................30 Figura 41 - Premissas e Pontos de Intervenção 31 Figura 42 - Intervenção 1 31 Figura 43 - Intervenção 2 31 Figura 44 - Intervenção 3 32 Figura 45 - Intervenção 3 32 Figura 46 - Intervenção em Macro Escala........................ 32 Figura 47 - Mobilidade Feminina 08 de Março Montevideo 33 Figura 48 - Avenida 18 de Julio em Montevideo 34 Figura 49 - Pontos de Interesse e Locais Subutilizados 35 Figura 50 - Programas do Projeto 36 Figura 51 - Âncoras e os rais de influência do Projeto 37 Figura 52 - Estudo de Fluxos, Conexões e Usos 37 Figura 53 - Área de Intervenção: Plaza de la Diversidad Sexual ..............................38 Figura 54 - Aproximação Plaza de la Diversidad Sexual 38 Figura 55 - Estudo de Conexões e Fluxos ................................................................39 Figura 56 - Projeto para Plaza de la Diversidad 39 Figura 57 - Planta do Programa Base do Projeto.......................................................40 Figura 58 - Projeto visto pela Plaza de la Independencia..........................................41