15 de Outubro a 1 de Novembro de 2015
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15 de Outubro a 1 de Novembro de 2015
Samba-Jazz no Campo Limpo Em maio de 2014 o Sesc instalou no bairro Campo Limpo um novo centro cultural e esportivo. Desde então, o Sesc Campo Limpo desenvolve ações permanentes em diversos campos como cultura, esporte, educação, saúde e alimentação, que procuram proporcionar condições para a construção de uma sociedade efetivamente crítica, criadora e inclusiva. Localizado em meio a outros diversos movimentos artísticos e socioeducativos, que solidificam a diversidade cultural característica dessa região, o Sesc Campo Limpo realiza entre os dias 15 de outubro e 1º de novembro, o projeto Samba-Jazz + 50. A programação homenageia os mais de cinquenta anos desse gênero, que nasceu em encontros improvisados entre músicos brasileiros e americanos. Compõe a programação shows com importantes músicos que estiveram nas primeiras jam sessions da boêmia paulistana e carioca em meados dos anos 1960, em destaque, o show especialmente montado para este evento, intitulado Samba-Jazz: A Origem que reúne, após décadas, Hector Costita, Carlos Alberto Alcântara, Gabriel Bahlis, Zinho e Luiz Mello. O projeto também apresenta artistas mais jovens que dão continuidade ao jazz-samba ou jazz brasileiro, como preferem os americanos, como a big band Projeto Coisa Fina, além de protagonistas do movimento musical como Amilton Godoy Trio, Laércio de Freitas Quinteto e João Parahyba Sexteto. Como proposta de imersão na história do gênero, Samba-Jazz + 50 traz dois encontros que promovem o conhecimento sobre como nasceu esta maneira de tocar samba e sua importância na história da música brasileira, com o jornalista e músico Fernando Lichti Barros e o contrabaixista e arranjador Marcos Paiva. A todos ótimos espetáculos! Sesc Campo Limpo
O samba deu jazz. E vice-versa. Fernando Lichti Barros Não era exatamente uma novidade o que se passava a ouvir em casas noturnas de São Paulo no início da década de 1960. A prática do improviso – a criação de uma nova melodia sobre a base harmônica da música em execução – era, afinal, comum entre os instrumentistas daquela geração fortemente influenciada pelo jazz. O novo, agora, consistia no fato de esse recurso tão valorizado por eles ser aplicado ao samba e à bossa nova. Nas boates e inferninhos instalados nas imediações da Praça Roosevelt e Vila Buarque, assistir a jam sessions dependia apenas de alguma paciência dos frequentadores. Madrugada adentro, quando só os notívagos ortodoxos permaneciam grudados às suas mesas cativas, começava a festa: os músicos da casa e os visitantes abriam as “canjas”, por vezes com a presença de músicos americanos em excursão pela América do Sul. Dizzie Gilespie foi um dos que se esbaldaram numa noite de 1961, no Farney´s da Praça Roosevelt, assim como Nat King Cole na boate do Claridge Hotel, na Avenida 9 de Julho. De volta aos Estados Unidos, flechados pelos encantos da música brasileira, muitos deles gravaram LPs contendo faixas de samba e bossa nova. Enquanto isso, os brasileiros, em São Paulo e no Rio, divertiam-se incorporando elementos do jazz ao samba e à bossa. Estava definitivamente aberta uma via de duas mãos. Pouco antes, os tais improvisos eram considerados pecado mortal pela indústria fonográfica do Brasil. Só em 1957, com o LP Turma da Gafieira, o grupo liderado por Altamiro Carrilho mordeu a maçã e abriu o caminho para as delícias do paraíso. Baden Powell, Raul de Souza, Zé Bodega, Cipó e Edison Machado faziam parte do grupo de Altamiro.
O baterista Edison Machado, gravaria, dois anos depois, Edison Machado é Samba Novo. Trazia um novo jeito de tocar o instrumento, o mesmo adotado em São Paulo pelo seu colega Alberto Passos, conhecido como Gafieira. Ambos romperam com o então denominado “samba cruzado”, que explorava apenas a caixa e os tambores, para conduzir o ritmo no prato. Tudo de maneira aberta, arrojada, sem a timidez e os limites sempre tão docilmente obedecidos pela tradição. Para pianistas e músicos de sopro escancarava-se um feliz horizonte, favorecido pelo estouro da bossa nova. Era, finalmente, a música brasileira dizendo “divirtam-se, rapazes, e não apenas com o jazz”. As partes da maçã se completavam, e não havia um rótulo para isso – apenas a prática, o tal novo jeito de tocar, adotado por instrumentistas como J. T. Meirelles, carioca radicado em São Paulo no começo da década de 1960. Peça fundamental no xadrez que se passava a jogar intuitivamente, Meirelles gravou, em 1964, o LP O Som, à frente do grupo Os Copa 5 (o mesmo que acompanhou Jorge Ben em “Mas que nada”). Eram os sopros em festa, rumo aos experimentos, à liberdade, em distraído contraponto à cinzenta regressão imposta ao país pelo golpe militar. Anteriormente, em 1960, o saxofonista Casé registrou no LP “Samba Irresistível” a audácia dos grandes improvisadores, time de luminares à época liderado por ele. Sobre uma base rítmica ainda “quadrada”, imposta pela gravadora, estilhaçou a vidraça conservadora da indústria ao partir para os improvisos logo aos primeiros compassos de sambas como “Se acaso você chegasse”. Antes que terminasse a primeira metade dos anos 1960, as fábricas de discos enxergaram nos instrumentistas brasileiros das grandes cidades a possibilidade de fazer bons negócios. Com a bossa nova no auge, reservaram boa parte do seu catálogo aos músicos que ainda restringiam às boates a prática do que viria a se chamar samba-jazz.
Pois era nas boates e inferninhos que o pianista Dom Salvador, há pouco chegado de Rio Claro (SP), tocava samba com uma abordagem absolutamente livre, sem medo de recorrer ao sotaque jazzístico. Observado numa dessas noitadas pelo baterista Dom Um Romão, então casado com a cantora Flora Purim, foi convidado a se transferir para o Rio. Nasceu pouco depois o Copa Trio e em seguida o Rio 65 Trio, dos vários a consagrar a formação baixo/piano/bateria, que seria reproduzida às dezenas. Alguns exemplos: Tamba, Zimbo, Sambalanço, Milton Banana, Jongo, Manfredo Fest, Pedrinho Mattar, todos eles trios de sucesso na década de 1960. Após badalada estreia na boate Oásis de um show com Norma Benguell, o Zimbo, formado por Amilton Godoy, Luiz Chaves e Rubinho Barsotti, promoveu em 1964 uma explosão ao gravar seu primeiro LP, de capa vermelha, que trazia uma versão repleta de cores e climas para Garota de Ipanema. Um ano antes, Luiz Chaves gravou Projeção, o primeiro disco instrumental brasileiro tendo à frente um contrabaixista, cercado por piano, bateria e sopros. Naquele mesmo 1963, o pianista Sérgio Mendes lançou Você Ainda Não Ouviu Nada. Piano, baixo, bateria e sopros (os saxofonistas Hector Costita e Aurino Ferreira, mais os trombonista Raul de Souza e Edson Maciel) tocavam, na gravação, música brasileira no estilo que ganharia, não se sabe criado por quem, o rótulo de “samba-jazz”. Outros grupos deixaram registros preciosos dessa maneira franca de tocar música brasileira. Exemplos: Sambossa 5, Cesar Camargo Mariano Octeto, Quarteto Lambari, Luiz Loy Quinteto (este fortemente influenciado por J. T. Meirelles, com quem Loy atuara na noite paulistana) e Os Cincopados, entre outros.
Fernando Lichti Barros é jornalista, produtor, músico e autor dos livros Do calypso ao cha-cha-chá – Músicos e São Paulo na década de 60 e Casé – Como toca esse rapaz!.
Escuta Dirigida Samba-Jazz
Os encontros têm como objetivo promover um conhecimento básico sobre o que foi e o que é o samba-jazz, como nasceu esta maneira de tocar samba, porque musicalmente o movimento foi importante, quais foram os músicos responsáveis por esta modificação e como o mercado reagiu a essas mudanças. O encontro revelará o que existe de comum nos músicos Hermeto Pascoal, Sergio Mendes, Sabá, César Camargo Mariano, entre outros, discutindo os reflexos dessa imensa transformação musical e social na atual cena instrumental brasileira. Os condutores exibirão gravações da época para exemplificar durante a conversa, identificando elementos musicais.
Pixabay / CC0 Public Domain / FAQ
Marcos Paiva 15 de outubro, quinta, às 19h30 31 de outubro, sábado, às 19h O contrabaixista e arranjador Marcos Paiva se destaca no cenário musical brasileiro por traçar um caminho único. Lançou seu segundo CD Meu Samba no Prato – Tributo a Edison Machado, que foi pré-selecionado para o 24ª Prêmio da Música Brasileira, e recentemente seu terceiro disco, Choroso.
Fernando Barros 16 de outubro, sexta, às 19h30 17 de outubro, sábado, às 19h30 Fernando Lichti Barros é jornalista, produtor, músico e autor dos livros Casé – Como Toca Esse Rapaz! e Do Calypso ao Cha-ChaChá – Músicos em São Paulo na Década de 60. Como repórter e redator trabalhou em O Estado de S. Paulo e Jornal do Brasil. Contrabaixista e violonista, atuou em bailes e acompanhou intérpretes como Pery Ribeiro, Luiz Fernando Veríssimo e Paulo Moura.
Fernando Eduardo
Jorginho Neto Quinteto Participação de KL Jay 15 de outubro, quinta, às 20h30 Lançado em 2012, Jorginho Neto Samba Jazz é um trabalho que reverencia o estilo que fez história no Brasil entre os anos 1950 e 1960. O trombonista Jorginho Neto começou sua vida musical aos 13 anos tocando trombone de vara. Com 18 anos de idade entrou na Universidade Livre de Música Tom Jobim (antiga ULM). Graduado, passou a tocar com grandes nomes da música brasileira, como Roberto Menescal, Johnny Alf, Joyce e Agnaldo Rayol. Atualmente, está presente em diversas bandas e big bands, como Sound Scape, Banda Savana, Banda Retete, Banda Urbana, Oitodobem e Sandália de Prata. Jorginho Neto (trombone), Bruno Tessele (bateria), Bruno Migotto (baixo), Edson Santana (piano), Sidmar Vieira (trompete) e Jeferson Rodrigues (sax tenor). Participação especial de KL Jay, DJ (Racionais MC’s).
Mauricio Landini
Marcos Paiva Sexteto Tributo a Edison Machado 16 de outubro, sexta, às 20h30 Show em homenagem ao antológico disco Edison Machado é Samba Novo, dedicado à estética do samba-jazz e, em especial ao baterista Edison Machado; conhecido como o inventor do samba no prato, um dos primeiros a sintetizar toda a batida da percussão no samba para a bateria. Marcos (baixo acústico), Daniel de Paula (bateria), Edinho Sant’Anna (piano), Daniel D´Alcântara (trompete), Cássio Ferreira (sax alto) e Jorginho Neto (trombone).
Duda Moraes
Amilton Godoy Trio 17 de outubro, sábado, às 20h30 O pianista líder e fundador do Zimbo Trio realiza o show Do Jazz ao Samba do Samba ao Jazz, dedicado à história do samba-jazz. O repertório inclui composições de Amilton Godoy, além de músicas que pontuaram a história do gênero, influenciaram gerações e inspiraram músicos como Sérgio Mendes, Tom Jobim, Adylson Godoy, Djavan e até Villa Lobos. A experiência de Amilton, aliada ao seu conhecimento musical, torna esta apresentação uma aula sobre a formação da música brasileira, bem como do jazz e do samba. Amilton Godoy (piano e arranjos), Sidiel Vieira (baixo acústico) e Edu Ribeiro (bateria)
Divulgação
Swing Samba Combo 18 de outubro, domingo, às 18h30 O grupo é formado por músicos com trabalhos espalhados por diversas bandas e discos. No repertório de versões criadas de grandes artistas: Meirelles, César Camargo, Dom Salvador, Erlon Chaves, Tom Jobim, João Donato, Sergio Mendes, Ed Lincon, Ray Charles, Perez Prado, Herbie Hancock e muitos outros. Além disso, o sexteto traz novidades ao palco, com cantores convidados fazendo versões especiais de grandes clássicos, assim como grupos de dançarinos que interagem diretamente com o público. O conceito musical do Swing Samba Combo promete, com um repertório vasto e voltado para o balanço, fazer com que o público saia do show com a sensação de ter tido uma aula de história. Luis Americo Rodrigues (bateria), Renato Cardoso (baixo), Hugo Leonardo Sodré da Silva (teclado), Daniel do Nascimento Rodrigues (trombone), Clayton dos Santos Souza (saxofone) e Marcelo Galleani Munhoz Perez (violão).
Divulgação
Projeto Coisa Fina
Homenagem a Moacir Santos 24 de outubro, sábado, às 20h30 Grupo instrumental de São Paulo promove uma experiência musical na qual o jazz se funde ao baião, ao maracatu e ao samba, provocando no ouvinte uma experiência que revitaliza elementos da música brasileira. No repertório, músicas do CD Tributo ao Maestro Moacir Santos, compostas por arranjos das músicas do maestro e algumas composições dos integrantes inspiradas no universo musical de Moacir Santos. Walter Carvalho (sax tenor, soprano e flauta), Daniel Nogueira (sax tenor e flauta), Ivan de Andrade (sax alto e clarinete), Denilson Martins (sax barítono e flauta), Amilcar Rodrigues (1º trompete), Diogo Duarte (2º trompete), Odirlei Machado (trombone), Abdnaldo Santiago (trombone baixo), Fabio Leandro (piano), Thiago Melo (guitarra), Matheus Prado (percussão), Mauricio Caetano (bateria), Vinicius Pereira (baixo acústico), Daniel Nogueira, Vinicius Pereira e Ivan de Andrade (arranjos).
B+
João Parahyba Sexteto 25 de outubro, domingo, às 18h30 O percussionista, arranjador e compositor João Parahyba, que foi líder do Trio Mocotó nos anos 1970, apresenta repertório baseado no CD O Samba no Balanço do Jazz lançado pelo Selo Sesc em 2011. O show também contará com algumas composições próprias e outras em homenagem às décadas de 1950 e 1960, que culminaram no surgimento do samba-jazz. João Parahyba (bateria), Giba Pinto (baixo), Rudy Arnault (guitarra), Janja Gomes (percussão), Beto Bertrame (piano) e Ubaldo Versolato (sopros).
Mauricio Landini
Laércio de Freitas Quinteto 31 de outubro, sábado, às 20h30 Foi por meio do saxofonista, arranjador e compositor J.T Meirelles que Laércio conheceu o samba-jazz, em São Paulo na TV Record, década de 60, quando Meirelles tocava saxofone no conjunto de Luis Loy. Ambos eram fãs do quinteto de Horace Silver, e passaram a conversar sobre essa coincidência e a trocar informações a respeito daquele pianista norte-americano. Em diversas ocasiões, Meirelles o chamou para tocarem juntos, devido a essa afinidade, sendo que a última vez foi para a gravação do CD Samba Jazz no Rio de Janeiro. Neste show, o quinteto fará releituras do repertório de Meirelles. Celso Almeida (bateria), Daniel Alcantara (trompete), Daniel Amorin (contrabaixo), Laércio de Freitas (piano) e Vitor Alcantara (saxofone).
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Samba-Jazz: A Origem 1º de novembro, domingo, às 18h30 Show que representa uma rara oportunidade de se ouvir e ver, novamente juntos, fundadores do samba-jazz. Gabriel Bahlis, Zinho, Luiz Mello, Hector Costita e Carlos Alberto Alcântara representam o som que ajudaram a criar em boates e estúdios de gravação na década de 1960. Alcântara gravou, em 1963, o referencial Projeção, LP protagonizado pelo baixista Luiz Chaves que no ano seguinte integraria o Zimbo Trio. Três anos depois, Alcântara atuou, ao lado de Gabriel Bahlis, no grupo Cincopados, em Sambossa 5, que tinha entre os componentes o pianista Luiz Mello e o saxofonista Hector Costita. Os quatro eram, nas boates, parceiros de Zinho, baterista que se destacou no Luiz Loy Quinteto e se tornou conhecido ao participar do programa televisivo “O Fino da Bossa”, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues. Gabriel Bahlis (contrabaixo acústico), Zinho (bateria), Luiz Mello (piano), Hector Costita e Carlos Alberto Alcântara (saxofone).
Fernando Eduardo
24 25 31
20h30 Projeto Coisa Fina
18h30 João Parahyba Sexteto
Escuta Dirigida com Fernando Barros 20h30 Laércio de Freitas Quinteto 19h
OUTUBRO
19h30 Escuta Dirigida com Marcos Paiva 20h30 Marcos Paiva Sexteto
Divulgação
15 16
19h30 Escuta Dirigida com Fernando Barros 20h30 Jorginho Neto Quinteto Participação: KL Jay
Mauricio Landini
18h30 Swing Samba Combo
+B
17 18
19h30 Escuta Dirigida com Marcos Paiva 20h30 Amilton Godoy Trio
1
NOVEMBRO 18h30 Samba-Jazz: A Origem
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