Centro Comunitário em Área de Vulnerabilidade Social_TCC Iana Grecco_ARQ&URB UFG

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CENTRO COMUNITÁRIO NOVA ESPERANÇA

Centro comunitário em área de vulnerabilidade social

Iana Grecco Maia 1


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Universidade Federal de Goiás Faculdade de Artes Visuais Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo

CENTRO COMUNITÁRIO

Discente . Iana Grecco Maia Orientador . Lucas Jordano

Goiânia, Dezembro de 2018 3


RESUMO

Sabe-se que a família e a comunidade desempenham papel essencial no desenvolvimento de uma sociedade. Entretanto, pessoas em vulnerabilidade social não possuem essas bases estruturadas e, portanto, podem acabar em situações de marginalização. Dessa maneira, a criação de um espaço que sirva de intermédio entre essas pessoas e uma estrutura de construção de valores se torna extremamente importante, servindo como ponto de amparo social. Nesse sentido, conhecendo a Região Noroeste de Goiânia e sua história, chega-se ao Jardim Nova Esperança como região de alto potencial para implantação desse equipamento. A partir de análises do bairro, de sua história, e do entendimento do funcionamento de um centro comunitário, é possível traçar diretrizes para o projeto desse espaço, de modo que ele sirva como um espaço de integração, educação e formação e, finalmente, sirva como um catalisador de mudanças sociais no seu raio de influência.

Palavras-chave: centro comunitário; ensino; cultura; lazer; vulnerabilidade social; família; comunidade

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ABSTRACT

It is known that family and community play an essential role in the development of a society. However, people in social vulnerability do not have these structured foundation, so they might be caught in situations of marginalization. In this way, designing a space that works as a foundation for these families seems to be the best way to propitiate a place of social protection. In this sense, by knowing the Northwest Region of Goiânia and its history, Jardim Nova Esperança seems to be a high potential area for this project. From the analysis of the neighborhood, its history, and by understanding the organization of a community center, it is possible to define guidelines for the design of this space, so that it becomes a space for integration, education and production and, finally, so that it works as a catalyst for social change in its area.

Keywords: community center; learning; culture; leisure; social vulnerability; family; community

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SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO

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LUGAR

3

ESTUDOS DE CASO

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PROPOSTA

5

REFERÊNCIAS 6


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1.1 APRESENTAÇÃO

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1.2 VULNERABILIDADE SOCIAL

15

1.3 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE

18

1.4 O CENTRO COMUNITÁRIO

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2.1 ESCOLHA DO LUGAR

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2.2 A REGIÃO NOROESTE

30

2.3 O CECOM

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2.4 LEGISLAÇÃO E PLANO DIRETOR

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3.1 ESCOLA E CENTRO COMUNITÁRIO B³ GADARMEPLATZ

50

3.2 CENTRO COMUNITÁRIO VISTAS DE CERRO GRANDE

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3.3 ESCOLA GERARDO MOLINA

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4.1 ANÁLISES DO ENTORNO

71

4.2 DIRETRIZES DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO

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4.3 PROGRAMA

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4.4 PROJETO

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4.5 PLANTAS AMPLIADAS

112

5.1 IMAGENS

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5.2 REFERÊNCIAS 7


1

INTRODUÇÃO

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Imagem 01 9


Imagem 02

Imagem 03 10


1.1 APRESENTAÇÃO

Em 2012, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) fez uma extensiva investigação para traçar o perfil social de menores em conflito com a lei em âmbito nacional. No que tange à região Centro-Oeste, percebe-se que mais da metade dos internos (54%) possui entre 16 e 17 anos e parou de frequentar a escola por volta dos 14 anos, sendo que 43% interromperam os estudos entre a 3ª e a 4ª série do ensino fundamental. Dos jovens internados, 80,3% faziam uso de drogas ilícitas. A conclusão da pesquisa foi que o perfil do adolescente infrator tem relação direta com três fatores: famílias desestruturadas, uso de entorpecentes e defasagem escolar. Ainda, segundo a Política Nacional de Assistência Social, 2004, a família é o “espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primárias”, sendo, portanto, a primeira fonte de referência na formação de um indivíduo. Quando essa base é rompida, o jovem fica ainda mais vulnerável a se envolver com a criminalidade, enxergando nesse meio uma possibilidade de mobilidade social. Nesse sentido, e entendendo a família como o cerne das experiências sociais, o Centro Comunitário surge como um espaço de referência e suporte a famílias em situação de vulnerabilidade social que, por si só, poderiam não conseguir fornecer à criança e ao adolescente a estrutura necessária para seu desenvolvimento. Sendo assim, a ideia é criar um local que abraça toda a família - crianças, adolescentes e pais - e que seja pautado na formação, educação e criação de valores, a partir da integração dessas pessoas à comunidade, fazendo com que se sintam pertencentes à sociedade. Tratase, portanto, de um espaço que considera não o indivíduo isoladamente, mas toda sua extensão familiar, e que funciona como uma referência ao amparo social e, também, como uma extensão da casa.

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1.2 VULNERABILIDADE SOCIAL

Muito se fala em vulnerabilidade social nas políticas assistencialistas. No entanto, trata-se ainda de um conceito de difícil definição. Os primeiros estudos acerca deste fenômeno eram pautados no seu entendimento a partir da noção de pobreza, mas eram insuficientes para explicar sua complexidade, como ressalta Abramovay: “tais enfoques da pobreza - apesar de servirem à identificação dos setores mais desprovidos da população a serem atendidos pelas políticas sociais - não deram conta das complexas raízes desse fenômeno, já que se baseavam apenas no uso de indicadores de renda ou carências que delimitam a insatisfação de necessidades básicas.” (ABRAMOVAY, 2002, p. 28)

Sabendo que a sociedade é um organismo dinâmico e complexo, seria ingênuo pensar um tema que envolve tantas nuances a partir de uma única perspectiva. A pobreza é, portanto, parte integrante do processo, mas não a única determinante.

Imagem 04 12


Imagem 05 A desigualdade social tem, talvez, maior peso nessa situação, pois “suscita maior sofrimento entre os jovens de baixa renda, devido à comparação feita entre a sua própria condição e a imagem do outro, socialmente valorizada” (SILVA e OLIVEIRA). Aqui, é importante entender que não pertence exclusivamente ao indivíduo a capacidade de sair de sua condição de vulnerável. Isto porque este fenômeno ocorre em duas escalas: macro e micro: “conceitualmente a ‘vulnerabilidade social’ é entendida como uma configuração particular, negativa, resultante da interseção de dois conjuntos; um, definido a nível ‘macro’ relativo à estrutura de oportunidades e outro definido a nível ‘micro’, referido aos ativos dos atores. Simplificando os termos, é possível afirmar que a diferença entre esses dois conjuntos reside no fato de que os indivíduos diretamente não controlam e não podem intervir nos padrões mais gerais da estrutura de oportunidades enquanto o segundo, relativo aos ativos¹, depende dos indivíduos.” (FILGUEIRA, 2001, p. 10. tradução livre)

¹ por ativos, entende-se “posse ou controle de recursos materiais ou simbólicos que permitem aos diversos atores se desenvolver em sociedade.” (Abramovay et al, 2001)

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Entendendo a escala macro, sabese que esta se trata de responsabilidade do Estado, que deve fornecer as estruturas de oportunidades adequadas ao desenvolvimento de uma população. Dificilmente um cidadão conseguirá ascender socialmente se não tiver acesso às mesmas estruturas às quais têm as classes dominantes; sendo assim, é essencial que haja assistência - por parte do poder público e da sociedade - às camadas mais baixas para que tenham condição de se desenvolver em sociedade.

O acesso ao emprego, lazer, saúde e educação são essenciais para o desenvolvimento do indivíduo, principalmente do jovem pois, como afirmam Silva e Oliveira, “sem escola, sem trabalho ou com inserção laboral precária, os jovens ficam mais desprotegidos” e, consequentemente, mais vulneráveis e suscetíveis a se envolverem com atividades ilícitas. Ademais, é constitucional a responsabilidade do Estado e da família 14


Imagem 06

fornecer à criança e ao adolescente

a educação, o lazer, a convivência e que forneça, portanto, as estruturas necessárias ao seu desenvolvimento social para que seja possível o abandono da condição de vulnerável.

“o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.” (Art. 227, Constituição Brasileira, 1988)

Com base nisso, destaca-se a importância de um lugar destinado ao desenvolvimento dos jovens e demais atores das camadas mais baixas da população que promova, entre outros, 15


Imagem 07

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1.3 A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DA COMUNIDADE

Sabe-se que a família é o primeiro elemento de socialização de um indivíduo. Ao nascer, a criança tem na família a base de sua formação e é a partir desse contato que o novo ser será capaz de se relacionar socialmente com os demais:

“é através da família, e somente por ela, que o homem começa a dividir sua personalidade com ‘o outro’; é nela que o ser humano começa a aprender a viver em sociedade, refreando, assim, seus impulsos mais vigorosos. A família é o ambiente onde a criança inicia seu aprendizado cultural e toma contato com as outras pessoas; em suma, começa a educar-se, adquirindo valores, habilidades, conhecimentos, que influirão sobre suas atitudes e conduta futuras, e em seu próprio status. O futuro da sociedade depende, essencialmente, da maneira como os pais se relacionam entre si, e como se relacionam com os novos seres que vão fazendo aparecer no mundo. Uma família ajustada constitui o elemento predominante para o atendimento de uma série de necessidades naturais e sociais, tais como as necessidades de afeto, alimentação, sexuais, econômicas, reprodutivas e educacionais.” (FERRAZ, 1997, p. 309)

A família é “um lugar onde as crianças descobrem sentimentos de amor e ódio, e onde elas podem esperar simpatia e tolerância, assim como a exasperação que ocasionam” (WINNICOTT, 1999) e sabendo que “toda organização do pensamento da criança começa no lar, isto é, ela aprende com os pais” (FERRAZ, 1997), é essencial que as famílias se constituam como o seio de referências positivas: conforto, amor, carinho, confiança, educação e construção de valores. Caso contrário, é possível que os novos indivíduos não consigam se desenvolver e se inserir de forma adequada na sociedade, visto que, a partir do momento em que a hierarquia pais-filhos é rompida, “o imaturo deixará de perceber ou entrever a ordem social, adquirindo personalidade instável e insegura” (Lenhard, 1981, apud FERRAZ p. 310). O problema é que famílias em vulnerabilidade social encontram dificuldade em fornecer essa base estruturada a suas crianças, uma vez que esbarram em obstáculos como desemprego, falta de acesso à saúde, à educação, à cultura e ao lazer. “A realidade das famílias pobres não traz no seu seio familiar a harmonia para que ela possa ser a propulsora do desenvolvimento saudável de seus membros, uma vez que seus direitos estão sendo negados” (GOMES e PEREIRA, 2005).

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Segundo Vignoli, em locais onde a desigualdade se faz presente, percebe-se “fatores de desvantagem” que aumentam a probabilidade de que as funções familiares básicas não sejam cumpridas, bem como que as novas gerações desses locais se socializem de forma problemática. Nesse sentido, espera-se a criação de instituições que auxiliem essas famílias e que sirvam como espaço de referência e apoio, já que os

“vínculos familiares e comunitários possuem uma dimensão política, na medida em que tanto a construção quanto o fortalecimento dos mesmos dependem também, dentre outros fatores, de investimento do Estado em políticas públicas voltadas à família, à comunidade e ao espaço coletivo – habitação, saúde, trabalho, segurança, educação, assistência social, desenvolvimento urbano, combate à violência, ao abuso e à exploração de crianças e adolescentes, distribuição de renda e diminuição da desigualdade social, meio ambiente, esporte e cultura, dentre outros.” (VICENTE, 2004, apud FURTADO, 2015, p. 7)

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Sabendo, portanto, que a possibilidade de fornecer um ambiente saudável para o desenvolvimento das crianças e adolescentes de uma família está diretamente relacionada ao acesso aos serviços básicos de saúde, de educação, ao emprego, entre outros, é importante destacar a responsabilidade do Estado na manutenção da estrutura familiar. Embora o Estado seja essencial nesse processo, ele “reduz suas intervenções na área social e deposita na família uma sobrecarrega que ela não consegue 18


Imagem 09 suportar tendo em vista sua situação de vulnerabilidade socioeconômica” (GOMES e PEREIRA, 2005). Quando essa família entra em colapso e o jovem não encontra nela a referência de que precisa, ele fica ainda mais vulnerável e, consequentemente, mais propenso a não conseguir se inserir na sociedade. Por não se sentir pertencente a nenhum grupo, esse indivíduo passa a buscar meios de se integrar e o mundo do crime é o primeiro a abrir as portas. Nesse sentido, ao invés de ser omisso, “o Estado deve pensar em políticas públicas de caráter universalistas, que assegurem proteção social e que reconheça a família como sujeito de direitos, capaz de potencializar as ações propostas” (GOMES e PEREIRA,2005).

exterior. Quando isso acontece, a escola, bem como a comunidade como um todo, têm papel fundamental no desenvolvimento dessa criança e, posteriormente, do adolescente. Para além disso, sabe-se que “vínculos comunitários podem favorecer a preservação e o fortalecimento dos vínculos familiares, bem como a proteção e o cuidado à criança e ao adolescente.” Dessa maneira, é importante fortalecer a comunidade, uma vez que ela serve de auxílio às famílias e, portanto, também possui papel fundamental na organização social.

Se a família é o primeiro vínculo que o indivíduo estabelece, a comunidade é o segundo. Isso porque quando a criança começa a frequentar a escola, ela deixa de conviver unicamente no seio familiar e passa a se relacionar com o mundo 19


1.4 CENTRO COMUNITÁRIO

O centro se constitui como um local de “ atividades e respostas diversificadas, de acordo com as expectativas sociais” (BONFIM, 2000, p. 5) e que

O centro comunitário é um espaço voltado para a integração e socialização, pautado no desenvolvimento da educação, da formação e da construção de valores. A ideia de inseri-lo em uma área de vulnerabilidade social é justamente para que ele possa cumprir seu papel como catalisador nas mudanças sociais de uma região necessitada, atendendo a uma população que, por outros meios, não teria acesso aos serviços que ele oferece. Ele atua, portanto, prioritariamente com a família e com a comunidade, sem desconsiderar as particularidades de cada indivíduo (BONFIM, 2000).

“tem como princípio essencial a organização de respostas integradas, face às necessidades globais das populações, numa função de carácter preventivo e de minimização dos efeitos de exclusão social, assumindo-se também como agente dinamizador da participação das pessoas, famílias e grupos sociais, factor de desenvolvimento local, social e de promoção da cidadania” (BONFIM, 2000, p. 5)

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Imagem 10 Com base nisso, o “centro comunitário poderá desempenhar um papel fundamental para a consolidação e criação de laços a nível local, do bairro, do grupo, e assim reforçar o ‘laço social’ onde são vividas as relações e onde podem ser descobertas as soluções.” (BONFIM, 2000, p.5) Essa ação se torna extremamente importante em um local de vulnerabilidade social, uma vez que a ideia é proporcionar um espaço de suporte a famílias e criar a referência que pode não existir dentro de casa. É um local, portanto, de intermédio das relações familiares e comunitárias, bem como de fortalecimento das mesmas, de forma a estabelecer um caráter preventivo

no agravamento/desenvolvimento de condições de vulnerabilidade. Para alcançar esse objetivo, o local trabalha toda extensão familiar e, também, as particularidades do indivíduo.

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2

LUGAR

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2.1 ESCOLHA DO LUGAR A primeira determinante para a escolha do local de implantação do Centro Comunitário foi a definição de áreas de vulnerabilidade social na cidade de Goiânia, visto que esse tipo de equipamento se assume como “pólo de desenvolvimento social e dinamizador das solidariedades locais”, servindo para a “minimização dos efeitos de exclusão social” e “assumindo-se também como agente dinamizador da participação das pessoas, famílias e grupos sociais, fator de desenvolvimento local, social e de promoção da cidadania” (BONFIM et al, 2000). Sendo assim, foi feito um estudo - dividido em três etapas - para identificar as áreas mais vulneráveis na cidade e, assim, criar recortes das possíveis áreas de intervenção para, enfim, defini-la. O método utilizado foi o seguinte: I. Inicialmente, foi feito o mapeamento dos Centros de Referência em Assistência Social (CRAS) na cidade de Goiânia para delimitar as áreas mais vulneráveis, uma vez que estas instituições são implantadas em regiões de vulnerabilidade social (ver mapa 1 ao lado);

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Mapa 01 - Regiões de Goiânia, eixos de transporte e identificação dos CRAS - elaborado pela autora 25


II. Feito isso, traçou-se os principais eixos de transporte público - Eixo Anhanguera (leste-oeste) e Eixo BRT (norte-sul) - na cidade de Goiânia. O objetivo era identificar áreas vulneráveis próximas a esses eixos, para que o Centro Comunitário servisse, também, como referência para regiões adjacentes à de sua implantação (ver mapa 1); III. Por fim, foram feitos três mapas da violência em Goiânia, por regiões, elaborados pela autora com base em dados fornecidos pela Guarda Civil Municipal (GCM), identificando as áreas com maiores incidências de tráfico de entorpecentes (mapa 2), roubo a transeuntes (mapa 3) e homicídios (mapa 4). A partir da sobreposição desses três dados, foi possível identificar as regiões mais violentas da cidade e, portanto, as áreas mais carentes de intervenção (ver mapa 5).

Mapa 02 - Mapeamento de tráfico de entorpecentes - elaborado pela autora

Por meio do cruzamento dos dados coletados nessas três etapas, identificouse a região Noroeste da capital como sendo uma das mais vulneráveis. A partir de estudos específicos dessa região, foi possível determiná-la como a área de intervenção, dada a sua importância na cidade.

Mapa 03 - Mapeamento de roubo a transeuntes - elaborado pela autora

Mapa 04 - Mapeamento de homicídios elaborado pela autora 26


Mapa 05 - Sobreposição das ocorrências (tráfico, roubo e homicídio) - elaborado pela autora 27


2.2 A REGIÃO NOROESTE

Segindo Cruz, 2015, a região Noroeste surgiu entre os anos de 1979 e 1981 como fruto de uma invasão de famílias de baixa renda que não tinham condições de se manter nas áreas centrais da cidade. Essa invasão deu origem ao atual Jardim Nova Esperança - bairro de implantação do Centro Comunitário - identificado, atualmente, como um “ponto de centralidade e importância para os bairros adjacentes” e como um lugar de “potencialidades e

de relevância distante do centro oficial da capital do Estado” (SILVA, 2014). Na década de 1970, no entanto, era apenas uma área rural, chamada Fazenda Caveiras, (MOYSÉS, 2001, apud SILVA, p.12) onde funcionava um lixão para despejo dos dejetos dos centros urbanos de Goiânia (SILVA, 2014,). Por se tratar de uma invasão, as famílias que habitavam ali enfrentaram diversos problemas

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Imagem 11

- como os piores índices de violência, educação e estrutura urbana - e sofreram inúmeras tentativas de expulsão. Sua organização e resistência, entretanto, fizeram com que a comunidade se fortalecesse e já na década de 1990, com a chegada de equipamentos públicos, asfalto, saneamento, bancos, escolas, supermercados e desenvolvimento comercial ao longo da Avenida Central.

“A região noroeste vai se desprendendo da dependência do centro de Goiânia e do Bairro de Campinas e vai criando sua própria região central que passa a abastecer suas satélites. Neste caso, um dos primeiros bairros, o Jardim Nova Esperança, foi criando uma nova urbanização e recepção de equipamentos públicos que foram o tornando em um centro daquela área.” (SILVA, 2014, p. 15)

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Imagem 12 - Primeirs ocupações no Jardim Nova Esperança A partir disso, “observa-se a vocação que o setor foi adquirindo para ser o centro econômico, educacional e financeiro da região noroeste de Goiânia e como, atualmente, pode-se compreender a importância dessas atividades para a manutenção de toda aquela área que ainda é identificada como periferia, mas que tem toda uma configuração de centralidade de extrema relevância.” (SILVA, 2014, p. 15)

Dessa maneira, percebe-se que a região Noroeste se tornou uma centralidade nessa periferia e que o Jardim Nova Esperança virou referência para as adjacências.

Imagem 14 - Desenvolvimento da Região Noroeste ao longo das décadas de 1970, 80, 90 e 2000, respectivamente. 30


Imagem 13 - Moradores após tentativas de expulsão próximo aos eixos de transporte público (eixo anhanguera, terminal padre pelágio) e, ainda, possui um histórico de resistência, surgindo meio a uma invasão sob forte vulnerabilidade social.

Sendo assim, o bairro atende a vários requisitos estabelecidos para a implantação do centro comunitário: é uma área de vulnerabilidade social; possui uma população extensa (15.480 habitantes, segundo o Departamento de Pesquisa e Estatística e Estudos Sócio Econômico - DPESE - 2010); exerce influência nas adjacências; está

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2.3 O CECOM

Ao adentrar nas pesquisas a respeito do Jd. Nova Esperança, identificou-se a existência de um Centro Comunitário localizado próximo ao Córrego Caveirinha. O local foi fundado em 1984 quando a região era ainda pouco habitada e não possuía infraestrutura. Segundo o portal online do CECOM, sua implantação foi idealizada por Aldaíza Maia da Silva Viana na luta pelos direitos das crianças e adolescentes da região. Tudo começou com um programa de

atendimento a jovens infratores em meio aberto, buscando resistir ao modelo de institucionalização vigente. O objetivo do Centro sempre foi promover “a cidadania e o desenvolvimento de crianças, adolescentes, jovens e famílias em situação de vulnerabilidade social do Estado de Goiás. Sua atuação se dá na região noroeste e mendanha de Goiânia, bem como

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Imagem 15 - Crianças na rua do CECOM no início de sua construção, na década de 1980

cidades circunvizinhas (Goianira, Inhumas e Trindade)”, segundo informa seu portal online. Para alcançar isso, os fundadores foram, aos poucos, inaugurando oficinas de panificação, uma escola de educação básica e, posteriormente, oficinas de higiene e beleza para qualificar as famílias com pouco acesso a cursos de capacitação. Recentemente, foram implantados, também, a oficina de rádio

e o laboratório de informática. O espaço começou a se concretizar em 1989 em um edifício, então inacabado, que persiste até hoje. Rapidamente, o centro se tornou referência no apoio à comunidade e investe no fortalecimento da criança e do adolescente.

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Imagem 16 - Primeiro prédio do CECOM na década de 1980, existente até hoje O CECOM abriga, além dos usos já citados, espaço para atendimentos jurídico e odontológico, refeitório, salão de eventos, oficinas de confecção e sala de vídeo. Em visita ao local, entretanto, percebe-se a inadequação da arquitetura aos usos

Imagem 18 - Pátio do CECOM atualmente

propostos. Problemas de iluminação, ventilação e acessibilidade fazem parte do dia a dia dos usuários, conforme é possível ver no levantamento fotográfico. Parte disso se deve às inúmeras expansões que foram feitas gradativamente, de acordo

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Imagem 17 - Crianças no CECOM, no início de seu funcionamento com a necessidade (ver imagem 19). Dessa maneira, a proposta é demolir os edifícios já existentes e construir um novo espaço que abrigue os usos atuais e incorpore usos novos, definidos de acordo com o entendimento da função de um centro comunitário, bem como

com as análises do entorno e do próprio local, definindo as principais necessidades.

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Imagem 19 - Esquema explicativo da organização da quadra do CECOM - elaborado pela autora 36


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Imagem 20 - Corredor de entrada (conexão entre bloco original e anexo 1)

Imagem 21 - Conexão entre bloco original à esquerda e anexo 1 à direita

Imagem 22 - Bloco original (sala de informática, rádio e salão de eventos)

Imagem 23 - Rampa adaptada para acessibilidade 38


Imagem 24 - Rampa de acesso ao salão de eventos e à oficina de confecção

Imagem 25 - Sala do diretor

Imagem 26 - Sala de leitura e atendimento social

Imagem 27 - Escola (bloco de salas de aula) 39


Imagem 28 - Oficina de panificação

Imagem 29 - Cozinha

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Imagem 30 - Atendimento odontolรณgico

Imagem 31 - Sala de filme

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Imagem 32 - Oficina de higiene e beleza

Imagem 33 - SalĂŁo de eventos

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Imagem 34 - Refeitรณrio

Imagem 35 - Escola (blocos de salas de aula)

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2.4 LEGISLAÇÃO E PLANO DIRETOR

De acordo com o Plano Diretor de Goiânia (Lei Complementar nº 171, 2007), a área de intervenção do projeto faz parte da Macrozona Construída e é classificada como Área Especial de Interesse Social e como Área de Programas Especiais de Interesse Social, o que significa uma área a qual “serão atribuídos programas de ação de interesse estratégico preponderante, com o objetivo de promover transformações estruturais de caráter urbanístico, social, econômico e ambiental” (Plano Diretor, 2007, art. 130). Ainda, conforme consta no artigo 46 desta lei, “A distribuição de equipamentos e serviços sociais deve respeitar as necessidades regionais e as prioridades definidas nos planos setoriais a partir da demanda, privilegiando as áreas de urbanização prioritária, com atenção para as Áreas Especiais de Interesse Social.” (Plano Diretor de Goiânia, 2007, p. 18)

Nesse sentido, a implantação do centro comunitário como equipamento de interesse social está adequada ao que consta no Plano. Além de Área Especial de Interesse Social, a área também é considerada adensável: “Integram a unidade territorial identificada como Áreas Adensáveis: II – as Áreas de Interesse Social – AEIS, exclusivamente destinadas à população de baixa renda, situadas fora dos Eixos de Desenvolvimento Preferenciais;” (Plano Diretor de Goiânia, 2007, art. 112, p. 33)

No que diz respeito às Áreas Adensáveis, o Plano determina que “As unidades territoriais identificadas como Áreas Adensáveis [...] não sofrerão limitações quanto a altura máxima das edificações, sendo esta resultante da aplicação dos afastamentos e índice de ocupação máximo previstos nesta Lei.” (Plano Diretor de Goiânia, 2007, art. 124, p. 34)

Sobre os afastamentos, fica definido - para edificações de até nove metros de altura - afastamentos laterais e de fundo de dois metros e frontal de cinco metros. A respeito dos índices de ocupação máximos, fica estabelecido “o máximo de 50% (cinqüenta por cento) para todos os terrenos da Macrozona Construída, a partir de 6m (seis metros) de altura da edificação,

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contados a partir do final de sua laje de cobertura, garantindo o índice de ocupação de 90% para os sub-solos, salvo o caso de excepcionalidade previsto em regulamento próprio. (Plano Diretor de Goiânia, 2007, art. 122, p. 34)

Devido a sua proximidade com o Córrego Caveirinha, a área também está próxima a Unidades de Proteção Sustentável, de Unidades de Conservação e de Unidades de Proteção Integral ao Longo da Rede Hídrica. Nesse sentido, pode-se considerar a vista para essas áreas verdes na implantação do projeto. Ainda, existe o plano de construir um parque municipal nas adjacências (Parque Municipal Jardim Nova Esperança). Embora não haja muitas informações a respeito do mesmo, sabe-se que as obras já foram iniciadas, mas estão paralisadas há algum tempo. No entanto, em 2016, o então candidato à prefeitura, Iris Rezende, afirmou que trabalharia na conclusão do parque em sua integralidade, segundo Portal de Notícias “A redação”. Sendo assim, pode-se considerar a possível existência desse parque como potencializador da área, o que pode, também, beneficiar o centro comunitário. Ainda sobre o aspectos legais, a Lei dos Parâmetros Urbanísticos (nº 8.617/2008) - que trata, entre outros, de áreas para carga e descarga e áreas para estacionamento determina que para edificações de caráter educacional e que tenham área ocupada entre 541m² e 5.000m², deve-se destinar 1 vaga/60m² construídos. Sobre carga e descarga, destaca-se a importância de área para embarque e desembarque de alunos em caso de escolas com área superior a 360m², bem como área de carga e descarga de 400m² para edificações com área entre 3000m² e 5000m². Entretanto, pensando no tipo de projeto a ser implantado, deve-se pensar na possibilidade de flexibilização desses valores, uma vez que, por se tratar de centro comunitário em área de vulnerabilidade social destinado a usuários de baixa renda, considera-se o ônibus como principal meio de transporte, seguido por moto/bicicleta, caminhada e, em menor quantidade, o carro.

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ESTUDOS DE CASO

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3.1 ESCOLA E CENTRO COMUNITÁRIO B³ GADAMERPLATZ

Datscha Architekten Alemanha, 2017 Área: 9876,00 m²

{

Escola primária + área esportiva Creche Centro comunitário

Criação de um espaço educacional e cultural para todas as idades, permitindo a integração entre eles.

Esse projeto está localizado na cidade de Heidelberg, na Alemanha, e abriga um escola primária, uma área esportiva, uma creche e um centro comunitário. A ideia é criar um espaço educativo e cultural para grupos de todas as idades, permitindo a colaboração e a integração entre eles. O complexo possui dois pátios: um exclusivo para a creche e outro de ligação entre os vários blocos, que atende a escola e que é aberto ao público fora do horário das atividades letivas.

Imagem 36

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Imagem 37 - Pátio interno do conjunto Os blocos foram separados de acordo com seus usos e, quando relacionados, possuem ligações diretas (creche - escola e centro comunitário - área esportiva). A escola, de período integral, oferece refeitório aos alunos e o centro comunitário possui um café aberto à comunidade.

Esse estudo de caso foi importante para o entendimento do programa e da escala, pois se assemelham muito à proposta do Centro Comunitário da autora, uma vez que abriga um centro comunitário, uma escola primária e uma área esportiva, bem como ocupa uma escala de quadra, como é possível ver na imagem 39.

Imagem 38 - Plantas do complexo (subsolo, térreo, 1º e 2º andar, respectivamente) 48


1

2

5 4 6

3

7

Imagem 39 - Implantação do conjunto (setorização elaborada pela autora) As salas de aula são distribuídas por todos os níveis, em volta de um átrio cental de circulação e iluminação que possui uma arquibancada que termina no refeitório. No 1º pavimento, o volume da escola se separa do volume da quadra

e permite visualização do ginásio por cima, do lado de fora. As salas de aula se organizam em “U”, com corredor lateral, o que contribui com a acústica.

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Imagem 40 - Quadra esportiva

O complexo conta com um estacionamento no subsolo e áreas de convivência no térreo. Além disso, cada bloco possui acesso próprio, o que possibilita o funcionamento independente do centro comunitário e da quadra esportiva. O primeiro andar do Centro abriga um auditório com

placo e foyer. A área esportiva, embora tenha uso autônomo, também atende a escola.

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Imagem 41 - Arquibancada e refeitório

Pontos notáveis do projeto:

1. Separação dos blocos de acordo com a função;

6. Área de convivência exclusiva de uso das crianças;

2. Conexão direta coberta entre usos complementares (creche/escola e centro/ginásio);

7. Vista da quadra a partir da área externa superior;

3. Integração entre escola e ginásio;

8. Acesso independente ao auditório do centro comunitário e ao ginásio;

4. Espaço aberto de integração entre blocos;

10. Arquibancada refeitório;

5. Acessos independentes aos blocos;

51

interligada

com


3.2 CENTRO COMUNITÁRIO VISTAS DE CERRO GRANDE

Arquitectura en Proceso México, 2011 Área: 693,00 m²

{

Centro comunitário Centro de saúde Centro esportivo

Criação de um espaço que promovesse o desenvolvimento da área, bem como a segurança e o bem estar dos habitantes.

Esse projeto está localizado na cidade de Chihuahua, no México, e abriga um centro comunitário, um centro de saúde e um centro esportivo, desenvolvidos com o apoio da comunidade. Seus materiais dialogam com a paisagem natural, de modo que ele se insira de forma harmônica no contexto. Além disso, o programa independente permitiu a fragmentação do edifício, evitando a implantação de um bloco maciço em uma área de escala horizontal. O local de implantação é uma região de vulnerabilidade social, com pouca infraestrutura e muita insegurança. A construção de um espaço público visa, portanto, transformar essa realidade.

Imagem 42

52


Imagem 43 -Vista aĂŠrea do conjunto e seu entorno

Imagem 44 53


horizontalidade: respeito à escala e à materialidade do entorno

espaços de praça, áreas verdes

quadra aberta

Imagem 45 - Implantação do conjunto e seu entorno (esquema de análise elaborado pela autora)

Embora esse projeto tenha uma escala muito menor do que a do centro comunitário proposto, ele foi importante no sentido de buscar referências que trabalhassem em uma escala mais horizontal e em um

contexto de maior vulnerabilidade. Além disso, ele permitiu entender melhor a abordagem arquitetônica frente a comunidades mais carentes, de, forma a não afrontar aquelas pessoas, mas sim integrá-las.

54


fragmentação do volume, separação de funções, extração de volume, criação de vazios ponto de convergência de fluxos e dos blocos

Pontos notáveis do projeto:

- Inserção harmônica à paisagem;

- Escala condizente com o entorno;

- Fragmentação do volume;

- Utilização de materiais utilizados tradicionais;

- Separação dos blocos de acordo com o programa;

- Identificação do usuário com o edifício.

55


3.3. ESCOLA GERARDO MOLINA

Giancarlo Mazzanti Colômbia, 2008 Área: 8000,00 m²

{

Escola Espaços amplos de lazer Atividades compartilhadas

Criação de uma escola sem muros, de forma que a sua volumetria conforme espaços internos e externos de lazer e convivência, servindo tanto à escola quanto à comunidade. Esse projeto está localizado na cidade de Bogotá, na Colombia, caracterizada por ser uma periferia. Seu objetivo era de ser, mais do que uma escola, também um ponto de desenvolvimento urbano, a partir da criação de espaços públicos de usos comunitários e da escolares.

Imagem 46

56


Imagem 47 - Vista aérea da implantação do conjunto

Dessa maneira, a escola compartilha alguns usos com a comunidade, como a cafeteria, a biblioteca, entre outros. Além disso, é a sua forma irregular que permite a criação de bolsões verdes do lado de fora, que são utilizados como áreas de lazer e de descanso.

dando a ideia de fragmentação em vista aérea, existe uma ideia de unidade da perspectiva do observador, uma vez que as conexões envolvem todo o conjunto. As conexões variam de acordo com a intenção do arquiteto, ora mais estreita, ora mais robusta, permitindo a criação de diferentes espaços.

Embora os blocos sejam separados,

57


passarelas para ligação: ora funcionam apenas como ligação, ora como espaços de convivência

blocos de sala de aula: módulos repetidos, com circulação vertical própria

quadra aberta envolvida pelo conjunto

salas de aula no pavimento superior. A conexão entre os blocos é feita someente pelo térreo através das passarelas

refeitório

biblioteca acesso único

Imagem 48 - Plantas do conjunto (esquema de análise elaborado pela autora)

A conformação do projeto cria

a segurança dos alunos. A necessidade

uma grande área de lazer ao centro que possui espaços de estar e uma quadra

é abrir esse espaço para a comunidade, uma vez que se trata de área socialmente

poliesportiva. A circulação vertical do edifício é feita por meio de rampas

vulnerável e que carece desse tipo de equipamento. Entretanto, é essencial

dentro de cada módulo (cubo).

zelar pela segurança dos alunos. Sendo assim, a praça interna só é aberta ao

As soluções adotadas se baseiam no princípio da criação de uma

público fora do período escolar.

escola sem muros, mas que mantenha

58


Imagem 49

Pontos notáveis do projeto:

- Inserção harmônica à paisagem, mesmo tendo uma escala muito maior que o entorno e mesmo utilizando materiais constrastantes;

- Variedade de materiais; - Ocorrência de atividades nos espaços de alargamento da conexão;

- Criação de espaços à comunidade; - Compartilhamento de usos da escola com a comunidade (livraria, auditório, café);

- Alargamento da circulação em pontos de interesse, de modo a criar espaços de convivência e espaços públicos;

- Uniformidade e fragmentação.

- Definição dos limites e acessos com a própria volumetria; 59


4

PROPOSTA

60


61


4.1 ANÁLISES ENTORNO

DO

O Jardim Nova Esperança está localizado próximo a vias importantes, o que proporciona sua conexão com cidades adjacentes, bem como com a região central da capital (mapa 06). O bairro é caracterizado por edificações entre 1 e 2 pavimentos, exceto por uma quadra de adensamento vertical, às margens da Av. Perimetral. A região possui uma concentração comercial em escala industrial ao longo das avenidas Anhanguera e Perimetral e um comércio de escala de bairro ao longo das avenidas Central e Sol Nascente. Além disso, possui equipamentos de grande porte que funcionam como pólos de atração de pessoas. (ver mapa 07) A região é bem abastecida por ônibus, o que permite fácil acesso ao terreno de implantação do projeto. Além disso, sua proximidade com o Terminal Padre Pelágio permite fácil acesso também por habitantes das adjacências.

62


Mapa 06 - Relação do Jd. Nova Esperança com adjacências - elaborado pela autora

63


Mapa 07 - Anรกlise do entorno - elaborado pela autora 64


65


Mapa 08 - Mapa de usos - elaborado pela autora

Os serviços são de caráter vicinal, com a predominância de oficinas de veículos, salões de beleza, lava-jatos, mercados e botecos. Ademais, não há muitas opções de lazer e convivência, exceto por uma praça maior que conta com pista de skate, lanchonete e uma quadra descoberta.

Para compreender melhor o entorno mais imediato do terreno, foi feito um recorte para análise dos usos e densidade construtiva. Como é possível ver no mapa 08, existe uma predominância de residências na região, com alguns pontos de comércio e galpões, especialmente próximo à Av. Anhanguera.

66


Mapa 09 - Mapa de usos predominantes - elaborado pela autora

Como se vê no mapa 09, há uma concentração comercial na Av. Sol Nascente (via coletora) e de galpões e comércios de grande porte ao longo da Av. Anhanguera.

parcelamento previsto pela prefeitura, assim como o projeto de uma avenida (Nova Esperança) que ainda não foi construída. O projeto dessa avenida ligava a Anhanguera com a Av. Central, mas uma parte da área foi ocupada, gerando uma ruptura nessa conexão. Atualmente, essa área parcelada é desocupada e se funde à área de preservação.

O terreno está próximo a uma área de preservação, devido ao curso do Ribeirão Caveirinha. Existe um

67


Mapa 10 - Cheios e vazios e hierarquia de vias - elaborado pela autora Como é possível ver no mapa 09, apesar de haver uma praça de tamanho satisfatório no setor, percebe-se a alta densidade de construções, conformando uma área altamente ocupada e com pouco respiro nas quadras para os moradores.

pontos de conflito estão próximos à área de intervenção, sendo que um deles encontra-se bem próximo à face sul do terreno. Na face norte, ao contrário, destaca-se uma via mais larga que tem fluxo direto para a Avenida Anhanguera.

No que diz respeito ao traçado urbano, nota-se a predominância de vias locais, com alguns pontos de conflito no tecido, como destacado no mapa, o que acaba gerando redução na velocidade de circulação de automóveis. Esses

Por fim, como é possível ver na imagem 50, o terreno possui um declive natural, de aproximadamente, 4 metros, devido à sua proximidade com o curso d’água.

68


Imagem 50 - Corte esquemรกtico do terreno, sem escala - elaborado pela autora

69


Imagem 51 - Rua 54

Imagem 52 - Rua 52 70


Imagem 53 - Avenida Joaquim Lúcio

Imagem 54 - Rua 15 71


4.2 DIRETRIZES DE PROJETO E DESENVOLVIMENTO

+ FORMAÇÃO + INTEGRAÇÃO

AMPARO SOCIAL E EXTENSÃO DA CASA

+ EDUCAÇÃO

Inicialmente, foram traçadas diretrizes gerais de acordo com intenções específicas, definidas a partir da reflexão da teoria estudada e das análises do entorno. Entendendo a importância da família e da comunidade, o espaço funciona tanto como uma extensão da casa das pessoas, como traz o senso de coletividade a partir da convivência. Nesse sentido, surge a ideia de trabalhar a quadra inteira para possitibilitar a criação de espaços

de encontro abertos, que sirvam como ponto de integração e lazer dos quais a região carece.

+ Separação dos blocos de acordo com funções relacionadas;

de fonte de renda às famílias desempregadas: marcenaria, panificação, confecção;

+ Articular implantação de acordo com usuário (mais público/mais reservado);

+ Inserção harmônica à paisagem natural e construída - aproveitamento do desnível do terreno, fragmentação do volume;

O programa foi desenvolvido levando em consideração os usos já existentes do CECOM e abrigando novos, trabalhando a partir de três eixos principais: educação, formação e integração, atendendo toda a extensão familiar e também a comunidade.

+ Uso independente das área esportiva, de apresentações e eventos > abertura dessas atividades à comunidade nos finais de semana e em eventos específicos;

+ Compartilhamento das funções administrativas e outros usos entre centro comunitário e escola; + Uso da quadra inteira - pátios de convivência, trabalhar diferentes níveis aproveitando o declive natural.

+ Espaço de produção relacionado às oficinas de capacitação com possibilidade de venda, servindo 72


Como resultado do desenvolvimento do projeto ao longo do ano, o partido inicial passou por algumas modificações significantes: + eliminação da quadra como volume maciço, construído; + redução do número de acessos/ pontos de controle; + redução da quantidade de blocos: abertura de mais espaço livre no interior da quadra + unificação dos blocos de atividades coletivas e artísticas; + necessidade de blocos maiores devido ao programa; + aproveitar melhor o desnível para reduzir a escala do edifício; Proposta atual: + quadra como espaço de integração; + acesso pela rua atual do CECOM: identificação da comunidade; + dois térreos: edifícios de dois pavimentos posicionados na parte baixa do terreno > sensação de escala menor; + quadra semi-enterrada: redução da sua altura; + edifícios que envolvem a quadra: atividades “barulhentas” no térreo inferior, salas de aula e de apresentações no térreo superior; + isolamento das salas de aula: controle de acesso, segurança das crianças; + eixo de circulação de toda extensão da quadra: entrada principal + arquibancada externa.

produção administração

ativ. artísticas

ativ. coletivas

escola

Partido inicial

quadra

administração quadra escola

produção ativ. compartilhadas ativ. coletivas

Proposta atual

73

escola


No desenvolvimento da proposta, identificou-se a necessidade de

Como o programa é fragmentado em diversos blocos, fica mais difícil o

reduzir a quantidade de acessos do projeto, gerando um espaço mais

controle de acessos sem a criação de muros. Para resolver isso, utilizou-se

reservado. Sendo assim, optou-se por manter a entrada atual do CECOM,

as passarelas que fazem a ligação entre os blocos, associada ao trabalho

visto que já existe um reconhecimento desse fluxo pela comunidade,

com a topografia, para fazer o fechamento desse espaço;

além de ser uma via de velocidade reduzida. Com isso, foi criado um eixo de circulação central por toda a extensão da quadra.

Depois de definido o acesso do conjunto, foi possível reorganizar a

atividades coletivas. A escola se distribui no térreo superior dos blocos

implantação. Os blocos de uso mais público ou independente foram

“B” e “C”, sendo que seu acesso se dá pelo bloco “B”. Os dois blocos se

colocados próximo ao acesso. A parte administrativa e de atendimento

conectam por uma passarela de concreto protendido, que fazem a

(bloco”A”) foi colocada logo na entrada, por se tratar de um espaço mais

ligação das salas de aula. Não existe conexão entre os dois pavimentos

“público”. A produção (bloco “E”) foi colocada próximo à entrada por ser

do bloco “C”, uma vez que a escola se trata de uso mais privado.

um espaço de uso mais restrito e, portanto, com menos relação com os demais usos.

Devido à extensão do programa, foi preciso trabalhar com blocos mais extensos e lineares. Para diminuir a sensação de grande escala, os

A área de atividades coletivas foi separada em dois blocos (blocos “C” e

blocos B e C tiveram um recorte em seu volume. Como será mostrado

“D”), sendo que seu acesso se dá pelo bloco D, em um foyer destinado à

adiante, os blocos B e C possuem a mesma linguagem formal e

sala de apresentações e conferências, que é um espaço também com

material, trabalhando com planos e tijolo aparente. Já os blocos A e

possibilidade de uso mais independente e, também, mais reservado..

D trabalham ums linguagem mais pura, sem recortes no volume e

As demais atividades foram distribuídas no térreo inferior dos dois

com planos de vidro nas fachadas. A produção (bloco E) utiliza tijolos

blocos, com conexão direta com a quadra esportiva e, também, com

aparentes que remetem à linguagem fabril, mas, diferente dos blocos B

fácil acesso às atividades de refeitório e vestiários, compartilhadas com

e C, não trabalha com planos, possuindo linguagem própria.

a escola. A ideia de trabalhar com espaços de integração foi refletida nos A escola foi colocada na parte mais baixa do terreno, para que seu

espaços mais coletivos do centro: salão de eventos, refeitório e quadra

funcionamento não fosse comprometido durante as obras, como

esportiva, sendo que esta se configurou como um espaço central, de

é possível ver no esquema ao lado. Além disso, seu afastamento da

conexão entre diferentes atividades, surgindo a partir da delimitação

entrada é importante para a segurança das crianças. Ela possui ligação

dos blocos do conjunto. Todos os blocos que conformam o espaço da

direta com a administração, uma vez que compartilha da direção do

quadra possuem varandas que se voltam para ela, permitindo total

centro comunitário e também tem proximidade com as áreas de

permeabilidade visual, como será mostrado adiante. 74


Equema das etapas de construção

Por se tratar de um projeto em uma área já edificada, que abriga usos

isso, o CECOM poderia continuar funcionando normalmente. Uma vez

essesnciais, como uma escola, foi necessário pensar as fases da construção

que esses blocos estivessem prontos, a administração compartilharia,

para que a demolição dos edifícios existentes e construção dos novos não

temporariamente, o espaço da escola.

prejudicassem o funcionamento do mesmo. Nesse tempo, seria feita a demolição do CECOM e seriam iniciadas Como o CECOM funciona, atualmente, somente em metade da quadra

as obras dos blocos A e E. Uma vez finalizados, a administração seria

trabalhada, a ideia é começar a construção pela metade em que funciona a

transferida permanentemente para o bloco A e a parte de produção seria

oficina de caminhões, que não possui relação alguma com o centro. Dessa

inaugurada.

maneira, as obras seriam iniciadas pelos blocos B, C e D, que abrigam a escola, as atividades compartilhadas e as atividades coletivas. Enquanto

BLOCO B

BLOCO A

acesso

BLOCO C

BLOCO D

BLOCO E

Esquema de implantação: identificação dos blocos - sem escala

75


4.3 PROGRAMA ADMINISTRAÇÃO/ATENDIMENTO

270,00 área

recepção banheiro sala de reunião/copa/DML direção sala do psicólogo sala do assistente social atendimento odontológico sala de apoio jurídico banheiro PNE jardim interno

54,41 8,05 16,98 9,63 20,58 18,50 40,53 13,02 5,48 17,46

qtde.

1 2 1 1 1 1 1 1 1 1

PRODUÇÃO

54,41 16,10 16,98 9,63 20,58 18,50 40,53 13,02 5,48 17,46

600,00 área

saguão banheiro PNE depósito/DML oficina de panificação oficina de confecção oficina de marcenaria

14,16 4,50 8,05 86,08 86,08 266,00

qtde.

1 2 1 1 1 1

ESCOLA

área total

14,16 9,00 8,05 86,08 86,08 266,00

705,00 área

recepção coordenação sala de reunião/copa almoxarifado arquivo banheiro PNE banheiro DML/depósito salas de aula

área total

76

39,40 14,17 16,61 14,17 8,65 3,52 11,73 7,27 40,74

qtde.

1 1 1 1 1 3 2 1 8

área total

39,40 14,17 16,61 14,17 8,65 10,56 23,46 7,27 325,92


ATIVIDADES COMPARTILHADAS

423,00

refeitório/salão de eventos cozinha sala da leitura brinquedoteca depósito vestiário banheiro PNE

área

qtde.

área total

109,24 30,79 42,16 42,16 12,47 19,39 3,63

1 1 1 1 1 2 1

109,24 30,79 42,16 42,16 12,47 38,78 3,63

ATIVIDADES COLETIVAS

1097,00

foyer sala de apresentação sala de figurino sala multiuso sala de informática sala de jogos rádio comunitária sala de dança oficina de cerâmica oficina de artesanato oficina de beleza banheiro banheiro PNE DML

QUADRA POLIESPORTIVA

área

qtde.

área total

81,51 162,50 44,50 42,16 42,16 42,16 26,55 53,11 53,11 53,11 44,50 11,10 4,00 4,40

1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 6 4 1

81,51 162,50 44,50 42,16 42,16 42,16 26,55 53,11 53,11 53,11 44,50 66,60 16,00 4,40

1280,00

ÁREA TOTAL

4375,00m²

Observação: para o cálculo da área total de cada setor, foram consideradas as áreas de circulação e parede 77


4.4 PROJETO

Perspectiva da entrada do conjunto, rua quinze

O conjunto foi dividido em dois níveis, um ao nível davAv.

esse pátio e para a quadra, que configuram o espaço do

Cel. Joaquim Lúcio e o outro ao nível da Rua quinze,

encontro e fortalecimento das relações humanas.

por onde se dá o acesso ao conjunto, através de uma marquise que conecta os blocos da administração e da

O edifício se fecha para criar um espaço de refúgio

produção.

para famílias em vulnerabilidade, criando ali dentro, um espaço de pertencimento e bem estar.

O portão do conjunto possui a mesma linguagem, das passarelas, sendo vários paineis pivotantes que abrem o

Ao mesmo tempo, por entender a importância

centro para a comunidade. Logo que se entra, tem-se

da relação com a comunidade, até mesmo para

acesso para o pátio do interior da quadra, escalonado

esse fortalecimento, o conjunto permite se abrir,

em diferentes níveis, como é possível ver nas plantas e

representando um espaço

cortes adiante.

comunidade local, dando o espaço para que ocoram

Todos os edifícios se voltam, por meio de varandas, para

eventos esportivos, e festas comunitárias.

78

de referência

para a


Perspectiva do conjunto pela Av. Cel. Joaquim Lúcio 79


Planta de Cobertura - esc.: 1/450

80


81


1- Recepção geral

10- Recepção escola

19- Sala técnica

2- Banheiro PNE

11- Almoxarifado

20- Sala de apresentações

3- Apoio jurídico

12- Secretaria

21- Camarim

4- Odontológico

13- DML

22- Sala de figurino

5- Psicólogo

14- Arquivo

23- Saguão

6- Assistente social

15- Salas de aula

24- Depósito

7- Copa/Reunião

16- Circulação/Varanda

25- Confecção

8- Direção

17- Foyer

26- Panificação

9- Banheiros

18- Ante-sala

27- Marcenaria

Planta Térreo Superior - esc.: 1/450

82


83


28- Brinquedoteca

35- Rádio comunitária

29- Sala de leitura

36- Sala multiuso

30- Refeitório/Salão eventos

37- Sala de dança

31- Cozinha

38- Sala de cerâmica

32- Vestiários

39- Sala de artesanato

33- Sala de jogos

40- Higiene e beleza

34- Sala de informática

41- Lixo

Planta Térreo Inferior - esc.: 1/450

84


85


Corte AA - esc.:1/200

Detalhe 1: fixação do painel de vidro em corte - sem escala

Corte BB - esc.:1/450

Bloco C

Corte CC - esc.:1/450

Bloco D

(ver corte de cada bloco ampliado na página seguinte)

86


Detalhe da fixação do painel de vidro em planta - sem escala

Bloco E

87


Detalhe da estrutura das passarelas em treliรงa metรกlica - sem escala

88


Corte ampliado Bloco C - esc.:1/200

Corte ampliado Bloco D- esc.:1/200

Corte ampliado Bloco E- esc.:1/200 89


Corte DD - esc.:1/200

Corte EE - esc.:1/200

Detalhe 2: cobertura da quadra - sem escala 90


Detalhe 3: ventilação dos banheiros da administração e da produção- sem escala 91


92


93


Fachada Norte - sem escala

Fachada Sul - sem escala

Fachada Leste- sem escala

Fachada Oeste- sem escala 94


Foto-montagem - perspectiva do conjunto a partir da rua 54, rumo Ă rua 15, fachada leste

95


Perspectiva da entrada da escola

Perspectiva do interior da produção - parte de marcenaria 96


Perspectiva do jardim interno da administração

Perspectiva de acesso à quadra pela rampa do bloco B 97


Perspectiva do pĂĄtio do interior da quadra - diferentes nĂ­veis

98


99


Perspectiva da quadra poliesportiva

Perspectiva do interior da escola, bloco B, tĂŠrreo superior - vista da quadra pela varanda

100


Perspectiva do conjunto na Av. Cel. Joaquim Lúcio - vista da quadra

101


Foto-montagem: simulação da inserção do conjunto ao contexto em imagem satélite

102


4.5 PLANTAS AMPLIADAS

Planta bloco A ampliada - esc.: 1/125

103


Planta bloco B ampliada - tĂŠrreo superior - esc.: 1/125

Planta bloco B ampliada - tĂŠrreo inferior - esc.: 1/125 104


105


Planta bloco C ampliada - tĂŠrreo superior - esc.: 1/125

Planta bloco C ampliada - tĂŠrreo inferior - esc.: 1/125 106


107


Planta bloco D ampliada - tĂŠrreo superior - esc.: 1/125

Planta bloco D ampliada - tĂŠrreo inferior - esc.: 1/125 108


109


Planta bloco E ampliada - esc.: 1/125

110


111


5

REFERÊNCIAS

112


5.1 IMAGENS Imagem 1 Retirada de: http://www.adn40.mx/noticia/finanzas/nota/2016-10-17-12-45/banco-mundialreporta-reduccion-de-pobreza-extrema-en-america-latina/. Acesso em maio de 2018. Imagem 2 Retirada de: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-reducao-da-maioridade-penalconsagra-o-direito-do-terror-diz-o-governador-flavio-dino-ao-dcm/. Acesso em maio de 2018. Imagem 3 Retirada de: http://www.jornalperfil.com/japeri-caxias-e-sao-goncalo-vao-abrigar-menoresinfratores/. Acesso em maio de 2018. Imagem 4 Retirada de: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Rocinha_in_black_and_white.jpg. Acesso em maio de 2018. Imagem 5 Retirada de: https://definicion.mx/pobreza/. Acesso em maio de 2018. Imagem 6 Retirada de: http://conexaoplaneta.com.br/blog/por-uma-infancia-com-mais-liberdade-e-riscosdescobertas-e-conexoes/. Acesso em maio de 2018. Imagem 7 Retirada de: https://i.pinimg.com/736x/d3/cf/55/d3cf55a33f51e89fab95e88205b35f11.jpg. Acesso em maio de 2018. Imagem 8 Retirada de: https://i.pinimg.com/236x/9b/cd/bf/9bcdbfd311c838f508e07bbddbd3d2ba--sonsdaughters.jpg. Acesso em maio de 2018. Imagem 9 Retirada de: http://www.danoah.com/2012/08/28-rules-for-fathers-of-sons.html. Acesso em maio de 2018. Imagem 10 Retirada de: https://inhabitat.com/zigzagging-het-anker-community-center-in-the-netherlandsis-partially-buried-underground/het-anker-community-center-by-moederscheimmoonenarchitects-3-2. Acesso em maio de 2018. Imagem 11 Retirada de: Google Earth. Acesso em maio de 2018. Imagem 12 Retirada de: SILVA, Anderson Ferreira da. Goiânia à Noroeste: da ocupação ao novo centro urbano. 2014. 135 folhas. Dissertação (mestrado) – Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, 2014. Imagem 13 Retirada de: SILVA, Anderson Ferreira da. Goiânia à Noroeste: da ocupação ao novo centro urbano. 2014. 135 folhas. Dissertação (mestrado) – Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, 2014.

113


Imagem 14 Retirada de: SILVA, Anderson Ferreira da. Goiânia à Noroeste: da ocupação ao novo centro urbano. 2014. 135 folhas. Dissertação (mestrado) – Universidade de Brasília, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Brasília, 2014. Imagens 15 - 17 Retirada de: http://www.cecombrasil.org/galeria/. Acesso em maio de 2018. Imagens 18 - 35 Acervo pessoal da autora. Levantamento fotográfico realizado em abril de 2018. Imagens 36 - 41 Retirada de: https://www.archdaily.com/887301/school-and-community-center-b3gadamerplatz-datscha-architekten. Acesso em maio de 2018 Imagens 42 - 45 Retirada de: https://www.archdaily.com.br/br/874938/centro-comunitario-vistas-de-cerrogrande-arquitectura-en-proceso. Acesso em maio de 2018 Imagens 46 - 49 Retirada de: https://www.archdaily.com/8660/gerardo-molina-school-giancarlo-mazzanti. Acessado em maio de 2018 Imagem 50 Acervo pessoal da autora Imagens 51 - 54 Retirada de: Google Earth. Acesso em junho de 2018

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