2007_Dez_Anjo Gabriel

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RELATÓRIO DO PROJETO PLANTE BONITO PLANTIO NO SÍTIO ANJO GRABRIEL NAS MARGENS DO RIO MIMOSO BONITO – MS

Apresentação: Dando continuidade ao Projeto Plante Bonito, que prevê ações de reflorestamento, visando contribuir na melhoria da qualidade ambiental das áreas degradadas, além de ajudar a minimizar os efeitos das emissões de gases na atmosfera (efeito estufa), o IASB realizou no dia 13 de dezembro de 2007, o plantio de mudas de espécies nativas no sítio Anjo Gabriel localizado às margens do rio Mimoso, próximo a estrada do 21 que liga Bonito a Anastácio. As 204 mudas plantadas foram fornecidas pelo Viveiro Municipal, através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Bonito e patrocinadas pelas empresas: Hotel Pousada Águas de Bonito, Agência Águas de Bonito Turismo e Local Marketing Turístico. As ações de reflorestamento são importantes para a proteção dos solos, rios, matas e a biodiversidade de Bonito e região. 2. Caracterização da área:

O sitio Anjo Gabriel, localizado aproximadamente 12 km da cidade de Bonito, na estrada do 21 Bonito – Anastácio, possui uma área de 78 hectares, dos quais 1 hectare, que margeia o lado direito do rio Mimoso foi cedido para a implantação do Sistema Agroflorestais – SAF’s, através do projeto executado pelo IASB e patrocinado pelo PDA Mata Atlântica, visando a recuperação das matas ciliares do referido rio. A extensão do rio na propriedade é de aproximadamente 183 metros, com faixas de mata ciliar variando entre áreas em recuperação, áreas com solo pisoteado pelo gado e


consequentemente compactado, sem nenhuma vegetação e áreas com capim e algumas frutíferas exóticas, como mangueiras e goiabeiras, sendo preciso fazer a recuperação de toda essa extensão, pois não atinge a faixa dos 50 metros que pela legislação municipal é destinada à preservação. O leito do rio apresenta um acúmulo de sedimento carregado pelas águas das chuvas, provocando a formação de grandes erosões e voçorocas. Apesar do estado degradado, a área apresenta um grande poder de regeneração natural, o qual se fortaleceu com o isolamento da área para o uso do gado, podendo desse modo, encontrar remanescente de árvores nativas como amendoim, sangra d’água, sesbania, cedro, araticum, bocaiúva, chico-magro, canafístula, aroeira e ingá.

Pequena faixa de mata ciliar – solo exposto,

Planta invasora (braquearia) na mata ciliar

com trabalho de contenção de águas pluviais.

3. Metodologia:

As mudas destinadas para o plantio foram plantadas dentro dos 15 metros da mata ciliar e foram dispostas conforme suas exigências de crescimento como quantidade de luz e umidade. Foram plantadas 204 mudas em tubetes, das quais estavam selecionadas 12 espécies nativas da região e com grande potencial para a atração de pássaros e animais silvestres que possam fazer a dispersão de suas sementes. Como o projeto prevê uma


perda de em media 30% das mudas plantadas por diversos motivos como pisoteio por animais, formigas, tempo, entre outros, esses 30% já foram incluídos no total de mudas plantadas. Em uma única etapa foram plantadas espécies de diferentes estágios sucessionais (pioneiras, secundarias e clímax), procurando respeitar as exigências de luz e unidade de cada espécie, como citado em bibliografias como a de Lorenzi, 1992. Descrição das espécies utilizadas no plantio:

Chico magro/Mutambo (Guazuma ulmifolia): Planta semidecídua, heliófita,

pioneira, característica das formações secundárias da floresta latifoliada da bacia do Paraná. Sua dispersão é ampla, porém irregular e descontínua, ocorrendo também em outras formações vegetais até altitudes de 800m. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis. •

Angico vermelho (Anadenanthera macrocarpa): Planta decídua, pioneira,

heliófita e seletiva xerófita, característica das capoeiras e florestas secundárias situadas em terrenos arenosos e cascalhentos. Comum também no interior da mata primária densa, tanto sem solos argilosos e férteis como em afloramentos basálticos. É bastante freqüente nos chamados cerradões e matas de galeria em todo o Brasil Central. Ocorre preferencialmente em terrenos altos e bem drenados, chegando a formar agrupamentos quase homogêneos. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis. •

Ingá (Ingá sp): Planta semidecídua, heliófita, seletiva hidrófila, pioneira,

característica de floresta pluvial tropical. Ocorre principalmente sobre solos de baixadas que durante o período chuvoso alagam-se com facilidade, várzeas e matas ciliares. Produz anualmente uma boa quantidade de sementes viáveis, em vagens que constituem os frutos. •

Aroeira (Myracrodruon urundeuva): Planta decídua, heliófita, seletiva xerófila,

característica de terrenos secos e rochosos; ocorre em agrupamentos densos, tanto em formações abertas e muito secas (caatinga) até em formações muito úmidas e fechadas (floresta pluvial com 2.000 mm de precipitação anual).


Peroba – rosa (Aspidosperma cylindrocarpon): Planta decídua, pioneira, heliófita

e seletiva xerófila, característica de florestas semidecídua da bacia do Paraná situada sobre solos bem drenados e de media a baixa fertilidade. Apresenta dispersão irregular e descontinua, aumentando sua freqüência a medida que caminha para o rio Paraná ou seus afluentes. Ocorre tanto no interior da floresta primaria densa, como em formações abertas a secundarias. Produz anualmente moderada quantidade de sementes viáveis, facilmente disseminadas pelo vento. •

Canafístula

(Peltophorum

dubium):

Planta

deidua,

heliófita,

pioneira,

características de floresta semidecídua da bacia do Paraná. Ocorre preferencialmente em solos úmidos e profundos de beiras de rios, tanto na floresta primaria densa como em formações secundarias. Apresenta dispersão ampla e abundante. •

Embaúba (Cecropia pachystachya): Planta perinófila, heliófita, características da

floresta pluvial com altitudes superiores a 500m. sua dispersão é ampla, ocorrendo tanto na floresta primaria quanto nas formações secundarias (capoeiras e capeirões). Produz anualmente grande quantidade de sementes, que ao ser ingerido por pássaros, tem seu poder germinativo graças a ação de seus sulcos digestivos. •

Amendoim (Pterogyne nitens): Planta decídua, heliófita, pioneira, característica

da floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná. Ocorre preferencialmente em solos argilosos úmidos e profundos de beira de rio, tanto na floresta primaria densa como em formações secundarias. Apresenta dispersão ampla e abundante. •

Pitomba (Talisia esculenta): Planta perenifólia ou semidecídua, heliófita,

característica de floresta pluvial. É encontrada tanto no interior da mata primaria densa como em formações secundária, porem sempre me várzeas aluviais e fundo de vales. Floresce durante os meses de agosto-outubro a maturação dos frutos ocorre nos meses de janeiro-março. •

Ipê (Tabebuia sp): Planta decídua e heliófita. Ocorre tanto no interior de florestas

densas como em formações abertas e secundarias, de maneira esparsa em terrenos bem drenados no cerrado e, em agrupamentos quase homogêneos em solo úmido ou até pantanosos no pantanal e na caatinga.


Tarumã (Vitex cymosa): Planta decídua, heliófita, seletiva hidrófila, secundaria,

características exclusiva as matas de galeria, onde apresenta freqüência geralmente baixa e um tanto descontinua e irregular na sua dispersão ao longo de sua vasta área de distribuição. Ocorre em terrenos úmidos, onde o solo é fértil e o suprimento de água em profundidade é abundante. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, a qual é amplamente disseminada pela fauna. Relação das espécies plantadas nas margens do Rio Mimoso. Nome Popular

Numero de exemplares plantados

Embaúba

22

Aroeira

20

Canafístula

20

Amendoim

10

Angico-vermelho

20

Peroba-rosa

10

Ipê

20

Tarumã

20

Chico - magro

20

Ingá

22

Pitomba

10

Figueira

10 TOTAL

204

Para o plantio foram abertas covas com aproximadamente 20 cm de profundidade, as quais foram coroadas com 1 metro de diâmetro, isso auxiliará a muda na proteção contra o mato e a baquearia invasora, para que não as sufoquem quando recém retirada do tubete. Após o plantio das mudas, o solo exposto pelo coroamento foi coberto com palha de baquearia para aumentar a retenção de umidade. Além disso, elas foram aguadas para que a terra se agregue as raízes das mudas plantadas. Terminado o plantio, as mudas foram abençoadas por uma generosa chuva.


O plantio das mudas patrocinadas contou com a participação de 06 pessoas, entre elas a equipe do IASB, brigadistas do IBAMA, funcionários e proprietários do Hotel Pousada Águas de Bonito e Agência Águas de Bonito Turismo. 4. Monitoramento das mudas Algumas mudas foram estaqueadas (gentilmente cedidas pelo Sr. Otaviano) para demarcar o local do plantio. As estacas com 1 metro de comprimento, foram pintadas com tinta branca na ponta para facilitar a visualização e marcação do nome das espécies e data do plantio para posterior acompanhamento. Exemplares de cada espécie de árvore plantada foram fotografados para facilitar o monitoramento do seu desenvolvimento. Além disso, a planta receberá manutenção periódica por dois anos após o plantio para garantir seu crescimento. Este monitoramento será feito pelos técnicos do IASB e por funcionários das empresas patrocinadoras, além de pessoas da comunidade local que quiserem participar como voluntárias nas atividades ambientais desempenhadas pela instituição.

Estacas demarcando os locais do plantio

5. Referências Bibliográficas LORENZI, Harri. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Vol. 1 e 2. ed. Nova Odessa:SP, 2002.



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