RECOMENDAÇÕES PARA UMA BOA COMUNICAÇÃO • • • • •
Comunicação é o ato de tornar comum uma informação. É passar a outros uma mensagem. O ser humano é, por essência, um comunicador. Aqui na igreja, existe o Ministério de Comunicação, que coordena a comunicação na igreja. Apesar de a atuação deste Ministério se aparecer mais na divulgação de programas e eventos da igreja, envolve também outros aspectos, como a orientação dos membros quanto ao falar e proceder na direção do culto. Falarei brevemente sobre algumas situações que poderemos evitar, com sugestões sobre a forma mais adequada de agir.
1. RUÍDOS NA COMUNICAÇÃO a. Elementos da Comunicação 1.Emissor – origem da mensagem, quem fala. 2.Mensagem – informação, conteúdo, texto. 3.Receptor – destino da mensagem, ouvinte. 4.Ruído – tudo que atrapalha a compreensão da mensagem b. Ruídos na comunicação recorrentes em igrejas 1.De áudio • Som mal ajustado, microfone mal posicionado, voz rouca, gritos, sussurros. 2.De imagem • Inadequação na vestimenta, nos cabelos, na maquiagem, ou qualquer outra forma de apresentação visual que desvie a atenção da mensagem. 3.De linguagem. • Falar difícil demais, falar muito informalmente, gírias, expressões e vícios “igrejeiros”, jargões e erros gramaticais. 4.De receptor • Ouvinte que conversa ao mesmo tempo, que não aceita a mensagem de “certo” emissor, que não permite que o Espírito Santo toque seu coração. •
Nesse momento vamos nos ater apenas aos ruídos de som e de linguagem que podemos evitar.
2. RUIDOS SONOROS • A maioria dos ruídos sonoros é de responsabilidade da equipe de sonorização. • O que pode servir de orientação da igreja em geral é quanto à utilização dos microfones. 2.1 MICROFONE a. Posição correta • Às vezes, alguém está falando ao microfone, mas o som está baixo. A reação natural é supor que a falha é da equipe de sonorização. Porém, em muitas situações o posicionamento errado do microfone resulta em um som ruim, e isso prejudica a comunicação. • A proximidade do microfone vai proporcionar um som bem captado. Se estiver próximo demais, nem o ajuste da sonoplastia irá resolver o som abafado. Se estiver afastado demais, a sonoplastia não poderá fazer muita coisa, pois se aumentar irá causar microfonia, o que é pior. • Apesar de parecer um sorvete, o microfone não deve ser segurado como um. • O microfone possui um ângulo de captação e a melhor forma de utilizá-lo é apontando-o para a boca. • Quanto a distancia, o ideal para a voz falada em tom natural é que o microfone esteja afastado a cerca de quatro dedos da boca. Os cantores podem posicioná-lo em outras distancias conforme a dinâmica e o volume da música. • Quando for testar um microfone, apenas fale. Bater danifica a cápsula de captação. b. Cabos • Os cabos não foram feitos para serem enrolados e nem chutados. Isso danifica tanto os cabos quanto os conectores.
3. RUIDOS DE LINGUAGEM • Os ruídos de linguagem não tornam a mensagem imprestável. Eles podem ocasionar um erro na compreensão da mensagem. • Deus aprecia o serviço bem executado. Se você foi convidado para falar numa parte do culto, para orar, para pregar ou para cantar, cuide para que não ocorram deslizes em sua participação. • Não estamos zombando de quem quer que seja. Estamos propondo um cuidado maior com o culto e a adoração em comunidade. 3.1 EXPRESSÕES a. Expressões inadequadas e vícios dispensáveis: • Algumas coisas são ditas frequentemente na igreja e assim são aprendidas e repetidas. • Frases e expressões que podem mal entendidas e que devem ser substituídas por outras que facilitam a compreensão i. “Possa fazer” • É um vício de linguagem que é completamente desnecessário. Por que dizer “Espero que os amigos convidados possam aceitar a Jesus” ao invés de “Espero que os amigos aceitem a Jesus”. • Essa expressão fala da possibilidade e não da realidade. Os amigos convidados já podem aceitar a Jesus se quiserem. Nesse caso, poder não é tudo. • Outro problema é que, dirigida a Deus, essa expressão lança dúvida sobre o poder de Deus. Deus já pode todas as coisas e não precisamos pedir que Ele possa coisa alguma. A frase “que Deus possa nos perdoar”, entendida literalmente, é quase uma blasfêmia. ii. “de joelhos” / “de pé” • Desde que tenhamos pernas completas, sempre estamos de joelhos e de pés, mesmo deitados. • O ideal é usar os verbos ajoelhar e levantar. • Pode-se também dizer “em pé”. iii. “Entrada da plataforma” • A plataforma, que é o palco, não vai entrar porque ela já está lá, fixa. • Melhor é dizer: os componentes da plataforma, os dirigentes do culto, os irmãos que estarão na plataforma. iv. “Hino de n° quatro, dois, sete” • Hino não é de número. Hino é de música. • Todo hino tem nome, é por este título que deve ser chamado. • Ao mencionar o número do hino no hinário, fale sempre após o título e dizendo o número completo: “quatrocentos e vinte e sete” v. “Bênçãos de encontro à necessidade” • “De encontro” significa “chocar contra”. • Melhor dizer bênçãos ao encontro da necessidade. • Diga sempre ao encontro, para algo favorável. vi. “e agora para começarmos o nosso culto” • E comum presenciarmos situações em que a igreja já foi cumprimentada, oração já foi feita, louvores já foram cantados, e depois vai uma pessoa a frente e diz “para começarmos o culto... ”. O culto começa quando começam os serviços de adoração. Essa expressão deve ser evitada quando já tiverem acontecido outras partes do culto. vii. “mesmo sendo poucos”
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Muitas vezes, especialmente nos cultos de quarta-feira, alguém vem à frente e diz, “mesmo sendo poucos, estamos aqui...”. E completamente desnecessário dizer isso, pois é como desconsiderar o valor de quem veio ao culto.
viii. “Bom dia e Feliz Sábado” • Redundância que pode ser evitada, dizendo apenas uma das saudações. • Outra coisa evitável é a repetição ao logo de todo o culto. ix. “Não-adventistas” • Expressão que dá a entender uma exclusão. Você já ouviu alguém dizer assim: “Este daqui é meu primo e este é meu não-primo?”. • Melhor é dizer irmãos visitantes, amigos convidados, amigos especiais, ou outra expressão que denote inclusão e acolhimento. x. “Visitas” • O certo seria dizer visitante, mas o melhor é se referir a eles como dito anteriormente de forma mais acolhedora quanto possível. b. Jargões desnecessários • Jargões são palavras e expressões que pertencem a um • Precisam ser explicados para quem não é do grupo
determinado grupo.
i. “Pena inspirada” / “Espírito de Profecia” • Não são erradas, quem não for desta igreja, não vai compreender a mensagem. • Melhor é substituir por outras expressões como “Escritora Ellen White, co-fundadora desta igreja”. ii. “Almas” • “Foram batizadas mais de quinhentas almas”; “Sair para a conquista de almas” • Para os que entendem “alma” como uma entidade separada do corpo e que sai dele quando a pessoa morre, falar em “conquista de almas” talvez possa configurar a intenção de proceder a essa separação, ou seja, praticar assassinato! • Melhor substituir a palavra “alma” por “pessoa”, que é exatamente o sentido bíblico. iii. “Mordomia” • O entendimento comum de mordomia é inverso ao seu verdadeiro significado. • Para facilitar a compreensão de todos, melhor é usar a palavra, fidelidade, serviço, compromisso, ou qualquer outra que se faça entender. iv. “Dorcas” • Nem todos conhecem a história bíblica de Tabita, mulher famosa por ajudar os necessitados. • O nome correto do departamento é Assistência Social Adventista. • Por que não se referir desse modo? v. “Fazer o pôr-do-sol” • Quem faz o pôr-do-sol é Deus. Para nós, ele somente acontece diariamente. • O que fazemos é um culto no momento em que o sol se põe. • Se não formos claros, quem nos entenderá? c. Erros • Ninguém é obrigado a ser um especialista em Língua Portuguesa, mas devemos cuidar sempre para evitar erros que choquem o público e simplificar a mensagem. i.
“Realçar ofertas” • Às vezes, na intenção de enfeitar a nossa fala, acabamos cometendo graves erros.
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Já ouvimos, alguém que quis dizer “alçar as ofertas” falando “realçar” e até mesmo “desossar”. Realçar significa destacar, ressaltar, o que não tem nada a ver com o ato de ofertar e devolver o dízimo. Por que não dizer simplesmente: recolher ou receber?
ii.
“Dizimar” • O ato de devolução do dízimo é muitas vezes reduzido erradamente ao verbo dizimar. • Dizimar significa exterminar, devastar, o que é completamente fora do contexto do ato de fidelidade a Deus. • Simplesmente o correto é devolver o dízimo.
iii.
“menas” • O correto é sempre “menos”. Mesmo quando se refere a palavras femininas • Menos pessoas, menos famílias, menos reuniões.
iv.
“a gente vamos” • Embora tenha o mesmo sentido de “nós”, ao querer dizer que “nós vamos”, o correto seria dizer “a gente vai”. • É preferível dizer sempre “nós” e evitar dizer “a gente”.
3.2 ORAÇÃO PÚBLICA • A oração em público deve ser diferente de uma oração particular. • Devemos atentar para não cometer alguns deslizes que podem gerar incômodos. • Devemos seguir os princípios a. Espontaneidade • Orar é falar com Deus. Assim, a oração deve ser espontânea como uma conversa. • Cientes da santidade de Deus, a nossa espontaneidade não vai gerar irreverência. • Não é bom que usemos frases feitas, tampouco palavras e expressões pomposas para que a igreja responda com um vigoroso amém. • Preste atenção, se uma pessoa usa sempre as mesmas palavras todas as vezes que ora em público, fica evidente que não é espontâneo e sim a repetição de uma fórmula. • O próprio Jesus nos disse: “E quando orarem, não fiquem sempre repetindo a mesma coisa”. Mateus 6:7 b. Breve Duração • Longas orações incomodam e devem ser restritas a momentos de devoção pessoal. • O Manual da igreja traz a seguinte recomendação: “Cristo deu a entender a Seus discípulos que suas orações deviam ser breves, exprimindo exatamente o que desejavam, e nada mais. [...] Um ou dois minutos é tempo suficiente para qualquer oração habitual” (Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 581). c. Impessoalidade / Coletividade • Quem profere uma oração pública fala a Deus representando o grupo reunido. • Não se deve falar de situações e pedidos pessoais. • Deve-se evitar o uso do “eu”, e preferir sempre dizer “nós”. d. Objetividade • Orações em público devem ser objetivas. Ou seja, deve cumprir o que se espera dela no momento do culto. • Se é para iniciar o culto, deve pedir as bênçãos no culto; se é pelos pedidos de oração, devem ser mencionadas as petições da igreja; se é uma intercessão especial por alguém, que haja uma súplica em favor dessa pessoa
e. EXEMPLO DO PAI NOSSO • Se a oração do Senhor fosse adaptada não atendesse a estes princípios como ela seria? • Particularmente, podemos nos dirigir a Deus como gostamos, felizmente, Ele nos dá liberdade para isso. O Senhor Jesus nos deixou o exemplo de oração pública. E ele perfeitamente se encaixa nesses princípios citados. 4. CONCLUSÃO a. Discernimento e Bom senso • Precisamos sempre de bom senso no nosso proceder. Especialmente ao comunicar as bençãos de Deus. • O dom espiritual de discernimento é a capacidade de rapidamente perceber a vontade de Deus. Podemos sempre pedir a Deus o discernimento para saber como agir e falar em todas ocasiões. • “Que o seu falar seja sempre agradável e equilibrado”. Colossenses 4:6