Sobre nós O projeto Educação Plural busca pensar e compartilhar propostas inovadoras que estão sendo colocadas em prática na educação e discutir de que forma elas podem ajudar a transformar nossa realidade. Trazendo a perspectiva da Educomunicação, a Educação Plural busca contribuir para uma educação mais holística, integral, real e democrática.
Atuação
SÓ A EDUCAÇÃO PODE MUDAR O MUNDO
Assessoria
Edição de livros
Consultoria
Oficinas
Minicursos
Palestras
Ensino Híbrido / WebQuest / Cordel e Xilogravura para Crianças / Leitura Crítica da Mídia / Fanzine e Jornal Mural / Jornal Escolar / Rádio Escolar / Cidades Educadoras / Educomunicação / Games na Educação / Gameficação / Metodologias Ativas
Contato (83) 987876482 www.educacaoplural.wordpress.com contatoeducacaoplural@gmail.com
Alunos do século XXI em escola do século XVIII A escola nos moldes em que conhecemos hoje foi constituída em meados do século XVIII seguindo princípios do movimento iluminista e, posteriormente, da revolução industrial para formar adultos capacitados racionalmente para desenvolver os trabalhos da época. Sendo assim, português e matemática eram as disciplinas essenciais para as crianças e adolescentes. As cadeiras colocadas em fileira, faziam com que os alunos – aqueles que não tinham luz – não se dispersassem uns com os outros e estivessem prontos para absorver os ensinamentos professados pelo professor. Assim como nas próprias fábricas o sinal avisava aos alunos quando eles deviam abrir o livro, fechar o livro, lanchar ou ter algum momento de lazer. Como critica Rubem Alves, as crianças, como máquinas, deviam seguir o sino: a cada toque, uma função devia ser despertada. Puro pensamento behaviorista de estímulo-resposta. Com o passar dos anos percebeu-se que o mesmo positivismo que defendeu a racionalidade e sua superioridade em detrimento de todas as coisas, também promoveu guerras e destruição. Ensinar matemática e português não foi suficiente para possibilitar o desenvolvimento de cidadãos críticos e humanos. Mesmo assim, em pleno século XXI, na maioria das escolas brasileiras, ainda se encontram cadeiras enfileiradas, alunos calados, um currículo recheado de inutilidades quase se opondo à vida real e um professor depositando seu conhecimento nas cabeças de seus pupilos, uma educação bancária – como dizia Freire – lotada de pressupostos.
Porém, no presente século, ocorreu o óbvio, o público mudou. Os alunos não são mais o mesmo, eles são iluminados o tempo todo fora da sala, por conhecimentos diversificados e fontes ainda mais diversas. A informação que outrora era encontrada apenas entre as paredes da sala de aula e em livros enciclopédicos, está hoje na palma da mão, acessível a quem quiser tê-la. Os estudantes, finalmente, estão mostrando ao modelo escolar que não o aceitam mais.
“Possibilitar que cada um atinja seu potencial, que explore sua capacidade, que conheça seu a si mesmo, que discuta problemas plausíveis à sociedade é dever urgente da escola.”
Quanto mais as escolas tentam formar as crianças e adolescentes – literalmente, colocando-as em formas iguais – mais estes demonstram que não aprendem no mesmo ritmo ou da mesma forma. Que seus interesses e habilidades não são iguais aos de ninguém. A educação brasileira precisa agora correr atrás de todos estes séculos nos quais ficou parada no tempo repetindo velhos hábitos.
Propostas inovadoras já mostram que há saídas possíveis e admiráveis que podem ser colocadas em prática. Basta que todos os envolvidos – Governo, gestores, pedagogos – estejam capacitados e motivados para tal mudança. É necessário que seja, primeira e principalmente, traçado o objetivo maior da Educação, que não é produzir máquina – seja para a fábrica ou para o Enem -, não é estimular a competição, mas fomentar o desenvolvimento de crianças e adolescentes que se tornem sujeitos ativos, críticos e dialógicos para viverem em sociedade. Possibilitar que cada um atinja seu potencial, que explore sua capacidade, que conheça seu corpo, que discuta problemas plausíveis a sociedade é dever urgente da escola. Porém, isto não é possível se cada aluno só puder olhar para as costas de seus colegas. Como preparar uma pessoa para a vida, se ela não dialoga com os seus pares? Se sua referência de discussão é a de hierarquia – aquele que fala e aquele que escuta e acata. Como desenvolver as habilidades de alguém, se independente de seu entendimento ter sido completo, tocou o sino é hora de trocar de livro? A educação não vai atingir seus objetivos caso não haja uma revolução no modo de ensinar. A reflexão é um ponto de partida lógico e simples. De quantas maneiras é possível organizar as cadeiras de uma sala de aula? Como é possível permitir que os alunos explorem sua criatividade? Para que dar horas e horas de aula com um assunto que o aluno pode encontrar em dois cliques? Permitir que nossos alunos discutam, explorem, dialoguem, pesquisem, busquem é o caminho para uma educação e, consequentemente, cidadãos e um futuro de qualidade.
Educação Plural marca presença na Univerão, em Lauro de Freiras – BA
Para constituir uma cidade educadora é necessário que a população (como um todo) tenha oportunidades e possibilidades de aprender a cidade, na cidade e com a cidade. A educação, portanto, vai muito além da institucional, esquematizada e conteudista. Isto por que o movimento de cidades educadores pensam a educação de forma muito mais ampla que aquilo que é passado na escola. Podemos categorizar a educação em três campos:
Lauro de Freitas é uma cidade no litoral baiano que fica a 30 minutinhos de Salvador. Além de ter como peculiaridade um trânsito extremamente conturbado e apenas facilmente entendido pelos moradores da cidade (talvez nem por eles), Lauro – para os íntimos – se comprometeu em 2017 a ser uma cidade educadora. Cidade educadora é aquela que fomenta a educação nos seus mais variados espaços, âmbitos e ações, não restringindo-a a instituições como escola e família. Este conceito foi desenvolvido há algum tempo e ganhou força com o movimento Cidades Educadoras que teve início em 1990 a partir de um congresso sediado em Barcelona. No Brasil, já vem sendo colocado em prática em estados como Minas Gerais e São Paulo.
Educação Formal: aquela que é certificada pelo sistema de ensino e tem o intuito explícito de ensinar. Ex: escola, universidade. Educação Não-Formal: aquela que tem o intuito explícito de ensinar, mas não é certificada por uma instituição de ensino legal. Ex: cursos livres, oficinas, workshops. Educação Informal: aquela que não tem intuito explícito de ensinar, relativa a vivências. Ex: mídia, cidade, parques etc.
Ao considerar os três campos, distancia-se a ideia de educação a de currículos. Pensando dessa forma, pesquisadores chegaram ao conceito de educação integral, que é diferente de educação em tempo integral. A educação integral é definida pela condição de compreender e desenvolver o indivíduo não apenas na sua esfera intelectual – como, em geral, ocorre na escola -, mas também na física, emocional, social e cultural. Para isto, as cidades educadoras se preocupam em fomentar processos de aprendizagem para com a sociedade como um todo.
Transportando a teoria para a prática, a Univerão foi um evento que ocorreu durante o período de 15 a 21 de janeiro na cidade Lauro de Freitas e buscou organizar atividades culturais, sociais, artísticas, fruitivas e intelectuais em diversos pontos da cidade para a comunidade local. Foram desenvolvidas oficinas, palestras, shows, minicursos com temas que abrangeram desde Universidade e Democracia à construção de pipa. Foram ofertadas atividades para as mais variadas idades e interesses e elas aconteceram em diferentes pontos da cidade e o Plural estava presente levando duas oficinas de formação de professores (Ensino Híbrido e WebQuest) e uma oficina de Cordel e Xilogravura para crianças. A Univerão foi uma atividade pontual, mas essencial no desenvolvimento de uma cidade educadora. Com as prioridades certas e boa administração de recursos é possível tornar a cidade um ambiente de educação, interação e desenvolvimento social.
Educação Plural Campina Grande, Paraíba, Brasil