Agenda bahia 2011 - Agronegócio

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ILUSTRAÇÃO: MORGANA MIRANDA

Agenda

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BAHIA 3 - Agronegócio

Novo clima na economia Em busca de um planeta mais sustentável, especialistas defendem no seminário uma série de ações rumo à economia verde

P AT R O C Í N I O

A P O I O

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T R A D E

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Economia a favor do planeta MARINA SILVA

Agenda Bahia debate ações e cria pacto por Bahia sustentável Rachel Vita No próximo ano, as atenções do mundo estarão voltadas para o Brasil, onde será realizada a Conferência das Nações Unidas Sobre o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20. O terceiro seminário do Agenda Bahia debateu na última quarta-feira ações essenciais para o país e, sobretudo, para o estado baiano trilharem um caminho responsável na transição para uma economia verde. No Bahia + 20: Por uma

Agenda Sustentável, os especialistasdefenderamadefinição de metas para que o estado seja vanguarda e aproveite as oportunidadescriadascomaRio+20 eoutrosgrandeseventosesportivos a fim de atrair novos investimentos e promover seu crescimento. Crescimento com planejamento para um desenvolvimento sustentável. Neste caderno, sobre o seminário Agronegócio, com foco em Economia Climática e Industrialização, você saberá o que está sendo feito e pensado no país e no mundo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa, os impactos no meio ambiente e, assim, proteger o planeta. E ainda as oportunidades com a agroindustrialização. No dia 27, tem mais Agenda Bahia: Turismo e a Copa de 2014.

Em debate Desafios * ECONOMIA CLIMÁTICA - Redução dos gases de efeito estufa - Ações sustentáveis tanto em empresas quanto na sociedade civil que visem equilíbrio econômico, social, cultural e ambiental - Mobilidade urbana - Tratamento do lixo e dos resíduos * INDUSTRIALIZAÇÃO: - Resolver os gargalos na infraestrutura para o escoamento da produção, impactando no custo das empresas - Atender à demanda por alimentos da crescente população mundial de modo sustentável

Agenda Bahia reuniu seis palestrantes e nove debatedores. Confira as principais ações apontadas pelos executivos e especialistas para Economia Climática e Industrialização.

Vantagens

- Clima e solo na Bahia favoráveis à agricultura - Amplo território para a interiorização da agroindustrialização, respeitando as características de cada região - Posição geográfica estratégica para exportação dos produtos produzidos e fabricados no estado

Como avançar *ECONOMIA CLIMÁTICA - Definir ações e metas para uma agenda sustentável de transição para a economia verde - Entre elas, comprometimento com a redução de gases do efeito estufa, como CO2 - Gestão ecoeficiente - Investimento em inovação para reduzir impactos no meio ambiente - Investimento na mobilidade pública. Uso de biocombustível nos ônibus *INDUSTRIALIZAÇÃO: - Investimento em infraestrutura e na interiorização da agroindustrialização

expediente Diretor de redação: Sergio Costa (sergio.costa@redebahia.com.br) Edição: Rachel Vita (rachel.vita@hotmail.com) Reportagens Luciana Rebouças (luciana.reboucas@redebahia.com.br), Luiz Francisco (luizfranciscojornalista@gmail.com), Maria José Quadros (maria.quadros@redebahia.com.br) Design: Morgana Miranda (morgana.lima@redebahia.com.br) Tratamento de imagens Raniere Borja Oliveira (raniere.oliveira@redebahia. com.br) e Erlanney Rocha (erlaney.rocha@redebahia.com.br)


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Planeta sustentável ROBSON MENDES

Presidente da Veracel defende ecoeficiência para atender demanda Luiz Francisco Diante do grande crescimento populacional registrado nos últimos anos, o diretor-presidente da Veracel, Antonio Sergio Alipio, disse que as pessoas e as empresas terão de adotar a ecoeficiência para atender toda a demanda pelo consumo. “Teremos de repensar a engenharia dos processos produtivos, reduzir o consumo de insumos, reciclar e reutilizar os materiais”, afirmou o executivo, em sua palestra no terceiro seminário do Agenda Bahia, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb). De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), no próximo mês o mundo vai atingir a marca de 7 bilhões de pessoas. “O nosso grande desafio é conservar a qualidade de vida e, ao mesmo tempo, deixar para as gerações futuras um planeta mais sustentável”, disse Antonio Alipio, que também é presidente da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas (Abraf). Antonio Alipio lembrou que os 7 bilhões de habitantes do planeta precisam de uma infraestrutura básica para viver com dignidade. “Todos necessitam de lazer, transporte, água, alimentos, moradia, educação, emprego e renda”. Ao mesmo tempo, a explosão demográfica traz muitos impactos negativos. “Vamos conviver mais com lixo, poluição, aquecimento global, degradação ambiental, refugiados ambientais e desigualdades sociais”, afirmou. “É evidentequeosdesafiossãomuito grandes, mas, como sou otimista, acredito que o mundo pode melhorar em todos os aspectos. Temos de fazer a nossa parte, isso é o mais importante nesse momento”. Como exemplo de contraste social, Antonio Sergio Alipio lembrou que entre 2 e 3 bilhões

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COMO GERIR ECOSSISTEMAS

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Medir, gerenciar e mitigar riscos e impactos

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Melhorar a tomada de decisão assegurando a avaliação corporativa dos ecossistemas para quantificar riscos e oportunidades de negócios

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Inovar o desenvolvimento de novos mercados com foco em serviços para o ecossistema e em produtos e tecnologias ecoeficientes

Oportunidade - Buscar gestão ecoeficiente: repensar engenharia de processos, reduzir consumo de insumos, reutilizar materiais no próprio processo e reciclar e gerar produtos para outras cadeias do negócio - Os 6,3 milhões de hectares de florestas plantadas absorvem 1 bilhão de toneladas de CO2/ano - Floresta de alimentos é oportunidade para a Mata Atlântica, com o plantio de inhame, mandioca, palmito juçara e também produção de mel de abelhas nativas - Estímulo da agricultura familiar nas florestas de eucalipto

A Bahia é uma ilha nesse planeta em belezas naturais e capacidade empreendedora. Temos que preservá-la e transformá-la em território mellhor

A Uranus2 está em todos os pontos da cidade. Olhe para os lados. Seja qual for a direção escolhida, você vai ver os serviços na área de infraestrutura que a Uranus2 oferece. Sempre com qualidade, Sinalização Vertical/Obras/Trânsito

Mídia Exterior/Administração de Concessão de Mídia

Plotagens, Plantas de Engenharia P&B e Color, Implantação de Equipamento de Cópia e Plotter na Obra. Plotagem de Transportes Públicos

Lançamentos Imobiliários

de pessoas em todo o mundo têmnamadeiraaprincipaloua única fonte de energia em suas residências. “Isso é inacreditável, ainda mais se levarmos em consideração as grandes transformações tecnológicas registradas nas últimas décadas”, acrescentou. Na opinião do presidente da Veracel, o setor de florestas plantadas no Brasil é um exemplo de sustentabilidade. “No nosso país, 100% do papel produzido vem de florestas plantadas. É importante lembrar também que o plantio de árvores é a melhor alternativa para fazer o sequestro de CO2”, disse Alipio. O diretor-presidente da Veracel deu mais dois exemplos de sustentabilidade do setor para os participantes do Agenda Bahia – o tema do seminário foi Agronegócios. “Depois de muitas pesquisas, conseguimos reutilizar 40% da água empregada na fabricação de celulose e de papel e somos autossuficientes em energia elétrica, o que significa de forma consciente e equilibrada”.

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Estimular fornecedores e compradores a adotar melhores práticas

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Parcerias para discutir problemas locais

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Promover regulamentação atual e flexível para a proteção dos ecossistemas

100% do papel produzido no Brasil vem de florestas plantadas

6,3 mi de hectares de florestas plantadas absorvem 1 bilhão de toneladas de CO2/ano


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Desafios - Desenvolver transporte público, com combustível verde; - Dar destinação final ao lixo das cidades; - Definir qual padrão ideal de consumo - “No Minha Casa Minha Vida, o governo incentivou a construção de energia solar. Mas ao mesmo tempo deu isenção para chuveiro elétrico”, criticou

Como avançar - Investir no transporte público sustentável; - Estabelecer prazos para que as administrações públicas solucionem a questão dos lixões das cidades; - Estimular negócios gerados pela economia verde - Incentivar energias limpas e produtos orgânicos

Hora de acelerar Grandes eventos criam chances para negócios sustentáveis Maria José Quadros O Brasil pode dar um impulso à sua agenda ambiental e conseguir implementar negócios sustentáveis. A avaliação é do consultor em Gestão Ambiental Claudio Langone, coordenador da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa de 2014 do Ministério do Esporte. “O Brasil estará sendo observado por todo o mundo”, disse ele, ao falar em sua palestra sobre Economia Verde: Novas Maneiras de Fazer Negócio, no Agenda Bahia. “A discussão é se conseguimos acelerar e pular alguns passos em torno dessa dinâmica”, questiona. Entre fins de maio e início de junho de 2012, o país vai

abrigar a Rio+20, conferência mundial para discutir as questões ligadas à economia verde e ao desenvolvimento sustentável. Esse é o primeiro dos grandes eventos a serem realizados no país nos próximos cinco anos: em 2013, haverá a Copa das Confederações, seguida da Copa do Mundo, em 2014. Em 2015, será a vez da Copa América e, em 2016, a Olimpíada. MOBILIDADE Langone chamou a atenção para duas questões básicas que o Brasil ainda não resolveu: a da mobilidade nas grandes e médias cidades e a questão da destinação final dos resíduos. “Estamos vivendo quase um colapso, não só nas grandes cidades, mas também naquelas situadas nas regiões metropolitanas e as de porte médio, devido ao aumento da frota de carros particulares a um nível que ‘a própria indústria automobilística não vai mais conseguir vender carro

O Brasil poderia chegar no ano que vem, na Rio + 20, com um conjunto de iniciativas que trariam uma nova dinâmica para o país

se mantido esse padrão’”. A solução óbvia para isso, acentuou Langone, é o investimento em transporte público. E aí ele vê uma oportunidade para o país, e para a Bahia, avançar em termos de sustentabilidade. “Vamos usar diesel no novo transporte público ou mudar para o biodisel, que não é poluente?”, indaga. Na questão dos resíduos, especificamente da destinação final do lixo urbano, ele sugeriu a criação de normas regulatórias - por exemplo, até 2014, nenhuma cidade brasileira poderá ter lixão - ou premiação por performance. Isso aconteceria, de acordo com a sugestão, mediante a criação de linhas de financiamento especiais do BNDES, para projetos sustentáveis de destinação final do lixo. EXEMPLOS Langone citou Pituaçu, em Salvador, como exemplo do que deve acontecer nos 12 estádios que estão

sendo reformados ou construídos. O uso da energia solar adotado pelo estádio baiano deve ser copiado pelos outros estádios. Os estádios estão triturando o próprio entulho e reutilizando na obra. O especialista disse que as construções devem seguir um padrão mínimo de sustentabilidade e, para isso, o Brasil adotou um modelo de certificação. Na área de promoção dos produtos brasileiros resultantes da economia verde, como os orgânicos, Langone vê excelentes oportunidades. Para aproveitá-las, ele acha que o Brasil deverá determinar que sejam vendidos e também oferecidos em hotéis, restaurantes e lojas, indo desde produtos de higiene a alimentos e até a cachaça usada para fazer a caipirinha. “Temos que aproveitar essa janela de oportunidades, porque haverá um público já acostumado a consumir esses produtos e a pagar mais por isso”, disse.


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Muito além do meio ambiente Empresa para ser sustentável precisa de ações em diversas áreas Luciana Rebouças Ser uma empresa sustentável não é apenas ter uma postura de cuidados com o meio ambiente, mas também envolve preocupações com a questão social, com o atendimento aos clientes, aos fornecedores, análise dos concorrentes, dos bancos e seguradoras, dentre outros critérios. Na sua apresentação, Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa nas Empresas, o vice-presidente da Câmara de Comércio Internacional (CCI) e presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Energia da CCI, Marcelo Vianna, lembrou que os cuidados com a sustentabilidade já mudaram muito nos últimos anos. Segundo ele, antigamente, quando uma grande empresa comprava um terreno, inclusive no meio da floresta, se preocupava mais com o tamanho do que com o impacto ambiental. “Hoje, temos uma visão diferente do que é este controle ambiental”, alerta. TRABALHO ESCRAVO Marcelo Vianna revela que as empresas hoje são mais cuidadosas em emitirem seus relatórios de sustentabilidade e os consumidores também estão mais atentos sobre os produtos e serviços que estão con

tratando. Porém, os cuidados também se dão dentro das empresas. Também consultor, Vianna lembra que, recentemente, uma empresa alemã queria comprar produtos de uma empresa brasileira, mas uma ONG também alemã chamou a atenção da companhia para um fato: a empresa brasileira estava vinculada ao trabalho escravo. Conclusão, o negócio não foi fechado. “Eles compravam carvão de uma carvoaria em que homens, mulheres e filhos ajudavam a carregar carvão”, conta Vianna. Dentro dos procedimentos internacionais, uma empresa não pode contratar crianças, o que se configura como trabalho infantil e escravo. Neste ponto, Vianna chama a atenção que as normas e os padrões postos são internacionais e as empresas brasileiras precisam seguir essas regras para competir no mercado global. O especialista também lembra que há outras exigência das instituições financeiras signatárias dos Princípios do Equador, que prevê o atendimento e cumprimento de normas e padrões ambientais. Um exemplo é se a empresa seguir padrões sustentáveis, ela pode conseguir de 10% a 20% de descontos em um financiamento. “Os bancos são corresponsáveis pelo dinheiro que estão emprestando e, por isso, as empresas têm que cumprir legislações nacionais e internacionais”, afirma Vianna. Atualmente, 67 instituições bancárias de 23 países são signatárias desse acordo.

Desafios Os bancos são corresponsáveis pelo dinheiro que emprestam e, por isso, as empresas têm que cumprir legislações

- As empresas terem postura sustentável de acordos com padrões nacionais e internacionais - Divulgar relatórios de sustentabilidade e trabalhar com transparência - Aproveitar potencialidades do país respeitando o ambiente

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RETORNO IMEDIATO

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instituições bancárias de 23 países são signatárias do Princípio do Equador

20% é o percentual que uma empresa pode ter de desconto em financiamentos caso seja sustentável


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Pacto pela Bahia Especialistas defendem metas para economia climática na região Luiz Francisco Os quatro debatedores que encerraram o seminário Agenda Bahia, na quarta-feira, têm a mesma opinião: a Rio+20 (Conferência das Nações Uni-

das sobre Desenvolvimento Sustentável),queserárealizada no ano que vem, pode beneficiar a Bahia se o estado, a sociedadecivileosempresáriossouberem aproveitar as oportunidades. Respondendo a uma pergunta do moderador Sergio Costa, diretor de redação do CORREIO, Antonio Sergio Alipio, diretor-presidente da Veracel, Leonardo Genofre, presidente da Abaf, Marcelo Vianna, vice-presidente da Câmara

de Comércio Internacional, e Claudio Langone, diretor da Paradigma, afirmaram que a Bahia precisa aproveitar as oportunidades que serão criadas pela Rio+20 e por outros grandes eventos esportivos. “Essa é uma oportunidade rara, talvez única, para a Bahia atrair novos investimentos e dar um grande salto em seu desenvolvimento”, disse Antonio Alipio. Para Claudio Langone, nesse momento devem ser apresentados projetos que têm

condições de serem identificados nessa transição para a economia verde. O debate Bahia + 20: Por uma Agenda Sustentável,doAgendaBahia,visouiniciar uma discussão no estado sobre ações que poderão ser apresentadas na Rio+20. Marcelo Vianna defendeu que a Bahia precisa diagnosticar os seus problemas e resolvê-los. “O momento é este. A tendência é o país atrair novos negócios por causa dos eventos que serão realizados aqui nos

próximos anos. A Bahia, então, precisa ter a capacidade de se inserir nesse contexto e aproveitar a chance”, acrescentou. Leonardo Genofre lembrou queoestadotemgrandepotencial de resposta ao sequestro de carbono, reduzindo o impacto doefeitoestufa,atravésdasflorestasplantadas.Langoneconcluiu que neste momento é necessário avançar. “É preciso ter algum prejuízo para se chegar a um modelo de transição para economia verde”, disse.

Chance para a Bahia ser protagonista

Mais valor sustentável para os produtos

Presidente da Abaf, Leonardo Genofre afirmou que a Bahia precisa assumir o papel de protagonista para aproveitar as oportunidades que a Conferência Rio+20 vai proporcionar ao Brasil. “É preciso reunir as cadeias produtivas, o estado, a sociedade civil e definir metas e compromissos. Sem isso (a Bahia) não vai para lugar nenhum”, afirmou. Genofre também defendeu investimentos em infraestrutura no estado e disse que os pequenos produtores precisam participar dos projetos de desenvolvimento sustentável como

Diretor da Paradigma e coordenador das Câmaras Sustentáveis da Copa de 2014 do Ministério do Esporte, Claudio Langone afirmou que a Bahia precisa agregar valor à cadeia produtiva para ganhar mais respeito na comunidade internacional. “O que serve para a Bahia serve para o Brasil. Estamos em um processo de transformações muito rápidas. Ou conseguimos nos antecipar às tendências ou vamos de carona”, observou. Para ele, a Bahia é um estado “muito pujante” no país. E deve

parceiros. “Preservar (o meio ambiente) não é algo apenas para entrar no mercado internacional, mas um negócio em si”, disse. Segundo o presidente da Abaf, “o sucesso da Bahia precisa vir à luz”. “O estado precisa mostrar a sua cara. A Bahia pode ter posições e diretrizes próprias em relação ao desenvolvimento sustentável”, acrescentou. Em sua opinião, os eventos esportivos e a Rio+20, que serão realizados no Brasil nos próximos anos, vão colocar o país em uma posição de destaque. “Temos de aproveitar esta oportunidade”.

criar linhas alternativas para se destacar no cenário internacional, especialmente neste momento de discussão da Rio+20. “No cacau, por exemplo, como podemos agregar valor? Com comércio justo, sendo bom e orgânico. Vale também para fruticultura, etc”, revelou. Segundo Claudio Langone, que foi vice-ministro do Meio Ambiente, faltam “projetos interessantes” sobre desenvolvimento sustentável: “Em vez de projetos, convivemos com uma frota que emite muita poluição”. ROBSON MENDES

Atenção às pequenas e médias empresas Outro participante do debate, Marcelo Vianna disse que as empresas precisam seguir os requisitos nacionais e internacionais para se consolidar no mercado sustentável, que está cada vez mais competitivo. “Não existe meio-termo. Ou a empresa é sustentável ou não é”, disse Vianna, que é vice-presidente da Câmara de Comércio Internacional (CCI). Segundo Marcelo Vianna, as pequenas e médias empresas precisam receber uma atenção especial das autoridades. “O Brasil e a maior parte do mun-

do não são feitos de grandes empresas”, acrescentou o executivo, que também é presidente da Comissão de Desenvolvimento Sustentável e Energia da CCI. Vianna disse, ainda, que a Rio+20 vai abrir muitas oportunidades no Brasil. “As empresas que estiverem preparadas certamente vão colher resultados excepcionais, porque seremos observados por empresários e chefes de Estado de vários países”, disse Vianna. “A alternativa, portanto, é investir em produtos sustentávels”.

Tecnologia a favor do meio ambiente O diretor-presidente da Veracel, Antonio Sergio Alipio, afirmou, durante o debate, que a Rio+20 é a grande oportunidade para o Brasil reafirmar ao mundo que tem tecnologia, expertise e eficiência em gestão ambiental. “Temos problemas de infraestrutura, é verdade, mas, ao mesmo tempo, sabemos trabalhar com muita eficiência a questão ambiental”, afirmou. Alipio também disse que os setores público e privado precisam operar em conjunto para identificar os caminhos que devem ser seguidos. “A

sociedade evoluiu muito e as exigênciassãobemmaioresdoqueháalguns anos. Quem tem metas a cumprir e deseja um mundo melhor para as próximas gerações precisa estar sintonizado com esta nova onda”, disse o diretor-presidente da Veracel, empresaqueinvestiuUS$1,2bilhãopara implantar a sua unidade na Bahia. Segundo Antonio Sergio Alipio, os eventos internacionais que vão acontecer no Brasil até 2016 vão “mudar a cara” do país. “Quem souber surfar nesta onda de empreendimentos vai se destacar muito”.


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Grãos em alta MARINA SILVA

Demanda mundial e biocombustíveis disparam preços internacionais

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Maria José Quadros O milho, a soja e outros grãos negociados em bolsas vão permanecer com preços altos ainda por muito tempo. E a causa não é apenas o aumento do consumo mundial, mas, em grande parte, o surgimento de uma nova demanda, a dos biocombustíveis derivados daqueles produtos. A previsão é do economista Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro, que há anos se dedica à análise da economia agrícola no mundo. Ele abriu o terceiro seminário do Agenda Bahia, na quarta-feira, com palestra sobre o tema Crise Mundial e seus Efeitos nos Mercados Agrícolas e na Industrialização. Mendonça de Barros enumerou os fatores que desaguaram no ciclo de alta dos preços das commodities agrícolas a partir de 2008. O crescimento da população mundial, hoje em cerca de sete bilhões de pessoas, com previsão de chegar a nove bilhões dentro de nove anos, é uma delas. Mais do que isso, a taxa de urbanização - isto é, de pessoas que deixam o campo e vão morar nas cidades - tem crescido em todo o mundo, notadamente na Ásia, o que muda o perfil do consumo de produtos alimentares. “As pessoas não mudam só de ambiente, mudam também de hábitos, de dieta. Está comprovado que essa dieta vai na direção daproteína animal, do frango e dos suínos, que não são mais do que milho e soja usados nas rações”, comentou. Além disso, há um fator novo, os biocombustíveis. Este ano, 120 milhões de toneladas de milho - quase um sexto da produção mundial - serão utilizados pelos Estados Unidos para a produção de etanol, segundo o economista. “Cada vez que um americano acelera

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PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEL

milhões de toneladas de soja são esmagadas para combustível no Brasil

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milhões de toneladas serão transformadas em biocombustíveis nos EUA

60 milhões de toneladas é quanto produz o Brasil, terceiro maior produtor

Desafios -Bahia tem posicionamento geográfico, clima e solo espetaculares. Mas precisa, segundo Alexandre Mendonça de Barros, construir uma logística para ter a ligação entre produção e escoamento -Apesar de ter rebanho relevante, o estado possui poucos frigoríficos -Fruticultura será grande diferencial no mundo. Bahia pode aproveitar essa oportunidade

seu carro está indo embora uma asa ou uma coxa de frango”, comparou. A cana-de-açúcar, principal fonte de etanol no Brasil, não sofre grande competição com o milho. Mas o país utiliza soja para a produção de combustível. O cálculo é de que 10% da produção queime nos motores brasileiros. “O Oeste baiano ganha também por isso uma grande importância pela safra de soja”, disse Mendonça de Barros. Segundo ele, o uso de parte do grão para combustível não é problema, porque sobra o farelo, “uma proteína vegetal que vira proteína animal e dá ao país uma boa competitividade”.

Por fim, a desvalorização do dólar, provocada pelo mau desempenho da economia americana, gerou mais um novo fator de alta e também de volatilidade dos preços. Com a moeda fraca, diversos investidores que têm dólar começaram a procurar ativos com potencial para subir naquela moeda. Com isso, os fundos de investimento diversificaram o seu portfólio, investindo nas bolsas de mercadorias. “Não tem nada a ver com agricultura, é um investimento especulativo”, disse. Foi assim que, quando eclodiu a crise de 2008, os preços dos grãos dispararam em Chicago. Com a quebra do banco Leh-

man Brothers, fundos saíram da Bolsa e o preço da soja despencou. Enfrentar esse novo cenário é um desafio a ser encarado pelos produtores brasileiros, disse o economista. Por suas excelentes condições para a agricultura e o nível alcançado pelo agronegócio, ele acha que o Brasil tem uma grande responsabilidade na produção de alimentos para o mundo. Mas o especialista lembra que a área plantada no Brasil é a mesma de 1984 e a precária infraestrutura atrapalha a competitividade. “Aí a gente percebe por que o Brasil não ganha tanto nos mercados”, alerta.

O Brasil tem condições privilegiadas para a agricultura. Sua responsabilidade é muito grande na produção de alimentos para o mundo


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Um novo olhar para o cacau Desafios - Agregar valor ao cacau na transformação do fruto em chocolate para a Bahia exportar o produto final - Investir mais na lavoura cacaueira para preservar a floresta, já que o cultivo tem que ser realizado na mata nativa - Pesquisar técnicas de resistência às doenças, como vassoura-de-bruxa, para não perder as plantações como na década de 90

Grão orgânico ganha destaque em mercado internacional Luciana Rebouças Quinta geração de produtores de cacau, Diego Badaró buscou diferencial no campo e hoje colhe frutos em mercados internacionais. “O grande segredo do chocolate está no cuidado com os grãos”, acredita Badaró, sócio da Amma Chocolates, em palestra, durante o Agenda Bahia. O empresário apostou também na

produção orgânica para produzir um produto de ponta presente em restaurantes de Paris e de Nova York. Para Badaró, os investimentos no cacau baiano ainda são muito pequenos e ele exemplifica o que seria ideal. “Se investirem US$ 1 bilhão (R$ 1,72 bi) poderiam gerar 100 mil empregos e preservar mais de 100 mil hectares de floresta na região”, estima. Isto porque, a lavoura cacaueira tem na floresta o seu hábitat natural e convive perfeitamente com a vegetação. Presente também no seminário, o secretário de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Eduardo Sal-

les, garantiu, após palestra de Badaró, que o governo vai investir R$ 6 milhões em programa para pesquisar uma solução definitiva para a vassoura-de-bruxa na região cacaueira. “Corremos atrás da agroindustrialização da região e já inauguramos três indústrias. Mas também avançamos na questão da pesquisa”, disse. Badaró ainda reforça que é necessário o investimento para o país transformar o cacau em produto final. “A lavoura que hoje movimenta US$ 410 milhões (R$ 705 mi) tem potencial de US$ 2 bilhões (R$ 3,44 bi) se transformar o cacau em produto final”, diz.


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Celeiro do mundo Brasil pode virar maior exportador de alimentos, mas carece de infra Luciana Rebouças Preocupação com a infraestrutura atual da Bahia, para a partir de uma melhora dessa situação, as empresas

começarem a se interessar mais na agroindustrialização do estado. Esse foi o principal ponto discutido no debate “Estratégias para a industrialização vitoriosa”. O mediador Vicente Mattos, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), iniciou o debate lembrando que o estado vive uma oportunidade ímpar, com recorde de safras e crescimento econômico, mas precisa in-

Busca de oportunidades

dustrializar para agregar mais valor aos produtos. Mattos perguntou ao secretário da Agricultura, Eduardo Salles, um dos debatedores, o que falta à Bahia para deslanchar neste setor. Salles admitiu que é preciso mais investimento em infraestrutura. Mas o governo aposta no georeferenciamento para buscar indústrias para cada região. Questionado por uma pergunta da plateia, Salles não

soube explicar por que o estado não tem um polo têxtil já que bate recorde em algodão. O ex-embaixador do Brasil na China, Luiz Augusto de Castro Neves, alertou para o investimento em tecnologia. “O Brasil pode se transformar no celeiro do mundo. Devemos aproveitar as vantagens comparativas e investir em nossas necessidades”, disse. Para o secretário Eduardo Salles, outra questão tem pre-

Rastrear os alimentos

Diego Badaró, sócio da empresa de chocolates finos Amma Chocolates e cultivador de cacau, avalia que a Bahia precisa agregar valor ao cacau e implantar fábricas para desenvolver produtos finais, como fez com o cultivo da soja. Para ele, a China não é uma ameaça, mas uma oportunidade. Em março deste ano, Badaró esteve em viagem com o secretário da Agricultura, Eduardo Salles, na China. Outra novidade é o Salão do Chocolate, referência na França. “Ano que vem, em julho, Salvador receberá pela primeira vez o Salão. É a nossa oportunidade de mostrarmos aos investidores estrangeiros que temos, aqui na Bahia, o melhor cacau do mundo”, diz.

Fernando Antonio Batista Vieira, economista do BNDES, informou que o banco tem um grande interesse em conceder financiamentos às pequenas empresas que trabalhem com o Agronegócio. “Agregar valor e modernizar se refletem no valor final destes produtos”, ponderou. Para o economista, questões de inovação, como a rastreabilidade dos alimentos, que indica de onde veio aquele produto, são novas demandas dos consumidores que necessitaram de investimentos por parte do empresário. Vieira também lembrou que o BNDES tem linhas especiais para as empresas que têm um pressuposto de sustentabilidade e preservação com o meio ambiente.

judicado o desenvolvimento em todo o país: a proibição de venda de terras aos estrangeiros, desde o ano passado. “A Bahia está perdendo milhões de dólares neste setor da agroindústria”, disse. Também participaram do debate Fernando Vieira, economista do BNDES, Pedro Tassi, presidente da Ciob, e Diego Badaró, presidente da Amma Chocolate. Abaixo, os principais pontos do debate.

Sem vergonha de commodity Para o ex-embaixador do Brasil no Japão e na China, Luiz Augusto de Castro Neves, tem que saber como aproveitar as oportunidades e minimizar os riscos quando se trata da China. “Podemos nos transformar, com uma boa dose de otimismo, no celeiro do mundo”, acredita. Segundo ele, o Brasil não deve ter vergonha de exportar alimentos, como no tempo em que se achava que esta era uma característica de países subdesenvolvidos. Neves ainda deu o exemplo de uma empresa na Finlândia, pioneira na área de florestas plantadas, exportadora de madeira: “Hoje, ela é a madeireira Nokia, que produz madeiras e outros produtos, como celulares, mundialmente conhecidos”. MARINA SILVA

Pela interiorização da indústria baiana

Restrição a estrangeiro: perda de recursos

A Bahia tem enorme potencial na área do Agronegócio, mas as empresas ainda exportam daqui apenas a matéria-prima. É essa a visão do empresário Pedro Tassi, presidente do Centro das Indústrias do Oeste Baiano (Ciob). Segundo ele, o estado tem condições naturais especiais para o plantio, mas falta a “integração do estado” para favorecer a interiorização da indústria. Tassi exemplificou com situação enfrentada por ele na véspera do evento. “Quando saio de Barreiras para Salvador de avião preciso pegar um

O secretário da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri), Eduardo Salles, disse que a Bahia vive recordes de safras em diversas culturas e que o governo do estado se preocupa em como e em que áreas podem ser incentivadas a agroindustrialização. “Estamos entre os quatro maiores produtores do país na maioria dos produtos agrícolas”, informa. O secretário admitiu que entre os entraves para a industrialização está a infraestrutura precária, mas ressaltou outro ponto: a proibição da

voo até Brasília e depois outro para cá”, disse. Foi consenso entre todos os debatedores, inclusive o secretário Eduardo Salles, que falta infraestrutura, principal fator de entrave para os negócios no estado. Tassi elogiou os projetos da Secretaria da Agricultura para incentivar a agroindustrialização entre os pequenos empresários, mas fez uma ressalva: “A Bahia tem potencial para ser maior, mas precisamos de uma política estruturante e não só para a região Oeste, como para todas as outras”.

venda de terras a estrangeiros. Segundo ele, a Bahia perde investimentos por conta de uma decisão da Advocacia Geral da União (AGU), em vigor desde agosto de 2010. “Hoje, o país e a Bahia são a bola da vez nesta área de alimentos, e perdemos investimentos nos setores da laranja, papel e celulose, soja, etc. Milhões diariamente”, disse. Salles também contou que existe uma empresa de papel e celulose que deseja investir 3 bilhões de euros na Bahia, mas o negócio não avança por causa dessa insegurança jurídica.


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Olhos bem abertos MARINA SILVA

Para embaixador, a China traz mais oportunidades do que ameaças

Oportunidade - Exportação de commodities minerais e agrícolas - A China quer investir em outros setores, como siderurgia e bens de consumo. “Deve vir uma montadora de automóveis para cá”, disse - Para empresas brasileiras na China. Castro Neves citou o exemplo de gaúchos que abriram, em uma província, uma fábrica de calçados: “Lá, tem nove churrascarias, Centro de Tradições Gaúcha e até chinês tomando chimarrão”

Maria José Quadros Para muita gente, o socialismo de mercado praticado pela China, que tem levado o país a crescer durante muito tempo a taxas de 10 por cento ao ano, é um modelo no mínimo intrigante. Afinal, como um país socialista se insere no mercado com tanto sucesso, importando de todos os cantos do planeta, agregando valor e exportando para o mundo inteiro? Para o ex-embaixador do Brasil na China e no Japão, Luiz Augusto de Castro Neves, não há enigma a decifrar: quando se trata de negócios, a China é a-ideológica e pragmática. “A China percebeu como ninguém o fenômeno da globalização, como um fato da vida. O que eles praticam é o mais deslavado capitalismo”, disse ele, em palestra no terceiro seminário do Agenda Bahia, sobre o tema China: Oportunidades e Ameaças. Diferentemente do Brasil, cuja estratégia industrial está voltada para o aumento do consumo, a industrialização chinesa foi quase toda dirigida para fora. Por isso, apesar dos enormes volumes produzidos, ainda há déficits em seu mercado interno. Essa política procura integrar cadeias produtivas da Ásia e de países de outros continentes. Há setores, como a indústria automobilística, que utilizam produtos fornecidos por mais de 10 países diferentes. Castro Neves vê a China como uma economia mais aberta que a do Brasil e, principalmente, muito mais competitiva. As acusações de concorrência desleal e a recente imposição de barreiras a alguns produtos chineses, na sua opinião, são herança do início da industrialização brasileira, que nasceu sob o signo do protecionismo e do crédito subsidiado pelo governo.

Ameaças - Infraestrutura: portos, ferrovias, aeroportos, estradas e parques industriais eficazes, reduzindo o impacto no custo de produtos - Carga tributária: metade da brasileira - Cópia de peças e dos produtos. Castro Neves contou uma história que ilustra a situação. Um brasileiro queria comprar o carro Muralha da China, mas tinha receio de não achar peça no Brasil quando retornasse ao país. Um vendedor disse: “Não se preocupe. É só o senhor procurar uma loja da Toyota. As peças, por uma incrível coincidência, são iguais”

O Brasil tem burocracia, infraestrutura precária, alta taxa de juros e tributos, câmbio valorizado. Nossos problemas não têm a ver com a China “Na China, há 42 empresas brasileiras operando e a guerra fiscal entre as províncias para atrair investimentos estrangeiros é feita abertamente. Nos anos 60, nem a Coreia nem a China possuíam indústria automobilística. Hoje, os dois têm marcas próprias”. “Eles vão com força. Antes, a presença brasileira era maior do que a da China no Brasil. Hoje, isso se inverteu”, revelou. Ele salientou que o

segredo da China não está apenas nas taxas de juros baixos, na moeda superdesvalorizada em relação ao dólar, na mão de obra barata e em uma carga tributária que é a metade da brasileira. Está principalmente na infraestrutura que o país conseguiu implantar para alavancar sua economia. Castro Neves disse que excelentes estradas, portos, aeroportos e toda uma infraes-

trutura moderna para atender ao comércio internacional fazem a diferença. “A ação da China no mercado internacional foi benéfica para o Brasil. Elevou os preços das commodities e de bens de capital. Isso permite, inclusive, a modernização do parque industrial brasileiro”. Para o embaixador, o Brasil não deve encarar a China como uma ameaça, tampouco apenas como uma oportuni-

dade. A seu ver, trata-se de um parceiro comercial importante quando os interesses dos dois países convergem para o mesmo ponto. Fora disso, há de tornar-se competitivo para fazer frente aos produtos chineses. O embaixador entende que essa é a grande lição: investir na competitividade é a única saída. Os efeitos diretos da China no Brasil? “Foram bons e maus. Os maiores perdedores foram os setores protegidos. No geral, nos beneficiamos muito. O Agronegócio foi o grande vencedor”, avalia.


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CORREIO Salvador, domingo, 18 de setembro de 2011

agronegócio*

VIP*

FOTOS: MARINA SILVA

O CEO da Rede Bahia, Dante Iacovone, abriu o seminário sobre Agronegócio do Agenda Bahia

Luiz Alberto Albuquerque, diretor-executivo de mídia impressa e internet da Rede Bahia; Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro; Dante Iacovone, Carlos Magalhães, diretor da TV Bahia, Paulo Sobral (Rede Bahia); Marcelo Vianna, vice-presidente da ICC; e Wilson Andrade, diretor da Abaf

CO M P R O M I SS O CO M O F U T U R O.


CORREIO Salvador, domingo, 18 de setembro de 2011

agronegócio* MARINA SILVA

José Mascarenhas, presidente da Fieb; Antonio Carlos Júnior, presidente da Rede Bahia; e Dante Iacovone, em momento de descontração

| 15 MARINA SILVA

O embaixador Luiz Augusto de Castro Neves com Wilson Andrade (Abaf)

Darcles Andrade, da Petrobras, ouve Paulo Sobral, da Rede Bahia

Mendonça de Barros, Rachel Vita, editora-executiva de conteúdo do Agenda Bahia, e Eduardo Salles, secretário de Agricultura

MARINA SILVA

ROBSON MENDES

MARINA SILVA

Georges Humbert, advogado, com Adelino Neto, da Veracel Fernando Antonio Batista Viana e Dimmy Lustosa de Andrade, do BNDES, e os diretores da Rede Bahia, Carlos Magalhães e Maurício Fonseca, na plateia do Agenda Bahia

MARINA SILVA


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CORREIO Salvador, domingo, 18 de setembro de 2011

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