Sumário
22 ATLETISMO
Fabiana Murer e treinador Elson Miranda revelam os motivos da ascensão do atletismo feminino no Brasil
ENTREVISTA Rickson Gracie fala com exclusividade sobre surgimento do jiu-jítsu e o segredo para o sucesso. Página 14
WAKEBOARD
30 PAINTBALL
Grupo de 30 praticantes da modalidade cria a "Tropa de Elite" do paintball no Amazonas
Feras radicalizam em evento na piscina do Clube do Trabalhador. Página 26
FUTEBOL Sérgio Duarte é mais um ex-jogador de defesa a fazer sucesso como treinador. Página 42
LITERATURA Livro reune a história por trás de 360 escudos curiosos de clubes de futebol de todo o mundo. Página 64
VAIDADE Atletas do futebol feminino não deixam a preocupação com a beleza de lado. Página 76
FISICULTURISMO
70 COPA 2014
Obras em ritmo avançado na Arena da Amazônia
Gabriela Sales molda o físico para evento nos Estados Unidos . Página 80
MMA Dileno Lopes acerta parceira com a AFC para gerenciar carreira. Página 82
EDITORIAL Em 1541, o espanhol Francisco Orellana explorava áreas ainda desconheci-
ESPORTIVO
das do Brasil quando sua expedição foi atacada por uma tribo indígena cuja as guerreiras eram mulheres. Uma vez que os exploradores compararam essas índias às destemidas amazonas das lendas gregas (mulheres independentes e guerreiras que enfrentavam e dizimavam grupos de homens), passaram a identificar por esse nome o rio em que navegavam, o que posteriormente foi transmitido à região, e depois ao Estado. Como podemos perceber a característica de guerreira das mulheres amazonenses vem desde o batizado do nosso “rio-mar” e Estado. Hoje, o melhor exemplo de amazonense guerreira é a ginasta Bianca Maia, de apenas 18 anos. Isso porque, para chegar nas três medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em outubro deste ano, a amazonense sofreu, suou, batalhou, chorou, mas trabalhou muito para chegar à seleção brasileira. Na sua segunda edição, a revista ÍCONE conta detalhes como a falta de apoio, o medo de fracassar, a batalha da mãe e treinadora Sâmia Maia por um local decente para os treinos de Bianca e deixa para a reflexão dos leitores a necessidade de um maior incentivo do poder público para os nossos atletas. A tri-campeã Pan-Americana Bianca Maia é um exemplo de atleta que conseguiu vencer as dificuldades para triunfar no esporte, mas quantas Biancas espalhadas por outras modalidades, entre elas o basquete, natação, atletismo, vôlei, ciclismo, judô não foram obrigadas a desistir pela falta de apoio financeiro ou um local melhor equipado para aprimorar o desempenho.
Diretor Executivo Antonio Neto Diretor Comercial Valeriano Neto Diretor Executivo de Criação Jackson Torres Diretora Financeira Vanusa Dias Projeto Visual e Edição Visual Jackson Torres Editor de Redação Maurício Freire Repórteres Nathália Silveira Natália Caplan Diogo Rocha Camila Henriques Ivan Renato Tanair Maria Bruno Tadeu Bruno Elander Fotógrafos Antonio Lima Bruno Kelly Daisy Camargo Amarildo Oliveira Michael Dantas Revisão Benayas Inácio
José Aldo (lutador de MMA campeão do peso-pena do UFC) e Bianca Maia são
Concepção Visual
Jackson Torres
hoje os principais exponentes do esporte amazonense e a prova de que atleta não precisa de placas ou desfile em carro do Corpo de Bombeiros após uma
Capa
tir de igual para igual com os grandes atletas do Brasil e do mundo. É verdade que muito já foi feito pelo esporte amazonense nos últimos anos. Temos uma Vila Olímpica com potencial para revelar grandes atletas, uma arena poliesportiva de alto nível, mas isso não é suficiente. É preciso muito mais investimento na base do esporte, pois investir em esporte é investir na qualidade de vida. •
Fotografia
Amarildo Oliveira Daisy Camargo
grande conquista, mas sim, de bons patrocínios, apoio e estrutura para compe-
ISSN: 2237-1982 COREGRAF IND. E SERV. GRÁFICOS LTDA. Rua Benjamin Lima, 339 São Jorge – CEP. 69033-640 Manaus – Amazonas Fones: 92 3671.5000 contato@iconeesportivo.com
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Corrida dos Curumins
Circuito Cidade de Manaus de Contra Relógio
6 | ÍCONE ESPORTIVO
Abu Dhabi Wolrd Professional Jiu-Jitsu
Corrida Internacional Cidade de Manaus
Corrida Santos Dumont
Corrida da Unimed
Ă?CONE ESPORTIVO| 7
Jungle Man Night Run
Jungle Man Extreme
2ª Etapa do Circuito de Futvôlei
Espaço Kids na Corrida Ciclística Agnaldo Archer Pinto
Gabriel, promessa no kart
Jungle Man Extreme
8 | ÍCONE ESPORTIVO
A triatleta Ariane Monticelli elogiou a 1ª edição da ÍCONE, na qual ela foi personagem.
O judoca Flávio Canto recebeu a ÍCONE durante visita a Manaus
O campeão Rickson Gracie aprovou a ÍCONE.
Manobras radicais na praia
Faixa liberada na Ponta Negra
Copa Powerage de paraquedismo
Rugby em alta na Ponta Negra
ÍCONE ESPORTIVO| 9
NOTAS
ESPORTIVAS Capital do futsal Durante uma semana, no mês de outubro, Manaus se tornou a capital mundial do Futsal. Para a alegria dos apaixonados pelo esporte que lotaram a Arena Amadeu Teixeira durante os dias do Grand Prix de Fustal, a seleção brasileira venceu o torneio na véspera do aniversário de 342 anos da capital do Amazonas. Na decisão, não faltou emoção. Contra uma Rússia aguerrida, o Brasil empatou no tempo normal em 1 a 1 e teve que recorrer ao talento de Falcão, autor do gol do título na prorrogação, para vencer por 2 a 1. “Meu brilho ninguém apaga. Tem que me respeitar”, desabafou Falcão, que passou quase toda a decisão no banco de reservas.
Triatlo em ascensão A temporada de 2011 do triatlo encerrou-se no final de novembro com saldo positivo para o Amazonas. Além do vice-campeonato mundial de Jéssica Santos, o Estado teve representantes no
Triathlon Internacional de Santos, 70.3 (meio Ironman) de San Juan, Ironman Brasil, 70.3 Miami, XTerra Amazônia, Short Distance e Long Distance de Pirassununga e no Ironman de Cozumel, no México. Em 2012, a promessa de mais sucesso com participação recorde de 19 Triatleta Ylse Yuri estreou com vitória no Short Distance em Pirassununga
10 | ÍCONE ESPORTIVO
amazonenses no Ironman Brasil, em Santa Catarina, no mês de maio.
Universitária dourada A judoca amazonense Rafaela Barbosa derrotou favoritas entre elas a carioca Raquel Silva e a paranaense Suellen Sena, para conquistar a medalha de ouro na categoria meio-leve (-52kg) nas Olimpíadas Universitárias (JUBs 2011), disputada em Campinas, no início de novembro. Tricampeã sul-americana nas categorias de base, Rafaela é caloura do curso de direito da Universidade Paulista (Unip-AM) e derrotou na final a catarinense Reigiane Carvalho, da Unisul (SC), com uma chave de braço, logo depois de ter aplicado um yuko. Bicampeã sul-americana juvenil e campeã na categoria júnior, Rafaela Barbosa disputou no ano passado o seu primeiro Campeonato Brasileiro Sênior e ficou com a medalha de prata.
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MACHINES TRIATHLON
Björn MüINllEeOFr MACH NTH THE MO ER DEZEMB
ES MACHINW IDE WORLD EN BRASILI
MANA
Ponta Negra Beach , wher e we do open wate r, bike and run the same place all in . The river calle “Negro”(means d “Dark” in Engli meets the Ama sh) zon Rives abou down. It is 8km t 4km wide at the Ponta Negra Beach, and many open water, Running, Bike as well as Triath lon competition happen there.
LENGE HLON CHAL L NEUE DUAT & OBERURSE FALKENSTEIN
AL & DALTON CAiaBR lon Manaus Tr th
MANA
ALTON A RAL ERI HTET A TELLT EIN TEA RA ILIEN N M MANAUS TRIA THLON OR HE IT
Triatlo amazonense é destaque em revista alemã
N ONA RAL ALTTROIAT HL
rain makes a break from July ber. That’s when to Octo08:00am, temp things get worst. At eratures are 30degrees Celsi already by us. Then 35 10:00am. And to 38 by on the wors t days, it can cook us to 42 or 45degrees 2:00PM. Celsius by
Besid IL“beauty” of the es the RA(river , place s, fores
t, birds etc), like to say that I always there is the “beast”. And I’m not takin alligators, snake g about animals like s or piranhas... they all exist yes, here, after all we are in the middle of the these are more Amazon jungle. But, for the terro r movies. In fact, these predators from are very far the jungle from the city, and I never heard about any attack. If you arrive very early in the morning for an open swim training, you will easily of “botos”(th see a lot ey are dolph ins from the rivers), and they usually swim together with us. So, when I talk about the “bea regards to our st”, very tough weat It conditions. Mana her us is very close equator line, to the and sius is an avera 30 to 35degrees Celge temperatu the day, for the whole year. re, during The seasons are not very well defined. Here we have a raining seaso starts in Nove n mber and ends that Yes! Eight mont by hs raining almo June. day, mostly st every in the afternoon with very high , but still temperatures. Then, the
A revista alemã de esportes "Close" dedicou nove páginas da sua edição de dezembro para a prática do triatlon no Amazonas. O que chamou a atenção dos "gringos" foi as condições favoráveis para as disputas de triatlon na região amazônica. O triatleta e colaborador da ÍCONE, Dalton Cabral, foi um dos personagens da matéria que pode ser conferiada (em inglês) no site: http://www.triathlon-machines.com/ machineofthemonth.htm
Vaga em Abu Dhabi
Nacional na Copinha Único representante do Estado na Copa São Paulo de futebol Júnior, o Nacional estreia no dia 4 de janeiro, contra o Figueirense-SC, no Estádio Antônio Soares
de Oliveira, em Guarulhos-SP. O Leão da Vila Municipal está no Grupo X, com sede em Guarulhos, ao lado de Figueirense-SC, Flamengo-SP e Ponte Preta-SP. O melhor desempenho do Nacional ocorreu em 2008, quando o time avançou à segunda fase.
Treze atletas, sendo oito amazonenses, carimbaram no dia 20 de novembro o passaporte para o World Professional Jiu-Jítsu Cup 2012, evento de que acontecerá nos Emirados Árabes. Os atletas selecionados ganharam o free pass para o WPJJC 2012, com despesas pagas (passagem ida e volta, visto, estadia e alimentação).
Mesquita campeão O piloto Marcus Mesquista sagrou-se campeão da Copa Super Kart. A última etapa foi disputada no dia 20 de novembro, no kartódromo da Vila Olímpica de Manaus. Na classificação final, Marcus Mesquita, da equipe Volksvagem, ficou em primeiro somando 260 pontos. Adriano Pizzonia, da equipe Fiat, ficou com a segunda colocação com 256 pontos e Yuri Azevedo, da Ford, terminou em terceiro lugar com 170 pontos.
Aldo no UFC Rio Após derrotar o norte-americano Kenny Florian, por decisão dos juízes, no UFC 136, no dia 8 de outubro, e garantir a pemanência do cinturão do peso-pena, o amazonense José Aldo está confirmado na segunda edição do UFC Rio, no dia 14 de janeiro,, onde será desafiado por Chad Mendes.
ÍCONE ESPORTIVO| 11
LANÇAMENTO
ESPORTIVO
Com a certeza de que veio para ficar a revista ÍCONE ESPORTIVO foi lançada no dia 28 de setembro em um concorrido coquetel na Saraiva Megastore, no Manauara Shopping. Personalidades do esporte amazonense e personagens da primeira edição da revista como o piloto da Fórmula Superleague Antonio Pizzonia, o bicampeão pan-americano no atletismo Sandro Viana, a triatleta vice-campeã mundial de Aquatlon Jéssica Santos, além dos secretários municipal e estadual de Esportes, Fabrício Lima e Julio César Soares, respectivamente, marcaram presença e incentivaram o novo veículo de comunicação segmentado para os fãs de esportes.
Antonio Neto e o Dr. Euler Ribeiro
Secretário Municipal de Esportes Fabrício Lima e Antonio Neto
Secretário Estadual de Esporte Júlio César Soares
Antonio Pizzonia, Babi Balbeque e o casal Simone e Antonio Neto
Airton Menezes e suas filhas
Antonio Neto e seu filho Valerino Neto
Equipe da ÍCONE, Ivan Renato, Jackson Torres, Faíze Viana, André Viana, Nathália Silveira, Adan Garantizado e Camila Henriques
A criançada antenada no esporte
Jornalista Eduardo Monteiro de Paula
Tenista Pedro Henrique (ao centro) e seus pais
Antonio Neto e a nadadora Giovana
Sandro Viana "duelando" com José Aldo
Dalton Cabral e Antonio Neto
Antonio Neto e Vanusa Dias
ENTREVISTA
ESPORTIVA
Ídolo no jiu-jítsu e MMA, Rickson Gracie revela em entrevista exclusiva os segredos para o sucesso da família Gracie nas artes marciais.
Por: Camila Hernandes | Fotos: Antonio Lima
"Já vejo Manaus no cenário mundial há bastante tempo, desde o começo do Jacaré, do Saulo Ribeiro. Deve ter pelo menos uns 15 anos que eu conheço o potencial da região" O clã Gracie pode ser considerado a ‘Família Real’ do esporte brasileiro. Afinal, nenhum outro clã conseguiu atravessar tantas gerações, desde o pioneirismo de seus patriarcas até os dias de hoje. O jiu-jítsu aprimorado pela família é uma das bases daquela que está se tornando a segunda modalidade mais importante do País, o MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas). Com o sucesso de Anderson Silva, Lyoto Machida, José Aldo, Júnior Cigano, entre outros, nada mais oportuno que revisitar a trajetória de uma família que colocou o Brasil no mapa das artes marciais. No final de setembro, Rickson Gracie esteve pela segunda vez
A HISTÓRIA DA SUA FAMÍLIA É CINEMATOGRÁFICA, SEM DÚVI-
em Manaus, para prestigiar mais uma edição do Amazon Black
DAS, E AS ORIGENS SÃO AQUI DO NORTE...
Belt. Durante a visita, a ÍCONE teve a chance de entrevistar o campeão com exclusividade. Na conversa, Rickson falou sobre o pai, Hélio Gracie - falecido em 2009, e considerado o grande nome da modalidade -, os irmãos e a filosofia da família, hoje nas manchetes principalmente pelo sucesso de Kyra Gracie, tetracampeã mundial de Jiu-Jítsu.
A família Gracie é originária do Pará. Meu avô, Gastão Gracie, fazia parte da nobreza da época, como um diplomata, envolvido em comércio – na época a expressão econômica do Brasil era no Norte. Daí ele conheceu o conde Koma (Mitsuyo Maeda), um japonês que veio como responsável pela estabilização dessa cultura no País. Eles se tornaram amigos e o conde,
Apesar das poucas visitas à cidade, a lenda já conhece há um
em um ato de cortesia, resolveu ensinar jiu-jítsu ao seu filho
bom tempo o que ela tem a oferecer no campo das artes mar-
mais velho, (eram cinco no total), Carlos Gracie. Por volta de
ciais “Já vejo Manaus no cenário mundial há bastante tempo,
cinco ou seis anos, passou todo o seu conhecimento a Carlos
desde o começo do Jacaré, do Saulo Ribeiro. Deve ter pelo menos
Gracie e meu pai, Helio Gracie, doze anos mais novo, nunca
uns 15 anos que eu conheço o potencial da região”, revelou.
teve o prazer de aprender diretamente com o conde Koma.
14 | ÍCONE ESPORTIVO
RICKSON GRACIE
Ex-lutador de jiu-jístu e MMA
Em 1925, a família se mudou para o Rio de Janeiro, e abriu-se
de conforto, e aí as outras gerações vieram, e muito embora
a primeira academia de Jiu-Jítsu, e Helio Gracie, por motivos
eu seja filho do Hélio Gracie, na escala eu já sou a quinta ge-
de saúde, era proibido de praticar o esporte. Ele era muito
ração. Esse processo existe até hoje, e os Gracie estão até
fraquinho, tinha vertigem a toda hora, e ficava sentado, vendo
hoje na ativa, espalhados pelo mundo todo. Não existem mais
meu tio dar aula, memorizando todas as frases e posições,
fronteiras para o jiu-jítsu.
mas sem poder ter o contato físico. Dos 13 anos aos 16, ele sabia praticamente tudo o que o meu tio sabia, só de ver e memorizar. Um dia, aos 16 anos, o meu tio se atrasou e o meu pai tomou a frente, enquanto ele não chegava. Quando o meu
ATÉ HOJE, TODOS SE LEMBRAM DA SUA LUTA HISTÓRICA COM O REI ZULU, NO INÍCIO DOS ANOS 80. QUAL A IMPORTÂNCIA DAQUELE CONFRONTO PRA SUA CARREIRA E PRA SUA VIDA?
tio chegou, o aluno que lutou com o meu pai comentou que
Foi muito importante por vários motivos. Foi a minha pri-
ele era muito habilidoso e que gostaria de continuar treinan-
meira luta profissional. Eu tinha 19 anos, e foi uma luta na
do com ele. A partir dessa data, o meu pai começou a interagir
qual eu fui contra todas as probabilidades. Além da minha
fisicamente no jiu-jítsu.
idade, eu ainda pesava 73 kg, e o Zulu tinha mais de 30 anos
E COMO FOI ESSA “PASSAGEM DE BASTÃO” DO SEU TIO PARA
e uns 98 kg. Foi uma aventura. Quando acabou o primeiro
O SEU PAI? Nós costumamos dizer que Hélio Gracie está para o jiu-jítsu como Einstein está para a física. Ele foi o criador, desenvolveu o esporte de acordo com a força e as possibilidades físicas que ele tinha. Ele não conseguia fazer nem uma flexão de braço, então ele foi adaptando, reinventando o jiu-jítsu aprendido por ele e pelo Carlos de uma forma que ele pudesse usar. E aí veio realmente o início do Gracie Jiu-Jítsu, ou o que nós chamamos hoje de Brazilian Jiu-Jítsu, que é o jiu-jítsu adaptado ao mais fraco. E aí, com meu pai cada vez mais intenso na prática, meu tio saiu um pouco de cena do esporte e se tornou no mentor espiritual da família, desenvolvendo a Dieta Gracie. Ele sempre foi muito estudioso da parte de numerologia, de biorritmo e, enquanto irmão mais velho, dava conselhos ao meu pai, que sempre fazia o que ele mandava. E aí, aos poucos, meu pai foi se tornando um grande astro do tatame, com o meu tio nos bastidores como mentor e manager. Houve uma junção de interesses – o que o meu tio não fazia era complementado pelo meu pai e vice-e-versa. Foi algo quase instintivo, eles encontraram uma zona
ÍCONE ESPORTIVO| 15
ENTREVISTA ESPORTIVA
round, eu falei pro meu pai que eu não aguentava mais, que
autoconhecimento. Você desenvolve as suas ferramentas. Se
estava morto de cansado. E ele desconversou, jogaram um
fosse uma luta sem tempo e sem regra, eu não acredito que
balde de gelo na minha cabeça, e quando eu vi já estava lá
o Royler perderia. Acho que ele teria encontrado uma zona
dentro do ringue de novo. Continuei a luta e ganhei. Aquilo foi
de conforto para poder vencer. O jiu-jítsu é muito completo e
uma grande prova pra mim, mostrou que o meu maior medo
diversificado e dá poder a quem o pratica. É uma questão de
estava dentro da minha cabeça. Foi um aprendizado muito
se adaptar às regras. No lado esportivo, você pode ser derro-
grande, e a partir desse dia, comecei a pensar que, se eu es-
tado. Mas, na sua integridade moral, você está sempre no seu
tava cansado, o outro lutador também estava. Essa luta foi
melhor. Espiritualmente, você está sempre bem.
de grande valor para mim, porque me fez entender que o seu pior adversário é a sua própria mente. A partir daí, continuei lutando e vencendo, até me aposentar, invicto, com mais de 400 lutas. RECENTEMENTE, O SEU IRMÃO ROYLER GRACIE ESTEVE EM MANAUS, PARA A ÚLTIMA LUTA DE SUA CARREIRA, CONTRA O JAPONÊS MSAKATSU UEDA. VOCÊ CONSEGUIU ASSISTIR? O QUE
MAIS DE DOIS ANOS APÓS A MORTE DE HÉLIO GRACIE, COMO É RELAÇÃO DA FAMÍLIA? A nossa relação é boa, mas cada um criou a sua própria marca, por motivos financeiros. Houve uma divisão comercial do negócio, porque são muitos líderes para ficar em uma mesma bandeira. Existe uma fraternidade que nos liga.•
ACHOU? Eu vi. Infelizmente não pude estar aqui (para a luta do Royler), porque estava em Abu Dhabi, treinando com o Sheik. Em primeiro lugar, o Royler é um grande guerreiro. Para uma luta de despedida, ela não foi bem casada, porque pegou um adversário que estava voando baixo, quase 15 anos mais novo, e o ritmo hoje em dia é muito intenso. É um round exclusivo de cinco minutos, e se você ficar um pouco atrás no tempo, não consegue recuperar. Eu acho que o Royler lutou muito bem, mas estava um pouquinho atrasado, e o outro lutador esta-
Depois de participar do treinamento de filmes como ‘Hulk’ e ‘Tropa de Elite’, é a vez de Rickson ir para a frente das câmeras. O diretor de ‘Tropa’, José Padilha, adquiriu os direitos da história do lutador, e deve começar a pré-produção da obra em breve.
va muito rápido e arisco. Foi merecida a vitória do adversário dele. Graças a Deus o Royler não se machucou; foi uma luta leve pra ele. Isso não diminui em nada o potencial, a capacidade e o espírito dele. Eu diria que o jiu-jítsu é uma luta de
"Essa luta (contra Rei Zulu) foi de grande valor para mim, porque me fez entender que o seu pior adversário é a sua própria mente. A partir daí, continuei lutando e vencendo, até me aposentar, invicto, com mais de 400 lutas".
16 | ÍCONE ESPORTIVO AGOSTO E SETEMBRO 2011
Somente as atividades esportivas e físicas orientadas por Profissional de Educação Física proporcionarão os benefícios esperados, tais como adoção de hábitos positivos, melhora nos relacionamentos e formação integral.
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PERFIL
Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Acervo pessoal
‘QUERO DISPUTAR AS OLIMPÍADAS DE 2016’ REVELADO NO LA SALLE, PEDRO SILVA FOI CONVOCADO DUAS VEZES PARA A SELEÇÃO BRASILEIRA DE BASQUETE DE BASE E JÁ SONHA COM A SELEÇÃO PRINCIPAL
Inspirado nos vídeos do pai, que também foi jogador de basquete, Pedro Mendonça Ferreira da Silva começou a jogar basquete aos 11 anos, no Colégio La Salle, e hoje, aos 16 anos e com 1,92 m de altura coleciona títulos estaduais e convocações para a seleção brasileira.
Pedro conta que começou a treinar apenas por brincadeira. “Aos 11 anos era tudo uma diversão. Mas comecei a me destacar e por indicação d a Federação Amazonense de Basquete (Febam) fui convocado para a seleção brasileira Sub-15. Nesse momento vi que o negócio não era mais apenas uma brincadeira”, explicou Pedro Na seleção, Pedro se destacou e foi vice-campeão sul-americano em 2010. A boa apresentação rendeu ao jovem garoto nascido em Brasília, mas “amazonense de coração” como ele fez questão de frisar, um convite para jogar na equipe " Lance Livre", de Brasília. “O clube me ofereceu bolsa escolar, ajuda de custo e todo o apoio para que eu jogasse no time. Deixei Manaus e vim com a minha mãe e irmão mais novo enfrentar esse desafio” . No novo clube, Pedro já conquistou um campeonato distrital na categoria sub-16 e um na categoria acima da idade dele, a sub17. A evolução no esporte faz com que o jovem armador já pense na carreira profissional. “Quero fazer uma carreira no basquete profissional, conquistar títulos, jogar na NBA e disputar as Olimpíadas de 2016, que será disputada no Brasil e é o sonho de todo atleta”, conta o garoto, consciente de que não dependerá apenas do basquete para sobreviver. “A carreira de todo atleta é muito curta, por isso estou estudando e me preparando também para não ficar parado quando não puder mais jogar”.
VITÓRIA INESQUECÍVEL No Sul-Americano Sub-15, em 2010, enfrentamos o Chile e precisávamos vencer para avançar de fase. Estávamos perdendo por 22 pontos, entrei no último quarto e joguei bem: marcando, fazendo pontos e dando assistências. Revertemos a desvantagem e depois nos classificamos para a Copa América.
PIOR DERROTA Na Copa América, em 2010, perdemos para a Argentina por dois pontos e deixamos de ir para o Mundial. Tínhamos um time melhor, mas um vacilo no último segundo nos fez perder o jogo. Foi muito triste, todos se abraçaram e choraram porque foram dois meses de preparação desperdiçados em apenas um segundo.
ÍDOLO NO BASQUETE MUNDIAL Meu grande ídolo é o Michael Jordan. Não o vi jogar ao vivo, mas o conheci pelos vídeos. Atualmente sou fã do Kobe Bryant, que é o melhor jogador do mundo.
RESIDIR EM BRASÍLIA Brasília é muito diferente de Manaus. O povo em Manaus é muito mais receptivo e caloroso. Aqui o pessoal é mais frio. Só fui ganhar o respeito dos colegas do colégio quando eles me viram jogando basquete.
QUAL SEU GRANDE SONHO COMO JOGADOR? Disputar as Olimpíadas de 2016 e jogar na NBA
PERFIL Nome completo: Pedro Mendonça Ferreira da Silva Naturalidade: Brasília Data de nascimento: 2-1-1995 Altura: 1,92m Peso: 80 kg Posição: Armador TÍTULOS: Campeão do Jebs (Jogos Estudantis Brasileiro), campeão brasiliense sub-16 e sub-17, campeão de torneios amistosos com a Seleção Brasileira sub-15, vice-campeão sul-americano sub-15. •
As boas atuações na equipe do La Salle renderam a Pedro convocações para a seleção brasileira de base
ÍCONE ESPORTIVO | DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012 | 19
NUTRIÇÃO
Por: Carolina Paz Lordeiro Lima – Nutricionista CRN 7/3144
ALIMENTAÇÃO PRÉ E PÓS-EXERCÍCIO PARA QUE UM ESPORTISTA NÃO SE SINTA FRACO E NEM LENTO DURANTE A ATIVIDADE FÍSICA É NECESSÁRIO QUE ELE FAÇA UMA REFEIÇÃO PRÉ-EXERCÍCIO
Da mesmo modo que o jejum não é indicado nesse momento,
Se não for possível a ingestão de alimentos sólidos nesses pri-
também não é recomendado que um treino se inicie com o es-
meiros trinta minutos ou se não houver a disponibilidade de
tômago cheio, o que provavelmente diminuirá a performance e
alimentos, deverão ser usados dois copos de bebida esportiva.
poderá trazer desagradáveis consequências, tais como indiges-
A hidratação após o exercício físico é tão importante quanto a
tão, mal-estar e até vômito.
alimentação.
O recomendado é fazer as refeições maiores, entre elas o café da
A melhor opção pós-treino é a combinação de proteínas e car-
manhã ou o almoço, de duas a quatro horas antes da atividade
boidratos, sendo ambas importantes para a recomposição dos
física. Tendo como intervalo um tempo inferior (como acordar e
músculos. Uma refeição boa após o treino seria um sanduíche ou
ir imediatamente para o treino), dê preferência aos carboidratos
um filé de frango com macarrão, sendo sempre acompanhado de
(pães, biscoitos sem recheio, bolo simples, barras de cereal, gel
molhos menos gordurosos: sugo, por exemplo. •
de carboidrato e frutas), dispensando as proteínas (queijos, leite e iogurte) e gorduras em geral. Com certeza a absorção será me-
DICAS DE ALIMENTAÇÃO PRÉ E PÓS-TREINO
lhor, que é o necessário para esse momento, garantindo energia sem aquele “peso” no estômago durante o treino. O consumo de alimentos com o teor de fibra maior, entre os quais grãos, hortaliças cruas, cereais fibrosos e alguns tipos de frutas,
PRÉ-TREINO
também não são indicados, pois poderão causar desconforto gastrintestinal.
Pão francês ou de forma, biscoito sem recheio (Maisena, água e sal, leite, etc.), bolos simples (fubá, laranja, simples), barras de cereal, cereais simples, gel de carboidrato, bananas ou outras frutas sem grandes quantidades de fibras ou sucos de frutas sem bagaço.
A melhora do desempenho também incui a escolha dos alimentos que serão ingeridos após a atividade física. Isso fará com que os músculos sejam reestabelecidos e que o atleta esteja bem para o próximo treino ou competição. Para a recuperação total da energia muscular, é necessárário que o esportista coma no máximo trinta minutos após o treino, fazendo outras pequenas refeições a cada três horas.
20 | ÍCONE ESPORTIVO
PÓS-TREINO
Sanduíche de peito de peru e queijo branco com suco de abacaxi, bolo de cenoura com iogurte e fruta, macarrão ao suco com filé de frango grelhado, carne grelhada com arroz com brócolis e salada.
ÍCONE ÍCONEESPORTIVO ESPORTIVO||OUTUBRO SETEMBRO / NOVEMBRO / OUTUBRO 2011 | 21
ÍCONE
Reportagem: Maurício Freire
LUGAR DE MULHER É NA
PISTA DE ATLETISMO
NOVA GERAÇÃO DO ATLETISMO BRASILEIRO TEM COMO DESTAQUES ATLETAS MULHERES. ÍCONE OUVIU A SALTADORA COM VARA FABIANA MURER E O TÉCNICO DELA ELSON MIRANDA, PARA SABER OS MOTIVOS DESSA NOVA ORDEM Historicamente, o Brasil tem com os homens os melhores resultados em disputas internacionais de atletismo. Claudinei Quirino, Robson Caetano, Joaquim Cruz e Ademar Ferreira da Silva são exemplos de atletas que fizeram história com resultados expressivos em campeonatos mundiais e Olimpíadas. Mas nos últimos anos esse cenário se modificou. Agora, quem "manda" no atletismo brasileiro são as mulheres. A saltadora Maurren Maggi, medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e a saltadora com vara Fabiana Murer, campeã mundial em Daegu neste ano, são os carros-chefes de uma geração promissora . Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, disputado em outubro deste ano, Rosangela Santos – ouro no 100 metros rasos e revezamento 4 x 100 – e Ana Claudia Lemos – ouro na revazamento 4x100 e nos 200 metros rasos- já deram uma amostra do que poderão fazer nas próximas Olimpíadas e campeonatos mundiais.
22 | ÍCONE ESPORTIVO
Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Fabiana Murer exibe com orgulho a medalha de ouro conquistada em Guadalajara
Para Fabiana Murer, a melhora nos resultados do atletismo fe-
Mas para o técnico e marido de Fabiana Murer, Elson Miranda, as
minino do Brasil é consequência de um aperfeiçoamento no tra-
conquistas de sua esposa e de Maurren são resultados principal-
balho de base e fruto de algumas características peculiares das
mente de esforços individuais. “Acredito que são casos isolados,
mulheres. “Ao longo dos anos estamos melhorando em termos
uma questão de fase ou até mesmo uma safra boa com duas
de estrutura. Com isso, os resultados são alcançados com mais
atletas diferenciadas. No Brasil, temos apenas a BM&F como clu-
facilidade. Mas no meu caso e da Maurren são provas mais téc-
be de referência, que oferece estrutura completa com centro de
nicas, que exigem mais concentração, e as mulheres levam van-
treinamento e equipe médica para os atletas. Se tivermos mais
tagem nessas horas”, afirmou a atleta paulista de 30 anos em
locais com essa estrutura, poderemos ter mais atletas disputan-
entrevista exclusiva concedida por telefone à ÍCONE.
do meetings internacionais e com chances de bons resultados ”.
Foto: LEE JIN-MAN in Associated Press/AE
ÍCONE ESPORTIVO| 23
ÍCONE
"Conheço técnicos que me dizem que crianças o procuram querendo praticar o salto com vara devido os meus resultados”. Fabiana Murer.
E esse é o momento certo para que se invista em estrutura e
Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
descubra mais novos talentos para o atletismo, já que, o Brasil sediará uma Olimpíada em menos de cinco anos e agora possui ídolos na modalidade. “Conheço técnicos que me dizem que crianças o procuram querendo praticar o salto com vara devido os meus resultados”, atestou Fabiana Murer.
META É CHEGAR NOS CINCO METROS Campeã mundial com a marca de 4,85m, Fabiana Murer quer mais em 2012. Para conquistar o principal objetivo da nova temporada, o ouro nos Jogos Olímpicos de Londres, Fabiana sabe que precisará saltar muito mais. “2011 foi um ano muito bom para mim. Apesar da prata nos Jogos Pan-Americanos, consegui atingir a principal meta que era o título mundial. Para 2012 pretendo continuar evoluindo e saltar primeiro 4,90m e depois os cinco metros. Acredito que estou preparada para isso”.
Foto: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
Para se ter uma ideia da evolução de Fabiana, em 2001 ela tinha como melhor marca 3,91 m. Dez anos depois, a atleta conseguiu saltar 4,85 m, quase um metro a mais. Quando conquistou o Pan de 2007, no Rio de Janeiro, Fabiana saltou para "apenas" 4,65 m. “O salto com vara vem evoluindo muito desde 2005 e não são todas atletas que conseguem acompanhar esse ritmo”, explicou o técnico Elson Miranda. Apesar do título mundial conquistado nesse ano, Fabiana acredita que não terá vida fácil nas Olimpíadas de Londres. “No salto com vara temos hoje seis ou sete atletas com chance de conquistar esse ouro. A minha concorrente não é apenas a Isinbayeva (russa bicampeã olímpica e recordista mundial com a marca de 5,06 m), mas tem também alemãs, americanas e outras atletas que estão muito bem”, disse Fabiana. •
Foto: Divulgação Bovespa
24 | ÍCONE ESPORTIVO
PRÊMIO BRASIL OLÍMPICO 2011
PRINCIPAIS RESULTADOS ANO
TORNEIO
2000
Campeonato Mundial Júnior
Santiago, Chile
10º
atleta brasileira de 2011. Após
Final Mundial de Atletismo
Stuttgart, Alemanha
5º
votação através de um colégio
Copa do Mundo
Atenas,Grécia
2º
2007
Jogos Pan-americanos
Rio de Janeiro, Brasil
1º ( Recorde pan-americano 4,60 m)
2008
Campeonato Mundial Indoor
Valência, Espanha
3º ( Recorde sul-americano 4,70 m)
2008
Jogos Olímpicos
Pequim, China
10º (Chegou a final, mas foi eliminada).
2009
Meeting de Donetsk (indoor)
Donetsk, Ucrânia
2º (Recorde sul-americano 4,81 m)
2009
Troféu Brasil (outdoor)
Rio de Janeiro, Brasil
1º (Recorde sul-americano 4,82 m)
2009
Final Mundial de Atletismo
Tessalônica, Grécia
2º
2010
Grand Prix de Birmingham (indoor)
Birmingham, Inglaterra
1º (Recorde sul-americano 4,82 m)
2010
Campeonato Mundial Indoor
Doha, Qatar
1º (4,80 m)
2006
LOCAL
RESULTADO
EVOLUÇÃO DE FABIANA MURER Outdoor
4,85 Outdoor
4,85 Outdoor 4,82 Outdoor 4,80 Outdoor 4,65 Outdoor
4,66 Outdoor 4,40 Outdoor
4,40 Outdoor
4,25 Outdoor
4,06 Outdoor
3,91 Outdoor
3,90 Outdoor
3,81 Outdoor
3,66
M
et
a
2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003
Indoor
4,82 Indoor 4,81 Indoor 4,70 Indoor 4,66 Indoor
4,41 Indoor 4,11
2002 2001 2000 1999 1998
Indoor
3,90
Fabiana Murer foi eleita a melhor
eleitoral e do público, via Internet, o anúncio dos vencedores foi feito na cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, organizada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) no dia 19 de dezembro, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Reportagem: Nathália Silveira | Fotos: Sport Digital
RadicaiS ATé NA piScina O ESPAçO PEqUENO NãO é PROBLEMA PARA AS FERAS DO WAkEBOARD, qUE EM MANAUS COMPETEM ATé EM PISCINAS
Homens e mulheres desafiaram a rampa de 1,5 m de altura por 4m de comprimeiro na piscina de 50 x 25 m do Clube do Trabalhador
Manobras radicais em meio à piscina. Assim é o wakeboard indoor. E se você ainda não a ouviu falar desta prática que nasceu nos anos 90 na Europa, a ÍCONE apresenta a você uma das modalidades que mais cresce no mundo na cena dos esportes radicais. Manaus, por exemplo, foi sede no mês passado, do Amazon Wake Jam, campeonato composto de uma única categoria - a Open - e que reuniu os 20 melhores ‘riders’ (competidores) da capital. Entre os feras estavam também dois atletas de fora: Igor Pastuszek, de Florianópolis, e Renato Tabora, de São Paulo. O cenário escolhido para a competição foi o Clube do Trabalhador do Sesi, especificadamente na piscina olímpica do local, que mede 50 x25 metros e é apropriada para realizar a modalidade. No Amazon Wake Jam, primeiro campeonato na região Norte do país e quarto evento da América do Sul, os riders foram rebocados por um winch (motor), onde mostravam suas habilidades em uma kicker (rampa) de 1,5 m de altura e 4m de comprimento e em um Roof Top (corrimão) de 20 metros de comprimento. E se no rio e no mar os riders são puxados por lanchas, na piscina o sistema é diferente: um motor, semelhante a um guincho de um carro, fica na área externa da piscina, puxando os riders com uma velocidade em torno de 35 Km. Um dos organizadores do evento, Khalil Jezini, explica como o motor foi trabalhado na piscina do Sesi. “O motor provoca uma arrancada muito forte, mas não fica na água, só recolhe o cabo. A partir do momento que você adquiri o motor e tem uma piscina, o esporte torna-se mais acessível.
A COMPETIÇÃO Os 20 riders mandaram ver para definir os cabeças de chave da competiçao, em seções nos dois dias do evento. Após as fases eliminatórias e classificatórias head to head (um contra um), onde
Espaço reduzido não é problema para as feras do wakeboard, que improvisam manobras radicais e voam para o delírio dos fãs da modalidade esportiva radical
os riders se esforçaram para tentar tirar nota máxima quanto a execução, manobra e intensidade, a briga, na semi final, ficou entre Igor Boito, Rodrigo Paes Leme, Chalub e Miniman.
DECISÃO CASEIRA Na esperada final, os amazonenses Rodrigo Paes Leme e Cha-
Na disputa de Boito e Rodrigo Paes Leme, quem levou a melhor
lub ficaram cara a cara para enfrentar quatro passadas e decidir
foi o rider da casa. No kicker, ambos mandaram apenas uma
quem levaria o título do Amazon Wake Jam. Chalub pousou um
manobra bem feita, e no slider os dois também encaixaram. Mas
Switch 3 bem alto no kicker e seu tradicional BS Board Slide com
Rodrigo Paes Leme conseguiu passar para a final após realizar
gap to Backlip Blind 3 out no slider. No entanto, a manobra não
um belo Board to Back Lip BS 36 OUT, já Boito, apesar de ter feito a
superou o desempenho de Paes Leme, que mandou um Stalefish
manobra de slider que lhe rendeu o troféu de Best Trick do evento
to Blind no kicker e o FS lipslide to Frontboard blind out no Roof e
(Tail Press to Nose Press to Blind), teve que se contentar em
abocanhou o lugar mais alto do pódio. “Não foi fácil competir com
somente “olhar” a final da comeptição.
os caras, mas estou bastante feliz pelo resultado, me esforcei e
Entre o Chalub e Miniman, o Switch 5 no kicker junto com o Bo-
consegui levar a melhor”, comentou o grande campeão.
ard to Back lip com gap e BS 36 Out no Roof de Chalub dominou
Jorge Chalub Filho ficou em segundo lugar, seguido de Andrews
a bateria, e os grandes saltos do Miniman não encaixaram no
Garcia e Igor Boito, terceiro e quarto lugar respectivamente. A
pouso e não foram suficentes para bater Chalub, mesmo com
próxima disputa da modalidade está confirmada, segundo o ge-
uma boa passada de slider. Dando a Chalub a chance de enfren-
rente esportivo de eventos da Secretaria Municipal de Desporto
tar Rodrigo Paes Leme na final.
28 | ÍCONE ESPORTIVO
e Lazer (Semdej), Hélio Bessa, no calendário esportivo de 2012. •
LAZER
Reportagem: Bruno Tadeu | Fotos: Bruno Kelly
A TROPA DE ELITE DO PAINTBALL PRATICANTES DE PAINTBALL SE UNEM PARA COMPETIR NACIONALMENTE E ECONOMIZAR GASTOS COM EQUIPAMENTOS E VIAGENS
Antes um lazer, a antiga brincadeira de mocinho e bandido virou
uma das etapas do Circuito Brasileiro Amador de Paintball. Os
esporte. Tiros, estratégia e trabalho em equipe formam a tática
amazonenses ficaram em 13º lugar entre 15 equipes.
do paintball, que há seis anos caiu no gosto do amazonense. O combate com as bolinhas de tinta evoluiu tanto que as competições são reconhecidas como profissionais. Em Manaus, um grupo de amigos elevou o paintball ao "status" de tropa de elite.
Um deles é o jornalista Wilson Martins, 37, que começou a praticar paintball em 2010. Ele viajou a São Paulo para competir como reserva pelo time amazonense no mesmo ano e ficou em quinto lugar no grupo. “Para um time que treinou dois fins de
Trata-se do G30, criado há um ano por uma turma boa de mira
semana visando competir com equipes que participam juntas
e disposta a investir para tornar a modalidade uma atividade
há mais de três anos foi uma grande experiência. A gente apren-
esportiva altamente competitiva. O primeiro passo, ou tiro, foi
deu um nível mais profissional e recebemos apoio e elogios dos
dado no ano passado quando seis integrantes competiram em
outros times”, lembrou Martins.
30 | ÍCONE ESPORTIVO
O desempenho foi satisfatório, mas para disputar a competição
bolinhas de tinta. Foi ai que resolvemos fundar o G30, um grupo
nacional foi necessário um investimento de aproximadamente
de amigos sem fins lucrativos”, ressaltou. Para fazer parte do
R$ 6 mil, de acordo com o empresário Patrick Caetano, 31, um
grupo, é necessário um investimento prévio de R$ 1 mil parcela-
dos fundadores do G30. Caetano competiu pelo time de Goiânia.
dos em até quatro vezes.
“Muitos compraram os seus equipamentos lá em São Paulo mesmo, fora os gastos com inscrição e bolinhas de tinta”, lembrou.
Outro desafio que esses adeptos do paintball pretendem superar é o preconceito. Segundo Patrick Caetano, o Exército ainda
Patrick explica que o G30 foi fundado justamente para reunir um
considera letal o tiro com marcador de ar comprimido, que é o
número fixo de jogadores assíduos, a fim de cortar os gastos
equipamento utilizado para disparar as bolinhas. "Não existe
com a prática do paintball. "Esse esporte melhorou muito nos
isso. Ninguém se machuca porque o esporte tem todas as pro-
últimos dois anos aqui em Manaus, mas continua caro. Toda vez
teções necessárias, além de todas as regras de segurança para
que nós íamos jogar, gastávamos no mínimo R$ 70 por dia com
evitar qualquer tipo de lesão”, esclarece.
ÍCONE ESPORTIVO| 31
LAZER
A consequência desse mal-entendido resulta na escassez de patrocinadores que, receosos de investir em algo aparentemente perigoso, não hesitam em dizer não aos atiradores. Ou melhor, jogadores. Para fugir desse estigma, o G30 deve se tornar em breve uma entidade jurídica. Patrick Caetano disse que a medida irá evidenciar a seriedade das pessoas envolvidas no esporte, o que pode mudar a mentalidade dos patrocinadores. O fato de o paintball envolver pessoas de quase todas as idades também é uma das provas de que esse esporte está livre de maiores perigos. Acompanhado pela mãe e por amigos para se divertir nos campos de paintball, o pequeno Amom Filho, 10, já manifesta interesse em se tornar um jogador profissional. “Jogo quase todos os fins de semana e pretendo competir com os melhores do Brasil”, afirmou.
Projétil dispara uma tinta ao atingir o alvo
Equipe reunida para os treinamentos
32 | ÍCONE ESPORTIVO
Inteligência, estratégia, além da boa pontaria, são fundamentais para o sucesso no paintball
Competidores em ação na categoria speed
REGRAS DO JOGO No paintball existem duas modalidades. A principal é a ‘speed’, com duração de cinco minutos e que consiste na captura de bandeira no campo adversário. As equipes se dividem em cinco atiradores, num cenário com vários ‘bunkers’, que são os obstáculos infláveis de diferentes tipos, estrategicaAlvo e precisão são fundamentais no paintball
mente espalhados no espaço de confrontos. Essa categoria é a única utilizada nos principais campeonatos nacionais e no mundial. A pontuação ocorre de forma semelhante ao futebol, sendo que o time vencedor conquista dois pontos. Em caso de empate, um ponto para cada lado e não há qualquer tipo de pontuação na derrota. A categoria ‘cenário’ é a que mais se aproxima de uma situação real de guerra. No embate, uma equipe de cinco a dez atiradores defendem um território, que geralmente é representado por uma casa abandonada. A missão destes atiradores é impedir que outra equipe, essa com no máximo cinco integrantes, adentre o local onde geralmente o objetivo também é a captura de bandeira. "O paintball é um esporte radical como outro qualquer. Você se diverte,
Equipamentos de segurança são fundamentias para se evitar escoriações
compete e queima calorias”, ressalta Patrick Caetano, que pratica o paintball desde 2005. •
ÍCONE ESPORTIVO| 33
AVENTURA
Reportagem: Tanair Maria | Fotos: Acervo pessoal
AVENTURA, ESPORTE E TURISMO EM COMPOSTELA TRÊS AMIGOS, TRÊS HISTÓRIAS, TRÊS OBJETIVOS E UM SÓ DESTINO: O MILENAR CAMINHO DE SANTIAGO DE COMPOSTELA No início de 2011, o advogado Átila Denys (52) resolveu organizar um grupo para realizar um desafio pessoal, esportivo e espiritual que mudaria suas vidas. “Eu queria dar uma ‘resetada’ no seu estilo de vida que estava numa rotina muita pesada, de doze a quinze horas por dia de trabalho, muito estressado, comendo muito, bebendo muito. Precisava fazer alguma coisa diferente, dar um ‘break’, sair do meu mundo e viver uma experiência completamente diferente”. Dos 20 amigos convidados por Átila Denys, dois aceitaram o desafio, Marcelo Lima Filho (35) e Márcia Baraúna Pinheiro (48). Com a ajuda de Petrônio Baraúna, irmão de Márcia, os três iniciaram a pesquisa sobre o Caminho de Santiago e descobriram o porquê deste trajeto ser tão místico. O Caminho de Santiago é uma rota conhecida desde o ano 840 d.C. ano em que foi encontrada a suposta tumba do apóstolo Tiago, o maior. O que poucos sabem é que esta rota está presente como local de passagem de druidas e magos há quatro
34 | ÍCONE ESPORTIVO
Aventureiros amazonenses não desperdiçaram a oportunidade de registrar as belas paisagens do Caminho de Santiago de Compostela
"Eu gosto da palavra ruptura. E, fui buscar a ruptura da minha vida, minha rotina, minha qualidade de vida que estava deteriorada. O Caminho de Santiago seria uma forma de buscar esta ruptura para algo melhor.” Marcelo Lima Filho, secretário de Estado de Planejamento / AM ÍCONE ESPORTIVO 35 Marcelo, Márcia e Átila exibem os certificados conquistados após a |caminhada
AVENTURA
mil anos. No Caminho de Santiago está também, na região de Castilla e León, na Espanha, o mais antigo registro de presença humana da Europa, datada de mais de um milhão de anos. Santiago de Compostela é a capital da Galiza, localizada na província da Coruña, com população aproximada de 93 mil habitantes. É uma cidade mundialmente famosa por sua catedral de fachada barroca onde recebe os peregrinos que perfazem os Caminhos de Santiago de maneira a depararem-se com o túmulo de Santiago, um dos apóstolos de Jesus Cristo, cujo corpo, se diz, ter sido trasladado para aquele local.
SUBIDAS, CANSAÇO E EMOÇÃO NA CATEDRAL Os três amigos cancelaram compromissos, estabeleceram uma nova agenda, um novo ritmo de vida, com novos interesses pessoais e partiram para a aventura que mudaria suas vidas. Em 2 de setembro, saíram de Manaus com voo para São Paulo, conexão direta para Madri, chegaram no dia seguinte, depois pegaram um voo doméstico para Pamplona, e um táxi até Saint-Jean Pied de Port, localizado na fronteira da França com a Espanha. Este é ponto de partida mais tradicional do Caminho de San-
Bela arquitetura da catedral impressiona os aventureiros
tiago, é um dos pontos mais críticos e mais difíceis, por ter que subir os Montes Pigmeus. São 1.600 metros de subida, percorridos em 12 horas.
sos, disponíveis em todos os pontos de parada. Este também é mais um desafio do Caminho de Santiago, o da orientação geo-
Aproximadamente 1.500 pessoas por dia começam o caminho,
gráfica do local, respeitando e seguindo as flechas sinalizadoras
sendo atletas com suas bicicletas ou a pé, como na maioria dos
nas trilhas com todo tipo de piso, que às vezes são asfaltados,
turistas e peregrinos pagadores de promessas. Todo o percurso
outros são de terra batida ou até mesmo de cascalhos, sempre
é feito sem a presença de guia turístico, devido a sinalização
sinalizadas com flechas amarelas, que podem estar no chão,
continuada por flechas e até mesmo do apoio dos guias impres-
nas árvores, ou em placas.
Com a bandeira do Brasil na mochila, aventureiros amazonenses encaram as subidas e descidas do Caminho de Santiago
36 | ÍCONE ESPORTIVO
LIÇÃO ESPIRITUAL E ESPORTIVA Pausa para oração e bênção (imagem ao lado) antes da parte mais complicada da aventura
Antes de iniciar o Caminho de Santiago, é fornecido para todo o peregrino um passaporte conhecido como o Carnet de Pèlerin de Saint-Jacques “Credencial del Peregrino”, que é carimbado a cada parada, ou a cada albergue de apoio. Ao final do Caminho é emitido um certificado de participação escrito em latim. Até mesmo o nome do peregrino é traduzido para o latim e assim registrado neste certificado. Cada chegada ao ponto de fiscalização é um momento emocionante de superação do limite físico, e de troca de experiências com os outros grupos de peregrinos. Todos se ajudam. Sobre desistir do Caminho, os três amigos foram unanimes em dizer que não desistiriam, mas houve momentos de questionamento do porquê estarem passando por privações e até mesmo por dor física, já que no segundo dia os pés estavam cheios de bolhas, toda a musculatura do corpo ressaqueada, e a mochila ficava cada dia mais pesada.. Mas a vontade de chegar ao destino a superação a cada obstáculo e o prazer de tirar o peso da mochila e enchê-la com sabedoria, resignação e redescoberta da fez com que o trio continuasse pelo Caminho de Santiago. A chegada na catedral de Compostela foi o momento mais emo-
Foram 32 dias para os três amigos terminarem o Caminho de Santiago de Compostela no dia 5 de outubro, quando iniciaram percorrendo 16 quilômetros por dia. Além da renovação espiritual, a ventura serviu para criar no grupo de amigos uma nova concepção sobre esporte. Desde que chegaram em Manaus, o trio continua a fazer exercícios físicos, contabilizaram alguns quilinhos perdidos e declaram ter sido motivador, um marco divisor para a prática esportiva resgatar o bem-estar físico e espiritual. Fica no passado a preguiça e a indisposição. Átila Denys emagreceu oito quilos e vem mantendo a disposição para praticar exercícios diários, sua autoestima foi resgatada. Marcelo Lima Filho nunca imaginou-se andando 39 quilômetros por dia, ele está muito feliz pela superação física. Márcia Barauna Pinheiro, preparou-se três meses antes do caminho e perdeu poucos quilos por estar com um condicionamento físico muito bom, e vai encarar o próximo desafio: nado na Travessia Almirante Tamandaré no rio Negro agendada para dia 12 de dezembro. Todos os objetivos foram alcançados. É o esporte promovendo superação de vida em todos os momentos.
•
cionante. A importância de participar da liturgia e ver o incenso sendo emanado num turíbio imenso faz as lágrimas rolarem.
ÍCONE ESPORTIVO| 37
SUPERAÇÃO
Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Antonio Lima
SALVO PELO ESPORTE DESENGANADO PELOS MÉDICOS APÓS SER ATINGIDO POR QUATRO TIROS, LUCIVAN ARAÚJO SURPREENDE A CADA DIA E JÁ PLANEJA VOLTAR A LUTAR CARATÊ Que a fé move montanhas, todos nós já sabemos, mas o carateca amazonense Lucivan Araújo, 28, provou que o esporte também tem esse poder. Vítima de uma agressão covarde com quatro tiros quando estava em uma casa noturna de Manaus, Lucivan foi salvo, segundo ele, pela fé e a prática esportiva, que tornou seu organismo mais forte. No dia 23 de junho deste ano Lucivan estava se divertindo com amigos em uma casa noturna de Manaus quando percebeu um grupo de rapazes “mexendo” de forma grosseira com algumas garotas que estavam no local. Os amigos de Lucivan tentaram defender as garotas e foram agredidos pelos rapazes. Lucivan “comprou a briga” e também foi agredido com um soco no rosto. “Depois que a confusão acabou nós decidimos ir embora e fomos surpreendidos quando estávamos no estacionamento. Os homens voltaram em um carro e atiraram na nossa direção. Fui atingido nos braços, peito e perna com tiros de pistola de 9 milímetros ”, contou Lucivan. O carateca 12 vezes campeão brasileiro foi socorrido pelos amigos e encaminhado para o Pronto-Socorro Platão Araújo, na Zona Leste de Manaus, onde iniciou a maior luta que já teve: pela vida. “Demorei a ser atendido no Platão. Deixaram-me de lado e demoraram para fazer o dreno nos ferimentos. Felizmente meus amigos e familiares conseguiram me transferir para a Unimed onde fui atendido de forma melhor”, explicou o carateca.
38 | ÍCONE ESPORTIVO |DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012
Com uma bala tendo perfurado um de seus pulmões, Lucivan foi transferido em estado grave para uma clínica particular onde
RECUPERAÇÃO SURPREENDENTE
recebeu um atendimento ainda mais especializado. “Depois de
Após vencer a luta pela vida, Lucivan iniciou uma nova batalha:
oito dias internado, os médicos disseram para a minha família
a da plena recuperação. “Fiquei com o lado direito do corpo pra-
que já haviam feito tudo que era possível na medicina para me
ticamente paralisado, com dificuldades na fala, e ainda estava
salvar. Deram-me como praticamente morto, mas no décimo
com medo de ficar paraplégico”, explicou o carateca. Com previ-
primeiro dia eu acordei de forma milagrosa do coma induzido”,
são de ficar pelo menos dois meses internado na clínica, Lucivan
comemorou Lucivan.
surpreendeu a medicina outra vez e conseguiu receber alta com
Para o carateca, isso só foi possível graças à fé e à prática esportiva. “Na hora em que fui atingido pelos tiros só me lembro de ter falado ‘Senhor, me salva’, depois disso apaguei completamente. Na clínica, quando já estava consciente, os médicos disseram
menos da metade do tempo (27 dias) e iniciou as sessões de fisioterapia logo em seguida. “Os médicos disseram que eu só poderia voltar a treinar em um ano, mas cinco meses após o incidente já estou treinando de forma leve”, revelou.
que o fato de eu ser um atleta foi fundamental para o meu orga-
Com menos de seis meses de recuperação, Lucivan já está com
nismo reagir aos ferimentos”.
a dicção e os movimentos do lado direito do corpo praticamente reestabelecidos e quer voltar a competir em julho do ano que
Lucivan demonstra as técnicas que o tornaram um dos caratecas mais vitoriosos do Brasil
vem, no Campeonato Brasileiro que será realizado em Manaus.
ÍCONE ESPORTIVO | DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012 | 39
SUPERAÇÃO
Mais de 100 crianças e adolescentes recebem aulas de Lucivan no "Projeto Samurai", idealizado pelo próprio Lucivan
DEDICAÇÃO AO TRABALHO SOCIAL cinco meses passados após a tentativa de homicídio, nenhum dos homens que agrediram Lucivan Araújo foi localizado pela polícia. Mas isso não abala o carateca amazonense. “A placa do carro em que eles estavam era fria, por isso ninguém sabe quem
ele vem recebendo desde que foi atingido pelos tiros. “O Brasil inteiro orou por mim. Recebi o carinho de outros lutadores e homenagens de várias federações do Brasil. Meus amigos me presentearam com um DVD mostrando toda a minha superação”, conta Lucivan, um exemplo de vencedor na vida e no esporte. •
são eles. E deixo isso nas mãos de Deus”. A serenidade de Lucivan pode ser comprovada no dia a dia do carateca. Além de ser um multicampeão, Lucivan não se esquece de ajudar a quem precisa. Há dez anos ele sustenta com a ajuda de amigos e da Secretaria de Estado da Juventude, Esportes e Lazer (Sejel) o Projeto Samurai. “Atendemos mais de cem crianças com aulas de caratê e cidadania com acompanhamentos de psicólogos”, revelou Lucivan. As atitudes dentro e fora das competições fazem de Lucivan um dos caratecas mais queridos do Brasil. Prova disso é o apoio que
40 | ÍCONE ESPORTIVO
PRINCIPAIS CONQUISTAS
12 vezes campeão brasileiro Vice-campeão Pan-Americano Campeão Internacional de Artes Marciais Quatro vezes consecutivas escolhido o “The Best of the Best” (O melhor dos melhores) do caratê brasileiro 15 vezes campeão amazonense
FUTEBOL
Reportagem: Bruno Elander | Fotos: Antonio Lima
O SEGREDO É JOGAR
NO SETOR DEFENSIVO SÉRGIO DUARTE REVELA PORQUE EX-JOGADORES QUE ATUARAM NA DEFESA TÊM TENDÊNCIA MAIOR A FAZER SUCESSO COMO TREINADOR DE FUTEBOL
Após formar alguns dos melhores jogadores de futebol do mundo, agora o Brasil está se especializando em revelar técnicos. Os principais treinadores da atualidade e de sucesso no País têm uma característica em comum: todos atuaram, enquanto jogadores, em posições defensivas. No Amazonas não é diferente. O ex-volante Sérgio Duarte é a principal revelação do Estado nos últimos cinco anos. Atual técnico do São Raimundo-AM, Sérgio Duarte acredita que o êxito de ex-jogadores de defesa à beira do gramado tem relação com a atuação em campo. “O jogador que atua atrás da linha do meio de campo tende a ter maior capacidade tática e visão de jogo. Os jogadores de defesa têm melhor noção de posicionamento, combate e transição de meio de campo e ataque”, admitiu. Os técnicos em evidência do futebol brasileiro atualmente são os ex-laterais Jorginho e Vanderlei Luxemburgo, os ex-zagueiros Ricardo Gomes, Abel Braga, Tite e Mano Menezes. Aposentado dos gramados como jogador desde 2008, Sérgio Duarte acumula um título do Campeonato Amazonense (2009) e um vice-campeonato da Série D do Campeonato Brasileiro (2010) em três anos como técnico. Os primeiros passos na nova função foram dados antes mesmo de "pendurar" as chuteiras. “Quando ainda era jogador, fiz dois cursos para treinador de futebol em Portugal e comecei a me interessar por análises de
Sérgio Duarte fez sucesso como jogador e está fazendo como treinador
jogo, história do futebol, características de jogadores por posição e esquemas táticos”, disse. “No União de Lamas eu cheguei a ser jogador e treinador mas desisti porque era complicado jogar e instruir. Depois eu treinei alguns times de base e de escolhinhas particulares em Portugal”, explicou Duarte.
“Para a carreira de treinador eu tive muita sorte. Quando estava iniciando no futebol, o Nacional trouxe o Barbatana (Técnico
Além do talento e competência, Duarte confessa que também
João Lacerda Filho) para comandar o time, e ele gostou de mim.
precisou de sorte para fazer sucesso na carreira. “Fui um pri-
Chegou a ir me acordar em casa e me levar para o treino. Além
vilegiado, pois peguei uma época de muitos bons jogadores no
dele, trabalhei com Ariovaldo Malizia, Elias Adad, Vladimir Bastos
Nacional, no Rio Negro e no Fast. Procurava colher característi-
e fechei com chave de ouro quando fui jogador do Aderbal Lana”,
cas deles, pois já eram bem mais experientes que eu”, ressaltou.
garantiu Duarte.
42 | ÍCONE ESPORTIVO |DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012
A NOVA PROFISSÃO O momento de afirmação na nova profissão, fora das quatro linhas, só aconteceu após o retorno a Manaus, no ano de 2008, quando o ex-jogador foi convidado para coordenar a escolinha e as categorias de base do Nacional. “Depois passei a ser auxiliar do Aderbal (Lana) no time principal”, contou. O primeiro título na atual profissão ocorreu em 2009, quando aceitou o desafio de comandar o modesto América-AM no Campeonato Amazonense. Sérgio Duarte levou o Mequinha ao título Estadual após 15 anos, e no ano seguinte conquistou o vice-campeão da Série D do Campeonato Brasileiro com o Alvirrubro. Mas, por um erro da diretoria na inscrição do zagueiro Amaral Capixaba, o clube foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e perdeu o título e o acesso à Terceirona. “Ficou não só em mim, mas também nos torcedores e jogadores, aquela frustração e mágoa de ver os resultados positivos e o acesso serem perdidos por incompetência da presidente do América, Bruna Alves Parente”, desabafou o treinador. “O pior foi que eu apresentei um supervisor de futebol, que tratava de inscrições e conhecia os trâmites para regularização de atletas. A diretoria não o contratou e assumiu a responsabilidade de acumular funções e tratar de tudo. Até hoje ninguém sabe o que foi feito de errado no contrato do jogador”, lamentou.
TRAJETÓRIA NOS GRAMADOS No Brasil, Duarte atuou nas categorias de base do Nacional-AM e do Flamengo-RJ e aos 17 anos já integrava a equipe profissional do Leão da Vila Municipal. Na Europa, o volante amazonense construiu a carreira em Portugal, onde jogou no Esporte Clube Farense, Boa Vista Futebol Clube, União de Lamas, Vizela, Ovarense e Vilanovense. O Dunfermline, da Escócia, e o Braddford, da Inglaterra também estão no currículo do ex-jogador. Encerrou a carreira como jogador na partida em que o Nacional foi derrotado e eliminado da Copa do Brasil, pelo Cruzeiro-MG, após goleada por 5 a 2 no Estádio Vivaldo Lima – o Vivaldão, no dia 22 de fevereiro de 2006. “Eu estava no banco de reservas naquele dia”, recordou. A primeira experiência fora das quatro linhas foi como auxiliar do conceituado técnico Aderbal Lana, também no Nacional, no dia 20 de março de 2008, no jogo de ida da segunda fase da Copa do Brasil. Assim como na despedida dos gramados, o adversário foi mineiro: o Atlético-MG. Houve
PERFIL Nome: Sérgio dos Santos Duarte Nascimento: 20-1-1966 Naturalidade: Manaus-AM Idade: 45 anos Encerrou a carreira aos 40 anos no Nacional. Passou 17 anos na Europa.
CLUBES COMO JOGADOR Em Portugal - Farense, Boa Vista, União de Lamas, Vizela, Ovarense e Vilanovense Na Escócia - Hibernian e Dunfermline. Na Inglaterra - Braddford. No Brasil - Nacional-AM e Flamengo-RJ.
COMO TREINADOR América-AM Fast Clube-AM Penarol-AM Iranduba-AM São Raimundo-AM
empate por 2 a 2 e no confronto de volta o Galo eliminou o time amazonense com vitória por 4 a 2 no Estádio do Mineirão. •
ÍCONE ESPORTIVO | DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012 | 43
VOLEI DE PRAIA
Reportagem: Ivan Renato | Fotos: Antonio Lima
DE FRENTE E AO LADO DOS ÍDOLOS ANDREZZA E MÔNICA ENFRENTARAM E DEPOIS DIVIDIRAM A QUADRA COM AS CAMPEÃS MUNDIAIS JULIANA E LARISSA EM DESAFIO EM MANAUS
Mônica e Andrezza (de azul) não conseguiram superar as campeãs mundiais Juliana e Larissa
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Antes da partida, os cumprimentos já davam o tom do clima amistoso da partida
Larissa demonstra habilidade e charme nas areias do Centro Cultural Povos da Amazônia
Foto com os ídolos para registrar o dia histórico para as amazonenses
Quem nunca se imaginou jogando uma partida de futebol ou do
A expectativa do jogo era de festa, mas encarado com seriedade
esporte preferido contra o seu maior ídolo, ou ainda na mesma
pela dupla. “Tranquilo, é a primeira vez que a gente vem aqui (em
equipe? Mônica Passos e Andrezza Martins, atletas amazonen-
Manaus) pra fazer o desafio, a gente está super-feliz. E vamos
ses de vôlei de praia tiveram esse privilégio. Durante a disputa
jogar pra ganhar” disse Larissa.
do Desafio Olímpico de Vôlei de Praia, no dia 20 de novembro, em Manaus, elas tiveram a honra de disputar um set de 15 minutos ao lado das campeãs mundiais Juliana e Larissa. A vitória do set de “brincadeirinha” ficou com a Mônica e a Larissa, que venceram Andrezza e Juliana por 15 a 13.
AÇAÍ, RAPADURA E JARAQUI Na hora em que Larissa e Juliana foram para a quadra aquecer, o público já começou com os gritos e aplausos para as meninas de ouro. E não demorou muito para o jogo começar. O primeiro
Mas não houve brincadeirinha na hora do vamos ver. Horas
ponto foi das campeãs mundiais e logo em seguida das ma-
antes do evento, as campeãs mundiais repousavam e observa-
nauaras, o jogo parecia que ia ser disputado, mas o primeiro set
vam de uma área especial da arena montada no Centro Cultural
terminou 21/16 e o segundo 21/13 para Juliana e Larissa, que
Povos da Amazônia o jogo das adversárias. Aparentando mais
retribuíam com sorriso as manifestações da torcida que gritava
concentração, Larissa não descolava os olhos azuis nem por um
"açaí” para Larissa em referência ao Pará, Estado onde nasceu
segundo dos movimentos da Andrezza e viu a amazonense sa-
a atleta, e “rapadura” para Juliana, em referência a Natal, cidade
grar-se campeã do Circuito Estadual de Vôlei do Banco do Brasil
onde vive a atleta, apesar dela ser da cidade de Santos. Para
ao lado da sua parceira Hayssa. Juliana, mais tranquila e de um
as amazonenses os gritos eram de “jaraqui” (peixe popular da
jeito mais muleca, observava o jogo sentada em um dos frízeres
região), além de “lindinha” para a Mônica.
que guardavam água da área VIP, e conversava e brincava com alguns fãs presentes no local.
A fim de mais jogo, Larissa propôs uma troca entre as duplas para a vibração das amazonenses. Com as duplas misturadas
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Recepções, cortadas e bloqueios. Atletas demonstraram todo o repertório no Desafio em Manaus
houve equilíbrio, tanto que Mônica e a Larissa venceram Andrezza
para o futuro. Ano que vem estaremos na porta da CBV (Con-
e Juliana por apenas dois pontos de diferença (15 a 13).
federação Brasileira de Vôlei) mostrando o case desse evento
Após o jogo, Mônica falou da emoção em enfrentar e jogar junto da dupla de ouro. “Muito legal, maravilha de técnica que elas tem. É complicado jogar contra elas, só tenho a agradecer a elas, o pessoal que apoiou muito, a galera da Ponta Negra, Municipal
e o nosso anuário em busca de novos eventos como este, que vem somar com o nosso esporte”. Perguntado pra quem estava torcendo, o secretário foi imparcial: “A torcida é sempre para um bom jogo”, finalizou Fabrício Lima
(clube), CSU (Centro Social Urbano do bairro Parque 10) e é isso
Já o presidente da Federação de Vôlei do Amazonas, Tadeu Pi-
que importa” disse a exausta atleta manauara.
canço, assumiu que estava torcendo para as amazonenses. “A
Larissa também falou sobre o jogo. “Foi muito legal, a gente espera que todos tenham gostado e que a gente consiga com isso incentivar o vôlei de praia aqui em Manaus e que cresça o vôlei”.
MAIS EVENTOS PELA FRENTE O secretário municipal de Esportes, Fabrício Lima, ressaltou a importância do evento. “Maravilhoso. Manaus está sediando grandes eventos. E isso aqui é um cartão de visitas pra mostrar o nosso trabalho, nada disso aqui é à toa, estamos há três anos investindo então isso é sempre buscando uma coisa maior
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torcida é pra Andrezza e pra Mônica. Mas quem ganha com isso somos nós, manauaras. A CBV, juntamente com a prefeitura, pretende trazer novos eventos de grande importância assim como esse. É maravilhoso ter a Andrezza que é experiente e já atuou em uma Olimpíada pela Geórgia juntamente com a Mônica, que é uma menina nova e de muito talento enfrentando a melhor dupla feminina de vôlei do mundo”, disse o presidente. Um fato interessante é que Andrezza e Mônica ainda não tinham jogado juntas antes de enfrentarem as campeãs mundiais Juliana e Larissa. •
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FISIOTERAPIA
Por: Milena Matias – Fisioterapeuta
A TÉCNICA DO
KINESIO TAPING ENTRE OS DIAS 11 E 14 DE NOVEMBRO, ACONTECEU EM MACEIÓ–AL O MAIOR EVENTO CIENTÍFICO DE FISIOTERAPIA ESPORTIVA DO BRASIL: O V CONGRESSO BRASILEIRO E III CONGRESSO INTERNACIONAL DE FISIOTERAPIA ESPORTIVA, PROMOVIDO PELA SONAFE
A Sonafe (Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva)
Para garantir o desenvolvimento e o crescimento da técnica o Dr.
representa atualmente mais de 350 fisioterapeutas esportivos
Kenzo Kase fundou a International Kinesio Taping Associations, que
e tem o objetivo de fortalecer e unificar a prática da fisioterapia
tem como pilares a pesquisa clínica e a formação de profissionais.
esportiva no Brasil, capacitando os sócios especialistas e apoiando as suas atividades. O congresso é realizado a cada dois anos e nós, fisioterapeutas da área esportiva, podemos buscar atualizações e trocar conhecimento com colegas de todo o Brasil. Como em todas as outras edições o SONAFE 2011 contou com a presença de fisioterapeutas esportivos renomados, entre eles o Dr. Willian Prentice, chefe do programa de medicina esportiva da Universidade de Carolina do Norte; Dra. Zoe Hudson, editora-chefe do periódico Physical Therapy in Sports; Dr. Fernando Reyes, fisioterapeuta do Real Madrid Futebol Club, e Dr. Kenzo Kase, criador da técnica de Kinesio Taping , muito citada nas principais palestras do evento.
Em 2004, a Inglaterra introduziu oficialmente o Kinesio Taping dentro da fisioterapia esportiva do país e, embora isso tenha acontecido tardiamente, a Inglaterra é um dos países mais avançados no que diz respeito à aplicação do Kinesio Taping em atletas. Segundo Andressa Macário, fisioterapeuta da Universidade Federal da Bahia, sócia Sonafe e especialista em reabilitação do membro superior, a aplicação do Kinesio Taping é uma rotina em sua prática clínica e a mesma utiliza o método em uma grande variedade de situações, devido à capacidade de aliviar a dor, reduzir a inflamação, relaxar os músculos, promover o suporte durante a contração muscular, ajudar nas correções de desali-
A técnica de Kinesio Taping foi desenvolvida no Japão pelo Dr. Ken-
nhamentos articulares, aumentar a propriocepção, dentre ou-
zo Kase há mais de 25 anos quando o mesmo percebeu a neces-
tros benefícios. Por isso a técnica é utilizada tanto para prevenir
sidade de um método de bandagem esportiva que substituísse
lesões quanto para facilitar a reabilitação de várias condições
as técnicas de enfaixamento padronizadas, já que estas reduziam
como por exemplo, a Síndrome do Impacto, Subluxação do Om-
a mobilidade das articulações e, em muitos casos, inibiam o pro-
bro, Rutura do Manguito Rotador, Tendinite Bicipital, Cotovelo de
cesso de cura real dos tecidos traumatizados. Assim foi criado o
tenista e golfista, Tensões musculares, Torcicolos, Canelite, Dor
método capaz de ajudar tanto o sistema linfático quanto o mus-
Lombar, Fasceite Plantar, Condromalácea Patelar e Entorses de
cular dando suporte às articulações e aos músculos. A aplicação
tornozelo.
do Kinesio Taping além de reduzir substancialmente o tempo de recuperação, também melhora o rendimento atlético.
O Kinesio Taping é, então, um método amplamente discutido nos dias atuais e sua aplicação se torna cada vez mais frequente não
Durante as Olimpíadas de Seul (1988), a aplicação do Kinesio Ta-
só pelos benefícios na prevenção de lesões esportivas mas tam-
ping foi bastante difundida e a partir daí tornou-se um dos mé-
bém pela nítida melhora no rendimento e recuperação de atletas
todos da fisioterapia esportiva que mais cresce no mundo todo.
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amadores e profisiionais. •
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ramadas.
em busca da perfeição e muitas lágrimas der-
horas de treinos, durante mais de dez anos,
trajetória dela para chegar tão longe. Foram
jara, no México. Poucos conhecem, porém, a
pódio, nos Jogos Pan-Americanos de Guadala-
de ouvir o hino do Brasil, no degrau mais alto do
Ginástica Rítmica, a amazonense teve a emoção
ça, 18. Junto com a Seleção Brasileira Conjunto de
à mente de quem ouve falar em Bianca Maia Mendon-
Três medalhas de ouro. Essa é a primeira imagem que vem
DONA DE TRÊS MEDALHAS DOURADAS, NO PAN, GINASTA AMAZONENSE QUASE DESISTIU DA CARREIRA POR FALTA DE APOIO
Reportagem: Natália Caplan | Fotos: Daisy Camargo e Amarildo Oliveira
CAPA
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escola”, afirmou a atleta aos risos.
moço e só íamos embora 21h, quando ele queria fechar a
nacional. “O treino deveria acabar 13h, mas levávamos al-
esforço da mãe-treinadora resultaria no ouro triplo inter-
A futura campeã pan-americana mal imaginava que tanto
va a sair da instituição à noite, após insistência do porteiro.
com o período escolar dos três filhos. Aos sábados, chega-
Oeste, e adaptava o horário de treinamento da ginástica
Na época, Samia trabalhava no Sesi do São Jorge, na Zona
coordenação motora”, completou.
anos. "Ela sempre foi muito precoce, esperta e tinha boa
ressaltar que a iniciação no esporte começava aos sete
compridas e muita flexibilidade”, declarou a treinadora, ao
frente à televisão. "Ela tinha o biótipo: magra com pernas
leza das ginastas profissionais, ela podia passar horas em
ao assistir apresentações em vídeo. Encantada com a be-
os movimentos das melhores ginastas do mundo, apenas
Aos quatro anos, Bianca demonstrava facilidade em seguir
Alto Rendimento da Amazônia (Ctara).
lembrou a mãe, que é técnica no Centro de Treinamento e
Como não tinha com quem deixá-la, levava aos treinos”,
velha. "Ela cresceu nesse meio e gostou naturalmente.
observava as aulas junto com a irmã Lívia, dois anos mais
e, antes mesmo de iniciar a carreira, já
engatinhou por quadras esportivas
às séries e exercícios. Ainda bebê,
esporte, a moça cresceu em meio
Mendonça, também ligado ao
nada pela modalidade, e de Kleist
sora de educação física apaixo-
Filha de Samia Maia, uma profes-
Bianca compete desde os primeiros anos de vida Acervo Pessoal
Os primeiros treinos foram ao lado da irmã Lívia Acervo Pessoal
Em 2007, Bianca carregou a tocha dos Jogos Pan-Americanos Acervo Pessoal
Outro momento marcante da infância da ginasta foi acompanhar às Olimpíadas de Sidney, na Austrália (2000). Alguns meses antes, Bianca se apresentou nas primeiras competições locais e surpreendeu ao estrear com a sétima colocação no Torneio Nacional, em Brasília (DF). “Ela era uma desconhecida, ninguém sabia de onde tinha surgido e conseguiu se destacara entre mais de 50 ginastas de todo o País”, disse a mãe orgulhosa. Naquele dia, ela teve certeza de que a menina tinha potencial.
ESTAGNAÇÃO Apesar de ficar entre as dez melhores do País, a amazonense ficou sem local para treinar. Com o fim do projeto de ginástica rítmica no colégio particular, mãe e filha improvisaram o treino nos
Samia Maia é a maior incentivadora e treinadora de Bianca
momentos de aula de uma escola pública. Ao mesmo tempo em que direcionava os alunos de educação física, Samia dava as coordenadas para Bianca. “Foram dois anos treinando em beira de quadra, porque o convênio havia acabado e não tinha clubes ou infraestrutura. Eu não queria parar o treinamento”, declarou.
Martins, para concorrer ao cargo. “Eu sabia que ela era uma excelente pessoa, ótima gestora e com boa visão política”, disse, ao enfatizar que o esporte só não morreu no Estado em razão da força de vontade das famílias das pequenas ginastas, que com-
Como a Federação Amazonense de Ginástica (FAG) estava es-
petiam em festivais organizados pelas mães. “Todas se empe-
tagnada, ela convidou a atual presidente da entidade, Verônica
nhavam e ajudavam a organizar os eventos”, lembrou.
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BIANCA MAIA MENDONÇA Idade: 18 anos Nascimento: 18-8-1993 Peso: 53 quilos Altura: 1m71 Títulos: Terceiro lugar no Torneio Nacional 2006, quinto lugar no Torneio Internacional da Bulgária 2007, Pentacampeã dos Jogos Escolares do Amazonas (Jeas), vice dos Jogos da Juventude 2010, vice Olimpíadas Escolares 2010, campeã brasileira 2010, campeã sul-americana 2011, três ouros no Pan-Americano de Guadalajara 2011. ÍCONE ESPORTIVO | DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012 | 53
CAPA
Trabalho com técnica búlgara Giurgia Nedialkova impulsionou carreira de Bianca
UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL Em 2004, a inauguração do Centro de Treinamento e Alto Rendimento da Região Norte (Ctar-RN) deu um novo fôlego aos praticantes e profissionais da modalidade. O então secretário de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), Jefferson Jurema, foi um dos principais incentivadores. “Ele foi o primeiro gestor que acreditou, ainda sem resultados, e mandou buscar a Giurgia (Nedialkova, técnica búlgara) as primeiras três vezes”, disse a responsável pela modalidade, Samia Maia.
Espelho para a futura geração, Bianca treinou na Vila Olímpica de Manaus após o Pan
Com cronograma e orientações deixadas pela profissional estrangeira, Bianca se focou em um novo objetivo: conseguir recursos para conhecer um dos maiores polos da ginástica rítmica mundial; a Búlgaria. As passagens foram cedidas pela Sejel, mas recursos para material esportivo, alimentação e hospedagem ainda eram necessários. A ideia foi organizar um jantar e confeccionar camisetas para venda. O esforço resultou em dois intercâmbios (2006 e 2007). "Fez muita diferença, porque era o berço da ginástica”, declarou a moça. Após as temporadas de aprendizado fora do País, Bianca e uma colega estavam animadas para buscar o sonho de chegar aos principais eventos, entre eles o Mundial, Pan e às Olimpíadas. "Essa experiência abriu nossos horizontes, mas ainda achávamos loucura quando ela falava em seleção brasileira”, lembrou. "Para nós, parecia algo muito distante da realidade que vivíamos no Amazonas”, completou.
"Conquistar as três medalhas de ouro no México, ouvir o Hino Nacional e ver a bandeira do meu País em primeiro lugar, foi uma sensação maravilhosa. Agora, quero viver o mesmo no Rio"
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Bianca Maia ao lado das demais atletas da ginástica rítmica do Brasil nos Jogos Pan-Americanos 2011 em Guadalajara, México Luiz Pires/VIPCOMM
DESISTÊNCIA Porém, rebatizado posteriormente de Centro de Treinamento e Alto Rendimento da Amazônia (Ctara), o local que havia salvado o esporte, agora, ameaçava fechar as portas para as ginastas. Durante os nove primeiros meses de 2008, os treinos seguiram sem equipe médica, restaurante, manutenção ou salário aos professores. "Falavam que eu devia parar de trabalhar, porque
Novo se resumiram às aulas de ballet, novas coreografias, academia e quilômetros de corrida. Para alívio de ambas, a avaliação foi adiada para março, o que resultou em mais 30 dias de preparação. Eu vi que era uma nova chance e decidi: se eu não passasse, iria parar de vez”, afirmou, ao enfatizar que tinha planos de abrir o próprio clube. "Combinamos que eu ia estudar e montaríamos nossa própria equipe”, disse.
seria por minha conta. Mas eu não podia jogar anos de trabalho
Ao chegar ao local escolhido pela Confederação Brasileira de Gi-
fora”, declarou a técnica Samia Maia.
nástica (CBG), em Curitiba (PR), a amazonense se assustou. Atle-
Mesmo diante da determinação da mãe e treinadora, a desistência de todas as companheiras de treinamento mexeu emocionalmente com a medalhista de ouro. Sem concorrência nas competições locais, sentia-se boba por se apresentar sozinha.
tas de várias partes do País se alongavam e ensaiavam para todos os lados. O impacto ao vê-las se apresentarem balançou treinadora e discípula. "Quando eu vi as meninas, disse ‘tchau ginástica’, porque todas eram lindas e muito boas. Pensei: isso não é para
Então, passou a treinar esporadicamente e a pensar em desistir. "Eu voltei motivada da Bulgária, mas as meninas começaram a sair e eu competia contra eu mesma”, afirmou Bianca, em tom triste. “Não fazia mais sentido continuar”, completou.
ÚLTIMA CHANCE Cansada de correr atrás de ajuda ou qualquer tipo de apoio, a atleta já estava parada há meses e ainda sofria em ver a mãe se doar às outras meninas que ainda treinavam no CT. Enquanto Samia trabalhava de graça, a moça ainda estava triste. Afinal, como esquecer anos de amor e empenho à ginástica rítmica? Foi quando, no final do mesmo ano, veio a notícia inesperada. "Eu fui convidada para o teste da seleção brasileira e voltei a treinar em dezembro, apenas dois meses antes”, lembrou Bianca. Independentemente da época de festas, mãe e filha se uniram para recuperar o tempo longe das atividades. O Natal e o Ano
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CAPA
mim”, declarou a jovem, ao revelar que chorou no caminho de volta
Na expectativa de uma proposta melhor, Samia Maia e a filha foram
ao hotel, "Eu tinha certeza de que não iria passar”, afirmou.
convidadas a visitar a Associação Desportiva Instituto Estadual de
Mais tarde, ao checar o resultado do primeiro teste, veio a surpresa. Bianca havia passado e deveria se apresentar na etapa seguinte. Como não tinha colegas de equipe para treinar, como as outras candidatas, treinava os lançamentos dos aparelhos com a mãe. "Passei no teste físico, mas o segundo dia era em conjunto. Mas como eu era sozinha, não tinha outras ginastas”, afirmou a moça.
Educação (Adiee), em Florianópolis (SC). Antes de encerrar o ano de 2009, a ginasta já havia fechado contrato. "Minha preocupação maior era o estudo dela e vi que todas as meninas tinham bolsa de estudos em uma das melhores escolas de Santa Catarina”, explicou a treinadora. "Além disso, todas as meninas a receberam muito bem e estavam dispostas a ajudá-la a se adaptar”, completou.
Nem mesmo a desvantagem de não fazer parte de um time com-
Durante todo o ano seguinte, a amazonense participou de eventos
prometeu o desempenho dela, que se tornou reserva da seleção.
no Sul e Sudeste e ainda competiu em casa, com a realização do Circuito Brasileiro Caixa de Ginástica, em Manaus. Com estrutura
POUCO QUE VALE MUITO Apesar de não ter conquistado o posto de titular, Bianca Maia Mendonça estava feliz. Afinal, eram tantas concorrentes perfeitas”, que ser aprovada pela comissão técnica da CBG era uma grande vitória. Desta vez, as lágrimas não foram de tristeza pela falta de apoio ou por desistir de um sonho. “Choramos muito e por isso, só por isso, continuei na ginástica”, afirmou emocionada,
para treinos e fácil acesso às competições, Bianca colecionou medalhas estaduais, regionais e nacionais. Em 2011, uma nova convocação foi feita para formar a nova equipe verde e amarela. Com passagens doadas pela Secretaria Municipal de Desporto, Lazer e Juventude (Semdej), a atleta agarrou a nova oportunidade.
HORA DE COLHER
ao ressaltar que um novo tempo iniciou naquela tarde. Vieram as
Cinco dias de treino intenso, com oito horas de carga diária, em
participações em eventos nacionais e a primeira proposta para se
Aracaju (SE). Esse foi o tempo necessário para a escolha dos seis
filiar a um clube profissional.
novos nomes que formariam o grupo para o Campeonato Mundial e os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. O resultado saiu minutos depois, após a última bateria avaliativa. Resultado: Bianca Maia Mendonça, integrante oficial da Seleção Brasileira Conjunto de Ginástica Rítmica. "Foi uma alegria indescritível, fiquei muito feliz”, afirmou. Logo, a amazonense deixou a cidade sulista e mudou-se para o Nordeste, onde iniciou a preparação para os desafios internacionais. Em menos de um ano, conquistou três pratas no Meeting Internacional, três ouros no Sul-Americano e mais três no Pan. Infelizmente, a única decepção foi não conseguir vaga nas Olimpíadas de Londres, 2012. Justamente este ano, a regra de que as campeãs pan-americanas se classificam automaticamente, não valeu mais, como nas edições anteriores. Ficar fora da competição em solo britânico não desanimou a ginasta, que já estipulou uma nova meta na carreira. Além de continuar na equipe principal e conquistar mais títulos internacionais, a jovem pretende estudar arquitetura e ganhar experiência para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. "Conquistar as três medalhas de ouro no México, ouvir o Hino Nacional e ver a bandeira do meu País em primeiro lugar, foi uma sensação maravilhosa. Agora, quero viver o mesmo no Rio”, disse. •
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DIÁRIO DO PAN
Fotos: Jefferson Bernardes/VIPCOMM
EM TERRITÓRIO MEXICANO
Por:
Sandro Viana Atleta
OS JOGOS PAN-AMERICANOS SEMPRE SÃO RESPONSÁVEIS POR ESCREVER PÁGINAS MEMORÁVEIS DO ESPORTE BRASILEIRO. O PAN DE GUADALAJARA TROUXE TAMBÉM ESSA EXPECTATIVA DESDE A PARTIDA DO BRASIL NO DIA 9 DE OUTUBRO
Ainda tínhamos a companhia da natação e do triátlon brasileiro, clima de pan-americano. É sempre bom estar sob o comando do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), mesmo que sejam raras essas oportunidades. Sentimo-nos valorizados e interligados aos propósitos da nação, o dia a dia não nos abalou. E continuamos firmes em nossos propósitos. Com 12 atletas por apartamento, três por quarto, é impossível não fazer novas amizades. Atletas de todos as provas se misturam e trocam experiências: velocistas com maratonistas, marchadores com saltadores, lançadores e decatletas, todos somos Brasil! E as resenhas... as resenhas à noite são verdadeiros "stand up comedy"! Meus Deus! Hilário! Semana termina e o fantasma da altitude ataca. Dois companheiros ficaram enfermos, o que os tiraram dois dias dos treinaA receio de todos com a altitude era o mais preocupante. Mas o
mentos, nada grave, mas que deixou todos alertas com os sinto-
translado, o voo de aproximadamente 14 horas já assustou. Nos-
mas. Eu fui um, a altitude não nos faz sofrer quando corremos,
sa chegada no centro desportivo de Laloma foi tranquila, o centro
mas quando paramos e requisitamos ar para nos recompor, ele
possui tudo que necessitávamos, e estando juntos todos se sen-
não esta lá. Esse é o ponto crítico.
tem menos tristes por estar longe de suas famílias. No primeiro dia de treino o primeiro contratempo: a pista sintética de Laloma não apresentava qualidade para um bom treino, pois estava dura, o que nos obrigou a ir para outra pista, a do centro de Desarollo de Talentes, 15 minutos de ônibus do alojamento. Lá começamos a treinar pra valer, e também começamos a sentir a altitude. Os cinco primeiros dias foram a 50% do normal porque os efeitos da altitude, fuso horário e cansaço de viajem eram aparentes. Nas refeições, um cardápio bem brasileiro com direito até a feijão!
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Chega o dia da abertura dos Jogos e nos reunimos para assistir pela TV. Todos saudosos porque queríamos estar lá, mas enfim... A contagem regressiva nos deixou emocionados, chegou a hora, nos sentimos como soldados de um batalhão. Esperando a hora para sermos acionados para entrar no front de batalha, cada um mentalizando a estratégia de batalha, ciente de sua função. No dia após a abertura todos eram o semblante da expectativa da vitória. O treino foi perfeito, todos voaram na pista, o brasileiro
é movido à emoção. Pela tarde tivemos uma pequena reunião, fato interessante foi o aviso que os brasileiros estavam proibidos de frequentar as coisas noturnas da San Luiz de Potosi, não pelo comitê olímpico nem pela Confederação Brasileira de Atletismo, mas pelas próprias casas, em razão da equipe de taekowndo brasileira que esteve em Laloma e frequentou as casas. Já da pra imaginar o porque da proibição. Bom, esse não era o foco mesmo por aqui. Para passar o dia tínhamos o shopping, o centro histórico muito bonito e programas diurnos pra nos distrair. Além de fimes, e internet quase que 24 horas por dia pra viver um pouco do Brasil. Pra matar a saudades de parentes, de quem se ama
Nesse Pan vi o Brasil sendo respeitado entre os grandes, isso graças ao Pan de 2007 que mostrou um pouco do que o Brasil pretende no esporte olímpico. Usamos isso ao nosso favor, o que
Quando chegou o domingo, tentamos organizar um churrasco. Ia
se transformou na carta que tiramos da manga. Vale tudo em um
tudo bem. Até que o COB nos impediu porque a carne mexicana
Pan. Os brasileiros estão bem. E aos poucos mostram sua gar-
apresenta uma substância dopante, Debusterol, e para fazermos
ra. Ouro na maratona feminina. Já começamos com o pé direito
o tal sonhado churrasco teríamos de importar carne do EUA.
e todos juntos na vila torcendo pela TV, concentrados e otimistas
Os dias passaram e já estamos ansiosos par ir a Guadalajara. No treino, tudo pronto. Adaptações já foram feitas, já até esquecemos que altitude existe após 12 dias Após cinco horas, estamos na vila. O sentimento é sempre maravilhoso em uma vila olímpica. Chegou a hora. O refeitório, os prédios, as bandeiras demarcando áreas de países, tudo isso alimenta o clima de vila. E na competição, o melhor. Estrelas e anônimos dividem espaço na pista de aquecimento. Todos juntos. E com olhares já identificamos quem está bem e quem está mal na corrida pelo ouro.
já era um ótimo sinal. E o Pan foi passando. Até que Rosângela Santos conquistou uma medalha que nos fez entrar no clima da vitória de vez, ouro nos 100 metros rasos feminino que não acontecia desde 1983. Uma medalha que enche de moral qualquer País em uma competição. Bom, no final das contas deu no que todos viram. Recorde do Brasil de medalhas, sendo dez de ouro, 24 no total. Missão cumprida. Eu também colaborei e conquistei a minha. De ouro (revezamento 4x100 m). Minha segunda. Estou feliz. Afinal, representar o meu País Brasil é tudo que sempre sonhei na vida. •
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AUTOMOBILISMO
Reportagem: Nathália Silveira | Fotos: Michael Dantas
CARROS TURBINADOS CHEGAM A ALCANÇAR 280 KM/H EM PISTA DE ARRANCADA NO MUNICÍPIO DE IRANDUBA
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O excelente desempenho de arranque de carros, após a segunda Guerra Mundial, nos anos 40, fez nascer uma prática que causava muito barulho e baderna nas principais ruas de Los Angeles: os rachas de rua (ou pegas). Considerado como ato ilegal, os rachas começaram a ser perseguidos pela polícia, que se mostrava cada vez mais atenta aos encontros clandestinos. No entanto, apesar da forte fiscalização da polícia na década de 50, o racha torna-se ainda mais popular e a partir daí surge a necessidade de se construir um local apropriado, transformando a prática, até então ilícita, em esporte. Nasce, neste momento, o "Drag Racing", um "reduto” da alta velocidade, local especialmente montado para que as pessoas pudessem disputar com seus carros furiosos o menor tempo para completar um determinado percurso. Com o Drag Racing, é criado o National Hot Rod Association (NHRA), empresa especializada na promoção e realização dos eventos de arrancada nos EUA, dando caráter profissional ao esporte. No Brasil, na década de 80, em Interlagos (SP) e na região da Cidade Industrial de Curitiba, a prática da Arrancada (denominação utilizada no Brasil para o "Drag Racing") começava a aquecer, fazendo surgir preparadores, pilotos e eventos. Após se difundir em vários Estados, a Arrancada também chegou ao Amazonas, que assim como em outros pontos do País abrigava os amantes da alta velocidade, que deixaram de praticar os pegas, para se dedicar, por exemplo, ao Campeonato Amazonense de Arrancada, realizado no Amazonas MotoPark, localizado no quilômetro 6 de Iranduba, na pista Amazonas Gigantescos dragsters dividem a atenção com carros comuns (foto acima) na pista de arrancada em Iranduba
Dragway. O evento é considerado o maior campeonato de arrancada do Norte e Nordeste do Brasil e teve sua última etapa realizada no mês passado.
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AUTOMOBILISMO
ALTO INVESTIMENTO A essência da preparação dos carros de Arrancada é o investimento no veículo, que envolve o conjunto do carro: potência, pneus, embreagem, caixa de marcha, transmissão, freios, chassi, distribuição de peso e itens de segurança, que devem oferecer uma estrutura para que o carro e o piloto possam obter o melhor desempenho e garantir a vitória. Tudo isso deve estar acompanhado por uma eletrônica e um projeto de construção muito bem estudado, planejado. Produtos de extrema tecnologia são utilizados por esses carros, procurando, a cada largada, melhorar o seu desempenho. Hoje, nos eventos de Arrancada pelo Brasil, incluindo o Amazonas, existem diversos modelos de carros que são figurinhas fáceis de
Opala faz sucesso entre os competidores
serem admirados, por exemplo, o Opala, o Chevette, o Fusca, a Caravan, e tantos outros, que carregam além do belo design, histórias. Nas categorias consideradas de “entrada”, a predominância é de carros da marca Volkswagen, com destaque para o modelo Gol. Nas categorias intermediárias encontramos carros mais comuns do nosso dia a dia e de diferentes marcas. Já nas categorias mais avançadas encontramos modelos de “Muscle Cars”, além dos famosos “Dragsters”, carros construídos sob chassi tubular, recebendo motorização que pode chegar até a 4.000 cavalos de potência. No Campeonato Amazonense, apenas três "feras" puderam pilotar esta máquina e brigar pela categoria: Juliano Bento, Mykia Takano (ambos amazonenses) e Pudim (de São Paulo) .
A DISPUTA DAS MÁQUINAS Durante cinco meses, mais de cem pilotos rasgaram a pista de 402,5 metros (1/4 milha) e 201,25 metros (1/8 milha) do
Motor possante e pneus especiais são fundamentais para o sucesso na arrancada
Amazonas Moto Park para tentar o topo do pódio de uma de 16 categorias em disputa e entrar para o clube dos segundos.
Na categoria mais rápida e uma das mais aguardadas pelo re-
De acordo com o regulamento da CBA, as 12 categorias foram:
sultado, a Dragster Light, onde os carros conseguem percorrer
Dragster Light, Força Livre Dianteira, Dianteira Turbo A, Extreme
os 402 metros da pista de Arrancada em pouco mais de cinco
10,5, Dianteira Turbo B, Dianteira Turbo C, Dianteira e Traseira
segundos, chegando a alcançar 300 km/h, com modelo apro-
Turbo Original, Traseira Original, Dianteira Original, Streer 446,
priado de paraquedas para auxiliar na sua frenagem, o grande
Standard e Desafio 15s.
vencedor e detentor do recorde da pista foi Juliano Bento, que
A briga dos pilotos contra relógio rendeu ao o piloto Jeverson Farina, da Dianteira Turbo A (DTA), a segunda maior pontuação da competição, com 87 pontos, marcando 9s622 a 251 Km/h, apenas milésimos a frente do recorde brasileiro de 9s05. “O re-
marcou 7s129, a 280 Km/h. “O Dragster é o que existe de mais rápido, logo a adrenalina e os riscos são maiores. Não consigo descrever o que sinto quando estou pilotando, mas estou bastante feliz com o recorde”, afirmou Bento.
corde da pista do Amazonas Moto Park já era meu, com 9s7, e
Outros recordes também foram estabelecidos, como na Dian-
foi uma emoção muito grande poder baixar ainda mais o tempo,
teira Original com Hugo Camargo, marcando 13s 427. Rômulo
principalmente por ter concorrentes de peso na disputa”, con-
Braga que fez 13s984 e na Street 446, quando Francisco Alvez
siderou Farina, ao citar os pilotos da equipe Lelo de São Paulo.
acelerou e foi detentor dos 14s053.
62 | ÍCONE ESPORTIVO
•
Estrutura da pista em Iranduba permite competições de arrancada em todos os tipos de automóveis
CONFIRA OS CAMPEÕES EM TODAS AS CATEGORIAS CATEGORIA
CAMPEÃO
Dragster Light
Juliano Bento
Força Livre Dianteira
Roberto Carlos Lima
Dianteira Turbo A
Jeverson “Jé” Farina
Extreme 10,5
Eduardo “Queilão” Gama Berra
Dianteira Turbo B
Marcelo Mady
Dianteira Turbo C
Domingos “Dedão”Lima
Diant. e Tras. Turbo Original
Lincoln Pacheco
Traseira Original
Israel “Branco”de Lira Melo
Dianteira Origina
Hugo Camargo
Street 446
Herick Oliveira
Standard
Wilson Renato da Silva
Desafio 15s
Anderson José de Almeida
ÍCONE ESPORTIVO| 63
LITERATURA ESPORTIVA
Reportagem: Diogo Rocha | Fotos: Divulgação
DISTINTIVOS REVELAM HISTÓRIAS DE CLUBES ENGENHEIRO E JORNALISTA SE UNEM PARA PESQUISAR E REVELAR ORIGEM E CURIOSIDADES DOS ESCUDOS DOS CLUBES AO REDOR DO MUNDO O engenheiro e pesquisador paulista José Renato Santiago Júnior antes de ser um apaixonado por futebol sempre foi um curioso. Essa característica investigativa tão comum entre jornalistas o fez escrever o livro "Os Distintivos de Futebol Mais Curiosos do Mundo". A obra lançada pela editora Panda Books surgiu de uma parceria póstuma com o outro autor do livro e amigo de Júnior, o geógrafo e jornalista esportivo Luiz Fernando Bindi. “Pela nossa amizade, a viúva dele (do Luiz Fernando Bindi) pediu para eu concluir o livro. Ele (falecido em julho de 2008 de ataque cardíaco fulminante) havia encerrado na letra ‘D’. Revi alguns textos e segui na pesquisa dos escudos. Encontrei mais de mil distintivos curiosos, mas precisei dar uma enxugada para 360 (escudos) no livro”, comentou Santiago, que se apoiou no seu fascínio pela heráldica, ciência que estuda os brasões, para dar continuidade e se aprofundar sobre as histórias dos escudos. Como o próprio título autoexplicativo do livro informa, a ideia não era reunir os escudos dos clubes mais famosos, entre mais de cem países. Mas não se preocupe, a história sobre a criação dos brasões do Flamengo, Vasco, Botafogo, Corinthians, São Paulo, entre outros grandes times do Brasil, está nas 208 páginas da obra. “O escudo do Flamengo é o mais popular, mas os torcedores do Corinthians são os mais fanáticos”, citou Santiago, pondo mais lenha na briga pelo "status" de maior torcida do País entre os dois clubes. Os escudos dos clubes brasileiros e internacionais estão em ordem alfabética, porém, misturados. “Tem a parte dos distintivos de todo o mundo, que é a parte da heráldica. Por exemplo, o escudo do Barcelona, por que as cores são vermelha e grená? Há toda uma simbologia nisso. Do Brasil, todos os Estados tiveram dois ou três clubes incluídos cada no livro. No Amazonas, fiz um ranking dos mais tradicionais: Nacional, Rio Negro e Fast”, explicou Santiago.
José Renato Santiago Júnior reunuiu no livro a hitória de 360 escudos
o pai se mudou com a família para trabalhar do Polo Industrial (PIM) da capital amazonense. “Torço para dois clubes, o São Paulo e o Ceará, este último porque minha família é toda de lá. Aqui em Manaus, lembro do Vivaldão lotado em jogos do Nacional e Rio Negro, por isso não podia deixar de citar no livro os escudos deles. Já o Fast, por ser são-paulino me identifiquei logo com este clube amazonense, que também é Tricolor”, declarou. A curiosidade do escudo do Fast, destacou Santiago, é por ser um dos poucos do mundo que não apresenta nem as iniciais e muitos menos o nome do clube. “Assim, como é do Botafogo (do Rio de Janeiro), não dá nem para saber onde começa o nome do clube Fast no distintivo. Não há nenhuma sinalização. Inclusive, foi um professor de inglês que na época (1930) sugeriu que o nome fosse Fast (rápido, em inglês) para sinalizar a rapidez do time. Essa questão da velocidade é engraçada e comum. Outro exemplo é o Paysandu, do Pará, que também faz referência no escudo dele a
No início da adolescência, José Renato morou durante cinco
isso, a figura de um pé alado, para mostrar que os jogadores não
anos em Manaus, dos dez aos quinze anos de idade, quando
correm, mas voam em campo”, relatou o pesquisador.
64 | ÍCONE ESPORTIVO |DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012
A aparente simplicidade dos distintivos de alguns clubes os torna, pelo estudo da heráldica, incomum. “O Nacional, do Amazonas, tem um escudo de formato único. Além de ser um dos poucos times do mundo, que tem escudo e brasão. O brasão é belíssimo, uma águia dourada vista em camisas antigas do clube”, afirmou Santiago.
TEM ATÉ PAPAI NOEL NO ESCUDO Dos escudos de clubes famosos do Brasil, o Vasco tem um equívoco no apelido referente à alcunha Cruzmaltino. “A cruz que aparece na nau (navio antigo) do distintivo não é a de Malta (emblema dos Cavaleiros de São João e referente às tropas portuguesas). É uma cruz Pátea, que é de origem francesa, usada antigamente nas embarcações de Portugal, por exemplo, a do navegador Vasco da Gama”, explicou o autor. O escudo do Barcelona, do craque argentino Messi, contém uma das histórias mais ricas. “A cruz vermelha é de São Jorge, padroeiro da Catalunha, na qual as cores amarelas e vermelhas da bandeira estão no escudo. Na época da ditadura do general Franco (Francisco Franco, morto em 1975), o Barça colocou ape-
Nas livrarias de Manaus o livro custa em média R$ 40
nas uma listra amarela e outra vermelha para dizer que eram da Espanha e não da Catalunha. Já as cores azul e grená são do Basel, um time suíço que o fundador do clube espanhol jogou”, detalhou Santiago.
fundado por são-paulinos e flamenguistas. Para evitar brigas, os fundadores decidiram que o distintivo seria igual ao do São Paulo e o uniforme rubro-negro, idêntico ao do Flamengo. Mes-
Entre os escudos mais bonitos, José Renato elegeu o Juventus,
ma cópia de escudos se observa no Atlético de Roraima, igual ao
de São Paulo. “A letra ‘J’ é desenhada. Não tem uma fonte neste
do Fluminense, e no Flamengo, do Piauí, réplica fiel do Flamengo,
formato e vem do Juventus, de Turim, da Itália. O curioso que não
do Rio. Só puseram o nome Piauí no escudo. Algumas vezes há
existe ‘J’ no alfabeto italiano. A cor grená é do Torino, outro clube
confusão em razão disso”, comentou.
da cidade de Turim. Mesma cor dos lenços que ficavam nos pescoços dos soldados da Savoia quando expulsaram os franceses. Então, tem toda uma grande história”, declarou.
O plágio de personagens de desenhos animados é comum nos escudos dos clubes do Nordeste. “O Esporte Clube de Patos, da Paraíba, colocou o Pato Donald (da Disney) no distintivo. Mas
Dos curiosos, dois distintivos se destacam: o Santa Claus, da
para evitar problemas por direitos autorais deram uma enve-
Finlândia, em que os uniformes dos jogadores se parece com
lhecida na imagem do pato e o vestiram com a camisa do time
as vestimentas do Papai Noel, e o Icasa, do Ceará. “O escudo do
invés do uniforme de marinheiro. Outro clube da Paraíba, o Con-
Icasa é o único do mundo com formato de uma peça de engre-
fiança, tem uma figura do Taz (dos desenhos animados Looney
nagem. Uma referência à sigla do nome da empresa, que não
Tunes, da Warner Brothers) muito mal-desenhada. Nem parece,
existe mais e deu nome ao clube: Indústria de Comércio Algodão
mas é”, citou Santiago.
S/A (Icasa)”, explicou o pesquisador.
INSPIRAÇÃO OU CÓPIA?
As transformações nos escudos dos clubes são recorrentes. “O hino do Fluminense fala das cores do time, mas as cores originais do clube eram cinza e branco. Os uniformes vinham da
Uma prática freqüente na criação dos escudos observada na
Inglaterra, aí o fundador do Fluminense (Oscar Cox) não encon-
pesquisa de Santiago é a cópia de distintivos mais tradicionais
trou mais camisas destas cores, então, trocou pelo grená, verde
e famosos do futebol brasileiro, como do eixo Rio-São Paulo, por
e branco. Como o hino foi escrito bem depois, não houve proble-
outros clubes. “É o caso do escudo do Atlético Goianense, clube
ma”, contou Santiago. •
ÍCONE ESPORTIVO | DEZEMBRO 2011 / JANEIRO 2012 | 65
Reportagem: Ivan Renato | Fotos: Sport Digital
MILÉSIMOS, SUPERAÇÃO E TRADIÇÃO. TUDO ISSO RESUME A 52.ª EDIÇÃO DA CORRIDA CICLÍSTICA AGUINALDO ARCHER PINTO, QUE ACONTECEU NO DIA 13 DE NOVEMBRO NA ALAMEDA DO SAMBA, EM MANAUS
66 | ÍCONE ESPORTIVO
Geralmente o vencedor é quem recebe a calorosa salva de palmas, seguido por aqueles tapinhas nas costas e apertos de mão. Não que isso tenha fugido do padrão. O vencedor da principal prova o paulista Ricardo Andrei Ortis, (da equipe Bicycles) até teve seus aplausos e parabenlizações pelo o tempo conquistado de 1h 12 m03s 015 centésimos, ficando a frente do amazonense Rafael Souza (equipe Degraus), com 1h 12min 03s 048 centésimos, apenas 11 centésimos de diferença e de Raulisson da Costa, (atleta sem equipe), de Manacapuru-AM, com 1h 12min 03s 059centésimos. Mas não foi nenhum desses ciclistas que roubou a cena. O público e os próprios adversários decidiram vibrar e apoiar mesmo Alex Teixeira, professor de jiu-jitsu e campeão de superação. Alex é o primeiro ciclista portador de necessidades especiais a completar a prova. Com uma deficiência congênita na perna direita (quando um membro não se concluí na sua formação), o que obriga o atleta a usar somente a perna esquerda, ele teve só três dias de treinamento e com uma bicicleta emprestada. Alex resolveu fazer como faz no jiu-jitsu e não "bateu": encarou e terminou a prova. Além de dar aulas de jiu-jtsu, ele quer se empenhar para ser o primeiro ciclista do Estado do Amazonas a disputar uma paraolimpíada na categoria LC3 (somente para pessoas com deficiências) e incentivar outros deficientes a se dedicarem ao esporte.
Alex treinou apenas três dias para a prova
ÍCONE ESPORTIVO| 67
OUTROS RESULTADOS Como não podia ser diferente, as categorias intermediárias
reu 15km. O segundo lugar foi para Daniel da Silva Oliveira, 33,
também tiveram uma disputa acirrada. Rainer Frazão de Lima,
da Federação Acreana, com o tempo de 28min 34s. E em terceiro
26, da Associação de Novo Ayrão, venceu a prova em 28min 33s
ficou o também acriano Marcos Carneiro Soares, 32, que fechou
na categoria Montain Bike Federados. Nesse tempo ele percor-
o pódio com o tempo de 28min 34s 064centésimos. •
ÍCONE ESPORTIVO| 69
COPA 2014
Reportagem: Bruno Elander | Fotos: Roberto Carlos/ Agecom
EM RITMO DE COPA DAS
CONFEDERAÇÕES
OBRAS NA ARENA DA AMAZÔNIA SEGUEM AVANÇADAS, PROVANDO QUE O ESTÁDIO PODERIA SEDIAR EVENTO-TESTE PARA O MUNDIAL DE 2014
Ritmo das obras está avançado na Arena da Amazônia
Trabalhos se concentram na arquibancada leste inferior
Se dependesse apenas da construção do estádio sede para os
e da rota da Seleção Brasileira. Capobiango admite que não havia
jogos, Manaus está provando que poderia sediar a Copa das Con-
expectativa de a Arena da Amazônia receber jogos do torneio inter-
federações em 2013. Com 28% das obras da Arena da Amazônia
nacional um ano antes do Mundial, nem de sediar jogos do Brasil.
já concluídas até o final do mês de novembro, segundo a Unidade Gestora da Copa no Estado (UGP-Copa), e 22% de acordo com o site Portal 2014, Manaus está à frente de possíveis sedes do torneio teste para a Copa de 2014 entre elas Salvador e Recife e praticamente no mesmo ritmo das obras do palco da final do evento em 2013, o Estádio Maracanã, no Rio de Janeiro. Conforme o coordenador da UGP-Copa, Miguel Capobiango, a Arena da Amazônia está com um quinto do planejamento executado. “A colocação do setor leste das arquibancadas está em fase final e a próxima etapa é o início da instalação das arquibancadas do lado oeste”, explicou. A previsão de conclusão do estádio, que abrigará quatro jogos da Copa do Mundo de 2014 e custará R$ 499,5 milhões é o mês de junho de 2013, data programada para a Copa das Confederações. Apesar do ritmo avançado das obras, no dia 20 de outubro os organizadores locais da Copa de 2014 receberam a confirmação de duas exclusões nem tão surpreendentes: da Copa das Confederações
70 | ÍCONE ESPORTIVO
“Não houve frustração com os anúncios (da Fifa) porque nós já estávamos cientes disso, principalmente em razão da nossa posição geográfica. Existia apenas a esperança de sermos contemplados em 2013 (pela Copa das Confederações) pelo estágio avançado das obras na Arena da Amazônia”, alegou o coordenador. “Manaus fica muito distante do eixo (Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste) onde a competição ocorrerá”, concluiu. A Copa das Confederações terá o Mineirão (Belo Horizonte-MG), o Maracanã (Rio de Janeiro-RJ), o Castelão (Fortaleza-CE) e o Estádio Nacional (Brasília-DF) como sedes confirmadas e a Arena Pernambuco (Recife-PE) e a Arena Fonte Nova (Salvador-BA) ainda com possibilidades de sediar o evento. Mais de R$ 77 milhões já foram gastos na construção da Arena da Amazônia, dos quais R$ 66 milhões saíram dos cofres do Estado e R$ 11 milhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O primeiro passo foi a demolição total do Estádio Vivaldo Lima, que custou, aproximadamente, R$ 32 milhões.
A UGP-Copa estima que 20% (R$ 180 milhões) do total emprestado (R$ 499,5 milhões) pelo Estado junto ao BNDES seja liberado ainda este ano. A expectativa é que o aporte dê mais celeridade ao processo. “Não temos previsão de atraso na conclusão, pois até o momento tudo está acontecendo conforme o cronograma”, garantiu Capobiango.
COLINA APENAS EM FEVEREIRO Outras duas obras, uma pública e outra privada, também compõem a lista de exigências da Federação Internacional de Futebol Associados (Fifa) para a realização da Copa em Manaus. A principal delas
Serviço de terraplanagem já está praticamente concluído
quanto o monotrilho, não são pré-requisitos da Fifa para o Mundial, até porque os turistas vão se locomover em vans, inclusas nos pacotes turísticos. É o legado que ficará para a cidade”, declarou Capobiango.
é a reconstrução do Estádio Ismael Benigno – a Colina, de proprie-
O planejamento atual do monotrilho prevê a conclusão da primei-
dade do São Raimundo Esporte Clube, orçada em R$ 21 milhões.
ra etapa do sistema para o antes da Copa do Mundo e a segunda
A Colina servirá de Campo de Treinamento para seleções. Outra prioridade é a reforma do Estádio Francisco Garcia – o Chicão, em Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros a nordeste de Manaus), aprovado pela Fifa para se tornar um Centro de Treinamento. “O projeto da Colina está concluído e o planejamento orçamentário está em andamento. A previsão é que a intervenção comece até o mês de fevereiro de 2012. Já em Rio Preto, um hotel local assumiu a reforma, que custará menos de R$ 5 milhões”, garantiu Capobiango, ao justificar a diferença de preço entre as duas obras. “O centro de treinamento é um complexo formado por hotel e campo, onde as seleções farão treinos diurnos e por isso o local não precisa de moderna iluminação. Já a Colina será utilizada como local do último treino das equipes antes dos jogos, que deve ocorrer à noite”, esclareceu. A estimativa de reconstrução da Colina é de 12 meses. Caso a previsão se confirme, o Estádio do São Raimundo, cedido por comodato
para depois do Mundial. A proposta inicial era de que o transporte integrasse, em 39 quilômetros de trilhos, as zonas Norte e central da capital. Mas, o percurso foi reduzido para 20,2 quilômetros e será complementado com 23,8 quilômetros do BRT. Ao todo, o sistema de transporte coletivo terá 43 quilômetros. A estimativa de custo é de R$ 290 milhões para o BRT e de R$ 1,55 bilhão para o monotrilho, que levará dois anos e meio para ser concluído após o início das obras, que ainda não têm data para começar. Os recursos federais para estas duas intervenções podem chegar à R$ 800 milhões, montante que torna Manaus a cidade-sede da Copa com o quarto maior investimento da União em obras urbanas, atrás de Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte-MG. •
RANKING DA EVOLUÇÃO DAS OBRAS NAS ARENAS DE ACORDO CM O PORTAL 2014, NO DIA 21 DE NOVEMBRO DE 2011
de 20 anos ao Estado, deve ficar pronto em fevereiro de 2013.
MOBILIDADE URBANA
ESTÁDIO 1°
Arena Castelão
CIDADE
CONCLUSÃO
Fortaleza-CE
43%
2°
Mineirão
Belo Horizonte-MG
38%
A UGP-Copa garante que não existe possibilidade de Manaus dei-
3°
Estádio Nacional
Brasília-DF
38%
xar de sediar jogos da Copa do Mundo 2014, apesar de as obras de
4°
Arena Pantanal
Cuiabá-MT
32%
mobilidade urbana ainda estarem no processo de desembaraço dos trâmites burocráticos. “Nem as sedes que ainda não começaram a construir o estádio correm este risco”, afirmou Miguel Capobiango.
5°
Maracanã
Rio de Janeiro-RJ
30%
6°
Arena Fonte Nova
Salvador-BA
27%
7°
Arena da Amazônia
Manaus-AM
22%
8°
Arena Pernambuco
Recife-PE
20%
9°
Arena Beira-Rio
Porto Alegre-RS
15%
De acordo com o coordenador, o cronograma de mobilidade não
10°
Arena Corinthians
São Paulo-SP
15%
visa atender apenas exigências da Fifa, mas a população local.
11°
Arena das Dunas
Natal-RN
7%
“Tanto o BRT (sistema de transporte de ônibus de trânsito rápido)
12°
Arena da Baixada
Curitiba-PR
0%
ÍCONE ESPORTIVO| 71
FUTEBOL AMERICANO
NOMES IGUAIS, REALIDADES
Reportagem: Maurício Freire| Fotos: Antonio Lima
DIFERENTES
ENQUANTO O FUTEBOL TRADICIONAL NO AMAZONAS DISPÕE DE APOIO DO PODER PÚBLICO E RESULTADOS PÍFIOS, O FUTEBOL AMERICANO NÃO TEM PATROCÍNIO E ACUMULA CONQUISTAS EXPRESSIVAS
72 | ÍCONE ESPORTIVO
Se no futebol tradicional o Amazonas está mal das pernas – temos equipes apenas na quarta divisão do Campeonato Brasileiro – no futebol americano a realidade é totalmente diferente. Sem o apoio financeiro do poder público e nem de empresas privadas como dispõem as equipes de futebol do Estado, o futebol da bola oval local está entre os melhores do País, inclusive com um título nacional. Esporte mais popular dos Estados Unidos, o football, ou futebol americano com foi batizado no Brasil, chegou no Amazonas apenas em 2006. Tudo começou com uma comunidade criada no site de relacionamentos Orkut por dois irmãos. A comunidade cresceu e os irmãos Sorde resolveram reuniu o grupo para colocar em prática a vontade de jogar o esporte que a maioria deles acompanhava apenas pela TV. A experiência deu tão certo que o grupo resolveu criar o ‘Manaus Bowl’, o Campeonato Amazonense de Futebol Americano. “Desde 2006 o campeonato só vem crescendo em número de praticantes e qualidade técnica”, garante Mauro Soares, um dos
Equipamento completo é obrigatório nas partidas do Manaus Bowl ÍCONE ESPORTIVO| 73
FUTEBOL AMERICANO
Devido a complexidade do esporte, o futebol americano reúne mais de 30 jogadores em cada equipe
pioneiros da prática do futebol americano no Amazonas e hoje árbitro das partidas. No campeonato deste ano o campeão foi o Black Hawks, que superou na final disputada no dia 26 de novembro o Manaus Cav`s, por 7 a 2.
REPRESENTATIVIDADE NACIONAL Mesmo com todas essas dificuldades, o Amazonas já conseguiu um título nacional. Em 2009, o CN Cavaliers, equipe criada na zona Norte de Manaus, representou o Estado no Torneio Capital,
O esporte é tão levado a sério no Estado que o Amazonas foi
em Brasília-DF, e conquistou o título da competição. “O torneio
um dos primeiros Estados no Brasil a exigir dos atletas o equi-
teve times de todo o País e conseguimos esse grande feito”, ex-
pamento completo, com helmet (capacete) e pad (ombreira).
plicou Soares.
“Antigamente gastávamos de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil com esse equipamento. Hoje, com a popularização do esporte no País, já é possível encontrar o equipamento por até R$ 1,3 mil. O bom é que eles podem durar até cinco anos”, explicou Soares.
Na volta para Manaus, a equipe foi homenageada por políticos e recebeu a promessa de um apoio que até hoje não saiu do papel. Apesar disso, o futebol americano do Amazonas está entre os melhores do País, é o que garante Mauro Soares. “Acredito
Apesar de caro, o futebol americano no Amazonas ainda é pra-
que só perdemos para as equipes do Rio de Janeiro e São Pau-
ticado de forma amadora, com os atletas tendo que bancar os
lo e estamos empatados com os times do Centro-Oeste. Ainda
seus próprios custos. “É tudo feito na raça, com o esforço de
estamos engatinhando, se recebermos mais apoio poderemos
cada um. O único apoio que temos é o da Nilton Lins que cede o
brigar pelos primeiros lugares”.
campo para a realização dos jogos”, lamentou Soares.
74 | ÍCONE ESPORTIVO
Partida disputada no Vivaldão, em 2009, foi o ápice do esporte no Amazonas
ESTRUTURA DIFERENTE NOS GRANDES CENTROS Se o Amazonas ainda está "engatinhando" em termos de estruturas no futebol americano, o mesmo não se pode dizer de Rio de Janeiro. Na capital carioca, está o mais famoso e tradicional campeonato de futebol americano do Brasil, o Carioca Bowl. “O torneio é disputado na areia e tem o apoio da prefeitura do Rio de Janeiro e chama bastante atenção com inserções na TV e mídia extensa. No Rio, quando se fala em Carioca Bowl, todo mundo sabe o que é”, explicou Mauro Soares ao ratificar que até os times de futebol de campo apoiam a competição. “Existem
inclusive, não apenas cedeu o nome como resolveu investir no
equipes que levam o nome do Vasco, Fluminense e outras equi-
"marketing" do time, contratando o ator Alexandre Frota para
pes tradicionais do Rio de Janeiro”.
disputar as partidas da equipe.
O mesmo apoio é observado também em São Paulo. No Estado
A iniciativa deu tão certo que o Corinthians Streamhollers está
que possui o futebol mais rico do País, apenas o São Paulo, das
classificado para as finais do Torneio Touchdown, o Campeonato
equipes mais tradicionais da região, não decidiu "emprestar" o
Brasileiro de Futebol Americano, que reúne 16 times de todo o
seu nome para uma equipe de futebol americano. O Corinthians,
Brasil e a cada ano cresce em representatividade. •
ÍCONE ESPORTIVO| 75
FUTEBOL FEMININO
Reportagem: Maurício Freire | Fotos: Antonio Lima
SEM DEIXAR A VAIDADE DE LADO ATLETAS DA COPA DE FUTEBOL DE AREIA FEMININO MOSTRAM QUE ALÉM DO RESULTADO, PREOCUPAM-SE TAMBÉM COM A APARÊNCIA Esporte tradicionalmente masculino, o futebol tem sido invadido
Prova disso é a industriaria Maryjane dos Santos Silva, 30 anos,
pelas mulheres, que além da força de vontade e habilidade, es-
lateral direita da equipe Apolo Clube, que entra em campo toda
banjam beleza e charme dentro de campo. Para comprovar isso,
produzida. “Sempre que posso venho maquiada, ou com a unha
basta uma conferida nos jogos da 17.ª Copa de Futebol de Areia
feita. Além do campeonato, eu gosto de me produzir para sema-
Feminino, que está sendo realizada em Manaus.
na”, afirmou Maryjane.
Com cabelos arrumados, unhas pintadas e até mesmo maquia-
Indagada sobre a possibilidade de machucar alguém, a indus-
gem, a mulherada mostra que não está preocupada apenas com
triaria disse que até agora nada aconteceu, mas que sempre
jogadas ensaiadas, dribles, passes e gols.
tem esse cuidado. “Nunca me arranhei, e tenho maior cuidado
Mulherada esbanja beleza e habilidade durante as partidas
76 | ÍCONE ESPORTIVO
Em quadra, "divididas" e caras feias. Nos bastidores, sorrisos e vaidade
com as colegas. Se um dia acontecer, vou diminuir o tamanho, mas vou continuar usando desenho nas unhas”. Outra que também entra bonita em campo é Lielza Lima, 32 anos, integrante da equipe Sol Nascente Futebol Clube. A jogadora disse que usar maquiagem faz bem independentemente da situação. “Uso maquiagem nos jogos pra ficar mais bonita, mostra a feminilidade. Algumas pessoas julgam porque acham que futebol é coisa de homem, e não é bem assim”, defende Lielza. Ainda segundo Lielza, estar arrumada serve de consolo caso o time não tenha um bom desempenho em campo. “Hoje minha equipe não está lá essas coisas, mas se perder,vou perder bonita”, brincou. •
ÍCONE ESPORTIVO| 77
DICAS
IDENTIFICANDO O SEU TIPO DE `PISADA` PARA SE ALCANÇAR BOM RESULTADO EM CORRIDA NÃO BASTA APENAS SE PREOCUPAR COM O TEMPO DA ATIVIDADE E A VELOCIDADE. POUCO OBSERVADOS PELOS ATLETAS AMADORES, A "PISADA" E O TIPO DE TÊNIS SÃO FUNDAMENTAIS PARA SE EVITAR LESÕES E FADIGA MUSCULAR. OS TIPOS DE PISADA SE DIVIDEM TRÊS: PRONAÇÃO, SUPINAÇÃO E NEUTRA
SUPINAÇÃO
PRONAÇÃO
NEUTRA
Supinação acontece quando, durante a movimentação, o calcanhar toca o solo e o pé inicia uma rotação para fora.
A pronação acontece quando, durante a movimentação, a parte de fora do calcanhar toca o chão e o pé inicia a rotação para dentro e só depois volta a posição neutra.
A pisada neutra também começa com a parte externa do calcanhar e o pé rotaciona ligeiramente para dentro durante a movimentação, terminando com a parte da frente do pé inteira tocando o solo.
Uma quantidade normal de supinação acontece quando, durante a pisada, o calcanhar deixa o solo e os dedos são usados para a propulsão do corpo. No entanto, a supinação excessiva põe uma carga grande nos músculos e tendões que estabilizam o tornozelo, o que pode fazer com que o tornozelo rotacione demais para fora, resultando em torção e comprometimento dos ligamentos. Pé chato (arco do pé achatado) é geralmente associado à pronação. Nesse caso o peso é aplicado na borda interior do pé durante a corrida. Esse tipo de pé requer um tênis que ofereça total controle do movimento. Arco do pé alto é geralmente associado à supinação. Nesse caso o peso é aplicado na borda exterior do pé durante a corrida. Esse tipo de pé requer um tênis flexível, com bom amortecimento.
Uma quantidade moderada de pronação é necessária para que o pé funcione apropriadamente, no entanto, lesões podem acontecer com a pronação excessiva. Quando a pronação excessiva acontece, o arco do pé perde a função de estabilidade, alongando músculos, tendões e ligamentos que ficam na parte inferior do pé.
Os corredores de pisada neutra podem usar uma variedade grande de tênis de corrida.
Na fase de aterrissagem, no momento do contato do pé com o solo, a primeira parte a tocar no solo é o calcanhar, particularmente o lado externo. Após esse primeiro contato, ocorre uma rotação interna (pronação), em seguida, uma rotação externa (supinação), voltando desta maneira à posição neutra. Esse mecanismo visa distribuir a carga imposta ao sistema locomotor, considerando que na corrida essa carga é em média três vezes maior que quando caminhamos. Os problemas podem surgir quando os movimentos de pronação e supinação são excessivos. Nesse caso, o corredor deve escolher o tênis apropriado para o seu tipo de pisada para ajudar a prevenir lesões. Lojas especializadas oferecem um teste para verificar a pisada do cliente, mas um médico ortopedista especializado em esporte é a pessoa mais indicada para identificar seu tipo de pisada.
JANEIRO
JULHO
Copa dos Bairros de Futebol (inscrições)
Final da Copa dos Bairros de Futebol
Seminário de Alto Rendimento
XTerra Mundial
FEVEREIRO
Jogos dos Centros de Esporte e Lazer (CELs)
Início do Projeto Brincando na Rua
Circuito Amazonense de Futevôlei (2º Etapa)
ENAF
Desafio “24 horas de Natação” MARÇO Corrida da Mulher - Ritta Calderaro Copa dos Bairros de Futebol (abertura) Copa Brasil de Beach Soccer Copa Cidade de Manaus de Bilhar Jogos Universitários (inscrições) ABRIL Circuito Águas Abertas Jogos Universitários da Cidade de Manaus Copa dos Bairros de Futsal Sub17 (inscrições) Circuito Amazonense de Futevôlei (1º Etapa) MAIO Copa dos Bairros de Futsal Copa Cidade de Manaus de Triathlon Copa dos Bairros de Futsal Sub17 Campeonato Brasileiro de Jiu-Jítsu Esportivo JUNHO Footecom Copa Cidade de Manaus de Futebol de Mesa Wake Show (Piscina) Grand Prix de Voleibol (Feminino) Jogos dos CELs
AGOSTO Copa de Futebol de Areia Feminino (inscrições) Copa Cidade de Manaus de Tênis de Mesa Jogos dos Servidores Municipais (inscrições) Circuito Banco do Brasil de Vôlei de Areia Mostra de Dança Wake Show (Rio Negro) SETEMBRO Dia do Profissional de Educação Física Copa Brasil de Tênis de Mesa Olimpíadas da Terceira Idade Copa de Futebol de Areia Feminino (abertura) Copa Cidade de Manaus de Triathlon Circuito Amazonense de Futevôlei (3º Etapa) OUTUBRO Amazon Black Belt Corrida dos Curumins Corrida Internacional Cidade de Manaus Copa Cidade de Manaus de Rugby NOVEMBRO Circuito Cidade de Manaus de Basquete de Rua Circuito Cidade de Manaus de Paraquedismo Circuito Amazonense de Futevôlei (4º Etapa) Seletiva Abu Dhabi World Pro de Jiu-Jítsu DEZEMBRO Circuito Águas Abertas - Almirante Tamandaré
ÍCONE ESPORTIVO| 79
FISICULTURISMO
Reportagem: Ivan Renato| Fotos: Acervo pessoal
BELEZA EM
MÚSCULOS GABRIELA SALES UNE A BELEZA COM A FORÇA PROPORCIONADA ATRAVÉS DA MALHAÇÃO PARA VENCER COMPETIÇÕES DE FISICULTURISMO Dedicada à malhação desde 2004, Gabriela Sales (32 anos), ou Gabi, como é conhecida entre os amigos, chama atenção por onde passa. E não é só a atenção de homens e mulheres. Ela soma admiradores também entre os jurados de competições nacionais de fisiculturismo, que mostram a admiração em forma de notas, que são necessárias para superar suas adversárias. Fã declarada da panicat Juju, dançarina e repórter de um programa humorístico de televisão, Gabi sonhava em ter um corpo parecido com o da panicat. Mas segundo a atleta, quando ela se aproximava desse “padrão físico”, ela decidiu ir além e ficar "grandona”. "Comecei a me dedicar com uma dieta bem rígida, onde frituras, refrigerantes e doces são proibidos e muita, mas muita malhação.”, comentou Gabi Em sua primeira participação em uma competição de fisiculturismo realizada no Rio de Janeiro em 2009, Gabi surpreendeu a todo mundo com o resultado alcançado. “Tinha muitas meninas lindas lá e fiquei em terceiro. Muitas (competidoras) ficaram indignadas e ainda teve gente que vaiou, pois era só a minha primeira vez”, disse a fisiculturista. “Depois o presidente da associação carioca me convidou para uma competição de categorias especiais, chamada Top Wenders, no qual fiquei em segundo lugar”, completou. Apesar de ter conquistado três medalhas e um troféu, além é claro de vários elogios e fãs, a atleta ainda sofre com o preconceito “Sempre tem (preconceito). As mulheres me olham e comentam com as amigas do lado, jogam xaveco. Mas se isso acontece é porque elas querem ficar com um corpo igual ao meu, mas não é todo mundo que consegue”, garantiu. Gabi tem uma grande preocupação, para a próxima competição da qual pretende participar, que será realizada em 2012 nos EUA. "As americanas não tem muito glúteo, e eu tenho um bumbum bem grande, tenho que tentar diminuir um pouco, pois Corpo sarado rende elogios e prêmios à fisiculturista
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lá eles avaliam mais o tronco e os braços das competidoras”, disse Gabi. •
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MMA
Reportagem: Ivan Renato | Fotos: Antonio Neto
NA TRILHA DO SUCESSO FENÔMENO NO MMA, DILENO LOPES FIRMA PARCEIRA COM A AFC E ENTRA EM NOVA FASE DA CARREIRA Praticante de lutas marciais desde os 12 anos, o amazonense Dileno Lopes alcançou o reconhecimento como lutador de MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas) aos 24 anos e inicia uma nova fase da carreira com o apoio da Amazon Forest Combat (AFC). Ainda iniciante no MMA, o lutador formado no jiu-jítsu coleciona um cartel invejável (12 vitórias em 12 lutas, sendo 11 por finalização). E isso com certeza chamou a atenção da AFC, que há dois meses promoveu a primeira edição do AFC, na Arena Amadeu Teixeira, e decidiu gerenciar a carreira do jovem lutador amazonense.
Dileno celebra o início da parceira com a Dethone
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Lutador amazonense de MMA espera alavancar a carreira através da nova parceria
Junto com a parceria com a AFC, Dileno assinou um contrato de um ano de patrocínio com a companhia americana Physical Subcultures, que detém a licença de exploração da marca Dethrone na América do Sul e México. Para acompanhar a contratação do atleta estiveram presentes, Márcio Reis (técnico do atleta), Fabrício Cavalcante (Vice-presidente do AFC), além de um dos sócios da Physical Subcultures Drew Muller. Dileno vem de um berço que rende bons frutos para o Brasil e para o esporte. O atleta é cria da academia Nova União, cuja filiação em Manaus fica no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste da cidade. Lá surgiu o já conhecido lutador de MMA José Aldo Júnior, campeão do peso-pena no UFC (Ultimate Fighting Championship).
METAS TRAÇADAS Como todo jogador de futebol que sonha em jogar pela seleção e disputar uma Copa do Mund, ou os de basquete que desejam jogar na NBA, Dileno também tem sua grande meta. "Meu objetivo é chegar na disputa pelo cinturão do UFC e sair vitorioso do cotógono. Com certeza a contratação da AFC acelera esse processo e me dá oportunidade de ser visto nacional e internacionalmente”, comentou o atleta Agora o lutador terá tempo de sobra pra se dedicar forte aos treinamentos. “Estamos buscando condições para o atleta não precisar se preocupar mais com nada e se focar nas lutas. Agora ele vai treinar na Nova União do Rio de Janeiro e cuidaremos de tudo para ele”, disse o vice-presidente da AFC Fabrício Cavalcante. •
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CORRIDAS DE RUA
Reportagem: Maurício Freire e Ivan Renato
APAIXONANTES E COMPETITIVAS CORRIDAS DE RUA SE PROLIFERAM EM MANAUS. NOS ÚLTIMOS DOIS MESES FORAM TRÊS EVENTOS, COM MAIS DE CINCO MIL COMPETIDORES Por ser um esporte barato – precisa-se apenas de um tênis e força de vontade – e possível de ser praticado em qualquer lugar, a corrida pedestre tem ganhado cada vez mais adeptos em Manaus. Prova disso é o sucesso das provas de corrida realizadas na cidade. Somente nos últimos dois meses foram três grandes eventos, reunindo mais de cinco mil atletas profissionais, amadores e militares.
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Mais de três mil competidores disputam espaço na larga da Corrida Internacional de Manaus Fotos: Antonio Lima
Primeiros passos em busca do disputado primeiro lugar
COMEMORANDO E CORRENDO O primeiro grande evento foi a Corrida Internacional de Manaus. Realizada no dia 24 de outubro para comemorar o aniversário de 342 de Manaus, a prova organizada pela Secretaria Municipal de Desporto e Lazer (Semdej) reuniu mais de três mil participantes na Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus.
Corredores amadores são cada vez mais numerosos
“Sempre defendo a prática esportiva, seja em qualquer modalidade. Estou muito satisfeito com esse resultado e, ver que as pessoas estão abraçando a corrida de rua é gratificante. Esse ano batemos o recorde de inscritos é uma resposta pelo trabalho feito”, comemorou o secretário municipal de esportes, Fabrício Lima. “Com um calendário bem-planejado, corridas de ruas
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Fotos: Antonio Lima
Foto: Sport Digital
estão surgindo e com isso a possibilidade de esses atletas mostrarem o seu trabalho para patrocinadores”, avaliou o secretário. Uma das motivações para os competidores foi a premiação especial. Os três primeiros colocados na categoria geral dos 10 km (masculino e feminino), receberam produtos fabricados na Zona Franca de Manaus. Além de troféus e medalhas, os atletas que subiram ao pódio levaram para casa uma moto (1.° lugar), uma TV de Cristal Líquido (2.° lugar) e um Celular (3.° lugar). Além da premiação em produtos, os melhores colocados também foram contemplados com “vagas” na Corrida São Silvestre, a mais tradicional corrida de rua do Brasil, dispustada no dia 31 de dezembro, nas ruas de São Paulo. Como foram os primeiros amazonenses a cruzar a linha de chegada, Dionísio Cosmo Cardoso (3° lugar masculino) e Irismar Aranha (1° lugar feminino) levaram para casa uma passagem aérea para São Paulo. “Estou me preparando desde o começo do ano, estava com um ano que não vinha para essa competição, mas estou de volta e valeu todo esforço”, comemorou Irismar.
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Em família, com amigos ou solitários, corredores exibem com orgulho as medalhas que comprovam a missão cumprida
Militares mostraram disposição e preparo físico na Corrida Santos Dumont Fotos: Sport Digital
DISCIPLINA MILITAR O segundo grande evento do bimestre foi a Corrida Santos Dumont. Organizada pela Força Aérea Brasileira (FAB), a corrida ocorreu no dia 20 de novembro e teve como diferencial a competição entre agrupamentos, que contava com 20 militares em cada uma das seis equipes, sendo um comandante da tropa, um porta-estandarte e 18 integrantes compondo três fileiras. Um moderno chip colocado na braçadeira de cada competidor registrava o tempo de cada um, e só quando o último integrante cruzasse a linha, o tempo da equipe seria contabilizado. Além dos atletas terem que concluir a prova em menos tempo (como em uma corrida “normal”), não podia faltar o toque de disciplina militar. Primeiro o comandante de cada equipe tinha que estar no local da largada com meia hora de antecedência. Para di-
Largada foi dada em frente ao Cindacta IV, na avenida do Turismo
ficultar mais as coisas para o lado dos atletas, eles tinham de se manter alinhados, com passadas na mesma cadência, vibrando e
A corrida contou com seis pelotões e teve direito a tiro de fuzil
cantando hinos militares. Cada ausência nos itens, a penalidade
na largada, helicóptero, fanfarra, muitos outros competidores de
vinha em forma de acréscimo de tempo, tudo sendo observado
categorias diferentes, espectadores por toda parte, uma aero-
pelos vários fiscais localizados ao longo dos 9 km de prova (largada
nave militar voando sobre as águas do rio Negro e o sargento
no Cindacta IV, na avenida do Turismo, e chegada na Ponta Negra).
Xuxa... mas que Xuxa? A rainha dos baixinhos? Loira e de olhos
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Fotos: Sport Digital
Sargento Xuxa
azuis, certo? Não, errado! O sargento Xuxa foi um show à parte
palco onde se encontrava o pódio, para receber as medalhas
e acreditem não têm absolutamente nada a ver com a apre-
e os troféus.
sentadora de TV, mas não deixa nada a desejar na animação e interação com o público. E mesmo com um sol bem forte, não deixou um segundo de cantar, pular e passar informações sobre o evento. A única coisa que o sargento não narrava com detalhes era o F5, que com um som ensurdecedor passava com uma velocidade incrível poucas horas antes da premiação. “Olha aí, lá vem... já foi, já foi!”, brincava o sargento.
E quem conquistou a vitória foram os militares do Batalhão de Infantaria de Aeronáutica Especial (Binfae), que invadiram o palco aos gritos de Binfae! Binfae! Binfae! Quem ergueu o troféu e promoveu a comemoração com dez apoios só que dessa vez com os punhos cerrados ao chão foi o sargento Nunes. “Fico muito feliz e honrado por ter conseguido vencer com os meus companheiros, queria agradecer a todo o batalhão que acreditou
Na classificação final, em terceiro lugar ficou o Centro de Embar-
na gente e nos deu essa oportunidade pois todo dia a gente dá
cações (CMA), que foi comandado pelo tenente-coronel Medella,
garra e sangue por isso”, disse o campeão, que depois de pousar
que após correr os 9 km e subir ao pódio para erguer o troféu
para as fotos, ainda marchou com todo o seu batalhão cantando
ele ainda comemorou junto com os seus vinte integrantes da
hinos da Aeronáutica.
equipe com 20 apoios no chão. “Fazemos isso todos os dias. Além do quê, é uma honra prestigiar esse evento da Aeronáutica. Chegamos em terceiro e fomos os últimos a largar.” Declarou o tenente-oronel, sem nem um sinal de cansaço.
Mas, além da corrida de agrupamentos teve outras categorias. Entre os cadeirantes, por exemplo, o vencedor foi Francisco de Carlos com o tempo de 31minutos. Em primeiro lugar no geral, ficando atrás apenas do F5 da Aeronáutica, com o tempo de
O segundo lugar ficou com os rapazes das Operações Ribei-
28m31s, Jean Souza Pereira subiu no topo do pódio e foi o gran-
rinhas, que subiram correndo a rampa que dava acesso ao
de vencedor da 33.ª edição da Corrida Santos Dumont.
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Corredores esbanjam saúde na Corrida da Unimed
Fotos: Sport Digital
SAÚDE É O QUE INTERESSA Fechando o bimestre de grandes corridas em Manaus, a Corrida da Unimed reuniu mais de dois mil competidores no dia 27 de novembro, na Ponta Negra. O objetivo principal do evento era promover o bem-estar e a qualidade de vida através do esporte. “É uma felicidade muito grande, ver a iniciativa de uma empresa privada como a Unimed realizar um evento desses, que vem somar com a qualidade de vida”, exaltou o secretário municipal de esportes, Fabrício Lima. As corridas de 5 km e 10 km foram bem acirradas. O primeiro lugar no masculino de 5 mil metros ficou com Wemerson Guimarães , com o tempo de 17m54s, seguido por Elielde da Costa Feitoza , com o tempo de 17m57s e em terceiro Valdo de Lima,
gente supere as nossas marcas”, comentou o corredor, que é
com a marca de 19m17s.
Policial Militar e sonha correr em competições internacionais
Wemerson comentou a importância do incentivo para que os
representando os PM’s.
atletas se dediquem as corridas de rua. “Eu estou gostando mui-
Do lado feminino a vitória dos 5 km ficou com Keytiane Mendes
to de correr em Manaus, primeiro pelo crescimento que a nossa
com a marca de 24m28s, seguida por Maressa Ferreira, 24m52s,
modalidade está tendo, com isso todo mundo só tem a ganhar.
e completando o pódio Gelziânia de Souza com o tempo de
E com premiações em dinheiro, o incentivo é maior para que a
25m19s.
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Fotos: Sport Digital
A corrida de 10 mil metros foi de tirar o fôlego, literalmente. Ao passar na linha de chegada a segunda colocada, Ciranildes Santos da Silva ( 41m50s) caiu no choro e foi carregada até uma área médica onde ficou se recuperando até poder falar a respeito da
Alegria e descontração dos corredores amadores se misturou ao esforço e superação dos cadeirantes que participaram da Corrida da Unimed
corrida. “Muito cansada, corrida difícil, mas graças a Deus consegui chegar. O percurso tem muitas ladeiras o que dificulta pra gente, mas no final a gente se supera” comentou Ciranildes. O primeiro lugar feminino foi da Elivania Oliveira dos Santos com a marca de 40m38s. Do lado masculino a história foi parecida. O susto ficou por conta do terceiro colocado, o atleta de Rondônia, Juarez Silva, que despencou após ultrapassar a linha de chegada. Inconsciente, o atleta mostrava exaustão e foi amparado pela equipe médica localizada bem ao lado da chegada. Logo após a premiação, da qual o atleta não participou por não ter condições (um representante recebeu o troféu e o prêmio no valor de R$ 1 mil), recobrou a consciência e falou sobre o ocorrido.
Mas graças a Deus estou bem, agora é me recuperar pra próxima”, disse o atleta, que conseguiu sorrir quando um companheiro dele brincou: “Sorte de desmaiar na corrida da Unimed hein?” fazendo referência à instituição médica. O segundo lugar do pódio ficou com Jackson Mendes (33m57s) que levou pra casa o prêmio de R$ 1,5 mil. Mas o lugar mais alto do pódio foi conquistado por Jean Pereira - o mesmo que venceu a Corrida Santos Dumont - que conseguiu a incrível marca de 33m56s. E olha que após a vitória o atleta ainda concedeu a entrevista com a filha em cima dos ombros, não aparentando nenhum sinal de cansaço. “Graças a Deus estou muito bem preparado, venho fazendo um forte treinamento, o meu trabalho me
“Eu estava em primeiro lugar, foi tudo ficando escuro, só pen-
ajuda muito na preparação, sou coletor de lixo. E quero dedicar
sava em chegar e chegar logo porque eu não aguentava mais,
esse título à Deus, a minha família e a todos os coletores de lixo”,
aí quando cheguei fiquei sabendo que tinha ficado em terceiro.
disse Jean, que no fim do ano disputará a São Silvestre.
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•
ARTIGO
Por: Dalton Cabral
PARA QUEM ESTÁ COMEÇANDO... VOCÊ JÁ CORRE, FAZ NATAÇÃO, CICLISMO, TRIATHLON, TÊNIS OU QUALQUER OUTRO ESPORTE COMO AMADOR? GOSTARIA ENTÃO DE LHE FAZER UM CONVITE! INSCREVA-SE EM UMA COMPETIÇÃO. SÃO DIVERSAS OPÇÕES EM NOSSA CIDADE E TANTAS OUTRAS FORA DAQUI
As competições são também uma grande oportunidade para socializar. Fazer novas amizades e conhecer, quem sabe, o grande amor da sua vida. Sim! Existe vida social além das madrugadas
impossíveis, vencendo desafios grandiosos, como correr 10, 15 ou 42km. É saber mais sobre si mesmo, do que você é capaz, vencendo medos e inseguranças. É vencer a si mesmo. E quem pode participar? Bom, conheço várias histórias de pessoas que comecaram aos 40, 60 e até 70 anos. Do indiano que corre maratonas aos cem anos, ao pai que já passou dos 60 e carrega o filho tetraplégico em provas de Ironman. De amigos que perderam 40, até 50kg após os 30 anos e hoje estão competindo. De mães, pais, profissionais liberais, formandos de medicina, de direito, empresários.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, boa parte das grandes competições locais e até nacionais de ciclismo, corrida, triathlon, natação etc... são voltadas para os amadores, eu, você, o João, Pedro, Vanessa... enfim, mortais que se dispõem a praticar esportes em busca de lazer e qualidade de vida. Basta
As competições são também uma grande oportunidade para socializar. Fazer novas amizades e conhecer, quem sabe, o grande amor da sua vida. Sim! Existe vida social além das madrugadas, bares e casas noturnas.
dizer que em provas como a Sao Silvestre (corrida), Travessia dos
Use a competição como meta para a continuidade dos seus trei-
fortes (natação) e Ironman (triathlon), o percentual de amadores
nos. Crie indicadores para acompanhar o seu desenvolvimento.
corresponde a 90 ou até 95% dos inscritos.
De quebra, é um grande aprendizado sobre metas e foco nos re-
A competição se transforma em um objetivo, uma meta, trazendo a motivaçãoo diária para a continuidade dos exerci'cios. Cria
sultados, análise de indicadores, comprometimento e disciplina, que voce poderá usar na sua vida pessoal e profissional.
um compromisso para o cumprimento do plano de treinamento,
Inscreva-se em uma prova. Pode ser uma corrida de 3 Km ou
para a melhora da qualidade da sua alimentacao, para a perda
5km. Mas esteja preparado para algumas das maiores emoções
de peso... enfim, para a sua qualidade de vida.
da sua vida. Pois o seu maior adversário é normalmente difícil,
Competir em uma prova é, acima de tudo, um encontro com você mesmo. É descobrir o quanto se é forte mentalmente. Qual a sua capacidade de superar metas antes consideradas
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complicado e intimidador... Você mesmo!
Saúde e bons treinos.
EXERCÍCIOS FÍSICOS E AUMENTO DA LONGEVIDADE Dr. Euler Ribeiro M.D, PhD em Gerontologia
ATÉ A METADE DO SÉCULO PASSADO O AUMENTO DA MORTALIDADE SE DAVA EM CONSEQUÊNCIA DAS INÚMERAS INFECÇÕES CAUSADAS AO HOMEM POR BACTÉRIAS, VÍRUS E FUNGOS. UMA VEZ CONTROLADAS ESTAS INFECÇÕES, COM VACINAS PREVENTIVAS E ANTIBACTERIANOS (ANTIBIÓTICOS, SULFAS, FUNGICIDAS ETC.), A MORTALIDADE DIMINUIU, COM O CONSEQUENTE INCREMENTO DA LONGEVIDADE HUMANA Neste novo século, as principais causas de mortalidade são as
E como sabemos o quanto de gasto calórico corresponde a estas
doenças cardiovasculares e o câncer. Logo, se conseguirmos
necessidades? Para idosos é recomendável, por exemplo, subir
controlar os fatores de risco envolvidos no aumento da preva-
todos os dias dez vezes 28 degraus de 30 centímetros de altura
lência de mortalidade por estas causas, com certeza prolongare-
e caminhar sete quadras de 200 metros sete dias por semana.
mos ainda mais a expectativa de vida dos seres humanos.
Com este pequeno esforço físico, fica garantido o gasto de 2.000
Pesquisadores analisaram o reflexo dos exercícios programados para pessoas de todas as idades, e chegaram à conclusão que os mesmos não poderão exceder os limites de cada um, jovens e idosos. A necessidade semanal destes exercícios não deve ultrapassar gastos calóricos acima desses limites: 3.500 quilocalorias semanais para jovens e 2.000 quilocalorias/semana para idosos. Esta frequência de exercícios é o suficiente para aumentar as frações sanguineas do HDL – que é o bom coleste-
calorias necessárias para contribuir no processo de eliminação da gordura nociva. Vale dizer que o exercício deve sempre estar associado aos outros bons hábitos de não fumar, não abusar de bebidas alcoólicas, dormir no mínino seis horas por dia, não se estressar, se hidratar no mínimo com trinta mililitros de líquido por quilo de peso nas vinte e quatro horas – em torno de sete a oito copos por dia. Seguindo esta receita simples, você vai viver mais e melhor.
rol – e diminuir as frações do LDL, o mau colesterol. O primeiro se encarregará de não deixar a gordura nociva se depositar dentro dos vasos arteriais, evitando a obstrução destes vasos e a possibilidade de eventos cardiovasculares, entre eles infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (os derrames), embolias e
O conselho das autoridades no assunto, é que devemos fazer,
suas consequências.
sim, exercícios, visando aumentar
Os fisiologistas analisaram vários atletas de todas as idades e
a longevidade, mas estes têm
chegaram à conclusão que a morte precoce entre estes se dá em consequência da má programação dos exercícios, com elevação dos gastos calóricos e exaustão celular. O conselho das autoridades no assunto, é que devemos fazer, sim, exercícios, visando aumentar a longevidade, mas estes têm de ser realizados dentro dos padrões previstos.
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de ser realizados dentro dos padrões previstos.
TREINAMENTO
FINAL DE ANO... PLANEJANDO AS PRÓXIMAS TEMPORADAS ! Foi um ano importante para o esporte amazonense, com muitas vitórias, entre elas as medalhas nos Jogos Pan-americanos de Guadalajara, realizados no México. Tivemos a oportunidade de receber em Manaus alguns dos melhores atletas do País em diversas modalidades esportivas, através da realização de grandes eventos esportivos, contribuindo para o fomento e desenvolvimento do esporte em nossa cidade, fato que resulta, entre outros aspectos, na promoção da saúde do manauara. Dentro desse contexto, aliada à maior conscientização da população da necessidade da prática esportiva, o número de praticantes nos diversos esportes tem aumentado significativamente, especialmente quando abordamos a corrida de rua e o ciclismo, caracterizados pelo aumento de provas realizadas, assessorias esportivas, grupos de ciclismo e pela grande quantidade de pessoas utilizando as vias públicas para essas práticas. O crescente número de praticantes, contudo, leva-nos a algumas considerações importantes no sentido de proporcionar a esses indivíduos exercícios físicos que resultem em aprimoramento das funções orgânicas e ao mesmo tempo a redução na possibilidade de lesões. A participação em atividades esportivas pode resultar em adaptações fisiológicas cujo resultado é a melhoria do condicionamento físico e saúde do praticante. Mas, quanto tempo o sistema musculoesquelético leva para se adaptar ? Dias, semanas, meses ou até mesmo alguns anos ? O Princípio da Adaptação no treinamento desportivo, em tese, parece ser o mais simples de todos, mas, o que se verifica é um paradoxo; é o mais conhecido e ao mesmo tempo um dos mais ignorados quando aplicado. Como exemplo, podemos citar o aumento das distâncias percorridas por um iniciante na corrida em um mês. Nos parâmetros gerais do ACSM (Colégio Americano de Medicina Esportiva), o treinamento cardiorrespiratório (no nosso caso a corrida), pode ser realizado de três a cinco vezes por semana, com um tempo variando de 20 a 60 minutos. Suponhamos que o corredor realize três sessões sendo cada sessão com a duração de 20 minutos,
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Márcio Soares Fisiologista
totalizando 60 minutos em uma semana. O consenso internacional recomenda um aumento de 10% por microciclo (semana) em função do tempo ou distância percorrida. No nosso exemplo, o aumento seria de apenas de seis minutos por semana, podendo ser desdobrado em três sessões de 22 minutos. Parece muito pouco, não é verdade ? Muitos dirão: “Assim você não vai melhorar, o fulano corre tantos quilômetros todos os dias, por isso ele corre muito”. Agora, pense comigo, se eu aumentar 10% a cada semana, em dois ou três anos quanto não estarei correndo ? Claro que não se aumenta as distâncias indefinidamente, na verdade, cada pessoa tem o que se pode chamar de “limiar de lesão” em termos de quilometragem aliada a questão da intensidade. Se você estiver intrigado em entender como um corredor consegue treinar duas sessões por dia em seis dias na semana, pergunte há quanto tempo ele treina. Provavelmente a resposta será de alguns anos. Uma vez um aluno meu, médico, perguntou: Em quanto tempo eu vou virar corredor e atleta ? Fiz outra pergunta pra ele; Quanto tempo você levou pra se formar em medicina? Ele me respondeu: você tem razão. Vamos progredir mais devagar!Portanto, na nossa vida, no estudo e no esporte o desenvolvimento seguro ocorre através de adaptações que não se resumem a questão de poucos dias. Um novo ano se aproxima e com ele novas esperanças e realizações nos aspectos familiares, profissionais, espirituais e esportivos. Façamos do esporte aquilo que realmente tem como objetivo: saúde, diversão, alegria, socialização e comprometimento. Elabore um planejamento para o próximo ano, estabelecendo metas realistas para a sua condição atual. Haverá vários “próximos anos” e com o passar dos anos, através do treinamento, tornamo-nos mais adaptados. Uma equipe multidisciplinar composta por médico, nutricionista, fisioterapeuta e profissional de educação física qualificados certamente proporcionará um suporte adequado para desfrutar a prática esportiva e melhorar o desempenho. Feliz Natal, Próspero Ano Novo, Paz, Saúde e muitas corridas, pedaladas, triathlon, tênis, musculação, corrida de aventura, natação, remo, futebol etc... Feliz 2012! •