ideia ilimitada designers
PROMOÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL
IgesPAR–Instituto de gestão do património arquitectónico e arqueológico linha infantil de objectos promocionais
Porque achámos que conseguíamos fazer melhor, fundámos o atelier em 1992. Para nós, o design é muito mais do que uma disciplina técnica, que mistura criatividade e gosto. Actualmente, a promoção e divulgação são essenciais. Porém, a qualidade do discurso é o elemento diferenciador e aquele que poderá ser mais valorizado. É sobre essa qualidade e singularidade que trabalhamos. Contamos com a nossa experiência e capacidade para o potenciar. A promoção é particularmente importante no campo cultural, mas também é indispensável a vontade de fazer bem e fazer por bem. Passear numa exposição, receber um programa, ler um catálogo, visitar um site, ver um anúncio ou comprar um bloco na loja devem ser experiências significativas. “Não é a cola que faz a colagem”, dizia Max Ernst e nós sabemos que comunicar não é apenas coligir e organizar elementos em formas gráficas correctas. É por isso que procuramos em cada trabalho passar muito para além do fazer.
móbil
Em 1993, não era ainda claro que as lojas dos museus e monumentos eram um bem necessário, mas sabia-se, pressentia-se que faziam falta: a então polémica pirâmide do Louvre abre uma galeria comercial, demonstrando que os grandes museus tinham percebido que não sobreviveriam apenas das receitas de bilheteira. Não obstante o atraso de Portugal em relação a este movimento europeu, o então IPPAR (actual IGESPAR) sempre acreditou que poderíamos começar melhor, aprendendo com os erros dos outros. A estratégia que apresentámos ao IGESPAR passava por um olhar de forma diferente as lojas - encará-las não só como uma excelente fonte de receitas, mas também, e sobretudo, como uma óptima maneira de uma óptima maneira de prolongar o discurso dos museus e monumentos para as casas dos visitantes. Em vez de seguir o percurso de muitas instituições europeias (que concessionam as lojas dos museus assegurando somente uma área para livros e catálogos da instituição e supervisão na venda de produtos potencialmente ofensivos), o IGESPAR apostou no controlo das lojas e na construção de materiais de qualidade, que ultrapassassem a ideia de merchandising, incorporando o discurso, a excelência, a originalidade e a unicidade daquilo que representam. As lojas dos museus e do património portugueses conseguiram, assim, adoptar um plano inovador e original, quando comparadas com a prática seus congéneres europeus. Apostámos em não usar as imagens do património porque pensamos que assim se esgotam, desmaterializam e vulgarizam e começámos por trabalhar para os monumentos da zona de Belém associando-os aos Descobrimentos. Para iniciar o trabalho, decidimos criar uma linha infantil. Embora haja um gabinete pedagógico e um desenvolvimento de projectos educativos para acompanhar as visitas dos mais novos aos museus, até então nunca se tinha apostado na criação de materiais abrangentes e exigentes para crianças (competem num universo de solicitações comerciais que está altamente desenvolvido e que opera em múltiplas plataformas, do vídeo ao jogo electrónico, passando pela t-shirt, boneco em plástico, caneca, mala da escola, etc.).
personagens da linha infantil
mala de viagem mala de desenho
Construímos uma série de personagens identificadas como figuras-tipo do século XV/XVI português: o rei D. Manuel I, a rainha (apesar de ter que ser uma figura menos definida, desenhámos uma mulher evocativa
leque
de um dos casamentos), o navegador, o frade Jerónimo, o soldado e o marinheiro. Através destas personagens e dos objectos por nós desenhados, procurámos contar histórias, tendo sempre presente a noção de que através das lojas é possível prolongar o enriquecimento das visitas. livro-puzzle
Em cada desenho contamos uma parte da história, e assim vamos completando o grande puzzle sobre as histórias de Portugal; por exemplo, no perfume “Mares”, falamos dos cheiros e plantas novas que vinham do Brasil; no móbil, da relação entre a coroa e a divindade e da relação da Terra com o Sol.
eau de toillete “Mares” embalagem | frasco | amostra
Esta linha de objectos desenvolve-se há quinze anos sendo claramente um caso de sucesso. Numa segunda fase, modificámos ligeiramente a expressão gráfica das ilustrações para poder abrir o leque etário. Os desenhos anteriores eram ricos a nível plástico, o que muito contribuiu para a sua implantação e sucesso. Uma vez consolidada, foi necessário procurar soluções para a tornar apetecível a um grupo etário mais alargado. Para isso, mantivémos a estrutura mas modificámos ligeiramente a expressão das ilustrações, passando a privilegiar as linhas, os contornos, de forma a retirar alguma da carga infantil que as texturas acrescentavam. Com esta reestruturação, as peças passaram a ser aceites pacificamente até aos nove ou dez anos enquanto na versão anterior só eram bem aceites pelas crianças até aos seis anos.
apara-lápis | cartões de visita
pratos | canecas
pins | travessão | anéis
caixa de “jóias” redonda bolsa com fecho
embalagem/saco contendo vaso, sementes de linho e terra
Rota do Românico do Vale do Sousa objectos promocionais
O Românico no Vale do Sousa tem características que o distinguem do Românico português e europeu e agrega uma série de monumentos do período da fundação de Portugal. A Rota do Românico é uma ideia da Valsousa - Comunidade Urbana do Vale do Sousa - com o objectivo de valorizar a região, reforçar a identidade e promover novos paradigmas de desenvolvimento. Feito o restauro e valorização de um vasto conjunto de edificações - igrejas, pontes, torres, monumentos funerários - com características singulares em Portugal, começou o trabalho de divulgação, para o qual contribuímos, desenhando objectos para a promoção da Rota. Desde a primeira visita à região ficámos absorvidos pela beleza pura dos monumentos, uma espécie de alicerces do espírito, que nos lembravam estruturas, modos de fazer, visões do universo fundamentais. O projecto de promoção que apresentámos, procurou respeitar o espírito dos monumentos, criando objectos novos, originais que relembram coisas essenciais: pensar, construir, plantar, registar; apagar erros. O kit para plantar memórias é um dos projectos que mais expressivamente pode exemplificar as nossas intenções. Neste caso criámos uma forma de evocar a Rota e a região, mas que construísse simultaneamente uma memória que pode ser mantida viva. Construímos uma embalagem que contém um vaso em porcelana, um saco com terra, instruções de cultivo e sementes (de linho da região). Substituímos uma atitude normalmente passiva, por outra em que, mais do que comprar uma recordação, pretendemos que o visitante traga
caderno de pensamentos
uma lembrança viva, que cresce com ele e pela qual também é responsável. Aproveitando o carácter introspectivo que as paisagens e os monumentos inspiram, nesta primeira fase, produzimos também um caderno de pensa-
t-shirt embalada
mentos, uma caneta, lápis e borracha, uma t-shirt e os “Sousos”, bonecos de madeira montáveis com peças que podem ser trocadas entre cada um dos exemplares, feitos a partir de elementos escultóricos retirados
“Sousos”
das igrejas que integram a Rota do Românico do Vale do Sousa.
caneta
conjunto de pratos
moldura
Imc - Instituto dos museus e da conservação linha de objectos promocionais para bebés
O trabalho para as lojas dos museus portugueses, tutelados pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), desenvolveu-se em várias frentes.
caneca
Primeiro, a construção de uma linha geral para os museus portugueses que permitisse prover lojas em todo o País, mesmo em museus com colecções muito restritas, ou com um número de visitantes tão reduzido que inviabilizava a produção de uma colecção de objectos própria. Depois, desenvolveram-se objectos para lojas de museus e exposições específicas (Soares dos Reis,
chapéu
Museu Nacional de Arte Antiga, Museu dos Coches, etc.). E, por fim, apresentámos uma proposta original: construir uma linha de objectos para bebés. Ainda dentro do trabalho desenvolvido para os museus e para as suas lojas, propôs-se a ideia de exploração de um mercado novo: objectos para bebés. É certo que uma criança com seis ou nove meses, quando vai a um museu, não percebe o que vê; mas provavelmente sentirá que está num lugar
+
particular, com algum silêncio, que emana tranquilidade. Ao fazerem-se objectos para bebés a partir dos museus portugueses, procurou-se integrar ideias desta dupla relação: o prazer de visitar individual
estes espaços serenos e o gosto por aquilo que os museus representam - o contar histórias. Nesta perspectiva, faz todo o sentido pensar-se numa linha de objectos para o quotidiano do bebé; a crescente consciência da maternidade e da paternidade, a concentração que hoje em dia se verifica em torno da socialização da criança, da necessidade de lhe dar um mundo, conferem-lhe uma redobrada pertinência. O principal destinatário desta linha é, sem margem de dúvidas, a relação adulto-criança. O trabalho foi estruturado de forma a estimular o gosto por contar e por ouvir histórias, espicaçando consequentemente a vontade de partilhar e visitar estes espaços. A linha de objectos quotidianos para o bebé construiu-se a partir das formas de encaixe. A cada uma das formas foi atribuída uma textura criada a partir de um grande plano sobre uma obra provinda dos vários museus do IMC; a esta forma cheia com a textura foram adicionadas patas para se poder mexer e uma cabeça para poder falar.
puzzle para bebés avental
coser outras linhas
chapéu-de-chuva
Viva, cada peça pode participar numa história. Pode contribuir para implantar desde o início da relação de pai/mãe/filho o gosto por ouvir histórias e o gosto por as contar, «construindo» um adulto
vários clientes objectos promocionais
que as valoriza e que mais tarde estará disponível para as visitar,
AETEREA
A Aeterea foi formada com o objectivo de disponibilizar linhas de merchandising genéricas sobre o património português que pudessem ser adaptadas a diferentes contextos turísticos. O projecto era complexo, porque procurava representar características patrimoniais portuguesas genéricas, sintetizando também
no espaço dos museus.
a percepção sobre o País, de quem nos vê de fora.
A linha geral visava a criação de um corpo de objectos que pudesse ser
Para os adultos, usámos como referência o mar
comercializado em vários museus, na sequência da construção de uma imagem
e a repetição, usada com uma lógica que descende
e uma lógica para as lojas do IMC. Havia, por isso, a necessidade de se ser
do azulejo, a partir de elementos decorativos de vários
inclusivo e falar do papel do Instituto e das suas colecções, não identificar
monumentos. Para as crianças, usámos como estrutura
os objectos com um ou outro museu específico, mas salientar a política
criativa a diversidade do meio ambiente e dos animais
de criação de novos públicos e de atracção do cidadão para
que o habitam, usados enquanto portadores
o seu património exposto, como reflexo da sua identidade.
de uma memória criativa.
Criou-se uma serpente do desejo, ondulante, com uma textura rica e colorida feita com imagens provenientes de todas as colecções de todos os museus. Esta cobra da tentação para o conhecimento do espaço museográfico tem um padrão cromático rico e um intrincado textural cativante. Ao ser construída pela sobreposição de inúmeras imagens, a cobra cria um padrão abstracto e ao mesmo tempo concreto, feito de partículas altamente definidas - tem uma leitura pormenorizada e é, simultaneamente, formadora de uma imagem geral.
dominó
caneca
pALÁCIO nACIONAL DE mAFRA PALÁCIO nACIONAL DE sINTRA
Com a reformulação orgânica operada pelo Ministério da Cultura, alguns monumentos passaram da tutela do IGESPAR para o IMC; esta transição obrigou a que se repensasse a linha infantil anteriormente desenhada. Optámos por personificar os reis que estiveram na origem dos monumentos (D. João V e D. Manuel), afastando-os do plano quase mítico, em que por vezes são retratados. Transformando os reis em personagens, procurámos criar empatia e afecto pelo que foram e representam.
Museu nacional Machado de Castro
O Museu Machado de Castro em Coimbra foi alvo de uma profunda e longa reestruturação arquitectónica. O nosso trabalho começou pelo site do museu, disponibilizando um primeiro contacto com o enorme património que este guarda, e estava inacessível. Com a abertura em 2009 do primeiro pólo do museu, o Criptopórtico Romano, e tendo-nos sido solicitada a criação de uma linha de objectos para crianças para este núcleo, desenvolvemos um sistema de personagens feitas a partir das esculturas das cabeças romanas, que dialogam sobre
Para Sintra, uma das ideias centrais foi olhar para as Descobertas
as inovações que eram introduzidas no quotidiano romano
como um movimento globalizador, que juntou mundos distintos
de Aeminium: estradas, aquedutos, criptopórtico, etc.
através da valorização da imagem da esfera armilar.
A herança Romana ainda está parcialmente viva na cidade
Em Mafra, o poder real e o brilho da riqueza ficaram mais presentes.
e com este projecto pretendemos também afirmar o museu
Em ambos, procurou-se caracterizar o tempo e o espírito,
como uma referência fundamental para compreender
por intermédio do traço e da plasticidade das ilustrações.
a história e as histórias que foram formando a vida da cidade de Coimbra.
http://mnmachadodecastro.imc-ip.pt/
INSPIRE Fundação Calouste Gulbenkian embalagens, objectos promocionais e campanha institucional
logo e slogan da campanha
A Fundação Calouste Gulbenkian é uma referência em inúmeros aspectos - não só nas artes, ciência e letras, como também na divulgação do seu património e no esforço que faz para equilibrar os consumos
A campanha para a redução do consumo de energia
energéticos dos seus edifícios num exemplo de racionalização.
na Fundação Gulbenkian teve como fim sensibilizar
A ideia ilimitada orgulha-se por colaborar com a Fundação no desenvolvimento
os funcionários e dar-lhes a conhecer o esforço
de estratégias para estas duas últimas necessidades.
dispendido pela Fundação na reestruturação de equipamentos que permitissem reduzir
As lojas dos museus - excelentes locais para prolongar o discurso
e racionalizar o consumo energético.
dos museus, integrando-o na vida, hábitos e costumes dos visitantes - são também excelentes locais de promoção do próprio museu.
A mensagem não foi de poupança mas de racionalização.
Os embrulhos e os sacos de transporte, no contexto actual da sociedade
O tema da campanha - «Energia: use com inteligência»
de consumo, são quase tão importantes e significativos como aquilo
- introduz a ideia do desperdício enquanto irracionalidade,
que embrulham e transportam, já que contribuem de forma decisiva
só admitindo por isso uma contraproposta lógica, isto é,
para a construção de uma identidade e para a criação de relações
um uso razoável dos recursos. Nos vários espaços
com os objectos. Os objectos dos museus, por sua vez, constituem-se
de trabalho da Fundação, desde as garagens até
como um testemunho particular de algo único, tão excepcional que foi
ao refeitório, foram instalados elementos com sugestões
eleito para figurar no lugar por excelência do que é extraordinário e valioso.
e conselhos sobre formas de eliminar desperdícios energéticos e usar recursos sensatamente. A campanha
Os sacos de transporte e embrulho desenhados para as lojas da Fundação Calouste Gulbenkian são um dos pormenores que revelam a forma
sacos de transporte
como a instituição encarou a sua promoção e um exemplo, entre vários,
tinha ainda outros elementos gráficos, com mensagens mais completas e informativas, que actuavam de forma tranquila no quotidiano dos funcionários, ajudando-os
de como é possível e desejável tratar da promoção de forma integrada.
a introduzir hábitos diferentes no dia-a-dia e a inverter
Os sacos de embrulho existem para que este processo possa ser feito
situações de desaproveitamento instaladas.
de forma rápida e eficaz. Do lado de fora, têm uma imagem espartana que potencia a surpresa do interior: a vida da relva brilha antes mesmo de revelar a verdadeira razão para o embrulho. Os sacos de transporte, que irão conduzir os de embrulho, serão um elemento de permanência que, provavelmente, irá sobreviver a esta sua função primária. Também têm
painéis da campanha
relva no interior - o elemento que une a Fundação e o CAM e que é uma paisagem sempre presente para o visitante mesmo a partir do interior, através dos enormes vidros que abrem a arquitectura ao jardim. Na face exterior, os sacos são mais expressivos, precisamente porque são enviados da Fundação, e porque se pretende que sejam estimados e reutilizados, noutros contextos e para outros transportes. Para as lojas da Fundação, foram ainda desenhados alguns objectos originais, não só nos motivos e imagens que incorporam, mas também na sua essência. Desde a caneca até ao caderno de criatividade, todos os objectos criados e projectados pela ideia ilimitada para os vários museus e instituições são desenhados, construídos e produzidos propositadamente para cada realidade, todas elas diferentes.
embalagem
era, Arqueologia museologia
Banco de Portugal museologia e edição de conteúdo audiovisual
O Povoado Megalítico dos Perdigões estende-se por uma área circular de 16 quilómetros de diâmetro, e é um dos mais importantes povoados ibéricos, descoberto por acaso, aquando da revolução da terra para
Num museu localizado dentro do edifício-sede do Banco de Portugal,
cultivo numa das herdades de vinha da Finagra.
a segurança necessária ao banco central limita em muito a relação
Feita a descoberta, a empresa decide investir no conhecimento
do espaço com os visitantes. Este não é, claramente, um museu aberto
e na promoção deste património, e patrocina os trabalhos de arqueologia
mas, antes, um espaço que se quer dar a conhecer ao público,
na perspectiva de uma visão mais definida do povoado e da história
para poder explicar o valor do dinheiro e a evolução do conceito,
daquele local.
contar a história da moeda ao longo dos tempos, seu fabrico,
A partir das escavações e do trabalho de interpretação dos arqueólogos,
convenções e materiais.
pensa-se numa exposição para a reconstruída Torre do Esporão,
Para resolver o facto de se encontrar encerrado em si mesmo, decidiu-se
ex libris dos vinhos da Finagra, que passa a ocupar todo o primeiro
tornar o museu visitável a partir da Internet: se os visitantes nem sempre
piso, e é dividida em quatro núcleos, de acordo com uma lógica
podem ir ao museu, o museu vai até eles. O ponto de partida foi o desenvolvimento de uma visita virtual
museológica definida pela ERA, Arqueologia. http://www.bportugal.pt/root/servs/museu/virtualtour_p/intro.html
- através das potencialidades da Internet - que desse a conhecer o espaço,
complicadas, resultantes de uma forte presença da arquitectura
uma vez que a presença in loco nem sempre o permite. Através de animações
e de uma intervenção de luz tosca, feita a partir do chão,
feitas em Quicktime VR a partir do espaço físico do museu, de filmes 3D
foi necessário antes de mais criar um isolamento para quem vem
e animações, o visitante fica a conhecer o espaço, pode aproximar-se
do exterior (banhado pela luz esmagadora do Alentejo), de modo
das peças e estudá-las melhor. Pode, até, manuseá-las virtualmente:
a que os materiais expositivos pudessem ser fruídos e não apenas
virar uma peça, isolá-la, comparar desenhos, ler as inscrições ou ver
consumidos - de realçar a importância do chão escuro, que forma
um filme que descreve a construção e uso de uma moeda, de uma máquina de cunhar, ou de um torno geométrico que produz padrões de segurança são alguns exemplos do que se pode fazer nesta visita virtual. Dado o sucesso e a aceitação do trabalho, neste momento estuda-se a viagem em sentido contrário, ou seja, procura-se perceber de que forma é possível utilizar construtivamente a informação disponibilizada online na visita presencial.
Dadas as características do local, com condições de exibição
filme 3D sobre o funcionamento do torno geométrico na produção de moeda
um vácuo visual, em que os únicos pontos de ancoragem são os painéis informativos, retroiluminados. Para que o visitante perceba o povoado e entenda uma arqueologia em construção, feita do confronto de opiniões e de hipóteses, o percurso desta exposição inicia-se com a informação que contextualiza o monumento, o local e a sua importância, e termina na sua necrópole, fornecendo simultaneamente informação sobre alguns dos materiais aí existentes.
MANTER VIVA A BIBLIOTECA Biblioteca cine-teatro Municipal de sesimbra sistema de sinalética do espaço
Actualmente, é predominante a concepção da informação enquanto elemento neutro, quase «transparente», e a orientação ou sinalização é muitas vezes reduzida ao essencial, limitando-se a orientar percursos e a marcar lugares. Se num hospital ou num aeroporto a efectividade da sinalização é fundamental e deve ser claríssima e inquestionável, noutros casos, como no da Biblioteca Cine-Teatro de Sesimbra, esta função (indicar, sinalizar) deve ser equilibrada com outras decrescentes. Um equipamento como uma biblioteca, ou um cine-teatro, faz parte da construção da esfera pública educada e racional da sociedade. Para que possa ser um instrumento de elevação e exemplaridade, o edifício deve procurar ser usado pelo cidadão, ao mesmo tempo que deverá amigável e cativante. E a sinalização pode contribuir para convidar e fazer percepcionar o espaço como um local de imaginação e ideias novas. Com este objectivo, transformou-se a sinalização numa parte convidativa e, simultaneamente, num elemento que usa o edifício. Esta não está colocada sobre a arquitectura, mas integra-a e faz parte da mesma, procurando transformar-se num interface amigável com os seus conteúdos e com os visitantes que os procuram. Os pictogramas foram aqui usados como pretexto e não como ferramentas da informação. A proposta foi construída com base no sistema do designer Otl Aicher - concebido para os Jogos Olímpicos de Munique de 1972, tornou-se no modelo para os sistemas de informação —, mas convidaram-se os desenhos a entrar no espaço e a usarem-no. Por isso, foram idealizados fora da escala habitual e tomaram a proporção humana. São personagens, e não apenas símbolos, que vivem no edifício e lhe dão vida, inclusive à noite, através do enorme vão em vidro que abre a biblioteca à cidade.
Para reforçar o sentimento de proximidade, sempre que sinalizam os conteúdos, os pictogramas foram feitos com elementos do edifício; já quando informam sobre serviços, enchem-se com imagens da cidade. Na biblioteca infantil, por exemplo, os pictogramas são feitos de livros e texturas plásticas. Os elevadores são, por sua vez, marcados com as imagens dos números da Polícia de Sesimbra (que são particulares), e os sanitários e a cafetaria estão identificados com imagens da vida de Sesimbra (o mar, as esplanadas).
edições próprias
O FUTEBOL É SÓ UM PORMENOR Em 2004, o País parecia subjugado ao futebol. O campeonato europeu asfixiava todos os temas de conversação e cada vitória da Selecção Nacional era celebrada com uma euforia desmedida. Quem não conseguia ser contagiado pelo optimismo futebolístico parecia um antipatriota. É neste contexto que editamos uma linha de t-shirts intitulada “o futebol é só um pormenor”. Usando uma linguagem gráfica inspirada nas camisolas dos futebolistas, elegemos cinco acontecimentos importantes para o País e fizemos uma t-shirt para cada um deles: 1143 Zamora, sobre o Tratado da Fundação; 1487 Boa-Esperança, pela passagem do Cabo das Tormentas; 1640 Restauração sobre a restabelecimento da Independência; 1869 Escravatura, referindo-se ao pioneirismo português na abolição deste regime, e 1974 Liberdade sobre o termo do Estado Novo. PLANTALAMP © vaso-candeeiro
UM PENSATIVO CAFÉ Usando um material tipicamente português, a cortiça, desenhámos estas chávenas de café em porcelana. Aproveitando o facto de a cortiça ser termo-isolante, foi possível retirar as asas e construir chávenas muito confortáveis ao tacto e com uma pureza formal que se liga ao prazer de um pensativo café. UM PENSATIVO CAFÉ chávenas de café com isolamento térmico de cortiça
PLANTALAMP© Este candeiro, feito em porcelana, tem a particularidade de poder ter a luz a surgir da terra. Pensado como um vaso de onde nasce uma luz, traz novamente a terra para o interior da casa. O Futebol é só um pormenor costas da t-shirt “1974–Liberdade”
da colecção de onze t-shirts sobre factos significativos da história portuguesa, editada no contexto do Euro 2004
frente da t-shirt “1974–Liberdade”
Aicep–Agência para o investimento e comércio externo de portugal promoção nacional
Para as reuniões de chefes de Estado que marcaram o fim da presidência Portuguesa da Comunidade Europeia, o AICEP quis oferecer aos representantes dos diferentes países um objecto que falasse do Portugal actual. O pedido, feito em aberto, levou-nos a propor um bloco de notas: um elemento que poderia ser útil no contexto da missão que os reunia em Lisboa. Este bloco de notas, em vez de ser apenas de escrita, continha entre as suas páginas várias ideias que querem contribuir para instalar uma percepção diferente sobre o nosso país. Criámos quatorze temas que correspondem a outras tantas ideias que nos distinguem. Nós temos uma “paixão lúcida”, não é passional como a dos espanhóis ou italianos. Estamos “disponíveis para desordenar” porque temos a capacidade de fazer desvios à norma se nos parecerem produtivos, ao contrário dos alemães, por exemplo. A cada um destes temas fizemos corresponder duas ideias, uma do passado e outra do presente, que os representam. Porque a missão deste bloco é contribuir para mudar alguns pré-conceitos instalados sobre aquilo que somos e o valor que temos, usámos uma linguagem visual pura e sintética, procurando valorizar as ideias e os significados: pense português.
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capa do caderno Pense Português e duplas páginas do interior
Max Ernst