Resgatando a Cultura Desde a revolução industrial, no século XIX, o empreendedor enfatiza a produção como o ponto mais importante para o sucesso de seu negócio. Hoje, Guanambi tem um novo olhar para o desenvolvimento procurando cada vez mais ampliar os atendimentos na área da saúde, educação, infra-estrutura, planejamento, urbanização, cultura, lazer, enfim, o crescimento de um povo. O desenvolvimento local prevê a valorização, não só da vocação produtiva da região, mas também da sua comunidade e de cada pessoa que participa dela. Os investimentos na área do capital humano e social são pontos essenciais desse novo caminho que vem sendo trilhado. Nilo Augusto Morais Coelho Prefeito do Município de Guanambi
Charles Fernandes Silveira Vice-Prefeito do Município de Guanambi
Solange Maria Oliveria Coelho Primeira Dama do Município de Guanambi
Lindalva Ferenades Bezerra Secretária Municipal de Assistência Social
Mirani Júlia Fernandes Diretora do Departamento de Planejamento e Execução de Assistência Social
Suelha Fernandes Teixeira Viana Coordenadora da Feira do Luar
Rodrigo R. Lyra Consultoria em Design
Mario Bestetti Fotografias / Projeto Gráfico
2008©Prefeitura Municipal de Guanambi
Estimular as habilidades e o talento das pessoas é uma maneira de dar força às riquezas locais. E foi através da pesquisa que se percebeu a grande necessidade de valorizar essa gente que tanto sabe fazer e fazer muito bem o artesanato. Artesanato é uma manifestação popular, conhecida por sua diversidade e que vem oferecendo uma excelente oportunidade para a geração de emprego e renda nestes últimos tempos aos artesãos do Município de Guanambi de forma bastante inovadora. Com a criação da Feira do Luar, no governo de Nilo Coelho, Guanambi abriu suas portas para mostrar não só a população local, a variedade e a riqueza que tínhamos às escondidas. Assim, com o investimento e o fortalecimento de toda essa produção foi lançado o Projeto: “LUARTE”, cujo objetivo foi resgatar a tecelagem em nosso município. Para tal fortalecimento, buscou-se a parceria do Instituto Visconde de Mauá em Salvador/BA e, posteriormente, a valiosa e competente consultoria do Designer Rodrigo Lyra, que desenvolveu um belíssimo trabalho com a equipe de artesãos de Guanambi. Foi algo muito valioso e que envolveu critérios, como a clareza dos objetivos na condução da prática. A existência de indicadores de resultados positivos para nossos artesãos e o município, a inovação, a criatividade, o impacto na construção dos saberes e o envolvimento com ações sócio culturais. O Projeto LUARTE veio para organizar o setor artesanal em Guanambi e empresarialmente os artesãos, mantendo a vocação natural de cada um, buscando novas formas de comercialização e preparando de forma bastante contagiante os aprendizes da ARTE. O sucesso foi tão grande que alçamos novos vôos e buscamos parceiros onde planejamos, organizamos e apresentamos a I Feira das Cidades com a efetiva participação e parceria da Câmara Municipal de Vereadores de Guanambi, Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL, o comércio local e todos os municípios circunvizinhos em setembro de 2007. A I Feira das Cidades foi realmente um sucesso e assim como todos os projetos elaborados são resultados de uma atuação corporativa responsável, que veio promover e fortalecer a cidadania, com idéias e projetos inovadores, todos ligados ao desenvolvimento sócio-econômico-cultural, à geração de renda, beneficiando Guanambi e região. Por tudo isto, finalizo dizendo que este envolvimento é algo que me dá ânimo, é alegria, é doação, é servir e, acima de tudo, amor e paixão no saber fazer.
Solange Coelho
Artesanato é uma manifestação popular, conhecida por sua diversidade e que vem oferecendo uma excelente oportunidade para a geração de emprego e renda nestes últimos tempos aos artesãos do Município de Guanambi de forma bastante inovadora.
Fiação e Tecelagem
A cultura do algodão é a base para a produção artesanal em Guanambi.
Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
Os Bitús, colchas de fios de algodão, tecidos no tear e bordados a mão, são uma herança que atravessam gerações. Toda menina aprendia com a mãe a fiar e quando casava, levava como dote sua roda e seu fuso.
Produtos desta página: Caminho de Mesa Azul e Branco em Tecido de Tear em Bainha Aberta. Flores de Palha de Milho. Gamela em Alumínio Reciclado. Conjunto de Toalhas em Tecelagem Bordada. Bitus em variados padrões.
Marambai a Marambaia
Em Guanambi, esta é a denominação local para o macramê, técnica de origem árabe trazida da península ibérica pelos portugueses.
Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
... de nó em nó, artesãos unem os fios que formarão intrincados modelos de franjas.
Produtos desta página: Toalhas Brancas com Barras Bordadas e Franja em Marambaia. Toalhas em Tecido de Tear com Barras Bordadas e Franjas em Marambaia.
Bordado Bordado
Centenários motivos bordados em ponto cruz são transmitidos de mãe para filha há mais de 3 gerações Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
O ponto cruz decora a renda branca que formava os enxovais.
Produtos desta pรกgina: Toalha Branca com Barra Bordada e Franja em Maranbaia. Motivos Tradicionais em Bordado de Ponto Cruz de Guanambi.
Cerâmica Cerâmica
A tradição de técnicas antigas tempera a produção de panelas em Morrinhos. Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
O fogão a lenha, presente em toda residência da Serra Geral da Bahia só está completo com as panelas de barro.
Produtos desta página: Cuscuzeiro. Caldeirão (Pequeno/Médio/Grande). Panela de Cabo (Pequena/Média). Caminho de Mesa em Tecido de Tear e Bainha Aberta. Machucador de Temperos e Gamelas em Alumínio Reciclado.
Pintura em Tecido
Originalmente ornamentação dos interiores das sedes de fazendas, a pintura decora hoje produtos de cama, mesa e banho. Catålogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
Os painéis decorativos da Casa de Dona Dedé são as grandes inspirações para os artesãos. Produtos desta página: Coleção Casa de Dona Dedé: Jogo Americano Comprido com Franja de Marambaia. Conjunto de Toalhas com Franja de Marambaia. Caminho de Mesa com Franja de Marambaia. Estola. Jogo de Mesa Capulho.
Aproveitamento de
Materiais
Retalhos, fibras, madeira e até alumínio ganham novas formas e usos pelas mãos dos artesãos de Guanambi. Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
A cultura popular aliada à responsabilidade ambiental recria com criatividade objetos do cotidiano. Produtos desta página: Colar e Brinco em Cestaria e Marambaia. Colar em Sementes e Madeira Entalhada. Garças. Boneco Batuque. Oratório em Madeira Entalhada com Imagem e Flores de Palha de Milho. Colcha de Metalasse e Aplicação de Retalhos. Caixas Multiuso com Motivos da Serra Geral. Cabaças em Alumínio
Guanambi: centro econômico da Serra geral da Bahia
O Município de Guanambí tem uma área de 1.292 Km2 quadrados, localizado na região da Serra Geral, a uma altitude de 525m acima do nível do mar. Sua distância da capital Salvador, na direção oeste-sudoeste em linha reta, é de 490 quilômetros. Seu território faz limites com Igaporã, ao norte; Caetité, a nordeste; Pindaí, a leste; Candiba e Sebastião Laranjeiras, ao sul, e Palmas de Monte Alto, a oeste. No relevo pouco acidentado do município se destaca a Serra do Espinhaço, no limite com Caetité. O clima é quente e seco, entre 22 e 35 graus centígrados. O período da chuva se dar entre os meses de setembro a março. Seu relevo caracteriza-se pela presença do Pediplano Sertanejo, das superfícies dos Gerais e do Planalto do Espinhaço. A vegetação que predomina é do tipo rasteira, onde se destacam os terrenos de capoeira, apresentando uma grande fertilidade para o cultivo de algodão, feijão, mandioca, milho etc. São também de destaque a cultura da mandioca e a pecuária. Guanambí é também pólo regional, as atividades econômicas se diversificaram com destaque para o setor de serviços. As origens do município remontam a criação do distrito de Bela-Flor no município de Monte Alto, com sede no arraial de Beija-Flor. Embora oficialmente tivesse a denominação de Bela-Flor, por muito tempo persistiu o nome de Beija-Flor, com o qual se tornara conhecido. Em 1898, quando criada a agência postal, o nome de Beija-Flor foi o empregado na feitura
“Guanambi”:procedência etimológica Tupy Guarany das palavras “guainumbi, guanumbi, guanambi”, que significam beija-flor. do carimbo de postagem, o qual permaneceu sendo utilizado pela repartição até alguns anos depois da criação do topônimo Guanambí. A história da formação do município liga as denominações de Bela-Flor e de Beija-Flor a uma tradicional festa que havia no arraial em homenagem ao padroeiro Santo Antônio. Durante a cerimônia havia uma sessão de beijos e de mimos para a imagem do padroeiro, promovida por uma menina, Flor (que teria o nome de Florinda), filha da devota Bela (provavelmente Belarmina). A maioria dos que assistiam à cerimônia era formada de jogadores e festeiros, e todos gritavam: “Beija, flô; beija flô”. O historiador, Domingos Antônio Teixeira em seu livro Respingos Históricos, defende que a denominação Beija-Flor foi dada ao arraial em homenagem à pequena ave da espécie colibri. Segundo o historiador, o terreno sempre úmido de vazante, contíguo ao local do arraial, permitia a existência de flores silvestres e, em conseqüência, a presença de muitos beija-flores. Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
A preservação das técnicas artesanais originais faz do artesanato da região, peças de valor único.
Guanambi: tradição e renovação da produção artesanal.
A Feira do Luar é uma iniciativa da Secretaria de Ação Social da Prefeitura Municipal de Guanambí que tem como objetivo proporcionar ao artesão expor seu trabalho o que vem dinamizando o comercio e atividade de produção artesanal local. O evento,vem ocorrendo de forma constante, e já esta incorporado a agenda da cidade e atuou de maneiro muito positiva na melhoria da auto estima dos artesãos que produziam e não expunham sua produção de forma mais ampla ou produziam para outros mercados. A receptividade da população local, que passou a conhecer o que se produzia de forma artesanal na sua cidade, foi muito boa, tornando a feira um sucesso também comercial. O local escolhido para sediar a feira, no centro da cidade também foi escolhido de forma estratégica para revitalizar a região nos finais de semana, quando o movimento torna a região pouco freqüentada. Entre estas atividades estão as desenvolvidas com o apoio do Instituto Mauá. Mercado das Artes. O antigo mercado municipal de abastecimento, construido em 1951 em estilo Art Decó, abriga hoje o Mercado das Artes, seu interior foi adaptado e dividido em lojas que comercializam produtos artesanais e manualidades. Além
das lojas há uma lanchonete e um espaço que pode abrigar exposições associadas à produção do artesanato tradicional do município e da região da Serra Geral. A Casa de D. Dedé, D. Deolinda Pereira Martins, falecida em 1967, como é conhecida, possui características de casa suburbana com tratamento neoclássico, segue a tipologia das casas tradicionais de fazenda da Serra Geral e Chapada Meridional, isto é, planta retangular recoberta por telhado de quatro águas. Sua planta, das mais típicas, apresenta três faixas de uso: salões sociais, alcovas, sala de jantar e quartos que se abrem para as fachadas laterais. Todos os cômodos apresentam pinturas murais policromadas, em forma de barras com motivos florais e pintura tipo tapete. A casa conserva ainda mobiliário do final do século passado. Além do seu valor arquitetônico, a casa de D. Dedé, é um importante ponto de referência para os habitantes de Guanambi, e por estes motivos o imóvel foi adquirido e restaurado pela Prefeitura Municipal com apoio técnico do IPAC - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. A casa de Dona Dedé hoje abriga um centro cultural e esta aberta ao público.
Catálogo de Produtos Saberes e Fazeres
2008
Reunião das artesãs dos diversos grupos para foto do grupo na Casa de Dona Dedé.
A partir do resgate das tradições, o artesanato de Guanambi se diferencia em novas formas de orçanização.