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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO - EDIÇÃO 2015
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EDITORIAL
Hora da decisão
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Brasil vive um momento decisivo para os rumos da economia nacional. Diante do recuo de 6,6% da produção física industrial de janeiro a julho e da possibilidade de o Produto Interno Bruto fechar o ano em queda de 3%, lideranças de todos os setores se unem para encontrar soluções que coloquem nosso país novamente no caminho do desenvolvimento. A indústria, em especial, é uma das mais prejudicadas: a carência de investimentos em infraestrutura, as altas taxas de juros e a carga tributária crescente somam-se à crise política, criando um ambiente de pessimismo e inibindo investimentos privados. A partir dos anos 2000, a indústria de transformação perdeu participação no PIB brasileiro de forma acentuada, chegando aos mesmos 13% da Era JK. O Governo Federal, contudo, age na contramão do que aponta a história: gasta mais do que arrecada e insiste na criação de novos impostos para suprir uma carência que não será resolvida com aumento de arrecadação. Enquanto isso, o desemprego cresce nos principais setores da economia e o país entrou em recessão, com dois trimestres de retração. As saídas para a crise exigirão medidas amargas, prevê o Executivo federal, mas os setores produtivos não podem ser os únicos penalizados. O Espírito Santo também enfrenta difiMARCOS GUERRA culdades, a exemplo de setores tradicionais, é presidente do como as indústrias de alimentos, móveis, Sistema Findes vestuário e construção civil. Entretanto, o Estado tem contribuído para os resultados significativos registrados na indústria: com uma política de atração de investimentos, estamos recebendo novas empresas no interior e ampliando os principais parques industriais. A chegada de cadeias produtivas de maior valor agregado moderniza a produção capixaba e nos permite olhar para o futuro de forma mais otimista – um otimismo com pés no chão, estruturado em investimentos nos próximos anos.
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A contextualização, ainda que breve, mostra-se necessária para compreendermos a importância do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”. Neste momento de dúvidas, em que precisamos acreditar no potencial do nosso Estado, ter informação confiável é fundamental. Mais uma vez disponibilizada em plataforma digital e em versão bilíngue, a publicação é um retrato fiel da economia capixaba e serve de bússola para novos investimentos. Com rankings, cases de sucesso, análises e artigos de especialistas, o anuário IEL é vital para analisarmos o desempenho de quem contribui para o crescimento do Espírito Santo. Um dos destaques desta edição é o caderno especial elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies). O material avalia em minúcias o desempenho da economia capixaba, analisa as 200 maiores empresas segundo sua distribuição setorial e regional, além de medir as expectativas dos gestores com relação a investimentos futuros. Neste ano, a publicação traz mais uma novidade, o “Prêmio IEL-ABRH: Melhor empresa para se trabalhar no Espírito Santo”, que reconhece ações de excelência em gestão de pessoas, servindo de exemplo para melhorias nas demais instituições. Confio na resiliência da economia capixaba e em nossa força para mudar a realidade atual. Desejo que a leitura do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” possa inspirar nossas lideranças e promover um novo ciclo de geração de renda e emprego para todos os capixabas. Uma boa leitura a todos!
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ÍNDICE Editorial
04 Hora da decisão Marcos Guerra
ARTIGOS
Desenvolvimento Econômico e Social 10 Oportunidades no Espírito Santo Paulo Hartung
Indústria
12 A contribuição da indústria brasileira Robson Braga
Gestão Empresarial
14 O sentimento do empresário Aristóteles Passos Costa Neto
Economia
16 Caminhos para a retomada do desenvolvimento Ana Paula Vescovi
Gestão Empresarial
20 A nova versão da ISO 9001:2015 Luiz Nascimento
Educação
22 Educação profissional é investimento para hoje e para o futuro Rafael Lucchesi
Gestão
126 Análise - Emanuel Junqueira 132 Metodologia 134 Informações gerais, análises e estatísticas 163 Análise Ideies 184 Sistema Findes
ECONOMIA CAPIXABA (CONTINUAÇÃO) 192 Alimentos e Bebidas 196 Mercado Financeiro 198 Saúde 202 Comércio Varejista 204 Agroindústria 208 Comércio Exterior 210 Móveis 214 Políticas Públicas 216 Vestuário 220 Educação 224 Inovação 226 Química e Embalagens 228 Meio Ambiente e Sustentabilidade 230 Indústria Criativa 232 Turismo
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (FINDES) Presidente:
Marcos Guerra
1º vice-presidente: Vice-presidentes:
Gibson Barcelos Reggiani Aristóteles Passos Costa Neto, Benízio Lázaro, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Elder Elias Giordano Marim, Egidio Malanquini, Houberdam Pessotti, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Manoel de Souza Pimenta Neto, Sebastião Constantino Dadalto José Augusto Rocha Sérgio Rodrigues da Costa Tharcicio Pedro Botti Ronaldo Soares Azevedo Flavio Sergio Andrade Bertollo
1º diretor administrativo: 2º diretor administrativo: 1º diretor financeiro: 2º diretor financeiro: 3º diretor financeiro: Diretores:
Almir José Gaburro, Atilio Guidini, Elias Cucco Dias, Emerson de Menezes Marely, Ennio Modenesi Pereira II, Jose Carlos Bergamin, José Carlos Chamon, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Luiz Henrique Toniato, Loreto Zanotto, Mariluce Polido Dias, Neviton Helmer Gasparini, Ocimar Sfalsin, OrtêmioLocatelli Filho, Ricardo Ribeiro Barbosa, Samuel Mendonça, Silésio Resende de Barros, Tullio Samorini, Vladimir Rossi
Superintendente corporativo:
Marcelo Ferraz Goggi
Desenvolvimento Econômico e Social 236 A retomada do crescimento Gibson Barcelos Reggiani
Educação
Indústria
242 Panorama energético no Estado em tempos difícies Henrique Mello de Moraes
Gestão Empresarial
Ano XIX – nº 19 – Outubro/2015 - Publicação anual - Venda proibida
ARTIGOS (CONTINUAÇÃO)
24 O caminho para o Brasil voltar a crescer Jairo Martins 26 Diálogo e soluções compartilhadas para construir o futuro que todos queremos Ricardo Vescovi 28 Desafios para a nova política industrial do Brasil Armando Monteiro 32 Cenário internacional e nacional demanda medidas urgentes e conjuntas Benjamin M. Baptista Filho
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INSTITUCIONAL
238 Mão de obra bem qualificada no ES: estamos capacitados? Alexandre Nunes Theodoro
Energia e Infraestrutura Inovação
246 C rédito para inovação Luiz Paulo Vellozo Lucas
PRODUÇÃO TÉCNICA – INSTITUTO EUVALDO LODI (IEL-ES) Diretor Regional: Marcos Guerra Diretor para Assuntos do IEL-ES: Aristóteles Passos Costa Neto Superintendente: Fábio Ribeiro Dias Equipe Técnica:
F ernando Gomes Pereira – Gerente da Unidade de Negócios e Projetos e equipe Marcus Vinícius Tavares Cabral – Especialista Emanuel Junqueira de Mattos – Consultor Antonio Fernando Doria Porto – Diretor-executivo do Ideies e equipe
Economia
36 Você: remando para longe da crise Carlos Alberto Júlio
248 Resgate histórico do Espírito Santo Angela Maria Morandi
Equipe de Apoio:
C arla Mara Pereira Franco – Gerente da Unidade de Gestão Estratégica e Operações e equipe
Energia e Infraestrutura
Gestão de Pessoas
Marketing:
Cintia Coelho Dias – Gerente da Unidade de Marketing do Sistema Findes e equipe
Relações com o Mercado:
Simone Dttmann Sarti – Gerente da Unidade de Relacionamento com o Mercado do Sistema Findes e equipe
40 Aumentar a eficiência para crescer sustentavelmente José Luiz Marcusso
Gestão de Pessoas
44 M udanças no ambiente de trabalho: já! Carlos Hilsdorf
Indústria
46 Os diferenciais da indústria capixaba Maurício Max
Educação
48 O tsunami das novas ocupações. E agora? Claudio de Moura Castro
ECONOMIA CAPIXABA 52 58 60 62 64 68 72 74 78 80
Abertura - Cenário e Perspectivas Petróleo e Gás Rochas Papel e Celulose Logística e Infraestrutura Mineração e Siderurgia Energia Construção Civil e Pesada Serviços Metalmecânico
PESQUISA IEL-ES 84 86 88 90 92 94
Metodologia Empresário Destaque Executivo Destaque Empresa Destaque Prêmio IEL em Gestão 2015 Prêmio IEL/ABRH
DESTAQUES EMPRESARIAIS 96 100 104 108 112 114 116 118
Sesi Senai Garoto Vale Samarco Sicoob Coimex VTO
RANKING 200 MAIORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO 124 Introdução 125 O que você encontra neste encarte
252 O amor funciona na vida corporativa? William Douglas
Gestão Empresarial
256 Inovação, infraestrutura e educação: o melhor caminho para sair da crise Decio Luiz Chieppe
Contatos: (27) 3334-5721 Iel200maiores@findes.org.br
Gestão de Pessoas
Jornalista Responsável:
Justiça e Cidadania
Endereço: Av. Nossa Senhora da Penha, 2.053, Ed. Findes, 2º andar, Santa Lúcia Vitória (ES), CEP: 29056-913 Tel: (27) 3334-5754 • Fax: (27) 3225-7958 200maiores@findes.org.br
258 Transparência marca as relações de trabalho nas empresas modernas Danielle Quintanilha 262 A evolução legislativa do direito à informação Domingos Augusto Taufner
Desenvolvimento Econômico e Social
264 O crescimento das micro e pequenas empresas Heloísa Menezes
Designer da Marca 200 Maiores: Cristina Xavier Breno Arêas (MTB-ES 2933)
Produção Editorial: www.lineapublicacoes.com.br (27) 2123-6500 Coordenação editorial:
Mário Fernando Souza
Coordenação de produção:
Cláudia Luzes
268 Tempos de censura Cacau Monjardim
Coordenação de conteúdos:
Márcia Rodrigues
Textos:
Economia
na Lúcia Ayub, Camila Ferreira, Fernanda A Zandonadi, Gustavo Costa e Nadia Baptista
Editoração:
Michel Sabarense e Genison Kobe
Apoio:
Jéssica Nonato
Tradução:
Lorena Caetano
Fotos:
Arquivo Next Editorial, Jackson Gonçalves, Leonel Albuquerque, Renato Cabrini e Shutterstock
Educação
270 Capacidade para competir José Eduardo Azevedo 272 Concessões e parcerias público-privadas (PPPs) Olavo Machado
Gestão e Espiritualidade
276 Complementaridade: proposta para o cenário metamórfico de uma policrise Sidemberg Rodrigues
Meio Ambiente
Revisão:
Andréia Pegoretti
280 A transdisciplinaridade da agenda ambiental Shelley Carneiro
Produção Gráfica:
Marketing
www.grafitusa.com.br Tel: (27) 3434-2200
282 Marketing e crise. Qual a ligação? Nino Carvalho 284 Índice de anunciantes
RANKING OF THE 200 BIGGEST COMPANIES IN ESPÍRITO SANTO 285 Somente na versão em inglês
Texto do Selo
Selo do papel
ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
Oportunidades no Espírito Santo
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ivendo em sociedades historicamente constituídas, compartilhamos da inescapável conexão dos acontecimentos. Um fenômeno resulta de uma série de ocorrências anteriores, assim como leva a outros, condicionando o presente e o futuro, inclusive no campo do desenvolvimento e da economia. Tal exercício serve para vislumbrarmos pontos fracos e fortes, aptidões e inabilidades, fraquezas e virtudes, capacitando-nos a interferir de modo mais eficiente no caminhar civilizatório. Num primeiro momento de nossa história colonial, os jesuítas, além de propagar a fé católica, empreenderam por aqui. Com sua expulsão, em 1759, o Espírito Santo vê desaparecer por decreto uma das principais forças de seu desenvolvimento à época, assim como se viu impedido de ocupar a totalidade de seu território, para “proteção” das Minas Gerais. O longo período de desterro só começará a mudar com as políticas imigrantistas do Império, a partir de 1847. Essa ocupação, ao longo da segunda metade do século XIX, incrementa a produção cafeeira. Quando “os frágeis ramos dos cafezais” já não podiam mais nos sustentar, em meados do século XX, o Espírito Santo se integra à era dos grandes projetos industriais. Portos, logística, aço, pellets, agroindústria de base fabril-exportadora, urbanização acelerada – esses foram os pilares da industrialização tardia, configurando o segundo ciclo de nossa economia. Mas o dinamismo desse ciclo encontra nos anos 90 e na virada do milênio a barreira da desorganização político-institucional e fiscal do Estado, PAULO HARTUNG o que acabou prejudicando a economia. é governador do Estado Entre 2003 e 2010, lideramos um movimento do Espírito Santo de reconstrução do Espírito Santo. Firmado um ambiente institucional confiável e transparente, o terceiro ciclo econômico se fundou, marcado pelo avanço das cadeias produtivas já instaladas, pela emergência do negócio do petróleo e gás e pela intensa diplomacia comercial realizada no país e no mundo, em busca de novos investimentos. Produzimos importantes avanços. O PIB capixaba cresceu 49%, enquanto o brasileiro se expandiu 36%. O emprego formal avançou quase 60%, 12 pontos a mais do que a taxa nacional. Quase 440 mil capixabas saíram da pobreza, e cerca de 173 mil deixaram a indigência. Mais de meio milhão ascendeu à classe média.
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O Espírito Santo tornou-se um dos estados do país com maior ampliação na capacidade de investimento com recursos próprios: de menos de 1%, em 2003, para 16%, em 2010. Mas, mesmo fechando a primeira década do século com a casa arrumada, um planejamento estratégico de longo prazo (ES 2025), um terceiro ciclo econômico em florescimento e dinheiro em caixa para manter os investimentos com recursos próprios – deixamos R$ 1,5 bilhão no Tesouro Estadual –, o Espírito Santo, nos últimos quatro anos, deu passos para trás. Flertando com o desequilíbrio fiscal, gastou mais do que arrecadava, exauriu sua poupança duramente conquistada, comprometeu recursos que financiariam um futuro melhor ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
para as atuais e próximas gerações. Em 2013, assistiu à extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), com impacto desastroso para um segmento importante da economia e reflexos negativos nas contas municipais. Atualmente, aos desafios constituídos nos últimos anos em nosso Estado, muitos deles causados pela irresponsabilidade fiscal, somam-se, ainda, os desafios do cenário nacional, atravessado pela crise econômica e política. Falar de oportunidades hoje no Estado é falar de excelentes e ímpares potencialidades, mas é também falar de muito trabalho para recuperar as condições de dinamização e ampliação de nossas bases produtivas. Com muita disposição ao trabalho e minha ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
firme crença em nosso povo e nossas oportunidades, cumpro, dia após dia, a missão de liderar um Novo Início nas terras capixabas. Assim, não temos perdido um minuto sequer para recolocar o Espírito Santo no rumo. Ao tomarmos posse, com o apoio da Assembleia Legislativa, refizemos o Orçamento 2015, ajustando-o à realidade dos nossos dias, tirando-lhe o caráter de peça ficcional. Já no primeiro dia de trabalho assinei quatro decretos, visando à redução dos gastos da administração pública e à retomada do equilíbrio financeiro-orçamentário, além de mudanças na gestão administrativa, enfatizando o diálogo com a sociedade, a transparência e o combate ininterrupto à corrupção. Tendo em vista o papel central da educação na produção de vida próspera para todos, debatemos e aprovamos o Escola Viva, para evoluirmos na melhoria e na dinamização do ensino médio, entre outras medidas estratégicas para capacitar a juventude. Importante também destacar a política de ocupação social, voltada aos territórios mais vulneráveis do nosso Espírito Santo. Cientes da centralidade dos segmentos dedicados à inovação e às tecnologias de informação e comunicação, estamos reestruturando a Secretaria de Desenvolvimento e já retomamos uma firme e ousada diplomacia comercial. Atuamos incansavelmente para garantir a expansão e a qualificação de nossa infraestrutura econômica (aeroportos, rodovias, ferrovias, portos, energia, telecomunicações, processamento e transmissão de dados). Para o interior capixaba, trabalhamos com a pauta da diversificação, da qualificação e da valorização das nossas vocações. Enfim, estamos novamente plantando ações responsáveis e estratégicas para colher num futuro próximo os frutos da retomada de um desenvolvimento sólido, ampliado, competitivo e sustentável, com ganhos em produtividade, inclusão social, qualidade de vida e oportunidade para todos. Afinal, o futuro é o que estamos fazendo agora.
“O Espírito Santo tornou-se um dos estados do país com maior ampliação na capacidade de investimento com recursos próprios: de menos de 1%, em 2003, para 16%, em 2010”
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ARTIGO | INDÚSTRIA
A contribuição da indústria brasileira
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s momentos de crise, como o que o Brasil enfrenta, devem servir de aprendizado. Precisamos nos esforçar para restaurar os fundamentos macroeconômicos e elevar a competitividade. A estratégia de retomada do crescimento deve se concentrar principalmente na redução de custos, na melhora do ambiente de negócios e no aumento da produtividade. Devemos ser criativos para ajudar a reconstruir os alicerces da economia, restabelecer a credibilidade, amenizar incertezas e ampliar os horizontes de empresários, investidores e trabalhadores. Na nossa agenda, apesar das dificuldades, é necessário abrir espaço para o entusiasmo. Lutamos pela solução dos problemas do país para seguir na direção do progresso. Temos trabalhado, por exemplo, em favor da integração à economia global. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) liderou uma missão de empresários brasileiros aos Estados Unidos para defender o acordo de livre comércio entre os dois países. De lá, voltamos com algumas conquistas, como a ratificação do Acordo de Facilitação do Comércio. Ele estabelece o caminho para uma reforma das práticas aduaneiras globais e para o aumento da previsibilidade nas trocas comerciais e na realização de negócios. ROBSON BRAGA DE ANDRADE Outro aspecto que definimos como imprescindível para a retomada do desenvolvimento da é presidente da Confederação Nacional indústria é o crescimento da produtividade. Um da Indústria (CNI) dos fatores para o incremento dessa variável é a inovação. Trabalhamos para fortalecer as estratégias inovadoras nas empresas, contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas públicas sobre o tema. Além disso, é preciso diminuir os custos e a insegurança jurídica, por meio do corte da burocracia, da simplificação do sistema tributário e da modernização das leis trabalhistas e da infraestrutura. Essas são ações fundamentais para melhorar o ambiente de negócios. No campo da condução macroeconômica de curto e médio prazos, precisamos reduzir a inflação e equilibrar as contas públicas. Assim,
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a política monetária ganhará credibilidade, e os agentes internos e externos poderão tomar decisões para voltar a investir num ritmo mais vigoroso. Temos consciência de que a caminhada rumo a um futuro próspero é árdua. Como sempre, a indústria vai se desdobrar para contribuir com o crescimento consistente da economia brasileira e a melhora da qualidade de vida da população. Só com um setor industrial forte conseguiremos construir uma nação rica e justa para todos.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL
O sentimento do empresário
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stamos vivendo neste ano momentos de angústia e aflição em virtude, obviamente, do cenário econômico e político instalado em nosso país desde o início do novo Governo. O setor produtivo em nosso Estado tem sentido de forma muito dura as medidas de ajuste implementadas pelo Executivo federal. Salvo algumas exceções, podemos dizer que a grande maioria das empresas vem registrando redução no seu volume de negócios, amargando assim perda de faturamento e baixa do caixa e da oferta de empregos. Nesse cenário, enxergamos a 19ª edição do Anuário IEL 200 Maiores Empresas do Espírito Santo como um instrumento importante para avaliação dos empreendimentos apresentados. Todo bom analista pode, com base nas informações nele contidas, visualizar o que está acontecendo com os segmentos da economia e com as empresas, sua posição no mercado e sua saúde financeira. O Anuário já se tornou uma publicação consolidada, dentre aquelas atividades de natureza econômica, ARISTÓTELES que visa a apresentar ao mercado PASSOS COSTA NETO capixaba a situação de cada companhia é presidente do e seu posicionamento em cada campo. Sinduscon-ES, Embora reflitam as posições apuvice-presidente da Câmara radas no exercício de 2014, as inforBrasileira da Indústria da mações deste veículo retratam bem o Construção (CBIC), ânimo e a condição de cada organização, vice-presidente da Findes e diretor para Assuntos do IEL pois todos já pressentíamos, em 2014, um futuro de incertezas. Os indicadores oficiais davam conta de um panorama sob controle, mas os analistas mais céticos projetavam um quadro de cautela, e a realidade que hoje enfrentamos mostra isso com muita clareza. Estamos todos reavaliando nossos planejamentos de produção e comercialização. A estratégia de administração de fluxo de caixa será fundamental neste momento de dificuldade. Não vamos esmorecer, pois não faz parte da personalidade do empresário capixaba capitular nessas horas.
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Importante ressaltar que diante desse cenário a ordem é adotar cada vez mais uma gestão estratégica e profissional. Na Federação das Indústrias, a instituição que tem essa missão é o IEL, com soluções que buscam tornar as empresas cada vez mais competitivas. Já vivemos outros momentos de crise e a todos superamos. Não será diferente desta vez, mas se faz indispensável rever metas, ajustar estruturas e repensar processos, talvez até produtos, e aí certamente encontraremos a saída para essa situação adversa. Afinal, nós, o setor produtivo, fazemos acontecer neste país capitalista e que tem no empresariado a mola propulsora da economia. A atividade da construção civil, por exemplo, tem sofrido mais que as outras, pois em período de recessão, os investimentos são recolhidos, e o mercado consumidor de imóveis recua por insegurança diante das incertezas. Mas não temos dúvidas de que isso será brevemente contornado, pois é sabido por todos, empresários e gestores públicos, que esse setor é um grande alavancador de qualquer economia, pela sua capacidade de, com muita rapidez, gerar renda e empregos. Ao menor sinal de crescimento, nós saberemos dar as respostas também com muita rapidez. Temos convicção de que um passo importante para que aconteça uma rápida reversão no ritmo desacelerado da área da construção está na implementação das PPPs (parcerias público-privadas). Essa ferramenta envolve recursos privados em investimentos públicos e trará o aquecimento do setor com a velocidade desejada para superarmos o clima de desânimo, além de viabilizar os tão esperados e necessários investimentos, principalmente na infraestrutura. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Importante ressaltar que diante desse cenário a ordem é adotar cada vez mais uma gestão estratégica e profissional”
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ARTIGO | ECONOMIA
Caminhos para a retomada do desenvolvimento
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Brasil passa atualmente pela crise mais severa dos últimos 25 anos e percebe a interrupção de um longo ciclo de prosperidade, o qual trouxe como bônus a redução das disparidades sociais. Tal período foi encerrado com a deterioração das instituições públicas e dos pilares econômicos que haviam edificado a prosperidade e com o abandono de uma agenda de reformas estruturais capazes de sustentar o crescimento para além do ciclo das commodities e do bônus demográfico. Acima de tudo, reconhecer a gravidade da crise e seus contornos permite definir a estratégia do seu enfrentamento. Embora os desafios sejam nacionais, no Espírito Santo, o foco poderá ser uma agenda de construção das bases de uma nova prosperidade local. Para fazer convergir a ação de diversos atores, a direção passa por algumas linhas principais. Em primeiro lugar, a reconstrução de um equilíbrio fiscal de longo prazo representa condição necessária para a recomposição da capacidade de investir com recursos próprios. Investimentos financiados em larga escala com operações de crédito levam à dependência de recursos de terceiros e ao superendividamento. ANA PAULA VESCOVI Um Estado com capacidade consistente de é secretária de Fazenda investir consegue ampliar os ativos públicos do Governo do Estado do – como estradas, escolas, hospitais –, além de Espírito Santo, mestre em Economia do Setor Público promover ganhos de produtividade no setor e em Administração privado, a contínua redução das disparidades Pública e especialista regionais e de renda, a justiça e a coesão social. em Políticas Públicas Como pilares do equilíbrio fiscal de longo e Gestão Governamental prazo, encontram-se o controle permanente das despesas correntes, a gestão por resultados e a meritocracia, o que contribui para ganhos de eficiência dentro do serviço público, além da melhoria contínua dos programas. Educação de qualidade, sistemas de capacitação profissional interligados ao mercado de trabalho, sensação de segurança, saúde resolutiva e uma rede integrada de geração de oportunidades para os mais jovens e para os mais pobres compõem a base de um estado efetivo. Em segundo lugar, a crise fiscal brasileira torna inexorável a volta, ao centro das políticas de crescimento, de ações destinadas à melhoria do ambiente de negócios. O Estado do Espírito
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Santo precisa se destacar como um dos melhores lugares para se empreender e inovar. Fazem parte disso a facilitação da abertura e do fechamento de empresas e a redução de requerimentos burocráticos na tributação e nas concessões de licenças ambientais, sanitárias e de localização (alvarás de funcionamento), os quais implicam, inclusive, maior segurança jurídica. Mapear, mensurar ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e reduzir a teia burocrática representa uma ação de largo espectro com envolvimento dos setores público e privado. Adicionalmente, será fundamental viabilizar o aperfeiçoamento do padrão de regulação dos serviços concedidos e novas fontes de financiamento para os investimentos em infraestrutura e a promoção dos ganhos de produtividade no campo e nas cidades. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A infraestrutura – inclusive de comunicações – e a integração logística também são componentes de um bom ambiente de negócios. Na área portuária, as recentes autorizações e a redefinição da poligonal do porto de Barra do Riacho, em Aracruz, abriram espaço para novos investimentos nos terminais marítimos privados, os quais tendem a comercializar cargas gerais, além de carregamentos próprios. A retomada da dragagem e da derrocagem do Porto de Vitória deverá entregar profundidade e bacia de evolução capazes de atender 70% dos tipos de embarcações atualmente disponíveis no comércio internacional. São projetos em curso que, no médio prazo, permitirão a recolocação do Estado nas rotas internacionais perdidas após a redução do Fundap, desta vez, de forma estrutural e permanente, assegurando vantagem comparativa no modal portuário. De maneira complementar, a ampliação do aeroporto de Vitória, a duplicação das BR 262 e 101, a conclusão do complexo rodoviário Leste-Oeste, a construção dos acessos rodoviários aos novos portos privados e o programa de mobilidade urbana irão compor as bases para a integração logística capixaba, com retorno financeiro adequado para investidores e para a sociedade. Por fim, mas não menos importante, completa o espectro de ações a estruturação do que denominamos “diplomacia ativa”. Trata-se da ampliação da escala de negócios, com expansão para outros mercados, das empresas que aqui geram empregos e renda, inovam e contribuem com a base de impostos para financiar políticas sociais. Os ingredientes da reconstrução das bases para um novo ciclo de prosperidade no Espírito Santo passam, assim, por identificação das oportunidades, foco em ações de elevado retorno e baixo risco, liderança para articulação de recursos escassos e atores qualificados, austeridade fiscal e busca por um Estado mais responsável, transparente, simples, leve e efetivo para os cidadãos.
“Embora os desafios sejam nacionais, no Espírito Santo, o foco poderá ser uma agenda de construção das bases de uma nova prosperidade local”
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ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL
A nova versão da ISO 9001:2015
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ISO 9001 foi lançada em 1987 como resultado da consolidação de várias experiências com normas de sistemas de gestão da qualidade de diferentes países. Desde então, passou a ser adotada por um número crescente de nações e organizações, como instrumento de uniformização de critérios de qualidade para sistemas de gestão e de redução de barreiras técnicas ao comércio. Há algum tempo, devido a uma série de fatores, a certificação de sistemas de gestão e a própria norma têm sido alvo de críticas e ceticismo. Em decorrência, sua aplicação começa a declinar. Sistemas parasitas – Existem organizações que implantam um sistema de gestão da qualidade completamente divorciado dos seus negócios, sem compreender exatamente o que é, para que serve, seus benefícios e limitações; normalmente apenas para atender a demandas de mercado. Em vez de ajudar a melhorar os processos e o desempenho da organização, o sistema apenas consome recursos. Delegação imprópria de responsabilidades – Adotar um sistema de gestão da qualidade deve ser uma decisão estratégica da organização. Alguns gestores, todavia, delegam essa atribuição a funções subordinadas, quando não a um consultor externo, que ficam encarregados de definir a política, os objetivos e responsabilidades. O pesadelo da burocracia – A norma especifica requisitos para organizações que precisam demonstrar a sua capacidade de entregar produtos e serviços conformes. Os registros são essenciais para essa LUIZ NASCIMENTO demonstração. Alguns auditores parecem ter é coordenador técnico do predileção pelos registros como forma de eviCB-25 e líder da delegação dência de suas constatações. O resultado é a brasileira nos fóruns tendência a exagerar na documentação, espedo TC 176 cialmente às vésperas das auditorias.
Principais alterações da nova norma ISO 9001:2015 O escopo da norma permanece. A ISO 9001 continua sendo uma norma que “especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade fornecer consistentemente produtos e serviços que atendam requisitos”. Não é uma norma que visa apenas a assegurar um bom sistema de gestão. A qualidade do produto ou serviço resultante é o fundamental. É uma norma genérica, aplicável a organizações de qualquer porte ou setor, e por isso é essencial que seus 20
requisitos sejam complementados com requisitos específicos relacionados aos produtos e aos serviços que a organização entrega. A ISO 9001 não aborda questões vinculadas à eficiência das operações, nem tampouco questões sobre saúde e segurança ou preservação do meio ambiente, entre outras disciplinas da boa gestão moderna. Estrutura comum – Por decisão do Conselho Técnico da ISO, todas as suas normas de gestão devem passar a ter estrutura de alto nível, texto, termos e definições básicos comuns. A mudança mais evidente à primeira vista é essa nova estrutura. Isso é determinante para o futuro das normas ISO 9001 de gestão da qualidade, ISO 14001 de gestão ambiental e ISO 45001 de gestão da segurança e saúde ocupacional, base dos chamados sistemas integrados de gestão. Mentalidade de risco – A gestão de riscos em conjunto com a gestão de processos e o método PDCA formam o tripé da nova edição da ISO 9001. As organizações devem sempre ter em mente que existem riscos em qualquer atividade e aplicar métodos compatíveis com a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
complexidade de suas operações para gerenciar os riscos relativos aos produtos e serviços que fornecem. Entendidos como um desvio da expectativa, os riscos podem ser favoráveis ou desfavoráveis. Assim, existiriam riscos positivos e negativos. A norma, no entanto, chama o lado positivo dos riscos de “oportunidades” e o lado negativo, simplesmente de “riscos”. Abordagem estratégica – A norma atualizada requer que seja entendido o contexto da organização, tanto o externo como o interno. A análise do seu contexto é parte do processo de planejamento estratégico de uma organização e fundamental para o seu sucesso em um ambiente competitivo. A adoção de um sistema de gestão da qualidade deve ser considerada nessa perspectiva. Implantar um “sistema ISO 9001” deveria significar a integração dos requisitos da norma no sistema de gestão da organização, em vez de se criar um novo sistema à parte. Essa cláusula deve trazer as decisões sobre o sistema de gestão da qualidade de volta para a agenda da Alta Direção. Novos papéis para a liderança – A nova norma traz um reforço significativo no papel ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
da Alta Direção, começando por torná-la responsável por responder pelo sistema (accountability). Também exige da Alta Direção que assuma um papel mais ativo no alinhamento do sistema da qualidade com as necessidades do negócio. Informação documentada – O conceito é radicalmente diferente. Deixa-se de requerer controle de documentos para se exigir controle da informação. Essa talvez seja uma das mudanças mais significativas no aspecto de redução da burocracia envolvida com a documentação. Abstrai a forma (o documento e seu suporte) para focar a informação. Os atuais documentos e registros assumem a denominação genérica de informação documentada. Conhecimento organizacional – Como cláusula inédita, foram introduzidos requisitos de conhecimento organizacional. É uma aplicação do conceito de gestão do conhecimento ao escopo do sistema de gestão da qualidade. Talvez haja pouca repercussão pela introdução desses novos requisitos porque a gestão do conhecimento já é uma prática corriqueira para a maioria das organizações.
“A nova norma ISO 9001 veio para responder às mais recentes tendências e ser mais compatível com outros sistemas de gestão, como o da ISO 14001”
Impacto para os diversos públicos Às organizações certificadas segundo a atual ISO 9001:2008 será concedido um período de três anos após a publicação da nova versão 2015 para fazerem a transição. Organizações, certificadores e auditores terão que se adequar aos novos requisitos. Será necessária uma especialização profunda de auditores para poderem realizar auditorias sem o conforto dos procedimentos escritos e das prescrições da norma. Terão que compreender o que precisa ser feito do ponto de vista das necessidades da organização, e não do que a norma pede. Deverão ser flexíveis para aceitar uma variedade de abordagens maior e mais adequada às especificidades de cada organização em contextos diferentes e mutáveis. Da mesma forma, consultores deverão conhecer melhor os negócios de seus clientes, não haverá mais espaço para fórmulas preconcebidas e esquemas padronizados de “implantação da ISO 9001”. 21
ARTIGO | EDUCAÇÃO
Educação profissional é investimento para hoje e para o futuro
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baixa qualificação do conjunto de trabalhadores do Brasil é um dos obstáculos para o crescimento da economia e o desenvolvimento do país. Em tempos de expansão, a escassez de profissionais bem formados dificulta a adoção de novas tecnologias que modernizam o parque industrial, aumentando sua produtividade. Em períodos de retração econômica, a preparação inadequada faz com que a recuperação da atividade das empresas seja mais lenta. O que chamamos de baixa qualificação é resultado da equação entre educação básica deficiente, principalmente em linguagem e matemática, e a exclusão da maior parte da população brasileira da educação profissional. É por essas razões que o ensino técnico precisa também estar no foco das ações de educação, independentemente da situação econômica de um país. A economia vive seus ciclos históricos, ora se expandindo, ora retraindo. A educação, por sua vez, tem de ser pensada a partir de seu caráter geracional. As nações demoram anos para colher os frutos de políticas nesse setor. Em um país como o Brasil, de grandes diferenças regionais, essa realidade se agrava ainda mais. A boa notícia é que estamos começando a pavimentar um caminho sólido na solução desses problemas. Entre 2008 e 2014, houve um aumento de 88% das matrículas nos cursos técnicos de nível médio, saindo de 928 mil para 1,7 milhão. Uma pesquisa da ConfedeRAFAEL LUCCHESI ração Nacional da Indústria (CNI) aponta que é diretor-geral do 90% dos brasileiros acreditam que quem faz Serviço Nacional de ensino técnico tem mais oportunidades no Aprendizagem Industrial mercado de trabalho. Sobre salários, a per(Senai) cepção também é positiva: 82% concordam que os profissionais com certificado de qualificação profissional têm salários maiores. Além disso, depois do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), a sociedade brasileira não parece estar disposta a abrir mão da educação profissional como oportunidade para entrar no mercado de trabalho de forma mais qualificada. A necessidade de continuar ampliando o acesso à educação profissional vem acompanhada do compromisso de garantir a qualidade dessa formação. Afinal, a qualificação profissional muda o patamar da produtividade de
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uma empresa quando se alcançam níveis de excelência nas práticas profissionais. Isso quer dizer que os trabalhadores conseguem desenvolver suas tarefas no mais elevado nível técnico e comportamental. No sentido de fortalecer essa premissa, no mês de agosto o Brasil realizou, de forma inédita na América Latina, a Olimpíada Mundial de Ocupações Técnicas (Worldskills). A equipe brasileira – formada por jovens de cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – ficou em primeiro lugar no pódio e teve o melhor desempenho entre concorrentes de mais de 60 países. Conquistamos 11 medalhas de ouro, 10 de prata e seis de bronze, além de 18 certificados de excelência. Ficamos à frente de países que carregam grande tradição em educação profissional, como a Coreia do Sul, a França e a Holanda. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
As provas, que ocorrem a cada dois anos, têm o objetivo de avaliar competências profissionais e propiciar a melhoria dos padrões de qualidade da educação profissional no mundo. Os competidores têm diferentes perfis profissionais. No caso do Brasil, vêm de cursos do Senai e do Senac. Em outros países, são jovens trabalhadores de indústrias como a Samsung, da Coreia do Sul, e a Toyota, do Japão. O fato é que todos estão preocupados em estabelecer novos patamares de qualidade para o trabalho na indústria e no setor de serviços. No Brasil, o maior problema é que estamos perdendo produtividade em relação aos outros países. Relembro alguns dados do Conference Board: em 1980, o brasileiro produzia o equivalente a 31% do trabalhador americano. Em 2013, produziu menos de 20%. Já com relação ao trabalhador chinês, em 1980 a produtividade do trabalhador brasileiro era 770% maior que a daquele, mas, em 2013, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
a relação virou e passou a equivaler a 80% da dos asiáticos. Os números mostram claramente que todos os países têm lutado incansavelmente para ampliar sua produtividade. Para as empresas, a melhoria da qualificação dos profissionais é percebida em indicadores como competitividade, produtividade, capacidade inovadora, emprego de novas tecnologias. Já para os trabalhadores, em melhores condições no mercado de trabalho. Estimativas apresentadas no estudo comprovam que um ano adicional de educação está associado ao aumento de até 10% no rendimento do trabalho. Além disso, um ano adicional de experiência de trabalho pode incrementar o salário em até 3,5%. Se o capital humano foi relevante para explicar o crescimento econômico e a produtividade do trabalho nas últimas décadas, ele terá papel ainda mais crucial na era da economia do conhecimento. O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem preparados para lidar com as novas tecnologias de produção e de organização da produção. A tecnologia está se tornando a mais fundamental e poderosa força a determinar a competitividade das empresas e a prosperidade das nações, condicionando a eficiência com que se produz, a capacidade criativa das pessoas e a agregação de valor aos produtos e serviços. Por isso, os países precisarão cada vez mais de pessoas talentosas e bem treinadas para promover e sustentar o crescimento de longo prazo. E essa premissa é válida tanto para países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. A educação profissional tem estado no centro dessa estratégia. Entre 2008 e 2014, exatamente o período pós-crise de 2008, nações como Alemanha, Japão, Bélgica e Noruega, entre outras da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), adotaram ações para melhorar a oferta de ensino técnico. O capital humano e, mais especificamente, a educação para o mundo do trabalho, é requisito fundamental para o aumento da produtividade do trabalho, bem como para o próprio desenvolvimento tecnológico e, por isso, deveria receber maior atenção das políticas públicas e privadas.
“O mundo atual requer trabalhadores muito mais bem preparados para lidar com as novas tecnologias de produção e de organização da produção”
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ARTIGO | GESTÃO
O caminho para o Brasil voltar a crescer
O
Brasil passa por uma situação política e econômica delicada, com uma população insatisfeita, riscos de crise hídrica e energética, casos de corrupção e baixo crescimento econômico. Esses fatores causam desconfiança externa e impedem um ambiente de negócios confiável para o país. Frente a um cenário desafiador, muitas empresas vêm optando por cortar custos, reduzir a estrutura de pessoal e evitar investimentos, e o resultado disso não é nada animador. Para que o Brasil tenha um crescimento sustentável, retome a trilha do desenvolvimento e volte a se inserir no mercado internacional, a produtividade das empresas e a competitividade nacional devem andar juntas. Temos de entender que, hoje, a produtividade das organizações é afetada por fraca liderança, acanhada qualificação dos colaboradores, custo Brasil, “custo corrupção”, defasagem tecnológica, por processos deficientes, baixa qualidade produtos, absenteísmo – provocado condições de saúde dos funcionários –, altos custos operacionais, falta de inovação e governança deficiente. Já a competitividade do Brasil se arrasta devido a baixo nível da educação, altas no tributo e na inflação, logística deficiente, legislação arcaica, burocracia excessiva, segurança precária, baixa reputação, tímido investimento, JAIRO MARTINS Justiça lenta e corrupção. é superintendentegeral da Fundação Singapura e Coreia do Sul são bons Nacional da exemplos de nações que já passaram por Qualidade crises econômicas e políticas e deram a volta por cima ao criar um cenário estável. Hoje, são competitivas e possuem um ambiente de negócios favorável. Pelo segundo ano consecutivo, Singapura foi escolhida como vice-líder em competitividade do planeta, de acordo com o Ranking Global do Fórum Econômico Mundial (FEM), que define a classificação a partir de dados estatísticos e econômicos e das opiniões de executivos de 144 países, cobrindo 12 pilares multitemáticos, como infraestrutura, ambiente macroeconômico, educação e inovação, entre outros. O Governo sul-coreano sempre estimulou o surgimento de empresas e sua sustentação internacionamentente, como Hyundai, Samsung e LG.
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Não precisamos ir tão longe para termos outra referência. A Colômbia, que realizou nos últimos anos reformas na economia, vem sendo impulsionada por um programa de investimento público em infraestrutura, segurança pública e moradia e ainda vive o auge de um novo setor de matéria-prima: o carvão. Isso vem possibilitando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em mais de 4% desde 2010, conforme avalia o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esses fatores contribuíram com o ambiente local, o que ajuda as organizações lá estabelecidas a serem mais produtivas. Para o Brasil sair da situação atual, Governo e organizações devem caminhar lado a lado e assumir o compromisso de atacar os pontos que afetam a produtividade e a competitividade, alinhando ações conjuntas que tenham como foco a excelência da gestão, em que os recursos sejam mais bem utilizados e gerem mais valor para a sociedade. O Pacto pela Excelência da Gestão no Brasil, apresentado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ) a ministros, governadores e prefeitos – e aguardando uma data para ser exposto para a presidente Dilma Rousseff –, propõe fazer do país uma sociedade organizada e evoluída, que seja economicamente viável, ambientalmente consciente, responsável e eticamente transparente. Para isso, o objetivo do acordo é sensibilizar todos os envolvidos, capacitar os governos, traçar um diagnóstico das necessidades da população e construir um plano nacional de melhoria. A FNQ coloca, no documento, todo o seu conhecimento e comprometimento com o país para ser um instrumento da mudança que nós precisamos. As ferramentas para melhorar a produtividade das empresas e a competitividade nacional encontram-se disponíveis. Basta que Governo e organizações estejam preparados para enfrentar situações menos cômodas, arregaçar as mangas e mudar a maneira de como o Brasil está sendo gerido, para que volte a crescer e tenha o desenvolvimento sustentável que queremos e merecemos. O Brasil será o que dele fizermos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Para o Brasil sair da situação atual, Governo e organizações devem assumir o compromisso de atacar os pontos que afetam a produtividade e a competitividade do país”
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ARTIGO | GESTÃO
Diálogo e soluções compartilhadas para construir o futuro que todos queremos
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sustentabilidade passou a integrar o mapa estratégico da Samarco em 2006. Desde então, viemos trilhando um caminho no qual crescimento, conformidade e excelência, mais que diretrizes, se tornaram requisitos inegociáveis para nossa gestão. Mantivemos nossa crença de que sempre é possível fazer mais – e melhor – com menos e, assim, alavancar a reputação, a confiança e o impacto positivo depositado pela sociedade no negócio. É assim que pretendemos alcançar o que preconiza nossa Visão 2022: dobrar o valor da Samarco e torná-la reconhecida por empregados, clientes e sociedade como a melhor do setor. Uma meta desafiadora, certamente, mas que acolhemos com o mesmo espírito que nos estimulou a enfrentar os desafios dos últimos anos – e que nos impulsiona para compreender e liderar um novo capítulo da mineração. Hoje, o Brasil enfrenta um momento bastante desafiador. Governo, empresas e sociedade civil passam a colocar em dúvida as escolhas feitas no passado e a jornada realizada até aqui. Paralelamente, o preço da tonelada do minério de ferro vem caindo significativamente no mercado mundial, reflexo da maior oferta, e tudo indica que não se trata de um RICARDO VESCOVI fato isolado ou passageiro. Acreditamos que essa é uma nova dinâmica de mercado para o é diretor-presidente da Samarco Mineração setor, à qual deveremos nos adaptar com uma visão sistêmica e integrada do que deve ser feito. Apostamos no enfrentamento das adversidades por meio do diálogo aberto com nossos trabalhadores e parceiros, do investimento responsável em projetos e de uma gestão financeira arrojada, minimizando os impactos do ambiente externo sobre o nosso negócio. Por tudo que já enfrentamos e, principalmente, aprendemos, nós, da Samarco, estamos convictos: a sobrevivência passa por olhar o negócio sob a perspectiva da sustentabilidade. Tanto que o Mapa Estratégico e o Modelo de Sustentabilidade – os dois principais direcionadores de longo prazo da Samarco – incorporam
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aspectos sociais e ambientais que orientam a governança e a gestão da empresa. E, neste ano, a revisão da nossa estratégia extrapolou os muros da companhia. Ao longo dos últimos meses, nos reunimos com dezenas de especialistas em sustentabilidade e stakeholders para falar de temas como macroeconomia, força de trabalho, direitos humanos, desenvolvimento socioeconômico, tecnologia e inovação. Ao dialogar com os diversos públicos com quem nos relacionamos, buscamos encontrar soluções e construir o futuro em conjunto e, dessa maneira, garantir o alinhamento entre o que somos, o que fazemos e o legado que todos nós deixaremos para os territórios onde estamos presentes. A crença de que os avanços se conseguem apenas por meio da competição está ultrapassada. Ao observarmos a natureza, nos damos conta de que prevalece a coopetição, ou seja, a relação simultânea de cooperação e competição entre os organismos vivos. O mesmo cabe para o ambiente de negócios, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
em particular, e para a vida, em geral. O sucesso está na coopetição entre as empresas, e entre elas e empregados, sindicatos, fornecedores, governos, comunidades, clientes e organizações da sociedade civil, pois existe uma forte e intrínseca interdependência entre os atores sociais de um mesmo território. Acreditamos, portanto, na força do diálogo e no trabalho em rede para fortalecer o desenvolvimento social e econômico do Espírito Santo, um Estado que tem crescido acima da média nacional. Como engenheiro, sou da escola da excelência em planejamento e da execução com alta eficiência, dos indicadores e das metas de desempenho. No entanto, nos meus mais de 20 anos de Samarco, aprendi que as ideias importantes só se tornam realidade quando conseguimos inspirar as pessoas a desenvolver o seu potencial e a superar os desafios. Para isso, é preciso conectar o propósito do negócio ao propósito de cada um. É preciso mobilizar as pessoas mostrando que elas podem – e devem – ser protagonistas da transformação social que almejamos. O que ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
mobiliza é o sentido que se vê naquilo que se faz. Nos últimos anos, investimentos e programas direcionados por nossa estratégia de transformação social têm contribuído para engajar nossos empregados e parceiros, melhorando a qualidade de vida e o desenvolvimento territorial na nossa área de influência, em especial nos eixos de educação, empreendedorismo e geração de renda. Exemplo mobilizador é o Projeto Quarta Pelotização (P4P), que concluímos em 2014 e que representou um investimento de R$ 6,4 bilhões. As obras foram executadas dentro do prazo e orçamento previstos e envolveram mais de 13 mil pessoas no pico da construção, sem nenhum acidente fatal ou incapacitante, em sintonia com o nosso valor de respeito às pessoas. Antes do início do projeto, ouvimos cerca de 1.800 stakeholders, identificamos 213 questões sociais e, em conjunto com as partes envolvidas, definimos 52 indicadores para monitorar as transformações sociais, positivas ou negativas, trazidas por esse trabalho. Além disso, os investimentos sociais e institucionais realizados foram definidos em conjunto com esses públicos, e nós treinamos e capacitamos as pessoas para que elas próprias decidissem as prioridades e elaborassem os projetos dentro das suas localidades. As conquistas do P4P certamente engajaram as comunidades, as empresas locais e os empregados da Samarco, preparando a companhia para um novo patamar de exigências da sociedade moderna e do mercado. A sustentabilidade das empresas dependerá, cada vez mais, do valor que elas entregam para a sociedade. Não basta gerar dividendos para os acionistas. É preciso provar que têm impacto positivo, que ampliam a geração de valor, que contribuem para o desenvolvimento do seu território de atuação. As pessoas querem negócios que ajudem a resolver questões sociais significativas, e eles podem ser, verdadeiramente, uma forma muito poderosa de gerar a transformação necessária para a promoção do bem comum.
“Buscamos garantir o alinhamento entre o que somos, o que fazemos e o legado que todos nós deixaremos para os territórios onde estamos presentes”
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ARTIGO | INDÚSTRIA
Desafios para a nova política industrial do Brasil
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o dia 25 de agosto, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) organizaram um evento para discutir os desafios para a elaboração da política industrial do Brasil no período que se estende de 2015 a 2018. Na ocasião, representantes do Governo, do setor privado e da academia recolheram subsídios capazes de contribuir para a superação de antigos e novos obstáculos ao desenvolvimento da indústria no país. Neste momento, as condições que circunscrevem a elaboração da política industrial estão associadas a um processo de ajuste fiscal que restringe a margem de manobra para conceder incentivos de natureza fiscal e financeira. Contudo, o ajuste não pode ter um efeito paralisante, e há espaço para a adoção de uma série de medidas capazes de ampliar os níveis de competitividade da indústria brasileira. A agenda a ser adotada deve ter um foco claro e um raio de ação definido para gerar resultados no curto, no médio e no longo prazo. Uma política industrial ativa não pactua com a ineficiência e com o excesso de protecionismo e pode, considerando o momento econômico atual, ser estruturada em cinco pilares: • elevação da produtividade no nível da firma; • redução dos custos de insumos (ou, de forma mais geral, dos custos de produção); ARMANDO MONTEIRO • redução de custos sistêmicos; é ministro do • incentivo à inovação; Desenvolvimento, • inserção internacional qualificada. Indústria e Comércio Com relação ao primeiro pilar, tem-se Exterior formado um consenso sobre a necessidade de se elevar a produtividade da atividade econômica no Brasil. No conjunto das frentes que podem ser adotadas para esse fim, ações que estimulem a modernização do parque fabril e o aperfeiçoamento do sistema de capacitação e treinamento da mão de obra em linha com as necessidades da indústria podem ser consideradas. Além disso, medidas voltadas para a criação de um sistema nacional de extensão industrial, tecnológica e gerencial têm sido discutidas. Nesse caso, o propósito é melhorar a gestão das empresas e, portanto, aumentar seus níveis de produtividade.
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Um segundo pilar está associado à redução dos custos dos insumos básicos e das matérias-primas empregadas nos processos produtivos industriais no Brasil. Isso envolve, por exemplo, a oferta de energia elétrica para a indústria em bases competitivas. Essa é uma dimensão da política industrial também seguida por outros países como os Estados Unidos, a França e a Alemanha. Na mesma linha, há uma série de outros insumos cujo custo afeta a competitividade das cadeias de produção a jusante. Por essa razão, embora se deva atuar preponderantemente em favor de políticas horizontais, há algum espaço para a adoção de políticas setoriais, tais como aquelas dirigidas às bases das cadeias produtivas, e não aos bens finais de consumo. Com relação à baixa dos custos sistêmicos (o terceiro pilar), há uma expectativa positiva quanto aos resultados que irão advir do programa de concessões na área de infraestrutura. Além disso, é preciso melhorar o ambiente de negócios no Brasil por meio de ações de simplificação, desburocratização e racionalização. Um melhor ambiente de negócios reduz os custos, estimula os investimentos e aumenta a produtividade. Há espaço, por exemplo, para a diminuição de obrigações acessórias no pagamento de impostos. A política industrial não pode prescindir de uma estreita colaboração com as políticas de inovação e de comércio exterior. Por isso, o quarto e o quinto pilares tratam, respectivamente, do incentivo à inovação, que é um elemento estrutural da competitividade, e da inserção internacional qualificada, que é, ao mesmo tempo, causa e consequência de um melhor desempenho das empresas brasileiras. Com relação às políticas de inovação, é preciso atuar em algumas agendas. No tocante ao financiamento, faz-se necessário aprimorar os mecanismos de compartilhamento de riscos e manter um volume de recursos que possa contribuir para a ampliação dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no país. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Não basta formular uma política industrial adequada. É preciso colocála em prática e contar com uma governança que consiga mobilizar o conjunto dos atores envolvidos em sua execução”
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ARTIGO | INDÚSTRIA
Além disso, é preciso trabalhar para a modernização do marco legal e dispor de instrumentos creditícios e fiscais mais robustos que estimulem a inovação. Por fim, o quinto pilar refere-se à inserção internacional qualificada. O Brasil ainda pode ser caracterizado como uma economia fechada. Em 2013, nossa corrente de comércio (bens e serviços) alcançou 27,6% do PIB, enquanto para as seis maiores economias do mundo esse indicador atingiu uma média de 53,4%. Com base nesse diagnóstico, o recém-lançado Plano Nacional de Exportações busca reposicionar nossa política comercial e ampliar o acesso das empresas brasileiras aos mercados internacionais. Trata-se de um momento apropriado para a ampliação da inserção internacional do Brasil, uma vez que contamos com uma taxa de câmbio mais competitiva, o custo unitário do trabalho está se reduzindo,
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e o país precisa participar, de forma qualificada, das cadeias globais de valor. Não basta, porém, formular uma política industrial adequada às nossas condições atuais. É preciso também colocá-la em prática, e, para isso, é imperativo contar com uma estrutura de governança que consiga mobilizar o conjunto dos atores envolvidos em sua execução. Essa não é uma tarefa trivial, porque estão envolvidas com a execução da política industrial diversas instâncias do setor público e os agentes privados. A coordenação de ações e de expectativas é fundamental para o sucesso das iniciativas propostas. Por essa razão, uma interlocução permanente com representantes do Governo, do setor empresarial e dos trabalhadores no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) é indispensável para a implementação bem-sucedida da nova política industrial do Brasil.
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ANÚNCIO
ARTIGO | INDÚSTRIA
Cenário internacional e nacional demanda medidas urgentes e conjuntas
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setor de produção de aço atravessa uma de suas piores crises no Brasil e no mundo e, caso não sejam tomadas medidas nos âmbitos internacional e nacional, a situação pode se agravar. A resolução para as causas desse cenário extrapolam a capacidade da indústria de se autorregular ou mesmo de buscar maior competitividade. De modo geral, a siderurgia brasileira é hoje um setor que produz com alta qualidade, tem unidades modernas e empregados capacitados. A busca de melhoria é contínua, mas não temos como enfrentar questões externas que vão demandar união e compreensão por parte de governos e organismos internacionais. O principal elemento da crise é o excesso de capacidade na indústria do aço. A capacidade mundial gira em torno de 2,4 bilhões de toneladas/ano, enquanto o consumo está estacionado em 1,7 bilhão de toneladas/ano. BENJAMIN M. Portanto, temos uma capacidade excedente BAPTISTA FILHO de 700 milhões de toneladas, das quais cerca é presidente da de 400 milhões de toneladas na China. ArcelorMittal Brasil, O país que, em 2008, foi âncora de salvação presidente do Conselho dos mercados, absorvendo grande parte da Diretor do Instituto produção de matérias-primas e bens interAço Brasil (IABr), mediários, hoje é ameaça. Com a rápida 1º vice-presidente do Comitê Executivo e expressiva expansão de sua capacidade da Associação de produção industrial, a China inverteu Latino-Americana de sua posição de importador líquido para Aço (Alacero) e integra o exportador líquido de aço. Conselho de Administração Nada indica que haverá um aumento da ArcelorMittal no consumo mundial nos próximos anos. Gonvarri Brasil No entanto, existem novos projetos de ampliação da capacidade de produção que serão finalizados até 2017 e vão acrescentar pelo menos mais 100 milhões de toneladas de aço no mercado. A maior parte dessa nova capacidade de produção virá da China. O resultado é que o sistema de produção de aço chinês está atacando todos os mercados com volumes crescentes de aço. Em 2014, o país exportou cerca de 90 milhões de toneladas. Este ano, o ritmo de exportação está a 10 milhões de toneladas por mês, podendo chegar a 120 milhões de toneladas no final do ano.
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Essa é uma questão que precisa ser resolvida no âmbito mundial pelos organismos internacionais da indústria e do comércio, pois esse excedente está sendo colocado no mercado a condições aquém das regras do livre comércio. O Comitê do Aço da OCDE conclamou as nações a tomarem medidas junto ao governo da China, para que seja realizada uma reorganização do sistema de produção de aço naquele país, inclusive, por meio de controle ambiental mais rígido, no mínimo igual ao que é exigido das usinas instaladas em outros locais. É necessário que essas medidas sejam adotadas antes da decisão de reconhecer a China como uma economia de mercado, ou ficaremos ainda mais indefesos contra o avanço das exportações daquele país. Os produtores brasileiros de aço estão sofrendo os efeitos desse excedente internamente, pois o país está importando cada vez mais aço da China, e externamente, já que temos reduzidas condições de competitividade no mercado internacional. Isso seria contornável se o consumo de aço no Brasil estivesse crescendo, mas ocorre exatamente o contrário. Devido à recessão, que afeta todos os setores que mais utilizam aço (automotivo, máquinas e equipamentos, construção, eletrodomésticos e embalagens metálicas), até junho deste ano houve uma queda de 10% do consumo aparente de aço no Brasil. Há anos, a produção industrial brasileira vem sendo onerada pelo chamado custo Brasil e, até hoje, seus principais componentes – custo da energia elétrica, elevada carga tributária e infraestrutura e logística deficientes – não foram equacionados. Pelo contrário. O que temos visto é um crescimento do impacto dos tributos e das tarifas de energia sobre os nossos custos, reduzindo a competitividade de nossos produtos frente a outros países. O baixo crescimento dos últimos anos só ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“O que temos visto é um crescimento do impacto dos tributos e das tarifas de energia sobre os nossos custos, reduzindo a competitividade de nossos produtos frente a outros países”
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ARTIGO | INDÚSTRIA
veio agravar ainda mais a queda de produção e vendas da indústria de transformação nacional. A participação desse setor no PIB, que já foi de 25%, em 2014 chegou a 11% e, possivelmente, cairá ainda mais em 2015. A questão brasileira poderia ser menos crítica se fossem tomadas medidas voltadas a alavancar nossas exportações, o que seria positivo não só para os produtores de aço como para toda a indústria. Diante do quadro de incerteza e falta de crédito, a saída mais adequada e ágil para a volta do crescimento da economia brasileira é aumentar as exportações. Estamos seguros disso. Deveríamos estar fazendo um mutirão de exportação, com o Governo focando as questões que podem alavancar a competitividade da indústria brasileira frente ao mercado mundial. Na ArcelorMittal Brasil iniciamos, em 2013, um processo para aumentar as exportações, sobretudo no setor de aços planos, que está trazendo bons frutos. Conseguimos manter nossa planta de Tubarão com produção a plena capacidade, ao ritmo de 7 milhões de toneladas/ano, e reconquistamos o mercado externo. Hoje, estamos exportando cerca de 50% da produção. Da porta para dentro, fizemos o dever de casa: aumentamos a produção, reduzimos custos fixos e elevamos a qualidade do mix de produtos. Tivemos, ainda, a nosso favor um cenário de baixa nos preços dos insumos básicos, como minério de ferro e carvão. Em aços longos, estamos fazendo o mesmo esforço, mas esbarramos na questão da logística, já que as plantas desse segmento estão localizadas no interior do Brasil. Falta, agora, um esforço da porta para fora, que não depende de nós. A questão cambial é a mais urgente. Há uma falsa sensação de que, com a cotação menor do real, já temos condições melhores de exportar, mas é necessário analisar que a queda de moedas dos países com os quais competimos no mercado internacional de aço foi ainda mais acentuada.
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O rublo russo teve uma desvalorização de quase 100%. Da mesma forma, houve grande declínio do euro e das moedas do Japão e da Turquia. Portanto, a questão cambial ainda não foi resolvida. Entendemos as medidas do ajuste fiscal como necessárias para reverter o déficit primário e manter o grau de investimento do país. Mas isso precisa ser feito mantendo-se as condições de desenvolvimento da indústria, setor fundamental para gerar empregos e renda. Precisamos buscar com urgência medidas que revertam o processo de desindustrialização do país. Um dos caminhos para aumentar a competitividade da indústria de aço nacional, assim como de toda a nossa indústria, seria uma política estável e confiável de incentivos para a exportação, mas o Governo está fazendo o contrário. Um dos itens do ajuste fiscal foi mudar o Reintegra, reduzindo de 3% para 1% o resíduo tributário a ser devolvido aos exportadores. Ou seja, estamos exportando imposto, o que, obviamente, reduz nossa competitividade. Além disso, temos os problemas de infraestrutura e logística que encarecem as operações de vendas ao exterior como um todo e que também dependem de um esforço governamental. Para alavancar a competitividade e ampliar as exportações brasileiras, será necessário que a indústria se mantenha unida, alertando o Governo sobre as medidas que podem reverter a crise e nos colocar novamente no rumo do crescimento. Competência e inovação não faltam ao brasileiro, assim como nunca faltou disposição ao empreendedor nacional. O que falta, neste momento, é um ambiente que favoreça a credibilidade daqueles que apostam no Brasil como um destino seguro e sustentável para seus investimentos. É preciso, também, recuperar a confiança dos brasileiros, mostrando que teremos, em breve, o país que todos almejam e merecem.
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ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL
Você: remando para longe da crise
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m minhas palestras pelo Brasil, tenho ouvido inúmeras indagações de empreendedores e profissionais que buscam alternativas de gestão nesta época de incertezas na economia. Como manter os clientes? Como garantir vendas? Como equilibrar receitas e despesas? Como mobilizar os colaboradores? São dúvidas que afligem todos aqueles que gerenciam, produzem e negociam. Muitas vezes, a resposta natural à adversidade tem sido o recuo excessivo, que pode reduzir a competitividade e atirar a empresa em uma perigosa espiral descendente. Quanto mais se encolhe, menos se tem condições de reagir aos desafios impostos pela realidade. Sem a reversão desse movimento, o desfecho inevitável é o encerramento das atividades. Quando a cautela é substituída pelo medo, também é frequente que se abandone a estratégia. As atividades da organização passam a ser realizadas de modo reativo, frequentemente sem planejamento. Ora, gostaria de avisar ao caro leitor que os períodos de “vacas magras” são também aqueles nos quais podemos ajustar a operação, aprimorar processos, cortar custos desnecessários e, por conta de qualidade e preço, aumentar a fatia de participação no mercado. Também convém lembrar que soluções estruturais nem sempre dependem somente CARLOS de nós. Muitos dos nossos problemas atuais ALBERTO JULIO precisam ser resolvidos pelos políticos. é professor, palestrante, Antes de tudo, eles devem buscar entendiempresário e conselheiro mentos que viabilizem os ajustes econômicos de diversas grandes necessários e que restabeleçam a confiança de empresas brasileiras quem investe, produz e consome. Da parte de quem empreende e administra, tornam-se fundamentais a paciência, a persistência, o trabalho duro e a adoção de estratégias que permitam o avanço, mesmo em condições adversas. Pensemos em uma antiga travessia transatlântica. Os capitães precisavam lidar com o inesperado a todo momento. Podia ser uma tempestade, uma calmaria ou mesmo uma epidemia devastando a tripulação. Nesses momentos, valiam a coragem, a versatilidade e a invenção. No entanto, o roteiro da viagem, original ou adaptado às circunstâncias, nunca era deixado de lado.
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O tempo era medido, o deslocamento era monitorado, as correções eram efetuadas. Se a embarcação navegasse sem destino, aí sim, a tragédia estaria consumada. Assim procedem as melhores empresas. Especialmente em tempos difíceis, elas medem, avaliam, comparam, monitoram e respondem o mais rapidamente possível à mudança. Reagem, aprendem e redefinem o caminho. Em todos esses processos, o fator-chave é a atitude. Esse “fazer acontecer”, porém, não deriva dos softwares aplicados a controle e monitoramento, por mais inteligentes que sejam. A atitude é a resposta humana a um desafio. Agora, formulo eu uma pergunta a você, amigo que lê este artigo: para a execução da mudança, basta a iniciativa solitária do gestor? ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Ora, se a proposta é escapar do mar das incertezas, é conveniente que todos subam ao barco. Depois, que todos remem, e para o mesmo lado. Por fim, é necessário que os viajantes movam a embarcação na direção certa, mesmo que não ouçam o tempo todo as ordens do timoneiro. Portanto, se existe desafio ou crise, você não precisa (e, muitas vezes, não pode) fazer tudo sozinho. É muito importante somar forças. Destaco, contudo, uma questão fundamental nesses processos: a motivação. Se existem dúvida, desconfiança e desânimo, como estimular o seu pessoal a perseverar e aproveitar as oportunidades? Para facilitar a exposição do conceito, menciono 10 atitudes fundamentais nessas situações.
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1) Seja franco e transparente. Liste os problemas e as ameaças, mas também os trunfos do grupo e as soluções possíveis. Mostre que é possível remar. Defina uma rota. 2) Procure conhecer a fundo as vulnerabilidades e os talentos de cada sócio, parceiro ou colaborador. Encontre o melhor lugar para cada membro da sua tripulação. 3) Oriente e aconselhe, mas esteja atento para ouvir alertas e sugestões. Com o passar do tempo, os colaboradores acumularão conhecimentos específicos valiosos. Ouça o marujo que cuida das velas e dos cordames. 4) Reconheça o esforço, mesmo que o objetivo desejado não tenha sido atingido. Procure corrigir com espírito educativo, e não punitivo. 5) Elogie não somente o retumbante sucesso, mas também a modesta conquista. 6) Se o seu barco é uma empresa, cogite da remuneração variável, atrelada a desempenho e cumprimento de metas. Uma parte do ganho será o salário fixo; a outra será recompensa pela contribuição ao empenho estratégico. 7) Dinheiro, sozinho, não garante motivação por muito tempo. Trabalhe para que seu colaborador se sinta também responsável pelo projeto e pelo grupo. Faça com que perceba sua importância na aplicação da estratégia. 8) O sucesso de todo processo de mobilização depende do “saber fazer”. Não basta remar. É preciso saber remar. É necessário que cada colaborador aprenda a interpretar os sinais da mudança e proponha as devidas correções de rota. 9) Não deixe que seu grupo se satisfaça com o que sabe. Nunca estamos prontos. A educação é cada vez mais um processo de continuidade, como nos ensina o filósofo Mário Sérgio Cortella. 10) Cultive a saudável insatisfação. A cada dia, identifique uma nova lacuna, mapeie aquilo que você ainda não conhece. Meta-se lá. Desbrave e aprenda. Estimule seus companheiros de viagem a adotar conduta semelhante. Navegar é preciso, porque há sempre um “ponto B”, ou melhor, um lugar de oportunidades e satisfações depois de cada esquina do mar. Agora, é içar âncoras e partir.
“Quanto mais se encolhe, menos se tem condições de reagir aos desafios impostos pela realidade. Sem a reversão desse movimento, o desfecho inevitável é o encerramento das atividades”
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ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA
Aumentar a eficiência para crescer sustentavelmente
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ano de 2014 foi de recordes para a indústria de óleo e gás no Espírito Santo. Só a Petrobras produziu uma média de 332 mil barris de óleo por dia no Estado, um crescimento de 8,9% em relação ao ano anterior. Esse volume representa 16% do resultado nacional da companhia e consolidou o Estado como o segundo maior produtor do país. Também em 2014, a produção de GLP (conhecido como gás de cozinha) da Petrobras no território capixaba foi de 999 toneladas por dia, em média – mais do que o dobro do consumo local. Desde outubro de 2012, o Espírito Santo fornece o excedente desse importante insumo para outros consumidores do país. No entanto, o segundo semestre do ano passado foi marcado por uma grande alteração no cenário da indústria de óleo e gás. Com a redução da demanda mundial por petróleo, o valor de referência da commodity caiu mais de 50%. Depois de passar três anos acima de US$ 100, o barril de petróleo Brent passou a valer aproximadamente US$ 50 desde janeiro de 2015. Tal oscilação determina mudanças no planejamento de investimentos por parte dos grandes atores na indústria, especialmente os que agem nas atividades de exploração e produção. JOSÉ LUIZ MARCUSSO é gerente-geral da Unidade Corte? de Operações de Exploração Antes de abordarmos essas modificações, e Produção do Espírito Santo vamos observar dois pontos no cenário da Petrobras brasileiro. O primeiro é que a Petrobras mantém e manterá suas operações para suprir o mercado nacional de petróleo, gás natural e derivados. Essa é a missão da companhia. Tal fato nos leva ao segundo ponto: na indústria de petróleo, tão ou mais importante que implantar novos projetos é operar e manter as instalações existentes, com eficiência e segurança. Para esses fins (ou seja, o custeio das operações), somente a Unidade Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo da Petrobras deverá destinar uma média de R$ 3,5 bilhões anuais, nos próximos anos.
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Parte expressiva desse valor destina-se à contratação de bens e serviços essenciais à operação da produção, à manutenção da integridade das instalações e à inspeção de equipamentos. Em um recorte de julho de 2014 a junho de 2015, a Unidade contratou aproximadamente R$ 1,09 bilhão em bens e serviços junto a seus fornecedores. Desse valor, 33% (cerca de R$ 362 milhões) foram firmados junto a empresas sediadas no Estado, o que representa R$ 1 milhão por dia em demandas de bens e serviços. E se os volumes contratados tendem a se manter, a fatia ocupada por empresas locais pode aumentar. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Oportunidades: inovação e eficiência
E é preciso lembrar: um fornecedor que supre as necessidades da Petrobras no Espírito Santo tem condições técnicas de atendê-la em qualquer local do país, como pode ser demonstrado pelo volume de contratações de toda a área de exploração e produção da companhia. No período de 12 meses encerrado em junho passado, foram contratados R$ 44,9 bilhões em bens e serviços, e empresas com sede capixaba participaram com 10,5% desse montante (R$ 4,7 bilhões). O Estado é o segundo maior fornecedor de bens e serviços da atividade e produção da Petrobras por valor contratado, um volume maior que o de fornecedores sediados em São Paulo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Voltamos agora ao contexto da indústria mundial de óleo e gás. O setor passou por um período de grande expansão com o valor alto da commodity, marcado pelo anúncio e pela instalação de grandes projetos e pelo avanço nas fronteiras tecnológicas de exploração e produção de óleo e gás, às vezes fazendo com que questões como eficiência de processos e de custos não tenham tido a mesma prioridade. A abrupta mudança de cenário (sem uma sinalização de tendência de retorno aos patamares anteriores), como dissemos, determina uma alteração de visão das operadoras de óleo e gás. Esse período, normalmente apontado como de “crise”, se configura como o momento para investir naqueles aspectos que parecem ter sido esquecidos na época de expansão e que, caso corretamente aplicados, resultarão em uma nova fase de crescimento, mais sustentável. Os investimentos em tecnologias que trarão ganhos incrementais de produtividade dependem de uma boa relação com a cadeia de fornecedores – e essa é uma realidade no Espírito Santo. Um parâmetro para o sucesso do relacionamento comercial da Petrobras, além dos valores aqui apresentados, é a elevação do número de empresas com o Certificado de Registro e Classificação Cadastral (CRCC), que é o cadastro nacional da Petrobras. Se em 2010 havia 79 empresas sediadas no Estado com esse documento, este ano a lista deve fechar com mais de 170 firmas locais. Muitos desses indicadores são resultados de ações que hoje estão no âmbito do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás (FCP&G), uma parceria entre Petrobras, Sistema Findes e Governo do Espírito Santo que tem o objetivo de articular e apoiar as ações das
“A indústria capixaba já demonstrou que tem capacidade para atender às necessidades da indústria de petróleo e gás”
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ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA
organizações que atuam no Estado visando ao desenvolvimento da cadeia produtiva. Mais do que estimular o relacionamento comercial, a participação da Petrobras no FCP&G visa a provocar o avanço tecnológico dos fornecedores. Nesse sentido, além dos mais de 10 projetos de soluções tecnológicas em acompanhamento pelo fórum, a companhia aproveita os grandes eventos de negócios no Estado para apresentar a potenciais parceiras demandas a serem desenvolvidas ou supridas. Foi o que aconteceu, por exemplo, na recente edição da Mec Show – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, oportunidade em que a Petrobras e suas subsidiárias apontaram 33 demandas de negócios (bens e serviços que não têm fornecedor local) e oito demandas tecnológicas (que exigem soluções inovadoras que podem resultar, inclusive, em depósitos conjuntos de patente).
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Além disso e de forma inédita, a estatal expôs no mesmo evento 14 patentes para, após análise técnica e comercial do potencial parceiro, serem licenciadas. Escolher o Espírito Santo para a primeira ação desse tipo foi consequência do bom relacionamento entre a petrolífera e os fornecedores capixabas, bem como da confiança que a Petrobras deposita no desempenho das organizações locais. A indústria capixaba já demonstrou que tem capacidade para atender às necessidades da indústria de petróleo e gás. Mais uma vez: falamos de grandes empresas que buscam otimizar seus processos de operação, manutenção e inspeção, com uso de tecnologias para aumentar a eficiência, objetivando fazer com que o próximo ciclo de crescimento seja mais sustentável. As oportunidades estão dadas. Cabe a cada empreendedor saber como se colocar diante delas.
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ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS
Mudanças no ambiente de trabalho: já!
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odos nós que nos interessamos por pessoas e negócios – e esta é a melhor ordem para a hierarquia desses interesses – percebemos a riqueza do momento atual para a incorporação e a implementação de mudanças qualitativas efetivas em nossos ambientes de trabalho. Se durante muito tempo imperou uma visão mecanicista no universo da produtividade, oriunda de um modelo de negócios pós-Revolução Industrial, depois do ingresso na Era do Conhecimento ocorrem quatro fenômenos muito nítidos: 1) O retorno do homem como “mente de obra”, e não “mão de obra”, ao centro de um processo produtivo baseado em inovação constante pela via do conhecimento. 2) Uma perplexidade frente aos desafios de se encontrar indicadores quantitativos que conseguissem, de fato, medir um desempenho qualitativo, de repercussões nem sempre tangíveis no curto prazo. 3) O desafio da elaboração e da execução de estratégias de atração, desenvolvimento e retenção de talentos frente aos quais as teorias básicas da motivação apresentavam muitas CARLOS HILSDORF lacunas. Ou seja: “cenoura e chicote”, tais é palestrante como eram compreendidas, eram ineficazes. internacional e autor dos 4) Um encontro multigeracional de talentos best-sellers “Revolucione tendo que conviver e produzir em equipes mulseus Negócios”, “Atitudes Vencedoras”, “51 Atitudes tidisciplinares com crenças e valores distintos para Vencer na Vida e em uma proporção maior do que em todos os na Carreira” e “Atitudes períodos históricos anteriores. Empreendedoras” Nenhuma empresa é, de fato, responsável pela qualidade de vida de seus colaboradores, mas é, absolutamente, responsável por oferecer as condições para que se possa vivenciar a melhor qualidade de vida no ambiente de trabalho! Se a competitividade do mercado se reflete dentro das organizações e se, como sabemos, o nível de pressão sobre todos os envolvidos em atividades corporativas é sempre crescente, não basta dizer que os indivíduos precisam possuir alto nível de resiliência para serem produtivos. O sistema necessita desenvolver ferramentas, práticas e processos atualizados para atender às demandas de todos os envolvidos.
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Assim, a liderança passa a substituir a chefia, a gerência e a supervisão clássicas; análises de atmosfera e clima organizacional passam a fazer parte da avaliação do capital competitivo das organizações; planejamento de carreira torna-se condição sine qua non de permanência dos melhores talentos; e análises 360 graus evidenciam o impacto do profissionalismo de todos. Tudo isso aconteceu em pouco mais de duas décadas, que compreenderam: a) O nascimento do interesse de executivos da linha de gestão por temas anteriormente, considerados somente de RH – agradeçamos a Daniel Goleman, que, com seu livro “Inteligência Emocional”, introduziu o respeito à Psicologia em cabeças condicionadas a planilhas e cálculos. b) Uma reinvenção do RH, que, sem perder sua essência filosófica, aproxima-se das realidades conceituais dos melhores autores de negócios ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
das mais diversas áreas, começando a estudar mais Drucker, Prahalad, Porter, Hamel etc. c) A chegada da geração Y, com sede de velocidade de crescimento, cabeça cheia de bons conceitos e novas ideias e pouca/nenhuma experiência, o que deixou veteranos, baby boomers e gerações X de cabelo em pé! Dado esse brevíssimo overview, sejamos agora pragmáticos e assertivos. Em um modelo de negócios que busca a sustentabilidade pela via da inovação, totalmente dependente da competência e da produtividade intelectual/emocional dos colaboradores, nosso ambiente de trabalho peca por: 1) Não oferecer condições técnicas, operacionais e psicológicas que favoreçam o erro inovativo. Não devemos ser paternalistas com erros oriundos de descomprometimento, deficiência em competências básicas ou desvios de conduta, mas temos que ser incentivadores dos erros como tentativas de acerto – os erros ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
decorrentes da tentativa de fazer algo realmente novo, sobre o qual sabemos pouco e temos que aprender à medida que avançamos. As empresas falam muito em inovação, mas oferecem pouco espaço para que ela seja gerada, experimentada e vivenciada. Há excesso de restrições e de apego às normas já estabelecidas. 2) O reconhecimento à inovação costuma ser pobre, às vezes mesquinho, para com seus promotores. A ideia de que tudo deva ser encarado como custo remonta à Revolução Industrial, não à Era do Conhecimento. 3) Nosso modelo de produtividade ainda está fundado no padrão workaholic, e ainda se acredita que a melhor maneira de aumentar a produtividade consiste em trabalhar excessivamente, o oposto do que as mentes mais criativas provaram em toda a história da humanidade. A melhor maneira de aumentar a produtividade e gerar maior capital inovador consiste em trabalharmos mais inteligentemente em ambientes que permitam, estimulem e valorizem a inovação! 4) A velocidade das empresas em assimilar os jargões conceituais é extraordinária; já a de criar condições para que eles sejam implementados, excessivamente lenta. 5) O ambiente de trabalho precisa sofrer mudanças que vão desde quantas horas por dias nos dedicamos a nossas atividades criativas e de execução, a sob quais circunstâncias ambientais trabalhamos (que englobam desde a mera ergonomia à atmosfera psicológica, ao clima das interrelações e à qualidade do vínculo do sonho do indivíduo em convergência com a visão, a missão e os valores da organização). A vida em nosso planeta só se fez quando as condições biológicas do nosso ambiente se tornaram propícias para a aparição das primeiras formas de existência e só chegamos ao Homem à medida que essas condições foram se tornando melhores e menos hostis. No mundo das empresas, não há por que ser diferente: ambiente é, quase, tudo!
“Nenhuma empresa é responsável pela qualidade de vida de seus colaboradores, mas por oferecer as condições para se vivenciar a melhor qualidade de vida no trabalho!”
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ARTIGO | INDÚSTRIA
Os diferenciais da indústria capixaba
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ssenciais para a transformação econômica e social do Espírito Santo, as indústrias capixabas possuem diferenciais relevantes que garantem mais chances de sucesso nos negócios e também colaboram para o desenvolvimento do Estado como um todo. Ao se beneficiarem das características naturais que ajudaram a construir a vocação logística da economia capixaba, voltada para o comércio exterior, as indústrias garantem para si e para toda a sua cadeia de fornecedores uma importante vantagem competitiva. O fato de estarem localizadas em uma região central do litoral brasileiro é certamente um ponto a favor, tanto para empresas que focam o mercado exterior quanto para aquelas que investem no mercado interno. Não à toa que, mesmo em um cenário adverso, as empresas do Estado continuam sendo destaque na produção industrial do país. Do primeiro ciclo de desenvolvimento industrial do Espírito Santo – que tem como marco a construção do Complexo de Tubarão, em 1966 –, quando o Estado viu sua economia e importância no cenário nacional florescerem com a produção e a exportação de commodities, até hoje, quando assistimos a uma nova onda de avanço, focada em projetos que se beneficiam e ampliam a vocação logística capixaba para criar valor agregado, MAURÍCIO MAX vemos a importância das bases sólidas é diretor de construídas pelas grandes indústrias. Pelotização da Vale Foram os segmentos-âncora – minério de ferro, aço, celulose e petróleo – que atraíram novos negócios e formaram os pilares de infraestrutura e capacitação que sustentam a economia capixaba. Não é coincidência que um estudo realizado pela Endeavor, uma organização mundial que atua no desenvolvimento econômico de vários países por meio do crescimento de pequenas e médias empresas, tenha apontado recentemente que Vitória tem a melhor infraestrutura da Região Sudeste. Com as indústrias, alavancou-se também a qualidade de vida da população capixaba, um benefício que hoje se estende a todos os setores
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e a empresas de todos os portes. O investimento em capacitação de mão de obra e a oferta de melhores salários contribuíram para aumentar a escolaridade e o padrão de vida da população, um resultado que se reflete na última pesquisa da Organização nas Nações Unidas (ONU), que indicou Vitória como a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para se viver, segundo índices de qualidade da educação, renda e expectativa de vida. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
O investimento na cadeia de fornecedores e a implantação de regras e iniciativas que garantem a saúde e a segurança dos empregados e o respeito ao meio ambiente também são marcas das grandes indústrias que se multiplicaram em outras cadeias produtivas do Estado, contribuindo para que o desenvolvimento do Espírito Santo seja sustentável em todos os aspectos, das micro às grandes empresas. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Olhando em frente, certamente a inovação e a produtividade serão cada vez mais importantes para que a indústria capixaba amplie e mantenha sua competitividade. Para incluir a inovação em qualquer atividade e fazer a diferença, o investimento em capital humano é um critério fundamental. Para isso, é preciso oferecer oportunidades de qualificação profissional, adotar atitudes para um ambiente saudável e seguro, reconhecer bons desempenhos e promover desafios suficientes para gerar oportunidades de crescimento e realização profissional e pessoal. O ambiente de trabalho deve ser cada vez mais atrativo e um avanço das indústrias capixabas. O Brasil tem um grande desafio rumo ao crescimento econômico sustentável. Para suportar a nova condição econômica do país, recursos financeiros e tecnológicos não bastam. Investir em talentos passou a ser fator de competitividade para o desenvolvimento. É necessário construir mais competências para obter mais produtividade. Países como China e Coreia, que obtiveram forte crescimento econômico e tecnológico nas últimas décadas, incluíram educação e formação profissional como itens estratégicos de avanço de longo prazo. E o empresariado tem uma contribuição importante para dar ao país em relação ao aprimoramento profissional. O Senai, por exemplo, tem exercido um papel relevante no Espírito Santo e no Brasil no auxílio à formação profissional de acordo com o perfil demandado pela indústria, que, por sua vez, já foca há um longo tempo em programas para formação básica e técnica dos trabalhadores. Para incluir a inovação em qualquer atividade e fazer a diferença, é fundamental poder contar com investimento em capital humano, instituições sólidas, infraestrutura adequada e um mercado sofisticado. Com empresas e governos priorizando esses parâmetros, é possível transformar a educação, o conhecimento, a pesquisa e a criatividade em inovação, ampliando a competitividade das empresas, do Estado e do país.
“Não é à toa que, mesmo em um cenário adverso, as empresas do Estado continuam sendo destaque na produção industrial do país”
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ARTIGO | EDUCAÇÃO
O tsunami das novas ocupações. E agora?
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urante a competição do World Skills, assisti a uma palestra de um americano anunciando uma enchente de novas ocupações e uma alteração radical no conteúdo das que já existem. Disse também que metade da tecnologia aprendida já estará obsoleta ao nos formarmos. Conseguiu o que queria: assustou. Pelo visto, é para jogar fora a formação profissional que temos e começar tudo de novo. Mas será isso mesmo? Certamente, os ofícios vão continuar mudando. E outros diferentes virão. Mas no que tange à preparação para o trabalho, há muito nevoeiro nessas conversas. Comecemos a explorar o assunto com um exemplo pessoal. Aprendi eletrônica no Instituto Rádio-Técnico Monitor, quando só havia válvulas, nem os transistores existiam. Depois deles, vieram os circuitos integrados. Portanto, estou duplamente obsoleto na área. Sou claramente incapaz de reparar um amplificador de áudio contemporâneo, minha paixão naquela época. Se nada soubesse de eletrônica, levaria muitos meses, anos mesmo, para ser capaz de empreender um conserto. Mas, tenho plena consciência, o tempo que levaria para me atualizar seria uma pequena fração daquele que levei para aprender sobre resistores, capacitores, solenoides, válvulas e as formas geniais CLAUDIO DE de conectar isso tudo. Para mim, o único MOURA CASTRO novo seria aprender a eletrônica digital. Mas é economista, presidente note-se, mesmo essa tecnologia anda por aí do Conselho Consultivo faz décadas. Ou seja, para quem entendeu da Faculdade Pitágoras e o básico, o salto seguinte é rápido, pois os colunista da revista Veja princípios são os mesmos. A fórmula clássica da formação profissional continua ilesa. Tudo começa ensinando a ler e escrever corretamente. E também, mostrando como usar números para lidar com problemas concretos. Ajuda saber um pouco de Física. Depois vêm os princípios básicos da profissão escolhida. Se falamos de eletrônica, são as leis do magnetismo, as ondas hertzianas, os osciladores, as propriedades dos capacitores, e por aí afora. Em seguida, combina-se isso tudo nos cir-
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cuitos tradicionais. Comecei com rádios e amplificadores. Hoje lidaria com a “internet das coisas”. Mas pensemos bem. A “internet das coisas” é uma nova forma de controlar os mesmos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
aparelhos mecânicos ou eletrônicos. Portanto, tudo começa na compreensão do funcionamento de máquinas, eletrônica digital e princípios da computação, assuntos já consolidados e antigos (os computadores já têm meio século!). ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Se em vez de fazer uma futrica no WhatsApp, a mensagem é para ligar a máquina de lavar roupa, no final das contas, dá na mesma. Para operar neste assunto, basta um programinha de reciclagem ou a leitura de alguns manuais. É claro, essa atualização é imprescindível, mas pode até ser feita pelo vendedor do equipamento. Quando muda a tecnologia, o novo acaba sendo um passo menor do que o trombeteado. Metade das tecnologias ficou obsoleta? Se conheço o que veio antes, nada de sustos. É ter confiança no taco, pois não é preciso jogar fora metade do que aprendi. Apenas ajusto, complemento, remendo, e pronto! De certa maneira, não perdi nada importante ou profundo. Que me importa se esqueci como abrir o gabinete deste ou daquele equipamento? Óbvio, simplifico demais nesses casos. De fato, há mudanças drásticas de direção. Por exemplo, uma camareira de hotel internacional aprende toda a rotina de arrumar o quarto em um só dia. Mas precisa saber inglês e computação. A ocupação nova tem exigências bem diferentes da velha. Mas, novamente, os dois elementos que faltam são conhecimentos genéricos da modernidade. Todos têm que saber inglês e manejar um computador. Não há um real mergulho no novo ou no desconhecido. Há apenas uma combinação diferente de competências. No caso, camareiras não precisavam delas. Não consigo imaginar uma só ocupação surgindo do nada e baseada em princípios que não são os mesmos de sempre. O que se observa é uma forte continuidade na evolução. O novo é o velho com mais um passinho. Em geral, há uma clara tendência histórica na evolução das ocupações “clássicas”. Cada vez mais, há um grau maior de abstração e de necessidade de dominar escrita
“O que deve assustar não é a nova profissão, com nome estranho, mas a dificuldade de oferecer uma educação robusta no domínio das habilidades básicas”
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ARTIGO | EDUCAÇÃO
e ciências. As mesmas ocupações passam a exigir uma dimensão simbólica maior. A mão firme nas manivelas do torno passa a ser substituída pela competência em imaginar como a ferramenta terá que se mover e traduzir isso em linguagem de controle numérico. Ou seja, a preocupação de quem desenvolve programas de treinamento para torneiro CNC não é com a última pirueta da tecnologia, mas com as bases sólidas e amplas dessa nova combinação entre mão e abstração. Faz um bom tempo, perguntei ao diretor da Escola Técnica de Sainte-Croix, no coração da relojoaria suíça: “M. Gonthier, como é esse negócio de treinar para as altas tecnologias?” Segundo ele, era muito simples. Antes, todo bom profissional já precisava ler e fazer contas. Agora, precisa ler mais e fazer mais contas. Portanto, a fórmula mágica é apenas
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reforçar essa capacidade de operar bem no mundo da escrita e da abstração. Um tanto simplista, mas não está longe da verdade. No fundo, avança mais na profissão e se dá melhor na folha de pagamento quem domina confortavelmente o básico e tem boa visão de conjunto. Para eles, o novo vai sendo aprendido ao longo do tempo, sem pesadelos, graças aos fundamentos sólidos da sua formação. O que deve assustar não é a nova profissão, com nome estranho, mas a dificuldade de oferecer uma educação robusta no domínio das habilidades básicas. Dado o péssimo sistema educativo que temos, esse é o real desafio. Quando isso não é aprendido, tudo o mais se torna árduo. Insisto, a falha não está no domínio do novo ou do complicado, mas na fragilidade do básico.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS
Recessão na economia já afeta a indústria Com estoques em excesso e expectativa de piora no ambiente de negócios, a confiança dos empresários da indústria vem caindo, desestimulando o investimento, o emprego e a produção
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economia nacional em 2015 ficou praticamente estagnada no primeiro semestre, segundo números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população puxou o freio de mão no consumo, os investimentos se reduziram, e os gastos do Governo aumentaram. Tal cenário acabou contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) encolhesse 2,1% no primeiro semestre de 2015 na comparação com o mesmo período do ano passado, indicando um quadro de “recessão técnica”, que ocorre quando a economia registra dois trimestres seguidos de queda. De janeiro a março, a baixa foi de 0,2% e no segundo trimestre, de 1,9%. De abril a junho, a indústria foi quem mais sofreu, com declínio de 4,3%, seguida da agropecuária (-2,7%) e dos serviços (-0,7%). Para 2015, o mercado financeiro acredita que o PIB terá uma retração de 2,85%, o que, se confirmado, será a maior perda em 25 anos, ou seja, desde 1990 – quando foi calculado um retrocesso de 4,35%. Em 2014, houve leve crescimento, de 0,1%. Para 2016, os economistas das instituições financeiras projetam uma diminuição de 1%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central. Se confirmada a previsão, será a primeira vez que o país amargará dois anos seguidos de contração na economia, pela série histórica do IBGE iniciada em 1948. Todas as seis vezes em que o Brasil fechou com PIB anual negativo foram sucedidas por uma rápida recuperação nos anos seguintes. Enquanto o PIB cai, a inflação sobe. A expectativa mais recente é de que alcance 9,53% em 2015. O próprio Banco Central a projeta em 9,5%. Isso é o dobro da meta estabelecida pelo Executivo. Caso se confirme, será a maior
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taxa em 12 anos. Já em 2016, a inflação deve ficar em 5,94%, conforme as estimativas do Relatório Focus. Para o setor produtivo, os primeiros seis meses do ano vêm demonstrando um quadro preocupante. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o cenário recessivo se intensificou no segundo trimestre, com recuo no faturamento, no emprego e no desempenho operacional. De janeiro a agosto, a produção industrial nacional é 6,9% menor que igual período de 2014. Em agosto, caiu 9% em relação a agosto de 2014, a 18ª taxa negativa consecutiva nessa comparação. Já o faturamento do setor reduziu 6,5%, e o emprego sofreu queda de 4,9%. De acordo com a CNI, um conjunto de fatores gerou esse panorama: aceleração da inflação, que esvazia o poder de compra da população; queda da ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Mesmo com a inércia da economia, a expectativa é de que o Estado feche o ano com desempenho acima da média nacional
confiança dos empresários e consumidores, o que impacta os investimentos; e as medidas de ajuste da economia, com alta da taxa de juros e de vários tributos.
Produção capixaba mostra força Enquanto a indústria nacional entra num processo de retrocesso, o segmento capixaba mostra força em meio à crise. Os números são animadores: a produção do setor aumentou, de agosto deste ano, 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. A expansão é a maior do país, apontam dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) e do IBGE. Aliás, além do Pará, que alcançou 5,4% , e do Mato Grosso (1,2%), o Estado foi o único a apresentar indicadores positivos. Somente no mês de agosto, em confronto com o mesmo mês de 2014, o crescimento foi de 0,8%. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Conforme o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o resultado positivo pode ser explicado pelo bom desempenho do minério de ferro, principal produto da indústria do Estado, e das pelotas. Tais itens, componentes da indústria extrativa, acumularam, até agosto, avanço de 20,2%. O aço, representado pela metalurgia básica, também teve uma excelente performance, com um incremento de 24,8%, de acordo com Guerra. “Esse bom desempenho da indústria está relacionado a novos projetos, reflexo do início dos trabalhos da Quarta Usina da Samarco, da Oitava Usina da Vale e do retorno da operação do Terceiro Alto-Forno da ArcelorMittal Tubarão, que entraram em operação em 2014”, explicou o presidente da Findes. Ele acrescentou que a construção do Estaleiro Jurong, da Bertolini, da Itatiaia e da fábrica de ônibus 53
ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS
Nove anos após o início das obras de ampliação e modernização do aeroporto de Vitória, o projeto não decolou, e o Governo Federal vai começar um novo processo da estaca zero
Marcopolo/Volare, em São Mateus, também serviram para alavancar a produção capixaba. Já os segmentos de alimentos e bebidas e minerais não metálicos tiveram recuo de 9,2% e 3,6% no Estado, respectivamente, em comparação ao primeiro semestre de 2014. Otimista, o dirigente estima que a atividade produtiva local vai continuar crescendo até o final de 2015, mesmo com a produção nacional em declínio. “Acredito que vamos fechar o ano com um crescimento entre 9% e 11%”, projetou. Na área de rochas capixabas, houve um pequeno encolhimento nos primeiros sete
meses do ano. Em 2015, até julho, o segmento movimentou US$ 599 milhões, informam dados do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais, Cal e Calcários do Espírito Santo (Sindirochas). Esse valor corresponde a um decréscimo de 0,67% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o balanço marcou US$ 603 milhões. No Brasil, a queda foi de 1,96% em igual intervalo. A variação negativa deveu-se à diminuição das vendas para os maiores compradores dos produtos capixabas: Estados Unidos, Canadá e América Latina, segundo o presidente do Sindirochas, Tales Machado. Na sua avaliação, o motivo principal dessa retração foi que o mercado, principalmente o norte-americano, passou a se utilizar mais de materiais fabricados – porcelanatos, ladrilhos e outras cerâmicas – na construção civil, em detrimento das rochas ornamentais. “Para tentar reverter esse quadro em 2016 e 2017, o setor deve buscar inovações e baratear os custos para que consiga ampliar a demanda por rochas ornamentais em fachadas fixas ou ventiladas e em pisos suspensos da construção civil”, disse.
Pessimismo dos empresários é o maior em 16 anos “O setor produtivo capixaba vai continuar crescendo até o final de 2015, mesmo com a produção nacional em queda. Devemos fechar o ano com um crescimento entre 9% e 11%” - Marcos Guerra, presidente do Sistema Findes
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Sem sinais próximos de recuperação da economia brasileira, o pessimismo da indústria nacional já é o maior em 16 anos. Após três meses de perdas, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) voltou a cair em julho e chegou ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ao pior nível desde 1999, alerta a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Frente a junho, o indicador regrediu 1,7 ponto e chegou a 37,2 pontos, o menor patamar desde que a pesquisa começou a ser feita pela entidade. Os valores abaixo de 50 representam pessimismo e, quanto menor o resultado, piores são as perspectivas dos empresários em relação à economia. No Espírito Santo, o Icei-ES somou 35,1 pontos em julho, mostrando novamente elevado grau de pessimismo, identifica o Ideies. A contração, a quinta não consecutiva em 2015, foi influenciada tanto pelo indicador de condições da economia como pelo de expectativas, já que ambos declinaram. O tombo em julho sobre o mês anterior foi de 3,8 pontos. Sobre o futuro, os industriais capixabas também demonstraram falta de confiança no crescimento da economia e do Estado. As expectativas quanto aos próximos seis meses fecharam com retração de 3,9 pontos ante ao mês anterior. Para o diretor-executivo do Ideies, Antonio Doria Porto, os indicadores sinalizam que a falta de confiança vem-se disseminando entre as empresas, o que desestimula o investimento, o emprego e a produção. “Além dos setores de alimentos e minerais não metálicos, que tiveram quedas no ano, vários outros ramos industriais – que não são pesquisados pelo IBGE – estão com dificuldades e com estoques elevados, o que inibe os investimentos atuais e as perspectivas para os próximos seis meses. Acredito que os novos investimentos do Estado, que vão começar a ter produção em 2015, além de outros previstos para 2016, como o setor automobilístico, produtos da linha branca e a indústria naval, podem contribuir para a recuperação da economia capixaba no futuro”, destacou.
Investimento no ES encolhe R$ 40 bilhões O cenário desfavorável da economia já fez com que a carteira de projetos para o Espírito Santo encolhesse R$ 40 bilhões entre os investimentos anunciados para o período de 2013-2018, que somavam R$ 120,2 bilhões. De acordo com recente revisão feita pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) – ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Além dos setores de alimentos e minerais não metálicos, que tiveram quedas, vários outros ramos industriais estão com dificuldades e com estoques elevados, o que inibe os investimentos” Antonio Doria Porto, diretor-executivo do Ideies
que divulga anualmente a previsão de aportes para o Estado por um período de cinco anos – o novo volume apresentado para o quinquênio 2014-2019 foi reduzido a R$ 80,8 bilhões. Tradicionalmente, o órgão calcula os números referentes ao ano anterior e os projetados por mais quatro anos. A diretora-presidente do instituto, Andrezza Rosalém, justifica o ajuste. Segundo ela, no início do ano de 2015 houve uma mudança brusca no quadro econômico que, junto com o anúncio do Plano de Negócios da Petrobras, trouxe uma nova realidade, inclusive para o Espírito Santo. “Para não ficarmos com uma carteira superestimada, fizemos ajustes e avaliamos os investimentos para o Estado até junho, o que resultou na queda de R$ 39,4 bilhões”. Nesse contexto, o setor de energia foi o que mais baixou o volume de dinheiro a ser investido. Os R$ 54 bilhões programados anteriormente encolheram para R$ 27 bilhões. A diminuição pela metade nesse segmento sofre influência direta da crise que assola a Petrobras desde o início da Operação Lava Jato. Com o caixa debilitado, a estatal anunciou um corte de US$ 90 bilhões, com efeitos negativos, inclusive, para o Espírito Santo. De acordo com Andrezza, duas plataformas que iriam começar a operar em 2018 no litoral do Estado e que estavam na carteira anterior 55
ABERTURA | CENÁRIO E PERSPECTIVAS
“Para não ficarmos com uma carteira superestimada, fizemos ajustes nos investimentos para o ES, o que resultou na queda de R$ 39,4 bilhões” Andrezza Rosalém, diretora-presidente do IJSN
foram retiradas da relação atual. Além disso, houve uma revisão dos recursos a serem destinados ao Polo Gás-Químico (UFN-IV) planejado para ser construído em Linhares. “Embora conste da carteira, a unidade foi postergada e teve o seu tamanho reduzido”, pondera ela. A mineradora Ferrous, que estava prevista para ser instalada em Presidente Kennedy, também foi excluída da nova lista. Ela acrescenta que as térmicas, que estavam no levantamento do ano passado, deixaram a carteira de 2014-2019. “Como a Petrobras não tinha como entregar o gás para esses empreendimentos, algumas termelétricas saíram da carteira, uma vez que se inviabilizaram na época”, disse. Técnico de pesquisa do IJSN, Claudimar Marçal comenta também o baque sofrido pela indústria, com um recuo de R$ 11 bilhões do ano passado para cá. Ele esclarece, ainda, que todos os planejamentos analisados são referentes a investimentos superiores a R$ 1 milhão. Segundo Marçal, a forte redução é consequência principalmente da crise, mas “a queda de 32,8% na soma dos investimentos também engloba projetos que já foram concluídos, no total de R$ 13,4 bilhões”. Com 278 projetos, cujo valor médio é de R$ 209,4 milhões, o setor de infraestrutura 56
é o que acumula o maior número de empreendimentos previstos, respondendo por 33,5% dos 830 projetos que estão estimados para o Estado nos próximos cinco anos. Entre aqueles em execução da carteira atual estão: o desenvolvimento e a produção de petróleo pela Shell no Parque das Conchas, as obras no Estaleiro Jurong, a construção do navio-sonda Arpoador e a duplicação da BR 101 pela ECO 101. Andrezza afirma que a retração de cerca de 35% na quantidade total de projetos não foi uma grande surpresa. “Desde meados do ano passado, estamos vendo o ritmo da economia cair. Então, era previsível uma queda, mas ela foi maior do que imaginávamos. Daqui para a frente, temos que fazer o possível para garantir que os projetos planejados sejam concretizados e que sejamos capazes de atrair novos negócios, criando um ambiente favorável para isso”, afirmou. O Invest-ES, programa do Governo Estadual que estimula a realização de investimentos no Estado, com diferimento no pagamento de ICMS, contribui para isso. Mesmo diante do cenário de crise, cerca de 30 corporações foram inscritas na iniciativa em 2015, dispostas a aplicar R$ 13,5 bilhões no Espírito Santo, para a criação de novos negócios, a ampliação da estrutura ou o desenvolvimento de produtos em território capixaba. Os trabalhos estão distribuídos entre diversos municípios, como Serra, Linhares, Cariacica, Guarapari, Aracruz, Domingos Martins, Marechal Floriano, Colatina, Sooretama, Baixo Guandu e Ecoporanga. Os empreendimentos têm até um ano para concluírem seus projetos. Quando instalados, devem abrir pelo menos 23 mil postos de trabalho, cruciais para propiciar a recuperação do mercado, que perdeu, só neste ano, até julho, 20 mil profissionais devido à turbulência atual. Desde 2003, o Invest-ES contribuiu para a geração de 27 mil empregos no Estado, ao apoiar planos de mais de 300 companhias de pequeno a grande porte. No período, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, pelo menos R$ 25 bilhões em negócios foram concretizados. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | PETRÓLEO E GÁS
Um ano desafiador para o setor de petróleo e gás Atento aos investimentos reduzidos, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás busca possibilidades de novos negócios entre os empresários capixabas e investidores de outras partes do mundo
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m 2015 o setor de petróleo e gás tem muitos desafios a encarar. A Petrobras já reduziu os investimentos em 37% para o período 2015 a 2019, prevendo aplicar US$ 130,3 bilhões em suas diferentes áreas de atuação – US$ 90,3 bilhões a menos do que foi anunciado no Plano de Negócios e Gestão (PNG) de 2014/2018, que registrava US$ 220 bilhões nessa rubrica. A estatal também pretende vender US$ 57 bilhões em ativos e diminuiu a meta de produção em 30%. Na operação total no país e no exterior, a projeção caiu de 5,3 milhões para 3,7 milhões de barris diários. A crise de caixa, o alto índice de endividamento, o envolvimento da companhia nas denúncias da Operação Lava Jato e a queda do preço do barril do petróleo refletiram-se drasticamente na elaboração do plano, com efeitos negativos, inclusive, para o Espírito Santo. Os navios-plataformas ES Águas Profundas – que seria instalado no litoral norte capixaba – e o Sul Parque das Baleias, reservado para atuar no sul do Estado, estavam programados para iniciar as atividades em 2018. Mas as embarcações não aparecem no PNG elaborado para os próximos cinco anos, assim como também não está estimado o polo gás-químico prometido para Linhares (UFN-IV) ou qualquer outro projeto para o Espírito Santo. No Estaleiro Jurong, as sete embarcações que já estavam contratadas foram mantidas.
Blocos do Espírito Santo não recebem ofertas em leilão A 13ª Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), realizada no dia 07 de outubro, que colocou em leilão 266 blocos de petróleo e gás no país, não teve um bom resultado para o Espírito Santo. Essa era uma perspectiva positiva do mercado capixaba, mas os sete 58
blocos no litoral Norte capixaba não receberam nenhuma oferta, contrariando as expectativas da ANP de que esta área seria uma das mais disputadas do certame. Os sete blocos, localizados próximos à região do chamado Parque dos Doces e aos campos de Golfinho e Canapu, em Aracruz, tinham um bônus mínimo de assinatura - menor valor estipulado para obtenção da concessão - de R$ 351,9 milhões e somam uma área de 5.027,43 km². Ao todo, foram ofertados blocos de 10 bacias terrestres: Amazonas, Parnaíba, Recôncavo, Potiguar, Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Espírito Santo, Campos, Camamu-Almada e Pelotas. Mas, assim como as áreas do Espírito Santo, setores de outras bacias não receberam nenhuma proposta, caso de Camamu-Almada, Bacia de Campos e três setores da Bacia Potiguar. O leilão como um todo recebeu poucas propostas. Somente 37 blocos foram arrematados, ou seja, apenas 14% do que foi ofertado. Após a concorrência, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, admitiu que o leilão ficou “aquém do esperado”. Segundo ela, o cenário do preço do barril de petróleo no mercado internacional, cotado abaixo de US$ 50, e a ausência da Petrobras na rodada podem ter contribuído para o resultado. Apesar da falta de interesse das empresas pelos blocos no litoral Norte do Estado, o Espírito Santo se destacou de outra forma na licitação. Duas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Foto Agência Petrobrás
Mesmo com o setor em crise, muitos investidores continuam apostando na exploração de óleo e gás no Brasil
empresas capixabas, a Vipetro e a Imetame, arremataram áreas em outras bacias do país. A Imetame foi a vencedora de quatro blocos terrestres: três na Bacia do Recôncavo (BA) e um na Bacia Potiguar (RN). Já a Vipetro, que atua nesse mercado desde 2004 com a exploração e produção de campos no onshore capixaba, foi a vencedora do bloco PN-T-149, na Bacia do Parnaíba.
Produção capixaba Mesmo com o setor em crise, muitos investidores continuam apostando na exploração de óleo e gás no Brasil, caso da holandesa Shell, que anunciou que vai manter o aporte de R$ 4,34 bilhões (US$ 1,4 bilhão) na Fase 3 do Parque das Conchas, no litoral sul capixaba. Os sete novos poços entram em operação no primeiro trimestre de 2016, permitindo que a multinacional, que hoje entrega 55 mil barris ao dia, aumente em cerca de 50% sua produção no Espírito Santo. Ao entrar no pico de trabalho, os poços Massa e Argonauta vão representar um adicional de 28 mil barris diários. A empresa garante ter injetado, nos últimos seis anos, o montante de US$ 5,8 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões) nos campos de exploração no Espírito Santo. De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo de Azevedo, o investimento é de extrema importância para o Estado, principalmente durante esse período de crise, recessão e desemprego. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“É uma expectativa positiva de geração de emprego e renda para nós, além de uma demonstração de confiança no futuro, tendo em vista que são investimentos vultosos”, disse ele, por ocasião do anúncio no Palácio Anchieta. Diante deste novo ciclo, o Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, criado em 2014, torna-se um importante mecanismo para a articulação estratégica da cadeia produtiva do segmento. O Fórum é coordenado pelo Governo do Estado do Espírito Santo, Petrobras e pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes). “A redução dos investimentos deve afetar as oportunidades de negócios em todo o setor e nas atividades afins, como a metalmecânica, além de diminuir as receitas futuras do Estado, já que deixará de gerar royalties e impostos. Mas como a indústria de óleo e gás ainda é iniciante no Estado, o Fórum tem feito a articulação de estratégias indutoras, a partir de eventos ligados ao setor, buscando o fortalecimento da imagem do Espírito Santo para atração de investimentos”, diz o coordenador executivo do Fórum, Luiz Alberto Carvalho. Em 2015, foram promovidos workshops regionais entre 11 e 15 de junho nos municípios de São Mateus, Linhares, Aracruz e Cachoeiro de Itapemirim, no intuito de fomentar a realização de negócios futuros com os fornecedores locais. “Também temos feito missões internacionais na busca de oportunidades para novos negócios, parcerias em joint-ventures e no desenvolvimento em tecnologias e inovação”, explica Carvalho. Em maio, por meio do Centro Internacional de Negócios (CIN)-ES do Sistema Findes, foi organizada uma missão empresarial para a feira Offshore Technology Conference (OTC), ocorrida em Houston, Texas (EUA); e em junho, outra missão à Noruega, para participar da Underwater Technology Conference (UTC), em Bergen, evento que conta com mais de 100 mil profissionais de 130 países. E entre 8 e 11 de setembro, uma comitiva foi a Aberdeen, na Escócia, para visitar a SPE Offshore Europe, que reúne todos os grandes players da indústria oceânica. A produção do ES em maio foi de 383 mil barris de petróleo/dia e 10,8 milhões de metros cúbicos/dia de gás natural em 47 campos produtores operados pelas companhias Central Resources, Shell Brasil e Petrobras. O Estado é o segundo maior produtor de petróleo do país, representando 16% da produção nacional.
R$ 4,34 bilhões É o valor que a Shell vai investir no Parque das Conchas, no litoral sul capixaba 59
ECONOMIA | ROCHAS ORNAMENTAIS
O Espírito Santo ocupa papel de destaque no cenário nacional de rochas ornamentais como maior produtor e exportador do Brasil
Tecnologia para superar desafios no setor de rochas ornamentais Empresários investem em equipamentos modernos para aumentar produtividade e frear efeitos da crise
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umentar a produtividade para reduzir os custos da produção e ganhar competitividade. Essa é a principal estratégia adotada pelo setor de rochas ornamentais do Espírito Santo – que tem como principais mercados países como Estados Unidos, China e Itália –, para superar a baixa nas vendas. A atividade vem sofrendo com o período desfavorável no mercado mundial desde 2007, enfrentando dificuldades principalmente na recuperação dos índices de crescimento dos valores de exportação verificados antes da crise. “Os anos de 2008 e 2009 foram os piores, contrastando com o de 2010, que pareceu mais promissor. Esperávamos melhores negócios com o advento da Copa do Mundo de Futebol, ocorrida em 2014, e das Olimpíadas, que acontecerão em
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2016, que oportunizariam a construção de grandes empreendimentos. As obras de governo em todos os seus níveis, porém, estão quase que paralisadas, sem perspectivas de voltarem à sua normalidade. A crise continua forçando as empresas a trabalhar de forma muito planejada para manterem-se no mercado, que a cada dia se retrai, obrigando-as a se reinventarem permanentemente”, explica o presidente do Sindicato de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), Tales Machado. O primeiro semestre de 2015 confirmou as expectativas de que o ano seria de muitas dificuldades, tanto nas vendas para o mercado interno, quanto para a exportação de rochas ornamentais. De acordo com o Sindirochas, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
de janeiro a maio houve redução de -1,65% nas exportações, em valor, e -14,92% em toneladas, se comparadas com os volumes embarcados no mesmo período de 2014. A demanda por produtos se apresenta cada vez mais acanhada, levando as companhias a novos planejamentos, com redução de custos em todas as etapas do processo. A baixa procura começa a ameaçar, inclusive, a estabilidade do quadro de pessoal das empresas do setor já bastante retraído. “As altas taxas de juros proíbem os empreendimentos de buscar novos investimentos junto ao sistema bancário, obrigando-os a serem mais criativos no uso do dinheiro para se adequarem às novas exigências financeiras dentro dos seus processos produtivos e comerciais. As obras de governo e os investimentos privados na área de construção civil estão caminhando a passos lentos, não abrindo perspectivas de melhoria em curto ou em médio prazo”, ressalta Tales Machado. A postura para o segundo semestre de 2015 é de cautela. “Será um semestre para melhor entender o mercado interno, mais difícil de ser trabalhado, em função da própria situação vivida pelo país. O mercado externo, apesar de parecer mais promissor no atual cenário, é alcançado apenas por uma gama menor de empresas do setor, já estruturadas e mais conhecedoras das nuances do campo internacional”, analisa o presidente do Sindirochas.
Modernização A tecnologia exerce papel preponderante no desenvolvimento do setor de rochas. O emprego de novos e modernos equipamentos nas atividades de extração, beneficiamento, corte e polimento de pedras tem aumentado o desempenho das empresas em todas as fases da operação. Isso possibilitou uma redução de custos e um aumento significativo nos índices de produtividade. Os investimentos em tecnologia são, também, o caminho escolhido para superar o cenário de retração nas vendas. A modernização ajuda a reduzir os gastos e a ganhar força nas disputas pelos consumidores. Nos últimos anos, os principais investimentos têm sido na aquisição de teares multifios diamantados. Os equipamentos têm possibilitado um avanço na produtividade significativo nas indústrias de rochas, proporcionando, ainda, mais condições técnicas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
para obtenção de um produto final com maior qualidade e melhor aceitação na comercialização. Com a utilização desse tipo de tear é possível, por exemplo, finalizar o beneficiamento de um bloco em um dia, o que sem ele seria inviável. Porém, os multifios diamantados ainda representam apenas 10% dos cerca de 1.200 teares existentes no Espírito Santo. Além da tecnologia, as indústrias da área enfrentam outros desafios para manter e elevar a competitividade. A questão logística está entre eles. “O alto custo do transporte rodoviário e a baixa qualidade das estradas no Estado geram a necessidade de outros modais para escoamento da produção, como o ferroviário. O setor também anseia por um porto de águas profundas no Espírito Santo, permitindo receber navios maiores, o que reduziria o custo do escoamento pelo modal marítimo”, destaca o presidente do Sindirochas.
Rochas capixabas O Espírito Santo ocupa papel de destaque no cenário nacional de rochas ornamentais, como maior produtor e exportador do Brasil. Em 2014, foram produzidos no país 10,13 milhões de toneladas de pedras desse tipo, sendo as empresas capixabas responsáveis por algo em torno de 50% desse resultado. No último ano, 79,75% em valor, e 72,24% em peso, das rochas ornamentais brasileiras embarcadas saíram do Estado. “Mesmo nos momentos de crise, como vem ocorrendo nos últimos oito anos, o Espírito Santo, pela sua vocação mineral em rochas ornamentais, pela experiência adquirida ao longo do tempo pelos empreendedores locais e pelo parque industrial específico aqui existente, continua na liderança das exportações de rochas brasileiras”, salienta Tales Machado. Em território capixaba, existem cerca de 1.500 empresas do segmento, responsáveis por movimentar aproximadamente 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e por 125 mil empregos diretos e indiretos. Os números impressionam: em 2014, as exportações de rochas ornamentais locais somaram US$ 1,018 bilhão, o que representou um crescimento de 0,25% na comparação com o ano anterior. Até maio de 2015, ainda no cenário capixaba, o valor desse tipo de transação chegou a US$ 398,88 milhões.
US$ 398,88 milhões Foi o valor exportado pelas empresas capixabas de rochas ornamentais nos primeiros cinco meses de 2015 61
ECONOMIA | PAPEL E CELULOSE Foto Agência Fiep
Preço da celulose no mercado externo alcança média de US$ 803 por tonelada e alavanca lucro das empresas brasileiras
Indústria de celulose ignora a crise Fabricantes de papel, porém, enfrentam momento desfavorável
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uando 2014 chegou ao fim, os empresários da indústria de celulose já podiam ter uma ideia do que seria 2015. No ano passado, de acordo com levantamento apresentado pela Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o setor conseguiu manter os níveis e chegou a registrar alta dos principais indicadores. A produção brasileira alcançou 16,5 milhões de toneladas, 8,8% a mais do que em 2013. O volume de exportações também subiu, fechando o ano em 10,6 milhões de toneladas, uma elevação de 12,6% em relação a 2013. No primeiro quadrimestre de 2015, a celulose continuou fazendo a alegria dos fabricantes e dos exportadores do país: 5,4 milhões de toneladas foram produzidas e 3,6 milhões de toneladas, exportadas. Na comparação por quadrimestre, a produção aumentou 4,3%, e as vendas avançaram expressivos 12,7% ante a igual período de 2014.
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Já para quem trabalha com o produto final, o cenário é desafiador. Os mesmos indicadores apontam que a produção de papel totalizou 10,4 milhões de toneladas em 2014, mantendo-se praticamente estável. As exportações registraram queda de 1,1% frente a 2013, e as vendas domésticas nem subiram nem desceram: 5,7 milhões de toneladas de papel foram comercializadas no mercado interno no ano passado. Na virada para 2015, a situação não melhorou. Nos primeiros quatro meses deste ano, a produção de papel alcançou 3,3 milhões de toneladas, 2% menos que no mesmo período do ano passado. O mercado interno, principal comprador, recuou no consumo e fez as vendas domésticas despencarem -5,6%. As exportações, que poderiam representar uma saída, não vingaram: o total exportado no primeiro quadrimestre de 2015
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
(639 mil toneladas) é 0,5% menor ao registrado no prazo equivalente em 2014. “Celulose é uma commodity mundial. A demanda está alta, o dólar está desvalorizado frente ao real, o Brasil se destaca no mercado externo. Portanto, o momento é promissor. Mas para os fabricantes de papéis, o cenário é desafiador. Já existem fábricas pelo país parando máquinas para reduzir a produção, porque não tem saída”, explicou o vice-presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo (Sindipapel), Markus Coelho.
Papel-moeda Para que tenham realmente significado, os índices de produção e venda precisam se converter em cifras e, quando somadas, as exportações do setor fecham com saldo no azul, puxadas pela celulose. Entre janeiro e abril, os embarques de celulose, papel e painéis de madeira alcançaram US$ 2,4 bilhões, com variação positiva de 1,8% relativa ao mesmo período de 2014. Na economia capixaba, as vendas de celulose ultrapassaram os US$ 230 milhões no primeiro trimestre de 2015. A Fibria, líder mundial do setor e principal empresa do ramo instalada no Espírito Santo, comemora os resultados favoráveis. Apesar da desvalorização cambial, a companhia encerrou 2014 com lucro líquido de R$ 163 milhões e um volume total de vendas de 5,3 milhões de toneladas, representando crescimento de 2% com confronto ao ano anterior. Em 2015, o cenário continua positivo para a líder mundial. O primeiro trimestre alcançou um dos melhores dados operacionais da história da empresa. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado chegou ao recorde de R$ 1 bilhão, com crescimento de 48% na comparação com igual período de 2014. A receita líquida atingiu R$ 1,997 bilhão, representando um aumento de 22% sobre o mesmo intervalo de 2014. A Fibria produziu, no primeiro trimestre, 1,291 milhão de toneladas de celulose, enquanto as vendas somaram 1,229 milhão de toneladas, 3% a mais frente aos três primeiros meses do ano passado.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Os mercados europeu e asiático prosseguem como grandes consumidores da produção nacional (entre janeiro e abril deste ano, o Brasil vendeu US$ 711 milhões para a Europa e US$ 698 milhões para a Ásia). E com a demanda em elevação, quem vende aproveita o momento: desde o ano passado, as gigantes do setor vêm trabalhando em uma retomada de preços. Hoje, a tonelada de celulose vendida para a Ásia sai por US$ 700, para a Europa chega a US$ 810, e para a América do Norte bate os US$ 900. A variação cambial também é ponto positivo. Nesse período, houve uma valorização de 13% do dólar médio frente ao real, o que, ao se converter os valores, possibilitou que o preço médio líquido na moeda nacional tivesse uma alta de 14%. Mas, quando se fala em papel, o cálculo é diferente. Voltada principalmente para o consumo interno, a produção não sente, com tanto impacto, a influência da oscilação cambial e das movimentações da indústria mundial. Além disso, os crescentes custos de operação, incluindo impostos e energia elétrica, desaceleram ainda mais o setor. A conta de luz de janeiro, segundo informações do Sindipapel, chegou 66,7% mais salgada. Sem ter como segurar o aumento, os industriais se veem obrigados a rever o valor do produto final. Mais caro, o papel vende menos. O consumo aparente no Brasil recuou -4,3% no primeiro quadrimestre este ano, segundo o IBÁ. O papelão, principal indicador da categoria, acumulou queda de -1,2% nas vendas para o mercado interno e -9,9% nas exportações, entre janeiro e abril deste ano, quando comparado ao mesmo período de 2014. Mas a principal retração foi para os papéis gráficos. Somadas, as produções de papel para escrever e destinados à indústria gráfica venderam 37% a menos no mercado interno. Coelho aposta no segundo semestre deste ano para equilibrar as contas: “Historicamente, o segundo semestre é melhor para a indústria do papel. As expectativas para 2015 não são muito animadoras, mas o resultado deve ser melhor que o obtido em 2014, ano em que o setor cresceu em torno de 4%”, finalizou.
US$ 230 milhões Foi o valor da celulose exportada pelo Espírito Santo no 1º trimestre de 2015
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ECONOMIA | LOGÍSTICA E INFRAESTRUTURA
O Aeroporto de Vitória não faz parte da lista de concessões, mas em junho foi assinada a ordem anunciada pelo Governo Federal
Problemas de logística afetam competitividade do Estado O nó da infraestrutura, que tanto asfixia o desenvolvimento, é um dos problemas de maior complexidade que o Governo Estadual tem pela frente
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s custos logísticos, que afetam criticamente a competitividade do país, não param de crescer. De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral, em 2014, eles consomem 11,19% da receita dos empreendimentos no Brasil e representam aproximadamente 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. Segundo o estudo, a participação do empresariado é vista pela própria classe como crucial para o desenvolvimento dos projetos de infraestrutura, com destaque para a concessão rodoviária (77,3% consideram a contribuição da iniciativa privada bastante ou extremamente necessária), concessão ferroviária (83,7%), administração portuária (82,7%) e gestão de aeroportos (85,2%). Na avaliação dos donos de negócios, o maior gargalo para o cumprimento das
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obras estruturantes no Brasil é a corrupção (75,5%), seguida da burocracia (60%). Em junho, numa tentativa da presidente Dilma Rousseff de modernizar parte da infraestrutura do país e em reação à queda de sua popularidade provocada pela desaceleração da economia, o Governo anunciou a segunda etapa do programa de concessões à iniciativa privada – Programa de Investimento em Logística (PIL) –, com previsão de recursos de R$ 198,4 bilhões, divididos em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Na primeira fase do PIL, anunciada em 2012, a estimativa de aportes era de R$ 133 bilhões apenas em rodovias e ferrovias. Entretanto, dos nove trechos de estradas, apenas seis foram leiloados. Dos projetos de ferrovias, nenhum saiu do papel. Para essa ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
nova fase, o Executivo fez mudanças a fim de atrair os investidores, entre elas a possibilidade de concessão por meio de outorga, em que vence quem paga à União o maior bônus pelo direito de explorar um serviço.
Rodovias e ferrovias no ES No Espírito Santo, a BR 262 (ES-MG), que em setembro/2013 não conquistou o interesse dos investidores no leilão, foi incluída no programa, num trecho total de 485,9 quilômetros até Belo Horizonte. Na parte capixaba, serão 180,9 quilômetros. Mas os editais precisam ser elaborados, analisados pelo Tribunal de Contas da União e publicados, o que é provável que ocorra em 2016. Só então será possível dimensionar o real interesse de empresas na concessão. Para o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, o programa contempla antigas reivindicações do empresariado local, mas para sua eficácia é necessário que o pacote saia do papel. “É preciso agilizar o processo, pois um dos problemas do país é a burocracia. Vamos torcer para que as definições sejam logo estabelecidas e que haja investidores interessados nas concessões”, diz ele. O Programa de Investimentos em Logística contempla outros projetos para o Espírito Santo além da BR 262, nos setores ferroviário e portuário, mas todos eles vão depender de recursos da iniciativa privada para serem consolidados. Para a Ferrovia Vitória-Rio, de 572 quilômetros, está prevista injeção de R$ 7,8 bilhões. O modal pretende integrar terminais fluminenses aos portos de Vitória e Tubarão. No passado, o plano era construir a Litorânea Sul, que, remodelada, passou a ser chamada de EF 118. Segundo a subsecretária de Estado de Comércio Exterior, Mayhara Chaves, o transporte deverá privilegiar cargas como grãos, café, produtos siderúrgicos, celulose, minério e rochas ornamentais. “Mas no futuro pode atender a passageiros”, diz. A União autorizou o início das audiências públicas para que o projeto seja apresentado à sociedade, fase obrigatória no processo de concessão. “Já ocorreram audiências em Vitória, Rio, Campos e Brasília. Agora, os governos do Espírito Santo e do Rio de Janeiro vão apresenANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
tar uma proposta do modelo de concessão ao Ministério dos Transportes, o que deve acontecer até outubro”, esclarece Mayhara. Na esfera estadual, a obra da Rodovia LesteOeste, ligação de Cariacica a Vila Velha – que iria ser entregue em 2015 – sofreu novos atrasos e, em novo cronograma, o Governo revela que os trabalhos devem durar até o final de 2016. A estrada será uma importante conexão com o Terminal Portuário de Capuaba, resultando num menor custo de frete para as indústrias capixabas.
Setor portuário Na área portuária, o investimento será de R$ 11,9 bilhões, prevendo a instalação de 26 terminais de uso privado (TUPs) no Rio de Janeiro, em São Paulo e no Espírito Santo. Quatro estão no litoral capixaba e somam R$ 2,2 bilhões. Mas, apesar de constarem no pacote, esses empreendimentos não são novidades. São projetos da iniciativa privada – Imetame e Nutripetro, em Aracruz, e C-Port e Itaoca Offshore, em Itapemirim – que estão em análise na Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), aguardando o sinal verde do órgão. No Porto de Vitória, as obras de derrocagem já foram concluídas, segundo o presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clovis Lascosque. Já a dragagem, antes estimada para ser entregue em dezembro/2014, está com 80% dos serviços finalizados. A totalização só será possível com a liberação de um aditivo contratual, em torno de R$ 17 milhões, que está pendente na Secretaria Nacional dos Portos, para adquirir uma máquina para executar algumas das intervenções. “Só após o termo ser assinado é que daremos andamento a esse trabalho”, explica Lascosque. O término das obras vai propiciar a entrada de navios de até 70 mil toneladas de cargas. Hoje, o limite é para 35 mil toneladas. Já o projeto do porto de águas profundas, o chamado superporto – que não faz parte do PIL – voltou à pauta no início de 2015. A Secretaria Especial de Portos (SEP) deu carta branca para a Codesa buscar empresas interessadas no empreendimento, que será construído em Ponta da Fruta, Vila Velha.
R$ 7,8 bilhões É o valor do investimento previsto para a Ferrovia Vitória-Rio 65
Mas Lascosque ponderou que, antes de avançar nas conversas com potenciais investidores, a Codesa deverá marcar uma agenda com representantes dos governos Federal e Estadual para alinhar o debate e as parcerias. Um dos pontos que será debatido é sobre a necessidade e a viabilidade de o Espírito Santo ter dois terminais de grande porte: o superporto e o Porto Central, em Presidente Kennedy. “Vamos fazer essa análise sobre o que o litoral do Espírito Santo é capaz de contemplar”, explicou.
Aeroporto em 2017 O Aeroporto de Vitória não faz parte da lista de concessões, mas em junho foi assinada a ordem de serviço para a retomada das obras, muito esperadas por capixabas, empresários e industriais, já que a “novela” de sua reforma e ampliação dura quase uma década e foi alvo de muitas idas e vindas e promessas não cumpridas. As obras estão orçadas em R$ 523,5 milhões, e a União liberou R$ 50 milhões este ano. A promessa do Executivo federal agora é terminá-las em setembro de 2017. “Esperamos que o compro-
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misso assumido seja cumprido, pois o aeroporto é de fundamental importância para a eficiência logística do Estado.”, disse o presidente do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) do Sistema Findes, Constantino Dadalto. Trata-se de um novo terminal, que será integrado ao já existente, triplicando a capacidade de movimentação dos passageiros dos atuais 3,5 milhões de usuários para cerca de 10 milhões por ano, contando com novas lojas, pista de 2.058 metros para receber aviões de maior porte, inclusive cargueiros, um centro de convenções e um hotel. O problema da logística não é novo, mas para que o programa resulte, sem atrasos, em benefícios práticos para o país e, consequentemente, para o Espírito Santo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) sugere “boa governança e gestão”, uma vez que o tempo de maturação de projetos de infraestrutura é longo. “É preciso assegurar condições para que a implantação dos projetos de concessão se confirmem no prazo estabelecido. Apesar do sensível progresso em alguns modais, a indústria brasileira ainda se ressente do déficit histórico na infraestrutura”, destacou a CNI, em nota.
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ECONOMIA | MINERAÇÃO E SIDERURGIA
Crise a ferro e fogo Mineração amarga queda no ano, e siderurgia sobrevive graças ao mercado externo
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em mesmo o dólar nas alturas salvou o setor extrativo nos primeiros meses deste ano. A Vale, termômetro da mineração de ferro no Estado e no país, teve lucro no segundo trimestre de 2015, depois de amargar prejuízo nos três anteriores. No ano, o saldo ainda é negativo. A atividade de mineração de rochas ornamentais também está em um período ruim, com queda de 30% nas vendas. Já a siderurgia respirou mais aliviada por conta do momento de maior tranquilidade no mercado externo, em especial nos Estados Unidos. O segmento, que é representado no Espírito Santo principalmente pela ArcelorMittal, informou em julho que se sairá melhor no segundo semestre do ano do que no primeiro e manteve as metas de lucro, apesar de ter reduzido sua previsão global para a demanda de aço. “Estão indo bem os setores globais. O siderúrgico, por exemplo, vende muito para os Estados Unidos. Mas o mercado interno não está bem. Já a mineração está com problemas. As commodities estão em um período muito ruim”, explicou o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta. Para dar uma ideia da crise na área, a Vale anunciou lucro líquido de US$ 1,675 bilhão no segundo semestre de 2015 – o caixa positivo deveu-se aos preços mais altos realizados na venda de minério de ferro e à diminuição de custos e despesas. Mas, apesar de o resultado ter superado a expectativa do mercado, o cenário não é tão otimista. Nos três meses anteriores, a mineradora registrou prejuízo de US$ 3,118 bilhões. Convertido em reais, o lucro líquido foi de R$ 5,144 bilhões, e a perda, de janeiro a março, de R$ 9,538 bilhões.
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Em comunicado, a Vale avaliou que o segundo trimestre do ano “foi marcado por uma redução substancial em custos, especialmente do minério de ferro, e por progresso na execução da carteira de projetos, estabelecendo as bases de uma empresa ainda mais competitiva e lucrativa no futuro”. O preço do minério também impactou de forma positiva as operações da empresa, que informou que o ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Foto: Agência Vale
Vale teve lucro no segundo trimestre do ano, depois de amargar prejuízos nos três anteriores
o patamar chegou a US$ 50,6 por tonelada no segundo trimestre, ante US$ 46 no primeiro.
Rochas ornamentais Tales Machado, presidente do Sindicato da Indústria de Rochas Ornamentais e Calcários do Estado do Espírito Santo (Sindirochas), observa que o primeiro semestre do ano foi sofrido para o empresariado do setor. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Tivemos uma queda de 30%, em média, no mercado interno”. Além do baixo consumo dentro do país, as exportações também tiveram retração de 1,36% no Espírito Santo, lembra ele. Já no Brasil, a situação é ainda mais crítica, e o recuo nas vendadas ao exterior chegou aos 2,76%, mesmo com o mercado americano da construção civil aquecido. “O problema é que as rochas ornamentais vêm perdendo espaço para os revestimentos industrializados nos Estados Unidos. Esse tipo de material está entrando forte e com um marketing pesado por lá”. Nem mesmo o dólar alto, grande aliado em tempos de crise, neutralizou o tímido crescimento, já que a matéria-prima usada também é cotada na moeda norte-americana. “Além disso, como o mercado interno está desaquecido, muitas empresas optam por exportar seus produtos. Isso significa mais gente no mercado e, claro, uma guerra de preços. O mercado brasileiro de rochas ornamentais está brigando com ele mesmo e quem está gostando muito disso é o americano, que está comprando um produto puro e belo por preços baixos”. A falta de um marketing pesado também prejudica as vendas, lamenta Machado. “Temos um apelo muito grande, com um material eterno, natural, puro e bonito, diferentemente dos produtos industrializados que estão sendo vendidos por lá. Mas não sabemos vender nossos produtos. Alie a falta de marketing com a crise interna e teremos um cenário ruim”. Para o próximo semestre, a previsão é de mais turbulências, principalmente se a crise conjuntural que se instalou no país não se resolver. “As previsões não são boas. Com a Operação Lava Jato, as grandes empresas praticamente paralisaram as obras. Se não tem obra, não temos revestimentos; se não temos revestimentos, não vendemos. O que podemos esperar para os próximos meses é um desfecho da Lava Jato. Como brasileiro, estou honrado de estar em um país que está sendo moralizado. Mas como empresário, só posso ver que a situação está difícil, pois o mercado está parado”.
Fôlego nos produtos com valor agregado Ao contrário da maioria dos produtos exportados pelo Espírito Santo, que vêm apresentando quedas recorrentes, as chapas polidas
US$ 50,6
Foi o preço por tonelada do minério de ferro no segundo trimestre do ano 69
ECONOMIA | MINERAÇÃO E SIDERURGIA Foto: Divulgação ArcelorMittal Tubarão
Expectativas de melhora no setor de siderurgia para o segundo semestre de 2015
registraram crescimento nas vendas para o exterior no primeiro semestre deste ano, totalizando US$ 447 milhões. Os produtos manufaturados, de alto valor agregado, são requisitados principalmente nos Estados Unidos, no Canadá e no México. Conforme os dados do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), houve uma pequena queda, de 1,36%, no total exportado de rochas ornamentais no período analisado, se levados em conta blocos e chapas. Porém, as vendas de manufaturados conseguiram crescer 59%, em se tratando de mármore, e 1,23% no caso do granito. O setor no Estado, responsável atualmente por 97% dos embarques de chapas do Brasil para o exterior, conseguiu mudar ao longo dos anos o perfil da venda de seus produtos: os blocos de mármore e granito estão cedendo espaço às chapas, que chegam a custar cinco vezes mais. A superintendente do Centrorochas, Olívia Tirello, explica que esse novo formato de negócios foi pautado em investimentos em máquinas e equipamentos, trazendo mais tecnologia ao processo de beneficiamento das pedras nos próprios parques industriais capixabas.
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Além disso, ela lembra que, depois do impacto com a crise de 2008 nos Estados Unidos – principal comprador das rochas ornamentais brasileiras –, houve diversificação mercados compradores e ampliação do leque de materiais. “Com a retomada do crescimento da economia dos Estados Unidos, o segmento está conseguindo ampliar as exportações, mesmo com a adversidade brasileira”, destacou. Apesar dos números positivos, Olívia reforça que, assim como acontece com outras áreas ligadas ao comércio exterior, o empresariado sofre com a falta de infraestrutura logística no Espírito Santo, principalmente no que diz respeito ao modal portuário. Sem a conclusão das obras de dragagem e derrocagem do Porto de Vitória, processo que se desenrola há uma década, muitas companhias estão efetuando as exportações por outros terminais brasileiros, aumentando os custos e o transit time das operações. “O setor capixaba tem capacidade de melhorar ainda mais as exportações. Pena que não depende apenas do empresariado, que vem investindo em tecnologia, mão de obra qualificada e processos mais eficientes”, concluiu.
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ECONOMIA | ENERGIA Foto: Divulgação EDP
Reajustes elevados, tarifação extra e crise na produção industrial reduziram o consumo de energia no ano de 2015
Cenário energético apresenta sinais de recuperação Preço da energia fica estável, e termelétricas começam a ser desligadas
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m 2015, a expressão “bandeira vermelha” ganhou espaço nos noticiários sobre energia elétrica. O sistema de bandeiras tarifárias entrou em vigor em janeiro, refletindo, nos boletos de cobrança, a situação de insegurança energética do Brasil, vivida desde 2014. Tais indicadores foram implementados com o objetivo de informar ao cliente final o verdadeiro custo de geração e deixar claro que é ele quem vai arcar com uma tarifa extra, caso as distribuidoras precisem comprar energia mais cara.
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Se chover o bastante para que os reservatórios aquíferos mantenham níveis satisfatórios, a bandeira em vigor será verde, e ninguém pagará a mais pelo consumo. Quando os níveis começam a baixar e o sistema precisa acionar termelétricas, passa a vigorar o patamar amarelo, exigindo-se R$ 2,50 a mais por cada 100 quilowatts-hora (kWh). Se as condições climáticas piorarem, mais termelétricas vão entrar em ação, o preço da energia se eleva de novo, e a sinalização na conta de luz passa a ser vermelha. A mais cara para o consumidor final: R$ 5,50 para cada 100 kWh. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou o ano fazendo revisões mensais mas, até agosto, as bandeiras não saíram do vermelho. Naquele mês, o cenário começou a se modificar sutilmente. Na revisão feita então, ainda não era possível mudar para bandeira amarela, mas o Governo Federal decidiu reduzir em R$ 1 a sobretaxa, e o custo adicional do status vermelho caiu para R$ 4,50 a cada 100. A baixa foi possível graças ao desligamento, no início daquele mês, de 21 usinas termelétricas, que produziam cerca de 2 mil (MW), em média, de energia mais cara. O presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Nélio Rodrigues Borges, observa que diversos fatores contribuíram para o novo cenário. O primeiro foi a mudança nas condições hidrológicas. O período chuvoso de 2015 abasteceu os reservatórios de forma que atingissem níveis mínimos para garantir o suprimento de energia até o fim do ano. Somou-se a isso a diminuição do consumo residencial, provocado, segundo Borges, pela sequência de altas nas tarifas de fornecimento e pelo acréscimo trazido com o sistema de bandeiras. Por fim, a queda na produção da indústria brasileira, causada pela retração econômica, que obrigou o desligamento de equipamentos e, por consequência, a retração no consumo de eletricidade também nesse setor. “O setor industrial tem registrado queda no PIB em torno de 2,5%. O reflexo disso é um recuo de mais de 7% no consumo de energia por parte das indústrias. Mantido esse cenário, acredito que podemos chegar até o fim do ano com a bandeira verde em vigor”, afirmou. A variação das tarifas também é um indicador de estabilidade no fornecimento. Em agosto, a EDP Escelsa, que atende 94% do território capixaba, anunciou sua elevação anual: 2,04%, em média, muito abaixo dos 22,74% autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na revisão ordinária do ano passado. Muito inferior, também, ao reajuste extraordinário ocorrido em fevereiro de 2015, quando os capixabas passaram a pagar mais 26,3% pela ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
energia consumida, além da tarifação pela bandeira vermelha. Mas nem tudo são flores. As previsões mais otimistas do Conerg apontam para um cenário de alto custo até 2017. “A energia continua cara, porém estável. Não teremos mais os aumentos absurdos registrados no ano passado e no início deste ano. A hidrologia baixa deve se perpetuar pelos próximos dois anos, por isso, ainda é tempo de buscar soluções para manter a redução. A receita é continuar puxando o freio, evitar elevação no consumo e esperar até que a chuva caia do céu”, analisou Nélio. Enquanto esperam pela chuva, os capixabas também aguardam pela ampliação da rede de distribuição que chega até o Espírito Santo. Em 2015, a inclusão do Estado no rol de lotes do 3º Leilão de Transmissão do ano veio como uma boa notícia, já que a previsão é que sejam realizadas obras estruturantes necessárias para o desenvolvimento econômico local. Serão instaladas três novas linhas de transmissão, sendo duas no território capixaba – uma ligando Linhares a São Mateus, com 113 km de extensão, e a outra entre Viana e João Neiva, com 79 km – e uma interestadual, da cidade de Mesquita (MG) a João Neiva, com extensão de 236 km. Além dessas conexões, o leilão prevê a construção de três novas subestações: em Rio Novo do Sul, São Mateus e João Neiva. “Essa é uma ótima notícia, porque prevê um reforço, principalmente no norte do Estado, onde a situação atual é crítica. São Mateus, por exemplo, não tem condições de atender a nenhum aumento na demanda. Hoje, há projetos industriais parados porque não existe energia disponível para atender a novas plantas”, comentou Borges. Informações divulgadas pelo Governo do Estado dão conta de que os contratos de concessão devem ser assinados já em janeiro de 2016. Os investimentos podem chegar a R$ 630 milhões. A previsão é de que, em 2019, todas as novas subestações e linhas de transmissão do Estado entrem em operação. Já a linha Mesquita-João Neiva está estimada para 2021.
R$ 630 milhões É a previsão de investimento para os contratos de concessão 73
ECONOMIA | CONSTRUÇÃO CIVIL E PESADA
O setor está administrando os negócios fechados e esperando os acontecimentos para avaliar o que será feito
Construção civil amarga perdas e demissões Setor vive momentos difíceis com demissões e expectativa negativa para os próximos meses
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cenário da construção civil é desanimador no Espírito Santo, assim como em praticamente todo o país. Se esta é uma indústria que responde rapidamente quando a economia vai bem, em momentos de crise financeira, como o atual, é ela a primeira a sentir os impactos negativos. Trata-se de uma área que depende muito da economia forte, de investimento do empresário e de um consumidor com segurança para comprar. Em um cenário incerto, poucos se arriscam a fazer financiamentos de longo prazo ou a tirar o dinheiro da poupança para comprar a casa própria ou uma unidade comercial.
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De acordo com Aristóteles Passos Costa Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon), nos últimos meses, as empresas têm trabalhado com desconfiança. “Estão basicamente administrando os negócios fechados e não lançaram quase nada no mercado. Houve esforços para desova de estoques, para reforçar o caixa, e os empresários estão, obviamente, esperando os acontecimentos para avaliar o que será feito no segundo semestre do ano”. Esse clima de incerteza se reflete nos empregos. Somente em junho, a construção civil perdeu ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
689 vagas no Espírito Santo e 24.131 em todo o país, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A pesquisa mostra que só no primeiro semestre de 2015, 4,7 mil postos foram extintos pelo setor no Estado. Mas o histórico é ainda pior: a estimativa é de que 10 mil funcionários tenham sido demitidos nos últimos 24 meses. Se em 2013 a atividade atuava com 62 mil operários em território capixaba, hoje esse número baixou para 52 mil. “Estávamos com obras em duas plantas industriais: a oitava usina de pelotização da Vale e a quarta usina de pelotização da Samarco. As obras se encerraram, e os empregados foram dispensados. Além desse processo na construção pesada, o setor de construção civil desaqueceu, o que gerou ainda mais demissões. Se os investimentos tivessem acontecido, certamente poderíamos manter os empregos, mas muitos projetos sequer começaram a sair do papel”, diz o presidente do Sinduscon. Além de os planejamentos industriais que estavam em pauta não terem se consolidado, há outros agravantes, como a economia desaquecida e o contingenciamento feito pelo Governo em relação ao financiamento habitacional. O programa Minha Casa Minha Vida, por exemplo, está com o pé no freio, segundo Passos. “Estamos administrando os problemas do Faixa 1 do programa habitacional do Governo. Ocorreram atrasos nas obras e nos repasses do Ministério das Cidades às construtoras”. Mas a administração pública federal vai ainda reprogramar os serviços, e os empreendimentos com execução abaixo de 70% terão um prazo maior para sair do papel. O Faixa 1 (voltado a famílias com renda de até R$ 1,6 mil) depende do Governo, e isso é um problema. Já nas faixas 2 e 3 o programa usa recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Há menos problemas com esse grupo”, esclarece Passos. Outro grande gargalo, acrescentou, são os imóveis para as classes média e alta. Essas unidades dependem de financiamento com dinheiro originado da poupança, recurso que está se esgotando. “No ano passado, foram aplicados R$ 100 milhões da poupança. Este ano, prevemos, com otimismo, uns R$ 50 milhões. Além de menos dinheiro, o crédito está contingenciado e mais rigoroso. Cortaram os financiamentos para imóveis comerciais. Só existe dinheiro para ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
imóveis residenciais. Agora, só nos resta torcer para que 2016 nos reserve algo melhor”. Um dos motivos para o corte dos financiamentos por meio da caderneta é a grande debandada de poupadores: só em maio deste ano, os saques superaram os depósitos em R$ 3,199 bilhões, segundo o Banco Central (BC). Foi o pior resultado para o mês desde o início da série histórica, em 1995. No acumulado do ano até maio, o saldo ficou negativo em R$ 32,28 bilhões. E a conta é simples: quando a captação da poupança é reduzida, os recursos para empréstimos ficam mais escassos. Para uma contrapartida ao setor, também em maio deste ano a Caixa Econômica Federal anunciou que iria reduzir o limite máximo de financiamento de imóveis usados de 80% para 50%, nos casos que utilizem recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O impacto não foi pequeno, já que esse tipo de negócio representa 27% de todas as unidades financiadas em 2015 pelo banco público. A ideia era focar o crédito habitacional em moradias próprias. A medida, no entanto, não foi suficiente para socorrer o segmento.
Pesos-pesados Na construção pesada, a história se repete, agravada pelo pessimismo generalizado que tomou conta da economia. Quer dizer, o empresário, que poderia investir, prefere aguardar o desenrolar dos fatos nas finanças brasileiras. Além disso, os governos, grandes consumidores de serviços da construção pesada, também puseram o pé no freio desde o segundo semestre de 2014, explica José Carlos Chamon, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo (Sindicopes). “As obras do Governo Federal estão com pagamentos atrasados, algumas contas de 2014 ainda não foram pagas. As prefeituras estão totalmente sem capacidade de investimento e algumas não estão honrando seus compromissos em dia. O Governo do Estado também paralisou obras. A crise chegou ao setor, e com força total”. Para os próximos meses, segundo o dirigente, há a expectativa de retomada de algumas obras do Estado, que estão em negociação com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não serão suficientes para atender à demanda de serviços de todo o setor. Dessa forma, as empresas, que já andam mal de
10 mil É o número de trabalhadores já demitidos na construção civil capixaba 75
crise, temos que cortar os custos ao máximo e podemos chegar sim à demissão generalizada. Não há outra solução”.
Lançamentos
A indústria da construção contabiliza grande número de demissões nos últimos meses
caixa, não conseguirão manter a estabilidade no cofre. “O que atualmente está andando são os contratos de manutenção e, mesmo assim, com valores mensais abaixo do necessário para manter o equilíbrio financeiro nos contratos”.
Futuro dos empregos A indústria da construção já contabiliza grande número de demissões nos últimos meses e, para o segundo semestre, a expectativa é de que aconteçam novas dispensas, caso sejam concluídas as obras que hoje estão em andamento e os empresários não apostem em novos empreendimentos. “A construção civil já demitiu muito nos primeiros meses deste ano, e podem acontecer desligamentos a partir de uma obra terminada ou outra. Nosso setor é muito específico, segura poucos empregados talentosos e não consegue absorver mão de obra ociosa. Portanto, sempre há risco de demissões, caso não sejam feitas novas obras. As grandes empresas ainda têm mais capacidade gerencial de caixa, acesso facilitado ao crédito e aos financiamentos. Mas os pequenos negócios vivem do dia a dia, não têm esse ‘colchão’. A pequena empresa precisa trabalhar, precisa de atividade, serviço. Assim, ela fatura e contrata. Já temos casos de empresas que estão com dificuldades até de demitir, rescindir o contrato dos trabalhadores”, lamentou Passos, do Sinduscon. A visão de Chamon, do Sindicopes, também é pessimista em relação às vagas na construção pesada. “O quadro de demissões é muito grande. No início, as empresas demitem os funcionários temporários, mas já estamos no processo de demissão do quadro técnico, encarregados etc. O Governo cortou investimentos no setor. Na área da construção pesada, isso impactou com a paralisia das obras. Para driblar a 76
Termômetro do desempenho da construção civil, os lançamentos imobiliários também estão em queda. Em 2012, eram 33 mil unidades em produção, com 70% dos imóveis vendidos, uma média confortável, que garantia a sustentabilidade dos empreendimentos. Em 2015, o número baixou para 28 mil. Se antes o segmento crescia em média 10% ao ano, hoje esse índice é negativo e tende a cair ainda mais. “O Espírito Santo viveu um momento de euforia e agora o momento é de uma acomodação necessária”, explica Aristóteles Passos Costa Neto. Nem mesmo o mercado do interior do Estado, que se mostrou uma boa saída para alguns setores, tem se revelado capaz de minimizar essa crise. A renda das cidades menores é mais baixa, o que dificulta a obtenção de financiamentos, por exemplo. Além disso, elas representam um nicho pouco conhecido e explorado. “O imóvel é a compra da vida da pessoa, tem um valor agregado alto. Por isso é preciso pesquisar muito antes de oferecer esse produto em locais cujo mercado não conhecemos bem. Mas já há cidades que têm atraído lançamentos, como Linhares, São Mateus, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz e Colatina”, pontuou o dirigente do Sinduscon.
A hora é do consumidor Se por um lado a situação econômica faz com que as empresas passem por apuros, por outro os consumidores que tiverem algum dinheiro em caixa podem fazer bons negócios. É o momento de comprar, garantem fontes do setor. “Todas as empresas estão desovando estoques, ouvindo propostas, fazendo promoções. Quem tem dinheiro e confia no bem de raiz, que é o imóvel, deve aproveitar o momento e comprar. Quem tem dinheiro na poupança fica inseguro, mas imóveis são bens que tendem a valorizar, portanto o momento é bom para o comprador. O conselho é: pesquisar, comparar, procurar e, certamente, o consumidor vai encontrar um bom produto no mercado. O momento é do comprador”, conclui Passos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | SERVIÇOS
Setor de serviços busca alternativas para crescimento Queda de receita das empresas e manutenção de empregos são desafios no Estado
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despeito de todas as incertezas geradas pela crise econômica no país, o setor de serviços brasileiro fechou junho com um crescimento da receita nominal de 2,1%, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o que apontou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em agosto. O segmento teve alta acumulada de 2,3% nos primeiros cinco meses do ano e de 3,5% em 12 meses. Primeiro indicador conjuntural mensal que analisa essa atividade no país, a PMS engloba o campo empresarial não financeiro, com exceção dos setores da administração pública e de aluguel imputado (valor que os proprietários receberiam se locassem os imóveis onde moram), saúde e educação. De acordo com o estudo, três dos cinco ramos apresentaram expansões: serviços profissionais, administrativos e complementares, com 5,9%; transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio, com 4,4%; e outros serviços, com 0,4%. Serviços prestados às famílias não obtiveram variação, com 0,0%, enquanto os Serviços de informação e comunicação (-1,7%) ficaram com variação nominal negativa. Em junho, 19 dos 27 estados brasileiros tiveram aumento de receitas no setor de serviços. As maiores elevações foram notadas em Rondônia (15,9%) e Alagoas (8,0%), além de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina (todos com 7,4%). As menores foram registradas em Pernambuco (0,5%), Goiás (0,7%) e Acre (0,8%). As maiores quedas ocorreram em Rio de Janeiro (-5,7%), Paraíba (-4,6%), Amapá (-4,3%), Maranhão (-2,9%), Rio Grande do Norte (-1,5%), Amazonas (-0,6%), Distrito Federal (-0,5%) e Bahia (-0,2%). A receita nominal de serviços no Espírito Santo subiu 3,8%, na comparação com o mesmo mês de 2014.
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Em terras capixabas, o segmento transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio foi o que mais contribuiu para o desempenho, com crescimento de 7,5%.
Serviços no Espírito Santo Apesar dos números positivos trazidos pela PMS, o ano de 2015 já está marcado pela recessão para todas as áreas de atividades econômicas, e quando se fala em serviços, o quadro é mais desconfortável, por conta de cortes nos investimentos e queda nas demandas do cidadão comum e das empresas privadas e públicas. É a opinião do presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri. “É inegável que a receita real do setor é afetada, bem como a manutenção de emprego e até mesmo a geração de novas vagas de trabalho”, disse. Sepulcri lembra que, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, em junho, 1.426 postos de trabalho foram eliminados no setor terciário em ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Mesmo com a crise, setor de serviços cresceu no início do segundo semestre e dá mostras de recuperação no Estado
todo o Estado – uma retração de 0,42% em relação ao mês anterior. “Isso decorre da queda da receita nominal do setor, que registrou um crescimento nominal de 3,8% em junho ante o mesmo intervalo do ano passado, mas que se mostra negativo quando deflacionado pelos 8,62% apurados pelo IBGE para os 12 meses entre os dois períodos”, explicou. Sepulcri não deixa de apontar os impactos da crise, que se verificam no conjunto das atividades urbanas. “O primeiro é o da baixa nas vendas, com diminuição da receita. A partir daí deflagra-se uma reação em cadeia que ameaça de imediato o nível de emprego, a redução das encomendas às indústrias, o adiamento de novos investimentos para ampliar ou aprimorar a atividade, enfim, instala-se um clima de recolhimento, de espera que o vendaval passe para tentar recuperar o tamanho de antes da crise e, a partir dessa retomada, voltar a cortejar um crescimento”, disse. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Uma das principais ações da Fecomércio é se mostrar bastante assertiva junto ao poder público quanto às demandas do empresário de comércio de bens e serviços. Nesse sentido, a entidade promove debate, discussão e reflexão sobre uma agenda de consenso, que contemple a diversidade e as peculiaridades do conjunto de setores que representa. “Por esse debate, que conjuga experiência e vivência dos filiados, busca-se construir propostas e respostas que estejam identificadas como soluções imediatas ou atenuadoras do quadro. Em um passado recente, a Fecomércio fez um incisivo trabalho em relação à questão da fiscalização, ponderando sobre uma ação mais orientadora que punitiva. Demandou também, e foi atendida pelo Governo do Estado, o parcelamento de longo prazo das multas e encargos acessórios incidentes sobre os tributos. Além disso, exorta o empresariado à questão da inovação de processos, inclusive de gestão, à identificação das tendências de hábitos de consumo que exijam adaptações tempestivas e mostra-se atenta à questão legal, prevenindo os empresários dos riscos que as modificações na legislação podem representar”, frisou Sepulcri. Para mudar o atual cenário que se apresenta, o presidente da Fecomércio defende alguns objetivos. O primeiro é reinventar-se, buscando diferenciais de atendimento, além da qualidade do serviço ou do produto oferecido. “Também é preciso qualificar a mão de obra, inclusive com a identificação e a preparação de potenciais lideranças internas da empresa. Estar atento à questão dos custos e avaliar qual produto/serviço realmente é percebido como valor pelo cliente. Se o cliente não percebe valor, o custo correspondente é indevido e, como tal, merece ser descartado. A restrição ao crédito, o aumento do preço do dinheiro, expresso na taxa de juros, o confisco representado pela alta carga tributária e uma burocracia que só faz atrapalhar a gestão empresarial, imputando-lhe custos adicionais e dispensáveis, são fatores que se aliam perversamente para dificultar a vida do empresário”, finalizou. No presente panorama, o empreendedor deve se mover na perspectiva do lucro, em paralelo à identificação com o ramo empresarial em que está inserido. Para Seculcri, dirigente, é essa força é que será determinante para atravessar o quadro conturbado da economia.
2,3% Foi a alta acumulada pelo setor de serviços nos primeiros cinco meses do ano 79
ECONOMIA | METALMECÂNICO
Metalmecânico sofre com demissões Falta de investimentos e de confiança é o maior entrave
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mau momento da economia nacional já afeta o setor metalmecânico, considerado um dos pilares produtivos capixabas. Os problemas já se refletiram em fechamento de vagas nas indústrias, e as perspectivas para os próximos meses também não são as melhores, avaliam representantes do segmento. Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo (Sindifer), Manoel Pimenta, só este ano as empresas do ramo já demitiram 600 empregados. Apenas em junho, foram 252 desligamentos. “A crise está atingindo muito as companhias que atuam sob encomenda. As que têm produção em série ainda são menos afetadas, mas mesmo assim sentem o peso deste momento ruim”, lamenta Pimenta.
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E o pior ainda pode estar por vir. Segundo o dirigente, mais profissionais podem ser dispensados ou ter a jornada de trabalho reduzida caso a turbulência econômica permaneça ou se acentue nos próximos meses. “O momento não é bom para a economia. A falta de investimentos no Espírito Santo parou o mercado este ano. Ninguém está investindo em novas obras, e o pior, está faltando confiança no mercado. É preciso recuperar a confiança, senão a tendência, certamente, é de piora do cenário”, conclui. Para dar uma ideia do problema que pode se instalar caso a fase adversa persista, somente a área metalmecânica movimenta mais de R$ 8 bilhões por ano – cerca de ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
agosto houve elevação média de 1,68%, percentual que já nem preocupou tanto os dirigentes. “Esse reajuste não terá tanto impacto, pois já fomos prejudicados anteriormente com aumento de quase 22%, na época em que tanto se falou em crise hídrica”, disse Pimenta. E o pessimismo tem respaldo nos números. Segundo o Indicador de Custos Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a expansão no custo da energia é um dos principais fatores que puxaram o aumento de 0,8% nos dispêndios da indústria brasileira nos primeiros três meses deste ano em relação ao último trimestre de 2014.
Plano de Proteção ao Emprego
Setor metalmecânico gera 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos no Espírito Santo
20% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Suas indústrias geram aproximadamente 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos nas quase 1,5 mil companhias de transformação de metais e de produção de bens e serviços intermediários, como fundições, forjaria, oficinas de corte, soldagem e estamparia. A atividade também envolve a produção de bens finais, como máquinas, equipamentos, veículos e materiais de transporte. E a falta de investimentos, continua Pimenta, é o maior entrave para o crescimento. “Dependemos muito da indústria naval, da siderurgia, da mineração. Quando esses setores vão bem, alavancam nossa área. Mas não é o que está acontecendo, já que há problemas com as commodities, que estão em baixa”, diz, referindo-se, em especial, à queda de preço do petróleo. O encarecimento da energia elétrica também contribuiu para o mau desempenho. Para as indústrias, consumidoras de alta tensão, só em ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Uma outra possibilidade para manter a competitividade, o chamado Plano de Proteção ao Emprego, não encheu os olhos dos empresários do setor metalmecânico. A proposta do Governo Federal permite a redução da jornada de trabalho em até 30%, com uma complementação de 50% da perda salarial pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), limitada a 65% do maior benefício do seguro-desemprego (1.385,91 x 0,65 = R$ 900,84). A medida provisória prevê ainda que as empresas que optarem pelo PPE não poderão dispensar os empregados que tiveram sua jornada diminuída temporariamente enquanto vigorar a adesão. Após seu término, o vínculo trabalhista será obrigatório por prazo equivalente a um terço do período de adesão. A ideia como um todo, no entanto, não agradou: de acordo com Manoel Pimenta, nenhuma empresa da área no Estado aderiu à proposta.
Futuro do setor O desafio nos próximos anos, segundo Pimenta, é conseguir manter-se no mercado e ter serviço e obras. “Depois, é combater a burocracia. É um grande entrave para a indústria brasileira, e vemos que a cada dia piora mais. O rendimento da indústria cai ano a ano. Enquanto não houver uma reformulação, continuaremos nessa luta, com dificuldades nas áreas tributária e trabalhista. A insegurança jurídica é muito grande. A demanda interna já é pequena e, se acrescentarmos os tributos, temos uma situação complicada. Trabalhamos só
R$ 8 bilhões por ano. É a movimentação do setor no ES 81
ECONOMIA | METALMECÂNICO
Mec Show 2015: número recorde em visitas e negócios
para pagar impostos, essa é uma triste realidade para todos. Cobram impostos e encargos de países de primeiro mundo, mas o retorno é completamente diferente. Falta incentivo para empreender, mas sobram contas e tributos”. Para os próximos dois anos, o presidente do Sindifer estima momentos complicados. “Não vejo como o Governo possa reverter essa desconfiança. Se anunciasse algo organizado e promissor, com certeza os empresários voltariam a investir, mas até agora não é isso que estamos vendo. É preciso motivação interna e mais tranquilidade. Em um ano em que países crescem 3,5%, o Brasil pode cair 1,5%. É uma falta de organização da economia. Há casos de empresas que levam meses para serem abertas e quase um ano para receber licença ambiental. Em outros países, com certeza seria diferente”, compara.
Mec Show O setor não vai bem, mas há perspectivas de um futuro melhor. Prova disso é que a Mec Show 2015 - Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, considerada o mais completo encontro do campo metalmecânico do Espírito Santo, registrou recordes nos números de visitantes e de negócios. Durante os quatro dias do evento, que ocorreu em julho, foram mais de R$ 70 milhões em contratos projetados futuros e um público visitante de 17,8 mil profissionais.
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Os números superaram as edições anteriores e até mesmo as expectativas de empresários e representantes do segmento. Manoel Pimenta ressaltou que os resultados recordes foram uma grata surpresa para impulsionar a atividade. “A expectativa era de repetir o sucesso do ano passado, mas não de superar os números. As empresas e as pessoas precisam se reinventar, e a feira trouxe essa oportunidade”, contou, ao lembrar que a participação de profissionais no primeiro dia de minicursos de Sesi, Senai e IEL superou o total dos quatro dias do ano passado. Para o presidente do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metalmecânico (Cdmec), Antônio Falcão, a Mec Show é um ponto de partida para possibilidades de negócios, o que pode ser comprovado com os números fechados. Outro ponto a ser destacado, segundo ele, foi o Encontro Tecnológico, uma oportunidade para os futuros fornecedores de grandes empresas, como a Petrobras. Em apenas um dia, as Rodadas de Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-ES) bateram recorde e fecharam em R$ 60 milhões em transações futuras para os próximos 12 meses entre companhias e fornecedores locais. O consultor técnico da Mec Show, Durval Vieira de Freitas, enfatizou que a participação de importantes entidades do setor de petróleo, como a Onip e o IBP, deu mais peso à programação da feira. “Além da exposição, os visitantes vêm atrás de conhecimento e perceberam que o evento oferece isso. A Conferência do Petróleo, assim como os seminários de energia e inovação, tiveram uma ampla participação”. Conforme os organizadores, com 60 empresas ofertantes inscritas, foram realizadas 210 reuniões de fornecedores com as nove âncoras do evento: ArcelorMittal, Estaleiro Jurong, Petrobras, Petrobras Distribuidora, Vale, Fibria, Transpetro, EDP Escelsa e Samarco.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PESQUISA 2015 | METODOLOGIA
Empresário, Executivo e Empresa Destaques 2015
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omo em anos anteriores, o anuário “IEL 200 Maiores Empresas no ES” promoveu a eleição do Empresário, da Empresa e do Executivo Destaques, em 2015. A eleição foi realizada via web, com participação de um público representativo, composto por empresas, fornecedores do Prodfor, órgãos de apoio e fomento, diretores, conselheiros, executivos e gerentes do Sistema Findes, membros dos Conselhos Temáticos e da Assessoria Técnica da Findes, Federação do Comércio, jornalistas e editores dos principais veículos de comunicação do Estado do Espírito Santo e outros formadores de opinião. O processo de eleição ocorre em duas etapas: • Primeira etapa: Eleição por meio de livre votação dos pré-candidatos a Empresário, Executivo e Empresa Destaques 2015; • Segunda etapa: Consistiu na efetiva eleição do Empresário, do Executivo e da Empresa Destaques 2015, a partir dos três mais votados em cada categoria na primeira fase. Para essa finalidade, foram adotados os seguintes conceitos: • Empresário Capixaba Destaque: empresário capixaba que mais se destacou no ano de 2015.
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• Empresa Destaque em Operação no ES: empresa em operação no Espírito Santo que mais se destacou em 2015. • Executivo Destaque: principal executivo de empresa em operação no ES, que mais se destacou em 2015 na condição de dirigente. Todo o processo e o sistema de eleição foram desenvolvidos e acompanhados pela equipe do IEL-ES, em ambiente web, por meio de uma interface para o usuário (eleitores) e uma área restrita para os administradores do sistema, atendendo aos requisitos de segurança e performance, que permitem a cada destinatário votar apenas uma única vez. Os e-mails foram disparados a partir de dispositivos do sistema, com base nas informações alimentadas no banco de dados pela equipe do IEL-ES. O conteúdo do texto esclareceu que a forma de votação apontava um link para acesso ao site da eleição, em que o sistema gerava um código de forma aleatória, não permitindo nova indicação. A votação ocorreu nos meses de agosto e setembro 2015; após esse período, foram gerados os relatórios com os resultados da apuração. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PESQUISA 2015 | EMPRESÁRIO DESTAQUE
Rogério Salume Criada há apenas sete anos pelo empresário, a Wine já se tornou a terceira maior empresa de e-commerce de vinhos do mundo
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história de Rogério Salume, surpreende em vários sentidos. Há apenas 13 anos, este baiano de 42 anos atuava numa importadora de produtos alimentícios em Vitória, onde residia desde os 17. Ao deixar o emprego para abrir o próprio negócio, Rogério e seu sócio, o capixaba Anselmo Endlich – que já trabalhavam juntos –, começaram distribuindo alimentos para restaurantes, até que, em 2005, decidiram criar um site para vender vinhos na cidade. Nascia assim a Estação do Vinho, a primeira operação de e-commerce da bebida no país. Mas não era exatamente como eles queriam. Sem estoque, tinham que fazer pedidos nas importadoras a cada compra, e faltava dinheiro para idealizar uma estrutura que atendesse a todas as necessidades. A partir daí, captaram investidores e construíram um centro de distribuição em Palmas, Tocantins. Em 2008, deram um novo salto e fundaram a Wine, empresa voltada exclusivamente para o comércio eletrônico de vinhos. Com apenas um ano, a companhia apresentou números expressivos de crescimento: 14 mil clientes e 250 mil garrafas entregues em todo o país. Em 2010, identificando uma crescente demanda por vinhos finos no mercado, a dupla lançou o ClubeW, que contabiliza 130 mil membros atualmente. A chave para garantir uma clientela fiel foi criar uma assinatura em que o consumidor escolhe receber duas, quatro ou seis garrafas por mês, selecionadas por sommeliers que procuram bons rótulos mundo afora. “Vimos que o interesse por vinhos só
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crescia no Brasil, e nossa missão é democratizar e descomplicar o mundo do vinho, tornando-o acessível a todos os brasileiros. Em geral, as lojas de vinhos físicas são intimidadoras e nem todo mundo se sente confortável para entrar, pesquisar e até mesmo comprar. E no site todos podem ficar à vontade para fazer as aquisições e até para receber as informações sobre o que quiserem”, diz Salume, CEO da empresa. Em 2012, a Wine passou a vender também para restaurantes e hotéis e implantou um novo centro de distribuição na Serra, desativando o que ficava em Tocantins. Mais tarde, em 2014, o sócio Anselmo Endlich saiu da empresa para se dedicar a outros projetos. Mas, junto com outros investidores, Salume continuou a implementar novas iniciativas. Além de passar a vender cerveja artesanal, a Wine entrou no mercado de café. Em 2015, comprou 100% da suíça Mocofee, companhia que vende máquinas e cápsulas para café que começarão a ser comercializadas no Brasil no ano que vem. Por esse perfil empresarial arrojado, Rogério Salume foi eleito o Empresário Destaque 2015 na pesquisa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES). “É uma grande satisfação receber este prêmio. É a confirmação de que estamos no caminho certo ao buscarmos nosso sonho de democratizar o mundo do vinho”, afirma Salume. Hoje, a Wine vende cerca de 5,3 milhões de garrafas para mais de 200 mil clientes e espera faturar R$ 300 milhões em 2015. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PESQUISA 2015 | EXECUTIVO DESTAQUE
Ricardo Vescovi de Aragão Com uma bem-sucedida trajetória de 22 anos, o executivo preside a segunda maior exportadora de pelotas de ferro do mundo
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om 45 anos de idade, Ricardo Vescovi de Aragão é o exemplo de que é possível fazer carreira e ir de estagiário a presidente de uma organização. Ele é diretor-presidente da Samarco, empresa de mineração de capital fechado, controlada em partes iguais por dois acionistas: BHP Billiton Brasil e Vale. Ingressou na companhia em 1992, como estagiário, e, no ano seguinte, foi contratado como engenheiro de processo nas operações da unidade de Ubu, em Anchieta, no sul do Espírito Santo. Daí para a frente, não parou mais. Galgou várias posições na empresa: chefia do Departamento de Pelotização, gerência da Produção e as gerências gerais de Marketing e Operações de Pelotização, além da diretoria de Operações e Sustentabilidade, seu último posto antes de assumir a Presidência, em 2012. Formado em Engenharia Metalúrgica e pós-graduado em Engenharia de Produção, sua formação acadêmica também contempla a realização de vários cursos de aperfeiçoamento nos Estados Unidos, na França e na Suíça. Graças a essa trajetória de sucesso, ele foi eleito, pela segunda vez consecutiva, o Executivo Destaque 2015. “O Espírito Santo conta com diversos nomes de peso na indústria e que têm colocado o Estado em destaque no cenário nacional. Ser escolhido entre tantos bons nomes reforça o orgulho que sinto em representar a indústria capixaba e sinaliza que a Samarco tem trilhado um caminho positivo, de crescimento e geração de valor compartilhado com a sociedade. Os líderes não andam sozinhos,
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logo, recebo esse prêmio em nome de toda a Samarco, como fruto de um trabalho conjunto na busca pelos melhores resultados”, afirma Vescovi. Durante sua gestão, o executivo inaugurou a quarta planta industrial da mineradora, em Ubu, onde recebe o minério extraído em Ouro Preto e Mariana, no Estado de Minas Gerais, e transforma o material em pelotas de ferro para o mercado externo. “O ano de 2014 foi marcante para a Samarco. Inauguramos nossa maior expansão, um investimento de R$ 6,4 bilhões que aumentará a nossa produção em 37%. Somente em 2014, mesmo com as obras das novas plantas em andamento, alcançamos a produção de 25 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro, um aumento de 15,4% em relação a 2013”, diz ele. Com um faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2014, a Samarco detém, hoje, 20% do mercado transoceânico dessa matéria-prima. Ricardo Vescovi acredita que a inclusão de princípios da sustentabilidade em todas as operações permite a inovação e a evolução contínua dos negócios da Samarco. Sob sua atuação, a mineradora desenvolveu um modelo de sustentabilidade com quatro importantes práticas de governança e gestão socioambiental: Liderança pelo Exemplo; Inovação e Tecnologia; Redes Colaborativas e Empreendedorismo Responsável. “O modelo é, hoje, um requisito de gestão essencial para que a Samarco possa adquirir a confiança da sociedade - que nos concede o direito de minerar e a licença social para operar em seu território”, ressaltou. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PESQUISA 2015 | EMPRESA DESTAQUE
Wine A empresa distribui 441 mil garrafas por mês para mais de 200 mil clientes e espera faturar R$ 300 milhões em 2015
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Brasil ainda engatinha no consumo de vinhos. Cada brasileiro bebe menos de dois litros por ano, patamar tímido em relação aos vizinhos do Mercosul e bem distante do padrão europeu. Na Argentina, a média é de 26; na França, 48 litros. O país é, portanto, terreno árido para quem pensa em ganhar dinheiro vendendo esses produtos. Mas dois empresários – o capixaba Anselmo Endlich e o baiano Rogério Salume, que já residia em Vitória – decidiram, em 2008, criar uma loja virtual de vinhos no Espírito Santo, a Wine. Parecia loucura, porque apesar do comércio de vinhos pela internet não ser algo novo, ainda hoje são poucas as empresas que elegem a web como o principal canal de vendas. No entanto, a Wine acabou se transformando num fenômeno. Ao focar a internet, o negócio rapidamente ganhou abrangência e escala. Em 2014, seu sexto ano de vida, vendeu cerca de 5,3 milhões de garrafas para mais de 200 mil clientes, faturou R$ 200 milhões e contabilizou 130 mil membros em seu clube do vinho. O site expõe atualmente mais de 2.000 rótulos da bebida, originários de países como Itália, França, Portugal, Chile e Espanha, entre outros. No processo, tornou-se a terceira maior empresa de vinhos de e-commerce no mundo e o varejista on-line número um da bebida da América Latina. Com essa trajetória, a Wine ganhou a premiação do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) como a Empresa Destaque 2015. “A Wine nasceu do sonho de democratizar o mundo do vinho. Sempre acreditei que poderíamos vender vinhos pela internet.
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Parti do princípio de que as pessoas queriam algo a mais, um serviço diferenciado, descomplicado e verdadeiro no setor. O aumento do consumo vem muito dessa questão da democratização do conhecimento do vinho”, conta o CEO e cofundador da marca, Rogério Salume, 42 anos. Para 2015, a expectativa é que o empreendimento fature R$ 300 milhões, segundo o empresário. O outro sócio, Anselmo Endlich, saiu do negócio em 2014 para se dedicar a outros projetos. Mas o crescimento acelerado e a presença de um parceiro investidor deram fôlego para novas iniciativas. Em 2012, a Wine passou a vender não apenas ao consumidor final, mas também para restaurantes, e investiu R$ 5 milhões na implantação de seu novo Centro de Distribuição no Espírito Santo, no Civit II, na Serra, desativando a unidade logística que ficava em Palmas, capital do Tocantins. Em seguida, começou a comercializar cerveja artesanal e, em março deste ano, num investimento de US$ 29 milhões, adquiriu 100% da suíça Mocoffee, companhia que oferece máquinas e cápsulas para café. A fábrica será montada na sede da empresa Tristão Cia. de Comércio Exterior, em Viana, que entrou no corpo de acionistas da Wine. A previsão é de que as vendas comecem no país ainda em 2016. No exterior, a Mocoffee pode ser encontrada em supermercados. No Brasil, no entanto, a transação deverá ocorrer apenas pelo site da própria marca. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PRÊMIO IEL EM GESTÃO 2015
Totvs é destaque em Gestão Empresarial Aumento da qualidade, competitividade e disseminação de conceitos e práticas de gestão foram reconhecidos pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) na premiação em 2015
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om um sistema que melhora a gestão das empresas, integrando todos os dados e processos para alcançar os melhores resultados, a Totvs, hoje líder brasileira em desenvolvimento e comercialização de software de gestão empresarial, serviços e tecnologia, conquistou o Prêmio IEL em Gestão Empresarial 2015. Com cinco filiais no país, 52 franquias, 200 distribuidores e nove centros de desenvolvimento, a companhia iniciou suas atividades no Espírito Santo há 26 anos, em Vitória, mas no ano passado transferiu a unidade capixaba para Vila Velha. Desde 2009, vem crescendo ao ritmo de 35% ao ano no Estado e consta no ranking da Revista Exame entre as 250 Pequenas e Médias Empresas (PMEs) que mais se expandiram no Brasil nos últimos três anos. No Espírito Santo, a Totvs conta com 400 clientes e fornece soluções em 10 segmentos: educacional, saúde, agroindústria, jurídico, serviços, construção e projetos, varejo, distribuição e logística, manufatura e financial services, para todos os portes e tipos de negócios. Os destaques ficam por conta dos setores de construção e projetos, distribuição e logística e varejo. “Crescemos focados em uma prestação de serviços de alta qualidade e com profissionais certificados pela nossa matriz. De cada 10 clientes novos, oito vêm indicados pela base de clientes”, aponta o diretorexecutivo da Totvs Espírito Santo, Eduardo Couto.
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Ele explica que a organização aproveitou a vocação capixaba em distribuição e logística e avançou muito nesse segmento, oferecendo soluções aos clientes em toda a cadeia, como importação e exportação, armazenagem, distribuição, transporte e vendas no varejo. “Outro segmento de destaque é o de construção e projetos. Cerca de 70% das empresas do setor utilizam softwares e serviços da Totvs”, informa Couto. Entre os grandes clientes, destacam-se os grupos Itapemirim, Chocolates Garoto, Multivix, Calçados Itapuã, Lorenge, Galwan, Fortleve, Biancogres, Imetame, Brametal, Marbrasa e União Autopeças. “A parceria com grandes empresas faz com que a Totvs cresça e lidere em vários segmentos. As soluções garantem maior competitividade aos clientes e permitem velocidade nas decisões, organizando processos, armazenando dados, gerando informação e auxiliando na gestão”, comenta o diretor. “Para uma empresa se manter competitiva no mercado, prestar um serviço de qualidade e obter lucro, ela tem que buscar constantemente a excelência na gestão de pessoas, nos processos, nos indicadores e nos resultados. Cerca de 97% dos nossos colaboradores consideram a Totvs-ES um excelente lugar para se trabalhar, pois atendemos aos quesitos de uma boa governança corporativa”, conclui Eduardo Couto. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PRÊMIO IEL/ABRH | GRANDE PORTE
Empreendimento Aldeia Parque
Morar Construtora: melhor empresa para se trabalhar no ES Empresa se sobressai em práticas de liderança e políticas para capacitar, desenvolver e remunerar os empregados
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odo mundo sonha em trabalhar em um local onde se sinta valorizado, confortável e bem remunerado. No geral, é o funcionário que precisa vender bem suas qualidades para demonstrar que é o candidato ideal. Mas e as empresas? Quais são as melhores para os empregados? Para descobrir isso, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES) estabeleceram uma parceria a fim de instituir a premiação “Melhor Empresa para se Trabalhar no Espírito Santo”. A honraria, que será concedida pela primeira vez em 2015, não leva em consideração o faturamento, mas sim as boas práticas em programas de gestão de pessoas, e contempla duas categorias: “Empresas de Porte Médio” (de 100 a 499 empregados) e “Grande” (acima de 500 empregados). Nesta última, a vencedora é a Morar Construtora, que despontou como a melhor companhia do ano, com a pontuação final de 224,6. “O prêmio é uma conquista para todos que fazem parte da equipe e um reconhecimento às nossas práticas na busca de soluções para crescer de forma sustentável. Para isso, buscamos a melhoria contínua de todos os nossos processos, como atração e seleção do pessoal, treinamento, plano de carreira, qualidade de vida, responsabilidade social e retenção de talentos, medidas contínuas que agregam
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valor ao dia a dia dos colaboradores”, diz o vice-presidente da Morar Construtora, Rodrigo Gomes de Almeida. Segundo o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, a premiação pretende dar maior visibilidade aos negócios que acreditam efetivamente que seus recursos humanos são os seus principais ativos. “A intenção é mostrar claramente que as empresas que respeitam e tratam bem seus recursos humanos, com uma política de gestão de pessoas bem estruturada, conseguem melhores resultados sustentáveis ao longo do tempo, contribuindo sobretudo para a perenidade da organização”, afirma. Para a psicóloga e presidente da ABRH-ES, Danielle Quintanilha, cabe ao gestor de pessoas idealizar e colaborar com o desenvolvimento da equipe, identificando a melhor forma para se obter os resultados desejados. “É por meio das práticas de RH que é possível transformar as empresas, atingir metas, cumprir com os valores e a missão da empresa de forma mais humana e com respeito aos empregados, não se voltando apenas para o trabalho, mas também para a realização pessoal, para a comunidade e para a família”, lembra ela. Rodrigo Gomes de Almeida vê no Prêmio IEL/ABRH-ES uma boa motivação para seguir em frente no caminho escolhido: “Pretendemos nos consolidar ainda mais como uma marca que aposta no capital humano como um potencial competitivo”, conclui ele. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PRÊMIO IEL/ABRH | MÉDIO PORTE
Politintas: um olhar diferente para a gestão de pessoas Nova filosofia de gestão aumentou o engajamento das pessoas e os resultados
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a Politintas, a gestão de pessoas vem ganhando importância e passando por um processo de transformação que mudou o relacionamento entre a companhia e seus colaboradores. Antes vistos como recursos, hoje eles são encarados como talentos. E isso faz toda a diferença. Tanto que lhe permitiu conquistar o título de “Melhor Empresa para se Trabalhar no Espírito Santo” na categoria “Média Empresa” do Prêmio IEL/ABRH, atingindo a maior nota de avaliação: 211,5 pontos. A premiação, concedida pela primeira vez, é uma iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) e da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-ES). Segundo o diretor-executivo da Politintas, Vinícius Lino Venturim, a organização tem se empenhado em inovar e aperfeiçoar suas práticas de recursos humanos com o objetivo de garantir um crescimento sustentável, aliando produtividade, qualidade e engajamento das pessoas. “Grande parte desse resultado se deve à equipe. Não adianta o negócio adotar as melhores práticas corporativas, se não tiver uma equipe bem alinhada, motivada e capacitada. São as pessoas que fazem a diferença e que transformam os desafios em resultados”, diz o executivo. De acordo com ele, o trabalho não se limita apenas a uma área, mas envolve todos os profissionais. “Programas de desenvolvimento de liderança, de qualidade de vida, plano de carreira e remuneração, que vêm sendo realizados há três anos, e ações como a Universidade Corporativa e ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
o Plano para Jovens Talentos, por exemplo, foram determinantes para esse reconhecimento”, comentou. Para o superintendente do IEL-ES, Fábio Dias, todo e qualquer resultado dentro das organizações deve ser atribuído aos seus recursos humanos. “Por mais inovadora que seja uma empresa, sobretudo na automação de seus processos, nada é feito sem a participação das pessoas. Toda organização tem regras, normas, metas e objetivos, enfim, uma série de desafios, mas quando os gestores são claros, dizendo com respeito o que esperam das pessoas – comportamento, proatividade, criatividade – certamente o ambiente se torna melhor e as possibilidades de alcance, maiores. O sistema de gestão de pessoas deve ser tratado de forma estratégica nas organizações, com metas e objetivos claros”, afirma. De acordo com a psicóloga e presidente da ABRH-ES, Danielle Quintanilha, “a participação das empresas na premiação é uma boa oportunidade para que elas sejam avaliadas e verifiquem se a política de gestão de pessoas implantada está alinhada ao que se considera uma referência de mercado, um passo muito importante para a melhoria contínua de seu negócio”, destaca. Feliz com o reconhecimento representado pelo prêmio recebido, Venturim conclui com um compromisso: “O desafio agora é manter a qualidade dos programas já realizados e continuar elevando o nível desses projetos”. 95
DESTAQUE EMPRESARIAL SESI
Representatividade: com 11 unidades, Sesi leva mais educação a todo o Espírito Santo
Educação do Sesi-ES: formando cidadãos criativos e empreendedores Maior rede de ensino particular do Estado, com mais de 12 mil estudantes, a entidade oferece grande estrutura e ferramentas tecnológicas
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mercado de trabalho exige cidadãos cada vez mais preparados para as novas tecnologias e para a aquisição de novos conhecimentos, mas priorizando o seu valor como ser humano dentro das empresas. Ciente dessa demanda, o Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES), entidade do Sistema Findes, renova constantemente a metodologia de sua rede de ensino, oferecendo uma educação de qualidade e conectada com a modernidade, preparando jovens para um futuro de sucesso em suas profissões. Com cerca de 12 mil 96
alunos matriculados e presente em 11 unidades espalhadas pelo Espírito Santo, a Rede Sesi de Educação é considerada a maior rede de ensino particular do Estado, sempre prezando pela educação de qualidade voltada para o mercado de trabalho e para toda a vida, tendo como foco no atendimento ao trabalhador da indústria capixaba e seus dependentes. “O Sesi investe muito em todas as instâncias do ensino, do infantil ao médio. Temos forte investimento em tecnologia na sala de aula, e destaque em diferenciais como em Robótica, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Torneio de Foguetes e muito mais, sempre prezando pelo treinamento constante dos professores”, afirma o superintendente do Sesi-ES e diretor regional do Senai-ES, Luis Carlos de Souza Vieira. “Temos como objetivo formar cidadãos empreendedores, criativos, socialmente responsáveis e alinhados com as questões ambientais e, ao mesmo tempo, conectados com o mundo”, completa o dirigente. A excelência nos serviços prestados à indústria capixaba é um padrão que o Sesi-ES estabeleceu e consolidou ao longo de seus 64 anos (completados em 2015) de atuação no Espírito Santo nas seguintes áreas de negócio: Educação; Qualidade de Vida; Cultura; Responsabilidade Empresarial; e Saúde e Segurança do Trabalho. Especificamente sobre a Educação, o Sesi-ES, consciente da importância de gerar mão de obra qualificada para a indústria, possui o ensino médio articulado com o ensino técnico, em uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Para Luis Carlos Vieira, o Sesi-ES tem uma grande responsabilidade ao formar gerações de estudantes e bons profissionais. “O Sesi é voltado para o trabalhador da indústria e seus dependentes. Não deixamos de atender às comunidades, mas o foco é a formação dos filhos dos trabalhadores da indústria. É uma escola financiada pela indústria. A educação é para a vida, mas temos o desafio de formarmos cidadãos e também encaminharmos o aluno para o mundo
Ações do Sesi em Educação • Plataforma Adaptativa da Geekie • Conexão Mundo • XD Education • Orientação de Estudo – Monitoria • Turma Foco Enem
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Educando para a vida: a Rede Sesi conta com milhares de estudantes no Estado
do trabalho, incentivando-o a prosseguir com um curso técnico do Senai para atender à indústria”, falou o superintendente.
Iniciativas desenvolvidas em 2015 Diversas novidades foram implementadas pelo Sesi-ES em todas as suas áreas de atuação no ano de 2015. Na Educação, uma delas foi a Plataforma Adaptativa da Geekie, uma estrutura virtual na qual os estudantes realizam simulados que são corrigidos e dão origem a um plano de estudo com base nas habilidades não alcançadas que foram identificadas durante o processo de correção. Dessa forma, aluno e professor podem desenvolver, juntos, as habilidades não alcançadas até então, sanando o déficit existente. Primeira entidade de ensino a usar essa tecnologia no Espírito Santo, o Sesi-ES apresenta uma plataforma indicada no site do MEC como referência e de confiança para os estudantes. Outro destaque no ano foi o programa Conexão Mundo, feito em parceria com a ONG US-Brazil Connect e o Diretório Nacional do Sesi-Senai, e que visa a melhorar o nível de proficiência dos alunos na língua inglesa. Para isso, 97
DESTAQUE EMPRESARIAL
Incentivo na área da robótica: Sesi proporciona aos estudantes o contato com novas tecnologias
o programa utiliza recursos tecnológicos e redes sociais, além de um período de aulas presenciais com tutores norte-americanos, culminando, no final do curso, com uma viagem para os EUA oferecida aos alunos com melhor rendimento e que estejam cursando a educação básica articulada com educação profissional do Sesi-Senai (Ebep) e o ensino médio do Sesi. Já com a XD Education, o Sesi disponibiliza uma ferramenta tecnológica que auxilia o professor na introdução de conteúdos de disciplinas como Biologia/Ciências, Física, Química e Matemática por meio de videoaulas em 3D. Com o instrumento, as aulas, sobretudo do ensino médio, ficam ainda mais dinâmicas, atraentes e lúdicas, aproximando os estudantes das disciplinas e dos conteúdos a serem aprendidos. O Sesi trabalha também a preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por meio da Turma Foco Enem. Essa iniciava prevê aulas aos sábados, de março a novembro, com foco nos conteúdos abrangidos no exame – ação pensada para atender aos estudantes que obtiveram bom desempenho na 2ª série do ensino médio, valorizando e potencializar seu conhecimento. Ainda neste ano, a entidade desenvolveu a Orientação de Estudo – Monitoria, com a contratação de estagiários em formação
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nas áreas de Física, Química, Língua Portuguesa e Matemática. O objetivo é atender aos alunos do ensino médio por meio de monitoria e resolução de dúvidas. Com uma ampla estrutura, o Sesi-ES concede às suas escolas diversos recursos tecnológicos educacionais, capazes de proporcionar uma educação com fundamentação em tecnologia e preparar os estudantes para a criação e a solução de problemas e o uso de vários tipos de tecnologia de forma racional e significativa. Entre os vários diferenciais em seu sistema educacional estão Sesi ONU, Empreendedorismo, Feira de Negócios da Família (Fenefe), Feira Literária, Lego Zoom e Lego Robótica. Este último oferece aos alunos do 6º a 9º ano do ensino fundamental a participação em torneios de robótica, em que princípios de engenharia devem ser aplicados para criar e programar um robô de um material desenvolvido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) em parceria com o Lego Group e um projeto de pesquisa envolvendo a busca de soluções inteligentes e inovadoras sobre o tema do torneio. Esses projetos passam por seletivas dentro das escolas do Sesi, podendo se classificar para etapas nacionais e mesmo internacionais. As unidades de ensino contam também com a metodologia Lego Education, que possibilita o desenvolvimento da criatividade, das relações interpessoais, do trabalho em equipe, da ética e da cidadania, permitindo ao professor praticar ações que propiciem aos alunos motivação, memória, linguagem, atenção, emoção e percepção. Celebrando 64 anos de bons serviços prestados à indústria e ao Espírito Santo, o Sesi-ES continua seguindo a máxima de que a educação transforma o futuro das pessoas e uma escola forte pode mudar o cotidiano de toda a sociedade.
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DESTAQUE EMPRESARIAL SENAI
Instrutores capacitados e grande estrutura são marcas da entidade
Educar para crescer Referência em educação profissional, Senai-ES forma e atualiza mão de obra
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á 63 anos ao lado da indústria do Espírito Santo, seja ampliando a oferta de cursos técnicos e tecnológicos ou seja incentivando novas soluções para o mercado, o Senai é um destaque em educação profissional. A entidade, que possui diferentes níveis e modalidades de instrução, conta com cursos de formação inicial e continuada e de educação profissional técnica de nível médio, sempre levando em consideração as características regionais, gerando o desenvolvimento para o Estado como um todo. No Senai - Educação para o Trabalho, é o processo educativo que propicia condições de inserção genérica no mundo do trabalho. Compreende, de forma indispensável, leitura, escrita e cálculo. A Educação 100
para o Trabalho no Senai é idealizada por meio de programas de iniciação profissional e oferecida nas unidades de Aracruz, Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, São Mateus, Linhares, Serra, Vitória e Vila Velha, além da Escola Móvel. A Formação Inicial, ofertada pela instituição, é a educação profissional destinada a qualificar jovens e adultos, independentemente de escolaridade prévia e de regulamentação curricular, podendo ser dispobilizada, segundo itinerários formativos, de maneira livre em função das necessidades da indústria e da sociedade. A Formação Inicial é desenvolvida por meio de cursos e programas de aprendizagem industrial básica e qualificação profissional básica. A aprendizagem industrial básica é a formaANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ção técnico-profissional compatível com o crescimento físico, moral, psicológico e social do jovem de 14 a 24 anos de idade, a partir de atividades teóricas e práticas, tendo como objetivo formar e estimular competências de um determinado perfil profissional definido no mercado de trabalho, para atendimento às cotas de aprendizes das empresas contribuintes. A cota de aprendizes por estabelecimento industrial é estipulada pelo órgão público responsável, de acordo com a legislação em vigor. A qualificação profissional básica destina-se a jovens e adultos, a partir de 16 anos de idade, e tem por finalidade formar e desenvolver competências de um determinado perfil profissional. Os cursos e os programas de qualificação profissional básica deverão ter carga horária mínima de 160 horas, de acordo com o art. 69 do Regimento do Senai.
Olhar para a formação técnica e continuada As ações do Senai-ES também abrangem a formação técnica de nível médio, destinada a alunos matriculados ou egressos do ensino médio, com o propósito de proporcionar habilitação técnica de nível médio, segundo
Educação Profissional e Tecnológica oferecida pelo Senai-ES abrange cursos e programas de: • Educação para o Trabalho • Formação Inicial • Educação Profissional Técnica de Nível Médio • Formação Continuada
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Aprendizado e oportunidades: Senai forma profissionais há 63 anos
perfil profissional de conclusão. Pode ser realizado sob as formas articulada (integrada ou concomitante) e subsequente ao ensino médio. Ofertados em Vitória, Vila Velha, Serra, Anchieta, Cachoeiro, Linhares, Colatina e Aracruz, os cursos do Senai são: Técnico em Alimentos; Técnico em Automação Industrial; Técnico em Edificações; Técnico em Eletrotécnica; Técnico em Eletromecânica, Técnico em Desenho de Construção Civil; Técnico em Logística; Técnico em Manutenção Automotiva; Técnico em Móveis; Técnico em Plástico; Técnico em Meio Ambiente; Técnico em Mecânica; Técnico em Refrigeração e Climatização; Técnico em Segurança do Trabalho; Técnico em Redes de Computadores; Técnico em Informática; e Técnico em Vestuário. Além de atender a indústria capixaba com cursos de qualificação e técnico, o Senai promove ainda cursos de aperfeiçoamento profissional, cujo conceito é a ampliação ou complementação de competências de um determinado perfil profissional. Os cursos de formação continuada não estão sujeitos à carga horária mínima, tendo como requisito para ingresso comprovação de formação anterior ou avaliação ou reconhecimento de competências para aproveitamento em prosseguimento de estudos, de acordo com o parágrafo único do artigo 69 do Regimento do Senai. São 135 cursos de 101
DESTAQUE EMPRESARIAL
Qualificando e aperfeiçoando, o Senai abre portas do mercado para os capixabas
aperfeiçoamento, disponíveis nas unidades de todo o Estado e também na Escola Móvel. “Aquela ideia de preparar um funcionário só para um posto no mercado de trabalho acabou. O trabalhador precisa dominar tecnologias complexas, aprender a pensar, inovar, criar, se desenvolver. E tudo isso é um processo educacional”, disse Luis Carlos Vieira, diretor regional do Senai-ES e superintendente do Sesi-ES. Segundo ele, as ações desenvolvidas apontam para o fato de que o Senai se moldou ao longo do tempo para fortalecer de maneira ainda mais eficaz a indústria. “A entidade nasceu com a aprendizagem industrial, que exigia até a 8ª série. Com o desenvolvimento da indústria, logo a instituição passou a oferecer o curso técnico. É impossível imaginar hoje a escola distante da fábrica e vice-versa”, explicou ele. Ciente da importância do setor de tecnologia para a economia capixaba, o Senai fechou uma parceria com o Sindinfo que resultou na oferta de 14 novos cursos de aperfeiçoamento. Já foram iniciados os cursos de Análise de Requisitos, Java, Teste de Software, Arquitetura de Software e Linguagem de Programação PHP, entre outros.
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Segundo João Marcos Loureiro Del Puppo, gerente-executivo de Educação e Tecnologia Sesi-ES e Senai-ES, tudo é feito para dar competitividade à indústria. “E temos cumprido essa missão, formando o capital humano das empresas, algo fundamental para o crescimento. E não apenas formamos, mas requalificamos. O cenário mudou e, se hoje não existem tantas vagas sendo criadas pelas indústrias, temos que oferecer todo o conhecimento para que aqueles que estão fora do mercado possam voltar ou mesmo progredir dentro das empresas. Um desenhista que fez um curso de AutoCAD há 10 anos pode agora passar para 3D e aumentar as suas oportunidades. E assim acontece com várias outras funções. A indústria tem e sempre terá no Senai uma grande parceira”, falou. Parcerias como essa mostram que o Senai possui toda a estrutura e conhecimento técnico-tecnológico para desenvolver diversos aperfeiçoamentos “sob medida”, conforme as demandas do mercado. Há mais de seis décadas, a entidade segue como referência em formar e dar subsídios à mão de obra, gerando assim oportunidades para os capixabas e mais produtividade para as empresas.
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DESTAQUE EMPRESARIAL GAROTO
A fábrica é um dos pontos turísticos mais visitados do Estado
Chocolates Garoto: comprometimento, inovação e conexão com o consumidor S empre atenta em manter uma forte e contínua conexão com seus diversos públicos, a Chocolates Garoto tem trabalhado para intensificar cada vez mais a sua identidade genuinamente capixaba e a sua interação com o consumidor. Para isso, investe em ações de cocriação e, sobretudo, na fabricação de produtos de qualidade, que atendam às expectativas do seu público. Inovar constantemente o portfólio e lançar novidades que se tornaram referência no mercado, de acordo com as sugestões dos seus consumidores, também são diferenciais que têm consolidado a marca, presente no dia a dia dos brasileiros geração após geração. Neste ano, as iniciativas promovidas pela Garoto envolveram algumas das suas principais marcas e apresentaram boas novidades. Dentre elas está o novo Baton Creme, chocolate ao leite com recheio ao leite. A marca,
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que fez parte da infância de várias gerações, é o chocolate número um do mercado infantil e conquista cada vez mais consumidores. A versão recheada, que contém ainda mais leite que o produto tradicional, ficou também mais gostosa, já que confere um derretimento ainda mais suave na boca. O lançamento representou a entrada da marca no segmento de recheados e, além de atender ao mercado brasileiro, é exportado para diversos países, como Uruguai, Paraguai e Bolívia. A Chocolates Garoto também apresentou recentes novidades na sua tradicional linha de tabletes, que ganhou mais cacau e uma versão Meio Amargo com Amendoim, e na famosa marca Talento, agora com sabor Doce de Leite. E as inovações deste ano não se restringiram às linhas de produção. Com o objetivo de tornar a hora de presentear com produtos da marca ainda mais gostosa, a Garoto criou
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um novo jeitinho, literalmente delicioso, de fazer isso. Desenvolveu embalagens especiais, as Caixinhas Amarelinhas, já disponíveis no mercado e que vêm recheadas com bombons de diferentes sabores e mensagens diferentes: “Parabéns”, “Pensei em você”, “Obrigado!”, “Boa sorte!” e “Adoro você”. Com esse lançamento, a empresa traz mais um jeito alegre e espontâneo de deixar o dia mais gostoso.
Compromisso e bem-estar Além dos saborosos produtos que fabrica, a Chocolates Garoto mantém forte conexão com o consumidor capixaba por meio das suas sólidas entregas de responsabilidade social no Espírito Santo. Dentre essas ações está a tradicional Dez Milhas Garoto e Corrida Garotada, que em 2015 foi realizada em suas 26ª e 14ª edições, respectivamente, no dia 16 de agosto. Com recorde histórico de participantes – foram 10 mil corredores de várias partes do Brasil e do mundo –, a prova trouxe inovações que a consolidaram ainda mais como um evento de altíssimo nível e que promoveram um cuidado e aproximação maior com o corredor e com o público. A Dez Milhas teve parte do seu percurso alterado, na descida da Terceira Ponte, oferecendo ainda mais conforto aos atletas e garantindo maior fluidez ao trânsito. Já a Corrida Garotada foi realizada, pela primeira vez, em forma de circuito: a largada e a chegada foram no mesmo local, em frente à fábrica, permitindo aos pais e responsáveis acompanhar os jovens corredores de perto e ficar na torcida na arquibancada montada no local. Dias antes da prova, arenas esportivas foram montadas nas praias de Vitória de Vila Velha para convidar e incentivar a comunidade capixaba para a corrida. Outra iniciativa bem-sucedida da empresa é o
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A empresa está sempre apresentando novidades para o consumidor
projeto “Vamos Todos Ler – Sala de Leitura”, hoje com cerca de 130 espaços distribuídos na cidade-sede da fábrica, Vila Velha, e na Grande Vitória. Cada uma dessas salas recebeu mil livros, disponibilizados gratuitamente para estudantes e comunidades. A ação é patrocinada pela Garoto desde 2004, em parceria com o Instituto Oldemburg de Desenvolvimento. Sua proposta é incentivar a leitura em áreas de baixa renda a partir da implantação de minibibliotecas em escolas e outros espaços comunitários. Internamente para os seus colaboradores, a Garoto desenvolve uma série de ações de incentivo ao conhecimento e ao bem-estar. A Universidade Chocolates é um bom exemplo. Por meio dela, os colaboradores têm a oportunidade de aumentar seus conhecimentos sobre chocolate, enriquecer o currículo e valorizar ainda mais sua carreira. O curso profissionalizante é totalmente subsidiado pela Garoto, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), e concede diploma do curso Profissionalizante em Processamento de Chocolate, reconhecido pelo MEC. Mais de 40 pessoas já participaram do projeto e novas turmas foram abertas.
Conexão com o público Com crescente presença nas redes sociais, a Chocolates Garoto detém hoje a liderança entre as fanpages de alimentos no país e a 4ª posição entre todas as páginas brasileiras. Seu Facebook institucional (facebook.com/garoto) conta com mais de 13 milhões de fãs e tem se mostrado uma valiosa ferramenta, permitindo uma aproximação constante da marca com seus consumidores, que interagem com a empresa dando sugestões, aprendendo receitas e compartilhando ideias.
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DESTAQUE EMPRESARIAL
do mundo. Para conquistar esses novos consumidores, a empresa mantém presença constante nos principais eventos do setor de confectionary e alimentos em todo o mundo, principalmente na Europa, no Oriente Médio e nos Estados Unidos. A Terceira Ponte é um dos trechos mais bonitos da prova
Destaque, ainda, para o programa de visitas da empresa. Responsável por fazer da fábrica o segundo ponto turístico mais visitado do Espírito Santo, o Chocotour recebe mais de 400 mil pessoas todos os anos e apresenta as linhas de fabricação, o Centro de Documentação e Memória – CDM, onde fica localizado o museu da empresa, e a Loja da fábrica, onde são comercializadas todas as linhas da marca, além de kits exclusivos. E todos esses visitantes têm levado mais que os deliciosos produtos da marca na lembrança. Neste ano, pela segunda vez consecutiva, a Garoto foi reconhecida pela TripAdvisor como local ideal para se visitar em viagens ao Espírito Santo, de acordo com avaliação de turistas de várias partes do país, o que conferiu à empresa o Certificado de Excelência da TripAdvisor.
Uma marca globalizada Com espaço conquistado nos mercados brasileiro e mundial, a Chocolates Garoto é hoje referência no segmento, especialmente na América Latina, onde detém a liderança no setor de chocolates de países como o Uruguai, e vem ganhando cada vez mais consumidores na América do Norte, na África e na Ásia. Atualmente, seu portfólio de aproximadamente 70 produtos, entre caixas de bombons, tabletes, Ovos de Páscoa e chocolate para uso culinário (coberturas), dentre outros, está presente em mais de 40 mercados
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Inovações e marcas consagradas Desde sua fundação, a Garoto mantém um histórico de constante inovação em seu portfólio. E muitas dessas novidades vieram a revolucionar o mercado, destacando o pioneirismo da empresa em diversos segmentos. É o caso do lançamento, no período da Páscoa de 1954 dos primeiros ovos de chocolates. Cinco anos depois, em 1959, a empresa inovou mais uma vez e criou a primeira caixa de bombons sortidos do país, até hoje líder no seu segmento e conhecida em diversos países. Destaque ainda para o lançamento, em 1993, do primeiro tablete de chocolate ao leite quadrado do mercado brasileiro, o Talento, atual líder no segmento de tabletes até 100 gramas. Outro produto com longa história é o Baton, hoje um dos mais consumidos do seu portfólio, especialmente entre o público infantil no Brasil. Neste ano, o Baton completou seu 67º aniversário e, desde que foi lançado, em 1948, tornou-se Top of Mind e já passou por diversas transformações para se adequar às demandas dos novos consumidores.
História Nascida no final da década de 1920, como uma pequena fábrica de balas, e incorporada ao Grupo Nestlé em 2002, a Garoto ocupa hoje posição entre as 10 maiores indústrias de chocolate do mundo, com liderança na América Latina. Seus maiores sucessos são a Caixa Amarela, os Tabletes Familiares, os chocolates Baton e Talento e o bombom Serenata de Amor. Também oferece versões em sorvetes e picolés de algumas das suas principais marcas.
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DESTAQUE EMPRESARIAL VALE
Novo Trem de Passageiros da Vale completa um ano e supera a marca de 1 milhão de passageiros O novo Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), único do Brasil que percorre longas distâncias diariamente, completou um ano de operação em agosto deste ano. Em seu trajeto diário entre o Espírito Santo e Minas Gerais, o comboio passa por 51 localidades nos dois estados
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m seu primeiro ano de história, o “Novo Trem”, como é carinhosamente conhecido, já transportou mais de um milhão de passageiros. A marca foi batida no dia 21 de agosto. Esse volume representa uma taxa média de ocupação de 90%. Nesse período, muitas histórias pontuaram as viagens ao longo dos 664 quilômetros da 108
Ferrovia Vitória a Minas que são cobertos pelo Trem de Passageiros. “Mesmo após um ano de inauguração, ainda recebemos passageiros de diferentes regiões que viajam com o intuito de conhecer os novos carros”, informa o gerente de Operações do Trem de Passageiros, Domingos Rocha. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Novo Trem de Passageiros garante mais conforto e segurança para os usuários
Sobre a Estrada de Ferro Vitória a Minas 664 km de percurso completo 30 pontos de embarque e desembarque 42 municípios atendidos
Quem trabalha diariamente no comboio também tem boas histórias para contar. É o caso do chefe de trem Abdo Assis, na função há 12 anos e que coordenou a viagem inaugural da nova composição, em 5 de agosto de 2014. “Uma das lembranças mais marcantes que tenho da primeira viagem do Novo Trem foi a receptividade dos moradores de Aimorés (MG). Ao chegarmos à estação da cidade, havia muitos moradores, principalmente crianças, adolescentes e docentes de instituições de ensino do município, com faixas comemorando a chegada do Novo Trem”, lembrou.
Fomento ao turismo regional O município de Resplendor, também em Minas Gerais, é um dos destinos preferidos para aqueles que buscam uma viagem de trem ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
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DESTAQUE EMPRESARIAL
“Há um ano concretizamos um sonho, que foi o de renovar a frota de carros de passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas. A aceitação do público em relação aos novos carros nos indica a importância do Trem de Passageiros para as pessoas que utilizam o transporte ferroviário diariamente pelos mais variados motivos, e isso nos dá uma enorme satisfação” Carlos Quartieri, gerente-executivo de Operações da Estrada de Ferro Vitória a Minas
rápida, já que é possível ir e voltar à cidade no mesmo dia. O passeio é bastante procurado por famílias, cujas crianças desejam conhecer a nova composição. Saindo da Estação de Pedro Nolasco, em Cariacica (ES), de onde o trem parte diariamente às 7h, os passageiros chegam ao município por volta das 11h. Um dos atrativos da cidade é um passeio num minitrem, que leva os turistas para um tour pelos principais pontos de visitação locais. O retorno para a estação de Resplendor, onde o minitrem aguarda a chegada do Trem de Passageiros na cidade, se dá por volta das 16h, horário em que a composição da Vale passa no local para retornar à Estação Pedro Nolasco, destino final da viagem no Espírito Santo.
Sobre o Novo Trem de Passageiros da EFVM Fruto de um investimento de US$ 80,2 milhões, o Novo Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas conta com
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56 novos carros, sendo 10 executivos e 30 econômicos, além de carros-restaurante, lanchonete, gerador e cadeirante (destinado a pessoas com dificuldade de locomoção). Cada vagão executivo tem capacidade para transportar 57 passageiros. Já os econômicos acomodam 75 pessoas. Em ambas as classes os carros são climatizados e possuem tomadas elétricas individuais nas poltronas para possibilitar o carregamento de equipamentos eletrônicos, como notebooks e telefones celulares. Mais modernos, os banheiros receberam novo layout e tecnologias voltadas a priorizar o uso sustentável dos recursos naturais, como a substituição do papel toalha por ar quente para a secagem das mãos. O sistema de descarga é a vácuo, semelhante ao utilizado na indústria da aviação, o que reduz o consumo de água. Além disso, toda a composição conta com detector de fumaça, aumentando a segurança dos usuários. Os carros da classe executiva contam com sistema de som e iluminação individualizados para dar maior conforto e comodidade aos viajantes. Outro diferencial são as poltronas, mais largas. As novidades contemplam também os carros restaurante e cadeirante. O primeiro possui 72 lugares, o que representa um acréscimo de 56% em relação às composições que operam atualmente.
Segurança e conforto O Novo Trem conta ainda um novo sistema de abertura e fechamento das portas externas, bem como as localizadas entre um carro e outro, que é automático. A travessia entre os carros também mereceu melhorias e ficou ainda mais segura e confortável. Isso porque a conexão entre os vagões passou a ser vedada por um sistema de plástico emborrachado. Os novos carros de passageiros contam ainda com displays externos e internos, que exibem informações gerais sobre a viagem. Dados como destino e trajeto do trem, número dos carros, estações e paradas de embarque e de desembarque, entre outros, são algumas das orientações voltadas a facilitar ainda mais a viagem.
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DESTAQUE EMPRESARIAL SAMARCO
Foto: Jefferson Rocio
Forno de pelotização da Samarco: empresa trocou combustível utilizado na queima das pelotas e reduziu emissões de gases de efeito estufa em 10%
Em busca da economia de baixo carbono Samarco reforça compromisso e investe em ações que reduzem as emissões de gases de efeito estufa em suas operações
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Samarco assinou, no último mês de agosto, a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança de Clima – 2015. O documento, celebrado ainda por importantes empresas de diferentes setores, tem como objetivo renovar e ampliar os compromissos assumidos na Carta Aberta de 2009, que também trazia a participação da mineradora. Com essa atitude voluntária, as organizações signatárias apresentam ao Governo brasileiro propostas consistentes para que o país assuma um papel de destaque na COP 21, que reunirá representantes de 190 nações em Paris, na França, no final de 2015, para rodadas de negociação em torno da questão climática mundial. Os compromissos firmados no documento passam por desafios de redução nas 112
emissões de gases de efeito estufa (GEEs), maior uso de energia renovável, aumento da eficiência energética e publicação anual do inventário das liberações desses poluentes na atmosfera, dentre outros. Existe também um grande desejo que tais esforços possam ser recompensados por um modelo de precificação do carbono pautado em boas práticas de incentivo, que estimule as empresas a inovar e a introduzir em seus processos produtivos tecnologias mais limpas e mais adequadas a uma visão de economia de baixo carbono. Para Denilson Araujo, gerente-geral de Tecnologia e Ecoeficiência da Samarco, “a empresa trilha um caminho bem-sucedido ao integrar esse primeiro passo, dado há seis anos, em nossa estratégia ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e ações de inovação e sustentabilidade. Nossas práticas e esforços estão alinhados aos preceitos do novo documento”, afirma. A assinatura da Carta coloca a Samarco na vanguarda de um novo movimento econômico, que começa a se desenhar globalmente: a economia do baixo carbono. Resultado das pesquisas científicas que associam a ação humana ao aumento da temperatura do planeta, esse modelo busca reduzir a emissão de gases de efeito estufa com o objetivo de conter os problemas gerados por esse aquecimento, como avanço do mar nas áreas costeiras, períodos maiores de seca, chuvas intensas etc. “Independentemente da avaliação que cada um faça do chamado aquecimento global, o que se tem observado é que o movimento para o desenvolvimento da economia de baixo carbono parece ser algo irreversível”, opina o executivo. No último mês de junho, líderes das sete principais potências econômicas globais – grupo formado por Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Itália, Japão e Canadá – anunciaram um acordo para a eliminação gradual do uso de combustíveis fósseis. A meta é chegar a uma baixa entre 40% e 70% na emissão dos gases de efeito estufa até 2050. Esse anúncio acende um alerta. Como grandes compradores de mercadorias de todo o mundo, há uma tendência de que o grupo de países passe a exigir comportamento semelhante de seus fornecedores, de modo a equilibrar os custos como desenvolvimento e adoção de novas fontes energéticas. Nesse cenário, a Samarco, por exemplo, teria que indicar que também age para baixar suas emissões para continuar fornecendo pelotas a siderúrgicas desses países. E, repassará essa mesma exigência a seus fornecedores, criando um efeito cascata que se amplia com mais e mais empresas adotando padrões ambientais de maior rigor. Para muitos, o ano de 2050 ainda soa como um futuro distante. Mas o gerente-geral da Samarco lembra que para chegar até lá em condições de competividade, é preciso que as empresas comecem a se preparar, uma vez que as mudanças de processos, equipamentos, pesquisa e principalmente, na forma de pensar das pessoas, levam tempo. “Posso afirmar que, felizmente, a Samarco trabalha de modo a reduzir o impacto ambiental de sua atividade desde o início de suas operações, ainda na década de 1970. Sempre ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Denilson Araujo, gerente geral de Tecnologia e Ecoeficência da Samarco
buscamos fazer o melhor aproveitamento possível dos recursos naturais”, conta Araujo. Ao longo dos anos, a visão ambiental da companhia vem evoluindo e agregando práticas e aprendizados que vão além do antigo conceito de atendimento das exigências legais. Esse compromisso histórico com a preservação ambiental inclui investimentos em tecnologias que permitam um modelo produtivo cada vez mais sustentável e eficiente. Em 2010, por exemplo, a Samarco realizou um processo de substituição do combustível utilizado em seus fornos de pelotização: do óleo para o gás natural. Apesar de ainda se tratar de um combustível fóssil, o gás natural é uma fonte de energia mais limpa e bem menos intensiva que o óleo na emissão de gases de efeito estufa. Essa troca foi bem-sucedida e trouxe uma redução de 10% nas emissões. E a empresa já investe em pesquisas para o desenvolvimento de novas fontes energéticas, como biomassa e outros recursos renováveis. Outro exemplo de ação com impacto na diminuição de carbono na atmosfera é o convênio assinado pela Samarco e o Governo do Espírito Santo para a recuperação de áreas de nascentes, por meio do reflorestamento. A iniciativa faz parte do programa Positivo em Água da empresa, que busca modos de ampliar a oferta de recursos hídricos, mas traz ganhos relevantes também em relação à emissão de carbono. Ao promover o plantio de árvores e a preservação de áreas de mata, o projeto contribui para fixar o carbono nas plantas, reduzindo sua concentração na atmosfera. Mesmo com tantas ações já encaminhadas, Araujo ressalta que esses exemplos não significam que a empresa está pronta para o cenário de economia de baixo carbono. “Vejo que avançamos bastante e estamos buscando nos preparar para esse novo cenário. Da mesma forma, acredito que a indústria nacional e capixaba também tenha condições que realizar essa transição de maneira planejada e tranquila, antecipando-se a possíveis novos modelos de atuação e mantendo a competitividade no mercado internacional nas próximas décadas”, avalia. 113
DESTAQUE EMPRESARIAL SICOOB
“Há 27 anos o Sicoob investe no Espírito Santo e vai continuar investindo fortemente” Bento Venturim, presidente do Sicoob-ES
Sicoob investe no Estado e amplia atendimento
S
eguindo o ritmo de expansão de sua rede de atendimento, o Sicoob Espírito Santo anuncia que vai abrir 12 novas agências no próximo ano. Oito das unidades serão instaladas no Estado e as outras quatro, no Rio de Janeiro, onde a instituição financeira cooperativa já administra três pontos de atendimento – dois em Volta Redonda e um em Barra Mansa. Atualmente, a cooperativa de crédito opera fisicamente em 63 municípios capixabas, com 93 agências, nas quais cerca de 170 mil pessoas movimentam seus negócios. O Sicoob tem associados em todo o Estado, pois, mesmo onde ainda não há unidades, a cobertura é feita por estruturas instaladas em cidades vizinhas, com apoio dos recursos da tecnologia da informação, o que possibilita o atendimento em 100% do território capixaba. “Há 27 anos o Sicoob investe no Espírito Santo e vai continuar investindo fortemente. O compromisso da instituição é com o crescimento das pessoas e com o desenvolvimento regional”, ressaltou Bento Venturim, presidente da instituição financeira cooperativa do Estado.
Expansão No Espírito Santo, haverá mais pontos na Grande Vitória (Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari) e um novo em Viana. No interior, Muqui (Sul) e Conceição da Barra (Norte) também passarão a ter a presença do Sicoob. No Rio de Janeiro, o Sul fluminense vai receber a quarta agência administrada pelo Sicoob ES, no município de Resende. Além disso, a atuação naquele estado será expandida para o Norte. Em 2016, as operações começam em Campos dos Goytacazes, Itaperuna e Bom Jesus do Itabapoana. 114
Segundo o diretor-executivo da instituição financeira cooperativa do Estado, Nailson Dalla Bernadina, a inauguração das estruturas já está autorizada pelo Banco Central e é resultado do Planejamento Estratégico da Instituição.
Atendimento Neste ano, foram inaugurados pontos de atendimento em Itapemirim (Sul), no Centro de Vitória e da Serra (Grande Vitória) e em Pedro Canário (Norte). Outras agências foram modernizadas e ampliadas em Rio Bananal, São José do Calçado, João Neiva, São Roque do Canaã e Cachoeiro de Itapemirim.
Resultados Atualmente, o Sicoob ES administra mais de R$ 4 bilhões em ativos. Nos primeiros seis meses deste ano, as sobras brutas (lucro) foram de R$ 123,6 milhões, um total 46,6% superior ao mesmo período de 2014. Além disso, a cooperativa avançou na concessão de crédito e liberou mais de R$ 2 bilhões na primeira metade de 2015.
Findes De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL), vinculado à Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), o Sicoob ES é o quarto maior grupo empresarial do Estado. Todas as nove empresas da cooperativa figuram entre as 200 do Espírito Santo com maior receita operacional bruta, e seis estão entre as dez principais no segmento de serviços financeiros. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
DESTAQUE EMPRESARIAL COIMEX
Foto: Vicentini Fotografias
Grupo Coimex tem forte atuação na área de infraestrutura. No Espírito Santo, inclui o Sistema Rodosol, com a Terceira Ponte (foto), um terminal portuário privativo em Vila Velha (CPVV), a ECO 101, além da Tegma, maior terminal alfandegado do Brasil
Visão global para criar oportunidades Diversificação e governança eficiente nas empresas do Grupo Coimex trazem equilíbrio e crescimento, mesmo em conjuntura econômica desafiadora
O
mesmo cenário de incertezas econômicas capaz de fazer empreendimentos sucumbirem pode ser transformado em mola propulsora de novas oportunidades. A receita do sucesso não vem pronta, mas, para o Grupo Coimex, holding de investimentos com DNA capixaba, inclui equilíbrio financeiro, gestão eficiente e diversificação da carteira de negócios. Em 2015, ao completar 66 anos de fundação, o Grupo se fortalece em sua experiência e projeta crescimento, mesmo com o momento econômico e político desfavorável no país, quando se estima uma contração da economia brasi116
leira na ordem de quase 3% para este ano e no mínimo de 1% em 2016. “Nesse ambiente, é evidente que as empresas são impactadas negativamente, em diferentes graus. Estamos até satisfeitos com o desempenho global dos nossos negócios neste ano. Embora crescendo menos do que imaginávamos ou gostaríamos, vamos alcançar resultados positivos em 2015, e certamente também em 2016, pela qualidade da gestão de cada uma das empresas, que ajustaram os seus custos à realidade da economia”, confirma Orlando Machado Júnior, presidente da Coimex Empreendimentos e Participações Ltda., a CoimexPar, holding do Grupo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
O Grupo Coimex teve suas bases lançadas em 1949 por Otacílio Coser, que, com sua visão empreendedora, transformou a Sinal Corretagem de Café, sediada em Vitória, em um conglomerado empresarial que hoje participa acionariamente de diversas empresas. Diretamente ou por meio de associação com outros investidores, a CoimexPar atua em vários setores da economia nacional, como logística, infraestrutura, energia elétrica, comércio exterior, concessões rodoviárias, negócios imobiliários e serviços financeiros. “Diversificação é a chave para o equilíbrio em momentos como o atual, pois, enquanto um ou outro negócio tem o seu desempenho afetado, os demais conseguem compensar essa diferença”, avalia Orlando Machado.
Mercado internacional O Grupo recentemente resolveu expandir sua atuação para além das fronteiras do Brasil, em área na qual detém expertise. Em sociedade com outros três investidores, em uma operação de 770 milhões de euros, foi adquirida uma parcela equivalente a 30% da Brisa Concessões Rodoviárias (BCR). Trata-se da maior empresa de infraestrutura de transporte de Portugal, que administra um conjunto de 11 estradas, incluindo a A1, que liga Porto a Lisboa, com dois grandes acessos à Espanha. Os outros 70% da Brisa são do Grupo José de Mello e do Fundo Arcus. O Grupo Coimex participa na BCR por meio da Rodoeurope, em conjunto com a Global Roads, a Uniroads e a Vale do Gurgueia –
A chave do equilíbrio Ao longo desses anos, o Grupo Coimex manteve-se fiel aos princípios do bom planejamento, da austeridade e do uso das modernas tecnologias. Mas o diferencial vem de outro ativo valioso, o capital humano. A gestão e a valorização de pessoas otimizam tempo e dinheiro e permitem inovar. Algo primordial numa engrenagem que envolve 10 empresas de diferentes setores, e que agora inicia importante processo de internacionalização. “Nós e as empresas onde investimos valorizamos muito o capital humano, principalmente criando um ambiente de trabalho e crescimento profissional favorável, estimulando o espírito empreendedor”, assegura Orlando Machado, presidente da CoimexPar.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
todas pertencentes a empresários com atuação também no Espírito Santo. Com a Brisa, o Grupo e seus sócios passam a ter uma plataforma para outras oportunidades que possam surgir dentro ou fora da Europa. “Estamos indo para onde há oportunidades, para onde o ambiente regulatório nos permite crescer”, admite Machado. Mas o executivo ressalta que esse investimento na Europa não pode ser entendido como um desinteresse pelo Brasil, mesmo que o momento no país não esteja bom – seja pelos juros altíssimos ou seja pela elevada carga tributária, somados à precariedade do marco regulatório de muitos setores e da insegurança jurídica que paira sobre o ambiente de negócios. “Quando se assiste a governos tentando anular na Justiça suas próprias decisões, ou quando se assiste ao Judiciário relativizar o direito, esse ambiente não parece muito propício a atrair investidores, especialmente o estrangeiro”. A bem da verdade, a economia do Brasil vive a expectativa de ver os governos fazerem a sua parte, controlando seus gastos, respeitando e dando tranquilidade aos negócios jurídicos, para que possa voltar a crescer. “O momento exige muita cautela sobre novos investimentos, porque a crise é grave e seus efeitos se farão sentir pelos próximos dois ou três anos”, estima o presidente da holding.
Saúde financeira Companhias que entraram muito endividadas neste período de recessão agora enfrentam o desafio de reestruturar seus negócios diante de dívidas já consideradas impagáveis. Em dois anos, os juros cobrados das organizações subiram de 15,7% ao ano, em média, para pouco mais de 19%, segundo o Banco Central. Para não correr riscos, o Grupo Coimex adota a postura do endividamento zero. “Dinheiro no Brasil sempre foi uma das mercadorias mais caras. Negócios muito alavancados ficam excessivamente expostos a essas crises, que são cíclicas e elevam os juros a patamares insuportáveis”, pontua o executivo. Essa é uma diretriz que acompanha o Grupo desde sua fundação, e que, ao longo destes 66 anos, vivenciou o Brasil e o mundo passando por diferentes períodos de crise econômica e política. Mas sua opção sempre foi por manter sua capacidade de pagamento, com possibilidade de investimento, para garantir o crescimento de forma sustentável. 117
DESTAQUE EMPRESARIAL VTO
No polo empresarial de Linhares, cerca de 70% dos terrenos já foram vendidos
Polos empresariais facilitam a instalação dos negócios e dinamizam economia E mpresários dos mais variados setores enfrentam uma série de dificuldades não apenas para criar, mas também para manter seus negócios nas zonas centrais dos municípios. Não raro gastam tempo e esforços resolvendo questões relativas a conflitos com as áreas vizinhas e entraves relacionados a mobilidade e meio ambiente. Mas deixar os locais de grande concentração urbana pode não ser fácil, pois nem sempre se encontram terrenos com infraestrutura necessária. Todos esses problemas, porém, não existem nos loteamentos empresariais. Tendência nas regiões mais prósperas do país, esses empreendimentos facilitam a instalação, a operação e a expansão das empresas, diversificando e dinamizando a economia. Além de evitar as divergências com as comunidades e as dificuldades na obtenção de alvarás, comuns nas áreas centrais, esses loteamentos são entregues prontos para a instalação das firmas, com obras completas e concluídas de pavimentação e redes de eletricidade, drenagem, água e esgoto. No Estado, a VTO Polos Empresariais criou na Serra e em Linhares dois loteamentos volta-
118
dos a indústria, serviços, logística e armazenagem e, em breve, haverá um lançamento na Rodovia Leste-Oeste, novo eixo de dinâmica metropolitana. Alexandre Schubert, diretor da companhia, explica que o objetivo dos polos é permitir que as empresas ocupem espaços urbanos apropriados a suas atividades. “Os terrenos VTO são completamente regularizados, apresentando escrituras e licenciamento ambiental. Isso agiliza o trabalho do empresário quanto a questões burocráticas para que os negócios estejam em conformidade com as exigências legais, o que é importante, por exemplo, para financiamentos”, acrescenta. Cabe lembrar que as vantagens dos loteamentos empresariais não estão apenas nas facilidades de instalação. Em muitas situações, pode haver também vantagens financeiras. Schubert frisa que muitas organizações ocupam espaços de alto valor comercial no centro dos municípios, e a mudança para um polo empresarial representa possibilidade de geração de capital de giro. “Saindo de uma região central e indo para um polo com todo contexto resolvido, o proprietário ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
do negócio pode trocar um terreno de alto valor comercial por um de valor adequado ao uso empresarial, possibilitando oportunidade de fazer um caixa considerável nessa troca”, enfatiza. Para os estados e os municípios, os benefícios não se resumem à geração de emprego e renda e ao aumento da arrecadação com a expansão dos negócios. Com a saída das empresas das zonas centrais, ocorre um reordenamento urbano, melhorando aspectos como trânsito, poluição sonora, emissão de gases e riscos com a vizinhança. Os polos de desenvolvimento trazem, dessa forma, avanços não somente econômicos, mas também ambientais e sociais.
SerraLog já recebe investimentos O primeiro dos empreendimentos da VTO, o SerraLog, já foi entregue. Um de seus terrenos, de 70 mil metros quadrados, está ocupado por uma empresa privada que opera o pátio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-ES), em pleno funcionamento. Além disso, a Hidremec, única fabricante de dormentes metálicos da América Latina, finaliza suas instalações na região, numa área de quase 10 mil metros quadrados. O SerraLog contou com investimentos de R$ 40 milhões, tem cerca de 700 mil metros quadrados e fica no bairro Campinho da Serra, a 1,5 km da BR-101 e próximo a outras plantas industriais. Cerca de metade dos terrenos, que têm área entre 1,6 mil e 12 mil metros quadrados, já foi comercializada. Entre os destaques na infraestrutura, há pavimentação asfáltica em toda a extensão do loteamento, via principal de 32 metros de largura e ciclovia. Já o Polo Empresarial VTO Linhares poderá ser entregue no início de 2016. Devido ao bom andamento das obras, decidiu-se antecipar a entrega, prevista inicialmente para agosto, permitindo que o empresariado acelere os investimentos. Com área total de 292 mil metros quadrados, o loteamento é dividido em 56 terrenos de 1,5 mil a 4 mil metros quadrados e mais duas áreas maiores, de 40 mil a 60 mil metros quadrados. Fica na BR-101,
Saiba mais Informações sobre vendas pelos telefones (027) 3022-2331 e (027) 3025-2331. A VTO oferece possibilidade de financiamento direto em até 72 meses.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
O SerraLog tem quase 700 mil metros quadrados de área. Entre os negócios que irão operar no local está a Hidremec
com acesso às principais rodovias do Espírito Santo e a portos e aeroportos, estando próximo a grandes centros de consumo e de produção. Cerca de 70% dos lotes já foram vendidos. Alexandre Schubert conta que entre as empresas a serem instaladas no local estão a Linhares Diesel e a Jusmar Móveis. No entorno do polo estão as fábricas da DuCoco, da Sucos Mais e da WEG. Quanto ao polo da VTO em Cariacica, o diretor adianta que será localizado em frente à Rodovia Leste-Oeste, próximo ao bairro Campo Grande. O loteamento está em fase de registro e terá terrenos voltados para negócios nos ramos de fabricação de produtos, armazenamento e logística. De um outro lado, haverá um empreendimento anexo com lotes comerciais e residenciais. A área total é de quase 470 mil metros quadrados, e o investimento da empresa é de R$ 90 milhões. Em todos os casos, os polos são voltados para empresas de grande, médio e pequeno porte.
VTO no Brasil A capixaba VTO Polos Empresariais desenvolve empreendimentos em outros estados brasileiros e acaba de lançar um loteamento na cidade catarinense de Araquari, na região metropolitana de Joinville. A companhia investiu R$ 70 milhões no local, disponibilizando 60 lotes que serão entregues com total infraestrutura para o desenvolvimento de atividades industriais, de armazenamento, logística e serviços. A região tem forte atividade metalmecânica, e no entorno do polo de Araquari está, por exemplo, a fábrica da BMW. A VTO prevê ainda, entre os anos de 2016 e 2017, o lançamento de polos empresariais nas cidades de Igaraçu (PE), Uberaba (MG), Camaçari (BA) e Pindamonhangaba (SP), onde serão investidos mais de R$ 100 milhões. 119
RANKING | INTRODUÇÃO
A
edição 2015 do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, em sua 19ª edição, nos permite afirmar que disponibilizamos ao meio empresarial, público e acadêmico um dos mais importantes veículos de divulgação de nosso Estado, suas empresas e economia. Como em anos anteriores, os artigos; as entrevistas; as análises; o Empresário; o Executivo e a Empresa Destaques; o caderno Análises Ideies; o Prêmio IEL em Gestão; e o caderno em inglês foram mantidos, sendo agregado um novo reconhecimento às iniciativas empresariais de nosso Estado: o Prêmio IEL – ABRH: Melhor Empresa para se trabalhar no Espírito Santo, definida a partir de critérios técnicos, com objetivo de homenagear as organizações que possuem práticas de excelência em gestão de pessoas e difundi-las de forma a estimular cada vez mais a evolução desses modelos e execuções entre as demais instituições empresariais que se destacaram no ano corrente. Nesse aspecto, as pontuações acima de 8, numa escala de até 10 pontos, indicam o empenho das empresas e o reconhecimento de seus colaboradores nos esforços pela melhoria e da gestão de pessoas e a promoção da qualidade de vida de seus empregados. As informações apresentadas nesta edição, assim como nas anteriores, traduzem-se em referenciais e indicadores relevantes para o estudo de investimentos e análises de desenvolvimento de merFÁBIO DIAS cados, assim como representam importante fonte é superintendente de contribuição para o futuro sócio-econômico do do IEL-ES Estado do Espírito Santo. Além da consolidação dos dados obtidos por meio dos demonstrativos contábeis das empresas participantes, as demais páginas fornecem conteúdo disponível sobre os vários aspectos da economia capixaba. As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo apresentaram, em 2014, uma Receita Operacional Bruta (ROB) de R$ 113,1 bilhões no Estado, um aumento de 9,7% em relação a 2013. Por outro lado, os 99.801 empregos diretos informados pelas empresas amargaram queda de 2,2% no mesmo período. Esses dados são significativos e refletem o grande dinamismo que a economia capixaba
124
tem mostrado no transcorrer dos últimos anos, o que pode ser expresso no crescimento de 9,5% da produtividade por empregado, ocorrido entre 2013 e 2014. O sucesso do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” somente foi possível em razão do profissionalismo, da perseverança e do processo de melhoria e inovação contínua implementado por nossa equipe, parceiros articulistas, aliados à confiança de empresas e do público demandante de informações, assim como de outros colaboradores externos, com suas análises, impressões e críticas sobre os variados temas relacionados na publicação. Assim, em nome da equipe do IEL-ES, queremos externar nossa alegria e satisfação por termos concluído e entregue mais esta edição do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, superando o sucesso das versões anteriores. O IEL-ES, autor do estudo e editor da revista, sente-se honrado e orgulhoso em produzir e disponibilizar este veículo com tamanha credibilidade nos meios empresarial, acadêmico, técnico e político de nosso Estado, graças à intensa participação de nossas empresas e seus empreendedores, que foram e são os grandes inspiradores para a realização deste importante projeto, que há 19 anos analisa o setor produtivo capixaba e divulga seu desempenho. Acreditamos que os desdobramentos na geração de conhecimento advindo dos dados veiculadas por empresas, empresários, acadêmicos e profissionais contribuem para o melhor entendimento acerca dos aspectos econômicos locais, nacionais e internacionais, demonstrando nossas vocações e potencialidades, fazendo deste anuário uma rica fonte de informação. Agradecemos a todos os que contribuíram para materializar este projeto, em especial aos empresários e executivos capixabas, pela liberação de informações de seu negócio e pela viabilização financeira do veículo, permitindo mais uma vez a divulgação da importante atividade empreendedora do Estado do Espírito Santo.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
O QUE VOCÊ ENCONTRA NESTE ENCARTE | RANKING
As 200 Maiores Empresas no Espírito Santo classificadas pela Receita Operacional Bruta, com informações econômicas, contábeis, financeiras e análises.
Informações consolidadas dos setores industrial, comercial e de serviços e por atividade.
As 20 empresas com melhor desempenho segundo diversos indicadores econômicos, contábeis, financeiros e sociais. As maiores empresas, segundo os setores: alimentos, comércio atacadista, comércio varejista, concessionárias de veículos, construção, serviços financeiros e seguros, atendimento hospitalar, serviços de importação e exportação e transportes. A Melhor Empresa dentre as 200 Maiores. As 100 Maiores Empresas Privadas com controle de capital capixaba, classificadas pela Receita Operacional Líquida.
Ranking dos Maiores Grupos Empresariais, segundo o critério de Patrimônio Líquido, contendo informações econômicas e financeiras consolidadas.
RANKING | ANÁLISE
Um ano de aumento dos lucros, mas de redução da rentabilidade
EMANUEL JUNQUEIRA é doutor em Contabilidade e Controladoria pela Universidade de São Paulo, professor adjunto da Universidade Federal do Espírito Santo e consultor associado do IEL-ES
Evolução dos principais itens do balanço e da demonstração do resultado RESULTADO ATIVO LÍQUIDO TOTAL
ROI
| Tabela 1
ENDIVIDAMENTO EMPREGOS
2013
4,5 bi
68,4 bi
6,58%
69,4%
101.507
2014
5,1 bi
81,6 bi
6,25%
69,6%
97.689
Variação
13,3%
19,3% - 0,33 p.p.
0,2 p.p.
- 3,8%
Apesar do nível de endividamento permanecer estável, o aumento do custo do capital de terceiros colaborou para a baixa no retorno sobre o investimento. Isso se deve principalmente ao incremento das taxas de juros cobradas pelas fontes de financiamento, que subiram as despesas financeiras e, da mesma forma que outros custos da organização, nem sempre podem ser repassadas ao preço final dos produtos e dos serviços comercializados.
126
Evolução dos principais itens do balanço e da demonstração do resultado
| Gráfico 1
R$ 60,0 bi R$ 68,4 bi R$ 81,6 bi
2014
R$ 4,5 bi R$ 4,5 bi R$ 5,1 bi
R$ 19,3 bi R$ 20,9 bi R$ 24,8 bi
R$ 40,7 bi R$ 47,4 bi R$ 56,8 bi
2013
2012
R$ 48,6 bi R$ 51,4 bi R$ 59,5 bi
N
esta edição, a análise integrada dos indicadores foi realizada considerando-se a evolução entre os anos de 2012 e 2014 das empresas listadas no ranking, excluindo-se aquelas que informaram somente a receita operacional bruta, 17 organizações, ou seja, 8,5% do total. O resultado líquido de 2014 indica um crescimento no lucro das empresas em relação aos dois anos anteriores da amostra. O lucro global aumentou aproximadamente R$ 600 milhões, o que representa 13,3% de incremento em relação ao ano anterior. A alta no lucro das empresas não acompanhou a elevação nos investimentos, que foi de 19,3%, alcançando R$ 81,6 bilhões. Como consequência, pelo terceiro ano consecutivo, houve uma redução do retorno sobre o capital investido, para 6,25% em 2014, 0,33 ponto percentual abaixo do retorno obtido em 2013.
ROL
Lucro Líq.
PL
Ativo
Passivo Exigível
Um aparente ponto de inflexão nas decisões de investimento Seguindo a tendência verificada em 2013, as empresas expandiram o total de investimentos em 19,3%. O capital investido continua a ser financiado em sua maioria com recurso de terceiros, que permaneceu estável em aproximadamente 70%. Houve uma pequena retração de 3,8% no número de postos de trabalho, e ainda não é possível afirmar que esta será uma tendência para os próximos anos. Para o biênio 2015/2016, é esperado um maior recuo nos investimentos. O número de empresas que pretende reduzi-los disparou em 20 pontos percentuais, e houve uma diminuição em 7 pontos percentuais daquelas que pretendem aumentá-los. A análise global da avaliação dos gestores indica uma possível mudança no humor do empresariado capixaba que, ao contrário do observado nos últimos anos, pretende adotar
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
2012/ 2013
2013/ 2014
2014/ 2015
2015/ 2016
Pretendo reduzir os investimentos
5%
9%
7%
27%
Pretendo manter os investimentos
51%
48%
55%
42%
Pretendo aumentar os investimentos
44%
43%
38%
31%
Comparativo da evolução dos impostos e do lucro líquido
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
R$ 4,5 bi
R$ 6,9 bi R$ 4,5 bi
Depois da estabilidade verificada em 2013, o montante de impostos incidentes sobre as
R$ 6,0 bi
2010
2011
2012
2013
Impostos sobre as vendas voltam a crescer
| Gráfico 2
Lucro Líquido
R$ 4,0 bi
Considerando a expectativa de baixo crescimento para o biênio 2015/2016, pede-se uma maior atenção à necessidade de intensificar a produtividade das empresas, o que pode melhorar a relação entre os custos operacionais e o resultado. Recomendam-se nesse caso o investimento em treinamento e capacitação dos colaboradores e também o incentivo à inovação.
R$ 5,1 bi
Imposto sobre vendas
R$ 5,1 bi
Período
R$ 7, 1 bi
| Tabela 2
R$ 5,1 bi
Decisões de investimento
vendas dos produtos e serviços cresceu aproximadamente 4,4% em 2014, atingindo R$ 7,1 bilhões. Considerando que esses valores não contemplam os impostos e as contribuições incidentes sobre o lucro e a folha de pagamento, o Governo continua sendo “o principal acionista” das empresas capixabas, dado constatado em todos os relatórios, desde 2010.
R$ 6,8 bi
uma postura mais defensiva para superar o agravamento das condições econômicas e políticas do país.
2014
127
Avaliação e remuneração dos gestores O critério de avaliação e remuneração dos gestores é um fator essencial para o aprendizado e o crescimento destes e da própria organização. Uma avaliação adequada deve incluir uma observação de curto prazo, normalmente expressa no desempenho econômico-financeiro, somada a uma visão de longo prazo, que contempla as medidas qualitativas (não financeiras) e contribui para a análise da capacidade da empresa em continuar a gerar resultados positivos no futuro. Quando comparado ao ano de 2013, constata-se um aumento no número de empresas que não possuem avaliação formal em detrimento daquelas que realizam a avaliação balanceada do desempenho.
Forma de avaliação do desempenho dos gestores
| Tabela 3
CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO
2012
2013
2014
A empresa não possui avaliação formal
45%
32%
39%
A empresa considera somente o resultado financeiro
6%
6%
6%
A empresa considera o resultado financeiro e medidas não financeiras na avaliação do desempenho
49%
62%
55%
Defendemos essa postura, pois acreditamos que ao adotar uma política de remuneração fixa, as empresas estão perdendo a oportunidade de utilizar um instrumento eficaz no alinhamento dos objetivos organizacionais com os interesses dos seus colaboradores. Na comparação com os anos de 2012 e 2013, apesar dos avanços na forma de remuneração dos gestores, a quantidade de empresas que adotam somente o ganho fixo, independentemente do desempenho do gestor, ainda é significante, 34%.
Práticas gerenciais Em continuidade à pesquisa iniciada no ano passado, foram introduzidas questões relacionadas às práticas gerenciais adotadas pelas empresas, com o objetivo de identificar o seu nível de utilização. São apresentados os resultados para os anos de 2014 e 2015 em virtude de a análise do uso das práticas gerenciais pelas organizações ser feita considerando-se o momento do preenchimento do questionário.
Principais práticas gerenciais adotadas pelas empresas PRÁTICAS GERENCIAIS ADOTADAS
Quanto à forma de remuneração dos gestores, houve um crescimento significativo no número de empresas que lhes pagam incluindo uma parcela variável em função do desempenho, de 46% para 66%. Como consequência, o percentual de empresas que adota apenas uma remuneração fixa, independente do desempenho desse profissional, caiu de 53% para 34%.
Forma de remuneração dos gestores TIPO DE REMUNERAÇÃO Totalmente fixa, independente do desempenho do gestor Totalmente variável, em função do desempenho do gestor Uma parcela fixa e outra variável, em função do desempenho do gestor
128
| Tabela 5
2014
2015
Dem. Contábeis Adaptadas
90%
91%
Orçamento
87%
82%
Planejamento Estratégico
85%
89%
Benchmarking interno
66%
74%
Benchmarking externo
64%
74%
Lucratividade do Cliente
62%
62%
BSC ou Medidas Balanceadas
48%
50%
Ciclo de Vida do Produto
46%
53%
EVA e/ou Lucro Residual
39%
44%
| Tabela4
2012
2013
2014
59%
53%
34%
1%
1%
0%
40%
46%
66%
Com relação ao processo de planejamento, 11% das empresas informaram não elaborá-lo, e 18% não desenvolvem o orçamento. A ausência dessas práticas prejudica os planejamentos de longo e curto prazo e dificulta a avaliação sobre se o negócio está no rumo desejado pelos seus controladores.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Outro aspecto interessante está no maior número de empresas que declararam fazer o planejamento estratégico, quando o esperado seria encontrar um percentual mais alto de elaboração do orçamento, considerando que para as empresas que estão implantando o planejamento, iniciá-lo pelo curto prazo é mais fácil do que pelo longo. O cruzamento dos dados permite inferir como possível causa para esse comportamento a centralização do poder ainda observada em 49% das empresas que declararam ser familiares. Nesses casos, é normal em momentos de crise centralizar as decisões econômico-financeiras e, consequentemente, o orçamento perde relevância. Com relação à verificação frequente do desempenho econômico-financeiro, chama atenção o fato de 9% das empresas não utilizarem as demonstrações contábeis básicas (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado e Demonstração do Fluxo de Caixa) adaptadas para auxiliar os gestores no acompanhamento da evolução patrimonial das organizações, não sendo possível identificar como é o processo decisório. Outra ferramenta importante para esse processo é o Balanced Scorecard ou qualquer outro instrumento de avaliação balanceada que inclua medidas financeiras e não financeiras de avaliação de desempenho. Nesse caso, 50% das empresas indicaram ainda não adotar esse tipo de prática, o que prejudica as análises para cenários de longo prazo. A análise das chamadas “melhores práticas de gestão” de uma empresa ou setor de sucesso na economia pode contribuir para a gestão organizacional identificar ações consideradas de sucesso e que são adotadas internamente ou por outras companhias.Esses indicadores apresentaram uma melhora significativa em relação ao ano anterior, no entanto, 26% afirmaram não fazer uma análise da possibilidade de adoção de práticas de sucesso implantadas por outras empresas ou unidades da empresa. A análise de lucratividade do cliente permite estabelecer uma estratégia que estimule as vendas para aqueles que geram maior retorno e substitua aqueles com retorno abaixo do desejado. Apesar da importância dessa análise, da mesma forma
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Principais práticas gerenciais adotadas pelas empresas
| Gráfico 3
2014
2015
44%
EVA e/ou Lucro Residual
39% 53% 46%
Ciclo de Vida do Produto
50% 48%
BSC ou Medidas Balanceadas
62% 62%
Lucratividade do Cliente
74%
Benchmarking Externo
64% 74% 66%
Benchmarking Interno
89% 85%
Planejamento Estratégico
82%
Orçamento
87% 91% 90%
BP, DR e DFC adaptadas 0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
que em 2014, 38% dos gestores afirmaram não abraçar essa prática em suas empresas. A análise do ciclo de vida do produto é capaz de identificar os produtos que estão com a demanda em crescimento, aqueles que atingiram a maturidade e aqueles que estão com as vendas em declínio e poderão ser descontinuados pela falta de demanda futura. De posse dessa informação, é possível constatar a necessidade de substituição de produtos e serviços, a capacidade de geração de fluxo de caixa com os produtos e serviços existentes, o estágio do ciclo de vida do mix de produtos e serviços, dentre outras importantes observações. Ainda na análise do conjunto de práticas gerenciais que podem ser adotadas na melhoria de informação para auxiliar nas decisões, o lucro residual e o EVA®, que são indicadores importantes para avaliar a adequada remuneração do capital investido, não são utilizados por 56% das empresas. Esses indicadores são calculados deduzindo-se do lucro obtido, o custo ponderado do capital investido (próprio e de terceiros), e permitem identificar se a empresa está criando ou destruindo valor para o acionista. O cenário descrito pelos gestores indica uma expectativa de os obstáculos para o cresci-
129
mento da economia poderem se agravar em 2016. Novamente, houve aumento no investimento, com uma pequena redução no número de empregos. A expectativa é que isso tenha reflexo no cresciemento da competitividade, com a modernização dos negócios e a busca pela inovação. No entanto, é preciso continuar avançando em direção a um melhor modelo de gestão com a adoção de práticas gerenciais que profissionalizem ainda mais a administração de nossas empresas.
Participação dos gestores na definição das metas
| Tabela 7
Participação dos gestores na definição das metas
71%
Dificuldade para o alcance das metas
31%
Cobrança para o alcance das metas
79%
Controle das metas pela alta administração
78%
O processo orçamentário
Alcance das metas como critério de promoção
49%
Preparamos para a edição deste ano uma análise do processo orçamentário das empresas.
Alcance das metas como fator de sucesso dos gestores
71%
Envolvidos no processo orçamentário ENVOLVIDOS NO PROCESSO ORÇAMENTÁRIO Nenhum subordinado
| Tabela 6
DE ELABORAÇÃO SOLUÇÃO PROBLEMAS 7%
10%
Até 10 subordinados
48%
39%
Acima de 10 subordinados
42%
43%
Todos os subordinados TOTAL
3%
8%
100%
100%
A primeira questão estava relacionada com a participação dos gestores, e chama atenção o fato de quase a metade das empresas não envolver mais do que 10 subordinados nesse processo, apesar de as pesquisas indicarem que há associação entre participação e comprometimento com as metas orçamentárias. A baixa participação parece refletir a centralização do processo decisório das organizações pesquisadas, característica presente em empresas familiares. Entretanto, apesar do pouco envolvimento com a definição das metas, desperta atenção o fato de apenas 31% dos entrevistados considerarem esses alvos difíceis de serem alcançados. Apesar da cobrança e do controle para se atingir as metas, é baixa a utilização dessa métrica como critério para a promoção dos colaboradores.
130
No entanto, é no mínimo curioso que os entrevistados considerem que o seu sucesso está associado ao alcance desses objetivos.
Os respondentes indicaram que 27% das empresas não revisam o orçamento durante o período de execução. Esse número, somado aos 17% de empresas que reavaliam somente semestralmente, pode ser considerado preocupante, em virtude do dinamismo e da instabilidade da economia do país. As pesquisas indicam que o realismo das metas é fundamental para a motivação e o comprometimento dos profissionais. Nesse sentido, recomenda-se uma revisão pelo menos trimestral dos principais grupos de contas da organização e, quando necessário, ajustes no orçamento para que este reflita a realidade das metas durante todo o processo.
Frequência de revisão do orçamento FREQUÊNCIA DE REVISÃO
| Tabela 8
%
Mensal
25%
Bimestral
2%
Trimestral
26%
Quadrimestral
3%
Semestral
17%
Não revisa o orçamento
27%
TOTAL
100%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A relação entre a importância e o desempenho da organização para as quatro principais funções do orçamento também foi analisada. Os respondentes indicaram que a relevância das funções é superior ao desempenho da organização na utilização do processo orçamentário para execução delas. Por exemplo, embora o planejamento operacional seja considerado importante para 89% dos respondentes, apenas 75% avaliam o desempenho com essa função adequado.
Funções do orçamento
Os problemas identificados na execução do processo orçamentário influenciam a satisfação dos gestores com esse procedimento. Apenas 61% dos entrevistados afirmam estar satisfeitos com o uso do orçamento para o gerenciamento de suas unidades. Os números são melhores para o auxílio à tomada de decisões operacionais e estratégicas, mas também devem ser tidos como insuficientes, considerando o porte das empresas pesquisadas.
Percentual de alcance das metas % DE ALCANCE DAS METAS ORÇAMENTÁRIAS
FUNÇÃO DO ORÇAMENTO
| Tabela 11
| Tabela 9
IMPORTÂNCIA DESEMPENHO
%
% ACUMULADO
De 10% a 50%
10%
10% 21%
Planejamento operacional
89%
75%
Acima de 50% até 70%
12%
Avaliação de desempenho
84%
79%
Acima de 70% até 90%
42%
63%
Comunicação das metas
83%
70%
Acima de 90% até 100%
18%
82%
Implantação das estratégias
86%
81%
Acima de 100%
18%
100%
O resultado da matriz importância x desempenho para as funções do orçamento indica que as empresas devem procurar identificar os problemas relacionados ao processo e estabelecer medidas que definam padrões adequados.
Satisfação do gestor com o processo orçamentário SATISFAÇÃO DO GESTOR COM O PROCESSO ORÇAMENTÁRIO
| Tabela 10
%
Para o gerenciamento da unidade
61%
No auxílio à tomada de decisões operacionais
75%
Para auxiliar as decisões estratégicas
72%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A análise global do processo orçamentário das participantes do Anuário 2015 indica que os problemas nesse procedimento refletem no resultado das empresas que, em sua maioria, não alcançam as metas estabelecidas. Aproximadamente 63% das organizações atingiram menos de 90% das metas orçamentárias previstas. Considerando que 83% afirmaram revisar suas metas durante o período orçamentário, é possível inferir que estas estão sendo estabelecidas de forma equivocada. O orçamento é fundamental para o planejamento e o controle das organizações. É em momentos de instabilidade, como os vivenciados atualmente, que o planejamento se faz mais necessário. É preciso avançar no uso dessa prática gerencial.
131
RANKING | METODOLOGIA
O
anuário “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”, considerado uma das mais importantes publicações de avaliação da economia capixaba, disponibiliza informações sobre o desempenho econômico-financeiro das empresas e dos grupos empresariais com operações no Estado. A 19ª edição apresenta os dados referentes ao ano de 2014, analisados a partir do conteúdo fornecido pelas organizações como: a receita operacional bruta, a receita operacional líquida, o resultado líquido do exercício, o patrimônio líquido, o número de empregados, a rentabilidade do patrimônio líquido, a liquidez, dentre outros. No estabelecimento do ranking das 200 Maiores pela Receita Operacional Bruta (ROB), foram utilizadas as seguintes informações fornecidas: 1. Empresas com sede fiscal no Espírito Santo: apropriaram o total de suas receitas; 2. Para empresas com sede fiscal em outro estado, foi considerado o percentual da receita gerada no Espírito Santo; 3. Para empresas com sede fiscal em outro estado, somente foram consideradas as demais informações quando elas eram específicas da(s) unidade(s) localizada(s) no Espírito Santo ou quando sua receita foi totalmente gerada no Estado. A empresa cuja sede fiscal é em outro estado e que não informou os conteúdos contábeis específicos das operações realizadas no Espírito Santo está com dados assinalados como “N/D” (não disponível) nas tabelas. A observação N/D também aparece nos casos em que as empresas deixaram de incluir algum dos dados solicitados.
132
A edição 2015 da pesquisa das maiores empresas no Espírito Santo foi realizada a partir de mais de 5.500 contatos e da avaliação de balanços de aproximadamente 280 companhias, além dos grupos empresariais do Estado. Foram analisados os números das operações executadas no Espírito Santo das empresas e dos grupos que enviaram suas demonstrações contábeis ou que responderam ao questionário eletrônico até o dia 14 de agosto de 2015. O universo da pesquisa inclui sociedades anônimas de capital aberto e fechado, cooperativas, entidades sem fins lucrativos e sociedades limitadas. As mudanças metodológicas promovidas pelo anuário em sua última edição foram mantidas, adequando-o às práticas contábeis verificadas junto às empresas e em conformidade com as recomendações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e às normas contábeis em vigor. No entanto, ainda mantivemos a classificação do ranking das 200 maiores empresas tendo por base a ROB, incluindo a informação da Receita Operacional Líquida (ROL) para as empresas que a divulgaram. Da mesma forma que nos anos anteriores, foram considerados os dados de todas as empresas participantes para o estabelecimento dos rankings setoriais, das 20 maiores segundo os principais indicadores e das maiores por atividade. Assim, uma empresa que não está classificada entre as 200 Maiores, mas que enviou os seus dados, poderá fazer parte de um ranking específico. Esse método permite às organizações, independentemente de seu porte, serem classificadas pelo seu desempenho conforme os critérios dos indicadores utilizados na publicação.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais conceitos utilizados. Para elaborar o ranking das 200 Maiores Empresas foi utilizado o critério da Receita Operacional Bruta, um indicador da contribuição da empresa
para a sociedade em termos receita gerada com a venda de produtos e serviços. Além da Receita Bruta, são fornecidas informações como Receita Líquida, Ebitda, Lucro Líquido, Patrimônio Líquido e o número de empre-
Conceitos metodológicos INDICADOR
CONCEITO
Receita operacional bruta
Receita proveniente do total das vendas de bens e serviços prestados pela empresa.
Variação da Receita Operacional Bruta
Apresenta a evolução da receita bruta de vendas, em percentual.
Receita Operacional Líquida
É calculada pela diferença entre o valor das vendas, deduzidas de devoluções e abatimentos, e os impostos sobre vendas.
Variação da Receita Operacional Líquida
Apresenta a evolução da receita líquida de vendas, em percentual.
Ebitda
Abreviatura da expressão em inglês Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização. Em essência, corresponde ao caixa gerado pela operação da empresa.
Variação do Ebitda
Apresenta a evolução do Ebitda, em percentual.
Resultado Líquido do Exercício
É o resultado do exercício, apurado de acordo com as regras legais, depois de descontados o Imposto de Renda e a Contribuição Social Sobre o Lucro.
Variação do Lucro Líquido do Exercício
Apresenta a evolução do lucro líquido, em percentual.
Patrimônio Líquido
É a soma do capital, das reservas e dos ajustes de avaliação patrimonial, menos a soma do capital a integralizar, das ações em tesouraria e dos prejuízos acumulados. Mede a riqueza da empresa.
Rentabilidade das Vendas
É calculada pela divisão entre o lucro líquido e a receita líquida.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido
Mede o retorno do investimento para os proprietários. Resulta da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.
Liquidez Corrente
É a divisão do ativo circulante pelo passivo circulante e indica a capacidade da empresa em honrar seus compromissos no curto prazo.
Endividamento Geral
É a soma das dívidas de curto e longo prazos. O resultado é mostrado em porcentagem, em relação ao ativo total, e representa a participação de recursos financiados por terceiros na operação da empresa.
Endividamento de Longo Prazo
Indica o quanto a empresa está comprometida com dívidas de longo prazo. É expresso em porcentagem, em relação ao ativo total.
Empregados no Espírito Santo
Número de funcionários em 31 de dezembro de 2014.
gados no Espírito Santo. Não menos importante, são apresentados indicadores para análise econômico-financeira, como: Rentabilidade do Patrimônio Líquido, Liquidez Corrente, Endividamento Geral e Endividamento de Longo Prazo. A revista apresenta ainda diversas outras listas de empresas, organizadas por setor da economia, empreendimentos capixabas, empresas consolidadas por atividade, dentre outras. Lembramos ainda que, para a versão do anuário em português e inglês, os valores
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
foram convertidos em moeda americana, considerando o dólar comercial venda médio do ano de 2014, que fechou em R$ 2,3547, segundo dados do Banco Central do Brasil (http://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ ptaxnpesq.asp?id=txcotacao). Destacamos ainda que eventuais diferenças de valores poderão ser encontradas, mas são frutos de arredondamentos promovidos pelo sistema utilizado e não tiveram influências sobre os resultados apurados. 133
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo Receita Operacional Bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares) CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
EBITDA
VAR. EBITDA 14/13
1
PETROBRAS - UO - ES *
Indústria
Extração de petróleo e gás natural
26.072.216
6,5%
N/D
N/D
N/D
N/D
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
Mineração
7.601.335
5,0%
7.536.864
4,6%
3.762.468
-2,8%
3
HERINGER
Indústria
Química e Petroquímica
6.039.982
9,8%
5.951.799
9,7%
331.857
23,9%
4
VALE
Indústria
Mineração
5.662.916
-42,1%
N/D
N/D
N/D
N/D
5
ARCELORMITTAL BRASIL
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
4.710.572
20,7%
N/D
N/D
N/D
N/D
6
BR DISTRIBUIDORA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
4.429.133
16,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
7
CISA TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportações
3.858.950
38,2%
3.033.176
40,6%
76.657
15,4%
8
ESCELSA
Serviços
Eletricidade e Gás
3.447.581
17,5%
2.428.845
19,8%
434.747
19,0%
9
COTIA
Serviços
Serv. Importação e Exportações
3.379.927
13,9%
2.833.830
21,7%
49.848
-17,9%
10
FIBRIA CELULOSE
Indústria
Papel e Celulose
2.672.783
-2,4%
N/D
N/D
N/D
N/D
11
BANESTES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
2.258.841
25,9%
2.196.845
26,3%
N/D
N/D
12
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Serviços
Serv. Importação e Exportações
2.220.420
18,7%
1.858.342
19,5%
N/D
N/D
13
GAROTO
Indústria
Alimentos
2.107.622
9,3%
1.507.688
11,8%
-223.062
-3816,1%
14
INTERAGRÍCOLA
Serviços
Serv. Importação e Exportações
1.702.618
39,0%
1.645.672
39,6%
N/D
N/D
15
SERTRADING S.A
Serviços
Serv. Importação e Exportações
1.630.251
-2,6%
1.405.377
-4,7%
N/D
N/D
16
COLUMBIA TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportações
1.495.346
3,5%
1.225.928
3,2%
1.488
392,9%
17
SERTRADING (BR)
Serviços
Serv. Importação e Exportações
1.277.490
9,5%
1.061.257
9,6%
40.502
2,0%
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
Transporte
1.264.849
11,2%
1.116.380
10,0%
232.848
8,8%
19
BANCO DO BRASIL
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
1.189.656
4,0%
N/D
N/D
N/D
N/D
20
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
986.657
19,3%
949.281
19,5%
29.940
572,4%
21
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
Comércio Varejista
974.258
15,2%
922.426
17,9%
64.564
11,9%
22
UNIMED VITÓRIA
Serviços
Plano de Saúde
895.961
10,4%
872.855
8,3%
24.834
-10,8%
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
847.028
45,2%
843.266
45,3%
84.630
75,1%
24
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
Alimentos
814.300
16,5%
762.952
16,3%
38.455
-26,5%
25
UNILIDER
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
758.921
31,1%
595.412
28,6%
N/D
N/D
26
TANGARÁ FOODS
Indústria
Alimentos
739.331
-36,2%
661.794
-38,8%
874
-98,7% 138,9%
27
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
739.158
8,2%
646.440
8,5%
9.535
28
CESAN
Indústria
Cap. Trat. e Distrib. de Água
681.889
15,1%
618.927
11,4%
205.766
14,8%
29
EXCIM
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
627.948
-3,4%
527.843
-2,4%
1.611
-91,3%
30
CASAGRANDE
Comércio Varejista
Comércio Varejista
595.029
12,0%
526.122
11,8%
N/D
N/D
31
TRISTÃO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
572.428
37,8%
563.926
38,4%
41.209
94,3% 24,9%
32
WEG LINHARES
Indústria
Fabricação de Maq. e Mat. Elétricos
555.248
25,1%
408.584
27,8%
51.432
33
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
474.529
8,6%
380.617
8,8%
N/D
N/D
34
CUSTÓDIO FORZZA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
441.646
16,7%
425.909
19,2%
868
104,1% N/D
35
ITABIRA AGRO INDUSTRIAL
Indústria
Fabricação de Cimento
437.763
-9,1%
332.059
-9,2%
N/D
36
SUPERMERCADO PERIM
Comércio Varejista
Comércio Varejista
436.700
17,3%
377.292
14,7%
N/D
N/D
37
LORENGE
Indústria
Construção
427.130
7,1%
301.071
-1,1%
31.857
-64,3%
38
FORTLEV
Indústria
Fabr. de Borracha e Mat. Plástico
395.761
13,5%
279.935
12,9%
15.160
-50,7%
39
NIBRASCO
Serviços
Arrendamento de Ativos
381.984
201,5%
346.650
201,5%
N/D
N/D
40
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
381.383
9,0%
311.607
9,2%
N/D
N/D
* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
134
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
É da Petrobras o título de maior empresa atuando no Espírito Santo. Com uma receita operacional bruta de R$ 26, 072 bilhões em 2014, a estatal novamente foi o destaque no ranking da indústria capixaba. No ano passado, a Petrobras no Estado produziu, em média, 331,7 mil barris de óleo por dia, volume que representa 16% da produção de toda a companhia no país. Somando-se a produção de gás natural, essa média foi de 390 mil barris de óleo equivalente por dia. São as maiores médias anuais de produção da companhia no Estado, obtidas principalmente a partir da entrada em operação da P-58, no mês de março daquele ano, e das ações tomadas para aumentar a eficiência de todos os sistemas de produção que a Petrobras opera no Espírito Santo. Cabe ressaltar que essas ações só tiveram resultado devido ao comprometimento demonstrado por todas as equipes que atuam no Estado”, falou José Luiz Marcusso, gerente-geral da Unidade de Operações de Exploração e Produção do Espírito Santo.
“
LUCRO LÍQ. EX.
LUCRO LÍQ. EX. 14/13
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RENTABILIDADE PATRIM. LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2014
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
6.480
1
2.805.548
2,7%
19.557.107
4.313.331
37,2%
65,0%
0,9
77,9%
58,7%
1.282
2
7.963
123,5%
3.311.081
445.210
0,1%
1,8%
0,8
86,6%
3,3%
252
3
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
7.899
4
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
5.875
5
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
89
6
63.103
18,7%
1.257.148
211.417
2,1%
29,8%
1,3
83,2%
16,2%
18
7
181.575
35,5%
2.839.121
907.006
7,5%
20,0%
0,9
68,1%
30,9%
930
8
33.098
-18,8%
1.273.206
161.046
1,2%
20,6%
0,9
87,4%
1,5%
4
9
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.657
10
133.701
21,6%
15.067.909
1.061.694
6,1%
12,6%
0,7
92,9%
19,1%
2.433
11
37.701
-8,3%
675.348
153.579
2,0%
24,5%
1,4
77,3%
7,4%
N/D
12
-158.388
-2991,1%
1.013.653
485
-10,5%
-32657,3%
1,3
100,0%
57,9%
N/D
13
125.085
1515,9%
1.108.541
325.782
7,6%
38,4%
1,5
136,3%
70,6%
N/D
14
27.950
38,4%
498.622
81.769
2,0%
34,2%
1,2
83,6%
0,1%
N/D
15
1.912
133,5%
438.041
24.913
0,2%
7,7%
1,0
94,3%
0,2%
4
16
19.651
4,3%
315.404
57.898
1,9%
33,9%
1,1
81,6%
0,2%
14
17
51.193
-17,2%
1.229.341
481.433
4,6%
10,6%
1,5
60,8%
33,0%
2.820
18
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.544
19
17.845
381,6%
192.758
45.204
1,9%
39,5%
1,5
76,5%
47,1%
518
20
25.442
28,7%
253.162
79.212
2,8%
32,1%
0,8
68,7%
20,4%
345
21
7.381
-37,2%
407.856
95.399
0,8%
7,7%
1,0
76,6%
29,3%
2.276
22 23
42.120
121,6%
458.562
263.935
5,0%
16,0%
1,6
N/D
N/D
142
19.349
-18,3%
289.000
122.836
2,5%
15,8%
1,7
57,5%
19,1%
1.472
24
17.787
53,7%
193.692
41.627
3,0%
42,7%
1,3
78,5%
5,8%
343
25
-8.363
-137,7%
507.863
128.035
-1,3%
-6,5%
2,5
74,8%
46,6%
338
26
-143
99,4%
260.233
24.393
0,0%
-0,6%
1,3
90,6%
25,2%
405
27
100.734
42,4%
2.438.718
1.919.537
16,3%
5,2%
1,1
21,3%
14,2%
1.529
28
519
-95,9%
624.717
33.078
0,1%
1,6%
1,6
421,1%
362,7%
242
29
12.996
8,0%
152
104.004
2,5%
12,5%
1,8
31376,5%
1427,3%
N/D
30
15.449
254,7%
502.939
192.911
2,7%
8,0%
1,2
61,6%
6,4%
21
31
43.158
32,7%
277.797
173.630
10,6%
24,9%
1,6
37,5%
7,2%
2.551
32
43.240
-12,6%
392.130
363.018
11,4%
11,9%
12,3
7,4%
2,2%
381
33
579
102,7%
185.873
17.153
0,1%
3,4%
1,4
90,8%
36,2%
N/D
34
-78.191
28,0%
3.156.496
2.301.895
-23,5%
-3,4%
0,5
27,1%
20,4%
N/D
35
19.259
1941,1%
104.485
N/D
5,1%
N/D
N/D
N/D
6,6%
N/D
36
10.060
-86,9%
743.306
268.346
3,3%
3,7%
1,5
63,9%
16,4%
1.100
37
19.500
10,6%
231.908
201.190
7,0%
9,7%
4,9
13,2%
1,3%
669
38
210.011
84,1%
866.526
723.914
60,6%
29,0%
3,0
16,5%
1,0%
N/D
39
54.980
-31,6%
415.322
372.237
17,6%
14,8%
2,2
10,4%
0,5%
353
40
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
135
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS
CLASSIF. 2014
136
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
EBITDA
VAR. EBITDA 14/13
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
Transporte
339.945
9,9%
268.001
10,1%
57.652
-17,6%
42
SAVIXX
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
339.464
-29,8%
278.738
-29,0%
1.804
416,9%
43
COOPEAVI
Comércio Varejista
Comércio Varejista
333.319
40,5%
320.739
39,5%
16.319
13,5%
44
PODIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
328.165
2,1%
320.671
0,2%
7.423
4,1%
45
COOABRIEL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
327.217
25,9%
302.037
25,1%
N/D
N/D
46
DUCOCO ALIMENTOS
Indústria
Alimentos
318.622
34,2%
268.102
32,3%
N/D
N/D
47
PROIMPORT BRASIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
311.771
11,1%
238.724
12,5%
N/D
N/D
48
ECO 101
Serviços
Concessionária de Rodovias
300.523
1030,6%
290.943
994,5%
15.141
146,4%
49
BRAMETAL
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
286.560
-4,1%
255.131
-5,3%
55.388
30,8%
50
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
286.031
37,4%
284.627
36,9%
11.111
26,1%
51
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
270.353
9,2%
207.620
10,8%
1.578
15,1%
52
SAMP ES
Serviços
Plano de Saúde
267.676
39,5%
263.389
39,2%
9.667
158,0% -116,5%
53
SELITA
Indústria
Alimentos
264.328
8,1%
242.172
8,1%
-432
54
KOBRASCO
Serviços
Arrendamento de Ativos
242.787
60,5%
220.329
60,5%
N/D
N/D
55
EMPRESA LUZ E FORÇA SANTA MARIA
Serviços
Eletricidade e Gás
235.778
21,1%
178.542
23,8%
31.298
18,5%
56
CEDISA
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
230.415
4,8%
176.611
4,8%
7.328
-6,1%
57
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
229.939
-23,7%
219.936
-22,8%
144
105,8%
58
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
Plano de Saúde
227.752
-4,8%
227.279
-4,2%
10.272
90,9%
59
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
Alimentos
226.500
19,3%
212.765
19,4%
8.566
-26,0%
60
WINE.COM.BR
Comércio Varejista
Comércio Varejista
225.573
68,8%
181.852
66,1%
790
-27,0%
61
MERCOCAMP
Serviços
Serv. Importação e Exportações
200.973
4,2%
150.547
-0,1%
N/D
N/D
62
CONCREVIT
Indústria
Construção
198.350
10,1%
183.890
8,4%
29.753
104,7%
63
QUIMETAL
Serviços
Serv. Importação e Exportações
196.811
5,3%
163.960
5,5%
15.409
38,0%
64
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
193.622
16,6%
187.134
14,2%
302
-72,8% -30,1%
65
ELKEM
Indústria
Química e Petroquímica
188.226
-0,3%
148.022
1,9%
13.636
66
REALCAFÉ
Indústria
Alimentos
183.158
10,6%
175.131
10,2%
10.228
9,0%
67
TVV
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
180.745
2,5%
165.235
4,2%
73.460
67,3%
68
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
173.981
4,7%
163.080
3,8%
18.753
4,3%
69
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
168.799
9,8%
167.996
10,0%
15.213
1,6%
70
TRACOMAL
Indústria
Construção
167.864
28,7%
152.845
27,1%
9.492
15,4%
71
MIZU
Indústria
Fabricação de Cimento
167.789
-30,9%
123.112
-30,6%
N/D
N/D
72
VESSA
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
160.631
10,0%
157.929
15,0%
411
-66,0%
73
BANESTES SEGUROS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
160.543
12,1%
151.677
8,6%
28.651
54,7%
74
CPVV
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
160.529
6,9%
142.128
7,2%
31.506
-13,6%
75
BERTOLINI SIST. DE ARMAZENAGEM
Indústria
Fab. de Estruturas Metálicas
157.298
N/D
124.140
N/D
N/D
N/D
76
CLAC
Serviços
Serv. Importação e Exportações
155.664
36,2%
121.991
36,3%
N/D
N/D
77
MAFRICAL
Indústria
Alimentos
149.733
17,4%
146.740
17,7%
N/D
N/D
78
COSENTINO LATINA
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
147.510
22,2%
131.897
19,4%
22.680
17,1%
79
VIMINAS
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
145.220
3,8%
107.635
2,8%
7.890
-46,0%
80
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
Atendimento Hospitalar
145.020
2,5%
135.326
0,0%
14.213
-34,6%
81
VENEZA
Indústria
Alimentos
143.663
12,0%
139.758
16,7%
754
192,3%
82
DAMARE
Indústria
Alimentos
141.330
27,7%
133.032
27,6%
5.885
-48,8% 44,5%
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
140.576
38,7%
42.669
70,3%
38.936
84
ITABRASCO
Serviços
Arrendamento de Ativos
138.738
135,4%
125.905
135,6%
N/D
N/D
85
ALCON
Indústria
Química e Petroquímica
138.079
27,3%
135.569
28,6%
36.633
77,6%
86
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
Comércio Varejista
Comércio Varejista
136.574
2,8%
123.766
3,5%
N/D
N/D
87
PORTO DE VITÓRIA
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
130.443
17,8%
115.838
17,0%
23.792
30,4%
88
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
Fabr. de Borracha e Mat. Plástico
127.574
236,4%
108.461
265,4%
N/D
N/D
89
ABAV
Indústria
Alimentos
126.567
25,0%
115.063
25,3%
2.479
N/D
90
PORTOCEL
Serviços
Gestão de Portos e Terminais
126.184
7,5%
111.432
6,9%
29.909
-10,4%
91
SPASSU
Serviços
Tecnologia da Informação
122.141
4,2%
112.479
4,2%
5.216
-14,5%
92
KIFRANGO
Indústria
Alimentos
121.115
11,0%
117.824
11,5%
13.832
22,8%
93
JSL
Serviços
Transporte
120.223
44,5%
N/D
N/D
N/D
N/D
94
HISPANOBRÁS
Serviços
Arrendamento de Ativos
118.632
84,5%
107.648
84,5%
N/D
N/D
95
SOL COQUERIA
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
117.806
18,9%
106.909
18,9%
89.059
0,1%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
LUCRO LÍQ. EX.
LUCRO LÍQ. EX. 14/13
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2014
15.016
13,2%
539.617
344.831
5,6%
4,4%
0,7
36,1%
23,7%
1.432
41
1.498
296,1%
52.255
5.457
0,5%
27,5%
1,0
89,6%
5,9%
3
42
8.729
-24,9%
217.613
71.024
2,7%
12,3%
1,2
67,4%
11,1%
536
43
3.357
-18,1%
83.189
35.078
1,0%
9,6%
1,3
57,8%
7,7%
344
44
942
329,2%
245.411
18.020
0,3%
5,2%
1,0
92,7%
0,1%
232
45
600
121,2%
148.178
11.296
0,2%
5,3%
0,8
92,4%
19,1%
N/D
46
-4
-100,3%
180.080
42.777
0,0%
0,0%
1,2
76,2%
2,5%
N/D
47
-7.648
60,7%
335.852
121.722
-2,6%
-6,3%
0,2
63,8%
1,6%
428
48
46.637
20,6%
203.722
167.016
18,3%
27,9%
4,7
18,0%
2,4%
454
49
5.779
31,6%
124.236
19.991
2,0%
28,9%
1,2
63,4%
6,8%
2.887
50
1.087
5684,1%
137.289
7.219
0,5%
15,1%
1,0
94,7%
1,4%
4
51
6.538
163,0%
61.854
19.587
2,5%
33,4%
1,3
68,3%
10,9%
272
52
-483
-118,4%
92.032
34.382
-0,2%
-1,4%
1,3
62,6%
20,0%
414
53
135.985
62,9%
537.551
448.956
61,7%
30,3%
2,8
16,5%
0,8%
N/D
54
20.671
44,7%
204.234
139.835
11,6%
14,8%
1,4
31,5%
8,5%
309
55
3.224
-9,0%
89.080
53.995
1,8%
6,0%
2,8
39,4%
11,7%
239
56
-38
98,5%
103.713
40.758
0,0%
0,1%
1,6
60,7%
1,5%
56
57
5.775
853,5%
98.577
23.358
2,5%
24,7%
1,0
76,3%
22,6%
195
58
6.680
14,6%
315.178
175.794
3,1%
3,8%
0,9
44,2%
18,5%
395
59
4.556
21,6%
104.765
12.633
2,5%
36,1%
1,1
87,9%
15,5%
379
60
155
-78,4%
81.981
1.240
0,1%
12,5%
1,1
98,5%
51,0%
40
61
19.310
432,4%
89.863
52.725
10,5%
36,6%
1,2
41,3%
12,5%
253
62
11.477
30,6%
87.872
25.723
7,0%
44,6%
2,4
70,7%
43,6%
41
63
1.196
271,5%
88.118
28.959
0,6%
4,1%
1,3
67,1%
22,7%
718
64
7.758
-42,1%
133.804
81.474
5,2%
9,5%
4,6
39,1%
28,6%
185
65
6.001
11,7%
188.050
74.078
3,4%
8,1%
1,1
60,6%
6,7%
328
66
43.593
77,3%
213.935
103.207
26,4%
42,2%
1,0
51,8%
29,0%
397
67
10.629
14,0%
105.195
50.946
6,5%
20,9%
1,1
51,6%
20,0%
1.389
68
9.871
12,3%
35.509
18.059
5,9%
54,7%
1,9
49,1%
6,3%
757
69
3.145
-21,5%
85.212
51.300
2,1%
6,1%
2,5
39,8%
20,3%
846
70
25.833
261,8%
116.954
54.465
21,0%
47,4%
1,4
53,4%
28,1%
N/D
71
238
-67,6%
54.069
12.235
0,2%
1,9%
1,2
77,4%
7,0%
196
72 73
17.886
41,2%
267.734
109.904
11,8%
16,3%
0,8
59,0%
3,8%
101
20.583
-12,4%
91.898
65.962
14,5%
31,2%
1,9
28,2%
11,5%
163
74
13.620
537,0%
110.289
50.750
11,0%
26,8%
1,6
54,0%
24,5%
N/D
75 76
114
104,3%
111.977
3.739
0,1%
3,1%
0,8
96,7%
3,3%
4
5.332
238,3%
23.251
6.606
3,6%
80,7%
1,2
100,0%
33,9%
300
77
2.963
-57,3%
224.074
67.777
2,2%
4,4%
1,8
69,8%
32,0%
178
78
6.400
-40,7%
80.864
62.349
5,9%
10,3%
2,3
22,9%
0,3%
499
79
14.213
-34,6%
186.628
146.868
10,5%
9,7%
2,5
21,6%
3,5%
1.506
80
-4.661
-9,5%
64.853
18.818
-3,3%
-24,8%
0,8
71,0%
21,8%
431
81
-390
-108,9%
75.973
23.090
-0,3%
-1,7%
0,6
69,6%
18,2%
302
82
41.207
66,1%
775.154
188.427
96,6%
21,9%
1,0
75,7%
3,6%
160
83
122.410
395,5%
405.816
317.913
88,2%
38,5%
2,1
21,7%
0,9%
N/D
84
21.360
99,4%
202.483
128.749
15,8%
16,6%
2,7
36,4%
18,9%
342
85
-707
-129,7%
31.047
1.956
-0,6%
-36,1%
1,1
93,7%
17,7%
995
86
15.197
122,1%
421.577
285.749
13,1%
5,3%
1,7
32,2%
20,0%
408
87
-2.475
94,0%
144.257
103.997
-2,3%
-2,4%
3,0
27,9%
13,9%
N/D
88
808
76,1%
36.680
22.288
0,7%
3,6%
1,8
39,2%
2,7%
690
89
14.221
-21,2%
135.758
105.445
12,8%
13,5%
3,2
22,3%
12,5%
285
90
5.023
6,3%
17.665
2.341
4,5%
214,6%
1,0
86,7%
2,1%
986
91
4.272
-29,4%
76.978
16.305
3,6%
26,2%
1,0
78,8%
46,5%
673
92
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.492
93
118.102
772,4%
477.877
418.646
109,7%
28,2%
3,0
25,6%
14,8%
N/D
94
47.651
67,0%
1.664.117
1.584.539
44,6%
3,0%
2,7
4,8%
2,9%
N/D
95
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
137
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS
CLASSIF. 2014
138
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
EBITDA
VAR. EBITDA 14/13
96
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
Siderurgia e Metalurgia
116.957
58,3%
91.524
52,1%
N/D
N/D
97
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
116.093
45,5%
25.724
36,4%
17.103
-8,0%
98
TRACBEL
Comércio Varejista
Comércio Varejista
115.486
-19,7%
N/D
N/D
N/D
N/D
99
PREMIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
109.844
13,7%
106.887
13,6%
-627
-1058,8%
2,9%
14.516
-5,1%
100
BANDES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
108.902
101
UNIMAR
Serviços
Transporte
106.669
10,7%
12,1%
99.433
60.198
11,7%
N/D
N/D
102
USINA PAINEIRAS
Indústria
Alimentos
106.466
-3,3%
95.203
-2,8%
N/D
N/D -12,3%
103
DIAÇO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
106.203
16,8%
88.037
16,7%
7.968
104
RIMO MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
103.698
10,2%
77.874
8,5%
5.102
54,1%
105
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
102.815
24,3%
94.985
21,6%
9.454
28,4% 102,2%
106
SICOOB NORTE
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
101.104
43,1%
28.104
116,4%
29.222
107
SICOOB SUL
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
100.294
38,3%
29.598
14,0%
21.563
-15,9%
108
METALOSA
Indústria
Fabricação de Produtos de Metais
95.618
7,4%
76.857
8,1%
1.404
-53,8%
109
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
Atendimento Hospitalar
94.500
16,3%
89.659
78,4%
14.004
19,3%
110
VILA PORTO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
93.825
-12,6%
76.835
-6,6%
1.583
213,0%
111
ODEBRECHT AMBIENTAL
Serviços
Cap. Trat. e Distrib. De Água
93.704
5,1%
86.303
4,8%
26.410
0,4%
112
MORAR CONSTRUTORA
Indústria
Construção
92.405
-13,1%
86.495
-14,9%
10.477
-34,8%
113
MARBRASA
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
90.923
-6,2%
82.179
-6,1%
15.862
-16,5%
114
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
89.839
69,6%
6.183
32,9%
6.854
449,1%
115
UNIMED NOROESTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
89.020
14,4%
86.726
13,9%
N/D
N/D
116
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
Atendimento Hospitalar
89.018
12,4%
83.530
15,9%
15.173
58,3% -5,2%
117
ISH TECNOLOGIA
Serviços
Tecnologia da Informação
88.447
16,8%
76.853
23,5%
10.199
118
ELSON’S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
87.092
9,5%
74.430
9,6%
N/D
N/D
119
PANAN MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
87.019
5,3%
71.878
4,3%
6.270
656,4%
120
VENAC
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
86.719
-29,3%
78.755
-29,1%
5.094
6,6%
121
HIRO MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
83.072
0,4%
73.614
-9,5%
1.226
58,8%
122
SERDEL
Serviços
Serv. de Limpeza e Conservação
82.821
6,9%
72.257
7,0%
8.766
-6,3%
123
FIBRASA SUDESTE
Indústria
Fabr. de Borracha e Mat. Plástico
81.653
3,9%
62.499
10,6%
7.270
110,3%
124
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
Comércio Varejista
79.136
3,2%
72.856
3,4%
N/D
N/D
125
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
77.682
44,5%
14.228
47,4%
12.573
16,5%
126
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
76.956
21,1%
74.182
20,1%
1.730
6278,8%
127
ACP MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
75.895
-5,1%
58.839
-7,6%
-2.383
-152,6%
128
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS
Indústria
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
75.623
13,7%
72.097
13,1%
27.841
3,1%
129
PROSEGUR BRASIL
Serviços
Vigilância e Segurança
75.461
14,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
130
CORPUS SANEAMENTO E OBRAS
Serviços
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
69.219
-17,4%
N/D
N/D
N/D
N/D
131
PLENA VEÍCULOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
66.094
-4,5%
65.426
-4,5%
891
444,5%
132
ELETROMIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
64.295
20,8%
54.661
18,4%
12.058
41,9%
133
HOSP. DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
Atendimento Hospitalar
63.178
10,0%
63.178
10,0%
N/D
N/D
134
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
61.740
8,3%
60.275
7,5%
1.511
297,8%
135
VIAÇÃO JOANA D'ARC
Serviços
Transporte
61.320
8,8%
57.907
10,3%
9.157
144,7%
136
FACULD. CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO
Serviços
Educação
60.117
18,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
137
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
Admin. de Shopping Center
60.117
10,0%
57.110
10,0%
37.225
10,5%
138
BERTOLINI MÓVEIS DE AÇO
Indústria
Fabricação de Móveis
59.294
N/D
47.509
N/D
N/D
N/D
139
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
Loc. Maq. e Equi. Construção
59.034
-9,7%
52.145
-9,1%
1.842
-87,5% 249,7%
140
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
Plano de Saúde
57.675
6,7%
45.634
2,0%
662
141
SANTA FÉ TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportações
57.458
2,6%
44.602
4,7%
N/D
N/D
142
SAMEDIL
Serviços
Plano de Saúde
57.001
40,4%
56.105
41,0%
N/D
N/D
143
STRAF
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
56.011
3,0%
40.273
-4,8%
N/D
N/D
144
MATRICIAL
Indústria
Construção
55.603
-2,1%
51.171
-2,5%
N/D
N/D
145
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
54.694
-5,5%
45.836
-8,9%
5.500
31,2%
146
ENGE URB
Serviços
Coleta Trat. e Dist. Resíduos
54.218
14,6%
48.983
12,1%
12.325
-12,1% -59,9%
147
TERCA
Serviços
Logística
53.729
-18,8%
42.669
-20,3%
3.636
148
MINERAÇÃO BOA ESPERANÇA
Indústria
Extração de Minerais Não Metálicos
53.250
-3,7%
45.435
-0,5%
N/D
N/D
149
POLITINTAS
Comércio Varejista
Comércio Varejista
52.557
13,5%
43.660
14,7%
1.690
-2,0%
150
THORK TRADING
Serviços
Serv. Importação e Exportações
51.030
-8,0%
43.174
-3,7%
630
-52,1%
anuário iel 200 Maiores Empresas 2015
LUCRO LÍQ. EX.
LUCRO LÍQ. EX. 14/13
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2014
8.929
2064,5%
50.325
18.816
9,8%
47,5%
1,4
62,6%
11,6%
177
24.217
30,0%
634.781
148.459
94,1%
16,3%
0,9
76,6%
1,0%
205
97
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
96
98
-2.542
-5177,5%
38.592
10.013
-2,4%
-25,4%
1,0
66,3%
0,0%
218
99
9.967
-70,1%
1.516.654
264.836
16,6%
3,8%
1,6
82,5%
61,6%
193
100
96
274
-90,7%
125.150
76.677
0,3%
0,4%
1,7
38,7%
16,8%
1.382
101
3.917
683,8%
355.918
96.818
4,1%
4,0%
0,8
72,8%
55,0%
507
102
5.649
-33,4%
73.606
60.834
6,4%
9,3%
4,8
17,4%
5,2%
120
103
1.953
216,9%
36.605
14.141
2,5%
13,8%
1,3
61,4%
10,8%
379
104
653
-15,8%
150.461
48.598
0,7%
1,3%
1,1
67,7%
37,7%
1.157
105
26.782
110,3%
605.432
142.305
95,3%
18,8%
1,1
76,5%
3,9%
170
106
28.284
10,3%
594.147
143.734
95,6%
19,7%
1,0
75,8%
6,8%
147
107
492
-67,1%
45.633
23.470
0,6%
2,1%
2,0
48,6%
9,8%
253
108
3.829
19,3%
69.696
29.309
4,3%
13,1%
0,9
57,9%
25,5%
1.168
109
615
-32,2%
N/D
N/D
0,8%
N/D
N/D
N/D
N/D
25
110
9.806
-13,6%
185.923
54.716
11,4%
17,9%
0,6
70,6%
56,8%
193
111
10.655
1,3%
120.004
57.662
12,3%
18,5%
2,2
52,0%
24,4%
773
112
10.186
-31,9%
120.855
57.803
12,4%
17,6%
2,5
52,2%
32,0%
393
113
5.693
22,1%
905.560
84.996
92,1%
6,7%
0,7
90,6%
0,1%
73
114
17
-45,0%
51.210
8.601
0,0%
0,2%
1,0
83,2%
32,5%
N/D
115
3.039
245,3%
113.146
35.397
3,6%
8,6%
1,3
68,7%
38,1%
712
116
3.280
-21,0%
50.380
12.591
4,3%
26,0%
1,2
75,0%
11,3%
104
117
-612
-108,1%
25.740
12.304
-0,8%
-5,0%
1,1
52,2%
0,0%
259
118
1.442
167,3%
51.595
7.160
2,0%
20,1%
1,8
86,1%
43,8%
275
119
2.688
-28,5%
46.367
32.022
3,4%
8,4%
6,1
30,9%
21,7%
108
120
438
347,2%
20.790
4.858
0,6%
9,0%
1,0
76,6%
9,2%
51
121
5.965
-27,8%
17.968
7.337
8,3%
81,3%
1,7
59,2%
4,2%
3.012
122
2.026
-52,0%
52.683
19.479
3,2%
10,4%
1,6
63,0%
29,1%
320
123
-95
-355,6%
17.673
4.306
-0,1%
-2,2%
1,1
75,6%
13,0%
575
124
13.249
40,7%
451.866
82.027
93,1%
16,2%
0,9
81,8%
17,7%
148
125 126
-811
-2796,4%
24.139
7.623
-1,1%
-10,6%
0,9
68,4%
4,2%
40
-2.383
-153,5%
39.609
17.583
-4,0%
-13,6%
1,6
55,6%
15,8%
259
127
22.690
0,7%
99.206
71.769
31,5%
31,6%
3,1
27,7%
1,9%
103
128
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.340
129
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.237
130
-206
52,0%
12.048
6.181
-0,3%
-3,3%
1,9
48,7%
8,7%
58
131
10.285
48,2%
37.586
28.162
18,8%
36,5%
4,6
25,1%
7,0%
159
132
-553
13,2%
19.331
-580
-0,9%
95,3%
1,0
103,0%
44,3%
N/D
133
354
29,2%
18.137
3.631
0,6%
9,7%
1,2
80,0%
12,8%
35
134
1.401
-42,2%
45.728
26.593
2,4%
5,3%
1,9
41,8%
23,1%
961
135
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.679
136
29.297
5,9%
259.992
231.019
51,3%
12,7%
0,7
11,1%
3,6%
330
137
-10.628
-207,2%
135.540
22.418
-22,4%
-47,4%
0,8
83,5%
28,7%
N/D
138
1.222
-76,6%
40.724
21.852
2,3%
5,6%
1,3
46,3%
20,6%
554
139
240
370,5%
33.166
9.243
0,5%
2,6%
1,0
72,1%
22,0%
255
140
1.798
12,6%
18.173
2.135
4,0%
84,2%
3,1
40,4%
7,8%
2
141
325
10,2%
12.214
N/D
0,6%
N/D
1,1
80,4%
2,3%
92
142
1.921
-61,3%
41.719
7.769
4,8%
24,7%
3,7
81,4%
66,2%
N/D
143
4.499
313,2%
33.151
22.644
8,8%
19,9%
3,9
31,7%
12,2%
336
144
3.829
-14,3%
15.615
8.419
8,4%
45,5%
2,1
46,1%
12,2%
152
145
5.225
-46,5%
102.915
79.701
10,7%
6,6%
4,3
22,6%
1,2%
593
146
2.805
-53,9%
87.339
68.104
6,6%
4,1%
1,4
22,0%
14,7%
189
147
99
-95,7%
43.128
5.781
0,2%
1,7%
1,4
100,0%
35,6%
N/D
148
1.169
9,8%
17.134
10.407
2,7%
11,2%
2,2
39,3%
1,2%
194
149
498
-51,2%
12.053
2.352
1,2%
21,2%
1,3
100,0%
28,3%
1
150
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
139
RANKING DAS 200 MAIORES EMPRESAS
CLASSIF. 2014
140
EMPRESA
SETOR
ATIVIDADE
REC. OP. BRUTA
VAR. ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
EBITDA
VAR. EBITDA 14/13
151
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
50.789
57,3%
9.497
48,0%
6.074
25,2%
152
TV VITÓRIA
Serviços
Informação e Comunicação
50.556
7,1%
47.970
5,5%
9.543
-3,3%
153
PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
Serviços
Vigilância e Segurança
48.397
21,7%
N/D
N/D
N/D
N/D
154
LASA
Indústria
Química e Petroquímica
48.114
-23,0%
46.087
-22,7%
N/D
N/D
155
TROP FRUTAS DO BRASIL
Indústria
Alimentos
46.867
60,1%
38.475
59,0%
N/D
N/D
156
COOPGRANÉIS
Serviços
Transporte
45.523
59,1%
43.677
55,7%
892
17,9%
157
CIMOL MÓVEIS
Indústria
Fabricação de Móveis
45.465
28,0%
35.030
29,0%
4.505
174,0%
158
CSV BENETECH BRASIL
Serviços
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
44.087
8,4%
37.399
9,6%
4.983
970,9% -30,1%
159
ANDRADE MÁRMORES E GRANITOS
Indústria
Fabr. de Minerais Não Metálicos
43.393
4,6%
40.422
3,5%
6.776
160
SÃO BERNARDO APART HOSPITAL
Serviços
Atendimento Hospitalar
42.725
14,0%
39.225
10,9%
1.650
147,1%
161
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
Plano de Saúde
41.130
11,3%
41.067
11,4%
2.097
-46,2%
162
UNIPETRO
Serviços
Loc. Maq. e Equi. Construção
40.776
10,6%
38.372
11,3%
5.473
-77,5%
163
TEGMA
Serviços
Logística
40.752
39,6%
N/D
N/D
N/D
N/D
164
COFRIL
Indústria
Alimentos
40.518
14,8%
38.058
14,8%
11.427
12,3%
165
VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA
Serviços
Transporte
40.514
7,0%
38.097
9,2%
5.720
2429,7%
166
BRASPRESS
Serviços
Transporte
40.458
11,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
167
ACTA ENGENHARIA
Indústria
Construção
39.366
-25,3%
36.724
-25,3%
N/D
N/D
168
REDE BRISTOL
Serviços
Alojamento e Alimentação
38.675
2,3%
N/D
N/D
N/D
N/D
169
GS INTERNACIONAL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
37.997
11,1%
27.727
7,8%
-1.304
-1,0%
170
PW BRASIL
Indústria
Confec. de Vestuário e Acessórios
37.930
5,6%
33.568
3,0%
7.184
-58,1%
171
CHEIM TRANSPORTES
Serviços
Transporte
36.769
-31,8%
33.663
-33,0%
N/D
N/D
172
LAGUNA MOTOS
Comércio Varejista
Concessionária de Veículos
36.717
6,6%
35.160
7,9%
N/D
N/D
173
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
36.443
41,7%
7.675
41,7%
4.534
29,3%
174
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
Serv. Financeiros e Seguros
35.672
41,3%
33.311
41,3%
31.332
42,8%
175
MARCA CAFÉ
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
34.633
-3,3%
34.633
-3,3%
-790
-19,6%
176
CAFENORTE
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
33.806
0,7%
33.806
0,7%
1.571
-81,1%
177
ANDRADE INDÚSTRIA E MINERAÇÃO
Indústria
Extração de Minerais Não Metálicos
32.885
2,2%
29.304
0,2%
12.033
-15,6%
178
INSPECTION
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
30.750
-66,4%
25.073
-66,1%
-2.371
-591,3%
179
VIAÇÃO TABUAZEIRO
Serviços
Transporte
29.559
-4,9%
28.085
-3,4%
-3.696
-6462,6%
180
HOSPITAL PRAIA DA COSTA
Serviços
Atendimento Hospitalar
29.328
14,5%
26.667
8,7%
869
-64,1%
181
SOLUÇÃO EPI
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
28.552
4,9%
23.760
9,2%
2.871
65,3%
182
LISA
Serviços
Logística
28.200
-0,2%
22.020
2,4%
N/D
N/D
183
SANTA FÉ
Serviços
Eletricidade e Gás
26.800
0,1%
25.822
0,1%
13.603
-33,4%
184
BRASIL EXPORTAÇÃO
Indústria
Fabr. de Minerais Não Metálicos
25.278
-7,2%
24.689
-5,2%
3.215
272,3%
185
EMBALI INDÚSTRIAS PLÁSTICAS
Indústria
Fabr. de Borracha e Mat. Plástico
25.079
-13,4%
20.523
-13,0%
427
148,1%
186
CONSTRUTORA ÉPURA
Indústria
Construção
24.398
-49,5%
N/D
N/D
N/D
N/D
187
BUTERI COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
24.134
6,3%
22.314
5,2%
1.071
-26,0%
188
SILOTEC
Serviços
Logística
23.480
-12,8%
N/D
N/D
N/D
N/D
189
TRANSCAMPO
Serviços
Transporte
23.433
-14,2%
19.311
-14,7%
N/D
N/D
190
SOBRITA
Indústria
Extração de Minerais Não Metálicos
23.042
29,1%
20.489
28,3%
N/D
N/D
191
FRISA
Comércio Varejista
Alimentos
22.677
18,3%
22.647
18,3%
1.206
95,0%
192
VIPASA
Indústria
Papel e Celulose
21.665
33,9%
19.261
44,5%
N/D
N/D
193
BEBIDAS REGIANNI
Indústria
Alimentos
21.600
-0,6%
17.547
-0,8%
N/D
N/D
194
GRAFITUSA
Indústria
Gráfica
21.530
29,2%
19.077
28,2%
N/D
N/D
195
HOSPITAL SÃO FRANCISCO
Serviços
Atendimento Hospitalar
21.490
-2,4%
20.128
-3,0%
2.157
46,1%
196
DISMIL
Comércio Atacadista
Comércio Atacadista
20.409
33,9%
18.498
25,2%
1.277
990,3%
197
ENIVIX
Serviços
Logística
19.500
3,3%
16.321
2,0%
N/D
N/D
198
UCL - FACULDADE DO CENTRO LESTE
Serviços
Educação
18.790
10,0%
18.643
9,8%
2.707
-15,4%
199
FACULDADE NOVO MILÊNIO
Serviços
Educação
17.054
86,8%
14.071
87,1%
N/D
N/D
200
RHODES
Serviços
Transporte
16.882
6,8%
15.422
6,8%
7.268
20,7%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
LUCRO LÍQ. EX.
LUCRO LÍQ. EX. 14/13
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
RENTABILIDADE DE VENDAS
8.828
40,4%
251.120
48.259
93,0%
8.946
25,1%
47.157
27.417
18,6%
RETABILIDADE PATRIM. LÍQ.
LIQUIDEZ CORRENTE
ENDIVIDAMENTO GERAL
ENDIVIDAMENTO DE LONGO PRAZO
EMPREGADOS NO ES
CLASSIF. 2014
18,3%
0,8
80,8%
3,6%
84
151
32,6%
2,2
41,9%
31,2%
285
152
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
1.857
153
-3.520
-315,3%
201.703
74.151
-7,3%
-4,7%
0,6
62,9%
51,8%
764
154
-3.258
20,3%
54.783
7.332
-8,5%
-44,4%
0,6
86,6%
27,4%
N/D
155
757
0,1%
9.419
4.947
1,7%
15,3%
2,5
47,5%
14,3%
29
156
2.318
267,8%
23.525
12.254
6,6%
18,9%
1,7
47,9%
9,3%
129
157
1.171
129,4%
20.844
-43
4,6%
-4002,2%
1,3
100,2%
38,1%
124
158
4.282
-48,3%
75.381
49.566
10,6%
8,6%
4,2
34,2%
23,5%
102
159
3.848
918,7%
61.132
33.629
9,8%
11,4%
1,0
45,0%
25,5%
339
160
1.252
-55,8%
33.431
12.798
3,0%
9,8%
2,2
61,7%
31,7%
79
161
1.943
-90,5%
34.742
28.757
5,1%
6,8%
0,7
17,2%
0,0%
111
162
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
292
163
10.206
12,0%
16.858
13.899
26,8%
73,4%
5,4
17,6%
2,9%
437
164
441
323,0%
24.191
4.156
1,2%
10,6%
1,1
82,8%
52,2%
589
165
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
206
166
2.091
2261,5%
47.825
19.618
5,7%
10,7%
6,3
59,0%
45,9%
N/D
167
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
429
168
-3.406
-48,3%
22.095
7.864
-12,3%
-43,3%
1,4
64,4%
1,7%
82
169
3.870
-71,2%
86.764
50.031
11,5%
7,7%
3,4
42,3%
29,1%
378
170
-3.485
-64,1%
98.005
25.675
-10,4%
-13,6%
3,2
73,8%
48,5%
N/D
171
-898
-643,2%
20.260
243
-2,6%
-369,5%
1,5
98,9%
42,5%
96
172 173
7.050
33,8%
179.193
43.561
91,9%
16,2%
1,2
75,7%
8,9%
65
27.272
42,2%
4.950
145
81,9%
18808,2%
3,6
97,1%
72,4%
20
174
-790
4,9%
58.386
22.297
-2,3%
-3,5%
1,5
N/D
N/D
14
175 176
864
-63,2%
23.033
12.637
2,6%
6,8%
7,2
45,1%
42,6%
13
4.504
-66,0%
61.037
41.127
15,4%
11,0%
3,2
32,6%
16,1%
98
177
-1.156
-307,5%
21.313
15.779
-4,6%
-7,3%
3,3
26,0%
1,0%
1
178
-3.696
-6462,6%
48.909
22.241
-13,2%
-16,6%
0,1
54,5%
17,8%
575
179
105
-86,9%
10.425
4.830
0,4%
2,2%
1,6
53,7%
14,4%
272
180
1.891
122,0%
18.373
4.683
8,0%
40,4%
1,1
74,5%
15,8%
32
181
2.446
2554,6%
54.824
10.405
11,1%
23,5%
1,2
81,0%
0,0%
26
182
6.615
-47,2%
168.658
112.425
25,6%
5,9%
2,4
33,3%
27,7%
N/D
183
1.899
223,7%
81.274
-27.589
7,7%
-6,9%
1,6
133,9%
114,3%
68
184
129
105,9%
8.601
-407
0,6%
-31,7%
0,8
104,7%
40,0%
161
185
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
186
334
-54,4%
12.935
11.241
1,5%
3,0%
5,3
N/D
N/D
17
187
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
188
-319
136,6%
10.407
4.602
-1,7%
-6,9%
1,2
55,8%
30,0%
116
189
2.770
16,4%
27.031
17.723
13,5%
15,6%
2,3
34,4%
24,7%
N/D
190
809
107,4%
4.781
3.420
3,6%
23,7%
2,7
N/D
N/D
34
191
-6.108
9,6%
20.894
314
-31,7%
-1945,5%
0,3
98,5%
31,1%
N/D
192
365
-33,9%
31.500
7.461
2,1%
4,9%
1,2
76,3%
21,6%
N/D
193
-1.326
-918,7%
16.098
7.584
-7,0%
-17,5%
2,1
52,9%
36,9%
87
194
877
352,0%
11.203
4.740
4,4%
18,5%
1,3
57,7%
19,8%
204
195
1.277
990,3%
8.404
4.394
6,9%
29,1%
1,8
47,7%
2,5%
34
196
340
164,4%
10.397
2.159
2,1%
15,7%
0,8
79,2%
22,4%
N/D
197
1.404
-28,5%
21.769
16.458
7,5%
8,5%
3,1
24,6%
14,8%
164
198
599
414,6%
6.830
2.135
4,3%
28,1%
3,1
68,7%
48,8%
265
199
4.240
5,5%
21.129
19.959
27,5%
21,2%
8,6
5,5%
0,1%
19
200
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
141
RANKING | PARTICIPAÇÃO SETORIAL DAS EMPRESAS
CONSOLIDAÇÃO DAS 200 MAIORES EMPRESAS Ranking segundo Receita Operacional Bruta no Espírito Santo (valores em R$ milhares) SETOR / ATIVIDADE
Nº DE EMPRESAS
REC. OP. BRUTA
REC. OP. LÍQ.
EBITDA
LUCRO LÍQ. EX.
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
COMÉRCIO Alimentos
1
22.677
22.647
1.206
809
4.781
3.420
34
Comércio Atacadista
27
10.608.848
5.425.507
183.819
168.715
3.583.247
1.303.607
3.389
Comércio Varejista
9
2.948.632
2.568.712
83.363
71.349
746.030
283.541
3.120
Concessionária de Veículos
11
2.735.754
2.568.620
57.135
20.321
770.582
181.481
2.069
TOTAL COMÉRCIO
48
16.315.911
10.585.487
325.523
261.194
5.104.639
1.772.049
8.612
Alimentos
16
5.551.721
4.672.304
-130.994
-118.011
3.290.749
759.522
6.287
Cap. Trat. e Distrib. de Água
1
681.889
618.927
205.766
100.734
2.438.718
1.919.537
1.529
Confec. de Vestuário e Acessórios
1
37.930
33.568
7.184
3.870
86.764
50.031
378
Construção
7
1.005.116
812.196
81.578
49.761
1.119.362
472.295
3.308
Extração de Minerais Não Metálicos
3
109.178
95.228
12.033
7.373
131.196
64.631
98
Extração de Petróleo e Gás Natural
1
26.072.216
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
6.480
INDÚSTRIA
Fab. de Estruturas Metálicas
1
157.298
124.140
N/D
13.620
110.289
50.750
N/D
Fab. Prod. Minerais Não Metálicos
6
527.949
458.920
84.264
48.419
681.654
281.675
1.343
Fabr. de Borracha e Mat. Plástico
4
630.067
471.418
22.856
19.180
437.450
324.259
1.150
Fabricação de Cimento
2
605.552
455.172
N/D
-52.358
3.273.450
2.356.360
N/D
Fabricação de Maq. e Mat. Elétricos
1
555.248
408.584
51.432
43.158
277.797
173.630
2.551
Fabricação de Móveis
5
371.371
291.131
13.494
-7.297
286.874
73.556
1.042
Fabricação de Produtos de Metais
1
95.618
76.857
1.404
492
45.633
23.470
253
Informação e Comunicação
1
21.530
19.077
N/D
-1.326
16.098
7.584
87
Mineração
2
13.264.250
7.536.864
3.762.468
2.805.548
19.557.107
4.313.331
9.181
Papel e Celulose
2
2.694.448
19.261
N/D
-6.108
20.894
314
1.657
Química e Petroquímica
4
6.414.401
6.281.476
382.127
33.561
3.849.071
729.584
1.543
Siderurgia e Metalurgia
5
5.706.425
834.181
144.447
146.457
2.310.294
2.133.389
6.887
TOTAL INDÚSTRIA
63
64.502.209
23.209.304
4.638.058
3.087.070
37.933.399
13.733.917
43.774
330
SERVIÇOS Admin. de Shopping Center
1
60.117
57.110
37.225
29.297
259.992
231.019
Alojamento e Alimentação
1
38.675
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
429
Arrendamento de Ativos
4
882.141
800.532
N/D
586.508
2.287.770
1.909.429
N/D
Atendimento Hospitalar
10
1.048.086
1.000.406
87.384
42.418
851.453
373.729
9.634
Cap. Trat. e Distrib. de Água
1
93.704
86.303
26.410
9.806
185.923
54.716
193
Coleta Trat. e Dist. resíduos
2
123.437
48.983
12.325
5.225
102.915
79.701
1.830
Concessionária de Rodovias
1
300.523
290.943
15.141
-7.648
335.852
121.722
428
Educação
3
95.962
32.714
2.707
2.003
28.600
18.593
2.108
Eletricidade e Gás
3
3.710.159
2.633.209
479.648
208.861
3.212.013
1.159.266
1.239
Gestão de Portos e Terminais
4
597.902
534.633
158.667
93.594
863.169
560.363
1.253
Informação e Comunicação
1
50.556
47.970
9.543
8.946
47.157
27.417
285
Loc. Maq. e Equi. Construção
2
99.810
90.517
7.315
3.164
75.466
50.609
665
Logística
5
165.661
81.010
3.636
5.591
152.561
80.668
507
Manut. Repar. e Inst. de Máq. e Equip.
1
44.087
37.399
4.983
1.171
20.844
-43
124
Plano de Saúde
8
1.829.837
1.780.191
47.835
22.724
786.427
197.945
3.887
Serv. de Limpeza e Conservação
1
82.821
72.257
8.766
5.965
17.968
7.337
3.012
Serv. Financeiros e Seguros
13
4.466.433
2.605.709
211.357
344.136
21.254.500
2.318.348
5.343
Serv. de Importação e Exportações
12
16.226.938
13.587.856
184.535
322.543
5.878.365
1.051.593
128
Tecnologia da Informação
2
210.588
189.331
15.416
8.303
68.046
14.932
1.090
Transporte
12
2.126.145
1.719.975
309.841
65.821
2.151.897
1.011.113
9.621
Vigilância e Segurança
2
123.858
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
3.197
TOTAL SERVIÇOS
89
32.377.439
25.697.048
1.622.733
1.758.429
38.580.917
9.268.454
45.303
TOTAL
200
113.195.559
59.491.839
6.586.314
5.106.693
81.618.955
24.774.419
97.689
142
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO PRINCIPAIS INDICADORES
A
pesquisa “200 Maiores Empresas no Espírito Santo” também permite ao IEL classificar as empresas em rankings realizados de acordo com os principais indicadores econômicos e financeiros, destacando os 20 melhores desempenhos. Para a elaboração dessas listas, são consideradas todas as organizações participantes, independentemente de estarem ou não classificadas entre as 200 Maiores Empresas pela Receita Operacional Bruta.
As 20 Maiores segundo o Patrimônio Líquido Quanto ao critério de patrimônio líquido, as 20 maiores empresas somaram R$ 17,7 bilhões, representando 71,4% do montante de capital próprio das Maiores Empresas em 2014 e um aumento de aproximadamente 22,9% em relação ao PL das 20 Maiores Empresas do ano anterior.
Os 20 Melhores Lucros Líquidos As 20 maiores empresas lucraram juntas R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 9,8% em relação a 2013. Esse lucro representa 88,2% do resultado líquido das 200 maiores empresas em 2014 e indica uma forte concentração do resultado nessas organizações.
As 20 Maiores Empregadoras As 20 maiores empregadoras possuíam juntas 53.172 funcionários no final de 2014. Esse total é apenas 0,1% superior ao observado em 2013 e indica uma estagnação na criação de novos postos de trabalho por essas empresas.
Os 20 Maiores Crescimentos da Receita Operacional Líquida As 20 empresas com maior crescimento da ROL aumentaram sua receita líquida em média em 143,3%. Esse número é significativamente superior ao crescimento médio das demais empresas da amostra, que foi de apenas 9%.
As 20 Melhores em Liquidez Corrente Na apuração das melhores empresas por liquidez corrente, observa-se o predomínio de empresas do setor serviço, com 60% das empresas, seguido por 25% de empresas industriais e 15% de empresas comerciais.
As 20 de Melhor Rentabilidade do Patrimônio Líquido A rentabilidade média do PL das 20 melhores empresas nesse índice foi de 78,2%. Esse número é significativamente inferior ao obtido em 2013, que foi de 120%. 144
As 20 Melhores em Rentabilidade das Vendas A rentabilidade média das empresas desse ranking foi de 587,5%. Esse percentual é significativamente superior ao obtido pelas demais empresas, que tiveram um crescimento de apenas 5,5%.
Os 20 Melhores Lucros por Empregado O lucro médio por empregado das 20 maiores empresas foi de R$ 1,2 milhão. Esse resultado é consideravelmente superior ao das demais empresas que divulgaram essas informações, apenas R$ 18,3 mil por empregado.
As 20 Melhores em Receita Líquida por Empregado A ROL média por empregado das 20 maiores empresas foi de R$ 80,4 milhões, 26,4% superior ao resultado de 2013. As demais empresas da amostra obtiveram uma produtividade média significativamente inferior, de apenas R$ 540 mil por empregado.
Os 20 Maiores Ativos Os 20 maiores ativos totais somaram R$ 60,7 bilhões, um aumento de 22,6% em relação ao ano anterior. As 20 maiores detêm 53,7% dos ativos das 200 empresas participantes do ranking. Esse número é significativamente inferior ao observado em 2013, que foi de 72,4%.
Os 20 Maiores Ebitdas Os maiores Ebitdas gerados somaram R$ 5,8 bilhões, resultado 3,6% superior ao obtido em 2013 e que representa 87,9% de todo o Ebtida gerado pelas 133 empresas que divulgaram essa informação.
Os 20 Maiores Crescimentos da Receita Operacional Bruta Os maiores crescimentos da ROB apresentam números menos robustos quando comparado com o ano passado. Este fenômeno pode ser observado em quase todas as posições do ranking. O dado reforça o menor crescimento verificado neste grupo em 2014 (7,3%) quando comparado ao ano de 2013 (8,0%). Interessante destacar o avanço das empresas do setor serviços, que cresceram em 20% na participação em detrimento das empresas do setor de comércio varejista e atacadista. Ainda sobre a Receita Operacional Bruta, as 20 maiores ROBs totalizaram um faturamento de R$ 84 bilhões, aproximadamente 74,2% do faturamento das 200 maiores empresas, percentual ligeiramente inferior que no ano anterior, que foi de 75,9%. Considerando que pouco mais de 25% da ROB gerada fica com as 180 empresas restantes, é importante destacar a relevância das 20 maiores ROBs para a economia capixaba. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
AS 20 MAIORES EMPREGADORAS
AS 20 MAIORES PELO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Classificação das Empresas pelo Número de Empregados no ES
Classificação das Empresas por Patrimônio Líquido - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2014
1
4
VALE
Indústria
7.899
1
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
4.313.331
2
1
PETROBRAS - UO - ES *
Indústria
6.480
2
35
ITABIRA AGRO INDUSTRIAL
Indústria
2.301.895
EMPRESA
SETOR
EMPREGADOS NO ES 2014
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
PL 2014
3
5
ARCELORMITTAL BRASIL
Indústria
5.875
3
28
CESAN
Indústria
1.919.537
4
122
SERDEL
Serviços
3.012
4
95
SOL COQUERIA
Indústria
1.584.539
5
50
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
Serviços
2.887
5
11
BANESTES
Serviços
1.061.694
6
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
2.820
6
8
ESCELSA
Serviços
907.006
7
32
WEG LINHARES
Indústria
2.551
7
39
NIBRASCO
Serviços
723.914
8
11
BANESTES
Serviços
2.433
8
215
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços
540.367
9
22
UNIMED VITÓRIA
Serviços
2.276
9
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
481.433
10
153
PLANTÃO SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA
Serviços
1.857
10
54
KOBRASCO
Serviços
448.956
11
136
FACULDADE CATÓLICA DO ESPÍRITO SANTO
Serviços
1.679
11
3
HERINGER
Indústria
445.210
12
10
FIBRIA CELULOSE
Indústria
1.657
12
94
HISPANOBRÁS
Serviços
418.646 372.237
13
19
BANCO DO BRASIL
Serviços
1.544
13
40
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
14
28
CESAN
Indústria
1.529
14
33
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
363.018
15
80
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
1.506
15
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
344.831
16
93
JSL
Serviços
1.492
16
14
INTERAGRÍCOLA
Serviços
325.782
17
24
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
1.472
17
84
ITABRASCO
Serviços
317.913
18
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
1.432
18
87
PORTO DE VITÓRIA
Serviços
285.749
19
68
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
1.389
19
37
LORENGE
Indústria
268.346
20
101
UNIMAR
Serviços
1.382
20
100
BANDES
Serviços
264.836
* Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP
AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
AS 20 MAIORES PELO EBITDA Classificação das empresas pelo Ebtida em R$ milhares
Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido do Exercício sobre o Patrimônio Líquido - % Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
RENT. DO PL
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
EBITDA 2014
1
91
SPASSU
Serviços
214,6%
1
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
3.762.468
2
204
BELAFIX
Indústria
137,6%
2
8
ESCELSA
Serviços
434.747
3
133
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
95,3%
3
3
HERINGER
Indústria
331.857
4
141
SANTA FÉ TRADING
Serviços
84,2%
4
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
232.848 205.766
5
122
SERDEL
Serviços
81,3%
5
28
CESAN
Indústria
6
77
MAFRICAL
Indústria
80,7%
6
95
SOL COQUERIA
Indústria
89.059
7
221
MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO
Indústria
79,2%
7
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
84.630
8
164
COFRIL
Indústria
73,4%
8
7
CISA TRADING
Serviços
76.657
9
229
KS CONTABILIDADE
Serviços
71,5%
9
67
TVV
Serviços
73.460
10
222
CAMPO CONSTRUTORA
Indústria
69,0%
10
21
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
64.564
11
216
FHF PNEUS
Serviços
67,1%
11
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
57.652
12
210
COOPTTEC
Serviços
66,3%
12
49
BRAMETAL
Indústria
55.388
13
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
65,0%
13
32
WEG LINHARES
Indústria
51.432
14
209
EDP GRID
Serviços
63,3%
14
9
COTIA
Serviços
49.848
15
231
PENTAGO SOLUÇÕES
Serviços
59,0%
15
31
TRISTÃO
Comércio Atacadista
41.209
16
224
PENTAGO CONSULTORIA
Serviços
57,1%
16
17
SERTRADING (BR)
Serviços
40.502
17
69
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
54,7%
17
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
38.936
18
220
VESTSUL CALÇADOS
Indústria
50,0%
18
24
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
38.455
19
96
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
47,5%
19
137
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
37.225
20
71
MIZU
Indústria
47,4%
20
85
ALCON
Indústria
36.633
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
145
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS SEGUNDO PRINCIPAIS INDICADORES
AS 20 MAIS LUCRATIVAS
OS 20 MAIORES ATIVOS
Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido - em R$ milhares
Classificação das Empresas pelo Ativo Total - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
RESULT LÍQ 2014
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
ATIVO TOTAL 2014
1
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
2.805.548
1
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
19.557.107
2
39
NIBRASCO
Serviços
210.011
2
11
BANESTES
Serviços
15.067.909
3
8
ESCELSA
Serviços
181.575
3
3
HERINGER
Indústria
3.311.081
4
54
KOBRASCO
Serviços
135.985
4
35
ITABIRA AGRO INDUSTRIAL
Indústria
3.156.496
5
11
BANESTES
Serviços
133.701
5
8
ESCELSA
Serviços
2.839.121
6
14
INTERAGRÍCOLA
Serviços
125.085
6
28
CESAN
Indústria
2.438.718
7
84
ITABRASCO
Serviços
122.410
7
95
SOL COQUERIA
Indústria
1.664.117
8
94
HISPANOBRÁS
Serviços
118.102
8
100
BANDES
Serviços
1.516.654 1.273.206
9
28
CESAN
Indústria
100.734
9
9
COTIA
Serviços
10
7
CISA TRADING
Serviços
63.103
10
7
CISA TRADING
Serviços
1.257.148
11
40
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
Comércio Atacadista
54.980
11
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.229.341
12
234
RIO DO FRADE
Serviços
53.150
12
14
INTERAGRÍCOLA
Serviços
1.108.541
13
215
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços
51.745
13
13
GAROTO
Indústria
1.013.653
14
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
51.193
14
114
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
905.560
15
95
SOL COQUERIA
Indústria
47.651
15
39
NIBRASCO
Serviços
866.526
16
49
BRAMETAL
Indústria
46.637
16
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
775.154
17
67
TVV
Serviços
43.593
17
37
LORENGE
Indústria
743.306
18
33
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
43.240
18
12
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
Serviços
675.348
19
32
WEG LINHARES
Indústria
43.158
19
97
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
634.781
20
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
42.120
20
29
EXCIM
Comércio
624.717
AS 20 DE MAIOR LIQUIDEZ CORRENTE
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA BRUTA
Classificação das Empresas pelo Índice de Liquidez Corrente (Ativo Circulante sobre Passivo Circulante)
Posição
CLASSIF. 2014
146
Posição
EMPRESA
SETOR
Classificação das Empresas pelo crescimento % da Receita Bruta
LIQUIDEZ CORRENTE
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
VAR ROB 14/13
1
234
RIO DO FRADE
Serviços
441,2
1
48
ECO 101
Serviços
2
231
PENTAGO SOLUÇÕES
Serviços
53,1
2
227
INCOSPAL
Indústria
278,2%
3
214
BR BRAND
Comércio Atacadista
30,5
3
88
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
236,4%
4
217
BOA PRAÇA PARTICIPAÇÕES
Serviços
18,3
4
39
NIBRASCO
Serviços
201,5%
5
235
SOLUÇÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS Serviços
16,5
5
84
ITABRASCO
Serviços
135,4%
6
213
TERVAP
Serviços
15,0
6
199
FACULDADE NOVO MILÊNIO
Serviços
86,8%
7
220
VESTSUL CALÇADOS
Indústria
14,7
7
94
HISPANOBRÁS
Serviços
84,5%
8
216
FHF PNEUS
Serviços
14,5
8
114
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
69,6%
9
33
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
12,3
9
60
WINE.COM.BR
Comércio Varejista
68,8%
10
209
EDP GRID
Serviços
10,0
10
54
KOBRASCO
Serviços
60,5%
11
224
PENTAGO CONSULTORIA
Serviços
9,5
11
155
TROP FRUTAS DO BRASIL
Indústria
60,1%
12
200
RHODES
Serviços
8,6
12
156
COOPGRANÉIS
Serviços
59,1%
13
208
CENTRALFER
Indústria
8,5
13
96
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
58,3%
14
219
VENTORIM PARTICIPAÇÕES
Serviços
7,9
14
221
MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO Indústria
57,9%
15
176
CAFÉNORTE
Comércio Atacadista
7,2
15
201
TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Serviços
57,8%
16
230
SURREAL MODA E ARTE
Indústria
7,0
16
151
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
57,3%
17
167
ACTA ENGENHARIA
Indústria
6,3
17
220
VESTSUL CALÇADOS
Indústria
46,3%
18
120
VENAC
Comércio Varejista
6,1
18
97
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
45,5%
19
206
STAN
Serviços
5,8
19
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
45,2%
20
229
KS CONTABILIDADE
Serviços
5,5
20
93
JSL
Serviços
44,5%
1030,6%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
OS 20 MAIORES CRESCIMENTOS DA RECEITA LÍQUIDA
AS 20 DE MAIOR PRODUTIVIDADE POR EMPREGADO
Classificação das Empresas pelo crescimento % da Receita Líquida
Classificação das empresas pela Receita Líquida por Empregado - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
VAR. ROL 14/13
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
PROD. POR EMPREGADO
1
48
ECO 101
Serviços
994,5%
1
9
COTIA
Serviços
708.458
2
227
INCOSPAL
Indústria
277,7%
2
16
COLUMBIA TRADING
Serviços
306.482 168.510
3
88
TUBOS SOLDADOS ATLÂNTICOS
Indústria
265,4%
3
7
CISA TRADING
Serviços
4
39
NIBRASCO
Serviços
201,5%
4
42
SAVIXX
Comércio Atacadista
92.913
5
84
ITABRASCO
Serviços
135,6%
5
17
SERTRADING (BR)
Serviços
75.804
6
106
SICOOB NORTE
Serviços
116,4%
6
51
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
51.905
7
199
FACULDADE NOVO MILÊNIO
Serviços
87,1%
7
150
THORK TRADING
Serviços
43.174
8
94
HISPANOBRÁS
Serviços
84,5%
8
76
CLAC
Serviços
30.498
9
109
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
78,4%
9
31
TRISTÃO
Comércio Atacadista
26.854
10
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
70,3%
10
178
INSPECTION
Comércio Atacadista
25.073
11
60
WINE.COM.BR
Comércio Varejista
66,1%
11
3
HERINGER
Indústria
23.618
12
221
MAGNAGO ESQUADRIAS EM ALUMÍNIO Indústria
61,0%
12
141
SANTA FÉ TRADING
Serviços
22.301
13
54
KOBRASCO
Serviços
60,5%
13
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
5.938
14
155
TROP FRUTAS DO BRASIL
Indústria
59,0%
14
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
5.879 3.999
15
156
COOPGRANÉIS
Serviços
55,7%
15
63
QUIMETAL
Serviços
16
201
TEREME ENGENHARIA DE MANUTENÇÃO Serviços
54,0%
16
57
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
3.927
17
96
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
52,1%
17
61
MERCOCAMP
Serviços
3.764
18
220
VESTSUL CALÇADOS
Indústria
51,8%
18
110
VILA PORTO
Comércio Atacadista
3.073
19
151
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
48,0%
19
21
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
2.674
20
125
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
47,4%
20
223
BANESTES DTVM
Serviços
2.659
OS 20 MAIORES LUCROS POR EMPREGADO Classificação das Empresas pelo Lucro Líquido por Empregado - em R$ milhares
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
AS 20 MAIORES RENTABILIDADES DAS VENDAS Classificação das Empresas pela Margem Líquida das Vendas - em %
LUCRO POR EMPREGADO
Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
RENT. VENDAS
1
9
COTIA
Serviços
8.275
1
234
RIO DO FRADE
Serviços
8687,1%
2
7
CISA TRADING
Serviços
3.506
2
215
CAMPO PARTICIPAÇÕES IMOBILIÁRIAS Serviços
873,7%
3
223
BANESTES DTVM
Serviços
2.633
3
213
TERVAP
Serviços
415,0%
4
2
SAMARCO MINERAÇÃO
Indústria
2.188
4
218
AFFINITY
Serviços
318,6% 109,7%
5
17
SERTRADING (BR)
Serviços
1.404
5
94
HISPANOBRÁS
Serviços
6
174
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
1.364
6
223
BANESTES DTVM
Serviços
99,1%
7
141
SANTA FÉ TRADING
Serviços
899
7
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
96,6%
8
31
TRISTÃO
Comércio Atacadista
736
8
233
COMEX
Serviços
95,6%
9
42
SAVIXX
Comércio Atacadista
499
9
107
SICOOB SUL
Serviços
95,6%
10
150
THORK TRADING
Serviços
498
10
106
SICOOB NORTE
Serviços
95,3%
11
16
COLUMBIA TRADING
Serviços
478
11
97
SICOOB SUL SERRANO
Serviços
94,1%
12
231
PENTAGO SOLUÇÕES
Serviços
319
12
125
SICOOB CENTRO-SERRANO
Serviços
93,1%
13
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
297
13
151
SICOOB CREDIROCHAS
Serviços
93,0%
14
63
QUIMETAL
Serviços
280
14
114
SICOOB CENTRAL ES
Serviços
92,1%
15
51
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
272
15
173
SICOOB SUL LITORÂNEO
Serviços
91,9%
16
235
SOLUÇÃO, MANUTENÇÃO E SERVIÇOS Serviços
270
16
219
VENTORIM PARTICIPAÇÕES
Serviços
85,5%
17
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
258
17
174
SICOOB CORRETORA DE SEGUROS
Serviços
81,9%
18
200
RHODES
Serviços
223
18
217
BOA PRAÇA PARTICIPAÇÕES
Serviços
80,6%
19
128
DECOLORES MÁRMORES E GRANITOS Indústria
220
19
231
PENTAGO SOLUÇÕES
Serviços
76,9%
20
8
Serviços
195
20
209
EDP GRID
Serviços
74,9%
ESCELSA
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
147
RANKING | AS MAIORES EMPRESAS POR SETOR
O
s rankings setoriais apresentam as Maiores Empresas no Espírito Santo que enviaram suas informações para o anuário. Dessa forma, é possível que empresas que não compõem a lista das 200 Maiores façam parte dos rols setoriais. Isso ocorrerá quando a receita operacional bruta anual estiver entre as mais altas do segmento, mas não for suficiente para inclusão da empresa no ranking geral. Consideramos importante ressaltar que é possível a ausência de empreendimentos de destaque nos setores analisados em decorrência da opção destes em não participar da pesquisa. Em 2014, os seguintes rankings foram elaborados: •A s Maiores Indústrias de Alimentos: Obtiveram um faturamento bruto de R$ 5,1 bi no Estado, montante 4% superior ao de 2013. Da mesma forma que no ano anterior, oito empresas informaram o número de colaboradores, totalizando 3.980 empregados, uma redução de 8,8%. A elevação da ROB combinada com a redução dos colaboradores aumentaram o faturamento por empregado para R$ 1,3 milhão, o dobro do obtido em 2013. •A s Maiores Indústrias de Construção: Na comparação com o ano anterior, as maiores empresas do setor de construção apresentaram um crescimento da receita bruta de aproximadamente 13%, com um faturamento de R$ 1,03 bilhão. A análise da variação no número de empregos foi prejudicada pela ausência de divulgação
148
dessa informação por quatro empresas. Para aquelas que forneceram esse dado, o faturamento por empregado foi de R$ 277 mil, 23% superior ao verificado em 2013. •A s Maiores Empresas de Comércio Atacadista: O faturamento das maiores empresas atacadistas foi de R$ 9,03 bilhões, um crescimento de 48% em relação ao ano anterior. Dentre as que divulgaram o número de empregados, o faturamento médio foi de R$ 5,8 milhões por colaborador, um crescimento de 31,8% em relação a 2013. •A s Maiores Empresas de Comércio Varejista: O faturamento das maiores empresas varejistas cresceu 20,8% em 2014, totalizando R$ 2,9 bilhões. A forte redução no número de empregados das organizações que compõem a amostra, aproximadamente 53%, provocou um aumento de 68% no faturamento médio por empregado, que somou R$ 614 mil para as oito empresas que divulgaram essa informação. •A s Maiores Empresas Concessionárias de Veículos: O faturamento das maiores concessionárias de veículos permaneceu estável em 2014, somando R$ 2,7 bilhões. No entanto, a redução de 5,5% no número de empregados permitiu o aumento da ROB por empregado, que passou para R$ 1,4 milhão, 7,7% superior ao verificado em 2013. •A s Maiores Empresas de Serviços Financeiros e Seguros: As maiores empresas deste ranking totalizaram uma receita bruta de R$ 4,3 bilhões, gerando
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
5.174 empregos diretos no Espírito Santo. Esses números representam um crescimento de 19,4% na ROB e uma estabilidade no número de postos de trabalhos, quando comparados com o ano de 2013. A ROB média por empregado subiu 19% ante ao ano anterior, totalizando R$ 839 mil. • As Maiores Empresas de Importação e Exportação: Alcançaram uma ROB de R$ 16,1 bilhões, alta de 47,7% em relação ao ano anterior. O faturamento médio por empregado das sete empresas que divulgaram essa informação foi de R$ 85 milhões, uma redução de 8,2% frente ao ano anterior, reflexo de um aumento de 29% nos postos de trabalho. • As Maiores Empresas de Transporte: Obtiveram um crescimento médio de 10,5%
na ROB, que totalizou R$ 2,1 bilhões. Os postos de trabalho permaneceram estáveis e a ROB por empregado cresceu 27,8%, passando para R$ 216 mil para as nove empresas que divulgaram essa informação. • As Maiores Empresas de Atendimento Hospitalar: O crescimento da ROB das maiores empresas de atendimento hospitalar foi de 21,4%, em relação a 2013, e totalizaram R$ 1,04 bilhão. A análise das nove empresas que divulgaram o número de empregados no Estado indica um crescimento de 5,8% nos postos de trabalho gerados e de 8,6% na ROB por empregado, que totalizou R$ 102,2 mil.
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO ATACADISTA Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
1
6
BR DISTRIBUIDORA
2
23
UNICAFÉ
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
4.429.133
16,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
89
847.028
45,2%
843.266
45,3%
42.120
263.935
142
3
25
UNILIDER
758.921
31,1%
595.412
28,6%
17.787
41.627
343
4
29
EXCIM
627.948
-3,4%
527.843
-2,4%
519
33.078
242
5
31
TRISTÃO
572.428
37,8%
563.926
38,4%
15.449
192.911
21
6
34
CUSTÓDIO FORZZA
441.646
16,7%
425.909
19,2%
579
17.153
N/D 353
7
40
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS
381.383
9,0%
311.607
9,2%
54.980
372.237
8
42
SAVIXX
339.464
-29,8%
278.738
-29,0%
1.498
5.457
3
9
45
COOABRIEL
327.217
25,9%
302.037
25,1%
942
18.020
232
10
47
PROIMPORT BRASIL
311.771
11,1%
238.724
12,5%
-4
42.777
N/D
Primeira da categoria “Comércio Atacadista”, a BR Distribuidora lidera o mercado capixaba de distribuição e comercialização de derivados de petróleo, estando presente não apenas com 138 postos Petrobras, como também como concessionária de gás natural canalizado, entre outras atividades desenvolvidas no Estado. A importância do Espírito Santo, sede de várias empresas dos mais variados segmentos, é incontestável. Ao mesmo tempo, o Estado é uma via de escoamento da produção econômica de Minas Gerais, possui uma economia complementar à do Rio de Janeiro e ainda é a via de ligação com o Nordeste do país. Sem dúvida, este resultado foi alcançado devido à excelência do trabalho realizado por nossas equipes locais, bem como à qualidade dos produtos e serviços oferecidos, uma tradição de mais de quatro décadas”, disse Carlos Alberto Tessarollo, diretor financeiro da BR Distribuidora.
“ anuário iel 200 Maiores Empresas 2015
149
AS MAIORES EMPRESAS DE ALIMENTOS Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
2.107.622
9,3%
814.300
16,5%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
1.507.688
11,8%
-158.388
485
N/D
762.952
16,3%
19.349
122.836
1.472
1
13
GAROTO
2
24
FRISA FRIGORÍFICO
3
26
TANGARÁ FOODS
739.331
-36,2%
661.794
-38,8%
-8.363
128.035
338
4
46
DUCOCO ALIMENTOS
318.622
34,2%
268.102
32,3%
600
11.296
N/D
5
53
SELITA
264.328
8,1%
242.172
8,1%
-483
34.382
414
6
59
BUAIZ ALIMENTOS
226.500
19,3%
212.765
19,4%
6.680
175.794
395
7
66
REALCAFÉ
183.158
10,6%
175.131
10,2%
6.001
74.078
328
8
77
MAFRICAL
149.733
17,4%
146.740
17,7%
5.332
6.606
300
9
81
VENEZA
143.663
12,0%
139.758
16,7%
-4.661
18.818
431
10
82
DAMARE
141.330
27,7%
133.032
27,6%
-390
23.090
302
A conquista na categoria “Alimentos” é percebida pela Chocolates Garoto como resultado da conexão que a empresa mantém com o capixaba. Maior fabricante de chocolates da América Latina e uma das maiores do mundo, a companhia atua continuamente com foco no consumidor. Outra característica que tem contribuído para mantê-la na liderança entre os capixabas está no seu histórico de inovações. A Garoto foi responsável por lançar novidades que revolucionaram o mercado de chocolates e de marcas de sucesso como Baton, Talento e Serenata de Amor, hoje consagradas. Também tem destaque sua crescente presença nas redes sociais. O Facebook institucional da Garoto já conta com 13 milhões de fãs, sendo atualmente a maior fanpage de alimentos no país. E temos ainda o bem-sucedido programa de visitas, que faz da fábrica o segundo ponto turístico mais visitado do Estado, recebendo mais de 350 mil pessoas todos os anos”, disse Luciene Laurett Rangel, gerente de Apoio à Gestão da Garoto.
“
AS MAIORES EMPRESAS DE SERV. DE IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES 18
1
7
CISA TRADING
3.858.950
38,2%
3.033.176
40,6%
63.103
211.417
2
9
COTIA
3.379.927
13,9%
2.833.830
21,7%
33.098
161.046
4
3
12
TROP COMÉRCIO EXTERIOR
2.220.420
18,7%
1.858.342
19,5%
37.701
153.579
N/D
4
14
INTERAGRÍCOLA
1.702.618
39,0%
1.645.672
39,6%
125.085
325.782
N/D
5
15
SERTRADING S.A
1.630.251
-2,6%
1.405.377
-4,7%
27.950
81.769
N/D
6
16
COLUMBIA TRADING
1.495.346
3,5%
1.225.928
3,2%
1.912
24.913
4
7
17
SERTRADING (BR)
1.277.490
9,5%
1.061.257
9,6%
19.651
57.898
14
8
61
MERCOCAMP
200.973
4,2%
150.547
-0,1%
155
1.240
40
9
63
QUIMETAL
196.811
5,3%
163.960
5,5%
11.477
25.723
41
10
76
CLAC
155.664
36,2%
121.991
36,3%
114
3.739
4
Primeiro lugar na categoria “Importação e Exportação”, a Cisa Trading opera em todo o Brasil, usando tecnologia da informação de ponta, processos integrados e consolidados, e profissionais altamente capacitados para oferecer soluções logísticas, operacionais, tributárias e financeiras. Os resultados expressivos que a Cisa Trading apresenta são produto do investimento que a empresa faz nos seus funcionários, em treinamento e sistemas para com isso reduzir custos e melhorar o atendimento de seus clientes. Só assim se justifica um volume de negócios de quase R$ 10 bilhões com mais de 290.487 notas fiscais emitidas em 2014”, frisou Antônio Pargana, presidente da Cisa Trading.
“ 150
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
AS MAIORES EMPRESAS DE COMÉRCIO VAREJISTA Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
21
HORTIFRUTI
974.258
15,2%
922.426
17,9%
25.442
79.212
345
2
30
CASAGRANDE
595.029
12,0%
526.122
11,8%
12.996
104.004
N/D
3
36
SUPERMERCADO PERIM
436.700
17,3%
377.292
14,7%
19.259
N/D
N/D
4
43
COOPEAVI
333.319
40,5%
320.739
39,5%
8.729
71.024
536
5
60
WINE.COM.BR
225.573
68,8%
181.852
66,1%
4.556
12.633
379
6
86
SUPERMERCADOS SANTO ANTÔNIO
136.574
2,8%
123.766
3,5%
-707
1.956
995
7
98
TRACBEL
115.486
-19,7%
N/D
N/D
N/D
N/D
96
8
124
SUPERMERCADO PORTO NOVO
79.136
3,2%
72.856
3,4%
-95
4.306
575
9
149
POLITINTAS
52.557
13,5%
43.660
14,7%
1.169
10.407
194
Com uma história de sucesso, a Hortifruti reúne uma dose de sonho, dedicação, senso de oportunidade e paixão pelo que faz. A soma desses elementos deu bons frutos mais uma vez, agora na categoria “Comércio Varejista” deste ano. O resultado pode ser explicado pela sinergia integrada de todos os setores da empresa, que soube cativar seus clientes nesses 26 anos de mercado. Temos orgulho de saber que diariamente quase 2 milhões de clientes alimentam suas famílias com nossos produtos. Isso nos traz orgulho, mas também uma grande responsabilidade em sempre primar pela qualidade, pela eficiência e pela busca constante por ações sustentáveis que promovam a melhoria da qualidade de vida da sociedade e do meio ambiente. Nosso principal patrimônio é o capital humano. São nossos colaboradores, cuja dedicação e competência ajudam a Hortifruti a alcançar a excelência no atendimento. Nossas lojas oferecem serviços diferenciados e são projetadas para oferecer aos nossos clientes conforto a melhor experiência de compra”, disse Antero Felippo, diretor-presidente do Hortifruti.
“
AS MAIORES EMPRESAS CONCESSIONÁRIAS DE VEÍCULOS Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA VAR. ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
20
KURUMÁ VEÍCULOS
986.657
19,3%
949.281
19,5%
17.845
45.204
518
2
27
VITÓRIA DIESEL
739.158
8,2%
646.440
8,5%
-143
24.393
405
3
44
PODIUM VEÍCULOS
328.165
2,1%
320.671
0,2%
3.357
35.078
344
4
72
VESSA
160.631
10,0%
157.929
15,0%
238
12.235
196
5
99
PREMIUM VEÍCULOS
109.844
13,7%
106.887
13,6%
-2.542
10.013
218
6
120
VENAC
86.719
-29,3%
78.755
-29,1%
2.688
32.022
108
7
121
HIRO MOTORS
83.072
0,4%
73.614
-9,5%
438
4.858
51
8
126
VITÓRIA MOTORS
76.956
21,1%
74.182
20,1%
-811
7.623
40
9
131
PLENA VEÍCULOS
66.094
-4,5%
65.426
-4,5%
-206
6.181
58
10
134
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
61.740
8,3%
60.275
7,5%
354
3.631
35
Parte do Grupo Águia Branca, que possui empresas distribuídas nas Divisões de Negócios de Passageiros, logística e comércio, a Kurumá foi a primeira colocada na categoria “Concessionária de Veículos” em 2014. Com o mercado automotivo cada vez mais competitivo, com várias marcas disputando a atenção e o desejo do consumidor, o resultado reflete a confiança do capixaba na Toyota e na Kurumá construída ao longo de mais de 20 anos de história e de um posicionamento firme em oferecer a melhor experiência de compra e de posse do mercado automotivo. Acredito que essa confiança foi conquistada com base na nossa busca permanente para oferecer um padrão de excelência na prestação de serviços, na adoção dos mais modernos processos de atendimento e na qualidade dos produtos que comercializamos. As pesquisas indicam: somos líderes absolutos no segmento de sedans médios, com o Corolla. E neste ano de 2015 a Toyota disputou a liderança de mercado por diversas vezes no Estado”, disse Cláudio Kroeff, diretor comercial da Kurumá.
“
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
151
AS MAIORES EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES 1.100
1
37
LORENGE
427.130
7,1%
301.071
-1,1%
10.060
268.346
2
62
CONCREVIT
198.350
10,1%
183.890
8,4%
19.310
52.725
253
3
70
TRACOMAL
167.864
28,7%
152.845
27,1%
3.145
51.300
846
4
112
MORAR CONSTRUTORA
92.405
-13,1%
86.495
-14,9%
10.655
57.662
773
5
144
MATRICIAL
55.603
-2,1%
51.171
-2,5%
4.499
22.644
336
6
167
ACTA ENGENHARIA
39.366
-25,3%
36.724
-25,3%
2.091
19.618
N/D
7
186
CONSTRUTORA ÉPURA
24.398
-49,5%
N/D
N/D
N/D
N/D
N/D
8
206
STAN
11.366
-7,9%
10.207
-7,0%
1.717
8.762
132
9
213
TERVAP
7.025
43,7%
6.160
45,2%
25.566
213.579
N/D
10
227
INCOSPAL
2.090
278,2%
1.655
277,7%
-878
1.375
N/D
Com uma história de 35 anos no mercado, a Lorenge foi a primeira na categoria “Construções”. O sucesso vem do planejamento estratégico, que sempre direcionou as ações da empresa. Somos uma empresa que carrega na alma o amor pelo que fazemos. Nos últimos 10 anos, os acionistas resolveram gerir a empresa segundo os preceitos das boas práticas de governança corporativa. A Lorenge adotou um modelo de gestão comparado às grandes incorporadoras do país. Com ênfase nos processos e nos controles internos, ampliamos os territórios de atuação, executando projetos de qualidade de vida em nove municípios do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Alcançamos a posição 34ª no ranking das maiores construtoras do Brasil. Os investimentos no reposicionamento e na valorização da marca Lorenge facilitaram nossa aproximação com clientes, fornecedores, investidores e entidades públicas e privadas. Projetos futuristas e design arquitetônicos arrojados traduziram-se em reconhecimento e credibilidade”, enfatizou José Elcio Lorenzon, presidente da Lorenge.
“
AS MAIORES EMPRESAS DE TRANSPORTES Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES 2.820
1
18
VIX LOGÍSTICA
1.264.849
11,2%
1.116.380
10,0%
51.193
481.433
2
41
ÁGUIA BRANCA
339.945
9,9%
268.001
10,1%
15.016
344.831
1.432
3
93
JSL
120.223
44,5%
N/D
N/D
N/D
N/D
1.492
4
101
UNIMAR
106.669
10,7%
99.433
11,7%
274
76.677
1.382
5
135
VIAÇÃO JOANA D'ARC
61.320
8,8%
57.907
10,3%
1.401
26.593
961
6
156
COOPGRANÉIS
45.523
59,1%
43.677
55,7%
757
4.947
29
7
165
VIAÇÃO GRANDE VITÓRIA
40.514
7,0%
38.097
9,2%
441
4.156
589
8
166
BRASPRESS
40.458
11,9%
N/D
N/D
N/D
N/D
206
9
171
CHEIM TRANSPORTES
36.769
-31,8%
33.663
-33,0%
-3.485
25.675
N/D
10
179
VIAÇÃO TABUAZEIRO
29.559
-4,9%
28.085
-3,4%
-3.696
22.241
575
Com serviços que vão de operações portuárias a armazenagem, além de movimentação de produtos, distribuição, locação de veículos e logística automotiva, a Vix Logística foi a vencedora na categoria “Transporte”. O destaque pode ser explicado pela ideia de crescimento sustentável do negócio, baseada em inovação, segurança, ética e respeito aos clientes. Temos um dos mais completos portfólios de logística do Brasil e atuamos em setores-chave da economia brasileira, tais como mineração, siderurgia, petróleo e gás, e automotivo. Para o futuro, vamos continuar buscando novos clientes e a expansão das atividades nos clientes atuais. Este destaque concedido pelo IEL vem somar ainda mais à credibilidade que conquistamos. Investimos na melhoria contínua dos nossos processos, em veículos e equipamentos alinhados com a demanda do cliente, na capacitação da nossa equipe e em soluções inovadoras. Nosso objetivo é oferecer o máximo de qualidade”, falou Kaumer Chieppe, diretor-geral da Vix Logísitica.
“ 152
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
AS MAIORES EMPRESAS DE ATENDIMENTO HOSPITALAR Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES 2.887
1
50
HOSPITAL EVANGÉLICO DE VILA VELHA
286.031
37,4%
284.627
36,9%
5.779
19.991
2
68
HOSPITAL MERIDIONAL
173.981
4,7%
163.080
3,8%
10.629
50.946
1.389
3
80
HOSPITAL SANTA RITA
145.020
2,5%
135.326
0,0%
14.213
146.868
1.506
4
105
VITÓRIA APART HOSPITAL
102.815
24,3%
94.985
21,6%
653
48.598
1.157
5
109
HOSPITAL VILA VELHA
94.500
16,3%
89.659
78,4%
3.829
29.309
1.168
6
116
HOSPITAL METROPOLITANO
89.018
12,4%
83.530
15,9%
3.039
35.397
712
7
133
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
63.178
10,0%
63.178
10,0%
-553
-580
N/D 339
8
160
SÃO BERNARDO APART HOSPITAL
42.725
14,0%
39.225
10,9%
3.848
33.629
9
180
HOSPITAL PRAIA DA COSTA
29.328
14,5%
26.667
8,7%
105
4.830
272
10
195
HOSPITAL SÃO FRANCISCO
21.490
-2,4%
20.128
-3,0%
877
4.740
204
Na categoria “Atendimento Hospitalar”, a mais bem ranqueada foi a Associação Evangélica Beneficente Espírito-Santense (Aebes), que é mantenedora de hospitais na Grande Vitória. Para quem faz o dia a dia da entidade, o destaque é visto como o sucesso da missão de servir o próximo. A Aebes agregou valores aos serviços de saúde do Estado do Espírito Santo, por meio de unidade hospitalar própria, o Hospital Evangélico de Vila Velha (HEVV), e da gestão de duas complexas unidades públicas: a Maternidade Municipal de Cariacica e o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves. O HEVV conquistou a acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) com excelência nível 3. O Jayme, com dois anos de funcionamento, conquistou a acreditação ONA nível 2. A Aebes gerenciou mais de 670 leitos, realizou mais de 1 milhão e 800 mil procedimentos, sendo 97,5% ao Sistema Único de Saúde e empregou 2.600 pessoas”, falou Sebastião Vicente de Oliveira, presidente da Aebes.
“
AS MAIORES EMPRESAS DE SERVIÇOS FINANCEIROS E SEGUROS Segundo a Receita Operacional Bruta (ROB) no ES - em R$ milhares Posição
CLASSIF. 2014
EMPRESA
REC. OP. BRUTA
VAR ROB 14/13
REC. OP. LÍQ.
VAR. ROL 14/13
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
1
11
BANESTES
2.258.841
25,9%
2.196.845
26,3%
133.701
1.061.694
2.433
2
19
BANCO DO BRASIL
1.189.656
4,0%
N/D
N/D
N/D
N/D
1.544
3
73
BANESTES SEGUROS
160.543
12,1%
151.677
8,6%
17.886
109.904
101
4
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
140.576
38,7%
42.669
70,3%
41.207
188.427
160 205
5
97
SICOOB SUL SERRANO
116.093
45,5%
25.724
36,4%
24.217
148.459
6
100
BANDES
108.902
12,1%
60.198
2,9%
9.967
264.836
193
7
106
SICOOB NORTE
101.104
43,1%
28.104
116,4%
26.782
142.305
170
8
107
SICOOB SUL
100.294
38,3%
29.598
14,0%
28.284
143.734
147
9
114
SICOOB CENTRAL ES
89.839
69,6%
6.183
32,9%
5.693
84.996
73
10
125
SICOOB CENTRO-SERRANO
77.682
44,5%
14.228
47,4%
13.249
82.027
148
Líder em vários segmentos bancários e de seguros no mercado capixaba, o Banestes é destaque na categoria “Serviços Financeiros e Seguros”. Com uma carteira de crédito voltada principalmente para as micro, pequenas e médias empresas, além da forte atuação na área de pessoa física, a entidade busca sempre o crescimento sustentável, baseado na diversificação e ampliação da oferta de produtos e serviços, na formação de parcerias com outras instituições de mercado, no fortalecimento dos índices de capitalização e liquidez, na atualização tecnológica, na modernização da plataforma de atendimento e na contínua redução dos custos operacionais. Um dos diferenciais do Banestes é que o resultado da instituição é reinvestido na economia capixaba, pois o foco do banco é essencialmente o desenvolvimento regional. Vamos continuar crescendo e impulsionando o desenvolvimento da economia capixaba”, disse Guilherme Dias, presidente do Banestes.
“
anuário iel 200 Maiores Empresas 2015
153
RANKING | A MELHOR EMPRESA NO ESPÍRITO SANTO EM 2014 SPASSU
O
ranking das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo é resultado da análise das demonstrações contábeis enviadas pelas empresas. Não é, portanto, uma escolha arbitrária do IEL ou da Findes. As melhores empresas despontam pelo sucesso que obtiveram em relação às concorrentes participantes da edição 2014, utilizando-se como critério a comparação dos resultados em termos de crescimento, rentabilidade, saúde financeira e produtividade por empregado.
A MELHOR EMPRESA Classificação pela pontuação obtida nos indicadores utilizados pelo Anuário
154
CLASSIF.
EMPRESA
SETOR
PONTUAÇÃO
1
SPASSU
Serviços
3,50
2
BELAFIX
Indústria
3,15
3
SANTA FÉ TRADING
Serviços
3,05
4
RIO DO FRADE
Serviços
3,00
5
HOSPITAL DR. BENÍCIO TAVARES PEREIRA
Serviços
2,80
6
SERDEL
Serviços
2,10
7
ECO 101
Serviços
2,00
8
PENTAGO SOLUÇÕES
Serviços
1,80
9
INCOSPAL
Indústria
1,80
10
TERVAP
Serviços
1,80
A metodologia consiste na atribuição de pontos pelo desempenho das empresas em cada indicador – 10 para o primeiro lugar, 9 para o segundo, e assim sucessivamente até a décima empresa, que recebe um ponto. Em seguida, os pontos são multiplicados pelo peso que é atribuído a cada indicador. A escolha da “Melhor Empresa 2014” não está fundamentada em competências na atuação das organizações em seus respectivos mercados, e a classificação não é segregada por setor de atividade. Embora o objetivo seja analisar de forma integrada os indicadores de desempenho, a seleção do conjunto de indicadores que são considerados na avaliação e seus respectivos pesos é determinada de maneira subjetiva. Os indicadores de desempenho e seus respectivos pesos são os seguintes:
Crescimento das Vendas Líquida – Peso 20 Indica se a participação da empresa no mercado aumentou ou diminuiu e avalia sua capacidade de, no caso de crescimento, gerar novos empregos. Pode ser utilizado no estabelecimento de metas de avanço da empresa para os próximos períodos.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Com um extenso portfólio direcionado para prestação de serviços de outsourcing de TI, fábrica de software e desenvolvimento soluções de software para o mercado, a Spassu Tecnologia e Serviços foi apontada como “A Melhor Empresa” na edição deste ano do Anuário. A conquista é reflexo de 23 anos no mercado, sempre buscando disponibilizar serviços e produtos alinhados as melhores práticas e voltados a um ambiente de constante mudança. Também nos sentimos orgulhosos com um modelo de gestão que nos permite um equilíbrio na relação com nossos clientes, fornecedores e principalmente nossos colaboradores. Nossa visão de futuro nos leva a acreditar em um mundo melhor, menos desigual e com oportunidades para empresas e pessoas que priorizem a ética, a transparência e a sustentabilidade empresarial. Criamos e evoluímos nossos produtos e serviços sempre com este pensamento inquieto e criativo”, falou Marco Antônio Malini Lamego, diretor da Spassu.
“
Perfil da empresa Rentabilidade das Vendas – Peso 10 Mede o percentual das vendas líquidas que permanecem na empresa como lucro do período, ou seja, é o percentual da receita operacional líquida que restou para a empresa, depois de deduzidos todos os custos e despesas. A análise indica quanto a empresa obtém de lucro para cada R$ 100,00 vendidos.
Rentabilidade do Patrimônio Líquido – Peso 35 Mede a remuneração do capital investido pelos proprietários, sendo resultado da eficiência da empresa na gestão dos negócios. O cálculo da rentabilidade do patrimônio líquido permite saber quanto a administração, por meio de uso dos ativos, obteve de rendimento com a respectiva estrutura, seja esta financiada com capital próprio ou de terceiros. Essa rentabilidade deve ser comparada com taxas de mercado, para avaliar se a firma oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções. A rentabilidade do patrimônio líquido é utilizada como critério de desempate entre as empresas que apresentam o mesmo número de pontos no desempenho geral.
Lucratividade por Empregado – Peso 15 Mede a lucratividade gerada por empregado e a contribuição média de cada um para o lucro alcançado pela empresa.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Razão social: Spassu Tecnologia e Serviços S.A Nome fantasia: Spassu Atividade: Tecnologia da informação Pessoal empregado no ES: 986 Crescimento das vendas 2014/2013: 4,27% Rentabilidade das vendas: 4,5% Rentabilidade do patrimônio líquido: 214,6% Liquidez corrente: 1,0 Faturamento: R$ 122,1 milhões
Liquidez Corrente – Peso 20 Importante indicador da saúde financeira, aponta a segurança com que a empresa está operando no curto prazo. Quanto maior a liquidez corrente, melhor se apresenta a capacidade da organização em financiar suas necessidades de capital de giro. Representa o quanto de recursos se dispõe no curto prazo para se liquidarem as dívidas também de curto prazo. Assim, quanto maior o valor apurado, melhor será a solvência da empresa. Havendo necessidade de desempate, o critério utilizado é o indicador de maior peso. Nesse caso, a Rentabilidade do Patrimônio Líquido. Segundo os critérios acima definidos, “A Melhor Empresa no Espírito Santo em 2014” é a Spassu Tecnologia e Serviços S.A, que atingiu 3,5 pontos.
155
RANKING | AS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA
Comércio
Indústria
Comércio
37,0%
36,0% 32,0%
31,0%
31,0%
33,0%
Comércio
Indústria
Serviços
55,4%
28,4%
2014
16,2%
27,9%
2013
50,4%
Empregados
Comércio
Indústria
Serviços
O total de capital próprio investido sofreu uma redução de 7,4% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 6,3 bilhões distribuídos da seguinte forma: 41,9% no setor de serviços; 37,1% no setor industrial; e 21% no setor comercial. As dificuldades enfrentadas na economia no ano de 2014 refletiram na lucratividade das empresas capixabas. O recuo no lucro foi de 17,9%, totalizando R$ 904 milhões.
Serviços
21,0%
Comércio
Indústria
41,9%
44,2%
2014 37,1%
33,7%
2013
22,1%
21,1%
Indústria
2014
Patrimônio Líquido
43,5%
2014
23,2%
33,3% Serviços
34,4%
2013 41,5%
33,4%
2014
33,7%
25,1%
22,1%
2013
2013
44,5%
Receita Operacional Líquida 44,2%
Lucro Líquido
Número de Empresas
21,7%
O
ranking das “100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba” tem por objetivo apresentar a contribuição dessas organizações para o desenvolvimento do Espírito Santo e é estabelecido a partir da Receita Operacional Líquida (ROL). Para participar dessa lista, as empresas devem atender às seguintes exigências: 1 - Ter controle acionário e origem do capital privado estadual; 2 - A localização da matriz/sede fiscal deve ser no Espírito Santo; 3 - A constituição da empresa deve ter ocorrido no Espírito Santo; 4 - A empresa deve possuir unidade operacional no Espírito Santo. Na análise dos resultados desse ranking, observou-se que as 100 Maiores Empresas Privadas com Controle de Capital Capixaba estavam divididas da seguinte forma: 37% no setor de serviços; 32% no setor industrial; e 31% no setor comercial. A receita operacional líquida total foi de R$ 24,4 bilhões, 3,9% menor que a obtida no ano de 2013, e fatiadas entre os setores da deste modo: 44,5% no setor de serviços; 21,1% no setor industrial e 34,4% no setor comercial. Essa distribuição é praticamente a mesma observada no ano anterior. O número total de colaboradores sofreu uma redução de 5,8%, totalizando 47.641 empregados distribuídos desta maneira: 55,4% no setor de serviços; 28,4% no setor industrial e 16,2% no setor comercial.
Serviços
Assim como aconteceu no ano passado, a Cisa Trading segue como principal empresa privada com controle de capital capixaba. Com mais de 200 grandes clientes e um patrimônio líquido de mais de R$ 211 milhões, a empresa é destaque não apenas no setor de serviços, como em todas as outras áreas do ranking. A Cisa Trading e seus acionistas tem vindo a diversificar as suas operações tendo investido em Portugal na aquisição de 30% da maior concessionária de estradas do país. Em 2016 inaugurará um centro de serviços de aço no estado de São Paulo em associação com uma empresa americana líder no segmento”, disse Antônio Pargana, presidente da empresa.
“ 156
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
AS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS Segundo a Receita Operacional Líquida (ROL) no ES - Em R$ milhares POSIÇÃO
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
REC OP. LÍQUIDA
VAR. ROL. 2014/2013 %
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIM. LÍQUIDO
RENTAB. DAS VENDAS
RENTAB. DO PL
LIQUIDEZ CORRENTE
EMPREGADOS NO ES
1
7
CISA
Serviços
3.033.176
40,6%
63.103
211.417
2,1%
29,8%
1,32
2
16
COLUMBIA TRADING
Serviços
1.225.928
3,2%
1.912
24.913
0,2%
7,7%
1,00
18 4
3
18
VIX LOGÍSTICA
Serviços
1.116.380
10,0%
51.193
481.433
4,6%
10,6%
1,49
2820
4
17
SERTRADING (BR)
Serviços
1.061.257
9,6%
19.651
57.898
1,9%
33,9%
1,15
14
5
20
KURUMÁ VEÍCULOS
Comércio Varejista
949.281
19,5%
17.845
45.204
1,9%
39,5%
1,46
518
6
21
HORTIFRUTI
Comércio Varejista
922.426
17,9%
25.442
79.212
2,8%
32,1%
0,78
345
7
22
UNIMED VITÓRIA
Serviços
872.855
8,3%
7.381
95.399
0,8%
7,7%
1,04
2276
8
23
UNICAFÉ
Comércio Atacadista
843.266
45,3%
42.120
263.935
5,0%
16,0%
1,56
142
9
24
FRISA FRIGORÍFICO
Indústria
762.952
16,3%
19.349
122.836
2,5%
15,8%
1,66
1472
10
27
VITÓRIA DIESEL
Comércio Varejista
646.440
8,5%
-143
24.393
0,0%
-0,6%
1,28
405
11
25
UNILIDER
Comércio Atacadista
595.412
28,6%
17.787
41.627
3,0%
42,7%
1,31
343
12
29
EXCIM
Comércio Atacadista
527.843
-2,4%
519
33.078
0,1%
1,6%
1,57
242
13
33
PERFILADOS RIO DOCE
Indústria
380.617
8,8%
43.240
363.018
11,4%
11,9%
12,31
381
14
36
SUPERMERCADO PERIM
Comércio Varejista
377.292
14,7%
19.259
N/D
5,1%
N/D
N/D
N/D
15
43
COOPEAVI
Comércio Varejista
320.739
39,5%
8.729
71.024
2,7%
12,3%
1,16
536
16
44
PODIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
320.671
0,2%
3.357
35.078
1,0%
9,6%
1,31
344 353
17
40
RDG PRODUTOS SIDERÚRGICOS Comércio Atacadista
311.607
9,2%
54.980
372.237
17,6%
14,8%
2,17
18
45
COOABRIEL
Comércio Atacadista
302.037
25,1%
942
18.020
0,3%
5,2%
1,00
232
19
37
LORENGE
Indústria
301.071
-1,1%
10.060
268.346
3,3%
3,7%
1,49
1100
20
50
HOSP. EVANGÉLICO DE VV
Serviços
284.627
36,9%
5.779
19.991
2,0%
28,9%
1,16
2887
21
38
FORTLEV
Indústria
279.935
12,9%
19.500
201.190
7,0%
9,7%
4,86
669
22
42
SAVIXX
Comércio Atacadista
278.738
-29,0%
1.498
5.457
0,5%
27,5%
1,03
3
23
46
DUCOCO ALIMENTOS
Indústria
268.102
32,3%
600
11.296
0,2%
5,3%
0,79
N/D 1432
24
41
ÁGUIA BRANCA
Serviços
268.001
10,1%
15.016
344.831
5,6%
4,4%
0,75
25
52
SAMP ES
Serviços
263.389
39,2%
6.538
19.587
2,5%
33,4%
1,30
272
26
49
BRAMETAL
Indústria
255.131
-5,3%
46.637
167.016
18,3%
27,9%
4,65
454
27
53
SELITA
Indústria
242.172
8,1%
-483
34.382
-0,2%
-1,4%
1,33
414
28
58
SÃO BERNARDO SAÚDE
Serviços
227.279
-4,2%
5.775
23.358
2,5%
24,7%
1,00
195
29
57
NICCHIO SOBRINHO CAFÉ
Comércio Atacadista
219.936
-22,8%
38
40.758
0,0%
0,1%
1,63
56
30
59
BUAIZ ALIMENTOS
Indústria
212.765
19,4%
6.680
175.794
3,1%
3,8%
0,89
395
31
51
TERRA NOVA
Comércio Atacadista
207.620
10,8%
1.087
7.219
0,5%
15,1%
1,03
4
32
64
UNIMED SUL CAPIXABA
Serviços
187.134
14,2%
1.196
28.959
0,6%
4,1%
1,30
718
33
62
CONCREVIT
Indústria
183.890
8,4%
19.310
52.725
10,5%
36,6%
1,16
253
34
55
EMP. LUZ E FORÇA STA MARIA
Serviços
178.542
23,8%
20.671
139.835
11,6%
14,8%
1,41
309
35
56
CEDISA
Comércio Atacadista
176.611
4,8%
3.224
53.995
1,8%
6,0%
2,79
239
36
66
REALCAFÉ
Indústria
175.131
10,2%
6.001
74.078
3,4%
8,1%
1,07
328 757
37
69
EXTRAFRUTI
Comércio Atacadista
167.996
10,0%
9.871
18.059
5,9%
54,7%
1,87
38
63
QUIMETAL
Serviços
163.960
5,5%
11.477
25.723
7,0%
44,6%
2,44
41
39
68
HOSPITAL MERIDIONAL
Serviços
163.080
3,8%
10.629
50.946
6,5%
20,9%
1,07
1389
40
72
VESSA
Comércio Varejista
157.929
15,0%
238
12.235
0,2%
1,9%
1,16
196
41
70
TRACOMAL
Indústria
152.845
27,1%
3.145
51.300
2,1%
6,1%
2,53
846
42
61
MERCOCAMP
Serviços
150.547
-0,1%
155
1.240
0,1%
12,5%
1,12
40
43
77
MAFRICAL
Indústria
146.740
17,7%
5.332
6.606
3,6%
80,7%
1,17
300
44
74
CPVV
Serviços
142.128
7,2%
20.583
65.962
14,5%
31,2%
1,93
163
45
81
VENEZA
Indústria
139.758
16,7%
-4.661
18.818
-3,3%
-24,8%
0,76
431
46
85
ALCON
Indústria
135.569
28,6%
21.360
128.749
15,8%
16,6%
2,72
342
47
80
HOSPITAL SANTA RITA
Serviços
135.326
0,0%
14.213
146.868
10,5%
9,7%
2,53
1506
48
82
DAMARE
Indústria
133.032
27,6%
-390
23.090
-0,3%
-1,7%
0,65
302
49
86
SUPERMERC. SANTO ANTÔNIO
Comércio Varejista
123.766
3,5%
-707
1.956
-0,6%
-36,1%
1,06
995
50
71
MIZU
Indústria
123.112
-30,6%
25.833
54.465
21,0%
47,4%
1,44
N/D
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
157
AS 100 MAIORES EMPRESAS CAPIXABAS Segundo a Receita Operacional Líquida (ROL) no ES - Em R$ milhares POSIÇÃO
158
CLASSIF. 2014
EMPRESA
SETOR
REC OP. LÍQUIDA
VAR. ROL. 2014/2013 %
LUCRO LÍQ. EX.
PATRIM. LÍQUIDO
RENTAB. DAS VENDAS
RENTAB. DO PL
LIQUIDEZ CORRENTE
EMPREGADOS NO ES
51
76
CLAC
Serviços
121.991
36,3%
114
3.739
0,1%
3,1%
0,84
4
52
92
KIFRANGO
Indústria
117.824
11,5%
4.272
16.305
3,6%
26,2%
0,99
673
53
89
ABAV
Indústria
115.063
25,3%
808
22.288
0,7%
3,6%
1,78
690
54
91
SPASSU
Serviços
112.479
4,2%
5.023
2.341
4,5%
214,6%
1,03
986
55
79
VIMINAS
Indústria
107.635
2,8%
6.400
62.349
5,9%
10,3%
2,32
499
56
99
PREMIUM VEÍCULOS
Comércio Varejista
106.887
13,6%
-2.542
10.013
-2,4%
-25,4%
0,97
218
57
101
UNIMAR
Serviços
99.433
11,7%
274
76.677
0,3%
0,4%
1,74
1382
58
102
USINA PAINEIRAS
Indústria
95.203
-2,8%
3.917
96.818
4,1%
4,0%
0,82
507
59
105
VITÓRIA APART HOSPITAL
Serviços
94.985
21,6%
653
48.598
0,7%
1,3%
1,11
1157
60
96
VAMTEC VITÓRIA
Indústria
91.524
52,1%
8.929
18.816
9,8%
47,5%
1,40
177
61
109
HOSPITAL VILA VELHA
Serviços
89.659
78,4%
3.829
29.309
4,3%
13,1%
0,94
1168
62
103
DIAÇO
Comércio Atacadista
88.037
16,7%
5.649
60.834
6,4%
9,3%
4,77
120
63
112
MORAR CONSTRUTORA
Indústria
86.495
-14,9%
10.655
57.662
12,3%
18,5%
2,20
773
64
116
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços
83.530
15,9%
3.039
35.397
3,6%
8,6%
1,25
712
65
113
MARBRASA
Indústria
82.179
-6,1%
10.186
57.803
12,4%
17,6%
2,52
393
66
120
VENAC
Comércio Varejista
78.755
-29,1%
2.688
32.022
3,4%
8,4%
6,08
108
67
104
RIMO MÓVEIS
Indústria
77.874
8,5%
1.953
14.141
2,5%
13,8%
1,33
379
68
108
METALOSA
Indústria
76.857
8,1%
492
23.470
0,6%
2,1%
2,00
253
69
117
ISH TECNOLOGIA
Serviços
76.853
23,5%
3.280
12.591
4,3%
26,0%
1,19
104
70
110
VILA PORTO
Comércio Atacadista
76.835
-6,6%
615
N/D
0,8%
N/D
N/D
25
71
118
ELSONS PROD. ALIMENTÍCIOS
Comércio Atacadista
74.430
9,6%
-612
12.304
-0,8%
-5,0%
1,14
259
72
126
VITÓRIA MOTORS
Comércio Varejista
74.182
20,1%
-811
7.623
-1,1%
-10,6%
0,93
40
73
121
HIRO MOTORS
Comércio Varejista
73.614
-9,5%
438
4.858
0,6%
9,0%
0,97
51
74
142
SUPERMERCADO PORTO NOVO
Comércio Varejista
72.856
3,4%
-95
4.306
-0,1%
-2,2%
1,07
575
75
122
SERDEL
Serviços
72.257
7,0%
5.965
7.337
8,3%
81,3%
1,73
3012
76
128
DECOLORES MÁRM. E GRANITOS Indústria
72.097
13,1%
22.690
71.769
31,5%
31,6%
3,11
103
77
119
PANAN MÓVEIS
Indústria
71.878
4,3%
1.442
7.160
2,0%
20,1%
1,80
275
78
131
PLENA VEÍCULOS
Comércio Varejista
65.426
-4,5%
-206
6.181
-0,3%
-3,3%
1,88
58
79
123
FIBRASA SUDESTE
Indústria
62.499
10,6%
2.026
19.479
3,2%
10,4%
1,56
320
80
134
VITÓRIA MOTORS CHRYSLER
Comércio Varejista
60.275
7,5%
354
3.631
0,6%
9,7%
1,23
35
81
127
ACP MÓVEIS
Indústria
58.839
-7,6%
-2.383
17.583
-4,0%
-13,6%
1,55
259
82
135
VIAÇÃO JOANA D'ARC
Serviços
57.907
10,3%
1.401
26.593
2,4%
5,3%
1,94
961
83
137
SHOPPING VITÓRIA
Serviços
57.110
10,0%
29.297
231.019
51,3%
12,7%
0,73
330
84
142
SAMEDIL
Serviços
56.105
41,0%
325
N/D
0,6%
N/D
1,10
93
85
132
ELETROMIL
Comércio Atacadista
54.661
18,4%
10.285
28.162
18,8%
36,5%
4,65
159
86
139
ESPIRAL ENGENHARIA
Serviços
52.145
-9,1%
1.222
21.852
2,3%
5,6%
1,34
554
87
144
MATRICIAL
Indústria
51.171
-2,5%
4.499
22.644
8,8%
19,9%
3,87
336
88
146
ENGE URB
Serviços
48.983
12,1%
5.225
79.701
10,7%
6,6%
4,32
593 285
89
152
TV VITÓRIA
Serviços
47.970
5,5%
8.946
27.417
18,6%
32,6%
2,21
90
145
ATACADO SÃO PAULO
Comércio Atacadista
45.836
-8,9%
3.829
8.419
8,4%
45,5%
2,06
152
91
140
UNIMED NORTE CAPIXABA
Serviços
45.634
2,0%
240
9.243
0,5%
2,6%
1,04
255
92
148
MINERAÇÃO BOA ESPERANÇA
Indústria
45.435
-0,5%
96
5.778
0,2%
1,7%
1,17
111
93
141
SANTA FÉ TRADING
Serviços
44.602
4,7%
1.798
2.135
4,0%
84,2%
3,07
2
94
156
COOPGRANÉIS
Serviços
43.677
55,7%
757
4.947
1,7%
15,3%
2,51
29
95
149
POLITINTAS
Comércio Varejista
43.660
14,7%
1.169
10.407
2,7%
11,2%
2,15
194
96
83
SICOOB LESTE CAPIXABA
Serviços
42.669
70,3%
41.207
188.427
96,6%
21,9%
1,00
160
97
161
UNIMED PIRAQUEAÇU
Serviços
41.067
11,4%
1.252
12.798
3,0%
9,8%
2,24
79
98
159
ANDRADE MÁRM. E GRANITOS
Indústria
40.422
3,5%
4.282
49.566
10,6%
8,6%
4,17
102
99
160
SÃO BERNARDO APART HOSP.
Serviços
39.225
10,9%
3.848
33.629
9,8%
11,4%
1,00
339
100
162
UNIPETRO
Serviços
38.372
11,3%
1.943
28.756
5,1%
6,8%
0,71
111
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
CONSOLIDAÇÃO DAS 100 MAIORES EMPRESAS PRIVADAS COM CONTROLE DE CAPITAL CAPIXABA Ranking segundo Receita Operacional Líquida no Espírito Santo (valores em R$ milhares) SETOR/ATIVIDADE
NÚMERO DE EMPRESAS
REC OP. LÍQUIDA
LUCRO LÍQ. EX.
EBITDA
ATIVO TOTAL
PATRIM. LÍQUIDO
EMPREGADOS NO ES
COMÉRCIO
31
8.365.063
320.739
226.849
3.899.532
1.312.246
7.704
COMÉRCIO ATACADISTA
15
3.970.865
150.620
151.833
2.508.097
964.104
3.086
COMÉRCIO VAREJISTA
6
1.860.738
84.519
53.797
641.113
166.904
2.645
CONCESSIONÁRIA DE VEÍCULOS
10
2.533.460
85.600
21.219
750.321
181.238
1.973
INDÚSTRIA
32
5.145.818
346.530
301.779
4.580.709
2.317.339
13.537
ALIMENTOS
11
2.408.742
98.609
41.427
1.666.091
602.311
5.512
CONSTRUÇÃO
5
775.472
126.214
47.670
1.071.536
452.676
3.308
EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO METÁLICOS
1
45.435
N/D
96
43.128
5.778
111
FAB. PROD. MINERAIS NÃO METÁLICOS
4
302.333
31.672
43.557
376.306
241.487
1.097
FAB. DE BORRACHA E MAT. PLÁSTICO
2
342.434
16.671
21.526
284.592
220.668
989
FABRICAÇÃO DE CIMENTO
1
123.112
N/D
25.833
116.954
54.465
N/D
FABRICAÇÃO DE MÓVEIS
3
208.592
2.719
1.013
127.809
38.884
913
FABRICAÇÃO DE PRODUTOS METAIS
1
76.857
1.404
492
45.633
23.470
253
QUÍMICA E PETROQUÍMICA
1
135.569
5.885
21.360
202.483
128.749
342
SIDERURGIA E METALURGIA
3
727.272
63.356
98.806
646.177
548.850
1.012
SERVIÇOS
37
10.840.264
701.925
374.910
7.448.389
2.620.866
26.400
ADMIN. DE SHOPPING CENTER
1
57.110
37.225
29.297
259.992
231.019
330
ATENDIMENTO HOSPITALAR
9
1.123.202
72.711
43.425
931.778
402.940
10.131
COLETA, TRATAM. E DISTRIB. DE RESÍDUOS
1
48.983
N/D
5.225
102.915
79.701
593
ELETRICIDADE E GÁS
1
178.542
790
20.671
204.234
139.835
309
GESTÃO DE PORTOS E TERMINAIS
1
142.128
N/D
20.583
91.898
65.962
163
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
1
47.970
N/D
8.946
47.157
27.417
285
LOC. MAQ. E EQUIP. CONSTRUÇÃO
2
90.517
17.797
3.165
75.466
50.608
665
PLANO DE SAÚDE
5
1.460.696
34.501
21.271
613.932
151.142
2.915
SERV. DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
1
72.257
27.841
5.965
17.968
7.337
3.012,00
SERV. IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO
7
5.801.461
193.797
98.211
2.310.595
327.065
123
SERV. FINANCEIROS E SEGUROS
1
42.669
6.776
41.207
775.154
188.427
160
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
2
189.331
10.199
8.303
68.046
14.932
1.090
TRANSPORTE
5
1.585.398
300.288
68.641
1.949.254
934.482
6.624
TOTAL CONSOLIDADO
100
1.369.194
903.538
15.928.629
6.250.451
47.641
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
24.351.146
159
RANKING | RANKING DOS 10 MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS
O
ranking dos 10 Maiores Grupos Empresariais no Espírito Santo é composto por aquelas organizações que possuem “duas ou mais empresas independentes, formalmente constituídas sob o mesmo controle acionário, cujo capital de origem capixaba seja superior a 50% do total investido no grupo”. O ranking foi elaborado a partir do envio das informações econômico-financeiras pelos grupos empresariais, utilizando-se o Patrimônio Líquido como critério para classificação. Dados complementares são adicionados para
refletir a importância desses Grupos para a economia do Estado. Em 2014, os 10 Maiores Grupos Empresariais somaram 97 empresas, com um Patrimônio Líquido de R$ 6,7 bilhões, valor 19,6% superior ao verificado em 2013 e que representa uma continuidade da política de aumento no investimento com recursos próprios, observada também no ano anterior. A receita operacional bruta (ROB) foi de R$ 7,7 bilhões em 2014, o que significa uma alta de 6,9% em relação à ROB desses Grupos em 2013. Desse total, 65,8% da ROB foram geradas
MAIORES GRUPOS - VARIAÇÃO DA ROB, PL E EMPREGADOS
160
ANO
ROB Total
ROB ES
PL
Total de Empregados
Empregados no ES
2014
7,7
5,1
6,7
27.308
16.016
2013
7,2
4,7
5,6
28.288
14.261
Variação
6,9%
7,9%
19,6%
-3,5%
12,3%
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
PRODUTIVIDADE X LUCRO LÍQUIDO no Espírito Santo, totalizando R$ 5,1 bilhões, um montante 7,9% superior ao registrado no ano anterior. Se o total de empregados sofreu uma pequena retração, 3,5%, o número de funcionários no Estado subiu 12,3% em relação a 2013, atingindo 16.016 postos de trabalho contra os 14.261 observados no ano anterior. Esse comportamento já havia sido observado na análise dos dados de 2013 e indica uma estratégia de aumento das operações no Estado, que passou a responder por 58,6% dos postos de trabalho, número significativamente superior aos 44,8% de 2013. A produtividade dos grupos no Estado apresentou uma queda de 5,7%, com um faturamento médio de R$ 316,7 mil por funcionário. Incluindo-se as operações realizadas fora do território capixaba, houve elevação de 21,7%, com um faturamento
ANO
Produtividade BR
Produtividade ES
Lucro Líquido
2014
282,8
316,7
731,1
2013
232,3
336,0
640,8
Variação
21,7%
-5,7%
14,1%
médio de R$ 282,8 mil por funcionário, resultado do crescimento no faturamento com a manutenção dos empregos, que ficaram praticamente estáveis. Ao contrário do observado em 2013, o aumento da produtividade das empresas dos grupos provocou reflexos no resultado líquido de 2014, com um acréscimo de 14,1%, somando R$ 731,1 milhões. Uma explicação para essa alta pode estar na estratégia de concentração das operações no Estado, que pode ser acompanhada da redução no número de instalações, da expansão de controle e da baixa dos custos operacionais.
OS DEZ MAIORES GRUPOS EMPRESARIAIS, SEGUNDO O PATRIMÔNIO LÍQUIDO (Valores em R$ milhares) POSIÇÃO
GRUPO
Nº DE EMPRESAS
MUNICIPIO
PATRIM. LIQ.
VAR. PL 2014/2013
REC. BRUTA NO ES
REC. BRUTA TOTAL
% ROB NO ES
VAR. ROB. 2014/2013
TOTAL DE EMPREG.
TOTAL DE EMPREG. NO ES
LUCRO LIQ. EXERC.
1
INCOSPAL
11
SERRA
1.715.168
5,61%
395.495
100,00%
395.495
-8,09%
2.846
2.846
304.706
2
RDG AÇOS DO BRASIL
7
SERRA
1.305.773
11,90%
881.596
98,00%
899.588
7,63%
1.026
965
66.542
3
ÁGUIA BRANCA
12
VITÓRIA
1.086.184
16,91%
1.788.174
45,90%
3.895.804
13,03%
15.602
5.420
52.621
4
SICOOB
9
VITÓRIA
813.267
36,08%
697.687
100,00%
697.687
26,51%
1.072
1.072
156.786
5
COIMEX
8
VITÓRIA
590.812
10,89%
N/D
N/D
N/D
N/D
4.589
1.480
42.515
6
GRUPO BUAIZ
13
VITÓRIA
586.796
9,76%
339.900
100,00%
339.900
11,59%
1.087
1.005
33.548 40.357
7
FRISA
4
COLATINA
285.078
13,14%
721.973
67,11%
1.075.805
17,32%
3.101
1.823
8
FIBRASA
2
SERRA
126.380
8,61%
74.688
32,00%
233.400
20,59%
771
320
10.014
9
GRUPO ANDRADE
9
SERRA
118.558
-21,57%
79.726
86,00%
92.704
3,67%
309
248
13.342
10
MORAR
22
VITÓRIA
57.662
11,65%
92.405
100,00%
92.405
-13,12%
837
837
10.655
97
-
31.240
16.016
731.087
TOTAL
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
6.685.679
-
5.071.644
-
7.722.788
-
161
RANKING | ANÁLISE IDEIES
As 200 maiores em foco
A EGIDIO MALANQUINI é diretor para Assuntos do Ideies e vice-presidente da Findes
164
edição das “200 Maiores Empresas no Espírito Santo” contempla, pelo terceiro ano consecutivo, a análise do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo – Ideies, referente à distribuição da quantidade de empresas e das respectivas receitas operacionais brutas pelas regionais da Findes, com a Região Metropolitana da Grande Vitória concentrando o maior número de empresas (145), correspondendo a 82,9% da receita total. Quanto à concentração na Região Metropolitana da Grande Vitória, vale destacar, mais uma vez, que uma das principais prioridades do Sistema Findes é a interiorização do desenvolvimento, razão pela qual instituiu 15 Diretorias e Núcleos regionais que atuam no sentido de buscar novos investimentos industriais que permitam um crescimento econômico mais equilibrado no Espírito Santo. Também é analisado o peso relativo das 20 maiores empresas quanto à receita operacional bruta (ROB) e à quantidade de empregados no total das 200 maiores empresas no Estado e das 20 maiores dos setores industrial, comercial e de serviços. O estudo traz também a participação
do total de empregos do ranking das 200 maiores empresas em relação aos empregos no Espírito Santo apurados na Rais/MTE. A edição de 2015 destaca que a receita operacional bruta das 20 maiores empresas em 2014 representa 74,2% do total da receita das 200 maiores, e a quantidade de empregos de 16 delas (quatro não forneceram essa informação) corresponde a 32,5% do total de empregos do ranking geral. A análise apresenta ainda os resultados da pesquisa de clima realizada com as 200 Maiores Empresas desta edição, obtendo respostas de 138 empresas. O objetivo foi avaliar o potencial do Espírito Santo e o clima dos empresários capixabas em relação à economia em diversos aspectos, sendo alguns deles comparados aos resultados apresentados na pesquisa de clima realizada no ano anterior. Por último, agradeço a Doria Porto, diretor-executivo do Ideies, e a toda a equipe da Gerência Executiva de Economia Criativa do Sesi/Senai/ES pelo estudo realizado para esta edição das “200 Maiores Empresas no Espírito Santo”. Boa leitura!
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
200 Maiores Empresas sob o ponto de vista das Diretorias Regionais da Findes
E
m 2015, com o objetivo de intensificar a atuação do Sistema Findes em todo o Estado e, com isso, contribuir com o processo de interiorização do desenvolvimento econômico, a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) ampliou o número de Diretorias e Núcleos regionais em território capixaba. Atualmente as 15
regionais e núcleos estão localizados em municípios estratégicos do ponto de vista industrial, e oferecem a estrutura necessária para atender os sindicatos e as empresas industriais com suas principais demandas. A região metropolitana é composta pelas Diretorias de Vitória, de Serra, de Vila Velha e de Cariacica e Viana. O sul do Estado compreende
Diretorias Regionais da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo
| Figura 1
Diretoria de Vitória Diretoria de Linhares e Região Diretoria de Colatina e Região Diretoria de Aracruz e Região Diretoria de Anchieta e Região Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e Região Núcleo de Venda Nova do Imigrante e Região Núcleo de São Mateus e Região Núcleo de Nova Venécia e Região Núcleo de Sta. M. de Jetibá e Região Núcleo de Barra de São Francisco e Região Núcleo de Guaçuí e Região Diretoria de Cariacica e Viana Diretoria de Vila Velha Diretoria de Serra
Atualizado em 11 de novembro de 2014 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
165
RANKING | ANÁLISE IDEIES
as regionais de Anchieta, de Cachoeiro de Itapemirim, de Venda Nova do Imigrante e de Guaçuí, enquanto integram o norte as regionais de Aracruz, de Colatina, de Linhares, de São Mateus, de Nova Venécia, de Barra de São Francisco e de Santa Maria de Jetibá. Das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, 145 se localizam nos municípios da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), número um pouco inferior ao registrado em 2013 (149). A capital do Estado reúne 59 (29,5%) empresas que são responsáveis por 58,3% da receita operacional bruta (ROB). A cidade de Serra conta com 46 (23%) empreendimentos que geram 9,5% da ROB, enquanto se localizam na Diretoria de Cariacica e Viana e na de Vila Velha, respectivamente, 12% e 8% das empresas e 10,4% e 4,8% da ROB (tabela 1). No interior do Estado, destacam-se as Diretorias de Linhares, de Colatina e de Cachoeiro de Itapemirim. O município de Linhares concentra 16 das 200 maiores empresas capixabas, Colatina, 13, e Cachoeiro de Itapemirim, 9. No que diz respeito à ROB gerada, os valores são, na devida ordem, R$ 3,1 bilhões, R$ 2,5 bilhões e R$ 1,3 bilhão (tabela 1). Sobre os setores econômicos, as atividades de serviços apresentam o maior número de empresas, 89, que equivalem a 45% do total. Entretanto, é o setor da indústria, com 63 empresas, que responde por mais da metade (57%) da receita operacional bruta gerada pelas 200 maiores empresas no Espírito Santo. O comércio centraliza 48 empresas, que faturam R$ 16,3 bilhões (gráficos 1 e 2). 166
Quantidade e participação (%) das maiores empresas por setor econômico Serviço
Comércio
| Gráfico 1
Indústria
Indústria 63 31%
Serviço 89 45%
Comércio 48 24% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Valor (em R$ bilhões) e participação (%) da receita operacional bruta por setor econômico Serviço
Comércio
| Gráfico 2
Indústria
Serviço 32,4 29%
Comércio 16,3 14%
Indústria 64,5 57%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Distribuição das 200 Maiores Empresas segundo Diretorias e Núcleos Regionais da Findes e municípios DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS
GERAL
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
| Tabela 1
SERVIÇO
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Diretoria de Vitória
59
65.948
8
33.224
15
6.915
36
25.809
Vitória
59
65.948
8
33.224
15
6.915
36
25.809
Diretoria de Linhares e região
16
3.103
11
2.163
3
742
2
198
Linhares
16
3.103
11
2.163
3
742
2
198
Rio Bananal
-
-
-
-
-
-
-
-
Sooretama
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Colatina e região
15
2.944
5
1.164
4
1.021
6
758
Baixo Guandu
-
-
-
-
-
-
-
-
Colatina
13
2.515
5
1.164
3
694
5
657
Governador Lindenberg
-
-
-
-
-
-
-
-
Marilândia
-
-
-
-
-
-
-
-
Pancas
-
-
-
-
-
-
-
-
São Domingos do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
São Gabriel da Palha
2
428
-
-
1
327
1
101
São Roque do Canaã
-
-
-
-
-
-
-
-
Vila Valério
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Aracruz e região
4
2.960
1
2.673
-
-
3
288
Aracruz
4
2.960
1
2.673
-
-
3
288
Fundão
-
-
-
-
-
-
-
-
Ibiraçu
-
-
-
-
-
-
-
-
João Neiva
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Anchieta e região
3
7.774
1
7.601
1
137
1
36
Alfredo Chaves
1
36
-
-
-
-
1
36
Anchieta
1
7.601
1
7.601
-
-
-
-
Guarapari
1
137
-
-
1
137
-
-
Iconha
-
-
-
-
-
-
-
-
Piúma
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
11
1.581
7
1.142
-
-
4
438
Atilio Vivacqua
1
127
1
127
-
-
-
-
Cachoeiro de Itapemirim
9
1.348
5
909
-
-
4
438
Castelo
-
-
-
-
-
-
-
-
Itapemirim
1
106
1
106
-
-
-
-
Jerônimo Monteiro
-
-
-
-
-
-
-
-
Marataízes
-
-
-
-
-
-
-
-
Mimoso do Sul
-
-
-
-
-
-
-
-
Muqui
-
-
-
-
-
-
-
-
Presidente Kennedy
-
-
-
-
-
-
-
-
Rio Novo do Sul
-
-
-
-
-
-
-
-
Vargem Alta
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
1
116
-
-
-
-
1
116
Afonso Cláudio
-
-
-
-
-
-
-
-
Brejetuba
-
-
-
-
-
-
-
-
Conceição do Castelo
-
-
-
-
-
-
-
-
Domingos Martins
-
-
-
-
-
-
-
-
Ibatiba
-
-
-
-
-
-
-
-
Irupi
-
-
-
-
-
-
-
-
Iúna
-
-
-
-
-
-
-
-
Marechal Floriano
-
-
-
-
-
-
-
-
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
| Tabela
167
RANKING | ANÁLISE IDEIES Distribuição das 200 Maiores Empresas segundo Diretorias e Núcleos Regionais da Findes e municípios DIRETORIAS REGIONAIS DA FINDES E MUNICÍPIOS
GERAL Nº EMPRESAS
INDÚSTRIA
COMÉRCIO
| Tabela 1
SERVIÇO
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Nº EMPRESAS
ROB*
Muniz Freire
-
-
-
-
-
-
-
-
Venda Nova do Imigrante
1
116
-
-
-
-
1
116
Núcleo de São Mateus e região
1
138
1
138
-
-
-
-
Conceição da Barra
1
138
1
138
-
-
-
-
Jaguaré
-
-
-
-
-
-
-
-
Pedro Canário
-
-
-
-
-
-
-
-
São Mateus
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
2
285
2
285
-
-
-
-
Boa Esperança
-
-
-
-
-
-
-
-
Montanha
1
141
1
141
-
-
-
-
Mucurici
-
-
-
-
-
-
-
-
Nova Venécia
1
144
1
144
-
-
-
-
Pinheiros
-
-
-
-
-
-
-
-
Ponto Belo
-
-
-
-
-
-
-
-
Vila Pavão
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
2
411
-
-
1
333
1
78
Itaguaçu
-
-
-
-
-
-
-
-
Itarana
-
-
-
-
-
-
-
-
Laranja da Terra
-
-
-
-
-
-
-
-
Santa Leopoldina
-
-
-
-
-
-
-
-
Santa Maria de Jetibá
2
411
-
-
1
333
1
78
Santa Teresa
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
-
-
-
-
Águia Branca
-
-
-
-
-
-
-
-
Alto Rio Novo
-
-
-
-
-
-
-
-
Mantenópolis
-
-
-
-
-
-
-
-
Barra de São Francisco
-
-
-
-
-
-
-
-
Água Doce do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
Ecoporanga
-
-
-
-
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
-
-
-
-
Alegre
-
-
-
-
-
-
-
-
Apiacá
-
-
-
-
-
-
-
-
Bom Jesus do Norte
-
-
-
-
-
-
-
-
Divino de São Lourenço
-
-
-
-
-
-
-
-
Dores do Rio Preto
-
-
-
-
-
-
-
-
Guaçuí
-
-
-
-
-
-
-
-
Ibitirama
-
-
-
-
-
-
-
-
São José do Calçado
-
-
-
-
-
-
-
-
Diretoria de Cariacica e Viana
24
11.722
8
6.665
9
2.791
7
2.266
Cariacica
16
4.684
3
373
6
2.045
7
2.266
Viana
8
7.038
5
6.292
3
746
-
-
Diretoria de Vila Velha
16
5.459
4
3.039
5
1.594
7
826
Vila Velha
16
5.459
4
3.039
5
1.594
7
826
Diretoria de Serra
46
10.754
15
6.407
10
2.783
21
1.564
Serra
46
10.754
15
6.407
10
2.783
21
1.564
-
-
-
-
-
-
-
-
200
113.195
63
64.502
48
16.316
89
32.377
Total * Receita Operacional Bruta em R$ mil Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
168
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor industrial por diretoria da Findes
| Tabela 2
Empresas
Diretorias e Núcleos
QTD
ROB
%
R$ MIL
%
Região Metropolitana da Grande Vitória
Indústria O setor industrial concentra 63 das 200 maiores empresas capixabas e apresenta uma receita operacional bruta (ROB) de R$ 64,5 bilhões. No que se refere à participação relativa do setor, as indústrias respondem por 31% das maiores empresas e 57% da ROB. Considerando as empresas e ROB industriais, a diretoria de Serra possui a maior quantidade de empresas (15), enquanto é na Diretoria de Vitória, com 8 indústrias, onde é gerado mais da metade da ROB industrial, R$ 33,2 bilhões (ver tabela 2). No interior do Estado, em relação ao número de indústrias, destacam-se as Diretorias de Linhares, com 11, e de Cachoeiro de Itapemirim, com 7. Em relação a ROB, a região da diretoria de Anchieta, com 1 indústria figurando entre as 200 maiores responde por 11,8% da ROB industrial.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Diretoria de Vitória
8
12,7
33.224
51,5
Diretoria de Cariacica e Viana
8
12,7
6.665
10,3
Diretoria de Vila Velha
4
6,3
3.039
4,7
Diretoria de Serra
15
23,8
6.407
9,9
Diretoria de Linhares e região
11
17,5
2.163
3,4
Diretoria de Colatina e região
5
7,9
1.164
1,8
Diretoria de Aracruz e região
1
1,6
2.673
4,1
Interior
Diretoria de Anchieta e região
1
1,6
7.601
11,8
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
7
11,1
1.142
1,8
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
-
-
-
-
Núcleo de São Mateus e região
1
1,6
138
0,2
Núcleo de Nova Venécia e região
2
3,2
285
0,4
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
-
-
-
-
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
Total
63
100,0
64.502
100,0
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
169
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de comércio por diretoria da Findes
| Tabela 3
Empresas
Diretorias e Núcleos
QTD
ROB
%
R$ MIL
%
42,4
Região Metropolitana da Grande Vitória Diretoria de Vitória
15
31,3
6.915
Diretoria de Cariacica e Viana
9
18,8
2.791
17,1
Diretoria de Vila Velha
5
10,4
1.594
9,8
Diretoria de Serra
10
20,8
2.783
17,1
Interior Diretoria de Linhares e região
3
6,3
742
4,5
Diretoria de Colatina e região
4
8,3
1.021
6,3
Diretoria de Aracruz e região
-
-
-
-
Diretoria de Anchieta e região
1
2,1
137
0,8
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
-
-
-
-
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
-
-
-
-
Núcleo de São Mateus e região
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
1
2,1
333
2,0
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Comércio
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
48
100,0
16.316
100,0
Diretoria de Vitória
36
40,4
25.809
Diretoria de Cariacica e Viana
7
7,9
2.266
7,0
Diretoria de Vila Velha
7
7,9
826
2,6
21
23,6
1.564
4,8
Entre os setores analisados das 200 maiores empresas, o comércio apresenta a menor participação relativa: responde por 24% das empresas (48) e 14% (R$ 16,3 bilhões) da ROB. A distribuição das 47 empresas do comércio se centraliza na RMGV, principalmente nas regiões das Diretorias de Vitória (15), de Cariacica e Viana (9), de Serra (10) e de Vila Velha (5) que, somadas, totalizam R$ 14,1 bilhões de ROB. A região da diretoria de Colatina, no interior, conta com quatro empresas do comércio que figuram entre as 200 maiores, e contabilizam R$ 1 bilhão de ROB, e a região da Diretoria de Linhares com 3 empreendimentos que faturam R$ 742 milhões (ver tabela 3).
Diretoria de Linhares e região
2
2,2
198
0,6
Serviço
Diretoria de Colatina e região
6
6,7
758
2,3
Diretoria de Aracruz e região
3
3,4
288
0,9
Diretoria de Anchieta e região
1
1,1
36
0,1
Diretoria de Cachoeiro de Itapemirim e região
4
4,5
438
1,4
Núcleo de Venda Nova do Imigrante e região
1
1,1
116
0,4
Núcleo de São Mateus e região
-
-
-
-
Núcleo de Nova Venécia e região
-
-
-
-
Núcleo de Santa Maria de Jetibá e região
1
1,1
78
0,2
Núcleo de Barra de São Francisco e região
-
-
-
-
Núcleo de Guaçuí e região
-
-
-
-
89
100,0
32.377
100,0
Total Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Empresas e receita operacional bruta (ROB) do setor de serviço por diretoria da Findes
| Tabela 4
Empresas
Diretorias e Núcleos
QTD
ROB
%
R$ MIL
%
79,7
Região Metropolitana da Grande Vitória
Diretoria de Serra Interior
Total Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
170
O setor de serviços é o mais representativo quando se analisa a quantidade de empresas entre as 200 maiores: são 89 empreendimentos prestadores de serviços. Entretanto, a ROB contabilizada por essas empresas é de R$ 32,4 bilhões, metade do valor gerado pela soma das indústrias que fazem parte do ranking. Como esperado, dada à característica do setor de se localizar próximo ao mercado consumidor, a maior parte (80%) das empresas de serviços se localiza na RMGV, com destaque para Vitória (36 empresas) e Serra (21 empresas). Ver tabela 4.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Empregos das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo em relação aos empregos da economia capixaba
A
s 200 maiores empresas no Espírito Santo empregaram 10,5% do total de trabalhadores do Estado em 2014, conforme levantamentos realizados com base na Rais/MTE de 2014 e na pesquisa “200 Maiores Empresas no ES em 2014 – edição 2015”. Nos últimos três anos essa participação não tem variado muito, já que foi de 11% em 2013 e de 10% em 2012, conforme a Rais de 2013 e 2012 e os estudos das 200 Maiores Empresas desses anos, respectivamente (ver gráfico 3). Vale ressaltar que algumas
Evolução da participação do número de empregados do ranking de empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba por setores (%)
| Gráfico 4
169 Empresas em 2012 178 Empresas em 2013 174 Empresas em 2014
Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em relação ao total de empregados da economia capixaba
22,3
| Gráfico 3
22,5
17,7 Empregados da Economia Capixaba 169 Empregados em 2012, 178 em 2013 e 174 em 2014
8,3 10,0%
6,2
8,4
8,1
6,7 4,9
90,0%
2012
Industriais
Comerciais
Serviços
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014 Elaboração: Ideies/Sistema Findes
11,0%
89,0%
2013
10,5%
2014
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES e Rais/MTE 2012, 2013 e 2014 Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
89,5%
empresas não forneceram essa informação, sendo 26 em 2014, 22 em 2013 e 31 em 2012. Considerando o total de empregos gerados pelas 200 maiores empresas em 2014 e o total de empregos do Espírito Santo (Rais/MTE 2014), por setor, constatou-se que as empresas industriais do ranking abrangeram 22,5% da soma de empregos da indústria capixaba. Os postos de trabalho ofertados pelas empresas comerciais classificadas no estudo representaram 4,9% do total desse setor no Estado, enquanto as empresas do setor serviço contribuíram com 8,1% dos empregos desse setor no Espírito Santo. Analisando os três últimos anos, percebe-se que a participação do setor industrial vem se mostrando crescente, enquanto o setor de serviços permanece praticamente estável, e o setor comercial mostra decréscimo nesse último ano (ver gráfico 4). 171
RANKING | ANÁLISE IDEIES Uma visão setorial das 20 maiores em relação às 200 maiores empresas no Espírito Santo Essa análise do anuário “IEL 200 Maiores Empresas no Espírito Santo” objetiva evidenciar a participação das 20 maiores empresas do ranking no total das 200 maiores empresas no Espírito Santo e a participação das 20
maiores empresas dos setores industrial, comercial e de serviço, no que se refere à receita operacional bruta e ao pessoal empregado, variáveis de grande relevância para a avaliação do cenário econômico.
Quantidade e participação (%) das empresas por setor no Ranking das 200 Maiores Empresas no ES e das 20 Maiores Empresas
| Tabela 5
200 Maiores Empresas 2012
SETOR
20 Maiores Empresas
2013
2014
2012
2013
2014
Quant. empresas
Partic. (%)
Quant. empresas
Partic. (%)
Quant. empresas
Partic. (%)
Quant. empresas
Partic. (%)
Partic. na ROB (%)
Indústria
59
29,5
57
28,5
63
31,5
7
35,0
59,0
Comércio
54
27,0
49
24,5
48
24,0
3
15,0
10,7
3
15,0
4,6
2
10,0
6,4
Serviços
87
43,5
94
47,0
89
44,5
10
50,0
30,3
9
45,0
22,8
11
55,0
28,3
200
100,0
200
100,0
200
100,00
20
100,0
100,0
20
100,0
100,0
20
100,00
100,0
Total
Quant. empresas 8
Partic. (%)
Partic. na ROB (%)
Quant. empresas
Partic. (%)
Partic. na ROB (%)
40,0
72,6
7
35,0
65,3
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
20 Maiores Empresas do Ranking Geral Receita Operacional Bruta Na análise das 20 maiores empresas do ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo, constatou-se que somente elas abarcaram a parcela significativa de 74,2% do total da receita operacional bruta (ROB), percentual inferior ao de 2013 (75,9%), mas superior ao de 2012 (69,5%), ficando as outras 180 empresas em 2014 com os 25,8% restantes, contra 24,1% do ano anterior e 30,5% de 2012 (ver gráfico 5). Essas 20 maiores empresas em 2014 estão divididas entre os setores industrial (7 empresas ou 35%), comercial (2 empresas ou 10%) e de serviços (11 empresas ou 55%). Vale destacar que em relação ao ano anterior, o setor industrial e o comercial perderam uma empresa cada entre as 20 maiores, que foram absorvidas pelo setor serviços. A maior parte da ROB das 20 maiores empresas no Espírito Santo em 2014 pertenceu, mais uma vez, ao setor industrial (65,3%), entretanto com uma participação menor que em 2013 (72,6%) e bem superior a de 2012 (59%). O setor de serviços participou com 28,3% do total da receita bruta em 2014 (bem superior aos 22,8%
172
Evolução da participação da ROB das 20 maiores empresas no total da ROB das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo (%) 20 Maiores Empresas 69,5
30,5 2012
| Gráfico 5
180 Empresas 75,9
24,1 2013
74,2
25,8 2014
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
de 2013 e inferior aos 30,3% de 2012) e o setor comercial abrangeu 6,4% da receita bruta dessas 20 maiores em 2014, superior ao percentual de 2013 (4,6%), porém inferior aos 10,7% de 2012 (ver tabela 5). Pessoal Empregado As 20 empresas que mais faturaram em 2014, segundo o ranking das 200 maiores, não foram as que concentraram a maioria dos empregos, já que o total de postos de trabalho ofertados
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
pelas 16 empresas que forneceram essa informação referente a 2014 correspondeu a 32,5% do total de empregos do ranking geral. Considerando que 174 empresas do ranking forneceram o dado de pessoal empregado, significa que as demais empresas classificadas (158) ofertaram os 67,5% dos empregos apurados nas 200 maiores empresas. Em 2013, a participação das 18 maiores empresas (2 não forneceram a informação) no total de empregos do ranking foi de 30,9%, tendo em vista que 178 das 200 informaram postos de trabalho. E em 2012 a participação das 18 maiores empresas (2 também não cederam os dados) foi de 28,9%, considerando as 169 empresas informantes dentre as 200 (ver gráfico 6).
39 Empresas Industriais em 2012, 37 em 2013 e 43 em 2014 95,5
94,1
93,7
151 Empresas em 2012, 160 em 2013 e 158 em 2014 18 Maiores Empresas em 2012, 18 em 2013 e 16 em 2014 28,9
30,9
32,5
71,1
69,1
67,5
2012
2013
2014
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
20 Maiores Empresas no Espírito Santo INDÚSTRIA Receita Operacional Bruta As 20 maiores empresas industriais totalizaram 94,1% da receita operacional bruta (ROB) das 63 contempladas nas 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, o que indica que as demais empresas industriais constantes do estudo (43) perfizeram apenas 5,9%. Em 2013, a participação da ROB das 20 maiores indústrias no total de indústrias do ranking (57) foi de 95,5% e em 2012, de 93,7% (de 59 indústrias), indicando aumento da participação em 2013 e queda em 2014 (ver gráfico 7).
5,9
4,5
2012 | Gráfico 6
| Gráfico 7
20 Maiores Empresas industriais
6,3
Evolução da participação do número de empregados do ranking das maiores empresas respondentes em 2012, 2013 e 2014 (%)
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das empresas industriais: 59 em 2012, 57 em 2013 e 63 em 2014 (%)
2013
2014
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Em relação à ROB total das 200 Maiores Empresas no Espírito Santo, a participação das 20 maiores empresas industriais equivaleu a 53,6%, deixando os 46,4% restantes para serem distribuídos entre comércio, serviço e as demais indústrias classificadas entre as 200 maiores empresas. No ano anterior, as 20 maiores empresas industriais compuseram um percentual maior da receita das 200 Maiores (60,3%). Já em 2012, essa participação foi menor (46,8%). Ver gráfico 8.
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas industriais no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)
| Gráfico 8
20 Maiores Empresas Industriais 180 Empresas 60,3 53,2
53,6
46,8
46,4 39,7
2012
2013
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
2014
53,6% Participação da receita das 20 maiores indústrias na receita total das 200 Maiores Empresas 173
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Pessoal Empregado Em relação ao total de empregos das 20 maiores empresas industriais, observou-se que 17 delas forneceram essa informação e que das 63 indústrias contempladas no ranking das 200 Maiores Empresas, 50 informaram a quantidade de pessoal empregado. Dessa forma, a participação dessas 17 empresas industriais em relação ao total de empregados das 50 empresas industriais do ranking foi de 75,2% em 2014, o que significa que as demais empresas industriais que forneceram a informação (33) perfizeram 24,8% de participação (ver gráfico 9).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 50 empresas industriais respondentes do ranking de 2014
174
17 Maiores Empresas Industriais 33,7%
157 Empresas 66,3% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
24,8%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
| Gráfico 10
| Gráfico 9
75,2%
17 Maiores Empresas Industriais
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas industriais no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014
33 Empresas Industriais
A participação das 17 empresas industriais no total de empregos das 174 empresas do ranking das 200 Maiores Empresas que forneceram essa informação em 2014 foi de 33,7%. A maioria dos empregos, 66,3%, foi absorvida pelos setores comercial, de serviços e pelas demais empresas industriais classificadas entre as 174 empresas (ver gráfico 10).
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
COMÉRCIO Receita Operacional Bruta As 20 maiores empresas do setor comercial participaram com 86,8% da receita operacional bruta das 48 empresas comerciais contempladas nas 200 maiores empresas, indicando que as empresas restantes (28) totalizaram uma participação de 13,2%. Em 2013 a participação da receita das 20 maiores de comércio foi de 84%, considerando as 49 empresas comerciais do ranking e, em 2012, foi de 86%, sobre as 54 empresas comerciais listadas. Percebe-se então uma queda na participação na receita total do setor em 2013, que volta a crescer em 2014 (ver gráfico 11).
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das empresas comerciais: 54 em 2012, 49 em 2013 e 48 em 2014 (%)
No que tange à receita das 200 maiores empresas no Espírito Santo, as 20 maiores empresas do setor comercial participaram com 12,5%, ficando a maioria da receita (87,5%) distribuída entre indústria, serviço e as demais empresas do setor comercial classificadas entre as 200 maiores empresas. Assim, a participação das 20 maiores empresas comerciais na receita total de 2014 foi superior à das 20 maiores empresas comerciais contempladas no ranking do ano anterior (10,4%) e bem inferior a de 2012 (17,1%). Ver gráfico 12.
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas comerciais no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)
| Gráfico 12
| Gráfico 11 20 Maiores Empresas Comerciais 180 Empresas 82,9
89,6
87,5
10,4
12,5
2013
2014
20 Maiores Empresas Comerciais 34 Empresas Comerciais em 2012, 29 em 2013 e 28 em 2014
14,0%
17,1 2012
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
86,0% 2012
16,0%
84,0%
2013
13,2%
2014
86,8%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
175
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Pessoal Empregado Na análise das 20 maiores empresas do setor comercial, constata-se que 17 forneceram postos de trabalho e, das 48 empresas comerciais contidas no ranking das 200 Maiores de 2014, essa informação foi fornecida por 44 delas. Assim, a participação das 17 no total de empregos das 44 empresas foi de 46%, o que significa que as demais empresas que cederam essa informação (27) totalizaram 54% dos empregos do setor (ver gráfico 13).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas comerciais no total de empregados das 44 empresas comerciais respondentes do ranking de 2014
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas comerciais no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014
| Gráfico 14
17 Maiores Empresas de Comércio 4,1%
| Gráfico 13
54%
157 Empresas 95,9%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
46%
SERVIÇO
27 Empresas de Comércio
17 Maiores Empresas de Comércio
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Essas 17 empresas participaram ainda com apenas 4,1% do total de empregos das 174 empresas do ranking das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014 que forneceram essa informação. A grande maioria dos empregos, 95,9%, foi absorvida pelos setores industrial, de serviço e pelo restante das empresas do setor comercial classificadas (ver gráfico 14). 176
Receita operacional bruta A participação das 20 maiores empresas de serviço no total da receita operacional bruta das empresas do setor serviço classificadas nas 200 maiores empresas em 2014 foi de 83,1%. Considerando que este setor foi contemplado com 89 empresas no estudo, as outras 69 participaram com apenas 16,9%. Em 2013 a participação das 20 maiores de serviços sobre as 94 empresas de serviços contempladas no anuário foi de 80,1%. A participação das 20 maiores em 2012 foi de 81,7%, considerando as 87 empresas constantes no ranking, o que mostra que, embora variem as quantidades de empresas contemplaANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
das nos estudos desses anos, a participação do setor oscila pouco de um ano para outro (ver gráfico 15).
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços no total da ROB das empresas de serviços: 87 em 2012, 94 em 2013 e 89 em 2014 (%)
| Gráfico 15
20 Maiores Empresas de Serviços 67 Empresas de Serviços em 2012, 74 em 2013 e 69 em 2014 81,7
80,1
18,3
19,9
2012
2013
83,1
16,9
Pessoal Empregado Das 20 maiores empresas do setor serviços, 17 forneceram o total de postos de trabalho. Considerando que das 89 empresas do setor serviços classificadas no ranking das 200 Maiores Empresas em 2014, 80 informaram esse dado, a participação dos empregos dessas 17 maiores empresas foi de 34,4% desse total. Assim, todas as demais empresas de serviços que informaram o dado (63 empresas) participaram com 65,6% (ver gráfico 17).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas de serviços no total de empregados das 80 empresas de serviços respondentes do ranking de 2014
23,8% Participação da receita das 20 maiores empresas de serviços na receita total das 200 Maiores Empresas
| Gráfico 17
17 Maiores Empresas de Serviços 34,4%
2014
Fonte: Pesquisa 200 maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Em relação à receita operacional bruta das 200 maiores empresas no Espírito Santo em 2014, a participação das 20 maiores empresas do setor de serviço foi de 23,8%, ficando 76,2% divididos entre empresas industriais, comerciais e as demais empresas de serviços que se classificaram. Em 2013, as 20 maiores do setor serviços tiveram uma menor participação na receita total do ranking das 200 maiores empresas (19,6%). Já em 2012 a participação foi maior (24,6%). Ver gráfico 16.
Evolução da participação da Receita Operacional Bruta (ROB) das 20 maiores empresas de serviços no total da ROB das 200 Maiores Empresas no ES em 2012, 2013 e 2014 (%)
| Gráfico 16
20 Maiores Empresas de Serviços 180 Empresas
80,4 76,2
75,4
24,6
23,8
19,6 2012
2013
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
63 Empresas de Serviços 65,6% Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Essas 17 empresas participaram ainda com 15,9% do total de empregos das 174 maiores empresas do ranking que forneceram essa informação, enquanto 84,1% ficaram distribuídos entre os setores industrial e comercial, além do restante das empresas de serviços (ver gráfico 18).
Participação do número de empregados das 17 maiores empresas de serviços no total de empregados das 174 empresas respondentes do ranking de 2014 110% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0
| Gráfico 18
157 Empresas
84,1% 17 Maiores Empresas de Serviços
15,9%
2014 Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
177
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Pesquisa de Clima nas 200 Maiores Empresas
P
elo terceiro ano o Ideies (Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo) apresenta no anuário das 200 Maiores Empresas, Edição 2015, a análise da pesquisa de clima, que examina, na perspectiva do empresariado capixaba, o potencial de crescimento do Estado e o clima de negócios em relação ao cenário econômico atual e esperado. A pesquisa está dividida em duas partes. Na primeira os entrevistados fazem uma avaliação do Espírito Santo e na segunda, apresentam as expectativas em relação à economia e a suas empresas. O questionário foi aplicado nas 200 maiores empresas, e 138 responderam.
Avaliação do Potencial do Espírito Santo Nesta parte da análise, os entrevistados avaliaram o Espírito Santo, atribuindo uma nota de 0 a 10 em oito itens que englobaram questões de infraestrutura, mão de obra, incentivos fiscais, entre outros. Foram consideradas notas baixas aquelas até 4 pontos; médias, de 5 a 7 pontos; e alta, de 8 a 10 pontos.
178
Avaliação (nota) da Localização Geográfica do ES 2015 Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos
| Gráfico 1
82,6%
Alta: 8 a 10 pontos
16,7%
0,7% Baixa
Média
Alta
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
A localização geográfica do Estado foi o item mais bem avaliado. Mais de 80% dos empresários pontuaram com notas altas (de 8 a 10) o Espírito Santo neste quesito e menos de 1%, com notas baixas (gráfico 1). De fato a localização geográfica é um importante diferencial para o Estado, que, situado na região Sudeste, interliga-se com os principais centros do país num raio de 1.000 km a partir de Vitória.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Entretanto, embora a localização seja um diferencial do Espírito Santo, a infraestrutura logística, tão necessária para interligar de forma eficaz o Estado ao restante do país e ao mundo, apresenta gargalos que precisam ser revertidos. Para 60,2% do empresariado capixaba, a infraestrutura foi pontuada com notas medianas (de 5 a 7 pontos), sendo que 23,9% dos entrevistados a classificaram com notas altas (gráfico 2).
Avaliação (nota) da Infraestrutura Logística do ES 2015
| Gráfico 2
Situação oposta foi identificada na avaliação do aeroporto de Vitória, que recebeu 60,1% de notas baixas e apenas 4,4% de notas altas (gráfico 4).
Avaliação (nota) da qualidade do aeroporto 2015
| Gráfico 4
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos Alta: 8 a 10 pontos 4,4%
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos Alta: 8 a 10 pontos 35,5%
23,9%
60,1%
15,9%
60,2%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Entre os modais de transporte analisados, a qualidade dos portos capixaba alcançou as melhores avaliações. Para 13,3% dos empresários, os portos no Estado foram pontuados com valores altos, 46,9% deram notas médias e 39,8% assinalaram notas baixas (gráfico 3).
Avaliação (nota) da qualidade dos portos 2015
| Gráfico 3
As rodovias foram classificadas como de baixa qualidade por 51,4% dos entrevistados, média qualidade por 45,7% e alta por 2,9% (gráfico 5). Esses percentuais evidenciam a percepção do empresariado capixaba sobre as condições da infraestrutura existente no Espírito Santo.
Avaliação (nota) da qualidade das rodovias 2015
| Gráfico 5
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos
Alta: 8 a 10 pontos 51,4%
Alta: 8 a 10 pontos 46,9%
45,7% 39,8%
13,3% 2,9% Alta
Média
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Baixa
Baixa
Média
Alta
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
179
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Avaliação da Qualificação da Mão de Obra do ES
| Gráfico 6
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos Alta: 8 a 10 pontos 74,0%
13,0%
13,0%
Alta
Média
Baixa
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
As políticas de incentivos fiscais existentes no Estado foram caracterizadas com notas médias por 58% dos entrevistados, ao passo que 22,5% classificaram este item com notas altas (gráfico 8), uma queda de 6 pontos percentuais quando comparado ao ano anterior (gráfico 9). Esse fato mostra que, para os empresários capixabas, houve uma queda no potencial das políticas de incentivos fiscais.
Avaliação das Políticas de Incentivos Fiscais do ES
| Gráfico 8
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos Alta: 8 a 10 pontos
Quando avaliada a qualificação da mão de obra capixaba, 74% das empresas consideraram como de média qualidade (gráfico 6). Comparativamente a 2014, houve um acréscimo de 3 pontos percentuais nesta faixa da avaliação. Entretanto, a parte dos empresários que classificou a mão de obra como de alta qualificação continuou com a tendência de queda identificada nos anos anteriores e alcançou 13% em 2015 (gráfico 7).
Evolução do % que classifica a mão de obra capixaba como de alta qualificação
| Gráfico 7
Alta 22,5% Média 58,0% Baixa 19,5%
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Evolução do % que classifica a política de incentivos fiscais do ES com notas altas
| Gráfico 9
29,0% 23,0%
18,0% 16,0% 2012
2013
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
180
14,0% 2014
13,0% 2015
2012
25,0%
2013
22,5% 2014
2015
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Sobre o poder político do Espírito Santo no cenário nacional, a maior parte dos entrevistados, 54%, avaliou que o Estado tem baixa influência (gráfico 10). Em 2012, esse percentual era de 42%, evidenciando que, na percepção dos empresários, o Espírito Santo tem perdido poder de atuação no contexto da política nacional (gráfico 11).
Avaliação do poder político do ES no Cenário Nacional
| Gráfico 10
gerais da economia no Estado em 2015 pioraram ou pioraram muito se comparado ao ano anterior, e apenas para 5,2% das empresas houve melhora na economia (gráfico 12).
Condições Gerais da Economia Capixaba em 2015 x 2014, segundo os empresários 1,5%
| Gráfico 12
16,2%
3,7%
15,4%
Baixa: 0 a 4 pontos Média: 5 a 7 pontos Alta: 8 a 10 pontos 54,0% 63,2% 36,5% Melhoraram muito Melhoraram Não se alteraram
9,5% Baixa
Média
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Alta
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Evolução do % que classifica o poder político do ES no cenário nacional com notas baixas
| Gráfico 11
54,0% 53,0% 51,0%
2013
Tendo como horizonte o ano de 2016, 47,1% dos entrevistados acreditam que as atuais condições econômicas devem permanecer, 31,9% estão confiantes de que haverá uma melhora nesse quadro, enquanto 21% estão pessimistas em relação à economia (gráfico 13). Em 2014, 90% dos entrevistados estavam confiantes ou muito confiantes com a economia para o ano seguinte, expectativa que não se confirmou
Expectativa para 2016 em relação à economia capixaba, segundo os empresários
42,0%
2012
Pioraram Pioraram muito
2014
| Gráfico 13
47,1%
2015
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
29,7%
Avaliação e perspectiva da economia e impactos nas empresas A segunda parte da pesquisa objetivou captar a expectativa dos entrevistados em relação à economia e às suas empresas. O contexto atual da economia, que combina alta inflação e baixo crescimento, está afetando as perspectivas das empresas capixabas. Para quase 80% dos entrevistados, as condições ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
16,7% 4,3% Deve Muito pessimista Pessimista permanecer Confiante Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
2,2% Muito confiante
As condições gerais da economia no Estado pioraram ou pioraram muito para
80% 181
RANKING | ANÁLISE IDEIES
Tendo em vista a realidade econômica atual e a esperada, as condições gerais das empresas estão sendo impactadas tanto no que se refere ao ano corrente quanto às expectativas para 2016, mas em menor grau. Comparando 2015 com 2014, para quase 31% das empresas as condições gerais pioraram. Em 2014, esse mesmo indicador foi de 11%. Voltando à análise 2015 versus 2014, 39,7% dos entrevistados não perceberam alterações nas condições gerais das suas empresas, enquanto que para 29,4% o quadro melhorou (gráfico 14).
Condições Gerais das Empresas em 2015 x 2014 segundo os empresários
Quando questionados sobre os investimentos na empresa até 2016, 26,8% dos entrevistados indicaram que pretendem reduzir, 41,8% manter e 31,4% aumentar os investimentos. Sobre a probabilidade de diminuir, manter ou aumentar o número de colaboradores da empresa em 2015 e 2016, 27,7% irão reduzir o quadro de funcionários, 43,9% manterão e 28,4% pretendem elevar (gráfico 16).
Intenção das empresas sobre investimentos e número de colaboradores 2015 e 2016
| Gráfico 16
| Gráfico 14 Investimentos Colaboradores
2,9%
43,9%
3,7%
41,8% 31,4%
28,0%
28,4% Melhoraram muito Melhoraram Não se alteraram Pioraram Pioraram muito
26,8% 39,7%
25,7%
Reduzir
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Expectativa para 2016 em relação às empresas, segundo os empresários
| Gráfico 15
57,2% 24,6% 10,9% 5,1% Confiante
Deve permanecer
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
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Manter
Aumentar
Fonte: IEL – Pesquisa 200 Maiores Empresas no ES Elaboração: Ideies/Sistema Findes
Sobre a expectativa do desempenho das empresas para o próximo ano, pode-se afirmar que elas estão, de certa forma, otimistas, sendo que 68,1% estão confiantes ou muito confiantes, 24,6% acreditam que o crescimento irá se manter, e 7,2% estão pessimistas com o cenário para 2016 (gráfico 15). Embora esse resultado seja melhor do que o esperado a priori, a situação econômica influencia o ambiente empresarial. Em 2014, esses indicadores eram: 83% confiantes e 4% pessimistas.
Muito confiante
27,7%
Pessimista
2,2% Muito pessimista
Conclusão O ano de 2015 traz desafios para o Brasil e o Espírito Santo, e os empresários estão sentindo os efeitos do desaquecimento da economia. Por meio da Pesquisa de Clima, foi possível compreender que a maior parte dos entrevistados vivencia o agravamento da situação econômica, mas não se mostra pessimista quanto ao próximo ano. Mais de 70% das empresas planejam manter ou aumentar o nível dos seus investimentos – fator fundamental para impulsionar o crescimento econômico. A localização geográfica se manteve como um importante diferencial do Espírito Santo. Entretanto, alguns empecilhos permaneceram na agenda capixaba em 2015, como a questão da infraestrutura logística, principalmente, do Aeroporto de Vitória, que foi desaprovado por mais de 60% dos empresários. Destacou-se também a queda na avaliação da qualidade da mão de obra do Estado, bem como a perda, na visão dos entrevistados, do poder do Espírito Santo em influenciar a política em nível nacional. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES
Sistema Findes: representatividade e defesa dos interesses da indústria capixaba Entidades atuam de forma integrada para desenvolver setor industrial e fortalecer economia do Espírito Santo
R
esponsável por representar 18,7 mil empreendimentos operantes em território capixaba, o Sistema Findes atua como principal interlocutor do setor produtivo capixaba e maior entidade empresarial do Espírito Santo. Ao apoiar o crescimento dessas organizações, a instituição contribui para o desenvolvimento social e econômico local. Juntas, indústrias filiadas aos 35 sindicatos que compõem a Federação das Indútrias do Espírito Santo (Findes) são responsáveis por 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado e geram mais de 237 mil postos de trabalho.
184
Além de fazer a articulação institucional, política e estratégica de todos os segmentos industriais junto aos Poderes constituídos e aos setores estruturados da sociedade, o Sistema Findes é responsável por diversas iniciativas que buscam interiorizar o desenvolvimento e qualificar mão de obra em todo o Espírito Santo. Suas ações contribuem para o crescimento do parque produtivo e para a formulação da política industrial regional, e ainda fazem a ponte entre os sindicatos e outras áreas sociais e empresariais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A defesa dos interesses da indústria se dá por meio de atividades nos campos de infraestrutura, relações de trabalho, legislativo, comércio exterior, política industrial e inovação tecnológica, desenvolvimento regional, meio ambiente, responsabilidade social, micro e pequenas empresas, além da elaboração e da execução de programas de fortalecimento da base sindical e do associativismo. Para melhor atuação, a Federação criou uma gerência específica, o Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), que presta suporte com foco na interlocução e no fortalecimento do associativismo, assessorando o atendimento às demandas internas e externas dos integrantes do Sistema Findes, por meio de uma equipe multidisciplinar que age em oito áreas: Coordenação; Arrecadação; Contabilidade Sindical; Administração; Financeiro; Comunicação e Eventos; Gestão da Informação; e Programa de Desenvolvimento Associativo (PDA). Além dessas divisões de apoio, o Centro mantém convênio com uma assessoria jurídica que oferece consultoria gratuita às organizações filiadas. No CAS também funciona o ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
único posto de atendimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no Espírito Santo, facilitando o acesso das indústrias a financiamentos de longo prazo para novos investimentos e melhoria de sua competitividade. Desde 2011, a atual gestão dirige os rumos da instituição concentrando esforços na tarefa de ampliar, manter e aumentar a qualidade da educação regular e profissional que o Sistema Findes proporciona ao industriário e à sociedade capixaba em geral. A administração Marcos Guerra também vem promovendo, ao longo dos últimos anos, ações que promovem o associativismo, direcionadas a atrair novas empresas e sindicatos filiados. Interiorizar o desenvolvimento, agregar valor à produção, aumentar a competitividade e aproximar cada vez mais o industrial do Sistema Findes são as metas do presidente Marcos Guerra. “Desde o início da nossa gestão, sentimos a necessidade de trazer os industriais para perto do Sistema Findes. Temos buscado aumentar a participação dos líderes industriais e levar as ações do Sistema Findes para todas as regiões do Estado. Com sugestões e bons projetos, criados por quem vivencia a realidade de cada região e dos diferentes setores produtivos do Estado, podemos alcançar resultados melhores para todos”, destacou.
Santa Maria de Jetibá ganhou este ano uma Escola Móvel. Inauguração contou com as presenças do presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra; do governador do Estado, Paulo Hartung; e do embaixador da Alemanha no Brasil, Dirk Brengelmann
185
INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES
Para promover ainda mais a interiorização, este ano o Sistema Findes ampliou para 15 o número de bases de apoio às indústrias
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As entidades do Sistema
Diretorias e Núcleos Regionais
O Sistema Findes é composto por oito entidades, que trabalham de forma integrada pelo desenvolvimento do setor produtivo: a Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), o Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes), o Serviço Social da Indústria (Sesi-ES), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES), o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), o Instituto Rota Imperial (IRI) e o Condomínio do Edifício Findes (Conef). Juntas, elas operam de forma coordenada e articulada, com o objetivo de garantir uma posição de destaque para a indústria do Espírito Santo nos níveis político, econômico e social. Cada uma das entidades representa um segmento de interesse estratégico e oferece serviços diferenciados nas diversas áreas de negócios do Sistema Findes: educação básica e qualificação profissional, difusão tecnológica, desenvolvimento industrial, saúde e segurança do trabalhador, lazer e cultura, e representação institucional. Ao lutar pelos interesses coletivos, o Sistema Findes exerce, ainda, o papel de grande impulsionador do avanço do Estado. A Findes está presente no Espírito Santo há 57 anos, trabalhando ativamente na construção de um futuro melhor para as próximas gerações.
Como meio de levar sua representação institucional mais ativamente para o interior, a Findes criou as Diretorias e Núcleos Regionais, que funcionam como ponto de apoio do industrial nas macrorregiões de norte a sul do Espírito Santo. Além das existentes na Grande Vitória (Cariacica/Viana, Serra, Vila Velha e Vitória), outras 11 estão instaladas em municípios considerados estratégicos do ponto de vista industrial: Anchieta, Aracruz, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Guaçuí, Linhares, Nova Venécia, Santa Maria de Jetibá, São Mateus e Venda Nova do Imigrante. As Diretorias e Núcleos Regionais oferecem toda a estrutura e conforto para atender aos sindicatos do setor produtivo e suas principais demandas. São espaços para a realização de reuniões e encontros que promovam a atividade industrial. Por meio delas, o Sistema Findes dá voz ao empresário local, assim conhecendo melhor as necessidades dos diferentes segmentos, e acompanha de perto o processo de crescimento dessas áreas. Outro objetivo é a integração com os demais setores econômicos (comércio e serviços), trazendo os empresários para a discussão e a construção coletiva da economia local, ajudando a distribuir o desenvolvimento sustentável para todo o território capixaba. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Os Núcleos e Diretorias Regionais são espaços estratégicos, não apenas na estrutura física, mas também pela relevância institucional que agregam à indústria. Nossa gestão tem feito o maior trabalho de interiorização entre todas as federações de indústrias do país, trazendo o industrial para dentro do Sistema Findes, realizando investimentos relevantes em todas as regiões, desenvolvendo projetos em parceria e buscando conhecer as demandas de cada setor produtivo. Com a ampliação do número de Diretorias Regionais, estamos dando maior autonomia às indústrias e consolidando a presença institucional do Sistema Findes no interior do Estado”, ressaltou Marcos Guerra.
Diretorias para Assuntos Específicos A atuação da Findes também se dá por meio de oito Diretorias para Assuntos Específicos: Fortalecimento Sindical e Representação Empresarial; Assuntos Tributários; Capacitação e Desenvolvimento Humano; Marketing e Comunicação; Desenvolvimento da Indústria Capixaba; Políticas Públicas Industriais; e Relações Internacionais. Essas Diretorias têm como objetivo mapear mais de perto as necessidades das principais áreas temáticas que são foco de especial atenção da entidade. Tal estratégia de gestão, participativa nas decisões e segmentada nas ações, permite avançar em várias frentes, com a finalidade de conferir um novo perfil à indústria capixaba, com maior agregação de valor aos produtos, gestões mais eficientes e empresas mais competitivas, aptas a buscar novas oportunidades e expandir os investimentos.
Conselhos Temáticos Os Conselhos Temáticos (Consats) são órgãos de assessoria técnica instituídos para estudar e monitorar a evolução dos diversos temas de interesse do setor industrial capixaba, subsidiando a entidade em suas ações e decisões, sempre que necessário. Atualmente, o Sistema Findes mantém 12 Conselhos Temáticos: Assuntos Legislativos (Coal); Comércio Exterior (Concex); Desenvolvimento ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Regional (Conder); Infraestrutura (Coinfra); Meio Ambiente (Consuma); Micro e Pequena Empresa (Compem-ES); Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec); Relações do Trabalho (Consurt); Responsabilidade Social (Cores); Educação (Conedu); Energia (Conerg); e Economia Criativa (Conect).
Sesi O Serviço Social da Indústria do Espírito Santo (Sesi-ES) apresenta soluções sociais para as indústrias capixabas, seus trabalhadores e dependentes. Está focado em quatro áreas de negócios: educação; lazer e cultura; segurança e saúde do trabalho; e responsabilidade social empresarial. Atua por meio de 13 unidades de negócios, distribuídas em sete municípios capixabas, localizadas nas regiões de maior concentração de indústrias: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Linhares, Colatina e Cachoeiro de Itapemirim. Na área da educação, o Sesi-ES oferece desde a educação infantil até o ensino médio articulado com o ensino técnico (em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Senai), além do Projeto Intensivo para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2015, o Sesi-ES comemora 64 anos de serviços prestados à educação no Espírito Santo. Com a responsabilidade de ser a maior instituição privada de ensino do Estado, atendendo a mais de 12 mil alunos matriculados, a Rede Sesi de Educação trabalha com o objetivo de formar cidadãos empreendedores, criativos, socialmente responsáveis e alinhados com as questões ambientais. A Rede aplica uma metodologia própria e inovadora, que oferece instrução de qualidade a filhos de industriários e à comunidade em geral. Sua escolas utilizam materiais, tecnologias, programas e projetos de acordo com a sua proposta pedagógica, por meio de uma abordagem fundamentada num espaço de formação e informação, em que a aprendizagem dos conteúdos favorece a inserção do aluno no contexto social, priorizando a construção coletiva dos 187
INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES
Senai Centromoda Araçás Se em 2014 foi a vez de Colatina receber uma unidade do Senai Centromoda, em 2015 o Sistema Findes anunciou a construção também em Araçás, Vila Velha. Um moderno centro de inovação, design e formação profissional, o projeto contará com investimentos de aproximadamente R$ 5,8 milhões. Com a configuração de uma minifábrica têxtil, o ambiente prepara os alunos para a vivência do dia a dia nas indústrias de vestuário, formando profissionais de diferentes especialidades com o apoio de maquinário de última geração. O Centromoda Araçás contará com modernos laboratórios de Confecção, Risco e Corte, Modelagem, Moulage, Bordado, CAD, Design, Estamparia e Mecânica de Máquinas. Entre as possibilidades de formação estão: Acabamentos Têxteis, Modelagem, Design de Moda, Tecido de Malha e Malha com Elastano, Moda Street e Surfwear, Colorista, Alfaitaria e Planejamento de Coleção. Também vai oferecer serviços técnicos e tecnológicos para as indústrias do setor, com consultorias e projetos de inovação, além de colocar à disposição os laboratórios de Confecção e Modelagem para desenvolvimento de produtos e protótipos. O novo complexo funcionará anexo à unidade do Senai já existente em Araçás. A previsão inicial é de que sejam realizadas 700 matrículas anuais.
conceitos e a busca da integração entre as diversas áreas do conhecimento.
Senai Atenção às novas tecnologias, aprimoramento e aumento da oferta de serviços técnicos e tecnológicos e de educação profissional tornaram o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-ES) referência no apoio ao desenvolvimento da indústria no Espírito Santo. A entidade qualifica pessoas para trabalhar no setor industrial capixaba. Somente em 2015, nas modalidades presenciais ou à distância (via web), mais de 136 mil vagas foram oferecidas. O Senai-ES possui nove unidades operacionais, localizadas em Vitória, Vila Velha, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Anchieta e Aracruz. Nelas, promove a qualificação de recursos humanos, prestação de serviços, assessoria ao setor produtivo, serviços de laboratório e informação tecnológica.
Senai Centromoda Araçás tem expectativa de qualificar mais de duas mil pessoas por ano
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Novo Centro Integrado Sesi/ Senai/IEL que está sendo construído em Anchieta vai oferecer 12 mil matrículas por ano
Visando a democratizar ao máximo o acesso à educação profissional, foram instituídas também ações que levam o conhecimento aos locais mais distantes do Estado. Entre elas, estão as Agências de Treinamento Municipais (ATMs). Voltada para cidades de pequeno ou médio porte do interior do Espírito Santo, essa modalidade permite levar a qualidade dos cursos profissionalizantes do Sistema Findes a municípios onde a arrecadação industrial compulsória é pequena, o que inviabilizaria a presença de um Centro Integrado Sesi/Senai/ IEL. A ATM consiste em uma parceria entre prefeitura – responsável pelo espaço físico e por sua manutenção, além da parte administrativa – e Sistema Findes – encarregado pelos cursos e pelo corpo docente. Já o projeto Escola Móvel tem como objetivo oferecer qualificação profissional nos padrões do Senai com mais rapidez. A modalidade oferece diversas opções de cursos, conforme a demanda industrial do município e da região. A unidade é montada com módulos educacionais articuláveis, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
que formam salas de aulas e laboratórios. O projeto prevê que a estrutura fique instalada até seis meses em cada cidade.
IEL-ES O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES) é a entidade do Sistema Findes que oferece soluções em conhecimento, gestão e inovação, contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas capixabas. O IEL-ES dá suporte ao desenvolvimento da indústria, colaborando para a superação de gargalos e para a identificação de oportunidades. Suas ações estão focadas na educação executiva e no aperfeiçoamento da gestão. O objetivo é promover o desenvolvimento das competências individuais, realizando cursos abertos e in company de curta duração, cursos gerenciais de média duração, seminários, palestras técnicas e diagnóstico das necessidades de treinamento para as empresas. Somam-se aos serviços oferecidos cursos de pós-graduação voltados para educação executiva, feitas em parceria com as melhores 189
INSTITUCIONAL | SISTEMA FINDES
escolas de negócios do mundo, como a Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Juntas, as entidades levam para a sala de aula as maiores tendências do management mundial, com atividades desenvolvidas em conjunto com experts internacionais. O portfólio do instituto compreende, ainda, a área de recrutamento e seleção de estagiários e profissionais. O programa IEL de Estágio aproxima estudantes universitários e de cursos técnicos do mercado de trabalho. A partir de um amplo cadastro e de critérios inovadores de seleção e acompanhamento, são identificados e indicados jovens talentos para preencher as vagas de estágio oferecidas pelas empresas. O sistema de escolha, que valoriza competências, habilidades e atitudes do aluno, atende às necessidades específicas de cada firma. A indicação do candidato ideal para o posto facilita a descoberta de talentos e a formação de líderes empresariais.
Ideies O Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies) tem por objetivo apoiar o Sistema Findes na defesa dos interesses da indústria e traçar posicionamentos e estudos estratégicos setoriais, com foco em inteligência competitiva, voltados para o fortalecimento do setor e para a interiorização do desenvolvimento.
Show do Trabalhador, uma iniciativa do Sesi-ES, pela primeira vez foi levado para o interior do Estado: Linhares, Colatina e Cachoeiro
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A entidade também é responsável pela elaboração de pesquisas e análises econômicas que tratam do desempenho do segmento produtivo, identificando problemas enfrentados e apontando soluções. O Ideies é composto por três divisões: Núcleo de Defesa de Interesses (NDI), Núcleo Estratégico de Conjuntura (NEC) e Núcleo de Inteligência Competitiva (NIC). Além disso, apoia os Conselhos Temáticos (Consats) e as Câmaras Setoriais Industriais da Findes.
Centro da Indústria do Espírito Santo - Cindes O Centro da Indústria do Espírito Santo (Cindes) atua para estimular a integração do empresariado capixaba, congregando profissional e socialmente empreendedores e dirigentes. Por meio de suas ações, a entidade propicia o intercâmbio de ideias e informações, debates, lazer e cultura, difundindo o conhecimento e promovendo o estreitamento de laços e relacionamentos, auxiliando assim os empreendedores e o posicionamento frente aos diversos projetos voltados para a indústria local. O Cindes possui também o Cindes Jovem, que visa a fomentar o empreendedorismo entre a juventude, a fim de formar novos líderes e gestores para influir no crescimento sustentável do Estado. Desde 2010, a entidade realiza o projeto “Contando Histórias”. O evento reúne personalidades que presenciaram os principais momentos da trajetória da industrialização do Espírito Santo, vivenciando as transformações que promoveram o avanço do Estado. Contando detalhes de suas experiências pessoais e profissionais, os participantes contribuem para o resgate da própria história capixaba. Em 2015, o Cindes deu início também ao projeto Conexão com a Indústria, que propõe a discussão e a análise de temas cotidianos e relevantes para a atividade, assim como para as demais classes empresariais, com o objetivo de possibilitam a difusão, o esclarecimento, o conhecimento e a capacitação nos negócios. O primeiro desses encontros aconteceu em julho, reunindo empresariado, especialistas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e autoridades na discussão em torno do tema terceirização da mão de obra, assunto polêmico em evidência na pauta nacional.
Centro Internacional de Negócios O Centro Internacional de Negócios (CIN/ES) foi criado para ajudar a expandir as potencialidades capixabas em negócios no âmbito internacional. A unidade promove ações direcionadas para as micro, pequenas e médias empresas industriais que já atuam ou desejam se inserir no comércio exterior. Entre os serviços oferecidos, estão inteligência comercial, atendimento, promoção comercial e capacitação em comércio exterior e negócios internacionais.
Instituto Rota Imperial – IRI O Instituto Rota Imperial (IRI) foi criado para fomentar o desenvolvimento turístico e a economia dos municípios capixabas localizados na sua área de atuação. No Espírito Santo, 14 cidades fazem parte da Rota, que liga a capital, Vitória, à cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais. A Rota Imperial Capixaba começa no Palácio Anchieta – considerado o marco zero – e vai até Iúna, na região do Caparaó. O caminho está sinalizado com 385 totens. O Sistema Findes é o responsável pela gestão do Instituto, com o apoio do Ministério do Turismo e a parceria dos governos estaduais do Espírito Santo e de Minas Gerais.
Investimentos ampliados Em 2015, o Sistema Findes divulgou a ampliação do maior Plano de Investimentos da história da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo. O montante que será utilizado em novas obras, reformas e modernização, anunciado em R$ 150 milhões em 2014, foi elevado para R$ 200 milhões até 2017. Do total aplicado, 82% estão destinados à Educação. Do montante constante no Plano de Investimentos 2014-2017, R$ 62 milhões estão sendo empregados para a aquisição ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Inauguração do Sesi Saúde em Serra: qualidade de vida do trabalhador é prioridade para o Sistema Findes
de máquinas, equipamentos, computadores e unidades móveis. O aporte é parte do trabalho de modernização dos laboratórios de qualificação profissional da Rede Senai. Estão previstas obras de novas unidades de ensino e ampliação das já existentes: as intervenções em andamento por todo o Estado somam R$ 51,5 milhões. Em Anchieta e Cachoeiro de Itapemirim, estão sendo construídos novos Centros Integrados Sesi/Senai, enquanto os municípios de Aracruz, Serra, Vila Velha, Colatina e Linhares recebem diversas melhorias nas estruturas de educação, cultura, esporte e lazer disponíveis. A maior presença do Sistema Findes nos municípios capixabas será contemplada. Atualmente, 55 cidades (70% do território capixaba) são beneficiadas diretamente pelas ações da entidade. Em 2015, novos projetos serão interiorizados, a exemplo do Programa de Saúde e Segurança do Trabalhador (SST), desenvolvido por meio do Sesi. O pacote de investimentos inclui, ainda, quatro novas unidades de atendimento, em Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e Serra, aumentando em 27% o valor destinado às ações de SST. Em 2015, R$ 23 milhões serão aplicados no setor, possibilitando a criação de novos polos de assessoramento para os principais pacote produtivos. O objetivo da segmentos é suprir a demanda por atendimento e levar qualificação e treinamento para as indústrias do interior do Estado. 191
ECONOMIA | ALIMENTOS E BEBIDAS
A crise chega à mesa Setor de alimentos e bebidas amarga perdas de até 15% no primeiro semestre
A
pesar da crença generalizada de que a última coisa que se corta no orçamento é a comida, o setor de alimentos e bebidas já sente os impactos da turbulência econômica e registra queda na produção. Além das vendas em baixa, as empresas do ramo amargam ainda o aumento de custos com energia e frete. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Bebidas em Geral do Estado do Espírito Santo (Sindibebidas), Sérgio Rodrigues da Costa, a queda no faturamento do segmento foi, em média, de 15%. “Aliado à baixa no faturamento, tivemos aumento de custo entre 40% e 70%, um índice dificílimo de ser absorvido. Tanto a matéria-prima quanto o transporte e a energia subiram, e não conseguimos repassar esses aumentos para os preços dos produtos, porque os consumidores estão retraídos. Se pudesse haver alta, seria possível fechar a conta, mas isso não está sendo viável”, explica o dirigente, acrescentando que mais da metade da indústria do setor está sem capital de giro. Na análise de Costa, a fase adversa pela qual passa o país tem características diferentes, o que surpreendeu o mercado. “Essa é uma crise marcada pela incompetência do setor público e que impactou diretamente o setor privado. É a crise dos produtos controlados pelo Governo, como gasolina e energia. Só nos restou tentar reorganizar os caixas para não ficarmos no vermelho”. Na área de alimentos, o discurso dos empresários também segue um tom pessimista. Frente a um primeiro semestre complicado, com retração de 15% em faturamento e produção e elevação de insumos, energia e mão de obra, as empresas precisaram reprogramar seus caixas a fim de absorver as perdas, já que o consumidor, penalizado pela alta nas contas pessoais, não consegue arcar com nova subida
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de preços, observa o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), Flávio Sérgio Bertollo. Diante do cenário ruim que está montado, o setor pede cautela aos empresários. “Ficamos preocupados com aqueles que se encontram desesperados e queimam preços numa hora em que não há gordura para queimar. Estamos absorvendo muitos aumentos, e é preciso ter o máximo cuidado para não ficar no prejuízo”, explica Bertollo. O presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Espírito Santo (Sindipães), Luiz Carlos Azevedo de Almeida, também aponta que a atividade sentiu declínio no primeiro semestre e que o público está mais cauteloso ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Projeções
Realidade do setor de alimentos e bebidas no Estado é de queda de produção, alta em volumes em estoque, ociosidade no parque industrial, redução no faturamento e resultados no vermelho
na hora das compras, reduzindo o consumo. “Ele está buscando alternativas de produtos mais baratos ou diminuindo a quantidade de produtos comprados. Além disso, tivemos ascenção dos nossos custos, no primeiro semestre, em relação a insumos, inclusive energia elétrica. Isso é uma das maiores preocupações do setor para o segundo semestre, pois não temos como repassar esse custo para o consumidor, que também não consegue absorver mais aumentos. Será preciso encontrar um caminho para diluir esse alto custo dentro das empresas de panificação. Com a possibilidade de uma retração ainda maior no consumo para os próximos seis meses, pode até ser necessária uma redução de pessoal para que os estabelecimentos consigam sobreviver”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Os próximos meses, segundo dirigentes da área, não serão mais fáceis. Com o consumidor retraído, com salários defasados, desemprego e preços em alta, o setor de alimentos e bebidas tende a ter perdas ainda maiores. “No segundo semestre, poderemos ter o dobro de perdas. É quando as pessoas começarão a sentir no bolso mais criticamente ainda a inflação e vão cortar gastos. Hoje já é notório que compram menos carne, vão menos aos bares e restaurantes. O consumidor já começa a se retrair”, pontua Sérgio Rodrigues da Costa, do Sindibebidas. “Estamos tentando manter o otimismo e ficar, pelo menos, com os mesmos índices do primeiro semestre. Mas a projeção é outra. Os custos com insumos estão crescendo. A alta do dólar provocou grande aumento no preço do trigo, que é importado. E o trigo é nossa matéria-prima. Há mais aumento no preço da energia vindo por aí, outro custo que impacta fortemente o nosso produto final. Então, o cenário não é bom. Por enquanto estamos absorvendo altas, mas não sabemos até que ponto isso será possível”, diz o vice-presidente da Abip.
Empregos A equação é simples: se a empresa não consegue fechar no azul nem repassar os aumentos de custos ao consumidor, a saída é repensar a produção. E as demissões, que estão em último lugar na lista de alternativas dos empresários, entra em cena. O setor de alimentação já trabalha com equipes mais enxutas. “Existem até profissionais especializados sobrando no mercado, oferecendo-se para trabalhar. Há algum tempo, isso seria impensável. Encontrar, por exemplo, um bom padeiro desempregado, era dificílimo”, conta Bertollo, que aponta que no Espírito Santo há 2,2 mil padarias que empregam, diretamente, 25 mil pessoas. Já o setor de bebidas, analisa o presidente do Sindibebidas, foi o que menos demitiu nos primeiros seis meses do ano. Mas esse quadro não tende a se repetir no segundo semestre. “Trabalhamos em série. É preciso ao menos uma pessoa em cada área de produção, senão o processo não anda. Para encher um garrafão
15% É a queda no faturamento dos setores até julho de 2015 193
é necessário empregar 16 funcionários, com menos não dá. Mas quando estamos acelerados, abrimos uma segunda linha de produção, quer dizer, empregamos 32 funcionários. Não é isso, porém, o que estamos vendo no horizonte de longo prazo. Estamos trabalhando no limite. E não queremos demitir, pois formar um profissional demanda tempo e dinheiro. Queremos manter essa mão de obra”. Mexer na carga horária dos funcionários a fim de evitar demissões é um indicador do impacto da turbulência econômica no setor de bebidas. Foi o que fez o Grupo Coroa, que detém uma fatia superior a 20% do mercado do Espírito Santo e também está presente nos Estados da Bahia, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, em mais de 40 mil pontos de venda. A empresa adotou uma redução de 20% na jornada mensal de trabalho dos seus colaboradores.
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O acordo afetou cerca de 100 profissionais da área de produção – um terço do quadro pessoal –, segundo o presidente do grupo, Ulisses Pincelli. A fábrica do Grupo fica em Domingos Martins. “Nosso desejo é preservar os empregos, e nossa última saída seria a demissão. Mas temos que adequar a empresa às suas possibilidades. Protelamos ao máximo essa decisão, acreditando em uma recuperação da economia. Mas o segundo trimestre foi muito ruim e acendeu a luz vermelha”, disse Pincelli. De acordo com o executivo, a queda na demanda por seus produtos está em torno de 10%. “É preocupante porque, com o mercado desaquecido, não podemos repassar ao consumidor o aumento nos nossos custos, então nossas margens estão deprimidas. É um problema de todos os setores da economia”, conclui.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | MERCADO FINANCEIRO
Estado se esforça para escapar da crise Mercado financeiro e situação econômica são desfavoráveis, mas ES segue crescendo
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ercado financeiro instável, juros elevados, dólar em franca disparada. No ano de 2015 os brasileiros se sentem inseguros sobre os rumos do país. O que provocou isso? Uma série de fatores, segundo especialistas. Entre eles, a crise política instalada, além de uma importante variável externa: o mercado de ações da China. Em meados de junho, a Bolsa chinesa começou a protagonizar uma queda livre, a maior desde 2007, com ações despencando em até 30%. A par disso, o Governo chinês desvalorizou a moeda do país, o iuane, em 3,5%. No mercado internacional, tudo isso chamou atenção para a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que é o principal parceiro comercial do Brasil. O reflexo imediato, aqui, das convulsões do cenário chinês foi a baixa nas exportações brasileiras de commodities, especialmente minerais, relativamente compensadas pela alta do dólar, que em setembro de 2014 estava em R$ 2,23 e passou de R$ 4,00 em 12 meses. A elevação da moeda norte-americana frente ao real dificulta a retomada do crescimento econômico, luta travada pelo Executivo federal, sem muitos avanços. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro apresentou recuo no primeiro semestre do ano, colocando o país em recessão técnica. No período, a retração acumulada foi de -2,1%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No comparativo com o mesmo período do ano passado, a queda foi de -2,6%.
Espírito Santo Enquanto isso, o Espírito Santo se esforça para traçar um rumo diferente. E tem conseguido. No primeiro semestre de 2015, o PIB capixaba cresceu 4,1%, alcançando R$ 70,1 bilhões, 196
segundo levantamento do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). A marcha contra a crise tem sido empurrada pelas plantas fabris. Na análise realizada em junho pelo IBGE, a indústria capixaba foi a que mais cresceu no primeiro semestre do ano em todo o país. No Estado, o incremento foi de 17,2%, enquanto a média nacional registrou um recuo de -6,3%. A alavancagem foi puxada pelas indústrias extrativa, que cresceu 25,4%, e metalúrgica, que registrou avanço de 33,5%. Na avaliação do diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Doria Porto, 2015 pode ser visto como um ano bom para o Estado: “Diferentemente do cenário nacional, a economia do Espírito Santo deverá apresentar crescimento positivo em 2015, influenciado, principalmente, pelo aumento da produção da indústria extrativa, de metalurgia básica, do setor de rochas ornamentais e os investimentos em novos segmento, como o naval, o automobilístico e o de linha branca”, afirmou. Ao falar em indústria, voltamos a citar o dólar. Remar contra a maré tem sido tarefa complexa, desde que a moeda norte-americana iniciou sua escalada frente ao real. Professor de Finanças da Fucape, Fernando Galdi explica que, com o dólar alcançando mais de R$ 4,00 ao longo do ano, os industriais precisam fazer uma matemática complicada para manter a lucratividade. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“A despeito da crise econômica, estamos crescendo em vários segmentos importantes, como crédito consignado, cartões de crédito e financiamento imobiliário. (...) Vamos continuar monitorando com todo o cuidado o ambiente econômico e ajustando a estratégia do banco de forma a torná-lo cada vez mais competitivo e atuante na economia capixaba”, afirmou o presidente do Banestes, Guilherme Dias, durante coletiva para a divulgação dos resultados.
Para 2016...
Espírito Santo: esforço para traçar rumo diferente da crise do país
“A alta do dólar pode ser vista sob duas óticas: para as empresas exportadoras, e aqui podemos incluir setores industriais importantes, como a extração de rochas, há um ganho de competitividade, porque o produto brasileiro pode ser comercializado em valores abaixo do mercado, já que os custos de produção, em sua maioria, são contabilizados em reais. Por outro lado, as empresas importadoras estão passando por um aperto, porque houve aumento no custo dos itens comprados no exterior e, no atual cenário econômico, não é possível repassar essa alta para os consumidores”, explicou.
Bancos No primeiro semestre de 2015, as quatro instituições bancárias mais rentáveis do Brasil lucraram, juntas, mais de R$ 35 bilhões. O Itaú se destaca com o maior desempenho do período: R$ 11,9 bilhões, com crescimento de 25,7% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. No Espírito Santo, o Banestes também comemora resultados positivos. No primeiro semestre, o seu lucro líquido foi de R$ 82,4 milhões, montante 21,5% maior em comparação ao mesmo período de 2014. Para manter essa performance, o banco capixaba segue a linha das instituições nacionais: ajustamento de preços no crédito, ganhos com aplicações em títulos financeiros e controle dos custos operacionais abaixo do índice de inflação para o período. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
As previsões não são as melhores para o ano que se aproxima. No final de agosto, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, entregaram ao Congresso a proposta do Orçamento Geral da União para 2016 com projeção de déficit primário de R$ 30,5 bilhões, inflação de 5,4% e crescimento do PIB de apenas 0,2%. A notícia logo chegou às agências de classificação de risco. Uma das três que avaliam o Brasil, a Standard & Poor’s, reduziu a classificação brasileira de BBB- para BB+, alertando investidores internacionais para a instabilidade da economia e retirando do país o “grau de investimento”, incluindo-o no rol de economias com “grau especulativo”, com perspectiva negativa. Um dia depois, a mesma entidade anunciou o rebaixamento de 31 empresas e 13 instituições bancárias atuantes no Brasil. Os juros se mantêm estáveis, porém elevados. Em setembro, depois de sete altas seguidas, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a Selic em 14,25% ao ano. A taxa básica é o principal instrumento do Banco Central para deixar a inflação sob controle. Os juros mais altos causam reflexos nos preços, e o encarecimento do crédito tem provocado o resultado esperado. Em agosto, a inflação recuou frente ao mês anterior em 0,22%, a menor para o mês desde 2010. Em julho, alcançou 0,62%. Ainda assim, o índice acumulado em 12 meses ficou em 9,53%, superior ao teto da meta do Governo Federal, que é de 6,5%. Vitória, segundo o IBGE, foi a capital com a menor inflação acumulada: 7,91%. De acordo com a proposta do Orçamento Geral da União para o ano que vem, o centro da meta, que é 4,5%, só será atingido, a partir de 2017.
4,1% Foi o crescimento do PIB capixaba no 1º semestre
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ECONOMIA | SAÚDE
Governo anuncia investimentos para a área da Saúde Capixabas recebem hospitais com mais leitos e estrutura melhorada em 2015
A
prevenção é um dos principais caminhos para se alcançar a qualidade de vida. Quando ela não é possível ou totalmente eficaz, é preciso intensificar os investimentos, públicos ou privados, para promover ou até mesmo resgatar a saúde. No Espírito Santo, diversas iniciativas das gestões estadual e municipais buscam superar os desafios do setor, de modo a garantir bem-estar e qualidade de vida aos capixabas.
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Na Saúde do Espírito Santo, o termo mais usado atualmente é “choque de gestão”, que ocorrerá a partir de três pilares: transparência, eficiência e meritocracia. Além de conduzir um planejamento regionalizado para aplicação dos recursos, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) está elaborando um processo seletivo para superintendentes regionais e diretores de hospitais. De acordo com o secretário da Pasta, Ricardo de Oliveira, a medida tem o ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Evolução do orçamento 2015 (em R$) Governo atual Orçamento aprovado pela Assembleia Legislativa Governo anterior
2.497.981.213,41
2.161.597.719,00
2.032.017.251,00 Fonte: Sesa
Novo São Lucas, que abrigará pronto-socorro, leitos de UTI e um heliporto, será referência em traumas graves
objetivo de conferir mais profissionalismo e eficiência à gestão dos serviços prestados. O Hospital Geral de Cariacica passará a contar com 275 leitos e será uma unidade de atendimento geral com maternidade. Haverá 50 leitos de UTI, 40 de maternidade, 30 de semi-intensivo, 10 de UTI pediátrica, 10 de UTI neonatal, 10 de unidade de cuidado intensivo neonatal (Ucin) e 125 de enfermaria. O projeto está em fase de elaboração do estudo preliminar. Após sua aprovação pela Sesa, inicia-se a etapa de utilização do projeto executivo, que tem previsão de entrega ainda neste ano. “A licitação deve ser realizada em 2016. A execução da obra está estimada para um período de 36 meses. O hospital será construído às margens da Rodovia Leste-Oeste, no bairro Bela Vista”, frisou o secretário. Há ainda a ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
conclusão do Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Novo São Lucas), que passa pela construção dos blocos IV e V, que abrigarão o pronto-socorro, novos leitos de UTI e heliporto. Com o término da obra, prevista para 2017, a unidade passará a ser porta aberta e referência em traumas graves. O investimento é de R$ 27 milhões. A Sesa vem mobilizando autoridades e agentes para a elaboração do Plano Regional de Saúde. “Para alcançar esse objetivo, é preciso a união dos três níveis de governo, para que juntos possam encontrar soluções para o atendimento à população e, dessa forma, superar o conflito entre a falta de recurso e a garantia do direito do cidadão à saúde. Ou seja, dar mais eficiência à aplicação dos recursos públicos, fazendo mais com menos. Os Planos Regionais de Saúde têm como foco a atenção primária, pois é nela que são resolvidos 80% dos problemas da população. A organização das redes regionais de assistência pode reduzir em muito a necessidade de deslocamento dos cidadãos pelo território capixaba para conseguir atendimento”, explicou Oliveira. A elaboração dos planos passa pela identificação das demandas coletivas. A seguir, a meta é fazer um levantamento da rede para que se possa chegar a uma definição sobre quantos e quais serviços são necessários para suprir as carências identificadas em cada região. Para traçar as ações, será utilizada uma metodologia disponibilizada pelo Hospital do Coração (HCor), de São Paulo, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). Os Planos Regionais de Saúde serão acompanhados pela Comissão Intergestora Regional (CIR), formadas pelos secretários municipais da área e por representantes da Sesa.
R$ 27 milhões É o investimento total no Hospital Estadual de Urgência e Emergência (novo São Lucas) 199
ECONOMIA | SAÚDE
Sesi Saúde Serra: estrutura de ponta para atender os trabalhadores da indústria
Outros destaques no Estado são a implantação dos cinco centros de consultas e exames especializados, que estão orçados em R$ 26 milhões e ficarão localizados em Nova Venécia, Linhares, Santa Teresa, Domingos Martins e Guaçuí; a melhoria da infraestrutura da rede básica, com 16 novas unidades de saúde da família (USFs), em um investimento de R$ 18 milhões; e o Portal de Transparência para Gestão das Filas de Espera. Serão abertos 224 novos leitos em hospitais já em funcionamento, totalizando R$ 7,9 milhões em obras, reformas e equipamentos. Os novos leitos estão distribuídos entre os hospitais Dório Silva (63), Estadual de Vila Velha (60), São Lucas (56) e Estadual de Atenção Clínica (45).
Saúde é destaque no Sesi Com investimento previsto de R$ 20,5 milhões, os grandes projetos do Sesi na área passam pela inauguração de três clínicas no interior, nas regiões de Colatina, Cachoeiro de Itapemirim e Linhares, iniciativas alinhadas à meta de interiorização do desenvolvimento
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proposta pelo Sistema Findes e de benefício dos trabalhadores da indústria locais. Atualmente, o Sesi conta com clínicas em Vitória e Serra com atendimentos em medicina ocupacional, análises clínicas, medicina assistencial, odontologia assistencial e exames complementares – por exemplo, audiometria, espirometria e optometria, entre outros. Para a gerente da Divisão de Segurança e Saúde no Trabalho do Sesi-ES, Fernanda Margotto Arpini, a inauguração recente da estrutura na Serra dá mais conforto aos trabalhadores da região e “desafoga” a unidade de Vitória. “A inauguração do Sesi Saúde Serra possibilita aos trabalhadores da região maior mobilidade e flexibilidade para realização de consultas e exames, além de permitir o atendimento também para seus dependentes. A clínica está localizada em um ponto estratégico, próximo a um terminal rodoviário, o que favorece o acesso de todos os usuários que necessitam de transporte público para se locomover. Para os que se deslocam com veículo próprio, existe também a opção de estacionamentos muito próximos ao local”, falou. De acordo com Arpini, a crise econômica não teve impactos no planejamento da entidade. “Os investimentos previstos para a construção das clínicas de saúde permanecem, visto que, independentemente da crise, a proposta do Sesi é ampliar os atendimentos em saúde e segurança do trabalho (SST) para os trabalhadores da indústria da Grande Vitória e interior”, ressaltou ela. A instituição seguirá apostando no aumento da capacidade e da capilaridade de atendimento em serviços de SST para os trabalhadores da indústria e seus dependentes, tanto na Grande Vitória quanto no interior do Estado. Até o início de 2016, serão mais de 100 mil atendimentos em dezenas de especialidades médicas com a abertura de mais três unidades do Sesi Saúde: em Colatina, Linhares e Cachoeiro de Itapemirim. As novas unidades se juntarão à de Vitória e à de Laranjeiras. Para o Sesi, trabalhador com mais saúde é trabalhador mais feliz e produtivo.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | COMÉRCIO VAREJISTA
Vendas no comércio sofrem maior queda em 11 anos A inflação elevada, o crédito caro e escasso e a baixa confiança das famílias permitiram que o pessimismo se disseminasse entre o setor varejista
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os seis primeiros meses de 2015, o comércio acumula queda de -2,2% no país, em relação ao mesmo intervalo de 2014. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), essa é a maior perda para o período desde 2003, quando a retração foi de -5,7%, interrompendo uma sequência de 11 anos de taxas positivas consecutivas. A baixa probabilidade de reversão desse cenário levou a entidade a revisar negativamente sua expectativa em relação à variação do volume de vendas do varejo em 2015, de -1,9% para -2,4%. Em junho, as vendas caíram 0,4%, após um declínio de 0,8% em maio, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia de Estatística (IBGE), divulgada em agosto. Esse foi o quinto mês seguido de recuo, em um momento em que o Banco Central sinaliza que manterá as taxas de juros no nível mais alto em nove anos, devido à recessão iminente. No Espírito Santo, no primeiro semestre de 2015, até junho, o varejo capixaba apresentou uma queda de -4,6% ante o mesmo período do ano passado. Em junho, o desempenho foi positivo, com um pequeno crescimento de 0,6% em relação ao mês anterior. Na comparação com junho de 2014, o retrocesso foi de -3,4%. Em relação aos empregos formais, o saldo também tem sido negativo. De janeiro a junho, o Espírito Santo já contabiliza a extinção de 7.763 postos de trabalho. Só em junho, foram menos 1.267 vagas no comércio. A situação, entretanto, não é diferente no Brasil, que contabilizou 25.585 cortes no mesmo mês. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES) avalia o desempenho anual como um reflexo da desace-
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leração da economia nacional. “É pesado para o mercado de trabalho capixaba manter uma geração de emprego satisfatória quando o país inteiro passa por uma crise econômica”, pondera o presidente da entidade, José Lino Sepulcri.
Famílias retraem o consumo A intenção de consumo das famílias (ICF) capixabas continua amargando quedas sucessivas desde janeiro, sobretudo devido ao quadro recessivo da economia. Em julho, o indicador traz a sua pior marca da série histórica: 73 pontos, contra 78,5 no mês anterior, conforme a pesquisa da Fecomércio-ES. Se confrontada a julho do ano passado (105,2), a diferença é ainda maior: -32,2 pontos, mostrando redução na confiança dos capixabas ao longo do último ano. O estudo revela ainda que a maior parte das famílias da capital está mais segura em relação ao seu emprego atual (29,7%) do que em 2014. Por outro lado, indica menor confiança em fatores como renda atual, perspectiva profissional para os próximos seis meses, perspectiva de acesso ao crédito e ao nível de consumo atual, mostrando que 52,1% dos lares estão comprando menos do que no ano ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
De janeiro a junho deste ano, foram extintos no Estado 7.763 postos de trabalho no comércio
passado, dando prioridade aos chamados “itens de primeira necessidade”. Já o índice de confiança do empresário do comércio capixaba (ICEC) de julho (76,8 pontos), apesar de um pequeno aumento de 3,0 pontos em relação a junho (73,8 pontos), vem despencando em 2015, retrocedendo, até junho, 22,4 pontos. Foi o único mês do ano em que o resultado apresentou variação positiva. Os empresários também não estão seguros em relação à economia, que recuou, no geral, 1,2 ponto em julho. Analisando as condições atuais e as perspectivas da economia, as estimativas da Fecomércio-ES são de que dificilmente haverá crescimento imediato no volume de negócios do varejo capixaba, uma vez que 64,7% das famílias do Estado estão endividadas. “Em um ano, o número de pessoas endividadas aumentou em 5,3%, indicador que não projeta melhoras imediatas, pelo menos para o horizonte de seis meses, cenário agravado pela expectativa de queda do PIB em quase 2%”, esclarece Sepulcri.
Supermercadistas Junho de 2015 contou com um dia útil a mais do que igual mês do ano passado, quando ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
foi realizada a Copa do Mundo, o que favoreceu a maioria dos setores do varejo brasileiro e levou a uma retração menos forte das vendas no país (-0,4%). O segmento de supermercados e hipermercados, porém, não conseguiu se beneficiar desse fato e intensificou o ritmo de baixa nesse período. As vendas do setor tiveram recuo de 2,7% em junho ante igual mês de 2014. Em relação ao mês anterior (maio), o segmento permaneceu (0,0%). Já nos primeiros seis meses do ano, a queda foi de -1,8%. Segundo análise da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, os principais fatores que tiveram impacto sobre essa atividade foram o desempenho negativo (de -4,3%) da massa salarial em relação a junho/2014 e a influência da elevação dos preços da alimentação no domicílio, com acréscimo de 9,3% em 12 meses. No Espírito Santo, conforme a pesquisa do IBGE, também não houve crescimento no volume de vendas em junho, que apresentou retração de -1,3% ante o mesmo mês de 2014. No acumulado do ano, até junho, o declínio foi de -2,2%, e nos últimos 12 meses, foi de -2,4%. De acordo com o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Helio Schneider, os números do IBGE diferem um pouco dos apurados pela Associação Nacional de Supermercados (Abras), uma vez que o Instituto inclui produtos vendidos fora das redes supermercadistas. “Até então, se comparado com o ano de 2014, as vendas ainda estão estáveis, mas a partir do mês de junho, o índice da Abras aponta uma tendência de queda. O panorama econômico por que passam o Espírito Santo e o país reduz a circulação de riquezas e impacta diretamente o consumo”, explicou. Segundo ele, as festas de fim de ano até alavancam as vendas, mas com o desempenho da economia e a diminuição do consumo, sua influência será pequena. As expectativas são ou de vendas iguais ao ano de 2014 ou de uma pequena baixa até o final de 2015. “O setor está cauteloso quanto a um crescimento de vendas neste ano, pois isso depende basicamente do desempenho da economia, que, até então, tem sido de retração”, conclui.
-4,6% Foi o índice de queda do varejo capixaba nos seis primeiros meses de 2015 203
ECONOMIA | AGROINDÚSTRIA Foto Secom/ES
A falta de chuvas teve impacto direto na agricultura capixaba este ano
Agronegócio: à mercê do tempo Estimativa é de que a estiagem tenha causado prejuízos de R$ 1,7 bilhão aos produtores rurais
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e a maior parte dos setores econômicos do Espírito Santo sofre com a crise política e econômica que se instalou no país, a agropecuária tem mais uma intempérie em seu caminho: o clima. O mês de janeiro foi o mais seco da história do Estado desde que tiveram início os registros, em 1931. E a falta de chuvas teve impacto direto na agricultura capixaba. A estimativa é de que a estiagem já tenha provocado prejuízo de R$ 1,7 bilhão, tendo como base a safra e o faturamento dos produtores rurais em 2014. E é preocupante para patrões e empregados. Só o café, carro-chefe do agronegócio capixaba, emprega 350 mil pessoas no Estado, número que supera a soma de funcionários das grandes plantas industriais e do poder público.
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Em fevereiro deste ano, um relatório apresentado pelo secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, feito com base em levantamentos do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), mostrou que só na cafeicultura as perdas chegam à casa de R$ 1 bilhão, com redução de 33% na produção. Os prejuízos na fruticultura ultrapassam os R$ 300 milhões – com uma produção 30% menor – e na pecuária de leite, R$ 150 milhões – queda de 31% na produção. As culturas do feijão e do milho produziram, respectivamente, 50% e 56% a menos. Na olericultura, houve retração de 36% na safra, e a cana-de-açúcar registrou uma produção 33% menor do que em 2014. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“A Região Sudeste está vivendo uma das mais graves crises hídricas de sua história. O Espírito Santo registra a pior seca dos últimos 40 anos. Todos os setores da sociedade estão sendo afetados pelo problema, mas a situação do segmento agropecuário capixaba é muito difícil. Em dezembro de 2013, estávamos sofrendo com o excesso de chuvas. Agora, poucos meses depois, enfrentamos um grave cenário de escassez de água”, pontuou Octaciano Neto por ocasião da apresentação do relatório. A cafeicultura, a pecuária de leite e a fruticultura são os segmentos que amargam os maiores prejuízos. Por conta da falta de chuvas no período de formação dos grãos, o café terá um ano de perdas vertiginosas, atingindo principalmente produtores de conilon do norte do Espírito Santo. A atividade prevê que a queda na safra pode ficar em torno de 50%. O café mantém duas cadeias econômicas: a área produtiva e a indústria. A primeira já previa quebra de safra de até 30% na estimativa de abril. O percentual, que assustou quem atua nessas lavouras, mostrou-se ainda mais crítico, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Torrefação e Moagem de Café do Estado do Espírito Santo (Sincafé), Egídio Malanquini. “Em algumas regiões, tivemos 50% de quebra de safra. É uma triste realidade. Foi um ano de muita seca, muito sol. Até as lavouras irrigadas tiveram pouca água, os proprietários não puderam irrigar como seria necessário. Mesmo os cafezais de arábica que estão plantados em áreas menos frias sofreram por conta da estiagem, mais forte nessas regiões”, explica Malanquini. “Os cafeicultores estão preocupados, pois a quebra de safra foi assustadora. Eles se pautam pelas pesquisas realizadas pelo Governo Federal. A primeira do ano é feita em janeiro, a segunda, em abril, e depois, há a terceira em agosto. Nas duas primeiras, não se detectou um percentual tão elevado de quebra na produção por questões climáticas. Em agosto, no entanto, os números virão com quebra acima de 50% nas lavouras. Mesmo nas lavouras irrigadas, em que se usa a irrigação para conduzir fertilizantes, a baixa na produção é considerável. Falamos de café, mas há quebra de safra também na fruticultura, na pecuária de leite, nas hortaliças. É só ir ao mercado ver os preços, que já estão mais altos para o consumidor. O quadro é preocupante”, explica o presidente da ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (Faes), Júlio da Silva Rocha Júnior. Ainda com estoques nos armazéns, a indústria do agronegócio vai demorar um pouco mais para sentir o baque das intempéries. No primeiro semestre, segundo a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o café em grão teve alta de 9,3% em valor nas exportações, atingindo os US$ 2,86 bilhões. O setor de beneficiamento, além da melhoria nas vendas externas, também não sofre, ainda, com a falta de matéria-prima no mercado, por conta dos estoques. “Ainda há demanda de mercadoria para ser industrializada, quer dizer, há café estocado nos armazéns. Por enquanto, a agroindústria tanto do café quanto de polpa de frutas flui naturalmente. O impacto virá mais adiante”, avalia o presidente do Sincafé. A pecuária de leite, segundo o presidente da Faes, também está em situação delicada. Além da seca que ocorreu no sul do Estado, houve incidência de lagartas nas pastagens. “A lagarta matou o pasto, não apenas comeu, tão severos foram os ataques. Os produtores tiveram, então, uma elevação dos custos comprando silagem (ração para o gado). Mas a silagem está servindo para não deixar o gado morrer. As consequências vão longe: a vaca magra não fica prenhe, e o pecuarista perde um ano de lactação, já que sem dar cria, o animal não dá leite. Não é simples. Para piorar, a cotação do leite no mercado internacional, que já chegou aos US$ 4,8 mil por tonelada, um preço alto, caiu. Agora, está nos US$ 2,2 mil/t, por conta do leite que chega do Uruguai. Além da crise interna e dos fatores climáticos, temos ainda o leite com valorização baixa, por conta do excesso de produção internacional. E pela lei do mercado, o intermediário, claro, vai comprar do exterior”.
Dívidas Segundo Júlio da Silva Rocha Júnior, outra questão que tem impacto direto na vida dos produtores e no agronegócio capixaba é a dificuldade de reparcelamento de dívidas. O Banco do Brasil, principal financiador da safra brasileira, atende a uma norma imposta pelo Banco Central: se o produtor não honrar o compromisso e precisar renegociar financiamentos, não poderá tomar novo empréstimo na instituição financeira pública. Um círculo vicioso, já que sem
R$ 1,7 bilhão É a estimativa de perdas no agronegócio capixaba 205
No Espírito Santo, o café e a pimenta-do-reino se destacaram nas exportações, ao lado da celulose
dinheiro para insumos e custos de produção, o agricultor dificilmente poderá pagar o que deve. “É o desespero. E, pelo que se desenha, esses produtores terão que se desfazer do seu patrimônio para honrar as dívidas. Recentemente foi aprovado socorro para os clubes de futebol brasileiros quitarem suas dívidas. Se parcelaram isso, por que o Governo Federal não enfrenta com coragem e resolve a questão das dívidas dos produtores rurais?”, questiona o presidente da Faes. A entidade está em busca de soluções para esses impasses financeiros. “As formas de renegociação propostas são abusivas para o produtor, que não pode pegar dinheiro. E se não há financiamento, não há safra, e não há como pagar as dívidas. Hoje, para dar uma ideia, as únicas culturas que estão realmente dando lucro são de pimenta-do-reino e gengibre. Mas são casos muito pontuais. As demais passam por um momento complicado. E são poucos os que têm seguro da lavoura. A cobertura, no Estado, segue a média brasileira, que é de 9% das lavouras. Um percentual pequeno”.
Superávit Em junho, o superávit do agronegócio nacional foi de US$ 8,067 bilhões. Os dados foram divulgados pelo Ministério da Agricultura. Ocorreu queda de 4% na comparação com junho de 2014, quando a diferença positiva entre receita e despesa na balança comercial do setor ficou em US$ 8,396 bilhões. Mesmo com a baixa no desempenho, a participação do agronegócio no total das exportações brasileiras chegou aos 46,5% no mês. Há, no entanto, um perigo em
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olhar esses números sem observar atentamente o modelo agrícola do Espírito Santo. “No país, nosso setor ainda é superavitário, mas quem constrói esse resultado é uma minoria. Para se ter ideia, 7% dos agricultores englobam 78% da produção. Quer dizer, os outros 93% só respondem por 22%”, destaca o presidente da Faes. Mas até para os grandes produtores nacionais, o primeiro semestre de 2015 se mostrou menos favorável. As exportações brasileiras somaram US$ 43,26 bilhões, encolhimento de 11,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. As importações foram de US$ 7,06 bilhões, 15,3% menores que no mesmo período em 2014. O saldo da balança comercial do setor foi positivo em US$ 36,2 bilhões, mas 12% menor que o observado no primeiro semestre de 2014, quando alcançou US$ 49,112 bilhões. No Espírito Santo, o café e a pimentado-reino se destacaram nas exportações, ao lado da celulose. O agronegócio capixaba fechou o primeiro trimestre do ano com uma receita cambial de US$ 449,3 milhões em produtos embarcados, acréscimo de 4,36% ante o mesmo intervalo de 2014. A receita obtida com a venda do café verde gerou US$ 161,4 milhões, aumento de 47% em relação ao ano passado. Na ocasião da divulgação dos dados, o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca, Octaciano Neto, ressaltou que os números mostram que o segmento ainda não sofreu os impactos da estiagem. “Devemos sentir os efeitos, em especial sobre a comercialização do café, a partir do segundo semestre”, afirmou.
Futuro O agronegócio tenta se reinventar. Uma das formas de diminuir os custos de produção está na colheita mecanizada, no caso do café. Por meio da tecnologia, a atividade também conseguiu aumentar a produtividade da área plantada. “Depois desse quadro muito triste que foi desenhado, só dá para pensar que é preciso criatividade para prosseguir. É sempre um desafio. Não podemos parar de investir, mas temos que investir em agricultura de precisão, caso da irrigação, que deve ser por aparelhos modernos, que consomem menos água e energia”, avalia Júlio da Silva Rocha Júnior.
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ECONOMIA | COMÉRCIO EXTERIOR
Café é um dos produtos que conseguiram saldo positivo nas exportações
Café e aço salvam a balança comercial capixaba Exportações capixabas caem 10% no primeiro semestre e importações, 23%
O
comércio exterior sofre diretamente as consequências da crise brasileira. E o Espírito Santo, Estado bastante dependente dessa corrente, é atingido em cheio. Tanto as exportações quanto as importações pelos portos do Espírito Santo exibem números negativos no primeiro semestre de 2015, o que revela o desaquecimento da economia. As exportações capixabas totalizaram US$ 5,3 bilhões no período, com queda de 10% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
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Entre os produtos da pauta que conseguiram fechar com saldo positivo, café e aço foram os protagonistas, com variações de 127% e 30%, respectivamente. Principal item exportado pelo Espírito Santo, o minério de ferro teve uma redução de 23% nas vendas para o mercado externo. Em situação negativa também ficaram o petróleo, com baixa de 15%, e a celulose, com retração de 7%. “Por ter uma pauta muito focada em commodities, o Estado sofre com qualquer oscilação econô-
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mica mundial. Fora isso, exportadores de café e rochas, que estão com bom desempenho nas vendas ao longo do ano, não conseguem contêineres para suas operações”, avalia o presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo, Marcilio Rodrigues Machado. Já as importações realizadas por empresas no Espírito Santo sofreram com declínio de 23% no primeiro semestre deste ano no comparativo com 2014, chegando a US$ 2,8 bilhões em 2015. Esse é o pior resultado nos últimos nove anos, conforme dados da entidade. As operações envolvendo veículos, principal item importado pelos portos capixabas, encolheram 23% no período analisado. Pior resultado ainda, em termos percentuais, ficou com as importações de máquinas e equipamentos, com diminuição de 54%. Com baixo desempenho também em outras mercadorias importadas, como tecidos, equipamentos elétricos e peças de aviões e helicópteros, o efeito cascata chega à arrecadação do ICMS Fundap, que caiu 18% no primeiro semestre ante a 2014. Parte dos recursos é repassada aos municípios capixabas. “Esse dado esclarece que a vilã não foi a Resolução 13, que entrou em vigor no início do ano passado e reduziu as alíquotas, impactando o Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). O problema é a falta de logística, de infraestrutura para o setor importador capixaba”, ressaltou Marcilio Machado.
Futuro “É bem provável que a balança comercial do Espírito Santo apresente um bom saldo comercial em 2015. Entretanto, isso deve ocorrer devido principalmente a um recuo das importações, mais do que a um aumento nas exportações. As importações devem diminuir em função da redução da atividade econômica no Brasil. Por outro lado, não podemos afirmar que a
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Minério de ferro é o principal item exportado pelo Espírito Santo
desvalorização cambial no país possa compensar, digamos assim, a queda dos preços das principais commodities ou matérias-primas que exportamos”, avaliou o dirigente.
País Na comparação com outros Estados, como Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, a situação do Espírito Santo é a pior em termos de crescimento nas importações e perda de representatividade. “São Estados que importavam valores próximos aos nossos, mas que viram dobrar suas importações em 10 anos, enquanto que a nossa taxa ficou próxima de 25%, reduzindo a participação no peso total”, disse Machado. A maior alta nas importações, de 380%, foi registrada em Santa Catarina, que nos últimos anos investiu pesado em logística e teve um salto no percentual do total de desembarques de 3,5% em 2010 para 7,5% neste ano. “Não há como desenvolver essa atividade sem uma infraestrutura preparada para atender desde o pequeno até o grande importador e exportador. O Espírito Santo sofre com falta de recursos aplicados em portos, aeroportos e rodovias, refletindo-se em ausência de linhas, fretes e taxas mais altas, além de um transit time elevado”, finalizou.
23% Foi o declínio das importações realizadas por empresas no ES no 1º semestre de 2015 209
ECONOMIA | MÓVEIS
O ano em que a crise chegou ao sofá Indústria moveleira já sente o impacto da crise e contabiliza queda de 10% nas vendas
“O
ano passado (2014) foi terrível, mas estamos com saudades dele”. A frase, de Luiz Henrique Toniato, presidente do Sindicato das Indústrias de Madeiras e Atividades Correlatas em Geral da Região Centro-Sul do Estado do Espírito Santo (Sindmadeira), traduz bem o ânimo do setor moveleiro capixaba em relação aos rumos da economia no primeiro semestre de 2015. O segmento, que no Estado concentra aproximadamente 800 indústrias e gera cerca de 11 mil empregos, já contabiliza queda de 10% nas vendas. Em alguns subsetores dessa área, a baixa pode chegar aos 15%. Além da receita menor, empresários ainda pagam a conta do aumento dos custos de produção, em especial da energia e da gasolina, insumos estratégicos da indústria. Para Alvino Pessoti Sandis, presidente do Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), além de a atividade já ter amargado um ano difícil em 2014, com Copa do Mundo e eleições atrapalhando as vendas, e uma economia com o pé no freio, em 2015 o desafio é ainda maior. “Em 2014, tivemos momentos de retração de vendas muito em razão de fatos pontuais. Este ano, o desafio é mais evidente, pois vivemos a ameaça de recessão com forte impacto no consumo. Tradicionalmente, no segundo semestre as vendas aquecem. Esperamos o mesmo cenário para este ano”. Mas as expectativas podem não se concretizar. Em parte, por conta da falta de dinheiro no mercado. Depois, há o medo gerado pelo desemprego, que influencia fortemente a decisão do consumidor. E o clima, otimista ou pessimista,
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avalia Toniato, é fator determinante na hora da compra. “A economia vive essa ambiência. O modus operandi da decisão de compra do consumidor e de investimento das empresas é baseado nas expectativas sobre a economia, corroborado, é claro, por elementos concretos. Temos o juro básico em alta, a 13,65%; a inflação está colando nos dois dígitos, e o desemprego subindo. Diante desse cenário, as famílias vão se empenhar em pagar a prestação do apartamento, o condomínio, a educação e a alimentação. É natural adiar a troca ou a compra de móveis”, análisa o dirigente. Além dos fatores econômicos, a crise política que se instalou no país também dificulta a retomada das operações. As descobertas da Operação Lava Jato, que investiga a corrupção em contratos da Petrobras, teve influência direta na saúde da indústria. Além de a estatal petrolífera responder por boa parte do Produto Interno Bruto (PIB) do país, as constantes notícias de corrupção no âmago de uma empresa que, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Fotos Divulgação Serpa Marcenaria
O segmento concentra no Estado aproximadamente 800 indústrias e gera cerca de 11 mil empregos
até então, representava um sólido pilar da economia geram desconfiança no mercado e, claro, na população, que prefere esperar o “trem da história” entrar nos trilhos para voltar a comprar. Luiz Rigoni, presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira do Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo, concorda que, diante de tantas notícias ruins sobre os rumos da economia, o consumidor colocou o pé no freio. “Uma característica da nossa área industrial é que os produtos não são prioridade de consumo. Mas ainda há pessoas comprando móveis. Quer dizer, após a construção civil desacelerar, nosso setor ainda caminha por um tempo. Quem comprou apartamento ou casa nova vai mobiliar, e isso nos dá uma folga no mercado. Mas sentimos, sim, que já piorou e vai piorar mais. Serão dois anos difíceis”, explica. O Governo Federal também se comportou como vilão na história. O crédito habitacional ficou mais caro, além de mais difícil. Para se ter uma ideia do problema, a redução ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
do valor destinado a financiar a casa própria pela Caixa Econômica Federal em 2015 será de R$ 25 bilhões. Esse corte representa 20% de tudo que foi desembolsado em 2014 pelo banco do Governo. E a equação é simples: menos pessoas comprando moradias, menos pessoas comprando móveis. Para Rigoni, se até meados do ano que vem o mercado não reagir, o abismo será grande e bem difícil de ser superado. “Mas se o mercado imobiliário começar a crescer, voltamos a crescer também. Está tudo ligado”. No entanto, se a retomada não vier, diz ele, a demissão, fantasma mais temido da crise, certamente vai apontar no horizonte. “A indústria já está dando folgas de dois ou três dias, à espera de pedidos. Ainda não chegamos às demissões, pois ainda há consumidores mobiliando os apartamentos que foram entregues há pouco tempo. Mas demitir é uma possibilidade, caso não haja melhora do quadro geral”. O aumento de custos também assusta os empresários. “Os preços estão aumentando muito. Vamos administrando, inovando, mas o custo alto subtrai o dinheiro e o poder de investimento da indústria. A energia subiu, então criamos alternativas, melhoramos nossas instalações, regulamos as máquinas, otimizamos o sistema. Aí, vem um novo aumento. O custo fixo continua subindo e corroendo, aos poucos, a nossa competitividade”, desabafa Rigoni. Artemio Locatelli Filho, presidente do Sindicato da Indústria Moveleira de Colatina (Sindmóveis), corrobora a afirmativa. “As notícias são desanimadoras. Há muita corrupção, e isso deixa o consumidor retraído. Mas temos a esperança, apesar desse quadro, de que a economia volte a se restabelecer o mais breve possível, devido ao agronegócio. Estamos em uma região com agronegócio forte. E se a agricultura não sentiu tanto quanto a indústria e o comércio, nossa esperança é que ela nos ajude a recuperar o mercado. Por isso, também estamos voltando nossos negócios ainda mais para o interior, vamos focar mais esse mercado e tentar aquecer as vendas.” A esperança de Locatelli se explica com os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O setor agropecuário teve forte crescimento – de 4,7% – entre janeiro e março deste ano. Demonstrando a importância do desempenho da agricultura na economia,
10% É o percentual de queda nas vendas da indústria moveleira capixaba em 2015 211
ECONOMIA | MÓVEIS
no período o PIB teve queda de -0,2%, ou seja, foi o campo que amenizou e tornou o tombo da economia um pouco menor. O dirigente não acredita que a indústria moveleira, a exemplo de outros atividades da economia, consiga atravessar sozinha o período turbulento. “Este ano, a ideia é paralisar e aguardar o socorro que vem em favor da indústria, porque crédito caro e consumo baixo formam a combinação perfeita para acabar com a indústria”, comenta.
Importações Além dos problemas causados pela instabilidade da economia, o setor moveleiro vê-se, agora, diante de mais um desafio: os produtos da China. Os móveis fabricados no país asiático já chegam ao mercado brasileiro com preços atraentes, devido aos baixos custos de produção. Segundo Artemio Locatelli, no entanto, a baixa qualidade ainda freia o crescimento das vendas desses itens vindos do Oriente. “As vendas da China influenciam, sim, o setor moveleiro. Mas eles têm pouco valor agregado, a qualidade é questionável. No entanto, esses móveis servem de referência para comparação de preços, e essa não é uma comparação justa feita pelo consumidor. Quer dizer, as peças oriundas de lá são até bonitas, mas não há a menor qualidade na matéria-prima”, avalia. Para Luiz Rigoni, entretanto, os nichos de móveis menores já estão sentindo o impacto. No caso de mercadorias maiores, que ainda necessitam de montagem, o impacto por enquanto é menor. “E isso é culpa do custo Brasil, que é altíssimo. Como podemos ser competitivos com taxas questiona?”, questiona.
O sobe e desce da folha de pagamentos A reoneração da folha de pagamento é outro fantasma que ronda a indústria. A desoneração foi criada no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e permitiu aos beneficiados substituir a contribuição patronal ao INSS por um percentual gradativo sobre o faturamento. A ideia era dar mais competitividade à indústria, mas o Executivo recuou e quer reinstituir a fórmula antiga, que aumenta sua arrecadação.
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No início, o Governo propôs mais do que dobrar as alíquotas que incidem sobre o faturamento dos 56 setores contemplados originalmente pela desoneração. O texto aprovado na Câmara dos Deputados em junho, entretanto, favorece alguns segmentos, como transportes, comunicação (empresas jornalísticas e de radiodifusão), call centers e calçados. Poupa ainda empresas de massas, pães, suínos, aves e pescados. O setor de móveis, porém, não escapou do retrocesso. O projeto que reonera a folha de pagamento ainda tem que passar pela deliberação do Senado antes de ir à sanção da presidente. “A energia subiu quase 100%. A gasolina subiu, alavancando o frete. Nem é recessão, é uma economia difícil de administrar, não há como planejar o negócio, porque o Governo desenha um quadro e não o mantém. É o caso do fim da desoneração da folha de pagamento. Mais um aperto, que vai acarretar demissões”, avalia Luiz Rigoni.
Novos olhares Diante de um cenário pouco animador, Luiz Henrique Toniato, do Sindmadeira, considera que a atividade precisa se reinventar, especialmente do ponto de vista tecnológico. “Enquanto dependermos de mão de obra que acaba gerando baixa produtividade, teremos dificuldade de competir. Temos que acompanhar e inovar no marketing e na tecnologia de gestão e produção. Vivemos um momento de desafios, e a ideia é não fazer grandes investimentos, mas melhorar os processos de produção, com foco em aumentar a competitividade das nossas empresas”. Alvino Pessoti Sandis também vê na inovação o caminho para, ao menos, driblar a crise que se instala. “Inovação e design, além de arrojo comercial, essas são as armas”, garante. E completa: “Apesar do clima de pessimismo com o qual o cidadão brasileiro tem convivido todos os dias, estamos fazendo o que deve ser feito. O cenário mais provável é uma retomada da economia já em 2016, além do abrandamento da escalada inflacionária. O empresário trabalha sempre com o planejamento de médio e longo prazo e não se deixa abater por momentos ruins”.
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ECONOMIA | POLÍTICAS PÚBLICAS
Ano de ajustes fiscais faz governo do Estado e União puxarem o freio
Crise atrapalha políticas de incentivo à indústria No Estado, diálogo entre Governo e empresariado é a saída
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o dia 22 de maio de 2015, a notícia de que o Governo Federal estava disposto a cortar R$ 69,9 bilhões do Orçamento da União reafirmou o cenário de insegurança e instabilidade econômica em que se encontrava o país. O anúncio significava o maior contingenciamento da história e representava uma tentativa de equilibrar as contas e poupar, mantendo o superávit primário. Para amenizar os impactos, o Executivo optou por uma limitação de verbas não linear. Tirando menos de uns, mais de outros, o objetivo era que todos os ministérios contribuíssem para a contenção de despesas, mas a medida não agradou. “Suspender investimentos em infraestrutura é um golpe duro para a indústria brasileira. A crise financeira, juntamente com a crise política instalada no país, atinge o setor diretamente. Hoje, nós, da Findes, estamos em compasso de espera, na expectativa do que virá a partir dos cortes previstos pelo Governo”, afirmou o diretor para Assuntos de Políticas Públicas Industriais da Federação das Indústrias do Espírito Santo
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(Findes), Paulo Baraona, explicando que sua maior preocupação é com relação à infraestrutura necessária para sustentar as atividades da indústria.
Esfera federal Se o problema é a infraestrutura, uma dose de otimismo foi dada aos capixabas cerca de duas semanas após a divulgação da retração de recursos, com o anúncio de lançamento da segunda etapa do Plano de Investimento em Logística (PIL 2015), feito pela presidente Dilma Rousseff no dia 3 de junho. O destaque do Plano – para a população local – ficou com as obras de duplicação e concessão da BR 262. O trecho capixaba havia ficado de fora do pronunciamento oficial, gerando controvérsias na bancada parlamentar do Espírito Santo. Um mês depois, durante audiência pública realizada em Vitória, o ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, retratou-se publicamente da “falha”, confirmando: a BR 262 vai receber investimentos, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e sua concessão é esperada para o ano que vem, junto com outras 10 rodovias. Os editais de chamamento público para o envio dos Procedimentos de Manifestação de Interesse (PMIs) foram publicados no dia 10 de junho, com prazo final para entrega das propostas em 10/07. O edital nº 8, que contempla o trecho capixaba da BR, recebeu 27 propostas, com valor máximo estimado no documento de R$ 6,6 milhões. Após a aprovação do Ministério dos Transportes, as empresas ou os consórcios que demonstraram interesse em realizar os estudos para as futuras concessões terão 180 dias para entregar as análises. A audiência pública, aliás, foi para tratar de logística. O primeiro de quatro encontros acertados debateu a implantação da ferrovia Vitória-Rio, incluída no PIL 2015. Com um investimento que gira em torno de R$ 7 bilhões, a nova ferrovia terá 577 km de extensão e atenderá à demanda da rede portuária dos dois estados, incluindo os portos Central e de Tubarão, no Espírito Santo. Para voar também tem dinheiro. O dia 25 de junho foi marcado pela assinatura da ordem de serviço para o início das obras do Aeroporto de Vitória. O projeto, de mais de R$ 500 milhões, contempla a ampliação do atendimento a passageiros, cinco pontes de embarque e nova área de estacionamento, entre outras melhorias. A previsão é que esteja tudo pronto em 2017. Já para o escoamento de produtos pelo mar, o novo desenho da poligonal do Porto de Barra do Riacho possibilitará a ampliação do terminal privado existente (Portocel) e viabilizará a implantação de outros empreendimentos portuários na região, como o da empresa Imetame. O decreto que redefine os limites foi publicado em 5 de junho no Diário Oficial da União e abre perspectivas reais para investimentos da iniciativa privada, antes impedidos por força da legislação. Mas essas notícias não animam Paulo Baraona: “Os anúncios pontuais não significam nada diante da conjuntura. (...) O Brasil é um país engessado na legislação. Há a necessidade de um grande pacto federal e estadual, que desburocratize os processos oferecidos hoje ao empresariado. A classe é vista de forma negativa pelos órgãos de controle e de fiscalização, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e a forma de mudar isso é, primeiramente, abrir esse grande pacto nacional entre a indústria, os órgãos de controle, a Justiça e o Executivo. Só assim este país pode andar. O que precisamos é de políticas públicas que não atrapalhem nosso trabalho”.
Pacto estadual No Espírito Santo, o ano foi de diálogo. O Governo Hartung adotou como instrumento de desenvolvimento econômico o Contrato de Competitividade, um pacto firmado entre os setores produtivos e o Executivo estadual. O poder público oferece benefícios fiscais e, em troca, os segmentos têm o compromisso de aumentar a competitividade das empresas capixabas em relação às similares de outras regiões do país, investindo em ações que resultem em seu próprio desenvolvimento socioeconômico sustentável. O objetivo final é garantir manutenção e criação de empregos, ocupação, renda e evolução na capacitação profissional da população local, simultaneamente ao incremento da capacidade industrial, tecnológica e comercial. Segundo a subsecretária de Desenvolvimento do Estado, Cristina Santos, já existem 20 contratos assinados, sendo 17 celebrados por setores industriais. “O contrato dá condições ao empresariado capixaba de competir com produtos de outros estados. O diálogo é constante e baseado na troca de informações. Enquanto os setores produtivos nos mostram onde estão os gargalos, a gente diz até onde podemos ajudá-los”, explicou. De acordo com Cristina, as medidas de incentivo econômico fazem parte do planejamento estratégico do Governo: “Nossa prioridade é a melhoria do ambiente de negócios, e isso passa pela desburocratização e pela racionalização dos sistemas, otimizando o relacionamento entre as diversas frentes da economia. E esse trabalho tem que ser constante. Até 2018, essas ações serão contínuas, porque a economia continua andando, e nós precisamos permanecer evoluindo”. Baraona comemora a abertura do diálogo, mas mantém os pés no chão: “Na esfera estadual, a conversa está acontecendo, e isso é muito importante. Este é um ano de propostas. Espero que no ano que vem possamos conquistar novos avanços”.
R$ 69,9 bilhões É a previsão de corte no orçamento federal para 2015
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ECONOMIA | VESTUÁRIO
Responsável pela manutenção de 20 mil empregos, o setor já enfrenta décadas de sacríficio
Uma indústria que aprendeu com as crises Setor de vestuário se reinventa e mostra que há caminhos para atravessar a turbulência
“A
crise não entrou no setor de vestuário este ano porque ela ainda não saiu dele”. A frase, de José Carlos Bergamin, presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário do Sistema Findes, mostra que o segmento vem trabalhando há muito tempo para driblar as intempéries do mercado. Com 1,3 mil empresas no Estado e responsável pela manutenção de 20 mil empregos,
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essa atividade industrial já enfrenta décadas de sacrifícios. “Temos 20 anos de crise, desde o início da entrada no Brasil dos produtos fabricados na China. Isso significa que trabalhamos há algum tempo com perspectiva e cenário de baixa. Como o setor não estava aquecido, não foi tão fortemente afetado como foram outras áreas que estavam caminhando muito bem até o ano passado”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Há empresários que contabilizaram perdas de até 5% no primeiro semestre do ano, revelando dificuldades de se escapar ileso da crise. “Certos segmentos, em especial empreendimentos que vendem para lojas multimarcas do Brasil, sofrem mais e registraram perdas. Os lojistas lidam com inadimplência alta e aproveitaram o momento para baixar os estoques. É um grande dilema. Há consumidores dispostos a comprar nessas lojas, mas estão inadimplentes, não têm crédito na praça. Chega ao ponto em que a grande questão é se vale a pena vender, mesmo com a insegurança”, explicou Bergamin. O segmento de jeans, aponta o dirigente, também está sofrendo. “Mas há marcas mais próximas dos clientes, que interpretam e entendem melhor seus consumidores e que estão conseguindo atravessar as dificuldades com mais tranquilidade”. A retração no ano como um todo, segundo ele, não será tão forte. Entre as razões, a alta do produto da China e a maior insegurança no mercado. Isso significa que aqueles que buscam mercadorias fora do país precisam de uma estrutura melhor, com mais capital e disposição para correr riscos. Além disso, comprar itens vindos do exterior significa enfrentar os problemas logísticos e estruturais do país, que não são poucos. Delson Assis Cazelli, presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Linhares (Sinvel), também assinala que o declínio no primeiro semestre não foi tão intenso quanto a que sentiram outros segmentos da indústria. “Tivemos queda de 4% a 5% nas vendas em relação aos primeiros seis meses do ano passado. E isso já se refletiu nos empregos. Aqui no norte capixaba, já demitimos 200 pessoas. Há falta de confiança no mercado, ninguém quer comprar. Esperamos uma leve melhora nos próximos meses, porque agora ou investimos ou saímos do mercado”, avalia. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A volta por cima A resiliência do setor é notória e vem de um trabalho construído ano após ano. Bergamin ensina que não adianta se preocupar unicamente com a macroeconomia. O ambiente externo está complicado, pela economia em crise e por desemprego, custos altos e falta de políticas de investimentos. “Temos que olhar para dentro do nosso negócio. Se há o que mudar, os momentos de crise são propensos para começarmos essas mudanças. Temos que ser pragmáticos e estabelecer processos”. Isso significa, na prática, olhar o horizonte de longo prazo, estabelecer metas e conhecer bem o mercado. E o dever de casa foi feito, tornando o ambiente da indústria do vestuário no Espírito Santo muito valorizado. “Não temos associação com o trabalho escravo, como acontece no exterior e até em São Paulo, onde há bolivianos trabalhando em situação degradante. Aqui, os sindicatos e o Ministério Público são muito atuantes, os empresários são conscientes. E as empresas que compram nossos produtos valorizam isso, e o consumidor também. Muitos procuram o Espírito Santo para produzir por conta da boa imagem que passamos lá fora. E essa fabricação por encomenda gera emprego e renda e faz com que a indústria passe pelas turbulências com menos de perdas”. Segundo Bergamin, o esforço da própria Federação das Indústrias do Estado, buscando parcerias com o Governo Estadual e o Sebrae a fim de capacitar pessoal e obter políticas de apoio, surtiu muito efeito. “Foi o que nos ajudou no período mais crítico e nos deixou mais fortes para enfrentar crises como a que está acometendo o país neste momento”.
Calçados O setor de calçados passa por um período mais complicado, informa Altamir Martins, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo. O ano de 2014, explica,
-7,5% É a queda na produção no 1º semestre de 2015 no setor de calçados 217
ECONOMIA | VESTUÁRIO
Empresários do setor contabilizam perdas de até 5% no 1º semestre de 2015
mesmo sob influência de Copa do Mundo e eleições, não foi tão ruim quanto se temia. “Mas no primeiro semestre de 2015, verificamos uma queda de -7,5% na produção. Acreditamos que a trajetória de baixa permaneça, e devemos chegar com declínio de -9,5% até o final de 2015”. A equação é simples, o varejo acompanha a queda das indústrias, e estas seguem o recuo no varejo. É um círculo vicioso, com cada setor extremamente dependente do outro. Apesar disso, o dirigente espera que uma característica do mercado aqueça as vendas. “Quer dizer, na impossibilidade de comprar produtos mais caros, como eletrônicos, automóveis e imóveis, as pessoas buscam saciar a vontade de consumir com produtos que caibam no orçamento”, diz. Essa marca é bem visível nas vendas de cosméticos, que sofrem influência negativa menor da crise. 218
“O que acontece com os cosméticos também ocorrerá com os calçados, é o que esperamos. Ou seja, o consumidor ficou sem comprar sapatos até abril, mas já voltou, mesmo que de forma tímida. Esperamos que de julho em diante as vendas aumentem, principalmente no segmento de calçados femininos”. A exportação também é uma boa alternativa para as baixas vendas, segundo ele. “As exportações são, na realidade, a salvação do nosso mercado. Os calçados brasileiros são muito bem aceitos pelo mercado da Europa, dos Estados Unidos e de outros países, portanto estamos exportando bem”, acrescenta Martins, que lembrou que em julho foi promovida a Francal Feira de Calçados, em São Paulo, quando foi lançada a coleção primavera-verão. “Com as vendas dessa feira e também com os grandes lançamentos realizados ali, poderemos ter um segundo semestre bem melhor que o primeiro”. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | EDUCAÇÃO
Educação, chave para o desenvolvimento do Espírito Santo Metodologias e recursos inovadores buscam tornar o ensino mais eficaz
C
omposta por 500 escolas, aproximadamente 590 mil alunos e 21 mil professores, a rede estadual é a maior e mais representativa do Espírito Santo. A capacidade de matrículas anuais é de cerca de 360 mil, divididas entre ensino fundamental (1º ao 9º ano), médio e profissionalizante, educação de jovens e adultos e educação especial. A Secretaria de Estado da Educação (Sedu) tem um orçamento de R$ 2,030 bilhões em 2015, e para 2016 os recursos disponíveis serão de R$ 2,130 bilhões. Para o secretário de Educação, Haroldo Correa Rocha, o grande desafio não é mais ter vagas, e sim melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem. “E, para isso, temos que mudar as prioridades das escolas. Elas precisam lançar mão de todos os recursos disponíveis para incentivar uma melhor aprendizagem. A escola, como está hoje, ainda não consegue dar a todos os alunos o nível de conteúdo que se espera. A reforma curricular e a reorganização das escolas são prioridades”, disse. No ensino médio, a pasta de Educação tem cinco ações principais. A primeira é o projeto “Escola Viva”, que determina que a unidade trabalhe em tempo integral. O novo modelo, em turno único, apresenta inovações pedagógicas, de gestão e monitoramento de resultados. A primeira Escola Viva já funciona desde julho, em São Pedro, em Vitória. O projeto beneficia cerca de 400 jovens entre 15 e 17 anos, em horário que vai das 7h30 às 17h. “E até o final do nosso Governo, em 2018, vamos colocar 30 escolas como essas em funcionamento. Nossa estimativa é de atender a 25 mil alunos”, frisou o secretário. O segundo projeto é o “Jovens de Futuro”, uma parceria da Sedu com o Instituto Unibanco. A ação visa a uma gestão eficiente e participativa, focada em resultados na aprendizagem dos alunos e como
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esses bons frutos podem influenciar de maneira significativa o nível da instrução oferecida. “É um projeto de melhoria do funcionamento da escola, por meio de um planejamento bem detalhado e de uma boa gestão, aplicado em 151 escolas de ensino médio”, disse Rocha. A aprendizagem dos estudantes do ensino médio da rede estadual também passou a ser ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Principais projetos realizados pela Sedu: • E scola Viva • J ovens de Futuro • P aebes Tri • C oordenadores de Pais • R eforço Escolar
Escola Viva: novo modelo apresenta inovações pedagógicas e de gestão e monitamento de resultado
medida a cada três meses por uma prova realizada pela Sedu. É o Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes) Tri. Até então, as provas do Paebes eram aplicadas uma vez ao ano. “Fizemos uma avaliação em abril, outra em setembro, e promoveremos também no final do ano. A cada três meses, estão sendo avaliados 110 mil alunos, de 290 escolas do Estado. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
E o resultado dessa análise será repassado às escolas, para que conheçam o desempenho de seus alunos e possam corrigir algum problema registrado”, destacou. Outra ação é o “Coordenadores de Pais”, idealizada para promover a participação assídua dos parentes nos trabalhos desenvolvidos pelas unidades de ensino, com o auxílio de um profissional que atua, principalmente, no eixo escola/família. Com isso, busca-se reduzir a evasão escolar. O programa conta com o apoio da Fucape e do Movimento Espírito Santo em Ação (ES em Ação) e é uma iniciativa executada em parceria com a Fundação Itaú Social, seguindo uma experiência promovida por esta em escolas da zona leste de São Paulo. “Esse profissional é contratado na comunidade onde a escola está inserida. Os alunos com dificuldades são acompanhados. A agente fica na escola, verificando quem falta muito, quem tem problemas com notas ou aqueles que tiveram que se ausentar por alguma razão. Além de incentivar o aluno a permanecer na escola, o trabalho foca a melhoria do desempenho e das notas”. De acordo com o secretário, além desses quatro projetos, que já estão acontecendo, há ainda a ação de “Reforço Escolar”, prevista para começar em 2016. “Toda escola tem um percentual de alunos que não vieram de uma trajetória adequada e apresentam deficiências no conhecimento adquirido. O reforço será uma estratégia para dar a eles a oportunidade de aprenderem o que ainda não puderam no momento certo. Assim, poderão seguir com menos dificuldade nos seus estudos”. A crise econômica tem, segundo o secretário, o seu impacto sobre a Educação no Estado. “Da receita do Governo, 25% têm que ser aplicados em Educação, e quando a economia entra em crise e essa receita diminui, a parte destinada ao setor cai, evidentemente. Estamos racionalizando as despesas. Os estudantes estão tendo as mesmas oportunidades que tiveram no ano
R$ 2 bi
É o orçamento do Espírito Santo para a Educação em 2015
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ECONOMIA | EDUCAÇÃO
Programa internacional, o torneio de robótica First Lego League é conduzido no Brasil pelo Sesi
passado, mas fizemos ajustes em certas despesas que não eram prioritárias. Também temos que fazer o nosso dever de casa, suprimindo os gastos que não são essenciais, tudo pela boa educação”, falou. A educação profissionalizante é destinada à juventude que está cursando ou já concluiu o ensino médio. Na rede estadual, mais de 200 unidades oferecem essa formação. Além disso, são compradas vagas nas entidades privadas para alunos que queiram fazer cursos focados no mercado de trabalho, sobretudo no campo industrial. “Temos cerca de 9 mil alunos na educação profissional, algo muito importante para os jovens e para o Estado. As estatísticas mostram que o jovem com o curso profissionalizante tem oportunidades maiores de crescimento no mercado”, afirmou o secretário.
Necessidade de se reinventar A educação como um todo precisa ser renovada, reinventada. Não é possível mais pensar que nos tempos atuais, de forte impacto da revolução da informação, teremos as mesmas formas de ensino e aprendizado. É essa a opinião do presidente do Conselho Superior de Educação (Conedu) do Sistema Findes, Luciano Raizer Moura. “O aluno atual é muito diferente do estudante do passado, já que tem amplo acesso à informação. O ensino não será mais focado no acesso à informação, que está universalizado pela internet, mas sim em saber o que fazer com essa informação. O sentido maior da educação será da aplicação gerando inovação. Este é o principal desafio da educação: dar sentido ao que se aprende. O Sistema Findes, que possui duas grandes organizações educadoras, que são o Sesi e o Senai, preocupa-se em modernizar seu ensino, incorporando inovações. É o caso da plataforma Geekie, de emulação do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) 222
e planificação individualizada do aprendizado, e da adoção do sistema Lego Education para ensino da lógica de programação pelo uso de robôs”. Para Raizer, todo momento de crise é também um momento de oportunidades, já que as empresas podem até diminuir seus quadros, mas continuarão a precisar de pessoas. “Nesses momentos é que faz diferença a pessoa mais bem preparada, para saber lidar com situações de restrição e de busca de soluções para problemas. Em época de crise é que o talento se sobressai, e as empresas devem preparar ainda mais suas equipes, investindo em educação e inovação para superar os desafios e buscar pelas oportunidades que surgem”. Em pauta nos últimos anos, a inovação também é aplicada à educação, e o tema é um dos que mais têm interessado ao Conedu. Para o presidente do Conselho, os tempos mudaram, a tecnologia é presente, e os desafios são grandes. Existe a necessidade de se inovar na educação, e isso tem ocorrido. “Não adianta mais imaginar a sala de aula com um professor que detém o conhecimento e que escreve no quadro para os alunos anotarem. Hoje, como já disse, a informação é muito maior na internet do que o professor domina, mas saber usar essa informação é que representa o grande desafio da nova era da educação. Por isso têm surgido plataformas muito interessantes, como a Geekie, que estamos usando no Sesi e que consegue fazer avalição individual do nível de conhecimento dos alunos, planejar de forma específica o que precisam aprender e o método mais indicado para cada um. Tudo isso on-line, ao alcance do professor e do aluno. Há ainda outras inovações, como a sala de aula invertida, em que o aluno tem acesso à inovação via internet e na sala de aula aprende a aplicar. Tem a educação à distância (EAD) e também crescido muito a ‘gameficação’ do ensino, pelo uso de jogos para aprendizado em ambientes simuladores. Ainda está por vir muito pela frente. A certeza que tenho é que em poucos anos a sala de aula, o professor e os métodos de ensino serão muito diferentes dos atuais”. Para ser produtiva, competitiva e inovadora, a indústria precisa de talentos e isso requer investimento em educação. Seja para formar jovens em ofícios, melhorar a competência de gestores, qualificar os profissionais existentes e até mesmo preparar melhor os empresários, ela segue como o instrumento vital e transformador. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ECONOMIA | INOVAÇÃO
Entraves para inovação industrial são notados em todo o país, mas mudanças já podem ser sentidas no ES
O momento é para inovar Empresas que buscam soluções criativas se destacam em meio à crise, afirma presidente do Conptec
“O
momento de crise é propício à inovação. Nesse período, é preciso se sobressair pelo diferencial, aumentando a produção e reduzindo custos. Quem faz isso se destaca”. As palavras são do presidente do Conselho Temático de Política Industrial e Inovação Tecnológica (Conptec) do Sistema Findes, Franco Machado, e respondem ao questionamento de muitos empresários. Em uma fase de economia adversa, é melhor diminuir os investimentos em pesquisas de inovação? Para o dirigente, certamente não. “Em crise, muita gente tem a visão de que precisa segurar o dinheiro a todo custo, mas eu penso diferente. Quando se mantêm os investimentos em inovação, as demandas dos clientes continuam, e até aumentam”, explica.
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Por isso, os esforços do Conptec para incentivar as pesquisas em inovação estão ainda mais intensos neste ano. Segundo Machado, o diálogo com as autoridades governamentais é constante, no sentido de ampliar o apoio e a disponibilidade de recursos. Além disso, o conselho vem buscando promover a aproximação entre as grandes indústrias do Estado e as empresas especializadas em criatividade e inovação, de forma que as novas demandas sejam atendidas em território capixaba mesmo, gerando oportunidades e promovendo o desenvolvimento do setor produtivo. E essa aproximação tem gerado resultados. Um exemplo é a capixaba Tecvix, que a partir de uma demanda da nacional Petrobras desenvolveu um tubo para injeção de vapor mais eficiente e mais barato do que os melhores até então ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
existentes no mercado. O produto foi aprovado com sucesso pela Petrobras e colocou a Tecvix em destaque no Prêmio Nacional de Inovação, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Sebrae, em maio deste ano. Em um funil que começou com mais de 2 mil inscritos, a empresa, sediada em Aracruz, foi a única capixaba entre as 28 finalistas.
Recurso e resultado A questão é que transformar ideias em resultados demanda tempo, dinheiro e certa liberdade para fugir de processos tradicionais em busca de soluções. Em geral, equipamentos e procedimentos inovadores são provenientes de empresas de pequeno e médio porte, onde as mentes criativas encontram mais espaço para testar novos conceitos e corrigir falhas – afinal, inovar também significa descobrir o desconhecido. “Sempre digo que quem espera um resultado diferente deve adotar uma conduta diferente. Não dá para esperar mudanças no final do processo fazendo sempre a mesma coisa. Por isso, as maiores inovações vêm das empresas menores, que têm menos ‘amarras’ e mais capacidade para inovar, por conta da liberdade que as pessoas têm lá dentro”, enfatiza Machado. Mas, para quem é pequeno, o que não sobra é dinheiro. Por isso, os incentivos financeiros, por meio de projetos e editais, são imprescindíveis. No ano passado, um importante avanço foi comemorado pelas organizações. Por meio do Tecnova – programa de fomento à inovação desenvolvido pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia (Finep), operado no Espírito Santo pelo Fundo de Amparo à Pesquisa no Espírito Santo (Fapes) – aplicou R$ 11,7 milhões em projetos capixabas. O valor é 86% do montante total disponibilizado, de R$ 13,5 milhões. De acordo com relatório divulgado pela Finep em fevereiro deste ano, o Espírito Santo alcançou a meta de contratação do Tecnova. O objetivo, no lançamento do programa, era fornecer subsídio financeiro para 40 projetos no Espírito Santo: 68 foram submetidos a avaliação, e 38 foram aceitos. O índice de contratação no Estado alcança 95%, muito superior à média nacional, de 48%. Aqui, o Tecnova já está encerrado, e as empresas têm dois anos para apresentar resultados, a partir da data de assinatura do contrato. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Nosso grande desejo é que o Tecnova seja permanente. Os projetos são de dois anos de duração só para que as empresas apresentem seu primeiro protótipo. Mas, e depois? É importante ter continuidade de recursos”, alerta Machado. Enquanto não há novos editais do Tecnova, quem precisa de recursos tem que ficar atento. Este ano, o Edital Senai Sesi de Inovação disponibiliza R$ 27,5 milhões para o financiamento de projetos, sendo R$ 20 milhões para projetos Senai e R$ 7,5 milhões para projetos Sesi. O edital recebe projetos de desenvolvimento tecnológico e social durante o ano todo e libera os recursos por meio de avaliações trimestrais. Outras linhas de crédito também são oferecidas, entre elas o Sebraetec, que atende a micro e pequenos negócios com demandas para inovação em sete diferentes áreas de atuação. Por meio desse programa, o Sebrae oferece consultoria, acompanhamento e subsídio financeiro que pode cobrir até 80% do investimento total. Mas se a busca é por empréstimos, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) opera diversas linhas, entre elas o programa Inovacred, que disponibiliza créditos de até R$ 2 milhões, e o MPME Inovadora, voltado para micro, pequenas e médias empresas.
Passos curtos A busca por inovação no Brasil, no entanto, ainda está longe do ideal. Uma pesquisa realizada pela CNI e divulgada em maio apontou que seis em cada 10 líderes que comandam negócios inovadores consideram que o país deixa a desejar nesse campo. O estudo ouviu 100 executivos, de pequenas, médias e grandes empresas, e 68% deles responderam que o grau de inovação da indústria nacional é “baixo” ou “muito baixo”. Para eles, o Brasil está atrasado em relação a outras economias, e os motivos são muitos: faltam políticas de incentivo, a interação entre empresas e universidades é difícil, e os profissionais recém-chegados ao mercado não estão suficientemente capacitados. Na análise de Machado, há ainda outro problema: “Em geral, as empresas brasileiras não têm a cultura de inovar. Inovação demanda dinheiro e tempo, e o mercado sempre vai ter altos e baixos. Então, isso não pode ser uma alternativa, mas um processo constante. Quem vê inovação como alternativa nos momentos de crise talvez nem consiga avançar. É necessário ter a cultura da inovação”.
R$ 27,5 milhões É o valor disponível para financiar projetos no Edital Senai Sesi de Inovação 225
ECONOMIA | QUÍMICA E EMBALAGENS
Indústria de transformados plásticos registrou retração de -5,1% no primeiro bimestre de 2015. Mais de 450 postos de trabalho foram fechados no setor químico capixaba
Indústrias química e de transformados plásticos por um fio Setores registraram maior retração da história
O
ano foi de qualificação de mão de obra para as indústrias química e de embalagens no Espírito Santo. Depois de experimentarem resultados pouco animadores em 2013, os dois setores fecharam parcerias em cursos de especialização de trabalhadores, mesmo enfrentando um 2014 com cenário econômico praticamente idêntico. A demanda por produtos químicos de uso industrial caiu 3,1% entre janeiro e maio deste ano, segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). O noticiário sobre queda de procura e receita se tornou frequente para todo o segmento industrial em 2015, mas a situação da área química requer atenção especial: ela é a base da cadeia, atende a praticamente todos as demais atividades produtivas do Brasil e vive seu pior momento desde 1996. No final de abril, a associação divulgou o relatório de Utilização da Capacidade Instalada por Grupos de Produtos, que não
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trouxe boas notícias. De acordo com o documento, a média de uso desse potencial pesquisado da indústria química atingiu o nível mais baixo de sua história, registrando 79% em 2014, índice mantido no primeiro semestre de 2015. O ideal, segundo especialistas, é que a planta funcione com, no mínimo, 87% de sua capacidade, de forma a estimular investimentos e encolher a frequência de paradas para manutenção, que geram custos adicionais. No Espírito Santo, a indústria química atua, predominantemente, no setor de transformação. A produção de cosméticos, fertilizantes, tintas, saneantes e outros itens finais, também chamados de terceira geração, é impactada de forma ainda mais drástica pelo declínio no consumo interno. “A indústria de terceira geração fica entre o aumento repassado pelas indústrias de base, nossas fornecedoras, e o comerciante, ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
nosso comprador, que não quer perder margem de lucro. Temos que reduzir nosso próprio faturamento para tentar equilibrar essa balança”, explica o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Químicos do Espírito Santo (Sindiquímicos), Elias Cucco Dias. Segundo ele, só no campo de cosméticos, o recuo na expectativa de faturamento para 2015 gira em torno de 30%. Os estoques estão abarrotados, porque não há saída de mercadorias. O reflexo disso é o desemprego. Desde o segundo semestre de 2014, mais de 450 trabalhadores foram demitidos. O número representa 30% da força de trabalho do setor.
Embalagens Outro segmento de base que sofre com a retração econômica é o de embalagens. De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), o primeiro bimestre de 2015 foi o pior dos últimos 47 anos, com retração de -5,1% na fabricação de transformados plásticos e de -10,4% no faturamento real do setor, na comparação com o mesmo período de 2014. No Espírito Santo, o Sindicato da Indústria de Materiais Plásticos (Sindiplast-ES) estima que a produção tenha sofrido queda de 10 a 15% no primeiro semestre de 2015, frente ao mesmo período do ano anterior. “O mercado de transformados plásticos sempre está em ascensão, pela característica dos clientes que atendemos. Hoje, o plástico está presente em qualquer cadeia produtiva. Essa redução do início do ano é o claro reflexo da retração do mercado e um indicativo de que devemos nos manter em espera ativa”, explicou o presidente do Sindiplast-ES, Neviton Gasparini, ecoando uma orientação dada pela Abiplast. A “espera ativa” foi a sugestão enviada pela entidade a seus associados em circular divulgada junto com o balanço do primeiro bimestre. A ação consiste em aproveitar o momento de baixa demanda para rever processos e investir em reorganização da linha de produção, observando pontos específicos, como práticas de gestão de capital de giro, capital humano, investimentos, custos, concorrência, gestão de fornecedores e clientes, entre outros. “Dessa forma, a indústria estará pronta para atender a retomada de ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
demanda, quando a economia se reaquecer e se estabilizar”, explicou Gasparini. No Estado, o Sindiplast-ES tem sido parceiro das empresas no processo de “espera ativa”. No início do ano, a criação de um sistema de visitas de prospecção provocou uma revolução na rede de relacionamentos do setor, segundo o superintendente do sindicato, Agostinho Miranda Rocha. “Em uma visita, é possível identificar as necessidades e as potencialidades de cada empresa, e esse trabalho tem sido muito importante para estreitar relacionamentos em toda a cadeia”, afirmou. Rocha explica que, a cada visita, quatro pontos são observados: a identificação das dificuldades do empresário, oferecendo consultorias e treinamentos; a avaliação dos produtos e dos serviços disponíveis, promovendo um intercâmbio com outras empresas que podem se tornar clientes, fornecedores ou parceiros; o auxílio à adequação à política de logística reversa; e a apresentação de produtos e serviços acessíveis pelo Sistema Findes e úteis ao segmento. Das 120 empresas do setor no Espírito Santo, 64 são associadas ao Sindiplast-ES e, destas, 47 são de micro e pequeno porte. Por isso, a prioridade das visitas de prospecção é dar apoio aos investidores de menor porte. Entre os serviços oferecidos, um, em especial, tem gerado resultados significativos. Criada em 2012, a Escola Senai do Plástico, desenvolvida pelo Senai, oferece qualificação para trabalhadores da indústria de transformados plásticos. O objetivo para 2016 é abrir 800 vagas em cursos de aperfeiçoamento ou de habilitação técnica, a “menina dos olhos” da instituição. “A Habilitação Técnica em Plástico forma sua primeira turma este ano; a segunda já está em andamento; e a terceira já é sucesso, com 220 pré-inscritos para 40 vagas. Com esse curso, estamos entrando na rota de capacitação para o setor no Brasil. Apenas nós e mais quatro unidades federativas oferecemos essa formação”, comemora Rocha, acrescentando que a modalidade in company vai incrementar ainda mais a atuação da Escola Senai do Plástico no Espírito Santo: “Funciona como uma escola móvel, pois o treinamento é dado na própria empresa. Os funcionários são treinados nas rotinas operacionais de cada uma e recebem uma certificação”.
800 vagas É a previsão de oferta da Escola do Plástico para 2016 227
ECONOMIA | MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
O ano da preservação e da consciência Ampliação de cobertura florestal e reuso da água são desafios em 2015
E
m 2015, a questão ambiental no Espírito Santo ganha destaque com os avanços na extensão verde e o fortalecimento da política de recursos hídricos. O Governo do Estado, em seu Planejamento Estratégico, priorizou como meta a ampliação da cobertura florestal em até 80 mil hectares até 2018, o que se caracteriza como um desafio, mas possível de ser alcançado. A ação faz parte do Programa Reflorestar, que tem como objetivo manter, recuperar e ampliar a vegetação no território capixaba, visando a garantir a disponibilidade de água, a conservação do solo e a biodiversidade, criando ainda oportunidade de renda para os produtores rurais por meio do mecanismo de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). A iniciativa é a contribuição do Espírito Santo para o Desafio 20x20, lançada por oito países da América Latina e do Caribe e que tem como alvo a reabilitação de 20 milhões de hectares de terras degradadas até 2020. Segundo a presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), Sueli Tonini, é algo que também se alinha ao Desafio de Bonn, que propõe a recuperação de 150 milhões de hectares em todo o mundo no mesmo período, e a outras medidas brasileiras, como o Pacto para a Mata Atlântica. “Assumir esse compromisso internacional destaca a capacidade do Estado de planejar ações em grande escala no campo da restauração florestal. Para o alcance dessas metas, o Reflorestar está entre as principais iniciativas do Governo”, disse ela. Apenas para este ano, a previsão é de que 1.770 produtores rurais sejam atendidos, permitindo o início de práticas de plantio e/ ou recuperação de cerca de 9.000 hectares de novas florestas a partir do próximo período de chuvas. Mais de 2.000 produtores rurais foram
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cadastrados, e 1.160 hectares foram preservados ou restaurados. Para aplicação do PSA, são utilizados, entre outros, recursos provenientes dos royalties do petróleo e do gás. O Espírito Santo foi o primeiro Estado a instituir o PSA como política pública, tornando-se referência em outros países. Outra intervenção de sucesso é o Iema Online. Por meio dessa ferramenta, o empreendedor capixaba pode obter via internet o Cadastro de Consultor, a Certidão Negativa de Débitos Ambientais e a Dispensa de Licenciamento Ambiental, além de realizar o Licenciamento Simplificado. Também é possível ter acesso à Licença Única para atividades como telefonia; coleta e transporte rodoviário de resíduos não perigosos; e translado rodoviário a granel de produtos perigosos, exceto material radioativo. Com o Iema Online, é executado ainda o atendimento às condicionantes das licenças ambientais emitidas por meio desse sistema. Já foram emitidos, desde sua implementação, em 2013, mais de 6,9 mil documentos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Programa Reflorestar tem o objetivo de manter, recuperar e ampliar a cobertura verde no Estado
Combate ao desperdício de água Em tempos de grave crise hídrica no país, entidades e conselhos também debatem formas de promover a economia e a reutilização da água, um recurso natural de extremo valor. Na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), as pautas ligadas à área ambiental são tratadas, em sua maioria, nas reuniões do Conselho Temático de Meio Ambiente (Consuma), que acontecem geralmente uma vez por mês. O grupo discute e propõe soluções e alternativas para os diversos temas, além de idealizar eventos informativos e de conscientização. Envolver as indústrias no debate é de vital importância, uma vez que a indústria nacional consome cerca de 17% dos 2,3 milhões de litros de água retirados por segundo dos rios. Em junho, o Consuma realizou dois módulos do seminário “Cenários para o Reúso de Água nas Indústrias do Espírito Santo”, com participação de representantes do setor e de órgãos do Governo, como a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
e a Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan). No módulo I, foram abordadas as “Bases Legais do Reúso”, com palestras de um advogado da Confederação Nacional da Indústria (CNI) especialista no assunto e de um colaborador da Cesan. Já no módulo II foram apresentados cinco casos de sucesso em reúso de água nas indústrias do Espírito Santo, de Minas Gerais e de São Paulo. Também houve uma palestra da Agerh sobre o atual cenário da escassez hídrica no Espírito Santo. Para o presidente do Consuma, Wilmar Barros Barbosa, o cenário preocupa, mas as empresas capixabas têm se empenhado em fazer a sua parte. “A indústria não só utiliza a água para diversas finalidades, como procura devolver para a natureza esse volume em condições ainda melhores do que as registradas no momento da captação. Mas quando se fala em reúso, não há uma regulamentação. Por isso, começamos no Consuma um trabalho de conhecimento sobre esse processo e como ele pode ser aplicado para que uma empresa não sofra problemas futuros. A maioria das indústrias tem estações de tratamento de água, ao contrário da agricultura, por exemplo, que utiliza a água bruta, sem tratamento. Muitos processos produtivos permitem o reúso, basta saber como empregá-lo para ter bons resultados”, afirmou. A presidente do Iema concorda com Barbosa sobre o engajamento da indústria capixaba na preservação dos recursos minerais. “É crescente a sensibilidade do setor empreendedor sobre a manutenção da qualidade ambiental para a sustentabilidade de seus negócios. Percebemos maior preocupação no investimento em novas tecnologias e na adoção de práticas mais amigáveis ao meio ambiente. Passamos por um período de alerta, em função da longa estiagem, e o setor industrial tem contribuído com o reúso e também por meio de discussões para a busca de alternativas à escassez hídrica”, falou. O período complicado ainda não passou, e o ano de 2015 deixa para a sociedade a lição de que é preciso saber consumir, para não faltar em um futuro próximo.
20 milhões De hectares de terras serão degradados até 2020 229
ECONOMIA | INDÚSTRIA CRIATIVA
Indústria criativa injeta R$ 2,1 bilhões na economia capixaba O valor aplicado representou, no ano de 2013, uma participação de 1,9% no PIB do Estado
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o Brasil, o mercado de trabalho das indústrias criativas, as que têm origem na criatividade, na capacidade e no talento individual, cresceu 90% entre 2004 e 2013 – bem acima do avanço de 56% do mercado de trabalho nacional no período – e hoje reúne 251 mil empresas e 892,5 mil profissionais formais. Com base na massa salarial desses negócios, estima-se que no país essa atividade gere um Produto Interno Bruto (PIB) equivalente a R$ 126 bilhões, que representam uma participação de 2,6% nesse indicador do crescimento nacional em 2013, frente a 2,1% em 2004. Os dados são do Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, realizado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), relativo de 2013. No Espírito Santo, apenas o núcleo criativo movimentou R$ 2,1 bilhões naquele ano, um acréscimo de 31% em relação a 2012 (R$ 1,6 bilhão), com uma participação no PIB estadual de 1,9%. Mas se considerados todos os elos da indústria criativa, que inclui as atividades relacionadas e de apoio, a cifra chega a R$ 20,5 bilhões no período. O mercado capixaba é composto por 7.112 empresas e 90,9 mil profissionais formais em toda a cadeia, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies). Os salários da indústria criativa chegam a quase três vezes a média do setor geral brasileira. Enquanto nesta o trabalhador recebe em média pouco mais de R$ 2 mil, naquela o ganho médio supera os R$ 5,4 mil mensais. O Espírito Santo ocupa o 7º lugar no ranking da remuneração média mensal, com um salário de R$ 4,87 mil, segundo o estudo da Firjan. “No mundo corporativo, os produtos, os serviços
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e as ideias gerados pela criatividade podem até ser copiados, mas a fonte dessas ideias – no caso, o profissional criativo –, não. Como é a criatividade que gera valor e dá vantagem competitiva para as empresas, os profissionais são valorizados pelo mercado”, explica o diretor-executivo do Ideies e consultor do Comitê para Desenvolvimento da Indústria Criativa do Sistema Findes, Antonio Fernando Doria Porto.
Estratégias de articulação Ainda que a indústria criativa movimente capital, várias ações vêm sendo articuladas pela Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para estabelecer novas estratégias junto às empresas e torná-las mais competitivas no mercado, principalmente nestes tempos de crise econômica. “Embora as indústrias criativas estejam crescendo no Espírito Santo, é necessário promover outras atuações, como uma maior articulação entre o setor público e a iniciativa privada”, afirmou Dória Porto. Em 2012, foi criado o Comitê para Desenvolvimento da Indústria Criativa do Sistema ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Poder público x iniciativa privada
O mercado capixaba é composto por 7.112 empresas e 90,9 mil profissionais formais em toda a cadeia da indústria criativa
Findes e firmado um convênio com o Sebrae-ES para elaborar uma metodologia que articulasse a indústria criativa com a tradicional, envolvendo as micro e pequenas empresas. Inicialmente, os setores que tiveram uma atenção especial foram os de confecções, móveis e rochas ornamentais. “Trabalhamos com 10 empresas, e o programa piloto, que durou dois anos, teve como objetivo integrar todos os envolvidos que participavam do processo de operações inicial e final na empresa, desde o setor de criação e a linha de produção até a venda. Para passar da teoria à prática, incluímos mais um módulo para fazer o acompanhamento e prestar consultorias para o projeto se consolidar. Muitos paradigmas foram quebrados, e as companhias entenderam que a criatividade proporciona um melhor clima nos ambientes fabris, gera mais riqueza e maior qualidade de vida”, diz o presidente do Comitê do Sistema Findes, José Carlos Bergamin. Agora, a metodologia será apresentada ao Sebrae Nacional para que possa ser adotada em outros Estados, e a Findes ainda pretende aplicá-la nos médios e nos grandes empreendimentos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Um setor que vem tendo atenção especial no Estado é o do vestuário, para o qual várias estratégias de agregação de valor foram adotadas, como a implantação do Senai Centromoda em Colatina, em 2014. Até 2016, a meta é inaugurar também a unidade de Aracás, em Vila Velha. “Muito mais do que uma escola de formação e de laboratórios de pesquisa, será um local apropriado de vivência para promover ideias criativas e modernizar a indústria local”, explica Bergamin. Segundo ele, o foco agora será fortalecer os processos criativos e as marcas das indústrias que participam do Vitória Moda, evento promovido pelo Sistema Findes, Câmara do Vestuário e Sebrae-ES, que este ano teve a sua 8ª edição, com participação de 19 marcas nas passarelas, Salão da Economia Criativa, mostra dos produtos e serviços de 112 expositores e feira de negócios, movimentando cerca de R$ 14 milhões. Além desses projetos, o Comitê passou a se alinhar com outros órgãos capixabas que desenvolvem iniciativas relacionadas à economia criativa. Em 2013, nasceu o Vitória Criativa, uma parceria entre Sistema Findes, Prefeitura de Vitória (secretarias de Turismo, Trabalho e Renda e de Cultura), Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV) e Sebrae-ES. O objetivo é mapear ações, capacitar profissionais e intermediar o diálogo entre integrantes do setor que desenvolvem produtos e serviços tendo a criatividade como matéria-prima. Em 2015, em junho, a Findes criou o Conselho Temático de Economia Criativa (Conect), cuja finalidade principal é tentar articular todas as instituições da Grande Vitória que integram ou apoiam a economia criativa, para que elas se fortaleçam e dialoguem entre si. “O Conect buscará se consolidar como o ambiente apropriado de formulação, promoção, difusão e articulação de fomento dessa nova economia no Espírito Santo, identificando as vocações para estabelecer o planejamento do setor”, explica José Carlos Bergamin. Novos campos também estão se organizando para um maior fortalecimento, caso do Sindicato da Indústria Cinematográfica do Espírito Santo (Sinaes), criado em abril deste ano, e do setor de joias, que está em fase de preparativos para a sua sindicalização.
R$ 126 bi
Foi o PIB estimado para a indústria criativa no Brasil em 2013
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ECONOMIA | TURISMO
Chave para o turismo crescer está em estrutura Investimentos em infraestrutura, diversidade geográfica e cultural e proximidade com os grandes centros do país são pontos fortes para o turismo capixaba vencer a crise
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rivilegiado por ter geografia, história e culturas tão diversificadas, o Espírito Santo chega a 2015 apresentando belezas naturais aliadas a infraestrutura que colocam algumas de suas cidades em destaque nacional e internacional. A capital, Vitória, por exemplo, foi recentemente apontada por uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) como a segunda melhor cidade do litoral brasileiro para se viver, ficando atrás somente de Florianópolis (SC). Com praias e montanhas tão próximas, o turismo de lazer, que já era uma das marcas capixabas, ganhou o reforço do turismo de negócios, ocasionado pelos investimentos anunciados por grandes empresas nos últimos anos. No entanto, o Brasil atravessa uma crise econômica, e seus efeitos se fazem sentir também nessa atividade em todos os estados. Segundo o presidente do Espírito Santo Convention & Visitors Bureau (ESC&VB), Alfonso Silva, como em todo setor econômico, o turismo de eventos e negócios local teve uma baixa substancial em virtude das adversidades que afetam todo o país. De acordo com ele, alguns congressos, feiras e exposições foram remanejados no calendário de 2015; outros acabaram cancelados. Mas Silva é otimista. “O segmento é resiliente. Mantendo o nosso foco no desenvolvimento da sociedade, conseguimos captar eventos para 2016/2017 e até para 2019, tendo em vista que os eventos técnico-científicos são fixos e as entidades os realizam independentemente da crise. Sendo assim, o ESC&VB, juntamente com o trade turístico capixaba, se empenha em realizar várias ações que mostrem à cadeia produtiva do turismo de eventos, em sua totali-
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dade, que é preciso acreditar no trabalho feito e que a crise é um momento pontual pelo qual passamos. Creio que, mantendo essa visão, em breve o mercado será aquecido, e teremos vários eventos acontecendo”, falou ele. Ainda na visão do presidente, para fazer o Estado continuar avançando neste momento, a Fundação Espírito Santo Turismo & Eventos trabalha para uma estruturação geral da área. Isso pode ser notado em projetos como a implantação de postos de informações turísticas na Grande Vitória; no selo “Autêntica Moqueca Capixaba”; na expansão para o mundo mobile (desenvolvendo um aplicaANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Turistas podem aproveitar as belezas do Espírito Santo
Turismo no Espírito Santo Confira os principais destinos de quem chega ao Espírito Santo: Município
%
Vitória
19%
Guarapari
14%
Vila Velha
12%
Serra
8%
São Mateus
6%
Marataízes
5%
Conceição da Barra
4%
Anchieta
3%
Aracruz
3%
Domingos Martins
3%
Outros destinos
23%
Fonte: Setur
“É um dos mais significativos em termos de fluxo de capital e, além da movimentação dos eventos, aumenta o gasto médio por dia do turista. Para os próximos anos, buscamos uma maior colaboração entre a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e o ES Convention&Visitors Bureau, com o intuito de captar mais eventos para o Estado, especialmente aqueles que abrangem mercados de nicho, como o Avistar - Encontro Brasileiro de Observação de Aves, que aconteceu em outubro deste ano”, frisou.
Números do setor tivo que oferece informações sobre o Estado); na elaboração de um documento conjunto com o trade para direcionamento de ações para fortalecimento do turismo; na articulação, junto à região metropolitana, para divulgação e atração de eventos em conjunto; e na participação em eventos nacionais e internacionais para captação de segmentos afins, principalmente os de lazer e de pesca oceânica. Para o secretário de Estado de Turismo, José Sales, o segmento de negócios, que começou a ser alvo de um trabalho mais intenso no Estado em 1997, com a criação do ESC&VB, tem grande relevância no turismo do Espírito Santo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
A Setur está se reorganizando e se articulando com os agentes envolvidos em busca de parcerias e colaboradores, para que a estrutura capixaba esteja preparada para atender à demanda turística de forma adequada e qualificada. De acordo com Sales, os números são expressivos. Os empregos entre 2006 e 2013 cresceram 30%, e o fluxo anual estimado em 2014 foi de 3,6 milhões de visitantes. Dos 1,7 milhão de desembarques de passageiros no Aeroporto de Vitória, cerca de 38% (ou 670 mil) foram de turistas. Os mineiros são os que mais viajam para cá (31%). Capixabas de outras partes somam 27%, contra 14% vindos do Rio de Janeiro, 10% de São Paulo e 5% da Bahia. Estrangeiros ficam na casa dos 2%, e pessoas outros estados atingem os 11%.
R$ 400 milhões Foram investidos no turismo capixaba, desde 2011 233
ECONOMIA | TURISMO
a estrutura adequada, para que o turista possa explorar esses destinos naturais com segurança e conforto, sem perder o foco na preservação do meio ambiente”.
Jogos Olímpicos de 2016
O Estado enfrenta especulações acerca da retomada das obras do Aeroporto Eurico Salles
O orçamento da Secretaria para 2015 é de pouco mais de R$ 10 milhões em recursos próprios, que serão importantes para diversos projetos em desenvolvimento. Um exemplo é o lançamento de um novo portal do turismo. “A ideia é fomentar nossas ações através do portal, uma vez que o website é o primeiro contato que o turista tem com nosso Estado. A página será dinâmica e de fácil interação”, explicou o secretário. Outro projeto é a volta dos cruzeiros marítimos para Vitória. A Setur já está em articulação com a Prefeitura de Vitória e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) para que as embarcações voltem a ter como destino a capital. De grande importância para a economia capixaba, a passagem dos navios pelo município movimenta 53 atividades, sendo que cerca de 10% dos passageiros procuram conhecer as atrações turísticas locais e outra parcela circula nos arredores da embarcação. Sales também aponta a necessidade de se trabalhar nichos de mercado, como eventos de pesca oceânica e turismo de aventura. Além disso, o secretário destaca a atuação em cooperação com a Seama e o Iema, para poder operar os cinco parques estaduais: Pedra Azul, Forno Grande, Cachoeira da Fumaça, Paulo Cesar Vinha e Itaúnas. “O objetivo é poder viabilizar a visitação constante, implantando 234
Assim como aconteceu no ano passado, quando foi realizada no país a Copa do Mundo de futebol, o Brasil voltará a atrair os olhos de todo o planeta por conta de outro evento esportivo de grande mobilização: os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. E até pela proximidade, o Espírito Santo já se prepara para esse acontecimento. “Participar de um evento internacional é sempre uma experiência positiva. Mesmo não tendo sido uma das sedes oficiais da Copa do Mundo, o Espírito Santo teve a oportunidade de hospedar duas delegações, Camarões e Austrália. Isso colocou o Estado na mídia, especialmente na dos respectivos países, trazendo mais visibilidade para os atrativos capixabas. Os Jogos Olímpicos são diferentes da Copa do Mundo, pois têm como sede apenas um local. O Espírito Santo pode aproveitar o evento para trazer delegações para treinarem aqui antes das competições e também buscar destaque na mídia para atrair esses turistas, levando em conta que estamos próximos à sede, o que nos torna competitivos em relação a outros destinos”, disse Sales. Na avaliação de Alfonso Silva, do ESC&VB, é possível ganhar visibilidade com os Jogos. “Vitória está entre as cidades que irão protagonizar o percurso da tocha olímpica. O Brasil entrou na rota de grandes eventos esportivos, e o Espírito Santo precisa acompanhar esse ritmo. Temos uma ótima rede hoteleira, atrativos turísticos de porte, gastronomia, mas precisamos reforçar a infraestrutura. Basta olharmos para os estados que sediaram os jogos da Copa: todos possuem estruturas capazes de receber eventos internacionais de longa temporada, incluindo aeroportos. O Espírito Santo ainda enfrenta especulações acerca da retomada das obras do Aeroporto Eurico Salles”. É um cenário que, segundo o presidente da entidade, deixa claro que o Espírito Santo precisa apertar o passo e investir, alcançando a estrutura necessária para receber mais público nacional e estrangeiro. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
A retomada do crescimento
A
máxima de que não existe riqueza sem trabalho e produtividade ainda é verdadeira e atual. Precisamos nos reeducar para dar valor ao trabalho, reconhecer méritos naqueles que se empenham e enaltecer os resultados desse esforço. Nunca seremos uma grande nação enquanto não atribuirmos à função do trabalho um valor acima de todas as outras que compõem a nossa sociedade. O país encontra-se em estado de perplexidade com a estagnação econômica. Na realidade, ela vem contaminando a economia há alguns anos, fruto de nossa inépcia e da falta de interesse e disposição. Claro que a situação vinha se agravando, e as informações foram omitidas da população, mas só não enxergou quem não queria ver, era conveniente. Com isso, chegamos onde não acreditávamos chegar; agora precisamos agir, reorientar nosso pensamento e nossos valores. Não se faz justiça social submetendo todos ao estado de miséria. Não é razoável pensar que podemos crescer com a burocracia infernal e a crise moral pelas quais passamos hoje. A regulamentação da atividade produtiva existe em função desta, e não o contrário. Existem nações que retrocederam no nível de regulamentação após constatarem que estavam perdendo a produtividade e a competitividade, sem contar que aqui a regulamentação tem sido usada como cortina de fumaça para a corrupção. Todos os brasileiros conhecem a expressão “criar dificuldade para vender faciGIBSON BARCELOS lidade”; criam-se processos burocráticos desneREGGIANI cessários pelos quais a sociedade como um todo é doutor em Engenharia tem que pagar taxas e mais taxas, onerando o de Produção, primeiro valor dos nossos produtos e inviabilizando-os. vice-presidente da Findes A máxima também tem a sua versão oficiosa e diretor financeiro das quando são exigidas contribuições das mais Bebidas Reggiani diversas para fazerem os processos andarem. Criam-se cada vez mais empecilhos burocráticos para impedir o desenvolvimento do trabalho e da produção, tudo em defesa do bem-estar social. Que defesa social é esta que coíbe o desenvolvimento da atividade que gera riqueza e renda? Como vamos pagar pelo bem-estar se inviabilizamos a produção? Como é possível uma empresa ser competitiva em um país onde são criadas 46 novas normas tributárias por dia? Onde cada um precisa em média atender a 3.207 normas? Onde se gastam 2.600 horas para preparar, registrar e
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pagar tributos enquanto nos demais países consomem-se 227 horas? Onde os produtos saem 15,5% mais caros que os importados somente em função dessa carga tributária? Associado a isso, temos a maior carga tributária dos países que constituem os Brics (Brasil - 35,7%, Rússia - 23%, China - 20%, África do Sul - 18%, Índia - 13%), e o pior índice de retorno dos impostos, segundo avaliação feita pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Enquanto essa taxa nos EUA chega a 165 pontos de retorno, o Brasil fica com apenas 135 pontos, atrás de nações vizinhas como Argentina e Uruguai. Estamos com uma reforma tributária que não acontece. Se pelo menos concluíssemos a reforma do ICMS, já seria um grande avanço. Enquanto na Europa são simplificadas as barANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
reiras tributárias entre os países do bloco, visando à integração dos mercados, nós trilhamos o caminho inverso. No Brasil, os estados criam mecanismos em defesa de seu desenvolvimento e mercado, tornando o nosso sistema tributário uma colcha de retalho incompreensível. Não bastasse a nossa complexidade tributária, temos ainda as nossas relações trabalhistas regidas por legislação muito desatualizada, com viés paternalista e ideológico. Nada pode ser mais antigo do que transformar as relações trabalhistas em luta de classes. Esse apelativo é um desserviço à nação e só atende aos interesses egoístas das forças retrógradas que insistem em manter os seus privilégios. A exemplo do exposto, está em tramitação no Congresso Brasileiro uma proposta de legisANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
lação sobre a terceirização. Já transformaram o assunto, que é econômico-jurídico, em uma luta ideológica entre o trabalho e o capital. Nenhum jurista ou instituição que se diz contrário ao projeto veio a público precisar exatamente onde o trabalhador perde. A bem da verdade, a proposta só veio trazer segurança jurídica às empresas e tratamento igualitário aos efetivos, já que a estes foram assegurados todos os direitos e garantias dadas aos efetivos das empresas contratantes. Não faz sentido nem é justo um país democrático tratar um terço de sua população trabalhadora de forma diferenciada, com menos direitos, como se fossem párias da sociedade. Seria extremamente enfadonho e improdutivo fazer aqui um rol de todas as nossas mazelas e atos de insensatez, mas o fato é que o país precisa voltar a crescer e, para isso, vamos ter que retomar a agenda nada original de exigirmos um mínimo de princípios morais nas ações do Estado, constituído por todos os Poderes, mais racionalidade e simplicidade no sistema tributário nacional e nas relações do trabalho, maior eficácia no uso dos recursos públicos para ações estruturantes como educação, saúde, infraestrutura e comunicação. Precisamos retomar o crescimento. Para tanto, temos que aprender a discernir dentro da nossa sociedade quais são as cadeias de real valor, que geram riqueza e renda, e dá-lhes o devido importância. Essa agenda e toda essa indignação de nada servirão se não praticarmos e exigirmos de todos mais civismo. Esse é o único sentimento que nos faz comportar como uma nação brasileira. Corremos o risco de nos defrontarmos, mais uma vez, com a diáspora brasileira da década perdida. Na época, muitos brasileiros foram obrigados a abandonar o país e a família em busca de trabalho no exterior. Uma geração que tanto se vangloriou de ter salvado o país da ditadura e de ter destituído um presidente corrupto não deve aceitar passivamente que o ônus da estagnação venha a ser pago pelas gerações que nos sucederão, principalmente pelas camadas mais desfavorecidas de nossa sociedade.
“No Brasil, os estados criam mecanismos em defesa de seu desenvolvimento e mercado, tornando o nosso sistema tributário uma colcha de retalhos incompreensível”
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ARTIGO | EDUCAÇÃO
Mão de obra bem qualificada no ES: estamos capacitados?
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extremamente complexa a questão que envolve a boa qualificação profissional, que atenda às necessidades do mercado de consumo, pois sempre vamos depender de conjunturas econômicas, sociais e políticas, além de pessoas interessadas e motivadas a trabalhar nesses cenários. Minha vivência de mais de três décadas atuando principalmente no campo da educação e estudando desde 2003 o desenvolvimento do nosso Estado permite relatar um movimento notável que experimentamos na busca da qualificação profissional. Em 2006, quando a economia no mundo crescia de forma expressiva, nosso Estado, seguindo a esteira do desenvolvimento, clamava por mão de obra especializada, basicamente de formação técnica. Os poucos profissionais existentes eram convidados, e pode-se dizer até disputados, por empresas para atender suas necessidades. Diante desse quadro, um grupo de empresários preocupados com essa situação se mobilizou e contratou uma pesquisa para levantar as reais necessidades de formação profissional, de forma que atendessem à demanda crescente. O resultado revelou que, além das já conhecidas demandas nas áreas de tecnologia, ALEXANDRE saúde, educação e engenharias, pontualmente, NUNES ocupações ligadas ao trabalhador técnico em THEODORO química, logística, mecânica, informática e é superintendente metalurgia se destacaram como essenciais institucional da Faesa para as empresas. Com o estudo em mãos, que informava a necessidade de um novo perfil profissional, imaginava-se que grande parte do problema estivesse resolvido, pois bastaria trazer as “escolas técnicas” e alinhar a formação às exigências do mercado de trabalho. Vale lembrar que na ocasião o Governo do Estado entendia a qualificação profissional como fator fundamental ao nosso desenvolvimento e, para isso, estava disposto a criar programas e parcerias que suprissem essas lacunas. Todavia, ao levantar a oferta desses cursos, observou-se a não existência de alguns, como no caso dos cursos de química e logística.
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Senai, Ifes, Governo do Estado e rede privada de ensino ofereciam outros cursos, que a princípio não previam um crescimento na procura, portanto, com uma oferta insuficiente em relação à demanda. O Conselho Estadual de Educação elaborou, então, uma portaria permitindo que as instituições de ensino superior que dispunham do mesmo curso na modalidade bacharelado pudessem agora oferecer o profissionalizante, ampliando a presença de cursos técnicos alinhados à demanda do setor produtivo. Tudo parecia estar pronto: estratégia montada para responder à formação profissional em um cenário de oferta adequada à demanda. O próximo passo seria realizar ações de publicidade para dar visibilidade e esperar os alunos aparecerem. Entretanto, não foi bem isso o que ocorreu. Uma questão de ordem relacionada à condição social do possível usuário ou beneficiário foi levantada. Como faríamos para estimular uma camada significativa da sociedade, formada, em sua maioria, por jovens que concluíram ou estavam concluindo o ensino médio em escolas públicas do Estado, a participar dessa grande oportunidade, que entendíamos como transformadora para as suas vidas? A partir dessas inquietações, surgiu então um exitoso programa, o “Bolsa Sedu”, que viabilizou vagas nos cursos técnicos com alta demanda para alunos egressos de colégios públicos, permitindo a inclusão de jovens nas oportunidades geradas pelo crescimento econômico acelerado da época. A oferta dos cursos profissionalizantes alinhados ao mercado de trabalho fora ampliada, contando agora com a participação de Senai, Ifes e Sedu e da rede particular de ensino. O modelo planejado, construído e aplicado envolvendo demanda, oferta e inclusão social proporcionou que nosso Estado organizasse e avançasse na formação profissional de maneira firme e segura até os dias de hoje. O exemplo dado nesse relato mostra que temos no Estado do Espírito Santo um ambiente ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Mais uma vez o mundo mudou, e agora exige novas competências, habilidades e atitudes para o universo do trabalho”
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ARTIGO | EDUCAÇÃO Elementos formadores do profissional capacitado para o mercado Demanda das empresas
Novos investimentos
Instituições formadoras
Perfil profissional
BANCO DE DADOS
Políticas de inclusão
Informações para qualificação de pessoas alinhadas às necessidades do mercado de trabalho
propício, positivo, harmônico e transparente que nos permite inovar e construir juntos – governo e sociedade – formas diferenciadas de resolver os problemas que se apresentam. Olhando para essa experiência e considerando o cenário atual, podemos dizer que mais uma vez o mundo mudou, radical e rapidamente; entrou em crise, e agora exige novas competências, habilidades e atitudes para o dia a dia do universo do trabalho e a formação qualificada, cada vez mais requerida.
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Se os desafios continuam, a falta da mão de obra capacitada também. Cabe-nos minimizar seus impactos inovando mais uma vez com uma modelagem perfeitamente viável e adaptável ao que vivemos. Podemos olhar os investimentos públicos e privados previstos até 2019, publicados recentemente pelo Instituto Jones Santos Neves (IJSN), que representam uma carteira de mais de R$ 80 bilhões, e mergulhar no detalhe de cada aporte com um levantamento rigoroso junto às empresas, identificando suas demandas atuais e futuras em todos os níveis de formação. Com essas informações, é possível estruturar um banco de dados e receber naturalmente os novos investimentos e a mesma lógica de necessidade de instrução. Com essa estratégia – que não é simples, mas é perfeitamente possível –, construiremos mais uma vez um modelo que alinha a demanda à oferta, promovendo o empreendedorismo, a formação de qualidade, o desenvolvimento econômico, a inclusão social e, acima de tudo, o sucesso pessoal e profissional para os que ingressam ou se encontram no mercado de trabalho.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
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ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA
Panorama energético no Estado em tempos difíceis
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Espírito Santo é suprido atualmente por seis linhas de transmissão (LTs) integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O sistema é formado por uma linha de 500 kV, três em 345 kV, duas em 230 kV e um circuito duplo em 138 kV, além do parque gerador, composto por 56 empreendimentos, totalizando 1.539 MW de capacidade instalada, sendo 48,5% provenientes de fontes renováveis. Conforme os dados apresentados no Balanço Energético Estadual 2014, a oferta interna de geração, considerando os autoprodutores, atende a cerca de 48% da demanda, e 52% da energia consumida são importados do SIN, o que aponta a dependência capixaba frente às LTs que o ligam ao sistema. Cabe ressaltar ainda a importância dos autoprodutores, responsáveis por suprir 21% da oferta de eletricidade, o que coloca o Espírito Santo entre os estados com o maior percentual de geração própria no Brasil. A energia importada e gerada é distribuída pelas duas concessionárias do Estado, EDP Escelsa e Empresa de Luz e Força Santa Maria - ELFSM. A área de concessão da EDP Escelsa abrange 89,5% do território capixaba, cobrindo totalmente 67 municípios e parcialmente o território de mais HENRIQUE MELLO três cidades. A companhia é responsável DE MORAES por 95% da energia distribuída no ES. é diretor-geral da Agência Os segmentos mais representativos na área Estadual de Serviços Públicos de Energia (Aspe) de sua operação são o industrial (49%) e o residencial (21%). Já a ELFSM atua em 10,5% do território capixaba, cobrindo integralmente oito municípios, além de parte do território de mais três. As classes mais atendidas são a princípio rural (32%) e a residencial (24%). O setor elétrico brasileiro sofreu profundas alterações nas últimas décadas, sobretudo a partir de 1995, com a criação da Lei das Concessões, quando ocorreu a privatização de diversas empresas estatais de geração, distribuição e transmissão de energia elétrica, inclusive da EDP Escelsa, principal responsável pela distribuição no Espírito Santo.
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Para organização e expansão do setor, foram criados vários agentes, destacando-se a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão regulador e fiscalizador; a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), entidade responsável pelo planejamento do segmento em longo prazo; o Operador Nacional do Sistema (ONS) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O ONS é o órgão encarregado da coordenação e do controle da operação das instalações de geração e transmissão no SIN, e a CCEE viabiliza as atividades de compra e venda de energia no país. Essas instituições, a princípio criadas como organismos neutros, na prática acabam refletindo decisões de governo. Frente à dificuldade no licenciamento e na implantação de hidrelétricas com capacidade de regularização e à facilidade e à rapidez de instalações de termelétricas, a matriz energética brasileira vem se alterando ao longo dos últimos anos. Segundo dados apresentados pelo Balanço Energético Nacional, em 1995 a geração hidrelétrica correspondia a 92% da matriz; em 2014, representava 63%. Já a produção por outras fontes, principalmente termelétricas, que resulta em energia a custos mais elevados, nos últimos 20 anos saltou de 8% para 37% de participação na matriz geradora. A última importante alteração no modelo do setor elétrico brasileiro foi a Medida Provisória nº 579, de 11 de setembro de 2012, convertida na Lei nº 12.783/2013. A regra renovou antecipadamente as concessões de empresas geradoras e transmissoras que venceriam a partir de 2015, desde que aceitassem ter os preços definidos conforme as novas normas, visando, principalmente, à redução média de 20% nas tarifas de energia. A lei ainda reduziu alguns encargos e previu aportes do Tesouro para compensar essa baixa na conta de luz. O grupo Eletrobras, controlado pelo Governo, naturalmente aderiu, porém empresas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
"Os consumidores, a fim de amenizar o impacto, podem optar por medidas de eficiência e gestão energética"
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ARTIGO | ENERGIA E INFRAESTRUTURA
importantes do setor, como Copel, Cemig e Cesp, não optaram pela renovação antecipada. Com isso, além do sucesso parcial dos leilões realizados a fim de amenizar a situação de descontratação involuntária das distribuidoras, estas passaram a adquirir, compulsoriamente, energia no mercado de curto prazo, a preços elevados, devido ao cenário hidrológico desfavorável e ao despacho mais intenso das termelétricas. O elevado acionamento de térmicas nesse período, inclusive as movidas a óleo, mais caras, fez com
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que as distribuidoras tivessem que recorrer a empréstimos de bancos, via CCEE, com garantia de futuros aumentos nas tarifas. Tudo isso elevou a tarifa média industrial dos consumidores cativos no Espírito Santo de cerca de R$ 264/MWh em maio de 2012 para R$ 408/MWh no mesmo mês em 2015. E, diante desse cenário e da expansão da participação de fontes mais caras na matriz geradora, as tarifas de energia tendem a continuar altas. Os consumidores, a fim de amenizar o impacto, podem optar por medidas de eficiência e gestão energética. Tais ações incluem substituição de equipamentos, alteração de processos, revisão de contratos com a concessionária, cogeração, autoprodução ou até mesmo migração para o ambiente de contratação livre. Essas soluções, de curto e médio prazos, contribuem para a diminuição dos gastos com energia diante do atual cenário desfavorável.
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ARTIGO | INOVAÇÃO
Crédito para a inovação
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stamos vivendo uma realidade nacional desfavorável ao desenvolvimento capixaba em função das crises (econômica e política), corolários do esgotamento da política econômica adotada após a crise de 2008 e da coalizão que comanda o Governo Federal. Este momento é um prato cheio para as previsões negativistas. Em primeiro lugar, para entendermos melhor esse cenário, temos que compreender a natureza da crise e como ela mexe nos mercados. As disfunções estruturais do Estado brasileiro, refletidas no chamado “custo Brasil”, agravaram-se a ponto de comprometer não apenas a competitividade e o crescimento da economia em padrões internacionais, como também a própria estabilidade macroeconômica. Neste momento, um dos elementos centrais da crise é a desvalorização da nossa moeda. Hoje, o mercado financeiro trabalha para chegar ao final do ano com o dólar por volta de R$ 3,80, com uma tendência a continuar desvalorizando. Isso muda os preços relativos aos produtos importados, que ficam mais caros. Em uma primeira análise, essa situação poderia ser encarada de maneira pessimista. Entretanto, podemos ter nas mãos uma oportunidade. Porque, em um cenário de desvalorização do real, exportar pode se tornar uma atividade bastante rentável. EventuLUIZ PAULO almente, a nossa economia estadual, que VELLOZO LUCAS antes não tinha como exportar certos proé diretor-presidente dutos, agora passa a vislumbrar uma saída. do Banco de Desenvolvimento do Situação de crise traz aos olhos a necesEspírito Santo (Bandes) sidade de redução de custo e o aumento de eficiência nas empresas. E é exatamente nessa hora que precisamos mostrar capacidade de agir diferente, de mudar de estratégia, de aproveitar a agenda colocada pela crise para fazer o novo. O Bandes está se reinventando para ser um banco de soluções para o desenvolvimento, ao lado dos empreendedores capixabas, das entidades empresariais, dos prefeitos e também das companhias de fora do Estado que queiram atuar em terras capixabas. É preciso identificar essas janelas de oportunidades de ganhar eficiência e produtividade, conter desperdícios,
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destravar obstáculos e eliminar burocracias, aproveitar mercados, inovar nas parcerias público-privadas e em modelagens criativas capazes de viabilizar operações e projetos. É preciso capacidade para enxergar as oportunidades que a crise mostra –, por exemplo, na agenda ambiental. Gerenciar recursos hídricos, incentivar geração de energia com fontes alternativas e gestão de resíduos sólidos de forma mais eficiente. Ativos ambientais devem ser preservados ao ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
mesmo tempo em que são usados para gerar crescimento econômico e desenvolvimento humano. Essas devem ser as bases de atuação de agora em diante. A economia criativa e a exportação para os Estados Unidos são também oportunidades que a crise não destrói, ao contrário, fortalece. Nesse sentido, é fundamental a promoção do ativismo com capilaridade, pelo desenvolvimento em direção aos municípios do interior, até os distritos e as comunidades rurais onde ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
mora um quarto dos capixabas. Desenvolver envolve necessariamente buscar o equilíbrio regional e, para tanto, deve-se valer das possibilidades abertas pela moderna tecnologia de informação e comunicação. Isso é desenvolvimento em rede. E isso é um trabalho a várias mãos. Agora, não cabe mais “passar o pires”. Antigamente havia linhas subsidiadas, como o Programa de Sustentação do Investimento (PSI), promovido pelo BNDES. Isso não existe mais. Agora, o investimento depende da captação de recursos privados. Existe muito dinheiro no mercado de capitais, que, no entanto, só vai para investimentos rentáveis. Por isso, agora cabe criar linhas de financiamento inovadoras, para que essas empresas que estão enfrentando este novo momento possam também criar formas de otimizar o seu processo produtivo, reduzir o desperdício e aumentar a sua eficiência. Inovar é sobreviver no mundo dos negócios de hoje. Quem não adota essa postura perde posição no mercado. E inovação não é invenção, como muita gente pensa. É um processo dentro de uma empresa que permite que se inove em produtos e em processos. Enfim, de certa maneira, todas as economias feitas são inovações, e toda novidade que altere o processo produtivo em prol de resultados é inovação. O Bandes tem linhas muito favorecidas para a promoção da inovação nas empresas. Somos repassadores das linhas de crédito do BNDES e da Finep, dois atores importantíssimos nesse processo. E a grande novidade do momento são os fundos de investimento privado, os FIP, ou private equity, como também são conhecidos. Eles são gerenciados por bancos de investimento privado e funcionam como uma forma de participação acionária. Como instituição de desenvolvimento, somos cotistas do Criatec III, fundo organizado pelo BNDES, criado para apoiar empresas de tecnologia, como as startups. As velhas estradas serão incapazes de nos ajudar a atravessar a crise e conquistar vitórias e avanços em nosso desenvolvimento. A boa notícia é que quem ousa fazer diferente sobrevive e chega à frente.
“Inovar é sobreviver no mundo dos negócios de hoje. Quem não adota perde posição no mercado”
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ARTIGO | ECONOMIA
Resgate histórico do Espírito Santo: passado, presente e futuro da economia
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Espírito Santo, relativamente pequeno em área geográfica, guarda uma história rica construída por pessoas das mais diversas origens étnicas e inseridas numa natureza também marcada pela diversidade. Uma das primeiras capitanias da nova colônia portuguesa, então vasta em extensão e farta de recursos, foi perdendo partes consideráveis de seu território, se isolando e se empobrecendo economicamente. Os três primeiros séculos não tiveram expressividade econômica digna de registros. Em meados do século XIX, o café surge como alternativa econômica. Desde então, a história econômica do Espírito Santo pode ser descrita em dois grandes ciclos – “passado” e “presente” –, encontrando-se em transição para um “futuro” já delimitado e dependendo da efetividade das ações para acelerar as mudanças desejadas. O começo do primeiro ciclo foi formulado no contexto da atividade cafeeira, que se desenvolvia muito lentamente pela falta de mão de obra e de infraestrutura básica para o escoamento da produção pelo Estado. A visão de futuro começou a tomar forma no governo de Muniz Freire e consistia em assumir que o café poderia alavancar a ecoANGELA MARIA MORANDI nomia precária do Espírito Santo. A política se traduzia em transformar Vitória na capital é professora aposentada do Departamento de efetiva do Estado, passando por importantes Economia da Ufes mudanças urbanas e tornando-se sua principal praça comercial, por meio da construção de linhas férreas que convergiam para o porto. A imigração estrangeira seria a solução para a escassez de mão de obra. O segundo ciclo se inicia no contexto do declínio da lavoura cafeeira – dado pelo esgotamento das terras cultiváveis para o café, pelas recorrentes quedas periódicas dos seus preços internacionais e pela fraca capacidade de acumulação de riquezas –, ainda no governo de Jones dos Santos Neves, no começo dos anos 1950, quando se formulam novos caminhos para o desenvolvimento estadual pela via da industrialização. De certa forma, sua imple-
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Foto Arquivo Público/ES
mentação foi acelerada, em meados dos anos 1960, com a política nacional de erradicação dos cafezais, com efeitos expressivos no Espírito Santo. A tentativa de buscar novas oportunidades contou com forte presença do Estado, que promoveu uma reformulação radical no aparelho governamental e criou instituições voltadas para a política de incentivos fiscais e financeiros, como apoio à instalação de plantas industriais ligadas aos setores tradicionais. No entanto, não foi suficiente para um salto qualitativo na economia. A demarragem decisiva para o segundo ciclo se deu com a inauguração do Porto de Tubarão e seus desdobramentos, quando a economia ganha nova dimensão e outra escala, atraindo os investimentos industriais exportadores – CST, Aracruz Celulose, Samarco e usinas de pelotização da CVRD. Esses grandes projetos induziram o surgimento de novas atividades e alavancaram as existentes, tendo como resultado uma sociedade com padrões mais cosmopolitas. A expressividade das mudanças é constatada pela evolução da participação do crescimento estadual industrial no PIB total, de 5,3%, em 1960, para 37,1%, em 2000; e pela velocidade da taxa de urbanização da população, de 28,4% para 79,5%, no mesmo período. Como decorrência, o elevado grau de abertura ao comércio exterior coloca a economia capixaba mais suscetível a acontecimentos no cenário internacional. A pauta de exportação tende a manter-se baseada em poucos produtos, de menor valor agregado, a partir de um reduzido número de empresas com seus portos especializados. São características que impõem desafios de se posicionar de forma crescentemente competitiva para não cair no decrescimento e até no isolamento. Em contrapartida, colocam a economia diante de um leque maior de oportunidades. A dinâmica do Espírito Santo deve ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Sempre é bom ressaltar que o Espírito Santo tem histórico positivo em sua capacidade de superar crises”
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ARTIGO | ECONOMIA
ser fundamentada em “crescer para fora, para se desenvolver para dentro”, o que obriga o constante enfrentamento da concorrência externa, nacional e internacional. A necessidade para o ingresso no terceiro ciclo foi sentida em meados dos anos 2000, quando instituições públicas e privadas promoveram um longo debate para a definição de um planejamento de longo prazo para a sociedade capixaba. Nascia o ES 2025, recentemente revisto e atualizado pelo ES 2030, cuja visão de futuro, “Estado inovador, dinâmico e sustentável”, pretende inserir o Espírito Santo definitivamente na era do conhecimento e atingir os objetivos do desenvolvimento: qualidade de vida, maior competitividade, igualdade de oportunidades e identidade e imagem fortalecidas. A nova agenda para a infraestrutura inclui o conceito de “plataforma logística”. Mais que uma plataforma de oferta, deve-se buscar a estruturação de uma base de transformação, concebendo uma estrutura produtiva de oferta mais
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complexa, articulada, sofisticada e com grande potencial de funcionar também como plataforma de demanda. A educação deve atingir patamares superiores de conhecimento, desenvolvendo capital humano, pesquisa e experimentação e alcançando as fronteiras do conhecimento científico e tecnológico. A habilidade de adquirir e agregar novas competências é crucial para o desempenho de indivíduos, empresas, regiões e países. No campo da ciência, da tecnologia e da inovação são primordiais os avanços contínuos nos setores tradicionais para agregação de valor às cadeias, bem como o apoio às empresas inovadoras. Além disso, a crescente importância do meio ambiente abre um novo leque de oportunidades. As desigualdades regionais, sobretudo as relativas às diferenças de oportunidade de acesso à riqueza e dos resultados do progresso, devem ser tratadas no âmbito estadual e indíviduos na dinâmica da inserção competitiva nos mercados nacional e internacional. A consolidação de uma rede de cidades hierarquizada é fundamental para atender toda população estadual nos serviços pessoais básicos e especializados, como saúde e educação técnica e superior, no comércio diversificado, e para ampliar a competitividade dos espaços urbanos. Ao longo de sua história, os capixabas foram confrontados, em momentos críticos, por fatores exógenos e alheios à sua dinâmica interna, sem que estivessem organizados e preparados para enfrentá-los. Porém, no decurso da absorção dos novos determinantes, foi possível tomar as rédeas dos acontecimentos, organizar as forças políticas internas, enfrentar os desafios e criar alternativas que produziram resultados e mudanças de rumo da economia e da sociedade. Sempre é bom ressaltar que o Espírito Santo tem histórico positivo em sua capacidade de superar crises. Esse legado nos impele a buscar caminhos que levam a posições cada vez mais destacadas de desenvolvimento. Lembrando Beto Guedes, “a lição sabemos de cor, só nos resta aprender”.
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ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS
O amor funciona na vida corporativa?
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capacidade de liderar é um dos atributos que mais farão diferença na jornada de um profissional. Trata-se de uma das virtudes mais desejadas no mercado de trabalho atual, no qual as empresas já perceberam a vantagem de se ter um time coeso e motivado. A habilidade gerencial tem vários detalhes, mas nenhum é mais importante do que a liderança. Logo, se em algum ponto lhe falta capacidade gerencial, isso é suprido pela equipe. Uma das características dos grandes líderes é a aptidão de pensar mais no bem da equipe e da empresa ou instituição do que apenas em si mesmo. E se preocupar mais com os outros do que consigo tem um nome: amar. Claro que a palavra amor parece fora de contexto em um mercado tão competitivo e onde se fala tanto em resultados, números, Ebitda etc. Contudo, por mais que citar esse sentimento pareça brega ou até loucura, um estudo sério da forma de agir dos grandes líderes políticos e empresariais irá revelar uma atuação com valores como amor, serviço, visão, altruísmo e generosidade. A conclusão pode ser incômoda ou até assustadora, mas é correta: amar e servir fazem diferença. Tenho obtido resultados acima da média utilizando os conceitos que aqui exponho. Eles funcionaram na minha carreira como concurseiro, como juiz federal e também como palestrante. Serviram também nas WILLIAM DOUGLAS minhas experiências na iniciativa privada é juiz federal em e enquadram-se até mesmo em um Niterói/RJ, professor universitário e escritor ambiente com menos ferramentas de motivação, como é o caso do serviço público. A 4ª Vara Federal de Niterói, a qual tenho o orgulho de liderar, tem sido a primeira colocada desde que a Corregedoria do Tribunal (TRF2) começou a publicar o ranking de produtividade. Mesmo tendo igualdade de meios de produção, rendemos ao menos 30% acima da média. Como tudo isso ocorre? Seguimos bons princípios e temos diversos líderes na equipe. Liderança, nesse cenário, tem a ver com a capacidade de tratar bem o próximo e servir. Liderar é muito mais do que simplesmente comandar, ditando ordens a torto e a direito
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e pressionando ou ameaçando a todos. A liderança mais eficaz é a que inspira, e ela é o que mais falta nas empresas e no serviço público nos dias atuais. Na história, temos alguns exemplos relevantes no que diz respeito a essa frente amorosa e de serviço. Quem diria que Gandhi daria conta de protagonizar a independência da Índia? Sem tiros, tanques ou canhões, ele suplantou o Exército inglês. Inspirado em Gandhi, o pastor batista norte-americano Martin Luther King Jr. empreendeu idêntica jornada para acabar com a segregação racial nos Estados Unidos. A CIA, o FBI e todo o aparato militar e policial da América não puderam impedir as marchas e as vitórias de um povo oprimido que, sem violência, mas com amor, disse que era hora de mudanças. O discurso do amor e da solidariedade apareceu e venceu inimigos poderosos. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Todos esses exemplos de luta por igualdade e justiça tiveram como ponto de partida as lições de Jesus. Ele sintetiza a prática dessa liderança amorosa como uma das mais importantes ferramentas do sucesso em qualquer empreitada. Amor, serviço e comunicação são valores que muitos empresários e gestores pouco consideram, mas são eficazes. Este deve ser o objetivo do líder: servir e conduzir sua equipe e sua instituição ou empresa a um mundo melhor. Contudo, quero citar um empresário brasileiro também. Ao prepararmos o livro “As 25 Leis Bíblicas do Sucesso” (Ed. Sextante), eu e meu coautor, Rubens Teixeira, entrevistamos o empresário Jorge Gerdau Johannpeter, que compartilhou várias lições de vida aplicáveis ao mundo dos negócios. Entre elas, afirmou que, se pudesse voltar no tempo, seguiria o conselho de ser um líder servidor. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Ser um líder servidor, ao contrário do que se possa imaginar, não é algo destinado a alguns poucos mais evoluídos. Servir ao próximo é o ponto de partida essencial para qualquer relação pessoal ou no mundo corporativo. As características de um líder cobiçado pelo mercado passam por interessar-se genuinamente pelas pessoas; não se ofender com facilidade e saber perdoar quando necessário; não subestimar os outros, ser paciente, evitar apontar erros de forma humilhante, não ser egoísta, preocupar-se com as pessoas mais do que com o dinheiro e manter elevado o espírito da equipe. Outra atitude a ser desenvolvida é saber reconhecer e compartilhar os louros do êxito com a equipe e estabelecer uma relação de confiança mútua. Por fim, se fôssemos resumir tudo, o conselho seria: “trate o próximo como gostaria de ser tratado”. Alguém que alcança esse patamar dispõe de qualidades apreciadas por todos. Isso afetará seus negócios e sua família. Quem não gostaria de trabalhar, ser sócio, comprar um produto dessa pessoa ou contratar alguém com essas qualidades? Tornar-se um indivíduo assim demanda ajustes em algumas atitudes: exerça sua função com excelência, mesmo que o local em que está (o cargo, a organização, a equipe) não seja o “dos seus sonhos” ou não valorize seus esforços. Como disse Jesus, seja “fiel no pouco” para se habilitar a ser posto em situações melhores. Valorize o que tem e trabalhe aí. Esta é a lição de Theodore Roosevelt: faça o melhor que puder, com o que tiver, onde você estiver. Valorize as pessoas. Exercite a humildade, reconhecendo ideias e opiniões. Utilize sua posição para servir à equipe e ao projeto que sua empresa ou instituição desenvolve. Os resultados serão espetaculares. Porém, se a despeito de todos os exemplos que citei, você ainda tiver qualquer dúvida sobre a eficiência do conceito de liderança amorosa e servidora, ouse experimentar. Faça isso por um período de tempo predeterminado, ao fim do qual irá avaliar os resultados. Durante esse “test drive” pessoal, cuide da equipe, sirva, trate a todos como gostaria de ser tratado. Ao final, repare o que vai acontecer.
“Uma das características dos grandes líderes é a aptidão de pensar mais no bem da equipe e da empresa ou instituição do que apenas em si mesmo”
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ARTIGO | GESTÃO EMPRESARIAL
Inovação, infraestrutura e educação: o melhor caminho para sair da crise
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s números são claros e mostram que o Brasil já passou por dias melhores... Os índices que indicam produtividade e competitividade, e medem a saúde econômica do país, vêm enfrentando oscilações que mexeram no poder de consumo e na qualidade de vida do brasileiro. Só para dar uma ideia do cenário que se desenha aos nossos olhos, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 foi de 2,7%. No ano seguinte, caiu para 0,1%, e o previsto para 2015 é de -2%. Junte-se a isso a queda da produção industrial – que, de -3,2% em 2014, pode chegar a -5,2% até dezembro deste ano –, a inflação de 8,5% estimada para 2015 e a alta na taxa de desemprego, a maior dos três últimos anos: prognóstico de 6,8%, contra 4,8% em 2014, 5,4% em 2013 e 5,5% em 2012. Impossível negar que o cenário é preocupante, principalmente porque experimentamos nos últimos anos uma curva econômica e social ascendente que nos abriu horizontes, negócios e possibilidades. De fato, o ano de 2015 não está sendo fácil e ajustes vêm sendo necessários. No entanto, sempre existem oportunidades nesses momentos. Para surfar na onda da crise, é preciso trabalhar com as pessoas certas e que elas sejam capacitadas constantemente, investir em inovação e satisfazer – ou até mesmo ultrapassar! – as expectativas dos clientes. Desde sua fundação, há 69 anos, o Grupo Águia Branca investe nesses pilares. E acreditamos que essa seja a receita da longevidade da empresa, que completará sete décadas de vida ano que vem. Estamos alheios à realidade? DECIO LUIZ CHIEPPE De jeito algum! No entanto, apostamos em é presidente do Grupo trabalho, comprometimento, solidez e metiÁguia Branca culosidade adquiridos ao longo do tempo para acreditar que o momento de aperto traz a necessidade de mudanças e obriga empresas a rever conceitos e atitudes para se tornar melhores. E que as dificuldades são berços de ótimos negócios e crescimento. É muito mais fácil crescer diante de uma atividade econômica que vai bem! A situação muda quando o mar está revolto. Aí, fica quem é bom, quem entrega o melhor produto e atende com mais atenção, ou seja, as empresas mais organizadas e melhor estruturadas. Fazendo uma leitura do Brasil nos últimos anos, podemos dizer que o país chegou a esse
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cenário em função de opções equivocadas do Governo, que no lugar de investir na melhoria das condições para atração de investimento e aumento da produção, apostou no crescimento por meio da ampliação do consumo, provendo crédito farto, por meio de seus bancos oficiais, e reduzindo pontualmente alguns impostos por curtos períodos (seis a 12 meses, sempre renovados na última hora), o que não dava segurança para investimento em novas fábricas. Essa fórmula vem sendo utilizada desde 2009 e se esgotou com crescimento do endividamento das pessoas e das empresas, gerando impactos enormes nas contas públicas e demonstrando-se claramente insustentável. Além disso, perdemos a oportunidade de aproveitar as ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
fases de bonança para fazer as mudanças estruturais de que o país tanto precisa, como as reformas tributária, trabalhista e eleitoral. Fazê-las agora, com a economia em crise, fica sempre muito mais difícil. Há quem diga que o cenário de estagnação vai perdurar pelos próximos três anos. Segundo especialistas, esse é o prazo para que os ajustes na economia permitam o início de modificações estruturais. E o que fazer até que a casa fique, de novo, arrumada? Será necessárias a simplificação de tarefas, a otimização de recursos e a inteligência na retração de custos. Entendemos, contudo, que alterar o quadro atual não depende apenas de nós, empreANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
sários e empregadores. O Brasil chegou a um ponto que desestimula os investidores. Estamos no meio de uma crise de confiança institucional, sobrevivemos a uma altíssima carga tributária e acompanhamos o efeito negativo das contas administradas. Não bastasse isso, temos, ainda, os velhos problemas de infraestrutura que travam nossas potencialidades, já que a existência de estradas duplicadas e seguras, aeroporto eficaz, porto produtivo e ferrovia moderna está intimamente ligada ao crescimento. Nada está perdido, ainda. No entanto, é preciso que o país entre numa era de investimentos consistentes no que diz respeito a geração de energia, mobilidade urbana e infraestrutura logística, e propicie as condições básicas para as empresas nacionais competirem de igual para igual no mercado mundial. Mas nossos desafios não param aí. Precisamos fazer do Brasil uma pátria educadora. E não conseguimos isso sem oferecer subsídios da operacionalização da ideia. Nada muda se não houver investimentos na área. Contudo, sozinha a educação não consegue alavancar processos econômicos. Novos empregos são gerados apenas quando há políticas adequadas de crescimento. Novos postos de trabalho e aumento do número de empregos dependem, entre outros fatores, de processos estruturais de organização da produção, da estrutura do mercado de trabalho, da estrutura ocupacional e dos mecanismos macroeconômicos e políticos que regulam o funcionamento das economias capitalistas nos âmbitos nacional e internacional. A educação consolida-se cada vez mais como elemento estratégico para a construção da cidadania. Assim, podemos e devemos criar as bases para a erradicação da pobreza, para assegurar a crianças e jovens escolas de tempo integral, para ofertar eficazes cursos técnicos e universidades de excelência e, consequentemente, um futuro menos nebuloso e mais promissor para cada um de nós.
“É muito mais fácil crescer diante de uma atividade econômica que vai bem! A situação muda quando o mar está revolto”
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ARTIGO | GESTÃO DE PESSOAS
Transparência marca as relações de trabalho nas empresas modernas
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ser humano incorporou novos hábitos de comportamento muito diferentes daqueles praticados em um passado recente. Tornou-se mais exigente e adquiriu motivações para o trabalho que vão além da questão salarial. Somando-se isso ao acesso ilimitado às informações por meio de novas tecnologias e da grande exposição pública nas mídias sociais, o exercício da transparência nas organizações tornou-se inadiável. Ser transparente, hoje em dia, ajuda a conquistar a confiança das pessoas, que estão cada vez mais complexas e críticas. Os funcionários querem um ambiente de trabalho baseado no diálogo e na verdade sobre os assuntos institucionais que afetam os seus interesses. A empresa que omite informações corre o risco de criar oportunidades para que esse conteúdo seja transmitido de forma distorcida por fontes inadequadas, gerando um clima de desconfiança e insatisfação que pode afetar a credibilidade da marca até mesmo perante o mercado. O exercício da transparência no trabalho começa pela gestão de pessoas, na qual as lideranças têm um papel preponderante. Mantendo uma relação aberta com suas equipes, o líder, por consequência, gera ambientes mais favoráveis às atividades em grupo, com espaço para a participação, a inovação, as opiniões DANIELLE e os questionamentos. Além de numerosos QUINTANILHA canais de comunicação disponíveis para relaé presidente da cionamento e divulgação entre funcionários, Associação Brasileira de Recursos Humanos – as organizações precisam de líderes com perfil Seccional Espírito Santo para conversar e interagir com os liderados, (ABRH-ES) numa relação horizontal. Nesse cenário, ganham importância as reuniões frequentes entre gestores e suas equipes, visando a esclarecimento sobre as ações atuais e as intenções futuras dos processos relacionados à área e também assuntos corporativos, mantendo sempre um clima de abertura para troca de informações e opiniões. A relação de transparência deve ser recíproca entre líder e liderado, sendo importante que este último pergunte sobre o seu desempenho, fale sobre as suas expectativas para, então, verificar se há alinhamento entre o que ele espera obter na sua carreira na empresa e o que esta lhe oferece e se, de fato, há oportunidade
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para isso. Nesse momento, o líder também pode dar sugestões para que o colaborador se desenvolva e esteja preparado para aproveitar as chances que surgirem. Atualmente, até mesmo os candidatos a vagas de emprego pesquisam a empresa, avaliam sua imagem no mercado e como é o ambiente de trabalho, incluindo a relação com colaboradores, a transparência, o reconhecimento e a possibilidade de desenvolviANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
mento de carreira. Eles desejam saber o grau de transparência da companhia para dimensionar os seus projetos pessoais e profissionais. Por isso, é imperativa a necessidade de se dar uma atenção especial ao relacionamento entre lideranças e funcionários dentro de uma organização, criando um ambiente saudável, harmonioso e motivador tanto para quem já é colaborador como para atrair profissionais. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Até mesmo em situações de crise, retração operacional e mudanças como expansão, fusões e aquisições, as empresas devem manter o clima de transparência para evitar os clássicos burburinhos. O líder necessita ter consciência de que o silêncio estimula o imaginário das pessoas e se ele, como representante formal da empresa, não se posicionar e se antecipar para esclarecer possíveis dúvidas, certamente no futuro terá que enfrentar o mal-entendido, a dispersão da equipe, o clima negativo e a baixa produtividade em função da falta de informação sobre o que realmente está acontecendo. A melhor estratégia é sempre pensar em ações para prevenir problemas desse tipo e abordá-los imediatamente caso se perceba que não houve interpretação correta. Além do perfil do líder adequado para essa nova realidade, existem também várias ferramentas que facilitam o processo de transparência nas organizações. A informação clara, objetiva e transparente tem que chegar a todas as áreas e públicos da companhia. Para isso, existem canais de comunicação apropriados ao mundo corporativo, como quadros de avisos, intranet, jornais internos, registros de reuniões, indicadores de desempenho e produtividade, relatórios de gestão, entre outros recursos diversos. Porém, não se pode esquecer de que, embora os cenários atuais sejam marcados por tecnologias avançadas, o mundo do trabalho nunca dependeu tanto das pessoas como atualmente. Os processos que envolvem gestão de recursos humanos são fundamentais para o clima de transparência e integração tão almejado pelos profissionais da era moderna. Entre os recursos que reforçam esse ambiente e dão suporte aos líderes, estão os sistemas de feedback, integração de novos colaboradores, avaliação de desempenho e pesquisa de clima, além de outras ações que envolvem as complexas relações e as avaliações que as pessoas têm do seu trabalho. Numa empresa, uma equipe e seu líder também devem conhecer bem a organização e seus projetos para buscarem um objetivo comum, com integração, confiança e engajamento.
"Mantendo uma relação aberta com suas equipes, o líder, por consequência, gera ambientes mais favoráveis às atividades em grupo, com espaço para a participação, a inovação, as opiniões e os questionamentos"
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ARTIGO | JUSTIÇA E CIDADANIA
A evolução legislativa do direito à informação
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uem dirige o poder público não está administrando algo particular seu. O gestor público está comandando algo que é de todos, que pertence à coletividade, e é o responsável pela aplicação dos tributos arrecadados. Os bons ou maus resultados repercutirão não somente na pessoa do dirigente ou dos membros da corporação que ele administra, mas sim na coletividade. A transparência nas organizações públicas vem sendo debatida no Brasil há bastante tempo e, felizmente, está sendo implementada. Este artigo tem justamente o objetivo de relatar e analisar, dentro de um contexto histórico, os marcos legislativos responsáveis pela evolução do direito à informação. Podemos identificar como marco legislativo inicial a Constituição de 1988, que definiu o processo de redemocratização do Brasil. A Carta Magna institucionalizou uma série de instrumentos democráticos, inclusive os que passaram a proporcionar, de maneira direta ou indireta, o direito à informação. Dentre essas medidas, destacam-se: o princípio da publicidade na administração pública (art. 37,caput); o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, salvo nos casos em que o sigilo for obrigatório (art. 5º, XXXIII); o direito a conhecer as informações pessoais constantes de bancos DOMINGOS AUGUSTO TAUFNER de dados do Governo ou de caráter público, insé conselheiro presidente trumento conhecido como habeas data (art. 5º do Tribunal de Contas do LXXII); os julgamentos do Poder Judiciário, que Estado do Espírito Santo deverão ser públicos, salvo em casos de sigilo obrigatório (art. 93, IX); e a obrigatoriedade de os municípios disponibilizarem suas contas por 60 dias para consulta de qualquer contribuinte (art. 31 § 3º). Para que esses e outros princípios fossem cumpridos, a Constituição de 1988 elencou diferentes formas de controle: o interno, feito pela própria Administração, e o controle externo. Este último é exercido por Poder Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público, Poder Judiciário e órgãos policiais, entre outros. Porém, quanto menor a transparência da gestão pública, maior será a dificuldade de controle e também menor será a
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possibilidade de os cidadãos acompanharem e fiscalizarem diretamente o poder público, solicitando aos órgãos providências quando irregularidades forem cometidas. Mas existiam ainda entraves para o cumprimento do direito à informação, seja pela burocracia ou por um vácuo legislativo infraconstitucional nos primeiros anos subsequentes à promulgação da Constituição de 1988. Com o avanço da informática e do acesso à internet, houve redução da burocracia para o acesso à informação. No tocante à evolução legislativa, destaco a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a Lei de Acesso à Informação (LAI), sem prejuízo de outros instrumentos normativos que facilitaram o acesso pelo cidadão às informações gerenciadas pelo poder público. Elas regulamentam de maneira mais específica ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
o acesso à informação, bem como impõem punição aos gestores que as descumpram. A Lei Complementar nº 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, além de instituir princípios de equilíbrio das contas públicas, teve uma parte dedicada à transparência, inicialmente determinando a publicação de relatórios bimestrais e quadrimestrais com a execução orçamentária e a gestão fiscal. Ela foi alterada pela Lei Complementar nº 131/2009, que estipulou a divulgação por meio eletrônico, em tempo real, do andamento da execução orçamentária e financeira. A partir disso, a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios foram obrigados a criar portais de transparência, para publicidade desse conteúdo. A Lei Complementar nº 104/2001 alterou o Código Tributário Nacional, flexibilizando o segredo fiscal, que antes era quebrado apenas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
por ordem judicial ou por convênio entre as fazendas públicas. Dados relativos a dívida ativa, parcelamentos de crédito tributário e de representações para fins penais não mais são considerados sigilosos, passando a ser de acesso ao público. A Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de Acesso à Informação, prescreveu obrigações muito amplas para o poder público disponibilizar os conteúdos, muito além daqueles sobre execução financeira e orçamentária e de créditos tributários. Estabeleceu o princípio de que a regra é a transparência, e a exceção é o sigilo. Estão garantidas tanto a transparência ativa como a passiva. Na primeira, a administração pública deve continuamente disponibilizar seus dados em seu portal da internet. Na segunda, deverá prestar as informações que os particulares solicitarem, no prazo máximo de 20 dias. Muitas irregularidades são cometidas pelos gestores públicos, e nem sempre os órgãos de controle, anteriormente citados, conseguem descobrir e apurar. Algumas investigações bem-sucedidas resultaram de denúncias e questionamentos encaminhados por cidadãos comuns. Quanto maior for a transparência, maior será a chance de a população apontar possíveis erros na gestão pública, inclusive o desrespeito ao direito à informação, o que deverá resultar em punição ao gestor. O simples apontamento de erros não quer dizer que a gestão pública está errada e que se coloque automaticamente uma mácula no administrador, mas possibilita que os órgãos de controle façam a devida apuração e tomem as medidas cabíveis. Que o nosso ordenamento jurídico possa a cada dia evoluir e possibilitar a todos os cidadãos um efetivo acesso ao que está sendo praticado pelo poder público. E que a sociedade saiba aproveitar bem os instrumentos que estão sendo colocados ao seu dispor.
“Quanto maior for a transparência, maior será a chance de a população apontar possíveis erros na gestão pública, inclusive o desrespeito ao direito à informação”
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ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
O crescimento das micro e pequenas empresas e seus impactos na economia do país
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s pequenos negócios no Brasil alcançaram uma dimensão extraordinária nos últimos anos, impulsionados por políticas públicas de incentivo, maior oferta de crédito a um custo menor e aumento do emprego e da renda. A realidade da economia brasileira hoje é diferente, requer atenção e cautela, mas a força desse segmento é notável e relevante. (E historicamente, por serem pequenos, esses negócios são mais flexíveis e se adaptam melhor a ambientes adversos.) São quase 10 milhões de micro e pequenas empresas formais no país optantes pelo Simples Nacional, regime tributário diferenciado, simplificado e favorecido para empresas com faturamento de até R$ 3,6 milhões por ano. Desses optantes, 5,2 milhões são microempreendedores individuais (MEIs), que se formalizaram a partir de 2009, após a criação dessa figura jurídica que promove a inclusão produtiva e a cidadania econômica. Somam-se, também, aproximadamente 4,5 milhões de produtores rurais, a maioria vinculada à agricultura familiar. Esse contingente de pequenos negócios representa, conforme nossos dados, 95,7% de todas as empresas formais no país, e responde por 27% do Produto Interno Bruto (PIB), HELOISA MENEZES mediante contribuição de 53,4% do comércio, é diretora-técnica do 36,3% dos serviços e 22,5% da indústria. Sebrae Nacional A participação desses empreendimentos na geração da riqueza nacional correspondia a 21% em 1985 e a 23,2% em 2001. Tal crescimento espelha o vigor dos pequenos negócios na economia nacional. Essa realidade foi possível a partir de um ambiente legal mais favorável em todo o país iniciado com a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, em 2006, e seus desdobramentos, em função do tratamento diferenciado preconizado por ela. Em vista disso, tem havido esforço para a implementação da Lei Geral pelos municípios, muitos dos quais passaram a dar preferência aos pequenos negócios nas compras públicas – a exemplo do Governo Federal.
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Foto: Divulgação MPS
O regime tributário especial favorecido pelo Simples Nacional e sua recente universalização, que passou a contemplar também os serviços regulamentados por lei e de natureza intelectual, beneficiam os pequenos negócios até o limite de R$ 3,6 milhões de faturamento anual para efeito de enquadramento. Outra melhoria substancial foi a criação da figura jurídica do MEI, uma iniciativa inédita que desde 2009 tira da informalidade os trabalhadores autônomos, que conquistam cidadania econômica ao obter CNPJ e emitir nota fiscal, além de direitos previdenciários. O ritmo de adesão vem se mantendo e tende a permanecer nos próximos anos. A evidência da força econômica dos pequenos negócios reflete-se também em sua capacidade de gerar empregos. Série histórica monitorada pelo Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas geraram 5 milhões de postos de trabalho entre 2011 e 2015, enquanto grandes e médias empresas, 532,1 mil no mesmo período. Micro e pequenas empresas, portanto, são grandes geradoras de vagas, protagonismo que se reflete positivamente na economia como um todo, impulsionando o desenvolvimento. A realidade nacional nos últimos anos também favoreceu o empreendedorismo. Ter um negócio próprio passou a ser o terceiro sonho dos brasileiros, depois de ter casa própria e viajar pelo país. A motivação, por sua vez, também modificou-se: passou a ser por oportunidade, em vez de necessidade, como ocorria anteriormente quando os índices de desemprego eram elevados. Pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor que avalia anualmente o nível de atividade empreeendedora em 100 países mostrou, em 2014, que houve alteração também no perfil dos empreendedores, que em sua maioria têm graduação superior (75%). Além de mais instruído, esse profissional brasileiro, diante de um ambiente mais ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“Série histórica monitorada pelo Sebrae mostra que as micro e pequenas empresas geraram 5 milhões de empregos entre 2011 e 2015”
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ARTIGO | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
concorrencial, investiu no aprimoramento da gestão do próprio negócio, possibilitando uma taxa maior de sobrevivência de suas organizações nos primeiros dois anos de atividade. Assim, a taxa de sucesso dos pequenos negócios nos dois primeiros anos de vida saltou de 50% (2005) para 76% (2009), indicando, inclusive, a melhor performance brasileira entre os Brics, grupo que reúne as principais economias emergentes.
Desafios e perspectivas A conjuntura nacional mudou. Os desafios são muitos diante da menor atividade econômica, do crédito mais caro em função da elevação da taxa básica dos juros e da inflação ascendente. Uma realidade que exige atenção e cautela dos empresários e dos governos. Mas os pequenos negócios ainda são uma alavanca sólida e resistente que permeia todo o tecido econômico, independentemente do setor. Por sua flexibilidade, adaptam-se com maior rapidez a novas situações, o que lhes confere
da média anual de 1 milhão de novas inscrições para um volume 50% menor anualmente. Com o ambiente legal mais propício, as projeções indicam cerca de 8,5 milhões de MEIs em 2022 (dados do Sebrae e da Receita Federal), enquanto o total registrado no país deverá alcançar cerca de 14,2 milhões de empreendimentos no mesmo ano. Importante perceber que, de fato, conforme informações do Perfil do MEI do Sebrae, os empresários constataram impactos positivos nos negócios pós-formalização: 68% afirmam que as vendas aumentaram; 78% melhoraram as condições de compra junto a fornecedores, e 50% ampliaram o leque de clientes. Mas o desafio da gestão é preponderante para esses empreendedores, que têm no Sebrae a referência para orientação, informação, consultoria e capacitação. Por seu turno, inovar para se diferenciar e garantir resultados promissores será uma estratégia imprescindível para que os pequenos negócios se mantenham como força social e econômica no Brasil nos próximos anos.
papel estratégico no esforço voltado para a superação das turbulências atualmente enfrentadas pela economia brasileira. O cenário para os pequenos negócios também sofreu transformações, influenciado pelas condições mais difíceis de mercado. Entretanto, em contrapartida, mudanças esperadas no ambiente legal favorecerão suas atividades no país, à medida que desonerarão e facilitarão o recolhimento de impostos reunidos em uma única guia de arrecadação. A ampliação das faixas do Simples Nacional em tramitação no Congresso Nacional, se aprovada, vai dobrar os limites de faturamento para efeito de enquadramento das empresas. Com isso, tornará viável um contingente ainda maior de adesões a esse regime diferenciado, que reduz em até 40% a carga tributária. A formalização da economia brasileira tende a avançar, porém, em ritmo mais tímido: 266
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ARTIGO | EDUCAÇÃO
Tempos de censura
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omecei um pouco atrasado a escrever este artigo, batendo macio, como tenho feito nos últimos 40 anos, nas teclas da minha máquina Olivetti Linea 98, companheira com a qual sempre converso, sem qualquer censura. No metralhar das primeiras frases, entra no escritório a minha filha. E diz, convicta: “Pai, por que você não se atualiza e parte para a digitação moderna, limpa, eficiente e rápida? As redes sociais iriam adorar”. Acabava de receber, neste estágio da modernidade, uma censura, apesar de carinhosamente pertinente. No entanto, encarei a minha Olivetti 98 e cheguei a conversar, sem censura, como nos últimos 40 anos, sobre o desafio que me fora proposto. Voltei no tempo. Quantas e quantas reportagens, colunas, artigos e teses nós conduzimos, como jornalista e como administrador, com liberdade e responsabilidade. Os anos correndo, e a censura aqui e ali, vestindo os mais diversos uniformes, estava altiva e deslumbrada, fazendo pressão e agredindo as liberdades, o pensamento, o comportamento, a representação política, o sistema público de preservação de padrões éticos, via de regra, escondida nos corredores das repartições, nos balcões de comércio, nas varas judiciais, na estrutura policial, nos sistemas de fiscalização, na execução de obras contratadas, no comportamento das casas legislativas, num troca-troca de favores, raízes que acabaram se transformando nos últimos anos – para não entrar mais fundo na história da censura – na esteira generalizada CACAU MONJARDIM de um processo até então abafado e matreiraé jornalista, administrador mente escondido dos olhos da nação. de empresas, e criador do Forças poderosas, influentes, profissionalizadas bordão “Moqueca, só capixaba, o resto e, em alguns casos, vestidas de lobistas diligentes, e peixada” criavam por todo o país, em plena modernidade dos sistemas de comunicação, nesta aldeia global em que todos vivemos, um sistema apoiado, sutilmente, pelas mais altas lideranças administrativas e legislativas do Brasil. E tudo sob o manto de um silêncio compartilhado e dividido nos escaninhos da administração pública e estatal, sócias complacentes dessas operações, ultimamente representadas por uma quadrilha que arrombou os cofres federais. Existia, no mesmo corredor, com novas tintas interpretativas, a censura, uma censura de bico calado. Do silêncio insuspeito. Ou melhor, cooptado a peso de ouro. A censura, nos termos atuais e com algum retorno a processos recentes, tem muitas
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aparências. Ela pode surgir como censura na igreja, por exemplo, quando justifica a excomunhão. Volta a aparecer na literatura, ao ser proibida a circulação de um livro. Apesar de na maioria das vezes ser fruto e criação de regimes ditatoriais, alguns perversos e torturadores, a censura está enforcando o sagrado direito de liberdade de pensamento. Censurar a imprensa tem sido uma espécie de prioridade para as ditaduras e para aqueles que detestam a verdade, a ética, a honestidade, o civismo e a postura moral dos que não se vergam. Estamos de acordo nessa tomada de posição contra a censura, porque ela está na porta, mesmo levemente escondida, dos cinemas, da música, das artes, no jornalismo, nas empresas, nas estruturas legislativas, nas varas ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
judiciais, na espera de um bote certo, abraçada na certeza de que conseguirá – e hoje já conseguiu – transformar a corrupção e o cinismo de corruptos e corruptores, em pleno século XXI, no estuário redivivo de modernos Ali-Babás. Por estas terras, nossas terras, nosso berço, era então o Governo acossado por uma “moção de censura”, gerada pela reação das multidões desesperadas ante o perigo do comunismo e de uma política socialista improvisada e inútil para o Brasil, se viu nas mãos de uma revolução. Era a resposta à ação impatriótica dos dirigentes do país. A censura era, pelo Governo deposto, também uma arma, apenas, aparentemente, mais suave e menos direcionada. Ela estava na televisão, na mídia, e ultimamente até na internet, sem dúvida, um dos mais importantes sistemas universais de comunicação, cuja cirANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
culação é de difícil censura, o que tem tornado possível, em curtíssimo espaço de tempo, a mobilização de grandes multidões. Nasceram com a revolução de 64 os atos institucionais, fechando o Congresso, demitindo governadores, enfim, eliminando, com o temível AI-5, todos os elementos da Constituição de 1967 que pudessem ser utilizados contra o poder constituído, nas asas do movimento militar. Nesse período a censura se fazia nas redações, nos teatros, nos eventos públicos esportivos e sociais, literários ou educacionais, com uma violência, na maioria dos casos, condenável. Alguns deles foram responsáveis pelo sumiço de desafetos da revolução. O peso maior da censura militar se fazia, sobretudo, nas universidades e na imprensa. Encerrado esse estágio, a democracia mandou ver com eleições diretas, manifestando o povo, certo ou errado, suas escolhas. Mas, em plena democracia, a censura velha de guerra ganhou novas cores, invadiu as doações de campanhas, criou sistemas integrados entre autoridades, empresas estatais e gananciosas empresas privadas, modernizando seus processos licitatórios, sofismando legislações, criando impostos e taxas, procedimentos comerciais e industriais complicados e onerosos, tornando difícil a sobrevivência empresarial, mas dando um bom refresco nas grandes corporações, coadministradoras das próprias diretorias das estatais e dos comandos ministeriais e legislativos, gerando um clima de insegurança jurídica e de complicada recuperação socioeconômica. A liberdade de imprensa, alimentada pelo apoio popular e empresarial, é a única força que sustenta o pensamento da nação. Ela pode e vai acabar com a censura, irmã siamesa da corrupção. A força da uma imprensa livre revela-se, como exemplo de sua própria importância, no fato de os japoneses anunciarem a compra do jornal “Financial Times”, de audiência global, por R$ 4,3 bilhões.
“Censurar a imprensa tem sido uma espécie de prioridade para as ditaduras e para aqueles que detestam a verdade, a ética, a honestidade, o civismo e a postura moral dos que não se vergam”
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ARTIGO | ECONOMIA
Capacidade para competir
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Espírito Santo possui grande vocação para o desenvolvimento e reconhecido no cenário nacional como uma ótima oportunidade de investimento para organizações de vários segmentos. As razões para isso são diversas: vão desde a localização privilegiada e as regras claras do Estado à existência de empresas de boa qualidade e a adoção de uma política que prioriza o crescimento equilibrado. Além da posição privilegiada, baseada na proximidade aos grandes centros produtores, o Estado apresenta, mesmo com os desafios logísticos, diversificação multimodal de uma malha rodoferroviária que interliga o território capixaba a todos os estados brasileiros e ao Mercosul. E possui a capacidade de movimentação de cargas gerais para outros portos do Brasil e do mundo, o que o coloca em situação estratégica para as empresas. Para se manter competitivo, o Espírito Santo também possui ferramentas de incentivo ao investimento, como o Invest-ES, que contribui para a expansão, a modernização e a diversificação dos setores produtivos, a renovação tecnológica das estruturas produtivas e o aumento da competitividade estadual, com ênfase na geração de emprego e renda e na redução das desigualdades sociais e regionais. Em um ano de retração, como estamos vivenciando em 2015, trabalho, criatividade e inovação têm sido as principais palavras de ordem, frente aos ajustes econômicos e às revisões de projetos JOSÉ EDUARDO AZEVEDO e cronogramas pelos quais passa o país e, conseé secretário quentemente, o nosso Estado. A crise, no entanto, de Estado de não deve ser entendida como um fator de estagDesenvolvimento nação da economia, mas sim aproveitada para nos fazer pensar de maneira diferente, exercitar a criatividade e buscar novos caminhos para chegar aos objetivos desejados. Diante desse cenário, o Governo do Estado elencou diretrizes para avançarmos no crescimento, primando pela consonância e pela harmonia entre os investimentos sociais, ambientais e de infraestrutura na definição de prioridades, objetivando um desenvolvimento diversificado e equilibrado. Um dos seis pilares apresentados no Planejamento Estratégico 2015-2018 foi o desenvolvimento econômico com foco em diversificação, sustentabilidade e inclusão, com vistas a superar as restrições econômicas vividas pelo país e pelo Estado este
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ano. Mapeamos desafios e prioridades para auxiliar o Espírito Santo a enfrentar não apenas 2015, mas os também anos seguintes, tornando-o cada vez mais eficiente, qualificado e competitivo. Nossa agenda de desenvolvimento contempla projetos-âncora, tais como: melhoria no ambiente de negócios, economia criativa, economia verde e melhoria da logística e da infraestrutura. Um bom exemplo de como o Espírito Santo vem trabalhando no enfrentamento do cenário de crise são as conquistas alcançadas em infraestrutura e logística. A EF 118, ferrovia que liga Vitória ao Rio de Janeiro e faz parte do Programa de Infraestrutura e ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Logística (PIL), tem como objetivos expandir a capacidade da malha ferroviária nacional, resgatando-a como alternativa logística, e reduzir os custos com fretes. O projeto, com 577 quilômetros de extensão, atenderá à demanda da rede portuária estadual. Além disso, o pacote de concessões do Governo Federal traz a duplicação da BR 262, ligando Vitória a Belo Horizonte, e a mudança na poligonal do porto de Barra do Riacho, em Aracruz, o que vai permitir a construção e a ampliação de projetos portuários privados na região e incrementar nossa estrutura no setor. Entendemos que melhorias na infraestrutura e logística e o trabalho por uma ecoANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
nomia diversificada deixarão o Estado menos suscetível aos altos e baixos dos mercados, já que os segmentos em ascensão servem como uma espécie de “contrapeso” para os setores que, por algum motivo, estejam em dificuldades, equilibrando o sistema. Outro ponto importante a ser tratado é a integração. Estamos operando em rede com outras secretarias do Governo Estadual e na articulação com todos os demais atores para fortalecermos nossa sinergia e as questões de competitividade. Estamos atuando também junto às associações empresariais de classe de destaque no Brasil, para que possamos divulgar nossas vocações, trabalhar os fatores de competitividade duradoura e fazer do Espírito Santo referência nacional em desenvolvimento sustentável. Nossa missão pode ser sintetizada numa questão crucial: colocar o Estado em uma das melhores posições de investimento e criação de novas empresas, com base em uma política de diversificação e descentralização econômica, que tem permitido a vinda de novos projetos, de acordo com as características próprias de cada região, aumentando as oportunidades oferecidas aos cidadãos capixabas. Além da diversificação, a captação desses aportes agrega valor à economia estadual com inovação, tecnologia e qualificação profissional, tornando nosso mercado cada vez mais interessante aos olhos dos empresários brasileiros e estrangeiros. É neste ponto que temos que nos diferenciar em relação ao que somos hoje e aos nossos vizinhos. Nossa crença é de que somente aliando investimentos em infraestrutura e capacitação das pessoas o Espírito Santo poderá dar o salto para consolidar seu novo ciclo de desenvolvimento. Vamos atuar em todos os fatores que nos darão mais competitividade, para chegarmos a um patamar melhor do que estamos e para que seja possível atrair e ampliar projetos, gerando dinamismo, oportunidades e empregos. A ideia-força construída no seminário de Planejamento Estratégico e que representa nossa visão para obter sucesso nos próximos anos é inovar, empreender e confiar.
“Em um ano de retração, como estamos vivenciando em 2015, trabalho, criatividade e inovação têm sido as principais palavras de ordem”
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ARTIGO | ECONOMIA
Concessões e parcerias público-privadas (PPPs)
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Governo lançou, no início de junho de 2015, um novo pacote de concessões, denominado Programa de Investimentos em Logística – PIL, voltado para conceder à iniciativa privada projetos de infraestrutura em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos. As medidas preveem inversões totais da ordem de R$ 200 bilhões, a serem realizados na modalidade de concessões e parcerias público-privadas. Em princípio, o PIL apresenta uma posição correta, pois propõe um plano estruturado de melhoria da infraestrutura logística do país e constitui um passo essencial na direção do avanço da produtividade total da economia, bem como na redução de custos para as empresas brasileiras. O Programa é convergente com a Agenda da Competitividade da Indústria e representa um caminho relevante para a saída da crise atual. Um estudo recente do World Economic Forum (2013) aponta que o Brasil sofre de uma enorme falta de infraestrutura adequada, figurando numa amostra de 144 países nas últimas posições em termos de qualidade das rodovias (123º), ferrovias (100º), portos (136º) e aeroportos (134º). A baixa qualidade do suporte logístico tem relação com muitos anos de investimentos inferiores OLAVO MACHADO ao próprio grau de depreciação desses ativos é presidente da Federação e do crescimento da demanda da população das Indústrias do Estado e das empresas. de Minas Gerais (FIEMG) O fato é que, desde a década de 1990, e presidente do Conselho o Brasil investe em média menos de 1% do PIB Temático de Infraestrutura na infraestrutura de transportes, mas estudos (Coinfra) da CNI diversos indicam que os aportes mínimos necessários para assegurar a manutenção da atual base estrutural e a expansão da demanda seriam da ordem de pelo menos 2%. Esse déficit tem relação com o gradual esgotamento da capacidade de investimento do setor público, não compensada pela elevação nos investimentos por parte da iniciativa privada, já que o país não conseguiu avançar satisfatoriamente numa agenda de maior segurança jurídica e regulatória nesse campo. Diante do quadro presente de forte restrição fiscal, não há dúvida de que o problema da baixa capacidade de poupança e
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investimento do setor público vai perdurar por muitos anos. Por isso, a participação do capital privado não apenas se torna mais urgente, mas na verdade emerge como a única forma de o Brasil progredir na ampliação de seu potencial de investimento, devendo ser mantida ao longo de muitos dos próximos mandatos governamentais. Ainda há, entretanto, numerosos desafios para o Governo conseguir estimular e elevar a atração do capital privado para a infraestrutura. Em primeiro lugar, vale lembrar que os investimentos em transportes têm custos enormes, e o retorno do capital aplicado ocorre no longo prazo – em geral, as concessões duram por, pelo menos, 20 anos. Ou seja, a concessão transcende a gestão de um único governante. Com as mudanças de governos, abre-se a possibilidade de conflitos entre o concessionário do serviço público e ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
o regulador, resultando em alterações e violações ao contrato firmado inicialmente. A consequência é a perda do equilíbrio econômico-financeiro da relação contratual. Há muitos casos recentes no Brasil que representaram verdadeiras quebras nos acordos e que assim afastaram investidores do país e inviabilizaram novas concessões. Em alguns deles, não se alcançou uma adequada conciliação entre o Governo, visando à modicidade tarifária, e os pretendentes investidores, focados em padrões mínimos de rentabilidade. Ainda como complicador para a atração de capitais privados, destaca-se a sobreposição de atos de instituições públicas dos três níveis federativos, ampliando os riscos dos projetos de concessões, especialmente pela imprevisibilidade das receitas, bem como pela elevação de custos dos investimentos e da gestão dos ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
empreendimentos. Tais fatos provocam o indesejado encarecimento da prestação do serviço para a sociedade e a redução da rentabilidade do negócio. A solução para essas questões parece estar no campo da governança política, a partir da criação de um arcabouço jurídico e regulatório que minimize a capacidade das autoridades de alterarem relações contratuais firmadas anteriormente e que torne o planejamento dos investimentos mais assertivo. O caminho para isso passa por um avanço no aparato legal que estabeleça claramente as políticas de concessão e de parcerias público-privadas no país, suas regras e as instâncias de poder onde são aprovadas. Para que esse arcabouço funcione bem, é necessário que o país avance em direção a maior profissionalização e independência das agências reguladoras, inclusive do ponto de vista financeiro. O Reino Unido é um bom exemplo a ser seguido, pois foi pioneiro na implementação de reformas que buscaram a redução do papel do Estado na economia e que permitiram melhorias na infraestrutura por meio de privatizações, concessões e parcerias público-privadas. Nestas últimas, por exemplo, a experiência inglesa demonstra que os projetos executados sob a forma de PPPs permitiram, em média, uma economia de 17% em relação às modalidades convencionais de oferta de serviços públicos. Além disso, 75% dos projetos foram concluídos no prazo planejado, 80% dentro do orçamento previsto, e pesquisas do Governo revelaram que 80% dos usuários de serviços entregues por meio de projetos de PPPs estão sempre ou quase sempre satisfeitos. Enfim, o aumento da produtividade e o crescimento da economia brasileira dependem dos investimentos na infraestrutura, e sua viabilização terá de ser feita em parceria com a iniciativa privada. Precisamos, portanto, melhorar o respeito às relações contratuais e buscar maior clareza e estabilidade de regras. Nesse sentido, cabe ao poder público criar uma regulação clara, estável e compatível com as necessidades da população, dos investidores e, muito especialmente, do país.
“O fato é que, desde a década de 1990, o Brasil investe em média menos de 1% do PIB na infraestrutura de transportes”
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ARTIGO | GESTÃO E ESPIRITUALIDADE
Complementaridade: proposta para o cenário metamórfico de uma policrise
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m 1970, quando o Nobel de Economia Milton Friedman publicou na New York Times Magazine um estudo intitulado “A Responsabilidade Social dos Negócios é Aumentar seu Lucro”, ambientalistas e defensores dos direitos humanos pouco se deram conta do que poderia ser seu conteúdo. Friedman, então o expoente da economia, era categórico na condenação de executivos que se preocupassem com os colaboradores, a comunidade, o meio ambiente, o assédio no trabalho e a geração de empregos. Segundo o próprio, em entrevistas à TV aberta americana, “isso era sinônimo de socialismo”. Talvez fosse demais, nos anos 1970, querer que um inflamado defensor do capitalismo ousasse perceber que qualquer forma de negócio iria depender, cada vez mais visceralmente, de ética e moral e do tecido social em que se inserisse, para que pudesse se instalar, operar, se expandir e prosperar. As leis eram mais elásticas em sua época, e a consciência holística sequer povoava o sonho de muitos. Mas, cá em 2015, as ideias de Friedman SIDEMBERG RODRIGUES ainda inspiram seguidores. Como se o lucro é gerente geral de pudesse sustentar-se por si mesmo via acuSustentabilidade e mulação descabida e a exploração fosse uma Relações Institucionais prática permitida, em uma época de transda ArcelorMittal Brasil e parência e profundas depurações fisiolómembro honorário da gicas do planeta Terra. A despeito disso, Academia Brasileira de Direitos Humanos - ABDH ainda se observa, em tempo de espiritualidade na gestão, que o desejo desenfreado por acumular extrapolou os muros privados e adentrou a esfera pública e também o terceiro setor. A lente econômica, para não dizer financeira, passou a antepor-se às visões de mundo de muitos. Até das famílias! Desejamos acumular além da conta. E consumir como se a satisfação viesse do “ter”, e não do “ser”. Porém, os cenários mudaram, e os sinais estão claros. O vazio existencial que rasga o peito do século XXI tem muito a ver com esse foco no comprar, e não nas necessidades da alma, que são gratuitas.
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Por outro lado, enquanto vender for mais importante que servir, não se vai vender. Se gerir permanecer sinônimo de assediar e manipular, o sistema prosseguirá devorando a si mesmo. Enquanto trabalho escravo e infantil ainda gravitarem nas órbitas produtivas, o lucro não terá legitimidade. A política ainda se mostra longe de promover o bem comum e nunca esteve tão individualmente cumulativa e perdida de sua missão. Já não há ideologia que convença, por mais aliada que seja a mídia. Guardada a proporção das exceções, ela também se deixou seduzir, estando paginada entre a própria ganância – como indústria que é – e o papel de serva interesseira do capitalismo informacional. Aliás, tarefa difícil separar os capitalistas de fato daqueles “de direito”. Aqui entra uma das vertentes morais da improbidade. Também pelos que votam a favor de aumentos nos próprios salários; os que ganham auxílio moradia já tendo casa confortável ou ajuda para o paletó com seus guarda-roupas lotados de ternos de grife. Enquanto isso, continuamos a ver a renda muito mal distribuída, ao ponto de alguns não terem sequer comida, casa, ou a esperança de um amanhã, além de 10 milhões de jovens brasileiros viverem sem trabalho, e o pior: fora da escola. Bandeiras ambientais, só as que não derem trabalho por não trazerem responsabilidades individuais para quem as empunhar, pois o saneamento mata mais ou tanto quanto a violência; a água está por um fio; as cidades parecem falidas logisticamente; e pouco se vê disso no topo das pautas partidárias. A maioria se esquece de que meio ambiente é também espacialidade. Tudo isso poderá acabar inspirando uma manifestação dessas centenas de milhares ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
“O vazio existencial que rasga o peito do século XXI tem muito a ver com esse foco no comprar, e não nas necessidades da alma, que são gratuitas”
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ARTIGO | GESTÃO E ESPIRITUALIDADE
de pessoas que saem às ruas na tentativa de creditar o cenário metamórfico de uma policrise exclusivamente a um partido ou a seus últimos dirigentes. A estes também é endereçada toda a corrupção que habita o Brasil desde a chegada das esquadras de Cabral. Na verdade, nosso país nunca esteve lá muito bem como candidato a Estado democrático de direito, por falta de vontade política, corrupção crônica e incompetência. Em muitas gestões. Foquemos o tempo presente, porém com um olhar mais colaborativo, pois há gente suficiente já cuidando de punir. A legalidade tem sido boa aliada contra a desonestidade, mas precisamos avançar. Vamos reconstruir juntos e não fomentar ainda mais a falência institucional. Os jovens estão sem referências e esperança! Já não há mais espaço para ignorar o sofrimento coletivo. Os presídios estão lotados e as escolas estão vazias. O país se desindustrializa com a mesma velocidade com
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que desemprega. Alguns dirigentes têm se ocupado mais em procurar erros do antecessor do que em assumir suas atuais responsabilidades. Agora não é mais tempo de apontar culpados. Somos todos responsáveis! O prazo expirou. O cenário só vai mudar quando o individualismo sublimar-se no pensar coletivo, que une esferas, segmentos, sistemas e pessoas.Quando as disputas harmonizarem-se no altruísmo. Quando a ganância diluir-se na consciência de uma governança transparente, ética e moral, à luz de uma cultura em que predominem o bem comum e a integridade. Deus não joga dados e parece decepcionado com sua única criação, por assim dizer, inteligente. Não por acaso, deu-lhe uma rede neural que precisa de dois hemisférios integrados para funcionar bem. Só vai ser bom para um o que for bom para todos. É chegado o tempo da espiritualidade. E da complementaridade. Finalmente!
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ARTIGO | MEIO AMBIENTE
A transdisciplinaridade da agenda ambiental
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consciência de que os desafios ambientais são globais exige uma visão ampla para o encontro de soluções eficazes, que conciliem a conservação do meio ambiente às agendas de promoção do desenvolvimento econômico e social. Mais do que multidisciplinaridade, é necessário transdisciplinaridade para fazer conexões de ações e ideias para a tomada de decisões adequadas, sobretudo, contemplando um pensamento de longo prazo. Nos últimos 40 anos, crescem dentro da indústria a adesão e a valorização da agenda de sustentabilidade, pois o setor depende dos recursos naturais para manter a produção. Além disso, a conservação do meio ambiente é imperativo no mercado, em razão do aumento da parcela de consumidores que exigem produtos sustentáveis. Pesquisa recente feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com grandes e médias empresas mostra que 66% delas possuem alto grau de engajamento em ações e práticas sustentáveis e 61% informaram que desejam aumentar os investimentos nessas iniciativas. Entre os principais aspectos para se apostar em produtos e processos mais amigáveis ao meio ambiente estão a reputação de marcas, a inserção em mercados e a sustentabilidade dos negócios. Mesmo com essa tendência de valorização SHELLEY CARNEIRO da agenda da sustentabilidade no Brasil e no é gerente-executivo mundo, o avanço do tema enfrenta desafios de Meio Ambiente e cujas soluções, na maioria das vezes, extraSustentabilidade da polam o interior das empresas e dependem de Confederação Nacional da Indústria (CNI) uma ação conjunta e articulada com governos e sociedade. Um exemplo é a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que, para ser bem-sucedida, necessita, por um lado, de um eficiente sistema logístico e de políticas públicas que incentivem a reciclagem e, por outro, de maior conscientização das pessoas. Para que essas ações andem de forma articulada, além de vontade política, é preciso um planejamento efetivo, com ações e prazos exequíveis e devida avaliação de riscos. Planejamento, aliás, é um dos itens fundamentais na criação de um ambiente favorável aos negócios, já que possibilita uma visão de longo prazo e de retorno dos investimentos.
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A gestão dos recursos hídricos é um exemplo claro de que a falta de planos eficazes pode trazer prejuízos para a sociedade. A crise hídrica 2014-2015 enfrentada nas Regiões Sudeste e Nordeste mostrou a necessidade de aperfeiçoar os instrumentos da administração de bens naturais, como por exemplo, tornar a implementação dos planos mais efetiva, com metas e responsabilidades claras para todos os atores. Assim como na gestão dos resíduos sólidos e na da água, a agenda ambiental de forma geral precisa de planejamentos consistentes e exequíveis. Somado a isso, são necessárias ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
ainda regras claras e criação de um cenário mais favorável à inovação, com ênfase na recompensa aos que adotam medidas e tecnologias benéficas ao meio ambiente. A antiga fórmula de comando e controle, embora necessária para punir os que cometem abusos, é insuficiente para levar as empresas e a sociedade a um patamar mais elevado de sustentabilidade ambiental. No caso da participação do Brasil no acordo de mudança do clima, essa visão de estímulo à inovação se faz ainda mais prioritária. A redução de gases de efeito estufa deve estar aliada à busca pelo desenvolvimento socioeANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
conômico, com aumento da competitividade das indústrias e geração de emprego e renda. Para isso, é fundamental avançar na diversificação da matriz energética do país, com incentivos concretos à ampliação da participação das energias renováveis. Por outro lado, deve-se também apostar em tecnologias que diminuem as emissões de CO2 no uso de combustíveis fósseis. É preciso mudar a ótica de condenarmos produtos como o carvão e nos voltarmos para solucionar processos, tornando-os mais eficientes e com menor impacto para o meio ambiente. Esses e outros exemplos mostram o quão complexa e desafiadora é a busca de soluções para as questões ambientais. Contudo, a indústria brasileira está trilhando esse caminho, disposta a dialogar com governos e sociedade na procura de alternativas benéficas a todos. A CNI e as federações de indústrias participam de conselhos nacional e estaduais de meio ambiente e de uma série de colegiados de políticas públicas associadas à gestão dos recursos naturais. O Sistema Indústria conta com canais próprios para conversar com as bases empresariais e entender as reais necessidades do setor. Além disso, são realizados anualmente os encontros CNI Sustentabilidade, que promovem um diálogo permanente no segmento empresarial sobre tendências, tecnologias inovadoras, oportunidades e desafios para ajudar a indústria a aliar competitividade com sustentabilidade. Sabemos que os desafios ambientais são grandes. Mas entendemos também que eles trazem oportunidades de o país aperfeiçoar a gestão, não apenas de seus recursos naturais, mas de infraestrutura, de inovação, de capital humano, entre outros, justamente pela visão transdisciplinar intrínseca à sustentabilidade. Encarar a agenda ambiental vai além da simples questão de sobrevivência. Eleva-nos a um novo patamar, com melhoria da gestão pública, da qualidade de vida da população, da produtividade industrial e da competitividade brasileiro.
“Assim como na gestão dos resíduos sólidos e na da água, a agenda ambiental de forma geral precisa de planejamentos consistentes e exequíveis”
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ARTIGO | MARKETING
Marketing e crise. Qual a ligação?
V
ivemos um período delicado no país. As instabilidades fazem tremer as bases de qualquer empresa. Porém, dentro da perspectiva do marketing, as crises podem trazer oportunidades e apresentar, para um determinado segmento, desafios estimulantes jamais imaginados. Na onda da conjuntura desfavorável, muitas corporações já se reinventaram e navegaram rumo ao sucesso, e tudo isso graças a ações estratégicas elaboradas de forma rápida e eficaz para enfrentar sem medo o fantasma da recessão. Bob Fifer, consultor de boa parte das chamadas “Fortune 500”, costuma dizer que as empresas campeãs são justamente aquelas que, mesmo em tempos ruins, investem mais em marketing do que seus concorrentes. As organizações que já têm enveredado esforços sistemáticos em marketing não sentem, nem sentirão, tanto a crise quanto aquelas que ignoram as diversas vertentes, funções e artifícios da ciência de marketing. O mantra do momento é “abrir a mente” e, além disso, buscar alternativas para encarar o grande desafio de se manter e ainda conseguir obter sucesso, mesmo em meio ao turbilhão pessimista que assola o país. No entanto, somente quem compreende o valor de investir em inteligência competitiva e estratégia de marketing poderá passar pelo período com mais serenidade. A palavra que pode permear essa crise e trazer oportunidades de ouro é inovação. As empresas NINO CARVALHO que investirem em inovação, em sua mais comé consultor em pleta abrangência, poderão passar por esse dilúvio Estratégias de Marketing com a certeza de que estão fortalecidas e, quem Digital e coordenador dos sabe, até com negócios reinventados. E é aí que Programas de MBA entra a ligação com o marketing, pois é por e Pós-MBA em Marketing Digital da FGV em todo meio dele que podemos apontar os caminhos o Brasil para passar pela fase turbulenta. Não há mistério: investir em inteligência significa compreender melhor seu mercado, seus diferentes públicos, o comportamento atual do cliente e dos competidores. Em seguida, investir em estratégia representa a utilização das informações da inteligência de marketing de forma a traçar os melhores e mais seguros caminhos para se alcançar os objetivos almejados. Irônica e infelizmente, muitas empresas, à primeira sombra dos impactos da crise, reduzem drasticamente a verba de marketing, que passa a ser vista como despesa vã. É simplesmente incompreensível (e talvez inadmissível) conceber que cortar esses
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custos vai adiantar alguma coisa para se defender de uma crise nacional com reflexos e causas internacionais. Esse pensamento, além de completamente equivocado, é mais que ultrapassado. É justamente neste momento de tempestade que as marcas necessitam se fortalecer perante o público e os seus diversos outros stakeholders que, indubitavelmente, precisam enxergar os produtos ou os serviços como aliados que o ajudarão a passar por essa maré que afeta toda a cadeia produtiva e de consumo. ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
Em vez de cortar custos de maneira radical, é necessário adequar o orçamento à sua realidade e às perspectivas de seu mercado. Se está caro investir nas mídias tradicionais, o ideal é diminuir a aplicação de recursos nessa área e passar a apostar em ações mais coerentes e estruturadas em comunicação digital. As empresas precisam despertar para a realidade do marketing dentro do ambiente on-line que, em tempos como estes, pode trazer resultados mais rápidos e mensuráveis e fortalecer a marca, já que esse é um espaço propício até mesmo ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
para reinventar uma linguagem e proporcionar experiências que façam com que o consumidor se aproxime mais e entenda que estamos todos juntos nesse barco, mas que a sua marca pode fazer a diferença. É aí que entram também a criatividade e a inovação, pois a internet é um território livre para ousar e, por tabela, criar situações para fidelizar esse novo consumidor, que está cada vez mais exigente e em busca de novas experiências. Em adição a tudo isso, a internet é flexível, permitindo investimentos menores, mais focados, segmentados, com mais chances de sucesso e com a possibilidade de ajustes em pleno voo. Ou seja, se sua organização está com uma campanha on-line que não se mostra muito eficiente, você pode fazer acertos e afinar o que for necessário de forma mais ágil e econômica, quando comparado com possibilidades similares em ações de comunicação tradicional. E, enquanto a calmaria não vem, cabe às empresas tomarem decisões ousadas, criativas, bem pensadas, sólidas e de impacto, baseadas nas expectativas reais de seus públicos, que também procuram se adequar e sobreviver sem fazer mudanças drásticas em seus hábitos de consumo. Além disso, é fato que os empresários que apostarem suas fichas em ideias inovadoras e em ações de marketing de qualidade têm a probabilidade de obter resultados positivos e até mesmo inesperados, que irão de encontro aos prognósticos nefastos anunciados pela grande mídia. O marketing não é uma opção. Muito menos é um investimento qualquer. O marketing é, na verdade e acima de tudo, uma ciência essencial para trazer retorno ao investimento de toda empresa. Se as vendas caíram, reforce a sua marca, encontre soluções para suprir as necessidades dos clientes, aproxime-se dos seus públicos e oriente muito bem todos os setores da organização para que, juntos, todos possam fazer a diferença e trabalhar duro em busca de resultados campeões, mesmo em tempos de eventuais crises.
“Dentro da perspectiva do marketing, as crises podem trazer oportunidades e apresentar desafios estimulantes jamais imaginados”
Luciana Salgado (coautora deste artigo) é consultora de Marketing Político e professora da FGV em diversas cidades do país. 283
ÍNDICE DE ANUNCIANTES
ANUNCIANTES
PÁGINA
ANUNCIANTES
PÁGINA
ABRH
279
Jeep
Afecc
42
MedSênior
ArcelorMittal
162
Megaton
286
Bandes
87
Metro Jornal
223
Banestes
107
Metropolitano Hospital
31
Buaiz Alimentos
244
Politintas
115
Cemaço
30
Prosegur
13
Cindes
235
Record News
274 e 275
Cisa Trading
183
Rede TV
122 e 213
Cofril
66
Revista ES Brasil
99
Concrevit
50
Samarco
57
Construtora Épura
35
Samp
8e9
Coopeavi
266
Sebrae
43
Corpus Saneamento e Obras
278
Sedes
201
Cosentino
93
Senai
18 e 19
Cotia
7
Serra Log
2
Divulgue Outdoor
251
Sescoop
194
Espiral Engenharia
89
Sesi
Fertilizantes Heringer
5
Shopping Vitória
Findes
143
Garoto
77 e 245
Sicoob
103 260 e 261
120 e 121 91 285
Sistema Findes
71 3
Grupo Coimex
111
Terca
Grupo Eletromil
85
TV Capixaba
195
Ideies
67
Unimed
83
IEL-ES
254 e 255
USM Industrial & Offshore
207
Imobiliária Universal
240
Vale
IRI
219
Vixteam
241
ISH
51
VTO Linhares
267
284
38 e 39
ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS 2015
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ANUÁRIO IEL 200 MAIORES EMPRESAS NO ESPÍRITO SANTO - EDIÇÃO 2015