Revista InFormação | IFRJ | Janeiro 2017

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Informativo do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ

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Janeiro - Fevereiro de 2017

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Revista Informação Edição nº 11 Estágios e empregos: os segredos de quem conseguiu Janeiro - Fevereiro de 2017 Reitor Paulo Roberto de Assis Passos ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO Assessor de Comunicação Jorge de Moraes Jornalistas Jorge de Moraes Luís Costa Danyelle Woyames Programadora visual Juliana Santos

Estagiários de Comunicação Arraial do Cabo Suelen Sodré Belford Roxo Cristiane Rodrigues Duque de Caxias Elly Ana Cardozo Eng. Paulo de Frontin Letícia Monteiro

04 Campus Nilópolis 06 Campus Engenheiro Paulo de Frontin 08 Campus Paracambi 09 Campus Rio de Janeiro 10 Capa

Nilópolis Taysa Porcino

14 Campus Duque de Caxias

Paracambi Igor Medeiros

16 Campus São Gonçalo

Pinheiral Pedro Menezes Rio de Janeiro Rayanne Mello São Gonçalo Mayara Silveira 2

03 Campus Arraial do Cabo

18 Campus Pinheiral 19 Campus Belford Roxo


Campus Arraial do Cabo

Formada no IFRJ, técnica é aprovada em concurso público na área de Meio Ambiente Daiana Cabral agora é servidora da prefeitura de São Pedro da Aldeia

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assar em um concurso público é, para muitas pessoas, a realização de um sonho. Para Daiana Cabral, 23 anos, ex-aluna do curso técnico em Meio Ambiente do campus Arraial do Cabo, já é uma realidade. A jovem foi aprovada no concurso da prefeitura do município de São Pedro da Aldeia, em abril de 2016, classificada em 2º lugar para o cargo de fiscal do meio ambiente, que exigia formação em nível técnico na área. Daiana hoje atua na fiscalização ambiental. Ela realiza vistorias em imóveis, comércios e áreas públicas, visando à preservação ambiental e à qualidade de vida da população. Legislação e ecologia são aprendizados exercitados diariamente no trabalho, além da avaliação de impactos ambientais. “A formação no IFRJ foi essencial para que eu passasse na prova. Estudei para o concurso com material de aulas do curso técnico em

Meio Ambiente. A qualidade do curso com certeza me colocou em vantagem na disputa”, comenta a aluna. A jovem pretende continuar investindo em concursos públicos, desta vez, na área pedagógica. Ela dá um conselho para quem também pensa em concorrer: “A dica é estudar sempre, mesmo que indiretamente, através de leituras e pesquisas. O importante é não deixar apagar o que foi aprendido”. David Barreto, coordenador do curso técnico em Meio Ambiente do campus, conta que sempre viu em Daiana a dedicação aos estudos. “Para nós docentes, é muito gratificante ver que nosso esforço faz a diferença”, diz. Segundo David, o curso de Meio Ambiente do IFRJ tem profissionais experientes e capacitados para dar a melhor formação possível aos alunos. 33


Campus Nilópolis

Mapa da mina Alunos do campus Nilópolis dão dicas sobre como enfrentar uma seleção de estágio

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rocesso de aprendizagem indispensável para o estudante enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Essa é uma das definições de estágio, palavra que os alunos procuram nos murais de avisos das escolas e nos sites de busca. Felipe Lopes, do 7º período do curso de Bacharelado em Química, e Douglas Alves, do 8° período do curso Técnico em Controle Ambiental, já passaram por isso e agora contam o que viveram. Provas, redações, dinâmicas e entrevistas são algumas das fases pelas quais os candidatos a uma vaga de estágio precisam passar. Estagiário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Felipe conta que, durante as etapas que envolviam conhecimento teórico, ele se saiu bem, mas, nas fases que exigiam postura, tranquilidade e boa comunicação oral, a dificuldade foi maior. “Com a prova e a redação não tive problemas. Mas a dinâmica em grupo mexeu comigo, me deixou nervoso, pois sou muito tímido. Foi aparentemente a etapa mais difícil”, lembra. A entrevista com o supervisor foi tranquila. “Ele explicou o trabalho do estagiário, qual é a rotina do laboratório e perguntou o que eu pretendia fazer após a gradação”, conta. Ficar tenso em momentos decisivos é coisa comum na vida da maioria das pessoas. Para Felipe, a pior reação é não enfrentar o medo. “Embora a ideia de fazer prova, redação e entrevista possa parecer intimidadora, acredito que se a pessoa gosta mesmo da ciência e quer se dedicar a isso, ela tem que correr atrás e encarar esses obstáculos, porque nenhum obstáculo é difícil o bastante para nos impedir”, afirma o estudante. Já Douglas Alves, estagiário da Embeleza há um ano, não precisou fazer a temida dinâmica de grupo. O processo envolveu apenas entrevistas, questionários, redação e prova

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Na entrevista, Douglas procurou transmitir clareza, maturidade e sinceridade

prática. “Procurei transmitir clareza, maturidade e sinceridade através de uma boa postura. Olhei nos olhos da entrevistadora e agi com naturalidade ao falar sobre qualquer assunto abordado nas entrevistas”, explica Douglas. ESTÁGIO PODE DEFINIR FUTURO PROFISSIONAL E ACADÊMICO Estudar no IFRJ, segundo os alunos, foi uma circunstância importante para a conquista do estágio. Segundo Douglas, os conhecimentos adquiridos em sala de aula o ajudaram na hora de testar os conhecimentos teóricos e práticos da entrevista e da prova prática, respectivamente. “Foi um sentimento de realização, misturado com uma ansiedade sobre poder aprender na prática o curso”, lembra Douglas, a respeito da sensação de receber a notícia de que foi aprova-


Felipe Lopes: estágio influiu na escolha do tema da monografia

do no processo seletivo. A partir daí, o aluno de Controle Ambiental teve que passar por um outro desafio: se adaptar à rotina de estágio e de estudo à noite. Ele garante que, com o tempo, se acostumou. “Saía às 15h do estágio e só tinha aula às 18h. Então, nesse intervalo, eu correspondia o tempo de estudo”, explica. Felipe, por sua vez, conta que soube da vaga de estágio por meio de um servidor do campus. “Espero que o IFRJ possa sempre propor aos alunos essas vagas de estágio e iniciação científica, pois ambos acrescentam à carreira profissional”, afirma. Cada estudante, com as suas atribuições no estágio, consegue colocar algo na bagagem. Para isso, é preciso cumprir as regras básicas de cada empresa e se dedicar ao máximo às tarefas. Douglas deixa algumas dicas para quem vai começar agora a estagiar: “Agir de maneira natural, buscar sempre aprender coisas novas. Saber ouvir e entender o que foi passado nas mensagens. Buscar executar o que aprendeu no curso e gostar do que está fazendo no estágio”. Os estudantes garantem que o estágio está sendo essencial para vida acadêmica e profissional. Felipe, por exemplo, decidiu abordar o tema “doenças tropicais”, tanto no seu trabalho de conclusão de curso (TCC)

quanto em uma futura pós-graduação. Mas a experiência vai além. “O estágio não garante apenas um desenvolvimento técnico e profissional, mas também um desenvolvimento pessoal”, diz Felipe. “Ampliou meus horizontes, consigo me relacionar com as pessoas e entender como cada coisa funciona”. Para Douglas, o estágio serve para revolver problemas diário gerados em sala de aula. “Não adianta ter tudo no papel e na prática não saber executar ”, diz. “O aprendizado é muito grande, devido à experiência dos profissionais presentes na empresa”, garante Douglas. “A empresa está me dando uma base fantástica”, diz. Já para Felipe, trabalhar como profissionais qualificados foi, a princípio, intimidador. Mas, com o tempo, ele pôde perceber que eram pessoas com muita mente aberta: “Eles me ajudaram bastante, tiveram paciência de me ensinar”, conta. Quando os estudantes já estão terminando o estágio, a pergunta que vem à cabeça é: Estou preparado para o mercado de trabalho? As respostas foram precisas: Sim. “Acredito que por ter passado por esse processo seletivo e com a experiência que eu obtive no estágio, eu posso estar com uma certa vantagem”, avalia Felipe. Douglas, no estágio há cerca de um ano, diz que já conseguiu adquirir muito conhecimento e acredita estar apto para seguir a sua vida profissional. 5


Campus Eng.º Paulo de Frontin

Virando o jogo Empreendedorismo é estratégia para se adequar ao mercado de Jogos Digitais

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e as oportunidades não aparecem sozinhas, é possível criá-las. É o que fazem alunos do curso Superior de Tecnologia (CST) em Jogos Digitais do campus Eng. Paulo de Frontin, que estão movimentando em um setor ainda jovem no Brasil, composto em grande parte por startups e estúdios independentes. Com força de vontade e o conhecimento obtido nas disciplinas de Empreendedorismo que fazem parte da grade do curso, a aposta de muitos dos estudantes é tomar a dianteira e iniciar o próprio negócio. O primeiro passo às vezes surge da própria instituição: ao final de cada período do CST, os alunos precisam apresentar um jogo como trabalho de conclusão do período (TCP). Utilizando os conteúdos aprendidos nas matérias ao longo do semestre, a turma se divide em equipes e põe a mão na massa desenvolvendo um game que, além de ser requisito para a aprovação no período, já pode fazer parte do portfólio dos futuros profissionais. O resultado pode ser tão animador que o grupo de estudos decide virar empreendimento – foi o caso dos alunos do 4º período Miguel Paolino, Diego Almeida e Felipe Machado, que formaram o coletivo Colinas Games e continuam desenvolvendo jogos juntos. “O TCP foi maravilhoso pelo aprendizado, e nos mostrou o quanto é difícil trabalhar com outras pessoas, tanto em compromisso quanto em sociabilidade”, relata Miguel. A última Game Jam, uma maratona competitiva de desenvolvimento de jogos dentro do prazo de apenas algumas horas, promovida pelo Centro Acadêmico Ralph Baer, tinha como regra a participação de pelo menos um calouro. Foi assim que Vitor Romani, do primeiro período, se juntou ao trio. O projeto foi um sucesso, a equipe venceu a competição e agora o Colinas Games conta com quatro integrantes em busca de mais conquistas. O próximo proje-

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Jackson Ferreira e Lenon Stelman, empreendedores

to já está em andamento: um jogo do tipo clicker que o o grupo pretende apresentar em outubro, durante a Semana Acadêmica. ALUNOS CRIAM EMPRESA PARA SER A “NETFLIX DOS GAMES” No caso de Jackson Ferreira e Lenon Stelman, o negócio surgiu de uma ideia criativa para solucionar um problema comum a muitos gamers: computadores que suportam jogos pesados e com mais exigências gráficas são caros. O lançamento constante de jogos mais avançados demanda uma também constante atualização do hardware, de forma que os custos para o jogador não ficam só no preço dos jogos, mas também nos upgrades das máquinas. “Nossa ideia surgiu durante o desenvolvimento e teste de jogos mais pesados, com mais exigências gráficas. Nos


perguntamos: ‘Por que quase sempre temos que personalizar e atualizar nossas máquinas para jogar os jogos da moda?’”, conta Jackson, aluno do quinto período do CST em Jogos Digitais. A solução pensada pelos estudantes foi inspirada em serviços de streaming já populares: “Nossa proposta é ser o Netflix dos games”, compara Lenon, que cursa o quarto período. Assim nasceu a StreamGame, empresa que abriram em sociedade com um colega de Portugal e já tem até site no ar (streamgame.com.br). O serviço vai possibilitar que se jogue online títulos diversos, de lançamentos de sucesso a nostálgicos e indies, direto do navegador. “É um site que você pode acessar de qualquer lugar, criar sua conta e jogar, sem se preocupar com resolução ou requisitos mínimos do seu PC, com o console que você tem”, explica Jackson. E não para por aí: segundo os alunos, os planos são de prover também uma plataforma para que desenvolvedores lancem seus jogos e recebam por eles, na própria StreamGame. No momento, a startup está em processo de desenvolvimento de um mínimo produto viável (MVP), uma espécie de protótipo para a demonstração do funcionamento do serviço com o fim de captar recursos. Consolidada e à procura de investidores, a empresa hoje já tem um escritório no Rio de Janeiro e se prepara para estabelecer pontos em São Paulo e no exterior.

Empresa já tem escritório e planeja expandir negócios

Team Stream Game

Na página da start-up, usuário tem acesso a diversos jogos on-line

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Campus Paracambi

A primeira impressão Estagiária do campus Paracambi ressalta importância de postura durante entrevista

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articipar de um processo seletivo em busca de um estágio é sempre um momento cercado de expectativas e ansiedade. Aluna do 7° período em Mecânica do campus Paracambi, Júlia Brito sabe bem disso. Aos 18 anos, a jovem conseguiu ingressar em uma área disputada no mercado de trabalho, a do ramo portuário, por meio da Libra Terminais Rio, que presta serviços operacionais no porto carioca. Júlia ficou sabendo do processo seletivo por um colega, em junho deste ano. Na época, a estudante, então bolsista da Direção Geral do campus, iniciava a busca por estágios. Isso porque, a partir do período seguinte, estudaria à noite. “Um amigo da minha família me avisou que tinha uma vaga para estagiário técnico e mandei um currículo através do site da empresa. Acabaram me recrutando pelo CIEE, já que a vaga estava lá. Mas, na época, eu não tinha acesso, pois estava no sexto período, e o CIEE, que é conveniado com o IFRJ, entende que no sexto período o aluno ainda não pode estagiar, mas eu estava no final do período, bem perto das férias já”, lembra. O recrutamento durou pouco mais de duas semanas e foi dividido em três etapas, todas em formato de entrevista com representantes da empresa. Com o passar das fases, a apreensão aumentava. “O momento mais difícil foi ter a entrevista com meu atual gestor, pois eu sabia que lidaria com ele depois, e não queria deixar uma primeira impressão ruim”, recorda a estagiária. O contato com outros candidatos, algo comum em processos seletivos, acabou não acontecendo, porque os concorrentes foram entrevistados em horários diferentes. A aprovação na etapa final, claro, foi motivo de comemoração para a aluna, para quem estudar no IFRJ teve um peso significativo nesse resultado.

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“Estudar no Instituto ajudou, sim. Nós aprendemos novas posturas, e apesar de eles não

Estagiária de Mecânica, Júlia pretende seguir no ramo portuário

terem exigido que eu tivesse experiência, como muitas empresas fazem, ter um bom comportamento foi essencial. Aprendi muito disso nas aulas de inglês técnico, na qual a professora Renata Guimarães deu muitas dicas, e fez até uma simulação de entrevista de estágio, em que tínhamos que ir vestidos de acordo com o que nossa vaga pedia. Ter, pelo menos, o mínimo de coesão é, sem dúvida, muito importante”, observa. Desde julho, quando foi contratada, a estudante vem aprendendo, cada vez mais, sobre as atividades da empresa. Feliz com os primeiros passos da vida profissional, Júlia já traça planos para a carreira. Ela entende que a experiência adquirida, hoje, será fundamental no futuro. “Se eu tiver oportunidade, pretendo continuar a trabalhar aqui, sim. Até porque é uma experiência diferente. Não existem muitas oportunidades de emprego nessa área, e ter esse tipo de experiência em seu currículo te torna quase que único quando concorre a uma vaga de emprego em outros ramos portuários”, diz.


Campus Rio de Janeiro

Experiência decisiva Participar de projetos de pesquisas durante o curso pode fazer a diferença na hora de procurar estágio

É importante se manter tranquilo e ter, acima de tudo, uma postura sincera, cordial e séria”. Essas são as dicas de Juliana Ferracioli, estudante do curso técnico em Química do campus Rio de Janeiro, para quem vai enfrentar um processo seletivo de estágio. Ela fala com a autoridade de quem já passou por isso. Juliana é estagiária da Merck, empresa farmacêutica e química mais antiga do mundo. Para ser aprovada, a aluna passou por duas entrevistas: a primeira, por meio de videoconferência com o RH da Companhia de Estágios, e, após ser selecionada para o restante do processo, conversou diretamente com o coordenador e técnico da área para a qual se candidatava. Ela conta que, na entrevista direta com o gestor, se sentiu mais confortável. “É ali que podemos mostrar quem realmente somos e porque merecemos estar ali”, diz Juliana. Segundo a aluna, um fator ímpar para conseguir o estágio foi a bagagem que conseguiu no IFRJ. No campus, ela teve a oportunidade de trabalhar como bolsista no Núcleo de Ciências Químicas, com projetos de iniciação científica, além de participar de duas Semanas da Química. “Em uma de suas edições, participei com um projeto que abrangia um pouco do que faço hoje no estágio – área de tratamento de efluentes, uma visão ambiental e mais verde da química e suas aplicações hoje. Talvez possa ter sido a iniciativa deste projeto que tenha chamado a atenção dos gestores”, observa Juliana. Ela afirma que estudar do IFRJ não se resume a ter apenas uma formação técnica. “A instituição não forma técnicos em química apenas, mas sim jovens capacitados e pensantes que aplicam o conhecimento adquirido da melhor maneira para si, para os outros e para o ambiente”, comenta.

Iniciação científica foi determinante para Juliana conseguir a vaga na Merck

Natália Barreto, do curso técnico em Farmácia, também já é estagiária. Para ser aprovada na Bracco, empresa de pesquisa, desenvolvimento e distribuição de produtos farmacêuticos, passou por entrevista pessoal, prova e redação. Ela conta que, mesmo nervosa durante a entrevista com a gerente da empresa, procurou responder de forma clara e objetiva, sem enrolar nas respostas. A entrevistadora quis saber sobre horário de estudo, curso, conhecimentos de inglês e experiência com a área de microbiologia. Para Natália, esses dois últimos quesitos foram essenciais para ser aprovada. “O IFRJ me proporcionou dois ingressos em iniciação científica no laboratório de microbiologia. Isso me ajudou tanto na parte teórica quanto na prática”, afirma Natália. “A maior dica que posso dar acredito que seja aproveitar o IFRJ dentro do que você mais se encaixa. Façam iniciações científicas, monitorias, olimpíadas brasileiras e participem da Semana da Química. Sejam engajados, fiquem alerta quanto às vagas boas em multinacionais e procurem se inteirar das normas do colégio”, aconselha a estagiária da Bracco. 9


CAPA

Muito além do currículo Além das competências técnicas, características pessoais dos candidatos são determinantes na hora da seleção

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ma das maiores preocupações que rondam as pessoas é a boa preparação para a vida profissional. Para isso, é preciso estudar, aprender novas línguas, ler livros, assistir palestras, entre outras formas de aumentar as capacidades técnicas a fim de atingir grandes objetivos. Porém, outros tipos de competências também estão em jogo na hora de conseguir o estágio ou o emprego dos sonhos. Algumas características pessoais, conhecidas como comportamentais, têm impacto na carreira e, consequentemente, na empresa para a qual se trabalha. Estagiária de Psicologia do Serviço de Saúde do Trabalhador do IFRJ, Raline Queiroz explica que cada vaga terá um perfil. Por isso, quando é feito o direcionamento de uma oportunidade, é importante saber o que realmente será preciso daquele candidato. Ela afirma, no entanto, que existem competências que sempre são bem vistas para qualquer tipo de vaga: “Ser organizado, responsável, proativo, pontual, ter capacidade de trabalhar em equipe. Essas são algumas das características que a maioria das empresas sempre busca”, enumera Raline, que também integra a empresa júnior de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), a InterAção. Raline enfatiza que algumas competências vão variar de acordo com o direcionamento para determinado tipo de cargo. “Quando se exige que o candidato tenha ‘boa comunicação’, essa característica será diferente se for uma vaga para jornalista ou para psicólogo, por exemplo, porque cada uma exigirá um tipo de ‘boa comunicação’. Por isso que, quando vai haver o recrutamento, é preciso elaborar antes a definição operacional daquela competência”, explica.

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Raline Queiroz: Participação em projetos na própria escola pode fazer a diferença no currículo

Vale ressaltar que, se o estudante percebe que alguma característica será fundamental para desempenhar sua profissão, mas não enxerga tanto ela em si, pode buscar formas de desenvolvê-la. “É possível buscar atividades na própria faculdade que exijam dele que aquela característica seja exercitada e desenvolvida, como laboratórios, empresas juniores, entre outras. É importante tentar desenvolver num ambiente em que ele não seja tão cobrado, porque no estágio e no trabalho, vai ser demandada dele aquela competência”, enfatiza. Currículo – Num mundo cada dia mais globalizado, as empresas buscam candidatos que tenham um bom currículo. Investir em cursos e experiências acadêmicas é sempre uma boa pedida e, no caso de não possuir experiência, pode ser um diferencial para conseguir a vaga. “No caso de pessoas muito novas, é comum não ter experiência. Mas as empresas veem com bons olhos alunos en-


gajados em centros acadêmicos, empresas juniores, estágio interno, monitoria de disciplinas e apresentações de trabalho em congressos”, aponta a estudante de Psicologia. Uma dica de ouro é ser você mesmo e nunca mentir no currículo. “Ser honesto é fundamental. Não adiantar colocar características no currículo que você não consiga sustentar numa dinâmica de grupo, por exemplo”, adverte Raline, acrescentando ainda que o peso dos trabalhos voluntários no currículo depende do engajamento social da empresa que está ofertando a vaga. Processo seletivo – É importante ressaltar que, dentro de um processo seletivo, existirem várias formas de o candidato se apresentar: entrevista, dinâmica de grupo e prova situacional (que simula uma situação do dia a dia daquela vaga) são algumas etapas adotadas na hora de selecionar um profissional. Mas, segundo Raline, vale lembrar que o processo seletivo é apenas um recorte de como aquele candidato poderá desenvolver as características e atividades no ambiente de trabalho. “O que a pessoa apresentou no processo seletivo nem sempre garante que ela seja daquele jeito no ambiente de trabalho. Mas a orientação é que o candidato seja sempre sincero porque, mesmo que consiga a vaga, o dia a dia mostrará como ele é”, alerta. Ao ser chamado para uma entrevista, o candidato deve buscar conhecer o local no qual está pretendendo trabalhar. “Pesquisar um pouco sobre a instituição para não ir no escuro é importante porque demonstra interesse sobre a empresa”, sugere Raline, lembrando ainda que a maneira de se vestir também acaba sendo avaliada pelas empresas, uma vez que isso fala um pouco sobre o candidato. “Acho um pouco preconceituoso usar isso como um critério, mas acaba sendo levado em conta em alguns casos, sim. Não é determinante, mas contribui”, avalia.

Quando questionado em relação aos seus defeitos, cuidado com características ambíguas como “perfeccionista” e “exigente”. Além de ser clichê utilizá-las em entrevistas, o que pode ser considerado defeito para uns, pode ser qualidade para outros. “Apresente um defeito seu, mas ao mesmo tempo, diga o que está fazendo para melhorá-lo. Isso mostra que você não está acomodado com aquele defeito, que está disposto a trabalha-lo para mudar”, aconselha a discente. Raline conta que, partindo de uma visão mais humanizada do processo seletivo, o ideal é que as empresas não analisem os candidatos fazendo-os competirem entre si e comparando os perfis, mas sim colocando as características de cada candidato frente ao perfil da vaga. Ela destaca que, em algumas empresas, existe a chamada entrevista de evolução. “Essa entrevista é importante para dar um retorno aos candidatos. Tanto para o que entrou, para que saiba que competências que apresentou no processo foram essenciais para que ele fosse escolhido, quanto para os que não foram selecionados. Se o candidato não selecionado participa de vários processos e não passa, ele não sabe no que está errando”, explica. Ao receber o retorno, o estudante pode trabalhar as competências, ou então analisar o próprio perfil e ver se realmente se identifica com aquele tipo de vaga e carreira. Algumas empresas, mesmo quando não veem algumas características que julgam importantes em um candidato, fazem a contratação e optam por investir em treinamento e desenvolvimento de pessoas. “Em muitos casos, não existe uma pessoa certa para um lugar certo. Partimos do princípio de que todas as competências podem ser desenvolvidas”, finaliza a futura psicóloga.

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“As empresas hoje querem currículo de uma página”

PARACAMBI

CAPA

Coordenadora de estágios no IFRJ aponta o que recrutadores esperam dos candidatos e dá dicas para preparar um bom currículo

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ara começar: não existe um “modelo ideal” de candidato, uma espécie de estagiário padrão, que se encaixaria em qualquer empresa, em qualquer função. Quem afirma é a coordenadora geral de Integração Escola-Empresa (CGIEE) do IFRJ, Edméa Teixeira. Segundo ela, a experiência mostra que alunos de perfis bem diferentes estão conseguindo lugar no mercado de trabalho. Uma característica, no entanto, parece ser comum a todos. “Quando falamos em comprometimento, pensamos em vários quesitos: pró-atividade, pontualidade, assiduidade, pessoas inovadoras, que tragam ideia que venham a produzir crescimento para a empresa, que saibam se relacionar com o outro e, acima de tudo, que respeitem o colega e a chefia, fazendo do ambiente de trabalho um lugar agradável de se estar”, assinala Edméa. Aliás, segundo ela, as principais reclamações das empresas estão

justamente na falta de proatividade, de participação e de postura profissional adequada. Orientar os candidatos a estágio no IFRJ é só uma das atribuições da CGIEE, que articula uma rede de coordenações, nos campi do Instituto, responsáveis por ser a ponte entre os alunos e o mercado de trabalho – divulgação de vagas, reuniões com os estudantes, palestras com especialistas e ex-estagiários ocupam a agenda das chamadas COIEEs (coordenações internas de integração escola-empresa) nos campi. Quem vai à procura de orientação, muitas vezes leva dúvidas sobre as diferentes etapas de um processo, como entrevistas e dinâmicas de grupo. Mas é no primeiro ato de qualquer seleção – a preparação de um currículo – que os estudantes precisam ficar atentos para não tropeçar. Para Edméa, é preciso método e concisão na hora de apresentar a experiência acadêmica e profissional. “Os alunos normalmente deixam de incluir cursos que fizeram na área pretendida, colocam as informações em ordem cronológica crescente, quando na verdade, deveria ser o contrário, sempre do último curso para o primeiro. Incluem muita informação. As empresas hoje querem um currículo de uma página”, afirma. Faz sentido mesmo ser sucinto e objetivo – estima-se que um recrutador gaste em média 6 segundos para avaliar se um currículo atende ao que a empresa espera do candidato. É preciso bom senso, também, na hora de criar uma conta de e-mail profissional: apelidos e gracejos não pegam bem.

Para Edméa, existem características em comum que as empresas buscam nos candidatos

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Para Edméa, o nome do Instituto Federal do Rio de Janeiro impresso no currículo pode fazer a diferença. “A maioria das empresas contratam apenas estagiários do IFRJ. O exemplo se dá através do feedback dado pelas empresas durante a supervisão de estágio”, obseva a coordenadora.


OS SETE ACERTOS Português afiado Um erro de português, por mais inocente que possa parecer, pode deixar uma péssima impressão no avaliador. Se precisar, consulte um dicionário, pegue um livro didático, consulte sites especializados e procure conhecer as armadilhas da língua. Estima-se que até 40% dos candidatos sejam eliminados nas primeiras fases de um processo seletivo por descuidos com a gramática.

Sem experiência? Às vezes, um projeto pessoal, uma viagem, um trabalho voluntário podem fazer a diferença na hora de preparar o currículo ou de deixar uma boa impressão na entrevista. Nem toda a experiência do candidato se resume à escola ou a outros empregos. Então, antes de falar “não tenho experiência”, procure se lembrar de fatos ou passagens da sua vida que possam ter relação com o perfil pretendido para a vaga.

Conhecer o terreno Na hora da entrevista, é importante mostrar que conhece minimamente o lugar em que pretende trabalhar. Saber qual é a missão institucional, os ramos de atuação, um pouco da história do lugar, a cultura organizacional. Mostre que você tem interesse por aquela instituição, e não que ela é apenas mais uma que apareceu em um mural de vagas.

Dica de moda É importante ter equilíbrio e bom senso na escolha da roupa adequada para uma entrevista. Ir formal ou mais despojado? Depende do cargo e da empresa. Na maioria dos casos, vale a pena seguir algumas dicas: evite roupas muito colori-

das, peças esportivas, penteados ousados, perfumes fortes. Roupas curtas ou rasgadas, excesso de acessórios ou de maquiagem também são desaconselhados. Na dúvida, camisa clara, calças jeans e sapatos escuros normalmente caem bem para meninos e meninas.

Tome a iniciativa Em uma dinâmica de grupo, mostre-se proativo e colaborativo. Essas características indicam capacidade de assumir responsabilidades e de trabalhar em equipe. Se o avaliador perguntar se alguém se habilita a alguma tarefa, levante a mão. Esse ato é geralmente associado à ideia de protagonismo.

Fui claro? Na hora da entrevista, procure ser transparente e claro. Não adianta tentar impressionar com um discurso extremamente elaborado, se no fim das contas o sentido é confuso e você não consegue se fazer entender. Evite digressões, ou seja, se começar a falar de uma coisa, termine-a. Transmita uma fala conexa, concisa e coerente.

Não dê uma de Pinóquio O recrutador vai pesquisar sobre você. Ele vai checar o seu currículo e o que disser na entrevista. Uma mentira, em vez de lhe dar vantagem, pode lhe custar a vaga. Em uma pesquisa, recrutadores avaliaram a mentira sobre formação ou experiência profissional como o erro mais grave cometido pelos candidatos em uma entrevista de emprego. Fontes: Catho / CIEE / Época Negócios / EXAME.com / VAGAS.com.br

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Campus Duque de Caxias

Requisito para formação Estágios obrigatórios integram o currículo de diversos cursos

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a lei que dispõe sobre o estágio de estudantes, fica definido que o estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso. O estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é requisito para aprovação e obtenção de diploma. Em alguns casos, os estudantes terminam as disciplinas teóricas e ficam apenas na dependência da conclusão da carga do estágio para finalizarem o curso. No IFRJ campus Duque de Caxias, Caroline de Souza e Adrielly Fernandes se enquadram nesta categoria. Caroline de Souza, 18 anos, terminou as disciplinas do curso técnico integrado em Química em julho deste ano, faz estágio no Centro de Pesquisas da Petrobras (CENPES) desde meados de 2015 e tem contrato renovado até dezembro. O CENPES é o maior centro de pesquisa da América Latina e lá se concentram diversos tipos de pesquisas sobre tecnologia e inovação. Para conseguir a vaga, Caroline passou por um difícil processo seletivo: começou com uma prova online de Português, Raciocínio Lógico e Conhecimento Gerais. Os candidatos tinham duas horas para realizá-la e não podiam fechar a janela da internet na qual faziam a prova, visto que, se fizessem isso, teriam a questão que estava aberta anulada. Depois de realizada a prova, a estudante ficou em quinto lugar na classificação geral do CENPES e foi chamada para a segunda etapa do processo, que era a entrevista.

Depois do curso técnico, Adrielly agora quer cursar Engenharia

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Nessa etapa, a conversa foi entre Caroline e seus atuais supervisor e gerente. Eles começaram questionando acerca das informações que ela apresentou em seu currículo e sobre suas experiências. Uma das perguntas mais marcantes para a jovem foi o porquê de ter escolhido fazer o curso técnico de Química. Ela contou que, na época em que fez várias provas para diferentes colégios, se viu diante de diversas aprovações e pesquisou sobre as áreas. Foi quando descobriu que a Química se encaixava em seu perfil. “Durante o curso foi uma questão de conhecimento: eu conhecendo a Química e ela se apresentando pra mim como uma possibilidade real de carreira”, disse. Caroline participou de várias atividades extracurriculares enquanto estudou no IFRJ, dentre elas o grupo de teatro e a equipe de handebol. Ela diz que essas atividades a ajudaram em diversos momentos da sua vida: o teatro, por exemplo, ajudou a melhorar sua desenvoltura na hora de falar e o esporte na hora de


lidar com momentos de tensão e superação. “Tudo que o Instituto tem a oferecer traz algum ensinamento. Acho fundamental que os alunos participem das atividades que têm no campus, a busca por conhecimento é extremamente importante. Uma frase que você ouviu uma vez em uma palestra pode servir num momento de entrevista, da vida profissional ou pessoal. É legal que as pessoas estejam entrosadas com o meio em que elas vivem e estar entrosado com o IF só te traz coisas boas”, assegura. Já para Adrielly Fernandes, de 20 anos, que concluiu as matérias do curso técnico de Segurança do Trabalho em agosto de 2015, os sustos foram um pouco maiores. Ela também faz estágio na Petrobras e conta que a rotina é bem diferente do que fazia em sala de aula. No colégio, Adrielly destaca que grande parte dos estudos é dedicado à teoria, enquanto as práticas são bem mais corridas. Apesar disso, ela atribui parte do seu sucesso às normas de segurança que aprendeu no Instituto, que são essenciais para suas atividades no ambiente de trabalho.

enfrenta hoje, mas sua intenção é manter-se na empresa. Seu estágio vai até janeiro de 2017, mas ela tem esperanças de outra renovação, já que o primeiro contrato era de seis meses e ela já garantiu mais seis. A pré-vestibulanda está muito satisfeita com o momento que vive nesse início de carreira e pede que os alunos e futuros estagiários acreditem em suas capacidades. “Eu comecei o curso sem ter certeza se era isso que queria, mas fiz, gostei e consegui o estágio que nunca ia imaginar que conseguiria: era apenas uma vaga e eu a conquistei. A gente acha que nunca vai conseguir, mas consegue sim, só não pode ficar parado. Tem que tentar, tem que correr atrás. O segredo é esse: não desistir jamais”, incentiva, acrescentando que a empresa é incrível e que essa foi a melhor oportunidade de sua vida.

A jovem pretende seguir na área e para isso dedica a outra parte de seu tempo para estudar e se preparar para o Enem, pois deseja ingressar na faculdade de Engenharia e fazer a pós-graduação em Segurança do Trabalho. A estagiária sabe das dificuldades que a Petrobras

Caroline faz estágio em um dos complexos de pesquisa aplicada mais importantes do mundo, o Cenpes/Petrobras

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Campus São Gonçalo

Da escola ao mundo do trabalho Recém-formados no campus São Gonçalo, técnicos já vivem rotina profissional em empresas públicas e privadas Ao disputar uma vaga de estágio ou emprego, o estudante se depara com palavras que causam alguma insegurança, como conhecimento, experiência, concorrência. Para Leonardo Costa, do campus São Gonçalo, elas não deram medo. Formado no curso técnico em Segurança do Trabalho no ano passado, ele encarou o desafio de um concurso público e foi aprovado na Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana), onde integra o SESMT (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho). A vida profissional de Leonardo não começava ali, no entanto. Ele lembra que, mais jovem, adorava trabalhar como líder de vendas, no comércio varejista. Só que o rapaz ficava a maior parte do dia no emprego, e não tinha tempo para estudar. Foi neste momento que ele deu o pulo do gato. Léo, como é conhecido, explica que sempre teve o desejo de trabalhar em uma offshore, e por isso entrou no curso do IFRJ. A convivência com o ex-sogro também despertou o interesse pela área: ele é enge-

nheiro em Segurança do Trabalho, e trabalhava na Petrobrás. O foco era fazer concurso para ter um emprego de imediato, pois o rapaz já estava atento ao período de crise financeira que o país atravessava. O técnico explica que se programou para ficar três anos desempregado. Chegou a ficar sem dinheiro para passagem e quase trancou o curso, mas foi atendido com uma bolsa emergencial dentro do Programa de Assistência Estudantil do campus. Léo aproveitou todas as oportunidades que cruzavam seu caminho, como a monitoria de inglês com o professor Sérgio Guerra. Primeiro, veio uma oportunidade de estágio no Ministério Público do Trabalho (MPT). A concorrência era grande: 60 candidatos para 4 vagas. A prova foi difícil, ele não tinha estudado muito e estava ainda no primeiro período do curso de técnico. Mesmo assim, ficou em terceiro lugar e permaneceu por dois anos lá. Após essa experiência, Leonardo e os colegas de turma criaram um projeto de consultoria para empresas que precisavam se adequar a normas regulamentadoras. O ex-aluno mostrou o trabalho - apresentado na JIT 2016 - para o antigo chefe no MPT. Lá, surgiu o convite: o grupo fechou uma parceria para atuar em farinheiras. “Eles gostaram muito. O que eu fazia no estágio está refletido no projeto”, afirma Leonardo. Veio então o edital da Comlurb. Leonardo conta que estudou por dois meses para a prova do concurso. “Os conhecimentos adquiridos no IFRJ e no estágio ajudaram muito”, lembra. Léo explica que usava NRs (Normas Reguladoras de Medicina e Segurança do Trabalho) o tempo todo, o que foi muito cobrado na prova. O próprio concurso só existe, segundo Léo, graças a NR4, que obriga as empresas a terem um SESMT. Leonardo (à dir.) trabalha na área de Segurança do Trabalho da Comlurb

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Ao lembrar da caminhada, ele agradece aos professores do campus, mas destaca um: o coordenador do curso técnico em Segurança do Trabalho, Saulo Dias. “É um exemplo de mestre e líder”, afirma. Leonardo, que agora pretende fazer o Enem, vai tentar o curso de Engenharia de Produção ou Mecânica, e já pensa em uma pós em Segurança do Trabalho. Para os que buscam uma chance, o rapaz aconselha: “Se você acreditar no seu objetivo, por mais difícil que esteja, você consegue”. Léo acredita que a persistência e o foco foram grandes aliados e o fizeram sair do lugar. “Não consigo desistir das coisas, eu tento até o fim para ver se dá certo. Mesmo perdendo, é experiência. Amadurecemos”, comenta. ESTAGIÁRIOS FALAM DE EXPERIÊNCIAS Leonardo não é o único no campus São Gonçalo a já ter encaminhado a carreira profissional. Matheus Machado, formado no curso técnico em Química no primeiro semestre deste ano, integra o corpo de estagiários da gigante farmacêutica Bayer desde setembro de 2015. Ele conta que o conteúdo das aulas e dos projetos de iniciação científica do IFRJ permitiram que tivesse uma boa desenvoltura nas entrevistas e apresentasse os conhecimentos técnicos durante o estágio. “Fiquei muito feliz por ter conseguido um estágio em uma grande empresa como essa, e logo no início do sétimo período”, conta.

empreendimentos imobiliários Sertenge S.A. Para ele, a área abre muitas portas, pois aceita profissionais nas empresas públicas e privadas, além de lidar diretamente com pessoas. “Nós as conscientizamos sobre a vida mais saudável e com qualidade. Além disso, podemos atuar em vários segmentos, como construção naval, indústrias, hospitais, empresas públicas, construção civil”, observa. Ao lembrar do processo seletivo, ele ressalta que foi indicado por um colega de turma para a vaga, e enfrentou etapas como análise de currículo, entrevista oral e redação. Ao final da disputa, os técnicos em Segurança da Sertenge questionaram o que William pensava sobre a profissão na construção civil, o que ele esperava do estágio e o que poderia oferecer para a empresa. O estagiário afirma que respondeu ao questionário com segurança, clareza e objetividade. “Cada candidato foi avaliado de forma singular e em horários diferentes”, lembra. Com a aprovação, William exerce diversas funções, como treinamentos aos novos colaboradores, elaboração de relatórios, supervisão de atividades no canteiro de obras, análise de risco e investigação de acidentes. Ele acredita que o sucesso veio da dedicação em todas as disciplinas, da fé e de seu networking.

O ex-aluno agora quer seguir a carreira na área e já ingressou no curso de Química na Universidade Federal Fluminense (UFF). Para ele, o apoio dos pais, dos professores e dos amigos que fez no IFRJ o ajudaram a superar os desafios. Matheus avalia que, para conseguir um bom estágio, é preciso se inscrever no máximo de processos seletivos possíveis e, caso não obtenha respostas de imediato, não desistir: “Continue tentando. Se for chamado para um processo seletivo, vá para a entrevista tranquilo e se dedique”, aconselha. Já William Nascimento se formou no curso técnico em Segurança do Trabalho, também no começo deste ano, e faz estágio na empresa de William exerce diversas funções como estagiário

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Campus Pinheiral

No ombro de gigantes Estagiárias do campus Pinheiral falam como é estagiar em uma das maiores empresas da América Latina

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Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), maior indústria de siderurgia da América Latina, é o lugar onde as alunas Maria Eduarda Barros e Carolina da Glória, do campus Pinheiral, colocam em prática o que aprendem em sala. Há cinco meses, ambas foram contratadas em processo de seleção de estagiários na empresa, e agora contam como é o começo da vida profissional. Nas tarefas de controle ambiental da companhia, Maria Eduarda, do curso ténico em Meio Ambiente, encontra desafios que o ensino teórico apenas sugere. “Acredito que o estágio nos coloca em situações que não enfrentamos em sala de aula, mas que são importantes para consolidar as informações que recebemos durante o curso”, aponta a aluna, que está no terceiro ano do curso. Para ser escolhida, ela percorreu um trajeto extenso, que envolveu análise e seleção de currículos, provas de português e raciocício lógico, dinâmicas de grupo, entrevista e exame médico. “Foi um processo logo e todas as etapas eram eliminatórias”, observa Maria Eduarda, uma das duas estagiárias contratadas naquela seleção. Ela quase não acreditou na notícia de que fora aprovada. “Tive que ler o e-mail que me mandaram várias vezes”, lembra. Já Carolina, estudante do curso de Administração, exerce diversas funções próprias da área, como organização de documentos, programação de exames e treinamentos. “A maioria das minhas atividades condizem com o que é visto em sala de aula”, ressalta a estudante. A aluna de administração conta que, para conseguir a vaga de estágio, passou por um processo

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seletivo em que mais de cinco mil pessoas, de várias áreas, se inscreveram. De acordo com Carolina, foram contratadas cerca de 100. “Fiz uma triagem, entrevista com gestores, duas dinâmicas e um exame médico”, explica. “Eu me esforcei demais para conseguir, através de muito estudo”, afirma a aluna. A estudante acredita, ainda, que a experiência no IFRJ foi essencial para o sucesso no processo. “Além do conteúdo, aprendi a me portar melhor nesse tipo de situação”, pontua. FICA A DICA O estágio, na opinião de Maria Eduarda, é uma ótima ferramenta para descobrir como o mercado funciona e, também, para tirar as dúvidas sobre a carreira. “Estou aprendendo a lidar com os desafios inerentes ao mercado e tive meus conhecimentos ampliados”, afirma a aluna de Meio Ambiente, que tenta dedica as manhãs ao estágio, e as tardes, às aulas no campus. “O pouco tempo livre que sobra, eu dedico aos estudos”, diz Maria Eduarda, que pretende tentar uma vaga em Engenharia Sanitária e Ambiental pelo Enem. Para quem ainda procura estágio, Maria Eduarda deixa uma dica. “Além do conteúdo técnico, também é preciso ter muita responsabilidade, criatividade, saber trabalhar em equipe e ter coragem para enfrentar os desafios que virão após a conquista da vaga”, observa. Carolina também dá um conselho. “Mesmo que o estágio não seja obrigatório, faça! A experiência vale muito a pena. Corra atrás para tentar uma vaga”, conclui.


Campus Belford Roxo

Estilista, aluno do campus Belford Roxo abre empresa de moda Luís Felipe Luna mostra as peças em conta no Instagram

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le se define, em sua conta no Instagram, como estilista, fashionista, artista visual e fotógrafo amador. Agora, Luís Felipe Luna ainda divide o tempo entre as aulas do curso de Desenvolvimento em Produto Têxtil em Moda, do campus Belford Roxo, e a condução da microempresa recém-aberta. Luna é um dos quase 6 milhões de microempreendedores individuais do Brasil. Ele aliou a ideia antiga de ter o próprio negócio com o sonho de trabalhar na área da moda. Por enquanto, as produções estão voltadas ao público feminino. “Minhas criações são feitas praticamente do zero e meus modelos de peças são quase exclusivos. Tenho planos de ampliar meus produtos para o público masculino, pois os homens estão cada vez mais presentes no mundo da moda”, diz Luiz Felipe, que tem planos de abrir um ateliê para atender um público maior.

Desfiles já fazem parte da rotina do fashionista

Além de desenhar, moldar e costurar, o aluno também faz acessórios e procura ser o mais diversificado possível. Para conciliar trabalho e curso, ele conta que calma, paciência e organização são o segredo para organizar o tempo. “O conteúdo visto em sala de aula está sendo uma extensão do meu cotidiano como designer de moda, ampliando os conhecimentos que já tinha e acrescentando muitos outros, que vão desde as partes mais criativas até a social. Uma das melhores experiências profissionais que estou tendo é o curso”, avalia o aluno. Para quem pretender montar um negócio no ramo da moda, o estudante dá um dica. “Estude e se dedique. O começo nem sempre é fácil, mas com luta e perseverança a gente consegue alcançar os nossos objetivos”, afirma. No Instagram: “A serenidade de fazer aquilo que amo”

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www.ifrj.edu.br


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