POESIA DA RESISTÊNCIA

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POESIA EM RESISTÊNCIA aqui-agora neste exato momento digo nesta página sobre o que sinto ao expandir a mente a vista que à vista mais distante do que ontem pude adentrar no quilombo vi retratado na arte a grandeza que somos nós a resistência que segue firme a tempos vamos lutando lutas diferentes em tempos e contextos diferentes sempre pela liberdade aqui neste agora depois de muitos e muitos anos das bravas lutas travadas por nossos antepassados para que hoje a gente aqui exista e consiga escutar as histórias de nossas ancestralidades que conheça o passado para ser no presente mais consciente da gente lançando ao futuro os frutos que haverá de fertilizar seguindo a história de nossa gente a escravidão nesse agora tem outra roupa tem outras formas tem muito tempo sendo "modernizada" muitos dos nossos vivem suas vidas alçadas em explorações de trabalho que cegas de si, do mundo que tá seguem a máquina a ranger a fome é a labuta de ser favelado de na margem lutar para sobreviver sem saber o que se passa lá fora sem saber o que fazer pra mudar sem saber ao menos quem és somos programados para sermos máquinas dão nos rações como iscas de suas fórmulas mas não somos todos programáveis muitos de nós vai inventando e criando novas formas de aquilombamento

se juntando com gente da gente pra falar, pra aprender, pra ouvir pra ensinar pros nossos os ensinamentos que nos façam caminhar para que haja mudança dignidade ao nosso povo que a anos vem sendo marginalizados exterminados e tantas outras formas de nos limitar alarmo em meus versos que a guerra só acaba quando os povos originários dessa terra: os povos indígenas quando os povos que pra cá foram trazidos de África: os povos pretos Só acaba quando esses povos serem quem governe nossa gente Como escreveu, Carolina Maria de Jesus "O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome, a fome também é professora" Como rimou, Criolo "... Já que os reis não é humilde, Vou fazer os humildes serem reis" Como um verso do Hit do Ano "... Tem que botar fé pro favelado vencer. Povo preto no poder, cês entende minha brisa" A gente tem muita coisa pra aprender ainda é preciso estar atento e forte pra seguir o devir erguido na cabeça sobre a luta que precisamos seguir lutar pra ter dignidade nossa gente para contar as histórias tentadas a apagar no tempo mas o grito alto que ressoa da voz de nossa gente ecoa por todos os cantos por todas as ruas, becos e vielas avenidas céus e mares nóis é maioria a gente segue sobrevivendo do lado de cá lançando esperança ao devir para que haja justiça!

IgôHayó


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