Tfg espaço teatral municipal b2

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Igor Calori Albuquerque Orientador: Pedro Castellano Universidade Paulista – UNIP Campinas, 2014

ESPAÇO TEATRAL MUNICIPAL: Um centro de convívio e integração social


Igor Calori Albuquerque Orientador: Pedro Castellano Universidade Paulista – UNIP Campinas, 2014

ESPAÇO TEATRAL MUNICIPAL: Um centro de convívio e integração social

"O teatro não pode desaparecer porque é a única arte em que a humanidade enfrenta à si mesma." (Arthur Miller)

2


SUMÁRIO 1

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................................ 7

2

OBJETIVOS ..................................................................................................................................................................... 9 2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................................................................... 10 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................................................................ 10

3

JUSTIFICATIVA ..............................................................................................................................................................11

4

TEMA ...........................................................................................................................................................................14 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5

5

O TEATRO .............................................................................................................................................................................. 15 A ORIGEM DO TEATRO .......................................................................................................................................................... 17 TEATRO NO BRASIL ................................................................................................................................................................ 23 TIPOLOGIAS ESPACIAIS .......................................................................................................................................................... 28 UMA IDEIA SOBRE TEATRO .................................................................................................................................................... 35

LOCAL ...........................................................................................................................................................................36 5.1 O MUNICÍPIO DE CAMPINAS ................................................................................................................................................. 37 5.2 A CULTURA EM CAMPINAS .................................................................................................................................................... 40 5.3 ÁREA DE INTERVENÇÃO ........................................................................................................................................................ 43 5.1 ENTORNO IMEDIATO............................................................................................................................................................. 45 5.1.1 VIAS E FLUXOS .............................................................................................................................................................. 45 5.1.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ......................................................................................................................................... 46 5.1.1 GABARITO DE ALTURA ................................................................................................................................................. 47 5.1.2 CENÁRIOS FUTUROS ..................................................................................................................................................... 48 5.1 O TERRENO ............................................................................................................................................................................ 50 5.1.1 SITUAÇÃO ATUAL ......................................................................................................................................................... 51 5.1.1 TOPOGRAFIA................................................................................................................................................................. 55 5.1.2 INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO .......................................................................................................................................... 56 5.1.3 LEGISLAÇÃO .................................................................................................................................................................. 57

6 3

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................59


PROJETUAIS .........................................................................................................................................................................59 6.1 CASA DE ÓPERA “GUANGZHOU” ........................................................................................................................................... 60 6.2 GRAND CANAL THEATRE ....................................................................................................................................................... 62 7

VISITAS .........................................................................................................................................................................64

TÉCNICAS .............................................................................................................................................................................64 7.1 TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO...................................................................................................................................... 65 8

PROJETO .......................................................................................................................................................................69 8.1 8.2 8.3 8.4

9

PARTIDO ................................................................................................................................................................................ 70 PLANO DE MASSAS ................................................................................................................................................................ 71 PROGRAMA ........................................................................................................................................................................... 72 ISOLAMENTO ACÚSTICO ....................................................................................................................................................... 81

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................84

ICONOGRÁFICAS ..................................................................................................................................................................84 10

REFERÊNCIAS

10.1 10.2 10.3

BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................................................................88

LIVROS, TESES E EVENTOS ................................................................................................................................................. 89 REVISTAS, FACÍCULOS E PERIÓDICOS ................................................................................................................................ 90 INFORMAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO ELETRÔNICA ............................................................................................................ 91

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – PLATEIA DO TEATRO LALA, EM CURITIBA ..............................................................................................................15 Figura 2 - PINTURA EM CAVERNA SOBRE CAÇA, EM SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA ARGÉLIA .......................................................17 Figura 3 - TEATRO ROMANO, ANTALYA, TURQUIA E TEATRO GREGO, ARGÓLIDA, GRÉCIA .....................................................18 Figura 4 - MAQUETE DO SHAKERPEASRE'S GLOBAL THEATRE, EM LONDRE ............................................................................20 Figura 5 - CAROLINES COMEDY CLUB, BROADWAY, NOVA IORQUE .......................................................................................21 Figura 6 - SHOW DE STAND-UP, NO COMEDIANS CLUBE, SÃO PAULO ....................................................................................22 Figura 7 - TEATRO SÃO CARLOS (1850-1922) .........................................................................................................................24 Figura 8 - TEATRO MUNICIPAL CARLOS GOMES (1930-1965) .................................................................................................25 Figura 9 - CENTRO DE CONVIVÊNCIA CULTURAL DE CAMPINAS .............................................................................................26 Figura 10 - TEATRO BRADESCO, SÃO PAULO .........................................................................................................................28 Figura 11 - TEATRO DE ARENA, RIBEIRÃO PRETO...................................................................................................................29 Figura 12 - SALA DE USO MULTIPLO, CCBB BELO HORIZONTE ................................................................................................30 Figura 13 – TEATRO AO AR LIVRE, EM LONDRES ....................................................................................................................31 Figura 14 - TEATRO DE ÓPERA, LA SCALA, EM MILÃO ............................................................................................................32 Figura 15 - SHAKESPEARES GLOBE, EM LONDRES ..................................................................................................................33 Figura 16 - UP COMEDY CLUB, CHICAGO ...............................................................................................................................34 Figura 17 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO ......................................................................................................................................37 Figura 18 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE TEATROS PRÓXIMOS ................................................................................................40 Figura 19 - TEATRO SESI ........................................................................................................................................................42 Figura 20 - TEATRO AMIL ......................................................................................................................................................42 Figura 21 - MACROZONEAMENTO DE CAMPINAS ..................................................................................................................43 Figura 22 - ACESSIBILIDADE E REFERENCIAIS .........................................................................................................................44 Figura 23 - VIAS E FLUXOS.....................................................................................................................................................45 Figura 24 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ................................................................................................................................46 Figura 25 - GABARITO DE ALTURA.........................................................................................................................................47 Figura 26 - INTERVENÇÕES FUTURAS ....................................................................................................................................49 Figura 27 - QUADRA DE PROJETO..........................................................................................................................................50 Figura 28 - POSICIONAMENTO DAS FOTOS ............................................................................................................................51 Figura 29 - TERRENO VISTA 01 ..............................................................................................................................................52 Figura 30 - TERRENO VISTA 02 ..............................................................................................................................................52 5


Figura 31 - TERRENO VISTA 03 ..............................................................................................................................................52 Figura 32 - TERRENO VISTA 04 ..............................................................................................................................................52 Figura 33 - TERRENO VISTA 05 ..............................................................................................................................................53 Figura 34 - TERRENO VISTA 06 ..............................................................................................................................................53 Figura 35 - TERRENO VISTA 07 ..............................................................................................................................................53 Figura 36 - TERRENO VISTA 08 ..............................................................................................................................................53 Figura 37 - TERRENO VISTA 09 ..............................................................................................................................................54 Figura 38 - TERRENO VISTA 10 ..............................................................................................................................................54 Figura 39 - TERRENO VISTA 11 ..............................................................................................................................................54 Figura 40 - TERRENO VISTA 12 ..............................................................................................................................................54 Figura 41 - TOPOGRAFIA DA ÁREA ........................................................................................................................................55 Figura 42 - TOPOGRAFIA DA ÁREA ........................................................................................................................................55 Figura 43 - INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO ..................................................................................................................................56 Figura 44 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU"..........................................................................................................................61 Figura 45 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU"..........................................................................................................................61 Figura 46 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU"..........................................................................................................................61 Figura 47 - GRAND CANAL THEATRE......................................................................................................................................63 Figura 48 - GRAND CANAL THEATRE......................................................................................................................................63 Figura 49 - GRAND CANAL THEATRE......................................................................................................................................63 Figura 50 - GRAND CANAL THEATRE......................................................................................................................................63 Figura 51 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ....................................................................................................................65 Figura 52 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ....................................................................................................................67 Figura 53 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ....................................................................................................................67 Figura 54 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ....................................................................................................................67 Figura 55 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO ....................................................................................................................68 Figura 56 - PLANO DE MASSAS ..............................................................................................................................................71 Figura 57 – ESTUDO DE ACÚSTICA.........................................................................................................................................83

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1 INTRODUÇÃO

7


A cidade de Campinas sofre com o abandono de seus espaços culturais. Além dos poucos locais destinados à cultura do teatro, aqueles que existem são, em sua maioria, locais de uso da iniciativa privada o que restringe a participação da população nos acontecimentos dentro destes edifícios. Os espaços sob domínio público sofrem com a falta de manutenção e com a subutilização dos mesmos e, muitas vezes, trata-se de locais alterados para receberem espetáculos, ou seja, não são ambientes projetados para este fim, apenas adaptados. Na proposta de reascender a ânsia pela cultura na região, o espaço teatral se faz protagonista. “O teatro é vida. (...) não podemos dizer que não haja diferença entre a vida e o teatro. (...) no teatro a vida é mais visível, mais legível que no exterior, verificamos que é ao mesmo tempo a mesma coisa e uma coisa um tanto diferente” (BROOK, 1993, p. 18 - 19). A partir disto, propõe-se um projeto de um espaço destinado a espetáculos teatrais com áreas de lazer e convívio no bairro Parque Beatriz, a este espaço dá-se o nome de Espaço Teatral Municipal. A escolha pela concepção de um ambiente de lazer e não somente um teatro faz-se através da implantação de praças de convívio, local para refeições e encontro e um ponto de leitura. Nas palavras do arquiteto Fábio Penteado, “Muitas vezes, o espaço que se abre para o encontro das pessoas, para o contato com as coisas da cultura e do teatro, é mais importante que o desenho do edifício” (PENTEADO, 1998, p. 100). As praças serão o ponto de apoio do edifício, com áreas para leitura, espaços para descanso e vivência, e área destinada a refeições, será um local de integração dos usos do edifício com o bairro e com os usuários do local. O espaço contará também com um ponto de leitura e três palcos para apresentações teatrais. “O espaço teatral passa a ser uma proposta, onde se constroem poéticas e estéticas (...) novos espaços que transformassem as reações internas da cena teatral e seu contato com a plateia” (KOSOVSKI, 2000, p. 78).

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2 OBJETIVOS

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2.1

OBJETIVO GERAL

Proporcionar à população de Campinas a cultura e o lazer a partir de um teatro que faça a integração destes com a sociedade e seus espaços físicos projetados.

2.2

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Estimular o contato com a cultura do teatro;  Estimular o convívio social entre a população;  Implantar um marco arquitetônico, que se torne referência de projeto de teatro na região e abra caminhos para futuras obras deste porte;  Criar um complexo de cultura e lazer para Campinas, através da integração do teatro com praças de convívio e ponto de leitura;  Abastecer o local através de abertura da via do Córrego do Piçarrão (proposta da prefeitura); e instalação de uma linha de monotrilho (proposta macro para a linha férrea desativada);  Implementar um novo conceito de arquitetura teatral na região, associado a múltiplos usos, como café, ponto de leitura e possibilidade de apresentações simultâneas.  Inserir a cidade de Campinas no roteiro cultural e turístico da região, em especial na agenda de espetáculos culturais teatrais;  Viabilizar o acesso a todos os tipos de espectadores.

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3 JUSTIFICATIVA

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Campinas é uma das cidades mais importantes do interior do estado de São Paulo, conhecida como um dos maiores polos tecnológicos do país. Ainda assim, quando o assunto é cultura, a cidade deixa a desejar. Segundo reportagem de Leandro Filippi, para o site da EPTV Campinas, “Campinas é a pior cidade da Região Metropolitana de Campinas (RMC) em número de lugares em teatro municipais per capita entre os municípios que possuem um” (FILIPPI, 2011). Ainda segundo Filippi “a cidade tem um lugar em teatro público para cada 1.258 habitantes. É o pior número entre as cidades da RMC que possuem um teatro. Para se ter ideia, Paulínia oferece um lugar em teatro para cada 65 pessoas” (FILIPPI, 2011) e ainda:

Se comparada a cidades fora da RMC com mais de 500 mil habitantes, a vexatória situação dos equipamentos culturais de Campinas fica ainda mais exposta. Guarulhos oferece 2.387 lugares divididos em cinco teatros municipais, já Ribeirão Preto possui 2.103 lugares em teatros, sem contabilizar as arenas. Em Campinas são 865 lugares (FILIPPI, 2011).

O cenário atualmente se tornou menos catastrófico, com a reinauguração do teatro “Castro Mendes”, em 5 de dezembro de 2012, mais 760 lugares foram somados a estes números, há também outras salas abertas pela iniciativa privada que colaboraram com a cultura da cidade. Segundo reportagem de Delma Medeiros, publicada pelo jornal Correio Popular, no período de um ano, a cidade de Campinas dobrou sua capacidade de público: No período de um ano, cinco salas de espetáculo foram — ou serão — inauguradas na cidade, com mais 1.965 lugares disponíveis, mais espaço para cadeirantes, sendo 1.195 em salas particulares e 770 no Teatro Municipal José de Castro Mendes, reaberto em dezembro depois de uma reforma que durou cinco anos. No total, Campinas possui 3.850 assentos — isso sem contar os auditórios privados que, eventualmente, abrem para eventos públicos (MEDEIROS, 2013).

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Apesar da recente melhoria no cenário cultural do município, fica claro que a maior parte dos investimentos neste setor vem hoje do setor privado, teatros em shopping centers ou de escolas que adotaram a função de manter viva a cultura no município. Não há, também, um teatro com grande capacidade de público, como em Paulínia, cujo teatro municipal comporta 1300 pessoas. O teatro também é tomado como uma importante ferramenta de educação, se considerarmos que o conhecimento é passado através de interações humanas, análise e reflexões, veremos a importância da linguagem artística no desenvolvimento da aprendizagem, como afirma Brittain Lowenfeld, “a interação dos símbolos, do eu e do meio ambiente que fornece os elementos necessários aos processos intelectuais abstratos” (LOWENFELD, 1970, p. 16) Em Campinas para o ano de 2014, foi previsto um investimento de R$ 52.277.825,00 para investimentos em cultura, já para 2015 o orçamento previsto foi de R$ 116.008.404,00, mesmo com este significativo aumento ainda podemos considerar um orçamento de baixo apelo, principalmente quando comparado a outras cidades grandes, como São Paulo, que somente no mês de agosto de 2014 disponibilizou R$ 152.082.608,77 de seu orçamento para o setor cultural. Com base nestes dados torna-se viável e justificado um projeto de teatro de grande porte com capacidade para 1500 espectadores, para atender a população local e também regional, incluindo Campinas no cenário cultural nacional.

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4 TEMA

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4.1

O TEATRO

O teatro pode ser definido, simplesmente, como uma forma de representação artística “arte específica transmitida de um palco para uma plateia (Figura 1), por um ator ou atriz; a arte de representar” ou como arquitetura de edifício “é o edifício com características específicas, dotado basicamente de um palco, de onde são representadas para uma plateia obras dramáticas – óperas, comédias, balés, revistas musicais, dramas” (TEIXEIRA, 2005, p. 253).

Figura 1 – PLATEIA DO TEATRO LALA, EM CURITIBA Fonte: http://www.teatrolala.com.br / 2014

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A palavra teatro, segundo Fernando Peixoto, escritor, tradutor, ator e diretor teatral, tem sua etimologia proveniente do grego “théastai” – olhar com atenção, perceber, contemplar – este termo é aplicado a toda atividade teatral (PEIXOTO, 1980, p. 14). O teatro por si, é mais que um simples local onde se vê, é um local de convivência entre pessoas, um aglomerado de vivências paradoxais1 e anfibológicas2, já que cada espectador pode tomar para si um significado diferente em qualquer espetáculo assistido. Robson Correa de Camargo, coordenador e fundador do programa de pós-graduação interdisciplinar em performances culturais da Universidade Federal de Goiás (UFG), define o teatro, em matéria públicada na Rebento, revista de Artes do Espetáculo, da seguinte forma: O teatro é o lugar das ambiguidades, onde as coisas são tomadas em mais de um sentido. O vocábulo grego theatron estabelece o local físico do espectador, “lugar onde se vai para ver” e onde, simultaneamente, acontece o drama como seu complemento visto, real e imaginário. Aí se defi ne a teatralidade; é teatral tudo o que existe para alguém ver, onde há um olhar intencional, mas, ao mesmo tempo, há de existir uma multiplicidade: o real e o imaginado. Mas que tipo de olhar o fenômeno teatral estabelece? Não é um simples olhar, como olhar um doce ou o trânsito, um afeto, um mito. (CAMARGO, 2012, p. 63).

Por sua vez, Fernando Peixoto, faz a seguinte definição sobre teatro “Um espaço, um homem que ocupa este espaço, outro homem que observa. Entre ambos a consciência de uma cumplicidade que os instantes seguintes poderão até atenuar, fazer esquecer, talvez acentuar” (PEIXOTO, 1980, p. 9). Com estas palavras Peixoto tenta esclarecer que o teatro é formulado não somente por uma peça, mas também pelo público que a assiste e pelo ambiente em que esta se apresenta.

1 2

“PARADOXO”: Declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, situação que contradiz uma intuição comum. “ANFIBOLOGIA”: Sinônimo de ambiguidade, isto é, duplicidade de sentido em uma construção sintática.

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4.2

A ORIGEM DO TEATRO

O teatro esteve presente em toda a história da humanidade, era por meio dele que os homens contavam suas histórias, louvavam seus deuses e transmitiam seus conhecimentos, por este motivo é difícil prever uma data precisa sobre sua criação. Peixoto acredita que a curiosidade do homem é o que pode ter dado origem ao teatro. Nos tempos da préhistória os homens primitivos observavam o comportamento dos animais cuidadosamente, para que pudessem imitá-los facilitando sua aproximação na hora da caça. Este ato da caçada, posteriormente, era encenado para seus companheiros para que outros também aprendessem a técnica e trouxessem mais alimentos. Isto pode ser considerado como teatro, mas ainda não se caracteriza um espetáculo3 (PEIXOTO, 1980, p. 14).

Figura 2 - PINTURA EM CAVERNA SOBRE CAÇA, EM SÍTIO ARQUEOLÓGICO DA ARGÉLIA Fonte: http://conhecendoahistoriadaarte.blogspot.com.br / 2014

“ESPETÁCULO”: Representação pública que impressiona e é destinada a entreter. Pode se definir também como tudo que impressiona ou atrai a vista. 3

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O teatro como espaço, edifício próprio para encenações, possui mais de dois mil anos de existência, conforme descrevem J. Guinsburg, João Faria e Mariângela Lima. Estes edifícios nasceram na Grécia antiga, eram os chamados teatro de Arena (Figura 3), “anfiteatros ao ar livre, com arquibancadas curvas que chegavam a mais da metade de um círculo e tinham a área de encenação (denominada skene) ao fundo e uma área circular do coro a frente, chamada orchestra” (GUINSBURG, FARIA & LIMA, 2006, p. 131).

Figura 3 - TEATRO ROMANO, ANTALYA, TURQUIA E TEATRO GREGO, ARGÓLIDA, GRÉCIA Fonte: http://brel.wordpress.com / 2014 e http://historiaearquitetura.blogspot.com.br / 2014

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Na Grécia antiga, as encenações surgiram com a função de agradar aos deuses, mais precisamente a Dionísio, conhecido como o deus das festas. Foi destes teatros que surgiram os espetáculos, com a dramaturgia4, a Tragédia5 e a Comédia6. Tais encenações eram inicialmente executadas com o auxílio de fantasias e máscaras, e posteriormente foram evoluindo até que se chegasse ao formato de representação cênica; tais encenações eram interpretadas apenas por homens, que atuavam em diversos papeis em uma mesma peça. Segundo Margot Berthold (BERTHOLD, 2000) o teatro Romano, apesar de importado dos gregos, perde o caráter de sagrado e passa a se voltar à diversão e ao prazer. Os espetáculos romanos eram, muitas vezes, violentos e baseados em guerras e combates, seu espaço físico, também adaptado dos gregos, passa a ser coberto, na maioria das vezes e subtrai-se o espaço do coro (Figura 3). Em seu livro “História Mundial do Teatro”, Berthold prossegue dizendo que no início da Idade Média as peças teatrais eram encenadas dentro de igrejas e representavam passagens bíblicas. Com medo que as missas perdessem o caráter sagrado, a igreja proibiu as exibições das peças e estas foram parar nas praças públicas das cidades. Com esta situação surgem as comédias bufas, com temas políticos e sociais, e a farsa 7, que ironizava os acontecimentos do cotidiano da época (BERTHOLD, 2000).

“DRAMATURGIA” ou “DRAMA”: Representação em tom coloquial, com episódios levemente cômicos, entremeados de cenas serias, é a representação de personagens. 5 “TRAGÉDIA”: Peça dramática de enredo mais sério, geralmente promove purgação no espectador com histórias que, em geral, levam as personagens à capitulação ou à morte. 6 “COMÉDIA”: Peça humorística na qual os atores dominam a ação, de forma geral, “comédia” é o que é engraçado, o que faz rir. 7 “FARSA”: Gênero dramático predominantemente de baixo cômico, inspira-se no cotidiano e no cenário familiar. 4

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Com o fim da Idade Média e o início do Renascimento, surge na Itália a comédia Dell’arte 8 e, na Inglaterra, visando fortalecer o sentimento de nacionalismo, dá-se proteção ao teatro elisabetano (figura 4), com as peças de tragédias de William Shakespeare e Christopher Marlowe, sendo as principais motivadoras desta tipologia.

Figura 4 - MAQUETE DO SHAKERPEASRE'S GLOBAL THEATRE, EM LONDRE Fonte: http://feminino60.blogspot.com.br / 2014

“COMÉDIA DELL’ARTE”: Tipo de comédia com enredo e personagens fixos, algumas vezes mascarados, com ações e gestos estereotipados e improvisados. 8

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De acordo com Carlson Marvin é somente ao final do século XVIII que a burguesia passa a frequentar o teatro de maneira mais constante, com isso o drama volta aos palcos e o melodrama9 é desenvolvido. O teatro passa então a voltar-se para o ser humano e as peças passam a falar sobre emoção. As representações também passam a mostrar pessoas comuns, se aproximando mais da vida real (MARVIN, 1997). Durante o século XX a evolução do teatro vai no sentido de torná-lo um instrumento de discussão e crítica da sociedade. Os temas, neste momento, ilustram a realidade social e o teatro passa a trabalhar questões políticas. É a partir da segunda metade deste século que “algumas outras formas de edifício foram experimentadas. O formato mais usado hoje, além do italiano, é aquele que se chama “teatro total” ou de “uso múltiplo” (GUINSBURG, FARIA & LIMA, 2006, p. 132) (Figura 5).

Figura 5 - CAROLINES COMEDY CLUB, BROADWAY, NOVA IORQUE Fonte: http://www.venfino.com / 2014

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“MELODRAMA”: Caracteriza-se por querer impressionar e comover o espectador, com a semelhança de suas peças com a realidade.

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Fica claro que, com tantas influências, o teatro, se tornou uma arte muito rica e com uma gama enorme de gêneros, como a ópera10 e os musicais11, que fazem uso de outros elementos que não o cenário comum ou atores personificados como o teatro de bonecos12 e gêneros com recente difusão como o stand-up comedy13 (Figura 6), cada uma destas tipologias de espetáculo com seu público, suas sensações e características específicas.

Figura 6 - SHOW DE STAND-UP, NO COMEDIANS CLUBE, SÃO PAULO Fonte: http://www.guiadasemana.com.br / 2014

“ÓPERA”: Drama encenado com música, apresentado utilizando elementos típicos do teatro, como cenografia e figurinos. “MUSICAIS”: Gênero em que a narrativa é construída por um combinado de músicas coreografadas e diálogos falados. 12 “TEATRO DE BONECOS”: Representação teatral feita com bonecos de manipulação. 13 “STAND-UP COMEDY” ou “COMÉDIA EM PÉ”: Espetáculo de humor geralmente, executado por apenas um comediante, que se apresenta, na maioria das vezes, em pé e na ausência da quarta parede (Parede imaginaria situada na frente do palco do teatro, através da qual a plateia assiste passiva à ação do mundo encenado). 10 11

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4.3

TEATRO NO BRASIL

A história do teatro no Brasil está diretamente ligada ao estado de São Paulo. Segundo Edwaldo Cafezeiro e Carmem Gadelha, foi o padre jesuíta José de Anchieta, durante o século XVI, o responsável por promover as primeiras peças teatrais utilizando temática religiosa em solo nacional; na ocasião as encenações eram utilizadas como forma de catequização dos indígenas (CAFEZEIRO & GADELHA, 1996). Após um período, onde o teatro estabelece apenas uma função religiosa, outros tipos de peças começam a surgir, celebrando festas populares e acontecimentos políticos, mas é somente em 1808, com a chegada da família real no Brasil, que o teatro passa a ganhar destaque especialmente na vida social. Os teatros desta época eram frequentados pela nobreza, “a chegada da corte portuguesa passou a exigir padrões de qualidade claramente diferenciados dos que tínhamos a oferecer em nossos espetáculos” (CAFEZEIRO & GADELHA, 1996, p. 89), e suas peças, naquele momento, traziam valores de uma sociedade europeia, “Foi trazendo companhias europeias que o Regente deu atendimento imediato à carência de meios de entretenimento de sua corte” (CAFEZEIRO & GADELHA, 1996, p. 89). Apenas em meados do século XIX o teatro começa a adquirir uma identidade nacional, como afirma Sábato Magaldi. O sentimento nacionalista que se origina com a proclamação da independência, em 1822, é o que impulsiona a criação de companhias de teatro genuinamente brasileiras e a divulgação do teatro realista, que visava o debate dos temas atuais da época (MAGALDI, 2001). A partir de então o teatro nacional passou por uma época de esquecimento, até a metade do século XX, onde começa a renovação do teatro brasileiro e sua difusão para outras partes do país (até então as apresentações eram mais frequentes no Rio de Janeiro), com a criação de novas peças com temáticas nacionais e de novas companhias profissionais de teatro, como a TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, que “não só colocou São Paulo no mapa como participou também da modernização da prática de encenação” (FERREIRA, 2008, p. 134). 23


A cidade de Campinas passa a fazer parte integrante deste cenário cultural a partir da construção de sua primeira casa de espetáculos, o “Teatro São Carlos” (figura 7), em 1850. O mesmo acabou demolido em 1922, para dar lugar ao novo teatro municipal de Campinas, o “Carlos Gomes”, devido ao crescimento acelerado da cidade. Também a fundação do primeiro grupo teatral importante da cidade, a Companhia Dramática Campineira, em 1869, ajudou a consolidar Campinas como um importante polo dramatúrgico na época.

Figura 7 - TEATRO SÃO CARLOS (1850-1922) Fonte: http://protestocultural.wordpress.com / 2014

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Em artigo publicado em 1984, o arquiteto Fábio Penteado contextualiza a cidade de Campinas neste período como uma cidade que encontrava-se em um intenso processo de urbanização descontrolada, assim como outras metrópoles brasileiras, cujas consequências deixaram marcas de deterioração dos centros e, principalmente, a perda de importantes pontos referenciais urbanos (PENTEADO, 1984). É somente na década de 70, nove anos após a demolição do “Teatro Municipal Carlos Gomes” (figura 8), em 1965 (que havia sido condenado por um laudo técnico que apontava a existência de fendas nas paredes e reentrâncias no piso do palco, apresentando perigo de desabamento) projetado por Ramos de Azevedo e construído em 1930 possuindo capacidade para 1300 espectadores, que Campinas volta a se preocupar com a questão cultural, com a construção do “Teatro Municipal Castro Mendes”, com 831 cadeiras na época, no ano de 1974 e do Centro de Convivência Cultural, com teatro de Arena para 5000 pessoas e teatro interno com 500 lugares, em 1976.

Figura 8 - TEATRO MUNICIPAL CARLOS GOMES (1930-1965) Fonte: www.ano40.unicamp.br / 2014

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Projetado pelo arquiteto Fábio Penteado, responsável por diversos estudos culturais14 no município de Campinas, o Centro de Convivência Cultural (figura 9) teve sua concepção baseada nas formas de um teatro de Ópera, projetado também para Campinas, porém nunca construído. O arquiteto pretendia que o local se tornasse um espaço de encontro comunitário diário, além de um ponto referencial importante para o município (PENTEADO, 1998).

Figura 9 - CENTRO DE CONVIVÊNCIA CULTURAL DE CAMPINAS Fonte: http://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br / 2014

“ESTUDOS CULTURAIS”: Termo adotado, neste trabalho, para descrever os diversos projetos arquitetônicos, voltados para a área da cultura, como teatros e bibliotecas, desenvolvidos por Fábio Penteado, porém não executados. 14

26


As preocupações de Fábio Penteado, com a integração ao bairro e criação de amplo espaço público aberto são visíveis no desenho da implantação do projeto. Segundo o próprio arquiteto, o edifício nasceu “da necessidade de construir um espaço de encontro (...) que se abre para o encontro das pessoas, para o contato com as coisas da cultura e do teatro” (PENTEADO, 1998, p. 100). O projeto conseguiu se fixar como importante ponto de referência de Campinas, mas a má execução da obra aliado a subutilização do espaço e as alterações que o entorno imediato sofreu, acabaram por desfigurar os ideais do arquiteto em relação ao seu uso real. Atualmente, Campinas conta com cerca de 13 teatros ou locais para espetáculos porém, em sua maioria, estes espaços são privados e com capacidade para menos de 500 espectadores. Dos teatros municipais em funcionamento apenas o Teatro “José de Castro Mendes” possui bom estado de conservação e manutenção, muito pelo fato de o edifício ter passado por reforma recentemente, a partir de projeto do arquiteto Otto Felix, que durou cerca de 5 anos desde o fechamento do teatro em 2007 até sua reabertura no final de 2012. Os teatros do município de Campinas, de maneira geral, são subutilizados, e muitas vezes não são espaços adequados para o tipo de espetáculo que eles proporcionam.

27


4.4

TIPOLOGIAS ESPACIAIS

A palavra teatro pode definir tanto uma forma de arte como o espaço em que esta é representada. Quando forma de arte, o teatro possui diversos gêneros, como drama, comédia, stand-up, sendo assim, o espaço para apresentação de determinado gênero deve se adequar às suas exigências e características, e deste modo se formaram as diversas tipologias arquitetônicas de teatro. A tipologia mais comum e difundida é o chamado teatro “Italiano” (figura 10). Como definem Bruno Martins e Carlos Tamanini, nele a plateia pode se apresentar de diversas formas (retangular, em leque, ferradura),

porém

sempre

disposta

frontalmente ao palco15, que em geral possui

formato

retangular

e

é

obrigatoriamente dotado de boca de cena16 (MARTINS & TAMANINI, 2005). Figura 10 - TEATRO BRADESCO, SÃO PAULO Fonte: http://urbanistas.com.br / 2014

15

“PALCO”: Espaço visual para o público ou área de cena.

“BOCA DE CENA”: Vão aberto na caixa cênica que define a máxima abertura do palco, pode ser reduzida em altura e largura pela bombalina mestra (vestimenta suspensa sobre toda extensão do palco) e reguladores (armação forrada em tecido ou painéis, a direita e a esquerda da boca de cena). 16

28


O teatro de “Arena” (figura 11), também permite a plateia disposta de diversas formas porém, neste caso, ela se faz por toda a volta do palco que, por sua vez, pode adquirir diferentes formatos, como circular ou quadrado (GUINSBURG, FARIA & LIMA, 2006).

Figura 11 - TEATRO DE ARENA, RIBEIRÃO PRETO Fonte: http://www.revide.com.br / 2014

29


Ao falar de teatro “Múltiplo” (figura 12), ou espaço experimental, Martins e Tamanini (2005) estão se referindo a um espaço único, sem uma determinação sólida de forma ou lugar da plateia e do palco; nesta tipologia espacial os equipamentos necessários para locação da cena e do público são móveis, permitindo a montagem do ambiente em diversas posições.

Figura 12 - SALA DE USO MULTIPLO, CCBB BELO HORIZONTE Fonte: http://www.lazuliarquitetura.com.br / 2014

30


Há também o teatro “Ao ar livre” (figura 13), geralmente em formato de “Semi-Arena”, que se caracteriza em qualquer disposição de palco e plateia sem a presença de cobertura (ZIDANES, 2006). O estilo “arquitetônico alternativo” de teatro refere-se a locais geralmente construídos para outras finalidades (como auditórios, praças e parques) mas que com a instalação dos equipamentos necessários tornam-se possíveis as apresentações teatrais.

Figura 13 – TEATRO AO AR LIVRE, EM LONDRES Fonte: http://olimpiadas.pop.com.br / 2014

31


O teatro de “Ópera” (figura 14), que como o próprio nome diz, foi desenvolvido para adequar-se as exigências de uma apresentação de ópera. Trata-se de uma adaptação do teatro italiano, feita através do acréscimo do fosso de orquestra17 entre o palco e a plateia.

Figura 14 - TEATRO DE ÓPERA, LA SCALA, EM MILÃO Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br / 2014

“FOSSO DE ORQUESTRA”: Espaço que abriga conjuntos de músicos, não interferindo com o visual do público por estar no plano inferior ao nível do palco. 17

32


Quando tratamos do teatro “Elisabetano” (figura 15), nos referimos a um tipo com palco misto, fechado e retangular, mas com grande espaço de proscênio18, onde a plateia circunda este palco por três lados, obrigatoriamente (MARTINS & TAMANINI, 2005). O nome Elisabetano, se dá por ter sido uma tipologia muito comum na Inglaterra, durante o reinado da Rainha Elisabeth I.

Figura 15 - SHAKESPEARES GLOBE, EM LONDRES Fonte: http://www.zanda.com / 2014

18

“PROSCÊNIO”: Prolongamento no mesmo nível do palco projetado até o público que se adapta a diversas formas e dimensões.

33


A tipologia mais atual é o café concerto (figura 16), um ambiente onde a disposição de plateia e palco é muito parecida com a do teatro italiano, porém, neste caso, a plateia é equipada com mesas, cadeiras e serviços de bar e restaurante.

Figura 16 - UP COMEDY CLUB, CHICAGO Fonte: http://oldtownchicago.org / 2014

34


4.5

UMA IDEIA SOBRE TEATRO

As mídias modernas, como o cinema e a televisão, cresceram e ganharam destaque e espaço dentro da cultura e do lazer da sociedade atual, porém mesmo com esta concorrência “onipresente” o teatro se mantém como uma forma de arte muito procurada e aceita pela população. Pensando assim, tem-se a necessidade de modernizar o espaço do teatro, deixando de pensá-lo somente como um ambiente para apresentação de peças e passando a enxergar o espaço do teatro como um local de convívio, de integração cultural e de importante modificador social. O teatro atual deve aprender a mesclar os gêneros de espetáculos teatrais e modificar suas tipologias. No ideal, deveria haver ao menos duas tipologias distintas, sendo uma delas mais clássica e inflexível, mantendo o “padrão universal” de teatro, e outra mais livre e transitória, podendo se adequar a diversos gêneros teatrais. Em resumo, um espaço rotativo. Outra preocupação atual quando falamos sobre teatro é com o subuso, que muitas vezes toma conta de edifícios desta função. Em sua maioria, os teatros são utilizados apenas no período noturno, o que faz com que durante o restante do dia o edifício se torne uma “cicatriz” na cidade, sem qualquer uso funcional. Desta maneira deve-se pensar em conciliar usos ao edifício do teatro, algo que possa fazer uso deste espaço em momentos que ele não esteja sendo utilizado: uma biblioteca, um ponto de leitura ou até mesmo um projeto escolar, compilando assim um uso continuo e variado do espaço e mantendo viva a função social e integradora que este tipo de edificação traz para a sua região de implantação.

35


5 LOCAL

36


5.1

O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

O município de Campinas, localizado no interior do estado de São Paulo, atualmente possui uma população de 1.144.862 pessoas (IBGE 2013), é um dos 19 municípios integrantes da RMC (Região Metropolitana de Campinas), uma das regiões mais dinâmicas no cenário econômico brasileiro e que também possui uma boa infraestrutura, o que proporciona à região um bom desenvolvimento.

Figura 17 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO Fonte: Google / 2014 / Elaboração do autor

37


Tabela 1 – TEATROS DA INICIATIVA PRIVADA EM CAMPINAS

Lugares

Tipologia

Propriedade

Situação

Confraria da dança Ltda.

70

Arquitetônico Alternativo

Privado

Desativado

TAO – Teatro Arte e Oficio

160

Italiano

Privado

Em atividade

Sociedade Cultural Teatro Sai Santa

200

Italiano

Privado

Em atividade

Teatro SESC Campinas

162

Italiano

Privado

Em atividade

Teatro SESI Campinas

374

Italiano

Privado

Em atividade

Teatro Liceu – Colégio Liceu Salesiano

338

Italiano

Privado

Em atividade

Teatro Amil – Parque D. Pedro Shopping

334

Italiano

Privado

Em atividade

515

Italiano

Privado

Em atividade

75

Italiano

Privado

Em atividade

Espaço Cênico

Teatro Brasil Kirin – Shopping Iguatemi Campinas Teatro Livraria da Vila – Galleria Shopping de Campinas

Fonte: ARQUIVO PESSOAL. Tabela de teatros públicos em Campinas, elaborado pelo autor.

38


Tabela 2 – TEATROS DE INICIATIVA PÚBLICA EM CAMPINAS

Espaço Cênico Teatro Municipal de Campinas “São Carlos” Teatro Municipal de Campinas “Carlos Gomes” Centro de Convivência Cultural – Sala de espetáculos “Luís Otávio Burnier”

Centro de Convivência Cultural – Teatro de Arena “Teotônio Vilela” Espaço Cultural Maria Monteiro – Teatro “Padre Pedro Digenouts” Teatro Municipal “José de Castro Mendes” Teatro Infantil “Carlos Maia” (Carlito Maia) – Bosque dos Jequitibás

Auditório Bethoven (Concha Acústica) – Parque do Taquaral

Lugares

Tipologia

Propriedade

Situação

S/ informação

Italiano

Municipal

Demolido em 1922

1300

Italiano

Municipal

Demolido em 1965

526

Italiano

Municipal

Desativado

5000

Arena

Municipal

Em atividade

176

Italiano

Municipal

Em atividade

760

Italiano

Municipal

Em atividade

160

Italiano

Municipal

Em atividade

2000

Arena

Municipal

Em atividade

Fonte: ARQUIVO PESSOAL. Tabela de teatros públicos em Campinas, elaborado pelo autor.

39


5.2

A CULTURA EM CAMPINAS

LEGENDA Área de projeto Teatros Municipais Teatros Privados Teatro Municipal de Paulínia

Figura 18 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DE TEATROS PRÓXIMOS Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

40


O município de Campinas, conta com apenas 13 teatros ou espaços para apresentações abertos ao público. Destes, somente cinco estão sobre gestão municipal. O teatro “Castro Mendes” e o teatro de Arena do Centro de Convivência são os únicos espaços públicos inteiramente dedicados e projetados para espetáculos teatrais. O primeiro, projetado em tipologia de teatro Italiano, passou recentemente por reformas e se encontra em bom estado de conservação e uso; possui atualmente capacidade para 760 espectadores e está localizado na praça Correa de Lemos na Vila Industrial. O teatro de Arena do Centro de Convivência, localizado na praça Imprensa Fluminense, bairro Cambuí e com capacidade para cinco mil pessoas, apesar de estar aberto para receber espetáculos, tem pouco uso, devido ao descaso com sua integridade física, o local não é oficialmente utilizado desde fevereiro de 2012, durante a campanha de popularização do teatro. O mesmo local conta com uma sala de espetáculos com capacidade para 526 espectadores, que está interditada desde 14 de dezembro de 2011, devido a um laudo de vistoria técnica que apontava que o local não oferecia garantias de estabilidade. Os teatros financiados ou em posse de iniciativas privadas são os que apresentam melhor estado de uso e conservação. De maneira geral, são localizados dentro de shopping centers ou colégios e escolas, neste último caso sendo abertos ao público apenas com autorização de direção do local. Os teatros de shopping centers, como o teatro Amil no Parque Dom Pedro e o teatro Brasil Kirin no Iguatemi Campinas, são os principais responsáveis pela promoção da cultura de teatro e do lazer, recebendo o maior número de peças da cidade e promovendo maior divulgação de seus eventos e espetáculos. Por sua vez, os teatros em instituições de ensino, também são grandes responsáveis pela divulgação da cultura teatral, porém nestes casos, acabam se voltando mais aos alunos de suas instituições, podendo receber peças de acordo com a disponibilidade do espaço e autorização da direção.

41


O teatro do SESI de Campinas, localizado na Av. das Amoreiras, nº 450, bairro Parque Itália, inaugurado em 5 de agosto de 2011, é um grande exemplo de divulgação cultural, com uma ampla grade de espetáculos abertos ao público. Ele foi um dos grandes responsáveis para a manutenção da cultura teatral no município, abrindo suas portas ao público enquanto outros teatros municipais, como o “Castro Mendes” e o teatro do Centro de Convivência, passavam por período de reformas.

Figura 19 - TEATRO SESI Fonte: online / 2014

Figura 20 - TEATRO AMIL Fonte: online / 2014

42


5.3

ÁREA DE INTERVENÇÃO

A área de estudo para implantação do projeto fica compreendida na Macrozona 4 de Campinas. Ela concentra, segundo o Censo Demográfico de 2010, 57,54% da população do município, o equivalente a 621.426 habitantes naquele período. Está totalmente integrada dentro do perímetro urbano e compreende em si o centro histórico de Campinas, o centro expandido e a área circundante a estes, delimitada pelas rodovias Bandeirantes e Santos Dumont.

Área de intervenção

MZ 1 – ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL MZ 2 – ÁREA DE CONTROLE AMBIENTAL MZ 3 – AREA DE URBANIZAÇÃO MZ 4 – AREA DE URBANIZAÇÃO MZ 5 – AREA PRIORITARIA DE MZ 6 – AREA DE VOCAÇÃO AGRÍCOLA MZ 7 – AREA DE INFLUENCIA AEROPORTUPARIA MZ 8 – AREA DE URBANIZAÇÃO ESPECÍFICA MZ 9 – AREA DE INTEGRAÇÃO

Figura 21 - MACROZONEAMENTO DE CAMPINAS Fonte: http://www.campinas.sp.gov.br / 2014

43


Com cerca de 160.915 km² de área, esta macrozona representa a malha urbana mais bem articulada e mais bem dotada de infraestrutura e equipamentos públicos do município, apresentando diversos tipos de usos e atividades e graus de adensamento. A região do bairro Parque Beatriz, delimitada pela antiga linha do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Campinas, pelo Córrego do Piçarrão e a oeste pelo bairro Jardim Miranda, está situada a uma distância de 4,2 quilômetros do centro da cidade e tem como característica um uso predominantemente residencial, bem como os bairros a norte e a leste, como a Vila Aurocan e a Vila Saturnina, esta última com exceção dos edifícios históricos dos Curtumes. Apenas ao sul, com o Parque Industrial, a característica passa a ser de uso misto.

N

Shopping Unimart

Curtume Cantusio

Figura 22 - ACESSIBILIDADE E REFERENCIAIS Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

44


5.1

ENTORNO IMEDIATO

5.1.1 VIAS E FLUXOS O entorno do local não sofre com sérios problemas de tráfego; a maior parte das vias é local e interligada aos outros bairros através de vias coletoras (Rua José Ribeiro de Menezes e Rua José Carvalho de Miranda). Ver figura 26 para análise de circulação pós implantação do projeto.

N

Av. Geovane Ruzene R. José Carvalho de Miranda

R. José Ribeiro de Menezes

Figura 23 - VIAS E FLUXOS Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

45


5.1.2 USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Na região, o uso predominante é o residencial. No entanto, nota-se nas avenidas de maior movimento a implantação de edifícios comerciais e de serviços. Há diversos vazios urbanos na área principalmente a norte e oeste da área de projeto. O uso Comercial se faz presente no Shopping Unimart e o institucional em algumas escolas e postos de saúde. Próximo à área, há também os curtumes sendo um deles patrimônio tombado.

N

ÁREA DO PROJETO USO RESIDENCIAL USO INSTITUCIONAL

USO COMERCIAL USO DE SERVIÇOS VAZIO URBANO

ÁREA DOS CURTUMES

Figura 24 - USO E OCUPAÇÃO DO SOLO Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

46


5.1.1 GABARITO DE ALTURA Nota-se que há predominância de edifícios até dois pavimentos, porém alguns pontos começam a ser verticalizados, devido à proximidade com edifícios comerciais e vias de fluxo mais intenso, classificadas como coletoras conforme figura 23.

N

ÁREA DO PROJETO DE 1 A 2 PAVIMENTOS

47

DE 3 A 5 PAVIMENTOS 6 OU MAIS PAVIMENTOS

Figura 25 - GABARITO DE ALTURA Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor


5.1.2 CENÁRIOS FUTUROS A proposta para a região envolve uma série de projetos que visam aumentar a dinâmica e a permeabilidade do local, alterando seu cenário atual. A primeira proposta é criação de vias no entorno do Córrego Piçarrão fazendo a interligação do local ao centro (figura 26). Para isso deverá ser prolongada a Rua Plínio Pereira Neves até que esta se encontre com a Rua José Carvalho de Miranda e também a Av. Abelardo Pompeu do Amaral até que encontre com a Av. Geovane Ruzene. A segunda proposta consiste em um parque linear de preservação nas margens do Ribeirão Piçarrão entre as vias prolongadas citadas anteriormente; esta proposta já está prevista pela Prefeitura Municipal, conforme emenda ao projeto de lei complementar nº 07/08, que dispõe sobre o Plano Local de Gestão da macrozona 5 – MZ5 Área de Requalificação Prioritária – ARP, do município de Campinas. Outra proposta é a reativação do transporte férreo pela antiga linha do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), conforme estabelecido pelo plano diretor de 2006 que preservava os leitos férreos desativados para transporte de passageiros. O transporte será feito através de um monotrilho, segundo reportagem do jornal Correio Popular. Esta proposta já está em estudo pela Prefeitura: No lugar do veículo leve sobre trilho (VLT) Campinas poderá ter monotrilho. O prefeito Jonas Donizette (PSB) informou que vai contratar um estudo de viabilidade econômica de um transporte sobre trilho para Campinas que irá apontar qual o melhor sistema para ser adotado para ligar o Centro ao Aeroporto Internacional de Viracopos e alimentar o Corredor Noroeste e os futuros corredores Ouro Verde e Campo Grande, por onde circularão os BRTs (ônibus de trânsito rápido) (COSTA, 2014).

Modificações e melhorias no sistema viário local também serão necessárias para se tornar o projeto acessivelmente viável. 48


Figura 26 - INTERVENÇÕES FUTURAS Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

49


5.1

O TERRENO

Com cerca de 12.770 m² de área, o terreno em questão atualmente possui algumas construções implantadas. Há um pequeno condomínio de sobrados residenciais (A) dentro da quadra, porém fora da área de intervenção, que será mantido; seu muro servirá como limite para a área de intervenção propriamente dita. Abaixo dele há uma obra em andamento de edifício, tipo sobrado, residencial (B). Dentro da área de intervenção existem

alguns

terrenos

vazios

com

N

vegetação crescendo em seus espaços e também construções abandonadas na mesma situação; alguns desses locais

R. José Carvalho de Miranda

estão sendo vendidos. Outros terrenos dentro da área, três deles para ser exato,

(D) (B)

possuem habitação unifamiliar com dois pavimentos de altura (C), há também uma

(C) (A)

garagem com oficina para caminhões que ocupa grande parte do local (D).

R. José Ribeiro de Menezes

A ideia é que a prefeitura efetue a compra

destes

locais,

visando

uma

melhoria na cultura e no lazer da região. Há também o fato de esta área absorver um

grande

potencial

através

das

Figura 27 - QUADRA DE PROJETO Fonte: Google Earth / 2014

implantações de infraestrutura efetuadas no local. 50


5.1.1 SITUAÇÃO ATUAL

N 06

09

04

07

05 02 08

11

01

10

12

Figura 28 - POSICIONAMENTO DAS FOTOS Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

51

03


Figura 29 - TERRENO VISTA 01 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 30 - TERRENO VISTA 02 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 31 - TERRENO VISTA 03 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 32 - TERRENO VISTA 04 Fonte: Acervo Pessoal / 201

52


Figura 33 - TERRENO VISTA 05 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 34 - TERRENO VISTA 06 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

53

Figura 35 - TERRENO VISTA 07 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 36 - TERRENO VISTA 08 Fonte: Acervo Pessoal / 201


Figura 37 - TERRENO VISTA 09 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 38 - TERRENO VISTA 10 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 39 - TERRENO VISTA 11 Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 40 - TERRENO VISTA 12 Fonte: Acervo Pessoal / 201

54


5.1.1 TOPOGRAFIA

O desnível dentro da área de projeto é de 10 metros, sendo a sua maior altitude, na Rua Júlio Ribeiro de Menezes, cota 647,00, e a menor na Rua José Carvalho de Miranda, cota 638,00.

R. José Carvalho de Miranda

R. José Carvalho de Miranda

N

N

R. José Ribeiro de Menezes

R. José Ribeiro de Menezes

Figura 41 - TOPOGRAFIA DA ÁREA Fonte: Base da Sanasa / Software AutoCAD / 2014 / Elaboração do Autor

55

Figura 42 - TOPOGRAFIA DA ÁREA Fonte: Base da Sanasa / Software AutoCAD / 2014 / Elaboração do Autor


5.1.2 INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO Os ventos predominantes na área vão do sentido nordeste rumo ao sentido sudoeste. A maior parte do terreno está exposta ao sol da manhã, o sol da tarde fica levemente prejudicado graças a construções no lado oeste do terreno. VENTOS PREDOMINANTES

N

Figura 43 - INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO Fonte: Google Earth / 2014 / Elaboração do Autor

56


5.1.3 LEGISLAÇÃO

Baseado na leitura da Lei de Uso e Ocupação do Solo de Campinas (Lei nº. 6031/11) foi constatado que, atualmente, a legislação que caracteriza o local é a Zona 3, porém a proposta visa a modificação desta para Zona 12. A Zona 3 tem por característica ser uma zona estritamente residencial, destinada basicamente a usos habitacionais e seus usos complementares de âmbito local. Por sua vez a Zona 12 se caracteriza por ser destinada a comércio, serviço e instituições de médio e grande porte.

LEGISLAÇÃO VIGENTE

ZONA 3

Zona estritamente residencial, destinada aos usos habitacionais unifamiliares e multifamiliares; o comércio, o serviço e instituições de âmbito local serão permitidos com restrição quanto a localização. Este zoneamento não permite a implantação de um teatro do porte desejado, visto que este equipamento se enquadra em categorias além de instituição de âmbito local, que é o máximo permitido por esta zona. Desta forma, o estudo quanto a Taxa de ocupação, recuos, altura da edificação e coeficiente de aproveitamento serão estudados de acordo com a legislação proposta (Zona 12).

57


LEGISLAÇÃO PROPOSTA

ZONA 12

Zona destinada basicamente aos usos comercial, de serviços e institucional de médio e grande porte. Para o tipo CSE-2, que são caracterizados por possuírem terrenos com área maior ou igual a 450,00m² e testada do lote de no mínimo 15,00m, esta zona permite:  TE - Taxa de Ocupação no pavimento térreo: 0,75 (setenta e cinco centésimos);  TO – Taxa de Ocupação para os demais pavimentos: 0,50 (cinquenta centésimos);  CA – Coeficiente de aproveitamento: menor ou igual a 2 (dois);  H – Altura da edificação: deve ser menor ou igual a somatória da largura das vias mais duas vezes duas vezes a medida do recuo frontal da edificação. No caso de edificações em blocos separado, a altura deverá ser verificada individualmente para cada um deles;  Recuo frontal: maior ou igual a 6 metros;  Recuos laterais: maior ou igual a 4 metros;  Os usos comerciais e/ou de garagem podem ocupar a totalidade do terreno, não obedecendo aos recuos;  Devem ser previstas vagas de estacionamento a cada 60m².

58


6 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

59


6.1

CASA DE ÓPERA “GUANGZHOU”

FICHA TÉCNICA  Projeto de Arquitetura: Zaha Hadid e Patrik Schumacher  Local: Guangzhou, China  Data de inauguração: 2011  Área construída: 70.000 m²

Um teatro projetado para comportar 1800 espectadores de maneira confortável e com total visibilidade do palco (ver figura 45), a arquitetura do edifício, com suas formas irregulares e linhas esculturais chama atenção em seu exterior (ver figura 44) e faz jus a um interior extremamente planejado em seus mínimos detalhes. A distribuição interna do edifício faz com que não haja desperdício de espaços, uma planta bem definida que conta também com uma grande praça de convívio, que integra os edifícios e permite o fluxo livre dos usuários em todas as direções do conjunto, além de permitir a passagem pelos quatro cantos da quadra. A distribuição das poltronas na sala é algo que também chama a atenção, com a plateia distribuída em três níveis principais sendo estes inclinados também, criando subniveis dentro de cada um deles, a utilização do espaço de maneira vertical, distribuição de poltronas também nas paredes laterais da casa e a inclinação das paredes que faz com que todas as poltronas estejam voltadas de frente para o palco, demonstra um domínio de forma e função do arquiteto sobre o edifício (ver figura 46).

60


Figura 44 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU" Fonte: online / 2014

Figura 45 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU" Fonte: online / 2014

61

Figura 46 - CASA DE ÓPERA "GUANGZHOU" Fonte: online / 2014


6.2

GRAND CANAL THEATRE

FICHA TÉCNICA  Projeto de Arquitetura: Daniel Libeskind  Local: Dublin Docklands, Irlanda  Data de inauguração: 2010  Área construída: 13.000 m²

Projetado para comportar até 2100 espectadores, o projeto chama atenção principalmente pela solução estética elaborada para ele (ver figura 49). O objetivo deste projeto era proporcionar um marco urbano e um centro cultural para a cidade de Dublin, em um local de construções esteticamente parecidas. Para isso o arquiteto fez uso de paredes diagonais, assim como o teto, todas as paredes externas do edifício possuem ângulos distintos (ver figura 50), a estrutura é feita de concreto armado porem sua fachada é composta por vidro em toda extensão (ver figura 47). O conceito do projeto se destaca por ser baseado em palcos distintos, há o palco do teatro, o palco da praça e também múltiplos palcos no lobby da entrada. Há criação de uma praça em frente à entrada principal é responsável por fazer a interligação do edifício com seu entorno (ver figura 48).

62


Figura 47 - GRAND CANAL THEATRE Fonte: online / 2014

Figura 48 - GRAND CANAL THEATRE Fonte: online / 2014

63

Figura 49 - GRAND CANAL THEATRE Fonte: online / 2014

Figura 50 - GRAND CANAL THEATRE Fonte: online / 2014


7 VISITAS TÉCNICAS

64


7.1

TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO

Figura 51 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Fonte: Acervo Pessoal / 2014

65


FICHA TÉCNICA  Projeto de Arquitetura: Ramos de Azevedo, Domiziano e Claudio Rossi  Local: São Paulo, SP, Brasil  Data de inauguração: 12 de setembro de 1911  Área construída: 25.000 m²

Com o fim de sua segunda reforma em 1991, o teatro passou a ter capacidade de lotação para 1500 espetadores, suas acomodações são confortáveis e seus espaços são amplos, as cadeiras foram trocadas e seus assentos são confortáveis e fornecem excelente visão do palco. A chegada no edifício se faz pelo foyer ao lado direito nota-se um bar, antigamente destinado as classes altas da sociedade, ao lado esquerdo estão a bilheteria e recepção, a sua frente há uma escada, onde atrás localiza-se a chapelaria, e também a entrada a circulação de acesso a plateia. Ao subir a escada principal temos um primeiro patamar que é destinado ao acesso aos camarotes, o segundo lance nos leva a um nível superior onde também há um restaurante, uma visão do foyer e acesso à circulação de acesso a plateia do seu pavimento, ainda há duas escadas laterais que dão acesso ao último nível do edifício. A distribuição da plateia é circular e se faz uso das laterais para compor o espaço das cadeiras dividido em três níveis, há também um nível destinado aos camarotes entre o térreo e o primeiro pavimento. Por se tratar de um palco italiano a visão é privilegiada para os espectadores que estão de frente para o palco. A composição circular das paredes deve-se ao fato de o espaço receber operas e concertos, esta composição permite melhor composição acústica do espaço. A grande desvantagem deste espaço é que apesar de sua plateia ser acomodada como nos teatros de Ópera, seu palco permanece obedecendo ao estilo do teatro italiano, desta forma a visão da plateia passa a ser hierarquizada, com as poltronas a frente do palco sendo as de melhor visibilidade e as de lateral perdendo parte da visão do palco. 66


Figura 52 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 54 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Fonte: Acervo Pessoal / 2014

Figura 53 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Fonte: Acervo Pessoal / 2014

67


Figura 55 - TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO Fonte: online / 2014

68


8 PROJETO

69


8.1

PARTIDO

Com a visão de fortalecer a cultura e o lazer no município de Campinas, buscando minimizar o problema de escassez destes equipamentos, é proposto o projeto de um teatro, cujo espaço livre será destinado a uma praça integrante dos ambientes deste edifício e que proporcione convívio entre os usuários do mesmo. O ponto primordial deste projeto é um teatro com capacidade para 1060 espectadores, que desperte a cultura na cidade de Campinas e se torne um novo ponto referencial e de centralidade para a cidade. Visando o fortalecimento cultural da região, o projeto abrange, além do palco principal, um palco no estilo café concerto, com capacidade para 434 espectadores, que poderá ser modificado para eventos na praça coberta e um espaço de teatro ao ar livre, um ponto de leitura e livraria, visando incluir no cotidiano do bairro um hábito de procura por livros e pela literatura. O lazer será proporcionado por uma praça central de convívio e integração e por um café restaurante que terá a função de atender tanto usuários quanto transeuntes que estejam de passagem pelo local. A proposta é elevar o gabarito de altura da região, visando obter maior visibilidade para o edifício, que contará também com praças de convívio internas de maneira que a transição entre o espaço público e o semi-público se tornem um só. Em sua forma, o teatro será composto por três grandes blocos e um palco externo, sendo um destinado exclusivamente ao teatro principal, um segundo que mescla o teatro secundário com áreas administrativas, um ponto de leitura e livraria, área administrativa e restaurante, enquanto o terceiro será dedicado a circulação e instalações complementares, como sanitários onde necessário. A praça e o entorno deverão receber áreas de vegetação, o projeto paisagístico visa transformar o ambiente em um local aconchegante e acolhedor, com boa iluminação e temperatura agradável aos usuários. A circulação é feita de maneira a integrar o vertical e o horizontal, o edifício possui entrada por todos os seus extremos porém a passagem de um extremo a outro deverá ser feita através de níveis internos com elevadores, escadas ou rampas. 70


8.2

PLANO DE MASSAS

Figura 56 - PLANO DE MASSAS Fonte: Software AutoCAD, SketchUp e Lumion / 2014 / Elaboração do Autor

71


8.3

PROGRAMA

O programa de necessidades propõe atividades de cultura e lazer. Os ambientes estão separados em diretoria administrativa, diretoria artística, palco 1, palco 2, ponto de leitura e infraestrutura do edifício. A divisão da diretoria em administrativa e artística ocorreu visando dar mais liberdade aos dois lados, deste modo a diretoria artística apenas se responsabiliza por eventos e assuntos destinados aos palcos enquanto que a diretoria administrativa se ocupa com os outros campos do edifício como o restaurante e o ponto de leitura. O palco 1 trata-se do palco principal, destinado a um público de 1060 espectadores com estilo Italiano, enquanto que o palco 2 é um espaço alternativo, para 434 espectadores que pode se tornar um café concerto durante as noites e de um palco ao ar livre. O ponto de leitura foi implantado para facilitar o acesso da população local a livros e a literatura, nele também será instalada uma livraria. Tabela 3 - PROGRAMA DE NECESSIDADES

PAVIMENTO SUBSOLO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Depósito de Materiais de Limpeza (DML)

13,23

01

Elevador de Cargas

15,80

02

Sala de Controle

7,41

03

Sala de Cenotecnia / Marmoraria

111,65

04

Doca de Carga e Descarga

50,40

05

Recepção (Funcionários e Artistas)

104,37

06

Lavanderia

18,91

07

Vestiário Masculino

34,94

08

Vestiário Feminino

34,94

09

72


Copa (Funcionários e Artistas)

10,35

10

Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

24,99

11

Estacionamento de Cargas (2 vagas)

234,53

12

Estacionamento de Funcionários (8 vagas + 2 vagas PCD)

297,25

13

Estacionamento (137 vagas + 6 vagas PCD)

4051,15

14

Estacionamento Fretados (5 vagas)

241,00

15

Elevadores e Escadas (Público) – 2 unid.

34,20

16

Sala On Line (Distribuições Elétricas e de Internet)

34,20

17

Portaria

7,31

18

Sala da Segurança

25,33

19

Enfermaria

141,84

20

Gerador / Subestação de Energia

69,84

21

Reservatório Comum + Incêndio

69,84

22

Sala de Ar Condicionado

105,84

23

Estacionamento para Motos (10 vagas)

150,00

24

SUBTOTAL

5923,52 m²

PAVIMENTO TÉRREO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Oficina do Palco (Reparos Rápidos)

24,29

01

Elevador de Cargas

15,80

02

Controle de Palco

7,47

03

Apoio Técnico

10,93

04

Palco Posterior

244,24

05

Palco Principal

205,26

06

Sala das Camareiras (Costura e Reparos Rápidos)

24,29

07

Apoio Artístico

68,44

08

73


Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

28,67

09

Depósito de Mobiliários – 2 unid.

5,47

10

Coxias – 2 unid.

25,67

11

Plateia Inferior (404 lugares)

628,04

12

Ante Câmara (Barramento do Som) – 2 unid.

11,34

13

Grand Foyer

627,85

14

Sanitário Masculino – 3 unid.

17,66

15

Sanitário Masculino Acessível – 5 unid.

4,50

16

Sanitário Feminino Acessível – 5 unid.

4,50

17

Sanitário Feminino – 3 unid.

17,66

18

Foyer

262,63

19

Bilheteria

26,64

20

Chapelaria

14,22

21

Elevadores e Escada (Público) – 3 unid.

34,20

22

Copa (Ponto de Leitura)

12,24

23

Diretoria (Ponto de Leitura)

9,74

24

Depósito (Ponto de Leitura)

9,12

25

Sala de Estudos (Ponto de Leitura)

9,36

26

Espaço Wi-Fi (Ponto de Leitura)

60,32

27

Balcão de Atendimento (Ponto de Leitura)

13,26

28

Acervo (Ponto de Leitura)

217,55

29

Praça Interna (Área de Convívio)

896,36

30

Praça Externa (Pública)

1634,28

31

Balcão de Informações

112,87

32

SUBTOTAL

5502,39 m²

74


PRIMEIRO PAVIMENTO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Sala de Figurino

24,29

01

Elevador de Cargas

15,80

02

Sanitário de Camarins – 4 unid.

15,12

03

Camarim Individual – 2 unid.

20,15

04

Depósito de Cenotecnia

27,67

05

Camarim Coletivo – 2 unid.

47,10

06

Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

24,74

07

Depósito de Sonoplastia e Iluminação

24,29

08

Caixa Cênica

239,80

09

Plateia Inferior (404 lugares)

471,19

10

Plateia Superior (372 lugares)

565,55

11

Ante Câmara (Barramento do Som) – 2 unid.

42,50

12

Sanitário Masculino – 5 unid.

17,65

13

Sanitário Masculino Acessível – 6 unid.

4,50

14

Sanitário Feminino Acessível – 6 unid.

4,50

15

Sanitário Feminino – 5 unid.

17,65

16

Coffee Break

24,24

17

Foyer

324,65

18

Elevador e Escada (Público) – 3 unid.

34,20

19

Espera (Administração)

60,30

20

Recepção (Administração)

95,69

21

Assessorias (Administração)

55,78

22

Suporte (Administração)

48,96

23

Diretoria (Administração)

43,56

24

75


Reunião (Administração)

22,20

25

Recursos Humanos (Administração)

22,48

26

Copa (Administração)

20,95

27

Cozinha (Administração)

10,46

28

DML (Administração)

3,26

29

Vestiário Feminino (Restaurante)

29,19

30

Vestiário Masculino (Restaurante)

29,19

31

Salão de Mesas (Restaurante)

597,75

32

Nutricionista (Restaurante)

11,99

33

Recepção / Balcão (Restaurante)

16,62

34

Distribuição (Restaurante)

118,65

35

Cooquição (Restaurante)

18,80

36

Despensa Diária (Restaurante)

7,41

37

Panelas (Restaurante)

8,00

38

Saladas (Restaurante)

21,69

39

Sobremesas (Restaurante)

11,52

40

DML (Restaurante)

2,30

41

Elevador e Escada (Restaurante)

33,84

42

Praça Interna (Área de Convívio)

447,25

43

SUBTOTAL

4093,14 m²

SEGUNDO PAVIMENTO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Sala de Figurino – 2 unid.

24,29

01

Elevador de Cargas

15,80

02

Sanitário de Camarins – 4 unid.

15,12

03

Camarim Individual – 3 unid.

27,68

04

ESPAÇOS ARTÍSTICOS

76


Camarim Coletivo – 2 unid.

47,08

05

Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

139,77

06

Caixa Cênica

239,80

07

Plateia Inferior (404 lugares)

471,24

08

Plateia Superior (372 lugares)

416,43

09

Bilheteria

26,64

10

Chapelaria

24,48

11

Ante Câmara (Barramento do Som) – 2 unid.

43,25

12

Sanitário Masculino – 2 unid.

17,65

13

Sanitário Masculino Acessível – 4 unid.

5,27

14

Sanitário Feminino Acessível – 4 unid.

5,27

15

Sanitário Feminino – 2 unid.

17,65

16

Apoio Técnico / Controle de Iluminação e Som

24,24

17

Foyer

256,15

18

Elevador e Escada (Público) – 2 unid.

34,20

19

Hall (Camarote) – 2 unid.

28,06

20

Bar (Camarote) – 2 unid.

10,76

21

Plateia (17 lugares) (Camarote) – 2 unid.

24,00

22

Bilheteria (Café Concerto)

12,00

23

Chapelaria (Café Concerto)

22,33

24

Foyer (Café Concerto)

216,72

25

Loja (Café Concerto)

26,36

26

Balcão / Recepção (Loja)

5,85

27

Depósito (Loja)

2,80

28

Balcão / Recepção (Café Concerto)

45,14

29

Plateia / Salão (Café Concerto)

678,10

30

Palco (Café Concerto)

87,05

31

77


Hall Administrativo (Café Concerto)

30,87

32

Cabine de Controle (Café Concerto)

8,80

33

Depósito de Materiais (Café Concerto)

6,10

34

Camarim Individual (Café Concerto) – 2 unid.

30,40

35

Sanitário Camarim (Café Concerto) – 2 unid.

7,80

36

Bar / Café (Café Concerto)

19,94

37

Cozinha (Bar / Café)

26,20

38

Despensa (Bar / Café)

4,78

39

Balcão de Informações

98,01

40

Palco Arena ao Ar Livre

237,15

41

Hall de Funcionários (Restaurante)

96,14

42

Entrada e Saída de Alimentos (Restaurante)

15,78

43

Câmara para Lixo (Restaurante)

5,33

44

Pré-Seleção de Alimentos (Restaurante)

19,27

45

Administração / Recepção de Alimentos (Restaurante)

5,51

46

Despensa Seca / Estoque (Restaurante)

23,28

47

Despensa Frigorífera de Hortifrútis (Restaurante)

21,56

48

Ante Câmara (Restaurante)

3,75

49

Câmara Frigorífera Congelados e Lacticínios (Restaurante)

22,00

50

Açougue Climatizado (Restaurante)

6,14

51

Câmara Frigorífera Carnes e Processados (Restaurante)

13,94

52

Praça Interna (Área de Convívio)

858,66

53

Praça Externa (Pública)

684,67

54

Praça Terraço (Semi-Pública)

958,10

55

Estacionamento Aberto

641,63

56

Elevador e Escada (Restaurante)

33,84

57

Sanitário Unissex (Camarote) – 2 unid.

4,00

58

78


Sanitário Acessível Unissex (Camarote) – 2 unid.

4,00

SUBTOTAL

59 7116,41 m²

TERCEIRO PAVIMENTO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Salão de Ensaios

252,00

01

Sala de Controle do Estúdio

31,37

02

Estúdio

27,67

03

Caixa Cênica

258,16

04

Sanitário Masculino

10,30

05

Sanitário Feminino

10,30

06

Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

64,20

07

Foyer

313,37

08

Elevador e Escada (Público)

16,92

09

Hall (Camarote) – 2 unid.

28,06

10

Bar (Camarote) – 2 unid.

10,76

11

Plateia (17 pessoas) (Camarote) – 2 unid.

24,00

12

Ante Câmara (Barramento do Som) – 2 unid.

43,25

13

Depósito Auxiliar (Estúdio)

5,20

14

Sanitário Unissex – 2 unid.

4,00

15

Sanitário Unissex Acessível – 2 unid.

4,00

16

Sanitário Feminino Acessível

3,90

17

Sanitário Masculino Acessível

3,90

18

Apoio Técnico / Manutenção

81,22

19

SUBTOTAL

79

1301,45 m²


QUARTO PAVIMENTO AMBIENTE

ÁREA (m²)

NUMERAÇÃO EM PRANCHA

Caixa Cênica (Projeção do Urdimento)

258,16

01

Plateia Mezanino (250 lugares)

417,46

02

Ante Câmara (Barramento do Som) – 2 unid.

43,25

03

Sanitário Masculino

17,66

04

Sanitário Masculino Acessível

4,00

05

Sanitário Feminino Acessível

4,00

06

Sanitário Feminino

17,66

07

Coffee Break

24,24

08

Foyer

331,80

09

Elevador e Escada (Público)

16,92

10

Elevador e Escada (Funcionários e Artistas)

41,19

11

Apoio Técnico / Manutenção – 2 unid.

154,31

12

SUBTOTAL

1528,21 m²

TOTAL APROXIMADO

25465,12 m² Fonte: ARQUIVO PESSOAL. Elaboração do autor.

80


8.4

ISOLAMENTO ACÚSTICO

Para os cálculos de isolamento acústico das salas deve-se encontrar o tempo de reverberação deste ambiente, tal valor é encontrado a partir da relação entro o volume da sala, as áreas das superfícies e dos materiais aplicados sobre elas. Como podemos observar abaixo, na tabela 4, foram calculados os materiais, com suas respectivas áreas de influência, em seguida multiplicados por sua absorção (α), para a frequência de 500Hz. Tabela 4 – MATERIAIS PARA CALCULO DE REVERBERAÇÃO

SUPERFÍCIE PAREDE 1 (PLATÉIA) PAREDE 2 (LATERAL) PAREDE 3 (LATERAL) PAREDE 4 (PALCO) PISO (PLATÉIA) PISO (PALCO) TETO POLTRONAS/ PESSOAS PORTA 1 PORTA 2 PORTA 3 PORTA 4 PORTA 5 PORTA 6 COXIAS (CORTINAS)

MATERIAL ÁREA / Nº α(500 HZ) A X α SONEX (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 340,50 0,40 136,20 SONEX (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 492,50 0,40 197 SONEX (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 492,50 0,40 197 SONEX (ILLTEC PERFILADO 25/35 MM) 126,72 0,40 50,688 CARPETE TIPO FORRAÇÃO 887,90 0,25 221,975 PISO DE MADEIRA 145,45 0,10 14,545 SONEX (ILLTEC PLANO 3 CM) 1033,35 0,47 485,6745 SIUAÇÃO (LOTAÇÃO) 1026 0,45 461,70 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 EM AÇO (CORTA FOGO) 4,20 0,06 0,252 TECIDO DE ALGODÃO 88,806 0,13 11,54478

ABSORÇÃO TOTAL VOLUME DA SALA (m²)

1777,839 8688,579 Fonte: ARQUIVO PESSOAL. Elaboração do autor.

81


A partir de então pode-se obter a absorção total, que é aplicada na formula de Sabine para se calcular o tempo de reverberação da sala.

Reverberação Fórmula de Sabine TR= 0,161xV Absorção total TR = 0,161x8688,579m³ 1777,839 TR =0,786832

Tabela 5 – TABELA DE TEMPO DE REVERBERAÇÃO X VOLUME DE SALA. Fonte: ABC (2010)

82


O gráfico apresentado anteriormente, utilizado no estudo do tempo de reverberação para espaços teatrais, apresenta a relação entre o tempo de reverberação e o volume das salas, sendo que, nesta situação em particular, o TR ótimo está entre 0,7 e 1,0s. A imagem abaixo ilustra o estudo do caminhamento das ondas sonoras, bem como o estudo de visibilidade da plateia.

Figura 57 – ESTUDO DE ACÚSTICA Fonte: Software AutoCAD/ 2014 / Elaboração do Autor

83


9 REFERÊNCIAS ICONOGRÁFICAS

84


FIGURA 1 – TEATRO LALA. Público se preparando para o espetáculo no teatro Lala. Disponível em <http://www.teatrolala.com.br/categoria/blog/page/4/ > Acesso em 26 de março de 2014. FIGURA 2 – HISTÓRIA DA ARTE. Pintura pré-histórica sobre caça. Disponível em <http://conhecendoahistoriadaarte.blogspot.com.br/2012/01/arte-na-pre-historia.html> Acesso em 26 de março de 2014. FIGURA 3 – BREL – BANCO DE RECURSOS EM LINHA. As ruínas do teatro romano de Antalya. Disponível em <http://brel.wordpress.com/2006/11/25/teatro-romano-antalya-turquia-ima/> Acesso em 26 de março de 2014. HISTÓRIA E ARQUITETURA. Teatro de Epidauro. Disponível em <http://historiaearquitetura.blogspot.com.br/2012/01/teatro-de-epidauro-grecia.html> Acesso em 01 de outubro de 2014. FIGURA 4 – FEMININO, 60. Maquete (arredores e interior) Shakespeare’s Globe Teathre, em Londres. Disponível em <http://feminino60.blogspot.com.br/2012/03/shakespeares-globe-theatre.html> Acesso em 16 de agosto de 2014. FIGURA 5 – VERFINO. Carolines on Broadway. Disponível em <http://www.venfino.com/new-york-ny-venues-byname/carolines_on_broadway_nyc.html?utm_source=venfino_email_archive&utm_medium=web&utm_content=general &utm_campaign=planletter_nov2012> Acesso em 16 de agosto de 2014. FIGURA 6 – GUIA DA SEMANA. Apresentação de comédia em pé por Danillo Gentili, no Comidians Comedy Club. Disponível em <http://www.guiadasemana.com.br/evento/artes-e-teatro/rirtrospectiva-2012-comedians-comedy-club-1712-2012> Acesso em 26 de março de 2014. FIGURA 7 – PROTESTO CULTURAL A ARTE PEDE SOCORRO. Teatro São Carlos, atrás da catedral de Campinas. Disponível em <http://protestocultural.wordpress.com/2012/02/21/a-historia-do-teatro-municipal-de-campinas/> Acesso em 16 de agosto de 2014. FIGURA 8 – UNICAMP. Teatro Municipal Carlos Gomes anos antes de sua demolição. Disponível em <http://www.ano40.unicamp.br/mostra_cmu/mostra_cmu_teatro_municipal.html> Acesso em 26 de março de 2014. FIGURA 9 – PRÓ-MEMÓRIA DE CAMPINAS-SP. Centro de Convivência Cultural de Campinas. Disponível em <http://promemoria-de-campinas-sp.blogspot.com.br/2010/05/efemeride-23-de-maio-largo-municipal.html> Acesso em 06 de abril de 2014. FIGURA 10 – URBANISTAS. Teatro Bradesco, localizado no Boubon Shopping. Disponível em <http://urbanistas.com.br/sp/2009/08/12/sao-paulo-ganhara-mais-um-teatro-em-setembro/> Acesso em 17 de agosto de 2014. FIGURA 11 – REVIDE. Teatro de arena. Disponível em <http://www.revide.com.br/blog/ribeirao-preto/post/teatro-de-arena/> Acesso em 17 de agosto de 2014. FIGURA 12 – LAZULIARQUITETURA. Sala uso-multiplo. Disponível em <http://www.lazuliarquitetura.com.br/ccbb.htm> Acesso em 17 de agosto de 2014. FIGURA 13 – POP. Temporada de teatro a céu aberto. Disponível em <http://olimpiadas.pop.com.br/temporada-de-teatro-a-ceuaberto/> Acesso em 17 de agosto de 2014. 85


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