MA
IGOR DE SOUZA LEAL FIGUEIREDO
MORRO AZUL FLAMENGO, RJ
PLANO DE ATIVAÇÃO SOCIAL T F G U S U ARQUITETURA E URBA NISMO
Orientador: Fernando Cesar Negrini Minto
20
7
18
6
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma proposta de projeto urbanístico-arquitetônico com enfoque social na comunidade do Morro Azul, no bairro do Flamengo. A proposta busca aprofundar os conhecimentos acerca dos aspectos da cidade através de um paralelo entre tecido urbano e fatores sociais que o definem, bem como ampliar a compreensão acerca de suas dinâmicas cotidianas e apontar direções possíveis para a resolução de problemas comuns. Resumo _
U S U
18
PLANO DE ATIVAÇÃO SOCIAL: MORRO AZUL
ARQUITETURA E URBANISMO
À família, amigos e mestres
Trabalho final apresentado à Universidade Santa Úrsula como forma de obtenção do título de graduação.
Igor de Souza Leal Figueiredo
Orientador TFG: Fernando Cesar Negrini Minto Orientador FTFG: Mário Elian
UPP Rocinha
Fonte: Reuters / Bruno Kelly
Introdução Causadora de grandes desdobramentos na cidade do Rio de Janeiro, a relação entre favela e cidade formal é objeto fundamental para compreensão dos principais aspectos da metrópole desde os contrastes de sua paisagem urbana até suas dinâmicas sociais cotidianas. Essa relação, repleta de estereótipos pobreza, abandono, tráfico de drogas e violência - expõe uma ruptura histórica capaz de transformar o tecido urbano e produzir barreiras sócio-espaciais que segregam a cidade em mundos definidos, sobretudo, pelo nível de presença ou abandono do Estado. Nas últimas décadas, políticas públicas de intervenção em favelas foram realizadas, principalmente em um
período precedente a grandes eventos demonstrando grande mobilização do Estado em “retomar” territórios historicamente negligenciados. Mesmo gerando avanços em determinados campos, esses programas produziram resultados muitas vezes questionáveis que demonstram estar ainda distantes de uma solução de longo prazo. “A realização de políticas sociais desconectadas da atenção aos direitos civis tem sido marca característica da ação do poder público no Rio de Janeiro. Por isso, inclusive, pode-se afirmar que hoje uma das questões centrais a ser enfrentada pelo desafio de integrar a cidade é a sua deficiente articulação política e administrativa” (ZALUAR, 2006).
As “políticas públicas verticalizadas, sem espaço para diálogo ou instâncias de participação de todos os envolvidos” (RODRIGUES, 2014) também podem ser peça fundamental para o entendimento acerca dos resultados gerados pelos programas públicos. Compreender mais profundamente a relação entre favela e cidade formal, bem como o histórico de intervenções públicas, seus sucessos e insucessos, é o primeiro passo para uma atuação em áreas que carregam em seus contrastes espaciais complexidades sociopolíticas, e históricas e econômicas estruturais que representam por si só um enorme desafio.
SUMÁRIO
01 08 - 09
MOTIVAÇÃO OBSERVANDO OS LIMITES DA CIDADE PARTIDA
02 10 - 23
03 24 - 31
04
APROXIMAÇÃO
REFERÊNCIAS
PROPOSTA
HISTÓRICO INFORMAÇÕES LOCAIS PERFIL DA POPULAÇÃO LEGISLAÇÃO SITUAÇÃO ATUAL LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA MAPEAMENTO DIAGNÓSTICO
ESTUDO DE CASO REFERÊNCIAS PROJETUAIS
HIPÓTESE DE PROJETO ÁREA DE ATUAÇÃO O PLANO DE ATIVAÇÃO SOCIAL PROJETO
32 - 73
01
Observando os limites da 'cidade partida'
“Existe um vasto mundo que está bem próximo de nós, mas escondido do nosso olhar. Um mundo composto por delicadas e específicas relações sociais, que fazem parte do cotidiano da sociedade brasileira e, ainda assim, permanecem invisíveis.” SOCIABILIDADES SUBTERRÂNEAS (2013) 8
Foto: Muro, concertina e arte
2 0 1 8 Mesmo com todos os problemas históricos observados na cidade pequenas ações com viés segregador seguem frequentes.
Localizada em uma área limite entre três bairros da zona sul da cidade do Rio de Janeiro, a comunidade do Morro Azul demonstra de maneira literal a noção da “cidade partida” descrita pelo jornalista Zuenir Ventura em livro homônimo de 1994 no qual é apontada uma divisão estrutural que segrega a cidade socioeconomicamente. Enquanto de um lado há uma comunidade consolidada, frequentemente estereotipada e carente de serviços públicos e infraestrutura urbana, em lado aposto encontra-se uma zona da cidade onde se pode observar uma atuação consideravelmente maior por parte dos entes públicos e privados. Esse contraste pode ser reconhecido através dos aspectos espaciais do que seria a área de convergência onde se intercedem dois mundos ao mesmo tempo próximos geograficamente e distantes socialmente.
Em observação a Rua Paulo VI, local de acesso principal a comunidade do Morro Azul, é possível perceber que seu grande esvaziamento e degradação dialogam com uma estrutura social vigente que norteia o dia a dia local. O que deveria ser um ambiente integrador é permeado pelas sensações de medo, insegurança e desconfiança recorrentes em ambos os lados. Entretanto, o mesmo local onde utilização e permanência são evitadas, também está repleto de possibilidades de aprimoramento da vivência e aproximação dos seus atores.
Foto: Trancamento da passagem subterrânea Metrô-Morro Azul
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02 Fonte: Associação de moradores Morro azul
HISTÓRICO
Início da ocupação do Morro Azul
10
1961/1962
A comunidade e sua memória. Da degradação ao avanço por meio da participação comunitária. O Morro Azul é uma comunidade localizada no bairro do Flamengo, na cidade do Rio de Janeiro. Começou sua formação por volta de 1936, quando algumas famílias das regiões Norte e Nordeste, Minas Gerais e de outros municípios do estado chegaram à cidade em busca de trabalho. Até então, o local não possuía energia elétrica, água encanada, infraestrutura urbana, e sua população sofria com a falta de condições sanitárias. Com a chegada do padre francês Paulo Riou no ano de 1952, foi feito um levantamento acerca das condições de vida na comunidade concluindo que grande parte
das crianças adoecidas morriam devido a falta de assistência médica. Foram realizadas campanhas sanitaristas e grupos de liderança locais que viriam se tornar dirigentes da comunidade. No ano de 1957 sofreu um incêndio e na década de 70 sofreu com a pressão por remoções devido às obras do metrô. Cerca de 60 famílias foram realocadas para a Zona Oeste da cidade e 101 famílias ficaram desabrigadas e conseguiram permanecer na comunidade graças aos esforços comunitários na construção de um edifício habitacional.
Nos anos posteriores a comunidade passou por processos de urbanização por meio de mutirões de moradores na construção de habitações, sistemas de esgotos, clínica, creche, centro cultural e um banheiro coletivo. Também contou com a implantação do programa governamental Bairrinho para melhoria dos equipamentos públicos e reconhecimento de algumas ruas.
"A partir de 2018, o Morro Azul passa a pensar e agir como comunidade empreendedora." (Associação de Moradores do Morro Azul)
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EVOLUÇÃO DO TECIDO URBANO Histórico de crescimento espacial recente da comunidade.
Imagem aérea Ano: 2000 Google Maps
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Imagem aérea Ano: 2013 Arcgis
Imagem aérea Ano: 2017 Google Maps
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Fonte: Associação de moradores Morro azul
Formação da comunidade por famílias do Norte e do Nordeste
Construção do Edifício Habitacional Paulo Riou
Construção da Rua Bibiano Pereira da Rocha
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70
Inauguração da Estação de Metrô Morro Azul (atual estação Flamengo)
Construção do Centro Cultural José Rodrigues
Projeto de urbanização (Bairrinho)
80
90
00
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03 04
01
16 C
02
06 15
05
07
B
08
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09
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10 A
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D 13 Fonte: ESRI - Arcgis
Informações locais Dados do entorno e pontos relevantes.
Área ocupada
Domicílios
Habitantes
21.546m²
362
1.183
01 - Praça Sandro Moreira
09 - Creche Padre Aleixo
02 - Estação de Metrô Flamengo
10 - Respirador Metrô Rio
03 - Fundação Romão M. Duarte
11 - Centro Cultural
04 - Estacionamento
12 - Parque Ecológico
05 - Concha
13 - Acesso ao Metrô
06 - Ed. Padre Paulo Riou 62
14 - Bar do Peixe
07 - Igreja Congregação
15 - Bar da Tia Nana
08 - POUSO
16 - Upper Arena
A
B
C
D
Rua Marquês de Abrantes
Rua Paulo VI
Rua Bibiano Pereira da Rocha
Rua Marechal Bento Manuel
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Fonte: Nova União
PERFIL DA POPULAÇÃO E LEGISLAÇÃO
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Segundo pesquisa divulgada pelo Sabren (Portal ficial da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro) através de dados do censo realizado pelo IBGE em 2010, a população do Morro Azul é composta em pequena maioria por mulheres, cerca de 55%. As faixas etárias são equilibradas onde predomina a faixa de idade de 40 a 59 anos enquanto a população idosa acima de 60 anos é minoria. As populações de crianças, de 1 a 14 anos e de jovens e adultos, de 15 a 39 anos, também existem em número relevante superando em conjunto as demais. Quanto a média de renda local, dos 321 rendimentos computados, foi constatado que a grande maioria das famílias - 211 - recebe até 01 salário mínimo enquanto apenas 20 famílias recebem mensalmente um valor acima de 02 salários mínimos.
Fonte: Nova União
Foto: Rua Bibiano Pereira da Rocha
A comunidade também é uma Área de Especial Interesse Social (AEIS), destinada a Programas Habitacionais de Interesse Social, admitindose o uso por atividades de caráter local complementar, tais como comércio, equipamentos comunitários de educação, saúde, esporte e lazer. É considerada como comunidade com risco alto de susceptibilidade e possui áreas de proteção ambiental ZPPA1. Para novas construções as regras são: 4 pavimentos ou 11 metros de altura e não prevê afastamentos obrigatórios. O IAT vigente é de 3,5 a 4.
O Morro Azul encontra-se em Macrozona de Ocupação Controlada, na qual são contemplados bairros da Zona Sul e parte do Centro e prevê restrições respectivas a novas construções, apesar de possuir boas condições de infraestrutura. Se enquadra na Zona Residencial 1 (ZR1) onde prevalece o uso residencial, contudo são admitidas atividades de apoio ou complementaridade a esse uso, desde que sejam compatíveis.
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Situação atual e localização geográfica
Rua
Mar
quê
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A Ab
rant
es
Rua P aulo V I
Rua B. P. da Rocha
Rua M. Bento Manuel 10 20 30
50
100
Morro Azul e a Zona Sul da cidade O Morro Azul localiza-se no estado do Rio de Janeiro, na zona sul do município. Está próximo da região central da cidade e de pontos nodais de transporte (Aeroporto Santos Dumont, Barcas e Ponte de ligação Rio-Niterói. Seus limites fazem fronteira com os bairros de Botafogo e Laranjeiras. 18
Catete 0.7km
Acesso Ponte Presidente Costa e Silva (Rio-Niterรณi) 9km Laranjeiras 1km Barcas Praรงa XV 4km Aeroporto Santos Dumont 3km
Parque do Flamengo 0.8km
Botafogo 1km
Urca 2km
Morro Azul Rio de Janeiro, RJ - Brasil
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MAPEAMENTO
Uso do solo Área residencial 20
Cobertura vegetal
Favela
Área recentemente edificada
Área não edificada
Hierarquia viรกria Via principal
Via coletora
Via local
Cheios e vazios Becos 21
Da degradação a ação Infraestrutura urbana, desconexão e apropriação
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A área de interseção entre Morro Azul e bairro formal do Flamengo, delimitada pela Rua Paulo VI, demonstra um conjunto de aspectos sociais e espaciais relevantes que criam um limiar entre degradação e potencial. Há no local diversos elementos de infraestrturua urbana, como estrutura viária, acesso a transporte público e comércio. Contudo, essa infraestrutura é claramente delimitada, desconectada e em diversos pontos sofre com o esvaziamento. É possível observar também esforços e ações proativas da população local que demonstra grande esforço em promover uma apropriação do espaço público e transformar sua realidade.
DE QUEM É A RUA?
A rua, suas dimensões e usos
Fotos: Rua Paulo VI
Com dimensões de uma via coletora e tráfego de uma via local, a Rua Paulo VI apresenta uma visível contradição entre espacialidade e utilização. De um lado, calçadas muradas seguem por toda a sua extensão e obstruem a visão do acesso secundário do metrô, enquanto do outro, um piso elevado localizado acima do respirador da estação oferece poucas oportunidades de interação humana. Entre as calçadas, um grande espaço direcionado a via que passou a ter papel de estacionamento a céu aberto, ocupando as duas faixas das extremidades.
Em toda a extensão da via não há a existência de atividade comercial estruturada - exceto uma pequena quantidade de comerciantes locais - nem edifícios residenciais ou de uso misto com fachadas ativas. Em determinados pontos há terrenos e imóveis comerciais de propriedade da associação de moradores que são destinados a geração de renda pelos habitantes do local.
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03 Fonte: Embarq Brasil
Estudo de caso: Urbanismo estratégico em Medellín
Foto: Escadas rolantes de San Javier
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Medellín é uma cidade colombiana, capital da província de Antioquia com uma população de cerca de 2.5 milhões de habitantes. Marcada há tempos pela violência oriunda do reconhecido narcotráfico que assolou a cidade por anos, Medellín se tornou recentemente um exemplo mundial de transformação urbana e social. Em duas décadas a cidade deixou de ser considerada ambiente hostil e passou a figurar entre as cidades do mundo com maiores exemplos de projetos inovadores com enfoque social, o que lhe rendeu em 2016 o mais importante prêmio internacional de urbanismo e desenvolvimento, o Lee Kuan Yew World City Prize. Enquanto na década de 90 a cidade obtinha índices de homicídios de 382 a cada 100 mil habitantes, atualmente essa marca foi reduzida para 39 a cada 100 mil habitantes. A explicação para o sucesso das ações implantadas, segundo Sergio Fajardo, ex-prefeito e atual governador de Antioquia, se deve a cinco pilares políticos que norteiam as intervenções. São eles: “combate irrestrito à corrupção; transparência total nas decisões; participação da sociedade; prioridade à cultura e educação; e o melhor para os mais pobres”. Seguindo essas premissas foi possível traçar um plano estratégico baseado em três aspectos: implementação de um sistema de transporte público e de acessibilidade eficiente e qualificado, provisão de serviços públicos de qualidade para toda a população e planejamento urbano e territorial de longo prazo.
Foto: Novo Calçamento em Medellín
Fonte: Harvard GSD
As ações de mobilidade foram realizadas em conjunto com um programa urbano de acessibilidade que contempla calçamentos adequados, ciclovias interligadas e até escadas rolantes, como ocorre na comunidade de San Javier demonstrando o poder da inovação social.
Podendo ser consideradas o motor para as transformações, as intervenções de acessibilidade e mobilidade foram implantadas de maneira integrada e criativa, estimulando não apenas o transporte de pessoas mas contemplando espaços de encontro e interação. Soluções como trens elevados, ônibus expressos , teleféricos (metrocable) e micro ônibus que chegam a áreas mais remotas, além de atenderem a uma demanda geográfica, criam uma malha intermodal que liga áreas mais pobres entre si e ao restante da cidade.
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A chegada de serviços públicos às comunidades atendidas é vista como fator transformador equivalente aos demais aspectos do plano estratégico. Em um território com 60% de sua ocupação urbana composta por comunidades pobres - atualmente urbanizadas - a transformação já demonstra dados de sucesso surpreendentes. Segundo informações publicadas no portal Vitruvius, mas de 95% da cidade possui saneamento adequado e água potável, energia elétrica e rede de águas pluviais, além de sistemas de gás natural que alcançam cerca de 70% da população. Toda intervenção urbana atende a um Plano de Ordenamento Territorial (POT), elaborado e manutenido por profissionais de várias disciplinas com autonomia que alcança diversas esferas fazendo com que as decisões de líderes políticos sejam pautadas nas diretrizes de curto, médio e longo prazo definidas no plano. As tomadas de decisão acerca de projetos urbanísticos são feitas em um processo participativo, no qual a população atendida é consultada e colabora com o desenvolvimento local.
Foto: Metrocable
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Fonte: Harvard GSD
Reestruturação, estratégia e participação.
Em pesquisa de satisfação recente realizada em onze grandes cidades da Colômbia, Medellín lidera em todos os quesitos. Segundo a pesquisa, 83% da população demonstra satisfação com a educação oferecida para crianças e jovens. Cerca de 91% aponta a cidade como um bom lugar para se viver, enquanto 86% aprova o sistema de transporte público. Em relação ao espaço urbano, 58% está satisfeita com os espaços públicos e 75% aprovam o estado de ruas e calçadas. Os recentes avanços nos campos urbanísticos e sociais observados em Medellín chamam a atenção de diversos estudiosos e tem tido destaque mundialmente, principalmente no que tange a integração entre diferentes esferas e junção de esforços na execução de um plano estratégico pensado de maneira multidisciplinar e horizontal. A união de cidadãos, técnicos e líderes políticos em uma diretriz clara que vislumbra um projeto de cidade, em um curto espaço de tempo já consegue demonstrar um aumento significativo da cidadania e reduzir um dos maiores índices de segregação social do mundo. Aspectos como participação democrática, organização e transparência permitiram que a cidade renascesse da degradação para se tornar, através da redução de rupturas sociais, uma referência de desenvolvimento social.
Fonte: Orlando Garcia
O que pensam os habitantes
Foto: Biblioteca Fernando Botero
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REFERร NCIAS PROJETUAIS Os novos centros de conhecimento colombianos.
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Mi Yuma
Uramita
Zenufanรก
Plan: b arquitectos 2015
FP arquitectura 2015
FP arquitectura 2015
Fonte: Alejandro Arango
Antioquia Medellín - Colômbia 29
Fonte: Sergio Gomez
Biblioteca Parque Espanha Giancarlo Mazzanti 2008
Antioquia Medellín - Colômbia 30
Biblioteca Parque Léon de Grieff Giancarlo Mazzanti 2007
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04
Hipótese de projeto
ÁREA DE CONVER GÊNCIA Ativação do ponto comum entre comunidade e bairro formal como forma de integração social.
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02
05
03
RUA PAULO VI
04
3
6
9
15
30
Por conta de seu caráter de ligação, a Rua Paulo VI foi definida como o eixo de atuação do projeto, desempenhando um papel de conectora dos equipamentos existentes e propostos e um canal para interação entre a comunidade e o restante do bairro.
ÁREA DE ATUAÇÃO
01
01 - Estacionamento (Associação de Moradores do Morro Azul) 02 - Comércio local 03 - Piso elevado (Metrô) 04 - Metrô (Estação Flamengo) 05 - Centro cultural (Associação de Moradores)
O projeto propõe como área de atuação, o local onde ocorre a interseção entre a comunidade do Morro Azul e o bairro formal do Flamengo. Nessa área ficam localizados pontos relevantes do lugar, bem como caracteriza a relação social existente no bairro.
35
P L A N O D e A T I V A Ç Ã O S O C I A L 36
Urbanismo estratégico como motor de desenvolvimento social O Plano de Ativação Social surge como proposta de viés integrador baseada no conceito de urbanismo estratégico, no qual as ações se limitam em determinados pontos interpretando forças e lógicas que transformam o território local buscando catalisá-las. O projeto é estruturado por um conjunto de objetivo, diretrizes, premissas e estratégias que o norteiam e definem seu papel de atuação. Objetivo: Estimular a integração social através do urbanismo estratégico. Diretrizes: Integração: Viabilização e qualificação do acesso; Participação: Estímulo ao pertencimento, participação colaboração e boa convivência;
senso de comunitária,
Capacitação: Habilitação profissional, fomento ao empreendedorismo e viabilização da economia local.
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04 05
03
01
02
6 12 18
30
60
Estratégias e meios de financiamento 01 - Redesenho da Rua Paulo VI e construção de Parque linear 02 - Utilização da cobertura da estação de metrô e abertura da passagem subterrânea 03 - Realocação do estacionamento existente e construção de edifício de uso misto 04 - Realocação de comércio local e construção de biblioteca pública 05 - Ampliação do Centro Cultural e criação de Centro Comunitário 38
Governo - Prefeitura (PAC) Metrô Rio Ass. de moradores / Investidores Ass. de moradores / Governo - Prefeitura (PAC) Ass. de moradores / Governo - Prefeitura (PAC)
ESTRATÉGIAS, MEIOS DE FINANCIAMENTO E PROGRAMA DE NECESSIDADES.
A proposta de viabilização financeira do Plano de Ativação Social é baseada no envolvimento de agentes atuantes locais - empresas, entidades e pessoas - em conjunto com o Estado. Empresas como Metrô Rio, comerciantes locais e a Associação de moradores seriam os responsáveis pela construção do plano de maneira conjunta e articulada em paralelo com os órgãos do Estado competentes pelas intervenções de nível mais amplo. O modelo de financiamento prevê, além dos recursos financeiros para construção e reforma, a cessão de espaços subutilizados ou não utilizados como cobertura, passagens e terrenos.
Biblioteca pública: 2 pavimentos - 1.220m² Coworking (585m²) + Espaço de estudos (635m²)
Edifício de uso misto: Térreo + 4 pavimentos tipo (22 apartamentos) + 1 - 2.150m² Comércio (295m²) + Portaria (130m²) + Tipo (1.725m²)
Ampliação do Centro Cultural: 1 pavimento + Avanço frontal + Anexo - 825m² Centro Comunitário (650m²) + Centro Cultural (275m²)
Parque linear: Ampliação da calçada - 1.480m²
Programa de necessidades 39
Novas circulações
Novos equipamentos públicos 40
Parque Linear
O novo desenho do trecho da Rua Paulo VI atende a uma demanda de substituição do enfoque no automóvel para a figura do pedestre. Além disso, foram considerados como fatores fundamentais a qualificação e a facilitação do fluxo e acesso entre comunidade e o bairro fortalecendo os pontos de circulação existentes e criando novos. Coberturas e diferentes níveis caminháveis tem como objetivo permear o fluxo de pessoas através de toda a extensão do parque e como ferramentas de ativação são propostos equipamentos diversos em pontos espalhados por toda a área.
Proposta para a Rua Paulo VI Croqui
41
N=+24.00m
Acesso
Concha N=+14.50m
Centro Comunitário
N=+15.50m
N=+27.80m
Acesso
Área de preservação N=+18.50m
Área de replantio
Quiosques
Rampa Bibiclitário
Rua Paulo VI
Passagem inferior (metrô)
Edifícios Existentes
2
4
6
10
20
Ru N=+8.50m
Biblioteca Pública
a
Bi
bi
an
o
Pe
re
N=+12.50m
Acesso N=+24.00m
ira
da
Ro
ch
a
Edifício de Uso Misto N=+21.00m
Parque Linear N=+4.50m
Acesso Acesso Estação Motocar
Comércio N=+3.50m
N=+3.50m
Terraço Metrô N=+3.50m
Acesso Subterrâneo
Praça Sandro Moreira N=0.00m
Masterplan Plano de Ativação Social: Morro Azul
43
R U A PAULO V I
1
2
3
5
10
Trecho da via Desenho Existente 44
1
2
3
5
10
Trecho da via Desenho Proposto 45
EDIFÍCIO DE USO MISTO Estratégia de composição formal
46
Croqui Edifício de uso misto
Estratégia 01 Identificação do lote
Estratégia 02 Térro comercial
Estratégia 03 Portaria em nível acima
Estratégia 04 Bloco residencial
Estratégia 05 Circulações abertas
Estratégia 06 Sombreamento da fachada
47
EdifĂcio de uso misto Fachada da Rua Paulo VI
48
Pavimentos
Altura total
Unidades
05
24m
23
20 10 6 4 2
Bloco 1: Apartamentos de 1 quarto
Bloco 2: Apartamentos de 2 quartos
TĂŠrreo: ComĂŠrcio
49
C E N T R O COMUNITÁRIO
Croqui Fachada da Rua Paulo VI 50
Estratégia 01 Volume existente
Estratégia 02 Ampliação do volume
Estratégia 03 Criação de anexo (centro cultural)
Estratégia 04 Desenvolvimento da fachada
Estratégia de composição formal Centro Comunitário 51
Plantas Bloco 1 baixas Centro comunitário Serviços públicos
Bloco 2 Centro cultural
1.5 3 4.5
7.50
15
53
BIBLIOTECA PÚBLICA
54
A Biblioteca Pública Morro Azul foi desenvolvida baseada nos conceitos de Bibliotecas Parque construídas na Colômbia e em algumas cidades brasileiras com uma proposição de programa adequado a novas demandas. O edifício conta com espaços para leitura, apresentações, reuniões e trabalho.
Rua Bibiano Pereira da Rocha Comércio local Rua Paulo VI Metrô Flamengo 3
6
9
15
30
Corte Existente
Rua Bibiano Pereira da Rocha Estudos
Rua Paulo VI
Trabalho Metrô Flamengo 3
6
9
15
30
Corte Proposto 55
Estratégia de composição formal
Estratégia 01 Potencial construtivo
Biblioteca Pública
Estratégia 03 Circulações verticais
56
Estratégia 02 Recuos
A volumetria do edifício da Biblioteca Pública foi desenvolvida baseando-se nos conceitos da topografia operativa onde as coberturas exercem função de piso. O desenho é definido pelas curvas de nível do local e são propostos cortes para a instalação de escadas e sombreamento. A intenção é facilitar o acesso entre a Rua Paulo VI e Rua Bibiano Pereira da Rocha e proporcionar espaços públicos em diferentes níveis. A circulação em todos os níveis do edifícios tem como objetivo incentivar o senso de pertencimento através da permeabilidade de fluxo.
Estratégia 04 Sombreamento da fachada
57
Biblioteca Pública: Local e proposta
Rua Paulo VI Trecho do piso elevado, local de implantação da Biblioteca Pública. 58
Proposta para a Biblioteca Pública Croqui
59
Biblioteca Pública Elementos construtivos A junção entre laje nervurada e pilar/coluna ocorre com o preenchimento dos vãos imediados da laje formando um capitel maciço.
01
02 03 04 06
07
60
05 08
01 - Lajes nervuradas 02 - Circulação vertical 03 - Elevador PNE 04 - Paredes de drywall 05 - Pilares / coluna 06 - Divisórias 07 - Muro de arrimo 08 - Pano de vidro
Perspectiva axonométrica explodida
SISTEMA ESTRUTURAL
O edifício utiliza o sistema de laje nervurada de concreto, pilares e coluna sem vigas.
Raios de distanciamento entre pilares
Paginação da grelha em dois sentidos Grelha 50x50cm
Corte do sistema de laje e esquadria R = 4.00m
Altura da laje 40cm
61
Corte detalhado Junção entre parque.
edifício
e
Parque Li
15 3
62
45
7.75
150
inear
Coworking
Biblioteca Pública Planta baixa 1º Pavimento Área total: 585.15m²
Rua Bibiano Pereira da Rocha 06
08 08 07
05
02
04
Ed. de uso misto
03 01
09
Parque Linear 01 - Recepção: 31.35m² 02 - Café: 50.80m² 03 - Coworking: 200.95m² 64
04 - Sala de reunião: 18.05m² 05 - Sala de reunião: 20.60m² 06 - Administração: 34.05m²
07 - Copiadora: 10.35m² 08 - Sanitário: 22.50m² 09 - Área técnica: 27.60m²
1
2
3
5
10
Biblioteca Pública Planta baixa 2º Pavimento Área total: 635.45m²
Rua Bibiano Pereira da Rocha 14 08 08 12 15 Ed. de uso misto
13 10 16
11
Parque Linear 10 - Área de leitura: 31.35m² 11 - Varanda coberta: 50.30m² 12 - Instalação temporária: 50.80m²
13 - Área de estudos/acervo: 200.95m² 14 - Auditório: 72.95m² 15 - Bebedouro: 10.35m²
1
2
3
5
10
16 - Depósito: 17.45m²
65
Layout e mobiliário Perspectiva axonométrica interna
Estação de trabalho
67
Perspectiva externa
Biblioteca Pública (Rua Paulo VI)
69
Perspectiva interna
Biblioteca PĂşblica (coworking)
70
Perspectiva interna
Biblioteca Pública (área de estudos)
73
I
G
O
MORRO A Z UL
R
P.A.S
0 7 .2 0 1 8
Trabalho Final de Graduação em Arquitetura e Urbanismo Universidade Santa Úrsula