DISCIPULADO

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MANUAL DO DISCIPULADO E PRÁTICA DE CÉLULAS EM UMA IGREJA MINISTERIAL

IGREJA METODISTA – 5ª. REGIÃO ECLESIÁSTICA MANUAL ORIENTADOR PRODUZIDO PELA CÂMARA REGIONAL DE DISCIPULADO 2013

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MANUAL REGIONAL DO PROGRAMA DE DISCIPULADO E PRÁTICA DE CÉLULAS

EM UMA IGREJA

MINISTERIAL BISPO PRESIDENTE Revmo. Adonias Pereira do Lago SUPERINTENDENTES DISTRITAIS Rev. Jonas Lopes de Oliveira Rev. Nicanor Lopes Rev. Bruno de Oliveira Sahb Revda. Mary de Fátima Santos Agostinho Rev. Edinei Berteli Reolon Rev. Márcio Divino de Oliveira Rev. Tarcísio dos Santos Rev. Misael Lemos Silva Rev. Paulo Sérgio de Oliveira Amêndola Filho Rev. Kleyson Fleury Rev. Lindolfo de Oliveira Neto Rev. Wladimir Gustavo Belmudes Rossi CÂMARA REGIONAL DE DISCIPULADO Rev. Ubiratan Silva - Coordenador da Câmara Rev. Daniel Neves Stephen Revda. Márcia Célia Pereira Rev. José Ricardo Ribeiro Rev. André Luis Pires de Souza Rev. Flávio Sales Cirqueira Rev. Luciano José Martins da Silva Rev. Natanael Pereira do Lago Pr. Cleber Aparecido da Rocha Revda. Sonedil Brito da Silva Rev. Fábio Cosme Silva Rev. Ramalho Nunes Rev. Bruno Martins Herculano da Silva Organizadores Rev. Flávio Sales Cirqueira Rev. Fábio Cosme Silva Rev. Ubiratan Silva Rev. Ramalho Nunes Rev. Luciano José Martins da Silva

Revisão Rev. Luciano José Martins da Silva Diagramação Rev. Flávio Sales Cirqueira Divulgação Rev. André Luis Pires de Souza

Sede Regional da Igreja Metodista 5ª Região Eclesiástica Rua Padre Anchieta, 229 - Vila Ercília CEP 15013-010 - São José do Rio Preto -SP Pabx: (17) 3353-1198

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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO_______________________________________________________________ 07 INTRODUÇÃO ________________________________________________________________ 09 I – O DISCIPULADO NUMA IGREJA MINISTERIAL ___________________________________ 13 1. O que não é Discipulado ___________________________ Erro! Indicador não definido. 2. Ampliando a Visão sobre o Discipulado _______________ Erro! Indicador não definido. 3. Entendendo o Processo do Discipulado ______________________________________ 18 II – VALORES DE UMA IGREJA MINISTERIAL DISCIPULADORA________________________ 1. Cada Crente é um Ministro ________________________________________________ 2. Cada Casa é uma Extensão da Igreja _________________________________________ 3. Cada Igreja é um Centro de Treinamento e Discipulado _________________________ 4. Cada Igreja Local é uma Base de Envio _______________________________________

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III – DISCIPULADO E CÉLULAS E AS TRADIÇÕES BÍBLICA E WESLEYANA _______________ 29 1. Na Bíblia _________________________________________________________________ 31 1. No Movimento Metodista ___________________________________________________ 32 IV – CÉLULAS COMO ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DE DISCÍPULOS__________ 1. O que é uma Célula? _______________________________________________________ 2. O que não é uma Célula? ___________________________________________________ 3. Quais os Objetivos de uma Célula? ___________________________________________ 4. Quais os Principais Alvos de uma Célula? ______________________________________ 5. O Processo de Multiplicação da Célula ________________________________________ 6. A Reunião da Célula _______________________________________________________ 7. A Estrutura da Célula _______________________________________________________ 8. Estratégias Básicas para o Crescimento da Célula ________________________________

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V – TRILHO DE FORMAÇÃO DE DISCÍPULOS ______________________________________ 1. Célula ___________________________________________________________________ 2. Encontro com Deus ________________________________________________________ 3. A Consolidação ____________________________________________________________ 4. Curso de Treinamento de Líderes _____________________________________________ 5. Reencontro _______________________________________________________________ 6. Grupo de Discipulado (GD) _________________________________________________

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VI – REALIZANDO A IMPLANTAÇÃO DO DISCIPULADO BASEADO EM CÉLULAS _______ 1. As Células e a Dinâmica de Dons e Ministerios __________________________________ 2. Fundamentos para a Implantação do Discipulado _______________________________ 3. Antes de Começar a Implantação _____________________________________________ 4. O Processo da Implantação Passo a Passo ______________________________________

61 63 65 67 68 5. Das Células para os Ministérios Locais ____________________________________ 72

CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________________________ 73 BIBLIOGRAFIA ________________________________________________________________ 75 CITAÇÕES E NOTAS ___________________________________________________________ 77

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APRESENTAÇÃO “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.”(Mateus 28:19-20)

A Quinta Região tem apontado de forma determinante que todas as igrejas locais devem implantar o discipulado o mais brevemente possível. Para tanto, a Câmara Regional do Discipulado organizou este material a fim de instruir e fornecer ajuda aos pastores e lideranças locais para que tenham subsídios para cumprirem essa meta, possibilitando a efetivação da transição de uma igreja de programas para uma igreja ministerial discipuladora da forma mais simples e objetiva possível. A Igreja Metodista abraçou de forma decisiva o discipulado, buscando resgatar a herança wesleyana, que tinha nas classes e bands (hoje células ou grupos pequenos) espaços de crescimento ético, moral e espiritual de seus integrantes, momentos em que as pessoas se reuniam voluntariamente para crescerem segundo o padrão bíblico. Este material busca apresentar de forma simples e objetiva o que chamamos de trilho do discipulado numa igreja ministerial. Aqui encontramos o conceito de discipulado e as etapas práticas de implantação. Constitui uma ferramenta que ajudará as igrejas locais a cumprirem o “Ide e fazei discípulos”, determinado pelo Senhor Jesus. Assim, a organização deste material é apresentada em seis pontos principais: 1. Definição do que é discipulado, esclarecendo o modelo de discipulado que a Quinta Região busca implantar; 2º Passaremos os valores inerentes a uma Igreja que trabalha com a Visão de Discipulado. 3º Faremos uma breve lembrança de como foi desenvolvido o discipulado na igreja apostólica e também posteriormente no movimento metodista. 4º Apresentaremos um modelo de como se trabalhar com células. 5º Destacaremos o Trilho de formação do discipulo/a apresentando as ferramentas de formação no discipulado, e por fim, 6º Como realizar a implantação do discipulado, apontando ações práticas. Desejamos que estas orientações ajudem aos pastores e pastoras da Quinta Região no entendimento e na experiência do discipulado, possibilitando-os a construir, juntamente com a liderança local, uma igreja comprometida com os padrões do discipulado deixado por Jesus Cristo, experimentando, consequentemente, um crescimento saudável e desejável

Rev. Ubiratam Silva CÂMARA REGIONAL DE DISCIPULADO - 5ªRE

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INTRODUÇÃO Durante seu ministério, Jesus sempre reuniu multidões à sua volta. Notamos, por exemplo, textos que relatam a presença de cinco mil homens escutando-O, sem contar crianças e mulheres. Entretanto, nem todos eram tratados de forma idêntica. O pastor SILVA, apresenta um interessante conceito sobre três tipos de relacionamentos que Jesus desenvolveu com as pessoas em sua volta: com a multidão, com seguidores ocasionais e com os discípulos1. Há uma clara diferença entre os níveis de vínculos desenvolvidos por Ele em Sua vida.

Relacionamento com a multidão Apesar de uma grande multidão estar presente no ministério de Jesus, ela não ocupava um lugar prioritário. O nível de resposta e compromisso da multidão era baixo, pouco confiável e difícil de ser conhecido, o que reduzia a muito pouco o impacto e a transformação que Sua Palavra poderia produzir. As multidões buscavam apenas curas e sinais (Jo 6.2), elas eram curiosas e sempre ansiavam presenciar manifestações sobrenaturais. Por esses motivos, Jesus priorizou o desenvolvimento de vínculos mais profundos com Seus discípulos. Precisamos ser sábios para discernir aqueles que fazem parte da multidão para não incorrermos no erro de cobrar destes a atitude de discípulos. Não devemos gerar grandes expectativas sobre pessoas desse grupo. Não as conhecemos nem somos conhecidos por elas. Não sabemos como é seu coração, sua motivação e seu compromisso, por isso seria ingenuidade esperar algo delas. Jesus tinha consciência disso e sabia que aquele povo O rodeava apenas para “consumir bênçãos”. Mas, mesmo assim, por Sua infinita bondade, o Senhor não Se negava a atendê-los. Quando exigimos algo da multidão, é muito provável que ela nos abandone ou nos troque por outros. Grande parte dos que estavam com Jesus se voltou contra Ele. As opiniões da multidão oscilam e mudam de acordo com a opinião popular. Esse tipo de gente não está disposta a pagar o preço do discipulado, da submissão e da transparência que ele exige. A multidão nunca decidiu escolher a cruz e por isso Jesus não a priorizava. A intimidade com Jesus sempre foi um mistério para aquela gente, por isso seu relacionamento com Ele era determinado por um contato impessoal.

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Seguem algumas características comuns de uma multidão, desconsiderando raras exceções: • mantém relacionamentos impessoais; • são muito superficiais em seus diálogos; • não respondem às exigências e padrões da Palavra de Deus; • fogem de cobranças; • são intratáveis; • são independentes; • são materialistas; • fogem dos princípios da Cruz e não toleram o desprazer; • são egocêntricas.

Relacionamento com os seguidores ocasionais Jesus possuía alguns discípulos que O seguiam ocasionalmente, como Nicodemos (Jo 3.1-21) , e o jovem rico (Mt 19.16-22), o mais ilustrativo de todos. São exemplos de alguém que não pertencia à multidão, mas apenas admiravam Jesus. Esse grupo possui duas características principais: fidelidade e cumprimento da lei. Apesar da fidelidade demonstrada, bastava serem confrontados para desistirem . O jovem rico havia cumprido toda a lei, mas, quando Jesus lhe mostrou o caminho da cruz, ele retrocedeu. No meio da igreja, há uma classe de pessoas que escutam a Palavra de Deus, ouvem conselhos de seus líderes, mas não obedecem. Esses irmãos costumam ir atrás de pastores e líderes e são bastante assíduos nas reuniões. É interessante observar que o relacionamento dessas pessoas com Cristo é mais próximo do que o daquelas que fazem parte da multidão. Frequentemente, elas criticam a multidão por sua falta de compromisso, mas seu enfoque está apenas na assiduidade e no ativismo. Contudo, o fato de se comprometerem apenas com o trabalho na Igreja não define absolutamente nada, mas a falta do discipulado sim, pois poderá fazer delas líderes não confiáveis e imprevisíveis. Muitas vezes, esses irmãos são intrépidos, eloquentes e possuem forte tino de liderança. Assim, cheios de dons e habilidades, coléricos, mas ainda sem transformação de caráter, são logo estabelecidos como líderes. É nesse ponto que muitas igrejas sem visão de discipulado caem ou são muito prejudicadas. Se quisermos uma estrutura de Igreja mais firme e frutífera, precisamos urgentemente repensar o critério para se estabelecer líderes. Diante de tais incertezas, podemos ter muitos problemas ao estabelecermos pessoas que, depois de um tempo, roubam ovelhas, dividem o Corpo e a liderança, saem da Igreja e ainda levam outros, pois são líderes cheios de orgulho e presunção, que dão valor a a títulos, cargos, posições, reino, poder e glória. Enquanto é conveniente e lhes agrada, enquanto são vistos pela multidão como líderes, enquanto recebem algo de Deus e possuem cargos, caminham bem e em unidade. Mas, quando são

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confrontados, quando precisam abrir mão de posições ou de razões pessoais, ficam escandalizados e fogem do compromisso que haviam firmando anteriormente. Essas pessoas não enxergam as circunstâncias que Deus gera para tratar sua vida. Sem perceber, deixam-se tomar pelo sentimento de autopiedade ou justiça própria e estão sempre esperando que a liderança reconsidere suas colocações e posições. Os seguidores ocasionais apresentam algumas fragilidades em seu relacionamento com Jesus, e logo, com sua liderança, tais como: • desenvolvem relacionamentos frequentes, mas superficiais; • mantém diálogos abrangentes, mas sem profundidade; • formam vínculos por conveniência; • são inconstantes; • fogem de cobranças e confrontos; • são fieis às programações, normas e preceitos da estrutura religiosa, mas não se deixam tratar pela cruz de Cristo; • possuem uma vida cristã estéril.

Relacionamentos com os discípulos E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes;E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no. (Mateus 4.18-22)

Por meio desse e de outros textos, vemos que Jesus priorizou o relacionamento de discipulado estabelecido com seus seguidores. Aqui, a proximidade foi total. A intimidade e a liberdade de expressão andavam de mãos dadas. A renúncia e o compromisso foram totais. As motivações dos discípulos e o potencial de resposta de cada um foram intimamente conhecidas. Sobre essa base exemplar de discipulado, os desafios foram superados. Discipulado nos fala de cruz. É interessante ver que Jesus trabalhou com homens comuns que não possuíam formação religiosa e transferiu a eles todo o Seu ministério, assim como a unção, a autoridade e a experiência de vida. Em Seu ministério, o Senhor Se concentrou em cuidar pessoalmente desses homens para que, uma vez edificados e preparados para a obra, continuassem a estabelecer a Igreja. Não podemos perder tempo com aqueles que não querem andar no padrão do discipulado colocado por Jesus. É natural que alguns não queiram esse compromisso, mas nós, como discipuladores, não podemos dar a primazia para esse grupo de pessoas. Devemos voltar mais os nossos olhos para aqueles que, de fato, estão compromissados com o discipulado.

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Os verdadeiros/as discípulos/as podem ser facilmente identificados por meio de características que lhes são peculiares: • desenvolvem intimidade com a pessoa que está ajudando a se tornar um discípulo de Jesus, ou seja, seu discipulador; • respondem corretamente à Palavra de Deus; • são submissos; • apresentam um crescimento constante e desobstruído; • são tratáveis; • são transparentes; • são ensináveis; • são frutíferos.

O padrão de relacionamentos que desejamos atingir são os vínculos que seguem o princípio de discipulado de Jesus. Por meio destes, poderemos como Igreja cumprir com maior eficiência o propósito de Deus em salvar o mundos sendo agentes de salvação, comprometidos com a santidade e com o serviço a Deus.

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I PARTE

O DISCIPULADO EM UMA IGREJA MINISTERIAL: Fundamentos e Conceitos

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O DISCIPULADO EM UMA IGREJA MINISTERIAL: Fundamentos e Conceitos

1. O QUE NÃO É DISCIPULADO Antes de estabelecer uma definição de discipulado, é necessário entendermos os conceitos equivocados que existem acerca dele. Há idéias enganosas que devem ser rejeitadas por aqueles que desejam realizar um discipulado eficaz nos moldes bíblicos. Vejamos primeiramente o que não é discipulado:

1.1. Discipulado não é sala de aula Essa forma de instrução traz alguns resultados positivos, mas torna-se impessoal e gera poucos frutos. A deficiência que vemos hoje na formação de discípulos na igreja se dá justamente porque ficamos presos apenas a essa forma de ensino. Jesus ordenou à igreja que fizesse discípulos/as e ensinasse-lhes a guardar os mandamentos de Deus. Ele não disse: “ensine-os a entender”. O ensino de púlpito ou de sala de aula não supre completamente essa ordem. O que levou aqueles homens a serem semelhantes a Cristo foi o vínculo sólido e profundo com o Mestre. O método praticado por Jesus é o de “ensinar a guardar”. Esse ensino só pode ser atingido com um profundo grau de identificação entre as partes envolvidas. O/a discípulo/a enxerga a realidade de vida do/a discipuladora/ e anseia alcançá-la. Jesus não tinha uma sala de aula. Ele desenvolvia relacionamentos. O discipulado eficaz é praticado diariamente e não em uma sala de aula. Não é caracterizado por horas/aula, e sim pelo relacionamento entre o/a discípulo/a e o/a discipulador/a que, pautados pela/as Palavra de Deus, vão diariamente experimentando níveis de transformação genuína em seu caráter, alcançando o alvo do “Cristo em vós” (Cl 1.27).

1.2. Discipulado não é aconselhamento esporádico O aconselhamento esporádico ocorre quando um irmão/ãs possui alguma necessidade ou problema e então procura alguém mais experiente, um/a pastor/a ou um/a líder, a fim de receber

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conselho e direção. Esse tipo de relacionamento não pode ser considerado discipulado, pois é ocasional e temporário.

1.3. Discipulado não é estudo bíblico Em um relacionamento de discipulado, cada parte tem o seu papel. O papel do/a discipuladora/ é ensinar, instruir, equipar e adestrar. É tornar o/a discípulo/a íntimo/a conhecedor/a das armas espirituais, transformando-o/a em um perigo para o reino das trevas antes de enviá-lo/a para a seara. Precisamos entender que não são os programas que irão instruir nossos/as discípulos/as. A Palavra de Deus diz que o Espírito Santo é o responsável pelo crescimento e pela transformação de um crente. Podemos notar essa verdade quando Paulo escreve à igreja de Filipos “Aquele que em vós começou a boa obra há de aperfeiçoá-la” (Fp 1.6). Quando oramos e pedimos a Deus que nos transforme, Ele responde levando-nos a entender em que devemos mudar. Após isso, o próprio Deus gerará circunstâncias para nos mudar, pois Ele também é prático. É, sobretudo, nesse contexto que devemos responder positivamente a Ele. Assim, um vínculo de discipulado não exige um programa rígido ou um currículo previamente estabelecido a ser cumprido. Requer duas pessoas profundamente abertas e dispostas a relacionar-se e a aguardar as circunstâncias geradas pelo Espírito de Deus para moldar seu caráter, de forma a torná-lo semelhante ao caráter do Filho de Deus. Um discipulado feito apenas de estudos bíblicos gera uma formação teórica e teológica geralmente desprovida de vivência espiritual. Esse método não produz o necessário para que haja transformação genuína.

2. AMPLIANDO A VISÃO SOBRE O DISCIPULADO2 2.1. O que é discipulado? O discipulado é definido pela Igreja Metodista como um estilo de vida, um método de pastoreio e uma estratégia para a realização da missão na igreja. Queremos desenvolver este conceito de maneira mais prática para facilitar seu entendimento e aplicação.

O discipulado é uma relação pessoal e comprometida onde um discípulo mais maduro ajuda outros discípulos de Jesus Cristo a aproximarem-se mais Dele e assim frutificarem” 3

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Todos aqueles que desejam fazer discípulos precisam estar dispostos a investir a sua vida na formação de outros, pois o discipulado só acontece através de relacionamentos pessoais e comprometidos, o que implica tempo junto para poder discipular. O discipulado por meio dos relacionamentos visa a uma transferência de vida, ao crescimento cristão, à prática do que tem sido ensinado e ao desenvolvimento da pessoa que tem o desejo de cumprir a vontade de Deus como verdadeiro discípulo/a de Jesus. O discipulado é uma estratégia deixada por Jesus para o desenvolvimento de líderes. Foi num processo de discipulado que Jesus recrutou, escolheu e formou os apóstolos que se tornariam os líderes da igreja primitiva.

2.2. O padrão de avaliação no discipulado (frutos) No discipulado, o crescimento é avaliado pelos frutos (como afirma a Bíblia, essa seria a forma pela qual a árvore devia ser conhecida - Mateus 7.20). Espera-se que o discípulo manifeste frutos dignos de arrependimento (mudança de atitude, caráter transformado, mudança de valores que se revelam no estilo de vida, forma de conduta e escolhas, atitude prática de amor ao próximo, etc.) e também gere outros discípulos de Jesus (2 Timóteo 2.1-2 e Mateus 28.19), capacitando-os a fazerem o mesmo com outros. Isso só é possível se investirmos tempo para percebermos áreas em que o discípulo precisa de ajuda para crescer e e se servirmos como um modelo e apoio que o ajude na mudança. Na maior parte das vezes, desde a infância, aprendemos assim, por meio de modelos referenciais.

2.3. O/a discípulo/a e o/a discipulador/a Discípulo é um seguidor integral do mestre, por isso precisamos entender que o/as discípulo/as são de Jesus, não são nossos, pois apenas Ele é o mestre.Quando o/a discipulador/a se refere a alguém como seu/sua discípulo/a, na verdade ele só está querendo identificar quem ele/a tem a responsabilidade de ajudar a crescer e a se aproximar de Jesus para se tornar frutífero. O/a discipulador/a é na verdade é uma/ facilitador/a, orientador/a, um/a guia que deve servir de modelo e apoio para levar o/a discípulo/a ao mestre, que é Jesus; por outro lado, ao mesmo tempo que ajuda o/a discípulo/a a crescer e a se aproximar de Jesus, ele também cresce, pois ele dá e recebe.

2.4. Os objetivos no discipulado O discipulado pressupõe resultados.O discipulado que não tem alvos claros, não tem um objetivo claro, não prevê resultados, na verdade não é discipulado, torna-se somente um relacionamento de companheirismo e amizade. Por prever crescimento e resultados, o discipulado também pressupõe a prestação de contas por parte do/a discípulo/a ao discipulador/a, além do retorno do discipulador/a ao discípulo/a sobre o crescimento do mesmo (áreas que ele deve dedicar maior atenção, áreas que tem crescido, cuidados que deve tomar para não perder o que já conquistou, em que aplicar seu tempo para que o progresso cristão seja manifesto, etc).

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2.5. Cuidados no discipulado Os relacionamentos no discipulado devem acontecer naturalmente, e não de uma maneira forçada. Para isso, o/a discipulador/a deve ganhar o coração do/a discípulo/a. O discipulador não deve forçar a prestação de contas, até impedindo o/a discípulo/a de conversar ou compartilhar com outro/as. Isso é um erro que líderes despreparado/as ou inseguro/as podem cometer. Outro erro que deve ser evitado no discipulado é a interferência do/a discipulador/a na vida pessoal do/as que estão sendo discipulados/as. Isso só pode acontecer quando o/a discipulador/a é solicitado/a a tal intervenção ou quando as decisões pessoais e particulares afetarem o testemunho e o crescimento cristão. Se não acontece nenhuma das coisas citadas, o/a discípulo/a tem a liberdade para compartilhar ou não suas questões pessoais e particulares. O/a discipuladora/ não deve interferir para impor seu gosto e escolhas pessoais àqueles/as que discipula. Para quem pretende se envolver com discipulado, é preciso tomar cuidado para que seu zelo e amor pelas pessoas com as quais desenvolverá relacionamentos não se transformem em sentimentos de posse ou ciúmes.

3. ENTENDENDO O PROCESSO DO DISCIPULADO O discipulado que propomos para uma igreja ministerial procura desenvolver suas ações com três objetivos, conforme descrito no Plano Nacional Missionário, em uma de suas ênfases:

“Promover o discipulado na perspectiva da Salvação, Santidade e Serviço”. Isto significa que a Salvação é graça de Deus para a humanidade, é a base da fé cristã. O metodismo tem um papel histórico nessa perspectiva, ao reafirmar que a graça de Deus revelada em Jesus Cristo é o início do caminho da salvação. Assim, é necessário a promoção do discipulado na perspectiva da Santidade, pois, para a doutrina metodista, para alcançar a salvação, todas as pessoas devem caminhar em direção à perfeição cristã, como afirmou o movimento wesleyano. A santificação não é um caminho opcional para o metodista; é compromisso cristão que se inicia com a aceitação da graça salvadora em Cristo Jesus. Por fim, o serviço culmina com a vida prática cristã. Um discipulado que valoriza a perspectiva do serviço sabe que a graça salvadora e santificadora nos conduz para uma vida de serviço, como foi revelado no ministério de Jesus, conforme afirma o Evangelho de João 13, 1-10, que relata a cena do lava-pés. Para alcançar esses objetivos, realizamos quatro ações básicas: ganhar, consolidar, discipular e enviar, que, na verdade, foi o que Jesus desenvolveu com seus discípulos, recrutando, selecionando,

treinando-os e enviando-os.

3.1. Ganhar Ganhar é oferecer a graça Salvadora de Jesus Cristo. É o primeiro passo em direção ao discipulado. Corresponde ao movimento que Jesus realizou convidando alguns a segui-Lo ou motivando outros a segui-Lo por meio do ensino, da pregação e de sinais (curas e libertação). O

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ganhar é o movimento de arrebanhar pessoas com a finalidade de perceber aquelas que querem se tornar discípulas de Jesus. Pode-se ganhar de várias formas, mas no discipulado espera-se que o testemunho do pretendente a líder (discipulador) possa impactar de tal forma a vida das pessoas que convivem com ele que, consequentemente, elas se sintam estimuladas a conhecer e a seguir a Jesus. No discipulado, o elemento chave para se ganhar pessoas para Cristo é o testemunho pessoal. Para que o testemunho possa impactar outros, é preciso estabelecer vias de contato com pessoas não convertidas, visando ao evangelismo. A isso chamamos contatos evangelísticos. Aproveitam-se as oportunidades cotidianas de convivência com pessoas não convertidas para serem transformadas em contatos evangelísticos, como Jesus fez. Devemos ter o cuidado de não nos tornarmos

‘chatos’, querendo doutrinar ou pregar aos outros. Temos que ter em mente que o

testemunho é o que fala alto. Após estabelecermos esses contatos, convidamos as pessoas a participarem de uma célula. Antes disso, porém, deve-se investir um tempo em oração por elas. É fundamental orar para que haja uma ação prévia do Espírito Santo na vida dessas pessoas, preparando-as para aceitarem a Palavra. Esse tempo de oração pelas pessoas é decisivo para a sua conversão. É algo óbvio, mas muitos não fazem ou fazem sem grande convicção sobre isso, como hábito, por isso reiteramos aqui essa orientação.

3.2. Consolidar Consolidar é trabalhar o caminho da perfeição cristã, isto é, a perspectiva do caminho da santificação. Corresponde ao cuidado que devemos ter com a pessoa que demonstra interesse por Cristo; é o acompanhamento que se dá ao novo convertido até que ele esteja firmado em Cristo. Consolidar é firmar o fruto para que ele cresça com qualidade. Antigamente, pensava-se que a responsabilidade com a pessoa encerrava-se na pregação do evangelho; chamávamos a isso de semear e entendíamos que a responsabilidade era só de lançar a semente a terra. A consolidação trouxe o entendimento de que também é nossa responsabilidade avaliar se a terra tem a condição certa para que a semente cresça e frutifique, se a semeadura foi bem feita ou se a semente caiu de qualquer jeito sem possibilidade de vingar. Dessa forma, entendemos que nossa responsabilidade não é só lançar a semente, mas também acompanhar o seu desenvolvimento até que ela vingue. Sabemos que lutamos para levar as pessoas das trevas à maravilhosa luz do Senhor, e que, nesse processo, o príncipe das trevas usará todos os recursos de que dispõe para não permitir que as pessoas sejam libertas de suas garras, por isso, após decidirem entregar a vida a Jesus, mais do que nunca elas precisarão de apoio e cuidado para poderem resistir e ficar firmes frente às astutas ciladas do inimigo. A consolidação inicia-se na decisão da pessoa por Cristo e vai até o momento em que ela esteja firme. A consolidação bem feita é que determina que o fruto vingue e cresça com qualidade.

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O desenvolvimento das crianças nos ensina que a negligência no cuidado durante a primeira infância pode gerar consequências e sequelas que acompanharão a criança durante toda a sua vida, portanto os despenseiros de Cristo que pretendem ser achados fiéis têm que ser diligentes e zelosos na consolidação.

3.3. Discipular (Ensino e Treinamento) Já vimos o discipulado como conceito. Agora, passaremos a vê-lo como ação e serviço. Discipular é o caminho prático, isto é, o serviço que em amor nós prestamos aos salvos em Cristo Jesus. Discipular é compartilhamento de vida: é investir sua vida em outros para que eles cresçam em Cristo. Como diz Paulo a Timóteo (IITm 2.2), é transmitir o que Deus tem nos dado a outros para que também eles possam transmitir a outros. Discipular é formar líderes com o caráter de Cristo. Discipular exige dedicação do tempo, talentos, dons e recursos que Deus tem nos dado para o desenvolvimento de pessoas, por isso não é possível de ser realizado com um grande número de pessoas. Discipulado é comparável a educação de filhos. O ideal é ter tantos discípulos quantos você possa cuidar e formar com qualidade. A estrutura que auxilia nisso é o grupo de discipulado (falaremos dele mais a frente no tópico

“Trilho de formação de discípulos”)

Esses discípulos passarão a fazer parte da vida pessoal do/a discipuladora. Serão as pessoas que nos convidaremos a que venham e vejam onde nós pousamos, como Jesus convidou aos dois discípulos de João Batista (João 1.37-39). A idéia é que sejam futuros líderes, por isso precisamos cuidar para não escolher o grupo de discípulos errado. Existe uma idéia de que devemos trabalhar “com quem quer”, mas a verdade é que nem sempre quem demonstra o desejo de ser discipulado está disposto a pagar o preço necessário para crescer, por isso precisamos escolher entre os que foram chamados (os que foram ganhos) os que iremos discipular. Para isso, deve-se fazer uma seleção. No discipulado, como na vida, o ensino acontece por meio de padrões referenciais. Então, para que aqueles que discipulamos possam crescer em Cristo, temos que nos tornar padrões que eles possam imitar. Devemos poder falar como Paulo: “Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo (ICo 11.1)”. Eles irão aprender pelo exemplo, e não apenas pela conversa. Esse é o maior desafio que aqueles que pretendem discipular terão de enfrentar: o de santificar-se para que o/as discípulo/as que têm sob sua responsabilidade também sejam santificado/as na verdade. Antes de ensinar e mandar o/as discípulo/as fazerem, precisamos fazer, para que ele/as vejam como se faz. O processo de ensino e formação no discipulado acontece de maneira vivencial, de acordo com as seguintes etapas:

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1o - Eu faço, eles vêem, eu explico o que fiz. 2o - Nós fazemos juntos, enquanto explico o que fazemos e tiro as dúvidas. 3o - Eles fazem, eu vejo, os afirmo, motivo e corrijo, se necessário, enfatizando o que é importante no que fizeram. 4o - Eles fazem, eu os acompanho, nós avaliamos juntos o que foi feito e corrigimos o que for necessário. 5o) Eles são enviados a fazer sozinhos.

Pode ser que uma etapa precise ser praticada várias vezes até se passar para outra.

3.4. Enviar Enviar é a resposta de que quem acolheu a graça salvadora, santificadora e serve a Deus e ao próximo com alegria. Quando somos enviados em missão, damos resposta clara que o discipulado em nossa igreja ministerial não se fecha em si mesmo, pelo contrário, sai em serviço de Deus ao encontro de outras pessoas que necessitam de salvação, santificação e serviço. Temos que tomar o cuidado para não adiar demais o envio e perder o melhor momento de frutificação das pessoas. Como Paulo disse a Timóteo, procuramos pessoas fiéis e idôneas (II Timóteo 2:2), ou seja, o que importa é o caráter. Quando Jesus selecionou os apóstolos para estarem com Ele, eles tinham cerca de um ano e dois meses de caminhada com Ele; Jesus começou a enviá-los para pregar pouco depois disso, o que significa eles ainda não entendiam muita coisa, não compreendiam direito nem as palavras de Jesus, mas já estavam pregando, curando, libertando e batizando. É verdade que falhavam, às vezes, mas estavam prosseguindo, crescendo e aprendendo. Muitas vezes, nos preocupamos com o quanto as pessoas sabem, ou se são eloquentes e carismáticas para enviá-las a liderar. Consideramos o conhecimento e a habilidade as características chaves para avaliar se a pessoa está preparada para liderar. Isso é um erro, pois o que Deus valoriza é o caráter. Ele seleciona e envia pelo caráter (Êx 18.21; At 6.3).Quando enviamos as pessoas, elas não estarão perfeitas, precisarão continuar a crescer, mas, se o caráter tem sido tratado e elas têm correspondido, já estão prontas para serem enviadas. O melhor momento para as pessoas serem enviadas a testemunhar é quando a experiência com Cristo que as marcou está viva e fresca em suas mentes e corações, quando estão apaixonadas por Jesus, pois a sua paixão toca as pessoas e as estimula a procurar conhecer, nem que seja por curiosidade. O que mais toca as pessoas é a nossa paixão, e não o nosso intelecto, por isso Jesus não envia os sábios a apascentar suas ovelhas, mas aqueles que O amam, mesmo que seja com um amor imperfeito, como o de Pedro.

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Logo que decidem por Cristo, as pessoas já são estimuladas (enviadas) a testemunhar. É o melhor momento para isso, pois a maioria dos relacionamentos dessas pessoas é com não convertidos - após cerca de um ano de igreja, essa realidade se inverterá, reduzindo muito as oportunidades para testemunharem. As pessoas fazem discípulos indo, ou seja, testemunhando nos seus círculos de relacionamento normais: escola, local de serviço, amigos, bairro, família, parentes. Elas não são enviadas para testemunharem só em eventos programados de evangelismo, mas são estimuladas a serem testemunhas e fazerem discípulos na vida, por onde vão e onde se relacionam, sua convivência é basicamente com não convertidos, por isso é o momento mais frutífero. Esse contato com não crentes deve ser estimulado na vida daqueles que querem fazer discípulos. Antigamente, as pessoas eram estimuladas a deixarem o mundo, ao invés de serem ensinadas a se livrarem do mal, uma orientação contrária à intercessão de Jesus (João 17). No discipulado, as pessoas são estimuladas a irem à seara (o mundo) e a serem sal e luz, testemunhas vivas do que Deus pode fazer e faz na vida de quem quer. Muitos podem pensar que não são evangelistas para isso, mas estamos incentivando as pessoas a serem o que Jesus disse que seriam quando recebessem o Espírito Santo: testemunhas. Evangelista é um ministério específico para o qual nem todos são chamados, mas todos são enviados para serem testemunhas. Tudo o que é preciso para isso é ter uma experiência real e verdadeira com Cristo e a disposição de contar sua história a outros. Nós não iremos pregar, iremos contar a outros/as aquilo que Deus tem feito em nossas vidas e deixar que o Espírito Santo nos use para tocar vidas. Isso é testemunhar. De um ano a um ano e meio depois de terem decidido por Cristo, as pessoas são enviadas a liderar uma célula (grupo pequeno). Pode-se demorar um pouco mais, mas o que é decisivo para isso é o caráter, e não a habilidade ou o conhecimento. Veremos mais a frente, quando tratarmos da seleção, quais as características de caráter que devemos avaliar para enviar as pessoas a liderarem as células (grupos pequenos). Segue uma ilustração das fases de desenvolvimento do discipulado.

Figura 1: Escada do Crescimento

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II PARTE

VALORES DE UMA IGREJA MINISTERIAL DISCIPULADORA

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VALORES DE UMA IGREJA MINISTERIAL DISCIPULADORA

Uma igreja ministerial discipuladora não é caracterizada apenas pelas reuniões menores nos lares; ela segue valores espirituais que definem a forma como enxergamos e vivemos a Igreja. Apresentaremos os quatro valores fundamentais de uma igreja que realiza o discipulado baseado em células, numa perspectiva metodista.

1. CADA CRENTE É UM MINISTRO Esse é o primeiro valor inegociável. O sacerdócio universal dos crentes foi restaurado desde a Reforma Protestante e confirmado no metodismo primitivo, mas, ainda hoje, o vírus do clericalismo tem mantido pessoas anestesiadas e improdutivas dentro do corpo de Cristo. João Wesley, em seus grupos pequenos, capacitou líderes leigos, que exerceram o discipulado visitando, acompanhando, aconselhando, repreendendo e orientando, sendo cristãos frutíferos no Reino de Deus.

1.1.Não edificamos membros, mas discípulos/as Não queremos apenas ter uma multidão de convertidos/as, mas almejamos transformá-los/as em discípulos/as comprometido/as. Somente um discípulo/a realmente pode ser um/a ministro/a. Um discípulo é demonstrado por sua disposição de liderar um célula ou discipular pessoas.

1.2. Cada crente é um produtor e não um mero consumidor ou cliente. Por que há tantos consumidores nas igrejas hoje? Primeiramente, porque em muitas delas não há nenhum senso de Corpo de Cristo, no qual os membros possam estar envolvidos de maneira funcional. Segundo, porque muitos, por decisão pessoal, escolhem sentar-se nos bancos de nossos templos, dispostos a não se envolverem. Quando um crente compreende que ele deve produzir e frutificar e não simplesmente consumir, há uma verdadeira revolução em sua postura na igreja local. Ele não se preocupa mais em saber o que aquela igreja pode lhe oferecer; antes, preocupa-se em saber como ele pode ser útil ali.

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Ele não responsabiliza mais o pastor ou algum líder pelo seu crescimento espiritual, porque sabe que pode e deve ter intimidade com Deus, sem intermediário algum. Ele tem disposição para dar apoio e socorro aos novos convertidos em suas guerras. Se tiver que mudar para outra cidade, ele sabe que a igreja vai junto com ele. Ele sabe que, mesmo distante do prédio onde a igreja se reúne, a igreja acontece onde ele está.

2. CADA CASA É UMA EXTENSÃO DA IGREJA A igreja do primeiro século era totalmente diferente, não tinha prédios para realização de suas celebrações e usava apenas as casas dos cristãos. É assim que a igreja primitiva estava vitalmente ligada ao que era considerado o centro da vida: o lar. Trazer a igreja de volta às casas é um passo importante para entender a verdade do que Jesus deve ser permanentemente: o centro da nossa vida. Jesus se importa com cada aspecto de nossa vida e nós não podemos nos esconder Dele. Ele é o Senhor de nossa vida o tempo todo, e não por apenas algumas horas aos domingos.

2.1. Nossa casa é uma extensão da Igreja. Há pessoas que restringem a sua vida cristã aos contornos do prédio da Igreja. Quando saem dali, vivem outra vida, com outras regras. Esta é uma visão maligna. A vida da Igreja não é algo que acontece aos domingos nos templos. Em uma Igreja de discípulos, ser cristão é um estilo de vida, que praticamos em nosso dia a dia, o que inclui a nossa casa ou qualquer outro lugar onde estejamos. A Igreja não pode se restringir a seus prédios, pois, onde estivermos, a Igreja pode estar acontecendo.

2.2. Não esperamos que pessoas venham ao prédio, mas vamos onde as pessoas estão. O mover de Deus diz: "Ide", mas nossos prédios nos dizem: "Fiquem". O mover de Deus diz para "buscarmos os perdidos", mas os prédios nos dizem: "Deixemos que eles venham até nós". Membros de igreja não podem alcançar muito para Deus; discípulos, porém, vão e podem conquistar nações. Se somos ministros, onde estivermos a Igreja irá junto. Se somos ministros, não vamos à Igreja, somos a Igreja. João Wesley não esperava que as pessoas fossem aos templos; ele ia onde as pessoas estavam, pregava ao ar livre, de cidade em cidade e, depois, formava as células/pequenos grupos para confirmar as conversões.

3. CADA IGREJA UM CENTRO DE TREINAMENTO E DISCIPULADO

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"As igrejas não fazem a colheita porque têm células. Elas fazem a colheita porque têm trabalhadores para a colheita. Igrejas que não têm nenhum plano para formar líderes planejam, por omissão, perder a colheita." Comiskey

3.1. O coração da visão é a formação de liderança. O fator determinante para o máximo impacto de uma igreja não é seu ministério pastoral ou um determinado modelo ministerial, mas o desenvolvimento de liderança. Isso foi demonstrado e comprovado por Jesus, pelos apóstolos, por Paulo, por Wesley e é válido até os dias de hoje.

3.2. Precisamos fazer discípulos/as para cumprir a Grande Comissão. A última ordem de Jesus aos seus discípulos foi a de fazer discípulos de todas as nações. A essência da visão do discipulado baseado em células é fazer discípulos que fazem discípulos. As células são geradoras de líderes, que é o melhor lugar para preparar discipuladores. A multiplicação está no centro do ministério das células porque novas células provêm o ambiente para fazer novos discípulos. O trabalho de célula é um ciclo que se auto alimenta. Cada discípulo/a torna-se um líder de célula. Cada célula que é aberta significa mais pessoas alcançadas com o evangelho. Com mais pessoas alcançadas, há maior possibilidade de conversões. Com mais discípulos, há mais células. E, assim, o ciclo continua alimentando-se automaticamente e por tempo indefinido.

4. CADA IGREJA LOCAL É UMA BASE DE ENVIO 4.1. Evangelização como estilo de vida Numa igreja com células que alcançou a maturidade, com frequência a história de uma pessoa que se converte é esta: a pessoa é convidada a participar de uma célula; a mensagem do evangelho é apresentada a ela e se torna cristã, em duas ou três semanas. Uma vez que ele ou ela fez sua profissão de fé, participa do trilho de treinamento de liderança, uma vez por semana. Enquanto isso, continua a se reunir na célula e no culto de celebração. A pessoa é cercada pela atmosfera de evangelismo que ali existe, pois participa com outros que já compartilham sua fé como parte de sua vida cristã. Para essa pessoa, apresentar o evangelho a outros se torna algo muito natural. Ela logo falará a seus familiares, amigos e vizinhos a respeito de Jesus. Ela ganhará experiência em evangelizar. Aprenderá fazendo, mesmo que não tenha recebido muito treinamento na área teológica. Por quê? Por que o evangelismo tem sido o ambiente em que ela nasceu de novo e começou a crescer na fé. É o que ela viu outros cristãos fazerem.

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Em outras palavras, o evangelismo se torna um estilo de vida, e não é visto como uma atividade à qual ela devote algum tempo casualmente; ele faz parte de sua vida diária. É isso que deve ocorrer no ambiente de uma Igreja com a dinâmica das células.

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III PARTE

DISCIPULADO E CÉLULAS E AS TRADIÇÕES BÍBLICA E WESLEYANA

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DISCIPULADO E CÉLULAS E AS TRADIÇÕES BÍBLICA E WESLEYANA

1. NA BÍBLIA Desde o Antigo Testamento, a Bíblia nos fornece informações concretas sobre o discipulado. A proposta de Jetro (Êxodo 18.13-27) para o seu genro Moisés é muito interessante e nos ensina várias lições. Jetro dá sua contribuição para a missão de Deus se envolvendo efetivamente, ensinando, instruindo Moisés. Claramente, a grande lição que podemos absorver, entre muitas, é o fato de que nós não podemos ficar alheios, à margem do desafio do Senhor, na perspectiva de expectadores: Nosso Deus chama a todos para participar da construção de seu Reino sobre a face da terra.Mesmo Moisés tendo experimentado um grande mover de Deus durante toda a ação da saída do Egito, ainda assim manifestou humildade ao receber e praticar o conselho dado por seu sogro. Com isso, podemos afirmar que o crescimento quantitativo e qualitativo de nosso povo passa efetivamente pela organização em grupos de liderança e formação líderes no padrão de Deus, e não dos homens. (Êxodo 18.21) O discipulado é um chamado para caminhar junto e servir (2 Reis 2.1-18, 3.11). A missão não é realizada de forma individualista, ou seja, um líder isoladamente não pode “carregar” a obra de Deus, pois esta atitude não condiz com o padrão bíblico. Eliseu é um outro exemplo de um autêntico discípulo de Elias. Ele segue, caminha e serve aquele que o ensinou o amor de Deus. O Senhor Jesus formou um grupo de discipulado, conforme nos relatam os evangelhos. Mas o incontestável embasamento do discipulado na Bíblia está na Grande Comissão. Jesus, antes de ir para junto do Pai, deixou uma ordem bem para clara para os seus discípulos: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até á consumação do século. (Mateus 28.18-20)

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O que se faz com a ordem de Jesus? Enquanto obedecemos, acatamos, pois nós, cristãos, sem titubear, cremos que a ordem do nosso mestre é importante, não é uma sugestão nem algo opcional. No Novo Testamento, são relatados vários exemplos de casas em que aconteciam os encontros de cristãos: de casa em casa (Atos 2.46); na casa da mãe de Marcos, em Jerusalém (Atos 12.12); na casa de Áquila e Priscila (Romanos 16.3-5, Atos 18.3); na casa de Lídia, em Filipos (Atos 16.40); na casa de Jasom, em Tessalônica (Atos 17.5); na casa de Tício, o Justo (Atos 18.7); na casa de Filipe, em Cesaréia (Atos 21.8); na casa de Estéfanes (1 Cor 1.16, 16.15); na Casa de Ninfa (Col 4.15), etc. Como podemos perceber, o discipulado é fundamento no texto bíblico. É ordem de Jesus, como explicitado no trecho a seguir: “Vivemos numa sociedade pós-moderna, onde o sentido humano tem sido focalizado demasiadamente nas realizações e não nos relacionamentos (no ter, no consumismo, na fama, nas obras faraônicas, nos aplausos e no dinheiro). O cristianismo é uma proposta divina de comunhão, de alegria, de vida, de cura, de fé e de relacionamentos. Você decide o que fazer com a ordem de Jesus que está na Bíblia”.4

2. NO MOVIMENTO METODISTA Ao iniciar uma análise histórica sobre o discipulado no Metodismo, vamos perceber que, atualmente, existe uma grande distância entre o movimento de Wesley e a Igreja organizada tanto na América do Norte e na Inglaterra como na América do Sul. De acordo com Philip Wingeier-Rayo, professor de Missões na Universidade Pfeiffer e missionário da Junta de Missões Globais da Igreja Metodista Unida nos Estados Unidos,a causa deste lapso se deve ao distanciamento inicial da clareza da missão metodista e do mundo para o qual fora enviado. Ele afirma que o distanciamento da população marginalizada e o crescente clericalismo e a concentração de poder na figura do/a pastor/a contribuíram decisivamente para a perda desta metodologia que, hoje, tem sido amplamente utilizada por outros movimentos, enquanto os metodistas, apesar de suas raízes wesleyanas, deixaram a vivência do trabalho em grupos pequenos5. O Prof. Duncan Alexander Reily, nesta mesma direção, afirma que a herança missionária eclesiológica do movimento metodista em Wesley se deve à interdependência de quatro elementos: “a missão, o lugar para onde a missão se desenvolve, os instrumentos e métodos usados para tanto, e o/as agentes da missão”6. Reily defende a tese do fortalecimento do movimento metodista após a experiência de Aldersgate (24 de maio de 1738), consolidada a partir da Primeira Conferência realizada entre os dias 25 a 30 de junho de 1744, na Fundação em Londres, para tratar das questões da doutrina e ministério. Wesley tinha em mente o fato de que o metodismo surgira não apenas com um simples e arbitrário empreendimento humano, e, nesta Conferência, ao lado de outros nove participantes, discutiram de maneira muito intensa o movimento e a obra confiada a estes pelo próprio Deus:

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“E como foi que estes dez homens definiram a missão? Antes de mais nada, convém mencionar que essa primeira Conferência fornecia um modelo para as que se seguiram. A ata da Conferência foi redigida em forma de perguntas e respostas. A redação da pergunta é reveladora de uma profunda pressuposição: ‘O que podemos crer, racionalmente, tem sido o propósito de Deus em levantar o povo chamado Metodista?’ Essa pergunta carrega nos eu bojo uma profunda convicção de que o metodismo não surgira por acaso. Deus, na sua providencia e para os propósitos, o havia levantado. E quais seriam esses propósitos? Responderam: ‘Para reformar a nação e, particularmente, a igreja, e espalhar a santidade bíblica sobre a terra’. Dez homens, pobres e sem o apoio de qualquer força política ou militar, dão essa resposta audaciosa. O mesmo Deus que os havia levantado realizaria a obra!”7.

Motivado por George Whitefield, em 02 de abril de 1739 Wesley pregou pela primeira vez ao ar livre, na região Kingswood, dando início a uma revolução espiritual que transformou a sociedade britânica durante as décadas seguintes: “Whiefield tinha iniciado e popularizado o evangelismo de massa para o povo sem igreja, mas Wesley organizou o movimento e pôs sob administração sistemática. Whitefield esperava que o povo “ávido” se firmasse por iniciativa própria, mas Wesley não deixou nada ao acaso. Ele se empenhou e se certificou de que os que estavam levando a sério essa vida nova fossem canalizados para pequenos grupos, para crescimento no discipulado. Esses pequenos encontros eram chamados de “classes”, e formaram a base da reforma metodista durante o século seguinte. A “reunião de classe” acabou se tornando o meio principal de levar milhões dentre as pessoas mais desalentadas da Inglaterra à disciplina libertadora da fé cristã” 8.

John Wesley adotou a prática de organizar as sociedades metodistas da mesma forma que a Igreja da Inglaterra havia desenvolvido a partir da experiência pietista alemã de grupos pequenos. Os contatos de Wesley com os morávios, durante seu tempo como missionário na América e, mais tarde, na Inglaterra, por meio de sua forte amizade com o líder morávio Peter Böhler, além de sua visita à comunidade Moravia de Herrnhurt, serviram de inspiração para a adoção desse modelo de grupos no movimento metodista. John Wesley e Peter Böhler fundaram a Sociedade de Fetter Lane, em Londres, em 1º de maio de 1738. 9 Em 15 de fevereiro de 1742, ele se reuniu com líderes da Sociedade de Bristol para estudar como pagar as dívidas do Salão Novo. Um dos líderes, o Capitão Foy, propôs dividir a sociedade em grupos de doze, com um líder cada, o qual seria responsável pela arrecadação. Toda a sociedade foi então dividida em “classes”, subdivisões por vizinhança de cerca de doze pessoas, cada classe tendo um líder determinado pelo próprio Wesley: “aqueles em quem posso confiar”. A importância desses grupos logo ultrapassou seu plano original. Assim que os líderes começaram suas visitas semanais, logo descobriram problemas entre os membros: brigas domésticas, bebedeiras e outros tipos de comportamento fora da santidade. Wesley viu a oportunidade pastoral pela estrutura prática das classes: os líderes das classes se tornaram guias espirituais de seu grupo. Wesley se reunia com os líderes semanalmente. A Sociedade de Londres tinha nessa época mais de mil membros, mas esse

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método ajudou Wesley a vencer as dificuldades de conhecer cada pessoa e estender o toque pessoal de sua supervisão pastoral (e disciplina). Por razões as mais variadas, tornou-se mais vantajoso reunir os membros das classes em um só lugar do que visitá-los em suas próprias casas. Desse modo, como Wesley disse: “uma inquirição mais completa foi feita sobre o comportamento de cada pessoa... conselhos ou reprovações eram dados sempre que exigidos, as brigas foram apaziguadas, desentendimentos foram removidos; e depois de uma hora ou duas passadas neste serviço de amor, eles concluíam com preces e ações de graças” (Societies, 262). As classes continham todas as pessoas da sociedade, não apenas aquelas que voluntariamente se agrupavam. Permitiam o exercício da disciplina entre toda a sociedade.10 “A revolução wesleyana é uma ilustração de que a transformação espiritual duradoura não resulta da pregação dinâmica ou uma doutrina correta. Ela acontece pro meio do discipulado sólido, segundo a Grande Comissão de Cristo “ir a todo o mundo e fazer discípulos”. A reunião de classe que Wesley desenvolveu foi a ferramenta pela qual pregação e doutrina foram combinadas com vistas à renovação espiritual. Ela conduziu a revolução”.11

Helmut Renders, professor da Faculdade de Teologia em São Bernardo do Campo/UMESP, em um trabalho publicado em 2002, construiu um interessante quadro comparativo do movimento wesleyano, destacando três elementos essenciais do metodismo daquele período: a sociedade, as classes e os bands: “Uma sociedade representava o total dos/as membros metodistas num certo local. O equivalente, hoje, seria uma igreja local, comunidade, ou um ponto de pregação. Todas as pessoas que mostrassem interesse em filiar-se a uma sociedade metodista tinham que entrar numa classe. A dinâmica desses grupos era marcada pela troca de experiências a partir de perguntas frequentemente repetidas, desde 1744, inclusive nas Regras Gerais. Os/as

integrantes

das

classes

tinham

experiências

espirituais

diferentes.

Nelas

encontravam-se pessoas na busca da fé e pessoas com a certeza da fé. A partir das perguntas, todas elas trocavam as suas experiências pessoais, inclusive o(a) líder da classe. Temos então aqui um processo mútuo, em que um(a) líder cuidava, em primeiro lugar, do processo mútuo. Além disso, compartilhava também a sua experiência pessoal, com os seus altos e baixos. Assim, falavam todos/as das suas derrotas como das suas vitórias, na busca de crescimento pessoal. A organização das classes seguiu uma lógica geográfica para atender aos problemas de locomoção. Os bands foram constituídas meramente por pessoas que tinham a certeza da fé. Importante, porém, é que a dinâmica nos grupos não mudou. Houve novamente uma lista de perguntas que serviu para o auto-exame e o exame mútuo. A participação era voluntária, mas, de um integrante se esperava uma radical abertura para a avaliação mútua. No tempo de Wesley havia mais uma especificidade, por meio dos bands seletos (selectedbands). Nelas se encontravam pessoas em busca da perfeição cristã. 12

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Sintetizando todo o conteúdo acima mencionado, podemos resumidamente definir sociedades, classes e bands: 1) Sociedades: grupos com centenas ou milhares de pessoas. As Sociedades foram o meio de disciplina e edificação para as multidões despertadas pela pregação ao ar livre e manifestando o desejo de “fugir da era vindoura” (cf. Lucas 3.7). Para permanecer, deviam exibir o outro lado do arrependimento, ou seja, os frutos (cf. Lucas 3.9-11). 2) Classes: contavam com aproximadamente 12 pessoas. sob a orientação de um líder para oração, estudo, confissão e busca de fé. Ideia originada do Capitão Foy. 3) Bands: havia aproximadamente 06 pessoas e um líder que professavam a experiência da fé e concordavam com a prática de franqueza extrema, no falar e no ouvir, buscando a perfeição cristã. A verdadeira essência da liderança do movimento encontrava-se nos líderes. Eles forneciam o atendimento pessoal e pastoral e o cuidado para com os membros individualmente. Qualquer membro ausente poderia esperar uma visita do líder da classe durante a semana. Desse modo, ele poderia oferecer ajuda aos doentes e incapacitados, encorajar os desanimados e reprovar os afastamentos. Os líderes das classes desenvolviam uma variedade de atividades pastorais, e por meio de sua liderança semanal nas orações, nos cânticos e nos testemunhos, era possível descobrir se possuíam os dons e o chamado para servir como pastores leigos nas próprias sociedades ou em outras. 13 “Nas sociedades, intensidade da liderança leiga era impressionante. Havia bands de mulheres e de homens; cada célula era composta por, aproximadamente, seis pessoas, orientada por um/a guia; as classes idem. Grande parte do atendimento pastoral e caritativa realizado na sociedade era feito nessas “pequenas igrejas”. Foi ali, também que muitos pregadores e pregadoras receberam a sua vocação e treinamento prático. Nas escolas, orfanatos, atividades de assistência, predominavam os ministérios de mulheres, de homens leigos/as” 14.

John Wesley aprendeu, com o desenvolvimento das atividades das sociedades e particularmente das classes, o valor do relacionamento estreito entre os cristãos, a importância do encontro regular, a troca de experiências e o apoio mútuo entre os irmãos sob uma liderança zelosa e devidamente preparada. Assim, podemos deduzir que o discipulado no movimento wesleyano foi marcado pelo sucesso da junção entre os relacionamentos e o grupo de apoio firmado e orientado por uma liderança sólida e bem preparada.

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IV PARTE

CÉLULAS COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DE DISCÍPULOS/AS (Metodologia das Células)

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CÉLULAS COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DE DISCÍPULOS/AS

1. O QUE É UMA CÉLULA? A Bíblia compara a Igreja de Cristo ao corpo humano, mostrando que diversos membros compõem o mesmo corpo. A célula é a base de todos o organismo e a somatória delas é o que compõe o corpo. A célula contém o DNA do corpo inteiro, o código genético. Assim também é com a igreja: a célula é o que chamamos de comunidade cristã de base, um grupo de pessoas que se reúnem semanalmente com o objetivo de ser Igreja, ser Corpo de Cristo.

Definição: Uma célula é um grupo pequeno de pessoas, que se reúnem semanalmente, para crescerem em relacionamentos, adorar ao Senhor, ajudar uns aos outros a crescerem em santidade, servir uns aos outros e especialmente trazer pessoas ao Evangelho.

É importante que a célula tenha no mínimo quatro pessoas e não ultrapasse um número de cerca de doze pessoas. Uma célula com no mínimo quatro pessoas vai ajudar a ter uma boa de dinâmica. Porém, essa célula não pode ser muito grande, pois, a partir de doze pessoas, começa a dificultar as linhas de comunicação dentro da célula, perdendo o sentido de ser um grupo pequeno. Outro ponto é que nem todas as casas (como por exemplo, uma sala, alpendre, apartamento, etc.) têm tamanho ou estrutura para acolher muitas pessoas. Uma das características principais das células é sua homogeneidade. Quanto mais homogêneas, melhor. Por exemplo: células de homens, células de mulheres, células de casais, células de jovens, de juvenis, de crianças, etc... A célula é uma estratégia eficaz de evangelização, discipulado e pastoreio, e não um sistema de governo da Igreja. A célula talvez seja o melhor método de realização eficaz do discipulado cristão na igreja de Cristo.

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As células se reúnem nos lares. Aparentemente, parece que a casa, o contexto da família, tem mais afinidade com a idéia de igreja no lar do Novo Testamento. No entanto, apesar da preferência por residências, uma célula pode também se reunir em empresas, na hora do almoço, em escolas, em salões de festa, restaurantes, sorveterias, parques, praças, empresas ou no trabalho, gerando, da mesma forma, vida e desempenhando um papel de grande importância para alcançar pessoas para Cristo.

2.2. Princípios básicos importantes da célula A célula é muito mais que a sua reunião; se a célula só existe no dia da reunião, então não é uma célula, mas apenas um culto caseiro. A célula acontece a semana TODA, no supermercado, no shopping, na caminhada, no lazer, nas casas, na escola; sempre que os irmãos se encontram, a célula acontece. A reunião da célula é somente 30 a 40% da atividade da célula em uma semana. Os outros 60% são os irmãos se reunindo para uma refeição ou lanche um na casa do outro, evangelizando juntos, fazendo vigília, uma célula jogando vôlei com a outra célula, levando seus amigos não crentes, uma feijoada, um churrasco, etc. O que define uma célula saudável são os RELACIONAMENTOS.

2. O QUE NÃO É UMA CÉLULA?15 Uma célula não é: •

Grupo de Oração: A característica principal desse tipo de grupo é que as pessoas têm a seguinte atitude: O que esse grupo pode fazer por mim?

Grupo de Estudo Bíblico: O problema desse grupo é que ele não estimula o compartilhar de necessidades nem a verdadeira comunhão. Normalmente, é restrito e fechado.

Grupo de Discipulado: Diferentemente da célula, este grupo busca um crescimento espiritual num ambiente fechado e exclusivo.

Grupo de Cura Interior: É um tipo de grupo que usa técnicas de psicologia para cura de traumas emocionais.

Grupo de Apoio: São grupos semelhantes aos Alcoólicos Anônimos: as pessoas se reúnem para falar de seus problemas semanalmente.

Ponto de Pregação: O foco desse tipo de trabalho é o evangelismo e geralmente depende de uma pessoa com o dom de evangelista.

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Qualquer Grupo com as Seguintes Características: Fechado, criado somente para um ministério da igreja; A multiplicação não é um objetivo; Não se submete à liderança geral das células; É apenas uma reunião social.

3. QUAIS OS OBJETIVOS DA CÉLULA?16 a) Evangelismo O evangelismo tem base na ordem que Jesus deu aos seus discípulos dizendo: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações”. (Mateus 28: 19). A célula é a ferramenta primária para o evangelismo. Muitas pessoas jamais entrarão numa igreja evangélica por causa do preconceito, da tradição familiar ou pela própria generalização da mídia para com os evangélicos. O ambiente da célula é pouco ameaçador para uma pessoa que está buscando respostas para suas questões pessoais. Ali ela poderá abrir-se à vontade e assim ser ajudada. Aos poucos, ela vai se integrando até sentir-se totalmente parte dela.

b) Comunhão (Relacionamentos) No cristianismo, o relacionamento é fundamental. Se tirarmos essa palavra do cristianismo, não resta nada. Fica uma religião oca, vazia. Primeiramente nos relacionamos com Deus e depois uns com os outros. O conceito de comunhão no Novo Testamento é “compartilhar juntos”. O momento de estar na célula ajuda a pessoa a participar da adoração, compartilhar suas cargas, orar e aprender a Palavra. Portanto, uma boa reunião informal ajuda a compartilharem de diferentes áreas de sua vida. O momento de comunhão é para gastar tempo juntos, visando uma maior intimidade no grupo. Isso pode ser feito com almoços, jantares, lanches, cafés, etc. Esses momentos são importantíssimos, pois levam as pessoas a um nível mais profundo de relacionamento, promovendo vínculos das pessoas com a Igreja. Assim, relacionamento gera comunhão e comunhão gera relacionamento. Quando a igreja cresce, as pessoas correm o risco de se tornarem apenas números, não recebem mais atenção, passando a sentir solidão no meio do povo. A célula proporciona esse ambiente em que o relacionamento e a comunhão são desenvolvidos. Ninguém vive a vida cristã sozinho. Todos/as começam a fazer parte da vida do/a outro/a, como se fosse uma família.

c) Edificação A célula oferece o ambiente para o crescimento espiritual, aprendizado prático de disciplina e amor através do ouvir e compartilhar a palavra de Deus.

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Esse é um dos objetivos da célula: compartilhar a palavra de Deus com vida. Ou seja, não é ensinar muito, mas ensinar de forma correta, com revelação e vida. Cada célula precisa ter um nível forte de compartilhando da Palavra. Quando falamos de nível, não nos referimos à erudição nem à cultura dos irmãos/as, mas ao fogo que queima quando a palavra é ministrada. Quando temos o coração incendiado pela palavra, contagiamos todo o grupo. O ensino ministrado deve ser fruto de revelação. O líder não precisa saber muito, mas aquilo que ele falar, por mais simples que seja, deve ser de coração, fruto da luz de Deus no seu coração, uma palavra forte, não necessariamente profunda ou erudita. Talvez o grupo não tenha aprendido algo profundo, mas foram ministrados de forma correta.

d) Serviço Cada crente é um ministro e cada um recebeu um dom. Na célula, os dons são exercitados para o serviço mútuo. Podemos servir a Deus servindo aos nossos irmãos/as exercitando nossos dons e conhecimentos para ajudar a edificar as pessoas e isso pode ser feito por meio de inúmeras possibilidades. Jesus disse que seríamos conhecidos com seus discípulos se nos amassemos uns aos outros. Não existe melhor forma de expressar esse amor do que servindo aos nossos irmãos/as. Além disso, podemos identificar os dons das pessoas da célula e encaminhá-las para servirem nos ministérios da igreja local.

4. QUAIS OS PRINCIPAIS ALVOS DA CÉLULA a) Gerar discípulos e cuidar bem deles17 A célula é um tremendo meio de pastoreio18 e discipulado. Cada líder deve constituir pelo menos três líderes em treinamento em sua célula que serão seus discípulos, e cada discípulo/a deve ser treinado para liderar uma e ajudar a pastorear os/as demais participantes da célula. O número pequeno de pessoas possibilita esse pastoreio. O pastoreio leva ao discipulado e o alvo da célula é gerar discípulos (líderes). O/a líder de célula (grupo pequeno) também recebe cuidado pastoral e é discipulado num ambiente diferente, chamado de Grupo de Discipulado. Sendo bem cuidado, terá prazer em pastorear e discipular outros/as da sua célula. O objetivo principal do/a líder não é simplesmente cuidar e sustentar a célula, porém seu trabalho principal é encontrar, treinar e enviar novos líderes. A palavra Treinamento está relacionada com o aspecto de “preparar o povo de Deus para o serviço cristão” (Efésios 4.11-12). Essa palavra também pode ser traduzida por “reparar” ou “consertar”.

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Na célula todos tem oportunidade de falar e participar durante o estudo, facilitando o processo de ensino-aprendizagem. As pessoas são treinadas para cuidar dos outros aconselhando, fazendo visitações, etc. É um treinamento contínuo. Por meio da células pessoas são discipuladas, amadurecidas e conduzidas a um papel de liderança na comunidade. O discipulado é a forma mais rápida de treinar as pessoas para serem líderes.

b) Multiplicação A célula é a base de todo organismo, e a somatória dela compõem o corpo. O termo “células” é emprestado da composição biológica dos seres vivos e se refere à menor unidade possível de vida. No modelo de discipulado baseado na célula, podemos dizer que um dos alvos mais importantes de uma célula é a multiplicação. Isso se dá por meio de uma cadeia arrojada de crescimento e multiplicação, em que todos os membros reconhecem seu lugar no corpo. Crescimento e multiplicação precisam andar juntos. Uma célula com muitas pessoas, mas que não tem líderes sendo treinados para uma multiplicação é considerada fraca. A tendência é a de estagnar ou até morrer. O crescimento de uma célula é espiritual e, certamente, acontece de forma espontânea. Não fazemos uma célula crescer, apenas identificamos o que está impedindo seu crescimento. Observar a saúde da célula é trabalho do/a líder. A saúde de uma célula se observa por meio dos três níveis fundamentais de relacionamentos básicos que desenvolvemos: a oração, o evangelismo e o discipulado. Novamente queremos reforçar células nunca se multiplicarão se novos líderes não forem bem treinados. Por isso, antes de se multiplicar uma célula, nós multiplicamos primeiro líderes. O alvo do líder de célula deve ser o de treinar novos líderes. O segredo de uma boa multiplicação é um líder bem formado.

5. O PROCESSO DE MULTIPLICAÇÃO DE UMA CÉLULA

Chamamos de multiplicação o processo que faz com que uma célula se divida em duas ou mais novas células quando chega a uma média de 12 pessoas. Jamais dizemos que uma célula se dividiu em duas; sempre dizemos que ela se multiplicou em duas.

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A prova de qualquer vida cristã é a multiplicação dessa vida em outra. A multiplicação é uma benção de Deus: na criação (Gênesis 1.26-28); após o dilúvio (Gênesis 9: 1); no Novo Testamento (Atos 2.37-41; 4.4 e 6.7). O objetivo do ministério de Jesus por meio do discipulado foi gerar quantidade com qualidade. Ele criou uma equipe de discípulos, inicialmente com doze pessoas (Mateus 10: 1-5); esse número se multiplicou e chegou a 70 discípulos (Lucas 10.1-3), atingiu 120 (Atos 1.13-15) e, no retorno de Jesus ao Pai, havia mais de 500 discípulos (1 Cor 15.1-6). Jesus nos chama para a multiplicação.

5.1. Como é Feita a Multiplicação? A primeira condição para a multiplicação de uma célula é que o próprio líder tenha gerado outro líder. Logo, a prioridade máxima de um líder é identificar líderes em potencial e iniciar um processo de discipulado. Cada líder deve constituir de um a três líderes em sua célula para ser seu líder em treinamento e iniciar um discipulado. Depois de novos líderes sendo bem treinados (Grupo de Discipulado e Curso de Treinamento de Líderes), o líder mais experiente sai com a metade dos membros para formar outra célula. O líder mais novo fica com a outra metade na célula que já está funcionando. A distribuição dos membros entre as células é feita pelo líder, com o auxílio do seu discipulador, que deve acompanhar todo o processo. Levam-se em consideração na hora da multiplicação principalmente os vínculos de relacionamento.

5.2. Formas de Multiplicação •

Multiplicação por tempo decorrido Não é bom que uma célula demore mais do que um ano para se multiplicar. Se uma célula,

após um ano ou mais ainda não multiplicou, é necessário reavaliar seu funcionamento.

Caso

contrário, jamais romperá. Esse é o caso em que todos os crentes estão maduros e estão aptos a iniciarem uma nova célula. Normalmente, em igrejas que estão iniciando no processo da visão celular, suas células podem levar mais de um ano para multiplicação.

Multiplicação em mais de duas células Esta situação acontece quando a célula cresce de maneira explosiva, muito rapidamente.

Essa célula pode ser multiplicada assim que os novos convertidos forem consolidados e há líderes em treinamento. Então se multiplica em duas ou mais outras novas células.

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A célula embrião ou grupo pioneiro São células plantadas do zero. Não são frutos de nenhuma multiplicação. Existem muitos

irmãos e irmãs com o dom de evangelista dentro da igreja. Tais irmãos/ãs possuem habilidade para começar do zero. Eles ganham uma família,vão para a casa dela e, a partir dali, começam uma célula.

6. A REUNIÃO DA CÉLULA Propomos um modelo de reunião, uma diretriz a ser seguida, mas com muito espaço para a liberdade no Espírito Santo, pois Ele pode nos conduzir de diferentes formas e podemos ter diversos tipos de atuação e ênfase em cada reunião. Por exemplo, podemos em uma reunião enfatizar a oração; em outra, a palavra pode gerar maior compartilhamento; num momento festivo, o louvor pode ser explorado melhor. O importante é ter equilíbrio nos momentos da reunião, sem que com isso, se prejudique o todo. Um aspecto importante é que a reunião deve ser informal, sem preocupação com a formalidade. Nas reuniões, é necessário observar todos os momentos propostos, como segue: Quebra-gelo Louvor e Adoração Compartilhamento da palavra Desafios práticos e avisos Oração e intercessão Lanche e Comunhão

1°) Quebra-gelo (de cinco a dez minutos): ;e o início da reunião. O assunto é introduzido aqui, por meio de um bate papo informal ou de uma pergunta direcionada aos participantes. 2o) Louvor e Adoração (cinco a dez minutos): na maioria das vezes, usa-se um toca CD por nem sempre haver disponibilidade de ter músicos em todas as células. Outra vantagem de se usar o CD é a praticidade e a facilidade na hora de uma multiplicação. O louvor deve ser simples e é importante disponibilizar cópias de músicas para os participantes. 3°) Compartilhamento da palavra (dez a trinta minutos): os líderes recebem uma folha com o esboço do estudo que devem ministrar. Recebem esse estudo de seus líderes no Grupo de Discipulado (estrutura que veremos à frente). A estrutura do estudo é simples e deve ser ministrada numa linguagem simples, acessível a qualquer pessoa, principalmente ao novo que chegou hoje na célula. Devemos ter cuidado com palavras e expressões que só têm sentido para quem é crente. O líder da célula deve ao máximo facilitar o estudo de modo que ele seja compartilhado. 4º) Desafios práticos e Avisos

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Todo estudo encerra com um apelo e desafios na célula. Normalmente, o apelo e desafios já vem embutido na conclusão do estudo. Neste momento o líder desafia o grupo a colocar em prática o que os membros aprenderam naquele dia e da os avisos necessários. É hora também de estabelecer ou relembrar os alvos e metas para a vida pessoal de cada um e para a célula. 5°)Tempo de oração e intercessão (cinco a quinze minutos): nesse período, ora-se pelos pedidos colocados pelos participantes, compartilha-se problemas que estejam enfrentando, testemunha-se sobre as respostas recebidas e ora-se pela cadeira vazia (estratégia para motivar os participantes a convidarem outros). 6o) Lanche e comunhão (acontece no final da célula): é o momento em que se dá atenção ao visitante, compartilha-se um lanche simples e investe-se no entrosamento e comunhão dos irmãos. Após um tempo participando da célula, as pessoas são estimuladas a participarem do Encontro com Deus.

7. A ESTRUTURA DA CÉLULA Célula Líder

Líder em Treinamento

Anfitrião

Membros

VISITANTES

7.1. LÍDER É a pessoa mais importante de uma igreja dinamizada pelas células, pois é quem está verdadeiramente na linha de frente. É ele quem dá atenção personalizada aos membros de sua célula e dirige as reuniões . É o líder também que exerce na célula os princípios bíblicos de um pastor.

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Os lideres de célula, ao invés de ensinar uma lição bíblica, dirigem o processo de comunicação, oram pelo grupo, visitam os membros da célula e alcançam pessoas perdidas para Cristo, juntamente com seus auxiliares.

O líder de célula é a figura-chave na da estrutura de células. Ele não precisa ter um alto nível cultural ou intelectual, nem tão pouco ser um grande conhecedor das Escrituras. Não precisa saber responder a todas as perguntas sobre a Bíblia, nem ser um grande pregador. Sua principal responsabilidade é gerar novos líderes: perceber a potencialidade das pessoas, envolvendo-as no dia–a-dia da célula, acompanhando-as e treinando-as para transformá-las em novos líderes. Para ser um/a líder de célula, os requisitos são mínimos e todo/a cristão pode alcançá-los com facilidade: ser nascido/a de novo, ser batizado/a, ter bom testemunho, ser membro da Igreja, estar comprometido/a com ela, participar do curso de treinamento de líderes, ser dizimista e ofertante. Todavia, o que qualifica esse/a líder de célula é ter o caráter de Cristo, apresentando as seguintes características: •

ensinável;

tratável;

submisso;

fiel;

servo;

transparente;

disponível;

frutífero;

ter vida de oração.

As responsabilidades do líder de célula • Orar todos os dias pelos membros das células; •

Reunir-se com o seu líder semanalmente ou de quinze em quinze dias para ser discipulado;

Garantir que cada membro esteja sendo bem cuidado, provendo pastoreio a todos;

Treinar novos líderes;

Participar do (GD) Grupo de Discipulado e Supervisão;

Planejar, junto com os líderes em treinamento, a reunião principal, distribuindo tarefas e responsabilidades entre os membros. Delegar esses papeis fora da reunião de célula, antecipada e planejadamente.

7.2. O LÍDER EM TREINAMENTO

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É um dos membros da célula que se tornará o novo líder. No processo de treinamento, deverão ser-lhe delegadas certas funções da célula. No caso da ausência do líder, é o líder em treinamento quem irá substituí-lo. Ainda que a pessoa pareça inadequada no momento, deve ser designada e preparada para liderar um nova célula futuramente.

A CÉLULA QUE NÃO TEM UM LÍDER EM TREINAMENTO DIFICILMENTE IRÁ MULTIPLICAR-SE.

O perfil do líder em treinamento é o mesmo que o do líder: ensinável, tratável, submisso, fiel, servo, transparente, disponível, frutífero e ter vida de oração.

O papel do líder em treinamento: •

Orar todos os dias pelos membros das células;

Reunir-se com o seu líder semanalmente ou de quinze em quinze dias para ser discipulado;

Consolidar os novos convertidos;

Ajudar a promover a comunhão da célula;

Ajudar na visitação e organização de uma escala de visita entre os membros da célula;

Ajudar a planejar a multiplicação da célula, visando assumir o novo grupo.

7.3. ANFITRIÃO É a pessoa que abre as portas da sua casa para as reuniões, além de ser um fiel colaborador do líder, no sentido de ganhar seus familiares e amigos para trazê-los à célula. Deverá ter um bom relacionamento com os membros da célula e é responsável por receber e dar-lhes as boas-vindas, sempre preocupando em criar um ambiente agradável e acolhedor. O anfitrião pode ser o próprio líder da célula.

7.4. VISITANTES São as pessoas convidadas pelos membros da célula. Os membros são os braços extensivos da célula para atrair novos convidados. Uma célula cujos membros estão ativamente sendo testemunhas onde estão sempre tem visitantes, e quando houver, devem receber tratamento especial.

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8. ESTRATÉGIAS BÁSICAS PARA O CRESCIMENTO DA CÉLULA Como o alvo da célula é o crescimento para a multiplicação, para que o grupo se desenvolva, sugerimos o uso de cinco estratégias básicas para o evangelismo e crescimento das células.

8.1. ORAÇÃO DE CONCORDÂNCIA A oração de concordância acontece quando os membros da célula se comprometem a orar e jejuar por três ou mais pessoas durante trinta dias. No final desse período, as pessoas que receberam oração serão convidadas para participar de um evento-ponte da célula ou de um Encontro com Deus.

8.2. EVENTO-PONTE OU EVENTO EVANGELÍSTICO Um evento-ponte é um evento de evangelismo. Ele pode ser de muitos tipos: um partida de futebol, um dia no campo, um piquenique, uma festa, etc. O mais comum é fazermos algum tipo de festa. Toda célula deve realizar pelo menos um evento-ponte a cada dois meses. Nem sempre as pessoas se converterão nele, mas certamente um laço de amizade será formado para uma oportunidade futura. O planejamento é a chave para o sucesso de um evento-ponte. Preparação é a chave para a implementação de um plano. “Eventos-ponte” não acontecem por acaso. Alguém deve fazer com que eles aconteçam! Alguém deve decidir que tipo de festa se fará, onde será e quando acontecerá. No planejamento do evento, o líder precisa pensar em alguns pontos, como: “O que vestiremos?” Sempre há a possibilidade de um convidado vir com roupa inadequada, como uma roupa formal em um evento muito informal. "O que comeremos?” Uma festa sem comida é uma incoerência. “Como os convidados se sentirão?”; “ Quem irá recebê-los à porta?”; “ Quem irá acolhê-los?” “O que fazer com as crianças?”; “ E se os convidados trouxerem seus filhos pequenos?”

Precisamos planejar nosso trabalho e trabalhar nosso plano depois. Depois de planejar, precisamos, então, distribuir responsabilidades. •

As atividades

É preciso definir se na festa haverá algum tipo de brincadeira, como jogos ou dinâmicas. Se houver, devem ser atividades que não exijam experiência. Quanto mais a atividade tirar o

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constrangimento das pessoas e puder fazê-las rir, melhor. Charadas e jogos de mímica são muito divertidos e simples. Não importa o que se faça no evento, o importante é que a festa não seja chata e maçante. •

Criação de afinidades

O alvo do evento-ponte é que as pessoas se sintam tão à vontade que desejem vir a fazer parte do grupo. Para isso, elas têm de sentir que possuem algo em comum com o grupo. As pessoas gostam de estar com outras com as quais elas sentem afinidade. Depois de algum tempo conversando, as pessoas perceberão que não somos tão diferentes como muitas imaginavam. •

Conversa com o convidado

A maneira de estabelecermos afinidade é por conversas. Os membros da célula não devem

fazer

“rodinhas” para conversar entre si; o alvo é envolver-se e fazer amizades com os convidados.

Se um convidado ficar sozinho enquanto os demais membros da célula conversam entre si, ele se sentirá excluído e, provavelmente, nunca irá à igreja por causa disso. Normalmente, serão os membros da célula que terão de iniciar a conversa com o convidado. Use perguntas comuns, tais como: “Há quanto tempo você vive aqui?”; “De onde você é?”; “Você trabalha em quê?”; “Você tem filhos?”; “É casado?”; etc. Se o convidado tocar num assunto que você conhece, vá fundo nele; se ele tocar em algo que você desconhece completamente, faça disso sua arma para prolongar a conversa. Nada melhor do que fazer uma investigação a respeito de uma profissão ou assunto do qual você não sabe nada a respeito. O melhor assunto para se conversar é aquele a respeito do qual não sabemos nada. É bom porque não temos de fazer nada, apenas ouvir o outro. As pessoas, geralmente, adoram falar de si mesmas. Conversação é uma habilidade. Uma habilidade de ser curioso, de fazer perguntas e, acima de tudo, ouvir. Por outro lado, envolve também uma habilidade de contar histórias e uma habilidade de bom humor (quem sabe uma boa e santa piada?). •

A hora da comida

No momento da comida, o ambiente já deverá estar mais livre e as pessoas provavelmente já estarão rindo e contando as suas histórias. Não podemos programar o riso, mas, numa festa onde não há risos, certamente há algo errado. Rir é estar transbordante com a vida! Sorrir é um dom de Deus! •

Finalização com um testemunho

Tudo o que for feito deve ser permeado de oração e jejum. Toda a célula deve se envolver, orando pelas pessoas que serão convidadas. Teremos momentos de descontração e conversa, mas

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precisamos terminar com um testemunho. É melhor que ele seja antes dos “comes-e-bebes”. Que seja breve e focalizado nas necessidades das pessoas. •

Consolidação dos convertidos

Podemos fazer apelo ou não em um evento-ponte, tudo depende do ambiente. Mas, uma vez que façamos o apelo, algumas pessoas poderão se decidir. Nesse caso, precisamos consolidá-la na vida da célula.

8.3. RETIRO EVANGELÍSTICO - ENCONTRO COM DEUS Devemos entender o Encontro com Deus como um encontro evangelístico com o foco no não crente ou novo convertido. Cada célula deve se empenhar para enviar, pelo menos, três pessoas para o Encontro com Deus, cada vez que ele for marcado.

8.4. CONSOLIDAÇÃO E DISCIPULADO NA CÉLULA Cada novo convertido deve receber um membro da célula para acompanhá-lo, que se responsabilizará para consolidá-lo na vida da célula. Essa consolidação pode ser realizada em média 12 semanas numa reunião planejada de uma hora semanal através do discipulado um a um. Essas reuniões podem ser auxiliadas com um material sobre os primeiros passos da vida cristã. Após essas semanas, o novo discípulo deverá receber a continuidade do acompanhamento através da célula.

8.5. ENCONTROS SOCIAIS As células que têm encontros sociais todo mês se multiplicam duas vezes mais do que aquelas que não têm nenhum. No mínimo, uma vez ao mês deve haver um encontro social, um encontro semanal da célula e um encontro de discipulado individual com cada discípulo da célula.

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V PARTE

TRILHO DE FORMAÇÃO DE DISCÍPULOS/AS

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TRILHO DE FORMAÇÃO DE DISCÍPULOS/AS

Como já dissemos, o discipulado é um processo em que levamos alguém a passar por quatro estágios da escada de crescimento: ganhar, consolidar, discipular e enviar. Existem algumas estruturas que são fundamentais na execução desse processo, o qual chamamos de trilho de formação do/a discípulo/a. O/a discípulo/a tem um caminho, degraus que, se galgados, ajudarão a crescer como discípulo/a e a cumprir o chamado da Grande Comissão. São estes:

1. A CÉLULA A célula é uma excelente estratégia para se desenvolver os valores e processos do discipulado, pois nela ganhamos, consolidados, treinamos e se enviamos. Primeiramente, desafiamos todos/as os/as irmãos/ãs da célula a orar e jejuar durante um período por pelo menos três pessoas do seu convívio e também testemunhar a elas. Depois, convidamos essas pessoas para o encontro da célula. Normalmente, a palavra compartilhada é evangelística e o objetivo é despertar as pessoas para Jesus. Quando a pessoa é despertada e se interessa por conhecer mais, a pessoa que a convidou para participar da célula tem a responsabilidade de, como testemunha, levá-la a conhecer a Jesus Cristo e recebê-Lo como Senhor e Salvador da sua vida e ajudá-la a se integrar na célula.

2. ENCONTRO COM DEUS No segundo momento, a célula envia esse novo crente ao Encontro com Deus. Esse retiro é uma estratégia de impacto na vida das pessoas, visando ganhá-las e consolidar a decisão por Jesus Cristo. O retiro acontece em três dias, tendo início na sexta-feira e terminando no domingo à tarde. Para o Encontro, as pessoas precisam ser preparadas com quatro palestras, denominadas PréEncontro, e, após o Encontro, mais quatro, palestras denominadas Pós-Encontro, que têm como

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finalidade alertar os encontristas para eles não perderem tudo aquilo que Deus ministrou em seus corações. Depois disso, seguirão para o próximo degrau na sua formação.

3. A CONSOLIDAÇÃO Como já dito, cada novo convertido deve receber um membro da célula para acompanhálo, que se responsabilizará por consolidá-lo em sua decisão por Jesus e também ajudá-lo a se integrar na vida da Igreja. É um discipulado inicial realizado por meio de reuniões individuais. Essa consolidação pode ser realizada em 12 semanas através de uma reunião planejada de uma hora semanal para compartilhar temas pertinentes aos primeiros passos da vida cristã19. Após essas semanas, o novo discípulo deverá receber a continuidade do acompanhamento através de um discipulado individual, em frequência quinzenal ou mensal, ajudando-oa continuar crescendo no processo de discipulado.Também é neste momento de sua caminhada que lhe é ministrado o batismo.

4. CURSO DE TREINAMENTO DE LÍDERES O Curso de Treinamento de Líderes (CTL) é um espaço de formação na vida de todos aqueles/as que passaram pelas etapas do Pré-encontro, Encontro com Deus e Pós-encontro. Esse é um padrão de formação da visão do discipulado. É inegociável e as etapas não podem ser queimadas pela pressa de iniciar as células e formar de maneira inconsistente as pessoas que serão futuros líderes de células. Consideramos o CTL uma ferramenta fundamental, o coração do discipulado, pois sem desenvolvimento de líderes, não há frutos. Nada de ajustar ou negociar para agradar as pessoas. Devem existir critérios para que, no futuro, não haja problemas no desenvolvimento do discipulado. Uma má formação dos discípulos compromete toda a visão de termos discípulos/as saudáveis espiritualmente, com o caráter tratado. Os principais objetivos do Curso de Treinamento de Líderes são: •

treinar, num curto espaço de tempo, cada discípulo dentro da visão do Reino de Deus e da Igreja;

fornecer o ensino necessário a cada discípulo para seu bom desenvolvimento na vida cristã e liderança;

envolver toda a igreja em um treinamento sistemático da fé cristã;

habilitar discipuladores para que, uma vez capacitados, possam capacitar outros;

descobrir líderes potenciais para envolvimento nas diferentes áreas da igreja;

gerar segurança na igreja, como um todo, de que os seus discipuladores possuem qualificação necessária para acompanhamento individual e nas células.

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O Curso pode ser desenvolvido em três módulos: Fundamentos da fé, Caráter Cristão e Ide e Fazei Discípulos. Em Fundamentos da fé, o conteúdo é a base da doutrina cristã. Caráter cristão trata de princípios espirituais sobre transformação da alma e santidade. Ide e Fazei trata da visão e prática de células e o processo do discipulado.

1. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

DOS MÓDULOS DO CURSO DE TREINAMENTO DE LÍDERES

Abaixo, segue o modelo para ser aplicado nos módulo do Curso de Treinamento de Lideres. Os módulos 1 e 2 são baseados na série sobre discipulado, publicado pela Igreja Metodista em 2003, pela editora Cedro. O módulo 3 foi produzido pelo Ministério Regional de Discipulado da 6ª Região. Recomendamos esse material até que a Câmara Regional de Discipulado da 5ª Região disponibilize outros recursos.

MÓDULO I

MÓDULO II

MÓDULO III

FUNDAMENTOS DA FÉ

CARÁTER CRISTÃO

IDE E FAZEI DISCÍPULOS

1. O Pecado

1. Caráter Cristão

1. O poder da Visão

2. O Arrependimento

2. Coração submisso

3. A Salvação

3. Coração Servo

2. Movidos por uma Visão

4. O Novo Nascimento

4. Coração Ensinável

5. A Fé

5. Coração Fiel

6. O Batismo

6. Coração Amoroso

7. A Santificação

7. Coração Manso

8. O Espírito Santo

8. Coração Perdoador

9. A Bíblia

9. Coração Alegre

10. A Igreja

10. Coração Pacificador

11. O Testemunho

11. Coração Bondoso

3. Visão Celular – Base e Conceituação 4. Célula, o Centro da Multiplicação 5. Célula, o seu Nascimento 6. Célula e sua Dinâmica 7. Consolidação

12. A Santa Ceia

8. Consolidação, um Trabalho com Zelo

13. A Imposição de Mãos

9. O Discipulado

13. Dons e Ministérios

10. Discipulado, um Grupo para a Excelência

14. Metodismo 15. Como obstáculos

vencer

os

11. O Líder no Discipulado 12. Líder Tratado, Líder Abençoado

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5. REENCONTRO (PARA NOVOS LÍDERES DE CÉLULAS) O objetivo do Reencontro é proporcionar um aprofundamento no tratamento do caráter do/a discípulo/a de forma específica nos sentimentos e nas emoções. Não existe discípulo/a pronto/a, pois todos/as necessitam do trabalhar do Espírito Santo em sua vida para ser liberto/a de limitações psicológicas, de traumas e de tudo aquilo que inibe o seu potencial em Cristo. O Reencontro também acontece em um final de semana, começando na sexta-feira à noite e indo até domingo à tarde. Serve de cura interior e de um grande despertamento na vida dos/as líderes em treinamento para serem enviados/as para abrir a sua célula.

6. O Grupo de Discipulado (GD) O Grupo de Discipulado diferente de uma célula normal; é uma reunião semanal ou quinzenal do discipulador com seus discípulos que já multiplicaram e abriram suas próprias células, ou seja, é um grupo de líderes. O objetivo é alimentar e aprofundar o conhecimento sobre o discipulado e realizar um treinamento contínuo na vida dos discípulos. Os discípulos necessitam serem sempre alimentados dentro da visão para estarem sempre crescendo nos princípios do Reino de Cristo. Esse contato do/a discipulador/a com os/a discípulos que já multiplicaram pressupõe três momentos. São eles: O primeiro momento é quando passamos para os/as discípulos/as o esboço do estudo que eles repassarão na sua célula, explicando-o. Também passamos um estudo para os/as discípulos/as; ou seja, neste momento passamos o alimento que eles darão aos outros e também os/as alimentamos. No segundo momento, tratamos dos problemas que os/as discípulos/as têm enfrentado em suas células; divulgam-se os avisos de eventos e outros que precisam ser dados, recebem-se relatórios e outras tarefas que têm a ver com o funcionamento estrutural do discipulado. Além desses dois momentos que acontecem durante a reunião de discipulado, a célula de discipulado também possui um momento de oração e ministração sobre a vida dos/as discípulos/as e, algumas vezes, um momento social como um café, almoço, jantar para motivar o entrosamento entre os participantes dessa célula. A célula de discipulado não é aberta a visitantes, como a evangelística, e é restrita a um número de dez a quinze pessoas, por isso há a necessidade de entrosamento, para que se tornem uma equipe de excelência no desenvolvimento de discípulos/as e líderes de célula. O terceiro momento que o discipulador/a deve ter com seus/suas discípulos/as é o momento pessoal, que não acontece em grupo, é individual. Nessa hora, o/a discípulo/a tem a oportunidade de abrir assuntos pessoais que ainda não se sente a vontade para abrir no grupo e é a oportunidade

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que o/a discipulador/a tem para, por meio da convivência, da amizade e de um relacionamento cheio de amor, ministrar e influenciar a vida do/a discípuloa/.

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VI PARTE

REALIZANDO A IMPLANTAÇÃO DO DISCIPULADO BASEADO EM CÉLULAS NUMA IGREJA MINISTERIAL

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REALIZANDO A IMPLANTAÇÃO DO DISCIPULADO BASEADO EM CÉLULAS NUMA IGREJA MINISTERIAL

1. O DISCIPULADO EM CÉLULAS E A DINÂMICA DE DONS E MINISTÉRIOS Existe uma conexão entre o discipulado em células e dons e ministérios, conforme podemos observar na “Carta Pastoral do Colégio Episcopal – Testemunhar a Graça e Fazer Discípulos e Discípulas”: Desenvolver os objetivos do Discipulado resumidos nesses três aspectos: crescimento dos novos membros, integração no programa de Dons e Ministérios da Igreja e formação e treinamento de novos líderes (convivência, comunhão e aprimoramento das pessoas em seu relacionamento interpessoal, consigo mesmas e com Deus, segundo necessidades e condições específicas). O discipulado não é, portanto, mais um programa da Igreja, mas está em relação direta com a dinâmica de Dons e Ministérios, que orienta os membros da Igreja no cumprimento da missão, sobretudo da Grande Comissão (Mateus 28: 18-20). 20

As células vêm fortalecer a caminhada do povo metodista para cumprimento da missão, de braços unidos com o Programa de Dons e Ministérios. A Igreja Metodista reconhece o valor e a importância do Discipulado Cristão. Muito mais do que uma técnica ou fórmula, o discipulado é um modo de ser e de viver”. 21 Os Dons e Ministérios é o modo de ser da Igreja Metodista, que se organiza numa ação de amor fora do templo, o que significa dizer fora dos limites dos crentes. As células são espaço de evangelização fora do templo, com estratégias de ganhar pessoas e firmá-las a sua fé em Cristo. Também no discipulado a pessoa é acompanhada, cuidada, treinada para ser um/a discípulo/a metodista frutífero e é auxiliado/a a identificar seus dons para servir em sua comunidade e ajudando a fortalecer os ministérios da Igreja Local. O programa de discipulado baseado nas células, como já afirmamos, vem para fortalecer a caminhada do povo para o cumprimento da missão, especialmente nas ênfases de estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista e promover o discipulado na perspectiva da salvação, santidade e serviço. Diferentemente de outros movimentos evangelísticos, o discipulado passa a

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envolver a todos os membros da igreja não mais como um ministério específico da igreja, mas como um estilo de vida de cada crente. O resultado disso é que, ao invés de enfraquecer os ministérios locais da igreja como alguns acham, o discipulado fortalece a igreja, sem mudar em nada sua estrutura. Muitas igrejas locais possuem seus ministérios e seus membros dedicam de forma praticamente exclusiva ao uso de seus dons, enquanto o evangelismo é praticamente tarefa do Ministério Pastoral e do Ministério de Missões, sendo que, muitas vezes, essa tarefa é deixada somente nas mãos dos Evangelistas. A figura a seguir ilustra essa forma.

Figura 2: Igreja em Ministérios

Com a prática do programa de discipulado baseado nas células, a dinâmica dos ministérios estruturalmente não muda em nada, contudo o evangelismo passa a ser praticado por todos como um estilo de vida, tornando-se presente em todas as atividades da igreja. Ou seja, o Discipulado passa a ser a base da Igreja, como ilustra a figura (3) a seguir.

Figura 3: Igreja Ministerial Discipuladora

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A vida comum da igreja permanece e é fortalecida, adicionando-se à prática do dia-a-dia as reuniões da igreja no lar (células), o que tornará a comunhão e a unidade da igreja mais intensa e, especialmente, pois intensifica-se também o Evangelismo por meio dos relacionamentos. A figura 4 ilustra essa forma de ser da Igreja.

Figura 4: Igreja Ministerial Discipuladora em grupos pequenos

A idéia é ser uma Igreja em que todos/as evangelizam pelo testemunho pessoal e, por meio dos relacionamentos, cresçam em santidade e serviço, onde todos/as são e fazem discípulos/as. Nosso objetivo é ser uma igreja que não se limita ao prédio, mas uma igreja que saia para cumprir sua missão, que é participar no propósito de Deus de salvar o mundo. A transição que buscamos é deixar de ser uma igreja baseada em programas e atividades em que a preocupação maior está em "fazer coisas para Deus", para ser uma igreja baseada em "gerar filhos para Deus", ou seja, não é fazer apenas convertidos ou membros, mas gerar discípulos.

2. FUNDAMENTOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO DISCIPULADO A Igreja Metodista desenvolveu o Programa de Discipulado, cujo objetivo é conduzir todo/a crente à pratica de uma vida com Deus íntegra e abundante, de maneira que se torne um/a verdadeiro/a discípulo/a de Cristo, ganhando não crentes, consolidando, discipulando e enviandoos/as. Todo o processo ocorrerá por meio dos relacionamentos pessoais, conforme o exemplo de Jesus. De acordo com a orientação do Colégio Episcopal,

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"Todos os membros das nossas igrejas, inclusive o ministério pastoral, serão incentivados a se vincular a uma classe wesleyana (grupo de discipulado, célula, equipes, etc) sob orientação metodológica do Colégio Episcopal, a fim de dar unidade a este projeto".22

Portanto, na visão do discipulado, consideramos a importância das células no corpo de Cristo como estratégia de evangelização para o cumprimento da missão (Mt.28. 18- 19). O alvo no Programa de Discipulado é levar cada membro a ser um evangelizador, uma testemunha do amor de Deus. Antigamente, a responsabilidade de evangelizar estava a cargo do Ministério de Evangelização; no discipulado é diferente, pois cada um dos membros é envolvido no processo de fazer discípulos/as. Para que isso ocorra, é necessário iniciar um processo de transição nas comunidades locais, visando à implantação de grupos de células que, além de viabilizar o discipulado, se tornarão uma base para a igreja. Este processo pode gerar em seu início alguns conflitos internos, tendo em vista o fato de que ele propõe a quebra de alguns paradigmas na vida da igreja. Por isso, sempre é necessário que ocorra uma boa reforma na visão missionária do Pastor e da Igreja Local. Podem surgir, durante o processo, tensões, desconfianças ou até membros da igreja contrários à visão do discipulado. Nessas circunstâncias, é necessário ter paciência e, principalmente, dependência de Deus e da sua palavra, pois o discipulado é bíblico e, de forma geral, este processo de transição pode levar algum tempo. Também consideramos claramente que é de total responsabilidade do ministério pastoral da igreja a condução do processo de implantação do discipulado. É o pastor quem deve trabalhar os conceitos, ele é quem deve implantar e ser o primeiro professor do Curso de Treinamento de Líderes e o primeiro líder de célula. O discipulado não pode ser tratado como mais um Ministério da igreja ou mais uma atividade e programação local ou algo semelhante. O pastor não deve “terceirizar” o discipulado para outros coordenadores nem deixar ser visto como opcional. O discipulado precisa ser trabalhado como a base da igreja, com vistas ao cumprimento da Grande Comissão, mobilizando cada membro a ir e fazer discípulos, enquanto os programas de Dons e Ministérios locais mobilizam o corpo para o serviço de edificação e aperfeiçoamento dos crentes e servir a comunidade local com seus dons e talentos. Novamente, afirmamos que, no processo de implantação do discipulado, não é pretensão mudar as estruturas de governo da nossa igreja, nem isolar suas tradições. Pelo contrário, cremos que o discipulado como estratégia deva dinamizar a igreja a cumprir a missão pela qual ela existe: “participar na ação de Deus no seu propósito de salvar o mundo”23. Especificamente falando sobre a Escola Dominical, esta deve merecer especial atenção dos pastores e pastoras, para que esta seja uma importante agência de treinamento e formação seja preservada e reformulada no que for necessário, sem perder as seguintes características. A Escola Dominical é um espaço de treinamento e formação de liderança e, também, de discípulas e discípulos. Durante a semana, o povo metodista deve estar em missão com ênfase em ganhar almas,

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e este trabalho deve ser realizado por meio das células. Isso significa o povo trabalhando. Durante os finais de semana, em especial, o domingo, o povo deve ser motivado a não criar outras atividades, e sim ser participante ativo da Escola Dominical, espaço que deve ser utilizado para ensino, celebração, acolhimento, treinamento e formação.

3. ANTES DE COMEÇAR A IMPLANTAÇÃO 3.1. Conhecer bem a visão do discipulado e suas estruturas Antes de qualquer iniciativa, a melhor coisa a fazer é ver, em primeira mão, os grupos e o discipulado funcionando. Isso produz entusiasmo e alarga a visão. Se a igreja dispõe de recursos, seria muito interessante se o pastor e alguns líderes passassem algumas semanas em uma igreja que já trabalha com discipulado para observar os grupos e toda a estrutura em funcionamento. Na transição, temos que estar seguros do nosso propósito. Para isso, recomendamos a leitura de livros chaves, e organização de seminários de discipulado e célula, para estudo e domínio do assunto. Caso contrário poderá fracassar, e assim dificilmente haverá ânimo para tentar novamente. Além disso, sua igreja poderá ser vacinada contra esse tipo de trabalho e resistirá a uma segunda tentativa. É importante destacar que precisamos ter clareza daquilo que é princípio e daquilo que é método. Por exemplo, treinamento de líderes é um princípio, mas fazê-lo usando seminário especiais de final de semana é método ou estilo. Se não temos essa clareza, estaremos meramente copiando algo e não aprendendo de forma criativa.

3.2. O/A Pastor/a precisa buscar “mentoreamento” O/a Pastor/a precisa também ter um mentor/discipulador/a, que lhe passe a visão com clareza e objetividade e seja um apaixonado pelo discipulado. Durante a transição, é fundamental ser mentoreado, para dar segurança em cada passo do processo, por alguém que já vivenciou antes ajudará a errar menos. Discipulado é princípio, por isso, viver o discipulado como experiência pessoal ajudará a reproduzi-lo em sua comunidade. Os primeiros passos para transição são do/a pastor/a local. Dificilmente a visão da igreja vai além da visão do/a seu/sua Pastor/a; uma igreja não será aquilo que seu pastor/a não é. É preciso ser discípulo/a.

3.3. Reunir os líderes formais e informais da Igreja e apresentar o Projeto Apresente o projeto de discipulado e seus benefícios, o porquê é necessário e como irá contribuir na missão da igreja. Esse trabalho pode ser feito em um retiro de liderança num fim de semana ou mesmo durante uma sequência de semanas.

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4. O PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO PASSO A PASSO Passo 1: Investir um período em passar a visão com clareza e objetividade para a Igreja Local Para a implantação acontecer de forma segura, o/a Pastor precisa ensinar sobre a visão do discipulado, muitas vezes repetindo todo processo até que se torne compreendido por todos. Podese fazer seminários ou pregações intencionais e sistemáticas por um tempo suficiente para quebrar paradigmas e formar uma nova expectativa na Igreja. Isso requer determinação do/a líder. Pode acontecer que alguns membros da igreja local se cansem de ouvir falar do processo da implantação, por isso é preciso estar esclarecido e seguro. É fundamental passar a visão na igreja local com tranquilidade, para não haver divisão no corpo de Cristo. Passo 2: Mobilizar toda Igreja num projeto de oração pela implantação do discipulado Muita oração é a chave para todo o processo de discipulado dar certo em qualquer igreja. Por isso, começar com um grande projeto de oração irá facilitar todo o processo. Pode fazer um projeto com 30 dias de Oração e Jejum, vigílias, oração todos dos dias no prédio da Igreja, etc.. Passo 3: Motivar toda a liderança e depois os membros da Igreja a passarem pelo Encontro com Deus Após a liderança ter tomado junto com o/a pastor/a responsável a decisão de implantar o discipulado, eles deverão participar do Encontro com Deus, pois assim terão condições de orientar e esclarecer os demais membros da igreja que serão desafiados a participarem posteriormente do retiro. Depois que passamos para a liderança, começamos a enviar os demais membros da igreja ao retiro espiritual de impacto. Passo 4: Organizar o Curso de Treinamento de Líderes e motivar os que passaram pelo Encontro com Deus a se matricularem Após passarem pelo Encontro, todos/as deverão participar do Curso de Treinamento de Líderes. Como já explicamos anteriormente, o objetivo do encontro é impactar as pessoas. Ao participar, as pessoas acabam se desarmando das desconfianças sobre o modelo de discipulado e são estimuladas a serem discipulados/as e a fazerem discípulos/as, contudo, é no curso de formação de líderes que elas serão esclarecidas sobre o projeto. No Curso de Treinamento de Lideres é que receberão as informações básicas necessárias para entenderem e participarem do projeto. Passo 5: Selecionar a célula-matriz e ministrar Durante o período do Curso de Treinamento de Líderes, o/a pastor/a deve avaliar os participantes para selecionar os que irão participar da célula-protótipo (grupo base de discipulado). Esse processo de seleção é chave para o sucesso do projeto, pois esta célula estabelecerá o padrão para as demais, serão o modelo referencial das outras células que surgirem.

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Após completar o Curso de Treinamento de Líderes ou no mínimo 50% do curso, selecionam-se então pessoas para compor a célula- protótipo. Essa seleção deverá ser feita entre os alunos do curso, e, como visto anteriormente, deverão ser selecionados/as segundo o caráter. As qualificações para esses/essas que comporão a célula matriz são as seguintes: •

submissos;

ensináveis;

transparentes;

fiéis;

devem ouvir a voz do Pastor local;

devem ter vida consagrada;

disponíveis (estão dispostos a mexer em sua agenda pela visão);

devem ser frutíferos ou terem disposição no coração para frutificar.

Se não houver ninguém que preencha todos os critérios, os três indispensáveis são: ser ensinável, disponível e ouvir a sua voz. Se a pessoa tiver isso, será possível, com a ajuda de Deus, desenvolver as demais características. A célula-matriz pode ser mista, mas, na primeira multiplicação, queremos incentivar a que se tornem homogêneas (homens e mulheres separados). Isso facilita o desenvolvimento de relacionamentos pessoais e comprometidos, o que é um dos objetivos da célula, pois com pessoas do sexo oposto as pessoas podem ter mais resistência a se abrirem. Na célula-matriz, ministramos estudos que ajudarão as pessoas a desenvolverem o que é necessário para fazerem discípulos/as que geram discípulos/as; também investimos nossa vida nessas pessoas para ajudá-las a serem as multiplicadoras de vida que Deus gostaria. Também nesse período deve-se buscar vivenciar todos os valores de uma célula e sua dinâmica. Passo 6: Motivar a chamar outros membros da Igreja que estão fazendo o CTL e ensinar na prática como funciona uma célula e como cuidar de discípulos/as Após um período de cerca de três meses ministrando esses estudos, estimula-se os participantes da célula-matriz a convidarem de uma a três pessoas da igreja que estão fazendo o curso de líderes nesse primeiro momento para participarem também. Quem convida deve acompanhar e cuidar, por isso devem observar os mesmos critérios de seleção utilizados pelo/a pastor/a para chamarem. Quando o/a pastora/ perceber que as pessoas que eles chamaram num primeiro momento já aprenderam a cuidar dos/as que eles têm chamado (entram em contato fora do dia da reunião para saber como têm passado, visitam, marcam almoços e passeios para ter tempo de convivência, assistem na hora da crise, ajudam a procurar ajuda se eles/as mesmos/as não sabem o que fazer), ou

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seja, aprenderam a se responsabilizar pelo crescimento de seus discípulos, é momento de liberá-los para convidar pessoas que não são da igreja para participarem. É fundamental, no processo de transição, que se equilibre a entrada de pessoas da igreja com pessoas de fora, para não correr o risco de transformarmos membros de igreja em membros de célula. É neste momento que transformamos o grupo matriz numa Célula Evangelística. Passo 7: Motivar a participar do Reencontro No momento em que o/a pastor/a avaliar que os discípulos da célula-matriz estão preparados para serem enviados, é hora de motivá-los para participarem do Reencontro, uma ferramenta de apoio na motivação para liderar e passar a visão adiante. Passo 8: Liberar os que aprenderam e são fiéis para iniciarem suas células Se as pessoas que chamamos para participarem da célula matriz concluíram a escola de líderes, passaram pelo Reencontro, e cada uma delas está orando e investindo para ganhar pelo menos pelo menos três pessoas de fora da igreja e são fiéis, elas podem ser liberadas para multiplicar e abrir sua própria célula. Passo 9: Planejar a multiplicação como meta obrigatória A primeira reunião da célula deve ser aquela em que o grupo sonha e compartilha alvos de crescimento, estratégias de evangelismo, estabelecem-se líderes em treinamento e obrigatóriamente uma data de multiplicação. Sugerimos que o grupo compartilhe sobre seus alvos, orem e jejuem por 30 dias pelas pessoas que investirão para ganhar, e então marquem um evento ponte para convidar essas pessoas que são seus alvos. Passo 10: Iniciar o Grupo de Discipulado (GD) A medida que discípulos/as são enviados para liderarem suas próprias células, eles passam a participar de um outro grupo (que não é a célula-protótipo) chamado Grupo de Discipulado ou Célula de Líderes, um grupo fechado do qual que participam somente líderes que multiplicaram ou lideram células. A partir desse grupo, o pastor fará a supervisão.

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Quadro-resumo da Implantação Passo a Passo: 1º Passo

Investir um período em passar a visão com clareza e objetividade

2º Passo

Mobilizar toda a Igreja para um projeto de oração pela implantação do discipulado

3º Passo

Motivar toda a liderança e depois os membros da Igreja local a passarem pelo Encontro com Deus

4º Passo

Organizar o curso de líderes e motivar os que passaram pelo Encontro a participarem

5º Passo

Selecionar a Célula-Protótipo e ministrá-los

6º Passo

Motivar a chamar outros membros da igreja e ensinar na prática como funciona uma célula e como cuidar de discípulos/as

7º Passo

Motivar a participar do Reencontro

8º Passo

Liberar os que aprenderam e são fiéis para iniciarem suas células

9º Passo

Planejar a multiplicação como meta obrigatória

10º Passo

Iniciar o Grupo de Discipulado (GD) e um sistema de supervisão

Sugestão de cronograma simples para a implantação do discipulado em células Antes de Começar •

Investir em conhecer bem (estudar) a visão do discipulado e suas estruturas (3 meses)

Compartilhar o Projeto de Discipulado com a liderança local (formal e informal)

Procurar um mentor(a) (discipulador(a))

Passos 1º - Ensino Intencional 2º - Projeto de Oração 3º - Encontro com Deus 4º - Curso de Formação de Lideres 5º - Abertura de Célula-Matriz 6º - Inserção de alunos do Curso de Lideres 7º - Reecontro 8º - Abertura das primeiras células 9º - Planejamento da Multiplicação 10º - Abertura do GD

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

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5. DAS CÉLULAS PARA OS MINISTÉRIOS LOCAIS Uma vez que geramos discípulos/as num processo de discipulado, como parte na nossa compreensão de uma Igreja Ministerial Discipuladora, devemos direcionar esses discípulos aos ministeriais da Igreja local. É muito importante haver na igreja uma estratégia que ajude os/as novos/as discípulos/as a reconhecerem e desenvolverem seus dons ministeriais e talentos como parte do planejamento local. O melhor momento para inserimos os/as novos/as discípulos/as) nos Ministérios é quando estão manifestando frutos de um caráter tratado e gerando outros/as novos/as discípulos/as. Dessa forma, seremos uma Igreja onde, somos e fazemos discípulos/as, servindo com nossos dons e ministérios.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS Este Manual contém orientações para o conhecimento das práticas do discipulado, porém nada acontecerá efetivamente se a unção prometida por Jesus Cristo e o revestimento do Espírito Santo não estiverem sobre a vida do/a pastor/a e da Igreja. Tudo que foi apresentado objetiva ajudar as igrejas locais da Quinta Região a alcançarem o crescimento segundo os padrões do reino de Deus. Nenhuma igreja tem vocação à esterilidade. Jesus, quando comparou o reino de Deus à semente que frutificou a trinta, a sessenta e a cem por um, deixa implícito que a vocação da igreja é crescer e se multiplicar. Semear e desejar ver os frutos deve ser a motivação de todas as igrejas. A frutificação necessita de boa terra e o discipulado é a ferramenta que prepara a boa terra. Porém, amado/a, não seja tentado a adotar o discipulado como um programa meramente de crescimento em si mesmo: jejue, ore e busque em Deus a capacitação para implementar em sua igreja local todas essas coisas, pois, disse Jesus: “Sem mim nada podeis fazer” (Jo 15.5b). Desejamos que esse manual organizado pela Câmara Regional do Discipulado seja apenas o início de uma produção permanente de materiais que busquem aperfeiçoar informações, instruções e práticas inerentes ao discipulado, ajudando a Quinta Região a crescer no discipulado segundo os padrões bíblicos. João Wesley disse: "A igreja não transforma o mundo fazendo novos convertidos. Ela transforma o mundo fazendo discípulos”. Que o Senhor da Seara nos conceda vigor, graça e unção nos caminhos da missão!

Revmo. Adonias Pereira do Lago BISPO DA QUINTA REGIÃO ECLESIÁSTICA

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BIBLIOGRAFIA CAMPANHÃ, Josué. Discipulado Transformando Igrejas: Como implantar um processo de discipulado na igreja.São Paulo: Editora Eclésia Ltda, 2006. COMISKEY, Joel. Crescimento Explosivo da Igreja em Células: levando seu grupo a crescer e multiplicar. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 3ed. 2008 COORDENADORES DOS MINISTÉRIOS 5ª RE. Manual Missionário do Povo Metodista. Editora Agentes da Missão, 1995. EARLEY, DAVE. Transformando membros em líderes: como ajudar os membros de seu grupo. Curitiba, PR: Ministério Igreja em Células, 2009. 132p. EARLEY, DAVE. 8 Hábitos de líder de Célula Eficaz. Curitiba, PR: Ministério Igreja em Células, 2005. HENDERSON, D. Michael. Um Modelo Para Fazer Discípulos: A Reunião de Classe de John Wesley. Trad. Valdemar Kroker. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 2012. HUBER, Abe; GOMES Ivanildo. Ide e Fazei Discípulos. Fundamentos práticos para Ser e Fazer Discípulos de Jesus – Fortaleza: Ed. Premius, 2012, 2Ed. HUBER, Abe e GOMES Ivanildo. Treinamento de Líderes de Célula. Fundamentos– Fortaleza: Ed. Premius, 2010, 2Ed. IGREJA METODISTA. Carta Pastoral do Colégio Episcopal para o Biênio 2012-2013: Discípulos e discípulas nos caminhos da missão cumprem o mandato missionário de Jesus. IGREJA METODISTA. Carta Pastoral do Colégio Episcopal para o Biênio 2008-2009: Testemunhar a Graça e Fazer Discípulos/as. São Paulo: Ed. Cedro: 2007. IGREJA METODISTA. Plano Nacional Missionário / aprovado pelo 19º Concílio Geral da Igreja Metodista. IGREJA METODISTA. Aspectos bíblicos e conceituação do discipulado. Biblioteca Vida e Missão, Série Discipulado nº4. São Paulo: Ed. Cedro, 2004. IGREJA METODISTA. Manual do Discipulado. Biblioteca Vida e Missão, Série Discipulado nº4. São Paulo: Ed. Cedro. 2003. IGREJA METODISTA. Cânones da Igreja Metodista. Editora Cedro: São Paulo, 2007

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KORNFIELD, David E. As bases na formação de discipuladores. Editora Sepal. HEITZENRATER, Richard P. Wesley e o povo chamado metodista. Trad. CleideZerloti Wolf. 2ª. Ed. São Bernardo do Campo: Editeo, 2006. REILY, Duncan Alexander. Missão, Organização e Agentes do Metodismo – Biblioteca Vida e Missão / Metodismo no 02. São Paulo: Imprensa Metodista, 1997. RENDERS, Helmut, A evolução de pequenos grupos na história da Igreja Metodista, Revista Caminhando, Ano 7, no. 10, 2002. , Helmut et al. (Ed.). Sermões de John Wesley. São Bernardo do Campo: Editeo, 2006. RUNYON, Theodore. A Nova Criação. A Teologia de João Wesley Hoje. Trad. Cristina Paixão Lopes. São Bernardo do Campo: Editeo, 2002. SIQUEIRA, Emanuel A. Discipulado. Disponível em www.imm.com.br. Acesso em dia 01/03/2009. SILVA, Aluízio A. 21 dias na vida de um discípulo – Edificando relacionamentos para o reino. Goiânia: VINHA Editora, 2009. SILVA, Aluízio A. Manual da visão de células. Goiânia: VINHA Editora, 2008.

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CITAÇÕES E NOTAS

1

SILVA, Aluízio A. 21 dias na vida de um discípulo – Edificando relacionamentos para o reino. Goiânia: VINHA Editora, 2009. P.11 2

Este tópico foi construído a partir de recortes de textos sobre Discipulado cedidos gentilmente pelo Rev. Emanuel Adriano SIQUEIRA, e todas as transcrições foram feitas com a autorização do autor. O Rev. Emanuel é pastor metodista e possui uma larga experiência em discipulado. A comunidade onde pastoreia (Igreja Metodista em Mandaguari-PR) tem sido um referencial na prática do discipulado dentro do ambiente metodista no Brasil. 3

KORNFIELD, David E. As bases na formação de discipuladores. Editora Sepal.

4

Resumo do Caráter Cristão – Série Discipulado, Biblioteca Vida e Missão – São Paulo :Editora Cedro, 2003

5

RIBEIRO, Claudio de Oliveira (org.). Teologia e Prática na Tradição Wesleyana: Uma Leitura a Partir da América Latina e Caribe. São Bernardo do Campo. Editeo, 2008 p. 219 à 231.

6

REILY, Duncan Alexander. Missão, Organização e Agentes do Metodismo. Biblioteca Vida e Missão / Metodismo – nº. 02, 1996 p. 5. 7

REILY, Duncan Alexander. Missão, Organização e Agentes do Metodismo. Biblioteca Vida e Missão / Metodismo – nº. 02, p. 10. 8

HENDERSON, D. Michael. Um Modelo para Fazer Discípulos: A reunião de Classes de John Wesley. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 2012. P. 29.

9

RUNYON, Theodore. A Nova Criação. São Bernando do Campo: Editeo, 2002 P. 151.

10

HEITZENRATER, Richard. Wesley e o Povo Chamado Metodista. São Bernardo do Campo. Editeo, 1996 Págs. 117-119.

11

HENDERSON, D. Michael. Um Modelo para Fazer Discípulos: A reunião de Classes de John Wesley. Curitiba: Ministério Igreja em Células, 2012. P. 32. 12

RENDERS, Helmut, A Evolução de Caminhando, Ano 7, no. 10, p. 71.

Pequenos Grupos

na

História da Igreja Metodista, Revista

13

RUNYON. Theodore. A Nova Criação. P. 158. IDEM

14

REILY, Duncan Alexander. Missão, Organização e Agentes do Metodismo. Biblioteca Vida e Missão / Metodismo – nº. 02, p. 16-17. 15

SILVA, Aluízio A. Manual da visão de células. Goiânia: VINHA Editora, 2008. p.42

16

HUBER, Abe e GOMES Ivanildo. Treinamento de Líderes de Célula. Fundamentos– Fortaleza: Ed. Premius, 2010, 2Ed. p.24

17

HUBER, Abe e GOMES Ivanildo. Treinamento de Líderes de Célula. Fundamentos– Fortaleza: Ed. Premius, 2010, 2Ed. p.25

18

Entende-se por pastoreio na célula a ação de “cuidar”, provendo alimento espiritual, oração, proteção e amor aos novos irmãos que chegam à célula. Difere das funções do ministério ordenado na igreja. 19

Nessas reuniões de consolidação, pode ser compartilhado qualquer material que ensine os primeiros passos da vida cristã. 20

CARTA PASTORAL: Testemunhar a Graça e Fazer Discípulos/as. Editora Cedro, 2007p. 38.

21

CARTA PASTORAL: Testemunhar a Graça e Fazer Discípulos/as. Editora Cedro, 2007 P. 38.

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22

IGREJA METODISTA. Discípulas e Discípulos Nos Caminhos da Missão Cumprem o Mandato Missionário de Jesus. Carta do Colégio Episcopal para Biênio 2012-2013. p.14.

23

IGREJA METODISTA. Cânones da Igreja Metodista. Editora Cedro: São Paulo, 2007. Artigo 3º p. 26

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