Teste

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FUNGOS DA CANTAREIRA

Guia de campo para fungos macroscópicos do núcleo Cabuçu, Parque Estadual da Cantareira.

Ilberto Antonio Calado Camila Correia de Araújo

São Paulo 2013


Calado, Ilberto Antonio Ocorrência de fungos Basidiomicetos na Trilha da Cachoeira, Parque Estadual da Cantareira – Núcleo Cabuçu, Guarulhos, São Paulo. São Paulo, 2012. 63 folhas; A4 Monografia – Trabalho de Conclusão de Curso; Micologia. Curso de Ciências Biológicas, Diretoria da Saúde, Universidade Nove de Julho. Orientadora: Prof. Msc. Maria Solange Francos Co-Orientadora: Dra. Adriana de Mello Gugliotta Palavras-Chave: Fungos, Basidiomicetos, Núcleo Cabuçu, Unidade de Conservação, Parque Estadual da Cantareira.


TERMO DE APROVAÇÃO Universidade Nove de Julho – UNINOVE Departamento de Ciências da Saúde Curso de Ciências Biológicas

São Paulo, ______ de ______________________ de _________ Aluno: ILBERTO ANTONIO CALADO

Comissão de TCC: _____________________________________________ nota: ______________

Examinador do Conteúdo: _____________________________________________ nota: ______________

Orientadora: _____________________________________________ nota: ______________

Média: _____________________________________________ nota: ______________


Este trabalho é dedicado a minha família, pelo apoio, dedicação e força que me deram ao logo destes quatro anos e à minha adorável Camila, eterna companheira das horas difíceis e que sempre acreditou em mim.


AGRADECIMENTOS

Agradeço a minha família pelo apoio e dedicação nas horas difíceis da minha vida durante estes quatro anos. Minha mãe D. Ana, o meu porto seguro nas horas mais difíceis juntamente com meu herói e meu amigo, meu pai Izolino, ao meu irmão Ildoberto e minha irmã Cilene por tudo que me ajudaram nestes anos de faculdade e nestes anos de vida. A minha futura esposa Camila, por sempre me mostrar que de nada adianta ficarmos lamentando pelas coisas ruins da vida, que devemos sempre seguir em frente e acreditar que tudo poder ser diferente, basta lutar. À Professora. Msc. Maria Solange Francos, por ate aceito esta enorme responsabilidade em orientar-me, por tudo que ela me ajudou durante todos estes anos, por acreditar em minha capacidade e me dar todo o apoio necessário para que eu pudesse chegar a este momento tão esperado. Serei sempre grato. À UNINOVE por me fornecer toda a estrutura necessária para a minha formação como Biólogo e aos professores, André Correia, Armando, Cláudia, Mizuno, Nicolas, Priscila, David e todos aqueles que contribuíram com seu conhecimento e colaboraram de certa forma para que chegasse até o final da Graduação. Um agradecimento especial a Prof. Dra. Maria Antonieta Leitão Zajac, pela paciência em me aguentar todo fim de semestre e por todas as vezes que sempre me motivou a continuar lutando nas horas em que tudo parecia sem saída. Muito obrigado. Agradeço também à Drª. Adriana de Mello Gugliotta, do departamento de micologia do Instituto de botânica de São Paulo pela co-orientação; por me receber no Instituto de Botânica disponibilizando seu tempo e sua paciência para me ajudar com a identificação dos poliporóides na conclusão deste trabalho. A Msc. Fernanda Karstedt, doutoranda em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente Instituto de Botânica - Núcleo de Pesquisa em Micologia que me ajudou com a identificação dos Agaricales. À Comissão Técnico-Científica da Fundação Florestal (COTEC), por ter autorizar meu projeto no Parque Estadual da Cantareira e a todos os funcionários do Núcleo Cabuçu, pelo apoio nas coletas e utilização do espaço físico do Parque para a realização deste trabalho.


Agradeço a minha amiga Gisele Silva de Paula, futura micologista pela ajuda nos momentos mais críticos deste trabalho. E agradeço aos amigos que estiveram comigo nestes últimos anos, onde muitos iram perder contato depois da faculdade, mas estarão para sempre em minha memoria. Gabi, Fernanda (mesoderma), Leandro, José, Pedro (Baianinho), Juliana (Galega) Higo, Luciana, Keila, Jony, Paulinha, Paula tomim, Fabiana, David e muitos outros que apesar de não estarem apresentados aqui, (Foi muita gente nestes quatro anos), estão dentre as pessoas que eu admiro e respeito e considero como grande amigos. Obrigado a todos.


RESUMO Fungos macroscópicos são aqueles que produzem corpos de frutificação visíveis a olho nu. São na sua maioria, estruturalmente formados por filamentos denominados hifas e cujas formas de reprodução envolvem a formação de esporos. O estudo destes fungos é de extrema importância, tendo em vista que estes estão envolvidos com a ciclagem da matéria em áreas florestais. O Núcleo Cabuçu, situado no Parque Estadual da Cantareira, é uma área de remanescentes de Mata Atlântica e não dispõe, até o momento, de dados a respeito de fungos basidiomicetos. Diante desta escassez de informações referentes a este grupo, no que diz respeito à sua diversidade e à importância ecológica dos basidiomicetos dentro da Mata Atlântica, este estudo foi proposto . O trabalho foi realizado entre os meses de Janeiro de 2012 e Abril de 2012, com saídas a campo para coleta de material micológico. No total foram identificados e coletados fungos pertencentes à 5 ordens (Agaricales, Gomphales, Polyporales, Auriculariales e Geastrales), 12 famílias (Agaricaceae, Entolomataceae, Nidulariaceae, Marasmiaceae, Boletaceae, Gomphaleaceae, Ganodermataceae, Hymenochaetaceae, Meruliaceae, Polyporaceae, Auriculariaceae e Geastraceae), 23 gêneros e 7 espécies. A Ordem Agaricales foi a mais representativa, perfazendo 46% do total, sendo que, dentro dessa Ordem, a Família Marasmiaceae foi a que mais se destacou, com um número muito grande de basidiomas ao longo de toda a Trilha (44% do total), representada principalmente pelo gênero Marasmius. A segunda Ordem mais representativa foi Polyporales, com 40% de freqüência, sendo representada, especialmente, pela Família Polyporaceae, a qual apresentou o maior número de espécies identificadas (57%) em relação às demais famílias analisadas. Tais resultados demonstram que a Trilha da Cachoeira possui uma diversidade considerável de basidiomicetos, especialmente fungos poliporáceos. No entanto, mais estudos são necessários para se avaliar a diversidade de Agaricales no local, tão abundantes em número de basidiomas. O trabalho revela a importância cada vez maior de Taxonomistas envolvidos com estudos de levantamento no Brasil.

Palavras-Chave: Fungos, Basidiomicetos, Núcleo Cabuçu, Parque Estadual da Cantareira, Unidades de Conservação.


ABSTRACT

Fungi are those that produce macroscopic fruiting bodies visible to the naked eye. Are mostly structurally formed by filaments called hyphae and whose shapes reproduction involving the formation of spores. The study of these fungi is of paramount importance, given that they are involved with the cycling of matter in forest areas. The Cabuรงu Center, located in the Cantareira State Park is an area of Atlantic Forest remnants and do not have, so far, data about the basidiomycete fungi. Given this lack of information concerning this group, with regard to its diversity and ecological importance of basidiomycetes in the Atlantic, this study was proposed. The study was conducted between the months of January 2012 and April 2012, departing the field for collection of mycology. In total were collected and identified fungi belonging to five orders (Agaricales, Gomphales, Polyporales, and Auriculariales Geastrales), 12 families (Agaricaceae, Entolomataceae, Nidulariaceae, Marasmiaceae, Boletaceae, Gomphaleaceae, Ganodermataceae, Hymenochaetaceae, Meruliaceae, Polyporaceae, and Auriculariaceae Geastraceae) , 23 genera and 7 species. The Order Agaricales was the most representative, totaling 59% of the total, and within this Order, Family Marasmiaceae was the one that stood out, with a very large number of mushroom throughout the Trail (44% of total) , represented mainly by the genus Marasmius. A second Order was Polyporales more representative, with 40% frequency, represented especially by the family Polyporaceae, which had the largest number of identified species (57%) compared to the other families analyzed. These results demonstrate that the Waterfall Trail has a considerable diversity of basidiomycetes, especially fungi poliporรกceos. However, further studies are needed to evaluate the diversity of Agaricales in place, so abundant in number of the mushroom. The work reveals the growing importance of taxonomists involved in survey studies in Brazil

Key words: Fungi, Basidiomycetes, Cabuรงu Center, Cantareira Estadual Park, Conservation Unit.


1

INTRODUÇÃO

14

1.1

Justificativa

19

2

OBJETIVOS

20

2.1

Geral

20

2.2

Especifico

20

3

MATERILA E METODOS

21

3.1

Área de Estudo

21

3.1.1 O Parque da Cantareira

21

3.1.2 A Trilha da Cachoeira

26

3.2

Amostragem

28

3.3

Análise dos basidiomas e identificação taxonômica

32

3.4

Herborização

33

4

RESULTADOS E DISCUSSÃO

34

4.1

Principais Táxons encontrados

34

4.2

Ordem Agaricales

37

4.3

Ordem Gonphales

40

4.4

Ordem Auriculariales

40

4.5

Ordem Geastrales

42

4.6 – Ordem Polyporales

43

5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

45

6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

46

7 – ANEXOS

54


LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Localização dos núcleos do Parque Estadual da Cantareira

24

Tabela 2 - Principais táxons encontrados na Trilha da Cachoeira nos três períodos de coleta

35


LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Represa do Engordador, localizada dentro do Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo.

14

Figura 2 – Micélio vegetativo se espalhando em tanque antigo no início da Trilha da Cachoeira

16

Figura 3 – Fungo popularmente conhecido como cogumelo-de-chapéu, pertencente à espécie Cyptotrama asprata (Ordem Agaricales)

17

Figura 4 – Fungo polyporoide causador de poderidão-branca.

18

Figura 5 – Mapa do Estado de São Paulo mostrando a localização do Parque Estadual da Cantareira

21

figura 6 – Municípios abrangidos pelo Parque Estadual da Cantareira

22

Figura 7 – Abrangência do Sistema Cantareira

23

Figura 8 – Área do Parque Estadual da Cantareira mostrando os limites dos Municípios onde estão localizados os Núcleos para visitação pública: N.A.C.: Núcleo Águas Claras; N.P.G.: Núcleo Pedra Grande; N.E.: Núcleo Engordador; N.C.: Núcleo Cabuçu

24

Figura 9 – (A) Centro de visitantes; (B) cachoeira no final da trilha

25

Figura 10 – (A)Bambus na entrada da trilha; (B, C e D) Aclives e declives; (E) Bananeiras no meio da trilha; (F) Cachoeira no final da trilha.

27

Figura 11 – Bica da antiga barragem antes da entrada da trilha da cachoeira

28

Figura 12 – Cogumelo-de-chapéu crescendo sobre o solo de um barranco úmido. Notar riqueza em material orgânico

30

Figura 13 – Coleta de um exemplar de Agaricales na Trilha da Cachoeira

31


Figura 14 – Cogumelos-de-chapéu coletados e posteriormente acondicionados em sacos de papel pardo. 32 Figura 15 – Fungos pertencentes às diferentes Ordens encontradas nas quatro coletas. (A) Agaricales; (B) Gomphales; (C) Polyporales; (D) Auriculariales e (E) Geastrales.

36

Figura 16 – Principais Ordens e Famílias de basidiomicetos encontradas na Trilha da Cachoeira e o número de gêneros identificados para cada uma.

37

Figura 17 – Proporção de basidiomicetos pertencentes às diferentes Ordens identificadas.

37

Figura 18 – Cogumelo pertencente ao gênero Lentinus crescendo sobre tronco podre. Notar a grande quantidade de basidiomas sobre o substrato

38

Figura 19 - Cyathus sp., fungo conhecido.popularmente como ninho-de-pássaro

39

Figura 20 – Proporção de basidiomas presentes em cada Família de basidiomicetos identificada

39

Figura 21 – Marasmius sp. Cogumelo-de-chapéu, de pequeno tamanho (aproximadamente 3 cm de comprimento

40

Figura 22 – Auricularia auricula-judae, popularmente conhecido como, orelha-de-judeu (fungo gelatinoso) encontrado crescendo sobre troncos úmidos

41

Figura 23 – Geatrum.sp mostrando basidioma fechado (A) e basidioma aberto, com a massa de esporos exposta (B)

42

Figura 24 - Fungo pertencente à Ordem Polyporales crescendo sobre tronco de árvore morta na Trilha da Cachoeira (Núcleo Cabuçu, Guarulhos/SP).

43

Figura 25 – Gráfico mostrando a proporção do número de espécies identificadas em cada uma das Famílias de basidiomicetos analisadas.

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1 - INTRODUÇÃO A Mata Atlântica é uma importante área florestal brasileira, a qual já ocupou o equivalente a 1,35 milhões de km2, sendo hoje considerada como ameaçada e apresentando a maior concentração de espécies animais e vegetais em perigo de extinção no país, diante de uma área atual de apenas 7,3% da originalmente conhecida (Fundação SOS Mata Atlântica, 2012). Segundo Olmos, São Bernardo E Galetti (2004), a maior parte das florestas existentes dentro do Domínio Atlântico está em estágio inicial ou médio de sucessão vegetal e ocupa áreas anteriormente degradadas por ações antrópicas, como o desmatamento e a poluição. Como não há muitas áreas de floresta madura, é de vital importância que se estabeleçam, com mais freqüência, programas de conservação de sua biota, de modo a garantir sua preservação. No início do século XIX, o Estado de São Paulo tinha aproximadamente 19.856.754 hectares de cobertura vegetal nativa (Serra Filho et al., 1975), o que correspondia a aproximadamente 80% de toda a área ocupada pelo Estado, que é de 248.196,960 Km² (Ibge, 2011). A diminuição de cobertura vegetal nativa levou o Governo do Estado de São Paulo a tomar medidas preventivas, como a desapropriação de inúmeras fazendas situadas na Serra da Cantareira no final do século XIX, a fim de preservar a área da especulação imobiliária, do desmatamento e de conservar os recursos hídricos da região (Fundação Florestal, 2012). Tais recursos eram considerados de ótima qualidade e encontravam-se próximos da Região Metropolitana, o que facilitava a captação, como a Represa do Engordador (Figura 1).

Figura 1 – Represa do Engordador, localizada dentro do Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo. Foto: Ilberto Antonio Calado

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Segundo informações da Fundação Florestal (2012), as Unidades de Conservação constituem espaços territoriais e marinhos, os quais são detentores de atributos naturais e/ou culturais de especial relevância para projetos de conservação, preservação e uso sustentável de seus recursos. A criação dessas Unidades representa um papel altamente significativo para a manutenção da diversidade biológica, além da preservação de valores culturais associados à conservação da natureza, que são mantidos pelas comunidades que vivem no seu interior ou em seu entorno. Os Parques constituem Unidades de Conservação e conciliam, em suas atividades, a proteção da flora, da fauna e das belezas naturais para objetivos científicos, educacionais e recreativos. Nas áreas florestais, a manutenção da biodiversidade animal e vegetal resulta também na preservação de condições favoráveis ao desenvolvimento de outros grupos de organismos, como os fungos. Seitz (1995) afirma que existe uma relação estreita entre a espécie florestal e os fungos degradadores de madeira dos galhos. Após a morte do organismo vegetal, este é colonizado por fungos, bactérias e insetos, que causam a sua degradação. Após o enfraquecimento do lenho, este poderá ser facilmente quebrado e desestruturado na natureza, desde que as condições ambientais sejam favoráveis ao crescimento e ação dos fungos. Em condições de abrigo e ambientes secos, os galhos podem permanecer conectados aos troncos por muitos anos. Os fungos são organismos heterótrofos, eucariotos, cuja reprodução pode ser sexuada e/ou assexuada, comumente pela produção de esporos. Tais organismos podem ser unicelulares ou multicelulares, estes denominados fungos filamentosos (formados por hifas que constituem um micélio bem desenvolvido) e possuem parede celular complexa, armazenando energia sob a forma de glicogênio e presentes em diferentes tipos de substratos (Gimenes, 2010) – Figura 2.

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Figura 2 – Micélio vegetativo de um fungo basidiomiceto crescendo em tanque antigo no início da Trilha da Cachoeira (Núcleo Cabuçu), Parque Estadual da Cantareira, Guarulhos (São Paulo).

Atualmente estima-se que existam aproximadamente 1,5 milhões de espécies de fungos, perdendo apenas para a classe dos insetos. Esse grande número de organismos se deve principalmente à ampla distribuição e associação com substratos orgânicos e inorgânicos. Entretanto, a quantidade de organismos conhecidos é em torno de 78 mil, ou seja, menos de 6% dos fungos do planeta, o que demonstra uma enorme lacuna no conhecimento sobre a diversidade desses organismos (Fidalgo & Bononi, 1984; Hawksworth Et Al., 1996; Drechsler-Santos, 2005). Segundo Ferraz (2004), dentre os fungos degradadores de madeira estão os chamados fungos de podridão-branca, (Figura 5), que são fungos macroscópicos capazes de sintetizar enzimas oxidativas efetivas na biodegradação de materiais lignocelulósicos. Tais fungos pertencem ao grupo dos chamados basidiomicetos (Filo Basidiomycota). O Filo Basidiomycota compreende cerca de 22.244 espécies, que possuem como estrutura distinta para o seu reconhecimento taxonômico o basídio, o qual é especializado na produção de esporos exógenos, chamados basidiósporos, formados pelo resultado de cariogamia e meiose. De acordo com o aspecto do 16


basidioma (também chamado por muitos autores de corpo de frutificação do fungo), esses fungos podem ser tradicionalmente agrupados como cogumelos (Agaricales), orelhas-de-pau e corticióides (Aphyllophorales), ferrugens e carvões (ordens Uredinales e Ustilaginales), além dos fungos gelatinosos, coralóides e os gasteromicetos representados por várias outras ordens (Raven, Evert e Eichhorn, 1996; Capelari Et Al., 1998; Gugliotta E Capelari, 1998) – Figura 3.

Figura 3 - Fungo popularmente conhecido como cogumelo-de-chapéu, pertencente à espécie Cyptotrama asprata (Ordem Agaricales).

As espécies poliporóides (Figura 4), as quais possuem a superfície himenial do basidioma contendo numerosos poros, são as principais causadoras de podridão de madeira e sua importância ecológica reside na atividade sapróbia. Crescem tanto em madeira morta, mas também em solo e folhedo, desempenhando papel fundamental na degradação da lignina de materiais vegetais lenhosos. Algumas espécies podem atuar como parasitas dependendo das condições ambientais e do hospedeiro, sendo oportunistas e lignícolas facultativas ao se instalar na árvore senescente ou injuriada, persistindo após sua morte como sapróbios (Harley, 1971; Christensen, 1989; Rayner, 1995; Alexopoulos Et Al., 1996; Gugliotta E Capelari, 1998).

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Figura 4 – Fungo poliporóide causador de podridão-branca crescendo sobre tronco em decomposição. Foto tirada por Ilberto Antonio Calado.

Das cerca de 22 mil espécies de Basidiomycota já descritas, por volta de 9 mil são conhecidas no Brasil, sendo provável que, com a realização de novos levantamentos, esse número venha crescer bastante e novas espécies sejam descritas. Em regiões como a cidade de Anápolis em Goiás, a diversidade de basidiomicetos macroscópicos é praticamente desconhecida, já que a maioria dos levantamentos brasileiros realizados aborda as regiões Sudeste, especialmente o estado de São Paulo, Nordeste e Sul (Capelari Et Al., 1998; Fonseca, 1999; Baseia, 2000; Rosa, 2002; Xavier- Santos, 2003). Os levantamentos sobre este grupo ainda revelam novas espécies encontradas para o Brasil, bem como para a ciência, mostrando a necessidade real de novos levantamentos, mediante a crescente degradação dos ecossistemas (Loguercio-Leite Et Al., 1998; 2001;

Campos & Cavalcanti, 2000; Gerber &

Loguercio-Leite, 2000; Gibertoni; Cavalcanti, 2000; Ryvarden, 2001). Segundo dados publicados por Capelari et al. (1998) e Capelari e Gugliotta (2006), atualmente cerca de 2000 espécies de fungos basidiomicetos já foram identificados no Estado de São Paulo. Grande

parte

dos

dados

referentes

a

basidiomicetos neste Estado foram obtidas através de levantamentos na Mata 18


Atlântica (62,89%) e no Cerrado (22,37%) e as áreas mais estudadas foram: Parque Estadual da Ilha do Cardoso, Parque Estadual das Fontes do Ipiranga e Estação e Reserva Biológica de Mogi-Guaçu, mostrando que ainda existe uma grande lacuna de informações a serem preenchidas no que diz respeito à diversidade micológica do Estado de São Paulo (Capelari et al., 1998). No trabalho de Prado e Marcelli (2008), os autores também afirmam que a maioria dos registros em bancos de dados referese a levantamentos na Mata Atlântica, dentro de Unidades de Conservação. Trabalhos de levantamento como este buscam ampliar o conhecimento sobre a diversidade de basidiomicetos no Estado de São Paulo, contribuindo para que novas espécies sejam encontradas e catalogadas, diminuindo assim a lacuna de dados a respeito de tais organismos e sua diversidade.

1.1. Justificativa

Apesar de ser considerada uma das maiores áreas de floresta em perímetro urbano do mundo, São Paulo, (2009) ainda é praticamente desconhecida a diversidade de fungos existentes no Parque Estadual da Cantareira, área de remanescentes de Mata Atlântica. O Núcleo Cabuçu, local onde foi desenvolvido o trabalho, é um dos Núcleos mais recentes do Complexo Cantareira, aberto à visitação pública. Por este motivo, supõe-se que o impacto antrópico em suas trilhas ainda é baixo se comparado a outros Núcleos de visitação pública do Complexo, como os Núcleos do Engordador, Pedra Grande e Águas Claras. Até a finalização deste trabalho, ainda não havia nenhum tipo de publicação sobre a diversidade micológica dentro do Núcleo Cabuçu. Este fato corrobora a importância deste levantamento sob o ponto de vista científico, pois abre caminho para novas pesquisas dentro da Unidade de Conservação. Parque Estadual da Cantareira, além de colaborar para a ampliação do conhecimento da micobiota dentro do Estado de São Paulo.

19


2 - OBJETIVOS 2.1 – Geral

Analisar, sob o ponto de vista quantitativo e qualitativo, a diversidade de fungos basidiomicetos existentes na Trilha da Cachoeira, localizada no Núcleo Cabuçu, Parque Estadual da Cantareira, em Guarulhos (SP), de modo a contribuir para a ampliação do conhecimento sobre a diversidade micológica nesta Unidade de Conservação e no Estado de São Paulo. 2.2 – Específicos

- Analisar quais os substratos com maior incidência de fungos basidiomicetos no percurso da Trilha. - Realizar a identificação taxonômica dos exemplares encontrados, montando uma listagem dos táxons catalogados.

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MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 – Área de Estudo 3.1.1 – O Parque Estadual da Cantareira

Criado em vinte nove de agosto de 1962 através do Decreto N.º 41.626/63, o Parque Estadual da Cantareira (Mapa 1) é uma Unidade de Conservação com 7.916,52 hectares, a qual abrange parte dos Municípios de São Paulo, Mairiporã, Guarulhos e Caieiras (Mapa 2), considerada uma das maiores florestas em perímetro urbano do mundo. O Parque é ainda caracterizado como uma das áreas pertencentes à Reserva da Biosfera do Cinturão Verde do Estado de São Paulo e reconhecido pela UNESCO como parte integrante do “Programa o Homem e a Biosfera”, abrigando uma grande biodiversidade de flora, fauna e importantes fontes de recursos hídricos (São Paulo, 2009).

Figura 5 - Mapa do Estado de São Paulo mostrando a localização do Parque Estadual da Cantareira. Extraído do Plano de Manejo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 2009).

21


Figura 6 - Mapa dos municípios abrangidos pelo Parque Estadual da Cantareira (SÃO PAULO, 2009).

Segundo Feitosa e Ribeiro (2005), a região do Parque Estadual da Cantareira, que é um grande fragmento de Mata Atlântica, possui uma topografia acidentada e o elemento físico dominante é a Serra da Cantareira, caracterizada como um prolongamento do Espigão da Mantiqueira, com altitude média de 850 metros. O Parque encontra-se dentro do que é considerado um dos maiores sistemas produtores de água do mundo, o Sistema Cantareira. Gerando 33 mil litros de água por segundo, o sistema Cantareira tem uma área de aproximadamente 228 mil hectares e abrange 12 municípios, quatro deles no Estado de Minas Gerais (Mapa 3). As águas produzidas pelo sistema são provenientes, em sua grande maioria, da bacia do Rio Piracicaba, e transpostas para a região da bacia do Alto Tietê, onde se localiza a grande São Paulo (Whately e Cunha, 2006).

22


Figura 7 - Mapa mostrando a abrangência do Sistema Cantareira. Extraído do Plano de Manejo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SÃO PAULO, 2009).

Dados apresentados no Plano de Manejo da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (São Paulo, 2009), relatam que em 2003 o sistema Cantareira conta com apenas 21% da sua cobertura vegetal ainda intacta, o que é um dado preocupante já que a região é uma das principais fontes de abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo. De acordo com o Sistema de Classificação Fisionômico-Ecológico da Vegetação Brasileira (Veloso et al., 1991), o Parque Estadual da Cantareira apresenta Sistema Edáfico de Primeira Ocupação: Floresta Ombrófila Densa Atlântica (Montana) e Sistema de Vegetação Secundária. O Parque Estadual da Cantareira conta, atualmente, com quatro Núcleos abertos à visitação pública (Tabela 1 e Mapa 4).

23


Tabela 1 – Localização dos núcleos do Parque Estadual da Cantareira.

Parque Estadual da Cantareira

Cidade

Núcleo Pedra Grande

São Paulo

Núcleo Águas Claras

Mairiporã

Núcleo do Engordador

São Paulo

Núcleo Cabuçu

Guarulhos

Figura 8 - Área do Parque Estadual da Cantareira mostrando os limites dos Municípios onde estão localizados os Núcleos para visitação pública: N.A.C.: Núcleo Águas Claras; N.P.G.: Núcleo Pedra Grande; N.E.: Núcleo Engordador; N.C.: Núcleo Cabuçu. Extraído de: FEITOSA e RIBEIRO (2005).

Sendo o mais novo de todos os Núcleos do Parque Estadual Da Cantareira, o Núcleo Cabuçu foi aberto ao público em 2008, apesar de suas estruturas estarem instaladas e equipes montadas desde 2003. Este Núcleo foi criado como resultado de um processo de compensação ambiental entre o Instituto Florestal, o Serviço Autônomo de Abastecimento de Guarulhos (SAAE) e a Secretaria do Meio Ambiente do Município de Guarulhos. Entre 2003 e 2008 o Núcleo recebeu apenas pesquisadores e escolas com visitas programadas, com média de 600 visitantes/mês (Fundação Florestal, 2012). O Núcleo conta com infra-estrutura (Fig.9) de portaria, bilheteria, guarita, sanitários, audiovisual, anfiteatro, centro de visitantes(9 A), áreas de piquenique e trilhas de interpretação da natureza como a Trilha da Cachoeira (9 B), Trilha da 24


Jaguatirica e trilha do Sagui, permitindo o desenvolvimento de atividades voltadas tanto para o pĂşblico em geral como para escolas visitantes.

10A

10A

A

B B Figura 9 - (A) Centro de visitantes, (B) Cachoeira no final da Trilha

25


3.1.2 – Trilha da Cachoeira

A área escolhida para a elaboração do trabalho foi a Trilha da Cachoeira, com 5.220 m (Figura 11) de percurso em formato linear (São Paulo, 2009), composta por Floresta Ombrófila Densa Montana, a qual, conforme definição de Roderjan e Britez (2002),é constituída por formações florestais distribuídas sobre a porção intermediária das encostas, em altitudes que variam de 600 a 1200 metros acima do nível do mar. A Trilha apresenta nível de dificuldade alta, com grandes aclives e declives, (Figura 10 B, 10 C e 10 D) e trechos de vegetação fechada e sombreada . Em certos trechos, como no início da Trilha, observa-se a presença de uma grande quantidade de bambus (Figura 10 A), os quais possivelmente foram introduzidos e se espalharam de forma acidental para o interior da mata. Em trecho da trilha, há presença constante de árvores de grande porte como o guatambu, o cedro-rosa e o pau-jacaré. Chegando próximo aos 1300 metros, é possível encontrar uma clareira, na qual se encontra um dos vários cursos de água existentes no Parque, cercado por bananeiras (Musa spp. - Figura 10 E). Nesse local é possível observar pegadas da fauna local, que o utilizam para caçar e beber água. Ao final da Trilha, encontra-se uma cachoeira, com aproximadamente três metros de altura, com sua base formada por uma pequena barragem rudimentar, feita com pedras sobrepostas, sem nenhum tipo de material fixador. Estima-se que tenha em torno de 50 centímetros de profundidade, sendo um local onde também foram encontrados vestígios da fauna local e os visitantes utilizam para banho e para a contemplação da natureza (Figura 10 F).

26


A

B

C

D

E

F

Figura 10 – (A) Bambus na entrada da trilha; (B, C e D) Aclives e declives;(E) Bananeiras no meio da trilha; (F) Cachoeira no final da trilha.

27


A alguns metros antes da entrada da trilha existe uma bica (Figura 12) proveniente de uma antiga barragem, e um forno para fabricação de tijolos, construções estas que, de acordo com funcionários do Parque, pertenciam à antiga Fazenda Cabuçu, desapropriada na época de sua criação.

Figura 11 – Bica da antiga barragem antes da entrada da Trilha da cachoeira. Foto tirada por Ilberto Antonio Calado.

3.2 - Amostragem

Em abril de 2011 foi realizada a observação das diferentes Trilhas presentes no Parque Estadual da Cantareira, Núcleo Cabuçu, de modo a estabelecer os locais para a coleta de dados micológicos, bem como foram discutidas as possibilidades de autorização junto à Diretoria do Parque (Bióloga Elisângela Moino) e ao COTEC (Comissão Técnico-Científica da Fundação Florestal) para os trabalhos dentro desta área de preservação, dando-se início aos pedidos formais junto ao órgão. A documentação exigida foi enviada no dia 30 de junho de 2011. No dia 01/12/2011 o COTEC autorizou os trabalhos de coleta, cujo documento, inscrito no processo SMA Nº 260108-009.147/2011, possuía vigência de junho de 2011 a dezembro de 2011 (ANEXO 1). Como o término dos trabalhos estava previsto para o mês de dezembro de 2011 e a autorização só ocorreu dentro 28


desse próprio mês, o que inviabilizou a execução dos trabalhos de coleta, identificação e escrita do trabalho dentro do prazo estipulado, foi necessário reenviar os formulários, solicitando ao referido órgão uma prorrogação do término do Projeto para julho de 2012. O COTEC, via e-mail, (ANEXO 2), autorizou a prorrogação e solicitou uma nova entrega dos formulários atualizados (ANEXOS 3 a 5). Foram realizadas quatro saídas de campo para análise, coleta e registro fotográfico dos basidiomicetos presentes na Trilha da Cachoeira, com duração de um (1) dia cada uma, seguindo intervalos de, aproximadamente, 30 dias entre uma coleta e outra. Tais coletas foram realizadas dentro do período compreendido entre os meses de março e maio de 2012 (abrangendo os períodos sazonais do Verão e Outono). A primeira coleta ocorreu no dia 11/03/2012 (verão); a segunda no dia 15/04/2012 (outono); a terceira no dia 24/04/2012 (outono) e a última no dia 06/05/2012 (outono). Além das coletas acima referidas, foram realizadas mais quatro visitas ao local de estudo para registro fotográfico detalhado de alguns exemplares, cuja identificação taxonômica era mais complexa. É importante ressaltar que o trabalho aqui apresentado tem a finalidade de demonstrar a ocorrência de basidiomicetos nesta área de estudo e devido à extensão e complexidade geográfica do terreno, associada à necessidade de identificação taxonômica por especialistas, não foi possível realizar um número maior de coletas, que pudessem compilar todas as estações do ano e relacionar com uma possível sazonalidade. Uma única coleta exige várias horas de caminhada para um estudo detalhado (cerca de seis a oito horas por coleta). Além desses fatores, o tempo decorrido entre a solicitação de coleta e autorização pelo COTEC, que foi de cerca de 5 meses, dificultou o trabalho de campo, exigindo uma menor quantidade de coletas. As coletas seguiram a metodologia sugerida por Fidalgo e Bononi (1984); Pereira e Putzke (1990), estes últimos para a Ordem Agaricales, com atenção especial à preservação dos caracteres morfológicos dos basidiomas frescos. Os exemplares

pertencentes

às

famílias

Auriculariaceae,

Gomphaleaceae

e

Polyporaceae foram amostrados levando-se em consideração as características morfológicas visíveis, conforme citado por Fidalgo e Bononi (1984). O método de amostragem utilizado foi o de coletas em áreas de borda da Trilha até 1 metro no interior da mata, em ambientes favoráveis ao desenvolvimento 29


de basidiomas, como troncos de árvores em decomposição, serrapilheira, barrancos, sendo realizada uma análise visual por toda a extensão da Trilha (Figura 9).

Figura 12 – Cogumelo-de-chapéu crescendo sobre o solo de um barranco úmido. Notar riqueza em material orgânico. Foto tirada por Camila Correia de Araújo em 06/05/2012.

Em campo foram realizados registros fotográficos do hábitat e detalhes macroscópicos dos fungos basidiomicetos através de dois modelos de equipamento fotográfico: câmera Cannon Powershot 460, com 5 mega pixels e câmera Fujifilm S4000, com 14 mega pixels. Logo após o fungo ser fotografado em seu ambiente natural, os seguintes dados foram devidamente anotados para cada exemplar: data e hora da coleta, número de identificação, tipo de substrato encontrado, referência da trilha, coloração, nome popular, número de basidiomas encontrados no local, todos anotados em uma Ficha de Coleta (Anexo 6). Em seguida, os basidiomas eram coletados com o auxilio de uma faca ou canivete e acondicionados em sacos de papel pardo, com dimensões de 25 cm X10 cm, devidamente identificados. Tomou-se o cuidado para evitar que estruturas importantes para identificação das espécies fossem danificadas (Figura 13).

30


Figura 13 – Coleta de um exemplar de Agaricales na Trilha da Cachoeira. Foto tirada por Camila Correia de Araújo na coleta de 06/05/2012.

Foram utilizados folhas e material de serapilheira no fundo do saco de papel como um “substrato” para acondicionar os exemplares mais delicados como os cogumelos pertencentes à Ordem Agaricales (tais como os representantes do gênero Marasmius, bem pequenos e extremamente frágeis). Os sacos de papel assim preparados eram colocados em caixas de papelão para o transporte. Com este tipo de procedimento evitou-se a dessecação prematura das amostras. Os exemplares que desenvolviam os seus basidiomas diretamente sobre o solo, foram desenterrados com cuidado para que não fossem perdidos caracteres úteis na identificação, presentes na base do estipe (seguindo-se as orientações de Pereira, 1982) e, em seguida, acondicionados seguindo os métodos já citados acima (Figura 14).

31


Figura 14 – Cogumelos-de-chapéu coletados e posteriormente acondicionados em sacos de papel pardo. Foto tirada por Camila Correia de Araújo em 06/05/2012.

Para que o trabalho tivesse êxito, foi coletado o maior número possível de amostras da mesma espécie, pois segundo Gamundi e Horak (1995), é necessário coletar no mínimo três amostras de cada espécie na intenção de obter indivíduos em diferentes estádios de maturação. Em espécies com hábito solitário, esse procedimento não foi possível.

3.3 - Análise dos Basidiomas e Identificação Taxonômica

A identificação dos basidiomicetos coletados nos quatro períodos de coleta foi realizada com a ajuda Dra. Adriana de Mello Gugliotta, pesquisadora da Seção de Micologia do Instituto de Botânica de São Paulo (a qual analisou os exemplares coletados, bem como os registros fotográficos) e pela Msc. Fernanda Karstedt, aluna do Programa de Doutorado em Biodiversidade Vegetal e Meio Ambiente do Instituto de Botânica - Núcleo de Pesquisa em Micologia, que auxiliou na identificação dos exemplares pertencentes à Ordem Agaricales somente através da análise dos registros fotográficos. 32


Para os trabalhos de identificação, as microestruturas foram analisadas segundo as recomendações de Teixeira (1956, 1962a; 1995). Os cortes foram feitos a mão livre, com o uso de lâmina de metal. O fragmento do fungo examinado foi imerso em álcool a 75% durante 1 a 2 minutos para rehidratação e, finalmente, este foi montado entre lâmina e lamínula, em gota de solução de KOH 5% (Gugliotta e Bononi, 1999). Para identificação das espécies foram utilizadas bibliografias pertinentes, como os trabalhos de Gusmán (1980; 2003); Gilbertson e Ryvarden (1987); Fonsêca (1999); Gugliotta e Bononi (1999). O sistema de nomenclatura e classificação foi consultado na base de dados CABI (http://www.indexfungorum.org), assim como as abreviações e citações de nomes de autores das espécies. 3.4 – Herborização

Após a coleta, os fungos foram mantidos em sacos de papel e caixas de papelão até a secagem dos mesmos, que foi realizada em estufa a 45°C, para completa

desidratação

e

posteriormente

preservação

dos basidiomas.

Os

exemplares pertencentes à Ordem Agaricales, devido à extrema delicadeza dos basidiomas, foram acondicionados em caixas plásticas e mantidos sob refrigeração a uma temperatura de 4º C negativos (recomendações da Pesquisadora Dra. Adriana de Mello Gugliotta, com. pessoal). Descartando possíveis análises em trabalhos futuros, o material desidratado será depositado no Herbário Maria Eneyda P.K. Fidalgo (SP) do Instituto de Botânica de São Paulo e no Herbário Dom Bento Pickel (SP) do Instituto Florestal de São Paulo.

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4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 – Principais Táxons encontrados

No presente estudo, os fungos coletados foram separados, taxonomicamente, em 5 ordens, 12 famílias, 23 gêneros e 7 espécies, totalizando 419 basidiomas coletados na Trilha da Cachoeira nos quatro períodos de coleta (Tabela 2). A tabela 2 mostra que os fungos identificados pertenciam às seguintes Ordens: Agaricales, Gomphales, Polyporales, Auriculariales e Geastrales, as quais representam fungos popularmente diversos. A Ordem Agaricales têm como representantes os chamados cogumelos-de-chapéu; Gomphales são representados pelos fungos coralóides; Polyporales pelos fungos chamados orelhas-de-pau; Auriculariales pelos fungos gelatinosos e Geastrales pelos conhecidos estrela-daterra (Figura 15). Segundo trabalhos publicados por Maia e Carvalho Júnior (2010), São Paulo é um dos Estados que tem o maior número de espécies de basidiomicetos catalogados, com aproximadamente 1.161 espécies até então identificadas, seguido por Pernambuco com 937 espécies e Rio Grande do Sul, com 856. Contudo, os mesmos autores relatam que para que se conheça mais profundamente o Reino Fungi, é necessário que o Brasil intensifique o número de saídas a campo e que se realizem mais coletas com vistas a estudos taxonômicos dentro da área da Micologia, de modo a suprir esta escassez de informação.

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Tabela 2 – Principais táxons encontrados na Trilha da Cachoeira nos três períodos de coleta.

Ordem

Familia

Genêro

Espécie

Lentinus sp. Agaricus sp. Agaricaceae

Oudemansiella sp. Cyptotrama

Cyptotrama asprata

Pluteus sp. Hohenbuhelia sp.

Agaricales Entolomataceae

Leucocoprinus sp.

Nidulariaceae

Cyathus sp.

Marasmiaceae

Gomphales

Marasmius sp. Mycena sp.

Boletaceae

Gyrodon sp.

Gomphaleaceae

Ramaria sp.

Ganodermataceae

Amauroderma sp.

Hymenochaetaceae Phellinus sp. Meruliaceae

Podoscypha sp. Coriolopsis

Coriolopsis caperata

Trametes sp.

Polyporales

Hexagonia Polyporaceae

Stereum sp. Rigidoporus

Rigidoporus lineatus

Polyporus

Polyporus tenuiculus

Auriculariales Auriculariaceae

Auricularia

Geastrales

Geastrum sp.

Geastraceae

Hexagonia papyracea

Auricularia fuscosuccinea Auricularia aurícula-judae

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Figura 15 – Fungos pertencentes às diferentes Ordens encontradas nas quatro coletas. (A) Agaricales; (B) Gomphales; (C) Polyporales; (D) Auriculariales e (E) Geastrales. Fotos tiradas por Camila Correia de Araújo na Trilha da Cachoeira.

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4.2 - Ordem Agaricales

A Ordem Agaricales foi a que apresentou maior número de gêneros identificados, com 11 representantes, seguida pela Ordem Polyporales, com 9 gêneros, Auriculariales (2), Gomphales e Geastrales (1 de cada) – Figura 16.

Figura 16 – Principais Ordens e Famílias de basidiomicetos encontradas na Trilha da Cachoeira e o número de gêneros identificados para cada uma.

Representando

46%

das

amostras

coletadas,

ordem

Agaricales

foi

predominante durante todo o trabalho, seguida por Polyporales, com 38%. Esta porcentagem elevada da ordem cogumelos-de-chapéu pode estar ligada aos favoráveis fatores climáticos locais, como temperatura e umidade relativa do ar da região em estudo (Figura 17).

Figura 17 – Proporção de basidiomicetos pertencentes às diferentes Ordens identificadas.

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Em relação aos demais táxons, pôde-se constatar que, dentro da Família Agaricaceae, foram identificados 6 gêneros (Agaricus, Cryptotrama, Lentinus, Oudemansiella, Pluteus e Hohembuellia) e 1 única espécie: Cryptotrama asprata. Em relação a esta família, foram registrados 34 basidiomas pertencentes aos táxons identificados, sendo que destes, o genêro Lentinus foi o que apresentou maior incidência de basidiomas (19 no total) - Figura 18.

Figura 18 – Cogumelo pertencente ao gênero Lentinus crescendo sobre tronco podre. Notar a grande quantidade de basidiomas sobre o substrato. Foto tirada por Ilberto Antonio Calado em 15/04/2012 (segunda coleta).

A

Família

Entolomataceae

foi

representada

apenas

pelo

gênero

Leucocoprinus; Nidulariaceae pelo gênero Cyathus, fungo conhecido como ninhode-pássaro e que pertence à Classe Gasteromycetes, cujos basidiomas bem pequenos (apenas alguns milímetros de comprimento) permanecem fechados durante todo o período de maturação dos esporos. No presente estudo, tal gênero foi encontrado apenas na coleta de 06/05/2012, no período de outono (Figura 19).

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Figura 19 - Cyathus sp., fungo conhecido.popularmente como ninho-de-pássaro. Foto tirada por: Camila Correia de Araújo em 24/04/2012

A Família Marasmiaceae (Figura 21) foi que mais se destacou em relação ao número de exemplares observados na análise de campo (115), perfazendo 44% do total de basidiomas dentre as famílias identificadas.

Figura 20 – Proporção de basidiomas presentes em cada Família de basidiomicetos identificada.

39


Marasmiaceae foi representada por dois gêneros: Marasmius e Mycena. Os dois gêneros apresentaram grande número de basidiomas, presentes em toda a extensão da Trilha, em todos os períodos de coleta, sendo que dos 115 basidiomas que puderam ser quantificados (número impressionante e em intervalos espaciais muito pequenos), 79 pertenciam ao gênero Marasmius - Figura 21.

Figura 21 - Marasmius sp. Cogumelo-de-chapéu, de pequeno tamanho (aproximadamente 3 cm de comprimento). Notar grande número de basidiomas presentes sobre o substrato.

O gênero Gyrodon, com 9 basidiomas coletados, foi o único representante da família Boletales.

4.3 - Ordem Gomphales

A Ordem Gomphales não se apresentou representativa no local, sendo identificado apenas um exemplar do gênero Ramaria, fungo coralóide, pertencente à Família Gomphaceae. Sua presença foi registrada apenas na coleta do dia 11/03/2012.

4.4 - Ordem Auriculariales

A Ordem Auriculariales foi representada pela Família Auriculariaceae, com duas espécies identificadas: Auricularia fuscosuccinea e Auricularia auricula-judae, popularmente conhecidas como orelhas-de-judeu (Figura 22). Essas espécies foram encontradas somente em duas coletas (11/03/12 e 15/04/12). 40


Segundo trabalhos de Ziliotto (1997), Auricularia auricula-judae é comestível e apresenta 24,30% de ácidos graxos monoinsaturados, 37,19% de ácidos graxos polinsaturados, com total de 61,49% de insaturados. Sob o ponto de vista nutricional, a alta concentração de ácidos graxos presentes nos cogumelos é considerada benéfica, desempenhando um papel de extrema importância na alimentação humana.

Figura 22 – Auricularia auricula-judae, popularmente conhecido como orelha-de-judeu (fungo gelatinoso encontrado crescendo sobre troncos úmidos). Foto: Ilberto Antonio Calado.

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4.5 - Ordem Geastrales

A

Ordem

Geastrales

foi

representada

neste

trabalho

pela

Família

Geastraceae, com a coleta e identificação de um único gênero: Geastrum, conhecido popularmente como estrela-da-terra (Figura 23).

A

B Figura 23 - Geatrum sp., um gasteromiceto mostrando basidioma fechado (A) e basidioma aberto, com a massa de esporos exposta (B). Foto tirada por Ilberto Antonio Calado.

Segundo trabalhos de Trierveiler-Pereira e Baseia (2009), atualmente 232 espécies de fungos gasteromicetos são registradas para o Brasil, o que mostra que ainda existe um déficit muito grande de trabalho e pesquisas sobre esta Classe. Em todas as coletas, pôde-se perceber que o local apresenta uma grande umidade (solo, nos troncos das árvores, na serrapilheira, presente em grande

42


quantidade sobre o solo). Esse fato certamente contribuiu para a maior prevalência de basidiomicetos pertencentes ao grupo dos chamados cogumelos-de-chapéu. Pelo fato das coletas terem sido realizadas em períodos distintos, tendo abrangido dois períodos sazonais, houve uma dificuldade maior em proceder a análise taxonômica, pois algumas amostras se deterioraram antes de ser identificadas, restando apenas o registro fotográfico, o que possibilitou a identificação apenas em nível de Família.

4.6 - Ordem Polyporales

A Ordem Polyporales (Figura 25) foi representada por 4 Famílias: Ganodermataceae, Hymenochaetaceae, Meruliaceae e Polyporaceae; 9 gêneros (Amauroderma, Phellinus, Podocypha, Coriolopsis, Trametes, Hexagonia, Stereum, Rigidoporus e Polyporus) e quatro espécies: Coriolopsis caperata, Hexagonia papyracea, Rigidoporus lineatu e Polyporus tenuiculus.Comparando-se o número de espécies identificadas dentro das demais Famílias, Polyporaceae apresentou o

Foto: Camila Correia de Araujo

maior número de espécies identificadas (57%) – Figura 25).

Figura 24 - Fungo pertencente à Ordem Polyporales crescendo sobre tronco de árvore morta na Trilha da Cachoeira (Núcleo Cabuçu, Guarulhos/SP).

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Figura 25 – Gráfico mostrando a proporção do número de espécies identificadas em cada uma das Famílias de basidiomicetos analisadas.

Segundo trabalho de Gilbertson (1980), a Ordem Polyporales compreende a parcela mais representativa dos fungos que crescem em madeira em decomposição. Padre

S.J. é considerado o pioneiro no estudo dos fungos com poros e maioria

dos grupos de fungos macroscópicos no Brasil, sendo considerado o Pai da Micologia Brasileira, segundo Fidalgo (1962). O gênero que menos foi encontrado durante o trabalho foi o gênero Ramaria, pertencente à Ordem Gomphales, sendo representada por um único e isolado representante.

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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com os resultados observados ao final do trabalho de identificação, pôde-se perceber que a Ordem Agaricales, a qual inclui os chamados cogumelosde-chapéu, foi a mais representativa, perfazendo 46% do total, sendo que, dentro dessa Ordem, a Família Marasmiaceae foi a que mais se destacou, com um número muito grande de basidiomas ao longo de toda a Trilha (44% do total), representada principalmente pelo gênero Marasmius. A segunda Ordem mais representativa foi Polyporales, a qual inclui os fungos que possuem superfície himenial contendo inúmeros poros. Essa Ordem apresentou-se com 38% de freqüência, sendo representada, especialmente, pela Família Polyporaceae, a qual apresentou o maior número de espécies identificadas (57%) em relação às demais famílias analisadas. Tais resultados demonstram que a Trilha da Cachoeira possui uma diversidade considerável de basidiomicetos, especialmente fungos poliporáceos. No entanto, mais estudos são necessários para se avaliar a diversidade de Agaricales no local, tão abundantes em número de basidiomas. O trabalho revela a importância cada vez maior de Taxonomistas envolvidos com estudos de levantamento no Brasil, especialmente em relação à Ordem Agaricales. Pretende-se, em um trabalho futuro, que todo o material fotográfico obtido durante este trabalho seja analisado, separado e utilizado para uma possível exposição fotográfica dentro da referida Unidade de Conservação, com a finalidade de proporcionar um maior conhecimento sobre a diversidade da micobiota do Parque Estadual da Cantareira para a população local. Desta forma, todo o registro compilado até o momento poderá ser utilizado como instrumento de Educação Ambiental e incluído em Projetos de Conservação da Biodiversidade local.

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5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS Anexo 1 – Autorização do COTEC

55

Anexo 2 – E-mail autorizando prorrogação do projeto

59

Anexo 3 – Termo de Transferência de Material

60

Anexo 4 – Termo de compromisso junto ao COTEC

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Anexo 5 – Termo de responsabilidade

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Anexo 6 – Ficha de Coleta

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Anexo 1

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55


56


Anexo 2 57


Anexo 3 58


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Anexo 4

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Anexo 5

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Anexo 6

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