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Catalão 157 anos Elas fazem história!

102ª EDIÇÃO – AGOSTO / 2016 DISTRIBUIÇÃO POR ASSINATURA E VENDA EM BANCA

Acompanhe uma homenagem especial às catalanas

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foto | Studio 3 / Graziella Maia

Expediente

Editorial

Uma revista é pouco para homenagear tantas mulheres Como acontece todo ano, a Revista Portal VIP cumpre seu papel de destacar a cultura, a economia, as pessoas, dentre outros aspectos da nossa cidade. No mês de aniversário da nossa amada Catalão, nos dedicamos ainda mais a contar a história desta, que se destaca aos olhos de todo o país pelo seu potencial e histórico de crescimento, são 157 anos. Para descrever esta cidade os adjetivos são poucos, é acolhedora, terra de todos, povoada por gente guerreira que nunca deixa a peteca cair e segue em frente. Apesar dos altos e baixos, não deixamos esquecida nossa satisfação de fazer parte da Athenas de Goiás. Depois de muito discutir e pesquisar, a equipe Portal VIP decidiu que era hora de contar a história de algumas das mulheres que tanto fizeram e fazem por esta cidade, dito e feito. Em nossos corações a vontade era fazer uma Revista de 500 páginas, para destacar cada uma, contar cada história, mas não podemos, então, escolhemos estas 27 GRANDES MULHERES, que em suas trajetórias, tem a competência de representar todas as catalanas, goianas, brasileiras, todas as mulheres que com sua graça e força ajudam o mundo a progredir. Você acompanha agora uma homenagem aos 157 anos de Catalão, através de nossas flores do cerrado, nossas mulheres. Estampando nossa capa desta edição especial, o Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, que comemora 95 anos, sem dúvidas parte importante da história de Catalão. É isso, estamos cheios de orgulho termos a oportunidade de comemorar com Catalão mais um aniversário. Então vamos comemorar por ainda temos muitos anos pela frente. Boa leitura! 4

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Direção e Editoria: Iliane Fonseca / Jornalista MTE RP 2729/GO Comercial: Officina Publicidade e Marketing Financeiro: Rubens Nunes Revisão: Letícia Cubas Secretária: Eloiza Helena Bonifácio Reportagem: Iliane Fonseca, Taynara Borges e Letícia Cubas Textos Mulheres Catalanas: Lara Cristina Projeto Gráfico e Design: Thales Oliveira | fb.com/limonartedesign | 16 99790-2812 Fotografias: Tavares e Silvestre Fotografia, Foto Neguinho e Filmagens, Thiago Penna Fotografia, Thiago Santos Fotografia, MS Produções, Maysa Abrão, Angel Lima, Tito Nafitali e Revista Portal VIP | Letícia Cubas e Taynara Borges Assessoria Jurídica: Baden Powell & Mourão Advogados | 64-3441 7021 Distribuição Própria: Officina Publicidade & Marketing CNPJ 08.694.369/0001-53 Colaboradores: Alexander Siqueira e Carmem Costa

Os artigos assinados expressam, especificamente, a opinião de seus autores.

CONTATOS: 64 3442 6963 / 99949 7898 www.revistaportalvip.com.br revistaportalvip@gmail.com Rua N. Sra de Fátima, 585, B. N. Sra de Fátima | Catalão GO

Envie temas para reportagens, sua sugestão pode ser o próximo destaque VIP. revistaportalvip@gmail.com


AGOSTO de2016 06 INTRODUÇÃO:

A mulher sempre faz história

85 ENTREVISTA:

A arte da dança

87 ENTREVISTA:

Um sorriso empreendedor

79 A TODAS AS CATALANAS Há 157 anos, fazemos nossa Catalão

92 EDSON DEMOCH Uma vida pela cultura 94 EU VALORIZO CATALÃO Nossa cidade no olhar dos leitores

48 CAPA: Os 95 anos do Colégio Nª. Srª. Mãe de Deus revistaportalvip.com.br |

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MULHERES

Annette Kellerman, presa por indecência após usar esta roupa de banho em público – 1907

Mulheres no século

XXI

Hipátia ou Hipácia foi uma neoplatonista grega e filósofa do Egito Romano, a primeira mulher documentada como sendo matemática

Mulheres usam shorts curtos pela primeira vez em Toronto, no Canadá – 1937

Armênia de 106 anos protegia sua família com uma AK-47 – 1990

Conquistas e anseios em meio à luta pelo reconhecimento As recentes transformações no mundo do trabalho e na reprodução da vida colocam alguns desafios na leitura da totalidade, inclusive a necessidade do diálogo com categorias mais amplas, como Gênero e Patriarcado, que se colocam como importantes para a compreensão da dinâmica espacial em constante movimento. Entende-se, tam6

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bém, que a precarização do mundo do trabalho alcança a vida cotidiana das trabalhadoras, colocando dificuldades à realização de um projeto de emancipação plena que atenda aos propósitos da luta feminista. Por outro lado, a conquista do espaço produtivo – o trabalho fora de casa - promove uma revisão nas relações de poder historica-


mente construídas a partir do homem, o que mostra a potencialidade de outro projeto de vida em construção, onde a heternormatividade – os padrões construídos e impostos a partir da lógica do homem, branco, hétero - é colocada em questão e as diferenças explodem.

ino nos EUA – 1961

Annie Lumpkins, ativista pelo voto femin

A forma como o capital se realiza no território coloca para os trabalhadores e trabalhadoras o desafio da sobrevivência, a necessidade da venda de sua força de trabalho na sociedade do consumo. Esta situação é um processo de alienação, como já apontava o economista e filósofo Marx no século XIX, que se reproduz alcançando o espaço do trabalho e da vida cotidiana, separando o homem e a mulher do espaço que produzem, das mercadorias que produzem, colocando o trabalho como estranhamento. O trabalho, que é o elemento responsável pela humanização, volta-se contra o homem e a mulher, impondo a exploração que alcança a vida não apenas no trabalho, mas nos espaços de moradia, lazer, educação, etc. Mas é através do trabalho produtivo que conquistas têm se viabilizado para milhares de mulheres em todo o mundo, ou através da sua ausência, também, que as mulheres têm sido colocadas em situação de extrema pobreza, violência e exclusão. Ao longo da história o capital foi se realizando através de novas formas, com novas estratégias para superar a queda da taxa de lucros o que exige várias políticas espaciais como as intervenções urbanas no mundo do trabalho e na vida privada. No mundo do trabalho temos o que o geógrafo Harvey (1991) apresenta como o período da acumulação flexível que coloca para o trabalhador e a trabalhadora relações de trabalho mais flexíveis, instáveis, temporárias, informais, ilegais. Neste processo o capital necessita reproduzir-se através de novas ações, mas mantendo a sua essência, que é a exploração da força de trabalho para a obtenção de lucros e da alienação. Para tal, o sistema utiliza-se de velhas estratégias, como o patriarcado, que persistem articuladas a novos elementos como a tecnologia e a informação, que reproduz velhas práticas em novos espaços mantendo elementos necessários à reprodução do capital, como a família e o lugar da mulher nesta relação.

Carmem Lúcia Costa Professora adjunto da Unidade Acadêmica Especial Instituto de Geografia da Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão. Possui mestrado pela UFG/IESA em Geografia Humana; possui doutorado em Geografia Humana pela USP/FFLCH/Geografia; Possui Pós-Doutorado em Geografia Humana pela UFJF; Professora do Programa de Pós-Graduação em Geografia/UFG/RC; Membro do Grupo Dialogus/UFG/CNPq – Estudos Interdisciplinares em Gênero, Cultura e Trabalho. itens contra a apatos de salto e outros izam queima de sutiãs,s Ativistas americanas real ta do Concurso Miss América – 1968 ditadura da beleza na por

Com as transformações no mundo do trabalho a mulher acaba acumulando mais trabalho, tanto no espaço produtivo como no reprodutivo, fato comprovado em várias pesquisas realizadas e, especificamente, com as trabalhadoras de vários ramos. Como a pesquisadora geógrafa Nogueira (2006) apresenta em seus trabalhos: houve uma revolução no espaço produtivo com mais mulheres trabalhando, “conquistando” o seu espaço. Estas trabalhadoras são privadas de alguns espaços-tempos em função do acúmulo de funções, realizadas no espaço produtivo e em casa, somando-se a todas as outras atividades que “naturalmente” lhes são incumbidas, como o cuidar de outros, restando pouco ou nenhum tempo para si mesma. revistaportalvip.com.br |

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Enfermeiras norte-americanas chegam à Normandia, durante a Segunda Guerra Mundial – 1944

Mas o lugar da mulher no mundo do trabalho vem crescendo consideravelmente e uma questão então se coloca: como o patriarcado se reproduz nesta nova lógica? Com a reconfiguração de poder nas relações entre homens e mulheres, novos papeis são colocados e a construção de lugares e trabalhos de homens e mulheres vêm se reconfigurando. Estas formas de organização do trabalho precarizam não apenas a vida no lugar de trabalho, mas também a vida fora, o cotidiano, impondo uma vida de privações e incertezas ao trabalhador e a trabalhadora, marcada pela miséria, como aponta o filósofo francês Henri Lefebvre. Neste contexto, chama atenção o lugar da mulher e as ressignificações das relações de gênero, ora reproduzindo velhas práticas como o patriarcado, ora produzindo novos arranjos que colocam em xeque a heteronormatividade. A mulher, antes responsável pelo trabalho doméstico, que foi ao longo do tempo sendo produzido como um trabalho menor, sem valor e sem importância para a sociedade, hoje é sujeita nas mais diversas funções no mundo do trabalho, inclusive nas funções antes entendidas como tipicamente “trabalhos de homens”. Mais mulheres trabalhando significa alterações nas relações de gênero, 8

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nas relações de poder, nas relações de subordinação e submissão. Para o geógrafo David Harvey, na obra – A condição Pós-Moderna - “as relações de gênero também se tornaram muito mais complicadas, ao mesmo em tempo que o recurso à força de trabalho feminino passou por ampla disseminação.” (1992, p. 179) Hoje já não é mais possível a manutenção da dominação masculina sem a sua contestação; as mulheres e o movimento feminista já obtiveram grandes conquistas e avanços, embora ainda seja grande o número de mulheres em situação de extrema miséria no mundo, os casos de violência doméstica, o machismo e a falta de políticas públicas na área da saúde, do lazer, da cultura, que atendam as demandas das mulheres, como por exemplo mais vagas em creches públicas de boa qualidade e que funcionem em horários compatíveis com as necessidades das trabalhadoras. Já não se pode negar que a entrada das mulheres no mundo do trabalho em espaços produtivos reconfigura as relações de poder e, na maioria das vezes, dá à mulher um poder maior de participação nas decisões da família. Entende-se que não ocorreu o fim das violências e da opressão, mas um importante passo foi dado. Entende-se que a divisão sexual do trabalho operada pelo capitalismo no espaço industrial, cujas atividades desenvolvidas sejam baseadas em

Maria Quitéria de Jesus Medeiros foi uma militar, primeira mulher a entrar em combate pelo Brasi, heroína da Guerra da Independência

capital intensivo, é preenchida pelo trabalho masculino e as atividades de menor qualificação de trabalho intensivo são destinadas às mulheres. Dados do IBGE (2015) mostram que a PEA (população economicamente ativa) no Brasil hoje já é composta, em sua maioria – 51.8% - por mulheres, sendo que mais de 50% são chefes de família e destas a maioria absoluta – 65% são negras. Desta forma, entende-se que a questão da menor remuneração é histórica, embora os números sejam crescentes da inserção da mulher no mercado de trabalho a partir da década de 1970,


os salários continuam ainda menores, uma vez que os cargos ocupados são os de menor remuneração para a maioria das trabalhadoras, principalmente as negras. Ainda, de acordo com dados do IPEA (2015), a grande maioria das mulheres no Brasil está empregada nos ramos de serviços domésticos – sendo que cerca de 70% destas não possuem carteira assinada e nem direitos trabalhistas garantidos; estão, ainda, no comércio, na educação, na saúde e nos serviços sociais. É grande também o número de mulheres e travestis na prostituição, mercado que movimenta muito dinheiro, principalmente no setor de turismo. De acordo com o estudo Igualdade de gênero e raça no trabalho, publicado pela OIT (organização internacional do trabalho) em 2010, após 2008, se intensificou a desvantagem das mulheres em relação aos homens no que se refere ao acesso a empregos formais, uso e controle dos recursos, taxas de rendimentos e proteção social em todo o mundo. Ainda segundo a OIT (2010), no Brasil, essa precarização evidenciou-se no aumento do número de mulheres que trabalham sem remuneração e sem carteira assinada, apesar do crescimento da formalização do trabalho no país. Esta realidade precariza a vida das trabalhadoras, levando a questionar sobre a emancipação feminina pelo trabalho. Nos dias atuais ainda são muitos os desafios na luta pelo direito à diferença e o respeito à diversidade, também no mundo do trabalho. A pesquisadora Hirata (2011), em estudo realizado sobre as condições da trabalhadora na sociedade atual no Brasil, na França e no Japão, ressalta que, as mulheres ainda, ganham menos que os homens, trabalham em cargos com pouco reconhecimento, sem muitas expectativas de ascensão profissional e sem o respeito aos direitos conquistados. Ou seja, entra-se

Sueca atinge manifestante neo-Nazista com sua bolsa. Ela seria sobrevivente de um campo de concentração – 1985

no mundo do trabalho, mas as regras ainda são as da exclusão, privação, dominação, exploração e precarização, principalmente para as mulheres em todos os espaços. Neste sentido, encontram-se os elementos apontados sobre a importância da inserção da mulher nos espaços produtivos como instrumento de emancipação feminina, ou pelo menos, um começo. Entende-se, pois, que há uma reconfiguração nas relações de poder no espaço privado, isso é muito importante para as mulheres. Por mais que espaços sejam conquistados – no mundo do trabalho, nas escolas, Universidades, etc – ainda há o que nos prende a todas no emaranhado de poder que estabelece um lugar de mulher que ainda dialoga muito com as obrigações domésticas e reproduz nos espaços públicos as relações de submissão e preconceito contra as mulheres. Diminuídas como “donas de casa”, agora as mulheres ganham o mercado de trabalho, mas continuam diminuídas em função dos baixos salários e de funções com pouco reconhecimento, exatamente por serem as “funções de mulher”, agora realizadas no mundo

do trabalho. É claro que podíamos optar por dizer de mulheres que “venceram”, são bem sucedidas profissionalmente ou como mães, esposas, donas de casa. Mas entendemos que a luta ainda é em prol daquelas que ainda não podem sequer escolher estar nestes lugares, são criadas para um único caminho o qual não passa pela realização plena e pela escolha, mas sim pela imposição que o patriarcado nos coloca como único caminho – a docilidade, a amabilidade, a submissão. Há a necessidade urgente de entender a igualdade como elemento que extrapola as barreiras da liberdade civil e política, apontando para o horizonte das conquistas efetivas e direitos garantidos em todos os campos. Enfim, o caminho ainda é longo!

Kathrine Switzer, a primeira mulher a correr a Maratona de Boston (mesmo após tentar ser impedida pelos organizadores) – 1967 revistaportalvip.com.br |

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MULHERES DE CATALÃO

Maria Carolina Maria Carolina de Mesquita Netto foi casada com João Enéas Bretas Netto, tendo dois filhos, Paulo Henrique e Cristina, e três netos, Ana Carolina, Maria Tereza e João Vitor. Casou-se com 22 anos e na primeira gravidez foi diagnostica com diabetes tipo 1, tendo que tomar insulina diariamente. Com o tempo, a doença foi desenvolvendo redução da visão, problema circulatório e insuficiência renal. Também foi diagnosticado um tumor no rim esquerdo. Após cirurgia de retirada do órgão, ela fez diálise por dois anos. Depois, passou por transplante renal em São Paulo, o doador foi um de seus irmãos, Inésio. Com a diabetes e a insuficiência renal, percebeu a necessidade de assistência aos mais carentes, principalmente, por conta dos altos valores cobrados pelos medicamentos. Foi assim que fundou, junto com um grupo, incluindo a médica Mônica Savastano Jorge, a Associação dos Diabéticos do Sudeste Goiano, que oferece atendimento médico e remédios aos doentes de Catalão e região. Ela ainda fundou a Associação dos Renais Crônicos, que funciona dentro do Hospital São Nicolau, onde pacientes passam por sessões de hemodiálise semanalmente. A entidade também auxilia na aquisição de medicamentos e encaminhamento para transplante. FOTO: ARQUIVO

Carolina sempre foi participativa na sociedade, em especial na Igreja Católica, acompanhando junto com o marido, várias pastorais. Recebeu o título de Cidadã Benemérita da Câmara de Vereadores. Sempre dinâmica, atuava em cursos de casais, noivos e jovens. Iniciou cursos voltados para gestantes, oferecidos à época, pela Igreja Católica. Sempre alegre, comunicativa e solidária, ajudava direta ou indiretamente quem a procurava, sendo admirada pela forma de tratamento às pessoas. Morreu em 2003, vítima de doença de chagas no cérebro. Mesmo atravessando doenças e suas consequências, nunca reclamou. Pelo contrário, fez dos problemas uma forma de ajudar quem precisava. Em 2016, recebeu homenagem do Poder Público Municipal, que deu seu nome à Unidade Básica de Saúde do Castelo Branco. 10

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Marta Moreira Ex-primeira dama de Catalão, Marta Regina Pôrto Moreira, 61, é casada com o ex-prefeito José de Fátimo Moreira. Ela é mãe de Ana Christina, Karla e Fernanda, e avó de Charles Francisco, José Victor, José Mário, Ana Luísa, João Moreira, Ana Karolina, Maria Clara e José Moreira. Nascida em Goiandira, veio para Catalão em 1974. Aqui, formou sua família e estreitou laços de amizade. A goiandirense, desde criança, teve interação com o meio cultural. “Tinha sete anos de idade, estudei em colégio administrado por freiras franciscanas e participei de várias atividades culturais, como teatro, dança e música. Fui oradora em formaturas, gostava de me apresentar e estar em público”, conta. Em 2007 foi chamada para ser presidente da Fundação Cultural Maria das Dores Campos, instituição que comandou até 2012. “Sob minha coordenação foram realizadas feiras de artesanato, os projetos da cidade do Papai Noel, com apresentações musicais com artistas da cidade, a Feira de Chocolate, além de outros eventos, como Almoço das Mães e Festa dos Pais”, ressalta. Marta Regina também relata que contribuiu para a criação da Orquestra de Câmara, suspensão da taxa de mensalidade, implantação dos cursos de acordeon, coral, viola, capoeira, teatro, artesanato, música, desenho, entre outros, e de uma brinquedoteca. “Colaborei para o desenvolvimento cultural do município e espero que ele continue crescendo com responsabilidade e muito mais cultura, pois povo culto tem entendimento, diálogo e compreensão”. Ela ainda confessa que está vivendo uma fase bucólica, curtindo o projeto de uma Horta Medicinal e, ainda, brincando de artista e de artesã. “Sou uma pessoa abençoada por Deus e privilegiada. Gosto de morar aqui, e, principalmente, ser solidária nas causas difíceis. Sou simples, gosto de prendas domésticas, adoro arte culinária, curtir e participar de tudo que tange aos meus netos. Sou família, incondicional, pois, família é a minha base e o meu tudo”, frisa. Foto: Arquivo

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Silvia Rosa A Policial Civil aposentada Sílvia Rosa, 46, nasceu em Nova Aurora/GO. É mãe de Walter e Camila. Formada em advocacia pelo CESUC, sua ligação com Catalão começou aos onze anos de idade, quando se mudou para o município. Ainda muito pequena, para ajudar a família, ela estudava e trabalhava. Atuou no comércio da cidade como vendedora de roupas e de sapatos. Depois, Sílvia prestou concurso para a Polícia Civil e foi aprovada, ingressando no cargo em 1991. “Surgiu a oportunidade do concurso e abracei a causa. Depois, estando já ali trabalhando na profissão, percebi que não nasci para fazer outra coisa na vida e por lá fiquei por 25 anos. Já me aposentei por conta de aspectos da profissão policial, como, por exemplo, em razão da periculosidade ”, relata. Ela ressalta que tem consciência tranquila em relação ao trabalho que executou e que tem a sensação de missão cumprida e de contribuição, por meio de seu trabalho, para com a comunidade catalana. “Sinto, realmente, que cumpri com minhas obrigações dentro da legalidade e possibilidades e que contribuí com o meu trabalho na Polícia Civil, durante tantos anos prestando este serviço em Catalão”, salienta. Por ser atuante na doutrina Espírita, Sílvia aproveita o tempo livre para participar de reuniões públicas, estudos e trabalhos sociais na Casa da Sopa do Centro Espírita Amor e Fraternidade Unidade II, no Bairro Jardim Primavera. Sílvia também gosta de escrever poesias e tem um livro publicado. Ao ver a cidade completar mais um ano de emancipação política, ela deseja que Catalão esteja fora das estatísticas de tudo que vá contrário ao bem. “Espero para nossa cidade, que as energias ruins do passado sejam dissipadas por completo. Que o povo continue sendo acolhedor, que a violência não prevaleça. Que possamos encontrar a tranquilidade do interior e que o amor e o bem sejam metas dos nossos governantes”, frisa. Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Cleuzadir Aires Mineira de Araguari, caçula entre nove irmãos, leciona desde os 15 anos, aposentada como professora reside em Catalão desde 1969 quando se casou com Arcísio Dias Aires, com quem teve os filhos, Ana Lúcia, Ariana, Vanelí e Arcísio Junior. Grande mulher, espírita de alma nobre e apaixonada por servir. Voluntária de várias causas, fez e faz história cuidando de filhos de outros. Jovens e crianças, muitos enfrentando dificuldades familiares, encontram a paz e a acolhida ideal na Fundação Espírita Nova Vida, administrada pelo amor de Cleuzadir e muitos outros que se doam à causa. “Na verdade, essa vontade de ajudar o próximo veio de berço, foi repassado pra nós através da minha mãe. Quando mudamos para Catalão demos sequência a um exercício que nos é comum na família, que é ajudar nosso semelhante. Trabalhamos muito em função de cestas básicas, sepultamentos, que não haviam muitos recursos para realizar, e mesmo o acolhimento às famílias com carências morais e sociais, além de trabalhar com a educação, que é uma área onde você tem a oportunidade de exercitar sua cidadania. Trabalhei em muitas escolas catalanas e me orgulho de fazer parte da formação de muitos jovens”, destaca. Foram 25 anos nomeada pelo governo do Estado de Goiás, mas antes disso, desde os 15 anos já estava nessa luta, na zona rural em Minas Gerais, onde haviam crianças e jovens carentes em vários aspectos. “Costumo dizer que lá foi minha grande escola de vida, foi onde eu comecei a aprender a parte didática. Hoje, sou muito feliz por ter trabalhado com educação e tudo foi graças a esse período que trabalhei na zona rural”, ressalta. Mãe de muitos filhos, gente que cresce e continua tendo dela, amor de mãe, e professora, em meio a tantas tarefas que isso acarreta, essa mulher encontra tempo para fazer a diferença na vida do outro. “Sempre encontrei tempo, não é que alguém me force, nunca foi para aparecer para ninguém, é uma vontade que tenho desde pequena e acredito que todo ser humano nasce com essa predisposição para colaborar com semelhante, graças a Deus a gente atende essa vontade e vai em frente”, diz. Com muito para compartilhar, Cleuzadir está se desdobrando entre as muitas facetas para escrever sua própria história de vida. Um livro está sendo escrito pela professora, voluntária de boas causas. E quando essa mulher se refere a Catalão, não poupa reconhecimento. “Sou muito realizada pela vida que construí aqui e só tenho motivos para agradecer a Catalão e seus moradores. Aproveito para parabenizar nossa cidade por ser esse berço que acolhe como colo de mãe.”

Foto: Revista Portal VIP | Maysa Abrão revistaportalvip.com.br |

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Lúcia Tartuci A pedagoga Lúcia Netto Tartuci nasceu em Catalão, da família Netto, tradicional na política. É divorciada, mãe de Fernanda, Flávia e Leandro e avó de Yana, Estevão e Júlia. Apesar de ter estudado fora de Catalão, Lucinha acabou voltando para a cidade. “Estudei em Goiânia, Uberaba e São Paulo, mas meu lugar e minha vida sempre foram aqui”, declara. Há 31 anos, ela conheceu a Associação Pestalozzi de Catalão / Escola Santa Clara que oferece atendimento gratuito e especializado às pessoas com deficiência e suas famílias, além de prestar serviço de referência e apoio à habilitação e reabilitação dos assistidos. “Foi por acaso, tive um emprego comissionado e fui designada para uma escola, mas não gostei. Fui agradecer à secretária de educação a oportunidade, e ela me disse que poderia conhecer outros lugares. Foi assim meu primeiro contato com a Pestalozzi / Santa Clara de Catalão.” Lucinha relata que a identificação com o trabalho foi imediata. “Gostei tanto que fiquei por lá, depois, prestei concurso e passei, virando efetiva. A Santa Clara / Pestalozzi faz parte da minha vida, e até meus filhos se identificam com tudo que é desenvolvido lá, porque eles percebem o quanto eu me dedico, o quanto eu me envolvo, e participam na retaguarda, me ajudando, tendo respeito grande pelos alunos também”, frisa. Atualmente, é presidente da Associação Pestalozzi e coordenadora da Escola Santa Clara, que tem cerca de 180 alunos. “A minha vida profissional sempre foi toda lá. Este projeto faz parte da minha vida, tanto profissional quanto pessoal, porque o crescimento que eu tive lá foi muito grande e mudou minha vida, mudou meus valores”, pontua. Para Catalão, Lucinha deseja que a cidade se torne um lugar muito bom para ser viver. “O mundo está muito difícil, não estamos tranquilos por causa de violência, insegurança, crise financeira, mas temos que acreditar em dias melhores”.

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Maria Márcia O voluntariado faz parte da vida de Maria Márcia Alvares Jácome, 58, nascida em Ipameri/GO. Ela é cidadã catalana há 19 anos. A empresária é casada com o médico Antônio Jácome Neto há 39 anos. Da união, nasceram Áurea Angélica, Angelita, Ângela e Andreia; e tem ainda os filhos de coração, Elizandro, Sandra e Edinaldo. É avó de Gabriel, Mateus, Antônio, Ítalo, Bianca, Hiago e Heloísa. Além de ter participado ativamente com o esposo na presidência do Lions Club de Catalão, Maria Márcia foi voluntária do Lar Maria de Nazaré, uma entidade destinada às crianças e adolescentes que estejam ameaçados ou violados em seus direitos, por ação ou omissão da sociedade, do estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis, ou em razão da sua própria conduta. Ela trabalhou na instituição por mais de 13 anos e também foi presidente do Lar Maria de Nazaré. “Eu vi e vivenciei casos inimagináveis, com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Com apoio de empresas, clubes de serviço, poder público e da comunidade conseguimos ofertar atendimentos psicológico e médico, reforço escolar, atividades recreativas e culturais, entre outras ações”, explica. Maria Márcia garante que é muito agradecida a Deus por ter atuado no Lar Maria de Nazaré, e desta forma, poder ter retribuído o acolhimento que teve ao vir morar em Catalão. “Sou muito abençoada. Foi uma pequena contribuição, uma gotinha d’água, perto de tanto a ser feito para crianças e adolescentes tão sofridos, mas foi um trabalho feito com muito amor e dedicação”. Ao ver sua família formada, ao lado dos filhos e netos, Maria Márcia deseja que Catalão continue sendo próspera, ao completar mais um ano de emancipação política. “Catalão é a cidade que escolhemos para viver, e sempre fomos muito bem acolhidos nesta terra amada, e só desejo ao seu povo o que há de melhor nesta vida”, ressalta.

Foto: Arquivo revistaportalvip.com.br |

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Marlytt Netto Marlytt Mendonça Netto Faiad foi atriz de teatro. Filha de Isabel Mendonça e do político João Netto de Campos, casou-se com o médico William Faiad. É mãe de Mauro, Maria Odete, William (falecido) e Maria Isabel (falecida). É avó de Lia, Lívia, Luísa, Caio, Isabela e bisavó de Júlia. Foi estudar em São Paulo. Em 1952, ingressou na Escola de Artes Dramáticas “Alfredo Mesquita”. “Morava com minha avó e tios e achei que seriam contra, mas não. Alfredo Mesquita queria me fazer atriz”, conta. Ele escreveu a peça “Mãe e filha 52”, na qual Marlytt fazia a filha e Florami Pinheiro, a mãe. O jornal A Última Hora noticiou: “Duas goianas conquistam São Paulo”. Outras frases da imprensa foram: “Marlytt agrada a todos com seu doce sotaque de gente de Goiás”, “Marli é um broto e com seu doce sotaque de Goiás, conquistou São Paulo”. Estudando e atuando, conheceu os atores Anselmo Duarte, Paulo Autran, Leonora Amaral, Sérgio Cardoso, Berta Zemel, Cacilda Becker, Nídia Lícia, Francisco Cuoco, Jorge Luiz de Andrade e os críticos Décio Almeida Prado e Sábato Magaldi, entre outros. Fez pontas em filmes e chegou a ser chamada para atuar na novela Sinhá Moça. Marlytt não sabe explicar o motivo por não ter continuado na carreira. “Não continuei para viver da saudade e as recordações continuam impregnadas. Ou talvez, por ter escolhido casar-me com William em 1958, que se formou em Medicina e assumiu um hospital aqui”, salienta. A catalana que pensou em fazer Direito e virar Diplomata; que pela família teria sido política; não queria filhos para não sofrer a perda deles; que ficou viúva com 12 anos de casamento; que se tornou fazendeira; ainda tem o teatro nas veias. “Vivi tragédias, comédias, tristezas e alegrias, mas vivi intensamente. Amém Catalão, pois ela dá bons frutos e eu sou um deles.”

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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Maria da Glória “Versatilidade” é uma palavra que define Maria da Glória Rosa Sampaio, 73. Nascida em Pires Belo, casada há 50 anos com Mauro Ribeiro Sampaio, teve três filhos: Fabrizia, esposa de Carlos; Luiz Gustavo, casado com Samara; e Emília Rosa, esposa de Josiel Henrique. É avó de Patrícia, Pollyana, Ana Helena, Luiz Mauro, Luiz Fernando, Maria Cecília e bisavó de Otávio. “Sou simples, sem grandes ambições. Gosto de viajar, de rir, fazer rir, amo a vida e espalho gratidão. Sou capaz de olhar nos olhos das pessoas, buscar suas essências e me deixar saber quem sou”, ressalta. Cursou Ensino Superior em Língua Portuguesa, Inglês e suas Literaturas. Ministrou aulas em colégios estaduais e particulares de Catalão. Foi secretária municipal de educação, cultura e esporte, na gestão de Halley Margon, e presidente da Fundação Cultural e Educacional de Catalão, atuando na criação do Ensino Superior, tanto no CESUC, quanto no Campus da UFG. Maria da Glória também participa da Pastoral Familiar da Paróquia Mãe de Deus, da Ordem Franciscana Secular (OFS), do Movimento de Cursilhos e da Comunidade Liga Agostiniana Missionária. Na política, foi a primeira mulher eleita como vice-prefeita, junto a Dr. Aguinaldo Gonçalves. A experiência com as artes começou ao pintar três telas para si mesma. Tomando aulas com Alice Dullens e Itamar Rodrigues, descobriu vocação para fazer retratos. Hoje, tem quadros vendidos na Itália, Japão e Alemanha e alguns estados brasileiros. É membro e presidente da Academia Catalana de Letras. Está terminando uma pesquisa sobre a escravidão em Catalão, e, em breve, publicará um livro com suas diversas palestras e conferências. Uma obra sobre “o falar de nossa gente” também está em andamento. Nas horas vagas, Maria da Glória é artesã. “Passo pela vida e deixo as minhas marcas como sinal de gratidão, por tudo que me é dado por Deus. Não sei o tamanho do meu legado para Catalão, e se deixo algo, isso só o tempo dirá.” Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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Sebastiana Sousa Com certeza você já deve ter se deparado com Sebastiana Lemes de Sousa, 66, a Rosinha dos Doces, pelas ruas de Catalão. Suas deliciosas guloseimas caíram no gosto dos catalanos e por isso, vale a pena conhecer a história desta guerreira. Rosinha é de Buriti Alegre/GO e veio para Catalão em 1969, casada com um morador de um distrito. “Foram anos de sofrimento. Sou fiel a Deus e sempre pedi para sair daquela situação e Deus me tirou, porque tinha um propósito para mim. Em 1988, me separei e o que restou desta relação foi meu filho abençoado, Rubens”, explica. Ela relata que foi morar de favor na casa da senhora Marli Cardoso, na época da separação. “Por muito tempo fiz doces e vendia para ela, pelas ruas e sou agradecida pelo apoio. Depois, decidi ter meu próprio negócio, saindo de lá para reerguer minha vida. Eu tinha uma herança de meu pai, desde 1994, e com isso comprei um pedaço de chão em Santo Antônio do Rio Verde”. Com a ajuda da venda dos doces e o trabalho do filho, eles conseguiram construir o Mundial Leilões “A mão de Deus está aqui”. O empreendimento garante uma renda por meio das comissões pagas pelos proprietários do gado e pelos compradores. A vida de Rosinha melhorou, mas ela ainda continua vendendo seus tradicionais doces e sonha com uma casa própria. “Faça sol ou chuva, estou vendendo meus doces. Não reclamo, pois é meu trabalho, e onde entro sou bem recebida. Meu trabalho é abençoado, não tenho intenção de parar, só quando Deus mandar”, ressalta. Rosinha aproveita para agradecer aos catalanos que sempre contribuíram comprando seus doces. “Se eu pudesse daria um abraço em cada um. Quando nem compram, mas me dizem para eu ir com Deus, fico feliz, pois já pediram a Deus por mim.”

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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Tia Maria Alves A catalana Maria Alves da Silva, “Tia Maria”, 69, é casada há 46 anos com Nilson João da Silva. É mãe de Aline, Milene e Wendhel, e avó de Isabela, Bruno, Artur e Lunna. A história da educadora começou na adolescência, quando os pais foram trabalhar como zeladores na renomada Escola Paroquial. “Ajudando-os, tinha contato com professores e com a direção, o que despertou a minha admiração pela arte de ensinar, e o desejo de ser professora, ou melhor, uma educadora, crescia a cada dia”, revela. Na 7ª série do ginasial, “Tia Maria” foi convidada para assumir uma sala de aula. “Com apenas 16 anos, mas tocada por um prazer indescritível de ter aquela oportunidade, desenvolvi um trabalho que me avalizou ser efetivada como professora. Em 1965, fui nomeada por concurso público”. Em 1978, com a turma de alfabetização já completa, os pais das crianças que não conseguiram matrícula, solicitaram à direção que disponibilizasse, em período contrário ao que ela trabalhava, uma sala para uma turma independente e que pagariam sua remuneração. Foi assim que nasceu a escola da “Tia Maria”, Centro Educacional Branca de Neve. “Funcionamos em prédios alugados, mas em 1983, adquirimos sede própria. Em 1991, construímos um prédio moderno e adotamos o nome Núcleo Educativo. Em 2007, encerramos nossas atividades. O prédio está locado para o Colégio Veratz”, salienta. Milhares de crianças e jovens foram preparados para a vida e profissionalmente, pelo trabalho de “Tia Maria”. “Pessoas íntegras e competentes que escrevem a história de Catalão. Sou grata a Deus, à minha família, aos professores e colaboradores que contribuíram para que o Núcleo Educativo se tornasse referência em educação”. Foram 43 anos dedicados à Educação. Minha querida Catalão, Aqui nasci Aqui me criei Aqui sou feliz E aqui morrerei. Quero vê-la, “Catalão - orgulho do Brasil” Pois da sua história gloriosa Também participei!

Foto: Luiza Virgínia revistaportalvip.com.br |

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Célia da Sopa Célia de Fátima da Silva, ou simplesmente, Célia da Sopa. Assim ela é conhecida em Catalão, por um projeto social que começou há 23 anos. Célia, 57 anos, é mãe de Valter, Wagner e Vitor, mas pode-se dizer que tem centenas de filhos agregados pelas ações promovidas na cidade. Natural de Ipameri/GO, mudou-se para Catalão há 37 anos. Foi quando trabalhava em frutaria que surgiu a ideia de fazer sopa para famílias carentes. “Eu percebia a dificuldade das pessoas em se alimentar. Também ficava incomodada em jogar algumas verduras fora e que poderiam ser aproveitadas. Foi aí que eu e minha comadre decidimos fazer sopa.” O projeto cresceu e os colaboradores também, pois Célia e voluntários visitavam frutarias pedindo doações de verduras e legumes. Com o tempo e também com a contribuição de parceiros foi construída a Casa da Sopa, no Setor Universitário. “Fazíamos três caldeirões de sopa por dia. Em outros momentos levávamos a sopa para o Setor Aeroporto, outras vezes para o Jardim Primavera. Hoje, infelizmente o projeto está paralisado devido à incompatibilidade de horário do meu atual serviço, mas ainda quero voltar ao projeto, é o meu sonho”, garante. Atualmente, na Casa da Sopa são desenvolvidos projetos de artesanato e também em parceria com a UFG/Regional Catalão e com a Unidade de Saúde Divano Elias, o espaço é utilizado para a prestação de diversas atividades gratuitas à comunidade. Célia também desenvolve o projeto de Natal, através do qual recolhe doações de brinquedos e atende mais de 2.500 crianças e adolescentes, todos os anos, com presentes de natal e lanches. “Entrego as cartas no comércio e para pessoas da comunidade, assim como o vereador Pedrinho, que sempre me ajuda na festa de Natal. Graças a Deus todos os anos fazemos uma festa linda. É a minha ação para ajudar um pouco a cidade de Catalão”.

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Dona Cidinha Dona Cidinha, é assim que Maria Aparecida Franciscone Resende é conhecida em Catalão. Completou 90 anos neste ano. Nasceu em Jaú (SP) e foi lá que começou sua história com Orange Resende, o futuro marido que foi de Catalão para trabalhar em terras paulistas. Casaram-se, depois foram para Araguari (MG) e em 1970, vieram para Catalão, já com seis filhos: Gerson, Eliane, Gislene, Elenice, Orange Júnior e Clauber. “Meu marido veio trabalhar com o irmão, gerenciando o Posto JK. Foi aqui que ficamos, que meus filhos foram criados, estudaram e formaram também suas famílias. Hoje, tenho 15 netos e 14 bisnetos da linda relação com Orange, que já faleceu”, conta. Ela dedicou sua vida a cuidar da casa e dos filhos. Nas horas vagas, ajudava o marido, que era Maçom em Araguari e que também continuou frequentando a Maçonaria em Catalão, em ações filantrópicas. Além de ser dama maçônica, também frequentava a Igreja Católica, fazendo parte de diversas atividades. “Frequento a Igreja Católica, participo da Pastoral do Dízimo, da Liturgia e sou Ministra da Eucaristia. Também tenho o costume de visitar doentes, semanalmente rezo o terço na comunidade, entre outras ações de caridade”, destaca. Dona Cidinha sempre gostou de dançar com Orange, e o casal foi premiado em várias competições. Com a morte do marido, por três anos, deixou de fazer o que tanto gostava. Por sugestão dos filhos, entrou em um grupo de dança e voltou a praticar Tango, que era o estilo que mais adorava. “Ao lado do professor Ilton Passos dancei muito aqui em Catalão. Ganhei prêmios dançando Tango em Caldas Novas (GO) e em Campinas (SP). É uma das minhas maiores paixões”. Aos 90 anos, dona Cidinha se orgulha de ter se tornado catalana de coração e de fazer parte da história deste município tão amado por ela e por toda a família.

Foto: Revista Portal VIP

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Flávia Goulart Flávia Maria Goulart Safatle é empresária do ramo de perfumaria e cosméticos. Aos 50 anos, ela se considera realizada e feliz. É casada com Roberto Paschoal Safatle e da união, nasceram Elias e Diogo, que enriqueceram ainda mais o lar do casal. Elias se casará, em setembro, com Marcela Sebba e Diogo é casado com Paula Silvestre, que presenteará a família, em outubro, com a chegada de Antonia. Com visão empreendedora, Flávia inaugurou a primeira Loja O Boticário em Catalão, em 1996. O projeto cresceu junto com o desenvolvimento da cidade, e O Boticário transformou-se em quatro unidades para melhor servir à comunidade catalana e cidades vizinhas, com um centro de distribuição. “Sempre amei a marca O Boticário e assim que surgiu a oportunidade de comprar a franquia, não pensei duas vezes, realizando um grande sonho que só me trouxe coisas boas”, explica. Para a empresária, é gratificante fazer parte do comércio catalano, pois aqui ela nasceu, acompanhou todo o crescimento de Catalão, construiu família e contribui com a economia da cidade, por meio de seu empreendimento. “Tenho um carinho muito grande pelas pessoas que aqui vivem. Gente carismática, de bom gosto e hospitaleira. Isso não tem preço. Falar da minha empresa é emocionante. Temos uma equipe profissional que me enche de orgulho, afinal estamos completando 20 anos de existência”. Comemorar mais um aniversário de Catalão é motivo de agradecimento e a oportunidade de desejar que o município continue crescendo, gerando novos empregos, e que a felicidade reine em cada um de seus habitantes. “Preocupo-me muito com as causas sociais, questões ambientais e pessoas carentes, me envolvendo assim com o que acontece no cotidiano. É a melhor forma de retribuir tudo que Catalão nos proporcionou. Espero que a cidade continue sempre progressista e hospitaleira. É o que todos nós de O Boticário desejamos. Parabéns Catalão pelos 157 anos”, salienta. Foto: Arquivo

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Catalão, 157 anos. Hoje é dia de comemorar a

educação O grupo Aprov se orgulha de fazer parte da história de Catalão. É por isso que cada vez mais levamos educação para o seu desenvolvimento, garantindo uma vida ainda melhor a todos. Parabéns por mais um aniversário.

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Dona Helena Quem chega ao hotel de Dona Helena, 77, e vê aquela senhora bonita, bem vestida e recebendo os hóspedes com sorriso e bom humor, não imagina quais caminhos ela passou. Vamos apresentá-la. Esta é Helena Ferreira Barreto, mãe de Tânia, Tony, Thelma e Thaise; avó de Pedro Ivo, Marco Túlio, Arielle, Leandro, Pedro Henrique e Flávia; e bisavó de Caio e Arthur. Helena e família moravam na roça, com os pais, eram todos empregados de uma tia. Capinavam e campeavam para sobreviver, a mãe trocava algodão fiado por comida. Helena veio estudar e trabalhar de doméstica na cidade, “Depois, vieram minhas irmãs, para o trabalho doméstico, e ainda vendíamos abacaxi e laranja nas ruas”, revela. A mãe herdou um barraco e veio para Catalão. “Ela fazia salgados e colchas para vendermos. Um dia vendemos o barraco e alugamos de uma tia, o prédio da Pensão Paiva. Montamos a pensão, que depois foi vendida, para comprar outro local melhor, a Pensão Esperança, e toda família trabalhava lá.” Helena casou-se e foi morar em Goiânia/GO, em cômodos cedidos pela sogra. Após cinco anos, ficou viúva. “Tinha quatro bebês, decidi enfrentar a luta e reformar a pensão. O construtor apenas começou a obra, nós da família e um pedreiro fizemos o serviço”, conta. Com a pesquisa de minério, o primeiro engenheiro a vir a Catalão hospedou-se no único apartamento pronto. Vendo a garra de Helena, cedeu operários para finalizar a reforma e a pensão virou hotel. Com as mineradoras e o asfaltamento da estrada Uberlândia-Brasília, o fluxo de pessoas para a cidade cresceu e o empreendimento prosperou. Helena e um sócio financiaram a construção do Mara Turismo Hotel, depois, ela comprou a parte dele, com muito sacrifício. “Sou realizada e minha maior vitória é ter meus filhos em um objetivo comum, trabalhando juntos. Minhas lutas e vitórias deram-me aquela sabedoria que só as pessoas lapidadas pelo sofrimento podem ter.” Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Lourdinha Safatle “Somente a música é capaz de traduzir com tanta fidelidade os sentimentos mais sublimes, que tanto nos aproxima de Deus.” É com esse pensamento que Lourdinha Safatle, catalana muito habilidosa com as mãos, extrai do piano notas que fazem emocionar. Mãe de Claudio e Guilherme, avó coruja do pequeno Felipe, diz ser realizada com a família que Deus a proporcionou. Filha de Farid Miguel Safatle e Nazira Calixto Safatle cresceu com o intuito de seguir carreira musical. Começou a estudar piano aos cinco anos no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus e mais tarde concluiu o conservatório. Em São Paulo, estudou música popular por dois anos. “Sempre que posso faço cursos, seja de harmonia ou em qualquer outra área da música. Sempre gostei de piano e nunca vacilei em momento algum.” Lourdinha consegue estimular nos jovens o gosto e a paixão pela música. Professora de piano há mais de quatro décadas, já descobriu e formou grandes talentos como Danilo Abrão. “Fico muito orgulhosa quando vejo músicos que foram formados por mim, assim como o Danilo, tenho vários com muita competência”. Famosa por dedilhar as teclas com a alma, gravou um CD com arranjos de sua autoria. Inaugurou em 1988 a primeira escola de música de Catalão, “Fermata”, mantida durante 17 anos. “Apesar de ter fechado a escola, continuo dando aulas em casa”. A professora revela que o maior sonho de sua vida era ser concertista, mas os imprevistos a impediram de realizá-lo. Para Lourdinha, a música desenvolve a mente e faz bem para a alma.

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Zalita Maria do Rosário Pedro Mariano, 52, é mais conhecida em Catalão, como Zalita, apelido carinhoso que ganhou da mãe. A pedagoga e empresária é casada há 33 anos com Iron Mariano da Silva. Da relação, nasceram Rosália, esposa de Lourival, e pais de Isadora Maria e Luana Maria; e Gustavo, que é solteiro. Sua família foi constituída na Rua João XXIII, Bairro Mãe de Deus, ao lado da antiga Escola Paroquial e da Nova Matriz, Igreja na qual ela e os irmãos receberam formação religiosa, o que era prioridade dos pais. Mudou-se para Goiânia, em 1983, acompanhando o marido, e retornou em 1989. “Construí minha história nesta cidade de povo acolhedor e festeiro. Nasci e cresci brincando livremente nas ruas, e todos se conheciam. Cresci escutando tambores das Congadas e vendo toda a devoção por Nossa Senhora do Rosário, nossa padroeira e da qual, por devoção de minha mãe, recebi o meu nome”, conta. Zalita e Iron são proprietários da Só Ferro, empresa familiar do ramo de ferro e aço, estabelecida há 26 anos em Catalão e há 25 em Pires do Rio. Mesmo, com tanto trabalho, ela ainda dedica parte do tempo aos serviços religiosos. “Trabalho com evangelização de crianças, música infantil, participo do grupo de oração no Jardim Primavera e da missa com crianças da Paróquia São Vicente de Paulo. Ainda presto auxílio aos casais e atuo no curso para noivos”, revela. Para Zalita, “é mais fácil evangelizar uma criança do que recuperar um jovem “perdido”, semear atenção, amor e carinho, objetivando construir uma sociedade mais amável e honesta, além das crianças darem a mão a quem precisa, acreditando no outro e que tudo vai dar certo, acreditando que Deus está no comando”. Neste aniversário de Catalão, “quero dizer que eu acredito na minha terra e espero dias melhores para todos”, conclui. Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Dra Elaine

Foto: Tavares e Silvestre Fotografia

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Dizem que quando nascemos, recebemos uma missão especial, a de Elaine Rosa Texeira, 60, casada com Antenor Eustáquio Borges Assunção, foi de salvar vidas. Mãe de Juliana e Frederico Augusto, e avó de Tarsila Maria, de apenas quatro anos, a catalana é médica anestesiologista, clínica geral e está terminando psiquiatria, tendo iniciado na medicina em 1979. A história de Elaine está diretamente ligada com a da Santa Casa de Misericórdia. É nesta instituição filantrópica que ela dispensou e tem dispensado incansáveis horas de dedicação aos pacientes que por ali passam. Seja, na área de anestesiologia ou nos plantões da Unidade de Urgência e Emergência. Ela também é provedora da Santa Casa há 12 anos. “Minha história de vida em Catalão é a de alguém que desde jovem sonhou ser médica e retornar para trazer seus conhecimentos em prol da comunidade. E consegui”, destaca. A família é o respaldo maior de Dra. Elaine e força para os momentos mais difíceis. “Tenho um casamento sólido, no qual o companheirismo e ideal Espírita se somam. O Antenor é um companheiro ímpar e devo a ele inúmeras realizações. Meus filhos, meus amores, nasceram nesta querida cidade e tornar-me avó foi uma conquista divinal”, afirma emocionada. A médica conta que outro sonho realizado foi escrever três livros. O último, de contos, será lançado em agosto, na Bienal Internacional do Livro em São Paulo. Elaine também é kardecista e veio de uma geração idealista que viveu os horrores da Ditadura e que sempre sonhou um mundo de mais justiça e igualdade. Para Catalão, a médica deseja as melhores conquistas. “Catalão é uma cidade de grandes potenciais e tem a possibilidade de tornar-se um lugar maravilhoso para viver, permeado de respeito e solidariedade. Tenho certeza de que um belo futuro há de existir para nossa bela e centenária cidade”, salienta.


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Joana Darc Nascida na zona rural de Ouvidor (Paraíso do Meio), Joana Darc da Silva, 42, veio para Catalão com os pais José Vieira da Silva e Otávia da Silva, aos cinco anos de idade. Formada em Letras pela Universidade Federal de Goiás e Bacharel em Direito pelo CESUC, atualmente, ela faz parte do quadro de profissionais da Rádio Cultura de Catalão. Joana Darc já contabiliza 20 anos de atuação no radiojornalismo, levando a informação de maneira rápida e democrática e estreitando a proximidade com os ouvintes catalanos. E como começou essa história de paixão pela comunicação? A radialista conta que na época que fazia o curso de Letras, surgiu uma vaga para redatora na Rádio Liberdade FM. Três dias após ser contratada, o diretor-presidente da emissora, Bento Rodrigues de Paula, pediu que fosse realizado um teste com ela e sua voz fosse veiculada na programação. “No início, eram notas breves, de um minuto no máximo, de hora em hora. Passados alguns meses fui designada para assumir a apresentação de um programa de 15 minutos, e um ano depois, o programa de uma hora ficou sob minha coordenação e apresentação”, explica. A radialista garante que está realizada na profissão. “Desenvolvo meu trabalho de forma imparcial, com o propósito de não induzir o ouvinte e sim deixar que ele tire suas conclusões e seu juízo de valor. Além disso, tenho a oportunidade de prestar trabalho social. De forma que, como cidadã, participo do momento e desenvolvimento da cidade. Hoje me sinto bem no que faço. Quero novas frentes de trabalho, mas como radialista me sinto realizada”, ressalta. Joana Darc aproveita para parabenizar Catalão. “Como catalana, quero desejar que o melhor aconteça sempre na vida de todos. Os catalanos são retrato fiel de uma gente trabalhadora. Me enche de orgulho fazer parte da história da cidade. Parabéns pra nós!”.

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas revistaportalvip.com.br |

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Kelly Cristina Fazer o bem ao próximo! Essa frase define Kelis Luiz da Silva, conhecida como Kelly Cristina, nascida em 12 de abril de 1979, em Catalão. Solteira, é filha de Ovídio Francisco da Silva e Romilda Luiza da Silva. Morou e estudou na zona rural durante a infância. Já na adolescência, mudou-se com sua família para a cidade. Atualmente, Kelly Cristina trabalha como recepcionista, mas dedica a maior parte do seu tempo ao seu projeto “Amor ao Próximo”. “A ideia de criar o projeto surgiu após ver o quão necessitava de ajuda, parte da população catalana. Quando vi, estava distribuindo marmitas para os moradores de rua. Desde então, a vontade de ajudar quem precisava foi crescendo dentro de mim e conto com muitos anjos aqui em Catalão que sempre me ajudam nas mais variadas causas”, salienta. Ela recebe muitos pedidos de famílias carentes como roupas, calçados, móveis, cestas básicas e até brinquedos. Organiza as doações que recebe e repassa aos que necessitam. “Também procuro ajudar pessoas com necessidades especiais, idosos e deficientes físicos, acompanhando-os em consultas dentro e fora de Catalão, e procurando doações de remédios, fraldas e o que for necessário para a saúde deles”. Motivada pela vontade de fazer o bem, Kelly Cristina comprou alguns itens para levar seu projeto adiante, entre eles, cama elástica, máquina de algodão doce e pipoqueira. A intenção é propiciar alegria e diversão às crianças dos bairros da cidade. Pensando em possibilitar mais conforto aos que precisam, Kelly sonha em criar uma ONG para que seu projeto “Amor ao Próximo” alcance mais pessoas. Hoje, ela usa as redes sociais para realizar as doações e sem pensar em obtenção de lucro, mas sim, somente no amor aos outros, garante. “Desejo o melhor para Catalão neste aniversário e que as pessoas carentes encontrem a paz e a tranquilidade em dias tão difíceis”. Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus,

quase um século de dedicação à educação No início da década de 20 do século passado, chegaram ao município de Catalão as irmãs agostinianas. Natividade Gorrochategui, Maria da Paz Hernandez, Mercedes Iriarte, Esperança Garrrido e Inês Lopes. Vieram da Espanha a convite de Monsenhor Sousa para aqui fundar o primeiro colégio feminino do município. Segundo SAMPAIO e ROSA (2006), ao chegarem em Catalão as irmãs agostinianas, que acabavam de vivenciar a Primeira Guerra Mundial, certamente não encontraram uma cidade tranquila. “Catalão vivia um período de extrema violência” (SAMPAIO e ROSA, 2006, p. 16), provocada pela disputa política entre os coronéis da região. De forma silenciosa, movidas pelo espírito missionário, as agostinianas não se furtaram a sua missão. Arregaçaram as mangas e adaptaram o antigo casarão da Avenida Coronel Roque, que lhes foi doado por Monsenhor Sousa para ser sua moradia e funcionar como primeiro prédio do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus. Cumprindo assim o que tinha sido acordado entre a congregação e o bispo diocesano, fundar um colégio feminino no município de Catalão.

Hoje esta avenida recebe o nome de Avenida 20 de Agosto

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Irmãs fundadoras no Brasil Sentadas: Madres Natividade Gorrochátegui, Mercedes Iriarti e Esperança Garrido Em pé: Madres Paz Hernandez e Inês Lopes

A missão certamente não era fácil. A falta de recursos, as dificuldades com o idioma, as diferenças culturais, a falta de estrutura, os pesados hábitos foram empecilhos que não demoraram a romper. Imbuídas do espírito missionário agostiniano, colocaram em prática as palavras do seu mentor espiritual. “No que é indiscutível unidade, na dúvida liberdade, em tudo, porém que prevaleça


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o amor”. E foi com este propósito que deram início três meses após sua chegada, em 2 de junho de 1921, as aulas com 30 alunas. “Os anos se passaram, veio a Segunda Guerra Mundial, o Estado Novo, a Ditadura, a Democratização, as agostinianas continuaram firmes com o mesmo ideal. “Sou homem de origem, semeador de esperança, obrigado a gritar que não há noite eterna, que levamos a luz sob a pele e construímos a Cidade de Deus com o suor de cada dia” porque “o mais importante em nossa história não é o que fizemos, mas o que Deus fez por nós”. (SAMPAIO e ROSA, 2006, p. 16). Noventa e cinco anos depois, as irmãs agostinianas ainda permanecem firmes em sua missão. O Colégio cresceu e se desenvolveu junto com o município. Mantem atualmente duas unidades do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, atendendo em dois turnos 1.400 alunos e alunas, do maternal ao ensino médio. Os antigos bancos de madeira foram substituídos por carteiras universitárias; o chão de assoalho de madeira deu lugar a instalações modernas; o quadro de giz deu lugar a tabletes com projeção em telas. O colégio criado especificamen-

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te para atender o público feminino da década de 1920 tornou-se um colégio múltiplo e ampliou seu público. Atendendo desde 1937 também o gênero masculino. Nestes noventa e cinco anos de existência do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, este esteve sempre sob a direção da congregação agostiniana. Mantendo a preocupação inicial, com propósito de uma educação fundamenta nos princípios humanos e nos valores espirituais. Suas salas foram e são frequentadas por pessoas vindas dos diferentes grupos sociais e a estes foram e é oferecido o mesmo zelo e cuidado. O Colégio prioriza uma educação integral que atenda a todas as dimensões e necessidades humanas, “Uma educação para a vida”. Completando 95 anos de atividades, são muitas as histórias e contribuições a toda população da cidade. Alunos e alunas que estudaram parcial ou integralmente no Colégio entraram em contato com princípios e conhecimentos que utilizam em suas vidas. Guardam em suas lembranças professores, professoras, amigos, amigas e a presença das diferentes irmãs agostinianas que passaram pela escola, que os marcaram com sua forma de enrevistaportalvip.com.br |

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sinar, pautada pelos princípios de valorização dos seres humanos em sua integralidade. A história do colégio funde-se com a do município e por tanto, de milhares de catalanos e catalanas, pois grande parte da população bebeu em sua fonte. Com isso, o serviço prestado por essa instituição tem sido inegavelmente essencial para a construção de uma cultura do conhecimento que ofereça possibilidades diante de uma sociedade cada vez mais imediatista. Durante estes 95 anos de história do colégio temos registrados inúmeras ações desenvolvidas e promovidas junto a sociedade, principalmente para atender a população carente. Uma delas o convênio com o Estado de Goiás, para proporcionar a população de menos recur-

sos uma educação de qualidade. O que tem permitido a muitos e muitos jovens trilhar seu caminho profissional, prosseguindo seus estudos na universidade. São gerações e gerações que foram beneficiadas e tem sua história de vida entrelaçada com o Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, que vêm desde 1921 proporcionando um ensinar diferenciado, com disciplina e compromisso com os alunos e alunas. Hoje, o Colégio Mãe de Deus é referência de ensino na região. Prioriza o desenvolvimento cultural e se alicerça nos ensinamentos do evangelho e na filosofia agostiniana. E utiliza esses conhecimentos para o desenvolvimento escolar de seus alunos e de suas alunas. Construindo diálogo entre escola os alunos/as e pais.

O Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus parabeniza a cidade de Catalão pela comemoração de seus 157 anos.

“Nossa tarefa educativa não se restringe apenas ao conhecimento teórico, mas deve cuidar, antes de tudo, da educação do coração.” 64 3411 1054

Unidade 1: Av. 20 de Agosto, 595 - Centro - Catalão | GO Unidade 2: Av. Raulina Fonseca Paschoal, 602 - Centro - Catalão | GO 50

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Mariazinha Maria das Dores Campos, a Mariazinha, é uma personalidade ímpar na área educacional de Catalão. A Fundação Cultural é uma escola estadual localizada no bairro Ipanema, esta leva o nome dela. Nasceu em 1911, filha de Lourival Álvares Campos (deputado estadual) e de Felicidade Netto de Campos. Seus primeiros estudos foram em Goiandira. Posteriormente, foi interna do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, em Catalão, colando grau como Normalista, em 1928. A carreira começou em 1929, no Grupo Escolar de Catalão (Rita Paranhos Bretas), onde trabalhou como professora e diretora. De 1930 a 1965, Mariazinha ministrou aulas no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus e também era inspetora escolar. Era a mais velha de 11 filhos, e em constante luta pela subsistência material, apenas conseguiu fazer cursos de férias, que lhe renderam registros definitivos de Francês, Português, Ciências, Geografia, História, Metodologia, Pedagogia, Didática e Psicologia. Dedicou-se especialmente à Geografia. Lecionou no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, ginásios Presidente Roosevelt e São Bernardino de Siena, Escola Técnica de Comércio Wagner Estelita Campos e Colégio Estadual João Netto de Campos. Ainda atuou como professora de Educação Física, do Colégio Mãe de Deus, por 25 anos. Foram cerca de 50 anos dedicados ao magistério.

Foto: Arquivo

Mariazinha também foi diretora social do Clube Recreativo Atlético Catalano (CRAC) e colaborou em jornais. Em 1977, publicou o livro “Catalão, Estudo Histórico e Geográfico”. Esteve envolvida com os acontecimentos culturais, sociais e festas religiosas. Criou e manteve uma Escola de Ballet, dava aulas de trabalhos manuais, dedicou parte de seu tempo à jardinagem, cultivando hortaliças e árvores frutíferas. Mariazinha sempre lutou para manter-se e ajudar na educação dos irmãos com o pequeno salário de professora. Aposentou-se em 1978. É membro da Academia Catalana de Letras e da União Brasileira de Escritores, secção de Goiás. Morreu em 1993, aos 82 anos. Informações baseadas no Livro “Maria das Dores Campos, Cem Anos de Glória”, da Fundação Cultural Maria das Dores Campos. Foto: Arquivo revistaportalvip.com.br |

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Dona Felicidade Aos 81 anos de idade, Maria Felicidade de Campos Borges, ainda tem o sorriso cativante das fotos de sua mocidade. Caçula de uma família de onze irmãos, ela é irmã da professora Mariazinha, figura conhecida na área educacional de Catalão. É viúva de Saulo Brandão Borges. Com saudosismo a jovem senhora fala da infância. “Foi um tempo muito bom, devido à quantidade de irmãos e a criação que tivemos. Só posso falar bem de tudo que vivi. Tenho muita gratidão por minha irmã Mariazinha que ajudou meus pais a nos criar”, destaca. Cursou Magistério e foi professora em unidades escolares da cidade. Gostava de dançar, de festas e de praticar esporte. Os eventos no Clube Recreativo Atlético Catalano (CRAC) e os jogos de voleibol no Colégio Mãe de Deus são recordações citadas por ela. “Lembro com carinho de tudo, das festas no CRAC, à rigor ou com cantoras da época, do voleibol com padres que tinham chegado na

cidade e jogavam de bermudas. Acho que as madres pensavam que a gente ia jogar, só para ver as pernas deles”, conta em risos. Maria de Lourdes Netto Campos, 89, fala com carinho da irmã. “A Felicidade era muito mimada, por ser a mais nova, mas isso não a estragou, pelo contrário, deixou-a com uma personalidade forte. Foi a primeira Rainha de Estudantes de Catalão, pois era muito simpática. Foi e ainda é caridosa, mas faz caridade sem que os outros saibam.” Maria Felicidade conta que quando viaja, até para outros países, entra no carro e começa a cantar: “Deus me deu a chance de andar pelo mundo, mas quando eu quero mais eu vou para Goiás, vou para Catalão”. E conclui emocionada “Meu Deus é tanta coisa boa que eu desejo para Catalão, pois é uma terra querida e dá para gente muita retribuição, é só fazer que você recebe”.

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MULHERES DE CATALÃO

Irmã Lélia Lélia Jaime Martins nasceu aos dois dias do mês de janeiro de 1933, na cidade de Rio Verde-GO, sendo uma dos quatorze filhos do fazendeiro, comerciante e político, Jerônimo Martins. Criada em um ambiente de amor, sentiu desde a adolescência a vocação para a vida religiosa, porém seu pai foi resistente a ideia adiando assim seu projeto por alguns anos. Durante este período aproveitou para estudar, fez curso de contabilidade e só mais tarde, aos 27 anos, ingressou na vida religiosa. Em 28 de janeiro de 1960 partiu, já com consentimento de seu pai, para São Paulo cujo destino era a Casa de Formação das Irmãs Agostinianas Missionárias, onde permaneceu por três anos, período denominado “Noviciado”, iniciando a partir de então sua jornada como Missionária Agostiniana. Durante sua formação religiosa trabalhou como professora em Morrinhos, Rio de Janeiro, Goiânia e Jataí, onde mais tarde se tornou também, diretora do Colégio Nossa Senhora do Bom Conselho, Superiora da Comunidade e atuou junto a Pastoral da Juventude. Em 1991 voltou para Catalão, aqui por curto período já havia atuado como diretora para novamente administrar o Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, onde exerce também o cargo de Superiora da comunidade, até os dias atuais. Mulher de fibra, coragem, atuando sempre à frente de grandes sonhos e principalmente de inumeráveis realizações. Trilhou caminhos nem sempre fáceis, em prol de um mundo mais humilde, deixando como exemplo sua dignidade pessoal pautada nos preceitos de Deus e no carisma agostiniano.

Foto: Arquivo

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Aldanice Reis As Congadas fazem parte da história de Aldanice Moreira dos Reis, 68, desde sua infância. A mãe dela, Benedita, 89, foi a primeira bandeirinha de um terno de Congo, conta a catalana. Hoje, ela é capitã do Mariarte, único Terno de mulheres e criado há nove anos. Aldanice é mãe de Calixto José, Cláudio e Cleire e avó de Maria Clara, Artur, Bernardo e Nicolas. Viúva, agora divide sua vida com um novo companheiro, Durval Salviano. A dedicação dela à Festa de Nossa Senhora do Rosário se intensificou há mais de 40 anos. “Sempre gostei das Congadas e tinha devoção por Nossa Senhora. Quando fui morar no Bairro São Francisco, comecei a participar das novenas na Igreja do Rosário, ajudando na reza do terço, algo que aprendi quando criança. São mais de quatro décadas ao lado da amiga Wanda Fayad, ajudando nas novenas”, explica. E como surgiu a ideia de um Terno de mulheres? Aldanice explica que o projeto era um terno de dançadoras, mas que tivesse como prioridade contribuir com a parte religiosa da Festa do Rosário. “O Mariarte não faz visitas como os outros Ternos. Nossa maior missão é participar das novenas, das missas e procissões. Houve uma votação em assembleia e o Mariarte surgiu em Catalão”. De acordo com Aldanice, o Terno também conseguiu contribuir com a disciplina do horário dos eventos da Festa do Rosário. “Por muito tempo, a programação do último ensaio, da Alvorada, da Entrega da Coroa atrasava. Começamos a chegar no horário determinado. No primeiro ano, chegamos no último ensaio no horário exato, e a Igreja ainda estava fechada. Servimos e ainda estamos servindo de exemplo para os outros grupos”, afirma. Aldanice deseja “que os devotos continuem a ter fé e acreditar na intercessão de Nossa Senhora, pois com fé todos são lembrados por ela e nunca estão sozinhos”.

Foto: Revista Portal VIP | Maysa Abrão revistaportalvip.com.br |

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Irmã Isabel Isabel de Nazaré da Conceição Tavares, natural de Barcarena-PA, nasceu no dia 18 de novembro de 1956, filha de Laura da Conceição Tavares e de José Apolônio Tavares, entrou na vida religiosa em 06 de maio de 1982 para se tornar uma irmã Agostiniana Missionária. Em 24 de fevereiro de 1988 fez seus primeiros votos religiosos e os votos perpétuos de obediência, pobreza e castidade fez no dia 28 de maio de 1994. Morou como religiosa agostiniana em Salvaterra-PA, em 1988. Em Soure-PA, de 1989 a 1993. Foi transferida para Catalão, ficando de 1993 a 2001 – sendo secretária do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, ajudando na igreja com a Catequese e Infância Missionária. Em 2002 foi transferida para Moçambique, na África, sendo diretora do colégio Padre Geraldo Gumieiro, morando em terras africanas até 2004. Em 2004 retorna ao Brasil, voltando para Catalão. Em 2006 assume a direção do Colégio (Unidade II) e em 2013 a direção das duas unidades. Foi Vice – provincial, secretária provincial em dois mandatos na Província de Cristo Rei – Brasil e Moçambique. Atualmente, é ministra da Palavra na Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, catequista, diretora espiritual da CLAM (Comunidade leiga Agostiniana Missionária), membro da Liturgia, supervisora do Convento Nossa Senhora Mãe de Deus. Uma mulher apaixonada pela educação, tem na cozinha outra realização, pois gosta de elaborar pratos, e a palavra que a define é, com toda certeza, DETERMINAÇÃO.

Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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Foto: Revista Portal VIP | Local: Chafariz Praรงa do Museu


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Odette Faiad Odette Faiad Sebba era esposa do médico Jamil Sebba e mãe de Jardel Sebba, também médico, deputado estadual por três mandatos, e atualmente prefeito de Catalão - casado com Anna A. T. K. Sebba, Nora Maria Faiad Sebba Calife, odontóloga - esposa de Antônio Carlos Calife, e Jamil Sebba Filho, que faleceu precocemente, quando cursava Medicina. Teve seis netos, Jardel Sebba Filho, jornalista, Jamil Sebba Calife, médico, Naiara Faiad Sebba Calife Garcia, engenheira, Eveline Kopan Sebba, médica, Marília Kopan Sebba, veterinária e Gustavo Kopan Sebba, médico e deputado estadual. Nasceu em 1921 e faleceu aos 81 anos de idade. Formou-se no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus. Era musicista e deu continuidade aos estudos de piano no Conservatório Estadual de Música de Uberlândia /MG. Foi pintora e autora de mais de 300 obras, aperfeiçoando seus estudos de óleo sobre tela em São Paulo /SP. Outra qualidade que dominava era a culinária, na qual foi autodidata. “Era uma artista no sentido literal da palavra. Bordava tecidos, executava partituras, lecionou piano, cozinhava com muito talento e maestria. Sua vida pessoal era muito voltada ao próximo, preocupava-se com tudo, principalmente, com os mais carentes”, salienta a filha Nora Maria. Odette participava de eventos culturais, incentivando qualquer iniciativa. Frequentava festivais musicais e foi personagem importante na condução do Hospital Nasr Faiad. “Ela dirigia o hospital, domesticamente. Era parceira de meu pai, auxiliando-o nos procedimentos, tal qual uma enfermeira. Foi uma mulher muito à frente de seu tempo e cujo tempo sempre foi revertido em causas sociais e em prol de terceiros”, diz Nora. De uma sofisticação sem excessos e de uma simplicidade, na medida certa, deu muita alegria aos que tiveram a sorte de com ela ter convivido. Filhos e netos a reverenciam. “Digo e repito sempre, que a sua maior obra foi fazer de sua própria vida, uma obra de arte”, conclui a orgulhosa filha.

Foto: Arquivo revistaportalvip.com.br |

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Maria do Carmo A cardiologista Maria do Carmo Batista Camacho, 55, é casada com Mauro Camacho Sanches, e mãe de Mauro Henrique, Maria Beatriz e Mauro Rubens. Natural da cidade de Leopoldina, zona da Mata de Minas Gerais, formou-se em Medicina na Universidade Federal de Juiz de Fora, em 1985. Já são 32 anos de atuação na área médica.

Foto: Arquivo

Sua história com Catalão começou em 1989. “Mudei para Catalão, quando me casei. Daqui a pouco serão 27 anos já nesta linda e amada cidade”, conta Maria do Carmo. Inicialmente, ela fez atendimentos na Santa Casa de Misericórdia, por um período de 15 anos. Atualmente, tem consultório próprio e também trabalha no serviço de saúde pública, em unidade de saúde do município. “Sou muito feliz em Catalão, onde fui muito bem recebida pelos colegas médicos e pelo povo desta cidade e aqui conduzi meu trabalho com muito amor, procurando servir da melhor maneira os meus semelhantes. Acho que contribuí com a prestação do meu trabalho, procurando melhorar a qualidade de vida das pessoas que aqui vivem e me procuraram como profissional médica, aliviando um pouco do sofrimento delas”, revela. A cardiologista é católica e membro da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Maria do Carmo também frequenta um grupo de oração que, na medida do possível, tenta auxiliar as pessoas carentes, com doações de cestas básicas e medicamentos. Ela e o marido também são padrinhos do Terno de Congo Nossa Senhora de Fátima (Terno do Zé do Gordo). Estar em Catalão, em mais um aniversário da cidade, para Maria do Carmo, é uma dádiva. “Sinto-me catalana de coração e tenho, inclusive, o título de Cidadã Catalana. Aqui, nasceram meus filhos, dos quais tenho muito orgulho por serem excelentes filhos. Em Catalão também estão os meus verdadeiros amigos e Mauro, meu marido, que sempre está ao meu lado, me apoiando em todos os momentos da minha vida e no meu trabalho. Eu amo Catalão”.

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Maria Ondina A advocacia sempre foi o sonho de Maria Ondina da Silveira, 74, mãe de Cláudia e Danilo. Ela foi a primeira advogada de Catalão. Nascida no distrito de Santo Antônio do Rio Verde veio para a cidade com a família, com dez anos. “Éramos uma família grande, com onze filhos. Brincávamos, inventávamos coisas para fazer, foi uma infância ótima. Recordo-me de ter muito medo de uma mulher chamada Eldócia, que quando saía nas ruas e o povo gritava com ela, tirava as roupas. Tinha pavor dela”, relembra entre risos. A juventude de Maria Ondina foi de muito trabalho. Aos 16, já prestava serviço no Cartório de Registro de Imóveis. “Foram muitos anos, sem carteira assinada, sem receber quase nada de salário, mas foi lá que despertei para a advocacia, ao ver vários advogados que circulavam por lá, me apaixonei pela profissão”, explica. Ela, que também trabalhou à noite na Escola de Comércio, decidiu prestar vestibular para Direito em 1970. Foram anos de dedicação, principalmente, em causas trabalhistas e um pouco de cíveis. “Advoguei de 1975 até uns quatro meses atrás, quando simplesmente parei, e não dei conta mais. Foi depois que apareceram as doenças que estou enfrentando agora”. Maria Ondina afirma estar realizada, principalmente quando ainda encontra pessoas que já a contrataram como advogada. “Alguns dizem que eu os ajudei pegando causas que pareciam impossíveis e que eu consegui ganhar, e às vezes, eu nem sei quem são ou em que situação. Isso é maravilhoso, além de também ter vários certificados pela prestação do meu serviço, da Justiça do Trabalho e da OAB”’, comemora. Para o aniversário de Catalão, Maria Ondina tem um desejo especial. “Quero que Catalão consiga superar a crise que afeta todo o país, com circulação de mais dinheiro e melhoria na oferta de empregos. Seria um ótimo presente para todos”, conclui. Foto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas

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ARTIGO

O papel da mulher Alexandre Siqueira Economista

na economia

Os indicadores econômicos seguramente não teriam a mesma capacidade de sintetizar o papel da mulher na economia, ou melhor, o papel da mulher na sociedade, do que o “Quarto motivo da rosa”, poema escrito por Cecília Meireles e citado aqui como exemplo do que julgo ser mulher: um ser em constante transformação. “Não te aflijas com a pétala que voa, também é ser, deixar de ser assim”. E foi quebrando preconceitos e livrando-se de muitas amarras, correndo riscos e sacrificando suas vidas, que as mulheres deixaram os bastidores para se tornarem protagonistas em nossa sociedade, contribuindo atualmente com mais de 40% da renda familiar, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mercado de trabalho, a mulher passou a ocupar vagas que, historicamente foram dominadas pelos homens, e a participação das mulheres com idade ativa (16 anos ou mais) no mercado de trabalho cresceu. Na última década, a taxa de analfabetismo entre mulheres caiu, elas se educaram mais, tornaram-se maioria no ensino superior e têm distorção menor em relação à idade e à série estudada. Em Catalão, no último censo demográfico, em 2010, as mulheres representavam 49,75% da população. Destas, 94,32% encontravam-se na zona urbana e apenas 5,67% na zona rural. No município, que figura entre as cinco maiores economias do Estado, as mulheres têm importante participação na indústria, no comércio e no setor de serviços. Mutantes como no poema, as mulheres vão deixando os velhos estereótipos para ocupar lugar em espaços fundamentais na sociedade. No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer, afinal, todas essas conquistas não eliminaram a desigualdade de emprego e renda, quando comparadas aos

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homens. No mais recente relatório sobre salário global, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra que mulheres no Brasil, na Europa e na Rússia são mais produtivas que homens, mas ganham menos. O mesmo ocorre na política, um terreno onde a participação feminina ainda está muito aquém do ideal. Em que pesem alguns avanços, apesar das mulheres representarem 51% da população e do eleitorado brasileiro, elas ocupam menos de 10% dos cargos políticos. O fato é que o mundo e a economia precisam cada vez mais das mulheres, pela sua sensibilidade, versatilidade e flexibilidade. Afinal, só uma mulher é capaz de executar diversas tarefas ao mesmo tempo sem perder o foco e a qualidade. Isso significa ganho de produtividade e redução de custos, fatores essenciais à superação da atual crise enfrentada pelo País. As empresas precisam cada vez mais de líderes e profissionais capazes de motivar suas equipes, que critiquem, mas que também saibam a hora de amparar e oferecer elogios. Esses são estímulos que mudam o clima no ambiente organizacional e, consequentemente, os próprios resultados da empresa. E nesse contexto, acredito que a mulher possua sensibilidade para equilibrar críticas e elogios com excelência. Talvez não tenha sido essa a intenção de Cecilia Meireles, mas não pude deixar de extrair das entrelinhas de seus versos, essa comparação, que revela a sublime junção entre fugacidade e eternidade, entre pretérito e presente, ser e estar. Ao concluir seu poema, mais parece estar definindo a própria mulher: “E por perder-me é que vão me lembrando,por desfolhar-me é que não tenho fim”. Até a próxima.


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Homenagem No início do nosso processo criativo dessa edição especial comemorativa aos 157 anos de Catalão, pintou a dúvida. O que mostrar dessa grandiosa cidade? Após breve momento de indecisão, pronto! O tema a ser evidenciado: a colaboração da MULHER, que fez e faz a história dessa que é uma das cidades mais iluminadas do Brasil. E aqui está nossa homenagem a todas as mulheres, profissionais, mães, amigas, tias, avós, companheiras, beldades que fazem da nossa cidade um lugar mais charmoso para se viver. Através dessas, rendemos nossas reverências a todas as catalanas.

Receita de Mulher Vinícius de Moraes

Para ser uma grande mulher É preciso que haja qualquer coisa de flor Que seja bela Que seja sem ser Que se reflita e desabroche no olhar dos homens Que seja leve como um resto de nuvem, mas que seja uma nuvem Que dê sempre a impressão de que se fechar os olhos, ao abri-los não mais estará presente Que surja, não venha; parta, não vá Que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente E que em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação. revistaportalvip.com.br |

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Agleucia da Mademoiselle

Ângela - Colunista Portal VIP

Aldelania e equipe - Ótica Diniz

Ani - Produtos Zacarias

Ana Julia e Ludmila

Andressa - Fisioderma Cintya, Lorena, Rafaela e Clésia - Tek Informática

Cristiane Estela - Futura Pneus

Débora - Clínica Santapelle

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Camila e Rosiene

Danielle Godoy Dullens - Carmen Steffens

Delfina Noivas

Ana Paula - Hope

Cristiane Pereira Fisioterapeuta


Dodora - Aldeia do Mar

Eliane - Photo Vision

Elza Guimarães

Dyane Müller - Espaço Vip

Geisy Silvério - Bebê e Cia

Fotógrafa Márcia Rosa Giselle Faiad - colunista da Revista Portal VIP

Luiza - Luiza Noivas

Germana, Aline, Melissa, Marília, Letícia e Joelma - Elegance Rio

Juliana Gomes - Pure Style

Fabiana - Delluxe

Ivani - Netinho Madeiras

Jucéia - Fórmula R Pneus

Kátia Félix Kátia Félix Pilates

Eliane Galdino Calçados Eliane Galdino

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Kelly - Montanna Veículos

Luciana Leão - Ginecologista da Neuroclínica

Letícia - colunista da Revista Portal VIP

Lucimar, Adriana, Lúcia e Eliete - turma da Ótica Visão

Mariela Donaire - Dermatologista

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Mara Panificadora Pão de Trigo

Lucélia - Futura Pneus

Luciana e Carolina - Super Bike

Marcela Rezende - Ceica Saúde

Maura - Dullon Modas

Maria Márcia - Clínica Jácome, com as filhas Angela, Andreia , Auréa Angélica e Angelita


Mikeli - Riqueta Calçados

Mônica Carneiro - colunista da Revista Portal VIP

Neusa - Paulista Noivas

Mayara Tristão - colunista da Revista Portal VIP

Regina - Agrotelas

Simone - Parati Imóveis Rafaela - Saúde Vital

Waleska Cintra - fotógrafa Stefany Rodrigues - Scuturales

Rita e Valentina Studio Rita Lemes

Thais Fava - colunista da Revista Portal VIP Tatyara, Dyane e Sheila - Flair Parfumerie e a mãe Jenice

Sirley - Construcastro

Viviane Restaurante do Marmita

Taynara, Iliane, Jhulie, Ana Paula, Eloiza, Núbia e Letícia - Equipe Revista Portal VIP Tana, Renata e Luciana - Rosas Pilates

Thais Queiroz - Uniclinica revistaportalvip.com.br |

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ENTREVISTA

A arte da dança

Revista Portal VIP: Como começou sua história em Catalão? Simone: Em 1990 estudando a ideia de me mudar para Catalão, me interessei pelo fato de aqui não ter nenhuma escola de balé. Em Goiânia dava aulas de bale em diversas escolas, inclusive no Studio Dançart, que é considerada uma das melhores escolas de balé do Brasil. Decidi começar em casa mesmo, com apenas duas alunas. Na época a cidade não apresentava muito interesse pelo balé, mas aos poucos fomos despertando o interesse, mostrando os benefícios que a dança traz para a criança, o jovem e os adultos. As pessoas foram se identificando e gerou curiosidade, daí começaram a surgir cada vez mais alunos. Revista Portal VIP: Como surgiu o projeto Cia de Ballet do Sudeste Goiano? Simone: Nos preocupamos desde o início, em propiciar aulas também para aqueles que não tinham condições financeiras. Dei aulas como voluntária e comecei a procurar o apoio da prefeitura e do estado para levar adiante o projeto que hoje é conhecido como

Simone Faleiro e sua luta pelo Balé, esta graciosa forma de se expressar

Ballet para Todos, conseguimos então colocar o balé na Fundação Cultural, lá dei aulas por mais de cinco anos como voluntária, depois o balé foi implantado como uma disciplina da fundação, ao todo, foram mais de 15 anos me dedicando ao projeto por lá. Paralelo à fundação, montei meu projeto através da Associação Desportiva e Cultural de Dança, nosso projeto também tem o apoio da Anglo American que muito nos ajuda desde 2012 e hoje somos a Cia de Ballet do Sudeste Goiano. De 4 a 18 anos qualquer jovem que estude em escola pública pode participar. Revista Portal VIP: E o seu interesse pela arte, como surgiu? Simone: Fui inspirada pela minha mãe que é artista plástica, em nossa família todos temos uma quedinha pelo meio (risos), inclusive meus filhos Janaína, Luan e Ariadna. Estudo balé desde os quatro anos de idade, sou apaixonada por toda forma de arte. Além do balé fiz faculdade de administração de empresas, cursos de artes plásticas, artesanato e todos os tipos de dança, gosto de todas as formas de arte.

já que a maioria das audições que eles realizam são nas capitais, e agora estamos no circuito nacional deles, ou seja, todos os anos os alunos terão a oportunidade de ingressar na escola, que é uma das melhores do mundo. Também estamos há quatro anos em Ouvidor, o projeto lá está incrível, estamos com 100 alunos, temos tido um respaldo muito bom da população. E estamos com um projeto de expandir mais ainda o balé na região.

Revista Portal VIP: Qual a importância do projeto para a cidade? Simone: Eu já tinha meus alunos particulares antes do projeto que somavam 200, depois com a associação subiu para 450, alcançando até 500 alunos por ano. Com o grande fluxo de alunos e as apresentações os nomes da escola e da cidade começaram a aparecer no cenário nacional, e no ano passado fui eleita Delegada do Conselho Brasileiro de Dantas, representante Goiás, o que pra mim foi uma honra, mas fiquei feliz principalmente pelas oportunidades que virão para os estudantes da cidade. Conseguimos trazer a audição da Escola Bolshoi pra cá, o que é raro,

Revista Portal VIP: O que significa o balé em sua vida? Simone: O balé é minha vida, não faço mais nada. Até gera um pouco de ciúme dentro da família porque meu dia, minha mente, meu coração, eu respiro o balé. Até o artesanato que eu gosto, as peças são de bailarinas, é tudo voltado para o balé (risos). Mas felizmente aos poucos todos foram se rendendo, hoje toda a família está envolvida de alguma forma com o projeto. Eles se apaixonaram pela minha paixão. “O que eu e minha equipe fazemos não é pra nós, é para a população, queremos gerar oportunidades e o balé uma porta para o futuro de muitos jovens.” revistaportalvip.com.br |

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Texto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas | Foto: Maysa Abrão

O Balé surgiu no século XV na Itália, e tomou fama no mundo pela forma com que é levado em cada região, tendo a capacidade de contar histórias com as expressões do corpo na dança. Uma das primeiras danças clássicas a tomar conhecimento popular, encanta os olhos e alma, pela leveza e calma que inspira quem assiste. Em Catalão o balé chegou através de Simone Faleiro Sandoval Mesquita, 51, natural de Piracamjuba/GO, foi criada em Goiânia com os irmãos pelos pais Balbina e Mittermayer, casou-se com Silvio Lucas e o casal, que já tinha uma filha decidira buscar um lugar para constituir família, se encontraram em Catalão.

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Texto: Revista Portal VIP | Letícia Cubas | Foto: Zaga

ENTREVISTA

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Conceição, Hélida, Wilma, Alcione, Sileda, Sandra

e Lívia

Um sorriso empreendedor Aquele jeitinho amigo que conquista qualquer um! Assim é Sileda da Fio de Linha, uma mulher que irradia simpatia e conquista seus clientes pelo zelo que tem com cada um. Catalana, é filha de Júlio Pinto de Mello e Maria de Souza Mello, caçula entre os irmãos Suely, Suelene, Sérgio e Sheila, a família deu bons frutos, todos com um histórico profissional de encher os pais de orgulho. Estudiosa, formou-se no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, ingressou no magistério e lecionou por mais de 10 anos na Escola Paroquial. Mas se descobriu na arte, no artesanato onde decidiu fazer história. Revista Portal VIP: Quando e como surgiu a inspiração para o artesanato? Sileda: Acho que sempre quis trabalhar com arte, lembro-me que o despertar aconteceu quando fiz meu primeiro vestido de crochê, aos 13 anos. Tive em minha avó paterna, Elvira Mello, grande apoio e inspiração. Revista Portal VIP: O que significa seu trabalho pra você? Sileda: Trabalhei por 12 anos na educação, mas me encontrei no comércio, em minha loja tenho a oportunidade de ensinar e aprender com as pessoas, todo dia vivemos uma nova experiência, novos assuntos, tipos diferentes de artesanato, matérias primas e claro, novas amizades. Passo o ano todo pesquisando e fazendo tudo esperando o natal chegar, e modéstia à parte, faço belís-

simas peças natalinas. Minha vida gira em torno disso, é o que me deixa feliz, além da minha família claro, mas a sensação de ver uma peça pronta, ver uma amontoado de peças e tecidos se transformar em algo bonito, agradável, é uma ótima sensação. Revista Portal VIP: Você é uma mulher realizada? Sileda: Sou realizada sim, tanto na vida profissional como pessoal. Meu marido Lázaro e eu conseguimos formar nossos filhos, Valkyria, Rodrigo e Rafael, tenho três netos maravilhosos e um casamento de 46 anos com o homem que amo. Revista Portal VIP: Além de administrar a loja, você oferece cursos, como funcionam? Sileda: Meus cursos são ministrados por duas excelentes professoras, Wilma e Nieza as quartas-feiras e aos sábados, onde temos alunas que se tornaram, ao longo dos anos, verdadeiras e leais amigas. Aprendemos e ensinamos a fazer bordados, crochê, variadas peças de enfeites e tudo que nos vem à mente. “Aproveito esta oportunidade para agradecer a cada amigo, colaborador e cliente, e também pedir desculpas aos fregueses se alguma vez não pudemos atendê-los como merecem, graças a Deus nosso movimento é intenso. Mas pra nós, cada um é especial e merece o nosso melhor. Também aproveito para agradecer a esta revista maravilhosa, estou muito honrada em ser homenageada como empreendedora,” finaliza Sileda com um de seus belos sorrisos. revistaportalvip.com.br |

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Fotos: Revista Portal VIP

ARTIGO

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Podologia Para elas, também! Podóloga Fabiana Lopes Borges

O cuidado com os pés traz satisfação, conforto e bem estar a homens e também às mulheres, e não é por uma questão de vaidade, pés bem cuidados são, principalmente, sinal de saúde. Pensando nisso, vamos falar um pouco sobre PODOLOGIA. Os cuidados de uma podóloga vão muito além da estética. A Podologia é responsável por tratar e prevenir doenças dos pés em toda sua extensão, ou seja, não apenas nas unhas. Atua como prevenção e tratamento tendo a saúde como foco principal, além de evitar doenças decorrentes do dia a dia, a Podologia relaxa e traz benefícios até para a autoestima. Unindo saúde e estética; Trata também de casos mais específicos como doenças em pés de pessoas diabéticas proporcionando saúde e bem estar. Os pés de uma mulher são tão importantes como qualquer outra parte do corpo, pois são a base, nos dá sustentação, equilíbrio e a possibilidade de locomoção, sustenta o peso do corpo estando sujeito a desgastes e tensões. Por isso, merecem ser cuidados com um carinho especial. Outro benefício da Podologia é a reflexologia, que identifica pontos que ocasionam dores. Através de massagem nesses pontos, as dores são aliviadas diminuindo o desconforto na rotina diária.

Atende no Rubens Cabeleireiros

Lembre-se, você não precisa procurar uma podóloga somente quanto estiver com um problema aparente. O ideal é que visite uma mensalmente para fazer o corte correto das unhas e avaliar se existe alguma podopatia, assim manterá seus pés sempre com saúde e em perfeita sintonia com seu corpo.

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HOMENAGEM

Foto: Arquivo

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Edson Democh

Catalão perde o historiador que doou uma vida pela cultura catalana As perdas irreparáveis doem, mas com certa alegria, alegria de ter tido a dádiva da presença de pessoas tão ilustres. No dia 24 de julho, Catalão perdeu um grande homem, historiador, odontólogo, psicólogo e sociólogo, Edson Democh deixou esta vida para conversar com os anjos. Com um extenso histórico profissional, fez parte de vários projetos de renome como a criação da Casa da Cultura de Catalão, hoje Fundação Cultural Maria das Dores Campos, fez história por acreditar que ele valia pelo que sabia. Teatrólogo por paixão, Edson se descobriu artista, prazer que acreditava ter herdado da mãe Georgeta. 92

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Em entrevista à Revista Portal Vip contou. "Trato cada objeto como se tivesse alma. Até um prego que encontro na rua é guardado e reaproveitado", disse ao fazer questão de contar que nunca vendeu uma peça sequer. "Minha satisfação é presentear amigos. Não vejo na arte uma forma de recursos. É realmente por prazer". Contribuiu com inúmeras matérias e artigos para a Revista Portal VIP, não era de negar dividir seu conhecimento. Sua contribuição artística, teatral e literária foi crucial para o desenvolvimento cultural de Catalão. Em nome de toda a equipe Portal VIP, obrigada Edson.


ENTRETENIMENTO

38ªExpoCatalão Fruto da dedicação da atual diretoria e da participação de parceiros fortes, a 38ª edição da Exposição Agropecuária de Catalão alcançou resultados positivos e recebeu cerca de 60 mil visitantes durante os dias de evento. Com programação que incluiu dias de portões abertos possibilitando que milhares de pessoas tivessem a oportunidade de divertir com a família toda, a festa reuniu grandes nomes do cenário musical nacional, foi completa do ponto de vista de exposição de animais, torneios leiteiros, leilões, o mercado de agrobusiness foi movimentado com a participação de grandes empresas expo-

sitoras, o rodeio da PBR foi um show à parte, dentre outras atrações. Destaque também para o sucesso da ExpoKids, que ofereceu um espaço estruturado para a criançada divertir a valer. Vale ressaltar ainda a ótima estrutura montada para receber os visitantes: uma praça de alimentação totalmente coberta e aconchegante. Para Newton José da Silva, presidente do Sindicato Rural, foi uma surpresa a receptividade da população, que mesmo em tempos difíceis de crise econômica compareceu e fez da festa um marco na história de Catalão. “Acertamos em mui-

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Mais uma vez o evento repete o sucesso em organização e programação tas coisas como, por exemplo, a grade de artistas e temos a consciência que temos que nos superar a cada ano. Nosso parque estava bem dividido, as arquibancadas lotadas, camarotes com tratamento diferenciado e atrações musicais após o termino dos shows, a estrutura de rodeio é a melhor do Brasil e grandes negócios foram realizados durante o evento como leilões e nos estandes de expositores. Tudo isto nos deixa com a sensação de dever cumprido e muito realizados”, finaliza o presidente. Fonte: Com informações da Assessoria de Comunicação Fotos: Revista Portal VIP | Taynara Borges | Assessoria

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ESPECIAL

A Catalão de hoje, registrada por Joelmo Márcio

CATALÃO

Um lugar abençoado Quem por aqui passa sente no coração a vibração dessa Terra. Localizada no coração do Brasil, talvez seja por isso o quanto ela, Catalão, fascina os que cortam esse território ou que aqui decide construir história. Por tantos cantos e encantos, essa cidade merece todas as homenagens. Como essa feita pelo escritor catalano, Ivan Corrêa, e também o registro fotográfico de alguns da centenária Catalão.

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A majestosa garça registrada pelas lentes do catalano Joelmo Márcio | PORTAL VIP | 102ª Edição - Agosto de 2016


Sou de Catalão... Por isso essa mistura de boiada e minério nessa cara de bravo. Brotei no campo como brota o arroz, mãos grossas de calo seguraram-me primeiro. Deise Pasquareli - Pietro Comunicação registrou a imponência da Morrinho da Saudade

Joelmo Márcio também aproveitou para registrar o cartão postal da cidade

Agora essa textura fina das minhas mãos abanam uns risos falsos por isso queria recrescer naquela casa simples cercada de pés de milho e tornar-me outro, com casca dura e espinhos que repelissem gente cínica. Entre os paus a pique incinerar insaciáveis barbeiros chaguentos para poder sobreviver

O Morrinho de São João, num anglo registrado por Silvio Lucas

depois dizer que nessas veias corre sangue poeta de tantas gerações. Sou de Catalão sim por isso sou essa mistura de boiada e minério com cara de corajoso por isso é que peço uma chuva cortês para poder germinar outros tantos de mim. E que em cada quintal toda manhã brotasse poesia com folhas bem verdes, fortes e orvalhadas! revistaportalvip.com.br |

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