155 anos de Catalão
A Precisão tem sede na cidade de Catalão, bases de apoio nas cidades de Campo Alegre de Goiás-GO, Cristalina-GO, Goiatuba-Go, Paracatu-MG e Araguari-MG. Para este ano, estará expandindo os negócios também para o Estado do Tocantins.
Neste ano de 2014 foi certificada pelo programa CAS - Certificação Aeroagrícola Sustentável, que aprofunda o conceito de responsabilidade e sustentabilidade das operações de aplicação de defensivos agrícolas, visando melhorias na qualidade das pulverizações e redução de riscos de impacto ambiental. A empresa marcou presença na 21ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação – Agrishow, e na oportunidade fechou mais uma parceria com a Embraer, investindo em mais uma aeronave agrícola. A Precisão tem viabilizado suas operações buscando o entendimento e as necessidades do crescimento local, e tem acompanhado e contribuído de forma positiva para o crescimento do agronegócio brasileiro.
Além das operações aéreas, está disponibilizando um posto de abastecimento de aeronaves, que facilitará as operações do Aeroporto de Catalão.
Catalão é uma cidade que enche os olhos e o coração de toda gente, e ao comemorar os 155 anos, a empresa se orgulha em dizer que faz parte da história de Catalão. Parabéns a todos os Catalanos. 64 3411-7725 | 3411-7876 | 3411-6057 | 3411-6090 Aeroporto Municipal - Rod. GO 330, Km 6 Lts. 14 e 7B - Catalão/GO www.precisaoaeroagricola.com.br
Júnior com parte da equipe Precisão
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EDIÇÃO ESPECIAL
expediente DIREÇÃO E EDITORIA Iliane Fonseca / Jornalista MTE RP 2729/GO – COMERCIAL Officina Publicidade e Marketing 64 3442 6963 / 8404 6133 – REPORTAGEM Iliane Fonseca, Maysa Abrão COORDENAÇÃO EDITORIAL E REVISÃO Luciana Ventura, Jornalista MTB 36784SP JP – COMERCIAL Iliane Fonseca, Núbia Palmério, Ana Paula Oliveira, Hávila Leonel – FINANCEIRO Rubens Nunes – SECRETÁRIA Ana Paula Oliveira – PROJETO E DESIGNER Daniel Henrique 64 8150 1213 e Guilherme Camargo 64 9984 6462 – FOTOGRAFIA Tavares & Silvestre Fotografia, MS Produções, Studio 3 Fotografia, João Fotografias, Portal Vip / Maysa Abrão – ASSESSORIA JURÍDICA Baden Powell & Mourão Advogados 64 3441 7021 – DISTRIBUIÇÃO PRÓPRIA – EDITADA por Officina Publicidade e Marketing - CNPJ 08.694.369/0001-53.
* Os artigos assinados expressam, especificamente, a opinião de seus autores
CONTATOS: 64 3442 6963 / 8404 6133 www.revistaportalvip.com.br revistaportalvip@gmail.com Rua N. Sra de Fátima, 585, B. N. Sra de Fátima / Catalão GO
editorial A Revista Portal VIP tem 155 motivos para amar essa terra! Edificar, semear, acalentar, estimular, homenagear, registrar, amar... Ao longo de nove anos de existência, a Revista Portal VIP esteve presente em momentos gloriosos deste Município que tantas histórias e estórias tem para contar. Conjugando muitos verbos, tornou inúmeros fatos e pessoas imortalizados em suas páginas. Lançada em 15 de junho de 2005, a primeira revista a circular perenemente em Catalão, desbravou um mercado, que até então não tinha o hábito de folhear uma publicação colorida, de qualidade gráfica e editorial. Assim como é Catalão, um torrão abençoado que cresceu e se consolidou! Presente no cotidiano dos catalanos, a Portal VIP é um xodó para gente de todas as idades, pessoas que buscam um conteúdo sério, imparcial e com ênfase no que Catalão tem de melhor: seu povo! E foi pensando em registrar um pouco do que é Catalão, que a equipe Revista Portal VIP – com ênfase no esforço da repórter e fotógrafa Maysa Abrão, tornou realidade essa Edição muito Especial: 155 motivos para amar Catalão! Portanto, aproveite tudo o que vai vir pelas próximas páginas e prepare-se para viver grandes emoções. Até a próxima edição!
Studio 3 / Graziella Maia
Diretora e Editora
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A hist贸ria de Antero Carvalho
Desfile tradicional da Av. 20 de Agosto
Clube do Aperitivo, um legado de Wilson Guimares
Marlytt Netto, a dama catalana do teatro
Ă?NDICE 118 101 80 51
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Lourdinha, a mestra do piano
CRAC, um paixĂŁo azul e branco
Valdivino Duarte, um grande homem que deixou saudades
Uma homenagem aos catalanos, por Sandra Fayad
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O primeiro motivo para amar Catalão é nascer em Catalão, e o parto não é um momento inesquecível apenas para as mulheres, mas também para os médicos...
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atalão possui excelentes profissionais da medicina e escolhemos homenagear todos através de um, que se dedica e apoia as mulheres em uma das melhores fases de suas vidas. Aos 65 anos, o ginecologista-obstetra Aguinaldo Gonçalves Mesquita já fez mais de 11 mil partos na cidade, o que representa que cerca da grande parte dos habitantes nasceram pelas mãos do médico. A paixão do veterano médico pela medicina está presente em histórias de muitas famílias de Catalão e cidades vizinhas. “Hoje faço partos da terceira geração, ou seja, fiz da mãe, da filha e agora da neta”, conta o catalano que se emociona ao revelar que nasceu da parteira Maria Preta, na fazenda São Domingos, naquela época, Fazenda Laranjeiras. Para o médico cada parto é um momento surpreendente, mas já passou também por muitos momentos tristes que chegou a se abater. Atuando desde 1976 como médico, e há 38 anos na Santa Casa, onde segundo ele, atende em grande maioria mulheres carentes, ele chega a 2014 com um total de 11.233 partos. Aposentado há um ano, Aguinaldo reduziu a quantidade de partos porque acredita que agora, o bom é trabalhar de acordo com a idade. “Hoje em dia, faço menos partos por mês e tenho a ajuda do jovem médico Daniel”, diz. Mas, ele nem pensa em parar de trabalhar. Para ele, colocar no mundo as crianças é uma satisfação diária e parar somente se for por impossibilidade. “De jeito nenhum. Eu não quero parar. Sou temente a Deus, e vejo minha profissão como uma bênção, onde trazer um ser ao mundo é sempre um prazer”, finaliza o médico.
Aguinaldo e a recem nascida em 1 de julho, Lavínia Aires
Hoje faço partos da terceira geração, ou seja, fiz da mãe, da filha e agora da neta
Maria Aparecida, Elaine, Aguinaldo e Vanuza
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Aguinaldo e Daniel www.revistaportalvip.com.br
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Catalão que recebe imigrantes
olos férteis, oportunidades de trabalho, condições privilegiadas de se viver. Essas e outras tantas características de Catalão atraem cidadãos de várias partes do mundo e do país. Para se ter uma ideia do reflexo da imigração, descobriram primeiramente essas terras, bandeirantes paulistas e portugueses, pois a historia conta que não é possível definir fronteiras rígidas para a imigração em Catalão, uma
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Porém, foram os árabes que, em 1895, primeiro chegaram à cidade e se estabeleceram nessa “nova pátria”, confor-
Cruz do Anhanguera
A Cruz Original em Goiás Velho
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vez que as Bandeiras de Bartolomeu Bueno da Silva – o Anhanguera – em 1682 e em 1722, (a comitiva de Bartolomeu Bueno da Silva [filho], formada por homens de armas, cavaleiros e religiosos), fizeram uma roça nas paragens onde está situada a cidade.
me relata o pesquisador Antônio Miguel Jorge Chaud em seu livro “Imigrantes em Catalão”. Segundo Chaud, do período de 1835 a 1995, Catalão recebeu cerca de 550 imigrantes, sendo 232 árabes, quatro belgas, dois bolivianos, dois checos, sete chilenos, um esloveno, 53 espanhóis, um estoniano, quatro franceses, 19 germânicos (alemães e austríacos), três gregos, 61 italianos, um iugoslavo, 21 japoneses, um lituano, 45 norte americanos, dois peruanos, 12 poloneses, 73 portugueses, seis reino unido (ingleses e escoceses), dois suíços, um tazaniense. Em sua obra, Chaud ressalta ainda que o numero de imigrantes mencionados não significa o total definitivo senão que outros podem ter aqui estado, anônimos ou caídos no esquecimento.
istoriadores afirmam que em busca de riquezas minerais e de índios para escravizar, bandeirantes comandados por Bartolomeu Bueno da Silva, em 1722, adentraram a Província de Goiás, chegando ao local onde hoje se encontra a cidade de Catalão e abrindo assim seu acesso ao resto do país. Na época, uma cruz de madeira foi cravada no local denominado “Borda da Mata”, na “Fazenda dos Casados”, conhecida como Cruz do Anhanguera. De acordo com o site da Loja Maçônica Paz e Amor III, por determinação governamental deveria ser transferida para a Cidade de Goiás.
Réplica da Cruz do Anhanguera no Museu
Catalão reagiu e impetrou uma ação judicial que após três anos foi julgada em favor da transferência da Cruz. Enquanto perdurou a discussão na justiça, a Loja Maçônica Paz e Amor III ficou como fiel depositária, guardando-a sob todos os cuidados e segurança no interior do seu templo, quando então foi levada em procissão pelos entristecidos maçons à estação de ferro de Goiandira e encaminhada para a Cidade de Goiás; e ali colocada num monumento inaugurado em 1918. De acordo com o psicólogo, professor e membro da Academia Catalana de Letras, Marcos Bueno, um fato curioso foi o gesto simpático do Senhor
Adélio Alves de Aguiar, prefeito da cidade de Goiás, onde presentemente se encontra a histórica Cruz do Anhanguera. “Numa memorável atitude, o prefeito da época mandou confeccionar uma réplica da discutida cruz e nos fez remessa em carro especial, que aqui chegou no dia 19 de agosto de 1983, a tempo de ser instalada no salão de entrada da nossa “Casa da Cultura”, cuja inauguração se deu no dia seguinte, na festa comemorativa do 124º aniversário de emancipação política da nossa terra”, revela Marcos. Atualmente, a réplica da cruz encontra-se no jardim do Museu Cornélio Ramos. 9 | VIP •
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Igreja Madre de Deos, atual Igreja Velha Matriz
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Igreja Velha Matriz
Igreja Madre de Deos
ovido não só pela devoção, mas também pelo interesse de atrair moradores para a região e valorizar suas terras, em 1810, da sesmaria do Ribeirão surgiu um fazendeiro chamado Antônio Manuel que cedeu um lote de suas terras para a construção de uma igreja. Onze anos mais tarde, Dom Pedro de Alcântara concedeu a autorização regia para construir a igreja Madre de Deos e a Fábrica Alfaias, que vendia artigos religiosos e velas. O patrimônio com uma extensão de dois mil metros de largura por 3.300 de comprimento, depois de construído começou a celebrar festas religiosas; surge então ao seu redor armazéns e vendas, dando início a um comércio e, com isso, um povoado, que posteriormente se torna arraial, vila e cidade. Como naquela época existia uma lei proibindo a construção de tudo que era profano na frente das igrejas, o cemitério, os prostíbulos e a cadeia ficaram atrás da Igreja. Com o passar dos anos, a Madre de Deos deu lugar a Igreja Velha Matriz, - nome que recebeu pela comunidade após o surgimento da Igreja Nova Matriz, - pois sua estrutura precisava de reformas.
Morro de São João: o lindo mirante de Catalão!
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Morrinho é um cartão postal da cidade
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olina dos Poetas ou Morro da Saudade, assim é conhecido o lindo mirante de Catalão, localizado ao norte do município, no perímetro urbano. Considerado o símbolo máximo e um dos cartões postais mais importantes da cidade, o Morro abriga a capela de São João Batista, erguida em 1899. Comenta-se que naquela época, a pequena capela pode ter sido erguida por três indivíduos de nome João. De acordo com Cornélio Ramos, em sua obra ‘Colina dos Poetas’, “a velha ermida de nossos avoengos foi, aos poucos, sendo destruída pelo tempo e, finalmente, demolida para, em seu lugar, construírem uma outra mais mo-
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Neste lugar, muitas festas embalaram os catalanos
derna, mais solida, capaz de resistir melhor às intempéries. Sua construção data de 24 de junho de 1939 e foi realizada por uma comissão de saudosistas, composta dos senhores: padre Epiphanio Ibanez, Nasr Fayad, Cristiano Ayres, João Netto e Dr. Jamil Sebba, liderados pela senhora Nagiba Fayad, que, com o Dr. Jamil, foram festeiros daquele ano na inauguração da ermida”. Segundo a escritora catalana, poetisa e ambientalista Sandra Fayad, “para o visitante, é só uma igrejinha no alto do morro. Para mim, rebobina a fita até a infância mais tenra: balõezinhos, pipoca, quentão, pandeiros, roupa
A beleza do monumento: o interior da igreja
caipira, bolo de mandioca, canjica, poeira, gente da roça e da cidade na mesma festa”. O Morro foi tombado em 1994, sendo o primeiro processo de tombamento do patrimônio histórico de Catalão. No Morro se encontra o túmulo do poeta Ricardo Paranhos, conhecido nacionalmente, e a Igreja de São João, que também foi tombada, juntamente com o Morro. A pequena igreja pertence à Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus e ainda é usada para cerimônias religiosas. Dentre lendas e histórias, existem as famosas como “Cruz de Madeira e Rita Pó”. www.revistaportalvip.com.br
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o fim do século IXX, e primeiros anos do início do século XX, nossa cidade era cenário de violentas rixas entre famílias e partidos políticos. A disputa política entre duas importantes famílias é narrada pela professora Mariazinha Campos, em seu livro ‘Velhas Rixas Políticas entre Paranhos e Andrades’, que provocaram os “dois fogos” e a morte de dois principais políticos de nossa região, de um delegado e de Antero da Silva Costa”. Os “dois fogos” citados pela professora foram conflitos armados entre dois grupos políticos conhecidos como “Papo Roxo e Papo Amarelo”; apelido dado devido a cor das chapas de latão das carabinas dos jagunços e capatazes, que eram protegidos ou filiados aos partidos. Os Papo Amarelo eram as famílias e os cidadãos filiados ou simpatizantes do partido Democrata e os Papo Roxo eram filiados ao partido Re-
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Papo Roxo x Papo Amarelo: O inicio da disputa política em Catalão
publicano. A rixa entre as famílias era tamanha que não se plantavam nem flores amarelas nos jardins de uma família papo roxo, e vice e versa. As famílias vestiam as cores dos partidos que defendiam. Uma das mais famosas “papo roxo” foi a própria professora Mariazinha, como podemos ver em seu quarto no Museu Cornélio Ramos, onde até mesmo os acessórios de cabelo era da cor roxa. Os dois grupos políticos dominavam a cidade, ambos formados por famílias ricas, poderosas e com muita influência política na região. De filiações políticas bem diferentes, os dois grupos se alternavam no mando local, sempre disputando qual das famílias era a mais poderosa. Fonte: Blog Informática Educacional do 3º Ano C do CAIC / Professora Jaqueline Naves.
Antero da Costa Carvalho
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m sua obra “Colina dos Poetas”, Cornélio Ramos lamenta que Catalão não tenha ainda o seu poeta de cordel para imortalizar em seus versos a vida e a morte do poeta Antero da Costa Carvalho, o nosso mártir, já santificado na crença popular. Crença essa, que afirma o mártir ter sido morto injustamente, e apesar de toda a violência cometida em 16 de Agosto de 1936, o crime nunca foi esclarecido e o mistério continua bailando no ar através do tempo. A história se inicia com o assassinato de Albino Felipe de Oliveira, fazendeiro muito rico morto por uma emboscada em maio de 1936. O assassinato de Albino causou um grande tumulto na cidade, onde seus companheiros queriam a qualquer custo o autor. O grupo de fazendeiros cercado de jagunços resolveu torturar o filho de Albino, João Albino, acusado de mandar matar o pai para receber a herança. Tortura em vão, João não confessou. Na busca de incriminar alguém, o grupo prendeu o jagunço Teodomiro Gomes, conhecido como Chico Prateado, que após tortura diz ao grupo que o mandante foi Antero, que é preso para averiguações. Chico Prateado trabalhava eventualmente como cobrador de Antero, e devido uma grande dívida que Antero tinha com Albino concluiu-se que ele era o mandante do crime. O farmacêutico Antero não recebeu julgamento formal; foi acusado e retirado por jagunços e alguns populares da cadeia, linchado e morto. Nossos antepassados contam que toda a cidade foi testemunha daquele crime que não permaneceu apenas nos arquivos públicos, mas ganhou espaço e valor na memória da sociedade. 13 | VIP •
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Vitorita Victor Rodrigues A Madre Lúcia
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catalana Vitorita Victor Rodrigues nasceu em 1902 e é filha de Cristiano Victor Rodrigues e Amazília de Campos Victor Rodrigues. Iniciou os estudos com D. Leodegária de Jesus, em Catalão, transferindo-se, em seguida, para o Rio de Janeiro, onde foi interna do Colégio Regina Coeli. Priorizou o estudo das artes e de línguas, em particular o inglês, o italiano e o francês, formando-se em 1918. Em 1919, regressou a Catalão e, sentindo sua vocação religiosa, desejou entrar para a Congregação das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus. Se tornou o cérebro e o braço direito nos trabalhos da fundação do Colégio N. Sra. Mãe de Deus, onde trabalhou por longos anos, e em 1927, formou a primeira turma de normalistas. Em 1928, foi para o Rio de Janeiro, ingressando no Convento das Missionárias do Sagrado Coração de Jesus, e em 1929, fez seu noviciado na Itália. De volta ao Brasil, ago-
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ra como Madre Lúcia, cursou Letras e Teologia e assumiu a direção do Colégio Madre Cabrini de 1938 até 1967. Escolhida Conselheira Geral da Ordem de Madre Cabrini, voltou a Roma e de lá viajou por vários países, fundando a Missão na Guatemala e Nicarágua. Em 1971, substituiu a Superiora Geral da Congregação, e de 1974 a 1977, dirigiu a Escola Normal de Rio Pomba/MG. Novamente em Roma, participou da Comissão de Estudos para a renovação das Constituições da Congregação. Em 1978, assumiu o cargo de Superiora do Colégio Boni Consilii, em São Paulo. Coordenou em 1980 as comemorações do primeiro centenário da Congregação Sagrado Coração de Jesus. Em 1981, foi para Brasília trabalhar no Centro de Formação Intercultural para Missionários Estrangeiros. Madre Lúcia faleceu em Brasília, em 2005, aos 102 anos.
Dona Iaiá
osentina de Sant´Anna e Silva, a Dona Iaiá, nasceu na cidade de Goiás, em 1891. Filha de Bárbara Augusta de Pádua Fleury e de Joaquim Augusto de Sant´Anna, foi a terceira filha do casal. Seus primeiros estudos foram feitos à antiga, em casa; e ao ser aberta a primeira turma de normalistas, na Cidade de Goiás, lá estava a Iaiá preparando-se para a profissão que lhe conquistaria o amor e o respeito de inúmeras gerações de catalanos. Em 1911, casou-se com o primo Hermógenes Ferreira da Silva, e em 1920, com três filhos, foi morar em Catalão, onde lhes nasceria a filha caçula. Catalão não contava com qualquer estabelecimento de ensino e Dona Iaiá foi nomeada para dirigir o recém-fundado, e logo depois extinto, grupo escolar. Com o fechamento do grupo, em 1923, Dona Iaiá deu início ao Externato
Sant´Anna, que funcionava na mesma casa em que residia com a família. Pouco depois chegaram as irmãs dominicanas espanholas, que abriram um Ginásio e Escola Normal para moças. Iaiá dedicou 39 anos ao magistério e escrevia peças e monólogos para festas anuais e crônicas semanais para o Programa ABC da Rádio Cultura de Catalão. Também exerceu o cargo de fiscal no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus. Morreu longe de sua bem-amada Catalão, sempre se queixando de saudade. O marido estava gravemente doente e Catalão ainda não tinha hospitais. Seguindo os conselhos de Doutor Jamil Sebba, médico da família e grande amigo, foi para Belo Horizonte. Quando ele morreu, suas filhas não moravam em Catalão e Iaiá permaneceu em Belo Horizonte, onde tinha família. 15 | VIP •
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Bernardo Guimarães
A casa onde Bernardo Guimarães morou ainda existe em Catalão
Na época, residencia de Bernardo Guimarães
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Bernardo Guimarães
m dos maiores nomes da ficção brasileira da escola romântica, Bernardo Joaquim da Silva Guimarães nasceu na cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, em 15 de agosto de 1825, e faleceu no dia 10 de março de 1884. Famoso pelos romances A Escrava Isaura e O Seminarista, focava temas abolicionistas e de críticas ao celibato. Patrono da Cadeira número 5, da Academia Brasileira de Letras, estudou Direito em São Paulo e foi nomeado para o cargo de Juiz Municipal de Catalão, entre 1852 e 1854. Em 1861 voltou a Catalão, e no dia 1º de março, assumiu o cargo de juiz municipal e de órfãos. Nesta época, ao assumir interinamente o juizado de Direito, e impressionado com o mau tratamento que os presos recebiam, Bernardo convocou uma sessão extraordinária de júri para julgar 11 réus. Foram todos absolvidos e soltos imediatamente. O presidente da província, José Martins Pereira de Alencastre, moveu um processo contra Bernardo, que não deu em nada. Em função de mudanças no Governo, o juiz titular Virgínio Henriques Costa foi transferido para uma comarca vizinha e Bernardo ocupou o cargo até 1863. Em Catalão, sempre residiu na mesma casa, onde moraram os poetas Fagundes Varela e Gastão de Deus Victor Rodrigues. A história conta que no romance o índio Afonso o drama se desenvolve no município de Catalão.
Ferrovia:
Mais de um século de atividades no município A Estrada de Ferro Goyaz foi uma ferrovia federal com aproximadamente 480 km de extensão e 30 estações, sendo que em 1913, uma delas foi inaugurada em Catalão. A mesma foi desativada em 1942, vindo a ser inaugurada a nova linha dois anos depois. Cornélio Ramos, famoso Chefe de Estação e escritor da cidade, trabalhou e viveu na Estação com sua família por 23 anos, e nos deixou um interessante relato sobre a Maria Fumaça: “Uma lembrança do trem resfolegante, soltando uma fumaça com vapor e apitando, cenário belo que nos mostra em telas pintadas pelos nossos artistas. Havia os vendedores que colocavam salgados, pipocas e outras variedades diversas. O barulho das emendas dos trilhos fazia a gente dormir, pois a cidade era silenciosa”. Sebastião Cardoso, ex-mestre de linha, que ainda reside às margens do trilho, aos 84 anos, lembra com saudades. “Fazíamos rondas ao longo do trilho várias vezes ao dia e percorríamos quilômetros para identificar os que quebravam, pois poderiam causar acidentes. Muitos eram os riscos, pois o trole, às vezes, perdia o controle. O trabalho era difícil, pesado e as condições não eram as melhores. Contudo, sinto saudades daqueles tempos e dos colegas, com quem vivi diversas histórias memoráveis”. Hoje, acabaram-se os trens de passeio e ficou para muitos catalanos a saudade daqueles tempos em que, para sair ou chegar à Catalão, a forma mais fácil e barata era através do trem. Ainda assim, segue tendo extrema importância para o município, sobretudo em termos de transporte de cargas, com ênfase para minérios. www.revistaportalvip.com.br
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Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus
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uem hoje passa pelo Bairro Mãe de Deus, especialmente nas Avenidas 20 de Agosto e Raulina Fonseca Paschoal, e vê um quarteirão inteiro ocupado por um colégio religioso, pode não ter ideia da magnitude que a obra e sua história representam para a cidade. Ao longo de 93 anos de existência, o Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus foi palco de inúmeras histórias que marcaram a comunidade e continuam a se refletir através do fato de ser uma instituição educacional que cultiva a tradição de modernidade e vanguarda na educação dos seus alunos. Fundado em dois de junho de 1921, pelas Irmãs Agostinianas Missionárias, Natividade Gorrochátegui, Mercedes Iríarte, Esperança Garrido, Paz Hernandez e Inez Lopes, o Colégio sempre priorizou os valores religiosos, éticos e humanos, tornando
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uillermo Castro Moyá conta que ao pesquisar para escrever, perguntou para um rapaz se ele sabia quem era Wagner Estelita Campos. Rápido, ele disse: “Claro, a ponte onde vou pescar com a turma. Mais nada”. Guillermo nos revela que Wagner Estelita Campos é muito mais que o nome da ponte que une os Estados de Minas Gerais e Goiás. Estelita ligou o nome de Catalão aos maiores centros educacionais, culturais e políticos do País. Primogênito do maestro Frederico Campos e de Julieta Prates, recebeu o nome do
o aluno um cidadão crítico, atuante, capaz de aplicar os conhecimentos adquiridos, possibilitando-o a enfrentar os desafios da vida e do cada vez mais exigente mercado de trabalho. O Colégio, que possuiu o sistema de internato, sobreviveu a grandes desafios ao longo dos anos, como cenários difíceis na economia mundial em virtude da II Guerra Mundial e crises na política brasileira, no militarismo e em virtude da inflação altíssima, mesmo assim instituiu como missão prestar incalculáveis benefícios à educação na região. E hoje, com uma excelente infraestrutura e corpo docente em constante capacitação, o “Mãe de Deus”, como é carinhosamente chamado por todos, atende mais mil alunos no ensino médio e fundamental distribuídos em duas unidades.
Wagner Estelita Campos: Um vulto catalano
compositor e músico alemão muito admirado pelo pai. Ligado à educação desde jovem, Wagner foi paraninfo da turma de 1950, no Ginásio Presidente Roosevelt de Catalão. Formado aos 21 anos, na Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, voltou para Goiás, sendo nomeado Chefe de Polícia. Em 1941, viajou para os Estados Unidos, onde cursou Administração na American University de Washington. Foi professor de Economia Política na mesma universidade em que estudou e professor de Administração na Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas. Assistente de Administração, Chefe de Seção, Diretor, Diretor Geral, Ministro do Tribunal de Contas da União, Vice-presidente do mesmo Tribunal, até chegar à Presidência do TCU, cargo que exerceu de 1968 até 1976. Na política, foi deputado Federal por Goiás e presidente da Comissão de Orçamento da Câmara de Deputados. Destemido,
numa eleição complementar para Senador, teve como adversário Juscelino Kubitschek. Entre 1955 a 1958, sendo Prefeito de Catalão, o professor Antônio Miguel Jorge Chaud fez uma parceria com Estelita para que o nosso Município fosse o único no Centro Oeste para aplicar o “Plano Nacional de Erradicação do Analfabetismo”. Nesse período foram criadas e instaladas escolas rurais e grupos escolares na zona urbana. Nessa época foram construídas as escolas Dona Iayá, Rita Paranhos Bretas e David Persicano. No lugar onde hoje funciona o Campus da UFG foram construídas as instalações da Escola Parque, uma experiência pioneira que serviu de base para as escolas profissionalizantes de hoje. Estelita escreveu livros, fez conferências e recebeu condecorações. Faleceu em 1979. Wagner Estelita Campos é patrono da cadeira nº 16 da Academia Catalana de Letras, atualmente ocupada pelo seu irmão Mauro Campos. 17 | VIP •
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Maria das Dores Campos
ilha de Lourival Álvares de Campos e de Felicidade Netto de Campos, nasceu no dia 22 de março de 1911 e se destacou em seu papel de grande cidadã catalana, onde foi nome ímpar na educação. Se formou professora e sua carreira de mestra efetiva foi de 1930 a 1965, no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus. Lecionou no Ginásio São Bernardino de Siena, na Escola Técnica de Comércio e no Colégio Estadual de Catalão, além de ter sido Inspetora da Escola Normal. Foi diretora de escolas e do CRAC, participando da criação do Clube Catalano, inclusive tendo confeccionado a bandeira da agremiação. É membro da Academia Catalana de Letras e da União Brasileira de Escritores, secção de Goiás. Também foi historiadora e deixou escrito “Catalão, Estudo Histórico e Geográfico”, de cunho didático, e “Gente Nossa”, em que traça perfis de importantes figuras da história catalana. Por tudo que fez, Mariazinha emprestou seu nome à Fundação Cultural de Catalão. A professora faleceu em 18 de março de 1993.
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O saudoso Professor Chaud
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ai de oito filhos, Antônio Miguel Jorge Chaud ajudou a escrever a história de Catalão participando ativamente da vida social, política, esportiva e educacional do município. Nascido em 22 de maio de 1923, em Catalão, o filho de imigrantes árabes cultivou o gosto de educar por mais de 60 anos. Foi mestre de Matemática e Inglês em várias escolas, como o Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus e Colégio Estadual João Netto de Campos. O educador também revelou 20 |
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Maria das Dores Campos: Dona Mariazinha
Chaud: Um legado para Catalão
um espírito empreendedor: construiu o Ginásio Presidente Roosevelt, hoje escola Paroquial São Bernardino de Siena. Professor Chaud, como era carinhosamente conhecido, cultivava hábitos como fazer leitura diária e dizia que as pessoas precisavam ficar atentas ao que acontece no mundo, no país, no estado e na comunidade em que vive para poder então desenvolver uma opinião sobre as coisas e atuar como agente de transformação. Outro costume preservado era o uso contínuo de terno, pois o autor dos livros “Imigrantes em Catalão e Memorial do Catalão”, duas obras importantíssimas para a história da cidade, não sabia ficar sem paletó e gravata. Segundo ele, o gosto pelo vestuário surgiu quando tinha 13 anos e foi morar em São Paulo para estudar. “Se roupa esquentasse o corpo, no deserto todos andariam pelados”, dizia em tom de brincadeira para justificar que não sentia calor. Presidente do CRAC, fundador da ACIC/CDL, Secretário da Indústria e Comércio de Goiás e prefeito de Catalão por duas vezes, o professor se viu político por acaso, já que a primeira vez assumiu o comando da cidade com 21 anos, por nomeação, e em 1956 venceu a eleição. Prof.
Um registro histórico
Chaud se sobressaiu como prefeito, tendo inclusive recebido um diploma de honra ao mérito das mãos do então presidente Juscelino Kubitschek em 1956, quando Catalão figurava entre os cinco municípios de maior progresso. Dono de uma vida social ativa, foi membro do Rotary Clube e do Lions, além de provedor da Santa Casa de Misericórdia e membro efetivo da Academia Catalana de Letras, onde ocupou a cadeira de nº 5, cujo patrono é Galeno Paranhos. Bem-humorado, o homem culto sempre foi um porto-seguro para todos que dele precisavam. O mestre morreu no dia 10 de março de 2006, deixando um legado que muito orgulha Catalão. www.revistaportalvip.com.br
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Cornélio Ramos, um poeta centenário
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Genervino Evangelista da Fonseca
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ascido em 1910, no vilarejo de São Jerônimo dos Poções, Minas Gerais, Cornélio Ramos teve uma infância normal. O escritor contava que era uma criança espoleta, gostava de aprontar várias artes e ganhava muitas broncas. Filho de Eduardo Ramos de Souza e Jovita Maria de Souza, era o mais velho de oito irmãos. Por ser admirador da leitura, foi proprietário de uma banca de revistas em Patrocínio/MG, cidade onde foi praticamente criado. Lá também, conheceu Delca Alves Ramos, a mãe de seus quatro filhos: Déia, Donatila, Cornélio Filho e Danaé. Aprovado em um Concurso Público, ingressou na Estrada de Ferro Oeste de Minas Gerais e adquiriu a profissão de ferroviário. Mudou-se para Catalão por causa da política, pois escrevia artigos contra o governador daquela época, com isso, o transferiram para outro Estado. Aqui chegando em 1950, continuou a escrever para jornais e revistas, mas carregava em seu coração a vontade de publicar suas obras. Na década de 60, o sonho foi realizado com a publicação do
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ilho de João Alfredo da Fonseca e Erondina Evangelista da Fonseca, nasceu em quatro de setembro de 1919. Casado com Edith Ulhôa Fonseca, o amor de toda uma vida, pai de José Carlos, Regina, Eliana e Eloísa. Foi empresário nos ramos de frigorífico, fazenda e posto de gasolina. Tinha um grande amor por Catalão, sua terra natal, onde ganhou notoriedade pela defesa ardorosa dos mais pobres e humildes. Exerceu vários cargos administrativos, foi Secretário de Indústria e Comércio, participou ativamente do processo de redemocratização e ocupou postos importantes no Governo do Estado, a exemplo da vice-presidência da Centrais Elétricas de Goiás (Celg). Genervino, uma das figuras mais densas, consistentes e respeitáveis do cenário
livro de contos “Amor em Quarto Crescente”. Serviu como chefe da estação ferroviária por 23 anos, e em 1963, recebeu o título de “Cidadão Catalano”. Escritor, romancista, contista, jornalista, literato, orador, crítico, pesquisador, historiador e cronista, Cornélio fundou a Academia Catalana de Letras, bem como, presidiu a mesma por vários anos. Teve muitos amigos e sua casa era frequentada por escritores de todo Brasil. Dono de inúmeros títulos honoráveis, Cornélio foi também sócio fundador do Rotary Clube, e por vários anos, manteve na Rádio Cultura o programa “Momento Lírico”. Jamais abandonou a paixão pela escrita e podemos encontrar seus mais belos versos em 12 obras publicadas. Faleceu em 2001, aos 91 anos, mas sua história permanece viva em nossos corações, em seus livros e no Museu Cornélio Ramos, que recebeu seu nome por ser construído no antigo prédio da Estação Ferroviária.
político estadual, cuja morte aos 83 anos de idade em Brasília causou grande comoção a todos aqueles que com ele conviveram e puderam privar da sua extraordinária inteligência e sabedoria. Eleito em 1974, com votação expressiva para Câmara dos Deputados, foi hábil articulador e orador vibrante e dividiu a tribuna do Congresso Nacional com personalidades da dimensão de Ulysses Guimarães, Freitas Nobre, Marcos Freire, Alencar Furtado, Alceu Collares, dentre outros. Antes de sua morte, sofreu um acidente vascular cerebral e recolheu-se ao convívio familiar. Em Catalão, foi homenageado com seu nome no Clube Recreativo e Atlético Catalano – CRAC, pois o mesmo doou o terreno para a construção do estádio.
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Ricardo Augusto da Silva Paranhos
“Príncipe dos Poetas Catalanos” nasceu no dia 22 de novembro de 1866. Filho do senador da República, Antônio da Silva Paranhos, e de Belisária Antônia da Costa Paranhos, iniciou seus estudos em Catalão, matriculando-se em seguida no Colégio Nossa Senhora do Bonfim, em Ipameri, e depois em Paracatu/MG. Aos 18 anos quando se preparava para ingressar na Faculdade de Direito, na Capital Paulista, adoeceu, sendo forçado a voltar para Catalão. Desde jovem já escrevia poesias e contos, além de crônicas que eram publicadas em jornais de Goiás e Minas Gerais. Seu pai, tragicamente assassinado em Catalão foi tema de um panfleto de 38 páginas, publicado no ano de 1898, com o título “Os canibais”. Vereador municipal de Catalão, Deputado Estadual da Assembleia Legislativa goiana, político
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Caetaninha do Rio Verde
Francisco, um dos filhos de Caetaninha
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O neto Ozório, anos mais tarde
destemido, bom orador e advogado por profissão, foi casado com Maria Carolina Leite, com quem teve três filhos. Foi comerciante e sócio da Casa Paranhos e Cia., em Catalão, depois transferido para a cidade de Araguari, onde alcançou grande sucesso financeiro no comércio. De Araguari, mudou-se para Corumbaíba, onde faleceu aos 75 anos. Depois seus restos mortais foram levados para o Morro da Saudade, em Catalão, local que ele pedia para ser enterrado, em seu poema “Despedida de Catalão”. Ricardo Paranhos é patrono da Academia Goiana de Letras e deixou três livros inéditos de poesias, os quais mostram a clareza de seu estilo. Livros estes, que seu primo Afonso Luiz Prestes Paranhos conseguiu a publicação no ano de 1973, sob o título “Obras completas de Ricardo Paranhos”.
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e acordo com a nossa literatura, Caetaninha do Rio Verde, figura muito temida em meados e fins do século XIX, era mulher de muitos predicados. Muito assediada, e tendo que assumir a direção dos negócios do pai - em um ambiente eminentemente masculino - teve vários crimes debitados em sua conta. Isso, até ser morta por uma força policial que fora enviada para Santo Antônio do Rio Verde com o objetivo de por fim ao cotidiano de crimes que por ela teriam sido cometidos, inclusive o de ter assassinado um soldado. No confronto entre a polícia, o grupo de Eulália Caetano Mendes, a Caetaninha, foi dizimado. Sobreviveram apenas um de seus filhos, Francisco, que estava viajando, e o neto, Osório, que à época do embate tinha apenas dois anos e foi poupado. Cornélio Ramos relata, em um de seus livros, que foram descobertos vários esqueletos humanos enterrados sob o chão do casarão de Caetaninha, juntamente com grande quantidade de armas, as quais teriam pertencido aos mortos ou enviadas como presente por aqueles a quem ela seduzia ou mantinha romance. Fonte: Sylvim Netto. www.revistaportalvip.com.br
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Willian Safatle
m dos pioneiros da assistência hospitalar em Catalão, onde fundou e dirigiu o Hospital São Nicolau, Willian Safatle é o responsável por nossa cidade contar com um dos maiores e mais importantes hospitais da região Sudeste. Naquela época, ainda jovem, o médico resolveu fazer residência médica na capital paulista e mandava suas economias para o pai João Farid Safatle e o irmão Naim João Safatle; o propósito de edificar um hospital onde pudesse exercer a profissão. De família síria, não desani-
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mou frente aos obstáculos; em sociedade com o irmão Naim e o amigo Paulo de Tarso Salviano, em 1974, inaugurou o São Nicolau. Ao todo, foram 29 anos dedicados ao ofício de zelar pela saúde e administrar o negócio. Médico respeitado por especialistas do aparelho digestivo do país, Willian marcou a historia catalana, uma vez que, colaborou muito para que a medicina se desenvolvesse na região, trazendo de fora especialistas em diversas áreas e priorizando o atendimento.
Graças a esse grande homem, a comunidade ganhou a implantação pioneira do programa de tratamento para pacientes renais crônicos, onde 140 pacientes passam mensalmente pelo tratamento de hemodiálise, totalmente pago pelo SUS. Dono de todo um legado, infelizmente, Willian não viveu para ver o quanto cresceu a semente que plantou, pois em julho de 2003, aos 66 anos, morreu em consequência de um câncer, deixando a esposa Tânia André e os filhos Anice, Willian, João, Paulo e Nicolau.
Hospital São Nicolau: Continuidade do esforço de um catalano e referência no atendimento a renais crônicos
ealidade de muitos municípios no Brasil, a maior dificuldade que o paciente portador de doença renal crônica enfrenta é a falta de vagas em clínicas e hospitais para realizar a hemodiálise. Em Catalão, a terapia renal substutiva – dialise e hemodiálise - além de gratuita, já beneficiou centenas de pacientes graças ao Hospital São Nicolau, idealizado pelo médico Dr. Willian Safatle (in memoriam). Em 22 anos de funcionamento, o programa tem oferecido atendimento aos pacientes de toda a região, com problema renal agudo ou crônico. Atualmente mais de 150 pacientes recebem o beneficio que vai além do uso de máquina para filtragem de sangue, pois uma
associação foi criada na década de 90, por Maria Carolina de Mesquita Netto (in memoriam), para dar apoio ao paciente. Embora o hospital tenha um alto custo de manutenção, a direção mantem o ideal plantado por Willian Safatle, onde os pacientes são atendidos pelo SUS. Desde 2003, quando Dr. Willian faleceu, a família passou a se dedicar à administração do empreendimento e a unidade oferece um serviço de qualidade, sempre preservando a vida. Com 32 maquinas de hemodiálise e profissionais qualificados, o São Nicolau não para de crescer e segue em frente com a sua função humanitária, visando melhorar ainda mais o serviço prestado.
Pacientes na hemodiálise
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Farid Nahas
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uncionando desde 20 de outubro de 1954, a Rádio Cultura AM conquistou audiência em Catalão e mais 25 cidades de Goiás e Minas Gerais. Com programação interativa e primando pela qualidade jornalística e editorial, a emissora comemora o sucesso alcançado depois de muita superação. O desafio de ser uma rádio popular e de atender às exigências do mercado em termos de qualidade de som foi abraçado, inicialmente por José Miguel, Chaud (o Zuca, irmão do Prof. Chaud). Segundo documentos, Zuca trouxe o Walter Cançado de Araguari, onde era locutor, para implantar aqui o sistema funcional de rádio. No tempo dos LP´s e das pickups, a Rádio Cultura era uma das poucas de Goiás que funcionava na frequência ZYW 33, 1.590 KHZ. Farid Nahas, Paulo Fayad, Cornélio Ramos, Júlio Pinto de Melo, Batuíra Borges e tantos outros fizeram história através do sinal da Cultura.
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Como o sistema era de válvulas, o tempo de funcionamento era de no máximo 12 horas, já que naquela época a energia elétrica era deficiente à noite. Para instalar outras emissoras (Goiânia e Brasília), Zuca decidiu ceder o controle acionário para o grupo Caiado. Daí então, a Rádio Cultura de Catalão começou a efetivamente crescer. Em 1965, a Cultura foi comprada pela Fundação Frei João Batista Vogel, seguindo até os dias de hoje com a missão de evangelizar, informar e entreter a comunidade.
Rádio Cultura
Rádio Cultura
Farid, qual é o melhor dia da semana?- É sexta-feira...
ssa pergunta ficou marcada no coração de muitos catalanos, pois quem não se lembra do locutor Farid Nahas em seu programa matinais que ia ao ar pelas ondas da Rádio Cultura? Farid iniciou sua carreira radiofônica, efetivamente em 1955 naquela emissora de rádio, sendo um de seus primeiros locutores e onde permaneceu até 1966. Naquele mesmo ano, transferiu-se para a Rádio Brasil Central, em Goiânia, onde se tornou jornalista, pertencendo à Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais. Ainda em 1973, em razão de seu inusitado amor a Catalão, sua terra natal, solicitou transferência e veio para AGENFA, onde trabalhou por algum tempo. Em 1977, foi convidado pela direção da Rádio Cultura a apresentar o programa “Show da Cidade”, que todos conhe-
cem e que ficou no ar por 25 anos ininterruptamente. Em 2003 “O show já terminou”, pois o radialista partiu dessa vida deixando esposa, três filhos e saudade a muitos ouvintes.
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riada em 18 de junho de 1973, a Academia Catalana de Letras tomou posse em 20 de agosto de 1973 por quatro membros: Cornélio Ramos (fundador e primeiro presidente), Jamil Sebba, Monsenhor Primo Vieira Neves e Júlio Pinto de Melo. Segundo o chefe do Departamento de Administração, da Universidade Federal de Goiás/Campus Catalão, e pesquisador do Grupo Clínica Psicodinâmica do Trabalho, prof. Marcos Bueno, a entidade sem fins lucrativos tem como missão principal divulgar a cultura, principalmente a literatura. “A ideia surgiu do escritor Cornélio Ramos, que já era correspondente e membro de outras academias, e percebeu que era importante para preservar uma parte significativa da história e cultura de Catalão”. Membro da Academia Catalana de Letras (cadeira nº 20, patrono Antero da Costa Carvalho), Marcos
Academia Catalana de Letras
Bueno conta que atualmente são 30 acadêmicos, mas apenas cerca de 10 participam ativamente das reuniões e das ações da Academia. “Infelizmente alguns foram escolhidos e praticamente nunca compareceram em nossas reuniões, o que demonstra o pouco interesse na discussão literária e cultural; e até mesmo pelo título de membro acadêmico literário com que foram agraciados. A Academia de Letras vive em função da contribuição de seus membros, na produção literária e nas presenças nas reuniões e eventos em que a academia sempre é convidada e comparece”. Marcos ressalta que a Academia, apesar de não ter recebido até agora a importância social, política e cultural que merece, tem contribuído de forma significativa, com uma produção literária e cultural sobre a história de Catalão desde seus fundadores até os dias atuais.
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embro da Academia Catalana de Letras, Marcos Bueno rememora com detalhes que o doutor Jamil Sebba fez parte do grupo fundador da entidade, ao lado de Cornélio Ramos. Filho de Antônio Sebba e Zaquia Sebba, nasceu em Santo Antônio do Rio Verde, em 1913. De seu casamento com Odete Faiad nasceram Jardel, Nora e Jamil Filho (in memoriam). Dr. Jamil, um dos ícones da profissão mé-
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Jamil Sebba
dica de Catalão, ao lado do cunhado, o também médico William Faiad, esteve à frente do Hospital Nasr Faiad, construído pelo sogro e inaugurado em 1957. Dr. Jamil, além da medicina, era dado às letras e foi pessoa de muita erudição. Faleceu aos 75 anos, em 19 de março de 1989. Médico ilustre em Catalão, numa época que os médicos tinham que ser bons em tudo e para todos, se dedicou também a cultura e a literatura, e foi um dos pioneiros na criação da Academia Catalana de Letras. Escreveu o livro ‘Deus é Goiano’, onde a editora relata que o nobre médico realizava medicina em domicilio fazendo partos e pequenas cirurgias nas residências de seus pacientes, muitas vezes em locais inacessíveis a carro, tendo que terminar o percurso em lombo de cavalo ou burro. www.revistaportalvip.com.br
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Farmácia Felicidade
Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos 28 |
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Museu Histórico Municipal Cornélio Ramos foi inaugurado em maio de 2003. Ganhou esse nome pelo fato do poeta, escritor, pesquisador, correspondente de vários jornais, inclusive jornais internacionais, Cornélio Ramos, ter sido chefe da Estação Ferroviária e residir na mesma na década de 50. O prédio foi construído, em 1940, no estilo Art Déco para ser a Estação Ferroviária, que funcionou até os anos 80; vindo a ser desativada até o ano de 2003, quando no governo Adib Elias foi autorizado pelo INPHAN (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em forma de comodato para funcionar o Museu. De lá para cá, se tornou uma fonte de pesqui-
o ano de 1858, em Catalão, denominada Vila do Catalão, viviam Francisco Victor Rodrigues, o “Chiquinho Manco”, e sua esposa, Dona Felicidade. Naquela época, quando alguém da Vila adoecia, procurava pela nobre mulher, pois era a única do lugar que fazia remédios à base de raízes. Com isso, em agosto daquele ano, Chiquinho abriu uma pequena farmácia e o nome escolhido foi “Felicidade”, como forma de homenagear a esposa. Os anos passaram e Cristiano Victor (filho de Francisco Victor e Felicidade) começou a administrar a farmácia. Francisco Victor (filho de Cristiano Victor e Amazília Campos) nasceu em Catalão, em agosto de 1905; em 1926, após concluir seus estudos e formar-se médico, retornou à cidade natal onde clinicou por alguns anos em consultório improvisado na farmácia de seu pai, a Farmácia Felicidade. A farmácia, que sempre funcionou na Avenida 20 de Agosto ampliou e cresceu junto com Catalão, consequentemente diversificou sua atuação. Hoje, administrada há quase 30 anos por Silvio Ribeiro e Ana D’arc, a tarefa de zelar pela vida dos seus clientes continua se renovando todos os dias, porque há 156 anos o grande diferencial é você.
sa da história do município para estudiosos, crianças, visitantes, pesquisadores, fotógrafos e outros. O museu conta com várias salas com objetos pessoais, documentos e fotos de figuras ilustres como Cornélio Ramos, Maria das Dores Campos, Dr. Jamil Sebba, dentre outros. Também há objetos dos escravos, utensílios das fazendas e congadas e muitas outras peças e registros históricos. Tem o espaço das grandes benzedeiras catalanas: Dona Carlinda, Dona Júlia Alves e Dona Maria Sebastiana [Dona Tianinha]. O museu foi tombado como Patrimônio Histórico Municipal pela Lei nº 1.370 e pelo Decreto nº 376 de 01/08/2001. www.revistaportalvip.com.br
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Usina Martins
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ioneirismo, álcool e combustível. O que têm essas três palavras em comum com Catalão? Um nome: Cassiano Martins Teixeira. Ele fez da cidade o primeiro município do Brasil a usar álcool como combustível. Contada em livro de Cornélio Ramos e jornais como a Gazeta do Triângulo e O Popular, a história começou em 1927 quando resolveu importar da Alemanha todo o maquinário para montar uma destilaria para álcool-carburante. Antes mesmo de a destilaria funcionar, já usava o álcool como combustível.
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Álcool fabricado em Catalão, uma história antiga A descoberta teria acontecido a partir da experiência com a cachaça a 32º C que fazia o carro funcionar normalmente. Chegou um momento em que o álcool produzido não tinha comprador, então vendeu a destilaria. Em 1940, os filhos Francisco Cassiano e Francelino Martins Teixeira voltaram a fabricar álcool em uma nova usina. Período de excelentes resultados, pois nessa época a gasolina estava escassa por causa da guerra. Depois desse período, o consumo de álcool caiu, começaram então a fabricar cachaça e açúcar cristal.
m dos mais tradicionais fotógrafos de Catalão, Sebastião da Silva, o Bomba, durante mais de 40 anos, construiu um grande acervo histórico, onde captou por suas lentes muitos momentos da cidade e das famílias da época. Por ter curso de desenho artístico, onde fazia fotos maravilhosas retocadas à mão em preto e branco, às vezes retocava na chapa e no negativo e o resultado agradava. Em meados de 64, já estava com o estúdio Foto Planalto Bombaem pleno funcionamento. Ele ia sempre a São Paulo, onde bisbilhotava o meio, conversava e aprendia com grandes fotógrafos. Participava também de grandes congressos e conquistava espaço e reconhecimento, sempre priorizando a qualidade do serviço. Ganhou fama registrando casamentos. Fotografou também alguns famosos como Ademar de Barros, em visita a Catalão, e o médico cardiologista, Zerbini, quando veio para inaugurar o hospital São Nicolau. Teve a felicidade de fotografar o Dr. Willian Faiad recompondo o tubo digestivo de uma jovem e a construção da Goiasfértil, hoje Vale S.A.Com 74 anos de idade, deixou o ofício de fotografar em 2004, mas seu trabalho jamais foi esquecido, pois é reconhecido e valorizado por muitos historiadores e amantes da nossa historia. Com a esposa Sebastiana Claudina, teve os filhos Sebastião da Silva Júnior, Mara Lúcia, Elma Lúcia e Vera Lúcia.
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Em 1965, Francisco Cassiano voltou a fabricar álcool na Usina Martins, contando com o apoio do irmão Cassiano Teixeira Júnior e do filho Ivan Levi Martins. A história deste pioneiro na fabricação do álcool combustível, em Catalão, foi marcada por começos e recomeços, pelo período de guerra, por intensas dificuldades, mas é sobretudo a história de um homem de inteligência ímpar que soube administrar, juntamente com a sua família, um sonho e projetar o nome de Catalão em todo o país.
Bomba: Profissional
que registrou boa parte da história de Catalão
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A panificadora funcionou da déc. 50 a 70
Panificadora São José
erto domingo dos idos de 1960, Jeová da Paixão, calvo e muito amigo de Mário Nicoletti, entrou na panificadora. De repente, Mário – um dos proprietários – quebrou um ovo na cabeça do Jeová e jogou farinha de trigo. Em seguida, Mário intimou Jeová: “Escolha as armas!” E mostrou dois espetos de churrasco. Pronto, estava armado o palco para uma das cenas mais pitorescas, engraçadas e bizarras protagonizada no interior da lendária panificadora São José. Os dois, ao estilo dos grandes duelos medievais, subiram no balcão, pularam sobre as mesas e os presentes, às gargalhadas, tiveram o privilégio de testemunhar um capítulo histórico da fantástica existência daquele que foi um dos mais emblemáticos espaços de sociabilidade de Catalão. Situada onde hoje está o Bradesco, a
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panificadora São José foi um empreendimento dos Nicoletti. O patriarca Fioravante Nicoletti era italiano. Episódios como o narrado acima foram possíveis graças à espiritualidade com que Mário, Irineu e Wanderley se portavam na condução da panificadora. Foram verdadeiros artistas na arte do lidar com sua freguesia. A panificadora, além de pão e alguns itens de conveniência, oferecia serviço de bar e foi em sua época o point da cidade. Funcionou entre meados da década de 50 a década de 70. A distribuição dos pães para armazéns, bares e residências era feita em carroças. Minha monografia de conclusão do curso de História versou, exatamente, sobre a panificadora São José e uma coisa ficou clara: além de fregueses, os Nicoletti tinha amigo. (Sylvim Netto).
Bento Rodrigues de Paula: Exemplo de determinação para Catalão
e família pobre, “Sêo” Bento, como era conhecido, nasceu numa fazenda às margens do Rio São Marcos, onde juntamente com outros sete irmãos, teve do pai, Aguiar de Paula, o exemplo de retidão no trabalho.O homem que construiu uma história de sucesso enfrentou muitas batalhas para vencer na vida. Casado com Dona Guiomar, com quem teve quatro filhos, montou em sociedade com os irmãos Ovídio, José e Sebastião o posto de combustíveis e uma loja de peças para automóveis, onde funciona o Posto Aguiar. Foi venerável da Loja Maçônica Paz e Amor III e autor do livro autobiográfico “A História de uma Luta”. Não teve oportunidade de estudar como gostaria, mas adquiriu conhecimento e sabedoria na escola da vida. Como politico, de 1955 a 1960, foi vereador pela antiga Arena, e em 1969, dirigiu
os destinos do município como prefeito. Obras como a urbanização da Av. João XXIII, pavimentação da Av. José Marcelino e conclusão da escola Wagner Estelita Campos foram marcas da sua administração. Estável financeiramente, sonhava ter uma rádio, e em 1987, o sonho tornou-se realidade e o desafio radiofônico começou em 1988 com a Liberdade FM. O saudoso empresário tinha orgulho em ter trabalhado muito para ter o que teve, por ter sido um trabalho sério, sem dar prejuízo a ninguém. Reconhecido pela comunidade pelos projetos sociais que idealizou, como a verificação da pressão arterial e do autoexame da mama, morreu aos 88 anos, deixando todo um exemplo de vida para doze netos, sete bisnetos e para os catalanos. 31 | VIP •
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32 Francisco Netto de Campos, Goyá Netto Campos, Sebastião Netto Campos, Geraldo Netto Campos, Thales Netto Campos, João Netto de Campos II, José Netto Campos, Maria de Lourdes Netto Campos, Maria Felicidade Campos Borges, Maria das Dores Campos e Maria Aparecida Campos.
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radicional em Catalão, a família Netto Campos vem escrevendo seu nome ao longo da história, em acontecimentos marcantes ligados a várias áreas de influência na cidade. Os fatos remontam inclusive à construção da Igreja Velha Matriz, quando Emerenciana Netto Carneiro, ao se mudar de Araxá para Catalão com o marido Manoel Pereira de Cerqueira, fez uma promessa que se aqui fosse feliz ergueria uma igreja em louvor a Nossa Senhora do Rosário. A promessa de dona Emerenciana só veio a ser cumprida mais tarde pelo filho, o Tenente Coronel João de Cerqueira Netto, que fez, com os padres da Paróquia Nossa Senhora Mãe de Deus, uma permuta entre o terreno da igreja, próximo à Praça Getúlio Vargas, com o da Praça Dom Emanuel, local onde construiu a nova igreja com a colaboração da Ir-
Família Netto Campos
mandade e de amigos. As homenagens a vários membros da família Netto Campos são mesmo por suas realizações. Algumas se direcionaram aos que se tornaram prefeitos: Augusto Netto Carneiro, João Netto de Campos, Ciro Netto, Dr. Jacy Campos Netto e Mário de Cerqueira Netto - Intendente Municipal de Catalão. Outras contemplaram os que se destacaram além da política, também na cultura e educação: Wagner Estelita Campos, Randolfo Campos, Frederico Campos, Tharsis Campos, Lourival Álvares de Campos - este um dos primeiros deputados de Catalão, autor do projeto de criação do curso normal do Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus. Em março daquele ano, Maria das Dores Campos completaria 96 anos. A professora Mariazinha
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recebeu inúmeras homenagens que buscaram eternizar seu nome pelo trabalho realizado como educadora. Era filha de Lourival Álvares de Campos e Felicidade Netto de Campos, casamento que gerou onze filhos, dos quais cinco se tornaram educadores. A família se projeta por onde passa, motivo de alegria para Lourdes, Felicidade e professor Chiquinho, que se sentem honrados com o reconhecimento dos seus. Fora daqui, um dos irmãos, Sebastião Netto Campos se elegeu deputado por três vezes por Santa Catarina e também foi Secretário de Governo; os outros, Goyá Netto Campos foi Secretário de Interior e Justiça do Paraná e Geraldo Netto Campos, um dos pioneiros de Brasília.
Casarões catalanos – A arquitetura remanescente dos tempos áureos
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atalão é dona de uma rica história representada pela arquitetura remanescente dos tempos áureos da cidade e apesar de muitas construções terem sido perdidas, ainda restam alguns casarões com um valor arquitetônico e cultural significativo. Ao andar pela cidade, várias são as ruas que traduzem esses tempos, onde as belas casas são consideradas por muitos, magníficos cartões postais do Município.
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Parabéns, cidade verde!
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atalão... É cidade florida. Cidade do verde. Afinal de contas, ‘Verde que te quero Verde’! Cheia de encantos e tradições; 155 anos de histórias e culturas. Sempre privilegiada pela natureza, pois temos praças, parques e muitas represas. Catalão, a eterna Atenas de Goiás!
Represa do Adib
Avenida Farid Miguel Safatle
Parque Calixto Abrão
Praça das Mães
Represa do Clube Povo
Mata do Setor Universitário
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Congadas de Catalão
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história conta que a Congada surgiu por volta de 1820, quando os escravos semi-libertos chegaram à Vila de Catalão. Com eles, chegaram as crenças, usos e costumes. Desde então, Catalão passou a conhecer e conviver com as reverências a Nossa Senhora do Rosário e à Santa Efigênia. É contado ainda que o escravo e príncipe africano de Ouro Preto, Chico Rei, teria criado este tipo de manifestação como forma de agradecimento à Virgem do Rosário pela sua alforria. Com isso, a festa teria começado nos terreiros de engenhos e
fazendas de café, onde para esquecer os tormentos, negros dançavam em homenagem à “Iemanjá dos Pretos”. Por volta de 1880, a manifestação invade as ruas de Catalão com terços, danças e batidas de caixas. Atualmente, a festa da Congada, que mistura ritmos e cores graças aos vários grupos que aproveitam para manter viva a tradição. Ao todo, cerca de cinco mil pessoas participam das apresentações que contagiam a cidade.
Terno do Prego: Mais de meia década de uma história rica Q
uem nunca se emocionou ao ver a esvoaçante alegria do Terno do Prego e o gingado embalado por notas musicais tocadas com o coração? Com 53 anos de existência, o tradicional Terno do Prego conquistou os catalanos. Fundado por Geraldo Arruda, popular Prego, foi o primeiro a apresentar com o estandarte de Nossa Senhora do Rosário. Em 1970, Élzon Arruda assumiu o posto de primeiro capitão, pois seu pai adoeceu vindo a falecer em 1984. A família Arruda toda vida participou das Congadas e hoje caminha para
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a quinta geração. Em 2013, o terno ficou órfão de Edson Arruda, também Capitão do Terno e ex-presidente por muitos anos da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário. Aos 73 anos, Élzon revela que para comandar um terno não é nada fácil. Com mais de 100 integrantes, o Terno do Prego se mantém vivo na história, deixando por onde passa um pouco do grande Geraldo, que semeou na família e nos amigos sentimentos como fé e religiosidade através da dança. www.revistaportalvip.com.br
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Desfile Cívico
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ecordar os desfiles cívicos é trazer na memória o bom gosto, além do desempenho de todos os envolvidos, dos diretores e professores, do local e da comunidade. Conta a história que os primeiros desfiles cívicos realizados em Catalão aconteceram no final dos anos 30, início dos 40. Nessa época o Colégio Mãe de Deus já se encontrava em plena atividade. Com o passar do tempo, foram surgindo as fanfarras como as do Colégio Estadual João Netto de Campos, em dia de desfile cívico aos sete de setembro. O centenário de Catalão, em 1959, ficou mar-
cado pelos muitos eventos organizados e realizados. Após o desfile das escolas pelas ruas da cidade, ocorreu uma concentração no gramado do Genervino da Fonseca de todas as fanfarras participantes. Houve também a participação de ternos de Congo. Todos os anos, Catalão vive esse momento mágico, de muitas cores e historias, pois no dia 20 de agosto, aniversário da cidade, onde na antiga Rua do Comércio, hoje, 20 de Agosto, as Escolas e muitos órgãos se apresentam em forma de homenagear nossa terra.
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Clubes de Serviço C
atalão é uma cidade abençoada. Habitada por pessoas de coração generoso, conta com o trabalho voluntário de inúmeros catalanos através de Clubes de Serviço. Destacamos a importância do trabalho desenvolvido pelos Rotarys Club Catalão, Catalão Solidariedade e Catalão 1º de Novembro; Lions Clube de Catalão e Lions Leão do Sul; Maçonarias Morro de São João, Paz e Amor IIIª e Maçonaria José Marcelino. 35 | VIP •
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Imprensa catalana
história conta que o primeiro jornal publicado em Catalão foi o “Goiás-Minas”, nos idos de 1903, e tinha como colaboradores Ricardo Paranhos, Absay de Andrade, Rodolfo Campos, Roque Alves de Azevedo, Gerson Cunha, Alceu Victor Rodrigues, Henrique Silva, Higino Rodrigues, Gastão de Deus Victor Rodrigues e muitos outros. Uma cidade sem imprensa é uma comunidade sem alma, pois os jornalistas possuem mais do que uma profissão, eles possuem em suas mãos o poder de manter a sociedade informada de todos os acontecimentos em geral. Em Catalão, muitos foram, são e será imprensa com a missão de fazer a mudança levando a informação. Escolhemos esse catalano para homenagear a todos vocês pelo excelente trabalho realizado seja nas rádios, na TV, no impresso ou na mídia digital. Aos 61 anos, José Pedro Júnior, o Pidim, do jornal “O Catalão”, desde 2002, informa bem nossa cidade sobre seus acontecimentos semanais. Casado com Eugênia Azevedo, o pai de Hugo César e Roberta é vovô extremamente coruja das pequenas Laura e Luísa. Brincalhão e sempre de bem com a vida, o amigo Pidim vive um dia após o outro, tratando o cotidiano com muito humor.
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Nascer do sol catalano: Paisagem digna de uma pintura John Lenon disse: “Quando fizeres algo nobre e belo e ninguém notar, não fique triste. Pois o sol toda manhã faz um lindo espetáculo e, no entanto, a maioria da plateia ainda dorme...”. É verdade! O nascer do sol é um espetáculo que muita gente perde todos os dias. Em nossa cidade, quando o sol nasce pela manhã, rompendo um novo dia, é um momento muito especial. Naquele momento, a alvorada convida os moradores a começarem mais um dia de trabalho com a paisagem digna de uma pintura. 37 | VIP •
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A música maravilhosa de João Abrão
Catalão possui dentre seus filhos, pessoas que se destacaram por aquilo que de melhor fizeram em suas vidas. Na literatura, na política, na diplomacia, no ensino e na música. João Abrão, filho dos imigrantes árabes, Nicolau Abrão e Samira Calixto, foi um desses destaques. Enviado pelos pais para a capital paulista para formar-se em Medicina, João, todavia, abraçou a carreira musical. Em São Paulo, tocou nas melhores casas noturnas e teve um círculo de amizades com grandes músicos, como Aguinaldo Rayol, Altemar Dutra, Caçulinha do “Domingão do Faustão”, e outros. Gravou dois LP’s com o grupo “Os Diplomatas do Samba”. Altemar Dutra, considerado o Rei do Bolero e, nos EUA, chegou a ser aclamado como um dos artistas estrangeiros
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Shirley Horta
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odos sabem que o inglês faz parte da vida das pessoas por ser a língua internacional de maior importância, tanto para o lazer quanto para o campo profissional. Em Catalão, Shirley Horta, a Shirlinha, se dedica a ensinar o idioma há quase quatro décadas; e várias gerações já passaram por seus ensinamentos. Pioneira na cidade, jamais pensou que a escola, fundada em 1981, se tornaria a mais conceituada de Catalão. Sempre atenta às inovações e observando o que é mais eficaz ao aprendizado, Shirlinha idealizou seu próprio método, e em 1998 nasceu o Yes – Dynamic English, que sempre passa por ajustes sendo aprimorado. Extremamente talentosa e querida por todos aqueles que foram e são seus alunos, a “teacher” Shirlinha está sempre de bem com a vida e sua alegria e seu amor pelo que faz são tão contagiantes, que temos muito a aprender com sua integridade, sabedoria e autenticidade. Membro do Lions Club Catalão, a nobre professora
de maior sucesso, tornou-se compadre de João, sendo padrinho da filha Maysa Abrão. Incentivado pelo pai, Danilo Abrão se tornou músico. Começou ainda criança dividindo com João o teclado do órgão eletrônico e junto, gravaram várias interpretações conhecidas em todo mundo. Ao todo, foram seis volumes entre discos e CD’s “João Abrão e sua música maravilhosa”. O músico frequentou por muitos anos o Rotary Club de Catalão e não cobrava cachê em apresentações que levantavam recursos para causas sociais. Era católico praticante. João Abrão morreu aos 65 anos, no dia sete de agosto de 2004. Deixou a esposa Édima, os filhos Maysa e Danilo e a neta Badra que na época tinha cinco aninhos.
ama os projetos sociais realizados pelo mesmo, dentre eles, o Projeto Luz. Com formação em Letras Português/Inglês pela UFG, a ex-aluna, Aline Fleury de Melo Guimarães, conta que falar sobre Shirlinha é fazer uma visita maravilhosa à memória de Pink and Blue. “Foi, de fato, um período de final de infância preta e branca para o início de uma adolescência rosa e azul. Na memória tenho slides, livros, borrachinhas perfumadas, sacolinhas, lápis, ou seja, tudo era novidade americanizada. A escola da querida teacher Shirlinha teve um olhar inovador à pedagogia da língua estrangeira, onde tornou o inglês fácil e prazeroso, pois suas aulas eram mantidas na disciplina, sem barreiras para a aprendizagem. Nossos encontros eram horas mágicas recheadas de músicas, prêmios, brincadeiras, jogos e festas que comemorávamos em inglês. A teacher é inesquecível e sua influência está totalmente ligada à minha formação acadêmica, uma vez que, sua personalidade e profissionalismo me incentivaram a tomada de várias decisões tendo uma adolescência tranquila, rodeada de alegria, ensinamentos e na vida adulta a certeza da minha profissão. Fui cativada por você, Shirlinha e acabei por assumir uma postura profissional que amo, ou seja, a mesma que a sua”. 39 | VIP •
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Maria de Fátima: Um alegre bom dia pode mudar a vida de uma pessoa Batalhadora, alegre e mãezona: Essas são algumas das qualidades de Maria de Fátima Ribeiro, a Fatinha da Galeria. Dona de um carisma contagiante, não há como passar pela galeria Antônio Ribeiro sem notar a sua presença. Aos 64 anos, essa trirranchense faz parte da história catalana. Casada com Divino Ribeiro, é mãe de Hélio, Márcia, Silvânia e Luciana. Mulher de muita fé, diz ser muito feliz com a vida que construiu, pois ama Jesus demais, e segurando nas mãos dEle, tudo é mais fácil. Solidária ao próximo, Fátima conta que sempre
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é procurada por quem precisa de um amparo. Gosta de visitar os asilos, a cadeia e os hospitais, sempre levando um sorriso e uma assistência. Fatinha também trabalhou como guarda-noturno e todo dinheiro extra que ganha é para doações; algo que não lhe faz falta, pois como dizia São Francisco: “É dando que se recebe”. Realizada, essa grande mulher desempenha suas atividades movida pelo coração e acredita que um abraço e um cumprimento alegre de bom dia pode mudar a vida de uma pessoa.
Prefeitura Municipal de Catalão – Palácio Pirapitinga Em 1947, aconteceu em Catalão a primeira eleição para prefeito com voto direto, onde João Netto foi eleito. Antes disso, o prefeito era indicado. Na década de 60, e início da 70, a prefeitura, os cartórios, o fórum e a Câmara Municipal de Vereadores funcionavam no mesmo prédio, onde hoje está a Fundação Cultural Maria das Dores Campos. Concebida para ser a sede da Casa do Estudante - hoje a Farmácia Popular - já serviu de sede provisória para a Prefeitura durante a administração de Silvio Paschoal até a conclusão da atual sede, durante a administração de Divano Elias. A atual sede do executivo municipal (antes Palácio Érico Meireles Prefeitura Municipal) foi construída para ser inaugurada pelo então prefeito Divano Elias da Silva. Hoje, quando Catalão comemora seu 155º aniversário de emancipação politica, a sede do executivo é conhecida como Palácio Pirapitinga e tem como governante o prefeito Jardel Sebba.
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Câmara Municipal Ivete Fayad Elias Localizada no Centro de Catalão, a Câmara Municipal Ivete Fayad Elias, local do poder legislativo, conta atualmente com 17 parlamentares. Isso se deve a uma lei aprovada em 2011, autorizando o aumento de vagas para vereadores. No ano de 2012, 189 candidatos se candidataram para concorrer a uma das 17 vagas. Destes, 27 foram considerados inaptos pela Justiça Eleitoral e 162 concorreram. Em 2014, quando Catalão comemora 155 anos de emancipação política, a Câmara é composta pelos nobres edis:
Vereador Anísio Pereira (PMDB) Vereador Aurélio Campos de Macedo (PP) Vereador Daniel Carvalho dos Reis (Sem Partido) Vereador Deusmar Barbosa da Rocha (PMDB) – Presidente do Legislativo Municipal, sendo que ocupa a cadeira de vereança pela quarta vez consecutiva. Vereador Donizete José Domingos (PSC) Vereador Gilmar Antônio Neto (PMDB) Vereador João Antônio Pinheiro Camargo (PSDB)
Vereador Juarez Rodovalho (DEM) Vereador Jurandir (PMDB) Vereador Leonardo Costa Bueno (PSC) Vereador Paulinho (PMN) Vereador Paulo César Pereira (PMDB) Vereador Pedro Henrique Macedo Silva (PSDB) Vereadora Regina Félix de Amorim Mathias (PSDB) Vereador Silvano Batista da Silva (PR) Vereador Valmir Pires Rosa (PSDC) Vereador Vandeval Florisbelo de Aquino (PMDB)
João Martins Teixeira
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João Martins, a esposa Shirley e a bisneta Tarsila
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Filho de Olegário Martins e de Clotildes Maria Borges, iniciou os estudos na Fazenda Morro Agudo. Estudou no Grupo Escolar de Catalão, hoje Rita Paranhos Bretas, e no Colégio Mãe de Deus; em Ribeirão Preto/SP, cursou as faculdades de Farmácia e Odontologia. Casou-se com Shirley Rosa Teixeira e tiveram quatro filhos: João, Elaine, Juarez e Virgínia. Em Catalão, dedicou às atividades de laboratorista, atuou também em transfusões de sangue e anestesias. Fundou o Laboratório de Análises Clínicas de Catalão e foi responsável pelo laboratório de Goiandira. Foi provedor por 15 anos da Santa Casa e chefe do Laboratório de Análises e do Banco de Sangue daquele hospital. “Sou um dos fundadores, tenho o privilégio de contar isso. Ela foi fundada em 19 de janeiro de 1949, mas só entrou em funcionamento com a inauguração em 20 de agosto de 1959. Sou o único remanescente dos fundadores na ata de fundação”. Dedicou-se
ao magistério, atuando como professor de Física, Química e Biologia durante 30 anos. Para demonstrações prática, levava seus aparelhos particulares para a sala de aula, o que deixava os estudantes ainda mais interessados pelas lições. Foi diretor do Colégio João Netto de Campos e nessa instituição fundou um laboratório, que serviu como subsídio às aulas práticas da unidade. Acordeonista, compôs o Hino Oficial do Colégio Estadual e uma valsa dedicada ao centenário de Catalão. Aos quase completos 90 anos, professor João, como gosta de ser chamado, se mostra modesto ao comentar sobre seus feitos. “Agradeço ao povo catalano por tudo que me deu em termos se profissão. Fiz o que pude para ser honesto em todas as funções que desempenhei”. Perguntado sobre a Catalão de 155 anos, João Martins respondeu: “Na minha singela opinião, só falta o curso de Medicina. Esse é meu grande sonho para Catalão”. www.revistaportalvip.com.br
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Santa Casa de Misericórdia, um patrimônio de todos nós L
iderado pelo então prefeito de Catalão, João Netto de Campos, várias pessoas ligadas aos mais variados segmentos da sociedade, dentre estas, Dr. João Martins Teixeira, sonharam que seria possível construir um hospital público e de qualidade. Na época da fundação, em 1949, pensava-se na construção de uma unidade com capacidade para atender uma população de 15 mil habitantes, especialmente dispensando cuidados a quem era desprovido de recursos financeiros para tal fim. A edificação do prédio, cuja planta inicial estimava 50 leitos, durou dez anos, sendo inaugurado em 20 de agosto de 1959. O tempo passou, a Santa Casa cresceu com o esforço de várias diretorias acompanhando a evolução dos dias. O trabalho de reestruturação do hospital filantrópico começou em 2004 e só foi possível graças ao apoio de empresas, profissionais autônomos,
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pessoas da comunidade, Ministério Público, Poder Público, Poder Judiciário, clubes de serviço e segmentos organizados. A unidade foi reinaugurada em 2006 e as melhorias implementadas pela provedoria juntamente com o conselho administrativo contemplaram o hospital todo. Destaque para o Centro Cirúrgico, que é considerado um dos melhores do interior de Goiás. Para melhor atender a criançada, a brinquedoteca, criada em 2002, ganhou novos móveis. Cores e formas fazendo jus ao título de “Hospital Amigo da Criança” concedido em abril de 2002 pela Unicef. Igualdade no tratamento aos pacientes carentes é a premissa seguida pela direção da Santa Casa, que também atende particular e convênios. A unidade de urgência e emergência atende a todas as normas da Portaria 2.048 do Ministério da Saúde.
Ozark Leite: Um grande homem
zark Vieira Leite foi um homem de muitos amigos e de caráter destacável pela humildade e hombridade no jeito de ser. Filho de Ozório Leite e Olinda Vieira Leite teve quatro irmãos: Ozório, Palmira, Olinda e Pompeu. Na vida pública foi honorável pelos trabalhos que desenvolveu, inclusive sendo doador de sangue no laboratório do Dr. João Martins Teixeira. Foi sócio e diretor do antigo CRC (Clube Recreativo Catalano), onde muito ajudou a impulsionar o CRC, hoje conhecido como CRAC (Clube Recreativo Atlético Catalano). Muito alegre e extrovertido, frequentou assiduamente todas as festas que aconteciam naquele tempo. Profissionalmente, traba-
lhava criando bovinos, como revendedor de reprodutores de Zebus, e teve como sócio João Batista de Paiva. Atuou também na política sendo prefeito de Catalão, no início dos anos 60. Liberal e extremamente correto, Ozark gostava de ajudar as pessoas; se ficasse sabendo da dificuldade de alguém, ia até aquela pessoa e tomava conta do problema. Falecido na década de 90, Ozark deixou muitas saudades e uma família extensa, fruto de dois casamentos. Com a primeira esposa, Aurora Paranhos, teve três filhos: Edmilson, Ednice e Maria Eunice. Já no segundo, com Elza Leite Dayrell, teve seis: Ozarkito, Oldo, Osório, Ênia, Olinda e Olízio. 43 | VIP •
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Helena Barreto
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Olívia Rocha
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atalana, da “beira de Três Ranchos”, como ela mesma diz, esta mulher é uma sumidade. Com determinação e muito arrojo, construiu uma bela história de vida. Mãe de Telma, Tânia, Tony e Thaize, e avó de seis netos, Helena Ferreira Barreto, aos 75 anos, comemora o sucesso do empreendimento Mara Turismo Hotel, idealizado por ela. Helena conta que, em 1949, começou, com a mãe, o negócio no ramo de hotelaria. Na época uma pequena pensão. Viúva aos 27 anos, esta elegante mulher venceu a guerra e fez da sua experiência de vida um exemplo de sucesso. Por isso e muito mais é que rendemos nossa homenagem.
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la é uma dama. Aos 85 anos, Olívia Paranhos Rocha é uma catalana orgulhosa de sua terra. Casada com José Evangelista da Rocha, prefeito de 1977 a 1978, Olívia foi uma primeira-dama companheira do marido que o acompanhava nos compromissos políticos. “Naquele tempo não tinha Legionárias, mas ajudei o José no que foi possível”, diz. Mãe de Sônia, Fábio e Cairo, Olívia conta que o esposo enfartou e teve de afastar-se do cargo por recomendação médica. Habilidosa com as mãos, ela sente satisfação de confidenciar que está muito bem fisicamente e que não tem nenhum problema de visão. “Ando a 120 por hora e enxergo tudo”. E no que depender da vivacidade desta dama, que adora conviver com pessoas e fazer amizades, ainda veremos o sorriso cativante dela por muitos anos. 45 | VIP •
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Nery Mesquita
Discípulo de mestres do rádio como Farid Nahas e Wilson Naves, Nery Mesquita conquistou respeito e admiração. Com 61 anos, já recebeu inúmeras homenagens pela contribuição prestada à região como profissional de rádio e jornais. Títulos como Personalidade Inesquecível e Troféu Imprensa são exemplos do reconhecimento da comunidade ao trabalho do radialista. Em 79, instituiu o formato de notas jornalísticas intituladas “Curtas do Nery”, que mais tarde recebeu a denominação “Na Mira do Nery”, vigorando até hoje em jornais da cidade. Tendo como uma de suas principais características o bom humor, criou um estilo diferente de falar das pessoas. No rádio também fez historia e atuando como sonoplasta, lo-
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Maria Carolina de Mesquita Netto fundou a Associação em 1997
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cutor e repórter, o catalano guarda boas recordações de mais de 20 anos de dedicação a Rádio Cultura. O radialista também ajudou a criar um dos primeiros programas esportivos da cidade e em 74 inventou junto com Waldir Silvério os programas sertanejos de auditório. Foi o primeiro repórter da cidade a fazer entradas ao vivo. Em 1990, criou o programa “Show da Jovem Guarda”. Ex-funcionário do DETRAN e pescador inveterado, o menino criado sem pai, que se tornou um grande homem, sente alegria de fazer parte da historia da cidade. Atualmente está na Mesquita Promoções e Eventos, onde todo ano realiza bailes para quem gosta dos inesquecíveis anos dourados.
Associação dos Renais Crônicos: 10 anos
Associação dos Renais Crônicos nasceu em 13 de janeiro de 1997. Maria Carolina de Mesquita Netto (in memoriam) foi sua fundadora e primeira presidente. Preocupada em dar suporte aos renais crônicos, ela foi incansável neste trabalho, uma vez que, sentia na própria pele o problema. É sempre lembrada com muito carinho por todos que a conheceram. Hoje, a Associação é presidida por Ricardo Monserdini Grizzo e tem como vice-presidente, a filha da fundadora, Cristina Mesquita, que também exerce este trabalho voluntário. Os 212 associados de Catalão e cidades vizinhas contam com vários benefícios: encaminhamento para aquisição de medicamentos na Secretaria Municipal de Saúde e Centro de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa, em Goiânia; mensalmente acontecem reuniões extensivas aos familiares de pacientes para esclarecimentos e visitas domiciliares
para apoio às necessidades mais urgentes dos associados; para os mais carentes são distribuídas cestas básicas via Ação Social; e um carro faz o transporte de ida e volta para as sessões de hemodiálise. A associação, que funciona em uma sala cedida pela direção do Hospital São Nicolau, se mantém com a ajuda financeira da comunidade, e através de parceria com a Prefeitura, além de contar com a dedicação dos médicos Osvaldo Batista Machado Júnior, Paulo André Safatle e Orlando André de Oliveira. O São Nicolau também providenciou atendimento psicológico para os pacientes, através da Dra. Viviane Melo Tonaco. A Associação passa por algumas dificuldades financeiras. Caso algum empresário ou qualquer outra pessoa tiver interesse e quiser fazer doações, basta procurar a mesma, no Hospital São Nicolau. www.revistaportalvip.com.br
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Alice Dullens
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ascida na África, Alice Margaret Dullens Santos adotou a pátria brasileira por afinidade e amor. A cidade de Catalão é para ela mais que um local para morar, pois construiu uma história de vida e de arte. Professora de pintura, por oito anos foi umas das pioneiras, ao lado de outros artistas, como Itamar Rodrigues, Wanda Teixeira e Odete Faiad. Dedicou-se à arte de divulgar pensamentos, sentimentos e folclore através da pintura em tela. Casada com Altamiro, mãe de Vitor (in memoriam), Vander, Jáder e Joel, a artista começou na pintura com o professor Osvaldo Verano, em 1965, ainda moran-
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Marinete: Uma nordestina que investiu em Catalão
uitos já a conhecem, mas poucos sabem sobre a história fantástica de vida desta nordestina, natural de Caicó/RN. Marinete Leal de Araújo Neto é de uma família de nove irmãos, e assim como seus conterrâneos, gosta de família numerosa. São três filhos: Aceanga Vitória, José Neto e João Paulo, os quais já lhe deram cinco netos preciosos (Caio, Pedro, Marina, Estela e Ana Clara). O sucesso na família vem acompanhado de muitas conquistas no campo profissional. Dona de um carisma inegável, Marinete construiu amizades e colhe os frutos da dedicação. Em 1979, ela chegou a Catalão; veio acompanhando o marido José Eusébio Neto e aqui deu sequência ao trabalho como cabe-
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do em Anápolis. Desenvolveu estilo próprio através da pintura moderna figurativa, combinando linhas, imagens, luzes e transparência. Uma mistura de emoção, ritmo, movimento e cores. Do hábito de pintar regularmente surgiram inúmeras telas divulgadas em mostras coletivas, individuais, vernissage e leilões filantrópicos. Apaixonada pela arte, consegue definir o dom como a capacidade criadora que tem o artista de expressar e por em prática uma ideia, valendo-se da faculdade de dominar a matéria.
leireira, iniciado ainda quando era criança. Pelos vários lugares onde morou deixou um pouco de sua experiência como profissional da área de beleza. Mas foi em Catalão que ela ganhou expressão e se tornou referência no assunto. Proprietária do ‘Marinete Beleza e Bem-estar’, em instalações amplas, modernas e próprias. O espaço - idealizado pela filha arquiteta Aceanga Vitória – oferece salão completo e SPA masculino e feminino. A cabeleireira, hoje empresária realizada, se destaca também nas artes plásticas e na cozinha, onde gosta de fazer pratos sofisticados. É assim, com versatilidade e dinamismo, que esta mulher guerreira vai vivendo e colecionando certificados de realização plena. www.revistaportalvip.com.br
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Edifício Aguiar de Paula inaugurou uma nova forma de morar.
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boom imobiliário vivido pelo país na década de 80 também respingou efeitos positivos no munícipio e região. Em 1981, ergue-se em Catalão um edifício que se tornaria o primeiro condomínio vertical da cidade, sendo duas ‘torres’ de 12 andares e 48 apartamentos na área central. Após cerca de três décadas, como é natural, houve necessidade de reformas que viessem de encontro com os anseios dos condôminos, buscando
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um equilíbrio entre o antigo e o novo. As reformas realizadas nos últimos anos e a sua privilegiada localização tornaram o Aguiar de Paula um lugar onde a qualidade de vida é uma exigência constante. O edifício conta atualmente com segurança 24 horas, auxiliado por sistema eletrônico, salão social, área de lazer e modernos elevadores, entre outras melhorias que se fazem notórias com o tempo.
Fátima Marcelino
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átima Marcelino de Paula é a personificação da modéstia. Mesmo na estrada das artes plásticas desde 1982, não se considera uma artista. Ela começou tendo aulas de pintura no referido ano com a professora Alice Dullens. Desde criança, já gostava de desenha e pintar. Ela também ilustra tecidos, faz decoupage, trabalhos de macramé; e na culinária, seus bolos decorados, tortas, docinhos e bombons fazem o sucesso de qualquer festa. Na pintura, uma de suas paixões, os temas prediletos são paisagens, principalmente as de Catalão, e possui diversas obras que retratam lugares da cidade. Seu estilo é o tradicional clássico, segundo o professor Ithamar Rodrigues, com quem faz aulas há longos anos. Pioneira nos trabalhos em miniatura, faz tamanhos variados, e suas obras já participaram de inúmeros leilões. Para a artista, a pintura é mais que um prazer e acredita que muitos males, até mesmo a depressão, podem ser curados através do envolvimento com as artes, pois pintar é sempre desfrutar de momentos únicos e especiais.
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Do Chile para Catalão: um presente reconhecido
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Guillermo Moya
embro da Academia Catalana de Letras, Guillermo Leonidas Castro Moya, ocupa a cadeira 13, vaga pela morte do jornalista Jaime Câmara. O patrono é o poeta Roque Alves de Azevedo. Natural de Antofagasta, no Chile, classifica alguns momentos de sua vida como sacrifícios e incertezas desse tempo. Com a falta de escola na infância, sua mãe ensinou aos filhos ler, escrever e resolver as quatro operações. Quando finalmente frequentou uma, já tinha entre oito e nove anos. Chegou ao Brasil em 1976 por um acidente de percurso, pois estava indo para a Vene-
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Wilson Guimarães
zuela e seu cunhado o chamou para dar um pulo a São Paulo. Gostou muito desta terra, conseguiu um bom trabalho, depois foi para Araxá e finalmente para Catalão. Aqui conheceu e se casou com Stella Maris. É pai de três filhos: Guillermo Maurício, Patrícia Eugênia e Willy. Sobre eles e a nova terra escreveu: “Agora, Brasil é a minha terra por adoção. Aqui nasceram meus filhos e nasceu a mulher que amo. Tenho o pão, o canto e o vinho que me ajuda a esquecer a sede da recordação. E onde encontro tudo isso, tenho meu lar”.
Clube do Aperitivo: Confraria que pratica solidariedade e alegria
á mais de 20 anos, todos os domingos são regados a muita loira gelada, petiscos, e principalmente, um alerta relevante: “Mulheres somente após o meio dia!” Sim, pode parecer brincadeira, mas o palco para a descontraída reunião entre confrades é a AABB Associação Atlética do Banco do Brasil de Catalão. Ela também foi batizada como “Clube do Aperitivo”. A ideia começou com o saudoso Wilson Guimarães, mineiro de Araxá, que havia sido transferido para Catalão, assumindo a gerência do Banco do Brasil. Wilson começou a reunir os amigos para jogar bola na AABB; em 1991, fundou o clube,
que com o tempo, tornou-se uma das mais atuantes associações de Catalão, mesmo após o seu falecimento. Com os anos, o clube ganhou o nome de Associação Wilson Guimarães, onde, em meio a piadas e gargalhadas, os participantes fazem um belo trabalho social, com a ajuda de empresas da cidade, do poder público e de voluntários. Para tornar-se sócio é necessário seguir, à risca, apenas alguns itens: alegria e solidariedade. E claro: tudo isso em meio a cerveja e tira-gosto! Não são cobradas taxas e nem obrigações. Cada um participa pela confraternização e pelo engajamento em ações sociais. 51 | VIP •
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Antônio Ayres: O Um Antônio de muita fé
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famoso casamenteiro Santo Antônio tem seu dia comemorado em 13 de junho. Um dos devotos mais conhecidos da nossa cidade é Antônio Ayres da Silva. Nascido em 13 de junho de 1920, o catalano foi casado por 59 anos com Felicidade da Paixão Ayres. Há 20 anos comemora seu aniversário em casa, onde serve um delicioso café da manhã para familiares e amigos. No primeiro aniversário, após o falecimento da esposa, o devoto foi comemorá-lo com a filha Heloísa, em Uberlândia. Como de costume foram à missa de Santo Antônio. Ao final da celebração, percebeu que havia
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vários pães sendo abençoados e distribuídos aos fieis. Diz a tradição que um pedaço de pão de Santo Antônio colocado dentro de uma vasilha de mantimento traz prosperidade e fartura o ano todo. Antônio então adotou o hábito de distribuir 500 pães franceses abençoados, em todos os anos, no dia do Santo padroeiro. Na tarefa de embalar os pães conta com o auxílio da família e amigos. Cada pão é empacotado junto com uma imagem do Santo, e depois de abençoado, é entregue ao devoto. Nesses 94 anos de vida, Antônio jamais perdeu a fé e a devoção no padroeiro.
Maia: Uma modalidade que resiste ao tempo
ocê já foi convidado para jogar uma partida de chinquilho? E jogo do fito? Não? Olha que já, pois nada mais é que um jogo de malha ou simplesmente maia como é popularmente conhecido no Brasil. De origem portuguesa, o jogo trata-se de um tipo de esporte que consiste em lançar discos de ferro, bronze ou outro metal contra pequenas estacas de madeira dispostas no chão a uma distância convencionada. O jogo chegou a Catalão na década de 50, quando a cidade possuía três campos para a prática do esporte: um no bairro São João,
outro no bairro Pio Gomes e um onde hoje localiza-se a praça Marca Tempo. Com o passar dos anos, a prefeitura de Catalão inaugurou um campo de maia na Praça Brasil Cavalcante, no Pio Gomes, onde acontecem jogos nas noites de terças e quintas e aos domingos. No campo do Pio Gomes os atletas formam equipes de quatro, seis e oito jogadores. Uniformizados, os jogadores levam o esporte tão a sério que todos os anos são realizados torneios para destacar os melhores. 53 | VIP •
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Haley Margon Vaz: Um nome de importância inegável
idadão responsável e cumpridor de seus deveres, tanto como homem comum quanto público, Haley Margon Vaz está casado há 60 anos com dona Joaninha e é pai de Haley, Ricardo e Letícia. A vontade de servir sempre foi o que motivou o ex-prefeito de Catalão a entrar e seguir a carreira política. Foi presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Presidente Roosevelt, onde funcionou o Colégio Anchieta. Depois foi eleito vereador e Presidente da Câmara Municipal, fez parte da fundação do partido MDB. Em 1982, Catalão o elegeu prefeito. De 1989 a 1990, foi Secretário Geral do Ministério da Agricultura, a convite do então ministro Íris Rezende Machado. Em muitas ocasiões, assumiu o Ministério interinamente. Logo após foi eleito Deputado Federal com votação expressiva em 211 municípios goianos. Mas, em 1991, atendendo a outro convite do então Governador de Goiás, passou a ocupar o cargo de Secretário da Fazenda e atuou também em 1998 como Secretário da Indústria e Comércio.
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Para Haley, de todas as suas realizações a que gerou mais frutos foi dar o primeiro passo para a criação do Campus da UFG, em Catalão. Pois, mais tarde, após muito trabalho puderam concretizar este sonho. Também trabalhou muito para criar o CESUC, porque sempre acreditou que não se faz progresso sem educação. Quando prefeito propôs aos vereadores o congelamento de seus salários e eles aceitaram. E quando assumiu a Secretaria da Fazenda, com a necessidade de fazer drásticos cortes de gastos, começou adotando uma moringa para tomar água da SANEAGO, em substituição à água mineral até então consumida. Haley divide seu tempo entre a fazenda e a cidade e não pensa, no momento, voltar ao cenário político, mas sempre que solicitado por colegas do meio está pronto a dar a sua contribuição. Afinal, durante toda vida fez muitos contatos, inclusive fora do país e o saldo de tudo isso, sempre que possível, reverte em benefícios para quem precisa.
Dona Joaninha
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om 79 anos de vida, vividos com sabedoria, Joana Gomides Margon, chamada por todos de Dona Joaninha, é catalana e casada desde 1955 com Haley Margon Vaz. Foi primeiradama entre 1982 e 1988. Mãe de Haley, Ricardo e Letícia, Dona Joaninha orgulha-se em dizer que inaugurou a fase em que a primeira-dama realmente passou a trabalhar em Catalão. “Fui para a prefeitura sem nenhuma remuneração, pois na época não existia salário para a secretária de Ação Social e aprendi muito. Ajudei o Haley a administrar a cidade e tive a ajuda de muitos colaboradores, também voluntários”, conta. Normalista, chegou a lecionar mas foi a política que a mais seduziu. Até os dias atuais ainda faz política e recebe carinho e respeito dos militantes do partido PMDB, no qual é filiada.
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Professor Chiquinho
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rancisco Netto de Campos, o Professor Chiquinho, pode ser chamado de “mestre”. De família catalana, trabalhou muitos anos no magistério. Para ele, dar aula era uma terapia, onde às vezes, não estava se sentindo bem e ao entrar em sala de aula se curava. Foi professor de educadores como Maria Alves da Silva e Braz José Coelho; aos 80 anos sente falta das salas de aula. No currículo, funções exercidas como diretor, inspetor escolar na rede estadual e regional de ensino, dentre outras. Formado em Matemática e Sociologia e especialista em Educação, seguiu o exemplo de quatro irmãs, todas educadoras, dentre
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Mário Cortopassi: Lembranças de uma Catalão que prosperou
ilho de Lourenço Cortopassi e Juselina Caixeta Cortopassi, o catalano Mário Cortopassi estudou no Colégio Dona Iayá e dividiu a atenção dos pais com mais quatro irmãos. Teve uma infância maravilhosa, onde foi dono da primeira bicicleta que surgiu em Catalão. O comerciante que jogou muita bola com o amigo João Martins foi um menino arteiro e naquela época era conhecido como Kito. Adorava fazer artes e provocar o Chiquinho jardineiro. Na adolescência, juntamente com o colega professor Chaud, estudou em São Paulo, onde viveu fatos marcantes. Começou a trabalhar ainda jovem no balcão
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elas, Maria das Dores Campos, a Professora Mariazinha. Professor a moda antiga, não fingia que dava aula e lamenta o fato de nos dias de hoje os professores não conseguirem impor regras, consequentemente educar. Professor Chiquinho começou a dar aula em Curitiba/PR, onde estudou. Lecionou também em Goiânia. No município de Catalão ajudou a escrever páginas de belas histórias, tendo educado várias gerações. Com a esposa Maria Marli teve os filhos Cynthia e Lourival (in memoriam). Os netos Lara e Diego e o bisneto João Vítor formam a família do mestre, que se tivesse oportunidade, voltaria ao tempo e começaria tudo de novo.
do Armazém dos Lourenços, de propriedade do pai, até que Maria de Lurdes Aires Cortopassi surgiu em sua vida para dar ênfase à frase: “Atrás de um grande homem, existe sempre uma grande mulher”. O casamento aconteceu em 1946 e após dois anos inauguraram a empresa “A Gloriosa Tecidos”. O primeiro produto que venderam foi uma bandeira de São João, o que para o casal trouxe sorte, pois daquela época, apenas a Gloriosa permaneceu, completando quase sete décadas. Faleceu aos 89 anos, deixando os filhos Gilberto Cortopassi, Maria das Graças Cortopassi e Giovani Cortopassi, netos e bisnetos. www.revistaportalvip.com.br
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Rua da Grota e outras ruas: Um pouco de curiosidade
Rua da Grota nunca foi apenas uma rua, mas um conglomerado de ruas tortas, com casas velhas, muros de taipas, poeira e ciscarias que o vento soprava lentamente; ou, quando em épocas de chuva, se transformava em lama escorregadia. Naquele tempo, a palavra rua possuía duplo sentido: rua enquanto espaço por onde transitavam pessoas, animais, cavaleiros, carroças, bicicletas, depois automóveis, ônibus, caminhões; e rua na significação de bairro ou setor, palavras que praticamente não se usavam, a não ser talvez na repartição dos Correios. Por isso Rua da Grota, Rua do Pio, Rua do Marca Tempo, Rua de São João, Rua da Capoeira não eram constituídas por uma única rua, mas pelo que hoje denominamos por bairro. O nome dessas localidades não obedecia uma arbitrarieda-
de imposta, motivava-os um aspecto marcante que tornava significativo à população do lugar. Rua do Pio, porque um dos moradores mais antigos e que tinha um moinho para fazer fubá de milho chamava-se Pio Gomes; Rua de São João, devido ser o caminho para se chegar ao Morro da Saudade, com sua capelinha dedicada a São João. Rua do Marca Tempo, posto que ali ficava a estação metereológica; Rua da Capoeira, pois antes era uma região encapoeirada. E Rua da Grota porque desciam do pé do Morro das Três Cruzes, três grotas cortando o bairro até chegarem ao Ribeirão Pirapitinga. As pessoas mais velhas nos diziam que Catalão começara ali, na Rua da Grota, que lá era a parte mais antiga da cidade.
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isando proporcionar aos diabéticos uma melhor qualidade de vida, bem como a integração do paciente e de seus familiares na comunidade, foi fundada em 25 de outubro de 1990, a ADISGO (Associação dos Diabéticos do Sudeste Goiano). Uma entidade sem fins lucrativos que vem há mais de 20 anos atendendo todos os portadores de diabetes de Catalão e região. A Associação conta atualmente com mais de 3.500 associados e uma diretoria formada por diabéticos voluntários e cinco funcionários remunerados, sendo presidente a nutricionista Analissia Morum Resende e a vice-presidente Valkiria Helena Alves da Silva. Os portadores de diabetes têm na instituição diversos benefícios e o carinho de quem sente na pele o que é ser diabético. Quem quiser participar das atividades da Associação pode entrar em contato: 64-3441 4035. 57 | VIP •
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Pastoral da Criança
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m trabalho recheado de dedicação e amor. Esta talvez seja a forma mais simples de definir a atuação da Pastoral da Criança, que vem salvando milhares de vidas. Em Catalão, as voluntárias da Pastoral da Criança têm papel importante no combate à desnutrição infantil. As líderes conscientizam a mãe gestante e depois acompanham a criança até os seis anos. Esse acompanhamento é feito através da pesagem realizada sempre no 3° sábado de cada mês, as voluntárias ensinam a mãe a fazer uso de uma mistura milagrosa: a multimistura, como é chamado o composto alimentar feito à base de farelo de arroz, farelo de trigo, fubá, soja e folha de mandioca. A multimistura é fabricada uma vez ao mês, onde os ingredientes são desidra-
tados, triturados e levados ao fogo. O resultado é um alimento rico em nutrientes e muita solidariedade. Com atuação desde 1996, a Pastoral atende aproximadamente 16 comunidades sob a jurisdição das paróquias Nossa Senhora Mãe de Deus, São Francisco de Assis e São Vicente de Paulo, e são atendidas em média 500 crianças por mês. De porta em porta, as voluntárias procuram repassar às mães aspectos como nutrição, educação e cidadania. Através das visitas, estimula-se o aleitamento materno, incentiva a
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adoção de uma alimentação saudável, confere o cartão de vacinação, trabalha-se no combate e na prevenção da desnutrição infantil, sobrepeso e da diarreia infantil através do uso do soro caseiro e ainda é feita evangelização. Para Sérgio Marques, coordenador da Paroquia Nossa Senhora Mãe de Deus, o trabalho tem como prioridade salvar vidas. “É um trabalho que não para, sempre tem uma criança ou uma gestante que precisa da nossa ajuda”.
Luizinha
loísa Aniceto Viana, natural de Belo Horizonte/MG, veio com 15 anos para Catalão e logo começou a trabalhar como cozinheira. Tendo um simpático sorriso como marca registrada, Luisinha, como é chamada por todos, revela que seu maior prazer é o trabalho que desempenha com o mesmo carinho, mesmo depois de tantos anos. Mãe do músico Pinha, ela revela que já re-
alizou o maior sonho, que era o de conquistar a casa própria e que só lhe resta esperar por boa saúde, paz e ainda mais trabalho. “Deus é muito bom comigo, pois quando desejo alguma coisa de manhã, à tarde já conquistei”. Orgulhosa das 64 primaveras vividas com alegria, Luisinha se sente realizada pelo trabalho que presta há 49 anos para a família Barreto.
Deus é muito bom comigo, pois quando desejo alguma coisa de manhã, à tarde já conquistei 59 | VIP •
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Vila Raulina: um fragmento da história H
á quem a chame de “Vila Raulina”, outros de “Sete Casas”, e ainda “Casas das Viúvas”. Contudo, até bem pouco tempo atrás, quem passava pela Rua Nicolau Safatle não tinha como não reparar no conjunto habitacional que driblava o passar dos anos. De acordo com moradores da antiga Vila, as casas foram construídas pelo prefeito Leovil Evangelista da Fonseca na década de 50. Construídas no pé do Morro das Três Cruzes, cada residência era dividida ao meio para abrigar duas famílias. Mesmo com a chegada do progresso para os moradores da Vila o tempo só passou do lado de fora. Moradores revelam que ali aconteceram coisas absurdas, como a história de uma moça que engravidou e como ainda vivíamos em uma cidade conservadora, ela foi muito julgada. Quando o bebê nasceu ela enterrou a criança em um grande areal que havia pouco abaixo da Vila. As crianças que iam sempre brincar no local encontraram o corpo. Lembranças de quem carrega na memória décadas vividas em um local que, mesmo pela simplicidade, tem uma riqueza histórica em suas entranhas.
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Braz José Coelho
om 73 anos de idade e uma vida inteira de dedicação ao magistério, o professor, pesquisador e escritor Braz José Coelho é referência, em Catalão, para várias gerações. É graduado em Letras Vernáculas, pela Universidade Católica de Goiás, onde lecionou por 17 anos, e mesmo aposentado fez concurso, novamente, e leciona na UFG/Campus de Catalão, continuando uma atividade que exerce desde 1971. O início da profissão foi na década de 50, como professor de Latim. A primeira escola foi o Colégio Estadual João Netto de Campos, o qual ajudou a criar.
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Em 40 anos de magistério já perdeu a conta de quantos alunos teve. Não bastante o trabalho dentro da sala de aula, o também doutor em Linguística e Língua Portuguesa tornou-se um grande estudioso da nossa língua, tendo editado vários livros. Defensor da educação e da cultura faz parte da Academia Catalana de Letras e seu escritório, um misto de biblioteca e museu, abriga mais de 10 mil títulos. Casado com Sirlene Duarte, é pai de Rodrigo e Juliana, do primeiro casamento, e Karinne, Nilton Leonardo e Thiago José, do segundo casamento. www.revistaportalvip.com.br
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Maria Alves
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exemplo de tantos homens e mulheres, jovens e maduros, a ex-professora Maria Alves da Silva, com mais de 40 anos de experiência em sala de aula, fez história como educadora. Pedagoga, a “Tia Maria”, como é conhecida por todos, se identificou com a missão ainda menina. O pai, Policarpo, era zelador do antigo Ginásio Siena, onde morava com a família. Com os demais irmãos, somava forças e ajudava o pai na faxina da escola, nascendo assim a vocação para educar. Com 17 anos, dividiu sua primeira turma de alfabetização com a Irmã Georgeta. Foram 21 anos de dedicação na Escola Paroquial até iniciar, ainda aquela unidade, suas aulas particulares, nascendo então a escola Branca de Neve, depois Núcleo Educativo. O trabalho como educadora foi para ela muito mais que realização pessoal, pois ama ver ex-alunos crescidos, atuando como profissionais competentes e saber que foi uma das responsáveis por ajudar na formação da moral e do caráter de cada um.
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Pedro Goulart: Um apaixonado pela vida
os 74 anos, Pedro Ferreira Goulart é um homem feliz e realizado. Natural de Araxá/ MG, aos 10 anos foi morar na cidade de Ouvidor, onde estudou o primário e viveu por alguns anos. Em 1966, veio para Catalão e aqui concluiu o 2º grau no Ginásio Siena e formou em contabilidade, na Escola Técnica de Comércio “Wagner Estelita Campos”. Cidadão catalano por opção e pelo título recebido da Câmara de Vereadores, Casa que posteriormente o acolheu por alguns anos quando eleito vereador. Casado com Neuza Marina Rocha Goulart é pai de Marco Antônio, Ricardo e Rafael, que lhe presentearam com os netos João Pedro, Arthur, Luiz Felipe e Leonora. Filho de Cacildo Ferreira Goulart e Geralda de Melo Goulart, dividiu o amor dos pais com oito irmãos. Catalão o marcou pelas historias que aqui viveu com inúmeros amigos, por convivências alegres e algumas fatalidades. Na política,
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sente-se confortável de ter convivido com João Neto de Campos, Estelita Campos, Silvio Pascoal, Antonio Chaud e outros. Apaixonado por futebol jogou pelo SENAC Catalão e CRAC, sendo responsável pela profissionalização do CRAC, clube que ajudou a ser campeão como atleta profissional e dirigente na década de 60. Mudou-se para Goiânia em 79, logo após a negociação da revenda Volkswagen - Consul - criada por ele. “Não deixei Catalão, pois aqui tem muito da minha história e é aqui que voto, exijo meus direitos e cumpro minhas obrigações de eleitor”. Em Goiânia, a convite do saudoso amigo Edmo Pinheiro conheceu o Goiás e ali nasceu um novo esmeraldino. Hoje, depois de longos anos como sócio, conselheiro e diretor, o Goiás divide com o CRAC o coração do autêntico desportista que de 2007 a 2008, foi presidente desta importante agremiação. www.revistaportalvip.com.br
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Evelina Democh
os quase 95 anos, Evelina Jorge Democh, natural de Tripoli, no Líbano, é libanesa de sangue, mas brasileira de coração. A segunda de oito irmãos chegou ao Brasil em 1923 com o pai Jorge Elias, a mãe Said Elias e a irmã Catarina. Estudou no Colégio Nossa Senhora Mãe de Deus, aprendeu a costurar e bordar, o que lhe fez popular na arte de confeccionar enxovais e vestidos de festas. Na década de 40, descobriu a pintura com a técnica óleo sobre tela e se apaixonou.Viúva de Willian Jorge Democh, com quem viveu seis décadas, revela que se pudesse voltar no tempo casaria com o amado novamente. A união gerou Ronaldo, Elizabete, Aline, Renata e Maysa. Avó coruja, não se cansa de mimar
os netos e, emocionada, sente a perda do neto Ricardo Democh. Dedicada e carinhosa com a família e os amigos, Evelina tem uma família unida, criou os filhos com muito cuidado, pois costurava e arrumava todos para festas e desfiles da época. Sorridente e brincalhona, nunca fica sozinha, pois quando não está com os filhos, está na companhia das irmãs Olinda Sebba, Ivone Pimenta e Lilian Elias. Elegante e vaidosa, gosta de estar bem. Com a ausência do esposo, e fortes dores na mão, abandonou a pintura em tela e descobriu a pintura com grafite, o que lhe consagrou uma Exposição na Fundação Cultural Maria das Dores Campos em 2008.
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A Igreja Batista
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Igreja Cristã Evangélica de Catalão - ICEB começou com um canadense, Reginaldo Young, que trabalhava na Companhia de Mineração em São João Del Rei, em Morro Velho/ MG.Young foi responsável pelo começo do trabalho em São Paulo, que originou na Igreja Cristã Paulistana, a 1ª Igreja ICEB, fundada em 25 de agosto de 1901. Ele também fundou um Instituto Bíblico, onde Ricardo do Valle (1º pastor da Igreja Cristã Evangélica de Catalão) estudou. A Igreja em Catalão foi fundada no dia 04 de maio de 1902, sendo a 1ª Igreja Cristã Evangélica no Estado de Goiás. Através deste trabalho pioneiro, várias outras igrejas foram implantadas no Estado e fora dele também. Em 1929, assume o pastorado da Igreja, o missionário Morris Bernard, americano de Ohio, casado com Dra. Helena Bernard, uma missionária enfermeira que fundou em Catalão um leprosário, onde está edificada a atual casa pastoral. Vários pastores passaram pela Igreja de Catalão, atualmente está o pastor Vanderli Alves. 63 | VIP •
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Wisner Tartuci
Esses seus cabelos brancos, bonitos, esse olhar cansado, profundo, me dizendo coisas num grito, me ensinando tanto do mundo. E esses passos lentos de agora, caminhando sempre comigo, já correram tanto na vida, meu querido, meu velho, meu amigo...”. Para os filhos, o pai Wisner Tartuci é tudo o que diz o rei Roberto Carlos, pois “sua vida cheia de histórias e rugas marcadas pelo tempo, lembranças de antigas vitórias ou lágrimas choradas ao vento. Seu passado vive presente nas experiências contidas nesse coração consciente da beleza das coisas da vida”. Ex-comerciante, o catalano que cresceu e reside até hoje na Avenida 20 de Agosto casou-se com Maria Lúcia Bretas Netto e juntos construíram uma família de sete filhos, treze netos e cinco bisnetos. Aos 84 anos, Wisner lembra
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a infância com muitos amigos e diversas brincadeiras, mas o trabalho surgiu cedo para ajudar a família.Um eterno apaixonado pela motocicleta, Tartuci, manteve o hobby até os 65 anos. Fiel à marca de cerveja Brahma, frequenta o Bar do Joaquim, desde a inauguração, em 1980. Com mesa cativa numa das esquinas mais populares de Catalão, todos os dias, quando chega ao bar, Joaquim pega a TV e liga em uma tomada reservada. O amigo de três décadas revela que quando Wisner não aparece, procura saber o que aconteceu e emociona-se ao relembrar tamanha amizade. Wisner Tartuci mostra como lição de vida para todos nós, que chegar a essa idade é uma dádiva, algo gratificante, mesmo que para isso precisemos aprender a superar as perdas.
A cruz de madeira no Morro da Saudade, por Cornélio Ramos
o tempo de antigamente, o morrinho do São João jazia tranquilo, sozinho, no meio da campina, sem o burburinho produzido pelo progresso, sem nenhuma casa ao seu redor, somente a capelinha e a cruz de madeira. Contam os antigos que o morro recebeu esse nome devido a um episódio trágico. Havia ali, o cemitério dos Anjos, onde eram enterradas as crianças que não haviam sido batizadas. Conta a lenda que uma menina de 6 anos de idade foi enter-
rada viva após sofrer um ataque de catalepsia (doença que dá a impressão que a pessoa está morta). Sem o médico da região por perto no momento, a criança foi enterrada. Os pais, ao tomarem consciência do que havia ocorrido, muito transtornados, erguem uma cruz de madeira em homenagem à criança. Dizem que se pode escutar uma criança chorando e tentando sair de seu túmulo. 65 | VIP •
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A louca do Morro da Saudade, por Cornélio Ramos
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itinha Vieira era uma viuvinha rica e jovem. Conheceu um jovem dentista vindo de Minas Gerais chamado Roberto de Matos. E por ele se apaixonou loucamente, mas Roberto era um pouco tímido e parecia fugir daquele perigoso amor, mas no seu coração existia outra paixão. Por várias vezes eram vistos juntos. Ora escalando a colina, ora sentados na escadinha da igreja, abraçadinhos, trocando abraços e beijos. Mas Roberto não esqueceu sua mulher e filha e resolver retornar-se para sua família, quando Ritinha descobriu seu propósito de regressar, arquitetou um plano para impedir que a abandonasse. Mas Ritinha cheia de ódio retirou da
sua bolsa um revolver e disparou em suas costas toda a munição que atingiu seu coração. Daquele dia em diante transformou-se em a “Louca do Morro da Saudade”. E internaram-na em um manicômio. O tempo passou e ao regressar, Ritinha continuava com sua obsessão, a afeição que tinha pelo homem transferiu-se para o morro, passando a rondá-lo com frequência. Rita Pó, o nome que por maldade lhe foi dado no hospício. Muitos visitantes da Igrejinha dizem ver a figura fantasmagórica da Rita Pó, subindo e descendo. Na parede da Igrejinha deixou o seguinte verso:
A malva tem seis folhas, o alecrim tem dezesseis, ou me amas para sempre, ou me deixas de uma “vez...
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Barriguda: A árvore amaldiçoada
eza a lenda que um jovem casal que havia prometido juras de amor teve um final trágico, quando o noivo descobriu que a futura esposa estava grávida de outro. O jovem, em uma atitude impensada matou sua amada de forma brutal, quando já estava completando os nove meses de gravidez. Para que não encontrassem o corpo, ele a enterrou-o no pé de uma árvore. Logo que fez isso se suicidou deixando um bilhete de que tinha também matado sua noiva, mas a polícia nunca achou o corpo. Com o passar de nove meses após o assassinato, a
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árvore foi embarrigando e engrossou muito rápido. Dizem que até o ano de 2006, quando a paineira não suportou o desgaste provocado pelo tempo e partiu-se em pedaços, a árvore tinha a aparência de uma mulher grávida. E, que depois da meia noite, quem estivesse passando sozinho por lá, era possível ouvir um bebê chorando e ver a alma da jovem em cima de um dos galhos, com semblante triste. Hoje, a árvore faz parte da história de Catalão e é conhecida como Barriguda. www.revistaportalvip.com.br
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Av. 20 de Agosto iluminada por luzes natalinas.
Catalão é um desses lugares que seduz pela energia que tem. Quem por aqui passa sente a vontade de aqui trabalhar e morar. Fotos: Revista Portal VIP / Maysa Abrão – Márcia Rosa – Ciro Araújo Fotografias
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Uma vista aérea noturna de Catalão.
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As feiras ao ar livre são tradicionais e reúnem famílias inteiras.
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Uma caminhada energizante na Represa do Clube do Povo.
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A Igrejinha de Santo Antônio guarda muitas histórias. 69 | VIP •
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Uma homenagem aos sanfoneiros de Catalão através de Joãozinho da Sanfona.
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As quaresmeiras ao longo dos trilhos que cortam Catalão dão um charme à paisagem urbana.
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O Clube Recreio Colonial é referência de boas festas.
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Um anoitecer no cartão postal Represa Clube do Povo.
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A arara moradora do Sítio Alphorria, antiga Cachoeirinha, numa tarde de céu nublado.
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Vista da cidade com foco no Edifício Dona Samira, uma das torres mais antigas de Catalão.
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Canteiros floridos dão um charme especial a Catalão.
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Catalão e seu rico solo
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atalão é uma das maiores economias de Goiás, pode se dizer graças, inicialmente, ao estímulo dado pelas empresas que vieram explorar o rico solo catalano. A história registra que já em 1892, Catalão foi reconhecida pela Expedição Cruls como um município repleto dos mais variados tipos de minérios, sendo que o diamante em particular é explorado no município desde o início do século XIX. Além de terem sido encontrados em Catalão alguns dos maiores e mais preciosos diamantes do Brasil, o solo do município possui ainda uma das maiores jazidas minerais do Estado de Goiás, com depósitos de
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Argila Refratária, Brita, Fosfato, Nióbio, Titânio, Turfa, Vermiculita, Urânio, dentre outros. Apenas alguns desses minérios são explorados, como é o caso do nióbio (explorado pela Anglo American - Mineração Catalão), do fosfato (explorado e industrializado pela Vale Fertilizantes e Anglo American - Copebrás) e das argilas, exploradas por várias companhias ceramistas instaladas no município. Milhares de famílias realizam sonhos, todos os dias, graças ao salário tirado do trabalho na área de mineração, além é claro, da rica geração de impostos para os cofres públicos.
SEFAC
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esde 2010, A Usina Hidrelétrica Serra do Facão, construída no rio São Marcos, próximo do Distrito de Pires Belo gera energia. Obra com cerca de R$ 1.063 milhões investidos, tem capacidade de gerar 210 megawatts de energia,
o suficiente para atender a uma cidade com 1,2 milhão de habitantes. E como contrapartida social e ambiental, a Sefac realiza ações importantes e apoia, por exemplo, os projetos desenvolvidos pela Fundação Espírita Nova Vida.
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om 48 indústrias/empresas instaladas e ajudando na geração de empregos e renda para os Catalanos, o DIMIC – Distrito Mínero Industrial de Catalão é o referencial de desenvolvimento econômico do município.
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Amado Batista - De Catalão para o Brasil
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ma das personalidades mais representativas de Catalão, Amado Rodrigues Batista segue como recordista do mercado fonográfico e fiel aos laços que faz com que leve com orgulho a bandeira da cidade. Nascido em 1951, Amado lembra com carinho da própria origem. “Nasci em uma fazenda chamada Barra, que fica no município de Davinópolis, na época, distrito de Catalão. Meus pais, Sebastião e Joana, tiveram 13 filhos e vivi ali até me mudar para Itapuranga, onde trabalhei na lavoura e depois fui para Goiânia”. Pai de Erich, Lorena, Bruno e Rick, a carreira rendeu 27 discos de ouro, 27 de platina e um de diamante. Ao todo, o ilustre catalano já vendeu mais de 22 milhões de cópias. Com tanto sucesso, fica difícil encontrar tempo para rever velhos amigos e parentes catalanos, mas o artista faz questão de manter os laços. “Esta é uma cidade que nos recebe bem, é bonita. Sinto-me muito bem quando estou em Catalão. Aqui, encontro coisas autênticas do interior e pessoas muito simples que tornam tudo aconchegante e agradável”. Há alguns anos, Amado apresentou-se em Catalão e chamou a atenção devido a uma canção que poucos conheciam. “A música ‘Meu Catalão’ foi escrita por Edelson Moura e Geraldo Nunes. Na verdade, não vivi aquelas situações narradas na canção, mas sinto como se tudo tivesse acontecido”. Aos conterrâneos, Amado diz: “como gosto de Catalão e Davinópolis, afinal, minha história está aqui. A minha sensação é que de ter vivido sempre nessa região. Pessoas, como minhas tias Adelaide e Iraci, meus primos Maurílio e Pisquila, dentre tantas outras, sempre serão muito queridas”. www.revistaportalvip.com.br
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Marlytt Netto Uma estrela da vida
ilha de João Netto de Campos e Maria Isabel Mendonça, Marlytt Mendonça Netto conheceu cedo a paixão pela arte, pois a família de sua mãe é dotada de forte veia artística. “São todos nascidos aqui, mas foram viver em São Paulo e fui para estudar. Meus familiares conviviam com pessoas importantes do meio artístico; com isso, conheci muita gente”. Orgulhosa da terra natal, Marlytt revela que as recordações mais gostosas são da época da infância. “Circos, serestas, carnavais, pessoas. Ninguém queria sair de Catalão, pois o clima era fantástico e envolvente. Vivi intensamente e sempre fiz parte do cotidiano da cidade, mas precisei seguir com os estudos”. Aos 18 anos, Marlytt ingressou na Escola de Artes Dramáticas de São Paulo. Fez ponta no filme Veneno, que trazia Anselmo Duarte, Paulo Autran, Leonora Amaral. “Lembro que meu pai alugou o cinema para que to-
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Marcos Hummel - A voz catalana que fala para o Brasil
amosa por gerar filhos que se destacam por conta da intelectualidade e do talento, Catalão revelou ao Brasil grandes profissionais em diversos segmentos. Um dos melhores representantes de uma geração marcada por habilidades se tornou um importante jornalista. Marcos Hummel é dono da bela voz que apresenta diversos programas da Rede Record de Televisão. Poucos sabem que o apresentador é natural de Catalão. “Infelizmente me desliguei da vida catalana. Nos últimos 20 anos, estive na cidade apenas três vezes. Tenho muitos parentes, assim como amigos com os quais tenho tido pouco contato. Contudo, tenho uma gostosa lembrança da fazenda de meu avô, João Hummel, localizada perto da cidade, o paraíso de minha infância”, relembra o jornalista que deixou Catalão em 1964 para estudar. Marcos não
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dos aqui pudessem assistir a transmissão do filme”. Marlytt não sabe explicar ao certo por qual motivo deixou o palco. “Vim durante uma Festa do Rosário para votar, caso contrário não pegaria o diploma. O mesmo caso aconteceu com o filho de um inimigo do meu pai, o Willian Faiad. Lembro que uma amiga me pediu para escrever um correio elegante para ele em nome dela. Ele descobriu e respondeu diretamente para mim. Willian estudava Medicina no Rio de Janeiro e, em 1958, nos casamos. Essa união representava a paz entre duas famílias. O Willian conquistou a todos e, logo que se formou, assumiu o hospital. Foram apenas 12 anos de casamento, mas aprendi muito com ele. Depois que ele morreu, tornei-me fazendeira e fui criar meus filhos. Entregava leite na Cooperativa; era lavourista, ou seja, sempre fui independente”. Mãe de Willian, Mauro, Maria Isabel e Maria Odete, Marlytt entoa poemas e prende a atenção de quem acompanha com verdadeiro fervor. “Minha vida artística sempre esteve ligada à política. Meu pai sempre me chamava para declamar aos colegas dele. Cheguei a presidir o PMDB, acredito que o fato de ser filha do João Netto cria certa expectativa”. A arte jamais deixou o coração da artista, que é feliz por conviver com os catalanos. “Gostaria de falar de Catalão sem tristeza. Gostaria de reconquistar o estado de espírito daquela menina encantada com os circos. O catalano, em geral, tem na alma um misto de artista, de poeta, de tristeza, mas de muitos sonhos”.
concluiu a universidade e entrou na televisão através de testes. “Tudo que sei aprendi no cotidiano do jornalismo televisivo. São 40 anos atuando como âncora de telejornais e programas variados. Não consigo destacar um trabalho específico, pois faço a mesma coisa nesse tempo todo”. Fora do jornalismo, apresentou festivais de música na Globo na década de 80, o que para ele foi uma experiência marcante. Passou pela TV Manchete, TV Bandeirantes e agora está na TV Record. Casado há 32 anos com Márcia e pai de Luiza, Hummel, está atento ao crescimento da terra natal. “Desejo que Catalão continue a desenvolver-se no sentido mais amplo, com o respeito, a honestidade e a fraternidade de seus filhos naturais e adotivos”. www.revistaportalvip.com.br
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Fátima Amorim - Uma cantora realizada!
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os 13 anos, Maria de Fátima Amorim trazia no coração o sonho de ser cantora, mas como naquela época era mais difícil tornar-se artista, decidiu deixar o sonho adormecido. Ela conta que, ser cantora, naqueles tempos, era algo mal visto pela sociedade e, para os pais era considerado até prostituição. Seu pai não permitiu que seguisse a carreira e, mesmo tendo a voz muito boa, respeitou a vontade dele. Com o passar dos tempos, ela se casou e foi embora para Goiânia, onde residiu por 16 anos. Em 2010 conheceu o artista Adson Dias e, certa vez, por brincadeira, o cantor estava a cantarolar uma música que fazia parte do repertório de Fátima. Então, a mesma aproximou-se e cantou juntamente com o ar-
tista que, na mesma hora, convidou-a para formarem um duo. Naquele mesmo ano, Fátima realizou o sonho de infância e lançou o primeiro CD. O trabalho trouxe no repertório 11 músicas românticas que, segundo Fátima, tocam os corações, tais como Colcha de Retalhos, Beijinho Doce, Paineira Velha, Noite do Nosso Amor e Paloma, dentre outras. Aos 66 anos, Fátima diz estar realizada. Viúva há 24 anos, ela criou sozinha os filhos legítimos Olímpio, Gleice e Cleide e o de coração, Neto, que mora no norte de Goiás. Mesmo com dificuldades, conseguiu formá-los e fazê-los pessoas de bem.
A Revista Portal VIP reverencia a história de vida de todos os catalanos que fizeram e fazem muito por Catalão, através das personalidades que ilustram as páginas desta ‘Portal VIP 155 motivos para amar Catalão’.
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Nosso Catalão - Blog conta a história da cidade em fatos e fotos
raduado em Administração e História, Sylvim Netto, que é paulistano de nascimento e catalano por escolha, criou, em julho de 2009, o blog “NOSSOCATALAO”, cujo objetivo é trazer para o presente um mundo de descobertas e recordações que, se por um lado são reveladoras, por outro, emocionam. De acordo com Sylvim, a ideia de criar o NOSSOCATALAO surgiu ao observar que, às vésperas do aniversário da cidade, comenta-se a história de Catalão e o assunto só vem novamente à tona no próximo aniversário. Então, decidiu criar o blog, com conteúdo imparcial e que mostra as bases sociais em que nossa comunidade vem se sustentando ao longo das décadas. Neto de João Netto de Campos, uma das mais importantes figuras de Catalão, Sylvim já publicou centenas
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de imagens que abrangem personagens, acontecimentos, documentos, urbanismo, construções, dentre outros aspectos. E, a sensação que tem, quando depara com imagens de anos atrás é a mesma de um antropólogo ao fazer uma grande descoberta em suas escavações. O historiador recebe material por e-mail, faz pesquisas e a gratificação vem através do reconhecimento das pessoas. Para ele, os personagens que mais lhe chamam a atenção são os imigrantes que se estabeleceram em Catalão e muito fizeram para esta terra progredir. A fotografia diz muito e por mais despretensiosa que ela seja, deve ser tratada como um documento de muita importância e é assim que procede esse catalano apaixonado. www.revistaportalvip.com.br
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Rogério Mesquita - O Sucesso não acontece por acaso!
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Ele” sempre nos ensinou que o sucesso não é um acidente, não acontece por acaso... “Ele”nos ensinou que, o sucesso exige mais do que “boas intenções”, exige um planejamento bem estudado e detalhado. “Ele” também nos ensinou que quanto mais ambicioso o seu objetivo, mais planejamento requer e que sem um planejamento adequado, você acaba se deparando com barreiras e desistindo de seus objetivos. “Ele” sempre nos lembra de que desistir é sinal de fraqueza e fracasso é uma ferramenta que nos ajuda, pois nos mostra o que fizemos de errado, e então temos a oportunidade de aprender com o erro e buscar a solução. “Ele” também nos mostra que uma coisa é clara: alcançar o Sucesso é desejo da maioria de nós.
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E “Ele” sugere que acreditemos em nosso potencial, pois veremos como é maravilhoso superar barreiras. “Ele” nos mostra que assim como Nelson Mandela disse: “nascemos para manifestar a glória que está dentro de nós. Ela não está apenas em alguns de nós, está em todos. E quando deixamos brilhar nossa própria luz, conscientemente damos permissão a outras pessoas para fazerem o mesmo”. Ele? Ele é Rogério Mesquita, Administrador de Empresas - Coach Internacional certificado pelo ICI - LeaderCoach certificado pela Coach Corporate U - Membro da Sociedade Latino Americana de Coaching, que vem se firmando como um dos grandes nomes em palestras no Brasil e seu jeito instigador é marca registrada.
Dona Sinhana, adotada como mãe!
normal é exatamente o contrário, mães é que adotam filhos. Mas, com Dona Ana Rodrigues Borges, a Dona Sinhana as coisas foram acontecendo de maneira diferente. Ela é mãe de quatro filhos legítimos: Maria Domingas, Lázaro, José e Fátima, porém o número daqueles que a adotaram como mãe é bem maior.
Essa história teve início a mais de 50 anos, quando veio de Santo Antônio do Rio Verde, de onde é natural, resolveu montar uma pensão para sustentar os filhos. Logo, a Pensão Paiva começou a funcionar e seus primeiros hóspedes vinham de jardineira de Santo Antônio e das redondezas do distrito; Com isso, o movimento foi crescendo. A pensão esteve em muitos endereços até finalmente fixar em instalações próprias, na Rua Delermando Pereira, no Centro, hoje, Hotel Minas Goiás com 23 apartamentos. Conquista que é fruto do trabalho empreendido por esta guerreira, exemplo de mulher corajosa, que venceu pela garra e obstinação. Orgulhosa de sua trajetória, a nobre senhora faz questão de dizer que para todos os lugares que vai, seus hóspedes a acompanham e muitos deles são como filhos, alguns almoçam na pensão por mais de 30 e agora, administrando apenas o Hotel, Dona Sinhana continua preocupada em servir bem.
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m 2001 a Prefeitura de Catalão criou o Cursinho preparatório para o Vestibular Israel Macedo visando atender alunos que haviam concluído o Ensino Médio na rede pública e que não tinham condições financeiras de se preparar para o vestibular. Até 2002, funcionou nas instalações cedidas pelo Colégio Objetivo e a partir deste mesmo ano, a Prefeitura adquiriu a sede atual. O Cursinho, que é gratuito, recebe semestralmente grande quantidadede inscrições. Desde a sua criação, foram atendidos aproximadamente 10.000 alunos e a média de aprovação é bastante significativa. Há universitários
em todo país preparados no Israel Macedo em cursos dos mais diversos: Odontologia, Engenharia e Direito são alguns deles. Mas também já é grande o número de alunos que se matriculam visando concursos para vagas no mercado de trabalho, abrindo assim o leque de oportunidades que ali são oferecidas. Alunos que por lá passaram são unânimes em aclamar a qualidade do ensino oferecido. A partir da iniciativa da Prefeitura de Catalão, várias outras cidades implantaram o mesmo modelo. O Cursinho funciona em estrutura ampla, localizado no bairro Santa Cruz, Rua 502, nº 333 - Fone: 3411 2217.
Fundação Nova Vida
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No ano de 2005, o jovem Vinícius José Dutra, na época com 12 anos, descreveu a entidade com a frase: “Em vez de dar o peixe, a Fundação ensina a pescar”.
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Israel Macedo: Aprovação para a vida
udar a vida através da arte integra os programas humanitários e sociais da FENOVA - Fundação Espírita Nova Vida, que tem como meta manter e continuar no atendimento à criança e ao adolescente com vistas à prevenção da delinquência infanto-juvenil, na formação educacional, profissional, social, e moral, considerando: visão, crenças e princípios institucionais. Respeitada e amplamente conhecida pelos projetos sociais desenvolvidos, a FENOVA é uma entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que atende crianças e adolescentes. Fundada há 26 anos, além da música, várias foram as conquistas de socialização da entidade, dentre elas as atividades artesanais, destaque para o projeto Reciclarte, desenvolvido em 2014 e que consiste em recolher materiais que seriam descartados e produzir instrumentos musicais para que venham a compor a orquestra musical. Com 200 alunos/ano, a FENOVA procura valorizar no ser humano os aspectos intelectuais, morais e éticos, bem como, despertar sua consciência individual, harmonizada ao grupo social ao qual pertence. www.revistaportalvip.com.br
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Casal catalano campeão no mundo dos ralis P
articipar de um rally de regularidade estimula uma boa dose de adrenalina e coragem. Afinal, andar na velocidade certa e enfrentar um roteiro desconhecido e repleto de obstáculos é um desafio e tanto, principalmente para quem não possui habilidade. Mas para os catalanos Danielle Godoy e Joel Dullens torna-se um grande prazer. Ainda engatinhando no esporte, o casal, que divide alegrias na vida conjugal, compete muito bem, chegando sempre em 1° lugar. Como de praxe, no esporte, em cada veículo tem um piloto e um navegador. No carro do casal catalano, o piloto, ou melhor, ao volante está sempre uma pequena mulher na estatura, mas uma motorista habilidosa. Como navegador preciso e atencioso, está Joel, controlando, através de GPS e cronômetros, o tempo e o percurso das provas. Em vários Rallys, Danielle é a única mulher participante como piloto, sempre provando que bons resultados nesse esporte não estão diretamente ligados à força masculina. O casal adquiriu gosto pelo esporte, que se tornou hobby e o que antes era apenas uma brincadeira se tornou coisa séria.
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CESUC – Além de
realizar sonhos, ensina lições de cidadania
CESUC – Centro de Ensino Superior de Catalão, projeto sonhado um dia pelos empreendedores educadores Paulo de Lima e Sérgio Magalhães, tornou-se uma realidade promissora. A unidade, ao longo de mais de duas décadas, recebeu investimentos significativos e cresceu em sua estrutura física e pedagógica.
Atualmente, é uma das mais bem estruturadas instituições de ensino superior particular de Goiás. Destaque em responsabilidade social, a missão do CESUC é ajudar na formação do cidadão e para alcançar esse objetivo, a faculdade recebe o calouro com uma lição de cidadania. Através do “Trote Solidário”, que consiste na arrecadação de alimentos e doação de sangue, os calouros exercem a cidadania e a solidariedade. As toneladas de alimentos são distribuídas para entidades cadastradas e o sangue é destinado para o Hemocentro Regional de Catalão. Outras ações envolvem e conscientizam o alunado tais como: Projetos educativos, como o Despertando Vocações através de palestras em escolas Aferição de Pressão Arterial em asilos e na represa do Clube do Povo, Alegria nos Hospitais, Passeio Ciclístico, dentre outros, são realizados. E é assim, que o CESUC quer continuar fazendo parte da história de Catalão. 87 | VIP •
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CCPA - Caminho para o primeiro emprego
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ara muitos menores, ir à escola é mais que uma oportunidade de aprendizagem. É uma opção de sobrevivência. Os 620 alunos do Centro de Convivência do Pequeno Aprendiz - CCPA, localizado no Bairro Jardim Primavera, sabem que aprender uma profissão pode transformar a realidade em que vivem. Com capacidade para mais de mil atendimentos diários, o Centro de Convivência do Pequeno Aprendiz passou a funcionar a partir de 2004, antes, desde 1984, antiga FUMBEM. O projeto, que se tornou modelo para muitas cidades do Brasil oferece para jovens de 10 a 14 anos, oficinas de salão, pintura, manicure, crochê, costura, tapete em malha e ponto cruz. Já àqueles dos 14 aos 18 anos, é oferecido curso de assistente administrativo, por meio do programa Menor Aprendiz, que é uma porta de acesso ao primeiro emprego. Atualmente, 135 alunos são menores
aprendizes em 37 empresas de Catalão. Mais de 100 jovens estão na lista de espera para participar do curso de assistente administrativo.Os alunos do CCPA são acompanhados por uma assistente social e uma psicóloga. O acompanhamento psicológico é feito uma vez por semana, na própria unidade, abordando assuntos como problemas familiares e de sociabilização. Além disso, a Universidade Federal de Goiás/Campus Catalão, por meio de parceria, disponibiliza graduandos em Psicologia para realização de estágio no CCPA. Há também atendimento odontológico disponível para os estudantes.Ver os menores de idades diferentes e com sonhos também diferenciados, felizes, prova que o CCPA é um lar harmonioso que, como coração de mãe, acolhe com amor e carinho todos os filhos. Mais informações através do telefone 3441 2054.
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18º Batalhão Pirapitinga
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m 03 de julho de 1990, por meio de Decreto Governamental, a 3ª Companhia Independente da Polícia Militar passou a ter como sede a cidade de Catalão. Devido o desenvolvimento industrial, comercial e, consequentemente, o crescimento populacional na região, houve a necessidade de mudanças estruturais dentro da área de segurança. Com o objetivo de acompanhar esse processo evolutivo, a partir de 21 de dezembro de 2001, a Companhia Independente foi substituída pelo 18º Batalhão de Polícia Militar, tendo esta unidade recebido o nome de Batalhão Pirapitinga - BPM. Com uma área de atuação de 9.080 km2, o 18º BPM é composto por 9 municípios e 2 distritos. A sede da unidade ocupa o prédio do antigo patronato, onde funcionava a Escola Parque de Catalão. Situado na Avenida Dr. Lamartine Pinto Avelar, 1320, o 18º BPM está presente diariamente no cotidiano de cada policial, que tem o firme propósito de preservar a lei de modo justo, evitando e combatendo o crime, protegendo e tranquilizando a comunidade e agindo sempre com integridade, senso comum e comprometimento.
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Alexandre Mastrella Desenho animado, sua realização profissional
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alento é o que não lhe falta. Neto do escritor Cornélio Ramos, Alexandre Mastrella já atuou como radiojornalista, discotecário, apresentador de rádio tendo inclusive, em 1977, recebido o registro de jornalista do Ministério do Trabalho. A busca por algo novo fez com que ele trabalhasse em várias partes do país e se formasse em 1995, pelo instituto de Lacticínios Cândido Tostes de Juiz de Fora, como especialista em queijos. No entanto, não foi como queijeiro que se realizou. A satisfação pessoal veio com desenhos animados, dublagem e locução comercial para rádio e televisão. O catalano apaixonado pela arte do desenho já fez muito desenho animado para televisão e ilustrações de livros.Tudo o que cria nasce no estúdio montado na própria residência. Na carteira de clientes, empresas como a Unimed. Com 52 anos, do casamento com Rosária nasceu Cinthia, filha única, e tem ainda a alegria propiciada pelo neto Ítallo.
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Maria Ondina da Silveira
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os 72 anos, 39 deles dedicados à advocacia, Maria Ondina da Silveira é exemplo de profissionalismo, seriedade e amor à profissão. Advogada conceituada formou-se em 1974, na antiga Universidade de Direito de Uberlândia/MG. Divorciada e mãe de dois filhos, Cláudia e Danilo, enfrentou diversas dificuldades, mas todas superadas. Apaixonada pela profissão resume o trabalho em responsabilidade, ética e amor. “Formei-me pobre e continuo pobre, mas sou feliz assim. Não cursei Direito com o objetivo de enriquecer e sim com o de fazer Justiça onde for preciso”. Solidária ao próximo, Maria Ondina não mede esforços para atender pessoas sem recursos financeiros. “Não consigo ver uma pessoa sofrer injustiça e ficar quieta, sabendo que posso ajudar”. Orgulhosa por todas as conquistas relacionadas à profissão, a advogada catalana recebeu inúmeros certificados nessas quase quatro décadas de serviços prestados à comunidade. Um dos mais importantes foi o da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Goiânia, por pioneirismo na advocacia do Estado de Goiás.
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Crianças do Bem – O futuro de Catalão
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erta vez li uma história em que a filha agredia o pai com um pedaço de pau, até que ela o mandou embora de casa. O pai, todo magoado, saiu, mas fez questão de levar o pedaço de madeira pela estrada. O neto correu até ele e pediu que ele deixasse a madeira, no que ele, sem entender, atendeu e partiu. A filha, curiosa, perguntou ao filho para que ele queria aquilo e ele respondeu que era para usar quando a mãe estivesse velhinha também. E assim, questionamos os leitores: Quantas vezes esquecemos de que a educação que damos aos nossos filhos reflete na educação que eles futuramente darão aos seus próprios filhos? Portanto, preocupar com a educação das crianças é dever dos pais e uma educação eficiente não se restringe a instrução adquirida na escola; é algo muito mais abrangente. Por isso, em relação à velhice, nós mesmos escolhemos a forma como seremos tratados quando estivermos idosos. A Revista Portal VIP homenageia as crianças catalanas pelo carinho com os nossos idosos.
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Banca de Revistas do Amarelo
os 49 anos ele acertou na decisão que mudou seu futuro profissional. Giovani Cordeiro é dono da Banca de Revistas do Amarelo, um dos pontos mais populares em Catalão. Mas, quem conhece Giovani? Vale uma apresentação mais detalhada: Ele diz que nasceu na beira do brejo, na Custódia. Jornaleiro, apaixonado pela profissão, está há 20 anos com sua banca na esquina acima do Banco do Brasil. Pai de Taís e Tiago, tem a qualidade de ser sincero e o grande defeito de gostar de suas coisas todas bagunçadas. Divertido e de bem com a vida, adora imitar personagens famosos como o ex-presidente Lula e o apresentador de televisão Silvio Santos. Carismático, o vendedor de revistas jamais desejou ser outra pessoa a não ser ele mesmo, pois é assim que cativa a todos que por ali passam. Com o dom para fazer palhaçadas, não esquece o dia em que foi doar sangue e quando terminou a enfermeira o mandou ficar quieto e depois comer algo. Que nada! Levantou-se e começou a fazer polichinelos, quando olhou para o lado tinha um cara enorme desmaiado, ainda foi embora de moto e ofereceu carona. Existem catalanos que vão até a banca todos os dias só para um papo descontraído, pois é impossível ficar triste perto deste homem. 91 | VIP •
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As beldades da Cavalgada do Batom
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lube da Luluzinha? Que nada! Nos eventos de equitação realizados em Catalão e região é cada vez maior a presença de mulheres, seja à frente dos criatórios ou nas provas com cavalos. Agora, para não deixar dúvida, uma cavalgada só com mulheres acontece todos os anos. Denominada de Cavalgada do Batom, o evento reúne aproximadamente 40 mulheres criadoras e admiradoras das raças. Com muito charme e simpatia, as beldades deixam o cerrado mais bonito no mês de setembro.
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Sindicato Rural de Catalão
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om nova diretoria, em 2014, o Sindicato Rural de Catalão realizou a 36ª Exposição Agropecuária Industrial Comercial de Catalão (Expo Catalão) e o 23º Ranking Nacional do Gado Nelore, no Parque de Exposição. O presidente, Newton José, juntamente de seu vice, Marcus Favoreto, realizaram uma bela festa. O evento contou com shows, praça de alimentação, boate, parque de diversão, comercialização de animais, entre outras atrações. Uma grande reestruturação aconteceu no parque, novos barracões foram construídos e outros ampliados. Para os amantes de equinos de raças, a Expo Catalão 2014 ofereceu um show em Mangalarga Marchador. Na foto, o pequeno João Abrão e o belo Avalanche do Aras 3N. Avalanche coleciona vários títulos.
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Espetinho do Baiano: Ponto mais que tradicional
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Espetinho do Baiano, há mais de 40 anos no mercado catalano, iniciou quando o local era Avenida Brasil; hoje, Avenida Farid Miguel Safatle. Baiano, filho do finado Baiano, após a morte do pai, continuou com o carrinho de espetinho na esquina de cima do Banco do Brasil. Com vários tipos padronizados de carne, o espetinho é um dos melhores da cidade. Muitos e importantes são os fregueses do churrasqueiro, que sempre está a servir com um gigante sorriso no rosto. Se você nunca experimentou, vale a pena conferir, pois acredite, é uma delicia.
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Cairo Sidrak Ribeiro
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ascido e criado em Ouvidor, Cairo Sidrak, logo após a morte de sua mãe e ainda muito novo, mudou-se para Anápolis com o pai e os irmãos. Passaram por muitas dificuldades, mas sempre superou. Foi engraxate, office boy e auxiliar administrativo. Até que um dia, mudou-se para Brasília para trabalhar no Banco Francês Brasileiro e cursar a faculdade de Administração. Com o passar dos tempos, Cairo viu que sua vocação era relacionada à área de vendas e voltou para Anápolis. Lá abriu uma imobiliária que crescia dia após dia, e pouco tempo depois foi convidado pelo ex-prefeito Divano Elias para vender os primeiros loteamentos em Três Ranchos. Então, resolveu fundar, em 1984, a Savana Imóveis pioneira na venda de lotes parcelados, bem como, em administração de aluguéis. A Savana é mãe de várias imobiliárias existentes hoje, pois foi berço para novos e bons profissionais; isso é motivo de orgulho para Cairo. A filha dele, Melissa, conta que o paizão sempre se dedicou aos filhos, não medindo esforços para educá-los e sempre esteve presente em todas as horas. Colocou sua vida pessoal e profissional nas mãos de Deus, viveu um dia de cada vez e soube aproveitá-los bem e, por isso, hoje tem uma bela história para contar.
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Zélia Salomão Elias N
ascida na cidade goiana de Formosa, Zélia Salomão Elias teve uma origem familiar humilde, combinada com uma boa educação. Filha de Nagib Salomão e Dora Cozac, mudou-se para Catalão junto com a família quando tinha apenas dois anos de idade. Considera-se cidadã catalana. A terceira filha - de cinco mulheres e cinco homens - é dessa que encara a vida com vigor, pois atravessou todos os problemas que lhe apareceram como tsunami. Viúva do saudoso João Elias, há 25 anos, é mãe de Wady, Maysa, Luís Antônio e Dora Maria. E para ela, a maior alegria da vida foi o nascimento e o casamento da primeira neta, pois é uma perfeita avó coruja de Daniela, Roberta, Ana Luíza, Geordâna, Fernanda, Bárbara e Alberto. Aposentada, trabalhou nos colégios estaduais Dona Iayá e João Netto de Campos e nas Legionárias, e também foi secretária de gabinete da ex- prefeita Maria Ângela. Durante a semana, Zélia não fica parada, pois frequenta o Cursilho, o Bingo das Mulheres e as reuniões festivas da família. Gosta de bordar, ler jornais e ajudar o próximo. Membro do Lions Clube e alegre, extrovertida e comunicativa, é amante da uma boa viagem e não dispensa uma praia.
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Dona Cidinha: Nossa diva do tango
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la tem 87 anos de vida, vividos de maneira muito generosa e elegante. Maria Aparecida Franciscone Resende, carinhosamente chamada de Dona Cidinha, é uma mulher realizada. Natural de São Paulo, residiu na capital paulista até aos 45 anos, época em que o marido, Orange Resende, tornou-se sócio do irmão Orestes Resende no Posto JK. Com isso, ela, o marido e os seis filhos (Gerson, Eliane, Gislene, Elenice, Orange Jr. e Clauber) adotaram Catalão como cidade do coração. Hoje, Dona Cidinha continua uma mulher carismática, bem humorada, alegre e muito religiosa. Ministra da Eucaristia e coordenadora do Terço das Senhoras, na Comunidade Mãe de Deus, faz leituras nas missas, recebe o dízimo e leva comunhão para doentes em residências e hospitais. Após o falecimento do marido em 2001, almoça cada dia da semana na casa de um filho para cultivar o convívio familiar. Gosta de rezar, viajar e dançar. Especialista na arte do tango, Dona Cidinha tem como parceiro de dança o seu professor Ilton Passos. A paixão vem da época em que ainda jovens, ela e o marido ganhavam prêmios de melhor casal dançante nos bailes da vida. Atualmente, dança com o Ilton em eventos catalanos, para os quais são convidados. Vários troféus e vídeos no Youtube mostram o talento da jovem senhora pela dança. 97 | VIP •
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Fátima Aires: “Basta um olhar para reciclar” C
riar objetos com material reciclado é como ter duas aventuras ao mesmo tempo. A primeira leva a cuidar do planeta diminuindo a poluição gerada por vidro, plástico, papel, papelão, ferro, aço e alumínio. A segunda é a capacidade de usar a criatividade e a imaginação para dar novas funções e formas a esses materiais. A artista plástica catalana, Fátima Aires Fonseca Souza, mergulha nesse universo de aventuras todos os dias, pois faz com que simples materiais ganhem vida, levando apreciadores da boa arte a um fantástico mundo de contemplação. Utilizando qualquer tipo de material reciclável, a artista iniciou na pintura há mais de 20 anos e segue investindo na criatividade. Primeira aluna do professor Itamar Rodrigues na categoria óleo sobre tela, Fátima no início encontrou dificuldades em misturar cores. Com verdadeira vocação e paixão pelas artes plásticas, Fátima transforma velhos latões de transportar leite em verdadeiras obras de arte. Filha de Miguel Fonseca e Luzia Aires da Fonseca, a maioria dos galões tem na faixa de 80 anos e os consegue com fazendeiros da região, com o pai, o sogro, e o genro que reside em Ipameri. A artista mantém um atelier cercado por coqueiros, aves e muita natureza viva.
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Fundação Cultural Maria das Dores Campos A
Fundação Cultural Maria das Dores Campos, antes Casa da Cultura, é uma autarquia da gestão pública municipal, fundada em 1993, por Lei Municipal nº 1.245. Na fundação se desenvolvem gratuitamente aulas de iniciação musical, teatro, dança e artes visuais, atendendo gratuita e diretamente mais de mil inscritos em suas dezenove oficinas. Hoje, também é considerada pela Biblioteca Nacional como Casa Publicadora, a Biblioteca Pública Municipal “Dr. Luiz de Alcantara Oliveira”, a Biblioteca Digital “Prof. Antônio Miguel Chaud”, a Biblioteca Distrital de Santo Antonio do Rio Verde e o Museu Histórico Municipal “Cornélio Ramos”. Os patrimônios tombados são: Morro da Saudade e Ermida de São João, Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Capela do Antero, Árvore da Barriguda, Estação Ferroviária e Orquestra de Violeiros Viola Dourada. Com o objetivo de promover o desenvolvimento artístico e cultural do município, bem como preservar o patrimônio histórico, artístico e cultural de Catalão, a Fundação também visa desenvolver politicas e diretrizes governamentais para o setor cultural do município e promover eventos para o mesmo.
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Escola Paroquial
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Escola São Bernardino de Siena, há 62 anos, vem educando com excelência a comunidade catalana. Pautada pelo projeto Educativo Franciscano, a missão, além de educar, é também evangelizar a comunidade escolar nos moldes franciscanos, valorizando o ensino e a prática dos valores e virtudes. Todo o trabalho pedagógico da é perpassado pela espiritualidade e filosofia franciscana, fundamentada na simplicidade e na alegria. Para o Projeto Educativo Franciscano, a educação se dá no encontro com o educando e no seu cuidado com o Ser, que deve ser educado de forma plena e integral.
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Lourdinha Safatle a mestre do piano
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o mundo das artes sempre encontramos pessoas com habilidades excepcionais, contudo, nem sempre todas desempenham determinada atividade apenas para passar o tempo ou para alimentar algum prazer, cada um tem seus próprios motivos. É claro que há também pessoas que utilizam suas habilidades na vida profissional. É o caso de Lourdes Farid Safatle, que tem a música como profissão. Filha de Farid Miguel Safatle, Lourdes começou a tocar piano com cinco anos e sua primeira professora foi uma freira espanhola. Fez conservatório em Goiânia e Uberlândia. Nesta época, já apresentava no teatro do colégio. Sempre quis ser pianista e recebeu toda estrutura necessária para conquistar seu objetivo. Começou a dar aulas e esta é a profissão da vida dela. Fã de gênios da música clássica como Bethooven, criou em 1988 a primeira escola de música de Catalão. A pianista Lourdinha, como é conhecida por todos, já moldou diversos músicos em trinta anos de muita dedicação e com certeza continuará despertando em muitos o amor pelo piano. 101 | VIP •
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A imagem usada do veĂculo ĂŠ meramente ilustrativa.
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Noviciado Franciscano
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á 32 anos em Catalão, o Noviciado Franciscano tem acolhido noviços da Ordem Franciscana. A partir de 2002, passou a acolher noviços de duas outras entidades da Ordem dos Frades Menores, com a experiência do noviciado interprovincial. Em Catalão, são acolhidos jovens de vários Estados, que durante um ano ficam em regime fechado. As poucas saídas são para programas de rádio, visitas a hospitais, missas, prática de esportes e no primeiro domingo do mês, abrem as portas para receber visitas no período da tarde. Na casa se produz praticamente tudo que é consumido e a rotina é intensa, com missas, afazeres domésticos, alimentar animais, regar hortaliça e recolher verduras. Tem momentos para leituras do Evangelho e encontros para reflexões sobre a Igreja e a vida franciscana. Às quintas-feiras, o grupo sai dessa rotina e vivencia uma programação que inclui palestras, reuniões, retiros e momentos de lazer; em uma quinta-feira do mês acontece chamado “deserto”, uma forma de retiro individual. Aos sábados acontecem faxinas e lavagem de roupas. Aos domingos, a missa é aberta a quem quiser frequentar, e após o almoço é reservado um momento para descontração e descanso. Às 18hs, acontece a bênção do Santíssimo, seguida de uma confraternização mais ampla regada a um bom bate papo. Em Catalão, a casa fica em um lugar tranquilo e de muito verde. Incrustada em meio a árvores e tomada por sons da natureza, o lar dos Frades acalenta sonhos de jovens que se entregaram para o viver Divino.
Muitas são as ruas e bairros importantes da cidade, se fossemos enumerá-los, seriam necessárias muitas linhas. Mas vamos fazer referência a alguns destes locais.
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Av. Dr. Lamartine
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oje uma referência de progresso por ser uma Avenida comercial, com forte influência do comércio de produtos e prestação de serviço no segmento do agronegócio, a Av. Dr. Lamartine Pinto de Avelar é uma das principais vias de Catalão, por onde são escoadas riquezas e muitos sonhos. 103 | VIP •
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Av. João Netto de Campos
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utra via importante do ponto de vista econômico é a Av. João Netto de Campos, que tem grande movimentação de caminhões que levam e trazem cargas das e para as Mineradoras.
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Av. Raulina Fonseca
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Av. Raulina Fonseca Paschoal é, com toda certeza, a via mais charmosa de Catalão. Com calçamento em praticamente todo o trecho, é local onde as pessoas praticam atividade física. Praticamente cortando a cidade, com mão dupla, conta com o Córrego Pirapitinga compondo uma paisagem, que é referência para os catalanos.
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R. Dr. Willian Faiad
o Centro de Catalão, muitas são as vias importantes. Uma dessas é a Dr. Willian Faiad, de onde se avista o Pasto do Pedrinho.
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R. Nassin Agel
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amosa por ser a rua que leva até a sede do poder público municipal, a Nassin Agel ainda guarda muito através de suas construções, o que era a Catalão de ontem, embora a cada mês surgem aspectos de urbanidade mais modernos.
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Vila Liberdade
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ma das localidades onde as ruas possuem uma particularidade interessante é a Vila Liberdade. Bairro antigo, conta com ruelas estreitas, bem diferente dos bairros mais jovens, a Vila Liberdade tem todo charme de cidade pequena.
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Kelly Duarte
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atural de Catalão, a cantora gospel Kelly Cristina Duarte é a filha caçula de Dorival Miranda Duarte e Vilma Costa de Almeida Duarte. Dividiu a atenção e o carinho dos pais com os irmãos Myrelle e Danilo. Aos 29 anos, Kelly relembra que a carreira como profissional começou na infância, quando ela e Leandro (Thiago) começaram a fazer cover da dupla Sandy e Júnior. Com isso, gravaram o primeiro CD com a música de trabalho “Diga”, voltado para o estilo sertanejo. Durante a divulgação do segundo CD, com estilo Pop romântico, se converteu e sentiu que Deus tinha um propósito diferente para a sua vida, que era louvar somente a Ele. Então, depois de nove anos gravou o primeiro gospel: “Momento Certo”. A cantora sempre acreditou em Deus e no seu poder. Católicos, os pais a criaram dentro da igreja e aceitam com carinho a sua religião. Kelly ressalta que Deus a chamou para levar a mensagem do Evangelho a todas as pessoas, pois Ele ama a cada um de nós, quer salvar nossa alma e fazer com que tenhamos uma alegria constante em nosso coração. Portanto, ela diz que não podemos nos esquecer de que o sacrifício de Jesus na cruz não foi em vão. Ele morreu para que nós tivéssemos vida. E se considera muito feliz em cantar nas suas músicas que Jesus salva, cura, restaura, liberta e nos leva para o céu. 109 | VIP •
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“Amigos da Mama” A
Unimed iniciou em 2011, a campanha de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama em Catalão. Com isso, todo mês de outubro é realizado a Caminhada de Prevenção do Câncer de Mama “Amigos da Mama”. A intenção da ação é alertar e sensibilizar a população, em especial o público feminino, bem como instituições, empresas e entidades, a fomentar ações voltadas à prevenção e detecção precoce do câncer de mama.
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Bar do Abi F
ilho de Jorge Rosa da Silva e Custódia Bueno da Silva, Argemiro Rosa Bueno, o Abi, tornou-se comerciante, pode-se dizer, desde os seis anos de idade. O pai começou na profissão, em 1953. Nesta época, o bar se localizava no Coreto da Praça Getúlio Vargas. Lá, o senhor Jorge Carroceiro, como era conhecido pelos fretes que fazia, entregando mercadorias para armazéns, como o do “Seu” Nicolau, trabalhou até 1958. Neste período, aconteciam os famosos bailes no CRAC, o cinema foi inaugurado e o movimento era intenso. O Bar do Coreto ou Bar do Jorge Carroceiro oferecia um pão com molho e carne moída que se tornou o carro-chefe da casa e tinha freguesia garantida. Abi se lembra de que o método usado para se conservar a cerveja fria era enterrando as garrafas em um tanque com areia. Em outubro de 1958, o pai resolveu vender o bar e logo em seguida inaugurou na Avenida José Marcelino, hoje Bar do Abi, que por muito tempo foi conhecido como Bar do Jorge Bocudo. A partir de 1974, ele juntamente com o irmão, Newton, passam ao comando, pois era hora do pai descansar. Funcionando de segunda a sábado, o forte da empresa é o happy-hour, com espetinho da melhor qualidade e excelente atendimento - coisa de quem confessou trabalhar para ver a alegria nos rostos das pessoas. Abi credita o sucesso que sempre teve à união familiar que perdura. Hoje conta com a ajuda da esposa, Elizabeth, e do filho, Eduardo. 111 | VIP •
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155 anos de Catalão
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Silvania Mesquita: Grande filha de Catalão
oda cidade acompanhou seus dias, meses e anos de luta contra um câncer intestinal. Silvania Mesquita, filha de Geraldo Mesquita, foi uma pessoa muito querida pela população catalana. Herdou o legado do pai, e era uma apaixonada pela política, participando dos processos eleitorais em 1995, ao lado do saudoso Eurípedes Pereira, e em 2004, ao lado do ex-prefeito Adib Elias. Silvania era psicóloga e converteu seus conhecimentos com a sociedade de Catalão que a procurava no CAPS - Centro de Atenção Psicossocial, onde já esteve a frente por um bom tempo. Exemplo de luta e vontade de viver, a
mãe de Marcella e Valentina era amante de esportes e praticava academia regularmente. Também não dispensava uma boa música, leitura, trabalho e família. Silvania se sentia amada e satisfeita por ter contado com o apoio e a presença de amigos e familiares durante a doença. Casada com Paulo Gomes, o inicio de 2014 foi marcado pela perda da guerreira, que após tantos anos de sofrimento, partiu para descansar na vida eterna. Silvania morreu, mas deixou no coração de todos os catalanos ensinamentos dignos de como enfrentar as fases ruins da vida.
131 O Palacete dos Faiad
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cenário eclético chama a atenção de quem passa pela Av. 20 de Agosto, antiga Rua do Comércio, no Centro de Catalão. O Edifício dos Faiad, inaugurado em 1934, foi batizado com o nome da família que encomendou a construção e passou a morar no palacete. Com dois andares, o interior e teto são ricamente decorados por pinturas, na própria parede, do artista Etore Clerice, vindo da Europa, especialmente para realizar ali, seu trabalho. No estilo “Eclético” mistura diversas tendências arquitetônicas e principalmente por utilizar diferentes materiais, sobretudo no acabamento, como vidro, metais, mármore e madeira. Em 1970, no prédio, funcionava o escritório de advocacia de Wilson Faiad e o escritório de Labibe Faiad, que realizava a contabilidade do Hospital Nasr Faiad. Atualmente, mesmo estando desabitado e com parte de seus cômodos alugados para a iniciativa comercial, não deixa de ser belo aos olhos de quem o admira. 113 | VIP •
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155 anos de Catalão
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Unidade Acadêmica de Catalão da Universidade Federal de Goiás se tornou um Campus avançado em 07/12/1983, pela Portaria No. 189. Sua criação tinha como objetivo inicial, possibilitar à UFG uma participação efetiva no processo de desenvolvimento cultural e sócio econômico local, regional e nacional. No ano de 1986, a UFG e a Prefeitura Municipal de Catalão, preocupadas em atender a demanda regional por ensino de graduação, que contribuísse para a melhoria da educação da região, firmaram um Convênio que estabelecera a corresponsabilidade dos gastos, a fim de iniciar o oferecimento dos cursos de licenciatura plena em Geografia
e Letras. Mesmo sem contar com as condições ideais, novos cursos foram sendo implantados no decorrer do período compreendido entre 1988 e 1991. Do ponto de vista físico, o Campus está instalado no município de Catalão, no Setor Universitário, numa área de 89.992,50 m². A Biblioteca da Regional Catalão possui um acervo
aproximado de 42 mil exemplares. Desde o início das atividades em 1986, até 2011, o Campus Catalão registra um total de 27.631 alunos. O corpo docente conta com 229 professores, dos quais 140 possuem título de doutor e 65 técnicos administrativos, além de funcionários terceirizados e prestadores de serviço.
133 Personalidades Inesquecíveis... 114 |
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CRAC – A paixão azul e branca O
Clube Recreativo Atlético Catalano - CRAC foi fundado em 13 de julho de 1931, o que faz do clube o mais antigo de Goiás em atividade. Seu mascote é o leão, por isso é conhecido como o “Leão do Sul Goiano”. Nos primeiros anos, a agremiação catalana dedicava-se à disputa de competições regionais. Em 1965, o CRAC surpreendeu o estado de Goiás, sagrandose campeão invicto da 2ª divisão do Campeonato Goiano. Dessa forma, o Leão do Sul debutou na 1ª divisão do futebol goiano em 1966. No dia 25 de novembro de 1967, o CRAC conquistou o título de campeão goiano da 1ª divisão, tornando-se a 2ª equipe do interior do estado a vencer o Campeonato Goiano. Décadas passaram e em 2004, o CRAC sagrou-se campeão da 1ª divisão do Campeonato Goiano, tornando-se bicampeão goiano. Casa do CRAC, o Estádio Genervino Evangelista da Fonseca, construído em 1959
foi inaugurado em 1960. Passou por algumas reformas e hoje com capacidade estimada para 11.000 expectadores, o estádio conta com 13 cabines de imprensa, carro-maca e placar eletrônico. As cores predominantes do CRAC é o azul e o branco, cores do Leão do Sul. Agora, o que emociona mesmo é sua torcida que sempre se destaca das demais torcidas do estado. Uns chamam de ilusão, outros chamam de fanatismo, outros até de exagerados, mas na verdade torcemos com o coração. Existem torcedores que acampam no estádio para comprar ou trocar ingressos, outros disputam a proteção de uma pequena marquiz durante a chuva, mas o futebol é assim, mágico, único, empolgante, mistura de amor e ódio, simplesmente uma forma de deixarmos os problemas corriqueiros do cotidiano para divertir com nossas emoções.
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Bom humor
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le é sorridente, sarcástico e sempre bem humorado. Catalano e de família que traz no sangue a criatividade para fazer humor, Márcio Peres, corretor de seguros, casado com Marília, pai de Marcinho e Matheus, é um dos talentos que arranca risos de qualquer plateia. Muitos são os humoristas amadores e profissionais de Catalão, homenageados nesta edição especial através de Márcio Peres. 115 | VIP •
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Titulares do Ritmo
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atalão é uma das poucas cidades do interior do Brasil a valorizar a tradição do samba através de uma escola de samba, a Titulares do Ritmo. A cada ano a escola trabalha um tema como samba enredo e alegorias, tudo trabalhado em equipe. Na época do carnaval, a Titulares arranca aplausos do público e mostra que goiano também tem samba no pé.
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Renê Doninho:
De Cristalina para Mister Goiás 2011
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uem disse que concurso de beleza é coisa só de mulher? Goiano de Cristalina, Renê Antônio Ferreira Doninho Júnior, 19 anos, é o representante da ala masculina no que diz respeito a beleza e elegância. Com 1,84 de altura, 84 quilos, olhos e cabelos castanhos e com um corpo de dar inveja, o Mister Goiás revela um pouco da intimidade. Filho de Renê Antônio Ferreira Doninho e Ione de Almeida Dias Doninho, e residindo com a família em Catalão há 17 anos, graças à transferência do pai, Mister Goiás afirma: “Considero-me catalano de coração, pois aqui cresci e conquistei metade dos meus objetivos, uma vez que minha vida está apenas começando. Orgulho-me por ser o único goiano da família”. Irmão 116 |
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do saudoso Reinel Ferreira Doninho Neto, Renê emociona-se ao falar do irmão que morreu vítima de um acidente automobilístico, em 2008. “Ainda não acredito e a saudade é imensa”. Apaixonado por esportes, o ex-jogador de futebol estreou no Vila Nova aos 15 anos e atuou em grandes clubes, como Goiás, Botafogo de Ribeirão Preto e Marília. Profissionalizou-se no Crac de Catalão, mas resolveu encerrar a carreira em 2010, devido a uma contusão sofrida quando jogava pelo Novo Horizonte de Ipameri. “Fiquei seis meses parado e decidi trocar a bola pelos estudos. Após fazer um cursinho preparatório no Colégio Nacional de Uberlândia/unidade Catalão, entrei para o curso de Educação Física no Campus/UFG, no início de 2011”. Como todo jovem, Renê gosta de sair à noite, frequentar boates, festas e shows. Descreve-se como um leonino extrovertido, brincalhão, que adora fazer novas amizades e conta que jamais pensou em participar de um concurso de beleza. “Tudo começou com o Fernando Goulart me convidando para desfilar para lojas do comércio catalano. Com o tempo, surgiu o Mister Goiás e fui para representar a cidade. Para minha total surpresa, venci. Agora é preparar para o Mister Brasil, pois espero trazer uma boa colocação e fazer bonito por Catalão e pelo Estado de Goiás”. O evento será em Olímpia/SP e a escolha do Mr. Brasil acontecerá nos dias 5, 6, 7 e 8 de outubro. www.revistaportalvip.com.br
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Alzira e Jocelim: P Exemplo de relacionamento
oucos são os casais que conseguem chegar as Bodas de Brilhante - ou 75 anos de convivência -, mas Alzira Evangelista e Jocelim Evagelista da Rocha chegaram, com respeito e, acima de tudo, companheirismo. Eles se conheceram no final da década de 30, em uma festa na casa dos tios de Alzira. Segundo Jocelim foi amor a primeira vista. “Eu era um homem galanteador e adorava dançar; chamei-a para bailar e me apaixonei”, diz. O tempo de namoro foi curto, pois em menos de um ano foi dito o famoso ‘sim’. O casal lembra que naquela época tudo era
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muito rápido, diferente de hoje, onde se namora dez anos e depois se separa sem ao menos se casar. Para ambos, a receita para 70 anos de matrimônio é ter muita paciência um com o outro. Em tantos anos de convívio e percalços pelo caminho, os dois formaram uma família de sete filhos: Newton, José Rubens, Raul, Rui Brasil, Zélia, Neura e Neusa. Desses filhos nasceram 20 netos e 16 bisnetos. Jocelim agradece a esposa que se casou com ele, quando ainda iria completar 15 anos.
Antonio Isaac: Um orgulho para Catalão
le foi promotor de justiça e era uma dessas pessoas que vale a pena ficar perto para um bate papo. Sábio, sensato e com muita humildade no coração, defendia a instituição família como um tesouro. Nascido em 1936, no distrito de Santo Antônio do Cavalheiro, município de Ipameri, morou em Orizona, onde passou boa parte da infância. Viveu em Pires do Rio, estudou em Silvânia, foi bancário e professor do curso de admissão no colégio São Francisco, em Anápolis. Serviu o Exército. Em 1958, Frei Pedro convidou-o para morar em Cumari, onde foi cuidar do ginásio São João Batista. O tempo passou e veio a oportunidade de prestar vestibular, e influenciado por amigos prestou para Direito, concluindo o curso em 1967; em 76, foi aprovado no concurso público para Promotor de Justiça de Goiás. Empossado, serviu nas Comarcas de Cumari, Goiandira, Corumbaíba,
Catalão, Orizona, Urutaí, Ipameri, Pires do Rio, Santa Cruz e Edéia. Em 1981, passou a residir em Catalão, onde se aposentou. Foi casado com Zélia Ferreira da Rocha Isaac e construiu uma história coroada de felicidades. Pai de Eduardo, Flávio, Cristina e Eliana, e avô de Ana Clara, Rodrigo, Mariana, Letícia, André, Pedro, Murilo e Fernanda merece ser lembrado pelo que fez pela região sudeste de Goiás. De coração solidário, dedicava tempo ao trabalho voluntário na Igreja Católica, pela qual ministrou cursos de casamento e cursilhos, além de encontros de jovens e conjugais. Participou do Rotary Club, onde era coordenador do programa de distribuição de cestas básicas. Alegre e apaixonado pela vida, tem sua história evidenciada por ter sido um grande homem e um exemplo de cidadania e amor ao próximo. 117 | VIP •
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Cia Express’arte F
undada em 1999, a Cia Express’arte tem realizado junto às comunidades e escolas da Cidade de Goiás, atividades audiovisuais, animações e teatro. A Cia também mostra os feitos de pessoas que fizeram parte da história e desenvolve pesquisas bibliográficas e de campo, com contextos específicos que resgatam a memória cultural da Cidade de Goiás. Através da forma que as pessoas se comunicam e contam histórias, o grupo registra isso através de oficinas, seminários e filmagens, tendo assim materiais audiovisuais para serem exibidos em colégios, cine teatro e na comunidade local. Em 2012, foi criada a filial da Cia Express’arte em Catalão, que já idealizava uma grande estrada a
percorrer na busca de resgate, não só da história, mas também modificações de bem estar no cotidiano vivido pelas pessoas da cidade através da Dança, Teatro, Música e Artes Circenses. Então, no mesmo ano, a Cia Express’arte começou os trabalhos de pesquisa e montagem do espetáculo “Antero”, que foi uma grande surpresa para a população catalana. A estreia se deu no primeiro minuto do dia 16 de agosto de 2013, exatos 77 anos do linchamento
popular de Antero da Costa Carvalho. O espetáculo foi considerado pela imprensa, formadores de opinião e pela comunidade catalana a maior produção artística e cultural já vista na cidade. E tal reconhecimento não se reduziu aos limites municipais, pois o espetáculo “Antero”, dirigido por Evandro Costa Neto e Ricardo Fiuza, foi homenageado com o Diploma de Destaque Cultural do Ano, Troféu Jaburu – Edição 2013, no Palácio das Esmeraldas, em Goiânia.
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Valdivino Duarte
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atalão ficou órfão de mais um filho em 2014, morreu aos 64 anos o empresário Valdivino José Duarte. Referência em leilões e festas de roça, se destacava por ser um dos melhores leiloeiros da cidade. Na vida pública, foi vereador, presidente da Câmara, secretário de indústria e comércio do ex-prefeito José Moreira, gerente do DIMIC, diretor de infraestrutura na gestão Velomar Rios e atualmente dirigia sua a empresa, Flash Comunicação. Apaixonado pelo CRAC e por Catalão, gostava de dizer que a cidade não podia viver sem o CRAC, a Festa do Rosário e a Pecuária. O empresário foi homenageado na Expo Catalão 2014, pois por decisão unânime o Parque de Exposições, que antes não tinha nome, passou a se chamar Parque de Exposição Valdivino José Duarte.
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CAPS: Melhorando a saúde mental há mais de uma década
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CAPS (Centro de Atenção Psicossocial José Evangelista da Rocha) de Catalão completa 14 anos em setembro. A unidade é uma das poucas do Brasil mantida pelo poder público municipal, especializada em atender doenças mentais com diagnóstico grave, bem como dependentes de álcool e drogas. O CAPS tem suas portas abertas para que qualquer pessoa possa ser atendida e acompanhada durante o tratamento por uma equipe multidisciplinar formada de psicólogo, psiquiatra, dentre outros profissionais. Quando o cidadão chega ao CAPS é acolhido e atendido individualmente para uma análise de seus sintomas. Feito isso, é construído um projeto terapêutico para cada paciente. O tratamento compreende oficinas de apoio e terapêuticas, atendimento especializado em toxicomanias, reuniões familiares, consulta de enfermagem, atendimento psicológico, visitas domiciliares, atendimento com assistentes sociais e consulta psiquiátrica, em casos que necessitam de medicamentos. Ou seja, é realizado todo um trabalho que visa a reabilitação.
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de roça
las são comuns em praticamente todo o Brasil. Animadas, bonitas e surpreendentes, as tradicionais festas de roça movimentam a cidade de Catalão e as regiões rurais do Município. As comemorações, que têm início em abril e só terminam quando setembro chega, homenageiam vários Santos Católicos como Santo Antônio, São Pedro, São João, Nossa Senhora de Fátima, dentre outros. Além da caprichada decoração do local onde acontece o evento, as festas são embaladas por shows ao vivo, comidas típicas, quermesses, fogueira, queima de fotos, dança de quadrilha e muitas inovam na hora da festa do casamento caipira, como a que ilustra essa matéria. Essa turma, da região da Macaúba, se fantasia de sexo oposto e a festa rola com muita descontração. 119 | VIP •
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Cacilda Alves - Uma artista premiada!
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acilda Alves começou a pintar em telas por terapia, mas na escola sempre teve os trabalhos de artes como destaque. Funcionária pública há mais de 20 anos, a artista que trabalha na Fundação Cultural Maria das Dores Campos, convive com a arte 24 horas. Para ela, pintar nada mais é que “Vida”, é colocar para fora aquela criança que está presa. É expor sua vida e seu mundo, pois em suas obras coloca o que está sentindo naquele exato momento. A artista já teve obras com premiação pelo concurso SESC (Serviço Social do Comércio) de Goiânia e trabalhos foram selecionados e editados no livro Bienal Naïfs do Brasil 2010, onde o livro mostra 111 obras de 80 artistas diferentes e de diversos lugares do país. Aos 55 anos, Cacilda sente-se uma criançona e contou que uma de suas telas, “Brincadeiras de Ontem” é um relato da infância que teve com seu irmão nas ladeiras de Barra Bonita/SP, sua cidade natal. Infância alegre e tranquila, pois no fim da tarde sabia que tinha um local seguro para voltar. Em outra obra, “Tristeza de Hoje”, Cacilda alerta os pais para as drogas, pedofilia, trabalho escravo, prostituição a abandono dentro de casa. Cacilda já participou de vários leilões e exposições, pois, de acordo com a mesma, gosta de participar de eventos relacionados à arte.
145 Super Nicolau na década de 50
Super Nicolau ‘
Casa Dois Chales’, de Nicolau Abrão. Depois passou a se chamar ‘Casa Nossa Senhora de Fátima’ e por último ‘Supermercado Super Nicolau’. Sempre propriedade do empreendedor Nicolau Abrão, imigrante árabe, que aqui chegou às primeiras décadas do século passado. Desde então, se tornou pessoa muito estimada por todos. Na fotografia, Nicolau Abrão aparece trajando terno na porta de seu estabelecimento. Na outra porta está sua esposa, Dona Samira, com um de seus filhos no colo. Após a venda do supermercado na década de 90, o mesmo passou a se chamar Lagoão e atualmente Supermercado Reis.
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Clientela do Super Nicoalu
Super Nicolau na década de 80
Edimílson Vaz Ribeiro: Armazém onde a gente encontrava quase tudo que precisava. A gente era atendido pelo Senhor Nicolau, pela Dona Samira, pelo Zique, Picolé, Xará, pela Mariana e outros mais. Naquele tempo, a gente precisava de pouca coisa. Só o essencial. Não como hoje, que o consumismo escraviza quase todas as pessoas”, diz.
“
Adelino Pires Fernandes:
“
Ainda lembro que quando a gente vinha na cidade, sempre ia ao armazém do Senhor Nicolau comprar alguma coisa, pois lá sempre encontrava o que queria”, afirma. www.revistaportalvip.com.br
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Álvaro, o ambientalista! E
le é formado em Química e Direito, um incansável no esforço de ajudar na construção de uma sociedade melhor, amigo de Luís Inácio Lula da Silva e de Zé Dirceu, petista de família nordestina, mais precisamente da Paraíba, de Princesa Izabel, hoje é o responsável pela administração das empresas Mineração Uemori, Escola Pueri Domus e Instituto Educacional São Caetano – ambos no Estado de São Paulo, STR Transportes, CBA Indústria Química, Hebert Hegert Johanssen e ADUCAT, e gera aproximadamente 500 empregos. Ele aprendeu, ainda menino, com o pai Maximiliano Barbosa Silva - então metalúrgico no ABC Paulista -, a conviver e a respeitar os resíduos (lixo). “Lembro-me que via muito desperdício. Das sobras do processo de fabricação de rodas para veículos era possível extrair zinco e comecei a perceber que era possível aproveitar esse nutriente na fabricação de fertilizantes”, relembra ao contar que ele, juntamente com os irmãos, aprimoraram a técnica e começaram a trabalhar. Em 1984, instalou a indústria Hebert Hegert Johanssen em Catalão, a única no Brasil que detém a tecnologia de extrair do lixo riquezas minerais que ajudam a manter o Brasil no topo da produção agrícola. Ele é Álvaro Barbosa, um apaixonado pelo meio ambiente.
147 Neura de Paula M
ulher dedicada, Neura Ferreira Rocha de Paula revela que dedicação é algo que não lhe falta. “Sempre fui uma pessoa dedicada, tanto ao estudo quanto a profissão, tanto no papel de mãe, quanto no de filha”. Natural de Cumari/ GO, é casada há 50 anos com o funcionário público aposentado Adelino de Paula Neto e diz que, se o marido a fosse descrever, diria: “baixinha exigente”. Mãe de Adriano, Andreia e Ângela, avó de Hugo César, Luiza, Laura e Isadora, esta sorridente mulher acredita que na vida o sorriso é algo que faz falta. Elegante, é uma mulher que gosta de cuidar da aparência. Nas horas vagas a eterna professora de muitos em nossa cidade, gosta de fazer trabalhos manuais e faz quase todos os tipos, desde a renda frivolité, que está em extinção, aos bordados com pedrarias, crochê e macramê. Aposentada, Neura foi professora em Catalão durante 40 anos e revela ter sido o lado mais marcante em sua vida. “Dediquei a maior parte da minha vida à profissão, passei por diversas escolas em Catalão e até hoje gosto de dar aulas. Acredito que o ensinar traz muita compensação, porque lidamos com a esperança”. 121 | VIP •
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Pestallozi, ser diferente é NORMAL.
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ualquer um de nós cria acesso para nossos amigos, colegas de trabalho, familiares e até desconhecidos. Com o deficiente intelectual não é diferente: ele também precisa de amizade, credibilidade e carinho. A Escola Santa Clara, Associação Pestalozzi, há vários anos em Catalão, tem como meta atender pessoas com necessidades especiais visando a sua autonomia, segurança e dignidade para o exercício da cidadania. A escola, que atende pessoas desde recém-nascidas até aos cinquenta anos, trabalha com a necessidade de cada aluno recebido. De acordo com Lúcia Netto Tartuci, presidente da entidade, o cidadão recebe estímulos e cuidados para conseguir desenvolver atividades individualmente. “Às vezes lidamos com pessoas excluídas da própria família, ou seja, não participam normalmente das atividades praticadas em casa. Temos alunos que não sabem se assentar à mesa, não conseguem se alimentar sozinhos, não usam o banheiro adequadamente. Então, atendemos desde essas questões até a formação profissional, pois queremos que essas pessoas se realizem como cidadãs, tanto no seio familiar, como na sociedade”. O Centro de Reabi-
litação, além de oferecer capacitação, vai mais longe. Oferece também atendimentos na área da saúde, como fisioterapia, fonoaudiologia, hidroterapia e odontologia, visando que o aluno se potencialize naquilo em que tem dificuldade e necessidade. Atualmente, a escola conta com quase 180 alunos e com automóveis e motoristas para conduzir os alunos. Cerca de 50 profissionais trabalham unidos para que a Pestalozzi desenvolva um trabalho sério e humano. E graças a esta dedicação, seis alunos da entidade já ingressaram no mercado de trabalho.
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Bombeiros de Catalão
unidade que foi inaugurada, oficialmente, em seis de abril de 1999, foi elevada de 5ª Companhia Independente de Bombeiro Militar - 5ª CIBM à condição de Batalhão em 30 de março de 2012. O 10º Batalhão de Bombeiro Militar possui uma área de atuação que contempla mais de 30 municípios da região. Após 15 anos de atuação, em 2014, foi inaugurada a nova sede com instalações adequadas para as diversas necessidades do serviço operacional e administrativo, amplo pátio e localização estratégica para a otimização no atendimento às ocorrências. Para o Tenente Coronel Esmeraldino Jacinto Lemos, que comanda há 15 anos a unidade, a dedicação ao trabalho, a capacitação profissional e principalmente a valorização e a união de todos como uma grande família é o que gera as conquistas da unidade.
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SENAI, referência em qualificação profissional para as indústrias de Catalão
ntegrante do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial oferece, em Catalão, educação profissional nas modalidades de aprendizagem industrial, qualificação e aperfeiçoamento profissional, habilitação técnica, educação à distância e pós-graduação, além de prestar serviços de assessoria e assistência técnica e tecnológica. Os diversos cursos ministrados pela unidade abrangem as áreas de informática, automobilística, metalurgia, mineração, eletroeletrônica, vestuário, supervisão e gerência, apoio administrativo, segurança do trabalho, soldagem e mecânica de manutenção industrial. A Escola SENAI Catalão foi inaugurada em dezembro de 1988 para atender à crescente demanda por mão-de-obra qualificada das indústrias da Região Sudeste do Estado, impulsionada pela chegada de empreendimentos de grande porte e por investimentos das empresas já existentes. E Catalão conta também com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), que oferece vários cursos para jovens aprendizes, capacitando-os visando o mercado de trabalho. Ao longo de décadas, a unidade vem fazendo a diferença na vida de muitos trabalhadores, sempre priorizando a qualidade dos programas de qualificação.
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Companhia de Ballet Simone Faleiro
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imone Faleiro, natural de Piracanjuba/GO, há 23 anos mora em Catalão e ministra aula de balé na cidade. Foi professora em Goiânia, no Studio Dançarte, uma das melhores escolas do Brasil. Quanto começou a dar aula em Catalão ficou com apenas duas alunas – Vanessa Cardoso e Vanessa Avelar - durante um ano e meio. Hoje, se orgulha de contar mais de 400 alunos. As pausas que deu foi para ter os filhos Janaína, Luan e Ariadna. Casada há 25 anos com Silvio Lucas, Simone é uma dessas profissionais fissuradas em trabalho e pensa 24hs em balé. Proprietária da Companhia de Ballet Simone Faleiro realiza todos os anos grandes apresentações que emocionam a plateia. Aprendeu a costurar para fabricar as roupas, adereços e enfeites usados pelas alunas nos espetáculos e no dia a dia. E, nos últimos anos, tanta dedicação tem surtido resultados surpreendentes. 123 | VIP •
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Top of Mind Portal VIP A festa das Marcas de Catalão
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om o intuito de ajudar a melhorar o mercado empresarial catalano estimulando os empresários a adotarem gestão mais eficiente em suas empresas, a Revista Portal VIP realiza desde 2009 a pesquisa de opinião pública para identificar as marcas mais fortes de Catalão. E para consagrar as empresas lembradas pelos consumidores, é realizada uma festa glamourosa, onde é entregue o prêmio aos vencedores da disputa. O evento é uma realização da Revista Portal VIP, que desde 2005 circula em Catalão e cidades vizinhas. O Top of Mind é uma importante ferramenta utilizada para medir o potencial de uma marca em um mercado, neste caso, representado pela cidade de Catalão. A pesquisa de campo, efetuada através da aplicação de questionário por pessoas treinadas para este fim, contém a seguinte pergunta: Qual é o produto / serviço que vem em sua mente quando se fala, por exemplo, de corretora de seguros em Catalão? Os pesquisadores abordam pessoas em fluxo, ou seja, em trânsito e também residências e empresas em todos os bairros da cidade.
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Angélica Borges Se podemos dizer que existe uma mulher de coragem, essa é Angélica Borges. Polícial rodoviária federal, essa catalana mãe de Marco Túlio (19), é uma grande mulher. Desempenha a função de policial desde 1995. Antes, era funcionária pública estadual. Formada em Matemática e pós-graduada na área, chegou a ser professora, mas ficou mesmo fascinada pelo trabalho como policial. Ela já participou da posse do ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff e é uma das cinco mulheres que realizam a função de batedor no país. Romântica, guerreira, responsável e determinada, Angélica é vaidosa, cuida do corpo e da pele com atividades físicas e artigos de beleza. Longe da farda, a policial feminina e meiga, faz das artes plásticas e da arte da cozinha seus principais passatempos. 126 |
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155 anos de Catalão Sandra Fayad Escritora Catalana
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CATALÃO – Cidade mágica, por Sandra Fayad
- Que lugar é este? - indaga meu companheiro de viagem. - Pires Belo. Mais trinta e sete quilômetros e estaremos em Catalão – respondo. A resposta tem entonação alterada. A voz sai meio cinzenta de um ponto mais profundo da garganta, atravessa um caminho - ladeado por ansiedade, alegria e saudade de um tempo distante que volta sempre - e chega aos lábios, abafada. As sensações têm nomes de pessoas e lugares e me transportam para um espaço único, exclusivo. Assim como os pássaros cruzam a estrada, estou também cruzando a minha história, do sempre para a eternidade. Tudo - e ao mesmo tempo nada - é igual. Quero silêncio. Preciso respirar fundo, porque as lágrimas estão ameaçando cair e não posso parecer fragilizada logo agora que faltam poucos quilômetros para entrar no meu passado, que outra vez vai se transformar em presente. É uma mágica espetacular! Há lembranças demais para administrar. E que lembranças! São as melhores da minha vida. A cada metro da estrada, a infância e a adolescência voltam, em “flashs” luminosos sobre a realidade nua e depois vestida com as roupagens com que se apresentou a cada visita, nesses últimos trinta e oito anos.
- Há uma igrejinha lá no alto... comenta o parceiro. - Ali é o Morrinho do São João - informo. Para o visitante, é só uma igrejinha no alto do morro. Para mim, rebobina a fita até a infância mais tenra: balõezinhos, pipoca, quentão, pandeiros, roupa caipira, bolo de mandioca, canjica, poeira, gente da roça e da cidade na mesma festa. Lembra também os visitantes, a cidade olhada de cima esticando..., as luzes de Goiandira, o namoro do Manoel e da Sheila Zarife, quadros da Dona Mariinha, fotografias, padrinho João Fayad, os peregrinos vindos da roça. A placa informa: Catalão a 5 km. Explico que a cidade tem duas entradas. - Uma é pelo antigo “campo de aviação”, passa pelo bairro do São João e desce para o centro. A outra é pelo JK, que sai direto no centro, passando pela “estrada de ferro”. Geralmente alterno as entradas. É que gosto de ver as novidades. A entrada do JK está diferente, devido ao grande número de edificações novas. 127 | VIP •
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155 anos de Catalão São fábricas, concessionárias, moradias populares e trânsito de caminhões à esquerda de quem vem do norte. A primeira parada é sempre a casa da madrinha Helena e da Julieta, minha irmã. Tenho a opção de visualizá-la como é hoje e como era na minha infância: calçada alta, portas grandes de madeira. Aliás, as Ruas Vinte de Agosto e Coronel Afonso Paranhos aparecem assim, com dupla roupagem. Vejo-as como se fossem a cara e a coroa de uma mesma moeda ou o direito e o avesso de uma vestimenta romântica. Às vezes esqueço que a Prefeitura virou Fórum, que o Banco do Brasil mudou mais para trás, que as casas da Vó Coqui e do tio Salomão agora são lojas. Enumero mentalmente as modificações: apartamento da Beth França, casas da dona Cafa (vendia chanclish), da tia Ivete (mãe do Dr. Adib), da madrinha e da Bibita (reformadas), da tia Norma e do Felipe (iguais). A Rua Coronel Afonso Paranhos já se chamou Rua Estreita. Ali morávamos Sheila Nanete, Beatriz e eu (grudadinhas). Minha casa foi totalmente reformada pelo primo Marcelo, que agora é seu morador. A cidade está cada vez mais bela, sinalizada, arborizada, com córrego tratado e canalizado. Agora tem a represa, que é o novo ponto turístico e de lazer da moçada. Tem Portal na internet e a Revista Portal VIP, dentre outros importantes veículos de comunicação. Catalão é a sementeira onde fui plantada sob um composto de ótima qua-
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lidade, regada com bons princípios e cultivada em um mutirão de solidariedade. É fruteira carregada de doçura, é tijolo de rapadura mergulhado no melaço da gargalhada sem limites, é espelho que refletia o preço que a vida ia impor. Era melhor rir muito de mim, de nós, dos outros, de tudo e de nada, enquanto fosse possível. E eu ri com elas, as amigas de sempre: Shirley, Sheila Nanete e Sheila Zarife, Beth França, Bibita, Valéria Gomide, Beatriz, Maura Hummel, Maria Alves. Amo Brasília, mãe adotiva, que me acolheu de braços abertos e me alimentou com seiva de boa qualidade, desde a porta aberta para a vida adulta. É a terra dos meus descendentes, das conquistas profissionais e dos novos amigos. Mas Catalão, minha mãe natural, é sombreiro sob o qual descanso, rindo das mesmas bobagens ou chorando com as mesmas amigas pelos que já não podem rir conosco. Nunca me esqueci da Festa do Rosário em outubro. Onde quer que eu esteja no dia vinte de agosto, informo, orgulhosa, a quem está ao meu lado: - Hoje é aniversário da minha cidade. E mentalmente envio-lhe uma mensagem: - Feliz aniversário, Catalão! http://www.sandrafayad.prosaeverso.net/
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