(KOVACH e ROSENSTIEL, 2003): -Reportagem Investigativa Original: o repórter faz papel de polícia, envolve-se na descoberta dos fatos desconhecidos pelo público; -Reportagem Investigativa Interpretativa: o tema da reportagem não é necessariamente novo. É uma matéria fornecida ao público de uma forma mais clara e objetiva. Envolve sempre assuntos mais complexos do que a reportagem do dia-a-dia, o jornalista mostra uma nova forma de olhar o fato, seja ele de um dia, uma semana e até décadas atrás. -Reportagem Sobre Investigação: o repórter acompanha as investigações, e publica seus respectivos desdobramentos a partir das informações transmitidas por fontes oficiais. Object 1
No artigo “o Jornalismo Investigativo, um novo gênero?”, o autor Heriberto Cardoso Milanês diz que o bom Jornalismo Investigativo está relacionado com aventura, antecipação e presença do repórter em grandes eventos que abalam o mundo, a agilidade de penetrar as fontes complexas, obter informações perdidas e divulgar os resultados obtidos em uma série de obras. Segundo Milanês, “O jornalismo Investigativo deve desvendar o motivo e a razão que algo está sendo escondido por alguém”.
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JORNALISMO INVESTIGATIVO A tentação da superficialidade Por Regiane Santos Barbosa em 19/12/2006 EM http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=412DAC002 Grande parte dos jornalistas, por imposição do mercado e por comodismo, faz questão de alimentar o efêmero – que nas redações se traduz em privilegiar textos enxutos, fragmentados, em blocos previamente estabelecidos, para facilitar a diagramação das páginas e o processo de fechamento da edição. Os profissionais correm, diariamente, em busca de notícias. Invadem as páginas dos jornais com inúmeros fatos relevantes ocorridos na cidade, no estado, no país e também no mundo. A pesada e atribulada carga de trabalho desses profissionais, associada à tensão do horário de fechamento do periódico acarretam, na maioria dos casos, notícias apuradas superficialmente, ou seja, o repórter procura saber, no local do ocorrido, somente quatro dos seis elementos do lead (primeiro parágrafo de uma notícia) o que, quem, quando e onde. Normalmente o como e o por quê do fato são deixados de lado, uma vez que a apuração demanda mais tempo e consulta a documentos e fontes. Devido a esses fatores, o repórter produz, diariamente, muitas matérias, mas, sem profundidade, interpretação e contextualização. "A atividade jornalística cotidiana em nosso tempo mostra sua trivialidade" (LIMA, 2000, p.7). Para o professor português e pesquisador de teorias relacionadas à análise do discurso, Jorge Pedro Sousa, o jornalismo é "uma forma de contar histórias" (ARRANZ, p. 1). A definição, à primeira vista, apesar de simples, explicita uma das funções básicas do jornalista. Mas, após uma reflexão mais aprofundada, surge um questionamento: como narrar, de forma fidedigna, histórias da vida
real? Ainda na ânsia de ocupar as páginas do jornal, os repórteres, subeditores e editores selecionam alguns dos milhares releases que transbordam nas caixas de correio eletrônico e modificam seu texto, para que, no outro dia, as informações carregadas de interesses, provindos das assessorias de comunicação de grandes instituições públicas e privadas estejam estampadas nas páginas do periódico. Neste processo de produção de notícias, a apuração é abandonada pelo repórter, uma vez que a preocupação do profissional concentra-se mais na estrutura textual da matéria. O objetivo do jornalista é adaptar as informações contidas no release em notícia. A verdade é que muitos dos textos estampados nas principais páginas dos jornais chegam prontos às redações no formato de press releases, produzidos por assessorias de imprensa ou secretarias de comunicação social de órgãos públicos e privados. Neste caso, o jornalismo é praticado sem nenhuma investigação, pelo menos por parte da reportagem que os publicou. (SEQUEIRA, 2005, p.16). A atitude, repetida diariamente na maioria dos veículos de comunicação, representa a mercantilização da notícia, disseminada em meados da década de 1950, a partir da extinção dos jornais político-partidários, da profissionalização dos jornalistas, da divisão do trabalho nas redações e da hierarquização de cargos e salários. Jornalismo investigativo: conceituação Uma das medidas para mudar a realidade é a adoção do jornalismo investigativo pelos profissionais. Primeiramente, é fundamental entender o conceito de jornalismo investigativo para depois compreender como esta prática interfere na sociedade. Não existe um conceito definido para jornalismo investigativo. Como a maioria das investigações jornalísticas é direcionada por técnicas desenvolvidas por cada repórter, os profissionais conceituam o termo de forma subjetiva e particular. Para Cleofe Monteiro de Sequeira, jornalismo investigativo se diferencia das outras práticas pelo "processo de trabalho do profissional e métodos e estratégias operacionais" (SEQUEIRA, 2005, p.15). Para Marcelo Beraba, ombudsman da Folha de S.Paulo e presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), jornalismo investigativo resume-se a uma reportagem com mais "fôlego" que as demais. "Qualificação específica para as reportagens de maior investimento de apuração. Aquela que exige mais tempo e paciência para pesquisas, entrevistas, observação direta, checagem e rechecagem" (FORTES, 2005, p.15). O jornalista Alberto Dines conceitua jornalismo investigativo como a busca de ligação entre os fatos e o encontro da explicação de sua ocorrência. O jornalismo investigativo pressupõe que o repórter trabalhe na descoberta de atividades e fatos desconhecidos pela população, ou invés de esperar ser informado por alguém da existência daquele fato. No Brasil, o jornalismo investigativo ainda está associado ao denuncismo, que consiste no repasse de informações sobre escândalos encobertos pelos envolvidos. Segundo Percival de Souza, em entrevista a Edileuson Almeida, reproduzida em Jornalismo Investigativo, dezenas de denúncias, dossiês e gravações chegam às redações diariamente. Ele observa que alguns dossiês já chegam editados, com grifos e fotos escolhidas. Normalmente, esta doação de dados, documentos ou mesmo de uma confissão está atrelada a diversos interesses particulares da fonte. Ou seja: "muito mais um mérito das fontes do que, propriamente, do repórter". (FORTES, 2005, p.17). História
O jornalismo investigativo, termo literalmente traduzido do inglês para o português, torna-se mais conhecidos após a Segunda Guerra Mundial e quase todos se originam dos Estados Unidos, especialmente a partir de 1955. Durante a Guerra do Vietnã, parte dos jornalistas norte-americanos, posicionados contra o governo, começaram a analisar criticamente a atuação dos políticos. Apesar de os trabalhos serem publicados em revistas como Life e Look, o público americano deu pouca atenção. Só em 18 de junho de 1972 é que o jornalismo investigativo ganhou destaque mundial com a publicação, pelo The Washington Post, do caso Watergate, reportagem política de autoria de dois jornalistas desconhecidos, Carl Bernstein e Bob Woodward, que culminou, com a queda do presidente dos Estados Unidos na época, Richard Nixon. O caso consistia na investigação de cinco homens que haviam sido presos na noite de 16 de junho de 1972 tentando instalar aparelhos eletrônicos de espionagem no comitê do Partido Democrata, no edifício Watergate, em Washington. Ao investigar o caso, Woodward e Bernstein acabam chegando à Casa Branca. Em 21 de março de 1973, James McCord, um dos cinco detidos no edifício Watergate, rompeu o silêncio e enviou ao juiz John Sirica, encarregado de instruir o processo, uma carta repleta de acusações. Os jornalistas do Washington Post sabiam, desde o começo, a verdade sobre James McCord. Tratava-se de um consultor de segurança da CIA (Agência Central de Inteligência), oficial de reserva e coordenador de segurança do comitê para a reeleição do presidente Nixon. A partir dessa carta, lida publicamente no Tribunal, em 23 de março de 1973, a insistente investigação jornalística de Bernstein e Woodward sobre Watergate começou a ganhar força e credibilidade. Com a imagem abalada diante da opinião pública, o presidente Nixon pediu demissão do cargo, sob ameaça de acusação política. Brasil Os jornais brasileiros só adotaram a reportagem investigativa após a ditadura militar. O Estado de S.Paulo, em 1976, é o primeiro a incorporar a prática. O Estadão publicou três matérias, intituladas "Assim vivem os nossos superfuncionários", que abalaram o país ao revelar a boa vida dos ministros e altos funcionários da corte instalada em Brasília e capitais federais. Infelizmente, a prática da investigação jornalística no país ainda é tímida. Cleofe Monteiro de Sequeira publicou em seu livro Jornalismo Investigativo: o fato por trás da notícia (pág. 26) um estudo feito pelo jornalista Carlos Chaparro sobre a evolução dos gêneros jornalísticos como forma discursiva nos os últimos cinqüenta anos da imprensa brasileira (1945-1994) enfocando o jornalismo diário praticado nos jornais Jornal do Brasil e O Estado de S.Paulo", por cinco décadas; Última Hora e Diário Carioca de 1945 a 1954; Correio da Manhã e Diário de S.Paulo, de 1955 a 1964; O Globo e Jornal da Tarde de 1965 a 1974; e Folha de S.Paulo e O Globo, de 1975 a 1995. Na amostra de 1995, a reportagem investigativa ocupava apenas 2,32% do espaço total da Folha de S.Paulo e 1,73% em O Globo; na amostra de 1945-1994, 0,20% no Estado de S.Paulo, e 0,50% no Jornal do Brasil. Segundo Carlos Chaparro (2003, pág. 3), o mercado jornalístico, em especial as redações dos meios impressos, caracterizam-se por... ...pressões do negócio e às tensões impostas pelo ritmo da produção industrial, criando detalhadas rotinas administrativas, para controlar e otimizar, sob o ponto de vista gerencial, a seleção e a produção do noticiário. No exercício dessa competência, boa parte do tempo é ocupada em atividades de depuração, no mar de informações que jorram das fontes cada vez mais organizadas. E não há tempo, nem estrutura, nem cultura, para pensar o aprofundamento dos fatos. (CHAPARRO, 2003, p.3) Diante dessa realidade, as redações preferem jornalistas que sejam eficientes organizadores de
dados provenientes de releases ou fatos mal-apurados in loco "que posteriormente transformam em notícias insípidas, sem contextualização, que servem para desinformar o leitor ao invés de informálo" (SEQUEIRA, 2005, p.45), uma vez que a fragmentação e a superficialidade das informações impedem a plena compreensão do fato que está sendo reportado ao leitor. Os jornais oferecem aos leitores inúmeras informações no formato de notícias e reportagens curtas. Mas será que estes fatos mal-apurados e maquiados em textos superficiais atendem ao direito básico do cidadão de informação? Uma vez que esses dados, números, estatísticas, pesquisas de opinião que chegam prontos aos e-mails dos repórteres, sem nenhuma descrição de quais métodos utilizaram para obter aquele resultado. Questionamentos sobre os métodos utilizados no jornalismo investigativo Uma das falhas do jornalismo atual é a ausência de investigação. A maioria dos repórteres acredita em todos os relatos e documentos que chegam às suas mãos. "Documentos que deveriam ser ponto de partida viraram pontos de chegada" (FORTES, 2005, p. 82). A reportagem investigativa passou a ser encarada, por grande parte dos veículos de comunicação, como "jornalismo fiteiro". "Na maior parte dos casos, o jornalismo se resume à coleta e a reprodução de fitas". (FORTES, 2005, p.91). O repórter precisa, primeiramente, para inverter tal situação, de faro para detectar que determinada declaração, número, documento, estatística, pesquisa de opinião ou situação tem algo de "estranho". Desconfiado, o profissional deve munir-se de ferramentas para investigar porque determinadas informações foram ou são omitidas. Essas ferramentas investigativas geram polêmica no meio acadêmico, no mercado de trabalho e na opinião pública, já que muitos profissionais utilizam de métodos escusos para conseguir informações exclusivas. Para muitos, o trabalho do repórter investigativo confunde-se com o da polícia e do Ministério Público, porque jornalistas vão a campo apurar fatos e utilizam-se de câmeras e gravadores escondidos, grampos telefônicos e vigília constante dos envolvidos, métodos utilizados pelas autoridades policiais e públicas. Alguns profissionais fazem uso de métodos pouco ortodoxos na investigação jornalística, como Percival de Souza, quando ainda era repórter do Jornal da Tarde. Ele arrombou um barraco para pegar uma foto de "João Boiadeiro", o doador do primeiro transplante de coração feito no Brasil. De acordo com o relato do colega de trabalho de trabalho de Percival, Antônio Carlos Fon, o repórter "arrombou a porta do falecido, mexeu nas coisas dele, pegou o ‘boneco [retrato] do defunto e mais: tirou todos os bonecos que ele encontrou na casa. Assim, se outro repórter chegasse depois, não encontraria nada". (PROENÇA, LOPES , 2003, pág. 86). Além de utilizar meios ilícitos para comprovar determinado fato, muitos jornalistas condenam, nas entrelinhas da reportagem, como se detivessem o poder de um juiz de direito, os envolvidos no caso narrado. O jornalismo presta um serviço através de uma investigação, quanto a isso não há a menor dúvida, pois denuncia o que não funciona, mas não pode substituir o Estado. Para informar a sociedade de um erro, não justifica que o repórter cometa outro. Ele deve investigar o fato, mas com uma conduta profissional que celebre prudência. Um dos métodos para seguir esta conduta seria a mescla de algumas ferramentas do próprio jornalismo investigativo associadas às ferramentas de pesquisa das ciências sociais. Essa junção de métodos dá-se o nome de jornalismo de precisão. Jornalismo de precisão: uma saída Jornalismo de precisão é a aplicação de métodos de pesquisa das ciências sociais ao jornalismo. "O domínio da metodologia científica das ciências sociais e sua possível aplicação ao jornalismo constitui a coluna vertebral dessa modalidade jornalística" [Trecho original do artigo de Fermín
Galindo Arranz , "Propuesta de periodización histórica y evolución conceptual del periodismo de precisón". El dominio de la metodologia científica propia de las ciencias sociales y su posible aplicación informativa constituye la columma vertebral de esta modalidad periodística]. (ARRANZ, 2004, p.1). O criador do método é o americano Philip Meyer. Ainda estudante da Universidade de Havard, ele já era um estudioso dos métodos empíricos de investigação social. Como repórter do The Detroit Free Press, ele utilizou as técnicas das ciências sociais para estudar os subúrbios de Detroit. A pesquisa feita para essa reportagem derrubou as duas teorias até então aceitas sobre os atos de vandalismo na cidade. Ao contrário do que se pensava, as depredações não partiam predominantemente de pessoas com baixo nível de instrução e de negros oriundos do Sul. Com o cruzamento de dados apurados com embasamento em métodos das ciências sociais, Meyer descobriu que pessoas com curso superior haviam participado dos estragos em porcentagens próximas às que não tinham completado o segundo grau. A partir dessa reportagem, o jornalista iniciou uma série de reflexões sobre a aplicabilidade destas ferramentas ao jornalismo, que culminou, em 1973, com a publicação do livro A Reporter´s Introduction Social Science Methods. Em 1991, Meyer publicou seu segundo livro sobre jornalismo de precisão: The New Precision Journalism, livro que explica a aplicação direta de ferramentas como amostragem e inferência estatística nas reportagens para "aumentar o poder tradicional do repórter sem mudar a natureza de sua missão – encontrar os fatos, entendê-los e explicá-los" (MEYER, 1991, p.4). Ainda nesta obra, Meyer discute a Reportagem Assistida por Computador (Computer Assisted Reporting), sub-tema do jornalismo de precisão no qual o repórter usa e analisa informações provenientes de banco de dados da internet. Para Meyer, a falha no jornalismo é que ao mostrar os dois lados conflitantes, o jornalista não tem embasamento suficiente para tirar nenhuma conclusão. Já no jornalismo de precisão, o repórter, armado com os métodos de investigação científica, pode fazer avaliações úteis sobre o tema analisando, uma vez que está munido de metodologia e da objetividade da ciência. O repórter que pretende incorporar a prática do jornalismo de precisão deve conhecer e compreender conceitos de diversas áreas das ciências humanas, como sociologia, antropologia, psicologia e filosofia e ainda deve estar ciente de que, mesmo sendo dono de vasto conhecimento, nenhuma verdade, mesmo que pesquisada, medida e avaliada por métodos científicos, é absoluta. "O sentimento de certeza não é o teste da certeza. Já tivemos certeza absoluta de muitas coisas erradas" (MEYER, 1991, p.7). A premissa básica do jornalismo de precisão é saber o que fazer com os dados. Para isso, o repórter precisa conhecer e compreender as cinco etapas para o desenvolvimento do trabalho no jornalismo de precisão. A coleta de dados é a primeira delas. Ela consiste em ir a campo para realizar pesquisas definidas previamente após estudo que engloba qual método adequado para coletá-los. O passo seguinte fundamenta-se no armazenamento dos dados, através da criação de banco de dados, o que facilita a execução da próxima fase, o manejo correto dos dados apurados. Na penúltima fase, a de análise dos dados, observa-se que o jornalista pode encontrar desvios e fenômenos que variam por motivos ainda desconhecidos. Neste caso, ele precisa utilizar outras linhas de raciocínio para chegar à conclusão. Para comunicar essa análise à sociedade, o repórter deve ficar atento para traduzir, em linguagem simples e objetiva, informações e dados complexos, porque uma reportagem não entendida torna-se uma reportagem perdida. Ainda não existe tradução para o português dos livros de Meyer. Há versões em inglês, língua original da publicação. O fato prejudica o aprendizado do jornalismo de precisão no Brasil. O único
jornal do país que não ignora o gênero é a Folha de S.Paulo". Segundo Marcelo Soares [então repórter da Folha], dois jornalistas da organização mexicana Periodistas de Investigación, filiada à Investigative Reporters and Editors, visitam o jornal três vezes por ano para difundir a Reportagem Assistida por Computador (CAR). Porém, até hoje apenas um repórter deles, chamado José Roberto de Toledo, demonstra intimidade com o uso do computador como ferramenta de reportagem (LIMA, 2004, p.4). Para Julia Wallace, editora administrativa do USA Today, no futuro, vai ser necessário muito mais do que habilidade para escrever, boas fontes e muita energia para ser jornalista. "Repórteres e editores vão precisar saber algo sobre estatística e software. E não é fácil, mas é necessário". (MEYER, 1991, p.12). Afirmação da profissional após os primeiros meses de contato com o jornalismo de precisão. Bibliografia ARRANZ, Fermín Galindo. "Propuesta de periodización histórica y evolución conceptual del periodismo de precisión". [internet]. 1 jul.2004. Disponível em http://revistas.sim.ucm.es:2004/inf/11341629/articulos/ESMP0404110097A.PDF [[12 fev. 2006] SEQUEIRA, Cleofe Monteiro de. Jornalismo Investigativo: o fato atrás da notícia. São Paulo: Summus, 2005. FORTES, Leandro. Jornalismo Investigativo. São Paulo: Contexto, 2005. CHAPARRO, Carlos. "Falta cérebro nas redações". [internet]. 16 out. 2003. Disponível em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/asp2110200392.htm [14 mai.2006] LOPES, Dirceu Fernandes, PROENÇA, José Luiz. Jornalismo Investigativo. São Paulo: Publisher Brasil,
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O JORNALISMO INVESTIGATIVO AMERICANO LUTA PARA SOBREVIVER POR BIANCA VIANNA
fonte http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao_49/artigo_1430/Caro_trabalhoso_chato.aspx em 05/11/2010
Steve Coll trabalhou mais de vinte anos no Washington Post. Foi repórter, editor, correspondente internacional e diretor de redação do jornal. Tem seis livros publicados, ganhou dois prêmios Pulitzer e escreve sobre segurança nacional na revista The New Yorker. Com seu rosto redondo e um resto de franja ruiva que resiste à calvície, aos 52 anos Coll parece um menino envelhecido. “Se estivesse começando agora, escolheria outra profissão”, disse ele, desanimado, folheando uma piauí na sala de reuniões da New American Foundation, da qual é presidente. “O tipo de jornalismo que fiz a vida toda, com reportagens investigativas longas, de estilo narrativo, acabou.” Foi outro dia mesmo – na segunda metade do século XX – que o jornalismo investigativo americano viveu sua época de glória. Em 1969, o repórter Seymour Hersh publicou em mais de trinta jornais uma reportagem sobre o acobertamento do massacre de centenas de civis por soldados americanos na aldeia de My Lai, no Vietnã. Dois anos depois, o New York Times publicou os “papéis do Pentágono”, uma série de reportagens sobre um estudo secreto do próprio governo que demonstrava a impossibilidade de ganhar a guerra do Vietnã. Em 1972, por fim, Bob Woodward e Carl Bernstein, repórteres policiais do Washington Post, descobriram que a Casa Branca colocara escutas ilegais na sede do Partido Democrata, no edifício Watergate, na capital americana. A investigação levou dois anos, e mostrou que Richard Nixon não só ordenara o crime como tentara escondê-lo da Justiça, o que provocou a renúncia do presidente, em 1974. Woodward e Bernstein, com alguma ajuda de Robert Redford e Dustin Hoffman, que os retrataram bonitos e charmosos em Todos os Homens do Presidente, tornaram o jornalismo investigativo uma atividade glamorosa. As escolas de jornalismo encheram-se de jovens querendo derrubar presidentes.
São reportagens como essas que, segundo Steve Coll, podem estar em vias de extinção nos Estados Unidos. O motor da crise está na internet, que alterou tanto a maneira como a imprensa escrita obtém lucro quanto os hábitos de leitores e anunciantes. O início da crise remonta a 1995, quando Craig Newmark começou a enviar para uma lista de endereços eletrônicos um boletim gratuito com informações sobre eventos sociais em São Francisco, cidade para onde se mudara recentemente e na qual não tinha muitos amigos. A iniciativa resultou na craigslist.org, hoje o maior site de anúncios classificados do mundo, com 20 bilhões de page views por mês, mais de 50 milhões de usuários só nos Estados Unidos e versões em setenta países (no Brasil, ele existe em nove capitais). O site da Craigslist, feio e funcional, lembra as velhas seções de classificados que veio a substituir. Cobra-se apenas por determinados tipos de anúncios, em algumas cidades. Corretores de imóveis em Nova York têm de pagar. Já os de Des Moines, capital do Iowa, anunciam de graça. Nas dezoito maiores cidades americanas, são cobrados os classificados de empregos e as ofertas de serviços, e nas outras não. A Craigslist tem uma receita anual estimada em pouco mais de 100 milhões de dólares – quase nada, quando se pensa no estrago que ela causou. Até o surgimento do site, os grandes jornais americanos financiavam 80% de suas operações com classificados e anúncios. Apenas 20% vinham de assinaturas e da venda em bancas. Os classificados garantiam a sobrevivência dos jornais não só pelo seu peso na receita, mas também pela pulverização que representavam. Junto com os anúncios do comércio local, eles garantiam o equilíbrio das contas, caso o jornal perdesse um ou outro anunciante de grande porte. É por isso que Steve Coll acha uma falácia debater se os leitores devem ou não sustentar os jornais pagando pela leitura on-line. “Leitor nunca sustentou jornal. Eram os classificados e os anunciantes que o faziam”, ele disse. E tanto um como o outro foram atraídos para a internet. Nos grandes jornais, os anunciantes pagavam caro pelo acesso a um público enorme, variado e disperso. Ou seja, desperdiçavam dinheiro para atingir leitores que nunca comprariam suas mercadorias. A internet resolveu o problema. Casando resultados de buscas, histórico de compras e informações colocadas pelos próprios consumidores em sites de relacionamento, é possível acercar-se com precisão do público-alvo. O retorno é maior e o custo dos anúncios é menor. Além da derrota econômica para a internet, os jornais também foram vencidos na batalha, por assim dizer, ideológica. Mais precisamente: eles se renderam. Renderam-se à premissa, alardeada pelos conglomerados on-line, de que tudo na internet deve ser acessível e gratuito. Com isso, o trabalho de jornalistas como Steve Coll passou a ser distribuído de graça e reproduzido por toda a rede. Parte dos leitores migrou do papel para os sites de notícias. A crise se instalou. A companhia que controla o Los Angeles Times e outros jornais tradicionais, como o Chicago Tribune, pediu concordata. O Washington Post, cuja margem de lucro caiu 25% nos últimos cinco anos, sobrevive subsidiado pela Kaplan, empresa de materiais didáticos pertencente ao mesmo grupo. O New York Times, com uma queda de 50% na margem de lucro, foi obrigado a tomar um empréstimo a juros altos do bilionário mexicano Carlos Slim. A revista semanal Newsweek, que no ano passado perdeu 30 milhões de dólares, foi vendida para o milionário Sidney Harman por 1 dólar (mais as dívidas). A circulação da mídia impressa caiu 30% em um par de anos. Calculase que 26 mil jornalistas tenham perdido o emprego desde 2008. As áreas que mais sofreram foram o jornalismo investigativo e a cobertura internacional. Nesse cenário devastado apareceu, no improvável papel de herói, o casal de velhinhos Marion e Herb Sandler. Hoje chegando aos 80 anos de idade, os Sandler começaram a fazer fortuna em 1963, com a criação da Golden West Financial Corporation. O negócio cresceu e se tornou o World Savings Bank. Em 2006, logo antes da crise financeira, o casal o vendeu para o banco Wachovia. Dos 2,4 bilhões de dólares
que receberam na transação, 1,4 bilhão foi destinado à pequena fundação que haviam criado anos antes. O aporte pôs a Fundação Sandler entre as trinta maiores dos Estados Unidos. Os Sandler começaram a financiar pesquisas de doenças parasitárias e criaram um programa de estudo da asma, doença da qual Marion sofre. Doaram mais de 30 milhões de dólares para a organização de direitos humanos Human Rights Watch. Fundaram um centro de estudos, em Washington, dirigido por John Podesta, ex-chefe de gabinete de Bill Clinton. E decidiram
bancar um projeto de jornalismo sem fins lucrativos. O casal distribui dinheiro de um modo singular. Em vez de receber propostas, como ocorre com a maioria das fundações americanas, são eles que saem atrás das melhores pessoas das áreas para as quais querem fazer doações. Os beneficiários são surpreendidos por um telefonema oferecendo financiamento para seus projetos. Mas a Fundação Sandler esquadrinha a vida dos escolhidos como se fossem candidatos a emprego na Casa Branca. Colegas e excolegas recebem telefonemas em busca de informação, e toda a vida profissional dos possíveis favorecidos passa pelo crivo do casal. Foi assim que chegaram a Paul Steiger, o diretor de redação do Wall Street Journal. Os Sandler queriam saber em quais áreas do jornalismo seu dinheiro poderia fazer diferença. Ouviram de Steiger que o jornalismo investigativo é o ramo mais importante para o funcionamento de uma democracia – e o que mais está em risco. O casal, que havia conversado com outros jornalistas, disselhe então que queria montar uma redação que se dedicasse exclusivamente a reportagens investigativas. Seria uma redação bem paga, que trabalharia em liberdade e não buscaria o lucro. A única condição do casal foi que Steiger fosse o editor-chefe. Investigações jornalísticas são trabalhosas, caras, demandam tempo e nem sempre rendem reportagens publicáveis. Pode se passar meses escarafunchando um assunto e não conseguir material suficiente. A maioria exige viagens e algumas requerem mais de um repórter trabalhando em tempo integral. Também costumam ser bem mais longas do que as matérias comuns, o que, no mundo do Twitter, lhes reduz o número de leitores em potencial. Reportagens de Steve Coll para a New Yorker, por exemplo, ocupam de quinze a vinte páginas da revista e custam mais de 100 mil dólares. “Dependendo da dificuldade de acesso e das condições do lugar”, disse Coll, “30 mil vão só para cobrir as despesas de deslocamento.” Como os países sobre os quais ele costuma escrever são Iraque, Paquistão e Afeganistão, a essas despesas somam-se os custos com segurança e apólices de
seguro contra sequestros. Paul Steiger conhece esse risco. Ele chefiava a redação do Wall Street Journal em 2002, quando o repórter Daniel Pearl foi sequestrado e morto pela Al Qaeda depois de cinco semanas de cativeiro no Paquistão. Gerry Marzorati, editor-chefe da New York Times Magazine, a revista dominical do Times, lembrou-se das guerras que cobriu na América Central, nos anos 80: “Os rebeldes precisavam da imprensa para divulgar sua luta. Não nos viam como inimigos. Era raro um repórter ser ferido. Com 200 dólares dava para se hospedar por um mês no InterContinental em San Salvador e a gente ainda ganhava um arroz com feijão que não era nada mau.” Em janeiro de 2008, Paul Steiger e os Sandler fundaram a Pro Publica, no 23º andar de um prédio na ponta sul de Manhattan, a cinco minutos da Bolsa de Valores e em frente à famosa escultura do touro de Wall Street. O aluguel estava barato porque o lugar pertencia a uma corretora de valores que acabara de quebrar. A redação é decorada com discrição, toda em tons de bege, com muita luz natural e amplas vistas da cidade. O ambiente é sóbrio. Os chefes usam gravata. Os outros se vestem com discrição. Todos falam baixo e mal tiram os olhos de seus monitores Apple. As baias não têm decoração pessoal, nada de retratos ou pôsteres, nenhum bonequinho ou desenho de criança. Quando foi procurado pelos Sandler, Steiger se aproximava dos 65 anos, idade de aposentadoria compulsória no Wall Street Journal. A Pro Publica lhe deu a oportunidade de recomeçar do zero, numa versão para o século xxi da carreira que teve no século xx. Seu entusiasmo é o de um novato, em contraste com o ceticismo de Steve Coll, mas idêntico ao redator-chefe Steve Engelberg. Outro veterano, Engelberg costuma dizer, em suas muitas aparições públicas para falar do empreendimento, que esse é o melhor emprego que já teve na vida. A Fundação Sandler doou 30 milhões de dólares para sustentar os três primeiros anos da Pro Publica. A cada final de ano o financiamento pode ser renovado por mais doze meses, de tal forma que, se a fonte secar, a redação terá sempre dois anos para
buscar novos patrocinadores. Até agora, a renovação aconteceu como previsto. O dinheiro está garantido até pelo menos 2013. A Pro Publica só faz reportagens investigativas. Nas palavras de Susan White, uma das quatro editoras, dali “só sai notícia ruim”. São 32 pessoas que investigam governo, instituições, indivíduos e empresas. Além da redação em Nova York, há uma sucursal em Washington, com quatro pessoas. As reportagens podem levar semanas, meses ou anos para ficar prontas. Dinheiro não é problema. Ao abrir as portas, há dois anos, sem pôr um anúncio, Steiger recebeu 1 400 currículos de gente querendo trabalhar lá. Para Mike Webb, o diretor de comunicações, o número colossal de candidatos “revela mais sobre a situação do jornalismo americano do que sobre a nossa redação”. Com o orçamento anual de 10 milhões de dólares, Steiger não teve dificuldade em montar uma equipe de primeira, composta de jornalistas do Wall Street Journal, New York Times, Washington Post e outras publicações da grande imprensa. Há oito vencedores do Pulitzer na equipe. Há também jornalistas jovens, com experiência em internet. A Pro Publica não trabalha com voluntários nem freelancers na apuração e redação de matérias. Os repórteres são todos contratados em regime de dedicação exclusiva e recebem salários que equivalem aos da grande imprensa. Segundo Philip Gourevitch, repórter da New Yorker, a Pro Publica “é uma redação de verdade, chefiada por um jornalista de verdade, com repórteres de verdade. A única coisa que eles não têm de fazer é administrar um jornal”. A organização mantém um site no qual se define como uma “redação independente e sem fins lucrativos dedicada a servir o público”. As reportagens estão sempre disponíveis ali. Mas, para obter maior repercussão, a prioridade é publicá-las em parceria com jornais, revistas, sites de notícias e redes de rádio e televisão. A missão da Pro Publica, segundo Mike Webb, é publicar matérias com “força moral, apurar casos de abuso de poder e desmando por parte de indivíduos, governo e instituições públicas ou
privadas, como hospitais, escolas, universidades ou a polícia”. Em maio passado, a Pro Publica ganhou seu primeiro Pulitzer. A reportagem premiada teve como tema as decisões tomadas por médicos de um hospital de Nova Orleans nos dias imediatamente posteriores à passagem do furacão Katrina. Assinada por Sheri Fink e publicada na revista do New York Times, a matéria levou dois anos para ser apurada, escrita e editada. Nesse período, a repórter se dedicou exclusivamente ao assunto, sem publicar mais nada. O custo total das quase 13 mil palavras publicadas sobre os médicos de Nova Orleans ficou em cerca de 350 mil dólares, a maior parte bancada pela Pro Publica. Em sua sala no novo edifício do New York Times, projetado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, Gerry Marzorati, editor da revista dominical, explicou: “Matérias investigativas tratam de assuntos delicados, requerem checagem cuidadosa de todos os fatos e de todas as fontes. Tudo passa pelos advogados, o que aumenta o custo. Hoje, são poucas as organizações jornalísticas capazes de arcar com um projeto assim.” Nos Estados Unidos, todas as reportagens e artigos que lidam com fatos polêmicos passam por avaliação jurídica, como precaução contra processos. O New York Times tem uma equipe própria de advogados para cuidar disso. Na Pro Publica, essa é a área de Dick Tofel, advogado e administrador da redação. A reportagem de Sheri Fink foi submetida aos advogados das duas publicações. Marzorati refez o histórico da matéria: “Sheri nos havia oferecido a matéria antes até de começar a escrevê-la. Não aceitamos porque não a conhecíamos e ela não era repórter de revista. Meses depois, Steve Engelberg, que eu conhecia dos muitos anos dele no New York Times, me falou de novo da matéria. Com esse aval, foi mais fácil aceitar uma reportagem produzida por outra redação que não a nossa. Como a Pro Publica não tem editores de revista, levamos quase um ano na edição, que foi feita em conjunto.” Em quase três anos de existência, a Pro Publica fez parcerias com todos os grandes jornais americanos e com muitos dos pequenos
e médios, como o Times-Picayune, de Nova Orleans, e o Miami Herald. Suas matérias são veiculadas em sites de notícias como o Politico, o Huffington Post e o Daily Beast. E em programas de televisão de grande audiência, como o 60 Minutes, da cbs, e o 20/20, da abc. A CNN também leva ao ar reportagens da Pro Publica. Um parceiro estratégico é a National Public Radio, a npr, que tem mais de 20 milhões de ouvintes. A Pro Publica colabora regularmente com vários programas da emissora. Um deles é o This American Life, que foi escolhido para trabalhar em conjunto numa reportagem sobre um hedge fund predatório chamado Magnetar. Antes da crise de 2008, o fundo ganhou muito dinheiro especulando, ou manipulando, o mercado de hipotecas de risco. This American Life é semanal. Apresenta sempre um tema ilustrado por duas ou três histórias reais, contadas com rigor jornalístico mas também com muito humor. Jake Bernstein e Jesse Eisinger, repórteres da Pro Publica acostumados à linguagem seca e direta das seções de economia, passaram sete meses investigando o Magnetar. Contribuíram com o programa dando entrevistas e explicações sobre o complexo mundo dos derivativos. A equipe do This American Life cuidou de tornar o assunto palatável aos seus mais de 6 milhões de ouvintes mensais. Bernstein e Eisinger, que nunca haviam trabalhado com rádio, viram sua matéria inspirar uma canção, intitulada Apostando contra o sonho americano, baseada no tema do musical Os Produtores. Em forma escrita, austera e sem música, a reportagem saiu também no site da Pro Publica. Jesse Eisinger, que tem trinta e poucos anos e trabalhara com Steiger no Wall Street Journal, acha que a parceria com a equipe irreverente e talentosa do This American Life foi das melhores experiências de sua carreira. Num café próximo à redação, ele contou que quando Steiger o convidou para a Pro Publica, não teve dúvidas em aceitar. Ele era repórter da revista financeira Portfolio, que estava prestes a fechar, e tinha boas propostas de emprego da Reuters e da Bloomberg. Na Pro Publica, o salário era um pouco menor. Mas
Eisinger contava com a indenização que receberia da Portfolio. E, sobretudo, queria mudar o rumo da sua vida profissional. “Eu escrevia colunas sobre como os ricos podem ganhar ainda mais dinheiro”, disse. “Queria algo novo, e ainda não havia tido muitas oportunidades de fazer jornalismo investigativo.” Eisinger se entusiasma com a Pro Publica: “Ao contrário do que acontece num grande jornal, onde há sempre muitas editorias, aqui todos seguem a mesma direção, com os mesmos objetivos. Temos apoio da chefia para perseguir matérias longas e complicadas pelo tempo que for necessário e não há pressão para escrever ‘o que vende’. Na grande imprensa os repórteres normalmente competem não pela melhor matéria, mas pela matéria de capa. Isso não existe aqui. Além do quê, no Wall Street Journal ninguém nunca transformou uma matéria minha num musical...” A editora Susan White, que ocupa uma sala com vista para a Broadway é uma californiana de catálogo, cheia de energia. De cabelos curtos e claros, porte de quem pratica esportes, ela fala rápido e se empolga com facilidade. É outra entusiasta do modelo não comercial da Pro Publica. White explicou que, para garantir a repercussão das reportagens, a redação se une ao veículo que considera mais adequado a cada matéria. “Descobrimos que um senador do Havaí usava sua influência para obter dinheiro do tarp, um programa do governo federal de auxílio às instituições financeiras, e favorecer um banco do qual era acionista”, disse. Foi feita uma parceria com o Washington Post antes de a série de reportagens ser escrita. O repórter da Pro Publica estava familiarizado com a burocracia do tarp, contou Susan White, enquanto o repórter do Post conhecia tanto o congressista, que ele já vinha investigando havia um tempo, como o funcionamento do Congresso: “Os dois apuraram e escreveram juntos, e, como sempre, programamos a primeira matéria para sair no mesmo dia no nosso site e no jornal. Assim ninguém fura ninguém.”
Nesse caso, cada veículo cobriu os custos da sua parte da investigação. Mas há situações em que o jornal ou revista recebe a matéria de graça. Ainda assim, explicou Susan White, não se trata necessariamente do texto definitivo: “Nosso parceiro pode sugerir mudanças por questões de espaço e para adequá-lo aos seus leitores. Não vemos nenhum problema nisso.” A iniciativa, porém, é sempre da Pro Publica. “Sempre começamos uma apuração sozinhos e avançamos nela até ter certeza de que dá matéria”, disse. Só então é proposta a parceria. Susan White veio do jornal San Diego Union-Tribune, que passa por dificuldades. A imprensa regional é a maior vítima da crise. Muitos jornais fecharam ou cortaram drasticamente os custos, a ponto de quase não terem mais as notícias locais. O senador democrata Chris Dodd disse em agosto à New Yorker: “Antigamente, havia onze repórteres de jornais de Connecticut cobrindo as minhas atividades todos os dias. Hoje não há nenhum.” Para Susan White, os jornais regionais “cometem suicídio” ao incentivar os repórteres a escrever “o mesmo tipo de matéria curta e superficial” que caracteriza a internet e a televisão. Gerry Marzorati, do New York Times, concorda, e identifica um risco ainda maior. “A elite intelectual nunca teve tanta informação de qualidade à disposição”, disse. “Todos os grandes jornais e revistas do mundo estão on-line e vão sobreviver. O drama é o desaparecimento da mídia local, pois isso significa que a classe média perdeu as fontes de informação qualificadas. Antes, todo mundo via o noticiário principal da televisão, e lia na Time ou na Newsweek a versão resumida do que saía nos veículos mais sofisticados – isso além de ler sempre os jornais locais. Hoje o que a classe média consome são as notícias policiais, as fofocas da tv aberta e a gritaria partidária dos canais a cabo. É muito difícil governar com seriedade um país com uma população desinformada.” Visitando a redação do New York Times, não se acredita que o jornal esteja em crise. É preciso um esforço para lembrar que a construção do novo edifício deixou a empresa tão endividada que em 2009, dois anos depois da inauguração, foi necessário vender o imóvel e arrendar do novo proprietário os 21 andares ocupados
pelo jornal. O Times tem a opção, se tudo der certo, de recomprálo em 2019 por 25 milhões acima do preço de venda. Até lá, o prédio com o famoso nome em letras góticas na fachada, não pertence ao New York Times. A redação – uma área aberta tomada por baias amplas, com acabamento em madeira – é dominada por duas escadarias vermelhas que levam a um mezanino, com balaustrada da mesma cor, no qual está instalada a editoria de cultura. As salas de reunião do primeiro escalão lembram o salão de comando de emergência da Casa Branca em filmes-catástrofe: uma mesa comprida e imponente, monitores em todas as paredes e o que mais se imaginar de parafernália high-tech de comunicação. A sensação é de uma empresa de tecnologia ultramoderna, mas sem nerds ou espécimes da jeunesse dorée do Vale do Silício. Nada de funcionários de patinete pelos corredores. Quase não se ouve conversa. Os repórteres usam fones e falam baixo. Marzorati gosta muito do edifício, que acha bonito e funcional. O ambiente combina bem com suas ambições para o jornal: “No futuro, o New York Times será um site que terá também uma versão impressa.” Os chefes da Pro Publica insistem em dizer que sua empreitada não é um modelo a ser seguido, e muito menos a solução para os problemas da imprensa. Não há como substituir com filantropia aquilo que, no jornalismo tradicional, é uma mercadoria. Uma redação como a do New York Times, com 1 150 pessoas e 26 sucursais internacionais, consome 200 milhões de dólares por ano. Não há fundação que aguente. A operação tem que ser lucrativa. A ideia de uma redação não comercial que colabore com os veículos tradicionais não foi inventada pela Pro Publica. Ela é a base, há duas décadas, do Center for Public Integrity, o CPI. Ele foi criado por Charles Lewis, que o dirigiu por quinze anos e hoje é professor da American University, em Washington. Lewis é um fundador compulsivo de redações sem fins lucrativos. Desde 1989, já foram quatro. O CPI, além de produzir jornalismo, é o que os americanos chamam de watchdog group, um grupo que monitora instituições de interesse público. Com esse fim, o centro produz
relatórios e livros sobre suas pesquisas. Tudo é publicado no site. Sua sede fica a dois quarteirões da New American Foundation de Steve Coll, numa região coalhada de lobistas. A redação tem 35 repórteres e pesquisadores, quatro editores, um checador e um advogado. Um subprojeto do Centro é o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, uma rede de mais de 100 jornalistas em cinquenta países (entre eles, o Brasil), que é mobilizada para coletar informação para as investigações. O CPI administra um orçamento de 5 milhões de dólares por ano, doados por mais de cinquenta fundações, empresas e indivíduos. Segundo Bill Buzenberg, o diretor executivo, é um esquema que garante não só o futuro do centro, mas também sua independência. Se perder alguns desses financiadores, não fecha as portas. Uma das críticas mais comuns à Pro Publica, ao contrário, está no fato de seus recursos virem praticamente de uma só fonte. Isso daria poder demais aos Sandler, e colocaria em risco a continuidade do projeto caso desistam de cacifá-lo. Paul Steiger vem tentando diversificar o financiamento, mas, como parte do patamar de 10 milhões de dólares por ano, não é fácil achar quem queira contribuir. Assim mesmo, a Pro Publica acaba de receber uma doação de 1 milhão de dólares da Fundação Knight, dinheiro que seria uma bênção para qualquer outra organização. Para a dos Sandler, não faz nem cócegas. A diversificação, tornando a Pro Publica independente da boa vontade dos filantropos, é necessária também para manter a credibilidade do projeto, que até aqui está diretamente associada à escolha de Steiger como editor-chefe. Ele é respeitado no metiê, à direita e à esquerda do espectro ideológico. Ninguém imagina que aceitaria dirigir uma redação ativista, empenhada em defender as causas preferidas do patrocinador. O que vai acontecer quando se aposentar é outra história. Por enquanto, Steiger está a mil, sem dar nenhum sinal de que é hora de parar. Bill Buzenberg, diretor executivo do CPI desde 2007, é outro que está animadíssimo, apesar de ter mais de 60 anos. Ele fez carreira
na chamada “mídia pública”, aquela que recebe alguma verba do governo e as isenções fiscais a que têm direito instituições como museus e universidades. O grosso do financiamento, no entanto, vem de fundações e doações de particulares e do público. Buzenberg passou três anos na BBC em Londres e foi vicepresidente de notícias da npr. Grandalhão, meio desengonçado e de pele bem branca, em qualquer praia do Rio seria reconhecido a quilômetros como gringo. Sua sala é entupida de livros e papéis. Ao se levantar da mesa e se dirigir até o pequeno sofá, ele tropeça na pilha de folhetos que estava no caminho. Quando começa a falar do trabalho vai quase num fôlego só. De vez em quando se levanta para pegar material sobre o que está contando. Os visitantes saem carregados de folhetos, apostilas e livros, não só sobre o CPI, mas sobre os males do tabaco, o problema do estupro nas universidades americanas, o peso dos lobistas no funcionamento do Legislativo e por aí vai. O diretor executivo do CPI não para de ter ideias de novas investigações, novas parcerias e novas formas de conseguir dinheiro. Até dessa última função ele gosta: “Descobri quando estava na npr que eu adorava sair atrás de financiadores. E por que não? São pessoas interessantes, que acham o nosso trabalho importante e querem nos dar dinheiro. Tem coisa melhor?” Quando finalmente decide respirar, ele diz: “Eu adoro o meu trabalho.” A redação do CPI, barulhenta e movimentada, parece com ele. Os repórteres são mais jovens do que os da Pro Publica, vestem-se de maneira mais informal, decoram as baias com objetos pessoais e pregam avisos de feiras de produtos orgânicos e shows de música pela sala. Parece mais a sede de uma ong. Mas ninguém trabalha de graça, e os salários são semelhantes aos da Pro Publica. O jornalismo que se produz ali é tido pela imprensa tradicional como confiável e de alta qualidade. Além de colaborar com todos os grandes jornais, revistas e redes de rádio e televisão, o CPI se associa também a veículos estrangeiros, como o jornal The Guardian e a BBC. O CPI e a Pro Publica são de longe as redações não comerciais mais bem financiadas. O orçamento das outras varia de 100 mil a
1 milhão de dólares. Jesse Eisinger, repórter financeiro da Pro Publica, acha que as redações menores, as locais, vão todas fechar, mas não só por falta de financiamento. Há outro motivo: a falta de leitores. “A verdade é que jornalismo investigativo não é popular nem entre anunciantes, nem entre leitores,” disse. Só raramente aparece um assunto empolgante como Watergate ou Abu Ghraib. Em geral, são temas que as pessoas preferem ignorar. “É um jornalismo difícil de fazer e chato de ler,” disse Eisinger. Num jornal ou revista, a reportagem investigativa vem na sequência de notícias sobre esportes, estilo, cultura, moda, política. Bem ou mal, o leitor acaba dando uma olhada em tudo. Já no site da Pro Publica ou do CPI todas as matérias são graves, consequentes. O estilo tende ao árido. Susan White, a editora da Pro Publica, explica: “Steve Engelberg, nosso diretor de redação, gosta que todos os fatos importantes estejam nos primeiros parágrafos, descritos de forma clara. Não há espaço para estilos pessoais. Nossa missão é chamar a atenção para problemas que precisam ser resolvidos. Damos toda a informação necessária para quem quiser resolvê-los.” A Pro Publica está tentando aumentar o tráfego em seu site para não depender tanto dos parceiros. Até agora, não teve muito sucesso. Força moral não costuma ser um grande chamariz de público. A imprensa americana começou a esboçar uma reação. Os jornais que ainda têm dinheiro estão investindo pesado em seus sites. O New York Times cobrará pelo acesso on-line a partir de janeiro de 2011. A empresa estima que o nytimes.com perderá 20 milhões dos seus atuais 22 milhões de leitores quando a cobrança for instituída. O Times de Londres fechou seu site aos não pagantes em julho. O jornal não revela números, mas calcula-se que tenha perdido entre 80% e 90% dos leitores on-line. O Wall Street Journal e o Financial Times sempre cobraram e continuarão a fazê-lo. Para eles, funciona. Não só não perdem leitores, como até ganham dinheiro com assinaturas on-line. Como diz Clay Shirky, professor da New York University, informação
sobre finanças é o único tipo de informação que o leitor faz questão de não dividir com ninguém. Outra solução aventada, mas ainda não levada à prática, é o modelo de jornal sem fins lucrativos do britânico The Guardian. Há até um projeto de lei em tramitação no Congresso americano que viabilizaria a transição. O Guardian, fundado em 1821, pertence desde 1936 ao Scott Trust, fundado pela família Scott para garantir seu financiamento em caráter perpétuo. A família abriu mão da propriedade do jornal e pôs quase toda a fortuna no fundo que o financia. O dinheiro é usado para sustentar o Guardian nos períodos de vacas magras. Nos de vacas gordas, o lucro é integralmente reinvestido. Ultimamente, as vacas andam magérrimas. O editor-chefe Alan Rusbridger costuma dizer que os donos de jornais acham muito interessante o modelo do Guardian – mas só até descobrirem que deixam de ser donos dos jornais. Grande defensor do acesso gratuito à informação, ele acha que tornar o jornalismo mais caro vai na contramão da história, num momento em que, graças à internet, a sociedade se torna mais aberta e colaborativa. O guardian.co.uk é o segundo site de jornal em inglês mais lido do mundo, logo atrás do New York Times. Um terço dos leitores está nos Estados Unidos. Rusbridger não pretende cobrar pelo acesso. Para Steve Coll, o lado positivo da crise foi ter desencadeado o debate sobre mídia pública. Entre os países ricos, os Estados Unidos estão entre os que menos gastam com ela: 1,35 dólar per capita ao ano, contra 25 dólares no Canadá e na Alemanha, 60 no Japão, 80 no Reino Unido e mais de 100 na Dinamarca. Coll, Buzenberg e agora também o presidente da Universidade Columbia, Lee Bollinger – que defendeu a ideia num artigo no Wall Street Journal –, acham que há margem para que o governo americano invista muito mais sem comprometer a independência dos órgãos de comunicação. A BBC é o exemplo de jornalismo de qualidade mais citado pelos que defendem ajuda governamental. Seu financiamento vem do governo britânico e da “licença de tv”, imposto que todos os
moradores do Reino Unido pagam para ter direito a um televisor em casa. Fora do setor filantrópico, no entanto, essa solução não é muito popular. Philip Gourevitch, o repórter da New Yorker, diz: “Não tenho nada contra mídia pública nem contra jornalismo sem fins lucrativos, mas prefiro acreditar que meu trabalho ainda possa dar lucro.” Um dos poucos consensos é que a era do jornal de papel está próxima do fim. Daí que a grande esperança sejam os dispositivos eletrônicos como o iPad e o Kindle. Mathias Döpfner, presidente da Axel Springer, conglomerado alemão que controla mais de 170 jornais e revistas em 36 países, disse numa entrevista a Charlie Rose que todo publisher deveria, uma vez por dia, rezar em agradecimento a Steve Jobs, por ele ter salvado o negócio. Nem todos se mostram tão entusiasmados, mas o raciocínio que embasa a reação de Döpfner vem se generalizando. É o seguinte: pode ser muito difícil convencer o leitor a gastar dinheiro com o site de jornal que ele acessa de graça há dez anos. No entanto, é considerado natural pagar por serviços móveis, como sms, ringtones, chamadas de voz e caixa postal. Os aplicativos disponíveis no iPhone provam que o consumidor não se incomoda em pagar por novos serviços que lhe pareçam importantes. A esperança é que incluam nessa categoria os seus jornais e revistas prediletos. ….................................................................................................................................................
Periodismo de Investigación en Sudamérica: obstáculos y propuestas Juan Jorge Faundes *
http://www.saladeprensa.org/ La investigación "Periodismo Investigativo en Sudamérica, propuestas de fortalecimiento", se realizó como iniciativa del capítulo chileno de Transparencia Internacional. El principal objetivo fue contribuir a mejorar las condiciones para la práctica del periodismo investigativo en la región, como aporte a la prevención y combate a la corrupción. También, profundizar en el conocimiento de los obstáculos y en la generación de soluciones para su práctica. En una línea institucional, se pretendió además lograr un mayor vínculo de los capítulos de TI con los periodistas investigadores. El problema central que guió la investigación se resume en las siguientes preguntas: ¿Cuáles son los principales obstáculos que enfrenta el periodismo investigativo en esta zona? ¿Qué
soluciones se proponen desde la experiencia para superarlos? Además nos interrogamos acerca de su situación enunciativa y objeto deseado (objeto-valor en juego), y de las restantes categorías del Modelo Actancial, de A. J. Greimas,1 que se explica más adelante. La investigación consistió en un conjunto de entrevistas personales, in situ, a 48 informantes claves (periodistas investigadores, dueños de medios y académicos expertos en el tema, de Argentina, Brasil, Colombia, Chile, Perú y Uruguay), así como la revisión de fuentes secundarias (bibliografía, sondeos y opiniones de otros expertos). A lo anterior, se incorporaron los datos de otras consultas a periodistas investigadores.2 Obstáculos al Periodismo Investigativo
Una de las dos preguntas principales que se planteó resolver como objetivo de esta investigación fue: ¿Cuáles son los principales obstáculos al periodismo investigativo en Sudamérica y cómo se jerarquizan? De las conversaciones con los 48 entrevistados en seis países se observó un total de 297 respuestas pertinentes las que fueron categorizadas en seis grandes áreas temáticas y en el siguiente orden jerárquico: los obstáculos relacionados con los propietarios de los medios, con el Estado, con el acceso a la información pública y privada, con los actos de violencia contra periodistas, con la necesidad de mayor formación y capacitación, y, finalmente, una sexta categoría comodín donde se incluyeron respuestas variadas, pero no significativas como atributos asignables a la región. Lo anterior se observa en la siguiente tabla: Orden
Obstáculos provenientes del Área Temática:
Frecuencia
Porcentaje
1
Propietarios de los medios
80
27
2
El Estado
76
26
3
El Acceso a la Información
41
14
4
La Violencia contra los periodistas
37
12
5
La necesidad de formación y capacitación
16
5
6
Subtemas diversos
47
16
Total
297
100
Los obstáculos provenientes del área temática "propietarios de los medios" se desagregan en nueve categorías en el siguiente orden de importancia, según sus frecuencias:
1. Presiones de los anunciantes (25 %) 2. Conglomerados económicos y sus redes de intereses (21 %) 3. Presiones de cercanos a los dueños (15 %) 4. Concentración de la propiedad (15 %) 5. Ocultación deliberada de información (6 %) 6. Interferencias directas de los dueños (5 %) 7. Carencia de recursos en la empresa (4 %) 8. Carencia de equipos de periodistas investigadores (5 %) 9. Poder de los medios de comunicación dominantes (3 %) 10.Otorgamiento de favores a los periodistas (1 %)
Las categorías 1, 2, 3, 4, 6 y 9 son de un mismo orden temático, que se podría denominar con el rótulo "influencia de los conglomerados", el que concentra un 84 por ciento de las respuestas. Ello implicaría que el periodismo investigativo en Sudamérica sería variable dependiente en alto grado de la influencia de los conglomerados económicos, que reúnen en su red oligopolios que conllevan concentración de la propiedad de los medios, redes de intereses con sus anunciantes y con individuos y empresas de su ámbito, lo que se suele traducir en presiones determinantes tanto para emprender una investigación periodística, como para desarrollarla y llevarla a término. Una de las características de este tipo de obstáculos es su naturaleza "invisible", sutil, pues suele existir por debajo y en forma contradictoria con las declaraciones y posturas oficiales de los medios y sus propietarios. Los periodistas suelen sentir esta influencia más como un impulso a la autocensura pensando en su estabilidad en el empleo, que como una censura directa y explícita. Las otras categorías no son necesariamente independientes de esta acción de los conglomerados, pues su influjo se prolongaría hasta los medios de la competencia que, si son carentes de recursos o tienen problemas financieros, quedan a merced de su pauta publicitaria. El otorgamiento de favores y coimas a los periodistas (desde regalos inocentes, como botellas de vino y chocolates, hasta sobres con dinero y salarios brujos) no sería tampoco ajeno al ocultamiento de información o a determinados sesgos. En proporción levemente inferior, el Estado es percibido como otro de los grandes obstáculos para la investigación periodística en Sudamérica. Entre las principales categorías agrupadas en el conjunto temático estatal, figuran, en el mismo orden jerárquico, las presiones de las autoridades (que por lo general son extraoficiales, subrepticias, entre penumbras: una palabra al oído del amigo y camarada de partido que la deposita como consejo en el oído del destinatario; o directas: como la llamada telefónica de un ministro al director de un medio); la falta de democracia o la debilidad de la democracia (lo que es especialmente significativo en el caso de Perú, país en el que las entrevistas se realizaron unas pocas semanas antes de la caída de Fujimori; al contrario, en Argentina y Brasil, donde la democracia ha demostrado estar más sólida en las últimas décadas, resistiendo hasta caídas o retiros apresurados de presidentes, esta variable es inexistente; en Uruguay y Chile, la debilidad democrática es citada como factor que obstaculiza al periodismo investigativo; se cita también la arbitraria distribución de la publicidad estatal (con especial peso en los casos de Perú, Uruguay y Chile), los procesos judiciales, específicamente por injurias y calumnias, el rechazo de los gobernantes a ser escrutados (con particular acento en el Perú de Fujimori) y la impunidad (principalmente cuando las investigaciones periodísticas no logran ser consideradas por los tribunales de justicia o cuando los funcionarios dejados en descubierto no son removidos de sus funciones). El conjunto temático de Acceso a la Información pública y privada, reúne varias categorías, pero la más mencionada es la que se enuncia como "no hay cultura de la información", y en la que se resumen afirmaciones como "culto al secreto" y "trato preferencial a personas VIP", particularmente de los burócratas, que inclusive en países como Colombia, donde rige como ley el derecho de petición, según la mitad de los entrevistados éste es neutralizado y dificultado en la práctica funcionaria; igual queja se escuchó en boca de muchos (cerca del 80 por ciento) de los entrevistados argentinos. Le sigue en volumen de frecuencias la categoría muy cercana temáticamente del "uso abusivo de la reserva". La violencia contra los periodistas es percibida por los informantes calificados en la forma de amenazas (mencionadas por la mayoría de ellos) y en menor proporción como asesinatos. En Colombia el 80 por ciento mencionó las amenazas como obstáculo, y el 60 por ciento mencionó además los asesinatos. Varios entrevistados colombianos dijeron que es particularmente riesgosa la actividad periodística cuando se investigan hechos relacionados con violaciones a los derechos humanos. No sólo temen los periodistas colombianos a paramilitares y guerrilleros, sino también al Ejército, y por ello algunos han debido emigrar forzosamente al exilio. Perú sigue a Colombia en temor y peligrosidad. Argentina y Brasil son los países percibidos como menos peligrosos. En Chile habría amenazas tanto como en Colombia (y también en investigaciones relacionadas con violaciones a los derechos humanos), pero los
asesinatos de reporteros no se registran en este país. Todo lo anterior implica que los propietarios de los medios y los estados tienen un papel determinante en el presente y futuro del periodismo de investigación en Sudamérica, ya que dos categorías restantes, acceso a la información y violencia contra los periodistas, no son ajenas al poder y control de los conglomerados económicos y de los estados. Tampoco lo es la de formación y capacitación, que requiere del apoyo empresarial y estatal. Igualmente se puede inferir de esto que necesariamente la situación enunciativa de los periodistas investigadores —es decir, desde dónde emiten— está determinada en gran medida por el sistema cultural, político y económico vigente en la región, lo que conlleva límites y funcionalidades (para más información sobre este aspecto, se incorpora un capítulo, titulado "Situación enunciativa del periodista investigador", de carácter cualitativo y que se nutre además de información bibliográfica complementaria. Propuestas de mejoría y fortalecimiento
La segunda cuestión que guió esta investigación fue la búsqueda de propuestas para mejorar y fortalecer la práctica del periodismo de investigación en Sudamérica. El modelo actancial, junto con facilitar la identificación de los oponentes u obstáculos, hizo posible encontrar aquellos factores que a juicio de los entrevistados serían adyuvantes, es decir, medios para su mejoría y fortaleza. A partir de estos adyuvantes, que en una perspectiva estratégica serían fortalezas (de los medios periodísticos) y oportunidades (ofrecidas por su entorno), se pueden diseñar soluciones. El respaldo de los dueños de los medios es el adyuvante mencionado por la gran mayoría de los informantes calificados. Tal respaldo debería consistir en el aporte de recursos: invertir dinero en tiempo (días o semanas de trabajo sin productos inmediatos y con riesgo de que al final no haya producto) e insumos como bases de datos, transporte, viáticos de alimentación y alojamiento. También se cita la necesidad de que los empresarios periodísticos apoyen a su personal con formación y capacitación especializada, lo que requiere, también, invertir en tiempo y gastos no inmediatamente productivos, pero rentables en el mediano y largo plazo. Muchos de los entrevistados subrayaron que el periodismo investigativo "es un buen negocio" para las empresas. Que se señale el respaldo empresarial como principal adyuvante, es coherente con el hecho que los propietarios de los medios aparezcan también como el principal obstáculo. Los dueños (y los conglomerados y sus oligopolios) son efectivamente quienes tienen en gran medida el poder en esta materia. Sobre la base de esta comprobación, sería necesario diseñar estrategias dirigidas a obtener el compromiso de los empresarios periodísticos. Tal vez, sea menester primero alguna acción de sensibilización, como la organización de seminarios o talleres, motivar su reflexión, quizás a partir de la difusión de este propio informe. No obstante, pareciera que no cabe hacerse muchas ilusiones, sobre todo a la luz del anexo sobre la situación enunciativa del periodista investigador sudamericano. Pero hay que considerar que las empresas periodísticas no son homogéneas y que suele haber una variedad importante en cuanto a posiciones conservadoras o liberales respecto del sistema capitalista y sus manifestaciones históricas. Un propietario latinoamericano de buenos aires liberales entrevistado para esta investigación, expresó su esperanza de que los herederos de Agustín Edwards puedan en el futuro liberalizar a El Mercurio de su extremo conservadurismo. Desde el punto de vista de las condiciones de viabilidad de un proceso de sensibilización y compromiso de los propietarios de los medios, es posible realizar actividades en ese sentido, pues se trata de una variable interna de los medios y al alcance de la sociedad civil y organizaciones de apoyo. Distinto es el caso de las dos que siguen, que son externas y fuera del control de los medios y de los periodistas. El que existan leyes y procedimientos expeditos de acceso a la información pública y privada de interés público es considerado en segundo término de importancia como un adyuvante para la mejoría y fortalecimiento del periodismo investigativo en la región. Pero no se subraya tanto que exista la normativa, como que ésta sea aplicable. Tanto en Argentina como en Colombia los entrevistados pusieron de manifiesto las dificultades prácticas de acceder a la información a pesar de las legislaciones aparentemente favorables. Las instituciones y los funcionarios se esmeran en el abuso de sus facultades de reserva, en la inercia cultural de lo secreto, y en
poner trabas a lo que debería ser transparente a la fiscalización ciudadana. Se trata de una variable externa a los medios y a los periodistas y difícil de controlar. El funcionamiento de las instituciones democráticas es presentado en tercer lugar de importancia como adyuvante, lo que compete exigir a los ciudadanos y practicar a los mandatarios en los diversos poderes: ejecutivo, legislativo y judicial. En los hechos, es también una variable externa a los medios y a los periodistas muy difícil de controlar. En cuarto lugar se ha situado el esfuerzo personal de los periodistas, y en quinto, sexto y séptimo, el rigor en la investigación, el conocimiento de la historia y el ejercicio de un periodismo crítico. Estas últimas tienen mucha relación con el oponente identificado como falta de formación y capacitación. Un periodista especializado, debidamente formado y capacitado, será riguroso en sus investigaciones, y en la presentación y análisis de los resultados. Por lo tanto, estrategias y programas de formación y capacitación de periodistas investigadores, se inscriben en esta línea de trabajo que aparece como la más viable de todas las actividades de mejoría y fortalecimiento del periodismo investigativo sudamericano. Es significativo mencionar que en el sondeo realizado en Antigua, Guatemala, en 1999, a un conjunto de periodistas latinoamericanos, principalmente de la zona Centroamérica y el Caribe, el modelo actancial resultante fue muy parecido al logrado en la presente investigación, y las propuestas apuntaban en direcciones semejantes: necesidad de respaldo de los propietarios (22%), la actitud personal y conocimientos que maneje el periodista (17 por ciento).0 Consultados específicamente por propuestas para el fortalecimiento del periodismo investigativo, los informantes calificados de la presente investigación señalaron las siguientes principales acciones: respaldo empresarial (33%), capacitación de periodistas investigadores (28%), organización de los periodistas investigadores (9%), más periodistas investigativos (6%) y ley de acceso a la información (6%). _____ Notas: 1
A. J. Greimas, Semántica Estructural, Madrid, Gredos, 1976 para la versión española (París, 1966, para la original en francés). 2 Faundes, Juan Jorge. Consulta a periodistas investigadores en Seminario del Centro Latinoamericano de Periodistas (CELAP), Antigua, Guatemala, 1999. Y consulta a periodistas investigadores chilenos en Seminario de Periodismo Investigativo, Escuela de Periodismo, Universidad de Santiago de Chile, 1998.
* Juan Jorge Faundes M. es colaborador de SdP, periodista y académico de la Escuela de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad de Artes y Ciencias Sociales (ARCIS) en Santiago de Chile.
…......................................................................................................................................... Descubrimientos y encubrimientos del periodismo de investigación
La ratonera Carlos A. Sortino *
http://www.saladeprensa.org/ Cualquiera sea su fundamento ideológico, el periodismo de investigación se define instrumentalmente por sus tres características básicas: que sea un trabajo propio del periodista, que ese trabajo descubra algo que esté oculto y que ese algo sea de interés público. Nada nuevo bajo el sol. O sí: porque estoy separando el fundamento ideológico de la praxis periodística de sus características instrumentales. Y esto es lo que no se hace habitualmente, por lo que esas características meramente instrumentales se transforman en soporte ideológico (1) al ser presentadas como único fundamento del periodismo de investigación.
Así gana peso específico la leyenda urbana del perro guardián (watchdog). Leyenda urbana perfecta desde la concepción instrumental del periodismo de investigación: el perro guardián es entrenado para defender la propiedad de su amo ante la presencia de cualquier intruso que la ponga en riesgo, alertando con sus ladridos o atacando con sus colmillos. Pero, ¿quién es el amo? Esa es la cuestión ideológica y de eso no se habla. Así también se alimenta esa otra leyenda urbana que proclama la independencia como aparente fundamento ideológico de nuestra praxis periodística. Leyenda urbana que me coloca frente a una de las tantas paradojas de la vida: me creo un periodista independiente al mismo tiempo que me creo un perro guardián. Nada más dependiente que un perro guardián. Sólo que el perro no lo sabe. Apologías y rechazos
Acaso encontremos un ejemplo muy claro de aquella primera leyenda urbana entre los fundamentos del curso de periodismo investigativo para países latinoamericanos que impulsa el Instituto del Banco Mundial:(2) El programa de las Estrategias de Comunicaciones del Instituto del Banco Mundial (WBI’s) está diseñado para ayudar a periodistas y a comunicadores del gobierno a desarrollar las habilidades que necesitan para funcionar en una sociedad democrática y dentro de una economía de mercado. El presentador de este curso es el periodista argentino Silvio Waisbord, radicado en Estados Unidos y autor del libro "Noticias, rendición de cuentas y democracia: Periodismo de perro guardián en Sudamérica" y también autor del artículo "Por qué la democracia necesita del periodismo investigador", publicado originalmente en el número de mayo de 2001 del periódico electrónico "Cuestiones Mundiales", de la Oficina de Programas de Información Internacional del Departamento de Estado de Estados Unidos.(3) Banco Mundial. Departamento de Estado. Democracia, pero dentro de una economía de mercado. Claras y precisas referencias ideológicas, cuyas producciones son tomadas y socializadas sin crítica alguna y por ello funcionan como paradigmas intachables. Caramba, qué coincidencia: es la manera de promoción del llamado "pensamiento único". Dejó escrito Waisbord en su trabajo para el Departamento de Estado: El desempeño de la prensa durante el caso Watergate se consideró el espejo que refleja lo mejor que el periodismo puede ofrecer a la democracia: hacer que el poder rinda cuentas. El paradigma tan famoso habla sólo de un caso de abuso de poder político, divorciado en su tratamiento periodístico de los poderes económicos que siempre hay detrás. Más ejemplar, si seguimos hablando de Estados Unidos, fue la falta de protagonismo de esa misma prensa en el caso COINTELPRO,(4) contemporáneo al Watergate, y en el caso de la empresa de aviones Lockheed,(5) apenas un par de años después. Pero en Argentina existió, solitario y mucho antes, un periodismo de investigación que desnudó, sin moralinas ni lecciones de ética ciudadana, al sistema político dominante: fue el trabajo de Rodolfo Walsh,(6) que Waisbord no desconoce, pero que sabe que en términos de marketing (lo que incluye su abordaje ideológico) es mucho menos efectivo que el caso Watergate. El valor principal del periodismo investigador para las democracias latinoamericanas es su contribución a una creciente responsabilidad política. Esto es especialmente importante, ya que se considera que la debilidad de los mecanismos de rendición de cuentas es uno de los problemas más graves a que se enfrentan las democracias de la región. Esta proposición no sólo reduce nuestra responsabilidad política al mero control del dinero que, en concepto de impuestos, invertimos en el Estado -y que nos transforma de ciudadanos en contribuyentes-, sino que concuerda a la perfección con la política anticorrupción impulsada por Washington y con las recetas de los organismos multilaterales para lograr el "déficit cero"
en las cuentas públicas nacionales (de los países subdesarrollados... perdón, de las "economías emergentes"). Esto no tendría nada de malo, si no fuera porque encubre un sistema de explotación de las mayorías por las minorías, en el segundo caso, y porque calla, en el primer caso, el verdadero motivo de sus discursos y acciones sobre ética y probidad: cumplido ya su ciclo como herramienta política eficaz del sistema capitalista, la corrupción se ha convertido en un costo improductivo para ese mismo sistema.(7) La corrupción gubernamental ha sido el enfoque central de las investigaciones de la prensa en las democracias latinoamericanas. Otros temas (por ejemplo la corruptibilidad y prácticas laborales ilícitas de las corporaciones) han atraído atención considerablemente menor. El hecho de que numerosas encuestas indican que la corrupción figura constantemente entre las tres preocupaciones mayores de la población en toda la región, puede ser un indicio de la influencia del periodismo investigador en hacer de las fechorías gubernamentales una preocupación principal. ¿Cuál es la lógica que indica que la corrupción gubernamental es más importante que la corruptibilidad y prácticas ilícitas de las corporaciones, como para que estas últimas ocupen un espacio insignificante en los medios? Lo responde el mismo Waisbord: luego de que las fechorías gubernamentales son amplificadas por los medios, las encuestas rescatan la percepción social de su importancia, mientras que la corruptibilidad y las prácticas ilícitas de las corporaciones (medios incluídos) pasan desapercibidas, como en las páginas de los diarios. Si el periodismo se compromete a la responsabilidad democrática la interrogante que queda por formularse es si el público se beneficia como resultado de los reportajes de investigación. ¿Qué intereses promueve el periodismo investigador al publicar un determinado artículo? ¿Cumple la prensa con su responsabilidad social al revelar la fechoría? ¿Qué intereses se afectan? ¿Qué derechos se violan? ¿El asunto en cuestión es de legítimo interés público? ¿Se invade el derecho a la intimidad cuando no se trata de un asunto de vital interés público? Estas preguntas son correctas (y faltarían algunas más). Sólo que su campo de respuestas queda acotado al paradigma ideológico que presenta Waisbord. Aparato por aparato
Pero no sólo desde el campo ideológico al que podríamos calificar de "derecha" o de corte liberal se "baja línea" solapadamente. También se trabaja en el mismo sentido desde el campo ideológico al que podríamos calificar de "izquierda" o de corte progresista. Claro ejemplo es la Fundación para un Nuevo Periodismo Iberoamericano, que preside Gabriel García Márquez y que financia el Banco Interamericano de Desarrollo. En junio de 2000, en Cartagena de Indias, realizó su VII Taller sobre Formación de Periodistas Latinoamericanos en Temas de Política y Gestión Social. La propuesta fue: "Un nuevo periodismo para un nuevo orden social: de la denuncia a la investigación de soluciones". (8) No advierto que haya "un nuevo orden social" más que aquel que se desprende de la famosa "globalización". De ello deduzco, entonces, que resulta necesario un salto cualitativo de la denuncia (estéril por incompatible con la ausencia de horizontes alternativos) hacia la investigación de soluciones (dentro del nuevo orden). Dejaron escrito allí: Los distintos indicadores de medición de los cambios sociales en Latinoamérica en las últimas décadas sugieren que el gasto social no guarda relación con los resultados que se obtienen en cada una de sus áreas. Más allá de responder o no a valores recomendados internacionalmente, los gastos parecen obtener pocos resultados y lo que sucede en el camino es lo que debe motivar a los medios de comunicación e información a investigar quienes o qué falla en el sistema y en las asignaciones de recursos. En estas palabras queda expresado el fundamento del sistema mismo (de ese "nuevo orden
social"): un proceso de años que permanece igual no responde a otra intención más que a esa (permanecer igual). "Lo que sucede en el camino" es sólo una consecuencia -concedamos algo: quizás no deseada- de lo que ocurre en el punto de partida (un punto de partida -de políticas públicas estamos hablando- que financia y, por lo tanto, controla, el Banco Interamericano de Desarrollo, entre otros actores, como el Banco Mundial, por ejemplo). Investigar "quienes o qué falla en el sistema" es simplemente legitimar ese sistema, a condición de sacarse de encima a los actores indeseables (o, más bien, improductivos). Al confrontar los problemas sociales con las acciones presentadas o probadamente reconocidas como soluciones para los mismos problemas, la Investigación de Soluciones denuncia eventuales omisiones de los poderes políticos, públicos y privados y de los ciudadanos, organizados o no. Solamente "omisiones". Ni una palabra acerca de las "comisiones". Ni nombrar siquiera al poder económico. Acaso las "omisiones" del poder político guarden alguna correspondencia con las "comisiones" del poder económico y eso deba ser ocultado, deducción que me asalta al observar la claridad ideológica que proyectan las propuestas citadas: el "gasto social" es necesario porque los "problemas sociales" también son necesarios. No hay que indagar fuera de eso. No hay que preguntarse, por ejemplo, cuál es el origen de esos problemas sociales. Siendo estos temas los de mayor interés de la población, su buen cubrimiento asegura prestigio y credibilidad, con nítidos reflejos en los aspectos comerciales de venta directa y de anuncios. Además deben mirar a los lectores o audiencia no solamente como clientes sino como personas o grupos de personas con los cuales están tejiendo un universo de sentidos y significados para la construcción del presente y del futuro. Clara exposición: la investigación de soluciones a los problemas sociales no sólo vende -recordemos que, en definitiva, los medios de comunicación no son otra cosa más que empresas con fines de lucro-, sino que también -y fundamentalmente- es una valiosa herramienta para la construcción de un aparato ideológico de mercado, cumplido ya el eficaz ciclo del antiguo aparato ideológico de Estado. Lo que en realidad molesta (al menos, a mí me molesta) no es la adhesión a tal o cual campo ideológico, sino su ignorancia u ocultamiento. Aunque es justo escuchar también al sociólogo francés Alain Accardo: Hay un reproche que no puede hacerse a los periodistas, salvo casos particulares, por supuesto: el de no hacer su trabajo de buena fe. Por haber interiorizado tan bien la lógica del sistema, adhieren libremente a lo que ella les ordena creer. Actúan de común acuerdo sin necesidad de ponerse de acuerdo. Su comunidad de inspiración hace innecesaria la conspiración.(9) El pecado original
Aún no he logrado comprender a qué se refieren exactamente quienes hablan de "periodismo independiente", otra leyenda urbana que encubre (al menos, en Argentina) una praxis del todo reñida con ese mote. Dos razones puedo exponer para refutar su existencia:
1. El periodismo es utilizado como herramienta política de ese aparato ideológico de
2.
mercado que componen los medios de comunicación, piezas tácticas del poder económico dominante. Lo que no es otra cosa más que la ratificación de su origen: el periodismo nació como herramienta política de la burguesía cuando la burguesía ya era un poder económico dominante, pero aún no lograba controlar la administración política de sus intereses y necesitaba proyectar una cultura favorable a sus pretensiones de sujeto revolucionario. La única diferencia es que entonces no ocultaba su verdadero rostro (aunque sí sus verdaderas intenciones). El periodismo que se auto proclama independiente de ese poder económico dominante por no responder a sus intereses es igualmente utilizado como herramienta política de aquello que, a primera vista, podría ser llamado el contra-poder: organizaciones políticas de cualquier tipo que se oponen al poder establecido (en Argentina, es esperable que generalmente florezcan desde la izquierda; en Cuba, es esperable que
generalmente florezcan desde la derecha), más allá o más acá de cuál sea la valoración que hagamos acerca de sus resultados. Si bien esta ratonera pareciera conducirnos hacia la desesperación, sólo se trata de comprender las reglas de juego, para saber cómo utilizarlas, en función de qué objetivos y qué reales intereses defendemos y atacamos cuando ejercemos nuestro oficio de periodistas. Comprender, por ejemplo, que, en sus más bajos fondos, el periodismo de investigación puede actuar como un buen negocio (económico y/o político), por la vía de la extorsión secreta o por la vía del escándalo público. Comprender, por ejemplo, que, ya en aceptables niveles de preocupación ética y responsabilidad política, el periodismo de investigación puede actuar como válvula de escape del sistema capitalista, en tanto no muestre el funcionamiento del poder económico, sino el de su administración política, acentuando el carácter inmoral del actor corrupto en sí mismo, pero sin preocuparse por explicar su trama ni los efectos sociales que provoca. Comprender, por ejemplo, que, en niveles superiores de preocupación ética y responsabilidad política, el periodismo de investigación puede actuar como un factor políticamente "reformista" cuando investiga y analiza los efectos sociales de las políticas públicas dominantes y busca las políticas públicas alternativas que tienden a resolver los conflictos detectados. Comprender, por ejemplo, que, en otro nivel (ni mejor ni peor, simplemente otro) de preocupación ética y responsabilidad política, el periodismo de investigación puede actuar como un factor ideológicamente revolucionario cuando investiga y analiza el funcionamiento del poder económico, su relación con la administración política y los efectos sociales que derivan de esa combinación. Insisto: lo que en realidad molesta (al menos, a mí me molesta) no es la adhesión a tal o cual campo ideológico, sino su ignorancia u ocultamiento. Y para no incurrir en la misma praxis que estoy socavando, debo decir que adhiero abiertamente a la propuesta del periodista chileno Juan Jorge Faundes: El sistema piramidal globalizado de explotación de las mayorías para beneficio de las minorías, escondido bajo el mítico e inocentado discurso neoliberal hoy predominante, debiera ser una de las grandes líneas éticas de acción del periodismo de investigación en todo el planeta.(10) El caso y la trama
El caso no puede explicarse a sí mismo. La trama explica el caso. Esa es la tesis. Por ejemplo: En la política económica de ese gobierno debe buscarse no sólo la explicación de sus crímenes sino una atrocidad mayor que castiga a millones de seres humanos con la miseria planificada. Tras detallar minuciosamente la cantidad y calidad de los crímenes cometidos por la dictadura cívico militar argentina durante su primer año de mando (1976-1977), Rodolfo Walsh, en su "Carta Abierta de un escritor a la Junta Militar", (11) coloca esa proposición como bisagra entre el caso (los crímenes) y la trama (el sistema que los explica). Dictada por el Fondo Monetario Internacional según una receta que se aplica indistintamente al Zaire o a Chile, a Uruguay o Indonesia, la política económica de esa Junta sólo reconoce como beneficiarios a la vieja oligarquía ganadera, la nueva oligarquía especuladora y un grupo selecto de monopolios internacionales encabezados por la ITT, la Esso, las automotrices, la U.S. Steel, la Siemens, al que están ligados personalmente el ministro Martínez de Hoz y todos los miembros de su gabinete. Desnacionalizando bancos se ponen el ahorro y el crédito nacional en manos de la banca extranjera, indemnizando a la ITT y a la Siemens se premia a empresas que estafaron al Estado, devolviendo las bocas de expendio se aumentan las ganancias de la Shell y la Esso, rebajando los aranceles aduaneros se crean empleos en Hong Kong o Singapur y desocupación en la Argentina. Frente al conjunto de esos hechos
cabe preguntarse quiénes son los apátridas de los comunicados oficiales, dónde están los mercenarios al servicio de intereses foráneos, cuál es la ideología que amenaza al ser nacional. Sólo dos párrafos de aquella "carta" sirven para comprender por qué fue necesario en aquel momento histórico el exterminio de 30.000 personas, Walsh incluido. Ni el informe de la Comisión Interamericana de Derechos Humanos publicado tres años después, ni el famoso "juicio a las juntas" realizado en 1985, se metieron con la trama: sólo juzgaron el caso y condenaron a sus máximos responsables. Proyectaron sobre la sociedad la idea de que sólo se trataba de una banda de criminales y así lo transmitió la prensa, que no ignoraba la trama. Sencillamente, la ocultaba. Ocultaba que desde el 4 de abril de 1982 se procesaba la denuncia del ciudadano argentino Alejandro Olmos contra el ex ministro de Economía de la dictadura cívico militar, José Alfredo Antonio Martínez de Hoz, y que esa denuncia decía textualmente (y, además, lo probaba): El plan económico concebido y ejecutado por el Ministro de Economía de la Nación en el período 1976/1981 se realizó con miras a producir un incalificable endeudamiento externo; que el ingreso de divisas fue con el objeto de negociar con las tasas de interés, produciendo quiebras y cierres de empresas y dificultades en la capacidad exportadora y de producción y crecimiento del país. No fue distinto el comportamiento de la prensa cuando esa causa, más de 18 años después, el 13 de julio de 2000, tuvo sentencia. El juez federal Jorge Ballestero se ocupó de explicar la trama sin eufemismos: Ha quedado evidenciado en el trasuntar de la causa la manifiesta arbitrariedad con que se conducían los máximos responsables políticos y económicos de la Nación en aquellos períodos analizados. Así también se comportaron directivos y gerentes de determinadas empresas y organismos públicos y privados; no se tuvo reparos en incumplir la Carta Orgánica del Banco Central de la República Argentina; se facilitó y promulgó la modificación de instrumentos legales a fin de prorrogar a favor de jueces extranjeros la jurisdicción de los tribunales nacionales; inexistentes resultaban los registros contables de la deuda externa; las empresas públicas, con el objeto de sostener una política económica, eran obligadas a endeudarse para obtener divisas que quedaban en el Banco Central, para luego ser volcadas al mercado de cambios; se ha advertido también la falta de control sobre la deuda contraída con avales del Estado por las empresas del Estado. Todo ello se advirtió en no menos de cuatrocientos setenta y siete oportunidades. La deuda externa de la nación ha resultado groseramente incrementada a partir del año 1976 mediante la instrumentación de una política económica vulgar y agraviante que puso de rodillas el país a través de los diversos métodos utilizados, que ya fueran explicados a lo largo de esta resolución, y que tendían, entre otras cosas, a beneficiar y sostener empresas y negocios privados -nacionales y extranjeros- en desmedro de sociedades y empresas del Estado que, a través de una política dirigida, se fueron empobreciendo día a día, todo lo cual, inclusive, se vio reflejado en los valores obtenidos al momento de iniciarse las privatizaciones de las mismas. El país fue puesto desde el año 1976 bajo la voluntad de acreedores externos y en aquellas negociaciones participaron activamente funcionarios del Fondo Monetario Internacional, con lo cual aparecería de buen grado una nueva asistencia que mejorara sustancialmente la actual posición económica que luce el país, dando así razón a su controvertida existencia. ¿Cómo que esta trama económica no explica aquel caso criminal?(12) La sentencia sobreseyó al acusado por prescripción de la acción penal, pero afirmó que la deuda externa era ilegítima y que los organismos acreedores habían sido cómplices de esa
ilegitimidad. El juez -a quien nadie en su sano juicio podría caracterizar como marxista- envió la causa al Congreso de la Nación para que tome las medidas políticas que considere convenientes, ya que, según la Constitución Nacional, las cuestiones relacionadas con el endeudamiento externo son de su exclusiva incumbencia. Un razonamiento lógico desde el punto de visto jurídico, aunque muy apartado de la realidad: la deuda externa la maneja el Poder Ejecutivo a través de su ministro de Economía y ningún legislador se desgarra las vestiduras por ello. La cuestión es que los medios no le dedicaron ningún despliegue ni seguimiento y titularon (aunque no en tapa) con el sobreseimiento de Martínez de Hoz, dedicándole sólo algunos párrafos interiores al asunto de la legitimidad. Luego de eso, ni una palabra acerca de la inacción del Congreso sobre el extenso fallo del juez federal. Claro como el agua. Tan claro como este fragmento de la carta que Rodolfo Walsh le envió a su hija María Victoria en 1965, con motivo del estreno de su obra teatral "La granada": Aquí hay todo un sector de la cultura "oficial", del periodismo "serio", que nunca me va a perdonar que haya escrito "Operación Masacre" y "El caso Satanowsky" y que haya estado en Cuba. Confío en que, con el tiempo, comprenderán que las cosas contra las que yo lucho son cosas vergonzosas, y que los que luchamos contra ellas somos pocos. _____ Notas: 1 La ideología puede ser entendida como una concepción del mundo que parte de uno mismo o como un falseamiento de la realidad que parte del otro. Creo que ambas definiciones, antes que antagónicas, son complementarias, pero que la primera es más sincera que la segunda. La primera es un modus cogitandi, una manera de organizar la realidad para hacerla comprensible al pensamiento, una manera que no excluye el modus cogitandi del otro porque lo considera una fuente de crecimiento, de superación del propio error. La segunda es un modus operandi, una acción autoritaria que le anula al otro su posibilidad de pensar por sí mismo, so pretexto de que está falseando, con su ideología, la realidad. Y si digo que son complementarias es porque ninguna de estas tendencias está ausente en cada uno de nosotros. La cuestión es dónde ponemos el acento. 2 La información sobre este curso me llegó en marzo de 2001 desde la organización Periodistas Frente a la Corrupción, cuya dirección de página web es: www.cipe.org/pfc 3 http:/www.usinfo.state.gov/journals/jourspa.htm 4 Las noticias del caso Watergate ocurrieron al mismo tiempo que otro conjunto de noticias, no propias de la prensa, que fueron las noticias del caso COINTELPRO. Todos conocemos el caso Watergate, pero pocos saben qué significa COINTELPRO. Es la sigla de Counter-Intelligence Programs, una serie de operativos secretos iniciada por el FBI en 1956 y continuada por todos los gobiernos, republicanos o demócratas. Esta política de infiltración y espionaje interno del gobierno norteamericano estuvo dirigida en un principio contra el movimiento comunista, pero luego se extendió a toda expresión política de izquierda, al movimiento feminista, al movimiento negro y al movimiento independentista de Puerto Rico. La oposición Watergate-COINTELPRO es interpretada por Noam Chomsky de esta manera: "En el caso Watergate, Richard Nixon fue contra la mitad del poder privado en Estados Unidos, es decir, el Partido Demócrata, y el poder puede defenderse. Por lo tanto, fue un escándalo. Ahora bien, si realmente había una cuestión de principios involucrada, puede comprobarse fácilmente en este caso: una minúscula parte del programa COINTELPRO era mucho más significativa, en cuanto a principios, que todo el Watergate" (entrevista con el periodista británico Andrew Marr, emitida por la BBC en febrero de 1996 y reproducida por la revista Z Net en español en julio de 1999, www.zmag.org/Spanish). 5 La compañía de aviación Lockheed fue citada, en el mismo Congreso de Estados Unidos, como un caso emblemático de corrupción internacional: sobornó para concretar negocios a altos funcionarios de Irán, Filipinas, Indonesia, Holanda, Italia y Japón. Se dijo en el Congreso, a propósito del debate que precedió a la sanción, en 1977, de la Ley de Prácticas Corruptas en el Extranjero (Foreign Corrupt Practices Act, FCPA): "En 1976 el escándalo de la Lockheed sacudió al gobierno japonés y le dio a los opositores a estrechar lazos entre EE.UU. y Japón un arma para meter una cuña entre las dos naciones. En otra instancia, el príncipe Bernhardt de Holanda fue forzado a renunciar a su posición oficial como resultado de una investigación relativa a denuncias de que había recibido un millón de la Lockheed. En Italia, supuestos pagos de Lockheed, Exxon, Mobil Oil y otras empresas a agentes del gobierno italiano erosionaron el consenso para dicho gobierno y pusieron en peligro la política exterior de los Estados Unidos no sólo con respecto a Italia y el área mediterránea, sino con respecto a la alianza atlántica". Pero no sólo se mencionó un caso de corrupción en ese debate, sino que los congresistas describieron el mismo proceso corruptor de los empresarios norteamericanos: "Más de 400
empresas admitieron hacer pagos cuestionables o ilegales. Las compañías, en su mayoría voluntariamente, han reportado pagos de 300 millones de dólares a agentes de gobiernos extranjeros, políticos y partidos políticos. Entre dichas corporaciones se incluyen algunas de las más grandes y reconocidas en los Estados Unidos y 117 de ellas están ubicadas en el top fortune de las 500 empresas. Los abusos revelados abarcan desde el soborno a altos agentes extranjeros con la finalidad de asegurar algún tipo de acción favorable hasta los así llamados pagos de facilitamiento, hechos, según se alega, para asegurar que los funcionarios gubernamentales cumplan con sus deberes". La preocupación excedía el plano de la ética y la legalidad para los congresistas norteamericanos: "El soborno empresario también crea severos problemas de política exterior para Estados Unidos. La revelación de pagos impropios, invariablemente, tiende a avergonzar a los gobiernos amigos, baja la estima por los Estados Unidos entre los ciudadanos extranjeros y da pábulo a las sospechas urdidas por oponentes foráneos acerca de que las empresas americanas ejercen una influencia corruptora en los procesos políticos de sus naciones". Así como el caso Watergate derivó en la renuncia de Richard Nixon, el caso Lockheed derivó en la Foreign Corrupt Practices Act (FCPA). 6 Periodista asesinado y desaparecido en marzo de 1977 por la última dictadura cívico militar que usurpó el gobierno en Argentina. Sus investigaciones reunidas en libro -"Operación Masacre" (1957), "¿Quién mató a Rosendo?" (1968) y "Caso Satanowsky" (1973)- son fundamentales para comprender la historia argentina de los últimos 50 años. El asesinato se produjo al día siguiente de haber escrito la "Carta abierta de un escritor a la Junta Militar", fechada el 24 de marzo de 1977 y enviada por correo a los diarios argentinos (que nunca la publicaron) y a los corresponsales extranjeros en Buenos Aires (por lo que, poco a poco, fuera del país, se fue conociendo como su escrito póstumo). Fue uno de los fundadores de la agencia Prensa Latina en Cuba (allí logró descifrar un cable noticioso, dirigido al gobierno de Estados Unidos, en el que agentes de la CIA en Guatemala rebelaban detalles de lo que luego fuera el desembarco a Playa Girón) y de la Agencia de Noticias Clandestina (ANCLA) en Argentina. Una sucinta biografía y algunos relatos de Walsh (entre ellos, la "Carta abierta...") pueden encontrarse en www.literatura.org/walsh 7 Un relato pormenorizado de la corrupción como herramienta política histórica del sistema capitalista puede hallarse en "Soborno: la trama pública", Revista Probidad Nro. 11, noviembre-diciembre de 2000, en www.probidad.org.sv 8 Publicado en el sitio de la Fundación para un Nuevo Periodismo Iberoamericano, www.fnpi.org 9 "La libertad de hacer lo que se debe: Los periodistas frente a los mecanismos de cooptación", en "Le Monde Diplomatique", edición Cono Sur, Buenos Aires, Argentina, año II, número 16, octubre de 2000. 10 "Etica y contexto del periodismo de investigación", Revista Probidad Nro. 7, marzo-abril de 2000, en www.probidad.org.sv 11 Ver la "Carta..." completa en www.literatura.org/walsh 12 Hay una teoría que esgrimen, "off the record", muchos periodistas: la sucesión de casos de corrupción, aunque despojados de la trama, llevará a la sociedad a encontrar por sí misma esa trama, a tomar conciencia sin paternalismos sobre cuál es el verdadero conflicto. Los hechos indican otra cosa: la sucesión de casos de corrupción despojados de la trama que los explica sólo ha conducido al descrédito de la actividad política. Esa sucesión de casos ha criminalizado la política, la condujo a integrar el concepto jurídico de asociación ilícita. El poder económico se mantiene indemne, porque, después de todo y no sin cierta lógica, la sociedad sostiene que sus abusos son consecuencia de la corrupción política. Lo que le falta a esa lógica es la identificación del agente corruptor (que sólo podría explicar si supongo una excelente estrategia de marketing). Pero no estoy hablando únicamente de Argentina. Dejó escrito Gilles Lipovetsky en su libro "El crepúsculo del deber", publicado en 1992: "Todos podridos, todos corrompidos: ese juicio poco agradable hacia los hombres políticos está de moda en Francia. Lo notable es que no está acompañado por un despertar de la conciencia cívica, es más bien lo que permite legitimar sin problemas la desafección colectiva hacia la cosa pública".
* Carlos A. Sortino es periodista de la revista En Marcha (La Plata, Argentina), docente de la cátedra Periodismo de Investigación en la Facultad de Periodismo y Comunicación Social de la Universidad Nacional de La Plata y miembro fundador de la asociación civil sin fines de lucro Justicia sin Fronteras. Es colaborador de Sala de Prensa.
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Diferencias en el periodismo de investigación
A DIFERENÇA DE JORNALISMO INVESTIGATIVO en Estados Unidos y Latinoamérica Gerardo Albarrán de Alba * El calor de la playa Coronado, en la costa occidental de Panamá, ayudó a encender la discusión. Gustavo Gorriti y Andrés Oppenheimer se habían estancado en la que parecía la mayor diferencia en el periodismo de investigación que ambos practican. El fondo de la discrepancia era la pertinencia de realizar la famosa entrevista a la contraparte, al objeto mismo de nuestra investigación, antes de publicar nuestro reportaje. Oppenheimer, reportero argentino que trabaja para The Miami Herald, alegaba: "Yo duermo tranquilo todas las noches porque nunca dejo de entrevistar a la contraparte… y así evito cualquier posibilidad de pleito con sus abogados". Gorriti, periodista peruano que en ese entonces –1998– era director asociado de La Prensa de Panamá, gesticulaba en desaprobación. "No es cuestión de equilibrio informativo, es que simplemente eso puede conducir al fracaso de la investigación al poner en alerta al personaje o al grupo de interés investigado. Acá no conviene hacer eso". Frente a ellos, escuchábamos periodistas de México, Argentina, Chile, Colombia, Nicaragua, Costa Rica y Panamá. El consenso entre ambos reporteros parecía imposible. Y de hecho, lo era. No pude evitar intervenir en ese debate: "Andrés, ¿en verdad no distingues la diferencia que te plantea Gustavo? Tú duermes tranquilo al entrevistar a la contraparte porque no serás demandado. Gustavo suele evitar la entrevista con la contraparte para no sabotearse a sí mismo. La diferencia está en que, mientras tú, en Estados Unidos, vives bajo la mira de los abogados, el resto de nosotros, en Latinoamérica, vive bajo la mira de un AK-47". Esto no zanjó del todo la discusión, pero al menos ayudó a centrarla en las diferencias de fondo, y ya no en las filigranas de forma, que distinguen al periodismo de investigación que se practica en Estados Unidos (o en casi todo Europa), con el que hacemos en cualquier país latinoamericano (o en buena parte de Asia y Africa). La paradoja de la discrepancia entre Gorriti y Oppenheimer es que ambos tienen razón. II Práctica en la que los pocos textos que hay no se ponen de acuerdo en su fecha de nacimiento, pero al menos sí en el lugar donde se desarrolló, el periodismo de investigación encuentra antecedentes claros a finales del siglo pasado en el periodismo militante de Estados Unidos, ligados a movimientos laboristas y acunado entre escritores e intelectuales de izquierda radicados en ese país. Pese a que lo mismo podríamos decir de ejemplos claros de una suerte de protoperiodismo de investigación en Europa, e incluso en varios países latinoamericanos (aunque mucho más recientes), es en Estados Unidos donde el periodismo de investigación ganó carta de naturalización, popularizado incluso por el cine. Tratada como disciplina, desde hace décadas, en buena parte de las universidades estadunidenses donde se enseña periodismo, esta especialidad –si así quisiéramos llamarle– ha ganado presencia en los diarios y revistas latinoamericanos en los últimos 20 años, aunque ni de lejos es todavía una práctica constante y generalizada, por más que existan medios que desde hace lustros mantienen equipos "especiales" de reporteros para este fin. Ni qué decir de las universidades en nuestros países; son muy pocas las que han incorporado estas técnicas en la matrícula de las carreras de Periodismo y aun menos en las de Comunicación. No extraña entonces que el periodismo de investigación estadunidense esté sólidamente acreditado y reúna a cientos de periodistas en asociaciones como Investigative Reporters and Editors (IRE). Una primera diferencia es esa: La expansión del periodismo de investigación estadunidense, en las últimas tres décadas, surge de las aulas, donde reporteros como Philip Meyer y Steve Weinberg (por citar a los más conocidos) han contribuido ha desarrollar metodologías bien
acabadas desde su práctica académica. Libros en castellano que hagan un verdadero aporte (como el de José Luis Dader o el de Pepe Rodríguez, por seguir con nombres que nos son comunes), son más bien escasos. Y como son ediciones de autores españoles, tampoco corresponden a la realidad latinoamericana. Otros libros, como el del reportero colombiano Gerardo Reyes, aún no trascienden el mero enunciado de lo que se supone debería de ser el periodismo de investigación, y se mantienen más cercanos al anecdotario personal, si bien útil, también limitado y sin ninguna sistematización metodológica. En tanto, el periodismo de investigación latinoamericano sigue nutriéndose del trabajo en solitario de reporteros ejemplares como los argentinos Rodolfo Walsh y Horacio Verbitsky, o el peruano Gustavo Gorriti, o el mexicano Manuel Buendía, por citar nuevamente ejemplos por todos conocidos. Y en estos últimos nombres está la diferencia de fondo, planteada en aquella discusión escuchada en Panamá: Walsh fue desaparecido en 1977 por la dictadura militar argentina y Buendía fue asesinado en 1984 por un policía; Verbitsky y Gorriti debieron padecer el exilio para salvar la vida. Salvo el reportero Don Bolles (The Arizona Republic), asesinado en 1976 cuando investigaba nexos del gobierno local con el crimen organizado, no tengo noticia de otro reportero estadunidense que comparta la suerte de cualquiera de los 17 periodistas latinoamericanos asesinados solamente entre 1999 y mayo de 2001: nueve en Colombia, tres en México y uno: Argentina, Brasil, Guatemala, Haití y Uruguay. Ahí, otra diferencia. Al menos el asesinato de Bolles en Estados Unidos sirvió para activar a IRE, una organización profesional ya desde entonces sólida, pero con modesta presencia incluso gremial. Una parte de los miembros de IRE decidió terminar el trabajo de investigación que realizaba su colega muerto: periodistas voluntarios de 10 medios publicados en diversas regiones estadunidenses trabajaron durante cinco meses en Arizona y publicaron un reportaje en 23 partes. (Probablemente IRE sería ahora una organización mucho más consolidada si hubiera hecho lo mismo con los asesinatos de otros 10 periodistas ocurridos en Estados Unidos de 1976 a la fecha… pero ocurre que todos estos eran periodistas inmigrantes y la prensa estadunidense, en general, prestó poca o nula atención a estos casos.) Al señalar esta diferencia no pretendo insinuar que la muerte de decenas de periodistas latinoamericanos haya sido en vano: en muchos casos sirvieron para sacudir conciencias sociales adormiladas ante regímenes autoritarios o de plano sometidas por las dictaduras militares. Y eso es mucho, considerando el costo. Lo que sí se ha desperdiciado es la posibilidad de desarrollar una conciencia gremial que nos solidarice no sólo en el discurso, sino que además aliente prácticas periodísticas mucho más profesionales, mucho más rigurosas, mucho más comprometidas con la sociedad y mucho menos dependientes de intereses extraperiodísticos. III El periodismo de investigación latinoamericano enfrenta obstáculos que nuestros colegas en democracias desarrolladas desconocen o superaron hace tiempo. Sin leyes de acceso a la información que debería ser pública, el periodismo de investigación latinoamericano ha echado mano de recursos incluso heterodoxos para develar casos de corrupción y nexos ilegales o ilegítimos entre diversas esferas de poder político y económico. En regímenes donde el secreto es norma, incluso ante asuntos baladíes, el rumor y la filtración nutren buena parte del periodismo de la región. Esta práctica socava al buen periodismo, pues por cada rumor que se confirma (siempre en el futuro) y por cada filtración verificada (siempre por los afectados), abundan los desmentidos ante la imprecisión e incluso las falsedades que se difunden a través nuestro. La víctima aparente es el eventual calumniado; la víctima inmediata es el periodismo, que sufre descrédito; la víctima real es la sociedad, que pierde un importante contrapeso de la democracia. El periodista latinoamericano ni siquiera está exento de los mismos riesgos jurídicos que enfrentan sus colegas estadunidenses o europeos: nuestras legislaciones también sancionan calumnia y difamación por la vía civil, pero también por la vía penal. Peor aún, nuestras leyes, códigos, reglamentos y decretos incluyen figuras represivas como delitos de prensa, como la restricción profesional (mediante la colegiación obligatoria), la suspención de licencia, el
desacato, el arresto domiciliario y hasta la censura legal. Esto sería suficiente motivo de preocupación, si nuestras cuitas profesionales se constriñeran al ámbito jurídico (las leyes siempre son perfectibles, que para ello la democracia política está dotada de mecanismos de autocorrección, sin contar con que la ética periodística nos previene contra nuestros propios excesos, mismos que eventualmente no deberían permanecer impunes). Lo grave es que, además, los periodistas latinoamericanos estamos sometidos a las presiones de grupos de poder que suelen manifestarse de forma violenta mediante amenazas, secuestros, atentados y asesinatos. La práctica de la autocensura entre los periodistas latinoamericanos, con más frecuencia de lo que se cree, es consecuencia directa de riesgos personales. En cambio, el periodista estadunidense, particularmente, practica la autocensura para no poner en riesgo su salario, sometido como está a los intereses extraperiodísticos de los corporativos transnacionales que han tomado el control de los medios para los cuales trabajan muchos de ellos, o para que el dueño no los despida por perder un contrato publicitario a causa de una nota, o simplemente para no poner en riesgo de demanda civil a la empresa que le paga. A veces, la autocensura del periodista estadunidense también obedece a posturas ideológicas en las que son socialmente imbuidos, trampa cultural para reforzar los valores propios mediante la negación del otro. La industria periodística estadunidense no es todo lo independiente que su propaganda nos quiere hacer creer. Ni de lejos. Simplemente tiene un margen de maniobra mucho más amplio. La diferencia, en fin, entre el periodismo de investigación latinoamericano y el periodismo de investigación estadunidense son las realidades sociales, políticas y culturales de nuestra región, que distan mucho de los valores hegemónicos que pretende imponer Estados Unidos, embozados en un modelo de democracia occidental. Del mismo modo en que nuestros países se ensayan variantes de democracia acordes con nuestras raíces culturales (eso que algunos llaman idiosincrasia), así también los periodistas latinoamericanos tendremos que elaborar nuestros propios modelos de periodismo de investigación, plenamente correspondientes con nuestras realidades particulares, de suyo dramáticas, y con nuestros obstáculos frecuentemente comunes. De nada nos sirve importar metodologías que son exitosas en los países donde fueron diseñadas, pero que fracasan en nuestra región al no encontrar las condiciones jurídicas y políticas elementales sobre las que descansa su viabilidad. La opción es adaptar lo mucho de eficaz que sí tienen aquellas metodologías, aunque para ello primero debemos transformar nuestra propia actitud frente a la información. Si las fuentes "oficiales" se cierran, hay que abrirlas con nuestro trabajo como reporteros. Siempre será ideal obtener documentos que confirmen nuestra información, pero nuestro objeto de investigación no son los documentos, son las personas que los elaboran, son las personas a las que se refieren. Nuestro objeto de investigación es la realidad… y la realidad no es abstracta; tiene nombres, apellidos, direcciones, biografías… Pero, sobre todo, la realidad es mesurable. No es tarea fácil, por supuesto; requiere de conocimientos y habilidades que no se enseñan en las escuelas de periodismo de nuestros países, pero que se pueden adquirir de forma autodidacta, si se quiere, o, mejor aún, mediante la dirección de colegas que practican un periodismo mucho más riguroso, aplicando metodologías de investigación más cercanas a la sociología que al propio periodismo. Algo de esto intentan aportar organizaciones profesionales como saladeprensa.org y el Centro de Periodistas de Investigación (México), el Centro Latinoamericano de Periodistas (Panamá) y la Fundación para un Nuevo Periodismo Iberoamericano (Colombia). Lo mismo hacemos un grupo de reporteros mexicanos que impartimos el Curso de Posgrado en Periodismo de Investigación en la Universidad Iberoamericana, y por el cual ya han pasado más de 150 colegas de una decena de ciudades mexicanas, en los últimos dos años. Capacitarse en el uso de nuevas herramientas, tecnologías y metodologías requiere disposición y esfuerzo, pero, en cualquier caso, es aún más difícil abrir fuentes a golpe de periodicazos..
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Gerardo Albarrán de Alba es coordinador de Proyectos Especiales de la revista mexicana Proceso, director de Sala de Prensa y coordinador académico del Curso de Posgrado en Periodismo de Investigación y profesor de Taller de Periodismo del Departamento de Comunicación de la Universidad Iberoamericana. Es miembro del Consejo Editorial de Le Monde Diplomatique (edición mexicana) y del Consejo Asesor de la Fundación Información y Democracia, A.C., y vocal del Consejo Directivo del Centro de Periodistas de Investigación, A.C. (IRE-México). Es doctorando en el Programa 2001-2003 del Doctorado en Derecho de la Información por la Universidad de Occidente, con el apoyo del Programa Iberoamericano de Derecho de la Información de la Universidad Iberoamericana y del Instituto de Investigaciones Jurídicas de la Universidad Nacional Autónoma de México.
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Por qué la democracia necesita del periodismo de investigación Silvio Waisbord * Durante la década de 1970, los reporteros desempeñaron un papel decisivo en revelar lo que llegó a ser el escándalo político más grave de Estados Unidos del período posterior a la Segunda Guerra Mundial. Los periodistas de Washington siguieron la pista de un hurto menor en el edificio de oficinas de Watergate, hasta llegar a la Casa Blanca. Este reportaje llevó a investigaciones en el Congreso y finalmente a la renuncia del presidente Richard Nixon. El desempeño de la prensa durante el caso Watergate se consideró el espejo que refleja lo mejor que el periodismo puede ofrecer a la democracia: hacer que el poder rinda cuentas. Esta función se convirtió en una tendencia en las redacciones de los periódicos de Estados Unidos. En los años siguientes la profesión gozó de un alto grado de credibilidad y hubo un aumento notable en el número de estudiantes de periodismo. Ahora, casi tres décadas después, la situación ha cambiado. El periodismo de investigación no parece ser la estrella más brillante en del firmamento de la prensa estadounidense. Si el tono de la prensa fue de alabanza a sí misma en los años posteriores a Watergate, actualmente el pesimismo en cuanto al estado del periodismo estadounidense es generalizado. Los observadores afirman a menudo que la creciente concentración de la propiedad de los medios de información en pocas manos y el apremio por el sensacionalismo en el reportaje de las noticias han agotado el vigor que el periodismo de investigación requiere. Las presiones comerciales también disuaden del periodismo de investigación. Frecuentemente su necesidad de una gran cantidad de tiempo y de recursos humanos y financieros está en conflicto con las expectativas de ganancias y el control de los costos de producción. Además, el hecho de que los artículos pueden tener como resultado juicios costosos pone nerviosas a las empresas propietarias de los medios de información cuando se trata de apoyar investigaciones. A pesar de estos factores, en la última década no ha habido escasez de artículos producidos por el periodismo de investigación. Los principales periódicos urbanos de Estados Unidos han publicado artículos que revelan la corrupción, la injusticia y la mala administración del medio ambiente. Los noticiarios de televisión locales y de cadenas televisivas frecuentemente producen reportajes de investigación que generalmente cubren diversos tipos de fraude al consumidor, en terrenos como el cuidado de la salud, los servicios sociales y las hipotecas residenciales. ¿En qué consiste el periodismo de investigación?
El periodismo de investigación se distingue en que publica información sobre infracciones que afectan el interés del público. Las denuncias son el producto de la labor de reporteros no el resultado de información secreta divulgada a la redacción.
Aun cuando el periodismo de investigación era antes tarea de reporteros solitarios independientes, con poco o ningún apoyo de sus órganos de prensa, los ejemplos recientes han demostrado que el trabajo en equipo es fundamental. Se necesitan diferentes tipos de conocimiento para producir artículos bien documentados y completos. Estas investigaciones requieren reporteros, jefes de información, asesores jurídicos especializados, analistas de estadísticas, bibliotecarios e investigadores de noticias. El conocimiento de las leyes de acceso a la información pública es indispensable para encontrar información potencialmente disponible y obtenible en virtud de la legislación sobre "la libertad de información" y para anticipar problemas legales que pueden surgir cuando se publica información perjudicial. Las tecnologías nuevas son sumamente valiosas para descubrir datos y familiarizar a los reporteros con cualquier tema complejo. Gracias a la sistematización en formato electrónico de los documentos gubernamentales y la disponibilidad de cantidades extraordinarias de información en línea, el reportaje asistido por computadora es de gran ayuda. Democracia y periodismo de investigación
El periodismo de investigación es importante debido a su contribución múltiple al ejercicio del gobierno democrático. Su función puede comprenderse en consonancia con el modelo del Cuarto Poder de la prensa. Según este modelo, la prensa debe hacer responsable al gobierno mediante la publicación de información sobre asuntos de interés público, incluso cuando dicha información revela abusos o delitos perpetrados por las autoridades. Desde esta perspectiva, el reportaje producto de investigación es una de las contribuciones más importantes de la prensa a la democracia; está vinculado a la lógica de limitación y equilibrio de poderes de los sistemas democráticos. Ofrece un mecanismo valioso para vigilar el desempeño de las instituciones democráticas, en su definición más amplia, la cual incluye entidades gubernamentales, organizaciones cívicas y sociedades anónimas. La posición central que ocupan los medios de información en las democracias contemporáneas hace que la élite política sea sensible a las noticias, en particular a las "malas" noticias, que a menudo producen conmoción pública. La publicación de noticias sobre fechorías políticas o económicas puede provocar investigaciones en el congreso y los tribunales. Cuando las instituciones gubernamentales no hacen más averiguaciones o las investigaciones se ven plagadas de problemas y sospecha, el periodismo puede contribuir al rendimiento de cuentas mediante la vigilancia del funcionamiento de tales instituciones. Puede examinar la forma en que realmente llenan su mandato constitucional de gobernar responsablemente frente a informes de prensa que revelan mal funcionamiento, falta de honradez o fechorías en el gobierno y la sociedad. Cuando menos, el periodismo de investigación mantiene influencia importante, ya que puede sentar la pauta de lo que debe hacerse, al recordarles a los ciudadanos y la élite política la existencia de determinadas cuestiones. Sin embargo, no hay garantía de que la atención continua de la prensa dará como resultado que el Congreso y el sistema judicial investiguen y procesen a los responsables de las fechorías. El periodismo de investigación también contribuye a la democracia mediante el fomento de una ciudadanía al tanto de los hechos. La información es un recurso vital para habilitar a un público vigilante que, en última instancia, haga responsable al gobierno mediante su voto y participación. En las democracias contemporáneas, donde la política gira alrededor de los medios de información, éstos han eclipsado otras instituciones sociales como fuente principal de información sobre asuntos y procesos que afectan la vida de los ciudadanos. Acceso público
El acceso a documentos públicos y las leyes que garantizan que los asuntos públicos se ventilen en sesiones abiertas son indispensables para la labor del periodista investigador. Cuando censura previa o leyes de difamación se ciernen en el horizonte, es poco probable que los órganos de información aborden temas sujetos a controversia, debido a la probabilidad de juicios costosos, Por consiguiente, las democracias deben reunir ciertos requisitos para que el periodismo de investigación sea efectivo y ofrezca información diversa y completa. Etica del periodismo de investigación
Cada equipo de reporteros investigadores trabaja en un artículo en circunstancias diferentes, por tanto, la preparación de un manual de normas éticas para uso en todos los casos es problemática, aunque se han aceptado generalmente ciertas pautas. Las implicaciones legales de las actividades de los reporteros son, con mucho, más precisas que las cuestiones de ética.
Si la ley lo permite, es legal; si no, no lo es. La ética, en cambio, trata de la forma de distinguir entre el bien y el mal, con principios filosóficos que se emplean para justificar un curso de acción determinado. Cualquier acción puede ser juzgada ética, dependiendo del marco ético que se utilice para justificarla y de los valores que tienen prioridad. Lo que los periodistas y los directores necesitan determinar es quién se beneficia como resultado del reportaje. Si el periodismo se compromete a la responsabilidad democrática la interrogante que queda por formularse es si el público se beneficia como resultado de los reportajes de investigación. ¿Qué intereses promueve el periodismo de investigación al publicar un determinado artículo? ¿Cumple la prensa con su responsabilidad social al revelar la fechoría? ¿Qué intereses se afectan? ¿Qué derechos se violan? ¿El asunto en cuestión es de legítimo interés público? ¿Se invade el derecho a la intimidad cuando no se trata de un asunto de vital interés público? La mayoría de los debates sobre ética en el periodismo de investigación se ha concentrado en la metodología, es decir, ¿es cualquier método válido para revelar una fechoría? ¿Es lícito el engaño cuando el objetivo del periodista es informar sobre la verdad? ¿Es cualquier método justificable no importa las condiciones de la tarea y las dificultades para conseguir información? ¿Pueden los reporteros de televisión utilizar cámaras ocultas a fin de obtener material para un artículo? ¿Pueden los periodistas utilizar identificación falsa para lograr acceso a la información? A este respecto hay un factor importante que debe considerarse, el público parece menos dispuesto que los periodistas a aceptar cualquier método para revelar una fechoría. Las encuestas indican que el público es receloso de la invasión de la intimidad, no importa cual sea la importancia pública del artículo. Generalmente el público parece menos inclinado a aceptar la idea de que los periodistas deben utilizar cualquier método para lograr la información. Dicha actitud es significativamente reveladora en momentos en que la credibilidad de la prensa es baja en muchos países. La prensa necesita ser digna de confianza a los ojos del público. En ello consiste su capital principal, pero con demasiada frecuencia sus acciones socavan más su credibilidad. Por tanto, el hecho de que generalmente los ciudadanos creen que los periodistas se proponen lograr material para un artículo a cualquier precio, tiene que ser una consideración importante. Las revelaciones que dependen de métodos dudosos para obtener la información pueden disminuir aún más la legitimidad y el prestigio público del reportaje y el periodista. Las cuestiones de ética no se limitan a los métodos. La corrupción es también otra cuestión de ética importante en el periodismo de investigación. La corrupción incluye una variedad de prácticas, que van desde el periodista que acepta soborno o reprime una revelación hasta el que paga por información. También debe considerarse el daño que puede causarse al ciudadano privado con el reportaje. Generalmente las cuestiones que tienen que ver con la intimidad pasan a primer plano, ya que frecuentemente el periodismo de investigación debe cuidar de no sobrepasar el límite impreciso entre el derecho a la intimidad y el derecho del público a la información. Generalmente se presume que el derecho a la intimidad de una figura pública se interpreta en forma diferente al de un ciudadano común. No hay respuestas fáciles y específicas a las cuestiones de ética. Los códigos de ética, a pesar de sus méritos, no ofrecen soluciones bien definidas que puedan aplicarse a todos los casos. La mayoría de los analistas están de acuerdo en que los periodistas deben estar siempre conscientes de cuestiones como la justicia, el equilibrio y la exactitud. Los reporteros tienen que hacerse preguntas éticas continuamente, en todas las etapas de una investigación, y deben estar preparados para justificar sus decisiones ante directores, colegas y el público. Les es preciso tener en cuenta los intereses que se afectan y realizar su tarea de acuerdo con la normas de su profesión. Periodismo de investigación en América Latina
América Latina contemporánea ofrece una variedad de ejemplos que explican por qué la democracia necesita el periodismo de investigación, así como la forma en que éste contribuye al ejercicio del gobierno democrático. Durante las dos últimas décadas, el periodismo de investigación, sin excepciones, ha tomado fuerza en todos los países a medida que se consolida la democracia en toda la región. Relegado a publicaciones partidistas y marginales en el pasado, últimamente ha ganado aceptación en los principales órganos de prensa. Hay muchas razones por las cuales se ha afirmado el periodismo de investigación, entre ellas
principalmente la consolidación de los gobiernos democráticos, la transformación fundamental del aspecto económico de los medios de información, la existencia de publicaciones comprometidas a revelar abusos específicos y los enfrentamientos entre algunas compañías de noticias y algunos gobiernos. Al igual que en otras regiones del mundo, el valor principal del periodismo de investigación para las democracias latinoamericanas es su contribución a una creciente responsabilidad política. Esto es especialmente importante, ya que se considera que la debilidad de los mecanismos de rendición de cuentas es uno de los problemas más graves a que se enfrentan las democracias de la región. El letargo, ineficacia e insensibilidad institucionales a las necesidades públicas legítimas se citan con frecuencia como una debilidad importante. La existencia de empresas noticiosas comprometidas al periodismo de investigación ha llegado a ser sumamente importante. Aun cuando otras instituciones no han verificado las revelaciones de la prensa o no han realizado sus propias investigaciones, la prensa ha mantenido vivas las alegaciones de conducta ilegal o poco ética y, a la postre, en algunos casos, ha forzado a los organismos legislativo y judicial a actuar. El periodismo de investigación tiene un poder inigualado para vincular a funcionarios con determinados delitos, pero también puede crear en el público una percepción errónea de la existencia de fechorías. Es una espada de doble filo. El reportaje de fechorías llama la atención del público a supuestos delitos, pero también puede llevar a juicios precipitados sobre la responsabilidad de los individuos, sin que medien las instituciones constitucionalmente designadas para investigar y llegar a un veredicto legal. En este caso la responsabilidad ética, una vez más, es en extremo importante: las acusaciones no respaldadas que hace la prensa pueden tener efectos perjudiciales para la reputación de individuos e instituciones. La corrupción gubernamental ha sido el enfoque central de las investigaciones de la prensa en las democracias latinoamericanas. Otros temas (por ejemplo la corruptibilidad y prácticas laborales ilícitas de las corporaciones) han atraído atención considerablemente menor. El hecho de que numerosas encuestas indican que la corrupción figura constantemente entre las tres preocupaciones mayores de la población en toda la región, puede ser un indicio de la influencia del periodismo de investigación en hacer de las fechorías gubernamentales una preocupación principal. El caso de América Latina indica entonces, que la existencia del periodismo de investigación es importante por sí misma. El alcance y equilibrio de los proyectos de investigación son también significativos. La prensa dirige la atención de ciudadanos y legisladores a cuestiones específicas. Muchas esferas sociales y gubernamentales necesitan atención en las democracias contemporáneas. El periodismo de investigación es más eficaz cuando utiliza una red amplia que cubre una variedad de asuntos.
* Silvio Waisbord es profesor auxiliar del Departamento de Periodismo y Medios de Información Públicos de la Universidad Rutgers, en Nueva Jersey. Es colaborador de Sala de Prensa. Este texto fue difundido por la Oficina de Programas de Información Internacional del Departamento de Estado de Estados Unidos, y se reproduce con la autorización expresa del autor.
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El papel del periodismo de investigación en la sociedad democrática (I) Darío Klein * "Revelar al mundo algo que le interesa profundamente y que hasta entonces ignoraba, demostrarle que ha sido engañado en algún punto vital para sus intereses temporales o espirituales, es el mayor servicio que un ser humano puede prestar a sus semejantes"
John Stuart Mill 1. Ampliação da agenda MEDIA A tarefa de "guarda" que o sistema democrático atribui à imprensa é reforçada quando se trata de jornalismo investigativo. Acreditamos que nenhuma outra forma de jornalismo cumpre essa missão com mais conhecimentos. O diretor da ABC, Luis Maria Anson, explica-o claramente: "O jornalismo investigativo tem a missão mais delicada e difícil na defesa da transparência democrática, para trazer à luz casos, muitas vezes escondida e invisível por natureza".
1.1. O jornalismo investigativo adiciona informações Se os mass media constroem a realidade social e afetam o que o público sabe, o jornalismo investigativo trabalha nesta tarefa, trazendo novas questões para a agenda da mídia e ampliar o espectro de eventos noticiosos. Como vimos no final do capítulo anterior, a produção de notícias geralmente começa com acontecimentos que são a matéria-prima da notícia. No entanto, o jornalismo investigativo é separada do resto das práticas jornalísticas da mídia, porque, no seu caso, eventos e notícias são os mesmos. Um relatório de investigação por sua própria natureza vai buscar aquilo que resiste a ser revelado, descoberto ou criado o evento. A publicação de uma história de investigação é um evento em si, e geralmente introduz, adiciona ou reavivar um assunto na agenda mediática. Assim, só serve para enriquecer o debate público, acrescentando temas e argumentos. 2. EL PERIODISMO DE INVESTIGACIÓN, PERRO GUARDIAN DE LA SOCIEDAD
Mas o jornalismo investigativo não é apenas a adição de cargas de itens para o quadro cognitivo da democracia. Acima de tudo, acrescenta qualidade. Javier del Rey afirma que "a qualidade da democracia depende da qualidade da comunicação tomando lugar na democracia" (Del Rey, 1989, p. 229), e afirma que "só tem uma democratização real, ou maior democratização de uma sociedade democrática, por causa de suas instituições, aumentando a qualidade ea racionalidade da comunicação social que serão produzidos "(ibid., p. 33) e que" um aumento na qualidade de A comunicação é sempre a melhoria e consolidação da convivência democrática "(ibid., p. 215). E, como mostrado pelo espanhol jornalistas investigativos, com expressões como "é jornalismo puro" (Eduardo Martín de Pozuelo), "é o jornalismo em sua forma mais pura" (Francisco de Mercado) ou "qualquer trabalho jornalístico deve ser a investigação" (Ramón Tijeras ), o jornalismo está em seu mais alto nível de qualidade e profissionalismo só para o jornalismo investigativo. Principalmente, os repórteres do jornalismo e da literatura atual concorda que o jornalismo investigativo, de fato, apenas iluminar as áreas escuras da sociedade, adquirir conhecimento sobre algo e reduzir a incerteza. No moderno complexo democracias modernas, é no jornalismo investigativo, onde existe uma comunicação mais racional e de qualidade. Professor Ted J. Smith, em 1991 publicou um artigo criticando o trabalho dos jornalistas em geral, e disseram que não estavam cumprindo seu papel de fiscalizador, nomeadamente, porque: o exercício do jornalismo é basicamente uma atividade intelectual frouxa e uma acentuada tendência para a simplificação; jornalistas muitas vezes não têm as competências adequadas às questões mais complexas da vida moderna; trabalho jornalístico é executado sem reflexão e calma que são desejáveis em um trabalho crítico adequado (Martínez Albertos, 1994, p. 18). Na verdade, esses defeitos são anotados por Smith, que visa resolver o jornalismo investigativo. Essa lacuna pode ocorrer em alguns casos, os repórteres não são investigados, é justamente o que ele pode fazer a ponte investigação séria. Os formatos de informações comuns não dão a possibilidade de refletir, para olhar além do óbvio, para explicar as complexidades.
Como lo plantea James Deaking: "Los noticieros vespertinos de la TV disponen de unos 21 minutos para cubrir un mundo inmenso, desordenado y complicado. Las consecuencias son la superficialidad e incomprensión" (Deaking, 1991, p. 31). Eugene Roberts, por su parte, lo resume así: "Sociedade,
especialmente a nossa sociedade democrática começa a falhar quando não é devidamente informado. "Diga aos seus leitores um jornal que se recusa a fazer jornalismo em profundidade, o jornalismo investigativo? A resposta é enfaticamente, não. Sem querer realizar o jornalismo investigativo, um jornal não para os leitores. Dada uma cobertura incompleta "(Roberts, 1988, p. 12).
Según Philip Meyer, el punto débil del tradicional periodismo de actualidad es: "que el periodista carece de una certeza de criterio para calibrar las fuentes en conflicto y se ve forzado a utilizar el tradicional objetivismo, el cual implica la temeraria suposición de que todas las voces profesan un equivalente afán por la verdad" (Meyer, 1993, p. 37). Por eso, Martínez Albertos asegura que: "El papel del 'watch-dog' se materializa justamente mediante la elaboración de los 'reportajes de investigación" (Martínez Albertos, 1994, p. 24). Y agrega: "Por
isso me pergunto sobre a validade da tese é o cão de guarda de considerar a utilidade prática na vida das comunidades políticas, de reportagens investigativas. Além disso, concluímos que a revisão e actualização do watchdog tese é condicionada pela consideração de que são os requisitos técnicos e éticos para a preparação e elaboração de um relatório final de investigação correta (Martínez Albertos, ibid. , P. 24). John Suart Mill, al ligar su concepto de libertad al de verdad y hablar de la utilidad de la heterodoxia, hace una descripción que goza de especial significación, aplicada al análisis del periodismo de investigación: "revelar al mundo algo que le interesa profundamente y que hasta entonces ignoraba, demostrarle que ha sido engañado en algún punto vital para sus intereses temporales o espirituales, es el mayor servicio que un ser humano puede prestar a sus semejantes" (Stuart Mill, 1979, p. 77) No final do dia ele desce para a necessidade de uma imprensa livre em sociedades democráticas. E acreditamos que o lugar onde essa liberdade é vividamente demonstrado é justamente no jornalismo investigativo. Essa prática de jornalismo é o mais ousado fim da liberdade de expressão: uma imprensa que investiga e expõe as instituições que garantem a liberdade. 3. EL PERIODISMO DE INVESTIGACIÓN ENRIQUECE EL DEBATE
Como discutido anteriormente, Robert Dahl identificou o grau de riqueza do debate público como uma medida fundamental de democratização. E, precisamente, através da expansão da agenda de temas e pela qualidade melhorou e racionalidade na comunicação, divulgação de jornalistas investigativos, mas não fazem nada enriquecem o debate. O debate público é reforçada não somente através da apresentação de todas as partes, todos los puntos de vista, de todas las caras de la moneda.
Es más, en sociedades tan complejas como las actuales, ese embotellamientos de mensajes a veces simplemente aumenta la confusión del público y, contradictoriamente, puede dar lugar a un deterioro en la comunicación. El periodismo de investigación independiente intenta solucionar ese problema. Intenta desenmarañar y captar más claramente la compleja realidad que nos rodea. Javier del Rey lo explica de la siguiente manera: "Não é suficiente pluridad emitentes e não a liberdade suficiente para que todas as opiniões queria e defendida pelo filósofo Inglês (Stuart Mill): um jornalista é suposto treinamento intensivo, porque o seu objecto é, em suma, mergulhar na sociedade, distinção entre meios e fins, priorizar e obter racionalidade no tratamento de questões socialmente relevantes "(Del Rey, 1989, p. 47).
A simples apresentação de versões conflitantes dos fatos e não mais eficaz. Hoje, cada vez mais, a cultura política, social, privado e / ou tende a ser imunizados contra a falsificação e críticas. Portanto, os meios de comunicação independentes têm a tarefa de responder as versões passadas pela versão de poder, verificado e testado, mais perto da verdade. Montserrat Quesada afirma que: As sociedades modernas e os tempos modernos exigem que a liberdade de informação e crítica pública não pode ser construída apenas de meras opiniões dos mais atrevidos. É necessário que essas opiniões ser suportado pela força dos fatos e para isso trabalho de pesquisa é o inescapável "(Rodriguez, 1994, p. 11).
Fazer ou não fazer jornalismo investigativo, a mídia desempenha o papel de construir a realidade social. Esta realidade vai ser mais ou menos perto da verdade, mais ou menos completa, mais ou menos clara, dependendo da qualidade do jornalismo que você navegue sociedade. E nem o jornalismo atual, ou declaração, nem mesmo interessado filtragem e relatórios jornalismo alcançar a clareza, a profundidade ea certeza de que ele pode conseguir o jornalismo investigativo. Nenhuma dessas práticas jornalísticas tão bem cumpre a tarefa de fiscalização das instituições democráticas. Em todos estes casos, as versões do produto jornalístico interessa simplesmente reflete a realidade de que nenhuma racionalidade ou colaborar de forma tão eficiente clarificar os aspectos da realidade que permanecem nas sombras. Como dissemos Philip Meyer, o pai da precisão jornalística: "Uma sociedade democrática precisa de maneiras
de testar a realidade. Políticos e grupos de interesse definir a realidade para que ela deve ser adaptada às suas necessidades. Os jornalistas investigativos podem testar as suas versões da realidade acumulando fatos que poderiam criar uma realidade objetiva. " Além de controlar as instituições e enriquecer o debate público, o jornalismo investigativo é apenas o cuidado com base para a própria democracia, denunciando aqueles que subvertem as regras democráticas. E como as investigações podem abranger todo o espectro da realidade que vai do individual para o institucional ou do social ao político o papel de monitoramento, a sua, de abordar as questões à luz, para descobrir o oculto, o oculto e esquecido , Para esclarecer o complexo, também se reuniu com toda a sociedade e não se limita apenas a questões eleitorais 3.1. Combate contra la complejidad Volvamos una vez más a Robert Dahl, quien, como ya vimos, argumentaba que el tamaño de las sociedades modernas, dinámicas y pluralistas
essas sociedades se tornaram mais complexos e instituições reticulados gerados e os governos cada vez mais sem limites. Nesta situação, o jornalismo investigativo inescapável serve para ajudar os cidadãos a participar nas decisões que afetam suas vidas desvendar e trazer a maneira mais clara possível, uma síntese da realidade que os rodeia. Em outras palavras, como indicado na hipótese, construir um rico quadro cognitivo adequado à crescente complexidade das sociedades democráticas, ou no processo de democratização. Não só é um fato que os cidadãos não têm praticamente nenhuma outra forma de acesso às decisões das instituições que governam as suas vidas através da mídia, mas, dada a complexidade da sociedade e do governo não pode prescindir um tipo de jornalismo de qualidade que consegue agilizar e organizar este mundo. A estas alturas seguramente sería ocioso repetir que ese es uno de los fines del correcto periodismo de investigación. Dice Eugene Roberts: "Como o governo se torna maior e mais complexo, bem como a sociedade em que explode a ciência ea tecnologia, como os problemas se tornam mais opacos e avassaladora, o jornalismo convencional está se tornando cada vez mais inadequada "(Roberts, 1988, p. 12).
Por eso, Philip Meyer sostiene que, para los periodistas: "Houve uma época em que tudo o que era necessário era o amor da verdade, da força física e alguma graça literária. Contudo, os jornalistas precisam desses recursos, mas eles não são mais suficientes. O mundo se tornou tão complicada, aumentando informação disponível tão grande, que o jornalista tem que ser alguém que não só investiga e transmitidos, um organizador e não apenas um intérprete e alguém que recolhe e torna acessíveis os fatos "(Meyer, 1993, p. 25).
4. UNA VISION SISTÉMICA
Embora a democracia exige jornalismo investigativo, este, por sua vez, precisa de democracia. O jornalismo investigativo está trabalhando com a democratização da sociedade, mas ao mesmo tempo, exige que a sociedade está suficientemente democratizado para permitir a existência do jornalismo investigativo. É muito sociedade mais democrática, mais possibilidades existem para levar a cabo a missão do jornalismo, e muito jornalismo mais investigativo realizado pela mídia, promoverá uma maior democratização da sociedade que, por sua vez, pode permitir o desenvolvimento de uma melhor e mais eficiente jornalismo livre e investigativo. jornalista de investigação só pode desenvolver as suas actividades até ao final em uma democracia. Mas, mesmo neste sistema deve enfrentar obstáculos significativos e limitações que ele, com sua tarefa, pode ajudar a ultrapassar e resolver. Não há necessidade de passar para a cena de uma ditadura que claramente viola a liberdade de imprensa e, portanto, praticamente impossível de jornalismo investigativo (uma prática que poderia prejudicar a estabilidade da ditadura). Mas numa democracia, os graus de liberdade de imprensa variar, como os graus de transparência oficial. E, com eles, assim que faz a profundidade ea facilidade ou dificuldade com o jornalismo investigativo. 4.1. Condiciones para el desarrollo del periodismo de investigación.
De manera prescriptiva podemos decir que, para que el periodismo de investigación sea posible en un país democrático, es deseable la existencia de varias condiciones. Que las empresas periodísticas:
• estén dispuestas y en condiciones de apoyar empresarialmente esta actividad
• destinen los recursos y le cedan el tiempo necesario a los reporteros • gocen de la suficiente independencia política y económica como para permitir una práctica periodística lo más libre posible Y también que la ley y la puesta en práctica de la ley garanticen:
• el libre acceso a registros públicos • protección a la práctica periodística y a la libertad de expresión • la protección al secreto profesional Os elementos mais destes estão presentes, mais garantias e comodidades pesquisa da prática nos meios de comunicação de massa e mais sobre como o sistema democrático é o ideal. Mas há uma diferença substancial entre o desejável eo possível, e é difícil encontrar todos esses elementos em forma pura. 4.2. Limitaciones para el desarrollo del periodismo de investigación
Uno de los principales obstáculos para que las condiciones ideales para el desarrollo del periodismo de investigación, y por tanto de la democracia, estén dadas, es el factor económico. Como indica la profesora Quesada: "la inmensa mayoría de los periódicos del mundo carecen de una independencia económica real que les permita librarse de todas las ataduras y compromisos" (Quesada, 1986, p. 90). Isto implica, em primeiro lugar, que certos grupos econômicos ou de certas áreas da sociedade (incluindo empresas públicas que distribuem a publicidade) pode estar fora do calendário o olhar do jornalismo investigativo. Nestes casos, a mídia reconhece que não pode fazer sem a publicidade de algumas empresas e, portanto, não é capaz de realizar um projeto que, face a esta fonte de renda e que representa um risco de perdê-lo. Refiriéndose al caso español, Rodríguez argumenta: "hoy, pasados los fogosos momentos de la transición de los años setenta, ninguna empresa coherente osa publicar investigaciones sobre los grupos financieros de los que depende o de las empresas que se anuncian en sus medios" (Rodríguez, 1994, p. 37). Em segundo lugar, isso pode significar que, sem considerar os benefícios econômicos que podem produzir jornalismo investigativo, a mídia não está disposta a investir os recursos necessários para desenvolvê-lo. Acima de tudo, você está pronto para apoiar o trabalho sem pressão e fechamento diário, médio ou longo prazo, que por definição exige que o jornalismo investigativo. Outro obstáculo comum para o bom desenrolar do jornalismo de investigação é a falta de transparência nos registros públicos ou documentos. En teoría, como dice Philip Meyer: "la información sobre lo público ha de ser accesible de modo igualitario para todos los miembros del público" (Meyer, 1993, p. 292) Esto, en Estados Unidos, "es sencillo de hacer con archivos de papel ante los que cualquiera puede presentarse a solicitarlos e inspeccionarlos" (ibid., p. 292). "En 1989 un investigador contabilizó alrededor de 4,250 bases de datos disponibles en Estados Unidos, que eran accesible a través de 500 empresas de suministro de acceso simultáneo a diversas redes" (Meyer, 1993, p. 233).
Sin embargo, la transparencia pública que ofrece el sistema democrático estadounidense es tan paradigmática como poco común. En la mayoría de los países todavía persiste un celo excesivo por parte de las autoridades con respecto a la información, la documentación, las estadísticas, las bases de datos, la información sobre el financiamiento de las campañas políticas y los registros públicos en general. Em os EUA não existe uma legislação favorável à transparência pública de todos os documentos guardados ou estatística ou feitas pela administração. Além disso, este país tem uma assim chamada "legislação Freedom of Information Act (FOIA), que em especial, garantir acesso dos jornalistas a todos os documentos que afirmam que não são classificados como secretos. E no caso de documentos secretos, permite a possibilidade de solicitar o acesso. Esta é uma instância de recurso com os jornalistas que têm poucos outros países. Além disso, vários países latino-americanos apresentam uma outra desvantagem para permitir que o jornalismo investigativo apropriado. Estes são os países que herdaram o sistema antigo de imprensa partidária e, portanto, não permitem a independência política necessária para fazê-lo. Primeiro, porque a mídia não pode investigar assuntos que envolvem seu partido. E em segundo lugar porque, no caso de fazer ou para investigar qualquer outro setor da sociedade ou qualquer outros líderes do partido, ela não tem a credibilidade necessária para legitimar o trabalho. 4.3. Grados de democratización periodística
Retomando la visión sistémica que implica que el periodismo de investigación cumple un papel trascendente en la democratización, y que, a la vez, requiere de un grado creciente de democratización para desarrollar su tarea, podemos identificar cinco estadios de una sociedad, según su grado de democratización y según la calidad del periodismo que se practique. a. La primera etapa, la básica, es que el sistema garantice la libertad de prensa más elemental. La que permite publicar y emitir sin censura previa de ninguna autoridad estatal. Esto a pesar de que los medios y los periodistas puedan ser sometidos a distintos tipos de presión física, política y/o económica que impiden la existencia de investigación periodística. b. La segunda, es la que permite que los mass media comiencen a investigar, fundamentalmente casos de corrupción, aunque aún con ciertas limitaciones como, por
b. exemplo, não investigar diretamente o governo ou certas económica ou social poderoso. Este estágio geralmente significa assegurar a proteção legal de sigilo profissional, a independência económica limitada e independência política para realizar o trabalho jornalístico. Mas normalmente envolve autoridades do governo ainda tem um certo controle implícito, não regulamentada, conseguem por meio de intimidação ou de mecanismos económicos, tais como o aumento da carga tributária ou a desigual distribuição da publicidade oficial. c. A terceira é a que permite a imprensa para alcançar a autonomia financeira e política do governo e da possibilidade de investigar livremente. Assume que o sistema e as autoridades dos três poderes democráticos proporcionar liberdade suficiente para ser submetido ao escrutínio da imprensa, sem um controle implícito ou explícito, além dos habituais estratégias de defesa pública, que incluem acusações de difamação e preconceito da mídia. No entanto, nesta fase, ainda existem certos grupos ou sectores, pelo seu poder, principalmente econômico, eles escapam ao microscópio jornalística. d. A quarta etapa já é uma prima superior. É quando ele é capaz de realizar as investigações que vão além da política e envolver todas as camadas e sectores sociais, incluindo a própria mídia. Neste caso, os meios de comunicação têm uma independência financeira e económica, bem como a política, o que lhe permite não ser fiel a nenhum setor ou quase nenhuma social ou econômica. e. A quinta e última etapa é quando todos os acima são garantidos e agora c. además, la sociedad y la burocracia pública alcanzan niveles óptimos de transparencia, permitiendo el acceso público a la mayor cantidad de documentación e información oficial.
Muy pocos países han logrado llegar a este estadio ideal de la democracia prescriptiva, a esa etapa avanzada de la relación entre medios de masas y sistema democrático. Estados Unidos puede ser un ejemplo, aunque no siempre. 4.3.1. Repercusiones deseables del periodismo de investigación
Outra circunstância que serve para medir o grau de democratização de um sistema, é o tipo de repercussão política ou jurídica que ocorrem como resultado de uma investigação toma conhecimento público. Como previsto no Capítulo II, mas é feito por jornalistas como um sucesso quando ocorre, não é nem deve ser a meta de qualquer investigação ou as implicações de política judiciária que isso pode ter. O resultado pretendido pelo jornalismo investigativo é colocar as questões no debate, enriquecer e melhorar a qualidade da democracia e da comunicação, vendendo jornais e publicidade, para melhorar a classificação, vencer a concorrência ... Mas nunca julgar. Essa tarefa cabe aos tribunais, o Parlamento ou do público. Creemos, como el profesor Martínez Albertos, que: "é a mesma
sociedade, e não um grupo elitista do jornalismo profissional que realmente age como um cão de guarda dos valores e instituições, embora pareça ser que aqueles que mordem são os jornalistas já mencionado "(Martínez Albertos, 1994, p. 22 .)
Y también coincidimos con Montserrat Quesada, quien considera que después de haber realizado una correcta investigación: "o
jornalista pode escrever o seu artigo e publicar com absoluta certeza que seu trabalho terá sido bem feito, talvez você não possa alcançar o esforço de compensação, não fazem as autoridades em questão de corrigir a questão imputados, ou, no pior leitores podem até acabar acreditando que a história lhes é dito, mas ele vai colocar os seus dois cêntimos para ajudar a dar a responsabilidade dos meios de comunicação social deve ser assumida como empresas de marcação são de interesse público : a responsabilidade de assegurar que as instituições democráticas funcionam correctamente e que não excessos cometidos contra os interesses dos cidadãos no âmbito de tais privilégios que dá, sem dúvida, o exercício de qualquer poder "(Quesada, p. 86, 1987). Habla bien de una democracia que el sistema reaccione rápidamente a una investigación y ponga en marcha los mecanismos de control judicial o parlamentario. Eso indica el grado de madurez institucional, y el estadio democrático en el que se encuentra. Pero eso no pueden garantizarlo ni proponérselo como meta los medios, aunque sí puedan exigirlo en editoriales o columnas de opinión. En palabras de Bolch y Miller: "Los periodistas sólo pueden indicar lo que necesita ser cambiado. El cuarto poder no promulga leyes, no hace cambios en las normativas ni prende al culpable por el pescuezo y lo ingresa a la cárcel" (Bolch y Miller, 1978, p. 11). Reflexionando sobre el caso argentino, el periodista Horacio Verbitsky, anota: "Desde hace un cuarto de siglo se señala como paradigmática la investigación periodística del caso Watergate. (...) A diferencia de lo que ocurrió y aún ocurre en la Argentina -donde el periodismo puede hacer oír su voz pero no hay respuesta institucional que corrija los hechos que señala- en los Estados Unidos los periodistas dieron el alerta temprano, pero las instituciones se encargaron de completar la investigación. La Corte Suprema de Justicia y no el Washington Post reclamó al presidente Nixon la documentación que el Poder Ejecutivo se negaba a entregar alegando un privilegio constitucional. Esto sugiere que la diferencia con Estados
Unidos no está en el periodismo sino en la calidad institucional" (Verbitsky, 1997, p. 16). De todos modos -y regresando a la visión sistémica ya planteada- el periodismo de investigación, por el mero hecho de existir y por su influencia en la opinión pública, puede presionar a las instituciones para que sean transparentes, y para que se saneen a sí mismas, en el peor de los casos, en los comicios generales y mediante el voto popular. Obviamente es lícito que, sin forzarlo, el medio espere que el trabajo no caiga en saco roto. También es lícito que los periodistas se sientan frustrados cuando ven que nada cambia. Pero esas son las reglas del juego democrático. Y lo cierto es que la mayoría de las veces, aunque no renuncie ningún implicado en la investigación, el trabajo tiene sus consecuencias, menos impactantes a corto plazo, pero más duraderas a largo plazo. Por ejemplo, el crecimiento del periodismo de investigación como actividad de los mass media, la erosión a las defensas de aquellos que se ocupan de que nada cambie y, sobre todo, el enriquecimiento del debate público democrático. 5. EL EFECTO PERVERSO
Apesar da nossa defesa para o jornalismo investigativo, como uma tarefa que tende a enriquecer o processo de democratização, é preciso deixar aqui salientar os riscos associados a esse papel e, nas palavras de Hirschman, o "efeito perverso" (Hirschman, 1991) você pode começar a atender um jornalista numa sociedade democrática e, sobretudo, o "efeito perverso", que pode envolver o jornalismo investigativo. Enquanto o jornalismo de imprensa e de investigação tendem a enriquecer a prática, a democracia irresponsável, você não pode fazer mais danos. Pela prática irresponsável compreender alguns dos itens já desenvolvidos:.
• A mídia fará o papel de juízes que as campanhas de mídia para incentivar o cumprimento de um objetivo político específico para além da mera divulgação de fatos a mídia não respeitar as regras básicas de comprovação da exatidão e regularidade das reportagens investigativas. • A estas circunstancias que pervierten la esencia misma del trabajo periodístico, algunos autores añaden otra: que los mass media se tornen demasiado poderosos. Martínez Albertos lo ilustra así: "El perro guardián es útil siempre que no sea más poderoso que sus dueños y no acabe tiranizándolos (...) Una prensa tan prepotente, tan cohesionada ideológicamente como es la de nuestro tiempo, en lugar de actuar como perro guardián acaba ella misma convirtiéndose en un verdadero poder fáctico" (Martínez Albertos, 1994, p. 17). Citando al profesor Manuel Jiménez de Parga, Martínez Albertos agrega: "La principal tentación del periodista (es) que en lugar de ser un regulador, un instrumento para la regulación política, se convierta en regidor. En este caso el periodista no se limita a describir y analizar los hechos sino a regirlos. Y regir, según el diccionario, equivale a dirigir, gobernar o mandar" (Martínez Albertos, 1994, p. 19). Alain Minc, por su parte, planteaba de esta manera lo que para él era una constatación de lo que ocurre en Francia: "En el imaginario colectivo, los hombres de los medios reemplazaron a los banqueros como símbolos de la pujanza clandestina y de la influencia invisible, del poder insaciable" (Minc, 1993, p. 7).
5.1. Los medios: sujeto y objeto del periodismo de investigación
En un artículo crítico respecto al papel de la prensa, titulado alegóricamente "La mordedura del perro guardián", Ted Smith argumenta que: "la prensa es la única institución norteamericana que no se somete jamás al pleno rigor autocrítico del periodismo de investigación" (Smith, 1991, p. 24). Y esa, creemos, es la clave: toda institución -hasta la prensa- si se la deja hacer sin control alguno, puede terminar por pervertir su tarea, por abusar de ella, por tiranizar o por corromperse. Y el hecho de que la tarea periodística sea esencial en las democracias representativas modernas -como también lo son, por ejemplo, los tres poderes establecidos-, no le entrega a los periodistas licencia de impunidad. Por eso, aunque estamos personalmente en contra de todo tipo de regulación del periodismo, consideramos importante que la mirada con lupa del periodismo de investigación también incluya a los propios mass media. Si no quiere ser fiscalizada y restringida desde fuera, la prensa debe adoptar mecanismos para sanearse a sí misma autocontrolándose y estrechando sus propios códigos éticos. Los medios masivos de comunicación son una institución democrática más y, como tal, deben someterse al escrutinio de las mismas instituciones que el resto de los ciudadanos, incluido el control de la prensa y del periodismo de investigación. Creemos que, en este caso, es necesario que los periodistas dejen definitivamente de lado el corporativismo. Consideramos que si bien la lucha por la libertad de prensa es una lucha justa, como dice José Luis Dader, el corporativismo es uno de los "pecados capitales del periodista en su construcción de lo público" (Dader, 1992, p. 159-160). Si bien es necesario que los periodistas y el resto del sistema velen por garantizar el libre ejercicio periodístico, también es importante encontrar mecanismos para, en palabras de Popper, evitar que éste produzca un daño excesivo. Y en este sentido, un periodismo de investigación no corporativista puede ser una respuesta. Otro de los pecados capitales anotados por el profesor Dader es "el secretismo" (ibid., p. 161162). Este es otro efecto perverso que puede cumplir el periodismo en general y el periodismo de investigación en particular: que lo que es necesario ocultar para obtener información sobre un hecho sea más y más importante que lo que el medio va a revelar. Es decir, que el medio pervierta su función y en lugar de servir para difundir sirva para esconder. Otra crítica habitual contra el periodismo de investigación, que suele provenir de los políticos, es que en ocasiones trabaja coordinadamente con la Justicia. Esto es cierto sólo en parte. Ha ocurrido que antes de publicar una historia, el medio entregue la información al juez o al fiscal para protegerse del ataque posterior o para proteger a las fuentes. Además, muchas veces, periodistas y jueces, fiscales o funcionarios judiciales se retroalimentan en investigaciones determinadas, compartiendo o intercambiando información. Sin embargo, siempre que la meta final de lo antedicho sea revelar y no ocultar, no lo consideramos una desviación ni una perversión, sino parte de la tarea y de las reglas de juego democráticas. No se trata de una complicidad delictiva, sino todo lo contrario, una complicidad en busca de la verdad, una complicidad para proteger a los que cumplen esta tarea, una complicidad para que el público conozca y para lograr que lo que difunda el medio esté totalmente corroborado y sea lo más completo posible. A la hora de defenderse de una investigación periodística, los poderosos suelen apelar a todo tipo de recursos, que muchas veces buscan inducir temor en la opinión pública.
Así aparecen las acusaciones de falta de patriotismo y, sobre todo, en las democracias nacientes, las acusaciones de que esta forma periodística termina por debilitar al sistema democrático y a sus instituciones, porque logra que los ciudadanos le retiren su confianza a los gobernantes. Consideramos que este argumento es un buen intento de defensa por parte de la clase dirigente, pero nada más. La desconfianza y la apatía hacia la política y los políticos nunca es consecuencia de la labor de la prensa. El culpable no es el mensajero, sino el mensaje. La culpa no es del que investiga y publica honestamente sino del que pervierte su función, roba o desempeña una tarea en forma errática. La solución para evitar el descrédito de los gobernantes no es dejar de investigar sino, todo lo contrario, investigar más, controlar más, para identificar los problemas a corregir antes de que sea demasiado tarde. Como dice Philip Meyer: "una democracia que intenta proteger de la información a sus votantes porque dicha información podría utilizarse irracionalmente, deja de ser una democracia" (Meyer, 1993, 305).
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Darío Klein, periodista uruguayo, es miembro del Consejo Editorial de Sala de Prensa. Actualmente trabaja en la cadena de televisión estadunidense CNN, en Atlanta, como editor periodístico y periodista de investigación. Es doctor en periodismo, por la Universidad Complutense de Madrid, con una tesis realizada sobre Periodismo de Investigación, de la cual reproducimos ésta que la segunda parte del capítulo V.
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Estrategias de investigación Leonarda Reyes * Para quienes hemos pasado años en las redacciones, el reportaje de investigación puede significar dos cosas. La primera, una reiteración innecesaria porque yo siempre investigo, la segunda: ¿investigar?, sí cómo no, cuando termine las cuatro o cinco notas de hoy, los dos boletines y las dos llamadas para afinar detalles antes del cierre. Ah, y tengo qué decir a mi jefe qué traigo para mañana. Quienes pueden dar la primera respuesta trabajan en medios que han alentado una tradición de independencia y crítica periodística, o pertenecen a equipos de investigación que en muchas organizaciones todavía son un lujo. La segunda respuesta es más común y refleja una dinámica en la que muchos nos sentimos atrapados. Hoy es posible profundizar en temas antes vedados e investigar asuntos impensables hace diez años pero nos "come" el tiempo. Con frecuencia sabemos que detrás de lo que publicamos hoy hay mucho más y nos decimos que si tan sólo tuviéramos tiempo
suficiente para hacerlo nuestro trabajo periodístico sería realmente significativo. La situación puede llegar a ser tan frustrante que nos preguntamos si lo que hacemos a diario es en realidad periodismo, si para ello fuimos a la universidad, comemos a deshoras, tenemos pocos amigos y un desencanto quincenal acorde a la cantidad del sueldo. Entonces es cuando pensamos si no sería mejor dedicarnos a algo más redituable, por ejemplo la publicidad. Como editor puedo decir que el mejor reportaje de investigación es el que no requiere ningún presupuesto, que está listo en poco tiempo y es tan impactante que irá en portada o será la mejor información en el noticiero de la noche. La expresión de un editor no es de felicidad cuando el reportero viene a proponerle una investigación que requiere, ¿cuánto?, ¿una semana?, ¿y quién va a llenar las páginas? ¿Cómo investigar en poco tiempo, con escasos recursos, y sin haber sido beatificados? Veamos un segundo caso que podemos llamar frustración sofisticada porque el reportaje que llamamos de investigación, para el que tuvimos tiempo y recursos, pero nos dejó igualmente insatisfechos porque no encontramos lo que queríamos, ninguna revelación que convulsione a la opinión pública, nuestro reportaje no cambiará nada y sabemos que había más, tiene que haber más, pero ya utilizamos tanto tiempo que el editor nos urge a terminar. "Estirarlo" más no deja claro, de todos modos, hacia dónde iríamos. En el mejor de los casos entregamos reportajes impecables que en algún lugar perdieron la "chispa" periodística que tratamos recuperar a través de un lenguaje colorido. Revisemos el proceso: yo reportero vengo con una excelente idea al editor, logro entusiasmarlo, el tema es sexy, de esos que suenan a escándalo seguro y que a los periodistas nos encantan: narcotráfo, tráfico de órganos, tráfico de niños, corrupción militar, política, corrupción de cualquier tipo, prostitución infantil... Cuando conseguimos el sí del editor el primer impulso es correr al teléfono, hacer cita con los personajes más visibles, con quien pueda darnos cifras, y ya veremos después de éstas entrevistas con quién más debemos hablar. Un momento. Si queremos realmente investigar, falta planeación. ¿Planear? A los periodistas no nos gusta la palabra. Planean los ingenieros, los arquitectos, nosotros tenemos instinto, olfato, y otros ingredientes como inspiración y corazonadas. Llamemos entonces al proceso de otra manera, ¿qué tal maquinar, fraguar, el reportaje? La más elemental pregunta, al inicio de este maquinar es: ¿exactamente qué quiero probar? Por más vuelta que le demos sólo hay tres tipos de investigaciones, a instituciones, a individuos y asuntos, y las tres se entrecruzan más tarde o más temprano. Por ejemplo, cuando investigamos el transporte de desechos peligrosos a través de la frontera, al seguir la pista muy frecuentemente instituciones e individuos estarán involucrados. ¿Exactamente qué quiero probar?, puede ser evidente en ocasiones, otras veces la respuesta será no sé, porque después de todo los periodistas no tenemos que ser expertos en nada y al principio del reportaje puede no ser tan claro, pero hay técnicas para acercarnos a una respuesta desde el comienzo. Saberlo nos ayudará a mantener el objetivo, permitirá ir más allá del reportaje de recopilación y hasta nos dirá cuándo darlo por terminado, porque una investigación criminal, por ejemplo, concluye al encontrar al culpable, una investigación científica acaba cuando la hipótesis queda comprobada; la investigación periodística debe termina cuando probamos el móvil del reportaje, que también puede ser llamado hipótesis, objetivo, idea.
Hay estrategias que los periodistas aplicamos a diario y funcionan, pero a la hora de un reportaje no las hacemos extensivas, por ejemplo lo que llamo Estrategia del oponente, una manera de cercar, copar, a una fuente clave para un reportaje, renuente a cualquier entrevista porque su interés es conservar todo en la obscuridad. Sobre todo cuando hay dinero de por medio, hay enemigos, competidores, excontadores, exclientes y posiblemente hasta demandas: ellos son los oponentes, aquellos interesados en exhibir al investigado porque han sido agraviados de alguna manera. Estrategias de investigación es lo que requerimos a diario para dejar atrás el periodismo de transcripción; formas para investigar al gobierno, a individuos y organizaciones que están minando a la sociedad, requerimos de técnicas que conduzcan a hallazgos y no a simples resúmenes interesantes para ver asuntos en perspectiva, poco eficaces para contribuir a una mejor sociedad. ¿Y el tiempo? Podemos pensar en investigaciones progresivas, una manera que no pondrá de mal humor a nuestro jefe y aportará a las páginas de hoy. Desde luego, las estrategias funcionan también si tenemos todo el tiempo en nuestras manos.
* Leonarda Reyes es una experimentada reportera mexicana, radicada en Canadá. Este texto es una síntesis de su participación en el Diplomado en Periodismo de Investigación que imparte el semanario Proceso en la Universidad Iberoamericana, en la Ciudad de México. Esta es su primera colaboración para Sala de Prensa.
La investigación periodística computarizada en América Latina Pedro Enrique Armendares * El Centro de Periodistas de Investigación (PI) inició sus actividades en 1996, como un proyecto de la organización Investigative Reporters and Editors (IRE), con sede en Estados Unidos. La idea fue la de construir una red de apoyo y colaboración entre periodistas mexicanos interesados en la investigación periodística y en el periodismo asistido por computadora (PAC), tal como lo ha hecho IRE durante más de veinte años en Estados Unidos y otros países. El momento para lanzar el nuevo proyecto no podía ser más oportuno. En la última década México ha experimentado grandes cambios y el país pasa por una incierta transición política no exenta de sobresaltos. La transformación económica ha sido acompañada por constantes disputas electorales, el ascenso de la oposición de izquierda y derecha que amenaza el dominio del gobernante Partido Revolucionario Institucional (PRI), asesinatos políticos y hasta el surgimiento de movimientos guerrilleros campesinos en el sur del país. Este proceso es seguido de cerca por una sociedad cada vez más consciente y participativa y, sobre todo, cada vez más dispuesta a llamar a cuentas a su clase política. En este contexto, la situación de los medios también es muy diferente en un país en el que la calidad periodística ha enfrentado una batalla desigual contra los demonios gemelos de la cooptación y de la censura. El mismo gobernante que sabía ser sumamente generoso con los subsidios abiertos o encubiertos podía convertirse en un enemigo mortal cuando algún medio publicaba reportajes "incómodos". Ahora, si bien el gobierno sigue ejerciendo una influencia inapropiada sobre los diarios, muchos de ellos dependen cada vez más de la preferencia de los lectores y de los anunciantes y menos de los subsidios oficiales. La censura oficial, mientras tanto, ha disminuido a un nivel que
asombra a los más escépticos. Todo ello es propicio para el periodismo de investigación el cual, si bien no es nuevo en México, tampoco se ha desarrollado al nivel que requiere la opinión pública. Lo mismo ocurre, aún en mayor medida, con la investigación periodística computarizada. Cuando iniciamos nuestras actividades en México la respuesta fue muy positiva y nos llevamos como una sorpresa: a pesar del marcado centralismo que padece el país, o quizás por ello mismo, nuestro proyecto despertó un mayor interés en otras ciudades distintas a la capital. Más aún, pronto empezamos a recibir preguntas y solicitudes de talleres y seminarios en otros países de América Latina, y pronto PI se convirtió en un proyecto continental con actividades en Colombia, Brasil, Argentina, Perú, Panamá, Puerto Rico, Guatemala y Nicaragua. Tanto interés como escepticismo Nuestra llegada a las redacciones latinoamericanas por lo general provocaba una curiosa mezcla de interés y escepticismo. Los colegas reconocían la importancia del periodismo de investigación y algunos lo practicaban ya con resultados notables, pero pocos habían utilizado las herramientas como internet, hojas de cálculo y administradores de bases de datos. Más aún, cuando mostrábamos algunos ejemplos de PAC hechos en Estados Unidos, muchos reaccionaban con una especie de envidia de la computadora: los reportajes les parecían excelentes, pero esgrimían todo tipo de argumentos para explicar por qué este tipo de periodismo no se puede practicar en América Latina. Algunos decían que en nuestros países no existe información en formato electrónico o que las estadísticas oficiales no son confiables, mientras que otros insistían en que pocos reporteros de la región tienen acceso a computadoras modernas y acceso a internet. En lo que todos coincidían, y por supuesto es un obstáculo considerable, es que dada la cultura política tradicional que persiste en América Latina los políticos y burócratas tienden a considerar la información pública como un recurso personal y asumen el derecho de compartirla o no con la prensa y con la sociedad en general. Este problema es particularmente serio en países como México, donde la ley de acceso a la información es ambigua y casi inútil, y en países con un pasado autoritario reciente en los que las restricciones ilegítimas a la investigación periodística aún se disfrazan como "consideraciones seguridad nacional". En estos tres años, sin embargo, hemos confirmado que la investigación periodística por medio de técnicas computarizadas no solo es posible en América Latina, sino que su uso puede contribuir a erosionar el monopolio oficial de la información. Por ejemplo, los reporteros pueden encontrar en internet fuentes alternativas para llegar a lo que algunos funcionarios pretenden ocultar, y después analizar esa información mediante hojas de cálculo o administradores de bases de datos y después compararla con los comunicados de prensa oficiales. Una vez que se publican los reportajes esos mismos funcionarios se ven obligados a responder, y en ocasiones el resultado es la liberación de la información que antes limitaban. No es un proceso automático ni demasiado frecuente, pero ocurre. Al mismo tiempo, los reporteros latinoamericanos están constatando que gran parte de la información oficial que sí está disponible –incluyendo censos, estadísticas de salud y datos electorales- no solo es confiable sino que representa un tesoro periodístico que hasta la fecha no ha sido suficientemente explotado. También es curioso comprobar cómo muchas dependencias gubernamentales, en su afán por aparecer modernas, mantienen sitios muy completos en internet en los que puede obtenerse con rapidez la información que un reportero tardaría días o semanas conseguir en las oficinas de prensa tradicionales debido a la mala organización o al retraso burocrático intencional. Los reporteros latinoamericanos también recurren cada vez más a la información producida en el sector privado, incluyendo por supuesto la información financiera y económica. Aquí es más común que los administradores de la información estén dispuestos a compartir sus archivos y, además, que estén disponibles en formato electrónico y listos para ser analizados. Algunos ejemplos, algunos resultados Nuestros talleres son bastante interactivos y muchos colegas que participan en ellos empiezan de inmediato a aplicar las técnicas que aprenden. Por ejemplo, durante un taller sobre el programa Access que impartimos en Brasil utilizamos como ejemplo datos del Servicio de
Inmigración y Naturalización de Estados Unidos sobre inmigrantes latinoamericanos a ese país. Pocos días después uno de los reporteros participantes en el taller publicó una nota de primera plana sobre la "fuga" de ejecutivos brasileños a Estados Unidos, atraídos por la economía de aquel país. Es cierto que no era un novicio en el PAC, pero hemos visto a muchos otros colegas sin capacitación previa en estas herramientas quienes aún antes de que termine el taller empiezan utilizarlas en su trabajo o por lo menos sacan las empolvadas cajas de recortes para empezar a modernizar sus archivos. Algunos colegas están haciendo trabajos muy interesantes mediante la creación de bases de datos propias a partir de información que logran obtener en formato impreso. Por ejemplo, tanto en México (diario Público de Guadalajara) como en Venezuela (Carlos Subero, de El Universal de Caracas) han aparecido reportajes sobre el perfil y las historias humanas de las personas sentenciadas por delitos de narcotráfico. En ambos casos los reporteros obtuvieron la información de fuentes judiciales –en Venezuela fue relativamente fácil, en México fue una verdadera batalla- para después diseñar su base de datos, capturar la información y analizarla mediante la computadora. El reportaje de Público, por ejemplo, demostró por ejemplo que tan solo el 5% de los arrestos había sido resultado de la investigación policiaca. El resto de los sentenciados cayó en manos de la justicia debido a cateos al azar, delaciones o incluso accidentes de tráfico. Los reporteros latinoamericanos también están sacando provecho de aquellos campos en los que está mejorando el acceso a la información, incluyendo la información oficial en formato digital. Jose Roberto Toledo, del diario Folha de Sao Paulo, ha utilizado información estadística producida por dependencias del gobierno para hacer retratos, con frecuencia estremecedores, de su sociedad. El año pasado usó datos del Ministerio de Salud para informar a los lectores de Sao Paulo que en esa ciudad el homicidio es la causa de muerte entre niños de 10 a 14 años de edad, y que en un gran número de casos los asesinos son los padres. Otro terreno fértil es el de la cobertura electoral. En muchos países latinoamericanos existen abundantes datos electorales, compilados tanto por el gobierno como por organismos privados, y que con frecuencia pueden obtenerse en internet. Tomemos el ejemplo de México: en las controvertidas elecciones de 1988, los resultados de algunas casillas rurales tardaron varios días en llegar a la ciudad de México. Seis años después, en las elecciones de 1994, las autoridades electorales empezaron a subir a internet los conteos iniciales en la noche misma de las elecciones, y para la madrugada siguiente los reporteros mexicanos y extranjeros tenían resultados extraoficiales muy completos. Hay otra veta potencial que no hemos explotado plenamente, quizás porque las leyes al respecto son nuevas en muchos países: el financiamiento de las campañas políticas y la relación entre los intereses privados y el comportamiento de los funcionarios electos. La información no es tan abundante como en otras regiones, pero está mejorando y la que existe en algunos países se presta ya para seguimientos periodísticos avanzados. Mientras tanto, los periodistas latinoamericanos han encontrado nuevas formas para burlar los obstáculos al acceso a la información; una de ellas es buscar en otros países lo que se trata de ocultar en los suyos. Para ello internet es particularmente útil, ya que permite identificar y hacer contacto con fuentes internacionales –académicas, periodísticas, no gubernamentales y aún sitios de otros gobiernos- que ofrecen información relevante para los países latinoamericanos. Gerardo Reyes, reportero del diario The Miami Herald, narra una anécdota significativa. Durante un taller de internet para periodistas centroamericano utilizó como ejemplo el sitio de la General Accounting Office, una dependencia que evalúa las actividades del Congreso de Estados Unidos. De pronto un participante saltó de su asiento, ya que navegando al azar había dado con datos sobre la ayuda militar de Estados Unidos a su país. Corrió entusiasmado al teléfono para notificar a su diario del hallazgo porque, según explicó, a nivel doméstico su gobierno aún oculta esa información por "razones de seguridad nacional". El fin de la guerra fría también contribuye a abrir nuevas vetas. La reportera mexicana Claudia Fernández utilizó internet –y mucha paciencia- para hacer un interesante reportaje sobre el papel de la KGB en México durante los años cincuentas, cuando la capital de éste país era una especie de Viena latinoamericana en la que pululaban espías estadunidenses, soviéticos y de otros países de la OTAN y del Pacto de Varsovia.
Claudia recurrió a la página de National Security Archives, una ONG estadunidense que obtiene, clasifica y distribuye documentos desclasificados por Washington, para consultar centenares de cables enviados a Moscú por la embajada soviética en México. Con esa información pudo describir las actividades, los sobrenombres e incluso la identidad real de muchos mexicanos –incluyendo militantes, artistas y gente de la calle- quienes colaboraron con la KGB en esa época. Algunos problemas Un problema real es que si bien hay carencias técnicas en muchas redacciones, cuando los medios hacen esfuerzos por dotar de equipo moderno a los reporteros es frecuente que éstos se resistan a capacitarse para utilizarlos, bien por temor a la tecnología o bien porque consideran que su tiempo es demasiado "valioso" para perderlo aprendiendo a usar las computadoras. Hemos visto en demasiadas redacciones computadoras modernas reducidas a máquinas de escribir electrónicas, y con frecuencia los reporteros ni siquiera sospecha los recursos que se esconden en un directorio de Office que quizás nunca ha abierto. Consideran que es más fácil acudir al centro de información de su medio, cuando existe, o al boletín oficial. Por su parte muchas empresas periodísticas tampoco parecen demasiado interesadas en invertir en la capacitación de sus reporteros para promover el uso del PAC. Su leitmotif es la recurrente crisis económica, pero en realidad muchos medios de la región aún no están convencidos del potencial que representan el periodismo de investigación y el PAC para competir con sus rivales. Y también hay riesgos. Por ejemplo, algunos colegas se entusiasman con la información obtenida en internet o con los datos duros propios del análisis mediante hojas de cálculo y administradores de bases de datos, y se olvidan de lo básico, incluyendo la obligación de usar la información para escribir un reportaje interesante. Con frecuencia se publican notas que no son más que diez o doce párrafos áridos alrededor de varias tablas y gráficas, o reportajes fallidos que se desfallecen unas líneas abajo de la entrada. Esto, confiamos, es algo que irá desapareciendo a medida que se termine la novedad para los reporteros y para los lectores, y en especial cuando los editores que actualmente están deslumbrados con las posibilidades del PAC retomen los lápices y vuelvan a hacer su trabajo. Un problema potencialmente surge cuando quienes se inician en el PAC no tienen también una comprensión apropiada de los temas que cubren o carecen incluso de conocimientos básicas de estadística. Por ello, la creciente facilidad de uso de los nuevos programas puede provocar que los reporteros inexpertos manipule los datos de manera que arrojen conclusiones sesgadas o de plano incorrectas, mismas que pueden aparecer en el diario como "noticia". La computadora permite hacer miles de operaciones por segundo, pero también se presta a cometer miles de errores por segundo. Sin embargo, éstos y otros problemas tenderán a disminuir a medida que los reporteros y, por supuesto, los lectores, sean más refinados y exigentes. A ello puede contribuir la expansión de una red de periodistas dedicados al PAC quienes, además de ampliar sus habilidades, estén dispuestos a compartirlas con colegas recién llegados a este campo. Pero además, el conocimiento y el uso del PAC en América Latina puede ayudar a superar el antiguo debate sobre si el periodismo de investigación es una especialidad en sí misma o si, como afirma Gabriel García Márquez, se trata de una expresión redundante. Es común que muchos egresados de las escuelas de periodismo tengan sueños de convertirse en estrellas del periodismo de investigación, y también es claro que ese tipo de vacantes son muy escasas. Pero lo que sí es posible es que todos los jóvenes periodistas conozcan la metodología del periodismo de investigación y se capaciten en las técnicas y herramientas del PAC, y apliquen esos conocimientos en su trabajo cotidiano. De esa manera, si bien no tendremos legiones de periodistas investigadores, sí habrá un creciente número de reporteros rigurosos y sofisticados quienes contribuirán a incrementarán la calidad del periodismo en general.
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Pedro enrique Armendares es un experimentado periodista mexicano que actualmente dirige el Centro de
Periodistas de Investigación, A.C. (originalmente, el capítulo México de la organización estadunidense IREMéxico). Este artículo fue escrito para la revista Chasqui y se reproduce con autorización expresa de su autor, como su primera aportación para Sala de Prensa
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Periodismo de investigación: las cinco fases P José Manuel de Pablos* O jornalismo investigativo é feito através de cinco fases, que chamamos 5P (P é a inicial de cada uma das cinco fases indicadas), inevitáveis em qualquer processo de investigação jornalística, como veremos. A comodidade de conhecer o processo de 5P tem um certo interesse, pois o profissional saberá sempre que estágio você está e, assim, estar preparado para a próxima fase, se você não tiver concluído o estágio já começou, embora alguns deles possam ser abertos ao mesmo tempo. Las cinco fases P son éstas, a saber: 1ª fase P, la pista. 2ª fase P, la pesquisa. 3ª fase P, la publicación. 4ª fase P, la presión. 5ª fase P, la prisión. Acreditamos que todos os jornalista de investigação tem de ser encarado com algo desconhecido ou oculto (repare que eu não uso o termo "ocultas", mas "escondido"), que o acto ou actividade que vai investigar qualquer acusação de ilegalidade quando não penal, e que o sucesso da tarefa pode trazer algum tipo de consequência para os intérpretes passivo de investigação. Ser evitado, é claro, que tem consequências negativas para o intérprete ativo do processo de pesquisa, que será dentro dos limites do jornalismo incontestável e mensurável por meio de atos ou negócios claramente leis de informação pró-desde que a projeção do necessário ética. A promulgação e apresentação da idéia do 5P baseia-se na leitura do autor sobre o assunto (mas não encontramos nada similar) e experiência pessoal, em especial em vários episódios do jornalismo de investigação durante o período de exercício ativo jornalismo, como redator e diretor de jornais. Pasamos a estudiarlas o presentarlas cada una por separado:
Fase 1 P: faixa .- O processo de um trabalho de jornalismo investigativo é feito por meio de uma pista de que alguém no ambiente ou o jornalista, que vai fazer a pesquisa, então, é um dos seus superiores ou colegas de trabalho escrito sobre outros assuntos não relacionados ao jornalismo investigativo informações. Coloque um problema de informação da faixa que, algumas incógnitas comunicação, várias questões escala publicação jornalística ou de escopo que alguém com autoridade, por escrito (se não por iniciativa do jornalista investigativo) propõe ou decide que a questão pode ser objecto de investigação jornalística para publicação no
no sentido de resolver o nó e informações encontradas em seu benefício inquestionável para os interesses de informação ambiental, ou para os seus leitores. A morbidade (tais como interesse doentio por questões de privacidade, entre outras coisas) e interferência (normalmente ilegítimos, porque se não seria intromissão na vida dos outros) não pode ser visto com a categoria indicada de "benefício interesses informacionais ". Esta fase 1 P-a-porta é o mais importante, porque vai ser o ponto de partida, onde se o estágio for interrompido e não pára mais como todo o processo de investigação, como tal, não vai ter um produto informações para um fim ou durante a mesma. É também o tempo que tem que decidir quem é a melhor pessoa para fazer o trabalho. Deve ser escolhido o escritor mais hábil ou o editor com a experiência e vontade suficientes para iniciar e conduzir um processo de pesquisa, determinados por uma porta a ser fechado antes que ele ou achar que você vai fechar. Idealmente, é claro, é que isto significa que existe uma equipe de jornalismo investigativo e determinada e com experiência neste campo ou que propôs o assunto é a própria pessoa interessada na obra, que levantou a questão, que tem contribuiu com a faixa que, em ambos os casos, você pode ter maior garantia de que o desconforto vai custar-lhe sucesso no profissionalismo do jornalista. Da mesma forma, você deve ser uma pessoa com a experiência necessária para ser conhecido deselvolver pela escuridão de uma fase de investigação, que inicialmente começou a ser público (mas ainda não publicado), daí a necessidade de prudência habilidades essenciais para atividade silenciosa, que primeiro a coleta de dados públicas (nos arredores da escrita, que é a sua natureza pública) não vai trair e é, por razões de base, com uma visão geral do trabalho ainda mais difícil e conhecidas de antemão pelo ambiente sob investigação. 2ª fase P: la pesquisa.- Decidido el trabajo, el o la periodista que lo vaya a llevar a cabo es ideal que no tenga otras ocupaciones que le quiten parte de la entrega y dedicación inevitables para una pesquisa periodística, para que su labor sea más provechosa. Igualmente, ha de contar con la seguridad (documental, mejor) de que la empresa va a soportar cualquier problema jurídico en el que se pueda ver inmerso el periodista, porque no es justo que un periodista sea denunciado por causas de su labor profesional y la empresa se desconecte del problema, de manera que el redactor o director se vea sometido a la necesidad de buscarse un abogado defensor. Más terrible aún es que la minuta del colegiado, sea o no absuelto el periodista, pues siempre habrá factura que abonar al defensor, corra también por su cuenta. [Recordemos que de manera un tanto medieval, la minuta del abogado siempre se cobra; si tiene problemas, podrá acudir al juez que llevó el caso, quien dará diez días al denunciado ahora por su abogado defensor para que pague o, de lo contrario, el juez autorizará, ley en mano, que el abogado intervenga en la cuenta corriente del «defendido».] Éste es uno de los más serios problemas que tiene planteado el periodista, cualquiera que sea su especialidad, cuando tiene la desdicha de prestar sus servicios en empresas explotadoras, que le vuelven la espalda cuando surge uno de estos episodios, en los que tampoco la Federación de Asociaciones de la Prensa, según el caso español, puede hacer otra cosa que una gestión de buena voluntad cerca de las empresas que operan de forma tan poco ética y nada ortodoxa, tan abusiva cuando la misión del periodista ha sido profesional sin más o un error no intencionado y no, a su vez, fruto de una postura abusiva hacia el medio, pues también se dan esos casos. Sin esta seguridad jurídica documentada, ¿hasta dónde se le puede exigir a un periodista investigador que indague y se exponga a cualquier tipo de denuncia? El inicio.- Esta 2ª fase P de pesquisa se iniciará con la consulta de las fuentes, personales o documentales, que originaron la pista de la 1ª fase P. La pista se tendrá que comprobar, conocer a fondo de una manera fehaciente, para deslindar si se ha tratado de un rumor sin consecuencias, de un globo sonda o si realmente es una verdadera pista, con sustancia informativa tras ella. La comprobación se efectuará con la diligencia del caso, pero a la vez con toda la sensatez que aconsejen las circunstancias, con la seguridad de que un fallo en el comienzo de esta 2ª fase P o pesquisa puede arruinar todo el trabajo posterior, con la consiguiente pérdida de tiempo y erosión de la credibilidad profesional que el periodista tiene ante sus superiores. Una vez comprobada la seguridad de la pista como producto de una fuente fiable, se tendrá la firmeza de que todo lo que venga detrás tiene asiento y no es falso o está falsamente
cimentado. Al conocer el testimonio de la fuente o estudiar los documentos de partida, el periodista de investigación se tendrá que percatar de que hay (o de que no hay) caso que investigar. Será la fase en la que habrá de formular una hipótesis de trabajo y tratar de comprobarla a lo largo del proceso investigativo; a lo largo de éste tendrá que aceptar cualquier modificación que sobre la hipótesis señalen las novedades que se encuentren y se verifiquen a lo largo de esta 2ª fase P de pesquisa. Habrá de tener igualmente claro desde el principio de esta 2ª fase P que la hipótesis sólo es una herramienta de trabajo y en modo alguno el adelanto o la conclusión no comprobada de su tarea. Si no hay comprobación fidedigna de lo que se ha encontrado, no hay investigación cerrada y todavía se tendrá que insistir en el tema de estudio e investigación. Decimos «estudio e investigación» porque es muy probable que la pesquisa no se limite solamente a investigar sin más; es probable que los diferentes ítem encontrados a lo largo del proceso aconsejen al periodista de investigación a conocer la materia con la que está trabajando; es posible que aparezcan conceptos que no conoce o entre en un campo o actividad del que hasta ese momento no se había preocupado y sea prudente y recomendable conocer algunos detalles básicos de ese particular, para saber interpretar mejor la materia informativa que va desvelando, para conocer mejor las claves de ese campo temático y poder transmitir con mayor sencillez a los lectores el significado de lo que encuentra, entendiéndolo él antes que nadie. La importancia de la fuente.- Si la fuente es el testimonio personal de alguien, tendrá que tener en cuenta desde el principio igualmente que ha de conocer las motivaciones existentes para que, en un momento determinado, una persona que conoce un secreto de otra, de una institución o de un grupo decida transformarse en fuente informativa para un medio. Según la vehemencia de la fuente testimonial, la actuación del periodista investigador será diferente. Si no hay tal y la fuente es remisa, la tranquilidad del periodista podrá ser mayor, porque puede tener más seguridad de que no lo están embarcando en una aventura indeseable y sin final pronosticado. Si, por el contrario, la fuente está deseosa y surte información a borbotones, esa afluencia tan poco frecuente ha de originar en el periodista investigador una mayor sensatez en todos los pasos que dé. Tendrá mayor necesidad, si cabe, de confirmar todo dato nuevo que reciba, mejor si es por medio de documentos -cuya validez comprobará-, pues no le bastará la sola palabra de la fuente interesada. Conocer el mayor o menor interés de una fuente es punto fundamental; el interés y el porqué en un momento muy determinado cambia su papel de conocedor de un secreto a divulgador del mismo, precisamente a través de un medio que sabe la fuente con seguridad casi absoluta que lo empleará para darlo a conocer a la generalidad de sus lectores. Este punto es tal vez el más delicado, aquel donde a los periodistas no se les permite el desliz de la imprudencia, ya que pueden pasar de periodistas investigadores a periodistas manipulados. En este extremo, si el propio periodista investigador no fue quien engendró la pista o la ofertó en su redacción, ha de conocer con exactitud la manera de cómo se originó la pista: no puede estar al margen de la génesis de la 1ª fase P. No será lo mismo que el informador primigenio o fuente sin saber que podría ser tal se haya presentado en el periódico o haya escrito una carta al director a que la fuente, sin saber que potencialmente lo era, haya hecho un comentario ante un amigo, que además es periodista, en un bautizo, en el fútbol dominical o en una boda, casi sin querer, como una crítica sin mayor importancia, sobre todo si el periodista amigo es redactor de deportes y el tema de que se trata tiene que ver con política, de un área informativa ajena a las labores diarias del amigo o pariente periodista a quien se conoce bien. En estos casos, la persona así convertida potencialmente en fuente podrá no seguir desvelando nada más del asunto que ha comentado si se entera que su amigo periodista lleva el problema al periódico y allí hay interés por seguir la cuestión para publicarla. La fuente potencial, aquí se podrá creer traicionada; y se alejará, si no se le puede convencer de que aporte datos confidencialmente con la mayor de las seguridades de que su testimonio original no va a figurar en ningún caso y que, además, sus datos se van a maquillar algo para desviar la atención ante la probable búsqueda del topo que filtra datos. Si conseguimos esa valiosa prestación, entonces estaremos ante la mejor de las fuentes.
Maquillar datos.- Lo de maquillar datos tiene su interés. Cuando recibo una filtración que se convierte en pista potencial, ésta viene envuelta en una serie de ítem a modo de flecos informativos, cuya publicación íntegra no será necesaria, porque pueden oscurecer el mensaje a modo de ruido comunicativo. Además, algún detalle no importante se podrá alterar, en una clara operación de despiste. Pueden esos flecos desviar de lo más importante la atención del lector, pues los datos se han de ofrecer de la manera más sencilla y desnuda posible, sólo lo suficiente para dar el mensaje. Si, por el contrario, doy esa señal informativa todo lo enriquecida que sé, junto a la citada confusión que se puede engendrar en el lector resultará que nos quedamos sin algo más que añadir en una entrega posterior, nada donde investigar nuevos detalles no desvelados y, por eso, protegidos a partir de ese instante. Lo peor será que podremos estar dejando en evidencia a la fuente informativa. Si, por el contrario, dejamos de dar parte de lo que conocemos, guardamos para otra ocasión algunos detalles verificados y desdibujamos algunos extremos poco importantes, los afectados no podrán suponer que alguien que puede ser destino de sus sospechas sea quien ha actuado de vía informativa o topo, según se le mire. Si en una información facilitada por una fuente donde relatamos algo sucedido en una institución, insistimos, por ejemplo, en detalles como que las oficinas en cuestión están en el último piso de un edificio, cuando la realidad es que se encuentran en la planta baja, ninguno de los afectados podrá pensar, al menos con algo de fundamento, que quien comete tal error informativo sea uno de los propios empleados que cada día entra a trabajar en la planta baja y no en el último piso. Éste es el tipo de maquillaje o enmascaramiento de la fuente al que hemos aludido, porque, en el caso supuesto que hemos traído a colación, lo importante, está claro, no será que la oficina esté en una planta u otra, sino en relatar lo que ha sucedido en la misma. Los afectados siempre pensarán que la fuente que está informando no ha estado jamás en la sede denunciada, porque si no, ¿cómo sufre tal confusión? Ésta es una forma de maquillar y defender o proteger a la fuente informativa, para que pueda tener la tranquilidad de que nadie la está apuntando e investigando a su vez. También es posible aquí que la fuente no crea que realmente el periódico esté dispuesto a comprometerse informativamente con un determinado asunto, porque los implicados sean poderosos de algún tipo o estime que la cuestión denunciable encierra alguna forma de peligro que no desee correr la redacción. Aquí hay varias maneras de convencer a la fuente, siempre con la única intención de que realmente se convierta en fuente abierta para el medio y no quede en mera fuente potencial que se cierra. Las formas de convencimiento pueden ir desde narrar historias anteriores igual de comprometidas a la presente o a dar a la luz algún pequeño detalle de la pista encontrada, para que la fuente se convenza de que en el diario están dispuestos a seguir por ese camino ya anunciado a los lectores desde ese aspecto de la pista publicada. En cualquier caso, seguiremos adelante, con la seguridad de que la fuente privada o particular es fiable y que la fuente está de acuerdo en servir datos con la intensidad que sea o se le requiera simplemente para cotejar los datos hallados. También puede tratarse de una fuente oficial no involucrada en el asunto y se presta sencillamente, ahí es nada, para decir ‘eso está bien’, ‘eso es erróneo’, ‘eso es peligroso’, ‘van ustedes por buen camino’. Incluso, puede tratarse de una fuente sólida que esté en el otro lado de la información -en el terreno oficial- y colabore en la supervisión del texto ya redactado para decir ‘no encuentro nada irregular’, ‘este párrafo lo quitaría’, ‘aquella afirmación no está comprobada en la investigación oficial’, etc. En estos casos, hablamos de una investigación periodística que corre pareja a una investigación oficial, pero sin tubos comunicantes entre las mismas, al menos así no aparece como fuente presentada a los lectores. La 2ª fase P o pesquisa podrá durar mucho o poco, lo que demande el corpus del material investigado y sus dificultades. 3ª fase P: la publicación.- Una labor de periodismo investigador se puede desarrollar durante meses de trabajo minucioso y llevado con mucha precaución o se puede realizar vertiginosamente en pocos días, a lo sumo un par de semanas, según la maduración del asunto. En cualquier caso, llegada la hora de la redacción, por lo general en textos que aparecerán en serie, a lo largo de diferentes ediciones del medio, todo lo que se diga y se afirme habrá de estar debidamente verificado, pues es un serio problema dejar cabos sueltos sin la necesaria y prudente comprobación. Es igualmente natural que el proceso de publicación
de este material, rico para el periódico y supuestamente una primicia para sus lectores, se presente, se maquete en página, con alguna distinción, diferenciado de los textos informativos ordinarios y redundantes de la edición normal de cada día. En casos de duda, será mejor dejar algunos detalles fuera del texto publicable. Aquí se tendrá una cierta seguridad de que, a medida que avanza la edición pública de los primeros resultados, podrán aparecer nuevas fuentes colaterales que antes ni se conocían y nuestra labor se beneficiará por el mero hecho de empezar a desvelar un asunto turbio. Igualmente, se ha de tener muy claro que paralelo a la 3ª fase P de publicación surgirá la 4ª fase P, de presión. 4ª fase P: la presión.- Desde el instante inicial de aparición de los primeros resultados de la pesquisa, los afectados harán presión y pondrán en entredicho la labor del periodista investigador: con eso hay que contar siempre y estar preparado para la embestida. Ésta puede tener fundamentalmente dos formas de presentación: directa e indirecta. La primera, a su vez, puede tener diferentes maneras de manifestación, desde la acción violenta contra el periodista investigador a la presión personificada de los afectados en la propia redacción. En cualquier caso, como quedó dicho, se ha de colocar en estado de prevención para cualquiera de estas presiones, que siempre aparecen en algún momento. Está claro que la presión indirecta pasa por el desmentido de todo lo que se ha empezado a publicar, a la vez que se amenaza con llevar al medio y al periodista ante los tribunales. En cualquier desmentido siempre queda muy bien acabarlo con mensajes de esta guisa: ‘Llevaremos el asunto a los tribunales’ o ‘Nos reservamos el derecho de acudir’ a los mismos. Es fácil interpretar si este aviso es una advertencia de algo que van a hacer o una simple amenaza sin más. Paralelamente a este envío de denuncias verbales o formas diversas de presión, la investigación madurará a medida que se va dando a conocer y nos van llegando nuevas fuentes que enriquecen el material que se está publicando. Durante la delicada 4ª fase P, de presión, el periodista investigador deberá estar muy seguro y convencido de que todo lo que está diciendo en el periódico está demostrado, debidamente verificado, voz que, recordemos, procede del latín verificare, que significa presentar como verdad, evidentemente tras la correspondiente comprobación que demuestre que lo que se comunique es verdad, presentar como verdad lo que es verdad. Ha de ser un fracaso personal empezar a comprobar que la otra parte empieza a desmontar lo que él ha dicho y peor aún que lo haga con pruebas que el periodista investigador no tuvo o no pudo verificar. Si sucede tal cosa, la adversidad habrá sido cosechada por él mismo, por no seguir las pautas recomendables en cualquier proceso de periodismo investigador. También sucederá a lo largo de la 4ª fase P de presión que en los desmentidos o alegaciones que haga la parte investigada podrá desvelar algunos de los flecos informativos a los que no pudo acceder. En estos casos, estos detalles servirán a su vez para enriquecer los textos que están por escribirse o publicarse, de modo que la sensación de éxito profesional se afianza, todo ello a la espera de la fase terminal o 5ª fase P, de prisión. Digamos antes de pasar de fase, que el periodista investigador publicará su historia de principio a fin, pero con la seguridad de que el final de su investigación no será tal, sino cuando haya una decisión oficial sobre el asunto, por mediación de un juzgado o de la intervención de cualquier tipo de autoridad que cambie el status de las personas afectadas en la investigación periodística. Por eso, la 2ª fase P de pesquisa acabará coincidiendo con la aparición de la 5ª fase P, de prisión, que pasamos a ver. 5ª fase P: la prisión.- No tiene porqué ser siempre esta última y definitiva fase 5ª la entrada física y personal en prisión o en la celda de una comisaría o juzgado de las personas investigadas. De lo que se trata es de un cambio de situación; el más radical de ellos es, sin duda, la pérdida de la libertad y su ingreso en una prisión. Pero, que conste, esta última fase no implica de forma tajante la prisión -aunque eso sucede en la mayoría de los casos- sino un cambio radical de status del afectado. Sobre este particular, el periodista investigador Pepe Rodríguez (1994, 190 - 191) señala que en estos casos, la persona investigada acaba «procesado, encarcelado, expedientado administrativamente y / o con importantes pérdidas económicas y de imagen muy importantes». Estas son diferentes formas de manifestarse una 5ª fase P. A importância desta fase não deve afetar ou pessoalmente interessado na jornalista, que sempre tem que manter uma postura profissional e legal para eventos como se eles
estivessem com ele, como está, ou deveria acontecer, realmente. Limitar-se a cumprir o seu papel, para perceber os fatos investigados e testados. O que deve ficar claro que decretou a mudança de status, a pesquisa tem para terminar. Acontecer dessa forma, mesmo após novos dados havia fechado acaba por reforçar ainda mais a pesquisa publicada. Insistir pode facilmente ser interpretado por alguns leitores como um desejo injustificadas ao bater num cavalo morto, como diz o ditado popular, uma imagem que não deve se tornar o jornal. É muito provável, diga-se de passagem, que um assunto público e tentou continuar a receber os dados e mais dados, todos na mesma direção. Aqui, o jornalista investigativo deve demitir-se para receber, sim, mas não para continuar a usá-los. Depois de terminar um jogo de futebol, qualquer um pode ir para um dos gols e colocou a bola para as redes quantas vezes quiser, mas esses objetivos não se aplicam mais. O mesmo acontece no jornalismo investigativo, uma vez encerrada a fase P 5, na prisão e as fontes que foram acordar calado e oferecer o que eles não propuseram antes, quando tinham sido bem recebidos e foram necessárias. Estudio práctico de las 5 fases P 1ª fase P: la pista.- Por unas palabras sin mayor importancia en el entorno donde fueron dichas, nos llegó a la redacción en mayo de 1979 el siguiente comentario: en un popular supermercado de Santa Cruz de Tenerife, donde entonces dirigíamos el periódico El Día, se encontraban unos impresos, por medio de los cuales se invitaba a los clientes a conocer una urbanización en marcha. Se les ofrecía que, sin compromiso, fueran el domingo, con los familiares que quisieran. Para ello, los organizadores ponían varios autobuses, les mostraban los terrenos, les explicaban las facilidades de pago, muy beneficiosas, y los convidaban a una copiosa comida de pescado en un pueblo cercano conocido por la calidad de sus restaurantes. Les pedían a los interesados la entrega de una cantidad a modo de señal [con un resguardo donde no aparecía entidad bancaria alguna como garante de esa entrega]. Aquella información no debería tener mucho de extraño, si no fuera por los precios casi de regalo que ponían a las parcelas, ya con el chalet construido, y por la ausencia de la garantía del pago efectuado. Había, por tanto, una pista que originaba un problema, cual era, en principio, el sospechoso precio baratísimo del terreno con chalet. Además, no es que un redactor se enterara del asunto, sino que una de las personas que acudió un domingo con toda la familia se extrañó del discurso de los (supuestos) promotores. El vecino, pariente de alguien conocido, nos facilitó uno de los impresos repartidos, como primera forma de pista, al requerírselo, tras la llegada de aquel comentario. 2ª fase P: la pesquisa.- Para confirmar la sospecha, se hicieron dos consultas: al supermercado donde estaban las octavillas y al ayuntamiento de la zona. En el comercio dijeron que ellos no sabían nada del asunto, que tenían un espacio donde se colocaban anuncios o folletos, pero que no intervenían en su contenido ni sabían de qué le estábamos hablando; era publicidad de otra gente siempre. Esa vía quedó aclarada: no había relación, aparentemente. La segunda gestión fue con el propio alcalde de la zona: éste confirmó que no existía en el ayuntamiento licencia de obra para chalets en la zona en cuestión y que desconocía de qué le hablábamos, aunque algo sí le sonaba, como que aquella zona que le indicábamos no era urbanizable en los planes urbanísticos de entonces, concluyó con la socarronería típica del hombre de campo. Nos había dicho lo suficiente, sin comprometerse, y con la seguridad -asegurado por nosotros de antemano- de que no íbamos a hacer uso de sus palabras, cualesquiera que fueran. A partir de ahí, la fuente primera empezó a tener miedo de hablar, aunque se encontraba presionada por los (supuestos) promotores, que empezaban a echarle en cara que había ido con toda su familia, que había atendido la invitación, que sus hijos habían comido pescado como tiburones y ahora se quería dar de baja del compromiso adquirido, extremo que negaba ante nosotros la fuente deseada y ahora remisa. 3ª fase P: la publicación.- Para sacarlo de ese letargo, tras una semana con el asunto sin posibilidades de avanzar, y antes de pasar de lleno a la tercera fase, tuvimos que publicar una nota sin nombrar a los afectados, para que la fuente potencial viera que estábamos decidido a seguir con el asunto. Nos aseguró que varios vecinos de su barrio ya habían dado la señal y
que estaban a la espera de más noticias de los promotores, quienes habían quedado en convocarlos para enseñarles los planos y darles fechas. El primer comentario, a modo de globo sonda, se insertó el jueves 10 de mayo de 1979, en la página 2, en la sección titulada De buena tinta. Decía como sigue: «Se ha comentado de buena tinta que una inmobiliaria con implantación en Tenerife está vendiendo, de forma fraudulenta, terrenos urbanizables en una zona de Las Galletas [nombre de un barrio del municipio de San Miguel, en Tenerife Sur; se destacó en negritas], cuando en realidad de urbanizables, nada. Al parecer, al cliente se le pide un dinero a cuenta, como primer plazo de lo que será la compra final de un chalet que le será entregado una vez finalice su edificación en el terreno por él elegido. Según nuestras informaciones, la existencia de los terrenos edificables podría sólo estar en la particular ‘imaginación’ de los propietarios de la inmobiliaria». El globo funcionó, en dos sentidos: 1º - El vecino informante se decidió a hablar y contar su versión de los hechos, siempre y cuando nos comprometiéramos a que su nombre no aparecería en ningún momento. Así se le aseguró y el redactor Ricardo Peytaví, con experiencia en sucesos, recibió el encargo. Este periodista ya había trabajado unos años antes en el desenmascaramiento de una especie de secta que se llamaba «Los hijos de dios», así que era la persona adecuada para esta investigación. Se puso a ello. Se le apercibió de que nada se publicaría sin una supervisión final por el director, quien pondría o quitaría cosas de acuerdo con la estrategia de cada momento. Con estas pautas inició su trabajo y ese mismo día preparó un texto para publicar en la edición del 11 de mayo, viernes. 2º - El corresponsal en Tenerife Norte informó al director que el juez de Icod de los Vinos [municipio del norte de Tenerife], se encontraba encargado casualmente del juzgado de Granadilla, en Tenerife Sur, en cuya jurisdicción se encontraban los terrenos de la supuesta inmobiliaria. Ese juez se llamaba Eligio Hernández [más tarde sería gobernador civil de Santa Cruz de Tenerife y fiscal general del estado con el PSOE]. El corresponsal estableció una cita telefónica y hablamos con el juez, a quien entonces no conocíamos. Nos dijo sólo dos cosas, igualmente suficientes para seguir adelante: «Sean muy prudentes; algo de eso hay». Quedamos en llamarlo cada noche y contarle el desarrollo de las pesquisas. Él nos diría si íbamos bien encaminados, si algo no era prudente que se publicara. Sería nuestro Garganta profunda, mejor, nuestro orientador en todo momento de este episodio, que se desarrolló muy pronto, en un corto espacio de tiempo, como veremos. Quedamos en eso y entramos de lleno en la 3ª fase P. Tras hablar con el vecino, el 11.5.79, viernes, última página, en El Día se publicó un texto a dos columnas titulado «La presunta estafa de cada fin de semana», con dos subtítulos: «Una empresa poco clara ofrece el oro y el moro a precios casi regalados» y «Los primeros afectados ya entran en contacto con El Día». En el cuerpo de texto se informaba de que el fraude podría ascender a los 200 millones de pesetas; que cada chalet con su terrenito costaba 1.700.000 pesetas; que cada parcela tenía 500 metros cuadrados y que había que depositar una señal de 500.000 pesetas; la urbanización se había dividido en fases, que se empezaría por la zona más cercana al mar y las ventas posteriores ya costarían más [una forma de gancho muy vulgar]. El informante interpretaba aquí la primera de las contradicciones: ¿cómo iban a vender más barata la mejor de las zonas, la que daba al mar, y no al revés, como parecía lo más lógico? En el almuerzo, por cada familia asistente existía una azafata, que explicaba con todo detalle la operación. Las 500.000 pesetas de entrada se abonaban la mitad al comienzo de la operación y el resto en 24 meses. Para pagar el chalet se daban 12 años, «a razón de unas 11.805 pesetas mensuales». Aquí, decía el vecino: «Estamos ya en un país de ricos, donde todo el mundo tiene la fortuna de contar con un chalet propio para el veraneo o, por el contrario, hemos dado con alguien que no quiere jugar limpio. Personalmente, nos inclinamos hacia lo segundo». Durante la comida, la azafata señalaba la mejor de las posiciones: «En esta línea, ya sólo queda éste disponible» [el mismo gancho de nuevo]. Más: «Por 25.000 pesetas que le cuesta la señal (...) puede asegurárselo». En la especie de contrato que daban sobre la marcha se indicaba que el plazo de reclamación
era de menos de 24 horas. El vecino afirmaba: ‘Un albarán de un repuesto de coche es más claro’ que aquel contrato, ‘donde no aparece el nombre de la empresa’. Al pedirles el teléfono, le aseguraron que todavía no se lo habían instalado, pero se le escapó a una de las azafatas decirle que llevaban cinco meses operando en Tenerife en aquellas circunstancias. La primera entrega continuaba con las impresiones del vecino después de acudir a las oficinas de la inmobiliaria: «cuatro sillas y una mesa de lo más barato, muy difícil de entender por parte de una empresa que manejaba aquel negocio de tanta envergadura». En este primer texto largo no se citaba nombre alguno ni el lugar exacto, de forma que no había mayores problemas. Nos limitábamos a explicar el modus operandi y a mostrar alguna de las contradicciones y detalles curiosos o sospechosos de la operación que estábamos investigando por fin en su 3ª fase P, tras el primer parón por el temor del vecino que destapó el asunto. En el segundo día de pesquisas - publicación, se presentó en la redacción un médico conocido, de la familia propietaria de los terrenos en cuestión. Encargó un pequeño anuncio que apareció en la misma página donde al día siguiente seguimos con la información. Decía: «Ante la situación creada sobre la finca rústica (...) la propietaria de dicha finca, inscrita en el Registro (...) anuncia que la referida finca no ha sido vendida a ninguna persona ni sociedad inmobiliaria». Al día siguiente, 12.5.79, sábado, página última, insertamos una nueva entrega, ésta de mayores proporciones que el anterior: un texto principal, fotos de la visita facilitada por algunos de los afectados y un despiece. Aquí ya empezamos a señalar con más descaro: «El gran tranque [en el español de Canarias, tranque es sinónimo de estafa o timo]: los terrenos de Las Galletas» finca ‘Los Erales’ o ’El Guincho’ no pertenecen a ninguna inmobiliaria». El despiece decía: «Los estafadores buscaban todavía a más vendedores / Un redactor de El Día acudió como aspirante». El texto principal remitía al pequeño anuncio indicado y se contaba la historia del asunto: dos catalanes adquieren de los propietarios una opción de compra, por una suma que ascendía a 200 millones de pesetas. Dieron una señal de siete millones y se comprometieron a abonar antes del martes 8 de mayo de 1979 una cantidad que ascendía a 50 millones al contado y otros 64 millones en avales. Vencido el plazo, no la pagaron, pero antes vendieron su opción de compra a otros catalanes que desde el primer día montaron el negocio del que se informaba. Al conocer la propiedad lo que sucedía, prohibieron el paso a la finca. Los «vendedores» aseguraron, entonces, a sus potenciales compradores que, por el fallecimiento del padre de uno de ellos, se suspendían temporalmente las visitas a los terrenos. Cuando algún ingenuo comprador se personó por su cuenta a ver su terrenito, un guarda jurado le impidió el paso y lo puso al corriente de la situación: se empezaba a conocer parte de la entonces proyectada estafa. En el despiece, se aludía a un anuncio insertado el jueves día 10 de mayo en el propio periódico y casualmente el mismo día en que se publicó el globo sonda, por el que se solicitaba gente con experiencia ‘en cualquier sector de las ventas’, «para ocupar cargos directivos en nuestros departamentos comerciales» y remitía al más importante hotel de la ciudad [detalle que le prestaba credibilidad al anuncio]. El detalle lo destapó un lector, que fue quien conectó el anuncio con la estafa. El redactor Ricardo Peytaví, quien llevaba la investigación, se presentó el viernes día 11 muy temprano en el hotel y preguntó por el señor del reclamo, según el anuncio: le dijeron que no había nadie registrado con tal nombre, pero que un cliente había avalado el jueves a un amigo para poder recibir aquel día en el hotel las visitas que tuviera. De aquel hotel de lujo lo remitió aquel cliente a un hotel más modesto de las cercanías, pero debía preguntar por el señor Sánchez... Allí, Sánchez lo citó para el lunes, día 14 de mayo... en las oficinas de la inmobiliaria, de nombre muy raro. El mismo viernes día 11, el periodista se presentó en el edificio de la inmobiliaria: el portero le dijo que llevaban allí un mes más o menos. Poco después, el redactor regresó al hotel para hablar con el misterioso cliente que había puesto el anuncio en el periódico, para recibir la respuesta con la que cerró su testimonio: «Pudimos enterarnos que la de ayer [noche del viernes, 11, al sábado, 12] sería la última noche que pasara en el Taburiente [nombre del hotel]». Y concluía: «Hoy... ¿dónde estará? ¿Acudirá el lunes a la cita?». 4ª fase P: la presión.- El día 12, sábado por la tarde, se inició la 4ª fase P, la presión de los
vendedores sobre la redacción. Se presentaron en el periódico los responsables de la inmobiliaria, varios vendedores y un numeroso grupo de clientes. Formaban un apabullante conjunto de personas, algunas de ellas, enfurecidas con los periodistas. Los clientes aseguraron que no se sentían perjudicados, que les habían asegurado que quien lo deseara podía retirar el dinero entregado. Los vendedores, con gran cantidad de papeles, explicaron su punto de vista, todo muy legal: el problema estaba por cuenta de la propietaria. Así las cosas, en la siguiente edición, el martes día 15.5.79, publicamos las cartas cruzadas entre compradores y propietaria de los terrenos. Aquellos decían que habían descubierto vicios ocultos en el contrato firmado y que no seguirían pagando «hasta que se aclare las cosas» [ya había pasado el plazo], mientras anunciaban una denuncia ante la Guardia Civil contra la propietaria por el pequeño anuncio donde decían que la finca no se había vendido y por prohibirles la entrada en la misma. La propietaria aseguraba que «se trataba de ganar tiempo, ante la proximidad de la fecha de pago». En la edición del viernes día 18.5.79 se publicaba la última entrega de la redacción («La propietaria podría emprender acciones civiles»), con unas declaraciones de uno de los vendedores catalanes, de nombre Pallarés: «Me fui porque pasó lo que tuvo que pasar». El día anterior, la inmobiliaria (otra modalidad de 4ª fase P) remitió al periódico un comunicado insultante en el que calificaba de «noticias sensacionalistas» las aparecidas en el diario días atrás, que, decía, «carecen de base y certeza». Ese mismo comunicado apareció publicado íntegramente en el periódico Diario de Avisos (17.5.79, p. 28), en un gran recuadro y con los tipos de gran cuerpo, por aquello de señalar al diario de la competencia y de acuerdo con pautas impresentables que suelen ir contra todo ejercicio honorable de periodismo de investigación: un periódico investiga y los demás, que se quedan atrás, si pueden, echan tierra a los ojos de su oponente. Además, lo que era una nota de prensa o comunicado de la inmobiliaria, en ese periódico [entonces manejado, que no dirigido, por el noperiodista más destacado de la historia de la prensa amarilla en Canarias] aparecía como publicidad, o sea, como publicidad gratuita, algo nada ético, todo ello para que el ataque al otro periódico contenido en la nota se viera mejor. Aquel mismo día publicábamos unas palabras del señor Pallarés, vendedor de la inmobiliaria, quien ya había viajado a Barcelona, donde se le encontró: «Fui contratado (...) para ir a Tenerife a impartir cursillos de venta, que es a lo que me dedico aquí en Cataluña. Yo no era más que un empleado y por lo tanto desconocía las interioridades de la empresa. Me fui porque pasó lo que tuvo que pasar (...) comprendan que ciertas cosas no se pueden decir (...)». 5ª fase P: la prisión.- Por último, la 5ª fase P, la de prisión, que en este caso fue, aparentemente, tal: - el jueves 24 de mayo de 1979, El Día publica en primera página esta noticia: «Uno de los ejecutivos de la inmobiliaria Marchsefell ingresa en prisión / Ayer tarde, el juez le tomó declaración y permanece en el depósito municipal de Granadilla». La noticia hacía referencia al apoderado de la inmobiliaria, señor Zapata, uno de los que hizo la visita a la redacción en una clara 4ª fase P, de prisión. - el sábado 26 de mayo de 1997, se publica ésta otra noticia (p. 43 / Última hora): «Nuevos detenidos en la presunta estafa de la finca Los Erales / El Guincho» y esta vez se hacía referencia al auto de prisión sin fianza del juez de Granadilla contra los señores Crespo, Riera, Zapata y Paniés, algunos de quienes visitaron la redacción en su 4ª fase P, de presión. Se indicaba asimismo que Riera, el abogado de la inmobiliaria, no se había presentado ante el juez y que éste había dado orden de busca y captura. Concluida la quinta de las fases P, terminó el asunto para el periódico: era más que suficiente; insistir no era del mayor interés. Las cinco fases P se habían ido desarrollando tal y como señalaba la teoría ahora expuesta en este trabajo.
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José Manuel de Pablos es catedrático de Periodismo en la Universidad de La Laguna. Este es un trabajo presentado en las jornadas sobre periodismo de investigación de la Sociedad Española de Periodística, celebradas en la Universidad de Vigo (Campus de Pontevedra, Galicia), en octubre de 1997 y publicada en el
número V de la revista Estudios de Periodística, Pontevedra, mayo de 1998. Reproducido de Revista Latina de Comunicación Social, número 9, de septiembre de 1998, con autorización del autor.
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Unidades de periodismo de investigación: ¿Condenadas al fracaso? Sandra Crucianelli * Desde que comencé a viajar por América Latina, interesada en aprender más sobre periodismo de investigación, vengo oyendo que las unidades de periodismo investigativo son un fracaso. Ya en Chile, en 1993, escuché a varios editores quejarse de lo que estas unidades representan para la sala de redacción: dos o tres reporteros que durante varias semanas se dedican solamente a redactar un reportaje, gastos operativos y de movilidad, y, muchas veces, jornadas intensas de búsqueda de información que a veces resultan inútiles porque a mitad de camino el equipo se da cuenta de que es imposible probar lo que se está investigando. Para colmo, en el seno de las redacciones, los reporteros de la unidad muchas veces son vistos con recelo por el resto del grupo porque no están obligados a entregar material en forma diaria. A esto se suman otros problemas: el difícil acceso a documentos oficiales en América Latina, la falta de estadísticas confiables, la inseguridad reinante en algunos países, las amenazas que sufren a diario los reporteros investigadores... En síntesis, un coctel fatal que ha significado el fin de las unidades investigativas en varios medios latinoamericanos. Salvando barreras Es poco lo que los periodistas podemos hacer para salvar los escollos relacionados con la problemática de cada país, y en especial los que tienen que ver con el acceso a la información. No queda otra opción más que insistir y mantenernos firmes en nuestra voluntad de continuar metiendo las narices en irregularidades y delitos. Sin embargo, es mucho lo que podemos hacer a la hora de minimizar los problemas inherentes al funcionamiento de las unidades investigativas en el seno de la sala de redacción. En cuanto a costos, no es necesario invertir grandes sumas para que las unidades funcionen. Si se define un campo de acción, por ejemplo el campo local, no hay necesidad de viajes ni gastos adicionales. Además, el teléfono, el fax, Internet y el correo electrónico ayudan a salvar las distancias. Tampoco es indispensable asignar a un grupo de personas para llevar a cabo la investigación. Basta con un reportero investigador o un editor responsable, capaz de llevar a cabo la tarea. Obviamente, una sola persona es insuficiente para realizar el trabajo, que muchas veces es tedioso y toma tiempo (hay que revisar archivos, buscar e interpretar documentos, etc.). Por eso, siempre es bueno conseguir la ayuda de colaboradores gratuitos. Cuando esbocé mi primer proyecto de unidad investigativa pensé mucho en cómo se debía integrar. En especial, me preocupaba lo que había oído acerca de los celos que las unidades generan en el resto de los integrantes de la sala de redacción. Ahora estoy convencida de que este tipo de problemas surgen como consecuencia de falta de liderazgo de muchos jefes de redacción. En los últimos ocho años, gracias a la SIP y a CELAP, he asistido a muchos seminarios y no ha
habido país en el que sus reporteros no hayan puesto el grito en el cielo por la falta de comprensión de sus jefes hacia la naturaleza del periodismo de investigación. Un buen jefe debe tener las condiciones necesarias para conseguir que cada reportero se sienta importante en lo suyo. Si ese jefe tiene don de mando y goza del respeto de sus colaboradores, el problema de los celos no debe existir. Pero lamentablemente existe, y eso nos da la pauta de que así como hay seminarios de entrenamiento para reporteros, también deberían dictarse seminarios similares dirigidos a los jefes de los reporteros. La experiencia de Canal 7 Quando entrei no Canal de notícias 7, como anfitrião, eu sabia que seria difícil de gerir um grupo de colaboradores para realizar o jornalismo investigativo. A receita era simples: eu tinha que fazê-lo da mesma maneira que eu teria gostado de mim para me contactar. Meu objetivo era formar uma unidade de investigação, com vista à apresentação de seu produto em um programa semanal, mas não tem pessoas disponíveis para fazê-lo, nem o dinheiro para contratar novas pessoas. A idéia: Com a aprovação das autoridades do canal, conversou com funcionários do Departamento de Ciências da Comunicação Instituto John XXIIII, onde todos os anos se formam jovens profissionais ansiosos para entrar na mídia. Basicamente, visa reunir um grupo de jovens recém-formados ou formandos no último ano da corrida, dispostos a formar uma unidade de investigação. Os diretores de departamento pretende difundir entre os alunos e exalunos. A idéia se espalhou como um incêndio. Pensou-se um sistema de estágios, de um ano. Queríamos um conjunto de comunicadores perfil: jovem determinada, ansiosa para investigar, sem vínculos políticos ou econômicos. Grupo: Considerando o registro de realização, disposição para trabalhar e recolher para o estudo, o departamento tem selecionados 11 jovens, a maioria, alunos da corrida do ano passado. Após o encontro com cada um deles, o grupo ficou reduzido a dez alunos, como um dos rapazes admitiram que não tinham tempo para trabalhar na unidade. Instrução: Para os membros da unidade incipiente foi dado um curso básico de formação em jornalismo e pesquisa: definições, diferenças entre o jornalismo ea pesquisa em jornalismo em profundidade, metodologia de pesquisa, técnicas de pesquisa social aplicada ao jornalismo investigativo ea ética aplicada. O curso durou um mês. Integração: Os dez jovens formados quatro times. Dois composto por três pessoas cada, e duas por duas pessoas cada. Relatório: Como coordenador do grupo de uma vez por mês fazemos uma reunião onde as questões são atribuídos. Algumas são puro jornalismo investigativo, os outros são o jornalismo em profundidade. Cada grupo tem um mês para apresentar seu trabalho. Semanalmente, informou o canal para agendar entrevistas, fazer chamadas telefônicas, pedindo para as câmeras e pesquisa na Internet. Material: Grupos mão de obra em suas pastas: entrevistas dos meios, materiais de arquivo, documentos, etc Usando essas pastas são montados roteiros para televisão, que são utilizados na posterior edição de "reportagens especiais". Estágio: O estágio permite-lhes participar na unidade por um ano. No ano seguinte, seus membros são renovados ea história recomeça. Para facilitar o seu trabalho como jornalistas, e os membros recebem um cartão de identificação com o logotipo do canal. Eles fornecem o transporte e câmeras, e são reembolsados por quaisquer custos associados a esta actividade. No entanto, não paga a sua colaboração, que é considerado um treinamento intensivo antes de deixar o mercado de trabalho. No final do ano, o canal se estende a eles um certificado. O resultado: A unidade entrou em operação em março. Nestes seis meses, produziu 25 reportagens especiais sobre vários temas: o funcionamento irregular das agências de segurança, jogo ilegal, as condições de vida na cadeia local, a evasão fiscal, o aborto, os relatórios das escolas de risco no complexo de construção, apropriação indevida de fundos públicos , etc O grupo no qual dizem que estão ganhando uma valiosa experiência na gestão das instituições, o acesso às fontes e outros aspectos essenciais para o desenvolvimento não só do jornalismo investigativo, mas del buen periodismo. Para nosotros, por lo tanto, las unidades investigativas no son un fracaso.
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Sandra Crucianelli es conductora del servicio informativo de Canal 7, de Bahía Blanca, Argentina; dirige la unidad investigativa del programa De qué se habla, y es instructora de periodismo investigativo de CELAP. Este texto fue publicado en Pulso del Periodismo y se reproduce con autorización de su editor.
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FRONTERAS, OBSTÁCULOS, PISTAS, FUENTES...
Intersticios del periodismo de investigación Gerardo Reyes La corriente informativa conocida como “periodismo de investigación” cada vez parece sumar nuevos simpatizantes en el ámbito latinoamericano. Son escasos, sin embargo, los planteamientos tendientes a definir su fisonomía y exponer sus caminos y técnicas. Por ello no puede pasar inadvertido el libro Periodismo de Investigación, escrito por el periodista colombiano Gerardo Reyes, en donde se esboza un plan básico para seguir los pasos de una investigación periodística, construido a raíz de la experiencia de medio centenar de reporteros dedicados a desarrollar ese género. Publicada por el Programa Latinoamericano de Periodismo de la Universidad Internacional de Florida y Editorial Trillas, tal obra expone fronteras, obstáculos, necesidades y rutas del llamado periodismo de investigación. La selección de textos y los títulos son de la dirección de la Revista Mexicana de Comunicación, de la Fundación Manuel Buendía, con cuya autorización reproducimos.
El producto del trabajo de un periodista investigador es diferente del que publica un reportero que se dedica a buscar noticias del día o escribe crónicas y análisis de determinados acontecimientos bajo la presión de una hora de cierre. El mérito del reportero diario consiste en tener olfato para buscar un ángulo novedoso de la noticia; poner en contexto los hechos; contar con un buen directorio de fuentes; permanecer bien informado y actuar con prontitud. Por su parte, el reportero investigador trabaja en asuntos controvertidos, que no necesariamente tienen actualidad noticiosa y que casi siempre alguien no quiere que se ventilen. [...] Así, la diferencia entre ambos productos está determinada por dos factores: tiempo y profundidad. Territorio y fronteras Uma extensa caracterização do repórter investigativo jornalismo investigativo vê o dono como um puzzle perito, cujas peças estão espalhadas e, muitas vezes alguém tenta manter oculto. Sua missão é colocar as coisas em conjunto para mostrar como eles funcionam e como as pessoas se comportam em uma sociedade em crise. Às vezes, todas as peças são obtidas pelo jornalista e outros chegar as suas mãos porque alguém descobre que você gosta, mas em ambos os casos, sua perseverança, sempre estar ali a ouvir as queixas e boatos, procurando documentos e seguindo pistas , é a chave para obter informações que seriam ocultas se não fosse por seu nariz curiosos. *** As pessoas que procuram informação para satisfazer uma ampla variedade de necessidades. Um deles é conhecer as ações e omissões de seus governantes, legisladores, juízes e militares, comerciantes e fabricantes que dominam o setor econômico do país, os banqueiros que estão segurando o dinheiro de milhares de famílias empresas e, em geral, as pessoas de alguma forma envolvidos na gestão do destino de sua cidade ou país. *** ¿Qué temas escoger en el reino gris que forman las sombras de la privativa y el brillo de la vida pública? Un primer paso para tomar decisiones éticas apropiadas es tener una partitura antes de sentarse a tocar, un código de ética gremial o de empresa que fije pautas para resolver los conflictos que surgen en torno al contenido del tema que se investiga y al método para investigarlo. Cuantos menos asuntos se toquen de oído o se dejen al arbitrio de la “relatividad”, el periodismo de investigación podrá mostrar más altos niveles de coherencia.
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“El tomar buenas decisiones éticas en periodismo es una destreza y un arte comparable al escribir bien, a las buenas fotografías y a la buena edición... y debe ser aprendido y desarrollado”, sostiene el manual de los profesores Gay Black, Bob Steele y Ralph Barney. [Doing Ethics in Journalism. A hanbook with Case Studies] Obstáculos y necesidades La siguiente es una descripción más amplia de las dificultades mencionadas por los periodistas [...] en diversas entrevistas que he sostenido con muchos de ellos: -El alto grado de compromiso de los medios de comunicación con grupos económicos o políticos dificulta el ejercicio del periodismo de investigación. [...] --La situación económica de muchos periódicos no les permite darse el lujo de dedicar a un periodista, y menos a un grupo, a la tarea exclusiva de investigar para publicar sólo un artículo una o dos veces al mes. La falta de personal y el exceso de fuentes en manos de un reportero son las quejas más comunes de los editores. [...] --Obtener acceso legalmente a los archivos del gobierno es casi siempre imposible. Una de las principales causas de este problema es que muchos gobiernos han desconocido la reglamentación del derecho de petición, consagrado en casi todas las constituciones de América Latina. [...] --Algunos periodistas latinoamericanos trabajan para la prensa y al mismo tiempo reciben honorarios o estipendios de una entidad del gobierno. *** Estoy convencido de que los grupos de trabajo dedicados exclusivamente a la investigación, sin la premura de las horas de cierre, desarrollan su labor más profesionalmente que quienes trabajan en forma individual y bajo la presión de la entrega del material. *** Organizar un equipo de investigación sólo requiere la voluntad de hacerlo. No se necesita, como piensan algunos periodistas, una “cultura de periodismo investigativo”. Lo demás viene por añadidura. *** O gabinete de um jornalista investigativo deve ter uma biblioteca básica com as seguintes publicações: Legislação: Constituição, Código substantivos e processuais civil, trabalhista, penal e comercial, legislação sobre contratos públicos (licitações, concessões, leilões, etc); decretos que regulam as ações dos funcionários públicos, suas deficiências e incapacidades, insuficiência Tribunal de Justiça e os tribunais administrativos, memorandos e circulares relacionadas com o público, as leis sobre difamação e calúnia. Diretórios: Além das listas de telefone comum, deve ser acessível diretórios e outros serviços públicos para as profissões especializadas e ocupações. Se possível, uma boa coleção de manuais de "Quem é quem?" Na política, comércio, indústria ou esporte. Mantenha os diretórios antigos, porque eles são úteis. Dicionários, especialmente termos jurídicos e técnicos. Inscrições: jornais regionais, jornais oficiais, revistas, Congresso, militar e judicial, publicações de sindicatos, associações e fundações de livros e boletins estatísticos. Cualidades del periodista Seja qual for sua situação, é muito importante manter em mente os seguintes aspectos da formação profissional: - Você deve estar familiarizado com a estrutura do Estado e conhecer a natureza jurídica das diversas entidades de âmbito nacional, provincial ou regional, bem como a hierarquia dos atos administrativos (decisões, decretos, portarias, etc.) [...] - Deve ter conhecimentos gerais sobre as regras que regem os conflitos de interesses de funcionários públicos, os impedimentos legais, inconsistente e deficiência de exercer suas funções e de contratar com o Estado. Familiarizado com o enquadramento jurídico do tema que
você está trabalhando leva tempo, porque há muitas leis que são constantemente alteradas ou revogadas, sem que a opinião pública transcender. [...] - Deve ter conhecimento dos antecedentes históricos do grandes escândalos de corrupção que abalaram o país. - Você deve conhecer as leis sobre o emprego da nação para os indivíduos, como licitações públicas e privadas, e como resolver litígios entre particulares e do governo. - Deve estar ciente dos estudos feitos por fundações e organizações sem fins lucrativos, também conhecidas como organizações não-governamentais (ONGs) de direitos humanos, a crise e as tendências sociais. "É muito importante ter a idéia do direito penal, especialmente no que diz respeito a crimes contra a administração pública, como corrupção peculato (corrupção), e prevaricação, abuso de autoridade, tráfico de influência e enriquecimento ilícito. Também é essencial conhecer as regras sobre o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. - Deve ter uma idéia geral de como a economia dos EUA, o setor informal, economia subterrânea, o investimento estrangeiro. - Você deve dominar as regras de acesso aos documentos públicos e para manter no âmbito da jurisprudência e os conceitos relacionados ao tema. - Saber como funciona o Congresso, o processo de legislação e de uma compreensão geral das leis do orçamento. Mas, além dos conhecimentos científicos ou técnicos, os jornalistas devem ter uma firme convicção de que é justo e honesto. Tão forte quanto a sua capacidade de se indignar com as coisas que não funcionam e aceita com resignação pelo resto das pessoas como parte de sua vida. Deve ser um profissional independente e fontes dos investigados, e não pode ser influenciado em seu trabalho, o desgosto que produzem essas estão mentindo ou tentando esconder a informação que comete. O jornalista deve ter maturidade suficiente para suspender suas descobertas quando os documentos ou testemunhos não merecem publicação. Ele deve aprender a
ouvir e tomar o lugar daqueles que parecem comprometidos com as suas queixas ", e perguntar se você foi justo ao lidar com fontes confidenciais, fontes públicas, e as pessoas que tenham sido objecto da sua investigação ousada", Mollenhoff disse. Mas acima de tudo deve ter a coragem ", diz o jornalista a admitir que estava errado sobre factos ou perspectivas e tomam medidas para corrigir o erro. Buscar los temas Um projeto de pesquisa vem principalmente de duas maneiras: a observação do jornalista e as pistas fornecidas por aqueles cujo interesse pessoal ou cívica na divulgação de informações. Andando pelas ruas da cidade, conversando com os motoristas de táxi, ouvir queixas de vizinhos e conversar com amigos e familiares, são uma forma cotidiana de exercer sua curiosidade de repórter investigativo. Neste ambiente você encontrará sempre vítimas coloquial e boatos, há sempre alguém que quer expor uma injustiça, alguém que conhece alguém que esteja disposto a desabafar suas mágoas, alguém que, apesar de sua modesta posição em uma empresa ou cargo público, oferece acesso à informação inalcançável por outros meios, alguém que tem uma chance para revelar tudo o que ele não sabe se preocupar muito com sua vida pessoal ou profissional, ou alguém, inadvertidamente, deixa escapar um abuso de poder ou apresentam apenas nos diz o quanto ele sabe. Aqui, neste mundo sem saber de encontros familiares, coquetéis e festas, o jornalista desenvolve o hábito de parar orelha frutuosa, perguntam constantemente, os números de pedido de telefone, endereços e cartões de visita para começar a tecer uma hipótese. *** Por trás das notícias, press releases, anúncios e classificados, em cartas de leitores para o editor, nas caixas de correio dos cidadãos contribuir para o obituário e as páginas sociais, são em milhares vista de idéias para iniciar projetos maiores. O mesmo é verdadeiro de informações entre as linhas que oferecem publicações
especializadas e jornais de tão denso e aborrecido como os jornais oficiais, anais de congressos e boletins de outros governos. Nesses anúncios de jornal tedioso pago solitários, sindicatos ou associações que são dirigidas ao Presidente da República ou o público em geral para expor suas queixas, há também muito material para onde cortar. ***
Existe uma regra jornalista investigativo para se lembrar quando está de olho em um tópico de pesquisa, o que é que a popularidade e tradição de filantropia não são garantias de honestidade e eficiência. Digo isso porque em nossa sociedade, há personagens que foram elevados ao patrimônio moral do país, graças a suas grandes obras, ou os seus contributos para a história do pensamento nacional, mas não necessariamente por um currículo impecável. Algo semelhante acontece com algumas instituições, cujo grau de imunidade é derivado, geralmente, eles sempre estiveram presentes na vida nacional e tem feito grandes esforços para o desenvolvimento e bem-estar do país. O halo de respeito e de celebridades que envolve essas pessoas e instituições que o repórter não se intimida para questionar o que sempre foi um verdadeiro intocada. Mas às vezes essas qualidades são meras ilusões. Acesso à informação Quase todos os jornalistas latino-americanos entrevistados, afirmam que, ao analisar a viabilidade de um problema a sua primeira preocupação é as vias de acesso à informação. [...] A experiência encorajou-me a sugerir que vale a pena tentar obter informações através dos canais legais. Aprendemos que, depois de muito esforço e luta, os funcionários dão um pouco e alguns aprendem a lição de que stealth traz mais problemas do que na abertura. Para fazer esta batalha, é importante para todos os problemas para aprender as regras que protegem o direito de acesso aos documentos em escritórios públicos mentira. *** Se você não tiver acesso a um documento em um escritório, lembre-se que no mundo de tudo o que a burocracia tem quase uma fotocópia, contratos, ordens, registros, currículos, memorandos e documentos administrativos, estes documentos andam de mãos dadas com um longa lista de funcionários deve manter uma cópia. Alguns dos documentos são arquivados em uma caixa oficial, mas muitos têm seus gêmeos em outras unidades do governo onde há provavelmente uma fonte amigável pronto para entregar. ** Grande parte dos esforços feitos até agora, os jornalistas de investigação têm-se centrado em documentar as várias formas de conivência de setores da sociedade para as organizações de tráfico de drogas. As ligações entre o tráfico de drogas e de partidos políticos, governo, exército e polícia, o judiciário, a Igreja, banca, indústria e desporto, são temas recorrentes nos últimos 10 anos de jornalismo em países como a Colômbia , Peru, Bolívia, Venezuela e Panamá. Demonstre esses vínculos é a tarefa mais delicada do jornalismo investigativo, como o tráfico de drogas que são quase sempre submetidas ao testemunho de todos os envolvidos no problema. Fuentes documentales Uma vez aprovado o projeto de pesquisa para você e seus editores, avaliou os riscos e discutida a probabilidade de que o esforço não será em vão, o próximo passo é a essência de seu trabalho: é preciso começar a explorar. [...] O objetivo desta etapa do processo de seleção está familiarizado com o problema através da referência às fontes e documentos. É hora de começar a ouvir especialistas desleal e, para olhar arquivos e mergulhar na cena que está em seu olhar para aprender a linguagem, as regras e truques. Após vários dias de busca de informações que, à primeira vista parece muito confuso e impenetrável, você começa a dominar as regras do jogo e perder o medo de Honduras. Este processo é aperfeiçoado através da consulta de fontes documentais e pessoais. *** Luma fonte
primária de documentação é uma curta distância a pé de sua mesa: o arquivo do jornal. [...] A tarefa de tirar o pó e amarelados e rachados feridas abertas não deve ser feito com a idéia de procurar o que só pode ser usado para a publicação do seu relatório. O objectivo é, sim, ter uma perspectiva histórica do assunto e conhecer seus jogadores. Nesse sentido, os arquivos físicos são ilustrativos e não eletrônicos. *** Don Ray tem um jornalista investigativo na Califórnia prêmio por seu trabalho, que todos os
indivíduos iniciam sua busca para o diretório. *** Em quase todos os países latino-americanos, há uma possibilidade de estabelecer ligações com as principais redes eletrônicas de informação (redes) que operam no mundo. *** Redes disponíveis contêm enormes bancos de dados com informação especializada em todos os campos, bem como armazenamento eletrônico dos principais jornais ao redor do mundo. *** Os registos podem ser os documentos mais consultados por jornalistas investigativos. Quando se trata de determinar a participação de uma pessoa em uma empresa, o capital de uma empresa, data de criação ou funções, que são os arquivos de referência primária. *** Em muitos de nossos países, os actos notariais são públicos e podem ser vistos por ninguém. Muito útil para conhecer alguns aspectos sobre os contratos ou promessas de contratos de venda, certificado de batismo, regime de arbitragem, registro de empresas (principalmente da família). Se nenhuma sorte aqui, você pode tentar aos registros de terra, que são enormes listas mantidas pelo governo (geralmente por via electrónica) de propriedades rurais e urbanas que conter as seguintes informações: identificação cadastral operações têm sido feitos sobre a propriedade e encargos, tais como hipotecas ou garantias. Embora o acesso aos arquivos dos certificados, cartões de identidade ou o voto é cada vez mais limitado, tente manter um bom contato com o secretário, como os dados que os cidadãos inscritos nestes documentos são essenciais para saber a informação básica indivíduo que você está procurando. Fuentes hemerográficas Os jornais oficiais publicaram o texto das leis, decretos e atos administrativos diferentes. Em alguns países é obrigatório nesses jornais publicaram o texto integral dos contratos no país para os indivíduos, como condição para a validade desses atos. É a fonte mais confiável para verificar o conteúdo exato das regulamentações governamentais. *** Cada profissão e comércio tem uma transmissão nacional. Médicos e sapateiros, estivadores e advogados, economistas e aviadores, todos os boletins publicados e periódicos científicos que contêm grande quantidade de informações práticas para o jornalista que procura se familiarizar com um tema. Muitas dessas publicações acabam no lixo sem ser lida. Embora a idéia não é recolhido, o repórter investigativo deve ojearlas de tempos em tempos, pelo menos, saber que eles existem, e, se possível, em nome de sua editora diretório de telefone e endereço onde você pode ver a coleção. *** Os seguintes são exemplos de algumas publicações úteis: 1. Folletos y boletines de los bancos que contienen el balance general de la institución, nuevas
investimentos e operações, a lista de seus diretores, promoções e aposentadorias. 2. Revistas das forças militares, que são úteis para os jornalistas interessados em investigar as suas crises internas, as mudanças na dirigentes superiores e intermédios, aquisição de armas e munições. 3. A título de curiosidade, ter um diretório de sua cidade e ir para as associações e fundações. Certamente lá você vai encontrar nomes de instituições e centros de pesquisa que você nunca soube que existia. Nos arquivos dessas instituições estão vários estudos com informações valiosas sobre as questões chamados sociais, tais como direitos humanos, meio ambiente, abuso infantil, prostituição, toxicodependência, habitação marginal, a reforma agrária, que são muito úteis para fortalecer ou contextualizar seus trabalhos de pesquisa. [...] 4. Os jornais e boletins paroquiais grupos religiosos. 5. Escola e anuários da faculdade. [...] Estes livros são muito úteis para preparar um perfil de algumas pesquisas de caráter. 6. registros de importação e exportação. No escritório do governo que lida com gigantes do comércio exterior encontram-se alguns panfletos contendo informações muito precisas sobre as
exportações do país e as importações. Fuentes personales A origem dos escândalos de grandes e pequenos, quase sempre há pessoas gravemente feridas e setores que querem perder a face em conflito entre si, mas, novamente, que não deve ser um impedimento moral para o jornalista. Geralmente, o repórter tem que lidar com dois tipos de informantes que oferece informações básicas desde o início e as folhas ou o liberado lentamente e, como o repórter investiga. [...] Mas há outros informantes com os quais devemos ter mais cuidado, que a dose seus dados, quer para manter o interesse do jornalista ou ter o controle da investigação. Seja qual for o estilo, especialmente se você trabalha com distribuidores de informantes, a primeira coisa a determinar é que ele é, que interesses e quais são as chances de que você é um instrumento de seus truques. *** É importante notar as diferenças entre jornalistas e fontes. Como informante é alguém da sua confiança para o benefício de inventário e, talvez, por uma vez, a fonte é uma pessoa independente e confiável que está disposta a dar o seu parecer cada vez que você entrar no campo que domina. Uma boa fonte não está falando sobre o que não pode nem tomar partido, é discreto e mantém conversações secretas com o repórter. *** Aparentemente, o público parece mais inclinado a crer os documentos em evidência. La prueba de fuego Muitas informações incorretas foram divulgadas na mídia de nosso país são o resultado de não submeter o material para o processo de verificação de menor. Sem verificar a informação, o papel dos jornalistas é reduzido para tradutores simultâneos de dados simples que não têm certeza absoluta. O sentido do jornalismo investigativo e, claro, qualquer disciplina responsável jornalística, é contrária à prática. Você deve confirmar a informação não uma, mas muitas vezes possível. E a prova de uma reportagem investigativa, que é em si um processo contínuo de verificação, é a entrevista com aqueles que têm uma quota parte de responsabilidade nos acontecimentos. Paul Williams entrevista chama-chave. *** Você deve chegar à entrevista com a idéia de que além de cumprir com o princípio da equidade, como ouvir a outra parte, esta é uma grande oportunidade para testar a veracidade das suas fontes e autenticidade dos seus documentos. [...] Mas não fique decepcionado, nem tudo está perdido. Se o inquirido minou as suas suspeitas, as informações obtidas de modo ese momento servirá algún día para otros casos. Lo que debe evitar a toda costa es tratar de publicar su trabajo sólo para justificar el tiempo invertido. La redacción Elaboração de relatórios de pesquisa requer a mentalidade destilador, encontrar um método que permite que o jornalista a fazer sem os elementos voláteis e manter os fatos que suportam as suas conclusões. [...] Antes de sentar para escrever, os jornalistas devem ser claras o que você quer reclamar. *** Jack Driscoll, um jornalista do Boston Globe, sugere a escrever a primeira versão do artigo, sem levar em conta notas ou documentos comprovativos. "Colocar as notas em uma gaveta", diz ele, "e tenta escrever a história de que você tem na sua cabeça, como se tentasse contar a sua esposa ou seu marido. Em seguida, voltar a escrever notas e detalhes específicos. "Este método, diz Discroll permite que o jornalista de ser libertado da "correia de transmissão" complexo de simples entre suas fontes e leitores, uma falha muito comum em relatos de pesquisa. [...] *** Não é um método que me dá mais confiança para ter uma visão completa do material, chegar a uma conclusão final, ea partir dela construir a estrutura do relatório, para desenvolver um cronograma definitivo sobre todos os fatos com base em pesquisas.
*** Nesta fase da investigação, quando você se sente confiante para se sentar para escrever, recomenda-Williams, deveria ter resolvido as seguintes questões: qual é a história, quem se importa e que interessa ao público. As respostas darão o tom de sua escrita e permitem-lhe ter uma idéia do perfil de seu leitor enquanto você digita. *** No jornalismo há apenas duas maneiras de começar a contar uma história diretamente ou em forma anedótica, e elaboração de relatórios de investigação não está imune a esta realidade. *** Confiar em estatísticas e especialistas para ajudar você a definir exatamente a extensão do problema descrito e seu contexto histórico. Se você não tem como calcular a freqüência ou a extensão das irregularidades, não arrisco a fazer projeções. Lembre-se que o jornalismo investigativo não é apenas para ligar os alarmes, mas também por declarações falsas. Os leitores apreciam esses artigos em que uma crise é colocado em seu devido contexto. Seguimiento y realidades Seu trabalho não termina com o ponto final da história. A partir desse momento começa um trabalho tenso e desajeitado em Capote é o massacre daqueles que parecem comprometidos em seus artigos. Esteja preparado para enfrentar as diferentes reacções. [...] Seja legal. Não responda de imediato e tentar evitar entrevistas com a mídia. *** Normalmente, os jornalistas, cansado com o trabalho com um tema de vários dias ou semanas, pretende iniciar uma nova pesquisa e esquecer o ex. Erro fatal. Para os leitores é tão importante quanto a informação primeiras notícias sobre as suas consequências. Eles querem saber se o governo tomou medidas sobre o assunto, se os envolvidos foram punidos e, em geral, se uma autoridade, aprovou o trabalho dos jornalistas. A falta de fiscalização cria uma imagem para jornalistas bomba explodindo os escândalos no volume e na medição dos resultados, eles se retiram para provocar outra explosão. *** O jornalista colombiano Roberto Pombo argumentou que o jornalismo investigativo é só se justificam em uma sociedade onde a justiça funciona, não vale a pena comprometer a conduta de alguém, se os tribunais estão lotados com milhares de processos e não tienen tiempo para hacer justicia ni honestidad para aplicarla. El argumento puede servir, sin embargo, para probar lo contrario, y es que, en países donde la justicia cojea o en la práctica no existe, una de las pocas formas que tienen los ciudadanos de enterarse -y prevenirse- de muchas formas de la fraudulencia, es a través de los medios de comunicación. Diarios como Página 12 de Argentina y El Espectador de Colombia y revistas como Proceso de México y Caretas de Perú, que han sacado a la superficie escandalosos fraudes que la justicia de esos países nunca hubiera tocado, pueden dar testimonio de que el periodismo de investigación tiene una sana utilidad en sociedades donde la impunidad es la regla y la ley es la excepción.
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