Gilson Breder “O que é o M.D.A.”
www.vigiai.net
Luiz Sayão
“A horrivel volta da escravidão”
Israel Belo
“Uma fé além da estética: seis afirmativas sobre religião”
Informativo Evangélico Ano 04 - Edição 16
PASTOR ELI FERNANDES
Após quase 32 anos, se aposenta e deixa o pastorado da Igreja Batista da Liberdade Convenção Batista Mineira Assembleia 2015
Colégio Batista da Penha São Paulo Um oásis da zona leste
Novos sonhos para as crianças vulneravéis
Editorial
www.vigiai.net Em nossa 16ª edição, trazemos como matéria de capa a comovente despedida do pastorado titular de Eli Fernandes da Igreja Batista da Liberdade (Liber) em São PauloSP, depois de quase trinta e dois anos de ministério. Em uma das quatro matérias especiais, temos o relato precioso da Missionária Joana Machado com os projetos Cristolândia-Criança e Novos Sonhos. Projetos que todos os batistas devem conhecer e apoiar, pois “A fé sem obras é morta”. Há muito tempo desejávamos promover um debate sobre o MDA - Modelo de Discipulado Apostólico, e esta oportunidade surgiu através de uma entrevista com o Pr. Gilson Breder, reconhecido homem de Deus, que milita na denominação com entusiasmo através de seu pastorado à frente da Primeira Igreja Batista em Campo Grande-MS. O Colégio Batista da Penha, localizado na Zona Leste de São Paulo-SP, é mais um refrigério dos batistas paulistas, servindo à Causa do Senhor através do ensino, com uma pedagogia vibrante e, sobretudo, cristã. Estivemos na Assembleia da Convenção Batista Mineira – 2015, e pudemos presenciar momentos de elevado fervor espiritual, numa reunião que foi pautada pela adoração e pela comunhão. Curta a nossa revista, cada página foi cuidadosamente planejada para que a sua leitura seja um momento de reflexão, aprimoramento e conhecimento de assuntos de interesse dos que amam a Causa do Senhor Jesus Cristo.
Boa leitura, afetuosamente, Vital Sousa, editor.
Observação: Não estamos de luto, mas a página em preto é para demonstrar a nossa dor com o descalabro que a política fez e está fazendo com a Nação brasileira e os descuidos com o ensino da Palavra, com tantas heresias em cena. Respeitamos todas as religiões com as suas declarações de fé, mas a lembrança do Credo Apostólico neste momento, como pilar, nos remete ao nosso âmago, ao nosso interior, como cristãos. Relembremos desse documento que segundo a tradição data do ano 50 dC e seria da autoria dos 12 apóstolos. Os católicos, os luteranos, os presbiterianos e os anglicanos o utilizam em seus ritos. Na figura ao lado o documento segundo a versão luterana.
Expediente Criação (homenagem póstuma) Jornalista e Designer Fabiano Sousa Mtb-SP 66.300 www.fabianosousa.com
Sumário Matéria de Capa 06 – Após quase 32 anos, Pr. Eli se aposenta e deixa o pastorado da Liber
Ano IV – Número 16 Julho de 2015 Editor-chefe Jornalista Vital Sousa Mtb-SP 63.588 vital.sousa@gmail.com vital.sousa.3 Produção Ministério Vigiai Net CNPJ 17.442.129/0001-52 Portal: www.vigiai.net E-mail: vigiai.net@gmail.com /ministeriovigiainet Diagramação Jornalista Bruna S. M. Abifadel imprensabruna@uol.com.br Revisão: Analista Alessandro Vital aavvital@gmail.com Impressão Resolução Gráfica www.resolucaografica.com.br Tiragem 5.000 exemplares Contatos Telefones: (12) 3621-2579 (Fixo) (12) 9-8858-0804 (Oi) 9-9109-0490 (Claro) Caixa Postal 207 Taubaté-SP CEP 12010-970
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos seus autores, e não representam necessariamente a opinião do Informativo. É proibida a reprodução total ou parcial de reportagens, entrevistas, artigos, ilustrações e fotos, sem a prévia anuência dos titulares dos direitos autorais.
4 - Vigiai *Julho de 2015
Editorial 03 – Vital Sousa
Articulista 30 – Gilberto Garcia 36 – Vital Sousa 38 – Israel Belo 40 – Luiz Sayão
Entrevistas 18 – Colégio Batista da Penha 24 – O que é o M.D.A? Gilson Breder
Especial Especial 11 – A Cristolândia e as crianças em vulnerabilidade 15 – Missão Boa Vista 16 – Personagens Vigiai 21 – Convenção Batista Mineira 33 – Vislumbre da graça e poder de Deus. Josué, ex-travesti
Missões 31 – JMM – Invista em vidas. Invista em missões
Errata Na página 27 da 15a. edição o versículo de subtítulo da matéria saiu com erro, considerar o versículo com os dados corretos: "Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara." Mateus 9:37,38
Adversidades? Injustiças? Lutas desiguais no trabalho, nos estudos, nos negócios, na família, na sociedade? Como lidar com os adversários e com a adversidade?
COMO VENCER QUANDO VOCÊ NÃO É O FAVORITO
foi escrito para ajudar às pessoas a vencer lutas desiguais, encorajando-as a desenvolver atributos importantes e a adotar estratégias corretas para vencer adversários mais fortes.
Matéria de capa
Por Vital Sousa
Deus te abençoe, Eli Fernandes!
Foto Liber
A Despedida do pastorado da Igreja Batista da Liberdade em São Paulo, capital
Vista do Culto de gratidão pelo pastorado de Eli Fernandes na Liber em 05.07.2015 – noite Certa vez o meu filho, Alessandro Vital, revisor da Vigiai, comentou que o Pr. Ed René Kivitz era o preferido do Portal Vigiai – www.vigiai.net. Realmente gosto muito dos escritos do Pr. Ed, mas sem dúvida nenhuma o articulista líder absoluto das publicações do Portal nesses sete anos (acredito que mais de dez vezes do que das publicações do Pr. Ed Kivitz) é o Pr. Eli Fernandes. Estive em sua casa duas vezes. Passei mais de uma semana com ele em Jerusalém - Israel em maio de 2014. Estive dezenas de vezes na Igreja Batista da Liberdade em São Paulo(LIBER) e em dezenas de eventos denominacionais, e lá estava ele… Lembro de ter atendido um pedido dele para fotografá-lo em João Pessoa-PB em janeiro de 2014 em uma Cruzada (chovia muito, beira da praia e eu lá, dedefrio). 6 - tremendo Vigiai * Julho 2015 Fotografei, disponibilizei mais de cinquenta fotos e
ele não as viu até hoje. Não teve tempo. Sua vida é sempre corrida. O seu médico recentemente afirmou: “Seu trabalho é incompatível com a sua saúde.” Dinâmico, com uma empatia sem igual e uma profunda devoção, cumpria com rigor o seu trabalho ministerial. Passei a manhã de sábado, 04.07.2015, com ele, nas homenagens da M.C.A da LIBER e da Associação Batista Centro da Cidade de São Paulo, e, certa hora ele me disse, enfático: “Tenho que fazer uma visita pastoral à tarde, tenho pouco tempo, não vou em casa almoçar, ficarei direto na igreja, pois a noite teremos a organização da Igreja Batista Árabe”. Não tive a coragem de lembrar-lhe que no dia seguinte ele não seria mais o pastor da igreja, porque este é o Eli Fernandes, pastor que conhecemos e que deu a sua vida ao ministério de Jesus na LIBER até
o último miléssimo de segundo. Sua históra é um bálsamo e serve como exemplo para os que querem se dedicar de corpo e alma à Obra do Senhor. Contar um pouquinho do seu ministério é um privilégio. Registrar a história na revista Vigiai é um presente de Deus. Como deferência à Vigiai ele mandou um e-mail ao grupo no final de maio de 2015, esclarecendo aos líderes batistas da sua posição, que publicamos na íntegra no portal Vigiai – www.vigiai.net “O SENHOR te abençoe e te guarde; O SENHOR faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O SENHOR sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz” (Números 6: 24-26)
Uma pequena retrospectiva, de 23.02.1984 a 05.07.2015 Parece que foi ontem, mas já se vão mais de trinta e um anos. Em 23.02.1984, ainda solteiro, Eli Fernandes assumia o pastorado titular da LIBER, depois de servir por mais de cinco anos na Igreja Batista Imperial em Recife-PE. Na “novel” igreja conheceu Mônica, neta de fundadores da LIBER, encantaram-se e se casaram, tiveram Filipe que também se casou com uma filha da igreja, Thaís. Ele se formou em teologia na Faculdade Teológica Batista de São Paulo em 2012, e deve um artigo à Vigiai há mais de quatro anos com o título “A epístola de Filipe”. Seus antecessores Eli Fernandes teve um grande privilégio nos primeiros anos de sua vida ministerial na LIBER ao receber ícones que serviram no pastorado da igreja e que demonstraram todo o amor pelo rebanho em mensagens que se tornaram indeléveis: Pastores T. C. Bagby, William Buck Bagby, Emilio Kerr, Djalma Cunha, Erodice Eça de Queiroz, Elthon Johonson, Dami Ferreira e Joélcio Barreto, entre outros. Quinze novas igrejas batistas A LIBER, na vontade soberana de Deus no pastorado de Eli Fernandes, organizou quinze novas igrejas batistas. É um marco, um verdadeiro divisor de águas na propagação do Evangelho, principalmente hoje quando as igrejas investem na organização de filiais e não em novas igrejas, autônomas e independentes. As grandes igrejas se tornam potências mercadológicas, mas Eli Fernandes sempre optou por aplicar os princípios centenários dos batistas. Evangelismo e Missões Milhares de pessoas foram alcançadas pelo poderoso Evangelho de Jesus na instrumentalidade de Eli Fernandes e se converteram de todo o coração aos pés de Cristo. As dezenas de Cruzadas pelo Brasil e mundo se tornaram paradigma da mensagem do Cristo crucificado, mas ressureto: “Só Jesus salva”. Eli Fernandes sempre procurou atender todos os pedidos, mesmo com o comprometimento da saúde. Seu ardor missionário foi penetrando no cerne da igreja e hoje ela sustenta missionários no Estado de São Paulo, na Amazônia e fora do Brasil. Em 2011 tive a oportunidade de ver tal assertividade na prática. Levei a Missionária da Junta de Missões Mundiais(JMM), Sarala Kumar, que serviu na Índia (hoje está no Brasil trabalhando na sede da JMM), ela não falou o seu eloquente testemunho. Eli Fernandes, usando de sua liderança, conclamou a igreja a apoiá-la, adotando-a em orações e financeiramente. Resultado:
ela conseguiu naquela noite o valor necessário para sua manutenção no projeto. Educação Teológica e novos pastores Seguindo a práxis batista, a LIBER identificou, preparou e ordenou vinte e seis novos pastores neste profícuo ministério. Homens de Deus que foram entregues à denominação e que hoje lideram mais de duas dezenas de igrejas do Senhor Jesus. Teve o privilégio ainda de encaminhar para os estudos teológicos na Faculdade Teológica Batista do Estado de São Paulo dezenas de obreiros e obreiras que servem na LIBER e em outras igrejas honrando o nome do Senhor Jesus. Missões Mundiais no coração da maior cidade do Brasil No seu ministério a LIBER optou por missões étnicas, com ênfase no trabalho com os japoneses, chineses, hispanos e árabes, resultando em três novas igrejas batistas: Chineses, Hispanos e Árabes, a última organizada em 04.07.2015, contando com vinte e seis membros. Uma revolução no patrimônio Foi um período de lutas e de turbulências na economia do país, mas Deus honrou a LIBER e o crescimento nesta área marcou a vida da igreja. Elevadores foram adquiridos, cumprindo com rigor as determinações legais de acessibilidade. A fachada do prédio foi revitalizada, bem como a calçada e o saguão. Saiu do papel a Central de Música com uma das maiores bibliotecas específicas do país. O isolamento acústico do templo, além de propiciar um ambiente mais acolhedor para cultuar o Senhor, melhorou o relacionamento com a vizinhança. E o arcondicionado central avançou no conforto necessário no momento especial de adoração. Reforma do sub-solo e berçário. Em bens movéis, o grande destaque foi para área de música com a compra do piano eletrônico de ¼ de cauda da Holland e do órgão eletrônico Rodgers. Novos conceitos, um “ide” renovado Com o surgimento das novas mídias a igreja se aperfeiçou na propagação do Evangelho através do novo instrumento, a internet. Os cultos foram transmitidos on-line e com excelente retorno no Brasil e no mundo. Um novo site foi confeccionado com todas as informações da igreja, destacando as áreas reunidas pela sigla PESCA: Proclamação, Edificação, Serviço, Comunhão e Adoração, que especificam com detalhes todos os ministérios da igreja. Boletim semanal nos celulares e tablets. Vídeos dos cultos, cantatas e mensagens. Uma área exclusiva para os membros. A Liber provou como uma centenária igreja pode ser jovem a cada dia. Um novo “ide” de Jesus na prática.
A manhã da despedida – 05.07.2015 Os abraços afetuosos das ovelhas queridas Fotos: Vital Sousa
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Integração na vida denominacional Uma igreja que olha para dentro e para fora, sempre participando ativamente e cooperando com as suas co-irmãs, com o seu pastor presente, exercendo cargos na Associação das Igrejas Batistas do Centro de São Paulo, na Convenção Batista do Estado de São Paulo, na Convenção Batista Brasileira e na Aliança Batista Mundial. Atualmente exerce o cargo de Vice Presidente da ACADEMIA EVANGÉLICA DE LETRAS, CONVENÇÃO BATISTA BRASILEIRA e CONSELHO DE PASTORES E MINISTROS DA CIDADE DE SÃO PAULO. Durante anos foi professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo. Este foi o norte implantado por Eli Fernandes na LIBER. E Deus abençou porque a pregação foi firme e o ensino das Sagradas Escrituras difundido e sempre estimulado, reafirmando com coerência a identidade batista. Pr. Eli tem pregado no Brasil e em todos os continentes. A participação externa à igreja, tanto no Brasil como no exterior, foram suas marcas, enquanto pastor da LIBER, enfantizado sempre o senhorio de Jesus. Equipe Ministerial Uma grande igreja não pode prescindir de uma boa equipe ministerial e muitos obreiros, todos muito bem preparados, foram peças indispensavéis ao crescimeto da igreja, principalmente nas áreas e ministérios de crianças, educação, música, evangelismo e missões, jovens e adolescentes, jovens casados e família como um todo. Música “Tudo que tem fôlego, louve ao Senhor.” Pr. Eli Fernandes aplicou na LIBER a recomendação da Palavra com plenitude, trazendo o seu amigo de Seminário, Maestro Donaldo, para liderar o Ministério de Música da igreja. A LIBER se tornou uma potência, hoje com seis coros, orquestra e bandas. A igreja nunca ficou em segundo plano, mas os músicos da LIBER se apresentaram em muitas cidades do nosso país, e, em países da América do Sul, América do Norte e Europa. Adorar ao Senhor ao som da música da LIBER tem sido momentos gratificantes, de interiorização, de transcendência e de júbilo ao Rei dos reis, o Senhor Jesus. Ministérios A LIBER optou em dividir a igreja e ministérios, dando uma real oportunidade para que todos os membros tenham oportunidade de servir com os seus dons e talentos e toda a igreja foi envolvida, desde as crianças com a “LiberJr” até os irmãos da chamada terceira geração, a “Melhor Idade”. Através da Feira de Ministérios os novos membros são integrados na vida da igreja, semestralmente, 8 - Vigiai * Julho de 2015 mas existe a preocupação da integração no dia a
dia, recebendo atenção redobrada da liderança. Novos Ministéros O Evangelismo pessoal recebeu na LIBER um tratamento diferenciado com a criação do CREIA – Cruzada Evangelística de Impacto e Ação – no ano de 2.000. O Pastor apoiou e participou de diversas Cruzadas e milhares de pessoas se renderam ao Senhor Jesus no Estado de São Paulo e em todo o Brasil. Em função disso, outra forma foi organizada, com o nome de “Extreme Impact” e que tem propiciado um trabalho muito relevante.
Estou convencido de que a Igreja precisa hoje de uma liderança que apoie de todo coração o novo Obreiro Pequenos Grupos A LIBER implantou os chamados PG’s e hoje já conta com mais de quatrocentos membros envolvidos. Esta realidade em uma cidade atípica como São Paulo tem sido uma ferramenta indispensável de aproximação das famílias, com a troca e o compartilho de experiências. A igreja cresce em solidariedade e a comunhão é cada vez mais vibrante. Pr. Eli Fernandes é um apaixonado pela ideia, e tem sido um dos grandes difusores do projeto no meio evangélico nacional. Na LIBER os PG’s se tornaram um diferencial, tanto no crescimento cristão quanto no sadio relacionamento fraterno que deve ser real na vida do cristão que se propõe a viver em irmandade. O pastoreio tem sido mais efetivo nos últimos anos com os novos PG’s. O olhar de Eli Fernandes Eli Fernandes é um homem do nosso tempo. Não esquece o passado, mas vive o presente e analisa o futuro e sabe que muitas mudanças estão por vir. Suas recomendações à LIBER são pautadas na experiência e no amor de quem se aposenta, mas com o coração apertado, porque conhece a realidade e destacou recentemente: a) É urgente a continuação da obra social, educacional e evangelística da LIBER; b) É imperativo a necessidade de mobilizar toda a igreja para a obra de evangelização, empregando todos os meios disponíveis; c) Há necessidade de atendimento pastoral individualizado a todos os membros da igreja, de maneira especial aos mais distantes e descompromissados;
d) Conscientizar e responsabilizar todos os crentes com a Visão, a Missão e os Objetivos da LIBER, pautados na doutrina cristã-neotestamentária; e) Os gestores devem ser programáticos dentro da perspectiva da igreja, dentro da velocidade condizente que a nova realidade exige; f) O imperativo, a urgência do envolvimento das famílias nos PG’s, na mais íntima relação com Deus, com Sua Palavra, e de uns com os outros. As conclusões de um pastor humanizado Na missiva enviada aos membros da LIBER, Eli Fernandes enfatizou: - os cuidados necessários à minha saúde e manutenção dela; - as dificuldades que naturalmente me virão com o avançar dos anos; - a consciência de minha finitude, e que já não reúno mais hoje condições de manter, no labor pastoral, o ritmo, a velocidade e o volume de trabalho na eficácia com que os irmãos se acostumaram no decorrer dos anos, desde a minha juventude. 1. CONCLUO que chegou o momento de minha aposentadoria. A Igreja precisa de um novo Pastor, jovem e capaz, teologicamente maduro e doutrinalmente são, que pregue, ensine e desafie esta igreja a enfrentar os imensos desafios diante de todos. 2. VEJO a necessidade de um Pastor que seja jovem, dedicado e fiel, capaz de mobilizar os de perto e os de longe, convocando-os a um novo momento da vida da Igreja. 3. RECONHEÇO que a Igreja precisa de um Pastor jovem que dê feliz continuidade à obra bíblica dos Ministérios e dos Pequenos Grupos; e, que promova o afeiçoar da igreja às exigências dos novos tempos. 4. ESTOU CONVENCIDO de que a Igreja precisa hoje de uma liderança que apoie de todo coração o novo Obreiro, procurando seus auxiliares compreenderlhe a personalidade, entender-lhe a visão, interpretar-lhe os anseios e sonhos de seu coração pastoral, como os irmãos tão bem fizeram em relação a mim, nesses 31 anos que ficarão inesquecíveis na mente e no coração. 5. SINTO o imperativo de um novo Obreiro que continue a obra, que mude o que precisar de mudança, e que permaneça fiel à doutrina e à mensagem do Evangelho, que são imutáveis. Sei do caráter transitório e complementar do Ministério Pastoral e, portanto, o quê um Obreiro passa, para que outro venha a completar a obra e, quiçá, cuidar de áreas deslembradas de atenção no atual pastorado. Paulo mesmo disse: “Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento”.
Reportagem Fotográfica
Fotos: Liber
Vista do santuário da Liber em 05.07.2015 – noite – Perspectiva da Galeria
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Pr. Eli Fernandes passa o cajado ao Pr. Irland P. Azevedo
Pr. Eli Fernandes e sua esposa, Mônica
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“Pois bem, irmãs e irmãos: há tempo para tudo”. Também há tempo de começar e de terminar para recomeçar. Após quatro anos a meditar, orar e buscar ao Senhor, cheguei à conclusão, diante dEle e de minha família, de que esta é a minha hora de me aposentar, depois de quase 37 anos de ministério ininterrupto pastoral local, e, a esta altura de minha vida, ainda em condições, como disse anteriormente, não de parar, mas de poder desenvolver em minha vida novo ministério, concretizar novos sonhos de Deus, novos horizontes, ou seja: a) DISPOR DE TEMPO e condições para ministração de cursos, simpósios e geração de literatura periódica e permanente, voltadas para pastores e líderes de Pequenos Grupos, tratando da biblicidade e preparando-os ao lidar sábio com a transição diante dos modelos mais tradicionais de igrejas; b) OCUPAR-ME da ministração de cursos especiais para líderes, em seminários, faculdades, institutos teológicos e outras escolas de formação ministerial, em nível de graduação e pós-graduação. Para esses novos sonhos de Deus para a minha vida, precisarei da minha família e da intercessão dos irmãos.”
Pastor Eli Fernandes de Oliveira
Uma palavra sábia em nome de todos os pastores e amigos do Brasil batista: Caríssimo Pr Eli, O admiro ainda mais por tão sábia e lúcida decisão. Quantos obreiros após anos a fio de um belo trabalho, não aceitam que "chega o tempo de sair", e começam a definhar levando a igreja a reboque de sua falta de sabedoria. As igrejas vão envelhecendo e ficando apáticas junto com seu Pastor. Oferecer aos colegas a experiência que o Senhor te fez acumular nesses anos, com certeza ajudará a muitos que carecem de informação e formação. Deus continue abençoando e fazendo de ti esse instrumento tão útil ao Reino. Pr Moizes de Oliveira, Rio de Janeiro-RJ.
"Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentam suas crias." Isaías 40:11
Foto Liber
Conclusão Eli Fernandes ainda fez uma antevisão do futuro em relação à igreja e ao seu ministério, pedirei a permissão dele para postar o texto na íntegra no portal Vigiai – www.vigiai.net – assim como foi feito com o e-mail de 25.05.2015, quando ele comunicou sua decisão aos líderes batistas. É importante ressaltar a vivacidade no olhar de Eli Fernandes e a consciência da sua condição física, mas isto não o impede de sonhar, e esses sonhos merecem ser compartilhados, abençoados e vivenciados. Mas suas palavras finais são um marco e devem servir de paradigma para muitos pastores que precisam se conscientizarem da hora de parar. Que Deus seja louvado sempre! Parabéns Eli Fernandes pela obra, pelo discernimento, pela coragem e pela pedagogia de um servo do Senhor Jesus. Seguiu o coração e a vontade de Deus, sem subterfúgios, levando em consideração a sua saúde e o seu modo peculiar de viver o Evangelho e pregar Jesus, pastoreando de forma direta e diante da impossibilidade, sem pestanejar abre o coração e a porta para que outro possa continuar a obra, com a certeza que a Obra é do Senhor e somente Ele poderá recompensá-lo, sabendo o que se passa no seu coração.
- Vigiai * Julho de 2015
Vista Parcial do santuário da Liber em 05.07.2015 – noite
Por: Joana Machado, Missionária da JMN Fotos: Cristolândia-SP
Especial
A Cristolândia e as crianças em vulnerabilidade
Os projetos desenvolvidos atualmente alcançam todo o Brasil. São muito diversificados e procuram atender grupos específicos. Além da Cristolândia, que atualmente está implantada em sete estados e possui trinta e quatro unidades com mais de mil pessoas sendo recuperadas e mais de setenta e seis mil atendimentos sociais realizados por ano, há ainda outros trabalhos entre: ribeirinhos, indígenas, universitários, prostitutas, surdos, tribos urbanas, esportistas, ciganos, casas lares, várias comunidades, etc. Missões Nacionais atua no enfrentamento à Dependência Química e prevenção ao uso de drogas desde 2008 através da Missão Batista Cristolandia na região Cracolândia, São Paulo, capital. Este trabalho visa a recuperação de homens e mulheres em idade adulta através de uma estrutura que abrange três dimensões: física, emocional e espiritual. O Projeto Novos Sonhos foi criado pela necessidade de trabalhar a
prevenção com as crianças da região citada. Na cidade de São Paulo estão registrados casos crescentes de adolescentes envolvidos com gravidez precoce, uso de drogas, vulnerabilidade sócio – econômica, colocando assim essas crianças e adolescentes em risco de fracasso escolar, exploração sexual, violência, entre outros. Diante dessa realidade, o Projeto Novos Sonhos visa fortalecer o desempenho escolar, melhoria das relações afetivas na família e o principal que é TRANSMITIR o verdadeiro amor que Cristo oferece, através das igrejas como elemento de socialização, proteção e desenvolvimento do público infanto juvenil, por meio de oficinas de arte, esporte, saúde, lazer e atendimento psicológico para cerca de 300 crianças e adolescentes cadastrados.
Música As aulas de violão tiveram início em maio de 2013. Eram 10 alunos, um violão quase quebrado, um desafio
mais impossível que possível, mas, Deus agiu! Alguns saíram, outros continuam conosco, e temos visto a transformação que Jesus tem realizado em suas vidas e em suas famílias. Cada sábado com eles é um privilégio! Professora e Voluntária Kris Nascimento. Futebol O trabalho com a turma do futebol é mais um desafio, onde atendemos cerca de 30 crianças e adolescentes que tem a oportunidade de conhecer a Deus e a sua bondade, atraves dos momentos devocionais, das escutas qualificadas e momentos de atrações; implatamos praticas biblicas atraves das regras que são postas nos treinos e para gloria de Deus temos visto o crescimento, avanço e respeito durante os treinos. Grandes desafios temos vivido, e Deus tem nos dado vitória a cada treino e encontro... Missionária Chirlene Sandrelly
Coordenadora Joana Machado Rodrigues
Apoio:
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Especial
Cristolândia-Criança Guarulhos/SP
Nosso alvo é trabalhar arduamente para ver o número de obreiros brasileiros na Ásia dobrado até o ano de 2015. Estima-se hoje que haja em torno de 275 obreiros brasileiros, de todas as denominações em todo o continente asiático. Rua Taurus, 1211 - Monte Verde-MG CEP 37653-000 contato@mhorizontes.org.br Telefone: (35) 3438-1546
Em oito de setembro de 2014, Missões Nacionais, através de seu Diretor Pastor Fernando Brandão, recebeu uma carta-ofício da vara de infância e da juventude da cidade de Guarulhos “rogando pela possibilidade de parceria com aquele juízo na implantação de uma Cristolândia para atendimento a crianças e adolescentes” Esta solicitação levou MN a avaliar o contexto e a pensar na estruturação de um plano Missionário de Promoção, Proteção e Defesa das Crianças e Adolescentes da cidade de Guarulhos – São Paulo,
especialmente no que concerne à prevenção à dependência química
Uma Igreja apaixonada por Deus e por pessoas! Email: comunica@primeirabatista.org.br Rua 13 de Maio, 2647 Campo Grande - MS Cep 79002-351 Telefone: (67) 3041-4444
Referência Escolar Cristã Tel: (11) 2646-6767 info@batistapenha.com.br Rua Perequê, 150 – Penha São Paulo-SP Cep: 03637-010 12
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Especial
Objetivos Nosso objetivo principal é intervir em situações de risco social, na perspectiva da diminuição de incidência do uso de Substâncias Psicoativas (SPA), por crianças e adolescentes. Objetivos Específicos: 1) Promover atividades de aprendizagem e desenvolvimento de princípios cristãos; 2) Desenvolver atividades relacionadas ao fortalecimento de vínculos familiares e sociais; 3) Oferecer espaços de referência para o convívio grupal, comunitário e social e de desenvolvimento de relações de afetividade, solidariedade e respeito mútuo; 4) Possibilitar a ampliação do universo informacional, artístico e cultural o das crianças e adolescentes, bem como estimular o desenvolvimento de potencialidades, habilidades e talentos; 5) Promover ações educativas entre crianças e adolescentes referentes a prevenção ao uso e abuso de drogas; 6) Auxiliar o acesso das famílias de crianças e adolescentes a seus direitos; 7) Oportunizar suporte psicossocial às famílias; 8) Auxiliar na prevenção de ocorrências que interfiram no exercício da cidadania; 9) Contribuir na formação cidadã; 10) Auxiliar na prevenção da ocorrência, agravamento ou reincidência de situações de vulnerabilidades e risco social; 11) Estimular a participação na vida pública do território desenvolvendo competências para a compreensão crítica da realidade social e do mundo contemporâneo; 12) Contribuir para a inserção, reinserção e permanência no sistema educacional; 13) Fortalecer e ampliar a rede de apoio.
Leitura indispensável!
Primeira Igreja Batista em Seropédica
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R. Jerônimo de Abreu do Valê, 13 Jardim Nossa Sra Do Carmo - São Paulo – SP
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Neste momento a Cristolândia Criança está em fase de finalização do processo jurídico, diagnóstico social, mapeamento e formação de rede articulada.
Agenda: 25 de julho 2015 - kids Games na comunidade do moinho São Paulo 01de agosto 2015 - teremos um chá de casa nova na Cristolândia criança, rua cavadas 128 na cidade de Guarulhos 08 de agosto 2015 - evangelização na comunidade São Rafael em Guarulhos Parcerias: Programa Parceiros na Ação Missionária, Igrejas, Convenções e Associações Batistas; pessoas físicas e jurídicas; Participação em processos seletivos de empresas com políticas de responsabilidade social e outros.
Doações voluntárias Contatos:
Joana.machado@missoesnacionais.org.br Joanagabi22@hotmail.com Cristolandiacg@gmail.com 011-963424890 / 011-26560729
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Apresentando Jesus para salvar vidas! Igreja organizada por Eurico Alfredo Nelson em 05/10/1900 Av. Joaquim Nabuco, 2015 - Centro - 69020-031 Fone/Fax: (92) 3198-5150 / contato@pibmanaus.org.br R. Jerônimo de Abreu do Valê, 13 - Jd. Nossa Sra do Carmo São Paulo - SP, 08275-520
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Pr. Odilon dos Santos Pereira
Igreja Batista no Bonfim Compromissada com a Palavra de Deus!
Igreja Batista Reformada de São Paulo http://www.batistareformada.org.br Rua Vasconcelos Drummond nº 203 Ipiranga - São Paulo-SP
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- Vigiai * Julho de 2015
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Especial
www.missaoboavista.com.br www.pibcascavel.org.br
Missão Boa Vista - Boa Vista MissionMisión Boa Vista Primeira Igreja Batista de Cascavel - PR PROJETO MISSÃO BOA VISTA SÃO LUIS/ MARANHÃO A Missão Boa Vista, projeto dos sonhos da Primeira Igreja Batista de Cascavel – PR, vem ocorrendo todos os anos por determinação divina através de viagens missionárias de impacto está precisamos de você, valente e destemido e corajoso evangelizador voluntário e temos uma vaga reservada especialmente para Você que ama e vivencia a evangelização ostensiva, o evangelismo pessoal, para falar de Jesus em nossa próxima viagem missionária em janeiro de 2016. Seja um dos nossos missionários voluntários, principalmente se você que é da região do Nordeste brasileiro, que conhece muito bem a linguagem do povo nordestino, ou de quaisquer outras regiões do Brasil, não importa, e una-se a nós, pois estamos precisandomuito de você! Obedecendo ao ide do mestre de 05 a 24 janeiro 2016 na região de São Luís – Maranhão, alcançando os menos alcançados, os esquecidos, os simples, em especial para as comunidades Quilombola, Sertaneja e Indígena… A todos quanto o Senhor determinar. Venha nos ajudar! Junte-se a nós vamos juntos levar a cruz de cristo a todos quantos o aceitarem. Jovens, crianças, adolescentes, adultos, idosos a todos… Julho de 2015 * Vigiai -
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Especial
Por: Vital Sousa
Personagens Vigiai
É necessária!
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Rebeca Hara Nahime é membro da Primeira Igreja Batista do Estoril em Taubaté-SP. É aluna do quarto ano de medicina e acabou de receber uma bolsa para estagiar em um hospital na França por um mês, embarcou no dia 29.06.2015. Rebeca serve de inspiração para os jovens de nossas igrejas. Vamos conhecer um pouco mais a Rebeca? Clique Rebeca em busca no site www.vigiai.net
Foto: Internet
Foto: Vital Sousa
Sarah Arantes é membro da Primeira Igreja Batista de Taubaté-SP e Presidente da União Feminina Missionária Batista do Vale da AIBACOLESP. Ela quebrou o pé há cerca de um mês, e ainda sente dores. O pé continua engessado, mas nada que tire o seu sorriso. Sempre na graça de Jesus, mesmo em uma improvisada cadeira de rodas, não deixou de presidir a plenária bimestral da organização, realizada na Igreja Batista no Bonfim em Taubaté em 27/06/2015. Oremos em gratidão por tão preciosa vida! Exemplo de trabalho no Senhor e de amor!
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Entrevista
Por: Vital Sousa Fotos: Colégio Batista da Penha
Colégio Batista da Penha
Um oásis na zona leste de São Paulo
A Vigiai continua priorizando em suas páginas as escolas e colégios batistas. Em recente pesquisa foi identificado que a grande maioria dos batistas não conhecem os educandários espalhados em todo o país. Nesta edição, destacamos o Colégio Batista da Penha, através de uma entrevista como o diretor do colégio, o Professor Mario Jorge Castelani.
Diretor Mario Jorge Castelani
Professor Castelani como surgiu o Colégio Batista da Penha? O Colegio Batista da Penha foi idealizado pelo Pastor Orivaldo Pimentel Lopes na década de 80 para atender a comunidade da Zona Leste de São Paulo. Quando ele foi organizado? Com quantos alunos? Foi organizado em 1983 com 13 alunos Quantos alunos são atendidos hoje? Hoje temos 480 alunos. O Colégio além do Ensino Básico têm outros cursos? Sim, Escola de Inglês, Taekwondo, xadrez, futsal, handebol, ballet como atividades extracurriculares. Na área esportiva o Colégio tem participação? Sim, em campeonatos regionais. O Colégio tem trabalho social como gincanas de alimentos, etc.? Temos o Projeto Jovem Voluntário Colégio Solidário onde os próprios alunos fazem arrecadação de
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alimentos, roupas, material de higiene etc. para entidade carentes. Qual é a missão do Colégio? Favorecer o desenvolvimento de competências e habilidades no educando para que este possa atuar no meio social em que vive com autonomia, senso crítico, responsabilidade, norteado pelos princípios cristãos, de modo a buscar uma positiva transformação social. Existe uma filosofia específica? O objetivo do CBP é proporcionar ao aluno uma educação contextualizada necessária para obtenção de vários conhecimentos e principalmente a concepção de uma visão integrada e coerente de uma vida relacionada com o Criador e com os seus propósitos. O CBP crê e aceita a Palavra de Deus, a Bíblia, como princípio de sabedoria e procura instituir uma filosofia de vida e de educação coerente com este princípio. Portanto, queremos ressaltar o caráter do CBP como uma escola cristã, que tem uma
importância como Instituição de Ensino, pois caminha ao lado dos pais na tarefa de educar. Qual a visão do Colégio para dentro e para fora da sociedade? Ser um centro de referência educacional cristão na sociedade, que possibilite a formação integral e plena do ser humano. Vocês trabalham um modelo confessional? Sim, Cristão. Existe uma Capelania? Sim, temos um Pastor Capelão Como vocês trabalham com os novos malefícios sociais, como as drogas? Trabalhamos na orientação e ajuda quando necessário. O Colégio oferece complementos (laboratórios/atividades extracurriculares) como inglês, artes, computação, etc.? Quais? Sim, temos laboratório de informática, Laboratório de ciências, Escola de Inglês e Biblioteca.
Existe um acompanhamento psicológico aos alunos? Existe atendimento com a Orientadora Educacional que encaminha para clinicas. Com o novo PNE o Brasil aposta no ensino integral nas escolas públicas. Existe ensino integral no Colégio Batista da Penha? Sim, temos até o Fundamental 1. O Colégio é sem fins lucrativos, mas deve obter lucros, eles são aplicados em projetos sociais? Quais? O Colégio é sim fins lucrativos, mas investimos no Projeto Social da Associação Batista da Penha, a ABAPE e em outros projetos sociais devidamente reconhecidos. O PNE também abriu a possibilidade do governo em apoiar transferências públicas às escolas privadas. O CBP utiliza ou utilizará desta ferramenta? Quando for necessário, utilizaremos. O Colégio faz pesquisa de opinião, tem sido proveitosa? Existe um ombudsman de plantão? O Colégio faz pesquisa anual com todos os pais de alunos através da área de Marketing, os resultados da pesquisa são analisados e colocados
em prática nas diversas áreas do Colégio. O Colégio utiliza o material didático do conhecido sistema ETAPA. Por que? Porque preparamos nossos alunos para o ingresso em grandes universidades e faculdades públicas e privadas. Destaque os principais projetos do Colégio e dos alunos. Projeto Jovem Voluntário Colégio Solidário, Conhecendo o Brasil, Fast Day Solidário, entre outros. Destaque os principais serviços prestados pelo Colégio, como orientação vocacional, etc. Temos em nosso currículo uma matéria denominada OPEE-Orientação Profissional Empregabilidade e Empreendedorismo para os alunos de 1º. Fundamental até o Ensino Médio. O que é para o senhor e para a comunidade do entorno da Penha - São Paulo - capital o Colégio Batista? Para nós é uma referência educacional cristã na Zona Leste de São Paulo, devidamente reconhecido pela Comunidade através de pesquisas.
“Estudo no CBP desde que tenho 3 anos de idade. Estudar aqui me ajudou a crescer não só intelectualmente, mas espiritualmente também. Aqui tenho grandes amizades e a chance de ter contato com ótimos profissionais, sejam eles professores, inspetores, secretários ou diretores, que têm sempre me ajudado em diversas áreas.”
Rafael Cassiano Estudante da 3ª Série do Ensino Médio
“Meu nome é Damali, entrei esse ano de 2015 no Colégio Batista da Penha e estou gostando muito daqui. O ensino Etapa é ótimo, nos prepara muito bem para o vestibular e nossas escolhas profissionais. Todos me receberam muito bem. Eles nos ajudam a reconhecer nossas qualidades, os professores são bem qualificados etc. Aqui é uma escola Batista, mas todos acolhem alunos de outras religiões (é o meu caso) respeitando e se interessando pela sua “diferença”. Enfim, aqui é um ótimo lugar para se estudar, educar e partilhar suas opiniões e conhecimentos!“ Biblioteca
Damali Nascimento Teixeira de Barros Estudante da 2ª Série do Ensino Médio Julho de 2015 * Vigiai -
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Ed. Infantil
“É um grande privilégio contarmos há 33 anos com o Colégio Batista da Penha como parte da Primeira Igreja Batista da Penha. Temos sido muito abençoados com presença do Colégio. O CBP cumpre um dos objetivos que temos como igreja: buscar sermos agentes de transformação do homem, da sociedade e da cultura através do evangelho de Jesus Cristo. O CBP é uma ferramenta para que isto aconteça, pois baseia seus princípios, valores e objetivos educacionais numa formação cristã equilibrada e saudável. Nosso lema ao longo dessas três décadas tem sido: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" Provérbios 22:6 Que Deus continue abençoando nosso Colégio, seus alunos e direção!” Pr. Eliezer Victor P. Ramos (pastor titular da PIB Penha) “O que dizer da primeira professora que tivemos na vida. Ela sempre será lembrada. Assim é com a primeira escola. As pessoas com as quais convivemos deixaram marcas que levaremos para toda a vida. Lembranças que jamais serão esquecidas. Pois é, a nossa família lembra-se de quando tudo começou agora estamos encerrando um ciclo com a conclusão do Ensino Médio do nosso filho caçula. Estudar no Colégio Batista da Penha foi fundamental para a formação do caráter dos nossos filhos, pois reafirmou os valores e princípios de vida que defendíamos. Hoje quero expressar a gratidão da nossa família aos diretores do colégio, aos educadores e funcionários, pela dedicação e compromisso com que ensinaram e cuidaram nossos filhos. Assim termino essa nota afirmando que se tiver oportunidade de matricular novos membros da família, assim o farei novamente matriculando os nossos netos.” Pr. Marcelo Longo Presidente da IBCanaã “Desde sua fundação em 1982, o Colégio Batista da Penha - CBP, durante a maior parte de sua existência, teve função mais social do que empresarial, praticamente servindo a comunidade evangélica apoiado, principalmente, na Primeira Igreja Batista da Penha, inclusive juridicamente, mantendo o mesmo CNPJ – filial. A partir de fevereiro de 2010, a Primeira Igreja Batista da Penha decidiu desvincular –se do Colégio, no intuito de dar a este vida própria e independência direcional/negocial, não obstante, permanecesse utilizando as mesmas dependências da igreja. Foi criada então a Associação Batista Educacional da Penha – ABEPE, como a mantenedora do mesmo. Muitas foram as vantagens, além da separação jurídica que causava certo desconforto à igreja, a diretoria do Conselho da Associação passou a ser mais efetiva e atuante no apoio às necessidades do CBP. No final de 2011, com a aposentadoria da diretora geral e pedagógica, que esteve à frente do CBP por cerca de 20 anos, decidimos mudar o modelo direcional até então utilizado, ou seja; resolvemos contratar um Diretor Geral, que seria responsável por toda a área
administrativa, com a missão de reformular toda área pedagógica, que a ficaria sob sua supervisão, que partir de então focaria apenas o ensino, melhorando e investindo em sua qualidade. Desde abril de 2012, vimos executando este novo modelo e, com base nos números e estatísticas dos anos de 2013 e 2014, percebemos que deu certo. O CBP planeja e se organiza para construir a sua nova sede e, como sempre, expressamos a nossa palavra e o nosso objetivo: não queremos ser o maior colégio da região, mas sim, o melhor em excelência e qualidade e ser uma referência no ensino e na formação escolar dos nossos alunos.” Mauro César Oliveira - COLEGIO BATISTA DA PENHA – CBP Presidente da Associação Batista Educacional da Penha – ABEPE
Sala de aula
Parque
Informática
Foto Aérea CBP
Robótica
Especial
Texto e fotos: Vital Sousa
Convenção Batista Mineira realiza assembleia anual em Juiz de Fora A manhã de 4 de junho de 2015 ficará marcada nos anais da história dos batistas mineiros. Naquela data foi instalada a 83a. Assembleia da Convenção Batista Mineira (CBM) na bela cidade de Juiz de Fora, Zona da Mata de Minas Gerais. Com uma oração ao Grande Deus, o Pastor Márcio Santos, SecretárioGeral da CBM, deu início aos trabalhos, com um agradecimento especial aos convencionais e à Primeira Igreja Batista de Juiz de Fora (PIBJF), que recepcionou a Assembleia. Com o belo hino de missões "Proclamai" como parte inspirativa, logo em seguida o Presidente da CBM, Pr. Ramon de Oliveira, declarou instalada a Assembleia anual. Vários líderes se fizeram presentes, destacando-se o Diretor Geral da Convenção Batista Brasileira (CBB), Pr. Sócrates Souza, que deu uma breve palavra de saudação aos convencionais e manifestou a sua alegria em participar com os batistas mineiros da Assembleia – ”Um verdadeiro culto de gratidão ao Senhor”. Os pastores mineiros estiveram reunidos no templo antigo da PIBJF e a plenária convencional aconteceu no espaço Master da PIBJF que se empenhou ao máximo para oferecer uma boa acolhida aos batistas do estado e visitantes. Foi um colo, confessou um dos convencionais e a PIBJF foi além oferecendo o espaço de sua fazenda, gratuitamente, aos missionários estaduais mineiros. Benção e mais benção! Os estudos foram trazidos pelo conhecido homem de Deus, Pr. Hélio
Schwartz Lima, que tocou os corações com a sua forma de comunicar a Palavra, de forma indelével, fácil, porém profunda, simples, porém robusta. Mensagens que tocaram e que foram gravadas em todos os corações, sempre enfatizando Jesus: O caminho, a verdade e a vida. O Secretário Geral providenciou ainda milhares de exemplares do Evangelho de João para serem distribuídos aos moradores da cidade, conclamando aos convencionais o evangelismo pessoal, como a marca da presença dos batistas mineiros em Juiz de Fora e principalmente para difundir o plano de Deus e salvação em Cristo Jesus na bela cidade mineira. O orador oficial foi o Pr. Tarcísio Farias Guimarães da Primeira Igreja Batista em Divinópolis-MG, que trouxe uma reflexão contundente, amorosa, pró-ativa e que envolveu a todos no necessário vivenciar das Sagradas Escrituras. O espaço Master da PIBJF, com centenas de adoradores, sentiu momentos de elevo espiritual com as diversas atividades empreendidas ao longo de todos os momentos da Assembleia. Os debates foram conduzidos pelo Presidente e todos coroados de êxito no Senhor, sem disputas inócuas que viessem a reverter o sentido a ser seguido para a resolução das coisas do Reino pelos servos do Senhor. Tudo com alegria, com adoração, com motivação, com discernimento e com sabedoria. Parabéns aos batistas mineiros! Foram muitos os momentos marcantes, o destaque se deu na Assembleia da União Missionária Feminina Batista
Mineira, presidida pela Irmã Neusa Maria Resende Soares e pela Diretora Executiva Missionária Elvira Rangel, que prepararam um banquete espiritual com a atuação dos missionários da Junta de Missões Nacionais da CBB, da Junta de Missões Mundiais da CBB e Junta de Missões Estaduais da CBM. As palestras foram trazidas pela Irmã Eliane Melo Salgado de Morais, Presidente de União Missionária Feminina Batista do Brasil e membro da Igreja Batista do Betel em Guará-DF, que edificaram todos os presentes pela singeleza, substância e, notadamente, pelo grande alcance espiritual. O encerramento da Assembleia, na manhã do domingo, 07.06.2015, pelo Presidente da CBM, Pr. Ramon de Oliveira, marcou os convencionais como um divisor de águas e a mensagem foi proferida pelo Vice-Presidente da instituição, Pr. Sandro Ferreira. Momentos especiais da Assembleia
Plenário lotado
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Especial
As palavras do Presidente da CBM dão a síntese de como foi a 83a. Assembleia Momentos especiais na CBM 2015
Pr Ramon Márcio de Oliveira – Presidente da Convenção Batista Mineira
"Conforme divulgado, a 83ª Assembleia da Convenção Batista Mineira em Juiz de Fora foi de caráter inspirativo. Concluiu-se que precisávamos disso, ou seja, um encontro com maior ênfase ao culto. Nestes dias estivemos reunidos alegres e solenemente para exaltarmos a Deus. Também de forma inédita tivemos o privilégio de realizar a Assembleia da CBM simultânea com a Assembleia da União Feminina Missionária Batista Mineira. De forma harmônica a Associação dos Músicos Batistas Mineiros também realizou seu Congresso dentro desta Assembleia. Caminhamos no mesmo ritmo com esses irmãos e irmãs que se responsabilizaram pela programação musical da nossa Assembleia mobilizando os músicos do nosso deste estado. Agradecemos à PIBJF não apenas pelo apoio e trabalho intenso em preparar um bom lugar para nós, mas também por todas as ações que excederam as obrigações. O abraço acolhedor, o sorriso sincero, a generosidade sem pretensões, isso que emana de vocês imperceptivelmente
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só não é notado porque quem ama simplesmente ama, não contabiliza, não nota, porque o amor simplesmente emana. É por isso que no Juízo os que amaram não se lembravam. “Quando te vimos estrangeiro […]?” (Mateus 25.38). Não perceberam seus atos de amor. Simplesmente seguiam amando. Saibam que nós estamos percebemos o amor de vocês! Minha gratidão ao Pastor Marcio Alexandre, nosso Secretário Geral e à sua ótima equipe. Tenho acompanhado o trabalho desses irmãos e percebo que Deus tem dado a eles capacidades excelentes. Os batistas mineiros são beneficiários diretos dessa graça uma vez que a excelência deles nos garante excelentes serviços e uma excelente esperança do que teremos pela frente. Saudamos todos os Mensageiros e Mensageiras com alegria. Estamos diante do maior privilégio do universo, ser amado e amar a Deus. Eis a razão do nosso júbilo, “O nosso Senhor se inclinou para nós.” Louvemos e regozijemo-nos nEle." Pr Ramon Márcio de Oliveira
Momentos marcantes da Assembleia da CBM
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Por: Vital Sousa Foto: Internet
Entrevista
O que é o MDA? A Vigiai teve o privilégio de entrevistar o conhecido homem de Deus, Pastor Gilson Breder, da Primeira Igreja Batista de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A máxima do jornalismo investigativo “Quem sabe, muitas vezes não diz. E quem diz muitas vezes não sabe” não foi comprovada porque o Pr. Gilson Breder abriu o seu coração e ele sabe, e muito bem, o que diz.
Preâmbulo “É importante esclarecer que não falo oficialmente pela Associação MDA, nem tampouco por seus idealizadores. No portal da Associação MDA temos a sua própria declaração de identidade: Igrejas Unidas com uma paixão: Glorificar a Deus fazendo discípulos nas nações. Somos uma associação cristã criada com a finalidade de integrar as igrejas que sinceramente desejam alcançar muitas pessoas para Jesus e discipulá-las eficazmente. Cremos fortemente que o discipulado um a um é uma das ferramentas principais para que isso se torne uma realidade. Somos um grupo de pastores e líderes, de diferentes origens denominacionais, que quer dar e receber contribuições no tocante a evangelismo bíblico, discipulado segundo Jesus, cumprimento da Grande Comissão, células e crescimento da igreja. Entendemos que a visão do MDA contempla estes elementos de maneira bíblica e objetiva, e assim almejamos nos unir para juntos fazermos avançar o Reino de Deus. Um grande valor na visão do MDA é colocar o ministério nas mãos dos crentes, como a Bíblia diz que deve ser. Desse modo, a vida da Igreja deixa de depender de estruturas pesadas que gastam mais energia, tempo e dinheiro nas "atividades meio" e potencializa esse esforço nas "atividades fim". Do ponto de vista funcional o discipulado é o coração da vida da Igreja, e ocorre dentro da célula, que é a principal estrutura de uma igreja celular. Os pastores trabalham mais na capacitação dos crentes do que em tentar, inutilmente, fazer o trabalho para atender a todos. Nota-se de perto a estratégia que Jetro sugeriu a Moisés e o ministério em equipe.”
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O MDA é G12? Não devo falar do G12 porque não o conheço profundamente. Creio ser uma irresponsabilidade falar do que a gente não conhece. Em termos muito gerais sei que o G12 é um modelo celular de ser igreja, mas isso não é o suficiente para eu traçar um paralelo de comparação com o MDA. Há três anos, como associado ao MDA, entendi que tenho afinidade metodológica com essa visão, mas surpreendo-me mais com a essência do que com o método. Entendi que o coração da Igreja é a célula, e que o coração da célula é o discipulado um a um. O mais interessante, entretanto, é saber que há uma busca muito forte da vida de intimidade com Deus para que o discipulador seja modelo para aquele a quem discipula. O discipulado no MDA visa não só integrar novos convertidos à igreja num processo inicial, mas ser uma caminhada relacional e profunda rumo à maturidade integral na vida dos crentes, sendo aplicável a vida toda. Como o irmão trabalha com o MDA e é um divulgador da "Igreja Multiplicadora" da CBB? Amo a minha denominação e apoio integralmente a Igreja Multiplicadora porque trabalha os mesmos princípios bíblicos nos quais se baseia o MDA. Sou um divulgador dessa iniciativa da JMN - Junta de Missões Nacionais, porque é um esforço pelo resgate de princípios da Palavra já conhecidos desde as décadas de 70 e 80. Na ocasião, os livros de Waylon Moore, publicados pela JUERP - Junta de Educação Religiosa e Publicações da CBB, como: "Integração Segundo o Novo Testamento" e "Multiplicando Discípulos" me despertaram para o discipulado "pessoa a pessoa", que é o mesmo que "um a um", que adotamos no MDA. É inquestionável que os batistas poderão experimentar um crescimento qualitativo, e depois quantitativo, quando utilizarem os PGM - Pequenos Grupos
Pr. Gilson Breder da Primeira Igreja Batista de Campo Grande- MS
Multiplicadores. O mesmo ocorre com o RD - Relacionamento discipular que é um retorno ao método que o próprio Senhor Jesus usou com os seus discípulos, aos quais chamou, acolheu e aperfeiçoou, antes de enviá-los para fazerem outros discípulos, no poder do Espírito Santo. A partir dessas premissas fico tranquilo com a similaridade de conceitos que há no MDA e na Igreja Multiplicadora. Eu tenho sugerido a muitos pastores que envidem esforços para conhecerem os princípios e não apenas copiar os métodos. É possível uma igreja implantar o MDA e manter ministérios tradicionais como MCA, Embaixadores do Rei, etc? Creio que é possível, entretanto, deve-se fazer isso onde as coisas realmente funcionam bem. Digo isso porque creio que não vale à pena utilizar estruturas do MDA ou da Igreja Multiplicadora sem levar em conta que a agenda ficará bastante sobrecarregada com os pequenos grupos e o discipulado. Muita oração, amor e cuidado são necessários para qualquer transição. Cada caso é um caso debaixo da graça de Deus. Cada igreja tem que escolher o seu caminho, e no quê colocará o seu foco. Concordo com o que diz o pastor Rick Warren ao afirmar que agradar a todo mundo nunca será possível, e às vezes acabará impedindo a gente de agradar a Deus. Fazer discípulos é imperioso e podemos fazê-lo de várias maneiras, mas a eficácia, a meu ver, está em fazer as diversas estruturas da igreja servirem aos pequenos grupos e não concorrerem com eles. Isso exigirá uma reestruturação bastante significativa em algumas igrejas. Por que algumas igrejas crescem muito com o MDA e outras não mudaram nada e ainda são prejudicadas com divisões e mais divisões? Acompanho apenas algumas
igrejas batistas que adotam o MDA. Nelas o foco é uma evangelização arrojada e o cuidado individual de cada pessoa através do discipulado um a um. Elas realmente crescem qualitativamente e quantitativamente. Nós na Primeira Batista de Campo Grande sempre tivemos um crescimento moderado e sustentável por causa de liderança plural e o foco nas células. Trabalhávamos há doze anos na modalidade Igreja em Células com o DNA Batista, numa transição bem lenta, definida para acontecer em 15 anos, com a finalidade de nos tornarmos uma Igreja em Células. Isso está acontecendo como o planejado. No dia 02/02/2012 ingressamos no MDA, e nesses três anos as coisas melhoraram muito e chegamos a dobrar o número de nossas células. O ano de 2014 foi melhor que todos os anteriores nos seguintes pontos: mais multiplicações de Células; mais alunos na Escola do Discípulo (nossa escola de líderes); mais batismos; mais discipuladores; e importantíssimo: mais amor na prática dos relacionamentos intencionais; Estamos ainda no processo de consolidação da visão e sei que vamos melhorar pela graça de Deus. Não sei dizer o porquê de algumas igrejas não mudarem, e nem por qual razão se dividem, mas sei que as estruturas nas quais funcionávamos eram boas e foram usadas por Deus em sua misericórdia, mas eram bem limitadas em sua eficácia porque giravam em torno da pessoa do pastor. As expectativas acerca do trabalho do pastor no púlpito e no cuidado das pessoas é absolutamente impossível para a edificação dos crentes e do crescimento da igreja numa escala de crescimento sustentável. Deixar o ministério com os crentes é a melhor maneira de utilizar os dons que o Espírito Santo deu à Igreja para o benefício do corpo todo. Tivemos conhecimento de que líderes do programa "Igrejas com Propósitos" estão migrando para o MDA, pode elucidar? Querido Vital, você faz perguntas difíceis para as quais eu não tenho resposta. Julgo que pelo fato da Igreja com Propósitos ter uma agenda que conta mais com a participação das pessoas para o exercício do ministério, fica mais fácil entender o poder da igreja nas casas e do discipulado pessoal. As Igrejas com Propósitos já experimentaram um primeiro rompimento com antigas estruturas e estão mais livres para viverem um ministério mais amplo.
Uma das ferramentas bem utilizadas nesse modelo já é o pequeno grupo. Daí em diante, há uma intencionalidade maior no que diz respeito a multiplicar esses grupos e usar o discipulado como a grande ferramenta para a formação de novos líderes. A Primeira Igreja Batista de Campo Grande-MS, a Igreja Batista Central da Barra da Tijuca-RJ e a Primeira Igreja Batista de MaríliaSP são hoje exponenciais do MDA e cresceram muito nos últimos anos, qual o segredo? Em todos esses casos, fica claro que é a misericórdia de Deus. Não há outra resposta. É Deus fazendo o que é impossível de homens normais fazerem. Não tenho dúvidas também de que os métodos podem ajudar mas a diferença não reside nisso. Em nossa Conferência MDA, realizada na semana passada, o Pr. Domingos disse em seu sermão: "Não existe unção sobre métodos, DVDs, e Conferências; só existe unção na vida de homens que oram, que pagam um preço de renúncia e jejum na presença de Deus. Está na hora de você mudar a sua agenda de oração. Sem oração não há resultados espirituais. Dobre os joelhos e você vai ver coisas sobrenaturais. Tenha uma vida de oração e seja cheio da graça de Deus. As igrejas que crescem são igrejas de profunda vida de oração. Você nunca pode fazer na carne o que só pode ser feito pelo Espírito. Sem o poder do Espírito Santo não temos autoridade espiritual, nada somos, nada podemos. O modelo é uma estratégia. A essência você recebe na intimidade do Pai, nos bastidores da comunhão e vida espiritual diária. Busque a essência até recebê-la e use o modelo apenas como ferramenta." Vejo na vida do Pr. Josué Valandro Júnior esse mesmo anseio e fome da presença de Deus. Quanto a mim, sinto vergonha de ainda não andar na pegada desses homens de Deus, mas continuo buscando e tenho hoje mais comunhão com o Papai do que tinha há uns seis anos. Preciso melhorar muito. Falando disso me lembro de uma frase de meu amigo, o Pr. Ed René Kivitz, que ao referir-se à batalha espiritual disse que parece que orar é a própria batalha. O MDA leva muito à sério a vida de oração. E nesse caso todos hão de concordar, não há contra indicação. Qual a sua visão para os batistas brasileiros nos próximos 20 anos? Rapaz, eu não disse que você só faz perguntas difíceis? Permita-me reduzir a questão referindo-me apenas à Convenção Batista Sul-mato-grossense à
qual sirvo de modo direto. Em novembro de 2013 nossa convenção reconheceu, obviamente, a soberania das igrejas locais, mas como Convenção Estadual tomou uma decisão revolucionária: decidiu fomentar o modelo celular ou de pequenos grupos e do discipulado pessoal como plataforma prática para as igrejas. A partir daí, a primeira ação foi a criação do Curso de Formação Ministerial com Ênfase em Células/ Pgs e Discipulado, que já está em funcionamento de modo presencial no Seminário Batista Sul-mato-grossense e em preparação para ser oferecido em EAD - Ensino à Distância em 2016, se Deus o permitir. Para isso a Convenção buscou parceria com a Associação MDA e com a Rede Inspire visando a capacitação de pastores para um novo momento. Atualmente estamos conhecendo melhor a Igreja Multiplicadora a fim de promovê-la também. Com essa "vontade política" da Convenção de promover uma mudança essencial, além da estrutural, cremos que os próximos 20 anos estão sendo definidos agora. Uma coisa é certa, estamos buscando o aperfeiçoamento dos crentes a fim de que eles, sob a liderança dos pastores e igrejas exerçam o ministério. Cremos que cada crente é um ministro e em cada casa a igreja deva ser presente através das células. Os batistas brasileiros experimentam um grande fulgor em missões, mas os outros segmentos deixam a desejar, inclusive jovens e seminários, o que fazer? Quais as saídas? Temos que entender que as demandas são outras em relação ao passado. Vibrei muito em ser embaixador na pré-adolescência, bem como ser jovem participante de congressos e mobilizações da juventude no Estado de São Paulo à minha época de juventude juntamente com o Pr. Edison Queiroz de Oliveira, meu grande amigo. Mas hoje, com a internet e o acesso à informação, os jovens têm muito conhecimento, exigências e muito mais a oferecer do que antes. O problema é que eles esperam mais de nós também. Manter as atuais estruturas pode tornarse mera repetição que não os atrai mais. Tenho visto igrejas celulares usar o melhor dos jovens em seu poder e altruísmo para evangelizar e discipular pessoas. Eles são incríveis e representam o poder da igreja para atuar no mundo de hoje. Os eventos são importantes mas trazem muito pouco resultado concreto. Alguém já disse que: "evento é vento", ou seja passa logo sem deixar muita Julho de 2015 * Vigiai -
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Entrevista coisa. Quando se tem células e pequenos grupos, e estes são mobilizados em redes de serviço a coisa é bem diferente. Os seminários têm um enorme desafio: preparar apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres para igrejas muito secularizadas. Os seminários não podem abandonar a reflexão séria da Bíblia e de sua aplicação na vida do homem pós-moderno, mas precisa fazê-lo com plataformas de formação prática e não apenas nos bancos escolares. Em igrejas celulares há membros que são verdadeiros pastores, do ponto de vista funcional, muito eficazes no alcance dos perdidos e do discipulado dos crentes. Nesse sentido, muitos são mais frutíferos do que nós pastores. Se o desafio é termos igrejas celulares, os seminários precisam preparar os seus líderes para essa finalidade. Meu amigo, Dr. Marcelo Moura da Silva, Diretor Pedagógico do SBSM Seminário Batista Sul-mato-grossense, e eu sempre trocamos ideias e refletimos seriamente sobre nossos futuros líderes denominacionais. De um lado temos aqueles que serão membros de igrejas pastoreando ovelhas no ministério celular, mas por outro lado, precisamos de pastores para cuidar e equipar esses líderes num nível mais amplo de atuação. Esses terão ainda um desafio maior e externo que é o de dialogar com a sociedade de modo geral, com respostas bíblicas de grande complexidade ante os desafios de nosso tempo. Nesse sentido nossa Convenção Estadual também tem tido uma posição extraordinária e uma visão de longo alcance porque aplica 20% da arrecadação do Plano Cooperativo no ensino teológico. O denominacionalismo está mesmo com os dias contados? Não creio nisso por uma questão de gratidão pelo legado que tenho recebido. Prefiro crer que apesar de lentas, as mudanças virão. Talvez sejam apenas através de ações reativas em virtude dos dificultosos processos decisórios que as denominações têm. Eu tenho muito receio de falar no âmbito nacional das denominações porque entro em seara em que não tenho vivência e fundamentação suficiente para opinar. Creio que falar é mais fácil do que realizar. Por outro lado tenho muito medo do engessamento que pode nos tornar mais guardiões da denominação do que de um evangelho mais comprometido com a dinâmica da vida das pessoas. O movimento neopentecostal, com destaque para as igrejas
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Universal, Mundial e da Graça, ajudam ou atrapalham na proclamação do Evangelho genuíno de Jesus? De novo o temor a Deus me deixa cauteloso para falar. Claro que em algumas igrejas há práticas que estão tão longe do evangelho que se tornaram um "outro evangelho", portanto condenável, à luz das escrituras. Mas a graça de Deus é maior, e com frequência muitas pessoas têm um encontro inicial nestas igrejas e acabam, depois de certo tempo, migrando para igrejas que são mais bíblicas. Infelizmente, em nossos dias temos comunidades tão disfuncionais, mesmo nas igrejas histórias, que nos deixam preocupados com os rumos que as coisas tomam. As informações que os "sem igreja" não param de crescer nos alertam para a responsabilidades de sermos bíblicos e sensíveis às necessidades das pessoas. Quem encontra uma igreja calorosa, receptiva e comprometida em amar a Deus e as pessoas encontra um oásis. As novas mídias, principalmente a internet, possibilitarão o avanço do Evangelho? Com toda certeza todo avanço tecnológico pode e deve ser utilizado para a expansão do Evangelho. A eficácia da pregação do Apóstolo Paulo quanto aos públicos-alvo e métodos contextualizados serão sempre um desafio para nós que dispomos tanto mais do que ele dispôs de recursos para a presença da Igreja no mundo. A internet desponta no mundo global e corporativo como absolutamente revolucionária. Não fazer uso da internet ou permanecermos amadores no uso da mesma tem sido um atraso na comunicação do evangelho. Pessoas trancafiadas em pequenos apartamentos é uma realidade dos dias de hoje. Precisamos usar a internet para chegar a elas, mas eu não me iludo, tem que haver muito avanço dentro de nós mesmos para que isso seja bem desenvolvido. Enquanto tivermos pessoas confortavelmente assentadas para nos ouvir estaremos muito próximos de nossa zona de conforto e longe dos inalcançados. O declínio da Igreja Católica é evidente. Alguns setores tentam uma reformulação e são revigorados. Mas falta alguma coisa para conjuntura atual. O problema está na doutrina? Perceba bem, claro que discordamos da doutrina católica, porém creio que o declínio se deve a outros fatores. Em primeiro lugar, o nominalismo sempre foi o maior
problema católico porque essa expressão religiosa passava de pais para filhos sem a pessoa de Cristo e a conversão do fiel a um sistema de fé. Até onde percebemos, na maior parte dos casos, as pessoas se mantinham na Igreja Romana por desconhecerem o poder transformador do Evangelho. Depois, com o crescimento dos evangélicos, com os milhares de testemunhos verdadeiros de pessoas transformadas dentro das famílias, as pessoas aceitaram mais facilmente "o risco" de conhecerem outras abordagens religiosas e, eventualmente, uma legítima experiência pessoal com Cristo. Assim, mais que doutrina, a pessoa de Cristo é absolutamente necessária às demandas da vida humana. Existe alguma diferença entre o MDA, a Visão Celular ou o Ministério em Células? Creio que precisamos definir os termos e conceitos. Se estamos falando de organizações, a Associação MDA, liderada pelo Pr. Abe Huber, e o Ministério em Igreja em Células, liderado pelo Pr. Roberto Lay têm pressupostos bem comuns porque se baseiam no conceito de que a igreja do Novo Testamento acontecia em duas formas, a saber: o pequeno grupo e o grande grupo, ou seja, a Igreja que estava presente no pátio do templo e nas casas, embora sua maior relevância se mostrasse nas casas. Os mandamentos recíprocos, aqueles cujas exortações incluem a frase "uns aos outros", fazem muito mais sentido para serem vivenciados numa comunidade menor. Ao falar simplesmente em Visão Celular teríamos que incluir outras igrejas que também funcionam com base no pastoreio e crescimento em células. Parece que as mais conhecidas são o G12, o M12 e a Videira. É importante aqui ressaltar que estamos falando de estruturas de funcionamento, sem entrarmos em aspectos doutrinários e eclesiológicos, o que exigiria muito mais rigor. O fenômeno das igrejas celulares hoje ocorre em denominações históricas, pentecostais e neopentecostais e até em comunidades católicas, segundo algumas fontes.
Há igrejas que usam estruturas de apoio às células que envolvem os chamados "Encontros", com diversos nomes; as "Imersões", que são clínicas capacitadoras, e outras. Não devemos julgar que tudo isso é a mesma coisa, pois dependendo da denominação, e até da região, a matriz doutrinária e eclesiológica pode ser totalmente distinta. Agora, se queremos diferenciar essa questão do ponto de vista técnico, julgo eu, que o MDA chega a ser um Modelo Discipular de Igreja, tendo em vista que o seu foco estrutural e sua maior força se concretiza na prática do discipulado pessoa a pessoa (homem discipula homem e mulher discipula mulher), no contexto das células. Já a Visão Celular por si baseia-se na centralidade das células como estrutura funcional da igreja, sem necessariamente o uso do discipulado como mencionado. O MDA também é considerada uma visão celular porque atua por meio das células, que tem diversos níveis de supervisão e pastoreio, chegando às redes de células dentro de uma mesma igreja local. Explique o fenômeno da Igreja da Paz com o Pr. Abe Huber que de 400 membros passou para mais de 8.000 em menos de 7 anos, em Santarém-PA. E como hoje mais da metade da cidade (300 mil habitantes) são membros desta igreja. Foi o método? Em primeiro lugar creio que o Espírito Santo está nessa questão, é uma dádiva de Deus àquela comunidade. Mas por outro lado, vejo uma grande liderança cristã, de pessoas cheias do Espírito Santo e de fé, que remonta aos pais do Pr. Abe Huber, a quem ele mesmo descreve como "pessoas apaixonadas por vidas". Em minha observação trata-se da expansão de uma visão missionária que levou a família Huber aos confins da terra. O Pr. Abe conta que o crescimento quantitativo e qualitativo que aqueles irmãos têm experimentado é o resultado de um aprendizado de muitos anos, através de leituras e, especialmente de visitas que feitas a várias igrejas, buscando a eficácia no processo de alcançar, consolidar, edificar, treinar e enviar pessoas para a evangelização em pequenos grupos. É impossível não perceber a liderança do Pr. Abe ao se falar da Igreja da Paz em Santarém. Me lembro de uma conversa que mantive com meus amigos, os pastores Carlito Paes e Josué Valando Jr. sobre esse assunto. Chegamos a algumas conclusões: O Pr. Abe Huber
é um homem muito santo e realmente leva Deus à sério; é homem de muita fé e visão; vive intensamente os princípios da palavra de Deus; é muito sensível à voz do Espírito Santo; é genuinamente um homem humilde e de vida simples; é muitíssimo disciplinado e perseverante; ama as pessoas e não desiste delas; é um líder exemplar que tem autoridade para dizer: "sejam meus imitadores como eu sou de Cristo". Oro regularmente em favor dele, e já confidenciei-lhe que em minha oração digo: "Senhor, livra-o de si mesmo". Ele sempre agradece e concorda com a minha súplica. Ele atribui toda glória a Deus e diz que tudo aconteceu não por causa dele, mas, apesar dele. Não podemos esquecer os membros daquela comunidade de fé. Eles são apaixonados por Deus e por vidas. Amam evangelizar, cuidar de pessoas, e não admitem perder ninguém. Estão convencidos de que Mt 6.33 é de verdade um lema para a vida: buscar a Deus em primeiro lugar. Eles levam isso às últimas consequências, são milhares de testemunhos nesse sentido. A equipe pastoral é formada de gente simples que veio das células e do discipulado, assim cresceram nas pegadas de seus líderes e acabaram se tornando literalmente líderes de milhares de pessoas. A liderança por modelo é muito forte naquela igreja. O critério para se ordenar um pastor é sem dúvida o mais rigoroso que já testemunhei. Para se ter uma ideia, hoje na Igreja da Paz em Fortaleza, sob a liderança do Pr. Abe, ninguém recebe o título oficial de pastor antes de liderar 100 células, ou seja, em torno de 1.000 pessoas e ter chegado a esse ponto através da experiência de
começar como membro de uma célula e passar pela trajetória de liderança celular em vários níveis através de sucessivas multiplicações. Para finalizar estas considerações, resta o método. Como disse, por fim, o método, porque os verdadeiros valores da visão MDA foram mencionados primeiro. Não devemos ser iludidos com os métodos, eles não mudarão nossas vidas sem a unção do Espírito Santo, o principal método de Deus sempre será o homem. As estruturas da Igreja da Paz são trabalhosas mas leves. Explico: há muito trabalho mas há leveza no coração das pessoas para o cuidado mútuo através das células e do discipulado formal e intencional. O coração da igreja é a célula e o coração da célula é o discipulado um a um. A agenda semanal exige o compromisso dos membros da igreja na participação da reunião da célula, do discipulado, do TADEL - Treinamento Avançado de Líderes, e de uma celebração (culto). Nas células os membros da igreja fazem alvos de evangelização (GE - Grupo de Evangelização) a fim de alcançar novas pessoas para Jesus. Eles são focados e intencionais nisso. Colocam o joelho no chão e vão atrás das pessoas. Depois, cuidam bem dessas pessoas, levando-as ao crescimento desde a conversão pelo caminho do discipulado um a um. Em cerca de 8 semanas o novo convertido já recebe instrução de seu discipulador para começar a orar intencionalmente para alcançar pessoas de seu relacionamento, com o seguinte enfoque: "Cristo nos deu a salvação e a ordem de fazer discípulos. Todos nós fomos chamados para sermos discipuladores - assim como eu estou Julho de 2015 * Vigiai -
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Entrevista cuidando de você, vamos orar para Deus mostrar a você uma pessoa para você cuidar." É incrível. Cientificamente já foi comprovado que os líderes bemsucedidos não são gerados em grandes reuniões, seminários e cultos. Onde são gerados os grandes líderes? Consta do Portal MDA: o Dr. Carl Horton, que já dormiu no Senhor, tinha o seu doutorado em “Crescimento da Igreja” pela Escola de Missões Mundiais do Seminário Teológico Fuller. Foi ele quem apresentou os resultados surpreendentes de uma pesquisa realizada com um grande número de líderes cristãos. Os quesitos avaliados na pesquisa eram concernentes à formação de líderes; como e onde foram treinados os líderes que estão tendo mais sucesso no Reino de Deus. A pesquisa demonstrou que: · 0% dos líderes foram produzidos pelo púlpito em reuniões públicas de ensino ou pregação; · 0% dos líderes foram produzidos em classes estruturadas, como Escola Dominical, cursos de Família Cristã, Guerreiros de Cristo, e outras mais; · 10% dos líderes foram gerados no
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discipulado em grupos pequenos. · 90% dos líderes foram gerados através do discipulado e mentoreamento pessoal, um a um; Dê suas considerações finais. Para terminar gostaria de compartilhar um fato muito curioso e triste que aconteceu comigo acerca do discipulado um a um. Na década de 1990 o Dr. Carl Horton, citado há pouco, veio ao Brasil através da Cruzada Estudantil e Profissional para Cristo, para oferecer um treinamento chamado Igreja Dinâmica. Nele, aprendemos sobre como ser intencionais em alcançar novas pessoas para Jesus, treiná-las no básico cristão, capacitá-las para reproduzir e por fim colocá-las em ministérios específicos. Havia um processo cujo centro era o discipulado um a um. Eu recebi esse treinamento em Santo André-SP. Na ocasião, soube que o Dr. Carl Horton estava oferecendo o mesmo treinamento em uma igreja de Santarém-PA. Tratavase da Igreja da Paz, sob a liderança do Pr. Abe Huber. A diferença: ele creu no princípio, aprendeu e aplicou o discipulado um a um dentro de seus grupos familiares (ainda não eram células). Quanto a mim,
aplicamos o princípio na Primeira Batista de Campo Grande-MS, em 1993, mas de modo linear porque não tínhamos as células. O Pr. Abe foi fiel à visão celestial, e eu não. Ele aperfeiçoou suas experiências e o resultado está aí para a glória de Deus. Eu, depois de um ano e meio, tendo o processo de discipulado um a um alcançado cerca de 78 pessoas, por falta de supervisão de minha parte, acabei perdendo a bênção e paramos o processo. Mas, Deus é muito bom, e há três anos, minha esposa e eu, iniciamos a reedição do discipulado um a um, hoje dentro das células, no Modelo MDA. O resultado é que estamos vivendo, sem exagero algum, o melhor tempo de nossas vidas. Somos gratos a Deus por ter nos dado uma nova oportunidade. Quero incentivar os meus amigos pastores a considerarem essa mesma oportunidade ministerial. Estou com 62 anos e me sinto um garoto no ministério. Eu brinco com os meus amigos dizendo que quero a "unção" de Calebe, ou seja, aos 85 anos quero subir montanhas e derrubar gigantes para a glória de Deus. Que Ele tenha misericórdia de mim.
Dr.
Gilberto Garcia
Governança Eclesiástica Fiscal
A Receita Federal do Brasil, através da Instrução Normativa nº 1.510, 05.11. 14, alterou Norma Fiscal que dispõe sobre a Escrituração Contábil Digital (ECD), publicada no DOU de 6.11.2014, e esta mudança no Regramento do Fisco Nacional, segundo especialistas em contabilidade eclesiástica praticamente dispensou, por hora, as Igrejas e Organizações Religiosas da adequação a contabilidade digital e entrega das obrigações do SPEDContábil. Chama à atenção a efusiva divulgação desta desobrigatoriedade fiscal digital, especialmente no meio evangélico, como uma espécie de conquista para as Igrejas, da mesma maneira que foi propagado que a sua obrigatoriedade imposta na Instrução Normativa 1.420, de 19.12.13, agora alterada, pretendia implementar um tipo de “perseguição religiosa contábil”, num controle do Governo sobre as operações contáveis das Igrejas, esquecendo-se os “profetas do apocalipse fiscal” de divulgar que este é um movimento mundial de governança tributária, que vem sendo disseminado por todo o planeta, e que a mesma permanece obrigatória para as demais pessoas jurídicas, numa busca de transparência social, com os demais atores contribuindo com a ética social. Há alguns anos um renomado tributarista sustentou em artigo no Jornal do Commércio, que serve
de alerta, que a imunidade fiscal concedida as Igrejas, Partidos Políticos e Sindicatos de Empregados deveria ser revista, sobretudo em função do volume de recursos financeiros que são movimentados por estas Instituições Sociais, e que a prerrogativa constitucional havia atingido seu objetivo que é possibilitar-lhes autonomia financeira, por isso estas deveriam deixar de beneficiar-se da renúncia fiscal, sendo mantidas exclusivamente por seus fieis, filiados, associados etc, desonerando a sociedade civil de sustentar pecuniariamente suas atividades que são direcionadas para próprios interesses, redirecionando estes recursos públicos, que deixam de ser arrecadados, para entidades públicas. Por outro lado, neste diapasão segue a Normatização do Tribunal Superior Eleitoral, que obriga os Partidos Políticos a terem contas-correntes específicas para registro dos diversos tipos de doações, visando a acompanhar os valores que são recebidos, e para onde estes verbas são direcionadas, objetivando a concreta verificação contábil da utilização dos recursos nas finalidades da Organização Política; como já é pelo Tribunal de Contas da União determinado a segregação das contas utilizadas pelos Sindicatos, sejam Patronais ou Profissionais, eis que, estes de igual forma, também estão obrigados a investir as verbas públicas, notadamente, os valores recebidos à título de Contribuição Sindical, nas finalidades das Entidade Classistas, eis que, é dinheiro público, dos quais é necessário a prestação de contas a sociedade. De igual modo, os valores que as Igrejas, sejam católicas, evangélicas, espiritas, judaicas, mulçumanas, matriz africana etc, deixam de recolher
ao Fisco Nacional, à título de impostos, em razão de sua imunidade fiscal, também é dinheiro público, em que pese o Governo não remeter diretamente recursos pecuniários, a Constituição Federal estabeleceu que o Estado abre mão de receita, num tempo de escassez financeira, para que as Igrejas, Partidos Políticos e Sindicatos de Empregados cumpram um papel social relevante, daí a indispensabilidade que este seja aplicado integralmente em suas finalidades estatutárias, na propagação da crença no afã de conquistar fieis, por isso, a obrigação legal da prestação de contas a sociedade através da entrega anual da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica a Receita Federal do Brasil. É oportuno destacar a orientação do Conselho Federativo Espirita de Minas Gerais: “(...) De acordo com a análise dos especialistas, provavelmente, houve apenas um adiamento do ingresso de todas as entidades isentas no SPED Contábil e num futuro bastante próximo todas as elas passarão a adotar esta rotina como obrigação. Por esse motivo, mesmo sabendo que, com a mudança na norma, o Sped Contábil ainda não é obrigatório para todos os Centros e Grupos Espíritas, é recomendável que as instituições espíritas se estruturem e se preparem para atender às demandas da escrituração digital. (...)”. É tempo de aproveitar a oportunidade temporária, e, independente da obrigação legal, implementar o sistema de contabilidade digital, que é uma ferramenta tecnológica, neste novo tempo legal, que visa transparência fiscal, inclusive para testemunho das Igrejas de governança financeira eclesiástica junto a sociedade civil, “Para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos Céus.”
*GILBERTO GARCIA é Mestre em Direito, Professor Universitário e Especialista em Direito Religioso. Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros e Autor dos Livros: “O Novo Código Civil e as Igrejas” e “O Direito Nosso de Cada Dia”, e, “Novo Direito Associativo”, e Coautor na Obra Coletiva: “Questões Controvertidas - Parte Geral Código Civil”, Editora Método/Grupo GEN, e, “Direito e Cristianismo”, Editora Betel, e, ainda, do DVD - “Implicações Tributárias das Igrejas”, Editora CPAD. Editor do Site: www.direitonosso.com.br
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INVISTA EM VIDAS. INVISTA EM MISSÕES. Desde o envio do missionário ao campo, a Junta de Missões Mundiais honra o compromisso de sustentálo, encaminhando periodicamente seu sustento e verba necessários a sua sobrevivência e desenvolvimento ministerial. Entretanto, ao longo do tempo centenas de adotantes e igrejas não deram continuidade ao compromisso feito no passado e deixaram de participar deste investimento missionário. A única fonte de sustento que podemos contar para manter os missionários em seus respectivos campos são as ofertas encaminhadas pelos adotantes e igrejas. Como sempre ocorreu, a oferta do Dia Especial, entregue anualmente pelas igrejas da Convenção Batista Brasileira, tem completado a falta de recursos provocada por aqueles que deixaram de honrar seu compromisso inicial. Entretanto, mesmo esta ação tem seus limites reduzidos em função da alta cambial, crescente há mais de um ano.
“Deus não nos dá tarefas que não podemos realizar! A obra missionária um dia será completada.”
– Pr. Waldemiro Tymchak
Este compromisso também é seu A fim de que possamos manter o missionário e seu ministério de forma sustentável, como vem sendo feito até aqui, pedimos que considere em oração a possibilidade de adotar mais um missionário, ajustar sua contribuição mensal ou mesmo de retomá-la, caso a tenha parado em algum momento. Convidamos você ainda a nos ajudar, mobilizando pessoas e igrejas a também adotarem missionários da JMM. O desafio mensal é enorme e precisamos vencê-lo. Qualquer igreja, grupo, pessoa ou empresa pode adotar um missionário em oração e financeiramente. Após decidir o valor que deseja reajustar ou mesmo retomar seu compromisso, entre em contato com a Central de Atendimento da JMM e informe como deseja fazer parte deste tão importante momento da obra missionária mundial. Central de Atendimento JMM 2122-1901/2730-6800 (cidades com DDD 21) ou 0800 709 1900 (ligação gratuita para demais localidades). Horário: de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h (horário de Brasília). Quem preferir, pode escrever para: Julho de 2015 * Vigiaiou - acessar 31 pam@jmm.org.br www.jmm.org.br/relacionamento
Especial
Por: Pr. Ricardo Ramos
Vislumbre da Graça e Poder de Deus A maravilhosa graça e o extraordinário poder de Deus podem ser perfeitamente percebidos na experiência do Josué; jovem colombiano, ex-travestí, que foi alcançado pelo ministério do pastor e missionário Marcos André Ramos, ex-missionário da JMM e fundador do projeto PARE, na cidade de Medellín, destinado a alcançar dependentes químicos, prostitutas, travestis, homossexuais, etc. O Josué é um exemplo de como a graça e o poder Deus alcançou essas vidas no tempo em que o missionário Marcos André Ramos estava na direção do Projeto PARE e, trazemos o testemunho do Josué, em forma de entrevista, para que a maravilhosa graça e o extraordinário poder de Deus sejam exaltados e a igreja de Jesus Cristo, edificada. Entrevistador: Conta-nos o que contribuiu para que aos 12 anos de idade você passasse a adotar o travestismo como forma de vida. Josué: Quando eu tinha dois anos de idade, minha mãe, abandonou o meu pai, deixando para trás, também, três filhos. Entre eles estava eu, o menor de todos. Meu pai nos deixava com vizinhos para que pudesse sair a trabalhar. Aos quatro anos de idade fui abusado sexualmente, pela primeira vez, por um vizinho. Isso durou dois anos. Quando meu pai descobriu o abuso sexual, decidiu se casar, a fim de conseguir uma mulher que cuidasse de nós. Entrevistador: Como foi a sua experiência com sua madrasta? Josué: Terrível, logo ela se mostrou uma mulher emocionalmente desequilibrada, com muitos traumas do passado e, por isso, me maltratava muito. Por causa dos maltratos recebidos, aos doze anos de idade decidi fugir de casa e ir para a cidade de Medellín, que fica há 300 km da cidade onde eu morava. Entrevistador: O que aconteceu, a partir de aí? Josué: Pequei carona num caminhão e aconteceu algo terrível, foi mais uma experiência negativa que me marcou muito. No meio do caminho, era de madrugada, o caminhoneiro me obrigou
a ter relações sexuais com ele, eu era apenas um menino de doze anos, e não tive forças físicas para resistir, e, dessa forma, mais uma vez, sofri abuso sexual. Ao chegar em Medellín o caminhoneiro me deu algum dinheiro pelos meus “serviço prestados “. Isso fez com que eu passasse a considerar que poderia ganhar dinheiro daquela forma. Com certeza essa experiência foi uma ponte para que eu entrasse no travestismo. Em Medellín, morando nas ruas, passei a consumir drogas e também conheci alguns travestis que me ajudaram a iniciar no travestismo e a me transformar num prostituto “profissional”. Entrevistador: Como se deu a sua conversão? Josué: Eu vivia muito deprimido, havia tentado o suicídio algumas vezes, mas hoje eu sei que Deus me livrou da morte porque tinha um plano para a minha vida. Eu já estava com 27 anos de idade, 15 anos como travesti, e não era feliz. Um dia recebi o convite de uma missionária para um jantar oferecido por um pastor brasileiro. Fiquei perplexo em saber de um pastor que convidada gente como eu para jantar com ele. Tive meus receios, mas decidi ir. Era o pastor Marcos Ramos e sentados a mesa havia outros travestis,
Josué com a missionária Livia Ramos, após a sua conversão
Josué no tempo de travesti
dependentes químicos, homossexuais, prostitutas, tipos de pessoas que, no meu pensamento, um pastor jamais convidaria para jantar. Quando vi tanto amor, compaixão e graça, demonstrados pelo pastor Marcos, entendi que assim era o amor de Jesus e decidi entregar minha vida a Cristo e deixar de uma vez por todas o travestismo e as drogas. Entrevistador: Quanto tempo tem de sua conversão? E o que você pretende fazer agora? Josué: Tenho dois anos de convertido. O meu desejo agora é ser um pastor-missionário, a fim de que Deus me use para também salvar outros que, como eu vivi, ainda vivem escravizados por satanás a essa vida de travestismo, prostituição e drogas. Quero dizer a essas pessoas que há esperança para elas. Que assim como aconteceu comigo, que elas também podem ser transformadas e salvas pela maravilhosa graça e extraordinário poder de Deus.
Nota:
Logo depois que o missionário Marcos Ramos deixou o projeto PARE, em Medellín, o Josué também decidiu deixar o Projeto e hoje está no Brasil, com o apoio do Ministério de Ação Social da Primeira Igreja Batista de Campo Grande – RJ., a fim de realizar estudos teológicos com o firme propósito de, ao concluir seus estudos, voltar a Medellín para dar continuidade ao ministério começado pelo missionário Marcos Ramos. Essa entrevista foi apenas um resumo do testemunho do Josué, se alguma igreja desejar ouvir o testemunho do Josué, completo e gratuitamente, basta entrar em contato e-mail: Julho de 2015pelo * Vigiai 33 social@pibcgrj.org.br
Por: Vital Sousa Foto: Internet
Especial
Pr. Silas Malafaia, peça perdão ao Boechat
"E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” João 8:32
Quando estive em Jerusalém, Israel, ficava olhando da janela do hotel a vegetação do entorno. E as pedras se destacavam, as pedras de lá são como a grama no Brasil, superabundam. Apesar de todo eufemismo, em Roma só vi muita gente andando no domingo, com sua poesia, uns indo, outros vindo, num ziguezague humano, cada qual com o seu destino, com a sua miopia, e era domingo... Nos grandes centros brasileiros a região central fica deserta aos domingos, lá tem uma multidão! Aquele povo todo andando chamava mais a atenção do que os monumentos e as catedrais. O banho cultural só tive em Pompéia com a bela vista do Vesúvio e o resultado de sua erupção. A beleza da costa Amalfitana na Itália pouco difere das belezas das nossas costas, muitas pedras! E Paris... acho que o meu olhar é outra pedrada, pois só ficou um grupo de crianças em pleno Arco do Triunfo, em fileira, e, segundo o guia indo referenciar os mortos da I Guerra Mundial, o que uma escola da Grande Paris faz por ano. Um colosso de monumento, com muita pedra! Foi uma pedrada cultural, melhor que a virada... Pensar em pedra nos remete, necessariamente a Jesus, a pedra angular do texto bíblico e as dificuldades da teologia católica na interpretação correta das palavras do Mestre entre Pedro ser a "pedra" e Ele, o Cristo, sê-la. E Jerusalém tinha e tem os elementos essenciais para o esboçar em pedras, literalmente. A força da expressão "pedras-vivas" sempre nos eleva, nos remete em uma interiorização. E elas não têm vida mesmo? Para elas não virarem areia, precisam de elementos químicos 36
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de atração interna, mas os teóricos sempre dirão que elas não têm vida porque lhes faltam o vital: Ciclo de vida, metabolismo, material genético, reprodução, respiração, evolução e muito etc. Sei lá. Teorizar sempre é mais fácil, difícil é poetar. Mas Jerusalém esbanja pedras e Socó era bem próxima, portanto, com muitas pedras, também. Ali Davi tinha o seu material bélico, pedras com fartura, para derrubar o homem de quase três metros, Golias. Mandou a pedrada e o gigante ruiu. Que utilizemos de pedras para derrubar os gigantes de nossas vidas e não pessoas. As pedradas no Brasil têm despertado muita atenção. É pedrada para todos os lados. E ninguém cai. Culminou com uma pedrada literal em uma jovem no Rio de Janeiro que vestia trajes de iniciação ao candomblé, em meados de junho de 2015. Segundo alguns foi um grupo de evangélicos que mandaram as pedras, pode ser, mas pode ser que o grupo não seja tão evangélico assim e o fato é que nunca existiu nenhum problema de pessoas circulando no Rio de Janeiro com os trajes de iniciação ao candomblé e nem da utilização, todos os dias, das encruzilhadas das ruas com as suas demandas. O fato ganhou grande destaque, afinal os evangélicos estão na moda. E um dia desses uma amiga veio me dizer que sou um alienado, e quem não é? Todos nós somos manipulados de alguma forma neste planeta. A música do Chico Buarque "Vai passar" pode ser aplicada hoje também com muita assertividade, para mim, para ela e para o Chico. As redes sociais bombaram, como dizem. Não é que para protestar
até a minha bela sobrinha, Adriana (foto), resolveu postar no Facebook o seu belo traje e falar de acabar com a guerra? Minha sobrinha é jovem e ainda poderá mudar se quiser, um dia, assim como eu e você que está lendo, mas não existe motivo nenhum para guerra nenhuma, isto é apenas um factoide de gente que não sabe conviver com as diferenças e com os outros, independentemente de religião, que querem motivo para aparecer, seja lá o porquê. Não comungo com a religiosidade da minha sobrinha, mas como guerrear com uma fofura dessas? Minha sobrinha ganha colo com qualquer religião ou sem. Temos que apregoar e viver o respeito à liberdade, em todos os sentidos, principalmente a de consciência. Fato: Kaillane Campos, de 11 anos, levou uma pedrada em 14.06.2015 no Rio de Janeiro-RJ, depois de sair de uma cerimônia de candomblé com os trajes da religião.
Adriana Melo: "Espero que essa guerra tenha fim"
Depois da pedrada a menina foi com a avó ao programa "Edição das 6" da TV Globo News, da Jornalista Leilane Neubarth, e afirmou que não viu quem atirou a pedra, mas já era tarde. A notícia se espalhou na rede como um viral e como os neopentecostais da Universal do Reino de Deus têm cometido "delitos" parecidos nos últimos meses, logo concluíram que "foram eles os autores da barbárie os evangélicos". A prudente jornalista Leilane Neubarth fez questão de frisar que ainda não se sabia dos autores (problema da polícia), mas o jornalista Boechat da Band sinalizou publicamente que fora um grupo de evangélicos. Pronto. As desinteligências começaram. O Pr. Silas Malafaia saiu em defesa dos evangélicos, o que é naturalíssimo, mas usou de expressões duras dirigidas ao jornalista, classificando-o como "asno, idiota, etc". O jornalista deu um recado mais duro, com palavras mais grosseiras ainda, mostrando total destempero. E ainda questionou a riqueza do Silas Malafaia em cima de paradigmas inaceitáveis, comprometendo todos os religiosos que vivem de acordo com os "múnus ou prebendas" que recebem pelo trabalho que executam, inclusive católicos, espíritas, budistas, etc. Mas Boechat é um apedeuta em religião e história da humanidade e logo se descontrolou trocando alhos com bugalhos, inclusive dando a entender que o Malafaia seria da ala dos neopentecostais, o que não é verdade, já que mesmo que o Ministério que ele lidera, Vitória em Cristo, da Assembleia de Deus não faça parte da poderosa CGADB - Convenção Geral da Assembleia de Deus no Brasil (onde ele era um dos Vice-Presidentes), a sua igreja é tradicionalíssima de origem pentecostal e nunca poderia
ser classificada como neopentecostal, como são a Universal, a Mundial, a Renascer e a Da Graça e esta que ocupa o horário nobre da Band, logo após o jornal liderado pelo Boechat. E é lógico que o Malafaia já seria milionário só com os rendimentos como escritor predileto da Avon (mais de 1,5 milhão de vendedoras no Brasil), mas como é muito atrapalhado resolveu atacar o Boticário por causa da propaganda gay, tudo bem que é seu direito, mas logo ele que é beneficiário da concorrente, pegou mal pela possível imparcialidade e interesse comercial, mas não se pode negar a sua grande influência no meio. Esteve no programa "Na Moral" da TV-Globo e, na semana do triste episódio, em vários programas da televisão brasileira, inclusive deu uma grande entrevista à TV Uol. Como o surrealismo brasileiro, em todos os setores, é uma evidência, a mãe da menina é ovelha do Pastor Silas Malafaia na igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, na Penha, Rio de Janeiro-RJ. Tudo junto e misturado, e por isto, a menina foi, pessoalmente, pedir apoio ao pastor da Primeira Igreja Batista da Penha, João Melo, que organizou um belo ato de repúdio ao preconceito. Meu amigo, o escritor Rubens Teixeira, mandou um e-mail e publicou um vídeo: devemos apagar o fogo, preocupado com a repercussão na mídia, principalmente no Rio de Janeiro, onde milita. Devemos mesmo e vamos fazer a nossa parte, mas bem que o Malafaia podia colaborar, e, assumir o seu lado pastoral e pedir perdão. Pronto, resolvido! O Boechat usou o seu programa da BandNews e a resposta no YouTube já ultrapassa as quatro milhões de visualizações, enquanto o Malafaia ainda estava com pouco mais de um milhão no fechamento da edição da revista, mas com um público mais fiel, o placar de impropérios ainda está longe de saber quem é o "mais perdedor". Os dois já perderam muita credibilidade com toda essa discussão. E ainda temos de aguentar o movimento da pseudo-intelectualidade (vide Virada Paulista) que quer tirar uma casquinha
dando apoio irrestrito ao Boechat em seus devaneios, afinal todos que não concordarem com eles são "gentinhas", meros alienados, passageiros da vida de quinta classe. E a menina, que se tornou celebridade, foi recebida pelo Arcebispo do Rio de Janeiro e pelo pastor da Primeira Igreja Batista da Penha. Todo mundo quer dar colo à menina. Mas a dor da pedrada, vai demorar a passar, se passar, isto porque as confusões religiosas geram encrencas por muito tempo, por gerações. As doenças psíquicas são inerentes e coletivas. O ódio dos muçulmanos aos cristãos dizem que é reflexo das Cruzadas de mil anos atrás, quando foram cruelmente perseguidos. E hoje eles perseguem os cristãos sem piedade, a avaliação é de 100 mil cristãos mortos no último ano, como é noticiado todos os dias pela mídia. Nada justifica as pedradas, mas que elas ferem e ferem muito durante anos e anos isto está comprovado. Meu amigo Rubens Teixeira, escreverei ao Pastor Silas Malafaia. Afinal há uns dois anos atrás a assessoria dele me escreveu pedindo para rever uma postagem no portal Vigiai. Escreverei sim pedindo para que ele peça perdão público ao Boechat, afinal é cristão e pastor, deve dar a cara, o outro lado... "Pai, perdoa o que eles fazem... e dizem" E que todos nós pensemos em utilizar mais as pedras como pontes de união e não como armas, medievais, mas eficientes, de destruição! A questão é de justiça, mas somos cristãos e a nossa justiça tem que exceder. Há uma notícia de que uma família evangélica foi agredida a pauladas e pontapés na cidade de Barretos-SP, por estudantes de uma escola pública. O motivo da agressão é o fato de professarem a fé protestante, poucos dias antes do acontecido no Rio de Janeiro, isto nos faz repensar na hipocrisia da sociedade, com os seus pesos e suas medidas desproporcionais, lá em Barretos o Governador não quis saber, nem o Secretário de Justiça, nem o Delegado, nem o Arcebispo, nem os grandes órgãos da imprensa, nem o Malafaia e nem o Boechat. Mas temos que perdoar! É questão de cristianismo.
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Pr.
Israel Belo
Uma fé além da estética: seis afirmativas sobre religião 1. Sacrifício é uma norma. O relacionamento com Deus é o princípio. Sacrificar a Deus é oferecer algo a Deus, prática presente nas religiões em geral e na cristã em particular, em que o ato supremo foi o sacrifício do Filho de Deus em lugar dos seres humanos. O sacrifício é oferecido como forma de obter o perdão de Deus pelo pecado. No período cristão, o sacrifício por excelente é o culto, individual ou coletivo, prestado a Deus e diante de Deus. Nele o cristão louva ao Senhor por Seu atos de bondade. Pede Deus tais sacrifícios? O Pentateuco pode ser visto também como uma coletânea de orientações sobre os sacrifícios. No entanto, Deus diz, pela boca do profeta Jeremias: . "Quando tirei do Egito os seus antepassados, nada lhes falei nem lhes ordenei quanto a holocaustos e sacrifícios" (Jeremias 7.22) Um salmista cantou, feliz: . "Sacrifício e oferta não pediste, mas abriste os meus ouvidos; holocaustos e ofertas pelo pecado não exigiste" (Salmo 40.6). Outro profeta, no entanto, diz que Deus restabelecerá os sacrifícios: . "Esses [o povo fiel] eu trarei ao meu santo monte e lhes darei alegria em minha casa de oração. Seus holocaustos e demais sacrifícios serão aceitos em meu altar; pois a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos” (Isaías 56.7). Nos sacrifícios estabelecidos ao tempo de Moisés o que importava era o princípio subjacente a eles:
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Deus quer que nos relacionemos com Ele. A prática tinha um sentido: relacionamento. Ela em si mesma não tinha valor. O valor estava no que remetia. 2. Sacrifício não é algo em que se confie. É em Deus que se confia. A idolatria (colocar pessoas ou coisas no lugar de Deus) é uma ameaça constante, é uma possibilidade permanente. Então, o poeta convida: . "Ofereçam sacrifícios como Deus exige e confiem no Senhor" (Salmo 4.5). O que Deus exige é que confiemos nEle.
Podemos manipular os sacrifícios, e por isto gostamos de os oferecer, mas não podemos controlar Deus. Confiar em sacrifícios e confiar em nós mesmos. Um culto bonito é um perigo. Ele pode se tornar um fim em si mesmo. Mas um culto não pode nada. Um cultuante não pode nada. Deus pode tudo; por isto, confiamos nEle. 3. O sacrifício como moeda de troca não é aceito por Deus. A advertência do sábio nos deixa atônitos:
"O sacrifício dos ímpios já por si é detestável; tanto mais quando oferecido com más intenções" (Provérbios 21.27). Cada um de nós precisa pensar porque louva, porque evangeliza, porque dizima. Pode ser que Caim nos habite. E o sacrifício de Caim não é aceito. 4. A religião implica em conhecer a Deus profundamente O sacrifício, com toda a sua arte, com todas as suas regras, pode nos afastar do conhecimento (relacionamento, algo prático, não meramente intelectual) de Deus. O conhecimento de Deus (relacionamento com Deus) é a nossa raiz, a partir do qual cresce árvore sólida. O amor a Deus, que é cultivado todos os dias, nos fortalece para o sofrimento, nos robustece para as idéias antiDeus que circulam. Sacrifício pode ser tão sólido quanto uma neblina. Relacionamento pode ser tão forte quanto uma árvore vigorosa. Deus ainda nos pergunta: . “Que posso fazer com você, Efraim? Que posso fazer com você, Judá? Seu amor é como a neblina da manhã, como o primeiro orvalho que logo evapora. Pois desejo misericórdia, e não sacrifícios; conhecimento de Deus em vez de holocaustos" (Oseias 6.4 e 6). Como diz um hino antigo, muitos que um dia andaram perto de Deus hoje longe vão por falta de conhecimento de Deus. Uma decepção os levou para longe de Deus. Um ensino (mesmo
fora da Bíblia) se tornou verdadeiro para eles. 5. A prática do sacrifício (culto) não nos exime de uma vida reta. O sábio da Bíblia toca na ferida: . "Fazer o que é justo e certo é mais aceitável ao Senhor do que oferecer sacrifícios" (Provérbios 21.3). Esta é uma difícil axiologia. Cantar é mais fácil. Dar o dízimo é mais fácil. Falar do amor de Deus é mais fácil. Oferecer sacrifícios é mais fácil. Conseguimos fazer isto dando jeitinhos nas coisas para levarmos vantagem. Conseguimos fazer isto desprezando o nosso irmão. Se o nosso cântico não nos abrir os olhos para o nosso próprio pecado, não passa de espetáculo. Se o nosso dízimo não nos mostrar que somos todos (os outros e, sobretudo, nós mesmos) dependemos de Deus, não passa de uma tentativa vã de fazer negócio com Deus. Se a nossa fala sobre Deus não vem de dentro de nós mesmos é repetição sem valor. Se a nossa adoração não nos faz pessoas melhores, não passa de crassa idolatria. Como nos adverte o autor aos Hebreus, "se continuarmos a pecar deliberadamente depois que recebemos o conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados" (Hebreus 10.26).
sacrifícios: . "Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã. A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardarse da corrupção do mundo" (Tiago 1.26-27). Tiago é o livro da justiça, não, a Bíblia é o livro da justiça. Provérbios, por exemplo, trata de relações justas em 105 versículos. Ao longo do Livro divino, as recomendações são desafiadoras: . "Não se esqueçam de fazer o bem e de repartir com os outros o que vocês têm, pois de tais sacrifícios Deus se agrada" (Hebreus 13.16). Jesus mesmo nos ensinou: . "Se vocês soubessem o que significam estas palavras. ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’, não teriam condenado inocentes" (Mateus 12.7). . "Amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar ao próximo como a si mesmo é mais importante do que todos os sacrifícios e ofertas” (Marcos 12.33). ***
Que estamos fazendo, se somos cristãos?
6. A religião precisa se expressar em ações concretas em favor da justiça. Lemos, mas parece que não aprendemos, tal a força dos
* ISRAEL BELO é pastor da Igreja Batista Itacuruçá, no bairro da Tijuca, Rio de Janeiro, desde dezembro de 1999 e editor do site www. prazerdapalavra.com.br Trabalhou também no Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil, onde foi professor (1976 a 1986) e reitor (2002-2009) , na Visão Mundial, (1986-1990) em Belo Horizonte; na Universidade Metodista de Piracicaba, onde foi professor e editor de livros e revistas científicas (19911996), e na Universidade Gama Filho, onde foi professor (1976-1986) e diretor do curso de comunicação e vice-reitor acadêmico (19971999). Graduado em teologia e em comunicação, pós-graduado em história, mestre em teologia e doutor em filosofia, publicou vários livros impressos e outros em formato eletrônico.
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Luiz Sayão
A horrível volta da escravidão Assustadoramente, a escravidão acompanha a história humana. Por incrível que pareça, está mais presente do que nunca! É muito provável que esteja mais perto de sua casa do que você possa imaginar. Poucos imaginam que cerca de 800.000 pessoas são escravizadas por ano no mundo de hoje. Nos EUA o número chega a 17.000 escravos traficados todos os anos. Em outubro de 2003, por exemplo, foi libertada uma escrava de doze anos de idade, imigrante da Guatemala, em Cape Coral, Flórida. A menina fora vendida pelos pais, trazida para os EUA e era escrava sexual. Em Massachusetts, nos anos 90, ficou conhecido o caso de Vasantha Gedara, imigrante de Sri Lanca, que vivia como escrava na cidade de Boston. Tudo pode ser consultado livremente na própria internete: http://www.iabolish.com/slavery_ today/usa/index.html. Infelizmente, a grande verdade é que a escravidão cresce a cada dia em todo o mundo. No Brasil, milhares de bolivianos trabalham em regime escravo em São Paulo. No interior do país, crianças e adolescentes também vivem em condições de escravidão nas áreas rurais. Recentemente, a Argentina resolveu legalizar 750.000 imigrantes ilegais que vivem no país, principalmente motivada pelo fato de alguns deles terem morrido quando trabalhavam em condições de serviço escravo na região metropolitana de Buenos Aires! Na África de hoje, a escravidão ainda é uma realidade, até legalizada em alguns contextos. Na Mauritânia a escravidão foi abolida em 1981, mas a prática ainda persiste no país. O tráfico de crianças é comum na Nigéria e no Benin. Em Gana, no Togo e também no Benin a escravidão sexual em santuários religiosos tribais prossegue (chamados trokosi 40
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ou vudusi), ainda que proibido em Gana desde 1998. O caso mais grave é o do Sudão, onde a guerra civil tem permitido a presença mais devastadora da escravidão. A escravidão é geralmente lembrada como obra de mercadores e colonizadores portugueses, espanhóis e ingleses que superlotavam os porões de seus navios de negros africanos, para trazê-los para a América. A verdade é que a prática sempre esteve presente na história humana, tendo sido abolida na civilização ocidental, de influência cristã. A escravidão tem origem nos primórdios da história, quando os povos vencidos em batalhas eram escravizados pelos conquistadores. Babilônios, egípcios, assírios, romanos, gregos e até os hebreus conheciam a escravidão (Êxodo 21-23). Na época de Cristo, calcula-se que 60% dos habitantes do Império Romano eram escravos! Até um livro do Novo
Testamento, Filemom, é dedicado ao relacionamento entre escravo e senhor no alvorecer do cristianismo igualitário. Desde os tempos mais antigos, um escravo era legalmente definido como uma mercadoria que podia ser comprada, vendida ou trocada por uma dívida, sem que o escravo pudesse exercer objeção legal. A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações do passado. Comum na Ásia, na Europa e na África, achou lugar também nas civilizações pré-colombianas, onde os escravos eram empregados na agricultura e no exército. A escravidão ganhou proporções elevadas na história ocidental quando os europeus passaram a colonizar outros continentes e na ocasião do triunfo da mentalidade mercantilista. Foi nesse contexto que se expandiu a escravidão negra.
Muitos reinos africanos e árabes passaram a vender escravos para os europeus, até porque já a praticavam há muito. O problema da escravidão negra, porém, ganhou contornos particulares. Em primeiro lugar, foi um processo longo e extremamente cruel de três séculos. Além disso, foi praticado e tolerado por uma civilização “cristã”, e, posteriormente, foi “legitimada” por teorias racistas, que pregavam a inferioridade étnica dos povos africanos. Vergonhosamente, muitos cristãos protestantes consentiram com a escravidão, sendo que alguns até a justificaram, afirmando que os negros não tinham alma! Hoje, parece que as coisas não mudaram muito! Enquanto o mundo morre de fome, de AIDS e de guerras horríveis, a maioria dos evangélicos está mais preocupada com questões irrelevantes e desnecessárias! É uma vergonha! Um exemplo de postura cristã legítima contra a escravidão pode ser visto em John Wesley, fundador do metodismo, conforme mostra Euler Westphal. No século XVIII, a Inglaterra tinha o monopólio do comércio de escravos. Boa parte da população inglesa tirava proveito do comércio, além de que o povo, de maneira geral, aceitava a escravidão. Havia aqueles que se enriqueciam com o comércio de açúcar e de escravos, e que defendiam o escravagismo. Wesley publicou, em 1774, um ensaio entitulado "Pensamentos sobre a Escravidão", rejeitando as argumentações que a defendiam. Ele mostrou sua admiração para com a população negra e seu respeito para com eles. Ele condenou também a crueldade da captura dos escravos e as condições desumanas do transporte dos mesmos. Para Wesley, a liberdade seria um direito inalienável de toda a criatura humana, tanto dos brancos como dos negros. Na história do Brasil, a escravidão começou com a produção de açúcar no século XVI. Os portugueses traziam os negros africanos para utilizar como mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. O transporte era feito nos porões do navios negreiros, descritos por Castro Alves.
Amontoados, em condições desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, tendo seus corpos lançados ao mar. Apesar de pouco difundida, a escravidão indígena foi uma realidade no Brasil do século XVI. O período de 1540 até 1570 marcou o apogeu da escravidão indígena, especialmente nos engenhos de Pernambuco e Bahia. Ali os colonos conseguiam escravos índios, roubando-os de tribos que os tinham aprisionado em suas guerras e, também, atacando as tribos aliadas. Essas incursões às tribos, conhecidas como "saltos", foram consideradas ilegais, tanto pelos jesuítas como pela Coroa. Mas o interesse econômico falou mais alto e, dessa forma, faziase vista grossa às investidas. O regime de trabalho nos canaviais era árduo. Os jesuítas pressionaram a Coroa e intensificaram as ações contra a escravidão, promovendo intenso programa de catequização dos índios. Por incrível que pareça, a escravidão perdeu força por razões econômicas. No início da revolução industrial, desejosa de vender os produtos da revolução industrial, a Inglaterra combateu a escravidão. A partir da metade do século XIX, interessada em ampliar seu mercado consumidor no Brasil e no mundo, a Inglaterra aprovou a Lei Bill Aberdeen (1845), que proibia o tráfico de escravos, dando o poder aos ingleses de abordarem e aprisionarem navios de países que mantinham a prática. Em 1850, o Brasil cedeu às pressões e aprovou a Lei Eusébio de Queiroz que acabou com o tráfico negreiro. Em 28 de setembro de 1871 foi aprovada a Lei do Ventre Livre que dava liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir daquela data. E no ano de 1885 era promulgada a Lei dos Sexagenários que garantia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade. Mas foi somente no final do século XIX que a escravidão foi proibida no mundo ocidental. No Brasil, a abolição chegou em 13 de maio de 1888 com a promulgação da Lei Áurea, pela Princesa Isabel. Apesar disso, o fantasma da escravidão volta a rondar o mundo todo. O tráfico de pessoas é uma
das atividades criminosas mais lucrativas do mundo. Milhares de pessoas são vendidas e escravizadas em todo o mundo. Muitos trabalham em colheitas, muitas mulheres são escravas sexuais, entre tantas práticas abomináveis. A pergunta precisa ser feita: Por que um mundo tão desenvolvido tecnologicamente se volta para uma prática tão horripilante como a escravidão? Não é difícil responder! A resposta está em duas constatações. A primeira é que o ser humano passou a não ter mais valor intrínseco na sociedade atual. Segundo a Bíblia, o ser humano foi feito “à imagem e semelhança de Deus” (Gn 1.26), possuindo dignidade ontológica. Qualquer pecado contra o homem é um pecado contra Deus (Gn 9.6). Todavia, o ser humano hoje é visto apenas como um simples animal, sem distinção dos demais brutos! A vida humana não tem valor absoluto. Matar virou rotina. Sob o materialismo e agnosticismo atual, podemos esperar até a defesa do canibalismo! Se comemos bois e frangos, por que deveríamos rejeitar carne humana? A segunda razão é o triunfo horroroso do mercantilismo, manifesto no neoliberalismo contemporâneo que sugere que a realidade absoluta é o dos bens de consumo. Destituída de valores e de significado, a sociedade atual afunda-se numa busca frenética por algo que lhe dê sentido. Perversamente enganada, é levada ao consumismo, referencial de valorização e ontologização atual. A vida torna-se um “correr atrás de bugigangas inúteis”! Neste quadro medonho, tudo é válido quando se deseja mais dinheiro. Até a fé virou mercadoria! Mas a Palavra de Deus permanece clara e contundente em 1 Timóteo 6.10: “O amor ao dinheiro é a raiz de todos os males”. Precisamos de homens que não se vendam, que creiam nos valores bíblicos e trabalhem para uma sociedade mais justa, combatendo o horror da escravidão com todas as forças!
* LUIZ ALBERTO SAYÃO é pastor da Igreja Batista Nações Unidas (São Paulo, SP), é tradutor da Bíblia, tendo coordenado a publicação da Nova Versão Internacional, entre outros projetos. É reitor do Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (STBSB), a Faculdade Batista do Rio de Janeiro (FABAT).